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Nana Simons
1º Edição – 2019
PERIGOSAS ACHERON
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Dedicatória
Para todas que amaram Rubi, Teresa e
Paola Bracho.
Para todas aquelas que mesmo em segredo,
adoram pequenas mentiras. Afinal, elas nunca
fizeram mal a ninguém.
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Nota da Autora
Não se amargurem pela Aya, ela é um
pedaço de sentimentos que todas nós temos por
dentro, mesmo que uma fração. Ela tem atitudes
que nós gostaríamos de ter coragem para fazer em
alguns momentos e ela carrega uma ousadia que
nós mantemos escondida para não causarmos
problemas. Ela é a mulher sexy que nós deixamos
escondida e só permitimos que saia em pequenas
ocasiões. Ela não tem medo, não tem escrúpulos e
se você quiser, ela não tem moral.
Ela é tudo o que você quiser que ela seja.
Ela é a vilã que todas as mocinhas
detestam.
Ela é na verdade... a mulher mais absurda
que já viveu na minha mente.
Ela é sem dúvidas, a pessoa que eu mais
amei escrever.
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Prólogo
CIDADE DO MÉXICO
Assim é ela..."
Aaron Diaz, teresa
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Capítulo 1
"Não sou uma mulher das que acreditam,
que entendem o que é se sentir bem ou mal
Nunca terei as palavras para dizer coisas sem te
machucar
Sei que não é fácil fazer o que quero sem me
importar
Mas é parte de mim
Não me entenda, só me ame
Porque santa eu nunca fui"
Anahi, santa no soy
incrível!
— Eu sei, mas pare de inflar meu ego.
— É verdade! Você tem um olhar mágico
para reconhecer gente talentosa, trabalha feito uma
maluca e ainda tem tempo de cuidar do cabelo. Ele
sempre está tão lindo!
Eu joguei a cabeça para trás, rindo.
— Você faz maravilhas à minha
autoestima, Gabi.
Ela continuou digitando em seu
computador.
— Vou agora mesmo fazer um textão na
página e mandar para o pessoal do blog, para eles
publicarem sobre você.
— Mi santa madre! Puxando tanto assim o
meu saco, é agora que você me pede para sair mais
cedo na sexta-feira?
Ela parou o que fazia e me fitou com falsa
indignação.
— Claro que não, chefa! Acha que disse
tudo isso só por interesse?
— Absolutamente sim, meu bem.
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Eu estava arruinada.
Não, melhor! Eu estava arruinada e meu
chefe era um puto.
Ser mulher nos dias atuais não era nada
fácil.
Não se pode falar o que quer sem ser mal
compreendida, vestir o que quer sem ser chamada
de todos os nomes degradantes possíveis, pensar o
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Capítulo 2
“Vou para o meu próprio sol
Sem medo
Me assista, porque não vou me desculpar
Eu sou assim"
Mite Perroni, asi soy
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resmungando.
— Mas Aya, conta para a tia. O que foi que
te deu para resolver ir viajar?
— Ai, tia... vou ficar em casa me
lamentando? Melhor sair logo e ir aproveitar a vida.
É só uma semaninha e quando voltar vou atrás de
emprego.
— Está certo, menina. Sabe muito bem que
a tia concorda e apoia.
— Aya, eu não estou muito de acordo.
Acho que você deve esperar e ver se o senhor
Gomez não te liga. E se ele resolve falar com você
e seu celular está sem sinal nesse Spa?
Eu suspirei.
— Mãe, seu Gomez não vai mudar de
ideia. E mesmo se mudasse, quem não ia querer sou
eu. Ele me humilhou.
— Verdade, menina — tia concordou. — O
melhor que você tem a fazer é ir, sim, e aproveitar
muito. Descansa a cabeça e volta renovada.
Ouvi minha mãe suspirando.
— Aya, Aya, Aya... promete que não vai
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E que cidade...
Eu nasci na Cidade do México. Bem ali no
meio, onde tudo acontecia.
Convivia com os muros antigos, as
histórias, os rostos nas paredes e as ruas
emolduradas pelo tempo. Tanta história, tanta coisa
boa...
Com um suspiro, guardei a tigela com os
morangos e voltei ao quarto. Entrei no banheiro,
precisava tomar um banho e deitar.
Queria estar descansada para a maravilhosa
semana que me esperava.
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Capítulo 3
“E pode ver que não sou um anjo com boas
intenções
Me joguei à queima roupa e ela me venceu
Joguei com uma diaba que é esperta em jogos de
amor...
E perdi"
Romeo Santos, la diabla
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♥
Parecia que Deus tinha ouvido minhas
preces, pois fui recebida maravilhosamente bem ao
chegar.
O lugar tinha paredes de vidro, e entre as
paredes, algumas fontes de água rochosas. Precisei
parar em uma e tirar uma foto, ficaria uma graça no
meu Instagram, minha única rede social. Confesso
que já usei aplicativos de relacionamentos, e só de
lembrar no que deu, eu já ficava injuriada.
O cara que eu conheci por um desses
aplicativos, Luiz — jamais esqueceria esse nome
—, parecia ser muito legal, até então. Conversamos
por três semanas até eu estar convencida de que ele
não era um psicopata. Concordei com um encontro,
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Eu dei risada.
Quer a lista?
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show.
— Vontade não me faltou, acredite.
— E o que pretende com os vídeos?
Minha cabeça na hora relacionou os dois e
me peguei temerosa de que fosse alguma amiga
dele o acobertando.
— Ah, isso aqui é só uma pequena
vingancinha.
— Então seu namorado te trai?
— O quê? — Apontei com o dedão para a
mesa mais a frente. — Ele? Meu namorado? Nem
em outra vida.
— Ah. — Ela parecia confusa. — É que
você disse “traidor, safado”, então liguei os pontos.
Eu dei risada.
— Não, não sou nada desse encosto. Sorte
a minha.
Ela assentiu, me analisando.
— Qual o seu nome?
— Aya. Aya Maria. — Estiquei a mão. —
E você?
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encarou seriamente.
— O que você diria se eu dissesse que
tenho uma solução financeira temporária?
— Sério?! Se for trabalho, bem remunerado
e eu souber fazer, aceito.
Ela sorriu e segurou minhas mãos.
— Ok. Escute bem e pense antes de me
dizer.
— Ok.
— O que você diria se a esposa desse cara
na mesa ao lado, quisesse comprar essas fotos e as
gravações que você fez dele?
Eu pensei um pouco sobre.
— Bom, eu já vou entregar a ela. Por que
ela me pagaria?
Jaqueline suspirou.
— Vou ser direta com você. — Eu assenti.
— Meu marido me trai e eu quero que você consiga
provas disso. Provas exatamente como essas. Fotos
e vídeos.
Eu a fitei por um segundo, talvez dois, mas
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Capítulo 4
"Hoje à noite eu serei o interrogador
E darei um fim na impostora, usurpadora"
Romeo Santos, imitadora
Um minuto.
Mas também tinha o lado do dinheiro.
Tudo dependia do valor. Eu não estava desesperada
por dinheiro no nível “pelo amor de Deus, faço
qualquer coisa”. Mas se viesse fácil assim, uma boa
quantia, que mal tinha? Eu só precisava da garantia
dela que o cara nunca saberia quem o dedurou. Ela
que dissesse que foi um dos detetives que
conseguiu finalmente provas, ou qualquer outra
coisa. Mas não me metesse no meio.
Meia noite.
Resignada, temerosa, me sentindo a
justiceira e cheia de furos nos bolsos, eu peguei
meu telefone e o cartão dela, e sem pensar mais,
disquei.
— Eu sabia que você não me
decepcionaria.
A voz dela era calma e controlada. Eu
conseguia imaginá-la com sua roupa de executiva e
o rosto sério.
— Oi. Eu sinto que vou me arrepender,
mas liguei.
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Capítulo 5
"Uma aventura é mais divertida se cheira a perigo
O que diria se esta noite te eu seduzo no meu
carro?
Que embacemos os vidros
A única regra é aproveitar
Mas te parece prudente essa proposta indecente?"
Romeo Santos, propuesta indecente
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salvo conosco.
Governador? GOVERNADOR?
Não. Não, não, não, não e não! Não
mesmo! Algo estava errado, aquele não era o
homem. Eu estava no lugar errado, Jaqueline errou
a tatuagem ou aquelas mulheres estavam loucas.
Alucinando! Será que eu já tinha bebido demais?
Larguei o copo no balcão como se fosse um
bicho e é claro que algo tinha que acontecer para
chamar a atenção dele naquele momento. Eu não
percebi a força com que deixei o objeto, só vi o
copo virando e rolando até a beirada, espatifando
no chão. Eu pulei no banco, tentando pegá-lo, mas
não tive tempo.
— Merda! — resmunguei ao ver o garçom
se abaixando para pegar os cacos. — Mil
desculpas, juro que pago.
Eu estava equilibrada com a beirada do
salto nos dois apoios do banquinho e senti meu
corpo ir para trás conforme o sapato escorregou.
Porém, não tive tempo de cair. Meu corpo foi
firmado por braços fortes, que estavam ao meu
redor impedindo o tombo majestoso que eu levaria.
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música.
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Capítulo 6
"Frente a frente e olhando seus olhos
Teus intensos olhos são divinos
Teus bonitos olhos que me fazem suspirar
Me hipnotizam e eu caio para você de joelhos
Há algo em seus olhos que amo
Amo seus olhos quando me olham"
Anahi, me hipnotizas
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Câncer:
Hoje sua lua está em Júpiter, a chegada de dias
movimentados se aproxima com a influência de
Peixes e Aquário, que fará com que você precise
reforçar sua mente para passar por cima do que
virá. Faça um pouco de exercício que além do
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irritada.
Eu tranquei meus dentes, jurando que não
iria explodir, mas sua calma me irritou de tal forma
que não aguentei.
— O governador! Seu marido é a porra do
governador do estado e você não achou importante
citar isso?!
Ouvi seu suspiro do outro lado.
— O que muda? Ele ainda é só um homem
que você precisa desmascarar, o status não importa.
— Ah, importa sim, porque se algo der
errado, se ele descobrir e ficar muito puto, vai
sobrar para mim!
— Deixa de bobeira, Aya! Faça tudo
direito e ele nunca vai saber.
— Não, olha só... eu estou fora. Não quero
mais fazer parte disso.
— O quê? — foi um grito agudo, como se
ela estivesse indignada.
Indignada estava eu.
— Sei que sua situação é complicada com
ele, mas não quero me envolver com gente nesse
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Era ele.
Quando eu lia nos livros — e li incontáveis
deles — o que as mocinhas sentiam ao ver seus
amores pela primeira vez, sempre achei que as
autoras estavam exagerando. Quer dizer, quem
sentia borboletas no estômago e a gravidade em
falta?
