Você está na página 1de 429

Copyright © 2021 MARCIA CANDIDO

Capa: Marcia Candido


Revisão: Marcia Candido
Diagramação: Marcia Candido
Autora: Marcia Candido
1◦ Edição

Está é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e


acontecimentos descritos são produtos da imaginação da autora. Qualquer
semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais é mera coincidência.
Está obra segue as regras da Nova Ortografia da Língua Portuguesa.

Todos os direitos reservados.

É proibido o armazenamento e/ou a reprodução de qualquer parte


dessa obra, através de quaisquer meios (tangível ou intangível) sem o
consentimento escrito da autora. A violação dos direitos autorais é crime
estabelecido na lei nº. 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
2018.
SINOPSE
Maycon D'ávila é o príncipe da máfia italiana, uma facção
comandada apor seus pais, Michael D'ávila e Brenda Lins D'ávila! O
herdeiro do trono estará na mira da polícia em uma importante e perigosa
investigação da polícia, Allana Macedo, uma policial infiltrada em uma das
boates da facção, conhecerá o poder que tem um homem como Maycon
D'ávila, mas o novo chefe da máfia se encantará pela bela oficial e fará o
que estiver ao seu alcance para ter o que quer, e ele quer o amor de Allana.
Será que ele vai conseguir conquistar uma mulher que está no seu
caminho para lutar contra ele?
Allana Macedo teve a sua vida destruída quando perdeu toda a sua
família em um confronto contra um Cartel muito perigoso, quando só tinha
dois anos de idade. A sua família fazia parte de uma facção que queria a
todo custo arrancar Brenda D'ávila do poder, e tomar a liderança de uma das
maiores facções no mundo do crime, e também por não aceitar uma mulher
no comando, pois isso nunca havia acontecido antes.
Mas essa mesma facção que tentou contra a família D'ávila, foi
dizimada mostrando Brenda D'ávila como uma rainha ainda mais poderosa
que qualquer outro, agindo com a proteção anônima de seu marido, a quem
muitos ainda tem como morto.
Allana é uma mulher confiante naquilo que quer, e ela quer
vingança contra o Cartel Nuestro Poder, por isso depois de adulta ela entrou
para polícia afim de conseguir o que tento quer, mas o que ela não sabe, é
que está pisando em um campo minado, está pisando em um dos territórios
mais perigosos da Itália.
Em um confronto da polícia contra alguns membros da facção
Nuestro Poder, Allana será capturada e levada pela facção. Depois de
inúmeras tentativas de escapar das garras de Maycon D'ávila, a bela policial
descobrirá estar cometendo um grande erro ao agir contra o novo soberano,
Maycon D'ávila.
Allana descobrirá que no passado, teve a sua vida salva justamente
por Michael D'ávila, durante um confronto quando ela ainda era um bebê.
Só resta saber se ela vai aceitar a sua nova realidade, pois o novo soberano
Maycon D'ávila, não está disposto a perder a mulher que escolheu para ser
sua, mesmo ela o odiando.
AGRADECIMENTO

Obrigada a todos por acompanhar mais um dos meus

trabalhos, mesmo com a pouca experiência em escrita estou tentando fazer

o meu melhor. Desde já peço desculpas pelos erros ortográficos pois não

sou profissional em revisão e é difícil encontrar alguém que queira nos

ajudar de boa fé, mas mesmo assim, muito obrigada pelo apoio de todos

vocês, um grande beijo a todos e até o próximo livro.


CAPÍTULO 01

— SE PROTEJA MAMÃE! SAIA DAÍ! — Grito preocupado mas


ela insiste em se colocar no fogo cruzado, atirando como nunca vi antes.
— Filho! Maycon...! Protejam o meu filho! Agora! — Ela recua me
dando cobertura e alguns dos nossos soldados se juntam a mim.
Recarrego novamente as minhas armas e corro para o confronto me
pondo na frente da minha mãe, consigo arrastá-la comigo mas minha mãe
insiste em me proteger, ela não muda, é muito teimosa.
— O reforço está chegando, mas não vamos recuar! Eu me recuso a
perder essa batalha! — Mamãe recarrega as suas armas enquanto eu atiro
lhe dando cobertura.
— Deixe comigo agora, mamãe! Se proteja por favor...! Você está
ferida, o seu braço está sangrando! — Me assusto ao ver o seu braço
esquerdo ensanguentado. — Isac! Thomas! Nos dê cobertura! Eu preciso
tirar a minha mãe daqui! — Abraço a sua cintura arrastando-a para longe
dali, nos protegendo atrás dos carros blindados.
— Eu não vou fugir, Maycon! Você sabe que eu não vou fazer isso,
filho! Vamos acabar com esses miseráveis então a gente vai pra casa, está
bem...? Vamos nessa, meu amor! O seu pai já está chegando para nos
ajudar. — Mamãe se solta de mim atirando nos nossos inimigos e eu me
junto a ela.
Está para nascer mulher mais teimosa que minha mãe, mas admiro
muito essa sua força, essa sua garra, sua ambição por conquistar o que tanto
quer, e ela quer vencer essa batalha então nós vamos vencer.
Lutamos lado a lado em um confronto com os nossos inimigos, uma
facção que surgiu de repente e acha que pode nos vencer, mas isso não vai
acontecer. Isac, Thomas e o Sr. Júlio se juntam a nós e logo vejo chegar
também o meu pai e meu tio Charles com mais um grupo de soldados.
Encaro minha mãe e ela sorrir de lado, sei muito bem o que ela quer.
— SOLDADOS! AVANÇAR! — Ordeno partindo para cima desses
malditos e todos me seguem atirando junto comigo.
Estamos em uma verdadeira guerra e não vai ser hoje que vamos
perder a nossa batalha. Ouvimos as sirenes da polícia mas nem por isso
fugimos do nosso confronto, exterminamos esses malditos o quanto
podemos mas nós sabemos a hora certa de recuar.
— Soberana! Filho! Vamos!
Meu pai passa por nós correndo e arrasta minha mãe com ele, eu
vou logo atrás, não podemos ser pegos pela polícia e os nossos inimigos
não vão nos seguir.
— SOLDADOS! RECUAR! AGORA! — Ordeno enquanto corro
logo atrás dos meus pais.
Nos afastamos ao máximo que conseguimos e entramos nos carros
que chegam para nós dar cobertura, os nossos homens se dividem em
alguns outros carros e saímos dali seguindo para o nosso esconderijo, pois
sabemos que a polícia tentará nós encontrar depois desse ataque.
— Você está ferida, meu amor, precisamos levá-la para ao nosso
hospital, agora! — Ordena papai preocupado mas vejo minha mãe sorrir
acariciando o seu rosto de forma tão carinhosa.
— Relaxa, meu amor! Está tudo bem, não foi tão grave... Pegou de
raspão mas vou precisar levar alguns pontos, não se preocupe tanto, você já
devia estar acostumado com isso.
— Eu nunca vou me acostumar com a minha mulher sendo baleada!
Eu pedi para você deixar o nosso filho a frente de tudo, ele vai substituir
você logo e precisa comandar os ataques, você o orienta de fora assim como
eu faço! Mas você é teimosa demais! — Papai a repreende e ela respira
fundo.
— Você vai brigar comigo por causa disso? Você me conhece,
Michael! Sabe como eu sou, sabe que jamais vou deixar o nosso filho em
um confronto sozinho! — Retruca em um tom sério e eu respiro fundo.
— Não quero brigar, Brenda! Mas você precisa me ouvir quando
peço para não se arriscar tanto, eu não posso e não vou aceitar perde você!
Porra você não muda! Não deixa de me contestar, é teimosa e me deixa de
cabelos em pé de tenta preocupação...! Todos sabemos o quanto você é boa
no comando mas eu não quero mais você a frente dos ataques! E isso não
foi um pedido! — Meu pai Esbraveja alterado e vejo uma nova briga
eminente.
— Pelo amor de Deus! Vocês dois vão começar com isso...? Mamãe,
o papai está certo, você não está mais na idade de ficar se arriscando tanto...
— Está me chamado de velha, Maycon? Me respeite garoto! Eu
ainda sou a sua mãe e ainda posso de dar uns puxões de orelha! — Ela me
lança um olhar severo e eu engulo a seco.
— Me perdoe, mamãe, mas você nos deixa louco com essa sua
teimosia... Eu quase perdi você hoje e não vou te perdoar se você me deixar
dessa maneira por ser tão teimosa! Meu Deus! Até eu já estou de cabelos
brancos por sua causa. — Repreendo-a inquieto e a vejo respira fundo.
— E o que acontece se eu perder você, meu filho? Eu não consigo
ficar de fora porque tenho medo de perde você! Seu pai também prometeu
ficar de fora mas é tão teimoso quanto eu, então vocês não tem o direito de
reclamar comigo! — Rebate emburrada e meu pai sorrir acariciando o seu
rosto.
— Não vamos brigar por causa disso, eu não quero perder nenhum
de vocês então precisamos de ruma nova reunião... O nosso filho tem novas
ideias para os nossos combates e precisamos colocá-las em prática ligo, são
ideias excelente, por isso quero que ele ocupe logo o trono na facção... A
máfia italiana terá um líder tão bom com a mãe dele. — Diz de um jeito
amoroso todo orgulhoso, eles se beijam me fazendo revirar os olhos.
— Não comecem vocês dois! Você ainda está ferida, mamãe...!
Graças a Deus não foi nada grave. — Os repreendo mas eles gargalham,
entre beijos não me dando a mínima.
Esses dois não tem jeito, entra ano e sai ano e eles não mudam,
esses dois são como fogo e gasolina, depois do fogo aceso é quase
impossível apagar e por isso fico bem longe deles nessas horas, mas o que
posso fazer quando estamos no mesmo carro?
— Tio Charles? Para o carro! Eu vou descer, vou com Isac e os
outros no carro de trás... Não quero presenciar os meus pais transando no
banco de trás, eu no seu lugar abandonaria o carro aqui mesmo. — O alerto
em alto e bom som, meus pais gargalham no banco de trás.
— Maycon! Engraçadinho! Você está ficando pior que o seu pai,
está insuportável. — Me repreende sorrindo mas não larga o meu pai.
— Pelo amor de Deus, papai? Controla a sua mulher! Espera pelo
menos chegar em casa! — O repreendo sério e o ouço bufar.
— Querida, precisamos obedecer o futuro Capo da nossa facção, ele
será o nosso líder em duas semanas. — Argumenta naquele mesmo tom
orgulhoso e eu sorrio por isso.
— Maycon Lins D'ávila! Eu ajudei Isabela trocar a fralda cagada
desse moleque e agora vou ter que obedecê-lo... Isso não é para qualquer
um, meu sobrinho...! Seus pais estão colocando um império nas suas mãos,
esperamos que você lidere com a mesa firmeza e garra que os seus pais...
Mas nós vamos estar ao seu lado para te orientar e te ajudar quando for
necessário. Soberano JR. — Diz a última parte em um tom de ironia.
— Que porra é essa de Soberano JR, tio Charles? — Questiono
incrédulo e meus pais gargalham assim como ele.
— Relaxa, moleque! Estou brincando... Mas falando sério, você está
fazendo um bom trabalho, merece ocupar o trono que está sendo passado
para você, sei que vai fazer uma bela liderança... — Diz todo orgulhoso mas
é interrompo pelo som das sirenes atrás de nós. — Filhos da mãe! Como
esses miseráveis conseguiram nós alcançar?
— Pisa fundo, Charles! Vamos! — Ordena meu pai com a sua
atenção nos carros atrás de nós.
— Malditos! Filhos da puta!
Esbravejo socando o painel do carro e vejo Isac parear o seu carro
com o nosso, ele faz sinal para seu pai dizendo que vai despistá-los para
conseguirmos escapar e meu tio concorda.
Essa linguagem de sinais nós tivemos que aprender com os nossos
pais, fomos criados juntos igualmente, ambos fomos educados e ensinados
para ocuparmos os cargos onde estamos hoje.
Isac dá um cavalo de pau no meio da pista e atira contra as viaturas,
outro dos nossos carros fazem o mesmo se juntando a ele enquanto meu tio
faz uma curva sinuosa para sairmos das vistas da polícia. Logo mais afrente
meu tio faz a mesma curva e conseguimos escapar seguindo para um dos
nossos esconderijos, uma casa de campo isolada que somente nos temos
acesso.
Ligo pelo rádio para falar com Isac e ele diz que está logo atrás de
nós, mas está seguindo por uma rota alternativa para não nos seguirem, as
viaturas colidiram contra outros carros na pista mas não sabemos se os
nossos inimigos, ou policiais apaisana estão na nossa cola, então todo
cuidado é pouco.
Alguns longos minutos depois estamos entrando pelos portões da
casa de campo, assim que saímos do carro minha tia entra logo atrás
estacionando ao nosso lado, ela já sai do carro correndo até nós.
— Brenda! Meu Deus você está bem? Isac me ligou e eu vim o mais
rápido que pude... Tem mais alguém ferido? Maycon? Charles? Michael...?
Vamos entrar! Eu vou cuidar de você minha irmã. — Pergunta aflita
enquanto guia minha mãe para dentro da casa.
— Fica tranquila, tia! Os demais feridos já estão sendo levados para
o nosso hospital, cuida da mamãe! Eu vou ligar para Thomas e me informar
se todos conseguiram escapar. — Sigo direto para o escritório do meu pai e
ele vem atrás com o meu tio Charles.
Ligo para alguns dos nossos soldados e descubro que três dos nossos
foram presos, não tem como não se irritar com isso, mas vamos dar o nosso
jeito de resgatá-los e faremos isso quando eles forem transferidos, esse é o
momento perfeito para resgatarmos os nossos soldados.
— Está certo, Olavo! Eu falo com você depois, me mantenha
informado sobre a situação... Não, infelizmente a soberana não vai poder
receber o carregamento, eu mesmo vou fazer isso, enquanto isso você
encontra Maycon na boate amanhã bem cedo, ele mesmo resolverá essa
questão... Está certo, falo com você depois. — Meu pai entra no escritório
falando ao telefone e pelo que entendi, temos problemas.
— O que houve, papai? Problemas com o carregamento ou com as
boates? — O encaro atento.
— Problemas na boate, filho, sua mãe vai precisar se ausentar por
uns dias então você vai ficar à frente dos negócios, eu vou receber o
carregamento de mercadorias que está chegando, mas vou tomar cuidado
para não ser descoberto... Ricardo está fazendo merda, contratou novas
garotas sem a autorização da sua mãe e algumas das novatas estão roubando
os clientes... Uma delas quase foi estrangulada por um cliente e eu não
quero esse tipo de problema para nós, você resolve isso, filho. — Explica
pensativo. — Charles! Liga para Bruno e pede para ele trazer Maria Luiza,
Brenda vai querer a nossa filha por perto então é melhor trazê-la de uma
vez... Recomenda todo cuidado no transporte dela, por favor! Se ela chegar
aqui com um arranhão sequer, muitos vão pagar por isso.
— Certo, soberano! Farei isso agora mesmo. — Tio Charles sai do
escritório nos deixando a sós.
Quando o assunto é sério, meu tio deixa a sua lealdade ao meu pai e
minha mãe em primeiro lugar, depois a amizade, e saber separar as coisas é
bom.
Converso brevemente com o meu pai mas minha mãe aparece
contestando-o sobre ela não poder ir receber o carregamento. Como sempre
eles discutem mas acabam entre beijos e amassos, não vou ficar aqui
presenciando isso então saio do escritório os deixando a vontade.
Não é querer me gabar mas a minha mãe é fodona, ela é brava e
ganha o respeito de qualquer um nesse mundo em que vivemos, eu a admiro
muito, estou fazendo de tudo para ser como ela e meu pai, e sei que vou
conseguir o meu objetivo.
Minha irmã Maria Luiza é uma boa pessoa, amo a minha irmã mas
ela é uma patricinha de carteirinha, ou pelo menos está tentando ser e não
sei o porquê disso, ela não é mimada como as muitas garotas que conheço,
mas nunca vi uma pessoa gostar tanto de gastar como ela, não para com
namorado algum e se acha a mulher mais linda do mundo, bom, nisso eu
tenho que concordar, a minha irmã é linda mesmo, afinal, ela puxou a nossa
mãe, e do mesmo jeito que o nosso pai tem ciúmes da minha mãe ele tem da
minha irmã também, se ele souber que ela está namorando as escondidas
não sei o que será dela.
Por sorte Maria Luiza é muito seletiva com os namorados que
arruma, pelo menos numa coisa eu a admiro muito, ela sabe com quem deve
ou não se relacionar, não podemos correr o risco de trazer para o nosso
meio, alguém que possa agir contra nós e por isso ela sempre me pede para
investigar os seus pretendentes antes de se envolver com alguém, nos
damos muito bem, mas não somos agarrados como unha e cutícula, palavras
dela, Luiza tem a vida dela e eu a minha mas sempre nos ajudamos quando
um precisa do outro.
Muitos ainda pensam que meu pai está morto, e como minha irmã
nasceu bem depois de mim, muitos acreditaram na história de que ela é
adotada, obvio que ela não gosta dessa situação mas apreendeu a aceitar
para manter o segredo do nosso pai seguro.
Ele está nos ajudando discretamente para não ser reconhecido, a
nossa maneira de nos protegermos em um confronto e não deixar que
descubram quem é quem na hora do combate, é usarmos todos a mesma
roupa com numeração, e todos encapuzados, além de escudos, apenas nós
mesmos sabemos quem estar atrás de cada número no uniforme.
Temos dois uniformes com a letra L dourada, L de líder e de quem
são esses uniformes? Ora! São dos meus pais, eu sou o número 1 a frente
das tropas, e meus pais são os líderes pois sempre nos dividimos em dois
grupos e os dois grupos precisam de um líder, e não tem como um único
líder comandar os dois grupos ao mesmo tempo. Mas em breve eu serei um
dos líderes e sei que o outro continuará sendo o meu pai, pois ele não quer
mais minha mãe se arriscando e eu concordo com ele, o problema é fazê-la
entender isso.
— Maycon! Cara você está bem? Como está minha tia? O ferimento
foi grave? — Isac entra na casa vindo direto até a mim.
— Relaxa, irmão! Ela está bem, por sorte o ferimento não foi grave,
a bala pegou de raspão mas ela levou alguns pontos. — O abraço apertado
respirando fundo por toda essa situação. — Que notícias você tem dos
nossos inimigos? Tem alguém vivo para tentar contra nós outra vez? Algum
deles foram presos? — Me solto dele atento.
— Poucos sobreviveram e a maioria foram presos, apenas alguns
conseguiram escapar mas nossos homens foram atrás deles. — Informa
olhando a nossa volta.
— Beleza! Monta uma pequena equipe para nos acompanhar, eu
preciso ir até a boate mas precisamos chegar até lá sem sermos percebidos...
Vamos sair no meio da madrugada, ok? Mas antes vá ver a minha tia, ela
deve estar querendo se certificar de que você esteja mesmo bem. — Aviso
enquanto pego o meu telefone, preciso ligar para minha irmã, quero ter
certeza de que ela está mesmo bem.
CAPÍTULO 02

São duas horas da manhã e eu estou a caminho da cidade, preciso ir


até a boate mas quero entrar nela despercebido e sei que a essa hora, a
polícia não vai estar vigiando o local tentando encontrar a mim ou minha
mãe, temos uma entrada secreta em cada um dos nossos estabelecimentos, e
é assim que conseguimos passar despercebidos até mesmo para alguns
funcionários.
Depois de alguns minutos estamos nos aproximando da Top Night, o
carro para a uma distância segura e eu saio com Isac, Thomas e mais dois
soldados, seguimos por uma área escura até os fundos da boate, há uma
entrada secreta escondida embaixo de uma lixeira, enquanto eu entro com
Isac e Thomas, os outros voltam a esconder a nossa passagem secreta e dão
a volta no prédio, para entrar na boate pela por tá da frente.
Assim que entro vou direto para o escritório, a música ainda está
alta e muita gente fala ao mesmo tempo, sei que a casa ainda está cheia.
Entro no escritório e peço a Thomas para chamar Ricardo, esse cara
está aqui a tempo demais, já está na hora de substituí-lo por alguém mais
competente e mais leal a nós.
Por estar aqui a tempo demais ele acha que pode fazer o que quiser,
mas está enganado, comigo no comando as coisas vão mudar, tem muita
gente de confiança no nosso Cartel merecendo uma chance de ocupar o
lugar de pessoas antigas em certos cargos.
Thomas volta sozinho dizendo que Ricardo está no camarim
contendo uma briga entre três garotas. Respiro fundo enquanto ele me conta
sobre a movimentação do salão, pelo que fui informado a área está limpa,
então saio do escritório seguindo para o camarim das meninas.
Durante o meu trajeto recebo algumas cantadas de algumas das
novatas e algumas delas são bem gostosas, fiquei tentado e parar para lhes
dar mais atenção mas antes, preciso resolver o problema chamado Ricardo.
Entro no camarim vendo as garotas se estapeando enquanto Ricardo
tenta separá-las.
— JÁ CHEGA! PAROU COM A PALHAÇADA! — Esbravejo
irritado com essa cena patética a minha frente, eles me encaram assustados.
— Sr D'ávila? Pensei que fosse chegar mais tarde. — Ele me lança
um olhar apreensivo.
— Eu vim colocar ordem na bagunça que você fez aqui! A soberana
vai ficar ausente por uns dias e até lá, eu estou no comando e quero as
novatas reunidas no escritório... Agora! Não me interessa se elas estão
atendendo, preciso resolver o seu problema e não estou com paciência para
reclamações... Você tem cinco minutos para trazer todas as novatas na
minha presença. — Aviso em um tom firme e saio sem esperar ele dizer
mais nada.
Sigo de volta para o escritório emburrado e pensativo, preciso
escolher alguém para substituir Ricardo, preciso pensar em uma boa
escolha.
— Olha por onde anda, cara! Ficou cego? — Esbraveja uma loirinha
depois de esbarrar nela.
Me viro para encará-la furioso mas me perco nesses olhos azuis
intensos, ela me encara espantada e surpresa ao menso tempo, seus olhos
me lembram os da minha mãe.
— Me desculpe senhor, a culpa foi minha eu estava distraída. — Se
desculpa ainda me encarando surpresa.
— Você é funcionária da casa? Trabalha aqui? — Pergunto irritado
mas ela empina o nariz sustentando o meu olhar severo. Quem é essa
garota?
— Não! Eu não trabalho aqui, sou uma cliente e esperava mais
desse lugar, os homens que frequentam esse lugar são todos mal educados,
assim com você. — Dispara em um tom ríspido me surpreendendo com
isso.
— Meu bem eu acho que você está equivocada, se está procurando
um homem gentil e carinhoso, está no lugar errado... A menos que tenha
vindo atrás de algumas das nossas garotas... Seria um desperdício perder o
seu tempo com uma delas e não comigo. — Me aproximo mais e abraço a
sua cintura puxando ela para o meu corpo.
Não sei como mas ela consegue se soltar de mim prendendo a minha
mão de um jeito que sinto uma dor absurda, mas consigo me soltar delas e
viro-a abruptamente abraçando ela por trás.
— Gatinha selvagem... Gosto do seu tipo... Mas essa gracinha que
você fez terá um castigo. — Sussurro no seu ouvido e sinto ela tremer. É
bom que tenha medo mesmo, bebê!
— O único a ser castigado aqui será você, seu imbecil! — Sinto ela
agarrar as minhas bolas e apertar me fazendo suar frio.
— Filha da puta! Ohhh...
— Eu tenho uma força nas mãos que você não faz ideia, então ou
você me solta, ou eu arranco o que você tem de mais preciso, e nunca mais
você vai pegar mulher alguma para se gabar depois! — Esbraveja entre
dentes e se vira me encarando dentro dos olhos. Sei que ela não está
brincando e isso me assusta.
Faço sinal para Isac e ele se aproxima abraçando ela por trás e
agarra o seu pescoço, ela me solta me encarando com os olhos arregalados.
Respiro fundo tentando me recuperar dessa situação.
— Leva ela para o carro! Eu vou dar um jeito nela assim que eu sair
daqui... Vou ensiná-la a agarrar no meu pau com mais gentileza... Você vai
implorar para eu parar, mas quero ver você perder os sentidos quando eu
empurrar em você com força. — Sustento o seu olhar e sorrio de lado, a
minha diversão de hoje está garantida. — Levem ela! Eu não me demoro.
— Ordeno antes de me virar saindo dali.
Ouço ela pedir para soltá-la mas Isac cobre a sua boca, calando-a.
Sigo para o escritório bufando e entro respirando fundo, como aquela
mulher conseguiu fazer aquilo comigo? Desgraçada! Eu vou fazê-la pagar
pelo que fez. Merda! Aquela infeliz conseguiu me irritar ainda mais.
Saio dos meus pensamentos com Ricardo e um bando de mulheres
entrando no escritório, tem pelo menos dez garotas novas aqui.
— Sr. D'ávila! As novatas estão todas aqui. — Ricardo se aproxima
apreensivo.
— Bom, as garotas eu só chamei aqui para avisá-las que estão
demitidas, se a superlotação está incomodando vocês, só vejo uma solução
para esse problema, a demissão! Já que vocês foram contratadas sem o meu
consentimento, e a soberana também não está sabendo disso... Vocês já
podem sair, meninas! Se a boate precisar de garotas novas vocês podem
voltar, mas enquanto isso não acontece vocês estão fora da equipe... Quanto
a você, Ricardo! Você tem até o final do dia de hoje para aprestar conta do
faturamento, das contas em dia e também de todos os recibos de compra,
venda e estoque e tudo mais. Depois disso vamos acertar com você o seu
tempo de casa, já passou da hora de você se aposentar, outra pessoa virar
ocupar o seu lugar no final do dia, alguns dos meus soldados vão ficar com
você para garantir que tudo saia como eu estou ordenando... Era só isso,
vocês estão dispensados e eu já estou de saída, com licença! — Aviso em pé
atrás da mesa o encarando sério enquanto as meninas cochicham.
— Não está satisfeito com o meu trabalho, Sr. D'ávila? O que eu fiz
de errado? Por que estou sendo demitido? A soberana sempre confiou no
meu trabalho e... — Questiona enquanto passo por ele, mas paro para
encará-lo nos olhos.
— Você está fazendo contratações sem a nossa autorização! Está
tomando ordens sem passar para nós o que está sendo feito! Você
superlotou a boate de garotas e não está sabendo lidar com essas briguinhas
infantil entre elas! Elas estão roubando os clientes e aqui nós não
permitimos isso, do contrário eu não precisaria estar aqui agora! — Me
aproximo dele furioso mas ele recua assustado. — Se me questionar mais
uma vez, não terei com você a piedade que minha mãe tem! Estou te dando
a chance de sair numa boa, a escolha é sua, seu velho maldito! — Esbravejo
entre dentes me contando para não voar no pescoço dele, estou irritado e
não quero acabar a minha noite assim.
O encaro friamente e me viro saindo dali, sigo para minha saída
secreta mas vejo Thomas vir na minha direção apressado.
— Sr. D'ávila! Temos problemas, precisamos sair daqui
imediatamente! — Avisa enquanto me escolta para a nossa saída privada.
— O que aconteceu? Onde está Isac e os outros?
— Estão verificando o perímetro para a sua saída, senhor! A garota
que estava com Isac o derrubou e conseguiu fugir... E não é só isso... Ela é
da polícia e pode ter chamado reforços para o local, por isso precisamos sair
daqui imediatamente! — Revela me surpreendo com essa novidade.
— Polícia...? Desgraçada! Isso explica a sua facilidade em me atacar
daquela maneira. — Esbravejo enquanto saímos da boate.
A infeliz é uma policial, isso explica muita coisa, ela é muito forte
para uma mulher qualquer. Saímos da boate e corremos até o meu carro,
entramos no mesmo e me surpreendo ao ver Isac com o nariz quebrado e
sangrando.
— Além de linda e gostosa, ela também é da polícia... Esses
malditos estão entrando e saindo das nossas boates como se entrasse em
uma padaria na esquina... Não sei como a minha mãe ainda não substituiu
aquele incompetente do Ricardo! — Constato pensativo.
— Nunca vi uma mulher tão brava além das nossas mães, Maycon,
aquela garota é muito forte, isso explica ela ser da polícia... A filha da mãe
me pegou desprevenido. — Comenta Isac enquanto segue por uma rota
alternativa para não sermos seguidos.
Ouço o meu celular tocando e pego o mesmo, vendo o nome
soberana piscar na tela.
— Por falar em mulher brava...! Oi, mamãe? Está tudo bem?
Aconteceu alguma coisa? — Respiro fundo tentando me acalmar.
— Eu é que pergunto se está tudo bem! Ricardo acabou de me ligar
avisando que você o demitiu, o que aconteceu, filho? — Questiona em um
tom sério.
— Porque você estava mantendo Ricardo na gerência da boate,
mamãe? Aquilo ali está uma zona, aquele velho não sabe mais como
gerenciar nada! Além das merdas que ele anda fazendo, você sabia que a
polícia está frequentando as nossas boates? Sabia que estão nos
investigando dentro do nosso território totalmente despreocupados? —
Questiono irritado mas tento não passar dos limites com ela.
— Do que você está falando, Maycon? Como assim a polícia está
na boate? Filho vocês estão bem? Houve confronto? Isac está com
você? — Pergunta preocupada e diria até mesmo espantada pelo tom da sua
voz.
— Relaxa, mamãe! Não houve confronto, era apenas uma policial
que estava apaisana, mas tenho certeza de que ela estava investigando, ela
parecia bastante surpresa em me ver na boate, acho que ela não esperava
por isso... Ela fugiu de nós e tenho certeza de que vai chamar reforços, nós
estamos a caminho de casa, chegaremos logo. — Explico pulando a parte
em que a policial me agarra pelas bolas e quebra o nariz de Isac. Ela não
precisa saber disso.
— Certo, querido! Venham direto pra casa, vou avisar o seu pai e
mandar reforços para Top Night... Você fez bem em demitir Ricardo, se
ainda não colocou ninguém no lugar dele, eu tenho a pessoa certa para
isso... Em casa conversamos, querido. — Diz antes de encerrar a ligação.
— Minha mãe e minha tia não precisam saber de tudo que
aconteceu... Seria vergonhoso elas saberem que uma mulher te agarrou pelo
saco e quebrou o meu nariz. — Isac me encara me retrovisor e sorrimos.
— Aquela maldita vai me pagar pelo que vez... Mulher abusada!
Agora mais do que nunca eu preciso castigar aquela filha da mãe...! Ela vai
me ver de novo... Ah vai!
Sorrio me lembrando dela em meus braços, ela é cheirosa, é linda e
muito gostosa, seus cabelos tem um cheiro tão doce. Mas tudo isso não vai
me impedir de dar uma lição nela, vou castigá-la até ela implorar para parar,
mas quando mais elas pedem para parar, mais eu quero castigá-las. O que
eu posso fazer? Sou louco por sexo e não estou acostumado a aceitar um
não.
Seguimos para casa de campo e depois de uma hora e meia estamos
entrando pelos portões de mansão. Saio do carro ainda pensativo e entro em
casa, meus pais vem na minha direção querendo saber como foi na boate e
lhes conto tudo, com exceção da parte em que uma policial gostosa agarrou
as minhas bolas, isso realmente não tem necessidade deles saberem.
Depois de uma breve conversa eu sigo para o meu quarto e vou
direto para o banheiro, arranco as minhas roupas fora e entro no box
ligando a água quente. Me pego pensando naquela loira de olhos azuis.
"— Gatinha selvagem... Gosto do seu tipo... Mas essa gracinha que
você fez terá um castigo. — Sussurro no seu ouvido e sinto ela tremer. É
bom que tenha medo mesmo, bebê!
— O único a ser castigado aqui será você, seu imbecil! — Sinto ela
agarrar as minhas bolas e apertar me fazendo suar frio."
Filha da mãe! Como ela foi capaz de fazer aquilo comigo? Claro!
Ela é uma policial e deve me odiar por fazer parte de uma facção tão grande
como a Nuestro Poder, mas ela vai saber do que sou capaz, eu preciso
castigar aquela mulher pela sua petulância em me atacar. Ela é dá policial,
não deve ter medo de morrer, por isso foi capaz de algo tão audacioso como
me enfrentar.
— Maldita...! Eu quero matar aquela mulher! Mas só depois de
rasgar a sua calcinha e fodê-la até ela desmaiar. — Digo entre dentes ainda
furioso pelo que aconteceu.
Deixo os jatos de água baterem nas minhas costas relaxando o meu
corpo. Passo longos minutos ali ainda pensativo e sem conseguir tirar
aquela mulher da minha mente, porque ela tinha que ser uma policial?
Assim vai ser mais difícil conseguir o que eu quero, e eu quero acabar com
aquela mulher atrevida!
— Filho? Maycon eu estou te chamando a meia hora e você não
responde! — Me assusto com a minha mãe parada na porta do banheiro.
— Mamãe! Pelo amor de Deus eu estou no banho! — A repreendo
lhe dando as costas.
— Não tem nada aí que eu já não tenha visto, você é meu filho já se
esqueceu?
— Não, mamãe! Eu não me esqueci, mas quando você me viu
pelado eu era "pequeno" se é que me entende! Já sou bem crescidinho para
você ficar me vendo pelado. — Retruco emburrado e ela gargalha.
— Que bonitinho, ele está envergonhado... Não demora no banho,
sua irmã está preocupado com você e quer te ver... Parece que hoje ninguém
vai dormir nessa casa. — Diz antes de sair e eu respiro fundo.
Melhor eu terminar logo esse banho antes que Luiza entre aqui
também, essas duas são literalmente sem vergonha e não se importam em
me ver pelado pela casa. Sorrio ao pensar na minha família, mesmo com
erros e acertos, defeitos e qualidades nos nossos perfeitos assim.
Saio do banheiro com uma toalha enrrolada na cintura e sigo para o
closet, me seco e visto uma cueca e uma bermuda confortável, visto
também uma camiseta e calço um chinelo. Em todas as nossas casas nós
temos roupas para emergências como essas.
Saio do meu quarto e sigo para o quarto da minha irmã, nos vimos
rapidamente quando ela chegou pois eu estava muito ocupado, ela sempre
se preocupa quando ouve falar de polícia ou confronto, ela entende que
temos uma vida perigosa e também entende que tem que se proteger.
Bato na porta do seu quarto e ouço um entre, abro a porta e entro a
encontrando em pé na janela só de camisola. Quando me vê em vem
correndo se atirando em meus braços.
— Graças a Deus você está bem, você sabe que não suporto ouvir
falar de polícia que já imagino um confronto... Não sei o que é pior, vocês
lutando com os nossos inimigos ou contra os fardados. — Ela se solta de
mim com um olhar apreensivo.
— Eu sei me cuidar e você sabe disso, não se preocupe tanto. —
Ando pelo seu quarto pensativo pois foi só falar em polícia que a imagem
daquela mulher me veio na mente. Mas que merda!
— Você e Isac deviam sossegar um pouco mais, como o papai e a
mamãe, ficar mais tempo fora de perigo. — A vejo envergonhada e eu
gargalho.
— O papai e a mamãe sossegados? Fala sério Luiza! Eu aprendi a
ser assim com eles, você já se esqueceu...? Eu não tenho medo do perigo
pois aprendi com os melhores. Mas não estou entendendo essa sua
preocupação toda se a mamãe já disse que não foi nada demais... O que tá
pegando...? Quer me contar alguma coisa? Quer conversar? — A encaro
atento pois por algum motivo ela parece tensa.
— É o papai... Eu ouvi uma conversa dele com a mamãe... Ele quer
me prometer em casamento ao filho de um Capo do Cartel de Los Angeles,
eu não quero me casar, muito menos com um desconhecido que eu nem sei
quem é, essa história de casamento arranjado para unir as facções já saiu de
moda, eu não quero fazer parte disso... Por favor me ajuda? Eu não quero
me casar... Conversa com o papai? Faz ele desistir dessa ideia absurda? —
Súplica em um tom aflito e confesso que não esperava por isso.
— Cacete, Luiza... Porra como vou poder te ajudar? Se o papai acha
que vamos conseguir uma boa aliança com esse casamento, ele não vai
desistir fácil... Mas eu vou tentar. — Ela pula novamente em meus braços e
posso sentir o seu coração acelerado.
— Obrigada meu irmão... Obrigada eu te amo! — Agradece
empolgada ainda agarrada em mim e eu sorrio.
— Isso tudo é medo de se casar? Você sabe que um dia você não vai
poder fugir disso. — Sorrio abertamente.
— Não estou fugindo de casamento, só estou fugindo de ter que me
casar com quem eu não quero... Quero me casar com alguém que eu goste...
Alguém que eu ame. — Ela se solta de mim sorridente e eu a encaro
desconfiado.
— Por acaso você está gostando de alguém, Maria Luíza? Tem
algum novo pretendente? — Pergunto atento as suas reações.
— Mas é claro que não, eu não estou gostando de ninguém e nem
tenho pretendentes... Eu só quero poder escolher com quem eu quero me
casar, é só isso. — Desconversa se jogando na sua cama mas eu não tiro os
olhos dela. Essa guria está me escondendo alguma coisa.
Luiza está estranha já faz uns dias, ela parece inquieta, parece tensa
com alguma coisa mas não acho que seja apenas por causa da ideia do
casamento.
— Ok! Amanhã eu converso com o nosso pai, porque agora eu
quero descansar um pouco, o dia já está quase amanhecendo e eu estou
exausto... Durma um pouco, maninha... Boa noite! — Me aproximo lhe
dando um beijo e saio do seu quarto em seguida fechando a porta.
Eu estou mesmo exausto e preciso dormir um pouco, estou a dois
dias sem dormir por causa daquele maldito confronto com aqueles ratos
traiçoeiros, viramos a noite planejando o ataque e tiramos o dia para pôr
tudo em prática, tive que dar um tempo e sair no meio da madrugada para ir
na boate e eu já estou sentindo os meus olhos arderem.
Eu realmente preciso desse descanso então volto para o meu quarto
e me jogo na minha cama, também preciso tirar uma certa policial da minha
cabeça, o que ela fez comigo terá volta e por causa disso não consigo evitar
pensar nela.
Me afundo em pensamentos mas pego no sono sem perceber, quero
dormir por pelo menos quatro horas e depois disso vou estar pronto para
outra.
CAPÍTULO 03

UMA SEMANA DEPOIS...

— Você não vai voltar naquela boate, Allana! Esquece essa história
pois não vou deixar você se arriscar dessa maneira! Você foi descoberta e
com certeza eles devem estar mais atendo depois disso, então monte outra
estratégia porque deixar você voltar, está fora de cogitação... E não insista
nisso pois não quero ser ainda mais severo com você! — Delegado Afonso
me repreende pela milésima vez, mas ainda não me conformo com isso.
— Mas delegado! Eu estou muito perto de conseguir as provas que
preciso naquela boate, eu só preciso de um mandado de busca e apreensão,
tenho certeza de que naquele lugar tem tudo que precisamos para... —
Insisto mais uma vez mas ele me interrompe.
— Já chega, Allana! Você está pisando em território perigoso, você
ainda vai se dar mal se insistir nessa loucura! Você não sabe com quem está
mexendo, não sabe o quão perigoso é mexer com essa facção criminosa...
Entendo que você queria vingar a morte dos seus pais, mas não será assim
que você vai conseguir, nós estamos estudando essa máfia a anos e não
conseguimos pegar ninguém, porque você acha que sozinha vai conseguir
fazer isso? Não seja desobediente! Não passe por cimas das minhas ordens
ou eu terei que afastar você desse caso, eu fui claro? — Seu tom irritado
agora me deixa preocupada, eu nunca havia visto Afonso tão irritado
comigo desse jeito.
— Sim, senhor! Me desculpa por insistir, eu só... Deixa pra lá...
Com licença, senhor! — Suspiro decepcionada por ele não me ajudar a
conseguir o que quero.
— Espera, Allana...! Ei? — Chama por mim enquanto vou em
direção a porta, paro na mesma hora me virando para encará-lo. — Me
desculpa mas eu não posso permitir que você insista nisso, um dia você vai
conseguir o que tanto quer, mas não será hoje, e não será sozinha, ouviu? —
Me encara atento mas eu apenas balanço a cabeça concordado e saio da sua
sala.
Pensa em uma pessoa frustrada? Eu estou mais que frustrada, eu
estou irritada também por não conseguir o que tanto quero, eu estive a um
passo de conseguir o que tanto queria se aquele filho da mãe não tivesse
colocado os seus capangas para me vigiarem, eu queria pegar ele sozinho
para meter aquele mafioso na cadeia. Isso se eu não me deixasse mover
pelo ódio e não o matasse antes de efetuar a prisão.
— Maldito desgraçado! Você não vai me escapar em uma próxima
vez, e nós vamos nos ver de novo... Eu vou acabar com aquele filho da
mãe! — Digo para mim mesma enquanto vou para minha mesa.
— Falando sozinha, gatinha...? Quem foi o infeliz que te deixou
estressada desse jeito? — Me assunto com Alex parado a frente da minha
mesa.
— Não é nada, esquece! — Tento me concentrar nos papéis na
minha mesa.
— Ok! Não quer falar tudo bem, mas precisamos sair! Temos uma
ocorrência em uma farmácia, assalto com refém... Vamos guria! — Relata
empolgado e sai me fazendo sair logo atrás dele.
Respiro fundo e seguimos para nossa viatura, Alex é meu parceiro
na corporação, mas ultimamente ele está querendo ser mais que isso. Nós
ficamos algumas vezes mas não foi uma boa ideia, agora ele acha que
estamos namorando mas não é isso que eu quero, eu preciso me concentrar
na minha missão, e a minha missão é fazer justiça e vingar a morte dos
meus pais, aqueles bandidos miseráveis me deixaram órfã e eles vão me
pagar por isso.
Entro na viatura com Alex e seguimos para nossa ocorrência, ele
puxa assunto mas não consigo prestar atenção no que ele diz, a minha
mente está presa nos meus planos de vingança mas sinto que isso já está me
afetando demais. Já faz uma semana que não durmo direito, não me
alimento direito e só penso em trabalho, preciso me distrair para não pirar
pois o delegado Afonso está empenhado em não me deixar correr atrás do
que eu quero. E eu quero justiça!
— Está me ouvindo, Lana? Porra onde você está, mulher...? É
melhor você ficar no carro, distraída desse jeito você pode acabar se
ferindo. — Saio dos meus pensamentos com Alex saindo do carro já com a
sua arma em punho, mas eu faço o mesmo.
— Eu estou aqui agora! Vamos entrar!
Saco a minha arma o acompanhando até a entrada da farmácia, vejo
alguns agentes de um carro forte na porta apontando as suas armas para
dentro do estabelecimento. Nos juntamos a eles e tentamos conversar com
os assaltantes mas eles estão irredutível, os farmacêuticos estão todos
rendidos nos fundos do ambiente mas tem apenas um assaltante com eles.
Me afasto da entrada cautelosamente e procuro por uma entrada
lateral, mas não encontro, volto para junto de Alex e tentamos entrar
cautelosamente para não assustar os meliantes.
— Se vocês derem mais um passo! Eu mato esse cara, você ouviu?
Não se aproxima! — Grita o assaltante de camisa vermelha com um cliente
sobre o seu domínio.
— Se você matá-lo vai ser pior pra você! Você ainda não cometeu o
furto mas está apontando uma arma para uma pessoa inocente, vocês estão
mantendo essas pessoas como reféns e isso é um agravante contra vocês...
Mas se você matar esse homem, nós vamos matar você também, nós
estamos de colete e no máximo podemos sair daqui feridos, mas vocês vão
sair mortos porque eu e meu parceiro temos uma ótima pontaria, não é a toa
que estamos na polícia. — Continuo me aproximando lentamente sem
desviar os meus olhos e minha arma dele, enquanto Alex fica atento ao
outro assaltante no fundo da farmácia. — Você e seu amigo podem se
entregar agora e nós garantimos a segurança de vocês até a delegacia, de
uma coisa eu estou certa, vocês não vão sair daqui livres, ou vão sair presos
ou mortos então vocês escolhem... Se rendem agora e vocês vão pegar uma
pena leve para cumprir, ou atira nessas pessoas e nos matamos vocês... O
que vai ser? Estou pouco me fodendo se você precisa ser interrogado na
delegacia, para mim você sai daqui direto para o IML, mas eu preciso te dar
uma escolha e cabe a você e seu cúmplice tomarem uma decisão. — Me
aproximo mais mirando na sua cabeça mas sinto Alex ao meu lado.
— O que você está fazendo, Lana? Ficou maluca? — Ouço seu tom
apreensivo mas não paro o que estou fazendo.
— Se afasta! Não se aproxima ou eu atiro nele! — Avisa
destravando a sua arma e eu faço o mesmo.
— Não torra a minha paciência, cara! Não estou em um bom dia e
não vou me importar em matar você, então abaixa essa arma! Abaixa essa
merda dessa armar e todos vamos sair daqui a salvos! — Aviso enquanto
continuo me aproximando e ele encara o seu comparsa.
— Eu me rendo! Eu não quero morrer...! Eu me rendo!
Grita o segundo assaltante soltando os reféns e joga a sua arma no
chão, ele levanta as mãos e Alex vai até ele o algemando. O assaltante a
minha frente parece indeciso quanto a se render ou não.
— O seu amigo vai pegar uma pena leve por se render sem ferir
ninguém, e você? O que vai fazer? — O encaro nos olhos ainda mirando na
sua cabeça e o vejo aflito.
— Tá legal! Ok eu me rendo! Mas por favor não atira...! Eu vou
abaixar a minha arma. — Ele solta o refém lentamente e afasta a sua arma,
colocando-a sobre uma pilha de fraldas.
Ele se ajoelha com as mãos na cabeça e eu me aproximo guardando
a minha arma e algemo o infeliz. Os farmacêuticos saem da loja apressados
e todos assustados, agarro o meliante pelo braço o ajudando a se levantar e
o conduzo para fora da farmácia, Alex vem logo atrás de mim com o
segundo assaltante.
Colocamos os detidos na parte de trás da viatura e conversamos
brevemente com os agentes do carro forte, eles explicam como tudo
aconteceu e os farmacêuticos confirmam a versão deles. Os avisamos que
eles serão chamamos para depor e faço algumas anotações com nomes,
endereços e números de contatos, peço para que eles compareçam à
delegacia assim que possível e nos despedimos.
Entramos no carro, Alex dá a partida seguindo para delegacia mas
ele continua sério e calado, sei que está preocupado comigo pela minha
reação de minutos atrás, eu realmente estou estressada ao ponto de não me
importar com muita coisa, e muitos já perceberam isso.
Não digo nada e ele também não, em poucos minutos estamos
chegando na delegacia e ele me encara daquele jeito diz: "Precisamos
conversar" respiro fundo e saio do carro logo atrás dele e tiramos os detidos
do carro, os encaminhamos para dentro da delegacia e peço ao policial
Trevor para ajudar Alex com os presos.
Sigo para minha mesa e pego alguns documentos para analisar, é
sobre o confronto de uma semana atrás, eu tenho certeza de que eram o
pessoal do Cartel Nuestro Poder atacando outro Cartel que surgiu na cidade
recentemente, não conseguimos identificar ninguém durante o ataque, e os
prisioneiros que temos ao nosso poder não abrem a boca, eles não dizem
nada mas sei que eles não querem entregar a quadrilha de mafiosos, esses
miseráveis são muito leais uns aos outros.
— Precisamos conversar, o que deu em você, Allana? Aquele infeliz
podia ter atirado em você e nos reféns... Você precisa de uma folga, você
não está bem, vai acabar se matando agindo daquele jeito! — Me repreende
em um tom severo e eu tento não me importar tanto com isso.
— Eu estou bem, não estou? Então vamos voltar ao trabalho! — O
encaro brevemente e volto a minha atenção aos documentos.
De repreende sinto a sua mão no meu braço me erguendo da cadeira
e ele me arrasta para algum lugar, só tenho tempo de jogar os documentos
sobre a mesa e contesto a sua atitude, mas ele não diz nada. Alex me leva
para a sala de descanso e tranca a porta ao perceber que não tem ninguém.
— Será que dá para você me dizer o que está fazendo... — Alex me
puxa para o seu corpo e avança na minha boca me interrompendo com um
beijo urgente.
Tento me soltar pois não estou afim de sexo, mas ele não deixa e me
põe contra a parede, retribuo o seu beijo quando me sinto relaxar, acho que
um bom sexo pode me ajudar a aliviar o estresse. Me solto dele e pego-o
pela mão, o arrasto até o banheiro da sala já abrindo a minha calça.
Entramos no banheiro e eu o empurro contra a parede beijando-o
ferozmente enquanto abro a sua calça, meto a mão na sua cueca e agarro a
sua ereção, ele já está duro pronto para mim.
— Deixa comigo agora, gatinha... Estou ansioso para sentir você...
— Ele puxa a minha calça junto com a calcinha e me põe de costa para ele
com as mãos na parede.
— Não esquece a camisinha, ou não vai rolar! — O alerto olhando
sobre os ombros e ele abre um largo sorriso.
— Relaxa! Comprei dois pacotes de camisinhas hoje cedo. —
Revela me fazendo gargalhar.
— E com quem você vai usar todas essas camisinhas? Se está
andando com tantos preservativos no bolso é porque eu não sou a única que
você está "pegando" como vocês mesmos dizem. — Me viro para ele o
encarnado atento enquanto me visto novamente. Ele me encara aflito.
— De onde você tirou uma ideia dessas? Não estou transando com
mais ninguém além de você. — Se justifica tentando me beijar de novo mas
me afasto saindo banheiro.
— Não precisa mentir para mim, Alex, todo mundo sabe que você
sai com a maioria das polícias feminina dessa corporação, eu gostava de
transar com você e confesso que só estava disposta a transar com você de
novo, porque eu estou estressada e preciso me aliviar, mas para mim já
deu... O sexo com você é bom, mas eu preciso de mais, preciso de um
homem que saiba me pegar de jeito, que me deixe mole de tão excita e esse
homem não é você... Na verdade esse homem não existe então eu vou parar
de perder o meu tempo com qualquer um. — O encaro com um breve
sorriso tentando não demostrar o quanto estou irritada com ele, esse
mulherengo não merece isso.
Me viro para sair da sala do descanso mas ele me puxa
abruptamente me jogando no sofá, se pondo sobre mim tentando me beijar a
força.
— Você quer um homem que te pegue de jeito? Então eu vou te dar
o que você quer. — Alex tenta abrir a minha blusa brutalmente mas consigo
lhe dar uma cabeçada e inclino o meu joelho acertando as suas partes. —
PORRA ALLANA...! Caralho você ficou louca garota...? Isso dói pra
cacete... — Tiro ele de cima de mim o jogando no chão e lhe acerto um
chute na costela.
— Seu filho da puta! Eu quero um homem de verdade para me
pegar de jeito, e não um covarde para me estuprar...! Se você se aproximar
de mim outra vez, eu juro que denuncio você, encare isso como uma
advertência, mas você não terá uma segunda chance! — Esbravejo irritada e
vou até a porta destrancando a mesma. — Eu transei com você por
semanas, estava quase transando com você agora pouco mas porque eu
desisti você ia me estuprar...? Covarde! Está pensando que não dou conta de
você só porque é homem? Se aproxima de mim outra vez e você vai ver do
que eu sou capaz! — Despejo para ele o meu desprezo e saio deixando a
porta escancarada.
Mas que imbecil! Como ele pensou que conseguiria me comer a
força? Idiota! Até dentro da polícia tem canalhas perversos, isso é
lamentável, é repugnante.
Me apresso para voltar a minha mesa mas passo direto indo em
direção a saída, mas esbarro em alguém e vejo Elias me segurar pelo braço
com um olhar preocupado.
— O que aconteceu? Você está bem? A onde vai com tanta pressa,
mocinha? — Ele me encara atento.
— Preciso respirar Inspetor... Estou me sentindo sufocada aqui
dentro... Aliás! Podemos conversar um instante? Por favor? — Respiro
fundo esperando que ele concorde.
— Claro! Vamos até a minha sala. — Ele volta comigo me guiando
para sua sala e assim que entro vou para sua janela.
Eu realmente me sinto sufocada aqui dentro, vejo muitas coisas
ilegais e mesmo que eu denuncie, não vai acontecer nada com os acusados,
já que muitos aqui dentro acobertam as coisas erradas que acontecem aqui,
também estou desconfiada de que a polícia está acobertando os inúmeros
crimes de algumas facções, gente gananciosa é assim, é só colocar um
punhado de dinheiro nas mãos e você consegue o que quer.
Às vezes me pego pensando se estou lutando do lado certo, já que
há criminosos dos dois lados.
— E então? Vai me dizer o que está havendo? Você parece tensa, sei
que está acontecendo alguma coisa. — Elias para ao meu lado e eu penso se
devo ou não contar a ele o que houve. — Confia em mim, Allana? Não sou
corrupto como muitos aqui dentro.
— Ok! Vou confiar em você, mesmo não sabendo em quem devo
confiar aqui dentro... Não estou mais reconhecendo a corporação na qual eu
me empenhei para trabalhar, para fazer parte de uma equipe. — Me viro de
frente para ele o olhando nos olhos. — Não é segredo para ninguém aqui
dentro que eu e Alex estávamos transando, mas aquele idiota tentou me
agarrar a força na sala de descanso... Só não entendi o porquê ele tentou
fazer isso comigo se estávamos saindo juntos... Acho que ele não gostou de
me ouvir desmerecendo o sexo com ele... Isso é motivo para ele me atacar
feito um animal? — Conto sem desviar os meus olhos dos seus e o vejo
respirar fundo.
— Você demorou para vir se queixar dele, pelo visto ele gosta
mesmo de você e o seu comentário deve ter ferido o seu ego de macho alfa.
— Porque você está dizendo isso? Você sabe de alguma coisa que eu
não sei? Não podia ter me alertado contra ele antes? — Questiono perplexa
enquanto ele vai para sua mesa.
— Você não é a primeira a se queixar e não será a última... Cinco
colegas suas já vieram se quicar dele antes, mas esse filho da puta é
sobrinho do delegado, e nos dois sabemos que uma acusação contra ele não
vai dar em nada... Sinto muito por não ter te alertado antes, sei que você é
forte e sabe se cuidar, mas as suas colegas não tiveram a mesma sorte... Elas
foram estupradas e denunciaram, mas o cretino alegou que foi sexo
consensual, o processo nem sequer foi aberto... Se quer um conselho, agora
que ele já se mostrou para você quem ele realmente é, fique longe dele, se
por acaso você tiver que ficar sozinha com ele, fique atenta e se proteja
como puder... Se o seu inimigo te atacar, você pode alegar legitima defesa
se os disparos não forem tão precisos, isso vale como aviso para o seu
agressor recuar, se render ou parar o ataque antes dele receber o que
merece... Você recebeu treinamento como todos aqui dentro, mas muitos se
esquecem do que aprendem e espero que você se lembre bem de tudo que
eu disse aqui.
— As suas dicas valem ouro para mim, não vou me esquecer delas...
O que eu disse aqui, que fique somente entre nós, não vai adiantar fazer
acusações e eu ainda corro o risco de sair como culpada da situação, não
quero mais aquele merda como meu parceiro, ou eu trabalho sozinha, ou
você me ajuda a encontra um novo parceiro, de preferência que seja
mulher... Nós mulheres não somos um sexo tão frágil o quanto vocês
pensam.
— Beleza! Vou te ajudar com isso, eu mesmo vou falar com o
delegado. — Ele sorrir de lado erguendo uma sobrancelha e eu me despeço.
Saio da sua sala e volto para a minha mesa como se nada tivesse
acontecido, para todos os efeitos não aconteceu nada, mas isso apenas até
aquele infeliz aprontar de novo e eu acabar fazendo uma besteira.
— Sua louca! Você vai me pagar pelo que fez, está entendendo...?
Isso não vai ficar assim, Allana! Você é minha e não vai me deixar! — Me
assusto com Alex me segurando pelo braço.
— Isso é uma ameaça, Alex? Eu não tenho medo de você, já prendi
bandidos muito mais perigosos que isso então relaxa! Não se dê ao trabalho
de me ameaçar, isso não vai funcionar comigo. — Solto o meu braço do seu
abruptamente o encarando dentro dos olhos.
Esse infeliz não vai ter comigo a mesma sorte que teve que outras
pobres coitadas, ele é um homem bem atraente e até consegue fazer uma
mulher gozar, mas também não é algo tão extraordinário a ponto de me
deixar cega de amores por ele.
— Olha, me desculpa? Eu não quis agir com você daquela
maneira... Porra, Lana! Eu fumei um baseado ainda pouco e você sabe
como eu fico... — Tenta se justificar.
— Desde quando você fuma um baseado? Porque comigo você
nunca fumou essa porcaria! Quando foi que você fumou se nós acabamos
de chegar na delegacia? — Me aproximo mais dele olhando friamente
dentro dos seus olhos. — Quer inventar desculpa para ser um covarde?
Então inventa algo melhor que isso! A partir de hoje nós não trabalhamos
mais juntos! — O alerto entre dentes o encarando com nojo e me afasto
saindo de perto dele.
CAPÍTULO 04

Chego em casa depois de um dia exaustivo e estressante e sigo


direto para o meu quarto, ainda pensativa sobre a merda que Alex fez hoje,
aquele filho da puta achou mesmo que conseguiria me estuprar? Porque
essa sua atitude depois de semanas transando comigo? Ele já conseguiu o
que queria então para que essa palhaçada? Ou melhor, essa covardia?
O homem sabe que a mulher é mais fraca que ele, sabe que ele
consegue dominá-la com facilidade, mas se a mulher souber se defender ela
pode evitar uma brutalidade como aquela, outras policiais não conseguiram
escapar daquele infeliz mas comigo ele não terá sorte.
Entro no meu quarto e começo a me despir para tomar um banho, eu
preciso relaxar e esquecer o dia de hoje. Sinto como se estivesse sendo
vigiada, olho de um lado para o outro mas não vejo ninguém. Pego a minha
arma no criado mudo e saio pela casa verificando se estou sozinha, mas não
tem ninguém aqui.
— Estou ficando paranoica, só pode ser!
Respiro fundo e volto em direção ao quarto, mas ouço um morro
estrondoso na porta e isso me assusta.
— Lana! Abre a porta? Precisamos conversar...! Por favor, loirinha?
Eu só quero te pedir desculpa! — Ouço a voz alterada de Alex mas não
respondo, corro para apagar a luz e finjo não estar em casa. — Eu sei que
você está aí, Lana! O seu carro está do outro lado da rua... Por favor?
Vamos conversar? Eu só quero me desculpar por ter sido um canalha com
você. — Sua voz é um pouco mais calma, mas menso assim não vou abrir a
porta.
Pego o meu celular e ligo para o Inspetor Elias, ele atende no
terceiro toque.
— Allana! Você me ligando? Está tudo bem?
— Estou bem sim, Elias, mas não sei por quanto tempo... Alex está
batendo na minha porta insistindo para falar comigo, ele diz que quer se
desculpar mas eu não confio nele... Hoje mais cedo ele disse que usa
drogas, no fundo eu já sabia, só não queria acreditar porque nunca o vi
usando. — Relato apreensiva e rezando que ele me ajude.
— Não abra a porta para ele, Allana, se ele estiver drogado e
tentar de agredir, não sei se você vai conseguir se defender dele por muito
tempo... Faça o seguindo! Deixa ele falando sozinho, não o responda! Eu
vou ligar para o celular dele e te ligo na sequência... Até já! — Me
aconselha em um tom firme e eu apenas concordo. Ele encerra a chamada.
Vou para o meu quarto e visto um roupão, volto até a sala ainda com
a minha arma na mão e fico atenta ao celular, ouço bem distante a voz de
Alex resmungando alguma e logo não ouço mais nada, por um momento
penso que ele foi embora mas em seguida ouço os seus murros na minha
porta outra vez.
— Não acredito que você ligou para Elias, sua vadia você não é
diferente das outras! Fica esperta, Allana! Eu vou voltar. — Seu tom rouco
e ao mesmo tempo alterado me assusta, Alex não parece o homem que
conheço.
Não digo nada, meu celular toca e eu atendo.
— O que você disse para ele, Elias? Ele ainda está na minha porta
me ameaçando! — Pergunto irritada me arrependendo por ter confiado
nele.
— Relaxa, Allana! Ele não vai fazer nada contra você, tem uma
viatura indo para o seu endereço, esse cretino não vai se aproximar de
você...! Preciso que você venha até a delegacia, precisamos registrar um
boletim de ocorrência conta ele, pode ser que não dê em nada, mas pelo
menos fica como aviso que você o quer longe, se ele fizer algo, aí sim você
pode se defender a altura. — Seu tom firme e confiante me faz respirar
aliviada.
— Tudo bem, vou tomar um banho rápido e já chego aí... Obrigada,
Elias! — Agradeço antes de encerrar a ligação.
Vou para o meu quarto e deixo aquele infeliz resmungando sozinho,
mesmo com receios de que ele arrombe a minha porta. Sigo para o banheiro
e tomo um banho rápido, poucos minutos depois já estou me arrumando
pondo um conjunto de lingerie confortável e calça jeans, pego uma
camiseta e deixo os meus cabelos soltos. Calço um tênis e pego a minha
bolsa com a minha arma, distintivo e meu celular.
Saio do quarto e não ouço mais os gritos daquele cretino, graças a
Deus por isso. Pego as chaves de casa com as chaves do carro e saio do meu
apartamento atenta para ver se vejo Alex, mas nem sinal dele e e isso me
deixa aliviada.
Sigo para o elevador e espero o mesmo chegar, desço até a portaria e
sigo para o meu carro, eu preciso resolver logo essa situação com Alex, ou
isso vai ficar insustentável, não vou pedir transferência por causa dele, mas
talvez me transfiram depois que formalizar uma queixa contra ele.
Sigo para delegacia mas no meio do meu trajeto sinto o meu carro
puxando para um lado só, e pelo barulho que está fazendo sei que o pneu
está furado, mas quando foi que isso aconteceu?
Saio do carro e vou verificar o pneu e vejo que os dois pneus
traseiros estão arriados, olho de um lado para o outro e me apresso para
entrar de volta no carro e pegar a minha arma, pois os meus pneus foram
furados, mas quando abro a porta do carro alguém me agarra por trás
cobrindo a minha boca e me arrasta para algum lugar.
— Eu falei que iria voltar, mas você não acreditou em mim, Allana!
— Alex diz no meu ouvido ainda me arrastando.
Tento reagir mas ele prende as minhas mãos a frente do meu corpo,
e com a outra ele cobre a minha boca. Ele é realmente muito forte, tento me
soltar dele a todo custo mas não consigo.
O vejo entrar em um beco escuro e eu tento lhe dar uma cabeçada
para tentar me livrar dele, mas ele já esperava por isso e se esquiva.
— Eu te conheço o suficiente para saber o quanto você é brava, na
hora de um ataque com você é só pensar em um homem lutando e eu
consigo prever os seus movimentos. — Alex me joga de cara na parede
prensando o seu corpo no meu para me imobilizar.
Mordo a sua mão com toda a minha força e consigo abaixar o meu
braço e agarrar as suas bolas com toda a minha força.
— OHHH... DESGRAÇADA...! VADIA DESGRAÇADA! — Grita
indo parar no chão mas ele me leva junto.
— Não esperava por isso, docinho? Então você não me conhece
tanto assim!
Me levanto depois de me soltar dele e lhe dou um chute na costela,
arranco a sua arma da sua cintura e destravo apontando para ele.
— Desgraçado é você seu merda! Viciado do caralho eu devia matar
você...
Atiro no chão ao lado do seu corpo mas ele me dá uma rasteira me
jogando no chão, ele pula em cima de mim feito um bicho e acerta o meu
rosto com um soco que me deixa zonza, mas nesse momento alguém o tira
de cima de mim abruptamente com um mata leão o arrastando para longe de
mim, vejo o homem jogar Alex no chão com tudo e lhe dá um chute no
queixo.
— Levem ele! Dão um jeito nesse desgraçado, agora!
— Certo, soberano!
O homem que é chamado de soberano se aproxima de mim com
cautela e se abaixa ao meu lado, encaro o seu rosto e vejo aquele mafioso
desgraçado bem aqui na minha frente, pego a arma no chão para matar esse
filho da puta mas ele arranca a arma da minha mão.
— É sério isso? Eu salvo a sua vida e em troca você quer me matar?
— Ele parece perplexo mas se levanta me puxando pelo braço, me
erguendo também.
— A morte é o que você e toda a sua quadrilha de mafioso
merecem! Vocês mataram a minha família! É justo que eu queira vocês
mortos também! — Esbravejo tentando imobilizá-lo mas acontece o
contrário.
Maycon D'ávila torce o meu braço para atrás mas vejo que ele fica
surpreso com as minhas palavras.
— E quem são os seus pais, gatinha? Bandidos ou policiais? Porque
só matamos esses dois quando necessário e você deveria saber disso...
Mudando de assunto... Você é linda, sabia? Uma delícia que eu estou
ansioso para experimentar. — Diz no meu ouvido em um tom tão rouco que
me abala.
— Nem morto você vai tocar em mim como está desejando...
Soberano é o escambau! — Tento reagir e consigo me soltar, tento atingir o
seu rosto mas ele se esquiva.
— Você é brava pra caramba, sabia? O pior é que eu adoro domar
uma fera como você... Nada que uns tapas nessa bundinha não resolva. —
Ele tenta se aproximar mas eu consigo girar e lhe dar uma rasteira.
— Filha da mãe!
Aproveito para correr para longe dali, mas não vou muito longe,
sinto ele me abraçar por trás e assim como Alex fez, ele me joga contra a
parede prendendo o seu corpo ao meu, me imobilizando prendo as minhas
mãos acima da cabeça, me deixando tensa com a sua respiração batendo no
meu rosto.
— Não sei quem são os seus pais, mas vou investigar... Quero
entender o porquê me odeia tanto... Você ainda vai ser minha, Allana! —
Solta a última frase com uma certeza tão grande que eu gargalho.
— Nem nos seus sonhos!
— Adivinha só? Nos meus sonhos você já foi minha!
Confessa antes de me beijar ferozmente, um beijo tão faminto que
mesmo tentando a todo custo evitar, eu cedi, senti a sua língua tocar a
minha e me rendi sentindo uma de suas mãos apertar a minha cintura, uma
pegada tão forte, me sinto estranha, me sinto confusa mas desfaço essa
confusão lhe acertando uma joelhada, mas ele também já esperava por isso
e consegue me impedir.
— Você é esperta mas eu também sou! Você vem comigo! — Diz
entre dentes e me agarra pelos cabelos me arrastando para longe dali.
Mas quando estamos saindo do beco ouço sons de disparos e eles se
assustam, consigo lhe acertar uma cotovelada e saio correndo assim que ele
solta os meus cabelos.
— Não atira nela seu idiota! Vamos embora! Agora! — Ouço
Maycon D'ávila gritar mas eu não olho para trás, apenas corro para longe
dali afim de me livrar de tudo isso.
— Allana! Não atirem! É uma das nossas! — Ouço alguém gritar e
me jogo atrás de um carro para me proteger dos tiros.
Respiro fundo tentando recuperar o fôlego, me sinto trêmula, me
sinto tensa, eu nem ao menos me sinto aqui, não sinto o meu corpo, não
sinto as minhas pernas, só sinto o meu coração bater na boca.
— Allana você está bem? Está ferida...? Vão atrás deles! Era o
pessoal da Nuestro Poder, peguem aqueles filhos da puta! — Elias se abaixa
ao meu lado mas eu apenas me tremo inteira, não sei se de medo ou se é a
adrenalina correndo pelas minhas veias.
Porque ele me beijou se sabe que eu o odeio? Cretino desgraçado!
Eu quero matar aquele miserável!
— Eu estou bem! A minha arma ficou no carro, vou pegá-la e nós
vamos atrás deles! — Me levanto do chão tentando reagir, mas Elias me
segura pelos ombros.
— Você não vai atrás de ninguém, Allana! Você escapou deles por
um milagre, então relaxa! Me conta o que houve? — Seu olhar preocupado
me surpreende, mas mesmo assim resolvo obedecê-lo.
— Eu estava indo para delegacia como você me orientou, mas Alex
furou os pneus traseiros do meu carro e eu desci para ver... Ele me atacou e
me arrastou para aquele beco, nós lutamos e ele me agrediu, nesse momento
alguns integrantes do Cartel Nuestro Poder apareceram e o tiraram de cima
cima ou ele iria me matar... Eles iam me levar e só não conseguiram porque
vocês apareceram, eu consegui me soltar e correr para longe deles. — Ele
me leva para o seu carro enquanto eu conto o que houve.
— Vou te levar para o hospital, você precisa fazer o exame de corpo
de delito para anexar no boletim de ocorrência... Onde está aquele
miserável do Alex? Mataram ele? — Pergunta olhando a sua volta
verificando a área.
— Eu não sei o que fizeram com ele, ouvi Maycon D'ávila dando
ordens para darem um jeito em Alex, mas não sei dizer o que foi feito dele e
nem para onde o levaram. — Respiro fundo ainda me sentindo tensa.
Só consigo pensar naquele homem me colocando contra a parede e
me beijando a força, maldito miserável! O Cartel dele matou a minha
família a anos atrás, mas eu não vou esquecer isso nunca, eles ainda vão me
pagar pelo que fizeram!
Limpo a minha boca ainda sentindo como se ele estivesse aqui me
beijando, maldito! Eu mato aquele infeliz se ele tocar em mim outra vez.
Saio do carro de Elias cuspindo sentindo o meu estômago revirar, me
lembro que os meus pais morreram e me deixaram órfã por causa daquela
gente e vomito, coloco para fora a minha mágoa e a minha raiva junto com
esse vômito.
— Allana! Meu Deus o que você tem?
Sinto Elias abraçar a minha cintura e pôr a mão na minha testa, vejo
tudo girar e me apoio no carro sentindo as minhas lágrimas descerem.
— Eu... Eu preciso ir atrás deles... Eu quero... Eu quero matar
aqueles infelizes eu mesma! — Tento me soltar dele para ir até o meu carro
pegar a minha arma, mas desabo sendo amparada pelo inspetor.
— Você não está em condições de ir atrás de ninguém, Allana! Você
precisa agir de cabeça fria e não movida pela emoção, não pode deixar a
raiva falar por você ou vai se dar mal, eu fui claro? Agora fique quieta aqui!
Eu vou até o seu carro pegar as suas coisas, depois mando removerem o seu
carro. — Me repreende em um tom severo enquanto me coloca de volta no
seu carro.
Não digo nada, apenas concordo pois sei que ele tem razão. Porra
ele veio atrás de mim, ele veio me ajudar contra Alex então sei que posso
confiar nele.
Elias vai até o meu carro pegar as minhas coisas e eu fico aqui o
esperando, logo ele volta e me leva para o hospital pois preciso fazer o
exame de corpo de delito.
No meio do caminho o inspetor liga pedindo um guincho da polícia
para rebocar o meu carro, nesse meio tempo os agentes que foram atrás do
pessoal da facção, ligam pelo rádio avisando que não conseguiram prender
os nossos suspeitos, isso é frustrante mas no fundo eu já esperava por isso,
aqueles malditos sempre conseguem escapar, eles nunca foram pegos em
uma operação que montamos por semanas trabalhando em uma
investigação, como conseguiríamos pegá-los em um acontecimento paralelo
como esse?
O dia de hoje foi surreal para mim, já estou acostumada com coisas
incomuns acontecendo, mas não com o meu parceiro me atacando e um dos
homens que eu quero matar me beijando, aff! Ainda estou atordoada com
tudo isso.
Depois de passar no hospital e fazer os exames, Elias me leva até a
delegacia para formalizarmos as denúncias e o esperado acontece.
— Vocês estão me dizendo que o Alex, meu sobrinho agrediu você,
Allana? Ele furou os pneus do seu carro e tentou te matar? O seu parceiro
nessa corporação? Você tem provas do que está dizendo? Tem como provar
que foi ele quem te agrediu? — Questiona o delegado incrédulo.
Elias me encara brevemente e respira fundo esfregando as mãos no
rosto. Ele já esperava por isso e eu também, mas eu não vou deixar aquele
infeliz ficar impune.
— Eu não sou a única com quem esse canalha do Alex aprontou,
delegado! E se o senhor não fizer nada eu denuncio o caso na corregedoria,
e eles vão investigar o oficial Alex! Não é porque somos parceiros que ele
pode fazer o que ele quer! Somos da mesma equipe e precisamos nos
respeitar! — Me levanto indignada mas ele se levanta junto.
— Você falando de respeito? Se quisesse ser respeitada não teria se
enfiado na cama dele como todas as outra fizeram! Depois se arrependem e
querem acusá-lo disso e daquilo outro? Um conselho que eu te dou, oficial!
Pense duas vezes antes de se envolver com o seu próximo parceiro, e se
esse assunto sair dessa sala, você será suspensa por tempo indeterminado!
— Seu tom autoritário e irritado me surpreende, mas as suas decisões me
surpreendem ainda mais.
— Onde está escrito que um oficial não pode se envolver com o seu
parceiro? Se fosse o caso o seu sobrinho teria que ser expulso dessa unidade
já que ele se envolveu com todas as oficiais, como o senhor mesmo disse!
Mas mesmo assim isso não o dá direito de desrespeitar uma mulher, muito
menos uma oficial assim como ele! Uma mulher! — Elias Retruca no
mesmo tom enquanto eu ainda encaro o delegado, pasma com a suas
palavras.
— Se você me desacatar mais umas, Inspetor, eu terei que lhe dar
voz de prisão! Não se esqueça que aqui o delegado sou eu e por tanto seu
superior! — Rebate alterado e eu me aproximo de Elias segurando o seu
braço.
— Tudo bem, Elias! Já esperava por isso então não vai adiantar falar
mais nada... Mas delegado? Quando um bandido te atacar na rua, o que
você faz? Se defende ou deixa ele te matar...? Se houver uma próxima vez
eu vou me defender melhor, e vou deixar bem claro aqui diante do Inspetor
que isso não foi uma ameaça, foi só um lembrete dos nossos treinamentos
de auto defesa... Com licença! — O encaro dentro dos olhos sentindo a
minha raiva, fúria e magoa transbordar.
Arrasto Elias para fora da sala sem esperar o delegado dizer mais
nada, ele sabe que está errado e não vai querer que eu o denuncie para
corregedoria, esse filho da puta corrupto ainda vai receber o que ele merece.
— Você é a porra de uma mulher fodona que me enche de orgulho,
Allana! Caralho! Você é uma mulher muito forte e corajosa, tem a garra que
muitos homens aqui dentro não tem... Você devia ocupar o lugar daquele
filho da... É melhor eu não me empolgar tanto... Nós ainda vamos colocar
essa corja em seus devidos lugares, princesa! Escreve o que eu estou te
dizendo. — O vejo empolgado e mesmo sentindo os meus olhos arderem e
a raiva me consumir, eu sorrio por ele acreditar em mim e me apoiar.
Acho que eu nunca me senti tão sozinha na minha vida, como eu me
sinto quando vejo essas injustiças acontecer diante do meu nariz e não
poder fazer nada, se a lei não te protege, quem vai te proteger?
— Eu vou pra casa, Elias, estou exausta e com o rosto doendo...
Talvez eu fique doente amanhã e não apareça para o trabalho, estou exausta
de tudo isso aqui e estou pensando seriamente em pedir transferência, o que
você acha do Japão? Será que lá o meu trabalho será melhor reconhecido?
— Tento me descontrair para esquecer essa situação, ele me encara com
uma sobrancelha erguida.
— Porra, Allana! Japão? Não pode ser para o estado vizinho? Vai
ser mais fácil para te visitar, mulher... Mas por hora eu vou te levar em casa,
descanse bastante e repense essa sua transferência para o Japão, não quero
você longe de mim. — Comenta espontaneamente pondo a mão na minha
cintura, mas tira rapidamente ao constatar o que disse.
Não digo nada, estou sem graça com o seu comentário pois senti que
foi algo mais pessoal do que profissional. O encaro de relance reparando
nele como nunca havia feito antes.
Elias é bem mais velho que eu, os seus cabelos grisalhos já estão
começando a aparecer mas ele é charmoso sim, ele é um homem atraente,
maduro e sempre me respeitou, mas não vou negar que cheguei a desconfiar
da sua honestidade só porque aquele maldito do Alex brincou comigo.
Mas olhando Elias agora depois de tudo que ele fez por mim hoje,
eu me sinto estranhamente confusa com a maneira que ele me olha, Elias
me olhar com interesse, me olhar com desejo mas também com ternura.
— Eu devo estar ficando louca... Estou vendo coisa onde não tem...
— Comento comigo mesma enquanto saímos da delegacia.
— Porque você acha que está ficando louca? Está tudo bem? — Ele
me encara atento enquanto nos aproximamos do seu carro.
— Não, não é nada... Estou com os pensamentos na reação do
delegado, por um instante pensei ter imaginado aquela reação chocante do
nosso homem da lei, tudo isso é tão errado e nós estamos de mãos atadas,
não podemos fazer nada pois ele é o delegado. — Desconverso enquanto
ele abre a porta do carro para mim e eu entro no mesmo.
Ele dá a volta entrando também e iniciamos uma conversa enquanto
ele me leva pra casa.
CAPÍTULO 05

— Não adianta virem com essa conversa para o meu lado outra vez,
papai! Eu não vou me casar e ponto final! — Contesto irritada pela
milésima vez e ele suspira impaciente. — Faça alguma coisa, mamãe! Ou
vocês desistam desse casamento ou eu juro que desapareço! Se querem a
minha felicidade então não me obriguem a fazer o que eu não quero! —
Esbravejo com lágrimas nos olhos e saio do meu quarto batendo o pé.
— Espera, Maria Luiza! Eu não terminei de falar! — Me repreende
meu pai em um tom rude e autoritário. Paro incrédula.
— Já chega Michael! Maria Luiza é nossa filha e não uma moeda de
troca! Não vou deixar você colocar a nossa filha nas mãos de alguém que
possa fazer mal a ela, você conhece as regras rígidas das facções e também
conhece a nossa filha...! Você me colocou como soberana, eu estou no
comando então eu digo que esse casamento não vai acontecer! — Ouço
minha mãe esbravejar de um jeito que ela só faz quando é algo muito sério,
e isso é sério, mas ela nunca falou com o meu pai assim antes.
— Sim você é a soberana dessa facção mas eu também sou! E sou
seu marido! Chefe dessa família! Maria Luiza já está prometida ao filho do
Capo Armstrong e eu não posso voltar atrás na minha palavra, seria uma
traição e eu não posso fazer isso! — Meu pai esbraveja de volta e eu me
sinto mal por vê-los brigando, mas é da minha vida que estamos falando.
— Então sente-se e veja o que eu vou fazer, soberano! — Mamãe
diz entre dentes e sai feito um foguete.
— Volte aqui, Brenda! Não terminamos a nossa conversa! Brenda!
Meu pai sai atrás dela e eu me sinto zonza com tudo isso. Minhas
lágrimas descem espontaneamente e eu me sinto desesperada, fui prometida
a um homem que nem sei como é, nunca vi na vida e nem quero ver.
— Luiza? Onde está o papai? — Me assusto com a voz de Maycon
atrás de mim.
— Não sei do papai e nem quero saber! Quero mais é que ele
esqueça que eu existo! Não sou mais a filha dele sou apenas uma moeda de
troca para os malditos negócios de vocês...! Eu odeio vocês! — Esbravejo
entre lágrima sentindo a minha vida acabada. Passo por ele apressada mas
meu irmão me segura pelo braço.
— O que aconteceu? Porque você está tão revoltada?
— O seu pai me prometeu em casamento a um desconhecido! Ele
está destruindo a minha vida, Maycon! — Me solto dele chorando e saio da
sala correndo.
— Luiza espera!
Ouço sua voz mas não paro de correr, esbarro em alguém mas não
me importo e saio de casa seguindo em direção ao lago. Prefiro morrer a me
casar contra a minha vontade, o meu pai não pode fazer isso comigo! Isso
não é justo, eu não pedi para ser filha do chefe da máfia!
Corro até a ponte que cruza o lado e paro no meio dela encarando a
água, já é noite e ninguém sabe o que pretendo fazer e não virão atrás de
mim.
— É sério? Está pensando em se afogar para se livrar dos seus
problemas? — Me assusto com Isac parado há alguns metros de mim.
— Não seja idiota! Não estou pensando em me afogar com tanta
gente por perto, eu não conseguiria nem pular na água com o cão de guarda
do meu irmão por perto. — Minto para não ter que admitir o que pretendia
fazer.
— E onde está o seu cão de guarda que não está te protegendo de
fazer uma besteira...? Fomos criados juntos, Luiza, eu te conheço o
suficiente para saber que você está mentindo... Você acha que vai valer
apenas tirar a sua vida ao invés de lutar para vive-la como desejar...? Você
não está sozinha, gatinha, pensa nisso? — Ele se aproxima sorrateiramente
mas eu me afasto dele.
— Não preciso dos seus conselhos! Então fica longe de mim!
Corro para longe afim de dar a volta no lado e entrar no bosque, mas
sinto ele me segurar por trás prendendo o meu corpo.
— Me solta, Isac! Eu vou chamar o...
— Vai chamar quem, sua patricinha mimada? Quando foi que você
se transformou nessa garota fútil e mal educada? Você não era assim, Maria
Luiza! Porque está me tratando desse jeito? O que eu te fiz? Porque me
odeia se fomos criados juntos e sempre fomos amigos? — Ele cobre a
minha boca me apertando contra o seu corpo.
Me sinto mole por estar em seus braços, me sinto tensa, me sinto
estranha pois eu não queria estar agindo assim com ele.
— Se pensa tudo isso de mim, então porque se importa tanto...? Me
solta...! Me solta! — Ofego tentando me soltar dele mas não consigo.
— Eu vou te soltar, mas se você correr de mim ou tentar fazer
alguma besteira, eu juro que não vou te perdoar, você me ouviu...? Olha
para mim e diz que entendeu o que eu disse? — Me alerta entre dentes me
virando abruptamente ainda me prendendo nos seus braços.
O encaro nos olhos e mesmo com a pouca claridade, eu consigo ver
a sua preocupação comigo. Isac encara a minha boca e eu encaro a sua,
ofego e me estremeço como nunca me senti em toda a minha vida, a não ser
quando ele me tira dos braços de alguém.
Tento me soltar mas ele não deixa, o empurro para longe mas
novamente ele me puxa para os seus braços.
— Você não me respondeu! Não disse o que eu quero ouvir! —
Insiste apertando a minha cintura me deixando sem ar.
— Eu... Isac... — Sussurro o seu nome me sentindo trêmula.
Tento mais uma vez me soltar mas ele me segura pela nuca me
beijando ardentemente, um beijo tão profundo que perco o fôlego, quase
não sinto as minhas pernas mas retribuo o seu beijo como já estava
desejando a tempo, mas nunca admitir isso nem para mim mesma.
— Não vou deixar você se casar com ninguém... Eu não posso
permitir isso... — Diz entre os beijos e eu tento raciocinar.
Me afasto dele surpresa com as suas palavras. O que aconteceu
aqui? Ele me beijou! Será que ele tem interesse em mim? Será que é por
isso que ele sempre me afasta de outros caras? Pensei que ele só quisesse
me proteger mas ele me beijou.
— Eu... Eu... — Olho de um lado para o outro me dando conta de
onde estou.
O encaro novamente ainda surpresa e confusa. Isac se aproxima
novamente e abraça a minha cintura, fico ainda mais tensa e aperto os seus
braços fortes finalmente me dando conta do que houve.
— Porque você me beijou? Porque disse que não pode permitir que
eu me case? — Questiono curiosa tentando sair dos seus braços, mas ele
não deixa.
— Você mudou muito nos últimos anos, não conversa mais comigo
direito e quanto sinto que está voltando a ser o que era antes, você muda
novamente... O que você tem? Porque mudou tanto comigo? Porque não
consegue enxergar que eu sou afim de você? — Questiona meio irritado
mas não me solta, me surpreendo ainda mais.
— Você...? Você gosta de mim...? — Pergunto em um sussurro por
senti-lo me apertar.
— Sempre fui louco por você, por isso não posso deixar que se case
com outro... Eu quero você, sempre quis... — Seus dedos tocam o meu
rosto em um carinho tão gostoso.
Meu Deus ele gosta de mim, eu sempre pensei que ele me via como
uma irmã, justamente por termos sido criados juntos. Nunca deixei
transparecer para ele e para ninguém que sou apaixonada pelo meu primo,
droga o que eu faço com essa sua confissão?
— Eu preciso respirar! Eu não consigo raciocinar com você assim,
grudado em mim!
Me solto dele abruptamente me afastando. Tento correr para longe
dali mas sinto ele me abraçar por trás.
— Você ainda não respondeu as minhas perguntas! Porque você se
transformou nessa garota tão diferente do que era antes? E isso foi só
comigo...! Porque você me trata com tanto desprezo? O que eu te fiz?
Porque você passou a me odiar...? — Sua voz é tom rouca e eu me
estremeço e gemo baixinho. — Me diz? Eu quero entender você, Luiza!
— Você não me conhece tão bem o quanto diz, do contrário saberia
que eu não te odeio...! Droga, Isac...! Eu pensei que fosse mais fácil te odiar
do que admitir que te amo... Oh meu Deus... Me solta! — Esbravejo as
palavras tentando me soltar, Isac parece tão surpreso quanto eu mesma.
— Como assim...? Você me ama...? Luiza... Porra você me ama?
Porque sempre brigou comigo se gosta de mim? — Ele me vira novamente
de frente para ele me encarando perplexo.
— Eu sempre briguei com você porque eu não suportava te ver com
alguma garota! Eu sentia ciúmes de você, por isso sempre fiquei com outros
garotos na sua frente! — O empurro para longe de mim mas mesmo assim
ele não me solta.
— Porque não disse antes que gosta de mim? Porque você se
entregou para aquele desgraçado do Bernardo se gosta de mim, Maria
Luiza? Era para você ser minha! E não daquele filho da puta! — Esbraveja
me soltando e eu me assusto com a sua reação.
— Não adianta você ficar bravo agora, eu nunca serei sua porque o
meu pai me prometeu em casamento para um desconhecido... Ele nunca
aceitaria que nos envolvessemos então me esquece! Não quero trazer
problemas para você. — Rebato irritada ao me lembrar do casamento, e me
viro para sair dali.
Mas Isac me puxa pelo braço abraçando o meu corpo e me beija
ferozmente, me deixando mole, trêmula e excita de um jeito que ainda não
estive antes. Eu retribuo o seu beijo abraçando o seu pescoço.
— Isac... Isso é loucura... Ahhh... Droga! Porque eu nunca senti isso
antes...? — Gemo quando sinto os seus lábios molhados no meu pescoço e
suas mãos apertar a minha cintura.
— Você não vai se casar com ninguém... Nem que para isso eu tenha
que fugir com você! — Sussurra antes de voltar a me beijar de um jeito tão
desesperado.
— Você fugiria comigo? Teria coragem de abandonar os meus tios
para fugir comigo...? Gosta tanto assim de mim? — Me solto brevemente
dele para olhar em seus olhos.
— Eu amo você, sempre amei e sou capaz de tudo para não te ver
indo embora com outro, e não comigo... Podemos conversar com os meus
tios, talvez eles desistam do casamento. — Ele se solta de mim pensativo e
por um instante eu até penso em concorda.
— Não vai dar certo! Os meus pais são os chefes dessa facção e
existem regras, você sabe bem disso já que é um soldado leal... O meu pai
não vai desistir... Ele vai destruir a minha vida me casando com um
estranho só para unir essas facções idiotas! Eu estou odiando tudo isso! Eu
não vou suportar viver um casamento no qual sou obrigada a fazer isso
contra a minha vontade... Eu vou perde você... Droga eu vou perde você,
Isac! — Me irrito novamente e choro com a minha triste realidade.
Me afasto dele chorando e corro de volta para casa, Isac chama por
mim mas eu não para, não posso me iludir com um amor que não terá
futuro, se fugirmos o meu país vai nos encontrar e castigar Isac, depois de
me casar com sei lá quem.
Isso não pode estar acontecendo comigo. Entro em casa correndo e
vou direto para o meu quarto, entro no mesmo e me tranco me jogando na
minha cama. Choro abraçada ao meu travesseiro tentando encontrar uma
saída para esse pesadelo.
Eu sem querer me declaro para o homem que amo e descubro que
ele também sempre me amou, mas não temos chances alguma de ficarmos
juntos por causa de uma promessa absurda que me pai fez.
Depois de um tempo chorando ouço batidas na porta e a voz do meu
pai me chamando, finjo não ouvir e não o respondo, minutos também ouço
a voz da minha mãe e também do meu irmão, mas não quero ver e nem
falar com ninguém, por mim eu nunca mais saio desse quarto.
Já é tarde e ninguém mais veio me incomodar. Me levanto exausta
de tanto chorar e vou para o banheiro tomar um banho, não me demoro
muito e logo estou saindo enrolada na toalha e vou para o closet.
Escolho um conjunto de lingerie e tiro a toalha para me vestir, me
viro para o espelho e me deparo com Isac para na porta do meu closet.
— Puta que pariu... Caralho você... É mais gostosa do que imaginei.
— Isac...! O que está fazendo aqui? Como entrou no meu quarto...?
Questiono em um tom trêmulo tentando me cobrir novamente com a
toalha, mas ele me admira tão intensamente que me atrapalho.
— Você é tão linda... Tão gostosa que já estou de pau duro... Porra
me desculpa? — Enquanto ele se aproxima eu me apoio no espelho.
— É melhor você sair! Os meus pais podem aparecer e você...
Tento passar por ele apressada mas ele puxa a minha toalha me
deixando nua novamente, o encaro incrédula mas ele me puxa para o seu
corpo. Estou nua em seus braços me sentindo mole, tensa e ofegante por
estar aqui, nua com esse homem me encarando tão intensamente.
— Todos já se recolheram, já foram dormir... Caralho... Porra eu não
vou conseguir pregar os olhos depois do que houve mais cedo... Minha
nossa você é perfeita... Eu quero tanto você. — O vejo tão ofegante quanto
eu.
Me afasto dele respirando fundo, tirando os meus braços da frente
do meu corpo, deixando-o me admirar a vontade. Se for para me casar com
um estranho e perder o amor de um homem que nunca foi meu, então antes
vou me entregar a ele.
— Eu quero você... E quero agora!
O empurro contra o espelho avançando na sua boca beijando-o
ferozmente, suas mãos me apertam e me seguram com firmeza.
— Caralho... Eu vou enlouquecer... — Ele me ergue em seus braços
agarrando a minha bunda e eu abraço a sua cintura.
Isac me leva para minha cama e me deita se pondo sobre mim. O
ajudo a tirar a sua camiseta admirando os seus músculos e suas tatuagens,
mas ele só tem olhos para os meus seios.
— Você parece nervosa, é por ser a nossa primeira vez juntos...?
Merda! Eu deixei a minha carteira no quarto, não tenho camisinha, você
tem...? Eu queria muito te ouvir dizer que não usa camisinha porque ainda
não foi tocada, mas sei que isso não é possível... Mas tudo bem, sei que
você tem camisinha. — Sinto um pesar na sua voz que me surpreende.
— Eu não uso camisinha... Eu ainda não fui tocada... — Revelo com
a voz trêmula e ele me encara nos olhos antes de sair de cima de mim.
— Do... Do que você está falando, Luiza...? Está zoando com a
minha cara? Eu sei que você não é mais virgem porque você transou com
aquele merda do seu ex namoradinho, então não mete essa! — Ele se
levanta da minha cama ainda perplexo, mas também irritado.
— Eu não cheguei a transar com ninguém porque você espantou os
garotos que se aproximavam de mim! Bernardo me contou que você o
espancou e o ameaçou, por isso ele terminou comigo! Mas só de raiva eu
mandei ele falar que tinha transado comigo... Seu idiota! Não precisa
acreditar em mim, eu não estou te pedindo isso! — Retruco também irritada
e me levanto me cobrindo com o lençol da cama.
— Isso não pode ser possível! Eu vi vocês se agarrando dentro do
carro dele! Eu quase matei aquele desgraçado por isso. — Confessa me
pegando de surpresa com as suas palavras, isso o Bernardo não me contou.
— Sai do meu quarto! Agora ou eu vou chamar o meu pai! —
Ordeno entre dentes apontando para janela por onde ele deve ter entrado.
— Vamos conversar? Você precisa me explicar essa história direito,
Luiza! Você não pode fazer isso comigo...
— Eu não te devo explicação alguma da minha vida, seu
insolente...! Você tem razão, vou falar a verdade eu estou zoando com a sua
cara, eu não sou mais pura como você desejava, Bernardo me pegou de jeito
como você jamais vai fazer...! Você não passa de um empregado nessa casa
e eu só queria te levar pra cama... Para aliviar o estresse que é ser filha de
um mafioso. — Sinto o meu peito se apertar e as minhas lágrimas aparecer,
mas seguro-as firme.
— Você não vale nada... É ainda pior que as suas amiguinhas metida
a besta... Você não é a garota por quem eu me apaixonei, não merece o
amor de um cara como eu. — Dispara olhando nos meus olhos e minhas
lágrimas descem. Sorrio de lado tentando parecer forte.
— Já falou o que queria? Agora vai embora... Isac! Eu... Não quero
nunca mais ser toca por você, eu fui clara? Se entendeu o recado já pode ir!
— Engulo o choro e me afasto dele voltando para ao meu closet.
Me encosto em um dos armários e deixo as minhas lágrimas
silenciosas descerem, estou me sentindo em choque. Ele não acreditou em
mim e ainda nos ofendemos depois de nós declaramos, eu nunca vou ter o
seu amor, nunca vamos ficar juntos pois vou perdê-lo para sempre, isso não
está acontecendo, tem que ser um pesadelo.
Ainda estou tentando assimilar o que aconteceu aqui, eu ia me
entregar para o meu primo, eu o amo mas ele não acredita que sou virgem.
Esse infeliz ameaçou e espancou todos os garotos que se aproximavam de
mim, nunca consegui um namorado de verdade pois os garotos sempre
tiveram mais medo dele do que de Maycon que é meu irmão, quando tentei
transar com Bernardo ele me rejeitou por medo de Isac mas por vingança, o
fiz acreditar que ele não havia me impedido de transar com Bernardo.
Me sento no carpete ainda nua e enrrolada no lençol, meu coração
dói, minha alma está despedaçada não queria ter me declarado para ele e
depois passar por isso, preferia que nada daquilo tivesse acontecido, queria
poder voltar no tempo e mudar isso, mas não posso, ainda sinto o gosto dos
seus lábios nos meus. Inferno!
CAPÍTULO 06

