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Hígia, Nix, Isis,

Artemise, Inari, Gisele

Hígia, Taci

Mitra

Kytzia, Hígia

06/2021
O que acontece quando você faz um pacto com seus amigos de ficar
solteiro e nunca se apaixonar?
Bem, você tem o Pacto do Playboy.
Eu era o craque. Aquele com as melhores estratégias, as melhores
frases. Eu era o melhor em tudo ...
E quero dizer, tudo.
Não havia mulher imune ao meu charme. À minha aparência. Ao
meu desempenho na cama.
Era para ser fácil. Uma noite rápida, divertida e alucinante, onde ela
gritou meu nome em êxtase.
Sem sentimentos.
Sem passado.
Sem compromissos.
Eu quebrei as regras.
Quebrei o pacto.
Eu me apaixonei pelo sorriso dela.
A risada dela.
Nossa conexão instantânea.
Exceto que eu nunca esperava me apaixonar.
Especialmente por uma mãe solteira ...
De gêmeos.
PRÓLOGO

Ashton

Lá estava eu...

Sentado em um maldito bar, bebendo meu coração partido.

Droga. Eu realmente me transformei em um maricas.

Eu era o craque. Aquele que tinha as melhores estratégias, as


melhores frases. Eu era o melhor em tudo...

E quero dizer, tudo.

Não havia mulher imune ao meu charme. À minha aparência.


Ao meu desempenho na cama.

Até que a vi novamente.

Sage McCoy.

Tínhamos um passado.

Uma história.

Uma conexão instantânea desde o início. A primeira vez que a


vi, ela me tirou o fôlego. Por alguns minutos, eu questionei o pacto
que tinha feito algumas horas antes com meus melhores amigos.

Ao longo dos anos, pensei muito nela.

O que ela estava fazendo.

Com quem ela estava.


Nunca pensei que a veria novamente.

Até que eu a vi...

Era para ser fácil. Uma noite rápida, divertida e alucinante,


onde ela gritou meu nome em êxtase. Eu não queria que ela se
apaixonasse por mim.

Nós deveríamos ser apenas uma aventura.

Eu não pensei que me apaixonaria perdidamente por ela.

Eu me apaixonei pelo sorriso dela.

A risada dela.

Sua timidez.

Ela era engraçada, inteligente, espirituosa e sexy pra caralho.

Eu a fiz gozar com minhas mãos, minha boca, minha língua,


meu pau. Sage fez de mim um homem melhor. Agora eu não
conseguia imaginar minha vida sem ela.

E não apenas ela...

Era uma longa história.

Uma batalha difícil.

Uma besteira completa e absoluta.

Engolindo outro gole de Jack, mergulhei na minha festa de


auto piedade.

Como passei de um eterno solteiro para ter a garota dos meus


sonhos em meus braços?

Jesus, eu poderia ser mais patético? Eu ri com o pensamento,


recostando-me na banqueta do bar.
Para entender, eu teria que voltar ao início.

Veja, tudo começou...

Com o Pacto do Playboy.


CAPÍTULO 01

Ashton
Oito anos atrás

—Como você está se sentindo, cara? —Perguntei a um dos


meus melhores amigos, Cain. Seus pais tinham acabado de lhe dizer
que estavam se divorciando. Fale sobre um fodido chute rápido nas
bolas.

Ele assentiu. —Eu não quero falar sobre isso.

Joguei meu braço em volta do pescoço dele enquanto nos


aproximávamos da minha caminhonete Chevy. —Cara, vamos te dar
uma foda esta noite. Pobres bolas, mano. Aposto que elas se sentem
pesadas depois dessa notícia. Não se preocupe, cara, estou aqui para
apoiá-lo. Você precisa molhar seu pau. Vou garantir que você tenha
preservativos extras. Se você quiser se afogar no Jack, eu serei seu
motorista da rodada. —Eu sorri para ele com um sorriso atrevido. —
Se você quiser enfiar bolas dentro de alguma garota e precisar que eu
mantenha sua namorada ocupada. —Eu pisquei. —Eu sacrificarei
meu pau por você e farei isso pela equipe.

Antes que eu pudesse dizer outra palavra, nosso outro melhor


amigo, Sawyer, interrompeu: —Jesus, Ashton, você pode não pensar
com o seu pau por cinco minutos?

—Eu sou um cara. Pensamos em sexo a cada sete segundos.

—Quem disse?
—A fodida Siri.

Sawyer riu, revirando os olhos. —É um mito.

—Se você não pensa em sexo a cada sete segundos, Sawyer,


isso soa mais como um problema pessoal.

—Eu não disse que não penso, cara de merda. Estou


totalmente de acordo se Cain precisar que seus ferimentos sejam
lambidos pela boca carnuda de uma loira.

—Uma loira, uma morena, uma ruiva. —Cain opinou. —


Merda, vou nas três de uma vez. Não tenho preferência.

—Esse é o espírito! —Exclamei, pulando no banco do


motorista da minha caminhonete turbinada enquanto Cain entrava na
frente e Sawyer na traseira.

Estávamos indo para a casa de nosso outro menino, Leo, que


também era como outro irmão para nós. Todos nós crescemos juntos
em Monteagle, Tennessee, onde o charme do sul era suave e o uísque
não, queimando como um filho da puta até o fim.

—Eu não posso acreditar que o velho de Leo realmente tenha


feito a cabana.

Encolhi os ombros com a declaração de Sawyer. —Eu não


estou surpreso. Ele trata Leo como uma merda. Isso é o mínimo que
ele pode fazer por ele.

—Nem todo mundo tem pais como os seus, Ashton.

A voz entrecortada de Cain chamou minha atenção para ele.


Ele estava certo – meus pais estavam vivendo o sonho. Eles se
amavam muito e não escondiam esse fato. Meus dois irmãos e uma
irmã mais velha puderam testemunhar sua incapacidade de manter as
mãos longe um do outro. Eu era um menino de dezesseis anos e não
tinha problemas com isso também.
—Você é o menino de ouro. É o filhinho da mamãe. —
Reconheceu Sawyer.

—Com ciúmes?

—Que você não tenha saído do peito dela até os três anos,
talvez... Sua mãe tem ótimos sei...

Eu pisei no freio e os dois voaram para frente.

—Ashton, o que diab...

Eu me virei, interrompendo Sawyer. —Nunca, nunca, fale


sobre os peitos da minha mãe. Você entendeu? —Eu sabia que ele
estava apenas brincando comigo, todos nós brincávamos assim,
chateando uns aos outros. —Eu não quero que você nem pense nos
peitos da minha mãe. Na verdade, os peitos da minha mãe estão fora
de questão. —Meu olhar foi para Cain. —E isso vale para você
também.

Cain ergueu as mãos em um gesto de rendição. —Cara, que


fique registrado que eu nunca olhei para os peitos da sua mãe, ok?

—Bom. Continue assim.

Pisei no acelerador e partimos de novo, mas segundos depois


Sawyer murmurou baixinho. —Mentira. Eu vi você olhar para os
peit...

Eu lancei a ele um olhar de advertência pelo espelho retrovisor


e ele se calou, rindo em vez de continuar. Não demorou muito para
chegarmos à nova residência de solteiro de Leo. Estava na
propriedade de seus pais, não que se pudesse perceber. Eles possuíam
oito hectares de puro céu. Os pais de Leo eram ricos. Seu pai era dono
do Mountainside Building e era o melhor empreiteiro geral de nossa
pequena cidade. A propriedade deles era enorme, e uma equipe
completa era necessária apenas para cuidar do paisagismo.
Um dia, a empresa seria entregue ao Leo, e todos nós sabíamos
disso desde que éramos crianças. Seu futuro estava traçado e
planejado para ele, e eu não tinha certeza de como ele se sentia sobre
isso. Se eu estivesse no lugar dele, ficaria grato pra caralho. No
entanto, Leo era definitivamente o mais sério de todos nós. Era difícil
avaliar o que ele pensava sobre qualquer coisa.

Além de Mila.

Ela era sua vizinha e eles se conheciam desde que nasceram.


Ela era sua melhor amiga além de nós. Eles eram como duas garotas
em uma festa do pijama, e ele ainda não tinha transado com ela. E
deixe-me dizer, Mila era extremamente gostosa. Todos nós
adoraríamos deslizar nossos paus dentro dela, apenas a ponta, apenas
por um segundo, apenas para ver como era, mas nunca faríamos isso
com nosso garoto.

Amigos antes das vadias.

Não que Mila fosse uma vadia. Tudo o que sabíamos era que
ela estava fora dos limites para qualquer um de nós. Não cruzamos
essa linha. Pelo menos não com ela. Agora, qualquer garota que ela
trouxesse, essas eram um jogo justo. Tínhamos arruinado muitas
amizades para ela, e provavelmente era por isso que ela sempre estava
por perto. Ela não tinha nenhum outro amigo além de Leo.
Estávamos acostumados a tê-la conosco em qualquer lugar que
fôssemos; nós não questionávamos isso. Nenhum de nós realmente
sabia muito sobre ela, no entanto. Ela era de Leo, e ninguém entendia
a amizade deles.

Nem mesmo nós.

Estacionei minha caminhonete na frente de sua cabana e todos


nós entramos. A cabana de Leo era mais como uma casa na árvore, já
que era cercada por um monte delas. Era maior do que uma casa na
árvore, mas ainda assim parecida com uma. Era uma grande sala
aberta, a cozinha ficava à esquerda da porta da frente e a sala de estar
ficava a frente. Estava no meio do espaço aberto. À direita da porta
da frente havia um banheiro e um quarto ao lado, onde
provavelmente seria o primeiro local a foder.

Este lugar definitivamente estaria cheio de garotas. Todos nós


tínhamos a reputação de amar as mulheres, e nenhum de nós tinha
vergonha de admitir isso. Éramos bonitos e jovens – o que mais
alguém esperava?

A maçã não caiu longe da árvore nos genes dos Hawkins. Leo
tinha um olho para construir, assim como seu velho e os homens
antes dele. Nosso menino vinha de uma longa linha de carpinteiros
ou algo assim. Ele até fez questão de ter portas de vidro que levavam
à varanda, que tinha uma banheira de hidromassagem e um deck
inferior. Ele construiu um espaço com espreguiçadeiras para fazer
fogueiras e assar s'mores; ele sabia o quanto as garotas gostavam disso.
Seria fácil transar aqui, e eu sabia que uma parte dele queria este lugar
apenas por esse motivo.

No entanto, ele ainda construiu um balanço para Mila ao lado


do espaço de fogueira. Era coisa deles. Nosso menino era
completamente dominado, e ele não estava nem aproveitando a
boceta dela.

Idiota do caralho.

—Sinceramente, não sei quem é o pior entre vocês quatro. —


Ouvi Mila dizer enquanto caminhávamos em direção à porta.

Claro, ela foi a primeira a chegar.

Vou te dizer uma coisa, se eu estivesse passando tanto tempo


com uma garota, então é melhor que meu pau estivesse sendo
chupado. Eu não tinha tempo para uma namorada e não queria uma.
Eu tinha visto meus irmãos mais velhos terem o suficiente delas para
saber que eu não queria fazer parte disso.

As obsessões românticas.

As expectativas.

A besteira diária do que elas queriam e precisavam.

Sim, não, obrigado.

Eu tinha dezesseis anos, estava no meu auge, e esses eram os


anos de que precisava para olhar para trás e lembrar que vivi minha
melhor vida. Tive as bolas dentro do maior número de garotas que eu
pude.

Por que eu iria querer me estabelecer e estragar isso?

—Bem... —Leo hesitou. —Depende de para quem você


pergunta. Se você perguntar a alguma mulher nesta região do
Tennessee? Definitivamente sou eu. Agora, se você perguntar aos
caras do colégio adversário, então é Cain, porque todo mundo sabe
que ele fode qualquer coisa que anda.

—Mano. —Cain anunciou, entrando na cabana seguido por


Sawyer e eu logo atrás. —Eu me sinto insultado com isso. Não fodo
as calouras. Elas ficam muito pegajosas para o meu gosto. —Ele
pegou um refrigerante na geladeira.

Sawyer perguntou o que todos estávamos pensando. —E


aquela caloura, Laura, com quem você trepou no mês passado?

Cain era famoso por esquecer nomes de garotas, e eu o tinha


visto levar um tapa na cara por causa disso.

Ele olhou para o teto, estreitando os olhos como se estivesse


pensando em algo. —Laura... hmmm... Laura... —Ele murmurou,
balançando a cabeça. —Não. O nome não me diz nada. Eu não
conheço nenhuma Laura.

—E você acabou de provar meu ponto. —Comentou Leo,


fazendo Mila rir.

—Oh! —Exclamei, agindo como um tonto. —Foda-me na


próxima, Sr. Sabe Tudo. —Pegando o outro controle da mesa de
centro, apertei o botão para solicitar entrada no jogo que Leo estava
jogando.

Ele aprovou meu pedido, acrescentando: —Um cara que ainda


está tentando encontrar seu pau.

Mila engasgou com sua bebida, me fazendo olhar para ela. —


Mila, por que não vamos para o outro quarto e você pode dizer a Leo
como foi fácil encontrar meu pau porque ele é enorme pra caralho.

—Uhhh... posso pensar em cem outras coisas que prefiro fazer


do que ver seu pau.

—Cem? Droga. —Eu zombei. —Meu pau está ofendido.


Pode estar se escondendo agora.

Ela riu; não pôde evitar. Eu era hilário com minha constante
brincadeira espertinha. De todos nós, eu era definitivamente o mais
engraçado e tinha a reputação de provar isso. Era assim que eu
conseguia sexo. Nada funcionava melhor do que fazer uma garota rir.
Elas engoliam essa merda e eu servia isso em uma travessa com meu
pau.

Mila sabia que eu estava brincando com ela, no entanto. Era


assim que sempre a tratávamos, como um dos caras.

—Agora me sinto excluído. —Afirmou Sawyer. —O que eu


sou?
Leo matou mais dois inimigos. —Você é bastante óbvio,
idiota.

—O que isso quer dizer, babaca?

—Isso significa que, em qualquer lugar que formos, todo


mundo conhece você. O destaque da festa, Sawyer. Normalmente
bêbado, fazendo merda e brincando com mais de uma garota por
noite.

Ele resumiu Sawyer com bastante precisão. Eu nunca tinha


visto alguém ser capaz de beber como um gambá e ainda se levantar
para fazer o SATs1. Não apenas fazê-lo, mas ir muito bem. Ele era
muito inteligente, queria ser médico. Eu disse a ele que ele deveria ser
ginecologista porque trabalhar sentindo seios e bocetas o dia todo
parecia um trabalho pelo qual você não precisava ser pago.

—Não posso deixar de gravitar em direção ao centro das


atenções. É natural para mim. Além disso, as meninas se jogam em
mim. Que porra devo fazer, dizer não? Eu não sou um maricas como
você.

—Sawyer! —Leo exclamou. —Eu não posso nem cruzar os


limites do condado em direção a Tullahoma para fazer caminhadas
sem me preocupar se meus pneus serão cortados porque você pensou
que era uma boa ideia transar com irmãs gêmeas.

—Ei! Você disse para eu ir em frente!

—Só se você estivesse pronto para lidar com as consequências.


Merda! —Leo jogou seu controle na mesa de centro. —Seus idiotas,
acabaram de me fazer perder.

1
O SAT é um exame educacional padronizado nos Estados Unidos aplicado a estudantes do ensino médio,
que serve de critério para admissão nas universidades norte-americanas.
Eu balancei minha cabeça, rindo. —Você perdeu porque eu
comecei a jogar e chutei sua bunda. —Inclinando-me para a esquerda,
tentei derrubar seu próximo oponente.

—O fato de vocês jogarem videogame como se ainda


estivéssemos no ensino médio deveria ser o maior problema aqui.

—Jogando videogame? —Cain questionou. —Estamos


salvando o mundo, um jogo de cada vez.

—O quê? —Ela desafiou. —Isso nem sequer faz sentido.

Bati na perna dela com meu joelho. —Faz todo o sentido,


Mila. Estamos nos preparando para a invasão de zumbis.

—Oh meu Deus. Os zumbis não estão invadindo. Sabe de


uma coisa? O único de vocês que posso suportar é o Sawyer.

—Não sei por quê. —Leo respondeu a ela. —No ano passado,
ele dormiu com a única amiga que você tem... ou teve.

Cain defendeu Sawyer. —Ela era gostosa. Além do mais, Mila,


isso foi meio que sua culpa. Dissemos que não era uma boa ideia ter
uma amiga. Você começou a trazê-la, e era apenas uma questão de
tempo antes que um de nós a pegasse.

—Até parece que foi forçada. —Acrescentei.

—Eu odeio todos vocês. —Ela comentou brincando. —Não


tenho amigas por causa da reputação de vocês. Elas não confiam em
mim.

Cain se desculpou um pouco. —Desculpe não lamentar.

Ela respirou fundo, mudando de assunto. —Pelo menos


parece que você está lidando bem com a separação, Cain. Sinto muito
pelos seus pais.
Seu comportamento mudou imediatamente e eu acenei para
ela. —Que jeito de matar o clima, Mila.

—Sinto muito, Cain. Eu não queria...

—Tenho uma ótima ideia. —Leo declarou do nada, trazendo


nossa atenção para ele.

Pude perceber pelo olhar em seus olhos que ele odiava ver
Cain sofrendo; todos nós odiávamos. Era óbvio que ele estava
sofrendo e tentava fazer de conta que não estava.

—Por que sinto que o que você está prestes a dizer mudará
sua vida? —Mila expressou com os olhos arregalados.

—Porque, minha adorável Lala, você sabe que sou mais sábio
do que pareço.

Ele a chamava de Lala desde que éramos crianças. Era o


apelido dele para ela. Não sei por que ele decidiu dar-lhe um nome
que parecia ser de um Poodle, mas tanto faz.

—Você ainda acha que James Bond é uma pessoa real.

—Ele não está pronto para falar sobre Sean Connery, Mila.
Nenhum de nós está. —Explicou Sawyer.

Eu concordei. —É muito cedo.

—Oh meu Deus. Estou cercada de idiotas. Quantas vezes


preciso dizer que Sean Connery é ator? Ele não é James Bond.

Nossos olhos se arregalaram.

—Nunca mais diga isso! —Cain ordenou em tom ofendido.

—Respeite os mortos! —Eu exigi, seguindo seu exemplo.


—Pessoal! —Leo balançou a cabeça. —Eu estava tendo um
momento aqui. Posso continuar?

Nós assentimos enquanto voltávamos nossa atenção para ele.


Ele olhou para nós e sem qualquer hesitação disse as quatro palavras
que mudariam o futuro de nossas vidas. —Vamos fazer um pacto.

Nós olhamos para ele como se ele estivesse louco e eu


perguntei primeiro: —Que tipo de pacto?

—Um para toda a vida. —Observou ele, falando com


convicção. —O Pacto do Playboy.

Cain riu. —Você parece uma garota carente.

Quanto mais eu pensava nisso, mais fazia sentido. Nenhum de


nós tinha planos de se estabelecer, e não via isso mudar tão cedo. Se
Leo pensasse que isso nos manteria próximos e na vida uns dos
outros, então eu seria o primeiro a me inscrever para isso. Eu não
poderia imaginar minha vida sem esses idiotas nela.

—Amigos antes das mulheres. —Leo acenou com a cabeça,


lendo minha mente.

—Caras antes de mentiras. —Disse Sawyer, pensando o


mesmo que eu.

—Masturbar-se antes de pedir uma garota em namoro. —Eu


sorri.

Nossos olhares se voltaram para Cain.

—Paus antes de seios. —Afirmou ele.

—E vamos nos certificar disso. —Leo não vacilou,


acrescentando: —Faremos um pacto para permanecermos solteiros e
nunca nos apaixonarmos.

Eu assinei esse pacto com sangue.


CAPÍTULO 02

Sage

—Parabéns pra você. Nesta data querida. Muitas felicidades.


Muitos anos de vida!

Sorri para meus pais, minha melhor amiga Aspyn e meu irmão
dois anos mais velho, Brady.

—Qual é a sensação de ter dezesseis anos? —Minha mãe


perguntou, entregando-me alguns pratos para que eu pudesse cortar
meu bolo.

Dei de ombros. —É a mesma sensação de ter quinze anos.

Recusei-me a dar uma festa de dezesseis anos 2 como a maioria


dos meus amigos estava dando. Eu não gostava muito de ser o centro
das atenções e tudo que queria era comemorar com minha família e
minha amiga mais próxima. Durante a hora seguinte, fizemos
exatamente isso, até meu irmão sair com seus amigos.

—Você precisa tomar banho e se vestir, Sage.

Revirei os olhos, olhando para ela pelo espelho do meu quarto.


—Eu já disse que não vou.

—E eu já te disse, você vai.

—Aspyn...

2
Assim como a festa de 15 anos na Europa e no Brasil, o sweet 16 é um acontecimento de grande
importância para os norte-americanos. Nos EUA quando um adolescente completa os seus 16 anos, ele já
pode dirigir e ter obrigações legais, o que aqui no Brasil só acontece aos 18 anos. Esse é um dos
significados do sweet sixteen, comemorar a maioridade.
—Eu não quero ouvir isso, Sage! É seu aniversário de
dezesseis anos, e acontece de cair na maior festa do ano! Temos que
ir.

—Não, não temos.

—Sim, temos.

—Aspyn...

—Você é inimiga da diversão?

Revirei meus olhos novamente. Ela sempre foi tão dramática,


mas ainda era minha melhor amiga. Era desde que estávamos no
jardim de infância. Sua cor favorita era rosa, minha cor favorita era
rosa e BAM, melhores amigas instantâneas.

—Eu me divirto. —Apontei para mim mesma. —Na verdade,


sou uma garota muito divertida.

—Sage, nós duas sabemos que você é uma garota muito


divertida. Exceto que eu não vejo essa garota muito divertida desde
que Memphis terminou com você.

Eu olhei para ela, e ela ergueu as mãos em um gesto de


rendição. —Sim, sim, quebrei nossa regra principal. Eu mencionei o
temido ex, mas ele vai estar lá e é seu aniversário! Acho que é a
vingança mais doce você aparecer sexy e gostosa e se divertindo
muito.

—Como você sabe que ele estará lá?

—Porque ele é Memphis e está solteiro agora.

Pensei sobre isso por um segundo.

—Eu sei que você ainda o ama, Sage.


Suspirei profundamente; ela estava certa. Eu não pude evitar.
Tínhamos namorado o ano inteiro e, do nada, ele simplesmente
terminou comigo.

—Sage, você sabe que me importo com você, mas logo vou me formar.
Estou saindo do estado para ir para a faculdade. Não seria certo se eu continuasse
com isso.

Suas palavras de algumas semanas atrás correram de forma


desenfreada em minha mente. Eu pensava que ele também me amava.
Ele disse que sim.

O amor era tão confuso.

—Sabe de uma coisa? Eu acho que você está certa.

—Claro que eu estou certa. Agora... —Ela pulou da cama e


caminhou em direção ao meu guarda-roupa. —A pergunta mais
importante da noite – o que você vai vestir? O queixo dele precisa
cair no chão e se quebrar em um milhão de pedaços e então talvez, só
então, você possa dizer oi para ele.

Eu ri. Eu a amo.

Enquanto eu estava no banho, ela escolheu minha roupa. Um


top creme com um short jeans que poderia ser um pouco curto
demais para mim agora. Pegando minhas botas caramelo de salto de
cinco centímetros, ela terminou meu visual com um chapéu Boho de
palha.

Dei uma olhada em mim mesma no espelho de corpo inteiro.


—Aspyn, meu pai não vai me deixar sair de casa usando isso.

Ela sorriu maliciosamente para mim. —É por isso que você


vai sair de casa vestindo isso. —Ela me entregou um vestido de verão
amarelo simples.

—Entendi o que você fez... —Balancei a cabeça. —Inteligente.


—Eu sei, não é? Estou muito orgulhosa de mim mesma por
isso.

Puxei meu short um pouco para baixo. —Eu me sinto meio


pelada.

—Esse é o ponto principal. Estamos buscando efeitos de


coração no chão aqui, Sage. Memphis precisa imaginar você nua
quando te ver.

Eu me virei, olhando para as minhas nádegas que estavam


ligeiramente saindo da barra do short. —Ele não terá que se esforçar
muito.

Ela riu, balançando a cabeça para mim pelo espelho. —Confie


em mim. Sei o que estou fazendo.

Aspyn era líder de torcida do time do colégio e uma das garotas


mais populares de nossa escola em Tullahoma, Tennessee. Sem
mencionar que minha melhor amiga era incrivelmente deslumbrante.
Ela nunca deixou isso subir à sua cabeça, sempre sendo gentil e
humilde. Os rapazes simplesmente gravitavam em sua direção. Não
importava a escola que frequentavam, garotos da cidade vizinha
dirigiam até aqui para levá-la a um encontro.

Às vezes, essas festas tinham uma mistura de algumas escolas


diferentes se encontrando umas com as outras. Essas cidades eram
pequenas, então tínhamos que encontrar algo para fazer. Se não era a
floresta, então era a casa de alguém.

Decidimos deixar meu cabelo loiro escuro natural solto,


adicionando cachos suaves nas pontas para dar mais volume e textura.
Tenho certeza que ela borrifou metade do frasco da minha loção
corporal de algodão doce em cima de mim, cobrindo-me da cabeça
aos pés com o perfume favorito de Memphis.
A seguir foi minha maquiagem. Aspyn aplicou meu brilho
labial de cereja e esfumaçou um pouco meus olhos verdes também.
Eu não era muito de maquiagem; no entanto, dado o motivo pelo
qual estávamos indo, achei melhor ir com tudo. Eu não falava com
Memphis desde que ele terminou comigo, duas semanas atrás. Eu o
estava evitando na escola e, como ele era um veterano e eu estava no
segundo ano, nossos caminhos não se cruzavam muito.

Ela terminou meus olhos, adicionando rímel preto aos meus


cílios claros. Juro que quando me olhei no espelho não me reconheci.

Inspecionando seu trabalho prático, Aspyn declarou: —Cara,


se eu mudasse de time, estaria totalmente a fim de você.

Eu ri e ela piscou para mim através do espelho.

—Agora, preciso encontrar minha roupa.

—Você poderia usar um saco de lixo, e os caras ainda achariam


que você é a garota mais gostosa da festa.

—Isso é um exagero enorme, mas vou aceitá-lo.

—Aspyn, sério. Você sabe que é a verdade.

—Quantas vezes eu tenho que dizer a você que não é minha


aparência, mas é a confiança que carrego? Você apenas tem que
possuí-la. É por isso que os caras gostam de mim, Sage.

Eu balancei a cabeça; era verdade. —Preciso que você me


ensine seus caminhos.

—Mas o jeito tímido que você tem funciona muito bem para
você. Por que consertar se não está ruim?

—Porque esta noite, eu quero ser você. Não quero ser a Sage
tímida. Eu quero ser a Aspyn confiante. Quero que Memphis se
arrependa de ter terminado comigo, e quero que ele diga isso na
minha cara.

—Isso é pedir muito, Sage. Memphis é um jogador. Ele não


vai dizer isso para você.

—Ele foi um jogador antes de mim.

Ela encolheu os ombros. —Uma vez jogador, sempre jogador.


Eu quero que você se vingue dele esta noite. Não tente voltar com
ele. É isso que você está tentando fazer?

—Não sei. Não posso evitar o que sinto. Eu o amo.

Ela balançou a cabeça. —É por isso que continuo solteira e


nunca quero ter um relacionamento. Não me importa o quanto o cara
é bonito.

O pai de Aspyn traiu sua mãe quando ela tinha doze anos. Na
verdade, foi ela quem os pegou e também quem contou à mãe. Ela
nunca se recuperou disso.

Ela passou os vinte minutos seguintes me dando orientações


sobre como agir de forma sexy e confiante.

—Ok! —Ela exclamou. —Vamos precisar de uma estratégia.

—Uma estratégia?

—Um alvo.

Eu a encarei, ainda sem entender.

—Precisamos encontrar um cara para você. Alguém com


quem você possa flertar para deixar Memphis com ciúmes.

—Ohhhhh... inteligente.
—Eu sei, eu sou um gênio. Além disso, você pode praticar
com ele os movimentos que acabei de lhe ensinar. Será bom para você
ensaiar.

—Certo. —Balancei a cabeça, tentando agir toda confiante


quando eu estava surtando internamente.

Eu? Ser sexy? Claro que sim...

Eu fiz beicinho e estreitei os olhos, tentando olhar para ela do


jeito que ela tinha acabado de me ensinar.

—Jesus, você está tendo uma convulsão?

—Não, estou imitando a expressão que você me mostrou.

—Sage, parece que você está segurando um peido.

Eu ri, achando o humor imaturo engraçado. Provavelmente


porque eu tinha um irmão mais velho que era muito imaturo.
Enquanto Aspyn se vestia e se preparava, pratiquei meu rosto sexy e
confiante no espelho e as poses que ela me ensinou. Não demorou
muito para que estivéssemos em seu carro, dirigindo em direção à
festa. Eu estaria mentindo se dissesse que não estava nervosa. Eu
estava suando muito e fiquei grata por ter passado desodorante extra.
Depois que troquei minhas roupas de volta para o traje mais reduzido,
percebi que o tempo estava passando em um ritmo rápido e
estávamos quase na festa.

—Eu digo algo para ele quando o vir?

—Absolutamente não. Você precisa ignorá-lo completamente.

—Ummm... não sei se posso fazer isso.

—Não preocupe sua linda cabecinha, vou encontrar o cara


mais gostoso para você paquerar, e você nem vai pensar em Memphis.

—Aspyn...
Ela pisou no freio, fazendo meu corpo ser lançado para frente.
Segundos depois, ouvi uma voz masculina gritar: —É por isso que
garotas não devem dirigir!

Ashton

A última palavra mal saiu da minha boca antes de uma garota


que não devia ter um metro e meio disparar para fora do banco do
motorista de seu carro.

—Desculpe?! —Ela rosnou, me lembrando um chihuahua.


Muito latido e nenhuma mordida.

—Oh merda. —Eu ouvi sua amiga murmurar do banco do


passageiro, correndo atrás de sua amiga.

A primeira coisa que notei foi como ela era bonita, saindo
correndo do carro para ajudar a amiga.

—Eu posso dirigir perfeitamente bem! —A garota na minha


frente retrucou, trazendo minha atenção de volta para ela. —É
quando caras com cortes de cabelo babacas passam na minha frente
que fica um pouco difícil.

—Talvez se você aprendesse a observar para onde está


dirigindo em vez de se olhar no espelho retrovisor, você quase não
me atropelaria.

—Seu idiota sexista!

—Oh, nós não somos sexistas. —Sawyer entrou na conversa.


—Nós amamos garotas. Só não quando elas tentam nos matar.
Seus olhos se voltaram para Sawyer. —Desculpe, não me
lembro de pedir sua opinião.

—Você não fez isso. —Sawyer sorriu, piscando para ela. —Eu
dei a você de qualquer maneira.

Ela recuou, não apreciando a resposta dele.

—E se estamos sendo técnicos, você tem que parar para os


pedestres, como você pode ver. —Ele gesticulou para a faixa de
pedestres.

Veja... esperta pra caralho.

—E o que é você? O monitor de travessia do seu grupo?

—Eu prefiro coordenador de tráfego.

Eu zombei com uma risada, ouvindo a resposta de Sawyer para


a garota que estava fazendo tempestade em um copo d'água. —
Ninguém vai se certificar de que estou vivo? Eu é que quase fui
esmagado no estilo Velozes e Furiosos.

—Sexista e dramático. Que atraente. —Disse a garota bonita


com o chapéu de aparência estúpida.

—Cain! —Eu sorri, nunca tirando meus olhos dela. —Alguém


chame uma ambulância porque acho que estou vendo a luz.

—Essa frase cafona realmente funciona?

—Você me diz?

Ela olhou para o chão, corando enquanto Sawyer e sua amiga


cabeça quente continuavam a discutir, indo e voltando.

—Que tal você pegar uma bebida para mim, já que sua amiga
tentou me atropelar?
—Uh... —Ela olhou de um lado para o outro entre ela e
Sawyer, que ainda estavam discutindo como cão e gato. —Acho que
posso fazer isso.

Cain me deu um tapa no peito, sussurrando em meu ouvido:


—Só você pegaria uma garota durante uma experiência de quase
morte.

Eu olhei para ele e agarrei a mão da garota bonita, pegando-a


de surpresa.

—Você está segurando minha mão porque...

—De que outra forma eu deveria atravessar a rua? Quero


dizer, com motoristas como sua amiga e tudo.

—Eu ouvi isso! —Sua amiga gritou.

—Não dê ouvidos a ele. Você precisa me ouvir. —Sawyer


ordenou.

—Quem diabos você pensa que é? Eu não preciso ouvir você!

—Depois dessa... —Eu não esperei pela resposta de sua amiga


às demandas de Sawyer, caminhando em direção ao quintal. —
Vamos.

Apesar de não morar nesta cidade ou frequentar sua escola, já


tínhamos ido a festas nesta casa antes. O time de futebol da nossa
escola jogava contra o deles todos os anos, e esse cara era famoso por
suas festas. Assim que chegamos ao barril, soltei a mão dela e coloquei
nossas bebidas em copos vermelhos.

Entregando-o em sua mão, ela perguntou sarcasticamente em


um tom que reconheci claramente: —Então, essas são suas
estratégias?

Ela me queria.
Eu sorri, tomando um gole da minha cerveja. —Minhas
estratégias?

—Sim, suas estratégias. Eu sei que você tem pelo menos uma.

Eu sorri novamente, zombando com uma risada desta vez. —


Acho que estou ofendido.

—Isso significa que deixei uma impressão duradoura?

—Você quer deixar uma impressão duradoura?

—Depende.

—De?

—Se você me impressiona ou não com a sua. —Ela arqueou


uma sobrancelha. —Grande estratégia.

Ela está falando sobre meu pau?

Eu sorri. Meu tipo favorito de garota era aquela que poderia


ter uma conversa espirituosa comigo. Eu ficava entediado facilmente.
—Qual o seu nome?

—Sage.

—Oh... —Eu astutamente assenti. —Então você vai ser uma


stripper?

Ela ofegou. —Não. O que te faz pensar que vou ser uma
stripper?

—Além de suas pernas longuíssimas? Seu nome soa como um


nome artístico.

Eu estava provocando-a; garotas gostavam disso em mim. Isso


remontava à escola primária e àquele velho ditado: —Ele só é mau com
você porque gosta de você.
Aprendi a arte de provocar ainda muito jovem e o quanto as
meninas realmente gostavam disso. Isso não mudava conforme elas
ficavam mais velhas – elas gostavam da perseguição.

—Por que você está tão ofendida? —Eu me fiz de tímido. —


O que há de errado com strippers?

—Não há nada de errado com strippers. Eu gosto de strippers.

Agora isso chamou minha atenção...

Direto ao meu pau. Ela estava se referindo ao meu pau antes.


Provando uma coisa para a noite.

Eu iria colocá-la sentada no meu rosto.


CAPÍTULO 03

Sage

—Então, qual é o seu nome?

Ele estendeu a mão. —Eu sou Ashton.

Eu sorri, sacudindo-a. —Acho que nunca conheci um Ashton.

—O que posso dizer? Eu sou único.

Eu arqueei uma sobrancelha. —Você é um problema. Isso é o


que você é.

Eu geralmente era bastante tímida perto de caras novos, mas


esta noite eu não era a Sage tímida.

Eu era a Sage confiante.

A Sage sexy.

Basicamente, eu era Aspyn.

Sentindo-me determinada, inclinei-me contra a grade,


evidenciando meu peito enquanto ele observava cada movimento
meu. Seu olhar rapidamente se tornou predatório e eu poderia dizer
que ele apreciava a vista, mas isso acabou antes mesmo de começar.
Minha mão escorregou e quase caí para trás na piscina.

Rapidamente, ele me agarrou pela cintura, puxando-me contra


seu peito forte e musculoso.

Ele malhava?
Eu ofeguei levemente, e o cheiro do meu brilho labial de cereja
preencheu o pequeno espaço entre nós.

Meus olhos seguiram o movimento de sua língua enquanto ele


lambia os lábios, fazendo-me sentir quente e confusa. Eu nunca havia
conhecido ninguém que tivesse um efeito instantâneo sobre mim
como esse cara.

O que era isso?

Minha boca se abriu, de repente me sentindo tímida


novamente. —Eu... eu... eu... —Eu não terminei minha frase. Pelo
canto dos olhos, reconheci a pessoa do outro lado da piscina. Ashton
seguiu o movimento do meu olhar e seus olhos pousaram diretamente
na pessoa que eu não esperava ver tão cedo.

Memphis.

Ele estava nos encarando fixamente, e eu não pude deixar de


sentir uma sensação de confiança com isso.

—É o seu namorado?

—Não mais.

Memphis e eu nos olhamos.

—Você está me usando para deixá-lo com ciúmes?

Essa pergunta chamou minha atenção de volta para Ashton;


eu ainda estava em seus braços. —Não fui eu quem disse que eu lhe
devia uma bebida.

—Você não respondeu minha pergunta. Você está tentando


deixá-lo com ciúmes?

—Pode ser.
Ele sorriu, ele realmente sorriu. A expressão em seu rosto foi
direto para o centro da minha barriga, fazendo-a vibrar.

—Incline-se contra mim.

—O quê?

—Se você quiser dar um show a ele, então se apoie contra


mim.

—Ohhh... —Eu fiz o que me foi dito. —Assim?

—Sim, mas tente não parecer que estou sequestrando você.

Eu ri, relaxando em seus braços fortes. Em menos de um


segundo, ele agarrou minha bunda e me sentou no parapeito,
colocando seu corpo entre minhas pernas.

—Que tal isso para minha grande estratégia?

—É melhor que seja o seu celular que está me espetando,


Ashton.

Ele se inclinou perto da minha boca e eu resisti à vontade de


suspirar.

—Você pode chamá-lo do que quiser. —Ele murmurou em


um tom rouco, me fazendo engolir o nó na garganta.

Não havia como conter o que eu estava pensando. Eu soltei:


—Você está fazendo isso para me ajudar a deixá-lo com ciúmes ou
porque você gosta de mim?

—Por que as meninas sempre têm que colocar um rótulo em


tudo? Por que você não pode simplesmente viver o momento?

—E que momento seria este?


Sua boca não tinha se afastado da minha. —A primeira vez que
eu te beijar.

Não tive a chance de responder quando seus lábios


suavemente beijaram os meus, e foi o beijo mais doce que eu já havia
experimentado. Ele abriu lentamente a boca e eu segui seu exemplo.
A língua de Ashton mal tocou a minha quando ouvi uma voz atrás de
nós dizer: —Feliz aniversário, Sage.

Ashton não se moveu, nem parou. Ele simplesmente agarrou


o canto do meu pescoço e me beijou mais profundamente, mais forte,
como se ele não tivesse ouvido Memphis, fazendo com que um
gemido inebriante escapasse da minha garganta.

Esse cara era surreal...

—Sage. —Exclamou Memphis. —O que diabos é isso?

Ashton deslizou sua língua na minha boca mais uma vez antes
de beijar suavemente meus lábios. A expressão em seu rosto era a
mais arrogante que eu já havia visto em alguém. Ele não me soltou,
ele simplesmente girou a cabeça como se Memphis não importasse, e
ele não se sentisse nem um pouco intimidado por ele, o que era raro.

Memphis tinha uma presença forte. Ninguém se metia com


ele.

Nunca.

—Com licença, idiota, você está beijando minha namorada.

Eu me afastei. A audácia desse cara. —Ex namorada.

—Nós não terminamos, e você sabe disso.

Eu ia dizer a ele exatamente o que eu estava pensando, mas


Ashton me cortou. —O gosto da língua dela na minha boca diz algo
diferente.
Meu olhar encontrou o de Ashton.

Por que ele estava arrumando confusão por mim? O que ele ganhava com
isso? Eles tinham alguma história? Não poderia ser só por minha causa, certo?

Eu estava mais confusa do que antes dessa festa.

Caras são tão estranhos.

Meu olhar confuso voltou para Memphis. —Você terminou


comigo, lembra?

—E daí? Você é minha garota, e todo mundo nesta cidade sabe


disso, então você não deve ser daqui, seu idiota, porque Sage é
comprometida.

—Porra, Ashton. —Seu amigo que estava discutindo com


Aspyn antes veio até nós. —Você tem que criar problemas em todos
os lugares que vamos?

—Oh, então esta é sua grande estratégia? —Murmurei baixo o


suficiente para apenas Ashton me ouvir.

—Eu acho que tenho uma queda por donzelas em apuros.

Eu arqueei uma sobrancelha. O que eu posso dizer sobre isso? —E


você está disposto a lutar contra o dragão cuspidor de fogo que você
acabou de acordar?

—Por você? Definitivamente.

Eu abri minha boca para responder, mas um soco acertando


Ashton no rosto me derrubou de seus braços e me jogou no chão. Eu
bati com um baque duro.

—Sage! —Aspyn veio correndo em minha direção, caindo de


joelhos na minha frente.
—Que porra, cara?! Quem dá um soco em alguém quando há
uma garota em seus braços? —Ashton pegou minha mão. —Você
está bem?

Eu balancei a cabeça, agarrando a mão dele. Memphis não


permitiu, e empurrou a mão de Ashton.

—Qual é o seu problema?

Ashton não recuou, ficando cara a cara com Memphis. —Você.


Você é meu problema.

Seu amigo interveio, empurrando-o de volta. —Mano, não


vale a pena. Vamos.

O olhar de Ashton se fixou no meu. —Você vem?

—Sinto muito, Sage. Eu não achei que ele fosse deixar você
cair.

—Você não achou que eu a deixaria cair? Você é um idiota do


caralho? Ela estava em meus braços e você, como o maricas que é,
me deu um soco. O que diabos você achou que eu ia fazer, voar?!

Nunca esperei o que aconteceu a seguir.

Não.

Nunca.
Ashton

Sawyer me segurou firme e no lugar como o bom amigo que


ele era. Este idiota precisava ser colocado em seu lugar. Eu odiava
aquele cara. Ele tinha ido a muitas festas em nossa cidade no ano
passado. Eu não sabia que ele tinha namorada pela maneira como ele
fodia por aí. Seu pau era um marco para as garotas simplesmente
pularem.

Não que os meninos e eu fôssemos diferentes, mas não


tínhamos nenhum compromisso com ninguém. Eu podia ser muitas
coisas; no entanto, eu não era um traidor. Especialmente se eu tivesse
uma garota bonita como Sage para enfiar as bolas profundamente.

—Cara, vamos. Agora!

—Sim, ouça seu amigo bundão, e vá embora com seus paus


enfiados entre as pernas.

Sawyer se virou bruscamente. —Quem você está chamando


de bundão? Estou tentando salvar você. —Ele apontou para
Memphis. —Não ele. Ashton sabe lutar, idiota. Ele varreria o chão
com suas bolas, então ou você vai embora ou ele vai te mostrar o que
pode fazer com os punhos.

—EU VOU MATAR VOCÊ, PORRA!

Todos os olhos se voltaram para a varanda do andar de cima.


Foi só então que percebi que havíamos atraído uma multidão. Cain
estava saindo correndo com sua calça jeans em torno dos tornozelos,
seu pau saltando enquanto ele puxava a cueca.

—Cain? —Sawyer gritou, e seu olhar em pânico nos encontrou


abaixo dele.
—Nós temos que ir! Temos que ir! Abortar! Abortar! Código
azul, porra!

—O quê? —Eu exasperei, balançando minha cabeça.

—Eu disse código azul, porra! Você sabe o que significa o


código azul, Ashton! O marido dela apareceu!

Todos nós assistimos incrédulos quando Cain puxou sua calça


jeans e saltou para fora da varanda, descendo pela lateral da casa sobre
as venezianas.

—Marido? —Sawyer olhou para mim.

Nem mesmo um segundo depois, vimos um filho da puta


grande correr atrás dele, pronto para matar.

—Oh merda... —Eu disse – ele era enorme.

—Por que diabos vocês ainda estão parados aí?! Temos que ir!
Eu fodi tudo! Eu fodi tudo! Vá buscar a caminhonete! Temos um
executor!

—Oh. Meu. Deus. —Sage vomitou, olhando apenas para mim.


—É isso que vocês fazem? Apenas causam problemas aonde quer
que vocês vão?

—Como você já está fazendo sexo com alguém? —Sawyer


repreendeu. —Acabamos de chegar aqui.

—Eu vou te contar na porra da caminhonete! Agora vá pegá-


la!

O marido correu de volta para dentro, e eu percebi que


tínhamos menos de um minuto para dar o fora de lá.

—Como eu sou o único que não enfiou o pau ou a língua em


alguém comprometido. —Sawyer olhou em volta. —Alguém quer
ficar comigo antes de sairmos? Na verdade... —Ele olhou para a
amiga de Sage. —Por que você não coloca sua língua na minha boca,
para que eu não me sinta excluído?

Cain caiu de bunda, mas se recuperou rapidamente e veio até


nós. —Abortar! Vai! Vai! Vai!

Ele agarrou nossos braços, mas eu não me movi enquanto meu


olhar permanecia em Sage esperando ela vir conosco.

—Cara! —Cain agarrou meu rosto. —Eu sei que você está
tentando ser romântico e tirar uma comédia romântica dessa merda,
mas estou literalmente prestes a levar uma surra. Podemos ir, por
favor?

A expressão solene no rosto de Sage me disse que ela não viria


conosco e, por algum motivo, me incomodou que ela iria ficar com
esse cara de merda que a traiu o tempo todo.

Eu ia contar a ela. —Ele fod...

—Seu filho da puta! —O marido enorme gritou,


interrompendo-me, correndo para fora de casa como um javali.

—Pai! —O cara que deu a festa o chamou, caminhando até a


cena do crime que Cain havia cometido.

Maldito Cain.

Já era para sempre voltar a esta casa novamente.

Tudo o que me restou fazer foi dizer a Sage: —Feliz


aniversário. —E saímos de lá como se fôssemos o maldito Scooby
Doo.

Sawyer deve ter decolado em algum momento porque sua


caminhonete apareceu e ele nem mesmo diminuiu a velocidade.
Pulamos na parte de trás de seu Chevy e ele pisou no acelerador. Eu
não pude evitar. Eu me virei e fixei os olhos em Sage enquanto ela
nos observava sair correndo dali.

Nossos olhos nunca se desviaram um do outro, e pela primeira


e não a última vez em minha vida, eu lamentei pelo que poderia ter
acontecido. Eu não a veria novamente até anos depois, e até então.

Tudo mudou.

Tudo.

Exceto...

Meus sentimentos por ela.


CAPÍTULO 04

Sage

Eu os observei indo embora e fiquei triste.

Eu deveria ter ido com ele? Por que parecia que eu tinha cometido um
erro?

Eu nem sequer consegui pegar o número dele. Eu nunca o


veria novamente.

—Baby, me desculpe. —Memphis expressou, trazendo meu


olhar atribulado de volta para ele. —Você está bem?

—Sim, eu estou bem.

Ele acariciou o lado do meu rosto. —Você com certeza está.

Este era Memphis, sempre o encantador. Foi o que me fez


apaixonar por ele. Seu comportamento charmoso e brincadeiras
funcionavam como mágica cada vez que ele usava seus flertes
sedutores comigo.

Embora, desta vez, eles não tivessem o mesmo efeito de antes.

Era por causa de Ashton? Como ele poderia me impactar assim quando
eu tinha acabado de conhecê-lo?

—Você se vestiu para mim?

Eu concordei. Era verdade, eu me vesti.

—Sage. —Aspyn olhou para Memphis. —Talvez devêssemos


ir?
—Que tal você ir embora, para que eu possa ficar sozinho com
Sage em seu aniversário de dezesseis anos?

—Ou... —Ela acentuou, inclinando a cabeça para ele com o


dedo médio no queixo em um gesto sarcástico. —Que tal você comer
merda e morrer?

—Aspyn...

—Oh, vamos, Sage. Você não vai cair na conversa dele de


novo? Ele só quer você porque outra pessoa estava interessada.

—Aspyn, por que você não deixa Sage tomar suas próprias
decisões? Notícia de última hora, você não é a mãe dela.

—Notícia de última hora, você não é o namorado dela. Você


terminou com ela.

—E eu me arrependi todos os dias desde então.

Ela zombou com uma risada sarcástica. —Onde você estava


esta noite então? Quando todo mundo que a ama estava cantando
seus parabéns, hein?

—Eu estava comprando o presente dela. —Ele puxou uma


pequena caixa embrulhada de dentro de sua jaqueta, e ela olhou para
ele com ceticismo. —Agora, você vai nos deixar em paz?

Ainda não convencida, ela olhou fixamente para mim. —Eu


farei o que você quiser, Sage.

Eu olhei entre eles por alguns momentos até que respondi: —


Estou bem. Nos encontraremos mais tarde, certo?

Ela suspirou relutantemente, não feliz com a minha resposta.


—Eu estou com meu telefone. Me mande uma mensagem quando
estiver pronta para sair.
Com isso, ela saiu, me deixando sozinha com o cara a quem eu
havia me referido como inimigo apenas algumas horas antes.

—Vamos, vamos pegar uma bebida para você, aniversariante.


—Ele agarrou minha mão e liderou o caminho para dentro.

Pensei em Ashton o tempo todo.

O que ele ia me dizer?

Eu mal conseguia acompanhar os passos de Memphis; ele


estava andando muito rápido por algum motivo ou outro. Finalmente,
depois do que pareceu uma eternidade de ter que passar através da
multidão de pessoas nesta festa, nós chegamos à tigela de ponche.
Fiquei impressionada com o fato de um dos amigos de Ashton fazer
sexo com a mãe desta casa, e não sermos expulsos.

Que tipo de família era essa?

Eu afastei o pensamento, pegando a bebida que Memphis me


entregou. Não tive que ouvir duas vezes, eu bebi o copo inteiro.
Querendo esquecer o garoto estúpido que só gostava de fazer o papel
de herói da noite.

—Eu acho que tenho uma queda por donzelas em apuros.

—Sage, eu realmente sinto muito. Você está bem?

—Talvez você devesse ter pensado em mim antes de bater


nele?

—Ele deveria ter pensado melhor antes de colocar as mãos no


que é meu.

—Eu não sou sua, Memphis. Você terminou comigo, lembra?

—Você sabe que eu não quis dizer isso, Sage. Você sabe que
sou louco por você, mas o que devo fazer? Vou sair do estado e ir
para a faculdade durante os próximos quatro anos. Você sabe que
meu pai quer que eu vá para a faculdade de direito. Eu tenho que
continuar com o nome da família.

Memphis vinha de uma das famílias mais ricas de nossa cidade.


