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Sumário
Prefácio da série Entendendo a igreja
Livros da série Entendendo a igreja
Apresentação à edição em português
Introdução
Capítulo 1 | O que é o batismo?
Capítulo 2 | Quem deve ser batizado?
Capítulo 3 | E o batismo infantil?
Capítulo 4 | Por que o batismo é necessário para a membresia da igreja?
Capítulo 5 | Quando o “batismo” não é o batismo?
Capítulo 6 | Como as igrejas devem praticar o batismo?
E-book Gratuito
PREFÁCIO DA SÉRIE ENTENDENDO A
IGREJA
A vida cristã é vivida no contexto da igreja. Essa convicção
bíblica fundamental caracteriza todos os livros da série
Princípios da Igreja.
Essa convicção, por sua vez, afeta a forma como cada
autor trata o seu tópico. Por exemplo, Entendendo a ceia do
Senhor afirma que a Santa Ceia não é um ato privado e
místico entre você e Jesus. É uma refeição familiar em
torno da mesa na qual você tem comunhão com Cristo e
com o povo de Cristo. Entendendo a Grande Comissão
afirma que a Grande Comissão não é uma licença para que
alguém, de forma totalmente autônoma, se dirija às nações
com o testemunho de Jesus. Trata-se de uma
responsabilidade dada a toda a igreja para ser cumprida
por toda a igreja. Entendendo a autoridade da congregação
observa que a autoridade da igreja não repousa apenas
sobre os líderes, mas sobre toda a congregação. Cada
membro tem um trabalho a fazer, incluindo você.
Cada livro foi escrito para o membro comum da igreja, e
esse é um ponto crucial. Se a vida cristã é vivida no
contexto da igreja, então você, crente batizado e membro
de igreja, tem a responsabilidade de entender esses tópicos
fundamentais. Assim como Jesus o responsabiliza pela
promoção e proteção da mensagem do evangelho, ele
também o responsabiliza pela promoção e proteção do povo
do evangelho, a igreja. Estes livros explicarão como.
Você é semelhante a um acionista na corporação do
ministério do evangelho de Cristo. E o que os bons
acionistas fazem? Estudam a sua empresa, o mercado e a
concorrência. Eles querem tirar o máximo proveito de seu
investimento. Você, cristão, investiu sua vida inteira no
evangelho. O propósito desta série, então, é ajudá-lo a
maximizar a saúde e a rentabilidade do Reino de sua
congregação local para os fins gloriosos do evangelho de
Deus.
Você está pronto para começar a trabalhar?
Jonathan Leeman
Editor de Série
LIVROS DA SÉRIE ENTENDENDO A IGREJA
Entendendo a Grande Comissão,
Mark Dever
Entendendo o batismo,
Bobby Jamieson
Entendendo a ceia do Senhor,
Bobby Jamieson
Entendendo a autoridade da congregação,
Jonathan Leeman
Entendendo a disciplina na igreja,
Jonathan Leeman
Entendendo a liderança da igreja,
Mark Dever
APRESENTAÇÃO À EDIÇÃO EM PORTUGUÊS
Por que dedicar um livro inteiro à questão do batismo? A
resposta se encontra no Senhor Jesus. Ele exemplificou o
batismo logo no início de seu ministério e ordenou o
batismo como um de seus mandamentos finais. Além disso,
as igrejas do Novo Testamento obedeceram a esta ordem
batizando aqueles que eram recebidos em seu meio como
discípulos de Jesus.
Assim, esta ordenança é um tema crucial para todos
aqueles que reivindicam ser discípulos de Cristo e para
cada igreja que objetiva seguir fielmente seu Senhor!
Nossos antepassados protestantes entenderam
corretamente que as igrejas verdadeiras podem ser
distinguidas por duas marcas bíblicas: a genuína pregação
da Palavra de Deus e a correta administração das
ordenanças, ou seja, do batismo e da ceia do Senhor.
Outras marcas que possamos vir a adicionar à lista sempre
dependerão destas duas principais. Portanto, podemos
dizer que as igrejas fiéis serão conhecidas pelo que
ensinam a respeito do batismo e a maneira que o praticam.
Ainda que o Novo Testamento revele ordens claras a
respeito do batismo e dê vários exemplos para nos guiarem,
podemos observar na história da igreja diversos desvios
sobre este mandamento. Tais irregularidades infelizmente
continuam nos dias de hoje em grande parte do mundo
cristão.
Aquilo que uma geração crê e pratica normalmente
determinará a trajetória das gerações vindouras. Partindo
deste princípio geral, estou preocupado com a maneira de
como se trata ou deixa de tratar o batismo entre muitas
igrejas evangélicas brasileiras. Destaco algumas tendências
que justificam a minha ansiedade.
Há aquelas igrejas em cada época que ensinam que o
batismo oferece efeitos regenerativos ou dá algum tipo de
eficácia animista. Estas crenças distorcem o próprio
evangelho, e, portanto, devem ser condenadas.
Entretanto, certas igrejas batistas que eram criteriosas no
século XX agora aceitam membros que foram batizados
quando criança. Outras batizam os convertidos, mas
escolhem separar este ato de recebê-los em sua
membresia. Algumas ainda aceitam o batismo dos
“evangélicos” professos, mas sem muita apreciação da
igreja que ministrou o batismo, para discernir se ela prega
as boas novas ou apresenta outro evangelho (Gl 1.6-7).
Neste livro, Bobby Jamieson explora de forma cativante e
fiel o que Novo Testamento ensina sobre o batismo e nos
oferece muitas aplicações sobre esta ordenança. Ainda que
seja um pastor no contexto norte-americano, seu conteúdo
é extremamente relevante para igrejas brasileiras.
O autor aponta que sempre há duas partes envolvidas no
batismo – a pessoa que está publicamente se
comprometendo com Cristo e sua igreja, bem como a
congregação que é autorizada por Cristo a afirmar a
profissão de fé e receber a pessoa em seu meio. Ele explica
o que constitui o batismo e aquilo que não pode ser
considerado batismo.
