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DÍZIMO
ZIMO
INTRODUÇÃO
Dizimar?
2º) Gênesis 28.20-22: “E Jacó fez um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me
guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer, e vestes para vestir;
E eu em paz tornar à casa de meu pai, o Senhor me será por Deus; E esta pedra
que tenho posto por coluna será casa de Deus; e de tudo quanto me deres,
certamente te darei o dízimo”.
As perguntas que não querem calar são: O dízimo citado nestes casos se
enquadra aos dízimos que estão sendo exigidos hoje em dia? Estes dois
patriarcas seriam chamados de “dizimistas fieis” hoje em dia?
Vamos analisar:
1º) No primeiro caso, vemos Abrão dando o dízimo de tudo o que tinha
conquistado naquela batalha (despojos) à Melquesedeque; mas NÃO HÁ
NENHUM registro bíblico onde Abrão tenha dado o dízimo de seus próprios
bens antes disso, e olha que a bíblia é enfática em dizer que ele era muito rico
em gado, em prata e em ouro. (Gn 13.2). Também NÃO HÁ NENHUM registro
bíblico que ele tenha ido se encontrar outras vezes com Melquesedeque para
lhe dar o dízimo novamente, muito menos há registro que isso tenha se tornado
uma prática comum entre os patriarcas. Não há registro de Isaque, por
exemplo, praticando o dízimo. Logo, de acordo com os conceitos hodiernos
Abrão não pode ser chamado de “dizimista fiel”. Outra coisa interessante é que
Abrão não deu o dízimo a fim de ser abençoado, ele já tinha sido abençoado e
como ato de gratidão entregou voluntariamente o dízimo à Melquesedeque.
Ninguém pediu ou mandou que ele o fizesse. Hoje se usa “horas” do culto para
o pedirem (usando inclusive vários argumentos aterrorizantes, como: “Se você
não é dizimista fiel, Deus não pode te abençoar”, “você está roubando a Deus”,
“se você não der o dízimo na igreja, vai dar na farmácia”).
2º) No segundo caso vemos que a motivação para dar o dizimo é outra: Jacó
está fugindo de seu irmão e parando numa cidade chamada Luz, teve um sonho
onde o SENHOR falara que iria abençoa-lo; Então Jacó faz um VOTO de dar o
dízimo, caso ele voltasse pra casa em segurança. Com certeza não é esse o tipo
de dízimo que querem cobrar atualmente. Neste texto vemos que era um VOTO
onde Jacó estava se comprometendo a cumprir muito tempo depois (mais de
quatorze anos com certeza) e não mensalmente. (VOTO = veja Ec 5.4 - 5)
Nesse ponto concluo que dizer que o dízimo é anterior a lei e por isso devemos
fazê-lo, é um sofisma sem base bíblica. Outro ponto que se deve ser levado em
conta é que, assim como o dízimo, a circuncisão também é anterior a lei (Gn
17.12). Seria por isso também uma ordenança pra nós? E o que dizer dos
sacrifícios de animais que está totalmente ligado ao dízimo anterior a lei (Dt
12:11). Não teriam que ser feitos hoje em dia também?
II. O QUE ERA VOLUNTARIO, PASSOU A SER LEI: Ao libertar Israel do Egito e
os conduzir para a terra prometida, Deus tomou a providência de entregar
leis ao povo por intermédio de Moises, dentre essas leis estava a lei de
consagrar o dízimo dos frutos da terra bem como dos animais ao SENHOR.
Logo aquilo que era voluntário passou a ser obrigatório por ordenança do
próprio Deus. O Senhor estava assim provendo o sustendo para a tribo de
Levi que ao entrarem em Canaã não teriam herança de terra para plantar
e colher. (Nm 18.17-21)
Havia ainda uma festa anual, onde todos comeriam dos dízimos, lembrando
que os dízimos eram sempre em mantimentos (não em dinheiro como hoje,
mesmo havendo dinheiro naquela época) e ainda assim se lugar escolhido
para essa festa fosse muito longe para se levar tais alimentos, eles poderiam
vendê-lo e depois comprá-lo novamente no local escolhido para tal festa (Dt
14:22-29) sem contudo se esquecerem dos levitas que também teriam a
obrigação de entregar o dízimo dos dízimos;
Uma parte desse dízimo que era levada ao sumo sacerdote como oferta de
holocausto, era queimada e seu incenso subia a Deus (Lv 3:3,5,16). Outra
parte era comida pelo próprio ofertante e sua família numa grande festa,
onde de tempos em tempos se incluíam as viúvas, os órfãos e os
estrangeiros. Essa lei era uma “lei do amor”, pois era através dela que era
promovida uma comunhão tanto dentro da própria família, como com os
estrangeiros e o próprio Deus participando dessa comunhão. Isso tudo
apontava para o sacrifício perfeito do nosso Senhor Jesus Cristo (veja 1
Cor.10:16-18)
Quando o povo pede para Samuel que tenham sobre si um rei como as
demais nações (rejeitando a teocracia) ele profetiza para o povo o que iria
acontecer; e uma das coisas que ele avisou que aconteceria era que esse rei
retiraria o dízimo do povo para dar aos seus oficiais. Desde então começaram
a surgir reis que além de rechaçar o povo com seus impostos os levava a
outras práticas que desagradava a Deus e assim o povo deixava de cumprir a
lei de Deus (incluindo o dízimo), quando se levantava um rei que temia ao
SENHOR o povo se alegrava e traziam os dízimos novamente.
