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Sumário
Dedicatória 5
Escrever é o que me salvou da depressão, sempre gostei de ler e
Estou correndo atrás desse sonho, trabalho para levar orgulho para
minha mãe, hoje é o meu anjo que tenho certeza de que ilumina meu
caminho. Quero agradecer minha irmã e a minha tia pelo apoio quando contei
dos meus planos, também não posso esquecer uma revisora que me ajudou a
criar esses personagens e considero como tia deles, Pat Sue obrigada por
tudo!
Leti, obrigada por ser minha leitora beta e a sua ajuda nos mínimos
detalhes, você é uma profissional incrível. Não te largo mais, já é da equipe!
Você, leitora, já teve um amor infantil? Caso não, a IsBabi faz esse
convite para adentrar o universo do livro.
Boa leitura!
Isabel
Ela ri.
— Se você não der a mão, o papai vai ficar bravo e com certeza vai
ficar de castigo — alerta Giovanna, cochichando com um sorriso.
irmã.
— Oi.
Aperto sua mão indo até o vaso de rosas da estante, ele pega uma
baixinho.
— Eu prometo.
Sorrimos juntos.
Dias atuais
Cesare e eu.
Porém, aquelas duas crianças cresceram, não tenho mais cinco anos.
entregava várias.
Arranco as pétalas uma por uma com toda a raiva que tenho,
deixando o chão do quarto repleto de rosas.
por ela.
— Eu não quero me casar, sabe que não foi minha escolha. Papai
quer um negócio, sou uma peça nas mãos dele — reforça.
— Não sou mais uma criança que brincava de ser a namorada dele,
— Papai — cumprimento.
lado dele.
Meus pais são opostos, a luz e a escuridão.
sua cabeça.
Nossa mãe fica calada, ela não tem poder sobre nosso pai e suas
decisões.
Ela o acata.
— Vamos, meninas, está na hora, até mais tarde, querido —
despede-se dele.
Mamãe o cumprimenta.
— Chocolate. Mas para você sair eu terei que enrolar o padre. Por
que vai sair para comprar se os soldados podem fazer isso? — questiono.
Ela sorri.
compartilhar.
— Foi consentido?
sobrancelha.
— Giovanna está chegando, deve ser visto com ela — sugiro, dando
alguns passos, quero sair da igreja e encontrar Giovanna.
Engulo em seco.
— Sabia que a sua família iria escolher a minha irmã para se casar
com você — acuso.
Ele sempre fez e faz tudo o que quer, parte de mim sabe que Cesare
vai fazer alguma coisa.
Mamãe veio o trajeto inteiro pedindo para que nada saia errado, a
Sigo até o closet e passo a mão pelos cabides sentindo o tecido das
peças até que escolho um vestido longo com alças em um decote V na cor
creme.
marido — reitero.
Nosso pai se afasta da nossa mãe, ela sempre deu o espaço para ele
tomar o controle de qualquer situação.
Giovanna.
reclama Giovanna.
meticulosamente.
cumprimentá-los.
castanho-escuros.
minha irmã.
Saímos juntos do salão para ver o céu estrelado, não há uma nuvem
essa noite.
— Quero saber mais sobre você antes da dança. O que mais gosta?
— pergunta, curioso.
Sexo.
colares e pulseiras.
— Claro.
centro.
Olho para Carlo. Ele passa segundos apenas olhando meu rosto.
Cesare.
Respiro lentamente.
— Estou com sede. Pedi para Carlo trazer uma bebida — explico,
olhando em sua direção.
Ele ri.
— Alessa — cumprimento-a.
champanhe.
— Obrigada.
— Digo o mesmo.
Os dois se afastam.
Viro-me de costas para não encarar Cesare, mas sinto que ele está
me observando.
Seus olhos gostam de marcar o meu corpo assim como sua boca
gosta de fazer ameaças.
Minha cabeça está doendo, é o resultado dessa noite que parecia não
ter fim de maneira nenhuma.
— Seu pai está muito satisfeito com você e Carlo Rossi. É uma
questão de tempo para que sejam apresentados como prometidos — anuncia
— Fique tranquila, vai demorar. Sua irmã vai casar primeiro, ela está
nervosa, com certeza é pela cerimônia de lençóis.
Vejo-a sair.
Sorrio.
— Espero que sua irmã tenha cuidado com cada passo que dá. Ela
será uma Salvatore, um erro e Giovanna pode prejudicar todos nós — essas
aproximar.
também é da família. Se quer evitar uma tragédia faça tudo como seu pai
quer, eu imploro — pede mamãe, pegando no rosto dela.
— Claro, mamãe. Não há como fugir desse sacrifício, que horas será
a prova do vestido? Acho que você não comentou o horário — pergunta,
respirando fundo.
Ela sorri.
quebrar para ser o que ele quer, mamãe apenas pode nos aconselhar — diz
com a voz fraca. — Os momentos fora de casa são os melhores. Bom, vamos
então, não posso me atrasar para provar um vestido e ser a boneca que os
Salvatore idealizam.
Viro o pescoço.
alerto.
— Na verdade...
— Não, eu não vou sair daqui! Não! — rosno enquanto sou retirada
a força do local.
A imagem dela.
casa.
entredentes.
— Isabel! Isabel, filha... — A voz chorosa da minha mãe surge no
corredor.
— Filha, não piore essa dor que está rasgando nosso peito —
implora mamãe, abraçando-me mais.
— Você não vai sair de casa. Papai está no local com Marco
Salvatore, Cesare e o conselheiro — diz, ao se aproximar. — Ele proibiu a
sua saída.
mamãe.
Levanto-me do chão.
autoritário, frio.
com força.
Passo a mão pelos meus lábios para tirar o batom, não quero usar
vermelho, uso o removedor de maquiagem, não quero passar nada no meu
rosto.
tom perigoso.
— Não quero ver mais uma lágrima descendo pelo seu rosto. Você
vai usar maquiagem, estar apresentável para o velório.
opostas e sempre fui mais aberto com você, estou percebendo agora uma
rebeldia que não vou tolerar jamais — ameaça.
— Hoje não, Isabel. Sua irmã seria uma Salvatore, eu queria que ela
estivesse ao lado de Cesare — reforça.
Talvez era esse o maior defeito de Giovanna, estar ali para ouvir e
ajudar quem precisasse, e não ajudar a si mesma.
O próximo Don estende a mão para mim, encaro-o com tanto ódio.
— A dor não escolhe idade, minha querida, sinto por sua irmã.
— Ela está nervosa, a morte da irmã não é algo que ela esperava, a
primeira perda de alguém que amamos é sempre dolorosa — interfere Greta.
meu pai.
— Pai, a união dele era com a Giovanna, não quero ser a segunda
opção dos Salvatore. E nem usurpar o lugar que era da minha irmã —
faça tirar sua faculdade e ter que te bater para colocar na cabeça que a
negociação já foi feita.
Ele entregou a filha caçula para essa família sem pensar duas vezes.
Exposto e coberto.
O enterro de Giovanna é rápido. Jogo a última rosa antes de
— Isabel, não é porque Giovanna era sua irmã que estar no lugar
dela é algo horroroso — diz Marco. — Na vida fazemos escolhas e quando
elas não dão certo, optamos por outras.
— Alessa tem razão, essa ocasião irá reconfortar essa dor. Estou
ansiosa para ajudar Isabel em tudo! — diz Greta com grande entusiasmo.
Engulo em seco.
— Gosto da data, não irá demorar. Será uma grande festa, escolha o
que quiser, Isabel, Greta e Alessa irão ajudá-la — informa o Don Salvatore.
Amanhã tenho aula, podemos ir embora pai? — peço, com os olhos fixos
nele.
Sorrio divertida.
Cesare não pode fazer nada disso. Está sendo controlado pelas
regras.
— Quero que tenha alguns dos meus homens na faculdade, não vou
arriscar a proteção dela — afirma ele, segurando a minha mão.
obedeça.
— Sim, mamãe. Eu já aceitei que irei casar com o filho do nosso
Não posso perder a aula, saio de casa querendo rever minhas amigas.
e da casa.
Adoro luvas rendadas. Uso muito na cor branca, e estou com elas
nesse momento.
meninas.
— Cale essa boca. Abrir a boca seria perigoso, o que você quer de
mim?
— Vou passar a tarde com você. Tia Greta falou com sua mãe que
— Tenho que voltar, não quero atrair problemas. Meu pai é alguém
Ela assente.
Se ela pensa que vai escolher o vestido como iria fazer com
Giovanna está enganada.
Para que os olhos de Cesare não saiam de mim nem por um segundo.
— Alessa, bem-vinda.
confirmo.
enfeites.
— Sou espaçosa, minha irmã não era. Escolha um de seu agrado, são
— Seu tio escolheu rapidamente alguém para casar com Cesare. Não
acha? — pergunto enquanto a vejo escolher.
— Sua visita aqui foi para agradar seus tios ou por curiosidade? —
indago.
— Quem pediu para você vir aqui? Sua tia? Não vejo motivos para
— Meu tio sugeriu, ele disse que seria bom uma interação entre nós.
Estudamos juntas, iremos ser uma família — comenta, observando-me.
Entro na piscina.
— Funciona da mesma forma com seu pai, não quer ganhar a ira
dele. Os castigos sempre foram rígidos, traumatizantes, faz parte da
mais ainda".
— Meu pai havia escolhido Carlo Rossi para ser meu prometido.
Com a morte de Giovanna, tudo mudou, eu não queria estar nesse papel, não
tenho o menor interesse em Cesare — afirmo, olhando em seus olhos cor de
avelã.
— Quando criança você morria de ciúme dele, sem falar nas rosas
que ganhava do meu primo — responde, com um sorriso. — Como é casar
com um namorado de infância? Fantasioso? Doce? Nenhum dos dois.
que vou escolher será surpresa, apenas minha mãe estará por perto, gosto de
surpreender — informo.