Mas havia acabado de descobrir que era
tudo verdade.
Se fosse me dado uma caneta naquele
momento, eu teria sido mais exagerada que elas. Se
bem que descrever o que se passava por mim era
impossível.
Eu começaria por seu caminhar. A forma
como ele andava era tão sexy... e, por Deus, quem
ligava para como os homens andam? Eu nunca fiz,
mas com ele era impossível ignorar. Ele se movia
como se todo o seu corpo estivesse em sintonia, as
mãos nos bolsos e um sorriso sutil, prestando
atenção no que o homem ao seu lado falava.
Ele sorriu para o garçom quando chegaram
à mesa e acenou para as pessoas na mesa ao lado,
que o encaravam. Eu queria ter olhado para outras
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covinha abençoada.
— Considerando que está estampado em
todo o estado. — Estendeu a mão e eu hesitei
apenas um segundo em aceitar. — É um prazer.
Juan Carlo.
Eu não deveria ter tocado sua mão.
Segundos depois de ter feito isso, percebi a
burrada. Ele me afetava de uma forma quase
insana, queria puxá-lo para perto e cheirar seu
pescoço, descobrir mais sobre ele, mais do que sua
esposa havia me dito.
— Herrera — completei. — Governador
eleito há dois anos, com a maioria esmagadora dos
votos e deixando a oposição e a concorrência sem
qualquer esperança. Aya Maria, e o prazer é meu.
Nós éramos um jogo. Ele era um jogo. E eu
precisava ganhar. Uma simples pesquisa antes de
encontrá-lo me deu informações básicas para
mover a primeira peça do tabuleiro. Os olhos dele
brilharam com admiração. É claro que eu parecia
uma admiradora fanática, militante cem por cento
informada do político gostoso. Será que ele já me
via como um alvo?
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Capítulo 7
"Você é tão bonita
Tão malditamente bonita
Vejo você no clube
Você é matadora
Quero ir com você"
Dulce Maria, beautiful
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dias.
A música parou bem naquele momento. Era
a pausa para o DJ anunciar algum aniversariante
presente, e graças ao desabafo bêbado da minha
melhor amiga, tínhamos os mais próximos nos
encarando, mas eu não dei muita atenção a eles,
porque tinha uma pergunta séria a fazer.
— Faz o que todos os dias?
Ela riu mais ainda, voltando a dançar
quando Maluma tocou. Eu fiquei tão tensa que até
minha amiga franziu a testa para mim.
— O que foi, Aya? Ai, não, amiga, está
chateada?
Eu fiz um bico e assenti, me perguntando
porque bebi tanto. Ela arregalou os olhos e me
puxou para uma mesa próxima, ignorando que
tinham três caras sentados ali e ocupando comigo o
restante do sofá vazio.
— Aya, você sabe que não sou virgem
desde os quinze, por que reagiu assim? Galdino é o
amor da minha vida!
Então eu tinha três pares de olhos muito
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Capítulo 8
"Comemos de um fruto proibido, nós amamos e
sabemos disso
Eu não preciso de nenhum outro Don Juan
O nosso caso é ilegal e não vou negar que pago a
sentença por te beijar
Sei que com você é igual e não pode me negar
Eu já cometi o erro de me apaixonar
E siga assim, não pare mais
Você se converteu em uma doença
Que quanto mais perto chega mais aumenta minha
ansiedade
É clandestino
E assim mesmo desejava o destino"
Shakira ft. Maluma, clandestino
♥
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— Ora, é mesmo?
— Isso não é como um filme, é? Fomos
flagrados pela oposição conversando e agora
eles estão me perseguindo, pensando que
conseguirão informações sujas do senhor através de
mim. Mas... o senhor como um herói moderno, vem
me salvar todas as vezes. É isso? Está aqui para me
salvar de alguma emboscada, como no restaurante?
— Você tem uma imaginação e tanto, Aya.
Dei de ombros, querendo parecer
desinteressada.
— Minha mãe diz a mesma coisa.
— Ela é como você?
— Em que sentido?
Ele hesitou antes de responder.
— Intensa.
O encarei, virando totalmente o rosto para
ele, rezando a Deus que ninguém estivesse
prestando atenção o suficiente para tirar uma foto
dele naquele momento.
— Eu sou intensa?
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Sozinha e confusa.
E de repente, duvidando de todas as
palavras dela que me levaram até ali.
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Capítulo 9
"Se você disser que me ama eu não vou acreditar
Você não se importa com que o coração sente
Só te importa a caça
E se nota de longe a sua má intenção
E olha, me apaixonar nunca foi tão fácil
Traiçoeira, eu não me importo se você me quer
Mentirosa, você só quer que eu morra de amor
Mentirosa, eu não me importo que de amor você
morra"
Sebastian Yatra, traicionera
— E você acreditou?
— Enrico sabe que essa ainda é sua casa, e
ele não vai querer causar uma confusão, você sabe
disso.
Lhe dei um olhar cético.
— Me diga quando ele evitou uma
confusão quando eu estava envolvida.
Ela arregalou os olhos e mordeu o lábio,
mas eu sorri, disfarçando nossa conversa quando
Galdino se aproximou, me cumprimentando de má
vontade.
— E aí, menina da cidade grande. Ficou
milionária e esqueceu dos pobres?
— Como se você também não tivesse saído
daqui para buscar uma vida melhor, não é,
Galdino?
O sorriso dele escorregou e Maynara me
deu um leve belisco no braço.
— Desculpa aí, Aya. Eu estava brincando.
— Esquece. Estou de cabeça cheia por
alguns assuntos de trabalho.
— Mas você não foi demitida? — ele
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desobedientes escorregarem.
Sem poder esperar mais, aproveitei quando
ele virou de costas e abriu a porta de trás do carro,
se inclinando para pegar algo. Me aproximei
rapidamente, parando dois passos atrás daquele
homem. E eu sabia o momento que ele percebeu
que não estava sozinho, que se deu conta de que
provavelmente era eu o perseguindo. Ele começou
a virar bem lentamente e eu me preparei para a
inundação de sentimentos que sempre me atacava
quando se tratava de Enrico.
Seus olhos escuros fizeram uma rápida
varredura em meu rosto, parando logo depois no
meu cabelo, pelo qual ele sempre tinha sido
fascinado. Até os meus onze anos, sempre mantive
o cabelo curto, eu gostava. Mas então Enrico me
disse que imaginava como eles seriam se eu
deixasse crescer, eu deixei e ele parecia
hipnotizado cada vez que me via. Mesmo quando
éramos crianças, depois na adolescência e quando
nos tornamos homem e mulher um com o outro, ele
sempre teve aquele olhar para mim. E o que me
incomodou, foi que aquele olhar não estava
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presente.
— O que você quer, Aya?
Precisei de alguns segundos para raciocinar
suas palavras brutas. Enrico sempre foi gentil e
doce comigo, nada perto do homem sério que me
encarava com olhos quase frios.
— Eu soube que você estava aqui e resolvi
descer. Dizer um oi.
— Oi. — Ele suspirou e voltou a fazer o
que estava fazendo antes de me notar atrás de si.
Meu sangue ferveu. Olhei para os lados,
depois para trás, conferindo se mamãe ou Maynara
não estavam vendo nada, então aproveitei que ele
estava de costas e o empurrei por completo para
dentro do carro, subindo junto com ele e fechando a
porta. O que acarretou de eu estar esparramada em
seu colo.
Nada apropriado, mas eu não estava
pensando. Nunca se tratava de ser coerente quando
ele entrava em questão.
— Que diabos você pensa que está
fazendo?
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na família.
Tendo todos seus argumentos recusados,
tanto May quanto Galdino se deram por vencidos, e
minha amiga se levantou para ir chamá-lo, mas não
sem antes pedir para falar comigo. Eu sabia que ela
ia me dar um sermão sobre isso, me pedir para não
complicar as coisas, por isso me fingi de ocupada,
alegando que queria tudo pronto para receber
nossos convidados de última hora. Minha amiga
foi, mas nada feliz.
— O que pretende, Aya? — perguntou
Galdino.
— Almoçar com a minha família.
— Que família? A que você tentou
destruir?
Eu dei risada, querendo encerrar aquele
assunto antes que os três voltassem.
— Siga em frente, Galdino. Siga em frente.
— Fácil falar quando você é a pessoa que
plantou a bomba e saiu sem um único arranhão.
— Sabe onde eu gostaria de jogar uma
bomba? Na sua casa, enquanto você dorme.
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espalmada na mesa.
— Sua hora vai chegar, Galdino. E eu,
como sempre, estarei ao lado dela.
Inclinando-se um pouco mais perto, ele
pegou uma batata frita, disfarçando.
— A sua também vai, e quando sua
máscara cair eu vou observar com muito gosto.
Nossa conversa foi interrompida quando a
porta abriu novamente, mostrando primeiro
Maynara, logo atrás dela, a garota que eu não via
há algum tempo, e protetoramente, segurando a
cintura dela, vinha Enrico. Fiz um esforço
descomunal para desfazer minha carranca e plantar
um sorriso convincente. No instante em que Enrico
olhou para mim, eu consegui sorrir, mas ele
desviou os olhos no mesmo segundo, nem me
dando tempo.
— Madrinha, essa é a Luz, minha noiva.
Tia Selma você já conheceu, assim como Galdino e
a May.
— Luz! Que bom receber você aqui.
Venha, menina. Eu sou Lourdes, madrinha desse
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menino lindo.
— Oi, dona Lourdes. Obrigada pelo
convite.
Cruzei as pernas debaixo da mesa,
infantilmente me recusando a ficar de pé.
— Na verdade foi ideia da minha filha, Aya
Maria. Você já a conheceu?
Os olhos da garota bateram em mim, e por
um segundo ela hesitou, parecendo nervosa. Ergui
uma sobrancelha, esperando qual seria a postura
dela perto de mim.
— Oi, Aya. Como vai?
— Melhor impossível. — Fitei Enrico, que
ainda não me olhava. — Olá, Enrico.
— Aya. — Me dando apenas um aceno, ele
se aproximou da mesa, puxando uma cadeira para
ela.
Todos pegaram seus lugares, e enquanto se
serviam, conversavam tranquilamente, até bem
animados. Meus olhos se mantinham em Enrico,
esperando que ele reagisse a mim, que me olhasse
de volta, que de alguma forma me mostrasse que
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Capítulo 10
"Eu me sento no meio da multidão
E fecho meus olhos
Sonho que você é meu, mas você nem sabe
Eu queria estar nos seus braços
Como aquele violão espanhol
E você me tocaria a noite toda
Até o amanhecer"
Toni Braxton, spanish guitar
tivesse pesadelos.
