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IsBabi
Contents
Title Page
Recado especial
Sinopse
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Continua
Em breve
Agradecimentos
Recado especial
Boa leitura!
Isbabi
Sinopse
Ela não deveria ter sido escolhida por ele, Julian deveria ter
escolhido sua irmã e não ela. Mas no jantar ele faz uma troca, uma
pela outra e decide que sua esposa será uma garota loira,
esperançosa e cheia de sonhos, Alana Carter.Uma menina que
sonhava com o primeiro encontro com um garoto da escola, seus
olhos estavam fechados para o mundo que seus pais estavam
trabalhando. Ela não queria se casar com subchefe da Cosa Nostra,
mas não teve escolha e Julian tirou seus sonhos forçando esse
casamento acontecer com seus protestos e lágrimas.
Passado
Alana
Sai do carro da minha família acompanhada pelos dois soldados que cuidam
da minha segurança. Vestindo o uniforme azul da escola, o diferencial é o
laço rosa no pescoço, minha própria moda.
Como explicar para ela? Meu pai não é um cidadão americano comum, ele
mexe com coisas erradas e tem amizade com pessoas perigosas.
— Sua família parece que não gosta de mim. Queria falar com seu pai, onde
o senhor Carter trabalha? Posso falar com ele e pedir que você vá para
minha casa. — sugeriu animada.
— Meu pai está viajando, mas vou falar com ele e dizer que você quer um
horário para falar sobre isso. Mas mudando de assunto, como foi?
— Sim, toma, sua sorte é que te adoro e não iria me vingar por você não ter
ido.
O vestido azul de seda foi comprado esses dias e com certeza deve ser para
algum evento especial.
— Mãe, minha amiga quer falar com o papai se ele me deixa ir dormir na
casa dela.
— Alana, sabe que não queremos você fora de casa. Pela sua segurança que
seu pai faz regras, melhor enrolar ou se afastar dessa garota. — sugeriu ao
se aproximar de mim. — Ela com certeza deve ter inveja de você e quer se
aproximar para saber sobre sua família.
Neguei rapidamente.
— Tá bom! Vou mentir de novo para ela e para todos, como sempre fiz. —
sorri irônica. — Não vou jantar.
Se alguém achar isso, não vou poder chegar perto daquele garoto de novo,
muito menos ter um encontro.
— Alana.
— Verônica, quem é que vem? Mamãe faltou me bater por pedir para trazer
uma amiga.
— Eu te falei que não é para tentar trazer ninguém. Alana, não podemos
trazer pessoas para o nosso lado, podemos colocar todas em risco. —
alertou séria.
— Não quero ficar trancada e afastando todo mundo que eu gosto por causa
dos nossos pais e suas escolhas. — a encarei irritada. — Minha amiga só
queria vir aqui.
— Eu sei, mas você sabe como temos que seguir tudo o que papai diz.
Melhor se arrumar, não estou conseguindo ficar calma, algo me diz que essa
noite vamos ter que lidar com algo maior.
— Credo! Espero que a noite passe rápido, quero dormir e tentar esquecer o
dia de hoje.
Minha irmã e eu descemos juntas vendo a governanta arrumando os talheres
na enorme mesa de jantar.
Olhei para meu visual, deixei meus cabelo loiro solto, passei apenas uma
base e rímel, um brilho labial para não ficar sem nada na boca.
— Mas você vai usar e cale sua boca, nosso convidado está chegando. —
avisou com seus olhos azuis perigosos em cima de mim.
Ela sorriu.
O homem é alto como meu pai, olhos verdes que não tem expressão
nenhuma, cabelo castanho claro.
O que chamou atenção foi o olhar descarado dele para minha mãe, Verônica
e logo depois em mim.
— Julian é uma honra recebê-lo em nossa casa, bem vindo, essas são nossas
filhas. Verônica é a mais velha, tem dezenove anos e a caçula, Alana com
dezessete anos. — o cumprimentou com um beijo rápido na bochecha e
apontou suas filhas.
Ele ignorou e encarou meu pai com um sorriso que não chegou aos olhos.
— Suas filhas são o que muitas famílias querem entregar para negócios,
Augusto, parabéns.
Engoli em seco.
— Ela não estava cooperando comigo, o marido vai mostrar que sem o meu
dinheiro para pagar os gastos fúteis, minha irmã não é nada.
Arregalei os olhos.
Fiquei de pé.
— Não, sente-se.
— Acho que é um defeito meu. — papa respondeu por mim. — Bom, reuni
minhas duas filhas nessa noite para um anúncio. Verônica, o dia de se casar,
finalmente chegou, filha. — anunciou em um tom frio.
Ele deve aparentar ter tinta anos, além de ser fechado e com olhos que
transmitem maldade.
— Surpresa, filha! — mamãe sorriu. — Está com dezenove anos e Julian é
subchefe, precisa de uma mulher para estar ao seu lado. — explicou.
Respirei aliviada por não ter chegado nessa idade, ainda tenho dezessete.
Fiquei tensa.
Encarei os olhos da minha mãe e ela piscou surpresa olhando para o marido
e o convidado.
Sai correndo para o meu quarto com medo daquele homem, ele não pode se
casar comigo! Não tenho idade para isso ainda, fui até a penteadeira e
peguei o número do celular.
— Da minha amiga.
— Mamãe, não quero me casar com Julian, tenho medo dele! Faz alguma
coisa, por favor, mamãe! — implorei atordoada.
Neguei atordoada.
— Não! Mamãe, ele é muito mais velho que eu, não gosto dele, não o
conheço. Por favor, mamãe, fala com o meu pai.
— Escolha outra mulher para isso. Não quero fazer parte do mundo desse
homem!
— Ele não quis mudar de ideia. Verônica não chamou sua atenção, então
aceitei entregar minha filha caçula para Julian.
— Não adianta chorar, você sabe que não tenho poder sobre decisões da
máfia.
— Eu não o amo! Sou muito nova e não pretendo casar com um estranho
que apenas gostou do decote do meu vestido! — rosnei irritada.
— Não aumente a voz com seu pai! Alana, você não tem querer e muito
menos opção.
— Papai, pense nela, Alana é nova para isso e esse homem nem olhou para
nós. — Verônica tentou falar.
Ele levantou a mão pedindo silêncio.
— Alana vai se casar com ele e ninguém mudará isso. Vamos começar a ver
tudo sobre o casamento e você Verônica, vai se casar com um soldado.
Ele se retirou do quarto deixando suas filhas com medo e cheia de dúvidas.
— Engole esse choro, ele é um homem bonito e se você fizer o que ele
pedir, não vai acontecer nada. — mamãe pegou em meu rosto.
— Ah, filha. Você vai aprender como ser uma mulher logo, melhor
aprender rápido para não sofrer, aceite seu casamento e desapegue de
ilusões que criou na sua cabeça. — sorriu divertida. — Elas não vão se
realizar, foi um sonho, nada de importante, Alana.
— Alana.
Andei ao seu lado, o coração disparou por estar com o garoto que eu acho
lindo.
Sorri entusiasmada.
— Não, posso.
— Posso falar com seus pais. Sei que são ocupados, mas poderia te levar
para casa e aproveitar para falar comigo eles.
Engoli em seco.
— Ele não é da escola. Não gosto de falar da minha vida pessoal, desculpa
se você se sentiu esperançoso em se aproximar de mim.
Ele saiu e meu coração ficou em pedaços por ver o garoto que eu acho lindo
e sempre gostei, ir embora por causa do mundo que pertenço agora mais do
que nunca.
— Achei que iria rolar o beijo com ele! O que foi? — perguntou confusa.
— Não o acho tão interessante mais. Falei para ele que não queria sair para
tomar sorvete, ele entendeu rápido.
Neguei.
Quando me viram, não pude pensar em escapar para o meu quarto e evitar
olhar nos olhos desse homem.
Em passos lentos fui até eles, forçando um sorriso que Julian e todo mundo
que ver irá perceber que não é real e verdadeiro.
— Sim?
— Julian trouxe um anel para você, vou deixar vocês conversando por um
minuto.
Papa se retirou e eu tive que ficar perto daquele homem. Ele nem esperou
meu pai sair, se aproximou de mim olhando em meus olhos.
Ele se aproximou e pegou minha mão com força para enfiar o anel sem se
importar com minha reação.
— Foda-se essa choradeira de criança. Não vejo o momento que serei seu
marido para fazer você entender que não importa o que você quer e sim o
que eu quero. Cuidado! — ameaçou me causando arrepios.
Ele olhou para mim uma última vez e entrou em seu carro.
Minha amiga não podia falar comigo fora da escola, minha mãe não
permitia, papai ameaçou a família dela se eu não fizesse alguma coisa.
Minha vida era da escola para casa, não tinha diversão, sair para lugar
nenhum e o anel no meu dedo me fazia ter pesadelos com o dia que estava
por se aproximar.
Verônica tentava me animar com filmes que eu adorava, mas nem isso fazia
efeito.
Os dias foram passando, minha mãe escolheu tudo para o meu casamento,
Julian ligava para casa para saber se estava lá.
Estou me sentindo tão mal, um medo que está gritando para não sair e ir
para igreja.
— Não questione seu futuro marido. Vai ter que lidar com sua vida de
casada e os seus pais não podem interferir, peço que seja inteligente em
deixá-lo feliz.
Feliz? Ele vai me matar aos poucos com aqueles olhos que arrepiam minha
alma.
— Cale sua boca se não quer morrer por falar de um membro da máfia
dessa maneira! — papai a ameaçou. —O seu casamento é o próximo, então
fique quieta, Verônica.
Entrei no carro olhando para minha casa pela última vez, estou me sentindo
um fantasma, não tenho vida, não tenho felicidade.
Nada consegue me abalar mais, o pouco que eu tinha acabei perdendo por
esse homem me escolher para seu mundo. Encarei as paisagens da rua e não
olhei para minha mãe ou para minha irmã, não quero chorar na igreja, mas
depois.
Minha chegada foi rápida, mamãe arrastou Verônica para a igreja e meu pai
seguiu comigo ao som da marcha nupcial.
Adentrei a igreja vendo poucas pessoas, pessoas nas duas fileiras de cada
lado, não tinha mais pessoas e eu agradeci por isso.
— Achei que tinha mudado de ideia Augusto, não iria perdoar essa atitude,
você sabe. — o avisou em um tom sombrio.
— Sorria se não quiser que sua irmã morra, agora. — ameaçou em minha
orelha.
— Vou sentir sua falta, queria tanto que você fosse comigo. — desabafei
frustrada. — Estou com tanto medo.
Nos encaramos.
— Quero falar com você sempre pelo celular, quando você se casar tenta ir
na minha nova casa, por favor não me deixa sozinha.
— Você não está sozinha, vou tentar, prometo Alana. Não fique com medo,
ele vai perceber e usará isso contra você, ele não merece suas lágrimas e
muito menos algum sentimento se não o ódio.— aconselhou sorrindo.
— Chorando agora de novo? Pare com isso Alana, venha cá, quero falar
com você antes que você vá para sua nova casa.
