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o meu melhor. Desde já peço desculpas pelos erros ortográficos pois não
ajudar de boa fé, mas mesmo assim, muito obrigada pelo apoio de todos
— Você não vai voltar naquela boate, Allana! Esquece essa história
pois não vou deixar você se arriscar dessa maneira! Você foi descoberta e
com certeza eles devem estar mais atendo depois disso, então monte outra
estratégia porque deixar você voltar, está fora de cogitação... E não insista
nisso pois não quero ser ainda mais severo com você! — Delegado Afonso
me repreende pela milésima vez, mas ainda não me conformo com isso.
— Mas delegado! Eu estou muito perto de conseguir as provas que
preciso naquela boate, eu só preciso de um mandado de busca e apreensão,
tenho certeza de que naquele lugar tem tudo que precisamos para... —
Insisto mais uma vez mas ele me interrompe.
— Já chega, Allana! Você está pisando em território perigoso, você
ainda vai se dar mal se insistir nessa loucura! Você não sabe com quem está
mexendo, não sabe o quão perigoso é mexer com essa facção criminosa...
Entendo que você queria vingar a morte dos seus pais, mas não será assim
que você vai conseguir, nós estamos estudando essa máfia a anos e não
conseguimos pegar ninguém, porque você acha que sozinha vai conseguir
fazer isso? Não seja desobediente! Não passe por cimas das minhas ordens
ou eu terei que afastar você desse caso, eu fui claro? — Seu tom irritado
agora me deixa preocupada, eu nunca havia visto Afonso tão irritado
comigo desse jeito.
— Sim, senhor! Me desculpa por insistir, eu só... Deixa pra lá...
Com licença, senhor! — Suspiro decepcionada por ele não me ajudar a
conseguir o que quero.
— Espera, Allana...! Ei? — Chama por mim enquanto vou em
direção a porta, paro na mesma hora me virando para encará-lo. — Me
desculpa mas eu não posso permitir que você insista nisso, um dia você vai
conseguir o que tanto quer, mas não será hoje, e não será sozinha, ouviu? —
Me encara atento mas eu apenas balanço a cabeça concordado e saio da sua
sala.
Pensa em uma pessoa frustrada? Eu estou mais que frustrada, eu
estou irritada também por não conseguir o que tanto quero, eu estive a um
passo de conseguir o que tanto queria se aquele filho da mãe não tivesse
colocado os seus capangas para me vigiarem, eu queria pegar ele sozinho
para meter aquele mafioso na cadeia. Isso se eu não me deixasse mover
pelo ódio e não o matasse antes de efetuar a prisão.
— Maldito desgraçado! Você não vai me escapar em uma próxima
vez, e nós vamos nos ver de novo... Eu vou acabar com aquele filho da
mãe! — Digo para mim mesma enquanto vou para minha mesa.
— Falando sozinha, gatinha...? Quem foi o infeliz que te deixou
estressada desse jeito? — Me assunto com Alex parado a frente da minha
mesa.
— Não é nada, esquece! — Tento me concentrar nos papéis na
minha mesa.
— Ok! Não quer falar tudo bem, mas precisamos sair! Temos uma
ocorrência em uma farmácia, assalto com refém... Vamos guria! — Relata
empolgado e sai me fazendo sair logo atrás dele.
Respiro fundo e seguimos para nossa viatura, Alex é meu parceiro
na corporação, mas ultimamente ele está querendo ser mais que isso. Nós
ficamos algumas vezes mas não foi uma boa ideia, agora ele acha que
estamos namorando mas não é isso que eu quero, eu preciso me concentrar
na minha missão, e a minha missão é fazer justiça e vingar a morte dos
meus pais, aqueles bandidos miseráveis me deixaram órfã e eles vão me
pagar por isso.
Entro na viatura com Alex e seguimos para nossa ocorrência, ele
puxa assunto mas não consigo prestar atenção no que ele diz, a minha
mente está presa nos meus planos de vingança mas sinto que isso já está me
afetando demais. Já faz uma semana que não durmo direito, não me
alimento direito e só penso em trabalho, preciso me distrair para não pirar
pois o delegado Afonso está empenhado em não me deixar correr atrás do
que eu quero. E eu quero justiça!
— Está me ouvindo, Lana? Porra onde você está, mulher...? É
melhor você ficar no carro, distraída desse jeito você pode acabar se
ferindo. — Saio dos meus pensamentos com Alex saindo do carro já com a
sua arma em punho, mas eu faço o mesmo.
— Eu estou aqui agora! Vamos entrar!
Saco a minha arma o acompanhando até a entrada da farmácia, vejo
alguns agentes de um carro forte na porta apontando as suas armas para
dentro do estabelecimento. Nos juntamos a eles e tentamos conversar com
os assaltantes mas eles estão irredutível, os farmacêuticos estão todos
rendidos nos fundos do ambiente mas tem apenas um assaltante com eles.
Me afasto da entrada cautelosamente e procuro por uma entrada
lateral, mas não encontro, volto para junto de Alex e tentamos entrar
cautelosamente para não assustar os meliantes.
— Se vocês derem mais um passo! Eu mato esse cara, você ouviu?
Não se aproxima! — Grita o assaltante de camisa vermelha com um cliente
sobre o seu domínio.
— Se você matá-lo vai ser pior pra você! Você ainda não cometeu o
furto mas está apontando uma arma para uma pessoa inocente, vocês estão
mantendo essas pessoas como reféns e isso é um agravante contra vocês...
Mas se você matar esse homem, nós vamos matar você também, nós
estamos de colete e no máximo podemos sair daqui feridos, mas vocês vão
sair mortos porque eu e meu parceiro temos uma ótima pontaria, não é a toa
que estamos na polícia. — Continuo me aproximando lentamente sem
desviar os meus olhos e minha arma dele, enquanto Alex fica atento ao
outro assaltante no fundo da farmácia. — Você e seu amigo podem se
entregar agora e nós garantimos a segurança de vocês até a delegacia, de
uma coisa eu estou certa, vocês não vão sair daqui livres, ou vão sair presos
ou mortos então vocês escolhem... Se rendem agora e vocês vão pegar uma
pena leve para cumprir, ou atira nessas pessoas e nos matamos vocês... O
que vai ser? Estou pouco me fodendo se você precisa ser interrogado na
delegacia, para mim você sai daqui direto para o IML, mas eu preciso te dar
uma escolha e cabe a você e seu cúmplice tomarem uma decisão. — Me
aproximo mais mirando na sua cabeça mas sinto Alex ao meu lado.
— O que você está fazendo, Lana? Ficou maluca? — Ouço seu tom
apreensivo mas não paro o que estou fazendo.
— Se afasta! Não se aproxima ou eu atiro nele! — Avisa
destravando a sua arma e eu faço o mesmo.
— Não torra a minha paciência, cara! Não estou em um bom dia e
não vou me importar em matar você, então abaixa essa arma! Abaixa essa
merda dessa armar e todos vamos sair daqui a salvos! — Aviso enquanto
continuo me aproximando e ele encara o seu comparsa.
— Eu me rendo! Eu não quero morrer...! Eu me rendo!
Grita o segundo assaltante soltando os reféns e joga a sua arma no
chão, ele levanta as mãos e Alex vai até ele o algemando. O assaltante a
minha frente parece indeciso quanto a se render ou não.
— O seu amigo vai pegar uma pena leve por se render sem ferir
ninguém, e você? O que vai fazer? — O encaro nos olhos ainda mirando na
sua cabeça e o vejo aflito.
— Tá legal! Ok eu me rendo! Mas por favor não atira...! Eu vou
abaixar a minha arma. — Ele solta o refém lentamente e afasta a sua arma,
colocando-a sobre uma pilha de fraldas.
Ele se ajoelha com as mãos na cabeça e eu me aproximo guardando
a minha arma e algemo o infeliz. Os farmacêuticos saem da loja apressados
e todos assustados, agarro o meliante pelo braço o ajudando a se levantar e
o conduzo para fora da farmácia, Alex vem logo atrás de mim com o
segundo assaltante.
Colocamos os detidos na parte de trás da viatura e conversamos
brevemente com os agentes do carro forte, eles explicam como tudo
aconteceu e os farmacêuticos confirmam a versão deles. Os avisamos que
eles serão chamamos para depor e faço algumas anotações com nomes,
endereços e números de contatos, peço para que eles compareçam à
delegacia assim que possível e nos despedimos.
Entramos no carro, Alex dá a partida seguindo para delegacia mas
ele continua sério e calado, sei que está preocupado comigo pela minha
reação de minutos atrás, eu realmente estou estressada ao ponto de não me
importar com muita coisa, e muitos já perceberam isso.
Não digo nada e ele também não, em poucos minutos estamos
chegando na delegacia e ele me encara daquele jeito diz: "Precisamos
conversar" respiro fundo e saio do carro logo atrás dele e tiramos os detidos
do carro, os encaminhamos para dentro da delegacia e peço ao policial
Trevor para ajudar Alex com os presos.
Sigo para minha mesa e pego alguns documentos para analisar, é
sobre o confronto de uma semana atrás, eu tenho certeza de que eram o
pessoal do Cartel Nuestro Poder atacando outro Cartel que surgiu na cidade
recentemente, não conseguimos identificar ninguém durante o ataque, e os
prisioneiros que temos ao nosso poder não abrem a boca, eles não dizem
nada mas sei que eles não querem entregar a quadrilha de mafiosos, esses
miseráveis são muito leais uns aos outros.
— Precisamos conversar, o que deu em você, Allana? Aquele infeliz
podia ter atirado em você e nos reféns... Você precisa de uma folga, você
não está bem, vai acabar se matando agindo daquele jeito! — Me repreende
em um tom severo e eu tento não me importar tanto com isso.
— Eu estou bem, não estou? Então vamos voltar ao trabalho! — O
encaro brevemente e volto a minha atenção aos documentos.
De repreende sinto a sua mão no meu braço me erguendo da cadeira
e ele me arrasta para algum lugar, só tenho tempo de jogar os documentos
sobre a mesa e contesto a sua atitude, mas ele não diz nada. Alex me leva
para a sala de descanso e tranca a porta ao perceber que não tem ninguém.
— Será que dá para você me dizer o que está fazendo... — Alex me
puxa para o seu corpo e avança na minha boca me interrompendo com um
beijo urgente.
Tento me soltar pois não estou afim de sexo, mas ele não deixa e me
põe contra a parede, retribuo o seu beijo quando me sinto relaxar, acho que
um bom sexo pode me ajudar a aliviar o estresse. Me solto dele e pego-o
pela mão, o arrasto até o banheiro da sala já abrindo a minha calça.
Entramos no banheiro e eu o empurro contra a parede beijando-o
ferozmente enquanto abro a sua calça, meto a mão na sua cueca e agarro a
sua ereção, ele já está duro pronto para mim.
— Deixa comigo agora, gatinha... Estou ansioso para sentir você...
— Ele puxa a minha calça junto com a calcinha e me põe de costa para ele
com as mãos na parede.
— Não esquece a camisinha, ou não vai rolar! — O alerto olhando
sobre os ombros e ele abre um largo sorriso.
— Relaxa! Comprei dois pacotes de camisinhas hoje cedo. —
Revela me fazendo gargalhar.
— E com quem você vai usar todas essas camisinhas? Se está
andando com tantos preservativos no bolso é porque eu não sou a única que
você está "pegando" como vocês mesmos dizem. — Me viro para ele o
encarnado atento enquanto me visto novamente. Ele me encara aflito.
— De onde você tirou uma ideia dessas? Não estou transando com
mais ninguém além de você. — Se justifica tentando me beijar de novo mas
me afasto saindo banheiro.
— Não precisa mentir para mim, Alex, todo mundo sabe que você
sai com a maioria das polícias feminina dessa corporação, eu gostava de
transar com você e confesso que só estava disposta a transar com você de
novo, porque eu estou estressada e preciso me aliviar, mas para mim já
deu... O sexo com você é bom, mas eu preciso de mais, preciso de um
homem que saiba me pegar de jeito, que me deixe mole de tão excita e esse
homem não é você... Na verdade esse homem não existe então eu vou parar
de perder o meu tempo com qualquer um. — O encaro com um breve
sorriso tentando não demostrar o quanto estou irritada com ele, esse
mulherengo não merece isso.
Me viro para sair da sala do descanso mas ele me puxa
abruptamente me jogando no sofá, se pondo sobre mim tentando me beijar a
força.
— Você quer um homem que te pegue de jeito? Então eu vou te dar
o que você quer. — Alex tenta abrir a minha blusa brutalmente mas consigo
lhe dar uma cabeçada e inclino o meu joelho acertando as suas partes. —
PORRA ALLANA...! Caralho você ficou louca garota...? Isso dói pra
cacete... — Tiro ele de cima de mim o jogando no chão e lhe acerto um
chute na costela.
— Seu filho da puta! Eu quero um homem de verdade para me
pegar de jeito, e não um covarde para me estuprar...! Se você se aproximar
de mim outra vez, eu juro que denuncio você, encare isso como uma
advertência, mas você não terá uma segunda chance! — Esbravejo irritada e
vou até a porta destrancando a mesma. — Eu transei com você por
semanas, estava quase transando com você agora pouco mas porque eu
desisti você ia me estuprar...? Covarde! Está pensando que não dou conta de
você só porque é homem? Se aproxima de mim outra vez e você vai ver do
que eu sou capaz! — Despejo para ele o meu desprezo e saio deixando a
porta escancarada.
Mas que imbecil! Como ele pensou que conseguiria me comer a
força? Idiota! Até dentro da polícia tem canalhas perversos, isso é
lamentável, é repugnante.
Me apresso para voltar a minha mesa mas passo direto indo em
direção a saída, mas esbarro em alguém e vejo Elias me segurar pelo braço
com um olhar preocupado.
— O que aconteceu? Você está bem? A onde vai com tanta pressa,
mocinha? — Ele me encara atento.
— Preciso respirar Inspetor... Estou me sentindo sufocada aqui
dentro... Aliás! Podemos conversar um instante? Por favor? — Respiro
fundo esperando que ele concorde.
— Claro! Vamos até a minha sala. — Ele volta comigo me guiando
para sua sala e assim que entro vou para sua janela.
Eu realmente me sinto sufocada aqui dentro, vejo muitas coisas
ilegais e mesmo que eu denuncie, não vai acontecer nada com os acusados,
já que muitos aqui dentro acobertam as coisas erradas que acontecem aqui,
também estou desconfiada de que a polícia está acobertando os inúmeros
crimes de algumas facções, gente gananciosa é assim, é só colocar um
punhado de dinheiro nas mãos e você consegue o que quer.
Às vezes me pego pensando se estou lutando do lado certo, já que
há criminosos dos dois lados.
— E então? Vai me dizer o que está havendo? Você parece tensa, sei
que está acontecendo alguma coisa. — Elias para ao meu lado e eu penso se
devo ou não contar a ele o que houve. — Confia em mim, Allana? Não sou
corrupto como muitos aqui dentro.
— Ok! Vou confiar em você, mesmo não sabendo em quem devo
confiar aqui dentro... Não estou mais reconhecendo a corporação na qual eu
me empenhei para trabalhar, para fazer parte de uma equipe. — Me viro de
frente para ele o olhando nos olhos. — Não é segredo para ninguém aqui
dentro que eu e Alex estávamos transando, mas aquele idiota tentou me
agarrar a força na sala de descanso... Só não entendi o porquê ele tentou
fazer isso comigo se estávamos saindo juntos... Acho que ele não gostou de
me ouvir desmerecendo o sexo com ele... Isso é motivo para ele me atacar
feito um animal? — Conto sem desviar os meus olhos dos seus e o vejo
respirar fundo.
— Você demorou para vir se queixar dele, pelo visto ele gosta
mesmo de você e o seu comentário deve ter ferido o seu ego de macho alfa.
— Porque você está dizendo isso? Você sabe de alguma coisa que eu
não sei? Não podia ter me alertado contra ele antes? — Questiono perplexa
enquanto ele vai para sua mesa.
— Você não é a primeira a se queixar e não será a última... Cinco
colegas suas já vieram se quicar dele antes, mas esse filho da puta é
sobrinho do delegado, e nos dois sabemos que uma acusação contra ele não
vai dar em nada... Sinto muito por não ter te alertado antes, sei que você é
forte e sabe se cuidar, mas as suas colegas não tiveram a mesma sorte... Elas
foram estupradas e denunciaram, mas o cretino alegou que foi sexo
consensual, o processo nem sequer foi aberto... Se quer um conselho, agora
que ele já se mostrou para você quem ele realmente é, fique longe dele, se
por acaso você tiver que ficar sozinha com ele, fique atenta e se proteja
como puder... Se o seu inimigo te atacar, você pode alegar legitima defesa
se os disparos não forem tão precisos, isso vale como aviso para o seu
agressor recuar, se render ou parar o ataque antes dele receber o que
merece... Você recebeu treinamento como todos aqui dentro, mas muitos se
esquecem do que aprendem e espero que você se lembre bem de tudo que
eu disse aqui.
— As suas dicas valem ouro para mim, não vou me esquecer delas...
O que eu disse aqui, que fique somente entre nós, não vai adiantar fazer
acusações e eu ainda corro o risco de sair como culpada da situação, não
quero mais aquele merda como meu parceiro, ou eu trabalho sozinha, ou
você me ajuda a encontra um novo parceiro, de preferência que seja
mulher... Nós mulheres não somos um sexo tão frágil o quanto vocês
pensam.
— Beleza! Vou te ajudar com isso, eu mesmo vou falar com o
delegado. — Ele sorrir de lado erguendo uma sobrancelha e eu me despeço.
Saio da sua sala e volto para a minha mesa como se nada tivesse
acontecido, para todos os efeitos não aconteceu nada, mas isso apenas até
aquele infeliz aprontar de novo e eu acabar fazendo uma besteira.
— Sua louca! Você vai me pagar pelo que fez, está entendendo...?
Isso não vai ficar assim, Allana! Você é minha e não vai me deixar! — Me
assusto com Alex me segurando pelo braço.
— Isso é uma ameaça, Alex? Eu não tenho medo de você, já prendi
bandidos muito mais perigosos que isso então relaxa! Não se dê ao trabalho
de me ameaçar, isso não vai funcionar comigo. — Solto o meu braço do seu
abruptamente o encarando dentro dos olhos.
Esse infeliz não vai ter comigo a mesma sorte que teve que outras
pobres coitadas, ele é um homem bem atraente e até consegue fazer uma
mulher gozar, mas também não é algo tão extraordinário a ponto de me
deixar cega de amores por ele.
— Olha, me desculpa? Eu não quis agir com você daquela
maneira... Porra, Lana! Eu fumei um baseado ainda pouco e você sabe
como eu fico... — Tenta se justificar.
— Desde quando você fuma um baseado? Porque comigo você
nunca fumou essa porcaria! Quando foi que você fumou se nós acabamos
de chegar na delegacia? — Me aproximo mais dele olhando friamente
dentro dos seus olhos. — Quer inventar desculpa para ser um covarde?
Então inventa algo melhor que isso! A partir de hoje nós não trabalhamos
mais juntos! — O alerto entre dentes o encarando com nojo e me afasto
saindo de perto dele.
CAPÍTULO 04
— Não adianta virem com essa conversa para o meu lado outra vez,
papai! Eu não vou me casar e ponto final! — Contesto irritada pela
milésima vez e ele suspira impaciente. — Faça alguma coisa, mamãe! Ou
vocês desistam desse casamento ou eu juro que desapareço! Se querem a
minha felicidade então não me obriguem a fazer o que eu não quero! —
Esbravejo com lágrimas nos olhos e saio do meu quarto batendo o pé.
— Espera, Maria Luiza! Eu não terminei de falar! — Me repreende
meu pai em um tom rude e autoritário. Paro incrédula.
— Já chega Michael! Maria Luiza é nossa filha e não uma moeda de
troca! Não vou deixar você colocar a nossa filha nas mãos de alguém que
possa fazer mal a ela, você conhece as regras rígidas das facções e também
conhece a nossa filha...! Você me colocou como soberana, eu estou no
comando então eu digo que esse casamento não vai acontecer! — Ouço
minha mãe esbravejar de um jeito que ela só faz quando é algo muito sério,
e isso é sério, mas ela nunca falou com o meu pai assim antes.
— Sim você é a soberana dessa facção mas eu também sou! E sou
seu marido! Chefe dessa família! Maria Luiza já está prometida ao filho do
Capo Armstrong e eu não posso voltar atrás na minha palavra, seria uma
traição e eu não posso fazer isso! — Meu pai esbraveja de volta e eu me
sinto mal por vê-los brigando, mas é da minha vida que estamos falando.
— Então sente-se e veja o que eu vou fazer, soberano! — Mamãe
diz entre dentes e sai feito um foguete.
— Volte aqui, Brenda! Não terminamos a nossa conversa! Brenda!
Meu pai sai atrás dela e eu me sinto zonza com tudo isso. Minhas
lágrimas descem espontaneamente e eu me sinto desesperada, fui prometida
a um homem que nem sei como é, nunca vi na vida e nem quero ver.
— Luiza? Onde está o papai? — Me assusto com a voz de Maycon
atrás de mim.
— Não sei do papai e nem quero saber! Quero mais é que ele
esqueça que eu existo! Não sou mais a filha dele sou apenas uma moeda de
troca para os malditos negócios de vocês...! Eu odeio vocês! — Esbravejo
entre lágrima sentindo a minha vida acabada. Passo por ele apressada mas
meu irmão me segura pelo braço.
— O que aconteceu? Porque você está tão revoltada?
— O seu pai me prometeu em casamento a um desconhecido! Ele
está destruindo a minha vida, Maycon! — Me solto dele chorando e saio da
sala correndo.
— Luiza espera!
Ouço sua voz mas não paro de correr, esbarro em alguém mas não
me importo e saio de casa seguindo em direção ao lago. Prefiro morrer a me
casar contra a minha vontade, o meu pai não pode fazer isso comigo! Isso
não é justo, eu não pedi para ser filha do chefe da máfia!
Corro até a ponte que cruza o lado e paro no meio dela encarando a
água, já é noite e ninguém sabe o que pretendo fazer e não virão atrás de
mim.
— É sério? Está pensando em se afogar para se livrar dos seus
problemas? — Me assusto com Isac parado há alguns metros de mim.
— Não seja idiota! Não estou pensando em me afogar com tanta
gente por perto, eu não conseguiria nem pular na água com o cão de guarda
do meu irmão por perto. — Minto para não ter que admitir o que pretendia
fazer.
— E onde está o seu cão de guarda que não está te protegendo de
fazer uma besteira...? Fomos criados juntos, Luiza, eu te conheço o
suficiente para saber que você está mentindo... Você acha que vai valer
apenas tirar a sua vida ao invés de lutar para vive-la como desejar...? Você
não está sozinha, gatinha, pensa nisso? — Ele se aproxima sorrateiramente
mas eu me afasto dele.
— Não preciso dos seus conselhos! Então fica longe de mim!
Corro para longe afim de dar a volta no lado e entrar no bosque, mas
sinto ele me segurar por trás prendendo o meu corpo.
— Me solta, Isac! Eu vou chamar o...
— Vai chamar quem, sua patricinha mimada? Quando foi que você
se transformou nessa garota fútil e mal educada? Você não era assim, Maria
Luiza! Porque está me tratando desse jeito? O que eu te fiz? Porque me
odeia se fomos criados juntos e sempre fomos amigos? — Ele cobre a
minha boca me apertando contra o seu corpo.
Me sinto mole por estar em seus braços, me sinto tensa, me sinto
estranha pois eu não queria estar agindo assim com ele.
— Se pensa tudo isso de mim, então porque se importa tanto...? Me
solta...! Me solta! — Ofego tentando me soltar dele mas não consigo.