Eu estava inquieta no quarto de hotel,
fuçando as redes sociais de Luz Garcia, procurando
qualquer coisa, mas achando apenas as fotos e
declarações de amor deles.
Deixei o celular de lado, vencida. Sabia que
precisava me concentrar em uma coisa de cada vez.
E enquanto eu estivesse ali, meu compromisso era
com Jaqueline e seu Governador. E pensar nisso,
mais uma vez me fez voltar a caminhar de um lado
para o outro entre as paredes do quarto que estava
virando uma casa improvisada. Eu não estava
fazendo progressos com o nosso acordo, tinha
medo de ver o marido dela por medo de cair na
tentação, e sabia que a única forma de escapar
daquilo era fazendo o que me foi dito: conseguir
provas de uma traição.
Passou pela minha cabeça beijá-lo de
surpresa e pedir para alguém me fotografar. Claro
que eu usaria uma peruca ou algo assim, mas ele
saberia que fui eu que o entreguei e eu
provavelmente seria morta por mercenários mais
rápido do que dizer “X”.
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Capítulo 11
"É essa magia de te ter perto quando você respira
Seu corpo em meu corpo, entrelaçados
Um beijo na boca e não há mais espaço
Eu me penduro em sua cintura
E vou me entregando a toda a sua loucura"
Dani J, quitemonos la ropa
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Capítulo 12
"Você sabe que sou um pouco provocante
Você sabe que sou louca
Você pode me amar ou você pode me odiar
Alimente o meu ego
Tenho sido uma menina má, não sabia?"
Avril Lavigne, bad girl
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Capítulo 13
"Ele disse que eu valho a pena
Que sou o único desejo dele
Ele me beijou como se eu fosse a primeira e única
Sim, ele é um lindo mentiroso"
Shakira ft. Beyonce, beautiful liar
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Capítulo 14
"Você me confunde, não sei o que fazer
O que quero é me divertir
Mas tenho medo de gostar disso
E enlouquecer"
Shakira, perro fiel
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Esmeralda riu.
— Meu Deus, é tão bom ter alguém da
minha idade aqui. Que me entenda.
A deixei mexendo em seus papéis e
continuar me explicando as coisas e sorri, meus
olhos viajaram até a porta escrito “Governador
Herrera”. Suspirei e comecei a contar os minutos
até às onze.
Seriam dias agitados. Eu mal podia esperar.
Julio havia chegado e eu fui apresentada a
ele, com quem simpatizei logo de cara, pois era
descontraído e pouco profissional. Jorge apareceu
também, e enquanto tomava seu café, ficou
conosco na recepção conversando. Parecia que
ninguém estava ligando para o trabalho que
precisava ser feito. Conversar, para eles, no
momento era mais interessante.
Julio estava na casa dos 25 anos, um
moreno alto e magro, superengraçadinho. Tinha
alguns cachos no cabelo de tamanho médio e um
sorriso brilhante. Já Jorge, devia estar no fim dos
40, e mesmo que conversasse comigo ali, vi que se
mantinha reservado. Provavelmente estava me
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dinheiro nenhum.
Decidi tomar um café antes de voltar — de
táxi — ao hotel e fui em direção a um bistrô bem
aparentado lá dentro. Só precisava de um pouco
mais de paz antes de voltar ao papel de secretária
honesta e dedicada. Deixei as sacolas de compras
em uma das cadeiras na mesa, e esperei o garçom,
fiz meu pedido e peguei o celular, deslizando as
notificações de mensagens para o lado. Ninguém
no mundo era mais importante que meu atual café
de folga. Qualquer coisa podia esperar.
— Aya? — Olhei para cima ao mesmo
tempo que um homem se aproximou da minha
mesa, dois segundos depois percebi que era o tal
advogado, David.
— Olá — falei, meio insegura, lembrando
de como tinha me olhado estranho e não gostando
nada de estar “sozinha” com ele.
— Posso me sentar? — perguntou,
apontando a cadeira vazia à minha frente.
— Claro. — Forcei um sorriso e guardei o
celular na bolsa.
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levado um susto.
— Sim. — Pigarreou e tomou um gole do
café. — Estou distraído, pensando em trabalho.
— Pensando em trabalho no seu refúgio de
paz?
Ele sorriu, me olhando tão intensamente
que me remexi na cadeira, incomodada.
— Quantos anos você tem, Aya?
Pronto, estava demorando. Meu incômodo
rapidamente se transformou em defesa, se ele
ousasse começar a flertar comigo, eu jogaria a
bebida quente em seu rosto e estaria me lixando se
perdesse o emprego falso. Não importava a idade
que eu tinha, ele com certeza deveria ter bem uns
vinte a mais, no mínimo. A cabeça cheia com um
resquício de cabelo castanho, porém quase
completamente branco, e as linhas de expressão no
rosto, mas principalmente no canto dos olhos
verdes mostravam isso.
— Por quê? — Fui seca e direta.
Seus olhos arregalaram, colocando a xícara
de lado.
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Capítulo 15
"Me coloque numa gaiola
me tranque e eu vou jogar todos os jogos que você
quer que eu jogue
Tenho esse apetite de loba que me mantém
acordada a noite toda
Você pode ter tudo isso
Qualquer coisa que você quiser, você pode torná-lo
seu
Tudo o que você deseja no mundo"
Shakira, give it up to me
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satisfação?
— Quero saber quantas pessoas te viram
seminua lá embaixo.
Fiquei sem palavras.
— Não estou te entendendo.
A mandíbula dele cerrou, e só então percebi
que estava realmente sério.
— Não volte na piscina.
Um riso debochado involuntariamente me
escapou, segurei sua mão, abrindo um dedo de cada
vez e me soltei.
— Não me dê ordens.
— Você prefere que eu te tranque aqui
dentro e mude a fechadura? Assim só eu entro e
quando quiser fazer a porra de um espetáculo,
ficarei feliz em assistir.
Meus olhos arregalaram diante seu ataque.
Eu nem de perto podia começar a entender, muito
menos explicar porque ele estava agindo daquela
forma. Parecendo se dar conta do absurdo que
acabou de sair de sua boca, Juan me soltou e passou
as mãos pelo rosto. Suspirando, ainda sério, meio
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puto.
— Eu estou incomodado. É o que acontece
quando não tenho o que eu quero. É o que vem
acontecendo porque tenho que ouvir piadinhas
sobre você.
— Eu gosto de piadas — provoquei, mas o
olhar que me deu, deixou claro que não era hora
para brincadeiras.
— Não deveria gostar dessas.
— Governador... eu sou uma mulher livre.
Faz maravilhas à minha autoestima colocar um
biquíni e ser admirada, não porque preciso disso —
Fiquei mais perto e colei meus lábios em seu
ouvido —, mas porque gosto de ver como tiro até o
mais poderoso do controle.
— Acredite em mim. Me ver fora do
controle não é algo que você vai gostar de fazer.
— Eu discordo. — Saí de perto e me sentei
na cama. — Mas... é claro que não deveríamos
estar tendo esse tipo de conversa.
— Não deveríamos estar conversando.
Deveríamos estar... — ele foi interrompido
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vezes e...
Ela soltou um grito de repente, me
assustando.
— Espere, é uma chamada dele. Ele está
ligando!
— May, espera...
— Preciso atender, te ligo depois. — Ela
desligou e eu fiquei com o telefone no ouvido um
minuto, me esforçando para não o jogar varanda
abaixo. Joguei o aparelho na cama e o fitei,
incomodada que tivesse ouvido e presenciado algo
tão pessoal.
— Nada importante, hein? — Sua voz tinha
um tom de ironia, e o sorriso de lado que
acompanhou as palavras também.
— Já resolvido.
— Não parecia resolvido para mim.
— Isso é porque o senhor, Governador... —
segurei sua gravata e a puxei, fazendo seus lábios
ficaram bem próximos dos meus — ... não sabe
nada sobre assuntos femininos desse tipo.
— Eu sei o essencial sobre assuntos
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Madrezita.
— Não diga coisas como essas quando não
quer que eu coma você.
— Eu nunca disse que não queria —
sussurrei, sabendo que estava brincando com fogo.
— Aya — ele rosnou e desceu a mão,
adentrando a ponta dos dedos em meu shorts. Com
muito esforço eu levantei, meio tonta,
cambaleando.
— Nunca falamos sobre o porquê de você
ter vindo... hoje. — Engoli em seco e voltei ao
quarto.
— Pensei que talvez você quisesse tomar
uma taça de vinho — disse atrás de mim.
Virei para ele. Nos encaramos em silêncio.
Na minha cabeça, a mais sensual das bachatas
começou a tocar, me tentando a dançar com ele.
Nua. Naquela cama. Juan era impossivelmente
sedutor, mesmo sem dizer uma palavra. Ele me
encarava a alguns passos de distância, passou o
polegar pelo lábio inferior, medindo meu corpo por
inteiro, uma mão no bolso e os olhos estreitos.
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Capítulo 16
“É uma descarada por ser a mais bela
As mentiras desalmaram sua alma
Mulher que machuca
mulher que entrega e te arrebata
É minha maior fortuna e minha desgraça
a descarada”
Reyli Barba, la descarada
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— Porque... Porque...
— Diga, Aya!
Eu desviei o olhar, piscando os olhos
rapidamente para começar a produzir lágrimas.
— Porque acho que estão desconfiados de
mim.
Ela correu em minha direção, abaixando na
minha frente no instante que caí sentada na cama.
Suas mãos seguraram as minhas e ela parecia
genuinamente preocupada. Segurei o sorriso,
sabendo que tinha toda a sua atenção.
— Como assim desconfiados?
— Que tipo de funcionária do governo tem
motorista particular? O seu segurança fica me
seguindo, as pessoas percebem. Sabe o que a
recepcionista de lá me perguntou?
— O quê?
— Por que o seu segurança estava lá, se
você não estava.
— Não acredito — disse baixo,
decepcionada.
— Pode acreditar. Vão começar a falar e
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Capítulo 17
VERACRUZ
CASA DOS HERRERA
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— Está enganada.
— Estou mesmo?
— Sim — a nora respondeu, batendo o
pires e a xícara por cima na mesa. — Juan está com
algum tipo de desvio de consciência, mas estou
tomando providências.
Mercedez a encarou, cética. Duvidava
muito que as tais “providências” adiantariam de
alguma coisa. Conhecia o filho bem o suficiente
para saber que quando colocava algo na cabeça,
não tinha quem o convencia do contrário. E ela não
fazia questão nenhuma daquele casamento. Por ela,
ambos seus filhos ficariam solteiros até que alguém
que realmente prestasse aparecesse para ocupar o
cargo ao lado deles.
— Assine o divórcio de uma vez, garanta
um bom acordo e vá viver sua vida.
