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Copyright © 2020 Alíssia Khalyne

Me Apaixonei Por Um CEO

REVISÃO: Carina Barreira


DESIGN CAPA: GS Designer
DIAGRAMAÇÃO: Alíssia Khalyne

Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e


acontecimentos descritos são produtos da imaginação da autora. Qualquer
semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais, é mera coincidência.
São proibidos o armazenamento e/ou a reprodução de qualquer parte
desta obra através de qualquer meio — tangível ou intangível — sem o
consentimento escrito da autora.
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela lei nº
9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
Todos os direitos reservados.
Edição Digital | Criado no Brasil.
Sumário
Redes Sociais
Sinopse
Dedicatória
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capitulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capitulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capitulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capitulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Epílogo
Agradecimento
Créditos de Imagem
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Sinopse
Katherine Madison, uma moça gentil e educada, que morava na
Califórnia, gosta de todos ao seu redor, mas se envolveu com a pessoa errada.
Após esse relacionamento, teve certas consequências em sua vida, deixando
tudo para trás. Foi embora para New York, tentar recomeçar sua vida, lá ela
consegue o emprego dos sonhos. Alguns anos trabalhando nessa empresa, o
CEO da empresa se aposenta, e é seu filho mais velho quem assume o cargo,
e Katherine sente uma forte atração por ele.
Gabriel Griffin, um homem extremamente atraente e sexy, chama
atenção por onde passa, um dos bilionários solteiros mais cobiçado de New
York, sente uma forte atração por Katherine.
Katherine quer estar longe desse tipo, não quer seu coração quebrado
mais uma vez.
Gabriel, consegue tudo o que quer, e ele a quer de qualquer forma.
Tudo que um Griffin quer, ele consegue.
Dedicatória
Dedico esse livro ao meu esposo que me incentivou a continuar
escrevendo, me dando dicas e sugestões, acompanhando tudo de perto, me
dando todo o apoio.
E à minha mãe que leu meu livro, e me ajudou bastante com dicas
para melhorar minha escrita, com alguns pontos soltos e me deu total apoio,
dizendo que sou capaz de escrever um livro.
Capítulo 1
Katherine Madison

Me sinto feliz por ter saído da casa dos meus pais na Califórnia.
Precisava seguir minha vida e meu desejo era ir para New York. Meus pais
queriam que eu continuasse na Califórnia, mas oportunidades em NY eram
maiores. Saí de casa faz três anos, cursei moda na Universidade de New York
e durante o curso consegui um estágio. Assim que concluí o curso, surgiu
uma vaga de trabalho na maior editora de revista de moda de New York, meu
sonho. Fiquei muito feliz, por poder atuar numa área que sempre quis.
Divido um apartamento no Upper West Side com minha melhor
amiga, Wendy, somos amigas desde pequenas. Decidimos vir juntas à New
York. Cursamos juntas e trabalhamos na mesma editora, na Griffin Magazine
faz um ano.
Meu irmão também veio, ele cursa Desenvolvedor de Games aqui em
New York, mas mora no centro de Manhattan. Sempre nos vemos e
mantemos contato com meus pais.
Saí da Califórnia, pois queria crescer, expandir meus horizontes. Tive
alguns namorados por lá, sim, peguei vários e não me importo. Tenho só uma
vida, tenho que aproveitar o máximo. Tive um relacionamento sério, mas não
deu certo, então saí ficando com alguns carinhas, mas nada sério.
— Bom dia, Wendy. — Entro na cozinha. Ela sorri e toma um gole do
café fumegante.
— Bom dia.
Wendy é minha melhor amiga, e divide o apartamento comigo.
Wendy é uma moça simpática, feliz e carismática. Ela é um pouco mais baixa
do que eu, uma negra com um corpo espetacular, com cabelos e olhos
castanhos. Faço tudo por ela, pois a considero como irmã, e sei que o
sentimento é recíproco.
— Não posso mais beber durante a semana. — Ela sorri. — Vou para
o trabalho de ressaca. Se Enzo me ver desse jeito, vai jogar um balde de água
fria em mim.
— Falar em beber... deu perdido naquele cara? Enzo está doido para
saber. — Ela me entrega uma xícara de café. — Enzo nem pode falar nada,
ele encheu a cara também.
— Nada, fiquei só nos amassos — Tomo um gole do café. — E Enzo
é filho do dono.
— Que nada. Seu Arthur é duro. Já estou imaginando-o, levando
bronca e vai nos contar assim que chegarmos lá.
Tomamos café falando do que rolou na noite passada.
— Vou me trocar para irmos. — Aviso.
Vou até meu quarto e me visto para o trabalho.
A Griffin Magazine é linda, toda espelhada, por dentro é tudo em
cores claras dando aquele efeito Tumblr. As paredes têm vários quadros
elegantes. De frente para avenida, a parede é de vidro do teto ao chão, dando
aquela visão divina para a movimentação de New York.
— Bom dia, Katie. — A recepcionista me cumprimenta. Aceno com
um sorriso e sigo para o elevador.
— Katherine? — Natalie me chama.
Natalie também é nossa companheira de farra e diretora dos recursos
humanos da empresa onde trabalhamos. Sabe aquela ruiva que chama
atenção? É ela.
— Estou com uma dor de cabeça infernal. — Murmura para mim e
Wendy.
— Também estou! Você viu o Enzo? — Entramos no elevador.
— Foi direto para a sala da presidência. — Informa.
— Ele deve estar puto. — Wendy sorri.
— Almoço juntas? — Nate nos olha.
— Marcado.
Assim que eu e Wendy chegamos ao nosso andar, já está uma
correria. Nosso andar tem várias mesas espalhadas, parece mais uma sala de
Call Center. Já tenho muito trabalho para fazer, e começo a fazer o designer
das fotos para a próxima capa.
— Enzo até agora não apareceu. — Wendy sussurra.
— Pois é — digo.
Continuo fazendo meu trabalho, assim que levanto a cabeça, vejo
Enzo vindo em nossa direção. Ele é o tipo de homem que deixa qualquer
mulher babando. Em seu lindo terno cinza, com seu cabelo loiro, olhos azuis,
alto e musculoso. Ele é lindo, com traços de homem feito, mas tem apenas
vinte e sete anos. Mulherengo, é ele. É nosso parceiro de farra. Mesmo sendo
filho do dono, nunca agiu como tal. É nosso amigo desde que entramos na
editora. Na verdade, nos conhecemos numa boate um tempo antes de
entrarmos na editora, e por coincidência nos reencontramos no trabalho e
seguimos com a amizade.
— Suas loucas. — Sussurra. — Minha cabeça está a ponto de
explodir.
— Nem me fale. — Wendy diz.
—Sua fase de teste vai até quando? — Pergunto.
— Não sei. — Passa a mão na barba rala. — Meu irmão vai assumir
hoje.
— Em que parte? — pergunta Wendy.
— Assumir o lugar do nosso pai. — Informa.
Gabriel é irmão de Enzo. Lindo, parece um deus grego. Nunca o vi
pessoalmente, só em fotos, mas prefiro assim, quero manter distância, é outro
que vive rodeado de mulheres. Nunca fiquei com Enzo, mas Wendy já deu
umas escapadas com ele.
— Chato? — Pergunto.
— Chato não, mas ele é bem fechado. — Faz careta.
— Enzo, preciso falar com você. — Grita uma mulher.
— Vou lá. — Se despede.

Chega a hora do intervalo e vamos para o segundo andar, a parte da


copa. Encontro com Natalie.
— Vamos sair na sexta? — Wendy pergunta, assim que engole seu
café.
— Menina, bebemos ontem, hoje ainda é quarta. — Natalie sorri.
— Temos que aproveitar. Kate precisa tirar as teias dela. — Wendy
segura o riso.
— Amiga, você precisa transar, sabe? — Natalie morde seu
sanduíche.
— Semana passada estive com alguém. Estou muito satisfeita. —
Digo e mordo minha barrinha de cereal. Vejo Enzo se aproximar e se senta
conosco.
— Consegui. — Ele sorri, orgulhoso.
— O quê? — Pergunto.
— Começo amanhã mesmo. — Diz empolgado.
— Mais um motivo para bebermos. — Wendy fala.
— Quando? — Pergunta Enzo, bebendo seu café.
— Estávamos marcando para sexta. — Digo.
— Ótimo! Às oito. — Murmura e toma seu café. — Olha o bonitão
ali. — Enzo aponta. Me viro e vejo Gabriel. Que homem, meu Deus. Minha
calcinha até ficou molhada. O homem é alto e forte, pele clara e aquela barba
rala que dá um efeito de homem com H maiúsculo. Eu piro com essa barba!
— Que homem. — Natalie fala.
— Ei! Eu também sou homem. — Enzo diz. — E eu sou mais bonito
que ele.
— Com certeza. — Ele sorri para Wendy. Me viro para eles.
— De novo? — Arqueio a sobrancelha.
— O quê? — Enzo me olha.
— Vocês dois se pegando de novo. — Aponto para os dois. Eles
sorriem. — Sei não viu. — Balanço a cabeça sorrindo. — Precisamos voltar.
— Me levanto.
— Nos vemos no almoço. — Wendy diz.
Vamos andando, e Gabriel está na direção que estamos seguindo.
Assim que chego mais perto, ele vira o rosto e me olha. Com aqueles lindos
olhos azuis, ele não tira os olhos de mim e eu faço o mesmo. Que homem
meu Deus, de perto ainda é mais gostoso. Lindo em seu terno, blazer
apertado em seus braços, deve ser um espetáculo de homem por debaixo
desse terno. Passo por ele e sinto seu cheiro amadeirado.
— Amiga, ele não tira os olhos de você. — Wendy sussurra.
— Não estou nem aí. — Dou de ombros.
Me viro e vejo que ele continua me olhando com as mãos no bolso.
Por qual motivo ele está me olhando? Sei que sou uma mulher bonita, com
belas curvas, mas não chego aos pés das mulheres com quem ele sai. Volto
para minha mesa e continuo o trabalho que precisa ser entregue ainda hoje,
na reunião após o almoço.

Vou com as meninas para um restaurante perto do trabalho.


— Você viu que o gostosão ficou olhando para Katherine? — Natalie
olha pra Wendy.
— Eu vi. Até falei com ela. — Wendy bebe seu suco.
— Ele tem olhos, pode olhar para quem ele quiser. — Dou de
ombros.
— Eu não deixava passar. — Natalie me olha.
— Passar o quê? Gente, eu não vou ficar com um homem daquele. —
Murmuro.
— Meu Deus, Katherine. — Wendy revira os olhos. — Um homem
daquele ficou babando por você.
— É apenas um homem. — Digo.
— Pelo menos tenha a decência de admitir que ele é gostoso. —
Natalie diz.
— Sim. — Afirmo
— Olha aí, se achou ele gostoso é porque deu uma olhada. — Wendy
pisca o olho.
Terminamos de almoçar, pedimos a conta e voltamos para o trabalho.
Me sento na mesa separando o que tenho que levar para a reunião. Não irei
participar, vou apenas entregar o material. O telefone da minha mesa toca e
atendo.
— Katherine, esteja lá em cima em dez minutos. — Enzo diz.
— Beleza, vou imprimir. — Desligo o telefone.
Ele também vai participar da reunião. Corro para imprimir as folhas e
subo para o quinto andar. A sala é toda de vidro, tem apenas umas dez
pessoas, na ponta da mesa está Gabriel Griffin. Entro na sala silenciosamente
para não desconcentrar ninguém.
— Aqui está, senhor Griffin. — Entrego a pasta.
— Obrigado, Katherine. — Enzo agradece com um sorriso.
Assim que me viro Gabriel está me olhando, de cima a baixo. Lindo...
que homem. Sinto até um frio na barriga. Continuo andando e me viro para
sair da sala. Como as paredes são de vidro, dá para ver que ele está
acompanhando todos meus movimentos.
O restante da tarde é tranquilo. Me despeço das meninas e vou para
meu carro, um Honda Fit. Tenho orgulho de tê-lo, consegui sozinha com meu
trabalho, mesmo meu pai querendo me dar um, eu quis comprar com meu
dinheiro. Pego meu celular e ligo para meu irmão.
— Oi, maninha. — Dá para notar seu sorriso.
— Oi maninho, você está em casa?
— Estou. Você vem?
— Sim.
— Vem e você janta aqui.
— Estou saindo.
— Beijo.
Coloco o cinto e acelero o carro para a avenida. Amo New York, amo
a movimentação daqui. Era para eu morar perto de Kevin, mas optei por
morar perto do trabalho. Assim não corro o risco de chegar atrasada.
Enzo é um amigo muito bom, nunca tivemos nada, não por falta de
oportunidade, somos apenas amigos. Já ele e Wendy, tem uns lances de vez
em quando, mas quando o mel é bom, a abelha sempre volta. E lá estão eles
juntos de novo. Já dormiu lá em casa diversas vezes, mesmo sem transar com
Wendy. No início, pensei que ele fosse se afastar quando entramos na Griffin
Magazine, mas foi o contrário. Por isso valorizo muito sua amizade.
Estaciono e sigo em direção ao apartamento de meu irmão. Bato na
porta.
— Maninha. — Me abraça.
Kevin é o sonho de qualquer mulher. Alto, bonito, musculoso, pele
branca, loiro dos olhos verdes e safado, não posso esquecer esse detalhe.
— Estava com saudades. — Beijo sua bochecha.
— Também estava. Vem, estou quase terminando a lasanha. — Me
puxa para a cozinha.
— Esse sutiã no sofá? — Aponto para o sutiã vermelho no chão, perto
do sofá.
Ele também não se relaciona, mulherengo igual seu amigo de
apartamento.
— Da mulher de Miguel. — Explica. Coloca a lasanha no forno e tira
duas cervejas da geladeira e me entrega uma.
— Estou dirigindo. — Ela troca a cerveja por guaraná
— Tem falado com o papai? — Se senta
— Falei ontem, eles querem nos visitar. — Bebo meu guaraná.
— Eles vão ficar no hotel ou no seu apartamento? — Dou um gole de
sua cerveja.
— Decidimos quando eles chegarem. — Ele assente.
— Como está o trabalho? — Se levanta.
— Tudo perfeito. E sua faculdade?
— Tranquilo. Cadê Wendy? — Bebe sua cerveja.
— Em casa, não pode vir.
Kevin também considera Wendy como irmã, fomos criados juntos,
nunca rolou nada entre eles.
— Vai me dar um cunhado quando, hein? — Ele sorri.
— Devolvo a pergunta para você.
— Dá não, mana. Muita mulher em cima de mim. — Diz sorrindo.
— Claro, nenhuma teria paciência.
— E você?
— Prefiro aproveitar, quando estou insatisfeita procuro meu amigo
movido a pilha.
— Está tão ruim assim? — Pergunta sorrindo.
— Não. Semana passada fiquei com um cara. Só recorro a ele, quando
passo muito tempo sem ninguém.
— Por que quer, né?! Você pode ter o homem que quiser. — Se
levanta e vai até o forno.
— No momento, não tem nenhum que me agrade. — Me levanto para
pegar os pratos.
— Você é um espetáculo de mulher, mana, até Miguel quer. Mas
disse a ele que corto o pau dele, se encostar em você. — Coloca a travessa de
lasanha no balcão da ilha.
— Beleza não é a mesma coisa que respeito e caráter. Nenhum deles
são capazes de acordar ao meu lado depois de uma foda. — Corto um pedaço
de lasanha.
— Claro, você vai embora primeiro. — Ele sorri.
— Evito apenas o constrangimento. — Murmuro.
É verdade, depois de uma boa transa eu caio fora, antes que
amanheça. Assim não fico com receio de me deixarem sozinha.
— Juro que quase matei Fabrício por ter magoado seus sentimentos.
— Kevin me olha.
— Não vale a pena, Kevin. Já passou. — Suspiro.
— O cara tira a porra da sua virgindade e sai espalhando para todo
mundo. Isso não se faz, mana. Eu saio com várias mulheres, e nem por isso
saio me gabando. — Assinto e suspiro. — Eu as respeito, o que acontece em
quatro paredes é para ficar lá.
— Obrigada por nos respeitar. — Aperto sua mão.
— Mesmo que você saia por aí, querendo apenas sexo casual, você
não merece ser desrespeitada. Do mesmo jeito que homens têm suas
necessidades, as mulheres também têm. E o pior, vocês estavam namorando.
— Pois é, mas já passou. — Ele suspira e mudo logo de assunto. — E
onde aprendeu a fazer essa lasanha? Está muito boa. — Sua face suaviza e ele
sorri.
— Foi uma mina aí. — Diz.
— Cadê Miguel?
— Sei lá. Deve estar por aí pegando todas. — Ele sorri.
Ficamos conversando sobre trabalho e sua faculdade. Após
terminarmos vamos para a sala. Ele parece pensativo, conheço meu irmão.
Quando ele coça a cabeça é porque tem algo para falar. Me sento no sofá com
ele.
— Então, vai me contar? — Coloco meus pés em sua perna.
— Contar o quê? — Me olha desconfiado.
— Você coçou a cabeça e ficou pensativo. Desembucha. — Peço.
— É uma mina aí que está me deixando louco. — Coça a barba.
— Essa mina seria a que te ensinou a fazer lasanha? — Pergunto
sorrindo.
— Sim. Ela está me deixando louco. Ela faz questão de ficar perto de
outros homens. — Joga a cabeça para trás.
— Mano, você está com ciúme?
— Se você considera isso ciúmes, tudo bem. — Suspira.
— Meu Deus! Agora eu posso morrer feliz. — Gargalho.
— Hã?
— Você está apaixonado, Kevin! — Digo sorrindo.
— Estou fodido então. — Faz drama.
— Você não conversou com ela?
— Não, nem sei se tenho coragem de admitir que gosto dela. —
Respira fundo.
— Você fica mais lindo apaixonado, mano. — Sorrio.
— Mana, você ainda não entendeu. Estou completamente fodido. Ela
não me quer. — Me olha. Está na cara que ele realmente está apaixonado.
— Qual a mulher que não te quer? — Soco seu braço.
— A única que estou interessado. Dá para acreditar? — Sorrimos. —
Pode me ajudar?
— Mentira! Kevin Madison, pedindo minha ajuda para conquistar
uma garota? — Gargalho e ele me olha feio.
— Vai me ajudar ou não?
— Vou! Não estou acreditando. — Ele sorri.
— Nem eu. — Diz sorrindo. — O que preciso fazer?
— Um jantar, flores, mande mensagens carinhosas. Carinhosas
Kevin, não safadas. — Assente com um sorriso. — Elogie, chame-a para sair,
um cinema, um restaurante. Mostre a ela que você realmente a quer. Se fosse
outra pessoa seria apenas uma simples foda, não é?
— Sim.
— Então, quando é uma simples foda, você não liga. Mostre que ela é
diferente para você, que com ela não foi só uma transa, que tem sentimento.
— Tudo bem, colocarei esse plano em prática.
— O mais rápido possível, antes que outro chegue e pegue-a. — Me
levanto, vou até o outro sofá e pego minha bolsa.
— Kate? — Me chama.
— Sim. — Me viro para ele.
— Você queria isso? — Pergunta.
— Para ser sincera, sim. É muito bom quando somos tratadas com
amor e não por uma simples transa.
— Sinto muito, Kate. Você vai arrumar alguém que faça isso por
você. — Me abraça.
— Vai demorar, mano. — Acaricio seu rosto e ele dá um sorriso de
leve. — Preciso ir. Obrigada pelo jantar.
— Obrigado pela ajuda. — Me leva até a porta.
— Estarei aqui, sempre, mano. — Beijo sua bochecha.

— Mentira, não é? — Gargalha Wendy.


— Não! — Digo sorrindo.
— Kevin apaixonado. Estamos sonhando, só pode. — Joga a cabeça
para trás sorrindo.
— Queria eu. — Ficamos um tempo em silêncio. — Quero ir ao
Brasil. — Me deito no sofá.
— Já faz um tempo que não vamos. Quando você quer ir? — Me
olha.
— Queria ir no carnaval do ano que vem. Saudade do carnaval. —
Explico.
— Muito bom! Faz tempo que não viajamos. — Ela assente. —
Lembro da minha dancinha sensual no jatinho de Enzo.
— Gravei tudinho. — Sorrimos. — Bons tempos. — Ficamos um
tempo em silêncio.
— Queria dividir algo contigo. — Me olha.
— Pode dizer. — Digo. Ela suspira e me olha.
— Acho que estou me apaixonando por ele, amiga. — Confessa.
Fala sério, todos ao meu redor decidiram se apaixonar?
— Você não pode. Quem vai ficar comigo quando eu ficar bêbada?
Quem vai me dar banho? — Digo e ela sorri.
— Ajudou muito. — Me olha. Sorrio e me sento ao seu lado.
— Amiga, Enzo é mulherengo. — Aviso e seguro sua mão.
— Seu irmão também é, e mesmo assim está apaixonado.
— Verdade, já falou pra ele?
— Não. Nem sei como ele vai reagir.
— Entendo. Converse com ele, e veja no que vai dar. Mas não se
humilhe, você não precisa se humilhar para homem algum.
— Tudo bem. — Assente.
— Jantou? — Me levanto.
— Já.
— Ok, vou dormir. Amanhã acordo mais cedo e faço o café. — Beijo
sua cabeça.
Capítulo 2
Katherine Madison

As semanas foram se passando bem rápidas, a correria com os prazos


deixara todos na editora, muito agitados. Gabriel, não perdia a oportunidade
de ficar me olhando, praticamente me engolindo com os olhos. E eu? Pernas
bambas a cada vez que ele soltava um sorriso cafajeste.
Me arrumo, tomo café e vou junto com Wendy para o trabalho. Assim
que chego na recepção da Griffin, vejo Gabriel. Ele está em pé, distraído,
falando com Enzo. Aceno para Enzo, que assim que me vê, me chama. Vou
até eles.
— Bom dia. — Cumprimento os dois. Gabriel me olha de cima a
baixo, seus olhos azuis estão intensos e gritam luxúria.
— Katherine, esse é meu irmão, Gabriel. Gabriel, essa é Katherine. —
Enzo nos apresenta e Gabriel dá um daqueles sorrisos. Que sorriso lindo meu
Deus.
— Prazer, senhor Griffin. — Digo sorrindo. Ele estende sua mão e a
aperto.
— O prazer é todo meu, Katherine. — Beija minha mão. — Apenas
Gabriel. — Ele me olha com seus lindos olhos azuis. O que será que ele está
pensando? Seu cheiro é muito bom.
— Enzo, você não sabe, Katherine quer ir ao Brasil... — Wendy vê
Gabriel. — Desculpa. Bom dia, senhor Griffin. — Fala envergonhada.
— Bom dia. — Gabriel a cumprimenta.
— Então. Quer dizer que quer ir ao Brasil? — Enzo me olha.
— Ela quer ir no carnaval. — Sussurra para Enzo.
Sinto o olhar de Gabriel sobre mim, e quando me viro, aquele olhar
profundo me hipnotiza, causando frio na barriga.
— Vamos, Wendy? — Chamo minha amiga.
— Oh, sim. Vamos. — Wendy fica ao meu lado.
— Prazer em te conhecer, Gabriel. — O olho.
— O prazer foi meu. — Ele dá um sorriso de lado. Me despeço de
Enzo e vou andando com Wendy até o elevador.
— Tenho certeza que ele está acompanhando todos os seus passos. —
Wendy diz. Me viro e lá está ele me olhando. Seguimos até nosso andar e
começo a escrever a redação para a próxima coleção.
— Liza, preciso do restante da revisão. — Grito e ela vem correndo
me entregar. — Obrigada.
Minutos depois o telefone da minha mesa toca.
— Katherine Madison.
— Kate, traz aqui o restante da redação. — Enzo pede.
— Já estou indo.
Imprimo e vou até a sala de Enzo.
— Aqui está! — Entrego as folhas e ele começa a ler. — Eu acho que
deveria diminuir a letra.
— Sim, está um pouco grande. Refaça, por favor, e me entregue hoje
à tarde.
— Tudo bem. — Assinto.
— Kate, o que está acontecendo entre você e o meu irmão? — Me
olha.
— Nada. — Digo o óbvio.
— Percebi o modo como ele olha para você. — Se levanta.
— Então você deveria perguntar a ele. — Dou de ombros.
Enzo coloca seu blazer e saímos da sala. Quando as portas do
elevador se abrem, lá está ele, o sorriso que abre ao me ver, é de tirar o
fôlego. Ele é lindo demais, que homem gostoso. Nossa...
— Vai descer pelas escadas, Kate? — Enzo fala de dentro do
elevador.
— Não. — Murmuro e entro no elevador.
— Como vai, Katherine? — Gabriel pergunta. Me mantenho de frente
para porta, para não ficar olhando-o.
— Bem e você? — Pergunto e o olho.
— Melhor agora. — Responde. Sinto que Enzo sorri atrás de mim.
Sorrio para Gabriel e saio, assim que o elevador para.
— Tchau, Kate. — Enzo acena, com um sorriso cafajeste.
Dá para notar que ele está gostando dessa situação. Faço um gesto de
arrancar sua cabeça e Gabriel sorri.
— Tchau. — Digo. Olho para Gabriel, que pisca o olho para mim e as
portas se fecham.
— Katherine, Enzo mandou você subir para a sala do senhor Griffin.
— Natalie avisa.
Merda! Enzo você me paga, seu filho da puta.
Pego o material e subo. Assim que chego no último andar, a secretária
de Gabriel está trabalhando em seu notebook.
— Bom dia, Rebeca. Pode dizer ao Sr. Griffin que estou aqui? —
Assente e pega o telefone.
— Sr. Griffin, Katherine está aqui... Sim, senhor. — Desliga o
telefone e me olha. — Pode entrar.
— Obrigada. — Ela assente com um sorriso.
Calma, Katherine, é apenas Gabriel. Um homem lindo e gostoso, um
pecado em forma de homem... Um orgasmo ambulante, só isso.
Bato na porta antes de abri-la. E lá está ele, sentado em sua cadeira,
apenas com sua camisa social branca e gravata cinza. Lindo com seus cabelos
castanhos claro, e seus olhos azuis que se destacam.
— Katherine. — Enzo me cumprimenta. Desvio o olhar e só então,
vejo Enzo sentado à sua frente.
— Enzo... Gabriel. — Cumprimento-os.
— Katherine. — Gabriel me olha. Vou andando até sua mesa.
— Aqui está, Enzo. As revisões e as capas — Entrego duas pastas a
ele. — Precisa de mais alguma coisa? — Pergunto ainda de pé.
— Quero que nos ajude. — Gabriel mexe em seu computador.
— Boa ideia, Gabriel. É importante uma opinião feminina. — Enzo
diz. Assinto e olho para Gabriel.
— Acho... que minha opinião não importa. — Ele me olha.
— Se estou pedindo para nos ajudar, é porque sua opinião importa. —
Encosta suas costas na cadeira, sem desviar seu olhar do meu. Sento-me na
cadeira ao lado de Enzo.
— Em que devo opinar?
— Caligrafia e as capas. Qual a melhor de cada. — Pede Gabriel.
Pego as folhas e as coloco em cima da mesa.
— Bom, aqui tenho três opções de escritos. Tanto para digitais quanto
para impressos. — Pego a primeira folha. — Essa aqui, tem a caligrafia
muito pequena, então seriam pouquíssimas páginas. As pessoas podem
pensar que não terá nada de produtivo. — Gabriel pega o papel da minha
mão. O espero analisar e ele entrega o papel para Enzo.
— Realmente, muito pequeno. — Enzo diz. Pego a próxima folha.
— Essa aqui, tem uma caligrafia média. As pessoas poderiam se
interessar, teriam uma quantidade de páginas interessantes para elas. —
Entrego a folha para Gabriel, que lê e devolve para Enzo, que também
concorda.
— A última é maior. Seria desagradável, pois daria muitas páginas.
Geralmente as pessoas se importam pela quantidade de páginas, quanto
maiores são, há mais chances de recusa. Acham que tem informações demais,
nada de produtivo, só enrolação. — Entrego para Gabriel.
— Você é assim? — Pergunta Gabriel lendo.
— Na verdade, sim. Conheço muitas pessoas que são da mesma
forma. Já li várias revistas com muitas páginas, mas poucas informações. —
Explico.
— Então, qual vai ser? — Pergunta Enzo a Gabriel. Gabriel coloca os
papéis em cima da mesa e me olha.
— Qual você indicaria? — Entrelaça suas mãos em cima da mesa.
— Eu ficaria com a segunda opção. Uma boa quantidade de páginas e
nada de enrolação. Um bom conteúdo com a quantidade de páginas
adequadas. — Informo.
— Certo. Me mostre as capas. — Gabriel pede.
— Também tenho três opções. A primeira é dela séria, pela forma que
olha, não parece estar gostando da bolsa e muito menos gostando de ser
fotografada. — Entrego para Gabriel que analisa e coloca em cima da mesa.
— Essa aqui, está com um sorriso um pouco forçado. — Entrego e ele
assente ao ver a foto.
— E essa aqui, está espontânea. Merece ser a capa. — Entrego a
última capa. — Bom, essas são as opções. Cabe ao senhor escolher.
— Gabriel, se eu fosse você ficaria com a terceira opção. — Enzo diz
analisando todas as capas. Ele junta todos os papéis e me entrega.
— Quero tudo pronto amanhã. — Assinto e recolho tudo.
— Bom, eu vou indo. Tenho uma ligação em dez minutos. — Enzo
diz. Se despede e vai embora, me deixando sozinha com Gabriel.
Filho da puta!
— Mas o senhor não escolheu. — Pego os papéis.
— Minha escolha é a sua escolha, Katherine. — Ele dá um sorriso.
Como queria provar essa boquinha.
— Obrigada, Sr. Griffin. — Agradeço gentilmente. Pego todos os
papéis, me levanto e vou andando até a porta.
— Sra. Madison? — Me viro e ele está vindo em minha direção.
— Sim? — Fico feliz em minha voz sair firme.
— A quanto tempo trabalha aqui? — Coloca suas mãos nos bolsos.
— Há um ano. — Informo. Meu corpo treme, minhas mãos começam
a ficar suadas.
— Nunca a vi por aqui. — Coça sua barba.
— Fico no quarto andar, então seria difícil o senhor me ver. Sem
contar, que o senhor começou ontem na editora. — Ele assente e se
aproxima.
— Eu deveria estar cego por não ver você. — Fala bem perto de mim.
Fico calada, nem sei o que falar, não consigo me mexer. Ele ergue sua
mão e toca em meus cabelos de forma carinhosa, se inclina e deixa seu rosto
perto do meu e estremeço toda.
— O que você está fazendo? — Sussurra com sua voz rouca.
Meu Deus, que voz linda, sexy. Esse homem cheira a sexo.
— O que... estou fazendo? — Pergunto. Ele roça sua barba em meu
rosto enquanto cheira meu pescoço.
— Eu não paro de pensar em você, Katherine. — Me olha.
Que lindos olhos azuis. Sua pupila está dilatada. Meu corpo se arrepia
e meu coração fica acelerado. Ele se inclina para perto da minha boca, como
se pedisse permissão e assinto. Seus lábios grossos tocam os meus e me beija
de leve. Aos poucos ele vai introduzindo sua língua e aceito de bom grado.
Que boca macia, com sabor de menta. Ele segura meu cabelo com força me
puxando mais para perto. Sua língua passeia pela minha boca e desfruto do
seu gosto. Além de lindo e gostoso, ainda beija bem pra caralho. Ele se
afasta.
— Eu... preciso ir. — Digo ofegante. Ele assente e me dá um selinho.
— Deixei-me ajeitar você. — Pede. Ajeita meu cabelo e passa o
polegar em minha boca limpando o batom. — Pronto, agora pode ir. — Se
inclina e me dá outro selinho. Saio sem dizer nada, não tenho coragem. Entro
no elevador e passo meus dedos em meus lábios ainda sentindo o gosto de
Gabriel em minha boca. O elevador abre e vou para minha mesa. Começo a
organizar tudo para a revista impressa.
— E aí, gata. — Enzo fala.
— Eu te mato, desgraçado. — Digo.
— O que foi? — Pergunta.
— Você saiu e me deixou sozinha com seu irmão. — Digo entre os
dentes.
— Qual o problema? — Arqueia a sobrancelha.
— Eu não vou ficar com seu irmão, Enzo.
— Poxa, queria uma cunhada. — Faz uma carinha triste. Reviro os
olhos.
— Você é ridículo, Enzo.
— Então, tudo certo para amanhã? — Pergunta.
— Claro. — Wendy diz. — Cadê Natalie?
— Não sei. — Dou de ombros. — Aquela doida deve está por aí.
— Olha ela ali. — Enzo levanta o queixo. Natalie está vindo até nós.
— Olá pessoas. — Nos cumprimenta.
— Oi. — Digo.
— Elisa vai ser demitida. — Ela diz.
— Por quê? — Pergunta Enzo.
— Ela estava aos amassos com Enrico. — Ela faz uma careta.
— Com Enrico? — Faço careta também.
— Passada. — Wendy diz.
— Sério? Com Enrico? — Enzo fala.
— Essa pergunta veio em minha mente também. — Wendy murmura.
— Vou lá preparar a demissão. Depois nos falamos. — Natalie se
despede e sai.
— Continuo passada. — Sussurro.
— Enrico é feio pra cacete. Puta merda. — Enzo diz.
— Nisso eu posso concordar. — Wendy comenta.
— Já percebeu que você está parecendo uma mulher? — Pergunto a
Enzo.
— Por quê? — Pergunta sorrindo.
— Fofocando. — Digo o óbvio.
— Amo fofocas internas. — Pisca o olho. Wendy gargalha alto
chamando a atenção de todos.
— Ri baixo, doida. Parece até uma égua rinchando. — Dou uma
cotovelada de leve nela.
— Duas doidas. — Enzo sorri.
Seu telefone toca e ele atende.
— Oi... Estou aqui no quarto andar falando com as meninas... Está
sim, bem ao meu lado. — Pisca o olho para mim e já sei com quem ele está
falando. Reviro os olhos. — Já estou indo. — Desliga seu telefone. — Tenho
que subir, o patrão me chama.
O restante da tarde é tranquilo, não vejo Gabriel e muito menos
aquele doido do Enzo. Não consigo entender o porquê de me sentir dessa
forma perto de Gabriel. Ele é um espetáculo de homem, se o beijo é bom
daquele jeito, imagina o restante. Tenho que parar de pensar nele. Ele quer
apenas sexo, do mesmo jeito que eu. Mas não com ele, ele é do tipo que
transa e nem procura saber, embora eu também faça isso. Mas no meu caso,
faço para evitar constrangimentos.
Meu telefone tocou, é Kevin.
— Oi, mano.
— Está no trabalho?
— Estou sim. Estou me organizando para sair. — Pego minha bolsa.
— Queria comer uma pizza contigo e Wendy. Tem como? Estou aqui
perto. — Uma pizza seria ótima. Afasto o telefone e falo com Wendy. —
Wendy, vamos comer pizza com Kevin? — Pergunto a ela.
— Bora! — diz animada.
— Estamos descendo. Você está de carro? — Pergunto.
— Estou, em cinco minutos chego aí. — Desligo o telefone.
Ajeitamos nossas mesas, pegamos nossas bolsas e vamos encontrar
Kevin. Ele está encostado no seu Honda CR-V mexendo no celular. Parece
até modelo de capa de revista.
— Diz bonitão. — Me aproximo dele. Ele levanta a cabeça e sorri.
— Diz, mana. — Me abraça. — Diz, bonitona. — Abraça Wendy.
— Está feliz, hein. — Wendy diz.
— Nem tanto. — Murmura cabisbaixo.
Entramos no carro e seguimos para a pizzaria.
— Então, fez o que te sugeri? — Pergunto
— A levei para almoçar hoje, mas não tive muito progresso. — Diz
um pouco triste.
— Cara, você quer que seja tão fácil assim? Tem que lutar. — Wendy
o incentiva.
— Eu sei. Só que... pensei que ela tivesse notado que eu realmente
gosto dela. — Passa a mão na nuca.
— Mano, você tem que ir conquistando. Não é fácil. — Seguro sua
mão.
— E como vai no trabalho? — Desvia do assunto.
— O chefão está de olho nela. — Wendy diz com um sorriso.
— Wendy, não é para tanto. — Reviro os olhos. Se ela soubesse que
nos beijamos, ela surtaria.
— Quero saber quem não está de olho nela. — Kevin sorri. — Minha
mana é linda.
— Obrigada, mas não acontecerá nada entre nós. — Coloco um
pedaço de pizza na boca.
— Até desisti de tentar mudar essa opinião dela. O cara é um absurdo
de gostoso, Kevin, ela está perdendo. — Wendy fala.
— Quem é esse? — Pergunta Kevin.
— Gabriel Griffin. — Digo.
— Mentira, né? Irmão do Enzo? — Pergunta surpreso.
— Sim. E ela está desperdiçando aquele pedaço de mal caminho. —
Wendy toma seu guaraná.
— Mana, pelo amor de Deus. O que está acontecendo com você? —
Kevin me olha. Reviro os olhos. Não posso ficar com Gabriel, isso vai além
dos limites.
— Vou comprar óculos para ela. — Fala incrédulo.
— Compre, pois ela não está enxergando direito. — Minha amiga
murmura.
— Nos beijamos. — Desembucho de uma vez
— É O QUÊ? — Grita os dois no meio da pizzaria e todos olham.
— Puta merda, falem baixo. — Arregalo os olhos.
— Por que você não disse antes? — Pergunta Wendy, surpresa.
— Foi hoje quando fui levar as amostras da próxima campanha. —
Bebo meu refrigerante.
— Me conta tudo. — Wendy se empolga.
— Fui levar as amostras, mas Gabriel pediu para que eu participasse
da reunião e no fim Enzo nos deixou sozinhos. — Resumo.
— Enzo está sacando tudo. — Wendy dá um sorriso cúmplice. — Ele
me contou.
— Enzo é esperto. — Kevin sorri.
— Vou matar o Enzo. — Reviro os olhos.
— Você deveria agradecer a ele amiga. — Minha amiga me olha.
— Se não fosse ele, vocês não teriam se beijado. — Meu irmão fala.
— Agora quem está fodida, sou eu. Agora ele vai ficar atrás de mim.
— Bufo.
— Pode ter certeza disso. — Kevin sorri.
— E você, trate de falar com Enzo para avisar Gabriel para se manter
distante de mim. — Aponto para Wendy.
— Eu não, ele concorda comigo. — Sorri.
— Vocês não prestam. Sério. — Cruzo os braços.
— Qual é mana, aproveita. — Kevin revira os olhos.
— Aproveito sim, mas não quero nada com ele. — Explico.
— Ela realmente precisa de óculos. — Kevin diz para Wendy, que
sorri.
Capítulo 3
Katherine Madison

Hoje, está tudo muito calmo na empresa, o que é raro de acontecer.


Graças a Deus, não vejo Gabriel por aqui, Enzo disse que ele está em reunião.
Mas o que não entendo, é porquê ele fica me olhando como se eu fosse sua
presa. Depois me beija e ainda me ajuda a me arrumar. Provavelmente, ele
quer manter a discrição, posso não ser a única. Então se ele me ajudou a me
ajeitar, seria para ninguém desconfiar. Quer dizer que, ele tem outras por
aqui. Isso só aumenta minha raiva. Ele acha que pode me usar e me descartar
assim?
Ele terá que comer muito arroz com feijão.
Saio do trabalho e vou direto para a academia. No vestiário, troco
minhas roupas sociais, por roupas de ginástica e guardo meus pertences. Ao
sair, encontro Pedro, um dos professores da academia.
— Boa noite, Katherine. — Me cumprimenta.
Pedro é muito bonito, moreno, alto e bem musculoso, o sonho de
qualquer mulher. Mas é outro que também quero manter distância. Ele dá
muito em cima de mim, mas eu não ligo. Sempre levo na brincadeira.
— Olá, Pedro. — Dou um sorriso e sigo andando pelo andar da
musculação, decidindo o que fazer.
— Veio cedo hoje. — Me olha de cima a baixo.
— Vou sair com meus amigos. — Ando até a esteira.
— A gente poderia sair um dia.... — Me olha.
— Outro dia... — Assente com um sorriso.
Faço meus exercícios e vou embora.

— O que você acha? — Wendy se olha no espelho. Está com um


vestido rosa bem apertado, que mostra bem suas curvas, e um salto alto.
— Está divina! — Passo a mão pela minha roupa. — E eu?
Estou com um body preto rendado de alças finas, trabalhado na
transparência, short curto de cintura alta e coturno de salto alto. Cabelos
cacheados, maquiagem marcante e fechando com batom vermelho.
— Está linda. — Wendy me olha. — Vou ligar para Enzo e dizer que
já vamos.
— Vou mandar mensagem para Dominic. — Pego meu celular.
— Ok.
Eu e Dominic já ficamos várias vezes e continuamos amigos. Ele é
um pedaço de mal caminho. Negro, alto, além de forte, é bom de cama.
Ainda bem que aproveitei bem aquele homem.
Eu: Já estamos indo, gato.
Minutos depois meu celular toca.
Dominic: Beleza, gata, estou a caminho.
— Dominic já está a caminho. — Aviso.
— Enzo já está lá. — Diz.
Pegamos um táxi e seguimos para a boate.

Gabriel Griffin

Não paro de pensar em Katherine, essa mulher está me deixando


louco. Nunca vi uma mulher tão bonita, seu corpo parece um violão, lindas
curvas e aqueles malditos olhos verdes que me consomem. Aqui estou, em
casa, em plena sexta-feira à noite. Poderia estar na boate pegando a mulher
que quisesse, mas estou no meu quarto pensando na mulher que toma conta
dos meus pensamos.
Alguém bate na porta.
— Entra. — Grito.
— Mano, estou indo para boate encontrar as meninas. — Meu irmão
avisa.
— Certo. — Me levanto e o olho — Enzo, sabe dizer se a...
— Katherine vai? — Completa, com um sorriso.
— Sim. Ela vai? — Escondo um sorriso.
— Vai sim. — Assente.
— Vocês sempre vão juntos, não é? — Pergunto curioso.
— Além de mim, vai Wendy e Natalie, o irmão dela também faz parte
da Elite de Farra. —Sorri.
— Elite de Farra? — Pergunto sorrindo.
— Pois é, mano, vamos juntos, encher a cara. — Sorri. — E o amigo
dela também vai.
Agora fico curioso, quem seria esse amigo?
— Quem?
— Dominic. Eles já ficaram várias vezes. — Me alerta. — Se eu fosse
você, eu iria.
Nem fodendo, ela pode ficar com ele novamente.
— Tudo bem. Vá na frente, depois eu chego. — Disse.
— Te vejo lá. — Pisca o olho e sai do quarto.
Katherine é linda, chama atenção de qualquer homem, não sei por que
Enzo nunca ficou com ela, Enzo pega todas. Ele contou que se conheceram
numa boate, depois se encontraram na Griffin Magazine por coincidência.
Então ficaram amigos, nada além disso. Isso me deixa aliviado, seria meio
estranho pegar uma mulher que meu irmão já pegou.
Preciso ir, vai que esse tal de Dominic dê em cima dela e fiquem
juntos de novo? Nem quero pensar nas mãos dele acariciando a pele dela.
Desde aquele beijo não paro de pensar nela. Sua boca macia e gostosa, seus
lábios carnudos é uma tentação. Sempre fico com muitas mulheres, a única
quem me agradou por um tempo, foi Tiffany, mas ela só queria saber do meu
dinheiro e minha posição social, então a larguei e segui minha vida. Mas
Katherine chegou e acabou comigo com apenas um beijo. Essa mulher vai
ser a minha perdição.
Resolvo colocar uma bermuda, uma camisa polo e tênis. Pego meu
Audi esportivo e vou para a boate. Estaciono o carro e ligo para Enzo.
— Diz, cara. — Fala assim que atende.
— Já estou aqui. Onde você está?
— No primeiro andar, na área vip.
— Beleza. — Desligo o telefone.
Subo direto para a área vip e encontro Enzo bebendo uísque.
— Já enchendo a cara? — Aperto seu ombro.
— Claro. — Estende o copo. — Vai beber?
— Não, vim dirigindo. — Coloco as mãos no bolso.
— Você vem para uma boate e não vai beber? — Franze a testa.
— Vim só para vê-la, Enzo. — Olho as pessoas dançando.
— Gamado, hein. — Sorri. — Quem te viu, quem te vê.
— Vai se foder, cara. — Dou um soco de leve nele.
Vejo Enzo desviar seu olhar para trás de mim. Me viro e... Puta
Merda! Lá está ela. Meu Deus! Ela me olha incrédula, com certeza não
esperava me encontrar aqui. Ela está linda. Ela vai até a mesa, enche o copo
de vodca e vira de uma vez, sem tirar seus olhos de mim. Como pode ser tão
linda?
Seus olhos verdes estão destacados pela maquiagem forte, sua roupa é
muito sexy. Suas coxas grossas bem torneadas e branquinhas estão à mostra,
parecem ser tão macias quanto sua boca deliciosa. Seus seios bem
redondinhos, parecem caber perfeitamente em minhas mãos. Puta merda.
Tinha que ser tão gostosa?
— É... vou voltar para a pista. — Avisa.
Se vira e posso ver sua linda bunda grande definida, coberta pelo
pequeno pedaço de pano. Puta que pariu!
— Terra chamando Gabriel. — Enzo estala os dedos na minha frente.
— O que foi? — Pergunto ainda olhando para ela.
— Cara, vou pegar um pano e limpar o canto da tua boca. — Diz
escondendo o sorriso. Reviro os olhos.
— Vamos? — Me chama para a pista de dança.
A encontro dançando com as meninas uma música eletrônica, elas
estão bem à vontade. Ela sorri enquanto dança, uma felicidade tão espontânea
que eu queria que esse sorriso fosse para mim. Então chega um rapaz alto e
negro e abraça-a por trás. Quem é esse cara? Não estou gostando disso. Fala
alguma coisa no seu ouvido e ela sorri. Será que está chamando-a para algum
canto? Eu não vou deixar. Ela sai de perto dele e anda em minha direção. Ela
não para de me olhar, aqueles malditos olhos verdes que me perseguem.
Assim que ela passa por mim, vou atrás dela, e a vejo indo até a mesa.
Ela serve uma dose de vodca. Porra, que lapa de bunda. Ela tem um corpo
de quem malha, mas não é musculosa. Dá até vontade de dar um tapa naquela
bunda definida. Imagina essa mulher de quatro? Essa maldita será minha
perdição! Chego mais perto e a vejo virar o copo de uma vez.
— Assim vai ficar bêbada mais rápido. — Falo perto do seu ouvido.
Ela pula de susto e se vira para me olhar
— E daí? — Leva uma batata frita até sua boca. Preciso saber quem é
aquele cara que está com ela.
— Aquele cara é seu namorado? — Ela arqueia a sobrancelha, olha
para a pista de dança e me olha de volta.
— Isso não é da sua conta. — Dá um sorriso forçado. Ela está
querendo me provocar.
— Responda. — Me aproximo mais dela.
— Por qual motivo você quer saber? — Cruza os braços. Seus peitos
sobem, olho para eles e... Uau.
— Vi você com aquele cara. — Olho para seu rosto e ela está com um
sorriso nos lábios. Acho que percebeu que estava olhando para o seu lindo
decote.
— Ele é meu amigo, o nome dele é Dominic. Já ficamos várias vezes,
e ele é bom de cama. —Fala naturalmente. Então esse é o Dominic...
— E por que está me dizendo isso? — Cruzo os braços.
— Ué, você perguntou. — Dá de ombros. — Se você não estivesse
aqui, eu ficaria com ele de novo e de novo... Sabe, quando o mel é bom, a
abelha sempre volta! — Fala baixo, como se estivesse me contando um
segredo. Puta que pariu. Ela pode voltar com ele a qualquer momento e isso
não vai rolar.
— Chega! Você está bêbada. — Puxo de leve seu braço, para se
sentar no pequeno sofá. Me sento à sua frente.
— Eu não estou bêbada. — Estica o braço para pegar a vodca, eu a
impeço e ela me olha de cara feia.
— Já chega. — Digo.
— O que você quer, Gabriel? Você... me olha como se eu fosse uma
presa, depois... me beija no seu escritório. — Faz uma pausa. — Me ajeita
para não deixar ninguém... notar nada, deve ser porque você... pega outras
funcionárias. Aí, chega aqui querendo saber se Dominic é meu namorado, e
ainda quer controlar minha bebida. — Me olha ofegante.
Eu não a quero por uma noite. Ela precisa entender, quero apenas
cuidar dela.
— Quero só você. Cuidar de você. — Ergo minha mão e acaricio seu
rosto. Ela inclina a cabeça na minha mão e fecha os olhos. Tão linda, doce e
amável.
— Por que se importa comigo? — Me olha. — Eu sou... apenas mais
uma para você.
— Você não é apenas mais uma. — Sou sincero, como nunca fui. Ela
fica me olhando, com suas esmeraldas brilhantes.
— Eu... não estou me sentindo bem. — Coloca a mão na cabeça.
— Quer vomitar? — Ela nega. — Vem, vou te levar para casa. — Me
levanto.
— E o pessoal? — Pergunta um pouco baixo.
— Fique aqui, vou falar com Enzo e já volto. — Ela assente.
Saio pelo meio da multidão, encontro Enzo e Wendy dançando bem
juntos, se agarrando praticamente. Me aproximo e falo no seu ouvido.
— Vou levá-la para casa. Ela não está se sentindo bem. — Aviso.
— Ok. — Assente.
Saio da pista e vejo Katherine ajeitando sua bolsa no ombro, ainda
sentada.
— Vamos. — Chamo.
Ela se levanta e quase cai, ela não consegue andar sozinha. Pego seu
braço e coloco por cima do meu ombro, e passo meu braço pela cintura e saio
andando com ela. Assim que chegamos no carro, coloco o cinto nela e entro
no carro. Assim que dou partida ela adormece com a cabeça encostada no
vidro.
Essa mulher está acabando comigo. Ela acha que será mais uma para
mim. Eu não consigo deixá-la sozinha, ela é como um imã para mim.
Estaciono na garagem do edifício onde moro.
— Katherine. — Chamo, mas ela não escuta. — Katherine,
chegamos. — Falo um pouco mais alto. Ela se remexe e abre os olhos.
— O que foi? — Boceja.
— Venha, vamos subir. — Saio e vou até a outra porta, mas ela já
está tentando sair e quase cai. Corro até ela e a seguro pela cintura.
— Você é tão bonito. — Seus olhos brilham. — Cheiroso... e gostoso.
— Ela só está falando isso porque está bêbada.
— Obrigado. — Dou um sorriso. — Vamos subir. — Ela assente.
Assim que chegamos na cobertura, a pego em meus braços para pode
subir as escadas. Chego em meu quarto e a coloco sentada na cama.
— Você vai fazer amor comigo? — Maneia a cabeça. Queria jogá-la
contra a parede e a foder com todas as minhas forças.
— Não. Venha, vou trocar sua roupa. — Puxo-a para ir ao banheiro,
mas ela trava os pés.
— Por que não? Não é isso que você quer? — Fala.
Sério, ela fica ainda mais sexy bêbada. Com certeza ela não irá
lembrar de nada amanhã. Ela não está consciente, e quero ela sóbria para se
lembrar de todos os momentos.
— Não com você desse jeito. — Explico.
— De que jeito então? — Ela tira seu short e vira de costa para mim,
me dando a bela visão de sua linda bunda. Puta merda, a calcinha é fio
dental. Não posso fazer isso! Não posso! Me controlo e volto a olhar para ela.
— Acho... que. — Nem termina de falar e sai correndo para o
banheiro. Corro até ela e a vejo vomitar. Seguro seus cabelos e a deixo
terminar. O que sai, é só água, tenho certeza que ela não comeu nada, só
bebeu. Quando ela termina, a coloco sentada na privada, e pego uma toalha.
— Se sente melhor? — Passo o pano na sua boca e ela assente. —
Você precisa de um banho. — Me levanto. — Consegue tirar sua roupa?
Diz que sim, diz que sim...
— C... consigo. — Suspiro aliviado e me afasto dela. — Fica aqui. —
Sussurra. Puta merda. Se eu a deixar sozinha ela pode cair.
— Tudo bem. Vou ficar de costas, tire sua roupa e deixe aqui em
cima da mesa. — Peço e fico de costas para ela.
Não posso me aproveitar dela, isso não é certo. Ela vai ficar chateada
amanhã, por ter dormido aqui em casa. Mas o que eu poderia fazer? Não sei
onde ela mora e não iria deixá-la na boate para alguém se aproveitar dela. De
repente escuto a água do chuveiro cair. Não consigo me distanciar dela, algo
me faz querer ficar próximo. Mas Katherine está sempre fugindo de mim, e
quero saber o motivo. Quanto mais ela foge, mais eu a quero por perto.
Escuto o chuveiro sendo fechado e aguardo até ela dizer que está
pronta.
— Terminei. — Escuto-a falar.
— Posso virar? — Pergunto cauteloso.
— Pode. — Sussurra.
Me viro e a vejo enrolada numa tolha branca e seu rosto está borrado
de maquiagem.
— Senta aqui. — Aponto a cadeira que tem no banheiro.
Vou até o pequeno armário e pego lenços umedecidos e começo a
limpar seu rosto, tirando a maquiagem que não saiu no banho. Depois vou até
o closet, pego uma camisa minha, branca, e volto para o banheiro. — Veste
isso aqui. Estou no quarto te esperando. — Ela assente e pega a camisa.
Tiro meus sapatos e a colcha de cima da cama. Quando viro, ela está
linda com a minha camisa, parece um vestido nela. Sou bem mais alto que
ela, com certeza ficaria grande. Ela ficou linda demais com a minha camisa,
nenhuma mulher usou uma camisa minha, ela ficou perfeita.
— Deite-se. — Ela anda com cautela e sobe na cama, engatinhando.
— Já volto.
Vou ao banheiro, tomo uma ducha rápida e visto uma bermuda de
moletom e uma camisa. Volto para o quarto e a vejo deitada na cama, com a
coberta por cima dela.
— Obrigada por cuidar de mim. — Diz baixinho. Aliso seu cabelo e
beijo sua testa.
— Vá dormir. — Assente e fecha os olhos.
Linda como um anjo. Essa mulher será minha perdição.
Capítulo 4
Katherine Madison

Sinto uma claridade em meus olhos e forço para fechá-los. Minha


cama está tão macia, tão fofa e confortável, que não quero me levantar. Tento
abrir os olhos de novo mesmo com a claridade incomodando. Espera aí, esse
quarto não é meu! Espera... acho que estou sonhando. Me sento de vez na
cama, esfrego meus olhos e os abro. O quarto é grande, com janelas enormes
com vista para o Central Park. Abaixo a cabeça e vejo que estou apenas com
uma camisa branca grande sem nada por baixo. Me viro para observar melhor
o quarto, e vejo um homem deitado ao meu lado, com o braço esquerdo atrás
de sua cabeça. Puta merda, é Gabriel.
— Merda! — Resmungo. Que merda! A gente transou? Eu não
lembro de nada. Que inferno! Transei com esse homem e não me lembro?
Que merda, Katherine!
Saio da cama de fininho para não fazer barulho e vou até o banheiro.
Minhas roupas estão em cima da pia. Fecho a porta de leve e troco de roupa o
mais rápido possível. Pego minha bolsa e acho meu celular, vejo que são oito
horas. Não tem ligações de Wendy. Suspiro aliviada. Pego minha bolsa e saio
do banheiro.
— Aonde você vai? — Uma voz soa no quarto.
Me assusto ao ver Gabriel em pé, encostado na parede em frente ao
banheiro. Merda, ele está apenas com uma bermuda de moletom. Deus, que
homem é esse? Seu abdômen cheio de gominhos. E seus braços? Que braços,
meu Deus! Seu cabelo está bagunçado, e percebo o volume dentro da sua
bermuda. Caralho, que volume. Se ele está meio acordado, imagina
totalmente acordado? Jesus Amado.
Ele provavelmente está sem cueca. Eu desfrutei desse homem e não
me lembro? Puta merda. Tenho que agir como se nada tivesse acontecido.
Preciso sair daqui o mais rápido possível.
— Estou indo para casa. — Vou andando e calço meu coturno. Me
viro e ele está me olhando. — O que foi? — Arqueio a sobrancelha.
— Eu te levo. — Anda até o banheiro.
— Não precisa, sei ir sozinha. — Aviso.
— Vou levar você. — Insiste.
Me sento na cama e fico esperando-o. Minutos depois ele sai do
banho, apenas com uma toalha enrolada em seu quadril. Que homem! Um
absurdo de gostoso. Imagino-o me prensando na parede e transando comigo
até minhas pernas ficarem fracas. Logo aparece vestindo uma bermuda,
camisa de botões e tênis.
— Vamos. — Pega a chave em cima da cômoda.
— Você mora sozinho? — Pergunto. Vai que alguém me veja saindo
desse jeito.
— Moro com meus pais, Enzo e uma irmã. — Fala naturalmente.
— Merda! Alguém pode me ver Gabriel. — Ando atrás dele.
— Relaxa, meus pais saíram, Enzo provavelmente está na sua casa e
minha irmã deve estar dormindo. — Explica.
Merda, por que vim parar na sua casa? E que casa!
No elevador ficamos em silêncio. Entramos em seu carro e dou meu
endereço a ele, que continua em silêncio.
— Como vim parar na sua casa? — O olho dirigindo.
— Você estava muito bêbada, mal conseguia andar. — Continua
olhando para frente.
— E por que não me levou para minha casa? — Pergunto.
— Não sabia onde você mora, e Wendy estava muito ocupada com
meu irmão. — Explica. Ficamos um tempo em silêncio.
— Gabriel, nós... — Me interrompe.
— Transamos? — Me olha com um sorriso.
— Sim.
— Não. Eu não transaria com você bêbada. — Olha rapidamente para
mim e volta sua atenção para o trânsito.
— Então, por que acordei vestida com sua camisa?
— Você vomitou, e precisou tomar banho. — Assinto. — Não vi você
sem roupa. Bem que eu queria. — Pisca o olho e reviro os olhos.
— Você ficou no banheiro? — Pergunto.
— Fiquei, mas me mantive de costas o tempo todo. — Coça a barba.
— Obrigada. — Agradeço e encosto minha cabeça no banco. Minutos
depois ele entra na garagem do meu edifício. — Obrigada por ter me trazido.
— Ele assente e saio do carro. Quando me viro, Gabriel está saindo do carro.
— Aonde você vai?
— Buscar meu irmão. — Trava o carro.
Entramos no elevador, quando as portas se fecham, Gabriel se põe na
minha frente, me puxa para perto dele e me beija. Ele me imprensa na parede
do elevador e passo minhas mãos em suas costas. Ele coloca sua mão em
minha coxa e aperta, sinto sua ereção roçar em mim, o que me faz soltar um
gemido baixo. Sua mão passa na minha bunda e a aperta. Sua língua entra
com ferocidade na minha boca e faço o mesmo. Quando escutamos o
elevador parar, nos afastamos e ele sorri. Ajeito meu cabelo e saio, passo por
ele que ainda está com um sorriso safado. Maldita boca. Vou até a minha
porta e a destranco com minha chave.
— Entra. — Abro a porta e ele entra. Meu apartamento é grande, mas
não como o dele. — Quer água? — Tiro meu sapato.
— Aceito. — Ele me dá um sorriso.
— Está rindo de quê? — Arqueia a sobrancelha.
— Nada.
Vou até a cozinha. Eu amo a minha cozinha estilo americana, tudo em
tons de marrom e um lindo balcão no meio da cozinha, com bancos ao redor.
Abro a geladeira e pego a garrafa de água, e um copo em cima do armário,
quando sinto alguém me abraçar por trás e cheirar meu pescoço.
— Tão cheirosa. — Sussurra.
Fecho os olhos desfrutando daquele momento. Ele afasta meu cabelo
e beija meu pescoço, me causando arrepios. Me vira e me encosta no balcão,
me olhando nos olhos e depois minha boca, que com certeza, ainda está
inchada do beijo que demos no elevador. Ele passa o polegar em cima da
minha boca e me olha nos olhos. Quando ele se aproxima para me beijar de
novo, escutamos o barulho da porta abrindo. Me afasto e ele sorri.
— Para de rir. — Soco seu ombro. Filho da puta.
Quando menos espero, Wendy entra com Enzo abraçando-a por trás e
ambos estão rindo.
— Bom dia. — Gabriel diz. Eles nos olham e Wendy olha para mim e
para Gabriel.
— Vocês...
— Cala a boca, não aconteceu nada. — Bufo — Bom dia, Enzo. —
Ele sorri para mim. Está apenas com a calça de ontem à noite. Ele também é
musculoso e tem o “V” no abdome igual ao de Gabriel.
— Bom dia, Kate. — Sorrio para ele.
— Troca de roupa, nosso pai quer nos ver. — Gabriel avisa.
— Tá. — Enzo sai e ficamos nós três na cozinha.
— Então, como você saiu da festa? — Pergunta Wendy, comendo
uma maçã.
— Gabriel me levou para casa dele. — Bebo minha água.
— Esperto, hein. — Gabriel sorri para Wendy, e bebe sua água.
— Dá para vocês pararem? — Wendy morde a maçã para disfarçar
seu sorriso. — Fiquem aí rindo. — Saio da cozinha, pisando duro. Quando
chego na sala ele me puxa pelo braço, o que faz colar nossos corpos, e
minhas mãos vão direto para o seu peitoral.
— Fugindo de mim de novo? — Me olha.
— Sempre. — Olho aquele mar em seus olhos.
— Você acha que não vou mais atrás de você? — Pergunta bem sério.
— Torço para isso. — Vejo Enzo se aproximar, mas ele ainda não nos
viu. Me afasto rapidamente de Gabriel.
— Bora. — Enzo o chama — Tchau gata. — Beija os lábios de
Wendy. — Tchau, Kate.
— Tchau Enzo. — Aceno para ele.
— Nos vemos depois. — Gabriel pisca o olho, se despede de Wendy
e sai do nosso apartamento.
— Caraca. — Morde a unha com um sorriso.
— Para, por favor. — Me deito no sofá.
— Então, não vai me contar nada? — Se senta na poltrona. Suspiro e
começa a contar sobre o que aconteceu, de acordo com o que Gabriel falou
no carro.
— Ele cuidou de mim, pelo o que sei. — Falo pensativa. Ele
realmente cuidou de mim, não se aproveitou nem por um momento, mesmo
não lembrando, eu acredito nele.
— Mas não aconteceu nem um beijo? — Ela sorri, curiosa.
— Aqui no elevador. E que beijo. — Suspiro ainda sentindo a
sensação dos amassos e Wendy sorri.
— Ele está gamado em você. — Fala.
— Não estou nem aí. — Dou de ombros.
— Mentira! Você não dá o braço a torcer. — Revira os olhos.
— Então, quer dizer que rolou de novo? — Ela cora e logo se anima.
— Só faltou fogos de artifício. — Sorrimos.
— E foi tão bom assim? — Me empolgo.
— Sim. Conversamos a respeito e decidimos tentar. — Se senta ao
meu lado.
— Que bom, amiga. Fico feliz. Mas só não me deixa só nos rolês. —
Ela sorri.
— Nem te contei. Dominic pegou Natalie. Peguei os dois no maior
amasso no banheiro. —Arregalo os olhos.
— Não acredito. — Bufo boquiaberta.
— Sério! Ele é tão cara de pau, que me viu e depois voltou a beijá-la.
— Caímos na gargalhada.

Gabriel Griffin
— Então cara, não rolou nada? — Meu irmão pergunta.
— Não, ela não estava em condições. — Digo.
— Nem um beijo? — Pergunta ele sorrindo.
— Ah, beijo sim. — Passo o polegar em meus lábios.
Lembro-me da sua boca macia e seu gosto de morango. Que boca
deliciosa, e que mulher.
— Então foi bom? Pela sua cara. — Ele sorri e assinto.
— E Wendy? — Pergunto enquanto dirijo.
— Conversamos, ela admitiu que está gostando de mim de outra
forma. — Explica.
— E você sente o mesmo? — O olho rápido.
— Sinto, decidimos tentar algo. — Me olha.
— Agora fica só com ela, cara. Wendy é uma pessoa boa. Sossega
esse teu pau, daqui a pouco ele cai. — Ele joga a cabeça para trás
gargalhando.
— Olha quem fala. — Me olha.
— É diferente, desde que vi Katherine não consigo ficar com outra
mulher. — Digo e ele me olha sério. — O que foi?
— Você está apaixonado!
— Não estou apaixonado. — Resmungo.
— Sei. — Debocha.
— Enzo, você sabe me dizer por que Katherine não se relaciona com
ninguém? — Preciso saber.
— Como você sabe, eu as conheço bem, mas desse assunto sei apenas
um resumo. Kate teve uma desilusão amorosa lá na Califórnia. — Explica.
— Ela é da Califórnia? — Pergunto curioso.
— Sim, as duas, na verdade. Foram criadas juntas, vizinhas. E vieram
cursar moda. — Informa.
— Entendo. E aquele Dominic? — Pergunto.
— Ele é um cara legal, faz parte do bonde. Mas pelo que vi, eles não
têm mais nada. —Assinto.
— E os pais dela? — Pergunto.
— Moram na Califórnia. Eles têm boas condições, e vivem muito
bem. —Saímos do carro.
— Pelo apartamento, notei que elas são de boa classe. — Coço a
barba.
— Os pais trabalhavam nas forças armadas dos Estados Unidos. O
pai é tenente e a mãe médica, se aposentaram recentemente. — Assinto
enquanto andamos pelo estacionamento.
— E o irmão? Mora por lá também?
— Não. Ele mora no centro de Manhattan. Cursa Desenvolvedor de
Gamer — Assinto. — Mais alguma coisa? Se quiser faço um dossiê.
— Vai à merda. — Soco seu ombro.
— Eu não sei de tudo. Mas converse com ela. — Fala calmo.
Capítulo 5
Katherine Madison

Meu irmão veio pela manhã nos visitar, conversamos sobre sua
paixonite e nos divertimos. O restante da tarde foi tranquila, conversamos e
assistimos TV. Mais tarde alguém bate na porta e vou abrir.
— Sra. Madison? — Pergunta um rapaz alto.
— Sim, sou eu.
— É para a senhora. — Me entrega um buquê de rosas vermelhas.
— Obrigada. Mas quem mandou? — Pergunto curiosa.
— Não sei, senhora. Só mandaram lhe entregar. — Se explica.
— Tudo bem. Obrigada. — Ele acena e sai andando pelo corredor.
Fecho a porta, e vejo dois pares de olhos curiosos.
— De quem é? — Kevin e Wendy perguntam em uníssono.
— Vou ver agora. — Franzo a testa.
Coloco o buquê num vaso com água e noto que tem um bilhete.

Para a mulher mais linda que já vi.


Com amor, Gabriel.

— É de Gabriel. — Reviro os olhos.


— Amiga, esse homem te quer. — Wendy diz.
— Não posso, Wendy. — Digo triste.
— Não pode por quê? O cara está de quatro por você! — Kevin fala
sério.
— Eu me apaixono fácil mano, você sabe. — Me sento no sofá.
— E qual o problema? — Wendy cruza os braços.
— Se me apaixonar por Gabriel eu vou sofrer. Ele não é de namorar e
muito menos se apaixonar. — Explico. Ficamos um tempo em silêncio. De
repente, Kevin se manifesta.
— Vamos beber. — Se levanta.
— Só você mesmo. — Murmuro.
— Boa ideia. Vamos naquele bar daqui da esquina. — Wendy
reforça.
— Vamos, mana. — Kevin implora.
— Tá, eu vou. — Bufo com um sorriso.
Tomo um banho rápido e saímos. Não demora, e logo estamos no bar.
Cada um pede sua bebida ao garçom, e começamos a nos embebedar.
Objetivo concluído com sucesso. Já estamos rindo sem motivos.
— Pose para a foto. — Wendy pede. Faço uma careta colocando a
língua para fora e Kevin faz o mesmo.
— Vou mandar para Enzo. — Wendy sorri.
— Ele vai ficar mega chateado por não ter sido convidado. — Kevin
fala.

Gabriel Griffin

— Do que você está rindo? — Pergunto a Enzo que está sentado no


sofá mexendo no celular.
— Veja você mesmo! — Fala.
Pego seu celular e vejo a foto de Wendy, Katherine e um rapaz
fazendo caretas. Noto que tem bebidas na mesa. Quem será esse cara?
— Quem é esse? — Pergunto.
— Está com ciúmes? — Ele sorri.
— Fala Enzo! — Peço impaciente.
— Não acredito que está com ciúmes do irmão dela? — Gargalha.
— Irmão? — Pergunto surpreso.
— Atualiza cara. — Me olha. — Você precisa sair, se divertir.
— Vamos lá. — Me levanto.
— Sério? Vai beber? — Pergunta surpreso.
— Sim. Agora vamos.
Katherine Madison

— Cara, estava lembrando de Kate fazendo strip-tease na praia —


Meu irmão diz sorrindo.
— Dominic ficou louco. — Wendy diz vermelha de tanto rir.
— Ainda bem que só estava a gente. — Digo.
— Enzo também estava, amiga. — diz Wendy gargalhando.
— Eu lembro. — Kevin sorri. — Ele tampou os olhos, mas já tinha
visto tudo. — Gargalhamos.
— Meu Deus, nunca mais bebo daquele jeito. — Coloco a mão na
boca sorrindo.
— Olá Elite. — Enzo nos cumprimenta.
— Estávamos falando do strip-tease de Kate no caribe e que você
ficou nervosinho tentando tampar os olhos. — Meu irmão diz.
— Que vergonha. — Gargalho.
— Aquele dia ficou para a história. — Enzo se senta na cadeira e
chama o garçom. Quando me viro para pedir outro drink, vejo Gabriel parado
ao meu lado.
— Merda! — Murmuro e olho para Enzo. — Você tinha que trazer
ele, Enzo?
— Ele que quis vir. — Dá de ombros. Suspiro e o vejo se sentar na
cadeira à minha frente. O garçom anota o pedido dos dois, e aproveito para
pedir outro drink. Enquanto Enzo faz as apresentações entre Kevin e Gabriel.
— Vocês viajam muito? — Pergunta Gabriel.
— Muito mano, você precisa Participar das nossas viagens. — Ele
assente com um sorriso. — Essas duas são loucas. Elas são a melhor parte da
viagem.
— Eu dou meu melhor. — Dou de ombros e bebo meu drink.
— Teve uma vez no meu jatinho, coloquei umas luzes coloridas
dentro e ficamos fantasiados. — Enzo sorri.
— Todo mundo ficou louco graças a Wendy e Kate. — Kevin explica
a Gabriel.
— Kate fantasiada de Arlequina, Dominic de Batman, eu de Homem
Aranha, Wendy de Mulher Maravilha e Kevin de Flash. — Enzo fala.
— E Natalie? — Pergunta Gabriel.
— Ela não pode ir. Só faltou ela nessa vez. — Wendy diz.
— Todo mundo ficou louco, em minutos Kate virou a garrafa de
Champagne. — Sorrimos com o que Kevin disse.
— Uma não, duas. — Enzo joga a cabeça para trás, rindo.
— A outra tomei escondida. — Digo e Gabriel sorri. Vai ser lindo
assim lá em casa...
— Teve uma vez que esqueci meu cartão no hotel, Dominic esqueceu
a senha do cartão dele, Kevin estava com pouco dinheiro, e as meninas
tinham ido sem nada. Daí, na hora de pagar a conta, não tínhamos o
suficiente. — Enzo olha para Gabriel.
— Então as doidas aqui deram em cima de um velho lá do bar para
ele pagar a conta. — Kevin gargalha. — Elas disseram que iriam fazer um
ménage com ele, se ele pagasse a conta. — Vejo que Gabriel está se
divertindo com as histórias.
— Depois que ele pagou a conta, ele queria ir com elas para o hotel.
Elas entraram no carro dele e pegamos um táxi e fomos seguindo-as. — Enzo
conta para seu irmão.
— Ele parou na farmácia para comprar aquele comprimido azul.
Quando ele vacilou, eu e Wendy saímos correndo do carro e encontramos os
meninos. — Conto.
— Melhor dia. — Wendy fala aos risos.
— Vocês poderiam ter sido sequestradas. — Gabriel fala sorrindo.
— Que nada, aquele velho buchudo mal andava. — Wendy o olha.
— Quando será a próxima viagem? — Pergunta Gabriel.
— A doida aí quer ir para o Brasil. — Enzo aponta para mim.
— Quero ir na próxima viagem. — Gabriel me olha.
— Podemos ir para Ibiza. O que acham? — Meu irmão sugere.
— Prefeito. — Falo.
— Ótimo para fazer suas loucuras. — Enzo me olha.
— Claro!
— Só vamos confirmar com Dominic e Natalie. — Wendy informa.
Olho para Gabriel e engatamos no papo. Ficamos um bom tempo
conversando, que nem notamos a hora passar.
— Bom, essa é minha deixa. — Me levanto.
— A nós todos. — Enzo diz. Todo mundo já está bêbado.
— Vamos lá para casa. Tem quarto suficiente. — Wendy chama.
Olho para ela irritada, mas não tenho condições de argumentar.
Pagamos a conta e vamos andando, já que estamos perto de casa. Gabriel está
logo atrás, conversando com Enzo e Kevin.
— Amiga, ele vai dormir no seu quarto. — Wendy cochicha. Meu
defeito quando bebo é sorrir com qualquer coisa e fazer loucuras.
— Vai dormir no seu. — Digo me segurando nela, sabendo que
Gabriel está escutando tudo.
— Enzo que vai dormir no meu, gata. — Ela diz.
— Enzo o quê? — Pergunta ele atrás de nós duas.
— Nada. — Digo.
— Ela quer que Gabriel durma conosco no quarto. — Ela fala.
— De maneira nenhuma. — Argumenta.
— Eu durmo no quarto de hóspede, mas a cama é de solteiro não iria
caber você comigo na cama, Gabriel. — Kevin fala a Gabriel que sorri.
— Já está decidido, Gabriel dorme no quarto de Kate. — Wendy
sorri.
Olho para Gabriel que está se divertindo com a minha recusa, reviro
os olhos e continuo andando. Assim que entramos todos apertados no
elevador, olho para Kevin que já está quase dormindo em pé.
— Acorda soldado. — Cutuco-o. — Postura. — Ele me olha e bate
continência.
Gabriel se inclina e fica cheirando meu pescoço.
— Para, Gabriel. — Sussurro e escuto seu sorriso abafado.
Entramos em casa e Kevin vai direto para o quarto dormir. Wendy e
Enzo fazem a mesma coisa. Olho para Gabriel que está mexendo no celular.
— Meu quarto é no corredor, primeira porta à direita. — Falo e vou
para a cozinha.
Bebo minha água e vou para o quarto. Entro direto no banheiro, sem
dar atenção a Gabriel, que está me observando, sentado na cadeira. Visto uma
camisola discreta e deixo-o usar o banheiro. Só não esperava que ele sairia,
feito um Deus grego, só de cueca. Deus do céu! Que volume...— Você...
vai... dormir só de cueca? — Aponto para ele.
— Você achou que eu iria dormir de bermuda jeans? — Se aproxima
de mim. Vou me afastando, até encostar na parede. Minhas pernas estão
trêmulas, meu coração acelerado e a boca seca.
— É melhor... dormimos. — Tento ter juízo. Ele chega mais perto se
inclina e cheira meu pescoço, me causando arrepios.
— Seu corpo diz outra coisa. — Sussurra.
Me arrepio e sem perceber, inclino meu pescoço dando espaço para
ele fazer o que quer. Ele começa a sugar minha pele de leve e gemo baixinho.
Suas mãos vão para a barra da minha camisola, sua mão sobe e aperta meu
peito me fazendo gemer novamente. Ele cola sua boca na minha e o beijo
com todas as minhas forças, sua língua entra e sai da minha boca enquanto o
puxo pelo pescoço para nos deixar mais perto. Ele me prensa ainda mais na
parede e me faz gemer quando encosta sua ereção na minha barriga. Ele
afasta sua boca e beija meu pescoço.
— Você toma pílula? Estou limpo — Assinto ensandecida. —
Perfeito. Você também?
— Sim. — Balanço a cabeça, enquanto ele beija meu pescoço.
Não consigo mais parar, esse homem está me atormentando de tanto
desejo. Sua mão vai até a barra da minha camisola, subindo-a para tirar, me
deixando apenas de calcinha.
— Tão linda. —Sussurra olhando meu corpo.
Ele inclina e abocanha meu seio direito, enquanto aperta o esquerdo.
Puxo seu cabelo e solto um gemido. Sua língua quente suga meu mamilo me
deixando mais excitada. Sua mão vai descendo, afastando o elástico da
calcinha e descendo os dedos. Me arrepio toda com seu toque. Sem deixar de
me beijar ele desce seus dedos e toca meu clitóris. Gemo com seu toque e ele
começa a fazer movimentos circulares, me deixando louca.
— Nossa... — Mordo o lábio. Ele me olha com aqueles lindos olhos
penetrantes. Ele continua a fazer seus movimentos me deixando louca de
prazer. Ele tira o dedo de dentro da calcinha e a abaixa enquanto se ajoelha.
— Abre as pernas, anjo. — Pede com a voz rouca. Faço o que ele
manda, sem pensar duas vezes. Ele pega minha perna direita e coloca em
cima do seu ombro dando mais abertura. Quando menos espero ele passa a
língua em cima do meu clitóris, gemo com o contato e puxo seu cabelo. Ele
mexe sua língua em movimentos circulares e introduz um dedo dentro de
mim. Jogo a cabeça para trás gemendo baixo, enquanto ele entra e sai com o
dedo, sua língua não para de sugar de leve meu clitóris.
— Gabriel... — Gemo. Puxo seu cabelo, olho para baixo e me deparo
com ele me olhando, isso me dá mais tesão. Uma sensação maravilhosa
começa a se espalhar pelo meu corpo e não controlo meus gemidos quando
chego ao orgasmo. Minhas pernas estão trêmulas. Ele se levanta e abaixa a
cueca. Minha nossa..., que homem bem dotado.
— Agora... vou te foder contra parede. Você quer? — Se aproxima de
mim. Até a voz dele me excita.
— Quero. — Peço cheia de tesão.
Ele sorri e me levanta, cruzo as pernas em volta do seu quadril. Ele
me prensa na parede e me penetra devagar, gemo baixinho com sua invasão.
Passo meus braços em volta do seu pescoço e ele começa a se movimentar
devagar.
— Tão apertada. — Sussurra e aumenta a intensidade dos
movimentos. No quarto só tem o barulho dos nossos corpos se batendo.
— Gostosa. — Ele me segura com força, enquanto estou prensada na
parede. Começo a puxar seu cabelo e ele grunhe.
— Mais. — Peço ofegante. Então ele começa a meter com mais força
sem tirar os olhos de mim. Arranho suas costas e ele rosna. Está perfeito. O
encaixe é perfeito. Ele me olha com tanta intensidade, que me perco nesses
olhos azuis. Anda comigo em seus braços, me joga na cama, me coloca de
quatro e penetra com uma estocada firme. A cada cinco estocada é um tapa
na minha bunda. Eu gemo alto, ele se inclina e toca meu clitóris fazendo
movimentos circulares sem parar de me penetrar.
— Gabriel... — Agarro os lençóis, sentindo muito prazer. Decido
fazer os movimentos junto com ele, para acelerar meu prazer.
— Isso... assim. — Rosna e segura meu cabelo. Nossa..., merda.
Assim vou gozar logo. Ele mantém meu cabelo em sua mão, enquanto a outra
segura forte meu quadril, metendo com força. Ele está indo fundo e com
força, me levando ao delírio. Reviro os olhos de prazer e escuto-o rosnar e
começar a perder o controle.
De repente ele me levanta e me prensa na parede de novo e começa a
estocar forte. Deus, esse homem parece ser uma máquina de sexo. Estou
quase explodindo. Fecho meus olhos sentindo toda aquela sensação que está
me consumindo.
— Abra os olhos, anjo... goze junto comigo. — Pede ofegante. Abro
meus olhos e eles estão tão intensos que começo a gozar, cravando as unhas
nele.
— Gabriel... Aah. — Me contorço em seu braço. Ele aumenta seus
movimentos, fazendo-me gozar uma segunda vez e em seguida, goza
chamando meu nome. Deus, minhas pernas estão tremendo! Ele se
movimenta devagar, e eu já estou mole. Nunca gozei tão forte na minha vida.
Dessa vez me consumiu de uma forma, que nem sei explicar. Ele para de se
movimentar e me dá um selinho. Acaricia meu rosto e sorri.
— O que foi? — Pergunto ofegante.
— Ainda não terminamos. — Me joga na cama.

Acordo sentindo vários beijos. Não abro os olhos, pois estou com
muito sono.
— Acorda anjo. — Escuto a voz de Gabriel.
— Hm.... — Resmungo. Me viro e ele está de lado com a mão
apoiada na cabeça.
— Bom dia. — Me cumprimenta com um sorriso. Ele é tão lindo.
Parece até um anjo.
— Bom dia. — Sorrio manhosa — Que horas são?
— Dez horas. — Mas não ligo, hoje é domingo. — Eu preciso voltar.
— Fala baixo.
Estava bom demais para ser verdade! Me levanto e vou até o banheiro
e tranco a porta. Fala sério. Transo com ele, e ele age frio assim comigo?
Hoje é domingo, bem que ele poderia ficar comigo. E por que eu quero que
ele fique? Sou do tipo que não ligo. Que se foda. Saio do banheiro enrolada
na toalha e vejo Gabriel sentado na cama.
— Pensei que já tivesse ido. — Ele me olha sem entender. Vou para
meu closet e me visto, saio e vejo Gabriel ainda sentado na cama.
— Vai ficar aí o dia todo? — Ele nega e vai para o banheiro.
Saio do quarto e vou até a cozinha, asso uns ovos com bacon. Pego
umas torradas no armário e encho minha xícara com café, coloco tudo em
cima do balcão e me sento na bancada. Quando começo a comer Gabriel
chega na cozinha.
— Por que você está assim? — Se senta à minha frente.
— Assim como? — Pergunto.
— Fria. — Me olha.
—Você disse que iria embora, então me levantei, tomei banho e vim
comer. — Tomo meu café.
— Achou mesmo que depois de transarmos eu não iria voltar? —
Pergunta.
— É com isso que estou contando. — Comento.
— Por que você é desse jeito? — Me olha confuso.
— Prefiro ser assim, do que me apegar. — Me levanto.
— Do que você tem medo, Katherine? — Se aproxima.
— Você não ia embora? — Pergunto de costas e ele me abraça por
trás.
— Nos falamos amanhã. — Beija minha cabeça.
Não olho para ele, mas percebo que foi embora. Ele quer algo a mais
e eu não posso. Não posso me apaixonar por ele. Ele pode ter qualquer
mulher aos seus pés, serei só mais uma. Quando ele se cansar, irá me
descartar.
— Merda! — Grito.
Volto ao meu quarto, ligo o som e começo a desinfetar o cheiro de
Gabriel. Tiro os lençóis e a toalha que ele usou e coloco na lavadeira. Coloco
outros lençóis na cama, e lavo meu banheiro.
— Faxina? — Wendy entra no quarto.
— Sim. Desinfetando o cheiro de Gabriel. — Limpo a pia.
— Amiga, conversa comigo. — Me puxa para o quarto. — Eu te
conheço.
— Nós transamos, Wendy, e foi a melhor transa da minha vida. —
Suspiro. — E ele disse que tinha que ir embora. Mas fiquei puta e agi
friamente com ele, como faço com todos. Só que ele disse que irá voltar. Ele
quer mais do que eu posso dar, amiga.
— Vocês transaram? — Ela sorri.
— Para de rir, idiota. — Escondo meu sorriso.
— Deixe-o entrar, amiga. Você não ficou com ninguém desde o
Fabrício. — Ela segura minha mão.
— Não posso. Fabrício destruiu meu coração, Wendy. Tenho medo de
que aconteça de novo. — Murmuro.
— Como você vai saber?
— Gabriel é rico e é um dos solteiros mais cobiçados de New York.
Ele não irá sossegar comigo, ele vai se cansar e depois me largar.
— Amiga, Gabriel é uma pessoa boa. Vejo como ele te olha, e não é
um olhar de quem quer apenas uma noite. — Suspiro não querendo falar
sobre isso.

— Bom dia, Katie — Aceno para a recepcionista.


— Bom dia, Katherine. — Ela sorri. Subo para o quarto andar e vou
direto para minha mesa.
— Já estou sabendo da novidade. — Natalie se aproxima.
— Que novidade?
— Ibiza.
— Pois é, dessa vez o chefão vai. — Reviro os olhos.
— Também estou sabendo. E sei que ele vai por sua causa. — Nate
me olha.
— Fala baixo. Eu não vou me segurar só porque meu chefe vai estar
na mesma viagem que eu. Não vou a trabalho. — Digo.
— Enzo quer falar com a gente no almoço. — Avisa.
— Por falar nele, onde ele está?
— Ele chegou cedo, falou comigo e disse que tinha uma reunião que
tomaria quase toda a manhã. — Explica.
— Beleza. —Volto a mexer no computador.
— Amiga, olha ele ali — Wendy me cutuca.
— Quem? — Levanto minha cabeça e vejo Gabriel falando com uma
funcionária. O que ele está fazendo aqui? Merda!
— Eu vou ao banheiro. — Murmuro. Pego minha necessaire, e fujo
sem que ele me veja.
Aproveito e retoco meu lindo batom vermelho. Amo vermelho,
minhas unhas estão sempre com essa cor, até as dos pés. Mando mensagem
para Wendy.
Eu: Ele já foi?
Wendy: Já. Vem logo.
Finalmente, saio do banheiro e me sento na cadeira.
— Olá Katherine. — Uma voz grossa me cumprimenta. Levanto
minha cabeça e Gabriel está em pé com as mãos nos bolsos. Fala sério.
— Bom dia, Sr. Griffin. — O cumprimento, ignorando os olhares
curiosos sobre nós.
— Quero falar com você.
— Agora? Estou ocupada. — Tento escapar.
— Vamos. — Chama e sai andando ignorando minha recusa.
— Wendy desgraçada, eu te mato. — Olho para minha amiga e ela
sorri.
Me levanto e todos os olhares estão em mim. Acho que estão achando
que fiz algo errado e o chefe veio reclamar. Assim que entramos na sua sala,
ele tranca a porta e se acomoda em sua cadeira.
— Sente-se. — Aponta para a cadeira.
— Pode falar. Estou com pressa, tenho algumas coisas para concluir
hoje. — Digo. Ele se levanta e vem em minha direção.
— Por que está fugindo de mim? — Me olha sério.
— Não estou fugindo. — Minto.
— Está sim. Ontem disse que iria falar com você hoje. O que
esperava? Que eu não iria?
— Sim. — Dou de ombros.
— Eu vi você correndo para o banheiro. Estava fugindo de mim.
— Fui retocar minha maquiagem, apenas isso. — Dou de ombros e
ele sorri.
— Você mente muito mal, Katherine. — Respiro fundo.
— Vá direto ao ponto. O que você quer? — Pergunto.
— Isso são modos de falar com seu chefe, Katherine? — Se aproxima
de mim.
— Um chefe respeitável não seduz sua funcionária e a leva para
cama. — Me afasto dele, mas ele segura minha cintura me puxando.
— Mas pelo que vi, minha funcionária gostou. — Sussurra.
— Fala logo o que você quer Gabriel, eu .... — Sou tomada por um
beijo. Ele me puxa para mais perto. Sua mão direita está em minha nuca e a
esquerda em minha cintura. Sua língua entra e saia com vigor da minha boca.
Coloco minhas duas mãos em volta do seu pescoço, aproveitando o pequeno
momento. Ele anda junto comigo até que encosto na parede, mas ele não para
de me beijar. Ele afasta sua boca e beija meu pescoço.
— Gabriel... eu não posso. — Tento me afastar.
— Não pode por quê? — Pergunta. Me afasto e vou para o meio da
sala.
— Não podemos continuar com isso Gabriel. Isso acaba aqui. — Falo
firme, sentindo meu coração doer sem saber o porquê.
— Qual o problema? Eu quero você e você me quer. — Se aproxima,
mas me afasto.
— Não Gabriel, nunca daríamos certo. — Meu telefone começa a
tocar. Faço um sinal e Gabriel assente.
— Oi mãe.
— Filha, eu e seu pai vamos chegar amanhã.
— Que ótimo, mãe. Onde quer ficar?
— Você e seu irmão decidem. Mas queria ficar com vocês três.
— Vou combinar com Wendy e Kevin. Quando chegar vai estar tudo
pronto.
— Obrigada, filha. Amanhã nos vemos. Beijo.
— Te amo, mãe. — Bloqueio meu celular e o olho. — Preciso ir. —
Ando até a porta.
— Precisamos conversar. — Fala um pouco alto. Respiro fundo e o
olho.
— Não Gabriel, isso acaba aqui. — Ele fica me olhando ir embora.
Capítulo 6
Gabriel Griffin

— Merda! — Soco a mesa. Por que ela está fugindo? Por que ela não
quer mais nada comigo? Fiz alguma merda? Quero saber porque todo esse
medo. Vou ligar para Enzo e tentar saber de mais alguma coisa. Preciso dessa
mulher mais do que nunca.
— Diz cara!
— Onde você está?
— Aqui na empresa. Na verdade, estou combinando com as meninas
sobre a viagem. — Escuto algumas vozes “Vai ser ótimo” a voz é de
Katherine.
— Preciso falar com você. Vamos almoçar?
— Beleza. — Desligo o telefone.
Minha vontade, é de contratar um investigador para saber sobre a vida
de Katherine, mas se fosse comigo eu não iria gostar. Se ela descobrisse iria
tudo por água abaixo. Visto meu paletó e desço. Ao chegar no hall do prédio,
Katherine está conversando com Wendy e Natalie, rindo bastante. Adoro ver
ela sorrindo desse jeito.
— Boa tarde, Sr. Griffin. — Oliver, meu segurança pessoal, se
aproxima.
— Boa tarde, Oliver. Mesmo restaurante. — Vejo Katherine me
olhar, ao escutar minha voz, e nossa... toda vez que ela me olha, meu coração
dispara.
— Oi, Gabriel. — Wendy acena e faço o mesmo e Katherine me dá as
costas. Entro no carro frustrado e Enzo já está me esperando, seguimos em
direção ao restaurante.
Fazemos nossos pedidos e o garçom se retira.
— Então cara, o que você quer me falar? — Enzo indaga.
— Transei com ela no sábado. — Suspiro.
— Sério? — Arregala os olhos.
— Sim. — Murmuro.
— Então estão evoluindo. Isso é bom. — Fala com um sorriso.
— Não. Ela simplesmente me ignorou depois. — Respondo.
— Bem típico dela. — Coça a barba.
— Por quê?
— Kate é assim Gabriel, ela não quer se envolver com ninguém. —
Avisa.
— Quero saber o motivo disso.
— Ela se envolveu com um rapaz na Califórnia por um tempo e ele
partiu seu coração. — Me explica.
— Mas... que porra! — Trinco os dentes. — Por causa desse puto, a
única mulher que eu quero não me quer.
— Pois é, mano. Só sei que a coisa foi feia. — Me olha. Somos
interrompidos pelo garçom que traz nossos pratos.
— Você não sabe nada sobre ele? — Pergunto, assim que tomo um
gole do suco.
— Só sei que o nome dele é Fabrício. Ela não quis contar os detalhes
na época. Então, decidi não insistir no assunto. Por isso ela sempre diz que
sai antes dos caras acordarem, para evitar constrangimento. — Ele afirma.
— Será que ele a humilhou? Ou algo do tipo?
— Aí eu não sei mano, é melhor você perguntar a ela.
— Mas como? Ela não quer mais nada comigo. — Me encosto na
cadeira.
— Kate é uma mulher decidida, vai ter que lutar. — Ele sorri.
— Não me importo em ter que lutar, apenas a quero comigo. — Passo
a mão no rosto.
— Tenta na viagem. Ela fica louca, não que você vai se aproveitar
dela. Mas ela é muito divertida e confiante. Você vai conhecer a verdadeira
Katherine Madison. — Tenta me acalmar. Assinto e como em silêncio.
— Pode admitir, vai! — Fala com um sorriso.
— Admitir o quê? — Franzo a testa.
— Que está apaixonado! — Sorri.
— Não sei... — Sussurro pensativo.

