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LIVROS DA SÉRIE ENTENDENDO A IGREJA
DEFINIÇÃO DE “DIÁCONO”
Em nossas traduções modernas do Novo Testamento, a
palavra grega diakonos é geralmente traduzida como
“servo” e, às vezes, como “ministro”. Às vezes, é apenas
transliterada como “diácono”. Pode se referir ao serviço em
geral,3 aos governantes em particular4 ou ao ato de cuidar
de necessidades físicas.5 É claro no Novo Testamento que
as mulheres podem fazer, pelo menos, uma parte desse
serviço.6 Os anjos servem dessa maneira.7 E esse termo, às
vezes, faz referência àqueles que servem à mesa.8
O mundo do Novo Testamento era semelhante ao nosso na
maneira como ele via a servidão. O serviço aos outros não
era admirado pelos gregos. Em vez disso, eles admiravam
desenvolver seu próprio caráter e sua própria
personalidade, sempre visando manter o autorrespeito. O
serviço diaconal a outros seria considerado
pejorativamente como “servil”.
A Bíblia e Jesus, porém, apresentam o serviço de maneira
bastante diferente. Se fôssemos transliterar (e não
traduzir) as palavras-chave em João 12.26, ouviríamos
Jesus dizendo: “Se alguém me diaconiza, siga-me, e, onde
eu estou, ali estará também o meu diácono. E, se alguém
me diaconizar, o Pai o honrará”. Em Mateus 20.26, nós o
ouviríamos dizendo: “Quem quiser tornar-se grande entre
vós, será esse o que vos diaconize”. E em Mateus 23.11:
“Mas o maior dentre vós será vosso diácono”.
De fato, Jesus se apresentou como um tipo de diácono.9 E
a Bíblia apresenta os cristãos como diáconos de Cristo ou
do seu evangelho. Assim, os apóstolos são representados
como diáconos, e Paulo regularmente se refere a si mesmo
e aos que trabalham com ele como diáconos.10 Ele se refere
a si mesmo como um diácono entre os gentios.11 Paulo
chama Timóteo de diácono de Cristo,12 e Pedro diz que os
profetas do Antigo Testamento eram diáconos para nós,
cristãos.13 A Bíblia também chama os anjos de diáconos.
Satanás também tem seus diáconos.14
Devemos sempre ter cuidado em manter uma distinção
entre o ministério dos diáconos e o ministério dos
presbíteros. Em um sentido, tanto os presbíteros quanto os
diáconos estão envolvidos no “diaconato”, mas esse serviço
assume duas formas muito diferentes, as quais vemos em
Atos 6. Lá, os apóstolos dizem que não devem “servir às
mesas” porque são responsáveis pelo “ministério da
palavra” (vv. 2–4). As palavras traduzidas como “servir” e
“ministério” são formas diferentes da mesma raiz grega.
Você consegue adivinhar qual é? Diácono! Assim, você tem
o tradicional diaconato (servir à mesa, serviço físico), e
você tem o tipo de “diaconato” da Palavra para o qual Deus
chamou os apóstolos (e, mais tarde, os presbíteros).
Vamos tratar mais cuidadosamente dessa passagem no
próximo capítulo. Mas os homens descritos em Atos 6 são
muito semelhantes aos servos da igreja, pelo menos em um
sentido administrativo. Eles devem cuidar das necessidades
físicas da igreja. E uma igreja precisa de ambos os tipos de
diaconato — da Palavra (presbíteros) e das mesas
(diáconos) — para que um não se confunda com o outro e
para que nenhum dos dois seja esquecido. As igrejas não
devem negligenciar nem a pregação da Palavra nem o
cuidado prático com os membros, pois isso ajuda a
promover a unidade. Ambos os aspectos da vida de uma
igreja e do ministério são importantes. A fim de assegurar
que ambos os tipos de diaconato ocorram em nossas
igrejas, devemos distinguir o ministério dos diáconos do
ministério dos presbíteros.
CONTEXTO HISTÓRICO
Os eruditos discordam sobre como as estruturas das igrejas
foram formadas nas primeiras décadas após o Pentecostes.