— Minha tia vai insistir para que ela veja, sabe disso, não é? —
questiona, rindo. — Cesare é o único filho dela, ela quer que seja tudo
Sorrimos juntas.
— Alessa — cumprimenta-a.
Sorrio divertida.
tranquilizo.
Gianluca sorri.
Como era de se imaginar, ela não abriu a boca. Temos uma coisa em
comum: a desconfiança.
Mamãe repudiava meu desejo de mexer com elas, mas papai não.
Ele nutriu isso.
— Sua união com Cesare. Está odiando tudo isso, mas não esqueça
do controle de expressão ele é esperto, o próximo Don não irá tolerar suas
birras e exigências — alerta.
Sorrio divertida.
Palavras sem garantias. Não faço promessas que não posso cumprir.
Um mês depois…
em algo fatal.
Preferia que ela estivesse viva, aceitaria as escolhas que foram feitas.
— Não sou uma boneca para ser moldada. Tudo está ótimo, estão
forte, vou para a igreja e não para uma sessão de fotos — explico. —
Queriam passar um batom cor de rosa no lugar do vermelho. Greta Salvatore
— Você está tão linda. Mas antes de colocar o véu, diga-me que não
vai atrás de problemas, Isabel, está entrando na família principal, são os
líderes da máfia — alerta, preocupada. — Eu não vou perder mais um filho.
— Minha irmã foi morta por causa dos Salvatore, mamãe. Ela estaria
viva, se a proteção tivesse sido maior, mas não quero que fique preocupada
— peço.
— Não sou mais uma menina curiosa com a máfia. Prometi que irei
homens, filha. Nosso papel não é sujar as mãos — repreende, pegando o véu.
Meu rosto não está totalmente visível. Apenas Cesare pode tirá-lo.
Ela mantém princípios porque foi criada para ser a mulher perfeita
para matrimônios.
uma última vez para a porta fechada do quarto de Giovanna. Desvio o olhar.
— Obrigada, pai. Espero que não aconteça nada contra a minha vida,
sempre teremos essa dúvida com os Salvatore — lembro.
Engulo em seco.
Sempre puxei o seu lado das trevas e acha que irei cumprir
exigências sujas?
Reviro os olhos.
Mais uma vez olho ao redor, Cesare colocou essa proteção toda para
dar um recado: não há fuga que me tire desse caminho.
Sabia.
— Sabe por que você nasceu? Quando olhei para a sua irmã, nunca
O suficiente para não verem a ira em meus olhos, a raiva. Uma isca.
Ele não sabe que está entregando algo que Cesare queria.
Ela era uma barreira, que foi quebrada. A família Salvatore está ao
lado da minha.
O padre abre a bíblia. Tudo o que ele diz eu não escuto. Ignoro.
— Sim — diz.
beijada.
bocas.
É como ser picado por uma cobra, um veneno que está presente em
nossos lábios.
um castelo.
Salvatore.
nova família.
Forço um sorriso.
— Obrigada, Greta.
principal.
mão.
— Esse sangue que é derramado governou por anos a máfia
Salvatore, honrou, não traiu e nos manteve sempre no topo. Agora é a vez do
sangue do meu herdeiro, o Don da Itália, líder de todos os presentes —
Que repete o ato. O sangue dele surge, pai e filho unem as duas
Encaro-a fixamente.
— Eu não vou para lugar nenhum com você, Cesare — deixo claro.
— Saia daqui! — rosno.
no quarto.
Ele se afasta.
Não posso sair desse maldito quarto. Vou até a poltrona e me sento,
jogando a cabeça para trás.
— O maldito quer usar seu poder de Don — digo para mim mesma.
Era o que ele mais queria. Obedecer ao seu pai o irritava. Agora ele
tem suas próprias decisões.
Forço as unhas a agarrar mais. Estou tomada pela fúria, vejo tudo
vermelho.
Encaro-o em silêncio.
— Levante-se.
— Não vou te dar o poder de ter respostas. Sou seu marido, além de
ser o líder da máfia Salvatore, faço todas as regras, me obedeça — reforça,
pegando em meu braço.
Queimando o local.
do meu lado no corredor. — Eles nos motivam, como o desejo de pegar algo
que sempre foi meu — afirma.
— Sim, queria ser Don o quanto antes para não precisar do seu pai
— respondo rapidamente.
Procuro por um vestido curto, branco. Olho para trás ouvindo vozes,
Cesare e alguns homens conversando.
Assisto Cesare vir em minha direção, ele escolhe a poltrona que fica
de frente à minha.
— Planejar essa viagem foi um erro, não vou cooperar com nada —
reforço.
interferir.
olhos.
Não reconheço onde estamos. Passo uma mão pelos cabelos do meu
rosto.
CANCUN, MÉXICO
A aterrissagem foi perfeita.
Enquanto seguimos até o hotel, observo a paisagem, o comércio e,
A mão dele passa pelo meu braço e vai subindo em direção ao meu
mamilo que está rijo.
rapidamente.
Ele vai jogar o mais baixo possível. Não importa o que tenha que
fazer.
E eu também.
Não troco uma palavra com ele, estou terminando uma margarita de
morango, Cesare escolheu o mesmo.
— Pare de usar Giovanna como uma pauta entre nós — rebate, com
a voz fria.
— Você me conhece muito bem para saber que não irei, ela é a
minha irmã. E somente por ser sua prometida que ela foi morta — rosno.
Vejo a raiva em seus olhos. Ela deixa seus olhos ainda mais
perigosos.
levantar.
escuros.
— Hermosa — elogia.
deixarei — sugere.
Cesare
Isabel.
profundas.
Ela conseguiu ser a única coisa que meus olhos queriam enxergar.
Se fosse uma menina, ela não seria criada por minha mãe.
mamãe.
Isabel.
Os mais velhos possuem responsabilidade com antecedência.
direções opostas.
monitorados.
Ela deixa um leve sorriso escapar quando passa as mãos pelo rosto.
vira.
Minha mulher.
Enquanto meu pai ordena que dois dos soldados mais fortes
Estou sem ver Isabel há dias. Ela é uma necessidade como beber
Ele sorri.
— Passarei o cargo para você algum dia, mas antes disso quero ver a
sua frieza, a resistência em absorver a dor — diz, ao se aproximar do meu
rosto. — Principalmente a sua cabeça, nada deve atrapalhar seus objetivos,
esqueça qualquer obstáculo — instrui.
que não está contando. Elimine qualquer pensamento que o torne vulnerável,
uma mera lembrança, alguém que te prenda.
— Para ser Don, nada pode ser um ponto fraco, família, sentimentos,
nada — reitera.
limita.
atrás de mim.
Ele assiste tudo isso com as mãos e pernas presas por cordas. Seus
gritos são de dor.
que algumas coisas foram mexidas, trouxe uma arma descarregada. Duas
balas por precaução. Além de um punhal.
— Achou que eu não olharia o que trouxe? Uma arma e balas, para
quê? Você não vai andar armada — reitera na minha orelha.
Ele passa o nariz em minha nuca. Sinto seu membro duro na minha
bunda.
— Não quero que toque em mim, sinto nojo — reluto e consigo sair
do seu controle. — Toda vez que olho para você lembro que a minha irmã foi
Cesare se afasta indo até o banheiro, ele fecha a porta com força. O
estrondo pulsa em minhas orelhas.
Isso é sufocante.
Tiro uma das almofadas que estão coladas na frente dos travesseiros.
Jogo-a no chão.
É no chão que vou dormir, não usarei essa cama. Muito menos
travesseiros ou cobertor.
Ele ri.
— O que tem agora nesse lençol é o sangue da sua fúria contra seu
próprio marido. E a minha garantia que não vou recuar — ameaça,
dele.
interior.
Penso em subir na cama, mas a razão fala mais alto. Eu não vou trair
meus propósitos.
Não posso.
pescoço dele, mas eu paro, antes de tocar a pele branca bronzeada de Cesare.
Volto a me deitar.
Cesare
Ouvi seus passos até a cama. Ela queria pegar no meu pescoço.
Enforcar o próprio marido.
— Eu.. queria te... matar — responde, sem tom é colérico e sai com
dificuldade.
Perfeita.
Busco seus lábios. Enfio a língua na boca de Isabel, tomo sua boca
com urgência, ela corresponde arranhando meus ombros com suas unhas
afiadas.
Uma das minhas mãos agarra a cintura dela. Ela me puxa para um
beijo mais sedento.
apenas a ela.
— Não é isso que seus olhos estão revelando, tão pouco o corpo.
Ignoro-a.
No final das contas, foi Cesare que me enforcou e deixou claro que
não morreria sozinho, seriam os dois e não apenas um.
Vejo Cesare pegando uma das malas, uma pequena, ele traz ela para
— assegura.
Ele ri.
ROMA, ITÁLIA
O carro para diante da minha nova casa ou prisão luxuosa.
Abro a mala e entrego para Greta, o sangue que está ali é do seu
amado filho. Não meu.
aviso, encarando-a.
católica.
na frente.
Alguns são escolhidos por ela para andar mais tempo nesse mundo.
Agora com esse maldito sobrenome tenho que ser tratada como eles.
Reis. Intocáveis.
— Isabel — cumprimenta.
Sinto que ela não contou tudo. É como se faltasse algo para
completar.
— Senhor — cumprimenta-o.
E me tira de perto.
— avisa, ao me soltar.
— Tire esse hábito ou costume, a porra que seja. Seu pai havia
comentado que era diferente de Giovanna, estou vendo o quanto, mas todos
os Salvatore não cruzam uma linha, existem regras — reforça, em um tom
frio.
— Ele disse que a família dele não fala com os familiares dos
soldados — comento baixo. — Mamãe, ele não manda em mim.
— Guarde e fique com elas, encontrei uma que ela deixou para mim.
Giovanna gostava de diários e cartas — lembra.
Ele quer controle. Pode não ser mais o Don. Porém, ainda é um
tirano.
— Stella, a sua filha foi a melhor escolha para casar Cesare — ele
diz, com um sorriso astuto — Inteligente e com uma beleza única.