É com prazer, portanto, que recomendo esta obra aos
leitores brasileiros. A meu ver, vale a pena investir neste
livro somente pela definição dado sobre o batismo, mas
muito mais servirá de aprendizado nas páginas a seguir.
Peço a Deus que seja de bom proveito para que cada
cristão se certifique de que foi batizado da maneira que o
próprio Cristo ordenou. Oro também para que este livro
sirva aos líderes da igreja para que consigam ensinar
melhor e tomar decisões mais prudentes a respeito desta
ordenança.
Fraternalmente em Cristo Jesus,
David Allen Bledsoe
Missionário da equipe teológica no Brasil International
Mission Board da Convenção Batista do Sul (EUA)
INTRODUÇÃO
Olá, seja bem-vindo a este breve livro sobre o batismo. Eu
poderia até chamá-lo de “livreto”. Você pode chamá-lo do
que quiser. Gostaria de entrar e sentar-se? Posso mostrar-
lhe o local antes de começarmos.
Mas primeiro, deixe-me falar um pouco sobre você ou,
pelo menos, quem eu espero que você seja. Se estivéssemos
fazendo isso pessoalmente, eu perguntaria sobre você em
vez de falar sobre você. Mas estamos fazendo isso por
escrito, então o melhor que posso fazer é presumir. O meu
melhor palpite é que existem basicamente três tipos de
pessoas que lerão este livro, todas elas cristãs.
Se você não é cristão, fico feliz que este livro tenha
chegado até você, mas há muitos outros livros sobre o
Cristianismo que eu o encorajaria a ler primeiro! Comece
com os quatro Evangelhos e com o livro de Greg Gilbert,
Quem é Jesus Cristo? (Editora Fiel, 2015). E eu o
incentivaria a juntar-se a um amigo cristão para conversar
sobre a Bíblia e o que significa seguir Jesus.
Em qualquer caso, o primeiro tipo de pessoa que eu
espero que leia este livro é alguém que crê em Jesus, mas
ainda não foi batizado. Talvez você realmente não saiba o
que é o batismo. Talvez você saiba o que é o batismo, mas
não tem certeza do motivo pelo qual precisa ser batizado.
Talvez você se pergunte se o seu “batismo” foi realmente
um batismo. Você era um bebê ou era tão jovem que não
sabia se sua profissão de fé era real. Este livreto abordará
todas essas questões. Meu objetivo para sua vida, se você é
um cristão que ainda não foi batizado, é que este livro
venha convencê-lo a mergulhar fundo. (Uma vez que é
impossível escrever um livro sobre o batismo sem fazer
pelo menos um trocadilho relacionado à água, é melhor já
fazê-lo de uma vez).
Um segundo grupo que espero que leia este livro é o de
cristãos que simplesmente estão interessados em aprender
mais sobre o batismo. Certamente há, pelo menos, alguns
de vocês por aqui. Você já foi batizado, mas quer pensar
mais sobre essa ordenança que Jesus deu à sua igreja.
Talvez você queira saber como explicar melhor o batismo a
novos crentes ou a incrédulos. Espero que este livro
forneça respostas bíblicas para as perguntas que você está
se fazendo — e mesmo àquelas perguntas que você não
está se fazendo, mas deveria.
Um terceiro tipo de pessoa que espero que leia este livro
é um líder de igreja, especialmente um pastor. Pela graça
de Deus, pastores frequentemente estão em uma situação
em que devem batizar novos crentes, e eles também
influenciam fortemente o modo como a sua igreja pratica o
batismo e o que ela reconhece como batismo. Os pastores
também determinam a dinâmica em relação a igreja exigir
ou não o batismo como forma de entrada para a membresia
da igreja, uma questão cada vez mais debatida.
Não espero que você concorde com todo “i e til” deste
livro. Há muitos pontos aqui a respeito dos quais os
cristãos discordam. No entanto, espero que encontre nele
um recurso útil para os seus membros mesmo nos pontos
em que você e eu possamos discordar. E, quem sabe, talvez
até mesmo eu o persuada! Tenho observado ser útil
divulgar livros aos membros da igreja, mesmo quando não
concordo com tudo o que está escrito neles — e eu direi
isso — apenas para que eles pensem sobre o assunto em
questão.
Ao longo do livro, tenho todos os três públicos em mente.
Começamos com a pergunta “O que é o batismo?” no
capítulo 1. O capítulo 2 pergunta: “Quem deve ser
batizado?”. O capítulo 3 avalia biblicamente a prática do
batismo infantil. No capítulo 4, demonstro por que a Bíblia
requer o batismo — ou seja, o batismo do crente — como
pré-requisito para a membresia da igreja. O capítulo 5
examina alguns cenários nos quais algo que os cristãos
estão chamando de “batismo” na verdade não o é. E o
capítulo 6 oferece algumas diretrizes práticas sobre como
as igrejas deveriam batizar crentes.
Antes de escrever este pequeno livro, eu escrevi um livro
mais robusto chamado Going Public: Why Baptism Is
Required for Church Membership.1 Esse livro tem em vista
mais diretamente os líderes da igreja e enfatiza a questão
implícita em seu subtítulo. Utilizo muito desse livro no
capítulo 3, moderadamente no capítulo 5 e ocasionalmente
em outros capítulos. Agradeço à editora por permitir tal
uso.
Agradeço-lhe por dedicar tempo para ler este livro. Oro
para que ele ajude você e outros a seguirem Jesus.
Bobby Jamieson, Going Public: Why Baptism Is Required for Church Membership
(Nashville, TN: B&H, 2015).
CAPÍTULO 1 | O QUE É O BATISMO?
O que você faria se estivesse em uma piscina e um amigo
viesse por trás de você e o mergulhasse na água? Você
poderia simplesmente perdoar o seu amigo — uma atitude
cristã consistente. Você poderia reagir mergulhando-o
também. Você poderia até intensificar o conflito aquático,
esperando que seu amigo saísse e estivesse seco antes de
empurrá-lo de volta para a piscina. Então, o que faria?