Mas igrejas muito antigas possuíam uma pluralidade de
presbíteros e uma pluralidade de diáconos. Pense em como
Paulo cumprimenta a igreja em Filipos: “A todos os santos
em Cristo Jesus, inclusive bispos [ou presbíteros] e
diáconos que vivem em Filipos” (Fp 1.1).
Imediatamente após os tempos do Novo Testamento,
esses ofícios distintos de presbíteros e diáconos
continuaram. O papel dos presbíteros começou a ser
distinguido do papel de bispos e sacerdotes, mas os
diáconos continuaram a ser listados em documentos
primitivos após os bispos e os sacerdotes. Geralmente,
eram encarregados de ajudar os bispos ou presbíteros. Na
igreja primitiva, o ofício geralmente parece ter sido
mantido durante toda a vida. As funções do ofício,
entretanto, variavam de um lugar para outro.
Os deveres diaconais podem incluir:
• ler ou cantar as Escrituras na igreja;
• receber as ofertas e manter registros de quem ofertou;
• distribuir as ofertas aos bispos, presbíteros e a si
mesmos; às mulheres que não se casaram e às viúvas; e
aos pobres;
• distribuir os elementos da ceia do Senhor;
• liderar orações durante as reuniões e sinalizar aos que
não irão participar da ceia do Senhor para que eles
saiam antes da ordenança ser administrada.
Isso resume os deveres dos diáconos do segundo ao sexto
séculos.
À medida que o episcopado monárquico se desenvolveu, o
mesmo ocorreu com uma espécie de diaconato monárquico.
À medida que o papel de bispo se desenvolveu, o mesmo
aconteceu com o papel de arquidiácono. O arquidiácono era
o principal diácono de um lugar particular e poderia ser
descrito como alguém que é delegado para se preocupar
com assuntos materiais. Não surpreende que o
arquidiácono de Roma se tornasse particularmente
importante. Os abusos eventualmente se introduziram no
ofício de diácono, e os diáconos — especialmente os
arquidiáconos — tornaram-se muito ricos. Quão irônico é
que aqueles que foram designados para servir os outros
tenham, em vez disso, usado os outros para servirem os
seus próprios desejos!
Por uma série de razões, a influência dos diáconos
diminuiu na Idade Média. Cuidar dos pobres tornou-se mais
um meio para aqueles que contribuíam ganharem crédito
com Deus, a fim de diminuírem o seu tempo no purgatório.
A Igreja Ortodoxa Oriental sempre manteve diáconos
separados — leigos que serviam nessa qualidade. No
Ocidente, porém, no final da Idade Média, ser diácono
havia se tornado um passo no caminho para ser ordenado
sacerdote. Os diáconos nas igrejas Católica e Episcopal
ainda são apenas os ministros que trabalham como
diáconos por um ano antes de se tornarem sacerdotes de
pleno direito. No entanto, o Concílio Vaticano II reabriu a
possibilidade de um tipo diferente, permanente e mais
bíblico, de diácono na Igreja Católica Romana.
Martinho Lutero recuperou a responsabilidade da igreja
de cuidar fisicamente de seus membros, especialmente dos
seus membros pobres; contudo, as igrejas luteranas não
recuperaram a ideia do diácono do Novo Testamento. Nas
igrejas luteranas de hoje, a prática varia. Em alguns
lugares, os diáconos não são ordenados, mas, em outros
lugares, qualquer ministro auxiliar ordenado seria chamado
de diácono, particularmente aqueles que possuem
responsabilidades de cuidado pastoral e de evangelismo.
Em muitas das mais evangélicas igrejas protestantes
durante a Reforma, a prática bíblica de distinguir diáconos
de presbíteros ou pastores cresceu. Alguns protestantes,
como Martin Bucer em Cambridge, pediram que os deveres
dos diáconos fossem restabelecidos. Os diáconos, alguns
disseram, deveriam trabalhar para distinguir entre os
pobres que mereciam ajuda e os que não mereciam. Eles
devem investigar prudentemente e cuidar discretamente
das necessidades de um, enquanto recusam fazê-lo ao
outro. Eles também devem manter registros escritos, de
acordo com sua capacidade, dos recursos doados pelos
membros da igreja.