Eles vieram de uma longa linha de advogados ricos e bem-sucedidos.
Certa vez, ouvi seu pai dizer em um telefonema que cobrava mil
dólares por hora. Sua família sempre foi simpática comigo na maior
parte do tempo. Sua mãe parecia solitária, no entanto.

—Sim, tanto faz.

Servi-me de outra bebida e depois outra. Eu não bebia com


frequência e era definitivamente o que você chamaria de peso leve.
As coisas começaram a ficar um pouco confusas depois da última
bebida, e eu estava começando a me sentir melhor com a noite inteira
em geral.

—Sua amiga vadia vestiu você?

—Não fale sobre Aspyn dessa forma. Ela é a coisa mais


distante disso.

Era verdade. Ela era exigente e tinha padrões elevados. Ela


nunca teve namorado e também não se interessou por nenhum. Ela
era totalmente independente, e eu admirava isso nela.

—Por que ela não gosta de mim? Eu nunca fiz nada para ela
me tratar do jeito que ela trata.

—Ela está apenas sendo protetora em relação a mim. Não tem


nada a ver com você.

—Ela sabe que eu te amo, Sage.

—Você sabe, Memphis?

Ele afastou o cabelo do meu rosto. —Claro que sei. Você é


minha garota. —Inclinando-se, ele me beijou.
Normalmente, eu ficaria com os joelhos bambos por causa dos
lábios de Memphis nos meus. Ele tinha o melhor beijo.

Bem, não mais. Ashton.

Ele não tinha o gosto dele.

Ele não tinha o cheiro dele.

Ele não me causava a mesma sensação que ele.

Pare de pensar nele, Sage. Ele se foi. Você nunca mais vai vê-lo.

—Senti sua falta, baby. —Memphis sussurrou entre beijos. —


Vamos, quero lhe mostrar o seu presente.

Eu me servi de outra bebida e terminei-a quando estávamos


do lado de fora, caminhando pela floresta.

—Onde estamos indo?

—É uma surpresa, aniversariante. Agora. —Ele agarrou o


copo das minhas mãos e o colocou na grama. Bloqueando meus olhos
por trás de mim, ele ordenou: —Feche os olhos.

Não considerei a gravidade do que ele estava sugerindo até que


já estávamos sozinhos e diante de sua surpresa. Ele afastou as mãos e
eu abri os olhos.

—Uau... —Foi tudo o que consegui expressar.

Gradualmente, olhei em volta para a carroceria de sua


caminhonete, que estava estacionada perto de um rio. A lua cheia
estava brilhando acima de nossas cabeças, acentuando a cama
improvisada que ele havia feito para nós. Eu cambaleei um pouco
para trás e foi só então que percebi o quão bêbada eu realmente
estava. O álcool correndo em minhas veias tornou mais fácil segui-lo.

—Você é tão linda, Sage.


Ele me ajudou a subir na cama de seu Ford. Tudo aconteceu
muito rápido... Num minuto estávamos nos beijando, e no próximo
eu estava praticamente nua embaixo dele. Eu estava ali deitada apenas
com a calcinha, sentindo-me completamente exposta a ele enquanto
ele observava cada curva do meu corpo.

—Como eu tive tanta sorte? —Ele admirou e agarrou meu


queixo para me fazer olhar em seus olhos.

Ele me beijou e, desta vez, foi mais urgente e exigente. Eu fui


com ele e, lentamente, sua mão encontrou a borda da minha calcinha.

—Memphis.

—Você não quer isso?

—Isso?

—Eu, Sage. Quero você. Já esperei tempo suficiente, não


acha?

Já tínhamos brincado antes, na maioria das vezes eu dando


prazer a Memphis com a minha boca, mas nunca tínhamos feito sexo.
Chegamos perto algumas vezes e eu sempre o fazia parar.

—Você não me quer?

Eu queria? Eu acho que sim...

—Veja tudo que eu fiz por você. Deixe-me terminar de lhe dar
o seu presente.

Quer dizer, eu já estava aqui. Eu o amava. Pelo menos eu


pensava que sim. —Você tem camisinha?

—Claro. Não se preocupe, eu vou cuidar de você, baby.

Eu deixei o desejo assumir o controle, ouvindo-o murmurar


sobre a camisinha enquanto a colocava.
—Quer que eu ajude?

—Não, eu consegui.

Quando ele terminou, beijou meu corpo e encontrou minha


boca novamente. Posicionando-se em cima de mim, ele se apoiou nos
cotovelos com minhas pernas abertas. Seu pau cutucou minha
entrada, e ele lenta e cuidadosamente abriu caminho dentro de mim.
A dor e o desconforto que senti eram quase insuportáveis. Não
parecia com nada que eu tivesse visto em filmes ou lido em livros.

—Jesus, baby, você é tão apertada.

Ele inclinou minha perna um pouco mais para cima e


empurrou até o fim. Eu queria gritar, mas não gritei.

Ele deve ter notado. —Ah, merda. Achei que seria mais fácil
se eu apenas empurrasse tudo. Você está bem?

—Mmm hmm. —Eu respondi, querendo esconder a dor que


eu tinha certeza que era evidente em meu rosto.

Ele começou a se mover, lentamente no início, e eu podia


sentir a umidade enquanto ele entrava e saía.

Não houve fogos de artifício. O desconforto não diminuiu.


Para tentar me distrair da dor, comecei a contar as estrelas.

Uma.

Quinze.

Trinta e cinco.

Eu deveria sentir tanto calor?

Sessenta.

Oitenta e cinco.
Eu não queria fazer nenhum barulho ou movimento. Eu
queria que isso acabasse e mergulhar em um banho para aliviar a dor
que eu sabia que iria sentir. Seus movimentos se tornaram mais
rápidos e fortes, e eu senti como se ele estivesse me rasgando.

Era para queimar tanto assim?

Seu pau não era tão grande.

Eu soube em poucos minutos que algo não estava certo.


Apenas pensei que era a dor de perder a virgindade. O que começou
como uma sensação desconfortável de formigamento, escalou para
uma dor aguda e ardente, como se ele tivesse mergulhado seu pau em
um maldito jalapeño antes de empurrar dentro de mim.

—Oh meu Deus. —Eu gemi como se estivesse pegando fogo.

—Eu sei. É tão bom, não é?

—O quê? —Eu balancei minha cabeça freneticamente,


incapaz de controlar meu corpo. —Não! Estou queimando!

—Eu sei, eu também... oh porra... —Ele parou abruptamente


e tremeu em cima de mim, seu peito convulsionando por alguns
momentos. —Isso foi incrível. —Ele afirmou com voz rouca,
beijando todo o meu rosto.

Eu o empurrei para longe; a última coisa que eu queria era que


ele me tocasse agora. Eu estava literalmente queimando de dentro
para fora. —Não! Saia, saia! Estou realmente queimando!

—O quê?

Eu não liguei para ele. A única coisa que importava era tentar
aliviar essa sensação que estava piorando a ponto de não ter mais
volta.

Que porra é essa?


Eu o empurrei e não pensei duas vezes sobre isso. Levantei-
me e comecei a correr ao redor da carroceria de sua caminhonete
como se eu fosse um bombeiro e precisasse parar, deitar e rolar 3. Eu
tentei desesperadamente me abanar.

—Você me transmitiu uma DST?!

—O quê! Não! Meu pau está limpo.

Não diminuindo meu ritmo, corri mais rápido, tentando me


unir com a brisa. —Por que estou achando isso extremamente difícil
de acreditar neste momento, Memphis? Parece que minha boceta foi
tocada pelas chamas de Hades!

—Você está exagerando, Sage. É só porque rompi seu hímen.


Eu sou grande, então ia doer, baby.

Abruptamente, eu parei. —Oh, por favor! Não se iluda.


Grande não é o que eu diria. —Eu olhei para minha boceta em
chamas. —Memphis! Você me causou uma erupção cutânea!

—Ah, merda...

—Oh meu Deus! O que você quer dizer com 'Ah, merda!' Por
que estou com erupção cutânea?!

—Baby... eu não sei. Eu...

Peguei meu celular na parte de trás da caminhonete e liguei


para a primeira pessoa que veio à mente.

—Sage...

—ASPYN! Minha boceta está pegando fogo!

—Desculpe, o quê?

3
Parar, deitar e rolar é uma técnica simples de segurança contra incêndio ensinada a crianças, pessoal de
serviços de emergência e trabalhadores industriais como um componente do treinamento em saúde e
segurança na América do Norte.
—Onde você está? Acho que tenho que ir ao pronto-socorro!
Acho que havia Icy Hot4 no preservativo!

—Preservativo? O quê? Você fez sexo?

—Podemos falar sobre isso mais tarde, por favor?! Você não
ouviu o que eu acabei de dizer! Acho que Satanás está nos meus
lábios!

—Oh... eu já ouvi falar sobre isso antes. Aconteceu com uma


das garotas da equipe.

—O quê? Jesus, Aspyn, o quê?! Vou ter que sentar no gelo?

—Oh, ummm... acho que você é alérgica a látex.

Meu rosto ficou lívido. —O quê? Isso existe?

—Acho que sim, de acordo com sua boceta. Onde está você?
Eu vou até você.

—Não sei. Estou na floresta. Vou pular no rio!

—Mande sua localização. Estou a caminho.

Eu desliguei e fiz exatamente isso antes de sair correndo como


um morcego do inferno e ir para o rio. Juro que vi vapor sair da água
no momento em que afundei.

—Ummm...

Eu encarei Memphis, que estava com a mão atrás da cabeça,


olhando para mim como se de repente tivesse crescido dez cabeças
em mim.

—Há algo que eu possa fazer?

4
Icy Hot é um medicamento que em contato com a pele, provoca o resfriamento do local com posterior
aquecimento e consequente diminuição da dor.
—Não, acho que você já fez o suficiente!

Ele não disse nada depois disso. A água ajudou um pouco, mas
não o suficiente.

Deus, por que isso tinha que acontecer comigo?

Eu não tive tempo para contemplar isso mais porque o carro


de Aspyn se aproximou de nós, e em segundos ela estava pegando
minhas roupas, e eu estava entrando pelada em seu carro.

—Estamos realmente indo para o pronto-socorro? —Aspyn


perguntou, pisando forte no acelerador e nos tirando de lá. —Seus
pais vão descobrir se formos.

—Que outra escolha eu tenho? Minha virilha literalmente está


pegando fogo.

Ela ultrapassou todos os sinais vermelhos até que finalmente


paramos nas portas do pronto-socorro.

—Eu volto já! —Aspyn saltou do carro e correu para dentro.


Eu a ouvi gritar: —Eu preciso de uma cadeira de rodas! Uma
enfermeira! Um médico! Espere! Talvez eu precise de um
ginecologista! Não sei! Possivelmente a unidade de queimados
também! A boceta da minha melhor amiga precisa de um extintor de
incêndio!

Eu queria morrer.

Na verdade, era assim que a morte parecia. Exceto que eu não


estava no céu.

Eu estava no inferno.

Perder minha virgindade me arrastou até lá.


CAPÍTULO 05

Sage

—Como vão as coisas com você e Memphis? —Aspyn


questionou a caminho de casa, voltando do treino de líderes de
torcida.

Nas sextas-feiras, eu esperava por ela na arquibancada, fazendo


minha lição de casa enquanto ela fazia suas coisas. Meus pais
trabalhavam até tarde nas noites de sexta-feira. Minha mãe era dona
de uma empresa de design de interiores e meu pai farmacêutico; ele
era dono de sua farmácia também. Éramos bem de vida, tínhamos
uma casa grande e confortável, mas minha família não era presunçosa
de forma alguma. Apreciávamos o que tínhamos, e meu irmão e eu
nunca tiramos proveito do que nossos pais podiam comprar para nós.

Brady também treinava futebol às sextas-feiras, e geralmente


saía com o time depois. Eu não gostava muito de ficar sozinha em
casa, então sempre esperava por Aspyn, para que pudéssemos
começar nosso fim de semana com filmes ou assistindo nossa
próxima série. Nenhuma de nós duas gostava muito de ir a festas, e
eu não estava pronta para voltar a isso. Não com o que tinha
acontecido da última vez.

—Eh. Ele está partindo em um mês.

Depois do que aconteceu naquela noite, eu não sei... Eu meio


que perdi o respeito por ele. Ele não estendeu a mão para ver como
eu estava; ele nem ficou preocupado. Ele fingiu que não tinha
acontecido, e isso não me agradou. Eu dei a ele minha virgindade, e
ele poderia considerar isso um presente de despedida.
—O que você quer fazer essa noite? —Ela perguntou, parando
no sinal vermelho.

—Vamos ver se a Redbox5 tem algum filme novo?

—Pode ser. Eu preciso comprar absorventes, de qualquer


maneira.

Eu olhei para ela. —Você está menstruada?

Ela acenou com a cabeça, olhando para mim. —Sim, você não
está?

Nossos ciclos eram sincronizados desde que eu conseguia me


lembrar.

—Não... —Eu disse acima de um sussurro.

Seus olhos se arregalaram. Nós duas sabíamos o que tinha


acontecido no mês passado...

—A sua começou agora?

Ela balançou a cabeça, lendo minha mente. —Não.

Oh, Deus... por favor, não.

Nenhuma de nós disse nada durante todo o trajeto até a loja,


ambas perdidas nos mesmos pensamentos. Fiquei no carro dela
enquanto ela entrava. Eu não conseguia me mover. Eu estava colada
ao assento. Minha mente estava entorpecida, mas eu sentia tudo ao
mesmo tempo.

Quando ela voltou para o carro, vi a sacola em suas mãos. Lá,


brilhando como uma fodida placa luminosa de verdade e
consequência estava um teste de gravidez.

5
A Redbox Automated Retail LLC é uma empresa americana de aluguel de vídeo especializada em aluguel
de DVD, Blu-ray, 4K UHD e, anteriormente, videogames em quiosques de varejo automatizados.
Ela me lançou um olhar. —Melhor prevenir do que remediar,
Sage.

—Usamos camisinha. Tomei a pílula do dia seguinte. O


hospital sugeriu isso porque eu sou alérgica ao látex. Eles disseram
que o preservativo poderia não ter funcionado. Aspyn... —Fiz uma
pausa, sentindo uma intensa sensação de pânico. —Eu fiz todas as
coisas certas. Fiz tudo o que deveria ser feito. Eu não posso estar
grávida.

—Você provavelmente não está. —Ela agarrou minha mão.


—É só por precaução. Você tem estado estressada por causa das
provas finais. Você sabe como você fica.

Eu era quase uma aluna nota A. Estava no quadro de honra a


cada semestre. Todas as minhas aulas na escola eram avançadas e eu
já tinha créditos universitários.

Isso não pode estar acontecendo comigo!

Meus pais apareceram no pronto-socorro naquela noite. Eles


sabem o que aconteceu entre Memphis e eu. Eu não fui punida ou
castigada, mas eles não ficaram felizes com a situação e o que eu decidi
ser o momento certo para perder minha virgindade, mas eu sofri o
suficiente para uma vida inteira com o que havia acontecido.

E agora eu posso estar grávida? Que porra de piada cruel é essa?

Minha vida inteira passou diante dos meus olhos no caminho


de volta para a casa de Aspyn. Pisquei e estava sentada no vaso
sanitário do banheiro dela.

Aspyn sentou-se na pia, querendo estar lá para me dar apoio


moral. Ela estava comendo um saco de Skittles.

—Eu não posso fazer xixi com você sentada aí!


—Quantos anos nós temos? Sete? Basta fazer xixi. Você
precisa que eu abra a torneira?

—Apenas feche os olhos ou algo assim.

—Oh meu Deus, Sage! Eu vi sua vagina inteira no hospital.


Inferno, metade da cidade viu!

—Isto é diferente! Pare de falar.

Ela fez um movimento de zíper sobre os lábios e começou a


fechar os olhos. Fechei um dos meus e me concentrei muito.

—Eu acho que meu xixi tem medo de palco. Ele também não
quer saber os resultados.

Ela não respondeu, simplesmente abriu a torneira, e funcionou


como um encanto. Durante os três minutos seguintes, ficamos
sentadas no chão de seu banheiro com um bastão que eu tinha feito
xixi entre nós. Nós duas olhando para ele como se fosse uma bomba-
relógio prestes a explodir.

—Em que você está pensando?

Dei de ombros. —Em tudo.

—Você sabe que se estiver grávida, estaremos todos aqui para


apoiá-la. Seus pais não ficarão felizes, mas não vão abandoná-la, Sage.
Nem Brady, nem eu.

Eu acenei com a cabeça. —O que você acha que Memphis vai


dizer?

—Eu sou a pessoa errada para fazer esta pergunta. Acho que
ele é um idiota, então é mais do que provável que diga a coisa errada.
Ele está se mudando logo, certo?

—Sim. Ugh! O que eu vou fazer? Meus pais vão ficar muito
decepcionados comigo.
—Você fez de tudo para ter certeza de que estava segura. Não
é sua culpa Memphis tenha super espermatozoides. Quem teria
pensado?

Eu inclinei minha cabeça contra a parede. —Eu deveria ter


saído com Ashton.

—Ashton? —Ela sorriu. —Você ainda está pensando nele?

—Talvez.

—Isso significa que deixei uma impressão duradoura?

—Você quer deixar uma impressão duradoura?

Eu me perguntava se eu deixei uma nele como ele obviamente


também tinha deixado em mim.

—Se você estiver grávida, seu irmão vai matar Memphis. Ele
nem gostava que você estivesse namorando um veterano. Ele vai ficar
louco.

O cronômetro do telefone de Aspyn disparou, alertando-nos


de que os três minutos haviam se passado. Chame de intuição, um
sexto sentido, ou talvez eu apenas soubesse porque já podia sentir
isso.

Eu agarrei minha barriga enquanto ela virava o teste. Não


precisei pedir os resultados a ela.

Era evidente.

Escrito claro como o dia em seu rosto.

Eu estava grávida.
CAPÍTULO 06

Sage
Oito anos depois

—Mãããããããeee!

Eu joguei minha escova de dente na pia e corri em direção ao


quarto de Haven. —Oh meu Deus! O que...

—Haiden jogou minha Barbie no vaso sanitário! —Ela


apontou com firmeza para a boneca flutuante que estava de cabeça
para baixo na privada. —Veja! Ela está presa e provavelmente se
afogou agora! Vou ter que fazer um funeral para ela!

Soltei um grande suspiro de alívio. —Você precisa gritar assim,


Haven? Achei que algo ruim tivesse acontecido.

Ela me encarou com olhos arregalados. —Você não ouviu o


que eu acabei de dizer? Um funeral, mãe! Não tenho tempo para
planejar um funeral! Eu tenho balé hoje!

Entre os dois, Haven era definitivamente a dramática,


enquanto seu irmão gêmeo era o encrenqueiro.

Sim, você acabou de ouvir isso corretamente.

Gêmeos.

Não fiquei grávida de apenas um bebê quando fiz dezesseis


anos – engravidei de dois. Eu não tinha ideia de que minha avó era
gêmea até que o obstetra disse que havia dois batimentos cardíacos.
No início, pensei que o tinha ouvido incorretamente. Depois que
desmaiei com a notícia, fui acordada com a realidade de que estaria
dando à luz e seria responsável por duas vidas, não apenas uma.

Minha mãe não tinha o melhor relacionamento com sua mãe,


então ninguém pensou que seria importante nos dizer que tínhamos
o gene gêmeo em nossa linhagem.

Eu acenei com a cabeça. —Eu ouvi o que você disse. Deixe-


me ver o que posso fazer. Onde está o seu irmão?

—Mãããããe! —Ela se arrastou.

—Fique aí. —Eu ordenei antes de descer correndo as escadas.


—Haiden! Onde você está?

—Estou aqui fora, mamãe!

Fui em direção ao quintal e ele surgiu. —Haiden! Quantas


vezes eu tenho que dizer que você não pode subir nessa árvore
quando ninguém está te observando?

—Mas, mamãe! Eu sou o homem da casa. Eu não preciso de


ninguém cuidando de mim.

Maldito seja, Brady!

Meu irmão vinha dizendo que ele era o homem da casa desde
antes que ele pudesse entender o que isso significava. Agora, era a
resposta dele para tudo.

—Sage! —Aspyn gritou da porta da frente.

—Estou aqui fora!

Eu vi os olhos de Haiden se iluminarem assim que ele viu


minha melhor amiga sair pela porta de tela. Ele era apaixonado por
ela.
—Ei, homenzinho.

Ele pulou da árvore como o pestinha atrevido que era. Meu


filho não tinha medo e tinha cicatrizes para provar isso. Com apenas
sete anos já tinha levado dois pontos e quase quebrado o braço no
verão passado. Não importava quantas vezes eu dissesse a ele que ele
não podia voar nos balanços, ele estava determinado a provar que eu
estava errada.

Haiden caminhou até Aspyn com a postura de um homem.

De onde ele tirou essa merda?

—Mãe, minha namorada está aqui agora. Você não precisa


mais me vigiar. Ela pode.

—Haiden, ela não é sua...

Ela riu, balançando a cabeça. —Eu juro que ele tem mais
atitude do que a maioria dos homens com quem eu saio.

Com uma expressão séria no rosto, ele simplesmente declarou:


—Eu sou um homem.

Antes que Aspyn pudesse responder, Haven correu para seus


braços. —Tia Aspyn! Você chegou na hora certa. Vamos ter um
funeral hoje.

Aspyn a pegou no colo, abraçando-a perto de seu peito. Haven


era pequena para sua idade. Minha família tinha uma piada recorrente
que Haiden tomou todos os nutrientes dela. Ele era grande para sua
idade. A maioria das pessoas não percebia que ele tinha apenas sete
anos até eu lhes contar. Ambos eram muito espertos, no entanto. Eu
passava muito tempo com eles, assim como minha família. Eles eram
avançados para sua idade.

Depois que descobrimos que eu estava grávida de gêmeos,


minha mãe fechou seu negócio e me ajudou a criá-los. Consegui
terminar o ensino médio e me formar com meus amigos. No entanto,
eu ainda era o mau exemplo de toda Tullahoma, e deixe-me dizer a
você...

Tentar namorar quando eu tinha gêmeos esperando em casa,


era impossível. Eu vivi vicariamente6em Aspyn. Com a ajuda de
minha família amorosa e solidária e da minha melhor amiga, minha
vida continuou um pouco normal. Tão normal quanto poderia ser
tendo gêmeos com apenas dezesseis anos. Eu até me formei na
faculdade e recebi meu diploma de professora há um ano; eu também
terminei isso adiantado.

—Quem morreu? —Aspyn questionou, olhando para mim


preocupada.

—Barbie. —Haven disse a ela. —Haiden a assassinou. —Ela


mostrou a língua para ele. —Você deveria ir para a cadeia.

—Seu irmão não vai para a cadeia, Haven. —Eu olhei para o
meu filho. —Haiden, peça desculpas a sua irmã pela Barbie dela.

—Mas, mamãe. —Ele resmungou, olhando para mim com


aquele olhar de cachorrinho que ele tinha aperfeiçoado desde os dois
anos. —Eu só estava tentando ver se ela sabia nadar.

—Você a jogou no vaso sanitário! —Haven exclamou. —Você


nem deu uma chance a ela!

Justo.

—Haiden, não vou dizer de novo. Peça desculpas à sua irmã,


e você vai comprar uma nova Barbie para ela com o seu próprio
dinheiro das tarefas domésticas.

6
Significa “o que faz as vezes de outro” ou “o que substitui outra coisa ou pessoa”. Podemos usar a ideia
de "vida vicária": a vida dependente de outro.
—Mas, mamãe... eu estava economizando para levar minha
garota para um encontro.

—Oh meu Deus. —Eu balancei minha cabeça. —É muito


cedo para isso. Vou fazer um café, quer um? —Eu perguntei à Aspyn.

Ela acenou com a cabeça, colocando Haven no chão. —Vocês


se comportem e brinquem bem juntos. Eu tenho que falar com sua
mãe.

—Vá se preparar para a escola.

—Mãe. —Haven respondeu. —É sábado. Não tem escola


hoje.

—Como eu não percebi que já é sábado?

As crianças dispararam em direção ao trepa-trepa que meu


irmão e meu pai construíram para eles em seus aniversários, algumas
semanas atrás. Meus gêmeos podiam brigar e gritar um com o outro
e depois fazer as pazes como se nada tivesse acontecido entre eles
segundos depois.

Era incrível testemunhar. Eles me lembravam muito de Brady


e eu. Depois que eu tive os gêmeos, ele se tornou o melhor tio que
uma irmã poderia pedir. Buscando-os na escola, levando-os para
atividades e esportes para me dar uma folga. Haiden era o melhor
jogador de futebol de seu time da liga infantil. Meu irmão era seu
treinador; desde o momento em que Haiden aprendeu a engatinhar,
ele foi inflexível que ele tinha nascido para ser meio-campista.

Brady e nosso pai foram os melhores substitutos para meus


gêmeos que não tinham seu próprio pai.

Aspyn me afastou de meus pensamentos.

—Você é mãe e está focada em ser mãe.


—Isso é um problema?

—Depois de ver sua memória, estou convencida que sim.

Eu ri, caminhando de volta para dentro. Ainda podíamos ver


os gêmeos da cozinha, e me certifiquei de ficar de olho neles. Às vezes
Haiden fazia Haven fazer coisas para as quais ela não estava pronta, e
para provar a seu irmão que ela era corajosa, ela as fazia.

Duas visitas ao pronto-socorro nos últimos seis meses


comprovavam isso.

—Sobre o que você precisa falar comigo?

Ela sorriu, sentando-se em um lugar na ilha da cozinha. Com


a ajuda dos meus pais, saí da casa deles e comprei esta há dois anos.
Fica bem em um lago e tem um grande quintal para os gêmeos
brincarem. Eles têm seus próprios quartos, mas eu ainda encontro
Haven na cama de seu irmão na maioria das manhãs. Apesar de eles
brigarem às vezes, eles têm esse laço maluco de gêmeos. Eles
terminam as frases um do outro e sabem o que o outro está pensando,
sem que precisem ser informados.

—Aspyn, por que você está olhando assim para mim?

—Porque esta noite é a noite.

—A noite para quê?

—Para você ter um orgasmo.

—Eu tenho...

—Com um homem de verdade, Sage, não o que funciona com


bateria.

—Ei! Seja legal com Ashton. Ele é bom para mim e sempre
faz o trabalho.
—Sage, não me faça começar a falar do fato de que você deu
ao seu vibrador o nome de um cara que conheceu por talvez dez
minutos.

Dei de ombros. —Foi o primeiro nome que me veio à mente


quando você o comprou para mim.

—Tanto faz. —Ela balançou a cabeça. —Nós vamos sair hoje


à noite. Já consegui que sua mãe viesse, e ela vai passar a noite aqui.
Então adivinhe? Você não tem toque de recolher!

—Sage, toda vez que saímos e tentamos encontrar alguém para


me dar um orgasmo, acaba com eles ou caindo fora no segundo em
que descobrem que tenho gêmeos, ou acaba sendo os piores trinta
segundos da minha vida. E acredite em mim, perdi minha virgindade
com Memphis e acabei com uma erupção cutânea e dois bebês – não
pode ficar pior do que isso.

—Ouça, é por isso que vamos fazer algo completamente


diferente desta vez.

Eu estreitei meus olhos para ela, e ela colocou dois bilhetes


entre nós.

—Speed dating?7 Você tem que estar brincando comigo?

—O quê? Não! É uma ideia brilhante, Sage. Você pode


realmente entrevistar o cara antes que ele te chupe.

—Com que caras você está saindo? Eles nunca me fazem sexo
oral, Aspyn.

7
O Speed Dating, ou “Encontro Rápido” em português, ocorre geralmente em bares, restaurantes ou
baladas, em ambientes com condições de uma conversa tranquila, descontraída e divertida. São reunidas
no local do evento em média 20 pessoas de cada sexo, formando um total de 40 participantes, os quais
se conhecerão através de conversas de 4 minutos em média, por casal.
—Cara, você fez uma cesariana com os gêmeos. Sua cicatriz
mal é visível e sua boceta ainda está intacta. Eles deveriam estar
caindo em cima de você.

—Deveriam e estão são coisas totalmente diferentes. Os


homens que me levam para a cama não têm outro interesse a não ser
gozar. Consequentemente, os trinta segundos, e isso sou eu sendo
gentil. Lembra do cara que tinha um fetiche por pés e tentou se
masturbar com meus pés?

—Oh sim. —Ela acenou com a cabeça. —Fred Fetiche de Pé.


Mas esse é exatamente o meu ponto! Você pode realmente fazer
perguntas a eles e escolher o certo para chupar seu cl...

—Sage...

—Já comprei os ingressos. Além disso, é por uma boa causa.


É para uma instituição de caridade para crianças com câncer. Gastei
trezentos dólares em nossos ingressos, então vamos. Mesmo se eu
tiver que arrastar você até lá, chutando e gritando.

Aspyn era uma blogueira de estilo de vida. Ela tinha mais de


um milhão de seguidores apenas na página de seu blog, sem
mencionar todas as outras redes sociais que tinha. A menina gostava
de fazer compras e tinha muito bom gosto. Ela arrasava em
publicações de redirecionamento e marcas entrando em contato com
ela para obter conteúdo patrocinado.

Eu ri. —O que eu devo perguntar a eles? Você sabe como


encontrar meu ponto G?

—Quer dizer, nos dias de hoje, sinto que essa é uma pergunta
justa.

Revirei meus olhos para ela.


—Não me olhe assim. Você tem quase vinte e quatro anos e
tem um corpo lindo e sexy. Você tem se olhado no espelho
ultimamente? Eu nem sei de onde seus filhos vieram. Se eu não tivesse
visto você grávida, diria que você é uma mentirosa e que eles não
saíram de você.

—Sage, eu tinha dezesseis anos quando os tive. Meu corpo se


recuperou como se não fosse nada. Você não viu Dezesseis and
Pregnant8? Todas aquelas mães também estavam ótimas.

—Eu não sei sobre aquelas mães. Eu sei sobre você e sei como
seus gêmeos sempre vêm em primeiro lugar. Por uma noite, você
pode simplesmente colocar sua boceta em primeiro lugar e agir de
acordo com sua idade?

—A última vez que agi de acordo com a minha idade, acabei


grávida.

—E veja como isso acabou bem? Seus gêmeos são os


pequenos humanos mais bonitos que já conheci.

—Sim. —Eu balancei a cabeça, sorrindo. —Eles são incríveis.

—Graças a Deus eles saíram como você e não como o merda


do pai deles.

—Eu não quero falar sobre ele.

—Bom. Nem eu. Então está combinado. Estarei de volta por


volta das sete para vestir você.

Eu olhei para minhas roupas. —O que há de errado com a


maneira como me visto?

8
16 and Pregnant (Brasil: Grávida aos 16) foi um reality-show da MTV produzido por J. Morgan Freeman,
no qual o primeiro episódio foi ao ar em 11 de junho de 2009. Ela segue a história de meninas grávidas
aos 16 anos, e em cada episódio, mostra-se a história de uma garota diferente começando quando ela
tem cerca de 4-6 meses de gravidez.
—Você se veste como se fosse uma professora de jardim de
infância.

—Eu sou uma professora de jardim de infância.

Ela apontou para mim. —Exatamente.

Não havia razão para discutir com ela; eu acabaria perdendo.


Aspyn sempre conseguiu o que queria. Havia algo sobre ela que você
não conseguia dizer não. Eu apreciava que ela se importasse com
minha boceta; alguém tinha que se importar. Se não fosse por ela, eu
provavelmente teria teias de aranha e acabaria sendo uma solteirona.
Eu não estava convencida de que encontraria um homem que
quisesse me aceitar.

Uma criança já seria difícil o suficiente.

Duas levariam isso a um nível totalmente diferente.

Por que algum homem iria querer carregar toda essa bagagem?

Especialmente quando há milhões de mulheres que não tem


filhos. Não havia namoro para mim. Eu tive um namorado em toda
a minha vida, e ele acabou se tornando o maior babaca de todos os
tempos. Não me entenda mal, eu queria me apaixonar.

Estar em um relacionamento.

Casar.

Ter mais bebês.

Eu queria a cerca branca, o livro de histórias felizes para


sempre. Principalmente, eu queria que meus gêmeos tivessem um pai.
Alguém que os amasse como se fossem seus. Haven e Haiden me
perguntavam sobre seu pai sempre que podiam, mas não havia muito
que eu pudesse dizer a eles além de que não precisavam dele.

Eles tinham a mim.


Minha família.

Aspyn.

Eles eram amados e queridos. Por mais difícil que fosse ser
uma mãe adolescente, eu não conseguia imaginar minha vida sem eles.
Éramos um pacote, fim da história.

Eu não tinha muita fé para esta noite; no entanto, pelo menos


eu teria uma conversa de adulto.

E talvez, apenas talvez, eu tivesse sorte e tivesse...

A aventura.
CAPÍTULO 07

Sage

Entramos em um bar que tinha mesas preparadas


perfeitamente para que todos pudessem girar na mesma direção.
Tínhamos três minutos para ter um encontro rápido com os
participantes, e então, no final, você decidia se tinha química com
alguém. Se tivesse, poderia levar mais do que alguns minutos. Bem
quando eu pensei que isso era ridículo e que não se podia ter faíscas
com alguém em três minutos, minha memória provou que eu estava
errada.

—Eu sou Ashton.

—Acho que nunca conheci um Ashton.

—O que posso dizer? Eu sou único.

Você poderia dizer isso de novo...

—Aqui. —Aspyn colocou uma bandeja de doses de tequila na


minha frente.

—Se eu beber seis doses agora, o único encontro rápido que


terei é com o vaso sanitário.

—Relaxe, você só vai tomar três.

—Só? Eu não bebo, lembra?

—Você ficaria surpresa com a rapidez com que seu corpo


desenvolve uma tolerância a essa vida de 1942.
—1942? Essa é uma tequila cara. Você está querendo que eu
tenha um encontro completo, tipo jantar e tudo mais, Aspyn?

—Sim, então você vai abrir as pernas para a sua aventura.

Eu ri. —Você é uma boa amiga.

—Eu sei. —Ela pegou uma dose e me entregou duas. —


Temos sessenta segundos antes que isso comece, então se apresse e
beba.

Eu fiz o que me foi dito. —Uau. Elas desceram muito


suavemente.

—Bem-vinda ao lado negro, Sage McCoy. —Ela piscou para


mim e a voz do locutor soou pelos alto-falantes.

—Todos, por favor, tomem seus lugares.

Era como aquela brincadeira em que as crianças andavam em


círculo e quando a música parava, você tinha que sentar-se na cadeira
mais próxima. Sempre havia aquela pessoa que não conseguia chegar
a uma cadeira a tempo e acabava perdendo e ficando ali no meio, bem
no centro das atenções.

Sim... eu estava bem no centro das atenções.

Fiquei lá como se estivesse na frente de uma sala de aula


completamente nua. Com todos os olhos em mim, eu sorri. Sentindo
instantaneamente minhas bochechas queimando como o sol da
manhã.

—Oi, eu sou Sage. —Eu acenei sem jeito. —Alguém precisa


de mim na mesa?

Pelo canto dos olhos, vi um braço erguido no ar.

—Incrível. —Nervosamente, eu ri. —Estou a caminho.


Eu sabia que isso era uma má ideia. Eu já estava estragando
tudo. Curvando a cabeça, segui até a mesa nos fundos. Sentei-me
rapidamente, incapaz de olhar para ele.

—O cronômetro começa agora. Vocês têm três minutos. —


Afirmou o locutor ao microfone.

Respirando fundo pesadamente, me recompus o melhor que


pude até ouvi-lo dizer: —Vejo que você ainda é uma donzela em
apuros.

Ergui meus olhos, olhando fixamente nos olhos do homem


que eu menos esperava.

Ashton

Ela arregalou os olhos.

—Então, deixei uma impressão duradoura.

Seus olhos se arregalaram ainda mais.

Tentei esconder o fato de que estava tão impressionado quanto


ela por estarmos sentados frente a frente. Dizer que não tinha
pensado nessa garota mais vezes do que gostaria de admitir ao longo
dos anos seria um eufemismo.

Ela mordeu o lábio inferior, encolhendo os ombros de uma


forma tímida, mas inocente. Eu adorei o fato de que seu cabelo ainda
era longo e emoldurava seu rosto bonito. Ela parecia mais velha, mais
sábia, mas ainda igualmente tímida. Tentando desesperadamente
fingir que não era. Seu repentino comportamento confiante não me
enganou; eu sabia o que havia sob aquela fachada. Se ao menos eu
pudesse ver o que estava por baixo de seu vestido justo e sutiã
rendado que estava aparecendo através de seu decote. Seus seios
estavam praticamente sobre a mesa, como se ela os estivesse servindo
em uma travessa para mim.

Como tínhamos apenas três minutos, iniciei nossa conversa.


Eu estava morrendo de vontade de ver se ainda tínhamos aquela
mesma brincadeira espirituosa e dinâmica que eu não conseguia
encontrar com qualquer outra mulher. Havia algo sobre ela que nunca
tinha saído da minha mente. Eu a havia colocado em um pedestal,
comparando nossa química com todas as mulheres com quem eu
havia dormido ao longo dos anos.

Eu cumpri minha parte do pacto do playboy.

Eu era solteiro.

Sem compromisso.

Nunca havia me apaixonado.

Sexo, com certeza. Embora meu pau sempre ficasse entediado


pela manhã.

—Eu me lembro de você ser um pouco mais falante da última


vez que nos vimos. O gato comeu sua língua, Sage?

—Não. —Ela balançou a cabeça e eu tomei um gole da minha


bebida, apreciando a expressão em seus olhos enquanto ela me olhava
fixamente. —Só estou tentando descobrir por que um cara como
você precisa de um speed dating?

—Gosto de oferecer meus serviços a instituições de caridade.


Vamos lá, quem não ganharia dinheiro com isso. —Gesticulei para
mim mesmo, sorrindo para ela.

—Vejo que seu ego não amadureceu com o resto de você.


—Você deveria ver o que amadureceu. —Pisquei para ela,
insinuando para meu pau que palpitou quando a vi.

Suas bochechas ficaram daquele tom de vermelho que pode


ter feito eu me masturbar uma, duas ou uma dúzia de vezes. Mais uma
vez, perdi a noção. Ela olhou para minha bebida como se sua boca
tivesse ficado seca de repente, então eu a deslizei para ela.

Ela sorriu, apreciando o fato de eu prestar atenção aos


detalhes. Mal sabia ela que eu não fazia muito isso. Sage tomou um
gole da minha bebida e engasgou, fazendo minha mente correr
selvagemente com visões dela engasgando com meu pau.

—Desculpe, eu sou meio chata para bebidas.

—Estou vendo. —Recostando-me na cadeira, descansei meu


braço no encosto do assento ao meu lado, finalmente ficando
confortável. Isso estava ficando divertido. Não conseguia me lembrar
da última vez que me senti assim.

Ansioso.

Duro.

Pensando em todas as maneiras que eu poderia fazê-la gozar


com minha língua.

—Então, você sempre foi uma pé no saco?

Ela deu uma risadinha. —Você está flertando comigo? —


Inclinando a cabeça para o lado, ela franziu a boca pequena e carnuda.

Controle-se, cara. Quando você se transformou em um adolescente


excitado?

—Depende, imaginar seus lábios em volta do meu pau conta


como flerte?
Seus olhos se arregalaram novamente antes que ela se
recuperasse rapidamente. —Homem típico. Você está pensando em
mim servindo você.

—Desculpe, deixe-me ser um cavalheiro. Minha cabeça entre


suas pernas, chupando sua boceta, conta como flerte?

Seu queixo basicamente caiu no chão, e eu amei o efeito que


estava tendo sobre ela. Na maioria das vezes, meus encontros do
Tinder não faziam exatamente nada por mim, além de me fazer gozar.
Não havia namoro, flerte...

Conexão.

Ambos estávamos lá pelo mesmo motivo, foder.

Não que eu não tenha comparecido a este evento de caridade


pela boa causa; isso era para o hospital de Sawyer. Ele fazia internato
lá quase todas as noites, enquanto seus dias eram preenchidos com a
faculdade de medicina. Eu disse que ele era inteligente pra caralho, e
seu conhecimento não tinha limites. Eu não tinha ideia de como ele
era capaz de ser um estudante de medicina em tempo integral e
trabalhar por horas extenuantes como uma cadela de todos no
hospital.

Pelo menos todo o seu trabalho duro valeria a pena quando ele
começasse a dedilhar mulheres para viver e fosse um ginecologista.

—Algum ex-namorado que eu precise afastar esta noite?

—Está certo. Você gosta de ser o herói.

—Não, querida. Eu sou a aventura.

Ela sorriu. —Eu não tinha namorado naquela época e não


tenho agora.
Eu sorri, mostrando a ela o efeito que ela tinha em mim
também.

—Vocês têm um minuto e meio. —O locutor empata foda


informou pelo alto-falante.

—Você pelo menos acabou tendo um bom aniversário de


dezesseis anos?

—Ummm... foi definitivamente memorável.

Inclinei-me na mesa e olhei profundamente em seus olhos. —


Foi por eu ter deixado uma impressão duradoura? Porque, deixe-me
dizer, eu nem sequer te mostrei minha grande estratégia.

—Não? —Ela se inclinou, espelhando minha postura,


colocando os cotovelos sobre a mesa.

Aproximando-me até que meu rosto estivesse a apenas alguns


centímetros do dela, desafiei: —Ainda temos um minuto, e não quero
passar nossos últimos sessenta segundos perdendo tempo. Eu deixei
você escapar uma vez, e não vou fazer isso de novo.

Seus olhos se dilataram, absorvendo cada palavra que eu estava


expressando. Ela queria tudo isso.

Eu.

Sendo o filho da puta direto que eu era, eu simplesmente disse


a verdade. —Eu não tenho relacionamentos, mas se você está
procurando viver o momento comigo, eu ficarei feliz em fazer você
gritar meu nome até perder a voz ao montar em meu rosto.

Combinando com o tom da minha voz rouca, ela praticamente


gemeu: —Essa é a sua grande estratégia?

—Só há uma maneira de descobrir.


—O tempo acabou! Todos, girem para a direita, por favor, e
encontrem seu próximo encontro rápido.

Eu me levantei, sem me mover um centímetro, esperando


ansiosamente por sua resposta. Neste momento, se ela não fosse
embora comigo, havia uma pequena chance de eu jogá-la por cima do
ombro como o homem das cavernas que eu era e levá-la para casa
comigo de qualquer maneira.

—Você tem que estar brincando comigo? —Sua amiga


malcriada interrompeu, caminhando até nós. —Você está aqui
também?

—Prazer em ver você também, roda dura. Você quase


atropelou alguém no caminho para cá?

—Ainda não. —Ela sorriu com orgulho. —Mas a noite está só


começando. Por que você não atravessa a rua e podemos ver se posso
mudar isso?

Sawyer chegou rindo, olhando apenas para ela. —Querida,


pelo menos deixe-me pagar uma bebida para você primeiro.

—Você vem? —Peguei a mão de Sage. —Porque eu posso


garantir que você vai.

Eu podia ver a luta interna em seu rosto, e estaria mentindo se


dissesse que não achava sexy pra caralho que ela não fazia isso com
frequência. Ela era uma boa menina, e eu ia me certificar de
recompensar sua moral.

Com seu clitóris na minha boca.

Ela se levantou, olhando para a amiga. —Você está bem se eu


cair fora?

Os olhos de sua amiga foram e voltaram entre mim e Sawyer


antes de finalmente pousarem em mim. Pegando seu telefone, ela
tirou uma foto. —Se ela não me enviar uma mensagem pela manhã,
vou entrar com meu carro na sua casa enquanto você dorme,
entendeu?

Eu acenei com a cabeça. —Devidamente anotado.

Ela olhou para Sawyer. —Eu acho que você vai servir. Eu não
fico abraçada, não passo a noite, e se você não tem habilidades orais,
então estou apenas perdendo meu tempo.

—Puta merda. —Eu dei um tapa nas costas de Sawyer. —Eu


acho que você acabou de se apaixonar.

Ele não prestou atenção em mim, nunca desviando o olhar da


garota mal-humorada que precisava de uma boa trepada por trás.

Pelo menos é o que eu faria se Sage estivesse me falando merdas como essa
garota estava fazendo com Sawyer.

Sem perder o ritmo, ele declarou: —Ficar abraçado é para


maricas. Vou insistir que você saia depois que eu fizer você gozar
novamente no meu pau, depois de ter dado múltiplos orgasmos
fodendo você com minha língua.

E senhoras e senhores, ela sorriu. Brilhante e ousado. —


Veremos sobre isso.

Depois de todos esses anos, meu garoto Sawyer finalmente


encontrou sua faísca, e ela estava ardendo em chamas. Um deles
estava fadado a se queimar, e eu não podia esperar para ver o show.
Ele agarrou a mão dela e eles foram embora.

—Uau. —Sage suspirou, chamando minha atenção de volta


para ela. —Então, a conversa indecente é apenas uma arte que você
aperfeiçoou com seus amigos?
Eu balancei a cabeça em direção a Sawyer. —Eu ensinei a ele
tudo o que ele sabe. Então... você está pronta para minha grande
estratégia?

—Acho que sim.

Sem hesitar por um segundo, puxei-a para mim e sussurrei em


seu ouvido: —Não se apaixone por mim, Sage.

Não era a primeira vez que dizia isso a uma mulher; embora
tenha sido a primeira vez...

Que eu não tinha certeza se estava falando sério.


CAPÍTULO 08

Sage

Foda-me.

Literalmente.

Eu estava nervosa. Estava tão nervosa que não conseguia fazer


minha perna parar de saltar em sua caminhonete. Eu basicamente
ensopei minha calcinha no momento em que ele abriu a porta para
mim.

Sim, ele abriu a porta para mim.

Está bem, o único namorado que já tive foi um idiota


completo, mas Aspyn nunca falou que os caras com quem ela foi para
casa abriam portas para ela.

Isso era normal?

Quer dizer, eu era algo certo. De uma forma ou de outra, ele


iria transar. No momento em que senti a mão de Ashton no meu
joelho, meu coração começou a disparar na velocidade da luz. Achei
que talvez ele estivesse tentando chamar minha atenção, mas não. Ele
estava simplesmente tentando acalmar meu joelho excessivamente
ansioso. Assim que parei, sua mão deslizou pela minha coxa. Em um
ritmo constante e aquecido, seus dedos foram para frente e para trás,
uma e outra vez. Eles estavam provavelmente a um centímetro da
borda da minha calcinha.
Eu não estava acostumada a experimentar essas emoções. Meu
coração batia tão rápido que a certa altura achei que fosse realmente
desmaiar.

Eu não era essa garota.

Não ia para casa com o cara mais gostoso do bar.

Nunca.

Os homens com quem saí eram amigos de amigos em festas


para as quais Aspyn me arrastou.

Você tem ideia de como era difícil explicar a esses homens por que eu
andava com um preservativo sem látex?

Apesar de estar tomando pílula, eu não faria sexo desprotegido


com ninguém até me casar. Com a minha sorte, ficaria grávida de
gêmeos novamente.

Eu não saía muito. Tinha gêmeos em casa. Meus dias estavam


consumidos pela maternidade, e eu não conseguia me lembrar da
última vez que estava fazendo algo para mim mesma.

Agora mesmo.

Neste momento.

Isso é para mim.

O que me assustou mais do que tudo é que era ele. Era Ashton,
o único cara com quem comparei todos os outros homens.

Devo dizer a ele que tenho um filho e uma filha esperando por mim em
casa? Um casal de gêmeos que foram concebidos exatamente na mesma noite em
que nos conhecemos!
Ele foi o primeiro a quebrar o silêncio entre nós, me
chamando: —Você está pensando em todas as maneiras de estragar
tudo?

—Eu sou assim tão óbvia?

—Bem, você estava prestes a fazer um furo no meu assoalho


com o seu salto. Você percebe que não há nada que você possa fazer
para me fazer desistir, certo?

—Hum... posso pensar em algumas coisas.... —Respondi


honestamente, referindo-me aos meus gêmeos.

—Sage.

Nossos olhares se encontraram.

—Ajudaria se eu dissesse que estive pensando em te foder


desde o momento em que coloquei os olhos em você?

—Na verdade, isso me faz sentir pior. Agora eu sei que você
tem expectativas.

—Sage, eu sou um homem. A única expectativa que tenho é


fazer você gozar na minha boca.

—Ok, ouça. —Eu disse com firmeza, ignorando a sensação de


vibração na minha barriga ao ouvir sua boca indecente. —Essas frases
de efeito são super estimulantes para mim. Mas deixe-me dizer agora
que não faço isso com os caras com quem durmo.

—Isso o quê?

—Gozar. Ter um orgasmo. Ver a onipotente terra prometida.

—Desculpe, como?

—Sim, você ouviu corretamente. —Fiz um gesto para o meu


corpo. —Eu simplesmente não fui feita assim. Tenho certeza de que
você tem talentos nessas áreas que vão além das medidas, mas não
quero que você se decepcione. Tudo bem, você está ouvindo?

—Estou ouvindo.

—Então, aqui está. —Eu me virei para encará-lo. —Estou


super lisonjeada que você tenha pensado em mim nos últimos sete
anos, mas quando se trata de sexo, sou bem básica. Acho que você
está esperando os melhores momentos da sua vida comigo, mas não
sou o tipo de garota com quem você está acostumado.

—E que tipo de garota é essa, Sage?

Dei de ombros. —Provavelmente modelos. Oferecidas. As


que talvez não tenham as mentes mais brilhantes.

—Uau. —Ele se encolheu; foi rápido, mas eu vi. —Você está


realmente me julgando?

Eu me senti mal e estava prestes a me desculpar. —Estou tão...

—Para sua informação, eu não tinha um tipo até agora.


Considere meu pau um oportunista; ele adora ser levado para
qualquer passeio.

Inclinei minha cabeça para o lado. —Até agora?

—Sim, até agora. Até você.

Para quantas mulheres ele disse exatamente essas palavras?

Eu não pude evitar. —E que tipo eu sou?

—Você, querida, é o tipo de mulher que se leva para casa para


conhecer a mãe.

Oh, querido Jesus! Devo apenas colocar seu pau na minha boca agora?

—Com que frequência você faz isso?


—O quê? Levar uma garota bonita para casa comigo?

Corei, não pude evitar. —Sim.

—Você realmente quer saber a resposta para isso?

—Huh, tantas assim?

—Sage, não vou levá-la para casa para falar sobre outras
mulheres.

—Você simplesmente sabe todas as coisas certas a dizer, não


é? Você tem todas essas estratégias e parece que foi feito para o sexo.
Sexo realmente, realmente, sacana. Aquele tipo em que você sua
muito, é quente e apaixonado e dura cinco horas.

—E você está ansiosa com isso por quê?