Acordo na manhã seguinte com os olhos inchados de tanto que


chorei, sigo para o banheiro ouvido batidas na minha porta mas finjo não
escutar. Entro no box e tomo um banho pouco demorado, logo estou me
arrumando e foi preciso passar quase um quilo de maquiagem para disfarçar
que andei chorando.
Termino de me arrumar e pego a minha mochila, coloco os meus
óculos escuros e saio do quarto indo para sala. Vou direto em direção a
porta mas vejo os meus pais, meu irmão e seu segurança pessoal virem da
sala de refeições, meu coração dispara como em todas as outras vezes em
que o vi por perto, mas continuo o meu trajeto.
— Bom dia, filha! Não vai tomar café? — Pergunta minha mãe mas
eu não paro.
— Não estou com fome!
— Precisamos conversar, Maria Luiza! Vamos até o meu escritório,
filha? — Pede meu pai finalmente me fazendo parar e me virar para encará-
lo.
— Não estou afim de conversar, papai! Eu já sei qual é o assunto
então vamos polpar o seu tempo e o meu também... Eu me caso quando e
onde você quiser, já que esse é o seu desejo, acabar com a minha vida e é a
minha obrigação como sua filha, então vamos fazer isso de uma vez! Mas
eu juro para você, se eu fizer mesmo isso vocês nunca mais me verão outra
vez! Vou pedir ao meu marido para me mandar para o raio que o parta ou
para o quinto dos infernos, que seja, você não vai se importar com isso
mesmo e eu também não, pois você vai estar morto para mim! Assim como
estarei para você...! Pode marcar a data do casamento se for esse o seu
desejo, porque você e a mamãe são os soberanos da máfia italiana, vocês
podem mudar as regras se quiserem e não fazem porque não querem...!
Tenham um bom dia! — Despejo de uma vez antes de me virar e sair dali.
— Luiza espera! Maninha?
Saio de casa apressada seguindo até o carro com Maycon vindo
atrás de mim, mas não paro. Quando estou me aproximando do meu carro
sinto ele segurar o meu braço. O encaro sem dizer nada mas sinto as minhas
lágrimas descerem, ele tira o óculos do meu rosto me encarando apreensivo.
— Se um dia você tiver filhos, espero que você não seja como o
papai... Ou os seus filhos vão te odiar também. — Me solto dele pegando o
meu óculos de volta e me viro para entrar no carro, mas ele me puxa para os
seus braços.
Maycon me abraça tão forte, um abraço tão angustiado que me faz
chorar em silêncio. Retribuo o seu abraço sentindo as minhas pernas
bambas e eu desabo.
— Luiza? O que você tem, minha irmã? — Pergunta preocupado me
pegando no colo. Deito a minha cabeça em seu ombro.
— O que ela tem? O que aconteceu? — Ouço a voz de Isac se
aproximando, fazendo o meu coração palpitar mais forte.
— Eu já estou bem, Maycon! Me põe no chão! Eu preciso ir para
faculdade. — Tento descer do seu colo mas ele não deixa.
— Você não vai a faculdade hoje, você não está bem! — Contesta
me levando em direção a casa mas o repreendo. — Maycon Lins D'ávila!
Não me faça te odiar também...! Eu preciso sair daqui, então ou você me
leva, ou me deixa ir! — O encaro séria evitando encarar o seu segurança
pessoal. Isac!
— Ok! Vamos dar uma volta. — Ele me leva para o seu carro e
avisa Bruno para nos seguir.
— Não, Maycon! Bruno vem com a gente, o seu segurança pode
levar o meu carro. — Contesto em um tom firme e ele olha de mim para
Isac e vice-versa.
— O que foi? Já se estranharam de novo? O que está acontecendo
com vocês? Será que eu posso saber? — Questiona enquanto me põe no
carro esperando que o respondemos.
— Não esquenta, primo! A patricinha mimada não se cansa de me
mostrar qual é o meu lugar nessa casa, já estou acostumado com isso,
relaxa! — Meu peito dói toda vez que ele se refere a mim dessa maneira,
mas vai ser melhor assim.
Isac vai em direção ao meu carro mas Maycon chama por ele.
— Isac! Você vem conosco! Você não é apenas um empregado nessa
casa, você é da família também. — Seu tom firme defendendo Isac me
surpreende. — Não quero mais vocês dois brigando, eu fui claro...? E você,
marrentinha! Começa a tratar o nosso primo um pouco melhor, essa é a
minha condição para impedir o seu casamento. — Dispara Maycon se
sentando ao meu lado e Isac se senta na frente com o Thomas.
— Você ainda não é o soberano, maninho, então creio que você não
vai conseguir me ajudar dessa vez, então nada feito! — Me acomodo em
seus braços e ele me aperta com carinho, eu preciso tanto disso.
— Não preciso ser um soberano para tentar ajudar a minha irmã...
Só espero não precisar começar uma guerra para te livrar dessa enrascada.
— Sinto ele respirar fundo e eu encaro Isac pelo retrovisor.
Sua expressão não parece boa mas também não me importo. O cara
diz que me ama mas dúvida da minha honestidade depois dele mesmo me
separa dos meus ex namorados, cretino idiota!
Maycon também parece pensativo, ele também parece com
problemas mas prefiro não questiona-lo sobre isso agora, eu ainda preciso
digerir tudo que aconteceu ontem e tudo que vai acontecer daqui em diante.
Não comi e nem bebi nada antes de sair de casa, mas Maycon tem
um mini frigobar no seu carro e me dá uma garrafinha de suco de laranja,
me obrigando a me beber mesmo sem vontade.
Conversamos brevemente enquanto ele me leva para faculdade mas
pego no sono abraçada ao meu irmão.
Não vejo para onde estão me levando, quando dou por mim estou
sendo carregada no colo para algum lugar, mas não é o meu irmão, o
perfume que estou sentindo não é o dele, é o de Isac.
Abraço o seu pescoço cheirando a sua pele e ouço ele resmungar
alguma coisa, eu devo estar sonhando, não é ele aqui me carregando no colo
pois ele está me odiando depois de tudo que eu disse a ele, eu precisei fazer
aquilo, não quero envolve-lo em problemas com o soberano Michael
D'ávila, que por acaso também é o meu pai.
— Quem é você...? Para onde está me levando...? O que fizeram
comigo? Porque estou com tanto sono? — Tento ficar de olhos abertos mas
não consigo. Sinto ele me deitar em uma cama macia. — Você me dopou e
me sequestrou...! Maldito! Eu não vou me casar com você...! Eu não te
amo! — Rolo na cama me acomodando nós travesseiro.
— Quem você ama? Você ama alguém, Luiza...? Me responde?
Quem você ama? — Pergunta irritado segurando o meu rosto, mas bato na
sua mão.
— Não te interessa...! Sequestrador maldito...! Eu vou matar...
Você... Espera só eu acordar... Dessa droga que me deram...
Enrolo a língua para falar pois me sinto bêbada. Com certeza eu fui
drogada, mas quando isso aconteceu se eu estava com o meu irmão? O suco
que tomei no carro! Mas porque ele fez isso comigo?
Apago sem ver e nem ouvir mais nada. Eu quero matar o meu
irmão, o que está acontecendo com essa família? Porque meu próprio pai
me meteu em uma situação como essa? Me prometer em casamento a um
estranho para beneficiar os seus negócios? E porque a minha mãe não me
ajuda? Porque o meu irmão me dopou? Porque eu fui me apaixonar justo
pelo meu primo?
Meus pais vão me matar antes desse maldito casamento! Mas sei
que Isac vai morrer junto se descobrirem que ele também gosta de mim.

Acordo sentindo a minha boca seca. Estou morrendo de cede mas


sinto um cheirinho de comida tão bom. Olho a minha volta e reconheço o
apartamento de Maycon, o que eu estou fazendo aqui?
Olho no relógio e vejo que são quase uma hora da tarde.
— Meu Deus, eu perdi a hora faculdade! — Me levanto me sentindo
zonza e vou até a cozinha onde vejo meu irmão e o nosso primo mexendo
em algumas sacolas. — Eu posso saber que merda você fez comigo,
Maycon? Eu tinha trabalho na faculdade hoje! Já estou no último semestre
antes da formatura e você me faz isso? — Reclamo pondo a mão na cabeça
vendo-os irem até a mesa.
— Eu liguei para sua faculdade, avisei que você está no hospital e
não pôde ir hoje... O seu atestado médico está na cabeceira da cama junto
com um remédio para dor de cabeça. — Explica enquanto põe a comida na
mesa e eu o encaro chocada.
Reviro os olhos desistindo de entender as suas atitudes, afinal, não é
a primeira vez e nem será a última que ele faz isso.
Encaro Isac de relance e seus olhos estão em mim. Me viro indo até
a cama e me sento pegando um comprimido e um copo de água, tomo o
mesmo e me deito novamente dando as costas para eles.
— Vem almoçar, Luiza! A comida está na mesa. — Ouço a voz de
Isac e minha respiração pesa.
— Não estou com fome!
Continuo na mesma posição evitando me virar para encará-lo, não
consigo mais fazer isso desde que o mandei sair do meu quarto ontem, suas
palavras me doeram e sei que as minhas doeram nele também, mas eu falei
da boca para fora e tenho certeza de que ele não. Ouvi-lo me questionar
com desconfiança me magoou bastante.
— Qual é Luiza! Vem comer logo, você não tomou café da manhã e
já passou da hora do almoço... A mamãe ligou querendo falar com você. —
Maycon também insiste e eu respiro fundo me sentando na cama.
Olho para os lados procurando a minha bolsa mas não a vejo, me
levanto procurando por ela e a vejo na mesa de centro na sala. Me levanto
indo até ela e pego a mesma, me viro para meu irmão e ele está sentado a
mesa atento a mim.
— Obrigado por querer me ajudar, mas não se meta mais na minha
vida, ok...? Não vale apena... Eu não valho nada, estou ciente disso...! Ou
melhor, eu valho sim! Eu tenho valor o suficiente para unir duas facções
muito poderosas, é só para isso que eu presto então estou no meu direito de
me tornar uma patricinha mimada...! Não venham atrás de mim, eu não vou
voltar com vocês! — Olho em seus olhos deixando as minhas lágrimas
descerem espontaneamente e saio batendo a porta.
Sigo para o elevador mas paro quando sinto alguém segurar o braço.
— Porque você está dizendo tudo isso? Quem falou que você não
vale nada, Luiza...? Você vale tudo para mim! Você é a minha família,
caramba! Porque acha que estou tentando te ajudar? Por esporte? Porque
gosto de me meter em confusão? — Meu irmão me encara incrédulo e eu
encaro Isac parado na porta do apartamento apreensivo.
Encaro novamente o meu irmão e sinto uma enorme vontade de
gritar e xingar todo mundo. Mas ao invés disso o abraço apertado chorando
em silêncio.
— Me desculpa...? Eu me sinto tão triste... Me sinto tão sozinha, me
sinto abandona... A semanas o papai e a mamãe só falando de trabalho,
você não para em casa e por algum motivo, os garotos da faculdade estão
me evitando! Se afastando de mim como se eu tivesse uma doença
contagiosa... Porque será? Você saberia me explicar, Isac? Os meus pais não
são os únicos que estão destruindo a minha vida! Você também está
colaborando bastante! — Me solto de Maycon encaro os dois magoada
tentando segurar as minhas lágrimas, mas falhei. — Não vou perder o meu
tempo discutindo sobre isso, se é para eu me sentir sozinha então vou fazer
isso bem longe desse lugar!
Me afasto apertando os botões dos elevadores e os vejo me encarar
chocados.
— O que você fez, Isac? Do que ela está falando? Vamos eu exijo
uma explicação! — Meu irmão agarra o nosso primo pela camisa o
questionando.
Não espero o elevador e corro para as escadas afim de sair logo dali.
Ouço os gritos dos dois lá em cima mas não ligo, apenas desço correndo até
o próximo andar.
— Espera! Você não pode sair assim, para onde você vai? — Isac
me segura me fazendo parar.
— Não te interessa para onde eu vou! A minha vida não é da sua
conta!
— É SIM DA MINHA CONTA PORQUE EU SÓ QUERO TE
PROTEGER! CARAMBA! — Grita irritado mas eu esbravejo de volta me
soltando dele.
— Me proteger afastando as pessoas de mim? As pessoas não, os
homens porque isso te incomoda, não é...? Não se meta mais na minha vida,
entendeu? Vá dedicar o seu tempo e seu amor a quem te mereça, e essa
pessoa não sou eu! — Abro a porta para sair naquele andar mas Isac me
puxa de volta me jogando contra parede.
— Porra eu só quero me desculpar! Não foi a minha intenção
destruir a sua vida como você falou... Eu só queria te proteger porque eu te
amo... Não queria que fosse de ninguém porque queria você pra mim,
caramba! Tenta entender? Eu fiquei louco de ciúmes por ver outro homem
te beijando, tocando em você pois eu queria que fosse eu a fazer isso. —
Seu tom zangado e ao mesmo tempo aflito me surpreende. — Sei que não
passo de um empregado, sei que jamais amaria um simples soldado como
eu, mas eu te amo! E não vou deixar você se casar, mesmo que me odeie
pelo resto da sua vida! Mas você não será de outro! Coloca isso na sua
cabeça de uma vez! — Esbraveja ao falar do casamento mais uma vez me
surpreendendo com isso.
Não consigo dizer nada, apenas tento me afastar mas ele me agarra
pela nuca, devorando a minha boca em um beijo que não consigo resistir.
Me esterco inteira retribuindo ao seu beijo com todo o meu amor.
— Me deixa ver se entendi... Vocês se gostam...? Estão juntos esse
tempo todo e nunca me falaram nada? — Me assusto com a voz de Maycon
e nos soltamos constrangidos.
— Não estamos juntos...! Eu não valho nada e não mereço um cara
como ele, sou uma qualquer porque sou pior que as minhas amigas... Pois
bem! Vou transar com o primeiro desconhecido que atravessar o meu
caminho! Já que os conhecidos tem medo de você! — Olho nos olhos de
Isac e vejo uma fúria profunda. Me viro para sair mas ele segura o braço
com força.
— Se você fizer isso, eu mato o filho da puta que tocar em você! Eu
mato, Luiza! E você sabe que eu não estou brincando! — Esbraveja furioso
me deixando em choque.
— Eu odeio você! — Esbravejo irritada e saio batendo o pé.
— INFERNO! DROGA!
Ouço ele gritar esmurrando a porta e eu me apresso para chegar em
um elevador que acaba de abrir. Entro no mesmo e desço até a portaria,
peço ao porteiro para chamar um táxi para mim, mas vejo Bruno entrar
falando ao telefone.
Agradeço ao porteiro e dispenso o táxi pois não vou mais precisar,
saio apressada e entro no meu carro pedindo para me levarem para casa da
minha tia, não quero voltar para casa hoje e sei que Isac não vai estar lá, ele
sempre dorme onde meu irmão está por ser o seu segurança pessoal.
Pego o meu celular e vejo algumas ligações dos meus pais e
algumas das minhas amigas da faculdade, não dou importância a nenhum
deles e desligo o aparelho, ordeno ao meu segurança que não ligue para
ninguém e não diga onde estou, ou o farei ser demitido e por ser filha dos
soberanos, a minha palavra vale mais que a dele. Assim eu acho.
Alguns longos minutos depois estou entrando pelos portões da
mansão da minha tia, por sorte ela está em casa e me recebe surpresa por
me ver aqui.
— Luiza? Querida o que está fazendo aqui? Os seus pais estão te
procurando... Você está bem? Aconteceu alguma coisa? — Ela me abraça
carinhosamente e eu me seguro para não chorar, estou muito sensível.
Muito carente.
— Preciso conversar com alguém, ou eu vou enlouquecer, tia Isa...
Não estou aguentando mais essa situação... Não posso conversar com os
meus pais, eles não me ouvem mais, só se preocupam com trabalho e mais
nada, parece que nem existo para eles a não ser que precisem me casar com
um desconhecido... Por favor me ajuda...? Eu não posso me casar, eu vou
perder o homem que eu amo... Eu não quero perdê-lo... — Finalmente
choro enquanto ela me leva para o sofá abraçada a mim.
— Se acalme querida! Tudo vai se resolver, eu sei disso... Mas me
conta? Quem é esse grande amor que você não quer perder? Você parece
desesperada por causa dele... Somos amigas, pode confiar em mim? Já faz
tempo que não conversamos mas eu quero saber como está esse
coraçãozinho, por quem ele está batendo, e porque você não contou a sua
mãe que está apaixonada? Tenho certeza de que ela lutaria para você viver
esse amor, já que ele é tão importante para você... Sua mãe não te obrigaria
a se casar e você sabe disso, esse casamento foi ideia do seu pai e não dela,
eu também acho isso um absurdo mas acho que as coisas podem se resolver,
basta você se abrir para eles, meu amor. — Sua voz é tão doce, tão suave e
amorosa.
Minha mãe também era assim comigo, mas já faz semanas que ela
não tem tempo para mim, nunca podemos conversar pois ela sempre sai
correndo para resolver alguma coisa, e eu estou sempre sendo deixada de
lado.
— Não sei se é uma boa ideia, tia... Meu pai não vai aceitar o que eu
tenho para dizer, e não quero complicar a vida de ninguém... Além do mas,
o cara que eu amo só descobriu ontem que o amo e nós já brigamos, nos
ofendemos e talvez ele esteja me odiando... Eu o amo tanto, tia... Sempre o
amei mas não posso ficar com ele... — Choro me deitando no seu colo e ela
respira fundo.
— Não fica assim, Luiza, as coisas vão se resolver, nem tudo está
perdido quando se ama... E ele? Esse rapaz sente o mesmo por você? Ele
também disse o que sente por você? — Pergunta curiosa. Me sento a
encarando envergonha.
Como vou dizer a minha tia que estou apaixonada pelo filho dela?
Isso é loucura, ela vai contar ao meu pai e ele vai me matar. Droga!
— Me perdoe, tia, eu não posso dizer quem ele é, não posso contar
nada ao meu pai... Prefiro me cansar com um desconhecido a permitir que
ele faça mal ao... Ao homem que amo... Eu não suportaria isso. — Me
levanto inquieta mas dela se levanta junto.
— O seu pai não vai fazer nada contra esse rapaz, ele o ama como
um filho... Querida, eu sei quem é o homem por quem você é apaixonada,
sei que você e Isac se amam e lamento muito por ver vocês brigando tanto...
Porque demoraram tanto para se declarar um para o outro? Vocês jovens
estão mais lentos que nós velhos. — Dispara empolgada me deixando roxa
de vergonha, perplexa.
— Tia...? Mas como? Como você sabe...? Você também sabia que
ele espantou todos os garotos de perto de mim? Sabia esse tempo todo que a
gente se gosta e um não sabia do outro? — Pergunto espantada e ela
gargalha, mesmo tão surpresa quanto eu.
— As brigas sem fundamento, os olhares furiosos quando um ver o
outro com alguém, os olhares de paixão disfarçados, as preocupações
mesmo tentando não se preocupar, ou disfarçando esse amor com raiva só
para afastá-lo de você... Sua mãe também percebeu isso, mas ela preferiu
fingir que não estava vendo nada pois o seu pai já havia prometido você em
casamento... E me desculpa, querida, eu não sabia que meu filho estava por
trás dessas armações para afastar os garotos de você... Eu rezei tanto para
que vocês se acertassem mas vocês brigavam mais que os pais de vocês...
Eu faria muito gosto de ver o meu filho com uma menina tão linda, tão doce
e gentil... Tão amorosa mas, você mudou bastante nas últimas semanas, o
que está acontecendo com você, Luiza? Porque se afastou tanto de nós?
Passa mais tempo com as suas amigas do que com a sua família. — Ela me
dá um sorriso tão amoroso, mas parece preocupada ao falar da minha
mudança.
— Eu vou mudar ainda mais, tia... Meus pais andam muito
ocupados, meu irmão também, ninguém tem tempo para conversar, eu
preciso desabafar com a minha família mas acabo fazendo isso com as
minhas amigas, mas eu já estou cansada disso... Me sinto muito sozinha, e
agora com esse maldito casamento eu vou me sentir ainda pior... Meu pai
não vai mudar de ideia, ele não é mais o mesmo e minha mãe também não...
Me ajuda, tia? Eu quero desaparecer por um tempo, quero que eles sintam
falta da filha que tem e não dá mulher que poder ajudá-los a unir facções,
eu não aguento mais isso! Eu estou pirando com essa situação, e para
piorar... Isac está me odiando e acha que eu o odeio também... Estou me
sentindo a pessoa mais infeliz do mundo, tia Isabela... Me ajuda...? Por
favor me ajuda? Eu preciso de ajuda. — Me altero ao falar dos meus pais
mas me acalmo instantaneamente ao citar o nome dele, do homem que amo.
Mas minhas tristezas voltam a aparecer quando novamente percebo
que jamais viverei esse amor. Ela me puxa para os seus braços e eu vou de
bom grado, aperto ela em meus braços mas me sinto fraca, me sinto mal e
desabo sem sentir mais nada.
— Maria Luiza! Me ajudem? Emanuel me ajuda! — Ouço ela gritar
bem distante e eu desmaio sem ouvir mais nada.
Eu quero morrer, ou pelo menos quero sumir da face da terra, talvez
eu devesse ir em uma viagem só de ida para Marte. Até parece que isso
resolveria os meus problemas, bom, talvez sim, eu não precisaria me casa
com desconhecido, mas também não teria mais ninguém para se casar
comigo, droga! O que eu faço para me livrar de tudo isso? Vou acabar em
depressão pois já me sinto mal o suficiente para isso.

Acordo ouvindo alguém conversar ao fundo e alguém chorar


baixinho. Reconheço a voz da minha tia e o choro sentido da minha mãe.
Abro os olhos e elas estão abraçadas, um abraço tão apertado que quase
posso sentir também.
Olho mais a diante e vejo meu pai conversando com um senhor, ele
usa jaleco branco e segura uma maleta enquanto estende um papel ao meu
pai. Respiro fundo, talvez os meus problemas estejam apenas começando
pois meu pai está sério demais.
Me sento na cama e minha mãe se solta da minha tia vindo
apressada na minha direção.
— Filha! Meu amor como você está? O que aconteceu com você?
Porque não está se alimentando? Você desmaiou de fraqueza, eu não vejo
mais você comer nada em casa... Você sumiu e saiu do apartamento do seu
irmão sem dizer para onde ia... Meu Deus o que está acontecendo? Me
perdoa, filha? Sei que não estou sendo a mãe que você merece, me perdoa?
— Ela me agarra me puxando para o seu corpo me apertando tão forte.
Seu choro é tão sentido, tão sofrido que posso sentir a sua angustia.
Não digo nada, fico calada por um instante tentando entender o que houve
aqui.
Me lembro que desmaiei nos braços da minha tia, ninguém além
dela sabia que eu estava aqui então ela ligou para os meus pais, será que ela
também contou sobre a nossa conversa? Será que revelou o meu amor por
Isac? Droga!
Me solto da minha mãe e me deito novamente, me viro para o canto
da parede e continuo calada.
— Fala comigo? Por favor não fica assim? — Sinto um carinho nas
minhas costas, acompanhado pela sua voz angustiada.
— Eu só quero ficar sozinha, mamãe... Faz o que você e o papai
sabem fazer de melhor... Esqueçam que eu existo! — Puxo o lençol para me
cobrir e enfio o rosto no travesseiro. Choro em silêncio.
— Saiam todos saquei! Por favor? Eu quero ficar sozinha com a
minha filha!
Ouço sua voz firme e autoritária e logo a voz da minha tia pedindo
para todos saírem. Não me mexo, continuo do mesmo jeito. Ouço a porta
bater e sinto que ela está subindo na cama, seus braços me envolvem me
apertando, ela beija os meus cabelos como fazia antes e isso me faz tão bem
que relaxo. Isso era tudo que eu queria nesse momento.
— Eu te amo, filha... Me perdoa pela minha falta de atenção com
você? Isso vai mudar, eu prometo! — Sua voz trêmula e ao mesmo tempo
doce e carinhosa me surpreende, ela está mesmo preocupada comigo. —
Levante-se, querida! Vamos sair daqui! Eu não vou deixar a minha filha se
casar se não for com o homem que ela ama...! Agora vamos sair daqui!
Precisamos de um tempo para nós duas. — Me surpreendo com as suas
palavras e me viro para encará-la.
Minha mãe vai até a porta e abre olhando de um lado para o outro,
fico atenta a ela e me sento na cama. A vejo trancar a porta e correr de volta
até a janela.
— Por sorte estamos no primeiro andar... Vamos, filha! Nós vamos
fugir juntas! — Dispara empolgada enquanto me levanto.
— Você ficou louca, mamãe? O papai vai nos achar e vai ficar bravo
com você! — Admiro-a espantada e ao mesmo tempo satisfeita.
— Com certeza ele vai nos encontrar, mas até lá teremos tempo o
suficiente para conversar e deixar o seu pai de cabelos em pé... Ele precisa
aprender uma lição e nós duas vamos dar isso a ele... Quero que ele sinta
como é perder alguém que a gente ama, alguém que faz parte de nós...
Agora vamos! Não temos muito tempo.
Ela me arrasta pela mão e eu sorrio largamente por ter a minha mãe
de volta. Corremos até a janela e eu pulo primeiro, ela pula logo atrás me
deixando surpresa com as suas atitudes, mas estou gostando disso.
Corremos até o carro do papai e entramos no mesmo, mas ela pega
algo na sua bolsa e sai do carro novamente. Vejo minha mãe furar os pneus
dos carros a nossa volta e em seguirá entra de volta no carro ligando o
mesmo. Sorrio para ela que se inclina me dando um beijo amoroso antes de
sair com o carro.
Não sei para onde vamos e nem quero saber, eu só quero sair daqui.
CAPÍTULO 07

Eu não sabia que a minha irmã estava tão mal, na verdade ela está
péssima com essa situação, e descobri que ela e o nosso primo se amam foi
uma verdadeira surpresa, mas eles brigavam tento que não imaginei que
isso era na verdade eles evitando esse amor entre eles. Caramba! A minha
irmã e meu primo Isac se amam! Ela não pode se casar com Jairo
Armstrong! Eu não vou permitir isso.
Mais cedo Luiza estava tão fraca que eu não podia deixa-la sozinha,
não podia deixa-la ir para faculdade naquele estado, mas também sabia que
ela não iria me ouvir então achei mais fácil dopa-la para que ela
descansasse um pouco, não estou gostando de ver a minha irmã nesse
estado a ponto de desmaiar e termos que chamar um médico.
— Soberano! Soberano!
Vejo Thomas entrar correndo na casa ofegante por ter corrido, e vai
em direção ao meu pai.
— O que aconteceu? Algum problema? — Pergunta meu pai
inquieto.
— A soberana fugiu com o seu carro levando a sua filha com ela! E
tem mais, ela furou os pneus dos carros antes de sair. — Revela pegando a
todos de surpresa com isso.
— Isso não pode ser possível! Brenda não faria isso!
Meu pai corre em direção ao quarto para se certificar de que minha
mãe e minha irmã ainda estejam lá. Sorrio largamente por minha mãe ter
tomado uma decisão como essa, isso significa que ela também não quer
esse casamento.
Encaro Isac e o vejo tenso, preocupado com essa situação mas me
aproximo dele.
— Eu devia esmurrar a sua cara por ter me escondido que ama a
minha irmã... Mas confesso que gostei de saber que foi você quem afastou
aqueles infelizes dela... Ela estava bastante brava com você, não vai mesmo
me contar o que aconteceu entre vocês? — Questiono ainda sorrindo e ele
respira fundo esfregando as mãos no rosto.
— Nós declaramos ontem, eu não sabia que ela também gostava de
mim, mas... Ela me disse algo que me deixou chocado e nós acabamos
brigando por eu questioná-la... Ela acabou dizendo que mentiu quando disse
que me ama, nos magoamos e acabamos nessa situação dela não querer
mais me ver. — Desabafa angustiado como nunca vi antes, esse filho da
mãe gosta mesmo da minha irmã.
— Porque vocês homens são tão lerdos, meu filho...? Ela mentiu
quando disse que não te ama, Luiza me confessou que não quer perder você
porque te ama... Ela está sofrendo muito, não sei como as coisas chegaram a
esse ponto e ninguém percebeu, aquela menina está em depressão e pode
acabar fazendo uma besteira, precisamos ficar mais atentos a ela. —
Dispara minha tia me deixando pasmo com isso.
— Nós declaramos ontem depois que a impedi de pular no lago da
mansão D'ávila, ela estava muito nervosa e chorando muito por causa do
casamento...
— E você não me falou nada? Seu idiota! Pensei que você fosse
mais leal a mim, Isac! Minha irmã tenta se matar e você não diz nada? Não
me alerta sobre isso? — O agarro pela camisa mas minha tia entra no meio
encarando o filho tão chocada quando eu.
— Eu sou sim leal a você, na verdade eu sou legal a todo mundo,
menos a mim mesmo...! Eu sabia que ela não iria querer que eu contasse
nada a ninguém, por isso não contei, fui leal a ela como sempre fui leal a
essa família, mas quando alguém vai ser leal a mim? Nunca! Por isso não
posso ficar com a mulher que amo, droga! — Esbraveja alterado e eu tento
me aproximar, mas ele se afasta e não quero discutir com ele por causa
disso.
— Você mandou muito mal, Isac! A minha irmã está mal, tentou
colocar a vida dela em risco e era sua obrigação nós contar sobre o que
houve, e isso não tem nada a ver com lealdade! Se você a ama, deveria ter
pensado mais na proteção dela e nós avisar sobre o que houve! — O encaro
sério e decepcionado.
— E você acha que eu não quis protegê-la? Eu avisei a todos os
seguranças da casa para não tirarem os olhos dela, não era isso que você e
meus tios iriam fazer? Só que eu fiz sozinho para não ter que preocupar
ninguém! — Isac olha em meus olhos e posso ver o quanto ele está
magoado com tudo isso também.
Esse cara é como um irmão para mim e não consigo lhe dar as
costas nesse momento, mesmo ele errando em não me contar sobre o que
houve com a minha irmã.
— Não quero ver vocês dois brigando, e isso é uma ordem! — Nos
alerta minha tia.
— Elas não estão no quarto! Brenda e Luiza fugiram! Mas porque
elas fizeram isso? — Meu pai aparece apressado e eu o encaro furioso.
— Você ainda pergunta o porquê elas fizeram isso? Você está
tentando vender a minha irmã, acha que a mamãe vai te perdoar por isso...?
Luiza está certa, você é o soberano e todos, até mesmo os Carteis tão
respeitados quanto o nosso, respeitam as suas decisões, muitos ainda não
sabem que você está vivo e a mamãe é a lei dentro dessa facção, então
respeita as decisões dela você também...! Se não quer perder a sua mulher e
a sua filha, é melhor desfazer esse casamento absurdo, papai! Porque
quando eu ocupar o seu lugar, a minha família vai ficar em primeiro lugar
dentro dessa facção... Todos terão que me respeitar como respeitam você...!
Você sabia que a minha irmã tentou se matar? Sabia que ela ama Isac tão
desesperadamente a ponto de tentar se livrar desse casamento com a própria
vida...? Você construiu uma vida, construiu um amor com a mulher que te
escolheu, ela não foi obrigada a nada, então não é justo você impor essa
obrigação a sua própria filha! Pensa nisso papai! — Retruco em um tom
firme o encarnado sério, e o vejo pensativo.
— Minha filha... Maria Luiza... Meu Deus, não sei como tudo isso
aconteceu, não sei como deixei as coisas chegarem a esse ponto... Eu vou
desfazer esse erro se isso trouxer a felicidade da minha família de volta...
Eu só preciso conseguir fazer isso sem iniciar uma guerra, pois eu dei a
minha palavra a Luciano Armstrong e as facções tem regras a seguir. — Diz
pensativo, andando de um lado para o outro e eu respiro fundo.
— Se tivermos que guerrear para salvar a minha irmã, eu não vou
fugir dessa lutar!
— Se for para lutar por Maria Luiza, eu também estou nessa! —
Isac se aproxima encarando meu seriamente.
— Você e minha filha se amam? Porque não nos contaram nada...?
Você é como um filho para mim, rapaz, é claro que eu não ficaria contra o
namoro de vocês, mas eu teria que saber disse antes de prometer a minha
filha a Jairo Armstrong! Mas que inferno! — Meu pai o segura pelo ombro
com um olhar surpreso, mas se irrita ao falar da família Armstrong.
— Maycon! Me permite ir atrás da sua irmã? Por favor eu preciso
encontrá-la...? Tio Michael? Me deixe ir atrás delas? Eu vou trazê-las de
volta! — Isac parece inquieto mas eu gosto de ver a sua preocupação com a
minha família, principalmente com a minha irmã.
— Relaxa rapaz! Vou colocar o nosso pessoal atrás delas, elas não
devem ter ido muito longe... Mas nós também podemos procurar em lugares
que conhecemos, você e Maycon procuram nos lugares que Maria Luiza
está acostumada a ir, na casa de amigas, amigos de amigos. Eu vou com
Charles procurar nos nossos esconderijos enquanto o nosso pessoal vai para
as saídas da cidade... Vamos! Agora!
Meu pai segue inquieto para fora da casa e nós seguimos atrás dele.
Corremos para a garagem do meu tio Charles e os dois pegam um carro e eu
e Isac pegamos outro.
Saímos da mansão apressados afim de alcançarmos a minha mãe,
mas ela dirige bem e já deve estar bem longe, minha mãe no volante parece
uma piloto de fuga e ela também aprendeu isso com o meu pai.
Tento ligar para Luiza e para minha mãe mas elas não atendem,
deixo mensagem de voz e também de texto mas não tenho resultados, elas
devem ter quebrado o chip do aparelho pois papai me liga dizendo que não
consegue rastrear o celular da mamãe, mas o de Luiza ficou na mansão.
O carro do meu pai não tem rastreador justamente para não
descobrirem que ele está vivo e muito menos que está por qui esse tempo
todo, não sei como ele conseguiu passar tantos anos escondido sem ser
descoberto pelos nossos inimigos e também pela polícia. Meu pai é mesmo
um fantasma sortudo.
Já é final de noite e nós rodamos a cidade atrás da minha mãe e
minha irmã mas não as encontramos, parecem que evaporaram da face da
terra. Onde será que elas estão? Eu preciso ver a minha irmã, eu não sabia
que ela estava assim tão mal a ponto de tentar se matar, eu preciso cuidar
mais dela.
Quando alguém tenta muito parecer ser uma coisa que não é, preste
bem atenção nela pois algo está errado e nós não percebemos, e foi isso que
aconteceu com Luiza, minha irmãzinha parecia feliz, parecia marrentinha
por andar com aquelas suas amigas filhinha de papai, tirando onda de
patricinha por passar tanto tempo fazendo compras mas na verdade, ela
estava fazendo isso para tentar camuflar as suas frustrações por não receber
a nossa atenção, não sabia que ela se sentia assim tão sozinha. Estou me
sentindo mal por não ter percebido isso antes.
— Para o carro, Isac...! Para o carro agora! — Ordeno em um tom
irritado e ele para no acostamento.
Pulo para fora do carro pensativo e ando de um lado para o outro, a
pista está escura, um carro ou outro passa por nós e Isac sai do carro vindo
até a mim, apreensivo.
— Não podemos desistir de procurar por elas, eu não vou dormir até
encontrar Luiza! — Solta em um tom angustiado.
O encaro atento me lembro da imagem dele e minha irmã se
beijando as escadas do meu prédio. Ela o ama, ela estava daquele jeito por
guardar esse amor para ela e ainda ter que se casar com um filho da puta
para unir as nossas facções.
— Se você ama mesmo a minha irmã, você vai parar de procurar
por ela agora mesmo!
— Você ficou louco? Acha mesmo que vou desistir da Luiza assim
tão facilmente? Não me importa se ela está magoada comigo, eu vou
encontrá-la e protegê-la eu mesmo! — Retruca alterado e eu reviro os olhos
respirando fundo.
— Pensa um pouco, seu idiota! Ela vai estar mais protegida longe
daqui quando aqueles merdas vierem atrás dela! Se eles não aceitarem
desfazer o acordo do casamento nós teremos que lutar contra eles, se minha
irmã estiver por perto eles podem tentar chegar até ela para levarem ela a
força, já que uma aliança foi feita e será descumprida! — Esbravejo de
volta, irritado com essa situação em que metemos a minha irmã.
Não vou mais aceitar essa merda, eu serei o soberano dessa facção e
eu também farei as minhas próprias regras. Isac me encara atento e
pensativo pois sei que ele vai concordar comigo.
— Mas onde ela está? Como vamos saber se ela está mesmo segura?
Minha tia precisa estar aqui para comandar a facção contra a Família
Armstrong, seu pai não vai poder aparecer caso outras facções se juntem
contra nós... Merda! Inferno! Onde ela está? Eu preciso vê-la! Preciso tocá-
la... — Seu tom irritado mais uma vez confirma a sua preocupação com
Luiza.
— Vamos! Precisamos nos reunir com o meu pai e os outros! Não
precisamos da minha mãe aqui pois eu vou assumir o trono, eu prefiro que
ela esteja mesmo longe com a minha irmã nesse momento... Já estou farto
de vê-la se ferir nesses confrontos, mesmo sabendo o quanto ela ainda é
forte e aguenta guerrear, vou fazer o que o meu pai quer, vou assumir logo o
comando da Nuestro Poder! — Entro no carro confiante e ele dá a partida.
Seguimos de volta para mansão D'ávila e no caminho ligo para o
meu pai dando a mesma explicação que dei a Isac, sobre deixar que minha
mãe e minha irmã permaneçam escondidas até conseguirmos resolver a
situação, ele aceita fazer uma reunião mas não aceita ficar longe da minha
mãe e minha irmã.
Papai está desesperado pois minha tia contou a ele sobre Luiza
tentar se matar, e só não conseguiu porque Isac a impediu. Ele também
ficou puto porque Isac não contou nada antes, mas é claro que ele vai
perdoar esse cabeça dura.
Meu celular toca e rapidamente pego-o pensando ser minha mãe ou
Luiza, mas vejo o nome da Pleasures of The Flesh piscar na tela, é uma das
nossas boates então atendo.
— Espero que seja importante pois estou sem muita paciência
hoje... Qual é o problema dessa vez, Sra. Crystal? — Atendo já no modo
impaciente para o problema não se estender.
— Boa noite, Sr. Maycon, estou tentando falar com a soberana mas
não consigo... Há policiais à paisana na boate, Sr. Maycon, eles parecem
estar investigando o local, uma policial mulher e mais dois homens, sei que
são policiais pois já os vi antes em uma viatura. — Relata calmamente e eu
respiro fundo.
Essa policial mulher só pode ser aquela loira gostosa que estou
investigando, vou pegar aquela mulher, ela vai ser minha e isso agora é uma
questão de honra! Mas hoje eu não posso fazer nada, a minha família vem
em primeiro lugar.
— Obrigado por avisar, Crystal! Vou mandar o nosso pessoal para
reforçar o local, se tiver problemas maiores você me avisa novamente... Era
só isso ou tem algum outro problema? — Respiro fundo mais uma vez e
vejo a imagem daquela policial gostosa na minha frente, ela tem uma boca
deliciosa.
— Era só isso, senhor, obrigada por me atender, tenha uma boa
noite. — Se despede antes de encerrar a ligação.
— Algum problema com a boate? — Pergunta Isac, mesmo com a
sua total atenção na pista.
— Aquela policial que está me tirando o sono, ela está na boate a
paisana com alguns colegas dela, mas não estou preocupado com isso, o
nosso pessoal são espertos o suficiente para conseguir lidar com isso...
Ainda não acredito que aquela mulher conseguiu me derrubar, ela tem uma
força impressionante... E uma boca muito gostosa. — Comento pensativo
me lembrando daquele beijo que não sai da minha mente.
— Ainda não desistiu da ideia de ter aquela mulher? Ela está
tentando a todo custo acabar com você e a nossa facção. — Suas palavras
não me surpreendem pois eu também já me questionei sobre isso.
Aquela mulher é audaciosa demais, entrar dentro do meu território
para nos investigar, me enfrentar daquela maneira, porra ela me deu uma
rasteira literalmente.
— Você me conhece bem para saber que eu não desisto fácil do que
eu quero, e eu quero aquela mulher... Como estão as pesquisas que pedi
para você fazer? Alguma novidade?
— Eu descobri por acaso algo que vai te interessar... Comentando
com o meu pai sobre algumas facções que ele e meus tios enfrentaram no
passado, eu descobri que um único Cartel teve um sobrevivente, uma
criança que o seu pai salvou e enviou para um orfanato, mas ele não soube
dizer se essa criança era um menino ou uma menina... Só quem vai te dizer
com certeza o que houve naquele dia, e quem foi salvo, é o seu pai. — Fico
atento as suas palavras e isso me deixa pensativo.
Não vou negar, saber disso me surpreendeu, o que uma criança
estava fazendo no meio de um confronto?
— Depois eu converso com o meu pai com calma sobre isso, agora
vamos nos concentrar no nosso problema atual... Jairo Armstrong!
— Não conheço esse cara, mas sinto vontade de matá-lo eu mesmo
só de imaginar Luiza se casando com ele... Não sei se ela gosta de mim e
verdade, ela disse que não passo de um empregado e que não se envolveria
comigo, mas minha mãe disse que ela confessou a ela que me ama... Porra
estou confuso, queria ouvir da boca dela se é verdade que ela me ama...
Porque não revelamos os nossos sentimentos antes? — Isac se irrita ao falar
do casamento, mas fica pensativo novamente ao falar da minha irmã.
— Você sabe o quanto as mulheres são cabeça dura, meu irmão,
uma palavrinha errada pode nos trazer grandes problemas... Luiza é muito
orgulhosa, se ela te ofendeu eu tenho certeza de que foi da boca para fora,
assim como sei que você jamais a magoaria intencionalmente... Porra
porque eu não percebi antes que essas brigas de vocês na verdade era uma
camuflagem? Vocês se amam em segredo esse tempo todo e um não sabia
dos sentimentos do outro?
Iniciamos uma conversa sobre esse assunto mas logo vejo que
estamos entrando na mansão, lamentei por essa situação do meu primo com
a minha irmã pois não quero vê-la sofrer e vou me redimir com ela por tê-la
deixado tanto tempo sozinha.
Entro em casa e meu pai está andando de um lado para o outro
falando ao telefone, dando ordens e instruções ao nosso pessoal.
— Esqueçam a soberana e minha filha por enquanto, sei que estão
seguras seja lá ondem estiverem, vamos focar a nossa atenção nos nossos
planos para o combate, pois logo a guerra vai se iniciar...! Sigam para o
armazém de reuniões, estamos a caminho! — Diz por fim antes de encerrar
a ligação. — Se prepare, meu filho! Você será nomeado mais cedo que o
previsto... Você se tornará o novo Capo da Nuestro Poder! Os nossos
conselheiros e os chefes dos Carteis associados a nós já devem estar a
caminho também.
Apenas balanço a cabeça concordando e sigo com ele de volta para
volta de casa. Entro no seu carro com Isac e Thomas enquanto meu pai vai
na frente com meu tio Charles e o Sr. Júlio, só agora percebo que estamos
em um dos seus carros novos, também blindados porque toda segurança que
temos ainda é pouco.
Enquanto seguimos para o armazém conversamos sobre as nossas
estratégias para tentar solucionar esse problema sem danos maiores, mas sei
que uma guerra será inevitável.
Alguns minutos depois estamos chegando no armazém onde temos
um espaço apenas para as nossas reuniões. Vejo os nossos soldados apostos
fazendo a vigilância do local e nós entramos, confiantes de que vamos
conseguir resolver essa situação e vamos sair vitoriosos.
Sigo com meu pai, meu tio Charles, Isac e alguns dos nossos
melhores homens ao nosso lado, Sr. Olavo vem ao nosso encontro avisando
que já estão todos nos esperando.
Entramos no salão de reunião e realmente estão todos aqui, como
conseguiram se reunir tão rápidos?
— Meus amigos! Obrigado por atenderem ao meu chamado tão
prontamente, temos um problema para resolvermos e precisamos de toda
ajuda possível, pois a vida da minha filha está em jogo! Por isso precisamos
antecipar a posse de Maycon como o novo chefe da facção. — Meu pai já
entra no salão indo para a sua cadeira na ponta da mesa, mas ele não se
senta.
— O que aconteceu de tão grave para solicitar a nossa presença com
tanta urgência, soberano? O que de fato aconteceu? Porque a vida da sua
filha está em jogo nessa questão? — Pergunta o Sr. Leon Young se
levantando para cumprimentar meu pai.
— Você sabe o quanto eu preso a família, Leon, mas eu cometi um
erro e preciso consertar, mas talvez tenhamos que começar uma guerra para
conseguir resolver isso... Acabei de descobrir que minha filha tentou
suicídio para não ter que se casar com Jairo Armstrong, não posso submeter
a minha filha a isso mesmo que eu tenha dado a minha palavra!
Meu pai explica a situação enquanto Liang, filho de Leon Young
para ao meu lado atento a tudo. Somos grandes amigos e sempre lutamos
lado a lado, e sei que agora não será diferente.
— Capo Maycon D'ávila... Vou ter que te chamar de soberano
também? — Ele sorrir ironicamente e eu respiro fundo.
— Não fode, Liang! Você também assumirá a facção mais poderosa
da china, você também será um soberano então entre nós, vamos esquecer
essa história, beleza? — Reviro os olhos e ele se segura para não
gargalhar. Filho da mãe!
— Bom, você ganhou a nossa aposta, eu falei que me tornaria chefe
da máfia chinesa antes de você, mas, você será coroado primeiro então... Eu
te devo uma festa de comemoração depois que essa situação se resolver,
mas eu quero conhecer algumas das garotas das suas boates, estou sabendo
que tem umas novatas lindas, mas eu ainda não pude fazer uma visita como
de costume. — Comenta sem tirar a sua atenção dos nossos pais
conversando.
— Conversaremos melhor sobre isso depois!
— Então, senhores! Hoje vamos coroar como novo feche da Nuestro
Poder, Maycon D'ávila! O sucessor e filho do nosso soberano, Michael
D'ávila...! Maycon! Estamos colocando nas suas mãos a liderança de uma
das facções mais poderosas que existe, esperamos que você represente o
nosso Cartel assim como os seus pais tem feito por tantos anos... Não
teremos uma grande cerimônia como estava planejado pois as coisas se
anteciparam, mas depois que tudo isso passar, você será apresentado aos
demais líderes em uma grande festa que daremos em sua homenagem. —
Fala um dos conselheiros mais antigos da nossa facção, que também auxilia
a facção de Leon Young.
— Esse momento realmente não é para festas, pois a vida da minha
irmã está em risco, não sabemos qual será a reação dos Armstrong, mas
estaremos prontos para o que for. — Me aproximo mais da mesa tomando o
lugar de meu pai que permanece ao meu lado. — Eu! Maycon Lins D'ávila,
assumo a liderança dessa facção com o maior orgulho! Prometo ser para
todos vocês um líder de mão firme, assim como o meu pai é, prometo
honrar todos as nossas leis e cumpri-las fielmente, pois não vou liberar
sozinho, continuarei tendo ao meu lado o apoio dos meus pais e nossos
soberanos, Maycon D'ávila e Brenda Lins D'ávila... Eu prometo que você, a
mamãe e todos dessa e de outras facções, vão se orgulhar de mim!
Declaro em um tom firme e confiante, pois farei por essa facção
tudo que os meus pais tem feito e muito mais, eu serei o que todos eles
precisam, terei a mesma mão firme para ganhar o respeito, reconhecimento
e a lealdade de todos.
CAPÍTULO 08

DOIS DIAS DEPOIS...

— Você está descumprindo a sua palavra, Michael! Eu não vou


aceitar isso, você assumiu um compromisso de casar a sua filha Maria
Luiza com o meu filho Jairo, e se você não cumprir a sua palavra, nós
faremos uma vingança de sangue! — Esbraveja Luciano Armstrong
encarando meu pai furioso. Antes que o mesmo se pronuncia, eu o faço.
— Não sei de que compromisso você está falando, Luciano! Eu sou
o líder da Nuestro Poder e não estou sabendo de nada, por tanto! Não tenho
obrigação de cumprir nada...
— Maycon!
— Michael! Eu sou o seu soberano! Por tanto seu superior e eu
respondo pela facção agora. Se você fez algum acordo ou assumiu algum
compromisso com esse senhor, eu afirmo que esse compromisso não será
cumprido sem a minha permissão! Eu decido o futuro dos membros a
minha facção! — Digo firmemente com um olhar sério olhando de Luciano
Armstrong para meu pai.
— E quanto ao acordo que me prometeram? Vocês vão descumprir
as regras e manchar a honra da tão respirada Nuestro Poder? Vocês estão
violando um tratado e isso não...
— De que tratado você está falando, Sr. Armstrong? Eu sou o chefe
da Nuestro Poder e não me lembro de ter feito tratado algum com você,
você quer casar o seu filho? Tem tantas mulheres por aí querendo um
casamento, é só escolher uma que não seja Maria Luiza! Agora se o que
você quer é se associar a Nuestro Poder e ter vantagens, poder e respeito,
podemos conversar sobre um possível acordo, dessa vez eu e você junto aos
nossos conselheiros. — Rebato enquanto me aproximo mais olhando em
seus olhos, mas tio Charles e Isac estão ao meu lado. — Há muitas outras
formas de se firmar um acordo, um bom tratado, não há necessidade de uma
guerra, mas se você não aceitar os meus termos e quiser começar uma
guerra, vem quente! Nós estamos prontos para você e sua facção! A minha
palavra é uma só e não dou segunda chance, não sou tão piedoso quando o
meu pai pois eu curto um bom confronto... Você tem uma hora para aceitar
um novo acordo ou começar uma guerra! Passar bem, senhor. — Solto em
um tom tranquilo, mas confiante. Sustento o seu olhar por breves segundos
e me viro saindo dali.
Meu pai e os outros vem logo atrás de mim, descemos do iate dos
Armstrong para a nossa lancha e subimos para o nosso iate nós afastando
deles.
— Você pode me explicar que caralho foi que você fez naquele iate,
Maycon? Você está querendo começar uma guerra e antes deles? Se
esqueceu do que conversamos antes de sair do armazém, porra? —
Esbraveja meu pai impaciente me segurando pelo braço, mas me solto dele.
— Em primeiro lugar, veja como fala comigo! Eu sou o seu
soberano, por tento seu chefe agora! Em segundo lugar! Foi você quem
começou essa merda quando prometeu a sua filha em casamento sem o
consentimento dela e da mamãe! — Esbravejo de volta no mesmo tom que
ele, meu pai me encara incrédulo. — Você me colocou como chefe dessa
facção, então eu vou decidir o que for melhor para minha família e também
para facção... De um jeito ou de outro nós teremos uma guerra, só estou
ganhando tempo para nos prepararmos para o confronto... Jairo Armstrong
me procurou ontem para dizer que também não quer esse casamento, mas
Luciano sabe que o casamento é a melhor arma que ele tem para garantir
uma aliança definitiva com a Nuestro Poder, então ele não vai desistir disso,
não estou confiando cegamente nas informações de Jairo, mas é bom
estarmos preparados para tudo... Estão planejando vir atrás de Luiza e eu
não vou permitir isso, vou cortar o mal pela raiz mas quero que isso
aconteça em nosso território, assim termos mais chances de nos defender e
escapar caso seja preciso, por isso deixei que viessem até nós. — Olho do
meu pai para Isac e ambos estão pensativos e ao mesmo tempo furioso,
assim como eu.
— Malditos! Quero matar Luciano eu mesmo, e não aceito que
ninguém faça isso antes de mim, eu fui claro? — Esbraveja entre dentes e
sei que agora ele vai me apoiar em tudo que eu decidir.
— Claro como água, papai! Agora vamos nos adiantar, precisamos
estar prontos para quando eles chegarem... Júlio, Olavo e Thomas estão
preparando tudo para a nossa saída do armazém, precisamos sair de lá antes
que os homens da Família Armstrong cheguem! Vamos Manuel! Acelera!
Seguimos de volta para o píer de um dos nossos armazéns, onde o
nosso pessoal já está se armando até os dentes para o confronto, a luta será
inevitável então vamos para cima com tudo!
Chegamos no armazém e vejo o nosso exército já uniformizado e
em formação, todos armados recebendo instruções do líder dos nossos
soldados. Nos aproximamos dos nossos homens verificando as nossas
armas, passo algumas instruções importantes e essenciais para
conseguirmos derrotar aqueles filhos da mãe.
Meu pai e meu tio também dão a sua opinião sobre onde e quando
atacar o nosso inimigo, e vamos fazer isso em campo aberto e totalmente
isolado, sem a possibilidade de interferência da polícia.
— Homens! É hora de irmos! Vamos avançar sobre os nossos
inimigos pois sabemos de onde eles virão! Vamos! Agora!
— Sim, soberano!
Aviso enquanto pego alguns pentes extra de munição, todos
concordam seguindo para as caminhonetes enfileiradas mais adiantes. Meu
pai, meu tio Charles e os nossos soldados pessoais me seguem para os
nossos carros blindados, entramos nos mesmos e seguimos rumo ao nosso
confronto.
Luciano e Jairo Armstrong vão precisar ir até os seus soldados, e
eles se instalaram na mansão abandonada do antigo Cartel que traiu a nossa
família, o mesmo Cartel na qual faziam parte o meu falecido tio que nem
cheguei a conhecer, então eles só podem vir de um lugar, do lado oeste da
cidade e nós vamos intercepta-los no meio do caminho, assim
conseguiremos o nosso objetivo que é cercá-los em um campo isolado, mas
é uma área que nos conhecemos.
Seguimos por um trajeto de quarenta minutos até o local esperado e
a nossa tropa se divide em pontos estratégicos, vamos cercar esses filhos da
puta e enquanto atacamos de frente, outro grupo atacará por trás para não
deixarmos um único daqueles vermes escaparem.
Alguns dos nossos homens seguem a diante para nós avisar quando
o inimigo estiver se aproximando, assim que nos posicionamos para
esperamos o sinal, Thomas passa um rádio avisando para nós preparamos,
os soldados de Luciano estão se aproximando e o confronto vai se iniciar.
— Filho? Se cuida, ouviu? Posso confiar em você? Porra cara! Você
ainda está se recuperando de um confronto e já está se envolvido em outro,
sua mãe me mata se você se ferir de novo, então se cuida, beleza...? Não
deixa de usar a porra do escudo de novo, Maycon! Você agora é o número
um, alguns soldados vão ficar na sua cola para te dar cobertura e... — Vejo
meu pai preocupado e apreensivo, mas o interrompo.
— Ei? Relaxa! Até parece o meu primeiro confronto... Já estou
acostumado com isso e você sabe que eu sou um dos melhores com uma
dessas nas mãos... Vamos ficar bem e a mamãe não vai matar ninguém,
agora deixa de conversa e vamos pra cima daqueles filhos da puta! —
Afirmo confiante pois sei que vamos sair vitoriosos, eu sinto isso.
— Beleza, cara! Vamos nessa...! Eu já me orgulhava de você antes,
agora me orgulho muito mais... Dá a ordem, soberano! — Aquele seu
sorriso largo e incentivador está ali. Sorrio de lado pondo o meu capuz
cobrindo o meu rosto.
Faço o sinal da cruz como de costume e beijo o crucifixo pendurado
no meu pescoço, é uma correntinha que ganhei da minha mãe quando tinha
oito anos de idade e nunca me separei dela.
— SOLDADOS! O NOSSO INIMIGO ESTÁ SE
APROXIMANDO! VAMOS PRA CIMAAA! — Ordeno apontando em
direção a pista e entro no carro novamente.
Seguimos o nosso trajeto em frente e de longe vejo alguns carros se
aproximando, quando já estamos em uma distância boa, meu tio Charles
vira o carro em uma freada brusca o atravessando na pista.
— VAMOS SOLDADOS! ATACAR! — Grita Isac assim que
saímos do carro.
Corremos em direção aos carros a nossa frente já atirando e os
nossos homens vem logo atrás com força total, alguns deles jogam os carros
na nossa frente para nos dar cobertura. Os nossos inimigos revidam com um
armamento tão pesado quanto o nosso, mas não vamos recuar.
Mais dos nossos homens chegam por trás e a cena que vejo a minha
frente é de uma guerra jamais vista antes, muitos homens estão sendo
mortos dos dois lados, mas nós não vamos perder essa batalha.
— SOBERANOS! SE PROTEJAM!
Grita Thomas nós dando cobertura junto a outros dos nossos
homens, recarrego as minhas armas e volto a disparar em cima dos nossos
alvos, mas do nada ouço sons de sirenes e sei que é a polícia, mas como
esses merdas nos acharam?
— MERDA! Eles vão atrapalhar os nossos planos. Malditos! —
Esbravejo correndo para trás de um dos carros mais frente mas os nossos
inimigos continuam avançando.
— Vamos acabar com esses malditos, soberanos! Vamos derrubar
um por um desses vermes!
Isac corre atrás do meu pai disparando as suas duas armas para
protegê-lo assim como o meu tio. Corro na mesma direção também atirando
mas Júlio e seu filho Thomas estão ao meu lado, derrubamos alguns dos
homens de Armstrong, mas também baleamos alguns polícias que atiram na
nossa direção, na verdade eles não sabem se atiram na gente ou nos
membros da facção rival.
Olho para o lado e vejo ela atrás de uma viatura atirando na direção
de Luciano e Jairo, mas de repente ela é baleada e se joga no chão.
— FILHO DA PUTA! MALDITO MISERÁVEL!
Grito atirando na direção deles e meus soldados atiram junto
comigo. Vejo Luciano Armstrong e seu filho cair no chão mas Luciano
ainda está vivo atirando contra nós.
— Ele é meu, Maycon! Ele é meu! — Esbraveja meu pai partindo
para cima dele e eu corro até a policial caída no chão.
Ela está sangrando muito, levou um tiro no ombro mas não sei se
atingiu alguma artéria. Merda! O que eu faço?
— Você está bem? Consegue andar? Está ferida em algum outro
lugar? — Me abaixo na sua frente encarando o seu ferimento, mas ela
aponta a sua arma para mim.
— E você se importa? Eu vou prender você...! Você vai apodrecer
atrás das grades, seu delinquente! — Ela tentando se levantar mas faz careta
de dor.
— Deixa para me prender outra hora, bonequinha, se continuar aí,
você vai morrer!
Tomo a arma da sua mão colocando na minha cintura e abraço o seu
corpo, ergo ela do chão e tento sair dali com ela.
— O que pensa que está fazendo? Devolva a minha arma! Está
tentando nós matar? — Resmunga enquanto corro com ela de volta para os
nossos carros disparando contra dois homens que vem na nossa direção.
— 53! 320! Me cobrem! — Ordeno enquanto arrasto a policial para
longe dali.
— Eu conheço essa voz... Seus olhos... Não são estranhos... — Sua
voz é baixa mas consigo ouvir, sinto o seu corpo pesar e ela desmaia.
— Droga! Merda!
Pego ela no colo e corro para o meu carro, ele é blindado e ela vai
estar segura lá. Depois de colocar a policial no carro eu volto para o
confronto mas percebo que há poucos homens lutando contra nós, os
poucos policiais que estão de pé, recuam entrando em suas viaturas que
parecem peneiras de tentos tiros que receberam, eles se afastam mas não
vão embora, não vão deixar os colegas feridos para trás e nós também não
vamos deixar os nossos.
— Charles! Júlio! Os nossos inimigos estão debandando mas não
vamos permitir, vamos pra cima! — Aviso correndo na direção dos
fugitivos e eles vem atrás, mas paro de repente. — 78! Eu preciso que você
faça algo importante para mim... Pega o meu carro e volte para mansão
D'ávila! Tem uma policial no carro, ela está ferida e precisa ser socorrida...
Não deixe ela fugir e não quero encontrá-la com nenhum arranhão a mais
além dos que ela já tem, eu fui claro?
— Sim soberano! Vou fazer isso agora mesmo.
— Então vá logo! E não para por nada! Vai! — Ordeno antes de
correr para acima dos fugitivos.
Conseguimos abater todos os nossos alvos, até mesmo os feridos
caídos no chão, sem tirar o capuz, meu pai e meu tio Charles avisam os
policiais que vão recolher os nossos homens, e não vamos atacá-los a
menos que eles nos ataquem primeiro, e por incrível que pareça, eles
recolhem os policiais feridos e vão embora nos deixando à vontade para
terminarmos o nosso serviço. Esses são os policiais corruptos que estão do
nosso lado, ou então estariam tentando nos matar ao invés de fugirem.
— Maycon! Filho, você está bem? Está ferido? — Meu pai se
aproxima me arrastando para longe dali.
— Eu estou bem, e você? Está ferido? A Família Armstrong, ficou
alguém vivo? — O examino atento me certificando de que ele esteja bem e
ele faz o mesmo.
— Ninguém vivo, mas também perdemos muitos dos nossos... Isac
se feriu mas não é nada grave, já está sendo levado para mansão e será
tratado por sua tia Isabela. — O encaro atento mas sei que meu primo é
forte, ele vai resistir bem como sempre.
— Está bem, papai, agora vá com eles e tente localizar a minha mãe,
vá ficar com ela e minha irmã enquanto eu resolvo tudo por aqui, depois eu
me mando até tudo se acalmar... Você me ensinou muito bem, não precisa
se preocupar com nada, ouviu? Agora vá! É uma ordem do seu superior! —
O coloco em um carro e saio em seguida procurando por Júlio e meu tio.
— Maycon! — Meu pai me chama mas não dou ouvidos, corro até
Júlio e o chefe dos soldados.
Verifico a área para ter certeza de que ninguém está sendo deixado
para trás, a área está limpa e vejo os nossos carros saindo para voltarmos ao
armazém. Sigo para um dos carros dos Armstrong e entro no mesmo, mas
Júlio entrar logo em seguida com mais três dos nossos.
— Vamos soberano! Já conseguimos o que queríamos, agora
precisamos dá o fora daqui! — Sr. Júlio sorrir vitorioso e eu saio dali
cantando pneus.
Conseguimos vencer mais uma guerra e não poderia ser diferente,
somos os melhores e não estou me gabando a toa, são anos nessa luta e nós
sempre saímos vitoriosos.
Depois de alguns longos minutos estamos entrando no armazém e
vejo os muitos carros espalhados para todos os lados, mas ainda vejo o
nosso pessoal chegando logo atrás de nós. Saio do carro apresado e corro
para dentro do armazém.
— Atenção pessoal! Vamos seguir o protocolo como de costume,
escondam o arsenal e dispersar!
— Agora mesmo, soberano!
Todos se apressam para seguirem as minhas ordens e eu corro para o
escritório com Olavo ao meu lado, mas assim como já esperava, tudo que
nos ligam ao tráfico de drogas e ao Cartel já foi retirado do armazém, caso a
polícia ou algum dos nossos rivais apareçam por aqui, nada será encontrado
para nos comprometer.
— Olavo! Certifique-se de que o meu pai e meus tios tenham saído
de vista, se precisar entrar em contato comigo você já sabe o que fazer...
Agora vamos! — Saímos do escritório apressados alertando e dando
instruções ao nosso pessoal.
Os feridos e os mortos foram levados direto para o nosso hospital, lá
temos uma nova equipe que cuidará dos corpos e os feridos... Feridos?
Ferida! Droga! A policial Allana, ela foi levada para mansão para ser
cuidada pela minha tia, mas Isac também foi ferido.
— Olavo! Cuida de tudo por aqui, eu preciso ir até a mansão mas
saio em seguida... Onde está Júlio e Thomas? Preciso de alguém comigo
pois o meu soldado está ferido! Vamos! Agora! — Ordeno enquanto saio do
armazém correndo e entro de volta no carro.
— Vamos soberano! Não vamos deixá-lo sozinho. — Júlio se senta
ao meu lado e Thomas entra a traz com o soldado 21. Dou a partida no
carro saindo dali.
Durante o trajeto peço a Júlio para ligar para o meu pai, preciso
saber se ele conseguiu achar minha mãe e minha irmã, quero saber onde
elas estão e se estão bem. De repente sinto algo se chocar contra o meu
carro e o mesmo rodopiar na pista antes capotar, nos desesperamos pois não
vimos de onde veio esse ataque.
— FILHO DA PUTA! QUEM É ESSE MALDITO? — Grito
soltando o meu sinto de segurança caindo sobre o teto do carro de cabeça
para baixo.
— Ele está vindo! Eu vi esse cara no iate dos Armstrong! É um dos
homens deles, não foram todos abatidos! — Grita Thomas com a mão na
cabeça sangrando bastante.
— Vamos acabar com esses merdas! Eu vou quebrar o pescoço
desse maldito! — Sr. Júlio também solta o seu cinto, mas nesse momento
vejo alguém se abaixar ao lado do carro com uma arma aponta para nós.
Não penso duas vezes e saco a minha arma descarregando nesse
infeliz, mas do outro lado do carro mais alguém atira contra nós e só tenho
tempo de sentir a minha perna arder.
— DESGRAÇADO! VERME MALDITO MORRA! — Esbravejo
sacando uma segunda arma e descarrego nele também, mas vejo ao meu
lado que Júlio foi atingido.
Chuto a porta do carro arremessado ela longe, me arrasto para fora
do carro olhando a minha volta e vejo mais dois homens correndo na nossa
direção já atirando também.
— Thomas! Consegue se sair daí? Porra preciso de ajuda!
Volto para dentro do carro pegando as armas de Júlio e vejo Thomas
e o outro soldado ao seu lado tentando se soltar do cinto de segurança. Eles
saem pelo outro lado do carro enquanto eu dou cobertura, disparando nesses
malditos que se protegem atrás do carro deles.
Ouço outros disparos mas sei que é Thomas e o nosso soldado, eles
correm para acima dos nossos inimigos e eu tento sair do carro, mas minha
perna está sangrando muito. Tiro o meu cinto da calça e faço um torniquete
para conter o sangramento, meço os batimentos cardíacos de Júlio e ele está
morto.
— Mas que merda! MERDA! CARALHO!
Esbravejo socando o banco do carro furioso, louco para matar
alguém. Me arrasto novamente para fora do carro e vejo Thomas medindo
os batimentos cardíacos do soldado que estava com ele.
— Soldado abatido, soberano! Perdemos mais um dos nossos...
Como está o meu pai? Ele está bem...? Papai? Pai responde? — Thomas
volta correndo na minha direção e tenta entrar no carro chamando pelo pai,
mas seguro o seu braço.
— Sinto muito, cara... Sinto muito... — Seguro firmo o seu braço
mas ele se solta entrando no carro, puxando o seu pai para os seus braços.
Ele não diz nada, apenas aperta o pai contra o seu corpo.
— Caralho! Inferno! Malditos! Vermes malditos! — Me esforço
para ficar de pé e sigo mancando até os corpos caídos mais a diante.
Encaro esses vermes no chão e descarrego a minha arma nos seus
corpos já sem vida, apenas para tentar aliviar a raiva que estou sentindo.
Merda! Júlio era um dos homens de confiança do meu pai, ele vai pirar
quando souber que ele se foi.
— Estou aliviado por ter sido eu a matar esses filhos da puta...!
Vamos soberano! Quero levar o meu pai pra casa. — Thomas aparece ao
meu lado com o seu pai nos ombros.
Seu olhar encarando os corpos a nossa frente é de fúria, mas
também de alívio pois matou aqueles que tiraram a vida de seu pai.
— Daremos a ele a despedida que ele merece, com todas as honras e
tudo mais que você quiser, Thomas... Vamos tirá-los daqui! — Me abaixo
para pegar o nosso homem morto mas sinto a minha perna latejar.
— Relaxa, soberano! Deixa comigo.
Thomas coloca o corpo do pai no carro dos inimigos abatidos e
volta para me me ajudar a entrar no mesmo. Em seguida ele pega também o
nosso homem o colocando na mala do carro, ele se senta ao meu lado pondo
o carro em movimento e seguimos para mansão D'ávila.
Estamos os dois calados e eu vou respeitar a dor do meu amigo,
quando estamos em combate eu sou o seu superior, mas fora isso, somos
amigos pois fomos criados juntos, assim como Isac e Liang. Estamos
sempre preparados para o pior.
Poucos minutos depois estamos chegando nos portões da mansão e
Thomas se identifica, ao me ver ao lado dele a nossa entrada é liberada e
seguimos até a casa. Vejo de longe meu tio Charles agitado, falando ao
telefone enquanto minha tia chora e discute com meu tio.
Um dos nossos seguranças vem até o carro me ajudar e Thomas sai
pegando o corpo de seu pai no banco de trás.
— Maycon? Meu Deus você está ferido! Charles você disse que ele
estava bem. — Minha tia corre até a mim nervosa e me abraça, me
ajudando a entrar em casa mas mal consigo pôr o pé no chão.
— Fica calma, tia! Eu estou bem... Como está Isac? Onde está o
meu primo? — Pergunto preocupado mas sou ignorado.
— O que aconteceu, Maycon? Olavo me disse que vocês saíram de
lá bem mas demoraram a chegar... Porque está ferido...? Júlio...? Não...
Júlio está morto? O QUE ACONTECEU?
Meu tio também vem me ajudar, mas se altera ao ver Júlio morto
nos ombros do filho.
— Fomos atacados no meio do caminho, Sr. Charles... Alguns dos
homens do Armstrong que não estavam no confronto, atingiram o nosso
carro e capotamos, nos pegaram desprevenidos mas estão mortos...
Precisamos verificar se não tem mais ninguém vivo para virem atrás de nós,
eu faço questão de rir atrás deles, não quero que fique um único maldito
daqueles vivos! — Thomas diz entre dentes e eu quero estar bem para ir
com ele.
— Se tiver alguém vivo nós vamos atrás deles, Thomas! Eu te
prometo isso e faço questão de estar ao seu lado. — Afirmo confiante mas
recebo um puxão de orelha.
— Não me interessa se você agora é o soberano, mas você ainda é
meu sobrinho e você não vai a lugar algum até se recuperar! Se fosse Isac
no seu lugar a sua mãe faria o mesmo...! E você também, Thomas! Sei o
quando está te doendo a morte do seu pai, e vou estar aqui para te apoiar no
que precisar, até mesmo se tiver que se vingar de alguém, mas nesse
momento quero que cuide do seu pai... Você precisa se despedir dele com
calma então tente relaxar um pouco? Depois você pensa em outras coisas e
você não vai estar sozinho. — Diz minha tia naquele seu tom mandão, mas
ao mesmo tempo choroso.
CAPÍTULO 09

Acordo em um quarto estranho mas muito aconchegante, a cama é


bem macia e os lençóis de seda, algo realmente fino. Já é noite e não sei
onde estou. Que lugar é esse? Quem me trouxe para cá?
O confronto! O que houve no confronto? Aqueles malditos
escaparam outra vez? Mas que merda! Onde eu estou?
— Fica calmo, papai! Eu estou bem, estou falando com você, não
estou...? Fomos atacados enquanto voltávamos até a mansão, infelizmente o
Sr. Júlio foi ferido e... Se acalma, papai! Ele morreu me protegendo, foi
lamentável a morte dele mas infelizmente ele se foi... Porra ele se foi!
Thomas está arrasado... Está bem, se conseguir falar com a mamãe, não
conte nada a ela, não quero que ela se preocupe a toa pois eu estou bem,
prometo! Pode confiar... Ok! Eu falo com você depois, estamos saindo
daqui e vamos para o esconderijo mais próximo, quando chegarmos lá eu te
aviso. — Ouço uma voz agitada vindo de algum lugar, com quem ele está
falando?
Me sento na cama e a porta se abre, o vejo entrar apressado se
equilibrando em duas muletas me encarando atento, e eu o encaro chocada,
não acredito que fui capturada por esse maldito!
— Minha tia deixou uma roupa pra você ali na poltrona, vista-se!
Precisamos sair daqui! — Avisa enquanto vai até um cômodo que creio ser
o closet.
— Não vou com você a lugar algum! Ou você me solta e me deixa ir
embora, ou vai se arrepender amarga... Ahhh... Droga! O que aconteceu
comigo? Eu fui ferida no confronto ou você atirou em mim? — Contesto
tentando me levantar mas sinto o meu ombro doer, só então percebo que o
meu ombro está enfaixado.
— Se eu quisesse matar você, não estaria na mansão D'ávila agora!
Estaria em uma vala qualquer, agora levante-se e vista-se! Isso não foi um
pedido! — Rebate em um tom rude enquanto sai do closet com uma
mochila grande. Eu estou na mansão D'ávila?
— Maycon! Vamos, filho! Não temos mais tempo, precisamos sair
agora ou o seu pai virá te buscar. Eu falei para não contar a ele ainda sobre
o que houve... Tem certeza que quer levar a policial com a gente? Essa é
uma decisão muito arriscada e não sei se os seus pais vão aprovar isso. —
Vejo um senhor alto e bem forte entrar no quarto apresado. Porque eles
estão tão agitados?
Espera! Seus pais? De que pais ele está falando? O pai dele está
morto a anos.
— Os meus pais aceitando ou não, ela vem comigo...! Não serei a
escolha de ninguém como aconteceu com a minha irmã, eu a escolhi, então
ela será minha. — Seu tom de voz é rouco encarando o senhor nos
olhos. Do que ele está falando? Quem será dele?
Os dois homens a minha frente não dizem mais nada, o senhor sai e
Maycon D'ávila me encara sério.
— Se eu tiver que falar de novo, você sairá daqui do jeito que está,
só de lingerie, então não me faça perder o meu tempo e se vista!
Diz entre dentes antes de sair me deixando sozinha, o que deu nesse
cara? Está furioso porque foi baleado? Não deve ter sido a primeira vez,
então ele devia estar acostumado.
Me levanto com calma para não sentir tanta dor no ombro, mas
nesse momento entra uma senhora loira indo direto até a poltrona pegando a
roupa que haviam deixado para mim.
— Olá, querida! Como você está? Sente dor no ombro? Vem! Vou te
ajudar a se vestir. — Ela vem até a mim com um olhar atenta, ela parece ser
simpática.
— Sim, está doendo um pouco... Obrigada por me ajudar... Estamos
mesmo na mansão D'ávila? Porque estamos saindo daqui? — Me deixo
mover pela curiosidade. Ela sorrir gentilmente.
— Sim, estamos na mansão D'ávila, mas isso é tudo que eu posso te
contar, querida... Agora precisamos ir e não temos muito tempo. — Ela se
aproxima me estendendo uma calça jeans, uma camiseta bem estilosa e uma
sandália.
Ela não tem cara de quem usa esse tipo de roupa, a soberana
também não usaria isso então só pode ser da tal irmã de Maycon D'ávila.
Mas enfim, me visto com a ajuda dessa senhora e logo estamos saindo do
quarto. Olho para trás uma última vez e só então vejo a foto dele sobre uma
cômoda. Porra, eu estava no quarto dele, na cama dele. Que merda!
Sigo a senhora por um extenso corredor e logo estamos saindo na
sala, onde vejo aquele mesmo senhor conversando com Maycon e outro
rapaz também baleado no ombro, será que estão todos baleados nessa casa?
— Isa! Leve a garota para o carro, vamos partir, já passamos tempo
demais aqui. — Avisa o senhor entregando algumas maletas a alguns
homens que suponho ser os seguranças.
A senhora me guia para fora da casa e eu olho a minha volta
embasbacada com esse lugar.
— Isso aqui é impossível... Como eu nunca vi um lugar desses
antes? — Comento encantada com a beleza desse lugar.
A área é muito grande, o jardim é lindo mas também é bem
monitorado por muitos seguranças, será que consigo escapar desse lugar
sem ser morta? Talvez não.
— Se está encantada com essa simples mansão, espera até conhecer
a residência fixa dos D'ávila. Porque pelo visto você vai ficar conosco por
um bom tempo... Meu sobrinho não está disposto a perder você, você deve
ser muito especial para ele ter te escolhido a ponto de trazê-la na nossa
fuga. — Dispara me deixando de boca aberta com as suas palavras.
— Seu sobrinho está equivocado! Está perdendo o tempo dele... Eu
jamais me envolveria com os assassinos dos meus pais! — Rebato olhando
em seus olhos e a vejo surpresa.
— Do que você está falando, menina? Os seus pais eram inocentes?
Porque ninguém nessa facção mata inocentes! — Seu tom é um pouco mais
sério que antes, mas ela ainda parece surpresa.
— Pergunta ao seu sobrinho do que eu estou falando!
Me afasto dela entrando no carro mas seus olhos ainda estão em
mim. Não vou ser tão idiota para tentar fugir agora com tantos seguranças a
minha volta, além do mas, meu braço ainda dói muito e eu não conseguiria
ir muito longe, vou esperar a primeira distração deles para tentar escapar
desse inferno.

Estamos na estrada indo para algum lugar, mas não faço a mínima
ideia de para onde estamos indo. Estou no carro com a senhora Isa, seu
marido e mais um segurança, Maycon e o outro rapaz também ferido estão
em outro carro logo atrás de nós.
Me lembro do confronto com aqueles desgraçados da família
Armstrong, estávamos na cola deles mas não esperávamos bater de frente
com os membros do Cartel Nuestro Poder, foi muita falta de sorte nos
envolvermos entre essas duas facções ao mesmo tempo, e falta de sorte
ainda maior foi ser captura e agora estou sendo levada sabe se lá para onde.
— Está tudo bem, querida? Ainda está sentindo dor? — A senhora
ao meu lado me encara realmente preocupada, isso me surpreende.
Estou acostumada com a ideia de que os membros das facções são
seres cruéis, seres sem coração e sem piedade, mas se isso é mesmo
verdade, porque Maycon D'ávila me salvou naquele confronto? Porque me
levou para sua mansão e porque essa senhora tão gentil está preocupada
comigo?
— Sim, meu ombro ainda dói e está latejando... Estou ficando zonza
de tanta dor. — Respiro fundo de olhos fechados e sinto a sua mão na
minha testa.
— Porque não disse antes que está sentindo tanta dor...? Deus, você
está com febre, Maycon e Isac também devem estar com febre e os
medicamentos estão na mala do carro... Charles! Amor pare o carro! Eu
preciso medicar os meninos e também a policial. — Ela ordena em um tom
firme e vejo o senhor no volante revirar os olhos.
— Já estamos quase chegando, Isa, não dá para esperar um
pouquinho? Não podemos parar assim no meio da pista, amor! — Ele não
tira a sua atenção da pista, mas por um breve instante ele nos encara pelo
retrovisor.
— Allana!
— Como disse?
— Eu me chamo Allana... Para não precisar me chamar de policial...
Eu aguento esperar um pouco mais, está tudo bem. — Ela me encara
confusa mas lhe dou um breve sorriso.
Ela diz alguma coisa que não consigo entender, tento focar no seu
rosto mas tudo a minha volta começa a rodar. De novo não! Não posso
desmaiar de novo, eu preciso conseguir fugir dessas pessoas.
— Ei? Allana...? Allana você está me ouvindo?
Minha cabeça pesa e eu jogo ela para trás perdendo os sentidos. Por
um breve instante consigo sentir a senhora tocar o meu rosto e ouço sua voz
bem distante, mas em seguida não sinto mais nada.