— Eu vou te soltar, mas se você correr de mim ou tentar fazer
alguma besteira, eu juro que não vou te perdoar, você me ouviu...? Olha
para mim e diz que entendeu o que eu disse? — Me alerta entre dentes me
virando abruptamente ainda me prendendo nos seus braços.
O encaro nos olhos e mesmo com a pouca claridade, eu consigo ver
a sua preocupação comigo. Isac encara a minha boca e eu encaro a sua,
ofego e me estremeço como nunca me senti em toda a minha vida, a não ser
quando ele me tira dos braços de alguém.
Tento me soltar mas ele não deixa, o empurro para longe mas
novamente ele me puxa para os seus braços.
— Você não me respondeu! Não disse o que eu quero ouvir! —
Insiste apertando a minha cintura me deixando sem ar.
— Eu... Isac... — Sussurro o seu nome me sentindo trêmula.
Tento mais uma vez me soltar mas ele me segura pela nuca me
beijando ardentemente, um beijo tão profundo que perco o fôlego, quase
não sinto as minhas pernas mas retribuo o seu beijo como já estava
desejando a tempo, mas nunca admitir isso nem para mim mesma.
— Não vou deixar você se casar com ninguém... Eu não posso
permitir isso... — Diz entre os beijos e eu tento raciocinar.
Me afasto dele surpresa com as suas palavras. O que aconteceu
aqui? Ele me beijou! Será que ele tem interesse em mim? Será que é por
isso que ele sempre me afasta de outros caras? Pensei que ele só quisesse
me proteger mas ele me beijou.
— Eu... Eu... — Olho de um lado para o outro me dando conta de
onde estou.
O encaro novamente ainda surpresa e confusa. Isac se aproxima
novamente e abraça a minha cintura, fico ainda mais tensa e aperto os seus
braços fortes finalmente me dando conta do que houve.
— Porque você me beijou? Porque disse que não pode permitir que
eu me case? — Questiono curiosa tentando sair dos seus braços, mas ele
não deixa.
— Você mudou muito nos últimos anos, não conversa mais comigo
direito e quanto sinto que está voltando a ser o que era antes, você muda
novamente... O que você tem? Porque mudou tanto comigo? Porque não
consegue enxergar que eu sou afim de você? — Questiona meio irritado
mas não me solta, me surpreendo ainda mais.
— Você...? Você gosta de mim...? — Pergunto em um sussurro por
senti-lo me apertar.
— Sempre fui louco por você, por isso não posso deixar que se case
com outro... Eu quero você, sempre quis... — Seus dedos tocam o meu
rosto em um carinho tão gostoso.
Meu Deus ele gosta de mim, eu sempre pensei que ele me via como
uma irmã, justamente por termos sido criados juntos. Nunca deixei
transparecer para ele e para ninguém que sou apaixonada pelo meu primo,
droga o que eu faço com essa sua confissão?
— Eu preciso respirar! Eu não consigo raciocinar com você assim,
grudado em mim!
Me solto dele abruptamente me afastando. Tento correr para longe
dali mas sinto ele me abraçar por trás.
— Você ainda não respondeu as minhas perguntas! Porque você se
transformou nessa garota tão diferente do que era antes? E isso foi só
comigo...! Porque você me trata com tanto desprezo? O que eu te fiz?
Porque você passou a me odiar...? — Sua voz é tom rouca e eu me
estremeço e gemo baixinho. — Me diz? Eu quero entender você, Luiza!
— Você não me conhece tão bem o quanto diz, do contrário saberia
que eu não te odeio...! Droga, Isac...! Eu pensei que fosse mais fácil te odiar
do que admitir que te amo... Oh meu Deus... Me solta! — Esbravejo as
palavras tentando me soltar, Isac parece tão surpreso quanto eu mesma.
— Como assim...? Você me ama...? Luiza... Porra você me ama?
Porque sempre brigou comigo se gosta de mim? — Ele me vira novamente
de frente para ele me encarando perplexo.
— Eu sempre briguei com você porque eu não suportava te ver com
alguma garota! Eu sentia ciúmes de você, por isso sempre fiquei com outros
garotos na sua frente! — O empurro para longe de mim mas mesmo assim
ele não me solta.
— Porque não disse antes que gosta de mim? Porque você se
entregou para aquele desgraçado do Bernardo se gosta de mim, Maria
Luiza? Era para você ser minha! E não daquele filho da puta! — Esbraveja
me soltando e eu me assusto com a sua reação.
— Não adianta você ficar bravo agora, eu nunca serei sua porque o
meu pai me prometeu em casamento para um desconhecido... Ele nunca
aceitaria que nos envolvessemos então me esquece! Não quero trazer
problemas para você. — Rebato irritada ao me lembrar do casamento, e me
viro para sair dali.
Mas Isac me puxa pelo braço abraçando o meu corpo e me beija
ferozmente, me deixando mole, trêmula e excita de um jeito que ainda não
estive antes. Eu retribuo o seu beijo abraçando o seu pescoço.
— Isac... Isso é loucura... Ahhh... Droga! Porque eu nunca senti isso
antes...? — Gemo quando sinto os seus lábios molhados no meu pescoço e
suas mãos apertar a minha cintura.
— Você não vai se casar com ninguém... Nem que para isso eu tenha
que fugir com você! — Sussurra antes de voltar a me beijar de um jeito tão
desesperado.
— Você fugiria comigo? Teria coragem de abandonar os meus tios
para fugir comigo...? Gosta tanto assim de mim? — Me solto brevemente
dele para olhar em seus olhos.
— Eu amo você, sempre amei e sou capaz de tudo para não te ver
indo embora com outro, e não comigo... Podemos conversar com os meus
tios, talvez eles desistam do casamento. — Ele se solta de mim pensativo e
por um instante eu até penso em concorda.
— Não vai dar certo! Os meus pais são os chefes dessa facção e
existem regras, você sabe bem disso já que é um soldado leal... O meu pai
não vai desistir... Ele vai destruir a minha vida me casando com um
estranho só para unir essas facções idiotas! Eu estou odiando tudo isso! Eu
não vou suportar viver um casamento no qual sou obrigada a fazer isso
contra a minha vontade... Eu vou perde você... Droga eu vou perde você,
Isac! — Me irrito novamente e choro com a minha triste realidade.
Me afasto dele chorando e corro de volta para casa, Isac chama por
mim mas eu não para, não posso me iludir com um amor que não terá
futuro, se fugirmos o meu país vai nos encontrar e castigar Isac, depois de
me casar com sei lá quem.
Isso não pode estar acontecendo comigo. Entro em casa correndo e
vou direto para o meu quarto, entro no mesmo e me tranco me jogando na
minha cama. Choro abraçada ao meu travesseiro tentando encontrar uma
saída para esse pesadelo.
Eu sem querer me declaro para o homem que amo e descubro que
ele também sempre me amou, mas não temos chances alguma de ficarmos
juntos por causa de uma promessa absurda que me pai fez.
Depois de um tempo chorando ouço batidas na porta e a voz do meu
pai me chamando, finjo não ouvir e não o respondo, minutos também ouço
a voz da minha mãe e também do meu irmão, mas não quero ver e nem
falar com ninguém, por mim eu nunca mais saio desse quarto.
Já é tarde e ninguém mais veio me incomodar. Me levanto exausta
de tanto chorar e vou para o banheiro tomar um banho, não me demoro
muito e logo estou saindo enrolada na toalha e vou para o closet.
Escolho um conjunto de lingerie e tiro a toalha para me vestir, me
viro para o espelho e me deparo com Isac para na porta do meu closet.
— Puta que pariu... Caralho você... É mais gostosa do que imaginei.
— Isac...! O que está fazendo aqui? Como entrou no meu quarto...?
Questiono em um tom trêmulo tentando me cobrir novamente com a
toalha, mas ele me admira tão intensamente que me atrapalho.
— Você é tão linda... Tão gostosa que já estou de pau duro... Porra
me desculpa? — Enquanto ele se aproxima eu me apoio no espelho.
— É melhor você sair! Os meus pais podem aparecer e você...
Tento passar por ele apressada mas ele puxa a minha toalha me
deixando nua novamente, o encaro incrédula mas ele me puxa para o seu
corpo. Estou nua em seus braços me sentindo mole, tensa e ofegante por
estar aqui, nua com esse homem me encarando tão intensamente.
— Todos já se recolheram, já foram dormir... Caralho... Porra eu não
vou conseguir pregar os olhos depois do que houve mais cedo... Minha
nossa você é perfeita... Eu quero tanto você. — O vejo tão ofegante quanto
eu.
Me afasto dele respirando fundo, tirando os meus braços da frente
do meu corpo, deixando-o me admirar a vontade. Se for para me casar com
um estranho e perder o amor de um homem que nunca foi meu, então antes
vou me entregar a ele.
— Eu quero você... E quero agora!
O empurro contra o espelho avançando na sua boca beijando-o
ferozmente, suas mãos me apertam e me seguram com firmeza.
— Caralho... Eu vou enlouquecer... — Ele me ergue em seus braços
agarrando a minha bunda e eu abraço a sua cintura.
Isac me leva para minha cama e me deita se pondo sobre mim. O
ajudo a tirar a sua camiseta admirando os seus músculos e suas tatuagens,
mas ele só tem olhos para os meus seios.
— Você parece nervosa, é por ser a nossa primeira vez juntos...?
Merda! Eu deixei a minha carteira no quarto, não tenho camisinha, você
tem...? Eu queria muito te ouvir dizer que não usa camisinha porque ainda
não foi tocada, mas sei que isso não é possível... Mas tudo bem, sei que
você tem camisinha. — Sinto um pesar na sua voz que me surpreende.
— Eu não uso camisinha... Eu ainda não fui tocada... — Revelo com
a voz trêmula e ele me encara nos olhos antes de sair de cima de mim.
— Do... Do que você está falando, Luiza...? Está zoando com a
minha cara? Eu sei que você não é mais virgem porque você transou com
aquele merda do seu ex namoradinho, então não mete essa! — Ele se
levanta da minha cama ainda perplexo, mas também irritado.
— Eu não cheguei a transar com ninguém porque você espantou os
garotos que se aproximavam de mim! Bernardo me contou que você o
espancou e o ameaçou, por isso ele terminou comigo! Mas só de raiva eu
mandei ele falar que tinha transado comigo... Seu idiota! Não precisa
acreditar em mim, eu não estou te pedindo isso! — Retruco também irritada
e me levanto me cobrindo com o lençol da cama.
— Isso não pode ser possível! Eu vi vocês se agarrando dentro do
carro dele! Eu quase matei aquele desgraçado por isso. — Confessa me
pegando de surpresa com as suas palavras, isso o Bernardo não me contou.
— Sai do meu quarto! Agora ou eu vou chamar o meu pai! —
Ordeno entre dentes apontando para janela por onde ele deve ter entrado.
— Vamos conversar? Você precisa me explicar essa história direito,
Luiza! Você não pode fazer isso comigo...
— Eu não te devo explicação alguma da minha vida, seu
insolente...! Você tem razão, vou falar a verdade eu estou zoando com a sua
cara, eu não sou mais pura como você desejava, Bernardo me pegou de jeito
como você jamais vai fazer...! Você não passa de um empregado nessa casa
e eu só queria te levar pra cama... Para aliviar o estresse que é ser filha de
um mafioso. — Sinto o meu peito se apertar e as minhas lágrimas aparecer,
mas seguro-as firme.
— Você não vale nada... É ainda pior que as suas amiguinhas metida
a besta... Você não é a garota por quem eu me apaixonei, não merece o
amor de um cara como eu. — Dispara olhando nos meus olhos e minhas
lágrimas descem. Sorrio de lado tentando parecer forte.
— Já falou o que queria? Agora vai embora... Isac! Eu... Não quero
nunca mais ser toca por você, eu fui clara? Se entendeu o recado já pode ir!
— Engulo o choro e me afasto dele voltando para ao meu closet.
Me encosto em um dos armários e deixo as minhas lágrimas
silenciosas descerem, estou me sentindo em choque. Ele não acreditou em
mim e ainda nos ofendemos depois de nós declaramos, eu nunca vou ter o
seu amor, nunca vamos ficar juntos pois vou perdê-lo para sempre, isso não
está acontecendo, tem que ser um pesadelo.
Ainda estou tentando assimilar o que aconteceu aqui, eu ia me
entregar para o meu primo, eu o amo mas ele não acredita que sou virgem.
Esse infeliz ameaçou e espancou todos os garotos que se aproximavam de
mim, nunca consegui um namorado de verdade pois os garotos sempre
tiveram mais medo dele do que de Maycon que é meu irmão, quando tentei
transar com Bernardo ele me rejeitou por medo de Isac mas por vingança, o
fiz acreditar que ele não havia me impedido de transar com Bernardo.
Me sento no carpete ainda nua e enrrolada no lençol, meu coração
dói, minha alma está despedaçada não queria ter me declarado para ele e
depois passar por isso, preferia que nada daquilo tivesse acontecido, queria
poder voltar no tempo e mudar isso, mas não posso, ainda sinto o gosto dos
seus lábios nos meus. Inferno!
CAPÍTULO 06
Eu não sabia que a minha irmã estava tão mal, na verdade ela está
péssima com essa situação, e descobri que ela e o nosso primo se amam foi
uma verdadeira surpresa, mas eles brigavam tento que não imaginei que
isso era na verdade eles evitando esse amor entre eles. Caramba! A minha
irmã e meu primo Isac se amam! Ela não pode se casar com Jairo
Armstrong! Eu não vou permitir isso.
Mais cedo Luiza estava tão fraca que eu não podia deixa-la sozinha,
não podia deixa-la ir para faculdade naquele estado, mas também sabia que
ela não iria me ouvir então achei mais fácil dopa-la para que ela
descansasse um pouco, não estou gostando de ver a minha irmã nesse
estado a ponto de desmaiar e termos que chamar um médico.
— Soberano! Soberano!
Vejo Thomas entrar correndo na casa ofegante por ter corrido, e vai
em direção ao meu pai.
— O que aconteceu? Algum problema? — Pergunta meu pai
inquieto.
— A soberana fugiu com o seu carro levando a sua filha com ela! E
tem mais, ela furou os pneus dos carros antes de sair. — Revela pegando a
todos de surpresa com isso.
— Isso não pode ser possível! Brenda não faria isso!
Meu pai corre em direção ao quarto para se certificar de que minha
mãe e minha irmã ainda estejam lá. Sorrio largamente por minha mãe ter
tomado uma decisão como essa, isso significa que ela também não quer
esse casamento.
Encaro Isac e o vejo tenso, preocupado com essa situação mas me
aproximo dele.
— Eu devia esmurrar a sua cara por ter me escondido que ama a
minha irmã... Mas confesso que gostei de saber que foi você quem afastou
aqueles infelizes dela... Ela estava bastante brava com você, não vai mesmo
me contar o que aconteceu entre vocês? — Questiono ainda sorrindo e ele
respira fundo esfregando as mãos no rosto.
— Nós declaramos ontem, eu não sabia que ela também gostava de
mim, mas... Ela me disse algo que me deixou chocado e nós acabamos
brigando por eu questioná-la... Ela acabou dizendo que mentiu quando disse
que me ama, nos magoamos e acabamos nessa situação dela não querer
mais me ver. — Desabafa angustiado como nunca vi antes, esse filho da
mãe gosta mesmo da minha irmã.
— Porque vocês homens são tão lerdos, meu filho...? Ela mentiu
quando disse que não te ama, Luiza me confessou que não quer perder você
porque te ama... Ela está sofrendo muito, não sei como as coisas chegaram a
esse ponto e ninguém percebeu, aquela menina está em depressão e pode
acabar fazendo uma besteira, precisamos ficar mais atentos a ela. —
Dispara minha tia me deixando pasmo com isso.
— Nós declaramos ontem depois que a impedi de pular no lago da
mansão D'ávila, ela estava muito nervosa e chorando muito por causa do
casamento...
— E você não me falou nada? Seu idiota! Pensei que você fosse
mais leal a mim, Isac! Minha irmã tenta se matar e você não diz nada? Não
me alerta sobre isso? — O agarro pela camisa mas minha tia entra no meio
encarando o filho tão chocada quando eu.
— Eu sou sim leal a você, na verdade eu sou legal a todo mundo,
menos a mim mesmo...! Eu sabia que ela não iria querer que eu contasse
nada a ninguém, por isso não contei, fui leal a ela como sempre fui leal a
essa família, mas quando alguém vai ser leal a mim? Nunca! Por isso não
posso ficar com a mulher que amo, droga! — Esbraveja alterado e eu tento
me aproximar, mas ele se afasta e não quero discutir com ele por causa
disso.
— Você mandou muito mal, Isac! A minha irmã está mal, tentou
colocar a vida dela em risco e era sua obrigação nós contar sobre o que
houve, e isso não tem nada a ver com lealdade! Se você a ama, deveria ter
pensado mais na proteção dela e nós avisar sobre o que houve! — O encaro
sério e decepcionado.
— E você acha que eu não quis protegê-la? Eu avisei a todos os
seguranças da casa para não tirarem os olhos dela, não era isso que você e
meus tios iriam fazer? Só que eu fiz sozinho para não ter que preocupar
ninguém! — Isac olha em meus olhos e posso ver o quanto ele está
magoado com tudo isso também.
Esse cara é como um irmão para mim e não consigo lhe dar as
costas nesse momento, mesmo ele errando em não me contar sobre o que
houve com a minha irmã.
— Não quero ver vocês dois brigando, e isso é uma ordem! — Nos
alerta minha tia.
— Elas não estão no quarto! Brenda e Luiza fugiram! Mas porque
elas fizeram isso? — Meu pai aparece apressado e eu o encaro furioso.
— Você ainda pergunta o porquê elas fizeram isso? Você está
tentando vender a minha irmã, acha que a mamãe vai te perdoar por isso...?
Luiza está certa, você é o soberano e todos, até mesmo os Carteis tão
respeitados quanto o nosso, respeitam as suas decisões, muitos ainda não
sabem que você está vivo e a mamãe é a lei dentro dessa facção, então
respeita as decisões dela você também...! Se não quer perder a sua mulher e
a sua filha, é melhor desfazer esse casamento absurdo, papai! Porque
quando eu ocupar o seu lugar, a minha família vai ficar em primeiro lugar
dentro dessa facção... Todos terão que me respeitar como respeitam você...!
Você sabia que a minha irmã tentou se matar? Sabia que ela ama Isac tão
desesperadamente a ponto de tentar se livrar desse casamento com a própria
vida...? Você construiu uma vida, construiu um amor com a mulher que te
escolheu, ela não foi obrigada a nada, então não é justo você impor essa
obrigação a sua própria filha! Pensa nisso papai! — Retruco em um tom
firme o encarnado sério, e o vejo pensativo.
— Minha filha... Maria Luiza... Meu Deus, não sei como tudo isso
aconteceu, não sei como deixei as coisas chegarem a esse ponto... Eu vou
desfazer esse erro se isso trouxer a felicidade da minha família de volta...
Eu só preciso conseguir fazer isso sem iniciar uma guerra, pois eu dei a
minha palavra a Luciano Armstrong e as facções tem regras a seguir. — Diz
pensativo, andando de um lado para o outro e eu respiro fundo.
— Se tivermos que guerrear para salvar a minha irmã, eu não vou
fugir dessa lutar!
— Se for para lutar por Maria Luiza, eu também estou nessa! —
Isac se aproxima encarando meu seriamente.
— Você e minha filha se amam? Porque não nos contaram nada...?
Você é como um filho para mim, rapaz, é claro que eu não ficaria contra o
namoro de vocês, mas eu teria que saber disse antes de prometer a minha
filha a Jairo Armstrong! Mas que inferno! — Meu pai o segura pelo ombro
com um olhar surpreso, mas se irrita ao falar da família Armstrong.
— Maycon! Me permite ir atrás da sua irmã? Por favor eu preciso
encontrá-la...? Tio Michael? Me deixe ir atrás delas? Eu vou trazê-las de
volta! — Isac parece inquieto mas eu gosto de ver a sua preocupação com a
minha família, principalmente com a minha irmã.
— Relaxa rapaz! Vou colocar o nosso pessoal atrás delas, elas não
devem ter ido muito longe... Mas nós também podemos procurar em lugares
que conhecemos, você e Maycon procuram nos lugares que Maria Luiza
está acostumada a ir, na casa de amigas, amigos de amigos. Eu vou com
Charles procurar nos nossos esconderijos enquanto o nosso pessoal vai para
as saídas da cidade... Vamos! Agora!
Meu pai segue inquieto para fora da casa e nós seguimos atrás dele.
Corremos para a garagem do meu tio Charles e os dois pegam um carro e eu
e Isac pegamos outro.
Saímos da mansão apressados afim de alcançarmos a minha mãe,
mas ela dirige bem e já deve estar bem longe, minha mãe no volante parece
uma piloto de fuga e ela também aprendeu isso com o meu pai.
Tento ligar para Luiza e para minha mãe mas elas não atendem,
deixo mensagem de voz e também de texto mas não tenho resultados, elas
devem ter quebrado o chip do aparelho pois papai me liga dizendo que não
consegue rastrear o celular da mamãe, mas o de Luiza ficou na mansão.
O carro do meu pai não tem rastreador justamente para não
descobrirem que ele está vivo e muito menos que está por qui esse tempo
todo, não sei como ele conseguiu passar tantos anos escondido sem ser
descoberto pelos nossos inimigos e também pela polícia. Meu pai é mesmo
um fantasma sortudo.
Já é final de noite e nós rodamos a cidade atrás da minha mãe e
minha irmã mas não as encontramos, parecem que evaporaram da face da
terra. Onde será que elas estão? Eu preciso ver a minha irmã, eu não sabia
que ela estava assim tão mal a ponto de tentar se matar, eu preciso cuidar
mais dela.
Quando alguém tenta muito parecer ser uma coisa que não é, preste
bem atenção nela pois algo está errado e nós não percebemos, e foi isso que
aconteceu com Luiza, minha irmãzinha parecia feliz, parecia marrentinha
por andar com aquelas suas amigas filhinha de papai, tirando onda de
patricinha por passar tanto tempo fazendo compras mas na verdade, ela
estava fazendo isso para tentar camuflar as suas frustrações por não receber
a nossa atenção, não sabia que ela se sentia assim tão sozinha. Estou me
sentindo mal por não ter percebido isso antes.
— Para o carro, Isac...! Para o carro agora! — Ordeno em um tom
irritado e ele para no acostamento.
Pulo para fora do carro pensativo e ando de um lado para o outro, a
pista está escura, um carro ou outro passa por nós e Isac sai do carro vindo
até a mim, apreensivo.
— Não podemos desistir de procurar por elas, eu não vou dormir até
encontrar Luiza! — Solta em um tom angustiado.
O encaro atento me lembro da imagem dele e minha irmã se
beijando as escadas do meu prédio. Ela o ama, ela estava daquele jeito por
guardar esse amor para ela e ainda ter que se casar com um filho da puta
para unir as nossas facções.
— Se você ama mesmo a minha irmã, você vai parar de procurar
por ela agora mesmo!
— Você ficou louco? Acha mesmo que vou desistir da Luiza assim
tão facilmente? Não me importa se ela está magoada comigo, eu vou
encontrá-la e protegê-la eu mesmo! — Retruca alterado e eu reviro os olhos
respirando fundo.
— Pensa um pouco, seu idiota! Ela vai estar mais protegida longe
daqui quando aqueles merdas vierem atrás dela! Se eles não aceitarem
desfazer o acordo do casamento nós teremos que lutar contra eles, se minha
irmã estiver por perto eles podem tentar chegar até ela para levarem ela a
força, já que uma aliança foi feita e será descumprida! — Esbravejo de
volta, irritado com essa situação em que metemos a minha irmã.
Não vou mais aceitar essa merda, eu serei o soberano dessa facção e
eu também farei as minhas próprias regras. Isac me encara atento e
pensativo pois sei que ele vai concordar comigo.
— Mas onde ela está? Como vamos saber se ela está mesmo segura?
