Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Chicago, Illinois
2 meses antes
Lincoln Park, nem preciso fazer o esforço de derrubar a porta, porque ela se
abre, apenas um pouco, o suficiente para Mary colocar a cabeça para fora.
terror. A vagabunda foi uma atriz bem-sucedida que atuou por alguns anos
nos teatros da Broadway, em Nova York, até que John a encontrou e quis se
demoraram, quase vinte anos para ser mais específico, mas vieram.
— Eu, ahn... John ainda está dormindo, acho melhor virem mais
tarde, Eros.
Dou um empurrão na porta que a joga para trás e enquanto entro
meu pai sempre foi amigo deles. John Coleman era um dos homens
essenciais do meu pai. Isso forçou a nossa relação, nossa convivência.
alguns anos.
Fecho os olhos e respiro fundo.
Ela não está mais aqui, mas sua presença é forte dentro desta
casa. Sienna Coleman foi embora quando tinha apenas 9 anos, uma pirralha.
Coloco a mão na maçaneta e a giro.
— Ah, sim. Não há como responder com essa fita em sua boca.
— Puxo-a com força, arrancando um pedaço de seu bigode junto.
Ele toma fôlego.
agora em sua cabeça. — Eu devia estourar os seus miolos agora mesmo, seu
traidor.
— Por favor, Eros! Eu juro! Nunca o traí, não sei o que são
aquelas malas!
— É minha culpa! John não tem nada a ver com isso! Eu juro!
Mary está chorando desesperadamente ao lado e se eu atirar nos
Porém...
Existem castigos muito piores do que simplesmente morrer.
— John, lembra-se quando papai disse que se casar com Mary
era uma das piores coisas que você ia fazer na vida? — Ergo as
sobrancelhas. — Você se casou. E veja só onde estamos, veja só onde ela te
levou.
desespero e súplica.
em seu colo.
negativamente.
Já deve ter imaginado ao que me refiro.
— Não, Eros. Não, por favor. Concordamos que ela ia ficar para
tornado uma Bella mulher, não é? — Sorrio. — Pelo que me lembro, a mãe
dela... hummm, você e Giovanni até brigaram por ela, não foi?
— Eros!
sabe o que vou fazer com ela? Claro que sabe, não é? — Dou uma risada.
— Eu vou fazer da vida dela um inferno, até que ela procure a própria
morte, como a mãe fez quando descobriu o que você era e não soube lidar
com a pressão.
As lágrimas caem com mais força pelo rosto de John.
professora. Por favor, Eros. Você pode ter a mulher que quiser. Esqueça
madrasta.
Então olho na direção de Mary e ergo a pistola na altura da sua
cabeça.
pijama de John.
O choro do homem é ainda mais alto.
no momento.
Dou sinal para os meus homens e eles o pegam, seguindo
questão.
2
Nova Orleans,
Atualmente
Sienna
esta semana.
— Aí, senhorita Coleman, o Gerard disse que vai ao baile
vestido de Michael Myers, só que nem altura pra isso ele tem! — Os
meninos batem na cabeça do pequeno Gerard e começam a rir.
— Não façam isso — digo em tom de censura, mas ao mesmo
Halloween!
plantação de Abóboras, vou pedir a ela para que me deixe trazer uma para a
senhorita enfeitar sua casa.
sua mãe.
entrando na adolescência.
da sua vida um verdadeiro inferno. Claro que aos poucos tenho conseguido
é? — Assino alguns papéis. — Então prefiro ficar aqui, até terminar o meu
trabalho.
— Falta muito? Queria dar uma passadinha no Hoy’s, lá tem um
novo atendente que é um gato. Quero ver se consigo convidá-lo para sair.
Hoy’s é um bar bem badalado que temos aqui em Nova Orleans
pidões. — Por favor? Não quero ir sozinha. E hoje, pode ser que você se dê
bem.
Respiro fundo.
Alessa é uma amiga que fiz quando cheguei no Estado da
quase dois anos trabalhando juntas e sendo odiadas juntas também, por
causa da inovação que trouxemos em nossa profissão, começando pela
passada, Hoy?
— Quem, eu? — Damos um pulo ao ouvir a voz masculina bem
atrás de nós. Alessa fica extremamente envergonhada. O homem sorri. —
desprevenidas.
— E então, gato. Como é o seu nome? — Alessa tenta passar
confiança, mas sei que por dentro, ela deve estar morrendo de nervosismo.
— Christian Hoy, muito prazer. — Seu sorriso é sedutor.
Arregalamos os olhos.
— Entendo.
Alessa e eu olhamos para ele novamente.
Ele é um cara muito bonito, tem cabelos escuros, pele
bronzeada e um porte de bad boy que faz qualquer mulher se derreter.
esquentando lá embaixo.
— Sentiu, né? — Alessa me cutuca. — Ele é quente. Meu Deus,
amiga.
mais. Todos os anos visto a minha fantasia e saio com alguns amigos para
pedir doces na vizinhança.
Caramba.
Acho que vou pegar uma para seguir pelo restante da casa. Só
por precaução.
o coloco no ouvido.
— Quem é?
— Pai?
— Sim, Sienna. Você precisa sair desta casa agora.
— O quê? Pai, eu já disse que não vou voltar para Chicago. Eu
Há dois meses meu pai tem ligado e dito coisas que não entendo
e não faço a menor questão de entender.
Chicago, para fora de sua amada e tão significante Chicago Outfit, uma
Organização Criminosa que domina boa parte da cidade, e eu fiquei tão
feliz e agradecida por isso, porque nunca imaginei o meu destino ao lado de
outra.
ouço a sua voz. Devo admitir que ela está doce e suave, bem diferente
daquela voz chatinha e arrogante que você tinha quando era criança.
Meu coração congela no mesmo instante.
— Q q q quem é?
— Não faça esta pergunta idiota, porque você sabe exatamente
quem eu sou. Aquele que você queria que fosse o seu amigo.
Engulo em seco.
meu pai. — E se você não voltar para Chicago, sabe o que vou fazer com o
seu amado pai?
atrás da outra.
Isso não pode ser verdade.
sangue jorre em minhas mãos. Você sabe disso porque já me viu cometer
atrocidades que lhe tiraram o sono infantil, então nem preciso dizer muita
coisa.
— Eros...
— Olha, até que você não é tão burra como eu pensava.
Pressiono meus dedos com força ao redor do telefone. Maldito.
— Por favor!
— Já faz dois meses que eu dei uma ordem ao seu pai e ele
ainda não a cumpriu. Você quer que eu faça o mesmo que fiz com sua
sempre foi. — Seu pai te contou que eu enfiei uma bala na testa dela?
— Chega!
fazer.
querida, Sienna. Não sei se já te contaram, mas você foi prometida a mim,
então chegou a hora de voltar.
— Eros!
— Te espero.
E a ligação é encerrada com os gritos do meu pai ao fundo.
Christian vem para cima de mim, mas sou mais rápida e puxo
uma das facas do faqueiro, raspando-a em seu braço.
Ele arregala os olhos ao ver o liquido vermelho espesso saltando
para fora.
— Sua vadia! Eu só não vou te dar uma surra, porque quem vai
Chicago, Illinois
Sienna
Ele suspira.
desacordada e sair de Nova Orleans sem que nos pegassem. Estou há mais
de treze horas dirigindo, sem falar nas horas que não consegui dormir, então
é melhor você calar a porra da sua boca e sossegar, porque falta apenas
que seria tão cedo. Sempre rezei para que me esquecessem, anulassem o
alto e bigodudo se inclina sobre mim. Seus olhos azuis me dão arrepios.
Sempre deram. — Meu Deus, John. Esta menina está a cara da mãe!
Papai solta uma risada.
— Sim, é verdade. E eu acho que a cada ano que ela crescer, irá
se parecer ainda mais.
segundos.
— Você sabe, John que todas as meninas que nascem na
Organização são criadas para isso. Por que está me pedindo algo assim?
Papai me olha mais uma vez e diz, com pesar na voz:
Apesar de ter sido criada por muitos anos longe disso, algumas
memórias ainda são inevitáveis.
— O que fez com a Alessa?
tempo e depois diz: — Acho que seria um desperdício matar uma gostosa
como aquela.
— Poupe-me. Alessa vai ficar decepcionada quando souber.
— Ela não vai saber. Tá, ela vai perceber que o gato com quem
trepou bem gostoso no beco atrás do bar, sumiu do mapa. Mas uma vadia
minha amiga e é uma boa pessoa. Pena que teve olhos para um patife como
você!
— Você não a conhece, garota. Enfim, você tem um vocabulário
diferente. O chefe vai gostar disso porque ele também fala umas coisas que
as vezes a gente não entende. Ele é bem... culto, sabe?
— Eu não ligo.
— Pois deveria.
me debater e fugir.
Claro que todo o meu esforço é em vão. Os homens são fortes e
traidora. — Alguém cospe em minha mão. — A morte seria pouco para ela.
vou tirar isso da sua cabeça, mas não quero nenhum escândalo. Ok?
Não consigo reconhecer a voz, mas ela é reconfortante.
Fico em silêncio e ele suspira pesadamente.
lágrimas.
amizade perdurou por muitos anos, até a morte de Antonio, pai de Eros.
estou fazendo aqui e a forma como fui trazida. Então me afasto, como se ele
fosse mais um que pudesse me fazer muito mal.
— Mas o que Eros quer comigo? Não tenho nada para oferecer.
Giovanni respira fundo.
Dou mais um passo para trás, até que meu corpo bate contra o
com os meus.
— Sienna.
Grossa.
Rouca.
Poderosa.
dizer que ele é só mais um capanga, porque seus trajes de gala, seu perfume
caríssimo e seu porte físico de atleta, denunciam muito bem sua condição.
sempre foi uma das coisas que mais doeu em mim ao decorrer dos anos e
contribuíram para o sentimento que agora carrego.
fedorenta. Magra demais. — Sua mão vem até a minha bunda e a aperta, me
cabeça baixa.
Não achou mesmo que eu ia deixar a filha de um traidor vivendo uma vida
livre por aí, não é?
então pergunto:
— Traidor? Como assim?
negativamente.
Sei como esses homens agem, apesar de ter ido embora quando
presa e suas mãos fortes vem para o meu queixo, segurando-me com tanta
força que acho que poderia ser capaz de quebrar meu maxilar.
— Está me machucando!
Ele aperta com mais força.
o torturei. Sabe onde ele está agora? — Minhas lágrimas começam a descer.
— Apodrecendo dentro de um manicômio, porque a morte é um castigo
muito fácil para ele. Eu quero que John esteja vivo quando eu foder a
filhinha dele e depois estrangulá-la até que lágrimas como essas desçam por
de suas mãos, ele tira algo do bolso e eu apenas sinto a picada antes da
Chicago, Illinois
Halloween de 2006
Sienna
minha cabeça. — Embora eu acho que você devia ter escolhido outra
fantasia.
— Ela gosta de bruxas, Mary — papai intervém.
Abro um meio-sorriso.
Respiro fundo.
Não sei se considero essas pessoas meus amigos. Eles são filhos
pirralha idiota.
A maioria deles são mais velhos que eu, exceto Carol, que tem a
mesma idade.
Papai sorri.
— Boa noite, crianças. Ah, veja só... Este aqui é quem? — Ele
— Harry, senhor.
garoto se aproxima. Ele é bem mais alto que nós todos e é mais velho
também. Ele tem cabelos pretos repicados, olhos azuis que eu não gosto. Às
vezes o acho bem parecido com seu pai, mas pela foto que vi de sua mãe,
ele também carrega um pouco dela em si.
— Ah, Eros, boa noite — papai o cumprimenta. Ele não usa
de Giovanni e sempre quando pergunto sobre o meu pai, ele diz que não
sabe de nada.
— Bem, o Eros já disse que estou seca, então para que vou
engordar? Prefiro secar mais, até a morte se for possível.
— Não diga essas coisas! — ele ralha. — Seu pai não ia gostar
John.
Suas palavras me desestabilizam e eu olho para ele.
— Sério?
Ele faz aquela cara de quem sabe que vai se meter em confusão,
mas assente.
pessoas?
Giovanni assente.
— Ridículo.
era mais velho. Não lembro exatamente quantos anos ele é mais velho, mas
argh, sempre se achou demais.
quis, mesmo.
para que seja mais um lanche, porque ainda estou com fome.
Mas, para a minha decepção não é Giovanni. É Eros.
Hoje ele está vestindo calça social preta e camisa da mesma cor.
A manga está dobrada até metade dos antebraços grossos, com veias
saltando. Há uma tatuagem ali que não consigo definir o que é.
Argh.
Céus.
— Seria fácil para você, para o seu pai. Mas não é isso o que vai
acontecer. — Ele se ergue novamente. — Enfim, vim para dizer que você
— Quer dizer que vai me soltar? Vou poder voltar para Nova
Orleans?
— Não, gatinha. — Eros segura o meu queixo e me gira até que
— Não mesmo.
— Se meu pai o traiu, porque não nos mata de uma vez? Não é
Dá de ombros.
criada para me casar com você, muito menos com qualquer um desses
homens. Não posso compartilhar minha vida com um homem mal, tenho fé
e acredito em Deus.
Fico em silêncio.
como se os seus não fossem nada. — Eros se aproxima e seus lábios ficam
a centímetros do meu ouvido. — A adolescente que subornou uma
voltam a me encarar. — É, não sabe. Mas antes de ele morrer, eu vou contar
que sua esposa ficou dias no hospital porque a filhinha não aceitava o seu
casamento e quis dar um jeito na madrasta.
que se eu procurar mais, posso encontrar muitos mais pecados nos anos em
que esteve longe da Organização. — Eros começa a rir. — O seu pesadelo é
se enxergar como uma de nós e eu vou te dar esse privilégio, minha querida.
— O que disse?
Eros
terceira vez.
Ele bufa.
— Sienna?
— Até parece.
John tenta se levantar, mas está tão dopado que não consegue.
— Maldito!
Olho para David e sorrio. — Não sei se gosto dela, sabe? Ela sempre me
irritou, desde criança. Muito inocente para o meu gosto, acho que prefiro as
safadas.
