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Olá! Bem-vindas (os) ao meu livro.

Esta é uma obra de ficção e foi meu primero livo. É uma obra
ambientada na Máfia italiana e de minha total autoria. Não tem
relação com a realidade e tudo é puramente minha criação.
Samira, uma menina nascida e criada dentro de uma das
maiores máfia da Itália, se apaixonou por quem não deveria e teve
seu coração partido por isso.
Vicenzo, Don da máfia Grimaldi, é um dos homens mais
temido e sempre viu Samira com olhos fraternais. Ele não acreditava
que amaria uma mulher, algum dia e se contentou com isso.
Mas o amor estava ao seu lado e ele só precisava olhar com
outros olhos para a menina que viu crescer para que esse belo
sentimento fosse pregado em seu coração.
Dedico este livro a todas as pessoas que, assim como eu,
são apaixonadas por romance de máfia e sofrem junto com
os personagens a cada acontecimento na história.

Boa leitura.
Copyright © 2022 THAMY OLIVER

Todos os direitos reservados.


Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida, compartilhada, distribuída ou transmitida
por qualquer forma ou meio, incluindo fotocópias, gravação, ou outro método eletrônico sem
a prévia autorização da autora.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, lugares ou qualquer evento descrito nela é produto da
imaginação da autora. Qualquer semelhança com pessoas, lugares e eventos reais é mera
coincidência.

Titulo original: Um amor para o Mafioso


Primeira edição: 2022
Autora: Thamy Oliver
Revisão: Yonara Santana
Capa: Thamy Oliver

A violação dos direitos autorais é crime previsto na lei nº 9.610/98 e punida pelo artigo 184
do código Penal.
“I can’t see ( Não consigo enxergar) one thing wrong ( uma coisa errada) between
the both of us ( entre nós dois) be mine ( seja minha/meu)”.
Fallin’ All in You – Shawn Mendes
Contents
Copyright
Dedication
Capitulo 1
Capítulo 2
Capitulo 3
Capitulo 4
Capitulo 5
Capitulo 6
Capitulo 7
Capitulo 8
Capitulo 9
Capitulo 10
Capitulo 11
Capitulo 12
Capitulo 13
Capitulo 14
Capitulo 15
Capitulo 16
Capitulo 17
Capitulo 18
Capitulo 19
Capitulo 20
Capitulo 21
Capitulo 22
Capitulo 23
Capitulo 24
Capitulo 25
Capitulo 26
Capitulo 27
Capitulo 28
Capitulo 29
Capitulo 30
Capitulo 31
Capitulo 32
Capitulo 33
Capitulo 34
Capitulo 35
Capitulo 36
Capitulo 37
Capitulo 38
Capitulo 39
Capitulo 40
Capitulo 41
Capitulo 42
Capitulo 43
Epílogo
Epílogo 2
Books By This Author
Quem nasce na máfia já tem seu destino traçado, certo?

Bem, era isso que Vicenzo, o Don da máfia Grimaldi, uma das
maiores máfia da Itália, achava. Vicenzo tinha a vida perfeita, o cargo
que tanto almejava, e um casamento arranjado, que apesar de não
amar sua esposa se conformou com isso, pois julgara que o amor
não era um sentimento para ele.

Ser poderoso e temido era o que lhe bastava. Mal sabia


Vicenzo que o amor que ele tanto achou não ser capaz de viver
estava tão próximo e a espera de que ele o enxergasse.

Samira, uma princesa da máfia criada para ser esposa de um


dos capos assim que completasse 21 anos, viu seu amor se casar
com outra e decidiu partir para esquecê-lo. Samira havia se
apaixonado por quem não deveria e a dor de não poder ter quem
ama a fez partir em busca de um destino longe de tudo e,
principalmente, de seu grande amor.

Contudo, quando se está predestinado a alguém o destino


sempre arranja uma forma de uni-los, mesmo que isso seja através
de uma quase tragédia.

Obs: livro de conteúdo adulto: contém cenas descritas de


sexo, palavras de baixo calão, tentativa de estupro e violência.
Samira

Itália

A vida tem uma maneira muito peculiar de mostrar quem


nasceu para ser feliz e eu, com certeza, não estou entre essas
pessoas. Quem me ouve falando assim julga que sofro, que não
tenho amor. Pelo contrário, eu sou muito amada.

Meus pais fazem de tudo por mim e meu irmão não fica atrás
com relação a isso. Mas eu não tenho o amor que eu quero, não
tenho a pessoa que eu amo me amando de volta.

Para ele eu sou só a irmã de seu melhor amigo, quase sua


prima. E no lugar em que eu me encontro agora e olhando a cena
que se desenrola a minha frente e transforma meu coração em
pedaços, me pergunto se eu nasci para ser feliz...
Vocês não devem estar entendendo nada, pois bem vou
explicar, pois a história da minha família é um pouco complicada e
requer atenção para entender tudo desde o início. Nasci na máfia e
sempre vivi rodeada de soldados, mortes e violência, meu pai é um
dos Capos e melhor amigo de Eduardo Grimaldi, o atual Don da
máfia Grimaldi, uma das maiores máfia da Itália.

Na época em que meu pai ainda era apenas mais um soldado,


entre os tantos que nossa máfia possui, se apaixonou por minha
mãe, Giulia Ferrari.

Ela era filha do capo de Napoli e pela lei da nossa máfia não
poderia se casar com um soldado, pois deveria manter a linhagem de
classe alta e seleta da famiglia, casando-se assim um capo ou filho
de um capo.

Porém, não foi isso o que aconteceu e ela acabou se


apaixonando e se casando com um soldado, no caso meu pai. Meu
avô paterno era um dos soldados de Don Enrico, pai de Eduardo.
Francisco e Eduardo cresceram juntos e acabaram se tornando
grandes amigos, mesmo um sendo soldado e o outro o futuro Don.

Pelo que mamãe costumava me contar, quando eu era um


pouco mais nova do que sou hoje, sua prima e filha do capo de
Torino, Emma Rizzo, tinha sua mão prometida a Eduardo Grimaldi,
mas ele não era apaixonado por ela e vivia uma vida promiscua
regada a amantes e idas aos clubes da famiglia.

Ele não queria se casar a princípio, mas foi forçado por seu
pai, pois precisava se tornar Don e ter herdeiros para levar o legado
de seus antepassados adiante. Papà e mamma passaram dois anos
namorando as escondidas, e por ela ser muito apaixonado por ele se
entregou antes do casamento e acabou engravidando de meu irmão,
Giuseppe.

Mas como tudo que está ruim pode piorar. Sua mão estava
prometida ao filho do capo de Palermo, pois na nossa máfia quem é
da realeza da máfia só pode se casar com quem também faz parte
dela.

E em meio ao desespero, temendo ser descoberta por sua


falha ao se apaixonar por um soldado, engravidado dele e com isso
ser obrigada a abortar o bebê para se casar com quem não amava,
quis fugir para viver esse amor longe e impedir que o homem que
amava fosse morto.

Eduardo Grimaldi, que na época já havia se casado com


Emma, prima de minha mãe (que inclusive também estava grávida,
só que quase no final da gravidez) e se tornando Don, buscava
incansavelmente um jeito de fazer com que seu amigo se tornasse
alguém do alto escalão da nossa máfia, para assim poder casar-se
com a mulher que amava e não precisar fugir, ser perseguido a vida
toda e quando encontrado morto por traição.

Foi nessa busca por algo que ajudasse o amigo que a


oportunidade de tornar meu pai um dos chefes da famiglia e um
membro efetivo da máfia surgiu. Meu pai descobriu que um dos
aliados de Eduardo estava tramando sua morte e o entregou ao
conselho, ganhado assim o direito de subir de cargo na famíglia e ser
alguém importante dentro dela.

Don Eduardo viu ali a oportunidade de torná-lo um de seus


capos e assim o fez, Francisco, meu pai, se casou com minha mãe,
tornou-se chefe da famiglia em Veneza, pois era onde eles moravam,
e seis meses depois nasceu meu fratello. Eles me tiveram 12 anos
depois e assim se deu o início de uma nova linhagem na máfia.
Quando se nasce na máfia não se tem muitas escolhas. Mas já
aceitei meu destino (ou acreditava que o tinha aceitado).

Meu pai nunca me obrigou a nada, ele sempre deixou claro


que eu poderia ter escolhas, desde que, não fugisse das regras
imposta pela famíglia. Uma delas seria me casar, porém, eu poderei
escolher meu noivo.
Meu fratello é soldado, Giuseppe ama o que faz, às vezes não
consigo entender como se ama viver em meio à violência e mortes,
por mais que eu saiba que as pessoas que ele mata são inimigos,
não gosto de saber que ele precisa cometer tal ato para provar sua
lealdade, a nossa máfia, contudo nunca fui de encontro a seu papel
dentro da famiglia e nossa família vive em harmonia e rodeada de
muito amor.

Em breve Giuseppe deixará de ser soldado e se tornará


consigliere quando Vicenzo, seu amigo e futuro Don da nossa máfia,
assumir o cargo. Esse cargo antes era ocupado pelo marido da tia
paterna de Vicenzo, o senhor Giancarlo Ricci.

O pai de Vicenzo não tinha irmãos homens, vivo para assumir


esse cargo quando ele se tornou Don, o passando assim para seu
cunhado, marido de sua irmã Sienna. Mas tudo isso ficou no passado
e hoje estamos selando uma nova fase na nossa máfia. A máfia
Grimaldi vai ter um novo Don. E isso se dará com o casamento de
Vicenzo, filho único de Eduardo e Emma Grimaldi, sendo onde eu
estou agora.

Vicenzo... O responsável por eu achar minha vida uma droga,


sou apaixonada por ele desde os meus 14 anos, sim, eu sei, com
essa idade não se sabe ainda o que é amar, mas eu sei e o amo com
todas as forças que há em mim. Fomos criados juntos. Por nossos
pais serem amigos e nossas mães primas, ele esteve presente em
minha vida desde o meu nascimento.