Nas igrejas presbiterianas, os diáconos administram as
esmolas e cuidam dos pobres e dos doentes (embora
recentemente possamos argumentar que essas funções
foram, em grande parte, assumidas pelo estado secular). Os
diáconos são um corpo separado dos presbíteros e são
responsáveis perante eles.
Muitas igrejas batistas e congregacionais também fizeram
distinção entre os dois ofícios de presbíteros e diáconos, e,
cada vez mais, estão recuperando essa visão bíblica. Mas
em algumas outras igrejas, o trabalho dos presbíteros é
atribuído aos diáconos. Eles ajudam o pastor de várias
maneiras, especialmente na distribuição dos elementos na
ceia do Senhor, e evoluíram para uma espécie de conselho
executivo e financeiro para a igreja, particularmente em
congregações que não têm conselhos de presbíteros. Os
diáconos geralmente servem ativamente por períodos
limitados de tempo, embora seu reconhecimento como um
“diácono” seja geralmente considerado permanente.
É assim que algumas igrejas o fizeram. As Escrituras têm
algumas instruções que sirvam para reformarmos as nossas
práticas?
Por exemplo, At 1.17, 25; 19.22; Rm 12.7; 1Co 12.5; 16.15; Ef 4.12; Cl 4.17;
2Tm 1.18; Fl 13; Hb 6.10; 1Pe 4.10–11; Ap 2.19.
Por exemplo, Rm 13.4.
Por exemplo, Mt 25.44; At 11.29; 12.25; Rm 15.25, 31; 2Co 8.4, 19–20; 9.1, 12–
13; 11.8.
Por exemplo, Mt 8.15; Mc 1.31; Lc 4.39; Mt 27.55; Mc 15.41; cap. Lc 8.3; Lc
10.40; Jo 12.2; Rm 16.1.
Por exemplo, Mt 4.11; Mc 1.13.
Por exemplo, Mt 22.13; Lc 10.40; 17.8; Jo 2.5, 9; 12.2.
Por exemplo, Mt 20.28; Mc 10.45; Lc 22.26–27; cap. Jo 13; Lc 12.37; Rm 15.8.
Por exemplo, At 6.1–7; At 20.24; 1Co 3.5; 2Co 3.3, 6–9; 4.1; 5.18; 6.3–4; 11.23;
Ef 3.7; Cl 1.23; 1Tm 1.12; 2Tm 4.11.
At 21.19; Rm 11.13.
Por exemplo, 1Tm 4.6; 2Tm 4.5.
1Pe 1.12.
Hb 1.14; 2Co 3.6–9; 11.15; Gl 2.17.
CAPÍTULO 2 | O QUE OS DIÁCONOS
FAZEM?
Como vimos, o trabalho de diácono aparece muitas vezes
no Novo Testamento. Porém, possivelmente a imagem mais
clara do trabalho de um diácono vem de Atos 6.
Naqueles dias, à medida que o número dos discípulos se multiplicava,
surgiu uma denúncia pelos judeus helenistas contra os judeus hebraicos
que suas viúvas estavam sendo negligenciadas na distribuição diária.
Então, os Doze convocaram toda a comunidade dos discípulos e
disseram: “Não é razoável que abandonemos a pregação da palavra de
Deus para servir [diaconizar] às mesas. Portanto, irmãos, escolhei
dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de
sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço; e, quanto a nós, nos
consagraremos à oração e ao ministério [diaconizar] da palavra”. A
proposta agradou a toda a comunidade. E eles escolheram Estêvão, um
homem cheio de fé e do Espírito Santo, e Filipe, Prócoro, Nicanor,
Timão, Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia. Apresentaram-nos
perante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos.