Katherine Madison
— Kevin, pode vir aqui em casa? — Falo com meu irmão ao telefone.
— Claro mana, o que foi? — Pergunta ele.
— Nossos pais chegam amanhã, por isso quero falar com você
pessoalmente.
— Beleza. Onde você está?
— Saindo da academia. Janta lá em casa. — Digo pegando minha
bolsa.
— Vai fazer o que para o jantar? Posso passar no mercado.
— Não precisa, vou fazer salmão grelhado, do jeito que você gosta.
— Agora sim. Estou indo, mana. Cuidado.
Vou caminhando para casa. Assim que entro, me deparo com Wendy
assistindo TV. Após o banho, Wendy me ajuda a preparar o jantar. Escuto a
porta se abrir, e Kevin grita avisando que chegou. Ele vem até a cozinha e
nos abraça.
— Que cheiro bom. — Sorrio para ele. — Tem cerveja?
— Tem, pega na geladeira. — Wendy aponta para a geladeira.
— Então, papai já ligou dizendo que chega amanhã. — Abre a
geladeira e pega uma long neck.
— É disso que eu quero falar. Se tem condições de você dormir por
aqui nos dias que eles estiverem?
— De boa. Amanhã, saio da faculdade e venho direto para cá. —
Bebe a cerveja.
— Ficar na sua casa, seria distante para mim e Wendy ir para o
trabalho. — Argumento.
— De boa mana, sem problema. Vamos comer? Estou morrendo de
fome. — Alisa a barriga.
— Bora encher essa solitária dele. — Wendy diz sorrindo.
Preparamos a mesa. Coloco a travessa com o salmão grelhado e
Wendy traz o restante da comida.
— Isso está muito bom. — Wendy fala de boca cheia.
— Sério, já quero a sobremesa. — Kevin toma o suco.
— Você nem terminou de comer e já quer a sobremesa? — Pergunto
sorrindo.
— O melhor é a sobremesa. — Ele sorri.
Rimos e conversamos e o restante da noite, bebemos um pouco e
depois Kevin vai embora. Limpo o restante das coisas e me preparo para
dormir. Volto na cozinha para beber água e me deparo com o buquê que
Gabriel me enviou. Pego o bilhete e cheiro, cheiro de Gabriel.
— Por que você não sai da minha cabeça? — Coloco de volta na
mesinha e vou até a enorme janela da sala, olhar a movimentação da avenida.
É tão ruim viver só, sem ninguém para lhe dar um carinho de vez em quando,
um ombro para chorar. Não digo de amigos, mas de um homem que esteja ao
meu lado. Mas Gabriel não é capaz disso. Ele é rico, tem o que quer, e a
mulher que quiser. Não temos chance. Me machucaria, mais uma vez.

— Bom dia. — Aceno para a recepcionista.


Estou feliz, hoje verei meus pais. Tenho que falar com Nate para me
liberar depois do almoço para ir buscá-los no aeroporto.
— Oi, Kate. — Enzo me cumprimenta.
— Oi!
— Então, o motivo dessa felicidade toda é Gabriel? — Me olha com
um sorriso.
— Não! Meus pais chegam hoje. — Digo, animada.
— Então finalmente irei conhecer o Sr. e a Sra. Madison? — Ele
sorri.
— Sim.
— Vou ficar feliz em finalmente, conhecê-los. — Fala animado.
— Cuidado, eles vêm armados. — Wendy alerta.
Ficamos conversando um pouco, enquanto eu e Wendy trabalhamos.
No intervalo, vamos para o refeitório.
— Preciso falar com Nate. — Bebo um gole do café.
— Que foi? — Enzo me olha.
— Preciso sair mais cedo para buscar meus pais no aeroporto.
— Vai de quê? — Pergunta.
— Táxi. Meu carro está na revisão. — Explico.
— Nada disso. — Pega seu telefone e liga para alguém. — Richard,
preciso que você leve uma amiga ao aeroporto e depois, leve-a para casa. —
Ele faz uma pausa. — Tudo bem. Obrigado.
— Não precisa, Enzo. — Ele sacode a cabeça.
— Claro que precisa, Richard é de confiança, será mais confortável.
— Guarda seu telefone.
— Obrigada. — Ele assente sorrindo. — Vou falar com Natalie.
Natalie está ocupada, mas, ainda assim, me atende e libera minha
saída.

Gabriel Griffin

Ela está linda, com seu lindo rabo de cavalo, um vestido mostrando
suas lindas curvas e um salto altíssimo. Não sei porque ela mexe assim
comigo. Como quero essa mulher na minha vida. Sei que em breve ela vai
ceder, sei que ela sente algo por mim. Meu irmão sempre falava dela, mas
nunca liguei em conhecê-la. Sempre falava que ela é doce, amável e doida.
— Gabriel? — Estou tão concentrado em Kate, que esqueço de Filipe
no telefone.
— Oi Filipe.
— Reunião amanhã na sua empresa, às nove.
— Ok. Nos vemos amanhã. — Desligo e vejo Enzo falando com
Wendy, sigo na direção deles, mas uma moça me aborda no caminho.
— Sr. Griffin, deseja alguma coisa? — Morde o lábio.
— Não. Obrigado.
— Tem certeza? — Insiste e tenta me seduzir, mostrando seu decote.
— Sim. Que você amanhã venha com uma roupa adequada para o
trabalho, senão será demitida. — Vergonha estampa seu rosto. Passo para
falar com Wendy e Enzo.
— Olá, pombinhos. — Me sento ao lado deles.
— Oi, Gabriel. — Wendy me cumprimenta.
— Já fiz as reservas do Hotel em Ibiza. — Aviso.
— Então, quando vamos? — Pergunta Wendy.
— Sexta às três horas. — Informo.
— Quem vai mesmo? — Pergunta Enzo.
— Nós três, Katherine e Kevin. Natalie vai dar a resposta hoje. —
Informo.
— Dominic também não confirmou. — Wendy diz e logo fico tenso.
— Ei mano, relaxa. Katherine não tem mais nada com ele. — Enzo
tenta me tranquilizar.
— Fica tranquilo, Gabriel. Ontem eu a vi cheirando o buquê que você
deu pra ela. — Olho para Wendy.
— Sério? — Pergunto surpreso.
— Sim. Só tenha paciência. Katherine é difícil de deixar alguém
entrar. — Explica.
— Eu já conversei com ele. — Enzo olha pra Wendy.
— Ela não era assim, até aparecer um cara que partiu seu coração. O
trauma foi grande, e depois disso, colocou na cabeça que nunca mais ia
deixar se envolver com ninguém. — Wendy toma seu café.
— O que ele fez? — Pergunto, mas já puto, por terem feito isso com
ela.
— É melhor você perguntar a ela. É um assunto dela, e não me sinto à
vontade em contar. — Assinto, e admiro a fidelidade de Wendy.
— Você já sentiu que todas as mulheres te querem, e a única que você
quer não te quer? — Olho meu irmão.
— Já mano, e hoje estou com ela. — Ele segura a mão de Wendy.
— Ela só tem medo, Gabriel. Ela sofreu muito. — Ela me dá um
sorriso fraco e me despeço para voltar para o escritório.
Queria saber o motivo dele ter despedaço o coração dela. Só de
pensar, meu lado furioso fica no modo ativo. Uma mulher tão linda e gentil,
sofrendo por causa de um marmanjo que não soube lhe dar valor. Já fiquei
com muitas mulheres, sem compromisso, mas nunca machuquei o coração
delas. Sempre fui claro com o que queria. Mas só de pensar que ele entrou em
seu coração e o filho da puta a destruiu. Me dá uma raiva intensa. Depois de
um tempo trabalhando, o telefone da sala toca.
— Sr. Griffin, Richard quer falar com o senhor. — Diz Rebeca,
minha secretária.
— Mande entrar. — Desligo o telefone e Richard entra. Ele é um dos
seguranças da família, confio de olhos fechados nele.
— Sr. Griffin. — Aceno para cadeira.
— Bom dia, Richard.
— Senhor, vim lhe informar que levarei a senhorita Madison ao
aeroporto após o almoço. — Avisa, com sua postura profissional.
— Aeroporto? — Franzo a testa. Katherine vai viajar? Será que ela
vai voltar para Califórnia?
— Sim. O senhor Enzo me ligou mais cedo, e pediu para levá-la e
depois a deixar em casa. — Assinto.
— Certo. Sabe o motivo? — Pergunto.
— Não, senhor. Ele não entrou em detalhes. — Diz sério.
— Tudo bem. Pode ir. — Ele assente.
— Sim, senhor. — Se despede e se retira. Pego meu telefone e ligo
para Enzo.
— Está ocupado? — Pergunto assim que ele atende.
— Não. O que foi?
— Por que você mandou o Richard levar Katherine no aeroporto?
— Porque ela iria de táxi, por isso, pedi para Richard levá-la.
— Ok. Sabe me dizer o que ela vai fazer no aeroporto? Ela vai
embora?
— Meu Deus! Não vejo a hora dela ficar com você.
— Sem enrolação, Enzo.
— Vai buscar os pais. Seus futuros sogros. — Escuto seu sorriso
abafado e suspiro.
— Tudo bem. Vou voltar ao trabalho. — Desligo o telefone.

Katherine Madison
— Obrigada, Richard. — Agradeço a Richard, que me dá um aceno
de leve.
— Quem é ele, filha? — Pergunta meu pai, desconfiado.
— Ele é o motorista de um amigo. — O ajudo com as malas.
— Quem é esse amigo? — Mamãe me olha desconfiada.
— Trabalha comigo na empresa. — Explico
— Há quanto tempo estão juntos? —Meu pai pergunta.
— Não pai, não tenho nada com ele. Somos apenas amigos.
Meu pai está sempre me protegendo. Ele é forte e alto, cabelo
castanho claro e olhos verdes, já minha mãe é baixinha e loira, com olhos cor
de mel. Kevin é a mistura dos dois, cabelos loiros e olhos verdes. E eu, sou
cópia de meu pai.
— Então qual é a dele? — Pergunta minha mãe.
— Ele gosta de Wendy, é apenas meu amigo por isso cedeu o
motorista para buscar vocês.
— Fico feliz que tudo está organizado. — Minha mãe olha ao redor.
— Cadê Kevin e Wendy? — Meu pai coloca as malas perto da
parede.
— Kevin daqui a pouco chega, e Wendy está no trabalho, chega por
volta das cinco e meia. — Vou em direção à cozinha.
— E você não está trabalhando? — Pergunta meu pai.
— Sim. Mas pedi para ser liberada mais cedo para poder buscar
vocês. — Pego água na geladeira para os dois.
— Entendo. — Meu pai diz e bebe sua água.
— Vocês vão ficar no quarto de Wendy. Kevin vai ficar no quarto de
hóspedes e Wendy vai dormir comigo no meu quarto. — Saio da cozinha,
levando o copo até minha mãe.
— Vamos guardar nossas coisas. — Mamãe diz e eu os ajudo a levar
as malas até o quarto de Wendy, e logo escuto a porta do apartamento sendo
aberta.
— Mana? — Grita meu irmão e vou até a sala.
— Oi mano. — O abraço.
— Eles chegaram? — Tira sua mochila das costas.
— Já sim, estão no quarto se organizando. — Digo, mas logo vejo
meu pai e minha mãe chegando na sala com enormes sorrisos.
— Olha quem está aqui! Filho! — Meu pai abraça Kevin.
— Oi, meu filho. — Mamãe sorri para ele.
— Fico feliz em ver vocês. — Kevin a abraça.
Nos sentamos, e eles logo começam a nos interrogar sobre nossas
vidas. Sempre preocupados.
— Como está a faculdade? — Meu pai pergunta a Kevin.
— Muito bem! Concluo ano que vem. E meu estágio está me
ajudando muito. — Kevin diz com orgulho.
— Que bom filho, fico feliz. —Mamãe segura sua mão.
— E você, Kate? — Pergunta meu pai.
— Estou muito feliz no meu trabalho. — Ele assente.
— Estou orgulhoso por vocês dois. — Meu pai sorri.
— Também estou. E eu pensando que Kate iria se perder no mundo.
— Mamãe nos faz rir.
— Eu apenas curto com meus amigos, mãe. Ainda tenho
responsabilidades. — Ela me olha assentindo.
— Então, como está por aqui? — Pergunta meu pai.
— Tudo tranquilo, pai.
— E as despesas? Precisam de algo? — Indaga papai
— Por mim está tranquilo, o senhor já paga o aluguel do apartamento.
O restante é comigo e Wendy. — Digo.
— Comigo a mesma coisa, super de boa. — Kevin fala.
— Se precisarem de algo é só pedir. — Mamãe nos olha.
— Quando vocês voltam? — Kevin pergunta.
— Já quer que a gente vá embora? — Pergunta minha mãe sorrindo.
— Não, só para saber mesmo. — Kevin segura sua mão.
— Voltamos quinta-feira à noite. Por quê? — Pergunta meu pai.
— Vamos para Ibiza sexta-feira. — Meu irmão informa.
— Quem vai? — Papai pergunta. Sempre cauteloso e preocupado.
— Nosso amigo que cedeu seu motorista, e nossos amigos de sempre.
— Digo.
— E eles são confiáveis? — Questiona meu pai sério.
— Sim, pai. Conheço Enzo já faz um tempo e sempre viajamos
juntos. — Afirmo.
A porta se abre, é Wendy.
— Tio Gustavo, tia Mary. Que saudade. — Vai até eles e os
cumprimenta.
— Está uma moça linda. — Mamãe a olha.
— Obrigada, tia. — Wendy sorri.
— Está grandona, hein. — Papai a abraça com um sorriso.
— Cresci só um pouquinho. — Sorrimos.
— Que tal sairmos para jantar hoje? — Meu pai sugere.
— Ótima ideia. — Wendy sorri.
Ficamos conversando o resto da tarde, rimos e nos inteiramos das
novidades. A noite saímos para jantar.
Capítulo 7
Gabriel Griffin

— Então maninho, vai me contar o que está pensando? — Samantha


se senta ao meu lado.
Ela é minha irmã caçula, e nos damos muito bem. Sei que posso
confiar, e contar o que está me afligindo.
— Estou interessado em alguém... — Digo pensativo.
— Mentira, né? — Pergunta surpresa.
Minha irmã puxou minha mãe, cabelos loiros escuros e olhos cor de
mel. Adoro seu jeito espontâneo de ser.
— O quê? — Arqueio a sobrancelha.
— Você interessado em alguém. — Sorri. — Posso saber quem é a
louca?
— Realmente, ela é louca. — Sorrio. — Katherine Madison, ela faz
parte da produção da empresa.
— Interessante. Mas maninho, não fica estranho se relacionar com
alguém do trabalho?
— Ela é amiga de Enzo. — Explico.
— Sério? A louca que ele sempre fala? — Se ajeita no sofá, para me
olhar melhor.
— Exatamente. — Ela assente.
— Realmente é louca. Enzo sempre falou dela e você nunca se
interessou?
— Pior que não, mas deveria.
— E ela?
— Pelo pouco que descobri, um filho da puta partiu seu coração, e
depois disso ela se fechou. Não quer se envolver com ninguém.
— Poxa mano, mas você gosta dela?
— Ela não sai da minha cabeça, Sam. Não sei mais o que eu faço. —
Tomo meu uísque.
— Posso saber o que meus irmãos favoritos estão conversando? —
Me viro e vejo Enzo descendo as escadas, pronto para sair.
— Somos seus únicos irmãos, besta. — Samantha o faz revirar os
olhos.
— Sério. — Ele insiste.
— Gabriel desabafando sobre sua amiga louca, Katherine.
— Ah, Katherine é única! — Enzo se senta na poltrona.
— Gostaria de conhecê-la. — Minha irmã diz e Enzo assente.
— Estou indo jantar com Wendy e seus sogros mano. — Enzo pisca o
olho.
— Eles não são meus sogros. — Levo o copo de uísque até a boca.
— Ainda. — Samantha sorri.
— Bom, preciso ir. Vejo vocês mais tarde. — Se despede e vai
embora.
— Mano, você tem foto dela? — Assinto.
Pego meu telefone e mostro a Samantha uma foto de Katherine
distraída na cafeteria.
— Nossa... ela é linda. — Sussurra olhando a foto. — Vocês já se
beijaram? — Pergunta animada.
— Sim e mais umas outras coisinhas. — Escondo um sorriso
satisfatório.
— E como foi? — Se empolga.
— Virou psicóloga?
— Vai, me diz. — Soca meu ombro de leve. Suspiro.
— Melhor foda da minha vida. Nossos corpos se encaixaram
perfeitamente. — Falo perdido em pensamentos.
— Ai meu Deus, Gabriel. Você está apaixonado! — Coloca a mão na
boca.
— Deixe de bobagem! — Reviro os olhos.
— Me diz uma coisa. Você transou com outra mulher depois que
esteve com ela?
— Não.
— Realmente está apaixonado! — Ela sorri.
— Ela agiu friamente depois, e não quer mais nada comigo. — Jogo a
cabeça para trás.
— Como você mesmo disse, ela foi machucada. É óbvio que ela está
com medo. Sou mulher e sei o que ela está sentindo. Se ela se entregou de
corpo e alma e ele destruiu seu coração, ela realmente está com medo que
aconteça de novo.
— Mas eu não faria isso com ela.
— Eu sei que não. Mas pensa bem... Você é um homem que sempre
teve a mulher que quer. Ela acha que é só mais uma, e que quando você
cansar, a deixará para pegar a próxima.
— Mas ela não é só mais uma. Eu a quero!
— Eu sei, mas ela não! Mano, você é o solteiro mais cobiçado de
New York, até eu ficaria com medo de me envolver. — Ela me olha.
— Você tem razão. — Suspiro.
— De nada. — Ela sorri.
— Ok. Mais alguma coisa doutora? — Ela me dá um soco no ombro,
me fazendo sorrir.

Katherine Madison

Wendy está trocando mensagens com Enzo.


— É muito amor. — Sussurro.
— Ele está vindo. — Diz sorrindo.
— Espero que ele não traga Gabriel. — Murmuro e ela sorri.
Minutos depois Enzo chega, e fico aliviada dele ter vindo sozinho.
Depois das apresentações, meu pai começa com suas investigações de pai
zeloso.
— Então Enzo, você é um Griffin? — Meu pai o olha.
— Sim, sou filho de Arthur e Sophia Griffin. — Informa.
— E onde trabalha na Griffin Magazine? — Pergunta minha mãe.
— Sou o chefe da redação. — Explica.
— Faz quanto tempo que vocês se conhecem? — Meu pai e seus
questionamentos, extremamente preocupado.
— Na verdade, nos conhecemos numa balada e depois de um ano, por
pura coincidência, nos encontramos na Griffin Magazine — Ele sorri ao olhar
para nós.
— Certo, onde você mora? — Pergunta minha mãe.
— Daqui a pouco pedem até a certidão de nascimento. — Bufo e
bebo meu vinho.
— Apenas quero conhecer seus amigos, filha. — Meu pai me olha.
— Tudo bem. — Enzo sorri para mim, de forma gentil. — Ele só quer
saber se sou uma pessoa confiável. — Meu pai sorri. — Moro com meus
pais no Upper East Side.
Agradeço a Deus por ele não ter falado de Gabriel.
A noite segue tranquila, conversamos e brincamos. Enzo conta
algumas das minhas loucuras nas viagens, e meus pais se divertem muito. O
bom é que Enzo não fala de seu irmão, o que está me afligindo a noite toda.
Estou com receio de meus pais descobrirem que me envolvi com o dono da
empresa. Principalmente meu pai, não iria ficar confortável com isso.

Acordar, e me deparar com os waffles de minha mãe, é maravilhoso.


— Que cheiro bom... Estava com saudade. — Me sento no banco.
— Sabia que você iria gostar. — Coloca dois em um prato para mim
enquanto pego a Nutella.
— Que cheiro maravilhoso é esse, tia? — Wendy entra na cozinha.
— Eu que o diga. — Kevin diz, indo até a geladeira.
— Opa, tem para mim também? — Meu pai entra na cozinha
também.
— Tem para todo mundo. — Mamãe sorri.
Comemos e conversamos até eu e Wendy irmos para o trabalho.

Ao chegar na Griffin, vou direto para sala da Natalie. Enquanto


aguardo ela finalizar uma ligação, me deparo com uma notícia com uma foto
e Gabriel em um site de fofoca.
“O bilionário e solteiro mais cobiçado de New York, Gabriel Griffin,
não foi nas festas das últimas semanas. O que será que aconteceu? Soubemos
que ele assumiu o cargo de seu pai na Griffin Magazine. Será esse o
motivo?”
— Oi Kate. — Nate se aproxima.
— Problema desde cedo? — Guardo meu celular.
— Meus cabelos estão em pé! — Colocas mãos na cabeça. — Me
diz, como está o planejamento para Ibiza?
— Tudo certo. Você vai né?
— Claro, Dominic também confirmou. — Ela me olha desconfiada e
suspiro.
— Natalie, não tenho mais nada com o Dom. — Explico.
— Eu sei amiga, relaxa. Vamos nos divertir muito. — diz animada.
— Vamos. Agora preciso ir. — Nos abraçamos e saio de sua sala,
indo para meu andar.
Wendy está bem concentrada no trabalho. Essa semana está corrida,
temos que adiantar tudo, já que vamos trabalhar meio período na sexta. Amo
viajar, principalmente sem coordenadas. Viagens espontâneas são as
melhores. Gosto de curtir a vida, beber, dançar, viajar...
No intervalo, vou em busca do meu café. Avisto Enzo e Gabriel,
acompanhados de uma loira linda. Wendy se dirige a eles, enquanto sigo para
a mesa do lanche. Quem será aquela loira? E porque ela está agarrada no
braço de Gabriel e o beijando no rosto no meio da empresa? Enzo acena, me
chamando para me juntar a eles. Só o que me faltava. Gabriel quando me vê,
abre aquele sorriso, o famoso molha calcinha. Sem opção, sigo até eles.
— Bom dia. — Digo tentando disfarçar.
— Ai meu Deus, você é Katherine! — A mulher me olha surpresa.
— Sim. — Franzo a testa.
— Você é ainda mais linda pessoalmente. — Me abraça. Olho para
Enzo e Gabriel que estão rindo.
— É... desculpe. Eu te conheço? — Pergunto sem graça.
— Samantha Griffin, irmã caçula de Gabriel e Enzo. — Ela sorri. —
Você é muito linda! Merece ser capa de revista.
— Hmm... obrigada?! Você também é muito bonita. — Dou um
sorriso.
Ela é muito simpática. Mas sua espontaneidade me assustou. Que
genes são esses dos Griffin? Cada um mais lindo que o outro.
— Desculpa, eu te deixei desconfortável. — Segura minha mão.
— Não liga Kate, Sam é bem espontânea. — Enzo me olha. Percebo
Gabriel olhando para mim.
— Tudo bem, só me assustei um pouco. — Maneio a cabeça.
— É tão bom, finalmente te conhecer. Já não aguentava mais escutar
seu nome sem ter te conhecido. — Samantha me olha.
— Coisas boas ou ruins? — Pergunto.
— Boas, é claro. Já não aguentava mais Enzo falar das suas loucuras,
e Gabriel desabafando. — Se empolga.
— Então suponho que, essa sua simpatia e espontaneidade, é por que
gostou de mim? — A olho com um sorriso.
— Claro. — Me abraça.
— Vamos para Ibiza na sexta. Vamos? — Gabriel pergunta.
— Maravilha! Estou dentro. — Se anima.
— Que bom. — Sorrio para ela. — Agora preciso ir. Foi um prazer te
conhecer Samantha.
— O prazer foi meu. — Me abraça e sussurra em meu ouvido. —
Quero que seja minha cunhada. — Olho para ela, que pisca para mim.
Capítulo 8
Gabriel Griffin

— Já falou com elas? — Olho para Enzo.


— Já sim. Estão prontas. — Descemos as escadas.
— E o restante do pessoal? — Samantha fecha seu sobretudo.
— Dominic, Natalie e Kevin estão com elas. — Enzo mexe no
celular. — Richard já está com eles. Vamos?
Oliver coloca nossas malas no carro e seguimos para o aeroporto. Já
acomodados no jatinho, aguardamos a chegada do restante do pessoal.
— Preparados? — Wendy diz ao entrar no jatinho.
— Claro. — Enzo vai até ela e lhe dá um beijo casto.
Um a um vai entrando e se acomodando no jato, Katherine é a última.
Está linda como sempre. Nossos olhos se encontram e sorrimos.
— Cara, deixa de ficar sério. Aproveita a viagem. — Samantha me
cutuca.
— Escutei aproveitar a viagem? — Pergunta Katherine.
— Sim. — Minha irmã vai até ela e a abraça.
— Cadê as bebidas? — Katherine pergunta, deixando sua bolsa na
poltrona.
— Agora sim! — Enzo esfrega suas mãos.
Katherine está bem feliz, e isso me deixa feliz. Preciso fazê-la feliz.
Nos preparamos para decolagem e assim que somos liberados, a festa
começa. Estão todos dançando, enquanto bebo meu uísque e admiro a mulher
que roubou meu coração. Dominic para ao meu lado
— Posso falar com você? — Pergunta.
Eu não gosto dele, só de saber que ele a tocou, de que eles tiveram
vários momentos juntos. Aceno com a mão para que se sente na minha frente.
— Pode falar.
— Enzo conversou comigo sobre você e Kate. Sei que você tem
motivos para não gostar de mim.
— Exatamente. — Sou sincero.
— Só quero que saiba, que eu e Kate não temos mais nada. Foi
diversão tanto para mim quanto para ela. Seguimos amigos e mais nada além
disso. — Se explica, e vejo sinceridade em seus olhos. — Gostaria que
ficássemos tranquilos. Sem nenhum clima estranho.
— Tudo bem. — Aperto sua mão.
Gostei da atitude dele ter vindo conversar, mas não menos
incomodado. Só de pensar que tocou seu corpo, e até a fez ter orgasmos, me
irrita. Olho para ela, está bastante animada conversando com seus amigos.
Nunca senti algo tão forte por uma mulher. Samantha chega perto de
Katherine e começam a conversar. Katherine sorri e olha para mim. Aqueles
malditos olhos verdes! Samantha me olha e sorri.

Katherine Madison

Chegamos no hotel, e cada um segue para seu quarto. Após algumas


horas de sono, tomo um banho e quando abro a mala, me deparo com roupas
masculinas. Quando olho na etiqueta... Gabriel. Que merda! Vou até seu
quarto, bato e nada. Quando me viro para ir embora, ele abre a porta.
— É... desculpa. Mas trocaram nossa mala. — Aponto para a mala.
Ele está lindo, apenas com uma toalha enrolada no quadril.
— Eu não tinha aberto a mala ainda. Entra. — Me olha de cima a
baixo. Entro e entrego sua mala. Ele vai até o closet e pega a minha.
— Obrigada. — Agradeço com um sorriso.
Ele me olha de cima a baixo e por último, para em meus olhos. Ele
parece um deus grego. Me olha profundamente e faço o mesmo. Ele dá dois
passos em minha direção, e eu ofego.
— Eu preciso.... — Me interrompe, segurando minha nuca, colando
nossos lábios. Ele me puxa para mais perto e me encosta na parede. Nossas
línguas duelam, em uma dança sensual. Ele me levanta e cruzo minhas pernas
em seu quadril. Ele me coloca na cama, desfaz o nó do roupão e olha meu
corpo. com admiração. Se inclina e me beija novamente.
— Você é gostosa demais, sabia? — Sussurra, cheirando meu
pescoço.
Mordo o lábio, fechando os olhos sentindo seu toque, seus beijos em
meu pescoço, fazendo-me apertar seus cabelos, contendo meus gemidos. Sua
mão vai até minha coxa e a aperta, ergo meu quadril, involuntariamente, e me
esfrego em sua ereção, e ele solta um gemido baixo. Sua boca vai descendo
até meu colo, e o vejo afastar o sutiã, expondo meu seio, Gabriel olha com
admiração, para em seguida sugá-los.
— Fica comigo, seja minha. — Me olha. Suas palavras me despertam
do meu devaneio e o empurro, saindo debaixo dele. Saio da cama, enrolando
meu roupão.
— Não, Gabriel. — Ajeito meu cabelo.
— Por que não? — Pergunta.
— Não posso. — Desvio do seu olhar.
— Por que não, Katherine? Eu quero realmente ficar com você. —
Insiste.
— Não estou pronta, Gabriel! Me entenda, por favor. — Imploro
— Alguém te machucou? — Me olha.
— Quem te disse isso?
— Wendy e Enzo conversaram comigo. Eles torcem por nós. —
Passo a mão no rosto. — Eles não entraram em detalhes, fique tranquila. Eu
não sei a história toda. Só me falaram que alguém te machucou e você se
fechou.
— Agora que sabe, entende o motivo de eu não querer estar com
você. — Sinto uma lágrima escorrer pelo meu rosto. Ele se aproxima e limpa
a lágrima com o polegar.
— Me deixe consertar seu coração. — Acaricia meu rosto, inclino
minha cabeça de encontro à sua mão e fecho os olhos desfrutando de seu
toque. — Eu gosto de você, Katherine. — Abro os olhos e vejo aqueles
lindos olhos azuis. Ficamos um tempo nos olhando, até ele se inclinar e me
afasto novamente.
— Não dá. — Pego minha mala e saio do se quarto.
Entro em meu quarto e me jogo na cama. Acho que estou apaixonada
por ele. Merda! Isso não deveria ter acontecido. Eu vou me foder mais uma
vez. Fabrício destruiu meu coração de uma forma que não tem conserto. Não
vou deixar isso acontecer de novo.
O restante do dia passa rápido. Já pronta para irmos para balada vou
para o corredor aguardar os outros. Gabriel logo aparece, lindo de morrer.
Tinha que ser tão lindo assim?
Me olha de cima a baixo. Desvio o olhar e fico mexendo no meu
celular. Mando mensagens para meus pais dizendo que está tudo bem e que
vamos sair agora a noite. Alguns minutos depois Kevin aparece, todo
playboy. Cumprimenta Gabriel e ele vem até mim.
— A senhorita vai para onde? — Segura minha mão e gira meu
corpo. — Está uma gata.
— Olha quem fala. — Sorrio.
— Hoje vou me divertir muito! — Esfrega suas mãos.
Infelizmente a tal mulher que ele estava doido por ela, o traiu. Enfim,
o antigo Kevin está de volta.
— Me diga uma novidade! — Digo sorrindo.
— Rapaz, só tem mulher bonita! — Diz Enzo vindo com Natalie,
Wendy, Dominic e Samantha.

Assim que chegamos na boate, colocamos as pulseiras vip e vamos


direto para o bar.
— Tem um monte de gato te olhando. — Samantha comenta.
— Deixe-os olharem. — Bebo minha bebida.
— Vai ficar afogando as mágoas, cara? — Escuto Enzo perguntar a
Gabriel.
— Depois eu vou. — Gabriel bebe seu uísque. Bufo revirando os
olhos.
— Vamos meninas! Hoje só saio daqui sem conseguir andar. —
Chamo-as para a pista de dança.
Eu amo dançar, amo estar com meus amigos, amo viajar. Os meninos
vêm para perto da gente, só Gabriel que não. Ele está sentado no bar, me
olhando.
— Posso dançar com você? — Um rapaz alto e forte se aproxima.
Confirmo com a cabeça e ele começa a dançar atrás de mim com as mãos no
meu quadril. Passamos um bom tempo assim e depois ele vai embora.
— Kate, meu irmão não tira os olhos de você. — Sam me diz. Me
viro, e lá está ele me olhando.
— Deixe-o olhar. — Dou de ombros.
— Hora de começar a brincadeira. — Wendy diz.
— Que brincadeira? — Pergunta Samantha.
— Inocente. — Natalie pisca o olho para ela.
— Faz o barman te dar uma bebida. — Wendy pede.
— De que jeito? — Pergunta Sam.
— Do jeito sedutor dela. — Nate bebe sua bebida.
— Não é perigoso? — Pergunta Sam.
— Relaxa e assista. — Pisco o olho.
Ajeito meu top, ajeito meus peitos mais para cima, dou uma arrumada
no cabelo e vou até o bar. Olho para o barman e mordo o lábio. Embora ele
seja muito bonito, só estou aqui para pegar uma bebida de graça.
— Olá, moça bonita. — Apoia seus braços no balcão, olhando bem
meu decote.
— Achei você muito bonito. — Afasto meu cabelo, para ele ver
melhor.
— E você parece uma deusa. — Me olha de um jeito safado.
— Que tal sairmos amanhã? — Sugiro.
— Anote aqui seu número. — Me entrega um pedaço de papel. Anoto
um número qualquer e entrego a ele.
— Me liga amanhã! E me traz um drink. — Peço, e ele não hesita em
preparar.
— Por minha conta. — Me entrega. — Ligo para você amanhã.
— Mal posso esperar. — Pisco o olho. Pego o copo e vou andando até
as meninas.
— Doida! — Sam sorri.
— Aprendam. — Bebo meu drink.
Continuamos dançando e conversando, e Gabriel apenas fica me
observando. Mulheres dão em cima dele e isso me deixa furiosa. Sei que ele
chama atenção da mulherada, mas ele está se divertindo com isso. Ele me
olha e fica sorrindo. Filho da puta desgraçado.
Capítulo 9
Gabriel Griffin

Acordo e tomo um banho. Pego meu celular e vejo que já passa do


meio dia. Me visto e vou me encontrar com o pessoal no restaurante do hotel.
— Boa tarde. — Me sento na cadeira.
— Que cara é essa? — Pergunta Kevin.
— De quem acordou faz vinte minutos. — Murmuro.
Minutos depois as meninas chegam. Katherine se senta à minha
frente. Até de ressaca ela é linda. Fazemos nosso pedido e comemos.
Katherine não está para muita conversa, às vezes ela olha para mim e desvia
os olhos. Dá para notar que ela está puta comigo, por ontem. Depois que a vi
dando em cima do barman, deixei algumas mulheres se aproximar, só para
ela provar do próprio veneno.
Depois do almoço seguimos todos para a piscina. Me sento, e assisto
Katherine se despir. Caralho de corpo. Um biquíni simples vermelho, mas
que valoriza ainda mais seu corpo maravilhoso. Vira de costa e vejo que o
biquíni é fio dental. Puta que pariu!
Meu pau já dá sinal de vida. Embora eu já a tenha visto nua, esse
biquíni é um verdadeiro teste de fogo. Ela tem belas curvas, um corpo
espetacular. Deixa qualquer homem babando. Tiro minha roupa, ficando
apenas de sunga e entro na piscina.
— Cara, Natalie quase me matou ontem. — Dominic comenta.
— Por quê? — Pergunto.
— A menina parece uma máquina. — Ajeita seus óculos.
— Wendy é mais tranquila, mas às vezes bem fogosa. — Enzo diz.
Katherine também é virada, nisso somos iguais.
— Não me diga que Kate é incansável? — Pergunta Kevin sorrindo.
Lembro-me bem daquela noite, ela gemendo e chamando meu nome.
O jeito que me cavalgou, o jeito que chupou meu pa...
— Então, cadê sua namorada, Kevin? Vi você pegando geral ontem.
— Pergunta Dominic.
— Ah cara, eu estava gostando de uma garota. Queria algo sério com
ela, mas ela está com outro. Então, não insisti mais. — Dá de ombros.
Aproveitamos a piscina durante toda a tarde. Depois nos arrumamos
para mais uma noite em Ibiza. Hoje sou o primeiro a sair para o corredor, mas
não demora e Katherine aparece. Como na noite passada, está linda, sexy pra
inferno. Essa mulher parece uma deusa. Puta que pariu.
— Ninguém chegou ainda? — Se encosta na parede.
— Não. — Digo e a olho de cima a baixo.
— O que foi? — Ela pergunta, me tirando do transe.
— Você está muito bonita. — Sou sincero.
— Obrigada. Você também está bonito. — Ela me dá um sorriso.
Essa roupa... Puta que pariu! Está me deixando excitado demais. Ela
fica enrolando a ponta do cabelo e mexendo no celular. Ela olha para mim e
nota que estou olhando e revira os olhos.
— Maninha, eu vou ser preso. — Kevin se aproxima. Katherine se
vira e sorri para ele.
— Eu também. — Murmuro e sinto seu olhar em mim.
Assim que todos estão prontos vamos para a boate, e como na noite
passada, todos vão para pista de dança, enquanto fico sentado, acompanhado
do meu uísque até ser abordado por uma ruiva deslumbrante.
— Quer companhia? — Se senta ao meu lado. Em outros tempos, não
perderia tempo e a levaria para qualquer lugar.
— Não, obrigado. — Bebo meu uísque.
— Tem certeza? — Insiste. Vejo que Katherine está me olhando com
cara de poucos amigos. Ela está com ciúmes.
— Já disse que não quero. — Falo de um jeito educado, mas firme, a
moça assente e se retira. Coloco meu copo vazio em cima do balcão e vou até
Katherine, assim que chego atrás dela, sussurro no seu ouvido:
— Com ciúmes, Katherine? — Ela se vira e me olha.
— Não! — Responde de uma forma rude, e eu apenas sorrio.
Estou bem atrás dela, vendo todos os seus movimentos. Começa a
tocar Booty Bounce. Katherine ama música eletrônica, e dança ainda mais,
joga o cabelo, grita... se empolga mesmo. Enquanto ela dança, vários homens
a olha com desejo. Isso está me irritando para caralho. Chego mais perto dela
e eles desviam os olhares. Outra música começa, e dessa vez é brasileira. Ela
começa a descer até o chão junto com as meninas, quando sobe sua bunda
encosta em mim. Respiro fundo, pois meu pau já está se animando. Ela apoia
as mãos no joelho e começa a fazer um quadrinho perfeito. Acho que essa
mulher é brasileira. Os caras ficam olhando as meninas dançando e eu só
tenho olhos para a mulher que está na minha frente. Ela rebola perfeitamente,
se vira e me olha e continua dançando, e dessa vez desce até o chão sem tirar
os olhos de mim. PUTA QUE PARIU!
Ela me olha intensamente e não é a bebida. Dá para notar o quanto ela
me quer. Quando ela sobe eu me aproximo mais, e quase nossas bocas se
encostam. Mas ela se vira e começa a rebolar roçando no meu pau. Não posso
me controlar, ele já está duro e ela sabe. Ela está conseguindo me provocar!
Quando a música acaba Kevin vem em minha direção.
— Ela vai te dar muita dor de cabeça cara. — Aperta meu ombro.
— Nisso você tem razão. — Solto um riso.
Realmente, já prevejo mortes. Vou ao bar pegar outro uísque. Ela
continua dançando com as meninas. Essa mulher está acabando com meu
psicológico. Ela dança e se vira para me olhar. Depois de um tempo, ela vem
em minha direção.
— Vodca pura! — Pede ao barman. Ele entrega sua dose.
— Muito forte, não? — A olho sorver todo o líquido transparente,
fazendo uma leve careta.
— Estou criando coragem. — Limpa a boca.
— Para quê? — Pergunto curioso.
Ela coloca o copo no balcão e se aproxima de mim me puxando pela
camisa e me dá um beijo bem quente. A puxo pela cintura para ficar mais
perto de mim. Sua língua suave encostando na minha e suas mãos arranhando
meu peito em cima da camisa. Essa mulher quer me provocar a todo custo.
Meu pau já está ficando duro quando ela se afasta ofegante e a puxo para o
banheiro. Tranco a porta e ela me agarra, me beijando. Ela tira minha camisa
e me joga na parede. Hoje ela está corajosa! Me beija com tanto desejo que
não resisto e inverto nossas posições. Prenso-a na parede e ela geme. Subo
sua saia e afasto sua calcinha e coloco meu dedo na sua boceta e sinto bem
molhada.
— Toda molhada. — Sussurro excitado. — Não posso mais esperar.
— É com isso que estou contando. — Puxa meu cabelo.
— Você ficou me provocando o tempo todo. — Abro o zíper da
bermuda e coloco meu pau para fora que já está duro, pulsando e babado. —
Agora você vai ter. — Sem esperar muito, levanto sua perna, e penetro de
uma vez. Começo a estocar mais rápido entre seus gemidos. Sua cara de
prazer me deixa com mais tesão ainda.
— Mais Gabriel. — Pede ofegante.
Começo a estocar com mais força. Ela geme alto, enquanto começa a
abaixar as alças da blusa, expondo seus seios. Ela coloca suas mãos em
minhas costas e começa a me arranhar, e isso me dá um tesão do caralho.
Pega minha mão e a leva até seu seio, estimulo seus biquinhos rosados,
enrijecidos, implorando por atenção.
— Ah. — Geme. Estou estocando com toda minha força. Ela me beija
me puxando para mais perto. — Gabriel...
— Isso... Gostosa do caralho! Delícia. — Rosno. Estou quase lá e
sinto que ela também. Saio de dentro dela e me sento, em um pequeno banco.
— Senta no meu pau. — Peço. Ela sobe mais sua saia e se senta no meu colo,
posiciono meu pau na sua entrada e ela desce de vez. — Porra! Isso... cavalga
gostoso no meu pau. — Aperto sua bunda, forçando-a descer mais rápido e
forte. Seus lindos peitos se movimentam. Me inclino e chupo cada um.
— Oh... Deus. — Joga a cabeça para trás. Seguro seu cabelo e puxo
para perto de mim, deixando nossas bocas próximas. — Gabriel... — Goza,
fazendo sua bocetinha prender meu pau, tão gostoso... Essa mulher é ainda
mais linda gozando. Puta que pariu! E gozo junto com ela.
Estamos ofegantes. Levanto seu rosto e dou um leve beijo em sua
boca.
— Precisamos voltar, antes que alguém bata na porta. — Avisa, ainda
ofegante. Assinto e a ajudo a se levantar.
— Me responde uma coisa. Você é brasileira? — Ajeito minha
bermuda e fecho o zíper.
— Não, sou neta de uma. — Explica.
— Para você dançar daquele jeito, tinha que ter algum parentesco
com brasileiro. — Visto minha camisa.
— A mãe da minha mãe é brasileira. Quase sempre, no carnaval vou
pro Brasil, por isso, gosto tanto das músicas de lá. — Ajeita o cabelo.
— Interessante.
— Vamos. — Passa por mim, saindo do banheiro. Voltamos para o
bar, e outra vez ela pede vodca pura e me dá um lindo sorriso, que me dá
certa esperança. Ela volta para a pista de dança, e vejo meu irmão vindo até
mim.
— Eu vi. — Apoia suas mãos no balcão.
— Viu o quê? — Bebo meu uísque.
— O beijo de vocês. — Me olha. Claro que viu! Quero saber, quem
não viu.
Capítulo 10
Katherine Madison

Acordo com minha cabeça latejando, já são dez horas e preciso de um


banho. Assim que entro na banheira, Gabriel vem em mente. Por mais que
tente não pensar nele, é inevitável. O beijo, cada toque, cada forma de
carinho. Impossível aquele homem se conter com uma mulher só. Sinto
saudades do seu toque, dos seus beijos e até do sexo. Por isso bebi, preciso de
coragem para me envolver novamente. Esse homem está mexendo demais
comigo. Me visto e vou encontrar as meninas na recepção. Hoje vamos ficar
na praia em frente ao hotel.
— Vi você beijando meu irmão. — Sam comenta.
— Vamos para a água, lá conversamos. — Digo.
— Então, finalmente vou ter você como cunhada? — Sam me
pergunta esperançosa.
— Eu não posso, Sam. Não confio nele. Sabemos que ele não é
homem de uma mulher só. — Explico.
— Kate, meu irmão realmente gosta de você. Sei que sua fama não
ajuda, mas ele realmente está interessado em você. — Sacode de leve a água.
— Você não entende. Antes de vir morar em New York, namorei um
rapaz na Califórnia. Eu gostava muito dele, me entreguei e ele destruiu meu
coração. — Comento.
— Como? — Pergunta Sam.
— Ele espalhou para todo mundo o que fez com ela, e ainda
aumentou. — Wendy diz com certa raiva.
— Poxa, sinto muito. — Sam segura minha mão. — Meu irmão pode
ser o que for, mas infiel ele não é. Ele tem falado comigo...
— Ele fala sobre mim? — A olho.
— O quanto é linda, esperta, educada. Eu sirvo de psicóloga dele. —
Sorrimos.
— Nossa. — Natalie nos olha.
— E comigo? Enzo fala de mim? — Pergunta Wendy.
— Ambos pedem conselhos. — Sorrimos. — Katherine, se permita
gostar novamente de alguém. Nem todo homem vai ser como esse escroto
que destruiu seu coração. Nunca vi Gabriel gostar tanto de alguém como ele
gosta de você.
— Eu já disse a ela. Mas ela insiste em ser durona. — Wendy me olha
feio. — Mas entendo o lado dela.
— Amiga, você quer ficar todo final de semana com um cara
diferente, que não vai te ligar depois para saber como você está? Sem se
importar com você. Quer mesmo isso? Tem um cara que realmente quer tudo
isso com você. Vai dispensar? — Natalie aponta para Gabriel.
— Ela está certa, Kate. Você vive solitária. Precisa de alguém ao seu
lado. — Wendy me olha.
— Eu sempre quis alguém que realmente gostasse de mim, que me
desse carinho depois de uma transa, de uma mensagem de bom dia, receber
flores. — Olho o mar, pensativa.
— Kate, esse homem está bem ali. — Sam aponta para seu irmão. Me
viro e vejo Gabriel na praia conversando com os meninos.
— Você gosta dele? — Pergunta Wendy.
— Lutei contra isso, mas meu coração falou mais alto. — Olho para
Gabriel.
— Então aproveita amiga, não é fácil encontrar alguém que realmente
gosta da gente. — Natalie me dá um sorriso.
— Não estamos fazendo pressão. Apenas queremos sua felicidade. Eu
mal te conheço, mas assim que vi você, senti que podemos ser boas amigas.
— Sam sorri.
— Obrigada, Sam. Também gosto muito de você. — Seguro sua mão.
Saímos do mar e vamos nos arrumar para voltarmos para casa. Nossa
viagem chegou ao fim.

Após um cochilo de descanso, vou para cozinha fazer um lanche.


— Finalmente acordou. — Fala.
— Estava cansada. — Bebo meu café. — Onde você foi?
— Enzo estava lá embaixo, fui falar com ele. — Explica.
— E como vocês estão? — Pergunto.
— Estamos bem. Ele mandou avisar que vai ter uma festa na sexta na
casa dos pais dele. E estamos convidadas. — Vai até a geladeira e tira uma
garrafa de água.
— De quem é essa festa? — Pergunto.
— Aniversário da Samantha. — Me olha e bebe sua água. — Ela
esqueceu de avisar.

Mais um dia de trabalho se inicia. Continuo minhas tarefas e só paro


no intervalo. Na copa, encontro Enzo e Natalie conversando.
— Bom dia. — Me sento ao lado deles.
— Diz maluca. — Enzo toma seu café. — Wendy te avisou sobre a
festa de Sam?
— Sim, avisou. — Respondo.
— Que tipo de roupa devemos usar? — Natalie pergunta.
— Vestidos de festa. — Beberica seu café. — É sério, está parecendo
até um baile.
— Temos que sair cedo amanhã, para procurarmos uma roupa
adequada. — Wendy diz.
— Já organizei tudo para nós três largamos cedo. — Natalie morde
seu sanduíche.
— Ótimo. — Desvio meu olhar e vejo Gabriel entrando na copa com
um lindo terno cinza. — Bom, preciso voltar. Tenho muita coisa para fazer.
— Nem deu a hora ainda. — Nate me olha.
— Preciso agilizar umas coisas. — Me levanto distraída, e esbarro em
alguém, quando levanto a cabeça, me deparo com Gabriel.
— Fugindo? — Me olha com um sorriso.
— Não. — Me afasto dele. — Tchau gente. — Me despeço e saio.
Vou pra o banheiro. Por que me sinto assim perto dele?
— Isso, continua fugindo. — Wendy entra no banheiro.
— Eu não estou fugindo. — Lavo minhas mãos.
— Está sim. Vi que você ficou bem nervosa. — Cruza os braços.
Suspiro a olhando pelo espelho.
— O que eu faço, amiga? — Me apoio na pia.
— Deixa fluir, amiga. — Põe sua mão no meu ombro. Respiro fundo
e suspiro.
— Vamos, preciso concluir umas coisas. — Ela assente.
Olho para o lado e vejo Gabriel conversando com Enzo. Ele me olha,
mas desvio e vou para minha mesa. Em seguida, Enzo chega.
— Katherine, preciso que você leve essas amostras para Gabriel. —
Me entrega uma pasta.
— Por que eu? — Arqueio a sobrancelha.
— Porque você é a responsável pela parte da produção. — Revira os
olhos. — E estou atrasado. Tenho uma reunião inadiável agora mesmo. —
Assinto frustrada e ele se retira. Sério, era só o que me faltava.
— Amiga, eu vou na sala de Gabriel deixar essas amostras. — Aviso
Wendy
Chego no andar de Gabriel e falo com sua secretária.
— Pode avisar que vim entregar as amostras? — Ela assente e liga
para o escritório dele.
— Pode entrar. — Avisa.
Chego na porta e respiro fundo. Abro e o vejo de costas olhando a
enorme janela. Vou até sua mesa e deixo a pasta em cima dela.
— Enzo me pediu para trazer isso. — Digo. Ele se vira e me olha.
— Quero conversar com você. — Pede. Continuo calada olhando
cada movimento seu. Ele se aproxima e fica me olhando.
— Fale. — Cruzo os braços.
— Por que você teve que tomar vodca pura para me beijar? —
Pergunta.
— Porque estava com vontade. — Reviro os olhos. — Se for sobre
isso, não tenho tempo. Preciso trabalhar. — Me afasto indo até a porta, mas
ele me puxa, nos aproximando.
— O que aconteceu para você agir dessa forma? — Acaricia meu
rosto. — Por favor.
— Me deixe ir, Gabriel. — Viro minha cabeça para o lado. Ele coloca
os dedos em meu queixo e me faz olhar para ele.
— Fale. — Insiste. Respiro fundo e me afasto.
— Eu morava na Califórnia, quando me envolvi com um rapaz. Ele
fazia coisas erradas, mas eu não sabia. Ele se aproximou de mim e acabei me
apaixonando por ele. — Olho a enorme janela. — Depois de um tempo,
descobri que ele era traficante, e mesmo assim continuei com ele. Depois de
um tempo resolvi me entregar para ele e ele espalhou para todo mundo o que
fez e ainda acrescentou outras coisas. — Respiro fundo, tentando não chorar.
— Eu sinto muito. — Escuto-o se aproximar.
— Depois disso, fui até a polícia e contei tudo. Eu realmente era louca
por ele, e isso me deixou à beira de uma depressão. Depois disso, vim para
New York e decidi mudar e não entregar meu coração a mais ninguém. —
Ele fica me olhando de uma certa distância, me dando espaço.
— Aí você apareceu e mudou tudo. Agora não sei mais como agir, o
que pensar. Não quero me magoar novamente. — Explico e ele anda
calmamente até mim.
— Katherine, eu realmente quero estar com você. Sei que sou
conhecido por estar com várias mulheres, mas eu só quero você. Desde que a
vi na copa, você não sai da minha cabeça. Nunca me senti assim antes. —
Segura meus braços, de forma gentil. Suspiro olhando-o.
— Fica comigo, Katherine. Eu não aguento mais ficar longe de você.
— Insiste, fazendo meu coração palpitar. — Desde que transamos ficou ainda
pior. Não consigo parar de pensar em você, nem um minuto sequer. Sei que
está com medo de se relacionar e sofrer depois, mas não sou esse filho da
puta que destruiu seu coração.
— Eu não sei Gabriel. — Me fasto dele, mas ele se aproxima e me
abraça.
— Me deixe consertar seu coração, Katherine. Quero ficar ao seu lado
em todos os momentos. — Beija minha cabeça, me fazendo me sentir de
certa forma, completa. Ele se afasta para me olhar nos olhos.
— Eu quero te fazer muito feliz, Katherine. — Segura meu rosto.
Fecho os olhos e tomo uma decisão.
— Espero que eu não me arrependa disso. — Murmuro. Ele me dá um
sorriso tão bonito e sincero, segura meu rosto e me beija. Posso sentir seus
sentimentos por mim, nesse beijo. Somos interrompidos pelo telefone.
— Preciso atender. — Ele se afasta. —Tudo bem, mande entrar em
dez minutos. — Desliga o telefone e vem até mim.
— É melhor eu ir. — Digo.
— O aniversário da Samantha é na sexta na casa dos meus pais em
Hamptons. — Avisa.
— Mas eles não moram com você? — Pergunto.
— Moravam. Eles voltaram para Hamptons. A cobertura ficou para
Samantha e Enzo. — Coloca as mãos nos bolsos da calça. — E eu comprei
uma cobertura para mim.
— Ah. — Maneio a cabeça.
— Quero que vá. Preciso ir na sexta de manhã, mas Richard vai levar
você e o restante do pessoal. — Explica.
— Então Kevin e Dominic foram convidados também? — Pergunto.
— Sim. — Me dá um sorriso. — Podemos passar o fim de semana
por lá. Se você quiser, é claro. Na verdade, todo mundo vai dormir por lá, já
combinei com Enzo.
— Tudo bem, eu vou. — Dou um sorriso.
— Quero que vá jantar comigo na quinta e conhecer minha cobertura.
— Me puxa para um abraço.
— Tudo bem. Agora é melhor eu ir. — Ele assente e beija meus
lábios.
— Te vejo depois. E leve sua bolsa com suas roupas que levo na
sexta. — Pede e me leva até a porta.

Os dias passam rápidos, ontem comprei meu vestido que vou pegar
amanhã pela manhã. vi Gabriel hoje, soube por Enzo que ele passará o dia em
vídeo conferência e reuniões em sua sala. Ainda não acredito que realmente
estou com Gabriel. Ele me faz ter frio na barriga, borboletas no estômago e
coração acelerado. Espero que ele não me decepcione. Será a última vez que
vou entregar meu coração a alguém.
Saio do trabalho e vou direto para casa. Assim que chego, recebo uma
mensagem.
Gabriel: Desculpe-me. Hoje não tive tempo de ver você, mas o nosso
jantar ainda está de pé.
Sorrio empolgada e respondo a mensagem.
Eu: Tudo bem. Vou me organizar para ir.
Gabriel: Richard vai buscar você. Não esqueça da bolsa com suas
roupas.
Não respondo, vou me arrumar e arrumar minha bolsa para o fim de
semana. Quando saio, me deparo com Wendy assistindo TV.
— Amiga, estou indo na casa de Gabriel. Só volto amanhã. — Coloco
a mochila no ombro.
— Tá bem. Se cuida. — Beijo sua testa.
— Chama Enzo para não ficar sozinha. — Vou indo até a porta.
— Já chamei. — Grita
Saio do elevador e me deparo com Richard me aguardando no hall do
prédio. Seguimos para a cobertura de Gabriel, mas quando entro não o vejo.
Observo os detalhes e me deparo com as fotos. Uma de seus pais, outra, dos
três irmãos sorridentes e uma nossa. É a foto que tiramos ontem.
— Gostou? — Me assusto com a voz de Gabriel, e o vejo se
aproximar.
— Muito bonita sua casa. — Sorrio.
— Vem. — Estende sua mão. Seguro-a e ele me leva até o sofá.
— Com licença, Sr. Griffin, deseja alguma coisa? — Pergunta uma
moça mais velha.
— Daiana essa é Katherine Madison, minha namorada. — Gabriel
nos apresenta.
— Oi. — Aceno e ela me dá um sorriso simpático.
— Leve a bolsa dela para meu quarto, por favor. — Gabriel pede.
Daiana assente e sai levando minha bolsa.
— Ansiosa para amanhã? — Me olha.
— Nervosa. — Mordo o lábio.
— Por causa dos meus pais?
— Sim.
— Não precisa ficar, eles vão adorar você. Eles são muito legais e
você vai gostar. — Ele me dá um sorriso.
— Com licença, o jantar está servido. — Daiana avisa.
— Obrigado, Daiana. Está dispensada. — Ela assente e sai da sala,
nos dando privacidade.
— Vamos. — Gabriel segura minha mão e vamos até a sala de jantar.
— Então, quando comprou essa cobertura? — Bebo meu vinho.
— Semana retrasa. Meus pais já tinham avisado que iriam voltar para
casa. Eles deixaram a cobertura para Enzo e Samantha e eu saí. — Assinto.
— Não saí antes, pois gosto de morar com eles. Mas já que eles se mudaram,
prefiro ficar por aqui por causa da empresa.
— Entendo. Meus pais moram em uma cobertura na Califórnia. —
Como meu salmão grelhado.
— Me conta como era sua vida lá. — Me olha enquanto toma seu
vinho.
— Conheci Wendy quando tinha doze anos. Morávamos no mesmo
prédio, e sempre nos encontrávamos na piscina. Com o tempo, ficamos muito
amigas, e nossas famílias também. Sinto saudades daquela época. — Fico
pensativa. — Depois de dois anos os pais de Wendy morreram em um
acidente de carro.
— E com quem ela ficou? — Pergunta.
— Depois do acidente, meus pais correram atrás da família dela, mas
ninguém quis ficar com ela. Então, meu pai entrou na justiça e conseguiu sua
guarda. — Sorrio. — Eles sempre a trataram como filha, assim como fui
pelos seus pais. E depois, não nos separamos mais.
— Nem conheço seus pais e já me sinto muito feliz pela bondade
deles. — Ele sorri.
— Tenho muito orgulho deles. Nunca deixaram faltar nada para nós
três.
— Então, ela está a par do acontecido com seu ex-namorado...
— Sim. Ela e Kevin foram meu porto seguro, só eles sabem de tudo.
— Ele assente e volta a comer.
— Depois vim para New York com Wendy.
— Wendy veio porque quis ou para ficar perto de você?
— Os dois. Sempre tivemos interesse em moda, por isso fizemos o
curso aqui em New York.
— E como conseguiram entrar na Griffin Magazine? É muito
disputada e só entra quem realmente é bom em seu trabalho. Sei que você é
muito boa no que faz. — Me olha.
— Então, como Wendy falou, conhecemos Enzo numa balada. Um
ano depois concluímos o curso. Soubemos que a Griffin Magazine estava
recebendo vagas na parte de produção e designer. Então fomos lá, e
encontramos Enzo pelo corredor. Ele deu um empurrãozinho. — Sorrimos.
— Eu sempre fui para empresa antes de me tornar o CEO, e nunca a
vi por lá.
— Pois é. — Dou de ombros e ficamos um tempo em silêncio.
— Dominic veio falar comigo. — Me engasgo com o vinho. Ele me
olha preocupado. — Você está bem? — Assinto e limpo minha boca. — Ele
veio falar sobre vocês dois. — Se encosta na cadeira.
— Não temos mais nada. — Explico.
— Eu sei disso. Ele me contou, e afirmou que o que tiveram, foi
apenas diversão, para ambos. — Bebe o vinho.
— Exatamente. Nada além disso. Ele agora está com Natalie. —
Maneio a cabeça.
— Entendo. Gostei da atitude dele, foi homem o suficiente para falar
comigo. — Comenta.
— Ele é um bom homem e um bom amigo. Você vai gostar dele.
— Espero. — Limpa a boca. — Vem, vou te mostrar a casa.
Levanto e o sigo pelo tour pela casa. A cozinha é linda e espaçosa.
Passamos pelo escritório e os quartos. Seu quarto é amplo e com vista para o
Central Park, com um cômodo interligado com uma equipada academia.
— Gostei desse. — Olho os equipamentos.
— Também gosto de malhar. — Ele pega um peso que está no chão.
— Comecei a malhar quando deixei a Califórnia. Foi meu refúgio,
descontava minhas frustrações nos exercícios. — Passo a mão nos
equipamentos.
— Está explicado esse belo corpo. — Ele sorri.
— E você? — Sento-me no banco.
— Sempre gostei de malhar. — Olha os equipamentos.
— Está explicado esse belo corpo. — O olho, cheia de desejo.
Ele sorri e vem até mim, me puxa e me beija com ferocidade. Cruzo
minhas pernas em seu quadril e ele volta para seu quarto. É só o começo de
uma noite de muito prazer.
Capítulo 11
Gabriel Griffin

Acordo, e no mesmo instante sinto falta de Katherine. Depois de


vestido vou à sua procura. Para onde ela foi?
Desço as escadas e o cheiro de comida me assola. Vou até a cozinha e
me deparo com Kate assando ovos. Sem se dar conta da minha presença, fico
admirando-a. Quando se vira me nota e sorri.
— Bom dia. — Fala tímida.
— Bom dia. — A olho de cima a baixo.
— Fiz café. — Põe algumas coisas no balcão. Puxo-a e dou um leve
beijo em seus lábios.
— Não precisava, mas gostei. — Ela me entrega uma xícara de café.
— Não quis te acordar. — Murmura e tomamos café entre carinhos e
beijos.
— Quando terminarmos, te levo para casa e de lá sigo para casa dos
meus pais. — Finalizo meu café.
— Sem problema. — Se levanta, e leva as coisas até a pia.
— Vem, você já fez demais. Daiana cuida disso. — Puxo-a.
Depois de um banho juntos, nos arrumamos.
— Vamos? — Ela assente.
Seguro sua mão e vou direto para meu Audi R8 preto.
— Você vai sozinho? — Pergunta.
— Não, Oliver está bem atrás. — Ela olha e franze a testa.
— Onde? Aqui atrás ele não está. — Ela sorri.
— No carro atrás. — Digo.
— Ah! — Ela olha para trás e depois olha para mim. — Por que você
anda com seguranças?
— Sou um bilionário. Não posso estar sozinho. — Assente. — E você
terá Richard à sua disposição.
— Não precisa. — Murmura e coloco minha mão em sua coxa.
— Precisa. Em breve nosso relacionamento vai estar nas mídias e
você será um alvo. Precisa de meus seguranças com você. — Ela suspira e
assente.
— Que horas preciso estra pronta? — Pergunta.
— Richard vem lhe buscar às seis e meia.
— Vou com Wendy no salão e buscar o vestido. — Explica.
Estaciono meu carro em frente ao seu prédio.
— Antes que eu esqueça. — Abro o porta luvas, e retiro uma caixa
vermelha quadrada da Cartier. — Use-o hoje à noite. — Ela pega a caixa e
abre, logo em seguida arregala os olhos.
— Não precisa, Gabriel. —Tenta me devolver, mas não pego.
— Gostou?
— É lindo. Vai combinar com meu vestido. — Passa os dedos pelos
brincos e o colar.
— Que bom que gostou. — Dou um sorriso e recebo um beijo
demorado.
— Obrigada. — Dou-lhe um selinho. — Preciso subir, senão não terei
tempo de me aprontar.
— Fique linda. — Pisco o olho.
— Pode deixar. — Sorri e sai do carro.
Ela dá a volta e vai em direção ao elevador. Antes de fechar ela joga
um beijo e faço o mesmo. Ligo o Bluetooth e conecto com meu celular. Ligo
para Oliver que está no carro atrás, e me informo se podemos seguir viagem.

Katherine Madison

Assim que chego, encontro Wendy em pé na sala com o celular na


mão.
— Já ia te ligar. — Guarda o celular.
— Cheguei em casa a tempo. — Coloco as chaves na cômoda.
— De quem é essa caixa? — Aponta.
— Gabriel que me deu para usar hoje. Um calor e um par de brincos.
— Digo com um sorriso.
— Enzo também me deu. —Ela sorri.
— Estamos quites. Deixa-me guardar e vamos para o salão.
As próximas horas, são de preparativos para a festa. Buscamos nossos
vestidos e sapatos, e vamos para o salão. Fazemos pequenas mudanças na cor
de nossos cabelos e lindos penteados.
Richard nos leva para casa, e mesmo contra sua vontade, nós o
convencemos a nos aguardar em nosso apartamento, enquanto nos trocamos.
Depois de um lindo vestido vermelho e uma sandália de saltos altos,
finalizo meu look com o presente de Gabriel. Me olho no espelho e vejo que
está tudo em ordem. Pego minha bolsa e vou encontrar Wendy. Ela está linda
com seu vestido verde esmeralda, e assim como eu, está usando os presentes
que ganhou de Enzo.
— Pronta? — Pergunto e ela sorri.
— Prontíssima. — Diz sorrindo.
Na sala encontramos Natalie com seu vestido azul royal.
— Nós estamos lindas! — Nos olhamos.
— Prontas? — Pergunta Richard em pé na sala.
— Sim.
Saímos e tranco a casa colocando a chave na bolsa. Kevin e Dominic
já estão na recepção nos esperando, ambos de terno. Entramos no SUV e
seguimos em direção à festa.
Capítulo 12
Gabriel Griffin

Tomo um banho e relaxo. Ansioso para ver Katherine usando o colar


e o brinco que lhe dei. Richard enviou uma mensagem, dizendo que elas o
obrigaram a subir, para que as esperassem no apartamento. Sorrio com isso.
Assim que saíram, ele me avisou que estavam a caminho. A qualquer
momento irão chegar. Começo a vestir meu smoking, quando Enzo entra no
quarto.
— Wendy disse que já estão chegando. — Avisa. Ele também está de
smoking.
— Estou quase pronto. — Ajeito a abotoadura.
— Vou descer. — Diz e sai do quarto.
A festa já começou, e muitos convidados já chegaram, dentre eles,
alguns famosos, repórteres, fotógrafos... Encontro Samantha, que está com
um vestido rosa chamativo. Como sempre.
— Você está linda! — Beijo sua bochecha.
— Já chegaram? — Pergunta.
— A qualquer momento. — Aviso.
— Assim que elas chegarem, me chama. — Assinto e ela sai para
cumprimentar os convidados. Ando e cumprimento algumas pessoas que
conheço, e encontro meus pais.
— Querido, você está lindo. — Mamãe me abraça.
— A senhora também. — Digo.
— Cadê a moça, filho? — Meu pai pergunta.
— Ela vai chegar a qualquer momento. — Avisto Enzo e vou até ele.
— Wendy disse que já chegaram. — Avisa. — Acabou de ligar.
Quando chego no meio do salão, a vejo entrando pela porta principal.
Com um vestido lindo, com uma fenda que não consigo parar de olhar. Não
enxergo mais ninguém, além de Katherine. Que mulher do carai!
Katherine olha em volta e nossos olhos se encontraram. Ela sorri e
vem em minha direção. O jeito que ela anda parece uma modelo. Puta
merda! Estou muito fodido.
Katherine Madison

Entro no salão com o pessoal. Tudo está lindo, parece realmente um


baile como Enzo disse. Lustres enormes de cristais, a decoração em tom de
vermelho e dourado. Muita gente circulando pelo salão, garçons servindo
champanhe e alguns fotógrafos. Olho em volta procurando Gabriel e o vejo
parado no meio do salão me olhando. Como esse homem pode ser tão
perfeito? Já o vi de várias formas, mas de smoking é a primeira vez. Esse
homem é o pecado em forma de gente. Sorrio para ele que parece orgulhoso
do que vê. Ando em sua direção e ele me olha de cima a baixo. Quando
chego perto, ele olha minha coxa, vai subindo até meu decote, até chegar em
meus olhos.
— Isso está me deixando de pau duro. — Fala olhando meu corpo.
— Se isso for um elogio, obrigada. — Dou um sorriso.
— Você está linda. — Seus olhos azuis me fitam.
— Ainda prefiro a primeira opção de elogio. — Pisco o olho. Ele se
inclina e sussurra em meu ouvido.
— Se prepare para mais tarde.
— Não espero nada diferente. — Ele me olha de um jeito profundo.
— Minha cunhada está linda. — Enzo me abraça.
— Obrigada, cunhado. Você não está nada mal. — Ele sorri.
— Venha, vamos andar um pouco. — Gabriel me chama.
Andamos um pouco pela festa. Gabriel me apresenta como sua
namorada a algumas pessoas importantes de New York. Tem até famosos. Um
garçom passa por nós oferecendo champanhe. Gabriel pega duas taças e
entrega uma para mim.
— Você está me matando com esse vestido. — Bebe sem tirar os
olhos de mim.
— Gostou? — Afasto minha trança, exibindo ainda mais meu decote.
— Puta que pariu... — Fala entre os dentes. — Como é que você
aparece com esse decote e essas pernas? Porra, estou quase te levando para o
banheiro.
— Sinto que acertei no vestido. — Dou um sorriso e bebo meu
champanhe.
— Katherine... não me provoque. — Me olha. Olho para os lados e
vejo que ninguém está nos olhando.
— Estou sem calcinha. — Afasto meu vestido, mostrando.
Ele olha minha perna e prende a respiração.
— Porra! — Rosna. Pega minha taça e coloca em cima de uma
bandeja junto com a sua, e segura minha mão, me arrastando.
— Aonde estamos indo? — Pergunto. Ele para na minha frente e se
aproxima do meu ouvido.
— Comer você! — Sussurra.
Entramos num banheiro afastado da festa e ele tranca a porta. Me
encosta na parede e me beija cheio de desejo, me causando frio na barriga.
Começo a tirar seu paletó do smoking enquanto ele me beija.
— Você quer me enlouquecer. — Sua voz sai rouca. Sorrio e ele volta
a me beijar.
Enquanto minha mão passeia em seu abdome, a dele sobe por minhas
coxas, em direção à minha virilha. Quando encontra meu clitóris, não consigo
controlar meus gemidos. Gabriel não tira os olhos de mim, e seu olhar eleva
ainda mais meu tesão.
— Não consigo mais esperar. — Sua mão vai em direção a sua calça
colocando sua gloriosa ereção para fora. — Abre as pernas, amor.
Sem pensar duas vezes levanto minha perna e ele a segura. Sem muita
demora ele me penetra e gemo com o contato. Ele segura em minha cintura e
começa a estocar com força. Ele me solta por um instante e abaixa as alças do
meu vestido, deixando meus seios à mostra.
— Lindos. — Sussurra ofegante. Se inclina e chupa meu seio
esquerdo, sem parar de estocar com força. Passo minhas mãos por debaixo da
camisa e arranho suas costas.
— Ahhh... — Gemo alto.
— Caralho... como pode ser tão gostosa. Que boceta deliciosa!
— Me fode Gabriel... — Peço ofegante. Ele intensifica seus
movimentos e meu corpo começa a se contrair. — Eu vou... Gabriel...
— Goza comigo... Oh. — Meu corpo resolve obedecê-lo e gozo forte,
gemendo alto, me segurando em seus ombros para não cair. Sinto jatos dentro
de mim. Meu corpo está trêmulo e ele tenta se controlar. Ele não tira os olhos
de mim nem por um segundo e faço o mesmo. Ele se inclina e abaixa a
cabeça em meu ombro. Ainda ofegantes, não conseguimos parar de sorrir
— Você é louco. — Falo ofegante. Ele levanta a cabeça e me olha.
— Você que me deixou com tesão com esse vestido.
— Satisfeito? — Pergunto.
— Nem um pouco. Mais tarde terá mais. — Pisca o olho e sai de
mim.
— Fica assim. — Pede, vai até a pia e pega alguns papéis. Se abaixa e
me limpa. Se levanta e dá um leve beijo em meus lábios. — Agora sim.
— Obrigada. — Ajeito meu vestido e vou até o espelho. Vejo que o
batom está intacto. Graças a Deus. Ajeito meu peito no decote do vestido e
dou um jeito no meu cabelo. Olho no espelho e vejo Gabriel colocando o
paletó.
— Precisa de ajuda? — Pergunto me virando para ele. Ele nega com a
cabeça, mas vejo a gravata borboleta troncha. Vou até ele e ajeito
— Agora está bonito. — Ele sorri. — Como estou? — Pergunto.
— Com cara de quem foi bem fodida. — Puxa minha cintura.
— Me sinto melhor agora. — Beija meus lábios.
— Vamos, podem sentir nossa falta. — Assinto, seguro sua mão e
vamos para o salão. Andamos por um momento até que encontramos
Samantha.
— Cunhada. — Me abraça.
— Feliz aniversário. — Digo.
— Obrigada. — Sorri.
— Vou levá-la para conhecer nossos pais. — Gabriel segura minha
mão.
— Vão, depois vamos dançar. — Ela se despede e se afasta.
Vamos andando pelo grande salão, até sermos interrompidos.
— Com licença, Sr. Griffin. Pode nos responder algumas perguntas?
— O rapaz pergunta. Gabriel assente, ainda segurando minha mão.
— Soube que o senhor assumiu o lugar do seu pai na Griffin
Magazine.
— Sim. Faz algumas semanas. — Gabriel afirma.
— E como está sendo sua nova função? — Pergunta o rapaz.
— Meu pai se esforçou muito para levantar a Griffin Magazine. Estar
no seu lugar é uma honra. — Meu namorado fala naturalmente.
— Então é por isso que não o vemos mais nas festas ou com outras
mulheres? — O rapaz questiona.
— Por isso também, mas meu motivo maior é Katherine Madison,
minha namorada. — Ele vira o rosto para mim e sorri.
— A senhora é Katherine? — Pergunta o rapaz. Olho para Gabriel e
ele acena, dando permissão para responder.
— Sim. — Assinto.
— Obrigado por responder nossas perguntas. — O rapaz sorri.
— Disponha. — Gabriel acena. Seguro sua mão e continuamos
andando pelo salão. Noto alguns homens olhando para mim, como se eu
fosse uma sobremesa. Gabriel revira os olhos. Algumas mulheres olham para
mim com uma cara feia. Andamos mais um pouco, e à frente encontramos
um casal, logo reconheço o pai de Gabriel, Arthur Griffin.
— Estávamos falando de você. — Arthur fala.
— Espero que seja bem. — Gabriel sorri.
— Essa é a moça, filho? — A mulher pergunta. Ela é baixa, pele
clara, loira dos olhos azuis.
— Pai... Mãe. Quero lhes apresentar, Katherine Madison. — Gabriel
me puxa.
— Oh, minha linda. Prazer em conhecê-la. — A mulher vem até mim
e me abraça. — Me chamo, Sophia.
— O prazer é meu, senhora. — Sorrio. Pela sua aparência e simpatia,
já gostei dela. E sinto que ela também gostou de mim.
— Sem senhora, apenas Sophia. — Assente.
— Se eu soubesse que seria uma das melhores funcionárias da
empresa, já tinha marcado o jantar. — Arthur me abraça com um sorriso.
— É bom revê-lo, senhor. — Dou um sorriso.
— Sem formalidades, você agora é da família, querida. — Aperta
meu ombro.
— Tudo bem... Arthur. — Sorrimos.
— Estava ansiosa para te conhecer. — Sophia segura minha mão. —
Você é muita linda.
— Obrigada, você também. — Ela sorri.
— Não se compara a você. — Olha para Gabriel. — Filho onde
encontrou esse tesouro? É a moça que Enzo sempre fala?
— Ela mesma. — Gabriel me olha.
— Que mundo pequeno. — Ela diz. — Vá se divertir querida,
teremos o final de semana para nos conhecer.
— Vamos. Nos vemos depois. — Gabriel se despede dos pais, apoia
sua mão em minha cintura e me conduz pelo salão. Olho ao redor procurando
as meninas e as vejo conversando.
— Vou deixar você com elas. — Avisa. — Vou conversar com
algumas pessoas.
— Ok. — Beija meus lábios. Me leva até as meninas e vai embora.
— Cadê Kevin e Dominic? — Pergunto.
— Foram buscar bebidas para nós. — Natalie avisa.
Um garçom passa com uma bandeja de champanhe e pego uma taça.
Logo os meninos chegam.
— Finalmente apareceu. — Kevin diz.
— Estava conhecendo os pais de Gabriel. — Levo a taça até a boca.
— Demoramos porque fomos ao banheiro. — Dominic abraça Nate.
— As minhas noras são lindas. — Sophia se aproxima de nós.
— Venha Sophia, vamos dançar. — Wendy diz.
— Não sei dançar, menina. — Diz sorrindo.
— Pois vai aprender. — Natalie diz.
— Kate, não aceita não como resposta. — Wendy a olha.
— Tudo bem. — Ela nos olha sorrindo, a puxo para a pista de dança
quando começa a tocar um funk. Começo a dançar junto com ela e as
meninas fazem o mesmo. Me divirto com toda sua alegria. Escuto as pessoas
batendo palmas de acordo com a música. Seguro sua mão para fazê-la descer
até o chão. Mas por sua idade ela não consegue, ainda segurando sua mão
desço até o chão e ela sorri. Vou levantando-me junto com ela e vejo Gabriel
sorrindo junto com o pai. As pessoas gritam e batem palma.
— Gostou? — Pergunto.
— Muito! — Joga a cabeça para trás sorrindo.
— Seu marido está ali atrás. — Aponto, ela se vira e sorri. Gabriel e
Arthur vêm em nossa direção sorrindo.
— Nunca a vi se divertindo tanto. — Arthur a abraça.
— Minha convivência com Katherine vai ser maravilhosa. — Ela
segura minha mão, com um sorriso. Eles se afastam e Gabriel me puxa para
ele.
— Você não existe. — Beija meus lábios. — Quero você dançando
funk para mim mais tarde. — Sussurra no meu ouvido.
— Pode deixar. — Pisco o olho.
Curtimos muito a festa, dançamos, conversamos, bebemos e
comemos. Gabriel me apresentou a mais algumas pessoas, sempre como sua
namorada. A cada nova atitude quero entregar meu coração a ele. A cada dia
ele me conquista ainda mais. Diferente de Fabrício, que me tratava mal,
Gabriel é o oposto, e faz de tudo para me ver feliz.
Vamos embora da festa, e assim como prometido mais cedo, danço
para o meu namorado, e aproveitamos nossa segunda festa da noite.
Capítulo 13
Gabriel Griffin

Acordo e olho Katherine deitada em meu peito, parece um anjo. Essa


mulher me faz sentir muitas coisas, e fico feliz por isso. Uma pessoa que
realmente gosta de mim e não do meu dinheiro e meu sobrenome. Gosto de
sua espontaneidade, sua simpatia, seu carisma... Gosto de ela ser realmente
quem é, quando está comigo. Ela gosta de ver todo mundo feliz ao seu redor.
Fiquei excitado vendo-a dançar funk com aquele vestido tentador, mas ela
dançando com minha mãe, foi hilário. Acho impossível alguém não gostar de
Katherine. Olho para ela, ainda adormecida, afasto meu braço pra ver as
horas no celular, nove horas. Afasto seu cabelo e acaricio seu rosto.
— Acorda, querida. — Ela se remexe e me abraça mais forte. — Não
finja que está dormindo.
— Hmmm... — Murmura manhosa. Sorrio e acaricio seu rosto.
— Vamos, acorde. — Sussurro. Se mexe, e coloca seu rosto em meu
pescoço.
— Bom dia. — Fala baixinho.
— Bom dia. — Aliso seu cabelo. — Temos o dia pela frente, vamos
aproveitar.
— Quero dormir mais. — Me abraça mais forte.
— Temos que aproveitar. Só temos hoje e amanhã. — Ela assente e
respira fundo.
— Vou tomar banho. — Diz com a voz rouca. Se levanta e noto que
está nua. Que corpo. Meu pau acorda e Katherine vê o volume por debaixo
do lençol e sorri para mim.
— Nem pensar. Você disse que temos o dia pela frente. — Cruza os
braços. Olho seus seios empinados, que são uma delícia.
— Mas isso faz parte. — Olho para meu pau e a olho.
— Vou tomar banho. — Sorri e se vira para ir ao banheiro. Que
bunda! Olho para minha ereção sorrindo.
— É amigo, não vamos transar agora de manhã. — Murmuro.
— Está falando comigo? — Ela grita do banheiro.
— Não! Apenas estou convencendo meu pau a ficar mole, porque
minha namorada me negou sexo. — Grito.
— Besta! — Grita de volta.
Minutos depois ela sai do banheiro nua. Olha para mim e sorri.
— Sério isso? — Olho seu corpo. Se inclina e pega algo na sua bolsa
me dando uma bela visão do seu cuzinho e sua bocetinha. Ela pega uma
calcinha e veste. E puta que pariu, é fio dental! Ela se vira apenas de calcinha
e sorri para mim.
— Vai ficar aí o dia todo?
— Não. — A olho com muito desejo. Mulher bonita da porra.
— Olha, se você for tomar banho logo, podemos fazer uma rapidinha.
— Ela sorri de um jeito sexy. Sem pensar duas vezes, me levanto e vou tomar
um banho rápido, enrolo uma toalha no meu quadril e saio do banheiro, mas
ela já está vestida. Olha para mim e sorri.
— Você me enganou! — A olho frustrado.
— Se não tivesse feito isso, você não iria sair dessa cama. — Sorri e
guarda o celular no bolso do short e se senta na poltrona. — Estou esperando
para descermos.
— Você vai me pagar por isso. — Falo.
— Mal posso esperar. — Ela morde o lábio.
Entro no closet, e me visto. Descemos e vamos direto tomar café.
Todos já estão na mesa.
— Bom dia. — Cumprimentamos todos.
— Bom dia, queridos. — Meu pai nos olha.
— Dormiram bem? — Mamãe pergunta.
— Sim. — Kate assente.
— Ótimo. Tem uma bela praia esperando por vocês. — Mamãe sorri.
Katherine sorri e começa a se servir.

Katherine Madison

A mansão é enorme. Depois de um excelente café da manhã, Gabriel


me leva para conhecer a casa. Fico impressionada com a beleza e os detalhes
impecáveis da decoração. Fico fascinada com a parede de vidro que permite
uma bela visão da praia e a imensa piscina no jardim.
— Ali é o acesso à praia. — Gabriel aponta. Vejo um deck grande e
comprido que vai até a areia.
— Vamos hoje? — Pergunto.
— Sim, deixa eu te mostrar o restante da casa. — Diz e continuamos
nosso tour pelos cômodos do andar superior.
— Encontrei vocês. — Sophia aparece.
— Sua casa é muita bonita. — Ela sorri.
— Obrigada, querida. — Ela segura minha mão. — Filho, seu pai
deseja falar com você no escritório. — Ele assente e me olha.
— Katherine fique com mamãe, eu já volto. — Beija meus lábios e se
retira.
— Vamos querida, quero te conhecer. — Ela sorri para mim. Vamos
até a varanda e nos sentamos no sofá.
— Você é de onde? — Pergunta.
— Sou da Califórnia, estou em New York há três anos. — Digo.
— Gabriel disse que seus pais são militares. — Fala.
— Sim, meu pai é tenente e minha mãe é médica.
— Interessante. Ele me contou que foi Enzo que ajudou você e
Wendy a entrar na empresa.
— Sim, pura coincidência. — Sorrio. — Encontramos ele no corredor
e ele nos reconheceu.
— Fico feliz que tenha entrado na vida de Gabriel. — Seus olhos
brilham.
— Eu gosto muito do seu filho, Sophia.
— Fico feliz. Depois que ele deixou sua ex-noiva, Tiffany. Ele não
quis se relacionar com ninguém. — Olha seu jardim. Então Gabriel teve uma
noiva e não me contou nada?
— Quanto tempo faz que ele deixou Tiffany? — Pergunto curiosa.
— Faz um ano, eu acho. Ela era uma interesseira, só queria seu
dinheiro. — Explica.
— Entendo. — Murmuro. Conversamos mais um pouco e depois vou
para o quarto colocar a roupa de banho.
— Posso entrar? — Wendy bate na porta.
— Entra! — Grito e ela entra, já com sua roupa de praia.
— Está pronta? — Pergunta ela.
— Sim. — Assinto. Pego minha bolsa e saio. Quando chegamos na
sala, Gabriel está conversando com seu pai. Estou chateada.
— Praia ou piscina? — Pergunta Kevin.
— Praia. — Natalie fala, seguimos para a praia, e logo entramos no
mar.
— A água está ótima. — Samantha fala.
Kevin e Dominic estão nadando e nós quatro ficamos juntas. Fico
pensando em como Gabriel me magoou escondendo seu noivado. Foi difícil
pra caramba contar a ele sobre minha história com Fabrício. Para um casal
ficar noivos, é porque tem sentimentos fortes. Pelo menos eu penso assim.
Caso me pedisse agora, eu não aceitaria. É um passo avançado, e foi esse
passo que Gabriel deu. E ele mentiu dizendo que nunca tinha sentindo algo
por alguém, como sente por mim.
— Katherine, você escutou? — Pergunta Wendy, me tirando dos
meus pensamentos.
— Não, o que foi? — Pergunto.
— No que está pensando? — Pergunta Natalie.
— Gabriel escondeu algo de mim. — Olho para o mar.
— O que foi, amiga? — Wendy me olha.
— Ele já foi noivo! — Natalie, Wendy e Samantha se olham
desconfiadas. — Espera aí, vocês sabiam?
— Sim. — Falam juntas.
— E não pensaram em me contar? — Olho-as.
— Amiga, desculpa. Mas quem deveria ter dito a você era Gabriel. —
Samantha diz.
— Eu concordo com a Sam. — Wendy me olha. Elas têm razão,
quem deveria me dizer isso era Gabriel.
— Desculpa. — Murmuro.
— Quem te falou isso? — Pergunta Natalie.
— Sophia. Mas sei que não foi essa a intenção. Ela a criticou, disse
que era interesseira. — Explico.
— Realmente. — Nate assente. — Eu já estou a mais tempo que
vocês na empresa, e já conheço bem a família. Tiffany passava por lá, nem
um bom dia ela dava.
— E como ela é? — Pergunto curiosa.
— Nem chega aos seus pés, isso eu te garanto. — Samantha diz.
— Eu convivi pouco com ela, nunca gostei dela. — Sam faz cara de
nojo. — Sempre que ela estava por perto, eu me afastava. Toda antipática,
arrogante e metida. Nem sei como Gabriel a aguentava.
Continuamos a conversar e brincar na água. Não vejo Gabriel pela
manhã. Acho que ainda está com seu pai. Saímos da praia perto da hora do
almoço e entramos na casa. Deixo minhas coisas na varanda e vou direto para
onde o almoço será servido. Minutos depois Gabriel chega, desvio o olhar e
começo a comer, o restante do almoço ignoro Gabriel.
— Kate, você me ajuda a colocar aquele outro biquíni? — Pergunta
Wendy.
— Ajudo! — Assinto. Me levanto e me deparo com Gabriel me
olhando, o ignoro e sigo com Wendy. Trocamos nossos biquínis e voltamos
para a piscina. Deitamos nas espreguiçadeiras.
— Dominic vai embora de New York — Natalie fala.
— Para onde? — Pergunto.
— Europa. — Faz uma pausa. — Ele quer que eu vá com ele.
— Que ótimo amiga. — Digo.
— Não posso ir gente, sempre quis trabalhar na Griffin Magazine e
agora deixar tudo para trás? Não! — Nos olha triste.
— Quando ele vai? — Pergunta Wendy.
— Mês que vem. Recebeu uma oportunidade de trabalho irrecusável.
— Murmura.
— Mas vocês podem se encontrar algumas vezes. — Wendy fala.
— Pode ser. Mas não sei como ele vai agir por lá. — Natalie o olha
dentro da piscina.
— Tipo, outra mulher? — Pergunto.
— Sim. — Assente.
— Dominic é uma boa pessoa e sei que ele vai ser fiel a você.
— Verdade, Nate. Percebi o jeito que ele te olha e te trata. Não fica
paranoica. — Nate sorri.
— Tudo bem. — Ela assente.
Me ajeito na espreguiçadeira e vejo Gabriel me olhando intensamente,
reviro os olhos e me levanto. Vou em direção à varanda quando sinto alguém
puxar meu braço.
— Pode me dizer por que está me ignorando desde que cheguei aqui?
— Pergunta Gabriel.
— Por você ter me escondido que tinha uma noiva!? — Falo o óbvio
e continuo andando.
— Eu pretendia te contar. — Anda ao meu lado.
— Quando? — Pergunto e entro na varanda.
— Não sei..., mas pretendia te contar. — Diz.
— Você ainda sente alguma coisa por ela? — Pergunto
— Não, meu amor. — Se aproxima. — Ela não significa nada para
mim.
— Gabriel... quando um casal fica noivos é porque tem sentimentos
fortes. Você ainda sente algo por ela?
— Não! Eu não sinto nada por ela. Só por você. — Segura meu rosto.
— E por que pediu ela em casamento? — Pergunto. Ele suspira.
— Quando estava com Tiffany, no início pensei que gostava dela,
mas com o tempo, ela ficou diferente e percebi que ela só estava atrás do meu
dinheiro. Ela ficou enchendo meu saco para casar. A pedi em casamento para
poder descobrir o que ela realmente queria de mim. Então descobri que ela
estava com outra pessoa. — O olho surpresa. — Que ela só queria meu
dinheiro e meu sobrenome. Depois me largaria com uma boa grana e ficaria
com seu amante.
— Isso não vai mudar nada Gabriel. Você me escondeu. — Pego
minha bolsa.
— Muda sim, eu acabei de te falar. — Segura meu braço.
— Você só me falou, porque eu descobri Gabriel. — O olho.
— Não te contei antes, porque ela não significou nada! — Passa a
mão no cabelo.
— E VOCÊ ACHA QUE FABRÍCIO SIGNIFICA ALGO PARA
MIM? — Grito e ele arregala os olhos. — Responde, Gabriel.
— Não. — Responde.
— E mesmo assim te contei o que aconteceu. — Faço uma pausa. —
E você me escondeu que já foi noivo. Acho que você ainda gosta dela.
— Não, meu amor....
— Não. — Sacudo meu braço, largando do seu aperto. — Quero ficar
sozinha. — Ele fica olhando me vestir e vou para o quarto. Tranco a porta
para Gabriel não entrar. Por isso, não queria me envolver. Eu gosto de
Gabriel, mas ele escondeu algo importante para mim e isso dói muito. Ainda
dói! Será que ainda gosta dela? E se eu for só mais uma, como eu pensava
antes?
Saio do quarto com um livro, e vou para o sofá, tentar me distrair com
um romance.
— Estava te procurando. — Wendy aparece.
— Estava aqui lendo um livro. — Dou um sorriso.
— Amiga, você está bem? — Pergunta preocupada.
— Sim... eu só queria ficar um pouco sozinha. — Ela assente.
— Tudo bem, se precisar de algo é só falar. — Avisa.
— Eu vou ficar na praia um pouco. — Digo e ela assente.
Saio andando pelo jardim e vou em direção à praia. Fico um tempo
em pé olhando o pôr do sol, sentindo o vento em meus cabelos. Me sinto
tranquila quando estou na praia. Me sento na areia e jogo a cabeça para trás
recebendo o vento. Noto a presença de Gabriel ao meu lado, mas não o olho,
continuo olhando para o mar. Ficamos um bom tempo em silêncio.
— Sabe Gabriel... eu agi errado. — Falo sem olhá-lo.
— Tudo bem...
— Deixa eu terminar. — Faço uma pausa olhando o mar. — Meu
namoro com Fabrício foi abusivo. Namorei durante oito meses, e hoje sinto
que foram os piores meses da minha vida. — Suspiro. — Ele me tratava mal
quando eu não concordava ou não fazia algo que ele queria. Às vezes até me
batia, apontava arma na minha cabeça, me xingava de tudo que não prestava.
Ele era carinhoso e amável quando queria esconder alguma arma ou droga na
minha casa. — Olho para ele que está atento a tudo que falo. Desvio o olhar e
continuo olhando para o mar, que de certa forma me acalma. — Ele me traía
com outras mulheres, quando eu falava que não estava preparada para transar
pela primeira vez, ele fazia questão de sair com outra mulher de mãos dadas
na minha frente. Ele assumia na minha frente que tinha desejo por outras
mulheres. Ele bebia e ficava agressivo, eu ficava com manchas no corpo.
Wendy me ajudava a esconder, passava maquiagem para meus pais não
verem, mas ela também me aconselhava a me afastar dele. Sei que é loucura
da minha parte, mas eu gostava do luxo, tinha joias e roupas caras, até
exclusivas, pois eu namorava o poderoso traficante.
— Você matou alguém? — Pergunta.
— Não! Mas já atirei em alguém. — Respiro fundo. — Tinha um cara
devendo droga e Fabrício queria que eu aprendesse coisas, já que eu queria
ficar com ele. Então atirei, mirei certeiro em sua perna, mas me arrependo até
hoje. Estava completamente cega por ele. Com o tempo, não queria mais as
roupas ou joias, pois sabia que aquilo vinha tudo de mortes e lágrimas de
mães. Eu não queria isso para minha filha ou filho quando eu os tivesse.
— Mas já passou. — Ele pousa sua mão em minhas costas.
— Quando vi que ele não iria sossegar até conseguir minha
virgindade, a entreguei para ele. — Minha voz sai trêmula e sinto as lágrimas
caírem em meu rosto. — Se eu pudesse voltar atrás, eu voltaria.
— O que ele fez a você? — Pergunta sério.
— Ele me machucou, me obrigou a fazer coisas. — As lágrimas
descem pelo meu rosto. — Ele não foi nada paciente comigo, não ligou para
o que eu sentia, só se importava com ele. Depois que terminou, ele me
mandou embora e disse que eu não servia.
— Filho da puta. — Rosna Gabriel.
— Quando cheguei em casa, acabada de tanto chorar e muita dor. Fui
para o banheiro e comecei a sangrar muito. — Choro. — Wendy me levou
correndo para o hospital, fiz exames, tomei a medicação e voltei para casa
sem que meus pais soubessem, eles estavam viajando. — Enxugo as
lágrimas. — Mas Kevin desconfiou de tudo e tive que contar para ele. No dia
seguinte decidimos vir para New York, meus pais providenciaram tudo. Mas
antes, fui à delegacia e contei tudo.
— Ele está preso? — Pergunta Gabriel com raiva.
— Sim. Ele foi preso na mesma semana. Soube por que tem uma
colega de Wendy que mora lá e nos disse. — Enxugo minhas lágrimas. —
Então, vim para New York, sofrendo por causa dele. Você pode me julgar,
mas eu era apaixonada por ele.
— Não, meu amor, não vou julgar você. — Coloca uma mexa de
cabelo atrás da minha orelha.
— Praticamente entrei em depressão, entreguei tudo que tinha para
um homem que não dava a mínima para mim. Por isso decidi não confiar em
mais nenhum homem e muito menos sentir algo de novo.
— Desculpa se eu...
— Gabriel. — Olho para ele. — Te dei um voto de confiança. Estou
me deixando pela primeira vez depois do ocorrido, sentir algo por alguém,
me permitir ser feliz. Então, por favor, não esconda nada de mim.
— Prometo. — Segura minha mão.
— Você ainda gosta dela? — Pergunto e ele me olha.
— Só existe você, meu amor, mais ninguém. — Vejo sinceridade.
— Obrigada, por ser sincero. — Olho para o mar.
— Obrigado por ter me contado tudo. Assim me dedico mais pela sua
segurança. — Fala.
— Não precisa, ele está preso. — Murmuro.
— Mas quero cuidar de você, e agora que oficializamos, você está
vulnerável. — Ele se levanta.
— Vai começar com isso de novo? — Bufo.
— Sim. — Me levanto. — Vem. — Se abaixa e eu pulo em suas
costas e ele sai andando comigo pelo jardim da casa.
— Gabriel eu vou cair. — Grito quando ele começa a correr.
— Vai nada. — Grita aos risos.
— Gabriel... — Ele começa a correr em círculos. — Eu vou cair... —
E caímos na grama ainda aos risos.
— Você está bem? — Pergunta ofegante.
— Estou. — Suspiro. — Eu disse que iríamos cair.
— Você se machucou? — Pergunta com um sorriso.
— Não e você?
— Também não. — Sorri e me puxa, me deito em cima dele.
— Eu sou pesada. — Digo. Ele me olha de forma intensa e afasta meu
cabelo do rosto, colocando atrás da minha orelha.
— Eu quero te fazer feliz. — Me olha. — Vou fazer de tudo. — Me
puxa e me beija. Ele coloca a mão na minha nuca e abro a boca dando espaço
para sua língua entrar. Coloco minha mão em seu rosto enquanto ele me
beija. Sua mão direita está em minha cintura me abraçando.
— Tem pessoas ao redor, vão fazer sexo no quarto! — Escutamos a
voz de Kevin. Levanto a cabeça e o olho.
— Fala sério cara! — Gabriel joga a cabeça para trás, saio de cima de
Gabriel e me sento na grama.
— Sério que vocês iriam fazer isso aqui? — Pergunta Kevin.
— Sim. — Gabriel disse.
— Não! — Digo ao mesmo tempo. — Fala sério, Gabriel. Não íamos
fazer nada aqui. — Dou um soco de leve na sua perna e ele sorri.
— Vocês parecem coelhos no cio. — Kevin cruza os braços.
— O que você quer, Kevin? — Pergunto.
— Wendy e Natalie estão te procurando. — Kevin avisa.
— Tá bem, vou lá falar com elas. — Me levanto e vou até elas.
Capítulo 14
Gabriel Griffin

Katherine se levanta e vai em direção à casa.