Outro caso: o que você faria se o seu amigo se
aproximasse por trás de você, mergulhasse-o na piscina e
depois dissesse: “Agora você foi batizado!”. Mesmo que
você conheça pouco sobre o batismo, acho que suspeitará
fortemente que além de agir de modo um pouco estranho,
seu amigo está errado. Você não foi batizado; tudo o que
aconteceu é que você foi mergulhado.
Porém, o que seria necessário para transformar esse
mergulho em um batismo? Parece óbvio que você teria que
perder o elemento da surpresa e participar disso
consciente e voluntariamente. Mas algumas igrejas não
batizam bebês? Os bebês não aceitam ser batizados. E
quanto àquele que está realizando a imersão? O seu amigo
deveria ser pastor? Esse ato teria que acontecer na igreja
em vez de em uma piscina?
O BATISMO É...
Este capítulo responde à pergunta: “O que é o batismo?”.
Primeiro, explicarei e defenderei uma compreensão
bíblica do batismo e, em seguida, oferecerei alguns breves
comentários sobre o que o batismo não é. Se você está
adiando o batismo porque não tem certeza do que ele é,
espero que este capítulo remova essa confusão e o ajude a
obedecer à ordenança de Jesus para que seja batizado.
Prossigamos, então:
O batismo é o ato de uma igreja afirmar e representar a união de um
crente com Cristo, imergindo-o em água; e o ato de um crente se
comprometer publicamente com Cristo e com o seu povo, unindo assim
um crente à igreja e o distinguindo do mundo.
A SEGUIR...
Voltemos ao seu amigo que o mergulhou. Se ele conseguir
imergir você em água clorada e fria, ele o batizou?
Não. Mas se você tinha apenas um palpite sobre isso no
início do capítulo, espero que agora tenha uma noção
bíblica clara do que é o batismo. No batismo, Jesus deu aos
seus discípulos um modo de confessar abertamente que
eles são de Cristo e que Cristo é deles. E ele deu à igreja
um modo poderoso e público para afirmar e representar a
união de um crente com Cristo. E nesse ato duplo, o crente
se compromete com a igreja, e a igreja se compromete com
o crente. O batismo é um sinal de que tanto retrata a união
do crente com Cristo como efetua uma nova união
horizontal, unindo o crente e a igreja.
O que é o batismo? Repita comigo: o batismo é o ato de
uma igreja afirmar e representar a união de um crente com
Cristo, imergindo-o em água; e o ato de um crente se
comprometer publicamente com Cristo e com o seu povo,
unindo assim um crente à igreja e o distinguindo do mundo.
O que leva à nossa próxima pergunta e capítulo: Quem
deve ser batizado?
Esta seção se baseia fortemente em “Don’t Fire Your Church Members: The Case
for Congregationalism”, por Jonathan Leeman (Nashville: B&H, 2016),
capítulos 3 e 4.
CAPÍTULO 2 | QUEM DEVE SER BATIZADO?
Você se considera um cristão? Se não, fico feliz por você
estar lendo este livro, mas o batismo não é a sua principal
prioridade. O que você precisa fazer primeiramente é
abandonar o seu pecado e confiar em Cristo para que seja
salvo.
Mas suponho que se está lendo este livro, você
provavelmente professa fé em Cristo. Se é assim, você já foi
batizado? Por que sim ou por que não?
Este capítulo pergunta “quem deve ser batizado?”; e a
resposta é “todo cristão”. Sem exceções, sem casos
especiais, sem “se”, “e” ou “mas”. Neste capítulo, vou
estabelecer a ordenança bíblica para o batismo, examinar
alguns benefícios do batismo e responder a objeções
quanto a ser batizado. Uma dessas objeções — de que
alguém já foi “batizado” quando era um bebê — merece
tratamento especial, então terá o seu próprio capítulo.
A ORDENANÇA DO BATISMO
Como vimos no último capítulo, Jesus ordena aos seus
discípulos que façam discípulos: “Toda a autoridade me foi
dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de
todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e
do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas
que vos tenho ordenado” (Mt 28.18-20). Como os discípulos
de Jesus fazem discípulos? Em primeiro lugar, pregando o
evangelho do reino para eles, assim como Jesus o fez (Mt
4.17, 23) e como havia previamente enviado os seus
discípulos para fazerem (Mt 10.5-7). Portanto, é correto
dizer que a ordem “fazer discípulos” implica pregar o
evangelho. Você se tornou um discípulo de Jesus ao aceitar
a mensagem sobre Jesus.
Mas Jesus especifica mais dois passos nesse processo,
dois meios pelos quais o mandamento para fazer discípulos
deve ser realizado: os discípulos de Jesus devem batizar
esses novos discípulos e ensinar-lhes a obedecerem a todos
os mandamentos de Jesus.
Passo 1: Preguem o evangelho.
Passo 2: Quando as pessoas respondem em fé, batizem-
nas.
Passo 3: Ensinem as pessoas a fazerem tudo o que Jesus
ordenou.
Todos aqueles que se tornam discípulos são batizados.
Não há uma categoria de discípulo não batizado.
O batismo é algo que um discípulo deve fazer, oferecendo
a si mesmo à sua morte e ressurreição simbólicas.
Portanto, parece claro a partir da ordem contida na
declaração de Jesus que o batismo é, na verdade, o
primeiro item da lista identificada como “todas as coisas
que vos tenho ordenado”. Após se arrepender e crer, o
batismo é a primeira ordenança que os seguidores de Jesus
são chamados a obedecer. Como um novo seguidor de
Jesus, o batismo é a primeira coisa que você faz.
Logo, não é surpreendente que, no mesmo contexto,
Pedro tenha dito aos ouvintes no Pentecostes que deveriam
se arrepender e ser batizados: “Arrependei-vos, e cada um
de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para
remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do
Espírito Santo” (At 2.38). E vimos que muitos deles o
fizeram: “Então, os que lhe aceitaram a palavra foram
batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três
mil pessoas” (At 2.41). Novamente, receber o evangelho e
ser batizado andam de mãos dadas. Se você vier a confiar
em Jesus, a primeira coisa que precisa fazer é dizê-lo
publicamente no batismo.