Eu jamais vou carregar uma criança que tenha o seu maldito sangue
imundo.
Nunca.
— Acho que alguns tapas pode fazê-la respeitar nossas ordens, filho.
As mulheres devem obediência — reforça.
assuntos no escritório.
Os dois seguem pelo corredor. Não sei quem é mais filha da puta.
amo muito."
Ela está naquele caixão. Enquanto estou no lugar que seria dela.
Vou até o closet. Coloco essas cartas em uma parte alta e vazia.
Acima das caixas de sapatos nunca usados.
retribuir da mesma forma. Mas vingá-la é a única coisa que posso fazer.
— Por que não posso falar com a tia de uma amiga que faleceu
máfia. Minha esposa não vai criar laços com eles, não vou repetir — reforça
em um tom frio. — A menos que queira perder o direito de sair dessa
mansão.
Será que ele não pensa que uma mulher com raiva é mil vezes pior
do que um homem?
Preto, tomara que caia colado ao corpo, com uma fenda que deixa a
particularmente não gosto nesses vestidos. Tiro a peça íntima com rapidez.
Abro a porta.
— Já estou descendo.
Ela se retira.
as luvas pretas.
Guardo o anel na gaveta de maquiagem.
Meu marido está em pé ao lado do carro, seu olhar desce por cada
parte do meu corpo.
Engulo em seco.
— Podemos ir — asseguro.
— Precisa disso para dizer que sou sua posse? — indago, arqueando
uma sobrancelha.
Ele ri.
para você já sabem que é minha, o meu sobrenome é seu, além de que, nós
dois sabemos que isso iria acontecer. — Desvio o olhar para a estrada.
— Não sou sua — rebato. — Quer uma boneca para passar o poder
— reitera. — Quero que todos a admirem como minha esposa. — A mão dele
encontra a minha coxa coberta pelo tecido. — Não preciso falar novamente.
Idiota!
íntima.
— Isabel, Cesare.
— Gianluca — cumprimento-o.
se aproximar.
— Cuidado com as suas palavras. Tem sorte que nosso pai está na
Sicília, ele pediu para que eu a vigie, um passo errado e estará em problemas
maiores — aconselha.
Reviro os olhos.
Engulo em seco.
virgem — explica.
Vadia!
— Claro.
Lembre-se com quem se casou, meu primogênito possui controle sobre todos,
seus olhos.
Ela sorri.
— Quanto mais rápido aprender, melhor.
Sento-me na cadeira.
Sinto seu dedo entrar. Quero arfar. Mas somos interrompidos por
Ela aponta para um homem que parece ser novo demais. O sujeito
sorri levantando um copo.
Cesare não fará nada na frente de pessoas que não tem conhecimento
de quem ele é.
A existência da máfia.
mesa.
nosso casamento.
— Não vire mais o rosto para mim — exige, usando a outra mão
para fazer meus olhos enfrentarem os seus. — Nunca gostou de fugir, Isabel.
— Não estou fazendo isso, apenas não quero a sua boca e muito
menos...
Não consigo mais ter autonomia, meu corpo não responde mais aos
meus comandos.
Mordo os lábios com força quando a língua dele entra de uma vez.
As lambidas são rápidas. Gemo rouca, quero gritar.
Uma das mãos aperta a minha cintura com força, a outra está na
minha bunda.
Não tenho forças para empurrá-lo. Estou tão perto, sinto isso.
Amor.
Eu preciso.
Ele volta com uma toalha, vejo limpar minhas coxas, em seguida
minha vagina.
Ele deu o que eu queria, é apenas isso que vou oferecer para Cesare.
— Obrigada — agradeço.
Passo as mãos no cabelo para arrumar.
Preciso beber.
Porém, meu marido vai direto para o seu escritório quando entramos
na mansão.
"Amor".
Uma palavra que para nós é quase adormecida. Ele a tinha usado
ameaça.
Respiro fundo. Faço o que ele pede, ou melhor, ordena e sigo em sua
direção.
Encaro-o.
Não há resposta. Seus olhos me dizem que é para estar em seu colo.
Trocamos olhares.
pescoço.
— Sexo, apenas isso — afirmo, passando uma das mãos pelo seu
— Quanto? — pergunto.
Cesare rasga o meu vestido sem avisar. Estou nua diante dele.
— O meu corpo já foi seu, e pode ser de novo, mas é a única coisa
que você vai ter.
— Você pode não enxergar, mas já me deu muito mais do que seu
corpo — termina com um sorriso sarcástico.
O quê?
Iria abrir a boca para perguntar o que ele quis dizer, mas sou
minha boca.
Rebolo contra ele, arrancando um gemido entre nossos lábios.
Mordo os lábios.
Olho para Cesare, percebo que sua atenção está em mim, nos meus
olhos.
Faz alguns meses que perdi a virgindade, fizemos sexo mais duas
O único homem com quem mantive relações foi Cesare, que agora é
meu esposo.
Foi ele quem me deu prazer e provocou meu tesão. Ser desejada,
tocada, é tão prazeroso.
Engulo em seco quando o pau dele desliza para dentro de mim, duro.
Minha bunda ganha tapas várias vezes seguidas, minha pele arde.
Gozo novamente.
— Cesare.
Ele impulsiona, segura minha cintura com mais força.
Cesare cumpriu o que disse. Estou com dificuldade até para andar.
cama.
Volto até lá.
A única coisa que posso usar é o que está coberto pela toalha. Não
posso rastejar no chão.
em alerta.
Gianluca.
— Papai te mandou aqui? Você veio para saber do meu embate com
— Fui criado para lidar com várias questões. Nosso pai e Marco
Salvatore foram responsáveis por tirar milhares de vidas, criando inimigos e
brechas para acontecer o que infelizmente tirou a vida de nossa irmã —
explica.
Nego rindo.
— Filha, que bom que está aqui. Marquei horário para nós duas com
a equipe de salão para atender aqui em casa — anuncia.
Vejo-a ir buscar.
Mamãe não tem poder ou voz, sua preparação sempre foi obedecer.
Ela não compreende o que sua filha sente.
— Não quero que acabe em um caixão pela teimosia. Você não foi
mudo o assunto.
— Seu pai quer que isso aconteça. Alessa é uma jovem perfeita para
se casar com Gianluca, Greta a educou muito bem — elogia.
A ideia me anima.
— Uma amiga da faculdade. Mãe, ela vai dar uma festa em casa,
— Isabel, você não vai sair sozinha. Além de que, deve avisar
Cesare! — repreende.
— Irei com você para protegê-la, não irá ingerir álcool. Apenas verá
suas amigas e voltaremos rapidamente — exige.
— Prometo.
casada.
Cumprimento todas.
Confusas.
— Trazer sua filha foi um erro, Stella. — Seu tom é frio. — Ajudou-
a!
— Estava por perto para evitar que algo acontecesse com Isabel.
— Vá com seu marido, filha. Não questione, para nossa situação não
piorar — pede ao entrar no carro.
aliança. A minha paciência tem limites, Isabel, se tirar o anel do seu dedo em
uma próxima vez, poderá ver uma de suas amigas em uma situação perigosa
Fecho a boca.
Tento mandar mensagem para minha mãe, mas ela não responde.
conselheiro.
ser comunicados para mim! Eu autorizo onde minha esposa deve pisar ou não
— exige. — Os soldados que estavam no carro, coloque a lealdade deles em
evidência.
minha mãe, Cesare, você tem que fazer alguma coisa! — Bato em seu
peitoral.
matar?
Minha mãe sofreu agressões por usar roupas curtas, uma palavra
contrária ao que o marido dizia.
Seu primogênito.
cadeira.
próxima vez?
Marco Salvatore ainda acha que tem poder para continuar dando
ordens para os meus soldados.
Preciso reunir meus homens, e deixar claro que eles não devem mais
obediência ao Marco.
Isabel
meus olhos.
Respiro fundo.
corredor.
Puxo o objeto e me deparo com uma caixa de joias. Não penso duas
vezes e abro com cuidado. Mas não vejo minha arma e sim um bracelete.
Passo pelo corredor usando o bracelete. Preferia uma joia. Ele sabe
do meu gosto.
guardou.
— Se acalme.
Fecho os olhos, vou com o corpo para trás, para dar mais acesso a
ele.
Cesare chupa o bico com força, subindo com seus lábios pelo busto,
ombro, pescoço e, por fim, o queixo.
A sensação me acalma.
meu seio.
Tem dez minutos, sua família estará presente e um aliado, estarei na sala.
É preciso muito mais do que a boca no meu seio para ter controle
sobre mim.
nós, meu pai ao lado dele, minha mãe parece estar atrás, sinto que há algo
estranho.
— Isabel, espero que seja a última vez que cause essa situação para
Cesare — avisa em um tom perigoso. — Sua mãe não irá mais ajudá-la e não
— Não está!
mãe.
que assumi controle sobre toda a máfia Salvatore, vocês têm que obedecer e
não contrariar minhas ordens.
bem.
Não está.
Olho com repúdio para meu pai. O clima tenso paira sobre o local.
— Ramires.
Quando percebo estou com a quarta taça nas mãos, decido me juntar
as mulheres.
— Estou ouvindo.
— Não sou sua funcionária, não sirvo você, Greta. E jamais vou
estar aos seus pés, consegue isso apenas com a sua sobrinha, não comigo! —
rebato.
falar com quem quiser, ignorar muitos e causar — lembro. — Aqui só fala
caso seus tios autorizem. Esse casamento não é por vontade própria.
também não, afinal Cesare pode te dar tudo, claro, se souber como ganhar.
Dou risada.
— Não enfrente minha tia e nem o tio Marco. Seus pais não podem
interferir, o casamento para nós, é entregar o corpo e a alma para marido.
— Está falando como sua tia. Porém, vejo que está imitando o que
ela diz. Alessa, você quer ser controlada por Gianluca de boca fechada? —
pergunto.