—Porque eu não tenho cinco horas. Eu mal tenho cinco


minutos para mim mesma diariamente. Confie em mim quando digo,
não sou a garota que você pensa que sou. Eu não sou a garota que
você conheceu brevemente no meu aniversário de dezesseis anos,
então se você está esperando por ela, você vai ficar muito
desapontado.

Ele estacionou o carro e foi só então que percebi que


estávamos em sua garagem.

Seus olhos pousaram nos meus, olhando profundamente para


eles. —Você ainda é a mesma garota que conheci, Sage. Você quer
saber como eu sei?

Eu acenei com a cabeça.

—Porque você pegou minha mão fora daquela festa da mesma


forma que você pegou esta noite. A garota que queria deixar o cabelo
solto naquela época é a mesma que estou olhando agora. Garotas
como você não mudam, Sage, elas simplesmente ficam melhores com
a idade.

Caramba, desmaiei! O que diabos eu digo sobre isso?

—A maneira como você está olhando para mim agora é a


mesma que você olhou para mim oito anos atrás, e desta vez, vou me
certificar de fazer algo sobre isso.

Eu estava exausta. Ele me deixou sem palavras. Ashton não


perdeu tempo. Ele agarrou minha mão e me levou para dentro. A
primeira coisa que notei foi o quanto sua casa era incrível. Se houvesse
uma imagem da definição de uma moradia de solteiro, a casa de
Ashton seria essa foto.

Ele soltou minha mão e acenou com a cabeça em direção à sua


sala de estar. Observei enquanto ele caminhava em direção ao bar no
canto da sala.

—Uau. —Eu suspirei de admiração.

Por ele.

Por isso.

Por tudo isso.

—Você trabalha com o quê?

—Sou um corretor de imóveis. —Ele voltou em minha


direção, me entregando uma bebida. —Para acalmar seus nervos.

Eu sorri. —Bem, isso faz sentido. Sua casa parece como um


modelo decorado.

—Eu não posso levar o crédito por isso. Minha mãe e minhas
irmãs... —Ele gesticulou ao redor da sala aberta —Elas fizeram tudo
isso.
—Isso pode ser a coisa mais fofa que eu já ouvi. É outra frase?

Ele abriu a boca para responder, mas a fechou rapidamente.


Ele olhou para mim com uma expressão divertida em seu rosto
bonito enquanto eu bebia minha bebida inteira em um grande gole.
Assim que terminei, peguei a dele e bebi também.

—Esses são bons. Outra rodada?

Ele sorriu e acenou com a cabeça. Pegando o que parecia ser


um controle remoto do balcão, ele ligou a música. Um jazz suave soou
pelos alto-falantes, enchendo sua casa deslumbrante com as músicas
mais perfeitas.

Esse playboy era demais.

—É assim que as coisas acontecem para você, Ashton? Você


traz uma garota para sua casa luxuosa e o quê? Serve bebidas para ela?
Diz a ela todas as coisas certas? Até o quê? Ela não aguentar mais e
pular em você?

Ele sorriu novamente, me deixando com os joelhos fracos.

—É assim que você quer que aconteça? Você quer pular em


mim, Sage?

—Talvez. Eu não vi você nu ainda.

No que só poderia ser descrito como a primeira cena em


câmera lenta que já experimentei na vida real, Ashton não precisou
que lhe dissesse. Em um movimento rápido e sexy pra caralho, ele
começou a abrir os botões de sua camisa.

Um a um.

Pouco a pouco.
Minha vontade de permanecer calma foi por água abaixo. A
cada passo que o trazia para mais perto de mim, seus peitorais e
pacote de doze se revelavam diante de mim.

—Foda-me.

—Eu planejo isso.

E assim, minha resolução se despedaçou como um espelho


quebrado por essas três palavras.

A bebida.

A ansiedade.

Os anos em que pensei nele me deixaram um pouco ansiosa


demais.

Eu ataquei como um leão. Exceto que, na minha cabeça,


ocorreu de forma muito diferente. Pulei em seus braços, me
impulsionando do chão como se eu fosse uma gazela e ele fosse
minha presa. Eu mal envolvi meus braços em torno do pescoço dele
quando meu joelho, o mesmo que estava saltando como uma batida
de tambor em seu carro, colidiu com suas bolas.

Ele gemeu alto, perdendo instantaneamente o equilíbrio e


caindo para trás com o chute rápido em seus meninos. O movimento
não me impediu. Na verdade, eu segui seu embalo, e quando ele caiu
no chão, eu caí em cima dele.

Ashton não amorteceu minha queda, porém – suas bolas sim.


Ashton

Eu não tive que afundar bolas profundamente em Sage para


ver o paraíso. Porra, não. Ela me fez ver Deus apenas com o joelho
nas joias da minha família. Porra, eu não conseguia ver direito
enquanto manchas dançavam instantaneamente ao redor dos meus
olhos.

—Oh meu Deus! Sinto muito!

Os únicos sons que eu podia fazer eram dolorosos e cheios de


agonia.

Esta é a sensação de morrer?

—Oh meu Deus! Eu estava tentando pular em você!

Eu não conseguia falar. Eu mal conseguia pensar. Segurando


meus bens mais valiosos, fiquei deitado no chão esperando não sei o
quê.

—Vou pegar gelo para você. —Ela correu em direção ao


banheiro. —Merda! Onde fica a sua cozinha?

Eu queria responder, mas não consegui. As palavras não


podiam sair da minha boca quando eu sentia que minhas bolas
estavam literalmente na minha garganta.

—Por que diabos a sua casa é tão grande?! Você é apenas uma
pessoa! —Ela correu de uma ponta a outra da minha casa, cada vez
mais rápido, e se não estivesse deitado no chão morrendo de dor, eu
estaria rindo pra caralho de quão adorável ela estava.

Ótimo, ela me ajoelha nas bolas, e meu pau ainda quer se afundar dentro
dela.
—Ashton! Você tem uma jacuzzi no banheiro! Você acha que
talvez pudéssemos... —Ela parou quando percebeu que eu ainda
estava no mesmo lugar em que ela me deixou.

Destruído.

Morrendo no maldito chão.

—Certo! Gelo! Onde fica a sua cozinha?

Eu consegui acenar com a cabeça na direção.

—Cara!

Ouvi minha geladeira ser aberta.

—Você tem uma Samsung Smart Fridge! Isto é tão legal!

Esperei pelo que pareceu uma eternidade enquanto ela abria e


fechava as gavetas.

—Pelo amor de Deus, Sage! Basta usar uma toalha!

—Oh! Isso mesmo! Sinto muito! Estou tão nervosa e me sinto


tão mal! Estou quase lá!

Resisti ao impulso de dizer: —Sim, você estaria, se não tivesse me


nocauteado.

No momento em que ela ficou de joelhos, colocando o gelo


em minhas bolas, imaginei essa cena acontecendo de uma maneira
muito diferente.

No entanto, quando ela acrescentou: —Sinto muito, Ashton.


Deixe-me compensar você. —Minhas bolas não apenas doeram. Elas
agora latejavam querendo aceitar a oferta.
CAPÍTULO 09

Ashton

—Que tática de defesa infernal.

—Bem... —Ela se inclinou para trás, sentando-se nos saltos de


seus sapatos. —Tendo um irmão, você aprende a se defender. Você
está bem?

—Ainda não tenho certeza.

—Você quer que eu dê uma olhada, talvez?

—Você quer dar uma olhada nas minhas bolas?

—Quer dizer, eu poderia. Se você precisar que eu faça isso.

—Não, Sage. A primeira vez que você ver meu pau não vai ser
depois que você o deixou em coma. —Sentando-me, eu gemi.

—Aqui, deixe-me ajudá-lo. —Ela se levantou, segurando


minha mão. Cuidadosamente, eu me arrastei em direção ao sofá.

Assim que me sentei, ela sentou-se ao meu lado. —Justo. Você


quer que eu vá embora então?

—Você quer ir embora?

Ela balançou a cabeça.

—Bom. Eu não ia deixar você ir.

Ela sorriu.
—Então me fale sobre o seu irmão.

—Você realmente quer saber sobre meu irmão?

—Considerando que minhas bolas estão congeladas, eu


realmente não tenho outra opção no momento.

—Certo... De novo, eu sinto muito.

—Você não pode evitar o fato de que tenho bolas enormes.

Ela riu, e o som ecoou nas paredes. —Eu acredito em você.


Sendo o herói e tudo mais, imagino que essas bolas grandes tenham
sido úteis. Eu me sinto muito mal, no entanto. Há algo que eu possa
fazer por você?

—Essa é uma pergunta carregada, se é que já ouvi uma. Posso


pensar em várias coisas que você poderia fazer por mim.

—Por alguma razão, não duvido disso.

—Eu estive querendo te dizer a noite toda como você está


linda. Você era bonita quando tínhamos dezesseis anos, mas
realmente se tornou deslumbrante.

—A quantas garotas você disse exatamente essas palavras,


Ashton?

—Sage, se você vai me perguntar isso toda vez que eu te


elogiar, terei que mostrar como você é diferente de todas as outras
garotas.

Ela corou, mas eu ainda podia ver em seus olhos. Ela pensou
que eu estava mentindo. Acredite ou não, eu não estava.

—Sua opinião sobre mim vai me deixar com complexo.

—Minha opinião sobre você não deve ter muita consideração.


—Isso é verdade? —Afastei o cabelo de seu rosto, colocando-
o atrás da orelha. —Sua opinião sobre mim é a única que importa.
Não posso imaginar que sou o primeiro cara a dizer como você é
bonita.

—Você ficaria surpreso. Eu não namoro muito.

Eu não sabia o que esperava, o que queria dela. Essa garota


tinha assombrado meus sonhos desde o segundo em que a vi pela
primeira vez, e só esse pensamento me apavorou. Eu não era assim.
Não me importava em conhecer mais sobre as mulheres com quem
estava. Elas eram uma foda rápida no banheiro de uma boate, um
boquete improvisado na praia. Eu era um tipo de homem foda-as e
deixe-as.

Eu amava minha vida.

Cada aspecto dela era o que eu queria.

No entanto, lá estava eu, querendo saber tudo sobre essa


garota que tinha acabado de me dar uma joelhada nas bolas.

Me estiquei no sofá e comecei a acariciar levemente sua coxa.


Minha mente estava correndo solta com todas as emoções que ela
estava mexendo dentro de mim. Sentimentos com os quais eu não
estava acostumado e não tinha ideia de como lidar. Sage estava me
fodendo. A pior parte é que eu não me importava que meu rosto não
estivesse enterrado entre suas pernas, fazendo-a gritar meu nome.

Eu gostava de tê-la aqui. Em minha casa. Comigo.

Que porra é essa?

A porta da varanda estava aberta, e uma leve brisa soprava as


cortinas, dando um charme romântico ao nosso redor. Eu não pude
evitar, não com ela. Agarrei seu pulso, pegando-a desprevenida, e
puxei-a para mim.
Ela ofegou, e sua mão imediatamente pressionou contra meu
peito musculoso, fazendo com que o calor percorresse meu corpo, da
minha cabeça até os dedos dos pés.

Seu perfume.

Seu cabelo.

Sua pele macia.

Tudo isso fez algo para mim de uma maneira que eu nunca
tinha experimentado antes. Minha boca colidiu com a dela,
lentamente no início.

Seus lábios eram tão suaves quanto eu me lembrava.

Ela tinha exatamente o gosto que eu me lembrava.

Problemas.

Meus lábios se separaram, acenando para ela fazer o mesmo.


Ela seguiu meu exemplo, acariciando suavemente a ponta da minha
língua com a dela. Nossas bocas se moviam uma contra a outra, como
se estivessem destinadas a se encontrar e se juntar novamente.

Uma chance.

Uma circunstância.

Destino.

Eu a beijei lentamente, tentando acalmar os movimentos


inesperados de nossa conexão emocional. Descansando minha testa
na dela, encarei abertamente seu olhar confuso.

Com o passar dos anos, aprendi muito sobre as mulheres. Seus


maneirismos, suas expressões, a maneira como as fazia sentir. Sage
sentia tudo o que eu era e isso a assustava da mesma forma que a mim.
—Diga-me que você sentiu isso... —Eu murmurei, precisando
ouvi-la dizer isso.

—Sim. —Ela suspirou, imitando meu tom.

Isso foi muito rápido.

Cedo demais.

Então eu fiz a única coisa em que pude pensar – menti: —Por


mais que eu adorasse marcar um gol de placa com você esta noite,
acho que minhas bolas não estão boas para entrar em campo. Eu
queria falar com ela, ouvir sua voz, conhecê-la.

Basicamente...

Eu. Estava. Fodido.

Sage

Minhas bochechas coraram e minha barriga vibrou. Se havia


uma coisa que eu tinha aprendido sobre Ashton desde o início, era
que ele falava o que pensava sempre que abria a boca. Ele nunca se
conteve e, no pouco tempo em que nos conhecemos, foi uma das
coisas que mais gostei nele. Ele parecia tão genuíno quanto poderia
ser, e eu não tinha conhecido muitas pessoas honestas na minha vida.
Especialmente quando se tratava de namorar homens aleatórios que
estavam sempre tentando provar uma coisa ou outra.

Era refrescante.

Ele era minha lufada de ar fresco.

Que era outra razão pela qual eu precisava ficar longe dele.
Eu realmente poderia me apaixonar por este homem.

Eu era mãe de gêmeos. Ele não tinha ideia do que estava


fazendo comigo, e eu não queria dizer a ele. Era para ser uma aventura
– nada mais, nada menos.

Eu sorri. —Eu pensei que todos os caras podiam...

—Faça-me um favor, Sage. Não pense em outros caras quando


você estiver comigo.

Revirei os olhos, mas ainda assim me vi sorrindo. Seus olhos


perfuraram os meus e mais uma vez me deixaram sem palavras. Ele
olhou para mim com a mesma arrogância e confiança que havia
exalado a noite toda. O que era outra coisa que eu gostava nele, a
maneira como ele olhava para mim.

Havia algo sobre ele, desde a primeira vez que coloquei meus
olhos nele, que eu não conseguia desviar meu olhar. Essa atração
magnética me atraiu instantaneamente.

Veio de algo mais profundo.

Mais significativo.

Uma conexão que eu não conseguia explicar, ficando mais


forte a cada minuto que se passava entre nós. Eu sabia que ele sentia
isso; ele era o tipo de cara que percebia tudo. Nenhum de nós disse
uma palavra por alguns segundos, mas isso não importava. Nossos
olhos falavam muito, fazendo com que a sensação de nervosismo no
meu núcleo se dissipasse.

—Fale-me sobre você, Sage.

Meu coração parou. —O que você quer saber?

—Tudo.

—Você diz isso como se estivesse falando sério.


—Eu não digo nada que não queira dizer.

Ignorei sua resposta, perguntando: —O que você quer saber?

—Quero dizer, você não tem que me dizer seu tipo sanguíneo,
mas eu quero saber se você é uma psicopata e preciso estar
preocupado por ter deixado você entrar em minha casa. Você nunca
pode ser cuidadoso o suficiente. Minha mãe me diz isso.

—Sua mãe, hein?

Ele sorriu descaradamente, arqueando uma sobrancelha. —Eu


sou um orgulhoso filhinho da mamãe certificado.

O fato de ele admitir isso para mim foi o suficiente para que
eu tivesse um orgasmo sem ele nem mesmo me tocar. Eu era mãe de
um menino; eu era uma mulher criando um homem, e se meu filho
alguma vez dissesse isso sobre mim, eu saberia que fiz algo certo.

—Eu não sou uma psicopata; embora, se você me irritar, eu


posso chutar suas bolas. —Eu pisquei de brincadeira. —Novamente.

—Oh, então aquele chute nas minhas bolas foi apenas para
praticar quando eu te irritar?

—Você está pensando em me irritar?

—Não tão cedo, mas eu sou um homem. É provável que isso


aconteça mais cedo ou mais tarde. Obrigado pelo aviso; vou me
certificar de usar um protetor genital.

—Você tem um protetor genital?

—Você não gostaria de saber...

—Eu posso ver você tendo um protetor genital para cada


mulher que você deve irritar com seu estilo de pular de cama em cama.
—Bem, veja, a fim de proteger minhas bolas ao longo dos
anos, percebi que a honestidade realmente é a melhor política. Eu sou
sincero. Não quero que ninguém se apaixone por mim.

—Fobia de compromisso?

—Muito pelo contrário. Me comprometi durante toda a minha


vida a ser solteiro e nunca machuquei uma mulher por causa disso.

—Eu vejo. Então você nunca teve um relacionamento? Nunca


teve namorada?

—E isso te surpreende por quê?

—Não sei. Você gosta de ser o herói, mas não quer o felizes
para sempre?

—Isso é para contos de fadas, e você não é uma garotinha para


quem eu vou mentir. Eu nunca vou mentir para você, Sage.

—Você está insinuando que vai me ver de novo? Eu pensei


que você não tivesse relacionamentos?

—Eu não conto fazer você gozar como um relacionamento.

Eu ri.

—Chega de falar sobre mim. Eu quero ouvir tudo sobre você.

—Você é um paradoxo de contradições, Ashton.

—Você precisa começar devagar? Que tal eu te guiar na


direção certa? Fale-me sobre a sua cor favorita?

—Eu não tenho uma cor favorita.

—Você quer dizer que não é uma amante de rosa?

—Na verdade, não sou fã de rosa.


Ele estreitou os olhos para mim.

—Eu sou mais uma garota que gosta de azul.

—Bem, minhas bolas azuis concordam com você.

Eu ri quando ele me deu aquele olhar novamente. Isso fez meu


estômago vibrar por razões totalmente diferentes, sabendo que ele
podia ver através de mim. E por mais que isso me aterrorizasse,
também me entusiasmava. Encontrar alguém que pudesse ver além
da mulher que eu era agora.

A mãe.

Eu sorri. Apesar da consciência em seus olhos, eu desviei o


olhar. Eu precisei. Alcançando minha bolsa, voltei minha atenção
para uma bala Starburst que eu estava puxando, evitando o olhar em
seus olhos que eu não estava pronta para sentir. Eu coloquei-a na
minha boca, precisando de algum tipo de distração da realidade
repentina entre nós.

—Compartilhar é se importar. —Ele acenou com a cabeça em


direção à embalagem em minha mão.

—Acho que esta foi a última.

—Você me dá uma joelhada nas bolas e não compartilha seus


doces. Estou tendo flashbacks da minha infância. Eu vou ter que
correr atrás de você pela minha casa?

—Eu posso ver você como o garotinho que me aterrorizou.

—E você teria adorado tanto quanto está agora.

—Minha mãe nunca me disse que os meninos eram maus


comigo porque gostavam de mim.

—Acho isso difícil de acreditar. Se isso fosse verdade, você


teria saído comigo há oito anos e não com o idiota com quem ficou.
Como se fosse uma deixa, meu estômago fez aquela coisa de
cambalhota de novo. Exceto que desta vez parecia que nunca iria
acabar, vibrando, torcendo e girando.

Se eu não tivesse ficado, meus gêmeos nunca teriam nascido.

Nunca tirando os olhos dos meus, ele se inclinou com um


sorriso malicioso. Eu senti esse choque. Essa faísca imediata que fez
minha boca ficar seca e meu rosto corar, uma sensação de ardor por
todo o meu corpo. Eu nunca tinha experimentado nada parecido
antes e, ainda assim, mal podia esperar para sentir de novo.

Ele sorriu astutamente como se soubesse exatamente o que eu


estava sentindo, pensando, querendo. Passamos o resto da noite
conversando.

Apenas falando.

Sua mão estava sempre na minha coxa, roçando seus dedos


levemente sobre minha pele sensível. Ele me contou sobre seus
melhores amigos, incluindo Sawyer, com quem Aspyn havia ido para
casa. Os outros dois se chamavam Leo e Cain. Leo morava com sua
namorada, que era sua melhor amiga desde que eram crianças. Cain
morava em St. Thomas, capitão de um veleiro.

Mencionei que as Ilhas Virgens estavam na minha lista de


desejos.

Nós rimos.

Nós brincamos.

Nós nos provocamos.

Ele me perguntou sobre meu irmão, meus pais, Aspyn. A noite


passou e foi como se eu tivesse piscado e o sol estivesse aparecendo
pela porta de correr que ficou aberta a noite toda.
Não dormimos.

Nunca fiquei entediada.

Não conseguia nem me lembrar da última vez que me diverti


tanto, simplesmente falando com ele. Fazendo algo completamente
fora do comum para mim e aproveitando cada segundo. Esta noite
significou mais para mim do que deveria, e eu já estava contando os
segundos até que eu tivesse que ir embora e nunca mais o veria
novamente.

Eu queria vê-lo novamente.

Desesperadamente.

Desligando a voz no fundo da minha cabeça que ficava


tentando me lembrar que eu precisava ficar longe dele.

Ele me lembrou da garota que eu já fui, agindo de acordo com


minha idade e vivendo o momento com ele.

O momento acabaria em breve...

—Uau. Não acredito que conversamos a noite toda.

Ele assentiu. —É uma novidade para mim.

—Sim, para mim também. —Fiz uma pausa, tentando


organizar meus pensamentos acelerados que estavam confusos. —Eu
devo ir.

Ele ficou de pé. —Eu vou te levar para casa.

Eu pulei. —Não!

Ele recuou, surpreso com minha explosão.

—Já tenho um Uber.


Antes que ele pudesse responder ou ver minhas mentiras,
peguei minha bolsa e caminhei em direção à porta com ele logo atrás
de mim.

Nós nos beijamos? Dizemos adeus? O que acontece agora?

Pergunta após pergunta rasgou minha mente até que chegamos


à porta da frente. Eu a abri; no entanto, ela se fechou abruptamente
atrás de mim.

Meus olhos se encontraram com os dele.

—Eu quero levar você para sair.

—Sair?

—Sim. —Afirmou. —Quando duas pessoas saem, o cara paga


tudo e eles se conhecem. Talvez haja sexo?

Eu abri um grande sorriso no rosto.

—Aí está aquele sorriso. —Ele gemeu, me fazendo morder o


canto do meu lábio.

—Eu nunca estive em um encontro. —Eu soltei,


instantaneamente batendo minha mão na testa. Ashton também tinha
a habilidade de arrancar a verdade de mim, sem nem mesmo tentar.
—Quero dizer...

—Nem eu. Podemos ser o primeiro um do outro. Você


gostaria disso? Que eu fosse seu primeiro?

Meus olhos se arregalaram e minha barriga deu aquela


cambalhota que só acontecia quando ele falava comigo daquela forma
sugestiva. Ninguém nunca falou comigo como ele, e estaria mentindo
de novo se dissesse que não gostava disso também.

—Eu... ummm... eu...


—Está tudo bem, Sage. Eu adoraria que você fosse o meu
primeiro.

Eu suspirei. —Ashton, e a sua regra de não namorar?

—Estou abrindo uma exceção.

—Para mim?

Ele se inclinou perto dos meus lábios, quase me fazendo cair


de bunda quando respondeu...

—Apenas para você.


CAPÍTULO 10

Sage

Entrei na minha casa como se fosse uma adolescente que


estava entrando sorrateiramente e não queria acordar seus pais.
Quando, na verdade, eu não queria acordar meus filhos.

Minha mãe me encontrou na porta, com um grande sorriso.


—Como foi sua noite, querida?

—Foi fantástica. Obrigada por cuidar dos gêmeos.

—Sage, você sabe que adoro estar com meus netos. Eu


gostaria que você saísse com mais frequência.

—Talvez eu possa aceitar isso em breve.

Ela inclinou a cabeça para o lado. —Você conheceu alguém?

—Como você sabe?

—Uma mãe sempre sabe, Sage. Você tem aquele olhar.

—Que olhar?

—Aquele que diz que você está apaixonada. Deve haver algum
homem que conseguiu despertar seu interesse. Você é tão exigente.

—Mãe, eu engravidei quando tinha dezesseis anos, e o pai


deles fugiu correndo. Acho que isso prova que tenho um péssimo
gosto para homens.

—Querida, Memphis era jovem também. É muito para um


menino lidar.
Ouvir minha mãe defendê-lo me trouxe de volta à noite em
que disse a ele que estava grávida.

—Você tem certeza?

Entreguei a ele a foto do ultrassom, apontando para os dois pequenos


círculos que indicavam que teríamos gêmeos.

—Uma imagem vale mais que mil palavras, Memphis.

Seus olhos se arregalaram. —Sage, eu não posso fazer isso.

—O que você quer dizer com "não posso fazer isso"?

—Eu não posso ser pai! Você está falando sério? Gêmeos? Que porra é
essa?

—São dois bebês, idiota!

—Querida, não estou pronto para ser pai.

—Não estou pronta para ser mãe, mas aqui estamos nós. Temos nove
meses para nos preparar para isso da melhor maneira possível.

—Você está fora de si! Você tem dezesseis anos! E eu estou indo para a
faculdade!

—Eu sei quantos anos tenho e você pode ir para a faculdade daqui.

Ele balançou a cabeça com firmeza. —Não vou mudar minha vida por
algo que não quero.

—Uau. —Eu persuadi. —Você realmente acabou de dizer isso para


mim?

—Sage, sinto muito, mas se você fizer isso... se você os tiver... então será
por sua conta. Eu não quero fazer parte disso. Usei camisinha; não é minha culpa
que sua boceta seja danificada.
—Não é danificada! É apenas alérgica a idiotas egoístas que não sabem
foder!

—Azar o seu, eu gozei.

—Ugh! Não sei o que eu vi em você! Eu não preciso de você! Eu posso


fazer isso sozinha.

—Não seja estúpida, Sage.

—Eu sou estúpida! Eu estava com você, não estava?

—Eu estou indo. —Ele cruzou a soleira da porta do meu quarto.

—Bem. —Eu fiquei em frente a ele, ainda no meu quarto. —Não deixe
a porta bater em você ao sair!

—Sage...

Bati a porta na cara dele e foi a última vez que o vi.

Afastando a memória horrível, concentrei-me em minha mãe.


—Você está arranjando desculpas para ele? Desde quando você fica
do lado dele?

—Eu não estou. Estou apenas bancando a advogada do diabo.


As meninas se desenvolvem mais rápido do que os meninos, e eu não
ficaria surpresa se Memphis voltasse a aparecer. Os cheques de seus
pais ainda são depositados na conta dos gêmeos todos os meses.

Quando os pais de Memphis descobriram que eu estava


realmente grávida de gêmeos de seu filho, eles resolveram seu
abandono de qualquer responsabilidade depositando cinco mil
dólares por mês em uma conta privada para Haiden e Haven, dois mil
e quinhentos para cada. Nunca toquei no dinheiro. Eu não precisava
dele. Meus pais também estavam bem de vida e dispostos a me ajudar
a criar nossos filhos. Depois de discutir o assunto com meus pais,
decidi deixar o dinheiro para as mensalidades da faculdade dos
gêmeos. Além de atirarem milhares de dólares no problema
mensalmente, eles nunca pediram para conhecer os gêmeos ou fazer
parte de suas vidas.

Honestamente, eu preferia assim. Era um problema a menos


com o qual eu tinha que lidar. Eu não queria que meus gêmeos se
apegassem à família dele, apenas para descobrir que eles não eram
bons o suficiente para carregar seu sobrenome. O que eles não
tinham, eles carregavam o meu. Eu não daria o sobrenome daquele
idiota aos meus bebês que criei sem ele.

—Memphis não virá, mãe. Ele é muito egoísta. A última vez


que soube, ele estava viajando pela Europa ou algo assim.

—Nunca diga nunca, Sage. Mas chega de falar sobre ele. Eu


quero ouvir sobre esse homem misterioso que faz você sorrir.

Voltei meus olhos em direção às escadas.

—Ficamos acordados até tarde. Haiden queria terminar de


assistir Transformers, e você sabe como Haven tem que fazer tudo
que seu irmão faz. Eles só estarão acordados daqui a uma hora, pelo
menos.

—Mãe... —Caminhei em direção à cozinha para fazer café. —


Da última vez que ele assistiu Transformers, ele pensou que poderia
se transformar em um Camaro, e eu passei três dias dizendo que ele
não era Bumblebee.

—Gosto do entusiasmo dele.

—Mais parece teimosia.

—Bem, eu me pergunto de onde ele tirou isso?

Eu respondi: —Eu não sou teimosa.

—Sage, você é tão teimosa quanto seu pai.


—Papai não é teimoso. Ele só gosta de estar certo.

—Você certamente é filha do seu pai.

A porta da frente se abriu e eu não tive que me perguntar quem


era; eu já sabia.

—Estamos aqui, Aspyn!

Ela estava sorrindo como uma idiota quando entrou na


cozinha e beijou minha mãe na bochecha. —Bom dia, mãe.

Nós chamávamos os pais uma da outra de mãe e pai desde que


éramos pequenas.

Olhando para mim, Aspyn pegou a xícara de café fresco de


minhas mãos. —Eu quero saber tudo, Sage. Sirva.

—Bem na hora.

Ela sentou-se ao lado de minha mãe, ambas esperando


ansiosamente pelos detalhes que só poderiam ser descritos como uma
das melhores noites da minha vida.

—Eu estou esperando pelas novidades também, Sage.

Minha mãe era minha outra melhor amiga. Ela sabia tudo
sobre mim. Eu contei a ela tudo sobre minhas merdas do passado.
Ela era grata por eu ter uma amiga como Aspyn, que cuidava da minha
vida amorosa, ou da falta dela. Eu sacrifiquei tudo pelos meus bebês,
incluindo minha vida amorosa. Eles vinham primeiro.

Sempre e para sempre.

—Vocês... —Aspyn ergueu as sobrancelhas. —Você sabe.

—Nós não fizemos.

—O QUÊ?!
—Shhh... você vai acordar os gêmeos.

—Você não dormiu com ele?

Eu balancei minha cabeça.

—Então o que vocês fizeram?

—Nós conversamos.

—Sobre o quê?

—Tudo.

—Oh, querida... —Mamãe entrou na conversa. —Isso é


incrível.

—O que é incrível é que ele não tentou dormir com você.

—Eu realmente não dei a ele muita escolha. Eu meio que dei
uma joelhada nas bolas dele.

—Essa é minha irmãzinha. —Brady interveio, entrando na


cozinha.

—Uau. De onde você veio?

—Do seu quarto de hóspedes.

—Você dormiu aqui?

—Sim. —Ele acenou com a cabeça, batendo com o ombro em


Aspyn, que bateu em seu ombro de volta.

Eles sempre tiveram uma dinâmica de flerte. Embora, ela


jurasse que nada nunca aconteceu entre eles. Houve momentos
durante os últimos anos, especialmente, em que pensei que talvez ela
estivesse escondendo algo de mim no que dizia respeito à amizade
deles.
—Mamãe disse que estava fazendo o jantar aqui, então parei
no caminho do trabalho para casa.

—Oh, e Haiden não deixou você sair?

—Claro que não. Somos os melhores amigos.

Eu ri porque eles realmente eram. Brady era o herói de Haiden.


Ele queria ser exatamente igual ao tio e eu adorava isso. Meu irmão
era um bom homem. Meus pais agiram bem com ele.

—O que aconteceu depois que você o chutou nas bolas? —


Aspyn questionou, tomando seu café.

—Corri pela casa como uma lunática, tentando encontrar a


cozinha para conseguir um pouco de gelo para ele. Uma casa que sua
irmã e sua mãe decoraram para ele, e é absolutamente deslumbrante.
Depois de pegar o gelo, eu o entreguei e ele o colocou sobre suas
joias. Ainda nos beijamos um pouco, mas foi só isso. Passamos o
resto da noite conversando.

—Vocês ficaram conversando a noite toda?

—Sim, Aspyn. Acredite em mim, estou tão chocada quanto


você.

—Huh, interessante.

—O quê?

—O amigo dele não conseguia tirar as mãos de mim.

—Espere? —Brady falou. —Vocês estão namorando amigos?

—Namorar é um termo que não uso. Como você sabe.

Aspyn e Brady se encararam por alguns segundos como se


fosse uma piada interna entre eles.
Veja... estranho, certo?

Aspyn não perdeu o ritmo, acrescentando. —Seu amigo


Sawyer com certeza tem alguns truques. Não me lembro da última
vez que eu... Mãe, tape seus ouvidos.

—Aspyn, eu sei tudo sobre truques. Estou casada há trinta


anos com o mesmo homem por um motivo.

—Ewww. —Brady e eu exclamamos.

—Por que os jovens sempre pensam que inventaram o sexo?


Temos décadas de truques que você provavelmente nem sequer
tentou ainda.

—Mamãe! —Eu exclamei. —Eu não preciso saber sobre você


e papai ainda fazendo isso. Já era ruim o suficiente você trancar a
porta todas as sextas, sábados e domingos à noite. Você tem ideia de
quantas vezes Haven e Haiden me perguntaram o que você estava
fazendo lá?

—Dada a taxa de divórcio, achei que você apreciaria que seus


pais ainda tivessem tesão um pelo outro.

—Ugh... tão nojento. —Eu acenei para ela. —De qualquer


forma, Ashton me chamou para sair.

—Tipo em um encontro? —Aspyn perguntou.

—Sim.

—Para quando?

—Não sei. Eu disse a ele que checaria minha agenda e


retornaria para ele.

—Eu amo isso! Jogando duro para conseguir. Tenho certeza


que ele não está acostumado com isso.
—Eu acho que não vou.

—Sage, você irá. —Mamãe respondeu naquele tom de mãe


que falava sério. —Eu posso cuidar dos gêmeos novamente.

—Não é por isso que eu não tenho certeza. Eu não disse a ele
que sou mãe. Eu não posso. Ele vai fugir. Já é difícil dizer a um
homem como ele que tenho um filho... Você poderia imaginar a
reação dele se eu dissesse que não tenho um, mas dois?

Brady não hesitou. —Se ele não é homem o suficiente para


lidar com crianças, então ele não é homem o suficiente para estar com
você. Você não tem nada a perder, irmã.

—Brady, quando você diz coisas assim para mim, só me


lembra o quanto você é um homem bom. Como você não é casado?

—Isso é fácil. Estou esperando Aspyn se casar comigo.

Ela olhou para ele com ceticismo. —Haha. Engraçado.

Ele piscou para ela. —Com essa deixa, estou saindo. Avise
Haiden que estarei aqui às seis da terça-feira para levá-lo ao treino de
futebol.

—Oh, sua hora de homem?

—Você sabe. —Brady deu um beijo em minha mãe, em mim,


e então deu um tapa na bunda de Aspyn. —Mais tarde.

Ele batia na bunda de Aspyn desde que éramos crianças, e


nenhum de nós pensava mais sobre isso.

—Você sabe que não precisa contar a ele agora, querida.

—Mãe, você está dizendo que eu deveria mentir?

—Não mentir, mas sim reter a informação até ver onde isso
vai dar. Não adianta dizer a ele agora se você acabar não gostando
dele. Não estou dizendo para mentir para ele por semanas e meses,
mas pelo menos por mais alguns encontros. Veja aonde isso vai dar
antes de soltar a bomba.

—Não acho que esse seja o problema. O problema é que já


gosto muito dele.

—Pelo pouco que vi desse cara, Sage, ele mesmo age como
uma grande criança, então tem isso.

—Uma coisa é agir como uma criança, outra é estar perto de


duas vinte e quatro horas por dia sete dias por semana.

—Querida, seus filhos são bem comportados. Qualquer


homem teria sorte de tê-los em sua vida.

Suspirei. —Você acha?

—Eu sei.

—Quanto tempo devo esperar para contar a ele, então?

—Eu faria isso quando me parecesse certo. Ainda é muito


recente, e tenho certeza de que há coisas que ele ainda não contou a
você sobre si mesmo. Espere. Você saberá quando for certo contar a
ele.

—Eu acho que... eu poderia fazer isso, mãe.

—Mamãe! —Haven gritou, me fazendo pular. Seus passos


barulhentos seguiram, e parecia que uma debandada estava vindo pelo
segundo andar de nossa casa.

—Falaremos sobre isso mais tarde. Não quero que as crianças


saibam sobre ele.

Ambas concordaram.
Rapidamente, Haven correu para a cozinha com Haiden logo
atrás dela.

—Haiden me manteve acordada a noite toda tentando me


fazer virar um Transformer.

—Não teria te incomodado se você não tivesse entrado no


meu quarto.

—Bem, eu fico com medo à noite e você é meu irmão, então


você tem que me proteger!

—Exatamente! É por isso que estou tentando me tornar o


Bumblebee.

—Isso nem vai ficar bom!

—Nem o seu rosto!

—Diz meu irmão gêmeo!

—Seu irmão gêmeo fraterno!

—Ok. —Eu ordenei, lamentando o dia em que disse a eles a


diferença entre gêmeos fraternos e idênticos. —Chega, vocês dois.

—Mamãe! —Haven saltou em meus braços. —Onde você


estava ontem à noite? Vovó disse que você estava na cidade. Quando
eu vou sair na cidade também?

—Quando você tiver peitos. —Haiden zombou, caminhando


até Aspyn. —Olá, baby.

—Haiden. —Eu enfatizei. —Não a chame de baby.

—Por quê? Ela é minha garota.

—Ela não é sua garota.


—Sim! Ela não namora garotinhos. —Haven lembrou,
sabendo que isso iria aborrecê-lo.

—Eu sou um homem. Tio Brady e vovô disseram isso.

—Você não é um homem. —Haven corrigiu, revirando os


olhos. —Você acha que pode se transformar no Bumblebee.

—Eu posso me transformar no Bumblebee.

—Não, você não pode! —Haven saiu dos meus braços. —


Você é apenas um garoto burro.

—Eu não sou burro. Você é idiota! —Ele a empurrou e, claro,


ela o empurrou de volta.

—Pare de respirar meu ar! —Ela gritou.

—Você está respirando meu ar!

—Oh meu Deus! Ainda não são nem oito horas e vocês já
estão brigando. Já chega! Mais uma palavra de qualquer um de vocês
e vocês ficarão de castigo.

—Não, mamãe! —Haven choramingou. —Eu odeio o castigo.

Haiden não respondeu; ele simplesmente puxou o cabelo de


Haven.

—Ai!

Antes que ela pudesse revidar, ele saiu correndo, e Haven


correu atrás dele.

—Você não pode me pegar! —Ele zombou.

—Eu vou pegar você e chutar sua bunda!

—Haven! —Eu repreendi e Aspyn riu.


—Veja, o que há para não amar em seus gêmeos? Eles são mais
que divertidos.

—Você só está dizendo isso porque é minha melhor amiga e


eles são basicamente sua sobrinha e sobrinho.

—Não, estou sendo honesta.

Passei o resto da manhã tentando impedi-los de tentar se matar


até que meu telefone apitou com uma mensagem de texto.

Quantas vezes você já pensou em mim hoje?

Eu sorri, mandando uma mensagem de volta. Miles?

Quem diabos é Miles?

Eu sabia que era Ashton, mas queria mantê-lo alerta. Quem


é?

Seu herói.

Ohhhh... Oi, Mike.

Agora eu sei que você está zoando comigo. Não é legal,

Sage. Depois do que você fez minhas bolas passarem.

Como estão suas bolas?

Prontas para estar na sua boquinha carnuda.

Meus olhos se arregalaram.


Você vai continuar fazendo jogo duro? Porque eu vou

te dizer agora, eu sempre jogo para ganhar. Que horas eu

vou te buscar?

Eu não disse que iria a um encontro com você.

É por isso que não estou perguntando.

Eu ri. Por que ele tinha que ser tão fofo? Você é sempre tão
persistente com as mulheres que quer levar para a cama?

Não. Você é a única.

Ashton, você não pode dizer coisas assim para mim.

Tente me impedir, querida. Pego você às sete na

sexta-feira.

Ele não poderia me pegar.

Ainda não sei se você é um serial killer. Eu te encontro

lá.

Oh, eu sou. Culpado por querer matar aquela boceta.

ASHTON!

Não faz de mim um assassino em série querer

amarrá-la e tê-la à minha mercê.

Parei com o sexo por telefone agora.


Se isso fosse sexo por telefone, você me enviaria uma

foto de seus lindos seios.

Eu espalmei minha testa.

Não posso acreditar que estou fazendo isso.

Fechando a porta do meu quarto, abaixei um pouco minha


blusa e tirei uma foto do meu decote no meu sutiã rendado. Isso foi
uma coisa que sempre fiz por mim mesma. Comprei sutiãs e calcinhas
sensuais, não importava que eu fosse a única pessoa que os via. Ainda
me fazia sentir sexy.

Segundos depois, uma mensagem de texto apareceu com


Ashton em pé na frente de um espelho com sua camisa puxada para
cima. Seu abdômen e tórax musculoso estavam totalmente em
exibição como se eu estivesse em uma loja de doces.

Outra mensagem apareceu rapidamente. Eu te mostrei o


meu, agora me mostre o seu.

Eu não podia acreditar que estava fazendo isso, puxei meu


sutiã e tirei mais uma foto. Me exibindo para ele.

Ding.

E lá estava Ashton em toda a sua glória. Uma foto de seu pau


duro através de suas calças pretas, e deixe-me dizer a você...

Ele não estava mentindo sobre o pau grande. Seu pau era tão
grande que eu não sabia se seria capaz de aguentar. Se não fosse pelo
anel que reconheci em seu dedo, então diria que não era ele. Era como
o pau de uma estrela pornô. Eu nem sabia que paus como os dele
eram uma coisa real fora da indústria do entretenimento.

Talvez eu devesse praticar minhas habilidades orais?


Depois de afastar o pensamento de se ele caberia na minha
boca sem eu engasgar ou vomitar nele, li sua mensagem.

Obrigado pelo visual, vou colocá-lo em uso agora. Vejo

você na sexta-feira.

Passei o resto do dia imaginando seu enorme pau. Eu não


tinha ideia do que estava fazendo ou como faria isso funcionar. Nunca
mantive meus filhos em segredo, e lá estava eu, tentando escondê-los
de um cara por quem eu poderia me ver apaixonada.

—Não se apaixone por mim, Sage.

As palavras de Ashton ecoaram em minha mente o dia todo.


Eu não queria me apaixonar por ele, mas estava começando a pensar
que não tinha escolha.

Eu era uma mãe solteira de gêmeos, indo a um encontro oficial


com o verdadeiro playboy. Eu precisava proteger meu coração,
exceto que...

Meu coração sempre o quis.

Agora mais do que nunca.


CAPÍTULO 11

Ashton

Entrei na sala de exames de Sawyer. Ele estava trabalhando no


hospital. Ele estava sempre trabalhando, porra. Essa era a única
maneira que eu conseguia falar com ele, e isso era importante. Eu
tinha que contar a alguém, e achei que Sawyer seria aquele que me
entenderia melhor. Não que eu não fosse próximo de Leo e Cain, mas
Leo estava enrolado na boceta de Mila e Cain estava ocupado com
seus negócios de catamarã.

Meu garoto estava vivendo o sonho em St. Thomas. Ele estava


realmente vendendo o sonho, para ser exato. Ele atendia casais que
estavam tentando se reconectar e trazer o amor de volta ao
relacionamento. Ele os levava para o mar por uma ou duas semanas,
para que os maridos pudessem pescar enquanto as esposas relaxavam,
tomavam sol, e a “esposa” de Cain tirava fotos sensuais dela para dar
ao marido. Eles faziam jantares ao luar, onde dançavam sob as
estrelas.

A lista das coisas que ele fazia para deixar esses casais felizes e
apaixonados novamente era interminável.

Usei o termo “esposa” entre aspas, pois era uma farsa. Cain
era inflexível que os casais confiariam mais nele se ele também tivesse
um casamento feliz. Durante meses ele esteve em busca de sua
parceira de crime perfeita até que finalmente a encontrou. O nome
dela era Lively, e eu ainda não a tinha conhecido. No entanto, pelas
fotos que ele me enviou dela, ela era um nocaute do caralho.
A ideia de negócio ocorreu há Cain alguns anos, enquanto
todos nós, incluindo Mila, estávamos juntos em Cancún. Era a nossa
viagem de formatura da faculdade e, por acaso, reservamos um
cruzeiro com bebidas alcoólicas em um catamarã para o dia. Ele ficou
inspirado e decidiu que poderia vender com sucesso o sonho do amor
para ganhar a vida, e a parte maluca era que ele estava ganhando muito
dinheiro fazendo isso.

Ultimamente, ele estava no meu pé para visitá-lo e conhecer


Lively. Para alguém que dizia que não tinha interesse em sua falsa
esposa, ele com certeza falava muito sobre ela.

Talvez eu devesse levar Sage comigo? De onde diabos veio isso?

—Olhe para você. —Anunciei para Sawyer, tentando ignorar


o pensamento que acabara de surgir em minha mente enquanto
sentava-me na mesa de exame na sala do hospital. —Você está todo
vestido com suas roupas de médico.

—É o meu uniforme, seu idiota.

—Mano, acho que tenho um problema. Acho que estou


morrendo. —Peguei o estetoscópio de seu pescoço e coloquei sobre
meu coração. —Está ouvindo isso? Estou fodido.

Ele o arrancou da minha mão. —Pare de tocar nas minhas


coisas, Ashton.

—Sawyer! Eu tenho um problema real aqui! Está bem? Você


está prestando atenção?

—Você parece uma garota carente.

—Falando sobre garotas carentes. Como foi com a melhor


amiga?

—Que melhor amiga?


—Memorável, não é?

—Quem, Aspyn?

—Não, Bela Adormecida... sim, a motorista roda dura.

Ele sorriu, radiante. —Ela é foda.

—Ela é foda? Ou ela fodeu você?

—Ambos.

—Você vai vê-la novamente?

Ele não respondeu minha pergunta. —Isso é como perguntar


se você vai ver a melhor amiga dela novamente.

Eu recuei.

—Cale a boca, porra.

Dei de ombros. —É por isso que estou aqui, Capitão Óbvio.

—Ela deve ter sido uma grande foda.

—Não tenho como saber.

—Agora eu sei que você está brincando comigo.

—Não. A única coisa que consegui foi uma joelhada nas bolas.

—Espere, o quê?

—Digamos que passamos a noite toda conversando.

—Tipo conversa suja?

—Não, seu merda, tipo falar, conversar.

—Não entendo.
—E eu que pensei que você seria aquele que mais entenderia
de todos nós.

—Eu? —Ele inclinou a cabeça para trás. —Por que eu?

—Não sei. Somos os únicos que ainda não se estabeleceram.

—Cain ainda não se estabeleceu. Ele está fingindo brincar de


casinha para ganhar dinheiro.

—Besteira. Você sabe que ele está transando com ela.

—Claro que ele está transando com ela, mas ele não vai se
casar com ela.

Eu me afastei. —Você está dizendo que Leo vai se casar com


Mila?

—Tenho certeza de que vai acontecer. Eles já moram juntos.

—Nosso garoto vai se casar?

—Ashton, não vá...

—Vamos para Las Vegas para a despedida de solteiro, e vai


haver peitos por toda parte. Vou ligar para Blue Diamond e informar
que precisamos da nata de suas strippers para o fim de semana.

—Você estaria realmente pensando sobre isso agora.

—É melhor do que aquilo em que estive pensando o dia todo.

—Em quê?

—Sage. Não consigo tirar os peitos dela da minha cabeça.

—Eu pensei que você disse que vocês não fizeram sexo?

—Nós não fizemos. —Eu expliquei, pulando da mesa de


exame. —Estávamos fazendo sexo por telefone.
—Que merda, estamos de volta ao colegial?

—Foda-se, cara. Eu gosto dela.

—Você gosta de muitas coisas.

—Não, quero dizer, eu realmente gosto dela. Eu gosto tanto dela


que a convidei para sair.

—Uau. —Seu rosto estava chocado. —O inferno está


oficialmente congelado!

—Cara.

Ele levou a mão ao ouvido. —Com licença? Desculpe. O que


foi? Você pode dizer isso mais uma vez? Acho que não te ouvi da
primeira vez.

—Você me ouviu, cara de merda.

—Oh, qual é, este é um momento monumental. Uma fodida


paralisação do universo. O impossível acontecendo.

—Não me diga! Por isso estou morrendo, imbecil! Eu não sou


assim. Não sou este homem. Eu a convidei para um encontro, Sawyer.
Nunca tive um encontro em toda a minha vida. Eu me transformei
em um garoto na puberdade durante a noite, e eu até bati uma para
uma foto dos peitos dela.

—Uau, realmente estamos de volta ao colegial.

—Eu não me masturbava com fotos no colegial, idiota. Eu não


precisava.

—Enfermeira! —Ele gritou exageradamente. —Meu garoto


aqui precisa que você o chupe para que ele se lembre que tem bolas.

—Mano. —Eu balancei a cabeça, mantendo minha posição.


—Vim aqui para pedir conselhos e é isso que recebo de você?
—Você tem razão. Deveríamos levá-lo ao pronto-socorro.
Você precisa de um radiologista para fazer um raio-x de sua cabeça
para comprovar que você é submisso por uma boceta e nem viu a
dela ainda. Pela primeira vez em nossas vidas, você tem uma garota,
Ashton.

—Eu tenho um pau, Sawyer. Isso é o que eu tenho, e não


quero estragar tudo com ela.

—Então, você está dizendo que não se trata de boceta? É


sobre amor?

—Amor? Você está se adiantando. Eu disse que gosto dela,


não que a amo. Uma fodida grande diferença, cara.

—Você gosta dela? Tipo, você quer sair com ela e ver aonde
isso vai?

—Não sei. É por isso que estou aqui.

—E você acha que eu saberia?

—Sim, você é inteligente pra caralho e sabe tudo.

—Mano, eu sou a última pessoa a te dar conselhos sobre como


gostar de uma garota. A única cadela de que gosto é minha cachorra.

—Ela é diferente. Não como as garotas com as quais estamos


acostumados. —Eu sorri, olhando para ele, vendo seu olhar ficar mais
arregalado quanto mais eu falava sobre ela.

—Diga-me se estou acompanhando corretamente... Você não


quer apenas dormir com ela, mas quer sair com ela? Tipo depois de
transar com ela?

—Acho que sim.

Ele estendeu a mão, tentando sentir minha testa. —Você está


com febre?
—Vá se foder de novo, bundão! Esqueça isso. Esqueça o que
eu disse. Vou descobrir isso sozinho, idiota.

—Ah, inferno, não aguenta uma piada agora, playboy? Seja


homem. Ela sabe como você se sente?

—Não sei. As garotas não têm um sexto sentido sobre essa


merda? Ela provavelmente pode sentir o cheiro em mim.

Ele se inclinou para frente. —Você realmente tem cheiro de


boceta.

Eu o empurrei e ele riu. —Então vá atrás dela, Ashton. Você


gosta dela, mostre a ela. Simples assim. Pense e aja com a cabeça, e
não estou falando sobre a que está em seu pau.