— Seu desgraçado!
Sorrio.
— Mas é claro que não vou deixar uma preciosidade como a sua
pequena Sienna sair desta sem ter passado pelas minhas mãos. Enfim... é
por isso mesmo que estou aqui. Você devia ter visto o rosto dela quando eu
disse que vamos nos casar.
— Eu sei que é o que deseja, mas não vai acontecer. Até porque,
comigo.
— Não faça esse drama todo, porra. Você sabe muito bem que
ela ia se casar comigo uma hora ou outra, papai sempre disse isso.
— Mesmo que seu pai tenha dito que ela seria sua, vai mesmo
se casar com a filha de um traidor? O que acha que vão dizer de você?
— Não me importa o que vão dizer de mim. Importa como vou
porque está com raiva. Eu já disse que não sabia que Mary ia fugir, porra.
— Não importa, John. Eu preciso fazer isso.
Seus olhos se cravam aos meus.
é o momento de dizer nada ainda. Enquanto isso, tenha uma boa estadia
aqui nesse... — Olho ao redor. — Lugar de loucos.
Sienna
Faz alguns dias que a porta do meu quarto está destrancada, mas
a verdade é que não tive coragem de sair da fortaleza que esse cômodo se
luxo e encheram o meu closet com coisas que não pretendo usar.
Desde aquele dia não vi mais o rosto de Eros e queria que
continuasse assim, mas sei que logo vou ter que encará-lo mais uma vez.
Ele é como um pesadelo, que parece não acabar nunca.
Não quero me casar com ele. Não quero me casar com nenhum
homem da máfia. Entretanto, as coisas não estão a meu favor e querer, neste
— Você acredita mesmo no que ele disse? Eros não vai se casar
comigo, está fazendo isso como chantagem emocional.
infância.
perigoso. Não liga para o que dizem e faz suas próprias regras dentro da
de ser muito bonito, uma cicatriz que corta da bochecha até o começo da
sobrancelha.
Esse não é o mesmo homem que disse que sou sem graça e
magra demais? O mesmo homem que disse não gostar de mim?
— Venha, estamos esperando por você. — Ele ergue a minha
mão e me leva até a cadeira ao seu lado direito, de frente para o outro
homem, que me olha curioso.
Ele puxa a cadeira e me ajuda a sentar, então vai novamente
para o seu assento.
lembrar.
Ele sorri, olha para Eros, eles dão uma risada e depois olha para
mim novamente.
— Eu roubava doces no Halloween das outras crianças para
você.
você mesmo!
A esta altura já estamos em pé, trocando um abraço caloroso.
— Sou eu, sim. Fico feliz de ver você entre nós mais uma vez.
já está vazio.
negócios a resolver.
Tenho tantas perguntas a lhe fazer, inclusive sobre sua irmã,
Carol, que foi a minha melhor amiga na infância. No entanto, ele está
apressado. David pega o blazer jogado em uma outra cadeira e o veste.
rosto.
— Depois conversamos — diz baixinho.
dispara, mas então vejo que ele tenta se controlar. — Disse a ele que vou
tenho planos.
Bufo, irritada por ser tratada como uma criança, mas decido
mas não pretendo tratá-la como um lixo, afinal, será minha esposa.
superior.
posso perdoar.
— Sim. Talvez.
Solto uma risada entre um suspiro.
o casamento.
— O que?
— Que eu tenha amantes?
Dou de ombros.
— Acho que errei quando disse pelo telefone que você era
iminente casamento.
pelo silêncio.
— Aquilo o quê?
— Ah, é?
— Sim. Sei que quer me usar e depois vai acabar comigo. Você
mesmo disse e é isso o que espero desta loucura.
nisto.
— Você tem uma boca muito atrevida, Sienna. — Seu rosto
paira a centímetros dos meus. — Quero ver quando esses lábios carnudos
Eros ri.
— Eu sinto o cheiro de castidade em você, Sienna — sussurra
Acostumar-se com uma nova rotina ou, uma nova vida, é uma
das coisas mais difíceis que o ser humano pode enfrentar.
No meu caso, acho que o que mais dói, é não poder dar aulas.
Mais alguns dias se passaram e a festa que Eros disse que queria
fazer para anunciar a minha volta, vai finalmente acontecer.
Estou nervosa.
Sei que vou encontrar pessoas que querem o meu pescoço.
Pessoas que me odeiam desde que eu era criança, simplesmente por ser
quem sou.
Bufo.
Clichê.
Reviro os olhos.
joelhos. Ele é brilhoso, como cetim. A gola V não é muito chamativa, fica
bem, acredito.
Nada mal.
— Uau, que coisa linda! — Ryna diz. — A senhorita vai usá-lo,
não vai?
Aproximo-me do espelho e o coloco por cima do meu corpo.
Nunca usei um vestido de alcinha antes.
sensualidade.
— E qual escolha eu tenho a não ser usar isto?
~
— Soube que Eros lhe mandou um vestido para usar na festa
— E você gostou?
Dou de ombros.
— Tanto faz.
Giovanni suspira.
Estou sentada na penteadeira tentando dar um jeito em meu
matou por não gostar desse mundo. Por odiar aquelas pessoas. Eles sempre
acharam que eu seguiria o mesmo caminho da minha mãe.
Escuto batidas na porta e seco minhas lágrimas rapidamente
antes de permitir a entrada de seja lá quem for. Para a minha surpresa, quem
entra pela porta, é Caroline, irmã de David, a única menina que também foi
minha amiga no tempo em que estive aqui.
— Phellipe?
volta.
— Entendo.
Ela me olha pelo espelho, como se soubesse o que estou
pensando.
— Phellipe é quase trinta anos mais velho que eu, mas não
posso reclamar. Ele... me dá uma vida estável.
Meu coração dói um pouco ao vê-la falando desta maneira, mas
prefiro não a criticar e muito menos julgá-la. Cada um sabe de suas próprias
decisões.
— Entendo.
Sorrio.
alguma maldita vingança por causa do seu pai, já teria feito isso.
que nos resta é aprender a conviver com isso. — Ela finaliza a minha
trança. — Sinto muito que precisou deixar sua vida para trás, queria que
Respiro fundo.
— Obrigada.
Ela apoia as mãos em meus braços.
— Estou muito feliz por você ter voltado. Pode contar comigo
para o que precisar, Sienna. Eu sempre te amei como se fosse a minha irmã
verdade.
cabeça.
Eros.
lotada pessoas. Pessoas que eu tinha deixado para trás há muitos anos.
Eles param suas conversas e olham para mim.
fosse alguém importante, alguém por quem eles esperam há muito tempo.
Reconheço Eros adentrando a pequena multidão e vindo em
minha direção. Ele sobe as escadas e seus olhos me varrem dos pés à
cabeça.
— Como assim?
virgem e caiu nas lábias dele. Caiu porque quis, né? Então ele a usou e
la obrigado a vir — Carol diz. — Mas cuidado, a mãe dela é uma cobra.
Bufo.
— Sei que está confusa com tudo isso, mas... ouça o meu
conselho: Não se entregue ao Eros antes do casamento, ok? Não queira ser
Eros
Acho que já são quase três da manhã, a casa está uma bagunça,
mas pouco importa.
quero me casar com Sienna apenas como uma forma de vingança. Pois
bem, que continuem pensando assim, é melhor para os meus planos.
nua, usando apenas a porra dos sapatos que ela usou esta noite e que, diga-
se de passagem, deixaram-na extremamente sexy, junto com aquele vestido
vermelho.
Sienna sobe mais uma perna, expondo sua boceta para mim. Em
contrapartida, meu pau endurece instantaneamente.
Bebi um pouco durante a festa, mas não a ponto de imaginar
coisas.
Isso só pode ser a porra de uma miragem.
Então deslizo meus dedos pela cintura e ela estremece sob o meu toque,
mas continua fingindo que está tudo bem, que posso continuar.
Falsa.
vou ter você, mas vai ser no meu tempo e não no seu.
Não olho para ela, mas consigo ouvir que está com raiva.
Levanta-se, pega o roupão no chão e sai, pisando duro.
queria sim.
Porque ela ainda vai querer. Ela vai me desejar tanto, que seu
Sienna
de Chicago.
Achei que nunca mais colocaria os pés aqui, mas infelizmente
me afogar.
Não sei porque Bella está aqui, sendo que ela nem gosta de
coisas são. Eles não gostam de estar comigo e eu não gosto de estar com
eles.
Além do mais, ela é bem mais velha, da idade de Eros. Eles sim
brincam juntos.
demoram. — Ela revira os olhos. — Vem logo, a gente quer brincar com
você!
Sienna?
Estou quase perto do buraco, mesmo assim, ela continua
andando e me pressionando.
— O que dizem?
As quatro crianças malvadas se colocam diante de mim, de
braços cruzados.
— Que você é como sua mãe. Fraca e digna de pena. Quando
crescer, vai ser só a putinha de um dos homens da família, até enrolar uma
— SOCORRO!
O assobio para.
— SOCORRO! ME TIREM DAQUI!
Ouço passos se aproximando. Então vejo-o colocando a cabeça
dentro do buraco.
— Sienna?
que está fazendo aqui? — Eros começa a gritar, furioso. — Sabia que estão
todos a procurando pela porra da cidade inteira????
Não sei como respondê-lo, então deixo que as lágrimas falem
por mim.
Não sei se ele está dizendo a verdade, até que minutos depois
vez.
Eros resmunga mais um palavrão, mas logo ele pula dentro do
empurraram aqui!
— Porque você é uma idiota. É só por isso.
mais.
susto.
Na verdade não sei como vim parar aqui atrás da casa, no
mesmo lugar onde aconteceu a minha quase morte, mas sei que estou aqui.
voz grossa.
— Irônico, não acha?
— O quê?
cumprido saciado.
Nunca quis ser parte disto e estou a cada dia mais fundo, mais
dentro. Às vezes sinto que esse é o meu lugar, mas ao mesmo tempo luto
contra isso. Não quero ser um monstro como esses homens, mas é como se
qualquer um de nós. Merece estar aqui e tenha certeza que nunca vou deixá-
pensando e se tornando uma de nós. Esse será o seu castigo por querer viver
Não desço para o jantar, mas sei que preciso falar com Eros.
sempre vive lá quando não está fora com seus amigos da Organização.
suficiente para me fazer voltar para a cama, mas quem disse que consigo?
A casa é gigantesca, mas lembro-me de cada sala, cada
fundo.
Bato uma vez na porta e ouço um “entre”.
me espera.
Eros está sentado atrás da mesa, com um lápis na orelha e outro
na boca. Mas o que me chama mais a atenção é que está sem camisa,
mostrando seu físico dos deuses.
sua testa. Eles são lisos, sedosos, brilhantes. Sempre tive inveja de seus
cabelos.
que ele não veja o meu desconforto, mas tudo acontece ao contrário, porque
ele para bem atrás de mim pressionando-me. Dou um pulo e tento me
afastar, mas ele circunda a minha cintura com os braços e me puxa de volta
para si.
— Achou que vir à toca do lobo usando essa camisola de
senhorinha seria uma boa ideia? — diz, sua boca pressionada em meu
ouvido.
Estou tremendo. Sei lá, meu coração está batendo com força.
Engulo em seco.
Acho que estou soando frio agora.
— Eros, me solte. Eu...
— O que quer, Sienna? — Seus braços se afastam da minha
cintura, mas seus dedos ágeis sobem até os meus ombros, empurrando a
camisola para baixo. — Ainda está disposta a me fazer quebrar a regra do
casamento? Por que, bem, segundo as tradições, só posso tê-la, depois que
nos casarmos.
Respiro fundo e devagar quando sinto seus dedos roçarem a
— diz.
— Eros... — Solto um suspiro alarmado. — Eu não vim aqui
por isso.
— Não!
— Mas...
Eros
esperar até que ela passe para o outro é estar bem, então acho que sim, estou
arrogante, insuportável.
— Não.
Mas eu tenho pensado muito nessa porra, desde que a vi nua em
minha cama.
quarto dela e me afundar em seu corpo, mostrando a ela quem é que manda
nesta porra.
Francesca Giordano.
Dou uma risada sem humor e entrego um copo cheio de Vodka
para David.
sabe disso.
Respiro fundo.
Como dizer isso sem que David pense que sou um retardado?
— E você deixou?
— Claro que não.
David suspira.
pulando.
É isso.
— Vamos, levante-se daí. — Dou a volta na mesa e pego minha
Sienna
Eros já permitiu. Aliás, ele e David saíram logo agora, então temos a manhã
livre.
Abro um meio-sorriso.
— Eu tinha uma amiga em Nova Orleans e a gente tomava café
— Não fique assim. Essa sua amiga deve sentir a sua falta, mas
Respiro fundo.
Quero dizer à Carol tudo o que sinto sobre isso, mas ela é uma
pessoa especial que parece não ter sido afetada pelos anos, mesmo se
— É, quem sabe.
Ela sorri.
— Por quê?
— Por me deixar sair assim, sozinha.
— É linda!
— Sim, você é noiva do Eros. Aquela também vai ser sua casa,
quando se casarem.
Respiro fundo mais um vez.
em Chicago.
isso, eu já estou até planejando uma super festa aqui em casa e todos vão ter
— O quê?
— Viver... esta vida — Olho para os lados. —, como se fossem
pessoas comuns.
Carol gira a cabeça e seu semblante se torna sério o bastante
a escola que estudei, a faculdade... Falei sobre como amava dar aulas e
como amava os meus alunos, mesmo que eles fizessem muita bagunça boa
parte do dia.
Ela achou fascinante cada detalhe e disse que se sentia feliz por
eu ter vivido pelo menos um pouco do que idealizei para a minha vida.
querendo de volta.
— Não vai entrar? — pergunto a ela quando paramos na entrada
do jardim.
Ela sorri.
Sorrio de volta.
Afasto-me.
os braços cruzados.
sorriso presunçoso.
Franzo o cenho.
fundos. E é quando a abre que quase caio para trás quando um cachorro
— Não. Eu o comprei.