— Não esqueça que tanto você quanto eu, estamos ao lado dos
homens mais poderosos da Itália. Um passo em falso, e estaremos em uma
situação bastante complicada.
próprios olhos quando Gianluca estiver em sua vida para sempre — informo,
terminando de beber água.
fechada, pois não iria dar conta de falar demais e não parar. Olhava para
minha mãe, simplesmente não consegui digerir o que meu pai fez com ela,
Fico nua e encho a banheira. Apenas quando está bem cheia e com
bastante espuma entro.
Molho o rosto. Tento evitar pensar em tudo isso, mas não tenho
controle.
Menti, Giovanna.
— Quero deitar.
— Sente-se — diz.
Cesare
Desço até o escritório, indo atrás de algo que eu deveria ter jogado
fora há um mês.
aliada.
Tenho quinze anos.
A música termina.
bochecha.
Ela se retira.
Meus olhos estão no outro lado do salão. Giovanna está falando com
Isabel.
Dias atuais
morrer.
Aquilo? O quê?
levantar da cama.
Engulo em seco.
— O quê? — questiono.
— Ah, posso sim, tanto é que já dei ordem para isso — rebate,
sustentando meu olhar. — Nenhuma pessoa pode lhe dar uma gota sequer de
álcool.
Passo por ele, mas Cesare não me deixa dar mais um passo.
Meu corpo bate contra o dele, a toalha que cobre sua cintura cai
mim. Acha que aquilo que tivemos foi o suficiente? — questiona, olhando no
fundo dos meus olhos. — Eu quero mais, e sei que você também quer.
Ele me libera.
Não consigo me livrar dele. Mas nada impede que eu use seu corpo,
encontro no quarto.
perguntar.
Dessa vez não estou usando uma roupa chamativa ou nova, o tempo
está nublado com nuvens escuras cobrindo o céu.
— Isabel não vai sair de casa até que eu diga — pontua. — Ela irá
ajudá-la aqui. É somente isso? — sonda.
— Escolhi algo mais confortável para usar. Não posso sair ou beber,
e agora tenho que ajudá-la com o seu casamento? — debocho. — Greta não
Cesare — corrijo. — Mas é seu dia de sorte, estou entediada e ajudar você
vai ocupar o tempo.
passado.
em renda.
noite como solteiro, Cesare deve ir com ele — comenta, olhando para mim.
— Ele é meu noivo. Não pretendo ser uma mulher que se afasta e
deixa brechas — afirma.
— Pelo que eu soube, seu primo esteve com várias mulheres naquela
boate. Inclusive antes do baile de prometidos — digo, tentando não rir.
Com o nosso término após o anúncio da escolha para minha irmã ser
sua noiva, soube que ele estava na boate com mulheres que ele usou.
— Tio Marco sempre incentivou que Cesare escolhesse uma boceta
diferente todo dia, para usar até descarregar tensão, raiva — revela. — Minha
tia só não queria que ele trouxesse nenhuma para casa.
importa com nada além da opinião e atenção dele — comenta com um olhar
distante.
Planejava como seria esse momento e anos depois estou casada com
ele, mas devido a uma tragédia e não por planejamento.
Meus olhos se voltam para Cesare, que caminha até a sala principal,
Minhas mãos sobem até suas costas, puxo Cesare para mim.
Ele morde meus lábios com força, dou passagem para a sua língua.
Desço uma das mãos até sua cintura indo para a barriga.
roupas e o sapato.
— Chupa meu pau, quero sua boca ocupada com ele — exige rouco.
Ele goza na camisa branca que está jogada no chão da sala principal.
Respiro ofegante.
Deito-me sobre Cesare, não tenho controle sobre o meu corpo. Estou
em êxtase.
violência.
leva ao êxtase.
minha boceta.
Meu marido me aperta contra seu corpo, cada vez que transamos eu
quero ainda mais.
O fato é que consigo ficar longe desde que fui beijada por ele.
Marcada.
Olho a tela do celular a fim de verificar as horas, já passam das dez
da noite.
— Você não precisa andar armada. Além de que, disse com todas as
letras que iria me matar — alfineta.
— pergunto, encarando-o.
Cesare se aproxima.
— Não vou te devolver, se quiser brincar com uma outra arma como
Ele separa nossas bocas ainda olhando para mim, depois se retira do
quarto.
Meu irmão vai se divertir como solteiro pela última vez antes de
colocar o anel e entregar o sobrenome para Alessa.
Ele sabe que entraria aqui quando tivesse uma oportunidade como
está.
perfeitamente.
Não perco tempo. Começo a olhar os papéis.
Puxo uma outra gaveta mais abaixo encontrando uma foto, coloco-a
Não tiro a atenção para outro lugar, a forma como estávamos nos
encarando.
O casamento que eu pensava que teria não foi igual ao que tive.
O infeliz não iria deixar nada jogado por aí, é inteligente demais para
isso.
Greta Salvatore.
Envio uma mensagem para mamãe, ela está sozinha também a essa
hora.
Acho que posso ter privacidade pela primeira vez nessa casa. Decido
ir até a cozinha e pegar um sorvete.
Cesare
Meu pai está ao meu lado, uma loira está dançando para ele,
entretendo-o.
Dou risada.
Ela é uma cópia falsa de Isabel, muitas vezes servia para enganar o
desejo, a minha pretensão de ter a original. Mas agora eu a tenho, não existe
— Saia — ordeno.
olhos vão em minha direção quando percebe que estou do seu lado.
Claro que sim. Ousou tentar ser prometido de Isabel, mas a roubei de
você.
Brindamos.
— Eu sei que sim. Escolhi você para ser o subchefe porque fomos
criados da mesma maneira, há bastante semelhança, confio na sua dedicação
Termino a bebida.
coloco na cama.
Passo a mão pelo seu rosto, sua respiração está tranquila e os traços
também.
Manter em minha cabeça durante todo esse tempo que iria tê-la
novamente ao meu lado manteve minha sanidade. Contornei a situação.
Meu pai aceitou Isabel como substituta, esse foi o nome que ela
ganhou.
Isabel
O retorno para a faculdade deveria ter sido normal, mas pela manhã
o enjoo voltou com força. Não comi nada extravagante ou pesado.
Estou enrolando há algum tempo aqui dentro, pedi para Ana comprar
Usei-as para não ter desconfiança de que era para mim. Espero que
Ela abriria a boca para seus tios e Cesare, mesmo estando mais
próximas.
Ela é uma Salvatore. E por enquanto ninguém sabe da minha
suspeita.
Sinto que ele me esconde algo, mas preciso de algo para fazer com
que Cesare confie em mim.
ideia, mesmo que modifique nossas vidas. Com isso, terei um certo poder
sobre ele, seus pais.
juntos. Todos param para acompanhar nossos passos, vejo rostos conhecidos,
Paramos na primeira fileira de bancos, ele vai até o altar falar com
meu irmão.
— Boa resposta, mas não o suficiente. Seu irmão e Alessa não são os
principais, Cesare e você tem um lugar que ganha atenção de todos — avisa.
— Honre o seu lugar.
Não controlo minha raiva. Olho para o outro lado e encontro mamãe,
sua pele parece recuperada dos hematomas. Mas não há como esquecer.
seus olhos.
braços.
— Está em uma igreja, Cesare. Deveria tirar a sua mão daqui —
aviso, encarando-o.
Reviro os olhos.
— Nada de mais.
— Prove — persiste.
interior, sabe que eu sinto o cheiro de mentira — diz perto da minha orelha.
Alessa Salvatore.
irmão.
Dando para a minha pele desejo, a vontade de sentir suas mãos por
todo o meu corpo.
Mas eu sei que sua atenção está em meus movimentos, atento a cada
respiração.
ajudei a trazer ao mundo. Hoje está casada com nosso Don, Cesare Salvatore,
— Está ótimo.
— Sua irmã deve estar feliz que você continuará a missão dela.
Cesare não poderia ficar sem uma esposa, e você parece ser uma mulher de
fibra e bastante inteligente — elogia.
Assinto.
Ela sorri.
— Quando foi a última vez que você menstruou? Ou ela ainda vai
vir?
— Não.
sobrancelha.
cintura.
irei cobrir a parte íntima e os seios com uma toalha. Já que está em casa,
posso fazer, estará atento — comento, encarando seus olhos.
— Quer tirar a roupa para mim, Isabel? — sonda com a voz rouca.
— Talvez.
preocupada.
— Faz o teste, não temos muito tempo para a primeira aula — Ana
testes.
— Isabel, você não pensa que vai enrolar nós duas até o fim das
aulas? — protesta Ana, puxando o meu cabelo.
Dou risada. Viro-me para elas que olham para mim na expectativa
da resposta.
maravilhoso.
Os Salvatore não esperam por isso, primeira vez que acontece algo
sem o controle deles.
Como vou contar para Cesare que estou grávida, imaginando como
— Eu sei.
Cesare
— Como que isso aconteceu? — rosno ao celular.
Aperto o volante com força. Se algo acontecer com Isabel irei tirar a
vida de todos aqueles que deveriam estar cuidando dela naquela faculdade.
As portas se abrem.
Vou até eles com a vontade de pegar minha arma e atirar nos dois.
Eles se retiram.
Alguma notícia?
— Deveria ter mandado ela para um dos nossos hospitais. E não para
esse lugar! — reclamo, impaciente.
Alessa se levanta.
bem. Quero que esses exames estejam com o médico o mais rápido possível!
— reitero, em uma ameaça.
Uma hora sem respostas até que uma enfermeira vem até a sala de
espera.
Deixo Alessa sozinha e sigo a funcionária até a sala onde Isabel está.
Ela se retira.
— Estava passando mal hoje na faculdade. Fiz o teste lá, mas acabei
caindo da escada com tontura, foi muito rápido — explica. — Não iria
— Saia desse quarto. Pode voltar para a empresa, não quero ver a
sua cara — rebate, nervosa.