Isso também explica por que, ao longo das epístolas do
Novo Testamento, os escritores assumem que todos os seus
leitores cristãos são batizados. Paulo argumenta que nós
que morremos para o pecado não podemos mais viver nele,
então pergunta: “Ou, porventura, ignorais que todos nós
que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na
sua morte?” (Rm 6.3). E Paulo assegura aos gálatas que
todos eles são filhos de Deus mediante a fé em Cristo, e
depois explica: “porque todos quantos fostes batizados em
Cristo de Cristo vos revestistes” (Gl 3.27; 1Co 1.13; Cl
2.12). Os argumentos só fazem sentido se todos os leitores
já houvessem sido batizados.
Se você é um cristão e ainda não foi batizado, você
precisa ser. Não é algo meramente opcional ou
recomendado ou sábio ou a melhor coisa a ser feita. É
exigido! E ainda que ser um discípulo de Jesus signifique
mais do que meramente obedecer aos mandamentos de
Jesus, nunca significa menos do que isso. Nossa obediência
a Jesus é a prova decisiva do nosso amor por ele. Aqueles
que confiam em Jesus fazem o que ele diz, e ele diz aos que
confiam nele que eles devem ser batizados.
CONCLUSÃO
Se você tem adiado o batismo por ansiedade ou medo, tome
coragem. Jesus promete que quando formos levados ao
tribunal por causa dele, seu próprio Espírito falará através
de nós, concedendo as palavras que precisamos dizer (Mt
10.19-20). Quão mais o Espírito, que concede a fé, o
capacitará a confessar publicamente essa fé (1Co 12.3)!
A conclusão é: todo cristão é ordenado a ser batizado.
Então, o que você está esperando?
Acesse: http://ministeriofiel.com/mapa_igrejas.
CAPÍTULO 3 | E O BATISMO INFANTIL?
E o batismo infantil? Tenho certeza de que alguns leitores
foram batizados quando crianças e agora têm sérias
dúvidas se aquele ato realmente foi um batismo. Ou talvez
você saiba que algumas igrejas praticam o batismo infantil,
mas nunca considerou o motivo ou avaliou a prática à luz
da Escritura.
Neste capítulo, descrevemos o raciocínio teológico mais
convincente para o batismo infantil, iremos avaliá-lo
biblicamente e, em seguida, responderemos às objeções do
pedobatismo à posição do batismo de crente.4
Cristo aos que não estão unidos a Cristo. Isso separa o sinal da realidade.
O batismo é um sinal da união do crente com Cristo na
sua morte, sepultamento e ressurreição (Rm 6.1-4; Cl 2.11-
12). Mas os infantes não estão unidos a Cristo. Todas as
pessoas, mesmo aquelas nascidas de pais cristãos, devem
receber Cristo pela fé para se unirem a ele mediante o
Espírito.
Algumas crianças que crescem em lares cristãos não se
lembram de um momento em que não criam em Jesus, mas
isso não significa que elas nasceram crendo em Jesus. O
Espírito teve que lhes conceder a fé e conduzir ao
arrependimento. Elas precisaram ser transportadas do
reino de Satanás para o reino do Filho (Cl 1.13). Elas
tiveram que ser ressuscitadas da morte para a vida,
resgatadas do príncipe deste mundo e salvas da ira de Deus
(Ef 2.1-3).
Mas o pedobatismo aplica o sinal da união com Cristo
àqueles que não estão unidos a Cristo. Isso separa o sinal
da realidade que ele expressa. Ao fazê-lo, o pedobatismo
transforma o batismo em uma contradição. O batismo é um
sinal de que o evangelho teve efeito na vida de alguém,
operando perdão, purificação, reconciliação, novo
nascimento e nova vida. Mas o pedobatismo estende o sinal
onde nenhuma dessas realidades está presente. Os filhos
infantes dos crentes não estão unidos a Cristo pela fé,
então as igrejas não devem batizá-los.
2. O pedobatismo confunde o ser nascido de pais cristãos com o novo
nascimento mediante o Espírito.
Outra maneira de dizer isso é que o pedobatismo
confunde o ser nascido de pais cristãos com o novo
nascimento mediante o Espírito. Não estou dizendo que
todos os cristãos pedobatistas confundem essas duas coisas
em suas mentes; estou afirmando que a sua prática as
confunde. Um cristão pedobatista pode muito bem saber
que o seu filho precisa vir a exercer fé em Cristo para
nascer de novo pelo Espírito, mas ao tê-lo batizado, o ato
em si atesta que ele já o é.
A Confissão de Westminster diz que a eficácia do batismo
não está vinculada ao tempo de sua administração. Em
outras palavras, um batismo infantil ainda é válido, mesmo
que o destinatário chegue à fé em Cristo anos depois. Mas
o problema é que o sinal fala por si mesmo. O próprio sinal
diz: “Esta pessoa está unida a Cristo. Ela foi sepultada e
ressuscitada com Cristo. Ela passou da morte para a nova
vida em Cristo.” Se os pedobatistas desejam um sinal que
signifique a futura possibilidade de união com Cristo, eles
terão que encontrar algo que não seja o batismo. O batismo
fala no tempo presente.
Como resultado, o pedobatismo efetivamente comunica
que o novo nascimento é algo que você herda por
nascimento natural. Significa que os filhos infantes dos
crentes estão em uma condição espiritual
fundamentalmente diferente das outras crianças.
Certamente, os filhos dos crentes estão em um ambiente
espiritual diferente do ambiente dos incrédulos — veja mais
abaixo. Porém, o batismo infantil diz que não há apenas
uma diferença em seu ambiente, mas neles. Sejam quais
forem as convenientes distinções teológicas que os
pedobatistas façam, a sua prática confunde o ser nascido
de pais cristãos com o novo nascimento mediante o
Espírito.