Eu inalei uma respiração profunda, pensando no que dizer a


seguir. No final, decidi mudar de assunto. —Então, nada de uma
segunda vez com a motorista roda dura?

—Agora eu não disse isso.

—Sawyer, você não disse merda nenhuma.

—Desde quando eu falo sobre as garotas que levo para casa?

—Há uma primeira vez para tudo. Quer dizer, olhe pra mim.
Eu pareço um idiota, e você está adorando minha dor e miséria.

—Vou esvaziar as comadres esta noite, Ashton, então você é


muito mais divertido. Você percebe que soou como um maricas,
certo? Por favor, me diga que você sabe disso?

Eu revirei meus olhos.

—Você convida uma garota como ela para sair por um motivo
e apenas um motivo. Eu tenho que soletrar para você?

—Entendi.
—Não, eu acho que você não entendeu. Garotas se apegam
sentimentalmente muito rápido, então eu me certificaria que você
entendesse o que está fazendo. E como você disse, ela é diferente das
garotas com as quais você está acostumado. Fizemos um pacto por
um motivo, mas talvez esse motivo não importe mais para você.

—O que isso deveria significar?

—Significa que talvez você esteja pronto para se estabelecer,


ter uma namorada. Ou talvez você só esteja solitário.

—Não estou solitário, tenho você. —Zombei, sorrindo. —Há


algo nela, sempre houve algo nela.

—Sempre? —Ele exclamou, olhando para mim como se fosse


um cervo em frente aos faróis. —Quer dizer que você tem pensado
nela todos esses anos?

—Pode ser.

—Puta merda! Como você está me dizendo isso agora? Ela


está em sua mente desde que você a conheceu?

—Já pensei nela uma ou duas vezes.

—Deve ter sido muitas “uma ou duas vezes” por dia se você
ainda está gastando seu tempo com ela. Talvez você apenas tenha que
trepar com ela para tirá-la da sua mente?

—Ainda estamos usando a palavra trepar?

—Sim, trepar ainda é um termo apropriado para usar nesta


conversa que eu nunca pensei que teria com você.

—Acredite em mim, me ouvir dizer essas palavras para você


também me deixa indignado, ok? Estou confuso pra caralho. Eu não
quero gostar dela. Eu gostaria de poder apenas trepar com ela e tirá-la
da minha mente. Ela está mexendo com minha cabeça, as duas! Mas
aqui está o problema, Sawyer. Eu sei que uma vez que enfiar as bolas
dentro dela, vou querer viver lá, e não tenho certeza se estou pronto
para esse tipo de compromisso de um lar permanente.

Ele assentiu. —Você está fodido.

—Não me diga, Sherlock. —Eu apontei para ele. —Sabe de


uma coisa? Essa conversa não me ajudou em nada. No mínimo, você
me deixou ainda mais confuso, porra.

—Bem, honre suas cuecas, Ashton, e comece a agir como o


melhor amigo que eu conheço porque honestamente você está sendo
ridículo agora. Você sabe que não pode entrar em um relacionamento
sério. Você fica entediado com tudo. Você tem a capacidade de
atenção de uma criança de cinco anos, principalmente quando se trata
de mulheres.

—Eu prestei atenção em tudo que ela disse ontem à noite,


Sawyer. Prestei tanta atenção ao que ela me disse que fiquei pensando
nisso o dia todo. Aqui está o verdadeiro chute, eu quero saber mais
sobre ela. Eu quero saber tudo, especialmente como ela fica quando
estou descendo sobre ela.

—Veja, isso é sobre sexo. Aposto que uma vez que você a
foder, vai superar isso e seguir para a próxima boceta esperando por
você para fazê-la gozar. Moral da história, porém - pelo menos você
tentou.

—Esse é o pior conselho que você já me deu. Eu me sinto


pessoalmente ofendido com o que você acabou de dizer. —Eu olhei
para ele por cima do ombro e caminhei em direção à porta.

—Ashton.

Meu sangue ferveu. —Não. Não somos melhores amigos


agora. Preciso de uma pausa de você porque você não me entende ou
qualquer coisa que eu tenha dito.
—Você precisa ficar longe dela. Quanto mais você fala sobre
Sage, mais você perde seu cartão de homem.

—Vou sair com ela na sexta à noite.

—Bom. Transe com ela e acabe logo com isso. Estou cansado
de ouvir você choramingar como um cachorrinho perdido.

Suspirei profundamente. —Talvez você esteja certo. Talvez eu


precise apenas fodê-la e acabar com isso. Faz sentido. Ela é como a
fruta proibida que quero comer e me lambuzar.

—E, finalmente, ele vê a razão.

—Você é um bom amigo, cara.

—Eu faço o que posso.

—Então, você vai ver Aspyn novamente?

Ele sorriu, dizendo...

—Ela vai cavalgar meu rosto amanhã.


CAPÍTULO 12

Sage

Pisquei e era sexta-feira.

O dia em que eu havia pensando a semana toda finalmente


tinha chegado, e eu estava tentando ao máximo não surtar com isso.
Nós trocamos mensagens de texto durante toda a semana. A verdade
é que eu não poderia estar mais animada para me vestir com esmero
e ser apenas uma mulher normal da minha idade saindo a noite.

Não a mãe de gêmeos.

—Sage, querida, você está linda. —Mamãe falou enquanto eu


entrava na sala de estar, dando um pequeno giro.

Eu me sentia jovem.

Despreocupada.

Leve como uma pena.

Eu estava usando um vestido de primavera azul claro que


envolvia minhas curvas perfeitamente, fluindo sutilmente ao redor
dos meus joelhos. Meu cabelo estava enrolado e amarrado no lado
esquerdo da minha cabeça, com algumas mechas emoldurando em
meu rosto. Aspyn me ajudou com minha maquiagem, pesando nos
olhos com delineador preto e rímel grosso. Um pouco de blush e um
tom suave de nude para meus lábios.
—Uau, Sage... você está... Jesus... Espero que esse cara valha a
pena, ou ele vai ter que se ver comigo. —Brady falou, me olhando de
cima a baixo.

Meu irmão sempre foi protetor comigo. Desde que comecei a


andar, ele estava ali ao meu lado. Ele mandou Memphis para o
hospital na noite em que disse à minha família que ele não queria ter
qualquer tipo de relação com nossos bebês. Essa foi a última vez que
o vi. Eu estava grávida de oito semanas na época.

Brady disse que veio para ficar com Haiden e Haven, mas eu
sabia que ele estava mentindo. Mamãe estava preparando o jantar, e
ele nunca deixava passar uma refeição caseira de nossa mãe. Ela era a
melhor cozinheira, e eu aprendi muito sobre culinária com ela ao
longo dos anos. Meus filhos sempre comiam minha comida, e eles
eram chatos para comer.

Haiden estava sentado no sofá jogando seu Xbox, olhando


para mim da televisão. —Você está bonita, mãe. Onde você está indo?

—Oh... eu vou sair com Aspyn.

Ele olhou para ela. —Mas ela não está arrumada.

Sabendo que eu estava escondendo esse encontro dos gêmeos,


Brady respondeu: —Ela não precisa se arrumar, cara. Ela fica bem
com o que quer que ela vista.

—Fato. —Haiden concordou, voltando sua atenção para seu


jogo novamente.

Aspyn curvou o corpo em uma pose sedutora para o meu


irmão.

Veja... estranho pra caralho, certo?

Eu olhei para o espelho do hall, reaplicando meu batom antes


de dar um beijo de despedida em meus filhos. Aspyn saiu comigo para
que os gêmeos não suspeitassem. Ela estava me levando para o
endereço que Ashton tinha enviado por mensagem de texto no início
desta semana.

—Você realmente está incrível, Sage. Você está nervosa?

—É assim tão óbvio?

Ela riu. —Pare de deixar seus pensamentos levarem a melhor


sobre você. Apenas relaxe e divirta-se.

—Esse é o problema. Eu me divertir.

—O que há de errado em você se divertir?

—Eu estaria me divertindo com Ashton, o eterno playboy.

—E daí? Você age como se isso fosse uma coisa ruim.

—É a pior coisa.

—Por quê?

—Vou querer vê-lo de novo e já estou me apaixonando pelo


cara cujo sobrenome não sei.

—Então você vai conhecê-lo.

—Ele não é o tipo de homem que se conhece, Aspyn.

—Sage, ele convidou você para sair, então obviamente quer


conhecê-la também. Por que você acha tão difícil acreditar que esse
cara pode realmente gostar de você e querer conhecê-la também?

—E se ele gostar?

—Agora você está preocupada se ele gosta de você?

—Não é só de mim que ele tem que gostar...

—Oh, você está nervosa por ele gostar dos gêmeos?


—Claro que estou.

—Quantas vezes eu tenho que dizer a você que seus gêmeos


são os melhores e que ele vai se apaixonar por eles também?

—Não sei. Ele é um homem. Os homens geralmente não


acham as crianças positivas, especialmente quando não são dele.

—Você está tirando conclusões precipitadas antes mesmo de


dar a chance a ele.

—Talvez você esteja certa. Só estou nervosa. Nunca menti


sobre ser mãe.

—Você não está mentindo agora. Você apenas não está


contando a ele.

—Tenho quase certeza de que essa é a definição de mentira,


Aspyn.

—Não é. É reter informações. E você vai dizer a ele se ele


merece conhecê-los, então se acalme.

—Não consigo me acalmar. Eu já gosto muito dele. Mais do


que deveria. Não posso evitar. Cada mensagem que ele me mandou
esta semana, eu voltava e relia. Tenho todas elas memorizadas. Fale
sobre “pegajosa e psicótica”.

—Isso não é um ou outro, Sage. Você pode gostar de um cara.


Não há nada de errado nisso. Você tem permissão para se colocar em
primeiro lugar. Isso só vai fazer de você uma mãe melhor, e você sabe
disso.

—É mais fácil falar do que fazer.

—Eu sei. Você passou meses chorando porque não conseguia


amamentar porque não produzia leite suficiente para encher a barriga
de ambos, mas ei! Veja o lado bom, agora você tem peitos incríveis e
eles não estão tocando o chão.

—Só você transformaria isso em algo positivo.

—Eu transformo tudo em positivo. Você pode manifestar a


vida que você deseja.

—Ok. —Eu concordei. —Estou manifestando ótimo sexo


esta noite. Não apenas ótimo sexo, sexo alucinante, apaixonado e
animalesco esta noite.

—Você vai fazer sexo com Ashton ou com um leão?

Eu ri. —Estou me manifestando muito?

—Não, de jeito nenhum. Ele é o melhor amigo de Sawyer, e


aquele homem fode como um deus. Nunca gozei tanto como nesta
semana com qualquer homem antes. Ele é como um maldito mágico
do sexo.

—Quantas vezes você o viu esta semana?

—Ummm... quase todas as noites. Às vezes durante o dia.

—Durante o dia?

—Sim, ele é estudante de medicina. Suas horas estão todas


ocupadas.

—Ele vai ser médico?

Ela sorriu, balançando as sobrancelhas. —Um ginecologista.


—Ela olhou para mim. —Talvez seja por isso que ele conhece meu
corpo como a palma de sua mão?

—Eu não sei o que é mais louco, o fato de que ele vai ser um
ginecologista, ou que você sabe que ele vai ser.
—Oh, vamos lá. Eu faço perguntas aos meus parceiros de
cama. Não sou feita de pedra. Além disso, gosto de saber o nome de
quem estou gritando, e deixe-me dizer, Dr. Sawyer soa muito sexy no
calor do momento.

Eu comecei a rir. —Aspyn! Você não me disse isso!

—Você está surtada por causa de Ashton a semana toda.

—Verdade, mas ainda assim! Todos os dias?

—Você está fazendo com que isso pareça mais profundo do


que realmente é.

—Ele esteve profundamente dentro de você a semana toda.


Quão mais profundo pode ser do que isso?

—Sage, eu saio depois que terminarmos. É uma sessão de


sexo. Às vezes, durante o sexo, simplesmente começamos a perguntar
coisas um ao outro aleatoriamente. Eu não sei, é estranho e sexy ao
mesmo tempo.

—Parece que você gosta dele, Aspyn Rose.

—Eu gosto do pau dele. É legal.

—Que encantador.

Ela piscou para mim.

—Quando você vai vê-lo de novo?

—Depois que eu te deixar. Ele vai me dar comida e depois me


comer.

—Ele vai sair para comer com você? Como um encontro?

—Não é um encontro. Ele vai apenas pedir comida para nós.


Nós fodemos por horas e eu preciso de combustível. O homem tem
resistência como se tivesse acabado de entrar na puberdade. Ele é
insaciável e estou tirando vantagem de seu grande pau e apetite sexual.
Se ele quiser me dar de comer, então ficarei feliz em receber.

—O que você vai comer?

—Tailandês.

—Ele gosta de comida tailandesa?

—Não tenho certeza. Ele perguntou o que eu queria e foi o


que eu disse.

—Uau. Ele perguntou o que você queria. Parece um encontro


para mim.

—Ele também me pede para montá-lo com mais força, Sage.


Acredite em mim, não é tão sério.

—Então vocês fazem isso e depois você vai embora?

—Sim, mas às vezes nós repetimos de novo e de novo. Eu saio


depois disso.

—Como isso funciona? Você diz obrigada, volte sempre? —


Eu zombei.

Ela deu uma risadinha. —Algo parecido.

—Você gosta dele?

—Eu não gosto de qualquer homem, Sage.

—Você gosta do Brady.

—Brady não conta. Eu cresci com ele.

—Ainda acho que você está mentindo e algo aconteceu entre


vocês dois.
—Brady não consegue lidar comigo. Ele é muito cavalheiro.

—O que há de errado em ser um cavalheiro?

—Cavalheiros nos dão dor de cabeça, e não tenho tempo para


isso.

Eu balancei minha cabeça em espanto. —Você é como um


cara.

Ela encolheu os ombros. —Acredite ou não, não é a primeira


vez que sou chamada assim.

Aspyn continuou falando sobre todas as coisas que Sawyer


podia fazer com sua língua, e eu não pude deixar de me perguntar se
ele ensinou Ashton a usar sua boca da mesma maneira. Quando ela
começou a dirigir em direção ao que parecia ser um cinema drive-in,
meu coração disparou a mil por hora. Quanto mais perto chegávamos
do meu destino final, mais claros se tornaram os flashbacks da última
vez que estive na floresta sozinha com um cara, e todos nós sabemos
como isso acabou.

Que porra é essa? Os deuses do namoro estão me punindo?

Meu primeiro encontro de verdade, e me lembrei de Memphis!

Por que, Deus, por quê?!

—Oh. Meu. Deus. —Aspyn reconheceu. —Você está


pensando o mesmo que eu, certo?

—Sim. —Eu balancei minha cabeça com a tragédia que foi


minha vida amorosa. —Isso é um mau sinal?

—Não. É apenas uma coincidência.

—Que Ashton tenha escolhido a floresta como nosso


primeiro encontro?
—Estamos tecnicamente em um drive-in localizado na
floresta. É diferente.

—Aspyn, há até um rio.

—Não sei o que você quer que eu diga, mas não acho que seja
um mau sinal.

—Por que não?

Como Aspyn era a melhor amiga que uma garota poderia


pedir, ela se gabou: —Porque você fez os gêmeos e eles são os
pequenos humanos mais legais do mundo inteiro.

Eu sorri, acenando com a cabeça.

—Agora vá fazer de Ashton a melhor transa que você já teve.


—Ela parou o carro ao lado do Chevy dele. —Ok, seja uma boa
menina e certifique-se de me enviar uma mensagem quando chegar
em casa, para que eu não envie uma equipe de busca para a casa dele.

—Quem você está enganando? Vejo você de manhã quando


entrar na minha cozinha, roubando meu café e me pedindo para
contar todos os detalhes sujos.

—Ótimo. Fico feliz por termos resolvido isso. Amo você.


Fique segura, e faça o que fizer, não diga a ele o quanto você já gosta
dele. Essa é uma maneira de fazê-lo sair correndo porta afora.

—Certo. Eu sei. Amo você também. —Joguei um beijo no ar


e saí do banco do passageiro.

Ashton estava sentado na carroceria de sua caminhonete, e por


mais que eu tentasse desesperadamente não imaginar Memphis, eu
estava sem sorte.

Pare, Sage. Você está aqui com Ashton. O cara dos seus sonhos.
Ajudou que Ashton parecia bonito, arrogante, irradiando apelo
sexual, apenas sentado lá esperando por mim. Ele não precisava
tentar, ele era a epítome escrita do sexo.

—Você se vestiu para mim? —Ele agarrou minha mão para


me ajudar a subir na carroceria de sua caminhonete.

—O quê? Essa coisa velha?

Ele riu, praticamente me catapultando na frente dele como se


eu não pesasse nada. —Você está linda.

Antes que eu pudesse agradecer, ele sem esforço agarrou


minha nuca e trouxe meus lábios para encontrar os dele. Sem qualquer
hesitação, como se tivéssemos nos beijado por toda a vida. Ashton
sabia beijar.

Seus lábios eram apaixonados.

Suaves.

De fazer cair as calcinhas.

Eu estava sob seu feitiço, e ali, sob o luar, eu não queria deixar
esta pequena bolha em que de repente nos encontramos.

Tocando meus lábios uma última vez, ele descansou sua testa
na minha. Olhando profundamente nos meus olhos, ele murmurou
do nada. —Senti sua falta.

Essas três pequenas palavras nos pegaram de surpresa.

Minha mente não conseguia entender meus sentimentos


rápido o suficiente, e eu disse: —Eu também senti sua falta. —
Rapidamente, engoli o nó em minha garganta, me afastando dele. Eu
precisava de um segundo para recuperar o fôlego e recuperar minhas
emoções que estavam levando o melhor de mim.
Quando me virei novamente, Ashton ainda estava sentado
onde eu o havia deixado. Completamente consumido por mim. Era
um daqueles olhares que você só via em um filme romântico e
desmaiava pelo resto da noite. Não havia como negar que eu estava
causando um efeito maluco nele também. Eu queria perguntar a ele o
que ele sentia. Estava na ponta da minha língua, explodindo para sair.

Eu não perguntei.

Eu me segurei.

Mesmo que eu não quisesse.

Mesmo que parecesse errado.

Simplesmente mudei de assunto. —Você também não parece


tão mal.

—O quê? Essa coisa velha? —Ele brincou em um tom


sedutor.

Eu sorri, sentada na beirada da caminhonete. —Você tem uma


cerveja aí para mim? —Eu acenei com a cabeça em direção ao cooler.

—Oh, você é uma garota que bebe cerveja?

—Eu sou. Eu sou.

—Que tipo de cerveja você gosta?

—Minha favorita é a sidra, mas também gosto de beber uma


Corona Light, se você tiver uma.

—Você está com sorte. —Ele abriu o cooler, pegando uma


Angry Orchard9. Abrindo-a para mim, ele a entregou.

9
Angry Orchard é uma marca de sidra. Embora frequentemente as sidras sejam agrupadas na categoria
de cerveja, a bebida fermentada é na verdade mais parecida com vinho do que com cerveja. Isso porque
as maçãs são usadas para a sidra da mesma forma que as uvas são usadas para o vinho, e não há malte
ou lúpulo adicionado à sidra.
—Uau. Importa-se de compartilhar como você sabia que eu
gostava de sidra?

—Isso é fácil. Você é uma garota. Você gosta de bebidas


frutadas.

Eu acenei com a cabeça. —Justo.

Durante os trinta minutos seguintes, nós apenas conversamos


e ficamos lá. Não foi estranho ou embaraçoso. Mais uma vez, parecia
que éramos velhos amigos fazendo o que fazíamos há anos. Quando
o Uber chegou com a comida, pensei que esse cara não podia ficar
melhor até que ele me mostrou o que havia pedido. Havia toda uma
variedade de diferentes tipos de comida. Obviamente, ele não sabia
do que eu gostava, encomendando um pouco de tudo.

—O que você está pensando?

—Em nada.

Ele ergueu uma sobrancelha. —Você sabe que quando mente,


seus lábios se contraem um pouco.

—Você é sempre tão perceptivo assim? —Eu provoquei,


trazendo a atenção de volta para ele.

—É como eu ganho a vida.

—Ah, sim? Você usa muito isso como corretor de imóveis?

—Eu sei o que você está fazendo. Caso você não perceba,
estou ciente de que está tentando mudar de assunto. —Ele me deu
um de seus grandes sorrisos com covinhas que eu já conhecia. —
Completamente ciente.

Revirei os olhos, dando-lhe toda a minha atenção. —Ok,


amigo, nova regra. Isto. —Eu apontei dele para mim. —Para isso
funcionar, essa coisa perfeita que você está fazendo, temos que ir mais
devagar.

—Coisa perfeita?

—Não seja tímido, Ashton. Você sabe o que está fazendo.

—Eu não tenho ideia do que você está falando, mas obrigado
por estimular meu ego.

—Sim, Ashton, porque você precisa de um estímulo para isso.

Ele riu, fazendo aparecer aquelas malditas covinhas marcantes


e sedutoras, e eu não queria nada mais do que estender a mão e tocá-
las. Corei só de pensar nisso.

—Eu adoro quando você diz meu nome.

Eu bati em seu braço. —Pare com isso.

—Parar o quê, de dizer a verdade? Você quer que eu minta?


Dizer que não estou pensando em todas as coisas indecentes que
quero fazer com você? —Ele olhou para cima com um olhar
malicioso. —Você me pegou, doçura. Nada escapa de você, hein?
Estou tentando impressioná-la; está funcionando?

Eu ri. —Estou aqui, não estou? Estou meio que curtindo você
me chamando de doçura. Ninguém nunca me chamou assim antes.

—Tenho quase certeza de que ninguém nunca fez muitas


coisas para você ou por você antes. —Ele hesitou, falando com
convicção...

—E vou te dizer uma coisa, eu realmente amo isso.


CAPÍTULO 13

Sage

—Sim, sim, sim, apenas coma, Don Juan. —Sentei-me à sua


frente.

Durante todo o tempo em que comemos, não falamos de nada


em particular, nos conhecendo. Eu realmente gostei de ser o centro
das atenções dele. O filme começou, e Ashton ainda não tirava os
olhos de mim.

—Você vai assistir ao filme ou a mim?

Ele sorriu. —Eu já vi este filme.

—Então por que você escolheu de novo?

—É meu filme favorito, mas é minha segunda coisa favorita


desta noite. —Ele encostou-se na traseira de sua caminhonete eu
segui seu exemplo.

—Eu nunca estive aqui.

—É uma pena.

—Sim. —Respondi, respirando ar fresco. A brisa era uma boa


mudança de ritmo em relação ao verão quente e úmido. Eu esqueci o
quanto eu amava estar ao ar livre durante esta época do ano.

—Você não vai me perguntar qual é a minha coisa favorita


desta noite? —Ele se aproximou um pouco mais de mim, fazendo
com que sua colônia instantaneamente atingisse meus sentidos. Era
difícil não se envolver com ele apenas para respirar seu cheiro.
—Não sei. Você vai dizer algo sujo ou sedutor? Ou você vai
ser honesto?

—Eu sou sempre honesto. Você, Sage, você é minha coisa


favorita desta noite.

Nossos olhos se conectaram e, pela primeira vez, não tive que


questioná-lo.

A verdade estava escrita em seu rosto.

—Diga-me algo sobre você que ninguém saiba. —Ele pediu.


—Nem mesmo Aspyn. —Acrescentou.

—Essa é difícil. Não há nada que Aspyn não saiba.

—Acho isso difícil de acreditar.

—Por que é difícil?

—Porque você parece o tipo de mulher que pode manter


algumas coisas escondidas.

Sim... estou escondendo o fato de que sou mãe de gêmeos!

Em vez de contar a história da minha vida, dei de ombros com


indiferença e ele aceitou meu pedido silencioso, não me pressionando
a lhe dar mais do que eu queria.

—Vamos falar sobre você. —Rebati.

—Eu sou um livro aberto, então me pergunte o que quiser.

—Diga-me algo que você nunca disse a ninguém.

—Bem. —Ele acenou com a cabeça, continuando. —Quando


eu tinha dezesseis anos, fiz um pacto com meus amigos, de ficar
solteiro e nunca me apaixonar.
Meus olhos se arregalaram. —É por isso que você ainda está
solteiro?

—Eu não sei mais.

Eu não tinha certeza se ele estava insinuando que eu era a


razão, mas se a expressão em seu rosto era alguma indicação, então
ele totalmente estava.

—Foi ideia sua?

—Não, foi de Leo.

—Ele não está morando com a namorada?

—Mmm-hmm.

—Então? Esse pacto está desfeito agora?

—Para ele.

—Não para você?

Ele balançou sua cabeça. —Não para mim.

Eu estaria mentindo se dissesse que não parecia que a resposta


dele não foi um tapa na cara.

—Não se apaixone por mim, Sage.

Eu não me contive. —E se você se apaixonasse por mim,


Ashton?

—Fiz o pacto algumas horas antes de te conhecer naquela


festa. Você era toda fofa e desajeitada, e foi a única vez nos últimos
oito anos que eu desejei poder voltar atrás.

—Ashton...
—Eu estou mentindo. Não foi a única vez nos últimos oito
anos. Na semana passada, quando vi você na frente de todos naquele
evento de speed dating, linda e deslumbrante e ainda tão estranha, eu
desejei isso novamente.

Nós nos olhamos fixamente.

—Eu nunca disse isso a ninguém.

Meu coração batia forte em meu peito. —Estou muito feliz


por nos encontrarmos novamente.

Isso foi o suficiente para ele se inclinar e reivindicar minha


boca mais uma vez.

Ashton

Inclinei-me e a beijei.

No início, ela começou inocentemente, mas depois de alguns


segundos ela abriu a boca e moveu os lábios. Sua boca se tornou mais
exigente, querendo que eu respondesse, e eu gentilmente comecei a
responder, o que me rendeu um gemido de seus lábios.

Ela tinha gosto de sidra e hortelã-pimenta, e eu não conseguia


me fartar. Sua língua era macia e parecia seda. Eu tinha acabado de
beijá-la, mas já parecia que era há tempo demais.

Comecei a me inclinar para frente, querendo sentir seu corpo


sob o meu. No segundo que eu estava acima dela, comecei a deslizar
minha mão. Comecei em seu cabelo e depois desci para seu rosto. Ela
se contorceu e gemeu embaixo de mim, me incentivando a continuar.
Movi minha mão para seu seio e pude sentir seu mamilo endurecendo
através de seu vestido de algodão. Ela empurrou seu seio ainda mais
em minha mão, e eu imediatamente agarrei-o com mais força,
ganhando outro gemido.

Era a primeira vez que a sentia dessa forma, esfregando meu


pau duro contra seu núcleo. Ela me seguiu muito rapidamente e
começou a fazer o mesmo contra mim. Eu a beijei com toda a paixão
e ânsia de um homem faminto. Ela correspondeu a cada empurrão e
puxão meu. Movi a mão sob seu sutiã, e eu sabia que precisava parar,
mas não podia evitar, porra.

Eu queria isso a semana toda, e permiti que o desejo e ânsia


por ela me dominassem completamente. Ela parecia incrível contra
meus dedos e a palma da minha mão. Tudo com Sage era indescritível.
Não importava com quantas garotas eu estive, nada chegava perto
disso.

Isso me excitou de maneiras que eu nunca pensei que seriam


possíveis. As emoções e luxúria que eu sentia por ela tornavam tudo
mais real e completo.

Nossos movimentos se tornaram mais impetuosos e urgentes,


já que ambos estávamos procurando por algo. Quando eu empurrei
seu sutiã de lado e depositei uma trilha de beijos até chegar a seus
seios, suas costas arquearam para fora da minha caminhonete. Seus
quadris se moveram mais rápido contra o meu pau e eu mantive o
mesmo ímpeto. Abri meus olhos para olhar para ela, querendo
desesperadamente ver seus seios. Eu o segurei novamente e ele se
encaixou perfeitamente na palma da minha mão. Seus mamilos de
cereja eram exatamente do tamanho certo. Enrijecidos, apenas
esperando que eu os chupasse em minha boca.

Eu os chupei.

Com os olhos cheios de luxúria, eu olhei para ela. A boca de


Sage estava entreaberta, seu rosto corado, seu peito subia e descia em
uma velocidade rápida enquanto ela agarrava o cobertor embaixo
dela. Este abraço foi muito diferente do anterior. Meus lábios eram
ásperos, mas suaves contra os dela, meu toque firme, mas gentil. Seu
coração batia tão incrivelmente rápido que o senti contra meu peito.

Seu corpo moldou-se perfeitamente ao meu. Foi a sensação


mais avassaladora e consumidora que já havia sentido em toda a
minha vida. Não haveria como voltar disso.

Dela.

De nós.

Essa conexão profunda era evidente desde a primeira vez que


colocamos os olhos um no outro.

Os lábios de Sage estavam destinados a estar nos meus. Meu


corpo estava destinado a estar em cima do dela.

Ela era minha garota.

Ela sempre foi minha garota?

—Porra... como você é gostosa. —Eu gemi dolorosamente.

Meus pensamentos.

Minhas palavras.

Todos eles pareciam estar misturados.

—Ashton. —Ela respirou erraticamente, ofegando em meus


lábios.

—O quê, baby?

—Eu quero você.

—Eu quero você mais do que eu jamais quis alguém. —


Confessei, me segurando por um fio.
—Por favor...

Eu não iria transar com ela aqui. Eu teria que esperar. Porém,
eu poderia dar a ela uma amostra do que estava por vir.

Para ela.

Muitas.

Deslizei minha mão por seu corpo até chegar à borda de sua
calcinha, e ela abriu mais as pernas. Eu já podia sentir a umidade
através da seda quando meus dedos encontraram sua boceta.

Ela gemeu descaradamente, inclinando a cabeça para trás e me


pedindo para continuar. Graças a Deus ninguém estava aqui além de
nós. Empurrei sua calcinha para o lado e toquei sua boceta pela
primeira vez. Ela estremeceu, beijando-me mais profundamente, com
mais força, mais rápido.

Os lábios de sua boceta eram macios.

Nus.

Sem um maldito pelo.

Do jeito que eu adorava.

Meus dedos se moveram para sua abertura, absorvendo sua


umidade e esfregando para frente e para trás em seu clitóris.

—Porra, você está tão molhada.

A única resposta que ela conseguiu emitir foi outro gemido


inebriante enquanto eu deslizava meus dedos em sua abertura, indo
direto para seu ponto G enquanto ela balançava os quadris com o
mesmo impulso.

—Oh, Deus...
Soltei um rosnado do fundo do meu peito, observando-a se
desfazer, ou pelo menos eu pensei.

—Você gosta disso, baby? Isso é bom? Hein? Diga-me, diga-


me que é bom. —Eu insisti com a voz rouca.

—Ashton... —Foi tudo o que ela conseguiu dizer.

Em poucos segundos, seu corpo ficou extremamente quente e


seu rosto ficou vermelho.

—Oh, Deus... —Ela repetiu, ofegante. —Isso não pode estar


acontecendo de novo. Estou queimando!

—Bom, querida, eu quero que você sinta que está pegando


fogo por mim.

—Não! Ashton, estou realmente queimando! Minha boceta


está quase na temperatura da água fervente, porra! —Ela me
empurrou de cima dela, e eu poderia dizer honestamente que esta foi
a primeira vez que uma mulher fez isso.

—Sage, o que há de errado?

Ela imediatamente agarrou minhas mãos, alcançando meu


dedo com o band-aid nele. —Oh. Meu. Deus. Claro! Claro que isso
aconteceria comigo!

—O quê? —Eu não conseguia acompanhar o quão irracional


ela estava sendo.

Ela não vacilou, tentando imediatamente pular da minha


caminhonete. Eu vi acontecer, mas não pude evitar. Quando fui atrás
dela, era tarde demais. Sage tropeçou nos próprios pés, caindo de cara
na grama.

—Ah, merda! —Eu pulei, agachando-me ao lado dela. —Você


está bem?
—Não. —Ela berrou, quase à beira das lágrimas.

—O que você precisa? O que eu posso fazer?

—Eu preciso ir ao rio para mergulhar na água enquanto espero


Aspyn vir me buscar e me levar para o pronto-socorro.

Havia cento e uma perguntas que eu queria fazer a ela, mas não
fiz. Eu simplesmente a peguei na grama e a carreguei em meus braços
até o rio.

Ela assobiava a cada passo que eu dava, e eu odiava estar


machucando-a. Não tinha certeza do que dizer ou fazer. Eu não disse
uma palavra, me contendo. Uma vez que estávamos lá, eu
cuidadosamente a sentei na água. Resistindo à vontade de rir com o
quão adorável e patética ela parecia, tudo ao mesmo tempo.

—Eu não sou louca.

—Não. —Dei de ombros. —Isso é totalmente normal. As


mulheres geralmente têm que mergulhar em rios depois que eu as
fodo com os dedos.

Ela riu, apesar da situação. —Sou alérgica ao látex.

Eu estreitei meus olhos para ela, ainda sem entender.

—Seu band-aid.

E assim, tudo fez sentido. Eu recuei, chocado era um


eufemismo. —Isso é realmente é verdade?

—Sim! Agora eu preciso que você ligue para Aspyn. Preciso ir


ao pronto-socorro.

Nunca em um milhão de anos eu pensei que isso aconteceria.


Fui de querer levá-la ao céu para realmente entregá-la diretamente ao
inferno.
Com a boceta pegando fogo e tudo mais.

Foda-se. Vida.

Na verdade, foda-se, Johnson e Johnson.


CAPÍTULO 14

Ashton

—Esta é definitivamente uma novidade para nós. —Sawyer


expressou, entrando na minha casa com a motorista roda dura atrás
dele.

Ela correu para Sage, que estava sentada no sofá da minha sala.

—Como está sua boceta? —Ela perguntou.

Sage ergueu o vestido, mostrando à amiga a toalha ensopada


que estava entre suas pernas.

—Pelo menos desta vez não estamos sentadas na sala de


emergência com um bando de estranhos julgando você.

—Não está ajudando, Aspyn.

—Desta vez? —Perguntei, incapaz de me conter.

Ambas ficaram tensas. Foi rápido, mas eu vi.

O que foi isso?

—Quantas vezes isso já aconteceu?

As duas se entreolharam antes de Sage responder. —Esta é


apenas a segunda vez.

—Quando foi a primeira?

Seus olhos se arregalaram por um momento. —Na noite em


que nos conhecemos.
Como se na hora certa, Sawyer chamou a atenção de todos
para ele quando se ajoelhou na frente de Sage e agarrou o pé dela.

—Ah! —Ela sibilou quando ele empurrou seu calcanhar para


trás, mordendo seu lábio inferior.

—Na escala de um a cinco, sendo cinco o pior, qual o seu nível


de dor quando faço isso?

—Não é tão ruim.

—E isso?

—Um pouco de dor quando você faz isso.

Ele o girou mais algumas vezes antes de colocar a mão na


maleta médica e retirar uma agulha. —É apenas um pequeno entorse.
Você estará nova em folha em um ou dois dias. Vou ter que lhe dar
uma injeção para a reação alérgica.

Ela assentiu, sem tirar os olhos de mim.

—Como você descobriu que era alérgica ao látex no dia que


nos conhecemos, Sage?

A expressão em seu rosto foi uma que eu reconheci muito


claramente.

Cautelosa.

—Você está pesando suas palavras, doçura?

—Não... sim... talvez.

—O que Sage está tentando dizer. —Aspyn interveio como a


boa amiga que ela era para ela. —É um assunto delicado para ela e
realmente não precisamos falar sobre isso agora.
—Interessante. —Eu sorri. —Considerando que eu não
perguntei a você.

—Oh, Sage não te contou? Agora que você está saindo com
ela, me leva junto também.

—Eu não faço sexo a três com amigos, mas obrigado pela
oferta. Além disso, você já está fodendo com Sawyer, e ele não
gostaria muito disso. Nenhum de nós gosta de compartilhar.

Todos riram, totalmente conscientes de que eu estava fazendo


uma piadinha, mas ainda assim falando sério. Nós não fodíamos
juntos. Embora eu realmente não fizesse sexo a três com amigos, no
passado, eu tinha fodido duas garotas ao mesmo tempo algumas vezes
e elas nunca foram exatamente como a magia da pornografia que se
assiste. As garotas geralmente ficavam com ciúmes uma da outra
porque nenhuma das duas realmente gostava de chupar a outra. Não
era o que era suposto ser. Além disso, minha parte favorita sobre sexo
era me concentrar em uma mulher e ver todas as maneiras que eu
poderia fazê-la gozar.

Para mim, foder era como um videogame – quanto mais você


jogava, mais especialista você se tornava.

—Sawyer não precisa se preocupar em me compartilhar. Não


estamos namorando e posso fazer o que quiser. —Aspyn anunciou, e
a mandíbula de Sawyer tensionou.

Ela iria levar uma surra mais tarde.

Forte.

Seus olhos encontraram os dela. —Você está dormindo com


outros homens?

—Você não está dormindo com outras mulheres?


—Não, Aspyn, você é a única que está montando meu pau e
eu gostaria de manter assim.

—Não vou falar sobre isso agora.

Ele olhou para ela por mais alguns segundos até que segurou
a agulha, voltando seu olhar para Sage. Sawyer era uma pessoa
reservada, e não me surpreendeu que ele não quisesse falar sobre o
que quer que estivesse acontecendo entre eles na nossa frente.

—Eu preciso que você abaixe suas calças para mim.

O olhar de Sage se fixou no meu com o pedido de Sawyer.

—Então o primeiro cara que consegue ver a bunda da minha


garota é você? Impressionante.

Ele arqueou uma sobrancelha. —Sua garota?

Porra.

Como eu continuava falando merda? Por que foi tão bom chamá-la de
minha garota?

Eu não conseguia acompanhar meus pensamentos divagantes


que cruzavam minha mente em uma velocidade absurda em questão
de segundos. Há momentos na vida em que você simplesmente sabe
que está majestosamente fodido, e eu realmente acreditava que este
era o meu no que se tratava de Sage e eu. Era uma daquelas ocasiões
que eu me lembraria mais tarde...

Foi aí que eu cheguei à conclusão de que ter Sage na minha


vida como minha única simplesmente não me assustava pra caralho.
Na verdade, isso me deixava feliz.

Novamente, quem eu sou?

—Melhor eu do que do médico de plantão. —Sawyer


comentou.
Sage respondeu. —Achei que você fosse estudante de
medicina?

Sawyer não conteve a satisfação em sua expressão ao sorrir


para Aspyn. —Falando de mim, é?

Aspyn sorriu. —Só em seus sonhos.

Com nada além de diversão em seus olhos, eles voltaram para


Sage novamente. —Sou, mas pedi um favor.

Ela assentiu e ficou de pé, levantando o vestido. A única razão


pela qual resisti ao impulso de cortar as mãos de Sawyer por tocá-la
de uma forma que eu ainda não tinha, foi porque ele agia de maneira
completamente profissional. Observá-lo em sua função era uma visão
e o rosto de Aspyn literalmente derretia enquanto ele cuidava de sua
amiga. Lentamente e com cuidado, ele enfiou a agulha na pele dela.
Assim que ele terminou de injetar nela com a mais longa agulha já
criada, o rosto dela instantaneamente demonstrou o alívio.

—Obrigada.

—Falando nisso... —Eu andei em direção ao meu bar,


precisando empurrar essa merda emocional porta afora. —Vou
preparar uma bebida para nós.

Bebida alcoólica.

O álcool sempre consertava tudo.

Eu estava bem. Isso estava bem. Nada de mais eu querer acordar ao lado
de Sage todas as manhãs e ir para a cama com ela todas as noites. Totalmente de
boa. Eu não pareço um maricas pensando assim.

Recomponha-se.

No caminho para o bar, pensei na última vez que estive aqui


com Sage.
Na primeira vez em que tecnicamente saímos, quase rolei no
chão com o ex-namorado dela, na segunda ela me deu uma joelhada
nas bolas e na terceira, dei a ela uma reação alérgica mortal por causa
de um Band-Aid e uma foda com os dedos.

O que vem a seguir? Fazemos sexo e ela fica grávida?

Eu ri internamente com o pensamento. Entregando a Sage e


Aspyn suas bebidas e depois a Sawyer, sentei-me ao lado de Sage e
coloquei sua mão no meu colo.

—Você está bem?

—Estou. —Ela sorriu. —Obrigada por lidar com isso.

—Fico bem sob pressão.

—Eu vejo isso.

Eu beijei sua mão.

—Vocês são a coisa mais fofa do mundo. —Sawyer disse em


um tom zombeteiro.

Meu olhar estalou para ele. —Diz o homem que apareceu com
seu caso de uma noite.

—Eu nunca disse que a mantinha por perto por apenas uma
noite.

—Me mantinha por perto? —Aspyn interrompeu. —O que eu


sou, um cachorro?

Ele riu, piscando para ela. —Quero dizer, você ama que eu
foda você por trás.

—Porque eu tenho uma bunda ótima.

—Isso você tem.


Antes que eu pudesse continuar a encher o saco dele, seu
telefone começou a tocar.

—É o Cain. —Ele atendeu, colocando-o no viva-voz. —Olá?

—Mano, o que diabos você faz quando coloca creme


anestésico em seu pau para durar mais e ela o coloca na boca?

Respondi por ele: —Depende do creme anestésico que você


usou. Eu recomendo Adam and Eve10.

Todos olharam para mim.

—O quê?

—Eu não usei isso. —Respondeu Cain. —Eu não sei que
porra eu usei. Tudo o que sei é que Lively não consegue sentir sua
garganta ou boca.

—Não soa como um problema para mim. —Respondeu


Sawyer. —Desfrute da paz e do sossego enquanto pode.

Todos nós rimos. Pelo menos essas garotas podiam entender


uma piada e compartilhar do nosso humor.

Porra. Agora elas se encaixam conosco? Elas são nosso par perfeito?

O que aconteceu a seguir foi tão rápido que não tive a chance
de dizer não.

A pior parte...

Eu não queria.

—Mano. —Cain declarou em um tom sarcástico. —Eu disse


isso a ela, e ela não gostou muito. Mas já que vocês estão juntos, não

10
Lubrificante anal à base de água para homens, mulheres e casais.
estou agendado para a próxima semana. Este é o momento perfeito
para vocês virem nos visitar e passar a semana conosco.

—Oh. —Eu zombei. —Você é um nós agora?

—Eu não sei, Ashton. —Cain imitou meu tom


condescendente. —Sage está aí com você agora?

Eu dei um soco no braço de Sawyer. —Você disse a ele,


idiota?!

—Cara. —Ele me deu um soco de volta com a mesma força.


—Eu precisei. Você me assustou pra caralho. Eu tinha que contar a
alguém.

—Aww... —Cain falou lentamente. —Oi, Sage. Aspyn está aí


com você também?

Ambas as garotas ficaram sentadas lá com sorrisos atrevidos


em seus rostos, adorando o fato de que estávamos sendo expostos.
Todas as nossas verdades foram espalhadas sobre a mesa, sem
segredos. A confiança que exalavam era sexy pra caralho também.

Sage estava convencida.

Provocante.

Deliciosa.

—Oi, Cain. Prazer em conhecê-lo. Ouvi tudo sobre você. —


Informou Sage em um tom feminino que fez meu pau estremecer.

—Todas as coisas boas, espero?

—Claro.

—Excelente. Porque vocês, meninas, deveriam vir com eles.


Faremos um trio. Beber, fazer turismo, ir para o mar e se tirarem a
parte de cima do biquíni e os peitos ficarem livres, não haverá marcas
de bronzeado.

Aqui. Mesmo.

Este foi o segundo momento em apenas alguns minutos que


percebi que estava realmente fodido.

Eu queria levar Sage para St. Thomas e tê-la só para mim. Não
poderia pensar em uma ideia melhor em toda a minha vida.

Roupas de banho.

O Caribe.

Minha língua em sua bunda.

Tudo parecia atraente.

As férias dos meus sonhos com a garota dos meus sonhos.

Eu não hesitei...

Fui com a minha intuição

Meu instinto.

O que sentia em meu coração.

Eu me virei, olhando profundamente em seus olhos e falei


com convicção...

—Deixe-me levá-la ao paraíso, doçura.


CAPÍTULO 15

Sage

—Não acredito que estou fazendo isso, Aspyn.

Minha melhor amiga olhou para mim como se eu tivesse


perdido a cabeça, e talvez eu tivesse. Eu estava sentada no banco do
passageiro de seu carro enquanto ela dirigia pelo estacionamento do
aeroporto, tentando encontrar uma vaga para seu veículo.

—Você não pode acreditar no quê? Que você vai fazer uma
viagem grátis para uma ilha com um cara gostoso? É nisso que você
não pode acreditar? Porque essa não parece a pior maneira de passar
a próxima semana, Sage.

—Sim, tudo isso faz sentido. Embarcar em férias grátis com


um homem que mal conheço e que não tem ideia de que sou uma
mãe que está enlouquecendo por estar deixando seus gêmeos pela
primeira vez.

—Cara, você acabou de responder sua própria pergunta. A.


Primeira. Vez. Seus filhos têm sete anos de idade, então, nos últimos
oitenta e quatro meses, ou dois mil, quinhentos e cinquenta e cinco
dias, você não fez nada além de ser mãe.

—Uau. Como você calculou isso tão rápido?

—Oh. —Ela encolheu os ombros com indiferença. —Venho


preparando este discurso desde que eu disse que íamos na semana
passada.
—Exatamente, você disse a eles que iríamos. Eu nunca
concordei com isso. Se não fosse por você e minha mãe, eu estaria
em casa com meus bebês.

—Obrigada pelo detalhamento, Sage. Eu estava lá, lembra?


Brady praticamente teve que jogar você no meu carro. Eu arrumei a
maioria das suas roupas também.

—Ugh... isso não parece certo.

Ela desviou para o primeiro local que encontramos depois de


procurar pelos últimos dez minutos. —É apenas ansiedade normal de
voo.

—Você sabe que não é.

Aspyn estacionou o carro e se virou para mim, agarrando


minhas mãos nas dela. —Olha, eu entendo, ok? A culpa da mãe é real,
mas pela primeira vez, Sage. Por favorzinho, durante os próximos sete
dias, você pode apenas se divertir? Tudo se alinhou perfeitamente
com os gêmeos e seu horário de trabalho. Ambos estão nas férias de
primavera esta semana. Sua mãe nem mesmo precisa ser motorista
para as crianças. Eles estão literalmente em casa a semana toda. Onde
ela está passando o tempo apenas sendo a avó deles. Comprando o
que eles quiserem. Atendendo a todas as suas necessidades.
Mimando-os até que seu coração esteja satisfeito.

—Eu sei.

Ela estava certa. Eu não poderia tê-los deixado com um adulto


mais responsável. Meus pais eram os melhores substitutos para mim;
no entanto, ainda me sentia péssima por estar indo a algum lugar sem
meus gêmeos. Fazíamos tudo juntos. O que mais me incomodava era
que Ashton ainda não sabia sobre eles, sobre mim.
Certo, eu não o via desde a noite em que estávamos todos
juntos. Tínhamos nos falado várias vezes durante o dia via mensagem
de texto ou ele me ligando para dizer boa noite.

Sim, você leu corretamente.

Ele era extremamente atencioso quando se tratava de como


meu dia estava indo. Sempre me perguntando quais foram os altos e
baixos do meu dia, de uma forma genuinamente interessada.

—Seus pais vêm implorando há anos para que você tire férias
e agora finalmente chegou a hora de se colocar em primeiro lugar.
Não vou permitir mais que você fique se culpando. Entendeu?

Abri minha boca e ela ergueu a mão, me silenciando.

—Não. Não vamos mais discutir isso. Você vai sair deste
carro, pegar sua bagagem de mão e vai viver sua melhor vida. —Ela
sorriu. —Está bem?

Suspirei profundamente; ela estava certa. —Está bem.

—Excelente. Estou feliz que acabou. Agora mexa sua bunda.


Vamos encontrá-los na esteira de bagagens.

Em vez de me concentrar na culpa, mudei de atitude e deixei


a empolgação que sentia assumir o controle. Esta era a primeira vez
que eu estava viajando não me lembro há quanto tempo. Claro, eu
tinha tirado férias com meus pais e os gêmeos todos os anos, mas isso
era muito diferente. Isso não era ir à Disney World ou a uma viagem
de acampamento. Estava indo para uma ilha, onde a única
responsabilidade que eu tinha na semana seguinte era comigo mesma.
Não só isso, mas eu estaria sozinha com Ashton.

Tempo ininterrupto a sós com ele. Exceto quando eu ligasse


para Haiden e Haven, o que eu não tinha ideia de como iria fazer
ainda. Era como se eu estivesse vivendo uma vida dupla, e a qualquer
momento pudesse deixar escapar a verdade. Dissemos aos gêmeos
que eu estava indo para um retiro de trabalho, e Haiden não ficou
nem um pouco feliz com isso.

Ele teve o maior ataque e quase desisti de ir, mas minha mãe
não permitiu. Ela sabia que eu precisava dessa viagem e também
como lidar com ele, garantindo-me uma e outra vez que ele ficaria
bem. Eu não tinha nada com que me preocupar, o que era muito mais
fácil falar do que fazer.

—Sage, posso sentir suas emoções conflitantes. Vamos pegar


uma bebida potente no bar.

Eu ri. —Eu poderia ir atrás de outra coisa potente agora.

—Você vai levar algo potente na bunda se não parar de fazer


beicinho.

Eu ri, seguindo-a até o aeroporto. Aspyn viajava muito, então


ela sabia o que fazer.

Eu o senti antes mesmo de vê-lo. Houve uma mudança no ar


ao nosso redor, como se quase parecesse mais leve quando Ashton
envolveu os braços em torno de mim por trás.

—Ei, estranha. —Ele murmurou em meu ouvido, fazendo


minha barriga dar cambalhotas.

—Interessante escolha de palavras, considerando que você


está me arrastando com você para uma ilha.

—Não teria me sentido bem indo sem você.

—Afinal, o que isso quer dizer?

Ele mordiscou meu pescoço. —Isso significa que você faz eu


me sentir bem.

Eu ri. —Que encantador.


—Querida, você não viu nada ainda.

De repente eu estava envolvida na aura confiante que Ashton


sempre trazia com ele, e a ansiedade que eu sentia se dissipou, parada
ali com seus braços em volta de mim. Cada vez que eu o via, sentia
ou falava com ele, nossa conexão crescia de maneiras que eu não
esperava ou acreditava ser possível neste momento. Ele estava me
fazendo sentir como a garota que um dia fui e tudo que eu podia fazer
era torcer para que quando eu lhe contasse a verdade sobre os
gêmeos, ele entendesse. Eu não queria perdê-lo, não quando eu tinha
acabado de encontrá-lo novamente.