Vicenzo tem a idade do meu irmão Giuseppe, com diferença


de alguns meses, significando 12 anos, mais velho do que eu, e
sempre me viu como uma adolescente boba, uma pirralha como ele
adora me chamar. Ele me vê como uma irmã mais nova (já que ele
não possui nenhuma, pois é filho único) fazendo meu idiota coração
sofrer por ele.

E é por isso que hoje aqui nesta igreja, aos quase 18 anos e
morrendo por dentro ao vê-lo se casar com outra, que eu afirmo: não
nasci para ser feliz.
Capitulo 1
Um mês antes

A minha vida não tinha como ser melhor (bom era o que eu
achava) em breve me tornarei o Don da máfia Grimaldi, cargo esse
que sempre almejei, embora para tal coisa acontecer eu tenha que
me casaram aos 29 anos, pois tenho que passar um ano em iniciação
para me tornar Don e assumir o cargo aos 30.

Eu já sou iniciado na máfia desde os meus 15 anos, mas para


se tornar o chefe dos chefes da famiglia a qual eu faço parte, tenho
que ter outra iniciação.

Esse cargo vem passando de geração em geração na minha


família: meu avô foi Don aos 20 anos, tomando assim o lugar de seu
pai após ele ter morrido em um atentado, seu casamento foi
arranjado também, ele se casou aos 19 e logo teve meu pai, Eduardo
seu primeiro filho, em seguida minha tia Sienna e por último meu tio
Ângelo.
Contudo, meu tio Ângelo foi assassinado por inimigos nossos
em uma emboscada quando tinha 21 anos.

Meu pai se tornou Don aos 25 anos, seu casamento foi


arranjado com minha mãe Emma Rizzo a filha do Capo de Torino; e
eu serei aos 30. Muitos julgam que demorei para assumir o cargo,
contudo eu esperei estar totalmente pronto para tal responsabilidade.

Estar a frente de uma organização como a minha é uma


responsabilidade enorme e eu não a quero conduzir de qualquer jeito,
e sem falar que eu também quis aproveitar minha solteirice ao
máximo antes de me casar.

Não me importo com o fato de ser um casamento arranjado,


esse é nosso destino, buscamos sempre o melhor para a nossa máfia
e eu não ligo para o amor. Minha noiva é linda, é a mulher que
qualquer homem gostaria de ter ao seu lado e isso é o que importa.

Porém, há algo nela que me incomoda, é submissa demais,


meiga demais, sem muita ação, mas deve ter sido sua criação.

Na máfia as mulheres são criadas para serem assim e com ela


não seria diferente. Afinal será a esposa do futuro Don.

É pensar nisso que logo Samira me vem à mente, ô menininha


brava viu, mas eu amo aquela pirralha mais que tudo. Ela sempre foi
dona de uma vontade impar e não atura nenhuma coisa imposta a
ela, aos 17, quase 18 anos, já me mandou ir à merda mais vezes do
que posso contar.

O sentimento que tenho por ela é fraternal. Eu faço de tudo


para protegê-la, eu e Giuseppe, seu irmão, cuidamos e cuidaremos
sempre dela.

— Vicenzo? — Ouço meu nome e sei que é Giuseppe.

— Sim? — Respondo logo, porque senão, ele não me deixará


em paz.
— Seu pai está te chamando, sua noiva e a família dela
acabam de chegar. — Ele se aproxima — Não querendo ser
intrometido, mas já sendo, muito gata, ela hein, tirou a sorte grande,
amigo. — Fala dando tapinhas em minhas costas.

Reviro os olhos.

— Espero um dia ter uma esposa igual à sua, um dia eu quero


dizer daqui a uns 30 anos, tenho muito para aproveitar ainda e casar
não está nos meus planos. — Ele fala rindo da minha cara por saber
que não poderei mais estar rodeado de bocetas como ele.

— Você sabe que não quero me casar, eu preciso me casar ou


não quer seu cargo de consigliere?

— Calma, amigo! Case-se e seja muito feliz que eu também


serei ao me tornar consigliere e viver rodeado de mulheres lindas. —
Ele pisca e sai andando.

O que fiz para merecer um amigo como ele? Essa é a


pergunta me faço diariamente.

— Seus pais também virão para o jantar? — pergunto já ao


lado dele no corredor.

— Sim, já devem estar chegando, mamãe me ligou e disse


que Samira não queria vir, mas a obrigou, você sabe como aquela
pirralha pode ser chata quando quer. — Fala rindo, mas o amor brilha
em seus olhos ao falar de sua irmã mais nova.

— Sim, sei bem. — Falo rindo também.

Chego à sala e encontro todos a minha espera, minha noiva


está linda como sempre, assim como minha sogra que apesar de ter
a idade que tem, ainda é muito bonita, isso me mostra como será
minha esposa no futuro, o que me deixa muito feliz.

Ao entramos na sala, Giuseppe se dirige para fora indo ao


encontro de sua família que está para chegar.
— Boa noite! — Comprimento a todos.

Dirijo-me para o lado de minha noiva e só então noto que


parece tensa, aflita diria até, mas claro hoje é nosso jantar de
noivado, deve estar muito nervosa já que será a mulher do futuro
Don.

— Você está linda. — Elogio ao chegar perto dela que me


retribui com um lindo sorriso.

Fico olhando-a por um tempo admirando sua beleza até ouvir


uma voz familiar.

— Mas eu não queria vir mamãe, a senhora que me obrigou,


não suporto essas baboseiras de jantares. — paro de olha para
minha noiva quando ouço as reclamações de Samira.

— Que bom que se sente tão bem em minha casa, Samira,


fico imensamente feliz em saber que não queria comparecer ao meu
jantar de noivado. — falo sendo irônico e rindo da sua cara
emburrada.

Ela é linda, e será uma mulher esplêndida quando crescer,


ainda mais com suas curvas. Samira apenas me olha e posso ver
que minha ironia a deixou um pouco mais maleável.

— Samira! Eu já lhe falei que deve se comportar nesses


jantares, e que esse em especial é muito importante para todos da
Famiglia — sua mãe a repreende.

Sei que garotas de sua idade, acham esses tipos de jantares


chatos e entediante, mas sua família é muito importante para a minha
e não poderia ficar de fora.

— Relaxa, pirralha, você vai poder comer sua sobremesa


favorita no final do jantar — Giuseppe fala beijando sua cabeça.
— Eu não sou pirralha, Giuseppe, e já tenho quase 18 anos —
Samira retruca ainda mais emburrada.

— Isso mesmo, quase, ainda não tem 18 — Giuseppe implica


e ela lhe dá língua.

Rio da implicância deles.

— Francisco, meu amigo, que bom que já chegou, vamos ao


escritório tratar de um assunto importante antes de o jantar ser
servido — meu pai fala chamando o pai de Giuseppe.

— Samira, minha linda, não se preocupe que o jantar, não será


demorado e logo você estará em casa — meu pai dá um sorriso para
ela.

Como não tenho irmã nem irmãos, meu pai a vê como uma
filha, visto que é filha de seu melhor amigo.

— Tudo bem, tio Eduardo, vou andar um pouco pelo jardim até
a hora do jantar. — Samira fala ao meu pai

— Vá, mas tome cuidado Samira, vou chamar Enzo para lhe
acompanhar — digo olhando para ela.

— Não precisa Vicenzo, Luca veio fazendo nossa segurança,


ele me acompanhará — fala já se retirando da sala.

Despeço-me de minha noiva deixando-a com minha mãe e as


outras mulheres.

Sigo com meu pai, meu avô, Enrico Grimaldi (que faz parte do
conselho e o está representando), Giuseppe e seu pai, Francisco
Morino, e Mattias DeLuca, pai de minha noiva, para o escritório.
Capítulo 2

Aqui no jardim da casa de Vicenzo olhando o lago, eu reflito


sobre que caminho devo seguir. Vê-lo ao lado da noiva me parte o
coração.

Como posso amá-lo dessa maneira? Ele nunca me iludiu e


sempre me tratou apenas como uma prima, uma irmã mais nova até.
Seu amor por mim, é fraternal, então em que momento eu passei a
vê-lo com outros olhos? Em que momento eu passei a desejá-lo?

Essa confusão em minha mente me angustia.

Eu não deveria amá-lo.

É errado!

Ele está noivo, é bem mais velho do que eu, sem falar que é
praticamente um primo meu, e o pior, melhor amigo do meu irmão.
Como Giuseppe reagiria se soubesse que amo Vicenzo como homem
e não de maneira fraternal como deveria ser?

O mataria com certeza. Suporia que Vicenzo iludiu sua


irmãzinha e a desgraça cairia sobre todos nós. Deixaríamos de ser a
família unida e feliz que somos e passaríamos a nos odiar e tudo
seria culpa minha.

Tenho que esquecê-lo e é por isso que vou embora. Isso, ir


para longe me ajudará a esquecer e apagar esse amor. Pelo menos é
com isso que tento convencer meu tolo coração.

— O que tanto pensa? — Ouço a voz de Luca.

Eu gosto dele, é um Soldado leal a meu pai e meu segurança


particular.

— Na vida ou no que farei com ela. — Respondo me virando


para olhá-lo.

— Refletir é bom, mas algo me diz que Vicenzo tem a ver com
esses pensamentos — ele fala me olhando nos olhos, parece saber
tudo.

Sempre foi assim, Luca sabe ler as pessoas, não é à toa que
consegue saber quem é inimigo só em olhar como a pessoa se porta
em sua presença.

— Julgo que está enganado Luca, Vicenzo não tem nada a ver
com meus pensamentos ou decisões — desvio meu olhar do seu ao
falar isso, pois sei que não posso enganá-lo.

— Tudo bem, menina, se você diz eu acredito — fala olhando


para o lago.

Eu permaneço em silêncio e ele volta a falar.

— Amar quem não deve é a coisa mais dolorosa nessa vida,


Samira. Saber que não deveria amar quem ama, machuca. — sinto a
dor em suas palavras.