3. O pedobatismo assume erroneamente que Deus está formando o seu povo
da nova aliança do mesmo modo que ele formou o seu povo da antiga aliança.
Além disso, o pedobatismo assume erroneamente, ao
menos de uma maneira crucial, que Deus está formando o
povo da nova aliança do mesmo modo que ele formou o seu
povo da antiga aliança. Sob a antiga aliança, Deus formou o
seu povo pela descendência familiar a partir de um grupo
étnico distinto. Sob a nova aliança, Deus forma o seu povo
através da sua Palavra e Espírito a partir de um povo que
invoca o seu nome, reunido dentre todas as nações.
Lembre-se de que o argumento pedobatista se baseia
numa forte analogia entre o batismo e a circuncisão. Deus
ordenou a Abraão que circuncidasse sua descendência, em
parte, para que os descendentes de Abraão fossem um povo
étnico identificável e distinto do mundo que os rodeava.
Esse propósito de formar uma nação se concretizou com o
Êxodo e a entrega da aliança mosaica no Sinai — o que a
Escritura em outra passagem chama de “a antiga aliança”
(2Co 3.14). Quando Deus chamou Israel do Egito, ele o
tomou para si e lhe deu uma função especial. Eles deveriam
obedecer à sua lei para que fossem a sua possessão
preciosa dentre todos os povos, e servissem como um reino
de sacerdotes e uma nação santa (Êx 19.4-6).
Deus estabeleceu Israel no cenário mundial para mostrar
às nações como ele é. Ele quis que Israel andasse em seus
caminhos para que todas as nações ao redor pudessem
observar (Dt 4.1-8). E ele distinguiu Israel dessas nações,
em primeiro lugar, pela circuncisão. Todos os filhos do sexo
masculino em Israel precisaram ser circuncidados (Gn
17.12), e todos os estrangeiros que queriam se unir ao povo
de Israel tiveram que ser circuncidados (Êx 12.48). Desde o
chamado de Abraão até a vinda de Cristo, o povo de Deus
foi distinguido do mundo pela circuncisão.
Ao longo desse tempo, um homem israelita circuncidado
era um membro do povo de Deus, quer seu estado
espiritual correspondesse ou não ao seu status de
circuncidado. A circuncisão significava a consagração a
Deus e exigia que aqueles separados para Deus vivessem
vidas separadas para Deus. É por isso que Deus ordenou ao
seu povo: “Circuncidai, pois, o vosso coração e não mais
endureçais a vossa cerviz” (Dt 10.16; cf. Jr 4.4). Mas é claro
que nem todos os que foram circuncidados na carne foram
circuncidados no coração. Na verdade, como toda a história
de Israel mostra, a maioria do povo de Deus sob a antiga
aliança desobedeceu. Eles adoraram ídolos e cometeram
injustiça e imoralidade. Seus reis, príncipes, profetas,
sacerdotes e o povo como um todo se apartaram do Senhor
e o provocaram à ira (Jr 32.30-33). A impiedade do povo
cresceu de tal modo que Deus eventualmente expulsou o
seu povo da sua terra, invocando as maldições da aliança
sobre eles: primeiro sobre Israel, ao norte, depois sobre
Judá, ao sul (Dt 28.15-68; 2Rs 17.6-23; 25.1-21).
Assim, Deus tinha um plano para Israel, um plano para
manifestar a sua glória a todas as nações através desse
povo. Ele lhes deu a antiga aliança para que obedecessem,
florescessem e fossem distintos das nações, testemunhando
a incomparável sabedoria de Deus. Mas o coração do povo
era corrupto. Seu pecado era mais profundo do que
qualquer solução que a lei poderia trazer. Eles tinham
todas as vantagens — a lei, a adoração no templo, a glória
de Deus habitando no meio deles (Rm 9.4) — e, no entanto,
todas essas vantagens não se mostraram ser vantagem
alguma por fim. Muitos dos que estavam sob essa aliança
não conseguiram guardar a aliança. Eles desobedeceram e
foram julgados.
O povo de Deus precisava de um “transplante cardíaco”. E
isso é exatamente o que Deus prometeu lhes dar na nova
aliança.
Eis aí vêm dias, diz o SENHOR, em que firmarei nova aliança com a
casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme a aliança que fiz com
seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do
Egito; porquanto eles anularam a minha aliança, não obstante eu os
haver desposado, diz o SENHOR. Porque esta é a aliança que firmarei
com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o SENHOR: Na mente,
lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu
serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. Não ensinará jamais cada um
ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao
SENHOR, porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior
deles, diz o SENHOR. Pois perdoarei as suas iniquidades e dos seus
pecados jamais me lembrarei (Jr 31.31-34).
PRÓXIMO E ÚLTIMO
Este capítulo enfatizou o que não é o batismo a fim de
oferecer uma descrição mais clara do que ele é. Se a sua
própria experiência se encaixa em qualquer uma das
situações que discutimos neste capítulo, espero que você
tenho concluído ou com um senso mais claro de que já
cumpriu a ordem de Jesus de ser batizado ou que ainda não
o cumpriu e que precisa fazê-lo. E se você é um líder de
igreja, espero que tenha desenvolvido algumas categorias
mais claras para o que a sua igreja reconhecerá ou não
como batismo.
Porém, é claro que as igrejas não apenas reconhecem os
batismos, mas também batizam pessoas. Então, em nosso
próximo e último capítulo, nós nos focaremos na pergunta:
“Como as igrejas devem praticar o batismo?”.
Veja o meu artigo: Bobby Jamieson, Preciso ser batizado de novo? (Visão
Credobatista), Voltemos ao Evangelho, 4 fev 2019,
www.voltemosaoevangelho.com/blog/2019/02/preciso-ser-batizado-de-novo-
visao-credobatista/.
CAPÍTULO 6 | COMO AS IGREJAS DEVEM
PRATICAR O BATISMO?
