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NA PROTEÇÃO DO MAFIOSO
1ª Edição
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte dessa obra poderá ser
reproduzida ou transmitida por qualquer forma, meios eletrônicos ou
mecânico sem consentimento e autorização por escrito do autor/editor.
Capa: Ellen Ferreira
Revisão: Gláucia Padiar, Joyce Ribeiro
Diagramação: April Kroes
Ilustrações: Carlos Miguel
Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e acontecimentos
descritos são produtos da imaginação do autor. Qualquer semelhança com
fatos reais é mera coincidência. Nenhuma parte desse livro pode ser
utilizada ou reproduzida sob quaisquer meios existentes – tangíveis ou
intangíveis – sem prévia autorização do autor. A violação dos direitos
autorais é crime estabelecido na lei nº 9.610/98, punido pelo artigo 184 do
código penal.
TEXTO REVISADO SEGUNDO O ACORDO ORTOGRÁFICO DA
LÍNGUA PORTUGUESA.
HUNTER
Eu tinha tudo e adorava a sensação de poder, mas era inevitável ser
Não era para ter sido intenso e diferente, nem era para ter sido
alguma coisa, porque ao descobrir a sua mentira decidi que precisava tirá-la
do meu sistema antes que fosse tarde demais.
consertá-lo.
HALLE
Sinopse
Sumário
Aviso
Sobre a série
Epígrafe
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Epílogo
Agradecimentos
Redes sociais
Leia também
nova aventura!
volume único. Cada livro da série, por ser com casais diferentes e
autores.
Quais são os livros da série?
A todos aqueles que uma vez sonharam com
Hunter Scott
O Erro de Hunter
HUNTER SCOTT
Confiança é algo frágil e traiçoeiro. Quando você sente que pode
nada pode te ferir. Mas quando essa lealdade se quebra é como saltar em um
vazio sem ter uma corda para te segurar, você sabe que é o fim.
como se fosse uma fera que não se sente satisfeita, muito menos vingada.
Ainda de punhos cerrados, não consigo continuar batendo nele, por mais
que eu queira.
invadem os meus ouvidos, permito que eles puxem os meus punhos para
trás das costas com força, sou algemado e arrastado para fora com a raiva
incontida queimando por minhas veias, destruindo tudo que há pela frente.
— O que foi que você fez?! — desesperada, Halle grita assim que
me vê.
para substituir as suas lágrimas por um doce sorriso, daqueles que apenas
ela sabe dar. Mas agora, após descobrir o que fez, tudo o que sinto se define
em nojo.
— O que foi que você fez?! — berra outra vez, bate os punhos
como se fosse um pedaço de merda, mas nada disso é suficiente para deter o
Quero que ela sinta o que senti, testemunhar o seu coração ser
esmagado como o meu foi depois de sua traição, quero que essa vadia
euforia.
Fico cego para tudo o que acontece ao redor assim que sou retirado
condução até uma das celas, um espaço semiescuro e sujo que sou obrigado
a dividir com um sujeito que, pelo visto, mantém uma energia caótica,
boca.
não conhecê-lo, logo após escutar o portão gradeado ser fechado às minhas
que a fúria carregada em meu peito seja derramada sobre a mera presença
dele.
Engulo em seco, sou atingindo pelo cheiro assim que ele acende o
Olho para o meu companheiro outra vez, pelo visto ele ainda não
se conformou com a minha chegada. Pela sua estatura, temos a mesma faixa
etária, e pude notar que compartilhamos o gosto por tatuagens, além de
você?
— Blake[2].
uma na outra.
fisgada pelo quarto cara que é empurrado para dentro da cela. Ele também é
tatuar o rosto.
— Bando de moleques mimados inconsequentes do caralho! — O
pensam que porque são milionários são donos da cidade. Hoje vocês estão
braços, gargalhando.
um meio-sorriso debochado.
— Ah, então quer dizer que você fala. — Ele arremessa o maço e o
isqueiro para mim. Uso apenas uma mão para capturar os objetos, me
trago.
Ele sopra a fumaça para o alto como se fosse uma brincadeira divertida.
corromper.
Não quero admitir que entreguei mais do que devia àquela menina,
que ela se tornou o meu vício, uma droga que quase me levou ao fim na
primeira overdose.
— Ela foi o maior erro da minha vida, hoje a fiz entender que eu
fui o seu.
HALLE DUNCAN
Meses antes...
Proteção é uma desculpa para te desarmar. A princípio parece belo
toda aquela coisa de ter alguém disposto a matar e morrer por você, no
entanto, viver à sombra dessa boa intenção pode se tornar uma doença. Aos
poucos, você vai sendo corrompida até ter a absoluta certeza de que tudo o
que não quer é se proteger, ou ser impedida de descobrir o que é a vida por
conta própria.
— Ah, não sei, acho que seria melhor eu e seu pai levarmos você
— mamãe diz, nervosa, caminhando de um lado a outro da sala, roendo as
unhas sem conseguir parar de observar pelas janelas, esperando Jimmy
chegar.
Belém do colar que cerca o seu pescoço, coloca a mão livre na cintura e
continua indo de lá para cá, desgostosa com o fato de ver a sua única
menina finalmente saindo de casa para estudar. — Ainda não sei se o reitor
não fez esse mesmo espetáculo com o Jake, meu irmão mais velho, quando
— Pare com isso, Caroline. Halle está indo para o outro lado da
cidade, não para outro país — a voz fria do meu pai, Nicholas, irrompe a
sala.
com o seu habitual traje, uma camisa social azul-claro, calça cinza e os
sapatos marrons.
esforça em levantar o seu olhar, provando que está pouco preocupado com o
— Além disso, ela não será levada por qualquer um, mas sim por
Jimmy, o seu futuro noivo — sinto um aperto no meu coração após ouvir o
nome proferido.
montado por ele e mamãe, são mais um dos pesos dos quais quero tentar me
— Sem contar que Jake estará lá para cuidar dela, se preciso for. —
Papai cruza as pernas e abre o seu jornal, escondendo o seu rosto por trás da
fixamente em sua direção, desejando que, ao menos uma vez na vida, ele
testa ao constatar que continuarei sendo ignorada, como se não tivesse voz.
Namorado?
Quando eles vão entender que nós dois não temos nada além da
casamento.
rosto.
Boquiaberta, não sei o que responder, mas sou salva pelo som da
sorriso desenhado em seu rosto, não por eu estar saindo debaixo das suas
asas, mas sim pela chegada do seu “futuro genro”, como costuma dizer.
Incrível como esquece rápido do seu medo sobre nós dois sozinhos
Por mais que eu fale, é como se não tivesse voz ou escolhas. Há algo de
errado com a minha família, e por mais que tente, a sensação é de que
Quando eu era criança tudo era diferente, todavia, sem mais nem
da religião para defender quaisquer das suas atitudes, sejam elas boas ou
ruins.
chave para que meu pai o visse como um bom pretendente dentre todos os
rapazes da igreja, já que o Sr. Nicholas também tem sangue alemão, apesar
de ter nascido nos Estados Unidos. Minha mãe, por outro lado, é uma linda
mulher de pele negra, que aparenta ser mais jovem do que realmente é.
de vocês, ainda mais relacionado à minha futura esposa. — Ele vira o rosto
Saio da porta antes que me alcancem, e sigo até as duas malas que
estão no espaço entre os sofás. Eu queria muito que Jake tivesse vindo me
buscar, já que todo mundo acha que, mesmo agora que acabei de completar
— Senhor Duncan, bom dia! — Jimmy segue até o meu pai, que se
para não correr o risco do seu genro ouvir e entender que mais uma vez está
Papai apenas fica imóvel ao seu lado, com as mãos guardadas dentro dos
bolsos, o seu olhar duro dizendo coisa nenhuma. Sento-me no banco do
— Você fez isso por nós dois. Até demais, eu diria — sou irônica,
ser...
— Exemplo? — indago, cruzando as mãos, o encarando e me
pertencer a uma família rígida e ter que seguir regras inquebráveis, servir de
exemplo para os amigos e conhecidos, considerada a garotinha de ouro pela
avenida. — Vai ter que aprender muita coisa antes de nos casarmos. — A
mesma certeza que meus pais têm acerca desse assunto, ele também tem,
em casamento, então para mim, nós não temos nada além dos seus planos
com os meus pais — replico, me sentindo melhor ao jogar esse embrulho
cínico se esticando na curvatura dos seus lábios. Isso me deixa ainda mais
emputecida, mas prefiro encerrar por aqui. Esse tipo de desentendimento
está ficando cada vez mais frequente entre a gente, assim como aqueles que
tenho com os meus pais.
um tempo, fazer exatamente como o Jake fez. Ele praticamente não pisa em
casa desde que foi para a universidade, sempre inventando desculpas até
porque Boston tem o apelido de “Atena das Américas”, visto que a cidade é
possuidora de um extenso centro universitário.
enrijecendo a face. — A sua mãe pediu para que eu conhecesse a sua colega
de quarto.
— Jimmy, por favor! Não torne esse dia pior do que já está! —
elevo a voz, o fuzilando. — Pare de agir como se eu fosse uma criança! —
meus braços, mas nem isso consegue me relaxar. — Posso te dar um beijo
de despedida? — Ergo as pálpebras, o encarando, sem acreditar no que
disse.
Um beijo na testa.
Talvez seja difícil de engolir que não vou estar mais cem por cento
debaixo das vistas deles, ao alcance... observável... controlável.
colchão com dois caras. Um deles a segura pelos quadris e faz investidas
por trás, o outro prende um punhado do seu cabelo entre os dedos enquanto
escorrega o pau para dentro de sua boca.
— Ei! — a voz dela sai abafada, visto que está com a língua
ocupada. O seu olhar sobre mim não é nada amigável, deixando claro que
sou uma intrusa.
Puxo a maçaneta rapidamente, fechando a porta com força.
Chocada.
HALLE DUNCAN
vai demorar a responder. O pior de tudo é que a imagem daqueles três não
sai da minha cabeça, eles tinham corpos perfeitos e pareciam combinar
acreditar no que vi, fico me perguntando como aquela garota foi capaz de
topar fazer isso e, ainda por cima, parecer gostar tanto. Não imaginava que
garota me obriga a erguer o olhar, ela é muito bonita, tem um longo cabelo
preto, olhos verdes e está usando apenas uma blusa que mal cobre a parte
superior do seu corpo, permitindo que as suas pernas fiquem expostas.
constrangida.
desgostosa. Acredito que o seu comentário se refira à minha saia que vai até
palavras.
Ela bufa e retorna para a sua cama, deixando o caminho livre.
Todavia, olho ao redor, pensando duas vezes se sigo adiante ou vou embora.
dentes.
alto.
Está ali.
exceto pela cama dela, de onde vem um cheiro forte do sexo há pouco
tempo exercido.
paredes pintadas de azul claro. A minha cama fica ao lado oposto da cama
estudar. O prédio inteiro tem três andares, estamos no segundo, cada qual
viro o rosto para ela, não posso negar que também tenho curiosidade.
cigarro já gasto dentro do cinzeiro. — Espere aí... — faz uma cara de quem
acabou de descobrir alguma coisa importante. — Duncan? Das farmácias
armário cujas portas são repletas de adesivos, de onde retira uma calça preta
de couro.
Por fim, calça as suas botas, ajeita o cabelo, joga uma mochila nos
Que louca!
pela frente. Entretanto, ao ver a hora em meu relógio de pulso, volto a ficar
do ano.
Simples assim.
Algo de errado está acontecendo. Faz meses que não nos vemos.
Meu irmão era tão apegado a mim, o que será que aconteceu?
horas em que explorei cada canto da Atenas, entendendo que ela é tão
interessante e impressionante.
apenas treze anos. Desde então não parei, capturar imagens do mundo se
tornou o meu vício, mas, naquela época, havia alguém especial, que me
Discreta.
Adormeço sem perceber, lembrando-me de quando era feliz apenas
embebida do sono, recordando que quando fui dormir ela ainda não havia
chegado.
Alguns garotos estão até descamisados. — Nós temos que ir, vê se não me
decepciona!
Olho para trás à procura de Amy, mas não a encontro, fico perdida
em meio à multidão, principalmente quando descemos as escadas e
chegamos ao térreo.
Somos guiados a atravessar a enorme sala de estar e sair pela
cozinha, invadimos o jardim dos fundos em debandada até entrarmos em
esbarrar em um garoto.
Fico amedrontada, percebendo que o frio da atmosfera mal
consegue me atingir devido ao calor da adrenalina correndo em meu
deve ser considerado algo legal, mesmo que isso seja feito pelos membros
de uma fraternidade que está entre as mais conhecidas e respeitadas da
outras opções eram fora de Boston, porque Jake já estava lá, porque estar
aqui contém um status inigualável, além do fato de que fraternidade com
brilho da lua e das estrelas. Do outro lado do lago tem uma mansão que
parece estar em festa, não é difícil escutar o som da batida eletrônica.
perversidade inesperada.
estar aqui tem que ter coragem, garra e inteligência! — Jake parece outra
pessoa, as suas roupas estão diferentes. O menino comportado se tornou um
água. — Provem que não serão uma vergonha para a nossa instituição! E
assim poderão curtir a melhor festa de suas vidas!
entrar no jogo, até porque não tenho outra opção. Não quero ficar aqui para
descobrir o que vai acontecer com quem não conseguir atravessar. Também
outra. Também coloco as pernas para trabalhar, empurro a água para trás,
fazendo da melhor maneira que aprendi quando adolescente, nas aulas de
Meu coração quase sai pela boca, o pânico de saber que estou
seminua quase arranca o meu cérebro do lugar, mas a barulheira que os
caras fazem do lado de fora, nos incentivando a seguir em frente como se
isso aqui fosse uma disputa, o alvoroço do pessoal ensandecido dentro do
para fora do lago com dificuldade, sem forças, me vendo apenas com a
blusa do baby-doll e a calcinha.
Jesus.
Uma loucura.
— Garota, você arrasou, foi uma das primeiras! — Amy aparece
do nada e me abraça, ignorando o fato de eu estar ensopada. — Nem
de estimação.
Nunca senti tanta vergonha na vida.
— Dessa aqui ele vai gostar — um dos caras me puxa pelo braço,
meu cérebro entra em alerta, não apenas por não ter gostado do tom saliente
em sua voz, mas também pelo sobrenome antes citado.
Scott.
Tão familiar que me faz lembrar do passado.
como um verdadeiro rei. Ele pode até não ser um de fato, mas o poder que o
seu olhar emana ao entrar em colisão com o meu, prova que realmente tem
uma energia imperial, devastando-me feito as chamas do próprio fogo.
Hunter Scott se levanta devagar, musculoso, tatuado.
Ele está ainda mais alto do que eu me lembrava, o olhar mais
e marcam o tecido da blusa molhada. Não sei o que está acontecendo, mas a
minha calcinha fica apertada entre as pernas, parecendo menor.
Engulo em seco, a respiração entalada na garganta, o coração
parando de bater.
HUNTER SCOTT
diversão com o primeiro trote do ano letivo, a iniciação dos calouros para
que futuramente pudessem ter a chance de entrar em alguma fraternidade e
Vulnerável.
vez, contemplando os seus olhos cor de mel que fazem o meu pau pulsar,
endurecer.
ainda éramos adolescentes. Halle Duncan não é mais uma criança, se tornou
uma mulher gostosa pra caralho.
menina, mas não saio do lugar. — Que porra está acontecendo aqui? — Ele
— Ei, ei! Calem a boca! Ela é a minha irmã! — Jake fica irritado
ou enciumado, não sei dizer. Ele a segura pela mão. — Vamos, temos que
Drew, um de nossos irmãos da Esparta, o mesmo que trouxe Halle até aqui
pelo braço.
— Mas ela ainda não recebeu a bênção do Scott — a voz dele
comentário.
pode desistir, minha irmã não é uma qualquer! — Jake ergue o queixo,
redor. A ira de Jake aumenta, o meu melhor amigo parece querer esganar o
Drew, que, por outro lado, está se divertindo. Halle parece perdida e o seu
em silêncio.
— Por que não me contou que a sua irmã estava vindo pra
Tudo isso poderia ter sido evitado, já que ele, ao que tudo indica,
vai ser respeitada por ninguém em todo o campus. E o que acontecer a ela
depois disso também não será do meu interesse. — Foco na garota, ela
desejo.
Inferno.
ela, o que não me agrada. Ele faz menção em sair, mas para de caminhar ao
toque dele. — Você não sabe falar? — ergo o queixo ao dar um passo em
depois disso.
viver ou morrer. Como se o que fosse falar agora fosse mudar toda a sua
Halle parece pensar duas vezes antes de voltar para o seu lugar ao
mesma. Assim como deve ser. Inconformado, Jake bufa e ergue o indicador
em ameaça, antes de recuar e me dar espaço para fazer o que tenho que
fazer.
fétido sobre eles, fazendo um estrago ao sujá-los da cabeça aos pés. Cada
balde contém dezoito litros de lama, uma que vai custar bastante para sair. E
quando chega a vez da menina Duncan, tê-la ajoelhada aos meus pés, seus
olhos inundados de expectativas e medo ao me observarem de baixo, faz o
antes de deixar muito na cara para todo mundo aqui que a desejo.
— Seja bem-vinda à Atenas — repito o que disse para os outros
antes de erguer o balde pesado e virá-lo, fazendo-a ter o mesmo destino dos
seus colegas.
Em poucos segundos Halle fica coberta de lama, motivo para o
e osso.
Ela limpa o rosto antes de levantar e segui-lo, sem olhar para trás.
Não consigo tirar os olhos dela até que suma de vista, e ao me dar
de pôr em prática.
Já dividimos mulheres antes. Na verdade, fazemos isso o tempo
inteiro. Aqui todo mundo pega e ninguém se apega, não existe essa de
garota especial. Contudo, Halle é a irmã do meu melhor amigo, isso a torna
voz. — Não saia daqui enquanto não limpar essa merda — mostro o
lamaçal que eu mesmo fiz quando virei cada balde sobre eles.