— De quem?
o outro.
Abaixo-me até que seu focinho esteja em minhas mãos.
com uma lambida no rosto. Dou risada. — Ok, eu sei. Mas eu vou cuidar de
você, tá? Eu prometo.
Eros bufa.
cuidar direito. Então eu fiz o favor de trazê-lo para cá. Não o roubei, apenas
peguei emprestado.
— Ok, obrigada.
Sempre quis ter um cachorro, essa é a verdade.
Psique. Mas Eros sabe disso e agora sabe também, que esta cachorrinha, é a
sua filha.
— Vem Hedonê, vou te mostrar a casa.
Eros
Sienna pulando e brincando com a Golden Retriever que lhe dei alguns dias
atrás.
— É, acho que sim. Ela leva esse animal para todo lado agora.
David bufa.
— Você é um idiota.
tinha furado e eu tive que ir sozinho. Sem falar que durante o dia, eu
precisei averiguar umas cargas que trouxeram de São Francisco e estavam
erradas. Resumindo: meu dia tinha sido do caralho e quando vi Sienna
daquele jeito, falei merda. — Solto um longo suspiro. — Sem falar que eu
camisa.
camisa. — Não sei por que todo esse estresse. Você nem gosta dela.
David tem razão, mas por algum motivo não gostei da ideia de
Porra.
David olha novamente para mim.
— Esta noite iremos ao The Sun. Você irá conosco?
Olho novamente para baixo, mas Sienna já não está mais lá.
Até que David diz:
David a abraça, ergue seu corpo e a gira no ar, como sempre fez
quando ela era criança.
— David! Me solte — Ela ri. — Não tenho mais oito anos.
— Eu sei disso — ele diz, segurando a sua mão e olhando-a dos
eu queria.
Sienna dá um soco em sua barriga e ele se inclina.
— Porra, Sienna. Isso dói.
vêm até mim com um semblante fechado. Ela para na minha frente e é
engraçado como eu poderia acabar com ela em questão de segundos, sendo
tão menor que eu.
— Passei anos fora desta Organização, mas como você mesmo
disse, eu faço parte disto. Então... — Ela dá mais um passo a minha frente.
— Não se meta com David.
— Não sei. Mas nunca duvide do poder que uma mulher exerce
sobre um homem. Eu posso destruí-lo, da mesma forma que quer fazer
comigo.
Sei que devo sentir raiva de sua audácia e petulância, mas é
engraçado ver como ela está tão confiante de si, diferente da garota que
chegou aqui há algumas semanas.
Isso me deixa um pouco entusiasmado, se assim posso dizer.
Desço minha boca pelo pescoço. Seus pelos ficam arrepiados. — Mas acho
que se render é a melhor opção.
da moeda.
— Já vamos, David.
simples. Apenas um toque dos nossos lábios. Uma prévia do que ela pode
esperar de mim. Uma forma de deixar sua imaginação agitada, assim como
todo o resto, a julgar pelos bicos dos seios saltando no vestido branco.
as escadas.
Sienna
diz, levantando-se. — Eros tinha pedido uma jarra de suco e eu vim trazer,
mas posso buscar outra.
— Sim, provavelmente.
tudo de novo.
Sua respiração lenta em meu ouvido.
~
Carol chega pouco tempo depois e nos reunimos na sala de
pretos e olhos azuis. Seus pais estão ao seu redor, sorrindo como faria uma
tempo que estou de volta e eu sinto que vou ficar louca a qualquer
momento.
prometo.
Respiro fundo novamente.
é que ao mesmo tempo que não quero estar aqui, eu quero. Sinto culpa e ao
mesmo tempo ódio pelo meu pai ter me colocado nesta situação. — Deixo
onde é o seu lugar e a que se acostumou com uma vida fora daqui.
— Eu sei que gostava, mas sei que existe outra parte de você
que também está começando a gostar da que está vivendo aqui. Sei que
Eros foi um animal quando chegou, mas ele ainda está agindo assim? Te
Mordo o lábio.
Ela ri novamente.
Arregalo os olhos.
— Todo o problema do mundo. Ele está se casando comigo para
torturar ao meu pai e a mim. Vai me usar e depois, provavelmente, irá me
feito isso logo no início. Mas... ele quer se casar com você. Alguma coisa
tem por trás desta história, acredite em mim.
— Você acha?
— Acho.
Fico em silêncio em seus braços, pensando em tudo o que
estamos conversando.
Sienna
me odeia e eu nem sei o porquê. Mas papai disse que temos que aprender a
conviver, mesmo com nossas diferenças e é por isso que estou aqui.
— O seu pai sabe que essa festa não é para crianças como nós?
— Acho que sabe. Ele só disse que eu precisava vir. Não sei,
assustada com as coisas que os maiores podem fazer quando os pais não
se beijando na boca.
— Nossa, garota. O que está fazendo aqui? — a menina diz
assim que me vê. — Você é uma criança, vá embora! Essa festa não é pra
você!
presença.
Credo.
O barulho da música é alto, então deve ser por isso que Bella
não escuta quando chamo seu nome.
frente de Eros. Ele está com os dedos enfiados em seus cabelos loiros,
segurando sua cabeça.
Ai meu Deus.
O que é que ela está fazendo?
fazendo.
Os olhos de Eros se abrem.
E ele me vê.
Um sorriso presunçoso se forma em seus lábios, antes de eu
virar as costas e sair correndo dali.”
Bella Rossi.
desgraçado presunçoso.
Não sei.
Acho que Bella nunca soube que eu a vi naquele dia, porque
nunca comentou nada. Também existe o fato de que um mês depois, eu fui
das pessoas, porque sempre foi assim que ela me tratou. Não espero nada
diferente.
malvado se forma em seus lábios. — Sua mãe, pelo menos, viu que seria
um problema para nós e nos poupou de ter que lidar com ela. Você, no
entanto, veja só. Não sei porque Eros está perdendo tempo com você.
dela, pronta para fazê-la pagar por todos os anos de Bullying que praticou
comigo, no entanto, Carol se coloca na frente.
sabe?
— Sobre...?
Bufo.
baleado por um banqueiro italiano. Mas, enfim... Só soube que você estava
de volta quando meu avião pousou aqui. Ouvi uma conversa de alguns
homens no carro.
dela.
E depois outra.
E vira uma gargalhada.
— Ai, meninas. Vocês quase me pegaram! Sienna se casando
Sienna? É isso?
— Sinto muito, Bella. Mas é a verdade — confirmo com tanto
entusiasmo para que ela pense que estou radiante com isso, mesmo não
estando.
Bella me encara com um semblante de puro ódio.
E desta vez, ela tenta vir para cima de mim, sendo impedida por
Carol.
— Eros deve estar louco! Só pode ser isso! De onde ele tirou
esta loucura?
— EROS!? EROS????
— Eros não está aqui, querida — digo, apoiando-me no umbral
Bella me encara.
— Eu vou embora, mas se pensa que vai se casar com Eros, está
— Nada que seja da sua conta, seu velho idiota! — ela grita. —
Agora abra esta porta!
Ela sempre foi rebelde com o próprio pai, desde a infância, mas
questiono Giovanni.
— Eu, eu... não sabia. Também fiquei surpreso, para ser sincero.
Bella sai pisando duro e quando ela finalmente vai embora,
— Sienna, não ligue para ela. Não é novidade que a Bella queria
se casar com Eros. Esse surto logo vai passar, você vai ver.
vou enlouquecer!
— Não vai, não. Acalme-se. Venha cá, senta aqui comigo.
Eros
que quero e depois que assinto levemente, ele se vai junto com os outros
homens.
Sienna.
Agora ela já deve saber sobre o meu casamento.
Eros?
Respiro fundo.
Bella sempre foi a minha melhor amiga. Trocamos experiências
jeito de arrumar um marido para ela em outro país. Amo Bella, ela é uma
ótima amiga, mas às vezes a distância é a melhor coisa, antes que acabemos
nos matando.
dezembro.
Ela abre a boca e começa a chorar novamente.
quero amor, carinho, compreensão! Quero me casar com você e ser a mãe
dela é um traidor! Você deveria ter matado a todos! Vai ficar preso a algo
que seu pai disse no passado? Ele já está morto, pense nisso!
Seguro-a com mais força e encaro seus olhos.
Odeio esse chororô todo.
— Cale essa boca, Bella. Eu só vou dizer uma vez e quero que
ouça com atenção: vou me casar com Sienna Coleman e isso não é da sua
conta, ok? Nem pense em tentar algo contra Sienna, porque eu acabo com
você.
— Você não teria coragem.
ficado na porra das Maldivas, mas se voltou, vai ter que agir como uma
membro da família, ok? Quero que respeite a minha noiva.
Ela balança a cabeça devagar.
comigo?
Respiro fundo.
muito tempo.
— Posso pensar nisso, mas por enquanto estou muito ocupado
posso explicar o tesão que estou sentindo desde que a vi nua em minha
cama naquela noite?
12
Sienna
papai foi para lá com o pai de Eros e eu tive que ir atrás dele, porque estava
pancadas já me serve.
Reviro os olhos.
abre a porta.
— Vamos, mas se quiser um conselho: Feche os olhos, porque o
musculação, mesa flexora, esteira e tudo o mais. As luzes são feitas para
deixar o ambiente proporcional a sua existência e o ar condicionado
treinar.
— Entendi. Bem, se você me permite, então... Quero dar uns
socos naquele saco ali.
Penso em dizer que é pouco tempo, mas tudo bem. Não quero
ver a cara irritada de Eros se me pegar aqui usando suas coisas.
E consigo.
Então dou um passo para trás, ergo o punho e...
Pá.
Eros
Sienna
fazendo da forma certa, mas a verdade é que está sendo uma delícia
imaginar a cara da Bella Rossi enquanto desfiro muitos socos.
É libertador.
de Eros:
Paro de andar.
E outra coisa, por que ele não pode socar quem ele quer? Ele
não é o chefe da Organização?
— Que eu saiba, você pode socar quem quiser. Não é para isto
fazer o que quero, Sienna. Existem regras, leis. Bom senso também, porque
qualquer passo em falso que eu der, existem muitos aí fora querendo me
— Sinto muito. Seu pai... ahn, ele sempre foi bom comigo. Eu
gostava dele.
— Obrigado.
elegantes no saco.
uma posição de líder. É claro que meu pai me preparou para isso, mas no
começo fiquei bem assustado. Temos tantos inimigos, você não faz ideia.
— deixo escapar.
Eros me encara novamente.
Dou de ombros.
— Sienna.
Respiro fundo e me aproximo dele.
— Deixe-me ver.
Ergo os punhos vermelhos e machucados e Eros respira fundo.
— Não, não devia ter feito isso. — Ele segura minhas mãos. —
sabiam me comparar com minha mãe dizendo que eu seria como ela. Bella
poderia estar morta agora, se você não tivesse me encontrado. Fora outra
vez que ela tentou me matar.
Assinto lentamente.
Penso que irá rir ou ficar bravo, afinal, sei que eles eram muito
amigos.
— Olha, eu vou te ensinar a socar, para não ficar com a mão
Sei que ele quer me ensinar uma forma melhor de socar aquilo,
mas o que atrai a minha atenção não é a aula, mas sim o seu corpo atrás do
— Uhum.
direto na minha cara e eu caio para trás, tendo como apoio o peito largo de
Eros.
— Isso foi péssimo. — Ele ri. — Está bem?
clareza quando estou perto dele, quando me lembro do que ele fez com
qual foi a primeira lembrança que veio a minha mente? — Ele fica em
ouvido. Sinto seus dedos deslizarem pelo meu braço desnudo. — Será que
não quer experimentar? É tão excitante, Sienna. Poder dar prazer a alguém
usando a boca. Claro que não são todos que sabem fazer de forma correta,
louco.
Eros apoia as mãos em meu pescoço e eu abro os olhos,
encontrando os seus me vigiando.
— Eros...
— Psiu... — Sinto seus lábios encostando na pele do meu
pescoço e descendo lentamente. — Esqueça a porra da Bella Rossi. Agora é
a sua vez.
13
Sienna
minhas pernas não conseguem se afirmar, meu coração batendo com força
sala de lutas.
é a sua vez.
redor de seu pescoço, puxando-o para mim. Sedenta de ter seus lábios
sobre os meus, sedenta de descobrir o que é que esse homem tem que me
contato com meus dedos, enquanto minha língua entra em sua boca e nos
movimentamos em conjunto.
abaixa de vez a minha regata, deixando meus seios livres, ele os abocanha
A primeira vez que tentei algo com outro homem, não foi nada
minha regata.
— Eros, tem gente querendo falar com você — Giovanni diz, de
forma polida.
— Porra, mas tinha que entrar aqui deste jeito? — Eros grita,
raivoso.
— Me desculpe, eu achei que estavam lutando.
Eros murmura um palavrão e respira fundo.
— Vá na frente, Sienna.
Não consigo erguer a cabeça para encará-los tamanha a
Estou tão quente, tão molhada. O desejo ainda não esfriou, o latejar no meio
das minhas pernas.
Ah céus.
Acaricio-me um pouco, desejando que não fossem as minhas
E então uma batida na porta me faz dar um pulo para trás. Eros
abre a porta devagar e entra, desconfiado.
— Está tudo bem, Sienna?
— Aham.
Ele fecha a porta atrás de si e se aproxima.
Não consigo fitá-lo ainda, pois sinto que sou uma criança pega
fazendo algo errado em flagra. Ele apoia o indicador no meu queixo e o
levanta. Vejo um brilho malicioso em seu olhar.
— Estava se tocando?
Arregalo os olhos e nego com a cabeça.
Sorri maliciosamente.
— Foi com essa mão? — Ele ergue a minha mão direita e eu
assinto novamente.
pode fazer.
Solto um longo suspiro.
— Até logo.
— Até.
Ele abaixa a cabeça e deposita um beijo longo em meus lábios.
Eros
de surpresa.
Respiro fundo.
— Ok.
David joga o cigarro que estava fumando pela janela e acelera
rumo à The Sun.
própria excitação.
Minha.