Encarei meu pai, não escondi minhas lágrimas para ele ver o que estou
passando. Mas nem assim ele mudaria de ideia, não pode e não quer, papai
não se importa com o futuro que terei ao lado de Julian.
— O que quer me dizer papai? Adeus?
— Para você se comportar e não ter nenhuma ideia rebelde. Verônica pode
te dar uma ideia, mas não realize, quem se casa deve obedecer ao marido e
ninguém mais. — avisou. — Julian precisa de uma mulher forte, não é mais
uma menina, agora é uma mulher.
— Acho que minha esposa deve ficar ao meu lado. — Julian disse me
trazendo para o seu lado.
Caminhei até o carro do meu marido, olhei para trás e vi minha família, não
os verei mais.
— Onde? Minha casa, não quero festa e essa bobagem de lua de mel. Sou
um homem muito ocupado e não gosto dessas bobagens, o que eu quero
para agora é o seu corpo.
Lágrimas caíram.
Estou sozinha.
Capítulo 7
O pouco de soldados prestando serviço para meu pai é apenas um grupo
perto do soldados de Julian.
Ele nem disse onde devo achar o quarto, sua casa é grande e com um visual
sombrio, nem por ser grande consideraria um lar maravilhoso.
Encarei a escadaria e subi pensando no que ele vai fazer agora. Lágrimas
grossas caíram do meu rosto, o choro me dominou ao lembrar que estou
completamente sozinha com esse maldito homem.
Encontrei um quarto com a porta aberta, entrei e vi que era o dele, há uma
arma perto da cômoda.
Vi minhas malas que eu tenho que desfazer no chão, resolvi procurar uma
roupa para colocar no lugar do vestido que eu quero tirar logo.
Se eu conseguir achar uma roupa antes que ele chegue é melhor, não quero
que ele veja meu corpo nu, seu toque não é algo que eu quero de jeito
nenhum.
Corri para o banheiro para tirar o véu, consegui tirar, encarei meu rosto
vermelho, os olhos também, uma dor na minha cabeça surgiu por chorar o
dia todo sem parar.
Ele olhou para o vestido de cima a baixo e fez uma cara de deboche,
quando o mesmo se aproximou, neguei atordoada.
Ele rasgou meu vestido me expondo e ignorando meus gritos e pedidos para
ele parar!
— NÃO! PARA!
O vestido foi tirado por sua força e brutalidade, fiquei de calcinha e sutiã
algo que agradou seus olhos.
Senti um desespero.
Em lágrimas, fui até o fecho do sutiã tirando ele aos poucos, Julian
aproveitou para tirar suas roupas.
Quando deslizei minha calcinha para o chão, nua e sem nenhuma salvação
para isso.
Ele me empurrou para sua cama, atacando minha boca brutalmente, gritei, o
empurrando, Julian bateu na minha cara duas vezes seguidas.
— CALA ESSA BOCA! Vou matar sua irmã e fazer você assistir! Vadia
irritante! — gritou me batendo novamente.
Lágrimas grossas caíram do meu rosto, ele passou a língua pelo meu
pescoço, suas mãos agarrando meu seios.
Olhei para o teto, pedindo que esse momento passe o mais rápido possível,
estou implorando para que isso aconteça!
— Vou enviar para o seu pai, uma prova que tirei sua virgindade nessa
cama.
Arregalei os olhos.
Ele me soltou e por um segundo pensei que isso não iria ter continuidade.
Ele abriu minhas pernas, seu membro entrou de uma vez, gritei de dor,
pedia para ele parar, mas meus gritos e a minha dor o deixavam feliz.
Ele entrava e saia de dentro de mim, agarrando meu corpo, enquanto sinto
dor, repúdio, deitada na mesma posição.
Resolvi levantar aos poucos, estou dolorida, meu corpo todo dói, arregalei
os olhos ao ver o sangue na cama.
Me encolhi, querendo que ele saísse para que eu tome um banho e tire essa
sujeira por fora, dentro não tem como limpar. Ele me violentou, sorriu com
meu sofrimento, bateu, ninguém ouviu.
Julian ouviu meu desespero e isso o deixou mais excitado, abracei mais
meu corpo o querendo proteger daquelas mãos nojentas e asquerosas que
sem permissão me tocaram.
— Por um momento pensei que você não seria virgem. Isso seria um
problema maior para você, pode acreditar que iria cobrar. — avisou indo até
a cama. — Essa é a prova que fiz de você, minha, Alana. Irei mandar para o
seu pai, aposto que ele vai ficar orgulhoso de saber que não tive que te
matar por não fazer o seu papel.
Ele puxou os panos da cama, saiu com aquele pano nojento do quarto.
Chorei desesperadamente correndo ao banheiro e ligando, deixando a água
morna limpar meu corpo, aliviar um pouco da dor na minha boceta.
— Por favor, alguém que poça me ajudar? ALGUÉM? — gritei e o que tive
de reposta foi o silêncio.
Nada.
Ninguém poderia e arriscaria ajudar uma garota que se casou com o chefe
deles.
Sai do banheiro, vesti uma roupa confortável, minha barriga roncou, não
comi nada, tomei apenas um copo de leite.
Tenho que comer pelo menos alguma coisa, um pão serve. Tentei abrir a
porta e não consegui, ele me trancou aqui dentro, sem comida, bati na porta.
Fiz um esforço para sair do chão quando a porta do quarto foi aberta por
ele, marcas de beijos em seu pescoço chamaram minha atenção.
Ele deveria ter ficado nesse lugar, escolhido uma das prostitutas que tem
para sua disposição e não arrancado da minha família uma garota que não
queria casar com ele.
— Esqueci de você.
Sai do quarto olhando essa mansão, estou com medo de dormir ao lado
dele.
Minha irmã se casou com um soldado do meu pai, depois que ela foi morar
com seu marido não obtive notícias dela.
Levantei encarando o meu grande quarto onde divido com meu marido,
queria dormir sozinha, mas ele nunca permitiu que isso acontecesse. Julian
não deixa nenhum homem ficar perto de mim, ontem ele veio brigar comigo
por estar perto dos soldados na hora da mudança, mas consegui deixá-lo
entretido com meu corpo durante a noite.
É uma arma para usá-lo ao meu favor e contra meu marido, aprendi na dor e
em anos de casamento. Fiquei melhor ainda na arte de usar o sexo para
ganhar benefícios.
— Obrigada.
Agradeci pegando o copo com meu iogurte, minha bebida favorita quando
acordo.
Uma senhora com os cabelos grisalhos, olhos mel traiçoeiros e faz tudo e
como Julian quer, essa é um perigo até para os outros empregados que
ousarem fazer algo que ela não goste.
Ela sorriu.
— Faz bem em avisar, ele não iria gostar. — aconselhou dando uma
piscadela.
— Não preciso dos seus conselhos, faça o seu trabalho que eu cuido do meu
marido.
Azar o dela.
Não reconheço mais a Alana que se casou com ele e o meu eu de agora,
mudei muito para me adaptar ao casamento e a máfia.
Aprendi coisas novas e deixei minha bondade e pureza aos tempos que
estudei e conheci Julian.
— Não me peça desculpa. Adoro sua amizade, meu marido gosta dela, mal
sabe ele que tenho liberdade para falar o que tanto eles fazem. — sorriu
divertida.
— Quem adora sua amizade sou eu. Julian tem algum plano para viajar esse
fim de semana? Estou esperando por esse momento para ter um pouco de
paz. — comentei esperançosa.
Fora das nossas casas, conseguimos conversar sem medo de ter algum
soldado ou uma escuta para dedurar uma de nós.
— Acho que devem ir para Las Vegas resolver alguma coisa, ouvi Darius
comentar com outros soldados na minha presença. Perguntei se ele iria
viajar e ele disse que não sabia, mas acho que devem ir. — analisou
bebendo um pouco de água.
— Estou me acostumando com Nova York. Em Miami conseguia cuidar das
garotas da boate, mas agora estou em outro território, uma pessoa superior
ao meu marido manda aqui.
Dei risada.
— A cópia fiel do meu marido, não deve ser tão difícil lidar com ele. —
sorri divertida.
— Mais fácil ser você, Julian vai levá-la para conhecer novas pessoas. Você
tem um olhar perigoso, consegue ser boa em conversar, não parece com a
mesma loira que conheci, medrosa e chorona.
— Aquele anjinho não existe mais Megan, sou agora uma demonia que foi
criada pelo próprio Lúcifer.
Capítulo 10
O carro parou no cruzamento, observei uma garota loira ao lado de um
garoto que parece ser o namorado.
Desviei o olhar.
Olhei para o soldado que dirige o meu carro! Julian controla tudo, o carro
que ele me deu, parece mais dele do que meu.
— Seu chefe não pediu para você fazer outras coisas? — questionei
ganhando sua atenção.
Ele riu.
Revirei os olhos.
Não posso deixar essa mulher ganhar asas, ela pode ser um problema
quando meu marido estiver fora de casa.
Meus saltos fazem barulho pelo mármore, anunciando minha chegada até o
escritório, esperava ouvir algum grito de raiva por não avisar ele pelo
celular sobre o meu encontro com minha amiga.
Mas encontrei minha irmã com sangue nas roupas, os cabelos bagunçados,
olhos marejados.
— Verônica!
Levei um susto.
— Meu marido morreu, não tenho nada, Alana. Papai e a mamãe não me
receberam! — Verônica disse desesperada.
Ela veio ao meu encontro, abracei minha irmã e encarei os olhos frios e sem
expressão de Julian.
— Julian, deixe ela ficar conosco. Essa casa é nossa, não é? — o lembrei.
— Você não vai encostar nela. — afirmei. — Sou sua para o que você
quiser fazer, não precisa ameaçar minha irmã.
— Verônica, pode ir. Nossa governanta, Amber vai te levar para um quarto
de hóspedes, depois Alana irá até você. — mandou olhando para mim.
Verônica saiu atordoada do escritório dele, perder o marido e não ter para
onde ir.
— Javier?
— Você sabe se arrumar, mas é apenas para mim. Saia, faça o que eu
mandei, Alana.
Sai do escritório dele com uma certeza, ele tem inveja do capo e não
disfarça para mim, pelo menos.
Capítulo 11
Encarei a governanta saindo do quarto que minha irmã vai ficar.
Passei por ela, fechei a porta para ter um pouco de privacidade com
Verônica.
Ela olhava o quarto, sem vida, mas agora ela está aqui para preencher esse
lugar.
— Julian não vai fazer essa loucura, ele teria que me matar para encostar
em você. — deixei claro indo para perto dela. — Isso é uma ameaça para
ele conseguir ter sua esposa em controle, fica calma.
— Comi o pão que o diabo amassou, Verônica. Quase morri nas mãos dele,
conto melhor depois, quero saber da minha irmã e sua vida com o seu
falecido marido.
— Ele era bom, tínhamos uma vida simples, sem muitas coisas e ele morreu
para defender essa máfia maldita que destrói tantas famílias e pessoas. —
disse aos prantos.
— Você teve sorte em conhecer esse homem, mas Verônica preciso de você,
bem e ao meu lado.