PLURALIDADE DE PRESBÍTEROS
A primeira coisa a se notar sobre os pastores ou presbíteros
de uma igreja local é que eles são plurais. O Novo
Testamento nunca menciona um número específico de
presbíteros para uma congregação, mas se refere
regularmente a “presbíteros”, no plural:
• “E, promovendo-lhes, em cada igreja, a eleição de
presbíteros, depois de orar com jejuns, os
encomendaram ao Senhor” (At 14.23, ver também 11.30,
15.2, 4, 6, 22–23);
• “Ao passar pelas cidades, entregavam aos irmãos, para
que as observassem, as decisões tomadas pelos apóstolos
e presbíteros de Jerusalém” (At 16.4);
• “De Mileto, mandou a Éfeso chamar os presbíteros da
igreja” (At 20.17);
• “No dia seguinte, Paulo foi conosco encontrar-se com
Tiago, e todos os presbíteros se reuniram” (At 21.18);
• “Não te faças negligente para com o dom que há em ti, o
qual te foi concedido mediante profecia, com a imposição
das mãos do presbitério” (1Tm 4.14; ver também 5.17);
• “Por esta causa, te deixei em Creta, para que pusesses
em ordem as coisas restantes, bem como, em cada
cidade, constituísses presbíteros” (Tt 1.5);
• “Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da
igreja, e estes façam oração sobre ele” (Tg 5.14);
• “Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós” (1Pe 5.1).
O padrão é quase uniforme e a evidência é grande. De
fato, a única referência singular a um presbítero ocorre em
2 e 3 João, onde o escritor simplesmente se refere a si
mesmo como “o presbítero”, e em 1Timóteo 5, onde Paulo
oferece instrução para o caso em que for necessário fazer
uma acusação contra “um presbítero”. Essencialmente, o
Novo Testamento apresenta uniformemente igrejas
lideradas por um corpo de presbíteros, e não simplesmente
por um presbítero.
PANORAMA HISTÓRICO
Todas as igrejas têm tido indivíduos que desempenharam
as funções de presbíteros, mesmo que fossem chamados
por outros nomes. Os dois nomes mais comuns do Novo
Testamento para esse ofício eram episcopos (bispo) e
presbuteros (presbítero).
Quando os evangélicos de hoje ouvem a palavra
presbítero, muitas vezes pensam em “presbiteriano”.
Embora seja historicamente exato associar presbíteros com
presbiterianos, não é preciso associá-los exclusivamente
aos presbiterianos. Os primeiros congregacionais no século
XVI ensinaram que “presbítero” era um ofício na igreja do
Novo Testamento. E os presbíteros podiam ser encontrados
em igrejas batistas na América durante todo o século XVIII
e no século XIX.18 Por exemplo, W.B. Johnson, o primeiro
presidente da Convenção das Igrejas Batistas do Sul,
escreveu um livro sobre a vida da igreja em que defendia
fortemente a ideia de uma pluralidade de presbíteros em
uma igreja local.
Quer por desatenção à Escritura, quer pela pressão da
vida na fronteira (onde as igrejas cresceram em um ritmo
incrível), a prática de cultivar essa estrutura de liderança
declinou nas igrejas batistas. Mas os escritos batistas
continuaram a clamar por um reestabelecimento desse
ofício bíblico. Até o início do século XX, as publicações
batistas se referiam aos líderes pelo título de “presbítero”.
Embora essa prática fosse um tanto incomum entre
igrejas batistas no século XX, há agora uma tendência
crescente para retornar a ela, e isso por uma razão boa.
Essa prática era necessária nas igrejas do Novo
Testamento, e é necessária agora.
Os Guinness, Dining with the Devil (Grand Rapids, MI: Baker, 1983), 49.
Por exemplo, veja A.T. Robertson, Life and Letters of John Albert Broadus
(Philadelphia: American Baptist Publication Society, 1902), 34; O. L. Hailey,
The Preaching of J.R. Graves (1929), 40.
CAPÍTULO 4 | O QUE OS PRESBÍTEROS
FAZEM?
Nós vimos quem são os presbíteros. O que eles fazem?
OS PRESBÍTEROS ORAM
Os presbíteros da igreja devem orar pelos membros da
igreja (veja Tg 5.14; At 6.4). Deus dá aos presbíteros a
responsabilidade por um rebanho, e assim eles devem orar
por seus rebanhos de modo individual, coletivo e na
congregação.
Individualmente, eu amo os membros da igreja local que
sirvo. Todas as manhãs, eu oro nome por nome escrito em
algumas páginas do diretório de membresia da igreja.