Acordo no silêncio de um luxuoso quarto ainda mais belo que o


anterior, mas dessa vez a decoração é mais neutra, não define como quarto
de homem ou mulher.
Me levanto devagar com receios de sentir dores no ombro, mas
quase não sinto nada, aquela senhora deve ter me dado alguma coisa, pelo
que entendi ela é médica ou entende bastante de medicina.
Olho para o meu corpo e respiro aliviada, pelo menos ainda estou
vestida. Vou em direção a porta e abro saindo em seguida, não vejo
ninguém, um silêncio tão grande que consigo ouvir a minha respiração.
— Onde eu estou dessa vez? Que lugar é esse? — Ando pela sala
olhando tudo e mais uma vez me surpreendo.
Esse lugar é tão luxuoso quando a mansão D'ávila, tudo é muito
lindo mas onde eu estou?
— Você está melhor? — Me assunto com uma voz rouca atrás de
mim e me viro abruptamente.
— Meu Deus!
— Longe disso, bonequinha... Já me chamaram de diabo, mas de
Deus é a primeira vez. — O encaro ofegante pelo susto e vejo um sorriso
cínico no canto dos seus lábios.
— Eu chamei por Deus, e não por você, ou então realmente teria te
chamado de diabo. — Reviro os olhos e me afasto andando pela sala. —
Onde eu estou? Não vai me dizer que é mais uma mansão D'ávila? — Paro
me virando para encará-lo e o mesmo está no mesmo lugar.
— Bom, não estamos exatamente em uma mansão, mas... Você está
sim em uma propriedade D'ávila, estamos em um dos nossos esconderijos,
um banker subterrâneo de três andares, na superfície há apenas um casebre
simples e abandonado para não levantar suspeitas... Espero que não tente
fugir pois você não vai conseguir, o nosso pessoal está vigiando toda a área
lá fora. — Meu queixo vai no chão.
Eu realmente não imaginaria que pudesse existir um esconderijo
dessa magnitude, esses filhos da mãe sabem como se esconder, mas se
escondem com estilo, no luxo.
— O que vocês pretendem me mantendo presa aqui? Vai me usar
como refém ou como moeda de troca? Ou pretende me matar no final de
tudo isso? Vão fazer comigo o que fizeram com os meus pais? — Me
aproximo lentamente dele olhando em seus olhos e vejo fúria, vejo muita
raiva e o seu maxilar trincar.
— Você não sabe o que está dizendo, só por isso vou fingir que não
ouvi as suas acusações... Mas tome cuidado, eu sou uma pessoa bastante
impaciente e não suporto que me desafiem dessa maneira, não sou como o
meu pai que teve piedade de você no passado... Se eu precisar meter uma
bala na sua testa, não vou hesitar... Escolhi você para ser minha, mas se me
causar problemas, cortarei o mal pela raiz, você me entendeu? Eu fui claro
o suficiente? — Seu tom rude e cortante me faz engolir a seco, estou em um
covil de lobos e preciso ser prudente.
— Eu vou ser muito clara com você também, não serei sua então
antes que se irrite comigo, te aconselho a me deixar a ir embora...! E que
história é essa de que o seu pai foi piedoso comigo no passado? De que
merda você está falando? — Tento não demonstrar que estou intimidada,
esse cara não vai conseguir o que quer.
Ele me olha nos olhos e se aproxima mais ainda de equilibrando em
suas muletas. Vejo algo diferente em seus olhos, aquela cor castanho claro
dá lugar a um olhar nublados e perversos, não vou negar, não o conheço
então devo ficar com medo, mas não gosto de demonstrar que posso ser
frágil as vezes, que posso ser indefesa e fraca, preciso mostrar que sou forte
pois entrei na polícia para ser assim.
Ele abre a boca para dizer algo, mas vejo uma garota entrar correndo
vindo na nossa direção.
— Maycon! Maninho como você está? Está tentando se transformar
em uma peneira? Quantos tiros você já levou esse mês? Eu já perdi as
contas. — É a irmã dele, ela se joga em seus braços mas ele não tira os
olhos de mim.
— Eu estou bem, não se preocupe... Mas e você? Onde estava?
Cadê a mamãe? Porque fugiram daquela maneira? — Ele dá atenção a irmã
e eu me afasto para voltar ao quarto em que eu estava.
— Quem é ela? Porque ela está aqui? Nunca trouxemos estranhos
no banker... Onde está Isac...? Ele está bem? Tia Isa disse que ele também
foi ferido. — Pergunta curiosa e eu olho para trás antes de entrar no quarto.
Fecho a porta atrás de mim e procuro por uma janela, mas não tem,
me lembro que estou em um banker e praguejo baixinho, como esses filhos
da mãe conseguem ser tão espertos? Quando eu sair daqui vou focar em
procurar esses esconderijos nas minhas buscas, esses malditos não terão
mais onde se esconder, eu vou estourar todos os seus esconderijos e isso é
uma promessa!
Vejo a porta se abrir e ele entra. Corro para o banheiro e me tranco
nele não querendo olhar na cara desse desgraçado.
— Abre a porta, Allana! Precisamos conversar.
— Não temos nada para conversar, não vou perder o meu tempo
com você então me deixe em paz! — Encaro a porta desejando socar a cara
desse mafioso maldito.
— Ok, eu vou te dar um tempo para você se acostumar com a sua
nova vida, porque agora você é minha porque eu quero que seja assim! Eu
escolhi você!
Me irrito com a sua prepotência e abro a porta furiosa, ele está indo
em direção a porta mancando com as suas muletas, mas para se virando
para me encarar.
— Quem você pensa que é para afirmar que sou sua? Não vou
pertencer a um assassino, então não conte com isso! — Me aproximo dele
furiosa mas ele avança sobre mim me segurando pelo queixo.
— Realmente! Sou um assassino e já que está ciente disso, não teste
a porra da minha paciência! Eu tenho um pavio muito curto... E vou
reafirmar mais uma vez, você é minha! Você... É... Minha! — Me alerta
entre dentes e afirma pausadamente que sou dele.
Engulo a seco temendo que ele realmente me mate, mas não estou
me importando muito com isso.
— Nunca...! Eu nunca serei sua!
O empurro para longe de mim mas ele me puxa junto, vamos parar
os dois no chão e eu sinto o meu ombro doer.
— Merda...! Merda... Ahhh... — Gemo de dor saindo de cima dele e
me deito no chão.
— Você é louca! Porque fez isso? Está tentando abrir os nossos
ferimentos? — O vejo me encarar preocupado mas também faz careta de
dor.
— Meu... Ombro... Ahh...
Puxo o ar com força para os meus pulmões vendo tudo embaçar na
minha frente. Ele tenta se levantar e eu continuo caída no chão.
— Droga! Porque existem mulheres tão teimosas? — Sinto ele me
puxar pelo braço bom e abraça o meu corpo.
Me sinto zonza, me sinto sem ar. Maycon abraça o meu corpo me
erguendo do chão mesmo com a perna ferida, ele me arrasta até a cama e
me põe deitada antes de ir mancando até a porta.
— TIA ISA? TIA ISABELA? VEM AQUI RÁPIDO! — Ouço seus
gritos enquanto sinto o meu ombro latejar.
Fecho os olhos com força e tento abrir de novo, mas não consigo.
Merda! O que está acontecendo? Eu quero ir para um hospital, não quero
morrer na toca dos lobos.
— Allana? Você consegue me ouvir? Me diz o que está sentindo...?
Merda! O ferimento abriu, terei que dar pontos de novo... Brenda! Peça a
Charles para trazer a minha maleta, rápido minha irmã! — Ouço a voz
preocupada da senhora Isabela e dou graças a Deus por ela ser tão gentil.
— Estou zonza... Preciso respirar... Não consigo respirar...
Sussurro em um tom baixo e vejo a soberana ao lado da senhora
Isabela, e também parece preocupada.
— Ajuda essa menina, Isa! Meu filho foi baleado por voltar por ela,
e se ele fez isso é porque ela é importante... Maycon é pior que o pai dele
era antes de me conhecer, ele não se importa com mulher alguma além das
mulheres da família, mas se ele voltou até a mansão por ela, se ele a salvou
naquele confronto é porque há algum motivo para isso... Então ajuda ela,
Isa! Vou ver Isac e Thomas, se precisar de mim é só mandar me chamar. —
A soberana se aproxima mais da cama olhando em meus olhos.
Não sei dizer o que vejo na mulher a minha frente, essa família são
os assassinos dos meus pais, mas porque estão sendo tão gentis comigo?
Porque estão salvando a minha vida? Sou uma policial que luta contra eles,
porque estão me ajudando? Isso não faz nenhum sentido.
A soberana sai do quarto e Maycon sai atrás, vejo um homem
armado passar pela porta do quarto e sei que é um dos seguranças deles e
não é o único. Não vão me deixar sair daqui, como vou escapar de tudo
isso? Como vou fugir dessa gente?
— Essas lágrimas são de dor ou de tristeza? Não fique assim
querida? Com o tempo você nem vai mais se lembrar da sua vida passada,
falo isso por experiência própria. — Saio dos meus pensamentos com a voz
da Sra. Isabela enquanto mexe na faixa no meu ombro.
— Não quero ser grossa com a senhora pois estás sendo muito gentil
comigo, mas porque estão fazendo isso comigo? Porque estão me mantendo
presa com vocês...? Esse louco do seu sobrinho acha que pode fazer isso
comigo mas não pode! É verdade que eu luto contra vocês mas eu só estou
fazendo o meu trabalho, só estou buscando por justiça e isso não lhes dá o
direito de me manterem em cárcere privado, isso é desumano! — Me irrito
e tento me levantar, mas não consigo e me deito outra vez.
— Eu também pensei como você um dia, mas só até descobrir que
essa facção em especial, não faz mal a pessoas inocentes, e não sei se você
reparou, mas aqui ninguém maltratou você mesmo lutando contra nós...
Você ainda não se deu conta do que está acontecendo mas eu sim... Me
responde uma pergunta, Allana? Eu só preciso ouvir um sim ou não, para
mim já é o suficiente... Você acredita em amor? — Sua pergunta me deixa
confusa, onde ela quer chegar com isso?
— Sim! Mas é claro que eu acredito em amor... Mas porque a
pergunta? O que está tentando me dizer? — A encaro atenta mas também
curiosa.
— Só o que vou te pedir, é que olhe atenta para tudo e todos a sua
volta, abra a sua mente e você enxergará além do que existe na sua mente.
Você conhece a nossa família pelo que dizem na mídia, mas usa esse tempo
que você vai ter que ficar aqui para encontrar as respostas para as suas
perguntas, então depois eu te digo o porquê de tudo isso, está bem...? Agora
me deixa cuidar desse ferimento, querida, eu teria enviado você para o
nosso hospital, mas me pediram para cuidar de você pessoalmente então é
isso que vou fazer. — Seu olhar amoroso me deixa confusa, seu sorriso
gentil mais uma vez me surpreende.
Como essas pessoas são capazes de falar de amor nessa vida crimes?
Seguindo regras tão rígidas e dormindo com uma arma em baixo do
travesseiro? Porque no mundo do crime é assim, e dentro da polícia também
pois prendemos tantos bandidos que sempre esperamos que um deles vem
atrás de nós depois, mas graças a Deus isso nunca aconteceu comigo.
Não digo mais nada e limpo o meu rosto, pensativa, as suas palavras
ficaram na minha mente e não sai nem que eu queira. A encaro atenta mas
ela está concentrada no meu ferimento, o seu marido chega com a maleta
que ela pediu e seus olhos também me fitam atentamente, mas ele não diz
nada e sai para deixar a sua esposa cuidar de mim.
CAPÍTULO 10

Ninguém mais apareceu porquê e a Sra. Isabela me deu um


calmante para dormir um pouco, e eu agradeço por isso. Como será que
estão na delegacia depois do meu desaparecimento? Com certeza o
delegado não está se importando muito depois que encontraram Alex morto,
mas Elias deve estar me procurando com certeza.
Acordo bocejando, ainda sonolenta e me espreguiço mas sinto o
meu ombro latejar. Me mexo na cama e me sento dando de cara com ele
parado a frente da cama, sem camisa e me encarando de um jeito estranho.
— Faz parte de tudo isso você ficar me assustando...? Esse quarto
também é seu? Não posso ter um só para mim enquanto me mantém aqui
contra a minha vontade? — Questiono saindo da cama devagar. Ele respira
fundo revirando os olhos.
— Porque você não pode ser uma mulher como todas as outras?
Porque tem que ser tão difícil? — Retruca vindo na minha direção, mas
vejo que ele usa apenas uma das muletas.
— Se está acostumado com mulheres fáceis, então você sequestrou
a mulher errada, eu não sou esse tipo de mulher então sugiro que me deixe
ir embora! — Rebato furiosa.
— EU JÁ FALEI QUE VOCÊ NÃO VAI EMBORA! Você é minha
então se acostume com isso, porque eu não vou te deixar ir! Não vou! Eu
escolhi você, caralho! — Esbraveja alterado se aproximando de mim e isso
me assusta.
— Você é um cara atraente, mas nem em sonhos eu serei sua porque
você é um criminoso, e os meus pais foram mortos pelo seu Cartel! Então
não perca o seu tempo porque eu não serei sua, seu louco! — Esbravejo de
volta com lágrimas nos olhos por desejar tanto sumir daqui.
Passo por ele apressada mas ele segura o meu braço. Tento me soltar
mas ele me puxa contra o seu corpo.
— Você gostando ou não, você vai ser minha! E só para você saber,
não foi o meu Cartel que matou os seus pais! — Retruca entre dentes me
olhando nos olhos, mas não consigo acreditar nele.
— Você não vai me enganar para depois me usar como quiser! Nem
você e nem a sua família. Eu ainda vou prender cada um de vocês, seu
cretino! — Cuspo as palavras em cima dele e o empurro para longe de mim.
Maycon gargalha na minha cara e me puxa de volta para o seu
corpo, me beijando ferozmente, mas me solto dele lhe acertando um tapa no
rosto. Ele me encara de um jeito sombrio, me encara furioso de um jeito
perverso que me estremece de medo.
— Você não devia ter feito isso!
Maycon me agarra pelo braço e solta a sua muleta me arrastando até
a porta e abre a mesma.
— Thomas! Venha até aqui, agora mesmo! — Ele chama por
alguém enquanto manca me arrastando pela sala.
— O que você vai fazer comigo? Me solta! Eu estou mandando
você me soltar! — Me debato para me soltar dele mas esse cara é muito
mais forte que eu.
— Soberano! Em que posso ajudar? — Um rapaz mais ou menos da
minha idade se aproxima atento.
— Leve-a! Coloque ela em um dos quartos do último andar e traga
as chaves para mim. Ninguém entra lá até segunda ordem, e se alguém me
desobedecer também será castigado! — Alerta em um tom firme e rude ao
mesmo tempo, enquanto me joga em cima do seu capanga.
— Você não pode me tratar feito um animal, eu não pedi para estar
aqui então me solta! Seu maldito me solta! — Tento me soltar do rapaz mas
também não consigo.
Me debato tentando me soltar e consigo pegar a arma da sua cintura,
lhe dou uma cotovelada e me afasto apontando a arma de um para o outro.
— Se vocês se aproximarem de mim outra vez, eu meto uma bala
em cada um de vocês! Eu juro que mato vocês, eu não estou brincando, não
tenho nada a perder então se afastem! — Minha voz sai trêmula e minhas
lágrimas descem. Nesse momento vejo Maria Luiza entrar com a tia e o
marido dela.
— Que merda está acontecendo aqui...? Abaixa essa arma, garota!
Você está nervosa e não sabe o que está fazendo, você não vai conseguir
sair daqui assim pois temos muitos homens na superfície do banker, você só
está se complicando... Eu avisei que não era uma boa ideia trazê-la! —
Charles me encara furioso dando passos na minha direção e eu dou passos
para trás.
— Não se aproxime! Eu não quero ferir ninguém, eu só quero sair
daqui!
— Você está ferida e acha que vai dar conta de um exército como o
nosso, sozinha? Se está tentando se matar, você vai conseguir, se quiser
viver é melhor abaixar essa arma. — Ele continua se aproximando
cautelosamente mas para quando destravo a arma.
— Meu senhor, eu sou uma policial, eu sei me defender e não vou
me importar em morrer se eu levar algum de vocês comigo, então se afasta!
Você não está brincando mas eu também não estou, e devia saber disso pois
não me conhece. — Desvio a arma dele para Maycon e recuo me afastando
mais deles.
— Por favor? Não atira no meu irmão? Ninguém aqui fez mal a
você! — Súplica Maria Luiza em um tom choroso.
— Allana! Querida eu sei o quanto está nervosa com tudo isso, mas
não vai ser assim que vai conseguir sair daqui... Por favor? Abaixa a arma?
Eu te garanto que não vai te acontecer nada, querida. — Isabela também
tenta se aproximar mas para me encarando daquele mesmo jeito gentil.
— O que está acontecendo aqui...? Filho! Não reaja! Ela não vai
fazer nada se você também não fizer... Allana! Por favor vamos conversar?
Abaixa essa arma? Você não quer fazer isso. — A soberana entra na sala
apressada mas para quando me vê com a arma na mão.
— Como a senhora sabe que não quero fazer isso? Eu fui
sequestrada! Não pedi para estar aqui! Estou a anos tentando colocar um de
vocês atrás das grades e agora vão ser gentis comigo? Não mete essa para
cima de mim, não sou assim tão ingênua e sei que estão armando alguma
coisa, vocês vão me usar de alguma maneira mas eu não vou permitir isso...
Continuo me afastando atenta a cada um deles, mas de repente sinto
alguém segurar a arma na minha mão me abraçando por trás, me
imobilizando tirando a arma da minha mão.
— Me solta! Me solta!
Me debato para me soltar da pessoa mas ele não me solta, insisto em
me defender e vou parar de bunda no chão. Me viro para encarar a pessoa e
meus olhos se arregalam com a visão a minha frente.
— Você...? Você... Não pode ser possível... Você está morto há
quase trinta anos... Eu estou delirando, você não pode estar aqui. — Puxo a
respiração com força tentando acreditar no que estou vendo.
Ele se aproxima sério e se abaixa na minha frente me encarando nos
olhos enquanto as minhas lágrimas descem. Isso não pode ser possível, isso
não está acontecendo.
— Quer tocar em mim para ter certeza de que não sou um fantasma?
Você acredita em fantasma? Acha mesmo que estou morto...? Querida, um
homem como eu não morre com tanta facilidade, mas agradeço por
existirem pessoas tão ingênuas como você. — Michael D'ávila sorrir de
lado atento a mim enquanto estende a arma para o seu filho.
Olho para os lados vendo essas pessoas a minha volta e me dou
conta do que está acontecendo. Eu estou no inferno, ou eles vão me matar
ou eu me mato mas não vou viver aqui.
— Vocês vão me matar...? Porque não fazem isso logo? Porque não
me deixam morrer ao invés de cuidar dos meus ferimentos? — Questiono
entre dentes limpando o meu rosto e vejo um sorriso torto em seu rosto.
— Se estamos cuidando dos seus ferimentos, é porque não
queremos que morra, mas para isso você precisa aceitar que agora você
pertence a esse mundo... Meu filho é o novo soberano dessa facção e ele te
escolheu, justo uma policial... Mas enfim, você foi a escolhida do soberano
e agora você pertence a ele, você terá uma vida que nunca imaginou antes,
tenho certeza que um dia você jamais se lembrar do que já foi a sua vida até
agora.
— Então é isso que os chefes das máfias fazem? Sequestram
mulheres e as obrigam a aceitar essa vida perigosa dentro do crime...? Acha
que eu escolheria essa vida perigosa correndo riscos de morrer ou passar o
resto da vida na cadeia? Vocês já deram opção de escolha para alguém além
de vocês mesmos? Vão me matar se eu não aceitar a fazer parte disso? —
Me levanto do chão olhando nos seus olhos e ele se levanta junto.
Vejo o homem a minha frente respirar fundo e olhar para alguém
atrás de mim, faço o mesmo e vejo Maria Luiza chorando abraçada a mãe.
Encaro novamente o homem que muitos acreditam que está morto, e agora
descubro que ele está vivo.
— Você a escolheu, Maycon, agora ela é sua responsabilidade! —
Ele passa por mim indo até a mulher e a filha o encarando sérias, e ao
mesmo tempo chorosas.
Acho que toquei em um ponto perigoso para o soberano da máfia,
acho que esse assunto é um campo minado e eu não quero me explodir
então vou ficar na minha.
— Thomas! Faça o que ordenei que fizesse. — Ordena Maycon
mais uma vez e sai mancando entrando em uma terceira porta mais a diante.
Ele nem se quer olha na minha cara e eu agradeço por isso. O seu
capanga me pega pelo braço e me arrasta até o elevador.
Descemos até o andar de baixo e o rapaz me joga dentro de um
quarto escuro, ele tranca a porta em seguida e isso me apavora, não consigo
ver nada, não sei onde estou. Resmungo irritada e de repente a luz se
acende, olho para os lados e me surpreendo por não estar em um porão ou
algo do tipo, estou em um quarto bem aconchegante e bem decorado, aqui
tem um cheiro muito agradável e isso me deixa mais tranquila.
Vou até aquela enorme cama e me acomodo nela puxando o ar para
os meus pulmões. Como aquele homem pode estar vivo? Como ele
conseguiu passar esses anos todos sem ser descobertos? Eu li sobre o
enterro dele na internet e realmente estranhei o fato de não ter tido um
velório, mas na matéria dizia que ele estava deformado e por esse motivo a
viúva não permitiu que tivesse um velório.
— Maria Luiza! Ela não é adotada, ela é filha biologia de Brenda e
Michael D'ávila... Como essa gente consegue fazer tudo isso? — Falo
sozinha pensativa sobre tudo isso.
Me afundo em pensamentos e não vejo o tempo passar, pego no
sono sem perceber e tento esquecer nem que seja por um momento que tudo
que está acontecendo.

UMA SEMANA DEPOIS...

Me sinto zonza, me sinto fraca e desejando que esse pesadelo se


acabe de uma vez, aquele homem realmente não estava brincando, estou
presa nesse quarto a uma semana sem ver ninguém além da Sra. Isabela e
um dos seguranças, ela vem ver o meu ferimento a cada dois dias e deixa
remédios para eu tomar, fora isso eu só vejo o segurança que entra para
trazer água e comida.
Estou enlouquecendo aqui dentro sozinha, não sinto vontade nem de
sair da cama, não sinto fome e não sinto cede, acho que já emagreci uns
cinco quilos, mas se morrer for a única maneira de sair daqui então não vou
me importar, mas não posso fazer parte disso.
Ouço a porta se abrir mas não olho para vê quem é, não me interessa
saber o que vai acontecer comigo.
— Veja chefe, ela está assim desde de cedo, essa garota não come e
nem bebe nada a quase uma semana, ela vai morrer desse jeito. — Ouço a
voz do segurança.
— E porque você não me relatou sobre isso antes, seu idiota? Estava
esperando ela morrer para me avisar? — Contesta irritado.
— Me desculpe, mas o senhor pediu para não ser incomodado,
mesmo assim tentei falar com o senhor a dois dias mas novamente não quis
ser incomodado.
— E porque não relatou o problema para minha tia ou para
soberana? Será que tenho que dizer tudo que precisa ser feito? Você não
consegue raciocinar e tomar decisões urgentes...? Você é novato, não é?
— Peço desculpas pela minha falta de atenção, senhor, me pediram
para não abandonar o meu posto, eu só estava cumprindo ordens...
— Cumprindo ordens de quem? Por acaso eu ordenei que deixassem
ela morrer? Seu idiota! — Esbraveja alterado mas faz uma pequena pausa.
— Tio Charles? Pede ao Thomas para descer até o primeiro andar, eu
preciso dele aqui... Vou mandar o novato para falar com você, ele está
dispensado! O senhor sabe o que fazer então não vou ficar lhe dando
ordens... Está bem. — Ele fala ao telefone com o Sr. Charles, mas depois
disso ele manda o rapaz sair e só ouço o silencio no quarto.
Quero me virar para o outro lado da cama mas não consigo, estou
mais fraca do que imaginei, mas sinto alguém se sentar ao meu lado e sei
que é ele. Maycon puxa o meu corpo para os seus braços me encarando
espantado, não o encaro diretamente e olho para o horizonte além dele.
— O que aconteceu com você? Está tentando se matar...? Você está
pálida, com o olho fundo e os lábios ressecados, está fraca por não se
alimentar. — Comenta em um tom aflito e eu finalmente o encaro.
— Você é um assassino... Frio e... Calculista... Porque está...
Preocupado comigo...? Estou estragando... Os seus planos... Soberano...? —
Sussurro quase sem voz mas ele continua com aquele mesmo olhar
espantado.
Ele não responde, Maycon D'ávila me pega no colo mesmo fazendo
careta de dor, sei que a sua perna não está totalmente recuperada e ele não
devia estar se esforçando, mas parece que ele quer mesmo me ajudar.
O príncipe da máfia me tira do quarto apressado e segue para o
elevador, encaro o seu rosto e ele está realmente aflito, mas porque ele
ficaria assim por uma desconhecida? Estou a anos tentando colocar alguém
dessa família atrás das grades e de repente, descubro que eles são gentis?
Que tem compaixão pelas pessoas? Se isso é verdade, porque eles mataram
os meus pais? Eles eram inocentes, não eram mafiosos estavam apenas
trabalhando na casa do chefe de um Cartel, e isso lhes custou as suas vidas.
Maycon me encara nos olhos mas vejo a sua imagem se apagar aos
poucos, meu braço se solta do seu pescoço e minha cabeça cai para trás.
— Você não é louca de morrer, muito menos nos meus braços...!
Você não vai fazer isso comigo, eu não permito, Allana! Você me ouviu? —
Sinto um solavanco e ouço as portas do elevador se abrirem.
Maycon sai comigo apressado e ouço algumas vozes alteradas, mas
não presto atenção pois sinto que estou realmente morrendo. Outra pessoa
me pega dos braços de Maycon e corre comigo para algum lugar, mas não
quero saber para onde, sei que não vão terminar de me matar pois eles
parecem preocupados, então fico tranquila em desmaiar pois sei que vão me
trazer de volta.

Eu não estava enganada, eu realmente estou de volta, ouvindo um


barulho chato e ensurdecedor então sei que não morri. Sinto um carinho
suave em meu rosto e abro os olhos lentamente, vejo Maria Luiza sentada
ao meu lado com um sorriso gentil. Pensei que ela fosse querer me matar
por eu ter apontado uma arma para o irmão dela.
— Você é uma mulher muito forte e decidida, se meu irmão te
escolheu é porque ele sabia desse detalhe... Sei o quanto deve estar
apavorada por ter que aceitar algo que você não quer, sei também que nos
vê como assassinos, mas... Não queremos o seu mal, Allana, sei o quanto
nos odeia, mas se nos conhecer um pouquinho você vai ver que não somos
esses monstros que você está pintando... Sei que você quer algumas
respostas sobre muitas coisas relacionado a nós e ao seu passado, mas não
vai ser tentando fugir ou tentando se matar que você vai conseguir isso, se
souber lidar com meu irmão, você vai conseguir tudo que você quiser...
Menos prendê-lo ou matá-lo, isso você não vai conseguir porque nós não
vamos deixar... Olha, sei que está debilitada e talvez não queira conversar
agora, mas se precisar conversar com alguém, você pode confiar em mim,
na minha mãe e também na minha tia, elas são as minhas melhores amigas e
todas nós queremos o seu bem... Maycon só levou aquele tiro na perna
porque estava voltando para te buscar, ele te salvou no confronto e se ele
não se importasse, hoje os seus colegas da polícia estariam na sua missa de
sétimo dia, não concorda? — Sua voz é suave e sinto que ela está sendo
sincera comigo.
Sinto que ela assim com Isabela e também a soberana, são realmente
o que estão se mostrando a ser. São gentis e se preocupam de verdade
comigo.
— Sei que não vão me deixar sair daqui, então eu preciso de um
tempo para confiar em alguém... Agora se não se importa... Estou faminta e
com cede, me deram alguma coisa para abrir o apetite? — Ela sorrir se
levantando apressada.
— Eu só estava esperando você acordar para te oferecer algo para
comer, minha tia avisou que você acordaria com fome, então ela tem algo a
ver com nisso sim. — Ela pega mais alguns travesseiros e me ajuda a ficar
em uma posição confortável.
Agradeço pela ajuda e ela vai até o conto do quarto e volta com uma
bandeja, estou no mesmo quarto onde acordei a uma semana atrás, naquele
mesmo quarto luxuoso e aconchegante.
Maria Luiza me ajuda a comer enquanto conversamos sobre as
acomodações do banker, ela fala também sobre a faculdade que está no
último semestre e já vai se formar, ela é uma garota muito inteligente e
também muito gentil. Será que eu estava enganada sobre essa família? Pode
ser possível que eles realmente não tenham matado os meus pais?
Não vou me apegar a isso agora, vou seguir os conselhos das
mulheres desse lugar para tentar conseguir as respostas que tanto preciso, e
eu preciso saber quem matou os meus pais.
Olho em direção a porta e o vejo mais a diante olhando cá para
dentro do quarto, ele está sério mas está atento a mim e sua irmã, quero
fazer muitas perguntas mas não posso bombardear a garota agora, preciso ir
aos poucos então começo a perguntar pelo básico, ou seja, o óbvio.
— Como o seu pai conseguiu ficar tanto tempo escondido, sem
descobrirmos que ele estava vivo esse tempo todo...? Ele também participa
dos confrontos? Quer dizer, todos os homens do Cartel sempre estão
uniformizados e encapuzados, porque isso? — Ela respira fundo mas sorrir
brevemente antes de me contar.
— Eu não entendo muito bem como funciona a organização para o
confronto, mas sei que eles se vestem assim para não serem reconhecidos
durante o confronto, e acho que isso você já sabia... E sim, o meu pai
sempre participou dos confrontos mas faz isso de forma discreta justamente
para não descobrirem sobre ele.
— Tudo bem para você me contar tudo isso? Não vai te trazer
problemas?
— Já que está me perguntando, vou ser sincera com você... Só estou
te contando porque sei que não vai sair daqui... Meu irmão é muito
obsessivo com o que ele quer e também nas suas decisões, ele nunca
escolheu alguém antes, e se ele escolheu você, então ele não vai deixar você
ir, não sei o que você tem ou o que fez a ele, mas ele quer você de qualquer
jeito, e vai por mim, ele sempre consegue o que quer, o problema é que
Maycon é a pessoa mais impaciente do universo, e isso as vezes trás
consequências fatais, se é que me intende. — A vejo apreensiva mas
novamente ela abre um pequeno sorriso para mim.
— Eu sei lidar com pessoas assim, não se preocupa... O problema é
que estou aqui em uma situação que eu não pedi, uma situação que está me
deixando estressada mas vou tentar ser mais racional... Me responde uma
pergunta...? Só estão sendo gentis comigo por ele, não é? Por ele ter me
escolhido? Porque ele me escolheu? Para quê realmente ele me escolheu?
— Me deixo mover pela curiosidade.
— Respondendo a sua primeira pergunta, sim, somos gentis com
pessoas importantes para nós, e pelo visto você é importante para Maycon.
Eu nunca vi o meu irmão ser tão piedoso com alguém com ele está sendo
com você, se fosse outra ele já teria mandado executar só pela bofetada que
você deu nele, e você ainda apontou uma arma para ele na frente da nossa
mãe, isso é algo imperdoável para ele... Se você foi escolhida é porque ele
viu algo de especial em você, e pelo que entendi, ele te escolheu porque
todo líder precisa de uma dama. — Me engasgo com a sopa a encarando
espantada.
— Ele... Ele vai me obrigar a casar com ele...? Isso não! Eu não
posso aceitar isso! — Me sento abruptamente com os olhos arregalados.
— Se você conhecer o meu irmão um pouquinho, você vai ver que
ele não é essa pessoa ruim que está...
— Você ficou louca? Eu não quero conhecer o seu irmão melhor, eu
quero sair daqui! — Me altero ainda assustada mas ela se levanta
abruptamente.
— Se você tentar sair daqui, só vai sair se for morta, sua idiota!
Estou tentando ser legal com você, estou tentando te ajudar a aceitar tudo
isso mas se não quer, o problema é seu! Eu tive chances para escapar, mas
você não tem! Você já está aqui, sob o domínio dele e não vai sair mesmo
que ele não te queira mais, você conseguiu me entender...? Se Maycon
desistir de você, você já era! Essa é a regra... Você tem muita sorte por
ainda estar viva depois de apontar uma arma para ele. — Esbraveja as
palavras me encarando furiosa e ao mesmo tempo apreensiva.
Abro a boca para dizer algo mas ela sai me deixando sozinha, olho
para fora do quarto mas ele não está mais lá. Minha vida está condenada, ou
aceito tudo isso ou morro... Então eu vou morrer, não vou fazer parte de
uma facção, não foi para isso que eu me preparei, não vou me ligar aos
assassinos dos meus pais.
Me levanto devagar e vou até a porta, me deparo com dois homens
armados encostados na parede e ambos me encaram atentos.
— Entre de volta no quarto, senhorita! Você precisa descansar e
temos ordens para não deixá-la sair. — Avisa um dos brutamontes.
— Se sou uma prisioneira, porque não me matem logo? Eu já estou
ficando cansada disso! — Passo por eles andando pela sala mas um deles
me segura pelo braço.
— Senhorita, só estamos cumprindo ordens então por favor? Não
dificulta as coisas! Entre no quarto!
— Se não o que? Vai me matar? Então me mate! Você sabia que eu
sou uma policial e vou meter todos vocês atrás das grades? Quero ver vocês
cumprirem ordens em uma prisão de segurança máxima! — Rebato entre
dentes mas ouço alguém gargalhar atrás de mim.
— Você acredita mesmo nisso, Allana? Acha mesmo que você
sozinha vai conseguir prender um Cartel inteiro? — Seu sorriso irônico me
incomoda. Respiro fundo.
CAPÍTULO 11

— Você acredita mesmo nisso, Allana? Acha mesmo que você


sozinha vai conseguir prender um Cartel inteiro? — A vejo respirar fundo,
se controlando para não voar em cima de mim. Porque essa garota tem que
ser tão brava?
— E quem falou que eu vou fazer isso sozinha? Você acha mesmo
que o meu pessoal não está me procurando? Acha que vai me sequestrar e
vai ficar por isso mesmo? Quanta ingenuidade para um soberano. — Sua
sobrancelha erguida e o sorriso torto em seus lábios lhe traz muita
confiança, mas ela não sabe da missa a meta.
— Se quer mesmo acreditar nisso, eu não vou me opor, mas quem
sabe se você vai mesmo sair ou não daqui, sou então acho bom se
comportar... Paciência tem limite e a minha com você já está por um fio...
Agora venha! Se está de pé me confrontando é porque já está bem. — A
encaro sério já farto dessa sua petulância.
Passo por ela esperando ela vir comigo, mas a infeliz não vem.
— Tragam ela! — Ordeno em um tom rude e firme.
— Não precisam me segurar! Eu tenho pernas e sei andar sozinha!
— Ouço ela esbravejar e sorrio por dentro. Adoro vê-la irritada assim como
ela faz comigo.
Sigo para minha suíte e ela vem atrás resmungando por estar sendo
escoltada, cara essa mulher já está me dando nos nervos, não fazemos nada
além de discutir, já tentei conversar com ela numa boa mas não deu certo.
Entro na minha suíte e paro no meio do quarto enquanto ela entra
logo atrás admirando a sua volta, ela parece surpresa, parece que nunca viu
nada tão luxuoso assim antes.
— Porque me trouxe aqui? O que vai fazer comigo? — A vejo
receosa.
— A partir de hoje você vai ficar nessa suíte, comigo! Você está
aqui para ser minha, então é justo que fique comigo. — Vou em direção a
cama e me sento vendo a porta se fechar atrás dela.
— Você não pode fazer isso! Abram essa porta! Eu quero sair daqui,
me deixa sair! — Ela se desespera esmurrando a porta e isso me
surpreende. Ela está com medo de ficar sozinha comigo?
— Qual é o seu problema, garota? Pensei que fosse mais madura
que isso, está parecendo uma bebê chorona! — Esbravejo impaciente e ela
se assusta.
— Você já foi sequestrado alguma vez? Já te fizeram prisioneiro em
um covil de lobos? Os mesmos assassinos que mataram os seus pais? Acho
que não porque os seus pais estão vivos, até mesmo aquele que todos
acreditaram por anos que estava morto! Mas os meus pais estão mortos e eu
estou sendo obrigada a conviver com os assassinos deles! — Esbraveja em
lágrimas me pegando de surpresa com isso.
— Eu sou mesmo um assassino mas não matei os seus pais,
NINGUÉM DA MINHA FAMÍLIA MATOU OS SEUS PAIS! — Me altero
com essa situação e sigo até ela feito uma águia. — Se me acusar desse
crime mais uma vez, eu juro que eu mesmo meto uma bala no seu crânio!
Agora vem! Você vai saber de toda a verdade. — Agarro o seu queixo
fazendo ela me encarar nos olhos, ela precisa saber que não estou
brincando.
Agarro ela pelo braço e a arrasto para fora da suíte, ela questiona
querendo saber o que vou fazer mas não digo mais nada, se eu tiver que
respondê-la eu vou passar dos limites e não quero isso. Essa mulher mexe
comigo, eu quero ela para mim mas não sei por quanto tempo vou aguentar
sendo visto como assassino dos pais dela, eu era uma criança quando isso
aconteceu.
Ela continua reclamando mas aceita vir sem oferecer resistências,
entro no elevador e subimos até o primeiro andar, sigo com ela direto para o
escritório dos meus pais e bato duas vezes antes de entrar. Os vejo sentados
conversando, mas minha mãe se levanta ao nós ver entrar apressados.
— O que houve filho? Está tudo bem...? Porque está chorando,
querida? — Mamãe nos encara confusa e só então vejo que Allana está
chorando. Merda!
— Exijo que contém a ela o que de fato aconteceu com os pais dela,
papai! Você estava lá, você salvou essa garota de ser morta junto com os
pais dela... Estou cansado de ser acusado de matar pessoas que eu nunca vi
na vida, eu era uma criança assim como ela e não posso ser associado a um
crime que não cometi! — Ordeno entre dentes me controlando para não
faltar com o respeito aos meus pais.
Eu sou o soberano deles agora, mas eles ainda são os meus pais
acima de tudo. Meu pai respira fundo e se levanta encarando atento a
mulher ao meu lado, chorando em silêncio e isso me irrita, até para chorar
ela é diferente das outras que fazem um escândalo, um verdadeiro drama,
mas ela não, ela tinha que ser diferente.
— Você foi deixada no orfanato Raio de Luz, quando ainda tinha
dois anos de idade e sei que seus pais eram apenas empregados na casa de
Vicenzo, o chefe de uma facção que estava começando a crescer, mas que já
era temida por outros Carteis... Essa quadrilha tentou contra a minha
família, tentou arrancar a minha mulher do poder para ocuparem o seu
lugar, mas nós não deixamos, a nossa facção é muito grande, muito temida
e infinitamente poderosa e todos sabem disso... Naquela noite, naquele
confronto Vicenzo colocou todo o seu pessoal para atacarem a nossa facção,
até mesmo os empregados foram obrigados a lutar contra nós quando viram
que estavam sendo derrotados, foi quando eu apareci com uma segunda
tropa de soldados e invadimos a mansão, alguns dos empregados foram
feitos reféns pelo próprio Vicenzo, ele não queria morrer e achou que
conseguiria escapar com alguns dos reféns, e entre eles estavam os seus pais
e algumas crianças de 2 a 13 anos. — Meu pai conta dando a volta na mesa,
Allana tem os seus olhos atentos nele e chora ainda mais ao ouvir toda a
história.
— Como eles morreram...? Se não foram vocês que os mataram
como o seu filho insiste em negar, então quem matou os meus pais? Porque
você me salvou? — Pergunta em um fio de voz e minha mãe a abraça
puxando ela para os seus braços.
Como ela consegue ser tão gentil com todo mundo?
— Enquanto tentava fugir, conseguimos desarma Vicenzo e alguns
reféns conseguiram fugir, mas, como o covarde que era, ele tinha uma arma
escondida e atirou nos reféns... Eu consegui salvar três das crianças que
estavam como reféns, e as três foram enviadas ao orfanato Raio de luz,
incluindo Allana Macedo, uma menina de dois anos de idade, filha de
Edgar e Fátima Macedo... Eu fui baleado ao salvar você, Allana, mas não
me arrependo por isso... Nunca matei uma criança na minha vida, e se eu
puder evitar que alguém faça isso, eu não hesito. Crianças são seres puros
inocentes, e não permito que nada de mal os aconteça. — Meu pai a encara
nos olhos se aproximando dela com cautela e toca o seu rosto gentilmente.
— Fico feliz que tenha sobrevivido e se tornado uma mulher tão linda, mas
é uma pena que tenha escolhido uma profissão que te coloque contra nós...
Não vou guardar ressentimento por isso, querida, mas você precisa aceitar e
se acostumar a estar entre nós, não matamos os seus pais, nós tentamos
salvá-los mas infelizmente ou felizmente, conseguimos salvar você e as
outras duas crianças. — Meu pai se afasta novamente voltando para sua
mesa e eu me aproximo.
— Bom, já que essa história já foi resolvida, espero não ser mais
lembrado como assassino quando se referir aos seus pais, Allana... Papai!
Eu preciso sair, vou com o nosso pessoal verificar se já podemos voltar, não
podemos deixar os nossos negócios parados. — Ajeito o meu blazer e me
viro para sair.
— Você não pode ir! Ainda está se recuperando, filho... Por favor
não vai? Deixa que eu e seu pai resolvemos isso, você é o novo líder e
precisa estar cem por cento bem, Maycon. — Mamãe se preocupa comigo
mas não se solta de Allana.
— Eu preciso sair um pouco, mamãe, estou enlouquecendo aqui
dentro sem poder fazer nada... Precisos ir nas boates verificar se está tudo
em ordem. — Insisto enquanto vou em direção a porta.
— A sua mãe tem razão, Maycon! Você precisa se recuperar antes
de voltar a agir, eu e seu tio já estamos cuidando de tudo... Quanto as
boates, eu já liguei para Olavo e está tudo em ordem, a polícia não foi até lá
como imaginávamos, a cada dia eles estão cooperando mais... Mas também,
eles recebem uma fortuna todo mês por isso. — Comenta meu pai se
sentando atrás da sua mesa e eu respiro fundo.
— Está bem, então eu vou descansar como tenho feito a uma
semana, mas depois vou subir um pouco, não aguento mais ficar aqui
trancado. — Continuo o meu trajeto até a porta mas paro novamente. —
Como está Isac? Ele ainda está no hospital? Minha tia foi ficar com ele?
— Seu primo está se recuperando bem, acho que ainda hoje ou
amanhã ele estará aqui... Ainda não está na hora de voltarmos, é muito cedo
para isso. — Apenas concordo e saio em seguida.
Isac teve um ferimento mais grave que o meu e de Allana, por isso
ele teve que ser tratado no hospital pois lá tem mais recursos para atendê-lo.
Minha irmã ficou arrasada por não poder ir vê-lo, mas minha tia a
tranquilizou dizendo que ele está se recuperando bem.
Perguntei a Maria Luiza como ficariam as coisas entre ela e Isac
agora que ela está livre do casamento, mas ela está emburrada pois ainda
está magoada com algo que Isac disso. Não acredito que terei dor de cabeça
com esses dois, já não bastam os meus problemas?
Vou para minha suíte e entro fechando a porta, sigo para o banheiro
já me despindo e entro no box, preciso de um banho para relaxar um pouco,
estou muito estressado e preciso me acalmar.
Entro na água morna e fico ali por longos minutos, eu preciso
mesmo aliviar o estresse mas também posso ir na boate fazer uma visitinha
para as minhas garotas, não vou conseguir nada com Allana agora com ela
me odiando tanto, pensei que seria mais fácil com ela aqui, perto de mim,
mas me enganei.
Depois de quinze minutos em baixo da água eu saio me enrolando
na toalha, pego outra para secar os cabelos e saio do banheiro entrando no
quarto. Ela está em pé ao lado da cômoda, encarando uma fotografia da
minha família.
Me aproximo com cautela e paro atrás dela, ouço ela fungar e isso
me pega de surpresa.
— Você está bem? Está sentindo alguma coisa. — Ela se assusta
com a minha voz se virando abruptamente.
— Se estou bem? É claro que não estou bem, eu quero sair daqui!
Quero voltar para minha gente...
— Sua gente? Você fala de gente como aquele desgraçado que
tentou te estuprar em um beco escuro? Ele não era da polícia assim com
você? Ele não jurou salvar e proteger? — Me altero por ela insistir em
querer ir embora.
— Em todo lugar existem pessoas perversas, seja dentro da lei ou
fora dela, mas eu não sou corrupta como muitos! — Retruca também
irritada e se afasta indo em direção a cama, mas seguro o seu braço.
Olho dentro dos seus olhos e vejo magoa, raiva e desprezo, eu não
esperava por isso. Ela solta o seu braço do meu aperto e vai em direção ao
banheiro. Respiro fundo, frustrado com essa merda de situação, mas eu não
vou desistir dela por isso, eu quero essa mulher e vou domar essa fera.
Vou para o closet cuspindo fogo e termino de me secar, visto uma
cueca box e uma calca de moletom preta, uma camisa branca de manga
comprida e gola alta, também coloco o meu coldre e pego as minhas duas
apostilas conferindo as balas, as colocando no coldre.
Calço um tênis branco e ajeito o meu cabelo antes de vestir um
sobretudo cinza escuro, lá fora está muito feio mas preciso sair daqui um
pouco, e vou fazer isso.
Depois de pronto eu saio do closet indo até a cama e pego a minha
carteira, caso eu resolva voltar a cidade para ir até as minhas boates. Vou
em direção a porta para sair do quarto mas Allana me chama.
— Espera! Há uns minutos atrás você disse que iria subir um
pouco... Me deixa sair também? Eu só preciso respirar um pouco fora disso
aqui. — Ela se aproxima apreensiva mas ela não vai me enganar.
— Sinto muito, mas eu não confio em você. Você vai tentar fugir e
eu não vou correr atrás de você, então quando começar a aceitar a sua nova
vida, só então eu posso começar a confiar em você. — Olho nos seus olhos
e me viro saindo do quarto.
— Por favor? Agora eu sei que não foram vocês quem mataram os
meus pais, eu estava enganada, ok? Não vou aguentar ficar presa aqui sem
ver a luz do dia, então me deixa sair um pouco...? Por favor? Você pode
colocar os seus capangas me vigiarem mas me deixa sair um pouco? —
Insiste vindo atrás de mim e segura o meu braço.
Me viro para encará-la e vejo a sua expressão de súplica. Não posso
deixar essa mulher me enganar, ela é esperta demais mas não vai me passar
a perna.
— A minha resposta é não! — Me solto dela para sair deli, mas
dessa vez ela segura a minha mão.
— Maycon? Por favor? Me leva com você? Só por uns poucos
minutos...? Eu não vou tentar fugir, eu nem sei onde estamos, para onde eu
iria? — Insiste.
— E desde quando você precisa saber onde está para tentar fugir?
Você já deixou bem claro que não quer essa vida, que não quer ficar comigo
então não vou ser idiota de confiar em você... Não agora, não enquanto
você não merecer que eu posso confiar em você. — Solto a minha mão da
sua a encarando severamente.
— Eu te odeio! Não suporto você e pode ter certeza de que eu vou
sair daqui! Eu te odeio! — Diz entre dentes me empurrando para longe dela
me deixando perplexo com a sua atitude.
— JÁ CHEGA! Ou você me respeita ou conhecerá o meu lado mais
sombrio! E eu não quero fazer isso. Se quer me odiar então eu vou te dar
um real motivo para fazer isso. — Me altero fazendo ela dar um pulo para
trás.
Vou na sua direção irritado mas ela se afasta com os olhos
arregalados. Não digo mais nada e ela também não, me afasto dela e saio
dali seguindo para o elevador. Não quero machucá-la, mesmo me irritando
muito eu não quero e não posso fazer isso com ela, sei que ela só é
revoltada comigo por pensar que a minha família tenha matado os pais dela,
mas ela já sabe a verdade então porque reage assim comigo? Ela é minha!
Ela tem que ser minha.
Entro no elevador e subo até a superfície, encontro Thomas e alguns
dos nossos soldados verificando o perímetro. Respiro fundo puxando o ar
frio para os meus pulmões, porra, está bem frio aqui fora.
— Soberano! Que bom vê-lo se recuperando tão rápido, já está
pronto para voltar ao batente? Que ordens temos para hoje? — Pergunta o
soldado 521.
Olho para o lado e vejo Thomas pensativo, sei que ele está
esperando as minhas ordens para buscarmos vingança ao seu pai. E ele terá
isso.
— Prestem atenção no que vou dizer! Quero que reúnam uma
equipe de pelos menos 100 homens, quero que descubram se há vivo mais
algum integrante do Cartel Armstrong, não quero ninguém daquela facção
vivo, então não quero que voltem aqui até que as minhas ordens sejam
cumpridas, eu fui claro...? Thomas ficará à frente dessa operação, mas antes
de saírem coloquem outro grupo para cobrirem os postos de vocês. —
Aviso em um tom firme e vejo Thomas se aproximar agitado.
— Obrigado, soberano! Eu prometo não voltar aqui até ter certeza
de que não existe um único membro daquela facção... Eu vou organizar
uma equipe agora mesmo. — O vejo eufórico e me aproximo mais dele
olhando em seus olhos.
— Eu sugiro que você faça tudo com calma, põe a cabeça no lugar
para não meter os pés pelas mãos... Sei o quanto significa para você vingar
o seu pai, e vai por mim, eu queria estar indo com você para fazermos isso
juntos, mas não posso, estou confiando essa missão a você então não pisa
na bola, eu fui claro? — Seguro-o pelo ombro e ele respira fundo.
— Prometo que não vou decepcioná-lo, senhor! Isso é uma
promessa... Vou reunir duas equipes agora mesmo, uma para cobrir os
nossos postos e a outra para seguir comigo. Com licença chefe! — Diz
antes de sair empolgado para falar com o nosso pessoal.
Eu no lugar dele já teria ido atrás dos assassinos dos meus pais, mas
graças a Deus eles estão vivos e bem. Eu queria seguir com Thomas nessa
busca mas infelizmente não posso, se Isac estivesse aqui ele também iria
querer acompanhá-los, mas ele também não pode, estamos ferrados e nos
recuperando dos tiros que levamos.
Meu primo ainda está se recuperando e espero que ele saia logo
daquele hospital, estou sentindo a falta dele e minha irmã muito mais, ela
não quer dá o braço a torcer mas sei que ela pergunta por ele todos os dias.
Ando pelo campo além do banker imaginando ela aqui fora, eu
queria ter trago ela, mas não confio em uma mulher ressentida e Allana
ainda está muito rancorosa com essa situação, mas eu não vou deixá-la ir,
eu preciso dessa mulher, desde que há vi na boate não consigo deixar pensar
nela, e aquele beijo no beco escuro por mais que não tenha significado nada
para ela, eu senti algo que nunca senti antes, nunca beija uma mulher
daquela maneira, com tanta intensidade, eu senti algo inexplicável e mesmo
que ela me odeie pelo resto da vida, ela vai ser minha!
Passo longos minutos andando em volta do banker e Thomas vem se
despedir dizendo que já vai seguir com o nosso pessoal, apenas lhes desejo
sorte e peço para que fiquem em contato com o chefe deles, então eles saem
e eu entro de volta no banker, desço para o primeiro andar pois já está
anoitecendo e eu estou com fome.
Entro na sala e não vejo ninguém, sigo para cozinha e também não
tem ninguém além da emprega que foram buscar para nós servir. Peço para
sela servir algo para comer na suíte e volto para sala seguindo direto para
minha suíte, e quando entro a encontro na cama, dormindo feito um anjo
mas com os olhos inchados. Não vou mexer com ela, quero que ela
descanse para se recuperar logo desse ferimento.
Me aproximo da cama admirando os traços delicados do seu rosto,
ela é tão linda, parece tão frágil mas é uma fera em forma de mulher. Seus
lábios rosados me deixam louco, eu quero tanto beijá-la outra vez, quero
tanto sentir o seu corpo quente no meu, mas acho que não vai ser dessa vez
que vou conseguir isso.
Tiro o meu sobretudo jogando o mesmo sobre a poltrona, tiro as
minhas armas e vou até o closet colocando-as no cofre, estou lidando com
uma policial então não quero surpresas.
Volto para o quarto e tiro o meu tênis e a minha camisa, me deito na
cama ao seu lado e me viro para ela admirando os seus cabelos loiros, não
resisto em acariciá-los e afagar o doce perfume das suas madeixas. Me
aproximo mais dela e toco a sua cintura colocando o meu corpo no seu.
Acaricio o seu braço e a sua pele é tão macia, porra estou enlouquecendo de
tesão por essa mulher.
— ... Eu quero tanto você... Allana... Você é tão linda... — Sussurro
apertando o seu corpo no meu, me sentindo duro de desejo por ela.
Sinto ela se mexer se esfregando em mim e isso me faz gemer
baixinho, mas ela se assusta e se solta de mim abruptamente saindo da cama
apressada.
— O que pensa que estava fazendo? Você ficou louco...? Você não
vai usar a força para se deitar comigo, eu não vou permitir! — Me
repreende alterada e eu respiro fundo esfregando as mãos no rosto.
— Não vou te obrigar se deitar comigo, a menos que você mereça
que eu faça isso. Com as minhas prostitutas eu faço o que bem quero com
elas, afinal elas são pagas para isso, mas com você não... Você é diferente e
não quero ter que fazer isso, então sugiro que mude o seu comportamento...
Eu quero você e eu vou ter, e não vou precisar te obrigar a nada, você vai se
entregar para mim por vontade própria. — Me levanto indo até ela que se
afasta sem me dar as costas.
— Você tem um ego gigantesco, mas sinto muito em te informar
mas eu não serei sua! Nem hoje, nem amanhã e nem nunca! — Rebate entre
dentes e passa por mim apressada saindo do quarto.
Ela parece tensa, ficou nervosa quando me aproximei tanto e isso
tem que ser um bom sinal. Sorrio de lado encarando a porta por onde ela
saiu, ela vai ser minha, disso não há dúvidas.
CAPÍTULO 12

TRÊS DIAS DEPOIS...

Termino de comer e saio da mesa apressado, ela não vai mais fugir
de mim assim, ela está livre, não vai mais se casar com aquele infeliz pois
ele está morto, fui ferido por lutar por ela e ela vai continuar fugindo de
mim? Não vou aceitar isso.
— Filho, espera! Onde você vai? O que vai fazer? — Sinto minha
mãe segurar o meu braço assim que passo pela porta.
— Eu preciso falar com ela, mamãe! Hoje faz três dias que voltei e
ela mal olha na minha cara, o que eu fiz dessa vez? Porque ela está agindo
assim comigo? — Questiono irritado e ela respira fundo.
— Eu já conversei com você, filho! Dá um tempo a ela? Ela precisa
se recuperar de tudo isso, ela quase teve que se casar com um homem que
não ama, além do mas, vocês discutiram antes de tudo aquilo acontecer, não
sei o que vocês disseram um para o outro mas ela ainda está magoada com
você, então vá com calma, ok? — Argumenta apreensiva e vejo os meus
tios sair da sala de jantar.
— Estão discutindo? O que houve? — Pergunta tio Michael.
— Não é nada, tio, minha mãe que se preocupa comigo como se eu
ainda fosse um bebê... Vou me deitar um pouco ou ela mesma vai querer me
pôr na cama... Tenham uma boa noite, tia Brenda! Tio Michael! Até
amanhã, mamãe! — Dou um beijo na minha tia e na minha mãe e vou em
direção ao meu quarto.
— Espera filho! Você não vai jantar...? Isac? — Ela chama a minha
atenção mas não dou ouvidos.
Olho para trás e eles ainda estão lá parados conversando. Entro no
meu quarto e espero alguns minutos, saio novamente e não tem ninguém,
corro até o quarto de Luiza e toco a maçaneta, por sorte está aberta. Entro
sem fazer barulho e fecho a porta, não a vejo pelo quarto então vou até o
closet, mas nesse momento a vejo sair de lá só de camisola com os seios
quase pulando do decote e as pernas de fora.
— Caralho... — Sussurro admirando o seu corpo e ela se assusta.
— Isac...? O que está fazendo o no meu quarto? Saia já ou eu vou
gritar! Sai do meu quarto! — Pede nervosa e passa por mim indo em
direção a porta, mas seguro o seu braço.
— Precisamos conversar e você sabe disso, não saio daqui até você
me dizer o porquê está me evitando! Vai começar com essa palhaçada de
novo? Qual foi garota? Quase morri por lutar por você e é assim que você
me agradece? — Puxo ela para os meus braços e ela vem de bom grado, me
encarando apreensiva. — Eu sei que estava preocupada comigo, sei que
teve medo de que eu morresse, então porque está se afastando agora que
estou aqui, pertinho de você? — Toco o seu rosto colocando os seus cabelos
atrás da orelha, mas ela se solta de mim.
— Eu não tenho nada para conversar com você, então sai já do meu
quanto! Não sirvo pra você então não perca o seu tempo comigo! — Diz
irritada voltando para o seu closet, mas eu vou atrás puxando ela de volta
para mim. — Já ligou para sua namorada? Ela ligou para sua mãe muito
preocupada com você. — Ela se debate tentando se soltar mas não permito.
— Ela não é minha namorada e você sabe disso, não é ela que eu
quero, não e ela que eu amo...! Eu amo você... Por favor? Não se afasta de
mim? — Coloco ela contra o batente da porta e a vejo ofegar e apertar os
meus braços com firmeza.
— Não sou a mulher por quem se apaixonou, Isac, se lembra...? Sou
mentirosa e estava brincando com você... Agora me solta! Ahhh... — Mais
uma vez ela tenta se soltar, mas geme de olhos fechados quando prendo
mais o meu corpo no seu.
— Estou disposto a esquecer o que houve se você não se afastar de
mim... Por favor, Luiza? Não me importo se mentiu, se não é mais virgem,
eu só quero você...
— Mas eu não quero você! Eu não amo você então me esqueça! Eu
vou voltar com Bernardo e você não vai me impedir! — Luiza se solta de
mim me empurrando para longe.
— Você não é louca de voltar com aquele playboy! Eu mato ele se
você fizer isso, você me ouviu? Eu mato aquele verme se ele tocar em você
de novo! — Esbravejo socando o abajur e saio do seu quarto furioso.
— Isac? O que houve? Minha irmã está bem? — Dou de cara com
Maycon sentado na sala.
— Pergunta para ela se ela está bem, porque eu não estou! Quero
matar um certo filho da puta! — Retruco irritado e vou para o meu quarto.
Meu primo me chama mas eu não dou ouvidos, estou irritado
demais para conversar agora, eu só quero ficar sozinho e esfriar a cabeça
para não fazer uma besteira. Porque ela está de birra comigo? Vai ficar
jogando na minha cara toda hora o que houve?
— Mas que droga!
Entro no meu quarto batendo a porta e me jogo na minha cama, que
porra essa garota tem na cabeça? Ela está querendo que eu mate aquele
merda? Essa é a única explicar para ela querer voltar com ele. Será que
Luiza não enxerga que eu a amo?
— Mas que merda! Inferno! — Me levanto andando de um lado
para o outro, me controlando para não derrubar esse banker.
Resmungo sozinho ainda inquieto e vou para o banheiro, tiro a
minha roupa e entro no box ligando a ducha quente, preciso relaxar um
pouco, na verdade eu preciso sair daqui, mas ainda estamos proibidos de
sair por questão de segurança.
Passo alguns bons minutos embaixo da água e ainda sinto a minha
cabeça fervilhar, ela não sai da minha mente, não consigo deixar de pensar e
desejar aquela garota. Mas que merda!
Saio do chuveiro enrolado na toalha e vou para o closet, me seco e
visto uma box branca. Seco os meus cabelos enquanto pego uma bermuda e
me visto voltando para o quarto, de repente um furacão entra batendo a
porta e ela vem até a mim furiosa.
— Se você ameaçar o Bernardo de novo, eu vou te odiar pelo resto
da vida! Eu fui clara...? Seu idiota...! Me solta! Me solta, Isac! — Esbraveja
alterada estapeando o meu peito e me empurra para longe, mas abraço a sua
cintura jogando ela na cama me pondo sobre ela.
— Não acha que está bravinha demais para defender aquele estrume
do seu ex namorado? É bom aquele idiota não tocar em você de novo
porque eu não vou deixar você voltar com ele, você me entendeu, Maria
Luiza? Eu não estou brincando! — Mais uma vez ela tenta se soltar mas eu
não deixo e prendo as suas mãos acima da cabeça.
— Eu já me sinto sozinha o suficiente, Isac, não destrói ainda mais a
minha vida! Você está afastando as pessoas de mim sem o meu
consentimento, isso não é justo... Você não pode fazer isso... Não pode
acabar com a minha vida dessa maneira... — Seu tom choroso me
surpreende e me deixa mal.
— Não estou tentando acabar com a sua vida, estou tentando fazer
parte dela! E não estou afastando as pessoas de você, estou afastando
aqueles idiotas tarados que só estão a fim de te comer por ser bonitinha...
Mas para mim você é a mulher mais linda que já vi em toda a minha
existência... A anos sou apaixonado por você, a anos eu te quero para mim
mas você só sabe me odiar! Só dá atenção a quem não te merece e isso me
irrita! Me incomoda porque eu quero você pra mim, cacete! Eu amo você,
Maria Luiza! Não me interessa se você não me ama, eu não vou deixar
ninguém brincar com você, isso nunca! — Esbravejo saindo de cima dela e
me levanto irritado e inquieto.
Ando pelo quarto tentando me acalmar para não passar dos limites
com nela, ou o meu tio me mata depois dela arrancar as minhas bolas.
Esfrego as mãos no rosto e vou em direção a porta para sair daqui, não
quero mais discutir com ela por causa daquele imbecil do Bernardo.
Toco a maçaneta para abrir a porta, mas ouço algo que me
surpreende e me faz parar.
— Eu te amo, Isac...! Eu te amo seu idiota cabeça dura...? Merda!
Eu te amo! — Esbraveja antes de soltar a última frase em um tom suave e
doce.
A encaro ainda surpreso, ela disse que me ama e suas lágrimas
descendo não me deixa dúvidas sobre isso. Volto na sua direção e abraço a
sua cintura tomando a sua boca em um beijo urgente, porra ela disse que me
ama.
— Eu te amo... Por favor? Não vamos mais brigar...? Eu quero
você...! Ahh eu quero você, Luiza... Minha patricinha... — Sussurro entre
os beijos e ela sorrir na minha boca.
— Oh meu Deus... Que lindo, eles são tão lindos juntos. — Me
assusto com a voz da minha tia e me afasto bruscamente de Luiza.
— Mamãe? Tia Isa...? — Luiza as encara assustada e envergonhada
por termos sido flagrados juntos.
— Eu sabia que eles iriam se entender... Vocês se entenderam, não
é? Pelo amor de Deus aquelas briguinhas sem sentido já acabaram? —
Minha mãe se empolga mas nos encara séria.
— Por mim a gente não briga mais... Eu só quero ser feliz com o
homem que amo. — Luiza vem para os meus braços me surpreendendo
ainda mais com as suas palavras, mas não posso negar que amei ouvir isso.
— Minha filha está feliz, graças a Deus a minha menina está feliz...
Nunca mais vou me descuidar de você, filha, nunca você será obrigada a
fazer nada do que você não queira, a sua felicidade agora será a minha
prioridade. — Minha tia vem nos abraçar com um sorriso tão largo.
Não imaginava que teríamos o total apoio da nossa família nesse
relacionamento, se eu soubesse disso teria conquistado essa mulher a mais
tempo ao invés de sofrer calado por ver outros homens tocando nela como
eu queria fazer. Minha mãe também vem nos abraçar cheia de sorrisos e
carinhos.
— Você tem dois filhos, mamãe, e os dois precisam da sua atenção...
Eu finalmente estou me acertando com Isac, mas Maycon ainda está
penando nas mãos de Allana, ela é uma garota bacana, eu gostei dela apesar
dela querer se vingar da nossa família, mas também sei que ela só estava
lutando contra nós porque acreditava em que a nossa facção era responsável
pela morte dos pais dela, ela presa a família e luta por justiça a eles, isso já
é um ponto a favor dela pois e aqueles dois também se acertarem, ela vai
lutar conosco. — Sinto Luiza me abraçar apertado enquanto fala da policial
por quem Maycon está obcecado.
Não sei se ele vai conseguir domar essa mulher, pois ela é tão brava
quanto as mulheres dessa família. Porque nós homens precisamos sofrer
para conseguir o amor dessas mulheres? Mano, que trem trabalhoso, mas
valeu a pena.
— Eu vou ajudar o seu irmão, querida, eu quero os meus filhos
felizes, independente da minha própria felicidade, e eu vou conseguir isso...
Mas agora é melhor vocês dois saírem desse quarto, seu pai pode até
aprovar esse namoro de vocês mas ele não vai gostar de saber que estão
trancados aqui dentro, você sabe o quanto o seu pai é ciumento, apesar da
besteira que ele aprontou ultimamente... Bom, vista-se, Isac! E você vem
comigo, filha! O jantar já está servido e eu quero todos na mesa, agora! —
Minha tia parece apreensiva com a situação de Maycon, mas ela também
me deixa frustrado por tirar Luiza dos meus braços.
— Está bem, tia Brenda, eu não me demoro... Te vejo na mesa,
mamãe! — Dou beijo rápido na minha mãe e corro para o meu closet com
um sorriso até nas orelhas.
Ainda não estou acreditando que eu e Luiza nos entendemos, nos
amamos e nossas famílias estão torcendo por nós, isso é incrível, é perfeito.
Coloco uma camisa e penteio os meus cabelos com os dedos,
deixando-os meio bagunçado. Calço um chinelo e saio do meu quarto
seguindo para sala de refeições. Entro na mesma e vejo meus tios e meus
pais já na mesa conversando, assim como Luiza. Maycon acaba de entrar e
se senta na outra ponta da mesa onde tem dois lugares vagos ao seu lado,
um a esquerda e outro a direita.
Me sento ao lado do soberano e consequentemente ao lado do meu
pai também, a empregada serve o jantar mas Maycon não parece com uma
cara muito boa, acho que ainda está tendo dificuldade para conquistar a sua
policial.
— Com licença! Boa noite, se a minha vida agora é viver entre
vocês, eu me recuso a comer sozinha no quarto, já que o soberano Jr insiste
em dizer que sou dele. — A tal Allana entra na sala de nariz em pé nos
fazendo gargalhar do seu comentário.
Não teve como não sorrir, até meus tios estão gargalhando mas
Maycon tem a cara fechada para sua escolhida.
— Eu posso me sentar à mesa com vocês? — Ela ergue uma
sobrancelha segurando o riso pois sabe que conseguiu irritar Maycon.
— Mas é claro, querida, sente-se ao lado de Maria Luiza, por favor!
— Minha tia tem um largo sorriso no rosto e sei que essa decisão de Allana
em se juntar a nós na mesa, é coisa dela.
Allana se senta entre Luiza e Maycon na ponta da mesa de cara feia,
o encaro atento mas ele não tira os olhos dela, Maycon gosta dessa garota,
isso é nítido nos seus olhares para ela, meu primo está caidinho por essa
mulher mas está cortando um dobrado para conseguir o que quer.
Todos estão servidos e nós começamos a comer enquanto minha
mãe e minha tia conversam, meus olhos estão em Luiza do outro lado da
mesa com um sorriso lindo no rosto, e retribuo o seu sorriso entre uma
garfada e outra, mas me concentro no meu prato quando vejo meu tio
Michael nós encarando atento. Merda!
— É impressão minha ou vocês dois estão finalmente juntos, Maria
Luiza e Isac? Esses olhares e sorrisos quer dizer alguma coisa que eu não
sei? — Dispara meu tio me fazendo engasgar com um pedaço de carne.
— Sim, papai! Eu e Isac no entendemos e estamos juntos, espero
que não me obrigue mais uma vez fazer algo contra a minha vontade,
espero que não fique contra o meu envolvimento com Isac pois eu o amo...!
Meu Deus eu o amo. — Afirma em um tom seguro, mas ofega ao dizer que
me ama. Sorrio feito um bobo.
— Espera! Envolvimento? Vocês acham mesmo que eu vou permitir
uma coisa dessas? — Dispara meu tio nos com um olhar sério fazendo o
meu sorriso se desfazer. Minha tia o encara chocada. — Escuta bem o que
eu vou te dizer, rapaz! Ou você assume a minha filha como se deve, ou eu
não vou aceitar esse envolvimento entre vocês! Ou estão namorando ou não
estão, decidam! — Seu tom severo me deixa tenso.
— Estamos namorando, tio! Quer dizer, se Luiza me aceitar como
namorado, então nós estamos namorando. — Olho do meu tio para Luiza e
ela tem o sorriso mais lindo do mundo.
— Sua namorada...? Sou finalmente sua namorada porque eu aceito
namorar você, Isac! — Luiza se levanta vindo até a mim e eu faço o
mesmo.
A recebo em meus braços e lhe dou um breve beijo, ela tem um
sorriso encantador pregado no rosto assim como eu. Ela finalmente é
minha, minha namorada e será minha mulher.
— Ok! Sendo assim, vocês tem a minha benção para esse namoro.
— Concorda meu tio fazendo minha tia o surpreender com um beijo
caloroso.
Não perco a chance de beijar a minha namorada mais uma vez antes
de voltarmos para os nossos lugares. O jantar segue com as nossas mães
empolgadas com o nosso namoro, Maycon e Allana trocam olhares mas
quando terminamos o nosso jantar, ela e Luiza saem da sala conversando
sobre roupas e alguma outra coisa, encaro meu primo e ele respira fundo
olhando na direção em que elas foram, sei o quanto ele está frustrado com
essa situação com Allana.
Converso brevemente com ele sobre isso mas logo ele se despede
para voltar a sua suíte, eu faço o mesmo mas não antes de de ir até a minha
gatinha e lhe roubar um beijo ardente, logo volto para o meu quarto.
Hoje vou dormir igual a um bebe de tão feliz que estou. Entro no
meu quarto e vou escovar os dentes antes de me jogar na minha cama, estou
com aquele mesmo sorriso largo estampado no rosto por me lembrar que ela
agora é minha namorada. Eu sonhei tanto com isso, sempre me imaginei no
lugar daqueles merdas que a tinham em seus braços e eu não, isso me
deixava roxo de raiva pois era nos meus braços que ela deveria estar, mas
agora ela é oficialmente minha namorada e nós nem transamos ainda, não
vou negar, eu fico duro só de me imaginar fazendo amor com ela, eu a
quero muito, estou desejando isso a anos.
Passo um bom tempo ali na cama sonhando acordado, já é tarde mas
o sono não vem, não consigo parar de pensar nela, eu queria ela aqui
comigo, queria ela em cima de mim cavalgando enquanto geme o meu
nome. Droga! Estou tão duro que sinto o meu pau doer.
Me levanto arrancando as minhas roupas e vou para o chuveiro,
preciso de um banho para esfriar a cabeça de baixa, estou enlouquecendo de
tento desejar aquela mulher. Quando vamos conseguir um momento para
nós? Eu preciso saciar o meu desejo de tê-la completamente para mim,
minha namorada ela já é, eu só preciso finalmente sentir Maria Luiza
entregue em meus braços.
Passo alguns longos minutos embaixo da água evitando me tocar,
não quero ter que me masturbar de novo pensando nela, eu preciso aguentar
um pouco mais.
Sinto mãos pequenas e delicadas deslizar pelas minhas costas e
descer até o meu peito. Me viro abruptamente me deparando com Luiza
com aquela mesma camisola sedutora.
— Luiza... O que faz aqui?
A encaro surpreso mas sorrio de lado por vê-la tão envergonhada,
evitando encarar o meu corpo. Essa maldita camisola curta me deixa louco.
— Não pergunta nada, só me beija!
Não estou sonhando, ela está mesmo aqui no chuveiro comigo me
pedindo para beijá-la, ofego me sentindo ainda mais duro que antes.
Cacete!
CAPÍTULO 13

Ela me empurra contra o azulejo frio avançando na minha boca, não


sou louco de resistir a isso e retribuo beijando-a ferozmente, desejando
ardentemente senti-la inteirinha.
Abraço o seu corpo prendendo ela a mim, estou possuído de desejo
e ponho ela contra o azulejo descendo a minha boca pelo seu peço. Apalpo
o seu corpo sentindo a sua pela, ouvindo os seus gemidos abafados e
sentindo o quanto ela está trêmula, me sentindo ainda mais duro e louco
para finalmente sentir essa mulher.
Toco o tecido fino da sua calcinha e ela amolece no mesmo instante.
— Ohhh... Isac...? Espera! Oh meu Deus... Vamos pra cama...? Eu
quero que seja na sua cama... — Ela abraça o meu pescoço tentando se
manter de pé e eu me afasto brevemente.
Não consigo dizer nada, só consigo admirar essa mulher gostosa que
finalmente vai ser minha. Pego ela pela mão e levo ela para o quarto, me
afasto para ir trancar a porta mas ela segura a minha mão evitando encarar o
meu corpo, ela está corada, mais envergonhada que o normal.
— Eu tranquei a porta quando entrei... Meu Deus... Você é tão...
Tão... — Ela me olha de cima abaixo e se vira de costas para mim.
Me aproximo abraçando ela por trás e beijo o seu pescoço, seu
corpo estremece inteiro e ela geme baixinho, um gemido rouco e abafado,
ela está nervosa, está tensa.
— Relaxa! Não precisa ficar nervosa... Eu vou ser o melhor que
você já teve porque eu te amo... Eu te amo tanto... — Digo em um tom
suave virando ela de frente para mim.
— Eu também... Te amo, Isac... Ahh eu te amo! — Ela está tão
ofegante que vejo a veia do seu pescoço pulsar.
Meu coração dispara com a sua declaração. Ela me ama mesmo!
Maria Luiza me ama e eu quero aproveitar esse momento com ela, quero
dar a minha namorada um momento inesquecível, quero fazer amor com ela
como nenhum daqueles idiotas seria capaz de fazer.
Abraço a sua cintura trazendo ela para o meu corpo. Ergo a sua
camisola molhada tirando do seu corpo ganhando uma visão magnífica dos
seus seios, porra ela é tão linda. Ofego me sentindo tenso como se fosse a
minha primeira vez, caralho eu amo demais essa garota.
— ... Você... É tão linda...
Admiro o seu corpo com desejo, ela usa uma calcinha tão
minúscula, sua pele está mais bronzeada que normalmente, ela está perfeita.
— Eu sou sua, Isac... Então faz amor comigo? — Suas mãos
delicadas sobem pelos meus ombros e ela me beija acariciando a minha
nuca.
Retribuo o seu beijo com a mesma paixão, com o meu desejo, com a
mesma ansiedade, esse nervosismo dela só pode ser isso, ela está ansiosa.
Pego ela em meus braços e deito ela na cama, me ponho sobre ela
sem soltar os seus lábios macios e saborosos, toco um dos seus seios
enquanto me esfrego na sua intimidade, sinto o seu corpo tremer e ela
ofegar de olhos fechados. Admiro os seus seios antes de fazer o que eu
tanto desejei, escorrego a minha língua entre eles antes de abocanhar um
deles. Porra a sua pele é tão macia, tão cheirosa.
— Ahhh... Deus... Meu Deus... Isac... Ohhh... — Ela geme em fio de
voz se arqueando enquanto agarra os lençóis.
Deslizo as minhas mãos pelo seu corpo e abocanho o outro seio,
sugando o seu mamilo delicadamente. Luiza geme baixinho agarrando os
meus cabelos, me deixando louco com as suas reações. Porra estou quase
surtando.
Deixo o seu seio me erguendo, admirando a beleza em forma de
mulher bem aqui embaixo de mim, ela é maravilhosa e está aqui na minha
cama pronta para ser minha mulher.
Luiza me encara extremamente envergonhada por me ver nu, não
entendo essa timidez toda mas não vou ficar questionando nada, ou ela vai
desistir de mim outra vez. Tiro a sua calcinha gentilmente e ofego com a
vida da sua intimidade.
— Puta merda! Cacete... Ohh... Linda... — Sussurro mordendo o
lábio inferior, sinto a minha boca encher d'água.
Não perco tempo e abro as suas pernas me abaixando entre elas, mas
Luiza tenta fechar as pernas me encarando apreensiva, eu diria até mesmo
assustada.
— O que foi? Se não quiser fazer isso, tudo bem, não precisamos
fazer nada agora... Você parece com medo de mim. — Me sento na cama
confuso. Ela se senta também tocando o meu rosto.
— Eu quero você, Isac... Só estou apreensiva por ser a nossa
primeira vez, é isso... — Se justifica abraçando o meu pescoço, me beijando
ardentemente antes de se deitar novamente.
Não digo nada, apenas admiro o seu corpo me pondo novamente
sobre ela, encaro os seus olhos atento as suas reações. Me abaixo
novamente até a sua intimidade e deslizo a minha língua por ela até tocar o
seu ponto sensível.
— Ahhh... Isac... Isac! Ohhh... — Luiza quase grita quando chupo o
seu pontinho, mas eu não paro.
Estou embriagado de desejo, estou latejando de tanto tesão e não
vou conseguir esperar mais, já esperei por tempo demais.
Me ergo me pondo sobre ela e beijo-a ardentemente, suas mãos
vagam pelas minhas costas enquanto me encaixo na sua intimidade, quando
começo a invadi-la lentamente, Luiza se arqueia cravando as suas unhas nas
minhas costas.
— Ohhh... Quente como fogo... Ahh Luiza... Meu amor, você é tão
apertada... Caramba... — Me instalo por completo dentro dela e encaro o
seu rosto.
Ela morde o lábio inferior com força e vejo uma lágrima rolar de
seus olhos. Maria Luiza respira com dificuldade enquanto começo a me
mover dentro dela, suas mãos me puxam pela nuca e ela devora a minha
boca. Não imaginava que ela fosse tão apertada, tão quente, tão gostosa.
Suas pernas envolvem a minha cintura e eu aumento os meus
movimentos me sentindo ensandecido de tento tesão, tomo a sua boca com
mais urgência me sentindo latejar dentro dela, porra eu já vou gozar.
Sinto sua intimidade me aperta me levando a loucura e ela goza, me
levando junto em um magnífico orgasmo que sempre desejei sentir com ela,
e agora eu senti, gemi rouco enquanto ela cobre a boca para não gemer alto.
Estou fascinado, enfeitiçado por essa mulher.
Beijo-a ardentemente sentido uma euforia tão grande, sentindo uma
sensação extraordinária, e tudo isso por estar fazendo amor com a mulher
que amo. Ela é minha, Maria Luiza finalmente é minha mulher!
Ainda dentro dela paro o beijo atento aos seus olhos brilhantes, ela
está linda coradinha, sinto o seu coração bater acelerado assim como o meu,
estamos ofegantes mas ela sorrir abertamente me abraçando apertado.
— Te amo... Eu te amo, Isac... — Sussurra no meu ouvido e chupa o
meu pescoço me fazendo latejar dentro dela.
— Eu também te amo, Luiza... Te amo... — Retribuo o beijo no seu
ombro subindo para o seu pescoço.
Saio dela devagar e me deito ao seu lado, estou me sentindo
esgotado mas puxo ela para o meu corpo e ela vem de bom grado.
— Sou sua mulher, ainda nem acredito que sou sua mulher... Amor
da minha vida. — Diz baixinho me abraçando apertado mas consigo ouvir.
Sorrio abertamente, satisfeito por finalmente tê-la em meus braços,
parece um sonho como muitos que já tive com ela, mas é real, ela está aqui
comigo.
Depois de alguns minutos apreciando a minha namorada em meus
braços, ela se levanta para ir tomar banho e vejo que ela ainda está
envergonhada. Mas eu vou quebrar essa sua vergonha, vou surpreendê-la no
banho como ela fez comigo pois ainda quero senti-la mais uma vez.
Me levanto para ir atrás dela mas vejo uma mancha de sangue no
lençol, me assusto pois acho que a machuquei, droga! Eu a machuquei!
Porque ela não disse nada? Porque não reclamou?
Corro até o banheiro e entro apressado a vendo embaixo da água de
olhos fechados, mas sorridente, admiro o seu corpo com desejo mas me
lembro da mancha de sangue no lençol, fico confuso mas me lembro de
quando ela disse que era virgem mas depois desmentiu. Não pode ser, ela
era mesmo virgem?
— Isac...? O que está fazendo ai parado? — Ela tenta cobrir o seu
corpo com as mãos, visivelmente envergonhada.
— Não quero brigar com você pois acabamos de começar a
namorar, mas quero saber o porquê mentiu que não era mais virgem logo
depois de confessar que era? O lençol está manchado com o seu sangue mas
sei que não a machuquei, porque me fez acreditar que não era virgem? Eu
poderia ter sido mais gentil com você... Porra Luiza...
Questiono entrando no box junto com ela, a vejo ofegar e evitar me
encarar. Seguro o seu rosto puxando o seu corpo para o meu, mas ela me
beija calmamente ao invés de debater sobre o assunto. Seu beijo está
diferente, está mais intenso, está mais sensual também.
— Fiquei magoada quando duvidou de mim, por isso achei mais
fácil mentir do que insistir na verdade... Eu te amo, Isac, e ouvir você me
questionar duvidando da minha palavra daquela maneira, me machucou
muito, me feriu por dentro pois não esperava isso de você, esperava isso de
qualquer um menos do homem que amo... Mas agora você sabe a verdade...
Eu era virgem quando você fez amor comigo, e agora sou sua mulher...
Ninguém tocou em mim como você imaginava, no fundo, estou feliz que
você seja o primeiro homem da minha vida, meu primeiro amor. — Conta
ainda envergonhada, mas ela me dá um sorriso tão meigo que me desarma.
— Acho bom você não sonhar com um segundo homem na sua vida
ou um segundo amor, porque isso não vai rolar... Eu não vou deixar porque
você é minha... Sempre será minha. — Coloco ela contra o azulejo sentindo
a água cair sobre mim.
Acaricio o seu rosto e beijo-a profundamente. Estou satisfeito por
ela ter me dito a verdade pois sei que está realmente sendo sincera.
Nos declaramos entre beijos e carícias e transamos mais uma vez.
Merda! Não usamos camisinha. Alerto-a sobre isso mas ela não parece
preocupada, ela diz apenas que depois toma a pílula do dia seguinte, mas
não quero ela tomando essas coisas, quero fazer amor com ela sem precisar
me preocupar.
— Não existe nesse mundo médica melhor que a minha tia, vou
conversar com ela e pedir para me passar um anticoncepcional, mas
também teremos que usar camisinha... — Ela se solta de mim entrando na
água, mas abraço ela por trás beijando o seu pescoço.
— Se você vai tomar anticoncepcional, porque não esquece a
camisinha? Eu usava antes porque transava com muitas mulheres
diferentes, mas agora eu só quero você e não quero usar isso... Já senti a sua
carne na minha e não quero ficar sem isso. — Viro ela de frente para mim e
avanço na sua boca, mas ela se solta de mim saindo do box.
— Eu posso até aceitar o que você quer, mas primeiro você precisa
me garantir que aquela sua ex namorada não fique andando atrás de você...
Eu sou sua namorada agora, Isac, você me assumiu diante de toda a nossa
família, então não vou aceitar que me traia ou que se acomode com essas
vadias andando atrás de você, ligando para o celular da sua mãe a hora que
querem, agora eu tenho motivos para não deixá-las se aproximarem de
você, porque você é meu! Em termos de afastar alguém, eu posso ser tão
cruel o quanto você foi com os meus ex, e não vou precisar mover um dedo
para conseguir o que eu quero. — Seu tom firme e decidido faz o meu
coração acelerar, essa é a mulher por quem me apaixonei. Sorrio saindo do
box atrás dela.
— Não vai ter mulher alguma andando atrás de mim além de você,
eu te garanto isso... Vou te levar e buscar na faculdade ou onde mais você
quiser ir, não quero nenhum outro homem tocando em você ou sequer se
aproximando, porque eu não vou deixar... Agora você é minha mulher. —
Puxo ela para os meus braços e ela sorrir erguendo uma sobrancelha.
— Sinto muito em te informar, mas o meu segurança se chama
Bruno, e não Isac... Você precisa defender o meu irmão, e eu sei me
defender dos assédios de tarados feito você. — Ela gargalha mais uma vez
se soltando de mim, se enrolando na toalha.
— Vou conversar com Maycon, Thomas pode perfeitamente me
substituir, afinal, ele é um soldado tão bom quanto eu... Não quero mais
ficar longe de você, quero cuidar da sua segurança eu mesmo.
— Melhor você não incomodar o meu irmão com isso, Isac, você foi
treinado para lutar ao lado dele e não sei se meu pai vai gostar que você
faça isso... Não quero problemas com o meu pai, estou tentando me
reaproximar da minha família então é melhor deixar como estar... Eu sei me
defender mas eu também posso pedir que coloquem mais um segurança
para me acompanhar com Bruno. Agora mais do que nunca eu quero mais
um segurança ao meu lado, Maycon descobriu que ainda tem alguns
membros do Cartel Armstrong vivos, tenho medo de que eles venham atrás
de mim para se vingarem, e também preciso que você fique ao lado de
Maycon... Você é um dos melhores soldados dessa facção e precisa proteger
o soberano. — Desabafa enquanto vamos para o quarto.
— Eu não sabia que ainda há integrante daquela facção vivos, mas
nós vamos acabar com eles também, ninguém vai vir atrás de você! — Me
surpreendo com a sua revelação. Nessa vida a gente nunca tem paz, é uma
guerra atrás da outra.
— Me empresta uma camisa sua para eu vestir? Minha calcinha e
minha camisola estão molhadas. — Ela tira a toalha do seu corpo me
fazendo mais uma vez babar por ela.
— Ham... Se quiser ficar assim sem nada, tudo bem pra mim, não
vou me importar... Você vai dormir comigo, não vai? — Abraço o seu corpo
beijando-a calmamente, mas ela se solta de mim tirando o lençol da minha
cama.
— Sinto muito, mas eu não posso dormir com você. — Suspiro
frustrado e ela vai para o meu closet. — Mas você pode dormir comigo... A
minha suíte é mais confortável que a sua. — Ela sorrir erguendo uma
sobrancelha e pega uma camisa minha, vestindo em seguida.
Luiza pega o lençol do chão e sai do closet indo em direção a porta,
mas para se virando para me encarar.
— Não demora! Já estou com sono e quero dormir abraçada ao meu
namorado. — Apenas concordo sorrindo e ela sai olhando a sua volta, antes
de fechar a porta.
Sorrio feito um bobo mas me apresso para pôr uma cueca e uma
bermuda, logo estou saindo do meu quarto correndo para o quarto dela.
Estou vivendo um sonho e não quero acordar, preciso senti-la em meus
braços mais uma vez para ter certeza de que é real.
Olho de um lado para ao outro para ter certeza de que ninguém vai
me ver entrando no quarto dela, começamos a namorar hoje e meu tio
Michael não precisar saber que já transamos debaixo do teto dele, bom,
estamos em um banker embaixo da terra, não sei se isso conta.
Entro no quarto de Luiza mas não a vejo, assim que tranco a porta
ela sai do closet em uma camisola tão sexy quanto a outra. Que mulher
gostosa, eu fui o primeiro homem a senti-la e sei que também serei o único,
ela não será de mais ninguém se não minha, vou lutar por ela com unhas e
dentes até o fim.
Sorrio abertamente indo até ela e lhe roubo um beijo intenso.
Abraço o seu corpo levando ela pra cama e deito ela na mesma, nos
amamos com calma e fui o mais gentil que consigo com ela, nos amamos
devagar e com muito amor, nos amamos sem pressa e mais uma vez me
enlouqueci nos braços dessa mulher.
Eu fui o primeiro a senti-la de verdade, fui o primeiro a sentir essa
bocetinha deliciosa na minha boca e no meu pau, seus beijos são meus, seu
corpo e seu amor também são meus, agora eu tenho tudo que eu sempre
quis. Eu tenho Maria Luiza somente para mim.
Ela está dormindo sobre o meu peito, ela está só de calcinha em
meus braços enquanto deslizo os meus dedos pela sua pele macia, eu não
estou sonhando, ela é realmente minha mulher. Maria Luiza Lins D'ávila, é
minha mulher!
Me afundo nas lembranças dos nossos momentos juntos e pego no
sono sem perceber, hoje eu terei a melhor noite da minha vida.
CAPÍTULO 14

Ele ainda não voltou para o quarto e por mim ele não precisa voltar,
não sei como vai ser para mim ter que dormir na mesma cama que ele e
acho que não vou conseguir fazer isso, não me interessa se não foram eles
quem mataram os meus pais. O que eu faço com essa situação? Eles não
vão me deixar ir e nem eu vou conseguir escapar, pelo menos não enquanto
estiver trancafiada em um banker subterrâneo.
O vejo entrar no quarto indo direto para o banheiro, ele nem olha na
minha direção e eu agradeço mentalmente por isso. Me acomodo melhor na
cama e apago o abajur ao meu lado e tento dormir antes que ele volte, ele
não vai tentar mexer comigo no meio da noite... Ou vai?
Alguns minutos depois ouço ele sair do banheiro mas não me viro
para vê-lo, fico de olhos fechados rezando mentalmente para que ele não
encoste as mãos em mim, não quero ter que passar a noite acordada com
medo dele fazer alguma coisa comigo.
Poucos minutos depois sinto o outro lado da cama se afundar e
apresenta dele nessa cama me deixa tensa, ele não diz nada pois deve
pensar que estou dormindo e espero que continue assim. O quarto fica
escuro rapidamente quando ele apaga o abajur do seu lado da cama. Ouço
ele respirar fundo e o seu braço envolve a minha cintura, ofego e me sinto
trêmula, me sinto tensa como nunca senti com Alex e nem com ninguém.
Não me mexo, fico como uma estátua fingindo estar dormindo e
sinto ele cheirar os meus cabelos, mais uma vez ele respira fundo e se afasta
novamente. Tento soltar a respiração que prendia sem perceber, sinto um
calor absurdo me consumir e a minha respiração mais pesada que o normal,
mas tento relaxar agora que ele se afastou.
Passo um bom tempo acordada e sem me mexer, não quero ser
surpreendida mais uma vez com esse cara me abraçando no meio da noite,
mas acabo pegando no sono mesmo brigando comigo mesma para não
dormir.
A minha noite até que foi tranquila, dormi muito bem apesar do meu
medo de ser assediada no meio da noite, mas na manhã seguinte acordo
sentindo algo pesar sobre a minha barriga e me deparo com Maycon sem
camisa, abraçado a minha cintura com a cabeça sobre a minha barriga. Mas
que merda ele pensa que está fazendo? Tento me mexer mas não consigo,
ele é pesado e está dormindo, como ele veio parar aqui e eu não senti?
Respiro fundo e tento mais uma vez tirá-lo de cima de mim mas ele
resmungar, Maycon vai para o lado da cama mas me puxa para o seu corpo
ficando cara a cara comigo. Minha respiração pesa por sentir as minhas
mãos no seu peito nu, ele ainda está dormindo mas sinto a sua respiração
bater no meu rosto, uau! Ele não tem mal hálito.
Me pego admirando o seu rosto e paro os meus olhos nos seus lábios
levemente entreabertos, sua barba bem aparada e sua pele parece ser bem
macia. Ofego e tento sair dos seus braços, mas ele não deixa.
— Porque está tão nervosa...? Ainda tem medo de mim? —
Questiona ainda de olhos fechados e eu o empurro com mais firmeza.
Saio dos seus braços e me levanto apressada, não o respondo e sigo
para o banheiro ainda tentando controlar a minha respiração. Esse cara é
louco! Não vou conseguir dormir tranquila ao lado dele, porque ele me
deixa nervosa desse jeito? Droga!
Olho nas gavetas da pia e encontro uma escova de dente nova ainda
embalada, pego para usar e faço a minha higiene pessoal, tomo um banho
pouco demorado e logo estou saindo do banheiro, ele ainda está na cama e
olhando de relance, ele ainda parece estar dormindo, mas agora pouco me
surpreendi com ele fingindo que estava dormindo para me prender em seus
braços, cretino! Só estava afim de me assustar e ele conseguiu.
Sigo para o closet e não me surpreendo por encontrar as roupas que
compraram para mim já arrumadas nos armários e cabides. Escolho um
conjunto de lingerie e esses são os mais caros que já vi, com o meu salário
de policial eu não poderia comprar roupas assim tão caras, e essas aqui são
caríssimas, ainda estão na etiqueta e os valores são absurdos.
Não vou me preocupar tanto com isso pois não fui eu quem
comprou mesmo, essa gente tem muita grana e se querem gastar rios de
dinheiros comprando roupas para mim, eu não vou me importar.
Pego também um vestido floral nem muito solto e nem colado no
corpo, me visto rapidamente com receios de que me vejam nua, mas graças
a Deus ele não veio me perturbar. Escovo os cabelos e prendo-o em um
rabo de cavalo, calço uma sandália baixinha e saio do closet rezando para
ele ainda estar dormindo, mas não vejo ninguém, respiro aliviada por isso e
saio do quarto antes que ele apareça.
Ando pela sala mas não tem ninguém por aqui, devem estar
dormindo ainda pois eu acordei cedo demais. Procuro a cozinha e vejo uma
das empregadas terminando de preparar o café da amanhã, peço uma xícara
de café e tomo ali mesmo sentada na ilha, esse lugar é incrível, mesmo
sendo embaixo da terra é muito bem ventilado e luxuoso, mas não vou
negar que estou ansiosa para ver a luz do dia e sentir o sol na minha pele, eu
sinto falta disso mas sei que não vão me deixar sair.
— Bom dia, querida! Pulou da cama cedo. — Me assusto com a voz
da soberana ao meu lado.
— Bom dia, Sra. D'ávila, já estou acostumada a acordar cedo, por
causa do trabalho. — Comento pensativa me lembrando da minha rotina na
delegacia.
— Sente falta do trabalho? Você tinha muitos amigos? Um
namorado...? — Ela se senta de frente para mim me encarando atenta como
se me analisasse.
— Bom, eu sinto falta da minha vida como era antes, sinto falta de
ver a luz do dia e sentir o sol esquentar a minha pele nas rondas que eu fazia
enquanto procurava bandidos, e aqui eu não tenho nada disso... Não tenho
um namorado, apenas havia um colega de trabalho com quem eu saia, mas,
nos desentendemos porque ele tentou me violentar, mas eu soube me
defender... Não tenho amigos mas sim colegas de trabalho, e eu amo o que
faço mesmo que as vezes eu deixe o meu desejo de vingança falar mais
alto... Bom, eu queria me vingar de vocês mas agora eu não tenho mais o
porquê fazer isso, e me conforta saber que o assassino dos meus pais
biológicos está morto, e foram vocês que o mataram. — Sorrio com
algumas lembranças da minha vida passada, porque a de agora não tem
nada que eu queria me lembrar. Ela me encara atenta.
— Entendo... Bom, fico feliz em saber que você não nos vê mais
com uma ameaça, espero que um dia possa nos vê como aliados, como uma
família talvez... Venha comigo! Eu vou te levar a um lugar que você vai
gostar. Vamos! — Seus olhos atentos não saem de mim, mas ela se levanta
me estendendo a mão e eu vou de bom grado.
Não pergunto nada, apenas acompanho-a enquanto ela fala sobre
voltarmos a mansão ainda essa semana, e saber que eu vou poder andar ao
ar livre me anima. Sorrio abertamente com isso e ela retribui. Entramos no
elevador e vejo que estamos subindo para superfície.
— Eu quero que me prometa uma coisa, Allana! Eu vou levar você
para ver a luz do dia e sentir o sol como você tento quer, mas me prometa
que não vai fazer nenhuma estupidez? Isso pode custar a sua vida e eu não
vou poder fazer nada, estou confiando em você então por favor? Jamais
quebre a minha confiança, você não vai conquistá-la uma segurada vez, ok?
— Sua voz firme e decidida me impressiona, seu olhar firme também me
abala. Nunca vi uma mulher me deixar tão temerosa como ela.
— Ok, senhora, eu não vou fazer nada, não vou quebrar a sua
confiança, eu prometo! — Tento ser firme também mas me sinto trêmula.
Essa família me assusta as vezes.
Ela me dá um sorriso gentil e as portas do elevador se abrem dentro
de um barraco velho e muito simples, parece realmente um casebre
abandonado. Saímos do mesmo e eu vejo o dia ainda amanhecendo, o sol
brotando lá longe e eu respiro fundo.
— Obrigada, soberana. Eu precisava muito disso. — Sorrio
abertamente e por impulso lhe dou um abraço.
— Imagina, querida, não é a mim que você tem que agradecer...
Maycon veio conversar comigo ontem e me pediu para te dar um pouco de
liberdade, e um passeio seria ótimo, você não acha...? Vem! Vamos dar uma
volta, mas não podemos ir muito longe pois ainda estamos nos escondendo,
e não queremos ser encontrados. — Ela enlaça o seu braço no meu e me
guia para além da cabana.
— Onde estão os seguranças? A área não estava sendo vigiada? Não
estou vendo ninguém aqui. — Pergunto confusa e surpresa por não ver
ninguém, eu poderia fugir facilmente dela.
— Você é uma policial, Allana, olhe com mais atenção ao seu redor,
até nas árvores nós temos o nosso pessoal vigiando tudo, sem falar nos
rastreadores implantados no nosso corpo, isso é para nossa segurança,
querida. — Fico de boca aberta com as suas palavras.
Olho a minha volta mas não vejo nada, eles estão muito bem
escondidos. Foco a minha atenção em um ponto específico em uma árvore e
vejo um dos seguranças acenando, eles estão camuflados nas árvores.
— Isso é surreal, parece coisa de filme... Espera! Vocês colocaram
um rastreador em mim? Isso para eu não conseguir fugir, não é? Vocês são
doentes, vocês não são pessoas normais! — Me afasto dela cautelosamente
a encarando espantada, mas ela parece tranquila.
— Talvez sejamos doentes, talvez não sejamos normais, mas nos
vivemos mais e melhor que pessoas normais, a quanto tempo você e seus
amigos estão tentando nos pegar, Allana? Já conseguiu se aproximar de um
de nós antes para conseguir o quanto queria? Já conseguiu em toda a sua
carreira na polícia colocar um de nós atrás das grades? Eu respondo para
você, não! E nem vai conseguir! Então não tente nenhuma besteira pois isso
pode ser fatal, se você tentar fugir, os nossos homens tem ordens para atirar.
— Ela continua no mesmo lugar, ela não se aproxima pois sabe que não vou
conseguir ir muito longe se eu tentar fugir. Merda!
— Eu... Sou uma policial, eu prendo bandidos para pagarem pelos
seus crimes e nesse momento estou me sentindo assim, como uma
prisioneira e eu não gosto disso... Eu só quero me sentir segura outra vez, e
não como um bandido preso e sendo vigiado vinte e quatro horas por dia...
Essa é a vida de vocês e não a minha... Por favor? Estou suplicando que me
deixe ir embora...? Por favor? Me deixe ir embora? Eu já sei que não foram
vocês quem mataram os meus pais e prometo esquecer a minha vingança,
prometo não vir atrás de vocês se me deixar ir... Por tudo que você mais
ama, me deixa ir, soberana? — Me aproximo novamente dela segurando
firme a sua mão e suplico em lágrimas. Ela me encara apreensiva, vejo
piedade em seus olhos.
— Por mim você iria embora agora mesmo, Allana, não queria te
manter aqui contra a sua vontade, mas por tudo que eu mais amo eu não
posso te deixar ir... Sinto muito, querida... Você pode se sentir livre outra
vez, basta você aceitar que essa é a sua vida agora, Maycon nunca escolheu
ninguém até você aparecer na boate para investigar, mas ele escolheu você e
não podemos deixar um escolhido ir... Se você fugir, Maycon será obrigado
pela facção a executar você, essa é a regra, você me entende? Essa regra
não pode ser mudada então por favor? Um conselho que eu te dou, tenta,
mesmo que por um curto período de tempo, mas tenta aceitar? Tenta vê essa
situação com outros olhos? Tenta vê em tudo isso uma chance de ter a
família que você nunca teve, porque é isso que seremos para você a partir
de agora, nós seremos a sua família e o meu filho não é o único que não
quer que você vá. — Vejo seus olhos marejar com cada palavra que ela diz.
Isso é inacreditável.
A soberana me puxa para um abraço tão amoroso, tão reconfortante
que retribuo de bom grado, eu precisava muito disso, mas não imaginava
que seria ela a me dar esse conforto.
— Eu vou tenta... Prometo que vou tentar, mas se eu não conseguir,
então o seu filho terá que me executar! — Me solto dela olhando em seus
olhos enquanto seco o meu rosto,
Ela abre um breve sorriso e me puxa mais uma vez para os seus
braços, eu vou de bom grado pois eu preciso muito disso, queria que fosse a
minha mãe aqui comigo, mas eu mal me lembro do rosto dela, eu era
apenas um bebê e não me lembro de nada, não tenho uma foto, não tenho
nada que me lembre a ela.
Na delegacia muitos são corruptos e não devem estar se importando
como o meu desaparecimento, então eu vou tentar fazer parte disso para
sobreviver, mas se eu não conseguir eu vou fugir, e eles terão que me matar
pois eu não vou voltar. Vamos ver o que tudo isso reserva para mim.
— Está tudo bem por aqui? Vocês estão bem? — Ouço a voz do
soberano atrás de mim e me solto da Sra. Brenda, me deparo com pai e filho
nos encarando atentos e preocupados ao mesmo tempo.
— Sim, querido, está tudo bem, só estamos conversando um pouco
e acabamos nos emocionando. — Ela vai para os braços do marido
enquanto eu limpo o meu rosto discretamente.
— Bom, eu já consegui o que eu queria, já respirei ar puro e agora
estou morrendo de fome... Eu vou entrar, com licença. — Passo por eles
sem olhar para Maycon, estou afim de esganar esse cara mas sei que não
vou conseguir.
Sigo de volta para o casebre e entro indo para o elevador, vejo
alguns dos seguranças andando pelo local e um deles abre o elevador me
encarando fixamente. Assim que entro no mesmo, vejo a família perfeita se
aproximar e entrarem na caixa de metal junto comigo, eles conversam entre
si mas eu permaneço calada.
Instantes depois estamos entrando na sala de estar mas seguimos
direto para sala de refeições. Encontramos a Sra. Isabela com o marido e
também Maria Luiza e Isac, todos já na mesa, nos sentamos também e mais
uma vez tenho que me sentar ao lado dele.
Iniciamos o nosso café da manhã e eu realmente estou faminta,
como com vontade enquanto converso com Luiza de frente para mim, pois
ela tem uma vibe muito boa e eu gosto disso. Vou tentar ver essa situação
com outros olhos como a Sra. D'ávila me aconselhou, talvez assim eu me
sinta um pouco melhor.