Minha tia precisa estar aqui para comandar a facção contra a Família
Armstrong, seu pai não vai poder aparecer caso outras facções se juntem
contra nós... Merda! Inferno! Onde ela está? Eu preciso vê-la! Preciso tocá-
la... — Seu tom irritado mais uma vez confirma a sua preocupação com
Luiza.
— Vamos! Precisamos nos reunir com o meu pai e os outros! Não
precisamos da minha mãe aqui pois eu vou assumir o trono, eu prefiro que
ela esteja mesmo longe com a minha irmã nesse momento... Já estou farto
de vê-la se ferir nesses confrontos, mesmo sabendo o quanto ela ainda é
forte e aguenta guerrear, vou fazer o que o meu pai quer, vou assumir logo o
comando da Nuestro Poder! — Entro no carro confiante e ele dá a partida.
Seguimos de volta para mansão D'ávila e no caminho ligo para o
meu pai dando a mesma explicação que dei a Isac, sobre deixar que minha
mãe e minha irmã permaneçam escondidas até conseguirmos resolver a
situação, ele aceita fazer uma reunião mas não aceita ficar longe da minha
mãe e minha irmã.
Papai está desesperado pois minha tia contou a ele sobre Luiza
tentar se matar, e só não conseguiu porque Isac a impediu. Ele também
ficou puto porque Isac não contou nada antes, mas é claro que ele vai
perdoar esse cabeça dura.
Meu celular toca e rapidamente pego-o pensando ser minha mãe ou
Luiza, mas vejo o nome da Pleasures of The Flesh piscar na tela, é uma das
nossas boates então atendo.
— Espero que seja importante pois estou sem muita paciência
hoje... Qual é o problema dessa vez, Sra. Crystal? — Atendo já no modo
impaciente para o problema não se estender.
— Boa noite, Sr. Maycon, estou tentando falar com a soberana mas
não consigo... Há policiais à paisana na boate, Sr. Maycon, eles parecem
estar investigando o local, uma policial mulher e mais dois homens, sei que
são policiais pois já os vi antes em uma viatura. — Relata calmamente e eu
respiro fundo.
Essa policial mulher só pode ser aquela loira gostosa que estou
investigando, vou pegar aquela mulher, ela vai ser minha e isso agora é uma
questão de honra! Mas hoje eu não posso fazer nada, a minha família vem
em primeiro lugar.
— Obrigado por avisar, Crystal! Vou mandar o nosso pessoal para
reforçar o local, se tiver problemas maiores você me avisa novamente... Era
só isso ou tem algum outro problema? — Respiro fundo mais uma vez e
vejo a imagem daquela policial gostosa na minha frente, ela tem uma boca
deliciosa.
— Era só isso, senhor, obrigada por me atender, tenha uma boa
noite. — Se despede antes de encerrar a ligação.
— Algum problema com a boate? — Pergunta Isac, mesmo com a
sua total atenção na pista.
— Aquela policial que está me tirando o sono, ela está na boate a
paisana com alguns colegas dela, mas não estou preocupado com isso, o
nosso pessoal são espertos o suficiente para conseguir lidar com isso...
Ainda não acredito que aquela mulher conseguiu me derrubar, ela tem uma
força impressionante... E uma boca muito gostosa. — Comento pensativo
me lembrando daquele beijo que não sai da minha mente.
— Ainda não desistiu da ideia de ter aquela mulher? Ela está
tentando a todo custo acabar com você e a nossa facção. — Suas palavras
não me surpreendem pois eu também já me questionei sobre isso.
Aquela mulher é audaciosa demais, entrar dentro do meu território
para nos investigar, me enfrentar daquela maneira, porra ela me deu uma
rasteira literalmente.
— Você me conhece bem para saber que eu não desisto fácil do que
eu quero, e eu quero aquela mulher... Como estão as pesquisas que pedi
para você fazer? Alguma novidade?
— Eu descobri por acaso algo que vai te interessar... Comentando
com o meu pai sobre algumas facções que ele e meus tios enfrentaram no
passado, eu descobri que um único Cartel teve um sobrevivente, uma
criança que o seu pai salvou e enviou para um orfanato, mas ele não soube
dizer se essa criança era um menino ou uma menina... Só quem vai te dizer
com certeza o que houve naquele dia, e quem foi salvo, é o seu pai. — Fico
atento as suas palavras e isso me deixa pensativo.
Não vou negar, saber disso me surpreendeu, o que uma criança
estava fazendo no meio de um confronto?
— Depois eu converso com o meu pai com calma sobre isso, agora
vamos nos concentrar no nosso problema atual... Jairo Armstrong!
— Não conheço esse cara, mas sinto vontade de matá-lo eu mesmo
só de imaginar Luiza se casando com ele... Não sei se ela gosta de mim e
verdade, ela disse que não passo de um empregado e que não se envolveria
comigo, mas minha mãe disse que ela confessou a ela que me ama... Porra
estou confuso, queria ouvir da boca dela se é verdade que ela me ama...
Porque não revelamos os nossos sentimentos antes? — Isac se irrita ao falar
do casamento, mas fica pensativo novamente ao falar da minha irmã.
— Você sabe o quanto as mulheres são cabeça dura, meu irmão,
uma palavrinha errada pode nos trazer grandes problemas... Luiza é muito
orgulhosa, se ela te ofendeu eu tenho certeza de que foi da boca para fora,
assim como sei que você jamais a magoaria intencionalmente... Porra
porque eu não percebi antes que essas brigas de vocês na verdade era uma
camuflagem? Vocês se amam em segredo esse tempo todo e um não sabia
dos sentimentos do outro?
Iniciamos uma conversa sobre esse assunto mas logo vejo que
estamos entrando na mansão, lamentei por essa situação do meu primo com
a minha irmã pois não quero vê-la sofrer e vou me redimir com ela por tê-la
deixado tanto tempo sozinha.
Entro em casa e meu pai está andando de um lado para o outro
falando ao telefone, dando ordens e instruções ao nosso pessoal.
— Esqueçam a soberana e minha filha por enquanto, sei que estão
seguras seja lá ondem estiverem, vamos focar a nossa atenção nos nossos
planos para o combate, pois logo a guerra vai se iniciar...! Sigam para o
armazém de reuniões, estamos a caminho! — Diz por fim antes de encerrar
a ligação. — Se prepare, meu filho! Você será nomeado mais cedo que o
previsto... Você se tornará o novo Capo da Nuestro Poder! Os nossos
conselheiros e os chefes dos Carteis associados a nós já devem estar a
caminho também.
Apenas balanço a cabeça concordando e sigo com ele de volta para
volta de casa. Entro no seu carro com Isac e Thomas enquanto meu pai vai
na frente com meu tio Charles e o Sr. Júlio, só agora percebo que estamos
em um dos seus carros novos, também blindados porque toda segurança que
temos ainda é pouco.
Enquanto seguimos para o armazém conversamos sobre as nossas
estratégias para tentar solucionar esse problema sem danos maiores, mas sei
que uma guerra será inevitável.
Alguns minutos depois estamos chegando no armazém onde temos
um espaço apenas para as nossas reuniões. Vejo os nossos soldados apostos
fazendo a vigilância do local e nós entramos, confiantes de que vamos
conseguir resolver essa situação e vamos sair vitoriosos.
Sigo com meu pai, meu tio Charles, Isac e alguns dos nossos
melhores homens ao nosso lado, Sr. Olavo vem ao nosso encontro avisando
que já estão todos nos esperando.
Entramos no salão de reunião e realmente estão todos aqui, como
conseguiram se reunir tão rápidos?
— Meus amigos! Obrigado por atenderem ao meu chamado tão
prontamente, temos um problema para resolvermos e precisamos de toda
ajuda possível, pois a vida da minha filha está em jogo! Por isso precisamos
antecipar a posse de Maycon como o novo chefe da facção. — Meu pai já
entra no salão indo para a sua cadeira na ponta da mesa, mas ele não se
senta.
— O que aconteceu de tão grave para solicitar a nossa presença com
tanta urgência, soberano? O que de fato aconteceu? Porque a vida da sua
filha está em jogo nessa questão? — Pergunta o Sr. Leon Young se
levantando para cumprimentar meu pai.
— Você sabe o quanto eu preso a família, Leon, mas eu cometi um
erro e preciso consertar, mas talvez tenhamos que começar uma guerra para
conseguir resolver isso... Acabei de descobrir que minha filha tentou
suicídio para não ter que se casar com Jairo Armstrong, não posso submeter
a minha filha a isso mesmo que eu tenha dado a minha palavra!
Meu pai explica a situação enquanto Liang, filho de Leon Young
para ao meu lado atento a tudo. Somos grandes amigos e sempre lutamos
lado a lado, e sei que agora não será diferente.
— Capo Maycon D'ávila... Vou ter que te chamar de soberano
também? — Ele sorrir ironicamente e eu respiro fundo.
— Não fode, Liang! Você também assumirá a facção mais poderosa
da china, você também será um soberano então entre nós, vamos esquecer
essa história, beleza? — Reviro os olhos e ele se segura para não
gargalhar. Filho da mãe!
— Bom, você ganhou a nossa aposta, eu falei que me tornaria chefe
da máfia chinesa antes de você, mas, você será coroado primeiro então... Eu
te devo uma festa de comemoração depois que essa situação se resolver,
mas eu quero conhecer algumas das garotas das suas boates, estou sabendo
que tem umas novatas lindas, mas eu ainda não pude fazer uma visita como
de costume. — Comenta sem tirar a sua atenção dos nossos pais
conversando.
— Conversaremos melhor sobre isso depois!
— Então, senhores! Hoje vamos coroar como novo feche da Nuestro
Poder, Maycon D'ávila! O sucessor e filho do nosso soberano, Michael
D'ávila...! Maycon! Estamos colocando nas suas mãos a liderança de uma
das facções mais poderosas que existe, esperamos que você represente o
nosso Cartel assim como os seus pais tem feito por tantos anos... Não
teremos uma grande cerimônia como estava planejado pois as coisas se
anteciparam, mas depois que tudo isso passar, você será apresentado aos
demais líderes em uma grande festa que daremos em sua homenagem. —
Fala um dos conselheiros mais antigos da nossa facção, que também auxilia
a facção de Leon Young.
— Esse momento realmente não é para festas, pois a vida da minha
irmã está em risco, não sabemos qual será a reação dos Armstrong, mas
estaremos prontos para o que for. — Me aproximo mais da mesa tomando o
lugar de meu pai que permanece ao meu lado. — Eu! Maycon Lins D'ávila,
assumo a liderança dessa facção com o maior orgulho! Prometo ser para
todos vocês um líder de mão firme, assim como o meu pai é, prometo
honrar todos as nossas leis e cumpri-las fielmente, pois não vou liberar
sozinho, continuarei tendo ao meu lado o apoio dos meus pais e nossos
soberanos, Maycon D'ávila e Brenda Lins D'ávila... Eu prometo que você, a
mamãe e todos dessa e de outras facções, vão se orgulhar de mim!
Declaro em um tom firme e confiante, pois farei por essa facção
tudo que os meus pais tem feito e muito mais, eu serei o que todos eles
precisam, terei a mesma mão firme para ganhar o respeito, reconhecimento
e a lealdade de todos.
CAPÍTULO 08
Estamos na estrada indo para algum lugar, mas não faço a mínima
ideia de para onde estamos indo. Estou no carro com a senhora Isa, seu
marido e mais um segurança, Maycon e o outro rapaz também ferido estão
em outro carro logo atrás de nós.
Me lembro do confronto com aqueles desgraçados da família
Armstrong, estávamos na cola deles mas não esperávamos bater de frente
com os membros do Cartel Nuestro Poder, foi muita falta de sorte nos
envolvermos entre essas duas facções ao mesmo tempo, e falta de sorte
ainda maior foi ser captura e agora estou sendo levada sabe se lá para onde.
— Está tudo bem, querida? Ainda está sentindo dor? — A senhora
ao meu lado me encara realmente preocupada, isso me surpreende.
Estou acostumada com a ideia de que os membros das facções são
seres cruéis, seres sem coração e sem piedade, mas se isso é mesmo
verdade, porque Maycon D'ávila me salvou naquele confronto? Porque me
levou para sua mansão e porque essa senhora tão gentil está preocupada
comigo?
— Sim, meu ombro ainda dói e está latejando... Estou ficando zonza
de tanta dor. — Respiro fundo de olhos fechados e sinto a sua mão na
minha testa.
— Porque não disse antes que está sentindo tanta dor...? Deus, você
está com febre, Maycon e Isac também devem estar com febre e os
medicamentos estão na mala do carro... Charles! Amor pare o carro! Eu
preciso medicar os meninos e também a policial. — Ela ordena em um tom
firme e vejo o senhor no volante revirar os olhos.
— Já estamos quase chegando, Isa, não dá para esperar um
pouquinho? Não podemos parar assim no meio da pista, amor! — Ele não
tira a sua atenção da pista, mas por um breve instante ele nos encara pelo
retrovisor.
— Allana!
— Como disse?
— Eu me chamo Allana... Para não precisar me chamar de policial...
Eu aguento esperar um pouco mais, está tudo bem. — Ela me encara
confusa mas lhe dou um breve sorriso.
Ela diz alguma coisa que não consigo entender, tento focar no seu
rosto mas tudo a minha volta começa a rodar. De novo não! Não posso
desmaiar de novo, eu preciso conseguir fugir dessas pessoas.
— Ei? Allana...? Allana você está me ouvindo?
Minha cabeça pesa e eu jogo ela para trás perdendo os sentidos. Por
um breve instante consigo sentir a senhora tocar o meu rosto e ouço sua voz
bem distante, mas em seguida não sinto mais nada.
Termino de comer e saio da mesa apressado, ela não vai mais fugir
de mim assim, ela está livre, não vai mais se casar com aquele infeliz pois
ele está morto, fui ferido por lutar por ela e ela vai continuar fugindo de
mim? Não vou aceitar isso.
— Filho, espera! Onde você vai? O que vai fazer? — Sinto minha
mãe segurar o meu braço assim que passo pela porta.
— Eu preciso falar com ela, mamãe! Hoje faz três dias que voltei e
ela mal olha na minha cara, o que eu fiz dessa vez? Porque ela está agindo
assim comigo? — Questiono irritado e ela respira fundo.
— Eu já conversei com você, filho! Dá um tempo a ela? Ela precisa
se recuperar de tudo isso, ela quase teve que se casar com um homem que
não ama, além do mas, vocês discutiram antes de tudo aquilo acontecer, não
sei o que vocês disseram um para o outro mas ela ainda está magoada com
você, então vá com calma, ok? — Argumenta apreensiva e vejo os meus
tios sair da sala de jantar.
— Estão discutindo? O que houve? — Pergunta tio Michael.
— Não é nada, tio, minha mãe que se preocupa comigo como se eu
ainda fosse um bebê... Vou me deitar um pouco ou ela mesma vai querer me
pôr na cama... Tenham uma boa noite, tia Brenda! Tio Michael! Até
amanhã, mamãe! — Dou um beijo na minha tia e na minha mãe e vou em
direção ao meu quarto.
— Espera filho! Você não vai jantar...? Isac? — Ela chama a minha
atenção mas não dou ouvidos.
Olho para trás e eles ainda estão lá parados conversando. Entro no
meu quarto e espero alguns minutos, saio novamente e não tem ninguém,
corro até o quarto de Luiza e toco a maçaneta, por sorte está aberta. Entro
sem fazer barulho e fecho a porta, não a vejo pelo quarto então vou até o
closet, mas nesse momento a vejo sair de lá só de camisola com os seios
quase pulando do decote e as pernas de fora.
— Caralho... — Sussurro admirando o seu corpo e ela se assusta.
— Isac...? O que está fazendo o no meu quarto? Saia já ou eu vou
gritar! Sai do meu quarto! — Pede nervosa e passa por mim indo em
direção a porta, mas seguro o seu braço.
— Precisamos conversar e você sabe disso, não saio daqui até você
me dizer o porquê está me evitando! Vai começar com essa palhaçada de
novo? Qual foi garota? Quase morri por lutar por você e é assim que você
me agradece? — Puxo ela para os meus braços e ela vem de bom grado, me
encarando apreensiva. — Eu sei que estava preocupada comigo, sei que
teve medo de que eu morresse, então porque está se afastando agora que
estou aqui, pertinho de você? — Toco o seu rosto colocando os seus cabelos
atrás da orelha, mas ela se solta de mim.
— Eu não tenho nada para conversar com você, então sai já do meu
quanto! Não sirvo pra você então não perca o seu tempo comigo! — Diz
irritada voltando para o seu closet, mas eu vou atrás puxando ela de volta
para mim. — Já ligou para sua namorada? Ela ligou para sua mãe muito
preocupada com você. — Ela se debate tentando se soltar mas não permito.
— Ela não é minha namorada e você sabe disso, não é ela que eu
quero, não e ela que eu amo...! Eu amo você... Por favor? Não se afasta de
mim? — Coloco ela contra o batente da porta e a vejo ofegar e apertar os
meus braços com firmeza.
— Não sou a mulher por quem se apaixonou, Isac, se lembra...? Sou
mentirosa e estava brincando com você... Agora me solta! Ahhh... — Mais
uma vez ela tenta se soltar, mas geme de olhos fechados quando prendo
mais o meu corpo no seu.
— Estou disposto a esquecer o que houve se você não se afastar de
mim... Por favor, Luiza? Não me importo se mentiu, se não é mais virgem,
eu só quero você...
— Mas eu não quero você! Eu não amo você então me esqueça! Eu
vou voltar com Bernardo e você não vai me impedir! — Luiza se solta de
mim me empurrando para longe.
— Você não é louca de voltar com aquele playboy! Eu mato ele se
você fizer isso, você me ouviu? Eu mato aquele verme se ele tocar em você
de novo! — Esbravejo socando o abajur e saio do seu quarto furioso.
— Isac? O que houve? Minha irmã está bem? — Dou de cara com
Maycon sentado na sala.
— Pergunta para ela se ela está bem, porque eu não estou! Quero
matar um certo filho da puta! — Retruco irritado e vou para o meu quarto.
Meu primo me chama mas eu não dou ouvidos, estou irritado
demais para conversar agora, eu só quero ficar sozinho e esfriar a cabeça
para não fazer uma besteira. Porque ela está de birra comigo? Vai ficar
jogando na minha cara toda hora o que houve?
— Mas que droga!
Entro no meu quarto batendo a porta e me jogo na minha cama, que
porra essa garota tem na cabeça? Ela está querendo que eu mate aquele
merda? Essa é a única explicar para ela querer voltar com ele. Será que
Luiza não enxerga que eu a amo?
— Mas que merda! Inferno! — Me levanto andando de um lado
para o outro, me controlando para não derrubar esse banker.
Resmungo sozinho ainda inquieto e vou para o banheiro, tiro a
minha roupa e entro no box ligando a ducha quente, preciso relaxar um
pouco, na verdade eu preciso sair daqui, mas ainda estamos proibidos de
sair por questão de segurança.
Passo alguns bons minutos embaixo da água e ainda sinto a minha
cabeça fervilhar, ela não sai da minha mente, não consigo deixar de pensar e
desejar aquela garota. Mas que merda!
Saio do chuveiro enrolado na toalha e vou para o closet, me seco e
visto uma box branca. Seco os meus cabelos enquanto pego uma bermuda e
me visto voltando para o quarto, de repente um furacão entra batendo a
porta e ela vem até a mim furiosa.
— Se você ameaçar o Bernardo de novo, eu vou te odiar pelo resto
da vida! Eu fui clara...? Seu idiota...! Me solta! Me solta, Isac! — Esbraveja
alterada estapeando o meu peito e me empurra para longe, mas abraço a sua
cintura jogando ela na cama me pondo sobre ela.
— Não acha que está bravinha demais para defender aquele estrume
do seu ex namorado? É bom aquele idiota não tocar em você de novo
porque eu não vou deixar você voltar com ele, você me entendeu, Maria
Luiza? Eu não estou brincando! — Mais uma vez ela tenta se soltar mas eu
não deixo e prendo as suas mãos acima da cabeça.
— Eu já me sinto sozinha o suficiente, Isac, não destrói ainda mais a
minha vida! Você está afastando as pessoas de mim sem o meu
consentimento, isso não é justo... Você não pode fazer isso... Não pode
acabar com a minha vida dessa maneira... — Seu tom choroso me
surpreende e me deixa mal.
— Não estou tentando acabar com a sua vida, estou tentando fazer
parte dela! E não estou afastando as pessoas de você, estou afastando
aqueles idiotas tarados que só estão a fim de te comer por ser bonitinha...
Mas para mim você é a mulher mais linda que já vi em toda a minha
existência... A anos sou apaixonado por você, a anos eu te quero para mim
mas você só sabe me odiar! Só dá atenção a quem não te merece e isso me
irrita! Me incomoda porque eu quero você pra mim, cacete! Eu amo você,
Maria Luiza! Não me interessa se você não me ama, eu não vou deixar
ninguém brincar com você, isso nunca! — Esbravejo saindo de cima dela e
me levanto irritado e inquieto.
Ando pelo quarto tentando me acalmar para não passar dos limites
com nela, ou o meu tio me mata depois dela arrancar as minhas bolas.
Esfrego as mãos no rosto e vou em direção a porta para sair daqui, não
quero mais discutir com ela por causa daquele imbecil do Bernardo.
Toco a maçaneta para abrir a porta, mas ouço algo que me
surpreende e me faz parar.
— Eu te amo, Isac...! Eu te amo seu idiota cabeça dura...? Merda!
Eu te amo! — Esbraveja antes de soltar a última frase em um tom suave e
doce.
A encaro ainda surpreso, ela disse que me ama e suas lágrimas
descendo não me deixa dúvidas sobre isso. Volto na sua direção e abraço a
sua cintura tomando a sua boca em um beijo urgente, porra ela disse que me
ama.
— Eu te amo... Por favor? Não vamos mais brigar...? Eu quero
você...! Ahh eu quero você, Luiza... Minha patricinha... — Sussurro entre
os beijos e ela sorrir na minha boca.
— Oh meu Deus... Que lindo, eles são tão lindos juntos. — Me
assusto com a voz da minha tia e me afasto bruscamente de Luiza.
— Mamãe? Tia Isa...? — Luiza as encara assustada e envergonhada
por termos sido flagrados juntos.
— Eu sabia que eles iriam se entender... Vocês se entenderam, não
é? Pelo amor de Deus aquelas briguinhas sem sentido já acabaram? —
Minha mãe se empolga mas nos encara séria.
— Por mim a gente não briga mais... Eu só quero ser feliz com o
homem que amo. — Luiza vem para os meus braços me surpreendendo
ainda mais com as suas palavras, mas não posso negar que amei ouvir isso.
— Minha filha está feliz, graças a Deus a minha menina está feliz...
Nunca mais vou me descuidar de você, filha, nunca você será obrigada a
fazer nada do que você não queira, a sua felicidade agora será a minha
prioridade. — Minha tia vem nos abraçar com um sorriso tão largo.
Não imaginava que teríamos o total apoio da nossa família nesse
relacionamento, se eu soubesse disso teria conquistado essa mulher a mais
tempo ao invés de sofrer calado por ver outros homens tocando nela como
eu queria fazer. Minha mãe também vem nos abraçar cheia de sorrisos e
carinhos.
— Você tem dois filhos, mamãe, e os dois precisam da sua atenção...
Eu finalmente estou me acertando com Isac, mas Maycon ainda está
penando nas mãos de Allana, ela é uma garota bacana, eu gostei dela apesar
dela querer se vingar da nossa família, mas também sei que ela só estava
lutando contra nós porque acreditava em que a nossa facção era responsável
pela morte dos pais dela, ela presa a família e luta por justiça a eles, isso já
é um ponto a favor dela pois e aqueles dois também se acertarem, ela vai
lutar conosco. — Sinto Luiza me abraçar apertado enquanto fala da policial
por quem Maycon está obcecado.