Juntos, nas reuniões dos presbíteros em minha igreja,
nossos presbíteros dedicam um tempo significativo —
talvez até uma hora em uma reunião de três horas — para
orar por nossos membros. Oramos pelos nomes em uma
porção do diretório de membresia. Depois, oramos pelas
ovelhas que estão enfrentando dificuldades específicas.
Nos encontros da minha igreja, os presbíteros lideram
adorando a Deus por quem ele é em si mesmo através de
orações de louvor.
Eles estabelecem um padrão de destacar a fidelidade de
Deus através de orações de ações de graças, especialmente
porque os presbíteros estão em uma boa posição para ver a
obra de Deus. Os presbíteros devem atentar para as
respostas à oração e apontá-las à congregação.
Eles também estabelecem um padrão por meio das
orações corporativas de confissão. Eles ajudam a igreja a
reconhecer a santidade de Deus ao confessar pecados. Em
privado e em público, eles devem se examinar para ver se
estão na fé (2Co 13.5). Esse sondar de seus próprios
corações deve fazer com que a congregação tenha uma
maior apreciação da misericórdia e da graça de Deus, e
também encorajar outros enquanto eles conduzem a
congregação à confissão de pecados a Deus.
A oração de intercessão é talvez o ministério mais
fundamental do presbítero. Para que falem aos homens
sobre Deus, os presbíteros devem falar a Deus sobre os
homens. Eles devem estar cientes da inutilidade de todas as
suas ações separadas da obra vivificadora do Espírito de
Deus. Os presbíteros oram e devem orar.
OS PRESBÍTEROS PASTOREIAM
A palavra mais abrangente para o que os presbíteros fazem
é “pastorear” (At 20.28; 1Pe 5.2). No grego do Novo
Testamento, como no português, existe uma forma
substantiva e uma forma verbal da palavra pastor. Um
pastor (substantivo) é alguém que pastoreia (verbo). E, nas
Escrituras, isso se refere a atividades como conhecer,
alimentar, liderar e proteger.20 De algum modo, todo
cristão participa do pastoreio (veja Rm 15.14). No entanto,
alguns homens são especialmente reconhecidos e
separados para o trabalho de pastorear uma congregação.
Esses são os presbíteros na congregação.
Pastorear é cuidar daqueles que não pertencem a você,
mas por quem você tem responsabilidade (veja Lc 12.35–
48). Pense sobre o que isso significa quando alguém se une
a uma igreja. Se você é um presbítero, sabe que essa
pessoa foi comprada por Deus, mas que ele ou ela é sua
responsabilidade especial. Hebreus 13.17 diz que você
prestará contas a Deus por tais pessoas.
Os presbíteros, portanto, lideram o caminho ao se alegrar
e ao chorar com esses membros. Os presbíteros
estabelecem para os membros um padrão de cuidado
quando alguém perde um emprego ou quando alguém está
frustrado em seus relacionamentos. Os presbíteros ficam
descontentes quando um membro compreende mal a Deus
ou a sua Palavra, e eles se doam para cuidar desses
indivíduos.
Pastorear, assim como a paternidade, requer paciência.
Esse tipo de trabalho não é feito em um único sermão ou
em um só dia. Às vezes, é claro, Deus realiza progressos em
um único sermão ou em uma conversa crucial.
Mas, geralmente, o trabalho de pastorear é tão repetitivo
e diário como fazer o rebanho andar em um campo fresco
para pastar. É como fazer as refeições diárias ou levar as
crianças para a escola.
Parece que alguns dos trabalhos mais importantes na
formação do caráter de uma congregação são os pequenos,
lentos e repetitivos atos de amor e de serviço que os
presbíteros fazem. Ensinando a lição da escola dominical
novamente; conduzindo em oração novamente e
respondendo àquela pergunta pela décima vez, ou
centésima!
O trabalho de pastorear também requer iniciativa. Um
presbítero não pode ser passivo, apenas esperando que as
pessoas venham com perguntas a serem respondidas ou
problemas a serem resolvidos. Os presbíteros precisam
perguntar: “Como foi o sermão para você?”; “Você quer
almoçar?”; “Você sabe como fazer isso e aquilo?”; “Você
entende o que a Bíblia ensina sobre a obra do Espírito
Santo?”; “Você já leu isso?”; “Você quer vir conversar
enquanto eu trabalho neste estudo bíblico?”; “Você quer
revisar minhas anotações comigo aqui para ver se fazem
sentido, e para me ajudar a melhorar?”; “Como está o seu
pai, sua esposa, seu colega não-cristão?”. Essas e outras
mil iniciativas podem ser usadas por Deus para moldar,
encorajar, consolar, corrigir ou conduzir uma ovelha
comprometida com os cuidados de um presbítero.