— Então cara. — Kevin se senta no chão, ao meu lado.
— Katherine me contou tudo sobre Fabrício. — Digo. — Nos
mínimos detalhes.
— Tem vontade de matá-lo? — Ele me olha.
— Sim, você não imagina o quanto. — Falo com raiva. Só de pensar
que ele a machucou diversas vezes, que a xingou de todas formas possíveis e
até pôs uma arma em sua cabeça..., isso é demais.
— Me sinto assim também. — Kevin suspira.
— Você tem algum contato com alguém de lá? — Pergunto.
— Tenho sim, meu amigo Lucas. Pedi que ele me mantivesse
informado.
— Ótimo, qualquer novidade, me avisa. — Peço.
— Você realmente gosta dela, não é? — Kevin me olha.
— Muito, e farei de tudo por ela. — Suspiro.
E faria mesmo, até matar para protegê-la.
— Nisso posso concordar, Kate é tudo para mim, Gabriel.
— E ela é tudo para mim. — Falo pensativo. Ficamos um tempo em
silêncio.
— O que você pretende? — Pergunta quebrando o silêncio.
— Quero que você me mantenha informado de tudo, cada passo dele.
— Lucas pode se infiltrar para colher informações, mas o custo é alto.
— Me olha.
— Dinheiro não é problema. Pago o que for preciso. Mande-o se
infiltrar o mais rápido possível. Peça para ele passar os dados do depósito e o
valor. — Peço angustiado.
— Ainda hoje falo com ele. E sobre a segurança dela por aqui? —
Pergunta.
— Vou chamá-la para morar comigo e a tiro da empresa. Vou bancá-
la. — Explico e Kevin gargalha.
— Sem chances, cara. Kate é uma mulher decidida e não vai permitir
que nenhum homem banque tudo para ela. Ela quer ser independente, não vai
rolar. A feminista grita dentro dela. — Diz sorrindo.
— Então reforço a segurança dela. Já coloquei Richard à sua
disposição, agora vou colocar mais dois. Esse filho da puta não vai encostar
nela de novo. — Digo firme.
Katherine sai da casa com Wendy, Sam e Natalie vestidas com roupas
de banho.
— Juntos cara. Tudo por Kate. — Bate no meu ombro.
— Tudo por ela. — Digo ainda a olhando.
Ela nos chama, e vamos para perto delas.
— Vamos entrar na piscina — Coloca os braços em volta do meu
pescoço.
— Claro, vou colocar a sunga e já desço. — Beijo seus lábios. Me
afasto e vou me trocar. Quando saio vejo Kevin no corredor.
— Kevin. — O chamo.
— O que foi? — Se aproxima.
— Esse assunto do seu amigo, fica apenas entre nós. — Peço.
— Kate nem pode sonhar com isso, senão ela tomará à frente de tudo.
— Explica.
— Quando você terá uma resposta? — Pergunto.
— Até amanhã, sem falta! — Diz.
— Ótimo. Agora vamos antes que Katherine desconfie. — Digo.
Katherine está só de biquíni e ainda não entrou na piscina, está
mexendo no celular. Chego mais perto dela e a abraço por trás.
— Cheguei. — Beijo seu pescoço. Ela bloqueia o celular e se vira
para mim.
— Está ocupada?
— Não, estava mandando mensagens para meus pais. — Dá um
sorriso. Dou um leve beijo em seus lábios.
— Vão ficar namorando aí ou vão entrar? — Grita Samantha dentro
da piscina. Reviro os olhos e Katherine sorri. Se afasta e coloca o celular em
cima da sua roupa e mergulhamos na piscina.
— Quando vamos vir aqui de novo? — Pergunta Dominic.
— É só marcar. — Minha irmã diz.
Ficamos conversando besteira por muito tempo. Não estamos a fim de
jantar, então pedimos a cozinheira para fazer alguns petiscos e trazer bebidas.
Estou dentro da piscina, com os braços na borda, junto com Kevin e Enzo.
Dominic foi buscar mais bebidas. Katherine e as meninas estão sentadas nas
espreguiçadeiras bebendo e conversando.
Ela se levanta e senta de lado na minha frente, com uma pose
sedutora, suas pernas definidas e seios lindos me encarando, é impossível não
ficar com tesão com ela tão próxima de mim.
— O que foi? — Seus olhos verdes me fitam
— Nada. — Olho seu corpo.
— Você é tarado. — Ela murmura.
— Por você. — Passo a língua no lábio inferior.
— Vamos entrar. — Natalie avisa.
— Tá bem. — Digo.
Eles saem e ficamos apenas eu e Katherine. Termino de tomar meu
uísque, colocando o copo um pouco afastado da borda da piscina. Me afasto e
nado um pouco, aproveitando a água morna. Katherine senta na beira de
piscina com os pés na água. Vou até ela, e entro no meio das suas pernas. A
abraço pela cintura e coloco minha cabeça bem perto...
— Nem pense. — Ela se afasta.
— O quê? — Me faço de desentendido.
— Você, querendo fazer sexo aqui. — Olho para os lados, vendo se
tem alguém nos olhando.
— E daí? Você é minha namorada. — Falo o óbvio.
— Você é doido. Alguém pode nos ver. — Tenta me empurrar.
— Você está de costas ninguém vai ver. — Explico.
— Você é louco. — Me olha nervosa. Tiro meus braços da sua
cintura.
— Vem mais para a ponta e abre mais um pouco as pernas. — Peço.
Ela me olha completamente excitada e faz exatamente o que peço. Se inclina
e apoia com as mãos. Olho para atrás e confirmo que não tem ninguém.
Afasto seu biquíni e olho para ela.
— Para de me olhar e faz logo. — Sussurra. Me aproximo e passo a
língua em seu clitóris e começo a fazer movimentos circulares. Essa mulher
me deixa louco. Eu nunca fiz sexo em público, mas com ela tudo é diferente.
Olho para ela e vejo sua expressão de tesão. Coloco um dedo em sua entrada
e faço movimentos de entra e sai sem deixar de fazer movimentos circulares
com a língua. Ela começa a gemer e puxar meus cabelos.
— Amor, geme baixinho. — Peço e volta a chupá-la. Continuo e vejo
seus mamilos duros e sua linda expressão de que está prestes a gozar.
— Gabriel... eu não... aguento... mais. — Se contorce e goza na minha
boca. Lambo tudo, sem deixar nada. Olho para ela sorrindo.
— Vem cá. — Seguro sua cintura e a coloco na água. —Vou fazer
bem devagar, para não notarem a água se movimentando muito.
— Nossa... — Suspira e a encosto na borda da piscina, e me
aproximo.
— Cruza as pernas na minha cintura. — Peço. Afasto seu biquíni e
tiro meu pau da sunga e a penetro bem devagar.
— Hm. — Morde o lábio.
— Quando sentir que deve gritar me beija. — Sussurro perto dos seus
lábios. Então começo a me movimentar devagar. Ela me preenche por
completo, nunca me senti assim com outra mulher. Abraço sem tirar os olhos
dela.
— Que gostoso... — Joga a cabeça para trás.
— Devagar ou com força. — Pergunto em seu ouvido.
— Não sei como escolher. — Fala ofegante.
— Sabe sim. Sei que gosta que eu te foda com força. — Ela crava as
unhas em meus ombros. Solto um gemido abafado.
— Sim. — Sussurra.
— Mas agora vou te foder devagar. — Mordo seu lábio.
— Minha nossa. — Fecha os olhos, muito excitada. Olho para os
lados e não vejo ninguém, assim, posso aumentar meus movimentos.
— Quer gozar de novo? — Pergunto.
— Quero. — Assente. Começo a estocar com força. Ela geme e
arranha minhas costas.
— É disso que você gosta, não é? Que eu te foda com força. — Falo e
solto um gemido grave.
— Sim... ahh. — Seu gemido começa a ficar mais alto. Olho e vejo
meu pai na entrada da varanda procurando alguém.
— Fica quieta, não se mexa. — Peço e ela fica quieta. Começo a me
movimentar devagar.
— Filho, você viu sua mãe? — Pergunta meu pai.
— A vi subindo as escadas. — Grito. Mentira, não vi nada.
— O que a Kate tem? — Pergunta. Katherine está abraçada com as
mãos em meu pescoço.
— Estamos apenas conversando. — Escuto Kate rindo baixo.
— Tudo bem, vou deixar vocês sozinhos. — Ele sorri e entra na casa.
— Ele já foi? — Pergunta baixinho.
— Já. — Começo a estocar com força. Sinto que ela está perto, e eu
também.
— Gabriel... não vou aguentar muito tempo. — Fala ofegante. Ela
agarra meu pescoço e me beija. Aumento a intensidade e ela geme me
beijando. Ela começa a gozar no meu pau, mais duas estocadas e gozo dentro
dela. Ainda me movimentando, ela se afasta ofegante.
— Aí Deus. — Suspira e rimos juntos. — Precisamos entrar.
— Claro, eu ainda não terminei. — Beijo seus lábios.
Capítulo 15
Katherine Madison
O dia passou rápido e aproveitamos muito. Praia, piscina, conversas
descontraídas, sem mais assuntos insignificantes, como Tiffany e Fabrício.
Conversei mais com os pais de Gabriel e estou encantada em como são
simpáticos e receptivos a mim. No fim do dia, arrumamos nossas coisas para
irmos embora.
— Está tudo pronto? — Gabriel entra apenas de bermuda no closet,
deixando à mostra seu lindo abdome cheio de gominhos e aquele V filho da
puta!
— Sim. Falta só pegar sua bolsa. — Digo. Pego sua bolsa e termino
de guardar suas coisas.
— Você vai voltar comigo. Tudo bem? — Ele guarda o celular no
bolso.
— Sim. — Assinto. — E os meninos?
— O restante vai com outro motorista. — Calça seu tênis.
Assim que chegamos na porta de entrada da casa, Sophia e Arthur
vêm se despedir.
— Amei te conhecer, Katherine. — Sophia me abraça.
— Gostei muito de você. — Sorrio.
— Venha mais vezes, gostamos muito de você. — Diz Arthur me
abraçando.
— Venho sim. Muito obrigada por receber a mim e meus amigos.
— Que venham mais vezes. Até a próxima, querida. — Sophia beija
minha bochecha, me despeço deles e vou até o Audi R8 de Gabriel.
— Me dê, amor. — Ele pega minha bolsa.
Coloca no carro e vai se despedir dos pais. Aproveito e faço um aceno
para meus amigos que já estão entrando em outro carro. Assim que eu e
Gabriel entramos no carro partimos para a estrada. A estrada é longa até o
centro de New York. Pego meu celular e ligo para minha mãe que atende no
segundo toque.
— Oi querida!
— Oi mãe, como está?
— Estou ótima, com saudades da minha menina!
— Também estou com saudades, mãe.
— Já estou sabendo de seu namoro, por que não me contou? Vi na
internet. Quero conhecê-lo.
— Em breve, mãe. — Solto um suspiro. — Cadê o papai?
— Deu uma saída rápida, mas digo que você ligou.
— Tá bem, mãe, preciso desligar. Já estou voltando para casa.
— Cuidado, querida. Te amo.
— Também te amo, mãe. — Desligo o telefone.
— O que foi, amor? Algum problema? — Pergunta Gabriel
preocupado, enquanto dirige.
Pego meu celular e acesso à internet, e já tem várias fotos nossas no
aniversário de Samantha na sexta. — Olha aqui! — Mostro as fotos a ele.
— Qual o problema? — Pergunta.
— Você sabe que gosto de uma vida mais reservada, Gabriel. — O
olho.
Leio o título em voz alta: “O solteiro mais cobiçado de New York está
comprometido! Quem será a nossa queridinha, Katherine Madison?”
— Desculpa, meu amor. — Me olha.
— Agora vão pesquisar a fundo e vão saber que eu era namorada de
um traficante. Que ótimo! — Bufo.
— Amor... ninguém vai ousar escrever algo a respeito do seu passado.
— Segura minha mão.
— Eu sei, você não quer manchar sua imagem, já entendi. — Suspiro
angustiada.
— Não falei isso. — Fala um pouco grosso e suspira. — Estou
falando que ninguém vai expor você. É diferente. — Aperta minha mão.
— Desculpa, só não quero que alguém descubra sobre meu passado.
O que seus pais vão pensar? Que sou uma segunda Tiffany?
— Você não é interesseira. Disso eu tenho certeza. — Ele me olha
rápido. — E ninguém vai saber sobre seu passado. Quem mais sabe?
— Detalhes mesmo, você, Wendy, Kevin e Enzo. Dominic e Natalie
sabem o básico.
— Tudo bem. Ninguém vai saber. — Assinto.
Põe sua mão em minha coxa e seguimos viagem. Minutos depois,
acordo do meu cochilo, mas não chegamos ainda. Olho para Gabriel, mas ele
está concentrado na estrada, desvio o olhar e encosto a cabeça na janela.
Coloco meus pés no banco e me aconchego. Sinto frio, e esquento meus
braços com as mãos.
— Está com frio? — Pergunta Gabriel.
— Só um pouco. — Sussurro. Ele se inclina e aumenta o aquecedor.
— Obrigada. — Coloca sua mão em minha coxa e alisa. — Gabriel?
— Sim?
— Como vai ser no trabalho amanhã? — Pergunto.
— Normal. Por quê? — Me olha rapidamente.
— As pessoas vão me olhar estranho. — Ele assente.
— Você é namorada do chefe. — Fala o óbvio.
— Por isso mesmo, Gabriel. Não quero ser tratada diferente, só
porque estou namorando você.
— Ninguém vai te tratar diferente, e se alguém fizer, eu mesmo
resolvo.
— Você não vai demitir ninguém por minha causa. — Olho séria para
ele.
— Vou demitir se for preciso, fora isso, fique tranquila. — Diz calmo.
Continuamos em silêncio pelo restante do caminho até chegar em
casa. Desfaço a mala e coloco minhas roupas na máquina de lavar e começo a
fazer o jantar junto com Wendy.
— Nate está bem chateada. — Wendy comenta. — Agora que ela e
Dominic estavam se dando bem, ele precisa ir embora.
— Pois é, mas eles podem se ver pelo Skype, tenho certeza que ele
pagará uma passagem área para ela ir de vez em quando visitá-lo.
— Sim. Dominic realmente gosta dela. — Ela sorri.
— E você e Enzo, como estão? — Pergunto.
— Muito bem, aproveitamos o máximo. — Seus olhos brilham. — E
vocês dois?
— Estamos bem. Estou me permitindo viver e sentir de forma
saudável. — Digo enquanto pico a verdura.
— Fico feliz, amiga. —Ela sorri para mim.

Gabriel Griffin
Depois que chego em casa, peço para a governanta cuidar das minhas
roupas e vou tomar banho. Quando termino, me visto e preparo um uísque
para mim, quando o celular toca.
— Alô?
— Gabriel, é Kevin.
— Oi Kevin, alguma novidade?
— Sim, ele aceitou. Mas ele quer te ver pessoalmente.
— Vou pedir para Richard preparar a passagem dele. Quando ele
vem?
— Essa semana, provavelmente na quarta.
— Ele é mesmo de confiança?
— Sim. Pode confiar.
— Vou resolver isso amanhã. Me passe os dados dele por mensagem.
— Pode deixar. Qualquer coisa te aviso.
— Obrigado, Kevin.
— Obrigado você, por ajuda a proteger minha irmã.
— Nós dois a amamos e faremos tudo por ela.
— Espera aí, você acabou de dizer que ama Kate? — Agora que me
dou conta do que disse. Mas a amo, depois desse final de semana..., tenho
certeza.
— Sim.
— Tudo bem, preciso ir.
— Tchau Kevin.
Tomo outro gole de uísque e vou até a janela da sala. O que Kate me
falou sobre Fabrício vem em minha cabeça. Só de pensar que ele a machucou
diversas vezes, isso me deixa bastante irritado. Uma mulher inocente, doce e
amável, o ajudando a esconder coisas em sua casa, arriscando tudo por ele e
mesmo assim, esse filho da puta acabou com ela! Ele não vai mais encostar
um dedo nela. Isso eu garanto. Deixo o copo em cima da mesa e subo para o
quarto, me deito e pego meu celular e vejo umas fotos nossas que tiramos
juntos no final de semana. Nossa foto na festa, com aquele maldito vestido,
fotos na praia e na piscina, todas estamos sorrindo, felizes.
Desde que Katherine entrou em minha vida, ela se tornou minha
prioridade. Quero muito fazê-la feliz, custe o que custar.
Capítulo 16
Katherine Madison

Acordo e faço toda minha rotina matinal. Tomo café com Wendy, e
juntas vamos para a Griffin Magazine. Mal chego e já noto olhares diferentes
em minha direção.
— Está vendo, todos estão me olhando. — Comento.
— Gata, você está namorando o chefe. — Wendy fala.
— Não quero ser tratada diferente. — Digo.
Vou direto para meu setor e começo a revisar os textos, que estão
pendentes.
— Olá, cunhadinha. — Enzo se aproxima.
— Para de me chamar assim no trabalho. Já basta os vários olhares
em minha direção. — Resmungo.
— Estão com inveja. — Ele bufa.
— Preciso entregar isso à Patrícia para ela corrigir. — Me levanto e
vou até o terceiro andar atrás de Patrícia. A encontro de pé, lendo alguns
papéis.
— Patrícia, preciso que você faça uma correção, por favor. — Peço
assim que me aproximo. Ela se vira e me olha de cima a baixo, com deboche.
— Agora que está namorando o chefão está se achando, não é? —
Cruza os braços.
— O que isso tem a ver? — Pergunto sem entender.
— Você se achando, não é, garota? — Pergunta ela.
— Patrícia, estou fazendo apenas meu trabalho. — Digo séria. — E
não tem nenhuma garota aqui. — Ela sorri e começa a chamar atenção de
todos no andar.
— Estão vendo, meninas? — Fala alto. — A namorada do chefe se
achando! — Alguns sorriem achando graça e vejo Camila se aproximando.
Ela é insuportável quando quer.
— Ora, ora, ora... — Me olha com um sorriso cínico. — Se não é a
namoradinha do chefe.
— O que você quer, Camila? — Reviro os olhos.
— Como faço para conquistar o chefão? Também quero regalias. —
Me olha com deboche. Olho ao redor e as pessoas pararam o que estavam
fazendo.
— Não tenho regalias, Camila! — Aponto, começando a ficar irritada.
— Ainda não. — Maneia a cabeça.
— Pode parar por aí. Eu só vim entregar um documento para a
Patrícia. — Mostro a pasta.
— E se eu não parar? — Dá um passo à frente. — O que você vai
fazer? Contar para o seu namoradinho?
— Eu não quero brigar, Camila! — Tento me controlar.
— Mas eu quero. Você se acha demais desde que entrou aqui. Agora
que está namorando Gabriel, está pior! — Me olha com raiva.
— Para você e os demais, é senhor ou senhor Griffin, Camila. —
Uma voz masculina soa atrás de nós. Quando me viro, Gabriel está sério com
as mãos no bolso.
— Me desculpe, senhor. — Camila abaixa a cabeça.
— Quero você e Patrícia na minha sala. AGORA! — Fala um pouco
alto.
— Mas eu não fiz nada. — Camila diz.
— Nem eu. — Patrícia se defende.
— Vocês querem me fazer de idiota? — Ele solta uma risada sem
humor. — Estou olhando essa palhaçada desde o início. E sei muito bem o
que aconteceu aqui. — Fala muito irritado.
— Ela que provocou, só porque está namorando você. — Camila
aponta para mim.
— Ela já chegou aqui dando ordens, como se fosse a dona. — Patrícia
fala fazendo gestos.
— CHEGA! — Gabriel grita. Pega o telefone e faz uma ligação. —
Natalie, prepare a demissão de Camila e Patrícia. Agora! — E desliga o
telefone.
— Mas... — Ele corta Patrícia.
— Sem mais, estão demitidas. — Avisa, pondo o celular no bolso.
— Gabriel... — O chamo, ele me olha e seu rosto amolece por alguns
segundos.
— Depois nos falamos. —Toca de leve no meu braço. Assinto e ele
volta a sua cara séria.
— Vocês duas, na minha sala agora! — Aponta para Patrícia e
Camila. Sai e elas vão atrás. Olho ao redor e todos estão olhando Gabriel
indo embora com as meninas.
— Alguém pode fazer isso, por favor? — Pergunto envergonhada.
— Eu faço. — Bianca se aproxima.
— Obrigada. — Suspiro e saio indo em direção ao refeitório,
angustiada. Logo vejo Enzo, Natalie e Wendy na mesma mesa de sempre.
— Já estou sabendo o que aconteceu. — Enzo comenta e me sento ao
lado deles.
— Gabriel está puto. — Enzo fala. — Eu subi e ele não pegou leve
com elas.
— Você foi até a sala dele? — Pergunto.
— Sim, ele me ligou. — Toma seu café.
— Sério, se soubesse que iria ser desse jeito...
— Pode parando por aí! — Enzo me olha. — Gabriel, realmente gosta
de você.
— Você vai se deixar levar por causa dessas putinhas? — Pergunta
Natalie.
— Deixa elas pra lá. — Wendy fala.
Meu celular toca.
— Alô?
— Amor, vem aqui na minha sala. — Gabriel pede.
— Gabriel... é melhor não.
— Por favor. — Implora. Passo um tempo em silêncio e suspiro.
— Tudo bem.
— Estou te esperando. — Desligo o telefone.
— O que foi? — Wendy me olha.
— O chefe quer me ver. — Informo. Me despeço e sigo para o andar
da presidência, a secretária de Gabriel se adianta.
— A senhora já foi liberada para entrar. — Fala assim que me
aproximo.
— Obrigada. — Dou um sorriso. Ando até a porta de Gabriel, dou
duas batidas e abro a porta. O vejo bem concentrado no computador,
digitando bem rápido. Ele levanta a cabeça e seus olhos azuis me fitam.
— Espere só um minuto. — Assinto e ele volta a mexer no
computador. Me sento no sofá e fico olhando a linda vista para a Quinta
Avenida, não resisto e vou até a janela, admirar toda aquela movimentação.
Escuto Gabriel falando ao telefone, mas não me viro.
— Preciso resolver um assunto agora, depois nos falamos. — Escuto-
o falar. Continuo de costas e cruzo os braços. Gabriel encerra a ligação escuto
seus passos vindo até mim. Sinto suas mãos em meus braços.
— Desculpa pelo modo que agi. — Sussurra.
— Não precisava demiti-las. — Me afasto. Ando até o meio da sala,
— Precisava sim, elas iriam ficar te irritando em todo canto. — Fala.
Viro-me e o vejo colocando as mãos nos bolsos da calça social.
— Eu já deveria ter vindo preparada para isso. — Falo.
— Ninguém vai te incomodar mais, deixei isso bem claro. — Diz.
— Eu vi, você gritou em alto e bom tom. — Murmuro. Ele suspira e
vem andando até mim.
— Amor, eu tinha que agir como o dono da empresa. É para todos
aprenderem o que acontece, quando desafiam seu chefe. — Comenta. Ele
segura meu braço de leve e nos guia até o pequeno sofá, e se senta ao meu
lado.
— Só quero que isso passe logo. — Coloco uma mexa de cabelo atrás
da orelha.
— Vem cá! — Me puxa, me fazendo sentar em seu colo de lado. —
Não fica assim. — Ele acaricia meu rosto.
— Tudo bem. —Suspiro. Ele se inclina, puxando minha nuca e sela
nossos lábios, num beijo singelo, que vai aumentando e ficando mais intenso.
— Quero você. — Sussurra em meus lábios. Ele segura minha
cintura, me levantando, fazendo-me ficar sentada de frente para ele. Minhas
mãos vão para sua gravata, a desfaço com agilidade e jogo em cima do sofá.
Ele tira meu blazer e joga no sofá. Ainda nos beijando começo a desabotoar
sua camisa dando visibilidade ao seu lindo abdome. Passo minhas unhas de
leve em sua barriga e ele estremece. Coloco minhas mãos em seu cinto e o
abro. Ele me puxa para mais perto e sua mão aperta minha bunda. Começo a
me esfregar em sua ereção e ele geme baixinho.
— Você gosta de me enlouquecer. — Fala entredentes.
Saio de cima dele e me ajoelho no meio de suas pernas, olho para ele
e sorrio. Desabotoo sua calça e ele levanta, permitindo que eu a tire junto
com a cueca. Sua gloriosa ereção, grande e grossa, pula apontando para o seu
umbigo. Olho para ele e passo a língua em meu lábio e ele sorri. Me inclino e
passo a língua de leve em sua glande e ele geme baixinho. Coloco seu pau em
minhas mãos e começo a masturbá-lo e a chupar ao mesmo tempo.
— Kate... Porra! — Geme. Sua mão vai em meus cabelos e segura de
leve. Passo a língua em todo seu pau, sem tirar os olhos deles.
— Porra... não me olha assim. — Ele joga a cabeça para trás. Tiro a
boca e continuo a masturbá-lo. Ele me olha cheio de tesão. Tiro as mãos de
seu pau, e vou até as alças do meu vestido e as abaixo, expondo meu lindo
sutiã rendado vermelho. Olho para ele que passa a língua nos lábios, se
inclina e tira meu sutiã, deixando meus seios à mostra. Ele aperta de leve e se
encosta no sofá. Me inclino e coloco seu pau entre meus seios, fazendo a
famosa espanhola.
— Caralho.... — Rosna ele.
Passo a língua em sua glande e olho para ele. Ele involuntariamente
ergue o quadril, fazendo os movimentos que lhe dão mais prazer. Junto mais
meus seios, fazendo-os apertar ainda mais seu membro, e ele rosna, forçando
mais o quadril em um vaivém satisfatório para ele.
— Chega! — Sua voz sai rouca. Tira o seu paletó junto com sua
camisa, jogando-os no sofá, me levanta fazendo com que lhe abrace com as
pernas e anda comigo até a mesa. Ele afasta as coisas de cima da mesa e se
vira para mim, levanta meu vestido e tira minha calcinha. Olha para mim e
cheira minha calcinha. Nossa..., que cena mais erótica e que me deixa tão
excitada.
— Essa é minha! — Ele me dá um sorriso safado. Joga minha
calcinha no sofá junto com seu paletó e me olha de forma intensa.
— Adoro quando você é assim. — Passo minhas mãos pelo seu
peitoral definido.
— Você vai adorar o que vai acontecer aqui. — Ele me deita na mesa
e me puxa para a beirada. Sem mais demora ele me penetra de uma vez.
— Ahh. — Reviro os olhos e me apoio na beirada da mesa.
— Você gosta, não é? — Fala entredentes. — Responde ou eu paro.
— Sim. — Sussurro.
— Não escutei.
— Sim. — Digo um pouco mais alto, e solto um gemido.
— Vira. — Dá dois tapinhas na minha perna. Saio de cima da mesa e
fico de costas para ele. Me inclino, empinando minha bunda e coloco a perna
esquerda apoiada na mesa.
— Que bunda gostosa! — Bate na minha bunda. Gemo baixinho e ele
dá outro tapa. Isso está me deixando muito excitada. Esse homem ainda vai
acabar comigo!
— Quero você dentro de mim, Gabriel. — Digo cheia de tesão. Ele
pincela seu pau na minha boceta, me deixando mais excitada e entra de vez.
— Nossa... — Me apoio na mesa. Ele enrola meu cabelo em sua mão
e começa a estocar com força. No escritório só se escuta nossos gemidos e
nossos corpos batendo. Foda-se quem está escutando lá fora, essa sensação
está me consumindo. Com sua mão esquerda ele segura meu quadril.
— Você é gostosa para caralho. — Mete fundo e rápido, me seguro na
borda da mesa para não cair. Uma sensação começa a se espalhar pelo meu
corpo.
— Mais Gabriel... mais. — Gemo alto e ele começa a estocar com
mais forças e a sensação se intensifica.
— Isso... aperta meu pau. — Grunhe sem parar de meter com força.
Esse homem ainda vai acabar comigo, ele foi feito para o sexo. Só
pode! A sensação já está mais forte, se contraindo dentro de mim.
— Gabriel... — Gemo alto e meu corpo explode com o orgasmo
tomando conta de mim. Ele ainda continua me estocando forte, atrás da sua
libertação. Sinto seu pau inchar e ele intensifica ainda mais suas estocadas.
— Katherine... — Goza dentro de mim. Sinto os jatos grossos, me
preenchendo enquanto ele vai diminuindo a velocidade das estocadas. Nós
estamos ofegantes. Ele sai de dentro de mim e me vira.
— Você ainda vai acabar comigo. — Sussurra ofegante, perto do meu
rosto. Me abraça e cheira meu cabelo. Ficamos um tempo assim e depois nos
afastamos. Ele olha para o relógio no seu pulso e suspira.
— Amor, tenho um almoço de negócios agora. Nos vemos depois? —
Me olha.
— Vou almoçar com Wendy e Natalie. Não tem problema. — Digo.
— Qualquer coisa te envio mensagem. — Beija minha testa.
— Ok. — Assinto. Começamos a nos vestir, e percebo que meu
vestido não amassou. Ainda bem! Até que o vejo guardar minha calcinha no
bolso da calça.
— Sério que vai ficar com a minha calcinha? — Sorrio.
— Claro, já que não vai estar perto de mim, sua calcinha vai servir. —
Ele me dá um olhar safado. Meu celular toca com a notificação de
mensagem. Wendy.
Wendy: Vai almoçar com a gente ou vai ficar com seu chefe?
Sorrio e escrevo de volta.
Eu: Já estou descendo.
— O que foi? — Pergunta.
— Wendy está me chamando. Preciso ir. — Bloqueio meu telefone.
— Vamos, desço com você. — Saímos de seu escritório e vamos até a
saída da empresa, e sinto olhares para nós durante todo o percurso.
— Finalmente! — Natalie se aproxima.
— Não posso ter um momento a sós com a minha namorada? —
Gabriel fala com um sorriso.
— Claro que pode! Mas precisamos dela também. — Wendy.
— Ela é toda de vocês. — Ele me olha. — Bom almoço, amor.
— Para você também. — Ele me dá um beijo na bochecha.
—Tchau meninas.
— Tchau Gabriel. — Falam em uníssono.
— Vamos? — Nate pergunta.
— Estou faminta! — Falo.
Ao chegarmos no restaurante, fazemos nossos pedidos e aguardamos.
— Então, Patrícia e Camila saíram que nem bala pegava. — Wendy
comenta.
— Elas imploram para eu não preparar os papéis. — Nate comenta.
— Eu não queria que ele as tivesse demitido. — Falo um pouco
desconfortável.
— Amiga, nós sabemos disso. Mas Gabriel é o chefe, ele tem que
manter ordem. —Wendy fala.
— Kate, se Gabriel deixasse por isso mesmo, que moral ele iria ter em
sua empresa? As garotas o desafiaram e isso não se faz. — Nate me olha.
Assinto e suspiro.
— Vocês têm falado com Samantha? — Pergunto.
— Não. — Negam.
— Notei ela estranha com Kevin. — Natalie fala.
— Como assim? — Franzo a testa.
— Acho que eles ficaram depois da festa. — Natalie sorri.
— Realmente, eu não vi o Kevin e nem Samantha depois. —Tomo
meu suco.
— Exatamente, e acho que ela está te evitando. — Wendy me olha.
— Isso... é loucura. Eu nunca iria intervir em nada. — Comento.
— Mas é por ele ser seu irmão. — Nate fala.
— Ele pode ficar com quem ele quiser. — Dou de ombros.
Depois que terminamos de almoçar voltamos para a empresa e tudo já
está normal. Concluo meu dia de trabalho e vou para casa, hoje não estou
com disposição para ir à academia. Sozinha, já que Wendy saiu com Enzo,
pego um vinho e vou assistir algo na Netflix.
Minutos depois meu celular toca e vejo o nome de Gabriel na tela.
— Oi, anjo.
— Oi, querido.
— O que está fazendo?
— Bebendo vinho e assistindo Netflix.
— Posso ir para sua casa?
— Claro! Vou preparar o jantar.
— Não precisa, vou passar no restaurante e levo a comida. Em trinta
minutos chego aí.
— Tá bom. — Desligo o telefone.
Coloco mais um vinho na geladeira e decido tomar um banho
enquanto Gabriel não chega.
— Amor, cheguei! — Escuto a voz de Gabriel.
Encontro Gabriel na sala. Ele entrou, já que tem a chave do meu
apartamento.
— Oi, garotão. — Me aproximo dele e ele me puxa pela cintura e
beija meus lábios.
— Vamos comer, antes que esfrie. — Avisa.
Pego as sacolas e levo para a cozinha, pegando pratos e copos para
nos servir. Quando me viro, Gabriel está me olhando de cima a baixo.
— O que foi? — Pergunto.
— Você está linda desse jeito. — Fala.
— De que jeito? Com o cabelo bagunçado e essa roupa? — Olho meu
corpo.
— Sim. — Assente. Dou um sorriso e começamos a comer.
— Como foi no trabalho? — Pergunto.
— Tranquilo. — Bebe o vinho. — Tive algumas reuniões, nada de
interessante.
Ficamos conversando coisas aleatórias, até terminarmos de comer.
Ele vem até mim e me coloca sentada no balcão. Tira sua jaqueta, e vai até a
pia lavar os pratos. Em seguida, vamos para a sala.
— Eu trouxe algo para você. — Me olha.
— Mais presentes? — Pergunto sorrindo.
— Desse você irá gostar. — Ele me dá um sorriso. Estica seu braço
pegando sua jaqueta no sofá e tira de lá um caixinha pequena de dentro do
bolso.
— Sei que é cedo... — Vejo uma caixinha de veludo vermelho. —
Mas queria que você usasse isso. — Pego a pequena caixa de veludo
vermelha e abro. Tem um lindo anel de ouro e brilhante, com um diamante
médio e pequenos diamantes cravejados nas laterais de todo o anel.
Realmente é muito lindo.
— Você gostou? Se você não gostou...
— Eu amei. — O olho.
— Tem certeza? Se quiser posso trocar. — Fala com cautela.
— Você pensou que eu não iria gostar? — Olho o anel.
— Sim! A vendedora que me ajudou. — Murmura. — Estava
procurando, mas não sabia qual escolher.
— É lindo, Gabriel. — Sussurro. Me inclino e beijo seus lábios.
— Posso colocar? — Aponta para o anel.
— Sim. — Assinto e ele coloca no meu anelar direito.
— Ficou lindo em você! — Acaricia o dorso da minha mão.
— Mereço pintar minhas unhas de vermelho. — Olho o anel.
— É só ir, meu amor. — Beija meus lábios.
Gabriel fica comigo até tarde da noite, faço pipoca e assistimos
filmes. Mais tarde, vai embora, pois não tem roupa para o dia seguinte.
Sugeri que ele deixasse algumas aqui e que eu levasse algumas minhas para
sua cobertura.
Ninguém nunca se interessou por mim, como Gabriel. Ele me trata
bem, me dá presentes. Mesmo sendo caros, mesmo recusando ele exige que
eu aceite. Me assumiu para todos, e não se importa com o que falam a
respeito. Estou começando a realmente gostar mais de Gabriel, acho que
estou mais que apaixonada.
Espera aí Katherine, está cedo demais!
Mas o que posso fazer? Eu realmente não quero amar, não agora. Não
estou preparada para amar de verdade. Mas será que um dia consigo amar
Gabriel?
Capítulo 17
Katherine Madison

Começando mais um dia de trabalho na Griffin, vou monitorar as


impressões do dia. Mal chego e já percebo que preciso fazer algumas
alterações.
— Kim, muda esse papel, por favor. — Peço.
— Claro! — Assente.
— Não joga o outro fora. Vou mostrar a Enzo os dois. — Peço e ela
assente.
Ela imprime com a outra folha que pedi. Coloco as duas folhas na
prancheta e vou até a sala de Enzo. Bato na porta.
— Entra! — Grita ele. Abro a porta e dou de cara com Gabriel em pé
com as mãos nos bolsos. — Diz Kate. — Enzo fala. Gabriel me vê e abre um
largo sorriso.
— Amor. — Ele vem até mim. Me abraça e beija minha bochecha,
me afasto dele e vou até a mesa de Enzo.
— Enzo, vim te mostrar isso aqui. — Entrego a prancheta para ele.
— Você pediu duas impressões? — Pergunta Enzo.
— Sim. Achei essa aqui mais adequada para a revista. — Aponto para
a primeira impressão. — Mas se preferir essa, não tem problema.
— Certo. — Assente e analisa.
— Você está linda, e com esse anel está maravilhosa. — Sussurra
Gabriel em meu ouvido.
— Você também não está nada mal. — Sussurro e ele sorri.
— Pode ser esse outro, Kate. — Enzo aponta para o segundo papel.
— Assim que tiver pronto você traz.
— Ok. — Digo e saio da sala. Vou direto resolver tudo para poder
entregar a Enzo. Monitoro a impressão junto a Kim. Ela é muito simpática,
porém muito tímida. Já a chamamos algumas vezes para sair com a gente,
mas ela sempre recusa.
— Eu soube do seu namoro com o Sr. Griffin. Fico feliz. — Me dá
um sorriso sincero.
— Obrigada. — A olho com carinho.
— Soube do que aconteceu com Patrícia e Camila. — Me olha.
— Sim, não gostei nada do que aconteceu. — Falo cabisbaixa.
— São duas invejosas, não liga. Nem todo mundo quer a felicidade
dos outros. Mas com certeza elas queriam estar em seu lugar. — Ela sussurra,
me fazendo sorrir.
— Você acha que mudei? — Pergunto.
— Não, por quê?
— Elas me disseram que estou me achando só porque estou
namorando Gabriel. — Comento.
— Como eu disse, inveja! E não. Não acho que você mudou, continua
a mesma. — Me olha com divertimento.
— Obrigada. — Sorrio.
— Pronto. — Ela me entrega os papéis.
— Obrigada, Kim. — Ela sorri assentindo. Com os papéis em mãos
volto a sala de Enzo, e Gabriel ainda está por lá.
— Aqui Enzo. — Entrego os papéis. Ele fica olhando os papéis. Me
sento no sofá e cruzo as pernas. Gabriel está me olhando sentado na cadeira
de frente para Enzo. Ele olha minhas pernas com admiração. Coloco minha
mão direita no joelho para mostrar minhas unhas pintadas de vermelho dando
destaque ao anel. Ele olha para mim e sorri.
— Tudo certo, Kate. Pode finalizar! — Enzo diz. Me levanto e pego
os papéis.
— Vou subindo, depois nos falamos. — Gabriel fala para Enzo.
— Beleza. Tchau, cunhada. — Enzo acena para mim.
— Tchau, cunhado. — Dou um sorriso e saio da sala. Quando vou
sair de perto de Gabriel ele puxa meu braço.
— Onde pensa que vai? — Ele sussurra perto do meu rosto.
— Voltar para o meu trabalho. — Digo o óbvio.
— Quero você. — Me olha com carinho. Olho ao redor e noto as
pessoas nos olhando.
— Agora não posso, tenho que agilizar isso aqui. — Mostro os
papéis.
— Almoça no meu escritório? — Pergunta.
— Ok. — Assinto.
— Nos vemos depois. — Pisca o olho e solta meu braço.
Monitoro a produção da revista da semana. Meu celular apita.
Gabriel: Vem logo!
Olho a hora e é onze e quarenta.
Eu: Falta vinte minutos.
Gabriel: Que porra de vinte minutos, vem logo!
Sorrio.
Eu: Estou indo.
Gabriel: Passe direto para minha sala, não precisa falar com
Rebeca.
Desligo meu computador, pego minha bolsa e meu celular.
— Amiga, Gabriel quer almoçar comigo. — Aviso a Wendy.
— Ah, sem problema. Vou com Natalie. — Compreende.
— Te vejo depois. — Jogo um beijo e ela faz o mesmo.
Saio e vou andando pelo corredor e percebo olhares em meu anel
chamativo. Todos já sabem do nosso relacionamento. Gabriel é um homem
extremamente rico e lindo, às vezes, isso me causa certa insegurança. Mas ele
garantiu que só tem a mim. No fundo acredito, e espero que não me
decepcione. Entro no elevador e meu celular toca.
— Alô?
— Oi, querida. Como está a minha filha? — Pergunta meu pai.
— Oi pai, sua filha está ótima. E o senhor? — Pergunto.
— Seu velho está com tudo em seu devido lugar. — Diz sorrindo.
— Que bom, pai.
— Te liguei para dizer que vou passar o final de semana aí com sua
mãe.
— Que ótimo, pai. Chega que horas?
As portas metálicas do elevador se abrem e saio andando pelo
corredor.
— Final da tarde. Não precisa nos buscar no aeroporto.
— Tem certeza?
— Sim.
— Tudo bem, manda um beijo para mamãe. — Digo e ele sorri.
— Tchau querida.
— Tchau pai. — Finalizo a ligação.
Vou andando até a sala de Gabriel e aceno para Rebeca que está ao
telefone. Ela sorri e volta sua atenção para sua ligação. Vou até a porta de
Gabriel e abro. Ele está concentrado no telefone. Entro e fecho a porta
devagar. Olho ao redor e vejo umas sacolas em cima do sofá. Gabriel me
chama com o dedo. Vou até o sofá, deixo minha bolsa em cima, tiro minha
sandália e vou andando até ele. Ele afasta sua cadeira e me sento no seu colo.
— Certo, marque essa reunião para amanhã. — Sinto seus dedos
penteando meus cabelos. Me inclino e fico de costas para ele, apoiando meus
braços na mesa.
— Ótimo, fica perfeito à tarde... Você vem? — Faz uma pausa. —
Ok. Ele já sabe onde vai ficar hospedado?... Assim que tiver tudo resolvido
você me liga e nos encontramos... Até amanhã. — Escuto encerrar a ligação.
— Oi, meu amor. — Me abraça por trás.
— Reunião? — Pergunto me virando.
— Muitas! — Me olha. — Estava com saudades de você. — Beija
meus lábios.
— Nos vemos todo os dias. — Sussurro em seus lábios.
— E ainda estou com saudades. — Puxa minha boca e me beija.
Depois de um longo beijo me levanto e vou até as sacolas.
— Rebeca, por favor, traga dois copos com água. — Escuto-o falando
no telefone.
Pego as sacolas e as coloco em cima da mesa. Gabriel tira alguns
papéis e guarda no canto da mesa. Minutos depois alguém bate na porta.
— Entre! — Gabriel fala um pouco alto. Rebeca entra com a água
— Aqui, senhor. — Coloca a pequena bandeja na mesa.
— Obrigada. — Agradeço e ela se retira da sala.
Nos sentamos e começamos a comer.
— Meus pais chegam sexta. — Digo assim que engulo minha comida.
— Finalmente vou conhecê-los? — Pergunta. Dou de ombros e ele
sorri.
— Vai precisar ir buscá-los? Se não puder peço para Richard ir. —
Me olha.
— Eles disseram para que não me preocupasse com isso. — Bebo um
gole de água.
— Diga a eles que vou mandar Richard. — Diz.
— Não precisa Gabriel...
— Sem discussões, ligue e diga. — Insiste.
Assim que terminamos de comer limpo a mesa. Notei que Kevin
desde domingo não me ligou e não mandou uma mensagem. Será que está
acontecendo alguma coisa?
— O que foi, amor? — Gabriel me olha, me tirando dos meus
devaneios.
— Kevin... desde domingo que não nos falamos. — Explico.
— Ele deve estar ocupado. — Dá de ombros. — Mas ligue para ele.
— Vou até minha bolsa, pego meu celular e ligo para Kevin.
— Maninha! — Fala ao atender.
— Está vivo? Não ligou e nem mandou mensagem. — Digo baixinho,
pois Gabriel está mexendo no computador, de volta ao trabalho.
— Desculpa mana, estou atolado de coisas da faculdade.
— Como você está? — Pergunto.
— Melhor agora. — Sorrio. — E você?
— Melhor agora. — Escuto um sorriso dele. — Papai me ligou,
dizendo que vem com mamãe sexta de tarde.
— Passar o final de semana?
— Sim.
— Eles vão dormir na sua casa ou na minha?
— Não disseram. Só avisou que iriam vir.
— Vou combinar com eles e te falo. Se cuida!
— Tudo bem, nos vemos depois. Beijos. — Desligo a ligação
— Tudo bem com Kevin? — Pergunta Gabriel.
— Tudo sim, ele só está atolado de trabalhos da faculdade. —
Informo. Vou ao banheiro escovar meus dentes e me ajeito para voltar ao
trabalho.
— Já vai? — Ele vem em minha direção.
— Já, preciso finalizar algumas coisas. — Olho o relógio no meu
pulso. Falta dez minutos para voltar.
— Vamos jantar juntos amanhã? — Pergunta.
— Claro. — Assinto.
— E depois voltamos para minha cobertura. — Me abraça por trás e
beija meu pescoço.
— Tá bem. Agora preciso ir. — Me afasto para pegar minha bolsa.
— Ei! — Me chama e me viro. — Cadê meu beijo? — Sorrio, vou até
ele e dou um selinho. Mas ele me puxa, segura minha nuca e me beija. Meu
Deus, como esse homem beija bem! Ele me encosta na parede sem deixar de
me beijar.
— Agora sim. — Sussurra.
— Posso ir chefinho? — Pergunto com um sorriso.
— Quer mesmo saber minha resposta? — Morde meu lábio.
— Então eu já vou. — Ele sorri.
Saio da sala de Gabriel e volto para minha rotina de trabalho. O
restante da tarde transcorre normalmente.
— Vai para a academia hoje? — Pergunta Wendy.
— Ah, vou sim. — Volto minha atenção no computador.
— Acho que vou entrar na academia com você. — Diz.
— Por essa eu não esperava. — Sorrio.
— Mas é sério, vou entrar na academia. — Me olha.
— Wendy, tem certeza? — Pergunto.
— Tenho. — Assente.
— Ok. Você começa hoje comigo. — Ela sorri.
Olho o relógio e já são cinco horas. Ainda não estou acreditando que
Wendy quer mesmo ir para academia. Não é muito do seu perfil fazer
exercícios e dietas. Mas já que ela está disposta, vou ajudá-la.
— Vamos para casa e de lá vamos correndo para a academia. —
Desliga o computador.
— Sério? — Bufa.
— Você quer ou não quer? — Pergunto.
— Quero.
— Então vamos para casa. — Ela assente.
Saímos juntas do trabalho e vamos em casa nos trocar e deixar o
carro. Vamos a pé, assim não precisamos fazer esteira. A levo para fazer seu
cadastro na recepção e em seguida, vamos procurar o Pedro.
— Oi, Pedro. — Ele me olha e sorri.
— Olá Kate, que saudades. — Vem até mim e me abraça, como se
tivéssemos intimidade.
Eu hein!
— Trouxe uma amiga. — Digo. — Essa é Wendy.
— Olá Wendy. — Pedro estende a mão.
— Oi. — Wendy aperta sua mão e responde de forma seca.
— Então, vai querer ficar com o corpo esbelto que nem o de Kate? —
Pergunta olhando minha irmã.
— Pertinho. — Wendy força um sorriso.
— Vamos fazer seu cronograma. — Pedro a chama.
Vou até o primeiro andar e fico de frente para o espelho e começo a
me alongar, depois faço séries de abdominais, quando encerro vou fazer o
exercício de pernas.
— Pensei que não iria vir mais. — Pedro fala, me olhando através do
espelho.
— Por que eu não iria vir mais? — Pergunto fazendo meu
agachamento.
— Soube do seu namoro com o famoso Gabriel. — Cruza os braços.
— Isso não seria motivo para deixar de vir malhar. — Falo ofegante.
Me afasto, colocando o peso na barra.
— Ele foi o motivo de você não querer sair comigo? — Segura meu
braço.
— Não. — Digo e puxo meu braço.
— Me trocou por ele... — Ele sorri sem humor.
— Não te troquei por ninguém, apenas disse que “depois” iria sair
com você. Só não disse quando. — Falo ficando irritada.
— Eu sou melhor que ele. — Dá um passo à frente.
— Garanto que se você fosse melhor que ele, com certeza eu estaria
com você, não com ele. — Me afasto e dou as costas.
— Você ainda vai me pagar. — Grita, e mostro o dedo do meio.
Desço e encontro Wendy acabada.
— Estou acabada. — Fala ofegante.
— Com o tempo isso passa. — Me encosto na parede.
— Você já terminou seus exercícios? — Pergunta controlando a
respiração.
— Sim.
Saímos da academia e vamos andando para casa.
— Então, qual é a do Pedro? — Pergunta Wendy.
— Ele quer ficar comigo e eu não quero. — Dou de ombros.
— Você nunca ficou com ele? — Me olha curiosa.
— Só rolou um beijo e nada mais. Não quiz.
— Entendi. Mas se Gabriel o ver com certeza vai sentir ciúmes. —
Solta uma risada.
— Sim. Pedro também não é de se jogar fora. — Comento.
— Pois é. — Vamos andando devagar sem pressa.
— Quero colocar um piercing. Será que tem algum estúdio aberto? —
A olho.
— Conheço um que colocou meu piercing na orelha, e ele trabalha até
tarde. — Assinto. —Vamos lá.
Saímos andando pelas ruas de New York até o estúdio. E coloco meu
piercing. Recebo as instruções para os cuidados nos primeiros dias e
voltamos para casa.
Assim que chegamos no Apartamento, tomamos um banho e fazemos
um lanche antes de ir dormir. Quando pego no meu telefone vejo uma
mensagem de Gabriel.
Gabriel: Boa noite, amor.
Eu: Desculpa por não ter respondido. Fui para a academia com
Wendy, cheguei e fui comer e tomar banho. Só agora, vi sua mensagem. Boa
noite, querido.
Capítulo 18
Gabriel Griffin

Acordo e vou tomar logo meu banho, aparo a barba deixando-a bem
rala. Tenho que agir logo na empresa agora pela manhã já que o tal Lucas,
amigo de Kevin, vai me encontrar mais tarde. Preciso saber se Katherine está
salva daquele filho da puta. Espero que ele faça o que deve ser feito. Saio do
banho, pego meu celular e vejo a mensagem de Katherine. Sorrio e deixo
meu celular em cima da cômoda, enquanto termino de me vestir.
— Bom dia, senhor. — Daiana me cumprimenta.
— Bom dia, Daiana. — Dou um sorriso.
Acho que preciso falar com Enzo, acredito que ele também queira
ajudar. Ele é meu irmão e sei que posso contar com ele. Ele considera
Katherine como irmã e o sentimento de Katherine por ele é o mesmo.
Enquanto como, tento ligar para Enzo.
— Fala, cara.
— Preciso da sua ajuda, é sobre Katherine.
— O que houve com Kate?
— Por enquanto, nada. E quero justamente, que continue assim. Mas
o assunto é Fabrício.
— O que tem esse filho da puta?
— Vou ser direto. Contratei um amigo de Kevin da Califórnia, para
me dar informações.
— Certo. Já falou com ele?
— Ele vai me encontrar hoje na empresa. Teremos uma breve reunião
para acertar os detalhes.
— Quero participar dessa reunião.
— Conto com isso.
— Ok. Nos falamos na empresa.
Finalizo meu café e vou até a sala falar com Daiana.
— Daiana, não precisa preparar o jantar hoje. Assim que finalizar
tudo está dispensada. — Aviso.
— Sim, senhor. Tenha um bom dia. — Sorri.
— Para você também.
Me encaminho para o térreo e encontro Richard me aguardando para
seguir para Griffin. No caminho, aproveito para ver no iPod, minhas reuniões
da manhã.
Ao chegar na empresa, sigo direto para meu escritório, nunca
encontro Katherine. Certo que ela sempre chega primeiro, mas ela sempre
fica de um canto a outro. Fico pensando se ela realmente sente por mim o que
sinto por ela. Sei que é cedo, mas sinto que a amo. Depois que soube de sua
história, tive pena de tudo que passou, mas ela soube se reerguer, levantar a
cabeça e seguir em frente.
As mulheres que saia era por contrato, tinha sexo claro, mas com o
consentimento delas. O contrato era para elas serem minhas acompanhantes
em festas. nele, incluía os custos de suas despesas pessoais, e suas roupas
para irem as festas. Também havia cláusulas o sexo, o que era ou não
permitido. O contrato tinha prazo de validade, no máximo dois meses.
Depois encontrei Tiffany e me arrependi amargamente. Dei um bom
dinheiro para me ver livre dela, de uma vez. Minha família nunca gostou
dela. O que ela gostava mesmo era do luxo que tinha, das viagens, roupas de
grifes... A família de Tiffany é conhecida pela sua empresa de advocacia.
Tiffany é formada em direito e ela se acha por isso. Mas assim que terminei o
relacionamento, sabia que ela viria atrás de mim. Por isso, dei logo um basta
definitivo e graças a Deus, ela nunca mais me procurou.
A manhã passa rápida, as duas reuniões me deixaram exaustos. Por
isso meu pai me entregou a empresa, o coitado já está velho para isso. Depois
tive um almoço com outra reunião de emergência e voltei para a empresa.
Lembro-me que hoje ainda não vi Katherine, então decido ir até o seu andar e
ver como ela está. Minha visita inusitada no andar, causa estranheza nos
funcionários. Passo em frente a sala de Enzo e vejo que a porta está aberta.
Resolvo ir até lá.
— Boa tarde. — Entro na sala.
— Diz mano. — Enzo se levanta.
— Kevin chega daqui a pouco. — Aviso.
— Assim que chegar me liga. — Pede.
— Cadê Katherine? — Pergunto.
— Ela está monitorando a produção. — Me olha. — Veio falar com
ela?
— Não sobre isso. Mas vim falar com ela, para não correr o risco dela
ir até minha sala. — Ele assente.
— Beleza, vá lá falar com sua namorada. — Sorri.
— Vou lá. — Digo.
Sigo até a sala da produção. Olho ao redor e uma moça vem até mim.
— Boa tarde, senhor Griffin. — Me cumprimenta. — Deseja algo?
— Sim, quero falar com a Katherine. — Peço.
— Ela está naquela sala. — Ela aponta para o lado esquerdo.
Agradeço e sigo pelo corredor, quando sinto meu celular vibrar no
bolso. Vejo o nome de Kevin na tela.
— Já estão vindo? — pergunto.
— Em quinze minutos, chegamos aí.
Quando volto meu olhar para a sala indicada vejo Katherine. Ela
conversa com um funcionário da empresa, vendo algo no iPod.
— Ok. Estou aguardando. — Desligo o telefone.
Ela está divina como sempre!
Fico parado admirando-a de longe. Ela está entretida, e enquanto o
rapaz sai, ela continua mexendo no iPod, até a moça que me atendeu, falar
com ela. Katherine levanta seu olhar a procura de alguém, no caso eu. Ela me
vê e sorri, sorrio de volta. Aquele maldito sorriso que faz meu coração
acelerar.
Eu só tenho olhos para ela, não importa que todas as mulheres do
andar me olham, mas só consigo enxerga-la. Ela fala mais alguma coisa com
a moça e entrega o iPod para ela e vem em minha direção.
Katherine parece ter saído de uma capa de revista. As outras mulheres
a olham com inveja. Em parte, por ser bonita, e outra, por ela estar comigo.
Ela vem sorridente e para na minha frente com aqueles lindos olhos verdes.
— Olá, chefinho.
— Linda como sempre. — A olho de cima a baixo. Ela sorri de um
jeito manhoso. — Quero falar com você. — Ela assente. Saio com ela para
um lugar mais reservado no andar. Ela para na minha frente com aquele
maldito sorriso.
— Estou com saudades. — Acaricia meu rosto.
— Também estou. — Beijo sua mão. Como amo seu toque...
— Passei para te ver, pois hoje estou lotado de reunião. — A olho.
Odeio mentir, principalmente para ela.
— Se não puder, podemos marcar o jantar para outro dia. — Sugere.
— Não, o jantar vai acontecer. — Falo.
— Tudo bem. — Me inclino e dou um beijo em seus lábios. Mas
como tudo que é bom dura pouco, meu celular toca. Me afasto e vejo que é
uma mensagem de Kevin.
Kevin: Estou aqui embaixo.
Eu: Sobe direto para minha sala, Katherine não pode te ver aqui.
— Amor, preciso ir. Tenho uma reunião agora. — Guardo meu
celular no bolso.
— Tá. Preciso voltar também, aqui está um alvoroço só. — Bufa.
— Nos vemos mais tarde? — Acaricio seu braço. Ela assente e me dá
um selinho demorado.
Vou para sala de Enzo para o chamar para a reunião. Entro e Wendy
está entregando alguns papéis para ele.
— Oi Gabriel. — Me cumprimenta.
— Olá Wendy. — Sorrio para ela. — Vamos? — Olho para meu
irmão.
— Beleza. Wendy, mais tarde falamos sobre isso. Agora tenho uma
reunião com Gabriel.
— Tudo bem. Tchau para vocês. — Wendy se despede com um
sorriso e sai da sala.
Ao chegarmos no andar de minha sala oriento, minha secretária.
— Rebeca, Kevin e Lucas vão chegar a qualquer momento. Prepare
café para nós, por favor. — A olho.
— Sim, senhor. — Me dá um sorriso. Entro e vou direto para minha
cadeira, Enzo senta à minha frente.
— Ele é de confiança mesmo?
— Foi Kevin que me disse sobre ele, acredito que seja. Assim espero.
— Coço a barba.
Minutos depois, Kevin entra com o Lucas.
— Boa tarde. — Kevin nos cumprimenta com apertos de mão. —
Esse é meu amigo Lucas.
— Olá, Lucas. Sou Gabriel. — Me levanto e estendo minha mão.
— Prazer, senhor Griffin. — Aperta a minha mão.
— Apenas Gabriel. — Aponto para as cadeiras.
— E esse é Enzo. — Kevin diz.
— Prazer, Lucas. — Enzo aperta sua mão.
— Prazer. — Lucas acena.
— Então Gabriel, é ele quem vai fazer o que você quer. — Kevin se
senta entre Enzo e Lucas.
— Certo. — Assinto. — Como foi a viagem? E o hotel?
— A viagem foi tranquila, e o hotel muito confortável. Obrigado. —
Dá um sorriso.
— Kevin, deve ter te adiantado sobre o que quero. — Falo sério.
— Se permite minha opinião... — Diz receoso, assinto para que
continue — Fabrício é um homem ruim. Katherine não foi a primeira.
Conheço Kate, ela não merecia ter passado por tudo aquilo. — Assinto em
concordância. — Conheci Kate na escola quando estudava com Wendy e
Kevin. Enfim, o que o senhor pedir, farei.
— Katherine me contou nos mínimos detalhes, sobre tudo que
aconteceu. — Me encosto na cadeira. — Quero saber tudo sobre ele.
— Me informarei sobre o assunto. Não sei se Kevin lhe informou
sobre o valor. — Fala.
Abre sua bolsa e tira um envelope. Ele me entrega um contrato, nele
consta informações básicas contratuais: valor do serviço, o sigilo de sua
identidade caso aconteça algo, o ressarcimento de viagens, caso seja
necessário e estorno de cinquenta porcento, caso o contratante não fique
satisfeito com o serviço.
— Posso ver? — Pergunta Enzo. Lhe entrego o papel, ficamos em
silêncio enquanto ele analisa. — Aqui parece tudo em ordem.
— Ele é de confiança, Gabriel. — Kevin me olha. Assinto, pego o
papel de volta e assino o contrato.
— Aqui. — Entrego o papel a Lucas.
— Vou sondar tudo, e colher todas as informações. — Lucas explica.
— Certo. Quero saber de tudo de Fabrício, até das pessoas que
trabalham para ele. — Peço angustiado.
— Conheço Fabrício, mas ele não sabe o que realmente faço. —
Assinto. — Também conheço alguns traficantes frouxos, que recebem
quaisquer migalhas para comprar suas drogas, em troca de informações.
— Eu ainda não acredito que Katherine se envolveu com esse
traficante. — Passo a mão no rosto.
— Simples. Katherine tem um coração de ouro, ela vê bondade em
todo mundo. — Enzo fala.
— Ela viu bondade onde não tinha. — Kevin fala sério.
— Ele a seduziu, assim como faz com todas. Kate era inocente e ele
se aproveitou. Ela terminou se apaixonando por ele. — Lucas diz.
— Você soube dos boatos? — Pergunto irritado.
— Sim. Fiquei com muita raiva quando soube. Na época, procurei
Kevin e ele me informou que ela viria para New York. — Explica.
— Melhor escolha que ela fez. — Enzo murmura.
— Com certeza. — Lucas concorda.
— Tem alguma foto desse filho da puta? — Pergunto com raiva.
— Tenho. — Afirma.
Pega a bolsa e tira uma foto e me entrega. O homem é alto, forte e de
pele clara. Cabelos e olhos escuros. Corpo repleto de tatuagens.
— Deixa eu ver. — Entrego a foto a Enzo, que faz careta. — Cara,
você é mil vezes melhor.
— Me desculpe perguntar. Por que o senhor está fazendo isso? —
Pergunta Lucas.
— Não precisa se desculpar, Lucas, aqui estamos entre amigos. —
Faço uma pausa. — Vou resumir. Enzo já conhecia Katherine faz um tempo,
ele falava dela direto na minha casa e nunca dei bola para isso. Quando
assumi o cargo do meu pai, eu a vi pela primeira vez no refeitório. Então já
sabe né...
— E quem não gosta dela? — Pergunta Kevin sorrindo.
— Então vocês namoram? — Lucas me olha.
— Finalmente. Já não aguentava mais Gabriel falando dela no pé do
meu ouvido. — Enzo sorri.
— Fico feliz em saber que tem uma pessoa que realmente gosta dela.
Ela merece ser feliz. — Ele pega sua bolsa e se levanta. — Bom, agora
preciso ir.
— Obrigado. Já vou fazer a transferência do dinheiro. — Aperto sua
mão.
— Vamos te manter informado. — Informa.
— Você trabalha sozinho? — Pergunto curioso.
— Trabalho com mais duas pessoas. — Coloca sua mochila no
ombro.
— Será que você pode trabalhar sozinho nesse caso? — Pergunto.
— Posso tentar. Por quê? — Me olha.
— Não queria que muitas pessoas soubessem da vida dela.
— Ah sim, entendo. Tudo bem, vou dar o meu melhor. — Assinto.
— E ela não sabe. — Enzo alerta.
— Meu serviço é sigiloso, nem ela mesmo sabe que trabalho com
isso. — Lucas coloca as mãos no bolso.
— Melhor. — Digo. — Levo vocês até lá embaixo.
Assim que chegamos no térreo, Katherine e Wendy estão
conversando. Elas nos veem e abrem aqueles sorrisos.
— Lucas? — Wendy arregala os olhos.
— Wendy? — Lucas a olha surpreso.
— Que saudade, cara! — Se abraçam.
— Não acredito! — Minha namorada diz.
— Diz maluca. — Lucas sorri.
— Ai, meu Deus! — Katherine o abraça. — Quanto tempo! O que
veio fazer em New York?
— Ele me ligou e disse que estava em New York. Aí o trouxe para
ver vocês. — Kevin diz.
— Você se tornou uma mulher muito bonita, Kate. — Lucas elogia.
Chega! Sei que ela é bonita, mas esse negócio de ficar elogiando-a,
não dá!
— Tá bom, chega! — Me aproximo de Katherine.
— Esse é Gabriel meu...
— Namorado. — Completo e ela revira os olhos.
— Deixa de ciúme, esse é meu amigo de infância. — Diz com um
sorriso.
— Kevin me apresentou a ele. — Lucas fala.
— Você vai passar quanto tempo aqui? — Pergunta Wendy.
— Vou embora hoje mesmo. Vim a trabalho, mas assim que o
trabalho me chamar de novo, eu venho. — Fala.
Ótimo!
— Poxa, mas quando estiver em New York, pede para Kevin avisar.
— Katherine fala cabisbaixa.
— Pode deixar, agora tenho que ir. — Lucas olha para elas.
— Saudades garanhão. — Katherine o abraça.
— Vê se dá notícias. — Wendy fala.
— Pode deixar. — Se abraçam. — Prazer em conhecê-lo, Gabriel. —
Me olha.
— Igualmente. — Aperto sua mão. Lucas se despede de Wendy e
Katherine. Depois vai embora com Kevin.
— Não gostei dessa intimidade toda. — Enzo fala cheio de ciúmes.
— Começou? — Minha cunhada cruza os braços. — Ele é meu
amigo!
— Tá! — Enzo revira os olhos. — Vou voltar ao meu trabalho.
— E eu para o meu. — Wendy passa por ele. E os dois saem
discutindo. Katherine para na minha frente cruzando os braços e fica
segurando o riso.
— O quê? — Arqueio a sobrancelha. Ela maneia a cabeça.
— Não gostei! — Faço drama.
— Quer se comparar com Lucas? — Se aproxima de mim.
— Não gostei de ouvir ele falar que você se tornou uma mulher linda.
— Falo.
— Tão lindo com ciúmes. — Toca no meu rosto.
— Não estou com ciúmes. — Murmuro, mas no fundo estou me
roendo de ciúmes. Ela se aproxima e fala no meu ouvido.
— Eu só tenho olhos para você gostosão. — Isso me faz arrepiar.
— Ótimo. — Falo convencido.
— Você é um pedaço de mal caminho, não vou deixar você ir. —
Pisca o olho.
— Olha quem fala. — A olho de cima a baixo.
— Eu não sou nada, perante esse seu lindo corpo. — Morde o lábio.
Essa mulher sabe me atiçar!
— É melhor eu voltar ao meu trabalho, antes que te arraste para
minha sala. — Ela se aproxima e fala baixinho.
— Iria adorar. — Sussurra. Meu pau pulsa no mesmo segundo
— Porra. — Passo a mão no rosto. — Te vejo mais tarde. — Beijo
sua testa e me afasto.
Saio logo de perto, antes que eu a arrastasse para meu escritório e a
faça esquecer seu nome. Volto para o meu escritório e volto ao meu trabalho.
Espero que Lucas me dê todas as informações que preciso. Quero Fabrício o
mais longe possível da minha Katherine.
Capítulo 19
Katherine Madison

— Amiga, vou dormir na casa de Enzo, tudo bem para você? —


Pergunta Wendy.
— Sim. Vou jantar com Gabriel e ele me chamou para dormir na sua
casa. — Aviso.
— Toda apaixonada! — Me benzo imediatamente. — Pode parar.
— Não estou apaixonada e nem quero. — Ela revira os olhos. —
Admito que ele é um deus do sexo. Porque mana... vou te falar... o homem
faz um sexo DIVINO.
— Chega! Não quero ter pesadelos de você fodendo meu chefe. —
Faz uma careta. — Mas admito que Enzo é a mesma coisa. — Sorrimos e
voltamos a trabalhar.
— Estava pensando... tenho um tempinho livre agora. Você também
tem?
— Tenho. — Ela assente.
— Quero ir à uma loja de lingerie. — Digo.
— Safadinhaaa. — Wendy se anima.
— Quero comprar uma lingerie bem bonita, para usar hoje à noite. —
Falo com um sorriso.
— Ah, também quero. — Ela sorri.
Vamos até o RH e depois saímos pelas ruas de New York. Passamos
numa sorveteria seguimos até a loja Victoria’s Secret. Assim que entramos
somos recebidas por uma atendente.
— Olá, me chamo Beatriz. — Se apresenta.
— Olá Beatriz, me chamo Katherine e ela Wendy. — Nos apresento.
— O que vocês desejam? — Pergunta.
— Quero uma lingerie vermelha, daquelas para apimentar a noite. —
Ela assente com um sorriso.
— Eu a mesma coisa, só que preta. — Wendy informa.
— Venham comigo. — Ela nos chama.
Depois de uma hora vendo várias lingeries, finalmente encontro uma
divina! Escolho algumas loções corporais e perfumes para deixar na casa de
Gabriel. Assim que terminamos, vamos direto para casa. Deixo a sacola em
cima do sofá e vou até a cozinha beber água, quando meu telefone toca.
— Alô?
— Cadê você? — Pergunta Gabriel.
— Oi, estou em casa. Tive que passar numa loja assim que sai e vim
para casa. Mas já estou indo.
— Não precisa, passo aí.
— Tá bem, estou esperando.
Corro para a sala e ajeito a sacola para que ele não veja o que
comprei. Termino de me arrumar e desço para esperá-lo no hall do prédio.
Wendy foi direto para casa de Enzo quando saímos da loja. Logo, Gabriel
chega e vou para seu carro.
— Katherine. — Richard me cumprimenta ao abri a porta para mim.
— Olá, Richard. — Dou um sorriso e entro no carro.
— Oi meu amor. — Gabriel me cumprimenta. Me inclino e beijo seus
lábios.
— Desculpa, eu ia voltar para Griffin para te esperar.
— Tudo bem. O que comprou? — Pergunta apontando para a sacola.
— Loções corporais e perfumes. Deixei alguns em casa e outros estou
levando para sua casa. Já que tem algumas roupas minhas lá. — Ele assente.
— E eu não uso perfume masculino.
— Era só ter me falado que eu providenciava tudo. — Acaricia minha
mão.
— Besteira, gosto de comprar minhas coisas. — Explico.
— Mas se estiver precisando de algo é só me falar. Você sabe que
compro. — Me olha.
— Por isso mesmo que não te falo nada, sei que você vai comprar se
eu pedir. — Pisco e ele sorri.
Minutos depois Richard para em frente a um restaurante e saímos do
carro. Assim que entramos somos conduzidos para uma mesa de dois lugares
distante. Sentamos e um garçom vem até nós. Gabriel pede uma garrafa de
vinho e escolhemos nossos pratos. Não demora muito o garçom traz nossos
pedidos, nos serve e sai.
— De onde conhece Lucas? — Ele pergunta.
— O conheci na escola, ele estudou com Wendy e Kevin. — Tomo
um gole do vinho.
— Você já ficou com ele? — Pergunta sério.
— Quanto ciúme. — Ele revira os olhos. — Não, nunca ficamos. Eu
era bastante conhecida na escola, e como ele era amigo de Kevin, ele nos
apresentou.
— Ele nunca tentou algo com você? — Toma seu vinho.
— Não. Nunca. Ele sempre me teve como colega, nos víamos pouco
na escola, mas no encontrávamos nas festas ou quando ele ia na minha casa
falar com Kevin. — Explico.
— Você ia nessas festas? — Pergunta.
— Em todas, não perdia uma. — Ele sorri. — Principalmente nas
festas da escola.
— Nunca gostei desse negócio de festa. Eu só fui naquela boate atrás
de você. — Fala.
— Gostei de saber... — O olho sorrindo. — Como seus pais se
conheceram?
— Numa viagem. Ele estava à trabalho e conheceu minha mãe. —
Assinto. — Meu pai disse que minha mãe ficou paquerando-o.
— Esperta. — Sorrio.
— Ele teve que voltar, e duas semanas depois, ele a viu num
restaurante e aí começaram. — Ele sorri.
— Percebi que eles se amam muito. — Murmuro.
— Muito, são loucos um pelo o outro.
— Acho bonito um casal assim. Queria ter essa sorte. — Digo. Seus
olhos azuis me fitam com certo brilho, e estende sua mão sobre a mesa e
segura a minha.
— Você pode ter. — Ele acaricia minha mão, sem tirar os olhos de
mim. — Basta você querer. — Engulo em seco.
— Podemos ir? — Mudo de assunto. Assente meio contrariado por eu
ter mudado de assunto.
Pedimos a conta e vamos para o carro. Assim que entramos no carro,
o celular de Gabriel toca e ele atende e fico distraída mexendo no celular.
Mando mensagens para meus pais que me informam o hotel que vão ficar.
Gosto quando meus pais veem me ver, sinto saudades de conviver com eles
todos os dias. Mas graças ao nojento do Fabrício, tive que vir para New York.
Não me arrependo de ter vindo. Aqui fiz ótimas amizades e um emprego que
qualquer pessoa no ramo da moda deseja. Minutos depois chegamos no
estacionamento.
— Vamos. — Gabriel pega minha sacola e sai do carro, estendendo
sua mão para eu segurar. — Boa noite, Richard.
— Boa noite. — Richard acena para nós.
Assim que Richard sai, entramos no elevador e Gabriel coloca a senha
para a cobertura.
— Wendy vai ficar bem? — Pergunta Gabriel.
— Vai. Ela está na casa do Enzo. — Ele assente.
Assim que entramos na cobertura vamos para a cozinha.
— Quer água? — Pergunto abrindo a geladeira.
— Quero. — Ele apoia seus braços no balcão. Pego a garrafa de água
e dois copos.
— Vou tomar banho e organizar alguns papéis no escritório, depois
subo. — Pega o copo e bebe a água em um gole só.
— Ok. — Bebo minha água.
— Não vou demorar muito. — Se aproxima e beija minha bochecha.
— Quanto tempo? — Pergunto curiosa.
— Uns trinta minutos. Por quê? — Me olha.
— Por nada. — Assente, sai da sala e o sigo.
— Só tem nós dois em casa? — Pergunto.
— Sim. — Grita subindo as escadas. Ótimo!
Pego minha bolsa e a sacola da loja e vou para o quarto, deixo a
sacola e a bolsa em cima da cama. Minutos depois Gabriel sai com uma
toalha enrolada em seu quadril indo em direção ao closet. Tiro meus sapatos
e amarro meu cabelo. Depois ele sai vestindo apenas uma bermuda de
moletom dando uma bela visão do V na virilha.
— Vai ser rápido. — Beija meus lábios e sai do quarto.
Espero uns dois minutos, corro e entro no banheiro e coloco os
perfumes e as loções corporais nas prateleiras, tiro a roupa com pressa e tomo
um banho rápido. Saio do chuveiro me enxugando e passo a minha loção
corporal em todo corpo. Saio do banheiro e vou para o quarto, pego a lingerie
da sacola e visto. Ajeito os cabelos e coloco o perfume novo que comprei.
Vou até o espelho. A lingerie está divina em meu corpo. O sutiã
vermelho, com tule transparente dá visibilidade total dos meus seios, com
algumas flores bordadas. A calcinha do mesmo jeito, e fio dental. Uma cinta
liga vermelha rendada presa em uma meia 7/8 vermelha. O robe pequeno
vermelho transparente, dando vislumbre da minha lingerie. Abro um pouco o
robe para dar um charme, calço meu louboutin altíssimo e ajeito meu cabelo,
deixando-o solto. Coloco mais um pouquinho de perfume. Saio do quarto e
vou em direção ao escritório.