Sua gravidez foi uma surpresa. Pensei que Isabel iria demorar a
pensar em ter um filho.
Mas agora que recebi a notícia não consigo parar de encarar seu
Trago para a minha boca deixando meus lábios em sua pele, noto
lugar.
Isabel
O médico foi incisivo que preciso estar em repouso absoluto por dois
meses.
hospital, devo aceitar que a minha recuperação é importante pela vida do meu
bebê e a minha.
Não posso ficar abaixando, pegar peso e nem ter relações sexuais.
Olho para o quarto, encarando-o como uma gaiola para esse tempo
sem fazer esforços.
— Falei com seu pai. Ele não vai se importar, estava preocupado
com a sua queda, mas Cesare disse que daria notícias depois.
— Qualquer coisa ligue, vou fazer uma oração para você e a sua
recuperação — despede-se, finalizando a ligação.
Vou ficar largada dentro desse quarto, respiro fundo tentando não
me estressar.
— Seu pai estava falando comigo sobre Stella ficar com você
enquanto estou fora — informa.
tinha ido para a empresa — digo, torcendo que ele não tenha vindo somente
avisar da minha mãe.
— Obrigada.
— Conheço você muito bem para saber que não ficará quieta
Cesare havia me contado sobre sua mãe, sobre ela ter engravidado
de uma menina que seu marido não queria, por isso Marco a faz abortar.
— Curiosidade.
— Se pensa que vou mandar tirar se for uma menina, está errada. —
O tom de sua voz é sério. — Essa criança é uma parte dos dois, Isabel.
— Foda-se o que meu pai fez. Quem escolhe e decide por todos
nessa máfia sou eu — reforça. — Tire essas ideias fantasiosas da cabeça.
— Mesmo que você tivesse respondido que não iria querer, eu não
faria. Sou a mãe, tenho o direito de escolhas para o bem desse bebê — rebato.
Engulo em seco.
curiosa.
boca.
— Senhora?
doce que quando pequena era o meu favorito, junto a sobremesa há uma rosa.
Ele pediu para que fosse entregue junto ao Bomboloni, um doce que
minha avó fazia bastante.
Uma lágrima escorre pelo meu rosto. Faz tanto tempo que Cesare
não me dá uma rosa.
Giovanna.
Estou há alguns dias sem ver Cesare, desde que o treinamento dele
foi iniciado, não consigo ter a oportunidade de vê-lo com tanta frequência.
Entretanto, recebi uma mensagem dele para me encontrar no jardim.
ficar sem vê-la é algo que não consigo absorver, Isabel — diz, pegando uma
das rosas.
— Será que você não irá escolher apenas a máfia quando se tornar
Recebo a flor, passo os dedos nas pétalas. Cesare nunca me deu uma
com espinhos.
Dias atuais
Respiro fundo.
Com dois meses não parecia que estava grávida, agora ela é visível.
roupas.
Ando até o closet, não consigo descrever o quão bom é poder andar,
minha recuperação.
Fico com tanta raiva, parece que está acontecendo comigo. Não
— Posso saber por que está apertando o sofá como se fosse rasgar?
— pergunta meu marido enquanto guarda o celular no bolso.
está esperando.
Angela sorri.
Observo a imagem.
— Você terá uma menina, Isabel. Meus parabéns aos dois, agora
iremos ouvir o coração dela — avisa.
Aperto os olhos.
— Hope.
Confesso que fiquei receosa de Cesare não gostar caso fosse uma
menina, que a rejeitasse.
Ele aprofunda querendo mais da minha boca, e dou o que ele quer.
em casa sozinha.
tirar mais uma, quando sinto um chute na barriga. Largo o celular sobre a
cama.
Fico sem reação e aliso o local, é a primeira vez que ela mexe.
Quero tanto ver o rostinho dela, segurar nos meus braços e proteger
vida.
peito esmagadora.
Jurei com tanto ódio destruir Cesare de diversas formas pela ousadia
dele em casar comigo, após Giovanna morrer.
calça moletom.
matriarca dá ênfase.
tiraria — reforço.
rebate.
os exames, Isabel.
Entrego um para minha mãe e depois Alessa, Greta deixo por último.
— Claro.
— Stella, sua filha precisa entender que a minha família tem poder
sobre tudo.
— Sim, ela terá o seu sobrenome. Mas quem tem poder sobre a
Hope somos eu e Cesare, mudando o assunto tem muitas roupas de menino.
— Podemos separar, vou ligar para uma das minhas amigas para vir
dona das minhas próprias escolhas, não trabalho para você. Estou perdendo a
paciência com os seus comentários vazios, no próximo ligo para o meu
marido — ameaço.
— Tia, Isabel não pode passar por muitas emoções fortes — lembra
Alessa.
doações.
Pedi para servirem chá e alguns petiscos para recebê-las, e após uma
boa conversa foram embora.
todo cuidado para não adquirir nada disso. A mãe de Alessa era saudável e
— Essa é a sua opinião. Ela tinha valor quando você era o Don e
líder da máfia Salvatore, agora nada do que me pertence é seu — rebate meu
marido, com um tom perigoso. — Feche a sua boca.
Cesare ri.
— Esse era o seu pensamento como líder? Mostrar quem tem mais
armas? Eu não confio em Ramires ou ninguém fora da minha máfia, mas não
preciso mostrar quem tem mais, isso é insignificante. Ele teme por saber que
inimigos não tem chance comigo, a imensidão do território italiano faz a
— Essa gravidez vai continuar? Cesare ter uma filha te tornará fraco,
apenas os homens devem nascer nessa família, mande tirar essa criança —
manda.
Fico ofegante, a raiva aparece por cada palavra dita da boca desse
verme.
— Fraco? — indaga.
Marco aquiesce.
— Fraco!
Marco. — Você não terá mais voz na minha máfia, será igual a não ter
língua. Perderá o que mais gosta de exibir, poder, mandar, manipular todos
como bonecos — grita para que todos ouçam. — Acate minha ordem, termos
o mesmo sangue não te salva da minha ira, pai — ameaça.
Ela não diz uma palavra para não contrariar o marido. Ambos saem
em silêncio.
— Sim, Stella.
Ela encara a aliança, com os olhos fixos no anel que meu irmão
colocou em seu dedo.
mãe. Tia Greta contou que elas cresceram juntas, a amizade se ampliou na
época da escola. Quando fui adotada pelos meus tios, tinha quatro anos,
pensei que eles seriam meus pais — expõe. — Não sei se fui criada por dó ou
pena, já que minha mãe teve câncer, ela ficou sozinha após engravidar sem
ter subido ao altar, iria parar em um orfanato caso meus tios não tivessem
interferido. Jamais conheci meu pai, queria que Marco e Greta tivessem esse
papel, Cesare, meu irmão, porém, não foi assim — desabafa. — O sangue é
algo muito importante, Isabel. Titia me via como uma sobrinha, não como
filha, já que jamais teria seu sangue, tio Marco pouco se importava.
— Não costumo lidar bem com a raiva e a fúria, apesar de ter sido
treinado para absorver — responde, deixando o copo vazio na mesa ao lado
da cama.
— Eu sei.
— Responda.
pegando no meu rosto. — As escolhas do meu pai não serão as minhas, ele
não passa de uma peça descartada — reforça. — Insignificante demais.
com os lábios nos meus. — Igual ao que temos, ele nos prende.
Sento na bancada, puxo o cabelo dele trazendo seu rosto mais para
mim.
cueca.
repouso foram uma eternidade sem poder ter contato íntimo. Transar com
— Quero ouvir sua voz, gemer meu nome enquanto te dou prazer,
Mordo o lábio indo para trás e para frente, molhando os dedos dele
com o meu líquido.
Arrepios de prazer.
Levanto a cabeça.
— Caramba — reclamo.
Aperto as mãos em suas costas.
fundo.
Angela.
Uma de suas mãos segura minha bunda, inclinando mais meu corpo
para ele.
Pisco confusa.
— O quê?
mim.
Encaro Gianluca.
— É o que espero, quanto mais rápido entenderem que meu pai não
está na liderança, acabo mostrando a nova liderança e regras — digo antes de
me afastar.
Vou até Isabel e sento ao seu lado, a temperatura está baixa, ela
trouxe um cobertor para dormir e não passar frio durante o voo.
de dormir.
Isabel é inquieta.
— Venha.
contrário.
— Sim — asseguro.
A minha mão sobe para a barriga dela, quando sinto um chute forte
no local em que minha mão está. Demora um pouco e o chute volta a
Acaricio o local.
MADRID, ESPANHA
Isabel
nunca viajamos.
Só agora que estou casada tenho essa oportunidade de conhecer
outros lugares.
sono.
me protege.
Era assim que deveria ter sido a nossa vida, Giovanna ainda estaria
viva e conosco.
O desejo dele desde muito novo era sentir e liderar a máfia da sua
família.
quem pertenço.
espera.
— Me solte, Cesare.
— Respire e olhe para mim — diz, liberando o meu braço.
Viro-me e o encaro.
— Não sabia que Ramires era próximo dela. Ouvir isso é lembrar da
perda de Giovanna, algo que não saí da minha cabeça é sobre os culpados!
Você me deve uma resposta se houve uma investigação ou não — exijo. —
Onde eles estão? Mortos? Respirando? Tenho o direito de saber, não irei atrás
dessas pessoas por conta da gravidez, arriscar a nossa filha não será jamais a
minha intenção — acrescento.
— Eu...
Giovanna, Ramires não vai abrir a boca sobre ela — assegura. — Giovanna é
um assunto que te machuca, e eu o quero encerrado. Vamos? — pergunta,
— Não vou ficar muito tempo, quero fazer compras com Alessa —
informo.
se ela tivesse morrido em um acidente, por uma doença, porém, não foi
assim! Mamãe chora, mas não questiona meu pai sobre nada, o que vimos foi
os culpados foram mortos — reforça. — Por que não seria assim? Giovanna
seria uma Salvatore, a sua família é importante, houve vingança.