Chegamos pela entrada de trás da The Sun e rapidamente meus
surpresa?
— Não, por nada. Eu só... você quase nunca vem aqui. Só achei
estranho.
Respiro fundo.
Assinto devagar.
— Eu sei que você quer me matar. Mas não vou deixar isso
acontecer.
Continuo agindo como alguém que não sabe de nada.
confuso agora.
Maldonado reveza entre apontar a arma para mim e para os
meus homens.
Você acha que todos são seus inimigos, Eros. Sabe por quê? Porque você é
só um garoto mimado que não merece estar onde está. Todos sabem disso!
Meu sangue começa a ferver e a irritação se eleva a cada
segundo.
— Então me conte quem são todas essas pessoas que acham que
não vou dizer nada! Quero que te peguem de surpresa e o torturem como
você faz com todos. Quero encontrá-lo no inferno, que é o seu lugar!
Maldonado faz um gesto de vir para cima de mim, mas eu
Sienna
Por um lado agradeço aos céus por isso, por outro, no entanto,
sinto que queria vê-lo esta noite.
mesa.
E é neste momento que eu o vejo.
O grito que sai da minha garganta é alto. E a jarra de leite vai
— Eros????
Ele está coberto de sangue seco. É assustador. Horrível. Uma
Não finja que é inocente. Seu pai já foi um dos nossos e ele deve ter ficado
Isso é terrível.
— Não chore. Não quero ouvir suas lágrimas, porque você não
é nenhuma pirralha. Esse sou eu, Sienna. Um monstro. E eu vou me casar
Não quero ver Eros, não quero desejá-lo. Ele é um homem mal
e não merece o meu coração, ele sequer se importa com o que eu penso,
com o que eu faço.
Hoje mais cedo achei que teríamos uma chance de ter uma
conexão. Algo que o fizesse mudar a ponto de livrar o meu pai e ter uma
vida estável.
Eros
Você sabe que ela não gosta do que fazemos, que é ingênua e acredita na
bondade humana. Qual você acha que seria a reação dela ao vê-lo coberto
de sangue do homem que você matou, porra????
Faz dias que Sienna não fala comigo e voltamos à estaca zero.
a nossa vida. Não matei Maldonado por diversão, matei por ele ser um
— Não.
— Talvez.
Sienna ajudou a Carol a preparar as coisas e ela quer ir. Arrume a porra de
Reviro os olhos.
— É, talvez. Veremos.
David revira os olhos.
— Sabe o que você precisa? Transar. Transar muito. Cadê a
Bella Rossi?
— Não vou transar com a Bella Rossi. Se eu fizer isso, já sabe
fiz nada demais, só quis lhe mostrar como as coisas são. O problema é que,
pela primeira vez na vida, estou me sentindo um idiota.
Sienna
Estou lendo “O Morro dos Ventos Uivantes” e Hedonê está com
o focinho deitado em minha coxa, com os olhinhos de quem quer sair para
brincar no jardim.
que ele continuasse colocando suas mãos em mim, mas agora já não sei.
Ele entra do mesmo jeito e fecha a porta atrás de si.
Hedonê solta um latido na direção de Eros.
Eros. Eu só queria uma vida tranquila, eu só queria paz. Eu cresci com meu
pai saindo todos os dias, sem saber se ele ia voltar. Então não venha com
esse discurso...
— Eu sei. Mas a vida é essa, Sienna. Todos temos que conviver
com alguma merda, alguma responsabilidade que nos foi atribuída. Já se
perguntou alguma vez, se eu queria estar no lugar onde estou?
Acho que não quer mais discutir comigo e sinceramente? Também estou
— Pois vamos.
Assinto devagar.
Hedonê solta um resmungo de quem já perdeu o passeio e deita
Halloween.
Claro que ela está cheia, porque muita gente deixou para o
último dia e é por isso que a simples tarefa de escolher uma fantasia, se
torna a tarefa mais difícil e complicada do dia.
quando trombamos com pessoas escolhendo suas coisas. — Não tem outra
loja?
Suspiro.
— Então deixa pra lá, vamos inventar outra coisa.
— Não, não vamos deixar pra lá. Eu sei que o Halloween era o
diabos ele sabe disso. — Claro que se tornava o pior dia quando eu era o
escolhido para levar vocês para pedir doces.
envergonhada.
— Tipo o quê?
Olho ao redor.
Não há nada interessante.
Eros.
— Você devia usar isso.
fundos, afim de comer. Decido, então, subir para o meu quarto, mas sou
impedida por Eros, quando ele segura o meu braço.
Quero dizer que não, mas talvez seja uma boa ideia. Talvez eu
veja seu rosto no saco de pancadas e o soque até sentir que minha alma está
limpa.
— Vamos.
da minha mãe bem forte ao meu lado. Não sei se ela era uma Bruxa ao algo
podia sentir sua mão tocando o meu ombro e dizendo que tudo ia ficar bem.
Respiro fundo, ergo o braço e desfiro um soco no saco de
pancadas.
— Mas, por incrível que pareça, depois que fui para longe de
tudo isso, eu nunca mais senti a sua presença. Talvez, ela só precisava estar
Não sei se esta noite ela irá aparecer e, talvez, eu queira que você seja mal
comigo. Mesmo que este seja o meu último Halloween, porque sei que você
irá me matar em alguns meses. — Dou outro soco. — Mas tudo bem, eu
não ligo. Desde que eu sinta aquela presença mais uma vez.
Eros não diz nada, seus olhos estão presos em meu rosto. Não
sei o que está pensando, mas a frieza que vejo, me dá um pouco de medo.
E para finalizar, eu digo:
— Olhando sob outra perspectiva, vejo que foi bom você ter me
este Halloween.
Respiro fundo.
Eros me confunde, não sei o que ele quer ao certo comigo. Se só
está me usando como um peão em seu tabuleiro ou se ele realmente quer ser
legal comigo.
— Mãe, me ajuda, por favor — peço baixinho. — Fique ao meu
Sienna
com um vestido preto todo soltinho foi emprestado pela Carol. Ele vai até
os joelhos, mas vou colocar uma meia calça preta para completar o visual.
— Você está animada com a festa? É isso que estou vendo? —
toque?
— Ela está aqui, mas esta noite vou dar um descanso a ela. É
Halloween, Giovanni!
Ele sorri.
— É só por isso.
— Mas já é algo.
— Sienna está pronta? — Ouço a voz de Eros entrando pela
porta e quando me viro para ele, ele fica em completo silêncio, olhando-me
— Estou.
minha.
Se eu não tivesse ido embora, será que seríamos amigos? A
Solto uma risada pelo pensamento idiota que passa pela minha
cabeça.
— Nada, não.
Respiro fundo.
ainda posso sentir se ele continuar o que não terminamos naquele dia, na
sala de lutas.
— Se você teria se apaixonado por mim.
— Talvez. Seria mais fácil por não ter que lidar com uma garota
que odeia esta vida, que me odeia.
— Como assim?
Ele abre a boca para dizer algo, mas a fecha.
nos receber.
— Ahhhhhhhhh vocês vieram! Estou tão feliz por isso!
Carol me abraça com força e cumprimenta Eros, que entra e já
sai a procura de David.
esta noite. Quero apenas relembrar nossos tempos pedindo doces na rua e
depois comendo até passar mal.
Carol ri e passa um braço pelo meu pescoço enquanto me faz
entrar na casa, vendo pessoas que nunca gostaram de mim ou nunca fizeram
questão de me ver aqui.
rosto de Eros atrás dele, me encarando. — Mas sério, por que uma Bruxa?
Eu não gosto de Bruxas.
— Ahhh, entendi.
Ele sorri.
LOUCO?
— Desculpa! Eu achei que era a pistola de mentira!
perturbar a ninguém. No final das contas, todo mundo volta ao seu próprio
— É verdade?
— O quê?
— Que esta noite está liberado apenas as de mentira.
Carol conversa, até que a bebida começa a fazer efeito e eu quero me sentir
livre.
baladas que fui com a Alessa onde dançávamos até que nossos pés saíssem
andando sozinhos.
Era assim que sabíamos que era hora de parar.
ouvido.
— Ele quem?
— O seu “Ghostface” — Ela ri.
Quer dizer, ele está com a máscara no rosto, mas sei que seus olhos estão
presos em mim.
casamento.
— Você acha?
— Claro, amiga. Ele não para de te olhar. Continua dançando.
— Ele vai nos matar. — Ela ri. — Mas tenho certeza que está
ficando louco.
— Será?
— Com certeza, amiga. — Carol sobe as mãos até os meus
Solto uma risada, mas deixo que ela beije o meu pescoço e
aperte os meus seios por cima do vestido.
— Uauuu!
— Ele está puto?
Mas eu estou.
agressividade, então faz uma chave de braço em meu pescoço para tentar
me enforcar.
Eros estava usando um terno, este está usando uma capa preta,
com a mesma máscara.
E a voz é diferente.
— SOCORRO!
Eros
Mas eu entendo.
Sienna é uma das nossas e mesmo que ela tente negar, seu
sangue clamando por justiça sempre vai falar mais alto, mesmo que isso
vulnerável, mas agora preciso caçar esse filho da puta que tentou machucá-
la.
— Eu vou. David, vamos!
filho da puta em uma bandeja, trazer à Sienna e depois eu vou foder essa
mulher a noite inteira, pode ter certeza disso.
16
Sienna
volta do meu corte no braço. — Ele era alto como Eros, forte também. E
debater, senti uma força extrema dentro de mim e comecei a lutar, minha
vida dependendo disto — Dou uma pausa, não sei se continuo falando o
que eu vi, porque talvez Carol não vá entender, então digo: — Algo me
ajudou, talvez.
Ela sorri.
— Um anjo, certamente.
— Ainda bem que não foi um corte profundo, senão você ia ter
— Nossa, nem fale isso. — Solto uma risada. — Pena que a sua
festa acabou.
Quando Eros desceu as escadas, convocou todos os meus
capangas para caçarem o homem misterioso que se infiltrou no nosso meio.
dentro daquelas muralhas que antes encarava como prisão, estarei mais
segura do que em qualquer outro lugar.
mais em uma noite em que muitas pessoas vão às ruas com máscaras e
— Sim, acho que sim. O susto foi grande, mas estou bem.
Ele assente.
em casa, já volto.
— Está com sua arma?
— Sim.
novamente.
— Vamos.
gosta, né? Eu luto por precisão, menina. Não por que gosto.
Minha casa está escura, silenciosa, sinal de que Eros ainda não
chegou.
— Quer que eu fique aqui com você? Sei lá, posso chamar
David.
— Não precisa. Giovanni está lá dentro, ele cuida de mim.
estava com Carol e Phellipe, então preferi ficar aqui, pronto para pegar
aquele filho da puta, caso aparecesse.
— Estou bem, Giovanni. Carol disse para eu ficar lá, mas acho
— Nenhuma.
Céus.
— Ok.
Em sua segurança.
Abro a porta do banheiro e acendo a luz, preciso de um banho.
Tiro minhas roupas, abro o registro e entro debaixo, tomando cuidado para
vou esperá-lo.
serpente.
Abro a porta do quarto e saio correndo, desço as escadas,
Mas ele está com sangue nos olhos e não quer saber. Afasta-se e
presentes.
— Será que é você? Ou será que é você? Eu posso matar a todos
essa arma, rapaz. Talvez o assassino entrou pela janela, não sei.
— Eros, Giovanni tem razão. Ele não ia entrar aqui depois que
todo mundo estivesse alerta. Talvez tenha sido na hora que saímos, porque
momento.
ombros. Ele sempre foi um bom amigo, então deixo as lágrimas rolarem.
Respiro fundo.
se não foi ele próprio que planejou tudo isto. Ele foi capaz de me sequestrar,
me disse coisas horríveis e prendeu meu pai em um hospício.
— Não fui eu que armei tudo isto, Sienna. Se fosse, você estaria
Eros se aproxima.
— Eu sei que o nosso começo foi horrível, mas eu não quero
que não posso simplesmente matá-las. Então quando eu soube que sua
inocente.
dizendo.
— É por isso que o colocou em um manicômio?
— Sim. Eu... inventei toda essa coisa de vingança para poder
abalar, o problema é que estou louco por você, Sienna. — Apoia as mãos no
vidro, uma de cada lado da minha cabeça. — Todas as noites eu penso em
como vai ser quando estiver dentro de você e isso está me deixando louco.
— Ele abaixa a cabeça e sinto seu hálito quente roçando meu rosto. — Hoje
quando deixou sua fúria extravasar e me pediu para ir atrás do assassino,
controlar o que sinto por ele, porque quero descobrir tudo o que ele pode
me oferecer, seja bom ou ruim.
— Eu quero.
Sienna
passeiam pelo meu corpo e quando chegam até a minha bunda, ele aperta
com força e me ergue em seu colo. Jogo os braços ao redor do seu pescoço
e enlaço sua cintura com minhas pernas.
— Vamos.
— Não vai não. Você é forte. — Passo uma mão pelo bíceps
saliente na camisa.
vez, movendo meus lábios lentamente, sentindo seu gosto, a maciez de seus
seu quarto. Lugar onde me deitei uma vez nua, fingindo que queria os seus
toques.
— Eu te quero, Eros.
Seus rosto paira sobre o meu por alguns segundos.
Eros, porque nunca fomos amigos, nem nada do tipo. Ele sempre me tratou
maxilar, descendo pelo pescoço e pelo meu colo desnudo. A mão que não
está apoiada na cama, segura o meu seio e com o polegar e o indicador
acaricia meu mamilo duro.
— Céus.
— É aonde eu vou te levar, linda — Ele se levanta e me encara.
— Você é linda, eu fui um imbecil quando disse que não gostava do que
via. Eu estava mentindo.
Abro a boca para dizer algo, mas tudo o que sai é um gemido
rendido quando ele abaixa a cabeça e sua língua circula o meu mamilo.
— Estou louco para fazê-la minha, Sienna.
Ele tem razão, mas quando seus lábios percorrem o meu corpo,
sinto uma espécie de euforia, algo que faz o meu coração acelerar. Estou
Eros
duro.