— Seu casamento com Otto sempre foi
perfeito? Todo compromisso tem crises às vezes, as
nossas são passageiras também.
A mais velha continuou bebendo o chá
tranquilamente, fingindo que a nora não estava
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pousaram no colchão.
Daria tudo por uma massagem, mas jamais
pediria a sua esposa. Isso renderia apenas mais
dores de cabeça e, no fim, teria que amanhecer sem
ter pregado o olho, como era de costume todas as
vezes que tentou sequer conversar com a mulher.
Deixou sua mente vagar para a viagem do
dia seguinte, no comício e nas reuniões rápidas que
teria com diversas pessoas do partido e de fora
dele. Gostava daquela interação, de ficar
informado, de saber o que estava acontecendo, e
isso era o tipo de coisa que só descobria no boca a
boca. Sempre gostou de ser direto, essa foi a chave
para sua candidatura e a vitória.
E sendo direto, cem por cento sincero
consigo mesmo, admitia sem medo e sem reservas
que a maior parte de sua ansiedade para a viagem
era uma certa deusa que vinha tirando seu juízo.
Seu pau contraiu e ele gemeu, pensando na
loira que vinha o enchendo de tesão, no delicioso
jogo de sedução que estavam brincando. Lembrou-
se de que passaria dois dias na presença dela, sob o
pretexto de trabalharem juntos. Mas Juan se
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Capítulo 18
"Porque eu sou seu veneno
Controlando seu corpo
Você me dá o que eu quero
Sou seu veneno
Você está brincando com fogo
Cuidado, que te queimo"
Anitta, veneno
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malas.
Como assim?
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— Você é maldita.
Eu travei por um momento, me lembrando
de quando Enrico tinha me dito aquelas mesmas
palavras. Sem notar meu estupor, Juan continuou.
— Uma vez eu te disse que não sabia onde
e nem quando ia fazê-la minha. Mas adivinhe só?
Acabei de definir a hora e o lugar.
Com a mesma força que me segurava
contra a parede, começou a me arrastar para longe.
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Capítulo 19
A amei com minhas loucuras de poeta e morria por
ela
Eu também lhe ofereci um amor como Romeu e
Julieta
Eu descobri suas emoções
E mil aventuras
Eu lhe entregaria a lua
Tudo por ela..."
Romeo Santos ft. Marc Anthony, yo también
“— Você é maldita”
Enquanto subíamos pelo elevador, eu sentia
uma energia brutal emanando dele, por um
momento tive medo que fosse me machucar, mas
engoli e me mantive firme. Ele não me tocou diante
das câmeras, me surpreendendo que seu
descontrole o deixou lembrar desse pequeno grande
detalhe. Ele pegou a chave e foi em direção ao meu
quarto, eu segui atrás, atenta. Deveria estar dando
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Capítulo 20
Eu sei que no fundo desse cruel coração
Sua paixão continua sendo meu amor
E no final do caminho você vai reconhecer
Que no fim de tudo
Você não pode me esquecer"
RBD, que fue del amor
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— Vinte e três.
— Céus... você é muito jovem.
— Sou velha o suficiente para me deitar
com você.
— Não, eu é que sou velho demais para
estar nesse quarto com você.
Me ajoelhei ao seu lado e beijei o rosto
inúmeras vezes.
— Pare de se cobrar por coisas pequenas. E
me diga como uma ligação pode tirar aquele sorriso
lindo desse rosto perfeito? — pesquei. Ele virou o
rosto e beijou a palma da minha mão.
— Casamentos são difíceis.
Eu conhecia aquela história. “Nosso
casamento não anda bem.” “O divórcio está
enrolado para sair.” “Tentamos de tudo, mas não
deu certo.” E então ele estava tentando usar um
sinônimo daquelas cartas para me enrolar em seu
dedo mindinho e manter-me quieta e receptiva. Do
jeito que ele desejasse até que se cansasse e partisse
para a próxima.
— Deve ser difícil mesmo. Pela ligação eu
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louco, porra.
— Tudo bem. — Ele ergueu as mãos. —
Apenas... se cuide.
O deixei falando sozinho e voltei para a
rodinha onde estava Dario, Jorge e Santiago.
Santiago acenou para mim, piscando. Eu ignorei.
As palavras de Julio vinham em minha
mente como uma fita reproduzindo, rebobinando e
tocando de novo repetidamente. Por que ele tinha
que abrir a porra da boca? E por que eu fui tão
descuidada? Ele me via como a amante, a outra.
Quando eu não era. Eu não era, certo?
Olhei para Juan, ainda conversando com
algumas pessoas, sorrindo, acenando, levando sua
vida sem nenhuma alteração. Enquanto eu havia
acabado de perceber o primeiro efeito colateral: as
outras pessoas. Não havia forma de enganar Julio,
ele não esqueceria aquilo. Eu me lembrava de como
agarrei Juan antes de sair, de suas roupas
amassadas e o cabelo todo emaranhado. Pelo amor
de Deus, ele segurava o cinto na mão! Julio viu
tudo aquilo?
Eu voltei a fitar o belo homem que descia
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inocência.
— Eu não sou assim, não consigo fazer...
isso, sem intimidade.
Ele selou nossos lábios antes de se afastar,
sorrindo e encostando a cabeça no banco. Ergueu a
mão, acariciando minha bochecha.
— Tudo bem, eu sei esperar. Boa
noite, Aya.
Eu o fitei por alguns segundos, debatendo
comigo mesma se cortava suas graças e dizia que ia
esperar para sempre, ou o deixava com aquela
ilusão. Então finalmente movi minhas mãos e abri a
porta, o deixando.
— Boa noite — respondi.
Ele acelerou o carro para longe,
provavelmente indo estacionar, e eu corri para
dentro. Cogitei até ir de escada para num possível
azar, não encontrar ninguém conhecido,
principalmente ele. Com sorte, cheguei ao quarto e
me joguei na cama, então me perguntei porque
diabos deixei Santiago ir tão longe.
Mas a resposta era óbvia no meu
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subconsciente.
Queria provar a mim mesma que assim
como eu era uma brincadeira temporária para Juan,
ele era uma para mim também.
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Capítulo 21
“Lábios compartilhados
Lábios divididos, meu amor
Eu não posso compartilhar os seus lábios
Mas compartilho o engano
E compartilho meus dias e a dor
Já não posso compartilhar seus lábios”
Maná, labios compartidos
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estreitarem.
— O que...
— Quem fez isso no seu pescoço?
— Isso o quê?
Juan inclinou a cabeça e nos levou até a
penteadeira, ficou atrás de mim e afastou meu
cabelo. Um braço passou pela minha cintura, e o
outro segurou meu pescoço. Meus olhos
arregalaram ao ver uma marca ali. Santo Deus, eu
tinha vinte e três anos e um chupão amador. Os
dedos apertaram um pouco mais.
— Responda a minha pergunta.
— Eu... — gaguejei, sem poder encontrar
os olhos dele no espelho. — O senhor.
— Você parece esquecer que eu sou um
político, mentir está enraizado em mim e ainda
assim insiste em tentar me enganar uma e outra
vez.
— Governador. — O olhei, dessa vez meus
olhos arregalados a ponto de arder. — Preciso
lembrá-lo da nossa madrugada juntos, ou da
manhã? Sem contar que se esteve na minha cama
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essa noite, como sabe que não agiu por impulso e...
— E o quê? Estuprei você enquanto
dormia?
— Não! — gritei, assustada com seu tom
de voz e por sequer pensar que eu cogitei aquilo. —
Claro que não!
— Sejamos sinceros, Aya. — A mão na
minha cintura desceu até minha coxa, depois subiu
lentamente, no meio das minhas pernas. Ele parou
quando encostou na minha calcinha, fazendo-me
suspirar. — Mesmo que eu perceba que é difícil
para você ser verdadeira, assim como para mim,
dada as... circunstâncias da nossa relação, eu vou
continuar fingindo que não existem mentiras.
— Eu não estou ment...
— Supondo que — me interrompeu
novamente — você não está mentindo. Vou fingir
que não foi Santiago quem chupou esse pescoço e
vou perguntar apenas uma vez.
— Juan... — Eu fazia o possível para
continuar olhando nos olhos enquanto ele falava no
meu ouvido, mesmo quando a mão passou pelo
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me abraçar.
— As mulheres gostam quando a gente
deixa o território marcado — ele disse e piscou.
Ele realmente piscou.
— Território? Você está brincando, certo?
Eu sou um cachorro para ser marcada? O que, vai
enfiar uma coleira no meu pescoço ou mijar em
mim? Você tem noção do que fez? — explodi,
gritando no meio do corredor vazio.
— Caramba, Aya. Desculpa! Eu não pensei
que fosse importar tanto. Fazia parte do nosso jogo.
Você não ia transar porque foi nosso primeiro beijo
e eu te deixava com uma expectativa.
Eu quase não tinha palavras diante daquele
absurdo. Ele realmente achava que eu estava
fazendo charme? Achava que existia alguma
possibilidade de dormir comigo?
— Claro que importa! O jogo que eu gosto
de jogar é maior do que você e com certeza esse
chupão não fazia parte dele. Me faça um favor e
não fale comigo o resto dessa viagem.
— Cara, sério...
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— Santiago? Some!
Ele me fitou por vários segundos, então
assentiu e me deu as costas, saindo pela escada
mesmo. Revirei os olhos e voltei a andar, indo até a
última porta do corredor. Bati e não tive respostas,
então continuei. Depois do que pareceu uma década
e eu passei a esmurrá-la, Julio apareceu, uma toalha
na cintura e outra nas mãos, secando o cabelo
apressadamente.
— Aya?! O que foi? — perguntou.
— Em que quarto Juan está?
— O quê? — Ele franziu a testa.
— O Governador. Onde ele está?
— Eu entendi da primeira vez que disse, só
perguntei de novo para ter certeza que você me fez
sair do banho correndo para perguntar isso.
Suspirando de raiva, segurei a toalha dele e
puxei, apontando para a câmera. Ele deu um grito e
colocou a outra na frente da intimidade,
escondendo.
— Ficou louca, porra?!
— Quase isso. Agora me diz logo em qual
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quarto ele está. Se eu não for até ele agora, vou dar
um jeito de pegar as filmagens da câmera e jogo
você pelado na internet.
Ele me encarou horrorizado e voltou ao
quarto, me entregou um cartão de acesso e
balançou a cabeça.
— Penúltimo andar, quarto 300. Fica fora
do meu quarto, sua psicótica.
Eu sorri e dei as costas.
— Eu vou. Obrigada, Julio!
A porta bateu violentamente e eu acionei o
elevador, rumo ao penúltimo andar.
Eu não planejei uma história, não sabia o
que falar e não inventei nada. Pela primeira vez
com Juan, eu seria sincera. Não sincera do tipo
abrir meu coração, mas sincera sobre o fato de não
ter feito nada com Santiago.