Malaquias 3:10: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja
mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor
dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre
vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a
recolherdes.”(versão ACF)
O próprio Senhor Jesus disse que o dízimo faz parte da lei (Mt 23.23). A
origem do dízimo (embora seja diferente dos de hoje) é anterior à lei, mas foi
incorporado a ela passando, portanto a fazer parte dela, assim como os
sacrifícios de animais e a circuncisão;
Exemplo: Aqui no Brasil todos os carros têm cinto como item de segurança,
mas seu uso era facultativo, porém, a partir de 1997 o uso do cinto de
segurança foi incorporado à lei. Logo, passou a ser uma obrigação). O escritor
aos Hebreus além de dizer que o dízimo faz parte da lei, diz que nós não
estamos debaixo dessa Aliança e sim da Aliança da graça (Hb 7:5,11-22).
HÁ ALGUM TEXTO ORDENANDO DAR O DÍZIMO NO N.T?
Afirmar que: “não se falava porque era uma prática comum”, carece de
provas textuais. Além disso vemos que no tempo dos apóstolos o evangelho
se expandiu por outras cidades e nações de forma que alguns ensinamentos
de Cristo precisavam ser transmitidos através de cartas, mas não há uma
única carta ensinando a pratica do dízimo. Será que esse ensino “tão
importante” não teria que ser ensinado à novas igrejas que surgiam anos
depois e em lugares tão distante de Jerusalém? Veja o que disse o apostolo
Paulo: Atos 20:27: “Porque nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de
Deus”.
Mateus 23:23: ”Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a
hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo,
a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir
aquelas.” Antes de entrar nesse texto precisamos ter em mente que Jesus
nasceu sob a lei (Gl 4:4), foi circuncidado conforme a lei (Lc 2:21), Viveu pra
cumprir a Lei (Mt 5:17). A final a lei e os profetas duraram até João (Lc 16:16).
Como disse no começo, esse estudo tem como objetivo esclarecer com base
bíblica o assunto, mas não deve servir de “muleta” pra justificar a avareza,
que a bíblia diz ser como o pecado de idolatria (CL 3.5). Então segue uma
reflexão sobre contribuições.
Primeiro julgo ser apropriado aqui definir IGREJA como sendo nós os cristãos
que fazemos parte do corpo de Cristo (Mt 16:18; At 8:3). Nunca um indivíduo
sozinho ou um prédio de tijolos.
A aliança de Deus com a igreja não envolve riqueza material (isso não quer
dizer que você não possa conquistar bens como resultado de seu trabalho e
também com a benção de Deus), mas precisamos entender que o Senhor nos
coloca como mordomo em sua casa (Mt 24:45) o apóstolo Pedro diz que
somos despenseiros da multiforme graça de Deus (1 Pd 1:10). Logo devemos
administrar tudo o que Deus nos confiou de modo que glorifique o nome do
SENHOR.
Uma coisa que pra mim fica muito clara no Novo Testamento é a forma
equivocada como as pessoas enxergavam a lei dada por Deus, gerando assim
nas pessoas uma má interpretação da vontade de Deus tanto para Israel
quanto pra toda humanidade; Veja Lc 10:25 onde Jesus pergunta a um
doutor da lei, “...como você a lê?”
Então, não sou contra contribuição, mas penso que devemos interpretar
melhor o que o Senhor quis dizer na sua Palavra.
E A LEI DA SEMEADURA?
CONCLUSÃO
Este estudo não tem a pretensão de encerrar o assunto, mas espero ter
contribuído para sua reflexão sobre contribuições financeiras dentro das
comunidades evangélicas Se você percebe que essa arrecadação está sendo
distribuída de forma transparente e que glorifique o nome do SENHOR, não o
desencorajo a deixar de contribuir, mas não faça isso esperando algo em troca,
faça com amor à Deus e ao próximo.