CINCO DIAS DEPOIS...

Já faz duas semanas que estou presa nessa masmorra de luxo e


quase não ponho a cara para fora desse lugar, na verdade a única vez que saí
um pouco foi a cinco dias atrás, só não estou mais entediada que isso pois
tem sido legal conversar com Maria Luiza e a Sra. Isabela, as vezes também
converso com a soberana mas na maior parte do tempo ela está muito
ocupada.
Estão tentando voltar logo para mansão D'ávila mas o Sr. Michael
disse que ainda é cedo para voltarmos, mas também disse que em poucos
dias sairemos desse banker e por isso o soberano Jr tem saído bastante,
quase não o vejo pois tem dia que ele passa a noite fora junto com o pai e o
tio.
Os negócios da família não foram deixados de lado e todos estão
bem ocupados, as vezes ficamos somente eu e Luiza presas nesse lugar, e
ainda dizem que é para nossa segurança, quando eles não estão no banker,
nenhuma de nós duas colocamos a cara para fora desse lugar pois os
seguranças não deixam.
— Estou entendida e preciso me distrair, e você vai me ajudar! Vem!
— Saio dos meus pensamentos com Luiza me pegando pela mão, me
arrancando da poltrona.
— O que você vai fazer, Luiza? Porque está tão agitada, garota? —
Sorrio indo com ela para o seu quarto, entramos no mesmo e vejo muitas
roupas espalhadas sobre a cama. — Passou um furacão por aqui? Você
conseguiu fazer essa bagunça sozinha? Porque não me chamou antes? —
Sorrio mexendo nas suas roupas, é uma mais ousada que a outra, e também
muito lindas.
— Pensei que tivesse dormindo, já que não tem nada para fazer
aqui. Estou programando um jantar de casais para hoje e preciso de uma
roupa, mas não tenho onda para vestir, eu já usei tudo isso e não posso
repetir uma roupa em um encontro. — Conta aflita como se isso fosse algo
grave.
— Bom, se você tivesse me chamado antes você não estaria nessa
aflição toda, se quiser pegar algumas das minhas roupas, pode ficar a
vontade... E onde vai ser esse jantar? Você vai com Isac e mais quem? Seus
pais e seus tios? Que legal. — Cruzo os braços sorrindo dessa bagunça
sobre a sua cama.
— Os casais seremos eu e Isac, e você e meu irmão, e não adianta
dar chilique dizendo que não vai...! Por favor Allana? Meu irmão está uma
pilha de nervosos por causa do trabalho, também está inquieto por não
conseguir se dar bem com você... Porque você não pode ceder um
pouquinho? — A encaro espantada mas respiro fundo com esse seu olhar
pidão.
— Seu irmão está estressado e eu sou o prêmio de consolação? Está
de brincadeira comigo, Luiza? — Saio do seu quarto a passadas largas mas
ela vem atrás.
— É só um jantar, Allana! Você prometeu a minha mãe que iria
tentar e eu não estou vendo você fazer isso. Por favor? Você também
precisa se distrair um pouco. — Ela enlaça o seu braço no meu e me guia
para minha suíte. Quer dizer, para a suíte do soberano Jr.
— É foda fazer promessas no calor do momento... Ok! Eu vou nesse
jantar, mas só por causa dessa bendita promessa. — Suspiro frustrada mas
dou o braço a torcer.
— Oba! Você vai ser a minha surpresa para o meu irmão, tenho
certeza de que ele vai ficar até com o humor melhor... Vamos! Vamos
escolher uma roupa para você e outra pra mim, foi você quem me ofereceu
e cunhadas são para isso mesmo. — Seu comentário espontâneo me faz
sorrir mas reviro os olhos tentando não debater mais sobre essa história de
cunhada.
Começamos a vasculhar o closet atrás de uma roupa para vestirmos
e uma dá palpite na roupa da outra. Luiza escolheu um vestido preto bem
justo e decorado com as costas nua, como ela consegue usar essas roupas
sem nenhuma vergonha? É ousado demais e chama muita atenção.
Para mim ela insiste que eu use um vestido vermelho tomara que
caia e bem justo no corpo também, discutimos sobre escolhermos outra
roupa mas ela é bem insistente, mas quem dessa família não é?
Acabo cedendo as suas insistências e pegamos tudo que vamos usar,
a sua ideia é irmos nos arrumar no seu quarto para fazermos uma surpresa
ao seu namorado e seu irmão. Não sei se tudo isso é uma boa ideia mas
vamos ver no que dá, eu preciso ganhar a confiança de Maycon D'ávila para
conseguir fugir dele, preciso que ele fique invulnerável para baixar a guarda
comigo, e só então eu posso conseguir finalmente escapar dele.
Luiza deixa um bilhete na cama para o irmão dela e corre até o
quarto de Isac para deixar outro, no bilhete ela avisa sobre o jantar e que
estaremos prontas as oito. Já são quase sete horas da noite e eles ainda não
chegaram, será que essa ideia dela vai dar certo? Eles nem sabem que
estamos esperando para ao jantar.
Tomamos banho cada uma em sua suíte mas depois volto para o
quarto dela para nos arrumarmos, até que não demoramos muito, dez para
as oitos nós já estamos prontas mas fico receosa de sair desse quarto, meu
Deus eu vou jantar com ele, como em um encontro. Só a Luiza mesmo para
me fazer passar por isso.
Deixo os meus cabelos ondulados e prendo de um lado só, coloco
um par de brincos de rubi lindo para combinar com o vestido. Pego o
perfume francês que Luiza me deu e passo um pouco, não coloco demais
para não ficar enjoativo e estamos prontas.
— Onde elas estão? Porque estão demorando tento? — Ouço sua
voz impaciente e ofego, porque eu fico tão nervosa só em ouvir a sua voz?
— Relaxa meu filho, elas já devem estar prontas... Não acredito que
os meus filhos vão para um encontro juntos, isso é tão lindo. — Ouço a voz
empolgada da soberana e isso me faz sorrir.
CAPÍTULO 15

— Vamos Allana! Estou ansiosa para ver o meu namorado. — Luiza


me pega pela mão me arrastando para fora do seu quarto.
— Se acalma Luiza! Ele não vai fugir de você... — Repreendo-a
enquanto ela me arrasta até o centro da sala e lá estão eles, todos nos
encarando surpresos.
Maycon não tira os olhos de mim e isso me deixa tensa, enquanto
Luiza e Isac se agarram em um beijo tão intenso eu evito encará-los pois
estou sem graça.
— Allana, você está linda, o vestido e os brincos combinam com
você... Estou muito feliz com esse jantar de vocês, espero que se divirtam e
curtam uma noite descontraída para relaxar. — A soberana vem até a mim
empolgada, ela parece bastante satisfeita com essa situação.
— Obrigada, soberana. Vai ser bom fazer algo de diferente, algo
novo para variar... Espero que seja realmente agradável. — Tento não ser
tão rude nas minhas palavras.
Encaro Maycon de relance e seus olhos ainda estão em mim
enquanto se aproxima.
— No que depender de mim, será sim agradável... Você está muito
linda. — Seus olhos estão nos meus e sua voz mais rouca que o normal.
— Obrigada! — Me limito a dizer isso e encaro Luiza vindo até nós.
— Vamos descer! O nosso jantar será servido na sala do primeiro
andar. — Revela me deixando de boca aberta.
— Como assim vamos jantar no primeiro andar, Luiza? Parece que
os rapazes não são os únicos que você quer surpreender, não é? —
Questiono surpresa mas ela dá de ombros.
— Qual é a diferencia de contar ou não? Vamos continuar no
banker, só que em um lugar mais reservado onde vamos poder dar uma
festinha se nós quisermos. Podemos pôr música alta e os vizinhos não vão
ligar reclamando. — Respiro fundo tentando não fazer um drama por causa
disso.
Mas me sinto tensa e trêmula quando sinto a mão dele na minha
cintura, me guiando para o elevador. Respiro fundo e o encaro brevemente
antes de focar a minha atenção em Luiza e Isac a nossa frente. Merda!
Agora não tem mais como voltar atrás.
Entramos no elevador e descemos até o primeiro andar, Luiza devia
ter me dito que ficaríamos a sós, sem os demais habitantes desse lugar. Aff!
Saímos do elevador dentro da sala de estar e de longe vejo uma
mesa posta para quatro pessoa, mas vejo muitas flores espalhadas e velas
acesas para um cenário romântico. Encaro Luiza chocada e ela pisca para
mim. Filha da mãe! Ela armou tudo isso para me fazer janta com o irmão
dela. Droga! Porque ele não tira a mão da minha cintura? Será que não
percebeu que isso me deixa nervosa?
— Boa noite a todos! Soberano! Eu vou servi-los assim que
desejarem. — Vejo uma das cozinheiras vir de algum ligar.
Eu não sabia que aqui embaixo também há uma cozinha. Só estive
aqui uma vez quando fui castigada e fiquei trancada em um dia quartos.
— Boa noite! — Respondemos.
— Pode servir o jantar, Silene! Todos estamos famintos. Aliás! Se
tivessem me avisado sobre esse jantar antes, eu teria voltado mais cedo. —
Maycon puxa a cadeira para mim e eu me sento. Isac faz o mesmo para
Luiza. Mafiosos e cavalheiros?
Eles se sentam em seguida e a empregada começa a nós servir.
Salmão grelhado e risoto de ervas, a aparecia está ótima e parece delicioso,
não queria admitir mas eu também estou faminta, o cheiro dessa comida
está fazendo a minha barriga roncar.
Maycon serve as taças com vinho branco suave, Luiza pega um
pequeno controle remoto e põe uma música de fundo bem suave, eu gosto
disso. Começamos a comer e Luiza e Isac falam sobre a vota para mansão.
— E quando a gente vai poder voltar? Eu sinto falta do meu quarto,
das minhas coisas e também preciso voltar a faculdade, já estou no último
semestre e não quero terminá-lo com aulas online. — Vejo nos seus olhos o
quanto essa situação também está afetando-a, eu não sou a única insatisfeita
com essa prisão.
— Relaxa, gatinha, amanhã mesmo a gente volta pra casa, a área
está limpa e todos os esconderijos da família Armstrong foram encontrados,
Thomas acabou com todos os integrantes que haviam conseguido escapar
da guerra, a polícia não está investigando e ninguém está atrás de nós, já
podemos voltar tranquilos. — O encaro surpreso, como assim a polícia não
está atrás de nós? Eles não vão vir atrás de mim?
Estou chocada com essa novidade, eu sei que na polícia há muitos
corruptos, mas pensei que pelo menos Elias viria atrás de mim com mais
alguém para lhe dar reforço. No mínimo eles devem pensar que estou
morta, se eles sabem que estou viva e fui capturada pelo Cartel Nuestro
Poder, eles não serão loucos de vir atrás de mim com toda a grana que eles
recebem para ficar longe.
A minha ficha está caindo, eu não vou conseguir sair daqui, os meus
colegas de trabalho não se importam comigo o suficiente para virem atrás
de mim. Ou eu aceito tudo isso ou estou morta!
— Allana? Você está me ouvindo? Você ficou pensativa de repente.
— Saio dos meus devaneios com Luiza estalando os dedos na minha frente.
— Oi? Me desculpa, só estava me lembrando de algo que não tem
muita importância agora... Relaxa, está tudo bem. — Desconverso enquanto
volto a comer.
Fico calada apenas ouvindo a conversa deles e tomo uma longa
golada do vinho, está uma delícia e talvez ele amenize a decepção que estou
sentindo agora. Não tenho ninguém nessa vida, minha família está morta e
meus colegas de profissão não se importam tanto comigo, tem essas pessoas
querendo me dar uma família contra a minha vontade, o que eu faço quanto
a isso?
— Fala um pouco mais de você, Allana? A quanto tempo você
estava na polícia? Quantas balas você já tomou trabalhando com aqueles
corruptos? — Isac puxa assunto e eu tento relaxar um pouco mais. Respiro
fundo.
— Eu cresci sabendo o que eu queria para mim, e eu queria saber
como pegar em uma arma, queria aprender a atirar para vingar a morte dos
meus pais... Quando completei os meus dezoito anos eu fui me formar para
entrar na polícia, eu queria pegar bandidos e mal sabia eu que eu estava
convivendo com eles... Por anos eu nutri muito ódio pela facção de vocês
por achar que vocês eram os culpados pela morte dos meus pais, não digo
vocês dessa geração, mas os pais de vocês... Bom, eu estava enganada e
reconheço isso, passei uma vida inteira lutando para conseguir fazer algo
que eu acreditava ser o certo, mas enfim... Não sei fazer mais nada além de
pegar em uma arma, acho que comigo ser tão bom quanto vocês com uma
arma nas mãos. Será que os meus pais se orgulhariam de mim? Eu fiz o
certo em entrar na polícia? Estou errada em fazer parte de uma facção? —
Desabafo sem tirar os olhos da minha taça de vinho.
Não vou beber mais pois não quero ficar bêbada, mas talvez só
assim eu consiga reagir bem a tudo isso.
— Eu entendo tudo que você passou, Allana, eu no seu lugar
também teria guardado magoa, rancor e uma fúria inexplicável para vingar
a morte dos meus pais, você cresceu acreditando que nós éramos os
culpados pois era nisso que queriam que você acreditasse. Se você está
errada em fazer parte de uma facção? É óbvio que não! A polícia de Roma
também não deixa de ser uma facção, eles lucram as nossas custas para nos
deixar livres, por isso vocês nunca conseguiram nos pegar antes, e isso não
vai mudar, então eu te pergunto, onde está a lei do país na qual você jurou
defender? Onde você acha que está mais segura? Lutando conosco ou
contra nós? — Maycon se vira para mim me encarando nos olhos. Ele
consegue me deixar sem palavras.
— Vamos mudar esse clima chato, por favor? Vamos falar do
futuro! O que você pretende fazer quando voltarmos para mansão D'ávila,
Allana? Você pode trabalhar com a mamãe ou com a minha tia Isa, ou você
pode se juntar a mim pois pretendo trabalhar nos negócios da família. —
Maria Luiza se empolga afastando realmente esse clima chato que se
instalou.
— Bom, não sei se vão me querer trabalhando nos negócios da
família, além do mas, não sei fazer nada além de pegar em uma arma, a
menos que me deixem ser um dos soldados para...
— Você ficou louca? Que ideia absurda é essa? Ser um dos
soldados? Nem em sonhos, Allana! Se realmente quiser, você pode sim
fazer alguma coisa junto com a minha mãe, ou minha tia e minha irmã, sei
lá, elas podem te ensinar a fazer alguma coisa, mas eu não te trouxe aqui
para se arriscar como fazia na delegacia, você não vai pegar em uma arma a
não ser que seja para sua segurança pessoal, e mesmo assim, ainda não
confio em você com uma arma... Talvez quando você aceitar que aqui é o
seu lugar, só então vou confiar em você. — Seu tom severo me surpreende,
ele está mesmo preocupado comigo, não é encenação.
— Relaxa! Está tudo bem se não confiar em mim... Tudo acontecerá
no seu tempo. — Me surpreendo com as minhas próprias palavras.
— Isso mesmo, Allana! Tudo acontecerá no seu tempo e enquanto
isso não acontece, vamos para sobremesa! — Luiza é uma mulher
empolgante, animada de muito alto astral, ela me faz sorrir mesmo quando
eu não quero.
— E o que temos para sobremesa? Algo de chocolate? Por favor eu
amo chocolates e já faz quase uma década que não como. — Me sinto
empolgada, me sinto animada de verdade como não me sentia desde que
cheguei aqui.
— Parece que eu não sou a única com vontade de comer chocolate...
Hoje vamos comer uma sobremesa tradicional, torta de chocolate! — Luiza
vibra e eu me junto a ela me sentindo uma criança.
Estou me sentindo leve, estou me sentindo bem pela primeira vez
sem brigar ou discutir com o soberano Jr.
— Chocolate de novo, Luiza? Já comemos semana passada, essa
coisa engorda. — É só pensar no diabo que ele dá sinal de vida. Maycon
resmunga tomando mais uma taça do vinho.
— Mas eu estava trancada a uma semana atrás e não comi torta de
chocolate, então não reclama! Se não quiser comer então não coma, é bom
que cobra mais. — Dou de ombro também tomando mais um gole do meu
vinho. Ouço ele bufar mas não diz mais nada. Sorrio largamente por isso.
Luiza e Isac tem um sorriso tão largo quanto o meu. A empregada
nos serve a torta de chocolate e como com gosto, como feito uma criança
pois está uma delícia. Vejo Isac e Maycon nos encarar com uma
sobrancelha erguida mas não ligamos, continuamos comendo e nos
servimos mais uma faria da torta.
— Porque mulher gosta tanto de chocolate? É um doce como outro
qualquer, não tem mistério nenhum nesse doce. — Comenta Isac apenas
beliscando a torta assim como Maycon.
— Vocês homens não sabem apreciar o chocolate, então se não
quiser comer não coma! Mas não fala mal do chocolate. — Dispara Luiza
entre uma colherada e outra e eu gargalho.
Me acabo de rir assim como os meninos, ela falou de um jeito tão
dramático, ela está emburrada por falarem mal do chocolate e até eu ficaria,
mas estou me sentindo tão bem com esse clima descontraído. A soberana
tinha razão, eu precisava mesmo de algo assim para relaxar um pouco, e
está dando certo.
Vejo Maycon se levantar afastando a sua cadeira e ele faz algo que
eu não esperava. Ele aumenta um pouco mais a música e me estende a mão.
— Dança essa música comigo? — Encaro a sua mão antes de
encará-lo surpresa.
— Não sei se é uma boa ideia, eu bebi um pouco e estou meio
zonza. — Tento recusar o seu pedido sem parecer rude.
— Qual é Allana? É só uma dança, não precisa inventar desculpas
para não dançar comigo, eu não mordo... A menos que você queira. — Seu
sorriso de lado me prende nele e eu pisco algumas vezes.
— Vamos Allana! Vai ser legal ver o meu irmão dançar, isso é uma
coisa rara de acontecer. — Luiza se levanta e vem até a mim me arrancando
da cadeira. Qual o problema dessa garota? Porque sempre faz isso?
Respiro fundo revirando os olhos mas acabo cedendo. Maycon me
encara de um jeito estranho, ele olha para o meu corpo como se quisesse me
despir apenas com um olhar. Ofego tentando a todo custo me manter calma,
eu não esperava estar fazendo isso, dançar com o soberano Jr.
Ele se aproxima de mim e abraça a minha cintura me puxando para
o seu corpo, respiro fundo mas perco o fôlego quando sinto o seu perfume
invadir as minhas narinas, ele está muito perto, está colado em mim e isso
está me deixando nervosa.
Ele se move no ritmo da música me levando junto e eu tento me
acalmar internamente. Tento não encará-lo nos olhos e viro o rosto olhando
para qualquer outro lugar, mas ele toca o meu rosto me fazendo encará-lo
novamente. Maycon não diz nada, apenas fixa os seus olhos nos meus
enquanto os seus dedos deslizam pelo meu rosto.
— Você é linda... Mas não é apenas um rostinho bonito, você é uma
mulher incrível... — Seu tom de voz é tom rouco que me deixa trêmula.
Ele encara a minha boca e eu acabo fazendo o mesmo, sinto o seu
polegar passar pelos meus lábios e eu Ofego. Meu Deus o que ele está
fazendo?
— Já está tarde... Eu preciso subir para descansar...
Me solto dele ainda ofegante e me viro para sair, mas ele me trás de
volta para os seus braços, o vejo ofegar e me segurar pela nuca devorando a
minha boca com um beijo urgente. Meu subconsciente me manda resistir e
me afastar dele, mas não consigo, meu corpo não quer resistir. Retribuo o
seu beijo como jamais imaginei que aconteceria, ele me beija ardentemente,
me beija faminto enquanto me aperta em seus braços, me deixando mole
como ninguém me deixou antes, me deixa sem fôlego mas não consigo
parar. Seu beijo é doce e sensual, ao mesmo tempo é forte e viciante, é
excitante e me faz querer mais. Droga!
— Caramba! Que beijão. — Ouço a voz de Isac e me afasto de
Maycon sentindo que posso desmaiar pela falta de ar.
— Eu... Eu vou subir... — Sussurro enquanto me apresso para
chegar no elevador.
— Espera, Allana! Não precisa ir... Allana? Vamos conversar um
pouco mais? — Ele vem atrás de mim mas eu não dou ouvidos.
Aperto o bastão do elevador mas ele não se abre, isso me irrita e eu
tento respirar fundo para não me estressar.
— Abre esse elevador! Eu quero subir, não quero ficar aqui embaixo
onde você me deixou trancada por uma semana, não vou correr o risco de
você me trancar de novo então abre esse elevador! Agora! — Ordeno em
um tom firme e ele me encara severamente antes de digitar uma senha no
painel.
— Eu te deixei trancada porque você apontou uma arma para mim
na frente da minha família... Qual é? Fica um pouco mais com a gente?
Ninguém vai fazer nada contra você, eu prometo? — Seu tom é apreensivo
mas ele não vai me levar na lábia como está acostumado a fazer com as
outras.
— De boas intenções o inferno está cheia! Você não vai me levar
pra cama como você quer, eu não vou ceder, Soberano! — O encaro furiosa
e entro no elevador.
Quando as portas estão quase se fechando ele entra no mesmo me
pondo contra a parede de aço.
— Você é minha mulher! Se eu quisesse te fazer minha agora
mesmo, eu faria e ponto final! Mas não quero agir com você como sempre
agi com muitas, então não brinque comigo...! Não me provoque porque eu
sei que você me quer, ou então não teria me beijando daquele jeito, me
deixando louco por você. — Diz entre dentes prendemos o seu corpo ao
meu, me deixando mole novamente.
O empurro para longe de mim tentando apertar novamente os botões
do elevador que está parado ao invés de subir, mas sinto ele me puxar em
um solavanco me colocando contra a parede de aço novamente, me
beijando ferozmente e mesmo com medo de que ele tente me possuir a
força, me sinto excitada, sinto uma adrenalina correr pelas minhas veias e
retribuo novamente ao seu beijo, gemendo na sua boa.
— O que está fazendo...? Ahhh... O que está fazendo? Maycon! —
Sussurro entre gemidos sentindo as suas mãos me apalpar me deixando em
chamas. Porque ele me deixa assim, fora de mim?
— Eu quero tento você... Porra você me deixa louco... — Sussurra
descendo a sua boca pelo meu pescoço enquanto meu corpo escorrega pela
parede de metal.
— Eu estou bêbada! Vai tentar transar comigo bêbada, soberano...?
É por esse tipo de homem que você espera que eu me apaixone? Um
homem que pode me violentar aproveitando que não estou sóbria? —
Disparo o empurrando mais uma vez e o vejo me encara surpreso, ele
parece espantado com as minhas palavras.
Ele esfrega as mãos nos cabelos ainda me encarando daquele jeito
estranho e põe o elevador para subir. Ele não diz mais nada e nem eu, não
vou transar com ele tentando me induzir a ceder a as suas investidas,
mesmo eu querendo muito isso. Eu pensei mesmo isso? Não posso querer
transar com ele, eu não devo deixar isso acontecer, mas como faço para o
meu corpo entender isso? Merda! Esse homem me deixa de um jeito que
não sei explicar, ele tem uma pegada tão forte e eu sempre quis isso em um
homem, mas tinha que ser justo ele?
O elevador se abre e eu saio apressada indo para suíte, não vejo
ninguém na sala e agradeço por isso. Entro na suíte batendo a porta e graças
a Deus ele não veio atrás de mim, o que eu falei de tão grave para deixá-lo
daquele jeito? Merda eu fiquei bêbada com três taças de vinho? Aff!
Vou para o banheiro e tomo um banho para aliviar a bebedeira, e
olha que nem bebi tanto assim. Passo um bom tempo debaixo da água e saio
vestindo um roupão, ele não voltou para o quarto e eu agradeço por isso,
não queria ter que dormir perto dele hoje depois do que houve, mas a suíte é
dele e eu não posso impedi-lo de entrar aqui.
Visto uma lingerie e uma camisola de alças, me jogo na cama e me
enrolo no edredom, rezo para o meu sono vir antes que ele entre nessa suíte
e o meu desejo é atendido, durmo rapidamente pois o vinho sempre me dá
sono, durmo despreocupada pois sei que ele não vai tentar nada comigo
hoje, não me lembro o que disse a ele para deixá-lo daquele jeito, mas de
certa forma isso vai me deixar tranquila pois ele parecia surpreso, acho que
ele percebeu o que me deixa realmente receosa em relação a ele.

A noite passou e eu dormi feito uma pedra, talvez eu deva tomar


uma taça de vinho todos os dias depois da janta pois eu dormir como não
durmo a anos, dormi tranquila e consegui acordar sem preocupação alguma
na minha mente.
Me sento na cama e me deparo com Maycon dormindo sentado em
uma poltrona ao lado da cama, olho para o seu lado da cama e está intacto,
ele dormiu na poltrona a noite toda? Porque ele dormiu na poltrona? Merda!
Nos beijamos ontem durante o jantar, eu falei alguma coisa para ele mas
não me lembro o quê, espero que ele não resolva me castigar outra vez.
Me levanto com cautela para não fazer barulho, sigo para o banheiro
e faço a minha higiene pessoal, volto para quarto e ele está de pé ao lado da
cama encarando a mesma, ele me vê saindo do banheiro e passo por ele
indo para o closet.
— Bom dia! — Digo antes de entrar no closet.
Escolho uma roupa para vestir e pego um short jeans, uma regata
branca e um tênis na mesma cor. Termino de me vestir e me viro para sair,
me deparo com nele parado na porta de cabeça abaixa.
— Bom dia... Quero pedir desculpas por ontem, se eu fiz algo que
você não gostou... Peço que me desculpa, não era a minha intenção
violentar você se é o que pensou que eu iria fazer, isso nunca passou pela
minha cabeça por mais que eu te deseje feito um louco... Jamais faria isso
com você. Não vou mentir, já fiz isso com muitas mulheres por se
recusarem a fazer o que eu queria, mas não conseguiria fazer isso com
você... Não é esse tipo de homem que eu quero que veja em mim, quero que
veja o meu melhor e eu vou te dar o meu melhor. — Seus olhos estão
atentos em mim, mas não é um olhar de malícia, ele me olha diferente, me
olha com carinho e compaixão. Me surpreendo com isso.
CAPÍTULO 16

— Não me lembro o que eu te disse ontem, eu realmente estava


bêbada, mas... Se você está se desculpando é porque tem algum
fundamento... Bom, aceito o seu pedido de desculpas desde que você não
aja mais comigo daquela maneira... Me assustou e... Bom, é isso. — A vejo
acanhada, é a primeira vez que a vejo assim.
— Beleza, prometo não agir mais daquela maneira, mas não posso
prometer que não vou mais te beijar, porque eu vou sim! Te vejo na mesa
no café. — Solto sem nenhuma cerimônia e saio deixando ela ofegante pois
com certeza ela se lembrou dos nossos beijos de ontem.
— Puta merda! Porque não contestei sobre ele me beijar de novo?
Ele não vai me beijar quando quiser! — Retruca baixinho mas consigo
ouvir. Então vou poder beijá-la quando ela quiser?
Sorrio abertamente enquanto vou para o banheiro, não posso estar
sonhando, nos beijamos ontem e foi tão bom, eu quase perdi cabeça com ela
mas por sorte ela me parou a tempo de fazer uma besteira, realmente não
passou pela minha cabeça fazer nada contra a sua vontade, mas parecia que
ela estava afim, eu senti isso nos seus beijos e nos seus gemidos. Ela tem
uma boca tão gostosa, eu já estava enlouquecendo de vontade de beijá-la,
mas essa mulher é brava demais, todo cuidado com as minhas bolas é
pouco.
Entro no banheiro me despindo e vou para o chuveiro ainda sorrindo
feito bobo, as coisas finalmente começaram a andar e eu estou satisfeito
com isso.
Ontem não consegui voltar para suíte antes de conversar com a
minha mãe e fui até ela, por sorte ela e meu pai estavam apenas
conversando e não se pegando como sempre, mas conversar com eles foi
libertador, eles me fizeram enxergar o que eu realmente quero ser para
Allana então preciso mudar algumas atitudes, não vai ser agindo feito um
predador que vou conseguir conquistar essa mulher, e eu sinto que ela já
está amolecendo esse coraçãozinho comigo.
Allana está diferente desde o dia em que minha mãe a levou até a
superfície, ela precisava mesmo daquilo, as duas conversaram e Allana
parece mais disposta a aceitar a sua nova vida, ou pelo menos está tentando
aceitar, foi isso que ela prometeu a minha mãe e parece que ela está
realmente cumprindo.
Eu nunca a vi sorrir tanto como ontem, ela tem um sorriso
encantador, um sorriso tão doce que me fascina. Conseguimos conversar
mais abertamente ontem sem que ela quisesse pular no meu pescoço com
uma faca, e beijar aquela boca outra vez foi como realizar um sonho, já
estou louco para beijá-la novamente, na verdade eu quero mais que isso,
quero ter essa mulher em meus braços o quanto antes mas já me
aconselharam a não ser um babaca com ela, preciso ir devagar e quem me
aconselhou? Minha mãe.
— Ela me confunde, mamãe, essa garota me deixa de um jeito que
não sei explicar, e não digo isso só pelo tesão que sinto por ela, é mais que
isso... Merda! O que eu faço? Estávamos dançando durante o jantar e eu a
beijei, ela não me recusou, ela também me beijou mas de repente ela quis
subir e eu novamente a agarrei no elevador, mas ela me disse algo que
me deixou estático, ela me fez enxergar que eu estava agindo feito um
animal como eu sempre agi com as outras, mas eu não quero agir assim
com ela, Allana finalmente está baixando a guarda e eu não quero errar
com ela, não quero mostrar a ela esse meu lado perverso, porque eu sei que
sou um cafajeste com as mulheres pois é disso que elas gostam, mas Allana
é diferente, ela não é nem um terço do que eu estou acostumado a ver em
outras mulheres. — Ando pelo quarto inquieto mas minha mãe continua
deitada nos braços do meu pai rindo da minha cara. — Não ria, mamãe!
Eu estou aqui para você me ajudar e não para rir da minha cara! — A
repreendo irritado e meu pai me adverte.
— Calma aí, filho! Não precisa falar com a sua mãe desse jeito,
ninguém aqui está rindo da sua cara, estamos sorrindo por perceber que
está acontecendo com vocês o mesmo que aconteceu conosco. — Ele se
senta enquanto minha mãe se levanta vindo até a mim.
— Nunca escondemos nada de você e da sua irmã, você sabe que eu
e seu pai também começamos de maneiras nada tradicionais... Para me
defender de um cretino que me maltratava, seu pai tomou decisões que ao
meu ver também eram erradas, Michael também aprontou bastante até me
conhecer, mas tudo mudou quando passamos a nos olhar de outra maneira,
quando eu passei a aceitar que viver ao seu lado não era apenas uma
obrigação, mas sim porque eu queria estar ao lado dele... Seu pai salvou a
mim e a sua tia Isabela, ele nos livrou de morrermos nas mãos de um dos
membros de um Cartel também bastante poderoso na época. A nossa
convivência, o seu carinho comigo mesmo sem se dar conta, a sua gentileza
e a sua preocupação comigo era verdadeira e por isso me apaixonei por
ele. — Ela me abraça carinhosamente me levando para me sentar na sua
cama. — Só estou tentando dizer que, se você está vendo que ela é
diferente, você precisa agir diferente com ela, não pode fazer como está
acostumado com as prostitutas das nossas boates, se você quer o amor de
Allana, você terá que merecê-lo ao invés de exigir, não é assim que se
conquista uma mulher então sugiro que pegue algumas dicas com o seu
pai, ele sabe muito bem como conquistar uma mulher. — Seu sorriso e
imenso e ela parece emocionada, mas pisca para o meu pai se insinuando.
Já vão começar!
— O nosso primogênito está apaixonado e ainda não se deu conta,
eu tenho muito a te ensinar sobre o amor, filho, vamos conversar mas não
agora, amanhã conversamos sobre isso porque a primeira coisa que você
precisa fazer agora, é se desculpar com a garota, se você fez merda,
assuma e se desculpa, esse é o primeiro passo a ser dado, o resto você vai
aprender aos poucos. — Meu pai vem até a mim mas ao invés de me dar um
abraço de conforto, ele arranca minha mãe dos meus braços.
— Vai descansar, filho! Amanhã é um novo dia e precisamos voltar
a nossa rotina ao normal, vamos voltar para mansão e seguirmos com as
nossas vidas e os nossos negócios como antes... Tenha uma boa noite,
querido. — Ela acaricia o meu rosto gentilmente e eu respiro fundo lhe
dando um beijo no rosto.
Depois que saí do quarto dos meus pais eu voltei para minha suíte,
ela estava linda dormindo, e muito sexy também com aquela camisola com
as costas nua, porra ela tem uma pele tão macia, fico duro com facilidade só
de me lembrar das minhas mãos apalpando o seu corpo, que mulher
gostosa, eu estou enlouquecendo de tento desejá-la.
Termino o meu banho e saio enrolado na toalha, sigo para o closet e
me visto pondo uma box preta e um conjunto social, calça preta com linhas
brancas e blusa branca, pego os sapatos também pretos e um blazer na cor
da calça. Arrumo os meus cabelos e passo o meu perfume de sempre,
escolho um dos meus relógios da coleção de Rolex de ouro e estou pronto
para voltar aos negócios. Mas não antes de um bom café da manhã pois
estou faminto.
Sigo para sala de refeições e vejo as mulheres na mesa se acabando
em gargalhadas, três loiras e uma morena pois minha tia abandonou as
madeixas loiras a anos. Respiro fundo e entro na sala no mesmo instante em
que meu pai, meu tio e Isac aparecem vindo da cozinha com alguns pratos
nas mãos.
— Você não vai ficar de fora dessa, soberano! Pode pegar um preto
e talheres para nos ajudar a servir as moças, elas cismaram que hoje
teremos que servi-las e eu não quero dormir no sofá pelo resto da semana...
Você conhece a sua mãe. — Me alerta meu pai e o encaro perplexo.
— É exatamente por ser um soberano que eu não preciso passar por
essa vergonha, então me sirvam! Eu estou faminto e pronto para sair... —
Me sento no meu lugar e todos me encaram com uma sobrancelha erguida.
— Se quiser comer alguma coisa é melhor se mexer, soberano Jr!
Elas não estão brincando. — Vejo um sorriso de deboche nesses lábios
doces que ela tem, mas me irrito com ela.
— Quando você vai parar de me chamar de soberano Jr? Eu tenho
nome e é bom que o decore para não esquecer. — Retruco emburrado e me
levanto indo para cozinha.
Eu só consegui uns beijinhos e ela já acha que pode mandar em
mim? Droga! Estou ferrado com essas mulheres, meu pai e meu tio já são
uns frouxos de carteirinha mas Isac? Esse está me surpreendendo. Pego os
pratos e os talheres e respiro fundo, não acredito que estou fazendo isso, eu!
Um soberano servindo uma mulher, "mas não é uma mulher qualquer seu
idiota! É a mulher! A mulher que você quer para sua vida e não apenas
para sua cama!"
Sigo de volta para sala de refeições e sirvo Allana que me
surpreendo com um sorriso lindo, porra! Eu ganhei esse sorriso só por
servi-las? Me perco nesses lábios sedutores sorrindo feito um idiota por ela
estar sorrindo para mim. E esses olhos verdes intensos?
— Parece que tem alguém enfeitiçado pelo sorriso encantador da
policial... Você está prendendo o meu sobrinho sem precisar de algemas,
Allana. Isso é incrível. — Comenta minha tia sorridente e eu reviro os
olhos. — Se revirar esses olhos sedutores para sua tia mais uma vez, você
vai ganhar uns puxões de orelha, soberano! — Me alerta em um tom sério e
Allana gargalha de se contorcer.
— Se isso fizer ela sorrir desse jeito sempre, pode me bater, tia, vou
virar o seu saco de pancadas. — Solto espontaneamente e me surpreendo
comigo mesmo, assim como os demais na mesa. — Vamos comer? Eu estou
com fome. — Tento desconversar e me sirvo uma xícara de café, mas
Allana segura a minha mão.
— Você chegou depois de nós e não ouviu as regras, você me serve
e eu te sirvo, Maycon. — Seu tom suave me impressiona, mas a vejo ficar
vermelha com o seu próprio comentário.
Não digo mais nada para não deixá-la ainda mais envergonhada.
Nos servimos e tomamos o nosso café da manhã com minha mãe e minha
tia contando sobre a nossa volta para casa, Allana se empolga conversando
com Luiza pois elas querem fazer um tour pela mansão, Luiza tem um
Studio de fotografias e quer que Allana seja sua modelo, não vai ser uma
má ideia tirar umas fotos com ela, só espero que ela aceite isso numa boa.
Depois do nosso café fomos arrumar as malas para sairmos, Allana
está tão empolgada para sair do banker que me sinto mal por tê-la mantido
presa aqui por todo esse tempo, mas ainda não confio nela e sei que ela
pode tentar fugir de mim, e eu não vou permitir isso, além do mas, fiz isso
pela segurança dela então não tenho que me sentir tão mal assim.
— Podemos subir logo? Eu quero sentir o sol na minha pele, está
fazendo sol, não está? Ah, não importa, eu só quero sair desse lugar. Vamos
Allana! — Luiza arrasta Allana com ela em direção ao elevador enquanto
alguns soldados carregam as nossas malas.
Na verdade, nem são tantas coisas assim, só o mais pessoal pois o
resto fica aqui para quando precisarmos voltar, mas Allana tem bastante
coisa que as mulheres dessa casa compraram para ela.
— Esperem meninas! Os homens vão sair primeiro para ver se é
seguro sairmos, depois nós subimos. — Alerta minha mãe fazendo Luiza
bufar.
— Quem esperou até agora, pode esperar mais uns minutos. —
Allana lhe dá um pequeno sorriso e puxa ela de volta para o sofá.
Sorrio de lado e sigo para o elevador com meu pai, meu tio, Isac e
Thomas. Subimos até a superfície vejo alguns dos nossos homens
verificando o perímetro enquanto outros verificam os carros, quando está
tudo liberado eu peço a Bruno e Filippo para irem buscar as mulheres,
Bruno é segurança de Luiza e Filippo ficará responsável pela segurança de
Allana.
Poucos minutos depois elas sobem empolgadas e falando pelos
cotovelos, sorrimos por isso e colocamos elas nos carros. Nos dividimos em
dois carros, meus pais e meus tios vão em um, e eu e minha irmã vamos em
outro com Allana e Isac, mesmo com as minhas dificuldades em conquistar
essa policial marrenta, eu estou contente, estamos tendo pequenos
progressos e isso me anima bastante.
À nossa frente vão três carros com os nossos soldados e atrás de nós
vem mais três, os restante do pessoal se dividem para seguir por outras rotas
paralelas, para se certificarem de que não sofreremos nenhuma emboscada
ou algo do tipo.
Vejo Allana abrir o frigobar do carro mas Luiza a impede de pegar
algo.
— Se eu fosse você não tomava nada desse frigobar, Allana, meu
irmão costuma dopar os passageiros que andam com ele. — Alerta
erguendo uma sobrancelha deixando Allana confusa.
— Como assim, Luiza? Do que você está falando?
— Eu dopei você porque foi necessário, maninha, você estava mal,
estava quase desmaiando de fraqueza e ainda queria ir para faculdade, eu
não podia permitir isso então achei melhor levar você para o meu
apartamento e deixá-la descansar um pouco, e eu sabia que você não iria
aceitar a minha proposta, então você não me deu escolha. Eu só queria o
seu bem, você não estava em condições de ir a faculdade, Luiza... Porra eu
amo você e me preocupo, não iria permitir que você saísse naquele estado, e
também sabia que você não queria ficar em casa... Eu ainda não me
desculpei por isso, então... Me desculpe, ok? Prometo não fazer mais isso.
Se você não me dê motivos, óbvio. — Estendo a mão para ela e pisco
ganhando um sorriso de lado e um beliscão.
— Eu também te amo, mas se você fizer aquilo de novo, eu juro que
te dou uma surra! — Ela se inclina me dando um beijo e eu gargalho com o
seu comentário. — Está tudo bem, Allana, se está com cede pode ficar à
vontade, eu também quero uma água. — Encaro Allana pelo retrovisor e a
vejo respirar fundo antes de aceitar a água.
Quase três horas depois estamos chegando na mansão principal, a
nossa residência fixa, por mim eu iria para o meu apartamento mas
concordamos que aqui é mais seguro para manter Allana, e também
acabamos de voltar e não podemos vacilar na nossa segurança.
As meninas pulam do carro uma eufórica por estar em casa, e a
outras deslumbrada com o tamanho dessa propriedade, Allana parece
encantada e anda pelo jardim admirando a sua volta. Essa mansão também
possui um lago mas esse é maior que o da mansão de campo, a casa é
imensa e tem dois andares.
Minha mãe nunca me deixou sair de perto dela definitivamente, o
meu apartamento serve mais como um refúgio para quando estou estressado
e quero ficar sozinho, mas eu sempre morei com os meus pais e não me
envergonho por isso, somos uma família muito unida e não queremos
desperdiçar o nosso tempo longe um dos outros, a nossa vida é muito
arriscada e não sabemos se amanhã um de nós ainda vamos estar aqui,
então não vamos nos separar jamais.

O dia passou voando e já é quase final de noite, já é bem tarde e eu e


meu pai ainda estamos no armazém recebendo os carregamentos, Olavo
está responsável pela fiscalização de entrada e saída das drogas, e minha
mãe cuida apenas da contabilidade dos negócios, tanto das boates quanto
entradas e saídas dos carregamentos, mas, como ela é uma mulher muito
inteligente e sempre consegue o que quer. Mamãe também consegue se
enfiar nos confrontos mesmo contra a nossa vontade, mas agora as coisas
vão mudar, não quero mais ela se arriscando nas guerras pois tenho medo
de perdê-la, sou o soberano e ela terá que me obedecer, assim espero.
— Pessoal! Terminamos por hoje, a equipe noturna já vai assumir os
seus postos e a segurança será mais uma vez reforçada, só por precaução,
no mais está tudo em ordem... Bom descanso para quem está de saída, nos
vemos novamente amanhã, tenham todos uma boa noite e no menor
imprevisto, já sabem o que fazer. — Dispenso a primeira equipe enquanto
vejo a segunda tropa chegar.
— É isso aí, filho! Vamos pra casa descansar, nós precisamos disso
depois de um dia inteiro recebendo e despachando as mercadorias... Você
está se saindo melhor do que imaginamos, estou muito orgulhoso de você,
cara. Vamos nessa! — Meu pai me abraça pelos ombros sorridente por mais
um dia finalizado como esperado.
— Valeu, pai! Só estou me saindo bem porque tenho o seu apoio e
também o apoio da mamãe, mas eu ainda vou lhes dar muito orgulho, pode
contar com isso...! Agora vamos embora, estou ansioso para ver uma certa
loirinha, essa mulher não sai da minha cabeça, e seus beijos, minha nossa,
estou enlouquecendo por não poder beijá-la a hora que eu quiser, a todo
instante... Porque fomos escolher justos as mulheres mais bravas do
universo, papai? Isso é culpa sua! Herdei a sua personalidade e gosto do
que é mais difícil. — Retribuo o seu abraço sorrindo enquanto ele se acaba
em gargalhadas.
— Você aprende rápido, soberano! O melhor sempre é o mais
difícil, o trabalho que você tem para conquistar o que você quer, sempre é
recompensado no final, digo isso por experiência própria. Agora deixa de
conversa e vamos embora, você não é o único com saudade de uma loira
marrenta... Mas eu amo aquela tigresa que tenho em casa.
— Tigresa, papai? Ah pelo amor de Deus! Não vai começar a falar
do quanto vocês ainda são feras na cama, eu não preciso ouvir isso de você,
muito menos agora que só consigo desejar aquela policial teimosa. Vamos
embora! — Me apresso para entrar no carro e o cretino gargalha.
Entramos no mesmo e seguimos para casa com meu pai me
sacaneando, fui contar a ele que broxei com uma das nossas garotas da
boate e agora ele joga na minha cara que estou apaixonado. Gosto sim
daquela mulher atrevida, mas não posso dizer que estou apaixonado, eu não
sei dizer o que sinto, eu só quero ela e não vou deixá-la ir, eu quero ela
como nunca quis uma mulher antes, ela tem que ser minha.
CAPÍTULO 17

Chegamos em casa as três da manhã e já estão todos dormindo,


seguimos cada um para os seus quartos mas meu pai barrou Isac quando ele
pediu para dormir com a minha irmã, não teve como não sorrir da cara que
ele fez, mas sei que esse filho da mãe vai dar o seu jeito de pular a janela
dela, ele acha que não sei que eles estão dormindo escondido.
A uns três dias vi ele entrando no quarto dela no meio da noite, lá
banker, e ontem foi ela quem fugiu para dormir com ele, não me importei
com isso pois agora eles são um casal, eles se amam e tem mais é que
aproveitar todos os momentos juntos, não sabemos se amanhã vamos estar
aqui então precisamos viver todos os dias como se fosse o último.
Entro no meu quarto esperando encontrar Allana na minha cama,
mas me surpreendo pois ela não está, será que ela fugiu? Não pode ser, eu
teria sido avisado sobre a fuga dela. Merda!
Saio do quarto apressado e procuro-a pela casa, entro nos quartos de
hóspedes mas não tem ninguém, procuro por toda a casa antes de acordar a
casa toda por causa disso. Sinto o meu peito se apertar, ela não pode ter
fugido de mim, não vou aceitar isso! Não quero ter que executá-la caso me
obriguem a fazer isso.
Passo apressado pela cozinha mas não tem ninguém, sigo para o
escritório e depois entro na biblioteca, respiro fundo e aliviado quando a
vejo dormindo na poltrona com um livro aberto sobre o peito. Puta merda!
Graças a Deus ela está aqui. Que merda! Porque ela está dormindo aqui?
Será que pegou no sono enquanto lia o livro? Porque ela não foi ler no
quarto?
Me aproximo dela e pego o livro preso na sua mão, não é bem um
livro, é uma pasta organizadora com recortes de reportagens sobre facções e
os confrontos que participamos, tem recortes antigos e recentes pois minha
mãe faz questão de guardar essas coisas, aqui tem tudo sobre os ataques e as
investigações da polícia, além de algumas informações sobre alguns
Carteis, e entre as notícias das matérias recortadas também tem as fotos que
encontramos dos pais de Allana. Porra será que ela viu?
Me abaixo na sua frente admirando o seu rosto delicado mas vejo
que seus olhos estão inchados, ela chorou, e se chorou é porque ele deve ter
visto a matéria sobre os pais dela, onde a mídia culpa a nossa facção pela
morte de todos os integrantes do Cartel em que os pais dela trabalhavam.
Será que ela vai voltar a nos culpar? Mesmo sabendo de toda a verdade?
Ela vai continuar acreditando na nossa versão? Não temos motivos pra
mentir para ela.
Respiro fundo e pego ela no colo com cuidado, ela abraça o meu
pescoço deitando a sua cabeça em meu ombro. Volto para minha suíte com
ela nos braços e ponho ela na cama, ela se vira para o outro lado se
acomodando melhor nos travesseiros, ela dorme tão tranquilamente mesmo
depois de ter chorado.
Não quero vê-la assim mas também não quero perdê-la, eu não
posso abrir mão dela, não depois do que comecei a sentir por ela, eu posso
mesmo estar apaixonado por ela, não me vejo mais sem essa mulher mesmo
que ela não sinta o mesmo por mim.
— Eu estou ferrado... Escolhi uma das mulheres mais difíceis do
planeta para me apaixonar... — Constato enquanto Admiro-a dormir.
Porra eu estou apaixonado por ela, estou apaixonado por ela e não
sei o que fazer, quero agradá-la, quero deixá-la feliz para que me odeie
menos, quero conquistar essa mulher e minha mãe vai me ajudar nisso. Ela
é tão brava quanto Allana então ela vai saber me ajudar a amansar essa fera.
Vou para o banheiro e tomo um banho bem demorado antes de me
jogar na cama ao lado dela, estou exausto, estou casado e tudo que eu quero
nesse momento é sentir o seu cheiro, e eu faço o que eu quero. Me
aproximo dela e cheiro os seus cabelos com perfume doce, abraço a sua
cintura e fico aqui quietinho para ela não acordar, não quero ter que soltá-la,
quero dormir assim bem pertinho dela.

Acordo sozinho na cama mas ouço o som de água no chuveiro, olho


de um lado para o outro e me levanto esfregando os olhos. Porque ela
deixou a porta entreaberta?
Olho em direção a porta o banheiro e não resisto em ir até lá, paro
na frente da porta e a vejo embaixo d´água, nua como veio ao mundo e seu
corpo é perfeito.
— Caralho... — Ofego admirando o seu corpo de cima abaixo.
Ela é perfeita, é linda. Quero entrar nesse banheiro e possuí-la,
quero sentir essa mulher mas ela vai me odiar se eu tocar nessa maçaneta,
estou numa briga interna comigo mesmo para não entrar nesse banheiro. As
palavras da minha não ecoam na minha mente. "Só estou tentando dizer
que, se você está vendo que ela é diferente, você precisa agir diferente com
ela, não pode fazer como está acostumado com as prostitutas das nossas
boates, se você quer o amor de Allana, você terá que merecê-lo ao invés de
exigir, não é assim que se conquista uma mulher."
Respiro fundo me controlando para não entrar nesse banheiro e me
afasto esfregando as mãos no rosto, tentando entender como consegui
resistir a isso, essa mulher é maravilhosa e eu resisti a ela, como isso é
possível? "Você não posso ser um canalha com ela, ela não merece isso!"
Respiro fundo e sigo para ao closet, preciso separar uma roupa
enquanto ela termina o banho, preciso pensar em algo que me distraia dela.
Olho para baixo e me vejo de pau duro e a imagem dela nua invade a minha
mente. Droga!
Saio do closet irritado mas me choco contra alguém.
— AHHH... Maycon...? Pensei que tivesse saído do quarto... — Ela
grita pelo susto se agarrando a mim e eu abraço a sua cintura, mas a sua
toalha vai parar no chão.
Porra ela está nua nos meus braços e seus seios estão pressionando o
meu peito... Ohh cacete! "Se controla Maycon D'ávila! Se você fizer o que
está se passando na sua cabeça ela vai te odiar!" Allana está tão ofegante
quanto eu, sinto ela trêmula como da última vez em que nos beijamos e
seguro a sua cintura com mais firmeza. Mas ela se solta de mim
abruptamente pegando a toalha de volta para de cobrir, agradeço
mentalmente por isso.
— Me desculpa, eu vou me vestir para tomar café... Se puder me dá
licença. — Ela entra no closet apressada e eu saio sem conseguir dizer nada.
O que deu em mim? Porque agi feito um idiota e não a respondi?
Merda! O que está garota está fazendo comigo? Jogo as minhas roupas
sobre a cama e vou para o banheiro, entro na água gelada para tentar
resolver o meu problemas aqui embaixo. Eu vou enlouquecer, ou pior, eu já
estou enlouquecendo.
Passo um bom tempo embaixo da água e só saio quando sinto que
estou mais calmo. Me arrumo e saio do quarto seguindo para sala de
refeições e todos já estão nos seus lugares.
— O que está acontecendo com você, maninho? Ultimamente você
é sempre o último a se sentar à mesa. Está tudo bem? — Luiza me lança um
olhar de desconfiança e vejo Allana mais vermelha que um tomate.
— Não aconteceu nada demais, maninha! Eu cheguei em casa
depois da três da manhã e estava exausto, mas porque estou te dando
explicações? O seu namorado é o Isac, e não eu! — Retruco em um tom
seco mas me arrependo no minuto seguinte. — Me desculpa? Eu não queria
ter falando assim com você, mas não estou legal, eu vou dar umas voltas...
Com licença. — Respiro fundo e me levanto saindo da mesa.
— Maycon? Filho o que houve? Maycon? — Mamãe me chama
mas não dou ouvidos.
Preciso ficar sozinho um pouco, longe dela, mal consigo respirar
com ela por perto pois não posso tocá-la sem ela me jogar para longe dela.
Saio de casa e ando pelo jardim tentando pôr os meus pensamentos
em ordem, estou tão confuso, estou mais perdido que cego em tiroteio em
relação a Allana. Paro em frente ao lago olhando além da ponte a minha
frente, ando por ela e paro pensativo, preciso tomar algumas atitudes logo,
preciso mostrar a ela que não sou o monstro que ela acha que eu sou.
— Está tudo bem...? Me pediram para vir ver você. Quer conversar?
Estou disposta a te ouvir. — Me surpreendo com ela parada mais a diante.
Esperava que a minha mãe aparecesse como ela sempre faz, mas ao
invés disso vejo Allana se aproximar com um sorriso acanhado, mas isso já
me faz bem.
— Está disposta a me ouvir sem desejar me jogar nesse lago? Ou
pular no meu pescoço com nessas unhas afiadas? — Ergo uma sobrancelha
e ela abre mais o seu sorriso.
— Se preferir podemos manter uma certa distância, só por
precaução. — Ela se apoia no muro da ponte admirando o lago.
— Ok! Bom... Estou tentando entender o que está acontecendo
comigo, estou meio perdido e talvez eu precise de ajuda, está disposta a me
ajudar, Srta. Allana Macedo? — Paro ao seu lado atento a ela.
— O soberano precisa da minha ajuda? Uau! Quanta honra... Mas
me diz? Em que você precisa de ajuda? Talvez eu consiga te ajudar. — Ela
se vira para mim cruzando os braços e eu respiro fundo.
— Bom, eu... Eu estou acostumado a lidar com um tipo de mulher
totalmente diferente de você, e você é incrível, além de muito linda... —
Não sei o porquê mas me sinto tenso em falar sobre isso com ela, me sinto
nervoso. — O fato é que, eu quero aprender a ser um homem diferente,
quero aprender a ser mais gentil, mais paciente e... Eu gosto... Eu gosto de
uma garota e quero que ela goste de mim também, mas ela me vê como um
monstro por eu ser o líder de uma facção, e dentro da máfia ou em qualquer
lugar existem pessoas que... Que se apaixonam, que deseja fazer um gesto
de carinho ou um simples agrado, mas muitos de nós não sabemos como
fazer isso... Eu só quero que ela enxergue quem eu sou de verdade, mas eu
não sei fazer isso sozinho. — Limpo a garganta por me sentir tão nervoso,
ela me encara surpresa e confusa ao mesmo tempo.
— Me deixa ver se entendi... Você está apaixonado e está me
pedindo ajuda para conquista uma garota? É sério isso? — Ela me encara
incrédula mas também decepcionada. Isso me surpreende e me deixa
confuso. — É muito nobre da sua parte querer mudar para conquistar uma
garota, e desde que você esteja sente sincero, acho que você vai conseguir...
Mas antes que eu possa te ajudar, me responde uma pergunta? Se está
apaixonado por alguém, porque me manter ao seu lado com essa desculpa
de que sou sua? Você por acaso pretende me usar como um brinquedo
mesmo apaixonado por outra garota? É assim que você pretende mudar? Ou
você vai me deixar ir embora depois que conseguir o que tento quer? — A
vejo ficar furiosa dando passos na minha direção. Mas eu não me movo.
— Você não entendeu o que está acontecendo aqui, Allana, e eu
posso explicar...
— Não quero as suas explicações, eu quero que você vá a merda,
soberano! — Esbraveja entre dentes e se vira se afastando de mim. Mas
seguro o seu braço a impedindo de ir.
— Você vai me ouvir mesmo que não queira! Estou tentando ser
gentil porque eu me apaixonei por você, caramba! E você é minha e não
vou deixar você ir! Se preferir que eu continue sendo um canalha, não vejo
problema algum nisso! — A encaro furioso e solto o seu braço. Saio
deixando ela para trás.
Não quero brigar com ela e nem passar dos limites então sigo direto
para garagem, entro em um dos meus carros e saio cantando pneus, mas
vejo outro carro vir atrás e sei que são os meus soldados. Eu devia ter sido
mais claro com ela quando comecei aquela merda de conversa, mas não
quis assustá-la com isso e tudo deu errado do mesmo jeito. Inferno!
Saio da mansão e sigo para uma das boates mais próximas, a
Pleasures of The Flesh, eu preciso me aliviar ou eu vou enlouquecer, e
aquela mulher não está me ajudando em nada!
Meu celular toca mas não me importo em pegar o aparelho, não
quero falar com ninguém agora pois estou irritado.
Minutos depois estou entrando na boate e vejo a Sra. Crystal dando
uma dura em uma das meninas, ela tem pulso firme para fazer isso e sei que
aprendeu com a melhor, com a minha mãe.
— Soberano? Que surpresa vê-lo aqui novamente... Em que posso
ajudar? — Pergunta assim que me vê.
Mas minha atenção vai em Liang mais a diante conversando cheio
de sorriso com Jasmim, a filha da ex prostituta Jaspe, ela é muito bonita
além de muito experiente, Liang vai gostar dela.
— Sra. Crystal, quero duas das meninas me servindo, Rubi e Jade!
Quero uma dose dupla de uísque e uma massagem. Estou esperando na
suíte. — Aviso antes de sair em direção a Liang. — Porque não me avisou
que vinha? Você está me devendo uma festa e eu não vou me esquecer
disso. — Paro ao seu lado e ele vem me cumprimentar com um abraço.
— Já se recuperou dos seus ferimentos? Se estiver pronto podemos
dar uma festa hoje mesmo. — Ele sorrir empolgado agarrado a cintura de
Jasmim.
— Não estou em clima de festa, eu só quero relaxar um pouco e
aliviar o estresse... Divirta-se! Eu vou para minha suíte, nos falamos
depois. — Me viro saindo dali mas ele vem atrás.
— Espera, Maycon! Você está bem, cara? Parece chateado com
alguma coisa, está afim de conversar? Qual é? Somos parceiros e um
sempre entende o outro. — Insiste enquanto sigo para a suíte Master.
— É complicado, irmão, não sei se dessa vez você saberia me
entender... Me diz uma coisa, você já se apaixonou antes? Sabe como
agradar uma mulher que não seja uma prostituta afim de dinheiro? Porque
eu não sei, parceiro, e só estou me ferrando. — Desabafo desejando fazer
isso com os meus pais, mas não quero voltar para casa agora.
— Não brinca, Maycon! O soberano está apaixonado? É sério isso?
O predador que gosta de dominar as mulheres está sendo dominado?
— Não fode, Liang! Estou falando sério, cara, estou na merda e
preciso de um amigo e não de um cuzão para me zoar! — Me irrito com as
suas piadinhas e paro o encaro furioso.
— Foi mal, irmão! Não imaginei que a coisa fosse seria ao ponto de
você se alterar dessa maneira. — Seu sorriso debochado se desfaz e ele me
encara sério. — Quem é ela? O que você pretende de verdade com essa
garota? Está pensando em fazer como o seu pai? Você quer uma primeira
dama? Uma família? — Pergunta surpreso.
— Com ela eu quero... Quero tudo que ela quiser, mas só aceito se
for com ela... Allana Macedo, ela é policial. — Revelo pensativo
continuando o meu tráfego.
— Brincou... Uma policial? Não tinha uma mulher menos
complicada para você escolher? Tinha que ser uma policial? Como você vai
fazer para se aproximar de uma de uma mulher que quer meter uma bala no
seu crânio? É sério Maycon, estou surpreso com tudo isso. — Entramos no
corredor e ele para me segurando pelo ombro.
— Ela está na mansão, eu a salvei durante o confronto com o Cartel
Armstrong, cuidarmos dela e não vou deixa-la ir embora, ela é minha de um
jeito ou de outro, eu quero essa mulher e ela será minha! Mas eu gosto dela
e preciso aprender a lidar com ela. Ela não é como as outras, entende? —
Solto em um tom firme e seguro das minhas palavras.
— Puta merda...! Ok! Se você quer agradar uma mulher difícil, você
vai precisar de um dicionário que tenha palavras além de sexo, orgias,
peitos e bundas deliciosas, entre outras coisas, você não vai poder pensar só
em sexo perto dela, por mais que ela te deixe de pau duro o dia inteiro...
Seja gentil, seja carinhoso não só em gestos mas em palavras também, dê
presentes simples que não indique que você está tentando comprá-la, ou que
está tentando transar com ela. Enfim, você vai ter que ser o oposto do que
você é, meu amigo... Vai por mim, isso dá muito certo. — O vejo
empolgado mas ao mesmo tempo pensativo.
— Como você sabe de tudo isso? Você já se apaixonou alguma vez,
Liang? Com quem você usou esses conselhos? — Questiono desconfiado e
ele coça a cabeça olhando para os lados.
— São conselhos do meu pai, e tenho certeza de que o seu vai te
dizer as mesmas coisas... Eu sinto muito, meu amigo, mas eu vou tirar umas
das suas garotas dessa boate... Você não é o único querendo uma mulher só
para si... Estou gostando de Jasmim e espero não ter impedimentos para
tirá-la daqui. — Me surpreendo com a sua confissão.
— Mas que filho da mãe, então é para isso que você está vindo na
minha boate, para roubar uma das minhas garotas...? Você é meu irmão, se
ficar com a garota é o que você quer e ela também, por mim tudo bem, a
vaga dela será preenchida assim que ela sair, tem uma lista enorme de
garotas querendo trabalhar aqui.
Iniciamos uma breve conversa e as garotas que eu pedi aparecem
com a minha bebida, admiro-as de cima abaixo e elas são lindas, são
gostosas mas não estou sentindo aquele tesão que eu sentia por elas assim
que entrava aqui, porra eu já broxei com uma, se eu broxar com essas duas
também eu vou me tornar uma piada. Merda!
Liang se despede para sair com Jasmim e as garotas se aproximam
me abraçando enquanto me acariciam.
— Sinto muito, meninas, mas hoje eu vou querer apenas uma
massagem, não vai rolar sexo então não se empolguem, não quero
decepcioná-las. — Me solto delas e entro na suíte, elas entram logo atrás e
eu vou direto pra cama
Tiro a minha camisa e os sapatos para receber uma massagem nas
costas e nos pés, eu preciso relaxar e essas garotas entendem bem de
massagens então aproveito, só volto pra casa quando eu estiver relaxado.
CAPÍTULO 18

Esse cara é louco, no mínimo está pensando que vai me levar pra
cama com essa história de estar apaixonado, eu já caí nessa uma vez mas
não vou cair de novo.
— Cretino arrogante! Quero dar uns tapas naquela carinha bonitinha
e virá-la do avesso... Infeliz! Ele não vai brincar comigo, isso eu não vou
aceitar! — Esbravejo irritada comigo mesmo. Ando pela ponte
atravessando o lago mas ouço alguém me chamar.
— Allana? Allana está tudo bem? O que aconteceu? Porque o meu
irmão saiu daquele jeito...? Vocês brigaram? — Questiona Luiza correndo
até a mim mas eu não paro de andar.
— E o que mais você esperava que acontecesse, Luiza? Seu irmão é
um ogro! Um cretino arrogante e eu o odeio! Se ele está pensando que vai
me enganar ele está muito equivocado, não sou como as mulheres com
quem ele está acostumado, não sou tão fácil o quanto ele imagina e não é
porque ele disse estar apaixonado por mim que eu vou ceder a ele...
— Espera! Maycon disse que está apaixonado por você? Ele disse
com essas palavras? Oh meu Deus! — Me interrompe eufórica me deixando
confusa.
— Não venha com aquela história de que ele nunca se apaixonou e
blá blá blá, eu não vou acreditar em você porque está do lado dele, é óbvio,
vocês são irmãos e um protege o outro, mas ninguém vai me enganar! Eu
sou sozinha nessa vida, Luiza, e já brincaram comigo o suficiente e eu não
vou deixar que façam isso de novo... Não quero ouvir nada de ninguém, eu
só quero ficar sozinha então me deixa em paz! Você quase foi obrigada a se
casar com alguém que não ama, pior! Com alguém que você nunca viu na
vida então você deve entender como eu me sinto, fui sequestrada e estou
nesse lugar contra a minha vontade, com um louco que colocou na cabeça
que pertenço a ele... Então não diz nada, só me dá um tempo...? Eu preciso
de tempo, estou enlouquecendo com tudo isso, estou confusa e não sei o
que pensar... Me deixa ficar sozinha...? Por favor? — Esbravejo entre
lágrimas a encarando decepcionada.
Ela não diz nada, apenas me ouve calada chorando em silêncio pois
ela sabe como estou me sentindo, sabe o quanto estou mal então me afasto
saindo apressada para longe dela.
Mais a diante vejo uma entrada para uma pequena floresta
particular, mas quando vou entrar, dois dos seguranças aparecem me
impedindo de seguir. Olho para trás e vejo Luiza limpando o rosto.
— Deixem ela passar! Isso é uma ordem! — Seu tom firme faz os
homens rapidamente me darem passagem e eu entro correndo na floresta.
Sei que não vou conseguir fugir daqui mas eu preciso de espaço,
preciso ficar sozinha pois nunca estive tão confusa em toda a minha vida.
Não quero que brinquem comigo mas estou confusa, não sei o que sinto por
aquele infeliz mafioso, estou me odiando por tê-lo deixado me beijar
daquela maneira, isso só me deixou ainda mais confusa e furiosa comigo
mesma.
Não acredito nele, ele não pode estar apaixonado por mim, isso não
é verdade ele só quer transar comigo e me transformar em um brinquedinho
para se divertir quando quiser, como ele faz com as prostitutas das suas
boates, mas isso não vai acontecer comigo!
Ando pela floresta desnorteada e tentando não chorar por essa
situação. Sigo por uma pequena trilha e de longe vejo um chalé no meio da
floresta. Me surpreendo por isso, porque esse lugar está escondido? Será
que eles vem aqui?
Não penso duas vezes e corro até lá afim de me esconder do mundo,
mesmo sabendo que isso não será possível. Tento entrar no chalé mas está
trancada, e agora? Como vou entrar nesse lugar?
Olho a minha volta e resolvo olhar embaixo dos vasos de plantas e
até embaixo das pedras, mas não acho nada, passo a mão pelo batente da
porta e das janelas mas também não encontro, quando estou quase
desistindo eu vejo uma plaquinha de bem-vindo pregada na parede ao lado
da porra, resolvo olhar atrás dela e vejo um pequeno compartimento nela,
abro a mesma e encontro a bendita chave.
Abro o chalé e entro olhando a minha volta de boca aperta, esse
chalé é mais moderno e luxuoso que o meu apartamento no centro de
Roma, na verdade 3le é tão luxuoso quando as suítes das mansões dessa
família. Essa gente é inacreditável, porque manter um lugar desse no meio
do mato? De quem é esse lugar? Espero não ser castigada por entrar aqui.
Respiro fundo e vou até a poltrona na frente da cama, me sento
admirando o lugar mas meus pensamentos vão na minha casa abandonada,
será que nunca mais vou poder voltar lá? Como será que está o mundo lá
fora? Não tenho mais telefone, não tenho acesso a internet e a nada, tudo
que eu sei são o que me contam para eu não ficar desinformada.
Me deito no sofá e encaro o teto tentando esvaziar a minha mente,
não quero pensar em nada agora, eu só quero desmaiar e esquecer tudo isso
por um tempo, e eu faço isso, me deixo pegar no sono para fugir dessa nova
realidade, me permito sonhar e voltar ao passado onde eu tinha uma vida
normal como todo mundo, não tinha grandes preocupações e nem
imaginava que um dia eu pudesse ser sequestrada por um Cartel.
Eu fui adotada quando era pequena, tive uma família amorosa mas
sempre soube que não era filha biológica do casal que me adotou, eles já
eram de idade, a mulher não podia engravidar e por isso nunca teve um
filho biológico. Eu convivi com eles por bastante tempo, até os meus
dezessete anos eu tive uma família, mas os perdi em um assalto e
novamente me vi sozinha.
No assalto eu cheguei a ser ferida por um dos disparos que matou os
meus pais Otto e Clarisse, e consegui escapar de ser morta por muito pouco.
Eu estava sozinha novamente mas não estava desamparada, eu tinha uma
casa, tinha dinheiro o suficiente para sobreviver até poder trabalhar, eu era
de menor mas quando completei os meus dezoito anos eu fui atrás do que
eu queria, e eu queria prender não só os assassinos dos meus pais
biológicos, mas também dos meus pais adotivos, a minha família foi tirada
de mim por duas vezes então na minha cabeça eu só conseguia pensar em
vingança.
Os meus pais adotivos foram vingados mas infelizmente não por
mim, os assassinos morreram em um confronto com a polícia e isso só
alimentou o meu desejo de me tornar uma policial, e quando eu finalmente
fui aprovada eu vibrei, dediquei a minha vitória as minhas duas famílias
perdidas pois mesmo mortos, foram eles quem me deram motivação para
conseguir o que eu queria, e eu consegui.
Sinto um carinho suave no meu rosto e sua voz doce me chamar, me
mexo mas não abro os olhos, eu devo estar sonhando e não quero acordar
agora.
— Allana? Querida acorde! Você precisa comer alguma coisa...
Allana! — Seu tom um pouco mais firme me faz despertar.
Me sento no sofá me deparando com a soberana agachada na minha
frente com um olhar apreensivo.
— Você precisa comer alguma coisa, quase não comeu no café da
manhã. — Ela se levanta pegando uma bandeja sobre mesa no quanto e
vejo um dos seguranças em pé na porta.
— Eu... Me desculpa por entrar aqui sem permissão, eu só queria
ficar sozinha um pouco. — A encaro envergonhada mas ela sorrir se
sentando ao meu lado.
— Imagina, querida, não precisa de desculpar... Quer conversar
enquanto come? Não acha que precisamos de uma conversa...? Luiza me
contou sobre o seu desabafo, e de verdade eu sinto muito por você está
passando por isso, sinto muito por estar vivendo algo assim, mas... Eu
também passei por isso antes de me apaixonar pelo meu marido, Allana, eu
também fui sequestrada mas Michael fez isso para me salvar de uma facção
rival, eu namorava um cretino explorador que queria que eu me prostituísse
para lhe dar boa vida, eu cheguei a amar aquele miserável e ele só me
maltratou, ameaçou me matar mas Michael me salvou dele. — Conta
espontaneamente e eu fico atenta as suas palavras, surpresa por saber de
tudo isso.
Essa mulher linda e poderosa foi sequestrada assim como eu? Ela é
o que é hoje porque se apaixonou pelo soberano da máfia italiana. Brenda
Lins D'ávila conquistou um dos homens mais poderosos da Itália e era uma
mulher simples como eu.
— Michael também se encantou por mim e queria a todo custo que
eu fosse dele, quando pensei que ele fosse matar a minha melhor amiga, eu
desmaiei e ele me tirou do país me levando para Dubai, ainda em pleno voo
eu descobri que na verdade, ele havia salvado a minha amiga de ser morta
pelo mesmo Cartel na qual Eduardo fazia parte, ele salvou a minha vida por
diversas vezes e eu acabei me apaixonando por ele... Eu levava uma vida
miserável dançando na Top Night para sustentar aquele desgraçado porque
o amava, ou pelo menos acreditava que amava, Eduardo me bateu e
ameaçou me matar se eu não transasse com um cara na frente dele, eu fui
salva por pouco, ele está morto porque Michael o matou, meu marido me
apresentou uma vida glamorosa e me deu tudo que eu queria, ele me deu
amor, me deu carinho e uma vida de luxo, ele cuidou de mim como eu
merecia, Michael quase morreu para me salvar, eu cheguei a acreditar que
ele estivesse morto e só descobri que ele estava vivo uma semana depois.
No dia que para mim ele estava morto, eu descobri que estava esperando
um filho dele, Maycon. — Ela segura a minha mão com carinho enquanto
fala.
— Você é feliz mesmo depois de tudo que passou? Já se arrependeu
alguma vez por aceitar tudo isso? Você também tentou fugir quando foi
sequestrada? — Me deixo mover pela curiosidade.
— Eu já era feliz antes mesmo de ouvir da boca de Michael que ele
me amava, e eu nunca me arrependi por tê-lo aceitado... Mas sim, antes
mesmo de ser sequestrada pelos seus soldados, eu e Isabela tentemos fugir
mas não fomos muito longe, nós saímos da cidade para nos escondermos,
mas dois dias depois eles nos acharam... Não adianta fugir do nosso destino,
Allana, ele sempre volta. — Ela me dá um sorriso gentil me passando a
tranquilidade que eu preciso.
— Maycon não vai desistir de mim, não é...? Ele me confessou algo
mas não consigo acreditar nele, não quero que brinquem comigo pois já
sofri demais, Sra. Brenda... Perdi meus pais biológicos e também os meus
pais adotivos, não tenho amigos e já me iludi muito por acreditar nas
pessoas... Eu quase fui estuprada por um colega de trabalho com quem eu
saia quando dava vontade, era apenas sexo e nada mais, mas ele tentou me
estuprar e o delegado fez parecer que a culpa foi minha por me envolver
com um colega de trabalho, as vezes penso que estou lutando do lado
errado da guerra, mas eu tinha um objetivo e corri atrás do que eu queria
independente de qualquer coisa... Tenho medo de acabar aceitando tudo isso
e me arrepender, tenho medo me magoar outra vez, tenho medo de sofrer
por confiar demais, por não ter certeza de onde estou pisando, me sinto
insegura e confusa sobre tudo isso... Principalmente sobre o seu filho. As
vezes acho tudo isso muito errado, mas, as vezes até penso que... Sei lá, não
sei o que pensar... Eu prometi tentar mas não sei se vou conseguir,
soberana... Me desculpa? — Me emociono por falar de tudo isso e sou
surpreendida com um abraço tão amoroso, tão reconfortante que retribuo
sem pensar duas vezes.
— Uma coisa você pode ter certeza, Allana, Maycon está tão
confuso quanto você... Ele veio me procurar para conversar, meu filho está
realmente apaixonado por você mas não sabe como agir, não sabe como te
abordar sobre isso, não sabe como demonstrar o que sente. Ele quer mudar,
quer merecer o seu amor mas não sabe como fazer isso, era para termos
uma conversa hoje sobre tudo isso, mas depois da conversa de vocês ele
saiu não sei para onde e ainda não voltou. — Mais uma vez me surpreendo
com as suas palavras, então ele estava mesmo falando a verdade?
— Se quer encontrar o seu filho, é só procurar em algumas das
boates de vocês, com certeza ele deve estar com algumas das prostitutas
dele. — Me levanto abruptamente ao me dar conta desse detalhe.
— E você se importa com isso?
— Não! Nem um pouco. Ele que faça o que bem entender, só não
quero que depois ele venha me procurar achando que vou me deitar com ele
como essas mulheres fazem com tanta facilidade... Não sou uma prostituta
para ele me tratar igual! — Disparo em um tom firme e a vejo atenta a mim.
— Você disse que está confusa, será que não está se apaixonando
por ele também? Você conseguiria se apaixonar por Maycon algum dia,
Allana? — Suas perguntas me fazendo engolir a seco pois não sei o que
dizer.
— Eu não sei, não posso afirmar nada agora. — Evito encará-la pois
sinto o meu rosto queimar de vergonha. Me sinto uma ridícula com tudo
que eu disse.
— Ok! Vamos deixar esse assunto para um outro momento, agora
coma a sua comida e vamos voltar pra casa, está bem?
— A senhora se importa se eu ficar aqui um pouco mais? Eu gostei
desse lugar, é tranquilo e bastante aconchegante. — Me sento novamente ao
seu lado e mais uma vez ela sorrir de forma doce e gentil.
— Está bem, fique o tempo que quiser mas não me peça para morar
aqui, pois Maycon não vai permitir. Filippo vai ficar na porta do chalé para
fazer a sua segurança, mas se precisar de algo da casa, tem um telefone ao
lado da cama que te dá acesso direto com a casa principal. — Encaro o
telefone que até o momento eu não tinha visto, é um aparelho pequeno e
quase da cor do móvel.
— Obrigada pela comida e também pela conversa, foi muito bom
desabafar um pouco. — Lhe dou um pequeno sorriso.
— Disponha, querida, se precisar conversar ou desabafar
novamente, não hesite em me chamar, ok? Eu vou indo, mas seria legal se
você fosse ajudar Luiza no estudo fotográfico, ela precisa de uma modelo e
você é lindíssima. — Ela faz um carinho no meu rosto e sai em seguida.
Assim que ela sai do chalé eu vou até a porta e tranco a mesma, não
vou ficar aqui sozinha com esse brutalmente em pé na porta me encarando.
Volto para o sofá e começo a comer, a comida ainda está morna mas está
deliciosa.
Encaro um relógio na parede acima da lareira e já são três horas da
tarde, como eu consegui dormir tanto? Esse lugar é muito relaxante, aqui eu
tenho a paz que eu tanto procuro e não me importaria em morar aqui.
Pensando melhor, estou no meio da floresta e isso aqui a noite deve ser um
breu de tão escuro, consequentemente deve ser perigoso e desprotegido
também.
Depois de comer eu vou até o banheiro lavar a boca, tem até uma
jacuzzi nesse lugar. Isso é inacreditável. Encontro uma escova nova e
escovo os dentes, não me interessa de quem é, vou usar e ponto final, é só
uma escova. Porque eu não perguntei a soberana de quem é esse chalé?
Deve ser da família, óbvio!
Me deito nessa cama macia com lençóis de seda, isso aqui deve ser
mais caro que o meu apartamento e ele não é tão pequeno. Mas enfim, me
deito pensativa sobre tudo que a soberana me contou, quem diria que essa
mulher poderosa um dia foi uma mulher simples como eu, que também foi
sequestrada antes de se apaixonar pelo seu sequestrador. Espera! Eu disse
também se apaixonou? Eu não estou apaixonada por aquele infeliz, eu não
posso me apaixonar por ele, Maycon será incapaz de merecer o amor de
uma mulher como eu, não vou baixar a guarda com ele.
— Allana?
— Meu Deus do céu...! Porra que susto! Como entrou aqui? Eu
tranquei a porta então você não pode... — Dou um pulo da cama assustada
mas ele me interrompe, ainda em pé na porta.
— Você está no meu chalé, então é óbvio que eu tenho a cópia da
chave. — Se aproxima com um sorriso de lado, aquele maldito sorriso que
esses infelizes usam para nos conquistar.
— Mas é claro que esse chalé é seu, não podia ser demais ninguém
se não do soberano... Me desculpa se invadi o seu chalé, realmente não me
passou pela cabeça que pudesse ser seu. Eu já estou de saída! — Respiro
fundo puxando o ar para os meus pulmões e vou na sua direção, mas
quando passo por ele o mesmo segura o meu braço.
— Espera! Não precisa ir... Precisamos conversar, eu comprei algo
pra você. — Ele se vira para mim soltando o meu braço gentilmente.
— E porque compraria algo para mim? Não é meu aniversário para
me dá presentes... Porque não deu para alguma das prostitutas com quem
você estava? Está fedendo a perfume barato, soberano... Não vai conseguir
me levar pra cama me dando presentinhos por mais caros que eles sejam!
— Olho dentro os seus olhos esverdeados e os vejo ficarem escuros
rapidamente.
— Qual é o seu problema, garota? Estou me esforçando ao máximo
que consigo para ser gentil com você, mas você não deixa! Se não quer o
presente, então foda-se! — Diz entre dentes em um tom tão rouco que me
assusta. Ele tira uma caixinha de jóia do bolso e arremessa na parede.
O encaro com os olhos levemente arregalados e ele se aproxima
segurando o meu queixo me empurrando contra a parede.
— Se eu quisesse apenas sexo, realmente procuraria uma das
minhas prostitutas, eu não perderia tanto o meu tempo como perco com
você! Para o seu azar eu não transei com nenhuma delas e não vou dormir
de saco cheio hoje, literalmente... Estou percebendo que você não gosta de
homens gentis, então se prepare, hoje você vai ser minha! — Avisa em um
tom mais rude aqui pertinho do meu rosto. Mas me solta saindo do chalé
furioso.
Deixo o meu corpo escorregar pela parede e caio de bunda no chão,
ele não vai me estuprar como está planejando, eu mato ele antes disso!
Cretino!
Tá legal, agora ele conseguiu realmente me intimidar, ele conseguiu
me deixar apavorada mas não vou deixá-lo encostar as mãos mim, isso não!
Encaro a caixinha de jóia jogada no chão mais diante, consigo ver
um colar e um par de brincos de turmalina, uma cor verde água tão lindo, é
delicado e ao mesmo tempo simples mas sei que é uma jóia cara. Vou até a
jóia e pego a caixinha abrindo a parte quebrada para ver melhor o colar.
— Isso não é possível... Não pode ser possível... É igual ao colocar
da minha mãe biológica, como ele conseguiu isso?
Me lembro do colocar que foi entregue aos meus pais adotivos no
dia em que eu fui adotada, meus pais adotivos nunca me esconderam isso e
me entregaram o colar quando eu fiz quinze anos, mas os vendi quando
precisei terminar de pagar a minha faculdade, eu me desfiz da única
lembrança que eu tinha da minha mãe biologia e agora ele traz um colar
idêntico.
Me levanto do chão com o colar e os brincos e saio da cabana
correndo atrás de Maycon, ele precisa me dizer onde consegui essa jóia.
— Onde pensa que vai senhorita? Espera! — Ouço a voz do
segurança vindo atrás de mim mas eu não paro. — Para ou eu atiro! — Me
alerta mas mesmo assim eu não paro.
— MAYCON! ESPERA MAYCON! — Grito por ele enquanto
corro mas ouço um tiro, me assusto e vou parar no chão olhando para os
lados procurando quem atirou.
— ALLANA! — Ouço o seu grito e tento me levantar, mas sinto o
me pé doer. — O que aconteceu? Você está bem? Está ferida? Responde
você está ferida? — Maycon aparece correndo ao meu lado e se abaixa
procurando ferimentos no meu corpo.
— Eu estou bem! Não me feri eu apenas torci o pé... No susto eu
acabei caindo. — Explico enquanto tento me levantar mas dele não deixa.
— Me desculpa, soberano? Eu avisei para ela não correr, eu atirei
para o alto mas ela se assustou, pensei que ela estivesse tentando fugir. —
Se explica o tal Filippo e Maycon se levanta com um olhar furioso.
— Ela se machucou por sua culpa, seu animal! Agora vou ter que
machucar você também! — Esbraveja enquanto saca a sua arma e dispara
na pera no cara que cai no chão. O encaro assustada.
CAPÍTULO 19

— Me perdoa, soberano? Isso não vai mais acontecer... Me perdoa?