— Você está em negação, mas, Isabel, até quando? Giovanna não irá
voltar, ela cuidou de você, sempre cuidava — lembra. — Ver você cuidando
— Não vou arriscar a minha filha. Tem razão, Alessa, vou seguir o
conselho de Cesare e deixar esse assunto quieto, é o melhor que posso fazer.
vitrine.
outras com os bebês em seus braços. Lindas peças para meninos e meninas,
itens para decoração dos quartos.
Sugerir uma ideia e fazer com que os demais também aprovem, sem
questionar.
A arma mais letal é o amor, um clichê, mas jamais será uma mentira.
Ele te imobiliza, aprisiona e nutre todos os demais sentimentos.
Olho para Cesare tendo a plena certeza de que o amor que sinto não
morreu.
— As três palavras.
Encaro a rosa que está em minha mão, então esse é o recado dessa
vez.
máfia espanhola.
em nós dois, na verdade, em minha barriga, ela é o centro das atenções agora.
Apesar de que a minha união com Cesare é o foco principal por ele
ser quem é.
Todos conhecem a parte em que casei com ele para substituir minha
irmã, tiro esses pensamentos da cabeça ao me aproximar dos bancos que
estão reservados para nós.
Ele sorri.
de uma forma ou de outra, essa era a única certeza de que eu tinha na minha
vida. — seu tom baixo me paralisa.
Engulo em seco.
provoca.
E está crescendo.
7 meses depois...
Hope.
Greta sugeriu uma babá ou que ela ajudasse com a neta, não aceitei
sua oferta.
Uma das senhoras passa com uma cesta para doações, coloco uma
quantia generosa.
além de pedir para que minha irmã esteja em paz onde estiver.
Tiro o olho do altar olhando para trás. Parece que foi ontem que
estava com Giovanna nessa igreja, mas ela saiu para não voltar mais.
turbulentos.
Até que encontro a tia de Agnes, que olha surpresa para Hope.
comigo, já que Cesare e Marco dizem que não posso falar com os familiares
dos soldados — reclamo.
— Os Salvatore sempre foram assim, filha. Até seu pai não gosta
disso, esqueça isso, quero que você e Hope venham até em casa — faz um
convite.
algumas fotos e vídeos, mas como não posso levar a Hope, é o que posso
mostrar — comento saindo da igreja ao lado dela.
Encaro-a.
minha neta tenha um lugar somente para ela — comenta, com entusiasmo.
Passo a mão pelos cabelos escuros dela, a pele dela é tão clara e os
olhos azuis são tão intensos como os meus.
— Acordou, meu amor — digo, assim que a vejo olhando para mim.
— Ela anda trocando o dia pela noite, mãe. A doutora Angela diz
que é uma fase diferente, ultimamente ando dormindo a tarde junto com ela, e
a noite estamos acordadas — explico.
Ao ouvir a minha voz ela olha para mim, chora e não quer mais o
colo da minha mãe.
Assinto indo atrás, subo as escadas junto com minha mãe a fim de
irmos ao quarto de Giovanna.
— Não, mãe.
sentir do mesmo jeito que fiquei quando encontrei um presente que seria de
Cesare para ela.
— As joias preferidas, pérolas e rubi — diz mamãe, emocionada.
você sabe que jamais consegui olhá-la e não querer sentir seus lábios
Engulo em seco.
— Eu.. eu não sei se quero ler tudo — mamãe diz.
nós duas, meu pai me odeia e jamais irá aceitar que eu troque Cesare por
você. Assim como o seu pai pode ser contra e algo poderia acontecer
conosco. Agnes, eu te amo e prefiro tentar escapar de um destino infeliz
para ficar com você. No dia do casamento irei fugir, tenho certeza de que
Isabel irá me ajudar, minha irmã sempre foi a minha melhor amiga.
Quando receber essa carta, saberá que a hora chegou, não estarei indo
até a igreja, mas sim atrás de você.
minha face.
Olho para minha mãe e vejo o rosto dela vermelho, inundando pelas
pensar que a morte da minha irmã foi pelas mãos de Marco, meu pai ou até o
pai da Agnes. — Mãe, Giovanna pode ter morrido pelas mãos do pai de
Lágrimas rolam pelo meu rosto. Hope fica inquieta querendo meus
braços.
não assustar a Hope, uma carga intensa de estresse pode secar o leite —
alerta.
seus conselhos não fizessem efeito. Tantas coisas se passam pela minha
cabeça.
Ele conhece o pai muito melhor do que qualquer outro, meu marido
pode saber sobre a sexualidade delas e o que de fato aconteceu.
— Cesare vai ter que me dizer abertamente tudo o que ele sabe.
Farei meu marido dizer, mãe, só peço para você ficar com a Hope, enquanto
tenho uma conversa com ele — informo ao passar pela porta principal da
mansão.
Farei o que for preciso para obter respostas, mesmo que tenha que
rápida.
— rebato. — O que aconteceu com ela? Você tem que me dizer tudo! —
exijo.
— Seu maldito, como você pôde? Esconder de mim algo que eu merecia
saber! — rosno, atordoada. — Todos os dias aquilo me sufocava, não ter
respostas!
Ele me solta.
morrer!
Cuidado com as suas palavras. Por que iria contar o que aconteceu? Pensei na
dor que estava te sufocando, induzindo a cometer o pior. E em nós dois,
Isabel, você estava sendo prometida para o meu conselheiro, seria dele e não
minha. Se não fosse por isso, a Hope não existiria.
— Cale a boca! Não coloque ela nesse assunto e tente usar para
amenizar o que você escolheu fazer. Não vou passar mais um segundo nesse
lugar, o que garante a minha segurança ou a dela? Não confio em você, ela
vai comigo para longe dessa casa.
— Sabe que não irá, mas tente, vou apreciar assistir e vê-la tentar —
provoca.
coração dele.
Cubro a minha mão com a boca ao descobrir esse segredo sujo que
rondava a morte da minha irmã.
Cesare sabia de tudo, meu marido omitiu, estava ao meu lado todo
esse tempo como se nada tivesse acontecido, mesmo sabendo o quanto
precisava de respostas.
todos eles sabiam que o pai de Agnes matou as duas! — revelo, atordoada.
— Quero sair dessa casa! Não vou ficar com a minha filha aqui,
mãe.
Vou até ela e pego Hope.
— Isabel, você não poderia ter atirado em seu marido. Ele é o nosso
líder, terá consequências — alerta.
você não irá sair de casa sozinha e muito menos com a Hope — informa.
Hope chora.
— Filho, peça um chá para sua irmã — diz nossa mãe, ao vir atrás
dela.
mamãe.
Entrego Hope para ela, minha bebê parece um pouco mais calma.
— Quero tirar todas as minhas roupas desse quarto. Não vou deitar
na mesma cama que Cesare, jamais — digo, desnorteada.
Não consigo ouvir a voz dela, está tão longe. Só consigo pensar na
cena da igreja, no corpo de Giovanna.
Desmaio?
onde atirei.
Engulo em seco.
— interfere Cesare.
posso passar nada por enquanto pela idade da bebê, o leite materno é o
principal alimento até os seis meses — explica.
Estou com Hope no quarto dela, trouxe minhas coisas para cá, vou
ficar aqui a partir de agora.
O lugar é grande, apenas falta uma cama, mas tem um recamier cor-
cansada.
Olhando para ela e vejo os olhos fixos em mim, enquanto sua mão
está sobre meu seio.
Fecho os olhos por um momento, não consigo ficar com eles abertos
Hope.
— Não está, Isabel. Ficarei com Hope, sou o pai dela — rebate. —
Suspiro, irritada.
Preciso ir até o cemitério levar flores para a minha irmã, rezar por
ela.
Cesare
Hope, o fruto de uma relação entre mim e Isabel.
Coloco-a na cama, enquanto tiro o paletó, ela olha pra mim enquanto
Se não tivesse chegado a tempo ela poderia estar morta, não iria
suportar isso.
Hope resmunga.
tive que sair às pressas. Assim que a vi, a primeira coisa que reparei foram os
seus olhos.
Hope estava prevista para chegar na semana seguinte, no entanto,
— Durma, bebê.
Isabel
Pego o celular quando acordo e vejo que dormi por uma hora.
Cesare não sabe quando trocar a fralda dela, cuido melhor do que
ele.
Saio do quarto indo até o meu, vou trazê-la para ficar comigo.
— Vim buscá-la.
lugar? — sugiro.
— Dei a oportunidade de acertar o coração e você não quis —
reforça. — Além de que, deixei-a ficar longe de mim por cinco meses, depois
jurei pelo meu sangue que não faria isso novamente.
ofegantes.
— Não sairá de casa a não ser em minha companhia, essa é a punição pelo
que fez.
— Você é traiçoeiro como eu, faria a mesma coisa — rebato.
Engulo em seco.
— Giovanna não foi morta pelas minhas mãos. Sua irmã cuidava de
você, era isso o que ela mais fazia — lembra. — Agora a Hope precisa de
você, assim como eu — diz, próximo do meu rosto. — Você construiu sua
vida, Isabel.
O quão errado é construir uma vida enquanto minha irmã não teve a
oportunidade de fazer a dela?
Ia sair do quarto sem falar com Cesare, até ele segurar meu pulso.
dúvidas e incertezas.
Não consigo mais ter controle sobre muitas coisas na minha vida.
última peça, apenas penso nela quando saio para fazer compras.
— Hoje você será o sol, quero ver seu pai babar nessa roupa —
minha mãe.
de Cesare é amanhã.
Forcei minha mente a acreditar que não poderia fazer mais nada, mas
estava completamente errada. Ignoro os pensamentos ao sair do quarto com a
minha bebê.
jornal.
— Sim.
Sento-me ao lado dele e decido comer uma uva. Cesare olha a roupa
dela.
— Tudo fica bem nela, mas gostei do amarelo — diz, olhando para
mim.
— Minha mãe mandou mensagem, quero sair dessa mansão nem que
seja para ir até a igreja, rezar pela minha irmã — barganho.