Sigo o rastro de lama que ela deixou por um corredor movimentado, onde
os casais se pegam, conversam e bebem cerveja.
para cá e agora quer ditar as regras que eu devo seguir? As mesmas que
você claramente não segue?! — A menina que até então parecia não ter
mãos no peito. — E você me deixou sozinha! Então não venha agora querer
cumprir o seu papel de irmão mais velho, não sou mais uma garotinha,
ergue o indicador. Ele não está mentindo. — Não vou permitir que nenhum
dos meus amigos brinque com você, não quero que se aproxime deles!
— Era para você ter sido designada para outro prédio, uma suíte.
Aconteceu algum engano, não era para estar dividindo quarto com
normal?
— Não se trata disso. — Jake respira, cansado. — Vamos parar
com essa discussão inútil e nos acalmar. Eu vou te levar para o seu
É até engraçado.
evitar, nós costumamos nos divertir muito nas festas, apesar de eu sempre
confundir ou sequer lembrar dos seus nomes.
agora é outro.
Assim que as duas se afastam para cumprir a minha ordem,
aproveito que um espartano está por perto e exijo o suéter dele emprestado.
segundo andar, deve ser ela. Dou alguns passos à frente e me detenho
debaixo de uma das árvores, onde sou coberto pela sombra dos galhos.
Fico aqui por um longo tempo, sem entender de fato o que vim
fazer. Tenho duas bocetas quentinhas me aguardando na minha cama, mas
continuo parado, sentindo a brisa fria do vento.
HALLE DUNCAN
como sempre fiz desde a primeira vez em que o vi cinco anos atrás. Estar
perto de Hunter Scott é uma dose de veneno que o meu corpo não consegue
suportar.
aproximo-me da janela outra vez, ansiosa e nervosa, todavia, ele não está
mais lá.
Desapareceu.
Feito um fantasma.
o menu e procuro a pasta mais antiga que guardei, a que tem o sobrenome
dele, Scott. Passo as várias imagens até encontrar aquela que tirei no dia em
que nos falamos pela primeira vez. O dia em que, acidentalmente, Hunter
me notou.
sabia que seria o mais incrível de todos porque havia ganhado o melhor
Fazia apenas duas semanas que estávamos ali, porém, foi tempo o
perceber:
mãe falar com o meu irmão, que estava concentrado em jogar videogame
com o meu pai.
um livro, corri para o andar de cima, invadi o meu quarto e peguei a minha
lado, onde ele aparecia de vez em quando, não para mergulhar, apenas
O meu vizinho era o garoto mais bonito que já tinha visto em toda
minha vida. Ele parecia bem mais velho que eu, talvez tivesse uns dezoito
era tão interessante. Me sentia estranhamente bem com isso, apesar de ter
acontecia normalmente como nas outras quatro vezes, porém, o seu rosto se
entanto, o escutei:
— Eu sei que está aí, não adianta mais se esconder! — a sua voz
Jesus, e agora?
o que você fez foi invasão de privacidade. Posso até exigir que me deem a
eu poderia perder tudo à essa altura, menos ela. — Quer pagar pra ver?
ofegante.
— Aproxime-se — ordenou.
Alguma coisa me dizia que esse misto de emoções não era apenas
consequência do flagrante, mas também por chegar tão perto dele. Parei
do outro lado da piscina, sem saber o que fazer.
e encará-lo. Ele estava de tênis, calça e suéter preto. A faixa do céu azul às
aquilo?
— Por ter invadido a sua propriedade, oras — me irritei.
mesmo me notado?
estava sentado em posição fetal. O meu nome foi dito em um tom diferente,
mais intenso, provando que já sabia mais de mim do que eu dele.
— E qual é o seu nome? — aproveitei para descobrir.
— Hunter Scott.
— Bem, me desculpe outra vez, Hunter.
mãos à frente do corpo, a câmera estava solta, segurada apenas pela alça.
desculpar se não vir. Mas se acha que não é capaz, então vá embora —
apontou com o queixo para a direção que eu deveria seguir.
Olhei para trás, o caminho que me trouxe até ali parecia tão
desinteressante naquele momento. Além disso, eu gostava de desafios.
Não demorou para que Hunter me visse subir pela escada grudada
na parede e caminhasse devagar até sentar ao lado dele, evitei olhar para
baixo. Não era tão alto, mas uma queda poderia me machucar. Ele
estendeu a mão para me segurar e ajudar a completar o percurso. Por
mentira, mas não queria mencionar a outra parte, que havia o achado
lindo. — Minha avó disse que fotos precisam de inspiração.
Estava explicado.
Mas por que os seus pais estão brigando? Será que brigavam tanto
a ponto dele subir aqui todos os dias? Achei melhor não perguntar. Ao
invés disso, pensei no que poderia fazer para ajudá-lo. Retirei a alça da
assustada.
como isso aconteceu, foi rápido demais e nunca parecia chegar ao fim,
tinha água e mais água por todo lado, o meu cérebro estava prestes a
entrar em colapso, a minha visão escurecia.
amedrontada.
Nada no mundo me tiraria dos seus braços fortes, agora me sentia
protegida.
que deu na cabeça do meu filho para fazer o que fez — disse Blanca, a mãe
de Hunter, enquanto conversava com a minha e o meu pai com o pai dele,
para comigo, minha família jamais imaginaria que havia uma guerra
interna entre os dois, e que o Hunter estava sendo afetado com isso.
razão, ela afastou as suas mãos das de Blanca e as colou junto ao corpo.
— Ah, não, nós vamos fazer alguma coisa para compensar. Como
assim recebemos os novos vizinhos desse jeito? Não podemos. — Blanca
daquele nome feio. Por que ele a tratava tão mal em casa e aqui se
comportava como o marido do ano?
Algo não estava certo, e para ajudar o Hunter eu tinha que
descobrir!
que eu era feliz e não sabia, tudo se intensificou assim que conheci o
Hunter, mas a sua partida após aquela tragédia na sua família tirou um
HUNTER SCOTT
um pouco do gosto ácido em minha garganta causado apenas por saber que
terei que vê-lo outra vez.
máximo olhar na sua cara enquanto meu tom emana seco e amargo. Noto a
— Você poderia pelo menos uma vez tentar agir com respeito? —
cumprimentar.
— Olá, Hunter. Seja bem-vindo. — O seu sorriso se desmancha e a
sua mão abaixa quando ela percebe que não vou corresponder.
— Por que não acabamos logo com isso? — Ignoro a loira peituda
e foco nele. — Você sabe o que eu quero. Além disso, ainda tenho que
ganhar uma boa grana sem depender de um centavo desse infeliz que insiste
sido à toa. Mike queria ter a minha presença em seu aniversário de qualquer
maneira, nem que para isso tivesse que se utilizar do meu ponto frágil. Ele
odeio.
— Você também sabe o que quero, então vai ter que esperar —
o seu.
— Mike... — Betany, a esposa dele, o chama, apavorada com a
situação. Ela sempre teve medo de mim. — Mike, por favor, as pessoas
estão olhando. Vá logo conversar com ele — implora, aos sussurros, mas
meu querido pai sequer vira o rosto em sua direção, continua focado em
mim, me detestando.
— Mike, querido, não vale a pena — a sua voz sai em um fio, ela
que é a mais sensata entre nós, mas não passa de uma pobre iludida.
Controle, Hunter.
pôr.
motivo de não ter uma família normal. Agora sou aquele que tenta
A minha mãe.
que lhe dói, e por isso mesmo eu faço, continuarei fazendo tudo aquilo que
o faça sangrar.
um inimigo mortal.
detesto que diga essas palavras, é um gatilho forte demais para suportar.
A notícia recai bem, era o que eu queria, ter a minha mãe outra vez perto de
não parar de vender droga dentro e fora da faculdade, eu faço com que você
e Blanca nunca mais se vejam outra vez — a sua ameaça causa um arrepio
em minha espinha.
Filho da puta!
escritório e partir. Tive que buscar todo o meu autocontrole para não
explodir outra vez. Mike Scott, sabe mais do que ninguém como jogar sal
em minhas feridas, porém, no momento certo, vou mostrar a ele quem está
tinha dezesseis anos, da cena que testemunhei antes de todo aquele inferno
acontecer.
corretos ou não. E, por alguma razão, mais do que tudo agora, sei que
preciso vê-la outra vez.
HALLE DUNCAN
Pode ser apenas uma impressão minha, mas ele parece mais forte e mais
alto do que me lembrava, combinando bastante com o grupo do qual agora
faz parte.
Isso me faz raciocinar que um ano distantes é muito.
fazer a massagem, jogando o olhar para longe. — A minha intenção não era
te esconder, queria apenas um pouco mais de tempo para tentar explicar as
razões do quanto mudei. Sabia que esse momento era inevitável, mas não
queria que fosse daquela maneira, te expondo.
suspeitas.
Papai e mamãe também se tornaram rígidos com o Jake.
estava tomando antes dele chegar, absorvo o líquido gostoso, uma mistura
de chocolate com baunilha que tanto amo. — E o que pretende fazer? Se
esconder dos nossos pais para sempre? Sabe que isso não vai funcionar,
ainda mais agora que estou aqui. — Mexo o canudo dentro do copo. —
bico.
— E por que eu deveria? — Dá de ombros, franzindo as
sobrancelhas.
— Nossos pais eu tenho certeza que não, ainda mais depois do que
houve na família do Scott, já você... — sua voz é sugestiva, prefiro me
fingir de desentendida.
— Claro que eu gostaria de saber, ele era meu amigo e isso não é
seriamente:
— Em Atenas, garotas como você não são amigas de homens
como o Scott, são outra coisa. Ele é como um irmão e o líder da nossa
se iluda, Halle, o tempo passou, todos crescemos, ele não é mais o mesmo,
porém, você sempre será a minha irmã, e eu não vou admitir que ninguém
mantendo os braços cruzados. — Que vai escolher com qual garoto devo
falar? — Ergo uma sobrancelha, desgostosa.
em meu ombro e beija o topo da minha cabeça, indo embora sem me dar
oportunidade de rebater.
pensativa, com uma vontade imensa de fazer alguma coisa que não sei dizer
exatamente o que é, mas que arde intensamente no meu peito. É uma
revolta, um desejo de reagir, de gritar.
sapatos.
estava mais para um desafio. — Ela deposita uma das pulseiras cor-de-rosa
na palma da minha mão. — Basicamente eu tinha que provar a minha
inteligência ao mexer os pauzinhos para ter uma colega boa de natação.
Pesquisei as opções entre as fichas dos novatos e encontrei você, mas
dos calouros como penitência? — Vou direto ao ponto, foi o que entendi.
acabou! Eu vou voltar para a minha fraternidade hoje à noite, vai ter uma
superfesta e você está convidada a me acompanhar! — Sorri de orelha a
estarão lá, ficou óbvio que eles adoraram você. Eu não sabia que o gostoso
do Jake era o seu irmão, ele...
Ela continua tagarelando, todavia, não a escuto mais, minha mente
está focada na pulseira em minha mão e todas as possibilidades que ela
pode me trazer.
HALLE DUNCAN
segundas intenções.
— Tudo bem, mas antes teremos que te preparar. Não dá para ir à
— Estou tirando onda com a sua cara, vem! — puxa-me pela mão,
frente a frente. — Onde pintou o seu cabelo? Essa cor ficou perfeita em
que lhe agrade. Todas as minhas roupas são recatadas e cobrem muito,
segundo ela.
Tentei achar algo que não fizesse eu me sentir tão exposta ou diferente
demais das outras que com certeza estarão bem mais ousadas, cheguei a
incrível, trazendo cor ao meu rosto e brilho aos meus lábios, que agora
parecem mais carnudos. Tudo fica combinando com o tom da minha pele e
ser uma coisa simples, mas tudo de simples lá em casa parecia demais. O
certo, entretanto, eu não via todo esse radicalismo nas outras famílias,
corpo ao meu, depois se afasta para tirar o roupão em que está vestida e
colocar um vestido preto curto colado, além do salto alto.
universidade.
— Jesus... então tem que ser a melhor da sua vida! — Amy acelera
do hall de entrada, nos deparamos com puro glamour e luxo por todos os
lados.
única coisa que penso é: por que não vivi isso antes?
garota que usa um vestidinho rosa de paetê, que molda perfeitamente o seu
corpo de boneca e traz ainda mais luz ao seu cabelo loiro. — Oi, Cassie!
Voltei, finalmente.
quem está falando, ela sorri sem parar, mas o clima fica constrangedor
mostrando a peça.
demais. Então vira o rosto em minha direção. — Ah, meu Deus, essa é a
garota que ganhou o desafio do lago?
qualquer tarde dessas? Tomar um chá — sua mão pousa em meu ombro.
Amy tomba a cabeça para baixo e dá um passo atrás. Cassie sabe o
porque sei o quanto isso é importante para ela. Porém, Cassie continua
falando apenas comigo como se Amy não estivesse aqui, o que faz a garota
para onde estava. No entanto, não consigo dar muitos passos, meus pés
param de se mover ao mesmo tempo em que prendo a respiração ao avistar
suas cenas.
Decido fugir pela porta mais próxima, mas antes de atravessar o
portal, não me passa despercebida a mão boba da Cassie sobre o peito do
isso a tempo. — Ah, não... — largo o guardanapo, sem saber o que fazer.
Hoje, definitivamente, não é o meu dia.
quase correndo pela porta dos fundos com a sua camisa molhada e suja do
creme amarelo.
silêncio sem tirar os olhos dos meus. Engulo em seco assim que as suas
pupilas obscuras me consomem como se quisessem me comer.
cozinha.
cabeça é obrigada a ficar encostada no seu peitoral largo que está bem
delineado na camiseta. O seu perfume masculino me invade, o seu quadril
centro da cozinha.
Ainda inebriada do seu calor e sem saber direito o que aconteceu,
movo o meu cabelo para o ombro esquerdo, usando a mão livre como leque
em uma tentativa de refrescar o suor no pescoço.
— O que foi isso? — pergunto, flagrando-o observar o que estou
parar com o que estava fazendo para observá-lo. — Quanto tempo faz desde
a última vez que...?
— Nos vimos? Cinco anos, eu nem sabia que você estava de volta
a Boston. — Mexo na alça da minha clutch a tiracolo como meio de
— Era dele que estava fugindo quando veio para cá? — Hunter vai
direto ao ponto, provando que percebeu.
— Então posso dizer a ele que está aqui? — Hunter ergue uma
sobrancelha, desconfiado, se desencostando da bancada.
Engulo em seco.
— Claro. Óbvio que sim — dou de ombros, tento manter a
ser.
outra vez.
Somos bombardeados com todos os olhares possíveis. O queixo de
Cassie quase vai ao chão quando nos vê juntos, assim como o da maioria
das pessoas, mas Hunter parece não se importar, talvez ele não deva
HUNTER SCOTT
a deliciosa mulher que se tornou. Além disso, Halle está sem a amiga e não
conhece ninguém aqui, nada mais lógico do que ficar comigo.
Ela disse que quer se divertir, vou fazer com que realize seu desejo
e ainda por cima descobrir do que é capaz ou até onde está disposta a ir.
mais alto e próxima da minha orelha para que possa ser ouvida, tendo em
faço questão de apertar, sentindo a minha energia correr por sua pele.
toque.
durante essa semana, e apesar das novas roupas, da blusa mostrando a sua
barriga perfeita, ainda assim consegue ser discreta, manter a sua essência,
não é como as outras que parecem ter uma necessidade extrema de aparecer
lábios.
ela continua bebendo, dando um gole atrás do outro até secar a sua taça e
— Certo, parabéns, mas não precisa ser tão rápida, não quero que
volte bêbada para Atenas — tomo a taça seca da sua mão e a coloco sobre a
Perfeita. E com o cabelo solto parece ainda mais incrível. Fico hipnotizado.
— Se quiser ir a pé, tudo bem — faço piada, ela ri, me empurrando
mais um pouco.
— Devo perguntar por quê? Sei que não tinha uma boa relação
com ele, mas...
— Meu pai gosta de afirmar que sou perigoso. Talvez seja isso, eu
mudando o rumo do assunto, Halle faz uma expressão de quem não está
desafio do lago.
aulas de natação.
Seco a minha garrafinha de cerveja, procuro por alguém que possa
instante, então me dirijo ao bar que fica no hall, peço mais um drink e mais
falando em código. Não vamos fazer trote nenhum, mas sim libertar a
minha mãe.
aqui, assim como a sua irmã — disparo, aproveitando o momento para falar
mais tarde. Melhor que seja por mim, além disso, se eu estivesse no seu
— Sim, mas não se preocupe, ela está comigo. — Tento lhe passar
segurança.
— Que merda você tá me falando, Hunter? — o tom dele muda da
deixou sozinha. Eu a encontrei. Está tudo bem — meu tom soa calmo, não
semana passada. Vai pegar mal, de novo. Por acaso não confia em mim? —
peito.
porém, descobrimos que o tempo que passou fez eu criar cicatrizes e ele
estamos hoje, compartilhamos segredos, mas nada muda o fato de que Halle
sua concepção, isso é o bastante para que eu e ela não tenhamos nenhum
tipo de contato.
O problema é que, nesse quesito, não concordamos. Ele se
Assim que retorno para onde estava, Halle prefere ficar de pé para
para lhe dar atenção. — Assim como em todo início de semestre, chegou a
hora de darmos a preciosa oportunidade para algumas calouras presentes de
uns dos mais engenhosos da Atenas, mas, neste ano, resolvemos começar
com algo simples, a famosaaa queda de braço! — escutamos um
inverter os papéis! Afinal, para ser uma das filhas de Vênus, é preciso
provar sua força e expulsar a ideia de sexo frágil!
entendo tudo!
segundos.
— Eu quero — ela está decidida, e a sua impetuosidade me faz
sorrir.
As eleitas se aproximam da mesa e são divididas em duplas. Tem
várias meninas aqui, mas apenas seis foram escolhidas, o que prova a rígida
seleção.