Ele agarrou minha mão e a bagagem de mão e nós


caminhamos assim pelo terminal do aeroporto até chegarmos à fila
de raio X de corpos e bagagens. Todos passaram normalmente e eu
fui a última a passar.

—Senhora. —O atendente atrás do computador anunciou


depois que eu caminhei sob o scanner sem problemas. —Vamos
precisar verificar sua mala.

—Oh. —Eu concordei. —Ok. Há algo errado?

—Não, é apenas precaução. Você trouxe alguma arma com


você?

Eu balancei a cabeça, pega de surpresa por sua pergunta. —


Claro que não.

—Eu vejo. —Ele apertou um botão na tela de seu computador


e minha bolsa foi para frente e para trás algumas vezes sob o detector
de segurança.

—Algum problema?

—Sim.

—Tudo bem, não tenho nada a esconder.


—Parece haver um objeto bastante grande que está vibrando
em sua bolsa, senhora.

—Objeto grande que está vibrando na minha bolsa? —Eu


repeti, confusa. —Oh! Aposto que é minha escova de dente. Deve ter
ligado.

—Parece ter o formato de uma arma, senhora, então vou


perguntar de novo. Você tem alguma arma com você?

Sacudi a cabeça fervorosamente e Ashton se aproximou de


mim. —Senhor, acho que você está enganado...

—Eu preciso que você se afaste. Esta não é sua bolsa, é dela.

—Certo, mas posso garantir que ela não está carregando


nenhum tipo de arma na bagagem.

Com uma expressão séria e intimidante que deixou minhas


mãos suadas, o atendente ergueu os olhos para mim.

—Vou precisar que você me siga.

Eu acenei com a cabeça.

Talvez um dos brinquedos de Haiden tenha ido parar na minha bagagem


de mão? Merda.

Rapidamente, o atendente pegou minha bagagem e eu o segui


até o final da mesa como se fosse uma criminosa que estava prestes a
ser ordenada a se curvar e tossir. Aspyn ficou ao meu lado, assim
como fez Ashton com Sawyer parados atrás de nós. Estávamos todos
prontos para começar nossas férias e isso definitivamente estava
atrapalhando as coisas.

O atendente calçou as luvas antes de abrir minha bolsa, e o


barulho passou de uma vibração baixa para um zumbido alto.

Meu coração caiu no chão.


Meu rosto empalideceu.

Eu não conseguia me mover.

Eu não conseguia falar.

Reconhecendo imediatamente aquele som.

Oh, por favor, Deus, não.

O homem revirou minhas coisas.

Biquínis.

Tangas.

Lingerie.

Isso poderia ficar mais embaraçoso? Com certeza, e seria em cerca de dois
segundos e meio.

Fechei meus olhos instantaneamente quando vi meu vibrador


rosa brilhante aparecer na frente de todos que estavam lá, incluindo
um bando de estranhos que começaram a rir loucamente às minhas
custas, percebendo o que estava zumbindo na minha bolsa.

Eu estava mortificada. —Oh meu Deus. Eu vou te matar. —


Eu abri meus olhos, olhando diretamente para Aspyn. Eu não fiz
minha mala, ela fez.

Ela estava sorrindo como uma idiota, tentando segurar o riso


de tomar conta de seu corpo. Aspyn colocou as mãos na frente dela
em um gesto de rendição. —Relaxe, é apenas Ashton.

—Aspyn!

Eu podia sentir o olhar de Ashton queimando um buraco nas


minhas costas.
—Espere um segundo... —Sawyer entrou na conversa, rindo.
—Estou entendendo isso corretamente? Você deu o nome de Ashton
ao seu dildo?

Meus olhos se fixaram nos dele. —Não é um dildo. É um


vibrador rabbit.

—Bem, parece uma arma, senhora. Talvez da próxima vez


você deva colocar seus brinquedos na bagagem e não na bagagem de
mão. —Repreendeu o atendente, fazendo meu rosto ficar um tom
mais vermelho.

—Eu não coloquei isso aí, senhor. —Olhei para Aspyn


novamente. —Ela colocou.

Ela sorriu, não se sentindo nem um pouco envergonhada.


Minha melhor amiga era sem vergonha.

—Se você colocou na mala dela um dildo, mal posso esperar


para ver o que você trouxe para nós. —Acrescentou Sawyer, não
ajudando na minha humilhação.

—Oh, totalmente. Eu tenho algemas, chicotes e fita adesiva


para te calar.

Eu bufei uma risada com a resposta de Aspyn a ele.

Sawyer piscou. —Pervertida. Mas eu que vou te amarrar, baby.

—Senhora. —O atendente me entregou minha bolsa. —


Tenha um bom dia.

—Ah, então agora você é cordial? —Peguei minha bolsa e os


deixei todos parados ali, pensando que isso foi muito fácil.

Ashton não me deixaria esquecer isso. Jogando seu braço em


volta do meu pescoço, ele puxou meu corpo contra seu peito.
—Doçura, eu ainda estou preso na parte de você dando o meu
nome a um brinquedo. Este é um brinquedo novo ou ele é seu
namorado à bateria que vou ter que desligar?

Eu curvei minha cabeça. —Este é o pior dia da minha vida.

Aspyn riu. —É mesmo? Você se lembra daquela vez no 7º ano


quando você...

—Aspyn, se você não calar, vou contar a Sawyer sobre quando


você...

—Sage...

—Quando você fez o quê? —Sawyer perguntou, arqueando


uma sobrancelha.

—Por que você traria meu vibrador?

—Eu trouxe Ashton. —–Ela gesticulou para ele. —Para que


ele pudesse conhecer Ashton.

—Isso nem faz sentido.

—Vai fazer assim que você tiver os dois trabalhando em você.


Eu só estava tentando ajudá-la a alcançar os melhores orgasmos de
todos os tempos durante as férias.

Meus olhos se arregalaram quando Ashton respondeu: —Não


só vou arruinar você para todos os outros homens que tentarem ficar
entre suas pernas, mas também para o seu brinquedo. Porque eu vou
te dizer agora, doçura, eu não preciso recarregar depois de duas
rodadas.
Ashton

Dizer que não fiquei lisonjeado por Sage ter dado meu nome
ao seu brinquedo seria um eufemismo, meu ego e meu pau estavam
na mesma página.

Fazer Sage gozar até que ela pensasse que eu era Deus.

Tomamos alguns drinques no bar e, quando nosso voo


decolou, ela estava calma e tranquila, um pouco embriagada e rindo
de tudo.

Ela estava mais bonita do que eu me lembrava. Seu cabelo


estava uma bagunça de ondas, ela cheirava a protetor solar e estava
fazendo todo tipo de coisa no meu pau.

Como diabos ela parecia tão bem de manhã?

Observei a forma como seus lábios se moviam com cada


risada que saía de sua boca.

Observei a maneira como seu corpo se inclinava contra o meu


a cada segundo que passava.

Observei a maneira como a fiz sorrir.

Rir.

Principalmente, corar.

Incapaz de me conter, sorri. —Eu não pude deixar de notar


que seu Ashton é rosa. Achei que você não gostasse da cor rosa.

—Isso foi o que você não pode deixar de notar? Eu não o


comprei. Aspyn comprou para mim como presente de aniversário.
—Oh, então foi o presente que continuou te presenteando?

—Talvez.

—Em qual aniversário?

—Eu sei o que você está fazendo. Você está tentando


descobrir quando dei a ele o nome de Ashton.

—Estou apenas tentando descobrir tudo sobre meu


concorrente.

—Eu pensei que você poderia aguentar mais de duas rodadas?

—Ainda não há um veredito. Bem... —Eu inclinei minha


cabeça para o lado. —Isso é, até chegarmos à nossa suíte.

—O que acontecerá quando chegarmos lá?

—Felicidade.

Ela deu um sorriso largo e brilhante. —Você sabe que uma vez
li um artigo que é bom expor a bunda ao sol. Isso te deixa mais feliz.

Eu comecei a rir. —Desculpe, o quê?

Ela mexeu as sobrancelhas. —Sim. Estou falando sério, não


posso inventar uma merda dessas.

—E onde você leu isso?

—Em uma revista feminina. Na verdade, é um fato


comprovado. Eles fizeram estudos sobre isso.

—Estudos, hein? As crônicas do ânus?

Ela riu tanto que sacudiu todo o seu corpo.

Deus, ela era linda pra caralho.

—Eu me pergunto como eles realizaram esse estudo.


—O que você quer dizer?

—Como seria a cena? Tipo uma águia espalhada? Bunda para


o sol?

—Eu estava pensando mais como um cachorro abaixado, com


a bunda erguida no ar... Você sabe, melhor visibilidade direta dessa
forma.

—E você faria isso?

—Quero dizer, não na praia, mas definitivamente em um lugar


privado. Eu não tenho muito tempo sozinha para mim. Se eu fizer
isso, vou informá-lo de como funciona para mim.

Mal sabia ela que eu já estava planejando ter assentos na


primeira fila para seu cachorro abaixado na minha cara.
CAPÍTULO 16

Ashton

Como essa era nossa primeira viagem juntos, decidi que ficar
em nosso próprio quarto seria melhor do que dormir no catamarã de
Cain. Eu ainda não sabia se Sage era escandalosa, e a última coisa que
eu queria era alguém estragando o momento entre nós se ela estivesse
sendo muito barulhenta.

Eu a levei até St. Thomas apenas para ouvi-la gritar meu nome
e ninguém iria estragar isso para mim.

Sawyer reservou uma suíte no mesmo hotel que nós, e eu


imaginei que fosse pelos mesmos motivos. O pouco tempo que eu
tinha passado com Aspyn foi o suficiente para eu saber que ela era
explosiva e eu aposto que ela incendiaria um quarto também.
Estávamos hospedados no Marriott Frenchman's Cove, e reservei
uma suíte com varanda com vista para o mar.

Eu ganhava muito bem como corretor de imóveis. Ser um


conquistador era útil para vender uma casa. Eu sabia o que as
mulheres queriam, a cozinha e o armário principal sempre eram os
grandes chamativos de qualquer casa e eu fazia questão de que meus
clientes ficassem felizes. Vendi mais casas do que qualquer pessoa em
meu departamento no último ano, ficando em primeiro lugar nas
vendas trimestrais.

Trabalhei duro e me diverti mais ainda.

Mas na semana seguinte, Sage era minha única prioridade.

—Uau. —Ela suspirou, entrando em nosso apartamento.


Eu estava acostumado a estar em casas caras e luxuosas; no
entanto, a vista para as águas azuis cristalinas do Caribe nesta suíte era
provavelmente uma das vistas mais incríveis que eu já tinha visto.
Ainda assim, observei Sage olhar tudo porque ela era uma bela visão.
Isso pode soar clichê pra caralho, mas a água era apenas a segunda
melhor vista diante dos meus olhos.

O sorriso em seu rosto era o suficiente para colocar qualquer


homem de joelhos, e eu resisti ao desejo de fazer exatamente isso.

—Tenho uma surpresa para você.

Ela olhou na minha direção. —Ashton, você é demais. Que


surpresa mais você poderia me dar além desta viagem?

Ela estava brilhando.

Radiante pra caralho.

Luminosa, brilhante, deslumbrante.

—Por que você está olhando assim para mim?

—Como estou olhando para você?

—Como se você nunca tivesse visto uma mulher antes.

—Nenhuma como você. —Eu acenei com a cabeça em


direção ao quarto e ela estreitou os olhos para mim. —É aqui que vou
precisar que você fique nua. Hoje é o dia.

—De quê?

—De eu fazer você gozar.

Ela arregalou os olhos.

—Melhor se apressar antes que a água esfrie, Sage.

—A água?
Agarrando sua mão, levei-a para o nosso quarto. Indo direto
para o que pedi ao hotel para fazer por ela antes de chegarmos. Eu
queria que ela realmente relaxasse nesta viagem. Que melhor maneira
de começar do que com ela nua e molhada.

Durante nossas conversas ao telefone, percebi que Sage estava


extremamente ocupada na maior parte do tempo. Era difícil trazê-la
para mim, mesmo por telefone. Ela não falava muito sobre sua vida,
e era o que eu mais queria saber. Ela manteve nossas conversas
focadas em mim, apesar de meus esforços para conhecê-la melhor.

Era quase como se ela estivesse escondendo algo. Eu pude


perceber pelo tom de sua voz quando revertia nossas conversas para
ela. Ela não tinha interesse em me contar o que eu perguntava
casualmente e ansiava por saber. Sem mencionar que ela silenciava
nossa ligação às vezes quando conversávamos. Eu percebia quando a
linha ficava muda.

Por que eu não podia ouvir o que estava acontecendo na casa dela?

Um dos meus objetivos nesta viagem era descobrir o que ela


estava escondendo.

Era eu?

Se nosso relacionamento ia continuar na direção que estava,


então eu precisava que ela se abrisse. Esta era uma via de mão dupla
e, até agora, parecia muito unilateral.

—Você preparou um banho de espuma para mim? —Ela


perguntou com os olhos brilhantes quando chegamos ao banheiro,
onde havia uma enorme banheira.

Pedi para a equipe fazer tudo.

Bolhas.

Pétalas de rosa.
Bombas de banho11.

Até aquela merda que se chamava sais de banho.

Uma garrafa de Dom Perignon gelada no canto da banheira.

—Eu não posso levar todo o crédito. A equipe montou isso


para você.

—Ashton, isso é... quero dizer... eu não... —Ela balançou a


cabeça, tentando reunir suas palavras. —O que você está fazendo
comigo?

—Estou deixando você molhada.

Ela corou e era meu novo tom favorito de vermelho.

—Agora, fique nua para mim.

—Você primeiro.

Eu sorri. —Não, doçura, isto é para você. Não para mim.

—E nós?

—Temos o resto da semana para focar em nós. No momento,


isso é sobre você. Para você. De mim. —Deslizei meus dedos na alça
fina de seu vestido, eu sabia que Sage era tímida e não me importava
em ajudá-la a se despir.

Sua respiração acelerou no momento em que sentiu meus


dedos em sua pele sedosa. Em um movimento rápido, seu vestido
caiu no chão e se amontoou a seus pés. Ela ficou ali parada, vestindo
apenas uma calcinha de seda intocada. Meu olhar predatório
percorreu seu corpo enquanto eu agarrei os lados de sua calcinha e a
deslizei por suas coxas e bunda deliciosas. Ficando de joelhos na
frente dela, arrastei sua calcinha para o chão e ela saiu dela.

11
“Bolas” de sal marinho que “explodem” quando mergulhadas na água.
Com os olhos cheios de luxúria, olhei para ela enquanto ela
olhava para mim com uma expressão arrebatadora que reconheci.

—Precisa que eu experimente alguma coisa enquanto estou


aqui?

Ela sorriu. —Esse sorriso vai ser o meu fim.

—Oh, sim?

—Sim, e sua boceta.

—Meu banho está esfriando.

Só porque eu não pude resistir, coloquei minha língua para fora


e lentamente lambi a fenda de sua boceta. Eu gemi quando a ponta
da minha língua tocou levemente seu clitóris. Ela tinha o gosto de
tudo que eu sempre quis e nunca pensei que poderia ter.

Seus olhos se arregalaram e sua boca se abriu como se ela não


pudesse acreditar que eu tinha acabado de fazer isso.

—Confie em mim, baby. Eu não quero nada mais do que


colocar sua linda boceta rosa no meu rosto, mas agora, eu só tive um
pequeno gosto. Entre naquele banho de espuma antes que eu mude
de ideia, Sage, e faça você gozar na minha boca em vez disso.

Ela hesitou e eu não resisti. Eu bati em sua bunda, fazendo-a


gritar.

—Seja minha boa menina, doçura, e ouça, ou não terei


misericórdia de você em um segundo.

Com as pernas instáveis, Sage obedeceu e eu aproveitei a


oportunidade para dar uma olhada em sua bunda deliciosa. Ela tinha
curvas em todos os lugares certos, com um corpo em formato de
ampulheta pelo qual a maioria das mulheres mataria para ter. Eu mal
podia esperar para arrebatar seu corpo daqui até o paraíso.
Uma vez que ela estava sentada na banheira, eu a deixei fazer
suas coisas, dando a ela a privacidade que ela disse que não teve em
nosso voo. Depois de cerca de trinta minutos, fiquei inquieto e
impaciente, decidindo que era hora de dar a ela um final feliz. Entrei
no banheiro com a determinação de um homem possuído e, de certa
forma, eu estava.

Entrando atrás dela na banheira, sentei-me na beirada, suas


costas para a minha frente. Ela estava usando fones de ouvido,
ouvindo música, e não me ouviu entrar. Seus olhos estavam fechados,
seus lábios franzidos, sua pele ligeiramente vermelha por causa da
água quente. As bolhas e jatos bloqueavam minha visão de seu corpo
perfeito.

Embora, eu ainda pudesse ver o topo de seus seios. Meu pau


estava duro como uma rocha, lutando contra meu calção de banho.
Implorando para ser libertado, só que isso não era sobre mim.

Isso era tudo sobre ela.

A última vez que minhas mãos estiveram sobre ela, não saiu
como eu esperava e eu queria compensá-la.

Com cuidado para não perturbar seu santuário, deitada ali em


um banho de espuma feito para uma rainha, coloquei minhas pernas
dos lados de seu corpo e coloquei as dela entre as minhas.

Não querendo assustá-la, tirei seu fone de ouvido esquerdo. —


Sou eu, doçura.

Ela olhou para mim com o maior sorriso no rosto. —Você


está se juntando a mim agora?

Eu balancei minha cabeça. —Feche seus olhos.

—O que você está planejando nessa sua cabeça?

—Feche os olhos e você descobrirá.


Depois de alguns segundos de seus olhos questionadores, ela
os fechou.

—Então me diga, Sage. Além da reação alérgica que eu dei a


você na semana passada, quando foi a última vez que você foi tocada?

—O quê? —Ela respondeu, surpresa.

—Beijada? Amada? Quando foi a última vez que alguém te fez


gozar?

Ela franziu as sobrancelhas em um gesto contemplativo.

Eu sorri. —Muito tempo, hein?

—Eu não vou ter essa conversa com você.

—Ótimo, visto que não pretendo falar sobre outros homens


quando estiver com você. Deixe-me dar o que você precisa. —Fiz
uma pausa, permitindo que minhas palavras fossem absorvidas e, em
seguida, falei lentamente: —Vou mostrar o que você está perdendo
usando seu namorado movido a bateria e como o Coelhinho
Energizer não é páreo para seu homem.

Seus olhos se abriram imediatamente. —O quê?

—Eu gaguejei?

—Ashton, você acabou de dizer que é meu homem? Você não


pode simplesmente...

—Eu não posso? Diga-me, doçura, o que mais eu não posso


fazer?

—Ashton, por favor...

Minha mão deslizou por seu corpo em seu banho de espuma


até chegar onde eu mais queria.
Sua boceta.

—Tudo bem, mas apenas porque você pediu de forma tão


gentil.

Pela primeira vez na minha vida, eu estava tocando uma


mulher que parecia pertencer a mim desde o momento em que
coloquei os olhos nela, oito anos atrás. Meu toque a fez estremecer.
A sensação dos meus dedos fez seus lábios se separarem.

—Sem Band-Aid desta vez.

Ela sorriu, e isso iluminou todo o seu rosto. —Você me faz


rir.

—Eu também vou fazer você gozar. Mas me diga primeiro, se


você é alérgica ao látex, como você...

—Estou tomando pílula.

Eu me afastei, não gostando de sua resposta.

—Você sabe que há mais razões para tomar anticoncepcionais


do que...

—Não estou preocupado com as razões de ninguém além das


suas.

—Eu nunca fiz sexo desprotegida e carrego preservativos sem


látex. Para responder à sua pergunta, eu não faço sexo com tanta
frequência. Não gosto de responder a perguntas como as que você
está me fazendo. Além disso, quem quer dormir com a garota que
anda por aí com preservativos sem látex?

Suavemente, eu deslizei as pontas dos meus dedos contra suas


dobras nuas.

—Eu não faço sexo sem preservativo, então...


—Eu também não faço sexo sem camisinha, Sage. Que tipo
de homem você pensa que eu sou? Não tenho intenção de me tornar
pai tão cedo.

Ela se encolheu, incapaz de esconder.

O que foi isso? —Algo que eu disse?

—Sua mão está esfregando minha... eu.

Ignorando a mudança repentina na boca do estômago,


continuei com minha descida. Se ela não estava disposta a responder
às minhas perguntas, então eu iria arrancar isso dela.

—Quando foi a última vez que você usou Ashton?

—Você não gostaria de saber.

—Você estava imaginando eu me masturbando enquanto


tocava sua boceta, Sage?

—Então a conversa indecente só fica mais suja quando sua


mão está entre minhas pernas?

—Querida, você não tem ideia.

—Ashton...

—Quando foi a última vez que você gozou?

—Eu...

Inclinando-me para frente, minha boca deslizou por seu


pescoço em direção ao topo de seus seios.

—Quero dizer...

—Desculpe, estou distraindo você?

—Sim.
—Bom. —Movi meus dedos em direção a seu clitóris. —
Responda ou eu paro.

—Eu... eu não posso... quero dizer... às vezes é difícil para


mim... para...

Muito levemente, eu esfreguei seu cerne.

—Oh, Deus...

—Eu mal toquei em você e você já está me chamando de


Deus.

Eu nunca esqueceria o som de seu gemido erótico. Irrompeu


do fundo de seu peito, cheio de emoção e misturado com pura
luxúria. Suas coxas se apertaram em antecipação do que eu faria com
ela a seguir.

—Eu posso fazer você gozar apenas com o toque da minha


mão e dedos. —Eu gemi em um tom excitante. —Abra suas pernas
para mim, baby, e eu provarei que você estava destinada a ser minha.

Eu não iria parar por aí; eu apenas tinha começado.

Eu queria mostrar a ela como era estar com um homem que


queria conhecê-la por dentro e por fora.

Seu prazer era meu.

—Sentir você é viciante pra caralho. Você vai me dizer qual foi
a última vez que gozou, ou vou ter que foder você?

—Mmm... —Ela gemeu.

—Você quer que eu esfregue você aqui em movimentos


circulares? —Eu aticei, estimulando seu ponto sensível.

—Sim...
—Assim?

—Oh Deus, sim...

—Você quer que seu clitóris brinque, Sage? —Eu


gradualmente a acariciei. —É sempre melhor começar devagar para
poder adicionar um pouco de pressão de cada vez. Está vendo, baby?
Sua boceta quer que eu a acaricie, a lamba, a saboreie; não só quer ser
fodida, mas quer ser amada. Por mim.

Suas pernas tremeram.

Seu corpo tremeu.

Seus quadris balançaram sem ela nem mesmo perceber que


estava fazendo isso.

—A água não pode esconder o fato de que sua pequena boceta


gananciosa está ficando bem molhada. Tornando mais fácil eu
deslizar meu dedo médio em sua boceta apertada e quente. Tudo o
que tenho que fazer é dobrar meu dedo bem... aqui.

Ela arfou, ofegando pesadamente. Ela estava perto, e eu queria


que seu primeiro orgasmo comigo fosse em meus braços, no meu
colo ou no meu pau. Com meu braço em volta de sua cintura, eu a
puxei para sentar em minhas pernas, suas costas contra o meu peito.

—O ângulo em que estou sentado atrás de você está tornando


muito mais fácil deslizar outro dedo dentro de você.

—Oh, Deus... —Ela derreteu ao meu toque enquanto eu batia


em seu ponto G com mais força e mais rápido.

—Sua boceta está pulsando em meus dedos, o que me diz que


posso ir um pouco mais rápido, um pouco mais forte. Empurrando
bem aqui...

—Ashton, por favor...


—Meu dedo está fodendo seu ponto G, querida. Agora, a
questão é, eu faço você gozar ou eu faço você esguichar para mim?

Ela ofegava, ronronando, tremendo e se desfazendo. O que


começou tenro, tornou-se áspero e duro.

—Tudo o que tenho que fazer é empurrar mais para trás e


bater... bem... aqui...

—Oh, Deus! Oh, Deus! Por favor... bem aí... por favor... não
pare...

—Especialmente quando eu faço isso. —Eu movi meus dedos


para frente e para trás, ficando bem lá dentro. —Agora se eu fizer
isso... —Com a palma da minha outra mão, eu estimulei seu clitóris
de um lado para o outro, nunca desistindo do meu ataque dentro dela.
—Eu quero ver o quão alto posso fazer você gritar meu nome.

Não demorou muito para ela fazer exatamente isso, gritando:


—Ashton! —Em puro abandono enquanto ela quase empurrava
meus dedos para fora de seu núcleo. Ela enlouqueceu de necessidade
e desejo, gozando com muita força uma e outra vez.

—Que bom que não ficamos no barco de Cain. —Eu ri,


permitindo que ela cavalgasse a onda de êxtase antes de rosnar: —Da
próxima vez que eu fizer você gozar, vai ser na minha língua.

Nossos olhos se conectaram.

—E depois que eu terminar de engolir sua doçura salgada,


baby. —Colocando meus dedos em minha boca, eu os lambi.

—Eu quero ver quanto tempo você leva para me implorar para
fazer isso de novo.
CAPÍTULO 17

Sage

Estávamos na ilha há três dias e ainda não tínhamos feito sexo.

Eu sei, eu sei, louco pra caralho, certo?

Eu também não conseguia acreditar, mas isso não significava


que Ashton tivesse mantido suas mãos longe de mim.

As mãos dele.

A boca dele.

A língua dele.

O número de orgasmos que este homem estava me dando era


impressionante, em todos os sentidos da palavra. Cada vez que eu
tentava tocá-lo e retribuir o favor, ele me impedia. Dizia que não era
sobre ele, era sobre mim e meu prazer.

—Espere um minuto. —Disse Aspyn, colocando seu biquíni


em um dos quartos privados do catamarã de Cain.

Ele estava nos levando para o mar hoje para ir pescar e fazer
um cruzeiro.

—Você ainda não fez sexo?

Eu balancei a cabeça.

—Por quê?
—Cada vez que tento tocá-lo, isso só faz com que ele me faça
gozar de novo.

—Huh, talvez ele tenha um pau pequeno?

—Não. Se há uma coisa que sei é o quão bem dotado ele é.


Acredite em mim, já senti o suficiente. Além disso, ele me mandou
uma mensagem com uma foto de seu pau quando estava duro
algumas semanas atrás; ele é maior do que meu namorado movido a
bateria, e nós dois sabemos o quão grande aquele Ashton é. Mas eu
tenho um problema maior, Aspyn.

—O quê?

—Haiden não para de me ligar e enviar mensagens de texto.

Seus olhos se arregalaram.

—Sim, exatamente. Não sei por quanto tempo mais vou


conseguir fazer isso. Ashton está ficando desconfiado.

—Ele perguntou?

—Não com tantas palavras, mas eu sei que está chegando, e o


que devo dizer?

—Eu não contaria a ele sobre as crianças agora.

—Por que não?

—Porque ele levou você para uma ilha e acho que você deveria
esperar até voltarmos.

—Eu... —Meu telefone tocou, me interrompendo. —E aí está.


—Eu levantei meu telefone antes de atender a chamada de Haiden no
Facetime. —Ei, querido.

—Mãe, quando você volta para casa?


—Querido, eu já te disse. Estarei em casa no sábado.

—Mas, mãe, eu quero você em casa agora.

—Eu sei, querido. Estarei em casa muito em breve, e vou lhe


dizer uma coisa, vamos passar o domingo todo juntos.

—Mas, mamãe...

—Haiden, há algo errado?

—Sim. Estou com muitas saudades.

Fale sobre um chute no estômago. —Também estou com saudades.


Estaremos juntos em breve.

Ele resmungou, passando o telefone para a irmã.

—Ei, mamãe. Haiden está muito triste. Ele está sendo um bebê
chorão.

—Cale-se! —Eu o ouvi gritar do outro lado da linha.

—Haiden. Não diga a sua irmã para calar a boca.

—Sim, Haiden, não é legal, seu feio, cara de meleca.

—Oh meu Deus. Crianças, não comecem.

—Ele começou!

—Sim! E eu vou terminar! —Ele empurrou sua irmã.

—Ai! Você não passa de um valentão! Mamãe! —Ela gritou,


alto o suficiente para quebrar o vidro.

Meu coração apertou e eu esperava que ninguém mais tivesse


ouvido isso.

—Querida. —Mamãe anunciou, aparecendo na tela do meu


telefone. —Eles estão bem. Tenho tudo sob controle. Vá se divertir.
—Haiden está aprontando porque eu não estou lá. Como
posso relaxar quando meu filho está...

—Sage. —Ashton bateu na porta. —Está tudo bem?

Instintivamente, desliguei a ligação. Murmurando para Aspyn.


—Será que ele os ouviu?

—Uh, sim. —Ela respondeu a ele. —Estamos apenas nos


trocando. Sairemos em alguns minutos.

Passos se afastaram enquanto meu coração desacelerou. —Eu


não posso mais fazer isso.

—Sage, está tudo bem. Ele não ouviu.

—Estou falando sério. Não posso continuar mentindo e


vivendo essa vida dupla.

—Está tudo bem. Você está bem. Mais alguns dias e você pode
contar a ele. Certo?

Suspirei, me sentindo a pior mãe de todas. —Aspyn, ele


também continua se referindo a si mesmo como meu homem.

—Cara, você é de verdade? Você não fez sexo e ele ainda se


autodenomina seu?

—Eu sei! Não sei o que fazer com isso, Aspyn. Ele está
bagunçando minha cabeça. E não me fale sobre suas habilidades orais
e com os dedos. Nunca gozei tanto quanto nos últimos três dias. Ele
tem me acordado com a cabeça entre as minhas pernas, dizendo que
está me saboreando no café da manhã.

—Interessante.

—Por quê?
—Sawyer tem me acordado da mesma maneira. Será que eles
trocam essas informações?

Eu ri. —Não me surpreenderia.

—Você pode contar com Cain nisso também.

Nossos olhos se voltaram para a falsa esposa de Cain, Lively.


Nós os conhecemos no primeiro dia em que chegamos aqui, quando
todos nós fomos jantar juntos. Ela era adorável, incrivelmente bonita,
e sua personalidade era algo mais. Ela disse que era uma atriz faminta
e este era o melhor trabalho que ela já teve. Cain estava pagando a ela
um monte de dinheiro para fingir que estava vivendo o sonho de
amor que estavam vendendo. Mas ao vê-los juntos, porém, você
pensaria que eles eram realmente casados e felizes.

Eles se encaixavam perfeitamente. Suas personalidades eram


iguais. Não só isso, mas os dois eram extremamente atraentes. Na
minha opinião, Lively poderia ser modelo se quisesse, com suas
pernas longas e corpo esguio e tonificado.

Claro, ela não malhava; ela nasceu perfeita naturalmente.

—Cain tem me acordado com a cabeça entre as minhas pernas


desde que eu disse meu falso 'eu aceito'.

—Como isso funciona? —Eu perguntei, minha curiosidade


levando a melhor sobre mim.

—O que você quer dizer? Às vezes ele chupa meu cli...

—Não, não isso. Eu sei como isso funciona. Refiro-me ao seu


relacionamento. Vocês parecem estar realmente apaixonados.

Ela sorriu, mostrando seus dentes brancos e alinhados. —


Obrigada. Sou uma boa atriz. Espero ganhar um Oscar e um
Academy Award um dia.
—Então você não tem nenhum sentimento por ele? —Aspyn
questionou, parecendo tão curiosa quanto eu.

—Sou uma profissional, e Cain é apenas mais um trabalho para


mim.

—Por quanto tempo você planeja fingir? —Eu acompanhei.

—Contanto que seus cheques continuem caindo.

—Mas você está fazendo sexo? —Aspyn acrescentou.

—Não é diferente do que você está fazendo. Exceto que estou


sendo paga. Espere... —Ela parou por alguns segundos, rindo. —Isso
me faz soar como uma prostituta e eu não sou. Nunca fiz nada
parecido antes, mas a meu ver é que não é diferente de interpretar um
papel em um filme.

—Você não fode de verdade seu par romântico em filmes. —


Eu apontei.

—Você nunca foi a Hollywood se pensa assim, Sage.

Eu acenei com a cabeça. —Justo.

—Além disso, Cain não está me pagando para fazer sexo com
ele. Isso é apenas um bônus. Você viu como aquele homem é. Estou
definitivamente atraída por ele. Todas as mulheres na ilha gostariam
de estar no meu lugar e isso não as impediu de tentar. Você teria que
ser cega para não tentar dar em cima do meu falso marido. Além do
mais, ele é incrível na cama e estou aproveitando meu tempo com ele.
Nossos votos falsos foram o assunto da ilha. É por isso que nos
tornamos bem-sucedidos tão rapidamente. Quem não quer um jantar
com um casal que está junto desde que eram crianças?

—Entendo. —Eu balancei a cabeça novamente. —Vocês são


ótimos juntos. É por isso que acho difícil acreditar que vocês não
estão realmente apaixonados um pelo outro.
—Cain não está interessado em nada sério ou sossegado. Ele
vai levar o Pacto do Playboy para o túmulo.

—Pacto do Playboy? —Aspyn entrou na conversa, parecendo


confusa. —O que é isso?

—Sawyer não te contou? —Uh oh... Isso não ia acabar bem.

Como se fosse uma deixa, ele entrou no quarto como se fosse


o dono do lugar. No pouco tempo que estive perto dele, Sawyer
exalava confiança sem nem mesmo tentar. Sua presença era marcante
e havia algo nele que fazia com que seus olhos gravitassem para sua
estatura impressionante.

Acho que você poderia dizer que ele parecia um médico e eu


sabia que ele não teria nenhum problema em encontrar mulheres para
serem suas pacientes por motivos que nada tinham a ver com suas
habilidades médicas.

Ele apontou para Aspyn, sorrindo. —Eu tentei te dizer ontem


à noite, mas você estava mais interessado em ter meu pau em sua boca
do que ouvir qualquer coisa que saía da minha.

—Por falar nisso. —Enrolei minha canga em volta dos meus


quadris. —Eu estou indo. —–Olhei entre Sawyer e Aspyn. —Para
qualquer lugar, menos aqui.

De jeito nenhum eu queria me envolver nessa conversa. Aspyn


alegou que também não queria nada sério com ele; no entanto, eu
nunca a tinha visto com um cara mais de uma vez.

Tipo jamais.

Ela não tinha relacionamentos, nem mesmo os casuais. Eu


poderia dizer pelo jeito que ela olhava para ele que havia uma faísca
dentro dela quando se tratava de Sawyer. Eu conheci todos os garotos
do Pacto do Playboy tirando Leo, e todos eles tinham esse
comportamento sobre eles. Era difícil resistir. Pela primeira vez na
minha vida, conheci homens que tinham esse fascínio por eles.

Eles eram como catnip12 para nossos bichanos.

Chegando ao convés, encontrei Ashton parado lá com o vento


soprando em seus cabelos.

—Ei, covinhas.

—Covinhas?

—Sim, é meu novo apelido para você.

—Entramos no estágio do apelido de nosso relacionamento,


doçura?

—Você tem me chamado de doçura desde que nos vimos


novamente, então já passamos disso há muito tempo. Você não acha?

—Eu aprovo seu apelido para mim. Embora, eu não vá mentir


e dizer que não prefiro quando você me chama de Deus em vez disso.

Eu ri. —Você é impossível.

Ele me puxou em direção ao seu corpo. —Impossivelmente


viciado em você. —Seus lábios estavam nos meus, beijando-me
profundamente antes de se afastar. —Quer ver a melhor vista da ilha?

—Claro.

—Você tem medo de altura?

—Não.

12
A erva para gato ou Nepeta Cataria vem da mesma família da hortelã. Ela possui substâncias que causam
diferentes efeitos nos gatos, podendo ser calmante ou animar os mais quietinhos. Além disso, a planta
catnip ainda oferece outros benefícios, como deixar o gato mais sociável e brincalhão. A erva age através
do olfato do animal. Arranhadores, brinquedos com catnip e até a própria planta liberam um composto
orgânico chamado Nepetalactone. Esse aroma encanta a maioria dos gatos, pois estimula sensações boas,
como felicidade, euforia e o instinto caçador.
—Bom. Sage vai primeiro. —Ashton anunciou a Cain.

—Você vai amar. —Encorajou Cain.

—Amar o quê?

Ele sorriu, mostrando-me no que eu havia me metido. —Este


é um spinnaker swing13.

—Parece um grande paraquedas.

—E é. E com a brisa vai deixar você flutuar no ar atrás do


barco.

—Ummm... é seguro?

—Geralmente.

—Cain...

—Estou brincando. Você ficará bem e terá uma vista aérea da


água. Você vai amar. Eu prometo.

—Ok. —Eu declarei cautelosamente.

Cain me acomodou no assento improvisado e acenou com a


cabeça em direção ao oceano. —Tudo que você precisa fazer é pular
na água e eu farei o resto.

—Eu não sei sobre isso.

Ashton ficou na minha frente. —Doçura, eu nunca deixaria


nada acontecer com você.

13
—Isso é reconfortante. —Eu olhei para Cain. —Como faço
para descer?

—Você solta o cinto de segurança e pula.

—Quão alto eu vou chegar?

—Quase dez metros.

—Ok... isso não parece tão ruim.

—Não é. —Afirmou Lively, saindo para o convés. —Eu já fiz


isso provavelmente uma centena de vezes até agora. Você vai adorar,
Sage.

—Oh! —Aspyn exclamou, saindo atrás de Lively.

Ela estava andando estranhamente e por um momento me


perguntei o que Sawyer poderia ter feito com ela.

—Eu quero ir em seguida!

—Você pode ir primeiro. —Eu disse a ela.

—Não, você está pronta para ir.

—Eu posso ir...

—Sage. —Interrompeu Lively. —Viva um pouco.

Ela estava certa.

Qual é a pior coisa que poderia acontecer?

Eu beijei Ashton antes de pular.

—Nade um pouco. —Cain ordenou, e eu nadei.

O catamarã começou a se mover e eu também, até que o vento


pegou o paraquedas e eu fui levantada no céu. Meu nervosismo
diminuiu quando percebi que não era tão ruim quanto pensei que
seria. Eles estavam certos, a vista daqui de cima era incrível. Eu podia
ver tudo: as cores, as ondas, a ilha.

Eu amei que Ashton estava me fazendo experimentar coisas


novas. Eu queria isso em um namorado.

Merda... Acabei de chamá-lo de meu namorado. Era isso que ele queria
dizer quando se referiu a si mesmo como meu homem?

Eu afastei as perguntas que pareciam ter se tornado parte de


mim agora, vivendo o momento em vez disso. Demos uma volta ao
redor do oceano e eu não poderia estar mais feliz; este foi o melhor.

—Você está pronta para descer? —Cain gritou.

—Sim!

O motor diminuiu a velocidade. —Ok! —Ele informou. —


Quando você pular, certifique-se... —O vento aumentou e eu não
consegui ouvir o resto da frase. —Ok! Pule agora!

Não hesitei, querendo ouvir as ordens do capitão, então tirei o


cinto de segurança e impulsionei meu corpo no oceano.

—Não! Sage, como um lápis!

—O que... —Minha bunda foi a primeira coisa a bater na


água...

Muito. Muito. Duro.

Fazendo-me pensar que eu tinha rasgado minha bunda.


Ashton

Ver Sage no ar tão despreocupada era uma visão que eu levaria


para o meu túmulo. Ela estava linda.

Rindo.

Sorrido.

Divertindo-se completamente.

Gostaria de poder dizer que sabia que isso iria acontecer; no


entanto, eu não esperava. Em um movimento rápido, ela pulou na
água embaixo dela, e eu estava imediatamente ciente de que isso não
ia acabar bem para ela.

Ou para mim.

—Oh merda. —Eu expressei, observando a bunda de Sage


atingir o mar na velocidade da luz. —Ela vai sentir isso por um
minuto.

Cain assentiu, parecendo tão preocupado quanto eu. —Ela


não deve ter me ouvido.

Eu dei um soco no braço dele. —Mano, que maneira de


arruinar minha namorada.

Ele agarrou meu braço. —Namorada?

Eu recuei, surpreso com minha própria explosão. Antes que


eu pudesse pensar mais no assunto, Sage voltou à superfície. A
expressão em seu rosto dizia tudo, ninguém precisava perguntar se
ela estava bem.

Ela não estava.

Aspyn deu um passo à frente.

—Eu a pego.

Apesar de querer me dizer não, ela relutantemente assentiu e


eu mergulhei atrás de Sage.

—Ashton...

—Eu sei, baby. —Eu a puxei para mim e a segurei em meus


braços, nadando de volta para o convés do barco.

Cain agarrou a mão dela, ajudando-a a subir na plataforma. —


Sinto muito, Sage.

Ela fechou os olhos e eu sabia que ela estava tentando conter


as lágrimas. Pegando-a no colo em estilo nupcial, eu mostrei o dedo
a Cain e nos levei para um dos quartos privados.

Uma vez que estávamos no quarto e longe de olhares curiosos,


eu a coloquei na minha frente.

—Baby. —Eu disse. —Curve-se. Eu preciso ver sua estrela do


mar.

—O quê? —Ela recuou, sibilando com o movimento. —Ver


que estrela do mar?

Eu dei a ela um olhar severo.

—Ah não. O que é isso? Eu estou presa? Você precisa que eu


tussa também?
Eu ri. —Eu já estive nessa situação que você está. Eu sei que
está doendo como o inferno agora.

—Sim, mas estou bem. Eu vou ficar bem. Eu só preciso de


gelo ou algo assim.

—Vou pegar gelo para você depois de verificar se você está


bem.

Ela balançou a cabeça com firmeza. —Você não vai ver minha
bunda, Ashton.

—Não estou interessado na sua bunda no momento. Eu


preciso ver o que está entre suas nádegas.

Ela ofegou. —Você definitivamente não vai ver meu cu.

—Você pode nem ter um cu na bunda!

—Está lá. Está apenas sensível agora.

—Mais uma razão para eu olhar. Eu só preciso ter certeza de


que você não está sangrando.

—Sangrando?

—Sage, ou fazemos isso da maneira mais fácil, que é você se


curvando para mim, ou fazemos da maneira mais difícil e eu a seguro
até que possa verificar por mim mesmo.

—Talvez você possa ver por fora?

—Eu não sou o Superman, Sage. Eu não tenho visão de raio-


x.

—Ugh! Vá para St. Thomas, disseram! Vai ser divertido,


disseram!

Usando seu impulso, eu a peguei novamente.


—É melhor você não me colocar no chão! Juro por Deus, se
você me colocar de bunda no chão, Ashton...

Eu a carreguei para fora, para as costas do catamarã, onde


ninguém podia nos ver, e estávamos sozinhos.

—Por que nós...

—Vamos matar dois coelhos com uma cajadada só, doçura.


Você queria ver se mostrar a bunda diretamente para o sol a deixaria
mais feliz; bem, aqui está sua chance.

—Oh meu Deus.

—Eu sei. Não diga que eu não faço seus sonhos se tornarem
realidade.

—Ashton...

Coloquei seu rosto primeiro nas almofadas no chão, sua bunda


no alto como um cachorro abaixado, como ela tinha falado no voo.
Ela abriu a boca para protestar, mas não dei chance a ela. Em vez
disso, puxei a parte de baixo do biquíni até os tornozelos com luz
solar diretamente em sua estrela do mar.

Ela gemeu na almofada, mortificada. Alcançando sua mão,


coloquei-a sobre meu pau agora duro.

—Confie em mim, baby. As coisas que quero fazer com você


agora definitivamente te deixariam mais feliz, e não teria nada a ver
com a porra do sol.

Eu verifiquei e tudo estava intacto.

E como não pude resistir e eu era um filho da puta pervertido,


lambi seu buraco.

—Ashton!
Sorrindo, eu professei a verdade: —Eu lambi, agora é meu.

Nós nos olhamos.

—Você quer que eu o beije e torne isso melhor também, Sage?

Ela arregalou os olhos, me excitando ainda mais. Fui beijá-la,


mas fomos interrompidos por seu maldito telefone novamente. Nos
últimos três dias, aquela coisa não parava de tocar ou soar com
mensagens de texto.

Quem diabos fica ligando para ela?

De repente, minha mente estava mais uma vez girando com as


perguntas intermináveis que assaltavam minha mente no instante em
que seu telefone nos interromperia. Ele ia de um extremo ao outro
do espectro, apesar de tentar não permitir que meus pensamentos
irracionais levassem a melhor sobre mim, eu era apenas humano,
afinal. Minha maior preocupação era o elefante na porra da sala do
tamanho de Clifford, o Grande Cão Vermelho.

Poderia ser... outro homem ligando para ela?


CAPÍTULO 18

Ashton

Três dias se passaram desde que Sage foi atacada pelo oceano,
e vamos apenas dizer que eu estava me certificando de que ela fosse
muito bem cuidada. Eu era basicamente o cachorrinho dela e não
tinha nenhum problema em carregar esse título; no entanto, eu tinha
um grande dilema. Minhas bolas estavam tão doloridas que eu não
sabia quanto tempo mais elas poderiam aguentar.

Meu pau estava para cima, para baixo; estava duro, estava
amolecido. A esta altura, ele estava confuso pra caralho porque não
tinha sido formalmente apresentado à boceta de Sage. Considerando
que minha boca, minha língua e meus dedos eram os melhores amigos
de sua boceta, meu pau estava se sentindo excluído.

Como este era nosso último dia aqui, decidi que era hora de
nos unirmos...

Literalmente.

Eu só esperava que o telefone dela não nos interrompesse


novamente. Sage estava recebendo mais ligações do que um jogador
da NBA que se tornou um agente livre14. Tocou tanto que memorizei
o toque dela, e eu nem sabia meu maldito próprio toque.

14
Os Free Agents, ou Agentes-Livres são os jogadores que estão sem contrato na NBA, ou seja, todo
jogador vira um Free Agent no dia em que acaba seu contrato com sua atual equipe. Se um jogador não
quer virar Free Agent, ou se um time tem medo de que seu jogador dê o fora caso fique livre, ele pode
receber uma extensão de contrato, que nada mais é do que um contrato novo que é assinado mesmo
antes do contrato atual acabar.
Sage estava tomando banho quando seu telefone tocou, como
se soubesse que eu estava pensando nisso. Ela o havia deixado no
balcão do banheiro e, antes que eu soubesse o que estava fazendo,
estava caminhando em direção a ele.

—Doçura, seu telefone está tocando de novo. Eu vou te dizer


quem é.

Por favor, meu Deus, não deixe que seja outro homem.

O pensamento mal passou pela minha mente quando Sage saiu


do chuveiro, gritando: —Nãããão!

Eu me afastei porque um, ela estava nua e encharcada, e dois,


ela parecia apavorada.

Pegando seu celular do balcão como se estivesse pegando


fogo, ela imediatamente percebeu o quão absurda ela parecia.

Incapaz de conter por mais tempo, eu soltei: —Você está


saindo com outra pessoa, Sage?

Seus olhos se arregalaram. —Não. É isso que você acha?

—Não consigo pensar com seus lindos seios na minha cara.


—Eu joguei uma toalha para ela e ela a enrolou em seu corpo.

—O que mais eu deveria pensar? Seu telefone está tocando


mais do que você está sendo tocada, e nós dois sabemos que você
está gozando tanto quanto uma maldita cachoeira.

Ela deu uma risadinha. —Ashton, você é homem o suficiente


para qualquer mulher. Eu não preciso estar com ninguém além de
você.

Eu sorri, amando sua resposta. —Então quem está explodindo


seu telefone, doçura?

—Eu vou te dizer quando voltarmos.


—Que tal você me dizer agora?

—Não. Eu prometo que vou quando voltarmos.

—Por que você não pode me dizer agora?

—Não quero estragar o momento.

—Então, o que você está me dizendo é que vai estragar o


momento?

Ela acenou com a cabeça. —Pode ser. Não tenho certeza.

Eu estreitei meus olhos para ela. —Sage, você pode não falar
comigo em círculos?

Ela suspirou profundamente. —Não estou tentando


confundir você. Só não acho que agora seja a melhor hora para dizer
o que você precisa saber, mas juro que direi quando voltarmos. Você
pode me dar isso por favor?

Dei de ombros. —Que outra escolha eu tenho?

—Vamos fazer assim... deixe-me compensar você.

—O que você tem em mente? —Eu sorri, caminhando até ela.

Ela não se encolheu quando meu corpo grande e musculoso


ofuscou o dela enquanto eu a pressionava contra a parede. Fechando-
a com meus braços nos lados de seu rosto, eu precisava lembrá-la de
quem estava no comando o tempo todo. Sua determinação se
despedaçou quando me inclinei para frente, movendo lentamente
meus lábios em sua orelha.

Meu hálito quente acendeu um formigamento que percorreu


sua espinha.
Uma por uma, suas reações irradiavam de sua pele, causando
todos os tipos de outras sensações. Eu tinha minha garota exatamente
onde a queria.

À minha mercê.

Eu podia sentir seu corpo tenso tremer, sabendo muito bem


que eu estava à sua mercê também.

Não demorou muito para minha boca estar perto da sua,


puxando-a para mais perto de mim pelo canto de seu pescoço até que
eu pudesse sentir sua respiração instável contra meus lábios e
agredindo até a última fibra do meu ser.

Eu gemi, a centímetros de sua boca. —E se eu a foder até


arrancar a verdade de você, baby?

Por alguns segundos, eu tive tudo dela...

Sua mente.

Seu corpo.

Sua alma.

Seu coração.

Eles catapultaram em minha direção como se sempre tivessem


sido meus.

Sua respiração acelerou quando eu abruptamente agarrei seus


pulsos e os coloquei acima de sua cabeça, segurando-os como reféns
em meu aperto firme enquanto eu agarrava suavemente a frente de
seu pescoço. Meu polegar e meu dedo indicador pressionaram sobre
sua pulsação, que simplesmente acelerou com o meu toque.

Eu queria acariciá-la.

Beijá-la.
Acima de tudo, eu queria reivindicá-la, porra.

Ela disse que não era outro homem, mas eu não pude deixar
de sentir que era, e eu queria provar que ela não precisava de ninguém
além de mim.

—Você é homem o suficiente para qualquer mulher.

Porra, eu sou.

Eu tinha um plano e um único plano – descontar minhas


frustrações em sua boceta, vendo quantas vezes eu poderia fazê-la
gozar no meu pau e nas minhas bolas.

—O que você está fazendo, Ashton? —Ela perguntou sem


fôlego, lambendo os lábios como se os estivesse preparando para
mim.

—Deixando você me compensar. —Suavemente, eu beijei


seus lábios, esperando sua reação.

Acendendo a faísca que sempre existiu entre nós, ela gemeu,


me dando exatamente o que eu queria, precisava e não poderia viver
sem.

Era tudo que eu precisava para perder o controle.