Para a maioria dos cristãos, a principal relação deles com o
batismo é que devem ser batizados. Certamente, devemos
refletir sobre o nosso batismo para nos lembrar de que nos
unimos a Cristo e de que agora somos capacitados e
ordenados a viver uma nova vida (Rm 6.1-4). E, conforme
temos oportunidade, devemos encorajar e exortar outros
cristãos que ainda não foram batizados a se batizarem.
Mas, no que diz respeito à sua própria obediência a Jesus,
uma vez que você foi batizado, isso é tudo o que deveria
fazer quanto ao batismo.
Para os líderes da igreja é diferente. A maioria das igrejas
que pregam o evangelho tem, regularmente, a
oportunidade de batizar novos crentes, e geralmente são os
líderes da igreja que realizam os batismos. Mas a prática
real do batismo suscita uma série de perguntas: qual é a
quantidade de água que precisa ser usada? A efusão ou
aspersão são tão boas quanto a imersão? Quem deve
realizar o batismo? Como o batismo se relaciona com a
membresia da igreja? Quando e onde as igrejas devem
batizar? Quanto tempo depois de vir a Cristo, alguém deve
ser batizado?
Este capítulo aborda todas essas questões na ordem em
que eu as listei. Em resumo, consideraremos o modo, o
administrador, o resultado, o contexto e o momento da
realização do batismo.
Espero que mesmo aqueles que não são líderes de igreja
percebam a importância dessas questões. Se você ainda
não foi batizado, este capítulo pode ajudá-lo a resolver
como e onde buscar o batismo. Se você já foi batizado, este
capítulo pode ajudá-lo a ajudar outros a serem batizados
em conformidade às Escrituras.
Finalmente, uma palavra para aqueles que já são ou
algum dia podem ser missionários, pregando o evangelho
em um contexto onde não existe nenhuma igreja ainda.
Como o meu conselho neste capítulo pressupõe a existência
de uma igreja, ele não se aplica aos primeiros batismos
realizados em um local que acaba de ser alcançado pelo
evangelho. Mas se você está obedecendo à Grande
Comissão e ensinando os discípulos de Jesus a obedecerem
tudo o que ele ordenou, então você ensinará a todos os
convertidos, incluindo o primeiro, que seguir a Jesus
significa formar uma igreja. Jesus diz: “Porque, onde
estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no
meio deles” (Mt 18.20). Isso significa que assim que você
tiver mais de um novo crente em Jesus, já tem os
componentes de uma igreja, e você deve levar esses
crentes a formar uma igreja. Quase tão logo esses novos
crentes venham a Cristo, eles devem estar envolvidos,
como igreja, em supervisionar o batismo de novos crentes.
Portanto, este capítulo é tão relevante para os missionários
quanto para os líderes de igrejas já estabelecidas.
O MODO
Qual é a quantidade de água que as igrejas precisam para
batizar alguém? Elas devem construir ou locar espaços
grandes o suficiente para imergir pessoas? Ou uma fonte
batismal é suficiente? Ou basta um jarro?
No capítulo 1, vimos que a palavra grega para “batizar”
significa mergulhar ou imergir em água. João batizou
pessoas em Enom porque ali havia muitas águas (Jo 3.23), e
o eunuco etíope pediu para ser batizado quando viu “certo
lugar onde havia água” no caminho (At 8.36). E para esse
batismo, o eunuco etíope e Filipe “desceram à água” e
depois “saíram da água” (At 8.38-39). Teoricamente, é
possível que eles tenham entrado na água, e, em seguida,
Filipe tenha tomado água nas mãos e derramado sobre o
eunuco, mas isso é altamente improvável. Isso não explica
por que o eunuco solicitou o batismo precisamente quando
viu um lugar onde havia água. E por que os dois homens
passariam pela dificuldade de retirar ou molhar as suas
roupas se uma imersão completa fosse desnecessária?
Além disso, a imersão captura melhor o simbolismo de ser
sepultado e ressuscitado com Cristo. Em Romanos 6.1-4 e
em Colossenses 2.11-12, Paulo assegura que o batismo
significa essa união com a morte, sepultamento e
ressurreição de Cristo. A inferência mais razoável é que os
seus leitores se lembrariam do momento em que foram
imersos em água e depois foram erguidos da água, e não de
quando foram aspergidos com água ou tiveram água
derramada sobre si.
Então, argumento que a Bíblia apresenta a imersão como
o modo normativo do batismo. Isso não é apenas algo que
os primeiros cristãos fizeram com o qual podemos nos
sentir à vontade para abandonar. Antes, o modo de batismo
está vinculado ao simbolismo e ao significado do rito;
então, as igrejas devem tomar todas as medidas
necessárias para poder batizar os crentes por imersão.
O ADMINISTRADOR
Em seguida, quem deve realizar o batismo? Se o batismo é
o ato de uma igreja, seu administrador deve ser autorizado
pela igreja. Aquele que realiza o batismo deve agir em
nome da igreja e não por iniciativa ou autoridade próprias.
A igreja como um todo exerce as chaves do reino (Mt
16.19, 18.19), mas apenas uma pessoa batiza. Ainda assim,
o batismo é um exercício das chaves do reino. É a
afirmação oficial de uma igreja sobre a declaração de
alguém de seguir a Cristo. No batismo, a igreja fala por
Jesus, então aquele que batiza precisa falar pela igreja.
Os pastores, também chamados de “presbíteros” ou
“bispos” na Escritura (por exemplo, 1Tm 3.1, 5.17), são
nomeados pela igreja para que a ensinem e liderem. Eles
são reconhecidos pela igreja para que exerçam a
supervisão sobre ela. Eles ensinam a Palavra, exortam a
obediência à Palavra, exemplificam a fidelidade à Palavra e
conduzem a vida da igreja segundo a Palavra. Portanto,
embora a Escritura não exija que o batismo seja realizado
por um pastor, sugiro que normalmente deveria ser.
Pastores ou presbíteros são aqueles que já agem em nome
da igreja quando ensinam a Palavra, e o batismo é um rito
público de resposta à Palavra e que proclama visivelmente
a Palavra. Não creio que isso signifique que apenas o
“pastor titular” deva batizar; antes, acho que todo pastor
ou presbítero está autorizado a fazê-lo.