— Estou bem, sério. — peguei em sua mão. — Se você ficar comigo, tudo
vai dar certo para nós duas, confia em mim. Vem, quero que você pegue
algumas roupas minhas, depois compro para você.
— Faz muito tempo que não vou para uma boate ou fico deslumbrante com
roupa cara.
Mostrei o quarto para ela, a mesma ficou em pé olhando tudo, fui até o
closet e mostrei minhas outras roupas.
— Eu gosto, muito.
Abri uma gaveta onde ela viu um baú vermelho, abri mostrando minhas
jóias.
— Ele acha que me compra, gosto de jóias, mas vendo essas que não tem
importância nenhuma. — garanti rindo. — Quero que use esse colar de
diamante, vai ficar lindo.
— Não, e não tem explicação para ele se meter nisso, estou te dando algo
que é meu, não dele. Qualquer coisa, tenho algo que funciona contra ele,
sexo.
Julian quer me controlar deixando ela aqui, mas mal sabe ele que minha
irmã é a aliada que eu precisava.
Capítulo 12
Encarei o espelho enquanto coloco minha arma dentro da minha bolsa,
junto com batom, nunca saio sem ela para usar em uma situação surpresa.
— Não gostou?
Ele riu.
— Você fica bem em tudo, para sua sorte é gostosa, todos os homens
querem minha esposa, mas nenhum vai ter, apenas eu. — puxou meu cabelo
colando nossos corpos.
— É melhor tudo sair como eu quero, e não deixe sua irmã falar com as
pessoas, ela não tem a mesma atenção que você tem. — exigiu sério. — Um
passo em falso e vocês duas estarão com grandes problemas.
Assenti.
Verônica esperava por nós, usando um vestido azul marinho longo, e o colar
de diamante.
— Agora sua aparência está do meu agrado, cunhada. Vamos, não tenho a
noite toda para conversas insignificantes, não fale nada, apenas o necessário
e não saia de perto da Alana, sabe o que acontecerá se não fizer isso. —
ameaçou novamente.
— Claro, Julian.
Ela ficou ao meu lado, o carro estava esperando por nós. Verônica
encontrou um homem bom, diferente de mim, mas agora ela precisa estar
com os olhos bem abertos.
A máfia é traiçoeira e não consigo abrir os olhos dela e jogar com Julian ao
mesmo tempo.
O trajeto foi um silêncio mortal, senti o medo da minha irmã ao olhar para
Julian, mesmo do banco de trás, ela não consegue disfarçar o medo enorme
que tem dele.
Quando chegamos, fiquei ao lado do meu marido, minha irmã ficou atrás de
nós dois. A boate é maravilhosa, realmente há um bom gosto, e o espaço é
ótimo para diversão. Ao mesmo tempo tem as garotas que conseguem
arrancar dinheiro dos clientes.
Uma em especial olhava para Julian, ela nem se tocou que eu a encarava
fixamente.
Pedi dois drinks, bebi o meu lentamente quando meu olhar encontrou a
oferecida junto com outras prostitutas, e com certeza falando de Julian.
— Sim, o subchefe está aqui! Ele é um gostoso, deve escolher uma de nós
ou melhor, eu. — afirmou confiante.
Sorri divertida.
Tirei minha arma da bolsa, ela gritou quando peguei em seus cabelos, e
encostei a arma na testa dela.
— Não! Você não sabe quem sou eu, sou a preferida do capo, melhor não se
meter... — rosnou irritada.
— Mentirosa, onde ele está que não veio te defender? — debochei rindo.
A encarei rindo.
— Não atirei, apenas dei um susto nessa puta. Verônica, não iria ficar
ouvindo ela falar de Julian, e ainda me provocar, dizendo que o capo a
elegeu como favorita. — revirei os olhos. — Ela não sabe com quem está se
metendo.
— Ela disse que é mulher dele, arrancou uma arma da bolsa! — a voz da
puta surgiu atrás de mim.
— Quem é você? — sua voz rouca causou impacto em todo o meu corpo.
— Mostrei minha arma, mas ela estava olhando para o meu marido. Avisei
para ela que Julian é casado. — confessei olhando para ele e o capo.
— Para ter essa autoridade na minha boate, deve ganhar minha confiança,
Alana. — Javier avisou.
Assenti.
— Sim, trouxe ela para conhecer melhor a boate, o marido dela morreu
recentemente.
— Sinto muito. Ele era algum soldado? Não sabia de nenhuma morte. —
perguntou curiosa. — Meu marido sempre comenta comigo.
— Era um soldado. Morreu defendendo nossa família, mas ela não está
sozinha. — sorri olhando para Verônica.
— Você é muito bonita, Alana. Julian não mostrava você antes por cuidado
para ninguém olhar muito. — riu divertida.
Gargalhei.
— Obrigada pelo elogio. Cheguei ontem aqui em Nova York, estava ansiosa
para conhecer melhor nossa família, e estou aqui para servir ao meu marido
e a máfia. — deixei claro.
Ela está se saindo bem. Isso é ótimo para Julian calar a boca e não ter
argumentos para dizer o contrário.
Observei a mesa ao lado. Ele foi criado pelo pai de Javier, deveriam ter uma
relação de irmãos, mas consigo ver que nenhum dos dois sente um carinho
de irmãos.
Interessante.
Observei a ousadia dela, e tenho certeza que ela deve transar com ele para
ter essa intimidade.
— Fique de olho. Depois falo com você. — ele disse e ela assentiu.
Eles riram.
— Não gosto de loiras, tenho uma preferência por morenas. — disse com a
voz rouca. — Apesar que isso não seja o assunto.
Eu sou loira!
— Está vermelha. — a mulher ruiva ao meu lado reparou.
— Quatro. Casei um pouco mais velha, desculpe nem falei meu nome,
Ariel. — explicou sorrindo.
— Prazer, Ariel. Tudo bem, esqueci de perguntar, um erro que não irei
cometer mais.
— É ótimo e bom que todas nós, tenhamos uma união, somos mulheres da
grande família da Cosa Nostra, temos que ter essa união e estar uma ao lado
da outra. — comentou ganhando atenção de todas.
Elas riram.
Coitadas.
Quase todas tem chifres pela traições desses canalhas, amor é uma piada
que muitas mulheres maravilhosas caem e não querer ver o que está diante
dos olhos dela.
— Você é uma das nossas, adorei seu jeito, Alana. — Ariel afirmou
sorrindo.
Percebi que ela tem um respeito pelas outras mulheres, ótimo que ela já
esteja gostando de mim.
A mão do meu marido tocou meu ombro, as mulheres sorriram para ele.
— Preciso falar com ela, depois devolvo minha esposa para vocês.
Levantei sorrindo.
— Aquele show por causa de ciúmes teve um resultado que não esperava.
Todos estão falando o quanto você foi boa com a arma, e claro que eu
autorizei Javier ir atrás de você e usá-la em alguma missão.
Me aproximei dele.
Ele é esperto e se ver que não demonstro interesse tudo piora novamente.
Julian pegou meu rosto com força obrigando a encarar seus olhos verdes.
— Não sei, mas você deve estar perto de Ariel. Ela gostou de você, tem
influência em relação com as outras mulheres. E não cometa nenhum erro
se Javier pedir para você fazer algo, não esqueça que sua irmã e você
estarão em graves problemas. — ameaçou olhando em meus olhos.
Voltamos para a mesa, ele se despediu e saiu com alguns soldados em sua
companhia. Olhei para as mulheres com um sorriso contido, afinal preciso
dizer que estou "triste" pela saída do meu marido.
— Essas viagens são horríveis. — uma delas falou. — Odeio ficar longe do
meu marido.
Pelo contrário.
Julian estando longe é o que eu justamente mais precisava para respirar
melhor e colocar minha cabeça em ordem.
Mas tenho que ir embora, entrei no carro com minha irmã que parece estar
bem mais calma do que antes.
— Darius, minha irmã Verônica. — apresentei.
— Prazer, senhorita.
— Você poderia não dizer para Julian onde vou. — pedi rindo. — Darius,
ele vai ficar longe por uns dias e não precisa saber de tudo o que se passa
por aqui.
— Sem chance, Alana. Ele me deu instruções e exigiu saber de tudo, ele é
meu chefe, apesar que eu seja seu amigo também.
— O único dos soldados de Julian que é meu amigo, ele ainda não obedece
o que eu peço, mas adoro ele. — sorri divertida.
— Ela não pode se misturar com vocês. Julian não quer e ele falou comigo,
acho que é difícil liberar vocês duas para se verem. Alana agora você está
dentro da família mafiosa, então terá menos contato com ela e mais com
pessoas que Julian quiser que tenha.
Julian está viajando e esse favor devo ao capo apesar que ele soltou aquela
indireta para mim.
Doce liberdade.
— Vamos fazer isso, mas no meu quarto. Não gosto de conversar aqui na
sala. — comentei olhando em volta.
Subi com Verônica indo em direção ao meu quarto, deixei ela entrar e
tranquei a porta para ter a certeza que teremos privacidade.
Dei risada.
— Não confio nem na minha própria sombra. Mas quero que você fique
atenta com a Amber, governanta que segue Julian e suas ordens. — alertei.
— Ela viu meu sofrimento inteiro e nunca fez nada por mim. Não confie
nela Verônica.
— Não fui com a cara dela, ficou olhando para minhas roupas com nojo.
Como uma mulher fica do lado de um canalha como Julian?
Impressionante como tem pessoas que são compradas tão facilmente. —
negou sem acreditar.
— Ele manda e ela faz, assim que funciona. Amanhã tenho o convite para ir
na casa da Ariel, então fique de olho em Amber, e se ela vier falar com
você, fale, mas sempre tome cuidado com o que você diz. — a alertei.
— Pode deixar, não vou cair na conversa afiada dessa mulher. A Ariel
parece ser uma pessoa legal, ela gostou de você imediatamente, o que
agradou Julian.
— É isso que ele quer, ver sua esposa perto das mulheres importantes da
família. O showzinho que dei com a arma agradou todos, e o meu marido
autorizou o capo para me usar em alguma missão. — sorri divertida.
— Não é arriscado? Você fez um ótimo show, achei que estava com ciúmes
do Julian. — deu risada.
— Ciúmes? Não, mostrei que ele casado comigo e na minha presença não
aceito porra nenhuma de vadia dando em cima dele. — expliquei melhor.
— Sei que ele deve ter amantes que esconde de mim, não sou trouxa,
Verônica.
Com certeza deve ter uma em Las Vegas, queria muito que ele escolhesse
uma para esposa.
— Sinto que ele quer usar você para estar no centro das atenções, sabendo
de tudo. — comentou olhando séria para mim. — Mesmo que você fique
em perigo, e depois ainda coloca um soldado para te vigiar.
Dei risada.
— Os dois nem parecem que foram criados juntos. Julian sente inveja por
não ser o capo e Javier nem liga para ele. Verônica, o capo ganhando minha
confiança é o que preciso caso Julian resolva aprontar comigo. Javier é um
homem muito atraente, o olhar dele não sei descrever, poderia ficar horas
apenas sendo observada por ele.