— Súplica apertando o ferimento tentando estancar o sangramento e vejo
outros seguranças aparecerem correndo junto com Isac.
— Tudo certo porque aqui, soberano? Ouvimos dois tiros, o que
houve? — Pergunta Isac preocupado.
— Levem esse infeliz para o nosso hospital, e ele que agradeça por
eu não ter dado um tiro na cabeça dele... Ele está dispensado até segunda
ordem! — Ordena enquanto me levanto mas mal consigo pôr o pé no chão.
— Vou chamar a minha tia para ver o seu pé, se precisar terá que imobilizar.
— Avisa enquanto me pega no colo e sai andando tranquilamente.
Não vou questiona ou ele vai me jogar de volta no chão. Apenas
concordo e ele sai da floresta comigo abraçada ao seu pescoço. Consigo
sentir o seu coração bater forte, ele temeu por mim mesmo depois daquela
sua explosão no chalé?
Evito encará-lo mas me lembro do colar que ele comprou e é
idêntico ao colar da minha mãe.
— Onde comprou o colar? Porque escolheu justo esse colar? —
Pergunto curiosa mostrando o colocar a ele, mas Maycon não para pra me
responder, ele sequer olha na minha cara.
— Na noite em que o seu parceiro te atacou em um beco escuro, eu
vi uma foto sua no seu apartamento e você usava um colar como esse. Vi
esse colar em uma vitrine e achei que fosse gostar, por isso comprei, mas
me enganei... Sei que não é seu aniversário mas eu quis te dá um presente,
ouvir os conselhos dos outros não está me ajudando em nada, então vou
continuar a ser o que eu sempre fui. — Seu tom ríspido não me surpreende
depois daquela sua explosão, mas não gosto quando ele me trata assim e
estou ciente de que a culpa foi mim por reagir daquela maneira.
— Se eu pedir gentilmente que me pôr no chão, você vai...
— Não! Você está com o pé machucado, você é minha
responsabilidade e mesmo me irritando ao extremo, eu não quero o seu mal.
— Esbraveja irritado e eu resolvo me calar.
Maycon segue pelo extenso jardim até entrar comigo na casa. Já é
fim de tarde e todos estão na sala e nos encaram receosos por nos vê tão
sérios.
— Mamãe! Chame a tia Isa para ver o pé de Allana, ela caiu e se
machucou. — Avisa ainda sério enquanto me põe sentada em uma poltrona.
— Ouvimos dois tiros, o que aconteceu? Vocês estão bem? — O
soberano pergunta se levantando preocupado.
— Sim, estamos bem, Filippo pensou que Allana estivesse tentando
fugir e atirou para o alto, ela se assustou e caiu torcendo o pé, eu tive que dá
a ele um pequeno corretivo por isso... Vou para minha suíte, eu preciso
descansar um pouco antes de voltar pra rua. — Ele sai sem dizer mais nada
e sem olhar na minha cara, não sei se gosto ou se odeio essa situação.
Encaro a soberana e também Luiza, ambas parecem apreensivas por
mim e Maycon. Encaro o colar na minha mão e me lembro dele sendo
arremessado na parede, mas também me lembro dos meus pais e um
pequeno sorriso surge em meu rosto, Maycon o comprou para me agradar
porque viu uma foto minha usando ele.
Espera! Naquele dia eu senti que estava sendo vigiada, será que ele
esteve dentro do meu apartamento? Será que ele me viu no chuveiro?
Merda! Sinto o meu rosto queimar de vergonha.
— Allana, marquei cabelo e unha para nós amanhã, ouviu? Então
durma cedo pois amanhã teremos um dia de Spar para as mulheres da casa,
você também vai, não é mamãe? A tia Isa já confirmou. — Luiza vem se
sentar ao meu lado e eu me surpreendo com essa novidade.
— Spar? Fora daqui? Eu vou poder ir ao salão de beleza? Está
falando sério? As minhas unhas estão horríveis, eu estou me sentindo
horrível então acho que será legal. — Sorrio mais empolgada.
— Sim! Amanhã é dia de Spar e tem um salão que só atende a gente
quando eu ligo, somos clientes vip. — sua empolgação realmente me
anima.
— E não é só isso, amanhã à noite teremos uma festa para irmos.
Maycon quando foi coroado não teve uma cerimônia, então faremos uma
festa para apresentá-lo as demais facções associadas a nós, como o novo
soberano da máfia italiana, e será muito importante a sua presença, Allana,
você estará ao lado dele como a futura primeira dama da Nuestro Poder! —
A soberana revela me deixando de queixo caído.
— Eu? Futura primeira dama de uma facção? — Me levanto
abruptamente os encarando chocada, mas me sento novamente ao sentir o
meu pé doer.
— Você não quer fazer parte disso, não é, Allana? Você não...
— Não é isso, Sr. Michael, eu ainda estou confusa, não tenho
certeza de que lado devo lutar, eu... Eu não sei se estou a altura para isso...
Sou muito grata por saber que me salvaram de morrer junto com os meus
pais no passado, mas... Eu não sei o que dizer sobre ser uma primeira dama
da máfia. Eu teria que estar ao lado de Maycon e apoiá-lo em tudo, mas
sinceramente, não sei se temos futuro juntos, nós mais brigamos do que
qualquer coisa. — Me justifico pensativa e vejo Sr. Michael me dá um
pequeno sorriso.
— Você se preocupar com esses detalhes, já prova que você será
uma ótima primeira dama, você será tão boa quanto a minha esposa é. —
Ele estende a mão para Sra. Brenda e ela se levanta para abraçá-lo. Eles são
um casal lindo.
— Eu vou te ensinar tudo que sei, Allana, você não estará sozinha,
você terá a sua família ao seu lado, e nós somos a sua família agora, se
lembra da nossa conversa lá no banker?
Recebo dessas pessoas um sorriso gentil, um sorriso amoroso e pela
primeira vez desde que fui sequestrada, eu começo a me sentir em casa, em
família. É sério, isso está mesmo acontecendo?
— Sim, senhora, eu me lembro e agradeço pelas palavras... Bom, eu
vou descansar um pouco, não precisa incomodar a Sra. Isabela, vou colocar
gelo no tornozelo e logo vai estar melhor... Com licença. — Sigo mancando
pela casa mas Luiza vem me ajudar.
Entramos no corredor abraçadas enquanto conversamos, seguimos
para suíte e ela entra comigo me levando até a cama. Ela se despede e sai do
quarto me deixando sozinha, o soberano Jr deve estar no banho e eu
aproveito para ir até o closet, guardo a jóia dentro de uma das gavetas com
as minhas roupas. É estranho dividir o closet com um homem com quem
nem tenho intimidade, as minhas roupas íntimas estão aqui e as dele
também. Um lado do closet ficou para ele e o outro para mim como se
fossemos um casal, e no fundo é o que todos esperam, mas não tenho
certeza do que eu quero em relação a ele.
Respiro fundo e saio do closet no instante em que ele sai do
banheiro com uma toalha enrolada na cintura, e secando os cabelos com
outra. Me pego admirando as suas tatuagens que sobem pelo abdômen até
as costelas, uma trilha de estrelas em ordem decrescente. De repente ele
para na minha frente me encarando nos olhos e ele ainda está sério como
antes.
— Eu... Eu quero me desculpar pela maneira como falei com você
agora pouco... Não era a minha intensão te ofender. — Evito encará-lo nos
olhos mas ele continua calado. — Eu também quero pedir para me deixar
ficar em um quarto de hóspedes, não quero mais incomodá-lo. — Me afasto
dele sorrateiramente me lembrando das suas palavras de fúria.
"Para o seu azar eu não transei com nenhuma delas e não vou
dormir de saco cheio hoje, literalmente... Estou percebendo que você não
gosta de homens gentis, então se prepare, hoje você vai ser minha!"
— A minha resposta é não! Você vai dormir comigo e ponto final!
— Dispara antes de sair entrando no closet mas eu vou atrás.
— Por favor, Maycon? Me deixa ficar no quarto de hóspedes? Eu
preciso de espaço e você também, então por favor...? — Suplico segurando
o seu braço mas ele tira a toalha da sua cintura me colocando contra o
armário.
Ofego com os olhos levemente arregalados e o coração batendo na
boca, me sinto trêmula, me sinto apavorada, mas também me sinto excitada.
— Por favor...? Não faça nada comigo...? Se não quiser ser gentil
tudo bem, mas não seja um monstro comigo. — Peço em um fio de voz e o
vejo trincar o maxilar pondo as mãos no armário, me encurralando.
— Tudo isso é medo que eu te pegue a força? Por isso quer ir para
um quarto de hóspedes...? Acha mesmo que sou um monstro...? — Ele
aproxima o seu rosto do meu me deixando em pânico.
Ele é homem e é mais forte que eu, não sei se vou conseguir reagir a
um ataque caso ele tente algo comigo, afinal, estou em um território
desconhecido e tudo está a favor dele.
— Eu não sei como amar uma mulher, Allana, não sei como
demonstra o que quero com você, mas eu quero que seja minha em todos os
sentidos... — Ele faz uma pausa respirando fundo. — Não se preocupe, eu
não vou fazer nada com você contra a sua vontade... Se ficar longe de mim
vai te deixar tranquila, então você pode ir para o quarto de hóspedes. — Ele
se afasta indo para o outro lado do closet.
Não consigo dizer nada, apenas pego uma muda de roupa e saio dali
mancando. Saio do quarto apressada olhando de um lado para o outro e vejo
Isac entrar no corredor. Mas não digo nada, apenas entro na porta da frente
onde Luiza me mostro um dos quartos de hóspedes.
Respiro fundo, pensativa, vou até a cama jogando a roupa sobre ela
e vou no banheiro, pego uma toalha de rosto voltando para quarto em
seguida e pego gelo no frigobar, pondo na toalha vou pra cama, eu preciso
desinchar esse pé para conseguir sair amanhã. Nem acredito que vou sair na
rua mesmo que seja cercada por seguranças, eu vou respirar fora desse lugar
e não vou poder fugir, ainda mais agora com o pé machucado.
Me deito na cama enquanto ponho o gelo no pé, perco a noção do
tempo perdida em pensamentos, essa situação toda não sai da minha cabeça,
eles não vão me deixar ir embora, não vão me deixar voltar para minha casa
e muito menos para delegacia, eu sei demais sobre eles e não vou sair daqui
viva, então eu preciso aproveitar a minha vida o quanto posso, eu nunca tive
ninguém que se importasse mais comigo do que os meus pais adotivos, e
agora tem essas pessoas dizendo que faço parte da sua família, não vou
sobreviver aqui sem lhes dar uma chance, não vou conseguir raciocinar sem
confiar alguém, não vou ser nada, não vou ser ninguém se eu continuar aqui
sem agir, sem fazer parte disso.
Ouço alguém bater na porta e eu peço para entrar, vejo a Sra. Isabela
entrar com uma maleta na mão e um sorriso gentil no rosto, não tem como
não retribuir ao seu sorriso.
— Porque está em um quarto de hóspedes? O seu lugar não é ao
lado do soberano? — Questiona vindo até a mim me dando um beijo
carinhoso no rosto.
— Ele precisa descansar pois vai sair ainda hoje, e eu não quero
incomodar... Estou com o pe ferrado e também preciso de um tempinho
para mim. — Minto enquanto ela pega o meu pé com cuidado para olhar.
— Certo, mas espero que esse tempo não dure muito. Amanhã você
vai a uma festa onde terão todas as suas concorrentes reunidas em um só
lugar... Muitas garotas filhas de chefes de facções estão cobiçando o seu
posto de primeira dama, mas Maycon escolheu você, mesmo você o
rejeitando... Só não sabemos quanto tempo ele vai aceitar isso, você entende
o que eu quero dizer? Você pode ser substituída e mesmo assim não ganhará
a sua liberdade, mas, se você conseguir desfazer essa confusão na sua
cabecinha, se conseguir aceitá-lo você pode ter a sua vida de volta, mas ao
lado dele... A sua felicidade está aqui, Allana, e sei que você já está
percebendo isso. Agora me deixe cuidar desse pé. — Mais uma vez ela me
alerta e suas palavras assim como as da soberana, ficam martelando na
minha mente.
Se elas conseguiram então eu também consigo! Não posso desistir
da minha vida com tanta facilidade, se a minha felicidade está aqui então eu
preciso ir atrás dela.
Isabela imobiliza o meu pé e me dá um anti-inflamatório para não
inchar ainda amais o meu pé. Tomo o remédio e fico aqui na cama para
descansar um pouco mais, mas não demora muito e Luiza vem me avisar
sobre o jantar. Tomo um banho rápido e me arrumo, sigo para sala de
refeições ainda mancando e com a ajuda de uma muleta.
Me junto a eles na mesa mas Maycon não vem jantar, mandou dizer
que não está com fome e saiu logo em seguida. Converso um pouco com a
soberana, Luiza e Isabela, elas me olham de um jeito diferente, elas me
encaram atentas e sorridentes e isso me confunde, o que será que elas estão
pensando? Bom, não vou perguntar isso a elas.
Depois do jantar fomos para sala e descubro que terei dois
seguranças na minha cola, Zion e Rael, os dois vão substituir Filippo, mas
há necessidade de dois seguranças para me vigiar? Bom, estou começando a
ficar cansada de ficar questionando a todo instante, e sei que todos aqui
também estão tendo muita paciência comigo.
— Eu vou pra cama, estou com muito sono e o meu pé está
latejando... Não esquece de me acordar a amanhã, Luiza, estou ansiosa para
ir com vocês ao salão, quero cuidar não só dos meus cabelos e das minhas
unhas, eu quero cuidar de mim, quero voltar amanhã me sentindo uma nova
Allana. — Abro um pequeno sorriso e vejo o quanto elas estão surpresas.
Elas abrem um largo sorriso e Luiza vibra vindo me abraçar, sorrio
com esse seu jeito espontâneo e me despeço antes de volta para suíte. Entro
no corredor e sigo até a porta do quarto, mas paro me decidindo se volto
para suíte do soberano aceitando de um vez por todas tudo isso, ou se volto
a me esconder como uma covarde no quarto de hóspedes fugindo dessa
situação, eu não sou uma covarde, eu sou Allana Macedo e sou mais forte
que isso.
Olho para trás e vejo as três paradas na entrada do corredor, ergo a
minha cabeça e entro na suíte do soberano Maycon D'ávila! A minha
decisão está tomada, eu serei o que eu quiser, e eu quero fazer parte disso!
Quanto a me apaixonar? Essa parte eu ainda preciso desvendar o
que sinto por ele, não sei se estou apaixonada mas sei que ele mexe comigo,
ele me deixa tensa e nervosa, ele me arrancar o ar dos pulmões sempre que
me toca, ele me deixa trêmula, me deixa mole como sempre desejei que um
homem fizesse comigo, mas tinha que ser justo um mafioso? Até quando
vou me perguntar isso se eu nunca vou saber a resposta? Droga!
Vou até o closet e visto uma camisola, volto pra cama e me acomodo
no meu lugar puxando o edredom, a noite está esfriando, mas está um frio
agradável para ficar embaixo das cobertas. Deixo o meu sono vir e durmo
minutos depois desejando não ser jogada pra fora dessa cama. Espero que
não seja tarde para consertar as coisas com aquele cretino arrogante, lindo e
sedutor.

No meio da madrugada sinto a cama de mexer mas não me importo,


sei quem é e também sei que ele não vai fazer nada comigo. Sinto ele me
abraçar e cheirar os meus cabelos.
— Não acredito que você está aqui... Estou feliz que tenha voltado.
— Me surpreendo com as suas palavras mas não me mexo, consigo sentir
ele respirar fundo ainda abraçado a mim.
Me entrego ao sono novamente antes mesmo de afastar o seu corpo
do meu, ele está quente e eu estou morrendo de feio, estou tranquila pois sei
que não serei violentada, então durmo em paz.
Acordo sentindo que estou sendo vigiando, abro os olhos e estou
cara a cara com ele.
— Bom dia! Dormiu bem? — Pergunta meio sem jeito, sei que está
tentando ser gentil comigo.
— Bom dia! Eu dormi bem sim... E você? — Me levanto me
espreguiçando e me sento na cama.
— Eu dormi pouco mas dormir bem... Minha irmã veio te chamar
para irem ao salão...
— Como assim? E porque você não me acordou? A quanto tempo
foi isso? — Me levanto apressada e corro para o banheiro.
— Acho que faz uma hora mais ou menos...
— O que? Maycon! — Apareço na porta do banheiro o encarando
incrédula.
— Relaxa! É brincadeira, ela acabou de sair daqui. — Ele também
se levanta indo para o closet.
— Engraçadinho! Você acordou bem humorado hoje, não é...?
Ouço ele gargalhar e isso me surpreende, ainda não vi esse cara
sorrir assim, e ele tem um sorrio muito atraente. E eu aqui pensando no
sorriso dele. Aff!
Faço a minha higiene pessoal e sigo para o closet, escolho uma
roupa para vestir e volto para o banheiro, mas Maycon já está trancado nele
então me visto no closet mesmo. Logo estou saindo do quarto indo para
mesa do café da manhã e todos já estão tomando café.
— Bom dia! — Me acomodo de frente para Luiza e a soberana.
— Bom dia, querida, dormiu bem? Como está o seu pé? — Pergunta
Sra. Brenda atenta em mim.
— Não sei qual foi o remédio que a Sra. Isabela me deu, mas, eu
não sinto mais nada no pé, na verdade já tinha até me esquecido que torci o
pé ontem. Eu dormi muito bem. Obrigada! — Digo enquanto me sirvo um
pedaço de bolo e um copo de suco.
— Que bom, fico feliz por isso... Agora terminem logo o café da
manhã pois quando eu voltar nós vamos sair! Eu não me demoro. — A
soberana sai da mesa sorridente e nesse momento vejo Maycon entrar na
sala, beijando a mãe carinhosamente e se senta no seu lugar.
Ele me dá uma olhada tão intensa que me estremece, porque ele está
me olhando assim? Só porque dormiu agarrado em mim? Oh meu Deus!
Ele dormiu agarrado em mim! Sinto o meu coração disparar e meu rosto
esquentar, o encaro brevemente e seus olhos ainda estão em mim.
Termino o meu bolo e pego um croissant de queijo com presunto,
está delicioso, porque eu acordei com tanta fome?
— Vamos Allana! Precisamos escolher uma roupa para levar pois
vamos passar o dia na rua e vamos voltar prontas para a festa de hoje. —
Luiza se levanta empolgada e eu faço o mesmo, mas quando passo por
Maycon ele segura a minha mão.
— Allana? Se for mexer nos cabelos, não muda o perfume deles...
Eu gosto do cheiro dos seus cabelos. — Ele me olha dentro dos olhos e eu
me surpreendo com o seu pedido.
Ele gosta do cheiro dos meus cabelos? Nenhum homem antes dele
havia reparado no cheiro dos meus cabelos. Apenas balanço a cabeça
concordando e sinto um leve carinho na minha mão antes dele soltá-la.
Me afasto saindo dali ainda surpresa com o que acabou de
acontecer, Maycon D'ávila elogiou o perfume dos meus cabelos. Sorrio
abertamente por isso mas disfarço quando percebo Luiza me encarar
desconfiada.
— Me ajuda a escolher uma roupa? Não faço ideia do que vestir. —
Arrasto ela para a minha suíte e ela abre mais o seu sorriso.
— Você precisa estar linda hoje à noite, precisa de um vestido
perfeito! Mas se você não tiver um nós vamos ter que comprar. — Ela corre
para o closet feito uma moleca sapeca e eu corro atrás gargalhando.
— Você não tem jeito, Luiza! Como consegue gastar tanto em
roupas?
— Vai se acostumando, meu bem, você não pode repetir roupas em
um evento como esse, então é bom pedir logo um cartão ao soberano, seus
gastos vão crescer muito a partir de agora. — Suas palavras saem com uma
naturalidade tão grande que me deixa perplexa.
Estou aprendendo a não discutir com essas pessoas então vou
apenas aproveitar. Reviramos o closet mas nada está bom para Maria Luiza,
aqui tem as roupas mais lindas que já vi na vida e mesmo assim, ela não
está satisfeita, ela insiste que temos que comprar roupas novas e isso me
deixa nervosa, não quero ter que pedir esse tipo de coisa ao soberano Jr.
Sorrio por me lembrar da sua cara quando o chamo assim.
Luiza me arrasta de volta para fora da suíte mas esbarramos em
Maycon que voltava da sala de refeições.
— Maycon! Allana precisa de roupas novas, ela tem que estar linda
na festa de hoje então se vira! Eu já estourei a minha cota de comprar esse
mês, e já que eu estou ajudando a sua primeira dama, que tal me dá um
presentinho? Um vestido novo seria perfeito. — Ela o abraça pelo pescoço
na maior cara de pau e ele gargalha. Uma gargalhada tão gostosa que me
surpreende.
— E você vai se contentar só com um vestido, Luiza...? Só se eu
não te conhecesse, só então eu acreditaria em você. — Diz enquanto tira a
carteira do bolso. — Bom, já que você será a minha soberana, você fica
com o meu cartão... Eu não sei comprar presentes, então... Compra tudo que
precisar, eu não vou me importar. — Ele se aproxima mais me entregando o
seu coração Black me deixando de queixo caído.
Apenas concordo e ele entra na suíte e Luiza me arrasta até a sala de
estar, vejo a sua mãe vir empolgada com o seu pai e eles parecem bem
animados.
— Vamos meninas! Isabela vai nos encontrar no salão então já
podemos ir. — Ela dá um beijo no marido e vem na nossa direção me
entregando uma bolsa dizendo que é minha.
A encaro confusa mas não digo nada, abro a bolsa e vejo a minha
carteira com os meus documentos e tudo mais, vejo também um celular
novo de última geração e isso me surpreende. Pergunto sobre o telefone e
ela diz que é para mantermos contato caso precise, e que foi Maycon quem
trouxe as minhas coisas essa noite.
Entro no carro ainda surpresa enquanto mexo no celular, ele é novo
e não tem nada meu nele além de um número novo com o meu nome, e
também os números de celular de Maycon, Luiza, seus pais e também os
número de Isabela, Isac e Charles. Respiro fundo tentando acreditar no que
está acontecendo.
— Ele me deu um celular? Eu vou poder entrar na internet e tudo
mais? — Pergunto ainda tentando acreditar nisso.
— Você vai poder fazer tudo, Allana, menos procurar pessoas da sua
vida passada, afinal os seus amigos são da polícia e podem chegar até nós
através de você, se tiver amigos pessoais também não é bom envolve-los
nisso, ou eles estarão correndo riscos por você fazer parte do nosso mundo
agora... As suas redes sociais? Você terá que fazer uma nova já que está
disposta a voltar conosco como uma nova pessoa, mas não poderá postar
nada que nos comprometa, você entende, querida? — Me explica a Sra.
Isabela e mais uma vez respiro fundo, atenta as sua palavras.
— Sim, entendo...! Bom, eu não deixei muita coisa para trás mesmo,
não tinha amigos e nem um namorado, não tinha família, eu só tinha
colegas de trabalho e mesmo assim, eu já não estava muito satisfeita com o
meu trabalho... Dentro da lei também há bandidos e eu não havia me dado
conta disso... Se for para apoiar criminosos, vou fazer isso ganhando o
respeito de muitos! — Solto confiante e dessa vez é a soberana quem
respira fundo me dando um pequeno sorriso.
— Você tomou a decisão certa, Allana. Eu te garanto que você terá
tudo que você sempre sonhou e muito mais. Para começar, você está
ganhando o coração do novo soberano da máfia italiana, alguém muito
poderoso, Maycon te dará uma vida de rainha, ele vai te dará tudo que você
merece porque ele te escolheu. Perigos a gente corre todos os dias em
qualquer lugar, você era policial e corria riscos indo atrás de bandidos todos
os dias, aqui não será diferente mas você terá uma proteção maior do que
você tinha antes.
A soberana inicia uma conversa falando na minha vida passada e a
minha vida atual, tudo que eu não tive antes e tudo que terei a partir de
agora. Não vou negar, não estou mais me sentindo tão insegura como antes,
se estou deixando tudo isso subir a minha cabeça? Que se foda! Ou eu vivo
tudo isso ou saio daqui morta e eu prefiro viver. Prefiro ser amada por um
soberano e ter uma vida de rainha, a ser jogada em uma vala rasa com um
tiro na cabeça, porque se ele desistir de mim eles vão me matar por eu saber
demais sobre essa família, já fui até em um dos seus esconderijos e eles não
vão me deixar ir sabendo de tudo isso. Então essa agora será a minha nova
vida, a minha nova família.
CAPÍTULO 20

Não vou negar, não gostei da reação de Allana quando me


questionou dizendo que eu estava com as prostitutas da minha boate, ela fez
pouco caso do presente que eu comprei e no fundo eu sabia que não era
uma boa ideia, não adianta, eu não sei ser gentil com ela, não sei agradar
uma mulher que não seja lhe dando dinheiro, e Allana não vai demorar para
gostar muito disso também, vai ser mais fácil apenas lhe dar um cartão de
crédito sem limites e pronto.
Na noite passada eu saí para resolver alguns assuntos nas boates e
aproveitei para passar no apartamento dela, ela não pode ficar sem os
documentos e também sei que ela precisa de um celular novo, quero ter
como ligar para ela quando eu estiver fora, quero saber onde ela está e
como está, na verdade quero me certificar de que ela não vá escapar de
mim, então coloquei um rastreador no aparelho só por precaução.
Termino de me arrumar mas ela ainda não apareceu, essas mulheres
passaram o dia inteiro na rua e até agora não deram as caras, o que tanto
elas estão fazendo? Quatro mulheres juntas gastando, isso pode trazer um
rombo histórico nos cofres D'ávila. Mas enfim, são mulheres, o que mais
esperar delas?
Saio da minha suíte e sigo para sala, encontro meu pai, meu tio e
Isac já arrumados também inquietos com a demora das nossas mulheres.
— Soberanos! Me ligaram da guarita, o carro com as senhoras e os
soldados pessoais delas estão entrando na mansão. — Avisa Thomas
entrando na sala me fazendo respirar fundo. Ela chegou!
— Até que enfim, pensei que elas não chegariam a tempo para
sairmos. — Meu pai parece mais ansioso que eu.
É impressionante, mesmo depois de anos ele consegue se apaixonar
ainda mais por minha mãe, eu admiro muito essa conexão que eles tem,
esse amor que parece inabalável.
— Eu já estava quase mandando os nossos soldados atrás delas,
porque passar tanto tempo em um Spar e salão de beleza se elas são tão
lindas? Vai entender. — Meu tio vai até a porta e volta ansioso.
Me controlo para não fazer o mesmo, quero vê-la logo pois senti a
sua falta, eu também passei o dia ocupado com meu pai e os outros, fomos
nos armazém e recebemos mais alguns carregamentos em três pontos
diferentes, mas deu tudo certo.
Também despachamos algumas mercadorias para o México, Nova
York e Rússia, entre outros países. Também fui entrevistar pessoalmente
alguns funcionários para a nova boate que vamos abrir em breve, Olavo e
Crystal vão ficar responsáveis pela contratação das garotas, e isso já vai me
tirar um peso das costas, não quero ter que fazer isso eu mesmo.
— Chegamos papai! Estamos lindas, não estamos? — Luiza entra
empolgada indo abraçar o nosso pai, antes de ir para aos braços de Isac, ela
está realmente linda.
— Você está perfeita, filha, como sempre, uma princesa... Mas cadê
a sua mãe? Eu estou... — Diz eufórico mas para quando vê a minha mãe
entrar linda e deslumbrante.
Seu sorriso está radiante e deixa meu pai embasbacado como
sempre. Logo atrás dela entra minha tia de braços dados com uma mulher
de cabelos castanhos claro, admiro-a dos pés a cabeça e me surpreendo.
— Allana...
Respiro fundo puxando o ar para os meus pulmões, ela não está
mais loira, mas mesmo assim ela está lindíssima, está maravilhosa. Engulo
a seco enquanto ela entra na sala sorridente assim como minha tia, porra ela
está tão linda, não consigo tirar os olhos dela.
— Uau... Você está muito linda, Allana... Está maravilhosa. — Me
aproximo dela fascinado com a sua beleza.
— Obrigada!
Ela parece acanhada, suas bochechas ficam mais rosadas que o
normal me fazendo sorrir também. Espera! O colar e os brincos que ela está
usando, são as jóias que dei a ela.
— Está usando o colar que eu comprei, gostou mesmo deles? Se não
quiser usar...
— Eu adorei... Na verdade eu amei, obrigada. Ele é delicado e a
pedra de turmalina combina com a cor dos meus olhos, meu pai adotivo
sempre dizia isso. — Ela toca o calar me dando um sorriso tão lindo.
— O seu cabelo, ficou lindo. Eu já estava enlouquecendo com tantas
loiras dentro de casa. — Comento espontaneamente e ela gargalha, uma
gargalhada tão gostosa que me faz sorrir também.
— Eu só mudei a cor, o resto continua o mesmo. — A vejo corar
ainda mais ao admitir isso. Sorrio. — Obrigada também pelo celular, eu já
estava sentindo falta de olhar as minhas redes sociais. Mas não fiz nada
demais, não se preocupe. — A nova cor dos seus cabelos realçaram a cor do
seus olhos, e eles são lindos.
Apenas balanço a cabeça concordando, retribuo o seu sorriso. Não
tenho olhos para mais nada além dela, mal consigo ouvir a voz da minha
mãe e minha tia bem ao nosso lado, estou enfeitiçado por essa mulher.
— Bom, agora que as mulheres chegaram nós podemos ir, estão
todos esperando pelo novo soberano! — Meu pai passa por nós sorridente e
abraçado a minha mãe.
Saímos todos de casa e nos dividimos em dois carros, meus pais e
meus tios vão no carro da frente, e eu e Allana vamos com Isac e Luiza no
carro de trás.
Como sempre, saem dois carros na nossa frente e demais dois atrás.
Seguimos para o centro de Roma e por ser noite meu pai vai conseguir
entrar despercebido.
Admiro Allana pelo retrovisor e ela está sorridente conversando
com Luiza, as duas parecem amigas de infância empolgadas, elas estão
belíssimas. Encaro Isac e ele está dividindo a sua atenção entre a pista e o
revisor por onde ele admira minha irmã.
— Acho bom prestar atenção na pista, Isac, não queremos sofrer um
acidente. — Sorrio de lado e ele respira fundo.
— Porra irmão, está foda... Ela está tão linda. — Diz em um
sussurro para ela não ouvir.
— Pelo menos você pode abraçá-la e beijá-la... Eu vou passar a
noite chupando dedo. — Retruco frustrado e ele gargalha. Infeliz!
— Foi mal irmão, eu sinto muito por isso.
Suspiro frustrado me lembrando da última vez que a beijei, seus
lábios são tão macios, seu beijo é tão viciante, não sei como ainda não
enlouqueci de tanta vontade de beijá-la outra vez, de senti-la finalmente em
meus braços. Merda! Quero essa mulher, mas porque tem que ser tão difícil
conseguir lidar com ela?
Meia hora depois estamos entrando em uma das nossas mansões
deixada apenas para eventos como esses. Hoje faremos um comemoração
pela minha posse como líder da Nuestro Poder, e nesse evento estará apenas
os líderes e alguns membros importantes de algumas facções associadas a
nós, que estão do nosso lado nos negócios.
Ouço pelo rádio um aviso de um dos nossos homens nos alertando
que a polícia está rondando a área, pegamos um caminho alternativo e
entramos na mansão por uma entrada secundária. Quando descemos do
carro na frente da porta principal, vejo que Allana parece tensa, como a
polícia está rondando a área se ninguém mais sabia que estaríamos aqui,
além dos convidados do nosso pessoal e outras facções aliadas?
Encaro Allana mais uma vez e encaro Luiza sorridente como
sempre. Pego ela pela mão e me afasto de todos.
— O que foi maninho? Porque essa tensão toda?
— Me diz uma coisa, Luiza? Vocês passaram o dia inteiro na rua,
você consegue me garantir que Allana não avisou a ninguém sobre esse
evento? Há possibilidade dela ter pedido ajuda ou algo do tipo? Ela fez
alguma ligação? Ela esteve o tempo todo com você e a mamãe? —
Questiono irritado mas ela não tem tempo de falar.
— Eu posso responder a sua pergunta, soberano! Eu não sabia onde
seria a comemoração, então não tinha como eu avisar a ninguém, além do
mas, estou a muito tempo com vocês e se eu fugisse e voltasse para o meu
pessoal, provavelmente eu seria investigada para saberem se não sou uma
de vocês, então eu não avisei a ninguém e nem pedi ajuda... Quer saber, eu
não vou perder o meu tempo brigando com você hoje, eu só quero me
distrair um pouco e nada mais... Com licença! — Seu tom magoado me
irrita, me incomoda pois sei que é por minha culpa.
— Allana? Espera! — Seguro ela pelo braço mas ela se solta se
afastando de mim apressada. — Merda! Merda! — Agora mesmo é que ela
vai se afastar de mim.
— Qual é o seu problemas, Maycon? Você está assim tão
preocupado que ela nos traia, ou está com medo dela pedir ajuda para fugir
você? Ela conversou bastante comigo e a mamãe, ela está disposta a aceitar
tudo isso, mas não vai ser fácil para ela se você ficar desconfiando dela
desse jeito. — Me repreende incrédula e sai apressada atrás de Allana.
Elas entram na mansão junto com os meus pais e meus tios, sigo
logo atrás com Isac me aconselhando a dá um tempo a ela, porra que
mulher difícil! Porque tudo com ela tem que ser complicado?
Entramos no grande salão da mansão e o ambiente já está cheio,
todos os nossos convidados já estão aqui nos recebendo com um alvoroço
de aplausos. Me aproximo de Allana e toco a sua cintura guiando-a pelo
salão, seguindo para o palco, meus pais e meus tios vem logo atrás com Isac
e Luiza.
— Fala parceiro! O grande dia chegou mas eu ainda te devo uma
festinha particular... Eu trouxe a Jasmim comigo e espero que não se
incomode com isso. — Liang me para no meio do trajeto me
cumprimentando com um abraço.
— Bom, você disse que vai tirá-la da boate então agora ela é sua
responsabilidade, então não há problemas trazê-la com você... Essa é
Allana, a minha futura soberana... Allana esse é... — Os apresento meio
sem jeito mas ela me interrompe
— Liang Young! Filho de Leon Young, chefe da maior facção que
existe na China... É! Eu o conheço pelas notícias nas páginas policiais... E a
moça é Jasmim, uma funcionária de uma das boates D'ávila, é um prazer
conhecê-los. — Ela empina o nariz e sorrir de lado com uma sobrancelha
erguida. Mas estende a mão para Liang.
— Quem é essa bela mulher? Uma detetive ou algo do tipo...? Você
está mesmo a altura de uma soberana. Seja bem vinda ao nosso mundo,
Allana. — O infeliz sorrir beijando a sua mão e ela sorrir abertamente para
ele. Esse sorriso tinha que ser para mim e não para ele!
— Eu era uma oficial de polícia, então é normal que eu seja bem
informada... Bom, se nos dê licença, nos falamos mais depois. Podemos ir,
soberano? — Ela me olha de lado ainda com essa sobrancelha erguida me
fazendo bufar.
— Sim, querida, vamos! Nos falamos depois, meu amigo. — Saio
levando ela comigo.
A vejo tensa mas não sei se é pela situação ou pela minha mão
apertando a sua cintura, a vejo puxar a respiração e sorrio por dentro, ela é
vulnerável a mim, ela tem que ser vulnerável a mim, assim será mais fácil
conseguir domar essa mulher.
Paramos em uma mesa próximo ao palco enquanto meus pais sobem
no palco, alguns dos nossos soldados estão em alguns cantos estratégicos
dentro do salão enquanto outros vestidos de garçom também armados
andam pelo salão servindo os convidados. A área está bem vigiada então
acho que não teremos problemas.
— Senhoras e senhores! Boa noite a todos! Peço um minuto da
atenção de vocês para darmos início a essa importante comemoração.
Todos aqui sabem que em uma facção não podemos prender um único líder
no comando, a nossa geração precisa ser mostrada como a continuação da
nossa força, precisamos inovar mesmo mantendo todas as nossas leis e
tradições, e alguns de vocês já estão cientes de que a Nuestro Poder agora
será liderada com a mesma mão firme, e com a mesma dedicação pelo
nosso sucessor, Maycon D'ávila! — Meu pai inicia o discurso em um tom
firme, mas estende a mão me chamando e eu pego a mão de Allana subindo
no palco.
— Obrigado, papai! — Me aproximo dele enquanto Allana fica
mais atrás com a minha mãe. — Boa noite a todos! Sei que nem todos os
convidados puderam comparecer esse evento, pois muitos tem os seus
compromissos e precisam cumpri-los, mas também sei que todos me
conhecem o suficiente para ter a certeza de que eu estou aqui para dá o
meu melhor, para dá o meu sangue por essa facção se for necessário. E
farei isso com o mesmo comprometimento que teve o meu pai, e depois
minha mãe, e vocês os conhecem bem e sabem que não estou aqui para
brincadeira, eu herdei não só o sangue, mas também a personalidade
desses dois grandes líderes que continuarão ao meu lado para me orientar
e me apoiar quando necessário. Prometo honrar e liderar com firmeza essa
nossa família da Nuestro Poder. — Encaro a todos lá embaixo me sentindo
grande, me sinto finalmente poderoso diantes de toda essa gente. — Meus
pais se completam, eles fizeram uma parceria invejável a muitos e sei o
quanto muitos aqui torceram por eles e os apoiaram nessa liderança, nós
homens precisamos de uma grande mulher ao nosso lado para nós motivar
a fazer o melhor, e muitas das vezes como foi o caso dos meus pais, essa
duplas fizeram história juntos lutando lado a lado, e eu quero ser como
eles, quero dá o mesmo exemplo de força e poder, comprometimento e
companheirismo, quero ao meu lado uma mulher forte que se torne a minha
ponte para continuar, e é claro que ela também é muito linda... — Abro um
pequeno sorriso mas vejo algumas moças a frente do palco cheia de sorrisos
para mim.
São filhas de chefes de Carteis e filhas de seus conselheiros e
aliados. Mas vou ter que decepcioná-las.
— Senhoras e senhores! Quero que conheçam a minha futura
esposa, a minha futura primeira dama e soberana, Allana Macedo!
Meu tom sai mais firme que o desejado mas me viro estendendo a
mão para uma mulher completamente surpresa, eu diria até que ela parece
em choque com as minhas palavras. A vejo engolir a seco mas ela vem
pegando a minha mão. Abraço a sua cintura encarando toda essa gente a
nossa frente.
— Nós sermos o futuro dessa facção! Nós seremos um exemplo
assim com os meus pais são e sempre serão para todos! Nós seremos os
seus soberanos! — Abraço a cintura de Allana e ela tem os olhos levemente
arregalados.
Quero tanto beijar essa mulher, mas ela é arisca demais e não quero
passar vergonha na frente dessas pessoas. Porra eu sou o novo soberano e
não quero passar vexame então apenas lhe dou um beijo no rosto. Vejo
todos se curvando fazendo reverência e sorrio de lado, encaro Allana e ela
parece em choque.
— Respira, Allana! Ou você vai desmaiar por falta de ar nos
pulmões. — Sugiro discretamente e ela me encara fixamente.
Toco o seu rosto suavemente e ela respira fundo me dando um
pequeno sorriso. Todos se erguem mas vejo as garotas a nossa frente com
um olhar severo para Allana, ela sorrir acenando com a cabeça e em
seguida faz algo que eu não esperava.
Ela toca o meu rosto gentilmente e me dá um breve beijo, um
selinho demorado mas não resisto em beijá-la mais profundamente, o beijo
que eu estava desejando desde a nossa última noite no banker. Mas dessa
vez ela está sóbria e logo interrompe o beijo ofegante quando ouve os
aplausos ecoar no salão.
Meus pais se aproximam parando ao nosso lado, seremos um casal
tão poderosos quanto eles. Assim espero. Os soldados nas laterais do salão
atiram para o alto com balas de festim e Allana se assusta me abraçando
apertado. Sorrio abraçando ela de volta mas logo ela percebe que tudo isso
faz parte da comemoração.
Digo mais algumas poucas palavras e logo descemos do palco. Nos
acomodamos na nossa mesa e alguns dos chefes das facções aqui presente
vem nos cumprimentar, Allana ainda está meio acanhada mas aos poucos a
vejo se soltar conversando com minha mãe, e outras mulheres que se
aproximam para conhecê-la. Ela está radiante, seu sorriso parece iluminar
esse salão inteiro.
— Você está apaixonado, e não adianta negar porque eu te conheço,
eu nunca te vi assim antes, isso é paixão. — Desfaço o meu sorriso quando
Liang se aproxima parando ao meu lado, admirando Allana com a minha
irmã.
Jasmim se aproxima meio sem jeito e Allana cruza os braços a
encarnado com uma sobrancelha erguida, ela diz alguma coisas e todas
sorrir do que ela disse.
— Eu não vou negar, Liang, eu nunca olhei para uma mulher como
eu olho para ela, eu a vejo de outra maneira, eu me preocupo com ela e com
as outra eu não me importava... Cacete! Eu amo essa mulher... Puta merda
eu a amo e nem transamos ainda, como isso é possível? — Comento sem
tirar os olhos dela e a vejo olhar na minha direção.
Ela cora com facilidade só em me vê admirando-a. Ela bebe a sua
champanhe desviando os olhos de mim.
— Está falando sério? Vocês não transaram ainda? Ah esquece, eu
desisto de entender essa relação de vocês, eu nunca me apaixonei antes sem
transar primeiro, e se o sexo não for bom? O que acontece? Vai continuar
com ela ou vai dispensá-la?
— Cara não fala besteiras! Eu tenho certeza de que o sexo com ela
deve ser perfeito, eu fico louco só com um beijo imagina ela entregue no
meus braços? Porra eu estou pirando. Preciso resolver essa situação logo
mas não sei como, ela é muito arisca, eu já te contei sobre ela então eu não
posso forçar nada, ou vou perdê-la sem nem ao menos tê-la ganhado. —
Respiro fundo olhando em outras direções que não seja na dela. — Vamos
cumprimentar alguns amigos, as nossas mulheres estão bem à vontade, não
temos com o que nos preocupar.
Saímos pelo salão Cumprimentando alguns líderes que acabaram de
chegar com suas esposas, parece que todos os líderes são casados, não vejo
nenhum deles solteiros e já me falaram que ter uma família, também é uma
boa fachada para os negócios, mas não é só para isso que quero uma
família, quero realmente ser um exemplo assim como os meus pais são.
— Soberano Maycon D'ávila! Parabéns mais uma vez pelo seu novo
posto, rapaz, você sempre ficou à frente das batalha com o seu pai e sei que
será um ótimo líder, na verdade já está sendo um ótimo líder, você foi
brilhante no comando contra os Armstrong, muito em breve Liang também
será o meu motivo de orgulho. — Leon Young, pai de Liang vem me
cumprimentar e abraça o filho pelos ombros.
— Obrigado pelo apoio, Sr. Young, ter o apoio e a aprovação de
vocês significa muito para mim. — Sorrio confiante e meu pai se aproxima
com mais alguns líderes e suas filhas.
— Eu não sabia que você já havia escolhido a sua primeira dama,
Soberano. Eu trouxe a minha filha para apresentá-lo mas vejo que
chegamos tarde, Allana Macedo é filha de algum líder conhecido? Nunca
ouvir falar dela antes. — Indaga o Sr. Jamal sorridente, mas sua filha sorrir
ainda mais mordendo o lábio inferior.
— Allana é filha de um grande amigo já falecido, os pais dela se
foram quando ela tinha dois anos de idade e foi criada por pais adotivos,
que também já são falecidos, ela e Maycon se encantaram um pelo outro e
não vimos problema algum nessa escolha dele em torná-la sua soberana, ela
seguirá todas as nossa leis e tradições como fez a minha esposa. Ela é uma
garota incrível. — Meu pai me abraça pelos ombros e me surpreendo por
ele defender Allana com tanto afinco.
Olhamos na sua direção e ela está empolgada conversando com as
mulheres, ela não está mais tão acanhada como antes, ela parece fazer parte
disso a anos, ela não está se importando por estar no meio de todos esses
mafiosos, ela está mesmo aceitando tudo isso.
— Bom, em todo caso, quero desejar novamente que o seu reinado
seja tão glorioso quanto o de seus pais, e que você conquiste muitos novos
aliados para as nossas facções... Parabéns, Soberano Maycon D'ávila! — O
senhor e sua filha frustrada fazem reverência a mim e meu pai. Respiro
fundo adorando tudo isso. Eu conquistei o meu lugar e sei que mereço estar
aqui.
CAPÍTULO 21

Ando com o meu pai e meu tio de um lado do salão e minha mãe
anda com Allana e minha tia do outro lado, cumprimentamos muita gente
mas quando chegarmos próximos a porta, Allana fala algo com a minha
mãe e sai do salão sendo escoltada por Zion e Rael, seus seguranças
pessoais.
Deixo meu pai e meu tio no salão e saio atrás dela com Isac e
Thomas na minha cola. A encontro andando pelo jardim olhando para ao
céu e me aproximo devagar, faço sinal para os soldados se afastarem um
pouco e assim eles fazem.
— Já está cansada? Andou bastante pelo salão e vi que se enturmou
rápido com as outra mulheres. — Ela para se virando abruptamente me
encarando surpresa.
— Tem muita gente legal aí dentro, não era assim que eu imaginava
que fossem os mafiosos, e agora estou me tornando um eles. — Ela sorrir
timidamente enquanto me aproximo mais.
— E você está mesmo disposta a aceitar fazer parte disso? Não vai
se arrepender depois?
— Que escolha eu tenho? Ou eu morro ou eu faço parte disso, e...
Me desculpa, eu não quero discutir sobre isso, só estou tentando dizer que...
Eu prefiro fazer parte disso do que não fazer parte de nada. Lá fora eu não
tenho ninguém, na delegacia talvez eles não me aceitariam de volta mas se
aceitassem, eu teria que conviver com pessoas corruptas e não poderia fazer
nada, de qualquer forma eu estaria presa a algo indesejado... eu ainda
preciso me acostumar com a ideia de fazer parte de uma facção, mas eu
estou disposta sim a fazer parte disso. — Ela continua a sua caminhada pelo
jardim e eu caminho ao seu lado.
— Se eu te liberasse agora, você iria embora ou escolheria ficar
comigo? Ainda acha que sou um monstro? — Paro segurando a sua mão e a
vejo me encarar surpresa com as minhas perguntas.
— A gente fala muita coisa quando está nervosa, e... Sempre sai o
que vem à cabeça, mesmo que não seja a verdade... — Seus olhos se
prendem nos meus e eu me aproximo um pouco mais dela.
— Falta responder uma pergunta. Se eu te liberasse agora, você iria
embora, ou escolheria ficar comigo? — Insisto na pergunta e ela ofega.
— Eu não sei te responder essa pergunta... Como eu disse antes,
ainda tenho que me acostumar com tudo isso, mas, eu já me apeguei
bastante a sua irmã e sua mãe, e também a sua tia... Eu já consigo me vê
convivendo com vocês. — Confessa em um tom trêmulo e limpa a garganta
quando toco a sua cintura. Sorrio satisfeito com a sua resposta.
— Fico feliz em ouvir isso. — Puxo o seu corpo para o meu e ela
fica ainda mais tensa. — Você disse que só mudou a cor dos seus cabelos,
posso ver se é verdade? — Pego uma mexa dos seus cabelos e ela respira
fundo surpresa com o meu pedido.
Ela apenas balança a cabeça concordando e eu aproximo mais o meu
rosto para afagar os seus cabelos, e sim, o seu perfume continua o mesmo.
Levanto o meu rosto para encarar os seus olhos mas encaro os seus lábios
vermelhos, acaricio o seu rosto suavemente e beijo-a ardentemente, mas
com calma saboreando o seu gosto viciante.
Ela não resiste, ela me beija de volta segurando os meus braços com
firmeza, sua língua é tão macia, seu beijo é tão intenso que me deixa
eufórico. Abraço o seu corpo prendendo ela a mim e suas mãos vão para
minha nuca intensificando o nosso beijo. Porra eu quero senti-la, quero
fazer amor com ela.
Quando o ar nos falta ela interrompe o beijo me encarando surpresa
por ter me beijando dessa maneira tão envolvente. Ela tenta se afastar mas
não deixo, puxo ela de volta para o meu corpo e nesse momento ouço som
de tiros e me abaixo com ela.
— Merda! O que está acontecendo? — Saco a minha arma correndo
com ela para atrás de uma estátua no jardim, afim de nós proteger. — Fica
abaixada! Não se levante, ouviu?
Me levanto vendo os meus soltados correndo de um lado para o
outro atirando e alguns homens correndo para trás dos carros, atirando
contra eles.
— Não são policiais e não parecerem ser membros de Carteis, quem
são essa gente e porque estão nos atacando? — Allana se levanta olhando
pelo outro lado da estátua. Mulher teimosa!
— Eu não mandei você você se abaixar? Se proteja, Allana!
— Você não manda em mim! Me dá uma arma? Eu atiro tão bem
quanto você... Rápido, soberano! — Seu tom firme e autoritário mais uma
vez me surpreende.
— Eu não vou te dar uma arma porque você vai ficar quieta...
Ela me puxa pelo colarinho da camisa e me rouba um beijo
enquanto rouba a segunda arma do meu coudre.
— Golpe baixo não vale, Allana!
— Cala boca e me proteja! Eu não quero morrer hoje! — Ela ergue
uma sobrancelha e dispara contra os homens vindo na nossa direção.
— E não vai! — Sorrio me juntando a ela atirando nesses malditos.
— MAYCON! SE PROTEJAM! — Grita Isac de algum lugar mas
vejo outros homens invadindo pela entrada secundária. Merda!
— Precisamos sair daqui, ou vamos morrer! — Entrego dois pentes
de balas a ela e nos levantamos saindo de trás da estátua.
Nos viramos de costas um para o outro e disparamos acertando
alguns dos homens enquanto meu pai, meu tio e os nossos soldados vem na
nossa direção atirando, nos dando cobertura. Como esses merdas
conseguiram entrar aqui? Eles são muitos.
Abraço Allana pela cintura puxando ela para mim e atiro na direção
contrária, ela faz o mesmo, nesse momento os nossos soldados se põe na
nossa frente fazendo um escudo humano par anos proteger, enquanto se
afastam nos levando de volta para entrada da casa.
— Vocês estão bem? Foram feridos? Maycon! Allana! — Mamãe
entra no meio arrastando Allana com ela e vejo que também está armada.
— Não fomos feridos, estamos bem, eles estão recuando, quem são
esses caras? Porque estão nos atacando? — Pergunta mais uma vez mas a
sua atenção está no confronto se arrastando para fora da mansão.
— Não sabemos quem eles são, mas todos tem a mesma tatuagem
de um tigre no pulso, eles não são daqui, nunca vimos esses caras na cidade
antes. — Informa Isac chegando correndo com Thomas. Vejo Allana puxar
o corpo de um dos caras caídos na porta da casa.
— Eu sei quem eles são, esses caras são de uma gangue de Los
Angeles, eles são associados a facção da Família Armstrong, eles devem
estar querendo vingança de sangue depois que o Cartel Armstrong foi
dizimado pela Nuestro Poder... Eu já prendi alguns deles quando fui
transferida para Los Angeles para ajudar em um caso. — Explica voltando
para perto de nós. Meu pai e meu tio voltam apressados ainda com as suas
armas em punho.
— Vamos pegar esses filhos da puta! Não vamos deixar nenhum
deles saírem daqui vivos, e depois vamos atrás do restante do bando...
Vamos acabar com esses desgraçados! — Esbravejo enquanto recarrego a
minha arma e alguns dos líderes se juntam a nós acionando o seu pessoal
para irmos atrás desse desgraçados.
— Maycon! Me deixa ir com vocês? Eu conheço esses caras e posso
ajudar. — Me surpreendo com o pedido de Allana.
— Está fora de cogitação você ir com a gente! Não quero você
correndo riscos. — Me afasto para sair mas ele me segura pelo braço.
— Por favor? Me deixa ajuda de alguma maneira?
— Se quer tanto ajudar, fique com a minha mãe e as outras, as
proteja pois sei que você é capaz para isso... Você pode fazer isso para
mim? Por favor não se arrisca? Eu fui claro? — Toco o seu rosto
gentilmente e ela apenas concorda.
— Zion! Rael e Bruno! Reúnam três equipes e levem as mulheres
pra casa, tirem elas daqui pois a área foi comprometida e não sabemos se há
mais deles por aí... Protejam elas com as suas vidas ou vocês pagaram caro
se acontecer algo a elas, entenderam? Charles ficará para ajudar vocês na
proteção delas. — Me afasto chamando a atenção do meu pessoal e
rapidamente eles se agitam para fazer o que ordenei.
Peço para trazerem mais carros blindados para tirar minha mãe e as
outras daqui, vou até o meu pai conversando com os outros líderes e ouço
que tem pais homens chegando para nos ajudar. Ótimo!
Vou colocar minha mãe e as outra no carro com alguns seguranças,
mas outros grupos vão ir na frente e atrás para escoltá-las até em casa.
— Maycon! A sua arma... — Allana se aproxima me devolvendo a
minha arma.
— Você está bem? Promete que vai fazer o que eu pedi? Vai ficar
em segurança e não vai fazer nenhuma besteira, ok? — Coloco o seu cabelo
atrás da orelha em um gesto suave, ela me dá um pequeno sorriso e isso me
deixa feliz contente.
— Se você prometer que vai se cuidar, eu posso prometer o mesmo.
Vai voltar logo? — Me surpreso mais uma vez com essa mulher, ela está
preocupada comigo? Isso é um bom sinal, tem que ser.
— Se você aceitar o meu convite pra jantar, eu prometo voltar
logo... E então? Quer sair pra jantar comigo? — Pergunto meio sem jeito e
ela sorrir de maneira doce e carinhosa.
— Está me chamando para um encontro? Caramba, eu não esperava
por isso vindo de um soberano mal humorado... Eu vou adorar sair pra
jantar com você. — Ela fica mais vermelha que um tomate ao admitir tal
coisa. Sorrio.
Ela se vira para entrar no carro, mas, seguro a sua mão. Me
aproximo lhe roubando um beijo pouco demorado.
— Você foi incrível hoje... Te vejo em breve. — Me afasto soltando
a sua mão e ela entra no carro sorrindo.
— Se cuida meu filho! E cuida do seu pai também, ouviu bem? Eu
te amo. — Mamãe se aproxima piscando para mim e me abraça apertado.
Ela sempre faz isso quando tem pela minha vida — Vocês dois ficam lindos
juntos, estou feliz que estejam se entendendo. — Ela se solta sorridente.
— Conversaremos melhor sobre isso depois, vou levá-la para jantar
e preciso de ajudar, descubra do que ela gosta e onde posso levá-la? Te vejo
depois. Te amo! — Lhe dou um beijo e saio voltando para junto do meu pai.
Elas saem da mansão em segurança sendo escoltadas pelos nossos
soldados. Ligo para o chefe dos nossos soldados no armazém e peço para
reunirem mais uma equipe na mansão principal, caso esses malditos tentem
chegar até às mulheres, o restante do pessoal seguirá conosco pois vamos
varrer a área antes de partirmos para Los Angeles. Vamos pegar aqueles
malditos e não vamos deixar um para contar a história.
O Sr. Leon Young e seu filho se juntam a nós, assim como os
soldados de outros líderes das facções aliadas, vamos sair à caça desses
vermes malditos e não vamos voltar até matarmos o último deles.
Allana realmente é muito boa com armas, não é à toa que ela era da
polícia pois ela atira muito bem, e tem um ótima pontaria, essa mulher é o
meu número. Porra! Nos beijamos, ela me beijou de volta sem oferecer
resistências, será que ela está finalmente se rendendo a mim? Ela vai ser
minha logo, isso é questão de tempo pois sinto que ela também me quer. Ela
me deixa louco quando ofega aquele jeito, seu corpo trêmulo amolecendo
em meus braços quase me fez pirar.
Ainda sinto o gosto dos seus lábios nos meus e quero beijá-la de
novo, quando eu voltar ela vai ser minha, vou levá-la para jantar e ela será
minha, não tenho dúvidas disso.
— Vamos pessoal! Está na hora de irmos, não podemos mais perder
tempo, os nossos inimigos estão aqui no nosso território e precisamos
eliminá-los! Vamos!
Aviso enquanto sigo para o nosso carro e outros veículos são
estacionados nesse instante para comportar o nosso pessoal, e também o
pessoal dos nossos aliados que se juntaram a nós nessa caçada.
Saímos da mansão de festas e seguimos pela cidade a procura dessa
gangue maldita, eles vão nos pagar muito caro por esse ataque, eu e Allana
poderíamos ter sido feridos naquele confronto, por sorte ela sabe se
defender muito bem e não precisei me preocupar tanto com a sua defesa, ela
também me defendeu e aquilo foi incrível.
Allana poderia ter aproveitado a oportunidade para tentar escapar ou
até mesmo para me matar pois ela estava com uma das minhas armas nas
mãos, mas ela não o fez e ainda queria vir conosco para lutar ao nosso lado,
essa mulher é surpreendente, eu preciso aprender a lidar com ela, não posso
desistir assim tão fácil.

Rodamos a cidade atrás daqueles vermes e conseguimos eliminar


alguns deles, mas muitos conseguiram escapar na saída de Roma, mas
fomos atrás, vamos segui-los até Los Angeles e vamos acabar com aqueles
filhos da puta, vamos exterminar qualquer um que se meter no nosso
caminho contra nós.
Deixamos uma equipe seguindo os integrantes da gangue e fomos
para o nosso hangar, daqui até Los Angeles tem muito chão pela frente
então vamos no jato D'ávila, assim chegaremos mais rápidos e não
perdemos tempo com esses ratos miseráveis, nós vamos pegar um por um!
Embarcamos no jato com uma equipe de soldados e outras
aeronaves vão sair logo atrás de nós, os nossos aliados estão reunindo
recursos para embarcamos nessa nova guerra, e nós vamos vencê-la
também.

DOIS DIAS DEPOIS...


— MALDITOS! MISERÁVEIS! — Esbravejo chutando uma
cadeira para longe. — Eles estão em quinze pessoas, como conseguiram
escapar? Onde eles estão escondidos? Precisamos encontrá-los! Eu não
quero nenhum deles vivo! — Ando inquieto pelo terraço de um dos prédios
da gangue.
— Não vamos desistir até conseguirmos rastreá-los, nós vamos
pegar esses desgraçados! — Esbraveja meu pai ainda mais furioso que eu.
— Vamos sair daqui! Vamos continuar a nossa caçada!
Saio apressado descendo até o elevador no andar de baixo, enquanto
ouço o celular do meu pai tocar, procuro pelo meu celular também mas não
o encontro, me lembro que o deixei no carro pois no confronto que tivemos
eu fui salvo pelo meu aparelho, o tiro atingiu a minha coxa mas a bala
apenas destruiu o meu celular que estava no bolso.
— COMO ISSO FOI ACONTECER? SEUS INÚTEIS! VOCÊS
VÃO PAGAR POR ISSO! — Ouço meu pai esbravejar e paro esperando
por ele. — NÃO ME INTERESSA! VOCÊS SÃO RESPONSÁVEIS POR
ELAS...
— O que aconteceu, papai? Porque está tão irritado? — Me
aproximo atento a sua reação.
— Esses malditos! Precisamos voltar agora mesmo! A mansão foi
invadida, sua mãe foi baleada e levaram Maria Luiza e Allana. Charles já
está organizando as buscas por elas... MERDA! MERDA! — Suas palavras
me abalam e eu corro para o elevador.
— NÃO! MARIA LUIZA...! — Isac grita dando um murro violento
na parede.
— Eu vou matar um pôr um! Se eles as machucarem eu os mato
com as minhas próprias mãos! — Esbravejo furioso socando o botão do
elevador.
Estamos no décimo andar e essa coisa demora para abrir, meu pai
tenta me acalmar mas está mais nervoso que eu e Isac juntos, minha mãe foi
baleada e minha irmã e minha mulher foram capturadas, eu quero arrancar o
coração daqueles miseráveis com as mãos!
Saímos do prédio e corremos para os carros enquanto ligamos para
os nossos homens e também para o meu tio, todos os nossos homens vão
voltar conosco mas alguns homens de Leon vão ficar para tentar encontrar
os quinze ratos que faltam ser eliminados.

Embarcamos no jato e seguimos de volta para Roma, ordeno ao


piloto para voar com força total pois precisamos chegar logo em casa. Meus
pensamentos estão divididos, não sei se penso na minha mãe baleada ou em
Luiza e Allana sequestradas, como isso foi acontecer? Como esse vermes
conseguiram invadir a mansão e fazer esse estrago?
A imagem delas não saem da minha cabeça e isso só faz o meu
desejo de vingança crescer ainda mais, quero esses desgraçados mortos!
CAPÍTULO 22

40 MINUTOS ANTES DO SEQUESTRO...

— Porque eles estão demorando tento? É normal eles ficarem dias


fora atrás dos seus alvos? — Pergunto enquanto termino a minha sobremesa
de maracujá com chocolate, está uma delícia.
— Está com saudades do meu irmão, Allana? — Dispara Luiza
fazendo o meu rosto esquentar de vergonha.
— Não diga besteiras, Luiza! Estou perguntando por curiosidade.
Eles saíram já fazem dois dias e ainda não voltaram, só queria saber como
funcionam esses ataques, os confrontos que eles participam. — Quase me
engasgo com a minha sobremesa mas respiro fundo me acalmando
internamente. Vejo a soberana sorrir.
— Michael me ligou mais cedo, eles estão quase concluindo o
objetivo deles e logo estarão de volta... Quando lutamos em território
desconhecido, os confrontos podem demorar mais que o previsto, pois os
nossos inimigos tem mais chances de se esconder de nós e evitarem ser
mortos, mas eles sempre são encontrados e dessa vez não será diferente. —
Explica apoiando os cotovelos sobre a mesa, atenta a mim.
— Entendi, mas eles estão bem? Não estão feridos, não é? — Me
deixo mover pela curiosidade e ela sorrir gentilmente.
— Não, querida, eles não estão feridos, estão todos bem e...
Diz enquanto se levanta, mas para quando ouvimos sons de tiros.
— O que está acontecendo, mamãe? O que é isso? — Luiza se
levanta desesperada e eu me levanto junto.
— Fiquem aqui e se escondam! Eu vou vê o que está acontecendo.
— A soberana corre até um quadro na parede e puxa para o lado abrindo
um cofre.
— Me deixe ajudar, soberana? Eu posso ajudar! — Peço correndo
até ela que tira três armas do cofre.
— Você pode ajudar sim, querida, se proteja e proteja Maria Luiza!
Mas não saiam daqui!
Ela me entrega uma arma e corre até a porta no mesmo instante em
que o Sr. Charles entra correndo.
— Não saia daqui! Eles estão invadindo e são muitos. Brenda leve
as meninas daqui! Saiam pelos fundos e vão para a passagem secreta,
agora! — Esbraveja se esquivando atrás da porta enquanto atira para fora,
mas a Sra. Brenda não arreda o pé.
— Vamos Luiza! — Agarro ela pela mão e corremos para o outro
lado da casa.
Ela chora muito e eu tento a todo custo acalmá-la para descobrir
para onde temos que ir. Saímos para fora da casa mas sinto algo passar
próximo ao meu rosto e estourar na parede, me abaixo com Luiza e atiro em
cinco homens entrando pelos fundos da mansão, saindo da floresta.
— Merda! Estamos cercados!
— Me ajuda, Allana! Não deixem eles me pegarem? Por favor? —
Ela chora abraçada a minha cintura e eu corro de volta para dentro da casa
arrastando ela comigo.
— Se pegarem você, terão que me pegar também!
Corremos de volta para sala mas paro quando vejo dois homens
virem correndo da sala, mas e a soberana? O Sr. Charles? Merda!
Entramos em um dos quartos de hóspedes aqui no primeiro andar e
mando Luiza ir para o banheiro, me escondo atrás de uma cômoda e assim
que a porta de abre em um solavanco, meto bala em cima deles até vê-los
caídos no chão.
— Vamos Luiza! Precisamos sair daqui! — Olho pela janela e não
vejo nada, apenas ouço os sons dos tiros e eles são muitos.
— Como vamos sair daqui? A mansão está cercada! — Ela sai do
banheiro chorando nervosa.
— Nós vamos pular a janela, e quando sairmos daqui, quero que
você corra para dentro da floresta e não para por nada, encontra um buraco
o que for, mas se esconda e não saia até ouvir a voz de alguém conhecido,
eu fui clara? Não importa quando tempo vai levar mas não saia! — Olho
para fora da casa novamente e não tem ninguém, faço ela pular primeiro e
eu pulo logo atrás.
Corremos em direção a floresta mesmo ouvindo os disparos,
entramos mata adentro mas não seguimos direto, viramos a esquerda e
corremos em silêncio, mas ouço um som de disparo muito perto de nós e
paramos.
— Se continuarem correndo, eu vou atirar para matar! Agora jogue
a sua arma para o lado, morena! Agora! — Avisa enquanto se aproxima
com cautela e eu faço o que ele mandou.
Vejo o Laser da sua arma mirando no meu peito e me ponho na
frente de Luiza, sinto ela colocar algo na minha mão e sei que é uma arma
pequena, mas isso vai nos ajudar, olho para um ponto atrás do cara e abro a
boca respirando fundo, fingindo me assustar com algo, ele se distrai
olhando para atrás e eu atiro descarregando a arma nele.
Corro até o homem morto no chão e pego a sua arma, entrego a
arma de Luiza e continuamos a correr para longe dali, mas quando
chegamos no muro vejo que ele é alto demais e não vamos conseguir pular.
Praguejo por isso e seguimos correndo na beira do muro, mas ouço sons de
disparos se aproximando e nos jogamos no chão atrás de uma árvore.
— Joga a arma ou eu atiro na sua cabeça! Vamos! Joga essa merda
dessa arma! — Esbraveja um homem negro bastante forte se aproximando
com o Laser mirando na minha testa.
— Tudo bem, não atira! Por favor não atira! — Jogo a arma longe e
continuo deitada no chão ao lado de Luiza.
— Vocês vem com a gente! — Eles se aproximam rápido e nos
levantam do chão em um puxão brusco.
Resmungo mas eles apenas nos mandam calar a boca. Assim
fizemos. Ficamos quietas enquanto somos levadas de volta para o jardim da
casa, não tem como correr deles, eles estão em cinco e todos armados, se
tentarmos correr eles atiram na gente então apenas peço a Luiza para ficar
calma.
— Presta bem atenção no que eu vou falar, Luiza! Esses homens vão
nos levar, mas não entra em pânico, ok? Eles não vão fazer nada com a
gente até eles encontrarem o seu pai e o seu irmão, somos moedas de troca
então eles não vão fazer nada com a gente... Por enquanto... Mas fica calma,
eles vão nos encontrar, eu sei disso... Ahhh... Filho da puta! — Converso
com Luiza mas o homem ao lado dela me agarra pelos cabelos.
— Cala essa boca! Já vi que você é muito espertinha mas isso não
vai te ajudar, então é melhor fechar essa boca! — Esbraveja o homem antes
de soltar o meu cabelo.
Não digo mais nada, apenas foco em Luiza para mantê-la calma.
Quando passamos em frente à casa, vejo a soberana caída no chão
mas não dá para saber se ela está morta.
— MAMÃE! MAMÃE! ME SOLTA! DROGA ME SOLTA!
MAMÃE...? MAMÃE?
Grita desesperada e de repente a soberana ergue a cabeça atirando
nos cara ao nosso lado, e Charles aparece fazendo o mesmo mas esses caras
colocam a arma na nossa cabeça, nos fazendo de escudo.
— Maria Luiza! Allana!
Ela tenta se levanta mas parece muito fraca. Charles também parece
baleado mas se coloca na frente da soberana para protegê-la.
— Se vier mais uma bala na nossa direção, eu juro que elas morrem!
— Avisa um dos homens nos arrastando para longe dali.
— MARIA LUIZA? ALLANA? AHHH! — Ouço os gritos do Sr.
Charles junto aos gritos da soberana.
Luiza chora compulsivamente depois de ter visto a mãe baleada,
espero que ela esteja bem, ou tudo isso se transformará em uma guerra
violenta quando os soberanos voltarem.
Somos jogadas dentro de um carro e esses homens entram juntos
saindo da mansão em alta velocidade, outros carros saem atrás mas ainda
ouço sons de disparos. Luiza me abraça apertado e eu retribuo tentando
acalmá-la, mas ela está muito nervosa.
Somos levadas por uma rota que eu conheço bem, esse caminho está
nos levando para o mesmo lugar onde houve o confronto entre a Família
Armstrong e a Nuestro Poder, mas eles passam direto seguindo uma trilha
que nos leva para uma mansão abandonada, usada pela facção Armstrong
antes de serem exterminados.
Será que vão mesmo nos encontrar? Óbvio que sim, Maria Luiza, a
filha do lendário soberano Michael D'ávila está sendo sequestrada, então é
claro que eles virão atrás dela, mas se fosse apenas eu aqui, não sei se eles
se arriscariam por mim. Bom, prefiro acreditar que sim, eu preciso me
apegar a qualquer coisa para conseguir lidar com essa situação.
Minutos depois estamos entrando na mansão que pensei estar
abandonada, mas ela está habitável, está limpa e bem cuidada, acho que foi
a Família Armstrong quem fez tudo isso enquanto estiveram aqui.
Eu Luiza somos levadas para o segundo andar da casa e nos jogam
dentro de um quarto, eles nos trancam e somem nos deixando sozinhas.
Corro até a janela mas para o nosso azar, não tem como pular aqui de cima,
se fizermos isso vamos nos machucar e não vamos conseguir correr.
Olho em direção a cama e corro para apegar os lençóis da cama para
fazer uma corda, mas nesse momento ouço a porta se abrir e Luiza correr
para se sentar ao meu lado na cama. O homem entra fechando a porta e fica
ali, parado feito um soltado segurando a sua arma M4 sobre o peito.
Respiro fundo e encaro Luiza brevemente, ela está fungando
tentando não chorar mais e eu agradeço mentalmente por isso, assim eu
também fico mais tranquila por ela não se desesperar mais.