Como eu disse, não acho que ter um pastor batizando seja
um requisito absoluto. Contudo, se uma igreja se inclina a
autorizar outros a batizarem, acho que devem considerar
cuidadosamente quem, o porquê e como. Por exemplo, se
uma igreja regularmente permite que os pais batizem os
seus próprios filhos, isso pode enviar sutilmente a
mensagem enganosa de que o batismo é uma ordenança
familiar e não da igreja.
Mas o ponto mais importante aqui é que o batismo é um
ato da igreja, não de um cristão individual. O que significa
que seu administrador deve ser autorizado pela igreja. Os
cristãos individuais não têm autoridade para batizar
simplesmente por serem cristãos.
Como escrevi no capítulo anterior, onde ainda não existe
nenhuma igreja, a situação é diferente. Se você é o único
cristão em uma cidade, você é a igreja naquela cidade.
Assim, não é exatamente como se você estivesse agindo por
sua própria iniciativa, à parte da autorização de uma igreja.
Em vez disso, você está carregando, e espero que semeie, a
semente da igreja — o evangelho. Onde a semente do
evangelho frutifica em fé e em arrependimento, você deve
confirmar essa resposta no batismo. E, assim que tiver dois
ou três que podem se reunir em nome de Jesus, você deve
instruir a nova igreja de que o batismo é um ato que eles
são responsáveis por executar e supervisionar. E você deve
realizar os futuros batismos sob a supervisão e em nome
deles.
O RESULTADO
O batismo é o ato de uma igreja afirmar e representar a
união de um crente com Cristo, imergindo-o em água; e o
ato de um crente se comprometer publicamente com Cristo
e com o seu povo, unindo assim um crente à igreja e o
distinguindo do mundo. No batismo, um crente
compromete-se com o povo de Deus, e o povo de Deus com
esse crente. Portanto, onde existe uma igreja, o batismo
deve conferir a membresia à igreja. A igreja que realiza o
batismo deve, por meio desse mesmo ato, integrar esse
novo crente ao seu número. O batismo não é apenas um
pré-requisito para a membresia da igreja; normalmente, o
batismo inicia a membresia à igreja. A membresia da igreja
é a casa, e o batismo é a porta de entrada.
A única exceção legítima que consigo ver é quando um
novo crente está se deslocando imediatamente para uma
região onde, tanto quanto se sabe, não existe nenhuma
igreja. Por exemplo, um novo cristão que serve na Marinha
indo passar um ano morando em um navio. Ou alguém que
trabalha em uma empresa internacional se mudando para o
Oriente Médio e não tem ideia se existe uma igreja em sua
futura cidade. Tais situações não são ideais, mas, às vezes,
são inevitáveis. Esses novos crentes se encontram em um
território semelhante ao do eunuco etíope. Então, nessas
circunstâncias verdadeiramente excepcionais, uma igreja
deveria batizá-los, orar por eles, enviá-los e encorajá-los a
encontrar qualquer comunhão cristã que puderem durante
o seu período de residência no exterior. E já falamos de
uma situação missionária de fronteira. O primeiro novo
convertido em uma região não é batizado em uma igreja,
mas, assim que um ou dois outros forem batizados, eles
devem formar uma igreja juntos.
Em qualquer outro caso, o batismo e a membresia da
igreja devem ser inseparáveis. Ninguém deve ser batizado
se não pretende seguir a autoridade de Jesus submetendo-
se à sua igreja. A afirmação dada por um passaporte está
de mãos dadas com a responsabilidade e prestação de
contas da cidadania. Para um novo crente, o batismo deve
ser o meio pelo qual e o momento em que alguém se une à
sua igreja. Se você tem um processo de membresia
composto por aulas, uma entrevista e um voto
congregacional, a pessoa deve passar por essas etapas
antes de ser batizada. E a igreja deve entender que a
membresia está sendo conferida no batismo.
Além disso, as igrejas não devem inserir um período de
espera entre o batismo e a membresia. Alguns podem fazer
isso pelo anseio de dar ênfase ao batismo. Eles separam o
batismo da membresia na tentativa de dar mais atenção ao
batismo. Porém, o modo bíblico de dar atenção ao batismo
é fazer dele a porta de entrada para a igreja e, portanto, a
entrada na vida cristã. Por outro lado, alguns podem inserir
um período de espera entre o batismo e a membresia
porque esta última traz em si responsabilidades sérias, e
talvez um novo crente não esteja apto para tais
responsabilidades. O problema com isso é que todo cristão
é ordenado e capacitado por Deus para ocupar o seu lugar
no corpo. Então, se você está disposto a afirmar que
alguém é cristão, não há motivo para mantê-lo fora do
corpo. Esse é o único lugar no qual ele irá progredir, ter
responsabilidades e tudo o mais. E se você tem dúvidas
sobre a disposição ou a capacidade de uma pessoa adentrar
na vida do corpo, talvez essa hesitação deva ajudá-lo a
reconsiderar se está pronto para afirmar a profissão de fé
dessa pessoa por meio do batismo.
Em circunstâncias normais, o batismo e a entrada na
membresia da igreja devem ser inseparáveis.
Teologicamente, o batismo confere a membresia à igreja.
Então, você não deve batizar as pessoas sem trazê-las para
a igreja, e você deve conferir a membresia a todos aqueles
que você batiza. A membresia de um novo crente deve
estar condicionada ao batismo e ser efetivada no batismo.
O CONTEXTO
Onde as igrejas devem batizar as pessoas? Será que o
batismo deve acontecer no prédio da igreja, ou, pelo
menos, em um culto da igreja? Não necessariamente. A
Escritura parece permitir batismos dentro e fora dos
“cultos da igreja” habituais — e os únicos exemplos do
Novo Testamento são os últimos. Porém, podemos dizer
algo a mais do que isso?