— Tire essa ideia antes que pense que pode dar certo! — alertou
preocupada. — Isso seria loucura e você sabe muito bem disso, não preciso
abrir seus olhos para isso. Alana, por favor, não!
— Fica calma, Julian não tem as amantes dele? O capo não confia em mim
ainda. Verônica, Javier me atrai, e não seria ruim saber o quanto. —
acrescentei com a voz rouca.
— Você vai dormir, deve estar bêbada, falando coisas sem sentido. Coloque
a cabeça no travesseiro e pense melhor. Conversamos pela manhã, se cuida.
Bem ao longe.
Suspirei pesadamente.
Mas é impossível.
Arregalei os olhos.
Levei um susto!
Estou com uma camisola de seda branca, curta, nada discreta para aparecer
na frente dele.
Seus olhos escuros analisaram meu rosto e o meu corpo, coberto pelo
lençol.
— Capo, poderia ter avisado que viria. Não fui avisada pelo meu marido,
mas deve ser urgente para você invadir o meu quarto, estava dormindo. —
sorri irônica.
— Julian deu para mim uma autorização. Onde você vai fazer o que eu
quiser. Não confio em você e para ganhar minha confiança deve provar que
é leal. — avisou sério.
— Sim, eu não gosto. — assumiu. — Para você não ter problemas deve
uma prova que posso confiar em você ou tem algum problema em dar isso?
— questionou com diversão.
— Você tem meia hora para cumprir o que eu quero e me entregar uma
vadia que anda trazendo problemas para mim. Coloque uma roupa e esteja
na sala, agora, antes que mude de ideia e você vá assim. — ameaçou
olhando no fundo dos meus olhos.
Soltei o lençol.
Em questão de segundos ele disse que não gosta de loiras e ainda quer
exigir coisas de mim!
Olhei para o espelho vendo minha camisola, talvez devesse ir assim e fazê-
lo engolir o que disse sobre loiras como eu.
Estou usando calça jeans, uma blusinha preta, botas de cano curto, e os
cabelos presos em um rabo de cavalo.
Verônica estava me esperando, ela deve ter acordado com tudo isso
acontecendo.
— Vou resolver um problema para o capo, volte a dormir, não vou demorar.
— garanti a encarando séria.
Darius está me esperando para dirigir o meu carro, Julian não iria me deixar
sem meu segurança particular.
— Fácil, vou te entregar ela e mostrar que sou uma loira capaz de fazer
qualquer coisa. — afirmei olhando em seus belos olhos.
— Traga ela para mim, Alana. Depois você defende seus preciosos fios de
ouro.
Caminhei até o carro sentindo seu olhar queimando minhas costas até o
carro começar a andar.
— Boa sorte, não pode perder ela. Javier quer essa mexicana em suas mãos.
— Darius avisou olhando de canto de olho para mim.
— Não vou decepcionar. Estou parecendo uma simples cliente que vai
comprar um bolo de mexicana. — brinquei rindo. — Javier vai ver que sou
melhor do que muitas morenas.
Capítulo 17
Darius parou com o carro em uma rua movimentada de Nova York. Uma
senhora com cabelos grisalhos saiu da confeitaria.
— Esteja aqui para ver a cara do capo quando entregar essa mulher.
— Minha mãe vai fazer aniversário, queria saber sobre os sabores mais
gostosos.
Ela foi aos fundos da loja, olhei o balcão de atendimento vendo uma arma.
Quando pensei em pegar, logo ela retornou com um livro. Sorri para a
mesma que foi abrindo o livro e mostrando diversos sabores.
Minha arma está na bolsa, só preciso tirar e ser mais rápida que essa
mulher.
Acertei a lâmpada.
Fiquei de pé rapidamente.
Atirando em sua mão, ela perdeu a arma no chão, empurrei com o pé.
Arrastando ela com toda a minha força sem soltar seus braços.
— Você trabalha para quem? Javier? Sua desgraçada, ele colocou uma
prostituta loira para vir me pegar?
Javier saiu de sua Lamborghini, olhando para a mexicana que ficou pálida
ao ver seu inimigo.
— Esperei tanto por sua distração, não esperava que iria apanhar por uma
loira iniciante, Cintia. — o veneno em suas palavras provocaram a
mexicana.
— Calem essa boca dela com fita, na hora certa sua lingua vai trabalhar,
garanto isso. — sorriu diabólico.
A mexicana foi jogada no carro, indo para os momentos mais cruéis de sua
vida.
Encarei Javier.
— Mostrou que não é apenas um rosto bonito e tem agilidade para ser útil.
— disse sem deixar os meus olhos.
Sua mão foi no meu pescoço, um aperto que me deixou em alerta, não foi
forte, mas não tão leve.
— É melhor tomar cuidado com suas palavras e ideias. Posso acabar com
seu banho e te envio sem os cabelos para Julian pela provocação. —
ameaçou me deixando presa em seu olhar.
Ele me soltou.
— Nunca revele o que você não gosta para alguém que pode usar isso
contra você, Alana.
Sai pisando forte, entrei no carro querendo sair de perto dele, Javier é um
jogador traiçoeiro.
Sua risada rouca arrepiou meus pelos do braço, nuca, corpo inteiro.
Ele sabe que odeio suas provocações e vai usá-las contra mim, o capo gosta
de me ver nervosa, vermelha de raiva.
Diferente deles, seduzir é tão fácil para mim quanto tirar o doce de
uma criança.
Capítulo 18
Incrível como Julian parece saber de tudo. Pisei em casa e ele me ligou,
queria desligar e ignorar meu marido sem pensar duas vezes, mas fiz o
contrário, atendi.
— Julian.
— Liguei para Javier, ele me contou que você conseguiu fazer o que ele
pediu com êxito. Estou muito satisfeito de não ter que voltar e fazer alguma
coisa contigo, Alana. — avisou.
— Mostrei para ele que sou melhor que muitos soldados. Fiz o que ele
pediu e deu tudo certo. Vai voltar quando amor? — perguntei revirando os
olhos.
— Ficarei mais dois dias por aqui. Estou de olho em você, Alana. Não
esqueça do que te avisei, machucar sua irmã e você será tentador se alguma
coisa der errado. — relembrou com diversão.
Mordi o lábio para não gritar e lançar o celular na parede. Minha raiva
chegou ao nível maior de todos, onde lembranças de um passado mostram
como que ele destruiu um lado meu que jamais quero novamente.
Era uma bobinha, a ingênua que estava quase morrendo em suas mãos.
Ter conseguido entregar uma mulher que ele queria muito foi o
primeiro passo para isso.
— Estou bem, sem nenhum arranhão. — sorri para ela. — Apenas foi um
susto receber o capo aqui no meu quarto.
— Ele devia ter esperado na sala, essa reação dele foi exatamente para te
assustar ou para surpreender. — comentou desconfiada.
— Javier não tem limites, percebi isso hoje com mais detalhes. Invadir o
quarto é uma das simples coisas que ele pode fazer nessa máfia. — sorri
divertida. — Julian vai ficar mais dois dias fora, tempo para conseguir mais
aproximação com o capo.
— Não vou tirar a roupa para o capo. Esqueceu que tenho um encontro com
a Ariel hoje? Estar próxima dela e do marido agrada Julian e consegue me
aproximar ainda mais da família.
Fui até o closet para escolher uma roupa, ela me seguiu preocupada.
— Foram três anos sofrendo e sendo pisoteada pelo meu marido. Agora
consigo me vingar por toda aquela dor e sofrimento constantes, Verônica.
— sorri maldosa. — Julian me usa descaradamente para o que ele bem
entender, mas ele não suspeita que estou querendo saber mais sobre seu
passado e ter proximidade com Javier em primeiro lugar.
A encarei.
— O capo tinha que me testar, é algo normal. Saber sobre Julian e ter uma
aproximação com Javier é o que preciso para começar minha vingança,
Verônica. Não posso ficar sendo usada, se arriscando por um homem que
ameaçou você e pode cumprir tudo o que prometeu fazer. — a alertei. —
Deixar Julian acreditar que sinto algo por ele é tão divertido e satisfatório
por agora, mas é apenas o começo para ele.
Javier queimou meu corpo com seu olhar e iniciou uma atração
maravilhosa entre nós dois.
Deixar a pele com um bronzeado é ótimo e relaxante. Não tenho tempo para
isso, mas com uma nova amiga, consigo fazer isso sem perigo de Julian
achar suspeito.
Encarei Verônica olhando alguns livros que ela achou na velha biblioteca da
casa.
— Claro que pode. Essa casa é minha também, ninguém vai naquela
biblioteca, nunca fui pelo menos. — acrescentei rindo. — Bom, você me
liga qualquer coisa. Não sei quando volto, aproveite os livros, sei que é o
paraíso para você que adora ler.
Revirei os olhos.
— Pergunte para meu marido! Ele sabe da minha saída, cão de guarda. —
rosnei irritada.
— Amber, o cão de guarda que Julian deixa apenas para me irritar. Ela quer
saber de tudo! Perguntando sobre Verônica ficar em casa.
Ele riu.
— Então vocês também são um casal com brigas, com momentos bons e
outros nem tanto.
Ela assentiu.
— Não sabia disso. Julian nunca me contava dos amigos e da família. Foi
uma surpresa saber que ele foi criado pelo pai do Javier, não fazia ideia. —
comentei intrigada.
— Ele nunca me contou nada, sempre ficou no canto dele com seus
pensamentos. — revelei.
— Quero que você aproveite esse dia, não fique triste. Meu casamento
sempre foi difícil apesar de não parecer, consigo disfarçar bem, mas na
verdade não é bem assim, Alana. — contou olhando ao redor.
— Lamento pela dor que você passou. Julian tem amantes, não esconde,
isso machuca. — falei com a mão no coração.
Ela assentiu.
Ele tocou no ombro de Ariel, ela o encarou parecendo não estar feliz
com alguma coisa.
— Tenho negócios com um dos aliados. Irei encontrar com Javier para
irmos juntos.
— Fico feliz que Alana esteja aqui, deixando você com uma boa
companhia. Você provou ao Javier que é confiável, fiquei surpreso com o
sucesso que teve com a missão. — confessou olhando para mim.
Seu olhar não tem segundas intenções, mas senti uma observação em
minhas reações.
Parece que ele está analisando cada ato que estou fazendo.
Pisquei várias vezes para tirar esse pensamento, estou vendo coisas, não é
nada disso.
— Obrigada, queria apenas passar na missão que ele direcionou para mim.
Estou chegando agora e para vocês ainda sou uma estranha. Julian veio
apenas agora para Nova York.
— Você foi maravilhosa, acho que Julian encontrou uma esposa e parceira
para os negócios. — Ariel elogiou sorrindo.
Assenti.
— Os soldados estão aqui, qualquer coisa você sabe que deve me ligar,
Ariel.
— Não consigo negar que o amo. Ele tem um gênio difícil, mas todos eles,
Javier, Julian, todos tem uma personalidade forte e difícil.
— Verdade, Julian é difícil de lidar. Ariel, você sabe como o pai de Javier
adotou ele? — perguntei cautelosa.
— Apenas sei que a mãe dele morreu. Julian foi fruto de um envolvimento
do aliado do pai do Javier, então ele pegou Julian, que tinha na época um
ano, e o criou.