Não sei se ele vai conseguir domar essa mulher, pois ela é tão brava
quanto as mulheres dessa família. Porque nós homens precisamos sofrer
para conseguir o amor dessas mulheres? Mano, que trem trabalhoso, mas
valeu a pena.
— Eu vou ajudar o seu irmão, querida, eu quero os meus filhos
felizes, independente da minha própria felicidade, e eu vou conseguir isso...
Mas agora é melhor vocês dois saírem desse quarto, seu pai pode até
aprovar esse namoro de vocês mas ele não vai gostar de saber que estão
trancados aqui dentro, você sabe o quanto o seu pai é ciumento, apesar da
besteira que ele aprontou ultimamente... Bom, vista-se, Isac! E você vem
comigo, filha! O jantar já está servido e eu quero todos na mesa, agora! —
Minha tia parece apreensiva com a situação de Maycon, mas ela também
me deixa frustrado por tirar Luiza dos meus braços.
— Está bem, tia Brenda, eu não me demoro... Te vejo na mesa,
mamãe! — Dou beijo rápido na minha mãe e corro para o meu closet com
um sorriso até nas orelhas.
Ainda não estou acreditando que eu e Luiza nos entendemos, nos
amamos e nossas famílias estão torcendo por nós, isso é incrível, é perfeito.
Coloco uma camisa e penteio os meus cabelos com os dedos,
deixando-os meio bagunçado. Calço um chinelo e saio do meu quarto
seguindo para sala de refeições. Entro na mesma e vejo meus tios e meus
pais já na mesa conversando, assim como Luiza. Maycon acaba de entrar e
se senta na outra ponta da mesa onde tem dois lugares vagos ao seu lado,
um a esquerda e outro a direita.
Me sento ao lado do soberano e consequentemente ao lado do meu
pai também, a empregada serve o jantar mas Maycon não parece com uma
cara muito boa, acho que ainda está tendo dificuldade para conquistar a sua
policial.
— Com licença! Boa noite, se a minha vida agora é viver entre
vocês, eu me recuso a comer sozinha no quarto, já que o soberano Jr insiste
em dizer que sou dele. — A tal Allana entra na sala de nariz em pé nos
fazendo gargalhar do seu comentário.
Não teve como não sorrir, até meus tios estão gargalhando mas
Maycon tem a cara fechada para sua escolhida.
— Eu posso me sentar à mesa com vocês? — Ela ergue uma
sobrancelha segurando o riso pois sabe que conseguiu irritar Maycon.
— Mas é claro, querida, sente-se ao lado de Maria Luiza, por favor!
— Minha tia tem um largo sorriso no rosto e sei que essa decisão de Allana
em se juntar a nós na mesa, é coisa dela.
Allana se senta entre Luiza e Maycon na ponta da mesa de cara feia,
o encaro atento mas ele não tira os olhos dela, Maycon gosta dessa garota,
isso é nítido nos seus olhares para ela, meu primo está caidinho por essa
mulher mas está cortando um dobrado para conseguir o que quer.
Todos estão servidos e nós começamos a comer enquanto minha
mãe e minha tia conversam, meus olhos estão em Luiza do outro lado da
mesa com um sorriso lindo no rosto, e retribuo o seu sorriso entre uma
garfada e outra, mas me concentro no meu prato quando vejo meu tio
Michael nós encarando atento. Merda!
— É impressão minha ou vocês dois estão finalmente juntos, Maria
Luiza e Isac? Esses olhares e sorrisos quer dizer alguma coisa que eu não
sei? — Dispara meu tio me fazendo engasgar com um pedaço de carne.
— Sim, papai! Eu e Isac no entendemos e estamos juntos, espero
que não me obrigue mais uma vez fazer algo contra a minha vontade,
espero que não fique contra o meu envolvimento com Isac pois eu o amo...!
Meu Deus eu o amo. — Afirma em um tom seguro, mas ofega ao dizer que
me ama. Sorrio feito um bobo.
— Espera! Envolvimento? Vocês acham mesmo que eu vou permitir
uma coisa dessas? — Dispara meu tio nos com um olhar sério fazendo o
meu sorriso se desfazer. Minha tia o encara chocada. — Escuta bem o que
eu vou te dizer, rapaz! Ou você assume a minha filha como se deve, ou eu
não vou aceitar esse envolvimento entre vocês! Ou estão namorando ou não
estão, decidam! — Seu tom severo me deixa tenso.
— Estamos namorando, tio! Quer dizer, se Luiza me aceitar como
namorado, então nós estamos namorando. — Olho do meu tio para Luiza e
ela tem o sorriso mais lindo do mundo.
— Sua namorada...? Sou finalmente sua namorada porque eu aceito
namorar você, Isac! — Luiza se levanta vindo até a mim e eu faço o
mesmo.
A recebo em meus braços e lhe dou um breve beijo, ela tem um
sorriso encantador pregado no rosto assim como eu. Ela finalmente é
minha, minha namorada e será minha mulher.
— Ok! Sendo assim, vocês tem a minha benção para esse namoro.
— Concorda meu tio fazendo minha tia o surpreender com um beijo
caloroso.
Não perco a chance de beijar a minha namorada mais uma vez antes
de voltarmos para os nossos lugares. O jantar segue com as nossas mães
empolgadas com o nosso namoro, Maycon e Allana trocam olhares mas
quando terminamos o nosso jantar, ela e Luiza saem da sala conversando
sobre roupas e alguma outra coisa, encaro meu primo e ele respira fundo
olhando na direção em que elas foram, sei o quanto ele está frustrado com
essa situação com Allana.
Converso brevemente com ele sobre isso mas logo ele se despede
para voltar a sua suíte, eu faço o mesmo mas não antes de de ir até a minha
gatinha e lhe roubar um beijo ardente, logo volto para o meu quarto.
Hoje vou dormir igual a um bebe de tão feliz que estou. Entro no
meu quarto e vou escovar os dentes antes de me jogar na minha cama, estou
com aquele mesmo sorriso largo estampado no rosto por me lembrar que ela
agora é minha namorada. Eu sonhei tanto com isso, sempre me imaginei no
lugar daqueles merdas que a tinham em seus braços e eu não, isso me
deixava roxo de raiva pois era nos meus braços que ela deveria estar, mas
agora ela é oficialmente minha namorada e nós nem transamos ainda, não
vou negar, eu fico duro só de me imaginar fazendo amor com ela, eu a
quero muito, estou desejando isso a anos.
Passo um bom tempo ali na cama sonhando acordado, já é tarde mas
o sono não vem, não consigo parar de pensar nela, eu queria ela aqui
comigo, queria ela em cima de mim cavalgando enquanto geme o meu
nome. Droga! Estou tão duro que sinto o meu pau doer.
Me levanto arrancando as minhas roupas e vou para o chuveiro,
preciso de um banho para esfriar a cabeça de baixa, estou enlouquecendo de
tento desejar aquela mulher. Quando vamos conseguir um momento para
nós? Eu preciso saciar o meu desejo de tê-la completamente para mim,
minha namorada ela já é, eu só preciso finalmente sentir Maria Luiza
entregue em meus braços.
Passo alguns longos minutos embaixo da água evitando me tocar,
não quero ter que me masturbar de novo pensando nela, eu preciso aguentar
um pouco mais.
Sinto mãos pequenas e delicadas deslizar pelas minhas costas e
descer até o meu peito. Me viro abruptamente me deparando com Luiza
com aquela mesma camisola sedutora.
— Luiza... O que faz aqui?
A encaro surpreso mas sorrio de lado por vê-la tão envergonhada,
evitando encarar o meu corpo. Essa maldita camisola curta me deixa louco.
— Não pergunta nada, só me beija!
Não estou sonhando, ela está mesmo aqui no chuveiro comigo me
pedindo para beijá-la, ofego me sentindo ainda mais duro que antes.
Cacete!
CAPÍTULO 13
Ele ainda não voltou para o quarto e por mim ele não precisa voltar,
não sei como vai ser para mim ter que dormir na mesma cama que ele e
acho que não vou conseguir fazer isso, não me interessa se não foram eles
quem mataram os meus pais. O que eu faço com essa situação? Eles não
vão me deixar ir e nem eu vou conseguir escapar, pelo menos não enquanto
estiver trancafiada em um banker subterrâneo.
O vejo entrar no quarto indo direto para o banheiro, ele nem olha na
minha direção e eu agradeço mentalmente por isso. Me acomodo melhor na
cama e apago o abajur ao meu lado e tento dormir antes que ele volte, ele
não vai tentar mexer comigo no meio da noite... Ou vai?
Alguns minutos depois ouço ele sair do banheiro mas não me viro
para vê-lo, fico de olhos fechados rezando mentalmente para que ele não
encoste as mãos em mim, não quero ter que passar a noite acordada com
medo dele fazer alguma coisa comigo.
Poucos minutos depois sinto o outro lado da cama se afundar e
apresenta dele nessa cama me deixa tensa, ele não diz nada pois deve
pensar que estou dormindo e espero que continue assim. O quarto fica
escuro rapidamente quando ele apaga o abajur do seu lado da cama. Ouço
ele respirar fundo e o seu braço envolve a minha cintura, ofego e me sinto
trêmula, me sinto tensa como nunca senti com Alex e nem com ninguém.
Não me mexo, fico como uma estátua fingindo estar dormindo e
sinto ele cheirar os meus cabelos, mais uma vez ele respira fundo e se afasta
novamente. Tento soltar a respiração que prendia sem perceber, sinto um
calor absurdo me consumir e a minha respiração mais pesada que o normal,
mas tento relaxar agora que ele se afastou.
Passo um bom tempo acordada e sem me mexer, não quero ser
surpreendida mais uma vez com esse cara me abraçando no meio da noite,
mas acabo pegando no sono mesmo brigando comigo mesma para não
dormir.
A minha noite até que foi tranquila, dormi muito bem apesar do meu
medo de ser assediada no meio da noite, mas na manhã seguinte acordo
sentindo algo pesar sobre a minha barriga e me deparo com Maycon sem
camisa, abraçado a minha cintura com a cabeça sobre a minha barriga. Mas
que merda ele pensa que está fazendo? Tento me mexer mas não consigo,
ele é pesado e está dormindo, como ele veio parar aqui e eu não senti?
Respiro fundo e tento mais uma vez tirá-lo de cima de mim mas ele
resmungar, Maycon vai para o lado da cama mas me puxa para o seu corpo
ficando cara a cara comigo. Minha respiração pesa por sentir as minhas
mãos no seu peito nu, ele ainda está dormindo mas sinto a sua respiração
bater no meu rosto, uau! Ele não tem mal hálito.
Me pego admirando o seu rosto e paro os meus olhos nos seus lábios
levemente entreabertos, sua barba bem aparada e sua pele parece ser bem
macia. Ofego e tento sair dos seus braços, mas ele não deixa.
— Porque está tão nervosa...? Ainda tem medo de mim? —
Questiona ainda de olhos fechados e eu o empurro com mais firmeza.
Saio dos seus braços e me levanto apressada, não o respondo e sigo
para o banheiro ainda tentando controlar a minha respiração. Esse cara é
louco! Não vou conseguir dormir tranquila ao lado dele, porque ele me
deixa nervosa desse jeito? Droga!
Olho nas gavetas da pia e encontro uma escova de dente nova ainda
embalada, pego para usar e faço a minha higiene pessoal, tomo um banho
pouco demorado e logo estou saindo do banheiro, ele ainda está na cama e
olhando de relance, ele ainda parece estar dormindo, mas agora pouco me
surpreendi com ele fingindo que estava dormindo para me prender em seus
braços, cretino! Só estava afim de me assustar e ele conseguiu.
Sigo para o closet e não me surpreendo por encontrar as roupas que
compraram para mim já arrumadas nos armários e cabides. Escolho um
conjunto de lingerie e esses são os mais caros que já vi, com o meu salário
de policial eu não poderia comprar roupas assim tão caras, e essas aqui são
caríssimas, ainda estão na etiqueta e os valores são absurdos.
Não vou me preocupar tanto com isso pois não fui eu quem
comprou mesmo, essa gente tem muita grana e se querem gastar rios de
dinheiros comprando roupas para mim, eu não vou me importar.
Pego também um vestido floral nem muito solto e nem colado no
corpo, me visto rapidamente com receios de que me vejam nua, mas graças
a Deus ele não veio me perturbar. Escovo os cabelos e prendo-o em um
rabo de cavalo, calço uma sandália baixinha e saio do closet rezando para
ele ainda estar dormindo, mas não vejo ninguém, respiro aliviada por isso e
saio do quarto antes que ele apareça.
Ando pela sala mas não tem ninguém por aqui, devem estar
dormindo ainda pois eu acordei cedo demais. Procuro a cozinha e vejo uma
das empregadas terminando de preparar o café da amanhã, peço uma xícara
de café e tomo ali mesmo sentada na ilha, esse lugar é incrível, mesmo
sendo embaixo da terra é muito bem ventilado e luxuoso, mas não vou
negar que estou ansiosa para ver a luz do dia e sentir o sol na minha pele, eu
sinto falta disso mas sei que não vão me deixar sair.
— Bom dia, querida! Pulou da cama cedo. — Me assusto com a voz
da soberana ao meu lado.
— Bom dia, Sra. D'ávila, já estou acostumada a acordar cedo, por
causa do trabalho. — Comento pensativa me lembrando da minha rotina na
delegacia.
— Sente falta do trabalho? Você tinha muitos amigos? Um
namorado...? — Ela se senta de frente para mim me encarando atenta como
se me analisasse.
— Bom, eu sinto falta da minha vida como era antes, sinto falta de
ver a luz do dia e sentir o sol esquentar a minha pele nas rondas que eu fazia
enquanto procurava bandidos, e aqui eu não tenho nada disso... Não tenho
um namorado, apenas havia um colega de trabalho com quem eu saia, mas,
nos desentendemos porque ele tentou me violentar, mas eu soube me
defender... Não tenho amigos mas sim colegas de trabalho, e eu amo o que
faço mesmo que as vezes eu deixe o meu desejo de vingança falar mais
alto... Bom, eu queria me vingar de vocês mas agora eu não tenho mais o
porquê fazer isso, e me conforta saber que o assassino dos meus pais
biológicos está morto, e foram vocês que o mataram. — Sorrio com
algumas lembranças da minha vida passada, porque a de agora não tem
nada que eu queria me lembrar. Ela me encara atenta.
— Entendo... Bom, fico feliz em saber que você não nos vê mais
com uma ameaça, espero que um dia possa nos vê como aliados, como uma
família talvez... Venha comigo! Eu vou te levar a um lugar que você vai
gostar. Vamos! — Seus olhos atentos não saem de mim, mas ela se levanta
me estendendo a mão e eu vou de bom grado.
Não pergunto nada, apenas acompanho-a enquanto ela fala sobre
voltarmos a mansão ainda essa semana, e saber que eu vou poder andar ao
ar livre me anima. Sorrio abertamente com isso e ela retribui. Entramos no
elevador e vejo que estamos subindo para superfície.
— Eu quero que me prometa uma coisa, Allana! Eu vou levar você
para ver a luz do dia e sentir o sol como você tento quer, mas me prometa
que não vai fazer nenhuma estupidez? Isso pode custar a sua vida e eu não
vou poder fazer nada, estou confiando em você então por favor? Jamais
quebre a minha confiança, você não vai conquistá-la uma segurada vez, ok?
— Sua voz firme e decidida me impressiona, seu olhar firme também me
abala. Nunca vi uma mulher me deixar tão temerosa como ela.
— Ok, senhora, eu não vou fazer nada, não vou quebrar a sua
confiança, eu prometo! — Tento ser firme também mas me sinto trêmula.
Essa família me assusta as vezes.
Ela me dá um sorriso gentil e as portas do elevador se abrem dentro
de um barraco velho e muito simples, parece realmente um casebre
abandonado. Saímos do mesmo e eu vejo o dia ainda amanhecendo, o sol
brotando lá longe e eu respiro fundo.
— Obrigada, soberana. Eu precisava muito disso. — Sorrio
abertamente e por impulso lhe dou um abraço.
— Imagina, querida, não é a mim que você tem que agradecer...
Maycon veio conversar comigo ontem e me pediu para te dar um pouco de
liberdade, e um passeio seria ótimo, você não acha...? Vem! Vamos dar uma
volta, mas não podemos ir muito longe pois ainda estamos nos escondendo,
e não queremos ser encontrados. — Ela enlaça o seu braço no meu e me
guia para além da cabana.
— Onde estão os seguranças? A área não estava sendo vigiada? Não
estou vendo ninguém aqui. — Pergunto confusa e surpresa por não ver
ninguém, eu poderia fugir facilmente dela.
— Você é uma policial, Allana, olhe com mais atenção ao seu redor,
até nas árvores nós temos o nosso pessoal vigiando tudo, sem falar nos
rastreadores implantados no nosso corpo, isso é para nossa segurança,
querida. — Fico de boca aberta com as suas palavras.
Olho a minha volta mas não vejo nada, eles estão muito bem
escondidos. Foco a minha atenção em um ponto específico em uma árvore e
vejo um dos seguranças acenando, eles estão camuflados nas árvores.
— Isso é surreal, parece coisa de filme... Espera! Vocês colocaram
um rastreador em mim? Isso para eu não conseguir fugir, não é? Vocês são
doentes, vocês não são pessoas normais! — Me afasto dela cautelosamente
a encarando espantada, mas ela parece tranquila.
— Talvez sejamos doentes, talvez não sejamos normais, mas nos
vivemos mais e melhor que pessoas normais, a quanto tempo você e seus
amigos estão tentando nos pegar, Allana? Já conseguiu se aproximar de um
de nós antes para conseguir o quanto queria? Já conseguiu em toda a sua
carreira na polícia colocar um de nós atrás das grades? Eu respondo para
você, não! E nem vai conseguir! Então não tente nenhuma besteira pois isso
pode ser fatal, se você tentar fugir, os nossos homens tem ordens para atirar.
— Ela continua no mesmo lugar, ela não se aproxima pois sabe que não vou
conseguir ir muito longe se eu tentar fugir. Merda!
— Eu... Sou uma policial, eu prendo bandidos para pagarem pelos
seus crimes e nesse momento estou me sentindo assim, como uma
prisioneira e eu não gosto disso... Eu só quero me sentir segura outra vez, e
não como um bandido preso e sendo vigiado vinte e quatro horas por dia...
Essa é a vida de vocês e não a minha... Por favor? Estou suplicando que me
deixe ir embora...? Por favor? Me deixe ir embora? Eu já sei que não foram
vocês quem mataram os meus pais e prometo esquecer a minha vingança,
prometo não vir atrás de vocês se me deixar ir... Por tudo que você mais
ama, me deixa ir, soberana? — Me aproximo novamente dela segurando
firme a sua mão e suplico em lágrimas. Ela me encara apreensiva, vejo
piedade em seus olhos.
— Por mim você iria embora agora mesmo, Allana, não queria te
manter aqui contra a sua vontade, mas por tudo que eu mais amo eu não
posso te deixar ir... Sinto muito, querida... Você pode se sentir livre outra
vez, basta você aceitar que essa é a sua vida agora, Maycon nunca escolheu
ninguém até você aparecer na boate para investigar, mas ele escolheu você e
não podemos deixar um escolhido ir... Se você fugir, Maycon será obrigado
pela facção a executar você, essa é a regra, você me entende? Essa regra
não pode ser mudada então por favor? Um conselho que eu te dou, tenta,
mesmo que por um curto período de tempo, mas tenta aceitar? Tenta vê essa
situação com outros olhos? Tenta vê em tudo isso uma chance de ter a
família que você nunca teve, porque é isso que seremos para você a partir
de agora, nós seremos a sua família e o meu filho não é o único que não
quer que você vá. — Vejo seus olhos marejar com cada palavra que ela diz.
Isso é inacreditável.
A soberana me puxa para um abraço tão amoroso, tão reconfortante
que retribuo de bom grado, eu precisava muito disso, mas não imaginava
que seria ela a me dar esse conforto.
— Eu vou tenta... Prometo que vou tentar, mas se eu não conseguir,
então o seu filho terá que me executar! — Me solto dela olhando em seus
olhos enquanto seco o meu rosto,
Ela abre um breve sorriso e me puxa mais uma vez para os seus
braços, eu vou de bom grado pois eu preciso muito disso, queria que fosse a
minha mãe aqui comigo, mas eu mal me lembro do rosto dela, eu era
apenas um bebê e não me lembro de nada, não tenho uma foto, não tenho
nada que me lembre a ela.
Na delegacia muitos são corruptos e não devem estar se importando
como o meu desaparecimento, então eu vou tentar fazer parte disso para
sobreviver, mas se eu não conseguir eu vou fugir, e eles terão que me matar
pois eu não vou voltar. Vamos ver o que tudo isso reserva para mim.
— Está tudo bem por aqui? Vocês estão bem? — Ouço a voz do
soberano atrás de mim e me solto da Sra. Brenda, me deparo com pai e filho
nos encarando atentos e preocupados ao mesmo tempo.
— Sim, querido, está tudo bem, só estamos conversando um pouco
e acabamos nos emocionando. — Ela vai para os braços do marido
enquanto eu limpo o meu rosto discretamente.
— Bom, eu já consegui o que eu queria, já respirei ar puro e agora
estou morrendo de fome... Eu vou entrar, com licença. — Passo por eles
sem olhar para Maycon, estou afim de esganar esse cara mas sei que não
vou conseguir.
Sigo de volta para o casebre e entro indo para o elevador, vejo
alguns dos seguranças andando pelo local e um deles abre o elevador me
encarando fixamente. Assim que entro no mesmo, vejo a família perfeita se
aproximar e entrarem na caixa de metal junto comigo, eles conversam entre
si mas eu permaneço calada.
Instantes depois estamos entrando na sala de estar mas seguimos
direto para sala de refeições. Encontramos a Sra. Isabela com o marido e
também Maria Luiza e Isac, todos já na mesa, nos sentamos também e mais
uma vez tenho que me sentar ao lado dele.
Iniciamos o nosso café da manhã e eu realmente estou faminta,
como com vontade enquanto converso com Luiza de frente para mim, pois
ela tem uma vibe muito boa e eu gosto disso. Vou tentar ver essa situação
com outros olhos como a Sra. D'ávila me aconselhou, talvez assim eu me
sinta um pouco melhor.
Esse cara é louco, no mínimo está pensando que vai me levar pra
cama com essa história de estar apaixonado, eu já caí nessa uma vez mas
não vou cair de novo.
— Cretino arrogante! Quero dar uns tapas naquela carinha bonitinha
e virá-la do avesso... Infeliz! Ele não vai brincar comigo, isso eu não vou
aceitar! — Esbravejo irritada comigo mesmo. Ando pela ponte
atravessando o lago mas ouço alguém me chamar.
— Allana? Allana está tudo bem? O que aconteceu? Porque o meu
irmão saiu daquele jeito...? Vocês brigaram? — Questiona Luiza correndo
até a mim mas eu não paro de andar.
— E o que mais você esperava que acontecesse, Luiza? Seu irmão é
um ogro! Um cretino arrogante e eu o odeio! Se ele está pensando que vai
me enganar ele está muito equivocado, não sou como as mulheres com
quem ele está acostumado, não sou tão fácil o quanto ele imagina e não é
porque ele disse estar apaixonado por mim que eu vou ceder a ele...
— Espera! Maycon disse que está apaixonado por você? Ele disse
com essas palavras? Oh meu Deus! — Me interrompe eufórica me deixando
confusa.