Gabriel Griffin

Lucas ainda não deu notícias. Deixei meu número com ele, e o de
Enzo, caso aconteça algum imprevisto. Como Kevin também está envolvido
nisso, dou carta branca para ele também.
Organizo uns papéis da empresa, e alguns dos meus contratos com
seguranças que contratei. Guardo o contrato de Lucas, que assinei hoje, na
gaveta da mesa. Levanto e me sirvo com um copo de uísque e volto a me
sentar. Minutos depois recebo uma mensagem de Lucas.
Lucas: Fabrício continua preso, mas ele está tentando sair da cadeia
com ajuda de um advogado.
Filho da puta!
Eu: Mais alguma novidade?
Lucas: No momento, não. Antes de sair de New York, fiz umas
ligações e quando cheguei na Califórnia, soube dessa informação. Mas vou
lhe mantendo informado. Boa noite.
Eu :Ok. Aguardo sua resposta amanhã. Boa noite.
Vejo no celular que já são onze e meia. Será que Katherine já está
dormindo? Vou guardar logo esses papéis e subir para ficar com ela. Quando
estou recolhendo os papéis alguém bate na porta.
— Entre. — Escuto a porta sendo aberta.
— Está ocupado? — Pergunta Katherine, colocando a cabeça para
dentro do escritório. A olho e sorrio.
— Não, estou só guardando. — Ela assente. — Por quê?
— Por nada. — Sorri. — Posso entrar?
— Claro, meu amor. — Ela sorri e volto a olhar os papéis, mas em
seguida escuto barulho de saltos no piso do escritório. Quando levanto a
cabeça, lá está ela, de lingerie, encostada na parede. Desço meu olhar pelo
seu corpo e engulo em seco.
— Puta merda. — Sussurro.
Ela está deslumbrante com essa roupa. Porra a mulher tem um corpo
do caralho. Meu pau pulsa no mesmo instante. Nunca senti tanto desejo por
alguém, como sinto por Katherine. Ela vem andando, de um jeito sexy. Essa
mulher é um pecado em forma de gente. Ela caminha sem tirar os olhos de
mim, afasta minha cadeira e se encosta na beirada da mesa de frente para
mim.
— Tem certeza de que não está ocupado? — Me olha cheia de desejo.
Seus lindos olhos verdes estão gritando de excitação.
Engulo em seco e assinto.
— Vai cumprir o que prometeu hoje? — Passa a língua nos lábios.
— O que prometi? Não estou lembrando. — Entro no jogo dela.
— Que você iria me levar para seu escritório e me foder. — Me olha
de cima a baixo.
— Mas falei que seria no meu escritório da empresa. — Maneio a
cabeça.
— Aqui não deixa de ser seu escritório. — Ela me dá um sorriso
safado. Desamarra o nó do robe e abre, deixando à mostra sua lingerie. Puta
que pariu, cinta liga? Aí já é demais.
Admiro suas curvas, suas pernas grossas, sua cintura fina, seu sutiã
transparente mostrando seus lindos mamilos rosados. Meu pau já está
pulsando fora do normal. Ela sai da mesa e fica parada na minha frente. Me
levanto e passo as mãos em seu corpo, ela dá um tapa na minha mão. Sorri e
me empurra, me sentando na cadeira novamente. Ela quer me provocar,
safada. Ela tira o robe lentamente fazendo alguns movimentos sexys, sem
tirar os olhos de mim. Assim que tira o robe, ela o joga em cima de mim.
— Vai fazer strip-tease? — Pego o robe e o cheiro, sentindo um
aroma de morango misturado com seu cheiro natural.
— Shhh... — Coloca o indicador na minha boca.
Ela está gostosa pra caralho!
Eu não sei se vou aguentar muito tempo. Ela sorri para mim e começa
a fazer uma dança sensual. Depois ela para e pisca o olho saindo da minha
frente e anda até onde está meu celular. Não sei se vou sair vivo desse
escritório. Olho para minha calça e está molhado com meu pré-gozo. Essa
mulher quer me matar. Só pode!
Ela aciona o Bluetooth do escritório e começa a tocar Rocket de
Beyoncé. Coloca o celular no sofá, desliga algumas luzes do escritório,
deixando apenas uma luz mais escura e volta até o meio do escritório e
começa a fazer novamente a dança sensual. Ela não tira os olhos dos meus.
Passa as mãos em suas curvas e sorri para mim. Que belo show estou tendo!
Ela vira de costas para mim e começa a mexer a bunda. Essa mulher parece
profissional nisso, a música é bem sensual e com essa mulher gostosa na
minha frente, não sei se vou aguentar.
Ela se vira e vem em minha direção, para na minha frente e faz uns
movimentos. Olho cada curva do seu corpo e em seus olhos. Ela vira de
costas e balança a bunda com sensualidade. Pego meu copo de uísque e dou
um grande gole, sentindo minha garganta queimar. Essa mulher vai me fazer
ter um infarto. Ela abaixa e se senta no meu colo ainda de costas, e fica
rebolando em cima do meu pau, me fazendo gemer. Se levanta e senta na
beirada da mesa e abre as pernas. Coloca o dedo na boca e sai descendo o
dedo pelo seu corpo até chegar na calcinha.
Ela não vai fazer isso! Ela não vai...
Ela começa a fazer círculos em cima da calcinha sem tirar os olhos de
mim. Ela afasta o elástico e coloca a mão dentro da calcinha. E começa a se
tocar na minha frente. Deus... Estou tendo a visão do paraíso. Ela se toca sem
tirar os olhos de mim, seus olhos estão intensos e sorrindo para mim. Safada!
Ela começa a ficar excitada e geme baixinho. Aperto meu pau que está duro
como pedra.
— Caralho, mulher! — Solto um rosnado.
— Ahh... — Ela enfia um dedo dentro dela.
— Katherine... — Isso está acabando comigo.
Ela para de se tocar e olha para mim. Ela estica a perna e arrasta
minha cadeira e fico no meio de suas pernas. Desce da mesa, senta em meu
colo de frente para mim e começa a dançar. Coloco minha mão em sua nuca e
puxo para mais perto. Me inclino e cheiro seu pescoço, um cheiro delicioso
de morango invade minhas narinas.
— Hm... cheirosa. — Sussurro.
Dou leves beijos em seu pescoço enquanto ela rebola no meu pau.
Desço minhas mãos em sua bunda e aperto, ela geme baixinho e me beija.
Beija não, me devora. Suas mãos passeiam pelo meu corpo, enquanto a puxo
para ficar junto de mim. Sua mão vai em direção ao meu cabelo e puxa. Ela
afasta nossas bocas ofegantes.
Se afasta e senta na beirada da mesa e apoia suas mãos na beirada,
levanta suas pernas e coloca seus pés em meu pau com seu salto altíssimo.
— Tire. — Pede.
Me inclino e tiro seus saltos devagar, os coloco em cima da mesa
junto do seu robe e me levanto ficando no meio das suas pernas. Ela chega
mais perto e coloca suas mãos em meu peito. Sua boca está inchada por causa
do nosso beijo. Ela desliza sua unha pelo meu abdome me causando arrepio e
aperta meu pau, uivo baixo.
— Me foda. — Sussurra no meu ouvido.
— Por mais que eu queira te foder aqui. — Faço uma pausa. —
Prefiro ter você em minha cama. — Sussurro e escuto um sorriso seu
baixinho. Olho para ela, seus lindos olhos verdes esmeralda estão intensos.
Pego sua bunda e a levanto, que passa suas pernas em minha cintura. Pego
seu salto e seu robe ainda a beijando. Saio com ela em meus braços e subo as
escadas. Abro a porta do quarto e a fecho com o pé. Jogo o robe e os saltos na
poltrona e a jogo na cama.
— Você me deixa louco.
Subo em cima dela e beijo seu pescoço chupando de leve até chegar
em seus seios, esse sutiã dá ainda mais volume aos seus seios, deixando-os
ideal para as minhas mãos. Abaixo as alças do sutiã e o jogo longe.
Abocanho seu seio esquerdo e chupo.
— Hum. — Ela puxa meus cabelos. Depois abocanho seu seio direito
e ela geme. Olho para ela e sua expressão de prazer está me tirando o juízo.
Tiro seu peito da minha boca e vou depositando beijos em sua barriga até
chegar em sua calcinha, sem tirar os olhos dela.
— Não me olha assim. — Morde o lábio. Sorrio e volto a minha
atenção para sua calcinha. Afasto e aprecio a bela visão de sua boceta
encharcada.
— Sempre preparada para mim. — A olho e ela sorri assentindo.
Passo o dedo na sua boceta, levo o dedo até minha boca e lambo sem tirar os
olhos dela. Sem pensar duas vezes passo a língua em seu clitóris fazendo
círculos, ela geme enquanto minha boca está em sua boceta. Introduzo dois
dedos fazendo movimentos, enquanto minha língua continua em seu clitóris.
— Ahhh. — Ela se contorce na cama.
Minutos depois ela goza se contorcendo. Lambo tudo sem perder uma
gota se quer. Me levanto e vou andando até o closet, pego uma gravata minha
e volto para o quarto.
— Estenda os punhos. — Ela faz o que peço, e amarro seus punhos
com a gravata. — Não se mexa. — Assente
Tiro minha bermuda de moletom e jogo no chão. Subo em cima dela e
a beijo. Com minha mão esquerda subo seus punhos amarrados no alto da sua
cabeça, ficando no meio de suas pernas. Com a direita, seguro meu pau e
introduzo em sua entrada, devagar, sem pressa, aproveitando o momento.
Gememos com o contato, e começo a me movimentar devagar.
— Que gostoso. — Geme, mordendo o lábio.
Ela geme baixinho enquanto estoco mais rápido. Ela me olha com
intensidade, sem tirar os olhos de mim nem por um segundo. Sua boceta
apertada, encharcada, molhando todo meu pau, está me dando um prazer
imenso.
— Mais Gabriel. — Pede ofegante.
Então começo a estocar com mais força. Suas pernas estão cruzadas
em meu quadril me puxando mais para ela. Quanto mais forte, mais ela grita.
— Gosta quando te fodo com força, não é? — Pergunto ofegante.
— Sim. — Disse ela. — Ahhh.
— Isso meu amor, geme para mim. — Rosno. Abaixo minha cabeça e
chupo seu peito enquanto eu a penetro com força. Depois a beijo e seguro seu
seio. Essa mulher me jogou um feitiço que não sei mais ficar longe dela.
— Preciso... te abraçar. — Geme alto.
Desfaço o nó da gravata e ela passa seus braços pela minha cintura e
me abraça. Saio de cima dela e me sento na cama e a puxo para cima de mim,
introduzindo meu membro nela.
— Isso... boceta gostosa do caralho! — Rosno enquanto ela sobe e
desce em meu pau. Me inclino com as mãos apoiadas na cama, me
proporcionando uma bela visão dela subindo e descendo, com seus peitos
fazendo a mesma coisa. Seus cabelos estão grudados na testa por causa do
suor. Afasto seus cabelos de sua testa e ela revira os olhos de prazer. Sinto ela
se contraindo e sugando meu pau. Me inclino e abraço-a.
— Aí meu Deus... Gabriel. — Geme no meu ouvido, cravando as
unhas nas minhas costas, enquanto goza em meu pau. A seguro e forço meu
quadril de encontro aos seus movimentos, louco para gozar. Não demora
muito e gozo chamando seu nome. Depois de jorrar meu gozo dentro dela.
Ela se joga em cima de mim com a respiração ofegante, igual a minha.
Ficamos um tempo em silêncio até recuperamos nosso fôlego. Nossos
corações estão acelerados. O meu parece que vai sair pela boca.
— Você ainda vai me matar. — Digo ofegante e ela sorri. Ela levanta
a cabeça e fica me olhando enquanto coloco uma mecha de seu cabelo atrás
da orelha.
— Precisamos tomar um banho. — Sussurro.
— Precisamos. — Sorrimos.
Ela sai de cima de mim e me levanto em seguida. Vamos até o
banheiro e tomamos um banho juntos. Vamos para a cama, e logo ela
adormece, de tão exausta que ficou, também estou, mas adoro admirá-la
enquanto dorme.
Fico olhando-a deitada, com a cabeça no travesseiro coberta com o
lençol. Parece um anjo dormindo, com a mão direita mostrando o anel que
lhe dei. Em breve será um de noivado. Sei que ela não está preparada, mas
vou esperar até ela estar. Quero passar o resto da minha vida com ela.
Ela me faz sentir feliz, e ver cores onde antes, não tinha. Mesmo ela
não me amando, sei que ela gosta de estar comigo, isso já é um bom sinal, de
que estou fazendo tudo certo. Sei que ela está fazendo um esforço para se
abrir de verdade, e fico feliz com isso. Com Tiffany não me sentia feliz de
verdade, era como se carregasse uma cruz nas costas. Não sentia vontade de
levar Tiffany para um altar e dizer aceito perante todos meus amigos e
familiares. Mas com Katherine é diferente, em pouco tempo que estamos
juntos, já me sinto feliz e satisfeito. Não só pelo sexo, sei que é bastante
intenso e prazeroso, mas Katherine ainda vai ser minha por completo.
Ela vai me amar como a amo. Quero fazê-la feliz, assim como ela me
faz, ou até mais. Por tudo que ela passou, merece mais que isso. É isso que
darei, amor. Ela se mexe e a puxo para se deitar em meu peito. Ela passa os
braços em minha barriga e adormece.
— Eu te amo. — Sussurro em seu ouvido.
Beijo sua cabeça, fecho os olhos e adormeço.
Capítulo 20
Katherine Madison

Acordo com o sol entrando no quarto, demoro alguns segundos para


poder abrir os olhos, até me acostumar com a claridade. Gabriel está com o
braço em volta da minha cintura e seu rosto no meu pescoço. Ainda um
pouco adormecida, ontem, o escutei dizer que me ama. Meu Deus, eu não sei
o que faço. Ele disse que me ama e não sei como será minha reação durante o
dia. Eu nem sei como reagir na verdade. Meu Deus, me ajude!
A única pessoa que consegui amar foi Fabrício e não sei como. Ele
feriu meu coração como ninguém fez. Agora vem Gabriel, com essa ideia de
que me ama. No fundo, eu gostei, mas sei lá, não estou preparada para isso.
Olho para o lado e vejo que ele está de olhos fechados. Estico meu braço para
pegar meu celular na mesa de cabeceira e vejo que já são sete horas. Merda!
— Gabriel. — O cutuco para acordá-lo. — Acorda, estamos
atrasados!
— Que horas são? — Sua voz é sonolenta, mas não abre os olhos.
— São sete horas, vou chegar atrasada. — Me afasto, para poder me
levantar, mas ele me puxa pela cintura, fazendo-me deitar perto dele. —
Gabriel!
— Você vai comigo. — Sussurra e beija minha cabeça.
— Não podemos chegar juntos. — Tento me afastar dele.
— Por que não? Você é minha namorada. — Fala sonolento.
— Mas preciso estar na empresa às oito horas. — O empurro.
— Ok. — Ele bufa. — Vamos tomar banho. — Saio de seus braços,
mas ele continua deitado de olhos fechados.
— Logo Gabriel. — Digo séria. Ele abre os olhos, me fitando com
seus olhos azuis.
— Tá, vou me levantar. — Revira os olhos.
Tomamos nosso banho correndo e nos arrumamos. Tomamos café,
que Daiana havia preparado e corro para escovar meus dentes e procuro
Gabriel para sairmos.
— Você viu onde está meu celular? — Ele pergunta, enquanto olha
cada móvel da sala.
— Escritório. — Falo. Ele vai até o escritório, minutos depois ele
aparece na sala.
— Vamos. — Ele estende sua mão e seguimos para o carro.
Richard está à nossa espera com a porta do carro aberta.
— Bom dia, Katherine... Gabriel. — Nos cumprimenta.
— Bom dia, Richard. — Gabriel acena para ele.
— Bom dia. — Sorrio para ele e entramos no carro
— Sabe a que horas seus pais chegam amanhã? — Põe sua mão na
minha coxa.
— Vou confirmar com eles hoje. — Ele assente.
— Estava pensando em chamá-los para jantar lá em casa. O que você
acha? — Me olha.
— Seria legal. E seus pais vão? — Pergunto.
— Se você quiser. — Dá de ombros.
— Chama eles e seus irmãos. — Ele assente.
— Tudo bem. Diga a Kevin e Wendy para irem também. — Acaricia
minha mão
Ficamos em silêncio. Ele pega o iPod e fica mexendo, vendo alguma
coisa do trabalho. Minutos depois meu celular apita.
Wendy: Cadê tu, galinha?
Sorrio com a sinceridade dela.
Eu: Chegando.
Minutos depois Richard estaciona a SUV em frente à empresa.
— Qualquer coisa eu ligo, Richard. — Gabriel avisa.
— Sim, senhor. — Ele acena. Gabriel abre a porta e sai, estende sua
mão e segura a minha para sair do carro. E me surpreende ao continuar
entrelaçadas às minhas.
— Gabriel, é melhor eu ir na frente. — O olho.
— Eu sou o chefe e você é minha namorada. — Me olha sério e põe
seu Ray-Ban. Nossa, ele fica tão gato de óculos.
Andamos pela calçada e noto pessoas tirando fotos. Fala sério, às oito
da manhã? Assim que entramos na Griffin Magazine, todos estão nos
olhando. Olho Katie que está com um sorriso escancarado no rosto, se
deliciando com a cena.
— Bom dia. — Gabriel e eu cumprimentamos todos no hall.
As mulheres ao redor secam Gabriel e reviro os olhos quando Gabriel
dá um sorriso de canto na boca. Entramos no elevador.
— Provavelmente vou te ver só mais tarde. — Ele me olha retirando
os óculos. — Você vai para a academia?
— Vou sim.
— Posso ir com você? — Pergunta.
— Você tem uma academia em casa. — Reviro os olhos.
— Mas quero ir com você. — Me puxa pela cintura.
— Tudo bem. Vamos após o expediente — Ele assente.
— Vou pedir para Daiana separar uma roupa para mim e entregar a
Richard. — Avisa.
— Vai dormir lá em casa? — Pergunto.
— Só se você quiser. — Beija meus lábios. O elevador para e abre as
portas.
— Te espero mais tarde. — Pisca o olho.
As portas do elevador se fecham e vou encontrar Wendy que está
mexendo no computador.
— Diz piranha. — Falo ao me aproximar.
— Finalmente você chegou. — Me olha.
— Gabriel demorou a acordar. — Me sento na cadeira.
— Fotos de vocês já estão rolando na internet. — Informa.
— Que fotos? — Coloco minha bolsa ao lado da minha cadeira.
— De vocês ontem no restaurante. — Ligo o computador e abro o site
que Wendy me fala. Espero a página carregar e o título grande em negrito é
destaque no site.
“Gabriel foi visto com sua namorada, Katherine, ontem à noite em
um restaurante na Quinta Avenida, bem apaixonados. Será que vai ter
casamento?”
Ah, foi de ontem, justamente com a mão de Gabriel sobre a minha. Só
de pensar em casamento me causa náuseas. Não estou preparada para me
apaixonar e muito menos casar. Não sei o que fazer a respeito disso, Gabriel
disse que me ama.
Olho novamente a foto e nós dois estamos sorrindo. Gabriel é um
homem bom, me respeita, cuida de mim e ainda por cima, me ama. Quando
Fabrício disse que me amava, fiquei radiante, sorri e chorei que nem boba,
mas ele só estava me usando o tempo todo. Por isso, só digo que amo para
meus pais e Wendy. E agora Gabriel vem com essa.
— Você está tão aérea. — Wendy me olha.
— Preciso conversar com você. — Desvio meu olhar do computador
e a olho.
— O que foi? A noite de ontem não foi boa? — Arrasta sua cadeira
até mim, preocupada.
— Maravilhosa, mas o final da noite foi o que me surpreendeu. — Ela
assente.
— Ok. No intervalo você me diz. — Pede.
Volto minha atenção ao meu trabalho, fecho a página do site de
fofoca e me concentro no trabalho. Levanto meu olhar sobre o computador e
vejo Gabriel saindo da sala de Enzo. Os dois estão conversando, bastante
sérios, provavelmente sobre trabalho.
Me levanto e vou até a pequena sala de Paulo, uma das pessoas que
trabalha na área de produção, entrego um envelope a ele quando sinto meu
celular tocar, e saio da sala rapidinho para atender.
— Alô?
— Oi filha, estou ansiosa para amanhã. — Minha mãe fala.
— Nem me fale. Vocês chegam que horas?
Olho para Gabriel que está com as mãos no bolso falando com Enzo,
mas ele mantém seus olhos em mim.
— Vamos chegar por volta das cinco e vamos direto para o hotel.
— Tudo bem, qualquer coisa me ligue, preciso desligar.
— Amanhã nos falamos. Te amo, filha.
— Também te amo, mãe. — Desligo o telefone. Olho novamente para
Gabriel que pisca o olho para mim, meu coração dispara com cada gesto que
ele faz. Sorrio para ele e volto para a sala de Paulo. Ajudo com as impressões
da próxima revista da semana.
Na hora do intervalo vou com Wendy para o refeitório. Pegamos o
nosso café de costume e nos sentamos.
— O que você quer me contar? — Pergunta ela e suspiro.
— Gabriel disse que me ama. — Ela se aproxima de mim com um
largo sorriso.
— E o que você falou? — Pergunta curiosa.
— Nada.
— Como nada?
— Ele falou quando pensou que eu estivesse dormindo. — Tomo meu
café.
— E você escutou...
— Exatamente. — Murmuro.
— Falaram sobre isso? — Pergunta.
— Não. Até o momento ele acha que não escutei — Explico.
— Mas você precisa falar com ele.
— Não, Wendy. Não estou pronta para isso.
— Certo. Mas em algum momento você precisa falar com ele.
— Quem sabe nunca? — Falo e ela revira os olhos.
— Não fale isso, sei que tem uma chave escondida em algum canto e
Gabriel vai destrancar esse seu coração.
— Joguei fora.
— Ele vai achar.
— Para Wendy!
— Com o quê? Você já está apaixonada por ele. — Me olha séria.
— Eu não estou apaixonada por ele. — Afirmo.
— Como você reagiu a isso?
— Sinto um frio na barriga, uma bagunça enorme na cabeça, fiquei
feliz... sei lá, está tudo misturado.
— Você está apaixonada e não sabe lidar com isso. — Maneia a
cabeça.
— Não sei...
— É melhor admitir logo, amiga. — Fala suavemente.
— Não quero me magoar. — Sussurro.
— Olha aí, está com medo. Mais um sinal de que está apaixonada. —
Ela segura minha mão. — Amiga, aproveita. Você tem um homem aos seus
pés. Converse com ele. Abra seu coração. — Suspiro e a olho.
— Ele disse que queria ir à academia comigo hoje. — Digo.
— Perfeito, durmo na casa de Enzo e vocês conversam.
— Estou com medo. Será que ele só quer me fazer sentir algo por ele
e depois me descartar?
— Gabriel não faria isso. Ele pode ter a mulher que quiser aos seus
pés. Ele não precisa disso. Converse com ele amiga, abra seu coração e deixe-
o entrar. Vejo o esforço dele, e o jeito que ele te olha. — Respiro fundo e
suspiro.
— Um homem lindo e sexy está de quatro por você, amiga. Mas não é
só pela beleza e sim pelo seu caráter. É difícil encontrar alguém assim, então
aproveite, e seja feliz.
— Obrigada, Wendy. — A abraço.
— Eu só quero que minha irmã e amiga seja feliz. — Ela sorri.
Conversamos mais um pouco sobre ela e Enzo. E o cara também está
de quatro por ela. Faz de tudo para deixá-la feliz. Ela também sofreu com seu
ex-namorado, mas seguiu em frente e dá de cara com Enzo Griffin. Fico feliz
por ela.
Voltamos ao trabalho e o restante do dia é tranquilo. Não vi Gabriel o
restante do dia. Ele só mandou uma mensagem dizendo que tinha reunião,
por isso não desceu para me ver, e que está tudo certo para hoje à noite. Pego
minha bolsa e me despeço de Wendy, que me deseja sorte, e vai embora com
Enzo. Desço e fico esperando-o na recepção da empresa. Minutos depois
escuto o apito do elevador e me viro. Ele está saindo do elevador, assim que
me vê abre um enorme sorriso.
— Vamos? — Se aproxima e beija minha testa.

Vamos para minha casa, tomamos banho e trocamos de roupa. Quinze


minutos depois chegamos na academia. O local está cheio e levo Gabriel para
conhecer o local. É impossível não notar as mulheres reparando no meu
homem. Isso está me irritando.
— Não te trago mais. — Murmuro
— Por quê?
— As mulheres não param de olhar para você. — Cruzo os braços.
— E os homens não param de olhar para você. — Ele maneia a
cabeça, com um sorriso.
— Não estou vendo nenhum homem me olhando. — Minto.
— Vamos resolver isso então. — Sem ao menos poder respirar e
esperar, Gabriel puxa minha cintura encostando nossos corpos e me dá um
beijo que me deixa desnorteada e de pernas bambas.
— Por essa eu não esperava. — Falo ofegante e ele sorri.
— Pronto, agora as mulheres não me olham e os homens não te
olham. — Pisca o olho.
— Como se adiantasse. — Reviro os olhos. Ele me puxa e descemos
para o primeiro andar e vamos fazer nossa musculação. Gabriel pega alguns
pesos e eu faço exercícios de pernas e braços. Levanto minha blusa até
metade da barriga e faço um nó na lateral. E faço as séries de abdominais.
— Estou gostando de ver. — Pedro se aproxima.
— Tenho que pegar pesado, não é? — Forço um sorriso.
Levanto-me e vou até o enorme espelho e faço uma séria de
agachamento.
— Vai ficar me ignorando? — Me olha através do espelho.
— Estou fazendo meu exercício, Pedro. — Murmuro, ofegante. Ele
continua acompanhando todos os meus movimentos, com uma cara de
poucos amigos. Vejo Gabriel se aproximando e sorrindo de leve para mim.
— Oi meu amor. — Beija meus lábios. Sorrio e vejo Pedro vermelho
de raiva.
— Gabriel, esse é Pedro. — Gabriel o olha.
— Prazer Gabriel, sou o Personal trainer. — Pedro estende sua mão.
— Eu sou o namorado. — Gabriel diz, e ignora a mão estendida de
Pedro. Vejo que Pedro está desconfortável. Gabriel permanece sem expressão
alguma, e abraça minha cintura.
— Bom, vou olhar outras alunas. Foi um prazer te conhecer. — Pedro
fala sem graça.
— Não posso dizer o mesmo. — Meu namorado fala na maior cara de
pau. Pedro me olha com uma expressão séria e sai.
— Sério? — Cruzo os braços.
— O quê? Ele está quase te comendo com os olhos. — Argumenta
um pouco irritado.
— Terminou? — Pergunto.
— Sim. — Ele me abraça todo suado.
— Ótimo, vamos embora. — Ele beija meus lábios.
— Vamos logo, antes que eu quebre a cara dele. —Ele segura minha
mão. Bufo.
Saímos andando de mãos dadas, e de longe noto Pedro me olhar com
uma expressão séria com os braços cruzados. Um olhar estranho e que de
certa forma, me causa desconforto.

Assim que chegamos, tomamos um bom banho e jantamos. Enquanto


arrumo a cozinha, Gabriel está na sala. Meu celular apita, é mensagem de
Wendy.
Wendy: Já conversou com Gabriel?
Eu: Ainda não
Wendy: Fala logo!
Eu: Eu vou falar.
Wendy: Certo, se cuida.
Eu: Você também.
Saio da cozinha e vou até o quarto. Coloco o celular em cima da cama
e me sento. Respiro fundo. Não sei como falar para Gabriel que escutei o que
ele disse ontem à noite e muito menos que estou decidida a abrir meu
coração.
— Vem amor! — Grita Gabriel da sala. Aí meu Deus, o que eu faço?
Respiro fundo e saio do quarto e vou até a sala. Gabriel está sentado
assistindo algo na tv e está rindo à beça.
— Aluguei esse filme, vem assistir. É muito engraçado. — Me
chama. Me sento e ele passa o braço em mim, encosto nele para assistir. As
cenas são engraçadas, mas não estou com cabeça para isso. Só quero falar
logo com Gabriel e me livrar disso. Passo o tempo todo tensa, e quando o
filme acaba, Gabriel desliga a tv.
— O que você tem? — Ele se afasta e me olha. — O filme foi muito
engraçado, mas você nem riu. Você nunca dispensa um sorriso. — Acaricia
meu rosto.
Assinto o olhando.
— O que foi? — Ele tira uma mecha de cabelo do meu rosto.
— Preciso conversar algo com você. — Me ajeito no sofá.
— Diga. — Respiro fundo.
— Escutei você ontem à noite. — Ele me olha e fica calado por um
tempo, que aparece interminável.
— Você não estava dormindo? — Pergunta com a voz baixa.
— Mais ou menos.
— Então você sabe o que sinto por você. — Me olha.
— Gabriel... para mim é complicado. Hoje conversei com Wendy e
ela me deu alguns conselhos. — Ele está atento a tudo que falo. — As únicas
pessoas para quem digo essas palavras, é Wendy, Kevin e meus pais.
— Você não precisa dizer que me ama.
— Deixa eu terminar. — Ele assente. — A única pessoa de fora que
eu disse que amava foi Fabrício. Quando ele me falou isso fiquei radiante, me
sentindo a pessoa mais feliz do mundo. Mas depois, vieram as agressões e o
jeito dele ganhar as coisas através de mim. Quando você falou ontem à noite,
logo em seguida adormeci. Passei o dia martelando isso na minha cabeça.
Não sabia como agir perto de você, o que falar, mesmo sabendo que você não
sabia que escutei. — Ele me olha aflito. — Você foi a melhor coisa que me
aconteceu depois de todo esse tempo sozinha. Com você me sinto feliz, viva,
satisfeita. Não estou sabendo lidar com isso, nunca me senti assim de
verdade, quero dizer, sem agressões ou ameaças. Temos carinho, respeito...
tudo que não tive antes. Eu agradeço muito.
— Não precisa me agradecer. — Ele me dá um sorriso singelo.
Me levanto e vou até a cômoda junto da porta e pego as chaves e me
sento na sua frente. Ele levanta a sobrancelha sem entender. Retiro uma
chave do chaveiro, coloco a pequena chave em minha mão e olho para ele.
— Não estou entendendo. — Franze a testa.
— Gabriel, todos esses anos não me permiti me apegar a ninguém, era
só curtição e nada mais que isso. Eu me sentia solitária e precisava de alguém
ao meu lado. No fundo eu sabia disso, mas não queria colocar isso na cabeça.
Mas aí, você chegou em minha vida e mudou algumas coisas. — Ele sorri e
uma lágrima desce por meu rosto. — Você me trata bem, como ninguém
nunca me tratou, e isso me deixa muito feliz. Era disso que eu também sentia
medo, de ninguém me tratar como mereço ser tratada.
— Você merece mais que isso. — Ele passa seu polegar no meu rosto,
limpando a lágrima.
— No fundo, fico muito feliz em saber que você me ama Gabriel, mas
também fico com medo. Wendy me ajudou a vir falar com você. — Abro
minha mão e coloco a pequena chave em sua mão e fecho.
— Por que está me entregando essa chave? — Pergunta confuso.
— Gabriel, estou disposta a abrir mão do meu medo e de tudo. Quero
poder sentir mais por você e isso me causa medo. Wendy disse que você um
dia iria encontrar uma chave para destrancar meu coração, mas eu disse que a
tinha jogado fora. Mas eu sei que você iria encontrar um dia. — Ele assente
em concordância. — Estou entregando essa chave para você, estou
destrancando meu coração e entregando a você. Não posso prometer que vou
te amar como você me ama, mas estou me permitindo sentir.
— Katherine... — Sussurra e me beija. Saio de cima do sofá e me
sento em seu colo. Ele me puxa mais para perto e continua a me beijar cheio
de paixão.
— Você não vai se arrepender. — Fala com seus lábios colados aos
meus.
— Não me decepcione. — O olho.
— Nunca. — Me abraça.
Passamos o restante da noite, entre abraços e carinhos. Assistimos
mais filmes e falei por mensagem com Wendy, contando o que aconteceu.
Ela e Enzo ficaram felizes por mais esse avanço.
Acho linda a relação dela com Enzo, por mais que Enzo tenha sido
um galinha, ele respeitou Wendy. Agora estão apaixonados e felizes. Apesar
de sua fama, Enzo mudou muito após assumir seu compromisso com Wendy.
Gabriel é diferente, ele está me contou que mantinha contratos com as
mulheres que saia, era mais para não aparecer sozinho nos eventos, que
requerem acompanhantes. Até ele encontrar a megera da Tiffany, nem
conheço essa mulher, e não me desce de forma alguma. Comigo ele disse que
nunca pensou em ter um contrato, tinha uma necessidade de me ter de
qualquer maneira. Admito que, desde que o vi à primeira vez no refeitório,
fiquei pasma com tamanha beleza. Mas coloquei na minha cabeça que eu só
seria uma transa para ele, como ele seria para mim. Mas como poderia
imaginar, que um homem gostoso desse, forte e bonitão ficaria de quatro por
mim?
Sei que não tenho as mesmas condições financeiras que ele, tenho
uma vida muito boa, considero minha vida numa classe média alta. Gabriel
não, ele é bilionário. Mas não ligo para seu dinheiro, a quantidade de carros
caros e sua belíssima cobertura em frente ao Central Park, são apenas
objetos. Eu só quero que ele me trate bem, que cuide de mim, como uma
pessoa apaixonada faz. Gabriel me faz confiar nele, acreditar que ele pode
amolecer meu coração a ponto de entregar para ele. Nesses meses que
estamos juntos, ele demonstrou gostar realmente de mim e me tratar muito
bem. Mas quando ele disse as três palavras mágicas, quase pirei.
Aqui estou eu, acordada às três horas da manhã, olhando um deus
grego deitado na minha cama, dormindo calmamente ao meu lado. Espero
que um dia eu consiga ter mais sentimentos por ele, ele se esforçou muito e
eu continuo travada. Mas agora que decidi entregar meu coração, vou seguir
meu coração a respeito de Gabriel. Vou deixá-lo entrar e me fazer feliz. Mais
do que já sou.
Capítulo 21
Katherine Madison

Acordo sentindo prazer. Quem acorda sentindo prazer? Eu mesma!


Tento abrir os olhos e vejo Gabriel sorrindo para mim com aqueles lindos
olhos azuis penetrantes. Sorrio e fecho os olhos. Sinto prazer e gemo
baixinho. Abro os olhos e levanto a cabeça, Gabriel está fazendo sexo
comigo.
— Acordou, querida? — Sussurra um pouco ofegante.
— Bela forma de acordar. — Resmungo baixinho e gemo. Ele para de
se movimentar. — Por que parou?
— Por nada. — Beija meus lábios.
Então começa a se movimentar e eu começo a gemer baixinho.
Entrelaço minhas pernas em volta do seu quadril. Agarro seu pescoço e ele
começa a me estocar com força.
— Não podemos demorar muito. — Ele fala ofegante e assinto.
— Mais forte, Gabriel. — Imploro e ele geme. Ele sai de mim e gemo
de frustração. Ele me puxa, tira minha camisola e me leva para o banheiro.
Ele liga o chuveiro, me encosta na parede me mantendo de costas para ele,
levanta minha perna e, sem nenhuma cerimônia entra de vez em mim, me
fazendo gemer alto. Ele geme baixinho em meu ouvido me causando mais
prazer. Empino mais a bunda e sincronizamos nossos movimentos.
— Isso... gostosa. Delícia! — Fala entre os dentes. Os movimentos
estão cada vez mais intenso. Meu rosto encostado na parede, e meu corpo
formigando com todas as sensações, até não resistir mais e explodir.
— Gabriel... — Gemo enquanto gozo descontroladamente. Minhas
pernas tremem, mas ainda assim, o afasto e me ponho de joelho a sua frente.
O coloco em minha boca e o sinto pulsar ainda mais a cada movimento. Ele
segura firme meus cabelos.
— Porra... — Rosna e goza na minha boca.
Engulo com dificuldade seu líquido grosso. Me levanto e sinto seu
sêmen caindo da minha boca. Sem tirar os olhos dele, passo meu polegar no
canto da boca, levo a minha boca e chupo meu dedo com o restante do seu
fluído. Ele sorri satisfeito, acompanhando meu movimento.

Mais um dia na Griffin, mesmo todos já sabendo de nosso namoro,


ainda percebo olhares estranhos em nossa direção, e hoje não é diferente. No
intervalo, percebo que as pessoas revezam em me observar e olhar o celular.
— O que eles tanto olham? — Pergunto e Enzo sorrio.
— Fotos. — Natalie fala.
— Fotos minhas? Que tipo de foto? — Pergunto curiosa.
— De você e Gabriel ontem saindo da academia. — Wendy informa.
— Ai meu Deus. — Coloco a mão no rosto, impaciente. — Eles não
cansam, não?
— Pelo visto não. — Enzo fala.
— Olha. — Wendy me mostra seu telefone.
“Gabriel Griffin, foi visto ontem saindo de uma das academias mais
frequentadas de New York com Katherine Madison. Ambos felizes e
apaixonados. Pelo visto, finalmente, Gabriel conseguiu uma mulher à sua
altura. Não podemos mentir, Katherine tem um corpaço de causar inveja na
mulherada. Vamos ser sinceros, a mulher parece ter saído do catálogo da
Montanari’s Lingerie.”
Na foto está eu e Gabriel de mãos dadas sorrindo em frente à
academia. Mais abaixo, tem uma foto que foca o anel que Gabriel me deu.
“Também foi visto esse lindo anel de diamantes no dedo anelar
direito. Não é anel de noivado, mas temos certeza que é algo significativo.
Será que em breve vamos ver um casamento? Será que o mercado dos
solteiros perderá seu integrante de destaque?”
— Fala sério. — Reviro os olhos. — Até meu anel eles repararam?
— Kate, vamos ser sincera. Esse anel dói até nos meus olhos. —
Natalie sorri.
— Verdade. — Wendy sorri.
— Até um cego vê. — Enzo fala e toma seu café.
— Engraçadinho. — Mostro a língua para ele e olho para Natalie. —
E como está Dominic?
— Ah, ele vem essa semana para cá. — Fala cabisbaixa.
— Já conversaram? — Pergunta Enzo.
— Ele disse que quer jantar comigo. — Informa.
— Ótimo. Assim vocês conversam e se resolvem. — Digo animada.
— Não sei... — Ela me olha. — Será que ele quer terminar? Uma
desculpa para acabar o que temos?
— Claro que não. — Bufo.
— Você deveria ir ao salão ajeitar os cabelos, fazer as unhas, e
colocar um belo vestido. — Wendy fala.
— Vocês acham? — Ela nos olha, com certa esperança.
— Claro, mostra quem é a verdadeira Natalie. — Digo, animando-a.
— Olha, eu não entendo muito de estilo feminino, mas se você quer
um cara mesmo, mostre sua beleza, principalmente a de dentro e seja
verdadeira. Você é bonita Natalie, não merece estar sofrendo. Se ele
realmente quiser você, ótimo. Mas se não quiser, a fila anda. — Enzo diz.
— Está inspirado hein. — O olho sorrindo.
— Sempre estive, vocês que nunca perceberam. — Pisca o olho.
— Vou seguir o conselho de vocês. — Natalie se anima.
Continuamos nosso trabalho até o horário do almoço. Eu e Wendy
estamos na portaria esperando Natalie descer para irmos almoçar juntas.
— Ora, ora, se não é a namoradinha do chefe. — Escuto uma voz
feminina atrás de mim. Me viro para ver quem é, e vejo Patrícia.
— O que você quer? — Reviro os olhos.
— Está famosinha às custas de Gabriel, não é? Sabia que você só
queria fama. — Ela me dá um sorriso cínico.
— Não é da sua conta! Saiba que prezo pela minha privacidade, mas
como gosto muito de Gabriel, não me importo. — Explico. Ela me olha com
raiva.
— Esse anel não significa nada para ele. — Fala com desdém.
— Acho que significa. — Levanto meu dedo e fico olhando o lindo
anel. — Ele disse que me ama. — Digo com um sorriso diabólico.
— Disse só para te levar para cama, como faz com todas. É apenas
um contratinho e nada mais. — Me olha com raiva.
— Interessante... — A olho. — Eu não assinei nenhum contrato.
— Ainda não, mas vai. — Ela sorri. — Você não é nada, só uma ex-
namorada de um traficante de merda da Califórnia.
— Como você sabe disso? — Pergunta Wendy surpresa, porém
preocupada. Meu Deus, só o que me faltava.
— Contatos. — Olha suas unhas.
— O que você quer? — Pergunto irritada.
— Você longe do meu Gabriel. — Me fita.
— Seu Gabriel? — Pergunta Wendy com um sorriso. — Acho que ele
namora com a minha amigona aqui.
— Você vai terminar com ele. — Ela dá um passo à frente. — Te dou
vinte e quatro horas.
— Se isso não acontecer? — Pergunto.
— Seu segredinho vai surgir nos tabloides de New York. — Me olha.
— Você não faria isso. — Wendy se aproxima.
— Quer pagar para ver? — Ela sorri. — Essa vadia destruiu minha
vida. Destruiu meu emprego dos sonhos e roubou meu homem!
— Querida, por acaso vocês já ficaram? — Wendy a olha com
deboche.
— Sim! — Mantém sua pose. — Mas essa puta chegou e o roubou de
mim.
— Você me chamou de quê? — Entrego minha bolsa a Wendy.
Escuto baixinho ela dizer “Iii fodeu”. Fodeu mesmo!
— Espera, deixa lembrar. — Disse ela colocando um dedo na cabeça.
— Ah, vadia... puta.
— Repete para você ver, repete! — Grito e ela sorri.
— VADIA E PUTA. ISSO QUE VOCÊ É! — Grita. Agora ela me
irritou de vez.
Sem pensar, deixo a tensão falar mais alto, e vou pra cima dela. Puxo
seus cabelos e aprendo debaixo de mim. Minha raiva é tanta, que não penso
nas consequências. Não vejo e não escuto ninguém, só quero calar a boca
dessa biscate.
— Kate, pelo amor de Deus. — Enzo agarra minha cintura, me
puxando de cima dela.
— Me solta! — Me debato, tentando sair de seus braços. — Eu vou
acabar com essa piranha!
— O que está acontecendo aqui? — Escuto a voz de Gabriel, que vem
correndo até mim. — Katherine. — Seu tom é de preocupação.
— Estou bem. — Me solto de Enzo e olho a piranha. — Você fique
longe de mim e do Gabriel.
— Senão o quê? — Se levanta e vem até mim. — Você é apenas uma
puta para ele.
Sem esperar corro para cima dela, mas Gabriel me puxa.
— Me solta, Gabriel. — Grito de raiva.
— Vocês tirem Patrícia daqui e a levem para uma sala vazia. —
Ordena Gabriel aos seguranças. Eles vão até a Patrícia e a seguraram,
levando-a para dentro.
— Meu Deus, amiga. — Wendy diz preocupada.
— Estou bem. — Me solto dos braços de Gabriel.
— O que aconteceu? — Gabriel fecha minha blusa, que nem percebi
que estava com alguns botões abertos.
— Ela me irritou. — Passo a mão no cabelo.
— Vamos subir. — Wendy fala. Entramos na empresa e todos nos
observam. Vamos direto para sala de Gabriel.
— Rebeca, cancela qualquer reunião ou ligação. — Gabriel fala para
sua secretária, enquanto anda. Entramos em sua sala e ele fecha a porta.
— Pode me dizer o que aconteceu? — Ele cruza os braços.
— O quê? Ela mereceu!
— Gabriel, ela sabe. — Wendy fala.
— Wendy! — Reclamo.
— Ela sabe o quê? — Gabriel olha para ela.
— Fabrício. — Minha amiga diz. Arregalo os olhos.
— Como? — Perguntam em uníssono.
— Nem me pergunte. — Olho minha unha quebrada. — Ai meu
Deus!
— O que foi? — Pergunta Enzo.
— A filha da puta quebrou minha unha! — Choramingo.
— Sério que é com isso que está preocupada? — Gabriel me olha e
reviro os olhos. — Enzo vá falar com Patrícia.
— O que exatamente?
— Você sabe. — Eles se olham.
— Estou perdendo alguma coisa? — Olho para eles.
— Vá, Enzo! E Wendy, obrigado. — Gabriel desconversa. Wendy e
Enzo se despendem e saem da sala, me deixando à sós com Gabriel.
— Pode me dizer o que exatamente aconteceu? — Ele se encosta na
mesa e cruza os braços. Me sento no sofá.
— Ela me chamou de puta e vadia e disse que era para ficar longe de
você. — Respondo.
— O que mais? — Pergunta ele.
— Está interessado, hein? — Ele arqueia a sobrancelha. — O que
você teve com ela?
— O quê? — Ele me olha.
— Você me escutou, Gabriel. — Digo séria. — Ela disse que você era
dela.
— Eu nunca tive nada com ela. — Ele se desencosta da cadeira e
senta ao meu lado.
— Ela disse que você é dela. — Digo.
— Vem cá. — Ele me puxa, fazendo-me sentar em seu colo, de frente
para ele. — Nunca tive nada com ela, nenhuma funcionária, na verdade, e
você sabe disso. Você é a primeira e a última.
Fico olhando em seus olhos e ele fica sem entender. Abro seu paletó,
em seguida tiro o nó da sua gravata e desabotoo sua camisa social. Olho para
ele, coloco minha unha em seu peitoral e vou descendo, fazendo-o uivar de
dor.
— Amor? — Solta um gemido de dor. Me afasto e aperto seu pau, e
ele faz uma careta.
— Você teve algo com ela? — Ele geme de dor. — Responde!
— Não. — Me olha apavorado.
— Esse pau é meu. — Aperto mais.
— Ele é seu. — Ele fecha os olhos.
— Se souber que você o tirou da cueca para alguma outra mulher. —
Me inclino e falo no seu ouvido. — Eu o arranco e boto para você comer.
— Ele é seu. — Fala rápido. — Todo seu!
— Você é de quem? — Pergunto apertando seu pau.
— Sou seu. — Rosna de dor. — Sou todo seu.
— Ótimo. — Digo. Solto seu pau e ele suspira de alívio.
— Satisfeita? — Me olha furioso.
— Ainda não. — Me levanto e pego minha bolsa. — Cartão.
— Hãn? — Maneia a cabeça.
— Briguei com ela porque ela queria você. Briguei por você. — Me
aproximo dele. — Quebrei uma unha e baguncei meu cabelo. Cartão. —
Estendo minha mão. Ele se levanta e vai até sua mesa e tira um cartão de sua
carteira.
— Aqui, compre e faça o que quiser. — Me entrega seu cartão preto.
— Já que você é o chefe, você pode resolver sobre a minha saída. —
Coloco o cartão dentro da minha bolsa.
— Claro. — Engole em seco.
— Nervoso, querido? — O olho.
— Nunca vi você assim. — Responde.
— Isso é só uma provinha do que posso fazer. — Me aproximo dele.
— Não precisava disso. — Diz.
— Esqueci de avisar que sou possessiva. Por segurança, é melhor
você guardar bem o seu pau. — Seguro seu queixo e beijo seus lábios. Me
afasto e saio do escritório, assim que chego no corredor, Enzo está saindo do
elevador, vindo em direção ao escritório de Gabriel.
— Oi cunhadinha, já vai? — Me olha com um sorriso.
— Preciso ajeitar minha unha e meu cabelo. — Digo com um sorriso.
— Continua plena. — Me olha de cima a baixo, sorrindo. Entro no
elevador e aceno para ele.
— Sempre! — Pisco.

Gabriel Griffin

Estou namorando uma doida só pode!


— Maninho... Opa. — Enzo coloca a mão no rosto. — Teve sessão de
sexo selvagem?
Desço meu olhar e vejo que ainda estou com a camisa social aberta e
meu abdômen arranhado pela unha de Katherine.
— Vai te foder, Enzo! — Começo a ajeitar minha camisa. —
Katherine pirou aqui.
— E esse arranhão aí na barriga? — Pergunta com um sorriso. Reviro
os olhos e bufo.
— Ela surtou.
— Não sei não, ela saiu plena. Como se não tivesse brigado. — Se
senta na cadeira.
— Ela endoidou, segurou meu pau e me fez dizer que era dela, e que
se meu pau saísse da cueca para outra mulher, ela me faria comê-lo. — Digo
horrorizado. — Possessiva!
— Bem a cara dela. — Ele gargalha. — Se cuide.
— Eu nunca a trairia. — Me sento na minha cadeira.
— Pelo bem do seu pau, torço que não. — Passo a mão no rosto.
— Falou com a Patrícia? — O olho.
— Ela não me disse exatamente quem, mas investigou bem a vida
dela. — Responde. — Pelo o que entendi, viajou até a Califórnia.
— Merda! — Rosno. — Ninguém sabia disso.
— Pois é. — Passa a mão no cabelo. — A mulher está cega de amores
por você.
— Ela disse o que queria?
— Dinheiro.
— Claro que quer. Quanto? — O olho.
— Um milhão.
— Isso a fará calar a boca? — Pergunto.
— Ela disse que seria você ou o dinheiro. — Dá de ombros.
— Já que você também é advogado, prepare o documento necessário
para ela se manter calada. E faça assinar no meio dos documentos da
transferência do dinheiro. — Digo.
— Beleza. — Assente e sai da sala.
Capítulo 22
Katherine Madison

Entro no enorme salão e vou direto à recepcionista.


— Boa tarde, senhorita. — A moça me cumprimenta.
— Boa tarde. — A cumprimento.
— O que deseja? — Pergunta.
— Cabelo, unha e depilação. — Respondo.
— Certo. — Ela me entrega a comanda. — Aqui está. Vou chamar a
pessoa que irá atende-la.
— Obrigada. — Agradeço
Começo a fazer minha unha e decido aparar as pontas do cabelo. A
última vez que fiz alguma coisa, foi para o aniversário de Samantha. É então,
que me lembro que não a vejo desde o seu aniversário. Pego meu celular e
decido mandar uma mensagem para ela.
Eu: Posso saber por que minha cunhada preferida está me evitando
desde seu aniversário?
Sabendo que ela não vai me responder de imediato, guardo o telefone
e relaxo, enquanto faço todos os serviços que preciso. Assim que finalizo,
enquanto passo o cartão de Gabriel ouço a notificação do celular.
Samantha: Eu sou sua única “cunhada”. Onde você está?
Eu: No salão, na Madison.
Samantha: Me encontra na sorveteria mais próxima?
Eu: Ok.
Quando estou saindo, escuto alguém me chamar.
— Katherine Madison? — Viro-me e dou de cara com uma mulher
negra e alta.
— Sim, sou eu. E você? — Pergunto.
— Sou Serena Montanari! — Ela sorri de forma simpática. Espera aí,
será que ouvi direito?
— Você...é... a dona da... — Gaguejo nervosa.
— Sim. Sou dona da Montanari’s Lingerie. — Ela sorri.
— Ai meu Deus! — Digo eufórica. — Amo suas lingeries.
— Fico feliz. Gostou do que comprou? — Se aproxima
— Amei e meu namorado também, se é que me entende. — Sussurro
e ela assente.
— Fico feliz que o Gabriel tenha gostado. — Me olha animada.
— Você o conhece?
— Quem não o conhece? — Sorrimos. — Soube de vocês pela
internet. Vi uma foto de vocês saindo da academia.
— New York inteira.
— Sim, mas não é disso que quero falar. — Assinto. — Gosto muito
do seu tipo físico, você é muito bonita.
— Obrigada. Mas o que isso tem a ver?
— Quero que você participe da minha nova coleção. — Arregalo os
olhos. — O que me diz? — Diz ela com um sorriso.
— Nem famosa eu sou. — Dá de ombros.
— É sim, você está namorando um dos bilionários mais lindo de New
York. — Fala.
— Não sei...
— Olha, vou te dar meu cartão. — Ela retira um cartão de visita de
sua bolsa e me entrega. — Você tem até segunda para me dar uma resposta,
de preferência até meio dia. Se aceitar, podemos marcar um almoço com a
minha secretária e esclarecer os detalhes do contrato. Caso não me ligue,
intenderei como um não.
— Tudo bem. — Assinto.
— Espero que aceite, gostei muito de você. — Ela sorri e toca em
meu braço. — Foi um prazer te conhecer, Katherine.
— O prazer foi meu, Serena. — Despeço, ela sai e entra em uma SUV
parada em frente ao salão. Olho ao redor e já tem várias pessoas tirando
fotos. Deus, esse povo não cansa?
Caralho, conheci a Serena Montanari, não sei se consigo andar, mas
tenho que encontrar Samantha, a sorveteria é bem pertinho daqui. Minhas
pernas estão trêmulas. Fazer parte do catálogo da Montanari’s Lingerie é o
sonho de qualquer mulher. Suas lingeries são maravilhosas. Eu não estou
passada, estou torrada!
Como Gabriel vai reagir? Embora eu não precise da aprovação dele
para nada, mas estou falando de tirar fotos seminua. Todo mundo vai me ver,
até no Brasil. Até minha vó vai ver, e meus pais? Ai meu Deus, meu pai vai
surtar.
Encontro Samantha, na sorveteria, sentada mexendo no celular.
— Só assim para ver você. — Ela me olha.
— Oi, cunhadaaa. — Se levanta e me abraça. — Conta as novidades.
— Estou perplexa até agora. — Me sento na cadeira. O garçom vem e
fazemos nossos pedidos.
— Me conta. — Pede.
— Sabe a Serena Montanari?
— A dona da Montanari Lingerie?
— Ela mesa. Me chamou para fazer parte do catálogo dela.
— Mentira? — Arregala os olhos. — Quando foi isso?
— Agora pouco, enquanto estava no salão.
— Kate isso é muito legal. E aí?
— Não sei...
— Vai à merda, Kate. Aceita logo.
— Não sei se Gabriel e meus pais vão gostar, embora faço o que
quero.
— Exatamente isso. Ela te deu até quando para responder?
— Até segunda. — Respondo. O garçom traz nossos milkshakes e se
retira.
— Dá tempo, então. Gabriel me falou do jantar amanhã na casa dele
com nossos pais e o seus.
— Sim.
— Eles vão embora quando?
— Domingo à tarde.
— Ótimo, tempo suficiente para falar com eles.
— Ok. Vamos deixar de falar de mim e vamos falar de você. — Ela
me olha desconfiada.
— Desculpa por ter sumido, mas precisei. Estava com vergonha.
— De quê?
— Acho que você vai ficar chateada.
— Como você sabe?
— Fiquei com seu irmão na festa do meu aniversário. — Me olha.
— Você e Kevin? — Meneia a cabeça.
— Por isso não queria te contar. — Murmura.
— Sam, você e Kevin são maiores de idade. Quem sou eu para
interferir? — Ela me olha. — Me conte tudo. — Ela suspira.
— Estávamos bêbados e acabamos no quarto. — Fala.
— Transaram? — Ela assente e fica corada. — AI MEU DEUS!
— Fala baixo. — Sussurra.
— Já vejo o novo casal do ano.
— Acho difícil. Kevin é muito galinha.
— Nisso posso concordar. — Sorrio. — E depois?
— Ele fica atrás de mim direto. — Dá de ombros. Seguro sua mão
sobre a mesa.
— Bom, se você quer ficar com ele e está com medo de saber minha
reação, saiba que apoio a decisão de vocês. — Ela assente com um sorriso. —
Agora preciso ir entregar o cartão do seu irmão.
— Finalmente aceitou o cartão dele.
— Dei uma surra numa filha de chocadeira por causa dele, nada mais
justo me arrumar com o dinheiro dele. — Dou um sorrindo.
— Me conta tudo. — Pede.
Conto da surra que dei em Patrícia, sem mencionar o meu passado.
— Fala sério. Se já te admirava antes, agora te admiro ainda mais. —
Ela joga a cabeça para trás rindo.
— Não iria deixar barato. —Digo sorrindo.
Conversamos mais um pouco e depois vou direto para o apartamento
do Gabriel. Ele já deixou autorizado minha entrada, e quando chego me
deparo com Daiana.
— Boa noite, Katherine. — Ela sorri.
— Boa noite, Daiana. Gabriel já chegou? — Pergunto.
— Já sim, ele está no quarto. — Informa.
— Obrigada. — Agradeço com um sorriso.
Subo as escadas e vou direto para seu quarto. Assim que abro a porta
do quarto, escuto o barulho do chuveiro. Fecho a porta do quarto devagar e
me sento na cama me encostando na cabeceira esperando-o sair. Minutos
depois ele sai do banheiro enrolado apenas com uma toalha no quadril e passa
direto para o closet e não me vê sentada na cama. Continuo quieta, depois ele
sai do closet vestido com uma bermuda de moletom mexendo no celular.
Lindo, gostoso, Deus que homem é esse!
— Olá, meu amor. — O olho de cima a baixo. Ele pula de susto
— Quer me matar? — Coloca o celular na cômoda.
— Não, vim trazer seu cartão. — Pego minha bolsa, que está ao meu
lado.
— Gostei do cabelo. — Me analisa.
— Não vai me abraçar? — Maneio a cabeça e ele sorri. Aquele
maldito sorriso!
— Ainda querer arrancar meu pau? — Cruza os braços. Que bíceps!
— Não sei... — Levanto-me da cama e me aproximo dele. — Seria
um desperdício.
— Você sofre de bipolaridade por acaso? — Arqueia a sobrancelha.
— Não, meu amor. — Desço minha unha pelo abdome e desço até
seu pau. — É um pau muito lindo e me satisfaz, perfeitamente. — Ele pulsa
em minha mão.
— E por que disse que iria o arrancar? — Ele puxa minha cintura.
— Vou arrancar, caso você o enfie em outra boceta, que não seja a
minha. — Sussurro. Beijo seus lábios e me afasto indo pegar minha bolsa.
— Obrigada. — Entrego o cartão a ele. — Quero falar com você.
— Sobre?
— Serena Montanari.
— E?
— Ela me chamou para fazer parte do novo catálogo.
— Nem fodendo. — Se altera.
— O quê?
— Eu não vou deixar você posar de lingerie para toda New York ver.
— Não será só para New York, inclusive o Brasil. — Digo.
— Não quero saber, você não vai! — Me olha furioso.
— E quem disse que estou pedindo sua permissão?
— Não Katherine, você é minha e não quero ver suas fotos na internet
ou na Times Square.
— Pensamento machista.
— Falando a possessiva. — Revira os olhos.
— Mas você gostou. — Falo indo até ele.
— Não. — Murmura me olhando de cima a baixo. O empurro na
poltrona e me sento em cima dele.
— Admite que gostou da minha possessividade. — Sussurro no seu
ouvido.
— Um pouco. — Ele aperta minha cintura.
— Só um pouco? — Começo a desabotoar minha blusa e sua
respiração prende ao ver meu sutiã verde.
— Sim. — Me levanto e tiro minha calça. Ele me olha atentamente.
— Tão linda! — Ele passa a língua nos lábios.
Me sento em seu colo e o beijo. Suas mãos vão para minha bunda e
gemo baixinho quando sinto seu pau contra minha boceta. Ele segura minha
bunda e se levanta indo até a cama, se deitando em cima de mim.
— Quem vai ficar por cima sou eu. — Digo e o viro de vez, ficando
por cima.
— Tô gostando disso. — Me inclino e volto a beijá-lo. Arranho de
leve sua barriga enquanto ele abre o fecho do meu sutiã. — Você quer me
matar!
— Ainda não. — Mordo seu lábio. Me levanto, ficando em pé na
frente dele, tiro sua bermuda de moletom, que está sem cueca deixando-o nu
em cima da cama com sua belíssima ereção. Viro de costa e tiro minha
calcinha empinando minha bunda, e sinto um tapa.
— Você é maravilhosa. — Me olha de cima a baixo. Ando até ele e
me sento em seu colo. Puxo sua nuca e o beijo com toda paixão. Ele deita e
fico me esfregando em sua ereção. Isso dá um tesão do caralho! Ele geme
baixinho e aperta meu seio. Amo ver Gabriel cheio de tesão.
— Gabriel... — Gemo baixinho me esfregando nele. É tão bom. Me
inclino e falo bem baixinho em seu ouvido. — Você é tão gostoso.
— Não atiça, Katherine. — Sua voz sai rouca. Coloco seu pau na
minha entrada e fico roçando nele. — Para de me atentar!
— Você gosta, não é? — Pergunto cheia de tesão.
— Katherine... — Fala entre os dentes. Ele levanta seu quadril
colocando todo seu pau dentro de mim.
— Ahhhh.
— Agora aguenta! — Rosna. Ele segura minha bunda, saindo da
cama comigo e me prensa na parede e começa a estocar com força e rapidez.
Me apoio em seu ombro gemendo sem parar, Gabriel rosna e adoro isso nele,
essa brutalidade me faz gozar muito rápido.
— Nossa... — Reviro os olhos. Ele me joga na poltrona de quatro e
penetra fundo em mim. Me estocando com mais força. Me seguro para não
cair.
— Você me provocou. — Rosna dando um tapa na minha bunda.
Ótimo! Estou com mais tesão. — Agora aguenta. — Ele segura forte meu
quadril, que provavelmente ficará com a marca de seus dedos. Seguro forte
no encosto do sofá. Imploro, choramingo, gemo... até que meu corpo começa
a se contrair e gozo.
— Gabriel... — Grito.
— Isso... aperta meu pau. — Fala entredentes. O orgasmo vem forte e
intenso, me deixa com a visão turva e pernas trêmulas. Ele me puxa,
deixando-me de joelhos, passando seu braço pela minha barriga me mantendo
imóvel. Ele começa a me estocar com mais força que o normal. Ele vai me
dividir em duas, se continuar assim. Ele continua a meter com força, até eu
sentir seu pau pulsar e jorrar seu sêmen dentro de mim. Ele vai diminuindo
seu ritmo até se libertar totalmente. Ele sai e me puxa para sentar ao seu lado.
Estou ofegante, coração acelerado. Ficamos sentados por um bom tempo em
silêncio, tentando controlar nossas respirações.
Minutos depois, meu celular toca, é mensagem do meu pai.
Pai: Estamos no hotel.
Eu: Estou indo já.
— Bonitão, preciso ir. — Digo.
— O que foi? — Pego minha lingerie e visto rapidamente.
— Meus pais já estão no hotel. — Coloco minha calça.
— Pensei que fosse dormir aqui. — Faz biquinho.
— Hoje não, gostosão. Esse final de semana está fora de cogitação. —
Pego minha blusa e começo a vesti-la.
— Já falou com eles sobre o jantar amanhã?
— Vou falar hoje. — Pego meu celular. Preciso avisar a Kevin que
eles já chegaram.
Eu: Mano, nossos pais já estão no hotel.
Kevin: Estou indo para lá. Te espero lá na frente.
— Vou te levar. — Fala e se levanta.
Gabriel se veste e me leva até o hotel.
— Obrigada. — Beijo seus lábios.
— Te espero amanhã às sete. — Acaricia meu rosto e me dá um
selinho demorado.
— Tudo bem. — Sorrio e saio do carro.
Kevin está parado me esperando mexendo no celular.
— Diz modelo. — Ele me olha com um sorriso.
— Oi mana, tudo bem? — Me abraça.
Entramos no hotel e seguimos até o quarto de nossos pais.
— Oi paizão, que saudade. — O abraço.
— Saudades de vocês, meus filhos. — Ele sorri e abraça Kevin e
cumprimentamos minha mãe.
— Cadê Wendy? — Pergunta meu pai.
— Com Enzo. — Me sento na poltrona, perto da janela.
— Ela não pôde vir, mas amanhã ela vai passar o dia conosco. —
Kevin informa.
— Bom, estou morrendo de fome. — Minha mãe fala.
— Vamos sair para jantar.
O jantar segue tranquilamente, entre conversas e risadas, meus pais
nos contam que irão vir morar em New York e querem que fiquemos todos
juntos, inclusive Wendy. Adoramos a ideia de poder tê-los por perto. Só
precisamos arrumar um apartamento que caiba nós cinco. Planejam vir no
próximo mês.
No final do jantar Wendy, aparece e fica muito feliz com a novidade e
aceita o convite de meus pais.
Capitulo 23
Katherine Madison

Acordo mais do que feliz, uma felicidade que não cabe dentro de
mim. Pego meu celular e vejo uma mensagem de Gabriel.
Gabriel: Bom dia, meu amor. Estou indo para casa dos meus pais,
eles me chamaram para almoçar com eles. Mais tarde volto com eles, para o
nosso jantar. Espero vocês às sete, e espero que seus pais não tenham
alergia à frutos do mar. Um ótimo sábado.
Eu: Bom dia, coração. Eles não têm alergia a nada. Até mais tarde,
bonitão.
Sorrio com a mensagem, ele é tão fofo. Gabriel está se saindo melhor
que encomenda. Além de lindo e gostoso, ainda está apaixonado. Me sinto
feliz com ele, espero um dia amá-lo. Um cheiro gostoso me desperta dos
meus devaneios e vou até a cozinha, minha mãe já está no fogão.
— Que cheiro bom. — Ela se vira e sorri para mim.
— Bom dia, filha. Estou fazendo feijoada.
— Que saudade de comer feijoada. — Me sento no banco e apoio
meus braços na bancada.
— Fico feliz. Vou fazer por muito tempo. — Sorrimos.
— Mãe... preciso te contar uma coisa. Quer dizer... preciso do seu
conselho. — Ela se vira para mim.
— Diga, minha filha.
— Sabe a Serena Montanari?
— Sei sim.
— Ela me chamou para participar do seu novo catálogo.
— Que maravilha, minha filha. — Ela sorri e se aproxima
— Posar de lingerie, mãe. —Aviso.
— E daí? Você não estará nua. — Dá de ombros.
— Ela me deu até segunda para responder. — Explico.
— E o que você quer? — Me olha.
— Eu quero, mas Gabriel quase surtou. Imagino a reação de papai. —
Murmuro.
— Ele também vai surtar. — Avisa. — E ainda tem Kevin.
— Pois é. — Bufo.
— Se é o que você quer, vá em frente. Essa é uma oportunidade
única.
— A senhora sabe que prezo por minha privacidade. — A olho.
— Desde que você começou a namorar Gabriel, sua privacidade foi
para o ralo.
— Sim. — Assinto. — Mas ainda vou falar com papai e Kevin. —
Ela começa a mexer na panela.
— O jantar na casa de Gabriel é hoje, não é?
— Sim, às sete.
— Que roupa devo ir?
— Mãe, não é um jantar beneficente ou uma festa de gala. — Digo
sorrindo.
— Mas estamos falando da família Griffin. — Ela fala.
— Eles são bem simples mãe, a senhora vai ver. — Ela sorri.
— Então vamos fazer compras mais tarde. — Fala.
Minutos depois meu pai chega com Kevin da rua e almoçamos. Conto
para eles sobre Serena, e nem preciso dizer que tanto quanto Gabriel, o
discurso foi o mesmo. Sei que são protetores, mas seria uma boa
oportunidade, com certeza iria ganhar um bom dinheiro.
— Vou aceitar. — Falo no meio do caos.
— Não vai, não. — Kevin se exalta.
— Vou sim!
— Filha, pelo amor de Deus. Vai ficar nua! — Meu pai fica nervoso.
— Seminua. — Minha mãe corrige.
— Tanto faz, vai ficar mostrando suas pernas, barriga...
— Para pai, eu sou adulta.
— Já falou com Gabriel? — Pergunta Kevin.
— Ele é meu namorado, não meu pai. — Retruco.
— Não vou te fazer mudar de ideia, não é? — Meu pai me olha,
suplicando.
— Não. — Ele respira fundo e suspira.
— Tudo bem. — Assente frustrado.
— Não pai! — Kevin o olha incrédulo.
— Para Kevin. Já chega! Eu vou aceitar e pronto. — Bato na mesa.
— Insuportável. — Me olha com raiva.
— Olha quem fala. — Levanto-me da mesa e vou para meu quarto.
Entro batendo a porta, chateada com a forma que os homens que mais
admiro, me tratam. Não respeitam a minha opinião e não aceitam que já não
sou mais nenhuma criança. Pego o cartão de Serena e ligo.
— Alô?
— Serena, boa tarde. É Katherine.
— Olá, minha querida, fico feliz com sua ligação.
— Estou ligando para dizer que vou aceitar sua proposta.
— Que bom minha querida, estou ainda mais feliz.
— Quando podemos nos encontrar?
— Segunda, no restaurante. Esse é seu número?
— É sim.
— Pronto, te envio uma mensagem com o endereço. Agora vou
agilizar tudo para nossa reunião segunda.
— Tudo bem.
— Fico feliz com sua resposta, não vai se arrepender. Até mais,
querida.
— Até.
Encerro a ligação e me sinto aliviada. Quero muito fazer isso, ganhar
mais dinheiro e poder fazer o que quiser. Coloco meu celular na cama e me
arrumo para sair com minha mãe. Alguém bate na porta.
— Entra! — Grito.
— Mana? — Escuto a voz de Kevin.
Saio do closet e o vejo parado fechando a porta.
— Se for para falar aquelas besteiras é melhor dar meia volta. —
Cruzo os braços.
— Me desculpa. — Murmura vindo em minha direção. Reviro os
olhos.
— Você sabe que só quero cuidar de você. Eu sei que você é adulta,
mas cuido de você.
— Mas é a minha vida, Kevin. Eu que decido o que quero ou não
fazer.
— Eu sei. — Suspira. — Mas sei lá, você vai ficar exposta demais,
vai chamar muita atenção.
— Kevin... — Me interrompe.
— Não. — Faz uma pausa. — Você quer? Tudo bem! Estou aqui para
apoiá-la. Só quero sua felicidade.
— Ainda bem! — Bufo. — Não gosto de ficar brigada com você.
— Nem eu. — Sorri. — Vem cá, me dá aquele abraço gostoso, que só
você sabe dar.
— Te amo, Kevin. — O abraço. Ele me aperta contra ele e beija meu
cabelo.
— Também te amo, mana. Sempre estarei ao seu lado. — Me olha. —
Agora vai logo, que nossa mãe está doida para fazer compras.
— Tá bem. — Sorrio. Saio do quarto e vou em direção à sala. Meu
pai também se desculpa comigo. Depois de uma pequena conversa, ele
finalmente me apoia e minha mãe fica muito feliz.
Passo a tarde com minha mãe e Wendy fazendo compras. Quando
voltamos para casa nos arrumamos e seguimos para o apartamento de
Gabriel.
Meus pais se impressionam com a opulência do prédio e da cobertura
de Gabriel. Apresento-os a Daiana, que além de ser a governanta, é uma das
pessoas que o viu crescer desde a infância
— Chegaram! — Vejo Gabriel descendo as escadas. Perfeitamente
lindo!
— Oi, meu amor. — Me abraça.
— Mãe... pai, esse é Gabriel. — Gabriel sorri. Meu pai o
cumprimenta, na defensiva, sondando Gabriel. Já minha mãe é só sorrisos.
— Desculpa dizer, mas você é muito bonito. — Minha mãe o olha.
— Estou começando a ficar com ciúmes, Mary. — Meu pai fala com
divertimento, ficando mais à vontade na presença de Gabriel.
— Deixa de drama, querido. — Sorrimos. — Já imagino os filhos de
vocês.
— Mãe! — Gabriel me olha rapidamente com um sorriso.
— Tudo bem, obrigado pelo elogio. A senhora também é muito
bonita. — Meu namorado diz.
Minutos depois os pais de Gabriel chegam com Enzo e Samantha.
Sophia simpatiza com minha mãe, e rola altas fofocas. Meu pai se enturma
com os homens, me deixando sozinha com Sam e Wendy.
— Então, como vocês estão? — Wendy pergunta a Sam.
— Estou vendo as trocas de olhares. — Falo escondendo o riso.
— Ele fica o tempo todo atrás de mim. — Sam bebe o vinho.
— Ele está conversando, mas o tempo todo te olhando.
— Deixa ele olhar. — Dá de ombros. Gabriel chega me abraçando
por trás e beijando meu pescoço.
— Que amor você dois. — Sam faz uma cara fofa, nos fazendo sorri.
— Doida que Kevin faça isso. — Wendy diz com um sorriso.
— Cala a boca. — Sam a repreende.
— Saudades. — Ele sussurra no meu ouvido.
— Também estou. — Digo baixinho. Ele me vira e me puxa pela
cintura.
— Diz que vai dormir hoje aqui. — Faz cara de cachorro pidão.
— Não posso. Tenho muita coisa para fazer em casa. — Ajeito seu
cabelo.
— Eu mando alguém fazer. Dorme aqui, vai? — Beija de leve meus
lábios.
— Vou pensar. — Sussurro em seus lábios.
— Senhor Gabriel, o jantar já vai ser servido. — Daiana avisa.
— Obrigada, Daiana. — Gabriel agradece.
Vamos para a sala de jantar. Me sento ao lado de Gabriel, que
mantém sua mão esquerda o tempo todo em minha perna, durante o jantar.
Noto os olhares entre Samantha e Kevin. Isso ainda vai dar namoro.
— Vocês precisam comer da minha feijoada. — Mamãe fala.
— Feijoada? O que é uma feijoada? — O pai de Gabriel pergunta.
— É um prato típico do Brasil. — Digo.
— Minha mãe é brasileira, Vivi uns anos lá, e os meninos vão com
frequência visitar a família. — Minha mãe explica.
— Interessante. — Sophia fala. — Quero provar.
— Claro que vai. — Wendy sorri.
— Vamos nos mudar para cá daqui um mês. — Meu pai fala.
— Sério? — Pergunta Gabriel surpreso. Meu pai assente com um
sorriso.
— Que bom, fico muito feliz. — Gabriel diz, sorrindo.
— Assim que nos mudarmos, vou fazer para vocês provarem. —
Mamãe se anima.
— Ótimo. — Arthur diz.
— Vocês vão adorar. — Enzo toma seu vinho.
— Já provou, querido? — Pergunta Sophia.
— Com toda certeza. — Ele diz com um sorriso.
— Bom, espero que venham logo. — Meu sogro se anima.
— Podemos marcar de viajar para o Brasil. — Minha cunhada diz.
— Ótima ideia. — Sophia sorri.
— Vocês vão amar minha vó. — Digo empolgada.
— Já quero conhecê-la. — Arthur me olha com um sorriso.
— Vamos marcar então. — Meu pai diz.
— Quero conhecer sua avó — Gabriel acaricia minha coxa.
— Ela é uma ótima pessoa. — Falo.
— Onde ela mora exatamente? — Pergunta Arthur.
— No Rio de Janeiro. — Mamãe diz.
— Eu já fui à São Paulo. — Gabriel fala.
— O carnaval de lá é muito bom. — Kevin bebe seu vinho.
— Já ouvi falar, seria interessante a gente ir. — Sophia nos olha com
um sorriso.
O assunto carnaval no Brasil, rende durante o restante do jantar. Já
temos até data para ir ao Brasil. Resultado do jantar: sucesso total.
No fim da noite, todos vão embora, ficando só eu e Gabriel. Depois
de um bom banho juntos, matamos a saudade da forma adequada, do nosso
jeito.
Já prontos para dormir, nos deitamos na cama.
— Vou viajar na segunda para Seattle, à trabalho. — Ele acaricia meu
braço.
— Volta quando?
— Na terça à tarde. — Faz uma pausa. — Queria que você fosse.
— Gabriel, eu trabalho. Não é porque você é o dono da empresa e sou
sua namorada, que posso ficar me ausentando. — Levanto meu rosto para
olhá-lo.
— Tudo bem. Sabia que iria dizer isso. Por isso quis que dormisse
aqui. Já que vou ficar dois dias sem te ver. — Me olha.
— Vai passar rápido. — Ele assente.
— Tomara. — Beija meus lábios.

— Bom dia, dorminhoca. — Gabriel sussurra no meu ouvido.


Me mexo e coloco o travesseiro na minha cabeça.
— Acorda. — Acaricia minhas costas.
— Quero dormir mais. — Falo sonolenta.
— Já dormiu muito. — Levanto um pouco o travesseiro e olho para
ele.
— Que horas são?
— Onze. — Tiro o travesseiro do meu rosto. Me sento rápido e ele
começa a rir.
— Tá rindo de quê? — Pergunto.
Me levanto e corro para o banheiro. Tiro a camisa e me olho no
espelho e grito. Cristo o que aconteceu com meu cabelo? Está parecendo que
fugi de um hospício. Gabriel entra rápido no banheiro.
— Você gritou... — Ele nem termina de falar, quando nota que estou
nua.
— Nem vem. — Faço um gesto com a mão. — Você ficou rindo do
meu cabelo.
— Você fica linda de qualquer jeito. — Ele se aproxima e me abraça
por trás.
— Sei... — Saio de seus braços. Vou em direção ao box e tomo meu
banho. Saio do banheiro e encontro Gabriel mexendo no celular. Vou em
direção ao closet.
— Amor, seu telefone está tocando. — Grita do quarto.
— Quem é? — Pergunto.
— Sua mãe.
— Atende. — Peço.
Termino de me arrumar e saio do closet.
— O que ela queria? — Pergunto.
— Me chamou para almoçar a tal feijoada. — Sorri e me entrega o
telefone.
— Olha aí, finalmente vai provar. — Digo.
— Ansioso. — Se levanta e beija minha testa.
— Sua mala já está pronta? — Pergunto.
— Já. — Coloca a camisa.
— Dorme lá em casa, já que você vai sair cedo. — Falo o olhando.
— Richard vai me levar até o jatinho às sete e meia. — Calça o tênis.
— Tudo bem, você dorme lá. Diz a Richard que vá te buscar lá. —
Pego minha bolsa.
— Espera só um minuto. — Pede e sai do quarto. Pego minha bolsa e
vou até a cozinha.
Daiana está com o café pronto, enquanto conversamos Gabriel chega
e a dispensa pelos próximos dias já que ele vai viajar.
Richard já nos aguarda no carro e nos leva para o meu apartamento.
— Cheguei! — Grito fechando a porta.
— Oi, filha. — Meu pai aparece na sala e ao ver Gabriel sorri. —
Gabriel.
— Olá Gustavo. — Ambos se abraçam, com tapinhas nas costas.
Homens!
— Veio comer a feijoada? — Meu pai pergunta.
— Finalmente. — Meu namorado sorri.
— Vou levar a mala lá para o quarto. — Levo sua mala para o quarto
e vou até a cozinha, encontrando Wendy e minha mãe.
— Como eu amo feijoada. — Falo chamando a atenção delas.
— Finalmente, filha. — Mamãe sorri. E eu a abraço.
— Enzo vem? — Pergunto.
— Vem sim, Sam também vem. — Wendy informa.
— Cadê Kevin? — Pergunto.
— Tomando banho. — Mamãe avisa.
— Ficando cheirosinho para Sam. — Minha amiga sorri.
— Com certeza. — Gargalho.
Ajudo-as concluir o almoço. Enquanto minha mãe fala sobre sua
mudança e pede para que eu e Amy os ajude a encontrar um bom
apartamento. Ouço batidas na porta, é Enzo e Sam.
— Cunhada. — Sam me abraça.
— Está linda, hein! Isso é para meu irmão? — Pergunto sorrindo.
— Nem vem. — Ela revira os olhos e entra.
— Diz bonitão. — Olho para Enzo, que me abraça.
— E aí cunhada. — Beija minha bochecha e entra.
Vamos para sala e Sam fica constrangida com a forma que Kevin a
cumprimenta. O almoço está pronto e depois de todos servidos, mamãe está
ansiosa para saber se Sam e Gabriel vão achar do prato. E é claro, que eles
adoram. Gabriel repete três vezes.
Depois de ajudar minha mãe a arrumar a bagunça da cozinha, me
sento na sala ao lado de Gabriel e conversamos sobre nossa viagem à Bahia,
no Brasil.
— Kate, podemos falar com Suzy. Ela mora por lá. — Wendy me
olha.
— Boa ideia. Ainda tenho contato com ela. — Digo.
— Assim ela pode arrumar uma casa grande para gente. — Sam
comenta.
— Exatamente, essa semana ainda falo com ela. — Wendy diz.
— Peço a ela as programações dos camarotes, para ver qual comprar
por lá. — Falo.
— Me mantenha informado. Vou custear tudo. — Gabriel acaricia
meu braço.
— Racho com você. — Enzo diz.
— Não precisa gente. — Reviro os olhos.
— Claro que sim, estou dentro também. — Papai entra também.
— Até o senhor tio? — Pergunta Wendy.
— Cara eu posso me habilitar no churrasco. — Meu irmão fala
sorrindo.
— Hum. — Murmuro.
— Kate se faz de fina, mas adora um churrasco na laje. — Diz Wendy
para Sam que gargalha.
— Eu sou fina, querida. — Olho de soslaio para ela e todos rimos.
— Você foi muito ao Brasil? — Pergunta Gabriel.
— Muito. — Assinto. — Mesmo morando na Califórnia mais nova eu
sempre ia para lá. Principalmente nos carnavais.
— Foi no carnaval de dois mil e doze que conhecemos Suzy. —
Wendy informa.
— Mas sua vó mora no Rio e essa amiga de vocês mora na Bahia,
como se conheceram? — Pergunta Enzo.
— No Rio, em um bloco. Conversamos e trocamos telefone. No ano
seguinte, ela nos convidou a passar o carnaval na Bahia, e foi incrível.
Melhor carnaval que passamos no Brasil.
— Como é o carnaval de lá? — Pergunta Gabriel.
— Muita gente grudada, muita música, bebida. Muito bom. — Ele
assente.
— Precisamos falar logo com ela, para providenciar os camarotes. —
Diz Wendy.
— Sério? — Minha cunhada pergunta. E explico como funciona os
camarotes e os trios elétricos.
— É muito bom, vocês vão gostar. — Mamãe fala.
O assunto rende, e Wendy fica encarregada de organizar tudo.
Estamos todos empolgados. Enzo e Gabriel vão bancar toda viagem, mesmo
insistindo para que dividíssemos.
Acordo mais cedo para fazer um café reforçado para Gabriel, ele
ainda dorme enquanto vou preparar tudo. Estou finalizando quando me
abraça e beija meu pescoço.
— Bom dia. — Sua voz sai rouca.
— Bom dia. —Viro-me para ele, e seus olhos azuis me fitam com um
brilho bonito. Ele beija meus lábios e se afasta.
— Nem me chamou. — Se senta no banco, apoiando as mãos no
balcão.
— Você estava lindo dormindo, não quis te acordar. — Pego a garrafa
de café o sirvo enquanto sua mão está em minha cintura.
— Vou sentir saudades. — Beija meu braço.
— Vai ser rápido. — Dou um sorriso.
— Espero que passe rápido. — Ele pega a xicara de café e a leva até a
boca.
— Bom dia, casal. — Wendy entra na cozinha.
— Bom dia. — Gabriel a cumprimenta e volta a comer.
— Gabriel hoje tenho a reunião com Serena. Vou acertar todos os
detalhes. — Informo e mordo minha torrada.
— Com uma condição. — Arqueio a sobrancelha e tomo meu café.
— De eu ir junto para a sessão de fotos.
— Não precisa Gabriel, você é muito ocupado. — Murmuro.
— Não interessa, para você arrumo o tempo que for. — Ele sorri e
acaricia minha cintura. Esse homem, meu Deus.
— Vocês são tão lindos, que dá vontade de morder. — Wendy faz
uma careta e bebe seu café.
— Bom, preciso me trocar, daqui a pouco Richard chega. — Gabriel
fala e se levanta.
— Vai se trocar que eu arrumo aqui. — Wendy me olha.
Assinto e vou para o quarto. Gabriel toma banho, enquanto separo
suas roupas e me arrumo.
— Richard já chegou. Podemos deixar vocês na empresa já que é
caminho. — Ele avisa.
— Tudo bem. — Saímos do quarto e chamo Wendy para irmos.
Ao chegar na empresa, Wendy se despede e sai do carro.
— Também vou sentir saudades. — Ele puxa minha nuca e me dá um
beijo de tirar o fôlego.
— Preciso ir. — Dou um selinho nele.
— Se precisar de algo me ligue ou fale com Enzo. — Acaricia meu
rosto.
— Tudo bem. Nos falamos mais tarde. — Ele assente e me beija.
A manhã transcorre normalmente, entre reuniões, supervisionar
impressões e fazer umas avaliações, Serena me envia o endereço do
restaurante que iremos almoçar. Aviso Wendy do meu almoço e sigo para o
restaurante.
Ao entrar, o maitrê me segue até a mesa, onde Serena reservou.
— Olá querida, que bom revê-la. — Serena se levanta e me abraça.
— Eu que fico feliz. — Ela acena para cadeira. Após me acomodar, o
garçom faz nossos pedidos e se retira.
— E o namorado? — Pergunta Serena.
— Viajando à trabalho. — Dou um sorriso.
— Katherine, essa é minha assistente, Stefanny. — Serena faz as
apresentações.
— Prazer. — Aperto sua mão.
— Stefanny essa é a famosa, Katherine. Ela vai participar da minha
nova coleção. — Serena sorri.
— Fico feliz, é a namorada do Gabriel Griffin, não é? — Stefanny me
olha.
— Sim. — Assinto.
— Apropriadíssima para nova coleção. — Serena me olha com um
sorriso.
— Tem uma foto dela circulando com Gabriel saindo da academia. —
Serena mostra no tablet.
— Perfeita para sua coleção. — Stefanny diz.
— Obrigada. — Agradeço com um sorriso.
— Então querida, aqui está o contrato com o valor. — Stefanny me
entrega o papel. Olho todo o contrato e tudo parece estar normal, pego minha
caneta e assino tranquilamente e sem pressa.
— Gabriel vai querer ver a sessão de fotos. — Empurro o contrato na
mesa.
— Ele será bem recebido. — Ela põe o contrato num envelope. — Só
me diga depois o uísque de sua preferência.
— Não precisa disso. — Digo. O garçom chega com nossos pedidos e
nos serve.
— Ah, precisa sim! Estamos falando de Gabriel Griffin. — Stefanny
toma seu suco.
— Ok. Depois te passo.
— As fotos serão no sábado por volta das duas da tarde, nesse
endereço. — Ela me entrega um pequeno papel, onde tem anotado o endereço
e horário.
— Certo.
— Não precisa arrumar o cabelo, maquiagem, nada. Vá de cara
lavada. — Avisa.
— Lá terá comida e bebidas à sua disposição. — Diz Stefanny.
— Certo. —Sorrio.
— Um brinde à sua nova vida. — Serena ergue seu copo.
Conversamos sobre minha vida e meu relacionamento com Gabriel, e
Serena fala de como começou sua linha de lingerie.
Volto ao trabalho e a tarde passa rápida envolvida no trabalho. Volto
para casa, mas estou com uma sensação estranha, de estar sendo observada.
Mas não vejo nada de diferente.
Assim que chego, vou me trocar, Wendy e Enzo devem estar
chegando com a pizza. Ouço o toque da campainha e estranho. O porteiro não
avisou e me surpreendo ao abrir.
— Oi Pedro. — Digo surpresa. — O que você está fazendo aqui?
— Está sozinha? — Pergunta, com um tom de voz estranha.
— O que você quer? E como soube que moro aqui? — Pergunto e ele
dá um riso.
— Fazendo perguntas demais. — Empurra a porta e entra no meu
apartamento, sem ser convidado. Quem ele pensa que é?
— Sai da minha casa! — Exijo.
— Se eu não sair? Vai chamar seu namoradinho? — Ele se aproxima
de mim e bate à porta. — Eu sei que ele viajou, gracinha.
— Sai daqui. — Ele segura meu queixo com força.
— Fala direito comigo, sua puta! Quem você pensa que é? — Puxa
meu braço e me joga na parede. Meu Deus, me ajude...
— Está me machucando, Pedro. — Murmuro, sentindo dor.
— Você é uma puta! Preferiu o mauricinho ao invés de mim. — Fala
furioso e segura forte meu queixo. — Eu sou melhor que ele e vou te provar.
— Me deixe em paz, Pedro. — Uma lágrima escorre em meu rosto.
— Não quero. Vou te dar uma prova que sou muito melhor que ele.
— Se aproxima de mim. Solta meu queixo e começa a beijar meu pescoço.
Que nojo. Tento me soltar dele, mas ele é mais forte que eu. Me mantém
presa na parede enquanto passa a mão pelo meu corpo.
— ME SOLTA, PEDRO! — Grito. Mas é em vão, ele começa a
apertar meu peito e grito de dor. Sinto as lágrimas em meu rosto. Ele desvia
seu rosto e me beija. Mantenho minha boca fechada, e mordo seu lábio que
sangra.
— SUA PUTA! — Grita dando um tapa forte no meu rosto. Sinto
sangue no canto da minha boca. — AGORA VOCÊ ME PAGA. Ele me joga
no sofá com brutalidade e tenta tirar meu short, mas o impeço, debatendo
minhas pernas. Ele me xinga e peço a Deus que ele pare. Seu toque me dá
nojo.
— VOCÊ É MINHA! — Grita rasgando minha camiseta expondo
meus seios.
— SOCORRO! — Grito. — ALGUÉM ME AJUDE!
— Aqui não tem ninguém, meu amor. Apenas eu e você. — Sussurra
no meu ouvido, me causando ânsia de vômito. Ele tira minha camiseta
rasgada e joga no chão. Ele me olha e sorri.
— Me solta, Pedro. — Peço chorando. Ele está me machucando
— Você deveria ter me escolhido, amor. — Se aproxima de mim. —
E isso não estaria acontecendo. Você ainda levou aquele marmanjo na
academia para me provocar.
— EU TENHO NOJO DE VOCÊ! — Cuspo em seu rosto.
Ele me segura com toda força e tira meu short, me deixando apenas
de calcinha.
— Você não terá nojo, depois que eu te fizer gozar. — Ele tenta
enfiar sua mão dentro da minha calcinha e eu grito.
— KATE! — Grita alguém. Quando olho, vejo Enzo correndo,
jogando as sacolas pelo chão, vindo em minha direção junto com Wendy.
Obrigada Deus!
Enzo pega Pedro pelo pescoço e o joga no chão dando socos nele. Eu
só choro, sem reação e sem forças para me levantar. Wendy me cobre com
seu casaco.
— SEU FILHO DA PUTA! — Enzo continua dando socos na cara de
Pedro.
— Vem Kate... — Escuto a voz trêmula de Wendy.
Tento me levantar, mas minhas pernas estão trêmulas e tudo piora
quando minha visão embaça.
— Kate? — Wendy me olha.
Começo ver tudo girando...
— Kate!
Distante...
Distan...
E só consigo pensar em Gabriel...
Capítulo 24
Gabriel Griffin

Ligo para Katherine cinco vezes e ela não me atende. Mando


mensagem e ela não responde, combinamos de fazer uma videochamada, mas
nada dela atender. Enzo me ligou, dizendo que ela não iria para a academia
que ele e Wendy iam comer pizza com ela no apartamento delas. Termino de
me arrumar para ir à reunião, que começará em meia hora. Estou sentindo
algo estranho, como se alguma coisa estivesse acontecendo. Mas eles devem
estar assistindo algum filme e estão distraídos.
Termino de colocar minha gravata, quando escuto meu celular tocar.
Rapidamente vou até a cômoda e suspiro ao ver o nome de Enzo na tela.
— Cara, estou a tempos tentando ligar pra você. — Falo assim que
atendo.
— Você precisa vir o mais rápido possível! — Fala apressado e noto
preocupação em sua voz.
— O que houve, Enzo? — Pergunto preocupado.
— A Kate... ela... — Sinto meu coração acelerar mais que o normal.
— O que aconteceu com ela, Enzo? — Pergunto nervoso. Escuto-o
suspirar.
— Ela... Kate quase foi estuprada, Gabriel.
— É O QUÊ? — Grito.
— Isso mesmo! Cheguei no apartamento, e Pedro estava atacando-a.
Já tinha rasgado suas roupas.
— FILHO DA PUTA! — Grito e jogo um jarro na parede.
— Chamei a polícia e ele está na delegacia fora de si! Kate desmaiou
com o susto e estamos no apartamento dela. Você precisa voltar!
— Vão para minha cobertura. — Passo a mão no cabelo. — Quero ele
preso, Enzo. Garanta isso até eu chegar aí. — Corro até o closet e pego minha
mala.
— Wendy está assustada, Kate está em choque, já chamei um médico
e estamos aguardando.
— Vou o mais rápido possível! — Digo apressado, colocando as
coisas dentro da mala de qualquer jeito.
— Vem irmão, está tudo fora de controle. Kate precisa de você.
— Eu vou, Enzo. Eu vou. — Passo a mão no rosto. — Vou ligar
agora mesmo para preparar o jatinho.
— E como ficará as reuniões?
— Que se foda, Enzo! Minha preocupação agora é a Kate. Reunião
posso fazer por videoconferência.
— Tudo bem. Estamos te esperando.
— Enzo?
— Sim?
— Cuida dela.
— Pode deixar, irmão. — Desligo o telefone.
Rapidamente peço para prepararem o jatinho. Nem sei o que pensar.
Só de pensar na agonia e no sofrimento dela. Filho da puta! Troco de roupa o
mais rápido possível e ajeito minha mala. Amanhã vejo como irei resolver as
reuniões. Saio disparado do hotel e vou direto para o meu jatinho que já está
me esperando.
A viagem é longa, a ansiedade me consome. Nem sei o que seria de
mim se Pedro conseguisse o que queria. Juro que o mataria, sem pensar duas
vezes. Eu sabia que tinha algo estranho nele, sabia que ele olhava para ela de
modo estranho, e quando me viu beijando Katherine, ficou cego de raiva, foi
notório! Para calar a boca dele, ela me beijou. Mas pelo jeito o beijo não foi
suficiente. Porra!
Finalmente chego em New York e vou o mais rápido possível para
casa. Enzo enviou uma mensagem avisando que já estavam na minha
cobertura. Entro como um furacão.
— Gabriel. — Enzo se levanta do sofá.
— Cadê ela? — Pergunto passando as mãos no cabelo.
— Calma, ela está dormindo. — Fala com calma. — Senta aqui.
— Me diz logo, Enzo. — Peço angustiado.
— Como te contei, marquei de comer pizza com elas. Kate, foi direto
para casa e eu e Wendy passamos no mercado e depois na pizzaria. —
Assinto. — Mano, mas quando eu cheguei...
— Me fala, porra.
— Ela estava deitada no sofá, ele... ele estava tocando seu corpo. Ela
estava transtornada, gritando e chorando. Estava apenas de calcinha. — Fala
nervoso. — Depois de tudo, ela desmaiou. — Me levanto e vou até a
mesinha de bebida e jogo tudo no chão.
— Calma, irmão! — Se aproxima de mim. — O médico veio e disse
que ela está assim por causa do susto, ela acordou chamando por você, estava
muito nervosa, por isso o médico lhe deu um calmante. Mesmo dormindo, ela
não para de te chamar.
— Onde ela está? — Limpo meu rosto, sentindo lágrimas descerem.
— No seu quarto. Eu e Wendy tivemos que dar banho nela. — Ele
suspira. — Desculpa mano, mas Wendy não ia aguentar carregá-la sozinha.
— Passo a mão no rosto assentindo.
— Tudo bem. — Faço uma pausa. — Confio em você.
— Você pediu para cuidar e cuidei. Ela é como uma irmã para mim.
— Obrigado, cara. — O abraço forte. — Liga para o meu advogado.
— Agora? Você sabe que horas são?
— Não interessa. Não quero perder tempo, quero esse desgraçado
apodrecendo na cadeia. — Sigo até as escadas.
— Tudo bem, vou ligar. — Ele retira o celular do bolso.
— Vou ver como ela está. Cadê Wendy? — Pergunto.
— No outro quarto, faz pouco tempo que ela dormiu. Ficou o tempo
todo com Kate. — Explica. Assinto e subo as escadas. Saio tirando o paletó e
abro a porta devagar. Entro e olho o meu anjo adormecido. Seus cabelos
loiros espalhados em meu travesseiro. Me sento na beirada da cama e a olho
dormir tranquilamente. Tiro uma mecha de cabelo do seu rosto e ela se mexe.
Beijo sua testa e me levanto, preciso resolver algumas coisas. Vou até
Enzo.
— Pronto, ele vai para a delegacia onde Pedro está. — Avisa.
— Ótimo, vamos! Quero esse filho da puta atrás das grades. — Ando
em direção ao elevador.
— E ele vai ficar. — Diz firme.

Katherine Madison

Acordo e sinto meu corpo dolorido. Será que foi um sonho? Me sento
na cama e olho ao redor, estou no quarto de Gabriel. Olho para baixo e vejo
que estou com uma blusa sua e nada por baixo. Me levanto e sinto meu corpo
doer. Deus, aparece que levei uma surra.
Vou até o banheiro meio zonza e me olho no espelho, estou com uma
cara péssima, uma ferida no canto da boca. e várias marcas por meu corpo.
Tomo um banho e de repente, todo desespero de ontem, me abate. Lágrimas
descem em meu rosto. Tudo que passei..., foi horrível. Pedro me tocando a
força, me machucando... Foi horrível ter aquelas mãos asquerosas em meu
corpo. Obrigada Deus, por Enzo ter chego a tempo de impedir o pior. Me
visto e vou até a sala, não sei se Gabriel já sabe sobre o que aconteceu.
Wendy está no sofá.
— Wendy... — Ela levanta o rosto e vem em minha direção chorando.
— Como você está? — Sua voz sai trêmula.
— Tentando ficar bem. — Sinto as lágrimas descerem.
— Estava tão preocupada. — Afasta os cabelos do meu rosto.
— Estou bem. — Fungo.
— Vou ver algo para você comer. — Fala e sai da sala.
Fico no sofá, pensando em tudo que aconteceu. Escuto o som do
elevador, e assim que abre, vejo Gabriel.
— Gabriel. — O chamo. Ele me olha e vejo preocupação em seus
olhos. Levanto-me ainda fraca, mas consigo correr até ele. Ele me abraça
forte, e choro ainda mais.
— Oi, meu amor. — Sussurra, enquanto choro em seus braços, aqui
me sinto segura. Ele me abraça forte e beija meu cabelo.
— Chegou agora? — Pergunto olhando para ele ainda com lágrimas
em meu rosto. Ele me segura e se senta comigo no sofá. Coloca minhas
pernas em suas coxas e me abraça.
— Cheguei de madrugada, Enzo me ligou e sai de Seattle no mesmo
instante. Estava garantindo que aquele desgraçado ficasse preso. — Me
abraça mais forte.
— Nem sei o que seria de mim se Enzo não tivesse chego. — Minha
voz sai embargada.
— Me desculpa, meu amor, por não estar com você. — Beija minha
testa.
— Você não teve culpa. — Olho seus lindos olhos azuis.
— Você acordou agora? — Pergunta.
— Faz uns dez minutos. — Sussurro.
— Que bom que você chegou, Gabriel. — Wendy entra na sala, com
uma bandeja com meu café. — Enzo me ligou e disse que estavam na
delegacia.
— Tive que garantir que ele ficasse preso. — Gabriel a olha.
— Eu não fui com a cara dele. — Wendy fala. — Ele cheira a
encrenca.
— Agora já passou. — Gabriel acaricia meu braço. — Wendy, se não
for incômodo, você pode trazer café para mim?
— Claro. — Assente e se retira da sala. Gabriel tira a jaqueta e joga
no sofá e volta a me abraçar. Comemos em silêncio.
— Você não dormiu? — Pergunto tomando o café.
— Não. Fiquei lá até ter garantia de que ele ficaria preso. — Ele fala
de boca cheia.
— Desculpa.
— Ei. — Ele levanta meu queixo, fazendo-me olhar em seus olhos. —
Nada disso, você não teve culpa.
— Fico feliz que você tenha voltado. — Dou um sorriso, sincero.
— Meu amor, faço qualquer coisa por você. Eu amo você! — Seus
olhos brilham.
Gabriel realmente me ama e estou vendo-o com outros olhos. Será
que também estou apaixonada por ele? Minutos depois Kevin aparece
desnorteado.
— Mana! — Ele corre até mim. Me levanto e o abraço forte. Ele beija
minha cabeça. Kevin age como um irmão mais velho. É até engraçado, pois
eu sou a mais velha. Mas gosto do modo protetor dele. — Você está bem?
— Estou sim. Enzo e Wendy chegaram a tempo. — Ele assente e
beija minha testa. Se afasta e vai até Gabriel.
— Cara, valeu mesmo.
— Não precisa agradecer. — Gabriel o abraça.
— Queria ter dado vários socos nele. — Kevin fala furioso.
— Eu também! — Meu namorado murmura.
— Mas eu fiz por nós três! — Diz Enzo entrando com Sam no
apartamento.
— Oi cunhada. — Ela me abraça.
— Obrigada por ter vindo.
— Você é como uma irmã para mim. — Fala emocionada.
— Sinto o mesmo. — Enxugo as lágrimas do meu rosto.
— Como está se sentindo? — Pergunta Enzo me abraçando.
— Melhor. Obrigada por ter chegado a tempo. — Ele beija minha
cabeça.
— Wendy estava sentindo algo estranho. — Comenta.
— Amiga, eu e Enzo estávamos saindo do supermercado e senti algo
estranho. Que algo estava acontecendo com você. Enzo achou que era
bobagem, mas a angústia estava fora do normal. —Seus olhos ficam
marejados. — Arrastei Enzo e... nem sei o que teria acontecido se não
tivéssemos chegado a tempo.
— Vem cá. — Nos abraçamos e choramos juntas.
É incrível nossa conexão, mesmo não sendo irmãs de sangue, sempre
tivemos isso uma com a outra. Nosso cordão umbilical imaginário. Desde
nova somos assim, uma protegendo a outra. Acho que se fossemos gêmeas
não teríamos essa conexão.
— Eu te amo, irmã.
— Eu também te amo, irmã. — Enxugo suas lágrimas.
— É tão incrível a conexão de vocês! — Sam fala.
— Tem certeza que não são irmãs? — Pergunta Enzo sorrindo.
— Se eu não lembrasse dos meus pais adotando-a. Eu até poderia
acreditar. — Sorrimos.
— Kevin posso falar com você? — Pergunta Gabriel.
— Claro. — Kevin assente.
— Vem Enzo, lá no escritório. — Gabriel acena.
— Ok. — Enzo se levanta e caminha com Kevin.
— Já volto. — Ele beija minha testa e se retira.