— Tem vezes que não consigo sentir amor da parte dele. Desculpa
desabafar com você, mas nunca tive oportunidade de ter uma amiga que ele
aprove, Julian controla tudo o que me rodeia.
— Dominique também, sei o que você passa com ele. Adoro que posso
dizer agora que tenho uma amiga! Acho que podemos ir na boate mais
tarde. O que acha? — sugeriu animada.
— Claro que sim, iria adorar tomar um drink com você. Dominique não vai
se irritar?
— Não, eles estão ocupados com homens importantes que colocam dinheiro
naquela empresa, proteção entre outras coisas. Ele pode aparecer por lá
depois, mas podemos curtir uma noite sem os homens por perto.
Pela primeira vez estou sem Darius para ficar por perto. Adoro ele, mas não
muda o fato que ele trabalha para o meu marido, jamais ele vai ficar do meu
lado e ser contra Julian.
— O soldado que queria vir, ele estava obedecendo uma ordem do Julian.
— Ariel comentou bebendo um pouco de seu drink.
— Sim. Darius é um bom soldado, gosto muito dele. Mas ele obedece ao
Julian e não entende que preciso de um pouco de liberdade, raramente
conseguir momentos assim. — confessei sorrindo.
— Eu gostaria, mas Dominique pensa mais nos negócios. Ele diz que não é
tempo para isso, mas me sinto sozinha naquela casa. Sinto vontade de ter
uma criança para cuidar.
Ariel tem uma visão mais perfeita da vida que ela quer. Bom, apesar das
traições ela não estava na minha pele para saber o que na verdade aconteceu
comigo.
— Acho que ele pensa que vocês podem aproveitar mais o casamento. Você
poderia sair mais da sua casa e participar da máfia, bom estou sugerindo
apenas. — avisei.
— Não sei se ele permitiria. Fui criada para ser esposa e estar em casa para
recebê-lo. Sempre com um sorriso no rosto.
Revirei os olhos.
— Então você se casou despreparada! Sinto muito, Alana. Imagino que não
foi fácil para você chegar até aqui, viveu sozinha com Julian e apenas agora
está com a família.
— Não tive preparação, mas agradeço por isso. Foi sozinha que aprendi a
me virar e lidar com situações do Julian sem pensar no bem do casamento,
mas sim em nós dois principalmente.
— Se estivesse na sua pele certamente não saberia como agir, nada. Você é
uma mulher forte e determinada, confesso que sinto que nada será um
impedimento para você alcançar o que deseja. — comentou sorrindo.
Assenti.
— Você está certa, nada será um impedimento diante das coisas que já
passei. — afirmei batendo a taça na dela.
Assim que olhei vi que é uma foto dele com uma puta em Las Vegas.
Desgraçado!
Ele quer me deixar louca! Ariel poderia ter visto isso e iria perceber muitas
coisas como: não ligo que ele procure outras.
Mas sem que ele mostre ou apareça com ela na minha frente.
Olhei bem para a cara dele, Julian vai me pagar por tudo isso e ele não
perde por esperar.
— Acho que você deveria vir para a boate acompanhada e não sozinha. Não
pega bem para a mulher do subchefe, e ainda trás Ariel, uma linda mulher
para manchar a imagem.
— Claro que conseguir transar com o capo é motivo para você achar que é
uma prostituta mor. — ri debochada. — Querida, sou esposa e não
prostituta, nada contra, mas você estava se metendo na minha vida!
— Apenas falei que Julian não gostaria de ver sua esposa na boate e ainda
levando Ariel! Você é casada, sou livre. Entende a diferença entre nós?
— Julian não é meu dono. Minha vida pessoal não te interessa, deveria estar
alisando o capo para ganhar algum doce e não aqui! A diferença entre nós e
que você é uma empregada dessa boate, eu sou parte da família. —
expliquei sorrindo.
— Você deveria sair daqui e parar de levar Ariel junto contigo, ela é uma
mulher maravilhosa e você...
— Ariel me chamou para vir para cá. O problema não é o meu marido saber
onde estou! O que foi? Fala olhando nos meus olhos que o problema sou eu,
vamos vadia mor! — exigi me aproximando dela.
— Você anda armada, não sabe ser foda sem uma arma. — provocou.
Fui para cima dela acertando um soco no nariz, ela conseguiu arranjar meu
rosto, puxou meus cabelos com força.
— Louca! Ela me machucou, fui apenas dar um conselho para essa loira
maldita...
Fiz força para sair, mas com dois brutamontes segurando uma mulher, não
tem como sair.
Dei risada.
Fui jogada para dentro do escritório, fecharam a porta. Olhei para Javier
Lucchese saindo de sua cadeira confortável.
— Segunda confusão que você causa na porra da minha boate! Que merda
tem na sua cabeça? — questionou irritado.
— Quando sou provocada essa é a minha reação. Sua vadia estava falando
do meu casamento, exigindo que eu deveria sair da boate por estar sozinha!
Ela pode ser sua prostituta, mas não é melhor do que eu. Posso arrebentar
ela de qualquer jeito ou matar sem pena. — garanti o encarando.
Ele se aproximou de mim, tão próximo que parecia que iria me beijar.
Meu corpo ficou imóvel, mas uma sensação estranha tomou conta de mim
por completo. Queria suas mãos tocando meu corpo, sua boca brincando
com a minha.
— Você não tem poder para tomar decisões, loira. Pode ser esposa do meu
subchefe, mas ainda quem manda sou eu, e você obedece querendo ou não.
— provocou com seu olhar.
Javier olhou para o decote da minha blusa, e depois subiu o olhar para a
minha boca.
A porta sendo aberta sem aviso que alguém estava vindo foi o fim desse
momento.
— Colocando limites nela, isso era o que estava fazendo. — Javier disse
olhando para mim novamente.
— É melhor aquela prostituta não se meter comigo de novo, hoje ela teve
sorte, não garanto o mesmo depois. — sorri divertida.
Descaradamente.
— Essa vadia enchendo minha paciência, mas avisei que na próxima ela
não terá sorte nenhuma. Vou para casa, Ariel, e obrigada pelo convite
maravilhoso.
— Vamos se encontrar mais vezes, essa garota vai pensar duas vezes antes
de mexer com você.
Maldito Julian!
Quando ela iria sair, joguei um enfeite perto dela, a mesma deu um passo
para trás.
— Limpe essa bagunça Amber ou Julian terá que conseguir uma nova
governanta. Você quebrou tudo enquanto estive fora! — provoquei a
mesma.
Respirei fundo.
— Estou tendo um dia ruim, na verdade minha vontade era matar uma
vadia da boate de Javier e depois Julian.
Entrei no meu quarto jogando minha bolsa na cama, tirei minhas botas
maravilhosas.
— Estava com Ariel na boate. Ele mandou uma foto com uma das amantes
para me provocar, ainda me ameaçou! — rosnei irritada. — Julian quer
testar minha paciência, na verdade acabar com a minha sanidade mental.
Fui até o espelho vendo um pouco do arranhão da vadia, mas deixei ela em
pior estado.
— Merda! Você deveria ter levado Darius para a boate e não provocar
Julian. Ele deve estar puto e louco para voltar e acertar as contas contigo.
— alertou séria. — E agora?
— Fica tranquila, estou acostumada com ele e suas cobranças. Quem errou
fui eu, nada vai acontecer contigo, pode dormir tranquila Verônica. —
afirmei séria.
— Ele é louco por mim! Não se passa pela cabeça dele perder a mulher que
consegue atenção e facilidade em estar perto de pessoas que ele deseja.
— Foi a segunda vez que causei uma briga na boate dele. Javier obrigou os
soldados e eles separaram nós duas, com isso evitou que a vagabunda fosse
morta por mim. Fui para o escritório dele...
— Brigamos no escritório dele, mas ele apenas me avisou que não tenho
autoridade para matar ninguém. Ele pode tudo e eu não, em outras palavras
apenas mostrou que é poderoso. — dei de ombros.
— Apenas isso? Tem mais coisa e você não está contando para mim?
A encarei.
Garanti que iria parar, mas no fundo ela sabe que não é verdade. Não tenho
como prometer isso, meu jogo é incerto e muito intenso.
Ele é proibido para mim, mas não negaria um beijo para o capo, líder
da Cosa Nostra.
Julian está no meu quarto, sem suas roupas, e com o olhar cheio de maldade
e desejo.
Sua boca tomou a minha a força, o empurrei, mas ele colocou seu corpo
sobre o meu, impedindo minha saída de qualquer jeito.
— Você deveria estar com sua amante. — disse entre uma pausa de seus
beijos.
— Te avisei que não era para sair sem Darius, e você vadia não ouviu o que
mandei! Quer brincar comigo, Alana? — ameaçou pegando em meus
cabelos.
— Estava com Ariel na boate e não com homem nenhum, Julian! Você
mandou aquela foto para me provocar, tem noção que se tivesse com aquela
mulher na minha frente mataria ela sem dó. — o avisei.
— Você sente ciúmes, mas ainda provoca mesmo sabendo que mataria você
aqui se essa fosse minha vontade. Sua irmã está acordada? Poderia acordar
ela...
— Julian, ela não. Seu assunto é comigo! Consegui entregar uma mexicana
para Javier, ganhei proximidade com Ariel. O que mais você quer? —
questionei nervosa.
— Cale sua boca! Quem manda o que você deve fazer sou eu! Alana, minha
esposa serve para me dar prazer, dar o corpo para mim.
Engoli em seco.
— Eu também quero sexo. — menti para evitar que ele pense que não o
quero.
Tirei a camisola do meu corpo, ficando nua para ele. Ganhando sua
atenção, ele beijou meu pescoço, desceu os beijos para os meus seios,
mordendo um enquanto massageia o outro com força.
— Você é útil para meus planos, qualquer um cairia aos seus pés, atrás do
seu corpo e dos seus gemidos. Mas você é minha, somente minha. Alana,
minha loira deliciosa.
Sai da cama exausta depois de duas rodadas de sexo com Julian. Esse
desgraçado não se cansa, ficou com suas putas e quando volta exige meu
corpo e minha boca.
— Seu corpo fica tentador com marcas deixadas por mim. - sorriu
malicioso. — Por mais que eu goste, esconda isso com maquiagem. Você é
muito útil, seu corpo pode ser usado em alguma situação e nenhum homem
quer uma mulher com marcas de outro homem. — olhou em meus olhos.
— Se necessário, sim. A Cosa Nostra não fala de outra loira se não minha
esposa, sedutora, perigosa e esquentada. — riu debochado. — Quem diria
que a idiota que me casei seria uma arma tão valiosa? Consegui lapidar uma
garota sem graça e transformar em uma loira útil para os meus planos.
— Você quebrou aquela garota inocente. Agradeço você por isso, agora
consigo fazer o que eu quiser, Julian.Nunca teria destaque se não fosse por
você. — forcei um sorriso para ele.
Ele caiu no meu joguinho de palavras.
Jogo esse que ele não irá impedir a movimentação das minhas peças e
muito menos os meus planos.