Bruscamente, eu agarrei sua cintura e a levantei para que suas


coxas envolvessem minha cintura, puxando-a para perto do meu
corpo.

Para o meu peito.

Para o meu coração.

Para o meu pau.

Eu a beijei novamente, separando seus lábios com a minha


língua enquanto a carregava para a cama. Deitando-a gentilmente, eu
abri suas pernas para deitar entre elas e me abaixei sobre seu corpo
aquecido. Embalando seu rosto, eu nunca interrompi nosso beijo.

Nossa conexão.

Nosso desejo um pelo outro.

Havia algo diferente sobre como eu pairava sobre ela de uma


forma que nunca tinha experimentado com qualquer outra mulher.
Com ternura, beijei-a profundamente enquanto minhas mãos corriam
suavemente por seus ombros para puxar a toalha de seu corpo.

—Ashton. —Ela murmurou, tremendo embaixo de mim, e eu


mal a estava tocando.

Ela não tinha ideia de em que ela estava se metendo.

Suas coxas se apertaram quando ela sentiu meu olhar


percorrendo seu corpo. O rosto de Sage ficou outro tom de vermelho
com uma mistura de desejo e timidez por estar totalmente aberta para
mim. Ela sempre fez isso, e eu não podia deixar de adorar.

Ficar ansioso por isso.

A umidade que se acumulava entre suas pernas alimentou meu


desejo de senti-la de todas as maneiras possíveis.

—Baby. —Eu gemi de forma rouca com uma voz que eu


nunca tinha ouvido antes.

Soltei a respiração que não percebi que estava segurando e


olhei fixamente em seus olhos cheios de luxúria.

—Porra, eu quero você.

—Eu nunca quis ninguém tanto quanto eu quero você.

—Então me possua.
Eu não tive que ouvir duas vezes. Tirando minha camisa,
joguei-a no chão ao lado de sua toalha e enterrei meu rosto entre suas
pernas.

—Mmm. —Eu cantarolei, sugando seu clitóris em minha


boca.

Suas costas arquearam para fora da cama, me fazendo rir


enquanto eu movia minha cabeça para cima e para baixo, de um lado
para o outro, usando minha língua para vibrar contra seu núcleo.

—Ah... —Ela ronronou, agarrando meu cabelo enquanto eu


continuava com meu ataque oral. Eu nunca parei de trabalhar nela
com meus lábios e língua quando comecei a deslizar meu dedo em
seu calor molhado e acolhedor.

—Oh, Deus... —Ela gemeu, curvando suas costas no colchão


embaixo de nós. Completamente desfeita com o meu toque.

Eu a devorei com minha língua e dedos, fazendo amor com


ela com minha boca. Chupando mais forte e mais exigente a cada
segundo que passava. Já tinha feito isso com as mulheres antes, mas
com Sage evocava sensações inteiramente novas. Minha boca e mão
estavam controlando seu corpo, mas suas reações estavam
controlando minha força de vontade para permanecer no controle.

—Jesus... Ashton... eu não posso... é demais...

Um rosnado alto e estrondoso escapou do fundo do meu


peito. Eu não desisti. No mínimo, eu fodi sua boceta com minha boca
com mais convicção para fazê-la gozar.

Intensamente.

E porra, ela gozou...

Ainda assim, eu não desisti, fazendo-a gozar uma e outra vez,


contra meus dedos e boca. Ela começou a tremer, seu corpo se
movendo por conta própria. Eu imediatamente prendi meu braço em
torno da parte inferior do seu corpo, segurando-a no lugar.

Suas costas arquearam para fora da cama.

Suas mãos ficaram brancas nos lençóis.

Seu corpo tremia com tanta força que eu não queria que ela
parasse de gozar.

—Oh, Deus... ahhh... —Ela ofegou profusamente.

Orgasmo após orgasmo.

Clímax após clímax.

Eles estavam vindo rapidamente, um após o outro sem fim à


vista. Pelo menos, não enquanto meu rosto estava entre suas pernas.

—Por favor... Ashton... por favor... —Ela se contorceu,


implorando para que eu parasse, puxando meu cabelo com tanta força
a ponto de eu pensar que ela fosse arrancá-lo.

Eu liberei seu clitóris com um estalo e um gemido implacável,


não querendo parar, mas permitindo sua misericórdia.

Por enquanto.

Só por um momento.

Empurrando minha língua em seu calor, lambendo,


saboreando, engolindo todos seus fluídos como se ela fosse minha
refeição favorita em uma manhã de domingo.

Lentamente, sentei-me com uma expressão satisfeita e


convencida no rosto, sorrindo enquanto descaradamente limpava
meus lábios e queixo com a parte de trás do meu braço. Mostrando a
ela precisamente o quanto eu a fiz gozar.
—Isso é tudo, Sage. Sua doce boceta esguichou em mim, sua
garota sacana.

Minhas palavras sujas tiveram tanto efeito em seu corpo


quanto meu toque.

Eu sorri, deslizando para baixo minha calça jeans e deixando


meu pau duro se projetar livre. Ele ficou em posição de sentido,
desfilando diante de seus olhos pela primeira vez.

—Você tem o maior pau que eu já vi.

Eu sorri maliciosamente, rastejando por seu corpo, beijando e


chupando sua pele até chegar a seus lábios.

—E você tem a boceta mais doce que eu já provei. Mal posso


esperar para você montar meu pau como se fosse meu rosto.

Agarrando seu cabelo pelo canto de seu pescoço, levantei seus


lábios para encontrar os meus, apenas com um toque primeiro.
Provocando-a com a ponta da minha língua, delineando sua pequena
boca carnuda. Minha língua procurou a dela, e nosso beijo
rapidamente se tornou apaixonado, movendo-se por conta própria.
Pegando o que o outro precisava e vice-versa.

Ela me beijou com tudo que pôde reunir.

Não conseguíamos nos fartar um do outro.

Nossos corpos se moviam em sincronia, feitos um para o


outro; nada podia se comparar ou chegar perto disso. Ela colocou a
mão no meu coração que estava batendo rapidamente contra meu
peito, e eu abri meus olhos, olhando profusamente nos dela.

A devoção.

A adoração.

O amor...
Se derramavam dela, penetrando intensamente em meu
coração.

—Aí está minha garota. —Eu disse asperamente, empurrando


lentamente dentro dela.

Era o céu.

Era o inferno.

Nós com certeza não estávamos no limbo.

—Ahhh... Ashton...

Eu senti cada centímetro dela até que a enchi completamente.


Ternamente, deslizei para dentro e para fora, tentando manter estável
minha respiração.

Minhas emoções.

Eu era totalmente homem, mas me sentia como se tivesse sido


reduzido a uma boceta por todas as emoções que ela evocava em
mim. Sentimentos que nunca havia sentido antes fluíram por todo o
meu ser enquanto eu empurrava mais e mais fundo no que agora seria
descrito como um lar. Eu não podia fazer nada além de me render a
ela.

Com cada beijo.

Cada toque.

Cada impulso.

Eu fiz promessas não ditas a ela.

Eu beijei com adoração todo o rosto dela, ao longo de sua


mandíbula, testa e na ponta do nariz. Sua cabeça caiu para trás e sua
respiração tornou-se rasa, urgente e primitiva...
Eu imediatamente ataquei seu pescoço e seios, deixando
pequenas marcas por toda parte. Se ela estivesse saindo com outro
homem, esperava que ele visse minha marca em cima dela.

Minha.

Eu não queria me mover. Eu queria aproveitar a sensação de


estar em cima dela. Ela poderia montar meu pau na próxima rodada
– porra, ela podia fazer o que quisesse comigo, exceto colocar
qualquer coisa na minha bunda. Embora, eu não pudesse esperar para
reivindicar a dela como minha também.

Eu não tinha nenhuma outra intenção a não ser transar com


ela a noite toda.

Lento.

Rápido.

Forte.

—Isso é bom, baby? —Eu gemi, indo de volta até sua boca.

Ela assentiu, incapaz de formar palavras. Seus braços me


envolveram, me abraçando mais contra seu corpo, querendo sentir
todo o meu peso sobre ela.

Eu exalei. —Sua boceta está pulsando em meu eixo. Meu pau


pertence a você, Sage.

Nossas bocas estavam separadas, ainda se tocando e ofegando


profusamente, tentando sentir cada sensação de nosso contato pele a
pele.

—Porra, baby... Goze... Goze em meu pau... assim...

Ainda sem palavras.

Ela estava gozando.


Quando eu angulei sua perna para cima, ela perdeu a cabeça.
Atingindo seu ponto G melhor deste ângulo.

—Você gosta disso, não é?

—Ashton...

Ela caiu.

Eu caí.

Nós nos encontramos em algum lugar no meio do caminho.

Meu mundo inteiro girou fora de controle, assim como o dela


enquanto ela tremia embaixo de mim e meu corpo ficava tenso acima
do dela.

—Eu tenho outro segredo. —Eu a beijei. —Você é a melhor


coisa que já aconteceu comigo.

Nada existia naquele momento, a não ser ela e eu.

Bem neste quarto.

Este era o nosso começo.

—Sage, pela primeira vez na minha vida, estou me apai...

A. Porra. Do. Telefone. Tocou.

Ela estendeu a mão e o silenciou, mas não importava;


simplesmente começou a tocar novamente. Silenciando-o mais duas
vezes, ela se desculpou e tirou seu corpo de debaixo do meu.

O que mais me incomodou foi que eu sentia como se tivesse


acabado de fazer amor com ela, e ela teve que sair do quarto para
atender a porra do telefone. Não apenas sair do quarto, mas ter que
fechar a porta atrás dela no banheiro.

—Que porra é essa?


A raiva repentina que senti profundamente assumiu o controle.
Eu estava de pé, vestindo meu short de ginástica e entrando no
banheiro atrás dela antes de saber o que estava fazendo.
—Ashton!

Peguei o telefone da mão dela, totalmente ciente de que estava


sendo irracional, mas não me importei. Eu olhei para a tela. —Quem
diabos é Haiden?

Ela balançou a cabeça com fervor. —Não é o que você pensa.

Eu não permiti que ela terminasse qualquer desculpa que fosse


dizer.

Eu a levo para uma ilha para ficar comigo, e ela está falando com outro
homem o tempo todo?

Meu sangue estava fervendo.

Queimando.

Fumegante pra caralho.

Ela não devia ser nada mais do que uma aventura.

Sem sentimentos.

Sem passado.

Sem compromisso.

Eu quebrei as regras.

Quebrei o pacto.

Eu me apaixonei por ela.

—Escute, idiota! —Eu fervi ao telefone.


Nunca imaginei que as palavras mais assustadoras que um
homem pudesse ouvir viriam de um menino que tinha metade do meu
tamanho, mas tinha bolas maiores do que as minhas...

E acredite em mim, minhas bolas eram enormes pra caralho.

Quando ele despejou:

—Não, escuta você, idiota! O que você está fazendo com a


minha mãe?
CAPÍTULO 19

Ashton

—Sua mãe?! —Eu rugi, olhando para Sage em descrença. Ela


ficou ali congelada, parecendo um cervo em frente a faróis.

—Sim! Você está com minha mãe, e minha irmã e eu estamos...

—Sua irmã?! Quantos filhos você tem? —Eu questionei Sage,


ainda segurando o telefone no meu ouvido.

—Ela é minha irmã gêmea, bundão!

O som de seu celular batendo no chão retumbou pelo


banheiro, fechando as paredes sobre nós.

Rapidamente, ela pegou o telefone. —Haiden, eu ligo de volta.


—Ela deu um passo em minha direção e eu levantei minha mão,
parando-a em seu caminho.

—Ashton...

—Jesus, porra, Sage. Você tem um filho? E nem mesmo um


filho – você tem dois? Gêmeos?

—Eu... eu... eu...

—Então eu acabei de transar com uma mãe gostosona? Você


também é casada?

Ela balançou a cabeça. —Não! Eu juro que so....

—Você jura? Porque eu devo acreditar no que quer que saia


da sua boca?
—Eu não menti para você.

—Não me dizer a verdade é uma forma de mentir, Sage!

—Eu ia te contar quando voltássemos. Eu juro!

—Você deveria ter me dito na primeira vez que nos vimos de


novo!

—Eu sinto muito! Eu não sabia como dizer isso. Eu não queria
que você fugisse quando eu tinha acabado de te encontrar novamente.
Por favor... tente entender.

—Tentar entender? Tentar entender?! Você está mentindo


para mim há semanas!

—Eu sei. Eu só...

—Eu não consigo falar com você agora. Não consigo nem
estar perto de você. —Eu estalei.

—Ashton, você não quer dizer isso!

Antes que eu pudesse dizer algo de que realmente me


arrependesse, saí, batendo a porta atrás de mim.

Eu não sabia para onde ir.

Eu não sabia o que pensar.

Eu não sabia fazer nada além de querer arrancar meu cabelo.

Tudo fazia muito sentido agora.

Por que ela estava sempre ocupada...

Por que ela silenciava o telefone...

Por que ela nunca tinha tempo para si mesma...

Por que...
Por que...

Por que...

Eu não podia acreditar nisso.

A primeira mulher que eu realmente quis conhecer.

Estar.

Amar.

Era uma maldita mãe de gêmeos?!

Eu bati na porta de Sawyer.

—Dá o fora! —Ele gritou.

—Sou eu!

Momentos depois, a porta se abriu e ele apareceu segurando


uma toalha de rosto que mal cobria qualquer coisa sobre seu pau.

—Cara.

—Eu disse para dar o fora. Que parte disso você não
entendeu?

Eu inclinei minha cabeça para o lado, realmente olhando para


ele. —O que é isso, creme de chantilly?

—Não, é Cool Whip15. Funciona melhor do que chantilly.

—Devidamente anotado.

—Ashton, estou meio que no meio de algo.

15
Cool Whip é uma marca de imitação de chantilly, conhecida como cobertura batida por seu fabricante,
Kraft Heinz.
—Você precisa enfiar seu pau de volta em suas calças. Eu
preciso de você.

—O que está acontecendo?

—Oh, nada. Só que a garota dos meus sonhos é mãe. De gêmeos.

Ele recuou como se eu tivesse batido nele.

—Exatamente minha reação.

A porta se abriu mais, e Aspyn apareceu vestindo um robe de


seda, mas eu ainda podia ver o Cool Whip sob o tecido.

—Ela te contou, e sua reação é fugir? —Ela perguntou em um


tom desdenhoso. —Por que você acha que ela não te contou,
Ashton?!

—Oh, de jeito nenhum você vai virar isso contra mim como
se eu fosse o cara mau, querida. Eu nunca menti para ela. Ela sabe
quem eu sou e o que faço desde o momento em que nos vimos
novamente. Ao contrário de Sawyer, eu contei a ela sobre o Pacto do
Playboy.

—Mano, que jeito de me jogar para as cobras. O que diabos


eu fiz para você?

—Não é exatamente fácil dizer a um eterno solteirão que ela


está criando um menino para se tornar um bom homem. Talvez ela
devesse dar algumas dicas para sua mãe.

—Oh, porra, não – você não vai falar sobre a minha mãe!

—Vocês podem não discutir com a porta aberta? —Sawyer me


puxou para dentro e fechou. —Vou dar um enxágue rápido. Tentem
não se matar enquanto eu estiver fora. —Com isso, ele foi embora.

Covarde.
—Tenho sido honesto com Sage desde o primeiro dia porque
minha mãe me criou bem, mas da próxima vez que você falar sobre
minha mãe, vou fazer Sawyer dobrar você sobre os joelhos para lhe
ensinar algumas maneiras, porra!

—Que azar para você, eu realmente gosto disso!

—Você iria gostar! Talvez ele te bata o suficiente até que você
se transforme em uma dama!

Ela ofegou, disparando. —Sage não te contou porque ela


realmente gosta de você.

—Oh, porque isso faz sentido! Vamos começar um


relacionamento baseado em mentiras. O que ela vai fazer a seguir?
Dizer-me que ela era virgem?

—Exatamente! Ela era! Ela engravidou de Memphis na noite


em que conheceu você, idiota! Foi também como ela soube que tinha
alergia ao látex. Pronto, agora eu te contei tudo, então é melhor você
voltar para sua suíte e se desculpar com ela.

—Desculpar-me? Você está fumando crack? Por que diabos


eu tenho que me desculpar? Acabei de lhe dar múltiplos orgasmos
com meu pau, e sou servido com nada além de mentiras!

—Está vendo como você está reagindo? Foi por isso que ela
não te contou!

—Eu não estaria reagindo assim se ela tivesse me contado


desde o início! Na verdade, eu amo crianças, e elas me amam pra
caralho. O que há para não amar?! Eu arraso no Call of Duty16! E eu
respeito o fato de que seu filho ligou para ela a semana toda. Isso me
mostra que ela é uma ótima mãe. Porque vou te dizer uma coisa,
Aspyn, se minha mãe estivesse fora da cidade com algum homem que

16
Call of Duty é uma série de jogos eletrônicos de guerra, ação e tiro em primeira pessoa.
eu não conhecesse, eu estaria explodindo a porra do telefone dela
também!

Agora foi a vez dela recuar. —Você ama crianças?

—Você não conheceu Ashton? —Sawyer reapareceu vestido.


—Ele mesmo é um crianção, porra.

—Bem... Sage não sabia disso.

—Ela não me deu a chance de mostrar isso.

Ela respirou fundo. —Está bem. Você venceu, ok? Você tem
razão. Ela não lhe deu uma chance, mas do ponto de vista dela, ela
não queria perder você, e a maioria dos homens não está interessada
em namorar uma mãe solteira. Vamos lá, você sabe disso mais do que
ninguém. Você sabe como são os homens. O próprio pai nunca
conheceu seus gêmeos.

—Então aquele merda acabou com ela também?

—Sim. —Ela murmurou, curvando a cabeça.

—Eu sabia que aquele filho da puta não estava tramando nada
de bom. Ele costumava traí-la o tempo todo debaixo do nosso nariz
no bosque.

O queixo dela caiu, olhando para mim. —O quê?!

—Você me ouviu, e não fique tão surpresa. Você acha que um


cara sem vergonha o suficiente para abandonar seu próprio sangue
seria outra coisa senão um fodido traidor?

—Por que você não disse a ela naquela noite, então?

—Eu ia dizer. Ela não queria ir embora comigo, lembra?

—Bem, quero dizer, você deu um soco no rosto de Memphis


enquanto seu melhor amigo estava descendo pela lateral de uma casa
como se fosse a porra do Homem-Aranha e tinha acabado de ser pego
com o pau na boca de alguma esposa. O que ela deveria fazer? Pular
na parte de trás da caminhonete com você?

—Bom ponto. —Eu concordei. —Éramos jovens e estúpidos.

—Fale por você mesmo. —Sawyer entrou na conversa. —Eu


nunca fodi a esposa de alguém. Ou fui a razão de quase termos ido
para a cadeia. Metade das vezes sou eu quem nos livra dos problemas.
Jesus, eu preciso de novos amigos.

Eu ri, apesar de tudo. —Oh, você precisa de novos amigos?


Você apenas acabou de me deixar sozinho para me defender contra
sua... —Apontei para Aspyn.

—O que quer que ela seja.

—Tinha Cool Whip deslizando pelas minhas bolas e em


direção ao meu cu, idiota.

—Mano, não há ninguém, e repito, ninguém que queira saber


para onde o Cool Whip estava indo. Essa imagem está gravada em
minha mente para sempre agora. —Eu me encolhi com o
pensamento.

—Há uma pessoa. —Ele piscou para Aspyn.

—Acabou o clima agora, Don Juan. Agradeça ao seu amigo


por isso.

—Eu juro que posso matar você. Eu sei que digo isso muitas
vezes, mas agora, eu realmente quero matar você. —Ele abriu a porta.
—Vamos. Vou te pagar uma bebida no bar lá embaixo.

—Você vai me pagar a porra da garrafa inteira. —Eu caminhei


em direção à porta.

—Ashton. —Aspyn gritou, fazendo-me virar para encará-la.


—Você realmente gosta de Sage? Gosta mesmo, mesmo dela?

—Claro que sim.

—Então, seja homem, porra. Porque agora, minha melhor


amiga está tendo um déjà vu acerca do filho da puta do pai dos bebês
que fugiu dela. Se você gosta mesmo dela, mesmo com os pestinhas,
então precisa criar alguma coragem, pedir desculpas e dizer a ela. Ela
estava apenas protegendo a si mesma e a seus filhos. Não deixe que
ela seja largada para trás. Novamente.

Eu estreitei meus olhos para ela antes de me virar e sair com


Sawyer. Cain se encontrou conosco e, durante a hora seguinte,
ficamos no bar tentando descobrir o que eu deveria fazer.

Eu estava confuso.

Destruído.

—O que vocês acham que eu devo fazer?

—Ashton, somos as últimas pessoas de quem você precisa


receber conselhos. —Afirmou Cain, tomando um gole de sua bebida.

—Então, para que diabos vocês prestam? Estou morrendo


aqui, cara. Me deem algo.

—Sage tem um corpo incrível para quem tem dois filhos. —


Acrescentou.

—Pelo amor de Deus, é isso que você responde?

Cain encolheu os ombros. —O que mais você quer que eu


diga? Ela tem ótimos peitos também. Você já enfiou a cara no meio
deles?

Eu belisquei a ponta do meu nariz. —Seus idiotas, vocês não


vão me ajudar em nada, não é?
—Cara, ouça. —Sawyer interveio, dando tapinhas nas minhas
costas. —Se você consegue se imaginar entrando em casa com Sage,
então você tem sua resposta. Você não precisa de nós para guiar o
caminho, Ashton. Você é um menino crescido e ela é um pacote. Se
você está com ela, está com os filhos dela também.

—Estou totalmente ciente do que ela é, Sawyer. Não consigo


imaginar não tentar isso com ela, no entanto. Você conhece toda
aquela besteira que ouvimos durante anos sobre encontrar a tal, blá,
blá, blá... Bem, eu sinto isso com ela.

—Então qual é o problema?

—E se eu estragar tudo? Sou bom com crianças, mas nunca


tive que fazê-las gostar de mim. Nunca houve nada a perder se não
gostassem.

Cain respondeu: —Entendo o que você quer dizer.

—Não sei se sou feito para isso. Não é como se eu já tivesse


pensado nisso antes.

—Então, pense nisso agora. —Sawyer largou sua bebida. —


Você vai deixar suas inseguranças interferirem com uma mulher com
quem você poderia se ver se estabelecendo?

—Porra... eu não sei cuidar de crianças. Eu mal sei como


cuidar de mim.

—Eles não são bebês. Tínhamos dezesseis anos quando você


a conheceu? —Sawyer perguntou. —Eles teriam o quê? Sete?

—Algo assim.

—Sete não é tão ruim. —Disse Cain, pedindo outra rodada


com um aceno de cabeça para a garçonete.
—Você acabou de pedir bebidas e não deu em cima da
garçonete gostosa? —Eu questionei, momentaneamente
impressionado com o que eu havia testemunhado.

—Estou cuidando de suas feridas, imbecil.

—Desde quando minhas feridas impedem você de molhar seu


pau?

—Eu sou casado. —Ele ergueu o dedo anelar. —Lembra?

—Espere um segundo. Você está nos dizendo que só anda


fodendo com a Lively?

—Somos casados.

—Você é um falso casado.

—Eu administro meu negócio aqui, Ashton. Estou vendendo


o sonho do amor, e duvido muito que teria tanto sucesso quanto
tenho se as pessoas fofocassem que eu estava enfiando meu pau em
uma boceta que não me pertence.

—Então agora Lively pertence a você?

—Cara, que porra é essa? —Cain zombou. —Por que eu estou,


de repente, no banco dos réus e sendo interrogado?

—Você e Lively parecem muito íntimos para terem um


casamento falso. —Zombei.

Vamos ver o quanto ele gosta disso...

—Agora você está apenas sendo um idiota mal-humorado,


Ashton.

—Pelo menos eu posso admitir onde quero continuar


enfiando meu pau, Cain.
—O que isso deveria significar?

Sawyer interrompeu: —Por que vocês dois estão discutindo


sobre besteiras?

—Olha quem está falando, Sawyer. —Cain rebateu. —Suas


bolas estão tão presas à Aspyn que ela basicamente as carrega nas
mãos.

—Vá se foder, cara. Não tenho tempo para uma namorada,


nem quero uma. Ela chupa meu pau como um aspirador de pó e
trabalha em torno da minha agenda agitada. Eu seria um idiota se
deixasse isso passar.

—Se você me perguntar. —A garçonete exclamou, colocando


nossas bebidas na mesa. —Todos vocês soam como idiotas
dominados por bocetas.

—Finalmente. Alguém que vê a razão. —Eu engoli minha


bebida. —Vocês se lembram de nós com sete anos? —Eu os lembrei
assim que ela se afastou.

—Sim. —Respondeu Cain. —Éramos uns merdinhas.

Eu sorri. —Nunca houve nada no diminuitivo sobre mim.

Ele riu. —Apenas enfie seu pau entre as pernas e faça o que
sente que é certo. Não vamos julgá-lo se quiser se estabelecer como
Leo. Veja como aquele filho da puta está feliz. —O sorriso de Cain
se alargou. —Tudo graças a mim.

Sawyer arqueou uma sobrancelha. —Tenho certeza de que


Leo se sentiu assim quando te nocauteou.

—Ele não me nocauteou. Ele me deu um soco, e você sabe


disso.
—Eu não sei de merda nenhuma; eu não estava lá. O que eu
sei é que ele pegou você com o pau em cima da boceta dele.

—Meu pau estava coberto.

—Você estava duro.

—Mila é gostosa pra caralho, claro que eu estava duro, mas


não ia fazer nada a respeito.

Com essa nota, eu me levantei. —Isso foi uma perda de tempo.


Obrigado por nada, idiotas.

Eles sorriram.

—Divirta-se rastejando de joelhos, vadia.

Pisquei para a réplica de Cain. —Divirta-se pagando a conta,


filho da puta.

—Ei!

Eu saí, deixando-o irritado enquanto seguia para fora do bar.


Fui dar um passeio na praia, precisando de um tempo sozinho para
pensar no que fazer. Quando voltei para nossa suíte, soube no
momento em que entrei no quarto...

Eu. Estava. Fodido.

Simplesmente expressando: —Apenas me chame de papai,


querida.
CAPÍTULO 20

Sage

—Eu sabia que era uma má ideia! Eu nunca deveria ter ouvido
você e minha mãe. Agora veja, Aspyn, ele acha que sou uma
mentirosa. Como vou consertar isso?

Ela bateu na minha porta logo depois que Ashton saiu,


dizendo que já sabia o que tinha acontecido, desde que ele tinha ido
à suíte deles procurando por Sawyer.

—Eu te disse. Acho que vai ficar tudo bem, Sage. Ele
realmente gosta de você; ele me disse isso.

—Não tenho dúvidas de que ele realmente gosta de mim.


Tenho dúvidas do que ele vai fazer sobre isso e de como vai confiar
em mim depois que eu menti para ele sobre duas das pessoas mais
importantes da minha vida.

Ela encolheu os ombros. —Você estava apenas tentando


proteger você e seus filhos.

—Eu sei disso, e você sabe disso, mas ele não. Como eu
conserto isso?

—Ele sabe a verdade agora, então está tudo às claras. Você


não tem mais nada a esconder.

—Isso é super reconfortante, Aspyn.


Houve uma batida na porta e por um segundo pensei que era
você sabe quem, até que a abri e Lively estava parada ali com os braços
cheios de coisas.

Ela sorriu. —Eu ouvi, e não me pareceu certo não vir aqui e
ver se você estava bem.

Eu sorri de volta. —Isso é muito legal da sua parte. Entre.

Ela entrou, e eu fechei a porta atrás dela.

—Cain também está aqui?

—Ele me contou o que estava acontecendo e dirigiu até aqui


para conversar com Ashton e Sawyer. Presumo que a conversa deles
inclua uma garrafa de Jack e chamarem um ao outro de filho da puta
e idiota.

Nós rimos.

—Ok, então eu não sabia que sabor de sorvete vocês gostam,


então eu peguei baunilha, chocolate duplo e chocolate com menta.
Eu também peguei lenços de papel. Eu não sabia se isso seria o tipo
de situação chorosa ou não. Twizzlers17, balas Skittles, ah e eu trouxe
tequila!

—Uau. —Aspyn murmurou. —É assim que se cura um


coração partido. Lanches e bebida.

—Exatamente. —Ela acenou com a cabeça.

Veja, ela era a melhor. Eu não conseguia imaginar que Cain não
estivesse se apaixonando por ela ou já estivesse.

17
Twizzlers é um dos doces mais consumidos dos Estados Unidos.
Depois de algumas doses, as coisas começaram a ficar mais
claras ou talvez mais embaçadas; de qualquer forma, comecei a me
sentir melhor.

Graças a Deus por Don Julio.

—Os homens são tão estúpidos. —Lively falou, tomando


outra dose.

—Conte-me sobre isso – concordou Aspyn, engolindo a dela


também.

—Você já teve um relacionamento sério? —Perguntei a Lively,


tilintando meu copo com o dela e engolindo minha dose inteira.

—Defina sério.

—Um namorado?

—Oh, eu tive muitos.

—Você já se apaixonou?

—Hmm... —Ela pensou sobre isso por um momento. —Não


tenho certeza. Eu acho que tive luxúria.

—Por Cain?

—Vocês conseguem guardar segredo?

Nós concordamos.

—Não tenho certeza do que sinto por Cain, mas é mais do que
luxúria.

Eu abri minha boca para responder, mas de repente, a porta se


abriu e Ashton apareceu, exclamando: —Apenas me chame de papai,
querida.
Todas nós olhamos para ele como se ele fosse louco. Era óbvio
que ele estava bebendo, e presumi que fosse o álcool falando.

O álcool não te faz dizer a verdade?

—Se vocês, senhoras, puderem nos dar licença, eu gostaria de


falar com essa mãe mentirosa à sós.

—Vejo você amanhã no aeroporto. —Aspyn beijou minha


bochecha e Lively me abraçou.

—Foi um prazer conhecê-la. Volte sempre que quiser.

Eu realmente gostei dela. Eu só podia esperar que Cain não


estragasse tudo. Ele nunca iria encontrar uma garota como ela,
mesmo que tentasse.

Assim que elas saíram, o nervosismo que senti na minha


barriga ressurgiu quando Ashton caminhou em minha direção
daquela maneira exigente que me deixava louca.

Sentando-se na poltrona à minha frente, ele se inclinou para


frente e apoiou os cotovelos nos joelhos como se eu estivesse em
apuros.

Por que essa pose me excitava tanto?

—Antes de prosseguirmos, há mais alguma coisa que você


precisa me dizer? Um ex-marido? Outro namorado? Sexto dedo do
pé?

—Não. Você sabe tudo.

—Você mentiu. Eu odeio mentirosos. Sempre odiei. Não saí


porque não me importo. Eu me importo. Eu odeio quando as pessoas
mentem para mim.

—Mas...
—Mas nada. Você escondeu o fato de que tem filhos. Isso é
um assunto importante, Sage.

—Eu sei. Desculpe.

—E olhe só, recebi um “desculpe” e nem mesmo precisei


colocá-la sobre meus joelhos.

—Ashton...

—Nada de Ashton.

—Ok, dane-se! —Eu fiquei de pé. —Em primeiro lugar, pare


de me interromper. Em segundo lugar, eu estava me protegendo de
homens como você.

—Homens como eu?

—Sim. Aqueles que chegam como um cavaleiro e uma


armadura brilhante e saem no segundo em que algo fica difícil. Eu
não iria consertar outro coração partido por causa de um cara que não
podia se comprometer. Já estive lá, fiz isso. Eu poderia escrever um
livro sobre. Eu precisava ter certeza de que você poderia lidar comigo.
Que você poderia lidar com meus filhos.

—Você terminou?

—Terminei?

—Sim, de vir como a “mamãe urso” para cima de mim.

—O que você espera de mim? Você machucou meus


sentimentos. Meus filhos são os melhores, e você terá sorte se algum
dia os conhecer.

—Se?

—Sim, se. Só porque você sabe sobre eles agora, não significa
que vou apresentá-los a você. Eles nunca conheceram nenhum
homem antes, e eu não tenho certeza se você será o primeiro a mudar
isso. Especialmente depois que você saiu correndo daqui tão rápido
que deixou marcas.

—Eu nunca tive a intenção de ferir seus sentimentos, Sage,


mas fui um pouco surpreendido.

—Eu sei. Entendo isso. Mas e se eu tivesse contado a você


sobre eles? E então? Você ainda gostaria de me conhecer? Sabendo
que eu era uma mãe solteira de gêmeos?

—Escute, mamãe urso, você nunca me deu a chance de tomar


essa decisão. Você escolheu por mim.

—Não foi minha intenção. Eu não sabia como te dizer. Depois


que você saiu naquela primeira noite em que nos conhecemos, acabei
grávida. Perdi minha virgindade no meu aniversário e fiquei grávida
de gêmeos. Sem mencionar que foi horrível. Horrível. Acabei na sala
de emergência com as pernas nos estribos enquanto o médico de
plantão inspecionava minha boceta. Você tem ideia de como isso foi
traumatizante?

—Eu imagino.

—Eu fiz tudo certo, Ashton. Usamos proteção. Até tomei a


pílula do dia seguinte, só para garantir. O médico foi inflexível sobre
isso, mas não importava, porque Deus tinha outros planos para mim.
E sabe de uma coisa?

—Não, o quê, doce mamãe?

—Eu não mudaria isso por nada neste mundo. Meus gêmeos
são tudo para mim.

—Como deveriam ser.

—Oh meu Deus! Por que você está dizendo todas as coisas
certas?
—Você não quer que eu diga todas as coisas certas?

—Não, a menos que você queira dizê-las.

—Eu alguma vez digo algo que não quero dizer? Ao contrário
de você, eu nunca menti para você.

—Você disse que entendeu.

—Eu entendo, mas isso não significa que não estou chateado
por você ter escondido a verdade de mim.

—Sinto que estamos andando em círculos.

—Então pare de correr e fique parada comigo.

—O que isso significa?

Ele agarrou minha mão e me puxou em sua direção, me


fazendo sentar em sua cintura.

—Significa que quero ver onde isso pode dar. Com seus
gêmeos.

—Sério?

—Eu gosto de você, Sage. Muito.

—Eu também gosto de você, Ashton. Muito.

—Ainda não estou feliz por você ter mentido para mim, mas
estou disposto a ignorar isso desta vez e conhecer você e seus filhos.

Dizer que fiquei um pouco chocada seria um eufemismo. No


entanto, quando ele afastou o cabelo do meu rosto, eu era como uma
massa em suas mãos.

A pior parte...

Ele também sabia disso.


Ashton

—Você sabe no que está se metendo, certo?

Eu acenei com a cabeça. —Tenho irmãos que têm filhos, e sou


o tio favorito deles.

—Você não vai conhecer meus filhos tão cedo, Ashton.

—Tudo bem, eu posso respeitar isso. No dia em que você


decidir que posso conhecê-los, terei o maior prazer em me apresentar
a...

—Haiden e Haven.

—Droga, você nem deu uma chance a eles18. —Brinquei,


tentando aliviar o clima entre nós.

Ela sorriu, me dando um tapa de brincadeira no peito.

—Estou brincando. É fofo. E tenho certeza de que vou gostar


deles tanto quanto gosto de sua mamãe sexy.

—Eles são incríveis.

—Você é incrível. —Eu a beijei. —Agora, a verdadeira


questão é: como você vai se desculpar de suas mentiras para mim,
doçura?

—Oh, eu tenho que te compensar, não é?

—Seria a coisa certa a fazer.

—E que coisa certa seria?

18
Uma piada sobre Haiden significar salão de adoração no santuário xintoísta e Haven paraíso/céu
—Tenho uma coisa em mente.

Ela deu um beijo rápido em meus lábios. —Eu realmente sinto


muito, Ashton.

—Eu sei. Agora fique de joelhos e me mostre o quanto você


realmente sente, Sage.

Ela corou.

—Eu amo esse tom de vermelho em você, baby.

—Encantador. —Abaixando lentamente seu corpo para o


chão na minha frente, ela segurou a costura do meu short de ginástica.
—Eu acho que posso fazer isso. Muito bem, na verdade.

—Bem, você tem muito a compensar.

A partir do momento em que ela puxou meu pau e o enfiou


profundamente em sua pequena boca carnuda, eu era dela.

Sabendo o tempo todo...

Que eu sempre fui.


CAPÍTULO 21

Sage

—Mãe, já chegamos? —Haven perguntou, sentada no banco


do passageiro perto de mim.

Ela era a única que estava animada com o dia de hoje; Haiden
nem tanto. Quatro meses haviam se passado desde que Ashton
descobriu sobre eles, e cerca de cinco meses desde que começamos a
namorar. Finalmente havia chegado a hora de ele conhecer meus
gêmeos. O nervosismo que senti desde que disse que estava pronta
para apresentá-los a ele na semana passada era uma incerteza que eu
pensei nunca ter sentido verdadeiramente antes.

Tudo estava indo incrivelmente bem entre nós. Ashton era


paciente, atencioso, amoroso...

Ele não se importava se eu não pudesse ver ou falar com ele.


Ele sempre entendeu, não importava o que acontecia. Houve alguns
encontros que tive que cancelar no último minuto, e sua resposta foi
enviar-me flores.

Eu sei, certo?

O último buquê veio com um cartão super fofo que dizia: Você
é a melhor mãe, e eles têm sorte de ter você.

—Estamos quase lá. —Respondi, tentando dirigir o mais


devagar possível. —Haiden, você está bem aí atrás? —Eu questionei,
olhando pelo espelho retrovisor.
Basicamente, tive que suborná-lo para vir.

Ele não estava feliz por eu namorar alguém, e isso não tinha
nada a ver com Ashton. Haiden tinha sido o único homem em minha
vida em toda a sua vida, e ele não estava acostumado que minha
atenção estivesse em outra pessoa além dele. Todos os encontros que
cancelei foram por causa de Haiden. Eu não queria perder Ashton, e
silenciosamente rezei para que Haiden acabasse se dando bem com
ele. Eu não poderia estar com alguém que meu filho não aprovava;
simplesmente não estava em mim, então a pressão para eles se dessem
bem era forte.

—Tanto faz. —Ele deu de ombros, sem olhar para mim.

—Eu sei que você está bravo comigo.

—Ele não está bravo com você, mamãe. Ele está bravo com
seu namorado. —Haven deu uma risadinha.

Haven, por outro lado, estava entusiasmada para conhecer


Ashton. Ela havia me feito centenas de perguntas sobre ele, e elas
nunca paravam. Especialmente depois que eu disse a Ashton que
Haven amou as tulipas que ele me mandou, e no dia seguinte ele
mandou uma entrega para ela.

Tulipas rosa, sua cor favorita.

Haven não foi a única que me perguntou implacavelmente


sobre ele. A curiosidade era mútua. Ashton queria saber sobre Haiden
e Haven também. Eu disse a ambos tudo o que eles queriam saber
sobre o outro, então todos já sabiam muito.

Eu mostrei a Haven fotos de Ashton e eu juntos, e ela achou


que ele era o cara mais bonito além de Harry Styles. Por sua vez,
Haiden não poderia se importar menos. Ele não mostrava interesse
em nada que se referia a Ashton.
—Eu sei que você está infeliz, amigo, e me mata que você
esteja chateado por nós estarmos namorando. Mas direi mais uma vez
que ninguém vai substituir meu amor por você.

Ele revirou os olhos.

—Haiden...

—Mãe, eu não me importo se você tem um namorado. Só não


entendo por que tenho que conhecê-lo?

—Porque se ele vai continuar na minha vida como espero que


esteja, então preciso ter certeza de que você o aprova.

—E se eu não aprovar?

—Eu preciso que você realmente tente, Haiden. Eu preciso


que você dê uma chance a ele. Você pode fazer isso por mim?

—Sim, mãe. Eu já disse que iria. Por que continuamos falando


sobre a mesma coisa?

—Ei! Chega de rebeldia.

—Sim, Haiden, chega de rebeldia.

Ele chutou a parte de trás do assento de Haven.

—Haiden! —Eu balancei minha cabeça em decepção.

—O quê? Ela começou.

—Talvez não tenha sido uma ideia tão boa, e devêssemos


voltar para ca...

—Não, mamãe! Eu quero conhecer Ashton. —Ela olhou de


volta para seu irmão. —Você vai ficar bem quando chegarmos lá. Não
vai, Haiden?

Ele sorriu para ela.


Esta foi a primeira vez que ele sorriu durante todo o dia, o que
ajudou um pouco meu nervosismo.

—Você está certa, Haven. Desculpe, mamãe. Eu vou me


comportar.

Eu arqueei uma sobrancelha. —Por que a mudança repentina


de comportamento?

Ele sorriu para mim pelo espelho retrovisor. —Você está feliz,
eu estou feliz.

Eu sorri. —Você quer dizer isso?

Ele acenou com a cabeça, ainda sorrindo para mim. —Eu amo
você.

Meu coração derreteu. —Eu também te amo, amigo.

Seguimos em silêncio pelo resto da viagem de quinze minutos


até que chegamos no bairro de Ashton e depois em sua garagem.

—Esta é a casa dele? —Haven questionou, pegando sua


mochila de unicórnio.

—Esta é a casa dele.

Haiden agarrou sua mochila dos Transformers e saltou do meu


SUV com Haven logo atrás dele.

Respirando profundamente, eu segui o exemplo e tranquei a


porta do meu veículo. Estávamos tocando a campainha de Ashton e
meu coração estava na garganta.

No instante em que vi suas covinhas quando ele abriu a porta,


tive uma enorme sensação de alívio. Ashton nunca escondeu suas
emoções, e agora, ele estava genuinamente animado para conhecer
meus bebês.
—Ei, mamãezinha. —Ele disse, beijando-me na bochecha.

Isso era coisa dele. Ele me chamava de mamãe com quase


tudo.

Mamãe sexy.

Mamãe linda.

Mãe mal-humorada.

Mudava de acordo com o meu humor ou com o que ele via em


mim no momento.

Eu amava.

Eu o amava?

Afastei a pergunta pelo que parecia ser a centésima vez naquela


semana. —Ei, Covinhas.

Ele piscou para mim, olhando para os dois pequenos humanos


que estavam de pé ao meu lado. Haven estava se escondendo atrás da
minha perna, espiando ligeiramente através do tecido do meu vestido
longo. Ela sempre era tímida quando conhecia novas pessoas. Haiden
era o oposto. Ele estava de pé como o homem da casa, embora não
estivéssemos em casa.

Ashton não vacilou. Ele se agachou na frente de Haven para


ficar no nível dos olhos dela. —Ei, mocinha.

Ela sorriu; era como meu pai e Brady a chamavam também. —


Oi.

—E você deve ser a princesa Haven?

Ela ofegou. —Eu sou uma princesa! Como você sabia?

—Porque todas as princesas têm magia ao seu redor.


Ela deu a ele o maior sorriso desdentado, saindo de trás das
minhas pernas para ficar ao meu lado.

Os olhos de Ashton se voltaram para Haiden, mas então ele se


levantou, totalmente ciente de que Haiden não gostaria de ser tratado
como nada menos do que o homem que ele já sentia que era.

Estendendo a mão, Ashton se apresentou. —Eu sou Ashton,


e você deve ser Haiden, o homem da casa, certo?

—Sim. —Ele apertou sua mão. —Sou eu. Conversamos pelo


telefone, lembra?

Ashton acenou com a cabeça, percebendo a animosidade no


tom de Haiden. —Certo. Na época, pensei que você fosse outra
pessoa, então peço desculpas por isso. Espero que possamos deixar
isso para trás e começar do zero. Eu realmente gostaria de conhecê-
lo.

Haiden simplesmente deu a ele um breve aceno de cabeça, e


Ashton e eu nos olhamos fixamente antes que ele abrisse mais a porta.

—Entre. Se vocês estiverem com fome, tenho petiscos no


balcão da cozinha. Também há todos os tipos de bebidas na geladeira.
Blue Gatorade, certo, cara? É o meu favorito também.

Haiden não ficou impressionado com a hospitalidade de


Ashton. No entanto, Haven e eu estávamos.

—Estou com sede. —Ela informou, ainda segurando minha


mão enquanto caminhávamos para a cozinha de Ashton projetada
para um chef cinco estrelas.

Falando de alguém que gostava de cozinhar, sua cozinha era


um alvo. Eu preparei o jantar para ele algumas vezes e apreciei cada
segundo disso. Ele tinha pensado em tudo quando se tratava de
projetar sua casa inteira. Das sancas ao piso de travertino. Sua casa
parecia uma casa modelo.

Haiden caminhou diretamente em direção à piscina. Ele e


Haven sabiam nadar; com o lago atrás de nossa casa, eu me certifiquei
disso.

—Um suco de laranja Tropicana chegando.

—Ashton, você sabe minha bebida favorita?

—Eu sei muitas coisas sobre você, menina.

—Você sabe? Como?

—Pedi à sua mãe para me contar tudo sobre você.

Ela soltou minha mão e subiu no banquinho da ilha da


cozinha, sentada sobre as pernas para alcançar o balcão alto.

—Eu perguntei a minha mãe sobre você também. Ela disse


que você ama crianças.

—Eu amo. Tenho duas sobrinhas da sua idade. —Ele


entregou a Haven sua bebida, e ela bebeu tudo antes de limpar o rosto
com a parte de trás do braço.

—Oh, sério? Talvez da próxima vez que viermos aqui, eu


possa brincar com elas. Mamãe diz que quer que a gente venha aqui
muitas vezes. Você tem um quarto para nós dormirmos?

—Haven... —Eu murmurei, olhando para Ashton com


cautela, que estava lá como se ela tivesse acabado de dizer que ele
ganhou na loteria.

Ele estava adorando o fato de Haven estar pensando em ter


uma festa do pijama em sua casa; isso significava que ela gostava dele.
—Haiden tem beliches em seu quarto. Talvez você possa
dormir na cama de cima quando for dormir em nossa casa também?

—Eu adoraria dormir na cama de cima de Haiden.

—É super confortável. —Ela traçou as linhas na pedra no


balcão. —Isso é muito bonito. Como se chama?

—Quartzo...

—Oh! Como a mamãe tem em seu banheiro. Olha, mamãe, é


apenas uma cor diferente da sua.

—É mesmo. —Procurei por Haiden pelas portas de tela. —


Onde seu irmão foi? Ele estava perto da piscina.

—Talvez ele tenha que fazer cocô.

Ashton riu instantaneamente, e eu corri trinta tons de


vermelho.

—Haiden gosta de fazer cocô no meu banheiro, e eu fico brava


porque a bunda dele fede muito.

Ashton riu tanto que sua cabeça caiu para trás.

—Oh meu Deus. Haven!

—O quê, mamãe? Você também não gosta quando ele usa seu
banheiro. Haiden diz que faz cocô de homem como o vovô e o tio
Brady. Você também faz cocô de homem, Ashton?

Fechei os olhos por um momento, balançando a cabeça antes


de murmurar: —Sinto muito.

E o que meu cara dos sonhos respondeu?

Ele murmurou de volta: —Não sinta, ela é adorável.


CAPÍTULO 22

Ashton

Esta criança.

—Querida, não vamos perguntar a Ashton sobre seu cocô de


homem, ok?

—Mas, mamãe. —Ela coçou a cabeça, observando enquanto


Sage ia em direção à porta deslizante. —Você disse que todo mundo
faz cocô.

—Sim, mas não precisamos de confirmação. —Ela a abriu. —


Haiden!

—Posso sugerir algo? —Eu anunciei, trazendo a atenção de


ambos para mim. —Por que vocês não vão colocar seus maiôs e eu
vou encontrar Haiden?

—Sim! —Haven gritou animadamente, agarrando a mão de


sua mãe. —Vamos!

—Ok, vamos pegar nossas coisas. —Sage olhou ao redor da


cozinha. —Onde está sua mochila?

—Umm... eu coloquei meu maiô na sua bolsa.

—Porque você fez isso?

Haven deu de ombros, arrastando Sage em direção à piscina.

—Vou encontrá-lo e já venho atrás de vocês.


Ambas assentiram, sorrindo para mim. Eu poderia dizer que
Sage estava nervosa por me deixar sozinha com Haiden, mas o quão
ruim esse garoto poderia ser?

Ele tinha sete anos.

—Haiden! —Eu gritei, olhando para o corredor.

Sem resposta.

Procurei em todos os cômodos da minha casa até que


finalmente o encontrei em meu quarto, como se ele estivesse
esperando por mim.

—O que você está...

—Vamos pular as baboseiras de cara legal, está bem?

Eu esperava que ele não gostasse de mim. O que eu não


esperava era que ele batesse de frente comigo de cara.

—Eu não gosto de você e nunca vou gostar, então você pode
guardar a atitude de “Eu sou um cara legal” comigo. Eu não acredito.
Você quer minha mãe só para você.

Esse foi o sinal para entrar nesta discussão interessante. —Isso


é a coisa mais distante da verdade. Não estou tentando roubá-la. Eu
me importo com ela. Tudo que eu quero fazer é conhecer você
também. Se você me der uma chance, poderíamos ser amigos. Eu
jogo muito bem Call of Duty. —Eu expressei, pensando que talvez
pudéssemos chegar a um terreno neutro.

Porra nenhuma.

O que eu estava pensando?

Esse garoto queria sangue.


—Você acha que um videogame vai me fazer chamá-lo de
papai?

—Que tal começarmos com Ashton?

—Eu nunca tive um pai, e não preciso de um agora.


Especialmente um que se veste como um idiota e tem um corte de
cabelo idiota. Minha mãe é minha. Minha e da Haven. Este é o seu
único aviso. Deixe-a agora, ou você vai se arrepender.

Ignorando suas provocações, eu me mantive calmo. —


Infelizmente para você, eu não me assusto facilmente, Haiden. Você
é o homem da casa, certo?

—O primeiro e único.

—Ouça, parceiro.

Ele deu um passo em minha direção, olhando para o meu


rosto. —Eu não sou seu parceiro.

Mordendo minha língua, falei a verdade: —Sei que


provavelmente é difícil confiar em uma pessoa nova em sua vida. Mas
eu gosto muito da sua mãe.

—Eu não vou compartilhá-la. Com você ou qualquer outra


pessoa.

Que porra eu digo sobre isso?

Sem nem mesmo tentar, eu me tornei seu rival número um,


seu inimigo mortal, e de repente me encontrei recebendo um garoto
com metade do meu tamanho que estava pronto para me derrubar e
me dar um soco nas bolas, se necessário. Considerando que ele estava
perto das joias da minha família com sua altura, eu não estava
convencido de que ele não faria isso.
Haiden não parou por aí. Golpe após golpe irrompeu de sua
boca como se eu estivesse ouvindo o garoto adversário do meu jogo
de guerra Call of Duty.