Juan era um hipócrita desgraçado. Tinha a
esposa e me queria, mas só de pensar em outro
homem me tendo, ele tinha um ataque. Eu queria
jogar isso naquele rosto de anjo dele, mas só
pioraria a situação. Homens não gostam de encarar
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— Especifique o “ele”.
— Nenhum “ele” que não seja você.
Ele caminhou até mim, passando o dedo
pela minha bochecha.
— Mas você quis, Aya? Quando Julio te
chamou para tomar champanhe no quarto dele, ou
quando meu irmão te pressionou na parede do salão
lá embaixo?
— Não.
— Quis Santiago quando ele a deixou na
porta do hotel?
— Como... como sabe tudo isso?
— Eu sou o dono. Eu pago para saber de
tudo. Para controlar o que é meu.
— Eu acabei de gritar com um cara que me
marcou como se eu fosse um brinquedo comprado
e aqui está você, dizendo que me controla.
— Sim, é exatamente o que eu estou
fazendo. E existe uma porta pela qual pode sair, se
não gosta disso, mas, no entanto, você continua
aqui.
— Eu não tenho escolha.
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— E eu me pergunto o porquê.
— Como assim? — Franzi a testa, sem
entendê-lo.
— Essa coisa de não ter escolha. — Ele
ergueu o queixo, pensativo. — O que faz com que
se sinta obrigada a ficar e aguentar?
— Eu... eu não entendo. — Dei alguns
passos atrás e ele me seguia lentamente.
— Tem algo aqui. Eu sei que tem.
Me recompondo, lembrando-me de que
precisava mudar o rumo daquela conversa, eu
balancei a cabeça e cheguei perto dele, segurando
as lapelas do terno.
— É claro que tem algo. Tem a minha
frustração por você estar sempre querendo estragar
os poucos momentos que temos juntos com suas
teorias da conspiração. — Dei risada e ele inclinou
um pouco a cabeça para o lado, me observando. Os
olhos verdes no rosto perfeito me avaliavam com
precisão. Ele enfiou as mãos nos bolsos da calça e
ficou quieto, só me olhando. — Vamos, Juan...
fique de olho em mim, deixe meu celular com você
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— Vamos.
O segui pelas escadas, subindo apenas um
andar antes que ele abrisse uma porta e ficasse de
lado, esperando-me entrar. O quarto era simples,
mas bonito, e tinha tanto das raízes mexicanas que
me trouxe um sorriso ao rosto. Dei uma volta no
meio do quarto, olhando para Juan que me encarava
fixamente.
— Parece que não importa onde vamos,
sempre acabamos confinados entre quatro paredes
— brinquei.
— Não me parece ruim.
— Ah, não. Nem um pouco. Eu adoro isso.
E além do mais... podemos ouvir o desfile.
Ele assentiu, mostrando-me um belo e
pequeno sorriso de canto.
Fomos para o bar pequeno no canto, ele
fuçou tudo e suspirou.
— Sem champanhe, sem vinho, sem água.
— Temos pulque. — Rindo, ergui a taça de
madeira aos lábios e o ofereci a outra.
— Há quanto tempo eu não bebo isso —
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prazer.
Puxei a calça junto com a cueca para baixo
o suficiente para libertar o membro rígido, pulsante,
molhado na ponta e com as veias saltadas. O
envolvi em minha boca, me deliciei quando sua
cabeça caiu para trás e os dedos enfiaram em meu
cabelo, ora puxando, ora me mantendo ali, exigindo
o que queria de mim.
Afastei-me e fitei seus olhos, indecisa entre
demonstrar como ele me fazia sentir, ou camuflar a
imensidão de sentimentos que desabrochavam
dentro de mim.
— Tem uma presença marcante, uma força
magnética fora do normal e o instinto sexual
incrivelmente aflorado. Tudo é um jogo... e ele
sempre vence.
Foi o estopim para ele. Juan segurou meus
braços e me puxou para cima, sentando-me em seu
colo como estava minutos antes. Com um puxão
brusco, ele foi clichê o suficiente para rasgar minha
calcinha, e no segundo seguinte seus dedos estavam
me acariciando lá. Minha necessidade, desejo e
excitação era tão grande, que meu grito ecoou no
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Capítulo 22
“não peço que todos os dias sejam de Sol
Não peço que todas as sexta-feira sejam de festa
Eu sei que nem só de pão vive o homem
Mas nem só de desculpas eu posso viver também
Me dói tanto, foi uma tortura te perder”
Alejandro Sanz ft. Shakira, la tortura
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— O Governador é o Álvaro?
Ela riu, tão bêbada que se desiquilibrou
sentada e eu precisei correr até ela, a segurando.
— Juan é que não é. — Bufou.
Eu suspirei aliviada e sorri, a abraçando.
— Ai, que bom, que bom, que bom! —
Segurei o rosto e a fiz me olhar. — Precisa ser mais
clara da próxima vez, eu já ia fazendo uma besteira.
Sempre gostei de você!
— Pensei que ia me deixar aqui sozinha...
— Talvez eu fosse, mas isso foi só porque
achei que estava com o meu Juan. — Acariciei sua
bochecha e abri sua bolsa, pegando o celular. —
Mas como o seu Governador é o irmão que eu não
quero, somos amigas.
Pressionei seu dedo para liberar o telefone
com a digital e fui na agenda, ligando para Álvaro.
Arrumei o cabelo no espelho e voltei a segurar o
ombro dela, a mantendo ali.
— Legal — sussurrou. — Somos amigas.
— Sim. — Eu sorri. — E temos mais em
comum do que você imagina.
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Capítulo 23
“Continuo te desejando
Dizem que você é perigosa
Eu não ligo pra essas coisas
Você me deixa louco, sou um louco apaixonado”
Shakira, perro fiel
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descuidada?
— Acontece. — Dei uma mordida e
encolhi os ombros. — Só fique mais atenta. A
gente nunca sabe quem está ouvindo.
— Tipo você?
— Sim, eu ouvi e participei. Acobertei
vocês dois. Mas o que acha que vou fazer com
isso? Jogar no mundo?
— Eu não sei — respondeu nervosamente.
— Não nos conhecemos muito bem.
— Nos conhecemos o suficiente para eu
não ter nenhuma intenção de ferrar com você. Só
acho justo que eu saiba o que é que está rolando. —
Levantei e puxei minha cadeira para o lado dela,
segurando sua mão. — Até porque... acho que
saber do seu caso nos passa de colegas para amigas.
— Eu nos considerava amigas antes disso.
— Bem, então mais um motivo para me
contar.
Ela riu.
— Você está se remoendo de curiosidade,
não está?
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viu entrar.
— Graças a Deus. Se eu tiver que atender
esse telefone mais uma vez vou surtar.
Ela beijou sua bochecha, achando graça.
— Obrigada por me cobrir, Ju. Fico te
devendo uma.
— Uma? Você me deve várias!
Enquanto Esmeralda tomava seu posto,
Julio veio em minha direção.
— E aí, loira.
Dei de ombros.
— Aqui nada. E aí?
— Engraçadinha. Escuta só. — Ele olhou
ao redor e diminuiu a voz. — Eu vi você e Santiago
curtindo ontem.
Revirei os olhos e dei um passo para o
lado, na intenção de fugir da conversa de Julio, o
intrometido. Ele segurou meu braço, disfarçando.
— Espera, Aya. Fala comigo.
— Falar o quê? Você continua com essa
chatice de me perseguir!
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está me irritando!
— Tudo por causa de uma entrevista —
resmungou, resignado. — Eu nunca mais dou uma
dessas. Por Deus, nunca.
— Por quê? Prefere manter os momentos
íntimos de vocês em privado?
Juan caiu na gargalhada. Ele ria com
vontade e eu mal me contive de espumar de raiva.
— Está piorando sua situação — rosnei,
batendo o pé impaciente no chão.
Ele passou as mãos pelo rosto e o cabelo,
os bagunçando, e chegou perto de mim. Eu fugi
para trás, mas ele foi mais rápido e no momento
seguinte me prendeu em seus braços.
— Era mentira — disse ele, e começou a beijar
meu rosto, minha orelha, meu pescoço. — Tudo
mentira, cada palavra. — Suspirei quando sua mão
alcançou meu seio e apertou, a outra abria o zíper
da saia com pressa. — Eu durmo e acordo
pensando em você, minha loirinha.
— Mentiroso — sussurrei, abrindo os
botões da camisa. — Isso acaba agora, porque não
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Capítulo 24
“Quem nunca quis uma deusa animal
No ardor de uma noite romântica
Sei o que quero:
Me divertir e me comportar muito mal nos braços
de um cavalheiro
Uma loba no armário tem vontade de sair
Silenciosa ao passar
Essa loba é especial”
Shakira, loba
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serão maiores.
E ela tinha razão. Juan geralmente ficava
bem solto quando aconteciam eventos. Aquela
viagem e o dia da conferência no hotel foram mais
do que provas daquilo. Retoquei meu batom
quando ele avisou que estávamos a menos de cinco
minutos do Plazza, conferi o cabelo e respirei
fundo. Aqueles sapatos me machucavam, mas eram
perfeitos com o vestido.
— Chegamos. — Ele saiu e foi pelo menos
educado o suficiente para dar a volta no carro e
abrir minha porta, mas antes de me deixar, abaixou
a cabeça bem perto. — A senhora Herrera espera
resultados hoje.
Revirando os olhos, sorri para as fotos e
entrei, nada surpresa quando disse meu nome e ele
constava na lista. Jaqueline realmente planejava
tudo muito bem. Não pude deixar de me perguntar
porque Juan não me falou sobre o evento. É claro
que eu não esperava que me convidasse para ser
sua acompanhante, mas pelo menos um aviso, ou
só que dissesse.
“Ei, olha só, vou estar em um superevento
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hoje”.
Eu me preocupava com ele, mesmo que
fosse ridículo da minha parte, e mais ainda, gostava
de saber do seu dia a dia. Estava tão acostumada a
ficar por perto e ciente de quase todos os seus
passos que não saber algo tão importante sobre a
carreira dele me abalou um pouco.
Não vi ninguém que conhecesse quando
entrei. As pessoas estavam muito bem vestidas,
sorridentes e bebiam champanhe ou whisky. Os
garçons serviam canapés, enroladinhos e creme
roquefort. Me lembrou um pouco os eventos
editoriais da GM, mas muito mais ostentoso.
A seleção de músicas era conhecida, nada
de clássicas melodiosas. Tocavam as trilhas
famosas das novelas e comerciais, e artistas
conhecidos, o que me agradou, mesmo que não
pudesse sair dançando pelo meio do salão.