Capítulo 25
Verônica me encontrou na sala, a encarei sorrindo, evitando mostrar um
pouco do que passei com a chegada de Julian.
— Tudo bem?
— Sim, não falei que iria ficar tudo bem? Ele está no escritório, enquanto
nós vamos para a mesa almoçar. — peguei em sua cintura.
Claro que Amber iria deixar tudo impecável para seu patrão, ela não
consegue parar de tentar agradar Julian.
— Não, ele não vai fazer isso. Como que ele vai me usar com alguma
marca ou cicatriz? Isso é o que ainda me salva.
— Ele deveria proteger você. Não te usar para atrair homens e usar para
trapacear! Quem se prejudica é você, Alana. — suspirou profundamente.
— Não se preocupe com essas coisas. O fato que vou ter troca de olhares
com os homens que ele quer me deixa satisfeita. Afinal ele tem suas
amantes, e eu posso sentir finalmente o gostinho de vingança. Não acha? —
tentei convencer ela.
Verônica me lembra muito o meu antigo eu. Em uma época que temia tudo,
era frágil e Julian se aproveitou disso para me destruir cada vez mais.
Ela se sentou no lado esquerdo, sentei no lado direito da mesa, bebendo um
pouco de água.
— Não reconheço minha irmã caçula. Alana, você é outra pessoa. Não iria
conseguir ficar tranquila em meio ao caos que está sua vida, ainda mais
com alguém do seu lado que te usa em qualquer situação.
— Ela merece, não confio em nada que sai da boca dela. — avisei
novamente.
Ouvimos passos pelo corredor, Verônica ficou atenta com o som. Ela teme
Julian e eu entendo seu medo, por muito tempo temi meu marido, e chorava
noites em claro pedindo uma solução.
— Claro.
— Pelo menos deve servir para isso. Melhor evitar fazer essa cara de
assustada, Verônica. Posso colocar você na boate para fazer alguma coisa
útil, assim consigo ter duas mulheres trabalhando para mim. — ameaçou.
— Julian, minha irmã não tem nada com seus planos. Ela não está
preparada para isso, você não precisa de mais ninguém. Sou a arma que
você precisa. — o lembrei.
— Tem razão, Alana. Foi muito cansativo lapidar você, não iria ter
paciência para fazer isso com outra idiota. Verônica tem sorte que sua irmã
faz tudo o que eu quero e chama atenção pela beleza. — ele disse olhando
bem para Verônica.
Tenho que estar bem mais vestida e deslumbrante do que ela. Para ver o
seu rostiho de fúria quando perceber que o capo está olhando para mim e
não para ela.
— O mais sexy. Tem preto? Queria usar uma cor escura para essa noite. —
a encarei olhando os vestidos nas mãos dela.
O vestido preto não tem mangas, ele é aberto nas costas, sem falar que
meus seios tem um destaque maravilhoso por conta da alça do vestido.
— Tem certeza? Você não acha muito aberto para um evento beneficente?
— levantou uma sobrancelha em questionamento.
— O evento pode ser beneficente para uns. Isso é faixada para os mafiosos,
uma estratégia de ganhar mídia como homens poderosos se juntando por
uma causa. — expliquei terminando o meu cabelo. — No meu caso tenho
que seduzir o anfitrião do evento. Minha missão exige um vestido
chamativo, e sem falar que tem certas pessoas que estarão presentes que eu
quero que não tirem os olhos de mim durante a noite inteira.
— Quando você fala nesse tom divertido não é boa coisa. Javier vai estar lá,
o que você pretende? — ligou os fatos.
A encarei sorrindo.
Tirei o robe, e ela veio até a mim ajudando com o vestido. Ele caiu
perfeitamente no meu corpo, minha bunda tem um destaque maravilhoso e
os seios estão como um convite para o pecado.
— Você está linda, maravilhosa, Alana. Com certeza vai conseguir concluir
sua missão sem muito esforço, apenas toma cuidado. — pediu novamente.
— Obrigada por me ajudar com a produção. Vou tomar cuidado, não vou
fazer nada de perigoso, fica tranquila irmãzinha. — afirmei sorrindo.
— Verônica pode sair do meu quarto. Você já teve tempo suficiente para
terminar sua tarefa. — Julian mandou ao entrar no quarto.
Verônica me olhou pela última vez e saiu deixando meu marido e eu.
Ele se aproximou de mim pegando em uma mecha do meu cabelo, seu olhar
foi no vestido ousado que escolhi para hoje.
— Sei o que tenho que fazer, Julian. Esse senhor vai ficar olhando para
mim e nem vai se lembrar de sua esposa.
— Estou ansiosa para nossa noite. Melhor irmos, não quero chegar
atrasada.
Ele saiu ao meu lado, sua mão em minha cintura apertando com
possessividade.
O garçom passou com champanhe, Julian pegou uma taça para ele. Seu
olhar percorreu o salão em busca do senhor Smith, mas quem surgiu em
nosso campo de visão é Javier Lucchese e a vadia que teve coragem de vir
ao seu lado.
— Julian, achei que você iria vir sozinho para o evento. — o tom de Javier
é de irritação. — Trouxe Alana para que?
— Javier...
— Elena, quieta. — ele rosnou. — Vamos falar com Smith, Julian não seja
imprudente, já passou o tempo que tinha que limpar suas burradas e te livrar
de problemas. — o encarou com deboche.
Vi seus olhos brilhando pelo ódio causado pelo irmão de criação. Nenhum
deles tem carinho um pelo outro.
Assenti.
O senhor Smith é um homem com os cabelos grisalhos aparecendo. Sua
esposa está viajando e ele deu um evento beneficente na ausência dela.
Smith olhou para mim , seu olhar percorreu meu corpo inteiro e ele não
disfarçou seu desejo ao passar a lingua pelos lábios.
Me aproximei de Smith.
— Me chame de Smith, Alana. Julian nunca apresentou você, será que tem
ciúmes em apresentá-la para outros?— questionou próximo.
— Ele me trouxe hoje para um evento beneficente de um grande amigo que
ele considera muito. — expliquei sorrindo. — Mas não há ciúmes, trabalho
sozinha e não tenho ninguém ao meu lado.
— Não tem ninguém? Isso me agrada muito, você é muito linda e deve
estar acompanhada. — garantiu com a voz rouca.
Peguei uma taça de champanhe para matar a sede, quando senti uma
presença avassaladora atrás de mim.
— Que tipo de jogo você e Julian estão fazendo? — sua voz é puro aço.
— Nada, capo. O aliado de vocês é ousado, Julian deve estar falando com
ele sobre isso. — expliquei dando um gole no meu champanhe.
Ficou ao lado de outros homens importantes. Mas para mim ter seu olhar
por perto é melhor do que qualquer outra coisa.
— Mesmo em boas roupas não tem disfarce para sua cara de prostituta
barata. — a encarei com deboche.
— Você está vestida como uma. É melhor ficar longe de Javier, ele está
acompanhado e você devia estar colada ao seu marido. — aconselhou.
Um ódio surgiu ao ver essa vadia como acompanhante de Javier, ele deveria
ter vindo sozinho.
— Alana, você pode ser poderosa. Mas para ficar com Javier, faço qualquer
coisa, tudo! — garantiu com a voz carregada de ódio.
Dei risada.
— Que bonitinha achando que o capo irá se apaixonar por você. Que ilusão
idiota Elena, tire essa ideia ridícula da porra da sua mente! — rosnei ao me
aproximar dela. — Javier apenas usa você para foda, ele não vai te olhar
com outros olhos.
— Você é uma vagabunda! Não sabe de nada da minha ligação com o capo,
estou do lado dele há muito tempo. Quem pode sumir é você.
— Sua mulher deve ficar ao seu lado, não perto de outros homens. Javier
pode acabar com você se esse for o meu desejo, idiota! — ameaçou ao sair
apressada.
Queria sair e ir atrás dela para acabar com essa confiança dela em relação
ao capo.
— Fique quieta e não ouse ir atrás dela! Quer que Verônica pague por sua
briga idiota com Elena? — apertou meu braço com força.
Neguei.
— Não coloque minha irmã nessa situação. Elena que é uma vadia
interesseira, não duvido que ela queira você e ao me ver ao seu lado sente
incômodo. — inventei uma fantasia para ele.
Não deixaria, mas essa vadia tem que perder Javier e sentir ele nos braços
de outra para calar essa boca irritante.
— Elena é uma puta com ambições maiores que o próprio tamanho. Você é
maior que ela, te preparei para o jogo e o submundo, Alana. — beijou
minha boca demoradamente. — Smith está louco por você e pouco deu
atenção para Javier e os outros homens.
Sorri divertida.
— Ele adora loiras, a esposa não tem a sua idade e viaja sempre. Estou
programando uma noite para você vir até aqui, Smith iria para o meu lado
sem pensar duas vezes. — disse com um sorriso de satisfação.
— Estarei pronta.
A noite acabou com dinheiro sendo arrecadado para o propósito que foi
anunciado. Na hora de ir embora, os carros de Javier e Julian estavam um
atrás do outro.
— Julian, cuidado para não cavar sua própria cova. — foi o último aviso do
capo.
Ele entrou no carro junto com a vadia, o carro dele saiu em disparada para
longe.
Entrei no carro com meu marido, ele saiu com o carro, seu olhar foi em
mim.
— Não quero você abrindo a boca para Javier, fique longe dele. — exigiu
sério.
Olhei para ele e seu olhar não saia da estrada, parece que ele quer descontar
seu ódio ao acelerar o carro.
— Você é irmão de criação de Javier. Deveria ter uma boa relação com o
capo. — toquei no assunto.
— Você foi adotado pelo pai de Javier por algum motivo? — questionei
interessada.
— Basta você saber que sou pior que Javier! Muito pior! Eu mostrei isso
todos os dias do nosso maldito casamento, Alana. — rosnou freando
bruscamente.
Levei a mão ao peito.
— Você não precisa dizer, senti na própria pele. Não quero uma
demonstração, estou do seu lado não estou? Sou casada com você e não
com outro membro. — tentei o acalmar.
Ele pode fazer uma loucura se eu não conseguir fazer o mesmo raciocinar.
— Javier pode ser o capo como o nosso pai sempre planejou, mas sou o
subchefe e o meu objetivo é crescer e ser muito melhor que a porra do capo!
Iludir uma pessoa é algo ruim. Mas no caso dele é necessário para o meu
próprio bem, enquanto Julian estiver na sua própria bolha de ilusões e
ideias, eu estou segura e a minha irmã principalmente está segura.
— Você vai morrer comigo, sempre vai estar comigo, Alana. — disse ao me
beijar com ferocidade.
Ele agarrou meu seio, o trajeto ficou para trás. Tentei fazer ele dirigir, mas
ele queria sexo, no fundo eu queria estar na cama de outra pessoa.
Verônica estava na sala quando chegamos. Fui até ela roubando sua taça de
vinho, bebendo um pouco e sentando ao seu lado no chão.
— Você demorou, fiquei preocupada.
— Alana, quero deitar, e se ouvir conversas venho aqui para acabar com a
lingua de vocês. — Julian ameaçou com a arma em punho.