O batismo é uma profissão pública de fé, e a igreja é o
primeiro e mais importante público a quem essa profissão é
dirigida. Além disso, uma vez que o batismo é o ato de toda
a igreja de afirmar a profissão de um crente e acolhê-lo em
seu rol de membros, digo que as igrejas normalmente
devem batizar as pessoas no contexto de uma reunião de
toda a igreja. Se essa reunião é em um prédio da igreja ou
em um rio, não importa muito. O aspecto principal é que,
ao realizar o batismo, a igreja não deve obscurecer, mas
sim destacar o fato de que no batismo toda a igreja fala por
Deus ao indivíduo, e o indivíduo fala tanto a Deus quanto a
toda a igreja. Batizar em uma reunião de toda a igreja
comunica esse fato; batizar diante de um pequeno grupo
omite esse fato.
Novamente pensando em contextos de missões de
fronteira, sugeriria que um “público” além do batizador não
seja absolutamente necessário para o rito, já que o
batizador é em si uma testemunha pública da profissão de
fé. No entanto, tais batismos com a “audiência de um só”
são apropriados somente quando outras testemunhas não
estão disponíveis. Normalmente, o batismo deve ser
celebrado por toda a igreja, uma vez que é um ato de toda a
igreja.
O MOMENTO
Por fim, quão rapidamente as igrejas devem batizar os
novos crentes? Os novos crentes devem ser batizados
imediatamente ou deve haver um período de espera?
Certamente, todos os exemplos de batismo que temos no
Novo Testamento aconteceram assim que alguém chegou à
fé (veja, por exemplo, At 2.38-41; 10.47-48; 16.14-15,30-34;
19.1-5). E uma vez que o batismo é onde a fé se torna
pública, ele deve estar vinculado o mais próximo possível à
conversão de uma pessoa. Então, por um lado, não acho
que as igrejas devam incluir um período de espera antes do
batismo para testar o fruto da fé de alguém ou para
ensinar-lhe os conceitos básicos de fé e prática cristãs
antes de batizá-lo.
Mas se o batismo confere a membresia à igreja, devemos
ficar incomodados pelo fato de o processo de membresia à
igreja poder adiar o batismo por algumas semanas ou
mesmo por meses? Esse período de adiamento do batismo
não é contrário ao padrão bíblico? Não exatamente. O
processo de membresia à igreja não equivale a um período
probatório. Antes, simplesmente garante que o candidato
ao batismo sabe no que ele está se envolvendo e que a
igreja conhece o candidato.
No Pentecostes, era bastante claro no que você estava se
envolvendo: oposição dos líderes judeus e uma nova vida
entre aquele grupo perseguido dos seguidores do Messias.
Atualmente, as coisas nem sempre são tão claras. Existem
cristãos professos que pensam que ser cristão não tem
relação alguma com a submissão ao senhorio de Jesus e
nem qualquer relação com a igreja local. Uma igreja
precisa garantir que aqueles que ela batiza sabem que
viver como um cristão tem total relação com a submissão
ao senhorio de Jesus e total relação com a igreja. As
instruções e análises envolvidas no processo de membresia
de uma igreja simplesmente esclarecem o que está em
questão no batismo. E elas garantem que aqueles que
fazem promessas no batismo — tanto a igreja, quanto os
crentes — sabem o que e para quem eles estão
prometendo. Exigir que os candidatos ao batismo passem
pelo processo de membresia da igreja ajuda a garantir que
o batismo realmente faça uma delimitação entre a igreja e
o mundo, realmente represente o compromisso de um
crente com Cristo e com o seu povo e realmente cumpra a
intenção de Jesus de distinguir o seu povo através de
identifica-los consigo mesmo.
Então, sendo claro, não penso que as igrejas no Ocidente
cristianizado, especialmente em áreas muito religiosas,
devem manter cultos em que qualquer pessoa possa chegar
e ser batizada imediatamente e sem nenhum compromisso
com a membresia da igreja. Tais profissões de fé são mais
anônimas do que públicas, pois permitem que a pessoa
batizada simplesmente siga o seu caminho, desaparecendo
novamente em meio à multidão.
Se você mora em um país muçulmano onde ser batizado
significa ser repudiado por sua família, a situação é muito
mais clara. Porém, especialmente para aqueles de nós que
vivem em contextos cristianizados, o processo mais sábio é
garantir com antecedência que um crente saiba no que ele
está se envolvendo. E as igrejas precisam garantir que
aqueles que são batizados estão se envolvendo na
membresia da igreja e em uma vida vivida sob o senhorio
de Cristo.
A GRANDE IMPORTÂNCIA
Neste livreto, começamos com uma perspectiva bíblica do
batismo e concluímos com aspectos práticos. Ao longo de
todo esse percurso, vimos algo sobre quem, o quê, quando,
onde e, especialmente, o porquê do batismo. Se você é um
crente em Jesus e as suas dúvidas sobre o batismo têm feito
você hesitar quanto a ser batizado, espero que este livro
tenha esclarecido essas questões e o estimulado a obedecer
a Jesus, comprometendo-se publicamente com ele e com o
seu povo no batismo. Se você é um líder da igreja, espero
que tenha encontrado algum auxílio aqui para entender o
batismo, ensinar sobre o batismo e liderar a sua igreja na
prática do batismo.
Qual é a grande importância do batismo? O batismo
marca o povo de Deus com um sinal do evangelho. Ele
suscita o compromisso público de um crente com Cristo,
estabelecendo-o sobre um caminho de testemunho público
por toda a vida a respeito da graça de Deus no evangelho.
O batismo sela o compromisso de um crente com o povo de
Cristo, estabelecendo-o dentro da comunhão do corpo de
Cristo. O batismo pronuncia uma palavra de afirmação e
aceitação da igreja ao crente em nome de Cristo. Por isso,
Jesus ordena aos discípulos que batizem e sejam batizados.
O batismo representa e promove o evangelho, além de
designar e demarcar uma linha em torno do povo do
evangelho — aqueles que têm se arrependido do pecado e
crido em Cristo. O batismo é importante por causa do
evangelho que ele tão vividamente simboliza.
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