Percebo que Halle está nervosa, ela bebe o seu drink com rapidez,
como se precisasse disso para ter coragem. Quando termina, me entrega a
— Você não vai ganhar com a força, mas sim com o psicológico —
continuo sussurrando na sua orelha. — Se acreditar que é a mais forte,
Ser mais alto que a Halle não é difícil, perto de mim ela é pequenininha, e
eu gosto disso.
— E aí, será que a sua candidata vai ganhar? — mal percebi
barba rala em meu queixo enquanto o braço esquerdo está passado abaixo
do peito.
— Não sabia que tinha interesse que ela fizesse parte da sua
fraternidade — comento, sem tirar os olhos da Halle que está a alguns
assistir as duas garotas medindo forças sobre a mesa, e mais tenso ainda
quando o braço da Halle começa a pender. O pessoal grita, pula, filma,
duas. Ela leva as três vencedoras para o tablado e tira várias fotos com elas,
as futuras novas filhas de Vênus, se passarem em outros testes, é claro.
É óbvio que não recuso o seu toque, a abraço forte e agarro a sua
cintura, fechando os olhos por um instante para sentir o doce perfume do
seu cabelo.
por mim, estou levando a long neck à boca enquanto assisto à Halle se
soltar. Não sei se é o álcool ou a vontade dela de se libertar, mas os seus
movimentos suaves me enfeitiçam.
HALLE DUNCAN
Um arrepio percorre todo o meu corpo ao ouvir as palavras ditas
por Hunter. Dá para sentir o seu desejo voraz, as suas chamas que me
incendeiam e molham a minha calcinha. Quando ele morde a minha orelha,
seu toque.
aqui era a minha maior vontade, mas não estava preparada para essa
faminto.
Boquiaberta, sei que Hunter está aguardando uma resposta, mas ele
captura o seu celular do bolso e observa uma mensagem que recebeu.
quero também.
carona, ele fecha a porta, mas não entra em seguida, fica conversando com
Após ouvi-lo, os caras correm para os seus carros e ele vem para o
dele, tomando o seu lugar. Nós saímos em disparada, ouvindo o poderoso
ronco do motor.
atravessando os sinais pela avenida sem pestanejar. Achei que ficaria com
medo, mas fico elétrica. — Aconteceu alguma coisa?
— Droga, você não pode ficar sem cinto. — Estica o braço sobre o
Ele desacelera para dobrar em uma curva, depois pisa fundo de novo. O
motor ronca ainda mais alto, como se tivesse vida própria. — Você me fez
na alça do teto.
curtindo a adrenalina.
Apenas consigo respirar direito quando entramos na propriedade
estômago congela, meu coração erra algumas batidas apenas por pensar
nessa possibilidade.
— Fique tranquila. — Hunter acaricia o meu rosto e ignora a
frenético.
Ele respira fundo, analisando-me como se procurasse a melhor
Cruzo as mãos e aperto os dedos uns nos outros, com força, louca
de ansiedade e expectativa. O que ele quis dizer com essa frase? Algo vai
milhão de coisas depois do que ouvi. Meu corpo ainda está vibrando como
enquanto estava dentro do automóvel.
atenção. Fico calada. — É claro que se divertiu, basta olhar para a sua cara.
naquela conversa com a vadia da Cassie, isso ficou bem claro! Elas não me
veem como uma igual porque eu sou uma pobretona do caralho e entrei
que, pelo visto, estava a sufocando. — Ali ninguém quer saber da sua
inteligência, mas sim do dinheiro que pode oferecer para a instituição, e por
esse exato motivo é que você foi tão mimada essa noite!
para trás das orelhas. Amy anda de um lado para o outro, pensando.
me dar sua atenção. — Não sabia o quanto aquilo era importante pra você,
mas agora sei e, sinceramente, não acho que vale a pena fazer tudo o que
fez por essa fraternidade. E isso inclui me usar como um meio para um fim
— jogo na sua cara, Amy fica sem palavras. Coloco as mãos para trás,
esfarrapada.
meu ombro.
existir. — Você realmente não teve culpa de nada, eu fui uma tola.
— Tá tudo bem. — Faço-lhe cafuné. — Pelo menos uma de nós se
divertiu essa noite. — Lembro do Hunter outra vez.
A noite estava maravilhosa e meu coração se encheu de felicidade
quando papai tocou a campainha dos Scott. Fazia alguns dias desde o meu
incidente na piscina e dali em diante não vi mais o Hunter. Fiquei bastante
preocupada com ele, então queria encontrá-lo.
onde o seu marido nos aguardava com uma mulher que eu ainda não
conhecia.
ela e Blanca se pareciam bastante, mas Melanie era ainda mais bonita.
— Prazer — Melanie também nos cumprimentou, Jake não
quarto dele.
— Sim, mas já passou. Agora ela terá aulas de natação. — Meu
de descer?
— Claro! — Jake se levantou.
pai o chamou.
Hunter agiu como se não quisesse fazer aquilo, mas no fim, o
obedeceu.
— Boa noite — forçou, mas nem olhou na minha cara, logo eu que
convidando. Eu assenti.
— Sim, papai me ensinou. — Me aproximei, sentando-me do lado
dele.
— Não, Hunter, ela vai atrapalhar — Jake resmungou.
dei um tapinha na sua mão, a prova de que não gostei do seu comentário.
— Claro que não, é mentira dela!
Isso foi o suficiente para Hunter zoar o Jake que, não aguentando
o fato de ter perdido de novo para mim, saiu da sala.
saudade.
alívio. Não queria uma nova, queria a minha. — Ela é especial, foi a minha
vovó quem me deu. Você tem algo especial de que goste muito? — a
considerações:
— Esse jantar é um pedido de desculpas pelo que aconteceu com a
falavam com todo mundo, mas tinham pouco contato entre si. — Então,
vamos jantar!
gostava.
Foi quando parei para pensar se Hunter havia olhado as minhas
fotografias durante esses dias. As minhas bochechas enrubesceram ao
imaginar que ele agora sabia que era o meu modelo secreto em tempo
quase integral.
Eu tirava mais fotos dele do que do resto do mundo desde que me
mudei para cá, mas isso era um segredo meu, ninguém poderia saber, muito
menos ele.
beijamos?
Vou ter que descobrir.
HUNTER SCOTT
Chego ao local do encontro faltando apenas cinco minutos para o
retiro a balaclava do bolso traseiro da calça e cubro o rosto, optando por não
perder mais tempo.
irritado.
precisamos de foco. — Aponto para a estrada que está em uma parte mais
alta do terreno, por onde um caminhão passa, fazendo barulho e agitando os
— Se prepare, eles estão vindo — falo para o Drew, que corre para
pegar o seu carro. — Jake, as armas — estico a mão para ele, que retira os
mãe e fugir – repito a informação que venho falando desde que bolei esse
sempre soube que vender droga na faculdade era uma coisa, sair armado no
meio da noite para resgatar uma paciente considerada incapaz era outra bem
diferente.
Mas no fim, aceitei, era melhor estar seguro com eles do que
para o Drew que invade a estrada, impedindo que o outro siga adiante e
entre na ponte.
Jake corre até a porta lateral e aponta a sua arma para o motorista,
Drew permanecem do lado de fora, com a ameaça de atirar caso ele tente se
mover.
Ando pelo corredor do ônibus procurando a mulher de rosto
mulher que está vestida como uma enfermeira. Ela segura o seu celular e
está tão nervosa que ainda não conseguiu completar a chamada que estava
fazendo, provavelmente um pedido de socorro.
onde estão os demais pacientes que estavam previstos para vir nesse ônibus
entendeu?
interrompo.
— Eram dois?
Chocado, nem percebo quando meu corpo pesa para trás, encosto
no vão da porta. Foi como um soco. Mal consigo raciocinar, isso não pode
ser possível.
frias e doloridas.
todo mundo abalado com essa experiência horrível. Não tinha como ser
diferente.
meu carro enquanto Drew tira o dele da pista e foge, como combinado.
analisando-me.
onde o ônibus veio, correndo como nunca fiz em minha vida, ciente de que
HALLE DUNCAN
Faz semanas desde aquela noite em que Hunter prometeu que iria
voltar e não voltou. De início acreditei que Jake e ele teriam tido uma briga
mencionar nada sobre o seu amigo ou sobre eu ter ficado com ele na festa.
Por diversas vezes engoli a vontade de perguntar sobre o Hunter
porque não queria que Jake desconfiasse de nada. Ele já tinha deixado bem
claro que não queria me ver com os espartanos.
acordei.
experiência na Vênus, só não faço o mesmo com a minha mãe pelo simples
ele afirmar que estava cuidando de mim. Tento fazer das nossas conversas
as mais breves possíveis, todavia, ela pergunta de tudo, enquanto papai
continua na dele.
Jimmy, pelo contrário, parece sentir que algo está diferente, talvez
seja a falta de informação a meu respeito, algo que conseguia através dos
meus pais. Juro por Deus que se ele continuar insistindo, irei bloqueá-lo.
Após a aula, saio da sala e caminho pelo corredor com a mesma
sensação que vem me perseguindo todos esses dias, a de que algo está
errado.
universidade, não o vejo em canto algum e Jake age como se estivesse tudo
bem, mas sinto que está escondendo alguma coisa.
— Que carinha é essa? — Como se adivinhasse que estou
pensando nele, meu irmão surge do nada, passando o braço por meus
— O que foi? Não posso mais vir te ver? — Jake sorri, se fingindo
de desentendido.
— Você nunca me vê pela manhã. Sei que nesse horário
— Tá falando sério?
ser hipócrita e negar que continuo pensando mais no Hunter. Ele realmente
não sai da minha cabeça.
dela, irritada.
— Hunter Scott? Ele é seu crush? Bem que desconfiei! — se
gostava dele há tanto tempo, achei que era algo nascido aqui — ela
continua insistindo, me tirando a paciência, eu não suporto me sentir
exposta.
— Esqueça isso, okay? — me aproximo dela, olhando-a
seriamente. — E se você comentar com alguém, juro que nunca mais falo
tenta me tocar, mas não permito. Sento-me na cama, chateada por ter tido a
privacidade invadida.
— Agora me diz, o Scott é mesmo o seu crush? Por que ainda não
estão juntos? Percebi que ele também se interessou por você.
Penso duas vezes antes de falar tudo o que está entalado em minha
garganta. É difícil guardar um segredo sozinha e por tanto tempo, sem ter
ninguém para desabafar. Amy não é a pessoa mais confiável desse mundo,
começou comigo com o pé esquerdo, mas ultimamente a gente vem se
para fora.
Ela toma as minhas mãos, massageando os meus dedos.
— Olha, não foi só você que notou o sumiço do Scott, ele é uma
lugar onde o meu irmão mora, ele não quer me ver perto dos espartanos.
— É compreensível. — Estranho a sua concordância, mas deixo
passar.
caminhar pelo quarto. Notei que ela gosta de fazer isso quando quer
raciocinar. — Por que não aproveita a festa de Halloween? Todos sairão de
suas casas, pode ser que o Scott não queira ir e estará sozinho.
do seu irmão.
Fico de pé, animada, esfregando as mãos.
Na noite de sábado, assim como combinado, Amy é a única a sair
do nosso quarto para encontrar Jake do lado de fora, que está aguardando
no carro.
Eu o avisei que não iria, menti que ficaria estudando, mas ele
insistiu e quis vir me pegar. Pela janela, observo a maneira como Amy o
seduz e entra no seu veículo, o fazendo esquecer de mim rapidinho. Não o
julgo, além de ser homem, a minha querida nova amiga está com uma
Prefiro não entrar pela porta da frente, sigo pela lateral da casa até
chegar aos fundos, na piscina.
Observo tudo ao redor até que algo chama a minha atenção na
parte de cima. Hunter está de pé na beira do terraço, fumando, olhando para
parece não estar escutando nada, totalmente fora de órbita, sem se dar conta
do perigo. — Hunter, saia daí! — o meu apelo é em vão.
Seu corpo meneia para frente e para trás, uma tragédia anunciada.
Corro para dentro da mansão, entro pela cozinha, ultrapasso a sala
meu.
Em um piscar de olhos, nós vamos ao chão e, quando me dou
conta, tenho um homem grande e musculoso sobre mim, seu rosto pairando
sobre o meu.
HALLE DUNCAN
Hunter ofega e, apesar do frio, ele está febril, o hálito de cerveja, as
tristeza e dor. — Agora vamos sair daqui, deixa eu te levar para dentro, por
de estar tonto, consegue ficar de pé. — Vem — ofereço a mão a ele assim
que me levanto também.
Hunter me mostra onde fica o seu quarto e entramos no cômodo que está
organizado, exceto pelas garrafas de cerveja no chão e os restos de cigarro
testa suada. — Com muita febre — constato, vendo-o fechar os olhos como
situação.
Encontro também fotos antigas, Hunter e sua mãe. São várias, e
aquelas em que o seu pai está foram rasuradas, o rosto ou o corpo dele
rabiscados.
Assustador.
Pego uma garrafinha de água mineral no frigobar, sento-me ao lado
Depois, capturo uma toalha pequena do seu armário, molho-a, dobro e uso
certa em minhas suspeitas, que fiz o certo ao vir procurá-lo, pois além de
suficiente para me permitir compartilhar a cama com ele, deitar ao seu lado,
acariciando a sua barba enquanto o seu braço fica pousado sobre a minha
cintura.
Fico tentando imaginar o que aconteceu para ser atingido por essa
cama. Ele está enrolado em uma toalha branca enquanto usa outra para
Perfeito.
Recém-saído do banho.
As tatuagens pelo seu corpo são uma verdadeira tentação. Não são
cama.
colocando a mão sobre a minha coxa. Uso uma saia de tecido leve que vai
— Não, não está nada bem. Ninguém pode saber que dormi aqui
sua expressão está bem melhor do que ontem, mais “limpa” e suavizada. No
entanto, a tristeza ainda está lá, no fundo das suas pupilas escuras.
impossível não derreter com o seu elogio, a sua sedução na simples maneira
de me tocar. — Por que veio? — ele está curioso, e apesar de eu também ter
informação de mim.
— Você disse que iria voltar, mas não voltou — recordo, fechando
os olhos quando a sua mão enorme desce para o meu pescoço, esquentando
convidativos.
inclusive te beijar.
atentamente.
cafajeste toma o seu rosto, algo simples, mas fundamental para endurecer os
bicos dos meus seios e aquecer a minha intimidade.
Uma loucura.
poderia muito bem sair correndo, mas seria hipócrita se não me escutasse e
minha carne com devoção. A sua boca é grande demais comparada à minha,
a sua língua bem mais habilidosa e experiente. Nossos lábios se misturam
com uma química maior do que imaginei, fico tão rendida que mal percebo
seu quadril entre as minhas pernas, devagar. A minha saia cai com o
movimento, desnudando as minhas coxas quando uma delas é puxada por
e quente.
O seu coração bate com violência, como se quisesse atravessá-lo.
pudor, ficando mais duro e grosso quando lambe a minha bochecha até a
orelha, chupando o meu lóbulo, me experimentando.
Ele volta a me beijar com vontade, sensual, e por fim chupa o meu
pescoço, brincando com a minha sanidade ao moer a sua ereção contra o
Fora de mim.
— Hunter! — ouço a voz do meu irmão seguida de batidas
exigentes na porta. — Hunter, você tá aí?
Ele é bem-dotado.
Se a toalha cair conseguirei ver tudo.
me acalmar.
— Sim, está, mas agora estou ocupado... — Hunter desce da cama
Que insensatez!
— É porque ontem você estava mal, fui para a festa, mas fiquei
preocupado...
— A gente conversa mais tarde, pode ser? — Hunter corta a fala
preocupado, ele deve saber que Hunter não está bem há dias.
o que é melhor.
— Eu vou — confirma, enquanto jogo os pés para fora da cama,
lentamente.
— Okay, até mais tarde — ouvimos Jake partir, então respiro
aliviada.
Esfrego as mãos no rosto e no cabelo, chocada comigo mesma e
culpada também. Hunter abre o seu armário, pega uma roupa e segue para o
banheiro logo depois de me dizer:
e blusão da fraternidade.
— Eu sei que me deixei levar, mas as coisas... nada pode ser tão
rápido assim. Eu não sou assim, entende? — ele assente, sem contestar.
— Vai ser no seu tempo, Mel.
— Tem o meu irmão, a minha família e tem coisas que você ainda
não sabe... — nego com o rosto, sou invadida por uma avalanche de
esquentando outra vez quando vence a distância que impus entre nós,
segura o meu rosto entre as mãos e seus dedos acariciam as minhas
arrepiando.
— Hunter...
o anterior. Fico submissa ao seu poder de persuasão e o pior é que ele nem
precisou se esforçar.
Ouvimos vozes e passos do lado de fora.
Coloco o capuz da minha jaqueta. — Você vai pelo bosque, é mais seguro,
tem menos movimento e o caminho dá no seu dormitório, lembra?
isso não acabou aqui. Eu vou te procurar assim que der e dessa vez eu vou
cumprir.
— É melhor mesmo porque não vou vir mais atrás de você —
aponto o dedo na sua cara, o fazendo sorrir outra vez, como se tivesse
gostado do que ouviu.
caminho rumo ao lago, a minha vontade era de correr, mas Hunter avisou
para não fazer isso, pois chamaria a atenção e qualquer um que me visse
constataria que estou fazendo algo errado.
do Hunter se utilizou da sua sedução para não me dar respostas e ainda por
cima deu vazão aos nossos desejos.
Mas ele não vai fugir para sempre, preciso entender o que
aconteceu.
intimidade.
— Por que... não me avisou? — gaguejo, nervosa, me sentindo
despreparada.
frente. — Uma noiva não pode ficar incomunicável com o seu noivo... —
ele começa a reclamar, me dando sermão.
— Nós ainda não somos noivos, Jimmy — acrescento, o
encarando, mas como sempre sou ignorada.
— O que está acontecendo? — estica o braço sobre a mesa e
realmente não está para peixe. Hunter disse que iria me procurar, mas não
imaginei que seria tão rápido.