O QUE É CONGREGACIONALISMO?
Deixe-me começar respondendo: O que é
congregacionalismo? Congregacionalismo é simplesmente
o entendimento de que o último e decisivo tribunal de
apelação na igreja local não é o bispo de Roma,
Constantinopla ou Brasília. Não é algum órgão
internacional ou alguma assembleia nacional, conferência
ou convenção. Não é o presidente de uma denominação ou
o presidente de um conselho de administradores. Não é um
sínodo regional ou associação ministerial. Não é um grupo
de presbíteros dentro da igreja local ou o pastor. A última e
decisiva corte de apelação em uma questão da vida da
igreja local é a própria congregação local.
Isso parece ser evidenciado pelo Novo Testamento em
questões de doutrina e de disciplina, bem como em
questões de admissão de membros e da resolução de
diferenças entre eles.
Conflitos. Em Mateus 18.15–17, Jesus falou sobre uma
contenda entre irmãos. Observe em que corte ocorre o
julgamento final. Não é um bispo, um presbitério ou os
pastores. É “a igreja” (v. 17). Toda a congregação local
deve ser a última corte de apelação.
Doutrina. Em Gálatas 1.6–9, Paulo convoca congregações
de cristãos relativamente jovens a julgarem pregadores,
mesmo que fossem anjos ou apóstolos (até mesmo ele
próprio!), para saberem se eles estavam pregando um
outro evangelho além daquele que os gálatas já haviam
recebido. Ele pontua isso novamente em 2 Timóteo 4.3
quando aconselha Timóteo e a igreja em Éfeso sobre a
melhor maneira de lidar com falsos mestres.
Disciplina. Em 1 Coríntios 5, Paulo solicita a toda a
congregação de Corinto (e não apenas aos presbíteros) que
aja para excluir um homem que está vivendo de forma
contrária à sua profissão de fé. Em matéria de disciplina
eclesiástica, a congregação como um todo é a corte final
apresentada na Escritura.
Membresia. Em 2 Coríntios 2.6–8, Paulo apela à ação da
maioria quanto à exclusão de um homem da condição de
membro e agora requer que eles o restabeleçam: “Basta-
lhe a punição pela maioria. De modo que deveis, pelo
contrário, perdoar-lhe e confortá-lo, para que não seja o
mesmo consumido por excessiva tristeza. Pelo que vos rogo
que confirmeis para com ele o vosso amor”. Nas questões
de membresia da igreja, a congregação como um todo deve
ser a corte final.
O quanto uma congregação deve se envolver
corporativamente nas decisões — sobre a liderança, sobre a
equipe e sobre o orçamento — é uma questão de prudência
e de discrição. Nem comitês de nomeação nem
administradores são encontrados nas páginas do Novo
Testamento. Você procurará em vão pelos comitês de
finanças ou pelas equipes de liderança de pequenos grupos.
Contudo, a crença na suficiência da Escritura não proíbe
essas estruturas; ela apenas relativiza a sua autoridade.
Tenha em mente também que a congregação nem sempre
está certa. Quando Paulo escreveu a Timóteo, seu discípulo
e pastor da igreja em Éfeso, ele descreveu os dias maus
que estavam por vir “em que não suportarão a sã doutrina;
mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis,
ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios
desejos” (2Tm 4.3). O congregacionalismo é bíblico, mas a
congregação não é inerrante. Na história, podemos
considerar a congregação que demitiu Jonathan Edwards. A
congregação tinha todos os direitos bíblicos para ter esse
tipo de autoridade, mas acho que estava errada ao usá-la
para demitir Edwards. Mesmo a autoridade legítima
estabelecida por Deus nesse mundo caído irá errar alguma
vez.