Gabriel Griffin

Seguimos os três para o meu escritório.


— Ele está preso? — Pergunta Kevin assim que fecho a porta.
— Fiquei até agora sem dormir garantindo isso. — Passo a mão no
rosto. — Enzo ligou e sai disparado de Seattle. — Faço uma pausa. —
Cheguei quase três horas da madrugada e fui para delegacia com Enzo.
— Já falou com seu pai? — Pergunta Enzo para Kevin.
— Já, ficou transtornado, minha mãe... nem te conto. Estão
horrorizados com tudo. — Suspira. — Mas infelizmente não podem vir, eles
querem falar com você por Skype.
— Vou falar com eles. — Fico pensativo. — Estou pensando...
— Lá vem. — Enzo revira os olhos.
— O que foi? — Pergunta Kevin.
— Vou chamar ela para morar aqui. — Eles se olham. Kevin se
aproxima da mesa, apoiando seus braços nela.
— Por mais que eu apoie vocês de verdade, ela não vai aceitar. — Me
olha.
— Kate gosta da liberdade dela, de fazer suas coisas, ser
independente. — Enzo fala se encostando na cadeira.
— Não vou suportar se algo acontecer com ela. — Passo a mão no
cabelo.
— Eu sei que não, mas ela não vai aceitar. — Olho para Kevin. —
Surtei quando soube. Kate é cabeça dura e quer ser independente.
— Vai ter que ir com calma. — Enzo completa.
— Vou deixá-la uns dias aqui, até ela se acalmar. — Suspiro.
— Mas ainda assim ela vai falar. — Kevin sorri.
— Se ela não aceitar eu coloco seguranças no prédio dela. — Falo.
— Tá louco? Ela vai pirar. — Enzo se exalta.
— Meu Deus, que mulher difícil. — Me encosto na cadeira,
impaciente.
— Pois é. — Falam em uníssono.
— Tente conversar com ela aos poucos. — Enzo me olha. — Caso ela
aceite, que é algo difícil, levo Wendy para minha cobertura. — Assinto.
— Vou falar com o pai dela. — Murmuro.
— Nos falamos depois. — Enzo diz e se retira da sala com Kevin.
Assim que eles saem, ligo para Gustavo e Mary. Vejo os dois
sentados em um sofá.
— Diga que minha filha está bem. — Fala preocupado.
— Graças a Enzo e Wendy. — Comento.
— Onde você estava? — Pergunta Mary, preocupada.
— Viajei ontem de manhã para Seattle, à trabalho, voltaria hoje.
Quando Enzo me ligou, voltei mesmo instante.
— Você está abatido. — Mary me olha com carinho.
— Desde que cheguei, não dormi ainda. Tomei café agora a pouco
com ela na sala.
— Descanse um pouco. Como ela está? Ainda não tive a
oportunidade de falar com ela, mas falei com Wendy. — Gustavo fala.
— Aparentemente, demonstra que está bem, mas sei que ela não está.
Quando cheguei, estava dormindo. Foi necessário chamar o médico, que
prescreveu uma medicação, pois ela estava muito agitada. Orientei Enzo a
trazê-la para minha casa. Aqui ela está segura.
— Obrigada, meu querido. Cuide dela por nós. Infelizmente não
podemos ir até aí. — Mary pede.
— Era disso que eu queria falar também. Queria que ela morasse
aqui, não aguentaria se algo acontecesse a ela. — Falo angustiado.
— Vocês estão juntos há quanto tempo? — Pergunta Gustavo.
— Há alguns meses, daqui a pouco faz um ano. — Informo. Ele
assente.
— Pouco tempo, mas não duvido dos seus sentimentos por ela. Vocês
são adultos, sabem o que querem, e não sou eu ou Mary que vamos impedir.
— Gustavo diz.
— Sim Gustavo, eu a amo.
— Acredito em você Gabriel. — Mary sorri para mim.
— Quero a felicidade dela, e sei que ela está feliz ao seu lado. —
Assinto ao que Gustavo diz. — Mary pode nos deixar à sós?
— Claro querido. Gabriel... cuide da minha menina. — Pede
preocupada.
— Sempre. Até logo Mary. — Aceno para ela. Ela sai da tela me
deixando à sós com Gustavo.
— Voltando... — Faz uma pausa. — Eu sei sobre Fabrício. — O olho
atento. — E sei que você sabe. — Assinto.
— Bom, Katherine disse que você não sabia, só Kevin e Wendy.
— Ela acha que não sei. Quem realmente não sabe é Mary. Podemos
deixar isso entre nós. Quem mais sabe? — Pergunta ele se encostando no
sofá.
— Enzo.
— Confio em Enzo, sei que ele é uma boa pessoa e é um amigo para
minha filha.
— Sim.
— Eu não agi por causa de Kate, eu via o desespero em seu olhar.
Ainda não sei o que fiz de errado para ela se envolver com um traficante e
ainda ser tratada da forma que foi. — Fala triste.
— Também não entendo.
— Sei os meios que usou para não se deixar se apaixonar novamente.
Sempre fui contra isso, mas ela é adulta e odeia quando interferem em sua
vida.
— Sim, foi difícil domar a fera. — Sorrimos.
— Ela é apaixonada por você, Gabriel. Só não sabe lidar com esses
sentimentos. Minha filha sempre foi adorável e amável perante as pessoas, e
principalmente para a família. Ela ficou assim desde que deixou aquele
traficante. Só tenha paciência com ela.
— Estou fazendo de tudo por ela. Nunca farei o que Fabrício fez com
ela. Sou homem e fui criado para ser honesto e fiel a mulher que está comigo.
Sei que sabe da minha reputação em relação as mulheres.
— Sei que você é capaz de fazer minha filha feliz. A partir do
momento que você a cumprimentou na minha frente no jantar em sua casa. E
sim, sei sobre relatos de contratos.
— Saiba que com sua filha nunca foi um contrato, é minha namorada
e a respeito.
— Fico feliz com isso Gabriel, minha menina precisa ser feliz, e você
é capaz disso. E sobre Pedro?
— Já fui à delegacia e resolvi tudo. Garanto que passará um bom
tempo lá.
— Obrigado, Gabriel. Eu iria para New York na semana do ano novo
e voltaria no início do ano para pegar algumas coisas e voltar de vez. Mas
na semana de ano novo já fico de vez. Queria deixar isso em segredo.
— Claro, Katherine ficará muito feliz.
— Cuide dela por mim, confio em você!
— Obrigado pela confiança, Gustavo. Quero mantê-la por aqui, mas
como Kevin e Enzo me disse, vai ser difícil.
— Vai sim, ela gosta de ser independente. Ela foi com esse objetivo
para New York. Eu que pago mensalmente o apartamento, queria pagar as
despesas delas, mas elas foram insistentes e não quiseram. Kate é cabeça
dura, mas vai amolecer. — Diz sorrindo.
— Assim espero. — Sorrio.
— Bom, agora preciso ir, Gabriel. Foi bom falar com você. Até logo.
— Ele acena.
— Até logo. — Aceno e encerro a ligação e me deparo com sua foto
como proteção de tela do notebook. Ela estava tão linda que não resisti em
registrar. Pensar no que ela passou e no que poderia ter acontecido, me deixa
sem fôlego. Decido tomar um banho para relaxar um pouco. Quando volto
para sala, encontro Kate rindo com Sam e Wendy. Essas duas, com certeza,
farão bem a ela.
Vou para cozinha.
— Daiana, bom dia. — Ela me olha e sorri. — Almoço para todos.
— Bom dia, Gabriel. Soube o que aconteceu com a menina, sinto
muito.
— Também sinto. — Murmuro.
Volto para sala e me sento ao lado de Katherine. Passo o braço pelo
seu ombro e ela se aconchega em mim, colocando as pernas nas minhas.
— Vamos deixar vocês a sós. — Diz Wendy se levantando com Sam
e saem da sala.
— Você não vai trabalhar? — Ela acaricia minha perna.
— Não. Vou passar o dia com você e pretendo passar o restante da
semana também. — Beijo sua cabeça e suspiro. — Por que você não mora
aqui?
— O quê? — Ela levanta a cabeça e me olha.
— Mora comigo? Quero você comigo todos dias.
— Não sei, Gabriel... Gosto de ter meu quarto e minhas coisas, sem
depender de ninguém. — Ela suspira.
— Você pode dormir em outro quarto se quiser, e você continuará
trabalhando na empresa. — Acaricio seu braço. — Quero você comigo, onde
eu posso te ver a qualquer momento.
— Não vai mais acontecer o que aconteceu, Gabriel.
— Mas eu quero ter você aqui comigo, quero te ver assim que chegar
do trabalho, ver você pelos corredores da cobertura. Quero você comigo. —
Seguro sua mão.
— E Wendy? Não posso deixá-la sozinha. Conseguimos juntas o
apartamento. — Ela me olha.
— Ela pode vir para cá ou ir para a cobertura de Enzo. — Digo.
— Não sei Gabriel, é um passo grande demais. Nem estamos juntos a
muito tempo. — Ela desvia o olhar.
— Eu sei. Mas o que aconteceu com você foi horrível para mim. —
Suspiro. — Você sabe dos meus sentimentos, mas não estou querendo forçar
você a nada. Se não quiser ficar aqui, vou colocar seguranças no seu prédio.
— Não Gabriel! — Ela se exalta. — Não quero seguranças me
seguindo o tempo todo.
— Katherine, você está comigo, e mais da metade de New York sabe
que estamos juntos. Eu sou rico e minha família também. — Ela me olha e
respiro fundo, querendo terminar essa pequena discussão. — Fica a seu
critério, aguardo sua resposta. — Ficamos um bom tempo em silêncio.
— Obrigada por ter vindo.
— Eu poderia estar em outro país, que viria imediatamente. —
Acaricio seu rosto.
Ela me olha com um misto de agradecimento e carinho no olhar. Dá
um leve beijo em minha boca e retribuo. Diferente da maioria das vezes, esse
é um beijo de carinho, de compreensão e cuidado. Seus olhos transmitem um
brilho diferente, não sei..., como se eles quisessem me falar algo, mas não
consigo decifrá-los.
— Estou apaixonada por você, Gabriel. — Sussurra. Meu coração
bate forte dentro do meu peito. Ela está apaixonada por mim...
— Katherine... — Sussurro e a puxo para mais um beijo. Um beijo de
paixão e gratidão. Meu peito não está aguentando com a satisfação de tê-la
assumindo seus sentimentos por mim. Ela se escora em mim, e fico
pensativo, tentando absorver tudo que está acontecendo. Quando me dou
conta, ela está dormindo em meus braços. Enzo aparece na sala e se senta na
poltrona de frente para mim.
— Como ela está? — Retira sua jaqueta.
— Tentando ser forte, mas ela vai ficar bem. — Acaricio o braço
dela.
— E esse sorriso? — Ele me olha. Meu sorriso se alarga.
— Ela disse que está apaixonada por mim.
— Ah cara, fico feliz. Sério mesmo. — Assinto.
— Estou muito feliz. — Ele sorri.
— Queria que tivessem se conhecido antes. — Ele olha para ela
adormecida em meus braços. — Não acredito que nunca despertou interesse
em conhecer a maluca da Kate.
— Sinceramente, não. — Rimos. — Mas queria ter conhecido antes.
— Ficamos um tempo em silêncio.
— Quero me casar com ela, Enzo. Sei que é cedo, mas eu quero.
Tenho necessidade de fazê-la feliz.
— Quero ser padrinho. — Ele sorri.
— Claro! — Sorri. — Sei que vai ser difícil e demorado, mas tenho
paciência.
— Só em relação a ela. — Sorrimos.
— Demorou, mas ela disse que está apaixonada. O casamento posso
esperar também.
— Ela vai casar com você, tenho certeza. — Assinto.
— Tem falado com Lucas? — Pergunta ele baixinho.
— Não, ele disse que me diria algo quando tivesse alguma novidade.
— Informo.
— Tudo bem. — Assente. Kate se remexe no meu colo e coloca seu
rosto em meu pescoço.
— Que horas são? — Pergunto
— Dez horas. — Olha o relógio em seu pulso.
— Vou colocá-la na cama e descansar um pouco. Desço para o
almoço com ela. — Digo.
— Vai, vocês precisam descansar. — Ele se levanta da poltrona. —
Vou indo.
— Já pedi a Daiana que fizesse almoço para todo mundo, pode ficar.
E avise a Sam, Kevin e Wendy para ficarem também. — Falo.
— Valeu cara. Vou falar com eles. — Bate no meu ombro. — Bom
descanso.
— Valeu. — Me levanto e a levo para meu quarto. Vou até o closet
colocar uma roupa confortável para deitar com ela.
— Gabriel? — Escuto ela me chamar.
— Estou aqui, meu amor. O que foi? — Pergunto tirando o cabelo de
seu rosto.
— Queria saber se estava no quarto. — Ela me olha com dificuldade
por causa da claridade. Me levanto e fecho as cortinas.
— Estou aqui. — Me sento ao seu lado.
— Dorme comigo? — Ela se deita na cama.
— Claro. — Ela vem até mim, e coloca a cabeça no meu peito e se
deita, passa o braço em minha barriga, e apoia sua perna em cima da minha.
Coloco minha mão em seu ombro e dou um beijo em sua cabeça e em
seguida adormeço.
Capítulo 25
Katherine Madison

Os dias passam rápidos com Gabriel ao meu lado. Na quinta decidi


voltar ao trabalho, mesmo contra a vontade de Gabriel. Continuo em sua
casa, mesmo sem decidir ao certo o que fazer. Minhas coisas estão no quarto
de hóspedes, mas passo todas as noites no seu quarto.
Hoje é o dia da sessão de fotos para a coleção de Serena Montanari.
Gabriel está tenso, andando de um lado para outro, enquanto me visto.
— Para de andar, Gabriel. — Bufo.
— Tem certeza disso? Posso arrumar outra sessão de fotos para você.
— Diz passando a mão no cabelo.
— Deixa de drama. É só uma sessão de fotos. — Calço minha
sapatilha.
— Seminua. — Me olha de soslaio.
— Querido, é só foto. Você, é o único a ver o que tem por debaixo
das pequenas roupas. — Pisco o olho e ele me dá um sorriso de lado.
— Vamos logo, antes que eu mude de ideia e a deixe trancada aqui.
— Ele segura minha mão.
Tenho sorte de as manchas em meu corpo estarem bem claras. O
cuidado de Gabriel em colocar gelo e pomada, teve um bom resultado. Já
avisei Serena, mas ela disse que nada que um photoshop não resolva.

Gabriel Griffin

Katherine está linda. Passar esses dias com ela está sendo ótimo, pena
ter sido pelo motivo que foi. Hoje é sua sessão de fotos, e meu ciúme está em
um nível altíssimo. Estou me controlando para não atrapalhar sua felicidade e
empolgação. Ver esse sorriso é maravilhoso, depois de noites cheias de
pesadelos, eu a acalmava venerando-a e dando todo meu amor. Tentei
convencê-la a não voltar a trabalhar, mas nem preciso dizer, que foi uma
tentativa frustrada. Queria que ela remarcasse a sessão, devido as manchas,
mas ela estava irredutível.
“Gabriel, você não manda em mim! Tenho contas para pagar. Então
nem invente de bancar o homem das cavernas comigo. Você já deveria saber,
que homem nenhum manda em mim e faço o que quiser. Então, eu vou sim
trabalhar, e ai de você se não me deixar passar!”
Como eu disse, mulher difícil. Ela é teimosa, mas eu também sou.
Agora andamos com Richard e Oliver, para auxiliar na nossa segurança.
Seguimos para o local das fotos.
— Katherine. — Serena vem em nossa direção.
— Oi, Serena. — Katherine a abraça.
— Que bom que veio, e trouxe convidados. — Serena olha para os
seguranças, de forma simpática.
— Esse é Gabriel. — Katherine nos apresenta.
— Prazer, senhor Griffin. — Aperto sua mão com um sorriso.
— Esses são Richard e Oliver, meus seguranças. — Dou um sorriso.
— Fiquem à vontade, tem lugar para todos. — Ela sorri. — Querida,
vamos nos organizar?
— Claro. Amor, te vejo daqui a pouco. — Ela me dá um selinho e se
afasta.
— Já sabem onde ficar. — Meus seguranças assentem e se afastam.
Fico observando os detalhes do espaço.
— Senhor Griffin, seja bem-vindo. — Uma moça negra se aproxima
de mim. Com os lábios vermelhos e um belo decote. Ela me olha com desejo.
— Obrigado. — Digo.
— Venha, Serena separou um lugar exclusivo para o senhor. — Ela
morde o lábio. Se Katherine visse um negócio desse, dava certinho! A moça
me conduz até uma poltrona de frente para onde será as fotos.
— Aqui será seu lugar. — Aponta para a poltrona. Me sento, e
percebo os olhares em minha direção. Incluindo a moça que me atendeu. Ela
continua parada, me observando.
— Algum problema? — Pergunto sério.
— O senhor é muito bonito. — Diz com malícia.
— Obrigado. — Desvio meu olhar à procura de Katherine.
— O que o senhor deseja? — Insiste. Deixa a caneta cair
propositalmente, só para exibir seus seios.
— Quando a sessão de fotos da minha namorada vai começar? —
Dou logo a direta de que tenho namorada.
— Katherine... é... sua namorada? — Gagueja nervosa.
— Sim, algum problema? — Pergunto sem olhar para ela.
— Não senhor, a sessão começará em trinta minutos. — Responde,
um pouco envergonhada.
— Obrigado. — Digo secamente e ela sai desconfiada. Meu celular
vibra com a notificação de mensagem.
Lucas: Desculpa a demora, mas tenho novidades. Possivelmente,
Fabrício vá sair da prisão.
Merda!
Eu: Podemos fazer alguma coisa para impedir?
Lucas: Infelizmente, não há nada que possamos fazer.
Eu: Certo, me mantenha informado.
Lucas: Pode deixar!
Guardo meu celular no bolso e vejo Katherine sair do camarim
vestida com um robe de seda rosa claro. Seu cabelo está com cachos e uma
maquiagem leve com um batom vermelho. E um par de saltos altíssimos. Ela
está entretida conversando com Serena.
— Senhor Griffin, isso aqui é para o senhor. — Um rapaz se
aproxima, com uma bandeja com uma garrafa de uísque, um copo e uma
caçamba pequena com gelo.
— Obrigado. — Agradeço. E enquanto o rapaz deixa a bandeja ao um
lado, vejo Kate vindo em minha direção.
— Foi você, não foi? — Pergunto assim que ela se senta em meu
colo.
— O quê? — Pergunta.
— O whisky.
— Ah sim, fui eu. Serena me perguntou qual você gosta.
— Está linda.
— Você não viu o que tem debaixo desse robe. — Pisca o olho.
— Não me atente! — Dou um gole no uísque.
— Vamos, Katherine? — Serena a chama.
— Preciso ir. Fique com a vista privilegiada. — Me dá um selinho.
— Pode deixar. — Pisco o olho e ela sai.
Kate segue em direção ao fotógrafo. Eles conversam durante um
tempo, junto com Serena até eles começarem a instrui-la e Serena tira seu
robe... Ai meu Deus! Cinta-liga? Sério?
Ela sabe como ficaria ao vê-la daquele jeito e me dá um sorriso
safado. Sua lingerie é preta, toda rendada, totalmente transparente. Safada!
Fico em meu lugar privilegiado e passo horas admirando minha
mulher em várias poses sensuais, trocas de lingerie e muito feliz. Faz valer a
pena o meu tormento de ver outros homens de olho na minha mulher.
Ela é uma mulher extrovertida, feliz, carinhosa e amável. Fico muito
feliz quando me disse que está apaixonada por mim. Só faltei soltar fogos de
artifício. Nunca vou esquecer a primeira vez que a vi no refeitório da
empresa. Ela me olhou com intensidade, provavelmente sentiu o mesmo que
eu. Atração! Nunca imaginei, que encontraria uma mulher como essa. Que
me cega, para qualquer outra mulher. Não foi fácil conquistar sua confiança,
mas consegui.
A sessão termina e Kate vai se trocar. Já dou as orientações a Richard.
— Assim que saímos daqui, vou levá-la ao Central Park. — Coloco
as mãos no bolso.
— Senhor, pode ser perigoso. — Richard alerta. — Sabe que não
pode ficar vulnerável. O Central Park é um lugar público demais e seria
perfeito para seus inimigos.
— Entendo sua preocupação. — Coço a barba. — Reforcem a
segurança.
— Quantos? — Pergunta Oliver.
— Vinte ou mais se puder. — Ele assente.
— Sim, senhor. Faremos agora mesmo. — Diz Richard, saindo com
Oliver. Vou em direção à Serena e Katherine.
— Pelo visto as fotos deram certo. — Digo.
— Exatamente. Será um sucesso. — Serena se empolgada.
— Obrigado pelo uísque.
— Merece coisa melhor, Gabriel.
— Mesmo assim agradeço. — Digo e ela sorri. — Bom, agora temos
que ir.
— Temos? — Pergunta Katherine, levantando a sobrancelha.
— Sim, meu amor. — Beijo sua mão.
— Katherine, em breve mandarei uma prévia das fotos do catálogo
por e-mail e as fotos que serão exibidas semana que vem. — Elas se
despedem e recebo o aviso de Richard de que já estão prontos para seguir.
— Aonde vamos? — Pergunta.
— Surpresa. — Ela sorri.
Katherine sempre me cobra de não podermos fazer coisas simples,
como essa. Estamos sempre rodeados de seguranças. Por isso, resolvi fazer
essa surpresa. Caminhar com ela no Central Park e fazer um lanche. Assim
que chegamos ela me olha com um largo sorriso. Richard abre a porta e ela
fica olhando ao redor sem entender.
— Vim trazer minha namorada para caminhar e fazermos um lanche.
— Digo e vejo seus olhos brilharem.
— Sério? — Pergunta surpresa.
— Sim, vamos? — Pergunto e ela assente sorrindo. Começamos a
caminhar, e ela está radiante. Mas mesmo tentando ser o mais normal
possível, a total normalidade não cabe em minha vida.
— Sério? — Pergunta ela parando e me olha séria.
— O que foi, amor? — Pergunto.
— Cheios de homens de terno andando pelo Central Park! — Ela
esconde o riso. Sabia que não passaria despercebido por ela.
— Amor, não posso vacilar, não quero te colocar em perigo. Você
sabe que não posso ficar vulnerável em um lugar público. — Digo
acariciando seu rosto. — O único jeito é esse. Se quiser podemos voltar.
— Não é isso. — Suspira. — Queria poder agir como um casal
normal.
— Meu amor, somos um casal normal. Só que um pouco diferente.
Sei que é chato, mas só pode ser assim. Eu ainda estou arriscando muito te
trazendo aqui.
— Tudo bem. — Assente. — Posso me contentar com isso.
— Vamos, ainda temos que lanchar. — Seguro sua mão.
— Lanchar?
— Sim, vamos para uma lanchonete. — Ela abre aquele sorriso que
tanto amo.
— Posso te fazer uma pergunta? — Pergunta enquanto andamos.
— Claro.
— As mulheres com que você mantinha contratos, vocês saiam? —
me olha.
— Não. Só me acompanhavam aos jantares beneficentes. Sair para
restaurante, lugares públicos, não. Era apenas sexo. — Ela assente.
Continuamos nosso passeio, até avistarmos o vendedor de algodão
doce, e minha menina feliz quer o seu. Não resisto a sua felicidade e registo
esse momento.
— Está tirando fotos minha? — Pergunta sorrindo.
— Eu? Não! — Me faço de desentendido.
— Sei. — Me dá um olhar desconfiada.
Entre conversas e sorrisos percebo algumas pessoas nos fotografando
com os celulares, já sei que seremos assunto nos sites de fofoca. Kate se
distrai admirando as flores e mais uma vez quero registrar o momento.
— Pode tirar. — Fala.
— O quê?
— Foto. — Sorrio.
Ela faz algumas poses lindas e delicadas enquanto tiro suas fotos.
Queria tirar uma com ela, então discretamente aceno para Richard,
— Senhor. — Fala assim que se aproxima.
— Sei que esse não é seu trabalho, mas queria que tirasse algumas
fotos nossas. — Digo sorrindo e ele assente sorrindo.
— O que eu não faço para o senhor? — Pega meu celular.
— Não sei se vivo sem você. — Bato no seu ombro, que sorri. —
Vem amor.
Rimos enquanto Richard tira nossas fotos. Fazemos várias fotos:
abraçados, nos beijando, nos olhando intensamente, ela nas minhas costas...
— Senhor, é melhor irmos para o próximo local. Antes que anoiteça.
— Ele me entrega meu celular.
— Vamos? — A olho e ela assente.
Saímos do parque e vamos para a lanchonete. Comemos e nos
divertimos. Entre hambúrguer e milkshake nos deliciamos com o lanche e a
companhia um do outro.
Voltamos para casa maravilhados com nosso fim de tarde.
— Vou tomar banho, daqui a pouco desço. — Ela avisa.
— Tudo bem. — Beijo sua bochecha. Ela sai e vou até o sofá e me
sento.
— Está apaixonado, hein? — Pergunta Richard com um sorriso.
— Muito. — Digo pensativo.
— Deve estar mesmo, para se arriscar tanto como hoje. — Ele sorri.
— Pois é, mas ela merece.
— Ela te faz feliz, então ela merece.
— Como é sua vida de casado? — Pergunto curioso.
— Amo minha esposa, faço qualquer coisa por ela. Vivemos bem, na
maior harmonia. — Diz
— Richard, confio em você cegamente. — Digo acenando para ele se
sentar no sofá. — Você é o meu segurança mais antigo.
— Sim. Está pensando em me demitir? — Pergunta ao se sentar.
— Deus me livre. Você é o homem que mais confio. — Sorrimos. —
O que eu quero dizer, é que quero você olhando Katherine. Sabe o ‘ex’ que te
falei?
— Sim, o traficante.
— Ele está para sair da cadeia. — Ele assente. — Todo cuidado é
pouco.
— Sim, senhor.
— Vou colocar quatro seguranças no prédio dela, para reversarem dia
e noite. E você ficará com ela caso ela queira sair para algum lugar.
— E o senhor? — Pergunta.
— Me viro com Oliver. — Digo.
— Senhor, não esqueça de sua proteção também. Oliver não dará
conta sozinho.
— Vou falar com mais homens, não se preocupe.
— Tudo bem. Mais alguma coisa?
— Não. Obrigado, Richard. Você é como um irmão mais velho. —
Aperto sua mão.
— Não precisa agradecer. Boa noite. — Assinto e ele se retira.
Minutos depois Katherine desce com um vestido soltinho e cabelos
molhados. Chamo para se sentar ao meu lado e ela vem sorrindo. Me dá um
leve beijo nos lábios e se senta ao meu lado, colocando sua perna apoiada na
minha.
— Obrigada por hoje. — Agradece.
— Não precisa agradecer. — Diz beijando sua testa. — Preciso te
falar algo.
— O que foi? — Pergunta ela me olhando.
— Depois de hoje, vou precisar colocar seguranças ao seu dispor. Não
me venha dizer que não quer. É preciso! Muita gente nos viu hoje, e esse
relacionamento não é como os que tive antes de você. É pra valer. Você sabe
que tenho inimigos, e eles podem te usar para chegar até mim, se isso
acontecer, nunca vou me perdoar. Se não quer morar comigo agora, tudo
bem, eu entendo. Mas vou colocar quatro seguranças em seu prédio e Richard
ficará à sua disposição. — Digo sério.
— Mas Richard é seu homem de confiança.
— Justamente. Por isso coloquei com você. Ficarei com Oliver. —
Ela assente.
— Tudo bem.
— Obrigado por compreender. — Acaricio seu rosto.
— Como consegue conviver rodeado de seguranças? — Pergunta
sorrindo.
— Já estou acostumado. Desde novos fomos criados assim. Enzo e
Sam também tem seguranças. Então nos acostumamos. — Dou de ombros.
— Íamos para escola com seguranças, saíamos com segurança. Meus pais
sempre foram ricos.
— Entendo. — Murmura.
— O que quer jantar? — Pergunto. — Dispensei Daiana, o que quer
pedir?
— Não sei. — Dá de ombros.
— No armário à esquerda tem um caderno com os nomes dos
restaurantes e o cardápio. Escolha e peça. Preciso fazer uma ligação agora. —
Ela assente e se levanta, indo em direção à cozinha. Pego meu celular e
procuro o número de Sérgio. Sérgio é um fotógrafo de primeira em New
York.
— Quem é vivo sempre aparece. — Fala com um sorriso, ao atender.
— Como vai, Sérgio? — Pergunto sorrindo.
— Melhor impossível. Nem vou te perguntar como está, sei que está
namorando.
— Estou sim.
— Vi fotos de vocês na internet semana passado. Muito bonita ela.
— Pode tirar o olho.
— Calma, Gabriel. — Ele sorri.
— Eu sei cara. Olha, quero umas fotos em alguns quadros. Estou com
essas fotos em meu celular.
— Esqueceu mesmo o seu fotógrafo. Nem me chamou para tirar as
fotos.
— Não esqueci, não. Tirei no meu celular hoje.
— Passa para o meu e-mail.
— Tá, espera aí. — Coloco o celular no modo de espera, e envio as
melhores fotos. — Pronto.
— Vou ver aqui se chegou. — Faz uma pausa. — Chegou. Ficaram
bonitas. Só vou precisar fazer uns ajustes e ficarão perfeitas. Então, como
quer os quadros?
Capítulo 26
Katherine Madison

Passo as próximas semanas na cobertura de Gabriel. Desde o ocorrido


com Pedro, não tive coragem de voltar ao meu apartamento. Wendy e eu
andamos em busca do apartamento para meus pais. Minha mãe está tensa,
pois o ano novo está chegando e nós ainda não conseguimos encontrar um
lugar ideal. Por isso pedimos ajuda a Enzo e Gabriel e vamos visitar um de
frente ao Central Park.
— Então, gostaram? — A corretora nos olha.
O apartamento só tem alguns móveis. Gabriel e Enzo estão sentados
no sofá. Kevin não pôde vir, e deixou por nossa conta.
— Gostamos. — Wendy disse.
— Um belo apartamento espaçoso, ideal para morarmos aqui. — Falo
olhando ao redor.
— Desculpe-me perguntar, mas só vocês duas que vão morar aqui? —
Pergunta a corretora.
— Além de nós duas, meu irmão e nossos pais. — Informo.
— Entendo, um quarto seria o de hóspedes. — Ela diz.
— Sim. — Eu e Wendy respondemos.
— Gostou, amor? — Pergunta Enzo, para Wendy.
— Gostei. — Wendy sorri. Gabriel está ao telefone no canto da sala
de frente a enorme janela.
— Pretendem mudar algo no apartamento? — Pergunta a corretora.
— O que acha? — Pergunta Wendy.
— Não sei. — Dou de ombros.
— Venham, vou mostrar alguns projetos. — Ela nos chama. Nos leva
a sala de jantar e liga o notebook, nos mostrando alguns projetos que podem
ser feitos no apartamento. Do mais simples ao mais elaborado. Tem um
projeto simples que nos agrada.
— Esse aqui, quando podem nos entregar? — Pergunto.
— Uma semana, no máximo duas. Contando com sábado e domingo.
— Explica.
— E aí, Wendy?
— Pode ser.
— Pronto, queremos esse mesmo. — Digo a corretora.
— Ótimo! E os móveis? — Pergunta.
Ela mostra o que há disponível. O apartamento é um investimento de
toda família, cada um irá contribuir um pouco. Com tudo resolvido, ela nos
entrega a chave do apartamento.
— Pronto, ainda hoje vou solicitar os móveis e o projeto já inicia
amanhã mesmo. — Avisa.
— Podemos vir para verificar o andamento? — Pergunta Gabriel.
— Claro que sim, estarei aqui. — Responde de forma provocativa.
— Ok. Obrigada. — Digo séria e Enzo sorri. — Mas quem vai vir
sou. — Ela me olha envergonhada.
— Ah, desculpe.
— Vamos, meu amor? — Pergunto para ela escutar.
— Quero conhecer seu quarto. — Pisca o olho para mim.
— Vou deixar vocês à vontade. Amanhã no vemos. E parabéns por
escolher esse apartamento. — A mulher diz, ainda um pouco envergonhada e
vai embora.
Enzo e Wendy, vão para o andar de cima ver os quartos, enquanto eu
e Gabriel permanecemos onde estamos. Ele olha para mim sorrindo, e reviro
os olhos, sabendo do que ele está rindo.
— Não faz essa carinha. — Me abraça.
— Não estou fazendo cara nenhuma. — Saio dos seus braços.
— Com ciúmes? — Pergunta sorrindo.
— Você tinha que ser tão bonito? — Cruzo os braços. Ele sorri e vem
até mim.
— Sou todo seu. — Sussurra em meu ouvido. — Agora me mostra
seu quarto. Estou ansioso para ver.
Vou com Gabriel olhar meu quarto. Ainda não há móveis nenhum,
mas já escolhi junto com a corretora. Quero meu quarto estilo Tumblr, versão
adulta. Com móveis versão rose gold, e uma mescla de cores claras na
decoração.
— E aí? Será esse? — Pergunta Gabriel atrás de mim.
— Será esse mesmo. — Sorrio. Ele me abraça por trás, de uma forma
que me excita.
— Vou te comer de jeito, você de quatro no pufe nos olhando pelo
espelho. — Sussurra no meu ouvido. — É uma promessa.
— Espero que cumpra. — Sussurro, excitada.
— Com toda certeza. — Beija meu pescoço.

No decorrer das duas semanas, me divido entre o trabalho,


supervisionar a obra e resolver as pendências burocráticas do novo
apartamento. Aos poucos, fomos levando parte das mudanças conforme os
cômodos foram sendo liberados. Mas hoje, enfim, foi o dia que fizemos a
mudança completa. Entre trazer, limpar e organizar mesmo com ajuda dos
meninos, o dia foi exaustivo.
— Estou com dor em todo corpo. — Digo.
— Também estou. — Enzo se joga no sofá.
— Estou morrendo de fome. — Kevin se senta no chão.
— Vamos pedir algo para comer? — Gabriel sugere.
— Pizza. — Sam se anima.
— Ótima ideia. Não estamos em condições de cozinhar e nem de
lavarmos nada. — Wendy sorri.
— Vou pedir. — Kevin diz e pega o telefone.
— Vou tomar banho. Vamos? — Pergunta Gabriel.
— Vamos. — Me levanto.
Todos vão tomar banho. Gabriel entra primeiro enquanto separo
nossas roupas, apesar de vê-lo despido atiça minha sanidade, estamos com
tanta fome que deixamos a estreia do meu quarto para mais tarde. Já não sei
se Kevin e Sam, fizeram da mesma forma. Ao sairmos do meu quarto nos
deparamos com ela saindo às escondidas do quarto de Kevin. Não sei porque
ela está relutando tanto em assumir esse rolo dos dois.
Depois da pizza, ainda nos arriscamos em ver um filme, antes que o
cansaço nos derrubasse de vez. Por fim, todos exaustos, vamos dormir para
recuperar as energias.
Capítulo 27
Katherine Madison

A mudança realmente nos cansou. Acordo, e já se passa das dez, e


Gabriel ainda dorme.
Hoje é véspera de Natal e vamos passar o Natal na cobertura de
Gabriel, junto com sua família. Ainda preciso comprar seu presente.
— Bom dia, amor. — Fala sonolento.
— Bom dia. Já são dez horas. — Digo tirando os braços dele de cima
de mim.
— Quanta pressa, nós dois não vamos trabalhar hoje. — Ele sorri.
— Mas ainda tenho coisas para resolver hoje. — Me levanto.
— O que vai fazer? — Se senta na cama.
— Quer saber demais. — Ele sorri e cai na cama de novo.
Tomo meu banho, e enquanto pego minha roupa no closet, sinto
mãos, já muito conhecidas, em minha cintura.
— Tão linda. — Sussurra em meu ouvido, fazendo-me arrepiar.
— Você gosta de me atentar. — Ele morde minha orelha.
Me vira para ele e toma minha boca, trabalhando intensamente. Suas
mãos passeiam pelo meu corpo, me fazendo arrepiar. Ele segura meu cabelo,
me mantendo imóvel. Passo minhas mãos em seu abdome deslizando minhas
unhas, fazendo-o gemer. Ele me prensa na parede. Adoro! Sua mão desce
pela minha barriga, até encontrar o meu ponto de prazer, gemo com o
contado e ele me olha intensamente. Seus toques me deixam louca, a ponto
de me jogar nele de uma vez. Quando menos espero ele me penetra com um
dedo.
— Gabriel... — Gemo quando ele começa a fazer movimentos de
entra e sai.
Ele tem um sorriso cafajeste que me deixa louca. Cravo minhas unhas
em suas costas e ele geme. Tira o dedo de dentro de mim, se inclina e me
pega no braço, me levando até o pufe. Me coloca sentada nele e me olha
cheio de malícia.
— Abre as pernas. Quero provar essa boceta. — Obedeço e ele olha,
passa a língua nos lábios, como se minha boceta fosse sua comida predileta.
De repente, ele passa a língua em meu clitóris e gemo com o contato. Ele
morde, chupa, lambe e me leva ao delírio. Ele introduz dois dedos enquanto
chupa meu clitóris. Deus esse homem vai acabar comigo!
— Ahhh. — Gemo arqueando minhas costas.
— Se lembra da minha promessa? — Pergunta. Engulo em seco. Ele
vai me foder de frente ao espelho.
— Sim. — Digo nervosa.
— Fica de quadro. Empina esse rabo para mim. — Ele tira a toalha,
me dando a bela visão do seu lindo e glorioso pênis duro. Sem pensar duas
vezes me viro obedecendo-o. Ele dá um tapa na minha bunda, e gemo de tão
excitada que estou.
— Olhe para mim. — Levanto o olhar direcionado ao espelho. Ele
está atrás de mim me olhando intensamente. — Quero você olhando para
mim. — Então ele me penetra de uma vez e gememos com o contato.
Continuo olhando para ele enquanto ele me estoca devagar. Ele quer me
endoidar, só pode!
— Está gostoso? — Pergunta ofegante, me olhando através do
espelho.
— Sim. — Gemo e ele sorri. — Eu preciso de mais.
— Essa boceta é gulosa demais... Delícia. — Rosna me estocando
forte.
O único som, é dos nossos gemidos e nossos corpos se batendo. Suas
mãos agarram meus quadris e nossos olhos não se desviam.
— Gabriel... eu vou... — Gemo. Estou perto do clímax. Quando ele
sai e me vira, colocando-me deitada na cama, ele vem para cima de mim, me
penetrando de uma vez.
— Tão gostosa... isso... aperta meu pau. — Fala ofegante.
— AI MEU DEUS. — Gemo enquanto o orgasmo me atinge em
cheio. Me contorço debaixo dele e arranho suas costas sem tirar meus olhos
dele. Minhas pernas estão trêmulas em torno de seu quadril, e ele aperta meu
seio, quando sinto seu pau pulsar.
— Ah... porra! — Rosna, enquanto jorra seu sêmen dentro de mim.
Ele toma minha boca enquanto termina de gozar. Ele fica se
movimentando devagar e paramos de nos beijar.
— Você ainda var acabar comigo. — Diz ofegante.
— Precisamos de um banho. — Ele concorda com sorriso.
Após tomar nosso banho, descemos.
— Bom dia. —Disse para todos que estão na cozinha.
— Cara estou renovada. — Sam toma seu café.
— Ah é? Também estou. — Digo cínica e escuto Gabriel rindo, se
servindo.
— Não é o que está pensando. — Se defende.
— E no que eu estou pensando? — Pergunto sorrindo e ela revira os
olhos.
— Preciso sair. Vai? — Pergunta Wendy enquanto tomo meu café.
— Sim, Sam vai também. — Falo.
— Vou?
— Vai.
— Vou ligar para Richard, avisar para levar vocês. — Diz Gabriel
tirando o celular do bolso e ligando para Richard.
Comemos em silêncio e noto a troca de olhares de Kevin e Sam. Eles
transaram, tenho certeza.
Os meninos ficam limpando a bagunça do café, enquanto nós três
saímos para fazer as últimas compras de Natal, acompanhadas de Richard e
um outro segurança.
— Gente, o que eu dou a Gabriel? — Pergunto parando na calçada.
— Sua preciosidade aí embaixo. — Diz Wendy e gargalho.
— Concordo. Gabriel já tem tudo. — Sam sorri.
— Sério gente, minha preciosidade já está garantida mais tarde. —
Rimos. — Estou falando sério. Me ajudem.
— O que pensa em dar? — Pergunta Sam.
— Sei lá. Estava pensando em um relógio, mas ele tem tantos. — Dou
de ombros.
— Garanto que ele não tem todos. Vamos achar um. — Wendy fala.
— Vamos, conheço a loja onde ele compra os dele. — Sam diz.
Vamos para o carro e Richard coloca tudo dentro da mala e seguimos
para a tal loja. Meu celular vibra e pego dentro da bolsa, é Gabriel ligando.
— Oi bonitão.
— Onde está?
— Na rua com as meninas.
— Richard está com vocês?
— Está sim, nem se preocupe.
— Me preocupo, sim. Liguei para avisar que estou indo para casa.
Preciso organizar umas coisas.
— Tudo bem, te encontro mais tarde.
— Se cuida, princesa.
— Beijo. — Coloco o celular na bolsa e Richard estaciona o carro em
frente a uma loja e descemos. Assim que entramos um rapaz alto e moreno
vem até nós.
— Olá, boa tarde. Me chamo, Ítalo. — Se apresenta.
— Boa tarde, me chamo Katherine e essas são minha cunhada
Samantha e minha irmã Wendy.
— Você é a irmã de Gabriel e Enzo Griffin, não é? — Pergunta o
rapaz a Sam.
— Sou sim. Katherine é namorada de Gabriel e Wendy de Enzo.
Minhas cunhadas. — Diz Sam.
— Que legal. — Ele sorri. — Então o que desejam? Gabriel e Enzo
sempre vêm comprar aqui, sempre atendo eles.
— Já ajuda. Preciso de algum relógio do gosto de Gabriel. Será que
pode me ajudar? Claro que com um preço que caiba no meu bolso. — Falo.
— Claro, venha comigo. — O rapaz nos chama.
Ele nos guia até uma mesa e logo em seguida, traz uma grande
seleção para que eu possa escolher.
— Caraca, cada um mais lindo que o outro. — Olho todos em minha
frente.
— Esses seriam do gosto de Gabriel. — Diz o vendedor. Eu nem olho
para ele, estou hipnotizada com tanta lindeza.
— Aí é com você. — Sam diz.
— Será que pode me mostrar alguns para o Enzo? — Pergunta
Wendy.
— Claro. Vou buscar mais algumas opções. — Disse Ítalo ao se
levantar.
Em meio a tantos, consigo escolher um para o meu pai e um para
Gabriel. Perfeito!
— Esse ele vai gostar. — Diz Sam.
— Você acha? — Pergunto receosa.
— Claro que sim!
— Então, já escolheu? — Ítalo se aproxima.
— Vou levar esse preto para meu pai e esse para Gabriel. — Digo.
Chegamos em casa e vamos direto nos arrumar para a ceia de Natal.
Um banho rápido, uma maquiagem leve, o vestido vermelho, um bom salto e
os conjunto de acessórios que Gabriel me deu, e estou pronta. Vou para a sala
e a campainha toca.
— Boa noite, senhorita. Vim buscar vocês. — Diz Richard.
— Boa noite, Richard. Você pode levar os presentes para o carro,
enquanto Wendy termina de se arrumar?
— Claro. — Assente.
— Richard, eu não sei do que gosta. mas comprei uma lembrança
para você. — Pego a sacolinha e o entrego.
— Oh, não precisava! — Fala um pouco sem jeito.
— Claro que precisa, e não aceito não como resposta. — Sorrio.
— Obrigado. — Agradece e pega o presente. Minutos depois Wendy
aparece em seu lindo vestido longo.
— Uau! — Dizemos ao mesmo tempo e sorrimos.
Saímos do apartamento e vamos para o carro onde Richard já nos
espera.
Capítulo 28
Katherine Madison

Assim que chegamos ao apartamento de Gabriel, somos


recepcionadas por todos, os pais de Gabriel, Enzo, Kevin, Sam e Gabriel...
Nossa senhora das calcinhas molhadas, que homem é esse! Ele está
conversando com seu pai e um copo de uísque na mão. Ele ainda não me viu.
Entramos e Sophia vem em minha direção com um enorme sorriso no rosto.
— Querida, você está linda. — Diz ao meu abraçar.
— Olha quem fala. Está maravilhosa. — A olho de cima a baixo.
— Que bom revê-la, querida. Admito que estava ansiosa para lhe ver.
— Segura minhas mãos.
— Katherine. — Arthur se aproxima, com um sorriso.
— Arthur, que bom revê-lo. — O abraço.
— Será que posso falar com minha namorada? — Pergunta Gabriel,
ao se aproximar.
— Claro, querido.
— Depois nos falamos. — Sophia assente e se retira com seu marido.
— Você está linda, meu amor. — Me abraça. Sorrio e beijo seus
lábios.
— Pensei que não iria usar o colar e o brinco que lhe dei. Ficou lindo
em você. — Me analisa.
— Estava esperando uma ocasião especial para usá-los. — Ele sorri.
— Quer beber alguma coisa?
— Sim. — Assinto.
Ele se afasta e vai pegar uma bebida para mim.
— Olá, moça bonita. — Diz um rapaz atrás de mim.
— Olá. — Tento ser gentil.
— Me chamo, Peter. Primo de Gabriel. — Ele estende sua mão.
— Katherine. — O cumprimento, sem apertar sua mão. Ele prensa os
lábios com minha recusa.
— Muito linda você. — Me olha de cima a baixo.
— Obrigada. — Dou um sorriso forçado.
— Poucas palavras. — Bebe o uísque.
— Sou assim com pessoas que não conheço. — Olho ao redor à
procura de Gabriel.
— Agora nos conhecemos. — Diz.
— Falo em intimidade. — Corto-o.
— Podemos ter. Que tal? — Pergunta se aproximando mais de mim.
Dou um passo para trás.
— Não, obrigada. — Digo.
— O que foi, gata? — Se aproxima.
— Por favor, não me chame assim. — Peço, tentando ter um pouco de
paciência.
— Mas se parece uma. — Ele sorri.
— Vamos parar com isso? Estou com Gabriel. — Digo séria.
— É apenas contrato, querida. Garanto que sou melhor que ele.
— Não é contrato, e pode saindo de perto da minha namorada. —
Escuto a voz de Gabriel atrás de mim. Ao me virar, vejo sua cara séria em
direção à Peter.
— Ora, ora, ora. Quem te viu, quem te vê. Gabriel namorando sério.
— Peter fala com deboche.
— Sim. Já que agora sabe, me dê licença. — Gabriel me olha. —
Vamos, meu amor?
— Claro, querido. — Digo com um sorriso. Saio com Gabriel pela
sala deixando Peter sozinho.
— Katherine, não quero você perto dele. — Me entrega uma bebida.
— Desculpa, mas eu nem sabia quem era. Estava te esperando quando
ele veio falar comigo. — Explico.
— Eu confio em você, mas não confio nele. Fique longe dele, por
favor. — Pede calmo.
— Claro, meu amor. — Ele sorri, agradecendo.
Conversamos mais um pouco e depois anunciam o jantar. Gabriel se
senta na cabeceira da mesa e fico do seu lado direto. Sempre mantendo sua
mão em cima da minha. O jantar é descontraído, mas sinto que estou sendo
observada. Ao olhar para Peter me deparo com seu olhar fixo em mim.
Gabriel também nota.
Terminamos nosso jantar, e faço uma chamada de vídeo para meus
pais. Gabriel fala com eles, e estão felizes por estar ao seu lado. Wendy e
Kevin também falam. Avisam que chegarão na sexta para a nossa véspera de
ano novo no sábado.
Gabriel pede licença e sai da sala junto com Peter. Já imagino qual
será a conversa.
— Notei Peter te olhando o tempo todo. — Diz Wendy tomando seu
champanhe.
— Pois é, está até incomodando. — Reviro os olhos.
— Peter não vale nada. Não respeita ninguém! — Samantha diz. —
Peter é o cara que pega os restos de Gabriel. Essas mulherzinhas com quem
Gabriel saia, com quem ele não tinha futuro.
— Bom, ele achou que você era apenas um contrato. Ele quis te
sondar para ficar com você. — Wendy fala o óbvio. — Ele não consegue
arrumar uma mulher por conta própria não?
— O que ele faz aqui? — Pergunto.
— Ele mora na Europa, chegou essa semana aqui, meus pais
souberam e quiseram convidá-lo. Gabriel acabou cedendo. — Sam revira os
olhos.
— Eu particularmente não vou com a cara dele. — Diz Wendy.
— Eu nem falo com ele, apenas o necessário na frente da família. —
Sam toma seu champanhe.
Nos reunimos na sala para a troca de presentes. Deixo o de Gabriel
por último.
— Esse é seu. — Entrego a sacola à Gabriel.
— Sabe que não precisava, não é? — Pega a caixa de dentro da
sacola.
— Sei que você já tem tudo.
— Não é isso, só basta ter você ao meu lado. — Beija meus lábios.
— Deixa de enrolação e abre logo. — Me animo.
— Ok. — Ele abre a caixa.
Quando abre e vê o relógio, ele olha para mim e depois olha
novamente para o relógio.
— Não gostou? — Pergunto receosa.
— Claro que sim, meu amor. Gostei muito. — Diz ele colocando a
caixa em cima do sofá. — Como vai pagar?
— Não interessa. — Cruzo os braços.
— Sei que tem uma condição boa, mas esse relógio é caro, Katherine.
Não precisava. — Me olha.
— Não tem problema, eu quis comprar. — Dou de ombros.
— Obrigado. Mas não precisa comprar coisas caras. — Beija minha
testa.
— Gostou mesmo? — Pergunto.
— Eu amei, vou usar agora mesmo. — Ele retira o que estava usando,
e coloca o novo.
— Combinou com o blazer. — Falo.
— Pois é. — Sorri. — Quero te mostrar algo. — Ele estende sua mão.
— O quê? — Pergunto segurando sua mão, e ele caminha comigo até
o elevador.
— Lá embaixo você vai ver. — Diz.
Ao sairmos do elevado, na garagem. Vejo seus carros e um Audi Q8
vermelha, linda, com um belo laço.
— Uau! — Admiro seu novo carro.
— O que achou? — Ando ao redor, admirando o lindo carro.
— É muito bonito, mas vermelho? — Ele sorri. — Não é muito o seu
estilo. — Fito dentro do carro, e é perfeito, até os bancos são de couro
vermelho.
— Eu sei disso.
— E por que comprou? — Pergunto.
— É sua! — Joga a chave e a pego no ar.
— Como assim?
— Esse carro é seu. — Olho para ele e olho para o carro.
— Deixa de brincadeira, Gabriel. — Digo séria e ele sorri. — Nem
tenho como pagar um carro desse. Tá louco? — Ele finge não me escutar. —
Gabriel, um colar, um brinco são fáceis de aceitar. Mas isso, é um carro! —
Digo ainda sem acreditar.
— Nossa, como você é observadora. — Ele sorri.
— Eu já tenho um carro. — Digo séria, olhando para o lindo carro à
minha frente.
— Venda e fique com esse. — Coloca as mãos no bolso.
— Não Gabriel, não posso aceitar. Esse carro custa muito caro. —
Coloco a mão na boca.
— Não interessa, é seu.
— Me belisca? — Peço e ele sorri vindo até mim.
Passa as mãos em minha cintura e me levanta me colocando sentada
no capô e ficando entre minhas pernas.
— Não preciso beliscar, não é um sonho. — Beija meus lábios.
— Gabriel. — Maneio a cabeça.
— Quero que aceite esse presente. — Ele se afasta e destrava o carro,
abre a porta do motorista, tira um buquê de rosas vermelhas e vem em minha
direção.
— Isso também é seu. — Me entrega o buquê. Pego-o de sua mão e
cheiro as rosas.
— São lindas. Obrigada. — Diz sorrindo e puxo sua camisa para ficar
mais perto de mim e beijo sua boca.
Suas mãos estão em minha cintura me puxando para mais perto dele.
Minhas mãos estão em seu peito. Sua língua entra e sai da minha boca que
me causa arrepios.
— Aceita o carro. — Sussurra em minha boca.
— Gabriel, eu não tenho condições de pagar seguro, manutenção...
— O seguro cobrirá tudo. — Me olha, com uma carinha de pidão.
Ele faz aquela maldita cara, que eu não consigo dizer não.
— Tudo bem. — Suspiro e ele abre um largo sorriso.
— Quer olhar por dentro? — Pergunta e eu assinto.
Fico maravilhada, e quando percebo, Gabriel está tirando fotos
minhas com o celular. Ele tem feito muito isso, ultimamente.
Voltamos para o apartamento e aproveito para postar uma das fotos
que Gabriel tirou. Em pouco tempo milhares de curtidas. Desde que comecei
a namorar Gabriel, o número de seguidores cresceu absurdamente.
Peter se despede e se auto convida para o ano novo, para desagrado de
Gabriel. Que disfarça e me beija na frente de Peter, que vai embora com cara
de poucos amigos.

A semana passa rápido, minhas fotos da coleção de Serena já estão no


catálogo, e disponível para quem quiser ver, em qualquer lugar, inclusive no
Brasil. Minha foto que postei repercutiu a semana toda nas mídias sociais.
“O pequeno presente do Sr. Griffin para sua namorada. Quem não
quer um pequeno presente desses? Audi são para poucos.”
Quando chego ao trabalho, Natalie e Kim correm para ver meu lindo
presente. Como prometido, Richard pegou o meu carro antigo para vendê-lo.
Estou ansiosa para a chegada de meus pais. Espero que eles gostem
do apartamento e da obra que fizemos.
Eu e Gabriel, entramos em uma rotina após o trabalho, vamos sempre
juntos para casa. Alternamos entre a minha e a dele. Nosso relacionamento
está crescendo, e Gabriel tem se mostrado ser um homem maravilhoso.
Capítulo 29
Katherine Madison

Sexta-feira finalmente chegou.


— Estou indo buscar meus pais. — Digo ao Gabriel, pegando minha
bolsa.
— Já? Está cedo. Eles chegam às cinco e ainda são três. — Ele fecha
seu paletó.
— Engarrafamento. — Digo.
— Ah sim. Já falou com Richard? — Pergunta.
— Não, vou no meu carro. — Pisco e ele sorri.
— Sabe que tem que andar com Richard, não é? — Assinto revirando
os olhos. — Já que vai em seu carro, diga para ele ir na SUV atrás.
— Tudo bem. — Digo, beijando seus lábios.
— Cuidado. E amanhã saímos às duas da tarde. — Me acompanha até
o elevador do seu andar.
— Estou lembrada. Quero ir com meu carro. Deixa? — Faço aquela
carinha que ele nunca nega.
— Amor, são quase duas horas de viagem. — Avisa.
— Não tem problema. — Falo empolgada. Ele sorri e solta um
suspiro.
— Tudo bem. Você passa na minha cobertura e vamos. E não esqueça
de que vamos dormir por lá e só voltamos na segunda após o almoço. —
Avisa
— Tudo bem. Quando chegar em casa aviso. — Beijo seus lábios.
— Te amo. — Sorrio.
Saio da empresa e vou até o estacionamento onde avisto Richard de
pé.
— Richard, vou buscar meus pais no aeroporto e vou em meu carro.
— Digo destravando minha belezura.
— Sim, senhora, estarei no carro atrás a seguindo. — Fala todo sério.
— Ok. — Digo entrando no meu carro e seguindo para o aeroporto.
Sempre olho pelo retrovisor interno do carro verificando se Richard
está me acompanhando. O engarrafamento está enorme e chego praticamente
no horário.
Minutos depois, meus pais surgem, cheios de malas e com sorrisos
estampando seus rostos. Os abraço, feliz demais, por estar com eles.
Seguimos para o estacionamento
— Ainda é mais lindo pessoalmente. — Mamãe admira meu carro.
— Gabriel tem bom gosto. — Papai sorri.
Richard arruma as malas nos dois carros e seguimos para nosso novo
apartamento.
— Cadê Gabriel? — Pergunta minha mãe.
— Está na empresa. Ele tinha que finalizar algumas coisas para ficar
livre no final de semana.
— Ele está cuidando de você como me prometeu? — Pergunta meu
pai ao meu lado.
— Gabriel é um amor comigo. Não tenho do que reclamar. — Digo
confiante. — Ele abriu mão do seu melhor segurança por minha causa. Desde
o ocorrido com Pedro ele está muito cuidadoso.
— Esse moço que está no carro atrás é o segurança dele? — Pergunta
minha mãe.
— Sim. O melhor que Gabriel tem. Ele fica à minha disposição. —
Digo estacionando o carro na garagem do meu prédio.
— Fico feliz com isso. — Diz meu pai com um sorriso. Assim que
saio do carro Richard vem em minha direção.
— Senhora, não sei o senhor Gabriel avisou. Quem vai no carro de
Enzo é Samantha e seus irmãos, e seus pais irão com Oliver num carro maior.
— Informa.
— Tudo bem. Gabriel vai comigo em meu carro. — Assente.
— Nos vemos amanhã. — Me despeço dele e subo com meus pais.
Meus pais adoraram o novo apartamento e aprovaram as mudanças
que eu, Kevin e Wendy decidimos fazer. Eles chegam em seguida e a noite
transcorre com muita conversa e risadas.
Mais tarde, subo para meu quarto para arrumar minha mala para a
viagem do dia seguinte. Tomo banho e adormeço.
Acordo e ajudo meus pais arrumarem suas coisas, até dar a hora de
sairmos. Oliver já está aguardando para levar meus pais e eu sigo para buscar
Gabriel.
Gabriel Griffin

Termino de me arrumar. Enzo já avisou que estão só nos aguardando


e Katherine já está chegando.
— Senhor, ligaram da recepção avisando que Katherine se encontra lá
embaixo. — Daiana me avisa.
— Obrigada, Daiana. Nos vemos na terça. Feliz ano novo. — A
abraço.
— Para você também, meu menino de ouro. — Sorri.
— Feche tudo, por favor, e vá para sua família. — Ela assente.
Entro no elevador e sigo para a garagem, logo avisto o carro de Kate.
— Bom dia, Gabriel. — Richard aperta minha mão.
— Senhor. — O outro segurança me cumprimenta.
— Está conectado com todos os carros? — Pergunto a Richard
enquanto o outro segurança coloca minha mala no carro de Katherine.
— Sim, senhor. Todos conectados. Caso aconteça algo, ligarei. — Diz
Richard.
— Ótimo! Oliver foi direto para onde Enzo está nos esperando. — O
outro segurança me informa.
— Os pais de Katherine? — Pergunto.
— Estão no carro. — Richard informa.
Cumprimento meus sogros e sigo para o carro de minha namorada,
que vejo estar retocando seu batom.
— Oi, meu amor. — Ela sorri.
— Oi, bonitão. — Beija meus lábios.
— Vamos? — Pergunto e ela assente. Vejo no painel, o nome de
Richard, numa chamada.
— Senhor, estamos prontos. Quando quiser ir...
— Vamos agora. — Encerro a ligação.
Katherine dá partida no carro e saímos pelas ruas de New York indo
em direção à rodovia. Fico olhando-a dirigindo atenta à pista. Ela fica tão
sexy dirigindo. Os dedos em volta ao volante, o jeito que olha atenta para os
retrovisores. Ela desvia o olhar do trânsito e nota que estou observando-a.
— O que foi? — Pergunta sorrindo olhando a pista.
— Você fica linda dirigindo. — Sou sincero.
— Você também fica um gato dirigindo. — Pisca o olho. Coloco
minha mão em sua coxa e ela sorri. Assim que Katherine entra na rodovia,
avistamos o carro de Enzo, de Oliver e outro carro onde estão os seguranças.
— São eles? — Pergunta ela.
— Sim. — Assinto.
Katherine passa por eles e buzina dando jogo de luz e rapidamente
eles ligam a seta indicando para entrar na rodovia. Passamos direto com
Richard nos seguindo atrás.
Olho pelo retrovisor e vejo os outros carros nos seguindo. Então
seguimos pela rodovia tranquilos. Vejo o nome de Enzo no painel e
Katherine clica no botão.
— Kate doida, você corre demais. — Escuto a voz da minha irmã.
— Minha cunhadinha tira onda. — Enzo se gaba.
— Estou nada. — Kate sorri.
— Vai devagar, mana. — Kevin fala.
— Que nada, deixa ela. — Escuto Wendy sorrindo.
O nome de Richard aparece no painel e o coloco na chamada também.
— Senhor, tem um carro seguindo vocês. — Diz preocupado.
— Merda! — Exclama Enzo.
— Tem certeza, Richard? — Pergunto e vejo Katherine ficar nervosa.
— Sim, ele nos ultrapassou três vezes. Se quisesse, já teriam passado
vocês. — Explica.
— E agora Gabriel? — Pergunta Kate nervosa.
— Calma, amor. Tem três carros com seguranças. — Tento
tranquiliza-la.
— Calma, Kate. — Diz Enzo. — É a SUV cinza?
— Sim, senhor. Katherine pise firme no acelerador, conheço essa
rodovia, é reta. Vá que vamos despistá-lo. — Richard pede, com pressa.
— OK. — Ela diz, nervosa.
— Estou aqui, vai ficar tudo bem. — Aperto sua coxa de leve e ela
assente e pisa no acelerador. Merda! O nome de Oliver aparece no painel.
— Senhor, sugiro que Katherine pise mais no acelerador, a outra
SUV vai tentar despistá-los. — Diz ele. — Filha cuidado! — Escuto a voz
trêmula da minha sogra.
— Mãe. — Kate engole o choro.
— Katherine, acelera! — Grita Enzo.
Então ela pisa com tudo. Olho para trás e vejo a SUV dos meus
seguranças tentando despistá-los. Por sorte, não tem carros vindo pela contra
mão, o que ajuda bastante. Katherine pisa firme no acelerador. Vejo no
retrovisor que estão distantes.
— Katherine, tem uma estrada de barro à sua esquerda à quinhentos
metros. Entre nela e não espere por nós. — Richard pede.
Katherine me olha nervosa e a tranquilizo com o olhar. Ela pisa com
tudo no acelerador e entra de vez na estrada de barro e vai com tudo até o
final da estrada.
— Entra nessa rua à direita. — Aponto e ela assente. peço para ela
encostar atrás de uma árvore.
— Fiquem aí, já vamos buscar vocês. — Richard fala.
— Oliver leve logo minha mãe, por favor. — Katherine apoia a
cabeça no volante.
— Senhor? — Pergunta Oliver.
— Podem levar! — Digo.
Tiro meu cinto e o cinto te Katherine.
— Vem cá. —Puxo-a para meu colo.
Abraço enquanto ela chora em meu peito nervosa.
— Vai ficar tudo bem. — Beijo sua testa.
Ela fica um tempinho assim até ficar mais calma.
— Meus pais vão ficar bem? — Pergunta, mais calma.
— Vão sim, meu amor, Oliver está levando-os para a casa dos meus
pais. — Acaricio seu rosto.
— Senhor, conseguimos despistá-los. Estou voltando para pegar
vocês. — Richard avisa.
— Ela está bem? — Pergunta Enzo preocupado.
— Está mais calma. — Digo e ela se aconchega em meus braços.
— Quer que eu volte para ir com vocês? — Meu irmão pergunta.
— Não precisa, vá com Oliver. Nos encontramos lá, mano. — Digo.
— Fica bem, Kate. — Kevin diz e encerro a ligação.
Uns minutos depois Kate está mais calma. Trocamos de lugar, ela não
tem condições de dirigir.
— Onde estão? — Pergunta Richard.
— Estamos numa rua à direita embaixo de uma árvore. — Explico.
— Espere aqui. — Digo e ela assente, beijo sua testa e saio do carro.
Vejo a SUV onde Richard e o outro segurança está com ele. Ele
estaciona ao lado do carro de Katherine e saem do carro.
— Conseguiram rastrear a placa? — Pergunto tentando ser o mais
calmo possível.
— A outra SUV que está conosco conseguiu, a placa é da Califórnia.
— Diz Richard, bem preocupado. Merda!
— Mais alguma coisa? — Pergunto.
— Não, senhor. — Diz o outro segurança.
— Quero o mais rápido possível. — Digo irritado e ele assente.
— Trouxe água para vocês. — Richard me entrega uma sacola.
— Obrigado, Richard. — Bato no seu ombro.
— Quer que eu dirija, senhor? — Pergunta o outro segurança.
— Não precisa, eu dirijo. Obrigado. — Ele assente.
— Como ela está? — Pergunta Richard.
— Muito nervosa. Mas se acalmando.
— Vamos sair daqui, é muito perigoso. Pise firme, pode ser que ele
volte. — Me alerta. Assinto e entramos nos carros.
— Amor, Richard trouxe água. — Entrego a sacola para ela.
— Obrigada. — Me dá um sorriso fraco.
Seguimos o caminho em silêncio, Richard não liga e muito menos
Oliver. Tudo tranquilo. Katherine está com a cabeça encostada no vidro, com
os olhos fechados. Coloco minha mão em sua coxa e em seguida coloca a sua
em cima da minha e aperta. Aperto de volta dando segurança para ela.
Seguimos o restante da viagem em silêncio. Assim que chegamos, todos vem
em nosso encontro para ver como Kate está. Seus pais me agradecem, mas na
verdade, foi Kate quem fez todo o trabalho. Kevin e Wendy conversam com
Kate e entramos todos na casa.
— Gabriel. — Richard chama a minha atenção.
— Reunião em cinco minutos no escritório. Chamem todos que estão
conosco. — Peço e ele se retira.
— É melhor ela descansar. — Minha mãe olha para Kate.
— Quer ir para o quarto? — Pergunta Mary a ela.
— Quero. — Kate assente.
Ela se levanta e vem em minha direção me abraçando.
— Descansa, vou resolver isso e depois vou ficar com você. —
Sussurro em seu ouvido.
— Tá bem. — Beijo sua testa e ela se afasta com minha mãe e sua
mãe.
— Gabriel o que houve? — Pergunta Gustavo.
— Estou querendo saber. — Passo a mão no rosto, completamente
puto da vida. — Desculpe.
— Não tem problema. — Bate de leve no meu ombro.
— O que sabemos é que a placa é da Califórnia. — Informo.
— Califórnia? — Pergunta Kevin, Gustavo e Enzo ao mesmo tempo.
— Sim. — Assinto.
— Não estou gostando nada disso. — Kevin se senta no sofá.
— Também não, meu filho. — Gustavo fala. Enzo olha para mim
desconfiado, ele está pensando o mesmo que eu. Fabrício!
— Ela está deitada. — Diz minha mãe entrando na sala junto com
Mary.
— Sam e Wendy foram descansar também. — Minha sogra avisa.
— Mais uma vez, peço desculpas. — Digo e ela me olha.
— Meu querido, a culpa não é sua. Você cuidou da minha princesa,
isso que importa. — Ela sorri, carinhosamente.
— Mãe, vão se distrair que os homens vão para uma reunião agora. —
Enzo fala.
— Venha querida, vou te mostrar toda a casa. — Minha mãe puxa
Mary, para a varanda.
— Vão querer participar da reunião? — Pergunto.
— Sim. — Respondem em uníssono. Até meu pai se prontifica a
participar.
— Senhor, todos estão no escritório. — Richard avisa.
— Vamos. — Os chamo.
Assim que chegamos Richard fecha a porta. Todos os seguranças
atentos.
— Senhor, conseguimos uma localização mais precisa. — Oliver
digita no MacBook.
— Aqui está. — Richard me entrega um iPad. Analiso e vejo a
localização.
— Santa Mônica? — Franzo a testa.
— Sim, senhor. Conseguimos localizar o homem que estava dirigindo
a SUV, também da Califórnia. — Oliver envia pro iPad em minhas mãos.
— É o bairro onde meus pais moraram. — Kevin diz.
— Aqui está a foto do homem que estava dirigindo. — Disse o outro
segurança.
Olho a foto, mas não é Fabrício. Mas isso está chegando mais perto
dele, eu sinto. Muito coincidência o homem ser do mesmo bairro onde a
família de Kate mora.
— Posso ver? — Pergunta Gustavo.
Assinto e entrego o iPad para ele e Kevin olhar.
— É o Chupeta, pai! — Kevin diz, surpreso.
— Vocês o conhecem? — Pergunta Enzo.
— Sim, estudei com ele. — Kevin nos olha.
— Também o conheço de vista. — Gustavo me devolve o iPad.
— Por que se chama Chupeta? — Pergunta meu pai.
— Ele sempre foi puxa-saco, então colocaram esse apelido nele. Mas
o nome dele mesmo é Yuri, quase ninguém sabe seu nome. — Meu cunhado
explica.
— Mas antes de vir para cá, soube que chupeta, no caso, Yuri, está no
lugar de Fabrício no tráfico. — Explica Gustavo.
— Quem é Fabrício? — Pergunta meu pai sem entender.
— Gustavo, aí é com você. — Enzo diz, colocando as mãos no bolso.
Gustavo respira fundo e me olha.
— Não quero que isso saia daqui, Mary não sabe. — Pede. Olho para
os seguranças e assentem. Os únicos que sabiam era Richard e Oliver.
— Sigilo total. — Meu pai fala.
— Não tenho forças para falar, pode dizer Gabriel. — Diz Gustavo se
sentando no sofá. Passo a mão no rosto e suspiro.
— Bom, Katherine se envolveu com um traficante de drogas no
passado, o que causou sua vinda para New York. —Todos ficam atentos. —
Ele se chama Fabrício, batia e humilhava Katherine. Ele a usava para
esconder drogas e armas em sua casa, na casa de Gustavo.
— Meu Deus. — Meu pai fala surpreso.
— Quando ela não fazia o que ele queria, ele a humilhava e batia. E
para humilhá-la ele saía com outras mulheres na sua frente. — Cruzo os
braços.
— Ainda não entendo o motivo dela se envolver com esse filho da
puta. — Gustavo passa a mão no rosto.
— Katherine era uma moça jovem, viu amor onde não tinha. Ela
queria mudá-lo e fazer com que ele a amasse. — Tento confortá-lo.
— Jesus! Coitada. — Meu pai se senta, completamente abalado.
— Por isso elas vieram para New York — Explico.
— Sempre achei a ideia delas repentinas, Kate sempre usava calças e
blusas com mangas. Para nem eu e Mary vermos seus machucados. —
Gustavo diz.
— Eu soube no outro dia do ocorrido. — Kevin fala. — Então
decidimos ir à delegacia e prestarmos queixa.
— E o que aconteceu depois? — Pergunta meu pai, atento.
— Ele foi preso e elas vieram para New York. — Informo.
— Isso faz muito tempo? — Pergunta Oliver.
— Três anos. — Kevin diz.
— Tem falado com Lucas? Pois ele deveria ter te comunicado sobre
esse tal de Yuri. — Enzo cruza os braços.
— Ele não me disse nada. — Agora que me lembrei.
— Quem é Lucas? — Pergunta Gustavo.
— Sabe Luquinhas? É ele. — Kevin diz ao seu pai.
— Lucas envolvido? — Pergunta Gustavo surpreso.
— Kevin me informou que tinha um amigo dele que poderia ficar de
olho nos capangas de Fabrício e me informar qualquer coisa. — Explico.
— Não sabia que ele fazia isso. Mas Lucas é uma pessoa confiável, vi
esse menino crescer. — Gustavo me olha aflito.
— Melhor ligar para ele. — Enzo me olha.
— Senhor, conecte no Bluetooth. — Richard pede.
Assinto e conecto o celular no Bluetooth do escritório e busco o
contato de Lucas. No quinto toque ele atende.
— Finalmente Gabriel.
— Estou sabendo que um tal de Yuri veio para New York.
— Fui assaltado e não consegui contato com ninguém. Mas mandei
um e-mail.
Ando até a mesa e olho o MacBook, que Oliver ligou.

Lucas Guilherme
URGENTE!
Fui assaltado hoje e não consegui contato com ninguém. Um tal de
Yuri mais conhecido como Chupeta, é um dos capangas de Fabrício, saiu
hoje para o aeroporto de Los Angeles a caminho de New York. Ele é o braço
direito de Fabrício. Me ligue assim que ver esse vídeo!!!

— Acabei de ver. — Digo.


Richard e Oliver foram olhar o e-mail e assentiram.
— Ele saiu dia vinte e nove por volta das duas da tarde.
— Alguma notícia de Fabrício? — Pergunta Gustavo.
— Tio Gustavo? — Pergunta Lucas.
— Sou eu garotão, prossiga. — Pede.
— A saída dele da cadeia, já é quase certa. — Avisa.
— Merda! — Bato na mesa.
— Quem está no comando é Yuri! — Lucas informa.
— Impossível! Yuri era um rapaz gentil. — Diz Gustavo, surpreso.
— Tio Gustavo, Fabrício é frio e calculista. Ele deve ter ameaçado
Yuri para conseguir ir para New York. Ou ele entrou porque quis, Yuri está
totalmente mudado. Não é o mesmo que o senhor conheceu.
— Ele nos perseguiu hoje, o carro tem cadastro na Califórnia.
— Minha nossa, Kate está bem?
— Sim, ficou bastante nervosa! — Kevin diz.
— Podem me mandar a placa por e-mail? Posso verificar aqui.
Faço um gesto com a mão para Richard que vai até o notebook da
mesa e passa o e-mail.
— Já mandei. — Richard fala.
— Vou verificar. — Faz uma pausa. — Chegou, vou verificar agora
mesmo.
— Quero saber onde Yuri está em New York. — Peço aos meus
seguranças.
— Gabriel, por nome Yuri ninguém vai achar. Procurem por
Chupeta. Ele não entrega seu nome facilmente, já para a polícia não ir atrás
dele. Quase ninguém sabe seu nome, só apelido. —Lucas avisa.
— Procurem por Chupeta. — Peço e eles assentem.
— Descobri. Vou mandar por e-mail.
Vou até a mesa e checo.
— Está cadastrado com o nome de Guilherme Turner Murphy. —
Lucas fala.
— Quem é esse tal de Guilherme? — Pergunta Kevin sem entender.
— Fabrício! — Afirma Lucas.
— Como assim? — Pergunto junto com Enzo.
— Acabei de falar que Yuri não fala o nome dele. Você acha que o
chefão não faria o mesmo? — Pergunta Lucas sério.
— E Yuri recebeu esse apelido faz pouco tempo. — Afirma Kevin.
— Exatamente.
— E como a polícia o achou? — Pergunta meu pai.
— Kate sabia seu nome verdadeiro.
— Por isso ela pediu para ficar sozinha na delegacia. — Kevin diz
pensativo.
— E como ela soube de seu nome verdadeiro? — Pergunto.
— Pelas minhas fontes, Kate já vinha bisbilhotando Fabrício e achou
algum documento.
— Ela não me disse. — Digo chateado.
— Gabriel, Kate não queria te envolver com nada disso. Ele já está
preso e encerrou para ela. Ela só desabafou com você.
— Não fique chateado com ela. — Pede Gustavo.
— Tudo bem. — Assinto.
— Acho que foi muita coincidência você ter sido assaltado no dia que
esse tal de Yuri viajou para cá. — Diz meu pai.
— Quem é? — Pergunta Lucas.
— Meu pai, Arthur. — Digo.
— Sr. Griffin, também achei muita coincidência, mas estou sendo
bem discreto.
— Entendo Lucas, não estou desconfiando de você. Você mandou um
e-mail para Gabriel, ele que não viu. Tranquilo. — Meu pai fala.
— Assim que tiver mais alguma notícia te informo.
— Obrigado Lucas.
Encerro a ligação.
— Pronto, já sabem quem nos perseguiu e a mando de quem. Já
sabem o que fazer. — Digo aos meus seguranças que se retiraram do
escritório.
— E agora? — Pergunta meu pai.
— Segurança redobrada. — Afirmo.
— Não fique chateado com ela. Ela só queria esquecer. — Gustavo
vem até mim.
— Tudo bem, não se preocupe. — Olho meu relógio. — Vamos nos
aprontar, daqui a pouco os convidados chegam.
— Pois é, já anoiteceu. — Diz Kevin.
Saímos do escritório, estou morto de cansado. Agora preciso ficar de
olho nesse tal de Yuri e Guilherme, no caso Fabrício. No fundo fico magoado
por Katherine não ter me falado o nome verdadeiro de Fabrício, mas ela está
muito machucada com tudo isso. Vou deixar passar. Quero aproveitar as
últimas horas do último dia do ano com ela. Subo as escadas e vou em
direção ao quarto. Assim que abro a porta ela não está na cama, apenas minha
mala no canto. Vou ver no banheiro, mas não tem ninguém e nem no closet.
Onde será que ela foi? Saio do quarto e escuto risos vindo do quarto de
Samantha. Bato na porta e Sam abre.
— Oi mano. — Ela sorri.
— Você viu Katherine? — Pergunto.
— Estou aqui, amor. — Grita, vindo em direção da porta.
— Fui ao quarto e você não estava. — Puxo sua cintura. Ela está
linda, os cachos quase prontos, maquiagem feita e um robe de seda.
— As meninas me chamaram para nos arrumarmos juntas. — Beija
meus lábios.
— Está melhor? — Pergunto. Ela está sorrindo, mas não significa que
esteja bem.
— Estou sim. Descansei e estou me divertindo com as meninas. —
Ela sorri. — Já descobriu quem nos perseguiu?
— Estamos descobrindo, fique tranquila. — Minto.
— Tudo bem, vou voltar a me arrumar. Te vejo daqui a pouco. —
Seus olhos brilham.
— Fique linda. — Pisco e ela sorri.
Capítulo 30
Katherine Madison

Hoje foi uma correria, literalmente. Fomos perseguidos e entrei em


pânico. Nunca estive em uma situação dessas, e nem poderia imaginar que
algo desse tipo poderia acontecer. Fiquei morrendo de medo, admito, mas
Gabriel estava ao meu lado me acalmando. Todos ficaram apavorados,
principalmente meus pais.
— Vai se vestir. — Diz Wendy, me tirando dos meus devaneios.
— Fica que nem um pomba lesa, olhando só Deus sabe para onde. —
Diz Samantha e gargalho.
— Vou me vestir. — Vou para o banheiro e me visto. Faço meus
cachos e uma maquiagem leve, e para completar, meu batom vermelho.
Assim, que as meninas terminam, descemos todas para sala, nos encontrando
com o restante do pessoal.
— Está linda. — Diz Enzo olhando para Wendy.
— Obrigada, querido. — Agradece.
Vejo Kevin bebendo tentando disfarçar que está de olho em Sam.
— Isso está ficando chato. — Digo e ele sorri.
— O quê? — Pergunta.
— Você e Samantha. — Pego uma taça de champanhe.
— É complicado. Ela não facilita. — Diz olhando para ela.
— Tente. — Dou de ombros. — Vocês se gostam.
— Vou falar com ela. — Afirma.
— É isso aí bonitão. — Sorrimos.
— Vou lá. — Beija minha bochecha e sai.
— Que mulher linda, meu Deus. — Diz Gabriel atrás de mim. Me
viro vejo o meu deus grego na minha frente. Gabriel está divino, como
sempre.
— Que lindo. — Analiso olhando-o de cima a baixo.
— Olha quem fala. — Diz e me dá um beijo casto nos lábios. — Se
sente melhor?
— Estou bem, Gabriel. — Sorri.
— Tudo bem. Quero te apresentar aos meus tios. — Pega minha mão
e sai comigo andando até o casal que estava conversando agora a pouco.
— Sebastian e Lily, essa é Katherine. — Gabriel nos apresenta.
— Que linda sua namorada. — A mulher me abraça.
— Obrigada. — Digo.
— Prazer em te conhecer. — Aperto a mão do rapaz.
Conversamos mais um pouco, bebemos, comemos, brincamos.
Fazemos uma chamada de vídeo com Natalie e Dominic, que estão na Europa
passando o ano novo juntos. Gabriel permanece o tempo todo ao meu lado.
Logo avistamos Peter nos olhando.
— Está inseguro? — Sussurro em seu ouvido. Estou sentada em seu
colo, com a perna cruzada, e sua mão está na minha coxa.
— Não. — Murmura.
— Sei que está. Não precisa ficar. — Afirmo.
— Eu sei. — Suspira. — Só quero que ele saiba que você é minha.
— Sou sua, meu amor. Não precisa ficar assim. — Assente. Me
inclino e dou um beijo demorado nele.
— Gente, falta um minuto para a virada. — Grita Kevin chamando a
atenção de todos.
Levanto-me do colo de Gabriel e seguro sua mão. Ficamos todos de
frente para a varanda, para a queima de fogos na praia em frente à casa.
Todos renovam suas taças de champanhe. Gabriel me abraça por trás e beija
meu ombro.
— Cinco, quatro, três, dois, um... Feliz Ano Novo. — Todos gritam.
Os fogos e as luzes coloridas iluminam toda a casa. Todos brindam,
se abraçam desejando feliz ano novo. Peter vem falar comigo.
— Feliz ano novo. — Diz.
— Para você também. — Dou um sorriso.
Vou até Gabriel que está me olhando sério.
— Ei! Não fique assim. — Digo acariciando seu rosto.
— Confio em você. Só não confio nele. — Olha para mim.
— Eu sei. — Dou um beijo de leve em seus lábios e sussurro em seu
ouvido. — Eu te amo.
Vejo que ele fica paralisado com a minha confissão. Me afasto e olho
em seus olhos azuis. Vejo-os brilhar com a minha confissão. Passo meus
braços em torno do seu pescoço e faço um carinho em sua nuca sem tirar os
olhos dele.
— Eu te amo, Gabriel Griffin. — Repito sem tirar os olhos dele.
— Me diz que não estou sonhando? — Pergunta com seus olhos
brilhando.
— Não, meu amor. — Digo e ele sorri.
— Katherine, eu te amo demais. — Me puxa e devora minha boca.
Uma mistura de champanhe e uísque em nossas línguas. Não ligamos
para ninguém ao nosso redor, só existe nós dois.
— Eu sou a porra do homem mais feliz do mundo. — Ele sorri entre
meus lábios.
— Obrigada por consertar meu coração. — Sussurro com nossas
testas coladas.
— Não vou te fazer sofrer, Katherine. Vou amá-la todos os dias de
minha vida.

Um mês se passa desde a perseguição na véspera de ano novo. Duas


semanas depois, Gabriel disse que eram apenas bandidos atrás de dinheiro.
Não senti firmeza em sua voz, mas deixei passar. Sei que ele não quer me
deixar nervosa.
No trabalho continua a mesma coisa, as mulheres me olhando
diferente. Mas, deixo de lado os cochichos e falação.
Finalmente Kevin e Samantha estão juntos, anunciaram o namoro.
Fico feliz, Samantha é uma pessoa ótima, e Kevin merece ser feliz. Eles são
lindos juntos. Sempre fazendo carinho um no outro dá para ver o quanto se
gostam.
Enzo me encontra no corredor da empresa e diz que precisa conversar
comigo urgentemente. Ele está nervoso. Concordo de imediato. Marcamos de
nos encontrar no hall da empresa para irmos almoçar. Gabriel está lotado de
reuniões, então não poderíamos almoçar juntos. Olho meu relógio e vejo que
falta dez minutos para me encontrar com Enzo. Pego minha bolsa e vou em
direção ao elevador. Vou passar no escritório de Gabriel, falar rápido com ele
e encontrar Enzo.
— Bom dia, Rebeca. Gabriel pode me ver? — Pergunto a secretária.
— Só um momento. — Pega o telefone e leva a orelha. — Sr. Griffin,
Katherine está aqui... Tudo bem. — Coloca o telefone no lugar. — Pode
entrar.
— Obrigada, Rebeca. — Assente com um sorriso.
Me viro e saio andando até a porta de Gabriel, abro-a e o vejo no
telefone em pé de frente a enorme janela de vidro. Está lindo sem o paletó,
apenas com a camisa e a gravata vinho, e sua calça social preta.
— Eu já disse que quero uma reunião com ele, o mais urgente
possível! Você acha que sou algum vagabundo? Minha agenda está
lotadíssima, e quero falar com ele imediatamente. — Diz furioso. Fecho a
porta devagar e vou em direção ao sofá. Ele me olha e pisca o olho. Me sento
no sofá e cruzo as pernas.
— Ok! Peça para ele me encontrar no mesmo restaurante que nos
encontramos na última vez... Em vinte minutos!... Pode sim. Obrigado! —
Diz furioso e desliga.
— Dia agitado? — Pergunto.
— Você nem imagina. — Suspira. — O cara fez merda e está fugindo
de mim, dizendo que a agenda está lotada e não pode me atender.
— E você sabe que ele está vagabundando? — Sorri.
— Exatamente. — Sorrio. — Vem cá. Só tenho cinco minutos. — Me
levanto e vou até ele, que puxa minha nuca e me beija com fome.
— Vim te avisar que Enzo quer falar comigo. Vou almoçar com ele.
— Digo e dou um selinho nele.
— Já informou ao Richard? — Pergunta segurando minha cintura.
— Já. — Reviro os olhos.
— Não fica assim. — Beija meu nariz. — Por favor. — Suspiro.
— Tudo bem.
— Bom. Tenho um almoço agora. — Diz sério.
— Ok. Vou lá. — Beijo seus lábios e ele retribui.
— Espera. Vou descer com você. — Assinto. Ele vai até sua mesa e
desliga o computador. Pega seu paletó, e o iPad em cima da mesa e saímos do
escritório.
— Rebeca, só volto às duas. — Gabriel avisa.
— Sim, senhor. — Rebeca assente. Entramos no elevador e Gabriel
fica calado. Vejo que ele está mais pensativo que o normal, está com olhar
vago enquanto coça a barba.
— O que foi, amor? — Pergunto alisando seu braço. Ele me olha e
suspira.
— Não é nada. — Beija minha testa. — Só cansado.
— Tudo bem. — Assinto.
As portas do elevador se abrem e entramos no hall do prédio. Enzo
está em pé com as mãos no bolso distraído olhando o movimento na rua.
— Vamos? — Pergunto. Ele se vira e nos olha.
— Ah sim. Vamos. — Sorri. — Mano.
— Oi Enzo. Preciso ir agora. — Diz Gabriel sério. Beija meus lábios
e sai acompanhado de Oliver.
— O que ele tem? — Pergunto a Enzo que está andando comigo em
direção ao Richard.
— Sei lá. — Dá de ombros.
Seguimos para o restaurante. Enzo fala de sua reserva com o gerente e
somos direcionados à nossa mesa. Fazemos nosso pedido e aguardamos.
— Gabriel está estranho. — Digo e Enzo me olha.
— Não acho que está. O que te leva a pensar isso? — Pergunta.
— Fui até o escritório dele para avisar que iria sair com você, mas
quando cheguei, ele estava furioso ao falar com alguém no telefone. — Digo
pensativa.
— Ele está lotado de coisas. Principalmente essa semana que está
agilizando tudo para viajarmos para Bahia. — Afirma.
O garçom chega com nossos pedidos e nos serve e se retira
— Você acha que é só isso? — Pergunto e começo a comer.
— Sim. Você sabe que Gabriel gosta de tudo certo. — Fala.
— Tudo bem. Então... o que queria falar? — Bebo meu suco.
— Você sabe que amo a Wendy, não é? — Assinto. — Eu era pior
que Gabriel. Na verdade, Gabriel era mais reservado, enfim... Eu pegava
geral e não me importava com nada. — Sorri. — Mas aí chegou Wendy...
— Onde você quer chegar? — Pergunto curiosa.
— Quero pedi-la em casamento. — Afirma.
— Sério? — Acho que grito.
— Algum problema? — Pergunta nervoso.
— Problema nenhum. — Sorrio empolgada. — Fico feliz com isso,
Enzo. Nossa!
— Obrigado. — Sorri sem graça. — Você acha que ela vai aceitar?
— Claro que vai. Ela te ama. — Ele sorri.
— Já comprei o anel, mas queria sua opinião. — Pede.
— Ok.
— Você acha que ela vai gostar? Vocês têm praticamente os mesmos
gostos. — Diz e tira uma pequena caixa azul da Tiffany de dentro do bolso.
— Deixa eu ver. — Peço.
Ele me entrega a pequena caixa e vejo um lindo solitário. Tem um
diamante no meio, com alguns pequenos diamantes cravejados ao redor do
anel.
— Ela vai amar. — Sorrio.
— Se fosse você? Gostaria de receber um desse? — Pergunta.
— Sim. — Digo. — Ele é divino. — Ele digita algo no celular e sorri
quando recebe a mensagem.
— Ufa. — Suspira. — Nossas consciências estão tranquilas. — Ele
parece estar falando com alguém ou até sozinho.
— Por quê? — Franzo a testa. Ele me olha confuso e guarda o celular.
— Porque se você não tivesse gostado, teríamos que voltar à loja e
ver outro.
— Ah sim. — Sorri.
— Como vocês estão? — Pergunta. Ele acena para o garçom e pede a
conta.
— Estamos bem. — Sorri.
— Esse seu sorriso...
— O que foi?
— Você o ama de verdade.
— Muito!
— Fico feliz, Kate. Que você voltou a sentir o amor. Assim..., sendo
correspondido de verdade. — Diz com um sorriso.
— Seu irmão é um amor comigo. Ele disse que não iria desistir. —
Sorri besta.
— Ele não desiste fácil. — Afirma.