HUNTER SCOTT
Os dias após o acidente da minha mãe foram terríveis, me afundei
interesse do meu pai pelo caso me revoltou, porém, sequer consegui ter uma
conversa civilizada com ele, já que o infeliz desconfia que fiz parte da
elaborado, mas não fumava, não era um viciado e nem permitia que os caras
da fraternidade usassem. Sempre deixei claro que o nosso foco era apenas
tornasse um maldito que cheirava pó? Essa matemática nunca fez sentido na
minha cabeça.
investigação policial foi um golpe forte demais para suportar. Pela primeira
cama, lembrei de muita coisa do nosso passado, do quanto estar com ela me
demônios.
Preciso reagir.
Tanto para mantê-la por perto quanto para encontrar a minha mãe.
sinal consegui assistir as aulas e estava indo almoçar com o Jake, até que
ele viu a irmã com o cara a quem chamou de cunhado, para o meu
incômodo.
a minha voz sai mais rouca do que o normal. Não sei a razão, mas já estou
Que merda!
Esse tal de Shaw não tem nada a ver com a gente e muito menos
com a Halle.
e eu confirmo. É claro que vou ficar, não perderia isso por nada!
Todos tomamos os nossos lugares, faço questão de ficar ao lado da
para que eu saia daqui à medida que o seu rosto fica vermelho.
— Não, não é nada, foi só... — ela tenta dizer, mas a interrompo.
olhar. Mas não me importo. No fundo estou chateado por descobrir somente
— Não foi nada, foi só uma abelha — ela mente e eu sou obrigado
voz, o clima fica tenso. — Está tudo bem. Eu estou ótima — é claro que
deixa ainda mais tensa. Dessa vez está usando calça, infelizmente. — Deve
minha carranca que não estou gostando dessa história, ao mesmo tempo em
que não entendo por que esse assunto me irrita dessa maneira.
Inferno!
falando por ela. — Não é mesmo, cunhado? — joga para o Jake, que
também parece notar o desânimo da irmã ou que está rolando uma falta de
errado.
escapa mais de mim — aperto a coxa da Halle mais forte, subindo a mão
mordendo os lábios. Basta nos tocarmos para que essa corrente elétrica nos
atinja.
centro, mas Halle é rápida e segura o meu punho com força, me impedindo
de avançar.
assisto usar a sua como se fosse um leque. Linda. — Preciso ir até o meu
fala em um tom mais alto, como se mandasse nela. Quase parto para cima
dele, chego a cerrar os punhos. — Volto em um minuto — ele avisa, em um
vontade de ir atrás da Halle e afastar esse imbecil, mas não posso chutar o
balde agora.
que eu.
— Você sabia mesmo desse casamento? Halle não parece muito
contente — não consigo evitar o comentário.
Jake dá de ombros.
— Particularmente eu acho o Jimmy chato e insistente, mas a
minha irmã sempre pareceu suportá-lo, então... não sei o que ela quer.
— Vocês não têm intimidade. Talvez esteja passando da hora de
que havia acabado de chegar e se instalar ao lado do nosso bairro. Não sabia
o motivo de ter pensado nela primeiro e não no seu irmão. Eu gostava de
estar com o Jake. Devido aos meses em que a sua família morava no
encontrando meu pai sorrindo com a minha tia, Melanie, os dois estavam
próximos e pareciam engatar um diálogo agradável.
também se aproximou.
— A Melanie vai passar uma temporada conosco, filho. O
— A senhora Duncan?
— Sim, Caroline, a mãe dos seus amigos — Melanie sorriu, ela
antes de sair pela porta da frente e atravessar a rua até tocar a campainha
dos Duncan.
mais aqui do que lá em casa, ainda mais se fosse para ter uma desculpa
para ficar perto da Halle.
Ela saltou do sofá assim que me viu, estava deitada lendo, com os
volta.
— Seu irmão não te contou? Os dois vão ao parque — o Sr.
pedisse o seu pai provavelmente não a deixaria ir. Ele não era do tipo
coruja, mas nem sempre dizia um “sim”, a não ser que Jake pedisse, mas o
meu amigo não o faria, não curtia passear com a irmã, dizia que ela dava
trabalho, o que era uma mentira.
mas convidar o Jake foi apenas uma desculpa para convidar ela.
expectativa. — Desculpe, Hunter, não é que eu não confie em você, mas ela
ainda é muito nova.
escadas, quase quebrando cada degrau ao bater os pés com força. Seu
irmão, que vinha descendo, a ultrapassou sem entender o que a irritava.
Nós trocamos um aperto de mão e saímos da casa, encontrando as
E eram mesmo.
que entrou na sua casa enquanto fingi que ia para a minha. Ao invés disso,
me embrenhei no jardim e me agachei entre os arbustos, observando a casa
dele por um longo tempo até que as luzes de todas as janelas se apagaram.
sem medo.
— Não perdeu nada, foi péssimo — menti, ela sorriu, jogando a
sacola para o lado e desembalando o algodão doce cor-de-rosa.
Fiquei encantado ao observá-la comer com uma delicadeza de um
anjo.
— Obrigada, está muito gostoso — comentou, sorrindo,
afugentando a tristeza.
sobre fazermos silêncio. Ela olhou para trás, para a sua porta e tentou
escutar algo, mas não ouvimos nada.
Enfim concordei em comer com ela, esperando-a morder um
pedaço para eu morder outro. Um de cada vez. E assim fizemos até acabar
o algodão doce.
Aquele era o nosso momento. Só nosso. No fim, tive que ir embora,
antes que meus pais começassem a me procurar feito loucos.
puder para encontrá-la, mas enquanto isso preciso acabar com essa história
de casamento da Halle.
Ela vai ter que ficar comigo.
HALLE DUNCAN
costas está me causando. Quase consigo entrar no meu prédio, mas ele me
puxa pelo braço, obrigando-me a encará-lo.
meu rosto. — Sou o seu noivo, você me deve respeit... — eleva o tom mais
uma vez, chamando a atenção dos estudantes que passam por perto, todavia,
aqui ele ainda não havia me tratado como uma irmã de fato.
Pelo menos eu não havia me sentido assim.
Quem disse que você pode gritar com a Halle desse jeito, hein? — Aponta o
dedo na cara dele, deixando a sua mochila cair no chão enquanto avança em
direção ao Jimmy, de punhos cerrados.
dele, com a mão aberta, morrendo de medo. Comparado ao Jake, ele perde
em força e tamanho.
— Não é para mim que tem que pedir perdão, é para a Halle...
Olho para Jimmy e depois para o meu irmão que, enfim parece
satisfeito.
— Se quiser casar com ela, terá que ser melhor do que isso. —
Faz bastante tempo desde a última vez que ele me defendeu dessa
indo também.
a testa suando.
pensa que o mundo gira ao seu redor! Só que eu tenho uma coisa pra te
dizer: você não é o centro do mundo! E eu não tenho que viver do jeito que
acha que deve ser! — ergo o dedo na sua cara, emputecida. — O que acha
que eu sou? Um robô?! Pensa que pode me controlar?! Halle, senta. Halle,
— Quero ver dizer tudo isso na frente dos seus pais — argumenta,
arrependida, meu sangue ferve nas veias. — Vai embora e não venha mais
aqui! Me esqueça! — O empurro com toda a minha força, ele se
decepção.
cama, exasperada, ofegante. Levo um bom tempo até processar tudo o que
revigorante botar pra fora o que estava entalado em minha garganta. Foi tão
Adorei o que ele fez mais cedo, quase enlouqueci de raiva e tesão
com as suas apalpadas embaixo da mesa, mas agora meu corpo já parece
isso.
palavra “MÃE” na tela, fecho os olhos, sentindo a raiva pelo Shaw voltar
com toda a força. Ele já deve ter contado tudo para ela e para o meu pai,
como sempre fez. Se o conheço bem, ainda deve ter aumentado a história e
de vir aqui e tudo o que não quero é que faça isso e me tire da universidade
— Não acredito que você fez seu irmão brigar com o seu noivo! O
comecei a ouvi-la e já sinto a minha cabeça doer. — Eles eram amigos, por
entendido...
estava chorando ao telefone, chorando. Ele ainda está falando com o seu
pai e eu tive que te ligar para entender...
sinto cansada antes mesmo de tentar. Por quase toda a minha vida foi assim,
estrago. Eu sabia que não era uma boa ideia dormir na universidade, ficar
desesperada.
— Mãe, me escuta...
— Como pôde expulsá-lo daí? Ele será o seu noivo, queria apenas
conversar. Eu que pedi para que te visitasse, Halle...
nervosismo. Passar por situações como essa funciona como um gatilho, não
sei até quando vou suportar.
Permito que ela fale até se cansar e quando pergunta por mim,
pego o celular de novo e apenas concordo com tudo o que diz, disposta a
não entrar nessa guerra, não agora. Faço várias promessas, inclusive a de
que pedirei desculpas para o Jimmy, apenas para ela se sentir satisfeita o
Amy em seguida.
— Amiga, jura que não vai ficar chateada? — ela se encosta na
roendo as unhas.
— Isso é bom, não é? Por que eu ficaria chateada? — ela me
contou que o encontro “forçado” deles na noite de Halloween foi
maravilhoso, que ainda não tinham transado, mas que ela estava louca para
se deitar em sua cama.
saí com eles antes e será o meu primeiro encontro com o seu irmão — ela
sorri, contente.
— Ah, não se preocupe com isso, ficarei aqui estudando. Está tudo
bem — a tranquilizo, mas a primeira coisa que me pergunto é se o Hunter
vai também.
Ele desapareceu de novo e esses seus desaparecimentos me matam.
Apesar de não termos nada oficializado, ele deixou bem claro que queria,
que me procuraria, mas até agora nada. E dessa vez não vou mais atrás.
do lado de fora. Ele buzina para mim assim que me vê, acenando, eu aceno
de volta.
Jake está em um carro aberto com mais dois amigos, mas não há
sinal do Hunter, até que ele aparece logo em seguida, estacionando atrás
Hunter surgindo no carro repleto de garotas, ainda mais aquela que só faltou
carimbar na testa que é completamente louca por ele.
Enxugo a face até que escuto um barulho estranho, alguém está jogando
pequenas pedras pela janela.
corro para pegá-lo. Como conseguiu o meu número? Leio a sua mensagem:
Vim te buscar, Mel. Nós
vamos passear.
Volto para a janela sorrindo de orelha a orelha, feito uma boba, mas
Ele ergue o rosto para mim, com uma sobrancelha arqueada, sem
entender. Talvez não esperasse essa resposta. Então responde:
Não lembro de tê-la
convidado para ir ao meu
quarto naquele dia.
de novo e ele parece insatisfeito, notando que ainda não estou convencida.
Se você não descer, eu vou
aí te buscar. Duvida?
É mais forte que eu. A minha resposta poderia ter sido evitada, mas no fim,
clico no botão de enviar:
Duvido.
realmente o faça.
— Okay — afirma, na sequência ouço o primeiro grande baque
que me obriga a dar um pulo para trás, assustada.
Hunter chuta de novo, mais forte, quase arrebentando a porta e
nesse momento entendo que ele será capaz de ir até o fim.
— Para! Para! Eu vou abrir! Vou abrir! — exclamo, nervosa, me
dando por vencida quando abro e encontro um cara bem calmo enquanto eu
controlar.
— Nada. Eu sou solteiro — Hunter me olha por um instante,
depois volta a dar atenção à estrada. — Que história é essa de casamento?
— devolve, obrigando-me a virar o rosto e encarar a cidade pela janela,
desgostosa.
— Nada — minto, lembrando da confusão que Jimmy fez. —
Coisa dos meus pais.
Tento descobrir o nosso local de destino à medida que nos
parece um grande acampamento com chalés por todos os lados, alguns para
Avisto uma placa que dá uma boa dica do que viemos fazer aqui. — Me
trouxe para praticar esportes radicais? — noto vários equipamentos
fila de pessoas que estão aguardando para pagar a atividade que vão
praticar.
apenas por uma corda elástica vai me ajudar com o meu impasse de resolver
os meus problemas? — faço a pergunta do milhão, não muito convencida
— Acho — nós damos mais alguns passos assim que a fila anda,
Hunter não desgruda da minha mão. Qualquer um que nos vir pensará que
somos um casal, e eu adoro essa ideia.
Halle, sei o que estou fazendo. Você vai se sentir melhor — sussurra em
meu ouvido, ele gosta de deixar as minhas pernas bambas com a sua voz
rouca, sabe que basta isso para me acalmar. — Mas se quiser desistir, nós
saímos agora. — Aperta a minha mão, cruzando os nossos dedos.
Penso a respeito.
avançar.
com eles como se fosse amigo íntimo. Ele me apresenta como sua amiga.
— Amiga, é? — um dos caras indaga, ele é um homem negro com
veio aqui com amigas, Scott. Garota, você é a primeira — ele começa a
prender Hunter aos cabos de segurança e a minha ansiedade ataca.
nervosa.
Meu coração quase sai pela boca quando ele simplesmente se joga no vazio
jeito.
amarrada aos cabos e à corda elástica, pronta para saltar. Eles permitem que
que devo ou não fazer, até que nos resta apenas conversar:
— Jamais faria isso. Lembre-se, você nasceu para voar e não para
ficar presa. Você é uma garota livre, Halle. Dona das suas escolhas e da sua
vida. Acredita nisso?
— Acredito...
— Eu não ouvi.
fechando os olhos.
— Nunca mesmo?
a floresta e o lago.
okay?
— Vá, e voe de volta pra mim — pede, dando o impulso final que
Confiante.
Intensa.
Liberta.
Sorrio, abro os braços, admiro o meu reflexo no lago lá embaixo. A
adrenalina ainda corre por minhas veias, meu sangue flui como nunca, uma
magia incrível domina cada pedaço da minha pele. Entendo que jamais
um pássaro.
— Halle, está tudo bem, está tudo bem. Foi mal, eu não queria
a trago aqui, okay? — preocupado, ele segura o meu rosto entre as mãos e
me analisa arrependido, querendo desfazer o que vivi minutos atrás.
— Não, você não está entendendo — choramingo, enxugo os
HUNTER SCOTT
derretem nos meus e um calor intenso queima todo o meu corpo. Agarro
Halle pela nuca, uso a outra mão para puxá-la pela lombar e grudar nossos
ela se entrega, agarra o meu pescoço, se mostra faminta tanto quanto eu,
permite que a nossa química exploda e nos prove que compartilhamos da
mesma sede, uma que não é apenas de agora, antiga, de muitos anos, uma
que vivia. Ele falou que vocês tinham se tornado religiosos, mas não que o
senhor Nicholas era o pastor.
Halle termina o seu sanduíche e limpa a boca com um guardanapo.
— Por que acha que ele não me contou que você tinha voltado e
não o avisou que eu iria entrar na universidade? — ela pergunta, essa
mas Halle ainda parece confusa. — Não sou mais aquele garotinho que
você conheceu, Mel. Eu mudei.
conhecido na adolescência.
Deixo o que sobrou do meu sanduíche de lado e a observo
Eu gostei, mas... não vi o quanto foi rápido e depois me julguei, senti que
estava pecando, lembrei das palavras do meu pai e da minha mãe e coloquei
a minha própria índole em análise — ela volta a me olhar nos olhos. — Mas
hoje, quando nos beijamos, pensei que nós dois não podemos ser o errado
porque ao seu lado, eu me sinto bem, me sinto fazendo o certo. Naquele dia
do balde de lama, você foi o primeiro a me perguntar o que eu queria fazer
chamar atenção.
— Você não vai mesmo me contar? — Halle insiste, insatisfeita. —
Eu te contei muita coisa sobre a minha vida hoje, por que não pode
simplesmente fazer o mesmo?
me a encará-la.
Respiro fundo, talvez seja bom desabafar:
— Vai dar tudo certo, ela deve estar bem e em algum momento vai
aparecer. Você vai ver — Halle afaga o meu ombro e me puxa para abraçá-
la.
viajando com você, que estivessem juntos. Que depois de todos esses anos
tivessem superado as diferenças...
tudo o que o senhor Mike Scott terá que fazer é correr — coloco as mãos
sobre o volante, pensando em todo o plano que arquitetei.
Halle respira fundo, abismada, mudamos o clima da água para o
vinho.
Somos tomados por um silêncio abismal.
— Mas esse é um assunto meu, não quero que pense nisso — digo,
frio.
Halle me encara uma última vez antes de abrir a porta do carro e
sair sem dizer uma palavra, chateada.
Maldito!
Decido para onde devo ir, piso fundo no acelerador e paro em uma
rua próxima a uma das joalherias do meu pai, a primeira que encontrei. Ele
Sei que o infeliz não fará nada contra o seu único filhinho perfeito, ele gosta
de manter as aparências.
Ao ouvir o som da sirene policial, corro de volta para o meu
Mustang e vou embora em alta velocidade, tomado pela adrenalina,
respirando forte, com raiva, mas contente.
Isso é só o começo.
HALLE DUNCAN
As férias de inverno estão se aproximando e só o que consigo
passeio foi lindo, a maior aventura que já tive na minha vida, conseguimos
Não havia como esquecer porque foi o mesmo dia em que o relacionamento
dos meus pais começou a mudar, um pouco antes deles decidirem fazer
parte da igreja:
do mesmo jeito que ele o fazia. Ele tomou a câmera das minhas mãos com
— Porque você não vive sem mim — brinquei, ele revirou os olhos.
— Ah tá! — resmungou.
o meu comentário, isso fazia com que eu gostasse ainda mais dele e
levantou.
— Sabia, mas hoje papai foi buscá-la, então acho que já devem ter
— Você não presta! Nunca prestou! Deus, como eu pude ser tão
cego?! — escutei meu pai gritar, a sua voz reverberou tão grossa e cheia de
— Eu não vou sair a menos que o senhor prometa que não vai
vou tocar nela, essa mulher não merece, não vale a pena...
paralisou:
— Halle, não toque nela! Ela é tudo o que você não pode se
tornar!
A partir de hoje tudo nesta casa vai mudar — prometeu, as suas palavras
me fizeram arrepiar.
mãos.