Não sei quem ele ama ou amou dessa forma, mas sinto que foi
alguém que o machucou muito. Luca é um cara muito reservado. Sua
vida fora da máfia é uma incógnita para mim.

— Você ainda é muito nova, Samira, irá encontrar alguém que


te ame como merece, e Vicenzo se arrependerá de não ser o homem
a estar ao seu lado — Deixo de olhar o lago e o encaro.

Como ele pode saber uma coisa dessas? Estou abismada.

— Acho que o jantar já deve está sendo servido, é melhor eu


entrar, não quero mamãe brava comigo — desconverso e me
encaminho para a mansão. Mas ainda o ouço falar.

— Eu sempre estarei aqui para ouvi-la Samira, sabe disso, não


se pode esconder o que sente para quem já sentiu o mesmo. — fala
e some por dentre o jardim.

E eu sigo meu caminho para a grande tortura que será esse


jantar.

Que Deus me ajude!


Capitulo 3
Saio do escritório com minha cabeça doendo, saber que estão
tramando contra minha máfia e não sei quem está por trás disso me
deixa furioso.

Meu pai falou que Lorenzo o reportou de um ataque mal


sucedido em uma das nossas boates, azar do infeliz pego tramando
contra nós e sorte minha que já estava louco por uma brincadeira
repleta de gritos e sangue.

Nada me dá mais paz do que estraçalhar meus inimigos, seus


gritos são como musicas aos meus ouvidos, muitos me chamam de
demônio pela forma como mato quem se mete em meu caminho, mas
não ligo, pelo contrário, amo ser temido e é bom que saibam que não
podem se meter comigo.

Ao chegar ao corredor me deparo com meus primos e


soldados, Lorenzo e Giuliano, conversando, eles são filhos de meu tio
Gildo, irmão de minha mãe.
Aproximo-me deles.

— Onde colocaram o filho da puta? — pergunto.

— No galpão. Estávamos só esperando suas ordens.

— Depois do jantar teremos uma festinha com ele. — falo


rindo já vendo como o destroçarei e o farei implorar pela vida, que
obviamente não terá mais a partir de hoje.

— Vicenzo, sua mãe me pediu para te avisar que o jantar já


está sendo servido. — Giuseppe fala atrás de mim.

— Já irei. — respondo me virando para ir à sala de jantar.

Chego à sala e vejo todos a minha espera, dirijo-me até


minha noiva e vamos todos para a sala de jantar.

Ao longe vejo Samira observando Maria e ao notar que a


peguei olhando dá de ombros como se não fosse nada de mais, essa
menina.

Sentamos a mesa e a conversa se vai para o lado dos


preparativos do casamento, coisa que não me interessa em nada, o
que eu quero mesmo é só ver Maria nua em minha cama e transar
com ela a noite toda.

É um saco ter que esperar até casar para ter relações sexuais.
Uma regra da máfia que acho totalmente desnecessária e
ultrapassada.

O jantar é servido e observo que Samira mal tocou na comida.

— Samira, o jantar não está do seu agrado? Posso mandar


que preparem algo que queira comer. — falo recebendo a atenção de
todos.

— Obrigada! Vicenzo, mas estou sem fome mesmo — fala e


noto certa tristeza em seu olhar.
— Maninha está acontecendo algo? Você não é de ficar sem
comer, ainda mais sendo sua comida preferida — Giuseppe pergunta
com carinho na voz.

— Não, estou bem! Só sem fome mesmo — responde, mas


sem o olhar.

Voltamos a comer.

— Vicenzo, sua noiva, disse que ainda não conheceu o jardim.


Por que agora que já terminamos de jantar,vocês não dão um
passeio? — minha mãe fala tempo depois, roubando minha atenção.
Sei que ela está querendo que eu me aproxime da minha noiva.

— Tudo bem mãe — falo me levantando — Vamos? — estico


o braço para que Maria o pegue — Você vai amar o jardim. — digo
querendo ser um pouco mais simpático.

Coisa que é bem difícil para mim.

Ela segura meu braço e se levanta de sua cadeira. Arruma o


vestido e passa a mão pelos cabelos loiros para arrumar o que já
está impecável.

— Com licença — peço me retirando.

Seguimos o caminho até o jardim em silêncio.

— Você é muito calada, Maria. Quero saber um pouco sobre


você. — comento ao chegar próximo ao lago que tem no jardim.

— Vicenzo, eu não tenho muito sobre o que falar de mim. —


me diz dando um sorriso suave — Fui criada na máfia para ser uma
esposa e não tive muitas escolhas.

— Você não quer se casar comigo, é isso? Sou tão feio assim?
— pergunto em tom brincalhão e ela cora.
Ela é realmente muito bonita, não tanto quanto Samira, mas
bem bonita sim.

— Não! Você é lindo e essas suas tatuagens são incríveis —


ela fala tocando o pedaço da tatuagem no meu braço que escapa
pelo tecido na camisa. — Só que fui criada praticamente para ser
uma esposa e só — ela me dá um sorriso fraco.

— Sei bem como é. Não sou a favor dessas regas machistas e


retrógadas que não deixam a mulher ter escolhas com relação sua
vida e carreira, mas isso é algo que não está ao meu alcance para
mudar. Elas foram impostas há anos e nem eu como futuro Don
posso mudá-las. — ela me olha com seu rosto demonstrando
surpresa ao ouvir minhas palavras, talvez julgando que eu apoiaria
essas regras arcaicas.

— Fico feliz que pense assim. Me mostra como criará nossos


filhos — ela disse e a olho assustado.

Ter filhos não, é algo que me agrade muito, quero ser pai um
dia claro, mas não agora e não com uma guerra a vista. As coisas em
nossa máfia não estão boas para trazer mais uma criança ao mundo
em meio a esse caos no qual estamos.

Ela toma meu silêncio como o fato de eu não querer ter filhos e
trada de concertar o que disse.

— Não, eu... Não precisamos ter filhos agora, é que achei que
queria casar-se somente para ter herdeiros, já que na máfia a única
função das mulheres é essa. — me diz sem graça.

— Bom... Eu quero! Não me entenda mal, só não agora. —


falo e no mesmo instante em que ela me olha sinto vontade de beijá-
la. Ela parece frágil, delicada e é tão meiga. Seus lábios carnudos
pedem por um beijo meu.

— Quero beijá-la — digo não conseguindo reprimir meu desejo


e ela me olha.
Encurto nossa distância e a beijo. O beijo é calmo sem muitas
expectativas. Acreditei que seria mais explosivo e intenso, afinal
iremos nos casar em breve, mas nada, não sinto nada. É apenas
mais um beijo entre os tantos que eu já dei.

Afasto-me e observo seu olhar em meus lábios. Ela me olha e


sorri tímida, sem muita ação o que me deixa chateado.

Como viverei com alguém sem ação e sem graça desse jeito?

Falta a paixão, o fogo e o desejo latente que eu deveria sentir


por ela ser a mulher linda que é.
Ficamos apenas nos olhando por um tempo até um limpar de
garganta chamar nossa atenção. Giuseppe fala atrás de mim me
tirando de minhas indagações.
— Desculpe interromper senhor, mas já estamos indo — viro-
me para olhá-lo e vejo Samira ao seu lado.
Ela parece querer chorar e isso traz uma sensação ruim em
meu peito. Nunca a vi chorando, a não ser as vezes que caiu por ser
tão moleca.
Sua vida é feita de sorrisos e não de lágrimas.
— Ah, tudo bem, Giuseppe até amanhã. — falo tentando focar
nele e me despedir.
— Não vai me dar tchau Samira? — pergunto-lhe sorrindo.
Ela me olha triste.
— Tchau! — limpa a garganta e quase sussurra se despedindo
sem me olhar nos olhos.
Sinto-me mal em vê-la assim, me dói na alma, não sei explicar.
Vejo-os ir embora e volto minha atenção a minha noiva. Pego
a mão de Maria e voltamos para dentro da mansão. Despeço-me de
Francisco e Giulia, pais de Samira e Giuseppe, e dos pais de minha
noiva, assim como dela.
Daqui a um mês nos veremos no altar.
Agora é hora da diversão, tenho uns ratos para estraçalhar...

∞∞∞
Samira

Ele a beijou. Eu sabia que isso iria acontecer quando ele saiu
com ela para o jardim, mas não estava preparada para ver essa
cena.

Ao vê-lo beijando-a meus olhos encheram-se de lágrimas que


mesmo eu não querendo insistiram em cair, Giuseppe me perguntou
o porquê do choro, mas menti dizendo que minha cabeça estava
doendo por estar menstruada, ele sabe que sempre fico sensível
nesses dias e não me perguntou mais nada.

Luca a me ver chegar ao carro com os olhos úmidos percebeu


do que se tratava, pois logo tratou de me direcionar um olhar de
apoio, como se isso já tivesse acontecido com ele.

Assim que cheguei a minha casa, corri para meu quarto, me


joguei na cama e chorei até dormir.

Ele realmente irá casar-se com ela.

Não o terei mais em minha vida.

Eu terei que ir realmente embora.

Meu coração não aguentará vê-lo com outra, com ela.

Vicenzo nunca será meu.

Nunca!
Capitulo 4
Itália: um mês depois

É hoje!

Hoje é o dia em que verei meu amor casando com outra,


beijando-a e sendo feliz com ela. Como queria não ter que ir a esse
maldito casamento, queria sumir, ir embora de uma vez e nunca mais
voltar.

Conversei com Luca sobre o que sentia a respeito de Vicenzo,


não podia mais mentir para ele, e sem falar que precisava do apoio
de alguém para enfrentar isso e Luca é essa pessoa.