No fim do dia, vou para casa, estou morta de cansada. Encontro meu
pai assistindo tv na sala e minha mãe na cozinha. É tão bom ter eles de volta
no mesmo teto. Falo com eles e subo para o quarto. Tomo um banho e desço
para o jantar. Kevin chega em seguida e vai direto para o banho. Wendy está
pendurada no telefone com Enzo.
Após o jantar, ajudo minha mãe a organizar a cozinha, enquanto
Wendy arruma a mesa. Kevin vai para a varanda falar no telefone com
Samantha, e me sento com meus pais para assistir tv. Estou distraída quando
meu celular começa a tocar.
Saio da sala e vou até a varanda atender Gabriel.
— Oi meu amor. — Digo ao atender.
— Tão bom escutar sua voz. — Sussurra.
— Você escuta minha voz todos os dias. — Escuto-o sorrir.
— Ela me traz uma paz.
— Está melhor?
— De quê?
— Você estava agitado hoje.
— Ah sim... estou mais tranquilo.
— Conseguiu resolver?
— Sim. Queria você aqui comigo.
— Amor, o que combinamos?
— Só dormirmos juntos nos finais de semana.
— Exato.
— Isso está chato, amor. Preciso de você!
— Eu sei, meu amor. Mas durante a semana é ruim, tenho uma rotina
diferente da sua.
— Eu sei, eu sei. — Escuto-o suspirar.
— Não fica assim.
— A gente só tem nossos momentos em meu escritório. E você sabe...
sou muito ativo! Quero você em uma cama, não aguento mais transar com
você no meu sofá ou na mesa do escritório.
— Também estou com saudades.
— Então vem. Não quero só sexo... quero ficar ao seu lado também.
— Amanhã?
— Porra!... Tudo bem... – Escuto-o suspirar. – Como estão seus pais?
— Estão aqui assistindo tv. O que está fazendo?
— Vendo sua foto no meu escritório. — Sorrio.
— Aquela que você tirou no Central Park?
— Exatamente. Ela me acalma quando sinto sua falta.
— Prometo que amanhã durmo aí.
— Tudo bem.
— Vou deitar, amor.
— Nos vemos amanhã. Te amo!
— Também te amo.
— É tão reconfortante saber que sou retribuído.
— Eu que o diga.
— Vá dormir. Beijos.
— Beijos. — Finalizo a ligação.
Capítulo 31
Katherine Madison

A semana passa rápido. Faltam duas semanas para irmos ao Brasil,


curtir o carnaval. Tudo está agitado na empresa. Gabriel está tenso e nervoso,
fora do normal. Quer estar comigo a todo momento, sempre falando que não
quer me perder, que sou o amor da sua vida e blá, blá, blá. Não sei o motivo
dele estar agindo assim comigo. Parece até uma despedida. Eu hein! Volto a
me concentrar no trabalho para finalizar o quanto antes. Já que Enzo diz que
o jantar será hoje. Ele pediu para ir com Wendy em um salão e comprar
roupas novas. Pediu que fôssemos lindas.
Saímos da empresa e vamos direto comprar nossas roupas e depois
vamos ao salão: fazemos as unhas, maquiagem, cabelo e depilação. Wendy
nem imagina o que a espera mais tarde. Ficamos lado a lado enquanto os
profissionais cuidam de nós. Assim que saímos do salão encontramos com
Richard que nos acompanha até em casa.
— Onde vão com tanta sacola? — Pergunta meu pai assim que
entramos.
— Ah, é coisa de Enzo e Gabriel. — Digo
—Trouxeram a loja inteira? — Pergunta minha mãe chegando na sala.
— Não exatamente, mas quase isso. — Wendy gargalha.
— Por falar neles, que horas é o jantar? — Pergunta Kevin se jogando
no sofá.
— Vou ligar para Gabriel. — Digo.
Pego minhas sacolas e subo para meu quarto.
— Oi, amor. — Fala assim que atende.
— Oi, coração. Onde está?
— Chegando em casa agora. E você? Já foi ao salão e fez suas
compras? — Diz e escuto Oliver falar com ele.
— Em casa. Sabe que vou devolver tudo, não é?
— Deixa disso. — Escuto-o sorrindo. — Quero presentear minha
namorada. Posso?
— Tá. — Reviro os olhos. — É para irmos que horas?
— Meus pais chegam às sete. Quer que peça para Richard buscar
vocês?
— Não precisa. Vou no meu carro.
— Tudo bem.
— Vou me arrumar. Beijos.
— Beijos.
Finalizo a ligação. Fico olhando o papel de parede com a foto minha e
de Gabriel. Tiramos essa foto semana passada, depois de uma transa louca e
intensa. Estou vestindo sua blusa branca, deitada em seu braço, e ele me
abraçando por trás, sorrindo em meu pescoço. Ele adora tirar fotos minhas
em momentos descontraídos. Mas Gabriel está estranho a semana toda,
nervoso quando está ao meu lado e agora na ligação percebi a mesma coisa.
Enzo insiste em dizer que é por causa do trabalho, apressando tudo para
nossa viagem. Desço para avisar ao pessoal do horário e volto para meu
quarto.
Corro para o banheiro e me apresso no banho. Me arrumo com uma
das roupas novas que comprei hoje. Na verdade, comprei não, são presentes
do exagerado do Gabriel.
Desço e vejo Kevin no telefone com Samantha, vou beber água na
cozinha e logo ouço meu pai nos chamando.
— Vamos? — Grita meu pai da sala.
— Já vou. — Grito de volta.
Chego na sala e vejo Wendy descendo as escadas. Pego a chave do
meu carro e entrego a meu pai e seguimos para a cobertura de Gabriel. Ao
chegarmos somos recepcionados por Daiana, a governanta de Gabriel.
— Boa noite. — Daiana nos cumprimenta com um sorriso.
— Olá, Daiana. — Sorrio de volta.
Meus pais cumprimentam Daiana e vamos falar com Sophia e Arthur.
Sophia e minha mãe se tornaram mais que amigas, Arthur e meu pai nem se
fala. Samantha corre para os braços de Kevin. Vou até perto deles em
silêncio, levanto meu indicador e fico parada. Eles param de se beijar e me
olham franzindo a testa.
— O que você está fazendo? — Pergunta Kevin.
— Não dava tempo de arrumar uma vela e acender, então imagino
que meu dedo seja suficiente. — Dou de ombros.
— Ridícula. — Samantha me abraça.
— Vocês parem! Não quero segurar vela. — Eles sorriem.
— Não precisa, meu amor. — Diz Gabriel se aproximando de mim.
— Agora sim! Podem ficar se pegando aí. — Jogo um beijo para eles
e arrasto Gabriel.
— Você está linda, amor. — Me olha de cima a baixo.
— Gostou? — Sorrio.
Giro devagar e o vejo olhar minha bunda.
— Deslumbrante. — Diz.
— Deixa de olhar para minha bunda. — Bato em seu ombro.
— Impossível. — Sorri. Me puxa e me dá um beijo.
— Olha essa pegação! — Grita Enzo.
Me viro e mostro o dedo do meio quando nossos pais estão entretidos.
Ele gargalha e vem na minha direção sorrindo.
— O que foi? — Pergunto e ele sorri.
— Adoro te ver estressada. — Me abraça.
— Cheio de graça. — Reviro os olhos.
— Estou nervoso para caralho. — Toma um gole do uísque.
— Também estou. — Diz Gabriel.
— Posso saber o motivo? Você ultimamente está sempre assim. —
Pergunto e ele me olha sério.
— Por causa do meu pedido. — Diz Enzo. — Fiquei enchendo o saco
dele, e ele também ficou nervoso.
— É... isso. — Fala Gabriel. — Vou falar com Daiana.
— Ok. — Assinto e ele sai. — Nunca vi Gabriel assim.
— Nem eu. — Afirma.
— Sinto que estão me escondendo alguma coisa... — Olho para Enzo
que morde seu lábio. Ele está escondendo!
— Não é nada. Cadê Natalie e Dominic? — Ele desconversa.
— Não sei. — Dou de ombros.
— Chegamos! — Grita Natalie entrando de mãos dadas com
Dominic.
— Pensei que teríamos que ir te buscar. — Diz Enzo.
— Dominic! — Natalie revira os olhos.
— O que foi? — Pergunta Dom sorrindo.
— Parece até uma noiva. — Revira os olhos. Sorrimos e vamos
cumprimentá-los. Dominic vem até mim e me abraça forte.
— Saudades de você, grandão. — Bato em seu ombro.
— Também estava com saudades, maluca. — Sorrimos.
— Me conta. Como está na Europa?
— Uma maravilha. Um sonho realizado. — Sorri orgulhoso.
— E como estão as coisas com Natalie? — Pergunto e ele suspira.
— Quando estou por lá, nos falamos dia sim e dia não por Skype.
Estamos indo bem com o namoro à distância. — Afirma.
— Fico feliz por vocês. — Sorrio.
— Às vezes encontro promoções de viagens aéreas, aí ela vai ou eu
venho. — Dá de ombros. — Prefiro que ela vá, assim cada vez que vai,
mostro algo novo para ela.
— É tão lindo te ver apaixonado. — Afirmo e ele gargalha.
— Pois é. A ruiva domou meu coração. — Assente orgulhoso.
— Quando você vem para irmos ao Brasil? — Pergunto.
— Ah, não sei se Natalie te falou. Ficarei por aqui até viajarmos.
— Que bom.
— Sim. Consegui transferir alguns trabalhos para cá e já fico por
aqui. — Diz.
— Melhor.
— Sim. Já trouxe tudo para a viajem. — Assinto. — Enzo me falou o
motivo desse jantar.
— Nem me fale. Estou ansiosa pelo pedido dele.
— Também. — Sorrimos. — Quem era Enzo Griffin?
— Exato. — Gargalhamos.
— E quem era Katherine Madison?
— Pois é. — Sorrimos.
Conversamos mais um pouco sobre seu trabalho na Europa. Vejo
Gabriel conversar com o pai, ele está nervoso, quando passa a mão no cabelo
várias vezes é sinal do seu nervosismo extremo. Arthur fala algo para ele, que
desvia seu olhar e me olha. Vejo o quanto está tenso e nervoso, Arthur me
lança um olhar de conforto e retribuo. Assim que seu pai se afasta, Gabriel se
serve com um copo de uísque e vai até a janela. Ele coloca a mão esquerda
dentro do bolso da calça, e a outra ergue o copo até os lábios, degustando. Ele
está pensativo contemplando a visão de New York. Um rapaz passa com uma
bandeja e me oferece vinho, pego uma taça e agradeço. Levo a taça até os
lábios e degusto o delicioso vinho, sem tirar os olhos de Gabriel. Respiro
fundo e vou até ele. Está tão imerso em seus pensamentos, que nem escuta o
barulho do meu salto no chão.
— Compartilha comigo. — Peço. Estou ao seu lado, mas sem olhá-lo.
fixo meus olhos na visão na noite de New York.
— O quê? — Pergunta.
— Está nervoso e tenso. E isso não é de hoje. Já faz um tempo. —
Continuo sem olhar para ele. Levo a taça até a minha boca e dou um gole do
vinho.
— É complicado. — Diz e percebo o nervosismo em sua voz.
— Descomplique. — Digo e dou outro gole do vinho.
— É complicado, Katherine. — Afirma. Eu me viro e vejo-o me
olhando.
— Quem é ela? — Pergunto de uma vez.
— Ela quem? — Franze a testa.
— Você está com outra, não é? Por isso está me evitando. — Digo e
sinto meus olhos arderem. Merda!
— Não! — Diz sério. — Você acha que tenho outra? — Fico calada.
— Katherine, eu amo você. Só tem você em minha vida. — Ele larga
o copo na mesa e segura meu rosto. O que me deixa aliviada.
— Então me conta. — Peço.
— Ainda hoje você vai saber. — Afirma.
— Vai me dizer mesmo?
— Sim. — Beija minha testa. Me puxa e envolve seus braços em meu
ombro, enquanto abraço sua cintura, ele beija minha cabeça e ficamos assim
por um tempo, até nos chamarem para o jantar.
Iniciamos o jantar, conversamos e rimos de assuntos aleatórias. De
repente, Enzo se levanta, pega um talher e bate de leve três vezes na taça de
cristal chamando atenção de todos.
— Peço a atenção de todos. — Pede e ficamos em silêncio. — Tenho
um comunicado e um pedido a fazer. — Ficamos em silêncio aguardando-o
seguir adiante. — Gostaria de agradecer a todos que estão aqui com a minha
família. É muito bom termos pessoas em quem confiamos e ter uma bela
amizade sincera. Gostaria de agradecer aos meus sogros, por terem criado
minha preciosa Wendy, e agradecer por encontrar ela e Kate numa boate. —
Todos riem. — Acredito em destino, pois ele a trouxe de volta para mim e
pude conhecê-la melhor. — Suspira. — Querida, venha aqui, por favor. —
Wendy o olha com a testa franzida e eu sorrio. Enzo a ajuda a se levantar e
fica de frente para ela. — Querida, sei que eu era um mulherengo quando te
conheci, e te magoei com a minha infantilidade. — Suspira. — Mas o que
sinto por você foi mais forte, e pude me redimir o quanto antes. Com a ajuda
dos sermões dos meus irmãos, é claro. — Sorrimos. — Wendy, quero que
saiba que te amo muito, tanto que não quero viver mais um dia sem você ao
meu lado. — Enzo tira uma pequena caixinha do bolso, se ajoelha e abre a
caixa. — Wendy, você aceita se casar comigo?
Vejo Wendy chorar e fica trêmula com o pedido. Vejo Gabriel
nervoso e seguro sua mão para amenizar seu nervosismo.
— É claro, meu amor. — Grita Wendy chorando. Enzo sorri
emocionado, tira o anel da caixinha, e coloca no anelar esquerdo dela e beija
sua mão em cima do anel. Enzo se levanta e a abraça seguindo com um beijo
apaixonado. Todos se levantam e cumprimentam os noivos. Wendy me
abraça aos prantos e choro por sua felicidade. Meus pais nem se falam, e os
pais de Gabriel também. Gabriel chama atenção de todos, e todos ficam em
silêncio.
— Estou muito feliz pelo novo casal, e quero desejar muitas
felicidades. — Suspira nervoso. — Também quero agradecer a todos que
estão aqui presenciando tudo isso de forma amigável e familiar. Muito bom
ter pessoas ao nosso redor que desejam o nosso bem. — Respira fundo. —
Quero que saibam que todos que estão aqui; Wendy, Kevin, Dominic e
Natalie, os considero como irmãos. — Eles sorriem. — Quero agradecer aos
meus sogros presentes, e que fizeram essa mulher impressionante. — Ele me
olha e eu sorrio. — Katherine no início foi bem difícil. — Todos sorriem. —
Ela ficava fugindo de mim. Literalmente! Mas sou um Griffin, sou persistente
naquilo que quero, e eu queria você. Continuo querendo. — Fica um
tempinho em silêncio me olhando. — Fiquei tão feliz, quando disse que
estava apaixonada por mim que eu queria soltar fogos de artificio. — Todos
riem. Ele respira fundo como se quisesse tomar coragem para falar alguma
coisa.
— Vai mano. — Enzo incentiva. Gabriel olha para Enzo, e todos
estão atentos a Gabriel, esperando o seu discurso. Gabriel me olha e respira
fundo.
— Katherine... quero que escute atentamente o que vou falar. —
Assinto rápido. — Quando pus os olhos em você... soube que um dia seria
minha. Queria saber seus passos, como você estava, para onde ia, se estava
sorrindo... enfim. — Suspira e dou um sorriso de leve. — Você dificultou
bastante a minha vida. — Sorrio. — Ouvir você assumir seus sentimentos, foi
uma das minhas maiores conquistas. Foi uma luta escutar isso, mas faria tudo
de novo, se fosse preciso. Todo o sacrifício que fiz para te conquistar, valeu a
pena. — Sibilei um “eu te amo” e ele sorri de leve. — Esses últimos meses
ao seu lado, foram os melhores. Conheci uma mulher forte e determinada,
que não abaixa a cabeça para ninguém. Sabe o que quer e faz de tudo pela
família e amigos. É linda, confiante e inteligente. — Sorrio. — Desde que a
vi pela primeira vez, você dominou meus pensamentos. Cara, eu tive ciúmes
do seu irmão. — Gargalhamos. — Agradeço a Deus, por ele ter colocado
você na minha vida. Você traz luz e paz para mim, uma tranquilidade que me
deixa nas nuvens. Faria e faço qualquer coisa por você, porque eu te amo de
verdade. — Sinto meus olhos marejarem, quando ele tira uma pequena caixa
do bolso e se ajoelha. — Olha... está sendo muito difícil estar assim. —
Sorrio e sinto uma lágrima escorrer em meu rosto. — Eu... eu quero... passar
o resto da minha vida com você. — Ergue a mão e me mostra o anel. —
Casa... comigo? — Respira fundo. — Casa comigo, Katherine? — Olho para
ele perplexa. Gabriel está com os olhos vermelhos, emocionados. Wendy está
sorrindo, como se soubesse de tudo. Safada! Todos estão atentos, esperando
uma resposta minha. — Me responde, pelo amor de Deus. — Passa a mão no
cabelo. — Diz, por favor. Sim ou não? — Gabriel está desesperado por uma
resposta minha. Está nervoso e impaciente. Meu coração está acelerado e
estou tão nervosa quanto ele. Nunca imaginei que Gabriel iria me pedir em
casamento. Pensar, até pensei, só não imaginei que seria tão cedo.
— Sim. — Digo entre lágrimas.
— O quê? — Pergunta incrédulo.
— Eu disse que aceito, Gabriel. — Digo sorrindo e chorando.
— Ai meu Deus. — Suspira aliviado. Todo mundo ri da cara de alívio
que ele faz.
— Vem cá. — Levanta e o puxo para um beijo. Escuto assovios e
sorrisos.
— Vamos, bonitão. Meu anelar esquerdo continua vazio. — Sussurro
entre o beijo e ele sorri. Ele se afasta e tira o anel da caixinha e coloca em
meu dedo e o beija. Sorrio besta e o beijo novamente.
— Esse momento merece um brinde. — Anuncia o pai de Gabriel.
Todos concordam animados. Sophia providencia com os garçons o melhor
champanhe que tem na casa de Gabriel. Brindamos à nossa felicidade.
— Aliviado? — Pergunta Enzo batendo no ombro de Gabriel.
— Muito. — Gabriel suspira.
— Mesmo com Wendy falando que ela aceitaria? — Pergunta Enzo.
— Espera. — Eles me olham. — Wendy sabia?
— Claro que eu sabia. Gabriel faltava pouco ter um colapso de tão
nervoso que estava. — Diz Wendy sorrindo.
— Eu ajudei, Enzo. — Digo. Eu e Wendy nos olhamos, e depois
olhamos nossos anéis direito, que nem reparamos no meio da felicidade. Olho
o meu e vejo que era o mesmo que Enzo me mostrou no almoço.
“Se fosse você? Queria receber um desse?”
“Nossas consciências estão tranquilas.”
“Porque se você não tivesse gostado, teríamos que voltar à loja e ver
outro.”
As palavras de Enzo martelam na minha cabeça, principalmente
quando ele falou que suas consciências estavam tranquilas. Eu sentia que ele
não estava falando apenas de nós. Olho para Gabriel e depois olho para
Enzo, que estão tentando segurar o riso. Olho para Wendy que está pensando
o mesmo que eu. Nós ajudamos uma à outra.
— Ai meu Deus. — Falamos em uníssono e nos abraçamos aos
sorrisos.
— Eu te ajudei. — Digo.
— E eu fiz o mesmo. — Afirma Wendy.
— Você. — Aponto para Enzo. — Mente muito feio!
— Eu? Você acreditou. — Sorrio.
— No fundo não. Notei algo estranho, mas deixei passar, porque
pensei estar nervoso. — Afirmo e ele me abraça.
— Ah, cunhada. — Diz e beija minha testa e eu sorrio.
— Você. — Aponto para Gabriel. — O nervosismo era por isso ou é
por outra coisa?
— Foi exatamente isso. — Afirma com um sorriso.
— E eu pensando que estava com outra! — Ponho a mão na minha
testa.
— Outra? — Pergunta Enzo sorrindo.
— Sim.
— Querida cunhada, é mais fácil o mar secar. — Pisca o olho.
Sorrimos e conversamos sobre eles terem armado tudo sobre os anéis.
Eu e Wendy não conseguimos tirar o sorriso do rosto. A conversa rende e
descubro que todos sabiam do pedido. Nossos pais estão radiantes de verem
seus filhos dando um passo tão importante com as pessoas que amam. Todos
se despedem e fica apenas eu e Gabriel em seu apartamento
— O que te levou a pensar que eu não iria aceitar? — Pergunto. Tiro
meus saltos e vou colocar no closet dele.
— Sei lá. — Dá de ombros. — Fiquei nervoso pra caralho. Tanto que
não acreditei quando você aceitou. Fiquei com medo de você não aceitar. —
Desabotoa sua camisa. — Por achar cedo demais. Mas para mim não tem isso
de ser cedo ou tarde, o que importa é o presente.
— Para mim é a mesma coisa. — Vou em sua direção. — Deixa eu te
ajudar.
Ele sorri malicioso e entende o que eu falo e me puxa para um beijo
de tirar o fôlego. Tiramos nossas roupas às pressas e seguimos a noite
comemorando entre os lençóis nosso novo status, noivos.
Capítulo 32
Katherine Madison

Assim que o jatinho de Gabriel pousa na Bahia, Wendy liga


imediatamente para Suzy, nossa amiga, para nos encontrar na casa que
alugamos para o final de semana. Oliver e Richard também vieram, e mais
cinco seguranças vieram mais cedo em um voo comercial, e já estão nos
esperando em frente ao jatinho, com os carros que Gabriel alugou.
— Senhor, os carros já estão prontos. — Oliver comunica.
— Obrigado. — Gabriel agradece. — Amor, e a sua vó?
— Ah. — Olho o relógio em meu pulso. — Ela chega em quarenta
minutos.
— Quer esperá-la? Eu fico com você. — Diz. Vejo minha mãe
conversando com Sophia entretida.
— Você está cansado. — Digo e ele beija minha testa.
— Eu fico com você. — Afirma e eu assinto. Ele chama Oliver e
Richard.
— Vou ficar com Katherine. Dona Maria vai chegar em quarenta
minutos, bote os seguranças para levarem o pessoal e fiquem aqui conosco.
Peça a um deles voltar com o carro. — Ordena.
Aviso meus pais que ficarei para aguardar minha vó, enquanto eles
seguem para casa.
— Tudo bem. Wendy já falou com Suzy, que está indo para a casa
agilizar as coisas. — Afirma.
Vamos para dentro do aeroporto, fazer um lanche enquanto
aguardamos vó Maria chegar. Damos umas voltas pelas lojas até
encontrarmos Vó Maria, que me abraça forte. Que saudades que eu estava
dela.
— Minha neta está tão linda. — Diz me olhando.
— A senhora também não está nada mal, vó. — Digo e ela joga a
cabeça para trás sorrindo.
— Quem é esse moço bonito? — Pergunta olhando para Gabriel.
— Ah, vó. Esse é o Gabriel. — Digo.
— O Gabriel. — Diz olhando-o. — O noivo da minha neta.
— Isso mesmo. Prazer em conhecê-la dona Maria. — Gabriel abraça
minha vó, e fala em um português perfeito.
— Sem isso de dona, apenas vó ou vó Maria. — Gabriel assente
sorrindo.
— Vamos, vó. — Digo. Gabriel pega sua pequena mala e entrega a
Oliver e seguimos, eu ainda abraçada a ela.
— E esses bonitões de terno? Quem são? — Pergunta ela. Eu e
Gabriel sorrimos. Richard e Oliver são uns homens realmente muito bonitos.
— Vó, eles são os seguranças de Gabriel, Richard e Oliver. —
Aponto para cada um que coloca a mala de vovó na mala do carro e seguimos
para casa.
— Kate falou que você é conhecido onde mora. — Vovó fala com
Gabriel.
— Sim. Meu pai era o dono de uma editora, ele se aposentou e eu
assumi seu lugar.
— Sim, sim. Mary me falou. Ela até me pediu para ver na internet.
Mas você sabe, velha não sabe de nada. — Bufa e Gabriel sorri.
— Nada disso. A senhora é muito inteligente. — Gabriel elogia minha
vó.
— Obrigada, meu querido. E você minha neta, como está? —
Pergunta alisando minha mão.
— Estou ótima, vó. Queria que a senhora fosse morar lá. — Digo
triste.
— Ah, minha filha, gosto de morar no Rio de Janeiro. Mas quem sabe
nas suas férias eu passe um mês lá. — Sugere e eu sorrio.
— Pode ser quando nos casarmos. — Gabriel sugere e me faz sorrir
feito boba.
— Claro que sim. Não perderei o casamento da minha neta por nada.
— Sorrimos. — Decidiram uma data?
— Ainda não vó. Vamos sentar e conversar ainda. — Digo e ela
assente.
Richard buzina quando chegamos ao portão da casa. É notável o
esquema de segurança que há na casa. Foi uma das condições exigidas por
Gabriel.
Ajudo vó a entrar e todos estão na cozinha agilizando o jantar, quando
veem vó Maria fazem uma enorme festa. Logo avisto Suzy que vem correndo
até mim.
— Cachorra. — Grita enquanto me abraça.
— Saudades de você. — Bato na sua bunda
— Deus... você está um espetáculo. — Diz me olhando.
— Olha quem fala. — Digo e ela sorri.
Suzy é linda, uma negra que chama atenção por onde passa.
— Suzy, esse é Gabriel. Gabriel essa é a Suzy. — Faço as
apresentações.
— Olá, muito prazer. — Diz nervosa.
— Não precisa ficar nervosa. — Gabriel diz sorrindo.
— É que... não é todo dia que conheço americanos. — Afirma nos
fazendo sorrir.
— Besteira. — Digo e a abraço de novo.
— Amor, vou acertar alguns detalhes com Richard. — Gabriel diz.
Depois de toda a apresentação de vó Maria para o restante da família,
ajudo a finalizar o jantar.
Jantamos em meio a conversas e risadas, mas todos estão exaustos da
viagem e não nos demoramos em arrumar tudo e cada um segue para seu
quarto para descansar. Gabriel e eu vamos para o nosso. O quarto é grande, e
tem uma bela visão da parte de trás da casa. Uma enorme piscina, e uma área
coberta onde fica a churrasqueira e uma pequena cozinha.
Eu e Gabriel desfazemos nossas malas, e seguimos para o banho.
Coloco uma roupa confortável e quando saio, me deparo com Gabriel deitado
vestido apenas com uma cueca boxer assistindo Netflix. Está apoiado na
cabeceira da cama, atento ao filme. Como ele pode ser tão lindo?
Ele desvia o olhar da tv e me olha. Desce seu olhar pelo meu corpo
que me faz arrepiar. Ele sempre me faz sentir a mulher mais bonita do
mundo. Vejo um certo volume por dentro da sua cueca e sorrio. Aquele v na
virilha filho da puta, que me faz salivar.
— Amor, você está gostosa pra caralho. — Fala com a voz rouca. —
Mas estou cansado pra caralho. Não me provoca, por favor.
— Mas seu amiguinho aí, ele não quer saber. — Aponto para sua
ereção e ele sorri.
— Vem, amor. — Dá duas batidas de leve na cama. — Esse filme é
muito bom.
Vou até perto da porta e aperto o interruptor que apaga a luz do
quarto, e deixo apenas a luz do abajur, ao lado da cama, aceso. Subo na cama
e Gabriel estende o braço e me deito nele, coloco minha perna em cima da
sua e me aconchego no seu braço.
— Que filme é esse? — Pergunto quando ele beija minha cabeça.
— Esquadrão seis, o novo da Netflix. É com aquele ator que faz
Deadpool. — Explica.
— Ah sim. Sei quem é. — Digo.
— Vou voltar para o início. Só faz quinze minutos que começou.
Ficamos assistindo em silêncio, com troca de carinhos. Mas o sono
vem mais rápido e eu apago antes mesmo do filme acabar.

Acordo, mas ainda tenho a sensação de ter dormido pouco. O cansaço


da viagem ainda persiste. Escuto alguns sussurros que vem de fora do quarto.
Gabriel ainda dorme tranquilamente e decido deixá-lo descansar. Saio da
cama de fininho, tomo meu banho e faço minha higiene matinal. Coloco uma
roupa fresquinha, já que faz muito calor aqui na Bahia e desço para a cozinha,
encontrando Wendy, Kevin, meus pais, vó Maria e Enzo.
— Bom dia pessoal. — Digo ao entrar.
— Bom dia. — Todos respondem.
— Dormiu bem, querida? — Pergunta minha mãe tomando seu café.
— Dormi sim. — Digo.
— Cadê a bela adormecida? — Pergunta Enzo mastigando seu pão.
— Dormindo ainda. — Digo e pego queijo e coloco dentro do pão.
— Escutei um barulho da tv de madrugada quando desci para beber
água. — Kevin comenta.
— Estávamos assistindo um filme, mas acabei dormindo. E acho que
Gabriel dormiu também. — Mordo o pão.
Pego uma xícara e despejo café.
— Dominic e Natalie ainda dormem? — Pergunto e dou um gole do
meu café.
— Sim. — Afirma Samantha comendo.
— Sophia e Arthur também? — Pergunto e me sento na cadeira.
— Já estão acordados, foram no quarto. Daqui a pouco eles descem.
— Enzo fala.
— Precisamos comprar as bebidas. — Digo finalizando meu café.
— Sim. Já liguei para Suzy que daqui a pouco chega para irmos. —
Wendy diz.
Me levanto e recolho a louça do café e começo a lavar. Em seguida,
Suzy chega fazendo sua algazarra de costume.
— Diz safada. — Me abraça por trás assim que finalizo os pratos.
— Vamos comprar as bebidas? — Digo me virando e enxugando as
mãos no pano de prato.
— Sim. — Afirma.
— Bom vou falar com Richard e Oliver. — Digo.
— Os seguranças gostosões? — Pergunta me fazendo sorrir.
— Meu Deus. — Gargalho.
— É sério, Oliver é um gostosão. — Ela sussurra.
— Ainda bem que achou ele mais bonito, já que Richard é
comprometido. — Sorrio.
— Eu não vi aliança no dedo de Oliver. — Diz.
— Bom, vai em frente. — Digo e ela sorri.
Saímos e vamos até o depósito comprar as bebidas. Passamos no
açougue para comprar as carnes para o churrasco e voltamos com as compras.
Enzo e Samantha nos ajudam a guardar tudo na cozinha externa. Quando
entro na casa, vejo Gabriel mexendo no celular.
— Olá bonitão. — Digo o abraçando por trás.
— Oi, amor. Richard me informou que saíram para comprar as
bebidas, mas vocês demoraram, eu já ia te ligar. — Informa.
— Também passamos no açougue para comprar as carnes. — Passo
meus braços ao redor do seu pescoço. — Não quis te acordar. Descansou?
— Sim, mas não gostei de acordar sem você ao meu lado. — Segura
minha cintura e me dá um beijo.
— Você estava lindo dormido, fiquei com pena. — Faço bico e ele
sorri.
— Vou falar com Richard e Oliver. — Beija meus lábios e se afasta.
Vou até meu quarto e coloco meu biquíni. Aproveito e já pego a
sunga de Gabriel e as toalhas. Já estão todos na piscina e logo reparo a troca
de olhares entre Suzy e Oliver. Ela não perde tempo!
— Estou vendo a troca de olhares de Suzy e Oliver. — Samantha me
entrega uma garrafa de Heineken e se senta ao meu lado.
— Também estou. — Sorrio e bebo um gole da cerveja.
— Ela me perguntou sobre ele. — Diz.
— Ela falou comigo hoje de manhã. Ainda bem que se interessou pelo
solteiro. — Sorrimos.
— Posso saber o motivo dessas risadas? — Pergunta Kevin se
sentando na nossa frente.
— Suzy e Oliver. — Minha cunhada fala.
— Caralho! A tensão sexual está notável. — Kevin afirma aos risos.
— Vou falar com Gabriel para dar uma folguinha a ele. — Digo e dou
uma bebida na cerveja.
— Eu o quê? — Pergunta Gabriel chegando.
— Amor, dá uma folguinha para o Oliver? — Ele sorri. Pega minha
long neck e dá um longo gole na cerveja e me entrega em seguida.
— Suzy, não é? — Pergunta rindo.
— Sim. — Kevin assente.
— É tão notório a troca de olhares deles. — Samantha sorri.
— Vou dar essa folguinha pra ele. — Diz meu noivo, sorrindo.
Suzy faz de tudo para se exibir para Oliver, e ele, não tira os olhos
dela. Entramos na piscina e ficamos conversando, enquanto Dominic toma
conta da churrasqueira. Comemos e nos divertimos durante a tarde. Quando
nos damos conta, Suzy e Oliver não estão na piscina.
Safados!
Capítulo 33
Gabriel Griffin

Depois de passarmos o dia aproveitando o máximo com nossos


amigos e a família, está na hora de nos organizarmos para irmos para o
camarote. Como meus pais e os pais de Katherine não iriam, eles não e
opuseram a organizar tudo que bagunçamos. Vó Maria é uma figura, ganhou
até meus seguranças.
Falar em segurança, acho que Oliver fez bom proveito da pequena
folga que lhe dei. Richard só sabe rir, pelo visto, sabia que ele já estava de
olho nela. Katherine e eu subimos para o quarto, e começamos a nos
organizar. Com roupas de banho ainda, vamos direto para o banheiro tomar
um banho. Só que quando vejo aquela beldade dentro do box nua, meu pau
ganha vida no mesmo instante.
Ela está de costas lavando os cabelos cantarolando alguma música.
Tiro minha roupa e me junto a ela no banho. Passo minhas mãos devagar em
seus braços e ela se arrepia. Me inclino e beijo seu ombro devagar subindo
até seu pescoço, ela dá espaço e solta um gemido baixinho, quando seguro
seus dois seios e aperto-os de leve.
— Iria odiar se a causa desses arrepios fossem por causa da água fria.
— Sussurro em seu ouvido. Esfrego minha ereção em sua bunda e ela solta
um gemido baixo. Ela se vira para mim e puxo-a para um beijo. Suas mãos
vão para a minha nuca e puxa meu cabelo, enquanto as minhas vão até suas
nádegas e aperto-as trazendo-a para mais perto de mim. Chupo sua língua e
ela geme baixinho, me deixando ainda com mais tesão.
— Preciso de você. — Sussurra entre os beijos.
— Eu também, meu amor. — Sussurro de volta.
— Então me come logo, Gabriel. — Implora. — Sem preliminares
alguma. Só me foda!
— Com prazer. — Sorrio.
Seguro suas nádegas e levanto Katherine que cruza as pernas em
torno da minha cintura, encosto-a na parede do banheiro, agora a água do
chuveiro cai em cima de nós dois. Mordo seu lábio inferior e ela crava as
unhas nos meus ombros quando a penetro de uma vez.
— Oh, porra! — Rosno e começo a me movimentar. Katherine geme
bem no meu ouvido, me deixando ainda mais excitado. Ela joga a cabeça
para trás e geme alto quando começo a me movimentar mais rápido, do jeito
que ela gosta.
— Está gostando? — Pergunto ofegante.
— Muito... ahhh. — Geme mais uma vez e crava as unhas em mim.
Seus lindos seios balançam de acordo com os meus movimentos, ela
se agarra mais em meu pescoço, pois os movimentos estão mais intensos.
Nosso sexo sempre é intenso e maravilhoso, mas cada vez, parece melhor.
Katherine morde o lábio para conter os gemidos e sorrio. Me inclino e a beijo
novamente. Não consigo parar de beijar essa mulher.
— Que gostoso... eu vou gozar. — Fala ofegante.
— Goza, meu amor... goza no meu pau. — Peço, acelerando os
movimentos. Ela me olha, com aqueles lindos olhos verdes hipnotizantes.
Está com a boca entreaberta gemendo sem tirar os olhos de mim. Katherine
segura com mais força meu pescoço e sinto sua boceta contrair em volta do
meu pau e... Puta que pariu!
— Ahhh... Gabriel. — Geme enquanto goza sem tirar os olhos de
mim. Suas pernas tremem, ela revira os olhos e geme alto sem parar. Seguro-
a com mais força, estou perto de gozar e intensifico minhas investidas nela.
— Oh porra! Caralho... — Rosno quando sinto os jatos da minha
ejaculação disparar dentro dela. Minhas pernas tremem e fecho os olhos com
força. Vou diminuindo a velocidade. Nossa respiração está ofegante e me
sinto leve. Olho para Katherine que está com a cabeça na parede e com os
olhos fechados tentando controlar a respiração. Abaixo minha cabeça em seu
colo e fecho os olhos por um momento. Escuto Katherine sorrir e rio também.
Levanto a cabeça e dou um selinho nela. Coloco-a no chão
— Vamos terminar nosso banho. —Ela sorri e concorda.
Assim que terminamos, nos arrumamos para nossa saída da noite.
Temos que usar as camisas do camarote, segundo Katherine, é obrigatório
usar.
Ela mandou fazer algo de diferente na blusa dela, deixando-a mais
curta e alguns detalhes na manga com renda branca, que combina com seu
short branco. Na minha camisa não quis fazer nada. Terminamos de nos
arrumar. Katherine, como sempre, está maravilhosa.
— Você... está mostrando muito. — Engulo em seco.
— Deixa de ciúmes, Gabriel. — Revira os olhos e se vira para pegar
sua bolsa. Vejo sua bunda empinadinha em um short curto.
— Amor...
— Nem vem Gabriel. — Me corta. — Vamos, para não nos
atrasarmos. — Respiro fundo, já pensando o quão vou chegar perto de ter um
infarto hoje.
Assinto e ela passa por mim e ainda...
REBOLANDO!
Ela faz de propósito, só pode!
Descemos para a sala e todos já estão prontos, todos com a mesma
camisa. Nos despedimos de vó Maria, dos meus pais e dos pais de Katherine.
Richard, Oliver e mais um segurança, irão conosco e estão vestidos como
nós, com seus abadás.

O camarote já está lotado. O lugar é bom, tem lugar para sentar,


bebida e comida à vontade, banheiro exclusivo e com segurança reforçada.
Vamos direto para o bar, as meninas pedem cerveja e eu e os meninos uísque.
Katherine já está dançando junto com as meninas, que não perderam tempo.
Vamos para mais perto, para vermos melhor os trios elétricos e as pessoas lá
embaixo tumultuada acompanhado os trios. Como eles aguentam? Deve fazer
tanto calor.
Olho ao redor e vejo alguns homens de olho em Katherine. Bufo e
dou um gole no uísque.
— Liga não, cara. No carnaval é sempre assim. — Dominic diz.
— Se for partir para cima de qualquer um que olhar para Kate, você
está fodido. — Alerta Enzo, sorrindo.
— O que importa é que ela está na sua frente, dando um show para
você. — Pisca Kevin e eu sorrio.
— Eles não param de olhar para ela. — Digo sério olhando para
alguns homens.
— Vão olhar, porque ela é bonita. — Kevin dá de ombros.
— E por que não namorou com uma mulher menos bonita? —
Pergunta Enzo sorrindo.
— Como vocês lidam com isso? Porque estou vendo tudo vermelho.
— Digo e eles riem.
— Ver é normal, do mesmo jeito que tem homens olhando para elas,
tem mulheres nos olhando. — Afirma Dominic.
— Porque elas estão vendo que não somos daqui. — Dou de ombros.
— É porque somos bonitos. — Pisca Kevin, fazendo a gente rir.
— Do que estão rindo? — Pergunta Katherine vindo até mim.
— Kevin convencido. — Dominic diz sorrindo.
— Sempre né. — Afirma Samantha beijando Kevin.
— Se divertindo? — Pergunta Katherine.
— Muito. — Beijo seus lábios.
Ela fica de costas para mim e se encosta, coloco a mão no bolso da
frente do seu short e ficamos assim, juntinhos. Ela bebe sua cerveja e dança
devagar junto de mim, vendo todos os trios passarem na nossa frente.

Katherine Madison

Já é perto das dez da noite, e ainda estamos nos divertindo. Não parei
um minuto sequer. Mesmo comendo, continuo dançando. Gabriel bufa e
revira os olhos diversas vezes por ver alguns homens me olhando. Mas
também tem mulheres quase o engolindo com os olhos, me seguro ao
máximo para não voar na cara de cada uma delas.
— Estou com fome. — Digo a Wendy.
— De novo? — Pergunta.
— Aquele cachorro-quente está uma delícia. — Digo e ela sorri. Me
viro e vejo Gabriel conversando com os meninos.
— Amor, vou ali pegar cachorro-quente. Quer? — Pergunto.
— De novo, meu amor? — Sorri.
— Estou com fome. — Reviro os olhos.
— Tudo bem. — Beija meus lábios.
Saio de perto dele e vou direto ao bar e faço meu pedido.
— Olá, princesa. — Diz um homem chegando ao meu lado.
— Te conheço? — Ergo a sobrancelha.
— Não. Mas pode me conhecer melhor. — Se aproxima de mim.
— Não tenho interesse. — Digo séria e me viro para ver se meu
pedido está pronto.
— Vamos, linda. Estava te olhando de longe, esperando uma
oportunidade para conversar com você.
— Já disse que não tenho interesse.
— Então aquele americano de merda é mais bonito que eu? — Sorri
sínico.
— Aquele americano é meu noivo. Acho melhor você sair de perto.
— Digo séria.
Olho Richard que está me olhando. Ele entende meu olhar e chama
Oliver.
— Ele vai fazer o que comigo? Não tenho medo dele, boneca. —
Toca em meu braço.
— Não me toque. — Me afasto.
— Braba do jeito que eu gosto. — Diz se aproximando de mim.
— Sai daqui imbecil. — O empurro.
— Saia de perto da minha mulher. — Grita Gabriel.
Vejo algumas pessoas olhando o que chama atenção de alguns
seguranças do camarote.
— O que está acontecendo aqui? — Um segurança se aproxima. Olho
para trás e vejo meus amigos atrás de Gabriel.
— Ele está me importunando, tentando me tocar. — Explico.
— Mentira dela. Ela que está se insinuando para mim. — Aponta para
mim.
— Senhor. — Interrompe um garçom atrás do balcão, o mesmo que
fiz meu pedido. — Estava perto, e a vi mandando esse rapaz se afastar.
— Mas que porra! Eu não fiz nada. — Grita o homem.
— Senhor, eu sou um dos seguranças do casal e o vi se insinuando
para ela. Fiquei na minha, pois a senhorita estava com tudo sob controle. Mas
ele insistiu em tocá-la. — Afirma Oliver, falando em um português perfeito.
— O quê? Tocou nela seu imbecil? — Rosna Gabriel dando um passo
à frente.
— Amor, por favor. — Peço e ele me olha. — Não faça nada.
— Conheço o senhor. — Afirma um dos seguranças. — Griffin certo?
— Sim. — Gabriel assente.
— Se não se importa, levarei um de seus seguranças até um posto
policial aqui perto, junto com esse sujeito. Se importa?
— Não. Só quero que ele aprenda a respeitar uma mulher. — Gabriel
fala.
— Ela sai com esse tipo de roupa e ainda não quer que nenhum
homem fale com ela? — Pergunta o homem que me assediou.
— Eu poderia estar vestindo roupas íntimas, você não tem o direito de
encostar em mim seu imbecil. — Grito.
— Moça, peço que se acalme. Vamos levá-lo e já trazemos seu
segurança de volta. — Um segurança me olha.
— Tudo bem. — Digo por fim.
O segurança sai com o homem e Oliver atrás dele. Me viro para o
garçom e sorrio para ele.
— Muito obrigada. — Agradeço.
— Não precisa agradecer. Esses homens se acham no direito de
encostar nas mulheres sem o consentimento delas. — Me dá um sorriso.
— Você está bem? — Pergunta Gabriel me abraçando.
— Sim. — Digo e beijo seus lábios.
— A senhorita vai querer seu cachorro-quente ainda? — Pergunta o
garçom.
— Claro. E me traz um refrigerante, por favor. — Peço e ele assente.
Ele sai para fazer meu pedido.
— Que cara abusado. — Suzy faz cara de nojo.
— Demais. — Reviro os olhos.
— Vamos voltar para lá, para não perdemos o lugar. — Dominic
avisa. Eu e Gabriel assentimos e eles saem.
— Deveria ter vindo com você. — Meu noivo me olha.
— Pode acontecer em qualquer lugar, meu amor. — Acaricio seu
rosto.
— Desde o acontecimento com Pedro...
— Ei. Já passou. — Ele assente. — Está tudo bem.
— Onde ele te tocou?
— Só no braço. Mas me afastei logo. — Digo e ele assente.
— Tudo bem. Pegue sua comida e vamos sentar para você comer. —
Fala e eu assinto.
Se passam horas e curtimos bastante o carnaval da Bahia que é
maravilhoso. Gabriel relaxou mais um pouco depois que Richard e Oliver
voltaram avisando que o sujeito foi proibido de voltar para o camarote. Com
isso, ele se soltou mais um pouco, mas sempre perto de mim. Mais do que o
normal.
Saímos do camarote de noite, debaixo de chuva. Corremos para o
local onde o carro está nos esperando e entramos no carro. O percurso para
casa é lento, muito engarrafamento. Demora quase uma hora para chegarmos,
que andando, faríamos em uns vinte minutos. Mas Gabriel insistiu em irmos
de carro em segurança, por causa do tal homem que me assediou, poderia
estar nos esperando em algum lugar para fazer alguma coisa. Concordei em
silêncio e seguimos o trajeto cantando as músicas que está no rádio do carro.
Capitulo 34
Katherine Madison

Acordo e percebo que estou sozinha. Gabriel não está mais no quarto.
Olho o relógio e vejo que já são dez e meia. Me levanto e me arrumo para
descer.
Desço e não tem ninguém dentro de casa, mas escuto barulhos do
pessoal no quintal. Vou até a cozinha, e me sirvo uma xícara de café, quando
sinto mãos fortes me abraçando e beijos em meu ombro.
— Bom dia, meu amor. — Beija meu pescoço.
— Bom dia. — Sorrio. Me viro e dou um beijo em seus lábios.
— Descansou? — Pergunta tirando um fio de cabelo do meu rosto.
— Sim. — Digo. — Tomou café?
— Já sim. Acordei já faz um tempo. — Diz e se encosta na pia ao
meu lado.
— Todo mundo já está acordado? — Pergunto. Pego pão e coloco
presunto e queijo.
— Sim. Já ia subir para te chamar. — Beija minha cabeça.
— Hum. — Murmuro mastigando meu pão.
— O que foi? — Pergunta.
— Nada não, meu amor. — Sorrio. Ele assente.
— Suzy já chegou? — Pergunto.
— Não. Deve chegar a qualquer momento. — Afirma
Termino de tomar meu café, e lavo a louça que sujei. Vou com
Gabriel até o quintal da casa e vejo Vó Maria animada falando com Dominic
e Kevin. Todos nos cumprimentamos.
— Se divertindo, vó? — Pergunto e dou um beijo na sua cabeça.
— Muito querida. Já comeu? — Pergunta.
— Já sim. — Ela sorri.
Hoje o dia está nublado, mas ainda agradável para aproveitar a
piscina. E é o que faço. Gabriel está ajudando Dominic com a churrasqueira.
— Hoje merecia um sol daqueles de ontem. — Sam fala.
— Pois é. Mas isso não vai impedir de nos divertir. — Digo.
— Vi Suzy dando uns pega em Oliver ontem. — Kevin comenta.
— Onde? — Pergunto curiosa.
— Ontem ele foi levá-la em casa. Eles estavam na calçada em frente
daqui, estavam se beijando, quase se comendo. — Sussurra. Natalie entra na
piscina e se junta a nós.
— Estávamos falando de Suzy e Oliver. — Falo.
— Sim... Kevin me disse ontem. — Sorri.
— Rápida ela. — Samantha sorri.
— Esperta! A gente vai embora na segunda e ela fica aqui. — Dou
um gole da cerveja.
Ficamos conversando mais um pouco e começa a chover, mas não
saímos da piscina. Gabriel fica me chamando e reviro os olhos. Saio da
piscina e vou até ele.
— Você vai ficar doente. — Me entrega uma toalha.
— Vou não. — Bufo e começo a me enxugar.
— Quer comer alguma coisa? — Pergunta.
— Só carne mesmo. — Digo e ele assente.
Enquanto me enxugo ele separa algumas carnes com gorduras que eu
gosto e pega uma cerveja para mim, vou até uma mesa coberta e me sento lá,
Gabriel deixa o prato com a carne e a cerveja.
— Vou falar com meu pai. Já volto. — Beija meus lábios e sai.
Começo a cortar a carne e vejo Suzy vindo e se senta na minha frente.
— Está gostando do pessoal? — Pergunto.
— Muito. São simpáticos demais. Só os pais de Gabriel que tem certa
dificuldade em falar em português para poder me acompanhar.
— E Oliver. Fala que língua? — Ela me olha desconfiada. Ela se
aproxima olhando para os lados.
— Amiga, e que língua ele tem. — Sussurra e eu gargalho.
— Me poupe dos detalhes. Ele é segurança do meu noivo. — Digo
entre os risos.
— Tudo bem. Queria conversar com você. — Diz séria.
— Diga.
— Aqui no Brasil o desemprego está aumentando muito. Já faz dois
anos que estou parada, se não fosse você vindo para cá e bancando as coisas
para mim para me divertir com vocês, estaria em casa sem dinheiro para
comprar nem uma garrafa de água. — A olho atenta.
— Entendo. Onde quer chegar? — Pergunto.
— Se tem condições de eu ir para New York, ficar por lá e arrumar
algum trabalho? — Pergunta. Assinto pensativa.
— Olha, é complicado. Você fala inglês? — Pergunto.
— Sim e espanhol também. — Afirma.
— Passaporte? — Pergunto.
— Tenho.
— E sua família?
— Meus pais estão bem aqui. Quero trabalhar para conseguir algo
melhor e tirar eles da casa de aluguel onde moramos. — Fala um pouco triste.
— Eu trabalho na Griffin Magazine. É uma editora de revista famosa
em New York, onde Gabriel é o CEO de lá. Enzo é o editor chefe, eu e
Wendy ficamos na parte da produção. Eu sou a supervisora e Natalie a chefe
do RH. Lá só entra com indicação ou por mérito mesmo. — Explico.
— Entendo.
— Primeiro, você precisa conseguir o visto de permanência
temporária, e assim que conseguir um emprego, solicitar o visto permanente.
Para isso precisa ter emprego fixo e moradia. — Digo e ela assente. — Posso
falar com Gabriel e ver se podemos te ajudar de alguma forma.
— Fala mesmo amiga. Estou precisando muito. — Implora.
Olho ao redor procurando por Gabriel, e o vejo falando com Kevin.
Aceno para ele, que vem até mim.
— Oi, meu amor. — Diz ao chegar.
— Senta aí. Queremos falar com você. — Digo e ele assente. Ele
arrasta a cadeira e se senta
— Suzy está conversando comigo sobre trabalho. — Ele assente. —
Que aqui no Brasil o desemprego só aumenta a cada dia, e que faz dois anos
que está parada. Ela quer ir para New York arrumar algum trabalho por lá.
— Entendi. Para isso precisa de autorização para morar lá.
— Acabei de dizer isso para ela, sobre passaportes e a burocracia
— Você fala só português? — Pergunta Gabriel.
— Inglês e espanhol, fluentemente. — Suzy informa.
— Entendi. Bom... poderia arrumar uma vaga na Griffin Magazine. —
Ele diz.
— Sério? — Pergunta toda animada.
— Sim. Mas faríamos conforme as normas da editora. Inicialmente,
um tempo de experiência, para só depois ficar definitivo. — Gabriel explica.
— Poderíamos falar com aquele seu advogado. — Sugiro. — Assim
ele agiliza o mais rápido possível.
— Sim. Falarei com Marcos ainda hoje.
— Ela mora em uma casa alugada, e só os pais que estão trabalhando.
— Digo e ele assente.
Ele grita por Natalie e Enzo, que vem até nós.
— Manda as ordens. — Enzo se senta.
— Natalie, sabe se tem algum cargo disponível na empresa? —
Pergunta Gabriel.
— Hum... tem na limpeza, mas olhando direitinho deve ter outras
coisas disponíveis. — Diz.
— Eu, sinceramente, estou precisando de uma secretária. — Informa
Enzo.
— Realmente. — Natalie assente.
— Tem muita coisa para mim, que uma secretária poderia agilizar. —
Informa Enzo.
— E aí, Suzy? Topa? — Pergunta Gabriel.
— Claro. — Diz toda animada.
— Suzy quer morar em New York. Acabou de nos informar. Ela pode
tirar o visto por três meses e ir para lá. Nesses três meses ela poderia se
adequar à empresa e quando tiver tudo pronto, ela já volta com o emprego
fixo. — Afirma Gabriel.
— Isso é ótimo. Fala com Marcos, para ele agilizar a documentação.
— Diz Enzo.
— Sim. Vou falar com ele ainda hoje. — Informa.
— Bom. No serviço de secretária, pagamos vinte e seis dólares a hora,
das oito da manhã às cinco da tarde, de segunda à sexta. Mas como você
ficará três meses apenas como estagiária, pagaremos vinte e quatro dólares a
hora.
— Nossa. Muito bom mesmo. — Suzy fica animada.
— Certo. Sugiro que já nos entregue seus documentos e que essa
semana você vá para lá para agilizar a documentação e assinar o contrato de
experiência. — Informa Natalie.
— Perfeito. Já vou buscar todos os documentos. — Suzy fala.
— Tudo bem. Quando trouxer tudo te passo os detalhes. — Diz
Natalie e sai com Enzo.
— Que bom. — Digo sorrindo.
— Nem sei como agradecer. — Suzy fica emocionada.
— Não precisa. — Gabriel sorri.
— Vamos fazer assim. Vou transferir um dinheiro para sua conta,
para você começar a se estabilizar tanto aqui quanto lá. Depois que se
estabilizar você me devolve. — Digo
— Nossa. Seria muito incômodo. — Diz envergonhada.
— Não mesmo! Sei o quanto gasta para ficar definitivo em outro país,
e você vai precisar. Estou aqui para te ajudar. — Seguro sua mão.
— Muito obrigada. — Me abraça.
— Quando já estiver tudo encaminhado, vou te ajudar a procurar um
apartamento. — Digo e ela assente.
— Muito obrigada mesmo. Agora vou em casa buscar esses
documentos e volto. — Avisa.
— Peça para Oliver te levar. É mais rápido e está chovendo. —
Gabriel pega uma carne e coloca na boca.
— Obrigada. — Agradece e sai correndo toda feliz
— Muito obrigada, meu amor. — Agradeço dando um beijo em seus
lábios.
— Tudo por você, minha linda. — Me beija de volta.
O restante da tarde e noite transcorre tranquilo, bebemos e comemos
bastante, ao som de Léo Santana, Bel Marques, Harmonia do Samba, Anitta...
e vários outros cantores nacionais, nos trios elétricos.
Hoje é nosso último dia aqui na Bahia. Iremos embora em breve.
Curtimos um pouco a piscina até a hora de nos arrumar. Temos que estar no
aeroporto às duas da tarde. Fizemos as malas noite passada, para podermos
aproveitar a parte da manhã.
Nossa viagem chega ao fim, nos despedimos de Suzy, com a garantia
de nos ver em breve em New York.
Capítulo 35
Katherine Madison

Hoje, em plena quarta-feira, acordo mole, com o corpo dolorido e


cabeça doendo pra caramba. Minha garganta dói, que até a água entra
rasgando. Não paro de... Atchin! Atchin! Atchin! Esses espirros malditos que
me fazem ficar tonta.
Wendy bate na porta e peço para ela e entrar.
— Você está bem? — Pergunta, ao entrar.
— Só gripada. — Espirro novamente.
— Foi a chuva de sábado. — Ela se senta na cama.
— Exatamente. — Espirro novamente.
— Pedi para nosso pai comprar remédio para você. — Informa.
— Obrigada.
— Vou avisar a Gabriel que está doente. — Avisa.
— Tudo bem. Pode ir. Obrigada. — Agradeço, com um sorriso.
— Melhoras. — Solta um beijo e sai do quarto. Me ajeito na cama e
agarro no travesseiro e adormeço novamente.
Acordo mais tarde, ainda pior, nariz entupido e não paro de espirrar.
Passo o Vick no nariz e só alivia nos primeiros minutos. Odeio quando isso
acontece. Sinto meu corpo quente demais e ao mesmo tempo estou com frio.
Subo o cobertor e deixo só a cabeça de fora e agarro o travesseiro por
debaixo do lençol.
— Filha? — Minha mãe bate na porta.
— Pode entrar. — Forço minha voz um pouco. Ela abre a porta e
entra
— Está melhor? — Pergunta.
— Minha garganta está doendo muito. — Tusso, o que faz minha
garganta doer mais.
— Beba muita água. — Assinto e ela me entrega a garrafa de água.
— Meu Deus, filha! — Toca no meu braço. — Você está muito
quente, vou pegar o termômetro. — Assinto e ela sai do quarto às pressas,
voltando minutos depois com o termômetro. Encosto minha cabeça na
cabeceira da cama e espero alguns minutos quando o termômetro apita.
— Minha nossa. Você está com quarenta e um graus de febre. Vamos
à clínica agora mesmo. — Ordena e eu assinto espirrando.
Ela corre até o closet e pega um vestido longo meu e um casaco e me
ajuda a vestir. Ela sai do quarto e chama meu pai, para pegar o carro. Vamos
andando até a garagem enquanto ela está ao telefone. Seguimos para a
clínica.
— Wendy, minha filha. Liguei tanto para você e Gabriel... Sim. Estou
levando Katherine para clínica, está com quarenta e um graus de febre... Sim,
estamos indo com Gustavo. Já estamos a caminho.... Avise mesmo a ele. Já
tentei ligar e não consegui... Ele está em reunião? Tudo bem... Beijos querida.
— Ela desliga o telefone.
— Chegamos. — Informa meu pai

Gabriel Griffin

Assim que termina a reunião, estou esgotado e morrendo de dor de


cabeça. Todo o pessoal da sala de reuniões sai e vou para minha sala. As
portas do elevador se abrem e vejo Wendy sentada próximo à minha sala.
— Oi Wendy. — Falo e ela me olha. — Você viu Katherine hoje?
Preciso falar com ela.
— É sobre isso que vim falar com você. Seu telefone está
funcionando? — Pergunta, ao se levantar.
— Sim — Afirmo e tiro o celular do bolso e vejo várias ligações de
Mary e Wendy. — Aconteceu alguma coisa? — Pergunto preocupado, já
pensando em Katherine.
— Sim. Kate não vem hoje, ela está doente. — Se aproxima.
— Doente de quê? — Pergunto.
— Uma gripe forte. Nossos pais já estão com ela na clínica. —
Informa — Ela estava com febre alta. — Avisa.
— Merda! — Resmungo e vou até Rebeca. — Rebeca, por favor,
cancele meus compromissos para hoje.
— Gabriel, não precisa. — Wendy fala.
— Claro que precisa. Minha noiva está doente e está numa clínica. —
Digo apressado.
— Já irei desmarcar, senhor. E diga a senhorita Madison, que desejo
melhoras. — Rebeca me dá um sorriso.
— Obrigado. Você vai Wendy? — Pergunto já indo direto para o
elevador.
— Vou depois do almoçou. Pode ir. — Avisa e entra comigo.
— Tudo bem. Avise a Enzo, por favor. — Peço.
— Sim.
Desço até o hall do prédio e Richard e Oliver logo me veem, mas
pelos seus olhares, estranham minha presença a essa hora.
— Algum problema, senhor? — Pergunta Oliver.
— Sim. Katherine está na clínica. — Aviso e começo a andar.
— Vou buscar o carro. — Avisa Oliver saindo às pressas.
— Ela está bem? — Pergunta Richard.
— Uma gripe forte e febre altíssima. — Passo a mão no rosto.

Chegamos na clínica em menos de dez minutos. Richard me


acompanha até a recepção.
— Bom dia. Gostaria de saber o quarto de Katherine Madison. —
Peço.
— Bom dia. O senhor é o que dela? — Pergunta.
— Noivo. — Ele digita algo no computador e pede minha identidade,
e me passa um crachá. Faz o mesmo com Richard.
— Ela está no quarto sento e trinta e cinco, no terceiro andar. —
Informa.
— Muito obrigado. — Agradeço.
Em passos largos sigo até o andar de seu quarto. Há vários médicos
circulando pelo corredor.
— Bom dia. Quarto sento e trinta e cinco, onde fica? — Pergunto.
— Bom dia. Passe nesse corredor e dobre à direita, é a terceira porta a
esquerda. — Explica.
— Obrigado. — Agradeço.
Saio andando até o quarto, bato na porta e entro. Vejo ela deitada na
cama, com soro na veia.
— Oi, meu amor. — Digo e ela me olha.
— Está fazendo o que aqui? — Pergunta com a voz rouca.
— Vim te ver. — Me aproximo dela.
— Obrigado por ter vindo, Gabriel. — Agradece, Gustavo.
— Me perdoem por não ter atendido. Estava em uma reunião, não
pude atender, meu celular estava no silencioso e não dei conta das ligações.
— Tudo bem. Mesmo assim obrigada. — Mary toca no meu ombro.
— Vamos, querida. Vamos até a lanchonete comer alguma coisa. —
Gustavo a chama, e eles se retiram da sala.
— Estarei aqui na frente, senhor. — Richard avisa.
— Tudo bem. — Assinto.
— Melhoras, Katherine. — Richard dá um sorriso para ela.
— Obrigada. — Agradece. Richard sorri e sai da sala fechando a
porta.
— Poderia ter me ligado mais cedo, avisando que não iria. Assim eu
ficava em alerta. — Acaricio seu cabelo.
— Não queria te incomodar. — Tosse.
— Como está se sentindo? — Pergunto.
— Garganta doendo muito, nariz entupido e dor de cabeça. —
Sussurra e o médico entra no quarto.
— Bom dia, senhor Griffin. — O médico me cumprimenta. — Sou o
Dr. Luiz.
— Bom dia, doutor. — Aperto sua mão. Ele verifica o soro que já está
quase acabando.
— Prescrevi alguns remédios para você, preciso que tome no horário
certo. — Avisa para ela.
— Uhum. — Murmura.
— E a febre? — Pergunto.
— Já está normal. Demos remédio e baixou rápido. Ela tem que
comer comida forte. De preferência muita sopa. — Informa
— Certo. — Falo.
— Essas são as receitas dos remédios que ela precisa tomar. — Me
entrega as receitas e explica a importância dos horários e os cuidados
necessários.
— Irei providenciar agora mesmo. — Aviso e ele assente.
— Depois que o soro acabar, vá até a recepção daqui do andar,
informe e peçam para me chamar. Virei dar a alta. — Informa e assinto.
Saio da sala e encontro Oliver e Richard conversando em frente a
porta.
— Oliver, vá à farmácia mais próxima e providencie esses remédios.
— Entrego o papel.
— Certo. Trago para cá? — Pergunta pegando o papel.
— Não. O soro já está acabando. Vou levá-la para sua casa, leve para
lá. — Peço e ele assente se retira.
Mary e Gustavo retornam e repasso as orientações feitas pelo médico.
Avisamos a Wendy que ela será liberada. O médico retorna após o término
do soro, reafirma a importância do horário do antibiótico e lhe dá alta.
Assim que chegamos em sua casa, a levo para o seu quarto.
— Vá tomar banho que vou pegar sua roupa. — Aviso e ela assente.
Pego roupas confortáveis e deixo em cima da pia do banheiro.
— Amor, vou ver se Oliver já chegou com os remédios. — Aviso
enquanto ela toma banho.
— Ok. — diz baixinho.
Pego uma toalha e deixo perto do box, desço e encontro Gustavo no
sofá assistindo tv e Mary na cozinha.
— Estou fazendo um almoço rapidinho aqui. — Avisa.
— Não precisava. — Digo.
— Claro que precisa. Já são uma da tarde e você ainda não comeu. —
Assinto com um sorriso. — Espero que goste de macarronada.
— O que vier, sei que será de bom grado. — Digo e ela sorri parar
mim. Saio da cozinha quando escuto a campainha do apartamento tocar.
Gustavo abre a porta.
— Olá, senhor. — Cumprimenta Oliver na porta
— Entre meu jovem. — Caminho até ele.
— Aqui, senhor. — Me entrega a sacola
— Obrigado, Oliver. Pode ir, qualquer coisa eu aviso. — Ele assente
e sai do apartamento fechando a porta.
— São os remédios dela? — Pergunta Gustavo.
— Sim. Vou levar pra ela. — Aviso e ele assente
— Aqui, amor. — Coloco os remédios em cima da mesinha.
Vejo qual vai tomar primeiro e dou a ela. Primeiro o xarope e depois
o antibiótico.
— Não é para esquecer o horário. — Aviso.
— Obrigada. — Beija meu braço e vai subindo na cama para se deitar
— Sua mãe está fazendo o almoço. — Digo tirando a gravata.
— Não estou com fome, amor. — Agarra o travesseiro.
— Mas tem que comer, meu amor. — Digo e beijo sua cabeça. —
Vou tomar um banho rápido.
— Aham. — Murmura.
Tomo um banho rápido e assim que volto, Katherine está dormindo
agarrada ao travesseiro. Assim que termino de me vestir escuto alguém
batendo na porta.
— Oh... me desculpe. — Mary fica envergonhada.
— Não precisa pedir desculpas. Estava apenas tomando banho e ela
está dormindo de novo. — Digo e ela sorri.
— Gripe dá muito sono mesmo. Vim avisar que o almoço está pronto.
— Avisa.
— Tudo bem. Vou acordá-la para descer. — Ela assente e se retira.
— Acorde, meu amor. — Beijo seu ombro.
— O que foi? — Pergunta sonolenta.
— Vamos almoçar. Depois você volta a dormir. — Digo.
— Tá bom. — Resmunga e eu sorrio.
Capítulo 36
Katherine Madison

Essa semana foi um turbilhão. Os primeiros dias da gripe foram


péssimos, e ter que ficar em casa o dia todo era um saco. Gabriel passou
todos os dias comigo e controlando meus remédios. Enquanto trabalhava me
ligava em todos os horários para me lembrar de tomá-los e de madrugada se
levantava para me dar o remédio.
Voltar a trabalhar foi um alívio, e melhor ainda foi as boas vindas que
recebi do meu noivo em seu escritório. Natalie saiu por duas semanas de
férias para visitar Dominic. Samantha estará na capa de uma das revistas mais
famosas de Paris, e estou adorando ver meu irmão surtando com isso.
Eu e Wendy estamos a todo vapor dentro da empresa, Suzy chegou e
está resolvendo com o advogado da família Griffin os documentos
necessários para sua permanência em New York.

As semanas passam rápido, maio está chegando e todos estão


trabalhando muito. Suzy conseguiu seu visto temporário e já começou seu
estágio, todos estão satisfeitos com sua eficiência e esforço no trabalho.
— Vamos almoçar? — Pergunta Natalie.
— Sim. Chama Suzy. — Digo e ela assente. — Estou morrendo de
fome.
— Que milagre é esse? — Pergunta Wendy sorrindo pegando a bolsa.
— Estou com uma solitária dentro de mim hoje. — Digo sorrindo.
Ao chegarmos no restaurante faço meu pedido e elas fazem os delas.
Ficamos conversando, até nossos pedidos chegarem e iniciarmos nosso
almoço.
— Aqui é perfeito. Bem agitado. — Suzy olha para a avenida.
— Demais. A qualquer momento um táxi invade as calçadas. —
Wendy sorri.
— Nossa. — Diz Suzy surpresa.
— Como é ser secretária de Enzo? — Pergunta Natalie.
— Corrido demais. Nossa..., todo instante ele liga. — Sorrimos. —
Mas estou dando conta.
Peço minha sobremesa. Uma torta de chocolate, com recheio e
cobertura de chocolate. Como com tanto gosto, que nem parece que almocei.
E só então percebo os três pares de olhos me olhando devorar a torta.
— O que foi? — Pergunto séria.
— Nada. — Dizem em uníssono. Reviro os olhos e pedimos a conta.
Voltamos todas ao trabalho e no intervalo nos encontramos na copa.
Peço um bolo e um café e me sento com elas.
— Amiga, você realmente está bem? — Pergunta Wendy.
— Estou. Por quê? — Pergunto comendo meu bolo
— Você vive de verduras e comida integrais e esse já é o seu segundo
bolo de hoje. — Natalie maneia a cabeça.
— Só estou com vontade de comer essas besteiras. Mais tarde queimo
tudo na academia. — Falo com a boca cheia. Enquanto vejo Gabriel e Enzo
chegando.
— Olá, meninas. — Cumprimenta Enzo se sentando conosco.
— Oi, meu amor. — Gabriel beija minha bochecha. — Bolo?
— Mas que merda. Qual o problema de comer bolo? — Pergunto
irritada
— Se fosse uma vez eu ficaria calada, mas no almoço comeu fritas e
pediu de sobremesa uma torta enorme de chocolate. — Suzy comenta.
— E sua dieta? — Pergunta Gabriel rindo. Reviro os olhos.
— Quebrei só hoje. — Bufo. — E me deixem comer em paz, pelo
amor de Deus. — Todos riem e volto a comer, mas logo sinto meu estômago
embrulhar e saio correndo para o banheiro mais próximo e vomito
— Amiga, você está bem? — Pergunta Wendy abrindo a porta do
banheiro.
— Acho que sim. — Dou descarga e me sento no vaso.
— Tem certeza? — Pergunta preocupada.
— Estou sim. — Assinto. Levanto-me e vou para a pia, abro a
torneira e molho meu pescoço com um pouco de água.
— Wendy, ela está bem? — Grita Gabriel atrás da porta. Bufo.
— Estou, meu amor. — Grito de volta
— Vem aqui, Katherine! — Pede. Bufo e saio do banheiro encarando
um Gabriel preocupado.
— Você está bem? — Pergunta segurando meu rosto
— Estou sim. Não precisa se preocupar. — Beijo sua mão.
— Claro que preciso. Você saiu correndo. Vomitou? — Pergunta.
— Sim. Meu organismo não está acostumado com essas besteiras. —
Explico.
— Quer ir para casa?
— Não precisa. Estou bem. — Digo e ele sorri.
— Se sentir algo me chame. — Pede e eu assinto.
— Vou subir. Te amo. — Beija meu nariz.
— Te amo, bonitão. — Digo e ele sorri. Ele se afasta e vai embora e
volto ao meu trabalho.
Assim que encerro o expediente, vou direto para casa com Wendy.
Meus pais foram para Califórnia resolver as burocracias da venda do
apartamento. Essa semana somos só nós três em casa. Mal entro em casa e
preciso correr para o banheiro novamente. Que merda! Nunca mais como
tanto doce. Tomo um banho e vou preparar algo leve para o jantar.
Jantamos os três, Wendy se oferece para lavar a louça e Kevin vai
estudar para a prova que terá amanhã. Decido ver The Witcher na Netflix.
Assisto a quatro episódios quando meu celular toca.
— Oi meu amor. — Digo ao atender.
— Oi, linda. Está melhor?
— Assim....
— Katherine, me diga, não me esconda nada, por favor.
— Quando cheguei vomitei de novo. Mas agora, estou bem, já jantei
minha comida light e está tudo normal.
— Assim espero. Você me deu um susto hoje.
— Desculpa.
— O que está fazendo?
— Assistindo tv e você?
— Nada. Seus pais deram notícias?
— Sim. Eles falaram com Wendy e voltam amanhã.
— Tudo bem. Liguei para saber se está melhor.
Meu estômago embrulha de repente e corro para o banheiro com o
celular na mão e vomito novamente.
— Amor? — Escuto Gabriel falar comigo no telefone. Merda! Levo o
telefone até o ouvido.
— Oi.
— Vomitou de novo, não foi?
— Não.
— Não minta para mim.
— Tudo bem... Sim.
— Que merda. Vamos ao hospital.
— Gabriel, estou assim por causa das besteiras que comi.
— Amanhã mesmo irei falar com o responsável pelas comidas do
refeitório, para saber se tinha algo que te fizesse mal.
— Não precisa ser assim.
— Claro que precisa, você está aí vomitando. Se sentir algo estranho,
pelo amor de Deus, me ligue. Chego aí em minutos.
— Sei muito bem. — Sorri.
— Não fique rindo. Coma alguma coisa e vá dormir. Amanhã você
estará melhor.
— Te amo.
— Também te amo, meu amor. Até amanhã.
— Beijos.
Desligo o telefone e respiro fundo apoiada na pia do banheiro.
Respiro fundo, abro a torneira, pego água e jogo no rosto e pescoço para
esfriar. Saio do banheiro e subo para o quarto.
Capítulo 37
Katherine Madison

Bocejo novamente e tento me concentrar no trabalho. Estou cansada,


desde ontem que me sinto assim, sem contar que vomitei novamente hoje de
manhã.
— Vamos comer alguma coisa? — Pergunta Wendy.
— Que horas são? — Pergunto.
— Acorda, mulher. Já é hora do intervalo. — Me olha.
— Vamos. — Bocejo.
— Você dormiu bem? — Pergunta.
— Sim. Mas ainda estou com sono. — Digo. Wendy sorri e vamos
para a copa.
Vamos direto pedir nosso café, e vejo aquele bolo de chocolate de
ontem, me chamando, de novo.
— Uma fatia daquele bolo, por favor. — Peço e a moça assente.
— De novo? — Aponta para o bolo, com um sorriso.
— Estou com vontade. — Coloco um pedaço generoso na boca.
— Kate, o que você exatamente está sentindo esses dias? —
Pergunta-me bem séria. Franzo a testa.
— Sei lá... Vômitos, muito sono, muita fome... — Dou de ombros.
Paro de comer e olho para Wendy, sabendo a gravidade desses
sintomas, e finalmente, me dou conta do que eles indicam.
— Katherine... — Fala.
— Wendy... — Falamos ao mesmo tempo e ficamos nos olhando.
— Quando foi a última vez que sua menstruação desceu? — Pergunta
me olhando. Fico pensativa.
— Veio... Merda! — Largo o garfo com pedaço de bolo em cima do
prato.
— O que foi? — Pergunta.
— Mês retrasado. — Falo pensativa.
— Katherine, você esqueceu de tomar a pílula algum dia? — Me olha
séria.
— Não, Wendy. Droga! Não posso estar, impossível. Tomei todos os
dias. — Digo impaciente.
— Vamos à farmácia na hora do almoço. — Informa.
— Fazer o quê? — Pergunto me levantando indo em direção ao
elevador.
— Teste de farmácia. — Fala o óbvio.
— Wendy, não pode ser! — Digo irritada.
— Vamos saber na hora do almoço. — Ela diz e sai do elevador me
deixando sozinha, sem me dar chance de rebater seu comentário.
Bufo e volto ao meu trabalho e meu sono não passa. Pego minha
bolsa e vou com Wendy até o elevador, e quando as portas se abrem, Gabriel
está ao lado de Enzo.
— Olá, meu amor. — Ele me abraça.
— Oi, querido. — Beijo sua bochecha.
— Onde vão? — Pergunta Enzo.
— Vamos na farmácia e de lá vamos comer alguma coisa. — Wendy
informa.
— Vão fazer o que na farmácia? Não está se sentindo bem, não é? —
Pergunta Gabriel preocupado.
— Ela está bem. Vou lá comprar a minha injeção e de lá vamos na
clínica rapidinho. — Diz Wendy, impedindo que eu responda. Nos
despedimos na calçada, e sigo com Wendy até a farmácia mais próxima.
— Wendy, isso é loucura. — Tento acompanhá-la.
— Não é loucura. É o óbvio! — Fala sem parar de andar.
Entramos na farmácia e vamos direto para a prateleira dos testes de
gravidez. Wendy pega três e passa no caixa, sem pedir minha opinião.
Saímos e vamos direto para o restaurante, o primeiro por sinal.
— Vamos ao banheiro. — Ela avisa
Abro a porta do banheiro e quando vou fechar ela empurra e entra,
trancando-a.
— Nem me olhe assim. Já te vi nua diversas vezes. — Avisa e coloca
as sacolas em cima da pia. Tira os testes de dentro da caixa e pega o pote e
me entrega.
— Faz xixi aí. — Pego o pote, me ajeito toda, faço xixi e entrego
para ela. Ela pega todos os testes e coloca dentro do pote como manda as
instruções.
— Temos que esperar três minutos. — Avisa.
Ajeito minha saia e me inclino na parede, fico olhando para o teto.
Será que estou grávida mesmo? E se tiver? Deus... Como vou criar uma
criança? Não tenho paciência para choros e berros, sinceramente. Estou nova,
nem tenho trinta anos ainda, tenho que viver mais...
— Amiga... — Wendy me chama.
Olho e a vejo com os olhos marejados. Merda! Ela pega os três testes
e me entrega. Pego com as mãos tremendo de ansiedade, respiro fundo e olho
para os testes.
Positivo! Positivo! Positivo!
Deus...
Olho para Wendy, meu coração está acelerado, minha visão está
turva, minhas pernas tremem, sinto uma felicidade e medo ao mesmo tempo
me consumindo intensamente.
— Wendy... e-eu tomei as pílulas. — Digo nervosa.
— Pode acontecer. Quer ir à clínica? — Pergunta emocionada.
— E-eu... não... sim — Assinto nervosa. — Esses testes podem dar
errado, não é?
— Kate... foram três testes. Os três deram positivo. — Fala. Respiro
fundo e assinto.
— Vamos para uma clínica aqui perto. Vamos fazer pedido de alguma
besteira e comemos no caminho. — Fala e eu assinto.
Entramos na clínica e vamos direto para a recepção.
— Olá, boa tarde. Gostaria de uma consulta com uma ginecologista.
— Digo.
— Boa tarde. Nome, por favor? — Pede a moça.
— Katherine Clarck Madison. — Informo.
— Documento, por favor. — Pede.
Entrego o documento e ela faz meu cadastro.
— Em alguns minutos irão te chamar. — Avisa.
— Obrigada. — Agradeço.
Nos sentamos na sala de espera. Respiro fundo e minhas mãos
começam a suar. Meu celular começa a tocar, é Gabriel.
— Atende. Estou muito nervosa para falar com ele. — Entrego o
celular a Wendy que coloca no alto falante.
— Oi amor. Onde está? — Fala assim que atende.
— Oi Gabriel, é Wendy.
— Oh, desculpa. Onde ela está?
— Você não deveria pedir desculpa. Sou eu que deveria pedir por ter
atendido. Mas foram ordens dela. Ela está no banheiro.
— De novo? Preciso levá-la ao hospital o mais rápido possível. Isso
não é normal!
— Relaxa, Gabriel. Ela não foi vomitar. — Escuto-o suspirar.
— Estou preocupado com ela, Wendy. Hoje falei com ela pela
manhã, ela está tonta e vomitou no banheiro daqui do meu escritório, de
novo. Mas ela é teimosa pra caralho, não quer ir ao médico de maneira
alguma. O que eu faço?
— Gabriel... só digo que... fique ao lado dela. Ela vai precisar. —
Afirma Wendy me olhando.
— Meus Deus.... O que está acontecendo? Me diz, pelo amor de
Deus.
— Calma Gabriel. Ela em breve te conta. — O escuto suspirar.
— Tudo bem. Avise a ela que estou saindo para uma reunião e que
depois vou direto para casa, e que a espero em meu apartamento para
jantarmos e ela dormir por lá.
— Aviso sim
— Obrigado, Wendy.
— Tchau, Gabriel. — Finaliza a ligação e me entrega o celular.
— Calma amiga. Vai dar tudo certo. — Ela aperta minha mão e
engulo o choro.
— Katherine Clarck Madison. — Chama uma enfermeira.
— Entra comigo? — Peço.
— Claro. — Ela sorri e vamos até o consultório.
A médica é uma mulher na casa dos trinta, com os cabelos pretos e
óculos de grau sentada em sua cadeira.
— Boa tarde, Katherine. — Me cumprimenta apertando minha mão.
— Olá, doutora. — Cumprimento-a. — Essa é minha irmã Wendy. —
Elas de cumprimentam.
— O que te trás aqui? — Pergunta.
— Ultimamente estou sentidos enjoos, tonturas e fome fora do
normal. — Digo.
— Última menstruação?
— Mês retrasado.
— Entendo. Toma algum contraceptivo?
— Sim. Pílulas. Mas nunca esqueço. — Explico.
— Tomou algum remédio nas últimas semanas?
— Sim. Estive gripada.
— Garganta inflamada?
— Sim. — Afirmo. Ela levanta a cabeça e ajeita seus óculos e me
olha.
— Pela base da nossa conversa, diria que está realmente grávida. —
Assinto. — O médico passou antibiótico, quando esteve resfriada? —
Pergunta.
— Sim. — Assinto.
— O antibiótico corta o efeito de anticoncepcional. Ele não fica tão
eficaz como deveria ser. — Digita algo no computador.
— Acabamos de comprar três testes, os três deram positivos. —
Wendy fala.
— Entendo. Mas o beta vai confirmar e assim poderemos ver de
quantas semanas ela está. — Diz a médica.
— Tudo bem. — Digo.
A médica faz suas anotações no computador, e logo, uma enfermeira
entra no consultório para me levar até a sala de coleta.
Preciso aguardar sair o resultado e me encontro com Wendy na sala
de espera.
— Ela pediu para esperar. — Digo me sentando.
— Vamos esperar. — Ela toma o suco.
— Wendy... e se Gabriel não quiser? — Pergunto nervosa.
— Então eu dou na cara dele, e faço o maior escândalo, que toda New
York irá saber. — Diz me fazendo rir. — Ele vai aceitar. Ele é louco por você
e um filho com você... Ele vai endoidar de felicidade.
— Você acha? — Pergunto com um sorriso.
— Claro que sim, Kate. Ele te ama de verdade, faz e faria tudo por
você. Não duvide disso nem por um segundo. Se o exame realmente der
positivo... — Respira fundo. — Você conversa hoje mesmo com ele. Não
esconda, vocês se amam, não tem porque esconder. Ele ficará feliz, com essa
notícia. Você vai ver.
Assinto e respiro fundo.
— Estou com medo. — Digo.
— De quê? — Me olha.
— De não ser uma boa mãe. — Digo e ela sorri
— Claro que vai. Você vai ver. E eu quero ser a madrinha, vou
ensinar tudo que não presta. — Sorrimos. — Madrinha serve para isso.
— Você é demais. — Abraço-a.
— Fique calma. — Diz e assinto.
Logo sou chamada a voltar ao consultório. A médica abre um largo
sorriso ao me ver.
— Parabéns, mamãe. Você está grávida! — Afirma.
Eu paraliso e olho para Wendy que já começou a chorar e tudo que
vinha segurando nas últimas horas, não controlo e choro abraçada à minha
amiga. É uma emoção que não cabe dentro de mim. Fico feliz que Wendy
esteja ao meu lado nessa hora.
— Fico feliz. — Afirma a doutora.
— Obrigada. — Digo enxugando as lágrimas.
— O nível do βHCG indica que está de sete semanas. Preciso que
inicie o pré-natal o mais rápido possível.
— Com a senhora?
— Seria um prazer lhe acompanhar e fazer seu parto. Se quiser, é
claro. — Sorri.
— Claro.
— Ótimo. Vou te passar umas vitaminas e vamos conversar mais
sobre o pré-natal. — Afirma e assinto.

Largo do Trabalho e Richard me leva para a cobertura de Gabriel. O


caminho é silencioso, não consigo parar de pensar em como Gabriel vai
reagir a notícia. Nunca falamos sobre filhos, por isso não sei o que ele pensa
a respeito. Richard percebe que não estou em meu estado normal, gosto
sempre de conversar durante o caminho.
— Está tudo bem, Katherine? — A voz grossa de Richard ecoa no
carro. Desvio meu olhar da janela e a olho.
— Está sim. — Assinto com um sorriso fraco e ele assente.
Como será que ele vai reagir?
Essa pergunta está martelando na minha cabeça desde que saí da
clínica. Já faz quase um ano que estamos juntos e nunca falamos de filhos.
Ele apenas me pediu em casamento, e aceitei. Será que ele acha que somos
jovens ainda para ter filhos? Faz pouco mais de um ano que ele assumiu o
cargo do pai, como CEO da Griffin. Hoje, vejo o quanto a influência de
Arthur Griffin foi responsável por Gabriel ser esse homem de bom caráter
que está seguindo seus caminhos.
Entro no apartamento e tem poucas luzes acesas, mas a claridade da
luz da lua penetra o ambiente. Guardo minha bolsa e vou até a janela e
observo a lua que está linda.
— Boa noite, Katherine. — Escuto a voz de Daiana. Viro-me e sorrio
para ela.
— Olá Daiana. Onde está o Gabriel? — Pergunto.
— Subiu para seu quarto e disse que descia rápido. — Informa.
— Obrigada. — Ela assente e se retira.
Decido esperar ele descer. Sento no sofá, e logo em seguida ele desce.
— Oi, linda. — Beija meus lábios.
— Oi. — Sorrio de leve.
— Veio preparada para dormir, não é? — Pergunta se sentando ao
meu lado.
— Sim. Wendy me deu seu recado. — Digo e ele assente.
— Vim embora cedo. Desmarquei a reunião, estava com uma enorme
dor de cabeça, não tinha condições de trabalhar daquele jeito. — Passa a mão
no rosto.
— Hum. — Murmuro. Ele me olha e franze a testa.
— O que você tem? Está estranha. — Apoia sua mão em minha coxa,
mas somos interrompidos por Daiana.
— O jantar vai sair em pouco minutos. — Avisa.
— Obrigado, Daiana. — Gabriel agradece. Daiana assente e se retira.
— Amor, vou tomar um banho rápido e desço. — Digo.
— Te espero aqui. — Beija meus lábios.
Tomo meu banho e desço para encontrar Gabriel, mas antes de chegar
no fim da escada, sinto uma forte tontura. Escuto Gabriel me chamar de
longe, mas continuo me segurando no corrimão.
— Ei. — Ele me chama, ao se aproximar de mim. — Amor, você está
bem? — Ainda de olhos fechados, eu peço:
— Só me coloca no sofá, por favor.
Ele me coloca sentada no sofá e se ajoelha em minha frente
— Se sente melhor? — Me analisa com cautela.
— Só quero água. — Peço. Ele corre até a cozinha
— Aqui. — Pego o copo e viro de uma vez em minha boca
— Temos que ir ao médico, Katherine. — Me olha.
— Eu não vou, Gabriel. — Resmungo.
— Porra, Katherine. Vamos ao médico, sim — Ele se afasta e vai até
o aparador pegar a chave do carro e vem até mim.
— Eu já disse que não vou. — Digo.
— O que você está sentindo não é normal. — Fala irritado.
— Eu não estou doente. — Digo olhando para ele.
— E por que está toda hora se sentindo mal? — Pergunta e esfrega as
mãos no rosto.
Fico calada um tempo, tentando achar uma forma de contar minha
descoberta.
— O que você tem? — Pergunta baixinho.
— E-e... — Gaguejo.
— Me diz o que você tem. — Implora. Respiro fundo.
— E-estou... grávida. — Digo baixinho e ele paralisa.
Gabriel fica sério, revezando o olhar entre meu rosto e minha barriga.
Passa a mão no rosto e nos cabelos, um claro sinal de nervosismo. Começa a
andar de um lado ao outro na sala, sua expressão é indecifrável.
Vai ao minibar e serve uma dose de uísque, após tomar um gole, se
vira para mim.
— Como isso aconteceu? — Pergunta com uma voz baixa.
— Quando estive gripada..., tomei o antibiótico e ele cortou o efeito
do meu anticoncepcional. — Explico.
Ele apenas assente e continua calado. Isso está me dando medo e me
deixando impaciente. O que se passa na cabeça dele?
— Me desculpa, Gabriel. Não fiz de propósito. Sempre tomei certinho
a pílula. — Digo nervosa e ele me olha.
— Está achando que penso que você está me dando um golpe? — Me
olha.
— Na verdade, eu não sei, Gabriel. Você está aí calado, andando de
um lado para o outro e não me diz nada. — Faço gestos com as mãos. Ele
sorri e vem até mim e segura meu rosto
— Não, meu amor. Nunca pensei que você fosse golpista e
interesseira. — Assinto. — Só estou nervoso. Não é todo dia que recebo uma
notícia maravilhosa dessa.
— Então... não está chateado? — Pergunto.
— O quê? Chateado por estar esperando um filho meu? Jamais, meu
amor, só estou nervoso. — Dá-me um beijo demorado em meus lábios. —
Quando descobriu? — Sorrio. Vou até o aparador pegar minha bolsa e volto
me sentando ao seu lado no sofá.
— Descobri hoje. Eu não suspeitava, Wendy que me puxou para
irmos para uma farmácia e depois para a clínica. — Digo tirando os testes e o
papel com o resultado do beta βHCG. — Wendy que ligou os pontos e me
alertou.
— No elevador ela disse que iria comprar a injeção dela. — Fala
pensativo.
— Ela mentiu para você não desconfiar de nada, mas compramos os
testes. — Entrego para ele. Ele pega e fica olhando para eles com o Positivo
em cada um.
— Ela quis comprar três para não ficar na dúvida. Mas não conseguia
acreditar, então fomos até clínica e fiz o exame βHCG. — Entrego o
resultado.
Ele pega o papel e lê tudo que está escrito, mas sei que no fundo não
está entendendo nada.
— Estou grávida de sete semanas. — Digo. Ele me olha e o vejo com
os olhos vermelhos.
— Foi na semana da sua gripe que fizemos nosso filho. — Diz
emocionado e sinto lágrimas descendo pelo meu rosto.
— Uhum. — Murmuro chorando baixinho.
— Você acabou de me fazer o homem mais feliz do mundo.
— Eu te amo muito. — Toma meus lábios com força e precisão.
— Como eu quero gritar para New York inteira saber que a mulher da
minha vida, me dará um filho. — Sussurra em meus lábios.
— Pensei que você iria dizer...
— Que eu não queria? Que está cedo? — Balanço a cabeça,
confirmando. — Realmente está cedo, nem nos casamos ainda. Mas já o amo
de verdade. E vindo de você... Deus, como eu quero gritar para todo mundo
saber. — Sorrio limpando suas lágrimas.
— Eu tenho medo de não ser uma boa mãe. — Acaricio sua barba.
— Eu também estou morrendo de medo de não ser um bom pai, mas
estamos juntos nessa, meu amor. Nada vai nos atrapalhar. Vamos ser os
melhores pais do mundo. — Beija meus lábios. — Quero participar de tudo,
me deixou fora do resultado, mas quero acompanhar tudo, todas as consultas
e exames. — Acaricia minha barriga, por cima do vestido.
— Acho que noventa e nove por cento das mulheres, descobrem a
gravidez sem o pai estar presente. — Sorrio.
— Minha mãe foi assim, mas depois ela contou ao meu pai. — Sorrio.
— Eu fiquei com medo, já que você acabou de herdar a empresa do
seu pai, está se tornando o homem que sempre almejou ser. — Ele me olha.
— Meu amor, eu nunca iria rejeitar você e um filho nosso. Jamais! Só
não fico com raiva desse seu pensamento, porque sei que essa notícia mexeu
demais com você. — Sorrio. — Mas eu amo você, e amo nosso filho que está
crescendo aí.
— Nunca falamos sobre filhos. — Digo
— Nunca tivemos uma oportunidade de falar. Nossa vida é corrida, e
o pouco tempo que temos, gostamos de aproveitar. Mas sempre quis ser pai.
— Beija meus dedos.
— Obrigada, por estar ao meu lado. — Digo e sinto uma lágrima
caindo — Ah, merda! Estou emotiva demais. — Ele sorri.
— Vamos descobrir tudo juntos. Mas precisamos falar para os nossos
pais. — Ele diz.
— Só quem sabe é Wendy. — Afirmo e ele assente.
— O que você acha de um jantar? Podemos fazer na casa dos meus
pais. Lá é maior e já emendamos o final de semana. — Ele sugere.
— Por mim tudo bem. Só quero estar ao seu lado. — Afirmo e beijo
seus lábios.
Daiana aparece toda envergonhada por eu estar sentada no colo de
Gabriel, e diz que o jantar já está na mesa. Ele vai comigo, me abraçando por
trás com as mãos na minha barriga sorrindo, todo bobo por ser pai
— Quando será a primeira consulta? — Pergunta enquanto come.
— Semana que vem, mas é na parte da tarde. Você tem trabalho. —
Tomo meu suco.
— Nada disso! Eu disse a você que irei acompanhar tudo, foda-se o
trabalho e os compromissos. Quero estar presente em todas as etapas. —
Segura minha mão.
— Ou dela. — Sorrimos.
Nosso assunto do jantar é nosso bebê. Depois ficamos pesquisando
algumas informações em seu iPod, nos inteirando do que virá pela frente.
Gabriel não para de acariciar minha barriga, e fala o tempo todo para o bebê
que já o ama. Ele jura que é um menino, mas eu acho que é uma menina.
Capítulo 38
Katherine Madison

A semana passa rápida. Hoje é sábado, dia do jantar na casa dos pais
de Gabriel em Hamptons. Ninguém sabe sobre a gravidez, além de Wendy,
que ficou com a boca fechada aguardando ansiosamente o anúncio no jantar.
Acordo hoje ansiosa, Gabriel vai chegar a qualquer momento. Levanto-me e
corro para o banheiro, esses enjoos matinais estão me matando.
Depois de tomar banho e me arrumar, pego minha mochila que está
pronta desde ontem e desço as escadas.
— Bom dia, querida. — Meu pai me cumprimenta.
— Bom dia, pai. — Dou um sorriso.
— Cadê Gabriel, filha? — Pergunta minha mãe.
— Ele disse que chegaria às nove. — Digo e eles assentem.
Vou rapidinho para a cozinha, arrumo um lanche para comer na
viagem, quando Gabriel chega na cozinha.
— Olá, meus amores. — Me Cumprimenta, me abraçando por trás,
acariciando minha barriga.
— Bom dia, amor. — Sorrio.
— Como estão? — Beija meus lábios.
— Enjoos e enjoos. — Bufo.
— Vomitou de novo, não foi? — Pergunta preocupado.
— Faz parte, amor. Depois passa. — Sorrio e beijo seus lábios.
— Levando para comer no caminho? — Pergunta apontando para a
vasilha com os sanduíches.
— Ah... sim. Não dá tempo de tomar café, como no caminho.
O percurso é rápido, como meus sanduíches e bebo meu suco. Só me
senti enjoada uma única vez, mas não cheguei a vomitar. Gabriel passa o
caminho segurando minha mão. Meus pais conversam com Gabriel e nessa
distração aproveito para cochilar.
— Amor, chegamos. — Sussurra Gabriel em meu ouvido.
Abro os olhos devagar e vejo que já estamos em frente à casa dos pais
de Gabriel. Me espreguiço e olho para Gabriel, com aqueles lindos olhos
azuis penetrantes.
— Hum. — Murmuro.
— Sei que está com muito sono, mas temos que entrar. — Acaricia
meu rosto.
— Tudo bem. — Bocejo. Tiro o cinto e saio. Gabriel vem até mim e
segura minha mão. Sophia e Arthur nos espera na porta.
— Olá, minha querida. — Sophia me abraça.
— Como vai? — Pergunto com um sorriso.
— Estou ótima e você? Me parece cansada. — Ela me analisa.
— Ela não dormiu bem essa noite. Teve insônia. — Gabriel beija sua
testa.
— Oh, sim. Isso é realmente péssimo. Às vezes também tenho. —
Sophia diz.
— É mesmo muito ruim. — Sorrio
— Venham. O almoço sai em poucos minutos. — Informa Arthur
depois de me abraçar.
Entramos na casa, e é impressionante o quanto nossas famílias se
tonaram amigas. Minha mãe e Sophia não se desgrudam. Meu pai e Arthur e
seus assuntos de homens.
Na hora do almoço, a conversa continua, mas percebo que estão me
observando comer. Sinceramente, parece que faz dias que não como. Gabriel
inicia uma conversa quando percebe, tirando o foco da minha fome.
Depois do almoço ficamos conversando um pouco na varanda,
quando sinto minha barriga embrulhar novamente. Corro para o primeiro
banheiro que vejo, vomito novamente.
— Se sente melhor? — Wendy acaricia minhas costas.
— Sim. — Dou descarga.
— Amor? — Escuto a voz de Gabriel no quarto
— Aqui, Gabriel. — Grita Wendy. Então, um furacão chamado
Gabriel, entra com tudo no banheiro se abaixando do meu lado.
— De novo? — Sua voz é de preocupação.
— Gabriel, vai ser durante os primeiros meses. — Wendy diz.
— Merda! Não tenho sangue frio para aguentar vê-la desse jeito. —
Passa a mão no rosto.
— Mas terá que aguentar... por ela. — Wendy fala.
Ele fica me olhando e abaixa a cabeça apoiando na minha perna. Faço
um carinho em sua cabeça, e vejo Wendy saindo nos dando privacidade. Ele
fica fazendo carinho na minha perna, enquanto faço em seu cabelo.
— Me desculpa estar irritado. — Ele diz baixinho ainda de cabeça
baixa.
— Tudo bem. — Sussurro.
— Eu só não gosto de ver você assim e eu não poder fazer nada. —
Murmura.
— Vai passar. — Digo e ele assente.
— Quer descer ou quer ficar na cama deitada? — Pergunta e me olha.
— Acho que um ar fresco vai me fazer sentir melhor. — Dou um
sorriso fraco.
Escovo meus dentes e desço com ele. Gabriel deita na rede e me faz
deitar em cima dele. Apoio minha cabeça em seu peito, e ele faz carinho nas
minhas costas.
— Ainda não acredito. — Sussurra beijando minha cabeça.
— Em quê? — Pergunto olhando o céu.
— Que tem um fruto do nosso amor crescendo em sua barriga. — Ele
diz.
— Às vezes não acredito também. — Sorrio.
— Estou muito feliz. Quero que saiba disso. Independente da minha
impaciência em ver você passando mal, estou feliz demais em saber que sou
pai. — Beija minha cabeça.
— Também estou muito feliz. — Beijo seu peito.
— Ansiosa para mais tarde? — Pergunta.
— Muito. — Sorrio. — Você vai falar, não é?
— Você vai. — Ele sorri.
— Não amor! — Levanto a cabeça e olho para ele. — Estou emotiva
demais para fazer um discurso desses — Ele sorri.
— Tudo bem. Eu falo. — Acaricia meu cabelo.
Ficamos assim um tempinho e acabo dormindo em seu peito.