— Reze aqui, Isabel. Tenho certeza de que Stella irá ajudá-la, além
de que, minha mãe e Alessa estão vindo — informa.
reforça.
— Nunca volte a cogitar que ambas não são — reitera. — Você sabe
a verdade, Isabel.
sem nada para cobrir nós dois. Eu a quero em nossa cama essa noite —
Olho para Hope, a nossa mistura foi feita de uma forma perfeita.
Ela tem traços dos dois, um pequeno lembrete do nosso amor.
Estou na sala principal quando a empregada vai abrir a porta, a
Hope está acordada, testei algumas chupetas, até que ela pegou uma
rosa com uma coroa de princesa.
— A vovó trouxe laços e mais roupas para você — diz, vindo até
nos com algumas sacolas, ignorando-me totalmente.
— Achei que iria me matar assim que passasse pela porta. Atirou no
— Eu sempre senti que havia algo ligado aos Salvatore, não errei.
— Minha filha não pode passar nervoso, Greta, são ordens médicas
soubéssemos.
minha cabeça.
— Cesare nunca devolveu a minha, acho que ele sabe que usaria
para descarregar a raiva. Estou mais calma, não quero perder o controle como
ontem, afetar a amamentação da Hope, algo poderia acontecer comigo
também — reforço.
sozinha. Quem troca as fraldas, dá banho e está com ela todas as noites, sou
eu — reitero.
— Greta, eu a seguro.
Greta cede, com uma raiva em seus olhos ao ver Hope parar o choro
ao ficar com a minha mãe.
Fico em alerta ao vê-lo em minha casa, ele não costuma vir aqui.
dela.
— Sempre por perto como uma perigosa leoa, Isabel — comenta,
corredor.
— Cesare...
Salvatore agora teme por sua vida. — O deboche faz as bochechas do meu
segue.
— Lembre-se, Greta. Você ouviu o que Cesare disse, Marco não vai
encostar na minha filha nunca mais — reforço, à medida que vejo sua raiva
surgir. — Cuidado, pode ser a próxima.
Cesare
O erro dele foi escorregar e não saber lidar com o próprio filho.
Papai me ensinou tudo muito bem, tramar, agir e ler gestos com um simples
olhar.
triunfo. Passou a moldar seu filho como uma arma, porém, todas elas vêm
com um gatilho, apertei uma na sua direção. Montei o jogo, e agora o peão
— Quer ver seu pai de joelhos para implorar por soldados? — rosna.
— Não — adianto.
Kyra, eu darei tudo para você e a nossa filha. Não tema por sua
família ou a máfia, como Don posso protegê-las. Greta foi a condição que
meu pai impôs, sem o matrimônio não poderia ser o Don, é um mero
Quando vejo Cesare, penso em contar que ele tem uma irmã,
eles possuem laços. Marco, eu aceitei ser rejeitada pela minha família ao
ter Alessa, corro todos os riscos, tudo foi por nós. Eu o amo, mas
prometa que criarei nossa filha, não darei ela para um orfanato, jure
pelo sangue.
Termino de ler.
— Eu tenho uma meia-irmã. Mamãe criou a sua filha — provoco
— Sua mãe não deve saber e muito menos a máfia Salvatore — diz,
com a voz sombria. — Já lhe dei o que queria, cumpra a sua parte e guarde
Vejo a raiva tomar conta dele quando em suas mãos não há nada, ele
entrou com as mãos vazias e acaba de sair da mesma forma.
Eu usei esse material ao meu favor, a máfia tirou do meu pai o que
ele queria, Kyra era seu maior desejo.
passado e em troca Isabel seria a minha esposa. Foi assim que o nome dela
surgiu.
Cesare
Giovanna anda ao meu lado tensa com os diversos olhares que estão
em nossa direção.
Paramos no meio do salão, uma música lenta toca. Coloco uma mão
em sua cintura e a outra junto a mão dela. Trocamos olhares.
— Diga-me então.
— Eu não quero ser uma Salvatore, ter filhos com você. Aos meus
olhos sempre foi um dos meus melhores amigos — diz mais perto. — Tentei
falar com Isabel, mas minha irmã não quer tocar no seu nome, ela aceitou
essa escolha, mas vocês se amam. Vejo como olha para ela.
olhar Giovanna.
— Sim, Cesare. Você é o único que pode fazer alguma coisa, se case
com Isabel, quero ver ambos juntos — reforça. — Não vou destruir a vida
dela.
— Acha que eu quero isso? Giovanna, ainda não sou o Don, tem
noção de que preciso me casar para tirar o meu pai? — digo baixo. — Um
erro e tudo estará perdido. Preciso encontrar uma forma de ter ele em minhas
mãos, assim impedir que sua irmã se case com Carlo.
Dias atuais
Marco e Kyra.
soldados, morto pelo meu pai. Agnes, a filha do sujeito tinha um caso com
Giovanna.
Ela não diz nada, mas entrega a vela para mim, seguro com uma mão
Isabel
— Eu fiquei surpresa de vê-lo. Mas acho que é algo entre pai e filho,
Marco não a deixou ter aquela criança e Alessa foi adotada, ambos
se tornaram tios dela.
Pisco confusa, um silêncio surge até a porta ser aberta por Cesare.
hospital?
se aproxima.
— Vou tomar banho, traga Hope para cá. Quando sair, contarei
algumas coisas — afirma ao se retirar.
Tiro minha bebê do berço, troco sua fralda e a levo para o quarto.
Tiro sua chupeta, quando ela acorda gosta de ver que tem alguém
Passo a mão nos cabelos dela, os primeiros dias foram tão difíceis,
tinha medo de derrubá-la.
agora olhando para mim. — Meu pai teve um caso com alguém do círculo
íntimo da minha mãe.
grave erro?
É impossível de acreditar.
com a falecida Kyra. E agora ele sofreu um acidente porque eu o tenho nas
mãos há muito tempo, na verdade, há um ano — revela.
— Seu pai segue regras. Por que ele ficaria com alguém estando
casado? Isso seria um escândalo, mancharia a imagem que ele adora passar
— comento, sentindo a raiva surgir.
resolveram usar a cobra como símbolo da nossa máfia pelo que ela
representa: veneno e perigo. Kyra era a melhor amiga da minha mãe, Greta
foi escolhida para casar com meu pai. A máfia a escolheu, porém, Marco e
Kyra mantinham um caso perigoso, um bebê veio ao mundo.
Cesare opta usar um terno vermelho para essa noite, a gravata preta.
Olho para Hope, aquele infeliz sugeriu que ela fosse tirada.
— Kyra foi rejeitada pela própria família, com a morte dela, Alessa
iria para um orfanato, mas meu pai viu nessa oportunidade uma forma de
— Você disse que usou o segredo do seu pai. Tirou ele dos
privilégios de um membro, e o silêncio de Marco durante todo esse tempo foi
porém, tudo aquilo aconteceu, então a ideia surgiu na minha cabeça. Graças
àquelas antigas cartas que eu a peguei de volta, Isabel.
Jogamos e nos machucamos diversas vezes, mas isso de uma certa forma
sempre faz ambos estarmos juntos. Eu fiz muitas coisas para colocar o anel
em seu dedo e entregar meu sobrenome, agora não há mais nada que a tire de
mim — reitera em cada palavra.
mansão.
— Acredito que ele não morrerá. Não foi morto por inimigos e um
acidente iria levá-lo? — nega ao ligar o carro. — A verdade será revelada,
afinal Alessa tem o meu sangue, ela é uma Salvatore — confirma.
Uma de suas mãos não sai da minha cintura. As palavras que ele
disse para mim enquanto segurava Hope não saem da minha cabeça, a
Duvido que meu sogro iria querer uma Garzelli nada doce ou quieta
Ele ri.
recorda.
— Alessa, apesar de ter gostado do tiro que dei nele. Porque era o
que eu queria fazer naquele momento, estava cega pela raiva. Mas
conversamos, estamos dialogando com frequência, Cesare hoje esteve ao meu
— Eu também não.
tínhamos foi quebrado, desenhei na minha cabeça que ele poderia ter
realmente feito algo para Giovanna, casar com Cesare naquele dia foi o
irmã foi devastador, não tinha outra maneira, eu precisava saber como
ocorreu.
— Confesso que invejava ver vocês duas assim, nunca tive algo
parecido. Giovanna e você sempre foram próximas, descobrir o que
aconteceu, matou aquela agonia que te perturbou e, ao mesmo tempo,
silenciou as milhares de perguntas que estavam na sua cabeça, Isabel —
afirma, sorrindo. — Talvez você precisava ouvir essa verdade, Cesare não
participou ou tramou. Infelizmente, um dos nossos soldados matou Giovanna
e a própria filha por preconceito.
gravidez foi uma salvação para você. Hope te deu um novo sentido. Eu quero
muito sentir o mesmo, ter o meu bebê, um pedaço de mim, inclusive estou no
período fértil.
acho que Cesare não vai implicar muito — sugiro. — Falando em você, já
falou com a doutora Angela? Ela é ótima para o acompanhamento, gosto
— Ele diz que não quer que o conselho mande ele ter filhos.
Gianluca diz que é um elo maior, que precisa ser fortificado. Porém, fico
insegura, não tive uma figura materna, não lembro muito da minha mãe —
desabafa.
Rimos juntas.
— Tomo os dois drinks por nós. — Levanta-se.
Queria falar com ela, mas não sou eu te tenho que dizer, pois Cesare
que deve fazer isso.
— Boa noite, papai. Pensei que não viria ao cassino. Ele se senta ao
meu lado.
Cesare. Ele parece bem, o tiro que você acertou foi realmente de raspão,
segurá-la.
papai. Fico tranquila que minha mãe está bem, enquanto ao seu amor por
mim e sua neta, não a quero tão perto de você — informo, ficando de pé.
— Pensa que impor uma barreira irá fazer o que, Isabel? — debocha.