Porra.
Nunca pensei que eu ia querer tanto uma pessoa quanto quero
Sienna. Quando percebi que ela podia ter morrido esta noite, percebi que
não há motivos para esperar mais para ter algo que já é meu.
— Eros!
— Você vai dizer o meu nome muitas vezes esta noite, Sienna.
Ela é deliciosa.
Mordisco a carne úmida e quente, depois a chupo, deliciando-
me em suas dobras. Sienna está cada vez mais molhada, inchada. Do jeito
que eu gosto.
— Você é deliciosa.
minha saliva a sua carne molhada e inchada. Seguro sua bunda e a ergo
apenas um pouco para ter um maior acesso a sua boceta.
chupo mais uma série de vezes. — Vai gozar bem gostoso na minha boca.
Sienna geme com força, segura o lençol com tanta força que os
enquanto ela se debate na cama e pede por algo que nem sabe o que é, mas
primeira vez.
— Você gozou, meu amor. — Beijo sua boca, quero que ela
sinta seu próprio gosto. — Quer gozar de novo?
— É possível?
— Claro que é.
— Isso é só o começo.
Trocamos de posições, com ela ficando por cima de mim. Nos
do outro. E, por incrível que pareça, quando Sienna envolve o meu pau com
Porra.
porra da Terra.
— Vá, eu confio em você — ela encosta sua testa na minha.
Caralho.
Respiro fundo.
pequena e eu tenho consciência de que fui abençoado por Deus, mas nunca
nenhuma mulher falou isso tão alto. Não quero machucá-la, mas quero que
— Sim!
sua cabeça. Movimento os quadris para frente e para trás, devagar. Sorrio ao
ver o seu delírio debaixo de mim e me deixo guiar pelo meu próprio prazer,
encaro.
— Nunca pensei que ia estar aqui, na sua cama.
— Está arrependida?
rapidez.
vergonha.
— O quê? Sério? — Ela sorri.
— É, sim.
18
Sienna
murchas.
quando ainda estava saudável e tentei recolher algumas, mas Eros, seu
filho, me pegou no flagra.
— Minha mãe não precisa das suas flores. Caia fora daqui,
pirralha. — Pega as flores e as joga no meu colo, então se afasta. — Não a
sair da cama.
— Nada.
Respiro fundo.
— Ok, estou pensando em... Como você sempre foi muito
quem eu me dava bem eram Bella Rossi e David, que eram meus amigos,
pessoas da minha idade.
banho e sair desta cama, porque quando estou com Eros, sou facilmente
influenciada por seu corpo gostoso e tudo o mais.
Viro de costas para que ele não veja que estou com raiva disso,
porque, como pode, após ter passado a noite inteira transando comigo, vir
mencionar aquela vadia?
trepar com ela, eu não vou. — Quero acreditar em suas palavras, mas não
consigo raciocinar muito bem quando ele desliza as mãos grandes pela
minha cintura. — Entendeu?
de ordem têm efeito sobre mim. O problema é que Eros é astuto e quando
seus dedos descem pela minha barriga e se infiltram em minhas dobras,
minhas pernas cedem e já não consigo raciocinar direito.
— Diga. Agora.
Respiro fundo.
— Estou esperando.
— Eros... — Fecho os olhos. Involuntariamente ergo os quadris
para trás, esfregando a minha bunda em sua ereção.
— Diga que me quer, Sienna.
para fora, espalhando a minha umidade. Sua mão que antes estava
segurando a minha cintura, agora subiu para o meu seio, que ele estimula
meu mamilo, esfregando-o com precisão.
Eu preciso disso.
Seus olhos estão cheios de algo que não sei explicar o que é.
Talvez seja prazer, alívio ou... não sei. O que sei é que ele me encara como
minha, beijando-me com força, desejo. Sua língua entra em minha boca e
me penetra sem cerimônias e quando isso acontece, deixo sua boca e solto
um gemido alto.
dentro de você. Tem noção de que eu nunca vou parar isto? — Encosta sua
ele continue.
Eros.
Suas bolas batem contra a minha intimidade quando ele investe
em seus movimentos.
Entrego-me.
Eros também geme e em uma rápida olhada que dou para trás,
vejo-o com a cabeça jogada para trás, o prazer inundando-o como a mim.
O orgasmo é certeiro.
não se lembra, você me mandou passar o dia inteiro procurando pistas sobre
o nosso traidor.
noivo.
próximos passos?
arregalados.
— Caralho, você é outra Sienna. Não é possível. Deve ser um
minhas.
— Eu juro por Deus que eu vou cortar as suas mãos, David.
fomos. Agora só porque é noivo dela vai vir com essa palhaçada de ciúme!
Vá se foder, Eros.
— David, por que não se casou até hoje? Você tem a mesma
dor de cabeça.
Fecho o semblante.
— Vocês homens são o nosso problema. Loucos, ciumentos e
burros.
Eles me olham surpresos.
Sienna
respira fundo.
Shrek. — Me deixa voltar para a mansão. Vou ficar mais atenta e você pode
mas precisamos voltar à vida normal e agora que ele começou a me incluir
em seus planos, me mostrar como quer pegar o traidor, estou me sentindo
mais animada.
~
Decido por usar calça jeans, porque não sei aonde vou e se
enquanto dirige e canta junto. Eros observa tudo ao redor, como se Chicago
fosse sua propriedade. E talvez seja mesmo.
— Primeiro vamos dar uma passada em um escritório, preciso
dar uma palavrinha com um sujeito — diz Eros. — Se quiser, pode esperar
no carro com David.
— Sienna, eu sei que agora você está por dentro de tudo, mas
não acho que andar conosco, seja o melhor.
— Por quê? — Apoio-me entre os dois bancos e olho de um
janela e respiro fundo. — Ainda acho que o que fazemos é errado, mas
essas são as regras e não dá para fugir. — Olho dentro de seus olhos e digo:
do carro.
— Cale a boca, David. Eu sei o que estou fazendo — resmungo.
Ele solta uma risada.
crianças idiotas?
temerosa. Ela sabe quem esses homens são. Ela pega o telefone, mas Eros
aperta o gancho.
escritório.
Ouço apenas gritos e quando entro vejo um homem tentando
subir as calças enquanto outra mulher corre, tentando esconder sua nudez.
da sala, mas meu noivo diz: — Sienna, feche a porta e não deixe essa vadia
sair daqui.
Arregalo os olhos quando a ordem chega aos meus ouvidos,
— Eu... eu...
homem que estou prestes a me casar trata alguém, mas logo depois, lembro-
me que ele procurou por isto, não cumprindo com sua palavra.
sangue. — Eu não consegui todo o dinheiro, mas juro que até o final do mês
vou conseguir e te pago!
— Quanto você tem?
— 500 mil.
— E onde está?
parede.
Eros o encara por alguns segundos, depois o solta.
cofre, que ele abre com agilidade enquanto estamos ali esperando
impacientes.
Eros se recosta na mesa e David vai até o cofre com uma bolsa
que ele tira do terno e começa a enfiar bolos de notas de dólares dentro.
Quando ele termina, Eros se ergue novamente, pronto para
irmos embora.
irmos embora, ele segura a menina pelos cabelos e a empurra para David.
— É claro que vai, estou levando a sua sobrinha como garantia.
O choque me faz arregalar os olhos, mas resolvo não abrir a
boca para questionar o que Eros está fazendo e nem o fato daquela menina
sobrinha!
Eros abre a porta traseira do carro.
dinheiro.
aqui.
— Eros... — Tento impeli-lo, minha timidez tomando conta.
pelo meu rosto. — Eu acho que quero vê-la segurando uma arma.
Arregalo os olhos.
— Agora?
— Sim.
— Sim...
Eros desliza os dedos pelo meu pescoço, então de repente, ele
puxa a minha blusa para cima, deixando-me apenas com uma regata.
caralho — diz em meu ouvido. — Gosto ainda mais, porque posso fazer
assim...
desejo que sua boca chegue à minha intimidade com a mesma força e
Fecho os olhos quando ele desce seus lábios pela minha barriga
assustada, procurando a minha camiseta, quando Bella Rossi tenta vir para
cima de mim.
— Essa vagabunda está com o meu homem!
fora.
com força. Os olhos dela estão tomados de ódio em minha direção. — Olha
pra mim!
Bella olha para ele.
— Por que ela? Eu sempre disse que estou disposta a tudo por
você!
Ele solta um suspiro pesado.
dá um minuto de paz?
Ela olha novamente para ele e chora ainda mais.
honrá-lo.
— Aquilo foi uma idiotice.
sempre.
vez.
inúmeras vezes quando era uma criança, porque eu sabia que esse dia ia
chegar, porém não deu certo, mas da próxima vai dar, pode ter certeza. Você
não vai ser a esposa de Eros.
de agora em diante, não quero essa vadia falando comigo desse jeito! —
Encurto a distância e aponto o dedo em seu peito, mesmo ele sendo bem
mais alto e mais assustador. — Se você não der um jeito nela, pode ter
Sienna
— Não.
naquele apartamento o dia todo, pedi a Eros que me deixasse passar o dia
com Carol em sua casa. Claro que do lado de fora, pelo menos três homens
estão de tocaia.
— Estive pensando — Carol coloca a xícara em cima do pires.
sabe...
Carol arregala os olhos.
grito animado.
olhou na escada no dia da festa, nossa, eu sabia que ele não ia esperar o
Carol suspira.
— Sério?
— Sim. Ele... leva essas coisas bem a sério. Eu achei que Eros
também levava.
— Eros é um fora da lei, você quer o quê?
Nós rimos juntas.
nem preciso, ele sabe... ele faz coisas comigo que me deixam maluca.
Carol dá pulinhos e gritinhos e nós rimos mais uma vez. Céus,
que vergonha de falar sobre isso com outra pessoa.
Bufo, irritada.
— Ah, gritou com ela, mandou sumir. Não sei, eles são amigos
de infância e vejo que ele tem um carinho com ela. — Faço uma careta.
— Mas ele é seu noivo, tem que se importar com você e não
com ela. Foda-se a Bella Rossi.
— Eu sei, foi por isso que eu apontei o dedo no peito dele e
— Falando no diabo...
— Pode ser David também. — Carol vai na frente e abre a
porta. — Ah, são os dois.
Porra.
— Seu irmão também não é de jogar fora, Carol.
rosto. — Boa tarde, Sienna. — Segura o meu rosto e me beija nos lábios.
— Boa tarde, Sienna. — David me dá um beijo no rosto.
— Boa tarde, meninos. Onde estavam? — pergunto enquanto
eles vão direto para a cozinha e procuram o que comer nos armários de
Carol.
— Dando uma volta pela cidade e já vamos voltar, porque
temos que terminar umas coisas. — Eros abre uma garrafa de cerveja. —
Você pode ir fazer compras com a Carol. — Ergue a cabeça e me fita. —
Vamos a um jantar importante esta noite.
Ergo as sobrancelhas.
— Jantar importante?
Arregalo os olhos.
— Com o Senador???
vasculhar à vontade.
Troco um rápido olhar com Carol.
Vou trocar de roupa e já venho para irmos desbravar as lojas desta cidade.
ele.
devem se comportar. — Mas se ele me der a chance, claro que vou falar.
— Mary não era desse tipo que fica quietinha, você deve saber.
Mary traiu meu pai e se juntou aos inimigos. Hoje penso que o
seu destino foi certeiro e não vejo a hora de pegarmos o traidor, para poder
da Máfia.
— Bem — Carol apoia a mão na maçaneta da porta da loja. —,
você já sabe o que penso sobre isso, né. Eu nunca abriria mão desta vida,
— É, pode ser.
você.
forma de me olhar.
— Sim, sou eu. Por quê?
— Ah, sinto muito. Não vamos vender este vestido para você.
— Não vamos vender este vestido para a sua amiga. Aliás, nada
do que tem nesta loja vamos vender para vocês.
Ela faz uma careta de nojo. — Diga ao seu homem que Nova York mandou
lembranças e que logo dominaremos Chicago.
situação, mas então resolvemos ir até uma loja Valentino, onde lá encontro
— O quê?
quem somos e mandou te dizer que Nova York vai dominar Chicago em
breve.
O semblante de Eros se fecha no mesmo instante.
— Eros!
Um jantar!
Com o Senador dos Estados Unidos!
21
Sienna
encaixo a minha, ele me puxa para si. Perco o fôlego por alguns segundos,
então ele me vira de costas para seu peitoral e nos olhamos pelo espelho. —
Queria tirar esse vestido agora mesmo usando os dentes, mas... Temos um
jantar importante a comparecer.
— Sim, claro.
Eros deposita um beijo em meu pescoço. Seu braço circundado
em minha cintura, me prende com força. Sua mão livre, começa a puxar
— Eu tenho o controle.
espelho.
— Gostosuras ou Travessuras?
— O Halloween já acabou.
— Para mim, ainda não. — Ele beija a minha têmpora. —
Não acredito que ele vai me fazer usar um vibrador neste jantar,
mas confesso que estou ansiosa pelo que está por vir.
Passo por ele, ciente de que a noite vai ser longa.
Senador está hospedado, porque ele fica aqui no mesmo bairro, apenas
algumas quadras antes.
Eros me ajuda a descer e nos encaminhamos para dentro do
edifício.
— Será que a Carol já chegou? — pergunto, antes de entrarmos.
Grace.
— Olá, querido. — Ela o beija no rosto. Seus olhos vêm até
esposa. — Você é muito linda, meu Deus. Eros, você tem sorte, meu rapaz.
O senador é um senhorzinho de cabelos brancos e nunca pensei
que ele fosse tão brincalhão assim, pois na TV sempre o vi sério, achei que
isso se aplicava à sua vida pessoal também.
que somos.
Dou uma olhadinha para Eros e ele está conversando seriamente
com o Senador.
falta dele. — Ela suspira. — Mas, enfim, não é porque somos políticos que
precisamos ser robôs.
Sorrio.
— Sim, claro.
— Você sabe que sou do Arizona, não sabe? Somos pessoas
bem felizes ao contrário dos Nova Iorquinos e, Deus me perdoe, os
Chicagoenses.