Gabriel Griffin

Katherine dormiu em meu peito depois de conversamos e trocar


carícias na rede. Prefiro quando ela está dormindo, assim ela não fica
enjoada. Vê-la vomitando ou tonta, tira meu chão, fico perdido sem saber o
que fazer.
Na semana passada, tive que sair de madrugada para comprar torta
para ela comer, pois estava com desejo de torta de morango. Custei para
achar, mas ela comeu com muita vontade, e logo pela manhã colocou tudo
pra fora. Até pesquisei sobre esses enjoos, mas ficará assim nos primeiros
meses. Quando ela me contou que estava grávida, eu não esperava, ela me
dizia que estava tudo sob controle sobre seus contraceptivos orais, que nem
imaginei que seus sintomas fossem de gravidez.
Quando me contou, sei que minha reação a deixou em dúvida. Fiquei
sem reação, sem fala. Um misto de felicidade e medo me atingiu e não
conseguia reagir. Passou várias coisas ao mesmo tempo em minha cabeça,
mas a mais forte, com certeza, foi a felicidade de saber que serei pai.
Tive pena de Katherine, por achar que eu não queria essa criança, por
estar conseguindo algo que sempre planejei, ser um CEO respeitado em New
York. Tudo chegou aos poucos, meu cargo, Katherine e agora nosso filho. Sei
que está cedo, mas somos adultos e vamos aprender a lidar com a situação. Já
a tinha pedido em casamento, só iríamos acertar alguns detalhes que faltava
para marcar a data. E sem avisar, chega essa benção em nossas vidas, nosso
filho! Não esperava por isso, mas já que chegou, irei recebê-lo de braços
abertos e darei muito amor e carinho. Tenho que conversar com ela, sobre vir
morar comigo, quero-a o tempo todo comigo, quero estar perto, acompanhar
cada detalhe.
Juro que estou ansioso para dizer a todos que seremos pais, e que me
orgulho disso. Mas também quero que todos saibam, principalmente, que nos
ajudem a lidar com esses enjoos de Katherine.
Dominic e Natalie chegam à tarde e se juntam a nós na conversa.
Katherine decide ir tomar um banho para espantar o sono. Sua sonolência
está fora do normal, onde encosta ela quer dormir. Subo para o quarto e a
vejo se arrumando em frente a penteadeira que comprei para ela e coloquei
no nosso quarto.
— Está linda. — Falo, observando minha mulher em um vestido rosa
claro. — Irei tomar banho agora. — Ela assente sorrindo.
Tomo meu banho e Katherine já está com minha roupa separada em
cima da cama. Coloco o relógio que Katherine me deu de presente de natal,
que se tornou meu preferido.
— Pronta? — Pergunto.
— Sim. — Sai do closet terminando de colocar os brincos.
— Não vejo a hora dessa barriguinha crescer. — Coloco a mão em
sua barriga.
— Te amo. — Beija meus lábios.
— Amo vocês. — Digo e ela sorri. — Vamos.
Descemos e encontramos todos na sala, conversando.
— Pedi para fazerem suco, já que você não pode mais beber. — Digo
baixinho.
— Obrigada. — Sorri. Pego uma taça com suco e ela outra.
— Não vai beber? — Pergunta.
— Quando eu disse que estaria ao seu lado, é em todo momento. Não
vou ingerir bebida alcoólica, se você não pode. — Beijo sua bochecha.
— Não precisa. — Vejo que seus olhos estão marejados
— Querida, não chore. Vai estragar sua maquiagem. — Digo e ela
sorri.
— Tudo bem. — Ela assente segurando o choro. Está tão linda
grávida.
Ficamos conversando, enquanto Katherine conversa com Wendy,
Samantha e Natalie. Ela toma seu suco tranquilamente, e não tiro os olhos da
sua barriga, imaginando nosso filho crescendo. Vejo-a indo até uma mesa
com aperitivos e vou até ela.
— Coma devagar. — Digo e ela morde o bolinho de queijo.
— Amor, não posso desperdiçar essas gostosuras. — Fala de boca
cheia, me fazendo rir.
— Eu só não quero ver você passando mal. — Coloco minha mão nas
suas costas.
— Eu vou passar mal de qualquer forma, meu amor. — Fala.
Ficamos mais um pouco por ali, até irmos todos para a sala de jantar.
Katherine está sempre ao meu lado. Assim que todos se acomodam, me
levanto e chamo a atenção de todos.
— Bom... agradeço por todos estarem aqui. Quero que saibam que
esse jantar foi planejado por mim e minha amada noiva. — Ela sorri para
mim. — Queríamos todos juntos; amigos e família, para anunciar que as
famílias Griffin e Madison vão aumentar. — Todos me olham atentamente.
— Katherine está grávida! — Assim que compreendem a notícia, todos
festejam.
— Eu vou ser vó. — Diz Mary surpresa.
— Vamos ser, querida. — Mamãe se emociona.
— Parabéns para nós. — Elas se abraçam.
Todos vêm falar conosco, desejando felicidades e saúde para a
criança. Meu pai está orgulhoso e meu irmão também.
— Eu vou ser uma tia babona. — Samantha enxuga as lágrimas.
— Sei que sim. — A abraço.
— Já escolheram os padrinhos? — Pergunta minha mãe.
Olho para Katherine e aceno para ela falar.
— Olha, eu queria todos. — Sorrimos. — Mas eu e Gabriel
combinamos algo. Já que Enzo é meu cunhado e vai ser tio com Wendy,
Samantha e Kevin é a mesma coisa. Já terão o vínculo familiar, por isso
escolhemos Natalie e Dom para serem os padrinhos.
— Vocês aceitam? — Pergunto com um sorriso
— Mais é claro. — Natalie chora abraçando Katherine. Dominic vem
até mim e me abraça com tapas nas costas.
— Cara, se for menino eu vou ensinar tudo de mulher. — Ele sorri.
— Nem inventa, Dom.— Katherine o abraça.
— Claro que vou ensinar. Ele vai pegar geral. — Dominic sorri.
— E se for menina? — Pergunta Natalie me abraçando.
— Colocarei ela no convento. — Digo firme.
— Aí meu Deus. — Katherine gargalha. — Ah, mas não vai mesmo,
bonitão.
— O quê? Não vou querer esses marmanjos se aproveitando dela. —
Digo sério.
— Gabriel, nem sabemos o sexo ainda. Deixa de drama, meu amor.
— Ela me dá um beijo na bochecha.
Todos riem da minha cara emburrada. Seguimos felizes o restante da
noite com a notícia da gravidez. Fico aliviado por nem Enzo e Samantha
terem ficado chateados por não terem sido escolhidos para padrinhos. Mas
eles concordaram, já que são tios assim como Wendy e Kevin.
Capítulo 39
Gabriel Griffin

Estou morrendo de dor de cabeça, o dia foi agitado. Reuniões e


muitas videoconferências, Rebeca e eu estamos enlouquecendo, essa semana
terá um desfile aqui em New York, e a Griffin Magazine fará a cobertura do
evento. Já não aguento mais tantas ligações. O telefone do escritório toca. De
novo.
— Quem é dessa vez Rebeca? — Coloco a mão na cabeça.
— Senhor, é Katherine que está aqui. — Informa. Graças a Deus.
— Mande entrar e não transfira nenhuma ligação. — Ordeno.
— Sim, senhor. — Diz e desliga
Afrouxo a gravata e encosto na cadeira. Vejo a porta ser aberta e uma
linda mulher entra por ela. Katherine está linda, e com um sorriso que
ilumina meu dia.
— Toda vez que te vejo, me apaixono ainda mais. — Ela sorri.
— E com você, é a mesma coisa. — Vem até mim, deixa sua bolsa
em cima da mesa, se inclina e beija meus lábios.
Seguro sua cintura e a coloco sentada no meu colo.
— Você parece cansado. — Acaricia minha barba.
— Demais. Acho que recebi mais de cem ligações hoje, fora as
reuniões e videoconferências. — Resmungo e ela sorri.
— Vim te buscar. — Passa seu indicador na minha sobrancelha.
— Para onde? — Fito seus olhos verdes. Ela me olha com sorriso
fraco.
— A consulta, amor. — Merda!
— Me perdoe, meu amor. Esqueci completamente. — Passo a mão no
rosto.
— Não se preocupe. Sei o quanto está corrido. — Fala.
— Eu te amo tanto. — Sussurro e beijo seus lábios.
— Amo você. — Confessa e meu coração acelera mais.
— Vamos, quero ver meu filho. — Ela assente com um sorriso.
Passamos por Rebeca e peço para cancelar meus compromissos, e
ligações só para amanhã. Encontro Richard e Oliver em pé no hall do prédio,
e nos acompanha até o carro. Estou nervoso demais com essa gravidez, quero
cuidar e ficar ao seu lado em todos os momentos. Aumentei sua segurança,
porque a mídia a qualquer hora vai descobrir, e isso vai chegar nos ouvidos
de Fabrício, que eu tenho certeza que virá atrás dela.
Entramos na clínica e Katherine logo é chamada para a consulta após
falar com a recepcionista. A médica nos recebe com um largo sorriso.
— Boa tarde, Isabela. — Katherine a cumprimenta.
— Olá, Katherine, é bom revê-la. — Aperta a mão da minha noiva.
— Dra., esse é Gabriel, meu noivo. — Diz Katherine.
— Prazer em conhecê-lo, Sr. Griffin. — Me Cumprimenta com um
aperto de mão.
— Igualmente, Dra. Isabela. — Sorrio.
— Sentem-se, por favor. — Pede. Assinto e me sento ao lado de
Katherine.
— Bom, Katherine já está com oito semanas. Já poderemos ouvir o
coração do bebê perfeitamente. Sente ainda alguma coisa? — Pergunta a
minha noiva.
— Sim. Enjoos matinais e de vez em quando algumas tonturas. —
Katherine informa.
— Quando isso vai passar? Eu já não aguento mais vê-la desse jeito.
— Pergunto.
— Gabriel, isso é normal. Vai passar com o tempo, só relaxe. —
Assinto, o que é impossível eu relaxar com uma coisa dessas. — Vá a sala ao
lado, tem um roupão azul, coloque-o e volte. — Ela orienta a minha noiva.
Katherine assente e vai andando até o quarto e fecha a porta.
— Nervoso? — Pergunta a médica se levantando.
— Demais. — Suspiro.
— Pai de primeira viagem, não é? — Pergunta aprontando a maca.
— Sim. Fiquei surpreso, mas foi a melhor coisa que aconteceu em
minha vida. — Digo orgulhoso.
— Ela me falou que esteve gripada, o médico passou antibiótico para
ela, e com isso a eficácia do anticoncepcional diminui. — Afirma.
— Mesmo assim, foi a melhor surpresa da minha vida. — Afirmo. Ela
sorri.
Katherine sai da sala com o roupão, e a médica pede para ela se deitar
na maca, enquanto ela se deita e se ajeita, a médica faz toda preparação para
iniciar o exame, deixando a barriga, levemente arredondada descoberta.
Seguro a mão dela e tento passar tranquilidade, mas pelo visto é ela quem me
passa, ao notar o meu nervosismo.
A medica fica calada e concentrada durante o exame, e isso me deixa
preocupado. Katherine está sorrindo e chorando ao mesmo tempo, por estar
escutando o coração do nosso filho, e isso me deixa tão... meu Deus... eu nem
sei explicar o que estou sentindo. É tão surreal!
— Doutora, está tudo bem? — Pergunto preocupado. Ela está calada
demais.
— Só um momento. — Pede. — Só estou tirando uma dúvida.
Está com olhar fixo no monitor e atenta ao que está escutando. Será
que tem algo de errado? Aí Deus!
— Agora sim. — Ela sorri. Um alívio percorre meu corpo quando
vejo seu sorriso.
— Está tudo bem com nosso filho? — Pergunta Katherine.
— Filho? Você quis dizer filhos, não é? — Diz a médica sorrindo.
Franzo o cenho e Katherine me olha.
— Filhos? — Kate franze a testa. A médica sorri.
— Exatamente. Dois corações lindos e saudáveis. — Afirma. Ai
merda!
— Você está dizendo... — Nem consigo terminar. A médica se vira e
nos olha.
— Vocês terão gêmeos. — A médica abre um sorriso largo. Ela
aponta para o monitor e vemos duas manchinhas pequenas
— Estão perfeitamente saudáveis, e por ser estar de poucas semanas,
consigo ver que são univitelinos. — Nos olha. — Serão gêmeos idênticos.
Pronto. Não sei o que eu faço! Nem consigo raciocinar direito. Eu
realmente não estou conseguindo acreditar que teremos gêmeos, duas lindas
crianças, fruto do nosso amor. Achei que estava preparado para emoção de
ouvir o coração do nosso filho e estar ao lado da minha mulher. Sabia que iria
ser um dia repleto de emoções e memorável, mas... nem posso acreditar. Dois
bebês? Dois corações batendo firmes e fortes na barriga de Katherine, é algo
surreal, inacreditável.
A médica limpa a barriga de Katherine, e só escuto a porta se
fechando. Katherine me olha e vejo que está chorando, e sinto as lágrimas em
meu rosto.
— Obrigado, meu amor. — A abraço.
Rezo em silêncio, agradecendo a Deus por essa dádiva enorme, de me
presentear com dois filhos, e o amor da minha vida que está gerando nosso
presente. Katherine chora em meus braços e choro junto com ela. Uma
grande alegria está me consumindo, e nem sei explicar direito. Me afasto,
seguro seu rosto com mas duas mãos e beijo seus lábios com fervor e paixão.
Sinto o gosto salgado de nossas lágrimas, mas nem ligo, são lágrimas de
felicidade e amor.
Sorrimos entre beijos e me afasto dela e desço meu olhar para sua
barriga, me abaixo e a beijo, acariciando com muito carinho.
— O papai ama vocês. — Beijo sua barriga. Levanto meu olhar e vejo
um par de olhos verdes me olhando marejados e um sorriso largo nos lábios.
— Eu te amo, mais do que consigo imaginar. — Acaricio seu rosto.
— Eu amo você. — Afirma e escorre uma lágrima.
— Obrigado por isso, meu amor. Você me deu dois presentes. —
Digo. E choramos de novo abraçados. É inacreditável...
Katherine vai se trocar, em seguida a médica passa todas as
orientações e exames que será preciso fazer para a próxima consulta. Por fim,
Katherine faz uma pergunta que me deixa encabulado em frente à médica.
— Doutora, podemos continuar transando, não é? — Pergunta. A
médica sorri e coloco a mão no rosto impedindo-a de ver meu rosto vermelho
igual um pimentão.
— Sim. O sexo faz bem para os bebês. Podem fazer tranquilos. —
Informa.
— É que estou com muita vontade ultimamente. — Kate reforça. Aí
senhor...
— É normal, querida. Muitas Ficam com falta da libido, outras o
aumento. Pelo visto, no seu caso, aumentou. — Diz calma.
A conversa segue tranquila, diz a Katherine o que pode ou não,
comer, os tipos de exercícios, tomar os remédios com regularidade e que
voltássemos na próxima consulta. Voltamos para casa muito felizes, e tive
que chamar meus pais para virem o mais rápido possível para dar a notícia
pessoalmente, também chamei Natalie para ir, já que Dominic não está em
New York, ela é madrinha, então representará Dominic.
Meus sogros fazem um jantar para darmos a notícia, e nem preciso
dizer que todos ficam felizes demais. Minha mãe e minha sogra choram
horrores, meus irmãos, nem falo, até Enzo chorou! Kevin, meu Deus. Quase
teve um troço junto com Wendy.
Capítulo 40
Katherine Madison

Já fazem dois meses que estou morando com Gabriel, por insistência
dele. Sei que ele tem razão estou grávida dos seus dois filhos, e nada mais
certo que morar com ele. Já trouxe todas as minhas coisas às pressas, já que o
nervosinho do meu noivo, estava no meu pé para vir o quanto antes. Ele está
ainda mais nervoso com a minha segurança. Minha barriga já está maiorzinha
e a mídia a qualquer hora vai descobrir e a notícia vai se espalhar em New
York.
Semana passada fomos à consulta para saber o sexo dos bebês,
Wendy nos acompanhou na consulta, a médica só contou para ela. Ela está
ajudando a organizar para fazer surpresa.
No fim de semana, Wendy, Samantha e Natalie fizeram um chá
revelação na casa dos pais de Gabriel, contrataram uma empresa de
decoração e fizeram uma mesa linda toda decoração em tons de rosa e azul.
Gabriel chamou algumas pessoas de sua família que moram em New York
que eu já conhecia e alguns amigos do meu pai e da minha mãe do exército
que estão por aqui. Eu e Gabriel estávamos ansiosos demais, para saber o
sexo dos bebês. Gabriel, chamou seu amigo fotógrafo, Sergio, para fotografar
o chá. Ele além de ser um ótimo profissional, é muito simpático.
Na hora de saber o sexo dos bebês, Wendy nos entregou uma bola
dourada amarrada num cordão pequeno, e nos deu uma agulha e estouramos a
bola, e foi uma surpresa enorme, pedaços de papéis metalizados rosa encheu
o local, foi uma emoção enorme, todos estavam ansiosos para saberem.
Wendy, mesmo já sabendo, também se emocionou. As avós e
Samantha, faltaram pouco soltar fogos de artifícios. Dominic conseguiu vir,
ele fez questão de estar presente.
Gabriel está empolgado demais, até comprou livros sobre gestação
para se informar e não deixar nada passar em branco, me alerta todos os dias
se estou tomando todos os meus remédios, se estou me alimentando bem...
está um amor. Ele também conversou com o arquiteto, Ethan Bittencourt, um
arquiteto renomado em New York, para fazer algumas mudanças na cobertura,
e me deu carta branca para mudar o que quiser. Mudei algumas coisas, já que
estava tudo masculino demais, e agora só vai ter um homem em casa e três
mulheres, não é? Mudei alguns móveis, alguns quadros, coisa básica mesmo,
nada demais.
Sobre o casamento... decidimos nos casar no civil daqui a alguns
meses, por enquanto. Pois, eu quero me casar com minhas meninas levando
as alianças até o altar. Gabriel não concordou no início, por isso dei a
sugestão de casarmos no civil, e quando as meninas fizerem dois anos,
fazemos a cerimônia, que será no jardim da casa dos pais dele, um lugar lindo
para um casamento ao ar livre. Ele concordou, já que essa é a minha primeira
gestação e de gêmeos, todo cuidado é pouco, com um casamento agora, eu
iria enlouquecer com todos os detalhes.
— Amor, estou morta. — Sento-me no banco do carro. Richard está
colocando todas as sacolas no porta malas.
— Está sentindo alguma coisa? — Pergunta preocupado. Sorrio.
— Não, meu amor. Apenas cansada e com muita fome. — Digo.
Gabriel sorri. Ele está tão lindo, Ele olha o relógio e me olha com aqueles
lindos olhos azuis.
— Eu não falei com Daiana se iríamos almoçar em casa. Mas
podemos almoçar em um restaurante, quer? — Me pergunta segurando minha
mão.
— Eu só quero comer, amor. — Resmungo.
— Está comendo por três agora. — Sorrimos. — Richard, vamos para
o restaurante de sempre. Preciso alimentar minha mulher e minhas filhas.
— Sim, senhor. — Ele sorri.
— Deixa de drama. — Reviro os olhos.
— Nada disso. Quero minhas filhas firmes e fortes, igual a mãe. —
Fala com cuidado. Sorrio e beijo seus lábios.
Me encosto e fico olhando a janela, o restaurante é perto, dá para
irmos a pé, mas Gabriel está me cercando com seguranças, eu o entendo, sou
sua noiva e estou grávida, um alvo fácil para pegarem. Chegamos ao
restaurante e fazemos nosso pedido. O celular de Gabriel toca, e ele pega o
celular e começa a ver.
— Olha, amor, Ethan mandou o desenho do quarto das meninas. —
Ele sorri. Sorrio e ele me entrega o celular. Realmente ficou lindo e do jeito
que queríamos.
— Ficou perfeito. — Analiso as fotos.
— Quer mudar alguma coisa? — Me pergunta.
— Não, está tudo lindo. — Sorrio.
— Tudo bem, então. Vou confirmar com ele. — Assinto e ele fala ao
telefone com o arquiteto.
Capitulo 41
Gabriel Griffin

Meses depois...

Três malditas reuniões e já estou exausto, a ponto de explodir. Não sei


se é de preocupação por Katherine a qualquer momento entrar em trabalho de
parto ou meu caso de bolas azuis. Sinceramente... eu não sei! Estou
explodindo de tanto tesão acumulado, infelizmente, Kate entrou na reta final
e não podemos vacilar, por isso decidi me afastar um pouco, mesmo com as
gritarias dela atrás de mim dizendo que quer gozar o tempo inteiro. Deus...
Como eu queria satisfazer minha mulher, mas não posso!
Estou igual um adolescente entrando na puberdade, me masturbando
para aliviar um pouco meu tesão. Tá foda! Katherine chupa meu pau
divinamente, mas não é a mesma coisa, sinto falta de sentir o calor da sua
boceta molhadinha e quente, e como ela geme gostoso para mim... Que
merda!
Estou feliz para caralho com essa gravidez, mas as últimas semanas
requer mais cuidado e por ela estar grávida de gêmeos, requer um cuidado
maior. No início, a minha princesa só faltava subir pelas paredes e eu estava
amando. Chegava do trabalho e ela me agarrava e nos levava para o quarto e
transávamos quase a noite toda. Seu apetite sexual aumentou cem por cento,
mas esse final está foda.
Entro no elevador, já tirando meu paletó e afrouxando minha gravata,
e abro os primeiros botões da minha camisa, estou morto de cansado, às
vezes acordo de madrugada para comprar algo que Katherine está com desejo
de comer, e tenho que fazer isso por ela.
O elevador abre e logo vejo minha princesa em pé de frente à enorme
janela que tem uma bela visão do Central Park. Ela está alisando sua barriga
enorme, vestida com uma blusa minha branca, um pequeno short de moletom
bem curtinho, mostrando suas pernas grossas e o cabelo loiro preso num
coque despojado no alto da cabeça.
— Como vai meus amores? — Pergunto colocando meu paletó e
gravata em cima do sofá. Ela se vira e sorri.
— Estamos bem. Está cansado? — Pergunta se aproximando.
— Muito. — Bufo. — Você nem imagina. Vou até ela e deposito um
beijo na sua testa e um beijo nos seus lábios, me abaixo e levanto a camisa e
dou vários beijos na enorme barriga.
— Papai chegou, filhas. — Acaricio sua barriga. Escuto Katherine
sorrindo e passa a mão no meu cabelo.
— Vá tomar banho, que Daiana já preparou o jantar. — Informa. Me
levanto.
— Já volto. — Beijo seus lábios.
Pego meu paletó e vou tomar um banho. Quando estou saindo do
quarto, vejo a porta do quarto das meninas aberta e com a luza acesa, sigo até
lá e me deparo com Katherine mexendo na bolsa da maternidade pela
milésima vez.
— Amor, de novo? — Pergunto sorrindo. Ela se vira e me olha.
— Só estou conferindo para não faltar nada.
— Mas já vimos umas vinte vezes, amor. — Ela sorri.
— Tenho que verificar nossas malas também. — Informa.
— Nada disso, vamos jantar. — Vou até ela e ajudo a guardar tudo e
saímos do quarto.
— Posso saber por que o senhor está sem camisa? Temos uma mulher
de fora em nossa casa. — Fala com ciúmes.
Cheguei tão cansado que esqueci de Mirela, a técnica que contratei
para ajudar Katherine, quando não estou em casa. Vou até o quarto e coloco
uma camisa e desço com ela para a sala de jantar. Encontro Mirela
conversando com Daiana que nos cumprimenta. Mirela está na casa dos
quarenta e é uma ótima pessoa, tem-se mostrado atenciosa e eficiente.
Jantamos tranquilos, Mirela me passa o relatório de Katherine do dia,
já que ela sempre diz que não teve nada demais. Conhecendo Kate, sabendo
que ela não quer me preocupar, prefiro me informar com Mirela.
Encerramos o jantar, que por sinal Katherine comeu bem pouco,
alegou que está com fastio e não está se sentindo bem. Fico logo em alerta
para qualquer coisa, já não durmo faz alguns dias, ou semanas. A médica diz
que gravidez de gêmeos nunca chega ao fim, às vezes nascem antes do
previsto. Mirela se retira e vai para seu quarto, Katherine também informa
que vai subir, pois está cansada.
— A barriga dela está linda. — Diz Daiana sorrindo.
— Ele está toda linda. — Olho-a subir as escadas.

Katherine Madison

Que saco!
Ficar em casa o dia todo, sem fazer nada, é um saco. Estou tão puta da
vida, Gabriel mais uma vez me negou sexo, e estou furiosa. Ele acha que não
sei o que ele faz no banheiro, passa quase uma hora no banho, e escuto
gemidos baixos e abafados. Inferno! Ele não me deseja mais! Levanto-me da
cama e vou até o espelho, minha barriga está enorme, carrego duas lindas
meninas, Maria Alice e Maria Eduarda, escolhemos os nomes juntos, na
verdade, queríamos colocar o primeiro nome igual e decidimos colocar
nomes que combinassem com o Maria.
Meus pés estão inchados, meus peitos estão grandes, o que me deixa
extremamente desconfortável com tudo isso. Literalmente, horrível!
Uma preguiça me consome e me intriga, odeio ficar parada! Mas
estou numa fase que consigo dormir até em pé, e isso é terrível. Kevin e
Wendy vivem rindo de mim, o que é um absurdo. O pior é que estou chorosa
e irritada ao mesmo tempo, brigo com Gabriel, grito e o que me irritada, é
que o desgraçado permanece calado. Aqueles malditos olhos azuis me
desmontam toda, e o que acontece? Choro por ter brigado com ele, e ele me
dá carinho. Mas hoje vou mudar tudo isso, ou ele me come ou vai dormir no
sofá. Está decidido. Como posso aguentar e segurar minha periquita, quando
um homem delicioso e gostoso, sai apenas de toalha do banheiro? Não tem
uma santa periquita que aguente uma coisa dessas.
Decido tomar um banho, com uma loção que pedi Wendy para
comprar e passo em todo meu corpo, deixando um cheirinho de morango, do
jeito que Gabriel gosta, visto um sutiã e uma calcinha de renda fio-dental,
isso mesmo! Estou grávida e não morta. Coloco um robe transparente para
dar um charme e me sento na cama. Olho o relógio e vejo que são sete horas.
Acordo com um barulhinho de algo caindo do chão e desperto. Me
mexo na cama e vejo que estou coberta com o edredom e nada de Gabriel ao
meu lado. Me sento na cama e vejo que estou sem a minha lingerie e visto
apenas uma camisa preta de Gabriel.
— Gabriel? — O chamo. A porta do banheiro se abre e Gabriel
aparece vestindo uma bermuda de moletom. Ele está extremamente abatido.
— Me desculpa. Te acordei? — Pergunta baixo.
— Não. Chegou agora a pouco? — Pergunto. Ele assente calado.
Pego meu celular na mesinha de cabeceira e vejo que é uma hora da
manhã.
— Gabriel, onde você estava? — Pergunto séria. Ele me olha.
— Com Enzo. — Responde.
— Fazendo o quê? Isso é hora de chegar? — Já fico logo exaltada.
Me levantando da cama e coloco as mãos no quadril.
— Amor, por favor, agora não. — Me pede calmo.
— O caralho! — Ele fica calado. — Isso não é hora de homem
comprometido chegar em casa!
— Katherine... — O interrompo.
— Está pensando que não sei, Gabriel? Você está me evitando. —
Digo e sinto uma lágrima descer do meu rosto. Estão vendo?
— Eu não estou evitando você, meu amor. — Diz fechando os olhos.
— E isso aqui é o quê? — Aponto para meu corpo. — Eu me preparei
para você. Queria ter uma noite agradável com você, e o que você faz? Tira a
minha roupa e coloca a sua? Você está me evitando sim, e quero saber o
motivo! — Bato o pé no chão e ele respira fundo.
— Estou com problemas na empresa, e não estou com cabeça para
nada. — Me olha.
queles malditos olhos! Mas hoje isso não cola, estou furiosa!
— Mentira! Você acha que eu não sei que fica se masturbando no
banheiro? — Ele arregala os olhos. — Sei muito bem o porquê das suas
demoras no banheiro, Gabriel. E isso me magoa tanto. O que foi? Não me
deseja mais? — Pergunto chorando.
— Por favor, Katherine. — Pede.
— Não me chama mais de amor. Você não me olha como antes, com
desejo. Olha para o meu corpo como se eu fosse... Ah sei lá!
Enxugo as lágrimas que rolam em meu rosto e olho para Gabriel que
permanece calado.
— Você está com outra? — Ele dá um sorriso fraco.
— Está achando que estou com outra? Fala sério! — Me olha.
— Você não me deseja mais, antes éramos pura paixão e tesão, agora
o que resta é uma grávida cheia de tesão acumulado, que o noivo faz questão
de desperdiçá-la para se masturbar no banheiro. — Digo irritada.
— Amor, eu só quero que me entenda....
— Você vai dormir no sofá! — Digo firme.
— Não entendi bem. — Franze a testa.
— Você. Vai. Dormir. No. Sofá. Fui clara? — Cruzo os braços.
— Amor... — O interrompo.
— Agora eu sou amor? — Sorrio fraca. Vou até a cama, pego seu
travesseiro e jogo em cima dele. — Pode ir dormindo no sofá. Se você não
me deseja mais, não vai dividir a cama comigo. — Digo e ele fica me
olhando calado.
Deito, me cubro e apago o abajur. Vejo Gabriel indo para o sofá
cabisbaixo e se deitando nele. O sofá é de dois lugares e bastante pequeno
para ele. Ele coloca o travesseiro no canto e tenta se acomodar. Por um
momento tenho pena e quase volto com a minha decisão, mas continuo firme
e é no sofá que ele irá dormir.
— Eu ainda amo você. — Diz baixo.

Gabriel Griffin

— Eu não acredito que você está dormindo no sofá! — Enzo


gargalha. Fuzilo-o com o olhar e ele não para de rir.
— Fica rindo, que sua hora vai chegar. — Digo sério.
— Cara, é impossível não rir com sua situação drástica. Faz quanto
tempo isso? — Pergunta tentando não sorrir.
— Uma semana. — Bufo.
— Caralho. Naquele pequeno sofá no quarto de vocês? — Pergunta.
— Exatamente. Só estou dormindo lá, caso ela precise de mim de
madrugada. — Digo. Enzo sorri.
— Kate tá braba hein. — Sorri.
— Você não faz ideia. Ela cismou que tenho outra mulher. — Digo
indignado. — Porra, eu amo aquela mulher, nunca iria traí-la.
— Sei disso. — Afirma Enzo.
— Você não sabe o que estou passando. Estou sofrendo de bolas
azuis, você tem noção? Bater punheta não alivia o que sinto quando olho para
ela. E porra... infelizmente, eu não posso. A qualquer momento ela pode
entrar em trabalho de parto. — Ele assente. — Tento chegar tarde todos os
dias, para não a encontrar preparada para uma noite de sexo. Eu não quero
machucá-la. Esse mês é arriscado... Cara, me ajuda! — Estou desesperado.
— Kate é cabeça dura. — Informa.
— No início da semana tive tanta pena dela. Ela estava me esperando
com uma lingerie sexy, mas estava adormecida. Cheguei em casa já era uma
da manhã. Tive que trocar a roupa dela por uma mais confortável, e merda...
Tive que ir para o banheiro bater uma punheta, e menti descaradamente que
estava com você, só que fiquei no hall do prédio fazendo hora, até ter certeza
que ela iria estar dormindo. — Passo as mãos no cabelo.
— Nossa, que situação. — Ele diz. Olho meu relógio e vejo que são
onze horas.
— Preciso ir. Não gosto de deixá-la sozinha no quarto. — Me levanto.
— Você está estranho. — Me olha.
— Apenas cansado. — Digo. Me despeço e saio do seu apartamento
indo para o meu.
Ao chegar na minha cobertura, tudo está tranquilo e calmo. Subo as
escadas e vou direto para meu quarto, abro a porta devagar e vejo Kate
sentada assistindo algo na tv, ela rapidamente me olha e vira o rosto. Ela
continua com raiva de mim.
Fecho a porta devagar e vou até ela e deposito um beijo em sua testa e
sigo para o banheiro. Tomo um banho demorado para tentar relaxar. Visto
uma bermuda de moletom e saio do banheiro, Kate já está deitada, agarrada a
um travesseiro. Pego meu travesseiro em cima da cama e digo no seu ouvido
que a amo e vou para o sofá.
No meio da noite acordo, e nem sei o motivo, viro o rosto e vejo Kate
se levantando da cama devagar, calçando o chinelo e indo para o banheiro.
Acompanho seu movimento e ela fecha a porta do banheiro. Fecho os olhos e
respiro fundo.
— Gabriel? — Escuto-a me chamando.
Me sento rapidamente no sofá e a escuto me chamar mais uma vez.
Levanto-me às pressas e abro a porta, Kate está de pé olhando para o chão.
— O que foi, amor? — Pergunto preocupado. Ela me olha e vejo
desespero em seus olhos.
— A bolsa estourou.
Ah merda!
Capítulo 42
Enzo Griffin
Bônus
Acordo de madrugada com uma angústia me consumindo, já estava
sentindo antes de dormir, mas não contei a ninguém. É uma sensação
estranha de que algo está acontecendo. Olho para o lado e vejo Wendy
dormindo tranquilamente em meus braços, com seu braço em minha barriga e
sua perna em volta da minha. Essa mulher é linda demais.
Tivemos uma rodada de sexo quente e maravilhoso, depois fizemos
um amor gostosinho e delicioso, lento e cheio de carícias. Wendy se tornou
meu mundo, e não vivo sem ela. Lembro-me das mulheres que pegava e
agora vejo o quão eu era infeliz, por não ter alguém ao meu lado, a maioria só
me queria por meu dinheiro, nada além disso. Transava com uma mulher
diferente quase todos os dias, e isso me deixava satisfeito, mas agora vejo o
quanto era solitário.
Wendy apareceu e mudou minha vida. No início foi difícil, pois não
sabia que já estava apaixonado por ela, e mesmo assim, ficava com outras
pessoas, e ela não aceitou. Não namorávamos, apenas transávamos
casualmente, mas não era só sexo, temos uma química diferente e sabíamos
disso. Mas eu fazia merda e ela se afastava de mim. Uma certa noite, na
boate, estávamos bêbados e acabamos transando no meu apartamento. O que
era estranho, nunca tinha trazido nenhuma mulher para cá, mas eu quis trazê-
la.
Começamos a ficar novamente e o que sentia por ela, aumentou cada
vez mais. Até que um dia, em seu apartamento, ela assumiu estar apaixonada.
Mesmo sem esperar aquela declaração, foi o que precisava para tomar
coragem e assumir meus sentimentos. Resolvemos arriscar, e tentar um
relacionamento sério.
Agora, estamos noivos e Wendy quer que nos casamos quando as
gêmeas de Kate e Gabriel, estiverem com três meses, já que Kate também
será nossa madrinha juto com Gabriel. É um bom tempo para Kate se adaptar
à maternidade e passar aquela fase mais difícil das primeiras semanas. Todo o
casamento está sendo organizado por ela, minha única responsabilidade, é
arcar com as despesas. Ela está bem empolgada com tudo, vive atarefada. Sai
do trabalho e vai com Suzy e Natalie resolver as coisas do casamento, já que
Kate não pode estar saindo de casa. Mas Wendy não deixa sua irmã de fora,
tudo que tem de informação do casamento, Wendy vai até a cobertura de
Kate e Gabriel, para Kate também ajudar a decidir.
Todo o casamento e a festa serão no jardim da casa dos meus pais em
Hamptons, meus pais fizeram questão de oferecer o espaço. Nossa primeira
noite de casados passaremos lá, e no dia seguinte, vamos para Jericoacoara,
no Brasil, passar duas semanas. Não vejo a hora de estarmos casados. Wendy
sempre vem pra cá, como essa noite, mas ela continua morando com os pais.
Pedi para vir morar aqui, mas ela não aceitou. Kate fez a mesma coisa com
meu irmão, mas tiveram uma surpresa no caminho, as gêmeas. Gabriel é
muito preocupado com sua noiva, e depois que descobrimos que o tal
Fabrício foi solto, ele está paranoico.
Lucas informou que ele conseguiu sair por bom comportamento. Com
isso Gabriel aumentou a segurança dela. Tem até alguns seguranças
fantasmas que Kate não sabe, e fiquei surpreso por ela ter aceitado mais
segurança. Gabriel foi sincero e contou tudo sobre Lucas e que estávamos
acompanhando os movimentos de Fabrício, no início ela ficou magoada, mas
depois entendeu que era pelo seu bem, nos perdoou e aceitou os seguranças.
O que deixou Gabriel extremamente aliviado, já que ele se sente sufocado por
mentir para ela e esconder coisas. Ele se mantém sério com Lucas, comigo e
Kevin, mas sei que no fundo ele fica angustiado por mentir para ela. Eu fico
muito feliz por Gabriel ter encontrado Kate, ele é uma mulher incrível, mil
vezes melhor do que sua ex-noiva, aquela insuportável. Kate é o oposto dela,
é linda, feliz, cativa as pessoas sem se esforçar, é espontânea... e várias outras
qualidades.
Lembro-me como se fosse hoje, do dia que ela quase foi estuprada por
Pedro, Gabriel veio de Seattle para cá no mesmo instante, e ele chegou
devastado. Vi meu irmão perder o chão com tudo que aconteceu, ele ficou
fora de si quando avistou Pedro na delegacia, queria de qualquer forma entrar
na cela e bater nele. Até brigou com os policiais, mas como conheço o
delegado, ele aliviou a barra. Gabriel só se controlou, quando disse que Kate
precisava dele.
Quando meu irmão descobriu que minha cunhada estava grávida, foi
uma festa só, nunca vi um homem como Gabriel; decidido e forte, chorar
igual uma criança. Ele só faltou gritar para New York inteira que ia ser pai,
Mas, o alvoroço mesmo, foi quando a imprensa soube da gravidez da Kate, e
eles não tiveram paz. Enfim, tudo está certo e no seu devido lugar.
Sinto Wendy se mexendo e ela me olha.
— Sem sono, querida? — Pergunto mexendo em seus cabelos.
— Insônia. Mas estou sentindo uma angústia, desde ontem, na
verdade. — Diz baixo.
— Também estou sentindo isso. — Respiro fundo. Wendy sai dos
meus braços, se senta na cama e me olha.
— Ontem falei com Kate, mas ela disse que estava tudo bem. Mas
estou preocupada com ela. — Explica. Aliso seu braço e ela sorri fraco.
— Se for qualquer coisa... — Sou interrompido por meu celular.
Olho o visor e vejo nome de Gabriel na tela, rapidamente atendo já
preocupado.
— O que houve, Gabriel? — Pergunto apressado
— Ah, graças a Deus que atendeu rápido. Irmão, convoque todos
para o hospital. Katherine entrou em trabalho de parto. — Diz apressado.
— Caralho. — Digo.
Pelo visto Wendy escutou, já que Gabriel praticamente gritou no
telefone. Ela pula da cama e corre para o closet.
— Irmão, preciso de você. Sinceramente não sei o que fazer. Estou
dirigindo que nem louco, doido para chegar no hospital.
Escuto os gritos de Katherine no carro
— Calma, irmão. Estamos saindo já, vou ligar para o pessoal.
— Vai logo, cara.
— Calma. Já estou indo. — Desligo o telefone e rapidamente nos
arrumamos enquanto ligamos para toda família, para avisar. Já encontro Sam
pronta na sala, falando com Kevin no telefone.
— Vamos. — Digo descendo as escadas.
Praticamente corremos para o carro para não perdermos tempo. Dirijo
que nem louco ultrapassando todos os sinais buzinando. Rapidamente
chegamos no hospital e procuramos por Gabriel. Logo o encontramos, ainda
com roupa de dormir, calça de moletom e uma camisa andando de um lado
para o outro passando as mãos no cabelo.
— Gabriel? — O chamo. Ele se vira, vêm em nossa direção e me
abraça forte.
— Calma, irmão. Ela vai ficar bem. — O tranquilizo. Ele abraça
Wendy e Samantha.
— Onde ela está? — Pergunta Wendy.
— O médico a levou para prepará-la e assim que tiver pronta eles vão
me chamar.
De repente Kevin chega gritando pelo hospital atrás da irmã junto
com os pais. Mary está chorando e Gustavo até a tranquilizando. Kevin está
doido, não enxerga ninguém.
Oh, família viu... Amo demais.
— Onde está minha irmã? — Ele grita com uma enfermeira. Sorrio e
o chamo. Quando me vê, vem correndo com os pais. Gabriel diz que Mirela,
a moça que está acompanhando Kate nos últimos meses, está na sala com
Katherine, ajudando-a com os médicos, já que ela é enfermeira. A doutora
que acompanhou o pré-natal da minha cunhada chega e cumprimenta todos às
pressas e diz que daqui a pouco irá chamar Gabriel.
Uma hora se passa e Gabriel está ainda mais nervoso. Estão fazendo o
possível para Katherine ter um parto tranquilo e normal. Do corredor,
escutamos seus gritos. Gabriel entra na sala quando ela chama por ele, mas
logo volta com o rabo entre as pernas, ela está nervosa demais e manda-o
sair, pois não está com paciência para ouvir Gabriel tentando deixá-la calma.
Meu celular toca.
— Alô?
— Filho, já estamos perto, como está minha nora? — Minha mãe
pergunta.
— Ainda não colocou suas netas no mundo. A médica disse que ela
ainda não está com dilatação suficiente para as gêmeas passarem.
— Meu Deus! Deve estar sofrendo muito.
— Com certeza, mãe. Gabriel está tentando tranquilizá-la, mas ela
coloca-o para fora.
— É assim mesmo. Chegamos em trinta minutos.
— Beijos.
Estamos exaustos, com essa tensão e o desespero de Kate na sala e
Gabriel aqui fora. Meus pais chegam e Gabriel começa a chorar de novo. Oh
homem chorão!
Caminhamos para perto de onde minha cunhada está e de repente a
médica de Katherine aparece.
— Vamos, Gabriel? Suas filhas vão nascer. — Ela o chama, com um
sorriso.
Gabriel sorri e sai disparado sem se despedir de ninguém de tão
nervoso que está. E aqui ficamos aguardamos a notícia das minhas sobrinhas
e minha cunhada.
Capítulo 43
Gabriel Griffin

— Vamos, Katherine. — Pede a médica.


— Não aguento mais. — Minha mulher chora. Ela está deitada, com
cara de exausta. Katherine chora demais, o que me deixa angustiado, sei o
quanto está se esforçando para colocar nossas filhas no mundo.
— Vai amor, você consegue. — A incentivo. Beijo sua testa suada e
ela segura forte minha mão.
— Está doendo. — Ela chora.
— A cabeça já está fora, só mais um pouco. — A médica pede.
Katherine me olha e seguro sua mão. Ela chora e faz força.
— AAAAHHH. — Então, escutamos o chorinho de um bebê, sorrio
para ela que sorri e chora ao mesmo tempo.
— A primeira já está no mundo. — A médica diz e a coloca em meus
braços. Tão linda, igual a mãe. Levo a primeira para Katherine que segura e
chora quando vê a filha nos braços, beija sua cabeça mesmo suja de sangue e
secreção, é um momento tão especial, que retiro o celular do meu bolso e
registro.
Uma enfermeira pega a criança dos seus braços, para fazer os
primeiros procedimentos necessários, e volto minha atenção para minha
noiva que ainda sofre para nossa outra filha nascer. A médica a incentiva,
enquanto fico perto dela a ajudando. Ela volta a chorar e a gritar, e fico
angustiado por não poder fazer nada. Sinto lágrimas em meus olhos de
felicidade por minha mulher estar se esforçando para colocar nossas filhas no
mundo. Não gosto de vê-la sofrer, mas é por uma boa causa. Com um grito
maior e choro alto, nossa segunda filha nasce e vejo o alívio inundar seu
rosto.
Choramos juntos de felicidade. Beijo seu rosto e agradeço pela dádiva
de ser pai de duas lindas meninas. Minutos depois saio da sala de parto e vou
para o corredor encontrar minha família e amigos.
— Nasceram! — Digo e em seguida choro de felicidade. É uma
felicidade que não cabe dentro de mim!
— Elas são lindas. — Suzy olha minhas princesas.
Maria Alice e Maria Eduarda são lindas. Maria Alice tem covinhas
nas duas bochechas, e Maria Eduarda não tem. São lindas! Elas se parecem
com a minha mulher.
— Nossas netas são lindas. — Minha sogra diz, e minha mãe
concorda.
As duas não param de babar nas netas. Meu pai está todo orgulhoso
de me ver construir minha família com a mulher que amo. De repente,
Dominic chega com dois balões rosas e dois ursinhos, me abraça e me dá os
parabéns e vai falar com Katherine que está deitada na cama do hospital
ainda um pouco fraca. Pega minhas meninas e fica babando, junto de Natalie.
— E o nervosismo? — Pergunta meu pai.
Estamos sentados no corredor enquanto as meninas estão com
Katherine no quarto conversando. Kevin, Dom e Enzo foram pegar algo para
comermos, e minha mãe e os pais de Katherine foram para minha cobertura
preparar o jantar, Mirela foi junto para organizar o quarto para receber
minhas filhas.
— Já passou. Agora é uma sensação de alívio ter minhas meninas
comigo. — Digo com um sorriso.
— Fico feliz, meu filho. Elas são lindas, iguais a mãe. Elas não
puxaram nada de você. — Ele sorri.
— É justo, não é? — Sorrimos.
Conversamos mais um pouco, e já de noite a médica libera Katherine
para ir para casa, e diz os cuidados que devemos tomar. Arrumo as malas e
vamos para casa.

Katherine Madison

Aqui estou eu, amamentando Maria Eduarda e Maria Alice está


dormindo no carrinho tranquilamente. Mirela ainda continua em casa comigo,
enquanto Gabriel trabalha. Eu e Gabriel decidimos contratar Mirela como
babá das crianças. Ela me ajuda com as meninas, fora minha mãe e minha
sogra que estão sempre presentes também.
No primeiro banhinho das meninas, Gabriel ficou emocionado e eu
também. Daiana baba o tempo todo as meninas, às vezes fica tão entretida
que acaba esquecendo seus afazeres, o que não me importo nem um pouco. É
muito bom ter pessoas carinhosas ao nosso redor. Nossas gêmeas são lindas!
Caprichamos, não é?
Hoje estou pensando em fazer uma surpresa para Gabriel, afinal, meu
resguardo acabou e terei minha resposta, se ele continua me desejando ou
não. Wendy comprou umas coisas para mim na Victoria's Secret. Escuto o
barulho do elevador e olho, Richard e Oliver entrarem vestidos em seus
ternos, como sempre.
— Como vai a mamãe do ano? — Pergunta Oliver com um sorriso.
— Ótima. — Sorri.
— E as meninas? — Pergunta Richard se aproximando, para ver
Maria Alice dormindo no carrinho.
— Estão ótimas. Maria Alice já comeu e agora Maria Eduarda está
comendo. — Digo.
— Sinto uma saudade quando meu garoto era assim. — Richard fala
pensativo.
— É bom, não é? — Pergunta Oliver.
Oliver e Suzy, estão naquele, pega mais não se apega. Ela veio morar
em New York, e adivinha quem foi buscar ela no aeroporto? O próprio
Oliver! Vejo o quanto os dois se gostam, mas Oliver não dá o braço a torcer.
— O que foi, Oliver? Quer ter um com Suzy? — Pergunto
esperançosa. Ele me olha e fica nervoso.
— E-eu? Não! — Bufa. Olho para Richard que sorri para mim já
entendendo tudo.
— Bom, viemos perguntar se precisa de alguma coisa. — Oliver me
olha.
— Por enquanto, não preciso de nada. Mas obrigada. — Agradeço.
Eles assentem e se retiram. Termino de amamentar Maria Eduarda e a
coloco no carrinho ao lado de Maria Alice. Daiana chega com uma tigela de
louça com uma sopa maravilhosa, que só ela sabe fazer.
— Obrigada, Daiana. — Agradeço com um sorriso.
— De nada, querida. Como elas estão? — Pergunta se sentando ao
meu lado.
— Estão bem. — Coloco uma colher de sopa na boca. — Acabei de
amamentá-las.
— E Mirela? — Pergunta.
— Deve estar tomando banho. Já está tarde, daqui a pouco ela se
retira para dormir. — Informo.
— Certo. Qualquer coisa me chame. — Avisa. Agradeço e volto a
tomar minha sopa. O elevador apita, e um homem maravilhoso aparece na
sala, com seu terno impecável e um largo sorriso nos lábios.
— Meu amor. — Vem em minha direção, beija meus lábios e em
seguida a testa.
— Boa noite. — Sorrio. Ele vai até as nossas filhas e depois dá um
beijo em cada uma delas e se senta ao meu lado.
— Como foi o dia? —Pergunta tirando a gravata.
— Não estão tão entediantes. Agora tenho elas para passar o tempo.
— Sorrio.
— Elas se alimentaram bem? — Me olha.
— Sim. Acabei de amamentá-las. — Informo. Continuo tomando
minha sopa
— E você? — Pergunta.
— Se eu comi bem? — Pergunto.
— Sim.
— Ah sim, preciso me alimentar para ter bastante leite para essas
mocinhas.
— Certo, faz muito bem! — Beija minhas mãos.
— Uhum. — Sorrio.
— Vou tomar um banho rápido para pegá-las. — Avisa.
— Tá bem. — Assinto.
Ele se levanta e vai para nosso quarto. Finalizo minha sopa, e decido
ligar para minha mãe.
— Oi, querida. Como vai?
— Oi, mãe. Vou bem e a senhora?
— Estou ótima, filha. Como estão minhas netas?
— Comendo bastante. — Sorrimos.
— É bom elas comerem, assim crescem rápido e ficam fortes. E o
Gabriel?
— Ele acabou de chegar.
— Como vocês estão?
— Estamos bem. — Minto. Não quero que ninguém saiba que não
estamos dormindo juntos.
— Entendo. Podemos ir amanhã na sua casa? Já estou com saudades
delas e de vocês.
Vejo Gabriel descendo as escadas, de banho tomado.
— Pode vir a hora que quiser, mãe.
Gabriel vai até o carrinho e pega Maria Alice no colo e se senta no
sofá.
— Certo. Nos falamos amanhã então.
— Beijos. Te amo, mãe.
— Também te amo, querida. — Desligo o telefone
— Como foi a conversa com sua mãe? — Pergunta olhando nossa
filha.
— Tranquila. Ela quer vir amanhã com o papai. — Assente.
Ele fica um tempinho com Maria Alice e depois pega Maria Eduarda
e conversamos coisas aleatórias. Daiana trás o jantar de Gabriel e ele come na
sala mesmo. Ele é muito presente e se preocupa com tudo. Fica pedindo fotos
das meninas o tempo todo quando está no trabalho, liga para saber como
estamos e se preciso de alguma coisa. Ele não quer perder nada.
Depois de jantarmos, levamos nossas filhas para o quarto e as
colocamos no berço, Gabriel pega a babá eletrônica e saímos. Ao chegarmos
no quarto vou direto para o banheiro tomar um banho rápido e me depilo, já
ansiosa. Passo uma loção diferente no corpo, visto uma lingerie sexy, solto
meus cabelos, borrifo perfume e calço meu Louboutin vermelho.
Saio do closet e vejo que Gabriel está ajeitando seu lugar no sofá, ele
sente minha presença e me olha. Quando me olha, paralisa e engole em seco.
Capitulo 44
Gabriel Griffin

Ah, porra!
Minha mulher está parada na minha frente, toda sexy e pronta para
uma noite de prazer. Meu pau dá logo sinal de vida dentro da cueca e engulo
em seco. Katherine consegue ser ainda mais linda do que antes, parece que a
gravidez fez muito bem a ela. Ela está com uma lingerie linda, preta com
detalhes de renda e cheia de transparências. Seus lindos cabelos loiros soltos
em forma de cascatas, suas unhas pintadas de vermelho sangue, do jeito que
ela gosta. E a boca... pintada de vermelho. Do jeito que eu gosto, ela sabe que
eu gosto.
Como a desejei esses meses... Ela nem imagina o quanto a desejei.
Sofri demais sem o seu calor, sem seus gemidos, sem seus toques, e sua
unhas arranhando minha pele enquanto sente prazer. Ela está me olhando de
um jeito que parece que vai me devorar a qualquer momento. Me olha de
cima a baixo, e para em meu pau, que está sufocado e duro dentro da cueca.
— Você ainda me deseja? — Pergunta baixo.
Eu a olho de cima a baixo, noto as mudanças de seu corpo. Ela ainda
está voltando ao seu corpo normal, mas isso não me importa, está ainda mais
gostosa. Eu a amo do jeito que ela é. E se ela está diferente e com marcas no
corpo, fico feliz, que tenha sido por nossas meninas.
— Não sei o motivo da sua pergunta, se a resposta está bem evidente.
— Aponto para meu pau duro. Ela me olha intensamente.
— Você não me procura mais, na gravidez chegava sempre tarde.
Naquela noite, me preparei para você, e você não fez nada. — Fala um pouco
triste. Vou andando até ela e seguro sua cintura, e a olho nos olhos.
— Amor, eu não te procurei, porque você estava no final da gravidez
e não poderíamos abusar. Era arriscado, querida. Saiba que nunca existiu
outra mulher em minha vida, nem por uma noite,
—Achei que você estava com outra. — Ela me olha.
— Dei motivos para você achar isso. Mas nunca lhe traí, de forma
alguma. Fui sincero e continuo sendo com você, jamais mentiria. — Seus
olhos brilham. — Eu amo você. E porra... como eu te amo. Sofri esses meses
sem ter o calor do seu corpo, do seu toque, do seu cheiro em mim... tudo.
Mas não podia fazer nada com você, queria cuidar de você, então me aliviava
no banheiro, pensando em você. Exclusivamente em você. — Explico.
— Estou diferente, Gabriel. Não estou como antes, meu corpo mudou.
— Murmura. Seguro seu rosto
— Katherine, eu amo você. Independentemente de como seu corpo
esteja, não me importa. Vou sentir tesão com você da mesma forma. Não
pense em nenhum momento que meu amor por você vai mudar. Para falar
verdade mudou. — Ela me olha tensa. — Eu te amo mais do que consigo
imaginar. — Ela sorri. — Você gerou nossas duas filhas, cuidou delas dentro
de você, mudou toda sua rotina do dia a dia, sofreu para caralho no parto e
isso fez com que eu a ame ainda mais, Katherine. Não se preocupe com as
mudanças em seu corpo, o que vale é seu sentimento por mim.
— Eu te amo, Gabriel. — Se declara e começamos a nos beijar.
Nossa noite é repleta de muito sexo. Como senti falta dela, de nossos
corpos suados e quentes pela excitação. Ouvir Katherine me chamando várias
vezes enquanto goza é excitante demais. Sinto minha pele ardendo, enquanto
ela me arranha com suas unhas, e isso me excita pra caralho. Seu rosto
corado enquanto goza, suas paredes internas prendendo meu pau
divinamente, me levando à loucura. Já são quase cinco horas da manhã e
ainda não conseguimos parar.
— Isso amor... Mete gostoso! — Ela pede ofegante.
Katherine está de quatro com sua bunda para cima enquanto meto
minha rola forte e duro dentro dela. Dou um tapa na sua bunda.
— Como senti falta disso. — Digo ofegante. Meto forte na boceta da
minha mulher, que geme enlouquecida de tantos orgasmos que teve essa
noite. Pego seu cabelo e enrolo em meus dedos e puxo-os fazendo com que
ela empine mais sua bunda gostosa.
— Amor... eu não aguento mais. — Implora.
— Aguenta sim! — Rosno.
Saio de dentro dela e a coloco deitada na cama, abro suas pernas e
meto meu pau nela. Katherine revira os olhos e crava as unhas em meus
braços, fecho os olhos rosnando. Essa mulher me mata de tesão, me
enlouquece. Desço minha mão e toco seu clitóris fazendo-a gemer alto e se
contorcer me chamando.
— Vamos, amor. Goze para mim. — Peço ofegante.
Continuo metendo firme e duro dentro dela do jeito que ela gosta,
Katherine revira os olhos e começa a se contorcer debaixo de mim, sinto sua
boceta se contrair e prender meu pau, mas ela faz um movimento involuntário
e me afasto, saindo de dentro dela. E quando saio, ela tem uma ejaculação
feminina. Um absurdo de linda! Jorra três jatos de seu líquido em cima de
mim enquanto se contorce na cama gritando e chorando ao mesmo tempo.
Minha nossa.
Que coisa absurdamente linda! Me masturbo vendo-a ter prazer e
rosno quando jatos de sêmen mela sua boceta. Fecho os olhos sentindo o
prazer que me consome e quando abro os olhos Katherine está de olhos
fechados e a respiração ofegante.
— Amor? — A chamo.
— Hum? — Murmura sem abrir os olhos.
— Consegue outra rodada? — Pergunto ofegante, com um sorriso.
Ela ergue a mão e nega com o indicador. A coitada não aguenta falar.
Sorrio e me deito ao seu lado, não falamos nada, apenas tentando acalmar
nossas respirações. Kate dorme quase que instantaneamente, e logo, também
sou vencido pelo cansaço.

Katherine Madison

Hoje é um grande dia. O casamento de Enzo e Wendy. Se estou feliz?


Demais!
Eu sou madrinha com Gabriel, Natalie com Dominic, Kevin com
Samantha e claro Oliver com Suzy. Se amei essa ideia? Claro que amei!
Mirela teve que vir, para ficar com as bebês enquanto me arrumo com as
meninas, e Gabriel com os meninos. Meus pais já estão se organizando, meus
sogros já estão prontos e acertando os últimos detalhes com a cerimonialista.
Tem um buffet enorme com comidas deliciosas e bebidas diversas. Eu no
momento estou na água e no suco, mas tive uma conversa séria com Gabriel e
disse que ele poderia beber, que não precisa ficar me acompanhando na água
e no suco, é o casamento do seu irmão, tem que aproveitar! Eu aproveito com
meus amores, e com minha família ao redor, não faço questão de beber. Ele
tentou argumentar que queria ficar ao meu lado, mas praticamente briguei
com ele para concordar comigo. Por livre e espontânea pressão, ele aceitou.
Já faz alguns minutos que amamentei minhas princesas e estou no quarto com
as meninas. Tem três cabeleireiros e maquiadores disponíveis para nós.
Wendy desde cedo está relaxando. Os vestidos das madrinhas são todos
iguais, muda apenas a cor, todos em tons pastéis. O meu é amarelo, o de
Natalie é azul, Samantha é roxo, e Suzy é rosa. São lindos, foram feitos sob
medidas. Os padrinhos vão vestidos com ternos de três peças, e a gravata é de
acordo com seu par.
Depois de pronta, me despeço das meninas e vou atrás das minhas
crias. Logo vejo Mirela com elas no carrinho.
— Como elas estão? — Pergunto me aproximando.
— Estavam chorando, mas o senhor Griffin já passou por aqui e elas
pararam de chorar. — Explica com um sorriso.
— Pelo amor de Deus, Mirela. Sem senhor Griffin, apenas Gabriel. —
Gabriel diz se aproximando.
— Me desculpe. — Fala envergonhada. Ele sorri e me olha de cima a
baixo.
— Você está linda, meu amor. — Me elogia.
Gabriel está divino com seu terno. Cabelo levemente penteados para
trás, a barba bem ralinha e feita, um cheiro de homem cheiroso, meu Deus.
— Você está um gato. — Pisco o olho.
Ele sorri e me dá um beijo casto demorado.
— Já amamentou? — Me pergunta.
— Sim. Antes de me arrumar. Mas também tirei um pouco e deixei na
mamadeira, caso elas sintam fome durante a cerimônia. — Informo.
— Tudo bem. Vou falar com Enzo. Ele está nervoso demais. —
Avisa.
— Te vejo daqui a pouco. — Beijo seus lábios.
Ele se despede de Mirela e vai procurar Enzo. Falo com Mirela
avisando que vou verificar com a cerimonialista o que falta e ela assente.
Ando pelo gramado e encontro Elizabeth falando pelo fone de ouvido com
alguém, enquanto mexe em seu iPad.
— Como estão as coisas, Elizabeth? — Pergunto.
— Está tudo sob controle, Katherine. — Afirma com um sorriso.
— As bebidas e comidas? — Olho a movimentação.
— Já estão prontos para começarem a ser servidos. — Informa.
— Tudo bem. E o padre? Já comeu e bebeu alguma coisa? — Olho ao
redor.
— Sim. — Assente.
— Tudo bem. Obrigada. — Agradeço.
Ando entre os convidados, e me deparo com alguns colegas da época
da faculdade, fazia tempo que não os encontrava. Vejo também a esposa e
filho de Richard e alguns conhecidos, e vou cumprimentá-los. No caminho
cumprimentei Ethan Bittencourt, o arquiteto que projetou o quarto das
meninas, e sua esposa, Luna. Cumprimento os tios de Gabriel, e seu primo
Peter.
Me afasto e logo vejo Gabriel parado me olhando sério. Caminho até
ele.
— Por que Peter te abraçou? — Me fuzila com o olhar.
— Deixa de ciúme. Apenas estava falando com Lily e Sebastian, e ele
veio falar comigo, não podia fazer uma cena no meio dos convidados. —
Explico.
— Não gosto dele com as mãos em você. — Sua voz alivia.
— Eu sei, meu amor. — Passo meus braços em seu pescoço. — Mas
precisei cumprimentá-lo, em breve serei da família.
— Você é da família. — Corrige.
— Ok. Mais um motivo para eu falar com ele. Tente relaxar, ele não
vai tentar nada. — Digo. Ele suspira e assente.
— Amo você. — Me olha.
— Também amo você. — Beijo seus lábios.
Meu pai está muito nervoso por ser quem irá levá-la para o altar. A
cerimonialista nos chama para organizar a nossa entrada. A cerimônia vai
começar. Wendy já está pronta e Enzo também. Enzo entra com Sophia ao
seu lado, muito emocionada. Enzo está muito bonito, e também emocionado.
Os padrinhos entram e nos posicionamos nas laterais do altar. Enzo está
muito nervoso, suando, e engolindo em seco diversas vezes.
Minutos depois Wendy e meu pai aparecem no jardim. Wendy está
completamente linda. Ela escolheu um vestido simples, mas com muito
significado. Sua pele morena destaca em seu vestido branco. Choro a
cerimônia toda, muito emocionada com minha irmã casando. A cerimônia é
linda e emocionante. Digna de filme.
Depois de toda aquela história de fotos dos padrinhos com os noivos,
a festa começa a rolar tranquilamente. Enquanto estou amamentando Maria
Eduarda, Gabriel se aproxima e se senta ao meu lado.
— Cansada, meu amor? — Pergunta.
— Morta. Mas ainda consigo dançar. — Digo e ele sorri.
— Maria Alice nem está agitada hoje, não é? — Olha nossa filha.
— Está bem quietinha, mesmo com toda essa bagunça. — Sorrio.
— É Maria Eduarda que está agitada. — Me olha.
— Demais. — Suspiro.
— Deixe-as um pouco com Mirela e vá aproveitar a festa. — Segura
minha mão.
— Uhum — Sorrio. Wendy chega junto com Enzo e sorri para nós.
— Será que podemos tirar uma foto com meu irmão, minha cunhada e
minhas sobrinhas? — Pergunta Enzo sorrindo.
— Claro. — Sorrio.
Voltamos para a festa e dançamos muito. Wendy tem uma surpresa na
hora de jogar o buquê, e estou a ansiosa para ver, ela não contou a ninguém,
nem a mim essa rapariga da zona.
Ela grita chamando as mulheres para pegar o buquê, e vejo que ela
segura dois buquês nas mãos, o que fico sem entender. Estou ao lado de
Gabriel, ela conta e faz menção de jogar o buquê, mas não joga. Se vira e vai
até Natalie e Samantha que estão lado a lado, e entrega um buquê a cada uma,
e quando a gente menos espera, Kevin se ajoelha de frente a Samantha e
Dominic faz o mesmo para Natalie, e as pedem em casamento na frente de
todas.
Aí, chorei horrores.
Capítulo 45
Katherine Madison

Quatro meses depois...


Saio do trabalho e vou direto para a padaria perto da cobertura
comprar algumas coisas. Richard fica no carro em frente à padaria me
esperando, enquanto compro o necessário. Pego algumas rosquinhas que
Gabriel gosta no café da manhã, uma garrafa de leite quando sinto a presença
de alguém.
— Kate? — Alguém me chama.
Quando me viro me deparo com um amigo do passado.
— Chupeta? — Sorrio. Ele sorri e me abraça.
— Quanto tempo. — Digo surpresa.
— Pois é. — Engole em seco. — Como está? Soube que estava
grávida.
— Sim. Tive gêmeas, são lindas. — Sorri.
— Com o Gabriel Griffin, não é? — Pergunta.
— Sim. — Assinto.
— Onde está morando? — Pergunta.
— Nesse edifício aqui do lado, na cobertura. Você poderia aparecer e
nos fazer uma visita para ver minhas meninas. — Sugiro.
— Ótima ideia. — Ele sorri. — Onde está trabalhando?
— Na Griffin Magazine. — Digo.
— Que legal. Você sempre falou que queria fazer moda e trabalhar
numa editora de revista. — Coloca as mãos no bolso.
— Sim. Sempre quis. — Sorrio e ele assente.
— Preciso ir. Que tal marcamos um almoço qualquer dia desses? Faz
tempo que a gente não se vê. — Sugere.
— Claro. Pode ser. — Sorri.
— Me dá seu número, assim nos falamos para combinar. — Pede.
Assinto, tiro meu telefone da bolsa, destravo e entrego para ele gravar
seu número. Chega minha vez de ser atendida no caixa e ela faz a soma das
minhas compra. Pago e pego as sacolas.
— Aqui. — Chupeta me entrega o telefone.
— Eu nunca te perguntei seu nome. — Digo.
— Felipe. — Me olha.
— Então não preciso te chamar mais de chupeta, não é? — Sorrio.
— Não. — Ele sorri.
— Preciso ir. Minhas filhas e meu noivo estão me esperando. — Ele
assente.
— Até logo, Katherine. — Me olha.
Me despeço dele e sigo para o carro. Assim que entro na cobertura,
vejo Gabriel brincando com nossas filhas que estão sentadas no sofá, suas
risadas, são músicas para meus ouvidos. Gabriel me olha e sorri.
— Estava preocupado. Demorou para chegar, e não me atendia. Tive
que falar com Richard. — Informa.
— Desculpa, amor. Passei na padaria aqui do lado para comprar suas
rosquinhas, e algumas coisas para o café da manhã. — Explico.
— Obrigado. Mas, por favor, me avise. Você sabe que me preocupo.
— Pede.
— Tudo bem. só demorei um pouco mais, pois acabei reencontrando
um amigo da Califórnia, e ficamos conversando um pouco. — Digo. Ele me
olha rapidamente e fica tenso.
— Quem é ele? — Pergunta.
— Felipe. Um amigo de muito tempo. Encontrei na padaria. Ele me
convidou para um almoço e chamei ele para um dia vir aqui te conhecer e
conhecer as meninas. — Aviso.
— Ele é de confiança? — Pergunta preocupado.
— Sim, amor. — Explico. Ele suspira.
— Tudo bem. — Assente.
Me sento no chão ao lado dele e fico brincando e conversando com
nossas filhas.

Estou no trabalho morta de cansada. Eu e Gabriel passamos a


madrugada acordados, pois Maria Eduarda passou a noite toda com cólica.
Tivemos que sair antes do sol nascer para levá-la ao médico. Voltamos para
casa e Mirela ficou com ela para podermos cochilar um pouco antes de
virmos para o trabalho. Meu telefone começa a tocar, e vejo que é Felipe.
— Oi, Felipe. — Digo ao atender.
— Oi, Kate. Está ocupada?
— Não. Já vai dar a hora do almoço. O que foi?
— Queria almoçar com você hoje. Que tal? Larguei do trabalho e
estou livre. Temos muito o que conversar.
— Pode ser. Onde encontro você?
— Pode ser nesse restaurante perto do seu trabalho mesmo. —
Sugere.
— Tudo bem. Chego em dez minutos.
— Até logo. — Desligo o celular e logo ele desliga, o estranho é que
ele estava com a carga cheia
Sinto uma intuição ruim percorrer meu corpo, uma sensação estranha
que logo passa, mas a angústia continua.
— Vai encontrar o Chupeta? — Pergunta Wendy.
— Vou sim. Vamos? — Pergunto.
— Não dá. Vou agilizar umas coisas e vou almoçar com Suzy. —
Explica.
— Tudo bem. Meu celular descarregou, e vou ver se tenho o
carregador portátil no meu carro para carregar um pouco. Mas se puder avise
a Gabriel, por favor. — Peço.
— Tudo bem. Se cuida e qualquer coisa liga. — Solta um beijo.
Pego minha bolsa e saio andando direto para o elevador. Procuro meu
carregador portátil na bolsa, mas não acho, deve estar no carro. A porta do
elevador se abre e procuro por Richard e não o encontro. Pergunto por um
segurança do prédio, mas me informa que ele saiu faz um tempinho e até
agora não voltou. Passo pelo hall do prédio e vou para o estacionamento,
procuro pelo meu carregador no carro e também não encontro. Espero que
Wendy dê meu recado a Gabriel. Estou em cima da hora e não posso esperar
Richard chegar, e sigo para o restaurante.
Entro no restaurante que está cheio e passo pelas mesas à procura de
Felipe, logo o vejo. Felipe está muito bonito, já não usa o aparelho dentário e
os óculos fundo de garrafa, está mais forte, nada de espinhas..., enfim. Não é
tão bonito quanto Gabriel, mas tem seu charme.
— Cheguei. — Sorrio.
Ele me olha e dá um sorriso forçado.
— Demorei um pouco, por causa do trânsito. Está um inferno.
Poderia ter vindo a pé, acho que chegaria mais rápido. — Digo me sentando
na cadeira.
— Realmente. — Afirma.
— Quando venho almoçar com as meninas, sempre viemos andando,
mas como vim sozinha, preferi vir de carro. — Digo.
— Não é bom você sair sozinha, Katherine. — Fala de um jeito
diferente. Franzo a testa e pisco os olhos.
— Meu noivo diz a mesma coisa. — Sorrio.
— Deveria ter escutado seu noivo. — Ele me olha, mas de uma forma
diferente.
— Já fez seu pedido? — Pergunto mudando de assunto.
— Não vamos comer. — Franzo a testa.
— Como não? Você me chamou para almoçar. — Digo.
— E vamos. — Seus olhos verdes estão diferentes, vejo ódio, raiva...
tudo de ruim está sendo transmitido por ele.
— Sim. Sobre o passado e como éramos bons amigos, viemos
relembrar o tempo de adolescência. — Digo. Ele sorri fraco.
— Não vim aqui para relembrar o passado, Katherine. Vim atrás de
você por outro pessoa. — Fala sério. Meu coração acelera.
— O que você quer dizer com isso? — Pergunto tentando não deixar
transparecer meu nervosismo. Ele entrelaça os dedos em cima da mesa e me
olha.
— Sabe... eu gostava de você, na verdade, eu amava você. — Me
olha. — Mas você nunca me deu bola, eu era apenas um nerd de merda, com
espinhas na cara, óculos de grau, aparelho. Tudo isso dificultou e você nunca
me enxergou de verdade.
— Eu nunca soube disso, Felipe. — Digo surpresa.
— Você nunca me deu brecha para te mostrar que realmente te
amava. Então, decidi mudar. Me esforcei para ficar com um corpo atlético, de
acordo com os garotos que você costumava sair. Mas quando voltei, o que
encontrei? Você namorando um traficante. — Fala com raiva
— Fabrício. — Afirmo.
— Exatamente. Fiquei sem chão, fazia de tudo para te agradar, mas
você nunca me deu bola. — Afirma.
— Felipe, eu te considerava um amigo mesmo. Como eu iria
adivinhar que tinha sentimentos por mim, nunca vi nada além da nossa
amizade. — Ele bate na mesa chamando atenção das pessoas.
— Quando soube do namoro de vocês, fiquei possesso de raiva.
Queria tirar satisfações com Fabrício para te deixar e você ser minha. Mas
como iria enfrentar o rei do tráfico? — Ele ri. — Sem chances! Eu não sairia
vivo depois de um embate com ele. Você não valeria a pena. — Fico calada,
mas estou morrendo de medo.
— Então decidi ir embora da Califórnia e fui para Toronto. Arrumei
um bom trabalho, com minha formação em Engenharia da Computação.
Encontrei uma mulher e me apaixonei. — Fala.
— Fico feliz, Felipe. — Digo sincera.
— Meses depois, soube que você saiu da Califórnia para ir para New
York, e vi a oportunidade de voltar, mas não quis. Soube que Fabrício tinha
sido preso. Meses depois, voltei para a Califórnia, e trouxe minha mulher
comigo. — Ele sorri. — Estávamos felizes e tudo estava se encaixando.
Minha mulher ficou grávida, e tivemos um filho. Mas como tudo que é bom
dura pouco, um traficante veio bater na minha porta, avisando que o tal
Fabrício precisava falar comigo na cadeia. — Ele me olha. — Eu não tive
escolha, tive que ir. — Continuo calada.
— Ele não pediu, ele exigiu que eu assumisse seu lugar no tráfico.
Não entendi o motivo de tudo isso, pois eu nem sabia o que acontecia, mas
minha maior surpresa foi saber que meu pai fazia parte disso, e eu nunca
soube dessa parte. Tudo que ele deu a mim e minha mãe, dizia que era fruto
do seu trabalho. Foi aí que eu entendi. E sabe o que é pior? — Nego com a
cabeça. — Eu gostei! Gostei do dinheiro fácil, de não preciso trabalhar muito
e receber mais do que aquele salário de merda que eu estava acostumado.
Minha nossa...
— Tenho uma casa muito boa, minha mulher vive banhada no ouro,
meu filho estuda na melhor escolha, tenho um ótimo carro e estou feliz. Mas
minha mulher não sabe de onde vem esse dinheiro, apenas sabe que consegui
um bom trabalho. Trabalho em uma empresa de fachada, para ela não
desconfiar de nada. — Fala sério.
— Você não precisa disso, Felipe. — Digo.
— Você também gostava, Katherine. Vivia no luxo, deixe de ser
hipócrita. — Diz irritado
— Gostava. Mas depois abri os olhos e vi que aquela vida não era
para mim, e não é para uma pessoa boa como você. É dinheiro sujo, você
mata pessoas, fazem mães sofrerem com isso. Isso é bom? — Pergunto.
— Pouco me importa se o dinheiro é limpo ou sujo, se mães choram
ou ficam sorrindo. Ele me dá vida boa, e é isso que importa. — Cospe as
palavras.
— E o que eu vim fazer aqui? — Pergunto.
— Convocar você para falar com seu amado. — Ele sorri. — Fabrício
está com saudades.
Meu corpo gela. Faço menção de levantar e ele segura meu braço.
— Eu acho bom você se sentar. Não quero causar alvoroço. Sente e
fique quietinha. — Rosna. Me sento novamente com meu coração a mil.
— Eu não tenho nada para falar com ele. Eu sumi da vida dele, deixei
tudo para trás. — Digo nervosa. Ele sorri.
— Mas ele tem assuntos inacabados com você, querida. Está achando
que você sai da vida de um traficante sem mais nem menos? Você é dele,
Katherine. Essa é a realidade. E ele não abre mão, principalmente depois de o
ter colocado na cadeia. Ele está muito magoado com você. — Ele sorri.
— Eu não vou falar com ele. — Digo séria.
Ele tira o celular do bolso, faz algo e me mostra
— Acho bom você falar, ou elas vão sofrer. — Afirma.
O que vejo me tira o chão. Mirela está presa numa cadeira com os
braços amarrados para trás e um pano no meio da boca. Minhas filhas estão
na cadeirinha ao lado dela. Meu coração acelera, meu corpo treme, minha
cabeça dói.
— Não faça nada com elas. — E choro. Minhas filhas não... — Por
favor, não machuque elas. — Imploro.
— Ah, não vou machucá-las. Mas você vai ter que cooperar. —
Informa guardando o telefone.
— Por favor. O que você quer? — Pergunto chorando.
— Eu não quero nada, mas o seu digníssimo sim. — Afirma.
— Eu vou. Só quero que ele as deixe em paz — Digo.
— Só se você cooperar. Agora, vamos fazer assim, você vai enxugar
essas lágrimas, e deixar seu rosto lindo como é, para não deixar transparecer
nada para as pessoas ao redor. Você vai comigo quietinha para meu carro e
vamos até onde seu amado a espera. — Explica friamente.
— Por que não no meu carro? — Pergunto.
— Você é esperta, só não é mais do que eu. Acha que não sei que tem
rastreador nele? Nós vamos até seu carro, você vai deixar tudo lá, bolsa e
joias, nada que possa ter um rastreador. Agora vamos logo, que seu homem
está impaciente esperando você. — Informa.
Estou com medo de tudo. Me levanto com minhas pernas bambas, ele
coloca a mão em minhas costas para disfarçar e saímos do restaurante
calados. Ele vai andando até meu carro, pego a chave do carro e destravo.
— Vamos, tire tudo. — Ordena atrás de mim.
Começo a tirar todas as minhas joias, torcendo e rezando
silenciosamente, para que Gabriel tenha colado algum rastreador em qualquer
lugar discreto. Após tirar tudo vamos para seu carro.
— Aonde estamos indo? — Pergunto enquanto Felipe dirige.
— Sabia que seu noivo sabia sobre mim? — Pergunta com um
sorriso. Nego com a cabeça. — Pelo visto, Gabriel não é tão sincero com
você. — Ele sorri.
— E posso saber por que está me dizendo isso? — Pergunto.
— Porque foi eu quem perseguiu vocês, na estrada. Se lembra,
querida? — Arregalo os olhos.
— Lembrou, não é? — Pergunta sorrindo. Viro meu rosto para não
olhar para a cara dele. Estou com nojo da pessoa que ele se tornou.
— Mas infelizmente, não consegui pegar você. Mas uma coisa tenho
que admitir, os homens de Gabriel são eficientes, e souberam me driblar
direitinho. Sei que Gabriel me descobriu, e foi Richard quem conseguiu as
informações. — Diz concentrando no trânsito. Me lembro de algo...
— Você hackeou meu telefone, não foi? — O olho e ele pelo assente
retrovisor.
— Foi tão fácil. Você me entregou seu celular do nada, não perdi a
oportunidade. — Ele sorri. — Soube de todos os seus passos, fiz tudo
certinho para não atrapalhar sua vinda até mim.
— E o que você ganha com isso? — Pergunto nervosa.
— Dinheiro, ué. Mais do que já tenho. — Ele sorri.
— É dinheiro sujo, Felipe. Não vale a pena. É uma vida que você vive
pisando em ovos, correndo risco de ser pego. Você está estragando sua vida e
a minha. — Tento passar ele para o meu lado.
— Eu já disse que não me importo, Katherine. Nem todos sabem que
estou no lugar de Fabrício, nem a polícia sabe. — Informa. Apesar de
conhecer bem New York, estou tão desnorteada, que nem sei onde estou.
— Aonde estamos? — Pergunto olhando a janela.
— Não te interessa, boneca. — Responde rude.
Descido ficar calada, para não piorar minha situação e das minhas
filhas. Deus me ajude, por favor! Não permita que nada de ruim nos
aconteça. Ele estaciona de frente a uma casa humilde e desliga o carro.
— Não tente nenhuma gracinha, ou suas filhas vão pagar. — Avisa,
sério.
Assinto rapidamente. Ele sai do carro e segura meu braço com força,
provavelmente vai deixar marca. Começo a rezar silenciosamente pedindo a
Deus qualquer livramento, enquanto ele abre a porta da casa e entro. Ele me
empurra para dentro e tranca a porta assim que entra. Ele sai me arrastando
pelos corredores até tirar uma chave do bolso e abrir uma porta,
destrancando-a com a chave. Aproveito para olhar ao redor, o corredor é um
pouco escuro, e tem alguns quadros antigos pendurados.
— Nem tente fugir, pois não vai conseguir. — Avisa. Continuo
calada. Ele abre a porta e logo vejo Mirela chorando olhando minhas duas
filhas.
— Mirela! — Chamo-a e corro para dentro do quarto. Ela se levanta e
me abraça forte, desfaço o nosso abraço e vou ver meus tesouros.
— Oi, meus amores. Me desculpem. — Choro enquanto pego-as nos
meus braços. Elas me reconhecem e param de chorar imediatamente, ficam
me olhando com seus lindos olhinhos. Choro por medo de que Felipe ou
Fabrício machuque elas.
— Felipe, por favor, deixe elas irem embora. — Imploro. Ele sorri e
cruza os braços.
— A propósito, meu nome não é Felipe, é Yuri. Disse meu nome
errado para não levantar suspeitas e... seu noivo sabe meu nome também. Ah,
ex-noivo, já que você agora, é de Fabrício. — Ele sorri. O olho com raiva e
continuo chorando.
— E é bom vocês começarem a se despedirem, já que elas vão
embora e você vai ficar. — Informa. — Vou deixá-las sozinhas.
Yuri nos dá uma última olhada e se vira saindo do quarto fechando a
porta em seguida, e escuto o trinco, que trava a porta. Me permito chorar
mais e agarro minhas filhas, sabendo que vou perdê-las a qualquer momento.
Nunca quis que isso acontecesse. Eu nunca deveria ter denunciado Fabrício.
Deveria saber que ele iria vir atrás de mim. Se não tivesse denunciado, o que
seria da minha vida nesses anos? Meu Deus... me perdoe.
— Me perdoem, meus amores. — Digo para elas. Tão inocentes e já
estão sofrendo pelas minhas burradas do passado.
— Você não tem culpa, Katherine. — Mirela sussurra. Ela passa os
braços ao meu redor e abraça nós três, choramos juntas.
— Me desculpe, Mirela. Me perdoe, de verdade! Eu nunca queria que
isso acontecesse. —Lamento. Ela desfaz nosso abraço e me olha.
— Me conte tudo que aconteceu. — Me pede. Suspiro. Então começo
a contar tudo, nos mínimos detalhes, desde como conheci Fabrício até chegar
em New York.
— Minha nossa! — Ela coloca a mão na boca
— Então, agora entende, a paranoia de Gabriel sobre os... — Ela me
interrompe tampando minha boca. Ela sibila “tem câmeras” e eu assinto.
— Me conte como você veio parar aqui? — Peço enxugando as
lágrimas. Ela suspira.
— Eu tinha acabado de dar banho nelas e dar comida. Daiana estava
preparando o almoço enquanto eu a ajudava com as meninas no carrinho.
Depois que terminamos, fui para sala e foi quando vi um homem de capuz
com o revólver na mão apontando para nós. Em seguida Daiana chegou e
gritou por causa da arma. — Lágrimas começam a rolar em meu rosto.
— Ele amarrou Daiana numa cadeira com os braços para trás e
tampou sua boca, deixando-a em um lugar amplo, impossibilitando-a de
reagir, ou pedir ajuda. — Assinto. — Com isso, ele ordenou que eu subisse
para o quarto das meninas e preparasse uma bolsa com comida e água para
elas, nada de roupas ou acessórios, no máximo o gorrinho por causa do frio.
Com isso ele discretamente colocou a arma em minha cintura e saímos da
cobertura e nos trouxe para esse lugar.
— Me perdoe, Mirela. — Choro mais uma vez.
— Você não tem culpa, Katherine. Esse homem é um monstro,
deveria apodrecer na cadeia. — Diz tentando me confortar. Eu a olho
— Mirela, aconteça o que acontecer, cuide das minhas meninas.
Cuide de Gabriel, sei que a senhora é mãe e sabe exatamente o que estou
sentindo. Não sei se Gabriel está sabendo de alguma coisa. — Digo.
— Nem me fale isso. Vamos sair daqui, e você cuidará de suas
meninas. — Tenta me tranquilizar. — Você falou para alguém?
— Falei para Wendy que iria almoçar com Felipe, que na verdade, é o
Yuri. Só nós duas sabemos que o apelido dele é Chupeta. Mas estou torcendo
para que Wendy abra o bico e diga que fui me encontrar com Chupeta. —
Digo triste.
— Vamos ter fé. Vamos conseguir sair daqui. — Ela segura minha
mão.
Passamos o restante do dia naquele quarto, trancadas. Tem uma
pequena janela, e consigo ver que já é noite. Amamento e damos da água que
Mirela trouxe. Não temos nada para comer e beber. Fomos obrigadas a beber
água da torneira do banheiro, mesmo estando suja.
De repente, escuto a trava da porta sendo aberta e a claridade entrar
no quarto, dificultando minha visão e a de Mirela. Um homem alto, forte e
músculo aparece na porta. Vou subindo meu olhar e...
— Estava com saudades de mim, princesa? — Aquela voz que me
atormentou por muito tempo, e ainda me causa medo.
O meu pior pesadelo está de volta.
Fabrício!
Capítulo 46
Gabriel Griffin

O dia foi bem corrido, só tive oportunidade de falar com Mirela na


parte da manhã e soube que minhas meninas estavam bem. Não falei nem
com Katherine. O dia cheio de reuniões e videoconferências, almocei no
escritório, já que não tinha tempo de sair. Queria ter ido almoçar com minha
mulher e ficar um pouco perto dela, mas não foi possível. Desligo o
computador, e pego minhas coisas, para enfim, ir para casa. Desço no andar
de Katherine ansioso para lhe dar um beijo, estou louco de saudades. O andar
já está quase vazio, muitos já foram embora, e os demais, se aprontando para
sair.
Não encontro Kate, nem Wendy. Vou até a sala de Enzo e bato na
porta
— Cara, hoje estou exausto. — Diz, assim que me vê.
— Enzo, cadê as meninas? — Pergunto. Ele me olha e franze a testa.
— Wendy foi para casa após o almoço, estava indisposta. E Kate,
deve estar por aí, eu não a vi. — Explica. Franzo a testa.
— Tem certeza? Tudo que ela faz manda para você avaliar. —
Informo.
— Sim. Mas como hoje estava muito corrido, pedi que decidisse tudo.
— Informa.
Pego meu telefone do bolso, e disco o número dela e só dá caixa
postal, resolvo tentar de novo e dá a mesma coisa. Ligo para Mirela e Daiana
a mesma coisa.
— Enzo, tem alguma coisa estranha. — Digo.
— O que foi? — Me olha preocupado.
— Ninguém atende o telefone, Katherine, Mirela e nem Daiana. —
Falo preocupado.
— Falou com Richard? Ele deve ter levado Kate para casa ou para
algum lugar. — Diz andando comigo pelo hall do prédio.
— Não. Passei o dia inteiro no escritório atolado de reuniões e
videoconferências. — Explico.
Logo vejo Richard em pé, como sempre, à minha espera.
— Richard, você foi com Katherine para algum lugar? — Pergunto.
— Não, senhor. Ela não me chamou em nenhum momento. Está
acontecendo alguma coisa? — Pergunta já em alerta.
Explico toda situação.
— Muito estranho, Gabriel. Katherine sabe que não pode sair sem
mim, ela deve estar aí dentro. Vamos checar as câmeras? — Me pergunta.
Assinto.
Vamos até sala de segurança do prédio e pedimos a gravação de hoje.
Richard e Oliver ficam atentos em tudo. Vejo a câmera do andar de Katherine
e vejo-a trabalhando sem parar, andando de um lado para o outro. Mas na
hora do almoço, ela fala com alguém no telefone, e fala algo com Wendy,
pega a bolsa e sai rumo ao elevador.
— Coloquem na câmera do hall do prédio. — Pede Richard.
O rapaz faz o que pede e vimos ela saindo do elevador, procura por
alguém, provavelmente Richard, mas não o encontra. Acompanhamos todos
os seus passos, até sair de carro na hora do almoço. E ela não volta para o
trabalho.
— Ela saiu sozinha. — Olho para Richard.
— Gabriel, como eu iria adivinhar? Todos vocês me avisam quando
vão sair, e ela não me ligou avisando. Nessa hora tinha ido abastecer o carro,
já que vocês iriam amanhã para casa dos seus pais. Mas quando estacionei, vi
o pneu traseiro murcho, e tive que trocar. Se não acredita em mim, pode olhar
as câmeras do estacionamento. — Explica.
— Gabriel, Richard tem razão. Katherine sabe que se mudar os planos
do dia, tem que informar a ele ou a Oliver. Tem alguma coisa estranha. —
Explica Enzo.
— O telefone dela só cai na caixa postal. — Digo saindo da sala de
segurança.
— Vamos à sua casa e conferir. — Diz Oliver. Assinto, e Enzo nos
acompanha junto com meus seguranças.
Richard estaciona o carro na garagem do meu prédio, e entramos
todos no elevador. Estou tenso e preocupado, Katherine sabe que não pode
sair sozinha, em momento algum. E isso está me angustiando, sinto que
alguma coisa está errada. O elevador se abre e vejo tudo escuro, Richard e
Oliver sacam logo as armas e andam cautelosos, à nossa frente. A casa está
em silêncio, nada de choros das minhas princesas e da voz da minha mulher.
Oliver acende todas as luzes da cobertura e logo vejo Daiana amarrada em
uma cadeira, chorando.
Merda, merda, merda!
— Eu sabia que tinha algo errado. — Grito.
Corro até Daiana, Oliver tira as amarras do punho dela e tiro o pano
da sua boca.
— Gabriel... me perdoe... — Gagueja chorando. Meu coração se
aperta. Tiro-a da cadeira e a coloco sentada no sofá que chora sem parar.
— Me conte exatamente o que aconteceu? — Pergunto tentando ficar
calmo.
— E-estava tudo normal, a-até um homem de capuz entrar e... apontar
a arma para nós... — Gagueja.
— Merda! — Resmunga Richard.
Outros seguranças chegam em minha cobertura e começam a falar
com Richard e Oliver.
— O que foi que aconteceu, Daiana? — Pergunta Enzo nervoso.
— Cadê minhas filhas, Daiana? Cadê minha mulher? — Pergunto
nervoso. Ela me olha e meu coração dispara com o que eles transmitem.
— Katherine eu não sei, Gabriel. Ela não veio aqui. Mas suas filhas...
— Deixa a resposta no ar.
— Pelo amor de Deus, Daiana. Me fala! — Imploro. Ela engole em
seco.
— Ele as levou. — Meu coração dispara. — Ele levou suas filhas,
Gabriel.
Minhas filhas, não...