— Vai ficar tudo bem, irmã. Não se preocupe, estou aqui com você
Ele ficou comigo até que eu caísse no sono, mas o disparo que
enganada, era na casa ao lado, onde Hunter morava. Corri até a janela e
força, devora os meus lábios e aperta a minha bunda que parece ser pequena
demais para a sua mão enorme. Ele me puxa para o seu colo em um
movimento rápido, me surpreendendo, mas não reclamo, pelo contrário,
gosto de ficar sentada sobre as pernas dele, encaixada contra o seu quadril.
— Ah, Mel... não sei até quando vou aguentar — geme, a voz
rouca me fazendo molhar a calcinha exageradamente.
Ele tenta levantar a minha saia, mas não permito, mesmo que a
minha vontade seja a de que faça exatamente isso.
consiga resistir.
Resistir a Hunter Scott é impossível.
o que falei sobre o meu pai, não quero que pense nisso.
Entendo que essa é uma guerra que não vou conseguir vencer
saímos desse brinquedo, partimos para outro ainda mais perigoso, que
desafia as leis da física.
mensagem da minha mãe, ela quer saber como foi o meu dia e o que estou
fazendo.
Tudo acontece bem rápido. Tombo no chão, caio de bunda e a queda só não
é mais feia porque uso as mãos para me apoiar.
que lhe aconteça alguma coisa. Todavia, não tenho pique para alcançá-lo,
Hunter persegue o infeliz como um gato atrás de um rato, em um momento
brinquedos, para uma área isolada e semiescura com vista para o mar, onde
Hunter está espancando o desgraçado.
de dor, sem ar. Hunter o golpeia com mais chutes, o último na sua cara,
arrancando-lhe alguns dentes.
selvagem, de um jeito que nunca vi. Não se sentindo satisfeito, ele segura o
desconhecido pela nuca e torce o seu braço para trás.
continuo assustada.
Hunter o soca uma última vez.
apaixonada incurável.
Ele segura o meu punho para examinar com desgosto a minha mão
— Pega, isso vai te deixar mais calma até eu cuidar dos seus
ferimentos — me entrega o algodão.
luxuoso da cidade.
— Que lugar é esse? — pergunto, assim que descemos do veículo,
muitas vezes para fugir do mundo — ele apoia a mão em minha lombar, me
conduzindo para o elevador mais próximo. — Na Atenas não vou conseguir
cuidar de você com privacidade — acaricia o meu rosto assim que as portas
metálicas se fecham.
cercada por paredes de vidro que dão uma boa visão para a cidade noturna.
— Que lindo... — me aproximo, sem medo de tocar a vidraça que
com uma caixinha de primeiros socorros. Ele me chama para sentar ao seu
lado na cama e começa a tratar do meu ferimento com o mesmo cuidado do
minutos. Olho para o curativo em minha mão e decido seguir até ele, o
encontrando totalmente nu, de costas, debaixo do chuveiro.
Sem roupa, Hunter parece ainda maior, ele quase ultrapassa a
altura do box de vidro, e sua cabeça está a poucos centímetros do chuveiro.
Assim que vi Halle tirando cada peça de roupa, se aproximando
totalmente nua, soube que jamais veria algo tão belo diante dos meus olhos.
Ela é perfeita.
ao mesmo tempo em que a devoro entre os meus braços, apalpo a sua bunda
sua pele me deixa louco tanto quanto o vermelho natural dos seus lábios.
cada centímetro da sua pele. Desço pelo vão dos seus seios e beijo o seu
umbigo até me posicionar e ficar de joelhos, analisando a sua boceta
depilada.
Coloco a sua coxa esquerda sobre o meu ombro e a olho nos olhos
antes provada.
sem pressa, degustando o seu sabor afrodisíaco que se espalha por minha
Ergo a mão para apalpar o seu seio, enchendo os dedos com a sua
carne macia, o bico intumescido e tão sensível quanto a sua boceta que
derrete na minha boca, despejando os fluídos sobre a minha língua à medida
movimento rápido e que lhe rouba um gemido assim que afundo o rosto em
sua bunda.
entregando e expulsando cada resquício de uma moral que por anos foi lhe
masturbo antes de guiar a ponta até a sua boceta que é pequena demais para
ser invadida.
Penetro-a devagar, com bastante dificuldade.
rosto fica sobre o seu, a encaro com tesão quando paro a penetração na
minhas veias latejam dentro do seu corpo assim que não aguento mais
que eu fique ainda mais excitado. Sigo com os movimentos para frente e
para trás, assistindo de camarote cada expressão dela de dor e prazer, cada
Uso a mão livre para apertar os seus seios e depois para masturbá-
la. Isso faz com que a sua boceta fique mais flexível e me receba por
atmosfera e nos queime nesse vaivém gostoso. Tenho que buscar todo o
meu autocontrole para não socar com força, sempre prezando por seu bem-
estar, fazendo desse momento o mais especial possível, para que jamais
esqueça.
que estou sendo marcado também, por seu cheiro... gemidos... e expressões.
contra a sua bunda a cada vez que me afundo dentro do seu corpo. Vou até o
limite e saio quase por completo, enterrando tudo de volta até que Halle me
coloco sentada sobre o mármore da pia, entre beijos e amassos. Ela agarra o
das estocadas, confirmando que o que tivemos agora pouco ainda não foi o
pudesse, eternizaria esse momento dela dormindo nua ao meu lado, com as
minhas impressões digitais em cada canto da sua pele, o seu rosto sereno
pupilas são atingidas pelos finos raios do sol que ultrapassam a cortina
semiaberta.
abobado.
sempre.
— Podemos mesmo?
Assinto, ela me devolve o sorriso, mas continua imóvel, de bruços.
Apoio a cabeça na mão e resvalo a outra por suas costas até acariciar a
— Não vai dar, logo serão as férias de inverno. Eu vou voltar para
não está preparado, mas no momento certo, conversarei com ele. Agora,
tem uma coisa: — a encaro com seriedade — Quero que se livre daquele
imbecil que se diz o seu noivo, se não fizer isso, eu vou fazer — ameaço.
— Já o dispensei, mas o Jimmy é insistente. Aposto que vai
e entender que não é uma menina, mas sim uma mulher adulta e com
opinião formada — várias ideias malévolas invadem a minha cabeça.
a coisa foi ficando cada vez mais fora de controle, de um jeito bom e
perigoso.
importava, já havia decidido em meu íntimo que não viveria mais com
medo, seja de quem fosse.
Ele fez de tudo para evitar passar o natal com a nossa família, mas
dessa vez não teve como evitar. Papai colocou pressão, meu irmão estava há
mais de um ano sem vê-los e não tinha mais como escapar, não havia mais
desculpas e nem meio termo.
Também pensei em não vir, criar qualquer motivo, mas sabia que
comigo seria diferente, meus pais jamais permitiriam que eu ficasse um ano
distante, comigo sempre foi mais fácil de controlar.
está toda decorada, tanto por dentro quanto por fora, talvez seja a que tem
mais destaque no condomínio, cheia de brilho e cores de natal.
aconteceu.
Isso é o que mais me irrita, todos fingirem que não tenho voz.
Jake está de pé ao lado dos pais dele e do nosso pai, com cara de
poucos amigos, usando a roupa social que costumava usar antes de ir para a
Atenas. Me acostumei tanto com a sua nova imagem que, ao vê-lo vestido
desse jeito, acho estranho.
— Ah, ela está ansiosa, vamos logo acabar com isso — insistente
como é, Jimmy se ajoelha à minha frente.
irmão.
Jimmy sorri como se tivesse ouvido uma bobagem.
— Vou perguntar de novo...
também. — Eu não vou me casar com Jimmy Shaw e nem com ninguém
que eu não ame de verdade! — elevo o tom, o coração está acelerado, os
porta de saída.
— Halle Duncan, volte aqui! — minha mãe berra, mas a ignoro.
— Halle! — papai fala ainda mais grosso, mas nada me fará parar
de caminhar.
caminho ladrilhado tomado por uma fina camada de neve. O jardim foi
limpo mais cedo, mas os flocos não param de cair. Abraço o meu corpo e
— Ou vou falar aos seus pais que desde que você entrou na
universidade se transformou na vadia do diabo — cospe as palavras, sua
face fica vermelha, ele parece um louco. — Pensa que eu não sei de você e
do tal do Scott? — a minha barriga congela de medo. O maldito medo outra
vez.
ameaçar.
Cuspo na sua cara, em seguida lhe acerto com uma bofetada de
pau grosso e pesado usado no pequeno presépio que mamãe fez, avanço em
direção ao carro dele, e acerto um golpe no para-brisas, com toda a minha
Jimmy está quase desmaiado nos braços dos seus pais e eu prefiro
ir embora do que ficar nesse caos.
Saio correndo para a rua, sem rumo, com uma vontade imensa de
sumir do planeta.
HUNTER SCOTT
como eu espera que faça. Ela esbofeteia o infeliz e ainda quebra o seu carro.
na neve.
alguns passos e quase saio do meu esconderijo, mas o meu amigo Jake
cigarro logo após a última baforada, e entrar no meu carro que deixei
Abro a janela ao buzinar para ela. Coloco o rosto para fora, chamo-
a com a mão. Ao me reconhecer, Halle não pensa duas vezes antes de entrar
no veículo, me abraçando.
— O que está fazendo aqui? — ela pergunta, sua pele está fria e a
o braço.
minha vontade de assassinar o tal de Shaw. Prefiro não contar a Halle o que
pretendo fazer com ele, não quero que desconfie de que eu estava perto o
que tenho certeza de que vai conseguir se distrair e esquecer do inferno que
também para que a Halle possa ver a pista com mais de quatrocentos e
cinquenta metros quadrados, uma estrutura que fica ainda maior incluindo
nuas sobre as minhas coxas e começo a tirar os seus saltos, com a intenção
seus sapatos, deposito um beijo molhado sobre a parte superior dos seus
sua panturrilha direita até o início da sua coxa, beijando o local com
cuidado.
lábios.
inclino o rosto para baixo ao mesmo tempo em que abro as suas pernas.
absorvo o seu perfume, uma tentação. — Ah, Mel... por que você é tão
devido a ereção.
abaixar as pernas.
mamo no seu clitóris, com devoção, fazendo isso por um longo tempo.
de “vem cá” para atingir o seu ponto G e é aí que a garota não resiste e goza
bem na minha boca, uma maravilha.
Eu poderia ficar aqui a noite inteira, sem me cansar, porque dar
Estoco feito um animal, cada vez mais violento. Não sei se foi o
lugar inusitado no qual estamos transando ou o fato de ter me excitado após
dela ou até raiva de mim mesmo por ter permitido tudo aquilo. Realmente
não faço ideia de onde vem todo esse desejo e voracidade, essa sede por
outro, desenfreado.
Em um momento chego a pensar que vou parti-la ao meio.
Coloco a mão na sua boca, ela morde os meus dedos com força.
Roço a minha pelve na sua, instigando o seu clitóris. Halle goza de novo,
me olhando nos olhos. Tão linda que me faz inchar ainda mais dentro da
sua boceta apertada, que sufoca toda a minha extensão durante o orgasmo,
monte de Vênus.
Euforia.
Calor.
Tudo intenso.
O melhor sexo que tivemos nos últimos tempos. A cada vez que
fodemos, melhoramos mais.
tecido em Halle e retiro a minha sujeira. Pode parecer estranho, mas até
essa pequena atitude em relação a ela me dá tesão.
ficar no seu dormitório para ter um álibi diante da sua família, caso seja
necessário. É muito difícil dormir longe dela, mas concordo.
Ao amanhecer, saio da fraternidade e sigo direto para a casa do
Jimmy Shaw, eu estive pesquisando sobre a sua vida desde o dia em que o
conheci. Como o bom investigador que sou, descobri o seu endereço, estava
esteja voltando do hospital. Ele deve ter tido uma noite longa após a surra
que tomou do Jake.
tempo suficiente para descobrir onde é o seu quarto, pois Jimmy abre uma
das janelas do segundo andar.
Assim que seu pai sai de casa carregando uma maleta de trabalho,
resolvo aproveitar o momento em que o otário está sozinho com a mãe para
subir na árvore na lateral da casa até chegar ao teto, assim como fazia anos
atrás com a Halle.
que o seu coração vai sair do corpo, seu peito sobe e desce. Uma lágrima
mancha a sua bochecha e, para completar, o covarde mija na toalha.
HALLE DUNCAN
Acho que em toda a minha vida, nunca fui tão feliz em época de
primavera, exceto aquela em que conheci o Hunter.
apaixonados.
Era uma paixão avassaladora e que tomava maiores proporções a
os olhos para a sua agressão. Ele, por outro lado, sumiu do mapa, saiu de
maiores explicações.
Não entendi a sua atitude, mas confesso que fiquei aliviada.
no entanto, isso não aconteceu. Não acreditei em uma só palavra do que ele
disse naquela noite, nada daquilo fazia sentido, não podia ser verdade.
O caso dele era diferente, estava cada vez mais envolvido com a
Amy provou ser uma amiga de verdade, durante todo esse tempo
ela nunca contou ao Jake sobre a minha relação com o Hunter, nós nos
protegíamos independentemente de qualquer coisa.
silêncio.
muitas vezes quem manda nele sou eu, e nem preciso ser grossa para isso,
resposta:
Não foi o suficiente. Quero
dormir com você.
Enviar essas palavras dói o meu peito, não suporto mais essa
situação.
Foda-se, Halle. Não aguento
mais fingir que não tenho
nada com você. A qualquer
momento vou falar com o
Jake. Ele vai ter que
entender. Do contrário, vai
ter que aceitar, gostando ou
não.
Fico mais calma assim que ele muda de assunto. Olho para a saia
que ele me deu, ela é de tecido leve, vai até perto dos joelhos, porém, mais
curta do que as que estou acostumada a usar.
Estou usando agora.
Quero ver como
ficou.
Não dá, estou na aula.
Halle.
Oi.
Você não entendeu.
Quero te foder. Agora.
ambiente outra vez como se alguém por perto tivesse o poder de descobrir o
vergonha.
Estou chegando. Vá até o
banheiro, tire a calcinha e
me encontre na sala 212B.
Perigo.
vez.
Hunter tem esse poder sobre mim, não posso negar. Ele é o maior
pecado que já cometi, um que não consigo mais imaginar viver sem. Às
vezes me culpo pelas aventuras que fazemos, mas como algo tão intenso
poderia ser condenável?
enrolo-a com o maior cuidado e não encontro lugar para guardar, sendo
obrigada a escondê-la entre os dedos, o punho fechado.
fechar a porta. Não tem como trancá-la, está sem a chave assim como todas
as outras. O lugar está escuro e vazio, apenas alguns finos raios de luz
rasgando o peito.
De repente, ele surge do nada e me agarra por trás, quase me
fazendo gritar com o susto. Uma mão esmaga os meus seios e a outra vai
para debaixo da minha saia, tocando a minha intimidade que o aguardava
melada.
Hunter beija o meu pescoço e me obriga a gemer assim que
começa a me masturbar, afogueado. Os seus dedos são hábeis e rápidos, ele
sabe o que fazer e onde tocar, criando movimentos de ir e vir sobre o meu
clitóris ao mesmo tempo em que me prende contra o seu corpo, devasso!
nosso.
ensandecido.
Então, quando menos espero, sou carregada e jogada contra a
mesa. Hunter empurra a minha cabeça contra a madeira para que eu possa
deitar o busto, enquanto as pernas ficam de fora. Ele escorrega os dedos por
minhas costas até a saia, que levanta devagar, observando a minha bunda
nua e disponível ao seu deleite.
Olho para trás, dentro dos seus olhos obscuros tomados por uma
esfrega por todo o caminho até a minha boceta, indo e voltando várias
vezes, como se estivesse me preparando.
pau surge para fora, grande e grosso, a cabeça larga, as veias lotadas de
sangue quase saltando para fora da carne.
Penso que ele irá me penetrar de uma vez, mas faz exatamente o
contrário, segura os meus quadris e se esfrega entre as minhas nádegas, se
rebolo, ansiosa.
— Quero... — afirmo, ele agarra um punhado do meu cabelo, ergo
entrada da minha boceta, mas não segue adiante, fica me torturando. Tento
sugá-lo de todas as formas, entretanto, ele segura bem forte o meu quadril,
me imobilizando.
— Peça — rosna, torcendo os meus cachos até doer.
Uma loucura.
Ele finalmente cede, me golpeando de uma só vez, até o limite, seu
saco se chocando contra a minha carne. O movimento é tão forte que sou
empurrada para frente, assim como a mesa que sai do lugar alguns
ele segura os meus quadris com firmeza e começa a estocar dentro de mim
como se não houvesse amanhã.
Desesperado.
Possessivo.
sonhos. Eu sou dele. Meu corpo pertence ao seu e nada será capaz de mudar
esse fato.
Os meus mamilos se arrastam contra a madeira a cada vez que o
meu corpo é empurrado. Hunter puxa os meus braços para trás e usa apenas
uma mão para prender os meus punhos sobre a minha lombar. Agarra o meu
aquecido, até que o escuto rugir, seu corpo cai sobre o meu quando explode
dentro da minha boceta.
A temperatura está tão alta que parece haver uma onda de calor nos
cercando. Hunter morde o meu ombro e leva bastante tempo para se
até que desfaz a nossa união, se livra do preservativo e guarda o pau dentro
da calça.
abaixando a minha saia no final. Ele me vira e também ajeita a minha blusa,
adora fazer tudo isso.
ódio e indignação.
— Eu sabia — rosna, abaixando a Canon. — Faz algum tempo que
desconfiava de você, irmã, mas não com o Hunter. Não com o meu melhor
Paro no meio do caminho, coloco as mãos sobre os joelhos e tento
falar.
presença do Hunter e mais uns três caras. Eles estão em uma roda no centro
céu.
cocaína, maconha.
realidade.
Jake está quebrando a cara do Scott, mas, para a surpresa de todos,
pela jaqueta, mas não temos força, sequer conseguimos movê-lo do lugar.