Dou risada.
— O Senador Hopkins é Chicagoense, não é?
— É, mas ele não conta. Ele foi contaminado pela Casa Branca.
Rimos juntas, até que vejo Carol entrando pela porta,
acompanhando seu marido.
coração.
Ela ri.
— Uau. Conte mais.
— Eu... Sou alguns anos mais nova que ele, oito, para ser exata,
posso conversar com Anthony e ele pode ver algo para você...
— Seria gentil da sua parte, mas agora estou com outros planos
e logo me casarei com Eros, então...
Mas vou me lembrar de você quando estiver com a primeira dama. Saiba
que precisamos de aliados, então você e seu marido precisam estar
Sorrio.
caralho.
— Por quê?
— Claro que não, mas ele acha que é o meu dever saber de
tudo. Disse que você voltou agora, não sabe de nada, mas eu sou daqui,
preciso saber. Ele esquece que estávamos morando longe. — Ela respira
— Eu achei que...
Carol abre um sorriso triste.
mas nem sempre é um conto de fadas e tudo o que posso fazer é calar a
boca e esperar que a raiva passe.
David chega alegrando todo mundo e eu deixo pra lá, pelo menos por hora.
~
É no ápice do jantar que sinto o vibrador acariciando o meu
clitóris.
— Psiu.
Fico em silêncio, tentando manter a calma. Porém, conforme ele
afirmativamente.
Ela franze o cenho.
não é Sienna?
Deus.
averiguar.
fogo crepitando em minhas veias, puxo o cinto de sua calça, abrindo-o. Sua
dos dedos. Isso, logo é substituído pela sua boca faminta, que chupa os
meus peitos e acaricia os mamilos com a língua quente.
— Eros... — Suspiro o seu nome.
— Vamos ver como está aqui — Ele me puxa da bancada e me
vira de costas para si. Seus dedos erguem o tecido do meu vestido e inclino-
me no mármore frio enquanto sinto-o deslizando o tecido de renda para
gemidos que ele abafa, até suor começar a descer pelo meu rosto.
Está abafado aqui, mas acho que é muito mais pelo calor que
prazer.
Não demora para que ele faça suas últimas investidas, como se
fossem as últimas de nossas vidas. Eros me preenche com seu gozo quente,
Sienna
porque... não sei, toda vez que penso no casamento, sinto uma espécie de
sensação ruim ou algo desse tipo. Eros, no entanto, acha que é coisa da
minha cabeça e diz que está tentando encontrar a pessoa.
cama. Ela geralmente o morde, não com força, mas de uma forma que o
entrar?
— Uma carta?
comunicar.
Sienna?
— Como assim?
sequer menciona o que ele é, porque agora, para você, ele é um homem
como qualquer outro.
só não quero vê-la apaixonada por um homem que vai destruí-la assim que
tiver a oportunidade.
saber agora.
— Obrigada pela preocupação, mas estou bem.
— Mas está apaixonada.
— E se eu estiver?
Ele suspira tristemente.
imediatamente:
— Sua filha é a primeira que não me aceita.
Giovanni fecha o semblante por uns instantes, mas depois
assente.
— Bella é uma pessoa difícil.
vezes.
— Eu não sei. Já tentou perguntar a ela quais eram os motivos?
O que eu sei, é que Bella sempre foi apaixonada por Eros e sonhou se casar
com ele a vida inteira.
— E por que não se casaram?
— Eros não foi feito para se casar assim, ele tem planos, tem
objetivos. É por isso que eu lhe digo para que tome cuidado, não pense que
ele vai se casar por estar apaixonado. Eros não sabe o que é amor e nunca
corpo que ele usa todas as noites e que logo vai descartar.
Pensar nisso faz o meu coração quebrar em vários pedaços,
porque sim, estou apaixonada por ele. Não sei como será se ele me trair ou
se, no final das contas, realmente quiser se livrar de mim.
~
Ouço gritos enquanto caminhamos pelo corredor frio e
malcheiroso. Sinto também a mão de Eros em minha cintura, guiando-me
até o quarto em que meu pai está.
— Pai!
amor que ele sempre me deu, apesar de ter sido um dos maiores homens da
Organização.
filha.
Nos abraçamos mais uma vez e choramos muito, por tempo
indeterminado.
Sienna.
espero que no final dela, você possa me perdoar e entender porque fiz isso
com você.
afirmativamente.
— Sim, pai. Confie em nós. Estamos aqui para esclarecer tudo.
depois, raciocina e entende que tudo o que Eros está fazendo, é para limpar
a Organização de traidores.
— Então preferiu me colocar dentro de um manicômio a me
deixar ajudá-lo?
chegou foi de que você também havia me traído e era o que todos
pensavam, aliás, pensam. Se eu tivesse lhe deixado livre, as coisas teriam
sido piores.
— Pai...
nas mãos desse moleque idiota, eu... Olha, nem vou dizer.
traidor antes.
Papai respira fundo.
homens de confiança.
— E você confia mesmo em todos dentro da Organização?
conversamos com meu pai, sobre a conversa que tive com Giovanni.
Isso me deixa muito mal.
Sinto-me sufocada.
Ao chegarmos em casa, Eros aperta a minha mão no banco de
trás do carro.
Não é isso.
— Como assim?
— Sou apenas um objeto para você? Será que devo confiar em
podia viver uma vida longe disso, sinto muito, bebê. Aqui é o seu lugar, a
anos. Mas ele sempre disse que quando você completasse dezoito, ia trazê-
— E faz diferença?
— Claro que faz! — grito de volta. — O que mais você esconde
de mim, Eros?
Ele fica em silêncio e eu balanço a cabeça negativamente. Seco
as lágrimas com as costas das mãos e abro a porta do carro para sair, mas
— Me deixa sair!
— Não, Sienna! Não vai sair porque a conversa não acabou! —
— O quê?
— É, mas não faça essa cara. Aposto que você sabia que ele
Eros
Organização.
É final da tarde e papai está em frente ao lago na parte de trás
da nossa casa, olhando o movimento das águas. Suas mãos, cruzadas atrás
— Não sei se sou capaz de assumir tudo isto, pai. Você sempre
pediu que eu fosse sincero e é isso que estou tentando lhe dizer durante os
pensamento. Mas quando meu pai, seu avô, morreu, sabe qual foi a
primeira coisa que eu fiz?
discutimos inúmeras vezes por isso e não quero discutir mais uma vez,
sendo que daqui a pouco irei para Stanford estudar e não faço a mínima
— Sei que não gosta deste assunto, mas eu a guardei para você
— Agora ela é uma criança, mas ela vai crescer, Eros. Se puxar
imaginar isso. Não é por que você e John fizeram esses planos que eu
preciso segui-lo. Não vou esperar Sienna crescer para me casar com ela.
— John não sabe do meu desejo, ele tem umas ideias
mirabolantes para a filha. Quer que ela cresça em outro ambiente, mais
calmo. Como se a porra da sociedade fosse calma. — Ele ri. — A verdade é
que todos são doentes, seja aqui ou lá fora, mas aquele idiota não consegue
perceber isso.
— Ele tem medo que ela siga os passos da mãe — repito o que
outra esposa até lá, porque ouça o que digo, aquela menina será especial.
— Pai...
logo, filho.
Papai vira as costas e segue pelo jardim até nossa casa,
deixando-me sozinho.
Balanço a cabeça negativamente.
Sienna e eu?
Isso é impossível.”
Soco o banco do carro com tanta força que meus punhos até
doem.
Mas que porra Sienna quer de mim? Será que não estou fazendo
comecei a enxergar o outro lado de Sienna, vê-la não como uma menina
mimada, mas como uma mulher irresistível.
diretamente ao escritório.
Para a minha surpresa e desgosto, David está sentado no sofá,
bebendo um dos meus uísques mais caros.
— O que está fazendo aqui?
John Coleman que podia muito bem ter mesmo me traído e teria sido muito
mais fácil acabar com sua vida, de Sienna que... — Esfrego o rosto. — O
que ela quer de mim, porra?
— Calma, cara.
— Calma? — Olho novamente para David. — Ela jogou na
minha cara coisas absurdas, querendo dizer que estou enganando-a, sendo
que nesta manhã quebrei minhas próprias regras e a levei para ver o pai!
Jogo o copo vazio no chão, vendo-o estilhaçando em mil
ajudar.
disse que eu precisava entender, porque ela foi sequestrada e como podia
confiar em mim?
David assente.
— O que mais ela disse?
máfia e não existe um ex-membro da máfia. Que meu pai sempre disse que
um dia ia trazê-la de volta.
— Eita, porra.
— Me diz uma coisa, David. Você sabia que o seu cunhado bate
em sua irmã?
que disse?
Eu não duvido, mas como não vi nada do tipo, não posso afirmar que ele
faz isso.
vez.
David suspira e assente.
— Ok.
para o meu assento. Despejo o liquido em meu copo, um atrás do outro, até
me perder em minha própria escuridão.
Sienna
Ainda estou magoada com Eros, confusa e triste com tudo, mas
resolvi não o procurar até estarmos prontos para conversar como pessoas
civilizadas.
jornal.
— Acordada a essas horas? — Ele ergue as sobrancelhas. —
estava bem alterado hoje, gritando com todo mundo, despejando ordens...
Sento-me na cadeira em frente à Giovanni e respiro derrotada.
— Brigamos sim.
— Pensei que ele ia tentar falar comigo, mas... acho que ele está
com raiva.
— Eros é complicado.
— Acha que eu devo falar com ele? Sei lá, tentar fazer as pazes,
acho que fui idiota nas coisas que disse a ele.
— Talvez, querida. Mas deixe isso para amanhã. — Giovanni se
meu corpo.
— Olha, ele disse isso porque estava bêbado, mas não leve a
vagabunda por aí, enquanto estou aqui sofrendo por essa briga idiota.
que por sorte, fica de frente para a rua. Logo a vejo olhando pela janela.
Carol sempre teve o sono leve.
— Eros saiu e acho que ele está na cama de outra. Quero flagrá-
lo. Quero... Quero dar um tiro na cara dele, eu juro.
Ela arregala os olhos.
Ela assente.
— Ok e como você quer a minha ajuda?
— Descubra aonde aquele filho da puta está. Não sei, pergunte à
algo acontecer a você, meu Deus do céu. Sienna, estamos em guerra, não é
tempo de ficar preocupada se Eros tem uma amante ou não.
— É tempo sim. Eu não perdi a porra da minha vida em Nova
Orleans para vir ser chifrada aqui por aquele otário. Se ele me trair, eu vou
retaliar, pode ter certeza.
Carol parece surpresa com a fúria das minhas palavras, mas
assente.
— Ok, entra aqui em casa e fica quietinha. Phellipe está
Eros
Olho para trás apenas para confirmar que é Bella Rossi. Sua voz
— O que quer?
Ela se senta na banqueta ao meu lado e pede um drink ao
Barman.
— Vim conversar.
o bar.
— Oras, você não era assim. Você sempre gostou das roupas
que uso.
palhaçadas.
— Ok, me desculpe. Eu não estou aqui para discutirmos ou algo
assim, soube que estava mal e como sua amiga, me dispus a vir aqui.
— Ah, claro que não. Está aqui enchendo a cara desde sei lá que
horas e agora diz isso. — Ela bufa. — Poxa, Eros. Somos amigos, acima de
tudo.
forçar a casar com ela. Isso me deixou puto de uma forma que eu nem
queria ver mais a cara dela.
— Quer dançar um pouco? Você gostava de dançar.
— Não.
— Então vamos até o segundo andar, onde você costuma se
sentar para resolver as coisas com seus amigos. A gente senta e conversa
um pouco lá, pode ser?
Tempos bons.
Um garçom se aproxima e pergunta se desejamos algo. Digo
que não, chega de bebidas por hora, não quero perder o controle e estar à
mercê dos desejos dessa maluca, porque a conheço e sei bem do que é
capaz.
— Então, me conte. Por que está assim?
Ela bufa.
— Eros, porque não se casa comigo?
sobre Sienna.
— Sobre o que quer falar?
— Sobre Frank, você sabia que ele está importando e
comercializando drogas que vem da Venezuela?
— O quê?
— É, isso que ouviu.
você já nos fez o favor de executar. Sério, nunca fui com a cara daquela
vagabunda interesseira.
desgraçado, mas não acabou. Eu sei que ainda existe mais alguém.
Ela está tão surpresa que não posso dizer que é mentira.
— Você cria umas fanfics muito loucas nessa sua cabeça, não é,
Bella? — Dou risada. — Sienna sequer sabe pegar em uma arma, porra.
isso.
— Saudade de quando conversávamos assim, sobre a
— Foi você mesma quem acabou com isso, exigindo coisas que
É Sienna.
— Você não disse que ela não sabia nem segurar uma arma,
porra??? — Bella grita.
estalo.
Sienna
— O quê??? Pra quê? Sienna, você não vai matar o Eros, está
maluca?
juro que não vou acertar ninguém, só quero dar um tiro para cima, para ele
se assustar.
— Sienna...
— Por favor, Carol.
mas cá estou.
encontrar Eros.
De um lado do bar está David, conversando animadamente com
rosto dele.
Porra.
Quero ir até o segundo andar, mas Carol me segura.
— Antes me dê a pistola.
— Não!
Então me desvencilho do aperto da minha amiga e vou até o
Sorrio.
Bella diz algo a ele e o segura pelo braço e é aí que disparo pela
segunda vez.
para cima de mim, então aponto o cano da pistola para a minha cabeça e
grito:
— Se chegarem perto de mim, eu disparo!
Eros desce as escadas e vem em minha direção. Pela sua feição, está puto,
com raiva, prestes a acabar comigo.
Sienna!
— Fique longe ou vou atirar e aí, adeus.
Eros.
— Louca? Não era, mas talvez eu fiquei depois de voltar. —
Desvio para Eros. — Acha mesmo que vai me deixar em casa sozinha e vai
sair para trepar com qualquer vadia por aí?
— Vadia, não! — Bella grita e tenta vir para cima de mim, mas
animal.