Ando de um lado para outro, tentando assimilar o que Daiana me


falou a pouco tempo. Minhas filhas? Meus amores? Não, não pode ser! Eu
sabia que tinha algo errado, essas ligações caindo na caixa postal, não podia
ser bom sinal. E meu instinto de homem protetor, estava certo. Tudo está
errado.
— Eu quero saber como ele entrou na porra da minha cobertura. —
Grito no meio da sala.
Enzo está falando ao telefone com alguém, ele já ligou para Wendy
para ela vir para cá, pois não é seguro ficar sozinha. Richard está concentrado
no equipamento que trouxeram para dentro da minha cobertura, e Oliver está
auxiliando tudo.
— Gabriel, hackearam o sistema de segurança. — Informa Oliver.
— Merda! — Grito. — Quero a porra das câmeras, AGORA!
Não estou em meu estado normal. Definitivamente! Richard acelera
tudo para me mostrar as câmeras do prédio, e logo vejo um homem
desconhecido, por volta das onze da manhã vindo em direção ao elevador e
entra na minha cobertura. Ele passa direto pelo porteiro, sem se identificar, e
logo entra no elevador privado. Muito estranho!
O elevador apita e Wendy sai dele, um pouco abatida.
— Você está bem? — Pergunta Enzo indo até ela.
— Vou ficar, quando eu souber o que está acontecendo aqui. Cadê
Kate? — Pergunta.
— É isso que queremos saber. — Informa Enzo. Ela Franze a testa.
— Kate saiu para almoçar com um amigo nosso de infância. Ela pediu
para te avisar, já que o celular dela descarregou, e disse que voltaria logo.
Mas fui para casa antes dela voltar. — Explica Wendy.
— Quem é esse amigo? — Pergunto.
— Felipe. Ela tinha me falado que tinha comentando com você, que
na quarta tinha encontrado com ele na padaria aqui do lado. — Diz.
— Gabriel, o celular dela foi hackeado nesse dia. Ele colheu todas as
informações possíveis para entrar aqui na cobertura. — Diz Richard.
— Quem é esse Felipe, Wendy? — Pergunta Enzo. Ela me olha.
— É o Chupeta. Nosso amigo de infância. — Informa.
Puta merda!
Todos começam a falar ao mesmo tempo, e eu não consigo pensar em
mais nada.
— Wendy, tudo está errado. Esse tal Chupeta, se chama Yuri e
trabalha para o Fabrício. — Afirma Enzo desesperado.
— Não pode ser. — Diz Wendy chocada.
— Foi ele quem perseguiu o carro de Kate, quando fomos passar o
ano novo na casa dos meus pais. — Informa Enzo.
— Minha nossa! Ela me disse que iria encontrar com o Felipe. —
Explica Wendy se sentando.
— Ele mentiu sobre o nome dele e com certeza usou as meninas para
levá-la. —Informa Richard.
Continuo andando de um lado para o outro, bastante nervoso. Deus,
proteja minhas meninas e minha mulher.
— Ela me disse que o telefone dela tinha descarregado. E pela cara
que fez, achou estranho, já que o telefone estava com bastante carga. — Diz
Wendy.
— Gabriel, encontramos o carro dela no restaurante onde ela sempre
almoça com as meninas. — Diz Oliver.
— Então vamos lá, agora. — Digo sério. Eles assentem. Deixamos
Wendy com Daiana em casa com vários seguranças no prédio e na cobertura
e vamos até o restaurante. Torcendo para que elas estejam lá.
Capítulo 47
Katherine Madison

— Sabe docinho..., fiquei bastante magoado quando soube o que você


fez. — Fabrício me olha.
Agarro mais minhas meninas e Mirela segura meu braço ficando ao
meu lado.
— Podem começar a se despedir. — Fala.
— Não vamos sair daqui sem ela. — Mirela diz. Fabrício olha para
ela e sorri.
— Você deveria ficar caladinha, ou seu final vai ser trágico. —
Informa ele sério.
— Fique calada. — Peço baixo. Ela me olha e assente.
— Escute sua patroa, querida. — Diz Fabrício se sentando numa
cadeira e cruzando os braços.
— O que você quer, Fabrício? — Pergunto irritada.
— Saudade dessa sua voz doce e amável, amor. Você me traz uma
paz tão boa. — Fala pensativo.
— Deixa de ser idiota. Eu nunca fui nada para você. — Cuspo as
palavras.
— Aí que você se engana, meu amor. Você é meu tudo, minha razão
de viver. Você acha que sobrevivi naquele inferno três anos por quê? —
Sorri. — Por amor a você.
— Você nunca me amou. Você só queria me usar e nada além isso.
Fazia questão de esfregar na minha cara que ficava com outras mulheres. —
Digo irritada.
— Ah, querida..., eu tinha que fazer algo a respeito, não é? Você se
fazia de difícil, e eu queria te mostrar que você também me amava, só não
sabia.
— Eu nunca te amei. — Digo entre os dentes e ele sorri.
— Amava sim. Tanto é que me deu essa bocetinha deliciosa. Hum...
ainda me lembro do gostinho saboroso dela em minha boca. — Fecha os
olhos.
— Pelo menos respeite Mirela. — Peço. Ele gargalha.
— Respeitar? Até parece que ela já não deu essa boceta dela várias
vezes. — Me levanto.
— Não fala assim dela. — Grito.
Ele se levanta e vem até mim, e me dá um tapa forte em meu rosto me
fazendo cair no chão.
— Quem grita nessa porra, sou eu! — Grita. — Quem você pensa que
é, sua puta? — Sinto meu rosto arder pelo tapa e choro silenciosamente.
— Não bata nela. — Pede Mirela.
— E você, cale a boca! Não mandei você falar. — Diz com raiva.
— Mirela, fique quieta. — Peço.
— Isso mesmo, querida, escute-a. — Fala calmo.
Fabrício com certeza sofre de bipolaridade.
— Comecem a se despedir. Volto em cinco minutos. — Informa.
Se vira e sai andando fechando a porta logo em seguida. Saio me
arrastando até minhas filhas e choro. Nunca mais vou poder vê-las, tocá-las,
cheirá-las, ver seus sorrisos todos os dias, escutar elas me chamarem de
mamãe pela primeira vez. Tudo por minha culpa. Por te me envolvido com
Fabrício anos atrás.
— Cuide delas para mim, Mirela. — Digo chorando. — Diga a elas o
quanto eu as amo, e que não tive escolha.
Fabrício com certeza vai me trancar em sua casa e nunca mais vai me
permitir sair, me deixar viver livre dele. Terei que ficar ao seu lado até ele
morrer.
Gabriel... ah Gabriel.
— Diga ao Gabriel que o amo de verdade, e que ele cuide bem das
nossas filhas e fique ao lado delas, sempre. — Minhas lágrimas rolam em
meu rosto.
— Sinto muito. — Sussurra Mirela. Agarro minhas filhas e as cheiro,
guardando aquele cheirinho delicioso e suave que elas têm, ambas me olham
chorando, provavelmente sabendo que nunca mais vão me ver. Choro e grito
com a agonia e angústia que me consome. A porta se abre de uma vez e
Fabrício entra com Yuri.
— O tempo acabou. — Informa. Olho uma última vez para minhas
filhas ainda chorando.
— Faça o que pedi. — Digo a Mirela.
— Vamos. Não tenho todo tempo do mundo. — Yuri reclama.
— Yuri levará você de volta e Katherine permanecerá. — Avisa
Fabrício.
Rapidamente agarro minhas filhas e choro, sentindo-as pela última
vez. Entrego-as para Mirela chorando e beijo cada uma delas. Tiro seus
gorrinhos, para ter uma lembrança delas e fico de costas, pois não quero ver
elas indo embora. Abraço meu corpo quando escuto a porta se fechar e choro
mais uma vez.
— Se acalme querida. Teremos os nossos. — Diz Fabrício atrás de
mim.
Logo a sensação de vômito chega em minha boca e corro para o
banheiro e despejo tudo o que ainda resta em meu estômago, o que não é
muita coisa.
— Você está grávida daquele filho da puta, Katherine? — Rosna
Fabrício. Espero realmente que não esteja. Mas tenho certeza absoluta certeza
de que não estou. Nego com a cabeça.
— É nojo de você mesmo.
— Assim que chegarmos na Califórnia, você fará um exame, e irei
saber. Caso esteja, se prepare para tirá-lo. — Afirma.
— Não estou grávida, Fabrício! — Informo.
— Não quero saber. Fará o exame mesmo assim. E trate de se ajeitar,
tem uma bolsa aqui no quarto, troque de roupa que em vinte minutos
sairemos. — Avisa e se retira.
Me levanto e vou até a pia lavar minha boca. Me olho no espelho e
estou péssima. Os olhos inchados do choro, a bochecha vermelha do tapa, e
fraca, por não me alimentar. Troco de roupa e saio do banheiro. Fabrício abre
a porta e me olha.
— Assim que Yuri chegar, vamos embora. — Informa e se retira.
E a minha vida acaba aqui.

Gabriel Griffin

— Sinto muito, senhor. A moça que deixou esse carro aqui, saiu com
um rapaz alto, eles ficaram um tempo sentados, e o rapaz ficou alterado, mas
logo em seguida, foram embora. — Informa um garçom do restaurante.
— Tem certeza? Como era essa mulher? — Pergunta Richard.
— Loira, nem tão alta e nem baixa demais. Estava com um vestido até
os joelhos na cor vinho e salto alto. — Diz.
— É ela mesma. — Rosno impaciente.
Saio de dentro do restaurante com o coração apertado. Olho o carro de
Katherine estacionado, o que dei a ela no natal. Me encosto nele e me permito
chorar. Deus, não permita que aquele infeliz as tire de mim.
No caminho para cá, Richard tentou localizá-las pelos rastreadores,
mas não conseguiu. Porra, porra, porra!
Vejo Richard se aproximando com Oliver e Enzo, quando meu
telefone toca. Atendo e coloco no alto falante.
— Alô?
— Merda, Gabriel! Onde você está? — Grita Lucas.
— O que foi, Lucas?
— Desde cedo que tento falar com você e nada. Decidi vir para New
York, e estou perto da sua cobertura. — Fala apressado.
— Levaram elas, Lucas. — Falo chorando.
— Merda! Merda! Merda! Fabrício?
— Yuri levou, ela e as meninas. — Enxugo minhas lágrimas.
— PORRA! Fabrício está em New York. — Fala rápido. Enzo xinga
alto.
— Gabriel, localizamos o rastreador das meninas. — Fala Richard e
surge uma fagulha de esperança. — Estão na Quinta Avenida indo em
direção à... cobertura. — Me olha confuso.
— Gabriel estou indo para lá. — Afirma Lucas e desliga o telefone.

Praticamente salto do carro apressado, indo para a calçada esperar


minhas filhas. Passo as mãos no cabelo e logo avisto, Kevin e meus sogros
vindo chorando. Nego com a cabeça, não estou em condições para falar nada
do que está acontecendo. Enzo vai até eles e conversa, Enzo está nervoso
demais, mas eu, estou a ponto de surtar. Não importa se Gustavo, Mary e
Kevin são da família, mas estou sem minha mulher e minhas filhas, e não
estou conseguindo suportar toda essa angústia. Kevin grita e soca a parede
descontrolado, chorando. Gustavo consola Mary que chora sem parar. De
repente, vejo Mirela andando rápido com minhas filhas nos braços. Sem
pensar duas vezes, corro o mais rápido que posso de encontro a elas.
— Gabriel... — Mirela chora.
Pego minhas filhas no braço e choro, abraçando-as, como se tivesse
impedindo de alguém tocá-las. Cheiro e sinto os cheiros delicados e suaves,
mas logo sinto o cheiro de Katherine.
— Cadê ela, Mirela? — Pergunto. Ela me olha chorando, rapidamente
chega meus sogros e Kevin pegando as meninas dos meus braços.
— Onde está minha mulher? — Grito e ela chora.
Um carro preto estaciona na frente do meu prédio e Lucas sai
apressado do carro e vem em nossa direção.
— Alguma novidade? — Pergunta ofegante.
— Até agora nada. — Diz Enzo passando a mão o cabelo.
— Mirela, onde ela está? — Pergunto tentando manter a calma.
— Ele vai voltar com ela para Califórnia. — Afirma Lucas. Todos
olham para ele.
— Co-como? — Pergunto nervoso.
— É isso, Gabriel. O tal Fabrício disse que iria embora com ela. —
Informa Mirela chorando.
— Um rapaz que é amigo dele, me disse que ele estava vindo para cá
buscar a mulher dele, e o parceiro iria junto. — Diz Lucas.
— Katherine e Fabrício vão embora hoje, Gabriel! — Afirma Mirela.
Minha cabeça começa a girar. Katherine não pode ir, o lugar dela é
comigo, ao meu lado e das nossas filhas. Mirela conta tudo que aconteceu
desde que foram abordadas na cobertura até esse momento.
Uma Mistura de alívio e desespero me consome. Alívio pelas minhas
filhas estarem salvas e desespero por Kate.
— Gabriel, Fabrício é louco, ele não é normal. Ele tem jeito de
psicopata, ele quer Katherine para si, e ele é capaz de qualquer coisa. Seu
olhar não é de uma pessoa normal ou com raiva por ela ter o colocado na
cadeia, e sim de uma pessoa doente. — Diz Mirela desesperada.
— Oliver, fale com o FBI, pois vamos buscar minha mulher.
Katherine, meu amor, estou indo lhe buscar.
Capítulo 48
Katherine Madison

— Vamos, meu amor. — Fabrício me chama.


Respiro fundo e me levanto, decidida de que meu inferno já começou
ao lado desse homem terrível e desprezível. Guardo os gorrinhos das minhas
princesas dentro do bolso do meu suéter e ando com Fabrício pela casa
escura. Ele abre a porta de entrada da casa, e logo vejo Yuri em frente a um
carro preto. Entro no carro em completo silêncio e para meu desgosto,
Fabrício se senta ao meu lado, me afasto rapidamente, e vou para o mais
longe dele. Coloco o cinto e encosto minha cabeça na janela e vejo as casas
passando. Fecho meus olhos, e como em um filme, relembro desde o início o
que eu e Gabriel passamos. Minha recusa em me entregar aos sentimentos, o
quanto Gabriel foi paciente, e esperou as coisas acontecerem no seu tempo.
Gabriel me mostrou o verdadeiro amor. Como é ser amada, cuidada e
mimada pela pessoa que ama. E para completar nosso amor, nossas meninas.
Mesmo que tenham vindo de forma inesperada, desde o início foram muito
amadas por nós. Gabriel me deu muita força nos momentos difíceis da
gestação e no parto. Ele é um homem e um pai maravilhoso. Mas agora
Gabriel deve estar me odiando. Será? Ele lutou tanto por mim, para me
manter longe desse monstro, e foi em vão. Por causa das minhas escolhas do
passado, coloquei minhas meninas e Mirela nas mãos desse monstro.
Ao mesmo tempo que me arrependo de todos os meus erros do
passado, penso, que se não fosse por eles, talvez não teria a vida que tenho
hoje. Não teria vindo para New York, não conheceria Gabriel e nem teria
minhas duas joias mais preciosas, minhas filhas.
Como teria sido minha vida sem todas as mudanças que fiz e as
decisões que precisei tomar?
Yuri estaciona, e Fabrício segura meu braço e me tira do carro junto
com ele. Yuri fala com o rapaz se aproximou do carro, balança a cabeça em
concordância com que Yuri lhe fala, entrega a chave do carro e vêm até nós.
— Aqui está seu passaporte e documentos que vai precisar. — Yuri
me entrega.
— Como conseguiu? — Pergunto pegando meus documentos.
— Forcei Mirela a pegar tudo que você iria precisar. — Dá de
ombros. — Fabrício, vamos logo agilizar, antes que percamos nosso voo. —
Começamos a andar por dentro do aeroporto e vejo a grande movimentação
de passageiros.
— Não tente nenhuma gracinha. Você sabe o que acontece. — Diz
Fabrício perto do meu ouvido.
— Eu não tenho escolha, Fabrício. Não precisa ficar repetindo isso.
— Falo entredentes.
Ele me olha com aqueles olhos escuros sombrios e começa a andar
segurando minha mão. Fizemos o que deveria fazer para poder embarcamos e
nos sentamos nas cadeiras próximas ao portão de embarque. Escuto Yuri
falar a Fabrício que iria falar com uns “amigos dele”.
— Sabe amor..., nesses anos que passei na cadeia, fiquei imaginando
como seria nossa nova casa. — Fala tranquilamente.
Reviro os olhos.
— Desenhei vários esboços, me lembrei de como você queria; grande,
com piscina e luxuosa. Fiz o desenho final, e ela está muito bonita. Comprei
uma casa que está à venda, e reformei toda ela. Fiz do jeitinho que você
queria. — Ele sorri.
Tinha até me esquecido que uma vez Fabrício me disse que se não
fosse chefe do tráfico, seria arquiteto. E tenho que admitir, ele desenha muito
bem.
— Nosso quarto é lindo, de frente para o mar, um quintal com várias
árvores, do jeitinho que você gosta, ao ar livre. — Informa. Que Deus me
ajude. — Ao chegarmos lá, você terá uma vida de princesa, não vai precisar
trabalhar, e nem fazer serviços doméstico. Contratei pessoas para ficarem ao
seu dispor. — Segura minha mão. — Vamos nos casar daqui há dois meses.
Só falta o seu vestido de noiva, que deixarei você escolher. Mas tudo está em
andamento, a cerimônia, a festa, nossa lua de mel. Continuo calada. — Nossa
cerimônia será naquela igreja que você sonhava em casar. Aquela com as
paredes em vidro, e a nossa lua de mel em Malibu, Los Angeles. O que acha?
— Pergunta empolgado.
— Eu não acho nada. Farei obrigada e não por livre e espontânea
vontade. — Digo séria e seu rosto muda completamente.
— Eu acho bom você pensar no que vai falar. Sou um homem
bastante paciente, mas também posso perdê-la em minutos. É bom você
controlar essa boquinha atrevida e concordar comigo. — Rosna cheio de
ódio.
Fico calada e cruzo os braços.
— Eu perdoei você por ter me colocado na cadeia. Mas entendi, amor.
Fui um ogro na sua primeira vez, te machuquei e não liguei para seu prazer.
Mas tente me entender, eu era louco por você, te desejei mais que tudo, e
quando consegui, só enxerguei meu prazer. — Fala manso.
Fabrício sofre sérios problemas de transtorno de bipolaridade!
Ele continua falando, e vou me ocupo olhando as pessoas passarem
em nossa frente alheios ao que acontece ao seu redor, imersos em seus
celulares e fones de ouvido. Por um momento quis que alguém notasse que
tinha algo de errado comigo e me ajudasse a me livrar desse monstro, mas sei
que no fundo isso não vai acontecer.
Tenho ao meu lado um homem doente, e suas atitudes são provas
mais que evidentes de seu descontrole.
— Vamos embarcar em poucos minutos. — Avisa Fabrício me
tirando dos meus devaneios. Bufo e reviro os olhos. Mas, imediatamente
sinto uma presença estranha no local, mesmo o aeroporto sendo grande, sinto
que estou sendo observada. Viro meu rosto a procura de alguém, e o
encontro.
Gabriel.
Não sei se é alucinação da minha cabeça por estar torcendo que
alguém venha me salvar, ou se é realmente verdade. Ele fica olhando ao redor
a procura de alguém, está a minha procura. Meu coração dispara de felicidade
por saber que não é imaginação, e sim a realidade. O amor da minha vida está
atrás de mim, junto com Enzo, Kevin e meu pai. Vejo pessoas com roupas
azul marinho com coletes, e logo percebo que é o FBI. Meus olhos ficam
marejados imediatamente. Gabriel está abatido, cabelos bagunçados como se
tivesse passado as mãos diversas vezes. Típico de seu nervosismo.
Olho o rosto do meu pai e de Kevin, e logo bate uma ansiedade por
vê-los de novo. Noto Fabrício distraído mexendo em seu celular. Yuri fala
com um homem um pouco mais distante e de costa para o que está
acontecendo. Tenho Pouco tempo, tenho que agir rápido. Gabriel ainda não
me encontrou, pois estou de chapéu e ele demora me achar. Tento ficar calma
e me tranquilizar, para Fabrício não notar que estou nervosa demais, e
perceber que Gabriel está aqui.
Vejo que ele fala todo alegrinho ao telefone, e logo noto o nome de
uma mulher no topo das mensagens. Desgraçado! E ainda diz que me ama.
Fabrício é louco, com toda certeza. Desvio meu olhar e vejo Enzo ao
telefone, meu pai passando as mãos nos cabelos desesperado, e Gabriel
olhando ao redor. Olho mais uma vez para Fabrício e noto que ainda está
distraído. Essa é minha chance de me livrar dele, posso até morrer, mas
morrerei tentando. Respiro fundo fechando os olhos, num impulso eu me
levanto e corro.
— GABRIEL! — Grito.
Continuo correndo desesperada entre os bancos, olho para trás e vejo
Fabrício correndo atrás de mim. Merda!
— GABRIEL! — Grito mais uma vez.
Ele me olha e corre até mim, choro em desespero. Escuto Fabrício
gritar, mas não me importo, o amor da minha vida está aqui. De repente, sou
puxada pelos cabelos e caio no chão. Gemo de dor. Fabrício me levanta
segurando meu braço com força, e passa seu braço pelo meu pescoço e
aponta uma arma na minha cabeça.
— Fiquem parados ou eu atiro nela! — Grita Fabrício.
Olho para Gabriel que está me olhando com os olhos vermelhos e
vejo raiva e desespero.

Gabriel Griffin
Vejo minha mulher nos braços desse monstro, e minha raiva só
aumenta. Kate me olha desesperada, e sei o quanto está sofrendo, e o quanto
sofreu. Assim que a escuto gritar por mim, foi um alívio que durou segundos,
até ele apontar a arma para a cabeça dela. Medo não define metade do que
estou sentindo. Uma sensação ruim me consome e por milésimos de
segundos penso que seria o nosso fim, que nunca mais iria ver o amor da
minha vida. Pior sensação que já senti na vida.
Dou um passo à frente.
— Fique parado aí, seu merda! Ou atiro nela. — Grita Fabrício.
— Por favor, não machuque minha filha. — Implora Gustavo.
— Cala a boca, seu velho idiota! — Fabrício o olha, furioso.
— Gabriel. — Kate sussurra.
Sinto lágrimas descer em meu rosto.
— Calma, meu amor. Você vai voltar para mim. — Tento tranquilizá-
la.
— Não fale assim com ela! Quem você pensa que é? Katherine
sempre foi MINHA MULHER, e você nunca deveria ter a tocado. — Grita
comigo.
— Cara, vamos fazer com que tudo fique bem. Entregue-a e vamos
ver o que faremos com você no FBI. Mas prometemos que faremos um bom
acordo. — Um agente tenta tranquilizar e Fabrício sorri.
— Não mesmo! Vou embora daqui e ela vai junto comigo. Senão eu
mato esse bilionário de merda. — Afirma.
— Não! — Implora Katherine.
— Cala a boca sua vagabunda. — Grita com ela.
Uma raiva sobe em minha cabeça e quase perco o juízo, e Enzo
segura meu braço tentando manter minha calma.
— Soubemos que você saiu por bom comportamento. Vamos fazer
isso com você. — Um outro agente fala e ele gargalha.
— Vocês acham que me comportei bem por quê? Queria sair logo de
lá, e ter minha mulher comigo. EU A AMO! E ela vai embora comigo. —
Afirma.
— Guilherme, colabore conosco. — Pede uma agente.
— Olha, eles sabem meu nome verdadeiro. — Ele sorri. — Mas só
minha pequena tem o direito de usar meu nome.
Deus nos ajude..., por favor!
— Vamos Guilherme, temos uma proposta. — A líder da equipe fala.
— Diga sua proposta, gracinha. — Ele sorri. A líder dá um passo à
frente e ele fica em alerta.
— Se você continuar aqui, mais agentes vão chegar e te cercar. Você
não terá saída. — Fala tranquila.
— Eu não saio daqui sem ela. — Avisa.
Olho para Katherine que está me olhando enquanto chora
silenciosamente. Ela sibila um “eu te amo” e assinto. Fabrício me olha e olha
para as pessoas atrás de mim.
— Você a ama? — Pergunta a agente. Ele olha para ela.
— Eu morreria por ela. — Fala e a líder dá mais um passo.
— Se você a ama, deixe-a ir. Será que você não pensa em como a
vida dela será um inferno? Ver você fugindo de nós o tempo todo. — Diz a
agente.
Ele fica calado pensativo. Ela está ganhando tempo, está tentando tirar
o foco dele.
— Se você ficar, será preso por sequestro e tentativa de homicídio. —
Informa. — E ficará longe dela, por um bom tempo.
— Eu não a quero longe de mim. — Insiste.
Beija o topo da sua cabeça, e Katherine fecha os olhos, provavelmente
com nojo.
— Então. Ela também te ama, e quer seu bem. — Diz a policial.
— Ela não me ama. Mas vai me amar, eu sei. — Ele sorri.
— Ela ama sim. Não é, Katherine? — Pergunta a mulher.
Katherine me olha, e sinalizo, disfarçadamente, para que concorde.
— S-sim. — Minha mulher afirma.
— Você me ama, minha princesa? — Pergunta sorrindo. Ela balança
a cabeça em concordância.
— Olha aí, bonitão. Ela te ama. Tem certeza que quer fazê-la sofrer?
— Pergunta a policial.
— Não. — Responde.
— Pode fazer assim, se a deixar ir, não iremos prendê-lo no momento.
Você pode ir embora e viver livre. — Fala a mulher.
— Mas ela voltará para esse idiota. — Aponta para mim.
— Não vai. Você não entendeu? Ela acabou de dizer que te ama. —
Informa a policial.
— Mas ele vai querer ela de volta. — Diz.
— Ela não vai voltar para mim, Fabrício. Ela acabou de dizer que te
ama, eu fui enganado. — Digo.
— Tem certeza? — Pergunta.
— Absoluta! — Afirmo.
— Olha aí, Gabriel não a quer mais. — Diz a mulher.
— E o que ele está fazendo aqui? Pode ir embora. — Aponta para
mim.
— Ela é a mãe das minhas filhas, não quero que ela morra. — Digo.
— Ela não vai morrer! — Afirma.
— Vai sim. A qualquer momento você vai dar um tiro na cabeça dela.
— Informa a policial.
Ele paralisa e olha para ela, rapidamente retira a arma da cabeça dela
e a abraça.
— Me desculpe, meu amor. Não queria fazer isso. — Beija a cabeça
dela.
Olho para a policial que maneia e cabeça para mim, concordando com
meu pensamento, de que ele é doente ao extremo.
— Então, deixe-a conosco. — Pede a policial. Ele olha para Katherine
e suspira.
— Você me promete que não voltará para ele? — Pergunta.
— Sim. Só vou ver ele, quando pegar minhas filhas. — Kate diz,
tranquila.
— Vocês vão deixá-la longe dele? — Pergunta ele à policial.
— Pode confiar em nós. Estaremos de olho nele. — Informa a
policial.
Ele fica calado e a olha. Beija o topo da sua cabeça e acaricia seu
rosto.
— Ainda vamos ser felizes, meu amor, eu prometo.
— Estarei lhe esperando. — Ela força um sorriso.
— Vai me esperar mesmo? — Ele sorri.
— Vou sim. — Ela assente.
— Vamos, os agentes já estão chegando. — A policial alerta.
— Eu amo você. — Ele se declara.
— Também. — Ela diz.
Ele a olha por um tempo e depois para a policial. Ele solta Katherine e
suspira, ela desvia seu olhar e olha a policial, que assente para ela ir até ela.
Ele fala algo para ela que balança a cabeça e sai de perto dele devagar. Sinto
um alívio preencher meu corpo quando ela vai andando devagar, com
dificuldade de tão nervosa que está. Ela olha para trás se certificando de que
está tudo bem, e continua andando. Mas quando olho para Fabrício, seu
semblante muda imediatamente para ódio.
— Acham que me enganam? Eu sei que ela vai voltar para você,
Gabriel. Então, se ela não ficar comigo, também não ficará com você. —
Grita.
Katherine rapidamente se vira, e olha para Fabrício que ergue a mão
com a arma em punhos direcionada para mim. É tudo muito rápido, não dá
tempo de pensar, apenas de gritar um “não” bem alto, quando ele puxa o
gatilho e Katherine se jogo na minha frente gritando. Uma sensação ruim se
espalha em meu corpo e sinto-me trêmulo. Antes que ela caia no chão eu
corro e a seguro em meus braços, toda melada de sangue.
— Meu amor. — Digo com a voz trêmula.
Ela me olha com os olhos marejados e minhas lágrimas caem em sua
roupa.
— Por que fez isso? — Choro. Escuto vários tiros e não me importo,
só me importa que minha mulher está morrendo em meus braços, e não sei o
que fazer. Coloco minha mão em cima de onde foi atingida e ela geme.
— Dói. — Sussurra.
— Não deveria ter feito isso. — Soluço. Ela coloca sua mão
ensanguentada em cima da minha, melando-me também.
— Sim... eu deveria. — Fala com dificuldade.
— Merda! — Enzo a olha. — ALGUÉM CHAMA UMA
AMBULÂNCIA, CARALHO!
Tiro alguns fios de cabelo da frente do seu rosto.
— Gabriel... cui... cuide delas. — Me pede.
— Não! — Choro. — Você vai viver e vai ficar comigo e com elas.
Kevin e Gustavo gritam quando veem Katherine em meus braços
ferida, minha camisa, está banhada de seu sangue. Seus olhos ficam
sonolentos e o desespero me assola.
— Não durma, fique comigo. — Peço. Ela me olha e sorri fraco.
— Eu... amo... você. — Geme de dor. — Saiba que... você me... fez
muito... feliz.
— Não diga isso agora. Você vai viver e vai ficar comigo. Merda,
Katherine, abre esses olhos. — Peço desesperado. Ela ergue a mão e toca em
meu rosto.
— Você foi a coisa..., mais feliz que me aconteceu. — Lágrimas caem
em seu rosto e ela tenta fechar os olhos. Deus, não permita que ela morra.
— Fique de olhos abertos, Katherine. Não se atreva a fechar seus
malditos olhos! — Digo sentindo lágrimas descerem em seu rosto.
Ela tenta deixar os olhos abertos, e isso me aflige ainda mais. Meu
coração está se despedaçando em mil pedaços, vendo minha mulher morrer
em meus braços.
— ALGUÉM AJUDA! ELA ESTÁ MORRENDO! — Grito e vários
policiais vêm até mim. — Por favor, meu amor, fique de olhos abertos. —
Peço acariciando seu rosto.
— Estou cansada. — Sussurra.
— Eu sei, eu sei. Mas tente ficar acordada. — Imploro.
— Não dá. — Geme de novo. — Eu... te amo... Gabriel. — Me olha.
Ela fecha os olhos em seguida e perco o chão. Grito e choro para ela acordar,
mas ela não faz. Estou com a mulher da minha vida em meus braços
desacordada, morrendo, não sei o que fazer.
Vejo pessoas de branco correndo até nós.
— Deixa-nos lavá-la para o hospital. — Pede um homem.
— Minha mulher está morrendo, faça ela acordar. — Grito
desesperado.
— Calma senhor, vamos salvá-la. Agora deixe-me examiná-la. —
Pede calmo.
— Gabriel, deixe ele levar Katherine. Ela já perdeu muito sangue. —
Diz Enzo.
Assinto e eles a pegam dos meus braços e a levam para a ambulância,
corro e entro na ambulância com eles, que saem disparado pelas ruas de New
York. Seguro a mão dela, enquanto os médicos fazem os primeiros
procedimentos necessários até chegar ao hospital.
Fique comigo, por favor...
Capítulo 49
Gabriel Griffin

Já estamos nesse maldito hospital há cinco horas, e nada. Meus pais


chegaram em poucos minutos, abalados com tudo que aconteceu. Natalie está
consolando Samantha que chora ao lado de Wendy descontroladamente.
Kevin anda de um lado para o outro. Enzo está no telefone falando com
Dominic que acabou de desembarcar no aeroporto e está vindo para o
hospital. Minha mãe está com minha sogra a consolando. Gustavo saiu
arrastado pelo meu pai para tomar um café, e eu decidi ficar aqui, não sai
para nada. Não vou sair enquanto não tiver notícias de Kate.
Meus pais passaram em minha cobertura, para pegar uma muda de
roupas para me trocar, mas não me movi. Estou aqui sentado com a mesma
roupa, cheia do seu sangue olhando para um ponto fixo no chão.
— Filho, pelo menos tome uma água. — Meu pai, se senta ao meu
lado.
— Não quero, pai. — Resmungo.
Nem tenho mais como chorar, nem lágrimas mais saem de tanto que
já chorei. Chegamos no hospital por volta de uma hora da manhã, já
amanheceu e ainda estou aqui, no mesmo lugar. Desde a notícia do
desaparecimento dela, que não como e nem bebo nada. Nada passa pela
minha garganta.
— Mas você precisa. — Pede novamente.
— Não, pai! — Encosto minhas costas na parede.
— Você precisa ser forte. — Ele segura meu braço.
— Estou tentando. — Engulo em seco.
Fecho os olhos e tento pensar no seu sorriso que me alegra todos os
dias, ao invés de pensar nela em meus braços ensanguentada, morrendo.
Agora pouco, tivemos a notícia da morte de Fabrício. No tiroteio, após balear
Kate, ele foi atingido por dois tiros e não resistiu aos ferimentos, morreu na
mesa de cirurgia. Dois policias também foram atingidos, mas foram
ferimentos leves, e estão só em observação.
Não estou feliz pela morte de Fabrício, não desejo isso para ninguém,
só quero que paguem pelos seus crimes e erros. Mas fico aliviado em saber
que ele nunca mais irá atormentar Kate. E Yuri..., aquele maldito fugiu.
Soubemos que ele usou documentos falsos, e conseguiu embarcar para o
Canadá. Mirela contou tudo a polícia, que foi ele quem as sequestrou e estava
ajudando Fabrício na fuga, e agora o FBI está atrás dele.
— Familiares de Katherine Clarck Madison? — Uma voz feminina
soa no ambiente. Rapidamente me levanto e me deparo com uma mulher
uniformizada, com uma prancheta nas mãos.
— São vocês? — Pergunta.
— Sim. — Respondemos em uníssono. A médica me olha e respira
fundo.
— Por favor, como minha noiva está? — Pergunto, desesperado. Ela
assente e suspira.
— Bom..., a cirurgia foi complicada. — Informa.
— Ela vai sobreviver? — Ela faz um gesto com a mão para manter a
calma e suspiro frustrado.
— Como estava dizendo, foi muito complicada, a retirada da bala foi
mais difícil do que imaginávamos. Ela teve hemorragia durante a cirurgia. —
Meu coração acelera. — Mas conseguimos contornar a situação e a
hemorragia foi controlada e ficou tudo sobre controle. — Ela sorri.
Um alivio percorre todo meu corpo, e depois de muitas horas,
finalmente consigo respirar aliviado. Sorrio e choro ao mesmo tempo, meu
pai me abraça forte. Mas a médica ainda me encara, como se quisesse dizer
algo mais.
— Doutora? — A incentivo e ela suspira.
— O projétil perfurou alguns órgãos. — Informa.
— O que a senhora quer dizer? Ela terá danos permanentes? —
Pergunto ansioso. Ela me olha com olhar triste.
— Danos permanentes não, conseguimos tirar e reparar o que foi
danificado. Mas..., não conseguimos salvá-lo.
— Salvar o quê? — Pergunto.
— O bebê. Ela estava grávida de poucas semanas. O senhor não
sabia? — Pergunta.

Katherine se levanta imediatamente da cama e corre para o banheiro,


e saio da cama às pressas para ver o que aconteceu. Logo vejo-a ajoelhada
de frente ao vaso sanitário vomitando sem parar.
Corro e seguro seus cabelos enquanto ela vomita, afago suas costas
tentando trazer um alivio.
— Amor, você está bem? — Pergunto preocupado. Ela respira fundo
e dá descarga.
— Não sei. Acho que foi um bolo que comi hoje numa lanchonete
enquanto estava conversando com Suzy. — Explica.
— Pare de comer essas besteiras. Você sabe que seu organismo não
está acostumado com essas coisas. Você sempre passa mal! — Digo.
—Tudo bem.
— Amor, você está tomando todos os seus remédios? — Pergunto.
— Estou sim. Está tudo em dia. — Explica.
— Entendo. — Suspiro. — Vamos dormir.

Lembro-me claramente, até cheguei a pensar em uma gravidez, mas


como não se repetiu, e ela disse estar tomando o remédio direitinho, acabei
deixando de lado a ideia.
Um bebê... Um outro fruto do nosso amor... Morreu. Simplesmente
não sobreviveu.
— Não. — Foi o que consegui dizer. Sinto uma lágrima descer em
meu rosto, e sinto Kevin apertar meu ombro, sensibilizado com a notícia.
— Sinto muito, senhor. Ele já estava sem vida. — Diz. Mais lágrimas
caem. Meu filho...
Nosso filho...
— Mas ela poderá ter outros filhos, não é? — Pergunta Suzy tomando
à frente.
— Sim. Ela poderá, mas não agora. Primeiro terá que se recuperar
adequadamente, para seu corpo se preparar para uma futura gestação. —
Informa calma.
— Quando poderei vê-la? — A olho, com os olhos marejados.
— Ela vai demorar para acordar. Em breve chamarei vocês. —
Assinto e ela se retira.
Vejo a médica se distanciando, e me viro. Começo a andar de um lado
para o outro, tentando manter a calma. Um filho! Meu Deus...
Perdi meu filho, por que meu Deus? Eu não mereço isso. Sou um bom
filho, um bom homem, e um bom companheiro para Katherine. Por que tirar
meu filho assim? Dou um soco na parede e grito.
— Filho, se acalme. — Pede minha mãe. A olho com os olhos
embaçados pelas lágrimas.
— Meu filho, mãe. — Digo com a voz trêmula. Ela chora junto
comigo.
— Eu sinto muito. — Sussurra.
— Era para ter sido eu. Eu que deveria ter levado o tiro. Eu que
deveria estar naquela maldita sala de cirurgia! — Digo cheio de ódio.
— Não diga isso. — Mary enxuga suas lágrimas. Eu a olho.
— Sua filha está naquela maldita sala, porque levou um maldito tiro
que deveria ter me acertado! — Bato no peito.
— Ela fez isso por amor. — Diz Gustavo.
— Fez, e com isso perdemos nosso filho. NOSSO FILHO! — Grito e
soco a parede de novo.
— Se acalme. — Pede Dominic me segurando.
— COMO POSSO ME ACALMAR? — Grito.
— Cara, sei que você perdeu um filho, mas você precisa manter a
cabeça no lugar. — Fala Enzo com os olhos vermelhos.
— Como posso colocar minha maldita cabeça no lugar? — Rosno. —
Não foi você que quase perdeu o amor da sua vida e ainda por cima perdeu
um filho. — Ele prensa os lábios e respira fundo.
— Gabriel... — Kevin tenta falar.
— Não, Kevin... — Eu choro. —..., é demais para mim. —
Desmorono e caio de joelhos no chão e choro desesperadamente.
— Tudo por culpa daquele desgraçado. — Digo entre lágrimas. Meu
pai se ajoelha em minha frente e me abraça.
— Ele está morto, filho. Ele não irá mais perturbar vocês. — Afaga
minhas costas.
— Ele levou meu filho junto com ele, pai. — Choro.
— Eu sei, eu sei. — Tenta me tranquilizar. — Mas pense na sua
mulher, que em breve irá acordar, e terá que saber da notícia. Só você poderá
dar essa notícia a ela. Você precisa ser forte, tente se controlar um pouco,
você terá que ficar ao lado dela, que também sofrerá bastante com a perda.
Você precisa estar forte para consolá-la.
Tento tranquilizar meu choro, e respiro fundo.
— Isso, continue. Respire fundo e inspire. — Me pede. Levanto a
cabeça e o olho. — Vamos lá, mais uma vez. — Faço o que ele pede, e ele
me acompanha em cada movimento. Fazemos isso umas vinte vezes,
ajoelhados no chão do hospital e sinto o alívio me consumir.
— Se sente melhor? — Pergunta.
— Não muito, mas vou ficar. — Sussurro.
— Certo. Agora se levante e vá tomar um banho. — Levanto-me
junto com ele.
— Não vou tomar banho agora. Estarei ao lado dela quando ela
acordar. — Digo.
— A médica disse que ela vai demorar para acordar. — Dominic me
olha.
— É Gabriel. É bom você tomar banho, sua roupa está toda suja de
sangue. — Enzo diz.
— Mas e se ela acordar? — Pergunto.
— Ela não vai. Suzy e Natalie acabaram de falar com a médica e ela
disse que ainda vai demorar. — Kevin informa.
— Vá, querido. Tente relaxar um pouco no banho. — Minha sogra
pede.
— Se ela fizer algo antes do tempo, sou o primeiro a chamá-lo. —
Avisa Gustavo.
— Aqui. — Samantha me entrega uma bolsa. — Tem tudo que você
precisa. — A olho e a abraço. — Seja forte. — Ela sussurra em meu ouvido.
— Sei que é difícil, mas ela vai precisar de você.

Já faz dez horas que estou no quarto olhando-a dormir tranquilamente


em cima dessa cama de hospital. Depois que tomei um banho, Dominic,
Kevin e Enzo me chamaram para a lanchonete e me fizeram comer alguma
coisa, já que fazia tempo que não ingeria nada. Decidi comer algo rápido,
para voltar ao quarto. Arrastei uma poltrona para perto da cama e me sentei
segurando sua mão por todo tempo. Estou mais relaxado, por saber que ela
está bem, e que irá se recuperar. Ainda estou sofrendo pela perda do meu
filho, mas minha mulher é minha prioridade no momento. Ela precisará de
mim quando souber da notícia, e terei que ser forte o suficiente para consolá-
la.
Era para ter aumentado sua segurança, não ter deixado só Richard à
sua disposição. Deveria ter colocado um outro segurança, para quando
Richard se ausentasse, o outro estar em seu lugar.
Não tive oportunidade de falar com os outros policias, estou aqui a
um bom tempo, apenas esperando que ela acorde, quem cuidou de tudo foi
Enzo, Richard e Oliver. Deixei nas mãos deles, já que é impossível eu sair
daqui, ao menos até eu confirmar que ela está realmente bem. Yuri está à
solta por aí, e enquanto os policiais não o pegarem, triplicarei a segurança
dela e das minhas filhas. Não o deixarei chegar perto delas novamente, nunca
mais irei fracassar. Prometi que iria cuidar dela, e isso eu vou fazer. Tenho
muito dinheiro, e se for preciso usar todo ele para a segurança dela e das
minhas filhas, eu usarei!

— Gabriel? — Escuto alguém me chamar.


Continuo de olhos fechados, mas quando sinto alguém mexer em
meus cabelos, rapidamente levanto a cabeça e a olho. Aquele par de olhos
verdes estão me olhando. Tanto esperei para vê-los novamente, esse olhar de
amor, de paixão, que amo ver.
— Você acordou. — Sinto uma lágrima descer em meu rosto.
Levanto-me e beijo sua testa e ela aperta minha mão.
— Água. — Pede com a voz rouca.
— Vou falar com a médica. — Digo e ela assente. Saio do quarto às
pressas e encontro a médica no balcão escrevendo algo na prancheta. Chamo-
a e ela vem comigo até o quarto. Ela me entrega um copo com água e a ajudo
a beber devagar.
— Fico feliz que tenha acordado, Katherine. Sabe quem é você? —
Pergunta. Ela assente a cabeça.
— Ela chamou por mim, doutora. — Digo.
— É um bom sinal. O que está sentindo? — Pergunta ela.
— Dor. — Diz baixo.
— É normal. Vou te dar a medicação para aliviar sua dor. Sente algo
de diferente? — Pergunta verificando a máquina ao lado dela.
— Não. — Responde. Ela me olha, dou um sorriso e ela aperta minha
mão.
— Tudo bem. Irei levá-la para fazer uns exames em poucos minutos,
para confirmar que está tudo bem. — Informa. Ela se retira e nos deixa
sozinhos.
— A quanto tempo estou aqui? — Pergunta me olhando.
— Quatro dias. Você dormiu três dias seguidos. No dia da cirurgia
você apenas acordou, me olhou e voltou a dormir. — Digo.
— Cadê elas? — Pergunta.
— Elas estão bem. Estão em nossa casa, com Daiana e Mirela. —
Respondo e ela suspira aliviada.
— O que aconteceu depois? — Pergunta.
— Você levou o tiro por mim, não deveria ter feito isso. — Digo.
— Sim, deveria. Eu amo você, e faria tudo de novo. — Afirma me
olhando. Me inclino e beijo seus lábios.
— Fabrício está morto. — Falo.
— Sério? — Pergunta espantada.
— Sim. — Suspiro. — Teve uma troca de tiros, entre ele e os
policiais, e ele não resistiu aos ferimentos. — Informo. Ela suspira e fecha os
olhos.
— Eu sei, me sinto assim também, meio que aliviado. — Ela assente.
— Mas Yuri fugiu. — Ela me olha.
— Como? — Pergunta.
— Não sabemos, a princípio disseram que havia pego um voo para o
Canadá. Os federais entraram em contato com as autoridades locais, e quando
foram verificar os passageiros do voo, ele não estava. — Ela fica me olhando
perdida em seus pensamentos. — Eu te prometo, que ele não chegará perto de
você e de nossas filhas. — Seguro sua mão. Ela passa a língua nos lábios.
— Obrigada por ter ido atrás de mim. — Seus olhos ficam marejados.
— Eu iria atrás de você em qualquer lugar desse mundo. Não iria
sossegar enquanto não tivesse você em meus braços novamente. — Digo e
me sento na beirada da cama. Lágrimas caem em seu rosto e ela me olha.
— Desculpa. — Sussurra.
— Por quê? — Pergunto sem entender.
— Eu causei tudo isso. Tudo por causa das minhas escolhas do
passado. — Diz enxugando as lágrimas.
— Ei, amor. Nada disso. Fabrício era doente, vimos como ele agiu.
Você não teve culpa de nada. — Tento confortá-la. Ela me olha e assente. —
E sobre Yuri, fique despreocupada. Já informei a Richard que triplicarei a
segurança de vocês, até ele ser pego. — Informo.
— Obrigada. — Ela sorri.
— É tão bom te ver sorrindo. — Ela sorri de novo. E ficamos um
tempo em silêncio, fazendo carinho um no outro. — Amor, preciso te dizer
uma coisa. — Ela me olha e percebe que estou sério.
— Algum problema? — Respiro fundo e conto tudo a ela.
Sobre a cirurgia, sobre a hemorragia e... sobre o bebê. Ela fica imóvel
e não fala nada, apenas olha para o teto e respira fundo. Ela solta minha mão
e coloca em seu colo. Esse gesto parte meu coração. Vejo uma lágrima
solitária descer em seu rosto e abaixo a cabeça.
— Um filho. — Ela sussurra.
Levanto a cabeça e vejo seus olhos vermelhos, e não consigo
controlar, e uma lágrima escorre em meu rosto.
— A médica disse que quando iniciou a cirurgia, ele já não tinha vida.
— Engulo em seco. — Ela acredita que tenha sido pela perda de sangue. —
Ela espreme os lábios trêmulos e joga a cabeça para trás olhando o teto e
chora silenciosamente.
— Amor...
— Ainda poderei ter filhos? — Me olha.
— Sim. Ela disse que fez de tudo para não prejudicar nada na
cirurgia. E que só é preciso esperar um tempo se recuperar da cirurgia. — Ela
assente e suspira.
Chego mais perto dela, ergo minha mão e passo meu polegar em seu
rosto limpando suas lágrimas.
— Katherine, sei que está sendo difícil. Muito! Estou sofrendo pela
nossa perda, mas quero que saiba que sempre estarei ao seu lado, sempre. —
Ela assente. Seguro sua mão enquanto ela chora baixinho. — Só não me
afaste. Também estou sofrendo com tudo que aconteceu e com nossa perda,
quero ficar ao seu lado, te ajudar a esquecer esse episódio ruim de nossas
vidas. Vai ser complicado, mas vamos superar juntos. Nossas filhas precisam
de nós, mais que tudo. Elas sentem nossa falta, eu tive que ir em casa para
olhá-las, para ver como estão, e vi que sentem nossa falta. — Ela enxuga as
lágrimas. — Eu amo você, e amo nossas filhas. Quero vocês três ao meu
lado, sempre. Vamos superar isso, meu amor. — Assente e me puxa para
abraçá-la. Beijo sua cabeça e me afasto.
— Vou chamar seus pais e seu irmão para ver você. Tudo bem? —
Pergunto.
— Uhum. Só... não vai embora. — Pede segurando minha mão.
— Estarei sempre com você. Apenas vou dar privacidade para você e
sua família, e aproveitar para falar com Richard se ele tem alguma novidade.
— Informo.
— Tá bem. Te amo. — Beija meus lábios.
— Amo você. — Beijo sua testa.
Capítulo 50
Katherine Madison

Nossa... É tão ruim ficar de repouso. Já fazem dois meses que


aconteceu aquele episódio em minha vida, mas ainda parece que foi ontem.
Tive sorte de ter Gabriel ao meu lado me ajudando sempre, e minhas
princesas que me distraem. Depois que tive alta, Gabriel decidiu que iríamos
para a casa de seus pais, ficar por tempo indeterminado. No dia que tive alta,
fomos para a cobertura e passamos um dia por lá, apenas para que Mirela e
Gabriel arrumassem nossas malas.
Gabriel colocou Enzo em seu lugar, na Griffin Magazine, por tempo
indeterminado, para poder ficar comigo e com as meninas, ele só vai para a
empresa quando tem alguma reunião de emergência. Insisti que não
precisava, que ficaria bem na casa dos seus pais com as meninas e ele poderia
trabalhar normalmente. Mas isso quase causou a terceira guerra mundial.
Decidi ficar calada e deixei ele fazer as coisas do seu jeito.
Eu já disse que amo meu noivo? Amo muito, e não é pouco!
Tem sido ótimo estar aqui, adoro poder ficar ao ar livre. Mirela veio
com a gente, e quando precisa ir à New York, um segurança a leva. Gabriel
também está colocando segurança com ela, já que também foi sequestrada.
Ela tem me ajudado bastante com as meninas e Sophia também. Arthur nem
se fala. Minha vó está louca com as meninas. Gabriel me fez uma surpresa
adorável. Um belo dia me deparo com vó Maria na cozinha fazendo meu bolo
de cenoura com cobertura de chocolate preferido. Se gritei na hora? Gritei
tanto, que Gabriel veio eufórico correndo, querendo saber se tinha acontecido
alguma coisa.
Gabriel está cuidando muito bem de mim, principalmente, no meu pós
operatório, era ele quem me dava banho, cuidava dos meus curativos, me
ajudava a comer..., enfim, um homem maravilhoso. Estamos superando a
perda do nosso filho que nem sabíamos que estava sendo gerado. Foi difícil
perdermos nosso filho, mas temos duas lindas princesas de oito meses e
temos um ao outro para nos apoiar. E é isso que importa.
Estou na rede na varanda lendo um livro e sentindo o ventinho
gostoso vindo do mar. Ele saiu faz algumas horas, e até agora não voltou.
Ontem recebemos uma notícia maravilhosa, Natalie está grávida de Dominic,
ficamos muito felizes. Wendy soube da sua gravidez em meio ao caos do
meu sequestro. Ela passou mal no hospital, e ao ser atendida, souberam de
sua gravidez.
Por falar em Dom e Natalie, eles estão de casamento marcado para
daqui há dois meses. Só felicidade. Mas com a notícia da gravidez, decidiram
adiar para depois do nascimento do bebê. Dominic está se programando para
voltar para New York, e só ir para Europa, para alguma reunião. Suzy e
Oliver..., o que dizer deles? Bom, eles estão se conhecendo bem, estão saindo
e se divertindo. Torço bastante por eles. Ele fica besta quando ela aparece por
aqui. Enfim, eles morrem de amores um pelo o outro, mas não assumem.
Dois orgulhosos!
De repente sinto o cheiro do amor da minha vida. Ele chegou. Ele
tinha ido na empresa para uma reunião de emergência. Rapidamente me sento
na rede e o vejo parado com as mãos no bolso me olhando com um sorriso.
— Você chegou. — Abro um sorriso.
Ele tira as mãos do bolso e vêm até mim e senta comigo na rede, se
deitando e me levando junto para deitar em seu peito.
— Não queria incomodá-la. Estava linda lendo. — Beija minha
cabeça.
— Você nunca me atrapalha. Estava com saudades. — Digo.
— Também estava com saudades de você e das minhas meninas. Mas
já matei minha saudade delas, agora é sua vez. — Acaricia meus cabelos.
Sorrio e me aconchego mais em seus braços.
— Como foi a reunião? — Pergunto.
— Tranquila. — Suspira. — Amor?
— Hum? — O olho.
— Sobre o nosso casamento, você vai querer mesmo esperar as
meninas fazerem dois anos? — Pergunta.
— Por quê? — Pergunto.
— Quero me casar logo com você. — Sorrio e começo a desfazer sua
gravata.
— Vamos fazer assim. Poderíamos nos casar no civil, por enquanto.
— Sugiro e ele sorri.
— Pode ser essa semana? — Pergunta animado.
— Sim. — Sorrio.
— Sabia que eu te amo demais? — Segura meu rosto e me dá um
selinho.
— Sabia. — Faço charme.
— Convencida. — Ele sorri. — Mas quero falar um assunto com
você.
— O que foi? — Pergunto.
— Vamos dar uma volta. — Assinto e me levanto de cima dele.
Seguimos em silêncio até a praia vendo o pôr do sol.
— Se lembra quando você se abriu para mim, sobre sua vida com
Fabrício? — Pergunta olhando o mar.
— Sim. — Assinto.
— Você me disse como era sua relação com ele e como decidiu vir
para New York. — Fala. — Naquele dia prometi que iria te proteger daquele
desgraçado e de quem quisesse lhe fazer mal. Nesse dia tive uma conversa
séria com Kevin, e ele me indicou o Lucas para acompanhar os passos de
Fabrício, na Califórnia. — Assinto. — Naquele dia iniciei minha proteção a
você em relação a ele, e hoje termina.
— Não entendi. — Franzo a testa. Ele respira fundo e me olha.
— Hoje não fui à empresa. Fui com Richard e Enzo me encontrar
com os agentes federais. — Informa.
Cruzo os braços, sentindo o vento frio.
— Eles nos chamaram para dizer que encontraram Yuri. — Assinto.
— A mulher dele descobriu o que ele estava fazendo, e decidiu denunciá-lo
aos federais. Ela não queria essa vida para o filho dela. — Ajeito meus
cabelos pelo vento forte. — Os federais descobriram que ele estava no Texas,
com documentos falsos, morando em um bairro nobre. Acionaram as
autoridades locais para pegá-lo. Ele descobriu e tentou fugir com um carro
roubado. Na perseguição policial, o carro dele capotou várias vezes e
explodiu. — Coloco as mãos na boca, chocada com tudo que Gabriel acabou
de me contar.
— A perícia fez o teste de DNA e foi comprovado que era o Yuri...
Ele está morto, Katherine. — Um alivio se espalha em meu corpo.
— Acabou, não é? — Sinto uma lágrima descer em meu rosto.
— Sim, meu amor. — Ele sorri.
Me jogo em seus braços e o abraço forte, estou no meu porto seguro.
Gabriel é meu porto seguro.
— Agora, quero sua opinião de algo. — Sussurra em meu ouvido.
Seguro sua mão e voltamos a andar pelo jardim da casa.
— Que tal comprarmos uma casa? — Pergunta.
— Mas já temos a cobertura, amor. Lá é ótimo, e as meninas já se
acostumaram. — Ele para e me olha.
— Eu sei. Mas o que acha de uma casa maior? Ao ar livre, do jeito
que você gosta. Fiquei avaliando esse tempo, e percebi que você fica mais do
lado de fora, do que dentro da casa. E será melhor para nossas princesas. Um
lugarzinho para elas, onde elas possam correr e brincar despreocupadas. —
Segura minha mão.
— Uma casa maior que sua cobertura? Eu vou me perder nela. —
Caio na risada.
— O que você acha? Aquela cobertura será pequena para nós, quero
um ambiente grande e familiar. Um quintal grande para você ler seus livros,
chamar suas amigas para um churrasco no final de semana, de frente para
piscina. Um parquinho para nossas filhas brincarem e correrem à vontade. —
Sugere.
Por um momento fico perdida em meus pensamentos sobre tudo que
ele falou, imaginando minhas filhas brincando no quintal da casa...
— Fiquei pensando esses dias, falei com um corretor amigo de Enzo,
e perguntei sobre casas por aqui em Hamptons, ele me ofereceu três casas
boas e grandes. — Informa.
— Mais aqui tudo é caro, Gabriel. — Falo.
— Querida, não importa. Quero o bem estar de vocês, e todo meu
dinheiro é seu e delas. Nada é só meu! — Me olha. — Ele passou por e-mail
os detalhes das casas, e algumas fotos. Também sugeriu irmos visitar cada
uma delas. Ambas são bem próximas daqui da casa dos meus pais. —
Assinto. — Deixarei em suas mãos. Você decide qual será a casa, e a
decoração. Escolha o que você quiser. — Me diz. — Caso queira mudar
alguma coisa, falarei com Ethan Bittencourt para fazer toda a arquitetura da
casa.
— Mas aqui não tem casas, Gabriel. Por aqui só tem mansões
caríssimas. — Digo.
— Só escolha, e me diga qual será e se vai querer redecorá-la. E duas
delas, são de frente para praia. — Me diz.
Dou um sorriso.
— Já sei. Vou descartar a outra, e você só verá as duas em frente à
praia. — Diz sorrindo.
— Você me conhece tão bem. — Digo.
— Claro, meu amor. — Beija meus lábios. — Poderíamos vender
aquela cobertura grande, e comprar uma menor. Caso a semana no trabalho
seja intensa, estaríamos bem pertinho. O que acha?
— Pode ser, amor. — Sorrio. — Mas com uma condição.
— O que você quiser. — Sorri.
— Que Daiana e Mirela continue conosco. — Falo.
— Nem precisa pedir duas vezes. — Ele me puxa e me dá um beijo
de tirar o fôlego.
Capítulo 51
Gabriel Griffin

Três anos depois...


A semana está sendo corrida. É a semana da moda em New York, e a
editora está um caos. Eu, Katherine e as meninas, tivemos que vir para o
nosso apartamento próximo ao trabalho. Mirela e Daiana estão cuidando das
meninas, como havíamos combinado. Escuto o telefone tocar do meu
escritório e atendo.
— Pois não, Rebeca? — Pergunto
— A Sra. Griffin está aqui. Posso mandá-la entrar? — Pergunta.
Sra. Griffin..., soa tão bem isso.
Tinha comunicado a Rebeca, que estaria em uma videoconferência e
ninguém poderia entrar.
— Pode sim. — Afirmo.
— Sim, senhor. — Suspiro e me encosto na cadeira, afrouxo a gravata
quando Kate entra pela porta, divinamente linda.
— O que devo a honra da sua ilustre presença, Sra. Griffin? — Ela
está linda.
Veste um vestido soltinho que vai até os joelhos, com um blazer por
cima, saltos altíssimos, e seu cabelo preso em um rabo de cavalo.
— Como vai, Sr. Griffin? — Joga a bolsa no sofá e vem andando em
minha direção. Porra de mulher sexy do caralho!
— Estou ótimo, querida. E você? — Pergunto. Ela afasta minha
cadeira e se senta no meu colo de frente para mim.
— Morrendo de saudades. — Confessa.
Suas mãos vão de encontro aos botões da minha camisa social e
começa a desabotoá-las com rapidez. Me inclino e beijo seu pescoço lhe
causando arrepios. Sinto suas mãos descerem pelo meu abdômen e vão de
encontro ao meu cinto. Desde que descobrimos sua gravidez, ela está além do
normal. Minha mulher, está insaciável. Quer sexo a todo momento, e isso me
deixa louco, porque só de olhar para ela, já fico duro. É impressionante uma
coisa dessas.
Tiro o seu blazer com rapidez jogando-o sei lá onde, vou direto para o
zíper do seu vestido e o desço expondo seus deliciosos seios. Seguro a barra
do vestido e subo, deixando-a apenas de calcinha e saltos em meu colo.
— Você é deliciosa, amor. — Sussurro. Me inclino e chupo seus
seios.
— Ah!
Aperto-os e ela geme ainda mais, afundando seus dedos em meu
cabelo. Tiro um seio da boca e chupo o outro. Deliciosos. Ela me afasta de
vez, e começa a desafivelar meu cinto muito rápido.
— Alguém precisa ser comida o mais rápido possível, hein. — Ela se
levanta e me ajuda a tirar a calça. Rapidamente aperto o botão debaixo da
mesa, trancando a porta para ninguém entrar. Tiro meus sapatos, e jogo as
meias onde nossas roupas estão jogadas no chão.
— Me deixa chupar você. — Puxo-a para mim.
— De maneira alguma. Sem preliminares, Gabriel. — Sorrio.
Ela me empurra para a cadeira. Ela anda até mim e se senta no meu
colo, coloca suas mãos em meu rosto e me puxa para um beijo ardente. Desço
minha mão para sua bunda e a aperto. Ela geme e meu pau fica ainda mais
duro. Levanto seu corpo, sem desviar do nosso beijo, posiciono meu pau na
sua entrada, e desço seu corpo. Centímetro por centímetro, meu pau vai
entrando, até caber todo em sua bocetinha.
Porra..., molhadinha.
— Hum. — Ela geme.
Ela começa subir e descer, me arrancando gemidos abafados. Ela se
afasta e fica me olhando, com aqueles lindos olhos verdes, que a cada dia
brilha mais por mim. Desço meu olhar e vejo seu corpo. Seus seios de
biquinhos rosadinhos, me deixam louco. Ergo minhas duas mãos e os aperto,
arrancando gemidos dela.
— Ah Gabriel... — Geme com a boca entreaberta.
Sorrio e desço meu olhar para baixo do seu seio direito. Lá está meu
nome e sobrenome, com uma caligrafia minha. Um dia ela me pediu para
escrever em uma folha de papel, e a danada foi e fez a tatuagem. Isso me
deixou tão excitado, que a comi a noite toda.
— Isso, amor. Me fode bem gostoso, do jeitinho que você sabe fazer.
— Desço minha mão e começo a estimular seu clitóris.
— Ahhh. — Ela geme e joga a cabeça para trás.
Ela desce e sobe divinamente. Seus olhos verdes estão tão... Nossa...
É uma coisa surreal. Como se transmitisse tudo através de um olhar. Porra,
como eu amo essa mulher. Seguro o seu quadril e flexiono o meu, e começo a
estocar com força. Ela se segura em mim e geme sem parar.
— Isso. Assim... Gabriel. — Geme me olhando.
Ela morde o lábio e quase gozo apenas olhando-a fazer isso. Porra!
Ela afunda sua unha em meu braço e isso me excita demais. Trinco os dentes,
evitando de gritar, para que ninguém nos ouça. Tudo com Katherine é mais
intenso. Nunca fui de me descontrolar em uma transa, mas com Katherine,
tudo é possível.
Seguro seu quadril e me levanto com ela em meus braços sem sair de
dentro dela, vou andando perto da enorme janela de vidro, que tem uma bela
vista do Central Park. Desço-a dos meus braços e a viro de costas para mim.
— É bom você se segurar, amor. — Sussurro em seu ouvido.
Ela se arrepia, e apoia as mãos na janela. Levanto sua perna esquerda
e me aproximo mais dela, pego meu pau e entro de vez. Quase que ela perde
o equilíbrio, e geme alto. Começo a estocar com força, arrancando gemidos
meus e dela. Passo meu braço pela sua cintura e seguro seu seio.
— Oh Gabriel. — Geme.
Inclino minha cabeça e começo a beijar e chupar seu pescoço do jeito
que ela gosta.
— Você gosta? — Mordo sua orelha.
— Sim... Aah... Você sabe que sim. — Diz ofegante. Belisco seu seio
e ela grita.
— E isso? — Pergunto ofegante. Ela geme.
— Sim... — Confessa.
Sorrio e continuo a meter com força. Sinto sua bocetinha começar a se
contrair, dando sinais de que está perto. Ainda bem, pois não estou
aguentando mais. Desço minha mão até sua bocetinha e começo a estimulá-
la.
— E isso, amor? — Pergunto bem no seu ouvido.
— OH MERDA! Isso. — Ela geme alto. Sorrio satisfeito e dou um
tapinha em cima do seu pontinho, e sua boceta aperta meu pau.
— Sua bocetinha gostou, hein? — Sussurro.
— Sim. Demais! — Ofega.
— Amor, eu não aguento mais. Goza comigo, vai? — Falo bem
pertinho do seu ouvido.
Em resposta, sua boceta contrai novamente e acelero mais o ritmo.
Dou tapas, um atrás do outro em sua boceta, em cima do seu pontinho de
prazer, e ela grita quando o orgasmo lhe atinge em cheio. Ela treme em meus
braços e se contorce lindamente. Sinto seu orgasmo molhar todo meu pau e
me perco.
— Merda! Que delícia... — Gemo bem no seu ouvido.
Jorro jatos de sêmen dentro dela, fecho os olhos saboreando o prazer
que me consome, e é indescritível. Principalmente quando a transa é com o
amor da sua vida. Me movimento devagar até sair todo meu sêmen, enquanto
nós dois estamos ofegantes. Suor desce pela minha espinha e testa, Katherine
está com a respiração pesada e pernas ainda trêmulas.
— Isso... foi... — Diz ofegante.
— Perfeito... maravilhoso... surreal. — Completo ofegante. Ficamos
parados, tentando controlar nossas respirações, quando a escuto sorrir
baixinho.
— O que foi? — Pergunto afundando meu rosto em seu pescoço.
— Sempre intenso.
— Sempre. — Afirmo. Saio de dentro dela e a viro para mim.
— Eu te amo, Katherine. — Digo olhando em seus olhos. Ela acaricia
minha barba e me olha.
— Amo você, Gabriel.

Chego no apartamento morto de cansado, hoje o trabalho foi intenso e


cansativo. Katherine não foi, pois tinha consulta de rotina das meninas no
pediatra. Ainda estamos ficando no apartamento, já que ainda estamos na
correria no trabalho. Escuto gritaria e risos assim que saio do elevador. Logo
vejo Katherine conversando com as meninas empolgadas, e as meninas
eufóricas. Katherine segura uma caixinha quadrada e fala algo a elas que
sorriem eufóricas.
— Posso saber o motivo de tantos risos? — Pergunto chamando a
atenção delas. Elas me olham, e as meninas vêm correndo até mim. Me
abaixo e abro os braços, elas se jogam com força e caio para trás aos risos
com elas.
— Assim vocês machucam o papai. — Digo sorrindo.
— Vamos não, papai. — Maria Alice fala. Me estico no chão e lá
mesmo fico.
— Vamos, papai. Levanta. — Maria Eduarda fala puxando minha
gravata.
— Deixa de preguiça, papai. — Maria Alice tenta me puxar.
— Estou cansado, filhas. — Me faço de vítima.
— Tá não. — Maria Eduarda fala.
— Papai, temos uma surpresa. — Maria Alice fala empolgada.
— É papai. Surpresa. — Maria Eduarda bate palmas. Rapidamente
me sento e elas caem no riso.
— Posso saber por que estão rindo de mim? — Me faço de
desentendido.
— Seu cabelo, papai. — Maria Eduarda sorri.
— O que tem meu cabelo? — Pergunto.
— Tá feio, papai. — Maria Alice sorri.
— Não está feio, não. Não é, amor? — Olho para Katherine que está
vermelha de tanto rir.
— Está sim. — Faço uma careta e as três sorriem.
— Certo. Estou chateado. — Faço charme e cruzo os braços. Maria
Alice e Maria Eduarda param de rir e me olham com seus olhinhos lindos. Oh
meu Deus... Dá uma pena.
— Desculpa, papai. — Sussurra Maria Alice.
— É papai. — Maria Eduarda me olha. Fico olhando para as duas e
faço uma careta.
— Peguei vocês! — Digo. Elas sorriem e faço cócegas nelas que riem
alto, faço um barulho com a boca na barriga delas que sorriem mais ainda.
— Para papai. Tá doendo. — Maria Alice gargalha.
— Paro não. — Digo. Vou para Maria Eduarda que grita e sorri alto.
— Tá doendo, papai. — Sorri. Me sento no chão.
— Tudo bem. — Me recomponho. — Qual é a surpresa?
— Tem que primeiro tomar banho, e ficar bonito. — Maria Alice,
ajeita seus cabelos.
— Está me chamando de feio? — Coloco a mão no peito, me fazendo
de ofendido. Maria Eduarda bufa e revira os olhos. É Katherine todinha.
— Vai, papai. — Faz bico.
— Senão, não vamos fazer a surpresa. — Diz Maria Alice.
— Tudo bem. Vou tomar banho, e quando voltar quero ver a surpresa.
— Digo.
Elas assentem e me levanto. Vou andando até minha mulher e dou um
beijo casto e subo para tomar banho.
— Então, cadê a surpresa? — Pergunto entrando na sala.
Katherine está sentada no sofá no meio das meninas segurando uma
caixinha branca.
— Quem vai entregar? — Pergunta Katherine.
— EU! — As duas gritam. Me sento na mesinha de centro e fico de
frente para as três mulheres da minha vida.
— Vamos fazer assim. O que acham, de as duas segurarem a caixa e
me entregarem? — Sugiro.
Katherine olha para elas que assentem. As duas pegam a caixinha
com delicadeza e vem até mim.
— Toma, papai. — Me entregam a caixa.
— Obrigado, meus amores. — Sorrio.
Elas me olham com os olhinhos marejados, olho para minha mulher
que já está chorando silenciosamente. Olho a caixinha branca em minhas
mãos, e agora noto que minhas mãos estão um pouco trêmulas. Respiro fundo
e suspiro. Abro a caixinha devagar e começo a tirar o papel. Eu sei que é
sobre a gravidez de Katherine, ela ficou de me dizer o sexo do bebê que eu
ainda não sei. Quando vejo, meu coração dispara rápido.
Tem uma roupinha branca, retiro da caixa e ergo as mãos para ver os
dizeres. Quando leio, um soluço sai de dentro da minha garganta. Oi papai!
Cheguei.
Os dizeres estão em azul, com o contorno fino preto, e uma
gravatinha decorando a roupinha. Coloco a roupinha em meu rosto e caio no
choro. Sinto mãozinhas me abraçarem e choro ainda mais. Tiro a roupa do
meu rosto e abro os braços para minhas filhas me abraçarem. Obrigado, meu
Deus.
— Não chora, papai. — Pede Maria Eduarda. Elas saem dos meus
braços, com os olhinhos vermelhos, e enxugam minhas lágrimas. Olho para
Katherine que está enxugando suas lágrimas olhando para mim.
— Estou chorando de felicidade. — Sorrio entre o choro.
— Vamos ter um irmãozinho, Alice. — Maria Eduarda fica eufórica.
— Eu quero ter um irmãozinho. — Maria Alice se anima.
— E vai ter, meu amor. — Katherine se senta no meio das minhas
pernas.
— Como ele vai se chamar? — Pergunta Maria Eduarda. Olho para
Katherine.
— Não sabemos ainda. Vou combinar com seu pai. — Diz com um
sorriso.
Elas pulam de alegria.
— Amanhã vou falar para a minha professora, que vou ter um
irmãozinho. — Maria Alice, sai pulando pela sala.
— Vou falar para Tia Daiana, tio Enzo, Tio Kevin, tio Dominic, tia
Mirela... — Maria Eduarda, conta nos dedos.
— Tia Sam, Tia Natalie, tia Wendy, vovôs e vovós. — Grita Maria
Alice eufórica.
— É muita gente, mas a gente consegue, Alice. — Fala Maria
Eduarda, puxando sua gêmea. Elas começam a correr eufóricas pela sala,
arrancando risos meus e de Katherine.
— Um dia me perguntei se seria capaz de amar tanto você. — Digo
acariciando seu rosto.
— E qual foi a resposta? — Pergunta.
— Que sim. É um amor que transborda. — Confesso e ela sorri.
— Eu tenho uma sugestão para o nome dele. — Diz ficando de
joelhos em minha frente.
— Qual? Está pensando em Douglas, Felipe... — Ela me interrompe.
— Gabriel Ross Griffin Júnior. — Imediatamente paro, e fico
olhando-a sem saber o que dizer. — O que acha? — Pergunta curiosa com
aqueles olhos verdes.
— Eu... — Ela sorri.
— Que tal, o nome do homem que não desistiu de mim desde o
momento que me viu, que fez de tudo para eu dizer que estava apaixonada.
— Lágrimas escorrem em meu rosto. — Que lutou por mim, que me cativou
todos os dias. Que fez meu coração amolecer com o tempo. Cuidou de mim,
me fez o amar de verdade. — Seus olhos ficam marejados. — Que me deu
duas lindas meninas, fruto do nosso amor, me deu o terceiro, que
infelizmente não pode vir ao mundo, e agora, está me dando nosso quarto
filho.
— Katherine... — Sinto meus olhos marejados.
— O homem que me ama todos os dias, que me faz feliz, faz nossas
filhas felizes, que trabalha duro todos os dias, para dar um futuro digno para
elas, mesmo tendo dinheiro suficiente, mas não deixa de mostrar o que é ser
um homem de família. Não nos deixa faltar nada, dá até demais. O homem
que me levou ao altar, e me fez dizer sim na frente dos nossos amigos e
familiares. — Ela se levanta e me levanta junto, ficando de frente para mim.
— Esse homem é você, Gabriel. Nada mais que justo, o nome do nosso filho
ser o seu. O homem que faz de tudo por mim. — Confessa. — Um homem de
verdade, um homem de família e de respeito. — Lágrimas caem em nossos
rostos, puxo-a para mim e abraço forte, sentindo lágrimas descerem em meu
rosto.
— Como eu te amo, Katherine. — Me declaro. Ela me olha e sorri.
— Eu nunca duvidei do seu amor, Gabriel. Eu amo você, com todas
as minhas forças. — Fala.
Sorrio e dou um beijo demorado. Colo minha testa na sua e sorrimos.
— Vamos contar a novidade para as meninas? — Pergunta.
— Só se for agora. — Afirmo.
Epílogo
Katherine Madison
Anos depois...

Estamos na casa dos meus sogros, para a festa de aniversário da


Bianca, a filha de Sam e Kevin, de dezoito anos. Eles batalharam tanto para
conseguir a guarda dela, que demorou próximo a um ano, só por ela ser
negra. Eu até entendo, o racismo é a prova disso. Então para eles, qual seria o
motivo de duas pessoas loiras quererem adotar uma criança negra? Eles
pensam, que é para preservar as crianças, foi uma luta e tanto. A pegaram
quando tinha três anos, a mesma idade das minhas filhas.
— Está tudo lindo, Sam. — Digo me aproximando dela.
Bianca chamou vários amigos da época da escola e da sua faculdade.
— Obrigada, cunhada. — Ela sorri.
— Cadê ela? — Pergunto olhando tudo ao redor.
— Ali, com o namorado. — Aponta.
Olho e a vejo conversando com Ricardo, ele é um ótimo rapaz, é
formado em administração e é brasileiro. Está de férias, e veio passar o mês
aqui em New York para ficar ao lado dela. Me despeço de Sam, e vou até ela.
Quando me vê abre um lindo sorriso.
— Tia Kate. — Me abraça.
— Meus parabéns, querida. — Beijo sua bochecha.
— Obrigada, tia. — Sorri.
— Como vai, Ricardo? — Falo com o namorado dela.
— Vou bem, Katherine. E você? — Me abraça.
— Estou ótima. Está aproveitando bem New York? — Pergunto.
— Com certeza. Aqui é ótimo, estou quase me mudando para cá. —
Pisca o olho.
— Não me ilude, Ricardo. — Bianca o olha de soslaio. Sorrimos.
— Se quiser vir, será bem-vindo. — Digo.
— Não tenho dúvidas. — Fala.
Me despeço deles e procuro meu irmão doido, e logo o encontro
falando com um funcionário.
— Reclamando? — Pergunto. Ele me olha e sorri.
— Saudades de você. — Me abraça. — Como estão as coisas? Cadê a
família? — Pergunta.
— Gabriel está conversando com os pais e Enzo, as meninas já se
misturaram com os amigos, e Gabriel Júnior deve estar por aí com Bernardo
paquerando as meninas. — Digo.
— Com toda certeza. — Afirma sorrindo.
Conversamos mais um pouco, e logo avisto Natalie, Dominic e Bruna
passando pela porta de entrada.
— Minha querida sobrinha, você está linda. — Elogio Bruna.
Bruna é a cópia de Natalie, ruiva de pele branca igual um papel, mas
os olhos negros, são como os de Dominic. Ele é louco por ela, e fica possesso
quando algum menino tenta se aproximar dela.
— Tia Kate, que saudades. — Me abraça.
— Como está? — Pergunto.
— Estou ótima. Meu pai que não me deixa namorar. — Bufa. Olho
feio para Dominic que revira os olhos.
— Deixa de frescura, Dom. — Retruco.
— Já disso isso, amiga. — Natalie sorri.
— Não quero esses meninos metidos a homens com minha filha. —
Se defende.
— Para com isso. Até parece que você não era assim quando
adolescente. — Digo cruzando os braços. Ele entorta a boca, e sorrio.
Conversamos mais um pouco, sobre a vida deles na Europa. A festa
está uma maravilha, muita música eletrônica. Logo vejo Maria Eduarda afoita
beijando um menino. Safadinha... Rapidamente olho para Gabriel que está
entretido falando com Dominic e corro até ela.
— Se você não quer que seu pai veja, sugiro que vá para um lugar
mais reservado. — Digo atrapalhando o beijo.
— Mãe! — Fala.
— O quê? Estou ajudando você. — Digo séria.
— Tudo bem. Se ele me chamar, diga que estou no banheiro. — Ela
diz.
— Pode deixar. Juízo. — Alerto. Ela sai de fininho com o rapaz e
volto e vou até Wendy. Converso com ela e vejo Bernardo beijando uma
menina. Minha nossa! Por que os pais vieram mesmo?
— Seu filho só está faltando engolir a menina. — Digo. Wendy sorri.
— Enzo só fala de mulher para ele, fica todo empolgadinho. — Diz
Wendy.
— Gabriel é a mesma coisa com o Júnior. — Bufo.
— E as meninas? Vi Maria Eduarda beijando um garoto. — Diz.
— Se Gabriel ver, ele vai surtar. — Sorrimos.
— Como vocês estão? — Pergunto.
— Enzo é um amor, sempre ao meu lado em tudo que preciso. —
Sorri.
— Fico feliz, que estejam bem. — Sorrio.
Ficamos conversando um bom tempo, Sam e Nate se juntam a nós e
engatamos numa conversa agradável, até que vejo uma funcionária dando em
cima do meu marido. Como é que é? De jeito nenhum. Começo a andar
furiosa pelo meio das pessoas, e quando vejo ela apoiar sua mão no braço
dele, vejo tudo vermelho.
— Dá para você tirar sua mão de cima dele? — Pergunto irritada. Ela
me olha e sorri.
— Estava dizendo que ele é muito bonito, e é um desperdício estar
sozinho. — Fala cinicamente.
— Ele não está sozinho, querida. Ele é meu marido. — Informo.
— Ah, você não deveria o deixar sozinho. É um perigo. — Se abana.
— Você deveria tomar cuidado.
— Cuidado, quem deveria tomar é você se não sair de perto do meu
homem. — Alerto.
— Você não faria nada. Você é apenas uma convidada. — Ela sorri.
— Querida, eu sou uma Griffin. Arthur e Sophia Griffin são meus
sogros, e você está na casa dos meus sogros. E esse homem gostoso aqui, é
meu marido, Gabriel Griffin. — Sorrio. — Os donos da festa, são minha
cunhada e meu irmão, e você, quem é mesmo? — Ela fica calada. — Pode
dar meia volta e ir procurar o que fazer. — Ela me olha e olha para Gabriel
que dá de ombros, como se nem se importasse. Ela se vira e vai embora.
Gabriel está com um sorriso safado nos lábios.
— Você fica linda com ciúme. — Me puxa.
— Claro. Você é um coroa gostoso. — Digo.
— Coroa? — Pergunta sorrindo
— Um quarentão bem gostoso. — Sorrio.
Ele sorri e me abraça, beijando minha cabeça.
— JAMAIS! — Grita Gabriel.
Reviro os olhos e bufo. Maria Eduarda me olha pedindo ajuda,
enquanto Gabriel anda de um lado para o outro.
— Gabriel, deixa disso. Ela já é de maior. — Tento tranquilizar a
situação.
— É pai. Por favor. — Implora Maria Eduarda.
— Maria Alice, nunca precisou me falar uma coisa dessas. Ela nem
pensa nisso. — Fala exaltado.
— Eu não quero que ninguém me compare a ela. Ela é ela, eu sou seu.
— Diz Maria Eduarda irritada.
— Vamos manter a calma, querido. Vamos chamar esse rapaz e ver as
intenções dele com ela. — Peço tranquila.
— Vou colocá-la no convento. Eu não vou deixar marmanjo nenhum
tocar na minha menina. — Grita.
— Chega! — Grito. Ele para e me olha. — Deixe de ser criança.
Maria Eduarda já sabe o que quer. E ela vai trazer o rapaz aqui, você
querendo ou não. Eu quero que ela arrume alguém. Você não quer netos? —
Pergunto.
— Nunca! Para isso, ela teria que fazer coisas que não deve. — Me
olha incrédulo.
— Querido, eu quero netos. – Olho minha filha. - Conheça esse rapaz,
casem quando quiserem e depois me deem netos. — Imploro. Maria Eduarda
sorri.
— Não fique rindo, Maria Eduarda. Isso é coisa séria. — Gabriel fala
irritado.
— Maria Eduarda, transe muito, mas com proteção, estou nova para
ser avó e você está nova para ser mãe. — Digo com um sorriso.
— O quê? — Pergunta Gabriel de olhos arregalados.
— O que foi? Ela tem que conhecer os prazeres da vida, querido. Não
é bom entre nós dois? Vai ser bom com ela. Fazer sexo é maravilhoso, tira o
estresse, o cabelo fica mais brilhoso, você fica satisfeita..., enfim. Aproveite
muito, filha. — Sorrio.
— KATHERINE! — Gabriel me repreende.
— Cala a boca, Gabriel. — Olho para ela. — Trago-o, e vamos
conversar como pessoas civilizadas.
— Obrigada, mãe. — Ela me abraça.
— Isso não é um sim, Maria Eduarda. — Fala meu marido, bravo.
— Pai, vai pegar no pé de Gabriel, que vive pegando geral na
faculdade. — Fala minha filha.
— Ele é homem. — Fala.
— Isso é um pensamento machista. Posso fazer o eu quiser e com
quem eu quiser. E cuidado, que vocês podem ser avós o quanto antes. — Fala
debochada.
— É isso mesmo. — Digo.
Enzo e Wendy ficam rindo sentados no sofá e Gabriel e Bernardo
descem as escadas e vão direto falar com eles. A porta da frente é aberta e
Maria Alice entra com um rapaz, alto, não tão forte e nem magro demais,
com óculos de grau e uma mochila nas costas.
— Reunião de família? — Pergunta ela.
— Seu pai está surtando, pois Maria Eduarda quer namorar e ele não
quer deixar. — Informo.
Ela sorri.
— Posso saber quem é esse rapaz? — Pergunta Gabriel sério. O rapaz
se mantém sério e já prevejo o que vai acontecer.
— Pai... Mãe, esse é o Henrique. Meu namorado. — Ela sorri.
Gabriel paralisa e me olha. Enzo e Wendy caem na gargalhada, e eu
seguro o riso junto com Maria Alice. Maria Alice continua sorrindo e segura
a mão de Henrique e Gabriel cai no chão desmaiado. Ai meu Deus! Quanto
drama...

— Se você magoar minha filha, você se prepare. — Avisa Gabriel ao


Henrique.
— Eu não a magoarei, senhor. — Afirma.
— Pelo bem do seu pau, sim. — Diz meu marido.
— Para com isso, Gabriel. Está assustando-o. Ele vai acabar indo
embora. — Digo.
— A intenção é essa. — Se levanta e se retira da sala.
Peço desculpas a ele, que fica rindo. Maria Eduarda está lá fora
falando com a amiga no telefone, e meu cunhado e minha irmã foram embora
mais cedo. Bernardo saiu com Gabriel para fazer um trabalho da faculdade e
não volta nem tão cedo. Trabalho é, sei bem o que eles fazem, acham que me
enganam. Acham que não fui adolescente. Maria Alice leva Henrique até a
porta para se despedir, e subo as escadas para ir até o quarto ver o senhor
ranzinza. Abro a porta e o vejo sentado de braços cruzados assistindo tv.
— Deixa essa cara. — Digo fechando a porta.
Ele não responde e finge que não está escutando. Sorrio e subo na
cama engatinhando em cima dela, e fico de joelhos na frente dele. Ele me
olha com aqueles lindos olhos azuis e sorrio de novo. Passo minha mão por
cima da sua cueca e aperto seu pau devagar.
— Não faça isso. — Fala.
— O quê? — Me faço de desentendida.
— Estou chateado. — Resmunga.
— Deixa disso. Eu amo você. — Faço bico. Sento-me em seu colo e o
olho.
— Nossas filhas precisam ser felizes, Gabriel. Quero que elas
arrumem alguém, como você. Que as façam se sentirem seguras. — Acaricio
sua barba e ele suspira.
— Mas só de pensar que eles podem tocar nelas... — Murmura.
— Essa é a vida, amor. O sexo é o complemento do casal, é algo
necessário para ambos. Sexo é bom e faz bem à saúde. Elas vão querer ter
filhos e para isso vão precisar transar. Deixe disso e pense que elas vão ser
felizes. — Ele me olha e respira fundo.
— Mas se eles as fizeram sofrerem... — Eu o corto.
— Corto o pau de cada um deles. — Sorrio.
— Exatamente. — Beija meus lábios. Dou uma sequência de selinhos
nele.
— Agora vamos parar de falar disso, quero usar meu homem. —
Sorrio maliciosa.
Ele sorri e dá um tapa na minha bunda.
— Eu te amo, Katherine Griffin. — Acaricia meu rosto.
— Amo você, Gabriel Griffin.

Fim!
Agradecimento
Quero agradecer primeiramente a Deus, por ter conseguido chegar até
aqui, pois nunca pensei que um dia meu livro viria para Amazon. Quero
agradecer ao meu esposo e minha mãe.
Agradeço à minha família, pelo apoio e o incentivo. Aos meus leitores
do Wattpad, que mesmo sabendo que teria alguns erros por ser meu primeiro
livro, foram até o fim e adoraram todos os personagens.
Carina Barreira, obrigada pela revisão, por trabalhar duro nesse livro,
porque não foi fácil, e obrigada pela compreensão.
Créditos de Imagem
Ícone feito por Freepik de www.flaticon.com
Table of Contents
Sinopse
Dedicatória
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capitulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capitulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capitulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capitulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Epílogo
Agradecimento
Créditos de Imagem

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