— É estranho não ter uma ligação forte de nenhum dos dois. E como foi o
evento? Quem estava lá com vocês? Alguma figura importante? —
perguntou curiosa.
— Sim, acredite que vi algumas atrizes das novelas que você tanto adora.
— contei rindo.
Verônica riu.
— Você é uma provocadora e não deixa nem uma mulher ficar iludida. —
negou rindo.
— Ela acha que Javier vai se apaixonar por ela! Essa piada é ridícula, e
alguém tinha que abrir os olhos dela. A elena se acha uma prostituta mor e
não é porra nenhuma! O capo usa ela para uma foda e na fantasia dela o
Javier vai sentir algo por ela. — dei risada.
— Isso é para irritar a Elena ou tem algum motivo de você querer abrir os
olhos dela? — minha irmã pressionou.
— Tem vezes que não é você que controla o jogo e sim ao contrário, Alana.
— alertou bebendo um pouco mais de vinho.
Jamais irei deixar ele dormir com isso na mão e acordar atirando em mim
ou no quarto inteiro!
Fui até o meu closet para não acordar ele de maneira nenhuma. Quando ele
dorme, tenho meu momento onde penso em tudo o que aconteceu e no que
me aguarda no dia seguinte e no outro...
Me livrei do restante que cobria meu corpo ficando nua para tomar um
banho de banheira. Isso é o que eu preciso para colocar minha cabeça em
ordem.
— Você causa reações que jamais senti nessa vida maldita. — sussurrei
para mim mesma.
Lembrei do dia que brigamos no escritório dele na boate, e Dominique
interrompeu algo que iria acontecer naquele momento. A chance de sentir
sua boca na minha foi grande naquele dia, mas com meu marido de volta
tudo foi por água abaixo.
Julian e sua adoção pelo pai de Javier é algo que me intriga. Ele escolheria
um menino qualquer? Devia conhecer o pai ou a mãe dele e depois o criou
apenas por consideração.
Mas quem ele queria ver ser como seu sucessor era Javier.
Por isso Julian o odeia e Javier sempre provoca meu marido quando pode.
Os dois foram criados juntos e aposto que o pai de ambos obrigou uma
relação "pacífica" para evitar problemas e não chamar atenção para os dois
filhos.
Sai do banheiro pronta para deitar ao lado desse homem. Sentei na cama
pegando meu celular, olhei a mensagem de Ariel, ela mandou há uma hora
atrás.
" Traga sua irmã para uma reunião das mulheres na minha casa. Exijo
a presença das duas! Beijo, Ariel. "
Mas se ela se fechar é pior, preciso que ela esteja bem para ficar ao meu
lado.
Deitei ao lado de Julian. Ouvi sua respiração profunda, eu agradeço por ele
ter dormido primeiro. Olhei para sua face que agora está serena ao meu
lado, o maldito dorme sem nada na consciência, ele nunca perdeu uma noite
de sono.
Perdi a conta de quantas vezes não dormi e fiquei vendo o dia nascer.
Suspirei lentamente.
Mordi o lábio ao pensar no que não devia.
Que cruel estar na cama ao lado do meu "amado" marido e estar pensando
em outro.
— Ela é leal, e sabe muito bem que se trair minha confiança sofrerá
consequências e a família dela também.
Realmente ele já está bem e o que aconteceu na noite de ontem foi apagado
de sua mente perturbada.
— Para mim é interesse. Bom, mudando o assunto para cosias mais
relevantes, Ariel vai fazer uma reunião com as mulheres em sua casa.
Verônica e eu fomos convidadas, e será hoje. — avisei tomando um pouco
de leite.
— Isso é ótimo. Apenas tome cuidado com sua irmã, ela não sabe de nada e
pode falar demais. — alertou sério. — Não troque muitas palavras com
Dominique.
O encarei atentamente.
— Faça isso. Siga tudo o que eu mando ou não preciso te relembrar do que
irá acontecer. — ameaçou fazendo um carinho no meu pescoço.
— Não precisa repetir isso todo dia. Sei muito bem o que devo fazer, Julian.
— respondi irritada.
— Julian odeia todo mundo, parece que gosta apenas dele e de ninguém
mais.
— Ele nunca olhou para ninguém. O fato que Ariel gostou de nós é ótimo
para sair dessa casa! — comemorei terminando o meu leite. — Antes isso
era impossível por conta das suposições que Julian fazia comigo se saísse
sozinha.
— Então vamos para a boate também? Preciso saber para usar uma roupa
bonita.
— Você é maravilhosa irmã. Mas vamos sim, aposto que Ariel vai querer ir
e alguma das mulheres também.
Capítulo 32
Coloquei uma calça de couro acompanhada pelas minhas botas de cano
curto.
Escolhi uma blusinha vermelha com o zíper no meio, deixei meus cabelos
soltos.
— Sim, não precisa buscar nós duas. Depois de passar a tarde com Ariel,
vamos para a boate e qualquer coisa te aviso Darius. — o informei
enquanto guardei meu batom.
— Espero que essa noite seja calma. Não procure brigar com a tal garota da
boate, Alana. — minha irmã pediu.
Darius riu.
— Não prometo nada. Se ela vir me provocar irei até ela e acabarei com ela,
e sua cara de prostituta barata.
— Que bom que chegaram meninas, estou mandando servir alguns doces
para aproveitarmos.
— Estou sabendo que Alana conseguiu entregar uma mexicana para o capo.
— uma delas comentou interessada. — Há muito tempo uma mulher não
conseguia se destacar na máfia dos Lucchese.
— Apenas queria mostrar um pouco que uma mulher pode ser tão perigosa
quanto um homem na máfia. — expliquei ganhando sorrisos das minhas
amigas.
Verônica negou.
— Querida, você deve superar a morte do seu marido. Tem mulheres que
possuem sorte e se envolvem novamente com outros homens. Verônica,
pode ser que se case novamente.
As meninas riram.
— Ela acha que o capo irá se apaixonar por ela. Alguém teve que abrir os
olhos dela para esquecer essa ilusão. — dei de ombros.
— Elena é bonita, mas gosto dela longe do meu marido. — uma das
mulheres comentou enciumada. — Essas garotas são interesseiras e são
espertas de se aproximar dos nossos homens no melhor momento.
— Elena não é esse monstro. Ela sempre foi gentil comigo, Dominique
nunca se aproximou dela. Acho que está claro para todas nós que ela quer o
Javier, mas ele não vai escolher uma garota da boate para casamento.
— Ela está apaixonada e pensa que Javier não a usa. Finalmente alguém
além de mim que vê a situação fantasiosa que aquela garota pensa. —
comemorei pegando um pedaço de bolo.
— Javier sempre usou Elena? — minha irmã perguntou. — Por isso ela
sente algo por ele.
— Ele tem várias mulheres e Elena se acha, mas é apenas uma. — uma
delas explicou para Verônica. — Todas tem o sonho de tentar algo com o
capo.
— Julian sabe muito bem que se eu souber de algo desse tipo vou atrás
dessa mulher.
— Ariel, vamos conosco para a boate? Podemos sentar em uma das mesas e
dessa vez não vou estragar a noite.
Ela riu.
— Dessa vez estarei lá para evitar que Alana não brigue com a Elena. O
capo não irá aguentar mais uma briga na boate, minha irmã sabe que deve
se conter. — Verônica disse apertando os olhos para mim.
— Irmã, ela quer apenas sair um pouco dessa casa. Julian sempre me privou
de sair e fazer amigas. Isso é algo que todos gostam ter o controle sobre
nós. — expliquei para Verônica. — Dominique pode ir conosco se ele
quiser vigiar Ariel.
— Ele estará lá, mas vou sentar com vocês e aproveitar um pouco da noite
com minhas amigas.
Escolhemos uma mesa no centro tendo uma boa visão do palco, pedimos
drinks para começar nossa noite das garotas.
— Acho que estou surpreendendo por estar aqui. Ninguém da boate tem o
costume de me ver muito por aqui, estou achando divertido. — Ariel disse
rindo enquanto bebia seu drink.
— Não é errado vir aqui sem eles. Dominique tem o controle da boate, ele
sabe quem entra e quem saí, assim como Julian. — defendi minha visão.
— Tem alguns homens olhando para mim. Acho que não sabem a diferença
de ser uma das garotas e não estar nesse meio. — Verônica disse
incomodada.
— Nenhum deles pode ver uma mulher bonita que vão olhar. — segurei o
ombro da minha irmã. — Fica tranquila.
Dominique surgiu na nossa frente olhando com raiva para Ariel.
— Você não me disse que viria para a boate. Achei que estava em casa! —
reclamou com ela.
— Fiquei entediada e resolvi vir para cá. Você vive aqui e não tem
problema vir com as minhas amigas, Dominique. — Ariel o respondeu
seca.
— Ficar longe de mim é o melhor que ela faz. Não respondo por mim
quando ela se aproximar com suas provocações.
— Deve ser horrível ser traficada. — Verônica disse com a voz rouca. —
Tinha uma amiga que era de uma boate e ela foi arrancada dos pais.
Desviei o olhar vendo Javier saindo de seu escritório na companhia de
Dominique.
Eles vieram falar com outros homens, e logo se sentaram em uma das
mesas perto da nossa.
Um dos homens chamou sua atenção falando alguma coisa que o fez olhar
para o palco.
Capítulo 34
Elena foi chamada por Javier.
— Depois ela vai dizer que você a provocou. — Verônica chamou minha
atenção.
— Não estou implicando com ela. Mas acho que alguma das novas garotas
conquistou a atenção de um dos homens.
— Realmente, Elena está indo até o grupo das garotas. Javier deve ter
pedido para ela ir trazer a garota para ele. — Ariel disse olhando para
Elena.
— A garota deve ter deixado algum dos homens interessados, mas está
assustada com essa situação toda. — Verônica lamentou. — Não tem como
ajudá-la? Vocês são mulheres de dois homens importantes aqui. —
perguntou olhando para Ariel e para mim.
— Dominique não vai se meter. Ele nunca entrou nesse assunto com Javier
ou quis defender alguma das garotas. Se eu fizer isso ele vai achar que estou
fazendo de tudo para provocar. Não posso me meter nesse assunto, apesar
de sentir daqui o medo da garota que provavelmente é virgem e isso deve
ter deixado o homem excitado.
Fechei o punho.
Ver aquela garota passando por isso acabou me dando um gatilho da noite
de núpcias que acabou se tornando um maldito estrupo.
— Fiquem aqui, vou tentar falar com Javier, e ver a situação dessa garota.
— Isso não é da sua conta. Quer se meter nos meus assuntos, Alana? — me
encarou com a sobrancelha erguida.
— A garota estava assustada, ela pode abrir a boca para o cliente. Javier,
não pensou nisso? — o provoquei.
— Por acaso está dizendo que sou idiota? Dominique está resolvendo isso
com um dos meus soldados para acompanhar a vagabunda. Não é tão
esperta, loira. — rosnou entre dentes.
— Capo estou falando sério! Conheço uma mulher assustada e ela pode dar
com a lingua nos dentes. — o encarei séria.
Dominique correu ao nosso encontro.