— Não venha com aquela história de que ele nunca se apaixonou e
blá blá blá, eu não vou acreditar em você porque está do lado dele, é óbvio,
vocês são irmãos e um protege o outro, mas ninguém vai me enganar! Eu
sou sozinha nessa vida, Luiza, e já brincaram comigo o suficiente e eu não
vou deixar que façam isso de novo... Não quero ouvir nada de ninguém, eu
só quero ficar sozinha então me deixa em paz! Você quase foi obrigada a se
casar com alguém que não ama, pior! Com alguém que você nunca viu na
vida então você deve entender como eu me sinto, fui sequestrada e estou
nesse lugar contra a minha vontade, com um louco que colocou na cabeça
que pertenço a ele... Então não diz nada, só me dá um tempo...? Eu preciso
de tempo, estou enlouquecendo com tudo isso, estou confusa e não sei o
que pensar... Me deixa ficar sozinha...? Por favor? — Esbravejo entre
lágrimas a encarando decepcionada.
Ela não diz nada, apenas me ouve calada chorando em silêncio pois
ela sabe como estou me sentindo, sabe o quanto estou mal então me afasto
saindo apressada para longe dela.
Mais a diante vejo uma entrada para uma pequena floresta
particular, mas quando vou entrar, dois dos seguranças aparecem me
impedindo de seguir. Olho para trás e vejo Luiza limpando o rosto.
— Deixem ela passar! Isso é uma ordem! — Seu tom firme faz os
homens rapidamente me darem passagem e eu entro correndo na floresta.
Sei que não vou conseguir fugir daqui mas eu preciso de espaço,
preciso ficar sozinha pois nunca estive tão confusa em toda a minha vida.
Não quero que brinquem comigo mas estou confusa, não sei o que sinto por
aquele infeliz mafioso, estou me odiando por tê-lo deixado me beijar
daquela maneira, isso só me deixou ainda mais confusa e furiosa comigo
mesma.
Não acredito nele, ele não pode estar apaixonado por mim, isso não
é verdade ele só quer transar comigo e me transformar em um brinquedinho
para se divertir quando quiser, como ele faz com as prostitutas das suas
boates, mas isso não vai acontecer comigo!
Ando pela floresta desnorteada e tentando não chorar por essa
situação. Sigo por uma pequena trilha e de longe vejo um chalé no meio da
floresta. Me surpreendo por isso, porque esse lugar está escondido? Será
que eles vem aqui?
Não penso duas vezes e corro até lá afim de me esconder do mundo,
mesmo sabendo que isso não será possível. Tento entrar no chalé mas está
trancada, e agora? Como vou entrar nesse lugar?
Olho a minha volta e resolvo olhar embaixo dos vasos de plantas e
até embaixo das pedras, mas não acho nada, passo a mão pelo batente da
porta e das janelas mas também não encontro, quando estou quase
desistindo eu vejo uma plaquinha de bem-vindo pregada na parede ao lado
da porra, resolvo olhar atrás dela e vejo um pequeno compartimento nela,
abro a mesma e encontro a bendita chave.
Abro o chalé e entro olhando a minha volta de boca aperta, esse
chalé é mais moderno e luxuoso que o meu apartamento no centro de
Roma, na verdade 3le é tão luxuoso quando as suítes das mansões dessa
família. Essa gente é inacreditável, porque manter um lugar desse no meio
do mato? De quem é esse lugar? Espero não ser castigada por entrar aqui.
Respiro fundo e vou até a poltrona na frente da cama, me sento
admirando o lugar mas meus pensamentos vão na minha casa abandonada,
será que nunca mais vou poder voltar lá? Como será que está o mundo lá
fora? Não tenho mais telefone, não tenho acesso a internet e a nada, tudo
que eu sei são o que me contam para eu não ficar desinformada.
Me deito no sofá e encaro o teto tentando esvaziar a minha mente,
não quero pensar em nada agora, eu só quero desmaiar e esquecer tudo isso
por um tempo, e eu faço isso, me deixo pegar no sono para fugir dessa nova
realidade, me permito sonhar e voltar ao passado onde eu tinha uma vida
normal como todo mundo, não tinha grandes preocupações e nem
imaginava que um dia eu pudesse ser sequestrada por um Cartel.
Eu fui adotada quando era pequena, tive uma família amorosa mas
sempre soube que não era filha biológica do casal que me adotou, eles já
eram de idade, a mulher não podia engravidar e por isso nunca teve um
filho biológico. Eu convivi com eles por bastante tempo, até os meus
dezessete anos eu tive uma família, mas os perdi em um assalto e
novamente me vi sozinha.
No assalto eu cheguei a ser ferida por um dos disparos que matou os
meus pais Otto e Clarisse, e consegui escapar de ser morta por muito pouco.
Eu estava sozinha novamente mas não estava desamparada, eu tinha uma
casa, tinha dinheiro o suficiente para sobreviver até poder trabalhar, eu era
de menor mas quando completei os meus dezoito anos eu fui atrás do que
eu queria, e eu queria prender não só os assassinos dos meus pais
biológicos, mas também dos meus pais adotivos, a minha família foi tirada
de mim por duas vezes então na minha cabeça eu só conseguia pensar em
vingança.
Os meus pais adotivos foram vingados mas infelizmente não por
mim, os assassinos morreram em um confronto com a polícia e isso só
alimentou o meu desejo de me tornar uma policial, e quando eu finalmente
fui aprovada eu vibrei, dediquei a minha vitória as minhas duas famílias
perdidas pois mesmo mortos, foram eles quem me deram motivação para
conseguir o que eu queria, e eu consegui.
Sinto um carinho suave no meu rosto e sua voz doce me chamar, me
mexo mas não abro os olhos, eu devo estar sonhando e não quero acordar
agora.
— Allana? Querida acorde! Você precisa comer alguma coisa...
Allana! — Seu tom um pouco mais firme me faz despertar.
Me sento no sofá me deparando com a soberana agachada na minha
frente com um olhar apreensivo.
— Você precisa comer alguma coisa, quase não comeu no café da
manhã. — Ela se levanta pegando uma bandeja sobre mesa no quanto e
vejo um dos seguranças em pé na porta.
— Eu... Me desculpa por entrar aqui sem permissão, eu só queria
ficar sozinha um pouco. — A encaro envergonhada mas ela sorrir se
sentando ao meu lado.
— Imagina, querida, não precisa de desculpar... Quer conversar
enquanto come? Não acha que precisamos de uma conversa...? Luiza me
contou sobre o seu desabafo, e de verdade eu sinto muito por você está
passando por isso, sinto muito por estar vivendo algo assim, mas... Eu
também passei por isso antes de me apaixonar pelo meu marido, Allana, eu
também fui sequestrada mas Michael fez isso para me salvar de uma facção
rival, eu namorava um cretino explorador que queria que eu me prostituísse
para lhe dar boa vida, eu cheguei a amar aquele miserável e ele só me
maltratou, ameaçou me matar mas Michael me salvou dele. — Conta
espontaneamente e eu fico atenta as suas palavras, surpresa por saber de
tudo isso.
Essa mulher linda e poderosa foi sequestrada assim como eu? Ela é
o que é hoje porque se apaixonou pelo soberano da máfia italiana. Brenda
Lins D'ávila conquistou um dos homens mais poderosos da Itália e era uma
mulher simples como eu.
— Michael também se encantou por mim e queria a todo custo que
eu fosse dele, quando pensei que ele fosse matar a minha melhor amiga, eu
desmaiei e ele me tirou do país me levando para Dubai, ainda em pleno voo
eu descobri que na verdade, ele havia salvado a minha amiga de ser morta
pelo mesmo Cartel na qual Eduardo fazia parte, ele salvou a minha vida por
diversas vezes e eu acabei me apaixonando por ele... Eu levava uma vida
miserável dançando na Top Night para sustentar aquele desgraçado porque
o amava, ou pelo menos acreditava que amava, Eduardo me bateu e
ameaçou me matar se eu não transasse com um cara na frente dele, eu fui
salva por pouco, ele está morto porque Michael o matou, meu marido me
apresentou uma vida glamorosa e me deu tudo que eu queria, ele me deu
amor, me deu carinho e uma vida de luxo, ele cuidou de mim como eu
merecia, Michael quase morreu para me salvar, eu cheguei a acreditar que
ele estivesse morto e só descobri que ele estava vivo uma semana depois.
No dia que para mim ele estava morto, eu descobri que estava esperando
um filho dele, Maycon. — Ela segura a minha mão com carinho enquanto
fala.
— Você é feliz mesmo depois de tudo que passou? Já se arrependeu
alguma vez por aceitar tudo isso? Você também tentou fugir quando foi
sequestrada? — Me deixo mover pela curiosidade.
— Eu já era feliz antes mesmo de ouvir da boca de Michael que ele
me amava, e eu nunca me arrependi por tê-lo aceitado... Mas sim, antes
mesmo de ser sequestrada pelos seus soldados, eu e Isabela tentemos fugir
mas não fomos muito longe, nós saímos da cidade para nos escondermos,
mas dois dias depois eles nos acharam... Não adianta fugir do nosso destino,
Allana, ele sempre volta. — Ela me dá um sorriso gentil me passando a
tranquilidade que eu preciso.
— Maycon não vai desistir de mim, não é...? Ele me confessou algo
mas não consigo acreditar nele, não quero que brinquem comigo pois já
sofri demais, Sra. Brenda... Perdi meus pais biológicos e também os meus
pais adotivos, não tenho amigos e já me iludi muito por acreditar nas
pessoas... Eu quase fui estuprada por um colega de trabalho com quem eu
saia quando dava vontade, era apenas sexo e nada mais, mas ele tentou me
estuprar e o delegado fez parecer que a culpa foi minha por me envolver
com um colega de trabalho, as vezes penso que estou lutando do lado
errado da guerra, mas eu tinha um objetivo e corri atrás do que eu queria
independente de qualquer coisa... Tenho medo de acabar aceitando tudo isso
e me arrepender, tenho medo me magoar outra vez, tenho medo de sofrer
por confiar demais, por não ter certeza de onde estou pisando, me sinto
insegura e confusa sobre tudo isso... Principalmente sobre o seu filho. As
vezes acho tudo isso muito errado, mas, as vezes até penso que... Sei lá, não
sei o que pensar... Eu prometi tentar mas não sei se vou conseguir,
soberana... Me desculpa? — Me emociono por falar de tudo isso e sou
surpreendida com um abraço tão amoroso, tão reconfortante que retribuo
sem pensar duas vezes.
— Uma coisa você pode ter certeza, Allana, Maycon está tão
confuso quanto você... Ele veio me procurar para conversar, meu filho está
realmente apaixonado por você mas não sabe como agir, não sabe como te
abordar sobre isso, não sabe como demonstrar o que sente. Ele quer mudar,
quer merecer o seu amor mas não sabe como fazer isso, era para termos
uma conversa hoje sobre tudo isso, mas depois da conversa de vocês ele
saiu não sei para onde e ainda não voltou. — Mais uma vez me surpreendo
com as suas palavras, então ele estava mesmo falando a verdade?
— Se quer encontrar o seu filho, é só procurar em algumas das
boates de vocês, com certeza ele deve estar com algumas das prostitutas
dele. — Me levanto abruptamente ao me dar conta desse detalhe.
— E você se importa com isso?
— Não! Nem um pouco. Ele que faça o que bem entender, só não
quero que depois ele venha me procurar achando que vou me deitar com ele
como essas mulheres fazem com tanta facilidade... Não sou uma prostituta
para ele me tratar igual! — Disparo em um tom firme e a vejo atenta a mim.
— Você disse que está confusa, será que não está se apaixonando
por ele também? Você conseguiria se apaixonar por Maycon algum dia,
Allana? — Suas perguntas me fazendo engolir a seco pois não sei o que
dizer.
— Eu não sei, não posso afirmar nada agora. — Evito encará-la pois
sinto o meu rosto queimar de vergonha. Me sinto uma ridícula com tudo
que eu disse.
— Ok! Vamos deixar esse assunto para um outro momento, agora
coma a sua comida e vamos voltar pra casa, está bem?
— A senhora se importa se eu ficar aqui um pouco mais? Eu gostei
desse lugar, é tranquilo e bastante aconchegante. — Me sento novamente ao
seu lado e mais uma vez ela sorrir de forma doce e gentil.
— Está bem, fique o tempo que quiser mas não me peça para morar
aqui, pois Maycon não vai permitir. Filippo vai ficar na porta do chalé para
fazer a sua segurança, mas se precisar de algo da casa, tem um telefone ao
lado da cama que te dá acesso direto com a casa principal. — Encaro o
telefone que até o momento eu não tinha visto, é um aparelho pequeno e
quase da cor do móvel.
— Obrigada pela comida e também pela conversa, foi muito bom
desabafar um pouco. — Lhe dou um pequeno sorriso.
— Disponha, querida, se precisar conversar ou desabafar
novamente, não hesite em me chamar, ok? Eu vou indo, mas seria legal se
você fosse ajudar Luiza no estudo fotográfico, ela precisa de uma modelo e
você é lindíssima. — Ela faz um carinho no meu rosto e sai em seguida.
Assim que ela sai do chalé eu vou até a porta e tranco a mesma, não
vou ficar aqui sozinha com esse brutalmente em pé na porta me encarando.
Volto para o sofá e começo a comer, a comida ainda está morna mas está
deliciosa.
Encaro um relógio na parede acima da lareira e já são três horas da
tarde, como eu consegui dormir tanto? Esse lugar é muito relaxante, aqui eu
tenho a paz que eu tanto procuro e não me importaria em morar aqui.
Pensando melhor, estou no meio da floresta e isso aqui a noite deve ser um
breu de tão escuro, consequentemente deve ser perigoso e desprotegido
também.
Depois de comer eu vou até o banheiro lavar a boca, tem até uma
jacuzzi nesse lugar. Isso é inacreditável. Encontro uma escova nova e
escovo os dentes, não me interessa de quem é, vou usar e ponto final, é só
uma escova. Porque eu não perguntei a soberana de quem é esse chalé?
Deve ser da família, óbvio!
Me deito nessa cama macia com lençóis de seda, isso aqui deve ser
mais caro que o meu apartamento e ele não é tão pequeno. Mas enfim, me
deito pensativa sobre tudo que a soberana me contou, quem diria que essa
mulher poderosa um dia foi uma mulher simples como eu, que também foi
sequestrada antes de se apaixonar pelo seu sequestrador. Espera! Eu disse
também se apaixonou? Eu não estou apaixonada por aquele infeliz, eu não
posso me apaixonar por ele, Maycon será incapaz de merecer o amor de
uma mulher como eu, não vou baixar a guarda com ele.
— Allana?
— Meu Deus do céu...! Porra que susto! Como entrou aqui? Eu
tranquei a porta então você não pode... — Dou um pulo da cama assustada
mas ele me interrompe, ainda em pé na porta.
— Você está no meu chalé, então é óbvio que eu tenho a cópia da
chave. — Se aproxima com um sorriso de lado, aquele maldito sorriso que
esses infelizes usam para nos conquistar.
— Mas é claro que esse chalé é seu, não podia ser demais ninguém
se não do soberano... Me desculpa se invadi o seu chalé, realmente não me
passou pela cabeça que pudesse ser seu. Eu já estou de saída! — Respiro
fundo puxando o ar para os meus pulmões e vou na sua direção, mas
quando passo por ele o mesmo segura o meu braço.
— Espera! Não precisa ir... Precisamos conversar, eu comprei algo
pra você. — Ele se vira para mim soltando o meu braço gentilmente.
— E porque compraria algo para mim? Não é meu aniversário para
me dá presentes... Porque não deu para alguma das prostitutas com quem
você estava? Está fedendo a perfume barato, soberano... Não vai conseguir
me levar pra cama me dando presentinhos por mais caros que eles sejam!
— Olho dentro os seus olhos esverdeados e os vejo ficarem escuros
rapidamente.
— Qual é o seu problema, garota? Estou me esforçando ao máximo
que consigo para ser gentil com você, mas você não deixa! Se não quer o
presente, então foda-se! — Diz entre dentes em um tom tão rouco que me
assusta. Ele tira uma caixinha de jóia do bolso e arremessa na parede.
O encaro com os olhos levemente arregalados e ele se aproxima
segurando o meu queixo me empurrando contra a parede.
— Se eu quisesse apenas sexo, realmente procuraria uma das
minhas prostitutas, eu não perderia tanto o meu tempo como perco com
você! Para o seu azar eu não transei com nenhuma delas e não vou dormir
de saco cheio hoje, literalmente... Estou percebendo que você não gosta de
homens gentis, então se prepare, hoje você vai ser minha! — Avisa em um
tom mais rude aqui pertinho do meu rosto. Mas me solta saindo do chalé
furioso.
Deixo o meu corpo escorregar pela parede e caio de bunda no chão,
ele não vai me estuprar como está planejando, eu mato ele antes disso!
Cretino!
Tá legal, agora ele conseguiu realmente me intimidar, ele conseguiu
me deixar apavorada mas não vou deixá-lo encostar as mãos mim, isso não!
Encaro a caixinha de jóia jogada no chão mais diante, consigo ver
um colar e um par de brincos de turmalina, uma cor verde água tão lindo, é
delicado e ao mesmo tempo simples mas sei que é uma jóia cara. Vou até a
jóia e pego a caixinha abrindo a parte quebrada para ver melhor o colar.
— Isso não é possível... Não pode ser possível... É igual ao colocar
da minha mãe biológica, como ele conseguiu isso?
Me lembro do colocar que foi entregue aos meus pais adotivos no
dia em que eu fui adotada, meus pais adotivos nunca me esconderam isso e
me entregaram o colar quando eu fiz quinze anos, mas os vendi quando
precisei terminar de pagar a minha faculdade, eu me desfiz da única
lembrança que eu tinha da minha mãe biologia e agora ele traz um colar
idêntico.
Me levanto do chão com o colar e os brincos e saio da cabana
correndo atrás de Maycon, ele precisa me dizer onde consegui essa jóia.
— Onde pensa que vai senhorita? Espera! — Ouço a voz do
segurança vindo atrás de mim mas eu não paro. — Para ou eu atiro! — Me
alerta mas mesmo assim eu não paro.
— MAYCON! ESPERA MAYCON! — Grito por ele enquanto
corro mas ouço um tiro, me assusto e vou parar no chão olhando para os
lados procurando quem atirou.
— ALLANA! — Ouço o seu grito e tento me levantar, mas sinto o
me pé doer. — O que aconteceu? Você está bem? Está ferida? Responde
você está ferida? — Maycon aparece correndo ao meu lado e se abaixa
procurando ferimentos no meu corpo.
— Eu estou bem! Não me feri eu apenas torci o pé... No susto eu
acabei caindo. — Explico enquanto tento me levantar mas dele não deixa.
— Me desculpa, soberano? Eu avisei para ela não correr, eu atirei
para o alto mas ela se assustou, pensei que ela estivesse tentando fugir. —
Se explica o tal Filippo e Maycon se levanta com um olhar furioso.
— Ela se machucou por sua culpa, seu animal! Agora vou ter que
machucar você também! — Esbraveja enquanto saca a sua arma e dispara
na pera no cara que cai no chão. O encaro assustada.
CAPÍTULO 19
Ando com o meu pai e meu tio de um lado do salão e minha mãe
anda com Allana e minha tia do outro lado, cumprimentamos muita gente
mas quando chegarmos próximos a porta, Allana fala algo com a minha
mãe e sai do salão sendo escoltada por Zion e Rael, seus seguranças
pessoais.
Deixo meu pai e meu tio no salão e saio atrás dela com Isac e
Thomas na minha cola. A encontro andando pelo jardim olhando para ao
céu e me aproximo devagar, faço sinal para os soldados se afastarem um
pouco e assim eles fazem.
— Já está cansada? Andou bastante pelo salão e vi que se enturmou
rápido com as outra mulheres. — Ela para se virando abruptamente me
encarando surpresa.
— Tem muita gente legal aí dentro, não era assim que eu imaginava
que fossem os mafiosos, e agora estou me tornando um eles. — Ela sorrir
timidamente enquanto me aproximo mais.
— E você está mesmo disposta a aceitar fazer parte disso? Não vai
se arrepender depois?
— Que escolha eu tenho? Ou eu morro ou eu faço parte disso, e...
Me desculpa, eu não quero discutir sobre isso, só estou tentando dizer que...
Eu prefiro fazer parte disso do que não fazer parte de nada. Lá fora eu não
tenho ninguém, na delegacia talvez eles não me aceitariam de volta mas se
aceitassem, eu teria que conviver com pessoas corruptas e não poderia fazer
nada, de qualquer forma eu estaria presa a algo indesejado... eu ainda
preciso me acostumar com a ideia de fazer parte de uma facção, mas eu
estou disposta sim a fazer parte disso. — Ela continua a sua caminhada pelo
jardim e eu caminho ao seu lado.
— Se eu te liberasse agora, você iria embora ou escolheria ficar
comigo? Ainda acha que sou um monstro? — Paro segurando a sua mão e a
vejo me encarar surpresa com as minhas perguntas.
— A gente fala muita coisa quando está nervosa, e... Sempre sai o
que vem à cabeça, mesmo que não seja a verdade... — Seus olhos se
prendem nos meus e eu me aproximo um pouco mais dela.
— Falta responder uma pergunta. Se eu te liberasse agora, você iria
embora, ou escolheria ficar comigo? — Insisto na pergunta e ela ofega.
— Eu não sei te responder essa pergunta... Como eu disse antes,
ainda tenho que me acostumar com tudo isso, mas, eu já me apeguei
bastante a sua irmã e sua mãe, e também a sua tia... Eu já consigo me vê
convivendo com vocês. — Confessa em um tom trêmulo e limpa a garganta
quando toco a sua cintura. Sorrio satisfeito com a sua resposta.
— Fico feliz em ouvir isso. — Puxo o seu corpo para o meu e ela
fica ainda mais tensa. — Você disse que só mudou a cor dos seus cabelos,
posso ver se é verdade? — Pego uma mexa dos seus cabelos e ela respira
fundo surpresa com o meu pedido.
Ela apenas balança a cabeça concordando e eu aproximo mais o meu
rosto para afagar os seus cabelos, e sim, o seu perfume continua o mesmo.
Levanto o meu rosto para encarar os seus olhos mas encaro os seus lábios
vermelhos, acaricio o seu rosto suavemente e beijo-a ardentemente, mas
com calma saboreando o seu gosto viciante.
Ela não resiste, ela me beija de volta segurando os meus braços com
firmeza, sua língua é tão macia, seu beijo é tão intenso que me deixa
eufórico. Abraço o seu corpo prendendo ela a mim e suas mãos vão para
minha nuca intensificando o nosso beijo. Porra eu quero senti-la, quero
fazer amor com ela.
Quando o ar nos falta ela interrompe o beijo me encarando surpresa
por ter me beijando dessa maneira tão envolvente. Ela tenta se afastar mas
não deixo, puxo ela de volta para o meu corpo e nesse momento ouço som
de tiros e me abaixo com ela.
— Merda! O que está acontecendo? — Saco a minha arma correndo
com ela para atrás de uma estátua no jardim, afim de nós proteger. — Fica
abaixada! Não se levante, ouviu?
Me levanto vendo os meus soltados correndo de um lado para o
outro atirando e alguns homens correndo para trás dos carros, atirando
contra eles.
— Não são policiais e não parecerem ser membros de Carteis, quem
são essa gente e porque estão nos atacando? — Allana se levanta olhando
pelo outro lado da estátua. Mulher teimosa!
— Eu não mandei você você se abaixar? Se proteja, Allana!
— Você não manda em mim! Me dá uma arma? Eu atiro tão bem
quanto você... Rápido, soberano! — Seu tom firme e autoritário mais uma
vez me surpreende.
— Eu não vou te dar uma arma porque você vai ficar quieta...
Ela me puxa pelo colarinho da camisa e me rouba um beijo
enquanto rouba a segunda arma do meu coudre.
— Golpe baixo não vale, Allana!
— Cala boca e me proteja! Eu não quero morrer hoje! — Ela ergue
uma sobrancelha e dispara contra os homens vindo na nossa direção.
— E não vai! — Sorrio me juntando a ela atirando nesses malditos.