Ele me apoiou e irá me levar para o Brasil, o país que escolhi


para dar outro sentindo a minha vida e onde pretendo esquecer
Vicenzo. Foi uma luta para fazer meus pais aceitarem minha decisão,
Giuseppe foi o pior, ele disse que até me bateria para me fazer mudar
de ideia, coisa que ele jamais faria, foi só uma forma de me persuadir
a ficar.
Papai não queria me deixar ir, mas lembrei-lo de que ele
mesmo dissera que eu poderia escolher meu destino e diante disso
não pode negar meu pedido. Porém, terei que mudar meu nome e
sempre terei Luca e Mateo como meus seguranças lá.

Agora estou aqui em frente ao espelho lutando contra a


vontade de chorar por estar me arrumando para o casamento dele,
do meu grande amor. Sei que comparada a noiva não sou tão bonita
assim, curvas demais para a minha idade.

Não sou gorda, mas também não sou magra como a maioria
das mulheres que conheço. Mamãe sempre me disse que minhas
curvas são meu diferencial e que meus olhos verdes na pele branca
faz com que eu me pareça uma boneca, mas não acho isso. Vicenzo
não me vê como as outras mulheres.

— Samira, já está pronta? — minha mãe pergunta entrando


em meu quarto

— Sim, mamãe, podemos ir. Papai e Giuseppe já foram? —


pergunto olhando-me uma última vez no espelho.

— Sim, já foram, nós iremos com Mateo e Luca. O Don


Eduardo queria uma reunião com todos os capos antes do
casamento — ela comenta e eu pego minha bolsa para sairmos.

— Vamos, quero voltar logo, meu voo está marcado para o


início da noite e não quero me atrasar.

— Filha, tem certeza que é isso mesmo que quer? — ela


pergunta pela milésima vez.

— É isso que eu quero mãe e nós já conversamos sobre isso,


não fique triste eu vou voltar um dia.

— Está bem, filha. Eu só quero que seja feliz, é difícil para mim
te ter tão longe. Nunca nos afastamos ou passamos tanto tempo
longe uma da outra e agora você está indo para outro país — ela me
dá um sorriso fraco, me aproximo e a abraço apertado.

— Eu vou ficar bem, mãe. Eu preciso ir embora — olhei em


seus olhos e ela entendeu ser necessário a minha partida.

Minha mãe podia não desconfiar dos meus sentimentos por


Vicenzo, mas ela sabia que eu estava fugindo de algo e sou grata
por ela não me pressionar para relevar o verdadeiro motivo da minha
partida.

— Tudo bem. Vamos.

Saímos do quarto para o meu martírio... Ops... Casamento do


Vicenzo.

Chegamos à igreja e papai estava nos esperando na porta e


com ele ao nosso lado nos encaminhamos para nossos lugares.
Giuseppe está no altar, ele é um dos padrinhos de Vicenzo. Ele está
tão lindo no terno de três peças na cor azul-escuro que está vestindo.
Meu irmão é um homem incrível: lindo, leal e protetor. A mulher que
ganhar seu coração será muito feliz e realizada.

Mudo meu olhar, pois não quero sofrer mais e Vicenzo está tão
lindo que minha vontade é correr e me jogar em seus braços e gritar
para ele e todos aqui presente o quando eu o amo.

Coração idiota!

Ouço a marcha nupcial e vejo a noiva entrar linda. Ela bem


que poderia ser feia e assim ele não se casaria com ela.

O pai dela a entrega a Vicenzo e começa a minha tortura...

Que seja feliz Vicenzo, por mais que você não me ame da
forma que eu te amo e está se casando com outra, eu desejo que
seja muito feliz. — desejei mentalmente.
Capitulo 5
Horas antes

— Como assim ela vai para o Brasil e ainda por cima sozinha,
Giuseppe? Como permitiu uma coisa dessa? — pergunto olhando
para ele, tenho vontade de matá-lo por permitir que Samira faça tal
coisa.

— E o que queria que eu fizesse, Vicenzo? Eu sou só o fratello


e não o papà dela. Também não queria que ela fosse, é minha irmã,
porra, minha princesinha e meu coração dói só de imaginá-la longe
— ele me fala e a dor que vejo em seus olhos ao ter sua irmã longe
me mostra o quanto ele está sendo sincero.

— Não sei, realmente não sei, vou falar com ela depois do
casamento talvez a convença a ficar — digo aflito com a possibilidade
de não poder proteger Samira.

Ela é minha pirralha, minha menina, tão linda e com sua


beleza os homens podem a machucar.
Eu matarei quem tentar!

— Vamos ou quem vai se atrasar para o casamento é o noivo


— diz rindo, mas sei que sua mente está em sua irmã.

Essa é sua forma de lidar com os sentimentos, ele brinca e


tenta mudar o foco para não ter que lidar com o que sente.

— Sim, vamos, tenho que me casar, nosso futuro depende


disso — falo já indo em direção ao carro.

Minutos depois já estou no altar da igreja católica onde será


realizada a cerimônia do meu casamento.

A igreja está lotada, Maria quis um casamento luxuoso. Muitos


capos e aliados nosso se fazem presentes, mas só uma pessoa me
interessa aqui: Samira.

Preciso falar com ela, ela não pode ir embora assim do nada.

Será que ela encontrou algum namorado pela internet e por


isso quer ir embora? Não, não pode ser isso ela é praticamente uma
criança ainda.

Ok. Ela não é mais uma criança está quase uma mulher e uma
mulher muito linda por sinal, mas ainda é muito jovem para sofrer
uma decepção amorosa a ponto de fugir ou se arriscar em um país
que não conhece para viver um amor que a machucará, se esse for o
caso.

Busco-a entre os convidados e a encontro. Ela está mais linda


que nunca em um vestido que abraça suas curvas que já começam a
aparecer de forma bem explicita, porém seu semblante é triste e ver
isso agita meu peito e me angustia.

O que está acontecendo com minha menina?

Pergunto-me interiormente, mas paro de pensar quando ouço


a marcha nupcial.
Maria entra linda em seu vestido luxuoso de noiva e de braços
dado com seu pai. Por mais que não a ame estou ansioso pelo
casamento, a responsabilidade que virá com ele é grande, porém
estou mais do que pronto para assumi-la.

— Entrego-te minha filha para que a ame e a cuide.— seu pai


diz ao chegar até mim no altar e me entrega-la.

— Farei isso! — pego à mão de minha noiva e nos viramos


ficando de frente para o altar e o padre.

— Estamos aqui para celebrar esse matrimônio...

O padre começa a falar, mas não me importo com o que tem


para dizer, estou ansioso e com a cabeça cheia de preocupação. A
notícia sobre Samira me tirou do eixo e deixou minha mente apenas
focada nela.

— É de livre e espontânea vontade que aceita Maria DeLuca


como sua esposa, para amá-la e respeitá-la até que a morte os
separem? — volto dos meus pensamentos com a pergunta do padre
direcionada a mim.

— Sim. — respondo sem titubear.

— Maria DeLuca é por livre e espontânea vontade que aceita


Vicenzo Grimaldi como seu esposo para ama-lo e respeitá-lo até que
a morte os separem? — pergunta para Maria que me olha
emocionada e diz sim.

Coloco a aliança em seu dedo anelar da mão esquerda e ela


faz o mesmo comigo.

— Com a graça dada por Deus, eu vos declaro marido e


mulher, pode beijar a noiva — E com a bênção dada pelo padre me
aproximo de Maria e a beijo, é um beijo casto, pois estamos na igreja,
e mesmo assim não me desperta o desejo de beijá-la de forma mais
intensa.
A igreja aplaude e saímos para receber os comprimentos de
todos os convidados e familiares para enfim seguirmos até a festa.

Vasculho a igreja em busca de Samira, mas não a encontro


provavelmente já foi com sua família para a festa e lá eu poderei
falar com ela. Despeço-me de todos e puxo Maria para o carro onde
meu primo, e chefe de segurança, Lorenzo, nos espera.

Estávamos à caminho da festa quando ouvimos sons de


carros derrapando, olho para Lorenzo só para ter certeza de que
estamos sendo atacados. Alguém teve a idiota ideia de me atacar no
dia do meu casamento achando que sairia vivo para contar história
depois.

Ligo para meu futuro consigliere.

— Giuseppe já está na festa? — pergunto alto, pois Maria não


para de gritar e seus gritos estão me dando nos nervos.

— Sim senhor, aconteceu algo? Estou ouvindo sons de tiros —


pergunta e posso sentir a aflição em sua voz.

— Estamos sendo atacados! Enzo junto com os outros


soldados está tentando acertar os pneus dos carros que nos
persegue. — grito por cima dos sons dos tiros e dos gritos e minha
esposa.

— Porra, Maria será que dá para parar que gritar? — grito com
ela para que se cale.

— Que inverno! Eu matarei todos que se levantarem contra


mim. Os destroçarei. — falo com meu peito sufocando de raiva por
quem está fazendo isso justo hoje.

Porra!

— Estou indo com reforços. Fque vivo Vicenzo ou eu vou até o


inferno e o mato — falando isso ele desliga, mas antes o escuto dar
ordens aos nossos soldados.
Giuseppe sempre esteve ao meu lado desde que nasci e
nossa ligação é de irmão e ouvir suas palavras pedindo para que eu
fique vivo só me dá ainda mais determinação para que eu acabe com
esses desgraçados e saia daqui vivo.

— Lorenzo, conseguimos despistá-los? — pergunto, pois os


tiros cessaram.

Mas antes que ele fale é atingido com um tiro no pescoço e


morre.

— Mas que porra! Essa merda de carro não é blindada? —


pergunto para o nada.

— Maria fique abaixada. — falo já pulando para o banco da


frente para controlar o carro antes que morramos em um acidente.

— Vicenzo, eu estou com medo. Não quero morrer.— ela fala


histérica e não suporto suas palavras, pois também não quero morrer.

Ela deveria saber que ser a mulher do futuro Don a coloca


como alvo para meus inimigos. Ela deveria estar treinada para algo
assim.

— Ninguém vai morrer aqui, porra. Eu darei um jeito só fique


abaixada — mal termino de falar e mais tiros são ouvidos.