Suspeitava que aquela noite seria um tédio, e
suspeitei que Jaqueline mandou o motorista me
buscar bem em cima das oito horas para que eu
nem tivesse tempo de me localizar, afinal, ela não
queria que eu tivesse qualquer diversão e já havia
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enigmaticamente.
— Aya tem salvado minha vida nas últimas
semanas. Praticamente não vivo mais sem ela. —
Quase me derreti com suas palavras, então me
surpreendendo, ele deu um aperto na minha cintura,
subindo a mão pela minha coluna e a pontinha dos
dedos roçaram meu seio esquerdo.
Os olhos de Enrico acompanharam o
movimento e se estreitaram, desviando da mão para
meus olhos.
— É compreensível, Herrera.
— Aya também é da Capital, nunca se
cruzaram? — a pergunta de Juan fez Enrico sorrir
mais ainda, ao contrário de mim, que estava a ponto
de um infarto.
— Não — respondi, atravessando qualquer
possível resposta do meu ex-namorado. — Nunca
nos vimos, falamos ou nos cruzamos por aí.
— Enrico teve a sorte, enfim. — Juan
aproximou os lábios do meu ouvido
disfarçadamente. — Você está um absurdo essa
noite, Aya.
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lá.
—Onde está o Governador? — perguntei.
Ele apontou para o palco.
— Fez um discurso rápido e depois eu não
o vi mais.
Danielle sorriu e me deu um joinha,
inevitavelmente eu sorri de volta, admitindo que
gostei da garota. Então acenando para os dois,
voltei para a mesa e sentei ao lado de Esme,
ignorando o sorriso de Santiago. Olhei ao redor,
mas estava cansada de procurar por ele. Levantei e
saí, sem me despedir de ninguém. Disse que já
voltava. Enquanto seguia para a saída mais discreta
e vazia, reconheci David, que fez menção de se
aproximar, mas desviei o olhar e continuei
andando. Depois passei por Enrico, que me deu um
olhar mortal.
Estava apenas me segurando quando
finalmente sai e comecei a descer as escadas. Seria
um inferno para conseguir um táxi. No meio dos
degraus, vi um homem de terno preto caminhar
para perto de mim. Instintivamente comecei a
voltar alguns passos.
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sexo.
— Juan... — arrastei as mãos dos ombros
pelo pescoço, até segurar seu rosto. Encostei minha
testa na dele e fitei seus olhos, tentando suavizá-lo.
— Sinto muito.
— Porque? Sente pelo o que?
— Por tudo. — O beijei e ele finalmente se
deixou levar.
Ele não fazia ideia do que o “tudo” a que eu
me referi queria dizer. Eu sentia muito por sentir
demais, por mentir e por enganá-lo. Mas não tinha
volta.
Isso éramos nós dois.
Fodendo e nos divertindo enquanto
brigávamos. Ignorando todo o resto ao redor.
Duas bombas ativas.
E quem é que sabia onde íamos parar ou
quando íamos explodir?
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Capítulo 25
“Tua pele envenenou meu coração
Me deixando em completa escuridão
E assim no lugar de te esquecer
Eu estava querendo muito mais
Me diz como eu faço
Para esquecer dos teus beijos
Sem te arrancar para sempre de mim”
Camila, de mi
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da minha filha.
— Mas você deve ficar orgulhosa, eu
nunca te dei motivos para pensar o contrário de
mim.
— Você está se vendendo! — Ela se
aproximou e segurou meu braço, olhando o
bracelete pendurado — Foi ele quem te deu isso? E
esses brincos? O colar? Ele te dá tudo isso porque
sabe que simples assim te conquista. Eu podia
pensar qualquer coisa de você antes, mas isso...
você me magoou demais, Aya.
— Eu estou fazendo a minha vida
acontecer! — rosnei, puxando o braço de seu aperto
— Acha que quero terminar numa casinha em
alguma vila, mãe solteira e sem sonhos?
— Os seus sonhos não valem nada se eles
destroem o de outra pessoa. Como a esposa dele.
— Você não sabe como ela é, mamãe. É
uma mulher calculista, fria e manipuladora. Juan
não a ama!
— Então ela não me parece diferente de
você.
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louco.
— Porque homens gostam de mulheres
sensuais? Não há um charme na inocência?
Me dando um sorriso torto, Juan soltou o
único botão preso do terno, depois estendeu a mão.
— Alguns homens adoram a inocência, é
claro.
Eu aceitei, o deixando me levar para a pista
de dança vazia. A luz baixa do salão e a bachata de
fundo fazia com que a noite parecesse mais
calorosa, diferente. O único lustre que iluminava
nós dois, não iluminava o suficiente. Nos deixando
até mesmo sensíveis aos toques. Pelo menos eu.
— Por exemplo — continuou — Uma
mulher inocente talvez ficasse com vergonha se eu
resolvesse dar a ela um orgasmo durante essa
dança, mas você... talvez você até mesmo ficaria de
joelhos e me daria um boquete.
— Em que momento te dei a entender isso?
— perguntei, fingindo indignação.
— Hm... eu não sei, mas acho que em todos
os outros boquetes inusitados.
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— Aya?
Piscando, sorri e disfarcei meu abalo,
fitando seus olhos com atenção. Os lindos olhos
verdes que eu adorava. Deixei minha mão no
ombro subir para seu cabelo e acariciei os fios, os
empurrando para trás e bagunçando um pouco,
admirando como ficava ainda mais lindo.
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“Essa mulher é má
Essa mulher machuca
Essa mulher mente
Essa mulher é má
Tem veneno nos lábios
Sua carícia é um insulto
Para o seu coração”
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boca.
Céus... eu poderia ter gozado apenas com
aquelas palavras roucas saindo de sua linda boca.
Segundos depois ofeguei quando os jatos de sêmen
tomava conta da minha boca. Engoli tudo,
chupando sem parar e só me afastei quando o
aperto no meu couro diminuiu, então o lambi de
cima abaixo, como se o limpasse.
Quando me dei por satisfeita, levantei e o
encarei com todo o carinho que sentia dentro de
mim.
— Até mais, Governador.
Com um sorriso diabólico no rosto, o
deixei boquiaberto, ofegante com o pau para fora e
saí do carro. Enquanto o barulho dos meus saltos
cumprimentava a noite eu mantive a pose, mas
quando passei pelo portão, me deixei encostar na
parede num canto escuro e respirei profundamente.
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Capítulo 26
“Quando se trata de você
Eu vejo apenas o lado bom, é memória seletiva
Eu continuo esquecendo que eu deveria deixar você
ir
Mas quando você olha para mim, a única memória,
é a gente se beijando ao luar
Eu não consigo me lembrar de te esquecer
Eu roubo e mato para mantê-lo comigo
eu daria meu último centavo para agarrá-lo hoje à
noite
Eu faço qualquer coisa por ele”
Shakira ft. Rihanna, can't remember to forget you
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nos registros?
— Magicamente não, eu sabia que você ia
voltar. Só fiquei preparado.
Ele deixou o paletó nas costas da poltrona e
se aproximou, apoiando um joelho na cama.
Segurou meu pescoço, olhando profundamente em
meus olhos.
— Não deveria ter chegado agora —
resmunguei.
— E porque eu não deveria chegar? Está
escondendo algo de mim, dona Aya?
— Eu ia fazer uma surpresa. Porque você
chegou cedo?
Ele riu, passando o nariz pelo meu pescoço
e deixando beijos por lá.
— Minha última reunião foi cancelada.
Mas eu vou querer a minha surpresa.
Suas mãos desceram acariciando minha
coxa. A palma quente me fez suspirar.
— Deus... você fica tão sexy no meio das
minhas pernas depois de chegar do trabalho.
Ele riu.
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Capítulo 27
“Essa mulher é má
Tem veneno nos lábios
Seu carinho é um insulto para seu coração
Eu sei que ela é tão bonita
Que até parece abençoada
Mas ela é um anjo caído
Ela é uma maldição”
Gloria Trevi, esa hembra es mala letra
♥
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ficar de pé.
— Desculpe, eu estava tão distraída! —
Correu em direção ao celular e o pegou, colocando
no ouvido — Preciso esperar e ver se ele vai vir,
mamãe. Não posso continuar com essa dúvida que
me persegue!
Eu passei as mãos pela minha roupa e a
observei enquanto minhas dúvidas se confirmavam.
Alyna...
A noiva de Álvaro Herrera. E estava
desconfiada daquele sem vergonha. Bem, com
razão, já que ele não tinha nenhuma lealdade no
sangue.
— Mamãe, vou desligar agora — me deu
um sorrisinho de desculpa — Acabei de causar uma
confusão aqui e tenho que resolver, eu te ligo
depois. Beijo.
Eu sorri de volta e balancei a mão em
desdém.
— Não causou confusão alguma, veja só...
estou ótima. — Eu não estava, e se ela fosse
qualquer outra pessoa eu a teria derrubado no chão
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Capítulo 28
“Um me ensinou amor
Um me ensinou paciência
Agora eu sou tão incrível
Eu amei e perdi, mas não vejo assim
Eu sou tão grata pra caralho pelo meu ex
Obrigada, próximo”
Ariana Grande, thank u, next
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“NO AMOR:
Pensar em alguém perto do seu grande amor é
insuportável para você. Caso comece a se sentir
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de descobrir.
— Não teria dado certo porque eu não te
amava! — gritei. Os olhos dele arregalaram.
— Aya... — ele sussurrou. A voz tinha um
tom magoado que me surpreendeu.
— É a verdade.
— Não... nós passamos anos juntos. Nós
nos amávamos.
— Eu pensei que te amava, sempre
acreditei nisso. Mas a forma como eu amo Juan me
mostra que o que eu sentia por você não era amor.
Enrico deu alguns passos atrás, passando as
mãos pelo cabelo, meio desnorteado.
— Você o ama?
— Sim, loucamente — me sentei na cama e
joguei os braços ao ar. Passei as mãos pelo meu
rosto, horrorizada ao ver aquelas malditas lágrimas
verdadeiras começando a cair sem controle. —
Argh! Não é um bom sentimento.
— Amar é sempre bom, Aya. Amor se for
verdadeiro é o melhor dos sentimentos.
— Não no meu caso — dei a ele um sorriso
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Capítulo 29
“Com este rosto que ilumina o céu
Eu já sei muito bem o que fazer
Nunca sobrará mais um beijo meu
Porque eu vou dar todos a você
Você nunca perderá uma música
Porque você será minha inspiração
Para cantar para você”
Maite Perroni ft. Alexis & Fido,
como yo te quiero
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Capítulo 30
“Não preciso de permissão
Tomei a decisão de testar meus limites
Porque é da minha conta, Deus é minha
testemunha
Vou terminar o que comecei
Não preciso hesitar
Vou tomar o controle da situação
Estou travada e carregada, completamente focada
Porque algo em você
Me faz sentir como uma mulher perigosa”
Ariana Grande, dangerous woman
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evitando.