— Não te interessa.
Eros olha para o lado, onde Carol está assistindo tudo. Ela ergue
me matar, acho que chegou a hora de acertar as contas com essa vadia dos
infernos.
Eros entra na frente de Bella.
— Sienna, você não é assim. Me entregue a arma, pelo amor de
Deus. Eu não estava trepando com a Bella. Estávamos apenas conversando.
— Ahhh, claro que sim. Olha a roupa que essa vagabunda veio,
um pedido escrito na cara de “me foda, Eros” e você me vem com essa? Vá
se foder, seu mentiroso de merda!
erguida.
— Antes do quê?
Ele fica em silêncio, seus olhos recaem no chão.
— ANTES DO QUÊ?
— ANTES DE VOCÊ! — Ele grita novamente, erguendo-os
para mim. — Eu... caralho, Sienna. Sentimentos não podem estar
envolvidos nesta merda. Mas, porra, eu... eu estou apaixonado por você!
seu corpo e vem para cima de mim, tentando roubar a arma. Giro de um
lado para o outro, pois não vou entregar a ela.
Lutamos pela pistola por poucos segundos, até que ouvimos um
estalo.
E aí tudo fica em câmera lenta. Pelo menos é o que parece.
Olhamos uma para a outra com os olhos arregalados.
Sienna
É tudo o que minha mente grita enquanto sou levada para longe
uma criminosa, e bem, talvez eu realmente seja. Talvez Eros sempre teve
razão ao dizer que eu nunca fui diferente deles e que no meu sangue,
também corre a maldade de todo filho da Máfia.
me puxa para fora, guiando-me para dentro de casa, o lugar de onde eu não
visivelmente transtornado.
— Não foi isso! — grito pela primeira vez desde que tudo
— Se Eros não acabar com você, pode ter certeza que eu vou.
ouvir!
deixando-me aos pedaços. E o pior, sem entender uma só palavra do que ele
disse.
O que Bella Rossi tem a ver comigo?
minha direção. — Você pode ter criado uma guerra dentro da Organização.
Bella é uma vadia ordinária, mas é um dos braços essenciais de Eros.
Essas palavras só servem para o meu desespero aumentar ainda
mais.
— Eros nunca vai me perdoar, não é?
Céus.
Eu não queria atirar em ninguém, mas Bella pulou em cima de
mim. Foi um acidente.
Eros
Porra.
Não faço ideia de que horas são, mas sei que preciso voltar para
casa e conversar com Sienna, apesar de estar muito puto com ela.
O problema é que no fundo eu sei que isso tudo não teria
acontecido se não tivéssemos aquela briga. Se eu tivesse ficado em casa ou
fugir.
Só consigo ouvir o barulho do aparelho ligado ao seu coração.
— Não morra, por favor. Você é... minha amiga. Esteve comigo
em momentos horríveis e, apesar de não a amar do jeito que você quer, eu te
amo como a uma irmã.
Falar dos meus sentimentos sempre foi uma coisa extremamente
difícil, mas depois que conheci Sienna, percebi que não precisa ser assim
para sempre. Quem me dera ter dito à Sienna tudo o que eu disse antes de
— Por quê?
— E quem é o traidor?
— Giovanni Rossi.
Sienna
O dia está começando a ir embora e a noite se aproximando,
mas até agora não tive nenhuma visita de Eros, David ou qualquer um que
pudesse me dizer sobre o estado de saúde da Bella.
Estamos em uma sala, mas não é só uma sala. É quase uma mini
pensativo. Acho que está com raiva de mim e não é sem motivos.
— Por que estão atrás de nós?
Ajoelho-me a sua frente, tentando fazer com que olhe para mim.
— E quem é o traidor?
— O que disse?
parte dos anjos consigo. Mas ele que se prepare, porque iremos lutar.
nunca foi a minha intenção que as coisas chegassem a esse ponto. Eu fui até
a boate para sei lá, lhe dar um susto apenas. Eu fiz isso por medo de te
Respira fundo.
contra tudo e todos para lhe manter a salvo é isso, pode ter certeza que eu te
amo pra caralho.
suas palavras.
— Me perdoa, Eros. Eu não queria matar a Bella, eu juro.
Sinto um alívio quando ele diz isso, porque acho que um dos
meus piores medos era que o homem que eu amo me odiasse por ter
belo rosto. — Vou para cima de quem tiver que ir. Vou defender a nossa
família.
— Eu sei que vai, mas não a quero nesta luta. — Eros apoia as
mãos em minha cintura. — Já fiz demais trazendo-a para este inferno. Não
quero que corra riscos desnecessários, por isso a trouxe para cá. Quero
mantê-la a salvo.
se fixam aos meus. — Não terei motivos para lutar se algo acontecer a
você.
amo — cito essa pequena frase de um livro que sempre vi nas mãos de Eros
quando éramos mais novos, quando há uma pequena pausa em nosso beijo.
— Guerra e Paz?
— Só David sabe vir aqui e ele não vai vir tão cedo. Não
Sienna
desde que Eros começou a estimular o meu clitóris com sua língua faminta.
Ele a move para cima e para baixo, exatamente do jeito que preciso para o
meu corpo sucumbir à violência do orgasmo.
deitada. — Ahhhh!
As ondas percorrem o meu corpo e eu fecho os olhos. De
Ele sorri e então deposita alguns beijos nas minhas coxas e quando jogo as
mãos ao redor de seu pescoço e o puxo para mim, ele pressiona sua boca na
— Por favor.
— Seu desejo é uma ordem, minha rainha. — Ele se senta no
sofá e me puxa para cima de seu colo. Esfrego-me em seu pau, fechando os
olhos com a sensação gostosa de senti-lo tão duro para mim.
— Mas antes... — Afasto-me um pouco. — Eu quero te chupar.
nunca me pediu para chupá-lo e eu nunca pedi ou me ofereci para isso. Ele
sabe que tenho lembranças que não são agradáveis relacionadas a isso, mas
eu quero construir novas memórias, então acho que esse é o momento ideal.
— Tenho.
abre mais as pernas, seu pau grande e grosso em pé. Então percebo que
sempre tive vontade de fazer isso, mas nunca tive coragem, talvez por medo
de comparação.
Porém, agora é o momento.
aproximando-me devagar.
facilitar o processo.
— Isso, mama desse jeito, Sienna. Porra, que boca deliciosa.
novamente.
Faço desse jeito por um tempo até que...
ele diz, uma gota de suor descendo de sua testa. — Você foi feita para mim.
Abro os olhos e encontro os seus, olhando-me com paixão.
— Tenho certeza.
Ele beija a minha boca, sua língua duelando com a minha por
alguns instantes.
— Fica de quatro para mim, meu amor.
“Meu amor”.
Essas duas palavrinhas enchem o meu coração de uma alegria
Eros se levanta, fica atrás de mim. Esfrega a ponta de seu pau em minha
entrada.
sortudo.
Antes que eu consiga elaborar uma resposta coerente, Eros me
penetra.
Ele me solta, suas mãos voltam aos meus quadris, passeiam pela
minha bunda e desferem alguns tapas que certamente ficaram marcados,
mas pouco importa, o que importa é que esse homem delicioso faz o favor
de aumentar sua velocidade, estocando-me com força, fazendo-me delirar
de prazer.
gozo ainda.
É o meu.
estoca mais algumas vezes, até suas mãos me apertarem com força, um
grunhido satisfeito sair de seus lábios e o seu gozo quente me preencher.
brinco.
prometo.
Sei que ele quer acreditar nisso, mas é muito mais fácil lidar
ouvi-lo.
pensou que ele seria a última pessoa de quem desconfiaríamos e agora vejo
que ele estava certo. Eu sou o idiota desta história.
bem vívida quando Mary chegou em casa e papai disse que ela seria a
lugar que era para ser da minha mãe. E, sim... eu tinha apenas seis anos,
mas tentei envenená-la, colocando um monte de remédio do meu pai no
suco dela. — Mordo o lábio. — Não sei como você descobriu isso, mas sei
que preciso contar ao meu pai, ainda mais, porque depois de tudo isso,
ela chorou muito. Lembro-me de entrar em seu quarto e ela estar aos
seu antigo quarto, denunciando como se Mary e seu pai fossem fugir
embora quando ainda estava para completar 9 anos. Naquela época não
e acende um. Não gosto disto, mas se isso o acalma, o que posso fazer?
Depois de acender e dar a primeira tragada, que, pelo inferno, o
deixa ainda mais sexy, seus olhos perscrutam o meu rosto por alguns
isso.
Eros é um homem frio, arrogante e teimoso. Vê-lo pedindo para
saber sobre algo que foi importante para mim, demonstra o quanto ele já
Arregalo os olhos.
— O quê?
— Pois é. — Solta uma risada misturada ao cigarro. — Ela é
filha de pessoas muito pobres e não teve dinheiro para fazer uma faculdade.
muito dinheiro, mas conforme os anos vão se passando, já não rende tanto.
Eles, a maioria que conheço, pelo menos, procuram as novas, aquelas que
coisas, não é?
Eros traga o cigarro e solta a fumaça.
— Não.
Entendo que ele tem seus negócios, mas não suportaria saber
que ele trafica meninas para servir de objeto sexual para homens
pervertidos.
— Meu pai tinha. Mas eu acabei com isso quando assumi —
confessa. — Talvez seja por isso que grande parte dos meus homens não me
vê como um bom líder.
eles acham.
meu coração. Não concordo com metade das coisas que você faz, que a
Organização faz, mas essa seria a pior.
— Só isso.
— Vista suas roupas, minha rainha. David pode chegar a
homens se uniu à Giovanni. Fora o apoio que eles estão recebendo de Nova
Iorque.
Eros solta um palavrão.
Sienna
a arma.
David pega uma, coloca algumas balas no carregador e diz:
juntas. Traga a sua irmã para cá. O Bunker é o melhor lugar para elas
ficarem agora.
— Tá bom, Eros. Mas como vamos colocá-las juntas neste
dos dois.
Reviro os olhos.
conhece, então vai tentar mapear os nossos passos. — Fito seus olhos. —
Ele sabe que você nunca me colocaria à frente de batalha e vai usar isso de
alguma forma.
David.
— Sei lá, mas acho que sim. O filho da puta não é burro.
estejamos certos e que não seja uma loucura da nossa cabeça bater de frente
com o homem que nos conhece como a palma da própria mão.
Não sei o que acontece, porque é tudo muito rápido, mas vejo
quando David o nocauteia e o empurra para trás.
carro, mas após muitas curvas, David consegue com que os desgraçados
deem de cara com a Polícia, nos dando uma vantagem.
do tipo.
Dou um passo em sua direção.
— Hey, eu te perdoo.
Minhas palavras o surpreendem. Ele ergue a cabeça, com as
sobrancelhas também erguidas.
Organização, o fato é que ele está do nosso lado e sei que dará sua vida para
nos proteger, se for preciso.
cair.
Olhamos uns para os outros e assentimos.
É isso.
Tentamos nos lembrar de pontos fracos que Giovanni possui. Traçamos uma
rota que nos dê liberdade para agir.
Um outro membro da Organização chega, ele está afoito, mas
— Sim, eu consegui.
Encaro-os sem entender. Eros me fita de volta e diz:
bala no crânio daquele desgraçado. Mas talvez, quem faça isso, seja Eros.
— Ele nunca deu sinais?
— Não. Pelo menos eu nunca notei nada. Claro que ele sempre
tinha reuniões escondidas, falava com pessoas que eu não conhecia, mas
sempre achei que Eros estava por trás, achei que eram coisas da nossa
Respiro fundo.
carros.
— Vamos sim.
— Não é a primeira vez que temos que lidar com algo assim. Quer dizer, a
Ele sorri.
— Eu sou orgulhoso da nossa história sim. E quando você tiver
seus filhos e contar para eles o que estamos fazendo nesta noite, sei que eles
também terão orgulho de nós.
Filhos.
Uma palavrinha que nunca parei para analisar com calma e que
A questão é que hoje, pensando nisso com mais calma, sei que o
dia que eu engravidar, vai ser o mais feliz da minha vida, pois cuidarei dos
meus filhos com unhas e dentes, serei uma mãe forte, contrariando todas as
forte, que me renderia à tristeza e à amargura assim como minha mãe fez no
passado.
Dou uma risada, mas ela logo cessa assim que nos aproximamos
do hospital psiquiátrico.
— Chegamos — anuncia.
Ele estaciona a uma distância segura, assim como os outros
atrás de nós. Saímos dos veículos, prontos para invadir aquele lugar e trazer
primeira explosão.
— Não! Meu pai! Eu tenho que tirar ele de lá! — grito, tentando
Sienna
Olho para trás e vejo carros saindo de outras ruas, para nos
seguir.
Sei que preciso ficar com ele, senão Giovanni será o vencedor.
Quero chorar a morte do meu pai, mas digo a mim mesma que
essas lágrimas precisam ser combustível para me dar forças para enfrentar o
trás.
— Boa, garota!
Aponto a arma para o outro carro atrás de nós, mas não preciso
atirar, pois David surge da fumaça, tomando velocidade para ficar lado a
lado com o inimigo.
— Garoto.
Eros fecha a cara.
idiota, porque muitas vezes o alertei de que você nos levaria para o buraco.
Eros aperta os dedos no volante.
amiguinha dela.
Arregalo os olhos com sua ameaça.
fazermos nada.
Mas como ela foi sequestrada assim?
Então foco no motorista ao seu lado e meu coração quase para.
Christian.
— Surpresa, não é, Sienna? — Giovanni ri. — Foi Christian
quem tentou matá-la na noite de Halloween. Eu sei, ele sempre foi um dos
homens de confiança de Eros, mas a paciência dele se acabou quando viu
que nunca chegaria aos pés dos outros homens nascidos dentro da
Organização. Não foi difícil trazê-lo para o outro lado.
Fito Eros sem entender, porque pensei que ele tinha pegado o
meu agressor na noite de Halloween.
Ele balança a cabeça negativamente e diz com uma voz
derrotada:
— Foi Christian quem me trouxe o homem.
— Eu vou.