Olho pelo retrovisor e vejo que Giuseppe chegou com reforços.

— Maria você sabe atirar? — pergunto, mas já sei a resposta.

— Claro que não Vicenzo, eu fui criada para ser uma esposa
não uma assassina — fala como se o que perguntei fosse algo
inconcebível.

— Certo. Apenas continue abaixada e se proteja como puder.


— falo guiando o carro pela avenida movimentada.
Olho pelo retrovisor e consigo ver o carro em que meu
consigliere está.

— Giuseppe, eu já estou vendo seu carro, são dois carros nos


seguindo — falo ao colocar o celular no viva-voz conectado ao painel
do carro.

— Estou vendo Vicenzo, vou tentar tirá-los da pista — escuto


mais tiros e um dos carros que estavam me seguindo capota e
explode.

— Um já foi, vou tentar matar o motorista do outro carro siga


para a festa seu pai está lhe esperando — Giuseppe me fala pelo
celular e o vejo com parte do corpo para fora do carro com uma Ak 47
nas mãos.

— Maria, vamos seguir para a festa tudo já foi resolvido —


digo e vejo-a chateada por estar toda desarrumada.

— Olha o meu vestido Vicenzo, minha maquiagem está


borrada pelo meu choro. Era para ser o dia mais maravilhoso da
minha vida não meu quase assassinato. — ela grita e tenho vontade
de jogá-la para fora desse carro e fazê-la calar a boca para sempre.

— Mas que inferno! — praguejo socando forte o volante na


tentativa de extravasar minha raiva e frustração.

É isso ou esganar minha esposa no dia do nosso casamento.


Caralho!

Sigo pela avenida rumo a minha mansão onde acontecerá a


festa de casamento, agora mais devagar devido à perseguição já ter
terminado.

Enquanto guio o carro vou pensando no que acabou de


acontecer. Sei que por ser Don estou em constante perigo, mas ser
atacado no dia do meu casamento é uma demonstração que há ratos
dentro da minha organização.
Ratos esses que terei o prazer em matar da forma mais
dolorosa possível para que todos saibam com quem eles estão
mexendo.
Capitulo 6

Mal paro o carro na frente da mansão de meus pais e já vejo


meu pai e alguns dos meus soldados virem ao meu encontro. Maria
desce e nem me olha, está preocupada demais com sua aparência
para se importar comigo ou com o fato de que quase morremos.

Como não pude ver que era tão fútil?

— Vicenzo, você está ferido meu filho? — minha mãe pergunta


aflita e só aí lembro-me que estou sujo de sangue.

— Esse sangue não é meu, mãe, Lorenzo foi assassinado —


digo com pesar e vejo seus olhos marejarem.

Ele além de meu soldado e chefe de segurança é seu sobrinho


e ela o amava.

Viro-me para falar com meu pai


— Pai quem era o responsável pela minha segurança? —
pergunto e o semblante dele muda drasticamente.

Ele sabe o que eu quero dizer com essa pergunta.

— Guilhermo, ele ficou de separar os carros para o casamento


e Lorenzo separou os soldados para a segurança — ele diz já
mandando chamar Guilhermo.

— Pois a droga do carro não era blindado e poderíamos ter


morrido se eu não tivesse sido rápido ao tomar o controle do carro
quando Lorenzo foi assassinado. Quero Guilhermo na minha frente
agora — falo com toda a raiva acumulada em mim desde o atentado.

— Filho melhor tomar banho os convidados estão esperando


os noivos, deixe que eu cuido disso — meu pai fala, mas não lhe dou
ouvidos.

Quero o sangue dos traidores, não vou sossegar enquanto não


matar a todos. Esses filhos da puta mexeram com a pessoa errada e
se arrependerão por isso.

— Não pai, eu resolvo, não estou afim de fazer sala para


esses imbecis que só querem puxar meu saco. Vá com tio Gildo
preparar tudo para o velório de Lorenzo.

Viro-me para minha mãe.

— Fique com sua cunhada, ela sofrerá quando souber. —


enxugo suas lágrimas e beijo sua cabeça.

— Sua noiva ficará chateada por mudar seus planos com


relação a festa de casamento — comenta minha mãe.

— Pouco me importo e é bom que ela já vá se acostumando


que os assuntos da máfia sempre virão em primeiro lugar na minha
vida. Foda-se o que ela quer. Foda-se o que ela pensa. — falo e lhe
dou as costas indo atrás dos traidores, depois de hoje não me
importo mais com Maria.
Ela que se acostume com sua nova vida ao meu lado e se não
se acostumar que foda-se ela.

∞∞∞
— Luigi, você ficará no lugar do Lorenzo e não preciso te
avisar que não aceito falhas — falo saindo do galpão depois de ter
matado aquele rato do Guillermo.

— Enzo, onde está Giuseppe? — pergunto ao notar sua


ausência.

— Ele foi ao aeroporto se despedir da senhorita Samira —


fala entrando no galpão para colocar o corpo do maldito rato no saco.

— Mas que inferno, me esqueci de Samira — falo


praticamente correndo para meu o carro.

Entro nele batendo a porta com mais força que o necessário e


sigo para o aeroporto. Espero chegar a tempo de pelo menos me
despedir dela, já que não a convencerei de partir.

Em menos de 30 minutos chego ao aeroporto e avisto toda


sua família no hall de entrada. Corro até eles sem me importar se
estou chamando atenção ou não, só quero ver Samira.

— Onde está Samira? — pergunto assim que me aproximo


deles e não a vejo.

— Ela já embarcou Vicenzo — Giulia fala abraçada a


Francisco

— Por que não me falou que estava vindo para cá? —


pergunto diretamente a Giuseppe com raiva emanando por meus
poros.
— Você precisava matar aquele rato e mostrar sua força
Vicenzo — fala no mesmo tom que eu.

— Por favor, não briguem, ela escolheu assim — posso ver a


tristeza nos olhos de Francisco por sua filha ter encolhido ir para
longe de sua proteção.

— Vamos. Não temos mais nada a fazer aqui — Francisco fala


batendo em meu ombro

Não tendo alternativa eu saio do aeroporto direto para a


mansão de meus pais, passarei a noite aqui e amanhã iremos para
minha mansão em Roma irei morar lá após me tornar Don.

Paro o carro na garagem da mansão e o desligo. Saio dele e


caminho para dentro de casa. Encontro minha mãe na sala lendo um
livro e pergunto por minha esposa, ela me diz que Maria já se
recolheu, lhe dou um beijo de boa noite e subo as escadas seguindo
direto para meu antigo quarto.

Chego em meu quarto animado e louco por finalmente ter um


pouco de prazer depois de todo o estresse desse dia caótico e tirar
toda a tensão que irradia por meu corpo em uma transa alucinante
(OK. não vai ser alucinante porque ela é virgem e não pretendo
machucá-la, mas ainda sim seria sexo, coisa que estou precisando
nesse momento).

Mas ao abrir a porta e entrar no quarto olho para a cama a


encontro dormindo.

Mas que inferno de vida! Nem uma transa na minha noite de


núpcias eu terei?

Bufo frustrado passando a mão pelo rosto e sigo direto para


banheiro para tomar um banho demorado no intuito de relaxar,
minutos depois saio do banheiro nu e com uma toalha nas mãos
enxugando meu cabelo.
Caminho até meu closet, pego uma cueca boxer preta a visto e
me deito na cama ao lado de Maria que dorme como uma pedra.

Fico olhando para o teto e pensando em Samira. De agora em


diante minha vida será diferente e nem terei mais minha pequena
para alegrar meus dias com seus desaforos.

Inferno de vida!

Fico assim até o sono chegar, meu corpo ceder ao cansaço e


eu ter meu merecido descanso.
Capitulo 7
Horas antes

Ele se casou!

É oficial e não vou mais chorar por ele, está feito e agora é
seguir em frente.

— Mãe, eu não vou à festa, irei com Luca e Mateo para casa,
tenho que terminar de arrumar minha mala — falo, após a cerimônia
acabar, já indo em direção ao carro onde Luca me espera.

— Certo, filha, eu não irei demorar na festa, logo estarei em


casa para me despedir de você. — sua fala sai chorosa e parte meu
coração vê-la sofrer assim por minha partida.

Contudo, isso é necessário, não suporto ver Vicenzo casado e


fazendo sua vida com outra.
— Tchau, diga ao papai e ao Giuseppe que estarei esperando
por eles para me despedir antes de pegar meu voo — beijo seu rosto
e sigo em direção ao carro.

Entro no carro e Luca me olha. Sei que ele sabe que essa
viagem é para que eu possa esquecer Vicenzo.

— Não fica assim menina, as dores vêm, mas com ela o


aprendizado. Não se esqueça de que sempre após a tempestade
vem a bonança — ele fala me olhando pelo retrovisor.

Mateo se senta ao seu lado no banco do carona e seguimos


para minha casa.

Já em casa subo as escadas direto para o meu quarto e vou


terminar de arrumar as minhas malas. Olho para meu quarto e um
sentimento de saudade me invade. Quase 18 anos vivendo aqui com
meus pais e irmão, me lembro das brigas e implicâncias infantis com
Giuseppe, de como ele cuidava de mim e me protegia de tudo.

Eu vou sentir muita falta deles.

Termino de arrumar a mala e deito na cama olhando para o


teto, chegou à hora e uma vida nova me espera no Brasil. Acabo
cochilando e acordo com um falatório vindo da parte de baixo da
casa.

Levanto-me apressada para saber o que aconteceu.

— Mãe — a chamo quando chego à sala —, aconteceu algo?


Que horas são? A senhora está bem? Papai e Giuseppe estão bem?
— faço várias perguntas sentindo meu peito se agitar com a
possibilidade de que algo tenha acontecido com eles.

— Houve um atentado na saída da igreja, filha. — ela fala e


sinto meu coração parar.