— Mas...
Ele me pegou pelo braço arrastando para fora da boate ao seu lado. Elena
veio atrás de nós, mas essa cena foi tão maravilhosa de ver.
— Javier?
Um dos soldados levou ela para dentro, ouvi ela gritar de raiva por me ver
com o "seu" homem.
— Você vai se passar por uma das garotas da boate. Acabe com o homem,
cuidarei da garota, não questione e apenas faça o que estou mandando. —
avisou ligando o carro.
— Ela abriu a boca e falou demais. Não faço caridade, use sua maldita boca
para ganhar atenção do cliente e acabe com ele.
A garota acabou de cavar sua própria cova ao abrir a boca com um cliente
sobre como ela veio parar na boate.
Ela deve ter entregado o nome de alguém achando que o homem vai ajudá-
la.
— Javier, peça para Elena levar minha irmã para casa. — pedi o encarando.
— Dominique vai cuidar de levá-la para casa. Afinal agora Ariel virou sua
amiga e consequentemente da sua irmã, mas tem algum interesse por trás?
Ri debochada.
— Não estou armando nada, ela gostou da minha pessoa. Dominique assim
como Julian e outros, tem essa mania de privar suas esposas de terem
amigas, saírem sem ter uma tropa de soldados atrás para vigiar e falar tudo.
— comentei aumentando o tom de voz.
— Alguém não gosta de coleira. Mas engraçado que ontem Julian deixou
você sozinha no salão da casa do Smith. — comentou intrigado.
— O capo está observando tudo o que acontece comigo? Achei que você
odiasse loiras, foi isso que você disse para mim. — relembrei o encarando.
— Não use o que eu falo contra mim, Alana. É um conselho, não avisarei
novamente. Aposto que não deve gostar de sofrer punições.
Cruzei os braços.
— Deveria ter trazido Elena para o ajudar com a garota. Ela é experiente e
não deixaria nada de errado acontecer. — sugeri debochada.
Ele acelerou e logo chegamos em uma casa luxuosa. Javier falou ao celular
com Dominique, o soldado veio até nós falando que os dois estão na casa.
— Pode deixar comigo, deixarei ele ocupado e irei terminar logo com isso.
Não quero ficar muito por aqui.
Subi rapidamente.
A porta do quarto está aberta e a garota só está coberta pelas peças íntimas.
— Não!
Sorri divertida.
— Claro.
Abaixei o zíper da minha blusa, sem ela fico com os seios para fora. Ela
tem bojo e sendo assim não preciso usar sutiã.
Ele se deitou na cama, olhei para o travesseiro ao lado dele pronto para ser
usado ao meu favor.
Ajeitei minha blusa, logo depois ouvi passos. Javier entrou no quarto do
homem indo conferir se estava vivo ainda.
— Mulheres sempre deixam alguma coisa para trás. Mas você acabou com
ele realmente, Julian ensinou que usar seu corpo pode ser a destruição de
muitos homens. — sua voz rouca arrepiou meu corpo por inteiro.
Seu olhar demorou em mim depois de terminar com esse serviço. Logo
saímos da casa desse homem solitário que não tinha ninguém além do
dinheiro.
Amava tirar garotas das boates e judiar, mas acabou morto sem ter prazer.
Nada me deixou mais satisfeita do que saber isso pela boca de Javier.
— Vocês todos servem ao capo que sou eu. Não tenho que te avisar sobre
tudo, Julian. Estou deixando ela aqui agora, mas poderia jogar sua esposa
na minha boate ou simplesmente não devolver ela para você. — suas
palavras pareceram ter no fundo uma verdade.
Ele não me devolveria para Julian? Para provocar meu marido e causar uma
guerra sangrenta? Sim. Javier não tem limites e não pensa em ninguém ao
seu redor, e eu estou no meio dos dois.
— O que ele mandou você fazer? Fala para mim! ANDA ALANA! Quero
saber o que vocês fizeram e aonde foram! — exigiu descontrolado.
— Uma garota abriu a boca para um cliente. Apenas fui para ajudar o capo
com o serviço, matei o homem, e a garota ficou nas mãos dele. Foi isso que
aconteceu Julian! Entendeu? — expliquei nervosa.
— Deveria ter me avisado! Não sou idiota para ficar sabendo das coisas por
último.
— Entendi! Me deixa! — rosnei irritada.
Fiquei em alerta quando percebi que ele queria me jogar dentro, acabar com
a minha vida agora...
— Julian! O que pensa que está fazendo? Não! Estou fazendo tudo como
você quer, não? — tentei negociar com ele.
— Verônica pode entrar para o joguinho se você não fizer o que estou
mandando desgraçada! — ameaçou pegando em minha nuca. — Se ajoelhe
diante da piscina, agora!
Fiz o que ele queria, temendo pela minha vida e da minha irmã.
— O capo foi quem me arrastou, não pedi para ir para lugar nenhum ao
lado dele Julian!
— Como é bom ver você temendo por sua vida miserável. Como se sente
sabendo que tenho o controle sobre isso? Sua irmã também depende de
mim, todos dependem de mim. — riu diabólico.
Olhei para a água e sem dar aviso do que iria fazer ele enfiou minha cabeça
na água, não gritei para tentar me concentrar e respirar.
Mas logo o fôlego foi faltando, ele tirou minha cabeça e nem deu tempo de
sair.
Ele fez novamente.
Gritei atordoada.
Ele riu do meu estado, abri os olhos debaixo d'água vendo as bolhas que
estão se formando pelos meus gritos.
— Isso é só uma prova do que está por vir se isso se repetir. Sua beleza
pode ser a fraqueza de muitos homens, mas me livro de você e posso
colocar sua irmã para ser sua substituta! — ameaçou com um largo sorriso
de satisfação por me ver ali.
— Não vai se repetir. — falei com a voz baixa. — Pode acreditar na minha
palavra amor, você sabe que faço qualquer coisa por você. — apelei para a
ilusão que ele pensa que é real.
— Vai precisar demonstrar mais o seu amor. Alana, não brinque comigo
novamente, você foi minha obra de arte, e se tornou minha arma. Não
queria destruir você e ter que usar sua irmã para os meus planos. — sorriu
divertido.
— Ele odiou você ter ido sozinha com o capo. Não faça mais isso, avise ele
antes por favor Alana! Ele iria te matar, não estava brincando. — implorou
angustiada.
— Você poderia dormir comigo. Fica aqui e não vai para o seu quarto, não
confio nele.
— Isso irá demonstrar que estou com medo desse idiota. Tenho que ir, não
vou abaixar minha cabeça para ele ou recuar! É isso que ele deseja que eu
faça, não vou dar o gostinho que ele tanto quer provar. — garanti sorrindo
divertida. — Ele vai me pagar por tudo isso, pelo passado e o presente.
— Vou me divertir com Julian. Sei que estou correndo risco, mas não
adianta fazer tudo o que esse doente quiser! Ele não tem controle sobre a
própria mente doentia, surtou com Javier e descontou em mim. — expliquei
para ela. — Ele vai me pagar por tudo, Verônica. Fui quebrada por ele sem
ter feito nada, meu marido que me arrastou para o submundo, onde tive que
abandonar a antiga Alana.
— Ele é perigoso, não tem limites. Se ele encontrasse outra para perseguir,
a deixaria em paz.
— Isso é uma ilusão. — a alertei. — Não posso imaginar que outra irá me
salvar do meu marido. Ninguém nunca conseguiu me salvar, e essa
vingança é tudo o que eu tenho para conseguir fazer ele pagar por tudo.
Julian é um ser asqueroso que merece ser pisado, torturado e principalmente
sofrer tudo o que há de ruim.
— Essa vingança que você fala tanto não tem espaço para Javier não é?
Percebi os olhares de vocês dois, não tente negar para mim. — cobrou séria.
Assenti sorrindo.
— Eu o desejo. Você está percebendo tudo rápido, isso é ótimo para não
me prejudicar.
Ela negou.
— Deixe essa ideia fora de cogitação. Alana, você não pode fazer essa
loucura, está casada! — avisou baixinho. — Traição dentro da máfia é algo
proibido, e ambos foram criados juntos! Não coloque o capo e o subchefe
juntos nessa vingança que você deve fazer, mas com cautela. —
aconselhou.
Dei risada.
— Que graça teria se eu não fizesse isso? Nenhuma! Quando um jogo não
tem graça ninguém joga e não sente prazer em brincar.
— Você está brincando com fogo. Será que não consegue perceber que vai
se queimar? — negou sem acreditar. — Javier é perigoso e controla quem
entra e sai do seu caminho. Você pode entrar e não conseguir sair por
causa dessa atração perigosa.
— Quanto mais você fala dele, mas vontade sinto de sair dessa maldita casa
e ir até a casa dele fazer uma surpresa. O que acha? — brinquei deixando
ela nervosa.
— Você só vai fazer isso se passar pelo meu cadáver. Vá para o seu quarto
antes que Julian venha para cá e tudo fique pior.
— Durma tranquila irmãzinha. Vou tomar um banho e não vou sair de casa.
Estava brincando contigo!
— Hoje não vou para lugar nenhum, mas não estou brincando em relação
ao capo e você sabe bem disso. Boa noite Verônica.
Passei a mão na nuca sentindo um desconforto pela força que ele fez.
Não poderia mentir sempre para Verônica ao dizer que não sinto atração
pelo capo. Ela deve saber para me ajudar e não ser controlada pelo meu
marido, ele pode tentar enganar a Verônica.
— Não poderia ser de manhã? Queria ficar em casa com a minha irmã e não
fazer companhia para aquele velho nojento. — respondi irritada.
Ele gargalhou.
— Você vai ir até lá sem questionar nada. Tire a roupa e deixe aquele idiota
feliz por alguns minutos e depois volte para casa! — rosnou entre dentes.
— Se prepare, use o melhor vestido que tem e não estrague por nada o
encontro com ele.
— Ficar linda não é difícil para mim e você sabe muito bem disso.
Respirei fundo.
Não há como escapar da missão que meu querido marido deu para
mim.
Ela não queria que eu fosse, mas era preciso ir para Julian não fazer
outra besteira.
Darius me levou de carro e deixou no lugar que Julian mandou ele deixar.
Olhei para ele, o mesmo queria levar o carro até a mansão do homem, mas
meu marido iria saber.
— Julian iria te bater, e poderia ameaçar Megan. Vou sozinha, quanto mais
cedo é melhor. — sai do carro o encarando.
Sorri divertida.
— Obrigada Darius.
Segui andando, querendo logo ir até a casa desse homem. Seria tão
divertido dopar ele e fingir que aconteceu algo.
Javier pegou em meus cabelos com uma mão, levando minha boca
diretamente para a sua.
Nos beijamos ferozmente, uma luta se iniciou entre minha boca contra a
sua. Agarrei seus cabelos o puxando para mim, matando o desejo de ter sua
boca contra a minha.
Na verdade estou mentindo quando disse que estou matando meu desejo.
Eu quero mais.
Beijos!
Isbabi
Table of Contents
Title Page
Recado especial
Sinopse
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Continua
Em breve
Agradecimentos