— MAYCON! SE PROTEJAM! — Grita Isac de algum lugar mas
vejo outros homens invadindo pela entrada secundária. Merda!
— Precisamos sair daqui, ou vamos morrer! — Entrego dois pentes
de balas a ela e nos levantamos saindo de trás da estátua.
Nos viramos de costas um para o outro e disparamos acertando
alguns dos homens enquanto meu pai, meu tio e os nossos soldados vem na
nossa direção atirando, nos dando cobertura. Como esses merdas
conseguiram entrar aqui? Eles são muitos.
Abraço Allana pela cintura puxando ela para mim e atiro na direção
contrária, ela faz o mesmo, nesse momento os nossos soldados se põe na
nossa frente fazendo um escudo humano par anos proteger, enquanto se
afastam nos levando de volta para entrada da casa.
— Vocês estão bem? Foram feridos? Maycon! Allana! — Mamãe
entra no meio arrastando Allana com ela e vejo que também está armada.
— Não fomos feridos, estamos bem, eles estão recuando, quem são
esses caras? Porque estão nos atacando? — Pergunta mais uma vez mas a
sua atenção está no confronto se arrastando para fora da mansão.
— Não sabemos quem eles são, mas todos tem a mesma tatuagem
de um tigre no pulso, eles não são daqui, nunca vimos esses caras na cidade
antes. — Informa Isac chegando correndo com Thomas. Vejo Allana puxar
o corpo de um dos caras caídos na porta da casa.
— Eu sei quem eles são, esses caras são de uma gangue de Los
Angeles, eles são associados a facção da Família Armstrong, eles devem
estar querendo vingança de sangue depois que o Cartel Armstrong foi
dizimado pela Nuestro Poder... Eu já prendi alguns deles quando fui
transferida para Los Angeles para ajudar em um caso. — Explica voltando
para perto de nós. Meu pai e meu tio voltam apressados ainda com as suas
armas em punho.
— Vamos pegar esses filhos da puta! Não vamos deixar nenhum
deles saírem daqui vivos, e depois vamos atrás do restante do bando...
Vamos acabar com esses desgraçados! — Esbravejo enquanto recarrego a
minha arma e alguns dos líderes se juntam a nós acionando o seu pessoal
para irmos atrás desse desgraçados.
— Maycon! Me deixa ir com vocês? Eu conheço esses caras e posso
ajudar. — Me surpreendo com o pedido de Allana.
— Está fora de cogitação você ir com a gente! Não quero você
correndo riscos. — Me afasto para sair mas ele me segura pelo braço.
— Por favor? Me deixa ajuda de alguma maneira?
— Se quer tanto ajudar, fique com a minha mãe e as outras, as
proteja pois sei que você é capaz para isso... Você pode fazer isso para
mim? Por favor não se arrisca? Eu fui claro? — Toco o seu rosto
gentilmente e ela apenas concorda.
— Zion! Rael e Bruno! Reúnam três equipes e levem as mulheres
pra casa, tirem elas daqui pois a área foi comprometida e não sabemos se há
mais deles por aí... Protejam elas com as suas vidas ou vocês pagaram caro
se acontecer algo a elas, entenderam? Charles ficará para ajudar vocês na
proteção delas. — Me afasto chamando a atenção do meu pessoal e
rapidamente eles se agitam para fazer o que ordenei.
Peço para trazerem mais carros blindados para tirar minha mãe e as
outras daqui, vou até o meu pai conversando com os outros líderes e ouço
que tem pais homens chegando para nos ajudar. Ótimo!
Vou colocar minha mãe e as outra no carro com alguns seguranças,
mas outros grupos vão ir na frente e atrás para escoltá-las até em casa.
— Maycon! A sua arma... — Allana se aproxima me devolvendo a
minha arma.
— Você está bem? Promete que vai fazer o que eu pedi? Vai ficar
em segurança e não vai fazer nenhuma besteira, ok? — Coloco o seu cabelo
atrás da orelha em um gesto suave, ela me dá um pequeno sorriso e isso me
deixa feliz contente.
— Se você prometer que vai se cuidar, eu posso prometer o mesmo.
Vai voltar logo? — Me surpreso mais uma vez com essa mulher, ela está
preocupada comigo? Isso é um bom sinal, tem que ser.
— Se você aceitar o meu convite pra jantar, eu prometo voltar
logo... E então? Quer sair pra jantar comigo? — Pergunto meio sem jeito e
ela sorrir de maneira doce e carinhosa.
— Está me chamando para um encontro? Caramba, eu não esperava
por isso vindo de um soberano mal humorado... Eu vou adorar sair pra
jantar com você. — Ela fica mais vermelha que um tomate ao admitir tal
coisa. Sorrio.
Ela se vira para entrar no carro, mas, seguro a sua mão. Me
aproximo lhe roubando um beijo pouco demorado.
— Você foi incrível hoje... Te vejo em breve. — Me afasto soltando
a sua mão e ela entra no carro sorrindo.
— Se cuida meu filho! E cuida do seu pai também, ouviu bem? Eu
te amo. — Mamãe se aproxima piscando para mim e me abraça apertado.
Ela sempre faz isso quando tem pela minha vida — Vocês dois ficam lindos
juntos, estou feliz que estejam se entendendo. — Ela se solta sorridente.
— Conversaremos melhor sobre isso depois, vou levá-la para jantar
e preciso de ajudar, descubra do que ela gosta e onde posso levá-la? Te vejo
depois. Te amo! — Lhe dou um beijo e saio voltando para junto do meu pai.
Elas saem da mansão em segurança sendo escoltadas pelos nossos
soldados. Ligo para o chefe dos nossos soldados no armazém e peço para
reunirem mais uma equipe na mansão principal, caso esses malditos tentem
chegar até às mulheres, o restante do pessoal seguirá conosco pois vamos
varrer a área antes de partirmos para Los Angeles. Vamos pegar aqueles
malditos e não vamos deixar um para contar a história.
O Sr. Leon Young e seu filho se juntam a nós, assim como os
soldados de outros líderes das facções aliadas, vamos sair à caça desses
vermes malditos e não vamos voltar até matarmos o último deles.
Allana realmente é muito boa com armas, não é à toa que ela era da
polícia pois ela atira muito bem, e tem um ótima pontaria, essa mulher é o
meu número. Porra! Nos beijamos, ela me beijou de volta sem oferecer
resistências, será que ela está finalmente se rendendo a mim? Ela vai ser
minha logo, isso é questão de tempo pois sinto que ela também me quer. Ela
me deixa louco quando ofega aquele jeito, seu corpo trêmulo amolecendo
em meus braços quase me fez pirar.
Ainda sinto o gosto dos seus lábios nos meus e quero beijá-la de
novo, quando eu voltar ela vai ser minha, vou levá-la para jantar e ela será
minha, não tenho dúvidas disso.
— Vamos pessoal! Está na hora de irmos, não podemos mais perder
tempo, os nossos inimigos estão aqui no nosso território e precisamos
eliminá-los! Vamos!
Aviso enquanto sigo para o nosso carro e outros veículos são
estacionados nesse instante para comportar o nosso pessoal, e também o
pessoal dos nossos aliados que se juntaram a nós nessa caçada.
Saímos da mansão de festas e seguimos pela cidade a procura dessa
gangue maldita, eles vão nos pagar muito caro por esse ataque, eu e Allana
poderíamos ter sido feridos naquele confronto, por sorte ela sabe se
defender muito bem e não precisei me preocupar tanto com a sua defesa, ela
também me defendeu e aquilo foi incrível.
Allana poderia ter aproveitado a oportunidade para tentar escapar ou
até mesmo para me matar pois ela estava com uma das minhas armas nas
mãos, mas ela não o fez e ainda queria vir conosco para lutar ao nosso lado,
essa mulher é surpreendente, eu preciso aprender a lidar com ela, não posso
desistir assim tão fácil.
Ainda estou surpreso por ela ter voltado por mim e Isac, ela se
arriscou muito voltando mas confesso que ela me ganhou com isso, ela me
faz querer ser o melhor por ela e eu preciso tentar, não posso desistir de ser
um homem gentil com ela quer que eu seja.
A admiro dormir e seu rosto está tão sereno depois de ter passado
mal, ela me assustou, ela ficou mais branca que uma vela, eu realmente me
preocupo com essa mulher, eu quero cuidar dela como nenhum outro
homem fez antes.
Acaricio o seu rosto suavemente e ela se mexe, Allana respira fundo
e abre os olhos me encarando fixamente antes de olhar para os lados. Ela
tenta se sentar e eu me levanto ajeitando o seu travesseiro.
— Que horas é agora? Ainda é noite? Eu estou com muita fome,
meu estômago está dando nó. — Ela me dá um pequeno sorriso me fazendo
sorrir também.
— Fico feliz em saber que está com fome. Você dormiu a noite toda
e já passou a hora do almoço, por isso te acordei, a empregada acabou de
trazer uma sopa quentinha pra você, foi a minha mãe quem mandou fazer,
você vai gostar. — Vou até o a mesa pegando a bandeja com o prato.
— A Sra. Brenda é muito gentil, na verdade todos são. Eu só era
tratada assim pelos meus pais e mais ninguém. — Ela fica pensativa de
repente.
— Essa é a sua família agora, e você será tratada como tal. Aqui a
nossa família fica em primeiro lugar em relação a tudo. — Me sento ao seu
lado e tiro o prato da bandeja.
Mexo a sopa e levo a colher até a sua boca. Ela me encara confusa
mas também surpresa, ergo uma sobrancelha e ela sorrir abrindo a boca,
tomando a primeira colherada da sopa.
— Você está mesmo me dando comida na boca...? Por essa eu não
esperava, você está sendo muito gentil. — Me surpreendendo com as sua
palavras.
— Então eu estou conseguindo ser gentil? Você gosta disso? —
Olho em seus olhos enquanto lhe dou a sopa.
— Sim, você está conseguindo ser gentil, e eu gosto muito disso...
Qual a mulher que não gosta? — Ela cora me fazendo sorrir.
Conversamos um pouco enquanto ela come e pela primeira vez olho
para ela sem malícia, ela não está bem e eu quero cuidar dela, quero
protegê-la de tudo e de todos e eu vou fazer isso. O erro que aconteceu
ontem não vai mais se repetir.
Ela termina de comer e pede para se levantar um pouco, ela é bem
teimosa e eu também preciso aprender a lidar com isso. Ajudo ela a se
levantar com cuidado pois vejo que ela ainda sente dor, pergunto onde ela
quer ir mas ela diz apenas que quer andar um pouco para esticar as pernas.
— Posso perguntar uma coisa? Como conseguiram entrar aqui se
esse lugar é uma fortaleza? A mansão estava protegida, tinham muitos
homens espalhados para todos os cantos, não tinha como os membros
daquela gangue entrar aqui, por mais que eles sejam bem instruídos e bem
armados. — Pergunta curiosa e eu respiro fundo.
— Qual é a maneira mais fácil de se conseguir invadir um local
seguro?
— Um infiltrado? É isso? Não! Espera! Eu me lembro do seu pai
dizendo que eram muitos infiltrados. — Ela se aproxima parando na minha
frente.
— Haviam vinte membros da gangue infiltrados no nosso exército
de soldados, e foram justo eles quem ficaram responsáveis pela segurança
de vocês juntos com os demais, então foi fácil eles colocarem o pessoal
deles aqui dentro para sequestrar você e Luiza... Mas eles já foram
eliminados, aqueles filhos da puta nunca mais vão agir contra ninguém!
Não entendo como isso foi acontecer, foi uma falha muito grande e muitos
ainda vão pagar pelo que houve! Aqueles malditos nos queriam longe, nos
distraíram para conseguirem levar você e Luiza. — Me irrito ao me lembrar
que elas poderiam estar mortas agora.
— Agora já foi, não vai adiantar ficar nervoso! Nós estamos bem,
conseguimos escapar com vida. — Ela vem até a mim apreensiva.
— Vocês só estão vivas porque você foi muito inteligente,
conseguiu tirar a minha irmã de um cativeiro e ainda voltou por mim e Isac,
eu nunca vou me esquecer disso... Você ganhou não só o meu respeito e
admiração, mas também o meu coração, Allana. — Toco o seu rosto
suavemente e a vejo ofegar como antes.
— Maycon... — Sussurra em um tom trêmulo. — Faço parte da
família agora... E sei que não desistiria de me encontrar, então eu não
poderia desistir de você sabendo que eu poderia ajudar... — Ela engole a
seco.
— Eu jamais desistiria de você, muito menos em uma situação
como aquela... Você é tão linda... Inteligente e forte... Jamais vou me
arrepender de escolher você. — Abraço a sua cintura sentindo o quanto ela
está trêmula, ela está muito tensa.
Ela encara a minha boca e eu faço o mesmo, me aproximo para
beijá-la mas alguém bate na porta e ela se afasta assustada.
— Com licença, meus queridos, eu preciso ver como está o
ferimento de Allana. Está sentindo alguma coisa, querida? — Minha tia
vem na nossa direção e vejo Allana acanhada. Estou frustrado por termos
sido interrompidos.
— Além da fome que estou sentindo, apenas a minha costela que
está fisgando, quando respiro fundo também dói... Acabei de comer uma
sopa deliciosa mas ainda estou com fome. A senhora me deu algo para abrir
o apetite? — Ela sorrir enquanto minha tia nos admira com um sorriso
amoroso.
— Você precisa se alimentar bem para se recuperar logo, então sim!
Eu te dei uma vitamina para abrir o apetite... Eu vou pedir a empregada para
trazer algo para vocês comerem, quanto a dor nas costelas, eu deixei uns
analgésicos para dor na cabeceira da cama. Se precisar de mim é só mandar
Maycon me chamar, está bem? Agora deite-se para descansar um pouco
mais, você precisa se recuperar logo esse ferimento interno. — Minha tia
leva ela de volta pra cama mas ela para.
— Eu vou me deitar novamente, mas antes preciso de um banho
para despertar, ainda estou com sono mas não quero dormir mais, já dormi o
suficiente... A senhora poderia me ajudar? — A vejo encarar minha tia com
doçura e ambas vão para o banheiro.
— Mas é claro que eu te ajudo, querida, vamos!
— Vou sair para deixá-las a vontade, vou ver o meu pai. — Respiro
fundo e saio do quarto ouvindo minha tia falar empolgada com Allana.
Que bom que as coisas estão começando a dá certo, ela está se
dando bem com todos e está baixando a guarda comigo, porra eu queria tê-
la beijado de novo, eu fiquei duro quando ouvi ela sussurrar o meu nome,
cacete! Eu já estou enlouquecendo de tento desejá-la.
Tento não pensar tanto nisso e desço até o escritório do meu pai,
precisamos ir até o armazém pois o chefe dos soldados precisa nos dá
muitas explicações, não vamos perdoar um erro tão grave como a admissão
de intrusos no nosso exército, a contratação sempre foi muito rigorosa mas
acho que o nosso chefe não está mais tão apto ao cargo que ocupa, e isso
precisa mudar, ele foi o responsável por aqueles infelizes terem se infiltrado
entre nós, então ele vai pagar com a vida pelo que houve, minha mãe,
minha irmã e minha mulher poderiam estar mortas agora por causa desse
erro, e eu não vou deixar isso barato, não vou ter piedade de ninguém.
UM MÊS DEPOIS...
O jantar está fluindo bem mas eu não vou beber muito, se tiver que
rolar algo entre nós hoje não quero que seja pelo efeito da bebida, quero que
seja porque eu realmente quero isso. E eu quero, estou desejando estar com
ele mas vamos deixar a noite fluir normalmente, vamos ver se ele não vai
dizer ou fazer alguma coisa que faça eu me arrepender de estar aqui,
desejando ardentemente que ele me beije inteirinha. Meu Deus, estou tão
excitada que consigo sentir a veia do meu pescoço pulsar. Merda!
Para sobremesa a empregada nos serve uma torta holandesa
maravilhosa, e eu como com gosto, está divina, peço até para me servirem
mais um pedaço e a empregada sai em seguida nos deixando a sós. Maycon
apenas sorrir me vendo comer com tanta vontade.
— Para de rir de mim! Isso aqui é delicioso. — Cubro a boca para
não passar vergonha mas ele sorrir ainda mais, um sorriso tão lindo.
— Ahm... Eu quero tentar fazer algo que talvez você goste, bom, a
minha irmã adora e ela é mulher, então... Bom, vem comigo! — Ele se
levanta me estendo a mão e eu pego.
Maycon me leva até a mesa com os petiscos e pega uma pequena
tigela com Marshmallow, além de dois espetos grandes.
— Não temos uma fogueira mas temos uma lareira acesa. É muito
brega assarmos isso juntos? — O vejo sem jeito e sorrio por isso. Ele está
sendo um fofo tentando me agradar. — Se está rindo da minha cara é
porque achou brega, ou sei lá! Não sei fazer essas coisas. — Diz emburrado
ainda sem graça e põe as coisas de volta no lugar.
— Nossa! Você desiste muito fácil, pensei que fosse mais
persistente que isso. Soberano! — Cruzo os braços erguendo uma
sobrancelha mas sorrio. — Assar Marshmallow não é nada brega, eu
sempre quis fazer isso e só não o fiz porque sozinha não tem graça... Mas
vamos fazer isso juntos e eu acho isso legal. — Pego a tigela de
Marshmallow e sigo até a lareira.
Maycon vem atrás com os espetos nas mãos e nos sentamos no
carpete em frente a lareira. Está quentinho aqui e iniciamos uma nova
conversa enquanto assamos os benditos Marshmallow, e está sendo muito
agradável conversar com ele, pelo menos não estamos brigando e isso já é
um ponto positivo.
Os Marshmallow estão uma delícia e vejo Maycon mais
descontraído que o normal, ele pega mais champanhe pra gente e tomamos
sorrindo um para o outro como ainda não aviamos feito antes.
— Eu e meu pai conversamos sobre você trabalhar com a minha
mãe, na verdade, estou pensando em te colocar a frente das boates para
ajudá-la a gerenciar, assim eu não precisaria ficar indo até lá, é muito
estressante resolver problemas de brigas entre aquelas mulheres. — Dispara
enquanto come, me surpreendendo com essa novidade.
— Está falando sério? Vai me deixar a frente das boates com a sua
mãe? Confia em mim para fazer isso? — Pergunto chocada.
— Sim! Eu confio em você. Você já nos provou que está do nosso
lado, já provou que aceita fazer parte de tudo isso então eu confio em você.
— Seu tom firme me abala. Respiro fundo mas lhe dou um pequeno sorriso.
— Mas e você, Allana? Já consegue confiar em mim? Consegue enxergar
que eu só quero cuidar de você? Você consegue ver que eu estou
apaixonado por você? — Engulo a seco com as suas perguntas.
— Sim... Eu confio em você, Maycon... E... E também sei que
realmente gosta de mim, por isso estou baixando a guarda com você, por
isso estou evitando ao máximo as nossas brigas, e... Eu... — Confesso em
um tom trêmulo, porque ele me deixa tão nervosa desse jeito?
— Você o que, Allana? O que está tentando me dizer? — Sinto a sua
curiosidade. — O que você sente por mim? Você sente alguma coisa por
mim? — Insiste. Eu ofego ainda mais e tomo quase a taça inteira do meu
champanhe.
— Sim...! Estou gostando de você também... Estou me apaixonando
mas eu quero que você me mereça, Maycon, não quero que brinque comigo,
não quero que me use só por ser o soberano, não quero me sentir feito um
lixo vendo você procurar aquelas mulheres depois de transar comigo...
— Eu não transo mais com aquelas mulheres, Allana! Já tem mais
de um mês que eu não transo com ninguém porque o meu corpo só quer o
seu! Eu só consigo desejar você e isso está me enlouquecendo! — Ele se
levanta inquieto e eu me surpreendo com a sua confissão. — Estou ciente
de que você não é como elas, você é diferente e por isso estou tentando
mudar... É por você! Estou fazendo um esforço absurdo para não tomá-la
como minha mulher, estou tentando esperar o seu tempo pois não quero que
me veja como um monstro. Mas eu estou enlouquecendo de tanto desejar
você. — Confessa com voz aflita e eu me levanto atenta a ele.
Eu consigo ver o quanto ele está se segurando para não me agarrar
agora mesmo, sua respiração está tão pesada quanto a minha e eu mal
consigo respirar.
Me afasto encarando a lareira. Meu Deus eu amo esse homem, estou
loucamente apaixonada por ele. Sinto suas mãos na minha cintura me
prendendo ao seu corpo, mas ele solta os meus cabelos cheirando-os
profundamente, fecho os olhos sentindo o meu corpo se arrepiar de desejo,
ele desce cheirando o meu pescoço e beija a minha pele me estremecendo
inteira.
— Eu quero você... Eu nunca pedi a uma mulher para ser minha,
mas estou pedindo a você, Allana... Seja minha? — Seu tom é ainda mais
rouco que antes e ele me vira abruptamente me colocando contra a parede
ao lado da lareira.
Suas mãos me seguram com firmeza e eu ofego de olhos fechados
sentido a sua boca chupar a pele do meu pescoço. Agarro os seus cabelos
gemendo baixinho mas ele agarra as minhas mãos, segurando-as acima da
minha cabeça, sinto ele descobrir o meu seio esquerdo e sua língua quente e
úmida serpentear na minha pele, me causando arrepios, me estremeço e
gemo ofegante tentando manter as minhas pernas firmes no chão. Maycon
chupa o meu mamilo enquanto descobre o outro seio, estou ensandecida de
desejo, estou dominada pelo tesão que seus toques me causam.
Sinto a sua mão livre toca a minha intimidade sobre o tecido fino da
calcinha.
— Maycon! Ahhh... — Sinto a minha intimidade latejar já úmida de
tão excitada.
— Você quer me enlouquecer ainda mais...? Está molhadinha...
Porra! — Ele geme as palavras puxando a minha calcinha para o lado
escorregando o seu dedo entre os meus lábios vaginais.
Não consigo dizer nada, só sei gemer de olhos fechados tentando
soltar as minhas mãos não consigo. Minhas pernas perde as forças e eu
escorrego pela parede, mas ele solta as minhas mãos abraçando o meu
corpo.
Abraço o seu pescoço tentando me manter de pé e puxo-o pela nuca
trazendo os seus lábios até os meus, beijo-o ardentemente, com desejo.
Sinto ele erguer uma de minhas pernas apertando a minha coxa sutilmente.
— Ahhh... Maycon... Maycon... — Sussurro na sua boca quase sem
voz.
— Diz que vai ser minha? Diz...? — Pede me encarando nos olhos e
eu tento raciocinar.
— Eu já sou sua, soberano!
Solto em um fio de voz e ele geme rouco. Maycon solta a minha
perna e se afasta brevemente abrindo o tecido do vestido até em baixo, ele
rasga o vestido admirando o meu corpo de um jeito faminto, puta merda,
isso só me deixou ainda mais excitada. Tiro as mangas do vestido
arrancando o tecido do meu corpo, ficando só de calcinha diante do meu
soberano, seus olhos estão grudados nos meus seios me fazendo ofegar
mais que antes.
— Você é perfeita, eu sei que é. — Ele se aproxima avançando na
minha boca enquanto apalpa os meus seios um a um.
Sinto ele prender os meus mamilos entre os seus dedos me fazendo
quase gozar na calcinha. Ele me guia para algum lugar sem deixar a minha
boca e me deita na cama, se pondo sobre mim me beijando ferozmente.
— Ahhh... Maycon espera...! Para! A minha costela está doendo...
— O impeço de continuar e ele para me encarnado assustado.
— Me desculpa...? Merda! Me esqueci do seu ferimento, me
desculpa? Eu não queria te machucar. — Ele sai de cima de mim se
sentando na cama enquanto eu respiro fundo.
— Relaxa! Está tudo bem. — Me sento atenta a ele mas o mesmo
parece realmente preocupado.