— O quê? — praticamente gritei — Alguém se feriu? Onde


está Giuseppe e papai?
— Eles estão bem, Samira — me garantiu fazendo meu
coração se acalmar. — Mas Lorenzo morreu. — ela fala com pesar,
nossa família é muito amiga da família de Vicenzo e nos damos bem
com todos eles.

— Todos foram dispensados do casamento, pois os capos se


reuniram com o Don Eduardo e Vicenzo para saber quem são
traidores entre nós — meu coração sentiu um alívio absurdo em
saber que todos estão bem.

Por mais que eu sinta pela morte de Lorenzo, eu morreria se


algo de ruim acontecesse a quem eu amo.

E isso inclui Vicenzo.

— Fico aliviada por saber que não aconteceu nada com


nenhum da nossa família, mamãe.

Ela concorda com a cabeça e muda de assunto.

— Filha já está na hora do seu voo. Eu já ia subir para saber


se está pronta, falei com seu pai ele irá com Giuseppe direto para o
aeroporto. — olha para o relógio tentando disfarçar, mas sua voz está
embargada.

Assinto com a cabeça e subo para meu quarto junto com Luca
e Mateo. Eles pegam minhas malas e descem as escadas levando-as
para o carro. Entramos todos no carro, com outro logo atrás do
nosso, escoltando-nos e fazendo a nossa segurança, e saímos para
o aeroporto.

Já no aeroporto vejo meu pai chegar com Giuseppe e pela


cara deles as noticias não são boas, entretanto, eu não procuro saber
o que aconteceu, quero minha mente sem preocupações e tranquila
para que eu possa pousar no Brasil com o coração tranquilo e leve.

Sei que quem eu amo está bem e é isso o que importa.


— Faça uma boa viagem, cuide-se bambina e lembre-se de
que te amo e sempre estarei de braços aberto esperando sua volta —
meu pai fala ao me abraçar e beijar minha cabeça.

— Também te amo papa. Não se preocupe que eu estarei


bem. Luca e Mateo cuidarão de mim — falo com a voz embargada
pela despedida.

Ele se afasta e meu irmão toma seu lugar.

— Cuide-se pirralha, qualquer coisa é só me ligar que eu vou


correndo te buscar — Giuseppe me da um abraço de urso e também
beija o topo da minha cabeça. — Eu te amo, irmazinha.

— Eu te amo, seu chato. — o abraço bem forte.

— Vem, filha — minha mãe me chama para mais um abraço —


Me ligue assim que chegar e cuide-se minha menina. Eu te amo —
me abraça forte e beija meu rosto me dando sua bênção.

— Amo vocês.

Despeço-me de todos e parto com Luca e Mateo para minha


nova vida no Brasil.

Uma vida onde eu espero ser feliz sem ter a sombra do


Vicenzo em minha vida.

Sem o amor que eu sinto por ele me fazendo sofrer ao vê-lo


com outra e cada dia mais distante de mim.

∞∞∞
O voo foi bem tranquilo, cheguei ao Brasil e fui direto para a
casa que meu pai comprou para mim, é bem aconchegante e tem
tudo o que preciso.
Fica em um condomínio de luxo aqui no Rio de Janeiro.

Em três meses completarei 18 anos e poderei ir para a


faculdade. Por ser da máfia e meu pai um capo, aprendi vários
idiomas e o português foi um deles. Sempre quis conhecer o país
então me esforcei para aprender o idioma corretamente.

O curso que farei aqui é RP, resolvi cursa Relações Publicas,


pois me identifico muito com essa área. Meu pai já deixou tudo
acertado com o reitor da faculdade particular, me chamarei Samira
Amorim. Não posso sair por aí dizendo que sou da máfia e muito
menos falar meu verdadeiro sobrenome, pois ele é conhecido em
muitos lugares.

— Luca, eu darei um passeio pela a orla tudo bem? —


pergunto depois de tomarmos nosso café da manhã no outro dia
após nossa chegada.

— OK, pode ir tranquila, está tudo seguro, Mateo a


acompanhará, pois eu terei que cuidar de sua segurança na
faculdade e comprar um carro para que nós possamos nos locomover
aqui — diz com um sorriso.

Sei que ele quer que eu me sinta bem e não fique triste por ter
que ficar longe da minha família.

— Certo, então até mais tarde, vamos Mateo — o chamo e


saio.

Por ser um condomínio próximo a praia vou andando até a orla


com meus pensamentos conflitantes e tentando conter as lágrimas.

Ando pela orla me afastando das pessoas em busca de um


lugar tranquilo, não quero que ninguém me veja chorando.

Como será que Vicenzo está? — pergunto-me como a boba


que sou.
Provavelmente bem e desfrutando de sua esposa. Como ainda
pode pensar nele Samira? — me repreendo por ter meus
pensamentos nele.

Olho o mar a minha frente e sem que eu dê permissão minha


mente se volta para ele.

Vicenzo...

Nossas risadas, nossas implicâncias, seu cuidado e carinho


comigo, seus abraços, seus beijos na minha testa, seu cheiro.

Será que sente minha falta? Será que pensa em mim?


Coração tolo esse meu. — pergunto para o nada e sorrio sozinha da
minha ingenuidade.

É obvio que ele não está pensando em mim, ele está em lua
de mel, está beijando e amando sua esposa como eu queria que
fizesse comigo.

Como eu queria poder sentir seus lábios nos meus, tocar


aquele corpo lindo e másculo, apertar seus músculos e senti-los ao
redor de meu corpo, traçar cada tatuagem e beijá-las como se não
houvesse amanhã — uma lágrima teimosa me escapa sem que eu
possa impedi-la.

Essas serão minhas últimas lágrimas por você Vicenzo de hoje


em diante não estará mais em meu coração! — falo para mim
mesma.

Como queria que essa realmente fosse a minha realidade.


Capitulo 8
5 anos depois: No Brasil.

— Luca, por favor. Você me disse que eu poderia dar essa


festa, são poucas pessoas que virão, eu juro. É só os meus colegas
da faculdade e você conhece todos — suplico para que ele me deixe
fazer minha festa — Não é todo dia que se faz 23 anos — faço minha
melhor cara de inocente e o olho.

— Porra, Samira, você quando quer uma coisa tira qualquer


um do sério enquanto não a consegue. — ele explode e o olho,
espantada.

— Desculpa, eu não queria falar assim com você, mas as


coisas na Itália não estão nada bem, estamos lidando com um
inimigo querendo tirar Don Vicenzo do poder e todo cuidado é pouco.
— ele comenta, mas não ligo, deixei de me importar com tudo o que
envolvia Vicenzo anos atrás.
— Eu já falei que não me interessa o que acontece lá na Itália.
Desde que minha família esteja bem nada mais me importa. —
respondo com raiva por ele me fazer lembrar-se de Vicenzo justo
hoje.

Cinco anos longe e eu ainda não consegui esquecê-lo.

— Está certo Samira, pode fazer sua festa. Falarei com Mateo
para verificar se as câmeras de segurança estão funcionando
perfeitamente — ele fala e deixa a caneca de café na pia para ir falar
com Mateo.

— Certo, obrigada, Luca você é meu melhor segurança — falo


rindo e ele faz uma cara de tédio.

— Não faz essa cara que eu sei que você me ama também —
mando um beijo para ele e subo as escadas correndo para me
arrumar.

— Você fala isso porque eu sou o único que faz todas as suas
vontades. — o ouço gritar, mas sei que está sorrindo.

Nossa amizade se fortaleceu ainda mais nesses cinco anos


que vivemos aqui.

Ligo para Ana assim que chego ao quarto e confirmo a festa.


Ana é minha melhor amiga e muito louquinha, a conheci na
lanchonete da faculdade na qual eu estudo. Nós nos esbarramos e
ela derramou café em mim, sorte minha que estava frio ou eu teria
me queimado pra valer.

Ela ficou superchateada com o acontecido se xingando por ser


tão desastrada enquanto eu só sabia rir de sua loucura e leveza,
resultado: acabamos virando melhores amigas. Ela cursa letras e
sonha em ser escritora.

Ela tem um irmão mais velho seu nome é Nicolas e é detetive


da polícia federal aqui no Brasil. Ele deu em cima de mim várias
vezes, mas desistiu quando viu que eu não queria nada com ele.

Nós nos tornamos amigos também.

Esses 5 anos longe da Itália foram bastante agitados, namorei


e beijei muito, porém continuo virgem. Não foi por falta de insistência
e muito menos vontade,mas eu quis continuar assim, pois não quis
me entregar a qualquer um só para suprir um desejo e me arrepender
depois e com meu namorado não tinha tanto tesão para transar.

O que por um lado é bom visto que as leis da máfia são muito
rigorosas com relação a virgindade e "honra" das mulheres nascidas
nela. Por mais que eu fuja terei que voltar para me casar um dia.

Meu pai já me avisou que agora aos 23 anos terei que buscar
um noivo ou ele mesmo o fará, pois eu já deveria está comprometida
e até casada desde os meus 21 anos.

Mas não pensem que por eu ser virgem sou boba, nada disso,
já fiz algumas brincadeiras mais quentes com meu ex-namorado
Fernando Machado, ele é piloto de carro de corrida, e conheço meu
corpo muito bem e me dou prazer quando não consigo evitar o
desejo.

Com relação ao Vicenzo, ele ainda está presente em meus


pensamentos. Passou a ser o responsável pelos meus sonhos mais
quentes e já perdi a conta de quantas vezes me toquei e gozei
ansiando ser ele a me tocar com suas mãos grandes e me dar os
orgasmos que me dou sozinha.

Sentir seus lábios carnudos passeando por minha pele


devorando-me, seu corpo másculo com o abdômen bem malhado
sobre o meu, sua voz rouca em meu ouvido dizendo que me ama e
sente minha falta, senti-lo fazer-me dele e só dele.

É triste eu sei, mas não consigo evitar, após gozar a culpa me


abate, pois como vou esquecê-lo se me toco querendo que fosse
ele? Não era para ser assim, só queria que meu coração aceitasse
meu desejo.