— Vocês não fazem nada?! — ela berra com os três caras que
parecem estar em outro planeta, mas enfim tomam uma atitude e nos
ajudam a separá-los.
magoado. — Por que não ficou longe da minha irmã como eu falei?! — Ele
ficar de pé.
ficar longe dela — fala de uma maneira tão sincera que me desarma, os
até o Jake. — Você é o meu irmão, mas não é o meu dono! — Aponto o
dedo na sua cara, revoltada. — Quem manda em mim sou eu e apenas eu
decido com quem vou ficar, você não tem nada a ver com isso! A
minhas?! — fico indignada, quer dizer que ele pode namorar a minha
amiga, mas não permite o contrário?
Machista!
Ele troca um olhar com o Hunter, analisa a droga espalhada na grama e, por
fim, volta a me encarar. Penso que vai dizer alguma coisa sobre isso, mas se
cega.
olhos do meu irmão —, então me deixe errar... ou acertar. No fim das contas
longe.
medida que somos molhados pelo temporal que fica ainda mais intenso, até
que Hunter pega a sua mochila e recolhe os pacotes, jogando tudo para
uma justificativa.
chamar a atenção do seu pai? Para irritá-lo? Jesus, como você é mimado...
rosna.
— Então me fala! — seguro-o pelo suéter. Puxo a sua mochila e
mim. Torço para que volte, mas não o faz. Pega a mochila e segue na
É o fim.
todos os momentos que vivi com Hunter Scott e do que ainda tínhamos para
viver.
Ficou bem claro naquela arena que ele esconde segredos que
que não concordo ou que não acho certo. Aprendi a seguir a minha intuição
e convicções.
Cansei de suportar calada o que acho errado e o que ele faz eu não
vou aceitar.
Nunca.
vontade de voltar para casa, aproveito a “fase boa” dos meus pais para
inventar desculpas e permanecer no campus.
Amy, por outro lado, decide ir visitar a sua família, vê-la pronta
para partir dói o meu coração.
— Tem certeza que ficará aqui? Sozinha? — ela pergunta, logo
após me abraçar, estamos no gramado, ao lado de um táxi que a espera para
levá-la.
— Sim, não quero ir para a casa dos meus pais — afirmo,
amarga, desfazendo o nosso toque para mexer no seu longo e liso cabelo
escuro.
Amy é vingativa.
da gente.
O motorista do táxi buzina, cansado de esperar.
— Você vai ficar bem? — Amy me abraça uma última vez.
como se tivesse sido colocado ali para receber as almas aflitas e carentes de
Jesus Cristo.
escorrega pela lateral da minha face, aperto tanto os dedos uns nos outros
que os sinto doer. — E agora vim aqui te pedir perdão, mesmo sabendo que
volta para mim, por favor, por favor — imploro, engolindo a vontade de
soluçar. Faço esse pedido como se fosse a minha última oportunidade na
vida. — Mas se... do contrário, não for assim, então peço que arranque esse
amor de dentro do meu peito. Por favor, Jesus... está doendo demais ficar
controlá-los.
Mentalizo a minha oração e a repito dentro da minha cabeça várias
vezes, com a esperança de que cada uma das minhas palavras suba até o céu
e alcance o Pai Celestial.
me pelo braço.
— O que está fazen...? — antes que eu possa completar, sou
acolhida em seus braços, coberta por seu corpo imenso, todo o seu calor. —
Hunter, não... — choramingo, sem forças para empurrá-lo.
completo.
o seu cheiro.
Hunter segura o meu rosto entre as mãos e me beija de um jeito tão
carinhoso que me surpreende, algo que nunca aconteceu. Meus lábios
derretem nos seus, meu corpo esquenta com rapidez e apenas um por cento
da saudade é destruída.
É um sentimento poderoso, vasto, difícil de conter.
movo.
— Você não pode chegar assim de repente, depois de ter sumido
por várias semanas e querer que com um beijo tudo se resolva — contesto,
uso a mão livre para limpar as lágrimas. — Não sou seu brinquedo, Hunter!
seus polegares.
— Até irritada você é fofa, sabia? — deposita outro beijo em meus
lábios, aquecendo-me.
— Para... — coloco a mão no seu peito, mas não tenho forças para
fechados.
— Você não me escolheu. Não confiou em mim — murmuro,
mesmo tom. — A vida inteira sofri decepções das pessoas que mais
gostava, desaprendi a confiar, mas eu confio em você, Mel. Confio tanto
que vim te contar tudo, mas antes preciso de mostrar uma coisa.
— Hunter...
— Eu confio em você e hoje vou te provar — insiste, chamando-
me com os dedos.
O sol se põe assim que saímos da Atenas, uma hora depois estamos
novamente no Parque das Aventuras, lugar em que visitamos no fim do
outono.
escondendo.
Fecho a porta do carro e o espero vir a mim e me conduzir até a
porta, que abre com a chave que retira do bolso da sua jaqueta.
O lugar é lindo, espaçoso, sofisticado e todo em madeira, tem até
um segundo andar.
HALLE DUNCAN
privacidade é garantida pelo lindo jardim e uma grande área verde que
cerca o local. Nos encostamos no guarda-corpo da mini varanda com vista
estudava e fazia alguns dias que estava tentando me ver. Assim que saí do
automóvel e a reconheci, quase não acreditei, então resolvi trazê-la para cá,
Blanca. Ele sempre evitava se mostrar frágil perto de mim, mas eu notava a
sua aflição, às vezes desespero por não saber onde ela estava.
poderiam ter acontecido com ela. Sei que encontrá-la é o seu maior sonho
realizado.
— A polícia já não a procurava mais, acho que o meu pai estava
colaborando para isso, ele não se importa com ela e, se tiver a chance, irá
destruí-la.
relação. Por que tamanha maldade com essa pobre mulher? — volto a
encarar Hunter de novo, o seu rosto está perfeito, não ficou nenhuma
monstro que já tem tudo, mas não se sente satisfeito, parece que lhe faz bem
fazer mal a ela. É por isso que preciso mantê-la a salvo e... destruí-lo — a
em meus olhos.
atingida por um medo fora do normal, uma sensação medonha. Toda vez
que ele faz uma ameaça, acredito que seja verdadeira e não apenas da boca
pra fora.
— Significa que abrirei um processo contra ele, para ter total poder
sobre a minha parte da herança. Vou tocar no dinheiro que sempre recusei,
mas por uma boa razão: a minha mãe. Somente assim conseguirei garantir a
aliviada, resvalo a mão por seu rosto, lentamente, até tocar o seu peito. —
Isso significa que vai parar de fazer... aquilo? — a pergunta sai sem jeito,
temerosa.
sua resposta.
nosso beijo acontece como se estivéssemos fazendo sexo, ele tem essa
apenas alguns centímetros para poder sugar uma lufada de ar para dentro
dos pulmões.
Mordo o seu lábio inferior, matando a saudade da sua carne.
derreter de vez.
Hunter. Não é porque o amo e nem por estar apaixonada, o sorriso dele
deveria ser retratado em um quadro, chega a ser injusto que apenas eu tenha
Sua boca avança sobre a minha mais uma vez, os seus braços me
escorregam para a minha bunda e me apertam até que não me resta outra
estamos sozinhos.
— A sua mãe — murmuro contra os seus lábios, que estão mais
intenções.
cortinas sobre elas, para que não haja possibilidade alguma de sermos
vistos.
Ele me guia até o deck e prepara a jacuzzi que leva apenas alguns
minutos para encher. Nós tiramos a roupa, Hunter entra primeiro e oferece a
que me agarra pela cintura e toma a minha boca outra vez, devorando-me
dentro da água cujos jatos estão nos chamando, no entanto, eu não permito.
— Espere — peço.
no seu peitoral largo, descendo por seu abdômen trincado até ter coragem
— Está tão quente — confesso, excitada e nervosa por ter tido essa
atitude. Escorrego até a base e volto para o mesmo lugar, sentindo a sua
espessura e virilidade.
Meu coração bate forte demais, sei o que quero fazer e decido que
tem que ser agora. Assim, deposito um beijo molhado no seu peitoral, sobre
a tatuagem, e vou beijando cada uma delas até abaixo do seu umbigo,
abaixando-me e ficando com o rosto diante do seu pau, cuja fenda na ponta
está babada.
acreditar. Dá para notar a sua ansiedade, o seu quase desespero para assistir
ao que vai acontecer. Como não sou experiente, decido começar devagar,
na sua carne, sobre as veias saltadas, todavia, não consigo tirar os olhos do
rosto dele que parece estar sofrendo de prazer.
Eu estou no poder.
Quanto mais o chupo, mais poder eu tenho e mais afetada fico. Os
vindo com o quadril, fodendo a minha boca que é pequena demais para
recebê-lo.
assim como os seus dedos, que habilmente tomam espaço entre as minhas
dobras, acabando comigo.
— Você é minha, Halle — Hunter gira sobre o meu clitóris. —
— Eu sou toda sua, Scott. Meu coração é seu — ele usa a mão
livre para agarrar a minha garganta, ao mesmo tempo em que afunda dois
Mio bem alto, jogo as mãos para trás e escorrego os dedos no seu
cabelo. Hunter se posiciona melhor para tomar apoio e começa a me foder,
força, esmagando o traseiro na sua virilha várias vezes, expelindo água para
fora da banheira no processo.
a seguinte frase:
Nada disso é mais doce
que você, Mel.
Sorrio de orelha a orelha, rolo para o lado, olhando para o teto ao
acreditei.
Saboreio o meu café da manhã e depois tomo um belo banho.
Visto a minha roupa, faço um rabo de cavalo no cabelo e desço
para o térreo.
Antes de abandonar os últimos degraus da escada, flagro o Hunter
em um abraço com a sua mãe. Ela está emocionada, uma lágrima escorre
por seu rosto.
— Ah, olha quem acordou — Hunter sorri ao vir até mim e segurar
a minha mão. — Mamãe, essa é a garota de quem lhe falei, Halle, a nossa
brilho, olhando para baixo como se sua mente viajasse para outro lugar. —
O que foi? — o seu tom muda, ele estranha o seu comportamento assim
como eu.
cachos que não consegui prender, que desce pela lateral do meu rosto. —
Então ela é a garota da faculdade? — Fita o seu filho.
— Sim, nos reencontramos por acaso — Hunter desce o braço para
a minha cintura, grudando o meu corpo ao seu. — Mãe, eu e Halle estamos
namorando — olho para ele, positivamente surpresa.
Creio que deve ser muita coisa para ela assimilar mesmo.
Ouvimos o telefone fixo tocar, Hunter o atende, fala alguma coisa e
depois volta.
Basta ele sair para o sorriso de Blanca se desfazer outra vez e a sua
expressão enrijecer. O seu olhar é tomado por um brilho sombrio e amargo,
carregado de ódio.
De repente, ela me acerta com uma bofetada.
mais próxima.
— Diga à vadia da sua mãe que eu não esqueci de nada! — Me
sacode, crava as unhas na minha pele, violenta. — Que voltei para me
vingar! — Aproxima o rosto do meu, enlouquecida.
— E você é uma escrota, uma ratinha que não vai ficar com o meu
filho! — Aperta ainda mais forte, me roubando o ar. — Uma cadela igual a
Caroline! — alteia a voz, me sufocando.
Para me livrar dela, eu a empurro com toda a minha força,
acontecendo aqui?
— Filho... ela me empurrou! Ela tentou me matar! — Blanca
aponta para mim, partes do seu corpo sangrando devido ao impacto.
— O quê? Não, ela que me atacou! — justifico, assustada,
HALLE DUNCAN
questão de cuspir na minha cara. Por que tanto ódio da minha mãe?
O que aconteceu entre as duas no passado?
minha casa. Não vou conseguir ter paz enquanto não descobrir a razão de
eu ter sido atacada com tanta violência e rancor. Sim, foi um ataque. Blanca
descontou em mim toda a sua fúria que, pelo visto, está guardada desde a
época em que foi presa na porta da sua própria casa, o mesmo dia em que o
uma mais difícil que a outra. Os meus braços estão arranhados, sinto um
olha para trás, rumo ao seu quarto, me puxando para longe da escada. — De
quem te falou que houve alguma coisa entre mim e Blanca Scott? — rosna,
agoniada.
— Não, não, você não pode chegar aqui e me jogar uma pergunta
lhe açoitando.
— O que aconteceu no passado? Por que... ela te odeia? —
que ao vir indagá-la, essa pergunta poderia surgir. Prometi ao Hunter que
— É por isso que vim aqui, preciso entender — uso as mãos para
poucos. — Como?
me esconder.
informação como se fosse um drink de veneno dado aos goles, lhe matando
pouco a pouco. — Isso não pode acontecer, seu pai jamais vai aceitar.
— Por que não, mãe? Por quê? — sacudo-a pelos braços, meu
coração bate cada vez mais acelerado. Ela está me torturando em doses
homeopáticas.
— O que eu jamais irei aceitar? — ouvimos os passos de papai
pela escada, algo que aterroriza mamãe, que se levanta e fica ao meu lado,
de punhos cerrados.
ela outra vez, sua face implorando para eu não continuar, no entanto, sei
que se me calar agora é capaz de nunca me dizer, algo não tão certo com o
meu pai, que sempre foi mais prático. Além disso, não vou conseguir
direção.
vizinhos. Encontrei a sua mãe hoje, Blanca, e ela me contou coisas que
ainda não consigo entender. Se vocês não me explicarem — miro os dois,
estremecendo por dentro — ela vai me dizer — minto, preciso botar pressão
também.
Meu pai sempre teve o costume de ficar vermelho quando fica com
raiva, mas agora a sua pele muda de tom para além disso, ele se enfurece ao
Diga, Caroline. Diga à nossa filha o que você fez — ergue o queixo, os seus
olhos que sempre foram tão gélidos brilhando pela primeira vez.
muito além. É como se eu sentisse que estou prestes a descobrir algo podre,
muito bárbaro.
— Naquela época... eu traí o seu pai — puxa ar pelo nariz, se
sangrar durante todos esses anos. Mostra, além disso, a imensidão do amor
que tem pela minha mãe, pois ainda sente muita raiva de sua traição com
outra mulher.
Eu simplesmente não consigo acreditar. A minha mãe sempre foi
fora do normal nos dias de hoje, mas não combina com ela, não parece ser
algo que ela faria mesmo antes de ter se tornado uma mulher religiosa.
pulseira, matando a charada. Ele segura o meu punho com força e lê o nome
do lugar:
— Pai, não faça isso, por favor. O Hunter não vai me perdoar! —
o seu marido siga rumo à cozinha, dando todas as informações que a polícia
necessita.
ela, mas não quero que ele seja preso por minha causa! Na verdade, não
quero que ele se prejudique de jeito nenhum.
HUNTER SCOTT
Assim que a Halle vai embora, sinto um peso no peito por ter
gritado com ela, mas me recuso a ir atrás. Levo a minha mãe para o seu
quarto e a deito de bruços sobre a cama. Ela continua chorando, as suas
sobre a mesinha de centro, ela não teria motivos para isso, todavia, na hora
ferimentos.
com essa situação inusitada. Jamais imaginei que isso pudesse acontecer.
— Não, Hunter — sua voz soa firme e enraivecida. — Será que
machucar. Está unida com o seu pai e com todos eles... contra mim! —
apreensão e medo. Ela olha para os lados como se pudéssemos ser pegos a
à polícia!
Halle jamais faria isso. — É uma das minhas certezas. Ela não iria me trair
desse jeito.
Quanto mais a minha cabeça esfria, mais tento entender o que
aconteceu. Foi tudo muito rápido, mal saí do chalé e as duas brigaram.
confie naquela garota, ela é falsa e mentirosa! — rosna, gemendo assim que
As lágrimas ainda rolam por seu rosto, ela puxa ar pelo nariz
informações.
minha cabeça.
— Faz todo o sentido, querido. — Enxuga as lágrimas e vira o
verdade, Hunter! Nicholas ainda deve ser amigo do seu pai, os dois devem
encontrar...
— Hunter, me escute...
faço-a se deitar de bruços outra vez, irritado com tudo o que escutei.
assim que eu termino o meu trabalho, chateada por achar que não estou
Halle, a culpa me corroendo por dentro. Preciso que ela me explique que
merda aconteceu. Foi questão de minutos, apenas algo grave faria com que
chegando.
Não pode ser! Isso não está acontecendo! Minha mãe estava certa,
Halle a denunciou!
nunca corri tão veloz como agora e não vou conseguir ficar tranquilo
enquanto não reencontrar a minha mãe, ter a absoluta certeza de que está
bem.
palavras, permiti que o meu sentimento falasse mais alto, acreditei que era
algum tipo de delírio e agora me arrependo.
Blanca está sozinha e indefesa outra vez, assim como ficou durante
todos esses anos sem a minha presença, durante o tempo em que o meu pai
a escondeu de mim e não permitiu que nos víssemos. Falhei com ela no
passado, quando não fiz nada para impedir a sua prisão e agora o enredo
para lutar contra tudo e contra todos e defendê-la, todavia, sou paralisado
chave e explica o óbvio que não fui capaz de enxergar: nunca foi de
traidora do caralho!
em meu peito se abra cada vez mais e doa tanto que pareça estar jorrando
sangue. Coloco as mãos na cabeça assim que a viatura leva a minha mãe,
olhos com força, eles estão molhados, ardendo em fogo enquanto aperto o
volante entre os dedos, uma tentativa inútil de dispersar a minha dor.
Dor da traição.
Dor de tudo o que entreguei de mim àquela infeliz.
Mas ela vai me pagar. Todos eles vão sentir a minha fúria,
principalmente ela que me enganou, ela que disse me amar, que se
Saio do Parque pelo mesmo lugar que entrei, acelero pela estrada,
desgovernado, sem rumo, sofrendo como um louco. Paro em um bar que
anoitece.
Decido voltar para o carro, ciente de que não vou mais conseguir
segurar essa escuridão deteriorando o meu peito, queimando a minha pele.
Não quero sentar e planejar nada, não vou mais conseguir ser frio e
calculista. Não agora, não enquanto não acertar as contas!