Maycon esfrega as mãos no rosto e eu sei que ele não vai mais me
tocar por medo de me machucar de novo, mas me sento no seu colo de
frente para ele lhe roubando um beijo feroz, ele retribui no mesmo instante
agarrando a minha bunda com vontade.
— Vai desistir assim tão fácil...? Não ouse fazer isso! — Agarro a
sua camisa e puxo com força abrindo os botões.
— Cacete...! Não estava nos meus planos desistir. — Ele beija entre
os meus seios deixando o meu corpo em chamas.
CAPÍTULO 27
— Mas que inferno! Não acredito nisso, estávamos tão bem e agora
isso? — Esbravejo enquanto visto a minha calça às pressas e saio do chalé
correndo atrás dela, mas não a vejo.
Corro de volta para casa principal e quando saio da floresta a vejo
longe.
— Allana? Espera! Porra Allana! — Chamo por ela mas a mesma
não dá a mínima.
Corro mais rápido mas ela entra em casa antes que eu consiga
alcançá-la. Quando entro na sala vejo ela correr para o corredor e meus pais
nos encarnado confusos, não ligo, corro atrás dela e antes que ela tranque a
porta do quarto eu entro atrás.
— Precisamos conversar e você vai me ouvir! Eu não quero mais
você fugindo de mim, eu fui claro? Você é minha mulher! — Esbravejo
irritado enquanto ela vai para o closet me ignorando. — Eu estou falando
com você, Allana!
— E eu estou te ouvindo, Maycon! Eu não sou surda! — Rebate
também irritada pegando uma roupa para vestir. — Olha só! Eu não quero
brigar, não quero discutir então me deixa quieta, ok? — Ela tira a minha
camisa do seu corpo ficando só de calcinha na minha frente, me deixando
tenso por me lembrar dos nossos momentos juntos.
— Por favor...? Não fica pensando besteiras? Me desculpa pela
merda que eu fiz? Eu vou conserta a minha burrada mesmo não sabendo
como. — Abraço ela por trás beijando o seu pescoço e sinto ela amolecer e
ofegar.
Viro ela de frente para mim colocando-a contra o armário e tomo a
sua boca em um beijo urgente, ela retribui segurando firme os meus braços
mas se solta de mim novamente, se afastando escorando nos armários.
— Só vou ceder a você novamente... Quando consertar o seu erro!
Eu já deixei claro que ninguém vai brincar comigo, nem mesmo você,
soberano! — Ela veste um vestido e calça um chinelo voltando a sair da
suíte.
— O que eu fiz para merecer isso? Joguei pedra na cruz para ter
escolhido uma mulher tão difícil? Merda! — Resmungo entre dentes
tentando não ir atrás dela, mas não resisto.
Saio da suíte e a vejo sair do corredor na sala de estar, mais uma vez
corro atrás dela e a vejo ir em direção a porta enquanto minha mãe chama
por ela, Allana para mas quando me vê se apressa para sair.
— Allana Macedo! — Chamo em um tom alterado e ela para na
mesma hora.
A vejo se virar e eu espero ela iniciar uma discussão, mas antes que
isso aconteça eu me ajoelho espontaneamente diante dela e dos meus pais.
Meu coração bate forte por isso.
— Porra eu não sei como fazer essas coisas mas estou tentando! Eu
quero você como minha mulher, como minha esposa. Quero que sejas tudo
que eu preciso, então case-se comigo? Não consigo mais viver sem você,
Allana... Você quer se casar comigo? — Me surpreendo com as minhas
palavras mas ela se aproxima com um largo sorriso.
Tiro do bolso da calça o anel que ela jogou em cima de mim, ainda
não acredito que ela fez isso, que porra de mulher brava. Mas amo-a
exatamente por isso.
— Sempre que você se esforça um pouquinho, você consegue ser
tudo que eu quero, tudo que eu preciso, Maycon... Você precisa se
acostumar com esse meu jeito explosivo pois eu já estou me acostumando
com o seu, nós dois temos um temperamento forte, mas... Sim! Eu quero
me casar com você, meu soberano. — Ela abre ainda mais o seu sorriso me
fazendo respirar aliviado.
— Puta merda! Você me dá um trabalho danado, sabia? Fez isso só
para me ver correndo atrás de você, não é? — Me levanto sorrindo pondo o
anel no seu dedo, ela pula no meu pescoço me beijando ferozmente.
— Oh meu Deus! Não acredito, ele finalmente vão se casar...
Precisamos marcar logo a data do casamento, precisamos pensar em uma
cerimônia tão linda o quanto foi a nossa... O nosso filho vai se casar... O
meu menino... Allana... Seja bem vinda mais uma vez a essa família,
querida. — Ouço mamãe toda chorosa e Allana se solta de mim sorridente.
As duas se abraçam e meu pai vem me abraçar também.
— Parabéns, filho! Você tomou a decisão certa, o quanto antes
vocês se casarem, melhor... Mas eu não esperava que você fosse pedi-la em
casamento assim, de calça, sem camisa e descalço com essa cara amassada.
— Meu pai rir da minha cara e eu reviro os olhos.
— Allana era policial, papai, ela sabe como negociar... Ou melhor,
ela sabe chantagear então eu precisei improvisar para não dormir sozinho
hoje... Mas eu não menti, eu quero tudo com essa mulher, eu a amo demais
e não quero mais ficar brigando com ela. Não depois da noite incrível que
tivemos. — Puxo a minha mulher de volta para os meus braços e ela vem
de bom grado.
— Depois eu ajudo a preparar algo bacana para você e Allana, esse
pedido de casamento não pode ficar assim, tão simplesinho... Ela merece
algo especial e você vai dar isso a ela!
— Não se preocupe, Sra. Brenda, o mais importante para mim era
ouvi-lo me pedir em casamento, e isso eu já consegui... Você não é o único
que sempre consegue o que quer, soberano Jr. — Ela sorrir com uma
sobrancelha erguida e eu gargalho.
— Você não tem jeito, não perde uma chance de me provocar. —
Aperto a sua cintura vendo ela ofegar, ela fica tensa rapidamente quando
faço isso.
— Você não disse que íamos sair...? Eu vou me arrumar então. —
Ela se solta de mim e vai em direção ao corredor.
Fico aqui embasbacado admirando ela se afastar apressada e sorrio.
Meus pais me questiona sobre o que aconteceu para termos voltado do
chalé tão cedo e discutindo, então eu explico o que houve e ganho uns
puxões de orelha da minha amada mãe, mas vou sobreviver.
— Francamente, Maycon! Como você pode dizer a ela que não ia
fazer diferença fazer ou não o pedido? Toda mulher espera por esse
momento e você me faz uma cagada dessas, meu filho? — Ela me encara
indignada e eu respiro fundo.
— Agora eu entendi essa parte, mamãe, sei que errei e também sei
que ela merece algo melhor do eu fiz aqui, mas eu preciso de ajuda, preciso
pensar em algo que a agrade... Você sabe que não estou acostumado com
essas coisas e também sabe que sozinho só vou fazer merda... Droga! Como
vou me safar quando você não estiver por perto? — Admito inquieto mas
ergo uma sobrancelha para ela que sorrir abertamente me abraçando.
— Eu sempre vou estar por perto, filho. Você e sua irmã sempre
terão o meu apoio para ajudá-los em tudo, principalmente em momentos
como esses... Mas agora me diz? Onde você vai levar Allana? — Ela se
solta atenta.
— Pensei em levá-la na empresa comigo e também nas boates, mas
gostaria que você nos acompanhasse, você vai saber orientá-la melhor pois
tem mais paciência para isso... Ela ficou bastante ansiosa para começar a
trabalhar e sei que ela vai tirar de letra. Allana se parece com você em
muitos aspectos, principalmente na personalidade. — Comento sorridente.
— Você escolheu bem, filho, você teve muita sorte de encontrar essa
menina e sei que serão felizes juntos... Agora vá se arrumar para sairmos,
eu vou fazer o mesmo. — Ela me arrasta em direção ao corredor me
fazendo sorrir.
Meus pais seguem para sua suíte e eu para minha, entro seguindo
para o closet e paro na porta me deparando com Allana só de lingerie
escolhendo uma roupa para vestir. A admiro de cima abaixo mas ela se vira.
— Meu Deus, Maycon! Que susto você me deu. — Ela ofega pondo
a mão no peito mas eu só tenho olhos para o seu corpo.
— Me desculpa, você estava tão distraída que não me ouviu chegar.
— Me aproximo com as mãos no bolso mas ela ainda está ofegante.
Seus olhos passam pelo meu corpo enquanto me aproximo, ela está
tensa com a minha aproximação mesmo depois da noite incrível que
tivemos.
— Ahm... Eu vou me arrumar rápido para sairmos... Não vai se
vestir...? — Ela se afasta pegando algumas roupas e um par de salto alto.
Ela passa por mim apressada mas seguro o seu braço.
— Porque parece que está fugindo de mim? Ainda está chateada
pelo que houve? Não foi o suficiente o pedido que fiz? O que você quer que
eu faça, Allana? Precisamos melhorar o nosso diálogo, você precisa me
dizer o que quer! — A encaro sério tentando entender o que está havendo,
mas ela apenas ofega.
— Relaxa! Só estou tentando resistir a você, Maycon... Não quero
passar o dia trancada nessa suíte transando, por mais que eu queria muito...
Mas eu gosto da ideia de sair dessa mansão um pouco então eu preciso ser
forte... Olhar pra você me excita e me deixa tensa, sentir os seus beijos me
deixa perdida e eu não consigo raciocinar, então vê se colabora! — Ela se
aproxima descendo a sua mão do meu peito até o meu abdômen. Estou
surpreso com a sua confissão.
— Ainda temos o dia todo para andar por aí, podemos transar só
mais uma vez antes de sairmos. — Abraço a sua cintura trazendo o seu
corpo para o meu. Beijo-a ardentemente e ela amolece deixando as suas
roupas cair ao chão.
Coloco ela contra o armário aprofundando o beijo, ouvindo ela
gemer na minha boca.
— Mais tarde, Maycon...! Precisamos sair agora! Ahhh... — Me
repreende enquanto beijo o seu pescoço e aperto a sua bunda fazendo ela
sentir o quanto já estou excitado.
— Porque esperar até mais tarde se nós dois estamos querendo
isso...? Não resista, Allana...? Não resista meu amor...? — Adentro a minha
mão na sua calcinha sentindo o quanto ela está úmida. — Cacete...! Você
me quer, ou não estaria tão molhadinha. — Encaro o seu rosto e ela está
mordendo o lábio inferior de olhos fechados.
— O que está tentando fazer...? Recuperar o tempo que ficou sem
transar? Ohhh... Teremos a vida toda pela frente, Maycon... Ahh Deus... —
Contesta entre gemidos e isso me enlouquece.
— Certo! Mas isso não me impede de sentir a minha mulher mais
uma vez.
Ela ofega e estremece quando digo minha mulher em um tom rouco
de desejo, mas viro ela de costas para mim e acaricio a sua bunda, sinto seu
corpo tremer ainda mais que antes e ela tenta a todo custo se manter de pé.
Pego a minha carteira no bolso da calça e tiro uma camisinha enquanto
beijo e chupo as suas costas, ela geme se segurando nas maçanetas das
portas do armário. Abaixo a minha calça junto com a cueca e me esfrego
nela, me posicionando entre as suas pernas mas não a penetro, apenas
brinco na sua intimidade meladinha. Porra ela me deseja tanto quanto eu a
ela, eu sabia que ela me faria perder o juízo e não estava enganado.
Coloco a camisinha e entro nela como estava ansioso para fazer.
— Ahhh... Gostosa, sente como você me deixa louco...! Sente como
só você me deixa duro apenas em tocar você... Ohhh... Minha mulher...
Você é minha soberana, Allana... — Abraço a sua cintura entrando nela
mais fundo, mais rápido enquanto sussurro no seu ouvido.
— Me pega mais forte...? Me faz gozar logo, Maycon! Ahhh... Me
faz gozar, amor? — Pede manhosa quase em um sussurro e me surpreendo
por ela me chamar de amor.
— Você me chamou de amor...? Allana, você me chamou de amor?
— Pergunto ofegante ainda surpreso pela sua declaração espontânea.
Ela me encara sobre os ombros ainda mais ofegante que eu.
— É...! Eu te chamei de amor... E vou te chamar assim quantas
vezes você quiser ouvir, mas agora me fode...! Eu quero gozar, você
consegue fazer isso? — Diz aflita fazendo a adrenalina correr nas minhas
veias.
— Porra! Você quer gozar? Então eu vou fazer você gozar!
Saio dela arrastando-a até o um puff grande no centro do closet, faço
ela se ajoelhar no chão e se debruçar sobre o mesmo, e ela o faz sem
questionar. Me encaixo nela entrando na sua boceta quente em uma só
estocada e ela geme alto.
— Você não queria gozar? Então você vai gozar! Ou não sairemos
daqui hoje. — Agarro os seus cabelos e seguro firme a sua cintura.
Começo a estocá-la mais forte que antes mesmo com receios pela
sua costela ainda se recuperando, mas ela pediu e eu vou dar o que ela quer.
Allana geme agarrada ao puff enquanto admiro a sua bundinha se chocando
contra mim, vendo o meu pau entrar e sair dela e isso me deixa fodidamente
excitado, já sinto o meu orgasmo se formando mas não vou gozar antes
dela, lhe dou um tapa na bunda e a vejo desabar apertando o meu pau na sua
bocetinha gulosa enquanto goza.
— Isso! Porra isso! Goza minha gostosa! Ohhh goza...! — Não
resisto e gozo em seguida.
Meu corpo inteiro treme mas aguento firme, meto nela ainda
gozando e diminuo aos poucos. Porra que delícia, que mulher perfeita,
porque eu não a trouxe antes? Talvez porque eu ainda não havia visto-a
antes, ou então ela já teria sido minha a mais tempo.
Depois desse momento eu penso duas vezes antes de sair dela, estou
no melhor lugar do mundo e não quero sair, quero ficar aqui por mais
tempo. Admiro ela largada sobre o puff de olhos fechados e a respiração
pesada. Acaricio as suas costas sentindo a sua pele tão macia, tão sedosa.
Saio dela acariciando a sua bundinha empinada, linda. Encaro a
camisinha cheia me dando conta de que não gozo assim a mais de um mês,
e tudo por causa dessa mulher gostosa que estava me evitando.
Me levanto e ajudo ela a se levantar, ela resmunga que terá que
tomar outro banho por estar suada e eu sorrio, porra ela fica linda quando
está brava, ela nem o imagina o quanto isso me excita.
— Eu vou tomar um banho rápido para sairmos, e não ouse vir atrás
de mim! Eu quero muito sair dessa casa um pouco então não me atrase
mais. — Ela sai rebolando essa bundinha linda e eu não resisto em ir atrás.
— Relaxa! Eu só vou jogar a camisinha fora... Não posso tomar um
banho rápido com você? Prometo me comportar. — Não consigo tirar os
olhos do seu corpo. Ela se vira me encarando com uma sobrancelha erguida.
— Não sei o porquê, mas nesse caso acho que não devo confiar em
você... Meu Deus, você ainda está ereto. — Ela me encara sem jeito e a
vejo corar. Sorrio de lado, eu adoro vê-la assim.
— Não Allana! Allana? Me deixa tomar banho com você, vai? Não
seja malvada? — Me aproximo mordendo o lábio inferior e ela corre para o
banheiro trancando a porta. — Me deixa entrar Allana? Eu vou me
comportar... Cacete! Vai me deixar com essa camisinha cheia de porra na
mão? Allana! — Bato na porta inquieto e a ouço gargalhar. Filha da mãe!
— Não vou me demorar, querido! Já vou sair! — Ouço o seu tom
debochado me fazendo bufa.
Volto para o closet e procuro a embalagem da camisinha, amarro a
camisinha cheia colocando dentro da embalagem e volto em direção ao
banheiro, respiro fundo rezando mentalmente para que a porta já esteja
destrancada. Giro a maçaneta e a porta se abre, a vejo embaixo do chuveiro
toda molhadinha passando a esponja pelo seu corpo. Não tem como não
babar por essa mulher, ela é muito linda, sua pele é tão branquinha, seu
cheiro é tão viciante.
— Maycon...? O que faz aí parado? — Ela se vira desligando o
chuveiro e se assusta comigo.
— Eu também preciso de um banho, querida... É uma pena não
curtir esse banho com você, mas não vai faltar oportunidades para isso. —
Pisco para ela e jogo a camisinha no lixo antes de entrar no box.
Ela fica ali parada me admirando pelas costas. Me viro de frente
para ela me masturbando e ela sai do banheiro apressada e ofegante. Sorrio
vitorioso, eu sei o quanto mexo com ela, sei que posso ganhar essa mulher a
hora que eu quiser, onde eu quiser, bastante tocá-la da maneira certa e ela se
rende a mim.
UM MÊS DEPOIS...
Um percurso que era para durar duas hora e cinquenta minutos, Isac
consegue fazer em uma hora cravado. Estamos nos aproximando da casa de
campo quando vejo um cavalo vir na nossa direção em alta velocidade, mas
é uma mulher em cima dele e quando o mesmo passa por nós, reconheço
Allana mas ela parece não nos ver.
— Dá a volta Isac! Vamos atrás dela! Aconteceu alguma coisa...
Rápido! Precisamos alcançá-la! — Esbravejo olhando para trás e ela já vai
longe, Isac dá a volta seguindo em alta velocidade.
— O que será que aconteceu? Para onde ela está indo com tanta
pressa? Parece que está tentando sair de Toscana. — Pergunta Isac me
deixando apreensivo.
Será que ela desistiu do casamento e está tentando fugir? Não! Isso
não! Eu não vou permitir, ela é minha e não vai me deixar!
— Rápido Isac! Ela está correndo muito e pode acabar caindo...
Merda! Porque ela saiu assim? O que ela pretende...? Vai Isac! Rápido
porra! — Ordeno angustiado e ele consegue alcançá-la.
Ele buzina mas ela não para, abro a janela do carro chamando por
ela mas ela não para.
— Para Allana! Vamos conversar? Seja lá o que aconteceu vamos
resolver juntos...? Por favor para, meu amor? Allana não faz isso comigo?
Para e desce desse cavalo! AGORA! — Peço gentilmente tentando
convencê-la a parar, mas ela nem se quer olha na minha direção então
ordeno furioso por ela não me obedecer.
— Me deixa em paz, Maycon! Eu quero ficar sozinha, eu só preciso
de um tempo...! Me deixa! — Esbraveja nervosa e finalmente olha para
mim, ela está chorando.
Respiro fundo tentando raciocinar sem passar dos limites com ela,
não posso magoá-la mas também não quero ser magoado. Vejo Israel, o
capaz e outro empregado se aproximar do carro a cavalo.
— Não sei o que houve, soberano, ela montou a égua e saiu em
disparada, não sei explicar o que aconteceu. — Diz Israel também aflito.
— Preciso do seu cavalo! Desce agora...! Para o carro Isac! —
Ordeno já destravando a porta do carro e ele para rapidamente.
Israel desce do cavalo na frente do carro e eu monto no animal
saindo em disparada atrás de Allana, ela sai da estrada entrando no campo e
segue sem rumo, não chamo por ela para que não corra ainda mais, apenas
alcanço o seu cavalo e agarro a rédea do animal o fazendo parar.
— Me deixa Maycon! Eu quero ficar sozinha...! Por favor me deixa
ficar sozinha...? — Esbraveja aos prantos e desce do cavalo correndo para
longe de mim. Pulo do cavalo e corro atrás dela.
— Para Allana! Por favor para de correr, meu amor? — Alcanço-a e
abraço o seu corpo prendendo ela a mim.
Ela desaba e eu vou junto amparando-a em meus braços, ela está
trêmula, chora muito e isso só me destrói por vê-la sofrer desse jeito.
— O que aconteceu? Porque você está desse jeito? Porque está
fugindo de mim...? Você não quer mais se casar, é isso? Desistiu de mim,
Allana...? Por favor não faz isso comigo? Não me obriga a fazer o que eu
não quero... Meu amor fala comigo? Vamos conversar, me diz o que houve?
Divide a sua dor comigo, por favor? Eu não vou te deixar sozinha! Não vou
te dar tempo nenhum! — Tento me manter calmo mas estou desesperado e
com medo dela me deixar, não quero ter que executá-la, o casamento é
amanhã e todos os líder vão estar aqui.
— Eu... Eu não planejei isso, eu não queria isso agora... Eu não
posso fazer isso, eu tenho medo... Eu tenho o medo Maycon...! Eu não
posso... — Ela chora ainda mais e abre a mão erguendo um pequeno bastão
com a ponta rosa.
— Do que você está falando? O que é isso? Allana me explica pois
eu não sei o que você está rendendo me dizer, do que você tem medo,
minha vida...? O que significa isso? Que bastão é esse? — Pergunto
confuso pegando o bastão da sua mão, mas ela me abraça apertado
escondendo o rosto no meu peito.
Encaro o objeto na minha mão e vejo duas linhas vermelhas, a
encaro confuso sem saber o que isso quer dizer.
— Estou grávida... Estou esperando um filho seu e isso me assusta...
— Me surpreendo com a sua confissão.
Afasto ela de mim e ergo o seu queixo olhando dentro dos seus
olhos, a mulher que eu amo está esperando um filho meu, mas isso a deixa
triste porque?
— Eu não planejei isso, não queria isso agora, Maycon... Não quero
trazer um filho nosso para esse mundo sem lei, esse mundo perverso... Eu já
perdi muita gente e tenho medo de perdê-lo também fazendo parte de uma
facção... Não estou preparada para isso agora, não sei o que fazer... Estou
desesperada... Me desculpa...? Me desculpa...? — Ela chora entre soluços e
tenta sair dos meus braços, mas eu não deixo, aperto ela em com força
contra o meu peito.
— Você não está sozinha, meu amor, você nunca estará sozinha e
esse bebê também não... Meu Deus... Você está mesmo grávida...? Nós dois
sabemos nos defender e vamos defender o nosso filho contra tudo e contra
todos, você não vai perder mais ninguém, nós não vamos perder o nosso
filho, meu amor, eu te prometo! — Afirmo pensativo me imaginando sendo
pai de um filho dela. Allana me encara esperançosa enquanto limpa o rosto.
— Você promete que nunca vamos perder o nosso filho? Me
promete que essa mesma segurança que você quer me dar você também
dará a ele...? Não quero viver angustiada com medo de algo acontecer com
ele... Me promete, Maycon? Por favor me promete, amor? — Ela se joga
em meus braços me apertando tão forte que sinto a sua angústia.
Aperto ela de volta tentando tranquilizá-la, eu entendo esse seu
medo pois minha mãe também passou por isso. Vejo Isac se aproximar com
Thomas mas faço sinal pedido para ficar sozinho com ela, e eles se afastam
voltando para o carro.
— Eu prometo! O nosso filho estará seguro, nem que para isso ele
tenha que andar cercado por soltados vinte e quatro horas por dia... Mas não
pensei que esperar um filho meu te faria sofrer tanto, pensei que ficaria feliz
por ter um pedacinho nosso crescendo dentro de você. Confesso que nunca
me imaginei sendo pai, mas eu quero ter tudo com você, Lana... Você
aceitou construir uma família comigo, então para quê esperar já que
aconteceu...? Você não estava tomando pílulas? Como você engravidou? —
Me solto dela tocando o seu rosto com carinho, lhe dou um pequeno sorriso
ainda surpreso por saber que ela vai me dar um filho.
— Estou sofrendo por medo, medo de perdê-lo... Eu não sei como
isso aconteceu, eu tomo as minhas pílulas regularmente e... Merda...!
— O que foi? Porque ficou assustada de reprende?
— O antibiótico...! Quando eu fraturei as costelas, sua tia me deu
antibiótico para tomar enquanto me recuperava, e quando fizemos amor eu
ainda estava tomando esse remédio, e ele corta o efeito da pílula... Porque
eu não me lembrei disso antes? — Comenta pensativa mas eu apenas
seguro o seu queixo lhe dando um beijo calmo.