As horas estão se passando, já está anoitecendo e ninguém mais


entrou nesse quarto além desse brutamontes em pé na porta, não trouxeram
nada para comermos, mas também com essa situação ninguém aqui está
com fome.
— Será que a minha mãe está bem? Será que ela está viva...? Como
esses homens conseguiram entrar na mansão? Nunca entraram lá antes. —
Se questiona pensativa.
— Para tudo tem a sua primeira vez, Luiza... Ninguém sabia ao
certo o quão grande é essa gangue, seu pai e seu irmão levaram a maioria
dos soltados com eles, a mansão estava bem protegida mas eles estavam em
maior número, óbvio que muitos deles conseguiriam entrar... Tudo isso está
me parecendo uma emboscada, seu pai e os outros foram afastados de
Roma propositalmente para entrarem na mansão... Agora já foi, tudo que
temos que fazer é esperar, sei que eles virão atrás de você. — Abraço-a
pensativa mas ela se solta me encarando com uma sobrancelha erguida.
— Eles virão atrás de nós, Allana! E não somente atrás de mim...
Você não faz ideia do quanto Maycon gosta de você, não é...? Maycon te
ama, Allana, você já sabe disso, só precisa acreditar. — Ela me olha nos
olhos me deixando pensativa e me abraça novamente.
Não digo mais nada, apenas fico quieta com os meus pensamentos.
Será que ele me ama de verdade como estão dizendo? Como ele me ama se
nos conhecemos a tão pouco tempo? E porque estou pensando tanto nele?
Porque o seu beijo me enlouquece tento?
— Seu coração está acelerado, está com medo ou está penando no
meu irmão? — Dispara fazendo eu me soltar dela me levantando
abruptamente.
— Eu... É que... — Gaguejo e ofego sem saber o que dizer, não
quero ter que confessar a verdade.
— Eu fico assim quando estou pensando em Isac... Eu o amo tanto,
sinto tanto a falta dele quando ele está longe... Eu descobri a algumas
semana que ele sempre foi apaixonado por mim e eu por ele, brigávamos
muito mas na verdade eu usava isso para afastá-lo de mim, já que eu não
podia ficar com ele, bom, isso era o que eu pensava... O fato é que eu o amo
tanto que fico sem ar só pela presença dele perto de mim. Quando ele me
beija eu saio de órbita...
— Tá legal, Luiza! Eu já entendi, agora chega! — Ofego e me irrito
por ouvir tudo isso, ela está descrevendo tudo que eu sinto em relação ao
irmão dela.
Luiza sorrir e se levanta me abraçando por trás, deitando a cabeça
em meu ombro.
— Não tem como não amar você, Allana, mas também não tem
como não amar o meu irmão, então aceita que dói menos! Você é minha
cunhada e eu estou torcendo para que você seja feliz conosco. Agora você
também faz parte da família e ninguém deixa a família para trás... Obrigada
por tentar me ajudar a escapar, eu nunca vou me esquecer disso. — Ela me
aperta gentilmente e eu sorrio. Eu gosto desse seu jeito espontâneo e
carinhoso.
Me viro a encarando com uma sobrancelha erguida e sorrio a
abraçando forte. Volto com ela para cama e nos sentamos enquanto apenas
esperamos que um milagre aconteça, já é noite e temo que eles não consiga
nos encontrar ainda hoje, e eu não estava errada.
A noite entrou e as horas estão passando rapidamente, finalmente
trouxeram algumas frutas e duas garrafinhas de água, comemos e bebemos
tudo que trouxeram pois a fome é grande e esperamos sair daqui logo, a
essa hora Maycon e os outros já devem estar na cidade planejando o nosso
resgaste, eles estavam no jato da família e a viagem deve ser mais rápido,
então logo eles virão nos buscar.
Olho no relógio no meu pulso e são três horas da manhã, nem eu e
muito menos Luiza conseguimos dormir pois estamos com medo de que
façam algo contra nós enquanto dormimos, só tem homem nessa mansão e
não sabemos o que vão fazer conosco para se vingarem.
— Não me interessa se o chefe está morto, vamos seguir os nossos
planos e precisamos levá-las para Los Angeles! Já era para elas estarem lá,
porque vocês não as levaram? Seus incompetentes! Eles vão vir atrás delas!
— Ouço alguém esbravejar irritado.
— Estávamos esperando as ordens do chefe como combinado, não
sabíamos que ele está morto! Se tivermos que sair com elas agora mesmo,
então faremos isso! — Retruca um outro homem fazendo o meu coração
disparar.
— Não podemos sair de Roma ou eles não vão nos encontrar!
Precisamos encontra um jeito de sairmos daqui. — Falo baixinho para o
homem na porta não me ouvir.
— Como vamos sair daqui com esse cara nos viajando? Além do
mas, estamos no segundo andar, como vamos conseguir sair daqui? —
Questiona atenta ao homem na porta.
— Na primeira chance que tivermos, nós vamos fugir... Quando ele
precisar sair nos vamos pular a janela, vou fazer uma corda com os lençóis
e então descemos e corremos para longe daqui. Ouviu bem? — Coloco a
mão na boca para abafar a minha voz e aquele homem não perceber que
estamos conversando.
Ela apenas concorda e se deita ao meu lado pondo a cabeça no meu
colo. Alguns minutos se passam e ouvimos novamente aqueles homens lá
fora ainda discutindo, e o nosso vigia sai trancando a porta para não
fugirmos. Me levando correndo com Luiza e fazemos o que eu havia
planejado, pegamos os lençóis e amarramos um no outro, procuro um lugar
ondo posso amarrar o lençol e sustentar o nosso penso, mas não acho nada e
praguejo baixinho.
Corro até a janela para ver se a área do jardim está limpa ou se o
local está sendo vigiado, mas não vejo ninguém em canto algum, essa
discussão deles deve ter reunido todos os homens da gangue dentro da casa
e essa é a nossa única chance de fugir.
Amarro o lençol no pé de uma cômoda grande e arrasto com
cuidado até próximo a janela, Luiza me ajuda ainda apreensiva então faço
ela descer primeiro e a oriento a não fazer barulho, se ela cair ela terá que
ser forte e aguentar a dor para não gritar, ou estamos ferradas.
Seguro o lençol para aguentar melhor o peso dela e não mover tanto
a cômoda para não fazer barulho. Quando Luiza chega no chão ela faz sinal
para eu descer, e assim o faço com todo cuidado do mundo para não fazer
barulho. Quando estou no chão junto com Luiza eu pego ela pela mão e nos
afastando apressada por uma área mais escura da mansão, não podemos ser
vistas, temos que sair despercebidas então entramos em uma parte do
jardim onde as plantas e as árvores estão maiores, e escalamos o muro que
não é assim tão alto.
Ajudo Luiza a subir e ela de senta em cima do muro me estendendo
a mão para me ajudar, não parece mas ela é bastante forte também, ela
poderia ter reagido melhor a tudo isso pois ela disse que atira bem, mas ela
estava tão desesperada e o medo de que a mãe dela esteja morta, a travou
completamente.
Já em cima do muro nós duas pulamos para rua e corremos para
longe dali, não paramos nem para respirar, apenas corremos aproveitando
que as ruas nessa região não são muito claras, na verdade são mais escuras
do que deveria, levando em conta as mansões que existem na região.
Depois de alguns poucos minutos correndo, vejo bem distante um
carro vir atrás de nós e entramos no mato para nos escondermos, mas não
paramos de correr.
— Luiza! Presta bem atenção no que eu vou dizer, é muito
importante que você me obedeça, está bem? Se por acaso nos separamos ou
eles me pegarem, não para de correr por nada nesse mundo, você me ouviu?
Se você parar eu não vou te perdoar, então pernas corra sem olhar para
atrás, eu fui clara? — Seguro firme a sua mão e ela faz o mesmo.
— Não posso fazer isso! Não vou deixar você para trás, você é a
minha família agora, esqueceu? — Rebate baixinho enquanto corremos no
meio do mato. Mas sorrio por ela não querer me deixar para trás.
— Elas foram por aqui! Vamos pegar essas vadias, elas não foram
muito longe... Eu vou matar aquelas filhas da puta! — Ouço a voz de um
deles logo atrás de nós.
Eles vão nos alcançar, então que seja na rua e não no meio do mato,
ou eles vão nos mata e nos deixar aqui mesmo.
Arrasto Luiza de volta para pista sem pararmos de correr, mas
alguns metros a frente sinto alguém me agarrar pelos cabelos me fazendo
parar em um solavanco, me soltando de Luiza.
— CORRE LUIZA! PEDE AJUDA! CORRE! — Peço esperançosa
de que ela me obedeça e ela corre olhando para atrás.
— Vadia desgraçada! — Sinto um, dois e três socos atingirem a
minha costela, me fazendo perder o fôlego.
Tento dá uma cotovelada nele mas não consigo, lhe dou um soco no
saco e agarro as suas bolas apertando com toda a minha força. O homem cai
de joelhos no chão me soltando e eu me viro para correr atrás de Luiza, mas
me choco contra um punho acertando o meu rosto em cheio, fico zonza e
vou parar no chão vendo tudo rodar.
Ouço sons de disparos mas não sei de ondem vem, sou arrancada do
chão bruscamente e arrastada para algum lugar com um mata leão, mal
consigo respirar, olho de um lado para o outro mas ainda estou zonza e vejo
o tudo desfocado.
— SÃO ELES! ESSES MALDITOS CHEGARAM ANTES DA
HORA! VAMOS! DEBANDAR! — Grita o homem me arrastando com ele
para algum lugar, mas poucos metros a frente ele cai com tudo no chão me
levando junto.
— Allana? Allana? Você está bem? Está ferida? — Ouço a voz de
Maycon se aproximar e logo ele está me erguendo do chão, mas sinto a
minha costela doer muito.
— Leva ela para o carro, Maycon! Vamos pegar esses malditos! —
Ouço Isac bem ao meu lado, mas novamente vou parar no chão quando
Maycon é atingido no ombro.
— FILHO DA OUTA! DESGRAÇADO DO CARALHO! —
Esbraveja disparando as suas armas enquanto se arrasta se pondo na minha
frente. — Allana! Você precisa correr, precisa sair daqui! Vamos! Agora
vai! Foge daqui, Allana! Por favor me obedeça? — Pede alterado se
levantando e me erguendo junto enquanto atira.
O encaro brevemente antes de correr na direção em que Luiza foi,
corro o mais rápido que consigo mesmo sentindo uma dor absurda que me
faz perder o fôlego por diversas vezes, mas paro com a voz de Luiza
ecoando na minha mente. "Não posso fazer isso! Não vou deixar você para
trás, você é a minha família agora, esqueceu?"
Pego um das armas jogadas no meio da rua e corro para mato
novamente, volto em direção a Maycon e Isac sem fazer barulho, ouço tiros
mais distantes, mas a uns metros a frente consigo ouvir a voz daquele
mesmo homem que acertou a minha costela.
— Eu mesmo vou ter o prazer de matar você e seu amiguinho,
soberano! E vou fazer isso para vingar a família Armstrong!
Me aproximo mais e vejo Maycon e Isac ajoelhados no meio da rua
com as mãos na cabeça, e quatro homens apontando as suas armas nas suas
cabeças, e os dois homens em pé na frente sorrindo vitoriosos. Meu coração
dispara e se aperta ao mesmo tempo, sei que consigo acertar os dois da
frente mas e os outros dois atrás deles? Merda! E se eu matar os da frente e
os outros matarem eles?
Respiro fundo me lembrando das minhas aulas de tiros, eu preciso
conseguir derrubar esses caras.
Os homens na frente deles destravam as suas armas, mas antes deles
dispararem eu saio do mato sorrateiramente e em fração de um segundo,
disparo mirando na cabeça de um e depois na cabeça do outro, vejo os dois
cair feito jaca mole e Maycon e Isac seguram as armas dos homens atrás
deles os derrubando antes de os matar. Corro até Isac e Maycon ainda
sentindo o meu coração bater na boca.
— Vamos sair logo daqui! Eu quero ir pra casa... Agora! — Respiro
com dificuldade os encarnado atenta mas eles estão surpresos com a minha
atitude.
— O que faz aqui? Eu não mandei você correr e sair daqui? Porque
você voltou, Allana? — Questiona se levantando com Isac e ele me abraça
correndo comigo para longe dali.
— Vocês são a minha família agora... E não se deixa a família para
trás! — Afirmo em um tom casado, e paro de correr vendo tudo embaçar na
minha frente.
— Você está bem? O que aconteceu com você...? Allana? — Tento
andar mas minhas pernas estão bambas e eu me jogo em cima dele. —
Allana? Allana não desmaia! Allana! — Ouço sua voz alterada antes de
perder os sentidos nós seus braços.
CAPÍTULO 23

Ouço vozes próximas a mim mas não consigo abrir os olhos, as


minhas pálpebras pesam muito.
— Essa garota foi incrível, ela salvou a minha filha e também
Maycon e Isac, ela daria uma excelente feche dos soldados, mas Maycon
jamais aceitaria isso. Ele está muito envolvido por ela e eu no lugar dele
também não permitiria... Ela é valente, tem a mesma determinação de
Brenda, ela será sim uma excelente soberana. — Ouço a voz surpresa do Sr.
Michael.
— É, meu amigo, ela já escolheu de que lado ela quer ficar, ela
salvou três membros dessa família e isso foi uma escolha, Maycon deu a ela
a chance de fugir, mas ela voltou por ele. Com certeza ela será uma ótima
soberana, afinal, Brenda também já voltou por você muitas vezes, e essa
menina votará por Maycon também. — Dessa vez é a voz do Sr. Charles e
eu me forço a abrir os olhos, e quando o faço, me deparo com Maycon
dormindo na poltrona ao lado da cama. Seu braço está enfaixado.
Bocejo olhando a minha volta mas não reconheço o lugar. Tento me
sentar mas a minha costela ainda dói e eu faço cara de dor.
— Ei, querida! Não se mexa tanto, você fraturou duas costelas então
é melhor ficar quietinha. Descansa um pouco mais. — Sr. Michael se
aproxima da cama atento a mim.
— Onde estamos? Cadê a Luiza? E a soberana? Ela foi baleada, ela
está bem? A Luiza consegui escapar? — Pergunto preocupada e ele me dá
um pequeno sorriso.
— Sim! Elas estão bem, Luiza estava aqui com você até minutos
atrás, a soberana também está se recuperando mas ela quer ver você depois,
então quando se sentir melhor você pode ir vê-la também... Estamos na
mansão de campo, aquela que você conheceu quando foi resgatada do
primeiro confronto, ou seja, a primeira mansão que você conheceu. —
Explica calmamente.
— E a gangue? Estão todos mortos? Vocês conseguiram pegar
todos? Eles não vão voltar, não é? Como eles conseguiram invadir a mansão
principal? — Me ajeito na cama preocupada e ansiosa para saber mais.
— Não se preocupe, estão todos mortos, ninguém mais virá atrás de
nós... Aqueles malditos eram numerosos, uma gangue muito grande e
aquele ataque durante a festa foi só uma distração, eles já planejavam
invadir a mansão e por isso nos atraíram para longe, e nós fomos confiando
demais a nossa segurança... Haviam muitos homens infiltrados entre os
nossos soldados e foram eles quem colocaram os membros da gangue
dentro da mansão. Ainda me custa acreditar que isso tenha acontecido, mas
agora já aconteceu, mas já estamos resolvendo essa questão. — Sr. Charles
também se aproxima e eu encaro Maycon mais uma vez.
— Ele está bem? Como está o ferimento ele? — Encaro Maycon
atenta e ele dorme tão serenamente, ele não acorda parece desmaiado.
— Tivemos que dá um sedativo a ele para que consiga dormir, mas
ele está bem, apenas preocupado com você mas ele está bem, o tiro pegou
no braço e não no ombro como parecia, ele vai se recuperar logo... Ele não
dorme a três dias, então deixa ele dormir um pouco mais. Se precisar falar
com alguém é só usar o interfone ao lado da cama. Tenha um bom
descanso, Allana. — Ele diz antes de se virar para sair mas chamo por ele.
— Espera! Coloquem ele aqui na cama? Vai ser mais confortável
para ele... Porque ele está dormindo na poltrona? — Pergunto curiosa sem
tirar os olhos dele.
— Maycon é muito teimoso, puxou a mãe dele... Ele não quis sair
de perto de você e ordenou que não o tirassem daqui, então achei melhor
deixá-lo onde está. Mas já que não se importa em tê-lo ao seu lado, vamos
colocá-lo na cama. — Explica enquanto pega Maycon com a ajuda de
Charles.
— Mas é claro que eu não me incomodo, estou dormindo ao lado
dele esse tempo todo porque me incomodaria agora? — Digo
espontaneamente enquanto me afasto um pouco mais para dá espaço para
Maycon.
Eles sorriem o colocando ao meu lado, Maycon está mesmo
apagado pois nem sente quando o colocam na cama ao meu lado, eles
pedem para eu chamar alguém caso precise e saem me deixando sozinha
com ele.
Encaro o seu rosto sereno e me viro para ele mesmo sentido a minha
costela doer, já estou acostumada a sentir dor, afinal não é a primeira, nem a
segunda e nem será a última vez que sou baleada. Não estou na polícia mas
estou em algo ainda maior e mais perigoso, vou precisar me cuidar muito e
espero que ele lute por mim como estou lutando por ele.
— Oh meu Deus... Estou mesmo disposta a lutar por ele, como isso
é possível? — Sussurro para não acordá-lo.
Encaro mais fixamente o seu rosto e toco a sua barba bem aparada.
Passo os meus dedos pelos seus lábios e ofego me lembrando dos seus
beijos, estou gostando dele, como isso aconteceu? Quando? Estou me
apaixonando Maycon D'ávila!
Me assusto com os meus pensamentos e me viro de volta para
minha antiga posição, o encaro novamente e encaro o teto tentando desfazer
esses pensamentos, como fui deixar isso acontecer? Talvez porque ele me
deixa de um jeito que eu não esperava, ele me deixa confusa, me deixa
nervosa e me deixa mole com os seus beijos, me deixa fora de mim com
essa pegada envolvente que ele tem.
Respiro fundo tentando controlar a minha respiração, mas ele se
mexe vindo para mais perto de mim, deitando no mesmo travesseiro que eu.
Sinto a sua respiração bater no meu pescoço e eu me arrepio inteira, meu
Deus me dá forças, preciso resistir a ele por mais tempo, não quero acabar
cedendo agora e ele procurar aquelas prostitutas no dia seguinte, não vou
me servi de brinquedinho para um soberano mesmo essas pessoas
afirmando que ele me ama, ele é um mafioso, não deve ficar com uma
mulher só.
Olho para ele mais uma vez e fecho os olhos com força, antes de
afundar os meus pensamentos nos meus pais biológicos, eles não eram
mafiosos mas conviviam com eles, e agora eu estou fazendo parte disso,
agora eu quero fazer parte disso. Talvez não seja tão ruim me tornar uma
soberana, ser uma mulher importante e bastante rica, mas acima de tudo ter
realmente o amor de alguém que não brinque comigo.
Adormeço novamente tentando não me mexer muito para não sentir
dor, mas acima de tudo para evitar a tensão que a respiração dele na minha
pele me causa.
Acordo com um carinho gostoso no rosto e sorrio ainda de olhos
fechados, me lembro de quando Luiza me acordou assim quando descobrir
que estávamos em um banker, mas quando o seu polegar passa pelos meus
lábios tenho a certeza de que não é ela. Abro os olhos e ele ainda está aqui
deitado ao meu lado, encarando a minha boca.
— Você está bem? Como está o seu ferimento? — O encaro atenta e
ele tira a sua mão do meu rosto.
— Eu ia te fazer a mesma pergunta, você está bem? Fraturou duas
costelas, como isso aconteceu? Fizeram alguma coisa com você? — Ele me
encara sério esperando a minha resposta.
— Quando fui capturada ao fugir com Luiza, aquele mesmo cara
que apontava uma arma na sua cabeça me deu três socos na costela, e ele
tinha uma força absurda. Mas agora ele está morto e não estou me
importando com as costelas quebradas, já que fui eu quem o matei...
Miserável filho da puta! — Conto me virando de barriga para cima mas
faço careta pela dor.
Sinto Maycon se levantar da cama e o encaro novamente, ele está
mais sério que o normal. Ele anda pelo quarto pensativo e eu fico atenta,
então ele para na frente da minha cama me encarando furioso.
— Você se arriscou quando eu pedi para você não o fazer, dessa vez
eu vou deixar passar porque você salvou a minha vida e a vida de Isac, mas
que isso não se repita, eu fui claro? Quando eu mandar você fugir, me
obedeça! Eles podiam ter matado a nós três porque o segundo grupo de
soldados se atrasou, aqueles homens podiam ter te descoberto e...
— Chega, Maycon! Eu aceito um simples obrigado, mas o sermão
eu passo! Salvei a sua vida então não mereço que brigue comigo! —
Contesto irritada e tento me levantar, mas minha costela dói muito.
— Não estou te passando um sermão! Estou te dando uma
advertência! Você é minha mulher e não quero você se arriscando. Se tem a
oportunidade de se salvar, não quero que pense em mais nada além de fugir!
— Esbraveja alterado andando de um canto para o outro e eu me levanto
devagar. — Droga! Eu podia ter perdido você, eu não posso perder você,
Allana!
— E eu, Maycon? Eu posso perder você? Tinha uma arma apontada
na sua cabeça, você faz ideia do medo que eu senti...? Droga...! Ahh... —
Desço da cama irritada e quase vou parar no chão por sentir as minhas
pernas bambas, e minhas costelas doerem.
Rapidamente sinto ele me abraçar com cuidado me pondo sentada
na cama.
— O que está acontecendo aqui? Vocês estão brigando? — Vejo o
Sr. Michael entrar no quarto preocupado e uma empregada entra atrás com
uma bandeja grande nas mãos.
— Não estamos brigando, papai! Só estou tentando fazer essa
mulher teimosa entender que...
— Teimosa? Então eu sou teimosa, Maycon? Você ainda não viu
nada, se está pensando que eu vou aceitar você falando assim comigo...
— Ei! Que confusão é essa aqui? — A Sra. Isabela entra em seguida
nos encarnado séria e eu me calo.
— Precisamos conversar seriamente, filho. Não se chama uma
mulher de teimosa assim na cara dela, não durante uma discussão. — O
soberano sorrir de lado me deixando confusa e Maycon revira os olhos.
— Mas eu não fiz nada demais, ela precisa me obedecer quando é a
vida dela que está em jogo, eu não posso perder essa mulher, droga!
Ninguém me entende nessa merda dessa casa! — Ele se explode
visivelmente furioso e sai do quarto soltando fogo pelas ventas.
— Não adianta! Nós nunca vamos nos entender com ele agindo
assim, precisava me chamar de teimosa...? Droga! Acho que estou entrando
na TPM, estou com vontade de dá na cara desse soberano mal humorado!
— Me levanto com a mão na costela enquanto os dois a minha frente se
seguram para não rir da minha cara.
— Sente-se, querida, você precisa se alimentar, você ainda não
comeu nada hoje... Minha nossa, todas as mulheres dessa casa tem uma
personalidade forte, todas temos muito em comum. — Sra. Isabela sorrir
pegando a bandeja da mão da empregada. Mas eu não me sento.
— Me desculpe, Sra. Isabela, mas eu preciso vê a Luiza e também a
soberana, quero vê como elas estão e depois eu como alguma coisa. — Sigo
em direção a porta e ela coloca a bandeja sobre a mesa no canto do quarto.
Ela sai comigo e o soberano mas ele vai para um lado e a Sra.
Isabela me leva para o outro, entramos em um quarto no final do corredor e
me deparo com Luiza chorosa deitada ao lado da mãe.
— Allana! — Ela se levanta apressada e corre até a mim me
abraçado tão forte que quase desmaio pela dor na minha costela.
— Se acalma, querida! Allana ainda está se recuperando, ela ainda
está com as costelas quebradas e isso não se cura da noite para o dia. — A
mulher ao meu lado me abraça cautelosamente e me leva até a cama da
soberana, me pondo sentada ao seu lado.
A mulher a minha frente sorrir pegando a minha mão com carinho e
vejo suas lágrimas descerem espontaneamente, Luiza se senta ao meu lado
me abraçando devagar e eu olho dela para sua mãe.
— Obrigada, Allana... Eu não tenho palavras para descrever a minha
gratidão pelo que você fez pelos meus filhos... Mais uma vez você escolheu
de que lado quer ficar, mais uma vez você provou que merece a nossa
confiança e a nossa admiração. Você poderia ter fugido mas não o fez, você
voltou pelo meu filho depois de salvar a minha filha... Você já descobriu o
que há em seu coração, eu sinto isso... Você o ama assim como ele te ama.
— Suas últimas palavras me surpreendem mais uma vez, como ela
consegue enxergar essas coisas?
Balanço a cabeça concordando enquanto sinto os meus olhos
lacrimejar, eu não queria admitir mas não consigo mentir para ela.
— Está sendo um choque para mim descobrir que estou me
apaixonando por ele, mas é a verdade... Estou gostando do seu filho,
soberana, mas não vou entregar o meu coração ele enquanto ele não me
provar que o merece, não vou ceder enquanto ele não me provar que estou
enganada a respeito dele. Não vou deixá-lo brincar comigo e espero que me
entenda. — A encaro envergonhada mas ela abre um sorriso tão lindo. Tão
gentil.
— Não esperava outra atitude de você, querida, você ganhou ainda
mais a minha admiração, mas tenta não ser dura demais com ele, Maycon
não está acostumado com mulheres como nós, não está acostumado a
trabalhar para conquistar uma mulher e também não sabe como fazer isso...
Apenas tenta enxergar as coisas boas que ele fizer, e se por acaso ele errar,
tenta mostrar a maneira correta a ele... Vocês dois podem aprender muito
juntos... Estou tão feliz por vê-los apaixonados. — Seu sorriso se abre ainda
mais e eu sinto Luiza novamente me abraçar com cuidado.
Sorrio abertamente me sentindo mais leve depois dessa conversa, eu
queria conseguir conversar assim com ele, mas não adianta, a gente sempre
acaba discutindo. Converso um pouco mais com a soberana e também com
Luiza e a tia dela, Luiza está grudada em mim feito um chiclete mas eu não
ligo, estou gostando de receber tento carinho gratuito, carinho sem
segundas intenções, isso é muito bom.
— Obrigada pela conversa, soberana, agora eu vou comer alguma
coisa, a fome resolveu da sinal de vida. Estou feliz que a senhora esteja
bem, que também esteja se recuperando. — Ela acaricia a minha mão e eu
faço o mesmo.
— Vai sim, querida, vá se alimentar e cuida para que Maycon
também se alimente, ele é muito cabeça dura mas você vai conseguir lidar
com ele, nós mulheres somos mais espertas que os homens e sempre
conseguimos acalmá-los com jeitinho. — Ela pisca para mim me fazendo
sorrir também.
Me despeço dela e saio com Luiza seguindo de volta para o quarto
onde eu estava, entramos e não o vejo em canto algum, reflito sobre a
conversa que tive com a soberana e sei que ela tem razão, eu preciso me
esforçar um pouco mais para enxergar as atitudes de Maycon, ele se alterou
por eu ter me arriscado e realmente eu poderia estar morta agora, ele
realmente se preocupa comigo. Mas por hora, quero comer e tomar um
banho para relaxar.
Como enquanto converso com Luiza e sinto as minhas cólicas me
incomodar, não acredito, vou mesmo ficar naqueles dias. Merda! Bom, pelo
menos assim vou conseguir resistir a um certo soberano.
Depois de comer e tomar banho, me troco pondo um vestido longo
soltinho de alças finas e uma sandália de baixinha, falo com Luiza sobre eu
ficar nos dias e ela vai até a sua suíte buscar algumas caixinhas de
absorvente interno para mim, agradeço mas enquanto isso, saio a procura de
Maycon pois ele também precisa se alimentar.
Procuro Maycon pela casa mas não o encontro, desço até o andar de
baixo e o encontro na sala de TV esparramado em uma poltrona pensativo.
Me aproximo parando na sua frente e ele se senta respirando fundo.
— Se veio brigar comigo perdeu o seu tempo, não quero e não vou
brigar com você, então vai ficar falando sozinha. — O vejo bufa e eu ergo
uma sobrancelha.
— Eu também não quero perder o meu tempo brigando, então
vamos subir! Você precisa se alimentar e a sua comida foi servida no
quarto, mas se preferir pode comer na sala mas você precisa comer alguma
coisa. — Lhe estendo a mão e o vejo atento a mim.
Maycon pega a minha mão e se levanta, me viro para sair mas ele
me puxa gentilmente para o seu corpo abraçando a minha cintura.
— Me desculpa...? Eu não queria agir daquela maneira com você,
mas eu perco a cabeça com facilidade, e... Obrigado por ter voltado por
mim e Isac, isso significou muito para mim mesmo me deixando muito
preocupado... Eu... Eu tenho medo de perder você, não te escolhi para se
arriscar em confrontos, Allana, te escolhi para cuidar de você, para me
responsabilizar por você... Eu te escolhi para amar você e não posso
permitir que corra riscos. — Sua confissão me surpreende, me deixa
perplexa sem palavras pois não esperava ouvi-lo dizer tudo isso, ele parece
estar sendo realmente sincero.
Seus dedos tocam o meu rosto suavemente enquanto sinto ele me
apertar contra o seu corpo. Ofego e me sinto tensa, sinto as minhas pernas
bambas.
— Maycon, eu... Eu vou tentar... Vou tentar não me arriscar tanto...
Obrigada por querer cuidar de mim, isso também significa muito... — Tento
controlar a minha respiração, mas aperto os seus braços quando sinto seus
dedos tocar a minha nuca.
Maycon me beija ardentemente e eu não resisti, retribuo o beijo me
sentindo em chamas, mas quando ele me aperta contra o seu corpo sinto a
minha costela doer e interrompo o beijo, tento não mostrar que estou com
dor mas não teve jeito.
— Ahh... Parece que nós dois ainda precisamos nos recuperar. —
Me solto dele sem graça.
— Me desculpa? Eu não devia ficar insistindo tanto com você nesse
estado... Mas eu não resisto, seu beijo me deixa louco. — Se desculpa
preocupado, mas se aproxima novamente me roubando um beijo intenso.
Não sou mais capaz de resistir aos seus beijos, as minhas ideias de
não ceder as suas investidas talvez não durem por muito mais tempo, suas
mãos me tocando com firmeza me tira do prumo, eu quero os seus beijos e
seus toques, quero me render em seus braços mas não será agora que vou
fazer isso, eu preciso ser mais forte que isso pois estou para ficar nos dias,
estou com cólicas e as costelas doendo.
— Maycon...! Vamos devagar, ok...? Não precisamos apressar as
coisas já que estamos nos conhecendo melhor, já que serei sua primeira
dama. — Me solto dele zonza de desejo e tentando controlar a minha
respiração. Ele sorrir daquele jeito que me deixa sem saber o que dizer. —
Você ainda está me devendo um jantar, mas acho que posso esperar até nós
dois estivermos bem... Vá comer alguma coisa, eu vou me deitar para ver se
essa dor passa um pouco... Com licença. — Sorrio acanhada e saio o
deixando ali.
Volto para o segundo andar me escorando nas paredes para não cair,
a cada degraus que subo eu sinto mais dor.
— Allana? Precisa de ajuda para subir? Estou vendo o esforço que
está fazendo a cada passo, deixa que eu te ajudo. — Vejo Isac no topo da
escada mas ele desce para me ajudar.
— Obrigada, Isac... Estou zonza e com o estômago revirando... Me
ajuda a chegar até o quarto...? Rápido! Eu vou vomitar... — Peço em um
sussurro sentindo que posso vomitar a qualquer momento.
Isac me pega no colo e sobe apressado comigo, e mesmo sentindo
dor eu não consigo reclamar.
— Luiza! Luiza corre! Me ajuda? Allana está passando mal. —
Grita enquanto corre pelo corredor comigo no colo.
Ele entra comigo no meu quarto e me leva direto para o banheiro,
quando ele me põe no chão eu me debruço na privada vomitando, mas a
força que eu faço para vomitar faz as minhas costelas doer ainda
mais. Merda!
— Allana? O que aconteceu? O que você tem? — Ouço a voz de
Luiza ao meu lado segurando os meus cabelos, mas eu apenas vômito.
— Eu ouvi gritos, o que aconteceu? Porque ela está passando mal?
— Ouço agora a voz de Maycon e logo a voz de Isabela.
Sinto as minhas lágrimas descerem espontaneamente pela dor que
estou sentindo no costela. Ponho a mão tentando me afastar da privada mas
caio para trás quase desmaiando de dor.
— Allana! Meu Deus, tia, o que ela tem? Ajuda ela por favor? —
Sinto Maycon me pegar no colo mesmo com o braço ferido e me leva até a
cama.
— Pode ser reação a algum dos medicamentos, não sei! Vou ter que
fazer um ultrassom nas costelas para ver se o osso quebrado não atingiu o
pulmão ou algum vaso sanguíneo, vou ter que dar morfina a ela para aliviar
a dor. — Ouço Isabela falar enquanto me examina.
Ela manda que tragam os equipamentos de emergência e pede para
que todos saíram do quarto, mas Maycon se senta ao meu lado segurando
firme a minha mão, não tem como não gostar disso, ele está mesmo
preocupado comigo, está sendo muito gentil.
Depois de alguns minutos Isabela faz o ultrassom mas graças a Deus
não tenho nada grave, pode ter tido alguma reação a um medicamento e ela
me dá morfina para dor, mas eu adormeço rapidamente.
CAPÍTULO 24

Ainda estou surpreso por ela ter voltado por mim e Isac, ela se
arriscou muito voltando mas confesso que ela me ganhou com isso, ela me
faz querer ser o melhor por ela e eu preciso tentar, não posso desistir de ser
um homem gentil com ela quer que eu seja.
A admiro dormir e seu rosto está tão sereno depois de ter passado
mal, ela me assustou, ela ficou mais branca que uma vela, eu realmente me
preocupo com essa mulher, eu quero cuidar dela como nenhum outro
homem fez antes.
Acaricio o seu rosto suavemente e ela se mexe, Allana respira fundo
e abre os olhos me encarando fixamente antes de olhar para os lados. Ela
tenta se sentar e eu me levanto ajeitando o seu travesseiro.
— Que horas é agora? Ainda é noite? Eu estou com muita fome,
meu estômago está dando nó. — Ela me dá um pequeno sorriso me fazendo
sorrir também.
— Fico feliz em saber que está com fome. Você dormiu a noite toda
e já passou a hora do almoço, por isso te acordei, a empregada acabou de
trazer uma sopa quentinha pra você, foi a minha mãe quem mandou fazer,
você vai gostar. — Vou até o a mesa pegando a bandeja com o prato.
— A Sra. Brenda é muito gentil, na verdade todos são. Eu só era
tratada assim pelos meus pais e mais ninguém. — Ela fica pensativa de
repente.
— Essa é a sua família agora, e você será tratada como tal. Aqui a
nossa família fica em primeiro lugar em relação a tudo. — Me sento ao seu
lado e tiro o prato da bandeja.
Mexo a sopa e levo a colher até a sua boca. Ela me encara confusa
mas também surpresa, ergo uma sobrancelha e ela sorrir abrindo a boca,
tomando a primeira colherada da sopa.
— Você está mesmo me dando comida na boca...? Por essa eu não
esperava, você está sendo muito gentil. — Me surpreendendo com as sua
palavras.
— Então eu estou conseguindo ser gentil? Você gosta disso? —
Olho em seus olhos enquanto lhe dou a sopa.
— Sim, você está conseguindo ser gentil, e eu gosto muito disso...
Qual a mulher que não gosta? — Ela cora me fazendo sorrir.
Conversamos um pouco enquanto ela come e pela primeira vez olho
para ela sem malícia, ela não está bem e eu quero cuidar dela, quero
protegê-la de tudo e de todos e eu vou fazer isso. O erro que aconteceu
ontem não vai mais se repetir.
Ela termina de comer e pede para se levantar um pouco, ela é bem
teimosa e eu também preciso aprender a lidar com isso. Ajudo ela a se
levantar com cuidado pois vejo que ela ainda sente dor, pergunto onde ela
quer ir mas ela diz apenas que quer andar um pouco para esticar as pernas.
— Posso perguntar uma coisa? Como conseguiram entrar aqui se
esse lugar é uma fortaleza? A mansão estava protegida, tinham muitos
homens espalhados para todos os cantos, não tinha como os membros
daquela gangue entrar aqui, por mais que eles sejam bem instruídos e bem
armados. — Pergunta curiosa e eu respiro fundo.
— Qual é a maneira mais fácil de se conseguir invadir um local
seguro?
— Um infiltrado? É isso? Não! Espera! Eu me lembro do seu pai
dizendo que eram muitos infiltrados. — Ela se aproxima parando na minha
frente.
— Haviam vinte membros da gangue infiltrados no nosso exército
de soldados, e foram justo eles quem ficaram responsáveis pela segurança
de vocês juntos com os demais, então foi fácil eles colocarem o pessoal
deles aqui dentro para sequestrar você e Luiza... Mas eles já foram
eliminados, aqueles filhos da puta nunca mais vão agir contra ninguém!
Não entendo como isso foi acontecer, foi uma falha muito grande e muitos
ainda vão pagar pelo que houve! Aqueles malditos nos queriam longe, nos
distraíram para conseguirem levar você e Luiza. — Me irrito ao me lembrar
que elas poderiam estar mortas agora.
— Agora já foi, não vai adiantar ficar nervoso! Nós estamos bem,
conseguimos escapar com vida. — Ela vem até a mim apreensiva.
— Vocês só estão vivas porque você foi muito inteligente,
conseguiu tirar a minha irmã de um cativeiro e ainda voltou por mim e Isac,
eu nunca vou me esquecer disso... Você ganhou não só o meu respeito e
admiração, mas também o meu coração, Allana. — Toco o seu rosto
suavemente e a vejo ofegar como antes.
— Maycon... — Sussurra em um tom trêmulo. — Faço parte da
família agora... E sei que não desistiria de me encontrar, então eu não
poderia desistir de você sabendo que eu poderia ajudar... — Ela engole a
seco.
— Eu jamais desistiria de você, muito menos em uma situação
como aquela... Você é tão linda... Inteligente e forte... Jamais vou me
arrepender de escolher você. — Abraço a sua cintura sentindo o quanto ela
está trêmula, ela está muito tensa.
Ela encara a minha boca e eu faço o mesmo, me aproximo para
beijá-la mas alguém bate na porta e ela se afasta assustada.
— Com licença, meus queridos, eu preciso ver como está o
ferimento de Allana. Está sentindo alguma coisa, querida? — Minha tia
vem na nossa direção e vejo Allana acanhada. Estou frustrado por termos
sido interrompidos.
— Além da fome que estou sentindo, apenas a minha costela que
está fisgando, quando respiro fundo também dói... Acabei de comer uma
sopa deliciosa mas ainda estou com fome. A senhora me deu algo para abrir
o apetite? — Ela sorrir enquanto minha tia nos admira com um sorriso
amoroso.
— Você precisa se alimentar bem para se recuperar logo, então sim!
Eu te dei uma vitamina para abrir o apetite... Eu vou pedir a empregada para
trazer algo para vocês comerem, quanto a dor nas costelas, eu deixei uns
analgésicos para dor na cabeceira da cama. Se precisar de mim é só mandar
Maycon me chamar, está bem? Agora deite-se para descansar um pouco
mais, você precisa se recuperar logo esse ferimento interno. — Minha tia
leva ela de volta pra cama mas ela para.
— Eu vou me deitar novamente, mas antes preciso de um banho
para despertar, ainda estou com sono mas não quero dormir mais, já dormi o
suficiente... A senhora poderia me ajudar? — A vejo encarar minha tia com
doçura e ambas vão para o banheiro.
— Mas é claro que eu te ajudo, querida, vamos!
— Vou sair para deixá-las a vontade, vou ver o meu pai. — Respiro
fundo e saio do quarto ouvindo minha tia falar empolgada com Allana.
Que bom que as coisas estão começando a dá certo, ela está se
dando bem com todos e está baixando a guarda comigo, porra eu queria tê-
la beijado de novo, eu fiquei duro quando ouvi ela sussurrar o meu nome,
cacete! Eu já estou enlouquecendo de tento desejá-la.
Tento não pensar tanto nisso e desço até o escritório do meu pai,
precisamos ir até o armazém pois o chefe dos soldados precisa nos dá
muitas explicações, não vamos perdoar um erro tão grave como a admissão
de intrusos no nosso exército, a contratação sempre foi muito rigorosa mas
acho que o nosso chefe não está mais tão apto ao cargo que ocupa, e isso
precisa mudar, ele foi o responsável por aqueles infelizes terem se infiltrado
entre nós, então ele vai pagar com a vida pelo que houve, minha mãe,
minha irmã e minha mulher poderiam estar mortas agora por causa desse
erro, e eu não vou deixar isso barato, não vou ter piedade de ninguém.

UM MÊS DEPOIS...

Já faz um mês que estou andando de um lugar para o outro


resolvendo a questão da nossa segurança. Passamos um pente fino no nosso
exército para saber se haviam mais algum infiltrado, investigamos
pessoalmente todos eles e não são poucos, a nossa facção tem o maior
exercício de soldados da história da máfia, então é óbvio que estamos
ralando muito para resolvermos essa questão.
Quase não estamos parando em casa e por questão de segurança,
mandamos minha mãe e as outras mulheres para a nossa ilha em Dubai,
mas com uma equipe grande de soldados para conseguirmos ficar
tranquilos. Estou morrendo de saudades delas mas nos falamos todos os
dias por vídeo chamada.
Allana tem se mostrado bastante preocupada comigo e até deixou
escapar que sente a minha falta, isso foi uma surpresa muito grande e eu
adorei ouvir isso, ela ficou mais vermelha que um tomate e inventou logo
uma desculpa para encerrar a chamada, eu nunca a vi tão envergonhada e
ela estava linda vermelhinha, seu tom corado me fascina.
Sorrio ao me lembrar dela, ainda não tivemos um jantar como eu
havia prometido pois ela ainda está se recuperando, e eu estou saindo
bastante, não paro em casa e além disso, ela está longe, está em outro país
mas sei que ela está curtindo muito ficar naquela ilha, mamãe me contou
que assim que chegaram, Allana ficou encantada em conhecer o lugar, até
me mandou algumas fotos dela sorrindo e seu sorriso é tão lindo, não me
canso de encarar a tela do meu celular admirando a imagem dela, que
mulher linda, mas também muito difícil, até hoje não passamos de alguns
poucos beijos e eu já estou a ponto de enlouquecer por isso.
— Admirando a foto dela outra vez, filho? Você está mesmo
apaixonado por essa garota, eu conheço esse brilho nos seus olhos. — Saio
dos meus pensamentos com meu pai parado à frente da minha mesa.
— Eu sou louco por essa mulher, papai... Me diz uma coisa? Você
também demorou tanto para conquistar a mamãe? Digo... Vocês demoraram
para ter contato físico? Porque eu já estou enlouquecendo por não conseguir
ter essa mulher. — Pergunto sem graça e ele sorrir.
— Não, até que não demorou muito e a sua mãe era tão difícil
quanto Allana. Mas cada caso é um caso, meu filho, Allana quando foi
traga até a nós ela tinha muitos ressentimentos contra nós e a nossa facção,
mas ela já estava te aceitando e estava disposta a viver tudo isso quando
tudo aquilo aconteceu. Tenho certeza de que se não fosse por isso as coisas
estariam ainda melhores entre vocês, um está longe do outro mas é nítido
que estão com saudades... Sua mãe me contou que ela confessou estar
apaixonada por você. — Ele cruza os braços me encarando atento. Me
levanto surpreso.
— O que? Allana está apaixonada por mim? Porque a mamãe não
me contou isso antes? Droga! Eu não quero mais ficar longe dela, eu não
aguento mais não poder beijá-la! — Questiono inquieto andando de um
lado para o outro.
— É bom não se empolgar tanto, filho! Vai com calma porque
Allana também confessou que não vai se entregar a você até ver que você a
merece, ela sabe como você está acostumado a tratar as prostitutas das
nossas boates e não quer ser tratada igual, e você está mudando, eu estou
vendo isso... Essa menina só quer ser amada, Maycon, mais que isso, ela
quer ser respeitada pois ela nunca teve isso de um homem antes, ela só não
quer ser usada por você e depois deixada de lado, ela quer a segurança de
que pode confiar em você. — Suas palavras não me surpreendem, minha
mãe já havia falado sobre isso comigo antes.
— E como eu faço para dá essa segurança a ela, papai? Como posso
mostrar a ela que ela pode confiar em mim? Que estou sendo sincero? Que
só quero ela e nenhuma outra mulher mais? — Pergunto irritado.
— Em primeiro lugar, se você trouxe ela para as nossas vidas para
torná-la sua mulher, sua soberana, então faça isso de uma vez! Sua mãe já
está a instruindo para começar a participar dos negócios da família, e
adivinha só? Ela quer ajudar a sua mãe a cuidar das boates para você não
precisar ir até elas... Allana sente ciúmes de você quando vai nas boates, ela
não te quer perto das garotas e sua mãe também concorda com isso...
Brenda dá graças a Deus por eu estar morto para muita gente, assim eu não
posso mais entrar nas boates e sei que Allana vai ficar mais tranquila de
você também evitar ficar indo até lá, aquelas vadias caem matando em cima
de qualquer homem rico que entra naquele lugar, imagina um soberano? —
Mais uma vez me surpreendo.
Ela sente ciúmes de mim? Por isso ela ficou brava quando dei a jóia
a ela e a mesma me mandou dá a jóia para uma das prostitutas das boates.
Ela está mesmo apaixonada por mim, por isso está com ciúmes.
— Puta merda! Cacete! — Respiro fundo pensativo. Sinto falta de
ar só em pensar nela.
— O que me diz sobre tudo que eu disse? Vai concordar que ela
fique à frente das boates com a sua mãe? Confia nela o suficiente para isso?
— Eu preciso confiar nela se quero que ela também confie em
mim... Se ela está mudando, se está apaixonada por mim e aceitou tudo
isso, então eu concordo que ela ajude a mamãe com as boates... Não vou
colocá-la nos armazém, lá só tem homens, não quero ela mexendo com as
mercadoria agora, no futuro pode até ser quando ela pegar jeito para fazer
isso, mas até lá, ela pode ajudar a mamãe nas boates e também na nossa
empresa de fachada... E acho que lá seria o ideal para ela ficar, lá também
não tem tantos homens como nas boates. — imagino algum daqueles
clientes mexendo com ela isso e me incomoda.
Não vou suportar ver algo assim. Eu seria capaz de matar um
daqueles filhos da puta.
— Que legal, um já está com ciúme do outro, isso é bom, desde que
seja ciúme saudável, isso mostra que querem cuidar um do outro. — Ele
sorrir abertamente me fazendo bufar.
— Olha quem fala de ciúme saudável, logo você que matou um dos
seguranças da boate só porque ele elogiou a mamãe... Então não me venha
falar de ciúme saudável, soberano Michael! — Gargalho na sua cara e seu
sorriso desaparece.
— Você é homem e vai me entender quando alguém mexer com a
sua mulher, aquele bastardo não elogiou a sua mãe, ele deu uma cantada
barata na minha mulher e eu não podia deixar passar, eu sou um soberano,
porra! — O vejo se irritar ao se lembrar dessa questão e gargalho.
Iniciamos uma breve discussão sobre esse assunto mas no final
acabou tudo bem,
— Hoje o nosso exército está duas vezes maior que antes, a nossa
casa já está segura novamente e nunca mais vamos nos distrair como
fizemos recentemente. Nos acomodamos com a segurança das mulheres e
deu no que deu, mas isso não vai mais de repetir! Precisamos proteger
melhor a nossa família, Maycon. — Ele se levanta da poltrona respirando
fundo. — Sua mãe e as outras mulheres já estão fora de casa por tempo
demais, já está na hora de trazê-las de volta. Não aguento mais dormir
sozinho, aquela cama fica fria demais sem a minha mulher do meu lado. —
Seu sorriso malicioso me faz revirar os olhos.
— Pelo amor de Deus, papai! Não vá me fazer comentários
impróprios sobre você e minha mãe, é nojento e me irrita porque estou na
seca já há um tempo... Não consigo sentir desejo por outras mulheres, eu
tentei ficar com a Diamante a duas semanas atrás, só para ver se o meu
problema havia se resolvido, mas não adiantou. Meu pau não subiu com
nenhuma daquelas mulheres, isso parece praga que jogaram em mim...
Primeiro eu broxei, e depois não consegui me excitar com nenhuma
daquelas mulheres, e elas são gostosas pra cacete. — Desabafo ainda
pensativo.
— Parece que o seu pau já escolheu uma nova dona para ele, você
só precisa ter paciência para a sua nova dona se render a você... E não aja
como um cafajeste pois isso pode te complicar ainda mais, ela não é como
as outras então vai com calma, não foi isso que ela te pediu? Uma hora vai
acontecer, cara, é só ter paciência... Quando eu vi a sua mãe pela primeira
vez, eu vi na mesma hora que ela era diferente das outras, e ela também
trabalhava na nossa boate mas ela apenas dançava. Eu tentei tomá-la a força
mas me surpreendi muito por ela me enfrentar... Cara, eu fiquei louco por
aquela mulher, eu não iria desistir dela e veja onde cheguei? Ela é a minha
soberana e me deu uma família perfeita. Você vai conseguir isso... Agora
vamos dá o fora daqui! Já são duas da manhã e eu não aguento mais essa
correria sem Brenda por perto, ela é a minha força e sem ela aqui eu me
sinto fraco... Preciso dela aqui o mais rápido possível. — Ele vai em direção
a porta e eu pego as minhas coisas para sair com ele.
— Os nossos pensamentos estão conectados hoje, eu também
preciso vê a mamãe, minha irmã e Allana. Não sei como estou conseguindo
ficar todo esse tempo longe delas, só fomos vê-las quatro vezes nesse tempo
todo. — Saio do escritório ao seu lado e seguimos até o novo chefe dos
soldados, Lohan.
Dou as últimas instruções a eles e pergunto sobre as equipes que
pedi para enviar a mansão principal, mas ele diz que todos os soldados
selecionados a dedo já estão em seus postos, agradeço mentalmente por isso
mas não gosto de ficar elogiando ninguém, pois muitos se deixam relaxar
no trabalho ou no que quer que seja e eu não aprovo isso, quero que eles
sejam os melhores então eu preciso pegar pesado com eles, preciso ser
firme como prometi ser, preciso honrar o cargo que me deram dentro da
nossa facção, eu sou o líder agora e preciso agir como tal.
Seguimos de volta para mansão e conversamos sobre a inauguração
da nova boate, adiamos a abertura uma vez por causa de toda essa confusão,
mas não podemos adiar de novo pois as meninas estão ansiosas para
começarem a trabalhar, e nós para ganharmos mais dinheiro, grana nunca é
demais.
Chegamos em casa e assim que passamos pelos portões da mansão,
vejo muitos soldados andando de um lado para o outro se comunicando
pelos rádios, agora sim a casa está segura outra vez. Ainda não consigo me
perdoar por termos nós descuidado tanto da segurança da mamãe e as
outras, por sorte minha tia não estava na mansão naquele dia e escapou de
ser baleada também, mas aquilo não vai mais se repetir, a partir de hoje a
segurança dessa casa e a segurança delas serão a minha prioridade, nos
distraíram uma vez mas ninguém conseguirá essa façanha outra vez.
CAPÍTULO 25

O dia amanheceu e eu já estou de pé, ansioso para vê-la novamente.


Allana passou um mês na nossa ilha de Dubai e eu só pude ir vê-la uma vez
por semana, e foram poucas as vezes em que consegui beijá-la para matar a
saudade que senti dela, não cheguei a dormir com ela como eu queria pois
tivemos que voltar no mesmo dia, os nossos negócios precisavam da nossa
total atenção nesse momento, e não podíamos vacilar de novo.
Eu já estava me sentindo culpado demais com a invasão a mansão e
não iria descansar até resolver a questão da segurança, e eu quis participar
pessoalmente da seleção dos novos soldados, todos eles foram investigados
e ainda estão sendo estudados por questão de segurança, contratamos um
número grande de homens e estou trabalhando para não termos uma nova
decepção.
— Filho! Elas estão chegando, o jato vai pousar em meia hora na
pista do nosso hangar... Estou indo buscá-las, você vem comigo? — Meu
pai entra na sala eufórico e eu me levanto no mesmo instante.
— Eu não te perdoaria se você fosse sem mim... Vamos logo! —
Passo a mão nas chaves do meu carro e na minha carteira sobre a mesa de
centro.
Meu pai sorrir enquanto saímos da casa encontrando meu tio e Isac
conversando com alguns dos soltados à frente da casa, eles também se
empolgam para irmos buscar as nossas mulheres.
Entramos os quatro no meu carro e os nossos homens entram em
mais cinco veículos saindo três na frente e dois vem logo atrás, quero que a
minha mãe, minha irmã e minha mulher se sintam seguras novamente.
Luiza ficou muito traumatizada com o que houve mas esse tempo fora fez
muito bem a elas, todas estão se recuperando bem do acontecido de um mês
atrás.
Seguimos para o nosso hangar e sinto as minhas mãos suar frio,
estou muito ansioso para vê-la, já tem quatro dias que fui até Dubai mas
assim como nas outras vezes que fui, tive que voltar no mesmo dia, mas
consegui um beijo assim que cheguei e outro quando saí. Ela ainda está se
recuperando das costelas quebradas e eu não quis forçar nada, mas não
estou mais aguentando.
Vou finalmente levá-la para jantar hoje e vou tentar uma abordagem
mais direta, vou agir com calma como meu pai e minha mãe sugeriram, mas
eu preciso conseguir algum progresso com essa mulher, preciso conseguir
algo mais que um simples beijo. Eu quero ela!
Chegamos no hangar e os nossos soldados se espalham pela área
verificando o perímetro, todos os membros da gangue que nos atacou já
foram eliminados, mas por sermos uma das maiores facções da máfia
italiana, qualquer um pode tentar contra nós e precisamos estar preparados
para tudo.
Ouço o som do jato se aproximar e olho para o céu, o jato está vindo
longe mas a medida que ele se aproxima meu coração bate mais forte, me
sinto desesperado para vê-la mas não quero deixar transparecer isso para
ninguém, nunca fui assim com uma mulher antes, nunca amei uma mulher
até conhecer Allana.
Respiro fundo enquanto vejo o jato descer e pousar na pista vindo
na nossa direção, meu coração dispara e quando a aeronave para na pista
mais a diante, nós vamos até ela enquanto as mulheres saem da mesma.
Meu sorriso sai espontaneamente quanto Luiza sai primeiro, ela vem
correndo na nossa direção mas Isac se adianta correndo até ela, eu quero
fazer o mesmo assim que vejo Allana sair na frente da minha mãe, ela tem
um sorriso tão lindo que abro ainda mais o meu para ela.
— Cacete... Porra estou nervoso... — Sussurro para mim mesmo
enquanto vou até ela.
Ela vem até a mim acanhada mas me dá aquele sorriso encantador.
— Você está bem? Como estão as costelas? Ainda dolorida? —
Pergunto meio sem jeito e ela sorrir ainda mais. Me aproximo lhe dando um
breve beijo.
— Sim, eu estou bem, as minhas costelas estão doendo bem menos
agora, já consigo agir normalmente mas sem esforços muito brutos... E
você? Está tudo bem? Trabalhando muito? — Sinto a sua respiração pesada
quando abraço a sua cintura trazendo o seu corpo para o meu.
— Estou trabalhando mais que o previsto, acho que agora sou eu
quem precisa de umas férias... Você viria comigo? Estou pensando em uma
viagem curta para não ficar muito tempo fora dos negócios. — Alterno
entre olhar em seus olhos e encarar os seus lábios rosados e brilhoso.
— Claro, eu vou sim... Mas para onde seria essa viagem? Não me
diga que tem outra ilha em algum outro lugar? — Sinto seu corpo trêmulo e
ela sorrir tentando disfarçar o seu nervosismo.
— Para onde você gostaria de ir? Acho que podemos...
— Filho! Me dá um abraço também? Allana não era a única com
saudade de você. — Minha mãe se aproxima empolgada e Allana se solta
de mim mais vermelha que um camarão.
— Como você está, mamãe? Eu também senti a sua falta. — Sorrio
lhe dando um abraço apertado.
— Estou ansiosa, Luiza quer tirar umas fotos nossas para renovar o
álbum de família, e nesse álbum teremos um membro a mais. — Ela abre
ainda mais o seu sorriso ao se soltar de mim, mamãe pisca para Allana e se
afasta indo para os braços do meu pai.
Olho a minha volta e estão todos abraçados e sorrindo, meus pais,
meus tios e minha irmã com Isac. Encaro Allana e percebo que não sou o
único sem graça aqui. Respiro fundo e me aproximo dela puxando-a pela
nuca, lhe dou um beijo ardente enquanto trago o seu corpo para o meu. Eu
estava precisando disso, na verdade eu desejava muito isso.
Suas mãos seguram os meus braços com firmeza e seu corpo
amolece como das outras vezes, sinto que estou excitado, sinto o desejo me
dominar de uma maneira inexplicável mas ela se solta de mim ofegante.
— Maycon... Minha nossa... Não estamos sozinhos... — Me alerta
quase em um sussurro engolindo a seco.
— Me desculpa...? Caralho...! É que... Vamos embora daqui! —
Pego a sua mão e levo-a para o meu carro.
Estou tão ofegante quanto ela mas tento controlar a minha
respiração. Entramos no carro mas Luiza e Isac entram atrás me fazendo
bufar.
— Nem adianta tentarem fugir, eu não vou deixar...! Não agora.
Precisamos de carona pra casa e lá vocês vão ter todo tempo do mundo para
vocês depois das minhas fotos. — Luiza fala pelos cotovelos e Allana
gargalha, aquela gargalhada gostosa que me faz sorrir sem perceber.
— E você não vai sair nas fotos, maninha? Quem vai tirar fotos suas
conosco?
— Se esqueceu que as minhas câmeras são automáticas, maninho?
Eu posso programar uma sequência de fotos e depois eu escolho as que
ficarem melhor... O papai e a mamãe tem bastante fotos juntos espalhadas
pela casa, agora precisamos de fotos minhas com Isac e suas com Allana.
— Rebate espontaneamente como sempre. Allana me dá um pequeno
sorriso, ela está aceitando bem melhor tudo isso e eu respiro aliviado.
Iniciamos uma conversa sobre as benditas fotos e saímos do hangar
atrás de alguns dos carros com os seguranças, meus pais e meus tios saem
logo atrás de nós e outros carros atrás deles.
O nosso trajeto até em casa foi animado com Allana e minha irmã
sorrindo tanto, hora ou outra eu pego a sua mão fazendo um breve carinho e
a vejo surpresa com isso, será que ela gosta disso? Estou sendo gentil? Não
quero ser pegajoso com ela como as mulheres das boates são comigo, mas
não sei como agir com ela em relação a isso, não quero ser grosseiro mesmo
que seja sem intensão.
Solto a sua mão pousando-a sobre a minha perna e me surpreendo
com ela pondo a sua mão sobre a minha. A encaro brevemente e pego a sua
mão apertando suavemente.
Sigo o trajeto sorrindo para ela mas ela também sorrir bastante para
mim, isso me deixa satisfeito. Chegamos na mansão e as duas pulam para
fora do carro empolgadas por estarem de volta, não tem como não sorrir por
isso.
Admiro as duas entrarem em casa apressadas e de mãos dadas, elas
estão ainda mais próximas depois que Allana salvou Luiza, essa mulher é
incrível, ela conseguiu tirar a minha irmã de um cativeiro, teve a
inteligência de correr por dentro do mato ao invés de correr pela pista onde
elas seriam vistas facilmente, e ainda mandou Luiza fugir enquanto ela era
capturada, e mais tarde voltou para livrar a mim e Isac da morte.
Só fomos capturados naquele dia porque alguns dos membros da
gangue também saíram do mato nos encurralando, estávamos sozinhos
naquele momento e realmente pensei que seria o nosso fim, mas o nosso
anjo da guarda nunca nos desampara, sempre acontece um milagre para nos
salvar e o nosso milagre daquele dia se chama Allana Macedo.
— Cara você está caidinho por essa mulher, eu nunca te vi tão
envolvido, tão embasbacado como você está por Allana. — Saio dos meus
pensamentos com Isac ao meu lado me encarando de braços cruzados.
— Olha quem fala! Você está igualzinho pela minha irmã... Luiza
também te agarrou pelas bolas, priminho? — O encaro sério e o infeliz
gargalha.
— Digamos que sim... E ela tem uma pegada...
— Vai a merda, Isac! Não quero saber da sua intimidade com a
minha irmã, é nojento! Já chega os meus pais e agora você também? Eu
mereço. — O repreendo me afastando do carro e entro em casa atrás
daquelas duas.
Ouço Isac gargalhar atrás de mim e paro lhe dando um olhar mortal,
seu sorriso se desfaz e ele se desculpa. Me seguro para não rir da cara que
ele faz.
Não vejo nem Allana e muito menos Luiza na sala, elas devem ter
ido para o Studio de Luiza mas não vou até lá, não sou modelo e as vezes
minha irmã se esquece disso, já perdi as contas de quantas fotos nós temos
pois são muitas.
Nos acomodamos no sofá conversando sobre um assunto qualquer, e
me pego pensando na conversa que tive com o meu pai mais cedo.
Descobrir que Allana está apaixonada por mim me surpreendeu bastante, eu
não fazia ideia de que ela gosta de mim, mas quando isso aconteceu se ela
me odiava?
Penso também sobre deixá-la com a mamãe a frente das boates, ela
sente ciúmes de mim com as garotas? Óbvio que sim já que eu deixei claro
que elas fazerem o que eu mando.
Será que ela vai aceitar jantar comigo hoje? Ela já está bem para
sair? E se eu preparar algo aqui mesmo na mansão? Talvez seja legal fazer
algo no chalé na floresta pois assim não comprometemos a nossa segurança.
Me levanto decidido e vou até a cozinha, converso com Eulália, uma
das empregadas mais antigas da casa e peço a ela para preparar algo
especial e servi no chalé mais tarde, aviso que vou jantar com Allana e por
me ver sem graça ela já sabe o que eu quero, quero agradar uma mulher
como nunca fiz antes, quero algo mais pessoal, mais, romântico digamos
assim. Não sei como fazer essas coisas e espero que minha mãe e minha
irmã me ajudem com isso.
— Maycon! Graças a Deus eu te achei. Vamos logo! Estamos te
esperando para tiramos as fotos. — Luiza aparece correndo e até pensei que
algo tivesse acontecido com Allana.
— Porra, Luiza! Esse escândalo todo é por causa das fotos...? Eu
preciso da sua ajuda, onde a mamãe está? Quero jantar com Allana hoje lá
no chalé, mas não sei o que fazer para deixar aquele lugar mais... Mais
atraente, mais romântico... Preciso da sua ajuda e também da ajuda da
mamãe, mas não exagera, ok? Ou vou pegá-la e levá-la para outro lugar. —
Abraço a sua cintura enquanto saímos da cozinha e ela pula no meu
pescoço.
— Ahhh... Eu não acredito, um jantar romântico? Você quer agradar
Allana, aí que tudo... Eu vou te ajudar! Eu sei exatamente do que ela gosta
pois nós conversamos bastante e...
— Se acalma, Luiza! Respira garota! Meu Deus, espero não me
arrepender por isso. — Respiro fundo e ela sorrir abertamente.
Ela se empolga novamente e eu sorrio balançando a cabeça
negativamente, minha irmã não tem jeito, ela é maluquinha mas a amo por
ser assim.
Seguimos de volta para sala conversando e encontramos minha mãe
com Allana na sala, não vejo mais a minha tia, parece que ela e meu tio
fizeram exatamente o que eu queria estar fazendo agora, queria ficar a sós
com Allana mas não sei se ela vai querer isso.
Luiza nos arrasta para o seu Studio mas ela segue agarrada em Isac,
meu pai a minha mãe e eu pego a mão de Allana sem me importar se ela vai
ficar chateada, quero senti-la mais perto de mim e mais uma vez ela não me
rejeita, isso me deixa muito satisfeito.
Seguimos para o final do corredor e entramos no Studio de Luiza, o
lugar é bem arejado e iluminado. Ela pede para ficarmos a frente da enorme
cortina branca enquanto programa duas das suas câmeras automáticas, para
disparar os Fleshs em ângulos diferentes.
Luiza volta para junto de nós e começamos com a sessão de fotos,
eu não saio do lado de Allana e ela parece mais solta comigo ao seu lado.
Não perco a oportunidade de abraçar e acariciar o seu rosto, sorrimos para
as fotos mas eu lhe roubo um beijo durante os Fleshs, ela me beija com
vontade, me beija com paixão e nos esquecemos dos outros ao nosso lado,
parece que não sou o único enlouquecendo de desejo.
— Acho melhor a gente deixar esses dois a sós, o clima ali está
quente. — Ou a voz de Isac e Allana se solta de mim me deixando zonzo de
tesão.
Eu quero matar o Isac! Um tiro rápido no meio da testa e ele não
vai me incomodar mais. Infeliz!
— Acho que já está bom de fotos por hoje... Depois podemos tirar
mais fotos ao ar livre, o jardim e o lago são lindos. — Sugere acanhada e eu
lanço um olhar mortal a Isac. Filho da mãe! Quero quebrar o nariz dele.
— Claro! Podemos tirar mais fotos no jardim e no lago, com mais
claridade as fotos vão ficar lindas... Agora vamos comer alguma coisa, eu
estou faminta. — Mamãe abre o seu melhor sorriso desfazendo esse clima
tenso que ficou.
Apenas concordamos e Isac sai do Studio quase correndo, ele sabe
que atrapalhou o meu momento com Allana e eu quero quebrar o nariz dele
por isso.
Luiza vai atrás do namorado e meus pais saem em seguida, Allana
se afasta para sair mas eu seguro a sua mão a impedindo de ir.
— Espera, Allana...! Eu estou te devendo um jantar, mas devido aos
últimos acontecimentos eu não pude te dá o que prometi... Então eu... Eu
quero jantar com você hoje, mandei que preparassem algo para nós no
chalé, tudo bem para você? Você quer jantar comigo hoje...? Só nós dois?
— Respiro fundo tentando não me sentir tão sem graça. Mas ela ergue uma
sobrancelha se segurando para não rir.
— Sim! Eu janto com você hoje... Eu não sou a única que fica
bonitinha corada. — Comenta sorrindo me fazendo sorrir também, surpreso
com o seu comentário.
— Então você me acha bonitinho...? E o que mais você acha de
mim? — Disparo me aproximando mais dela e a vejo ficar tensa
rapidamente, ainda mais vermelha que antes.
— Eu acho muita coisa de você, mas acho que podemos deixar esse
assunto para o nosso jantar... Mas sim, eu acho você bonitinho. — Ela
respira fundo e se vira saindo apressada.
— Cacete! — Ofego.
É verdade, ela gosta de mim, eu sinto isso no seu olhar, ela me olha
diferente de antes, ela não me olha mais com ódio ou algo do tipo, ela me
olha com ternura. Minha nossa, sinto o meu coração bater na boca de tão
acelerado.
Sigo atrás dela e vamos todos para a sala de refeições, já passou a
hora do almoço então vamos apenas fazer um lanche reforçado.

A nossa tarde passou agradavelmente, sorrimos bastante nós


esquecendo por um instante tudo que passamos recentemente. Allana está
se recuperando bem e quase não se queixa mais de dor, e isso me deixa
mais tranquilo, poderia ter sido a minha irmãzinha no lugar dela, mas ela
deixou minha irmã fugir e levou aqueles golpes na costela, eu me lembro de
tê-la visto caída no chão, acho que foi naquele momento que ela foi
agredida e eu queria ter matado eu mesmo aquele infeliz, mas fui rendido
antes de conseguir fazer isso. Bom, pelo menos ela conseguiu matar o filho
da puta que fez isso com ela. Essa mulher é foda!
Eulália aparece chamando por minha mãe e minha irmã e elas saem
da mesa, meu pai sai também me deixando sozinho com Allana.
— Vou me deitar um pouco, estou exausta da viagem e quero tirar
um cochilo, mas estarei pronta no horário para o nosso jantar... Aliás, a que
horas vamos jantar? — Ela se levanta com a mão nas costelas e eu me
levanto junto.
— Como não vamos sair da mansão, o que acha de irmos jantarmos
as oito? Assim você pode descansar um pouco mais. — Ela me dá aquele
mesmo sorriso lindo de antes.
— Obrigada por pensar em mim dessa maneira, por pensar no meu
bem estar... Às oito está perfeito para mim... Com licença. — Ela sai me
deixando aqui pensativo.
Eu quero ir com calma! Eu preciso ir com calma! Não posso pensar
apenas com a cabeça de baixo como a minha mãe disse, com certos tipos de
mulheres a gente nem se dá o trabalho de pensar, vamos lá e fazermos o que
queremos e pronto, mas quando é uma mulher que queremos mais que
apenas sexo, precisamos agir com calma.
O problema é que o beijo dela me deixa louco, eu fico fora de mim
quando toco aqueles lábios macios. Com ela eu fico duro com facilidade.
— Merda! Se controla, Maycon! Porra! — Ando pela sala de
refeições mas saio indo para sala de estar.
Saio de casa por um minuto e dou umas voltas no jardim, preciso
respirar, estou me esforçando para ser um homem melhor, e estou fazendo
isso por ela, eu quero ser o melhor por ela porque a amo, eu quero mostrar a
ela que não sou nenhum monstro, quero que ela veja que eu posso ser o
homem que ela precisa.
CAPÍTULO 26

— Allana...? Allana acorda, querida! — Ouço uma voz mansa e


carinhosa me chamar, mas estou com tanto sono que me viro para o outro
lado. — Allana? Querida você precisa acordar, você tem um encontro para
ir. — Sua voz é mais firme e a palavra encontro ecoa na minha mente. Me
lembro de Maycon e desperto.
— Sra. Brenda...? Minha nossa, me desculpe, eu estava tão exausta
que apaguei profundamente. — Me sento esfregando os olhos e ela sorrir
daquele seu jeito doce.
— Não se desculpe, eu também não estou aguentando de sono, mas
quis garantir que você irá nesse jantar então vou esperar você sair para eu
finalmente descansar... Se o meu marido deixar. — Ela se levanta
empolgada e eu me sinto envergonhada com a sua confissão.
— Que horas é agora? Já é noite? Como eu dormi tanto? — Me
levanto ainda atordoada pelo sono.
— Já são sete hora então acho bom se apressar. Luiza está te
esperando para se arrumar no quarto dela, ela vai te ajudar... Ela também
vai jantar com Isac na casa dele pois não sabemos se é seguro vocês saírem
para longe, então terei a casa principal todinha para mim e meu marido. —
Coro violentamente só por me imaginar dormindo ao lado dele novamente.
Depois que comecei a ceder aos seus beijos ainda não dormimos
juntos, eu estava ferida e não podia me mover muito, e ele se preocupou
bastante comigo, nem sequer tentou me assediar como fazia antes. Mas seus
beijos também ficaram mais intenso depois de ficarmos dias sem nos
vermos, meu Deus eu não vou resistir se dormirmos ao lado um do outro
hoje, ele me olha de um jeito tão intenso, ele me aperta de um jeito que me
deixa sem ar.
Encaro a soberana e ela me olha como se me analisasse, tento
controlar a minha respiração e vou em direção ao banheiro, estou tão
nervosa que ela diz algo mas eu não entendo, apenas entro no banheiro e
fecho a porta respirando fundo, mas perco o ar novamente ao me deparar
com Maycon nu todo molhado na frente do espelho.
— Maycon...? Oh meu Deus... Me desculpa? Eu não sabia que você
estava aqui... — Me desculpo envergonhada e me viro para sair.
— Ei! Está tudo bem, a culpa foi mim por não ter trancado a porta,
você estava dormindo tão profundamente que não imaginei que fosse
acordar agora... Mas na verdade não estou preocupado com isso. — Ele põe
a mão na porta me impedindo de abrir. Sua voz rouca no meu ouvido me
abala, me estremece.
— A... A Luiza está me esperando... Vou me arrumar no quarto dela
então fica a vontade. Com licença! — Me afasto da porta para abri-la mas
sinto algo duro pressionar a minha bunda. — Puta merda!
Saio do banheiro apressada e bato a porta atrás de mim, vejo a
soberana parada no meio do quarto sorrindo largamente.
— Porque a senhora não me disse que ele estava no banheiro? Meu
Deus que vergonha. — Esfrego as mãos no rosto sinto-o esquentar. Cacete!
Ele estava com uma puta ereção. Ofego.
— Eu avisei que ele estava no banheiro, mas você não me ouviu.
Mas não vejo problema algum nisso, afinal vocês são um casal, se esqueceu
disso? — Diz tranquilamente enquanto vai em direção a porta, mas eu vou
atrás com receios de vê-lo nu outra vez.
Eu não estava preparada para algo assim, vê-lo nu com o corpo
molhado, minha nossa eu senti as minhas pernas bambas, senti um calor
absurdo.
Tento não pensar nisso e vou para o quarto de Maria Luiza, mas me
lembro que não peguei nenhuma roupa para vestir.
— Droga! Como vou voltar lá agora depois do que houve? Eu
preciso de uma roupa para vestir! — Me questiono pensativa.
— Relaxa! Eu separei algo para você usar, e não adianta reclamar ou
você terá que ir pelada! — Dispara me pegando de surpresa com isso.
— Meu Deus, já estou até com medo de vê que roupa é essa.
Vou até a sua cama mexendo nas roupas e vejo um vestido preto de
mangas compridas, mas com um generoso decote e ele também é bem
curto.
— Você fica linda nessas roupas, Luiza, mas não acho que isso
combina comigo... É ousado demais. — A encaro chocada mas penso na
reação de Maycon me vendo usar isso.
— É ousado mas é lindo, e deixam os homens loucos... ainda não
entendi o porquê você não está usando todas as roupas novas que
compramos, não interessa se você não coloca a cara na janela, mas você
precisa estar linda sempre. Não só para agradar o seu soberano mas para
agradar a si mesma... Você é muito linda, Allana, e fica ainda mais gata
usando essas roupas maravilhosas. Agora vá tomar um banho enquanto eu
me arrumo. — Ela me olha nos olhos e sinto o seu carinho. A cada dia me
surpreendo mais com essa família. A cada dia quero mais tudo isso.
Apenas concordo com ela e corro para o seu banheiro, tomo um
banho rápido e logo estou me arrumando, Luiza me ajuda com a
maquiagem mas eu peço para não pesar a mão, não quero parecer uma
daquelas prostitutas que adoram maquiagens pesadas e roupas mostrando o
fundo da calcinha.
O vestido que Luiza escolheu para mim é sim curto, mas seu
comprimento fica até o meio das coxas e sei que não vai mostrar a minha
calcinha. O decote é bem generoso pois ele desce até quase o umbigo, mas
ele tem as mangas cumpridas e é bem elegante além de muito sexy.
Passo um batom vinho para marcar bem os lábios, faço um penteado
no cabelo prendendo-os deixando alguns fios soltos nas laterais do rosto, já
estou pronta e estou nervosa pois sei que tudo pode acontecer hoje, não
consigo mais resistir ao soberano Maycon D'ávila, esse homem mexe
comigo de um jeito que não sei explicar.
— Leva essa bolsa para combinar, Allana! Você está linda. — Ela
me entrega uma bolsa de mão enquanto calço os saltos na mesma cor do
vestido. Me lembro de um detalhe importante.
— Para que uma bolsa se não vou sair da mansão? E porque estou
de saltos se vamos entrar na floresta cheia de pedras e galhos? Como vou
conseguir andar com esses saltos? — Questiono confusa.
— Simples meus bem! Maycon vai ter que te levar no colo até o
chalé, e na bolsa tem camisinhas e lubrificantes caso aconteça finalmente
algo entre vocês. — Dispara na cara dura me deixando chocada.
— Lubrificante, Luiza? Você não acha que está muito saidinha para
quem acabou que perder a virgindade? Você é terrível... Não vou precisar
disso porque estou saindo para um jantar e não para transar! — Não vou
admitir que pode acontecer algo hoje, tudo vai depender do comportamento
do soberano.
— Vocês dois juntos pegam fogo só com um olhar, então não mete
essa de que não vão transar... Vocês vão estar sozinhos em um chalé no
meio do mato sem ninguém para interromper, é óbvio que vai rolar, vocês
dois querem isso. — Afirma com uma naturalidade impressionante. Ela me
encara desconfiada e eu tento não concordar com ela.
— Eu já estou pronta, que horas é agora? E porque não posso usar o
meu relógio? — Desconverso.
— Você está em casa e não vai precisar de relógio, eu quero que
você esqueça a hora hoje, cunhadinha. Eu vou fazer o mesmo! — Ela se
vira para o espelho retocando o seu batom.
Sorrio abertamente, eu adoro esse seu jeito espontâneo. Amanhã ela
volta para faculdade e a soberana volta a cuidar dos negócios da família,
não sei o que vou fazer nessa casa sozinha sem fazer nada, acho que eles
ainda não vão confiar em mim para ajudar em alguma coisa, mas eu
gostaria muito de poder trabalhar como antes, não estou acostumada a ficar
a toa como estou esse tempo todo.
Saímos do quarto e seguimos para sala de estar onde Maycon está
andando de um lado para o outro e parece inquieto, mas quando nos vê ele
para olhando de Luiza para mim, o vejo respirar fundo. Ele está lindo,
mesmo com a sua tradicional calça social preta e camisa branca com as
mangas dobradas, seus cabelos perfeitamente penteados. Me lembro dele nu
e coro rapidamente por desejar tanto esse homem.
— A demora de vocês sempre vale apenas no final... Vocês estão
lindas. Perfeitas! — Maycon me admira de cima abaixo e isso me deixa
tensa. Faz a minha respiração pesar rapidamente.
— Obrigada! — Respondemos juntas mas Luiza vai até Isac
enquanto Maycon se aproxima mais.
— O chalé já está pronto, já podemos ir. — Ele encara fixamente a
minha boca e umedece os lábios.
Olho para os outros na sala antes de voltar a encará-lo.
— Então já podemos ir... Estou ansiosa para ver o que você
preparou. — Prendo a minha atenção nos seus olhos esverdeados que agora
estão mais escuros pelo contraste da noite.
Ele sorrir me estendendo a mão e eu pego, ele não tira os olhos de
mim e eu mal consigo piscar o admirando como ainda não havia feito antes,
estou conseguindo ver em Maycon um homem totalmente diferente do que
eu via antes, os meus medos e receios quanto a ele não existem mais. Ele
voltou por mim quando fui sequestrada, ele ficou para morrer quando me
ordenou que eu fugisse, mesmo sem saber se eu voltaria para mansão
D'ávila ou se fugiria dele, a verdade é que não tinha como fugir dele pois
sei que me encontrariam, mas eu não queria fugir dele, por isso não o fiz.
— Meus filhos, tenham uma ótima noite e se divirtam, ouviram? No
menor problema eu exijo que vocês me liguem, eu fui clara? Agora se
mandem daqui e aproveitem a noite. — Sra. Brenda nos beija antes de
beijar Luiza e Isac.
— Não vai aproveitar demais, Isac! Estou de olho em você, ouviu
bem? — Dispara o Sr. Michael deixando Isac tenso.
— Relaxa tio! Nós também só vamos jantar e assistir uns filmes. —
Ele limpa a garganta tentando não gaguejar e Maycon gargalha. Esses dois
são muito cara de pau.
— Papai não começa! Vai cuidar da mamãe e esquece a gente um
pouco, eu vou estar segura na casa dos meus tios. — Rebate Luiza
arrastando Isac com ela para fora da casa, eu sigo logo atrás com Maycon
segurando a minha mão.
Ouço o Sr. Michael resmungar e a Sra. Brenda contestá-lo, mas logo
não ouvimos mais nada e sei que vai ficar tudo bem.
— Até amanhã, casal! Tenham uma boa noite! — Me despeço de
Luiza antes dela entrar no carro.
— Até amanhã, cunhada! Aproveitem bem a noite vocês também.
— Ela me dá um beijo entrando no carro em seguida.
Maycon me guia para a lateral do jardim enquanto Luiza sai com o
namorado e alguns carros com os seguranças. Encaro Maycon e ele ainda
está atento a mim, fico até sem graça com isso. De repente ele para me
pegando no colo.
— Ahhh... O que está fazendo? Você me assustou, Maycon! —
Abraço o seu pescoço ofegante pelo susto.
— Você não vai conseguir andar com esses saltos até o chalé, então
é mais fácil eu levar você. — Ele sorrir de lado e eu prendo a minha atenção
na sua boca.
Não o questiono, desvio os meus olhos dele para não me excitar por
estar literalmente nos braços dele. Maycon caminha tranquilamente comigo
no colo e ele inicia uma conversa perguntando como foi lá na ilha em
Dubai, aquele lugar é extraordinário de tão lindo e com certeza vou querer
voltar até lá de novo.
Me empolgo contando sobre o que fizemos e o que eu gostaria de ter
feito mas não pude por estar me recuperando, ele apenas me escuta
enquanto eu falo pelos cotovelos e nem vejo quando chegamos no chalé, ele
está bem iluminado em volta dele, há flores na entrada e assim que
entramos no mesmo eu me surpreendo, há alguns arranjos de Jasmim
espalhados pelo ambiente, a mesa está posta para nós dois com velas
acesas, a luz do ambiente é baixa e a lareira está acesa. Está tudo lindo e
aconchegante.
— Isso aqui está perfeito... Você já pode me pôr no chão, Maycon.
— Sorrio abertamente e ele faz o que pedi.
— Gostou mesmo? Ou só está dizendo isso porque não pudemos
sair da mansão? — Ele põe as mãos nos bolsos em uma pose bastante
atraente. Como esse cara consegue ser tão lindo?
— Eu realmente gostei, só o fato de não estarmos mais brigando já é
um imenso progresso, então é óbvio que eu gostei dessa surpresa. — Abro
um sorriso espontâneo e ele retribui.
— Com licença, soberano! Posso servir o jantar? — Eulália aparece
na porta com algumas empregada atrás dela.
— Sim, Eulália! Pode servir o jantar.
Ele ordena e rapidamente as empregadas entram e ele puxa a cadeira
para eu me sentar. Ele nos seve uma taça de champanhe enquanto o jantar é
servido, mais a diante elas deixam algumas bandejas com petiscos,
sobremesas e sucos frescos.
Começamos a comer e Maycon inicia uma conversa querendo saber
mais de mim, devolvo cada pergunta querendo saber mais dele também já
que passamos praticamente um mês longe sem nós falarmos direito, eu
ficava sem graça de perguntar sobre ele e por sua vez ele também parecia
acanhado em me fazer perguntas, mas hoje ele parece bem solto.

O jantar está fluindo bem mas eu não vou beber muito, se tiver que
rolar algo entre nós hoje não quero que seja pelo efeito da bebida, quero que
seja porque eu realmente quero isso. E eu quero, estou desejando estar com
ele mas vamos deixar a noite fluir normalmente, vamos ver se ele não vai
dizer ou fazer alguma coisa que faça eu me arrepender de estar aqui,
desejando ardentemente que ele me beije inteirinha. Meu Deus, estou tão
excitada que consigo sentir a veia do meu pescoço pulsar. Merda!
Para sobremesa a empregada nos serve uma torta holandesa
maravilhosa, e eu como com gosto, está divina, peço até para me servirem
mais um pedaço e a empregada sai em seguida nos deixando a sós. Maycon
apenas sorrir me vendo comer com tanta vontade.
— Para de rir de mim! Isso aqui é delicioso. — Cubro a boca para
não passar vergonha mas ele sorrir ainda mais, um sorriso tão lindo.
— Ahm... Eu quero tentar fazer algo que talvez você goste, bom, a
minha irmã adora e ela é mulher, então... Bom, vem comigo! — Ele se
levanta me estendo a mão e eu pego.
Maycon me leva até a mesa com os petiscos e pega uma pequena
tigela com Marshmallow, além de dois espetos grandes.
— Não temos uma fogueira mas temos uma lareira acesa. É muito
brega assarmos isso juntos? — O vejo sem jeito e sorrio por isso. Ele está
sendo um fofo tentando me agradar. — Se está rindo da minha cara é
porque achou brega, ou sei lá! Não sei fazer essas coisas. — Diz emburrado
ainda sem graça e põe as coisas de volta no lugar.
— Nossa! Você desiste muito fácil, pensei que fosse mais
persistente que isso. Soberano! — Cruzo os braços erguendo uma
sobrancelha mas sorrio. — Assar Marshmallow não é nada brega, eu
sempre quis fazer isso e só não o fiz porque sozinha não tem graça... Mas
vamos fazer isso juntos e eu acho isso legal. — Pego a tigela de
Marshmallow e sigo até a lareira.
Maycon vem atrás com os espetos nas mãos e nos sentamos no
carpete em frente a lareira. Está quentinho aqui e iniciamos uma nova
conversa enquanto assamos os benditos Marshmallow, e está sendo muito
agradável conversar com ele, pelo menos não estamos brigando e isso já é
um ponto positivo.
Os Marshmallow estão uma delícia e vejo Maycon mais
descontraído que o normal, ele pega mais champanhe pra gente e tomamos
sorrindo um para o outro como ainda não aviamos feito antes.
— Eu e meu pai conversamos sobre você trabalhar com a minha
mãe, na verdade, estou pensando em te colocar a frente das boates para
ajudá-la a gerenciar, assim eu não precisaria ficar indo até lá, é muito
estressante resolver problemas de brigas entre aquelas mulheres. — Dispara
enquanto come, me surpreendendo com essa novidade.
— Está falando sério? Vai me deixar a frente das boates com a sua
mãe? Confia em mim para fazer isso? — Pergunto chocada.
— Sim! Eu confio em você. Você já nos provou que está do nosso
lado, já provou que aceita fazer parte de tudo isso então eu confio em você.
— Seu tom firme me abala. Respiro fundo mas lhe dou um pequeno sorriso.
— Mas e você, Allana? Já consegue confiar em mim? Consegue enxergar
que eu só quero cuidar de você? Você consegue ver que eu estou
apaixonado por você? — Engulo a seco com as suas perguntas.
— Sim... Eu confio em você, Maycon... E... E também sei que
realmente gosta de mim, por isso estou baixando a guarda com você, por
isso estou evitando ao máximo as nossas brigas, e... Eu... — Confesso em
um tom trêmulo, porque ele me deixa tão nervosa desse jeito?
— Você o que, Allana? O que está tentando me dizer? — Sinto a sua
curiosidade. — O que você sente por mim? Você sente alguma coisa por
mim? — Insiste. Eu ofego ainda mais e tomo quase a taça inteira do meu
champanhe.
— Sim...! Estou gostando de você também... Estou me apaixonando
mas eu quero que você me mereça, Maycon, não quero que brinque comigo,
não quero que me use só por ser o soberano, não quero me sentir feito um
lixo vendo você procurar aquelas mulheres depois de transar comigo...
— Eu não transo mais com aquelas mulheres, Allana! Já tem mais
de um mês que eu não transo com ninguém porque o meu corpo só quer o
seu! Eu só consigo desejar você e isso está me enlouquecendo! — Ele se
levanta inquieto e eu me surpreendo com a sua confissão. — Estou ciente
de que você não é como elas, você é diferente e por isso estou tentando
mudar... É por você! Estou fazendo um esforço absurdo para não tomá-la
como minha mulher, estou tentando esperar o seu tempo pois não quero que
me veja como um monstro. Mas eu estou enlouquecendo de tanto desejar
você. — Confessa com voz aflita e eu me levanto atenta a ele.
Eu consigo ver o quanto ele está se segurando para não me agarrar
agora mesmo, sua respiração está tão pesada quanto a minha e eu mal
consigo respirar.
Me afasto encarando a lareira. Meu Deus eu amo esse homem, estou
loucamente apaixonada por ele. Sinto suas mãos na minha cintura me
prendendo ao seu corpo, mas ele solta os meus cabelos cheirando-os
profundamente, fecho os olhos sentindo o meu corpo se arrepiar de desejo,
ele desce cheirando o meu pescoço e beija a minha pele me estremecendo
inteira.
— Eu quero você... Eu nunca pedi a uma mulher para ser minha,
mas estou pedindo a você, Allana... Seja minha? — Seu tom é ainda mais
rouco que antes e ele me vira abruptamente me colocando contra a parede
ao lado da lareira.
Suas mãos me seguram com firmeza e eu ofego de olhos fechados
sentido a sua boca chupar a pele do meu pescoço. Agarro os seus cabelos
gemendo baixinho mas ele agarra as minhas mãos, segurando-as acima da
minha cabeça, sinto ele descobrir o meu seio esquerdo e sua língua quente e
úmida serpentear na minha pele, me causando arrepios, me estremeço e
gemo ofegante tentando manter as minhas pernas firmes no chão. Maycon
chupa o meu mamilo enquanto descobre o outro seio, estou ensandecida de
desejo, estou dominada pelo tesão que seus toques me causam.
Sinto a sua mão livre toca a minha intimidade sobre o tecido fino da
calcinha.
— Maycon! Ahhh... — Sinto a minha intimidade latejar já úmida de
tão excitada.
— Você quer me enlouquecer ainda mais...? Está molhadinha...
Porra! — Ele geme as palavras puxando a minha calcinha para o lado
escorregando o seu dedo entre os meus lábios vaginais.
Não consigo dizer nada, só sei gemer de olhos fechados tentando
soltar as minhas mãos não consigo. Minhas pernas perde as forças e eu
escorrego pela parede, mas ele solta as minhas mãos abraçando o meu
corpo.
Abraço o seu pescoço tentando me manter de pé e puxo-o pela nuca
trazendo os seus lábios até os meus, beijo-o ardentemente, com desejo.
Sinto ele erguer uma de minhas pernas apertando a minha coxa sutilmente.
— Ahhh... Maycon... Maycon... — Sussurro na sua boca quase sem
voz.
— Diz que vai ser minha? Diz...? — Pede me encarando nos olhos e
eu tento raciocinar.
— Eu já sou sua, soberano!
Solto em um fio de voz e ele geme rouco. Maycon solta a minha
perna e se afasta brevemente abrindo o tecido do vestido até em baixo, ele
rasga o vestido admirando o meu corpo de um jeito faminto, puta merda,
isso só me deixou ainda mais excitada. Tiro as mangas do vestido
arrancando o tecido do meu corpo, ficando só de calcinha diante do meu
soberano, seus olhos estão grudados nos meus seios me fazendo ofegar
mais que antes.
— Você é perfeita, eu sei que é. — Ele se aproxima avançando na
minha boca enquanto apalpa os meus seios um a um.
Sinto ele prender os meus mamilos entre os seus dedos me fazendo
quase gozar na calcinha. Ele me guia para algum lugar sem deixar a minha
boca e me deita na cama, se pondo sobre mim me beijando ferozmente.
— Ahhh... Maycon espera...! Para! A minha costela está doendo...
— O impeço de continuar e ele para me encarnado assustado.
— Me desculpa...? Merda! Me esqueci do seu ferimento, me
desculpa? Eu não queria te machucar. — Ele sai de cima de mim se
sentando na cama enquanto eu respiro fundo.
— Relaxa! Está tudo bem. — Me sento atenta a ele mas o mesmo
parece realmente preocupado.
Maycon esfrega as mãos no rosto e eu sei que ele não vai mais me
tocar por medo de me machucar de novo, mas me sento no seu colo de
frente para ele lhe roubando um beijo feroz, ele retribui no mesmo instante
agarrando a minha bunda com vontade.
— Vai desistir assim tão fácil...? Não ouse fazer isso! — Agarro a
sua camisa e puxo com força abrindo os botões.
— Cacete...! Não estava nos meus planos desistir. — Ele beija entre
os meus seios deixando o meu corpo em chamas.
CAPÍTULO 27

Suas mãos me apalpa com posse, ele me aperta em seus braços e eu


me sinto segura, me sinto bem com tudo isso, me sinto bem com ele.
Rebolo no seu colo gemendo ao senti-lo sugar os meus seios um a um, a sua
pegada é forte e isso me enlouquece.
Maycon me deita na cama se pondo mais uma vez sobre mim, mas
dessa vez ele toma cuidado para não soltar o seu peso e essa sua
preocupação me agrada, ele está me ganhando completamente. Seu beijo é
tão faminto, suas mãos ainda me apertando me acende inteira, mas quando
sinto a sua mão tocar a minha intimidade sobre o tecido fino da calcinha, eu
gemo.
— Ohhh... Maycon... Me deixa sentir você logo? — Meu gemido sai
em um sussurro e eu me arqueio para ele.
— Você quer me enlouquecer gemendo assim... Porra... Você está
tão úmida...
Sua voz é tão rouca que me assusto e o encaro fixamente, mas ele
toma a minha boca em um beijo faminto e desesperado, um beijo feroz e
forte, tão profundo que me tira o ar dos pulmões. De repente Maycon se
levanta saindo de cima de mim e tira a sua calça, o admiro com desejo, eu
quero sentir esse homem, quero agora!
— O que está esperando...? Vem logo! Ou está com medo de não
dar conta? — Ofego admirando o volume na sua box branca bem
recheada. Cacete!
Ele respira fundo e sorrir de lado vindo tirar a minha calcinha, seus
olhos estão atentos ao meu corpo, ele sussurra baixinho admirando cada
centímetro do meu corpo fazendo eu me sentir em chamas, trêmula. Estou
ardendo de desejo por esse homem.
Pego ao meu lado a bolsa que Luiza havia me dado e tiro uma
camisinha dela, ele me encara surpreso, com certeza está achando que eu
planejei isso.
— Sua irmã achou que fossemos precisar... — Abro a embalagem
mas ele sorrir me roubando um beijo feroz, chupando a minha língua e
mordendo o meu lábio inferior.
Sinto ele se esfregar em mim e isso me abala, isso me amolece por
sentir o quanto ele está duro e o quanto ele é grande. É perfeito!
Maycon deixa a minha boca abruptamente me deixando zonza de
tesão. Ele se ergue pegando a camisinha da minha mão e tira a sua cueca,
respiro fundo o vendo colocar a camisinha ansiosa para senti-lo, mas
quando ele sobe novamente na cama ele se abaixa chupando a minha
intimidade de um jeito que eu ainda não havia sentido. Agarrei os lençóis
da cama me controlando para não gemer alto, os seguranças estão lá fora e
não quero que nos interrompam achando que ele está me matando.
Quando estou a uma chupada de gozar na sua boca ele se ergue se
pondo novamente sobre mim, me beijando ardentemente enquanto me
penetra devagar.
— Ohhhh... — Gememos juntos.
Passo as minhas unhas pelas suas costas enquanto ele se instala
dentro de mim, me sinto completamente preenchida, sinto ele me esticar e a
minha intimidade latejar em volta da sua ereção, me sinto arder mas não me
importo com isso, eu só quero senti-lo assim, todinho dentro de mim.
— Eu estava certo... Você é muito gostosa... Porra! Você é mesmo
perfeita... Ohh... — Diz naquele tom rouco olhando nos meus olhos
enquanto se movimenta entrando inteiro em mim e eu me arqueio.
Estou tão ofegante que me sinto sem ar, estou sem fôlego mas não
quero parar, eu quero mais! E ele atende ao meu desejo entrando em mim
mais forte, se chocando contra mim e eu me perco em delírios.
Me entrego aos desejos do meu corpo com ele me amando
intensamente, seus movimentos ficam mais fortes e gememos baixinho
entre beijos e sussurros, ele agarrar os lençóis da cama com força se
contando para não ser mais bruto comigo ainda me recuperando, olho nos
seus olhos enquanto nós amamos e vejo aquele amor que ele jura sentir por
mim, Maycon D'ávila me ama, do jeito dele mas ele me ama e eu o amo
também.
Nos entregamos a esse momento delicioso e logo ele está trocando a
camisinha para transarmos novamente, Maycon é insaciável e eu gosto
disso, mas quando fomos tomar banho juntos e ele quis transar de novo, eu
peço um tempo para respirar pois sinto as minhas costelas doerem,
rapidamente ele se preocupou e apenas tomamos um banho entre beijos
quentes e carícias excitantes.
Coloco a jacuzzi para encher e descubro que Maycon nunca entrou
nela.
— Como assim você nunca entrou nessa jacuzzi? O chalé é seu e
com certeza já dormiu aqui muitas vezes, como você usa esse banheiro
incrível mas não usa essa jacuzzi maravilhosa? Estou chocada. — Comento
entrando na jacuzzi e me acomodo sentido a água morna aquecer a minha
pele.
— Eu nuca tive motivos para entrar aí, eu nunca trouxe ninguém
aqui antes mas agora é diferente, você é minha mulher e se você quer entrar
na jacuzzi, eu entrarei com você. Me dá um minuto, eu já volto. —
Confessa espontaneamente e mais uma vez me surpreendo com esse
homem.
Apenas balanço a cabeça concordando e ele sai do banheiro me
deixando sozinha, mas logo ele volta com uma garrafa de champanhe no
gelo e duas taças. Sorrio adorando esse seu lado atencioso, na verdade ele
sempre foi atencioso comigo mas sempre acabávamos brigando por algum
motivo.
Maycon entra na jacuzzi nos servindo a champanhe e fizemos um
brinde, tomo uma longa golada da bebida e ele pega a taça da minha mão
pondo no balde de gelo junto com a sua, e só agora percebo algumas
embalagens de camisinhas ao lado do balde, ofego pois sei que ele me quer
novamente. O soberano Maycon D'ávila me puxa para o seu colo e eu me
sento de frente para ele, admirando esses olhos intensos.
Ainda em silêncio suas mãos acariciam o meu corpo de maneira
carinhosa mas ao mesmo tempo isso me excita, não perco tempo em lhe
roubar um beijo ardente desejando senti-lo outra vez, mas quando sinto que
ele está se encaixando na minha intimidade eu o alerto.
— A camisinha! Sem ela não vai rolar... — O encaro nos olhos e me
estremeço com o seu olhar severo.
— Nunca mais diga que não vai rolar! Você é minha mulher e não
vou suportar as suas recusas novamente... Não vou conseguir. Não depois
de ter sentido você... Me viciei em você antes mesmo de te sentir, Allana,
então não me diga não... — Sua voz é rouca, eu diria até mesmo um pouco
rude e seus olhos intensos me encaram fixamente, mas ele toca o meu rosto
em um gesto suave.
Meu corpo inteiro treme, mas não de medo das suas palavras
autoritária, mas sim de desejo, de excitação pois nenhum outro homem me
deixou assim antes, completamente rendida aos seus desejos. Nunca deixei
que mandassem em mim antes, nunca fui submissa a ninguém mas se ele
me mandar plantar bananeiras agora nua como estou, eu farei. O que está
acontecendo comigo?
Ele pega a camisinha abrindo a embalagem e eu apenas tento
respirar. Saio do seu colo e ele se ergue para pôr a camisinha no seu mastro,
mas seguro a sua mão encarando a sua ereção apontando para o alto. O
seguro firme e ofego ainda mais ao me aproximar mais dele, nunca me senti
tão nervosa em toda a minha vida, ele me deixa nervosa com esse olhar
penetrante.
Passo a língua pela sua ereção e o engulo em seguida, ele geme
rouco, olho para cima e ele está de olhos fechados respirando de boca
aberta, o engulo até onde consigo e tiro-o da boca me afastando novamente.
O vejo trincar o maxilar enquanto põe a camisinha e mais uma vez eu me
estremeço.
Maycon se ajoelha dentro da banheira com aquele seu olhar faminto,
mas antes que ele faça alguma coisa eu o empurro para trás o fazendo se
sentar, me sento no seu colo já o encaixando na minha intimidade e desço
lentamente.
— Puta merda! Ohhh... — Ele geme segurando a minha cintura com
firmeza. Me fazendo rebolar na sua ereção. — Você é minha... Ahh você é
todinha minha, Allana!
Sua voz rouca me excita, me estremece e eu abraço o seu pescoço
descendo nele mais rápido, gemendo esfregando os meus seios no seu
peitoral, ele me deixa louca, me deixa fora de mim.
— Você é meu, Maycon...! Você é meu soberano e não será será de
mais ninguém, ouviu...? Você é meu... Ahh... — Gemo as palavras
descendo nele mais rápido, já sentido o meu orgasmo chegar.
— Eu sou todinho seu, gostosa... Eu só quero você, Allana... Só
você! — Maycon abraça o meu corpo me tirando do seu colo e isso me
deixa frustrada.
Contesto mas ele me vira abruptamente me fazendo apoiar as mãos
nas cordas da jacuzzi. Sinto ele segurança firme a minha cintura com uma
mão e com a outras acaricia a minha bunda, logo recebo um tapa que faz eu
me contrair inteira e ele me penetra.
— Maycon... Ohhh meu Deus... — Sussurro mordendo o lábio
inferior e ele me penetra forte prendendo o meu quadril no lugar.
— Merda! Ohh cacete! Eu me esqueci do seu ferimento... Porra, não
consigo me controlar... — Sinto ele segurar o meu ombro com uma mão e a
outra segura com mais firmeza a minha cintura.
Ele me penetra com uma pegada tão forte, tão envolvente que não
resisto, eu gozo chamando o seu nome como ainda não havia feito com
outro homem, ainda não havia sentido uma pegada como essa, esse homem
me enlouquece de uma maneira que não sei explicar em palavras.
Ele geme rouco me chamando de gostosa, me chamando de sua
mulher enquanto o meu corpo treme ao gozar. Ele goza em seguida
diminuindo as suas estocadas, mas elas ainda são fortes e profundas,
consigo senti-lo inteirinho dentro de mim, como eu consegui fazer isso? Ele
é bem dotado, Maycon tem um tamanho que me surpreende mas não estou
reclamando, se eu consegui acomodar o seu tamanho logo de primeira, vou
me acostumar bem rápido a senti-lo me pegar de jeito pois eu quero senti-lo
de novo, estou me sentindo viciada nele e é só a nossa primeira vez juntos.
Suas mãos acariciam as minhas costas e ele me ergue abraçando o
meu corpo, ainda dentro de mim, deito a minha cabeça sobre seu ombro
respirando com dificuldade, suas mãos acariciam o meu corpo e seus lábios
quentes escorregam pelo meu pescoço, chupando e lambendo a minha pele
enquanto volta a se movimentar dentro de mim.
— Meu Deus... Que homem insaciável... — Sussurro ainda ofegante
pelo orgasmo que acabei de ter. — Você precisa trocar a camisinha,
Maycon... Ou vai estourar. — O alerto tentando me soltar dele mas ele não
deixa.
— Relaxa...! Não vai estourar... — Sua respiração pesada no meu
pescoço me amolece ainda mais.
Ele se senta comigo em seu colo e eu rebolo sentindo-o ainda duro
dentro de mim. Porque não me entreguei a ele antes? Esse homem é o par
perfeito para transar. Sorrio virando o meu rosto para encará-lo mas ele me
beija ardentemente, me beija forte enquanto sinto uma de suas mãos descer
até a minha intimidade, me estimulando e me fazendo rebolar mais rápido
na sua ereção, mas Maycon abre as minhas pernas as colocando sobre as
suas abrindo-as ainda mais, brincando com os seus dedos em mim enquanto
me penetra mais lentamente que antes.
Nos entregamos a mais um momento de prazer e ainda não me sinto
cansada, não me sinto saciada pois eu quero mais, porra o que está
acontecendo comigo? Esse homem está me transformando em uma viciada
em sexo.