Ela estava tentando fazer um suspense,
criar um clima para me deixar tensa, mas àquela
altura, ela já devia me conhecer o suficiente para
saber que precisava de muito mais do que indiretas
para me deixar desconfortável.
— Tive outras prioridades.
Olhando as sacolas de compras, ela ergueu
uma sobrancelha bem feita.
— Estou vendo. Resolveu gastar suas
economias?
— Sim, algo me diz que não vou precisar
tanto quanto imaginei — cruzei as pernas, o
pingente da tornozeleira de ouro que Juan havia me
dado tilintou, atraindo sua atenção.
— Que bom, fico feliz que eu ter lhe
trazido para Veracruz tenha dado novos ares para
respirar, e bem... resolver algumas partes da sua
vida como essa.
As palavras educadas e simpáticas eram um
contraste enorme com o veneno em seus olhos. Eles
estavam um pouco cerrados, uma veia em sua testa
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Capítulo 31
“E onde está esse botão que levava para felicidade
Lua de mel, rosa pastel
Clichês e coisas triviais
Não falar do que nós dois construímos
E no final que tal?
Você e eu já não existimos”
Belanova, rosa pastel
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PARTE II
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Capítulo 32
“Ontem me beijava e não podia parar
E dançou pra mim até o amanhecer
Quando acordei eu quis te chamar
E agora me diz que não se lembra”
Maluma, borro cassete
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Capítulo 33
“Gostaria de parar o tempo e ver o céu em teu
olhar
Por cada estrela, por cada noite
Nossas almas se encontram e se reconhecem
Porque queres, porque pedes
Vou te mostrar que o amor existe
Te amar é meu desafio
Vou sentir e esperar
E teus olhos, tua voz e teus sonhos seguirei
E lutarei para te conquistar”
Jennifer Lopez, tu
importava.
— Não é cedo demais para beber?
— A bebida tem ajudado.
— Em quê?
— Em tirar você da minha mente fodida.
Eu andei os passos curtos até ele e me
sentei em seu colo, segurando os ombros fortes e
fechando os olhos por um momento no alívio
imediato de tê-lo novamente.
— Você não quer me tirar da cabeça. Como
pode querer esquecer como somos bons juntos?
— Sim, o sexo é incrível, mas
eventualmente vou encontrar alguém tão boa como
você.
Trincando meus dentes, me segurei para
não me exaltar. Ninguém tocaria nele, nem por
cima do meu cadáver debaixo da terra.
— Me perdoe — sussurrei, incapaz de
continuar fitando o homem que eu amava sem dizer
qualquer coisa. — Eu sinto tanto, Juan.
Ele nada disse, só olhou para mim como se
eu fosse a coisa mais bonita que ele já viu, mas
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Capítulo 34
“Quem vai me entregar suas emoções?
Quem vai me pedir que nunca a abandone?
Quem me cobrirá essa noite se fizer frio?
Quem me vai curar o coração partido?
Quem encherá de primaveras este janeiro
E baixará a lua para que brinquemos?
Diga-me se você vai, meu amor
Que vai me curar o coração partido?”
alejandro sanz, cozaron partio
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sequer culpa-lo.
— São coisas ruins o suficiente para você
deixar o orgulho de lado e vir até aqui?
— Você também é ruim em dar o braço a
torcer, mamãe. Eu tenho um ponto de vantagem por
ceder primeiro.
Ela riu, deixando as coisas ligeiramente
mais leves.
— Temos isso em comum, quem pode nos
culpar?
— Ninguém — eu ri baixinho — eu acho.
Ele não queria que nós brigássemos, se sentiu
culpado por ser a razão de tudo.
Ela assentiu e segurou minha mão.
— Ele é bom para você?
— Ele era incrível — sussurrei — Ele
falava comigo sobre tudo, e nós ríamos e fazíamos
amor e... Deus... eu perdi. Perdi tudo por nada.
— Foi uma briga?
— Sim.
Ela pensava que tivesse sido uma simples
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Capítulo 35
“Em suas mãos está o meu coração
E ela não vai me deixar ir até que esteja cheio de
cicatrizes
Ela tem sangue frio como gelo
E seu coração de pedra
Mas ela me mantém vivo
Ela consegue tudo o que quer
Ela se encontra no pecado
E eu queimo respirando-a
Verdade seja dita, eu não me importo
Porque ela segura meu paraíso
Ela pode esmagar toda a força
Tem seus saltos batendo na minha garganta
Ela tem chifres como os do diabo
Apontando para mim, e não há lugar para correr
Do fogo que ela respira”
Bryce Fox, horns
Positivo.
Eu tinha aqueles testes de gravidez
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lugar.
Era o dia do casamento de Alyna e Álvaro,
e Julio era meu acompanhante. Nós dois fomos
convidados e quando ele soube que eu tinha um
convite, me convocou a ir com ele, já que não
queria levar nenhum caso romântico para não dar
esperanças à mulher. De acordo com ele, levar
alguém com quem você transa para um lugar com
amigos do trabalho e pessoas que você considera
família, é mais simbólico do que pedir em namoro.
Eu concordei, porque não queria ir sozinha e sabia
que não havia ninguém fora Julio, que iria comigo
sem segundas intenções.
Eu ainda não tinha falado com Esme sobre
Alyna, e sinceramente, não gostava nem de pensar
sobre isso. Me sentia como se estivesse traindo uma
com a outra. Eu era um Álvaro 2.0 quando se
tratava das duas. Passando um tempo com uma e
com outra, sem deixar que nenhuma soubesse.
Seria uma conversa difícil, mas eu jurei a mim
mesma que depois do casamento ia direto para ela e
contar tudo. Como conheci Alyna por acidente, mas
me aproximei na intenção de fazê-la deixar Álvaro,
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ele quiser.
Ela não precisava saber que ele já tinha me
deixado, meu orgulho era grande demais para
admitir isso.
— Então é pelo sexo?
Eu segurei o queixo como se estivesse
pensando.
— Mamãe... Acho que isso você nunca vai
saber.
Ela bufou e destrancou a porta.
— Não ficarei aqui ouvindo esses absurdos.
Apontei a porta e sorri.
— Sinta-se livre para sair.
Ela passou por mim, esbarrando no meu
ombro e saiu, batendo a porta com força. Eu deixei
meu orgulho cair aos meus pés e me inclinei contra
a parede, fechando os olhos. Ótimo. Agora não só o
filho me odiava, mas a mãe também.
A porta abriu novamente e eu me obriguei
a abrir os olhos, sabendo que tinha que voltar a
festa. Mas assim que vi quem entrou, fiquei tensa,
mole e frágil tudo ao mesmo tempo. Incapaz de me
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subitamente.
— O que?
— Se eu deixasse tudo isso? Desistisse da
política?
— Não diga bobagens, você adora isso. Faz
parte de quem você é. Você é um líder, Juan. Você
não desiste.
— Eu teria desistido por você.
Lágrimas picaram meus olhos e eu balancei
a cabeça, negando-me a reconhecer que tinha feito
aquilo com ele.
— Não, Juan Carlo...
— Há poucas coisas que eu não teria feito
por você. Tudo ao meu alcance, qualquer coisa que
você quisesse. Eu teria cobrado favores, teria
comprado pessoas e passado dos limites que me
foram estabelecidos no papel. Tudo, Aya.
— Eu nunca teria pedido nada além de
você — sussurrei.
— Tudo — repetiu — Mas assim como
ela... você me lembrou que todos têm um preço,
basta saber em que moeda pagar.
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Capítulo 36
“Um dia chegarei, com um disfarce
Com um tom diferente, mas a mesma face
Te desarmarei, você nem se dará conta
Para te entregar meu coração
Aos poucos, irei te amando mais
Me entregarei a você
A usurpadora, esperando pelo seu amor”
Pandora, la usurpadora
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frente.
— Te consola saber que nós acreditamos?
Acredite em mim, eu odeio a sua irmã, e agora
sabendo o que ela fez para você... Deus, eu a odeio
ainda mais. Vou dar um jeito nisso, ok? Em tudo
isso. Vou tirar você daqui.
— O que você ganha com isso?
Eu não podia dizer. Como você diz a
alguém que sofreu tudo o que ela tem sofrido que
ama e está grávida do homem que ela ama?
Forcei um sorriso e apertei sua mão,
sabendo que era hora de ir.
— Odiar aquela mulher é mais do que
suficiente para fazê-la pagar pelo o que está
fazendo com você e com isso, me vingo do que ela
fez comigo.
— Acabou nosso tempo — Esme disse.
Juliana-Jaqueline olhou entre nós duas e
assentiu, então um pequeno sorriso surgiu em seu
rosto e lágrimas começaram a fluir de seus olhos.
— Obrigada — sussurrou.
A maçaneta da porta girou, mostrando que
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Capítulo 37
Naquela mesma noite nós duas invadimos o
prédio de Enrico e batemos à porta até que ele
abriu, muito mal-humorado, e levou cinco minutos
para convencê-lo de nos deixar entrar. Eu tentei ser
doce, tentei não xingar, tentei não ser eu mesma,
mas Enrico tinha manobras para me fazer perder a
paciência e antes de terminar minha explicação eu
já estava gritando, apenas com Esme entre nós para
nos impedir de atingir um ao outro.
— Você perdeu a porra da sua mente? —
ele gritou, me encarando com olhos arregalados e
as mãos na cabeça, puxando os fios de cabelo
escuros.
— Nunca falei tão sério em toda a minha
vida.
— É realmente sério — Esme concordou,
tentando me ajudar.
Ele olhou para ela da mesma forma.
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monitores.
— Como sabemos que ele sairá?
— É procedimento padrão. Por ser um
hospital e estar sempre a riscos de emergência, ele
tem que sair.
— Tem apenas um guarda?
— De acordo com os registros do hospital,
no horário da madrugada, sim, só o interno. Ele
estará armado, então quem ficar precisa ser
convincente e não irritar o cara, porra. Amanhã um
dos meus garotos da delegacia virá e confiscará as
câmeras antes que a polícia seja acionada de que a
paciente fugiu. Vocês entenderam?
— Sim, eu quero ir com você — eu disse.
— Esme vai conseguir distraí-lo, quando ela
começa a falar não para mais.
Ela me deu uma cotovelada, mas não
discordou, sabendo que eu tinha razão. Enrico
assentiu e começamos a nos mover para o portão de
trás.
— Esmeralda, você pode ir para o portão
da frente agora. Aya e eu levaremos no máximo
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dez minutos.
Ela acenou e correu para a frente. Eu não
queria nem imaginar que tipo de coisa estava
passando na cabeça dela para distrair o homem de
seu trabalho.