— Ela tem o sangue Garzelli dentro dela, querendo ou não Hope gosta de
mim. E você ama o seu pai, sempre lhe dei tudo do melhor — afirma,
olhando no fundo dos meus olhos.
— Seu pai pediu para ver Alessa hoje. Ele está fora de perigo,
passou por três paradas cardíacas, mas sobreviveu. Após exames os médicos
encontraram uma lesão fatal na medula espinhal, seu pai precisa de nós nesse
momento.
Alessa.
meu irmão.
convidados.
— Bajulação — resmunga Gianluca. — E o seu presente, Isabel?
— É uma pena que nós mulheres não temos acesso, a única que eu
tinha jamais foi devolvida — debocho, encarando meu marido.
Confesso que estar ao lado dele em público, ter toda a sua atenção
apenas em mim é o que mais gosto em eventos que tenho que marcar
presença.
Diversos presentes estão sendo levados para o escritório. O cassino
arrepios.
— Mas nesse momento, sou eu que quero ouvir seus lábios dizerem
contra a parede.
Nunca deixei de amar, no fundo sempre sentia uma pequena luz que
me lembrava a cada dia desse sentimento. Eu só não queria admitir, era mais
fácil odiá-lo.
Cesare deita meu corpo no banco do carro, ficando por cima, nossos
rostos a centímetros um do outro.
mãos estão subindo lentamente, a boca dele exige muito, Cesare quer entrega
e, ao mesmo tempo, sentir o meu corpo.
Eu quero senti-lo.
Dou isso a ele ao chupar sua língua, entre uma pausa para algo mais
intenso e profundo.
A calcinha da mesma cor que o vestido é puxada com força por uma
de suas mãos.
Puxo seus cabelos com uma mão, mantendo seu olhar fixo em mim,
enquanto busco ar. Depois de me alimentar com um pouco dos seus lábios.
Cesare não perde tempo, ele segura meus braços os colocando acima
da minha cabeça.
A trilha feita por ele desce para o queixo, pescoço onde ele demora
mais.
Tento evitar que minha respiração falhe, busco controle, o qual não
tenho.
boca dele beijando minha pele até o seio ao mesmo tempo em que sua outra
mão acaricia o outro seio.
Arranho suas costas. Fecho os olhos quando ele brinca com o bico
rígido com a língua, Cesare instiga meu corpo, sinto um calor misto com
arrepios de prazer.
Meu marido volta a fazer o trajeto até o outro seio, roubando mais da
minha respiração.
Sinto minha boceta pulsar, ansiando pela boca dele. A demora dele
me afeta.
Mas Cesare passa os lábios pelo meu braço, logo depois na minha
barriga. A expectativa cresce, preciso dele.
gemo alto.
Agarro meus seios, ao passo que Cesare abre mais as minhas pernas.
A língua dele invade o ponto sensível.
Gozo.
Abro os olhos quando Cesare entra em mim com seu pau duro.
esmagando-o.
Ofego.
consigo proferir.
minha panturrilha.
Estou de costas para ele, deitada de bruços dando a visão das minhas
costas, bunda, além da vagina.
Com a mão livre o meu cabelo é puxado pela sua mão forte.
— Eu a quero de novo.
A voz dele desperta ainda mais a minha fome. Cesare agarra a minha
coxa, afastando-a, deixando a visão que ele quer ver.
Pego a mão dele e a levo até a minha entrada, molhada, pronta para
ele novamente.
Cesare não avisa quando entra dentro de mim, uma das mãos dele
segura a minha cintura e a outra o meu seio.
Cesare marca a minha bunda com dois tapas, e depois volta a segurá-
la.
Tenho sua extensão toda dentro de mim, enquanto vejo o nosso
reflexo na janela.
— Filha, que bom que chegou. Acho que ela estava sentindo sua
falta — diz mamãe, ao se aproximar.
— Obrigado, Stella. Espero que ela não tenha dado muito trabalho.
— Aproxima-se pegando na mão de Hope.
depositando um beijo.
— Sim.
— Deveria ter me esperado chegar para pegá-la antes de dormir —
reclama, olhando-a.
em torno de sua cintura, ele entra na banheira comigo. Fazendo com que um
pouco da água caia sobre o chão.
— É possível? — questiono.
— Isabel, ela é tão linda. Gosto muito de olhar vocês — revela, com
um sorriso.
Sonhar com Giovanna foi o melhor presente que poderia ganhar ela
está bem e feliz.
Vamos colocar um body que eu comprei para você usar para o papai? —
pergunto com um sorriso.
Cesare está com um roupão quando volto para o quarto com Hope
perfumada e bem acordada.
especial.
— Sim, mas primeiro tem outro local para irmos. Prefiro que Hope
fique com Stella em casa, deve falar com Angela sobre viajar, orientações
— Não é uma viagem muito longa, Cesare. Mas vou falar com
Hope.
— Você...
Ele interrompe.
Minha mãe ficou com Hope para que saíssemos, durante o caminho
pensei na possibilidade de engravidar de novo.
votos.
— Cesare.
Beijo-o demoradamente.
sogra.
— Poderia ter trazido minha neta. Por que ela não está aqui? —
pergunta, olhando para mim.
— Bom dia, Greta. Ela está com a minha mãe, não quero minha filha
em um hospital — aviso ao passar por ela.
Vou até Alessa e Gianluca.
Ela se cala.
algo, mas Marco está com uma lesão na medula espinhal. Em outras palavras,
pode ficar paraplégico permanentemente — resume.
— Você é uma Salvatore, Alessa. Meu pai pediu para Greta abortar
a filha, porque você poderia parar em um orfanato — expõe Cesare. — Kyra
estava doente com o câncer avançado, rejeitada pela família e sozinha com
você.
Greta vai para cima dele, mas é segurada por meu pai, que impede,
para que não agrida Marco.
— Não quero Greta aqui até ela calar a boca, Luigi — orienta
Cesare. — Esse era um assunto pendente que não iria ser jogado debaixo da
sujeira. Sua vida será poupada já que está desligado, sabe qual é a resposta
para isso, e temia a todo momento — brada Cesare, enfrentando Marco.
— Você não devia ter feito dessa maneira, Cesare! Alessa, venha —
insiste.
levantar.
— Durante a minha vida inteira queria ser sua filha e de Greta, irmã
de Cesare. Sempre fui vista como a bebê adotiva que não tinha ninguém,
mim.
— Lamento, Marco. Não sigo suas ordens, jamais estaria do seu lado
e contra Cesare — alerto. — Afinal, você escondeu a morte da minha irmã
por vergonha. Assim como omitiu da sua própria filha que ela tinha um pai.
família! — insiste.
pai não pode colocá-la no testamento, ela é uma bastarda, deveria tê-la
deixado em um orfanato! Maldita bebê, eu perdi a minha para que ele tivesse
Alessa por perto!
— Não posso pagar pelo que aconteceu, porém, não sou bastarda. Você não é
uma Salvatore de sangue, ganhou o sobrenome ao casar com Marco —
corrige.
— É um fato — concordo.
— Luigi, passe para mim o que será dito pelo advogado — instrui
meu marido.
— Eu irei.
Dia seguinte...
Daqui a pouco devo descer para ser preparada por Alessa e minha
mãe.
— Sério?
— Ver seu rosto dessa vez cheio de luz é reconfortante, filha — diz
mamãe, arrumando o vestido rosa rodado com detalhes em branco e pérolas.
mamãe. — Marco fora da máfia não respinga o ato que fez, trair Greta seria a
condenação de morte dele caso ainda estivesse com poder.
— Greta terá que cuidar dele para o resto da vida. Ela sempre o
apoiou, é a obrigação dela cuidar do marido — comento. — Ver os dois
assim me alivia.
— Marco quer que eu o veja. Ainda não sei como irei lidar com tudo
isso, mas a minha prioridade é a família que quero construir com Gianluca.
pequena.
meu coração.
fileira da direita, Carlo Rossi também está ao lado da mulher que ele
escolheu.
A fileira da esquerda está Alessa com Hope nos braços, meu irmão
pega na mão dela, chamando a atenção da pequena.
Meu pai e mamãe estão ao lado de Gianluca. Mamãe sorri com
grande entusiasmo. Meu pai olha para Hope e depois para mim,
acompanhando meus passos.
Palavras são ditas, repito meus votos para Cesare, que segura a
minha cintura e cola nossos lábios.
Tenho a cerimônia que planejava para nós dois durante grande parte
da minha vida.
Cesare sabia dos meus planos. E essa renovação de votos foi a forma
FIM.
Anos depois....
Minha pequena está com seis anos, aliso seus cabelos que já estão na
altura da cintura.
Hope não desgruda mais do presente, enquanto Enzo tem uma pista
com carros.
juntos.
Ouço passos atrás de mim, depois sinto o nariz dele passeando pelo
meu pescoço.
— Pensei que iria viajar para Nova Iorque. Até achei que havia
esquecido dessa data — comento.
sobrancelha.
— Não consigo dormir longe ou ficar sem sentir seu cheiro, o calor
do seu corpo — afirma, trazendo-me para seus braços.
Dou risada.
— Enzo disse que não vai deixar que ela receba rosas. Vocês dois
tem que encarar o fato de que ela vai crescer, além de que, pode se apaixonar
acostumou a tê-las, durante todos esses anos, amo isso — declaro, próxima
de seu rosto.
Mamãe está segurando a minha mão enquanto papai está com Enzo,
os dois estão à frente.
— Tá bom.
— Será que eles vão beijar na boca? Todos os namorados fazem isso
— pergunta, curiosa.
— Hope.
Quando olho para o outro lado, Enzo está entregando uma rosa para
Elena, meu irmão sorri e ela também.
Ele pega na minha mão, olho para a rosa que é igual as que papai dá
Um grande beijo!
IsBabi
IsBabi nasceu em São Paulo no dia 04 de agosto de 2000.
A IsBabi que também é a Talia, ambas são gratas por tudo o que
você, leitor, proporciona.
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