Ele deve ter sentido minha hesitação, porque me encarou com


a arrogância de um homem. De pé, com os ombros rígidos. —Isso é
guerra.

Incapaz de me conter, zombei: —Ainda bem que eu não


perco, então.

—Oh! —Sage anunciou, entrando no meu quarto com Haven.


—Aí estão vocês dois. O que está acontecendo? Está tudo bem?

A atitude de Haiden desapareceu instantaneamente como se


nunca tivesse existido, e em um movimento rápido ele envolveu os
braços em torno da minha cintura.

—Mamãe! Você estava certa! —Ele disparou, me abraçando


com força. —Ashton é o melhor! Vamos jogar Call of Duty mais
tarde! Estou tão feliz que o conhecemos!

Oh, esse pirralho...

Era assim que ele iria jogar?

Para mim, ele era Haiden, o Demônio.

Para sua mãe, ele era seu anjo precioso.

Mal sabia ele com quem estava se metendo. Ele não era o único
bom em jogar este jogo. Mulheres eram minha especialidade.

Além disso, eu não cairia sem lutar.

Durante o resto do dia, tudo decorreu sem problemas, agora


que as linhas tinham sido traçadas entre mim e o filho de Sage.
Qualquer chance que ele tinha quando sua mãe não estava olhando,
ele cortava o pescoço com seu dedo indicador. De uma orelha a outra,
seus olhinhos redondos me encarando.

Eu pedi cinco pizzas diferentes para nós, asas de frango,


baguetes, um bocado de comida, e o diabinho fingiu que estava com
dor de estômago depois de ter sido entregue. Deixando-me com uma
quantidade obscena de comida. Comi o máximo que pude e tomei um
banho, pensando no meu próximo movimento.

Devo retaliar?

Devo fingir que não me incomoda?

Qual é a coisa certa a fazer nessa situação?

Quanto mais eu pensava sobre isso, mais eu esfregava minha


cabeça. Ficando extremamente agitado, descontei todas as minhas
frustrações no meu couro cabeludo enquanto lavava rudemente o
meu cabelo.

Ele pararia?

Eu poderia fazê-lo parar?

Quais eram seus planos para mim?

Jogar a mãe dele contra mim?

A sua irmã?

Por que diabos meu couro cabeludo está ardendo?

—Que porra é essa?

Rapidamente, lavei o mais rápido que pude e corri em direção


ao espelho do meu banheiro.

—Oh... não, não, não, não!

Meu cabelo estava loiro.


Meu cabelo estava loiro pra caralho!

—Eu vou matá-lo!

Não era preciso ser um neurocirurgião para saber que Haiden


estava por trás disso. Ele deve ter colocado água oxigenada no meu
shampoo quando estava vagando pela minha casa sozinho.

Que outra armadilha ele armou?

Era pior do que eu pensava. Esse garoto iria fazer da minha


vida um inferno até conseguir o que queria.

Eu. Indo. Embora. Para sempre.

Recusei-me a ceder às suas táticas terroristas. Mantendo a


calma, respirei profunda e pesadamente. Tentando controlar minha
raiva que fervia de dentro para fora.

—Ele é uma criança, Ashton. Ele é apenas um garotinho. Você


consegue fazer isso. —Pegando meu celular do balcão, mandei uma
mensagem para o meu barbeiro dizendo que precisava de
atendimento o mais rápido possível. Vestindo meu short de ginástica
em seguida, sentei-me na beira da cama e ri para mim mesmo.

Se não fosse a mim quem esse garoto estava torturando, eu


provavelmente teria apertado sua mão pelo trabalho bem feito.

Ele definitivamente sabia como me atingir, só que eu não daria


a ele a satisfação de saber disso.

Eu não diria nada.

Nem. Uma. Coisa.

Longe dos olhos perto do coração, certo? Bem, talvez ignorar seu adversário
tenha o mesmo efeito? Quero dizer, ele tem sete anos, pelo amor de Deus. Posso
realmente ser punido por uma criança de sete anos?
Meu telefone tocou, interrompendo aquela linha de
pensamentos. O lindo rosto de Sage apareceu na minha tela e de
repente eu não estava mais tão chateado.

Esta mulher tinha o poder de me trazer paz...

E me deixar de joelhos.

Voluntariamente.

—Ei, linda mamãe.

—Ei. —Ela cumprimentou. —Eu me sinto péssima por deixá-


lo na mão com toda aquela comida.

—Isso não é um problema. —Minha mandíbula cerrou. —


Como está Haiden?

—Oh, ele está bem. Ele ficou bem assim que chegamos em
casa. Acho que ele estava apenas sobrecarregado por conhecer você
hoje.

—Tenho certeza que ele tinha alguma coisa.

—Estou tão feliz por vocês terem se dado bem. Ele falou
sobre você durante toda a viagem de volta para casa.

—Sério?

—Sim! Ele me perguntou se você já pintou seu cabelo de loiro.


—Ela riu. —Que pergunta aleatória. Você já pintou o cabelo de loiro
alguma vez, Ashton?

—Não por escolha.

—O que quer dizer?

—Nada. Como está Haven?


—Ela não parava de falar sobre você também. Acho que você
conquistou meus filhos, Covinhas. Você os impressionou bastante.

—Eu faço o que posso.

—Quer vir jantar amanhã à noite? Haiden até se ofereceu para


me ajudar a cozinhar para você. Não é fofo?

—Ele é simplesmente o mais doce, quase como um Sour Patch


19
Kid .

Ela riu. —Ok, então nos vemos amanhã?

—Mal posso esperar para ver o que Haiden tem reservado para
mim.

Sua voz foi minha graça salvadora. Pelo menos durante os dez
minutos seguintes, até que comecei a sentir muita coceira.

—Puta merda...

—O quê? Você está bem?

—Não, eu estou... —Eu cocei minhas bolas profusamente.

Oh, aquele pirralho...

—Doçura, eu preciso ir.

Coça.

Coça.

Coça.

—Está tudo bem?

19
Bala de goma com cobertura de açúcar ácido, então o sabor do doce muda de azedo para doce.
—Mmm hmm, lembrei de repente que tenho que ligar para
Sawyer.

—Tem certeza de que está tudo bem?

—Simplesmente bem pra caralho, baby.

Coça.

Coça.

Coça.

—Vejo você amanhã, então?

—Eu estarei aí de bolas... quero dizer, de boa.

Ela deu uma risadinha. —Soa bem. Boa noite, Covinhas.

—Boa noite. —Desliguei e liguei para Sawyer. —Cara, eu


preciso de você.

—O que aconteceu agora?

Eu não hesitei, rosnando: —Haiden, o Demônio.


CAPÍTULO 23

Ashton

Três meses.

Três malditos meses.

Nenhum passo na direção certa no que dizia a respeito de


Haiden. No mínimo, nosso relacionamento deu uma guinada drástica
para a zona de perigo. Eu passava a maior parte do tempo com Sage
e seus filhos agora, rapidamente me tornando amigo da menina que
já havia roubado meu coração. Sage e Haven sempre eram as únicas
que estavam realmente animadas em me ver entrar por sua porta.
Esperando por mim de braços abertos, com muitos abraços e
atenção.

Eu não estava mentindo.

Exagerando.

Acredite em mim, eu gostaria de estar.

No momento em que Haiden descobriu sobre mim, ele decidiu


que eu era o inimigo público número um. Assumindo a
responsabilidade de me ferrar em cada chance que tinha. Eu não tinha
a menor ideia de como ele era capaz de fazer metade das merdas que
fez para mim.

A verdade é que eu estava fodido...

Exatamente como eu previ que seria. No entanto, eu nunca


imaginei que seria do lado receptor de seu filho. As coisas entre mim
e Sage estavam ótimas. Tirando o fato de que seu filho estava
tramando minha morte, estávamos avançando de forma bastante
tranquila. As noites em que Sage passava na minha casa, ela dormia
em meus braços, criando um vínculo inquebrável que eu nunca tinha
experimentado tão forte com ninguém. Segurá-la em meus braços
estava se tornando minha nova coisa favorita.

Meu pau, no entanto...

Tinha vontade própria.

Havia algo sobre Sage que capturou meu coração e alma.

Eu não escondi isso dela. Ela sabia o quão completo eu me


sentia quando estávamos juntos. Haiden estava fazendo tudo e
qualquer coisa ao seu alcance para se livrar de mim. O filho dela me
fez passar por maus bocados com algum tipo de nova tática de guerra
para me derrubar e me manter lá. Ele me odiava em todos os sentidos
da palavra, e eu sabia que ele não iria parar até que conseguisse se
livrar completamente de mim.

E com isso, eu me referia a me separar da mãe dele.

Ninguém sabia o que Haiden estava me fazendo passar, a não


ser minha mãe e os rapazes. Eu não podia dizer a Sage que ele estava
manipulando-a, fingindo que éramos os melhores amigos sempre que
ela estava em nossa presença, mas no segundo em que ela se afastava,
suas verdadeiras cores se mostravam, brilhantes e ousadas. Eu não
iria ficar entre Sage e seu filho, não importa o quanto ele fodesse
comigo.

Isso era entre mim e sua cria de demônio.

Além disso, eu gostava muito dela para deixá-lo vencer, e se eu


dissesse a ela, significava que ele venceria. Ela não iria acreditar em
mim; o filho dela fazia um grande teatro. Por vezes eu pensei que
talvez estivesse alucinando, e ele realmente gostava de mim, até ele
me nocautear com suas táticas. As armações de Haiden nunca
deixaram de me surpreender, no entanto. Juro que foram ficando cada
vez mais criativas com o passar das semanas.

Sua criatividade não conhecia limites.

Nosso futuro estava cheio de incertezas.

Ele.

Haven.

Sage...

E se eu a perdesse?

Esta pergunta atormentadora consumia minha mente quando


eu estava acordado ou dormindo. Comecei a sonhar com ela dizendo
essas quatro palavras para mim.

Não posso fazer isso.

Eu me transformei em um maricas completo e absoluto. Já que


eu não podia contar a ela o que Haiden estava me fazendo passar, eu
permaneci como um fodido campo de força de retenção da verdade.

Nos últimos três meses, foi uma coisa após a outra. Não
importava se estávamos na minha casa ou na dele, ele ainda era capaz
de foder comigo.

Primeiro, começou com pequenas coisas inocentes.

Meu cabelo.

O poder de coceira.

Todas as baterias esgotadas em minha casa.

A troca do açúcar com sal.


Chiclete na sola de todos os meus sapatos.

Buracos nas minhas meias.

Farinha em meus ventiladores.

Cola no meu volante.

Esses foram apenas para citar alguns.

Embora, no último mês, ele tivesse trazido grandes armas.

Disse a Sage que eu tinha lhe ensinado a palavra foder.

Ele fez xixi no meu tapete.

Colocou plástico transparente no assento do meu vaso


sanitário.

Trocou a carne do meu Sloppy Joe20 por comida de cachorro


molhada.

Deixou cair meu telefone na piscina.

Acertou uma pedra no meu pau e afirmou que eu estava em


seu caminho. Essa façanha me deixou incapacitado por vários dias.
Ele literalmente machucou meu pau.

Desligou minha geladeira para que toda a minha comida


estragasse.

Colocou queijo cottage no meu leite.

Não havia limites que ele não estivesse disposto e capaz de


cruzar.

Nem. Um.

20
Sloppy joe é um sanduíche que consiste em carne moída, cebola, molho de tomate ou ketchup, molho
inglês e outros temperos, servido em um pão de hambúrguer.
Como não podia fazer nada a respeito de sua batalha digna de
Terceira Guerra Mundial, chamei reforços. Hoje era a primeira vez
que estaríamos unindo forças. Sage e seus filhos estavam conhecendo
minha outra metade.

Minha família e os rapazes.

—Querido, você está bem? —Mamãe perguntou, preparando


sua melhor receita na minha cozinha, que sempre foi um grande
sucesso em qualquer função.

—Eu estou nervoso.

—Por quê? Vamos adorar Sage.

—Não é com Sage que estou preocupado.

—Nós vamos amar os filhos dela também.

—Exatamente. E se Haiden fizer você se apaixonar por ele?


Huh, e então? Eu vou te dizer uma coisa, ele vai virar você contra
mim.

—Querido, isso nunca aconteceria. Você é meu bebê.

Eu sorri. —Eu sei. Estou apenas falando. Estou mais nervoso


com o que ele vai fazer comigo esta tarde.

—Talvez ele lhe dê um tempo.

Eu bufei com uma risada. —Duvido muito disso. Todas as


pessoas que são importantes para mim estarão aqui, então imagino
que ele possa me envenenar.

—Ashton, ele não pode ser tão ruim. É apenas um garotinho.

—Mãe, estou dizendo que ele pode parecer uma criança por
fora, mas por dentro, ele é puro mal. Basta perguntar às minhas bolas.
—Ashton!

—O quê? Eu disse a você tudo o que ele fez para mim. Você
está do lado de quem?

—Você já tentou falar com ele?

—Puxa, por que não pensei nisso?

—Sabe, quando você tinha a idade dele, você não era


exatamente um anjo.

—Sim, estou ciente. Eu tinha três melhores amigos que eram


as piores influências.

—Mano. —Cain riu, entrando na minha cozinha com Lively.


Eles estavam aqui de visita. —Eu era um anjo. Você era a má
influência.

—Por que eu sei que isso é mentira? —Lively espetou,


sorrindo.

Ele piscou para ela. —A que horas todos vão chegar aqui?

—Em breve.

—Você usou um copo como eu disse para você fazer?

—Não, não vou colocar um copo de plástico entre minhas


pernas.

—Então eu não quero ouvir você reclamando se ele acertar


seu pa.... —Ele se conteve, olhando para minha mãe. —Parceiro de
novo.

Eu abri minha boca, mas a campainha tocou. —Falando no


diabo. Eu me pergunto se ele ouve vozes.
—Não se preocupe, mano. —Cain envolveu o braço em torno
do meu pescoço. —Estamos aqui para protegê-lo do grande e mau
menino de sete anos.

Eu olhei para ele, dando um tapa em seu peito. —Ha, ha,


muito engraçado. Espero que ele mije nos seus sapatos, para que você
saiba como é.

—Ele mijou nos seus sapatos?

—Tapete, sapatos, a mesma coisa.

—Ei, Ashton! —Haiden gritou da entrada. —Estamos aqui e


estou muito animado para conhecer seus amigos e família!

—Ahhh. —Lively sorriu. —Que querido.

—Excelente. Ele acabou de chegar aqui e você já está babando


por ele.

—Querido, estamos do seu lado. Relaxe. —Mamãe


tranquilizou.

Ela subestimou sua capacidade de atuação, mas eu, por outro


lado, sabia melhor. Nem mesmo uma hora depois, Haiden, o
Demônio, tinha os meninos e minha família comendo na palma de
sua mão. Eles estavam apaixonados por ele.

Se eu ouvisse minha mãe dizer —Que menino doce. —Mais


uma vez, iria perder o controle.

A certa altura, Leo até me questionou: —Tem certeza de que


não está sendo apenas um maricas sobre isso? O garoto parece fofo
pra caralho.

—Ei, Ashton. —Haiden chamou minha atenção. —Você vai


me ajudar com este novo brinquedo que o tio Brady me deu lá fora?
De repente, todos os olhos na minha sala de estar estavam em
mim, e eu não tive escolha a não ser dizer sim. Eu o segui até a minha
varanda, mantendo meu foco nele. Sabendo que ele não estava
tramando nada de bom.

—Você pode me ajudar com isto? Não consigo descobrir


como fazer este carrinho de controle remoto ir muito rápido.

Eu me concentrei nele. —Depende, isso vai explodir na minha


cara?

Ele deu um sorriso, grande e largo. —Claro que não. Eu nunca


te machucaria assim. Você é o namorado da minha mãe, lembra?

—Eu sei quem eu sou, Haiden, e sei quem você é também.

—Oh, vamos lá. Eu só estava brincando com você. Não seja


uma garota.

—Seu pequeno...

—Você esqueceu sua bebida. —Anunciou Sage, vindo atrás de


mim. —Pensei em trazê-la para você.

Querendo provar a ele que eu não iria a lugar nenhum,


coloquei minha bebida na mesa e beijei Sage bem na frente dele.

Lento.

Suave.

Minha.

Tocando mais uma vez seus lábios, inclinei minha testa contra
a dela. —Obrigado, baby. —Para completar, eu bati em sua bunda
quando ela estava se afastando.

—Ashton!
—O quê? —Eu sorri para ela. —Não pude me conter.

Assim que ela sumiu de vista, Haiden chegou ao meu lado. —


Escute, Asher.

—É Ashton.

Ele acenou. —Mesma coisa. Eu quero uma trégua.

Eu recuei, pego de surpresa. —Desculpe, o quê?

—Sim. —Ele encolheu os ombros.

—Por quê?

—Eu sei que tenho sido mau com você, e eu só quero dizer
que realmente sinto muito. Minha mãe está feliz e isso me deixa feliz
também. Ela nunca foi tão feliz antes.

—Mesmo?

—Definitivamente. Ela acorda com um grande sorriso no


rosto todas as manhãs. Ela está cantando no chuveiro. Eu até a ouvi
dizer à minha garota, Aspyn, que você se tornou tão pegajoso que ela
não consegue tirar uma folga de você.

Meus olhos se arregalaram. —Ela disse à Aspyn que sou


pegajoso?

—Sim. Pegajoso. Carente. Como se você fosse um dos alunos


do jardim de infância dela.

—Quando você ouviu isso?

—Ontem à noite.

—O que mais você ouviu?

—Ela só pensa que você ainda está nisso por ela, sabe? E de
homem para homem, eu sei que você gosta de mim e de Haven. Mas
ela disse a Aspyn que acha que você precisa sair mais com a gente sem
ela. Mostrar a ela que você pode ser um adulto responsável ou algo
assim.

—Eu vejo.

—Mas de qualquer maneira, eu tenho sido uma peste.

—Claramente.

—Você não merecia. Talvez você possa nos levar para sair
amanhã? Você sabe, sem minha mãe. Apenas Haven, você e eu.
Podemos nos conhecer melhor.

Ele está fodendo comigo?

Eu confio nele?

Contra meu melhor julgamento e instintos, agarrei seu ramo


de oliveira, dizendo as palavras que nunca pensei que diria para o
pequeno demônio. —Eu adoraria sair com vocês. Só nós. Apenas.

Sage

—Mãe, Ashton quer nos levar ao parque de diversões amanhã.


Podemos ir? —Haiden perguntou assim que voltamos para dentro.
—Por favor, mãe!

Haven ouviu seu pedido e correu em minha direção. —Siiiim!


Mamãe, podemos ir! Por favor!

Eu sorri. —Claro, podemos ir...

—Na verdade, eu gostaria de cuidar deles sozinho. —Ashton


interveio. —Se estiver tudo bem para você?
—Você quer levar meus filhos para passear? Sozinho?

—Sim, eu adoraria.

—Oh... ummm... —Eu mordi meu lábio inferior.

—Mamãe, por favor! —Haven puxou meu vestido longo.

—Eu nunca os deixei sair com ninguém além de meus pais e


Brady.

—Há uma primeira vez para tudo.

—Ashton, eu não sei...

—Sage, você deveria deixar. —A irmã dele chegou ao seu lado.


—Ele saiu com meus filhos várias vezes sozinho. Ele vai ser ótimo.
—Ela assegurou. —Você não precisa se preocupar.

—Eu sei. Ashton é ótimo. Não tem nada a ver com sua
capacidade de ser responsável. É que Haiden adora explorar, e Haven
corre para todos os lugares, então é muito para ficar de olho. Você
tem que observá-los como um falcão.

Ashton deu um passo em minha direção, afastando meu cabelo


do rosto. Fazendo minha insegurança diminuir. —Mamãezinha, você
não confia em mim?

—Sim, mãe, você não confia nele? —Haiden repetiu em um


tom que eu reconheci muito claramente.

—Claro que confio. —Eu senti como se estivesse sendo


pressionada.

—Mamãe, por favor! —Haven implorou, com as mãos na


frente dela em um gesto de súplica. —Por favor!

—Eu acho que... —Hesitei por um segundo. —Isso seria bom.


Ashton sorriu, acariciando minha bochecha com os nós dos
dedos. —Eu os trarei para casa sãos e salvos. Só quero conhecer
melhor seus gêmeos, mamãe protetora. Posso ser um adulto
responsável, baby. Você não precisa se preocupar.

Eu acenei com a cabeça. —Eu sei que você pode.

—Excelente. Vou buscá-los por volta do meio-dia.

—Soa bem. Você gostaria de almoçar comigo antes de vocês


irem?

—Não, está tudo bem. Não quero ser muito pegajoso e


carente. Você tem o suficiente disso com seus alunos do jardim de
infância.

Estreitei meus olhos para ele. De onde veio isso?

—Ashton, eu...

—Viva! —Haven exclamou, pulando alegremente. —


Podemos ir, Haiden! Estou tão animada! Mal posso esperar!

Tudo que eu sempre quis foi que meus filhos fossem felizes, e
Ashton era incrível com eles quando estávamos juntos. Às vezes
parecia que éramos uma grande família feliz, e se ele queria sair com
meus gêmeos sozinho, eu poderia honrar isso.

Mas por que parecia que algo mais estava acontecendo?


CAPÍTULO 24

Ashton

—Ashton, posso pegar algodão doce?

—Sua mãe disse para não lhe dar muitos doces e, menina, você
já comeu um sorvete e um brownie.

—Eu sei. —Ela sorriu inocentemente, posando toda fofa e


adorável. —Mas mamãe não precisa saber. Será nosso segredinho.

Eu nervosamente ri, querendo que Haven e Haiden gostassem


de mim. Eu não sabia qual era a resposta certa ou errada.

Relutantemente, eu cedi. —Tudo bem. Mas este é o último


doce, ok?

Ela sorriu, balançando a cabeça vigorosamente.

Durante as últimas horas, nós fomos na maioria dos


brinquedos do parque, e os gêmeos pareciam estar se divertindo
muito. Considerando que esse era nosso primeiro passeio oficial
juntos sozinhos, não foi tão ruim. Haiden e eu estávamos nos dando
bem, e ele parecia genuinamente interessado em me conhecer.
Fazendo-me todo tipo de perguntas sobre minha vida, algo que ele
nunca tinha feito antes. Eu respondi com entusiasmo, esperando que
depois de hoje estivéssemos em terreno sólido e pudéssemos avançar
na direção certa.
—Vamos na roda-gigante! —Haiden começou a correr, e
Haven não estava muito atrás dele, então naturalmente agora eu
estava correndo atrás de dois pequenos humanos.

Havia barracas de bebidas, barracas de cassino, barracas de


jogos – qualquer tipo de atração que você pudesse imaginar, estava lá.
Todas elas cercando os brinquedos e tendas de estilo carnavalesco. A
música retumbava nos alto-falantes, os sinos tocavam anunciando os
vencedores e gritos ecoavam das atrações. As crianças estavam
amando cada minuto de hoje, sorrindo, rindo e sem se importar com
nada mais.

Apesar de querer ficar no momento com eles, não conseguia


parar de pensar no que o filho dela me disse ontem.

Eu era muito pegajoso?

Carente?

Um de seus alunos do jardim de infância?

Afastei os pensamentos, concentrando-me no parque e nas


crianças. Os rapazes e eu esperávamos por isso todos os anos, dando
em cima de todas as meninas com saias curtas e tops justos.

Oh como os tempos mudaram...

Se alguém tivesse me dito há um ano que eu apareceria com


duas crianças de sete anos, filhos gêmeos da minha namorada, eu teria
rido na cara da pessoa.

No entanto, lá estava eu, realmente me divertindo com esses


pequenos. Achei que estava me divertindo mais com eles do que
quando estava com os caras. Ver o quanto Haiden e Haven estavam
entusiasmados era tão contagiante como se eu mesmo estivesse
experimentando. Eu estava vivendo indiretamente por meio deles,
desejando poder ficar tão animado quanto eles com os doces,
brinquedos e jogos.

Sempre entendi por que as pessoas têm filhos. Eu vi isso com


meus sobrinhos e sobrinhas. Eles traziam muita alegria e risos para a
vida de todos. Sem falar sobre a energia deles, que que acaba sendo
toda desperdiçada durante a juventude. Como eles podiam correr
loucamente de um lugar para outro sem suar era uma arte que eles
tinham aperfeiçoado.

Minhas pernas estavam em chamas por persegui-los, nunca os


deixando fora da minha vista por um segundo. Sage me deu um
resumo antes de sairmos.

O que eu precisava fazer.

O que eles não podiam fazer.

O que eles gostavam de comer.

O que eles odiavam.

A lista era interminável e tentei fazer uma anotação mental


com todas as novas informações que saíram de sua boca, mas foi um
pouco opressor.

Quem eu estava enganando?

Eu estava ansioso pra caralho.

Se havia uma coisa de que eu estava totalmente ciente, era que


eu tinha uma chance e não queria estragar tudo, então comprava o
que eles queriam. Claro, alguns considerariam isso suborno ou talvez
comprar seu afeto. No entanto, a esta altura, eu faria qualquer coisa
para que Haiden me aceitasse.

—Vencedor, vencedor, temos um vencedor! —A voz do


funcionário do parque se destacou sobre a multidão em um dos jogos
de arremesso. —Para a menina com vestido de unicórnio! O que
posso pegar para você, querida?

—Oh meu Deus! Ashton! —Haven exclamou, fazendo uma


dancinha que me fez sorrir.

Essa criança.

Ela me lembrou de sua mãe. Eu tinha visto Sage fazer o


mesmo número sempre que estava animada durante os últimos sete
meses.

—Aceite isso, Haiden! Eu posso ganhar nos jogos também!

Ele encolheu os ombros. —Eu deixei você ganhar, irmãzinha.

—Você só é três minutos mais velho do que eu, e ganhei de


forma justa e honesta, cara de bunda.

—Ei, ei, ei, vamos parar com isso, ok?

—Tudo bem, mas eu ainda o venci. —Ela resmungou


baixinho.

Batendo no ombro de Haiden com o lado do meu corpo,


pisquei para ele e murmurei: —Eu sei que você a deixou vencer.

A expressão no rosto de Haiden era uma que eu não tinha visto


antes. Pelo menos não para mim.

Apreciação.

Haven escolheu um pônei roxo que era do tamanho dela, e eu


acabei carregando-o a maior parte do dia. Antes de hoje, eu não tinha
percebido o vínculo que eles tinham. Às vezes parecia que os gêmeos
tinham sua própria língua. Embora brigassem e discutissem, era óbvio
que se amavam muito.
Terminamos mais alguns jogos e fomos em mais alguns
brinquedos quando Haven apontou para o banheiro feminino. —Eu
preciso ir ao banheiro.

—E eu estou com sede. —Acrescentou Haiden, agarrando


meu braço.

—Eu também estou com sede! —A menina reconheceu.

—Tudo bem, vamos levar sua irmã ao banheiro, e então vamos


pegar uma bebida.

—Que tal eu levar Haven ao banheiro, e você pode nos pegar


uma bebida?

—Não, vamos juntos. Já está escuro.

—Não é nada de mais, Ashton. Eu sempre a levo ao banheiro


enquanto minha mãe compra as coisas.

—Mama...

—Haven, eu posso te levar ao banheiro. Não é grande coisa.

—Amigo, eu não acho...

—O banheiro é bem ali. —Ele insistiu. —E as bebidas estão


ali. Você ainda pode nos ver.

—Haiden...

—Eu tenho que ir ao banheiro! Vou fazer xixi nas calças!

—Olha, não há fila para nenhum dos dois. Apenas vá.


Terminaremos ao mesmo tempo.

—Crianças, eu não...

—Se eu fizer xixi nas calças, vou morrer!


—Tudo bem. —Eu suspirei, deixando-o fazer o que queria. —
Leve sua irmã ao banheiro. Vou buscar as bebidas. Nos
encontraremos bem aqui, certo?

—OK, vamos lá! —Ela agarrou a mão do irmão e eles foram


embora.

Indo rapidamente para a barraca de bebidas, eu ainda podia vê-


los de onde estava. Observei enquanto eles entravam no banheiro
feminino antes de virar as costas para pedir três bebidas e uma pipoca
grande.

Gesticulando para o atendente, paguei e peguei nossas coisas.


Em menos de cinco minutos, eu estava de volta ao ponto onde
estávamos e combinamos de nos encontrar novamente.

Eu não sabia quanto tempo eu estava parado lá esperando por


eles quando meu telefone tocou e o lindo rosto de Sage apareceu na
minha tela.

—Ei, mamãe sexy.

—Ei, Covinhas. Como tudo está indo?

—Estamos nos divertindo muito.

—Bom. A que horas vocês voltam, para que eu possa deixar o


jantar pronto para nós? Estou fazendo o seu favorito.

Eu olhei para o meu relógio. —Uau, devo ter perdido a noção


do tempo. Não sabia que eram quase oito.

—O tempo voa quando você está se divertindo, bonitão.

—Eles querem ir em mais alguns brinquedos, e então vamos


embora.

—Fantástico. Posso falar com um deles? Eu sinto tanto a falta


deles.
Eu não queria que ela soubesse que eu não estava com eles. —
Você sente a minha falta?

—Hmmm... —Ela brincou. —Pode ser.

—Talvez você pudesse me mostrar o quanto você sentiu


minha falta mais tarde esta noite.

—Eu acho que eu poderia providenciar isso. Os gêmeos


estarão exaustos e vão apagar rapidamente.

—Sim, eu também.

Ela riu. —Bem-vindo à paternidade.

—Então, eu sou um adulto responsável agora?

—Eu nunca disse que você não era, Ashton.

Não de acordo com Haiden.

Ao ouvir a honestidade na voz de Sage, uma incerteza tomou


conta de mim. De repente, meu rosto empalideceu e a suspeita
assaltou minha mente.

Ele estava mentindo?

Jogando comigo de novo?

Por que ainda não tinham voltado do banheiro?

—Doçura, os gêmeos estão terminando o jogo de pescaria.


Vou pedir que liguem de volta.

—Não traga um peixinho dourado para casa. Eu trouxe um


para casa no ano passado, e ele morreu em dois dias. Haven o
encontrou boiando pela manhã, e eu tive que dizer a ela que ele estava
dormindo e entrou em coma.
—Entendi. Sem peixinhos dourados. Ligaremos de volta em
alguns minutos. —Com isso, desliguei e fui em direção ao banheiro
feminino.

Esperando mais alguns minutos, andei de um lado para o


outro, inquieto. Mulher após mulher saía do banheiro, e eu não
aguentava mais.

—Senhora. —Parei uma delas. —Há dois gêmeos lá dentro?


Um menino e uma menina, eles têm cabelos loiros e esta altura.

Ela balançou a cabeça. —Acho que não.

Porra.

Ele não iria...

Eu pensei que Haven gostasse de mim?

Sem vacilar, empurrei a porta. —Haven, Haiden!

Sem resposta.

—Haven, Haiden! —Eu gritei mais alto, o pânico rapidamente


dominando cada um dos meus sentidos. —Crianças! Vocês estão
aqui?!

Ainda assim, nem uma palavra.

—Vamos. Isso não é engraçado! Eu não estou rindo! Onde


vocês estão?!

Como o banheiro estava vazio, corri para dentro e verifiquei


cada box, e eles não estavam em lugar nenhum.

—Porra!

Eu não sabia o que fazer, então liguei para minha mãe.

—Ei, querido...
—Não consigo encontrar os gêmeos!

—O que você quer dizer com "não consegue encontrá-los"?

—Eu os trouxe para o parque de diversões sozinho, lembra?


Eles foram ao banheiro e não estão aqui!

—Ok, acalme-se.

—Mãe, eu não consigo me acalmar! Não sei se eles estão me


fazendo passar por idiota ou foram sequestrados!

—Encontre o segurança ou um funcionário e diga a eles que


você não consegue encontrá-los. Eles vão trancar os portões. Vai!
Estou saindo agora.

Eu não tive que ouvir duas vezes. Desliguei e corri em direção


ao primeiro funcionário que vi. —Meus gêmeos! Não consigo
encontrar meus gêmeos!

Seus olhos se arregalaram.

—Você me ouviu? Não consigo encontrar meus gêmeos! Eles


estavam no banheiro. Eu os vi entrar no banheiro! Tirei os olhos deles
por dois segundos para pagar... Oh meu Deus! Realmente sou um
adulto irresponsável. Como eu poderia virar as costas para eles?!

Meu coração estava na minha garganta.

Eu não conseguia respirar.

Eu não conseguia respirar, porra.

E se eles tivessem sido levados?


CAPÍTULO 25

Ashton

—Senhor, por favor, relaxe. Isso acontece o tempo todo, e


sempre encontramos as crianças. Vamos.

Eu o segui até os portões onde contamos aos policiais o que


tinha acontecido, mostrando a eles uma foto de Haiden e Haven no
meu telefone. Em um instante, o parque foi fechado. Ninguém podia
sair ou entrar, embora aquela medida de segurança não me garantisse
a paz.

Onde eles estavam?

—Você é o pai deles? —Um dos policiais perguntou.

—Não.

—Será que a mãe deles...

—Porra, eu preciso ligar para ela. —Eu balancei minha cabeça.


—Sinto muito, estou apenas... fodido.

—Eu entendo. —Ele agarrou meu ombro. —É melhor


trazermos a mãe aqui. Ela pode responder a mais perguntas se isso se
tornar um caso de desaparecimento.

—Se? Você acha que eles estão desaparecidos? Você acha que
eles foram sequestrados? Levados?

—Senhor, não sei, mas posso garantir que faremos tudo o que
pudermos para encontrá-los.
Eu não conseguia acreditar que isso estava acontecendo.

Como isso podia estar acontecendo?

Peguei meu telefone no bolso.

Como posso contar a Sage que perdi os filhos dela?

Apertei o botão de chamada, sabendo que não havia como


voltar atrás.

Isso nos destruiria.

Eu iria nos destruir.

—Ashton...

—Eu sinto muito, Sage.

—O que está acontecendo?

Sentindo-me o maior merda conhecido pelo homem, eu disse


as palavras que eram o pior pesadelo de toda mãe: —Não consigo
encontrar Haiden e Haven.

—Você o quê?!

—Eu juro que não...

—Estou a caminho! —Ela desligou e eu imediatamente me


senti pior.

Sentei-me no banco esperando por ela.

Esperando que a polícia me dissesse algo.

Esperando Haiden e Haven aparecerem.

Assim que Sage chegou, ela disparou para fora do carro como
se fosse uma bala. Em três longas passadas, ela estava parada na
minha frente. Seu rosto estava vermelho e manchado porque ela
estava chorando.

Profusamente.

Fazendo-me sentir muito, muito pior, se isso fosse possível.

—Eles os encontraram? —Ela praticamente gritou. —Eles


encontraram meus bebês?

—Eu sinto muito, porra.

—Ashton! Como você pode perdê-los?! Eu te disse! Eles


precisam ser vigiados o tempo todo! Como você pôde deixar isso
acontecer?! Eu sabia que isso era uma má ideia! Eu simplesmente
sabia!

—Sage, Haiden levou Haven ao banheiro...

—Você o deixou levá-la ao banheiro? Sozinho?

—Ele disse que você deixa quando estão fazendo compras.

—Mentira! Nunca os perco de vista! Por que você está


mentindo? Meu filho nunca te diria isso!

—Doçura, eu não estou mentindo. Foi o que ele me disse.

—Não me chame de doçura!

—Sage, sinto muito, mas foi o que ele me disse.

—Meus filhos desapareceram, Ashton! Você perdeu meus


bebês!

—Sage, eu estou...

—Poupe suas desculpas! Elas não significam nada para mim!


Vá encontrar meus filhos!
—Baby, se eu soubesse onde eles estão, você não acha que eu
estaria lá agora?

—Senhora.

Ela se virou, encarando o oficial.

—Nós os encontramos. Eles estavam perto da roda gigante.

—Na roda gigante? —Eu retruquei. —Como eles chegaram


lá? É do lado oposto de onde estávamos.

—Mamãe! —Haiden gritou, correndo para os braços dela com


Haven bem atrás dele.

—Bebês! —Ela imediatamente caiu de joelhos e eles a


envolveram em um abraço.

—Estávamos com tanto medo, mãe. Nunca fiquei tão


assustado. —A voz de Haiden tremeu.

—Crianças, eu sinto muito. Por que vocês não me


encontraram onde combinamos?

No momento em que Haiden ergueu seus olhos para encontrar


os meus, eu soube a verdade.

Ele. Armou. Para. Mim

Apenas quando ele abriu a boca foi que eu compreendi o que


ele estava tentando fazer.

Haiden sorriu astutamente, estreitando o olhar, e eu juro que


foi como olhar nos olhos de um garoto que tinha acabado de me dar
o xeque-mate.

—Ashton, do que você está falando? Não combinamos de nos


encontrar em lugar nenhum. Você nos perdeu e ficamos com muito
medo. Não é, Haven?
Sua cabeça estava baixa e ela não erguia os olhos para mim.

Ela estava com vergonha? Arrependida?

Sinceramente, pensei que ela gostava de mim.

Que idiota eu fui...

Agora tudo fazia sentido – os dois estavam metidos nisso. Ela


era a distração que ele precisava para fazer todos os seus truques,
fingindo o tempo todo que ela me queria por perto.

Na vida dela.

Na de sua mãe.

Uma grande família feliz.

Pelo amor de Deus, sou um idiota.

—Está tudo bem, querido. —Ela os abraçou com mais força.


—Mamãe está aqui e não vou deixar nada acontecer com você.

—Ashton, por que você desapareceu? Procuramos por você


em todos os lugares.

O pirralho até chorou uma lágrima. Foi uma atuação digna de


Oscar, e eu não pude mais me conter.

Precisando colocar tudo para fora, eu cuspi a verdade: —Sage,


ele está mentindo. Eu nunca os deixei.

—Mentira, mãe! Ele nos deixou! Ele nos deixou! Por que você
está mentindo, Ashton?

—Haiden, por que você não conta para sua mãe tudo o que
você fez comigo nos últimos três meses?

Ele olhou para mim. —Eu não fiz nada além de tentar
conhecer você. Achei que você gostava de nós. Eu sabia! Eu sabia
que você só queria minha mãe só para você e estava tentando se livrar
de mim! Foi por isso que você nos deixou, Ashton? Porque você
queria que fôssemos levados?

—Ah, vamos lá... Sage, você me conhece melhor do que isso.


Ele está mentindo! Ele não fez nada além de me tratar como um
merda. Diga a ela, Haiden! Conte a verdade para sua mãe sobre o que
você tem me feito passar! Incluindo hoje! Eu não perdi vocês. Você
planejou tudo isso de propósito. Começando com ontem à noite,
quando você me contou que Sage disse a Aspyn... —Eu rosnei,
ficando extremamente frustrado.

Quanto mais esse garoto pode me fazer passar? O que mais posso fazer
para que ele goste de mim? Me aceite?

Eu não estava tentando ser pai dele.

Tudo que eu queria era ser amigo dele.

—Aposto que você sabia onde eu estava o tempo todo. Você


estava me observando de longe? Hein? Gostou do show? Gostou?

—Ashton! —Sage se levantou abruptamente. —Já chega. —


Colocando seus filhos atrás dela, ela rugiu. —Eu não posso acreditar
que você mentiu tanto para se proteger! Que tipo de homem é você?

—Diga-me, Sage... alguma vez menti para você? Eu alguma


vez digo coisas que não quero dizer? Eu odeio mentirosos! Você sabe
disso! Eu te disse em St. Thomas!

—Como posso saber que você não estava mentindo lá


também?

Eu apontei para mim mesmo. —Eu sou o mentiroso? Foi você


que nem me disse que era mãe!

—Você sabe por que eu não te contei! Não se atreva a jogar


isso na minha cara!
—Eu só estou constatando fatos, querida. A única pessoa que
está mentindo para você agora é a sua cria de demônio!

Lamentei as palavras assim que saíram da minha boca, mas não


havia nada que eu pudesse fazer agora. Eu as disse, e não havia como
voltar atrás.

Ela ofegou alto. —Sabe de uma coisa?!

—Não, o quê, mamãe cega?

—Eu tinha razão! Você não está apto para ser pai! Eu nunca
deveria ter continuado as coisas com você!

Eu me afastei – parecia que ela tinha dado uma joelhada em


minhas bolas. Haiden estava radiante, conseguindo exatamente o que
queria.

Haven ainda não havia levantado seu rosto, e eu resisti ao


desejo de abraçá-la e confortá-la. Era óbvio que Haiden a tinha
obrigado a fazer isso.

Talvez uma pequena parte dela gostasse de mim? Ou talvez isso seja
apenas um desejo, e eu sou tão cego quanto a mãe deles quando se trata deles...

—Isso é um golpe baixo, mamãe irritada. Eu não tenho sido


nada além de compreensivo com você desde a primeira vez que nos
encontramos! E estou falando de oito anos atrás!

Haiden olhou para ela. —Você o conheceu há oito anos?

—Sim, eu a salvei de seu pa... —Eu me contive. —Deixa pra


lá. Não importa. Haiden, estou te implorando. Por favor... Por favor,
diga a verdade à sua mãe. Sobre as brincadeiras. Hoje. Eu não te perdi.
Você armou para mim.
—Ashton, chega! Deixe meu garoto fora disso e de sua
irresponsabilidade. Eu não posso acreditar que você seja sem
vergonha o suficiente para arrastá-lo para isso.

—Ele só está fazendo isso para nos separar. Como você não
consegue ver isso?

—Meu filho não é um mentiroso! Ele nunca mentiu para mim


antes! Como você pôde fazer isto comigo? Eu confiei em você.

—Sim. —Haiden concordou. —Eu também confiei em você,


Ashton.

Esta foi a gota d'água e eu não me contive. Focando meus


olhos unicamente em sua mãe, eu disse: —Eu tenho tolerado tudo
que ele fez comigo porque eu te amo, porra!

Sage cambaleou para trás com o impacto das minhas palavras,


arrebatada com o que eu tinha revelado. Era a primeira vez que eu
dizia isso a ela, e eu estava querendo dizer não sabia há quanto tempo.
Achei que uma grande parte de mim tinha se apaixonado por ela
quando eu tinha dezesseis anos e ela era toda bonita e desajeitada.

Se eu fosse perdê-la de qualquer maneira, poderia muito bem


fazer isso como um espetáculo digno de aplausos.

—Sim, eu te amo, Sage. Estou tão apaixonado por você que


não consigo ver direito. E apesar do fato de seu filho dar a Dennis, o
Pimentinha, um páreo duro, estou disposto a ignorar isso, se isso
significar que vou ficar em sua vida. E na deles. Nenhum
relacionamento é perfeito. Vamos trabalhar nisso. Farei o que puder,
o que você quiser, precisar... Jesus, você está me ouvindo? Eu farei
qualquer coisa para ficar com você.

Lágrimas escorriam por seu rosto e pelo de Haven. A barreira


de Haiden era tão espessa, tão grande, que não havia como ultrapassá-
la.
—Como posso confiar em você? Eu não...

Tudo veio à tona.

Nossa batalha.

A guerra dele.

Eu perdi.

Rendido.

Partindo meu coração quando ela pronunciou as quatro


palavras que eu temia desde o primeiro dia. —Não posso fazer isso.

Terminando nosso relacionamento com a primeira mulher que


amei.
CAPÍTULO 26

Ashton

—Mano. —Disse Leo, sentando-se ao meu lado no bar. —Eu


sinto muito. As mulheres são uma merda. Você não pode viver com
elas, e você não pode viver sem a boceta delas.

Eu soltei uma risada. —Diz o homem que foi fisgado por sua
noiva.

Leo e Mila ficaram noivos há três meses. Na verdade, eu estava


lá, invadindo o quarto deles, depois que ele a pediu em casamento,
para contar a ele sobre Sage e os gêmeos. Na noite anterior, eu tinha
voado de St. Thomas de volta para o Tennessee, e ele era o único dos
caras que não sabia que eu estava namorando alguém.

Ele estava ocupado com Mila e gerenciando a empresa de


construção de seu velho como gerente de projeto, e eu queria colocá-
lo a par da minha vida.

Bebendo meu quinto Jack da noite, eu o bati no balcão.


Éramos apenas Leo e eu. Sawyer estava no hospital sendo a cadelinha
durante a noite.

—Você está bebendo muito.

—Não. —Eu fiz um gesto para outro. —Não o suficiente.


Acabei de ser dispensado porque Haiden, o Demônio, decidiu que eu
não era bom o suficiente para a mãe deles. Eu literalmente perdi para
duas crianças de sete anos. Você pode me dar um tempo?

—Sage pode mudar de ideia. Talvez a criança assuma.


—Você não ouviu uma palavra do que eu disse? Ele me odeia
pra caralho, Leo.

O barman colocou minha bebida na minha frente.

—Sabe de uma coisa? Traga-me a maldita garrafa inteira.

—Ashton, você realmente acha que tomar um porre em um


bar vai fazer você se sentir melhor? Não vai mudar nada.

—Acho que veremos depois que eu beber a garrafa.

—Cara, nunca pensei que veria o dia em que você choraria por
uma mulher.

—Cara, nunca pensei que veria o dia em que você seria um


idiota.

—Cara, não venha me foder porque não estou dizendo o que


você quer ouvir. —Ele acenou com a cabeça em direção à bebida em
minha mão enquanto eu bebia aquela também. —Não vou esfregar
suas costas quando você estiver vomitando o fígado.

—Isso é um mito. Você não pode vomitar um fígado.

—Não me diga, é uma figura de linguagem.

Minha bartender estava a postos, trazendo a garrafa


rapidamente. Sorri satisfeito e ela piscou para mim antes de se voltar
para seu próximo cliente.

—Mano, ela está interessada em lamber suas feridas. Por que


você não aceita a oferta dela? Molhar o pau é o melhor remédio para
quase tudo.

Eu olhei para ele. —Você é o pior amigo de todos.

—Estou tentando te ajudar.


—Eu não quero uma boceta aleatória, Leo. Eu quero Sage.

—Eu sei, mas agora ela não quer você.

—Cara! Você está demitido. Não fale mais. Apenas fique aí


sentado e finja que se importa com o que estou passando.

—Eu me importo. Claro que me importo. Nunca te vi assim,


nem mesmo quando seu animal de estimação morreu.

—Eu sinto falta daquela cadela.

—Sage é...

—Ela não é a cadela, idiota. Estou me referindo a minha


cachorra.

Ele encolheu os ombros. —Você pode entender minha


confusão.

Desviei meus olhos de Leo, principalmente porque eu queria


bater na cabeça dele.

Que porra de solidariedade é essa?

Pelo canto dos olhos, vi alguém no bar que chamou toda a


minha atenção. O filho da puta estava sentado em um banquinho,
paquerando a bartender, e eu abruptamente me levantei.

Conduzido por puro impulso e raiva pelas últimas três horas,


deixei a fúria se libertar. Parecia a melhor ideia àquela altura –
descontar todas as minhas frustrações no papai dos bebês de Sage em
vez de no meu corpo.

—Onde você está indo?

— Tirar a porra do lixo.

—O que...
Sem pensar duas vezes, segui até a outra extremidade do bar,
ficando cara a cara com o homem que eu não via há anos. A última
vez tinha sido em uma festa, e seu rosto estava enterrado em um par
de seios.

Sage estava grávida quando o vi pela última vez?

O filho da puta parecia o mesmo, e eu não queria nada mais


do que nocauteá-lo novamente.

Não fiquei surpreso que ele estivesse dando em cima da


bartender, mas isso não impediu a raiva que senti ao saber que ele
tinha abandonado Sage e seus filhos. Decidi que era hora de alguém
colocar esse merda em seu lugar.

Eu.

Talvez isso me fizesse sentir melhor?

Inclinando-me, alto o suficiente para ele ouvir, falei com a


garota cujos seios estavam agora na minha cara. —Eu ficaria longe
deste. Ele não é muito homem, querida. Ele abandonou seus próprios
gêmeos.

—Quem é o fo...

Eu estava de pé, de frente para ele. Contando com sua


irritação, eu o provoquei. Sabendo que isso iria deixá-lo puto.
Homens como ele não mudam. Eles querem se sentir grandes e todo-
poderosos, e eu mal podia esperar para fazê-lo descer do pedestal.

Com suas verdades e meus punhos.

Parte de mim sabia que ele ainda estava puto por causa daquela
noite; que cara não ficaria quando eu o envergonhei na frente de
todos, e eu estava prestes a fazer isso de novo.
Eu sorri. —Essas são palavras agressivas, Memphis. Vá com
calma, porra. Você se lembra do que aconteceu da última vez que
você falou demais? Eu te fiz engolir suas palavras.

Ele riu maliciosamente, me reconhecendo. —Não muda o fato


de eu ter sido o primeiro de Sage, e ela tem meus filhos para provar
isso.

Eu estava na cara dele, puxando-o da cadeira pela gola da


blusa.

—A verdade dói. —Ele provocou. —Não dói, filho da puta?

Leo correu para o meu lado. —Cara, o que diabos você está
fazendo?

Ele não estava lá naquela noite. Leo não reconheceria


Memphis.

—Permita-me apresentar-lhe o pai negligente dos gêmeos.

—Eu não sou negligente. Meu cheque é depositado todos os


meses.

—Você quer dizer o dinheiro da mamãe e do papai?

Ele balançou a cabeça, zombando: —Ninguém perguntou a


você! Não sei o que você pensa que está fazendo, mas precisa dar o
fora! Ouvi dizer que ela estava com alguém, e suponho que seja você?

—Você está certo. —Eu o empurrei. —E deixe-me dizer,


Memphis, você a ter engravidado não muda o fato de que ela sempre
foi minha.

—Como está o gosto do meu pau, idiota?! Visto que você


pegou meus restos.

—Ashton, não...
Eu dei um soco nele.

Meu punho estava no rosto dele antes de Leo dizer sua última
palavra. O rosto de Memphis chicoteou para trás, com ele
cambaleando para encontrar o seu equilíbrio, e eu não parei.

—Isso é por ter engravidado minha garota!

Gancho de esquerda no olho.

—Isso é por abandonar seus gêmeos. Você é a razão pela qual


Haiden não pode confiar em mim! Você é a razão pela qual ele não
me deixa entrar!

Gancho de direita no outro olho.

Ele caiu no chão, tentando se levantar fracamente.

—Estou chamando a polícia! —A bartender ameaçou, mas eu


não dei a mínima. Em vez disso, chutei o estômago dele.

—Isso é por ser um pai idiota de merda para dois pequenos


humanos que merecem ter um de verdade!

Um chute em seu peito.

—Isso é por todas as vezes que você traiu Sage, quando ela foi
a melhor coisa que você já teve!

—Chega... —Ele implorou, tossindo sangue.

Em um movimento rápido, eu o puxei até mim antes de dar-


lhe um soco no rosto novamente.