DIÁCONO DA LIVRARIA
Esse diácono mantém um banco de dados dos títulos da
livraria, recruta e treina voluntários para a equipe da
livraria e lida com questões relativas às transações da
mesma.
Deveres:
• Supervisionar os títulos da livraria.
• Recrutar e treinar voluntários para atender os clientes
após os cultos da manhã e da noite de domingo, após o
estudo da noite de quarta-feira e após Fóruns Henry das
seguintes maneiras:
◊ Conhecer e receber os visitantes na área da livraria.
◊ Receber os pedidos de livros à venda na livraria.
◊ Receber pedidos especiais de CDs.
◊ Registrar e guardar os registros de vendas.
◊ Enviar lembretes para que os clientes peguem os itens
encomendados.
◊ Reabastecer as prateleiras com literatura gratuita do
ministério 9 Marcas.
◊ Enviar os resumos das vendas e o dinheiro para
determinado membro da equipe da igreja no
fechamento da livraria.
◊ Notificar o Ministério de CD sobre os pedidos de
encomendas especiais.
◊ Recrutar e treinar voluntários para fazer o inventário
semanal.
◊ Precificar e arquivar novo inventário conforme
necessário.
◊ Manter registros de pedidos, trabalhar dentro de um
orçamento anual.
◊ Interagir com o Ministério de CD em relação às
encomendas de CDs.
◊ Solicitar livros para reabastecer os itens vendidos.
DIÁCONO DE ORÇAMENTO
Esse diácono é responsável pela coordenação do processo
orçamentário anual através da elaboração de um
orçamento proposto com a assistência dos presbíteros, dos
outros diáconos e do administrador da igreja.
O processo de orçamento começa em maio, quando os
presbíteros propõem um montante para os gastos da igreja
em missões para o ano seguinte. O administrador da igreja
fornece ao diácono de orçamento as despesas da igreja
designadas para instalações e administração.
Deveres:
• Consultar os outros diáconos e os membros da igreja
apropriados para determinar as despesas solicitadas
para cada ministério para o ano seguinte.
• Entrevistar a equipe da igreja para determinar um valor
proposto para os salários da equipe da igreja e para
outras despesas da equipe.
• Determinar se a igreja é capaz de cumprir o orçamento
proposto através de projeções de renda e de despesa. Se
ele determinar que as despesas excederão a renda,
deverá informar aos presbíteros e devolver o orçamento
proposto para eles com as revisões sugeridas.
• Responder a qualquer pergunta da congregação quando
os presbíteros aprovarem e propuserem o orçamento.
DIÁCONO DO MINISTÉRIO DE CRIANÇAS
Esses diáconos são responsáveis por assegurar a limpeza e
a ordem das áreas do ministério de crianças; supervisionar
administrativamente o cumprimento das políticas da CHBC;
realizar treinamento, registrar e programar o trabalho dos
voluntários do ministério de crianças.
Deveres:
• Assegurar a segurança e a limpeza das salas antes de
cada culto. Isso inclui, mas não se limita a assegurar que
os brinquedos sejam adequados à idade em cada seção,
que as vigas do chão ao teto estejam bloqueadas, que as
cordas das janelas estejam levantadas e as saídas
estejam cobertas.
• Devolver os brinquedos limpos às caixas de brinquedos
antes de cada culto.
• Supervisionar a entrada e a saída de todas as crianças
das salas do berçário antes e depois de cada culto.
• Assegurar o cumprimento da política de proteção da
criança em relação às proporções de membros da equipe
por criança em cada culto.
• Manter um amplo suprimento de fraldas, toalhas,
lanches, etc. nas salas do berçário.
• Manter registros precisos de quais voluntários
participaram das salas do berçário durante cada culto.
• Enviar os relatórios de acidentes aos pais para
assinaturas e, depois, ao administrador do ministério de
crianças após cada culto.
• Conduzir o treinamento do berçário.
• Servir como “primeira linha de apoio” aos voluntários do
berçário.
• Recrutar novos voluntários para servir no ministério de
crianças.
DIÁCONO DE EVANGELIZAÇÃO À COMUNIDADE
Esse diácono facilita o envolvimento dos membros da igreja
em seus esforços para ministrar à comunidade local,
divulga as oportunidades ministeriais potenciais e auxilia
os presbíteros em seu trabalho para incentivar os membros
da igreja a evangelizarem a comunidade.