— Você fala com tanta certeza. — Estreitei
os olhos em sua direção. — Já fez isso antes?
— Invadir uma instituição privada? Que
policial nunca fez isso?
— Hã... os corretos, talvez?
Houve um barulho baixo no trinco do
portão e ele me fitou.
— Quer chamar um desses corretos para vir
ajudá-la agora?
— Entendi. — Selei os lábios. — Vou ficar
quieta.
Ele empurrou as grades o suficiente para
passarmos e deu alguns passos à frente,
certificando-se de que estávamos sozinhos.
— Esses lugares são sempre fáceis de
entrar?
— A maioria — explicou. — Eles pensam
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de...
Mas não foi necessário qualquer esforço,
porque segundos depois a janela foi aberta e o rosto
assustado e confuso de Jaqueline estava ali. Ela
arregalou os olhos quando me viu.
— Aya? O que está fazendo aqui?
— Ei, garota. — Eu sorri com confiança,
querendo deixá-la segura. — Vim buscar você.
Pronta para sua liberdade?
— Eu vou mesmo sair? — Seus olhos
brilharam com esperança enquanto olhava para
fora.
— Sim. Mas precisamos ser rápidas. Meu
amigo aqui em baixo vai te pegar, depois disso, nós
vamos correr, ok?
— Sim. — Assentiu freneticamente. — Eu
vou fazer isso.
— Ótimo, Enrico, me desça.
Ele fez isso e eu assisti enquanto ela jogava
uma perna, depois a outra para fora e ele a segurou
até que seus pés bateram no chão. Ela me deu um
grande sorriso e correu para mim, abraçando-me.
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Capítulo 38
"Sempre acabamos assim
Só nos fazendo sofrer por não evitar discutir
Por que não podemos falar sem uma guerra
começar?
Aonde vamos parar?
Caindo sempre no mesmo erro
Dando sempre mais valor a tudo, menos ao amor
Que é o que nos impede de separar”
Marco Antonio Solís, a dónde vamos a parar
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acontecendo?
Ignorando-os, eu olhei para o rosto cheio
de medo de Jaqueline e percebi que tinha que
tentar, tinha que fazer isso por ela. Ela parecia tão
indefesa e fraca, e mesmo que o homem que nós
duas amávamos estivesse me destruindo, eu
precisava tentar.
— Eu sei que você me odeia agora, mas
por favor, acredite em mim.
— Isso é mentira! — Juliana gritou. —
Essa mulher — Apontou para mim — está
obcecada pelo meu marido e está fazendo de tudo
para chamar a atenção dele! Olhe a que extremos
chegou, tirar a minha irmã da ala psiquiátrica para
me atormentar! Eu a quero presa agora mesmo!
Juan me fitou novamente.
— Quando você vai parar de me machucar?
— Sua voz era tão baixa, mas me bateu como um
soco. Eu não queria machucá-lo, eu queria libertá-
lo. De uma vida de mentiras, de uma mulher
maluca e de estar preso a ela.
Eu fui começar a dar-lhe uma explicação,
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Juliana.
— Ah, não? Então Aya não é sua filha
perdida? A filha com a única mulher que você
amou? A única criança com quem você se
importava, mas teve que abandonar? Então
Jaqueline e eu não somos nada, apenas os erros no
caminho!
Houve um suspiro coletivo na sala, mas eu
não podia tirar meus olhos de David. Seus olhos
azuis brilharam com lágrimas não derramadas, e
quando ele virou para mim, eu vi, mesmo sem que
sua boca confirmasse, que ela não estava mentindo.
E enquanto minhas pernas ficavam fracas com a
revelação, tudo começou a fazer sentido. A maneira
como ele me olhou no minuto em que entrei no
gabinete, como sempre ficava me encarando
estranhamente, como se sentou naquela mesa do
Shopping comigo e tinha aquele comportamento
estranho, inquieto. E por último, o dia em que o
peguei na casa de mamãe, tocando-a como se
fossem íntimos, como se tivessem se conhecido há
anos... e essa era a verdade, eles se conheciam.
Lembrei-me de ele dizendo a mamãe que
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Capítulo 39
“Quero nas suas mãos abertas buscar meu
caminho
E que você se sinta feliz somente comigo
Quero apagar em teus lábios a sede da minha alma
E descobrir o amor juntos a cada manhã
Hoje eu quero você“
Alejandro Fernández ft. Christina Aguilera, hoy tengo ga
de ti
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sentimento.
Aquelas eram palavras que eu nunca
esperava dizer. Abrir mão de algo que eu queria
quando estava bem ali na minha mão, quando eu
tinha meu maior desejo a algumas palavras de
distância. Eu o deixei ir, e embora a tristeza já
familiar começasse a me preencher outra vez, não
me arrependi.
Inferno, quem eu queria enganar? É claro
que me arrependi, a cada passo para mais longe
dele me perguntava porque diabos as pessoas
deixavam a maldita moral e a consciência liderar
seus caminhos.
Mas antes que pudesse mudar de ideia,
passei de andar para correr e no momento que
coloquei os pés na calçada, meu telefone tocou. Eu
o peguei e atendi, desesperada para ter algo mais
para pensar além de Juan, mesmo sabendo que nada
me distrairia o suficiente para esquecê-lo.
— Aya.
— Aya? Minha filha, sou eu... senhor
Gomez.
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Capítulo 40
TRÊS MESES DEPOIS
“Não se surpreenda
Se uma noite
Entro em seu quarto e novamente te faço minha
Você conhece bem
Meus erros
O egoísmo de ser o dono da sua vida
Você é minha
Não se faça de louca porque você já sabia”
Romeo Santos, eres mia
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Capítulo 41
“As me lembro de você
E outra vez perco a calma
Mas me lembro de você
E minha alma se rasga
Mas me lembro de você
E se apaga meu sorriso
Mas me lembro de você
E meu mundo se faz em pedaços”
Christina Aguilera, pero me acuerdo de tí
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comprar algo.
— Sendo assim, eu voto no lilás — disse e
apontou para a caixa de sapatinhos que eu segurava
na mão esquerda, na direita havia um par verde.
Segurando um sorriso e a emoção de que
havíamos acabado de comprar a primeira coisa do
nosso bebê juntos, eu virei as costas antes que
aquilo se tornasse publicamente chamativo demais.
— Até mais, Governador.
— Aya?
Eu parei e virei para ele.
— O que, Juan?
— Fique de olho nos jornais.
Ele disse isso com um sorriso e me
confundindo ainda mais, chamou seu segurança
quando saiu da loja. Eu fiquei parada por dois
minutos antes de ir até o caixa, depois comi e
chamei um táxi para casa. Mas o tempo todo fiquei
de olho nas notícias pelo celular.
♥
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mim.
Ninguém nos veria como comuns, como
normais, mas essa era a coisa entre mim e Juan, nós
não nos importávamos com ninguém. Eu quebraria
leis por ele e ele criaria qualquer uma para mim. Eu
lutaria por ele e eu morreria por ele.
Eu o amaria obsessivamente, assim como
ele faria por mim. Até a porra do fim.
Nós tínhamos um ao outro e para nós, não
importava como chegamos ali, um nos braços do
outro.
Eu criaria o paraíso para ele, e ele, bem...
Ele comandaria o inferno para mim.
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Epílogo 1
“Eu te olho, me corta a respiração
No silêncio o seu olhar disse mil palavras
E a noite imploro que não nasça o sol
você me olha e me leva para outra dimensão
Seus batimentos aceleram meu coração
Que ironia do destino não poder te tocar
Abraçar você e sentir a magia do seu perfume
Seu corpo e o meu, dançando, amor”
Enrique Iglesias, bailando
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JUAN CARLO
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Epílogo 2
Anos Depois
“Sua missão, caso decida aceitar...”
Missão Impossível
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— Mamãe?
— Sim, amor?
— Eu vou me casar um dia, certo?
Eu segurei o riso com sua pergunta,
sabendo que se Juan a ouvisse dizendo aquilo, teria
um ataque cardíaco.
— Se você quiser, sim, bebê.
— Ok. Eu quero me casar com o homem
bravo daquela sala.
— O homem bravo?
— Sim. — Ela acenou distraidamente,
brincando com sua boneca. — Aquele na janela do
papai.
Eu ergui a cabeça, me perguntando ao que
ela se referia e pela janela do jardim, vi Juan
atravessando a sala e um dos homens o seguindo,
mas como se sentisse que estava sendo observado,
ele olhou para fora e os olhos azuis cristais bateram
direto em mim. Era Demeron, e apenas com alguns
segundos desconfortáveis, eu desviei o olhar.
Parecia que ele olhava através de mim e via cada
pensamento através dos meus olhos. Assim como
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Agradecimentos
Eu sempre pensei bastante sobre amantes.
Gosto de ler os diários que elas escrevem online, os
desabafos que fazem em cartas e adoro ver filmes
sobre elas. Não gosto particularmente dos livros em
que elas aparecem, já que nunca terminam felizes.
Foi aí que a Aya surgiu. Uma mulher incontrolável,
obcecada, apaixonada por si mesma em primeiro e
último lugar, e que não se importa com suas
famosas sequelas deixadas para trás. Eu a amei,
você não?
Polli, eu espero que esse livro tenha tido
descrições da língua dele o suficiente.
Obrigada a todas as Monstrinhas que
constantemente me pediram por esse livro.
Obrigada por como sempre, terem embarcado em
mais essa aventura comigo. Cada vez mais vocês
me fazem acreditar que realmente leriam minha
lista de compras.
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Informações
O casal Cobain James e Danielle, são do meu livro
“Por Você, Cobain James”.
No Epílogo 2, vocês tiveram um vislumbre do que
vem por aí na minha próxima série de Romance
Dark “A Liga dos Diamantes”, o primeiro livro será
postado primeiramente no wattpad. Te espero por
lá!
Instagram: @nanasimonss
Facebook: Nana Simons
Grupo no FB: Romances da Nana Simons
Wattpad: NanaSimons
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PLAYLIST
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Shakira – Give it Up To Me
Reyli Barba – La Descarada
Anitta – Veneno
Romeo Santos ft. Marc Anthony – Yo También
RBD – Que Fue Del Amor
Maná – Labios Compartidos
Alejandro Sanz ft. Shakira – La Tortura
Shakira – Perro Fiel
Shakira – Loba
Camila – De Mi
Shakira ft. Rihanna – Can't Remember To Forget
You
Gloria Trevi – Esa Hembra Es Mala
Ariana Grande – Thank U, Next
Maite Perroni ft. Alexis & Fido – Como Yo Te
Quiero
Ariana Grande – Dangerous Woman
Belanova – Rosa Pastel
Maluma – Borro Cassete
Jennifer Lopez – Tu
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