—E isso é por enviar Sage para o pronto socorro com seu


projeto de pau! —Segurando-o, meu rosto fervendo de raiva estava
perto do dele. Eu bati nele com a última verdade que eu queria que
ele soubesse.
—Você tem muita sorte de eu estar me sentindo generoso, ou
então eu colocaria você em seu leito de morte. E você sabe o que é
ainda melhor do que bater em você agora? Saber que você é apenas
um monte de merda que vive com o fato de ter deixado uma das
melhores mulheres que eu já conheci. Uma que é gostosa e sexy,
enquanto ainda é a melhor mãe do mundo. Você nunca verá como
Haven é doce, como é adorável e engraçada com as coisas que saem
de sua boca. Ela é corajosa, espirituosa, vai fazer grandes coisas um
dia. Você nunca verá o quão esperto Haiden é, quão inteligente e
forte. Como ele protege e cuida de Sage como se fosse a porra do
trabalho dele!

Memphis fez uma careta; ele não tentou esconder.

—Apesar de você o ter abandonado, ele já sabe o que é preciso


para ser um homem de verdade. Ele é leal, genuíno e ama sua mãe e
irmã com tudo o que tem. Tudo o que Haiden e Haven são é porque
eles têm o amor daquela mulher. Eles nem sentem sua falta. Eles nem
precisam de você. Você não significa nada para eles. Está me
ouvindo? Nada, porra!

—Ashton! Os policiais estão a caminho. —Leo agarrou meu


braço. —Vamos!

Eu lentamente balancei a cabeça, dizendo a última coisa que


eu precisava expressar: —Você não é nada mais do que um doador
de esperma que não conseguiu fazê-la gozar.

Com isso, eu o soltei e ele caiu no chão como uma pedra.

—Agora... —Eu o chutei uma última vez porque... por que


não? —Nós podemos ir.
CAPÍTULO 27

Sage

Tentei me fazer de corajosa para meus bebês, mas meus


esforços foram lamentáveis. Eles sempre puderam me ler como um
livro e odiavam me ver triste, especialmente Haiden.

—Sage, você não pode comer outro pote de sorvete. —Aspyn


tentou tirá-lo das minhas mãos e eu rosnei para ela.

—Você comeu três potes nas últimas vinte e quatro horas.

—Eu não sei o que você quer que eu faça ou diga. Estou
devastada. Eu também o amo e não posso acreditar que ele mentiu
para mim daquela maneira.

Ela baixou a cabeça, chutando os pés.

—O quê?

—Nada...

—Não me venha com nada. Por que você parece que está
mordendo a língua?

Ela respirou fundo, erguendo os olhos. —Ok, me escute antes


de vir toda mamãe urso sobre mim. Promete?

Eu concordei. —Prometo.

—Então... e se Ashton não estivesse mentindo?

—O que você quer dizer com se ele não estivesse mentindo?


Claro que ele estava mentindo.
—Mas e se ele não estivesse...

—Você está dizendo o que eu acho que você está dizendo?

—Pode ser...

—Aspyn!

—O quê? Não é tão absurdo, Sage. Você sabe como Haiden


é. Ele é muito territorial sobre você e Haven. Ele sempre foi. Temos
dito a ele que ele é o homem da casa desde que usava fraldas. Eu pude
vê-lo colocando Ashton em maus bocados. Este é o primeiro homem
que ele conhece. Seu namorado. Vamos lá, ele assiste reprises de
Dennis, o Pimentinha o tempo todo. É seu filme favorito. Além disso,
Brady mostra a ele como pregar peças e coisas assim. O sapato serve,
querida.

—Eu não posso acreditar que você está dizendo isso. Haiden
é um bom menino.

—Eu sei que ele é um bom menino. Ele é um ótimo menino.


Ele está apenas protegendo você e não quer te compartilhar. Ele
nunca precisou. Eu consigo vê-lo fazendo o que Ashton disse, ok?
Sinto muito.

—Você também acha que ele armou? Ele fingiu que Ashton
os perdeu?

—Seria fácil de conseguir...

—Oh meu Deus. Não acredito que você acha que Haiden está
mentindo! Você é a madrinha dele!

—Eu não sou cega, Sage. Mesmo quando estávamos em St.


Thomas, ele estava explodindo seu telefone. Aposto que ele sabia
sobre Ashton antes mesmo de ouvi-lo ao telefone.

—Como?
—Falamos dele o tempo todo. Talvez ele estivesse escutando.
Quantas vezes você já o pegou ouvindo conversas de adultos quando
ele deveria estar dormindo? As crianças são perceptivas; você sabe
disso melhor do que ninguém.

—Uau... —Eu balancei minha cabeça, estupefata. —Agora


não sei o que pensar.

—Sinto muito. Eu amo Haiden; você sabe disso. Não é fácil


para mim dizer isso a você. Ele é apenas uma criança, porém, e está
fazendo o que acha ser melhor. Não importa quantas vezes você disse
a ele que ninguém vai tirar você dele. Ele está garantindo que ninguém
faça isso.

Eu queria acreditar no meu filho, mas e se Aspyn estivesse certa?

—Eu acho que você deveria ouvir Ashton um pouco mais. Ao


menos dê a ele uma chance de lhe dar mais detalhes e, em seguida,
tire sua conclusão a partir daí.

—Eu posso fazer melhor que isso. —Eu me levantei, jogando


a embalagem no lixo da minha cozinha. —Me siga.

Haiden estava lá fora jogando futebol com Brady, e este era o


momento perfeito para encontrar a única pessoa que eu sabia que me
diria a verdade.

—Haven. —Eu anunciei, entrando em seu quarto com Aspyn


atrás de mim.

—Ei, mamãe. —Ela sorriu, levantando os olhos da brincadeira


com suas bonecas.

Sentei em sua cama e dei um tapinha ao meu lado. Uma vez


que ela estava sentada ao meu lado, agarrei suas mãos e as coloquei
no meu colo. Aspyn estava sentada em seu recanto de leitura.

—O que há de errado, mamãe?


Veja... ela pode me ler como um livro.

—Querida, eu preciso que você seja honesta comigo. Você


pode fazer isso?

Juro que ela já sabia o que eu ia perguntar. Seu rosto


empalideceu, e ela apertou suas mãos nas minhas.

—Haven, olhe para mim.

Ela balançou a cabeça.

—Por que você não olha para mim?

—Porque eu tenho sido má.

—O que você quer dizer com você tem sido má?

Ela deu de ombros, e eu agarrei seu queixo, fazendo seus olhos


se conectarem com os meus. Seu olhar estava cheio de lágrimas.

—O que está acontecendo?

—Mamãe, por favor, não me odeie.

—Querida, eu nunca poderia odiar você.

—Por favor, não odeie o Haiden.

—Eu nunca poderia odiar nenhum de vocês. Porque você


pensaria isso?

—Por causa do que fizemos com Ashton.

Suspirei, instantaneamente me sentindo horrível por não ter


acreditado nele. —Então é verdade? O que Ashton disse no parque?

Ela acenou com a cabeça novamente e eu enxuguei uma de


suas lágrimas.
—Eu sinto muito, mamãe. Por favor, não fique brava comigo.
Eu não sabia o que Haiden queria fazer no parque, e ele me obrigou.
Ele disse que Ashton ia te contar a verdade sobre todas as
brincadeiras, e eu fiquei com medo. Eu não sabia o que fazer, então
fiz o que ele queria.

—E as brincadeiras? Você também participou disso?

—Sim. —Ela abaixou a cabeça. —Eu não as fiz, Haiden fez,


mas mantive vocês ocupados, para que ele pudesse.

Eu estava além de decepcionada com eles. —Quando isso


começou?

—No dia em que o conhecemos em sua casa. Foi por isso que
eu não estava com meu maiô na mochila de unicórnio. Haiden
precisava dela para colocar mais armadilhas em nossas malas.

—O que você fez com ele?

Ela se encolheu. —Colocamos a água oxigenada que você usa


no seu cabelo no shampoo dele.

Eu ofeguei. —Foi por isso que Haiden me perguntou se


Ashton já teve cabelo loiro?

A resposta de Ashton rapidamente surgiu em minha mente


como se ele estivesse dizendo isso para mim naquele momento. —
Não por escolha.

—Seu irmão me usou para provocá-lo. O que mais você fez?

—Naquela noite?

—Oh, meu Deus! Havia mais além da água oxigenada?

—Sim... ele colocou pó de mico na cueca.

—Onde vocês conseguiram pó de mico?


—Na casa do tio Brady. Haiden disse que às vezes ele o usa
nos pés. Quando eles ficam dormentes de tanto futebol que ele joga.

Eu não conseguia acreditar no que ela estava revelando.

Como pude ser tão cega para não saber que meus gêmeos o estavam
torturando? E por que Ashton não me disse.? Não é como se você acreditasse nele,
se ele contasse...

—Eu quero saber tudo o que vocês fizeram com ele, mocinha.

Ela me contou sobre todas as brincadeiras, desde as baterias


até o chiclete, passando pelo xixi no tapete e o estilingue no pau dele
que foi de propósito. Não pudemos fazer sexo por uma semana
depois disso.

—Eu realmente sinto muito, mamãe. Estamos com


problemas?

—O que você acha?

Ela fez uma careta.

—Por que vocês fizeram isso com ele? Achei que vocês
gostassem dele?

—Eu gosto, mamãe! Eu juro que sim!

—Então, como você pode concordar com isso?

—Não sei. Eu não queria que Haiden ficasse bravo comigo se


eu não fizesse.

Haiden tinha essa autoridade sobre Haven, e ela sempre fazia


o que ele queria, desde que eram bebês. Por isso acabamos no pronto-
socorro mais vezes do que eu gostaria de lembrar.

—Haiden também gosta de Ashton. Ele só não quer dizer isso


em voz alta. Ele se sente muito mal com o parque. Ele me disse isso.
—Querida, você entende como isso foi errado? Mentir sobre
algo tão sério?

—Sim. Eu sinto muito. Por favor, me perdoe.

—Não sou eu que tenho que perdoar você, querida.

—Mama...

A campainha tocou, interrompendo-a.

—Eu atendo. —Afirmou Aspyn, saindo do quarto.

—Nós não terminamos aqui, Haven. Eu quero que você fique


em seu quarto pelo resto do dia. Sem assistir TV, e você não terá
sobremesa para o jantar.

—Está bem. —Ela baixou a cabeça novamente.

—Haven, eu te amo muito, e estou extremamente desapontada


com vocês dois, mas isso não muda meu amor por vocês. Por
qualquer um de vocês.

—Você vai voltar com Ashton? Porque gosto muito dele,


mamãe. Muito.

Respirando profundamente, respondi: —Você tem uma


maneira engraçada de demonstrar isso.

—Você quer saber por que eu realmente gosto dele?

—Sim.

—Porque ele te faz feliz.

Eu sorri. —Você ainda está de castigo, Haven.

—Eu sei. Você quer saber o que mais?

—O quê?
—Ele também me faz feliz.

Enxugando todas as suas lágrimas, beijei seu nariz. —Vamos


ver se conseguimos colocar seu irmão na mesma página.

—Nós podemos. Eu sei que ele gosta de Ashton; ele só não


quer perder você. Eu disse a ele que não iríamos, e acho que nas
últimas semanas ele começou a acreditar em mim.

—Ele ainda o estava torturando.

—Sim, mas Haiden gosta de ser um valentão. Ele é comigo, e


eu sei que ele ainda me ama.

Eu estreitei meus olhos para ela. —Você é muito inteligente


para o seu próprio bem.

—Ei, Sage. —Interrompeu Aspyn, parada perto da porta. —


Há algo que você precisa ver.

—O que está acontecendo?

—Alguém está aqui para ver você.

—Quem?

Eu nunca esperei ser quem ela divulgou. —Leo.

Eu recuei, confusa.

—Ele está esperando na sala de estar.

Beijando Haven no nariz mais uma vez, desci as escadas até o


melhor amigo de Ashton.

O que ele está fazendo aqui?

Pergunta após pergunta atravessou minha mente em alta


velocidade quando olhei fixamente para ele.
—Ei. —Ele cumprimentou.

—Oi, como você sabia onde eu moro?

—Ashton não sabe que estou aqui. Eu encontrei em seu


telefone enquanto ele estava no banho na noite passada, lavando o
sangue de seus punhos.

Minha bunda caiu no sofá com o choque dessa declaração. —


Desculpe, o quê? Ele se meteu em uma briga?

—Acho que não dá para considerar o que ele fez como uma
briga, mais como dar uma surra alguém.

Eu arqueei uma sobrancelha. —E você veio aqui para me dizer


isso por quê?

—Eu estava debatendo sobre mandar uma mensagem para


você, mas achei que seria melhor se eu mesmo viesse aqui e mostrasse
a você.

Em quatro passos, ele estava me entregando seu telefone


enquanto eu ouvia a voz de Memphis no viva-voz: —Ninguém
perguntou a você! Não sei o que você pensa que está fazendo, mas precisa dar o
fora! Ouvi dizer que ela estava com alguém, e suponho que seja você?

—Você está certo.

Com os olhos arregalados, vi Ashton empurrar Memphis pela


tela do iPhone de Leo.

—E deixe-me dizer, Memphis, você a ter engravidado não muda o fato


de que ela sempre foi minha.

Meu coração explodiu. Não pude acreditar no que estava


vendo, ouvindo.

—Isso é por ter engravidado minha garota!


Ele deu um soco em Memphis.

—Isso é por abandonar seus gêmeos. Você é a razão pela qual Haiden
não pode confiar em mim! Você é a razão pela qual ele não me deixa entrar!

Eu não sabia o que era pior – ver Ashton dar uma surra em
Memphis, ou ouvir o que ele estava dizendo a ele.

—Isso é por ser um pai idiota de merda para dois pequenos humanos que
merecem ter um de verdade!

Um chute em seu peito.

—Isso é por todas as vezes que você traiu Sage, quando ela foi a melhor
coisa que você já teve!

Não fiquei surpresa que Memphis tenha me traído. Ele sempre


teve olhos para todas. Mas não foi até que Ashton o puxou do chão
que meu coração realmente derreteu.

—Você nunca verá como Haven é doce, como é adorável e engraçada com
as coisas que saem de sua boca. Ela é corajosa, espirituosa, vai fazer grandes coisas
um dia. Você nunca verá o quão esperto Haiden é, quão inteligente e forte. Como
ele protege e cuida de Sage como se fosse a porra do trabalho dele!

O que realmente me surpreendeu foi a maneira como ele


estava falando sobre Haiden e Haven. Mesmo com tudo que eles o
fizeram passar – as brincadeiras, as armações... ele ainda estava
defendendo e falando coisas boas sobre eles.

Quase como se ele fosse o pai deles.

—Apesar de você o ter abandonado, ele já sabe o que é preciso para ser
um homem de verdade. Ele é leal, genuíno e ama sua mãe e irmã com tudo o que
tem. Tudo o que Haiden e Haven são é porque eles têm o amor daquela mulher.
Eles nem sentem sua falta. Eles nem precisam de você. Você não significa nada
para eles. Está me ouvindo? Nada, porra!
O vídeo acabou e só então percebi que estava chorando.
Ashton defendeu minha honra e meus gêmeos.

Como pude ser tão estúpida e terminar com ele?

Aspyn sentou-se ao meu lado e puxou-me para um abraço


apertado.

—Eu nunca, jamais, vi Ashton ficar com alguém por mais do


que alguns encontros.

Meus olhos se encontraram com os de Leo enquanto ele


continuava com o que veio aqui dizer.

—Ele está completamente apaixonado por você, Sage. Ele


tentou muito com Haiden. Não sei dizer quantas vezes ele me disse
isso. Quantas vezes ele me ligou, tentando pedir conselhos sobre o
que fazer com ele. Não importava quantas vezes disséssemos a ele
para dizer a você. Ele não quis fazer isso. Ele queria ganhar o respeito
de Haiden por conta própria, não porque você impôs. Não importa
o que ele o fez passar, ele não ia te dizer. Ele estava determinado a
conquistá-lo sozinho. Não com sua ajuda ou autoridade sobre
Haiden.

Apoiando meu queixo no ombro de Aspyn, ouvi atentamente


tudo o que Leo estava compartilhando. No entanto, foi a última coisa
que ele me disse que realmente me levou ao limite.

—Ele não está apaixonado apenas por você, Sage. Eu sei,


especialmente depois de vê-lo na noite passada, que ele ama seus
gêmeos também.

—Mamãe. —Haiden entrou na sala com Brady atrás dele, e eu


rapidamente enxuguei minhas lágrimas.

Eu não queria que ele me visse chorar.

—Sim.
—Estou saindo com o tio Brady para o treino de futebol.

—Precisamos conversar quando você voltar.

O olhar perspicaz de Haiden permaneceu em meu rosto. Ele


poderia dizer que eu estava chateada. Quando se virou para sair, ele
se voltou e jogou os braços em torno do meu pescoço.

Sussurrando: —Sinto muito, mamãe.

Envolvi meus braços em torno dele também, esfregando suas


costas.

Ele estava escutando? Ele me ouviu com Haven? Leo? O vídeo?

Abri minha boca para perguntar a ele, mas eu não precisei


porque ele seguiu com...

—Vou fazer melhor. Eu vou consertar. Eu prometo. Vou


consertar isso, mãe.
CAPÍTULO 28

Ashton

Houve uma batida na minha porta.

—Leo! Eu disse que quero ficar sozinho! Você pode apenas


me deixar chafurdar na minha própria autopiedade por um dia?

As batidas se transformaram em pancadas.

—Jesus, cara! Você é pior do que minha mãe!

Relutantemente, saí do sofá para atender a porta, nunca em um


milhão de anos esperando quem estava do outro lado.

—Haiden? —Eu recuei, observando-o parado ali com o que


parecia ser seu uniforme de futebol. —Como você...

—Eu me lembrei de onde você morava. Já estivemos aqui


várias vezes. —Ele acenou para Brady, que estava sentado em seu
carro antes de partir.

Eu o tinha encontrado brevemente algumas vezes na casa de


Sage.

—Eu disse ao tio Brady que ligaria se precisasse que ele viesse
me buscar, mas espero que ele não precise.

—E por quê?

—Espero que você volte para casa comigo e faça as pazes com
minha mãe.
Eu inclinei minha cabeça para o lado. —Eu estou tendo
alucinações? Isso está realmente acontecendo agora ou estou
sonhando com isso?

Ele sorriu. —Posso entrar?

—Eu tenho que te revistar?

Ele ergueu os braços em um gesto de rendição. —Trégua?

—Eu já ouvi isso antes. Na verdade, foi há dois dias, então me


perdoe se eu acredito que você não está fazendo nada de bom.

—Estou aqui pela minha mãe. E por Haven. E... por mim.
Posso entrar, por favor?

Eu sou um otário do caralho.

Abri mais a porta e o pequeno diabinho entrou. Ele não


vacilou – esse garoto estava aqui em uma missão, e quase caí de bunda
quando ele começou a se abrir para mim. Eu não sabia se era um
truque, mas dei a ele o benefício da dúvida.

Fechei a porta enquanto Haiden professava: —Minha mãe é


minha melhor amiga. Ela sempre foi minha melhor amiga. Ela não é
uma mãe normal, sabe? Ela é divertida e engraçada e sempre esfrega
minhas costas quando eu não consigo dormir. Quando estou doente,
ela me deixa dormir em sua cama. Ela sempre sabe o que dizer ou
fazer quando estou triste, quando estou com medo. Ela nunca me faz
sentir como um bebê. Ela é a melhor mãe do mundo inteiro.

—Eu sei. Você tem sorte de tê-la.

—Eu soube de você depois do seu primeiro encontro.

Agora que eu não estava esperando o que ele disse.

—Eu ouvi Aspyn, tio Brady e vovó falando sobre você na


cozinha. Eles pensaram que eu ainda estava dormindo, mas não
estava. Eu estava ouvindo no corredor. Nunca tinha ouvido minha
mãe falar de ninguém do jeito que ela falava de você. Eu odiei isso.
Eu te odiei. Eu não queria que você tirasse minha mãe de mim e
estava com medo de que você fizesse isso.

Eu não sabia o que dizer, então apenas ouvi.

—Quando ela disse que ia fazer uma viagem de trabalho, eu


sabia que ela estava mentindo. Ela nunca tinha mentido para mim
antes, e isso realmente machucou meus sentimentos. Eu pensei...
acho que pensei que ela estava se esquecendo de mim. De Haven
também. Eu não queria perder minha mãe, então fiz questão de ligar
e mandar mensagens para ela o máximo que pude. Isso me fez sentir
como se você a estivesse tirando de mim porque não estávamos lá
com você. Você não sabia sobre nós, e eu não entendi por que ela
não te contava.

—Haiden, sua mãe queria ter certeza de que eu era a pessoa


certa para sua família. Não tinha nada a ver com ela não querer você
lá. Ela queria ter certeza de que eu ainda ficaria com ela depois que
ela me contasse sobre vocês dois.

—Sim... por causa do que Memphis fez com ela. Ele não nos
queria, e eu pensei que você também não.

—Esse nunca foi o caso.

—Eu não tinha entendido isso até hoje. Até saber o que você
fez com Memphis.

Franzi minhas sobrancelhas. —O que você...

—Seu amigo Leo foi lá em casa. É por isso que estou aqui.
Minha mãe não sabe. Ela acha que estou no treino de futebol com o
tio Brady. A campainha tocou e eu fui atender enquanto tio Brady
estava ao telefone com alguém de seu trabalho. Aspyn abriu a porta
primeiro e eu me escondi no corredor, querendo saber por que ele
estava lá. Eu pensei... que ele iria me delatar como você fez no parque.

—Haiden, você não me deixou escolha. O que eu deveria


fazer? Tenho tentado muito fazer você gostar de mim nos últimos
três meses. Nunca tive a intenção de contar a sua mãe sobre suas
travessuras. Eu sabia que se eu contasse, ela apenas faria você gostar
de mim, e isso apenas faria você me odiar ainda mais. Isso se ela
realmente acreditasse em mim. Você não pode fazer nada de errado
aos olhos dela. Você é o bebê dela. Confie em mim, eu entendo. Eu
também sou o bebê da minha mãe. —Parei por alguns segundos para
permitir que minhas palavras fossem absorvidas.

—Nós temos isso em comum. Na verdade, temos muito em


comum. Se você tivesse me dado um pouquinho de chance, você teria
sido capaz de ver.

—Ainda posso ver isso, Ashton?

—Bem, sua mãe acha que sou um mentiroso, Haiden. Não


tenho certeza...

—Ela disse que precisávamos conversar quando eu chegasse


em casa, então acho que ela sabe a verdade. Haven deve ter contado
a ela. Ela ficou muito chateada porque eu a fiz fingir que você nos
perdeu no parque.

—O que você quer dizer? Ela não estava metida no seu plano
maligno?

—Não. Eu a fiz fazer isso.

—Eu vejo. —Agora isso fazia sentido. —E as brincadeiras?

—Ela sabia delas, mas eu a obriguei a fazê-las também. Ela


realmente gosta muito de você. Ela sempre tentou me fazer não fazer
pegadinhas com você, mas eu não dei ouvidos. Desculpe.
Agora o pedido de desculpas, eu não esperava.

—Você não está me enganando, certo?

Ele balançou sua cabeça. —Não. Não depois do que você fez
pela minha mãe, por nós. Você sabe, com Memphis.

—Como você...

—Seu amigo gravou em seu telefone. Você... —Seus olhos


foram para o chão, arrastando os pés. —O que você disse a ele... você
falou sério? Sobre eu ser forte e um homem de verdade?

—Haiden, olhe para mim.

Ele olhou.

—Se não fosse eu aquele que você estava torturando, eu teria


dado um tapinha em suas costas pelo trabalho bem feito. Você é
corajoso e forte, e eu não posso te dizer o quanto eu respeito a forma
como você protege e ama sua mãe. Você é o homem da casa, eu
entendo. Se minha mãe começasse a namorar um cara qualquer,
provavelmente eu teria feito a mesma coisa. Eu te disse, nós somos
mais parecidos do que você pensa.

—Você quis dizer o que disse? Você sabe, sobre amar minha
mãe?

—Nunca quis dizer nada mais na minha vida.

Seus olhos se encheram de lágrimas. —E quanto a nós? Você


ama Haven e eu também?

Fale sobre um chute nas bolas. Eu era um homem, nós não


chorávamos, mas puta merda, eu queria.

—Sua mãe é um pacote, Haiden. Se eu a amo, isso significa


que também te amo.
Seu lábio inferior tremeu quando novas lágrimas deslizaram
pelos lados de seu rosto.

—Você quer... estar com ela... tipo... para sempre?

—Acho que amo sua mãe desde os dezesseis anos. Nunca


deixei de pensar nela. Fiz um pacto com meus amigos quando tinha
essa idade. Os pais de Cain estavam se divorciando e Leo teve a
brilhante ideia de fazer um pacto para permanecer solteiro e nunca se
apaixonar. Mais tarde naquela noite, fomos a uma festa e foi quando
conheci sua mãe.

Seus olhos se animaram, surpresos com o que eu estava


compartilhando.

—Ela era linda, desajeitada e adorável. Era seu aniversário de


dezesseis anos, mas seu pai atrapalhou isso, e eu nunca a vi novamente
até sete meses atrás. Vou ser honesto com você, de homem para
homem. Eu não queria que sua mãe se apaixonasse por mim. Eu
também não queria me apaixonar por ela. Mas eu rapidamente percebi
que não tinha escolha. Ela era tudo que eu queria e não sabia que
poderia ter.

—Como sua alma gêmea? Vovó diz que vovô é sua alma
gêmea.

—Sim, amigo. Acho que sua mãe foi feita para mim. E você
quer saber o que mais?

—O quê?

—Acho que vocês também foram feitos para mim.

Ele sorriu, enxugando as lágrimas.

—Não estou tentando ser seu pai. Eu só quero ser seu amigo.
—Eu quero ser seu amigo também. Então você vai voltar para
casa comigo? Para consertar as coisas com minha mãe?

—Tudo que eu mais adoraria é ir para casa com você e


consertar as coisas com sua mãe, Haiden.

—Ok. —Ele estendeu a mão. —Trégua então? De verdade,


dessa vez.

Eu sorri. Aliviado foi um eufemismo quando apertei sua mão.


—Vamos começar de novo. Sou Ashton.

Ele sorriu. —Eu sou Haiden.

No último segundo, eu o puxei para mim e ele veio sem


esforço. Envolvendo meus braços em torno de seu corpo, eu o
abracei e ele me abraçou de volta.

—Eu realmente sinto muito, Ashton. Por tudo. Espero que


você possa me perdoar.

—Você é um bom filho, Haiden. E considere-se perdoado. Só


nunca mais me atire nas bolas de novo, certo?

Ele riu. —Suas bolas estão seguras. A menos que você


machuque minha mãe.

—Devidamente anotado. E eu não vou machucar sua mãe.

Ele olhou para mim com o maior e mais sincero olhar que eu
já tinha visto nele.

Expirando: —Eu sei.


Sage

Eu estava preparando o jantar quando ouvi a porta da frente


se abrir.

—Haiden! Não deixe o seu equipamento de futebol na porta


ou no seu quarto! Da última vez que você deixou, não consegui tirar
o fedor do seu quarto por uma semana! Coloque na lavanderia!

—Ok, mãe!

—Nós precisamos conversar! Venha aqui quando terminar!

—E eu?

Meu coração caiu ao ouvir a voz de Ashton.

Eu me virei, travando os olhos com a última pessoa que


esperava ver. Meu olhar foi dele para Haiden, que estava parado bem
ao seu lado como se de repente eles fossem melhores amigos.

—O que está acontecendo?

—Mãe, eu menti para você e realmente sinto muito.

Eu coloquei o pano de prato no balcão. —Eu sei. Sua irmã me


contou.

—Sinto muito, Haiden. —Ela se desculpou, sentada à ilha da


cozinha.

—Não, Haven, eu que peço desculpas. Eu não deveria ter


obrigado você a fazer todas aquelas coisas com Ashton. Eu sei que
você só as fez para que eu não ficasse com raiva de você. Sinto muito
por ter colocado você em apuros.

—Tudo bem. Você é apenas um irmão idiota.


Ele assentiu. —Eu sou idiota. Ashton ama você, mãe. Eu sabia
disso antes do parque. Ele olha para você como a vovó olha para o
vovô. Lamento ter mentido sobre ele nos perder. Ele não fez isso. Eu
só queria que você terminasse com ele.

Meu olhar foi para Ashton quando ele puxou Haiden para o
seu lado.

—Olha, mamãe compreensiva, eu fiz um novo amigo.

—Eu vejo isso. Como você conheceu esse novo amigo?

—Ele apareceu na minha porta como um cachorrinho


perdido, e estou devolvendo-o para casa agora.

—Brady levou você ao Ashton?

—Sim, mas eu pedi a ele depois de ouvir o que Leo...

—Oh meu Deus. Você ouviu Leo? Haiden, quantas vezes eu


já te falei sobre escutar conversas de adultos?

—Mas, mãe...

—Não me venha com mas mãe, senhor. O que você ouviu?

—Tudo.

—Haiden Christopher McCoy!

—Está tudo bem, mãe. Ashton deu uma surra em Memphis.


—Ele bateu na mão dele.

—Ashton fez o quê? —Haven exclamou, esticando-se sentada


para apoiar-se na ilha.

—Sim, Haven. Ele disse que ele é um idiota de...

—Haiden, não se atreva!


—O quê? É o que Ashton disse! Ele disse a ele que você vai
fazer grandes coisas um dia.

—Sério? —Ela coçou a cabeça. —Sempre quis fazer grandes


coisas, como atravessar a rua sozinha.

Eu ri, não pude evitar.

—Sim, e ele disse que mamãe é a melhor coisa que já aconteceu


com ele.

—Fato. —Ela acenou com a cabeça, olhando para Ashton


toda adorável e doce. —Eu realmente sinto muito pelo que fizemos
com você, mas Haiden é meu irmão gêmeo, e eu não queria que ele
ficasse bravo comigo.

—Ele me disse, garotinha.

—Então você não está bravo comigo? Porque eu vou te dar


um grande abraço. Mamãe sempre me perdoa quando lhe dou um
grande abraço e digo que sinto muito.

Ele se agachou no chão, abrindo os braços. —Vou aceitar o


grande abraço de qualquer maneira.

Ela riu, pulando do assento. Em suas perninhas, ela correu


para ele, e ele imediatamente a girou em seus braços.

—Ashton!

—O quê? Muito devagar? Devo ir mais rápido?

Ele foi mais rápido, e ela riu profundamente. Assistir Ashton


com meus filhos sempre fazia coisas com meus ovários.

Eu estava desmaiando.

Forte.
Assim que ele a colocou no chão, ela jogou os braços em volta
das pernas dele. —Eu te amo, Ashton.

Eu congelei.

Ele congelou.

Haven realmente acabou de dizer isso?

Ele colocou a mão nas costas dela, olhando para ela com uma
expressão terna que eu nunca tinha visto nele antes. Sorrindo de
orelha a orelha, ela olhou para ele e eu fiquei com os olhos marejados.

—Eu também te amo.

—Mamãe! Você ouviu? Ashton também me ama! Agora ele


ama a nós duas. Talvez um dia você possa amar Haiden também.
Quando ele não for mais um babaca com cara de peido para você.

Eu ri, enxugando uma lágrima.

—Quer saber um segredo? Mesmo que ele seja um babaca com


cara de peido, eu ainda o amo também.

Fiquei surpresa quando Haiden abraçou suas pernas como


Haven fez. Lá estavam três das pessoas mais importantes do meu
mundo.

Como eu tive tanta sorte de conseguir um homem tão perfeito que me aceita
como eu sou?

—E você, mamãe? —Haven questionou, olhando para mim.


—Você ama Ashton também?

Ele olhou para mim com os olhos semicerrados e um sorriso


irresistível.

—Sim, mamãezinha, você me ama também?


Não foi assim que imaginei que diria a ele pela primeira vez
que estava apaixonada por ele.

Profundamente.

De todo o coração.

Loucamente apaixonada por ele.

Com meu coração na mão, fui até eles. Haiden e Haven ainda
estavam enrolados em suas pernas, mas como eles eram dois
pequenos humanos, eu tinha toda a sua metade superior.

Sua mão acariciou minha bochecha, e eu pensei que nunca


mais sentiria isso contra minha pele novamente.

—Você vai me deixar esperando?

—Bem, você sabe... eu preciso mantê-lo alerta.

—Eu acho que esses dois cuidam muito bem disso para você.
—Agarrando a lateral do meu pescoço, ele me puxou em sua direção
para sussurrar em meu ouvido: —Ou eu ainda preciso te convencer
com meus muitos talentos?

—Eu poderia querer muito ser convencida.

—Não me provoque, mamãe brincalhona.

Beijando seus lábios, eu declarei: —Eu também te amo.

—Viva! —Haven exclamou. —Todos nós nos amamos agora!


Como uma grande família feliz!

Eu conheci Ashton no meu aniversário de dezesseis anos.


Naquela noite, quando apaguei minhas velas no bolo com minha
família e minha melhor amiga ao meu redor, desejei um amor
verdadeiro. Meu desejo se tornou realidade mais tarde naquela noite,
em uma festa na qual eu nem queria ir.
Ashton Hayes.

Meu primeiro e único desejo.

Os gêmeos também abraçaram minhas pernas. Todos nós


ficamos ali na cozinha, abraçados.

Pela primeira vez na minha vida,

Eu sabia como era ser amada. Não apenas superficialmente,


mas verdadeiramente amada por tudo.

Minhas falhas.

Meus caprichos.

Meus filhos.

Meu tudo.

E nada parecia tão bom.


CAPÍTULO 29

Ashton

—Entre. —O pai de Sage anunciou depois que bati na porta


de seu escritório.

Sage estava em uma aula de ioga com Mila, aprendendo um


movimento de cachorro no chão ou algo assim. Esperei até saber que
ela não estaria por perto. Amanhã era nosso aniversário e eu não
estava falando sobre o ano em que estávamos juntos.

Era o aniversário dela e eu queria que ela não se esquecesse.

Esta era minha primeira parada.

Em seguida, os gêmeos.

Abri a porta e entrei, sentando-me em uma das cadeiras em


frente à sua mesa.

—Ei, Ashton. Por que a visita inesperada? Você veio me


perguntar algo? —Ele sorriu daquele jeito paternal, totalmente ciente
de por que eu estava lá.

—Na verdade, estou aqui para lhe perguntar algo muito


importante.

Ele sorriu, recostando-se em sua cadeira de couro. —Eu sei


que pergunta você quer me fazer.

—Imaginei que você saberia.


—Eu nunca vi minha garotinha tão feliz quanto ela esteve com
você neste último ano. O mesmo com Haiden e Haven. Eu sei que
vocês começaram mal, mas agora eles gostam bastante de você.

—Como eu gosto deles. —Eu simplesmente disse, olhando-o


nos olhos, para que ele soubesse que eu falava a verdade.

—Eu sei.

—Eu nunca pensei que estaria nesta situação, muito menos


neste relacionamento com uma mãe solteira. No entanto, não consigo
imaginar minha vida sem nenhum deles e quero mantê-la assim.

Ele assentiu. —Eu entendo.

—Sei que estamos juntos há pouco mais de um ano, mas não


é isso que sinto, senhor. Estou aqui para pedir sua bênção para fazer
de Sage minha esposa.

Quando eu disse aos caras que iria pedir Sage em casamento,


eles basicamente se cagaram. O pai dela, por outro lado, não poderia
parecer mais satisfeito do que estava neste momento.

—E os gêmeos?

—O que você quer dizer?

—O que você planeja fazer com eles?

—Eu adoraria eventualmente adotá-los como meus, mas vou


começar reivindicando sua filha primeiro.

Ele riu.

—Eu não quero me forçar a ser o pai deles, mas eu adoraria


nada mais do que, eventualmente, tê-los usando meu sobrenome
também.

—Haiden e Haven Hayes, hein?


—Eu sei. Eu disse a ela que ela nunca deu a eles uma chance.

Nós rimos.

—Eu disse isso a ela quando ela nos disse que queria dar-lhes
esse nome.

—Mentes brilhantes pensam da mesma forma.

—Grandes homens pensam da mesma forma.

—Obrigado por isso.

—Ashton, minha filha e meus netos seriam extremamente


sortudos de ter você como marido e pai. Você definitivamente tem
minha bênção.

—Obrigado, senhor. Eu não vou te desapontar.

—Eu sei.

Apertamos as mãos e saí de seu escritório. Disse a Sage para


aproveitar sua aula e eu pegaria os gêmeos na casa de um amigo deles.
Queria pedir a permissão deles e incluí-los em minha proposta. Todos
nós poderíamos inventar algo juntos.

Passava um pouco das quatro quando eles pularam na minha


caminhonete.

—Ashton. —Haven disse, usando um vestido de unicórnio e


uma faixa na cabeça. —Eu não sabia que você ia nos buscar.

—Eu queria fazer uma surpresa para você.

—Adoro surpresas.

—Como foi a brincadeira?

—Foi super divertido. Ashley tem uma queda por Haiden. —


Ela brincou.
Ele estava sentado no banco da frente. —O que posso dizer?
Eu tenho muitas garotas me querendo.

Esse garoto.

Comecei a dirigir. —É uma bênção e uma maldição ser


irresistível como nós.

Nós batemos os punhos.

Nos últimos seis meses, Haiden e eu realmente mudamos a


nossa relação. Ele era meu amigo, me seguindo como uma maldita
sombra. Conversávamos sobre tudo e Sage disse que eu era seu novo
herói. Não era um papel tão difícil de cumprir. Ambos tornaram tudo
muito fácil. Sage muitas vezes ficava com ciúmes porque eles queriam
estar mais comigo do que com ela.

Eu era como um novo brinquedo brilhante, e às vezes os


gêmeos brigavam por minha atenção.

Eu tinha dormido muito na casa de Sage. Eles também ficavam


na minha casa. Eu transformei um dos quartos de hóspedes no quarto
deles. Adicionando beliches e um monte de seus brinquedos para que
eles sempre se sentissem em casa. No começo, eu dormia no sofá até
que as crianças adormecessem e então ia para o quarto de Sage ou o
meu se estivéssemos na minha casa.

Até que uma manhã, Sage se esqueceu de programar o alarme,


e acordamos com dois pequenos humanos olhando para nós. Graças
a Deus não estávamos nus; ela estava apenas dormindo em meus
braços.

Haven perguntou se eu estava doente, já que estava dormindo


na mesma cama com Sage, porque era o que ela fazia quando eles
adoeciam. Sage não mentiu. Ela explicou a eles que estávamos em um
relacionamento sério e que às vezes os adultos dormem na mesma
cama.
Na minha cabeça, eu estava pensando que não teríamos mais
que nos preocupar em eu entrar ou sair sorrateiramente. Não achei
que teríamos mais dois companheiros de cama. Adormecíamos juntos
assistindo a filmes e comendo pipoca. Às vezes Haven se esgueirava
no meio da noite, dizendo que havia monstros debaixo de sua cama.
Ela se enfiava bem no meio de nós, e eu acordava com um chute
rápido no rosto.

Como diabos as crianças dormem como contorcionistas?

Eu estaria mentindo se dissesse que não estava nervoso em


perguntar a eles sobre me casar com sua mãe, mas a hora havia
chegado e eu precisava ser homem.

Fiz um lanche para eles e, enquanto comiam na ilha da cozinha,


tirei a caixa preta do anel do bolso.

Colocando-a na frente deles, Haven estreitou os olhos para ela.

—Você nos deu um presente?

—Não... Isso é para sua mãe.

Haven limpou a boca com as costas da mão e estendeu a mão,


abrindo a caixa de veludo.

Ela ofegou.

Um anel de diamante de três quilates corte princesa e uma faixa


de platina cintilava contra o sol da tarde.

—Oh meu Deus! É lindo.

—Ashton. —Haiden falou, chamando minha atenção para ele.


—Isso é um presente para o aniversário da minha mãe amanhã?

—Algo assim.
—Oh... mamãe vai adorar. É tão brilhante. Posso
experimentar, por favor?

—Claro, por que não. Quer ver em que dedo eu quero que ela
coloque?

Ela assentiu ansiosamente, ainda sem entender o que eu estava


tentando transmitir. Deslizando o diamante em seu dedo anelar, sorri
quando ela inclinou sua adorável cabecinha.

—Mas, Ashton, eu pensei que esse dedo era para quando você
se casar? É o que a mamãe diz.

Eu sorri, e ela sorriu largamente.

—Haiden! Ashton quer se casar com a mamãe! Ele quer se


casar com a gente! Isso significa que seremos uma família para todo
o sempre!

Eu ri. —Ela ainda tem que dizer sim.

—Posso ser a florista? Eu quero que meu vestido seja rosa


brilhante!

—Um vestido rosa brilhante para a florista.

Haiden ainda não tinha dito uma palavra, e eu estava


começando a me preocupar. Seu rosto também não tinha nenhuma
expressão.

Merda.

—O que você acha disso, amigo?

—O que isso significa? Você não iria para casa?

—Minha casa seria onde você está.

—Então você viveria aqui?


—Ainda não falamos sobre isso, mas aqui ou na minha casa,
ou poderíamos comprar outra casa.

Seus olhos foram do anel para mim. —Isso significa que


vamos chamá-lo de pai?

Eu escolhi minhas palavras com cuidado. —Você pode me


chamar do que quiser, Haiden.

—Você não quer que eu chame você de pai?

Haven direcionou seu olhar dele para mim, então de volta para
ele novamente. —Sim! Eu quero te chamar de pai! Papai, papis,
papaizinho.

Eu ri, meu nervosismo diminuindo. —E você, Haiden?

—Se você se casar com minha mãe, isso significa que somos
seus filhos também?

—Vocês seriam meus enteados, a menos que eu os adotasse.

—Oh... —Ele pensou sobre isso por um segundo. —Você


quer nos adotar e ser nosso pai verdadeiro?

Eu sorri. —De homem para homem, adoraria ser seu pai


verdadeiro.

Ele mordeu o lábio, e Haven bateu em seu ombro com o dela.

Haiden encolheu os ombros. —Acho que seria legal.

—Você quer dizer isso?

—Sim, seria muito legal ter outro homem em casa.

—Você sabe, nós homens, precisamos ficar juntos.

Ele assentiu. —Quando você vai perguntar a ela?


—Amanhã, no aniversário dela.

—Yesssss! Podemos ajudar?! —Haven juntou as mãos em um


gesto de súplica. —Por favor, Ashton! Por favor! Serei uma boa
menina.

—Você é sempre uma boa garota, e eu adoraria que você me


ajudasse.

—Viva! Haiden também vai ajudar! Vamos todos pedir à


mamãe juntos!

—Ok, agora a parte divertida.

—O que é? —Ela perguntou.

Eu coloquei meus cotovelos na ilha da cozinha, balançando


minhas sobrancelhas. —Vamos bolar um plano.

Sage

Eu me virei e me encontrei sozinha. —Ashton. —Gritei,


sentando-me enquanto limpava meus olhos sonolentos.

Havia um bilhete em seu travesseiro com a letra de Ashton que


dizia: Rosas são vermelhas, violetas são azuis, feliz aniversário, mamãe
dorminhoca, seus homens e sua filha estão lá embaixo esperando por
você.

Eu sorri, tirando as cobertas do meu corpo para ir escovar os


dentes. Assim que terminei minha rotina matinal, desci as escadas.
Desde o primeiro passo que dei, pude sentir o cheiro de bacon no ar.
Assim que entrei na cozinha, meu queixo caiu. Havia uma
grande quantidade de comida na mesa.

Ovos.

Bacon.

Waffles.

Panquecas.

O que você pensar, estava lá.

—Mamãe. —Haven declarou. —Temos algo a lhe perguntar.

Meu olhar foi em direção à voz dela do outro lado da cozinha


e, em um segundo, perdi o fôlego e todo o ar dos meus pulmões.

Haiden estava parado ao lado dela. Ambos estavam segurando


cartazes que obviamente eles haviam feito.

O de Haven dizia: Você

O de Haiden dizia: Aceita

Ashton estava de joelhos, e seu cartaz dizia: Casar comigo?

—Oh meu Deus. —Eu murmurei, chocada com a reviravolta


dos acontecimentos.

Ele incluiu meus filhos em seu pedido! Eu comecei a chorar.


Não havia como conter as lágrimas que de repente escorriam dos
meus olhos e desciam pelos lados do meu rosto.

—Claro! Claro que eu vou me casar com você!

—Viva! —Os gêmeos comemoraram, pulando animadamente.


Em duas longas passadas, Ashton estava parado na minha
frente com o diamante mais brilhante que eu já tinha visto. Eu pulei
em seus braços e ele me levantou do chão.

—Eu te amei desde o momento em que coloquei meus olhos


em você.

—Eu também te amo, Covinhas.

Nós nos beijamos como se os gêmeos não estivessem na


cozinha conosco. Tocando meus lábios suavemente, ele pronunciou
as palavras mais dignas de desmaio que eu já tinha ouvido...

—Eu quero que você seja minha mamãezinha.


EPÍLOGO

Sage

—Tive um dia ruim.

—Não se preocupe, mamãezinha, vou colocar o pau em você.

—Oh, sério?

—Parece que você precisa de uma boa aventura. Deixe-me


levá-la para um passeio.

—Eu poderia dar um passeio.

—No meu carro ou no meu pau? —Ele mostrou a língua.

—O que você está fazendo?

—Mostrando a você o que você vai montar mais tarde.

—Ashton!

Ele se fez de tímido. —O quê?

Várias coisas tinham mudado no último ano. Tínhamos nos


casado, Ashton adotou os gêmeos e todos nós carregávamos seu
sobrenome.

Ah, e a maior mudança. Eu estava grávida.

De gêmeos.

—Eu vou ficar tão gorda.

Ele agarrou minha bunda. —Mais você para eu amar.


—Como podemos ter gêmeos?

—Você pode agradecer a sua linhagem por isso.

—É suposto pular uma geração. Não entendo.

—Meu esperma tinha outros planos.

—Seu esperma não determina gêmeos, Ashton.

—Por que você não pode simplesmente deixar um homem


sonhar?

Eu ri, jogando meus braços em volta do pescoço dele.


Tínhamos acabado de descobrir sobre os gêmeos ontem. Haven
estava em êxtase – ela queria irmãs, não outro irmão idiota. Palavras
dela, não minhas. Haiden queria irmãos – não outra irmã bobinha.
Novamente, palavras dele, não minhas.

Os meninos riram muito por pelo menos vinte minutos


seguidos quando Ashton contou a eles por telefone. Na verdade,
íamos encontrá-los para jantar. Cain estava na cidade. Ele disse que
tinha algo a nos dizer.

—Sinto que agora que comecei a dormir de novo, um bebê só


já seria o suficiente.

—Você me tem desta vez. Vou ajudar em tudo que puder, mas
não tenho peitos, querida. A amamentação é por sua conta.

—Eu não amamentei Haiden e Haven. Não tinha leite


suficiente para alimentá-los.

Ele colocou seu rosto entre meus seios; minha camisa de renda
tornou mais fácil beijar meu decote. —É por isso que eles são tão
perfeitos?

—Eles estão prestes a ficar enormes.


—Mal posso esperar.

—Ashton, eu vou ficar enorme.

—Mal posso esperar.

—Você não vai dizer isso quando eu não tiver tornozelos.

—Os tornozelos são superestimados de qualquer maneira.

Ele beijou meus lábios, me incentivando a abri-los para ele.


Quando eu finalmente abri, ele gemeu em minha boca e eu sorri
contra a dele.

Nós nos amávamos demais.

Sentindo-o.

Precisando dele.

Amando-o.

Ele me consumiu.

Minha família.

—É melhor irmos antes que você se empolgue.

—Eu já engravidei você de gêmeos, doçura. Acho que já


passamos disso há muito tempo.

—Você é insaciável. Como uma mulher grávida te excita


tanto?

—Você tem meus bebês crescendo dentro de você. É o


homem das cavernas em mim que quer foder você.

—Nós vamos nos atrasar se você não tirar as mãos da minha


bunda, Covinhas.

—Eu vejo aqueles filhos da puta o tempo todo.


—Não o Cain. Por que ele está aqui de novo?

—Não faço ideia. Talvez ele tenha engravidado Lively


também?

—De jeito nenhum!

—Um homem pode sonhar, certo?

—Leo e Mila estão grávidos.

—Eu sei. Nossos filhos vão fazer o novo pacto do playboy.

—Ashton! Não se atreva a desejar isso.

—Estou brincando. —Ele sorriu maliciosamente, falando a


verdade: —Mas veja como tudo acabou bem para nós.

Ashton

A única mulher que já amei.

Como eu tive tanta sorte?

O pensamento de meus bebês crescendo dentro dela estava


fazendo todo tipo de coisa com meu pau.

Nosso relacionamento foi um turbilhão desde o início, e eu


não o teria desejado de outra maneira.

Era perfeito.

Ela era perfeita.


Chegamos ao restaurante quinze minutos atrasados porque eu
chupei Sage, saboreando-a como aperitivo. Os gêmeos estavam com
meus pais e tínhamos que aproveitar quando podíamos.

Você tem ideia do quão empata foda eles são?

Eu ri com o pensamento.

Pegando a mão de Sage, entramos no restaurante e


encontramos todos nos fundos.

—Finalmente. —Sawyer enfatizou, balançando a cabeça. —


Por que demorou tanto? Estou faminto.

—Eu também estava.

Sage deu um tapa no meu braço, me dando um olhar que me


fez querer fodê-la no banheiro.

—Onde está Cain?

—Ele está mijando. —Leo respondeu. —Ele já vai sair.

—Mila, como você está se sentindo? —Sage perguntou.

—Hoje não foi tão ruim. Como você está se sentindo?

—Mal humorada.

—Eu te entendo. Esses hormônios da gravidez me deixam


totalmente maluca.

—Lala. —Leo agarrou a mão dela. —Qual era a sua desculpa


antes?

—Hahaha.

Era bom ter todos nós juntos assim. Não conseguia me


lembrar da última vez em que estivemos.
—Onde está Aspyn? —Eu questionei Sawyer.

—Quem diabos sabe.

Eles ainda estavam saindo sem compromisso, mas eu não


conseguia acompanhá-los mais do que conseguia acompanhar Cain e
Lively.

Falando no diabo, Cain voltou para a mesa.

Acenando para ele. —Onde está Lively?

—Sim, boa pergunta. —Afirmou Sawyer. —Onde está sua


garota?

Dando uma boa olhada em todos nós, ele esfregou a nuca. Era
um daqueles momentos em que você sabia que o que ele ia dizer a
seguir era drástico.

Eu nunca esperei que ele anunciasse...

—Ela me deixou.

Fim

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