Deveres:
• Coordenar com a equipe da igreja o uso das instalações
da igreja para os esforços de evangelização da
comunidade, conforme aprovado pelos presbíteros.
• Ajudar os presbíteros a encorajar os membros da igreja
a serem fiéis em cuidar dos pobres e dos necessitados
em suas comunidades como uma consequência de seu
próprio discipulado individual de Jesus Cristo.
• Ajudar os membros da igreja de maneira prática a se
envolverem mais no serviço e no cuidado de membros
carentes das suas próprias comunidades.
• Servir como um ponto de contato para os membros da
igreja que buscam aconselhamento ou assistência para
se tornarem mais engajados no serviço e no cuidado de
pessoas carentes em suas comunidades.
• Rever, avaliar e manter relações com várias
organizações evangélicas que ministram aos pobres na
área metropolitana próxima à igreja, a fim de fornecer
informações e conselhos aos membros individuais da
igreja que buscam ser parceiros de tais organizações
para o serviço voluntário.
DIÁCONO DE ORDENANÇAS
O diácono das ordenanças é responsável pela boa execução
de todos os batismos e da ceia do Senhor.
Deveres:
• Para o batismo, o diácono auxilia, nos bastidores, os
envolvidos com o batismo para garantir que as coisas
ocorram sem problemas e de modo eficiente.
• Para a ceia do Senhor, o diácono assegura que os
elementos sejam separados, preparados e dispostos
antes da comunhão; seleciona os membros que
distribuirão a ceia do Senhor e auxilia na realização da
ceia.
DIÁCONO DE SOM
Esse diácono é responsável por atender às necessidades de
gravação e de áudio da igreja. O diácono deve assegurar
que o som para todos os cultos esteja sem ruídos ou
perturbações. Ele ou ela deve perceber a si mesmo como
servindo (1) a congregação para minimizar as distrações da
adoração; (2) os dirigentes de culto e pregadores para
minimizar inconvenientes; (3) o mundo para anunciar-lhe a
Palavra registrada.
Deveres:
• Treinar voluntários.
• Cuidar dos horários dos voluntários e enviar lembretes
conforme necessário.
• Preparar e manter materiais de treinamento e de
referência.
• Retreinar periodicamente os voluntários para assegurar
solidez.
• Gerenciar os profissionais técnicos ou voluntários para
manter, ajustar e atualizar os sistemas de som e de
gravação.
• Estabelecer contatos com outras igrejas buscando ideias
sobre o ministério de som.
• Desenvolver métodos e padrões de qualidade de áudio.
• Apresentar um orçamento anual para as necessidades
do sistema de som.
• Garantir a qualidade de som, semanalmente, antes do
culto de domingo de manhã.
DIÁCONO DE PORTARIA
Esse diácono é responsável por toda acolhida e recepção
durante a manhã e a noite de domingo e em atividades
especiais da igreja, tais como os Fóruns Henry.
Deveres:
• Recrutar, agendar e gerir porteiros e recepcionistas,
garantindo que eles compreendam as suas funções e as
estejam realizando.
• Gerenciar ofertas e coleta. Assegurar que a oferta seja
coletada, reunida e armazenada em um local seguro.
• Estabelecer contato com os presbíteros da igreja.
• Recomendar formas de melhorar as boas-vindas e a
recepção.
DIÁCONO DE HOSPITALIDADE
Esse diácono deve proporcionar um ambiente para os
visitantes/membros e crentes/não-crentes compartilharem
lanches e construírem relacionamentos através da
comunhão.
Deveres:
• Fornecer desenvolvimento de liderança e de supervisão
para o ministério de hospitalidade.
• Recrutar, treinar e capacitar líderes servos nesse
ministério.
• Ajudar a desenvolver os talentos de outros ao mesmo
tempo que os encoraja a usar os seus dons no culto.
• Proporcionar avaliação e desenvolvimento contínuos.
• Gerenciar o orçamento que influencia esse ministério.
• Controlar o estoque de produtos, suprimentos e
equipamentos necessários para manter esse ministério.
• Estabelecer contato com os presbíteros.