Sorrio, em deboche.
rolando por sua pele. — Quero que você morra! — Cerro os punhos, em
cólera. — Me enganou, tirou a minha mãe de mim! — Aponto em sua
direção.
— Não, Hunter, por favor... para com isso, vamos conversar —
implora, soluçando.
— Conversar? Não converso com uma cadela feito você... —
minha filha desse jeito! Foi eu que liguei para a polícia. Pelo visto nem
você sabe que Blanca é uma bandida da pior espécie, uma assassina que
— Sua mãe tem lugar certo no inferno, e se você não abrir seus
olhos, terá o mesmo fim — Nicholas tenta se levantar, sem sucesso.
Ele não consegue focar o olhar, está tonto, tocando o local acima
nada pode te ferir. Mas quando essa lealdade é quebrada, é como saltar em
um vazio sem uma corda para te segurar, você sabe que é o fim.
pelo álcool.
Toda a cena em que o surrei e o fiz sangrar foi apenas fruto da
minha imaginação, do monstro dentro de mim que queria colocar para fora.
Na realidade, acertei o chão ao invés de seu rosto, me machuquei
observo minhas mãos manchadas do meu próprio sangue logo depois que
Nicholas perde a consciência. O líquido viscoso tingindo a minha pele
causa uma certa confusão em meu peito, uma mistura de ódio e um leve
arrependimento ao testemunhá-lo desacordado, algo que afugento no
mesmo instante ao lembrar que esse cara arrancou o que eu tinha de mais
precioso.
Fui tomado pelo descontrole e gostei, não o bati como merecia,
mas não me importa se agora, devido ao tombo, ele está vivo ou morto.
invadem os meus ouvidos, permito que eles puxem os meus punhos para
trás das costas com força, sou algemado e arrastado para fora com a raiva
incontida queimando por minhas veias, destruindo tudo que há pela frente.
— O que foi que você fez?! — desesperada, Halle grita assim que
me vê.
Dias atrás eu me odiaria por fazê-la ir aos prantos, faria de tudo
para substituir as suas lágrimas por um doce sorriso, daqueles que apenas
ela sabe dar. Mas agora, após descobrir o que fez, tudo o que sinto se define
em nojo.
— O que foi que você fez?! — berra outra vez, bate os punhos
fechados no meu peito, arrasada, se partindo em pedaços.
— Agora estamos quites — murmuro, frio. Sou presenteado com
seu olhar incrédulo e machucado sendo contaminado pela raiva.
HUNTER SCOTT
euforia.
Fico cego para tudo o que acontece ao redor assim que sou retirado
do carro e levado à uma sala, sequer consigo escutar as merdas vomitadas
condução até uma das celas, um espaço semiescuro e sujo que sou obrigado
a dividir com um sujeito que, pelo visto, mantém uma energia caótica,
semelhante à minha, algo que é provado com o sangue no canto de sua
boca.
não conhecê-lo, logo após escutar o portão gradeado ser fechado às minhas
costas, encaro o homem como se fosse um dos meus inimigos, permitindo
que a fúria carregada em meu peito seja derramada sobre a mera presença
dele.
Engulo em seco, sou atingindo pelo cheiro assim que ele acende o
Olho para o meu companheiro outra vez, pelo visto ele ainda não
se conformou com a minha chegada. Pela sua estatura, temos a mesma faixa
você?
— Blake[8].
Liam se senta ao lado dele após lhe entregar o cigarro, os dois
uma na outra.
tatuar o rosto.
pensam que porque são milionários são donos da cidade. Hoje vocês estão
braços, gargalhando.
— Pode ter certeza que aqui é melhor do que o lugar onde eu
um meio-sorriso debochado.
— Ah, então quer dizer que você fala — ele arremessa o maço e o
isqueiro para mim. Uso apenas uma mão para capturar os objetos, me
trago.
parede. — Quem foi que você matou? — Ele nota o sangue em minhas
mãos.
— Tomara mesmo que o desgraçado tenha morrido. — Sinto os
Ele sopra a fumaça para o alto como se fosse uma brincadeira divertida.
corromper.
Não quero admitir que entreguei mais do que devia àquela menina,
que ela se tornou o meu vício, uma droga que quase me levou ao fim na
primeira overdose.
Se eu pudesse voltar no tempo, jamais teria permitido a sua
aproximação.
remorso:
— Ela foi o maior erro da minha vida, hoje a fiz entender que eu
fui o seu.
HUNTER SCOTT
mim, senti a mesma raiva pulsar no sangue de cada um deles, poderia jurar
que todos os corações batiam no mesmo ritmo frenético, cheios de raiva a
todo instante.
Nós nos separamos ao amanhecer, no entanto, não consigo parar de
estava.
por dois guardas, desperto dos meus devaneios para observar Mike Scott
passando pela porta para me ver. É claro que ele não permitiria que o seu
filhinho que tanto diz amar e querer por perto, ficasse aqui por muito
tempo.
raiva, repreensão, tudo, menos tristeza. Quem deve ficar triste aqui sou eu!
Que fui enganado, traído pela única garota que acreditava ser boa de
a minha voz soa calma, mas amarga o suficiente para feri-lo, como uma
mil palavras — não entendo o que ele quis dizer, até tirar o celular do bolso
e me mostrar um vídeo.
mãe, na época em que éramos vizinhos dos Duncan. A câmera está no alto e
a beijando com sede e fome. As duas caem sobre a cama e começam a tirar
— tento me convencer, apesar de ter entendido que é real, real demais para
ser verdade.
— Você sempre foi um filho apaixonado demais pela mãe, mas
para que eu possa conferir quantas vezes quiser. — Sempre soube que
entendeu tudo errado, mas foi uma escolha minha não contar, preferi ser
garganta, pois não vejo mentira em seu semblante, mas sim a sinceridade.
— A sua mãe foi o meu primeiro amor, eu a amava demais, tanto que
uma fase que ia passar, mas nunca passou. — Ele cerra os punhos, seu rosto
tomba para baixo e uma lágrima escorre até o seu queixo. — Era sempre
minha interferência.
muito tempo, no entanto, ela foi a paixão mais feroz da sua mãe. Blanca a
arrasado, erguendo os olhos marejados para me ver. — Era por isso que nós
finalmente falei em me separar, ela ameaçou tirar você dos meus braços,
esmagado por uma avalanche de lembranças e pistas que vi, mas na época
não enxerguei.
me consumindo.
acalentou um pouco as coisas, não posso negar. Eu me senti atraído por ela,
mas evitei falar, evitei agir, não queria transformar o nosso lar em um caos
ainda maior — Mike enxuga as lágrimas, puxa ar pelo nariz várias vezes,
que já sabia, mas que jamais poderia me contar. Durante a conversa, nós
nos deixamos levar pela atração que já sentíamos um pelo outro e nos
Lembro da cena, do ódio e nojo que senti pelos dois ao pensar que
terminou com ela, preferindo a família à uma aventura com a sua vizinha —
Todavia, ela achou que a irmã havia nos contado. Quando viu o nosso beijo,
foi pior e aí... você sabe o que aconteceu — olha para mim, desanimado.
voz não quisesse sair — não me contou? Por que me exilou em outro país,
por que me afastou? — não consigo mais suportar, as lágrimas descem,
meu amigo Nicholas que jamais iria expor a esposa dele, porque por mais
fui negligente e um covarde... não consegui enfrentar você e não queria tirar
a imagem de boa mãe que Blanca havia construído com tanta cautela — o
essa carga.
Mike retira um papel dobrado do bolso e o coloca sobre a mesa, na
coisa. Eu fui até ela e afirmei que estava disposto a mentir que havia sido o
adúltero, desde que ela aceitasse ir para a clínica, onde eu poderia ter mais
— Você não devia ter me escondido isso. Por mais que doesse... eu
iria suportar — rosno, abalado, o pranto doendo. — Você não sabe o quanto
um rebelde. Achei que voltaria mais calmo, que iria esquecer, mas não, o
seu ódio por mim era bem maior. Esse segredo estava me sufocando, se
transformou em uma bola de neve, mas eu devia mesmo ter falado, talvez
fez a denúncia. Ela tentou te alertar porque sabia que você seria
prejudicado, foi quando Nicholas me ligou e cientificou sobre tudo que
parece exausto.
— Não vou conseguir ficar longe dela, pai! — replico, no mesmo
— Você é impulsivo demais, é por isso que vai continuar aqui até
que a poeira abaixe — Mike se levanta, eu levanto também.
realmente me fará falta porque não vou conseguir ter a chance de tentar
consertar o meu erro com a Halle. Cada grade à minha frente representa a
mentira que foi a minha vida, uma corda no meu pescoço, me sufocando
aos poucos, minuto a minuto.
O que mais me dói não é a prisão externa, mas sim a que tenho por
dentro, essa incapacidade a quem sempre foi liberto. Tudo dói, tudo é ruim,
HALLE DUNCAN
não ter mais fim. Ouço passos apressados se aproximando e levanto o olhar
— Era uma merda como essa que eu estava tentando evitar — sua
mão afaga o meu cabelo, soluço contra o seu ombro, arrasada com tudo o
que aconteceu.
— Devia ter me contado — ergo a face para encará-lo.
para o Hunter.
— Onde papai está? — seu polegar corre no canto dos meus olhos,
testa e vai até lá, permitindo assim que me console com a Amy, a
abraçando.
— Oh, amiga... nem sei o que dizer — me aperta em seus braços.
Nos levantamos para falar com ela, seu olhar abatido examina a
Amy de cima a baixo, à essa altura ela já deve imaginar de quem se trata.
forçando um sorriso. — Filha, vamos pra casa, seu irmão vai ficar com o
seu pai até a gente voltar.
dúvidas sobre o seu passado, mas não me sinto forte o suficiente para
perguntar algo agora.
do nada. Viro o rosto para o lado, a encarando manter uma postura rígida
Mamãe respira fundo, mais uma lágrima mancha o seu rosto. Nós
paramos no semáforo, mas ela continua atenta apenas ao que está à sua
uma vida liberta, nula de qualquer pudor, uma aventura que decidi
do controle, ela ficou obcecada por mim, tinha ciúmes do meu marido e até
dos meus filhos. Descobri que eu gostava de quando estávamos na cama,
mas nada além disso, eu amava a minha família e não a trocaria por nada,
me sufocando. Por mais que não queira, penso em como o Hunter deve
Se para mim está sendo difícil, imagine para ele que idolatrava
aquela maldita.
outro sinal. Finalmente sinto o olhar dela queimar a lateral da minha face,
vem de dentro, assumir uma religião não deve ser vista como meio de
e que temos que avançar. Mamãe fica quieta por alguns minutos até ter
coragem de falar:
minha raiva. — Eu não queria correr o risco de que você se tornasse alguém
todos esses anos, condenei a minha imagem, o que tinha feito, todos os
meus pecados — ela dá uma pausa, como se lhe faltasse o ar, deve ser
que não resta nenhum pedaço meu para se reconstruir. Esfrego as mãos na
não gostava era de estar nela com vocês — admito, no instante em que
cruel, mas não me arrependo do que falei, tinha que colocar para fora.
segunda e última noite aqui. Nas últimas horas, Nicholas passou por uma
bateria de exames, mas para a nossa sorte não fraturou nenhum osso ou teve
poderia ter espancado o meu pai, teve essa oportunidade, mas não o fez.
e fizeram sangrar.
Passo mais uma página, irritada, não consigo me concentrar. Nada
mensagem:
Agora eu sei de tudo.
Podemos conversar?
É o Hunter.
Meu coração acelera, fico bastante nervosa e a minha única reação
é bloqueá-lo, sem entender por que não fiz isso antes. Devolvo o celular
para o mesmo lugar, preferindo manter distância como se ele fosse um
objeto infeccioso.
— Filha? — a voz do meu pai me faz ir até ele.
sobre a mesa.
— Você também é, eu... te adoeci por muito tempo — confessa,
com a voz frágil.
verdade — ele desvia o olhar e fala devagar, com certa dificuldade. — Sua
mãe também se arrependeu, mas no fundo eu nunca a perdoei, permiti que o
meu orgulho falasse mais alto do que o amor que sentia por ela e condenei a
minha família em meu íntimo, mesmo sendo pastor.
— Sempre vi que havia algo a mais entre vocês, apenas um cego não iria
enxergar.
— Eu não devia ter deixado a raiva falar mais alto e dito aquelas
coisas a ele. Devia ter agido como um homem maduro e, como pastor,
contornado a situação.
— Não quero falar sobre o assunto — afirmo, exausta. — Não
Jamais.
— Tem certeza de que quer fazer isso? — pergunta mais uma vez.
— Quantas vezes vou ter que dizer que sim? — cruzo os braços,
tudo o que mais quero é me livrar de qualquer coisa que me lembre Hunter
Scott.
Mesmo que ele não estude mais na Atenas, sei que ainda estará lá
vezes quando estou na janela ou andando pela rua. Às vezes acontece até
mesmo na porta da igreja.
lado a lado até o meu quarto, paro no corredor para responder uma
mensagem da minha mãe enquanto Jake se encarrega de usar a chave para
destrancar a porta.
— Caralho... — escuto a sua voz impressionada, sua atenção
hortênsias. Há outras espécies que não sei o nome, mas dá para notar que
foi difícil de encontrá-las ou unir centenas de plantas de variados tipos
desse jeito.
que ele seria capaz de algo do tipo. Sinto um baque no peito ao ver cada
imagem da nossa história, todos os nossos momentos felizes, até os
recentes.
— É melhor eu sair — meu irmão recua e vai embora, preferindo
se afastar ao invés de opinar sobre alguma coisa.
É mais uma pontada no meu peito.
Por que ele está fazendo isso?
absorvendo o perfume de cada uma das pétalas, o aroma mais doce que já
experimentei.
janela e um buraco se abre sob os meus pés quando avisto o Hunter diante
dele.
Como veio parar aqui já que não faz mais parte da universidade?
Como tem toda essa liberdade a ponto de organizar essa surpresa no meu
quarto?
Saio do dormitório e corro até eles.
— Jake! — me aproximo, fazendo meu irmão recuar e ativar o seu
Vai agir como um animal outra vez?! Como o imbecil que você é?! — cerro
os punhos, em cólera.
Hunter não parece bem, está abatido e sente o peso de cada uma
das minhas palavras.
— Eu só queria te ver, Mel — declara, com a voz machucada.
sangrar.
— Não, Hunter Scott! — ergo o dedo em sua direção, possessa. —
Aquele era você de verdade, um moleque, um maldito viciado! Um cara
HUNTER SCOTT
Testemunhar a raiva de Jake também doeu, ele era o meu melhor amigo e
confidente, agora não sobrou mais nada.
deformar rapidamente.
que fazer, ele tem conhecimento tanto quanto eu que Halle nunca foi
alérgica a nada, não que me lembre. — Pegue o carro, eu levo ela — não o
espero decidir, tomo a garota em meus braços, notando que os seus lábios
Jake abre a porta traseira do seu SUV para que eu possa entrar com
com você. Sem medo, lembra? Sem medo, amor — afago a sua face, um
de praticamente tudo.
Halle é levada pelos enfermeiros para a urgência, a pressa deles
assim que veem o seu estado me destrói por dentro. O médico faz uma
entrevista com o Jake para saber a possível fonte do que eu acho ser um
choque anafilático.
demais, de uma maneira que nunca fiquei, nem mesmo quando a Blanca foi
presa.
melhores.
recusam a minha presença, como se eu fosse contagioso. Sei que eles têm
até que meu corpo não consegue mais se mover. Viro-me para encará-los de
arderem.
imploro, uma lágrima escorre, pesada. Jake fica impressionado, ele nunca
do marido, todavia, não se manifesta. Entendo de uma vez por todas que
aqui não tenho lugar e recuo lentamente, com a esperança de que um deles
me chame de volta, mas isso não acontece, sou obrigado a pegar o elevador
horas passam.
De cabeça baixa, sigo para fora, atravesso a rua com as mãos nos
bolsos, abro o meu carro que está do outro lado e fico dentro, sem intenção
demoro a perceber que é ninguém menos que o meu pai. Saio do veículo
esfregando os olhos, ainda meio sonolento.
está — ele dispara, irritado. Está usando roupa social como sempre, e
óculos escuros.
— Sim, porque garanti a ele que você não iria mais incomodar. —
escutá-lo.
— Não sabemos, depende da resposta do organismo dela, pode
durar alguns dias. A reação alérgica foi grave, Halle poderia ter morrido se
vocês não tivessem agido de imediato. — Me analisa com apreensão, essa
bato o pé insistentemente.
— Vamos torcer para que isso não aconteça, já basta tudo o que
essa família está vivendo. — Mike chama o garçom para fazer o seu pedido,
panquecas com calda e ovos fritos. — E você vai ficar aqui até ela sair?
pela sua mãe — comenta, um sorriso triste toma os seus lábios antes de
engolir o primeiro pedaço de panqueca. — Sabe, filho, pode parecer
simples, mas é muito bom compartilhar uma mesa com você, me sentir seu
pai de verdade — confessa, fazendo meus batimentos cardíacos acelerarem
quando me dou conta do quanto ele me ama, coisa que nunca enxerguei.
— É, isso é legal — confirmo, desconcertado, voltando a me
uma confissão íntima de que por trás de todo aquele ódio, sempre gostei
dele.
Pelo décimo quinto dia consecutivo, chego ao hospital bem cedo e
afetando.
Para a minha surpresa, avisto Amy descendo de um táxi segurando
Corro pela faixa de pedestres mesmo com o sinal aberto, ela escuta
por favor! — Seguro-a pelo braço antes que atravesse as portas do prédio.
— Não quero falar com você! — Se desvencilha, fitando-me
irritada.
— Amy, eu preciso saber como a Halle está, o Jake nem ninguém
que tinha na cabeça quando fez a merda que fez? Por acaso você é idiota?