— Não importa como ou quando aconteceu, só o que importa é que
agora você está esperando um filho meu e precisa se cuidar melhor a partir
de agora, não quero mais você montando em nenhum dos cavalos, nem
mesmo na sua égua, você corre muito e não quero que acabe caindo, você
pode perder o nosso filho em uma quebrar e eu não vou te perdoar por
isso... Eu quero muito esse filho, quero muito essa sementinha nossa que
está crescendo dentro de você. — Alerto-a sério, mas acaricio a sua barriga
imaginando ela barrigudinha, ela vai ficar linda igual a minha mãe quando
estava grávida de Luiza.
— Tudo bem, eu prometo não montar mais até o nosso filho
nascer... Meu Deus, já estamos construindo a nossa família, amor, eu fiquei
muito assustada quando vi o resultado do teste, na mesma hora me lembrei
dos meus pais e o medo de um dia perder o nosso filho me atingiu. —
Ainda a vejo receosa mas eu vou garantir que ela não tenha mais medo.
— Esse medo toda mãe tem quando ama muito o seu filho, e sei que
você já o ama grandiosamente e eu estou te amando ainda mais por isso...
Jamais vou te deixar sozinha, sempre estarei ao seu lado e farei tudo por
vocês... Eu amo vocês! — Acaricio a sua barriga mais uma vez e ela me
beija ardentemente.
Deito ela no gramado sem quebrar o nosso beijo, mas me afasto
brevemente para encarar esses olhinhos que voltaram a brilhar como antes.
— Vamos pra casa? Eu quero contar a todos que vou ser pai e vou
me casar com a mulher mais linda do mundo... Não importa que venha
homem ou mulher, eu só quero que ele ou ela seja como você, doce, gentil,
honesta... Linda e muito forte... Pensando melhor, eu prefiro que venha um
menino, quero um filho homem porque filha mulher vai me dar muita dor
de cabeça, não quero ter que iniciar confrontos para defender a honra da
nossa princesinha, ou morrerei antes da hora. — Sorrio abertamente mas
fico sério ao me lembrar da dor de cabeça que meu pai já teve com Luiza.
Allana gargalha escandalosamente me fazendo sorrir também.
— Meu Deus, que homem dramático... Mas você tem razão, eu
também prefiro que venha um filho homem... Não quero uma filha minha
sendo obrigada a se casar com alguém que ela não ama só para unir as
facções, eu também tenho medo que isso aconteça. — Seu sorriso se desfaz
aos poucos e sei que ela está dizendo isso pelo que houve com Luiza.
— Eu te prometo que se vier uma menina, ela só se casará com
quem ela escolher, quem a merecer de verdade... Eu sei que não te dei
muitas escolhas, mas prometo que com a nossa filha será diferente... — Ela
me interrompe pondo a mão na minha boca para me calar.
— Não, Maycon! Não pensa assim...? Você não foi a minha escolha,
mas é a minha razão de viver... Começamos de um jeito muito errado mas
temos tudo para fazermos isso dar certo, temos tudo para sermos felizes
pelo resto das nossas vidas... Você nunca desistiu de mim, lutou por mim
até ganhar o meu amor e agora ele todo seu, somente seu para sempre. E se
nós tivermos uma filha mulher, eu quero que alguém a ame e lute por ela
até o fim também, quero que ela seja feliz como eu estou sendo com você.
— A vejo emocionada, ela me dá um sorriso tão lindo enquanto acaricia a
sua barriga.
— Seja homem ou mulher, essa criança será ainda mais feliz que
nós, e eu vou lutar por isso ao seu lado, sei que vamos lutar por ela juntos...
Eu me tornei uma pessoa melhor por sua causa, Lana, então tenho certeza
de que você será a melhor mãe do mundo, e eu me orgulho muito por saber
disso. — Coloco uma mexa do seu cabelo atrás da orelha e ela se senta me
olhando nos olhos.
— Seremos os melhores pais do mundo, seremos para essa criança
tudo que os meus pais não puderam ser para mim pois me tiraram eles... Eu
vou lutar por esse filho feito uma leoa, vou fazer por ele tudo que estiver ao
meu alcance para mantê-lo seguro. — Mais uma vez ela acaricia a sua
barriga e eu também me sento tocando a sua não sobre o seu ventre.
— Tenha a certeza de que todos vão lutar pelo nosso filho junto
conosco... Quando os meus pais souberem que vão ser avós, eles vão
enlouquecer... Já somos todos loucos por você, e seremos ainda mais a
partir de agora. Agora vamos! Precisamos sair daqui, essa aérea é muito
deserta e eu quero você em segurança máxima a partir de agora. — Me
levanto lhe estendendo a mão lhe ajudando a se levantar.
Prendo a rédea da égua na sela do cavalo de Israel e monto o mesmo
ajudando Allana a subir na garupa, não vou deixá-la montar sozinha para
ela não galopar como fez a minutos atrás. Ela não pode mais montar
daquele jeito para não correr o risco de cair e perder o bebê, eu quero muito
esse filho e ele não será o único, depois que esse bebê nascer eu quero ter
logo outro e sei que ela não vai se opor.
Cavalgo calmamente de volta até a estrada e Isac ajuda Allana a
descer, desço em seguida e entramos no meu carro enquanto Israel e o outro
empregado levam os cavalos de volta.
Isac pergunta se está tudo bem e eu apenas digo que sim, digo que
quando entramos em casa todos terão uma surpresa mas eu não entro em
detalhes sobre isso.
Poucos minutos depois entramos no jardim de casa e paro o carro na
entrada, vejo minha mãe e Luiza saírem apressadas correndo até o carro.
— Allana! Querida você está bem? O que aconteceu? Porque você
saiu daquele jeito? Oh meu Deus... Você saiu tão descontrolada que nem me
deu a chance de ir atrás de você. — Mamãe abre a porta do carro
praticamente arrancando Allana de dentro do mesmo, ela a abraça aflita.
— Está tudo bem, minha sogra, me desculpe pele jeito que saí, eu
estava precisando respirar um pouco, estava apavorada e não sabia o que
fazer. — Ela aperta minha mãe como mesmo carinho, e Luiza abraça as
duas.
— Nunca mais faça isso, Allana! Você nós assustou, eu pensei que
você estava nos deixando... Jamais vou aceitar isso. — Luiza diz toda
chorosa ainda abraçada a minha noiva.
— Eu jamais vou deixar vocês, eu não posso fazer isso... Muito
menos agora que vou me casar com o homem que eu amo e vamos ter o
nosso primeiro filho. — Allana se solta delas as encarnado com um largo
sorriso. Mamãe olha de Allana para mim e volta a encarar a minha mulher.
— Primeiro filho...? Como assim primeiro filho? Você está
grávida...? Allana você está grávida? — Mamãe pergunta eufórica e vejo
meu pai se aproximar surpreso.
— Sim, Sra. Brenda, eu estou grávida e essa novidade acabou me
assustando, eu não estava preparada para isso então surtei... Mas meu noivo
foi um amor comigo e eu me acalmei. — Ela me abraça mas mãe a arranca
dos meus braços novamente.
— Eu vou ser tia... Ahhh! Eu vou ser tia! Já preciso começar a
pensar nos presentes que vou ter que comprar, o quartinho do bebê tem que
ser o lugar mais estiloso da casa. — Luiza grita a abraçando também e meu
pai vem até a mim.
— Parabéns, filho! Você está formando a sua família e vai entender
muita coisa depois que seu filho nascer... Meu garoto! Soberano, vai se
casar e vai ser pai... Estou muito orgulhoso de você, Maycon, estou muito
orgulhoso da nossa família, ela está crescendo e vai ganhar mais um
membro... Meus dois filhos vão se casar e já vou ganhar um neto! Isso é
motivo de festa, precisamos comemorar com um banquete no jantar! —
Meu pai se empolga me abraçando tão apertado.
— Vamos ser avós, Michael! Nós vamos ter um neto, meu amor. —
Mamãe se solta de Allana para abraçar o meu pai.
Allana volta para os meus braços e Isac me cumprimenta mas eu
não me solto de Allana, não quero me separar dela nunca mais, por mim eu
ficaria vinte e quatro horas por dia grudado nela mas infelizmente tenho que
tocar os negócios da família.
Meu pai beija a minha mãe, minha irmã e meu primo se beijam e eu
beijo a minha mulher, a partir de amanhã eu serei o homem mais realizado
do mundo pois vou estar casado com ela, com a minha soberana Allana
Macedo D'ávila!
Entramos em casa e minha mãe grita por Amália, pedindo para
prepararem um banquete para o nosso jantar de hoje, as mulheres parecem
agitadas mas eu só tenho olhos para minha mulher, ela está ainda mais linda
que antes, está radiante e isso me fascina, me deixa embasbacado com a sua
beleza.
— Esses olhares entre vocês me lembra muito eu e sua mãe, olhares
de paixão... Quem diria, a anos atrás eu estava lutando para conseguir
conquistar essa mulher, e hoje temos dois filhos adultos, ambos vão se casar
e o meu primogênito vai me dar um neto... Você foi rápido, cara, eu levei
mais de um ano para engravidar a sua mãe, mas quando você tinha quatro
anos, Luiza já estava a caminho... Sua mãe demorou para engravidar da sua
irmã porque tinha medo pela segurança de vocês, e ainda tem, por isso não
tivemos mais filhos, por medo. — Ele conta pensativo mas abre um largo
sorriso admirando a minha mãe.
Acho tão perfeito essa cumplicidade deles, esse amor gigantesco
que não se abala por nada, é isso que eu quero construir para mim e sei que
vou conseguir.
— Allana está com esse mesmo medo, papai, por isso ela saiu
daquele jeito, ela tem medo de perder o nosso filho como perdeu os pais
dela. Mas nós conversamos e ficou tudo bem, nós vamos lutar juntos pela
segurança dos nossos herdeiros. — Sorrio abertamente e ele me encara
surpreso.
— Herdeiros? Porque você disse isso? São dois? Allana está grávida
de gêmeos? — Pergunta meu pai eufórico e eu gargalho.
— Se acalme papai! Ainda não sabemos se teremos um ou dois
filhos, mas de uma coisa você pode ter certeza... Eu vou engravidar essa
mulher de novo assim que esse bebê nascer, eu quero uma família grande e
sei que ela também quer isso. — Meu maxilar dói pelo tamanho do sorriso
em meu rosto.
Meu pai me abraça apertando apoiando a minha ideia de ter uma
família grande, ele também não tem irmãos já que matou o único irmão que
tinha por ele ser um traidor, minha mãe também não tem irmãos de sangue,
apenas a minha tinha Isabela a quem ela considera sua irmã, eu tenho
apenas Maria Luiza como minha irmã mas esse bebê que vai nascer, terá
muitos irmãos, isso é uma promessa.
CAPÍTULO 34
25 ANOS DEPOIS...
Se ainda sou uma mulher realizada? Não! Sou muito mais que isso,
sou a mulher mais completa do mundo! Sou casada a vinte e cinco anos e
sou ainda mais apaixonada por meu marido, na verdade eu louca por ele.
Temos quatro lindos filhos e todos já adultos, Yuri de vinte e três
anos, Jhonatan de vinte e um anos e Vicenzo de dezenove, a nossa
primogênita Bellinda completa hoje os seus vinte e cinco anos e estamos
dando uma grande festa para comemorar o seu aniversário, se ela está feliz?
Óbvio que não pois nessa festa ela terá que escolher um pretendente com
quem irá se casar, bom, pelo menos ela não está sendo obrigada a se casar
com um desconhecido como queriam fazer no passado com a tia dela,
Bellinda escolherá um pretendente e terá um ano para se conhecerem antes
do casamento, se eles não se apaixonarem dentro desse prazo, só então
caberá a Maycon escolher um futuro soberano para desposar a nossa
primogênita, Bellinda já está na idade de se casar e por ser a nossa
primogênita, ela precisa assumir o lugar do pai futuramente.
Nas nossas leis antigas, somente o filho homem primogênito
seguiria como sucessor do líder das facções, mas essas leis mudaram desde
que a soberana Brenda Lins D'ávila assumiu a Nuestro Poder com a mesma
mão firme que seu marido Michael D'ávila, que por acaso são os melhores
sogros do mundo.
Então por ser a nossa primogênita, minha filha mais velha segue
como sucessora do pai e assumirá a Nuestro Poder futuramente, mas antes
disso, ela precisará estar casada com um grande homem, um grande líder já
ocupando o trono em alguma das facções já aliadas a nós, para apoiá-la na
sua liderança, o poder de escolha é dela e por isso estou mais tranquila.
Bellinda é idêntica ao pai em tudo, herdou a sua personalidade e o
seu jeito de pensar, ou seja, ela é uma mulher bem difícil e determinada,
mas não tem como não amá-la, ela é o nosso orgulho assim como seus
irmãos e todos tem as suas características inigualável, todos aceitaram bem
a decisão do pai de deixar a única irmã assumir a nossa facção, eles são
soldados leais assim como o pai, são fortes e destemidos, preferem guerrear
a ter que assumir as responsabilidades dos negócios da família, foi só por
isso que eles aceitaram tão bem a escolha do pai em deixar Bellinda como
sucessora.
Não vou negar, meu coração dói toda vez eles tem que ir para as
guerras, os confrontos ainda me assustam pois tenho medo de perdê-los,
mas não tem jeito, eles não vão deixar os combates de lado só para me
agradar, muito menos agora que eles são líderes dos soldados, e como o
nosso exército hoje é ainda maior que antes, os três estão a frente de alguns
grupos de soldados junto com os primos Andrew e Mason, que tem a
mesma idade de Yuri e Jhonatan. Julie é a mais nova e tem dezesseis anos,
ou seja, minha cunhada Maria Luiza tem três filhos.
Maria Luiza também teme muito pela vida dos filhos, mas, Isac e
Maycon criaram os meninos para saberem se defender como ninguém,
mesmo com a pouca idade, todos eles se tornaram os melhores soldados da
Nuestro Poder e eu me orgulho muito disso, mesmo com os meus medos e
receios. Todos os meus filhos são a minha razão de viver, a minha família é
tudo para mim.
Ainda moramos em uma das mansões D'ávila e minha vida tem sido
agitada como já previa, assumi os negócios da família junto com Luiza e
agora nós duas gerenciamos as empresas e as boates, os armazém e os
carregamentos de drogas ficam na responsabilidade de Maycon e os
meninos, os negócios se expandiram e são muito maiores que antes, mas
estamos dando conta pois agora somos quatro tomando conta de tudo, eu e
Maycon, Luiza e Isac.
Meus sogros hoje vivem na nossa ilha de Dubai mas sempre vamos
até eles ou eles vem até nós, eles já estão de idade e querem descanso, e
nada mais justo depois de tantos anos nessa vida agitada de confrontos e
grandes responsabilidades, hoje a única preocupação deles é saberem se
estamos bem, e reclamar que não vamos vê-los com mais frequência.
Meus sogros são muito apegados aos netos pois quando crianças, os
meus filhos não saiam da mansão principal, e como Luiza sempre morou
com eles, meus sogros se acostumaram a ver as crianças todas juntas quase
todos os dias, mas agora todos já são adultos e todos trabalham com os pais,
e consequentemente passam mais tempo fora do que em casa, então meus
sogros resolveram viajar e ficaram de vez em Dubai. Aquele lugar é mesmo
divino, por isso estamos sempre indo pra lá e quando a casa está cheia, a
felicidade é grande, é completa, somos uma família numerosa e
imensamente feliz.
Nesses vinte e cinco anos que vivo como soberana ao lado de
Maycon, eu me tornei oficialmente uma fora da lei aos olhos da justiça,
uma justiça que não existia antes mas querem me condenar agora por ter
escolhido a vida que vivo hoje.
Por três vezes eu quase fui pega pela polícia em uma das nossas
empresas de fachada, mas consegui me safar por pouco com a ajuda do
inspetor Elias, hoje ele já é aposentado mas seu filho assumiu o seu lugar, e
ele não é corrupto assim como muitos lá dentro, mas pela consideração que
sempre teve comigo por ter sido injustiçada dentro da corporação, Elias me
deu cobertura nas duas últimas vezes em que a polícia bateu nas portas da
empresa, e só não me levaram porque o inspetor me ajudou a fugir.
Mas com seu filho é diferente, Abner conseguiu pegar Yuri uma vez
mas Jhonatan junto com os primos conseguiram resgatá-lo e evitar a prisão.
Elias me avisou que o filho dele não será condescendente conosco como ele
foi comigo, dentro das corporações já tem corruptos demais ao nosso lado e
ele não vai pedir ao filho para pegar leve conosco, ele me ajudou duas
vezes, agora estou por minha conta e risco mas estou feliz por ele ter
escolhido me ajudar nas duas vezes em que nos encontramos. Vou guardar
boas lembranças dele mesmo ciente de que preciso me cuidar melhor, e
estou fazendo isso.
— Querida! Já está pronta? Precisamos ir, meu amor, todos já
devem estar nos esperando, os meninos estão ansiosos para chegar na festa.
Parece que a nossa primogênita não será a única a escolher um
pretendente... Você está tão linda, como sempre. — Maycon entra no closet
me abraça por trás segurando a minha cintura com firmeza como ele tem
feito todos esses anos.
— Qual dos meninos está pensando em se casar? — Me viro o
encarnado surpresa.
— O nosso mais velho está interessado em alguém... Yuri não me
contou nada mas ele está ansioso para ver a família Hernandez, e eles tem
uma filha tão linda quanto a nossa princesa que em breve se tornará rainha.
— Maycon abre um largo sorriso ao falar da nossa menina. Abraço o seu
pescoço.
— Bom, se for mesmo isso que ele quer, cabe a nós apoiá-lo mas
antes precisamos investigar a moça, assim como faremos com o pretendente
de Linda, não podemos apenas aceitar sem saber se esse envolvimento vai
valer a pena... Não quero filho meu brincando com os sentimentos de
ninguém, mas também não quero que brinquem com eles. — Digo em um
tom firme me soltando dele para me olhar no espelho.
— Você sempre tem razão, mas agora vamos! Apresse a nossa filha
pois sei muito bem que ela não quer sair dessa casa hoje, mas ela é a anfitriã
da festa e não pode deixar de ir... Te espero lá em baixo, minha vida. — Ele
beija e cheira o meu pescoço antes de se afastar saindo do closet.
Apenas respiro fundo e pego a minha bolsa de mão saindo do closet
em seguida. Saio do meu quarto e sigo até o quarto de Bellinda e bato duas
vezes antes de tocar a maçaneta, mas está trancada.
— Linda? Filha já está pronta? Precisamos sair, querida! — Chamo
por ela mas não tenho resposta, espero por um instante e a porta finalmente
se abre, ela está divinamente perfeita. — Para quem não queria ir na própria
festa, você está linda, está perfeita, querida. — Admiro-a de cima a baixo.
— Se eu não fizer isso agora, o papai vai me obrigar a fazer depois,
então vamos fazer de uma vez! Se eu não escolher alguém será ele quem
vai escolher, então prefiro fazer isso eu mesma. — Diz emburrada
exatamente como o pai dela faz. Me seguro para não rir.
— Exatamente! Você escolherá o soberano que você mais gostar, e
não o que o seu pai decidir. Já pensou se ele escolhe um líder já idoso pra
você? — A encaro com uma sobrancelha erguida e ela faz cara de nojo.
— Pelo amor de Deus, mamãe! Se ele fizer isso eu me mato antes de
me casar, ou eu fujo para Lua e vocês nunca vão me encontrar! Vamos logo
antes que eu cumpra a minha segunda opção. — Ela passa por mim batendo
o pé e eu gargalho. — Para de rir, mamãe! Isso é sério! — Retruca ainda
emburrada.
— Me desculpa mas o seu drama e muito engraçado, não tem como
não rir, você é igualzinha ao seu pai... Agora desmancha essa cara arrasa
porque você é muito linda para ficar assim. — Enlaço o meu braço no seu e
ela força um sorriso debochado antes de emburrada a cara novamente.
Sorrio balançando a cabeça negativamente.
Descemos até a sala enquanto ela me conta o tipo de homem que
escolheria, mas diz que é impossível encontrar um homem com as
características que ela quer, na mente dela ele tem que ser lindo, não pode
ter mal hálito e nem ter mais de trinta anos, não pode ter chulé e nem nada
do tipo, essas coisas que ela inventa só para não ter que escolher alguém,
mas sei que vai aparecer alguém, sempre aparece.
— Uau...! Linda...? Você está gata maninha. — Comenta Jhonatan
assim que entramos na sala e os outros se levantam atentos a nós.
— As duas mulheres mais lindas do mundo... — Comenta meu
marido nos admirando embasbacado.
— Ainda bem que são só duas, imagina se fossem cinco? — Dispara
Vicenzo com uma sobrancelha erguida, Maycon o encara sério pondo a mão
no peito.
— Não brinca com uma coisa dessas, moleque! Isso é sério...
Imagina uma guerra formada por mulheres? Agora imagina essa guerra
dentro da sua casa...? Vigiai e orai, meu filho! Você ainda vai ser pai um dia
e não tem como prever se será pai de meninos ou meninas... Eu sou um
homem de sorte e espero que vocês tenham herdado isso de mim. — Rebate
o dramático do meu marido respirando fundo, eu e Bellinda nos acabamos
de rir.
— É sério, mamãe! Não tem graça! — Yuri vem nos dar um beijo
em cada uma mas não conseguimos parar de rir.
— Estou tentando descobrir quem é o mais dramático dessa casa, os
filhos ou o pai. — Sinto meus olhos lacrimejar de tento rir.
— Você é uma guerreira, mamãe, não sei como consegue sobreviver
com quatro homens dentro de casa, um mais dramático que o outro. —
Linda me abraça pela cintura ainda sorrindo, mas paramos as nossas
gargalhadas vendo os homens mais lindos do mundo nos admirar com um
sorriso lindo. — Deus te abençoe, mamãe! Por conseguir ter paciência com
quatro homens dentro de casa... Não sei se vou querer ter filhos algum dia,
não quero correr o mesmo risco que você.
— Querida eu também falei não sabia se queria ter filhos, e acabei
tendo quatro então vai por mim, diga que vai ter pelo menos um ou você
terá meia dúzia.
— Que isso, mamãe? Pelo amor de Deus não fica me agourando! —
Ela me encara espantada fazendo a todos sorrir.
— O papai tem razão, são as mulheres mais lindas do mundo.
Minha mãe e minha irmã. — Jhonatan também vem nos dar um beijo
carinhoso.
— Obrigada, meu filho, um elogio vindo dos amores da minha vida
é muito significativo... Eu amo muito vocês. — Abraço Jhonatan e os
outros vem querendo abraço também.
Um mais ciumento que o outro, Linda está sobrevivendo a isso por
milagre pois os quatro pegam no pé dela, não sei como ela ainda não surtou.
— Gente vamos logo? Antes que eu me arrependa de sair de casa.
— Minha filha vai em direção a porta e Yuri vai atrás acompanhando-a.
Sigo logo atrás de braços dados com meu marido e o nosso caçula
implicando com o irmão. Saímos de casa e vejo Linda entrar no carro de
Yuri, peço para ele dirigir com cuidado e não sair antes da nossa escolta,
dou a mesma instrução a Jhonatan e Vicenzo e eles apenas concordam,
depois que Maycon deu um carro para casa um, eles não querem mais andar
no banco do carona, eu mereço isso.
Entro com meu marido no seu carro e saímos todos da mansão, os
nossos soldados saem em três carros na nossa frente e mais quatros atrás,
agora a família é maior então precisamos de mais gente para garantir a
nossa segurança.
Minha sogra liga avisando que já estão a caminho com Luiza o
marido e os filhos, vamos nos encontrar todos na mansão de festas e vamos
chegar em cima da hora.