Depois do nosso momento relaxante e prazeroso na jacuzzi,


finalmente voltamos pra cama e nos acomodamos exaustos, ele está só de
cueca e eu apenas com a sua camisa pois o Deus do sexo rasgou o meu
vestido, ou melhor, o vestido da Luiza. Merda! Vou ter que comprar outro
para ela.
Maycon me puxa para os seus braços e eu vou de bom grado, me
sentindo finalmente saciada, me sentindo completa, me sentindo leve e
exausta. Me deito sobre o seu peito recebendo os seus carrinhos nas minhas
costas, ele está sendo tão gentil, tão carinho. O sexo teve uma pegada forte
e envolvente, mas antes e depois do sexo ele foi e ainda está sendo muito
gentil. Ou seja, ele é perfeito na cama e fora dela.
— Você é tão linda... Tão gostosa... Porra como consegui resistir a
você daquela maneira? Estou surpreso comigo mesmo por ter conseguido
esperar tanto tempo... Mas eu não estava enganado em relação a você, você
é mesmo diferente e o resultado da espera foi perfeito. — Ele ergue o meu
queixo me fazendo encarar os seus olhos esverdeados aqui de pertinho. E
eles estão brilhando mais que antes.
— Eu também estava enganada sobre você... Você não é nem de
longe o monstro que eu imaginava que fosse. Eu tinha outra ideia sobre
como eram os mafiosos, não pensei que pudesse existir pessoas tão incrível
no mundo do crime... Eu era uma policial, Maycon, eu tinha um enorme
desejo de pegar bandidos e eu fiz isso para vingar os meus pais de alguma
maneira, mas confesso que estava atrás das pessoas erradas, eu estava
lutando do lado errado. — Desabafo pensativa.
— Mas agora você está do lado certo, você está ao meu lado e eu
vou fazer por você tudo que estiver ao meu alcance, vou fazer tudo pela sua
segurança, vou fazer tudo para que seja feliz, Allana... Vai me deixar cuidar
de você? Vai me obedecer quando eu disser ou fizer algo para te manter
segura? Não vai me questionar, não é? — Mais uma vez ele segura o meu
queixo me olhando nos olhos.
— Porque me escolheu? Porque quer tanto me proteger?
— Quero te proteger porque eu te amo! Eu sabia que me tornaria
líder da minha facção em breve, e também sei que um grande líder precisa
de uma família para passar uma boa imagem, e eu queria uma mulher com
personalidade, uma mulher forte como a minha mãe, e você é igual a ela
nesse sentido... É forte, decidida e muito valente, é determinada e também
muito linda, vi você como a mulher perfeita para ser minha mulher, mas não
imaginava que eu fosse realmente me apaixonar por você... Porra você me
agarrou pelas bolas, Allana, nenhuma mulher havia me enfrentado antes,
muito menos dentro das minhas boates. — Comenta espontaneamente e eu
coro ao me lembrar do que fiz.
Eu fui realmente muito audaciosa fazendo aquilo dentro do território
dele. Mas não posso deixar de me lembrar da sua cara quando o enfrentei.
— Você mereceu então não reclama... Pensei que você fosse mais
um pervertido querendo me ganhar a força, e na verdade você era sim um
pervertido, mandou até os seus soldados me levarem para você se divertir
comigo depois... Você só não imaginava que eu fosse conseguir me livrar de
vocês. — Sorrio me gabando por ter conseguido escapar deles e me viro
para o outro lado da cama.
— O que você fez me irritou ainda mais, e foi por isso que eu fui
atrás de você, foi por isso que eu escolhi você, Allana... Você me desafiou e
eu não podia deixar por isso mesmo, a minha intensão era te castigar pelo
que fez, mas ao invés disso eu te escolhi para ser minha, e agora você é! —
Ele me abraça por trás beijando as minhas costas sobre o tecido da camisa.
Ele me dá uma encoxada que me excita mas tento não pensar mais
em sexo por hoje, já transamos o suficiente e estou exausta, sei que já é bem
tarde e não vai demorar para o dia amanhecer mas esse homem tem um
fogo que nem eu consigo apagar.
— Estou vendo que está cansadinha, vou deixar você dormir mas
quero que seja nos meus braços. Vem! Quero dormir sentindo você mais
pertinho de mim. — Ele se afasta me puxando de volta para os seus braços,
e eu vou de bom grado.
Não digo nada, apenas me acomodo em seus braços para dormir
como estava desejando a tempos, eu só não queria admitir isso.
Não dissemos mais nada e Maycon me deixa dormir agarradinha a
ele, e sinto uma sensação tão boa por estar assim, tão pertinho dele
recebendo os seus carinhos nas minhas costas enquanto ele cheira e beija os
meus cabelos, o quarto inteiro está cheirando Jasmim pois ele encheu o
quarto de flores, parece que Jasmim também é o seu aroma preferido.

O resto da noite passou e eu acordo na manhã seguinte sentindo o


meu corpo tenso, minha respiração pesada e uma sensação prazerosa me
consome, sinto que posso gozar a qualquer momento. Sinto algo apertar o
meu quadril e a minha intimidade sendo sugada me fazendo arquear e eu
agarro os lençóis da cama.
— O que está acontecendo...? Ohhh... Isso é tão bom... Tão
gostoso... — Gemi ainda de olhos fechados, mas quando os abro me deparo
com Maycon entre as minhas pernas me chupando faminto.
Ele me encara nos olhos mas não para o que está fazendo, agarro os
lençóis com mais força e apoio os meus pés nas suas costas rebolando na
sua boca. Ele geme na minha intimidade agarrando as minhas coxas, posso
sentir o meu orgasmo chegar e me arqueio ofegante pelo tesão que me
domina. Quando estou quase gozando ele para.
— Começou, termina! Não para, Maycon...! Eu ainda não gozei...
Ahhh...
Contesto manhosa e ele sorrir se erguendo e me penetra me fazendo
gemer, sinto que ele está de camisinha então fico tranquila, me entrego a ele
mais uma vez e nem preciso dizer que adorei ser acordada assim. É
delicioso.

Depois do nosso sexo matinal fomos tomar um banho quente para


despertar, e nada melhor do que transar mais uma vez debaixo dessa água
deliciosa. Depois do banho faço a minha higiene pessoal e ele faz o mesmo,
em seguida liga para mansão pra pedir o nosso café da manhã, mas Eulália
já está vindo com o nosso café e enquanto ela não chega eu volto pra cama.
Me acomodo novamente embaixo do edredom pois está um
friozinho gostoso e Maycon volta para ficar comigo. Mais uma vez ganho
os seus beijos e seus carinhos, ganho a sua total atenção mas acabo
adormecendo novamente, a nossa noite foi intensa, foi prazerosa demais e
posso afirmar que estou sorrindo à toa, estou feliz, eu estou realmente feliz
como ainda não havia me sentido antes.
Seu polegar passa pelos meus lábios suavemente e eu sorrio
chupando o seu dedo.
— Se não quiser que eu te pegue de novo, é melhor não me
provocar, Lana... — Ouço sua voz suave mas só abro os olhos quando ouço
ele me chamar pelo meu apelido.
— Você me provocou primeiro... Me deixe dormir um pouco mais!
Ainda estou com sono. — Me viro para o outro lado da cama mas sinto a
sua mão na minha bunda.
— O nosso café da manhã está servido, precisamos nos alimentar...
Quero sair com você antes do almoço então levante-se! — Diz no meu
ouvido me causando um arrepio gostoso.
Sorrio me virando novamente para ele mas Maycon já está saindo da
cama, respiro fundo e me levanto indo atrás dele nos acomodando a mesa.
Eulália já esteve aqui? Como não acordei com ela arrumando a mesa?
Quase não dormi essa noite então estava mesmo em um sono profundo.
— Onde vamos? O que vamos fazer fora da mansão? — Pergunto
enquanto comemos.
— Vou te levar para conhecer as boates e as nossas empresas
também, você precisa conhecer melhor o seu novo mundo. — Levo o copo
de suco até a boca e só então percebo um anel no meu dedo. Um anel de
diamante.
— Que anel é esse no meu dedo? Eu não estava usando jóias quando
fui dormir essa noite. — Questiono encarando espantada o diamante no
meu dedo.
— Você é minha mulher, vai se casar comigo então você precisa ter
um anel. — Dispara enquanto toma o seu café preto. O encaro chocada.
— Então só porque transamos a noite inteira você acha que eu não
mereço um pedido de casamento? É só colocar um anel no meu dedo
enquanto durmo e pronto...? Conserta isso, ou eu não me caso com você! —
O encaro séria e me levanto da mesa procurando os meus sapatos.
— Qual é, Allana? Vai fazer uma drama só porque eu não fiz o
pedido? Você já é minha que diferença vai fazer isso? — Ele se levanta
vindo atrás de mim.
— A diferença é que eu esperava mais de você, soberano! Você
passou a noite inteira sendo gentil comigo, sendo carinho e agora me vem
com isso? Coloca um anel no meu dedo e diz que sou sua mulher e vou me
casar com você. Você me perguntou se é isso que eu quero...? Eu esperava
que você fizesse alguma merda ontem, antes de você me levar pra cama!
Mas como sempre eu sou uma idiota mesmo por ficar fantasiando coisas
onde não existem! — Tiro o anel do meu dedo o jogando em cima dele e
vou em direção a porta, mas ele me segura pelo braço.
— Qual é o seu problema, Allana? Vamos voltar a brigar justo agora
que estamos nos entendendo?
— Não estamos brigando, só estou me recusando a aceitar esse anel
dessa maneira... Como eu disse antes, conserta isso ou não tem casamento!
Estou aceitando tudo isso porque eu amo você, e não porque você precisa
de uma soberana! — Me solto do seu aperto e saio da cabana apressada,
está um frio de rachar mas não me importo.
— Merda! Mas que droga! — Ouço ele esbravejar mas não paro,
sigo apressada de volta para casa principal.
CAPÍTULO 28

— Mas que inferno! Não acredito nisso, estávamos tão bem e agora
isso? — Esbravejo enquanto visto a minha calça às pressas e saio do chalé
correndo atrás dela, mas não a vejo.
Corro de volta para casa principal e quando saio da floresta a vejo
longe.
— Allana? Espera! Porra Allana! — Chamo por ela mas a mesma
não dá a mínima.
Corro mais rápido mas ela entra em casa antes que eu consiga
alcançá-la. Quando entro na sala vejo ela correr para o corredor e meus pais
nos encarnado confusos, não ligo, corro atrás dela e antes que ela tranque a
porta do quarto eu entro atrás.
— Precisamos conversar e você vai me ouvir! Eu não quero mais
você fugindo de mim, eu fui claro? Você é minha mulher! — Esbravejo
irritado enquanto ela vai para o closet me ignorando. — Eu estou falando
com você, Allana!
— E eu estou te ouvindo, Maycon! Eu não sou surda! — Rebate
também irritada pegando uma roupa para vestir. — Olha só! Eu não quero
brigar, não quero discutir então me deixa quieta, ok? — Ela tira a minha
camisa do seu corpo ficando só de calcinha na minha frente, me deixando
tenso por me lembrar dos nossos momentos juntos.
— Por favor...? Não fica pensando besteiras? Me desculpa pela
merda que eu fiz? Eu vou conserta a minha burrada mesmo não sabendo
como. — Abraço ela por trás beijando o seu pescoço e sinto ela amolecer e
ofegar.
Viro ela de frente para mim colocando-a contra o armário e tomo a
sua boca em um beijo urgente, ela retribui segurando firme os meus braços
mas se solta de mim novamente, se afastando escorando nos armários.
— Só vou ceder a você novamente... Quando consertar o seu erro!
Eu já deixei claro que ninguém vai brincar comigo, nem mesmo você,
soberano! — Ela veste um vestido e calça um chinelo voltando a sair da
suíte.
— O que eu fiz para merecer isso? Joguei pedra na cruz para ter
escolhido uma mulher tão difícil? Merda! — Resmungo entre dentes
tentando não ir atrás dela, mas não resisto.
Saio da suíte e a vejo sair do corredor na sala de estar, mais uma vez
corro atrás dela e a vejo ir em direção a porta enquanto minha mãe chama
por ela, Allana para mas quando me vê se apressa para sair.
— Allana Macedo! — Chamo em um tom alterado e ela para na
mesma hora.
A vejo se virar e eu espero ela iniciar uma discussão, mas antes que
isso aconteça eu me ajoelho espontaneamente diante dela e dos meus pais.
Meu coração bate forte por isso.
— Porra eu não sei como fazer essas coisas mas estou tentando! Eu
quero você como minha mulher, como minha esposa. Quero que sejas tudo
que eu preciso, então case-se comigo? Não consigo mais viver sem você,
Allana... Você quer se casar comigo? — Me surpreendo com as minhas
palavras mas ela se aproxima com um largo sorriso.
Tiro do bolso da calça o anel que ela jogou em cima de mim, ainda
não acredito que ela fez isso, que porra de mulher brava. Mas amo-a
exatamente por isso.
— Sempre que você se esforça um pouquinho, você consegue ser
tudo que eu quero, tudo que eu preciso, Maycon... Você precisa se
acostumar com esse meu jeito explosivo pois eu já estou me acostumando
com o seu, nós dois temos um temperamento forte, mas... Sim! Eu quero
me casar com você, meu soberano. — Ela abre ainda mais o seu sorriso me
fazendo respirar aliviado.
— Puta merda! Você me dá um trabalho danado, sabia? Fez isso só
para me ver correndo atrás de você, não é? — Me levanto sorrindo pondo o
anel no seu dedo, ela pula no meu pescoço me beijando ferozmente.
— Oh meu Deus! Não acredito, ele finalmente vão se casar...
Precisamos marcar logo a data do casamento, precisamos pensar em uma
cerimônia tão linda o quanto foi a nossa... O nosso filho vai se casar... O
meu menino... Allana... Seja bem vinda mais uma vez a essa família,
querida. — Ouço mamãe toda chorosa e Allana se solta de mim sorridente.
As duas se abraçam e meu pai vem me abraçar também.
— Parabéns, filho! Você tomou a decisão certa, o quanto antes
vocês se casarem, melhor... Mas eu não esperava que você fosse pedi-la em
casamento assim, de calça, sem camisa e descalço com essa cara amassada.
— Meu pai rir da minha cara e eu reviro os olhos.
— Allana era policial, papai, ela sabe como negociar... Ou melhor,
ela sabe chantagear então eu precisei improvisar para não dormir sozinho
hoje... Mas eu não menti, eu quero tudo com essa mulher, eu a amo demais
e não quero mais ficar brigando com ela. Não depois da noite incrível que
tivemos. — Puxo a minha mulher de volta para os meus braços e ela vem
de bom grado.
— Depois eu ajudo a preparar algo bacana para você e Allana, esse
pedido de casamento não pode ficar assim, tão simplesinho... Ela merece
algo especial e você vai dar isso a ela!
— Não se preocupe, Sra. Brenda, o mais importante para mim era
ouvi-lo me pedir em casamento, e isso eu já consegui... Você não é o único
que sempre consegue o que quer, soberano Jr. — Ela sorrir com uma
sobrancelha erguida e eu gargalho.
— Você não tem jeito, não perde uma chance de me provocar. —
Aperto a sua cintura vendo ela ofegar, ela fica tensa rapidamente quando
faço isso.
— Você não disse que íamos sair...? Eu vou me arrumar então. —
Ela se solta de mim e vai em direção ao corredor.
Fico aqui embasbacado admirando ela se afastar apressada e sorrio.
Meus pais me questiona sobre o que aconteceu para termos voltado do
chalé tão cedo e discutindo, então eu explico o que houve e ganho uns
puxões de orelha da minha amada mãe, mas vou sobreviver.
— Francamente, Maycon! Como você pode dizer a ela que não ia
fazer diferença fazer ou não o pedido? Toda mulher espera por esse
momento e você me faz uma cagada dessas, meu filho? — Ela me encara
indignada e eu respiro fundo.
— Agora eu entendi essa parte, mamãe, sei que errei e também sei
que ela merece algo melhor do eu fiz aqui, mas eu preciso de ajuda, preciso
pensar em algo que a agrade... Você sabe que não estou acostumado com
essas coisas e também sabe que sozinho só vou fazer merda... Droga! Como
vou me safar quando você não estiver por perto? — Admito inquieto mas
ergo uma sobrancelha para ela que sorrir abertamente me abraçando.
— Eu sempre vou estar por perto, filho. Você e sua irmã sempre
terão o meu apoio para ajudá-los em tudo, principalmente em momentos
como esses... Mas agora me diz? Onde você vai levar Allana? — Ela se
solta atenta.
— Pensei em levá-la na empresa comigo e também nas boates, mas
gostaria que você nos acompanhasse, você vai saber orientá-la melhor pois
tem mais paciência para isso... Ela ficou bastante ansiosa para começar a
trabalhar e sei que ela vai tirar de letra. Allana se parece com você em
muitos aspectos, principalmente na personalidade. — Comento sorridente.
— Você escolheu bem, filho, você teve muita sorte de encontrar essa
menina e sei que serão felizes juntos... Agora vá se arrumar para sairmos,
eu vou fazer o mesmo. — Ela me arrasta em direção ao corredor me
fazendo sorrir.
Meus pais seguem para sua suíte e eu para minha, entro seguindo
para o closet e paro na porta me deparando com Allana só de lingerie
escolhendo uma roupa para vestir. A admiro de cima abaixo mas ela se vira.
— Meu Deus, Maycon! Que susto você me deu. — Ela ofega pondo
a mão no peito mas eu só tenho olhos para o seu corpo.
— Me desculpa, você estava tão distraída que não me ouviu chegar.
— Me aproximo com as mãos no bolso mas ela ainda está ofegante.
Seus olhos passam pelo meu corpo enquanto me aproximo, ela está
tensa com a minha aproximação mesmo depois da noite incrível que
tivemos.
— Ahm... Eu vou me arrumar rápido para sairmos... Não vai se
vestir...? — Ela se afasta pegando algumas roupas e um par de salto alto.
Ela passa por mim apressada mas seguro o seu braço.
— Porque parece que está fugindo de mim? Ainda está chateada
pelo que houve? Não foi o suficiente o pedido que fiz? O que você quer que
eu faça, Allana? Precisamos melhorar o nosso diálogo, você precisa me
dizer o que quer! — A encaro sério tentando entender o que está havendo,
mas ela apenas ofega.
— Relaxa! Só estou tentando resistir a você, Maycon... Não quero
passar o dia trancada nessa suíte transando, por mais que eu queria muito...
Mas eu gosto da ideia de sair dessa mansão um pouco então eu preciso ser
forte... Olhar pra você me excita e me deixa tensa, sentir os seus beijos me
deixa perdida e eu não consigo raciocinar, então vê se colabora! — Ela se
aproxima descendo a sua mão do meu peito até o meu abdômen. Estou
surpreso com a sua confissão.
— Ainda temos o dia todo para andar por aí, podemos transar só
mais uma vez antes de sairmos. — Abraço a sua cintura trazendo o seu
corpo para o meu. Beijo-a ardentemente e ela amolece deixando as suas
roupas cair ao chão.
Coloco ela contra o armário aprofundando o beijo, ouvindo ela
gemer na minha boca.
— Mais tarde, Maycon...! Precisamos sair agora! Ahhh... — Me
repreende enquanto beijo o seu pescoço e aperto a sua bunda fazendo ela
sentir o quanto já estou excitado.
— Porque esperar até mais tarde se nós dois estamos querendo
isso...? Não resista, Allana...? Não resista meu amor...? — Adentro a minha
mão na sua calcinha sentindo o quanto ela está úmida. — Cacete...! Você
me quer, ou não estaria tão molhadinha. — Encaro o seu rosto e ela está
mordendo o lábio inferior de olhos fechados.
— O que está tentando fazer...? Recuperar o tempo que ficou sem
transar? Ohhh... Teremos a vida toda pela frente, Maycon... Ahh Deus... —
Contesta entre gemidos e isso me enlouquece.
— Certo! Mas isso não me impede de sentir a minha mulher mais
uma vez.
Ela ofega e estremece quando digo minha mulher em um tom rouco
de desejo, mas viro ela de costas para mim e acaricio a sua bunda, sinto seu
corpo tremer ainda mais que antes e ela tenta a todo custo se manter de pé.
Pego a minha carteira no bolso da calça e tiro uma camisinha enquanto
beijo e chupo as suas costas, ela geme se segurando nas maçanetas das
portas do armário. Abaixo a minha calça junto com a cueca e me esfrego
nela, me posicionando entre as suas pernas mas não a penetro, apenas
brinco na sua intimidade meladinha. Porra ela me deseja tanto quanto eu a
ela, eu sabia que ela me faria perder o juízo e não estava enganado.
Coloco a camisinha e entro nela como estava ansioso para fazer.
— Ahhh... Gostosa, sente como você me deixa louco...! Sente como
só você me deixa duro apenas em tocar você... Ohhh... Minha mulher...
Você é minha soberana, Allana... — Abraço a sua cintura entrando nela
mais fundo, mais rápido enquanto sussurro no seu ouvido.
— Me pega mais forte...? Me faz gozar logo, Maycon! Ahhh... Me
faz gozar, amor? — Pede manhosa quase em um sussurro e me surpreendo
por ela me chamar de amor.
— Você me chamou de amor...? Allana, você me chamou de amor?
— Pergunto ofegante ainda surpreso pela sua declaração espontânea.
Ela me encara sobre os ombros ainda mais ofegante que eu.
— É...! Eu te chamei de amor... E vou te chamar assim quantas
vezes você quiser ouvir, mas agora me fode...! Eu quero gozar, você
consegue fazer isso? — Diz aflita fazendo a adrenalina correr nas minhas
veias.
— Porra! Você quer gozar? Então eu vou fazer você gozar!
Saio dela arrastando-a até o um puff grande no centro do closet, faço
ela se ajoelhar no chão e se debruçar sobre o mesmo, e ela o faz sem
questionar. Me encaixo nela entrando na sua boceta quente em uma só
estocada e ela geme alto.
— Você não queria gozar? Então você vai gozar! Ou não sairemos
daqui hoje. — Agarro os seus cabelos e seguro firme a sua cintura.
Começo a estocá-la mais forte que antes mesmo com receios pela
sua costela ainda se recuperando, mas ela pediu e eu vou dar o que ela quer.
Allana geme agarrada ao puff enquanto admiro a sua bundinha se chocando
contra mim, vendo o meu pau entrar e sair dela e isso me deixa fodidamente
excitado, já sinto o meu orgasmo se formando mas não vou gozar antes
dela, lhe dou um tapa na bunda e a vejo desabar apertando o meu pau na sua
bocetinha gulosa enquanto goza.
— Isso! Porra isso! Goza minha gostosa! Ohhh goza...! — Não
resisto e gozo em seguida.
Meu corpo inteiro treme mas aguento firme, meto nela ainda
gozando e diminuo aos poucos. Porra que delícia, que mulher perfeita,
porque eu não a trouxe antes? Talvez porque eu ainda não havia visto-a
antes, ou então ela já teria sido minha a mais tempo.
Depois desse momento eu penso duas vezes antes de sair dela, estou
no melhor lugar do mundo e não quero sair, quero ficar aqui por mais
tempo. Admiro ela largada sobre o puff de olhos fechados e a respiração
pesada. Acaricio as suas costas sentindo a sua pele tão macia, tão sedosa.
Saio dela acariciando a sua bundinha empinada, linda. Encaro a
camisinha cheia me dando conta de que não gozo assim a mais de um mês,
e tudo por causa dessa mulher gostosa que estava me evitando.
Me levanto e ajudo ela a se levantar, ela resmunga que terá que
tomar outro banho por estar suada e eu sorrio, porra ela fica linda quando
está brava, ela nem o imagina o quanto isso me excita.
— Eu vou tomar um banho rápido para sairmos, e não ouse vir atrás
de mim! Eu quero muito sair dessa casa um pouco então não me atrase
mais. — Ela sai rebolando essa bundinha linda e eu não resisto em ir atrás.
— Relaxa! Eu só vou jogar a camisinha fora... Não posso tomar um
banho rápido com você? Prometo me comportar. — Não consigo tirar os
olhos do seu corpo. Ela se vira me encarando com uma sobrancelha erguida.
— Não sei o porquê, mas nesse caso acho que não devo confiar em
você... Meu Deus, você ainda está ereto. — Ela me encara sem jeito e a
vejo corar. Sorrio de lado, eu adoro vê-la assim.
— Não Allana! Allana? Me deixa tomar banho com você, vai? Não
seja malvada? — Me aproximo mordendo o lábio inferior e ela corre para o
banheiro trancando a porta. — Me deixa entrar Allana? Eu vou me
comportar... Cacete! Vai me deixar com essa camisinha cheia de porra na
mão? Allana! — Bato na porta inquieto e a ouço gargalhar. Filha da mãe!
— Não vou me demorar, querido! Já vou sair! — Ouço o seu tom
debochado me fazendo bufa.
Volto para o closet e procuro a embalagem da camisinha, amarro a
camisinha cheia colocando dentro da embalagem e volto em direção ao
banheiro, respiro fundo rezando mentalmente para que a porta já esteja
destrancada. Giro a maçaneta e a porta se abre, a vejo embaixo do chuveiro
toda molhadinha passando a esponja pelo seu corpo. Não tem como não
babar por essa mulher, ela é muito linda, sua pele é tão branquinha, seu
cheiro é tão viciante.
— Maycon...? O que faz aí parado? — Ela se vira desligando o
chuveiro e se assusta comigo.
— Eu também preciso de um banho, querida... É uma pena não
curtir esse banho com você, mas não vai faltar oportunidades para isso. —
Pisco para ela e jogo a camisinha no lixo antes de entrar no box.
Ela fica ali parada me admirando pelas costas. Me viro de frente
para ela me masturbando e ela sai do banheiro apressada e ofegante. Sorrio
vitorioso, eu sei o quanto mexo com ela, sei que posso ganhar essa mulher a
hora que eu quiser, onde eu quiser, bastante tocá-la da maneira certa e ela se
rende a mim.

Termino de me arrumar e Allana já não está mais no quarto, ela saiu


na frente para evitar me ver andar nu pelo closet, ela está tão empolgada
para sair que não quer perder mais tempo transando comigo, porra estou
insaciável hoje, passei mais de um mês sem transar e Allana é muito
gostosa, mas estou ciente que ficar pensando nisso não vai me ajudar em
nada.
Tento não pensar tanto nisso e saio do quarto seguindo para sala,
minha mãe já deve estar me esperando para sairmos com Allana, hoje ela
vai conhecer mais sobre o nosso mundo e como ele funciona, sei que ela vai
se empolgar e vai se sair bem em qualquer lugar que colocarmos ela
trabalhando...
Entro na sala e me deparo com Allana em pé de braços cruzados
encarando Marion, a filha de um dos líderes de um Cartel aliado, as duas
estão bem sérias mas Marion abre um largo sorriso ao me ver.
— Filho! Vamos sair de uma vez, temos muitos lugares para
levarmos Allana... É uma pena você ter vindo tão cedo, Marion, nós
estamos de saída e Luiza não está em casa para lhe fazer companhia, mas
foi gentil da sua parte acompanhar o seu pai nessa visita. — Mamãe pisca
para mim e sei que ela está me apressando para sairmos logo, ela nem
precisa dizer que vem dor de cabeça por aí.
— Sim, mamãe, vamos logo! Fique a vontade, Marion, a empregada
vai lhe servir enquanto os nossos pais conversam. — Ouço lá na varanda
meu pai conversar empolgado com o Sr. Jamal.
— Será que eu não posso acompanhar vocês? Vou me sentir muito
entediada aqui sozinha, e sei que meu pai vai demorar nessa conversa. —
Respiro fundo me controlando para não ser grosseiro com a filha do líder
Jamal
— Me desculpe mas não estamos saindo a passeio, Marion, estamos
saindo a trabalho! Com licença. — Me aproximo mais pegando a mão de
Allana e sigo para saída, mas quando passo pela porta sinto Marion enlaçar
o seu braço no meu.
— Soberano Maycon D'ávila! Que prazer revê-lo novamente...
Allana! Que belíssima mulher, porte de soberana você tem e não vejo a hora
de ver a união oficial de vocês. — Nos cumprimenta o senhor antes que eu
possa dizer nada a filha dele.
— Essa união acontecerá logo, Sr. Jamal, mas com todo respeito, a
sua filha não vai estar na cerimônia se ela continuar assediando o nosso
soberano! — Allana ergue a sua mão mostrando o anel no seu dedo, vejo o
homem a nossa frente ficar tenso.
— Tenho certeza de que essa atitude da minha filha não passa de um
equívoco, Srta. Allana, por isso peço desculpas... Marion, volte agora
mesmo para o carro, um dos nossos soldados vai levar você de volta pra
casa! Eu sabia que não seria um boa ideia você vir. — Vejo Sr. Jamal
arrancar a filha do meu lado furioso enquanto encaro Allana surpreso,
gostei do seu tom decidido.
— Bom, precisamos sair agora, sinta de em casa, Sr. Jamal, foi bom
vê-lo novamente, nos veremos em breve na celebração do meu casamento.
— O cumprimento com um forte aperto de mão e saio com Allana.
Sigo para o meu carro estacionado a frente da casa e vejo Isac já no
seu posto conversando com Thomas, me lembro da minha dizer que Luiza
não está em casa.
— Bom dia casal! Tia Brenda, bom dia! — Isac nos cumprimenta
sorridente.
— Bom dia, querido!
— Onde está minha irmã? Ela veio com você? — Pergunto abrindo
a porta do carro para Allana. Ela não parece chateada então acho que está
tudo bem.
— Veio sim mas a deixei na faculdade, é semana de prova e ela não
quer ter notas baixas nesse último semestre, ela é muito inteligente, sei que
ela vai se sair bem. — Diz todo orgulhoso e eu sorrio por isso.
— Beleza, agora nos leve a Top Night, depois seguiremos para as
outras boates antes de irmos a empresa. — Ele acena enquanto Thomas abre
a porta do carro para minha entrar do outro lado.
Entro em seguida ao lado de Allana e os dois entram na frente
seguindo atrás de dois carros saindo na nossa frente, outros virão atrás mas
agora eu só tenho olhos para Allana, pois agora sim ela está séria demais.
Tenho até medo de perguntar se está tudo bem, que merda eu fiz agora?
Não me lembro de ter feito nada que me prejudique com ela.
— Está tudo? Você está séria demais... Olha se for por causa Marion
eu não tive...
— É os meus pais, Maycon...! Hoje é o aniversário de morte dos
meus pais adotivos... Eu passei uma noite tão agradável ontem, foi tão bom
que me esqueci do dia de hoje... — Comenta pensativa encarando as suas
mãos.
— Eu sinto muito querida, perder alguém importante para nós
sempre fica uma marca irreparável... Mas você não está sozinha, nós
estamos com você, ouviu? — Mamãe pega a sua mão com carinho e a vejo
respirar fundo.
— Obrigada pelo carinho, Sra. Brenda... É muito bom não me sentir
tão sozinha. — Sua voz é suave e ao mesmo tempo triste, não gosto disso.
Sinto ela deitar a cabeça em meu ombro e pegar a minha mão com
carinho. Toco o seu rosto e ela ergue a cabeça para olhar nos meus olhos,
mas os seus olhos verdes estão marejados e isso não me agrada, não gosto
de vê-la assim.
— Me leva para ver o túmulo dos meus pais...? Por favor não me
negue isso? Eu preciso conversar com eles, preciso contar como está a
minha vida, eu fazia isso sempre que podia e não quero deixar de fazer
agora... Se não quiser ir comigo, deixa Zion e Rael me levantem...? Por
favor, Maycon? — Seu tom é choroso e suas lágrimas descem
espontaneamente. Merda!
— Tudo bem, Zion e Rael vão com você e mais uma equipe de
soldados, eu prometi não vacilar na sua segurança e vou cumprir. — Pego o
meu celular e ligo para o chefe dos soldados, solicitando mais uma equipe
de soldados para nos acompanhar.
Pergunto onde os pais dela estão enterrados e mando a nossa equipe
ir direto para o local, mamãe diz que vai acompanhá-la e eu fico mais
tranquilo com isso. Seguimos para o local onde os pais dela estão
sepultados e deixo ela na porta, saio do carro para me despedir dela e
recebo um abraço apertado, um abraço carinhoso.
— Obrigada por esse gesto, Maycon... Obrigada por me deixar vir,
meu amor. — Ela me abraça tão apertado, consigo sentir o quanto ela ficou
triste e vulnerável pela data de morte dos pais.
Espera! Ela me chamou de amor de novo? Está sendo carinhosa
comigo enquanto se solta desse abraço apertado, ela me beija com doçura,
me beija com paixão e isso me desarma completamente, não é um beijo de
desejo, é um beijo de amor.
— Se precisarem de alguma coisa e não conseguirem resolver
sozinhas, me liga na mesma hora, está bem? Me encontra na boate quando
sair daqui. — Toco o seu rosto suavemente e lhe dou mais um beijo antes de
voltar a entrar no carro.
Saio dali seguindo direto para a boate mais próxima, a Top Night.
CAPÍTULO 29

Já faz mais de uma hora que Allana está no cemitério visitando os


pais dela, não gosto de vê-la triste daquele jeito, já me acostumei a ver o seu
sorriso e não quero mais ser privado disso, então preciso fazer algo para lhe
dar um pouco mais de alegria, mas como fazer isso? A única pessoa capaz
de me ajudar é a minha mãe mas ela não está aqui.
Pego o meu celular e ligo para ela, quero saber como Allana está
mas não quero ligar diretamente para ela agora, ela ainda deve estar mal
pela saudade que sente dos pais.
— Oi meu filho? Nós já estamos de saída, Allana está colocando
umas flores para os pais dela antes de irmos... Ela está tão tristinha. —
Conta mamãe assim que me atende.
— Então, mamãe, é sobre isso mesmo que eu quero falar com você,
queria fazer algo para animá-la um pouco, mas não faço ideia do que
fazer... Tenta descobrir algo para mim e você tem carta branca para fazer,
seja o que for, desde que ela não corra riscos, está bem? Vocês ainda vem
pra cá? — Ando pelo escritório da boate pensativo e apreensivo.
Eu preciso confiar nela, sei que ela não vai fugir de mim depois da
sua declaração. Ela me ama e não vai me deixar, eu sei disso.
— Tudo bem, filho, vou ver o que posso fazer, vou ver se ela ainda
quer ir nas boates mas ela não parece bem, está bastante emotiva pela data
de hoje.
— Tudo bem, só me avisa para eu não ficar esperando por vocês,
por aqui está tudo tranquilo, eu só queria que ela conhecesse melhor os
nossos negócios... Mas tudo bem, podemos deixar para uma próxima vez
caso ela não queira vir. — Concordo mesmo não sendo esse o meu desejo,
eu queria passar o dia com ela visitando os nossos empreendimentos, ela
estava muito empolgada para isso.
— Está bem, filho, vou conversar com ela e já te ligo, em todo caso,
espera mais uns minutinhos caso ela mude de ideia.
— Ok! Fico no aguardo. Obrigado, mamãe, você está sendo
incrível como sempre. — Respiro fundo.
— Não me agradeça, querido, eu faço tudo e qualquer coisa pela
felicidade dos meus filhos. Eu já te ligo, beijos! — Diz antes de encerrar a
ligação.
Sorrio abertamente por ter uma mãe tão maravilhosa, ela sempre me
deixou ser quem eu queria ser, mas agora ela também está me ajudando a
ser quem eu preciso ser, e eu preciso mudar para merecer ter uma família
com Allana, e sei que vou alcançar o meu objetivo.
Espero por vinte minutos a minha mãe me ligar, mas ela não o faz,
será que aconteceu alguma coisa? Pego o celular para ligar novamente para
ela, mas ouço batidas na porta e um dos seguranças da boate entra em
seguida.
— Com licença, soberano! Tem uma mulher aí fora querendo falar
com o senhor, ela disse que chama Marion. — Diz apreensivo e eu reviro os
olhos frustrado.
— Que porra essa mulher veio fazer aqui? Espero que ela não esteja
afim de começar uma guerra. — Comento pensativo e me sento na minha
cadeira. — Diz que estou ocupado e não quero ser incomodado!
Ele apenas concorda e sai em seguida. Volto a analisar a
contabilidade da boate mesmo esse sendo o trabalho da minha mãe, mas
quero ver eu mesmo como andam as coisas por aqui.
— Você não vai me dispensar depois de ter transado comigo,
Maycon D'ávila! Era para você escolher a mim e não aquela sem sal que
você apresentou como sua mulher, isso não vai ficar assim! — Marion entra
na minha sala furiosa e eu me levanto a encaro severamente.
— Acha mesmo que só porque transamos uma vez você serve para
ser a minha soberana? Não me faça rir, Marion! Eu não escolheria para ser
minha mulher uma vadia fácil como você, se o meu segurança te dê uma
bijuteria você transa com ele... Já faz meses que transamos e só agora você
quer me cobrar alguma coisa? Você acha que pode fazer isso, garota? Vê se
te enxerga! — Esbravejo dando a volta na mesa e ela se aproxima.
Marion levanta a mão para mim mas eu a seguro pelo pescoço
apertando sem utilizar muita força para não deixar marcas.
— Se você levantar a mão pra mim mais uma vez, o meu rosto será
a última coisa que você verá! Eu fui claro? Eu tenho muita consideração
pelo seu pai, só por isso não te mato agora mesmo sua maldita! Você não
vai estragar os meus planos como está imaginando, pois eu acabo com você
antes disso. — Alerto-a entre dentes e a vejo com os olhos arregalados.
— Me desculpa... Soberano...? Isso não vai se repetir... — Diz em
um fio de voz mas não solto o seu pescoço.
— Se não quiser começar uma guerra do seu pai contra mim, acho
bom você esquecer que um dia eu olhei na sua direção, sabe como é,
mulheres fáceis a gente não tem muito trabalho para pegar, o problema e
vocês pegarem no nosso pé depois, mas eu não sou qualquer homem, eu sou
um soberano e sou eu quem escolho com quem eu quero ficar, entendeu...?
Na boa, o seu pai é um ótimo líder mas Allana é uma mulher muito difícil,
por isso me encantei por ela e você não vai ficar no meu caminho, eu passo
por cima de você antes disso, então não ouse falar dela novamente, ou eu
quebro o seu lindo pescocinho. — Aproximo o meu rosto do seu olhando
bem dentro dos seus olhos marejados e assustados.
Ela apenas balança a cabeça concordando e ouço a porta bater, olho
para o lado vejo Allana e minha mãe paradas me encarando confusas.
— O que está acontecendo aqui, Maycon? Porque essa mulher veio
atrás de você? — Allana se aproxima com cautela e eu solto Marion.
— Não aconteceu nada demais, só o de sempre... Eu comi ela a uns
meses atrás e agora ela está me cobrando o fato de eu não tê-la escolhido
como minha soberana, na boa, isso nunca vai rolar porque a minha escolha
já foi feita. — Volto para trás da minha mesa e me sento novamente. —
Você já pode se retirar, Marion! Espero não voltar a vê-la novamente, e se
isso acontecer eu espero que tenha mais cuidado com as suas ações e suas
palavras, eu não vou ser piedoso com você uma segunda vez, não importa
quem seja o seu pai. — Lanço lhe um olhar perverso e frio, ela sai
apressada esbarrando em Allana.
Encaro Allana e ela parece chocada, não diz nada apenas me encara
incrédula e acho que isso não é bom, merda! Eu só falei a verdade, não
quero mentir para ela.
— Então é por isso que ela agarrou em você feito um carrapato?
Porque vocês transaram. Isso não me surpreende nenhum pouco, mas
quantas mulheres mais vão aparecer querendo te agarrar na minha frente?
Na boa, eu não vou conseguir aturar isso. — Ela se vira saindo do escritório
e minha mãe me encara feio.
— Merda! O que eu poderia fazer? Mentir para ela como se nada
tivesse acontecido? — Me levanto apressado e passo pela minha mãe indo
atrás de Allana. — Allana! Espera? — Chamo mas ela não me dá ouvidos.
— Olha só, parece que temos carne nova no pedaço... O soberano
contratou mais uma prostituta mas acho que essa será a nova exclusiva dele.
— Comenta Jade sorridente ao lado de Diamante e Safira.
A encaro com um olhar mortal e vejo a Allana parar abruptamente a
encarando com um sorriso cínico. Vai vir merda por aí, o que ela está
planejando? Abro a boca para contestar Jade mas Allana me interrompe.
— Eu cuidado disso, soberano! Afinal, estou aqui para ajudar a pôr
ordem nesse puteiro! — Ela ergue a cabeça empinando o nariz e minha mãe
se aproxima cruzando os braços.
— Vamos ver se ela é mesmo capaz de lidar com essas vadias. —
Comenta com um largo sorriso e eu respiro fundo.
— Quem é você para querer pôr ordem na gente? Não passa de uma
puta feito nós... — Dispara Diamante enquanto Allana se aproxima e a
mesma a interrompe com uma bela bofetada.
— Não sou puta como você! Não sou vadia como todas vocês aqui,
sabe o porquê? Eu sou a futura soberana de Maycon D'ávila e posso dá na
cara de qualquer uma aqui dentro, poder para isso agora eu tenho! E eu não
gostei de ser chamada de puta, então você está na rua, queridinha! Vaza! O
seu tempo na Top Night acabou. — Ela cruza os braços encarando
Diamante de um jeito sombrio e isso me surpreende.
— Você não pode me demitir, não foi você quem me contratou! —
Diamante retruca com a mão no rosto olhando de Allana para mim.
— Ah eu posso sim, pelo que estou sabendo tem uma lista extensa
de garotas querendo ocupar o lugar de vocês, então você não fará falta
alguma aqui. E acho bom você não me contradizer, Maycon! Não queira me
ver furiosa, eu posso surpreender você. — Realmente me surpreendo com
esse seu jeito durona, esse seu tom firme e autoritário.
Encaro minha mãe e ela ergue uma sobrancelha, e eu sei muito bem
o que ela está parando que eu faça.
— Allana Macedo agora será responsável pela administração geral
de todas as boates, então se vocês a irritarem ela poderá colocar qualquer
um aqui dentro no olho da rua. Ela também ficará responsável pela
aprovação de novas contrações... E sugiro que tenham mais respeito pela
futura soberana de vocês! — Afirmo em um tom decidido enquanto me
aproximo mais delas.
Vejo Jade me lançar um sorriso sedutor e Allana olha dela para mim.
Merda! Mil vezes merda! Talvez o meu pai tenha razão, eu preciso me
afastar das boates o quanto antes se não quiser que essa mulher passe a me
odiar outra vez. Ela encara Jade com uma sobrancelha erguida se
aproximando mais dela.
— Quanto a você, acho bom não me confundir com uma prostituta
outra vez, nós somos de níveis muito diferentes, meu bem, sou muito
superior a vocês!
— Você é mulher como qualquer uma aqui dentro, não devia ficar
contra nós. — Jade ergue uma sobrancelha olhando nos olhos de Allana.
De repente vejo Allana agarrar Jade lhe dando um mata leão, ela
torce o seu braço e vira ela de frente para mim me encarando nos olhos.
— Puta merda...! Ahh que mulher... Cacete... — Sussurro sentindo o
meu pau latejar, isso me excitou pra caralho.
— Olha bem para esse homem, Jade! Se algum dia você transou
com ele, se considere uma sortuda pois isso não vai voltar a acontecer, eu te
garanto isso... E acho bom você não sonhar em chegar perto dele
novamente ou eu vou fazer muito mais que apenas te demitir, eu fui clara?
— Diz no ouvido dela e vejo Jade tremer. A mulher apenas balança a
cabeça concordando e Allana à solta. — Creio que a maioria de vocês aqui
já tenham transado com o soberano Maycon D'ávila, mas acho bom vocês
não usarem isso como deboche para me atacar, eu sou mulher, mas sei ser
bruta como qualquer um desses seguranças que estão aqui, então não me
desafiem! Não me provoquem...! Se um homem pode ser cruel, uma mulher
também pode! Agora voltem ao trabalho ou a Diamante não será a minha
única demissão de hoje. — Ela encara a todas as meninas a sua frente e se
vira indo em direção a saída.
Meus olhos estão presos nela e eu vou atrás. Allana sai da boate
indo em direção ao carro mas eu seguro o seu braço, ela se solta de mim
emburra e tenta abrir a porta do carro, mas não deixo e puxo ela para mim
prendendo o seu corpo no meu.
— Tem mais alguma mafiosa para vir atrás de você te cobrando
explicações? Alguma com quem você também tenha transado, soberano? —
Questiona entre dentes tentando se soltar de mim, mas coloco ela contra o
carro a impedindo de me deixar.
— Olha, eu não quero mentir pra você, se me fizer uma pergunta eu
vou te responder com a verdade mas não quero que fique chateada comigo,
tudo que eu te contar aconteceu antes de você aparecer na minha vida, tá
legal? — A encaro sério prendendo a sua cintura mesmo ela tentando me
empurrar, mas ela para me encarando atenta.
— Responde a minha pergunta! Vou ter que lidar com mais alguém
te agarrando na minha frente? Porque eu não vou aceitar isso, Maycon! —
Seu tom furioso me excita, mas seus olhos magoados me destroem.
— Eu prometo que você não passará por isso outra vez, não importa
com quem eu tenha transado antes de você, o que importa é que agora o
meu único interesse é em você e ninguém mais... Poxa me dá um desconto?
Eu não era homem de compromissos sérios e eu curtia muito as minhas
noitadas, mas agora eu quero curtir só com você. — Me defendo
apreensivo, ela parece realmente magoada com essa situação.
— Quando você disse a Marion que não a deixaria estragar os seus
planos, de que planos você estava falando? — Questiona tentando controlar
a sua respiração. Sorrio de lado.
— Eu me referia aos meus planos de me casar e ter uma família com
você... Nesse ponto eu sou como o meu pai, não quero uma família de
fachada, eu quero uma família real com você, Allana... Não fica brava
comigo? Eu não tive culpa de nada aqui. — Toco o seu rosto suavemente e
ela parece mais tranquila, mais serena.
— Vou nas outras boates com a sua mãe e não quero que você venha
conosco! E se não quiser ter mais dor de cabeça é melhor seguir o meu
conselho. — Ela me encara agora mais séria que antes e mais uma vez tenta
se soltar, mas lhe roubo um beijo urgente.
Sinto ela me empurrar, agarrar os meus ombros com firmeza mas se
rende ao meu beijo, ela me ama e só está com ciúmes de mim, meu pai
tinha mesmo razão, não vou dar motivos para ela dormir longe de mim ou
me evitar como fazia antes.
— Vou voltar pra mansão, vou aproveitar para resolver alguns
assuntos com o meu pai... Vou seguir o seu conselho. — Quebro o beijo
atento ao seu rosto corado, ela está linda, mesmo com os olhos levemente
vermelhos por ter chorado anteriormente.
— Está mostrando que é um homem inteligente... Te vejo mais
tarde. — Ela se solta de mim para sair, mas, seguro a sua mão.
— Se precisar de alguma coisa, me liga, está bem?
— Na verdade eu preciso sim de uma coisa, preciso do seu cartão de
crédito porque você rasgou um vestido caríssimo, e ele era da sua irmã...
Preciso comprar outro e não tenho dinheiro para isso. — Ela ergue uma
sobrancelha mas cora novamente ao lembrar do que fiz com o vestido.
Sorrio de lado soltando a sua mão.
— Ninguém mandou ser tão gostosa... Você me deixa louco então
vai se acostumando com isso. Você me faz perder o controlo com
facilidade. — Pisco para ela enquanto tiro a minha carteira do bolso. Ela
ofega. — Compre o que quiser, eu não me importo com os gastos...
Precisamos nos casar logo, você precisa usar logo o meu sobrenome pois
vou te vincular à minha conta pessoal, assim você não vai precisar ficar me
pedindo o meu cartão pois você terá o seu... Minha mãe tem razão, eu
preciso melhorar aquele pedido de casamento... Pensa em uma data para o
próximo mês, quero me casar com você o quanto antes. — Lhe entrego o
cartão mas puxo ela de volta para o meu corpo. Ela parece surpresa.
— Não acha um mês pouco tempo para preparar tudo? Vai dar
tempo...? Só estou perguntando porque você é um soberano, tudo tem que
sair perfeito e sei que será um grande evento para as facções aliadas. —
Questiona em um tom trêmulo, sinto o seu corpo vacilar e sinto o quanto
está tensa, só não sei se o motivo sou eu ou o casamento.
— Na verdade eu acho um mês tempo demais, talvez possamos
antecipar para aqui a duas semanas...
— Duas semanas? Você ficou louco...
Retruca espantada mas a interrompo com um beijo ardente. Meu
Deus eu amo essa mulher, sou louco sim mas somente por ela, eu sou capaz
de tudo por ela.
— Ok pombinhos! Já chega desse agarramento pois temos muito
trabalho para hoje... Mas eu concordo com Allana, filho, duas semana para
o casamento é loucura, um mês é tempo suficiente para tudo sair perfeito.
Agora vamos! — Mamãe se aproxima sorridente e entra no carro em
seguida.
— Vou voltar pra casa, mamãe, acho que você e Allana vão se sair
muito melhor sem mim... Ultimamente vir a essas boates não tem me
agradado tanto quanto antes, prefiro evitar vir aqui a partir de agora já você
terá alguém para te ajudar. — Pisco para ela que abre um largo sorriso.
Encaro Allana e ela parece surpresa, mas o seu sorriso já diz tudo
que eu precisava saber. Ela gostou da minha decisão.
— Tudo bem, querido, nos vemos em casa.
— Até mais tarde... — Allana respira fundo e me dá um beijo casto
antes de entrar no carro.
Zion e Rael entram na frente e três carros com os nossos soldados as
acompanham. Entro em outro carro com Thomas e Isac e apenas um carro
nos segue de volta para casa, a segurança delas é mais importante já que
elas estão indo visitar as outras boates e também vão a empresa, estou indo
pra casa com os meus soldados pessoais e sabemos nos defender.
Sigo de volta para mansão e pegamos um atalho que estamos
acostumados, há alguns dos nossos homens em pontos estratégicos da
cidade nos dando cobertura dia e noite, sei que estamos seguros outra vez
mas não vou pagar para ver, prefiro confiar na segurança que nós temos e
podemos ter.
CAPÍTULO 30

Estou impressionada com o tamanho dos negócios dessa família, ou


melhor, da minha nova família. Sra. Brenda me mostrou tudo relacionado as
boates e também me trouxe a um prédio luxuoso onde funciona a empresa
de faixada, pelos relatórios que ela me mostrou eu vi a contabilidade dos
faturamentos semanais, eu nunca vi tantos números juntos em uma fração
de dinheiro, eles são podres de ricos e faturam muitos milhões em cada
transação, além dos rendimentos das boates e as lavagens de dinheiro na
empresa, os lucros das drogas são muito maiores e é por elas que eles ficam
a cada dia mais ricos, e agora eu faço parte de tudo isso.
— Você será uma mulher muito rica a partir de agora, Allana, você
já faz parte dessa família, só precisa oficializar para ganhar o sobrenome
D'ávila... Já se imaginou sendo chamada de Sra. D'ávila? — Comenta se
levantando da sua mesa e dá a volta sorridente. A encaro ainda perplexa.
— Não... Eu ainda não havia pensado nisso... Allana Macedo
D'ávila...! Minha nossa... — Comento com um pequeno sorriso no rosto.
— Você vai se acostumar rápido com tudo isso, queria... Mas agora
já chega de trabalho por hoje, agora vamos no shopping pois precisamos
almoçar e fazer compras. Vou ligar para Maria Luiza e mandá-la nos
encontrar lá, assim aproveitamos para almoçar as três juntas, pela hora ela
já deve ter saído da faculdade. — Ela pega os documentos os colocando em
um cofre digital na parede atrás de uma enorme foto da família.
Mas o soberano Michael também está na foto e eu questiono sobre
isso, ela me explica que para todos os efeitos, essa foto na moldura é uma
montagem e assim os empregados não a questionam tanto sobre o fato do
falecido estar ao lado deles na imagem.
Em seguida ela pega a sua bolsa indo em direção a porta e eu me
levanto indo atrás. Saímos conversando empolgadas sobre o nosso dia
juntas, e eu gosto de ficar com ela, essa mulher tem uma vibe muito para
cima e eu gosto de pessoas assim, gosto de gente animada e essa família é
tudo isso. Sra. Brenda me passa uma segurança muito grande, uma certeza
de que é isso mesmo que eu quero, a certeza de que agora eu estou em
família.
Saímos da empresa e seguimos para o shopping, no caminho minha
sogra liga para Luiza pedindo a ela para nos encontrar, sei que teremos um
dia incrível pois estar ao lado delas, é algo especial para mim.

Como eu havia imaginado, o meu dia foi incrível e passar esse


tempo fora daquela mansão foi algo essencial para mim, me sinto em
liberdade outra vez, me sinto eu mesma, me sinto feliz por receber o amor e
o carinho dessas pessoas que estão lutando por mim.
Depois da nossa tarde no shopping voltamos pra casa com os pés
doendo de tanto que andamos, mas eu amei cada segundo que passamos
juntos fora nos divertindo.
Os seguranças seguem a nossa frente e também atrás de nós, estou
me sentindo em uma comitiva presidencial. Se é assim que vive uma
soberana então eu vou gostar fácil dessa minha nova vida.
— Mamãe? Eu quero ir na mansão prateada, algum problema se
Allana for comigo? Eu não vou me demorar, eu só quero ver como estão
coisas por lá... Sinto falta daquele lugar. — Pergunta Luiza enquanto
entramos pelos portões da mansão.
— O que vai fazer lá, filha? É longe e vocês não vão conseguir
voltar hoje, já está tarde e não sei se seu pai vai permitir isso. — Sr. Brenda
a encara confusa mas sinto Luiza apertar a minha mão como se me pedisse
ajuda.
— Maycon pode ir conosco, assim ninguém fica preocupado por
irmos sozinhas... Fiquei curiosa para conhecer essa mansão prateada. —
Tento ajudá-la pois estou vendo que é importante para ela ir nesse lugar
hoje.
— Tudo bem, acho que Maycon não vai se opor a ir com vocês, ou
ele pode encontrar vocês lá... Bom, se forem montar a cavalo eu sugiro que
troquem de roupa, não sei se as roupas que temos lá ainda servem, já faz
uns três meses que não vamos lá. — Ela nos dá um breve sorriso antes de
pegar o seu celular que apita avisando que chegou mensagem.
— Obrigada, mamãe! Vamos nos trocar, Allana! Você sabe andar a
cavalo, não é? — Luiza se empolga me fazendo sorrir.
— Mas é claro que eu sei cavalgar. Eu já cheguei a fazer patrulhas a
cavalo pela cidade com alguns colegas na corporação, bom, isso agora ficou
para atrás mas estou feliz de poder montar novamente... Agora eu fiquei
mais ansiosa para conhecer essa mansão. — Pulo do carro na porta de casa
com Luiza me arrastando com ela.
— Temos muitos cavalos lindos e você pode até escolher um só para
você, aqui em casa todo mundo tem o seu próprio cavalo e ninguém mais
monta neles além de nós... Você vai amar, Allana! Aquela mansão é tipo
uma fazenda, tem bichos e árvores dando frutas, temos até uma escola —
Entramos em casa apressadas e seguimos cada uma para o seu quarto. Eu
estou realmente empolgada.
Entro no quarto apressada e corro para o closet para me arrumar,
mas me choco contra Maycon e vamos para os dois no chão.
— Maycon...? Oh meu Deus, me desculpa...? — Ele está nu
segurando firme a minha cintura e não me deixa sair de cima dele.
— Aconteceu alguma coisa? Porque a pressa? — Seus olhos fitam a
minha boca fixamente. Eu faço o mesmo.
Ofego por senti-lo ficar duro rapidamente, seus lábios entreabertos
me faz desejá-lo ardentemente.
— Se quer me beijar, é só fazer... Você me deixa louco quando
morde o lábio inferior. — Ele me vira abruptamente me deitando no carpete
se pondo sobre mim.
— Eu preciso me arrumar... Vou sair com Luiza, vamos até a
mansão prateada... Ahhh... Maycon...? Nós já vamos sair... — Tento
raciocinar mas ele se esfregar em mim me fazendo gemer.
— O que vão fazer lá? Já está tarde... Quero sentir você mais uma
vez hoje... — Ele me encara atento mas eu apenas ofego de desejo. —
Porque não deixam para ir outro dia? Pretende dormir fora com Luiza? —
Pergunta sério.
— Na verdade, eu ia te chamar para ir conosco justamente porque
está tarde... Luiza quer muito ir e eu prometi que iríamos... — Passo as
minhas mãos pelo seu peito e ofego ainda mais. Meu corpo inteiro arde de
desejo por ele.
— Tudo bem, eu vou com vocês... Mas que tal fazermos amor antes
de irmos? Estou te desejando feito um louco. — Seu tom é tão rouco que
me estremece.
— Maycon...! Precisamos sair agora para não chegarmos lá muito
tarde... Mais tarde eu serei toda sua. — Tento controlar a minha respiração,
mas não dá certo.
— Ok, eu aceito os seus argumentos... Podemos fazer amor mais
tarde, mas agora eu quero chupar você!
Ele sai de cima de mim já erguendo a minha saia e arranca a minha
calcinha abruptamente, rasgando para tirá-la do meu corpo. Ofego e gemo
baixinho, mas quase grito quando ele avança na minha intimidade, me
devorando faminto.
— Maycon...! Ohhh... — Me arqueio sentindo o meu corpo pegar
fogo.
Maycon geme na minha intimidade e abraça as minhas coxas me
puxando contra a sua boca, me sinto ensandecida de desejo, sinto o meu
orgasmo se formar rapidamente e eu me arqueio rebolando na sua boca,
gemo agarrando o meu vestido com força tentando fechar as minhas pernas
a procura de alívio, mas ele não deixa.
— Porra eu vou gozar... Maycon...! Ohhh isso... Não para? Eu vou
gozar, amor... — Choramingo manhosa sentindo o meu corpo entrar em
colapso e o meu orgasmos a uma chupada de explodir.
— Me chama de amor mais uma vez...? Por favor eu preciso ouvir
de novo? — Maycon se ergue se pondo sobre mim me olhando nos olhos, e
ele parece me olhar diferente, ele me olha com tanto amor.
Ofego e me estremeço por senti-lo se esfregar em mim. Estou louca
para senti-lo dentro de mim pois o meu corpo arde por ele.
— Eu te amo, Maycon... Te amo, meu amor... Mas agora termina o
que começou! Eu não aguento mais esperar... Por favor, meu amor? Me dá o
orgasmo que está me devendo! — Me sinto aflita, desesperada pois meu
corpo pega fogo. Acaricio a sua nuca e ele avança na minha boca.
— Eu te amo...! Te amo, Lana... Ohhh quente... Porra você é muito
quente e escorregadia... — Geme as palavras na minha boca enquanto me
penetra lentamente.
— Maycon... Ahhh... — Me arqueio ao senti-lo inteiro dentro de
mim.
Gemo de olhos fechados enquanto ele me penetra forte, fundo e
chupa o meu pescoço descendo a alça do meu vestido, descobrindo o meu
seio, sua mão se enchem com ele massageando e brincando no meu mamilo
enquanto sinto-o escorregar dentro de mim. Em um estalo me lembro que
ele está nu e está sem camisinha, pois sentir a sua carne na minha é algo
extraordinário.
— Maycon! A camisinha...! Amor esquecemos a camisinha... Ahh
merda... Maycon...? Maycon...? — Tento raciocinar, tento alertá-lo mas ele
não para e me enlouquece ainda mais com a sua estocada firme.
— Droga! Eu não vou parar... Eu não posso...! Você é gostosa
demais, deliciosa assim sentindo a sua carne... Você é minha mulher e só
teremos um ao outro, então não vejo problema nisso... — Ele me encara
espantado mas vejo a sua feição suavizar rapidamente.
— Sendo assim, então não para! Precisamos sair logo e eu quero
gozar antes de irmos... — Olho nos seus olhos e estremeço ao vê-lo trincar
o maxilar.
— Eu vou te dar o que você quer. Mas quero ver você descer com
força no meu pau até gozar! — Maycon se vira me puxando junto me
fazendo ficar sentada sobre ele.
Sorrio arrancando a minha blusa deixando os meus seios expostos, e
começo a rebolar na sua ereção enquanto passo as minhas mãos pelo seu
peitoral. Maycon agarra a minha cintura me fazendo descer nele mais
rápido e mais forte, me fazendo senti-lo inteirinho dentro de mim. Gemi
fincando as minhas unhas na sua pele tamanho é o meu tesão.
— Você já está me apertando... Cacete isso é perfeito... Ohhh...
Gostosa... — Ele ergue o seu quadril me penetrando mais brutalmente e
mais uma vez sinto o meu corpo tremer.
— Oh meu Deus... Mais rápido...? Mais rápido, Maycon! — Peço
em um sussurro e rapidamente ele atende o meu pedido.
— Porra você é perfeita... Perfeita, Lana... — Suas mãos apertam a
minha cintura com mais firmeza enquanto ele se chocar contra mim em
uma estocada envolvente.
Não resisto, gozo e desabo sobre ele me tremendo pelo intenso
orgasmo que acaba de me dar, mas ele não para, Maycon me estoca por
alguns segundos mais e goza me deixando sentir o seu jato dentro de mim,
latejando e me esticando ainda mais. Gememos e sussurramos, nos
beijamos apaixonadamente enquanto recebo os seus carinhos nas minhas
costas e nos meus cabelos.
Me lembro de Luiza e tento sair de cima dele, mas ele não deixa e
me beija ardentemente me fazendo perder o fôlego e o foco.
— Precisamos sair, Maycon...! Já conseguimos o que queríamos,
agora vamos! — Me sento sobre ele e ofego por ainda senti-lo duro dentro
de mim.
Saio dele lentamente mesmo não querendo sair, rapidamente sinto o
seu líquido escorrer de mim e dou graças a Deus pelo anticoncepcional que
a Sra. Isabela me deu. Não quero engravidar, não agora pelo menos, quando
eu me sentir realmente segura dentro dessa família e também dessa facção,
talvez eu pense com mais calma nesse assunto.
Eu perdi os meus pais duas vezes e tenho medo de ter um filho e
acabar colocando-o em risco, eu já tinha esse medo quando trabalhava na
polícia, agora dentro de uma facção esse medo é ainda maior, confrontos
podem acontecer a qualquer momento e não quero que um filho meu se
torne um alvo contra mim.
— Ficou pensativa, está tudo bem? Não gostou do fato de transamos
sem camisinha, é isso? — Ele me abraça por trás enquanto pego uma roupa
para ir tomar banho.
— Está tudo bem, não se preocupe, estou tranquila com isso... Vou
tomar um banho rápido enquanto você se arruma. Ok? — Me viro lhe
dando um pequeno sorriso e um beijo casto antes de sair do closet
prendendo os cabelos.
Ele não diz mais nada e eu entro no banheiro tomando um banho
rápido e me arrumo no banheiro mesmo, solto os meus cabelos novamente e
volto para o closet e Maycon também está terminando de se arrumar. Ele
me rouba um beijo pouco demorado antes de sair me deixando a vontade
para fazer uma maquiagem leve.
Depois de pronta eu saio do quarto e Luiza está na sala tendo uma
pequena DR com Isac, Maycon e sua mãe ficam atentos mas não parece ser
algo sério.
— Só estou te pedindo uma explicação e nada mais. Você vai apagar
aquela foto pois isso está me incomodando! — Insiste Isac irritado.
— Depois a gente conversa com mais calma porque assim não vai
dá...! Vamos Allana! Estou precisando de um tempo longe desse ogro
ciumento... Eu e você vamos no meu carro. — Ela vem até a mim
emburrada e me pega pela mão me arrastando em direção a porta.
— Sinto muito, maninha, mas a minha mulher vem comigo! Você e
Isac precisam conversar melhor então vocês vão no seu carro e eu vou com
Allana no meu. — Maycon me segura pelo braço assim que passamos por
ele, mas Luiza também não me solta.
— Não vou roubar a sua mulher, maninho! Eu só preciso de um
tempo para conversar, e Allana vai me entender melhor que você e esse
brutamontes juntos! — Luiza tenta me arrastar mas Maycon não deixa e me
puxa de volta.
— Será que dá para vocês dois pararem com isso? Eu não sou de
borracha! — Me solto deles e estão ambos sérios. — Vamos todos juntos e
ponto final!
Passo por eles indo até a porta e saio com eles vindo atrás ainda
emburrados. Vejo o mesmo carro blindado que nos trouxe parado na entrada
da casa, paro em frente ao mesmo e espero Maycon abrir a porta para mim
como de costume, mas ele entra primeiro e me estende a mão para eu entrar
em seguida, assim o faço e Luiza entra depois de mim, ainda emburrada e
fecha a porta na cara de Isac.
— Tem espaço para você aqui também, Isac! — Volto a abrir a porta
do carro e ela me encara confusa. — É melhor fazer logo as pazes com ele,
antes que apareça uma Marion da vida e o tire de você! — A encaro nos
olhos antes de me levantar e me sentar no colo de Maycon.
— O que está fazendo...? Daqui até lá é longe, Allana, não vou
conseguir me controlar com você sentada no meu colo... Porra, está me
excitando de novo... — Retruca em um tom rouco apertando a minha
cintura. Mas não me importo.
— Vamos chegar mais rápido se formos de moto, o que acha,
soberano? — Sugere Isac ainda em pé fora do carro. Maycon respira fundo.
— Pede para tirarem as duas Kawasaki!
Avisa acariciando a minha perna e aperta sutilmente me fazendo sair
do seu colo ofegante.
— Ok! Então vamos sair do carro... — Empurro Luiza sutilmente
para sair do mesmo e ela sai ainda emburrada. — Relaxa! Quando
estivermos na mansão prateada podemos ter um tempo só nosso para
conversarmos... Me explica o que está acontecendo? — Enlaço o seu braço
no meu e levo-a para além do carro.
— Isac viu uma foto minha com alguns amigos que eu postei hoje
cedo, mas na foto Bernardo está ao fundo e eu não vi, agora você já sabe o
porquê dessa tempestade que ele está fazendo... Eu já apaguei a foto mas
ele ainda não viu e está brigando comigo desse jeito. — Explica bicuda e eu
me seguro para não rir.
— Usa isso a seu favor, Luiza! Vamos estar a sós naquela mansão
então dá um trato nesse homem que ele vai esquecer o caminho de casa...
Não tem nada melhor do que fazer as pazes depois de uma briga, o crime
dele nem foi assim tão grave, ele só está com ciúmes porque te ama demais
e Bernardo é seu ex... Agora desmancha essa cara amarrada porque você
tem um sorriso lindo, e tenho certeza de que ele ama o seu sorriso... Deixa
ele ainda mais louco por você. — Aconselho enquanto mexo nos seus
longos cabelos loiros. Ela finalmente sorrir para mim.
— Conversar com você e a mamãe me acalma tanto... Também
gosto de conversar com a minha tia e ela pensa exatamente como eu. Eu
vou seguir o seu conselho. — A vejo empinar o nariz e sorrir mais
abertamente enquanto vejo Isac andando de um lado para o outro, e Maycon
conversando com ele.
Ficamos atentas a eles mas vejo Thomas e Zion se aproximarem
cada um em uma moto e elas são enormes, não poderia ser diferente já que
se trata de um soberano vaidoso. Eles param as motos e descem entregando
os capacetes a Maycon e Isac, vejo Luiza sorrir empolgada e pelo visto eles
não são os únicos que curtem motos extravagantes.
— Vamos meninas! — Nos chama Maycon.
— Tenta nos acompanhar, Thomas! Não vá ficar para atrás, ouviu?
— Isac debocha e Maycon apenas sorrir.
— Vê se pega leve, cara! Estamos de carro e não de Kawasaki
Ninja. — Thomas coça a cabeça antes de entrar no carro com Zion e Isac
gargalhar, Luiza só tem olhos para o seu sorriso e é nítido o quanto ela o
ama.
Nos aproximamos deles e ambos nós entregam um capacete, fecho a
minha jaqueta e subo na moto abraçando a cintura de Maycon, Luiza faz o
mesmo com Isac e logo estamos saindo da mansão escoltados por alguns
carros de segurança.

Seguimos o nosso percurso com Maycon e Isac apostando corrida e


me deixando apavorada, mas Luiza parece feliz como pinto no lixo pois ela
curte essas coisas e está agarrada ao homem que ama, eu ainda não havia
subido em uma máquina como essa, Alex tinha uma moto na qual ele
gostava de se exibir fora do trabalho, mas não era nada comparado a isso
aqui.
— Isac! Chega mais, cara! — Grita Maycon aproximando a sua
moto da moto de Isac e ele faz o mesmo. — Vamos pegar um atalho! Me
segue!
Maycon entra em uma estrada de chão mais a frente e seu primo
entram atrás sendo seguido pelos nossos carros, abraço a sua cintura com
mais firmeza. Vejo Maycon olhar com frequência pelo retrovisor e sinto que
tem algo errado, estou até com medo de perguntar mas nem preciso fazer
isso.
— Viu lá trás? Faz ideia de quanto tempo estão atrás da gente? —
Pergunta Isac se aproximando novamente.
— Não tenho certeza mas acho que estão atrás de nós desde o centro
da cidade... Merda! Quem será dessa vez? — Diz Maycon irritado e meu
coração acelera.
— Vou avisar Thomas! Ele vai dar um jeito neles.
Isac coloca um fone de ouvidos e fala com Thomas e Zion no carro
atrás de nós, olho para trás e vejo dois dos nossos carros dando meia volta
indo em direção ao carro nos seguindo e o mesmo para bruscamente.
Aperto Maycon e sei que ele percebeu o quanto estou tensa, estou amando
estar com ele e sua família e tenho medo de os perder também, ou medo de
os deixar em um confronto e sei que seja lá quem estiver atrás de nós, está
procurando por um confronto e sei que eles terão um em breve.
Ouço o carro atrás de nós buzinar e Maycon e Isac se separam
dando espaço para o carro se aproximar. Thomas baixa o vidro chamando
por Maycon.
— Soberano! Precisamos tirar as mulheres daqui o quanto antes, não
sabemos se acontecerá um confronto. Podemos ir na frente levando elas! —
Sugere atento a direção para não bater em nós.
— Tudo bem! Vamos encostar para elas entrarem no carro, dois de
vocês vem com a gente pois vamos voltar! Precisamos saber quem está por
trás disso...
— Não, Maycon! Por favor? Vem comigo? Não me deixa sozinha,
eu não quero perder você? — O interrompo aflita e sinto ele pegar a minha
mão, pondo-a sobre o seu peito.
— Você não vai me perder, Lana, eu prometo! Mas eu também não
posso perder você e Luiza, então vocês precisam ir, está bem? Vamos
encontrar vocês mais tarde... Encosta Isac! — Ele aperta a minha mão antes
de soltá-la e fazer sinal para Isac.
Sinto o meu coração apertado, não queria me separar dele agora mas
ele é o soberano e precisa resolver essas situações, e eu preciso me
acostumar com isso. Thomas diz algumas coisa pelo rádio enquanto para o
carro, Maycon e Isac encostam um de cada lado do carro e Rael e Bruno
descem do mesmo.
Desço da moto tirando o capacete e ele faz o mesmo, me apresso
para lhe roubar um beijo pouco demorado e me viro para entrar no carro.
— Allana...? Eu te amo! — Ele respira fundo e sinto meu coração
disparar a cada vez que ele diz essas palavrinhas.
— Eu também te amo! Se cuida por favor? E não demora! — Ele
apenas pisca para mim e eu entro no carro enquanto Luiza se solta de Isac
entrando em seguida.
Thomas arranca com o carro seguindo a diante e olho para trás,
Maycon e Isac estão observando o nosso carro se afastar enquanto colocam
o capacete novamente. Pego a mão de Luiza segurando firme rezando
mentalmente para que eles voltem logo e a salvos. Tem mais dois carros na
nossa cola mas nem sinal de Maycon e Isac, não vou me preocupar tanto
pois eles sabem o que fazem, sei que vão resolver essa questão em
segurança.
CAPÍTULO 31

Cinquenta minutos depois estamos chegando na mansão prateada


em Toscana, e realmente ela é mais um estilo fazenda por ser uma área
rural, um extenso com verde por todos os lados, um lindo, maravilhoso.
Saímos do carro empolgadas e corremos pelo jardim enquanto os
seguranças fazem a ronda na área, Luiza me leva para uma área atrás da
mansão e de longe vejo algumas construções menores mas bastante
movimentada, há muitas crianças brincando e algumas pessoas humildes
em volta de uma fogueira cantarolando, eles parecem felizes.
— Quem são essas pessoas? Elas moram aqui? São empregados? —
Pergunto curiosa enquanto algumas crianças correm na nossa direção.
— Tia Maria Luiza! Até que enfim você veio! Poxa vida eu pensei
que você não ia mais vim ver a gente. — Uma das crianças a abraça
apertado e outras vem para cima de mim abraçando a minha cintura
espontaneamente.
— Me desculpem por não ter vindo antes, eu tive alguns problemas
mas eu prometo não demorar para voltar outra vez, ok? — Ela pega uma
menina negra no colo e ela é linda. — Temos uma escola para ensinar os
filhos dos empregados, eles são famílias carentes mas algumas crianças de
alguns vilarejos também vem estudar aqui... Meus pais não sabem, mas...
Eu ajudo essa escola financeiramente, todo aquele dinheiro que justifico
como gastos pessoais não são gasto apenas comigo... Eu tenho muito e
essas pessoas não tem quase nada, não acho justo gastar tanto apenas com
roupas e sapatos enquanto essas pessoas tem tão pouco, então uma parte do
dinheiro que meus pais me dão eu gasto com essa escola, sabe? Com
alimentos, roupas, calçados e remédios, além dos materiais escolares. —
Me surpreendo com a sua confissão. Estou de boca aberta.
— Isso é sério, Luiza? Meu Deus que incrível...! Porque os seus pais
não sabem disso? Você acha que eles não aprovariam? — Pergunto sem
tirar a minha atenção das crianças correndo a nossa volta.
— Eu não sei se eles aprovariam porque eles já ajudam dando as
moradias, e o salário que eles recebem não é o suficiente para arcar com a
escola para tantas crianças, sem falar que muitos aqui ajudam as suas
famílias fora da cidade... Uma professora estava dando aulas para as
crianças em baixo de uma árvore, eu me sensibilizei e resolvi ajudar, então
posso dizer que a escola é um projeto meu... Eu abri uma conta no nome da
escola e todo mês eu deposito a minha contribuição, a professora me manda
uma nota com a relação de tudo que as crianças precisam e eu faço questão
de ajudar. — A vejo emocionada ao falar da ajuda que dá a essas crianças.
— Estou te admirando ainda mais a partir de agora, Luiza... Você é
uma pessoa incrível, cunhada. Parabéns por essa atitude tão linda. — Abro
o meu melhor sorriso e abraço-a encantada com esse seu gesto de
solidariedade.
— Obrigada, cunhada, esse será o nosso segredo, está bem?
— Está bem! Mas a partir de agora você não vai ajudar essas
crianças sozinha, eu também quero fazer parte disso... Ainda não tenho o
meu próprio dinheiro para fazer isso, mas quero ajudar no que eu puder. —
Pego um garotinho moreninho no colo e ganho um beijo estalado no rosto.
Sorrio mexendo nos seus cabelos.
— Toda ajuda será muito bem-vinda, mas vamos conversar melhor
sobre isso depois pois agora vamos aproveitar um tempo com essas
crianças, sei que meu irmão e Isac estão bem então podemos ficar
tranquilas. — Ela me pega pela mão me levando para próximo aquelas
pessoas.
— Srta. Maria Luiza! Que bom vê-la novamente... As crianças
estavam com saudades. — Uma mulher de mais ou menos uns 50 anos de
aproxima sorridente.
— Me desculpa por não ter vindo antes, Amália, tivemos uns
problemas e tivemos que ficar fora por um tempo. Mas agora já está tudo
bem e eu vou vir com mais frequência esse mês para compensar o tempo
que não vim... Bom, me deixa te apresentar Allana Macedo, minha cunhada
e também a nossa futura soberana. — Ela me apresenta empolgada e sem
deixar a menina no seu colo.
— É um prazer conhecê-la, Srta. Macedo. Espero que fique a
vontade e estamos aqui para ajudá-las no que for preciso... Não sabíamos
que viriam hoje ou teríamos preparado o jantar para esperarmos por vocês.
Eu vou chamar Tânia para servi-las na casa principal. — A mulher me
cumprimenta gentilmente com um beijo no rosto.
— Obrigada, Amália, já está um pouco tarde e não quero incomodar
ninguém, acho que vamos dormir aqui hoje então amanhã eu quero
conhecer melhor a cada um de vocês, principalmente essas crianças lindas.
— Coloco o menino no chão e ele sai correndo com as outras crianças.
— Imagina, querida, não é incomodo algum, venham comigo! Eu
vou te apresentar a professora da nossa escola e também algumas das
nossas responsáveis por tudo aqui na ausência dos soberanos. — Ela me
abraça pela cintura e me guia com Luiza para perto das outras pessoas.
A professora é uma senhora mais ou menos na mesma idade de
Amália, e ela também parece bastante gentil, todos aqui parecem bastante
hospitaleiros apesar de serem empregados.
Enquanto conversamos, algumas empregadas seguem para casa
principal para preparem algo para comermos. Luiza brinca com as crianças
feito uma moleca sapeca e me arrasta junto com ela, estou mesmo
precisando me distrair um pouco mas não consigo deixar de pensar em
Maycon, espero que eles estejam bem e que voltem logo.
Passamos um momento agradável com as crianças e conversamos
bastante com algumas dessas pessoas, mas a noite já caiu e eu estou me
sentindo exausta depois do dia agitado de hoje. Finalmente entramos na
casa e me encantei com esse toque mais rústico, mas ainda assim muito
luxuoso, esse lugar é mesmo incrível.
Estou faminta e a mesa do jantar já está posta para nós, é incrível o
que essas empregadas preparam em tão pouco tempo, mas não queira jantar
sem ele aqui, estou preocupada pois já era para eles terem chegado e tenho
receios de algo tenha acontecido.
— Eu não aguento mais esperar, quero saber se está tudo bem... Vou
ligar pra ele. — Comento já pegando o meu celular e Luiza faz o mesmo.
— Eu já liguei três vezes e Isac não me atende, não é porque
brigamos que ele pode fazer isso comigo! — Resmunga inquieta enquanto
disca o número de Isac.
Não acredito! Está sem sinal, como vou conseguir falar com eles?
— Esse lugar é lindo, é maravilhoso mas não gosto de ficar sem
sinal de telefone, como as pessoas vivem nesse lugar sem sinal de telefone?
— Resmungo preocupada andando pela sala.
— Esse nervosismo todo é preocupação comigo, amor? — Maycon
entra sala sorridente assim como Isac.
— Maycon!
Corro na sua direção e me jogo em seus braços, eu estava morrendo
de saudade dele, estava preocupada e com medo de que algo tivesse o
acontecido.
— Seu cretino! Nunca mais fica sem me dá notícias, eu não gosto
disso, Maycon! Eu estava preocupada achando que algo de ruim havia... —
Me solto dele brava falando pelos cotovelos, mas ele sorrir e me interrompe
com um beijo ardente, e isso era tudo que eu precisava nesse momento.
— Fica calma...! Está tudo bem e não me aconteceu nada... Eu te
amo, Srta. Esquentadinha... — Ele sorrir na minha boca me fazendo sorrir
também.
Olho para o lado e vejo Luiza no colo de Isac quase o devorando em
um beijo tão faminto, para quem estava brigada, acho que a briga já não
existe mais.
— Como foi lá na rua? O que aconteceu? Quem estava atrás de nós?
Teve confronto? Porque vocês demoraram tanto, amor? — O encaro um
pouco mais séria e curiosa também. Ele respira fundo me pegando pela mão
e me leva para o sofá.
— Não houve confronto mas houve execuções... O carro que estava
atrás de nós foi interceptado enquanto tentavam escapar de nós, tinham dois
caras no carro, armados até os dentes prontos para nos atacarem, mas eles
pretendiam fazer isso quando estivéssemos todos aqui, e não no meio da
rua. Seus planos não deram certo e eles confessaram tudo depois de serem
torturados... — Ele faz uma pausa e respira fundo mais uma vez. — Marion
estava por trás de tudo isso, ela achou que conseguiria te eliminar junto com
os outros e depois me sequestraria, esses eram os planos dela. — Diz de
uma vez e eu me levanto tentando me controlar.
— Mas que porra de mulher burra! Como ela pensou que
conseguiria sequestrar você? Mandou dois homens contra duas dúzias de
soldados? Todos aqui sabemos nos defender então com certeza os planos
dela não dariam certo... E quanto a ela? Essa louca não pode ficar impune,
Maycon! Isso foi uma tentativa de ataque, ela violou os acordos que
existem entre a Nuestro Poder e a Los Eternos... Como isso vai ficar agora
com essa cretina tramando contra nós? — Questiono inquieta e nervosa,
Maycon se levanta mais uma vez respirando fundo.
— Marion foi executada pelo próprio pai! Ele me garantiu que não
era a intenção dele ou da sua facção violar os nossos acordos, e para não
duvidarmos da sua palavra, ele mesmo executou a filha diante de nós para
provar que não queria uma guerra contra nós, o que ela fez foi muito grave
mas a Los Eternos não tinha nada a ver com isso... Estou me transformando
em uma nova pessoa, não queria que tudo isso tivesse acontecido mas ela
escolheu o destino dela, e o seu fim não pôde ser evitado. — Ele toca o meu
rosto suavemente antes de se afastar indo em direção a mesa. Eu vou atrás
calada, surpresa com essa novidade.
— Bom, pelo menos com ela eu não vou mais precisar me
preocupar, mas estou ciente de que a lista de mulheres loucas por você é
bem extensa. — Vou atrás dele e o mesmo para me encarando com naquele
seu sorriso de lado.
— É verdade, são muitas mulheres loucas por mim, mas você está
no topo da lista, é a única que não vou desejar executar. Ele me puxa para o
seu corpo me apertando com uma pegada forte.
— E quem falou que eu sou louca por você...? Convencido! Está se
achando, não é, soberano Jr? — Me solto dele ofegante e o mesmo
gargalha.
De repente Maycon me joga contra a parede me roubando um beijo
faminto, um beijo feroz e eu não consigo resistir, amoleço rapidamente
desejando estar nua em seus braços.
— Maycon... Oh meu Deus... — Sussurro com a voz falha, me
sentindo em chamas por sentir a sua mão erguer a minha perna apertando a
minha coxa.
— Vai insistir que não é louca por mim...? Porque eu sou louco por
você... — Sua voz é tão rouca que eu molho a calcinha rapidamente.
— Sex hot em casa e sem pagar um centavo, acho que vou até fazer
uma pipoca. — Ouço a voz de Isac e me solto de Maycon ofegante e
totalmente constrangida por ter me esquecido deles.
— Se você me agarrar na frente de alguém mais uma vez... Eu
prometo que você vai se arrepender, soberano...! Droga! Você adora me
fazer passar vergonha! — Lanço-lhe um olhar furiosa e saio batendo o pé.
— Eu já te falei hoje que quero matar você, Isac? Seu filho da mãe!
Eu vou quebrar o seu pescoço em três lugares e vou arrancar os seus dois
olhos! — Ouço Maycon esbravejar enquanto me acomodo a mesa, não vou
ficar com fome por causa dele.
Porque esse homem tem o dom de me fazer pirar? Eu esqueço tudo
quando os seus lábios tocam os meus, quando ele me aperta eu saio do
prumo, me sinto febril só de me lembrar dos nossos momentos juntos. Ele
tem um poder sobre mim que até eu me assusto, não sei explicar mas a
nossa conexão é algo de outro mundo.
— Ainda está corada e ofegante, sei bem como é ficar excitada
mesmo estando irritada com o boy... Relaxa e se acostuma, cunhada, você
sempre soube que o meu irmão é um pervertido e os homens nunca avisam
quando vão nos atacar. — Luiza se senta de frente para mim com um
sorriso malicioso de lado. Reviro os olhos e olho para trás.
Maycon e Isac estão dando um mata leão um no outro entre
gargalhadas, parecem duas crianças brincando e eu os encaro incrédula.
— Eles sempre foram assim...? Inacreditável. — Pergunto de boca
aberta.
— Não, cunhada, eles eram piores que isso... Mas não teve como
não me apaixonar pelo meu primo... Mesmo com esse seu jeito marrento e
brigão, Isac é muito carinhoso, atencioso e romântico, mesmo com esse
tamanho todo ele é como um ursinho de pelúcia, sinto vontade de ficar
agarrada a ele vinte e quatro horas por dia. — Seu sorriso vai nas orelhas ao
falar do namorado, mas ele se aproxima emburrado.
— Que porra é essa de ursinho de pelúcia, Luiza? O que a Allana
vai pensar de mim, amor...? Porra não queima o meu filme, eu sou assim só
com você, minha princesa, e você sabe disso. — Ele a encara sério mas é só
ela lhe dá um beijo e ele volta sorrir largamente. Homens!
Encaro Maycon de rabo de olho e sua atenção está em mim, me
sirvo tentando ignorar a sua precisa mas não consigo, estou louca por mais
um beijo seu mas ele não precisa saber disso.
Todos nos servimos e começamos a comer em silêncio, na verdade
um silêncio que incomoda e parece que eu não sou a única insatisfeita com
isso.
— Os soberanos sabem sobre o que aconteceu hoje? Eles foram
informados sobre as execuções? — Pergunto esperando um dos dois me
responderem.
— Nada acontece sem os meus pais ficarem sabendo, eles ainda são
soberanos e precisam estar cientes de tudo... Todos tememos que um
confronto se iniciasse, mas Jamal é um excelente líder e sabe reconhecer os
seus erros, e ele errou ao permitir que aquela louca passasse dos limites...
Ele sabia sobre o que aconteceu entre mim e Marion, mas nem por isso me
fez cobranças de assumir um compromisso, ele conhecia bem a filha que
tinha e eu não era o único descendente ao trono com quem ela se deitou,
Marion se jogava para cima de qualquer um, não era uma mulher de
respeito como você e minha irmã, minha tia e minha mãe. Se ninguém quis
compromisso com Marion antes é porque todos a conheciam bem. —
Maycon comenta pensativo e não tem como ficar chateada com ele por isso.
Eu sei bem da fama que ele tinha antes de me escolher para ser sua
mulher, sei que ele transou com muitas mulheres e é óbvio que algumas
dessas loucas viriam atrás dele, esse homem é gostoso demais, um soberano
Irresistível mas agora ele é meu e não vou dividi-lo com ninguém, nem que
para isso eu tenha que executar algumas vadias eu mesma.
— Sua expressão mudou, ficou chateada com algo que eu disse...?
Eu não quero ficar mentindo para você, Lana, muito menos na frente da
minha família pois eles me conhecem melhor do que eu mesmo... Amo
você, minha princesa, e quero ser o mais sincero possível mesmo que as
vezes você fique brava comigo... Também não quero que me esconda nada,
pois mesmo que eu queria matar alguém por sua causa, isso não vai
diminuir o que eu sinto por você. — Suas palavras me derretem, me
desarma completamente e eu suspiro apaixonada por esse homem.
— Se eu também quiser matar alguma vadia por sua causa, também
não quero que me impeça de fazer isso, não passa por cima da minha
autoridade na frente delas... Eu também não vou deixar de te amar por
causa de nenhuma delas... Mesmo que eu queria agarrar no seu pescoço as
vezes, isso não vai mudar o que eu sinto por você, Maycon D'ávila. — Pego
a sua mão sobre a mesa mas ele se inclina para me beijar. E seu beijo tem
gosto de vinho tinto suave.
— Obrigado por confiar em mim... Meu amor... — Diz entre os
beijos.
— Vocês não imaginam como é bom ver vocês tão apaixonados.
Para quem se desentendiam tanto agora dá gosto ver vocês assim... Dá
gosto ver o meu irmão preso a alguém a quem ele ama de verdade e é
correspondido... Os nossos pais estão tão felizes por nós, acho que nos ver
feliz com alguém assim como eles, era tudo que precisava para eles serem
realizados, e um dia eu quero ser assim também... Realizada. — Luiza nos
admira com aquele seu sorriso amoroso exatamente como o da sua mãe.
— Acho que todo mundo quer ser realizado um dia, e comigo não é
diferente... Eu perdi muita coisa ao longo dessa minha vida, Luiza, mas
estou feliz pois estou recuperando tudo aos poucos. Ter uma família me
aceitando de braços abertos e o coração cheio de amor, cheio de carinho é
como recuperar o que perdi, e estou feliz que sejam vocês a me darem
isso... — Me lembro dos meus pais e me emociono, meu peito se aperta de
saudades deles.
— Não tinha como ser de outra maneira, Allana, você é uma pessoa
incrível... Eu nunca vou esquecer o que você fez por mim e Maycon, nunca
aviamos sido pegos antes e nós realmente pensamos que seria o nosso fim,
a equipe que tinha que estar conosco se atrasou e tudo aquilo aconteceu,
iríamos morrer se você não tivesse voltado por nós... Eu só quero que saiba
que não importa o que aconteça, você sempre terá a minha gratidão e
admiração, Allana. — Me emociono ainda mais com as palavras de Isac.
— Vocês estavam lá por mim também, Isac, não tinha como não
voltar por vocês... Enquanto corria para longe como Maycon ordenou, eu
me lembrei das palavras de Luiza... "Não posso fazer isso! Não vou deixar
você para trás, você é da minha família agora!" ela me disse isso quando
eu pedi para ela fugir se algo me acontecesse, não tenho dúvidas de que ela
também voltaria por mim e é por isso que eu a amo tanto, é por isso que
tenho nela a irmã que nunca tive. — Estendo a mão para ela e a mesma
pega tão emocionada quanto eu.
— Meu Deus, eu preciso de um abraço... Eu também te amo como
uma irmã, Allana, então é claro que eu voltaria por você... — Ela se levanta
vindo me abraçar, chorando rios assim como eu.
O nosso abraço é tão forte, tão amoroso que não quero me soltar
dela, eu realmente amo essas pessoas como se elas fossem a minha família
desde que nasci, eu realmente quero lutar por eles pois sei que eles sempre
vão lutar por mim.
Nos soltamos limpando o rosto uma da outra e sorrimos com esse
acontecimento.
— Estou carente de carinho de irmã, vamos dormir juntas hoje e
passar a noite jogando conversa fora? Vamos Allana? — Luiza pisca para
mim e eu entro na sua jogada.
— Vamos! E eu quero fazer pipoca e brigadeiro para comermos
enquanto...
— Nem pensar! Eu quero a minha mulher comigo hoje! — Maycon
e Isac se levantam juntos nos encarando incrédulos. Nós gargalhamos de
nos contorcer.
— Isso é brincadeira, não é Allana? Tem que ser brincadeira porque
eu não vim aqui para dormir longe de você, se quiserem dormir juntas outro
dia tudo bem, mas hoje não! — Maycon me lança um m olhar severo e ao
mesmo tempo que isso me excita, eu gargalho ainda mais. Luiza se contorce
de tanto rir.
— Mas é claro que elas estão zoando, ou não estariam rindo tanto...
Eu conheço bem essa pestinha que eu tenho como namorada, ela não vai me
deixar dormir sozinho já que estamos longe do meu tio... Não é Luiza? —
Isac não sabe se rir ou se a encara sério, receoso por medo de passar a noite
sozinho, e está um frio de rachar hoje.
— Comam tranquilos, nós estamos brincando... — Os tranquilizo
enquanto me sento novamente e todos fazem o mesmo.
Vejo Maycon respirar fundo e sei que ele está aliviado, eu também
não quero dormir longe dele, quero dormir no calor dos seus braços
ganhando os seus carinhos e seus beijos, e com certeza vamos fazer amor
também.
Respiro fundo só por pensar nos seus toques, na sua boca no meu
corpo me beijando e me chupando daquele jeito faminto. Sinto ele pegar a
minha mão sobre a mesa e eu me desperto das minhas lembranças eróticas,
o encaro e vejo aquele seu sorriso de lado, sei que ele sabe que estou
excitada, mas com ele percebe essas coisas? Será que estou dando
bandeira?
— Você fica linda coradinha... Está envergonhada ou excitada? —
Ofego com a sua pergunta, não consigo disfarçar.
— Odeio quando você descobre o que está acontecendo comigo,
isso não é justo! — O encaro emburrada e ele abre ainda mais o seu sorriso.
— Eu já comi o suficiente, podemos conhecer o nosso quarto? Tem
banheira? Eu preciso de um banho quente e uma massagem nas costas,
espero que você seja muito bom nisso, ou eu vou reconsiderar a ideia de
dormir com Luiza. — Me levanto da mesa com uma sobrancelha erguida e
ele se apressa para se levantar também.
— Meu amor, o que eu não souber eu aprendo, mas não vou dormir
sem você hoje! — Rebate decidido e eu abro um largo sorriso satisfeita com
a sua resposta.
CAPÍTULO 32

— Acho que podemos nos recolher também, não é amor?