Depois de tudo agora vem dar uma de preocupado, ah, me poupe! — ela
esperando esse momento. Não faz muito o meu estilo dar esse tipo de
presente, mas a intenção é chamar a atenção da Halle, já que a família dela
fará o possível para acontecer o contrário, eu acho.
ignora e vira o rosto para o outro lado, entrando no carro com a sua família
para ir embora.
Fico sozinho, parado no mesmo lugar, segurando o urso que não
ajudou em nada.
HALLE DUNCAN
uma alergia a proteína do camarão – algo que eu nem sabia que tinha –, foi
o bastante para entender de uma vez por todas que não tenho tempo a
perder.
momento a corda que nos segura pode romper, e não há mais nada senão o
fim.
Ele avisou naquele bilhete que não desistiria de mim e não desistiu.
Jake afirmou que se o Hunter não tivesse adivinhado que eu estava sofrendo
uma reação alérgica, talvez o meu fim tivesse sido outro, tendo em vista que
conseguir dormir, pensando exclusivamente nele, com uma saudade que não
cérebro e não penso duas vezes ao me dirigir até lá. Abro as cortinas para
segurava no hospital.
Jake.
Saio pela porta da cozinha, aproximando-me do urso ao mesmo
de trás do tronco da árvore, das sombras da noite que tanto combinam com
ele. Está usando capuz como sempre, exalando perigo e mistério, mas, além
do urso.
cabelo para trás da orelha. — A minha família contou o que fez por mim, eu
agradeço. De verdade. Obrigada. — Respiro com dificuldade, meus
— Eu queria pedir para você levar esse urso, daqui a pouco vai
amanhecer, e...
nem sei o que dizer. Sinto a sinceridade e a dor na sua voz. — Fiquei com
tanto medo de te perder — seus dedos acariciam a minha face, um golpe
lábios. — De todos os erros da minha vida, meu único acerto foi você. —
nosso contato.
Hunter me agarra pela cintura e pressiona o seu corpo quente
matando a saudade que nos incendeia, que nos maltratou durante todo esse
mim.
afaste outra vez, deposita beijos por meu ombro, pescoço e boca, ofegante,
barba cerrada. — Que nada irá nos separar? — imploro, preciso que me
órbita, de me levar para uma dimensão onde a nossa paixão fala bem mais
alto.
Não aprovo o que ele fez, mas o erro maior foi termos sido
conseguir entrar pela porta lateral e me colocar sobre o aparador, após tirar
o pano que o cobria. Somente não ficamos no breu porque ele liga a
enxergarmos.
Estou tão carente que abro e fecho algumas vezes a cada lambida
servida dele.
Estico mais as pernas, totalmente vulnerável à sua boca, delirando
de prazer à medida que Hunter ergue uma das mãos e pressiona os meus
seios, beliscando cada mamilo, fazendo arder. Meu peito sobe e desce, o
abdômen se contrai, os gemidos saem abafados pela garganta assim que
Fogoso e feroz.
Gostoso e ardente.
Mordo o seu dedo com força, a mesma que ele usa para me invadir
e quase arrancar o móvel do lugar, derrubando os velhos objetos que se
espatifam no chão.
Quando as minhas pernas ficam cansadas da posição, Hunter
e sempre.
Gememos no mesmo ritmo, arrasto língua por sua bochecha e
mordisco o lóbulo da sua orelha quando ele morde o meu ombro, abafando
o rugido assim que ejacula dentro de mim, perdendo a força dos
músculos espasmando quando me leva até o antigo sofá, onde se senta sem
me tirar do seu colo.
Por incrível que pareça, dessa vez não tenho medo nem nada.
Estou segura.
Papai volta para dentro, respiro fundo antes de ir até ele, está me
aguardando sentado à mesa, tamborilando os dedos na madeira. Fecho o
meu robe assim que detenho-me à sua frente, o encarando sem medo, mas
com um pouco de vergonha.
— Pai, eu...
— Quando o seu irmão me ligou afirmando que estava no hospital,
que Hunter havia ajudado a salvar você, eu fiquei curioso para entender
primeira vez. — Então, combinei com o Jake para dificultarmos a vida dele.
Nós fizemos de tudo para afastá-lo de você porque eu sabia que quem ama
de verdade, nunca vai embora mesmo com as dificuldades. Ele não foi,
ficou ali nos desafiando, tentando descobrir a todo custo como você estava
HUNTER SCOTT
Após me acertar com a Halle, voltar para a Atenas ficou mais fácil,
já que eu não teria que lidar com a sua rejeição caso continuássemos
frequentando os mesmos lugares. Ela também desistiu de sair, não havia
felicidade.
— A galera vai vibrar quando te ver! — ele comenta, esfregando
Passa o braço pelos meus ombros, sorrindo. — Um time não pode ficar sem
o seu líder!
tanto carinho e camaradagem não tem preço, prova de que fiz um bom
legado.
— Aí, que porra esse cara tá fazendo aqui? — uma voz grossa e
alterada faz com que os rapazes se afastem e abram espaço para o Jake, que
tranquilizá-lo.
revoltado. — Vocês sabem o que esse cara fez? — se detém à minha frente,
erguendo o queixo.
brigar, mas não disposto a abaixar a cabeça, não faz o meu estilo.
— Ele mandou o meu pai para o hospital, mas provou que nada no
Ainda estou muito puto com você, Scott. Mas você me ensinou que é
possível aprender com os erros — suaviza a voz e também o olhar. — Bem-
meu peito.
além disso. Nos afastamos e trocamos um último olhar antes dos meus
nas veias.
Em resposta, ouço o Jake, Drew e todos eles:
Tudo normal.
Após a última aula da manhã, vou procurar por minha namorada
em sua nova sala, ela saiu do curso de farmácia e agora está fazendo o que
— Isso, continua rindo, meu amor. Você daria uma ótima modelo,
doçura.
— Eu sei disso, porque... sou gata pra caramba. — Halle não está
mentindo, ela faz umas caras e bocas, posando pra mim e me hipnotizando,
pontada de tesão.
com vontade até incendiarmos e Halle me empurrar para longe após ouvir
de surpresa.
— fica curiosa.
depois de... — tento lembrar. — Nem sei quanto tempo faz. Será a primeira
vez que vou a casa dele sem interpretá-lo como um inimigo, é importante.
— Ah, por mim tudo bem! Acho que vai ser maravilhoso! — Halle
segura o meu rosto entre as mãos e cobre os meus lábios com os seus,
rapidamente.
em meus braços.
voz, fazendo-a rir outra vez e coçar a minha barba, um afago. Respiro fundo
expressão de dor.
intenções.
vez, não! — Puxa a sua câmera e sai correndo, feito uma criança.
— Ei, volte aqui! — Corro atrás dela, regressando à infância
também.
descobri através do meu pai que iria para fora do país, morar em um
internato. Dias depois da morte da minha tia e prisão da minha mãe:
Estava na minha cama, revoltado, enxugando as minhas lágrimas
logo após desligar o abajur da mesinha ao lado. Olhei mais uma vez para a
foto que tinha da minha mãe em minhas mãos e continuei chorando em
silêncio, segurando os soluços que desejavam explodir em minha garganta.
para sempre.
Continuaria sofrendo se não fosse pelo barulho que escutei, e que
me fez jogar os pés para fora da cama, largar a imagem da dona Blanca.
— Hunter...
— Vá! — engrossei a voz, enraivecido, as lágrimas desceram mais
o queixo, ferido.
Ela não conseguiu mais suportar e explodiu em um pranto feroz,
abraço.
— Não vá, por favor. Não vá! Não vá! Eu ficarei com muita, muita
saudade! — Ergueu a face para mim, arrasada.
pessoa, menos de você — segurei seu pequeno rosto entre as mãos, nós nos
encaramos em despedida, sem querer que aquilo fosse verdade. — Não
chore. — Deslizei o polegar por sua bochecha. — Juro que um dia vou te
encontrar — prometi, para nós dois.
Ela forçou um sorriso, linda. E ergueu a câmera.
sabia como seria o meu futuro. — Nunca teremos fim, sempre seremos o
meio. — O seu sorriso cresceu.
Soltar a sua mão foi difícil, os nossos dedos escorregaram uns nos
outros, lentamente, até o toque se desfazer.
Halle partiu e eu não consegui fechar o vidro até que tivesse a
certeza de que havia chegado à terra firme em segurança. Eu me importava
demais com ela, não ficaria tranquilo se não soubesse que estava bem.
Voltei para a cama e pensei no que havíamos dito:
Nunca seremos o fim, sempre o meio.
HALLE DUNCAN
Alguns anos depois...
muito bem produzida por todo lugar, trazendo a magia desse momento que
é um dos meus preferidos do ano.
que tem o mesmo tom da minha. — Tenho que colocar lá no alto da árvore.
sua testa, ele sacode os bracinhos e as pernas, está usando um macacão azul
— Será que o seu papai vai gostar? — Encosto o meu rosto no seu,
para a nossa primeira ceia de natal. Daqui a pouco os seus avós e os seus
tios também vão vir para brincarmos de amigo secreto. — Caleb ri,
parecendo entender tudo o que eu disse, ele adora a sua grande família.
Mal acabo de falar e a porta se abre, meu marido surge lindo como
sempre, usando um cachecol e sobretudo claro, ele sorri assim que nos vê.
Hunter deixa a sua maleta sobre o aparador, retira as suas luvas escuras e
fico na ponta dos pés para alcançar a sua boca. — Como foi no hospital
hoje?
Seguro a sua mão livre, caminhamos juntos até o nosso quarto.
explodindo por todos os lados, mais uma prova do quanto meu marido ficou
mais afetuoso após a paternidade. Eu também mudei, não tinha como ser
saudável.
— Meu bem, você tem que tomar um banho e o Caleb tem que
— Mas ele está tão lindo com esse macacão. — Hunter mordisca
tinha. Não vou romantizar, um filho dá muito trabalho, ainda mais para mim
que fico o dia inteiro com ele, todavia, além dos choros e fraldas sujas,
tenho a sensação de que a minha vida começou a ter um verdadeiro sentido
Meu coração bate mais forte a cada vez que vejo o seu sorriso, e
roupa, mostrando o seu corpo musculoso que parece crescer a cada dia.
Gostoso.
brinca mais um pouco com ele antes de se vestir e ficar pronto também,
são Mike, sua esposa e o meu pequeno cunhado, de três anos de idade.
esquecer.
Nada melhor do que o tempo para amenizar as coisas. O tempo é o
certo modo, a cereja do bolo. Por outro lado, Blanca ainda continua presa,
que Amy toma a frente da situação. Como sempre, minha amiga não tem
medo de nada.
demais que estão aos pés da árvore, é um grande pacote vermelho com um
— Olha para todos nós, tentando disfarçar o seu alvo. — É alguém que eu
fitando o Jake.
— É você, meu amor — ela segue até o meu irmão, que se levanta
pelo outro.
caixa. — O que é isso? — Ele franze a testa quando retira dois sapatinhos
de neném cor-de-rosa.
Mamãe não apenas abraça a sua nora, como acaricia a sua barriga e
dá pequenos saltos de felicidade. Ela e papai estão amando essa fase avó e
avô.
Quando o impacto da novidade passa e nos sentamos de novo,
— Bom, eu não sei enrolar, então serei sucinto. — Ele nos faz rir
com as suas palavras e os olhos marejados. — O meu amigo secreto é a
mulher mais forte que já conheci, a mais corajosa e que, apesar das fases
ruins que tivemos, soube reconhecer os seus erros e se doar para a família
que decidiu escolher. Obrigado por me trazer ao mundo e ser a minha mãe...
senhora Duncan — de olhos brilhando, mamãe vai até o filho para abraçá-
lo.
Ela o beija na bochecha e na testa antes de abrir o seu presente, um
lindo vestido.
— Amei, querido. Muito obrigada — acaricia o rosto dele, pega o
encorajando.
— Gente, o meu amigo secreto é... bem, como posso dizer... —
sorri, procurando as palavras —, foi muito difícil procurar algo para dar a
ele, porque... eu queria que fosse uma coisa que representasse toda a minha
certa forma, o seu parente? — Seus olhos vermelhos recaem sobre o senhor
Scott.
seguimos.
— Mike, já tivemos essa conversa antes, não quero reavivar velhos
traumas, mas apenas deixar claro que você é um grande homem. Um ser
humano inigualável, um exemplo a ser seguido. O meu neto... — Mamãe
Ela estica o pacote para ele, meu sogro se ergue e vai até a mulher,
ambos trocam um abraço sincero, que representa muito para a nossa família
de continuar, segurando o seu olhar em meu pai que aos poucos é atingido
pela emoção.
proporcionado, algo que toca os convidados. — Obrigado por ser esse avô
prestativo, um amigo que eu nem merecia e também agradeço por ter
rebatido o meu ódio com o amor e não o contrário. Hoje, admiro poucas
pessoas na vida, uma delas é você, senhor Duncan.
Se antes a paz ainda não havia sido selada, agora foi de vez.
Quando tudo encerra e os convidados vão embora, pego Caleb e
levo-o até o berço. Tiro a sua roupa bem devagar para não acordá-lo,
deixando-o bem confortável após lhe dar de mamar.
moramos na cobertura do prédio. Ele está usando uma camisa social branca,
alguns botões estão abertos, dando abertura para o seu peitoral, um detalhe
presença.
outro, minha pele corrompida por sua energia, a sensação de que estamos
dançando pela primeira vez. Tudo sempre parece a primeira vez com ele.
O céu iluminado pelas estrelas serve como um amigo
testemunhando o nosso lindo momento, a lua é mais uma a nos espiar,
engolir com os seus olhos sombrios e perfeitos. — Não existe vida sem
você, Mel — declara, obrigando-me a beijá-lo com devoção e o maior amor
do planeta, incalculável e intragável. — Você nasceu para ser minha e eu
de fadas.
— Aham — ele garante, me rodando em seus braços. Sou puxada
novamente para ele, o som da canção nos envolve e eleva as almas, uma
vontade de ficar assim para sempre. — Porque nós éramos apenas crianças
quando nos apaixonamos — Hunter canta a letra da música, acaricia o meu
rosto com as costas das mãos, um sorriso apaixonado estampando o seu
rosto. — Não sabíamos o que era. Eu não vou desistir de você dessa vez.
Mas querida, apenas me beije devagar — fecho os olhos quando os seus
lábios tomam os meus uma última vez, e ele segue recitando a poesia: —
Seu coração é tudo o que eu tenho. E em seus olhos você está segurando o
meu.
Descalços na grama
Ouvindo nossa música favorita
Amor, eu estou dançando no escuro
Com você entre meus braços
Descalços na grama
meio literário, mas tinha medo de tomar a atitude e ser mal interpretado. No
entanto, o destino me uniu a três mulheres talentosas que praticamente
amor pela escrita, como a vontade de voar ainda mais longe com esse
trabalho que nos faz feliz e nos incentiva todos os dias, apesar dos
perrengues e surtos coletivos.
restam dúvidas de que todo o nosso trabalho valerá a pena e de que novas
portas se abrirão em nossa caminhada.
em um novo projeto.
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Eu costumava fazer coisas ruins, mas nunca imaginei ir tão longe. Eu nunca
que Emma não saiba disso, mesmo que isso me leve a cometer mais delitos.
quando isso acontecer, não sei se ela será forte o suficiente para superar
tudo.
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Ele é o tipo de cara que todos avisam para manter distância, sei que tenho
que ter cautela, mas Colin Prescott é como uma droga, uma que eu não
consigo resistir.
Ele fala em amizade, mas sua presença me revela uma mentira, até porque
sinto seu olhar me perseguindo, seu sorriso misterioso e seu toque suave me
LIAM
Ela arruinou meu irmão, agora promoverei a sua ruína.
Minha família, cega pela fachada que constrói, não sabe do meu verdadeiro
eu, da minha natureza inconsequente, que se alimenta das más escolhas e
das consequências que vêm junto. Dentro de mim, há uma batalha: o Liam
que devo ser para manter a fachada e o Liam que quero ser, livre de amarras
tragédia que colocou meu irmão em uma cadeira de rodas, e agora chegou a
hora de fazê-la pagar por isso. A justiça será feita e eu serei o seu carrasco.
Farei com que implore por perdão e descubra que não há espaço para
Lily tem se escondido como uma covarde, mas não há lugar no mundo que
seja longe o bastante e que me impeça de sentir o cheiro do seu medo.
Encontrarei a minha presa, e quando ela estiver nas minhas mãos, talvez a
gente brinque um pouco para decidir quem destrói o outro primeiro. Talvez
seja divertido antes do fim, porque Lily é àquela fraqueza que jamais me
permiti ter.
LILY WHITE
Mais uma vez ela errou, e mais uma vez estou levando a culpa.
Meu coração disparou e o medo tomou o meu corpo quando senti a sua
dia que passa aumenta o desejo insano de o sentir mais de perto, porque
talvez eu tenha um gosto pouco saudável pelo perigo.
A CONQUISTA DE BLAKE – JÉSSICA LARISSA
MELINDA CLARK
demais para que eu não repare. Blake não conhece escrúpulos ou limites
O prudente seria ele realmente almejar a minha morte, mas por que eu
BLAKE BROOKS
Ela é a garota perfeita que o idiota do meu irmão não merece ter.
Ela é toda certinha e delicada, e é isso o que mais odeio em Melinda Clark.
simples: vou corrompê-la e fazer a minha justiça, mas por que a vingança
[1]
Protagonista de A Busca de Liam, livro 02 da série BAD PRISON.
[2]
Protagonista de A Conquista de Blake, livro 04 da série BAD PRISON.
[3]
Protagonista de A Promessa de Colin, livro 01 da série BAD PRISON.
[4]
Marca de câmera fotográfica.
[5]
Foi uma das mais importantes cidades-estados da Grécia Antiga e ficou marcada por ter uma
sociedade hierarquizada com pouca mobilidade social.
[6]
Sigla de apartamento.
[7]
Protagonista de A Busca de Liam, livro 02 da série BAD PRISON.
[8]
Protagonista de A Conquista de Blake, livro 04 da série BAD PRISON.
[9]
Protagonista de A Promessa de Colin, livro 01 da série BAD PRISON.