Termino de me arruma e me olho no espelho, estou muito gata


e gostosa. Ana me ajudou a melhorar minha autoestima e hoje aceito
minhas curvas, sem falar que elas fazem o maior sucesso. Pena que
não consigo me entregar a alguém que não seja por amor.

Optei por uma calça de coro preta agarrada a minhas coxas


grossas e um cropped rendado da mesma cor. Nos últimos anos
meus seios aumentaram bastante e os acho perfeitos agora.

Uma última olhada e pronto, desço para receber meus


convidados.

— Samiraaa — escuto o grito da Ana quando chego ao


corredor.

Essa louca já está gritando.

Sorrio vendo-a no início da escada.

— Por que você não para com essa mania de gritar? — a


repreendo, mas a safada só ri com sua cara lavada.

— Tenho que mostrar ao mundo o quanto minha voz é linda —


ela fala fazendo charme — Você está linda amiga e muito gostosa, se
eu gostasse da fruta te pegava — fala com uma cara bem maliciosa e
sorrio.

— Vem sua louca. Todos já chegaram? — pergunto agarrando


seu braço e a puxando para a área da piscina onde a festa vai
acontecer.

Desço e vou conversar com os colegas que já chegaram e


eles me dão os parabéns por meu aniversário. Já lá pelo final da
festa resolvo sair com meus colegas para uma boate na Barra da
tijuca que ia ser inaugurada hoje. Luca não queria deixar-me ir, mas
como sempre consegui convencê-lo.
Nós fomos no carro com Luca e Mateo, nossos amigos foram
nos carros deles, nos encontraríamos na boate.

Em uma hora já estávamos lá.

— Samira, essa boate está muito boa, olha o tanto de caras


lindos que tem aqui — Ana comenta empolgada e já a vejo de olho
em um grupo de garotos que estão próximo a nossa mesa.

— Ana vai com calma, você disse que não queria saber de
homem no seu pé depois do seu último namorado — falo olhando em
volta a procura do bar.

— Vem, vamos beber e dançar — a puxo comigo para mudar


de assunto, ela não gosta de que falem sobre o seu namorado idiota.

Ele era bem escroto e sempre a deixava mal.

— O que as gatinhas vão querer? — o barman nos pergunta


sorrindo.

Enquanto peço nossa bebida vejo Ana se sentar em uma das


banquetas do balcão e olhar para a pista de dança.

— Oi gatas, sozinhas? — um cara lindo chega sorrindo e nos


cumprimenta.

Noto que é um dos caras que Ana viu logo que chegamos na
boate.

— Sim, estamos sozinhas, mas se quiser nos fazer companhia


pode se sentar, viemos com nossos amigos, mas eles estão curtindo
por aí — Ana fala sorrindo para ele.

— Eu Também estou com alguns amigos. — aponta a mesa


em que estão — Não querem sentar-se com a gente?

Na hora que vou responder Luca chega ao meu lado com cara
de poucos amigos. Não vejo Mateo provavelmente está fazendo a
varredura pela boate.

— Samira, eu não acho uma boa ideia, você não os conhece


— alerta em meu ouvido só para que eu escute.

Revirou os olhos para sua atitude protetora. Confesso que


estou cansada de não ter liberdade para fazer o que quero.

— Ah! Claro, vamos sim — digo para Ana e o gatinho ao seu


lado.

Olho para Luca.

— Não me enche Luca, me deixa curtir pelo menos hoje —


digo e vou me sentar com os garotos.

— Não sei como você aguenta andar com segurança 24 horas


por dia amiga, esse Luca até é gato, mas não nos deixa fazer nada
— Ana fala chateada com os cuidados de Luca.

Eu ainda não disse a ela que faço parte de uma família de


mafiosos lá na Itália.

— Esquece ele e vamos curtir amiga. — Nós nos sentamos


com os meninos e conversamos um pouco, até que eles são bem
legais.

Ficamos um pouco na mesa e depois fomos dançar.


Estavamos curtindo a música quando um dos garotos nos chamou
para ir dar um passeio pela orla para vermos o pôr do sol.

— Vamos, Samira, vai ser legal — Ana insiste.

— Não sei Ana — falo em dúvida.

— 23 anos Samira, o que você fez de tão radical até agora? —


me pergunta e decido que só se vivi uma vez, sou nova e preciso
aproveitar a vida.
— Está bem Ana, vamos, mas temos que despistar Luca e
Mateo, pois eles não me deixarão ir — falo e vejo Luca com Mateo
me olhando.

— Ok, vamos fingir que iremos ao banheiro e saímos pela


porta dos fundos — ela fala e eu concordo.

— Luca, eu vou ao banheiro para irmos para casa tudo bem?


— pergunto e ele concorda.

— Mateo, busque o carro e nos espere em frente à boate, vou


acompanhar Samira até o banheiro — ordena e Mateo sai para pegar
o carro.

Sigo para o banheiro e tento ver uma forma de tira-lo da minha


cola. Vejo um garçom se aproximando e bato "sem querer nele" que
acaba derrubando a bebida dos copos que estavam em sua bandeja
em cima do Luca.

— Mas que porra! — Luca pragueja e tenho vontade de rir da


cara dele.

— Vá se limpar Luca, nós ficaremos no banheiro esperando


você nos dizer que já podemos ir. — falo com a maior cara de
inocente.

— Certo, mas espere mesmo Samira, não confio em ninguém


daqui — fala e eu confirmo com um balançar de cabeça.

Ele se dirige ao banheiro.

— Vamos, Ana, temos que fugir antes que ele volte, os


meninos estão nos esperando lá no estacionamento. — a puxo e
saímos pela porta dos fundos da boate que dá acesso ao
estacionamento.

Ao chegar ao estacionamento busco algum dos meninos, mas


não encontro ninguém.
Ouço uma freada e me assusto soltando um grito. Procuro o
que está acontecendo e vejo dois homens armados vindo em nossa
direção. Olho para Ana ao meu lado e vejo que está paralisada de
medo. A sacudo para que ela saia do transe e consigamos fugir.

— Corre, Ana — grito e corro, mas paro assustada ao ver que


o carro nos cercou.

Estou aflita, com medo, Ana chora desesperada. Não sei o que
fazer.

— Mais um passo e as duas morrem — o bandido mais alto e


forte grita e sua voz me faz tremer.

— Isso, linda, quieta e nada de mal acontecerá com nenhuma


de vocês. — fala e agarra meu braço com força me prendendo a ele.

Vejo o outro prendendo Ana e sei que se não fizer nada


morreremos. Dou um chute em uma das pernas do que me segura
no intuito louco de me soltar, porém falho e ele me puxa pelo cabelo.

— Eu falei quieta, porra — grita e um tapa bem forte é


desferido em meu rosto.

Choro porque não tem mais como fugir. Eles nos arrastam pelo
estacionamento, vejo a hora em que o outro bandido amordaça Ana e
ela me olha com súplica.

— Você é bem rebelde, hein. — fala rindo e cheira meu


pescoço, tenho nojo dele, quero matá-lo — Eu gosto das bravas,
sabia? — me debato ao sentir suas mãos em mim.

— Vou te mostrar como eu amanso uma gata brava.

Ele me joga no chão e me dá um chute quando tento fugir, a


dor é tão grande que me falta o ar por alguns segundos. Ele sobe em
cima de mim e lambe meu rosto me fazendo nausear.
Debato-me para me livrar dele, contudo, não consigo. Ele é
forte e bem grande comparado a mim.

Choro de raiva, nojo e por ter sido idiota e ter fugido de Luca e
Mateo. Ouço as lamúrias de Ana ao longe provavelmente dentro da
van que nos cercou.

Sinto a mão do bandido, filho da puta que me mantém presa,


passear por meu corpo e imploro para não me machucar.

— Não... Por favor... Não... — choro, angustiada pelo que está


preste a acontecer.

Ele ri e o sinto ficar cada vez mais excitado ao ver meu medo e
angústia.

— Vou te mostrar como é ter um homem de verdade dentro de


você — ele tenta me beijar.

Mordo seus lábios e recebo outro tapa ainda mais forte que o
primeiro. Meu rosto arde, sinto gosto de sangue na boca e torno a
chorar.

Quero meu pai para me abraçar e dizer que tudo ficará bem.
Giuseppe, como queria que você estivesse aqui para me proteger.
Choro mais ao vê-lo puxar meu cropped e apalpar meus seios.

— Linda, eu adoro uma gata brava e ainda por cima assim


gostosa. Depois que eu arrebentar essa bocetinha não irá querer
outro homem — ele tenta me beija e viro o rosto querendo matá-lo
com minhas próprias mãos.

— Cara, vamos embora, coloca logo essa cadela na van que o


chefe está nos esperando — ouço o outro bandido falar e aproveito a
distração do que me prende para mais uma vez tentar me soltar e
correr.

— Não, vou mostrar a essa vadia como deve se comportar. —


ele fala me prendendo no chão novamente.
Luto, bato e arranho seu rosto na tentativa de me livrar dele.

— Sua puta — grita e me bate, o tapa me faz virar o rosto


tamanha a força que põe em sua mão — Você vai se arrepender de
me bater sua cadela desgraçada — outro tapa, ele puxa meu cabelo
e bate minha cabeça no chão.

Fico imóvel devido à dor pelo impacto. Ele prende minhas


mãos em cima da minha cabeça e tira uma faca do bolso para cortar
minha blusa e acaba cortando minha barriga no processo de me
despir, desce a faca até chegar a calça e cortar o zíper, enfia a mão
entre minhas pernas. Grito e choro, todavia não adianta mais lutar é
perdido.

Ele tenta tirar minha calça e quando está prestes a tirar o pau
pra fora para me violentar é puxado para longe de mim, respiro
aliviada mesmo não tendo forças para me mexer.

Ouço socos e gritos, pneus cantam ao longe, choro mais ao


tentar me mexer e fugir, porém sem sucesso. Meu corpo dói e minha
cabeça está pesada. Eu só quero sumir, esquecer que isso
aconteceu.