Precisamos aproveitar esse momento a sós... Vai ser ótimo dormir com você
sem me preocupar com o meu tio arrombando a porta no meio da noite para
me tirar da sua cama. E também não vou precisar pular a janela para fugir
amanhã cedo, isso é demais. — Comenta Isac se levando e eu gargalho
assim como Maycon.
— Você já sabe o que fazer para mudar essa situação, primo! E acho
bom fazer isso logo, você vai até ganhar uns pontinhos com o sogrão. —
Maycon me puxa para os seus braços e pisca para Isac. O que ele quis dizer
com isso?
— Do que você está falando, maninho? O que Isac precisa fazer
para o nosso pai nos deixar em paz? — Luiza pergunta curiosa.
— Na hora certa você vai saber, não se preocupe, você vai gostar...
Te amo, pirralha! Você merece e vai ser feliz assim como estou sendo com
Lana, e a nossa felicidade está só no começo. — Os irmãos se olham com
tanto amor, com tanta ternura e eu os admiro encantada com essa
cumplicidade deles.
— Eu também te amo, irmão, obrigada por torcer por mim. — Luiza
vem abraçá-lo e Maycon se solta de mim.
Os vejo grudados um no outro e essa cena linda transborda amor,
transborda confiança e lealdade, cumplicidade e isso é tudo que eu quero
para mim, quero e vou fazer parte de tudo isso, quero ser referência para
alguém e sei que serei.
Eles se soltam um do outro e Maycon me pega no colo, sorrio
abraçada ao seu pescoço e ele me leva para o quarto enquanto o outro casal
vem atrás de nós, entrando duas portas antes da nossa.
O quarto é bem espaçoso e bem aconchegante, e tem uma lareira
aqui também, uau! Eu amei esse clima romântico de ter uma lareira acesa
nos aquecendo, diferente do meu apartamento que tinha um aquecedor
elétrico.
Enquanto Maycon vai até o closet guardar alguma coisa no cofre, eu
vou até o banheiro e coloco a banheira para encher com todos os sais de
banho que acho por aqui, e é tudo importado como nas outras mansões.
Prendo o meu cabelo em um coque para não molhar e me despi
atenta a banheira enchendo, aproveito para atirar a minha maquiagem para
não ficar borrado ao molhar. Me viro para ir chamar Maycon mas ele está
em pé na porta me admirando de acima abaixo. Ele já está nu mas não o
vejo excitado como todas as outras vezes que ele me admirava nua, não
vejo malícia nos seus olhares.
— Você é linda, sua pele é tão branquinha... As suas sardas no rosto
sem a maquiagem te dá um ar angelical... Você é perfeita, amo você
inteirinha. — Ele entra fechando a porta e vem até a mim, seus dedos tocam
o meu rosto em um carinho suave e eu adoro isso.
Ele põe alguns fios soltos do meu cabelo atrás da orelha e me beija
calmamente, ele me abraça gentilmente mas logo se solta pegando a minha
mão. O soberano Maycon D'ávila me ajuda a entrar na banheira com
cuidado, e eu me sento antes dele se sentar atrás de mim. Suas mãos
acariciam os meus braços e ele beija o meu pescoço, descendo para o meu
ombro então me deito sobre o seu peito.
— Sei o quanto você é forte, sei que sabe se defender mas eu quero
cuidar de você, quero mimar você e te dá tudo que você quiser, não importa
o que for, eu vou fazer de tudo para te dar... Só quero ver você sorrir todos
os dias, então me peça o que quiser e eu te dou... O que você quer? Me diz?
Eu farei tudo que você quiser. — Me surpreendo com as suas palavras, me
viro o encarando dentro dos olhos e sinto o meu coração disparar.
— Eu já tenho tudo que eu quero... Eu tenho você... — Toco o seu
rosto em um breve carinho.
Ele respira fundo antes de me beijar apaixonadamente, eu me rendo
ao seus beijos e me sento no seu colo, deitando a minha cabeça em seu
ombro. Cheiro e beijo o seu pescoço e sinto ele ficar excitado. Sorrio.
— Estou tentando não pensar só em sexo, mas você não deixa... Não
tem como não desejar você desse jeito. — Suas mãos apertam a minha
bunda me pressionando na sua ereção.
— Podemos fazer amor primeiro, depois a gente pensa em outras
coisas... Eu quero você... Quero muito... — Me sinto trêmula, me sinto
latejar e me ergo o encaixando em mim.
— Ahhh... Ok...! Tudo bem! A gente pensa em outras coisas
depois... Ohhh... — Ele me lança aquele seu olhar de desejo que me deixa
sem rumo.
Maycon toma a minha boca para sim em um beijo urgente enquanto
desço na sua ereção, sentido o meu corpo arder de desejo. Ele agarra a
minha bunda me ajudando e não nos importamos com a banheira
transbordando. Nós amamos intensamente como das outras vezes e depois
sim nos acalmamos, conversamos sobre os detalhes do casamento e
escolhemos juntos uma data para esse acontecimento.
Fizemos planos de morar em uma das mansões da família ao invés
dele comprar uma para nós, ou vamos nos sentir muito sozinhos longe da
família dele, e também eu já me acostumei com eles e não quero me afastar
tanto, já vivi tempo demais sozinha, agora já chega disso.
Depois do nosso momento na banheira finalmente terminamos o
nosso banho e fomos pra cama, Maycon me faz uma massagem nas costas e
ele leva jeito nisso, suas mãos são habilidosas e me deixam mole com
facilidade, estou tentando não me excitar mas está difícil, seus toques me
deixam louca.
Tento a todo custo controlar a minha respiração e ele finalmente
termina a massagem, agradeço mentalmente por isso, não quero posso
passar a noite toda transando pois quero estar bem disposta amanhã para
conhecer melhor esse lugar.
Me deito em seus braços e me acomodo no seu corpo quente,
Maycon me dá um beijo de boa noite e apaga o abajur, faço o mesmo antes
de me entregar ao sono me sentindo no melhor lugar do mundo, nos seus
braços.

Acordei na manhã seguinte com um delicioso café da manhã na


cama, se fiquei surpresa? Óbvio que sim, e ainda ganhei um lindo buquê de
flores silvestres decorando a bandeja do café, ele está se esforçando para ser
gentil e sabe que está conseguindo, faço questão de deixar isso claro para
ele pois ele está no caminho certo.
Maycon realmente mudou, ele é outra pessoa diferente daquele
mafioso arrogante que conheci na boate, aquele homem que me tocou de
maneira vulgar e desrespeitosa não existe mais, agora ele é carinhoso,
romântico e muito atencioso, esse amando a cada dia mais esse soberano.
Luiza apareceu avisando que vamos montar a cavalo e me entrega
algumas de suas roupas, uma calça jeans, uma camisa de flanela de manga
cumprida e uma bota de cano longo. Fiz também uma trança lateral no
cabelo e saio encontrando minha cunhada saindo do seu quarto.
— Está pronta para se divertir hoje, cunhada? Vamos logo pois
estou ansiosa para montar a estrela... Você precisa escolher um cavalo ou
uma égua pra você, tem cada um mais lindo que o outro. Vamos! — Luiza
me arrasta até a sala e eu sorriso pela sua empolgação.
— Bom, dia pra você também, cunhada! Acordou elétrica hoje, não
é? A noite foi boa...? Não vai tomar café?
— Eu já tomei café, meu namorado lindo me trouxe uma linda
bandeja de café da manhã... Ele é tão romântico. — Ela suspira apaixonada
e eu abro mais o meu sorriso.
— O que está acontecendo com esses homens hoje...? Maycon
também me trouxe café na cama, me deu flores... — Comento sorridente.
— Meu irmão sendo romântico? Aí que tudo! Você é mesmo
especial e merece conhecer esse lado que ele nunca mostrava a ninguém. —
Ela me abraça enquanto entramos na sala. — Agora vamos aproveitar o
nosso dia!
Ela se empolga novamente me fazendo sorrir. Amália aparece
dizendo que Maycon pediu para encontramos ele e Isac nos estábulos,
agradecemos e saímos em seguida.
Seguimos até os estábulos e de longe os vejo em cima dos seus
cavalos trotando e dando pequenas galopadas, acho tão lindo eles em cima
dos cavalos, Maycon está mais formal sem aqueles seus ternos e blazer de
grifes, eles estão de calça jeans e camisetas, chapéu e botas de couro,
parecem dois cowboys e eles estão muito gatos.
— Minha nossa, não tem como não me excitar com esse homem em
cima de um cavalo... Ele está muito gostoso. — Luiza admira Isac ofegante,
porra eu não sou a única excitada aqui.
— Luiza! Pelo menos uma de nós duas precisa se concentrar... Você
sabe o que fazer em relação aos cavalos então... Então... — Tento raciocinar
mas viajo na imagem de Maycon empinando com o cavalo, ele faz uma
cara tão sexy.
— Limpa a sua baba que eu limpo a minha... Vamos nos
movimentar ou não vamos mais sair daqui. — Ela me arrasta pela mão me
levando até dois cavalos já selados a nossa espera.
Respiro fundo e foco a minha atenção nos cavalos e vejo que o de
Luiza é uma linda égua branca, a estrela, a minha será uma égua dourada
com a clina e as patas brancas, linda também, depois penso em um nome
especial para ela.
O capataz que cuida especialmente desses cavalos vem nos ajudar,
não conheço bem o animal então preciso sim de instruções e ele me explica
tudo sobre a égua. Depois disso montamos os nossos cavalos e os rapazes
pedem para seguirmos eles, assim fazemos, galopamos para longe da casa
apostando corrida e a minha égua corre bastante, mas Maycon e Isac estão
na nossa cola.
Sorrimos e brincamos bastante galopando pelos campos da Toscana,
esse lugar é incrível de tão lindo.
— Meninas! Vamos para cachoeira, tem um piquenique nos
esperando. — Avisa Isac nos surpreendendo com essa novidade.
— Ahhh! Amo piquenique! E amo ainda mais poder fazer isso na
companhia das pessoas que eu mais amo. — Grita Luiza empolgada e
cavalga para perto de Isac.
Não vou negar, estou surpresa por Maycon querer viver momentos
assim comigo, ele realmente me ama levando em conta tudo que já me
contaram sobre ele antes de me conhecer, ele é mesmo outra pessoa, não é
nem de longe o que pensei que ele fosse.
— Vamos princesa! A nossa diversão juntos só está começando...
Mais tarde vamos ter um jantar mais íntimo só eu e você. Isac também está
preparando algo para minha irmã mas não conta nada a ela ainda, ele quer
fazer surpresa. — Maycon para ao meu lado pegando a minha mão, ele
deposita um beijo me fazendo sorrir encantada com o seu gesto.
— Espera! Isac vai fazer surpresa pra Luiza, é o que eu estou
pensando? — Pergunto curiosa e o vejo respirar fundo.
— Sim, meu amor, Isac vai pedi-la em casamento e na minha
opinião, já passou da hora dele fazer isso. Sei que eles estão namorando a
pouco tempo, mas eles se amam a anos então para quê esperar? Meu pai é
muito ciumento com Luiza então para ela ter paz, ela vai ter que se casar e
estou feliz que seja com um cara que ela ama, isso me deixa feliz e muito
tranquilo. — Diz olhando na direção em que eles foram.
— Concordo com você, para quê esperar se eles são loucos um pelo
outro...? Eu também não quero mais perder tempo, quero viver com você
tudo que eu puder, tudo que eu não vivi até agora. — Ele se inclina para me
beijar e eu faço o mesmo.
— Eu prometo que vou realizar todos os seus sonhos e desejos, eu
não estava brincando quando disse que farei tudo que você quiser, é só me
pedir e eu faço... Eu te amo. — Ele me dá um sorriso tão amoroso, tão doce
que me desarma completamente.
— Eu também te amo, soberano! Te amo demais, mas agora vamos
para o nosso piquenique! Eu já estou com fome. — Solto a sua mão
galopando para longe dele mas Maycon vem atrás sorrindo.
Seguimos na direção que Luiza está indo com Isac, mas antes de
entrar em uma trilha o meu cavalo se assusta com uma cobra e para
bruscamente empinando, ele dispara galopando em outra direção e eu tento
controlá-lo, mas não consigo, o animal está descontrolando e eu temo sofrer
uma queda feia.
— ALLANA! VAI DEVAGAR, VOCÊ PODE CAIR! — Grita
Maycon tentando me acompanhar, ele ainda não percebeu que estou com
problemas.
— MAYCON ME AJUDA! NÃO CONSIGO CONTROLAR O
CAVALO, ME AJUDA? — Grito tentando a todo custo parar o cavalo mas
ele apenas corre pelo campo verde seguindo sem rumo.
— Fica calma, amor! Eu vou te ajudar!
Ouço ele mais próximo de mim mas ele tenta ultrapassar o meu
cavalo, tento não me desesperar e me manter calma, mas nunca passei por
isso antes pois os cavalos da corporação eram mansos e treinados, não que
esse animal seja selvagem pois ele apenas se assustou com uma cobrar
rastejando na sua frente.
Maycon consegue segurar a rédea do meu cavalo para tentar pará-lo,
mas o animal empina e eu me esforço para não ser arremessada longe.
Quando o cavalo finalmente para e se acalma eu desço me sentindo trêmula
pelo susto que passei, Maycon também desce do seu cavalo me abraçando
apertado e eu desabo sentindo as minhas pernas bambas.
— Amor? Você está bem? Está sentindo alguma coisa? — Pergunta
preocupado me pegando no colo.
— Eu estou bem... Só estou assustada mesmo, não é nada demais...
Eu pensei que fosse sofrer uma queda feia com esse cavalo descontrolado,
mas está tudo bem agora, obrigada por me salvar. — Abraço o seu pescoço
deitando a minha cabeça em seu ombro.
— Allana! Allana você está bem? O que aconteceu? Eu vi o cavalo
descontrolado e temi que cairia. — Ouço Luiza se aproximar apressada com
o cavalo e desce rapidamente preocupada comigo.
— Está tudo bem, maninha, foi só um susto... A égua se assustou
com uma cobra e disparou, ela está bem, só está assustada. — Explica
atento a mim e me dá um beijo no alto da cabeça.
— Vamos levá-la pra casa, ela precisa se recuperar desse sustos. —
Ouço Isac também próximo e respiro fundo.
— Eu levo ela pra casa, vocês podem aproveitar a cachoeira, nós
faremos isso também em um outro momento. — Avisa Maycon já me
levando até o seu cavalo.
— Não, Maycon! Eu não quero ir pra casa, quero passar o dia com
vocês então vamos para cachoeira com eles? — O encaro esperançosa.
— Tem certeza? Não prefere descansar um pouco para aliviar o
susto? — Questiona receoso.
— Eu tenho certeza, eu quero ir para o nosso piquenique... Você
disse que faria tudo que eu quisesse, lembra? — Ele respira fundo e me dá
um pequeno sorriso.
— Está bem, nós vamos com eles mas você vem comigo no meu
cavalo. — Concorda me pondo no chão e lhe dou um beijo casto.
Ele sobe primeiro e me ajuda a subir na sua garupa enquanto Isac
amarra a rédea do meu cavalo na sela do cavalo de Maycon, caso eu queira
montar outra vez. Seguimos para a bendita cachoeira e em alguns minutos
estamos diante de algo surreal, é a cachoeira mais linda que já vi, a água é
cristalina e já quero me jogar naquela cascata e aproveitar essa água, mas
pensando bem, hoje não está um dia apropriado para entrar nessa água pois
não está calor, ainda é cedo e o sol não está muito quente, na verdade aqui o
sol não esquenta muito então vou ter que deixar o mergulho para uma
próxima ocasião.
Vejo ao lado uma imensa toalha de flanela branca e azul claro com
muitas coisas gostosas preparadas para nós, estou encantada, esses dois
belos homens estão realmente querendo nos impressionar, e Luiza está
radiante mesmo sem saber da surpresa que a espera mais tarde, eles são tão
lindos juntos, tenho certeza de que serão muito felizes também.
Nós acomodamos em volta dessas gostosuras enquanto Thomas e
Rael aparecem para prender os cavalos em uma árvore mais a diante, só
agora percebo a presença de alguns soldados andando ao longe da cachoeira
verificando a área, sei que estamos em segurança pois quem queria nós
fazer mal já não vive mais.
Ainda me custa acreditar que Marion era fútil o suficiente para se
quer imaginar que conseguiria me matar e sequestrar Maycon, eu
trabalhando na polícia a anos com uma equipe a minha disposição para
prendê-lo, mal consegui chegar perto dele e ela achou que mandando dois
dos seus capangas conseguiriam sequestrar um soberano.
— Não gosto quando fica pensativa, fica parecendo que está triste
ou chateada com alguma coisa, ou comigo... Está tudo bem? — Saio dos
meus pensamentos com Maycon acariciando os meus cabelos em um gesto
gentil.
— Relaxa! Está tudo bem... Só estava me lembrando do que
aconteceu ontem com Marion. Mas vamos deixar esse assunto de lado e
aproveitar o nosso dia. — Me inclino para lhe dar um beijo casto.
Ele apenas sorrir e pega um morando pondo na minha boca, sorrio
mordendo o morando mas ele me puxa pela nuca me roubando um beijo
mais urgente, me deixando tensa. Me afasto pegando uma uva para colocar
na sua boca.
— O morango está mais gostoso. Eu quero mais! — Ele volta a me
beijar de um jeito mais faminto e eu tento não ceder.
— Maycon...? Amor, não estamos sozinhos... Se controla homem!
— Mais uma vez me solto dele ofegante e o mesmo sorrir abertamente.
— É impossível me controlar perto de você, mas tudo bem... Mais
tarde quero comer mais morangos com você. — Seu sorrio malicioso me
estremece, me excita mas tento não olhando tanto para ele.
Pego uma taça de suco e bebo em uma só golada, minha garganta
ficou seca de repente. Ele sorrir ainda mais e eu sinto o meu rosto
esquentar, cretino gostoso! Ele sabe que tem poder sobre o meu corpo e vou
me entregar a ele mesmo que eu grite que não quero. Merda!

A nossa manhã foi incrível e nos divertimos bastante os quatro


juntos, e estou feliz que Isac esteja curtindo esses momentos fora do seu
trabalho de soldado pessoal de Maycon, mas ele não quer deixar a sua
profissão assim como seu pai que até hoje é o soldado pessoal do Sr.
Michael, Maycon está trilhando os mesmos caminhos de seu pai e Isac está
fazendo o mesmo, eu acho isso muito honrado da parte deles e os admiro
muito por isso.
Depois do nosso momento no piquenique, voltamos a cavalgar e
agora mais tranquila estou mais descontraída e brincando com o meu
cavalo, ou melhor dizendo, com a minha égua e acho que já tenho um nome
para ela, a minha égua se chamará fênix, nós duas seremos uma fênix pois
quero ressurgir das cinzas todas as vezes que tentarem me derrubar, toda
vezes que tentarem me diminuir ou acabar comigo, eu vou surgir das cinzas
e serei ainda mais forte do que sou hoje, eu serei uma guerreira a mais nessa
família pois vamos lutar todos juntos, e nós vamos vencer.
Galopamos pelos campos da mansão e espero que não apareça mais
nenhuma cobra para assustar a minha égua. Mas ouço um barulho de
helicóptero se aproximar sobrevoando sobre nós e eu me assusto, quem será
que está fazendo isso? Será algum inimigo?
— Maycon? Quem é lá em cima? Você conhece? — Cavalgo para
perto dele mas ele parece tranquilo, na verdade ele está até sorrindo.
— Relaxa! É só uma surpresa que eu preparei pra você. — Ele
empina e brinca com o cavalo galopando ao meu redor.
De repente vejo uma chuva de pétalas de rosas sobre nós e o meu
sorriso vai nas orelhas, olho para cima admirando as pétalas cair sobre nós e
volto a encará-lo surpresa. Maycon se aproxima me estendendo a mão e eu
pego.
— Tudo isso é só para compensar aquela minha atitude de merda, ao
colocar esse anel no seu dedo sem perguntar se você o queria, sem
perguntar se você queria se casar comigo... Eu quero merecer você todos os
dias, Lana, quero ouvir você dizer sim ou apenas um eu te amo, preciso ver
o quanto você está sendo feliz ao meu lado, e para isso eu só preciso ver
esse sorriso lindo que você carrega em seu rosto... De verdade, você quer
mesmo se casar comigo? Quer dividir a sua vida comigo...? Allana Macedo,
você quer construir uma família verdadeira comigo? — Me emociono com
as suas palavras, esse homem tirou o dia para me impressionar, e ele nem
precisou me acordar com sexo matinal.
— Eu te amo, Maycon D'ávila... Então é óbvio que eu quero formar
uma família verdadeira com você... Isso é tudo que eu mais quero. —
Aproximo mais a minha égua do seu cavalo e me inclino para beijá-lo, ele
sorrir largamente se inclina para receber o meu beijo.
Beijo-o apaixonadamente mesmo emocionada por essa declaração
linda, essa surpresa incrível. A chuva de pétalas termina e o helicóptero se
afasta nos deixando aqui sorrindo feito bobos.
— Eu amei a surpresa, obrigada meu amor... Eu quero me casar com
você aqui, nesse campo onde o meu noivo fez chover pétalas de rosas sobre
mim... O que você acha? Vamos nos casar aqui, amor? — Me empolgo e
me emociono ainda mais o encarando esperançosa.
— Quantas vezes eu vou precisar repetir que será tudo como você
quiser...? O que você decidir está decidido, e tudo isso porque eu te amo,
porque eu te darei a minha vida se for necessário. Minha soberana. — Seu
sorriso é tão largo, seus olhos brilham como ainda não havia visto, ele está
radiante e isso me encanta ainda mais por ele.
— Eu te amo, e darei a minha vida por você se for necessário... Te
amo tanto, Maycon. — Choro emocionada e ele desce do cavalo me
ajudando a descer também.
Me atiro em seus braços e nos beijamos apaixonadamente, nos
beijamos com todo o nosso amor. Me sinto amparada em seus braços, me
sinto amada, me sinto completa.
CAPÍTULO 33

UM MÊS DEPOIS...

Hoje é véspera do meu casamento e eu estou muito ansioso, quero


que ela seja logo minha esposa e tudo está sendo preparado como ela
desejou, vamos nos casar na casa prateada e ela será eternamente minha.
Estou no armazém recebendo o último carregamento de drogas da
semana pois depois disso, meus pais ficarão a frente de tudo até voltarmos
de lua de mel, vamos começar indo para o Japão e na volta passamos na
Irlanda, são os desejos da minha mulher e eu prometi fazer tudo que ela
queria, então será assim e a minha recompensa será aquele sorriso lindo e
viciante que ela tem.
Depois de terminar tudo aqui no armazém eu saio no meu carro com
Isac e Thomas, eu fiquei de ir almoçar com Allana e meus pais mas não vou
conseguir chegar a tempo, a casa de Toscana fica a quase três hora de Roma
e já é quase uma hora da tarde. Pego meu celular e ligo para avisar que não
vou conseguir chegar para o almoço, então vou passar em um restaurante
para almoçar antes de seguir viagem.
Ligo para o celular de Allana mas ela não atende, a ligação cai na
caixa postal e eu tento mais duas vezes e nada. Resolvo ligar para minha
mãe, ela atende no quarto toque.
— Oi meu filho? Você já está chegando?
— Não, mamãe, estou ligando justamente para avisa que não vou
conseguir almoçar com vocês, saí do armazém agora e não vou chegar a
tempo, então não esperem por mim para almoçarem... Tentei ligar para
Allana mas ela não atende, ela está por aí? Quero ouvir a voz da minha
mulher. — Sorrio feito bobo ao falar dela, a deixei dormindo quando saí e
já estou morrendo de saudades.
— Que pena meu filho, Allana acabou de sair, ela foi até o vilarejo e
acho que esqueceu o celular, mas Zion e Rael estão com ela, não se
preocupe.
— O que ela foi fazer no vilarejo? Aconteceu alguma coisa? Ela
está bem? Porque você ou Luiza não foram com ela como de costume? —
Pergunto surpreso, Allana nunca sai sem minha mãe ou Luiza.
— Relaxa, Maycon! Ela não vai fugir, você precisa confiar mais na
sua mulher... Ela te ama de verdade e não vai te deixar, se for essa sua
preocupação então pode ficar tranquilo.
— Eu confio nela, mamãe! A minha preocupação é de que algo
possa acontecer com ela... Não posso perder essa mulher e você sabe disso!
E porque apenas Zion e Rael foram com ela? Porque não colocou uma
pequena equipe para acompanhá-la? — Questiono meio irritado, começo a
suar frio só de imaginar algo de ruim acontecendo com a Allana.
— Não vai acontecer nada, Maycon! O vilarejo está sendo
monitorado e se algo acontecer, os nossos homens vão protegê-la... Allana
precisa se sentir livre sem tentos soldados na cola dela o tempo inteiro, você
já sabe que ela não vai fugir e ela sabe se defender também. — Tento pensar
como ela e me tranquilizo um pouco. Respiro fundo.
— Tudo bem, mamãe, você tem razão... Quando ela chegar, pede
para ela me ligar, já estou a caminho mas ainda vou demorar. — Me
despeço e ela concorda encerrando a ligação. — Isac, pisa fundo!
Precisamos chegar logo na Toscana... Allana está na rua sozinha e não estou
com um bom pressentimento, eu preciso vê-la com urgência... Pisa fundo,
irmão! Dá tudo de si!
— Deixa comigo! — Ele acelera ultrapassando um dos nossos
carros a nossa frente.
Sinto meu coração apertado, sinto uma sensação estranha mas não
sei explicar o que é, eu só quero estar com ela, eu preciso vê-la e saber se
ela está mesmo bem.
Isac corre bastante, ele é um excelente piloto de fuga e não é a toa
que sempre deixo ele dirigir pra mim, eu adoro dirigir mas ele é mais
concentrado que eu.

Um percurso que era para durar duas hora e cinquenta minutos, Isac
consegue fazer em uma hora cravado. Estamos nos aproximando da casa de
campo quando vejo um cavalo vir na nossa direção em alta velocidade, mas
é uma mulher em cima dele e quando o mesmo passa por nós, reconheço
Allana mas ela parece não nos ver.
— Dá a volta Isac! Vamos atrás dela! Aconteceu alguma coisa...
Rápido! Precisamos alcançá-la! — Esbravejo olhando para trás e ela já vai
longe, Isac dá a volta seguindo em alta velocidade.
— O que será que aconteceu? Para onde ela está indo com tanta
pressa? Parece que está tentando sair de Toscana. — Pergunta Isac me
deixando apreensivo.
Será que ela desistiu do casamento e está tentando fugir? Não! Isso
não! Eu não vou permitir, ela é minha e não vai me deixar!
— Rápido Isac! Ela está correndo muito e pode acabar caindo...
Merda! Porque ela saiu assim? O que ela pretende...? Vai Isac! Rápido
porra! — Ordeno angustiado e ele consegue alcançá-la.
Ele buzina mas ela não para, abro a janela do carro chamando por
ela mas ela não para.
— Para Allana! Vamos conversar? Seja lá o que aconteceu vamos
resolver juntos...? Por favor para, meu amor? Allana não faz isso comigo?
Para e desce desse cavalo! AGORA! — Peço gentilmente tentando
convencê-la a parar, mas ela nem se quer olha na minha direção então
ordeno furioso por ela não me obedecer.
— Me deixa em paz, Maycon! Eu quero ficar sozinha, eu só preciso
de um tempo...! Me deixa! — Esbraveja nervosa e finalmente olha para
mim, ela está chorando.
Respiro fundo tentando raciocinar sem passar dos limites com ela,
não posso magoá-la mas também não quero ser magoado. Vejo Israel, o
capaz e outro empregado se aproximar do carro a cavalo.
— Não sei o que houve, soberano, ela montou a égua e saiu em
disparada, não sei explicar o que aconteceu. — Diz Israel também aflito.
— Preciso do seu cavalo! Desce agora...! Para o carro Isac! —
Ordeno já destravando a porta do carro e ele para rapidamente.
Israel desce do cavalo na frente do carro e eu monto no animal
saindo em disparada atrás de Allana, ela sai da estrada entrando no campo e
segue sem rumo, não chamo por ela para que não corra ainda mais, apenas
alcanço o seu cavalo e agarro a rédea do animal o fazendo parar.
— Me deixa Maycon! Eu quero ficar sozinha...! Por favor me deixa
ficar sozinha...? — Esbraveja aos prantos e desce do cavalo correndo para
longe de mim. Pulo do cavalo e corro atrás dela.
— Para Allana! Por favor para de correr, meu amor? — Alcanço-a e
abraço o seu corpo prendendo ela a mim.
Ela desaba e eu vou junto amparando-a em meus braços, ela está
trêmula, chora muito e isso só me destrói por vê-la sofrer desse jeito.
— O que aconteceu? Porque você está desse jeito? Porque está
fugindo de mim...? Você não quer mais se casar, é isso? Desistiu de mim,
Allana...? Por favor não faz isso comigo? Não me obriga a fazer o que eu
não quero... Meu amor fala comigo? Vamos conversar, me diz o que houve?
Divide a sua dor comigo, por favor? Eu não vou te deixar sozinha! Não vou
te dar tempo nenhum! — Tento me manter calmo mas estou desesperado e
com medo dela me deixar, não quero ter que executá-la, o casamento é
amanhã e todos os líder vão estar aqui.
— Eu... Eu não planejei isso, eu não queria isso agora... Eu não
posso fazer isso, eu tenho medo... Eu tenho o medo Maycon...! Eu não
posso... — Ela chora ainda mais e abre a mão erguendo um pequeno bastão
com a ponta rosa.
— Do que você está falando? O que é isso? Allana me explica pois
eu não sei o que você está rendendo me dizer, do que você tem medo,
minha vida...? O que significa isso? Que bastão é esse? — Pergunto
confuso pegando o bastão da sua mão, mas ela me abraça apertado
escondendo o rosto no meu peito.
Encaro o objeto na minha mão e vejo duas linhas vermelhas, a
encaro confuso sem saber o que isso quer dizer.
— Estou grávida... Estou esperando um filho seu e isso me assusta...
— Me surpreendo com a sua confissão.
Afasto ela de mim e ergo o seu queixo olhando dentro dos seus
olhos, a mulher que eu amo está esperando um filho meu, mas isso a deixa
triste porque?
— Eu não planejei isso, não queria isso agora, Maycon... Não quero
trazer um filho nosso para esse mundo sem lei, esse mundo perverso... Eu já
perdi muita gente e tenho medo de perdê-lo também fazendo parte de uma
facção... Não estou preparada para isso agora, não sei o que fazer... Estou
desesperada... Me desculpa...? Me desculpa...? — Ela chora entre soluços e
tenta sair dos meus braços, mas eu não deixo, aperto ela em com força
contra o meu peito.
— Você não está sozinha, meu amor, você nunca estará sozinha e
esse bebê também não... Meu Deus... Você está mesmo grávida...? Nós dois
sabemos nos defender e vamos defender o nosso filho contra tudo e contra
todos, você não vai perder mais ninguém, nós não vamos perder o nosso
filho, meu amor, eu te prometo! — Afirmo pensativo me imaginando sendo
pai de um filho dela. Allana me encara esperançosa enquanto limpa o rosto.
— Você promete que nunca vamos perder o nosso filho? Me
promete que essa mesma segurança que você quer me dar você também
dará a ele...? Não quero viver angustiada com medo de algo acontecer com
ele... Me promete, Maycon? Por favor me promete, amor? — Ela se joga
em meus braços me apertando tão forte que sinto a sua angústia.
Aperto ela de volta tentando tranquilizá-la, eu entendo esse seu
medo pois minha mãe também passou por isso. Vejo Isac se aproximar com
Thomas mas faço sinal pedido para ficar sozinho com ela, e eles se afastam
voltando para o carro.
— Eu prometo! O nosso filho estará seguro, nem que para isso ele
tenha que andar cercado por soltados vinte e quatro horas por dia... Mas não
pensei que esperar um filho meu te faria sofrer tanto, pensei que ficaria feliz
por ter um pedacinho nosso crescendo dentro de você. Confesso que nunca
me imaginei sendo pai, mas eu quero ter tudo com você, Lana... Você
aceitou construir uma família comigo, então para quê esperar já que
aconteceu...? Você não estava tomando pílulas? Como você engravidou? —
Me solto dela tocando o seu rosto com carinho, lhe dou um pequeno sorriso
ainda surpreso por saber que ela vai me dar um filho.
— Estou sofrendo por medo, medo de perdê-lo... Eu não sei como
isso aconteceu, eu tomo as minhas pílulas regularmente e... Merda...!
— O que foi? Porque ficou assustada de reprende?
— O antibiótico...! Quando eu fraturei as costelas, sua tia me deu
antibiótico para tomar enquanto me recuperava, e quando fizemos amor eu
ainda estava tomando esse remédio, e ele corta o efeito da pílula... Porque
eu não me lembrei disso antes? — Comenta pensativa mas eu apenas
seguro o seu queixo lhe dando um beijo calmo.
— Não importa como ou quando aconteceu, só o que importa é que
agora você está esperando um filho meu e precisa se cuidar melhor a partir
de agora, não quero mais você montando em nenhum dos cavalos, nem
mesmo na sua égua, você corre muito e não quero que acabe caindo, você
pode perder o nosso filho em uma quebrar e eu não vou te perdoar por
isso... Eu quero muito esse filho, quero muito essa sementinha nossa que
está crescendo dentro de você. — Alerto-a sério, mas acaricio a sua barriga
imaginando ela barrigudinha, ela vai ficar linda igual a minha mãe quando
estava grávida de Luiza.
— Tudo bem, eu prometo não montar mais até o nosso filho
nascer... Meu Deus, já estamos construindo a nossa família, amor, eu fiquei
muito assustada quando vi o resultado do teste, na mesma hora me lembrei
dos meus pais e o medo de um dia perder o nosso filho me atingiu. —
Ainda a vejo receosa mas eu vou garantir que ela não tenha mais medo.
— Esse medo toda mãe tem quando ama muito o seu filho, e sei que
você já o ama grandiosamente e eu estou te amando ainda mais por isso...
Jamais vou te deixar sozinha, sempre estarei ao seu lado e farei tudo por
vocês... Eu amo vocês! — Acaricio a sua barriga mais uma vez e ela me
beija ardentemente.
Deito ela no gramado sem quebrar o nosso beijo, mas me afasto
brevemente para encarar esses olhinhos que voltaram a brilhar como antes.
— Vamos pra casa? Eu quero contar a todos que vou ser pai e vou
me casar com a mulher mais linda do mundo... Não importa que venha
homem ou mulher, eu só quero que ele ou ela seja como você, doce, gentil,
honesta... Linda e muito forte... Pensando melhor, eu prefiro que venha um
menino, quero um filho homem porque filha mulher vai me dar muita dor
de cabeça, não quero ter que iniciar confrontos para defender a honra da
nossa princesinha, ou morrerei antes da hora. — Sorrio abertamente mas
fico sério ao me lembrar da dor de cabeça que meu pai já teve com Luiza.
Allana gargalha escandalosamente me fazendo sorrir também.
— Meu Deus, que homem dramático... Mas você tem razão, eu
também prefiro que venha um filho homem... Não quero uma filha minha
sendo obrigada a se casar com alguém que ela não ama só para unir as
facções, eu também tenho medo que isso aconteça. — Seu sorriso se desfaz
aos poucos e sei que ela está dizendo isso pelo que houve com Luiza.
— Eu te prometo que se vier uma menina, ela só se casará com
quem ela escolher, quem a merecer de verdade... Eu sei que não te dei
muitas escolhas, mas prometo que com a nossa filha será diferente... — Ela
me interrompe pondo a mão na minha boca para me calar.
— Não, Maycon! Não pensa assim...? Você não foi a minha escolha,
mas é a minha razão de viver... Começamos de um jeito muito errado mas
temos tudo para fazermos isso dar certo, temos tudo para sermos felizes
pelo resto das nossas vidas... Você nunca desistiu de mim, lutou por mim
até ganhar o meu amor e agora ele todo seu, somente seu para sempre. E se
nós tivermos uma filha mulher, eu quero que alguém a ame e lute por ela
até o fim também, quero que ela seja feliz como eu estou sendo com você.
— A vejo emocionada, ela me dá um sorriso tão lindo enquanto acaricia a
sua barriga.
— Seja homem ou mulher, essa criança será ainda mais feliz que
nós, e eu vou lutar por isso ao seu lado, sei que vamos lutar por ela juntos...
Eu me tornei uma pessoa melhor por sua causa, Lana, então tenho certeza
de que você será a melhor mãe do mundo, e eu me orgulho muito por saber
disso. — Coloco uma mexa do seu cabelo atrás da orelha e ela se senta me
olhando nos olhos.
— Seremos os melhores pais do mundo, seremos para essa criança
tudo que os meus pais não puderam ser para mim pois me tiraram eles... Eu
vou lutar por esse filho feito uma leoa, vou fazer por ele tudo que estiver ao
meu alcance para mantê-lo seguro. — Mais uma vez ela acaricia a sua
barriga e eu também me sento tocando a sua não sobre o seu ventre.
— Tenha a certeza de que todos vão lutar pelo nosso filho junto
conosco... Quando os meus pais souberem que vão ser avós, eles vão
enlouquecer... Já somos todos loucos por você, e seremos ainda mais a
partir de agora. Agora vamos! Precisamos sair daqui, essa aérea é muito
deserta e eu quero você em segurança máxima a partir de agora. — Me
levanto lhe estendendo a mão lhe ajudando a se levantar.
Prendo a rédea da égua na sela do cavalo de Israel e monto o mesmo
ajudando Allana a subir na garupa, não vou deixá-la montar sozinha para
ela não galopar como fez a minutos atrás. Ela não pode mais montar
daquele jeito para não correr o risco de cair e perder o bebê, eu quero muito
esse filho e ele não será o único, depois que esse bebê nascer eu quero ter
logo outro e sei que ela não vai se opor.
Cavalgo calmamente de volta até a estrada e Isac ajuda Allana a
descer, desço em seguida e entramos no meu carro enquanto Israel e o outro
empregado levam os cavalos de volta.
Isac pergunta se está tudo bem e eu apenas digo que sim, digo que
quando entramos em casa todos terão uma surpresa mas eu não entro em
detalhes sobre isso.
Poucos minutos depois entramos no jardim de casa e paro o carro na
entrada, vejo minha mãe e Luiza saírem apressadas correndo até o carro.
— Allana! Querida você está bem? O que aconteceu? Porque você
saiu daquele jeito? Oh meu Deus... Você saiu tão descontrolada que nem me
deu a chance de ir atrás de você. — Mamãe abre a porta do carro
praticamente arrancando Allana de dentro do mesmo, ela a abraça aflita.
— Está tudo bem, minha sogra, me desculpe pele jeito que saí, eu
estava precisando respirar um pouco, estava apavorada e não sabia o que
fazer. — Ela aperta minha mãe como mesmo carinho, e Luiza abraça as
duas.
— Nunca mais faça isso, Allana! Você nós assustou, eu pensei que
você estava nos deixando... Jamais vou aceitar isso. — Luiza diz toda
chorosa ainda abraçada a minha noiva.
— Eu jamais vou deixar vocês, eu não posso fazer isso... Muito
menos agora que vou me casar com o homem que eu amo e vamos ter o
nosso primeiro filho. — Allana se solta delas as encarnado com um largo
sorriso. Mamãe olha de Allana para mim e volta a encarar a minha mulher.
— Primeiro filho...? Como assim primeiro filho? Você está
grávida...? Allana você está grávida? — Mamãe pergunta eufórica e vejo
meu pai se aproximar surpreso.
— Sim, Sra. Brenda, eu estou grávida e essa novidade acabou me
assustando, eu não estava preparada para isso então surtei... Mas meu noivo
foi um amor comigo e eu me acalmei. — Ela me abraça mas mãe a arranca
dos meus braços novamente.
— Eu vou ser tia... Ahhh! Eu vou ser tia! Já preciso começar a
pensar nos presentes que vou ter que comprar, o quartinho do bebê tem que
ser o lugar mais estiloso da casa. — Luiza grita a abraçando também e meu
pai vem até a mim.
— Parabéns, filho! Você está formando a sua família e vai entender
muita coisa depois que seu filho nascer... Meu garoto! Soberano, vai se
casar e vai ser pai... Estou muito orgulhoso de você, Maycon, estou muito
orgulhoso da nossa família, ela está crescendo e vai ganhar mais um
membro... Meus dois filhos vão se casar e já vou ganhar um neto! Isso é
motivo de festa, precisamos comemorar com um banquete no jantar! —
Meu pai se empolga me abraçando tão apertado.
— Vamos ser avós, Michael! Nós vamos ter um neto, meu amor. —
Mamãe se solta de Allana para abraçar o meu pai.
Allana volta para os meus braços e Isac me cumprimenta mas eu
não me solto de Allana, não quero me separar dela nunca mais, por mim eu
ficaria vinte e quatro horas por dia grudado nela mas infelizmente tenho que
tocar os negócios da família.
Meu pai beija a minha mãe, minha irmã e meu primo se beijam e eu
beijo a minha mulher, a partir de amanhã eu serei o homem mais realizado
do mundo pois vou estar casado com ela, com a minha soberana Allana
Macedo D'ávila!
Entramos em casa e minha mãe grita por Amália, pedindo para
prepararem um banquete para o nosso jantar de hoje, as mulheres parecem
agitadas mas eu só tenho olhos para minha mulher, ela está ainda mais linda
que antes, está radiante e isso me fascina, me deixa embasbacado com a sua
beleza.
— Esses olhares entre vocês me lembra muito eu e sua mãe, olhares
de paixão... Quem diria, a anos atrás eu estava lutando para conseguir
conquistar essa mulher, e hoje temos dois filhos adultos, ambos vão se casar
e o meu primogênito vai me dar um neto... Você foi rápido, cara, eu levei
mais de um ano para engravidar a sua mãe, mas quando você tinha quatro
anos, Luiza já estava a caminho... Sua mãe demorou para engravidar da sua
irmã porque tinha medo pela segurança de vocês, e ainda tem, por isso não
tivemos mais filhos, por medo. — Ele conta pensativo mas abre um largo
sorriso admirando a minha mãe.
Acho tão perfeito essa cumplicidade deles, esse amor gigantesco
que não se abala por nada, é isso que eu quero construir para mim e sei que
vou conseguir.
— Allana está com esse mesmo medo, papai, por isso ela saiu
daquele jeito, ela tem medo de perder o nosso filho como perdeu os pais
dela. Mas nós conversamos e ficou tudo bem, nós vamos lutar juntos pela
segurança dos nossos herdeiros. — Sorrio abertamente e ele me encara
surpreso.
— Herdeiros? Porque você disse isso? São dois? Allana está grávida
de gêmeos? — Pergunta meu pai eufórico e eu gargalho.
— Se acalme papai! Ainda não sabemos se teremos um ou dois
filhos, mas de uma coisa você pode ter certeza... Eu vou engravidar essa
mulher de novo assim que esse bebê nascer, eu quero uma família grande e
sei que ela também quer isso. — Meu maxilar dói pelo tamanho do sorriso
em meu rosto.
Meu pai me abraça apertando apoiando a minha ideia de ter uma
família grande, ele também não tem irmãos já que matou o único irmão que
tinha por ele ser um traidor, minha mãe também não tem irmãos de sangue,
apenas a minha tinha Isabela a quem ela considera sua irmã, eu tenho
apenas Maria Luiza como minha irmã mas esse bebê que vai nascer, terá
muitos irmãos, isso é uma promessa.
CAPÍTULO 34

DIA SEGUINTE... O CASAMENTO...

Termino de me arrumar e me olho no espelho. Calça social na cor


cinca claro assim como o colete e o fraque, a gravata é cinca escuro dando
contraste com a camisa branca. Respiro fundo e saio do quarto de hóspedes
ansioso, quero vê-la logo, não aguento mais de ansiedade e curiosidade.
Ela não dormiu comigo ontem porque minha mãe e minha tia não
deixaram, trancaram Allana no nosso quarto mas eu consegui pular a janela
para lhe roubar um beijo de boa noite, é inacreditável que um soberano
precise passar por isso só para ganhar um beijo de boa noite da mulher que
ama, e tudo isso por culpa da minha mãe mas eu não tive escolha.
Estava nos meus planos dormir com ela escondido, mas minha irmã
veio dormir com ela e eu tive que pular a janela para voltar ao quarto de
hóspedes, voltei soltando fumaça pelas ventas mas tive que aceitar, ela me
pediu com tanto jeitinho para eu me acalmar que me desarmou
completamente. Ela tem poderes sobre mim e ainda não se deu conta disso,
ela consegue o que quer na maior facilidade do mundo e eu faço de bom
grado, só para ver aquele sorriso perfeito. Lindo.
— E então, papai? Os convidados já chegaram? Já estão no local da
cerimônia? — Entro na sala vendo meu pai andando de um lado para o
outro, tão ansioso quando eu, parece até que é ele quem vai se casar.
— Sim, filho, já estão todos nós aguardando mas as mulheres estão
demorando demais... Sua mãe me deixou no meio da noite para ir ficar com
Allana e sua irmã, ainda não a vi desde então e preciso de um beijo para me
acalmar, estou uma pilha de nervos e só ela consegue me tranquilizar. —
Ele respira fundo, aflito.
— Eu pensei que fosse o único aflito para ver a minha mulher, mas
pelo visto você e meu tio estão na mesma situação. — Vejo meu tio entrar
na sala coçando a cabeça e ele também parece nervoso.
— Porra porque a noiva não pode esperar pelo noivo? Elas
demoram muito e consequentemente as outras demoram também junto com
ela... É melhor irmos para o altar, já estão todos nos esperando e
perguntando pelo noivo. Os líderes querem te cumprimentar antes da
cerimônia, Maycon. — Ele olha em direção ao corredor e eu faço o mesmo.
Merda! Porque ela não vir logo? Não sabe que estou quase
enfartando de ansiedade esperando por ela?
Saio de casa com meu pai e sigo por um extenso tapete vermelho
que vai até o campo além da casa, de longe vejo todos os convidados alguns
sentados e outros em pé conversando. Respiro fundo e sigo até eles, o sol
está quase se pondo e essa imagem é perfeita, Lana quis se casar ao ar livre
como os meus pais se casaram, e eu achei essa ideia perfeita, minha mãe
ficou muito emocionada por ela ter aceito a sua ideia.
Me aproximo dos convidados cumprimentando alguns deles e meu
pai e meu tio fazem o mesmo, Isac vai dar algumas instruções aos nossos
soltados juntos aos homens dos líderes aqui presente, e tem muita gente por
aqui.
— Maycon D'ávila! Desde já quero te parabenizar pelo casamento,
por essa união que será abençoada por Deus e todos os líderes parceiros... E
mais uma vez quero agradecer pelo convite, obrigado por entender o meu
lado e não iniciarmos uma guerra pelo que Marion fez. — Jamal me
cumprimenta sorridente, mas o vejo ficar sem graça ao falar de Marion.
— Imagina, Jamal, você é um dos nossos melhores aliados e não
podíamos deixar a nossa aliança terminar assim, o que aconteceu já está no
passado então vamos seguir a diante... Bom, obrigado pela presença, fique a
vontade. — O cumprimento mais uma vez sentindo a minha mão suar frio
pela ansiedade. Espero que ela não se atrase muito.
Cumprimento alguns outros líderes e também encontro Liang com a
sua namorada Jasmim. Eles parecem empolgados e apaixonados também.
— Parabéns meu amigo! Você conseguiu alcançar o seu objetivo.
Vai se casar com a mulher que você escolheu, e vai ter um glorioso reinado
ao lado dela, eu sei disso. — Liang me cumprimenta com um abraço
apertado.
— Obrigado meu amigo! O seu apoio também é muito importante
pra mim... Porra estou muito nervoso, estou ansioso demais para ver a
minha mulher. Acho que vou enfartar antes dela chegar, ela está demorando
muito. — Não tiro os olhos da entrada de casa esperando ela aparecer, mas
não vejo nem ela e nem a minha mãe.
— Cacete! Eu nunca te vi nesse estado antes, meu irmão... Espero
que quando chegar a minha vez eu não fique nesse desespero todo. Vou
negociar com a minha mulher antes de chegar o grande dia, e sei que ela
não vai me deixar esperando. — Ele sorrir malicioso encantando Jasmim
conversando com a sua mãe.
— Espero que você tenha mais sorte que eu, pois já estou a um
passo de ter um colapso nervoso.
Tento me acalmar internamente e isso só aconteceu quando vejo
minha mãe e minha tia aparecem dizendo que Allana já está pronta, respiro
fundo mais uma vez olhando em direção a casa mas não a vejo.
— Se ela já está pronta porque não vem de uma vez? Porque essa
demora? Ela já é linda, não tem que levar tanto tempo para se arrumar. —
Questiono impaciente e minha mãe me lança um olhar severo.
— Tenha modos, Maycon! Parece até o seu pai no dia do nosso
casamento... Allana está pronta e também está nervosa, ela precisa se
acalmar um pouco... Sei que ela é linda mas você vai se surpreender quando
a ver. — Diz ajeitando a minha gravata ainda com uma expressão séria, mas
sorrir ao falar do papai. — Vá buscá-la, querido! Ela já está esperando. —
Mamãe lhe dá um breve beijo antes de enlaçar o seu braço no meu.
Papai sorrir e segue de volta até a casa. Quando Allana disse que
entraria sozinha na cerimônia, ela fez uma expressão tão triste pois sei que
queria um dos pais dela aqui hoje, ela queria entrar com um dos pais mas os
dois já são falecidos, então meu pai lhe deu um abraço tão amoroso que ela
desabou, ela chorou abraçada ao meu pai e o encarou de forma meiga, doce
e lhe pediu para entrar com ele. No passado meu pai a salvou de ser morta,
e agora ele a entregará a mim no altar para se tornar minha esposa. Minha
mulher.
Entro com mamãe na cerimônia e logo atrás de nós vem minha irmã
com Isac e minha tia com meu tio, nos posicionamos em nossos lugares e
eu cumprimento o padre, é o mesmo que realizou o casamento dos meus
pais e mesmo já bem velhinho, ele fez questão de atender ao nosso pedido
para realizar também o meu casamento.
Volto a ficar ansioso pois ela não vem, olho para minha mãe e mais
uma vez ela me lança aquele seu olhar severo, viro os olhos e ganho um
beliscão na costela.
— Aii! Mamãe!
— Isso é para ver se você relaxa um pouco, e não revira mais os
olhos para mim, eu ainda sou sua mãe e não vou deixar de ser só porque
você está se cansando e formando a sua família... Eu vou sentir tanto a sua
falta, não estou preparada para ver os meus filhos saindo de casa, eu vou me
sentir muito sozinha. — A vejo emocionada e eu sorrio pelo seu drama, não
é a primeira vez que ela faz isso.
— Você fala como se eu estivesse me mudando para o outro lado do
mundo, a nossa casa fica a vinte minutos da mansão principal então não
vamos ficar longe de você... Além do mas, Luiza vai se casar em breve mas
também não vai sair de perto de vocês... Não era para eu estar te dizendo
isso agora, mas Luiza não pretende sair da mansão, ela também não quer
ficar longe de você e do papai. Eu só vou sair porque como líder eu preciso
do meu próprio espaço com a minha família, não quero que pareça que
ainda dependo dos meus soberanos mesmo agora também sendo um...
Quero trilhar o meu caminho assim como você e o papai trilharam o seu...
Não fica triste? — Acaricio o seu rosto levemente para não borrar a sua
maquiagem, minha mãe está linda como sempre.
— Eu jamais ficaria triste com você por isso, ao contrário, estou
muito orgulhosa pelo homem que você se tornou, estou feliz que esteja se
casando com uma mulher incrível e já vai me dar um neto... A propósito! Se
vocês não me ligarem durante a lua de mel para me darem notícia, eu
prometo que vou atrás de vocês pessoalmente! Quero saber se estão bem e
se o bebê está bem também, e não deixa Allana se esforçar demais ou eu
morro se ela perder o bebê e...
— Mamãe se acalma! Fica tranquila eu vou cuidar bem da minha
mulher e meu filho... Eu prometo que vou ligar pelo menos uma vez no dia
para falar com vocês, ok? Vai ficar tranquila assim? — Ergo uma
sobrancelha e ela sorrir abertamente.
— Sim, filho! Eu vou ficar tranquila assim... Agora se concentra, a
cerimônia já vai começar. — Ela acaricia o meu rosto e me dá um beijo no
rosto.
Sorrio voltando a minha posição anterior e vejo os nossos soldados
entrarem todos de branco usando boinas militares e máscaras na mesma cor,
eles também seguram fuzis com uma capa branca envolvendo a mesma.
— Mamãe...? Isso... Isso é igual as fotos do seu casamento... Está
idêntico. — Comento surpreso e meu sorriso vai nas orelhas.
Parece que estou vendo a cena do casamento dos meus pais aqui na
minha frente. Encaro minha mãe e ela está ainda mais emocionada.
— Foi uma decisão dela e não posso deixar de me emocionar por
isso... Ela viu as fotos do nosso casamento e pediu para repetir a entrada dos
soldados, já que agora vocês serão os novos soberanos da Nuestro Poder.
Sua voz trêmula não diminui o imenso sorriso em seu rosto, lhe dou
um beijo no rosto e olho novamente para o final do tapete vermelho. A vejo
se aproximar de braços dados com o meu pai e meu queixo vai no chão na
velocidade da luz.
— Minha nossa... Allana... — Sussurro surpreso, embasbacado com
a sua beleza, ela parece uma princesa, está linda.
Meus olhos se cruzam com os seus antes de admirar aquele sorriso
radiante, sinto o meu maxilar doer, sinto o meu sorriso tão grande que não
consigo desfazê-lo. Os soldados fazem um arco de armas e eles vem na
minha direção com ela sorrindo tão abertamente que me encanta, quero ir
até ela, na verdade quero correr até a minha mulher e tomá-la em meus
braços, mas percebendo a minha ansiedade mamãe me segura pelo braço.
— Espera ela chegar até você, não se precipite! — Me alerta.
— Ela está tão linda, quero beijá-la e tomá-la em meus braços...
Quero ouvi-la dizer sim outra vez... Amo demais essa mulher. — Sinto
minha voz trêmula pela emoção de vê-la tão linda vindo na minha direção.
Ela vai ser minha esposa.
— Seja paciente e você conseguirá tudo isso... Ela está mesmo
linda, meu filho.
Só tenho olhos para ela, encaro meu pai brevemente e ele pisca
sorrindo de lado, a minha vontade é gritar para eles virem mais rápido,
parece levar uma eternidade para chegar até o altar e minha mãe não me
larga com receios de que eu vá até ela.
Quando finalmente ela para na minha frente, meu pai entrega a sua
mão para mim e eu pego sem conseguir desviar a minha atenção dela.
— Eu desejo de todo o meu coração que vocês sejam muito felizes,
e que essa criança que está a caminho seja apenas o início de toda a glória
que vocês terão em suas vidas... Como eu imaginaria que salvar você ligaria
o seu futuro ao futuro do meu filho? Ao futuro da nossa família...? Eu vou
salvar você quantas vezes forem necessárias, Allana! Eu sempre vou estar
aqui para vocês. — Meu pai lhe dá um sorriso gentil e acaricia o seu rosto
lhe dando um beijo na testa. Allana chora mesmo com um sorriso lindo no
rosto.
— Obrigada, meu sogro, eu também sempre vou estar aqui para a
nossa família... Obrigada! — Ela o surpreende com um abraço apertado e
rapidamente ele retribui.
— Obrigado, papai! Você sempre será o meu herói, minha fonte de
inspiração a ser seguida... Te amo, cara! — O abraço assim que ele se solta
de Allana.
— Eu também te amo, filho! Seja feliz, cara, isso é uma ordem! —
Ele me olha nos olhos me passando uma confiança tão grande, uma
segurança e a certeza de que tudo será exatamente assim. Nós vamos ser
felizes!
Enlaço o meu braço no de Allana e nos aproximamos do padre, ele
sorrir abertamente cumprimentando meu pai antes de nos encarar.
— Queridos amigos, estamos presente aqui hoje para celebrar a
união do nosso soberano, Maycon D'ávila e Allana Macedo...
A cerimônia se inicia e eu tento prestar atenção nas palavras do
padre, mas não consigo, ela está roubando a minha atenção somente para
ela. Allana está linda demais, nunca vi algo tão belo quanto ela.
Ela me dá aquele sorriso lindo e encantador, aquele pelo qual me
apaixonei e ainda me apaixono todos os dias. Às vezes me pego pensando
se tudo isso é mesmo real, se ela está mesmo aqui comigo me amando tão
intensamente, ela me ama de verdade mesmo depois de tudo que aconteceu
para estarmos aqui hoje, mesmo depois de tê-la escolhido e trago-a para
minha vida daquela maneira, mas é real, ela está aqui, linda e sorrindo para
mim enquanto o padre diz alguma coisa que não entendo o que é, pois só
consigo prestar atenção nela, só tenho olhos para ela.

— Allana Macedo! Você aceita Maycon D'ávila como seu esposo e


soberano?
— Sim! Eu aceito. — Ela diz olhando em meus olhos.
— Soberano Maycon D'ávila! O senhor aceita Allana Macedo como
sua esposa e soberana?
— Sim! Eu aceito! — Respiro fundo tentando esperar a hora do
beijo.
— Sendo assim, pelos poderes a mim investidos, eu os declaro,
casados! Pode beijar a noiva.
Nunca esperei tanto por algo como esperei por isso, abraço a sua
cintura e trago ela para os meus braços, a beijo calmamente matando a
saudade que senti dos seus lábios. Ouço um alvoroço de aplausos e tiros de
festim são disparados então nos separamos, encaro meus pais antes de
encarar as pessoas a nossa frente.
— Senhoras e senhores, eu lhes apresento, o Sr. e a Sra. D'ávila! Os
nossos soberanos! — Diz padre e todos se curvam nos reverenciando.
Allana sorrir abertamente e eu apenas admiro o seu sorriso, mas
novamente sinto o meu maxilar doer e sei que o meu sorriso é tão largo
quanto o dela.
— Eu te amo e estou me cansando por amor, e não apenas para ser a
sua soberana. Mas eu prometo estar ao seu lado em todas as suas decisões,
prometo estar presente na sua vida e no seu coração... Obrigada por me
proporcionar tudo isso, por me fazer tão feliz. — Suas palavras me enchem
de amor e paixão, é possível amar ainda mais essa mulher?
— Tudo isso é só o começo da sua felicidade. Da nossa felicidade...!
Eu vou estar ao seu lado em todos os momentos da sua vida e da vida dessa
criança, vamos ser para ele ou para ela, tudo que ele precisar, eu te prometo
isso, meu amor... Eu te amo, obrigado por não desistir de mim. — Acaricio
a sua barriga sobre o tecido grosso do vestido, mas mesmo assim ainda
sinto a adrenalina correr nas minhas veias, estou feliz como não imaginava
que poderia ser capaz.
Sigo com ela pelo tapete vermelho e voltamos para dentro da
mansão, a noite já caiu e vai esfriar muito aqui fora então a festa será lá
dentro. Entramos na casa e todos os convidados nós acompanham se
acomodando pelas inúmeras mesas pela sala, ainda bem que a casa é grande
mas também veio centenas de pessoas para ao casamento, apenas os líderes
com suas esposas e alguns dos seus homens de confiança dentro de suas
facções, e até que veio bastante gente mas alguns não foram convidados
pois não sabem que meu pai ainda está vivo, e ele quer continuar no
anonimato para agir como uma ponte de apoio como tem feito até agora, e
assim será.
Enquanto todos se acomodam nós passamos pelas mesas recebendo
os cumprimentos de todos, em seguida tiramos muitas fotos com a nossa
família e também com alguns conhecidos, Liang e sua família estão a
vontade e eu quase não falei com ele de tão nervoso que eu estava, mas
depois conversaremos com clama pois o mesmo também está dando
atenção a sua namorada Jasmim.
— O meu marido me concede uma dança? Ou você está muito
cansado para atender ao pedido da sua esposa? — Ela me desafia e eu
sorrio de lado.
— Jamais vou estar cansado para você, meu amor... Daqui até a
eternidade, eu sempre estarei pronto para você. — Rebato pegando ela pela
mão e a levo para o centro da sala.
Mamãe pede para colocarem uma música para a nossa dança e sei
que é a tal da valsa, eu não sabia como se dança esse tipo de música mas o
meu pai me deu umas alinhas essa semana, e tudo isso para não passar
vergonha no dia de hoje.
Começo a mover Allana no ritmo da música e ela apenas sorrir, meu
Deus ela está muito linda, estou me sentindo um príncipe ao lado de uma
princesa tão perfeita.
— Está dançando muito bem, meu marido, por acaso andou
ensaiando? — Pergunta desconfiada.
— Eu já falei que faço tudo por você, então sim, eu tive umas
alinhas com o soberano Michael... Gostou da surpresa?
— Eu amei! — Ela abre ainda mais o seu sorriso.
Mamãe vem me pedir uma dança e meu pai pede uma dança para
Allana e ela aceita empolgada, sorrio aliviado por estar vendo a mulher da
minha vida tão feliz, estou mesmo alcançando o meu objetivo.
Depois de alguma danças, Allana sai com Luiza para trocar o
vestido e eu fico em um canto com meu amigo Liang e seus pais, meu
primo, meus tios e meus pais, todos muito empolgados com a festa e
também com o meu casamento, mas a empolgação maior nesse momento
pelo meu filho que vai nascer, meus pais estão muito felizes com essa
novidade e eu mais ainda. Não vejo a hora de ter o meu momento a sós com
a mãe do meu filho.
Depois de alguns minutos, vejo Allana voltar com a minha irmã e
ela ainda parece uma noiva toda de branco, mas agora a sua roupa é uma
calça comprida com uma calda, mangas compridas transparente rendada e
ela está linda, seu sorriso está constante e eu vou trabalhar para continuar
assim.
— Vamos cortar o bolo, amor! Estou ansiosa para sair logo daqui
com o meu marido. — Ela me abraça pelo pescoço sorrindo aqui pertinho
do meu rosto, aperto a sua cintura lhe roubando um beijo intenso.
— Compartilhamos o mesmo desejo, Sra. D'ávila, então vamos
começar a nós despedirmos de todos. — Lhe dou mais um beijo e fomos
cortar o bolo e fazer o nosso brinde.
Mamãe alerta Allana para não ingerir bebida alcoólica e ela lamenta
não poder beber o champanhe que tanto gosta, mas aceitou a restrição numa
boa.
Depois do nosso brinde cortamos o bolo e começamos a nos
despedirmos de todos agradecendo pela presença, e Allana avisa que não
jogará o buquê, mas o entrega a uma pessoa a quem ela tem como amiga a
partir de agora, ela entrega o seu buquê a Jasmim para ver se Liang acorda
para vida e pede logo a moça em casamento, o vejo sorrir meio sem jeito.
Minha esposa fica bastante emotiva ao se despedir da minha mãe e
de Luiza, parece até que estão se despedindo para sempre.
— Meu amor? Serão apenas algumas semanas e logo estaremos de
volta para o casamento de Luiza... Não gosto de te ver assim, mesmo que
essas lágrimas sejam de alegria. — Abraço a sua cintura e ela vem para os
meus braços.
— São os hormônios da gravidez, querido, vai se acostumando com
isso pois será assim por meses... E já que pretendem ter mais filhos
futuramente, você terá que adquiri uma paciência inigualável... Eu te amo
querido, façam uma boa viagem e sejam felizes. — Minha sorrir vindo nos
dar um beijo carinhoso e eu gargalho.
— Que bom que eu tenho uma tia médica, assim eu fico mais
tranquilo pois serei bem orientado sobre esses assuntos... Também te amo,
tia. Você é maravilhosa. — Lhe dou um beijo demorado e ela se solta de
Allana. — Mamãe! Papai e Luiza! Eu amo vocês, se cuidem, está bem? Eu
ligo para dar notícias no decorrer da viagem. — Me solto de Allana dando
um beijo em cada um deles.
— Boa viagem, meu irmão, e quando eu ligar, não me ignora,
ouviu...? Eu sei que serão apenas algumas semanas, mas eu vou sentir a sua
falta... E de Lana também. — Luiza diz toda chorosa nós fazendo sorrir.
— Pode deixar, minha irmã, vou te atender todas as vezes que você
me ligar, ok? Se eu não atender é porque estamos ocupados então depois te
retornamos. — Volto para os braços da minha esposa e seu sorriso está ali
novamente me fazendo suspirar.
— Vão com Deus, meus filhos, e que a felicidade de vocês seja
eterna, e sei que será. — Mamãe nos abraça e nos beija enquanto nós guia
em direção a porta.
— Se cuidem, ouviram? No menor problema vocês voltam ou nos
liguem e iremos até vocês... Vão com Deus e que ele os abençoe. — Meu
pai se despede de nós mais uma vez e assim saímos de casa.
Entramos no meu carro e seguimos para a pista de pouso particular
aqui perto, vamos embarcar no jatinho e seguiremos para o Japão onde será
a nossa primeira parada, e a julgar pelo sorriso imenso no rosto da minha
esposa, eu nem preciso perguntar se ela está feliz.
— Eu nunca imaginei que um dia diria isso, mas estou feliz por ter
sido a escolhida do mafioso... O meu soberano Jr. — Ela abre um sorriso
tão largo que seus olhos se estreitam, não tem como não sorrir também.
— Mais tarde eu vou te mostrar quem é o soberano Jr... E você
adora senti-lo entrando em você. — Lanço-lhe um olhar intenso e ela ofega.
— Amor... Vai ter que pegar leve comigo até o nosso filho nascer,
você consegue fazer isso? — Ela vem para o meu colo e agora sou eu quem
ofego por já me sentir duro.
— Por você eu faço qualquer sacrifício...
Ela avança na minha boca com um beijo urgente, um beijo intenso,
como conseguir um fazer um sacrifício desses com ela me atiçando desse
jeito? Que Deus me dê forças e que seja o que ele quiser. Apenas beijo-a
com todo o meu amor e paixão, e vamos seguir rumo a nossa felicidade.
EPÍLOGO

25 ANOS DEPOIS...

Se ainda sou uma mulher realizada? Não! Sou muito mais que isso,
sou a mulher mais completa do mundo! Sou casada a vinte e cinco anos e
sou ainda mais apaixonada por meu marido, na verdade eu louca por ele.
Temos quatro lindos filhos e todos já adultos, Yuri de vinte e três
anos, Jhonatan de vinte e um anos e Vicenzo de dezenove, a nossa
primogênita Bellinda completa hoje os seus vinte e cinco anos e estamos
dando uma grande festa para comemorar o seu aniversário, se ela está feliz?
Óbvio que não pois nessa festa ela terá que escolher um pretendente com
quem irá se casar, bom, pelo menos ela não está sendo obrigada a se casar
com um desconhecido como queriam fazer no passado com a tia dela,
Bellinda escolherá um pretendente e terá um ano para se conhecerem antes
do casamento, se eles não se apaixonarem dentro desse prazo, só então
caberá a Maycon escolher um futuro soberano para desposar a nossa
primogênita, Bellinda já está na idade de se casar e por ser a nossa
primogênita, ela precisa assumir o lugar do pai futuramente.
Nas nossas leis antigas, somente o filho homem primogênito
seguiria como sucessor do líder das facções, mas essas leis mudaram desde
que a soberana Brenda Lins D'ávila assumiu a Nuestro Poder com a mesma
mão firme que seu marido Michael D'ávila, que por acaso são os melhores
sogros do mundo.
Então por ser a nossa primogênita, minha filha mais velha segue
como sucessora do pai e assumirá a Nuestro Poder futuramente, mas antes
disso, ela precisará estar casada com um grande homem, um grande líder já
ocupando o trono em alguma das facções já aliadas a nós, para apoiá-la na
sua liderança, o poder de escolha é dela e por isso estou mais tranquila.
Bellinda é idêntica ao pai em tudo, herdou a sua personalidade e o
seu jeito de pensar, ou seja, ela é uma mulher bem difícil e determinada,
mas não tem como não amá-la, ela é o nosso orgulho assim como seus
irmãos e todos tem as suas características inigualável, todos aceitaram bem
a decisão do pai de deixar a única irmã assumir a nossa facção, eles são
soldados leais assim como o pai, são fortes e destemidos, preferem guerrear
a ter que assumir as responsabilidades dos negócios da família, foi só por
isso que eles aceitaram tão bem a escolha do pai em deixar Bellinda como
sucessora.
Não vou negar, meu coração dói toda vez eles tem que ir para as
guerras, os confrontos ainda me assustam pois tenho medo de perdê-los,
mas não tem jeito, eles não vão deixar os combates de lado só para me
agradar, muito menos agora que eles são líderes dos soldados, e como o
nosso exército hoje é ainda maior que antes, os três estão a frente de alguns
grupos de soldados junto com os primos Andrew e Mason, que tem a
mesma idade de Yuri e Jhonatan. Julie é a mais nova e tem dezesseis anos,
ou seja, minha cunhada Maria Luiza tem três filhos.
Maria Luiza também teme muito pela vida dos filhos, mas, Isac e
Maycon criaram os meninos para saberem se defender como ninguém,
mesmo com a pouca idade, todos eles se tornaram os melhores soldados da
Nuestro Poder e eu me orgulho muito disso, mesmo com os meus medos e
receios. Todos os meus filhos são a minha razão de viver, a minha família é
tudo para mim.
Ainda moramos em uma das mansões D'ávila e minha vida tem sido
agitada como já previa, assumi os negócios da família junto com Luiza e
agora nós duas gerenciamos as empresas e as boates, os armazém e os
carregamentos de drogas ficam na responsabilidade de Maycon e os
meninos, os negócios se expandiram e são muito maiores que antes, mas
estamos dando conta pois agora somos quatro tomando conta de tudo, eu e
Maycon, Luiza e Isac.
Meus sogros hoje vivem na nossa ilha de Dubai mas sempre vamos
até eles ou eles vem até nós, eles já estão de idade e querem descanso, e
nada mais justo depois de tantos anos nessa vida agitada de confrontos e
grandes responsabilidades, hoje a única preocupação deles é saberem se
estamos bem, e reclamar que não vamos vê-los com mais frequência.
Meus sogros são muito apegados aos netos pois quando crianças, os
meus filhos não saiam da mansão principal, e como Luiza sempre morou
com eles, meus sogros se acostumaram a ver as crianças todas juntas quase
todos os dias, mas agora todos já são adultos e todos trabalham com os pais,
e consequentemente passam mais tempo fora do que em casa, então meus
sogros resolveram viajar e ficaram de vez em Dubai. Aquele lugar é mesmo
divino, por isso estamos sempre indo pra lá e quando a casa está cheia, a
felicidade é grande, é completa, somos uma família numerosa e
imensamente feliz.
Nesses vinte e cinco anos que vivo como soberana ao lado de
Maycon, eu me tornei oficialmente uma fora da lei aos olhos da justiça,
uma justiça que não existia antes mas querem me condenar agora por ter
escolhido a vida que vivo hoje.
Por três vezes eu quase fui pega pela polícia em uma das nossas
empresas de fachada, mas consegui me safar por pouco com a ajuda do
inspetor Elias, hoje ele já é aposentado mas seu filho assumiu o seu lugar, e
ele não é corrupto assim como muitos lá dentro, mas pela consideração que
sempre teve comigo por ter sido injustiçada dentro da corporação, Elias me
deu cobertura nas duas últimas vezes em que a polícia bateu nas portas da
empresa, e só não me levaram porque o inspetor me ajudou a fugir.
Mas com seu filho é diferente, Abner conseguiu pegar Yuri uma vez
mas Jhonatan junto com os primos conseguiram resgatá-lo e evitar a prisão.
Elias me avisou que o filho dele não será condescendente conosco como ele
foi comigo, dentro das corporações já tem corruptos demais ao nosso lado e
ele não vai pedir ao filho para pegar leve conosco, ele me ajudou duas
vezes, agora estou por minha conta e risco mas estou feliz por ele ter
escolhido me ajudar nas duas vezes em que nos encontramos. Vou guardar
boas lembranças dele mesmo ciente de que preciso me cuidar melhor, e
estou fazendo isso.
— Querida! Já está pronta? Precisamos ir, meu amor, todos já
devem estar nos esperando, os meninos estão ansiosos para chegar na festa.
Parece que a nossa primogênita não será a única a escolher um
pretendente... Você está tão linda, como sempre. — Maycon entra no closet
me abraça por trás segurando a minha cintura com firmeza como ele tem
feito todos esses anos.
— Qual dos meninos está pensando em se casar? — Me viro o
encarnado surpresa.
— O nosso mais velho está interessado em alguém... Yuri não me
contou nada mas ele está ansioso para ver a família Hernandez, e eles tem
uma filha tão linda quanto a nossa princesa que em breve se tornará rainha.
— Maycon abre um largo sorriso ao falar da nossa menina. Abraço o seu
pescoço.
— Bom, se for mesmo isso que ele quer, cabe a nós apoiá-lo mas
antes precisamos investigar a moça, assim como faremos com o pretendente
de Linda, não podemos apenas aceitar sem saber se esse envolvimento vai
valer a pena... Não quero filho meu brincando com os sentimentos de
ninguém, mas também não quero que brinquem com eles. — Digo em um
tom firme me soltando dele para me olhar no espelho.
— Você sempre tem razão, mas agora vamos! Apresse a nossa filha
pois sei muito bem que ela não quer sair dessa casa hoje, mas ela é a anfitriã
da festa e não pode deixar de ir... Te espero lá em baixo, minha vida. — Ele
beija e cheira o meu pescoço antes de se afastar saindo do closet.
Apenas respiro fundo e pego a minha bolsa de mão saindo do closet
em seguida. Saio do meu quarto e sigo até o quarto de Bellinda e bato duas
vezes antes de tocar a maçaneta, mas está trancada.
— Linda? Filha já está pronta? Precisamos sair, querida! — Chamo
por ela mas não tenho resposta, espero por um instante e a porta finalmente
se abre, ela está divinamente perfeita. — Para quem não queria ir na própria
festa, você está linda, está perfeita, querida. — Admiro-a de cima a baixo.
— Se eu não fizer isso agora, o papai vai me obrigar a fazer depois,
então vamos fazer de uma vez! Se eu não escolher alguém será ele quem
vai escolher, então prefiro fazer isso eu mesma. — Diz emburrada
exatamente como o pai dela faz. Me seguro para não rir.
— Exatamente! Você escolherá o soberano que você mais gostar, e
não o que o seu pai decidir. Já pensou se ele escolhe um líder já idoso pra
você? — A encaro com uma sobrancelha erguida e ela faz cara de nojo.
— Pelo amor de Deus, mamãe! Se ele fizer isso eu me mato antes de
me casar, ou eu fujo para Lua e vocês nunca vão me encontrar! Vamos logo
antes que eu cumpra a minha segunda opção. — Ela passa por mim batendo
o pé e eu gargalho. — Para de rir, mamãe! Isso é sério! — Retruca ainda
emburrada.
— Me desculpa mas o seu drama e muito engraçado, não tem como
não rir, você é igualzinha ao seu pai... Agora desmancha essa cara arrasa
porque você é muito linda para ficar assim. — Enlaço o meu braço no seu e
ela força um sorriso debochado antes de emburrada a cara novamente.
Sorrio balançando a cabeça negativamente.
Descemos até a sala enquanto ela me conta o tipo de homem que
escolheria, mas diz que é impossível encontrar um homem com as
características que ela quer, na mente dela ele tem que ser lindo, não pode
ter mal hálito e nem ter mais de trinta anos, não pode ter chulé e nem nada
do tipo, essas coisas que ela inventa só para não ter que escolher alguém,
mas sei que vai aparecer alguém, sempre aparece.
— Uau...! Linda...? Você está gata maninha. — Comenta Jhonatan
assim que entramos na sala e os outros se levantam atentos a nós.
— As duas mulheres mais lindas do mundo... — Comenta meu
marido nos admirando embasbacado.
— Ainda bem que são só duas, imagina se fossem cinco? — Dispara
Vicenzo com uma sobrancelha erguida, Maycon o encara sério pondo a mão
no peito.
— Não brinca com uma coisa dessas, moleque! Isso é sério...
Imagina uma guerra formada por mulheres? Agora imagina essa guerra
dentro da sua casa...? Vigiai e orai, meu filho! Você ainda vai ser pai um dia
e não tem como prever se será pai de meninos ou meninas... Eu sou um
homem de sorte e espero que vocês tenham herdado isso de mim. — Rebate
o dramático do meu marido respirando fundo, eu e Bellinda nos acabamos
de rir.
— É sério, mamãe! Não tem graça! — Yuri vem nos dar um beijo
em cada uma mas não conseguimos parar de rir.
— Estou tentando descobrir quem é o mais dramático dessa casa, os
filhos ou o pai. — Sinto meus olhos lacrimejar de tento rir.
— Você é uma guerreira, mamãe, não sei como consegue sobreviver
com quatro homens dentro de casa, um mais dramático que o outro. —
Linda me abraça pela cintura ainda sorrindo, mas paramos as nossas
gargalhadas vendo os homens mais lindos do mundo nos admirar com um
sorriso lindo. — Deus te abençoe, mamãe! Por conseguir ter paciência com
quatro homens dentro de casa... Não sei se vou querer ter filhos algum dia,
não quero correr o mesmo risco que você.
— Querida eu também falei não sabia se queria ter filhos, e acabei
tendo quatro então vai por mim, diga que vai ter pelo menos um ou você
terá meia dúzia.
— Que isso, mamãe? Pelo amor de Deus não fica me agourando! —
Ela me encara espantada fazendo a todos sorrir.
— O papai tem razão, são as mulheres mais lindas do mundo.
Minha mãe e minha irmã. — Jhonatan também vem nos dar um beijo
carinhoso.
— Obrigada, meu filho, um elogio vindo dos amores da minha vida
é muito significativo... Eu amo muito vocês. — Abraço Jhonatan e os
outros vem querendo abraço também.
Um mais ciumento que o outro, Linda está sobrevivendo a isso por
milagre pois os quatro pegam no pé dela, não sei como ela ainda não surtou.
— Gente vamos logo? Antes que eu me arrependa de sair de casa.
— Minha filha vai em direção a porta e Yuri vai atrás acompanhando-a.
Sigo logo atrás de braços dados com meu marido e o nosso caçula
implicando com o irmão. Saímos de casa e vejo Linda entrar no carro de
Yuri, peço para ele dirigir com cuidado e não sair antes da nossa escolta,
dou a mesma instrução a Jhonatan e Vicenzo e eles apenas concordam,
depois que Maycon deu um carro para casa um, eles não querem mais andar
no banco do carona, eu mereço isso.
Entro com meu marido no seu carro e saímos todos da mansão, os
nossos soldados saem em três carros na nossa frente e mais quatros atrás,
agora a família é maior então precisamos de mais gente para garantir a
nossa segurança.
Minha sogra liga avisando que já estão a caminho com Luiza o
marido e os filhos, vamos nos encontrar todos na mansão de festas e vamos
chegar em cima da hora.

Estacionamos na entrada da casa e saímos todos juntos, meus sogros


e meus cunhados chegam no mesmo instante e nos preparamos para entrar.
Os nossos monarcas entram primeiro como os soberanos mais antigos na
Linhares da Nuestro Poder, já que os pais do meu sogro não são mais vivos.
Eu e Maycon entramos em seguida acompanhados de Luiza e Isac com os
nossos filhos, mas Bellinda será apresentada oficialmente aos soberanos
solteiros então ela entrará depois de nós ao ser anunciada.
O Sr. Michael já não é mais considerado morto para os envolvidos
na nossa facção, que acreditavam que ele estava morto, eu pensei que uma
guerra se iniciaria por ele ter se escondido por tantos anos, mas os líderes
foram compreensivos e o perdoaram pelo segredo guardado, eles
compreenderam que teriam feito o mesmo se fosse com alguns deles e sua
segurança estivesse ameaçada, alguns ficaram sim chateados por ele não ter
confiado em compartilhar o seu segredo, mas não foi nada que merecesse
iniciar um confronto por causa disso.
Maycon sobe no pequeno palco de braços dados comigo, e daqui de
cima dá para ver perfeitamente a quantidade de gente que tem aqui hoje. O
sorriso do meu marido é de satisfação por estamos comemorando mais um
aniversário da nossa primogênita, mas também por saber que ela concordou
em passar por tudo isso aqui, ela concordou em conhecer alguém e
futuramente se casar.
— Boa noite a todos! Peço um minuto da sua atenção! — Maycon
se afasta brevemente pegando um microfone. — Como todos aqui sabem,
hoje a minha filha primogênita completa mais um ano de vida e estamos
aqui para celebrar com ela esse dia tão especial, mas não é só isso,
Bellinda Macedo D'ávila já é uma mulher adulta, uma linda mulher e já
tem idade o suficiente para se casar e futuramente ocupar o meu posto na
liderança da Nuestro Poder, mas todos aqui decidiram que para uma
mulher ocupar a liderança de uma facção, ela tem que ser casada assim
como era minha mãe, Brenda Lins D'ávila quando liderou com mão firme
essa grande facção... Então por esse motivo, hoje a minha primogênita será
apresentada oficialmente todos os solteiros disponíveis aqui presente, e sei
que muitos ainda não a conhecem, mas vou deixar claro que somente um
sortudo terá a chance de conhecê-la melhor e desposá-la quando assim
decidirem que estão prontos. Então senhores, aproveitem a festa pois eu
lhes apresento, a minha filha Bellinda Macedo D'ávila! — Maycon diz
empolgado e aponta em direção a porta.
Uma música instrumental que tocava ao fundo agora toca um pouco
mais alto, todos olham em direção a porta e minha filha surge, linda,
maravilhosa roubando a atenção de todos nesse salão.
— Minha filha... Razão da minha vida... — Sussurro emocionada
pois ela está realmente linda, sorridente mesmo esse sorrindo não sendo
espontâneo.
Todos aplaudem Bellinda que caminha tranquilamente com uma
pose firme e autoritária, ela nasceu para ser uma grande líder, e ela será.
Bellinda vai liderar a pulso firme assim como fez seu avô e seu pai.
Querem saber como tudo isso começa e termina? Não percam o
próximo livro que contará mais uma história incrível. Até breve!

Você também pode gostar