— Eu a quero sozinha. Se eu descobrir que veio acompanhada,
desconfiamos!
digo, impaciente.
— Ele vai acabar com você, Sienna — David diz, sem me olhar
nos olhos.
Não sei o que fazer e nem como vamos vencer esta guerra, mas
sei que preciso encontrar Giovanni em, agora, quinze minutos.
Willis Tower.
Este lugar foi considerado o prédio mais alto da América do
ventando muito, tudo muito propício para cairmos daqui e termos uma
morte esmagadora lá em baixo.
Estremeço só de pensar.
dois homens que não conheço, exceto pelo terceiro, que é Christian,
segurando Carol pelo pescoço.
Quero matá-lo.
fosse um espetáculo.
— Você é doente.
Aproximo-me devagar.
Carol está chorando, mas não posso me concentrar nela agora.
Eros, o homem com quem você trepa todas as noites, é um coitado e está no
lugar que está apenas porque é filho do antigo chefe.
Ele bufa.
não nasci para isso, nasci para matar, para liderar! E é o que passei anos
planejando e agora vou conseguir! — Seus olhos estão tomados de ódio. —
Tentei matar o pai dele, mas o desgraçado sempre foi forte. Então restou-me
esperar sua morte. Achei que seria mais fácil, mas esse moleque desgraçado
Meu Deus.
— Solte a Carol, Giovanni! Solte-a, por favor!
pulso.
para machucá-lo.
— Pare! — grito. — Pare, por favor! Eu faço o que quiser, mas
deixe-os livres!
Sei que isso é loucura, mas não temos muito o que fazer. O
desgraçado sabia que eu não viria sozinha. Isso foi tudo um plano para nos
pegar.
— Faço!
outro lado, achei muito corajoso de sua parte. — Segura o meu queixo com
força e sorri. — Tenho que te contar uma coisa que você nem imagina,
Sienna.
apoio do pai desse moleque aí. John era o favorito, sempre foi — Giovanni
fecha o semblante. — Mas eu não desisti. John se casou com Ava, ela
sequer imaginava quem ele era... Ele queria mantê-la fora disto tudo, assim
como tentou com você. Mas ele falhou... — Giovanni sorri. — Ele a
deixava sozinha por longos períodos, períodos que usei para me aproximar.
nenhuma palavra.
As lágrimas começam a descer.
— Ela engravidou de você, Sienna. Mas se John descobrisse
que ela teve um caso comigo, ela seria morta. Então, em uma noite, quando
a gravidez ainda estava no começo, demos um jeito de trazer John de volta
para eles transarem e ele pensar que a criança era dele.
— Chega!
— Quando você nasceu, Ava não conseguia carregar a culpa de
ter traído o marido e então prendeu uma corda no ventilador e tirou a
grita de volta.
— É, eu sei. Talvez eu tenha te subestimado muito, mas é por
isso que dei um jeito no hospital psiquiátrico. A hora de John já deu há
muito tempo e teria sido mais fácil se você o tivesse eliminado naquela
noite.
Balanço a cabeça negativamente mais uma vez.
bagunçando-os.
Acho que perdemos a guerra. É o nosso fim.
Giovanni se ajoelha a minha frente e estende a mão.
me buscar e posso levá-la. Deixaremos tudo isto para trás e você pode
voltar à sua vida antiga se quiser. Ser professora, cuidar de criancinhas.
Basta apenas pegar na minha mão e dizer que aceita.
está dizendo ser o meu pai, que está me oferecendo a chance de recuperar o
que perdi ao vir para cá.
A questão é que eu nunca perdi nada.
Tudo o que desfrutei, foram momentos que, lá no fundo, eu
sabia que um dia iam acabar, porque quem nasce na Máfia, morre na Máfia.
— Giovanni! — Christian o chama, atraindo a nossa atenção.
E para a minha surpresa, ele está com a arma apontada para o
você.
E ele atira.
Giovanni se assusta e é o momento em que me levanto e o
para nós.
Para eles.
Christian acaba com o outro homem, Eros avança em Giovanni,
desgraçado!
Giovanni olha para trás e sorri. Seus dentes vermelhos.
se aproximando da beira.
Junto-me à Eros, colocando-me ao seu lado. Tenho medo de
olhar lá para baixo, mas também tenho medo de Giovanni ter conseguido se
E eu me desfaço em lágrimas.
29
Sienna
acabamos com um por um, sem deixar ninguém para contar a história.
— Vamos precisar arrumar outro lugar para ficar por um tempo.
tudo.
que ela não está bem. Vou precisar muito tempo para conversar com ela e
mãos. — O que seu marido fez foi imperdoável, mas ele teve o fim que
mereceu.
imbecis tentarem levá-lo, ele sai em meia hora, apenas com uma ligação. —
David pisca para mim, enquanto mantenho os olhos na janela do pub.
encontro.
— O que eles disseram? Queriam te levar preso?
Hopkins, eles mudaram a conversa. Não vai dar em nada, fique tranquila.
Abraço-o novamente.
Não quero pensar em perdê-lo jamais.
bochechas.
— Nunca mais ficaremos longe um do outro.
— Nunca mais.
Papai se aproxima de Eros e dos outros homens.
soltar naquela tarde, depois que vocês saíram de lá, eu estaria morto a essa
hora.
Olho para Eros e meu coração se inflama com ternura.
— Por quê?
Seus olhos pousam em meu rosto.
— Porque eu te amo, Sienna. Porque me doeu ver em seus olhos
a tristeza quando viu onde seu pai estava. — Ele aproxima os lábios da
minha orelha e diz: — Sabe aquela presença que você disse que sentia
algumas vezes, quando estava em perigo?
Assinto.
— Pois é, enquanto eu estava no escritório remoendo a raiva,
ela me deu um susto do caralho e me disse para soltar John ou eu seria
pistola em cima da mesa e já parte para cima, mas Eros estende o braço,
parando-o.
Christian, aproxime-se.
Não sei o que pensar sobre este homem.
Ele traiu duas vezes.
A nós e aos Nova Iorquinos.
Desvio para meu noivo, sem entender o que ele acabou de dizer.
Não só eu, mas todo mundo está confuso agora.
isso, sabendo que eu poderia não acreditar. Então eu disse a Christian que
ele ia entrar na rebelião, ia fazer o que eles o mandassem fazer.
isso que Christian estava lá dentro, tentando descobrir para mim quem era o
traidor. — Eros olha para o meu pai. — Foi ele que descobriu a traição de
Caramba.
Eros olha para mim.
— E a serpente???
água a baixo.
que estava em jogo, a de todos aqui estava, inclusive a sua e de seu pai —
Eros diz, olhando-me nos olhos. — Apesar de tudo ter sido um plano, o que
Tem algumas coisas que preciso resolver hoje e é por isso que,
depois de pegar o carro da minha amiga, a minha primeira parada é a casa
onde cresci.
que ela não mudou em nada. Continua sendo uma casinha imponente de
dois andares, com um jardim na frente e nenhum outro tipo de atributo que
Papai a abre.
Sorri.
— Que bom que está aqui, filha. — Abre mais a porta. — Estou
no meio da bagunça mudando algumas coisas aqui, mas pode entrar. A casa
é sua.
Abraço-o e entro devagar, como se um filme passasse pela
minha cabeça.
Tantas lembranças...
Olho para trás e consigo me lembrar das vezes que as crianças
colégio.
vendê-la.
Sustento seu olhar por vários instantes.
Ele suspira.
Ele assente.
Cruzo os braços.
cheguei e vou ajudá-lo, vou fazer o que é preciso para manter as coisas no
lugar, como devem ser.
— Você sabia?
Ele os abre e me encara.
— Sobre você ser filha dele? Bem, eu suspeitava, mas nunca foi
confirmado, sua mãe morreu antes de dizer a verdade.
Fico em silêncio, porque não sei o que dizer.
importa.
Nos abraçamos por muito tempo.
Choramos também.
Sienna
aproximo.
Talvez não tenha sido uma boa ideia vir até aqui. Talvez eu
devesse simplesmente ter deixado para lá, como papai me disse para fazer.
— Eu...
preocupado.
Eros passa por mim sem dizer uma palavra sequer, mas quando
E a culpa é minha.
— Bella, eu...
ciumenta — diz. Fico em silêncio, então ela solta uma risada. — Mas eu a
Ela fica em silêncio por bastante tempo e quando penso que não
irá dizer nada, ela abre a boca e diz:
— Eu me lembro quando meu pai conheceu a sua mãe. Minha
mãe apareceu morta logo depois e eu acho que foi ele, porque ele
enlouqueceu e vivia dizendo que um dia ia tê-la. — Ela bufa, vira a cabeça
quis... — Bella solta uma risada. — Ao que parece, ela tinha se arrependido
de ter aberto as pernas para o meu pai e passou a gestação inteira fazendo o
idiota do seu pai acreditar que você era dele.
— Você era a filha que ele queria, não eu. E eu cresci ouvindo
isso, todos os dias. Aí você nasceu, eu espalhei os boatos que sua mãe era
uma fraca e por isso todo mundo achava que você seria como ela, uma
suicida. — Bella abre um meio-sorriso. — Um dia, ouvi Antonio dizendo à
John que quando crescesse, queria que se casasse com Eros. Você tinha três
anos naquela época. Então, Sienna... O meu ódio por você só cresceu ainda
mais.
Respiro fundo, tento absorver o que ela está dizendo, mas o
perdão, porque isso nunca lhe darei. Também saiba que não a considero
como minha irmã, para mim você sempre será a garota irritante que eu
poderia ter tirado do meu caminho.
nunca mais ouvirão falar de mim. Se ele acha que vai ser feliz com você,
que seja, então.
homem que você conseguiu fazer com que a ame, porque eu... — Lágrimas
preenchem os seus olhos e ela desvia para o lado. — Não posso ficar aqui
sabendo que não vou suportar vê-los felizes, como sei que serão.
De repente as lágrimas escorrem pelo meu rosto.
Quero dizer algo para que ela me perdoe, mas sei que isso
digo:
— Me perdoe, Bella. Não pedi para vir ao mundo, não do jeito
preparados.
Eros se aproxima pelo corredor e quando vê o estado em que
estou, puxa-me para os seus braços e ali eu me derramo mais uma vez.
~
a sua. Pressiono meus lábios nos seus e ele abre os olhos de forma lenta e
preguiçosa.
— Isso é um sonho?
— Queria que fosse?
completamente nus, Eros se deita por cima de mim e pressiona sua boca na
do outro, movendo nossas línguas uma contra a outra. Suas mãos percorrem
o meu corpo, assim como as minhas, que deslizam pelas suas costas e
— Eu também te amo.
gostoso, estar dentro de você é o paraíso, Sienna — ele diz, sua testa
encostando na minha. — Mas eu juro que vou te levar até o céu.
encaixando seu pau em minha entrada. Ele sobe o quadril de uma só vez e
— Sim, esse o único nome que você vai dizer para o resto da
vida — Eros sobe novamente e eu jogo a cabeça para trás, enlouquecida.
escapar.
De repente, ele me faz parar e diz:
— Sienna.
— Casa comigo?
Vasculho seus olhos em busca de respostas. Ele está mesmo me
comigo ou não.
emocionada.
Ele ergue o meu quadril e me faz descer em seu pau novamente
antes de perguntar:
Ele sorri.
— A ideia era essa, não lhe dar tempo de pensar e dizer não.
Eros me faz deslizar em seu pau mais algumas vezes, deixando-
me a beira do precipício.
Desgraçado.
— Sim, eu quero! Eu quero me casar com você. — Olho dentro
de seus olhos. — Eros Lucca Ruggiero, eu quero ser sua para sempre.
sortudo.
este homem deslizando para dentro de mim como se hoje fosse o último dia
de nossas vidas.
Eros ri.
— Está com Harris, no apartamento dele.
— Hummm. Quero que a traga de volta.
— Eu também.
passado.
Sienna
— Sim, Harry.
estudamos isso.
— Pois é, mas estudamos os contos de Edgar Alan Poe. Mas
ainda temos alguns dias e podemos ver algumas histórias dos Irmãos
Abro um sorriso.
carrinhos da rua.
— Terminou a aula?
Viro-me para a porta e o encontro, segurando a minha coisa
lábios.
Eros dá de ombros.
gravidez de Sophia.
olá Eros. Ownnn, minha princesinha Sophia! — Ela a pega nos braços. —
David está no carro me apressando, vocês sabem o porquê?
— Mas você já terminou sua aula?
— Já, sim.
Carol começou a dar aulas de francês na escola em que dou
minhas aulas. Isso porque Grace e a primeira dama fizeram questão de nos
incluir nos planos educativos do País.
A verdade é que não sei nem como agradecer.
— Mas o que quero saber é por que ele está com tanta pressa.
— Porque está tendo uma liquidação de fantasias para o
você de Coringa.
— E eu vou de Batman. — David abre os braços. — E vou
contas, deu tudo certo e hoje eu tenho tudo o que preciso: Um marido que
me ama, uma filha de quem eu posso cuidar com todo o meu amor, amigos
que não abro mão e a comodidade de poder ensinar quem eu quiser, quando
eu quiser, porque me chamo Sienna Coleman Ruggiero e eu provei que
ninguém pode me deter.
Recadinho da Autora
lugar: a Deus, que é o meu amor maior. Quem me dá forças nos momentos
de tristeza e desânimo. Depois, às minhas leitoras que gostam e apoiam o
meu trabalho. Às meninas do Bonde! Vocês são demais! Eu amo todas. Aos
meus pais e, principalmente ao meu marido, que não mede esforços para me
ver feliz.
Muito obrigada!
Sobre a autora
de seus conflitos interiores, lutam pelos seus sonhos. Acredita que os livros
transformam as pessoas.
Canal no Telegram:
https://t.me/+ewcNbT5TSt5lM2Y5
E-mail:
autoraoliviamolinari@gmail.com
[1]
Dean Winchester é um personagem fictício, um dos dois protagonistas da série de televisão de
fantasia sombria e urbana estadunidense Supernatural, criada por Eric Kripke. Wikipédia