Quero minha família e o abraço e proteção do meu pai.

— Samira onde está a Ana? — alguém me pergunta, mas não


consigo responder.

— Quem a levou? O que aconteceu, porra? — sei quem está


fazendo as perguntas é Nicolas fratello de Ana.

— Não... Não... Sei — tento falar, mas é em vão, minha


garganta dói e estou desnorteada, não consigo pensar. Meus lábios
sangram e minha boca está inundada por meu sangue.

— Samira, minha menina o que fizeram com você? Perdoa-me


— Luca alisa meus cabelos. Vejo a dor em seus olhos. Escuto mais
socos e chutes, deve ser Nicolas batendo no bandido para saber
onde Ana está.

— Luca a ambulância já está a caminho — Mateo fala se


aproximando de nós.

— Certo, vá para casa e avise o que aconteceu aos pais dela


irei com ela ao hospital. — ouço suas ordens a Mateo.

— Claro, me mantenha informado. Vai ficar tudo bem menina


— ele fala tocando meu rosto e faço uma careta de dor — Desculpe.
— fala e se vai.

— Samira o que aconteceu? — Nicolas me pergunta


novamente ao ver Luca se afastar em busca da ambulância.

— Nicolas eu sei que está aflito pela sua irmã, mas Samira
não está bem, deixe os paramédicos socorrê-la. — Luca fala tocando
seu ombro e ele se afasta.

Sou colocada na ambulância e permito que a escuridão tome


conta de mim.
Capitulo 9
Tento abrir os olhos, mas estão pesados, ouço um apito e
tento me lembrar do que aconteceu. Minha cabeça e tudo em mim
dói, minha garganta está ardendo assim como meus labios ao ser
tocados por minha língua.

Ainda de olhos fechados forço minha mente a lembrar-se do


que se deu, de onde estou e lembranças do que me aconteceu na
boate me invadem fazendo-me chorar. Ana onde será que está minha
amiga?

E se ela já estiver morta?

Não posso pensar nisso, a culpa foi minha, eu deveria ter dito
que sou da máfia, que é perigoso sair sem segurança.

Como fui burra!

Por causa da minha teimosia quase fui estuprada e minha


amiga sequestrada.
Paro de pensar e tento abrir os olhos novamente, dessa vez
consigo e vejo que estou em um quarto de hospital, minha cabeça
lateja como se estivessem batendo nela.

— Acordou, menina — busco a direção de onde vem a voz e


vejo Luca ao meu lado. Tento falar, contudo, minha garganta está
seca e arde muito.

— Quero... Quero água — Peço forçando a voz para que ele


possa entender o que preciso.

Desvio meu olhar do seu com vergonha do que eu fiz.

A culpa de tudo isso foi minha.

— Vou chamar a enfermeira — acho que ele vai sair e me


deixar sozinha para le dar com a vergonha sem ter de olhá-lo, mas
ele apenas aperta um botão ao lado da cama em que me encontro.

— Não precisa ficar com vergonha de mim, Samira — fala ao


ver que não olho em seus olhos — Você errou em fugir de mim e de
Mateo, sim, mas não pediu para isso acontecer.

Não falo nada e apenas tento controlar as lágrimas que


querem rolar por meu rosto.

Luca caminha até parar na minha frente e torna a falar.

— Fiquei tão aflito ao te ver daquela forma — vejo a dor de


novo em seus olhos.

— O que aconteceu? Ele... Consegui... — as palavras morrem


em sua boca. Mas entendo o que quer saber.

— Não, ele não conseguiu concluir o estupro, pois Nicolas


chegou e o impediu, mas ainda sinto o peso das mãos daquele
mostro em minha pele — olho para ele — E se pudesse o mataria
com minhas próprias mãos — ódio é o que sinto por tudo o aquele
filho da puta me fez.
— Ele foi preso. Nicolas o levou para interrogar e saber para
onde levaram sua irmã. — ele se aproxima e afaga meu cabelo.

Depois se afasta e olha para a janela que tem no quarto, me


estico um pouco e vejo que ela dá acesso a uma vista linda.

— Fiquei com medo de perdê-la — ele volta a falar depois de


um tempo em silêncio, contudo não me olhar.

— Eu gosto muito de você Samira, sou soldado de seu pai


desde que nasceu e ele me designou exclusivamente para sua
proteção e eu falhei — sua voz embarga de repente.

Fico em silêncio, pois foi minha estupidez que me colocou


nessa situação.

— Eu tive uma irmã sabia? Violetta era seu nome. — me olha


e dá um sorriso triste — Se ela estivesse viva teria 28 anos hoje. —
volta a olhar a janela. — Nos sequestraram quando meu pai ainda
era vivo para obter informações sobre a máfia, estupraram-na e a
mataram na minha frente. Não pude fazer nada.

— Luca eu... — não consigo falar, ele reviveu a dor da perda


de sua irmã por minha causa e saber disso faz meus olhos
derramarem as lágrimas que a todo custo eu estava tentando
segurar.

— Já disse que você não tem culpa. — se afasta da janela se


próxima e pega minha mão olhando em meus olhos — Você só
queria um pouco de liberdade não há mal nisso, Samira.

— Mas mesmo sabendo disso me sinto mal por Ana. E se a


mataram Luca? Se a violentaram como iam fazer comigo? Nunca vou
me perdoar. — o peso no meu peito me sufocava.

— Sei exatamente como se sente, me culpo até hoje pela


morte da minha irmã. Matei a todos que participaram da maldade que
fizeram com ela e do pior dia da minha vida, contudo, ainda assim
não mudou o que sinto. A culpa ainda se faz presente em meu peito.
A dor ainda se faz presente aqui. — fala apontando para seu
coração. Ele endireita a postura e voltar para a janela — Seus pais
estão vindo para cá, mandei Mateo avisá-los do ocorrido e
embarcaram em um jatinho particular. Já aviso que seu pai está
furioso e a quer na Itália o mais breve possível.

— Com licença. — antes que eu falasse algo uma enfermeira


bate na porta e entra — Vim ver como está, fico feliz por já ter
acordado. — fala dando um sorriso acalentador.

— Está sentindo algo? — ela pergunta.

— Só minha cabeça que dói um pouco e meu corpo quando


me mexo.

— Isso é normal devido a pancada que recebeu na cabeça e


os chutes que quase a fizeram fraturar algumas costelas.

Suspiro diante de suas palavras.

— Posso lhe examinar? — confirmo com um aceno leve de


cabeça.

— O médico logo chegará para lhe ver. — ela se aproxima e


levanta a bata do hospital para me examinar. Olho para meu corpo e
vejo as marcar que foram deixadas por aqule monstro: cortes e
hematomas bem feios.

— Seu corpo está se recuperando bem dos machucados. O


mais complicado foi a pancada em sua cabeça causando uma
concussão que a deixou apagada por horas, contudo, nada tão grave.

— Agora vou deixá-la descansar e volto mais tarde na hora do


seu remédio — Ela sai e no mesmo instante um Giuseppe furioso
entra partindo para cima de Luca.

Grito com o susto e minha mãe corre para me abraçar.


— Eu vou te matar Luca! Como pode permitir que isso
acontecesse com Samira? Você só tinha que cuidar da segurança
dela, porra. Era só para cuidar dela. — Giuseppe diz enquanto o
soca. Meu pai corre com Mateo para tirá-lo de cima de Luca, mas
Giuseppe está com muita raiva e temo que o mate.

— Paraaaa... — grito, aflita, pois a culpa foi minha.

— Chega Giuseppe, você vai matá-lo — Mateo consegue tirá-


lo de cima de Luca e meu pai o leva para o outro lado do quarto.

Ele bufa como um touro raivoso e temo que volte a bater em


Luca.

— Eu que fugi deles, eu que enganei Luca e Mateo — choro e


ele me encara, pude ver a decepção em seu olhar, eu prometi
obedecer e não sair sozinha, sabia dos riscos e mesmo assim fui
impulsiva e me fodi.

— Filha, você não teve culpa, olha para mim — minha mãe
pega meu rosto e me faz encara-la. — Iremos para a Itália e tudo
ficará bem. Cuidaremos de você. — fala e beija minha testa.

Olho para meu pai que não disse nada a respeito do que me
aconteceu até agora. Ele me odeia eu sei, quis ser normal e quase
morri.

— Desculpa pai — peço e ele não responde. Eu falhei com


ele, quebrei sua confiança.

— Voltaremos amanhã para a Itália — é tudo o que ele fala —


Luca vá com Mateo e organize nossa estadia na casa de Samira —
fala para Luca que tenta estancar o sangue que corre de seu nariz.

Ele sai com Mateo e quando vou falar com Giuseppe alguém
bate na porta.

— Pode entrar — digo a quem bate.


— Samira eu... — Nicolas se cala ao ver minha família o
olhando.

— Nicolas esse são meus nazione e meu fratello Giuseppe,


família esse é Nicolas irmão da minha amiga Ana, que foi
sequestrada ontem. — os apresento.

— Oi! Prazer, eu sou detetive da policia federal. — ele aperta a


mão de meu pai e Giuseppe — Gostaria de falar com a Samira a sós,
tem como? — Nicolas pergunta ao meu pai.

— Ela está muito abalada. Por que não deixa para amanhã?
— minha mãe tenta intervir.

— Não se preocupe mãe eu mais que ninguém quero que


minha amiga volte e os bandidos que a levaram sejam mortos — falo
com a raiva presente em minha voz.

— Então vamos sair e deixá-los conversar, vem mãe —


Giuseppe a chama e deixam o quarto.

— Nicolas, antes de eu responder as suas perguntas quero te


faalr algo — falo olhando em seus olhos.

Eu preciso confesar quem eu sou mesmo que isso deixe


minha família ainda mais triste e magoada comigo.

Ele fica em silêncio esperando que eu fale.

— Eu sou da máfia e Ana pode ter sido sequestrada por minha


causa. — falo de uma vez e espero sua reação.

— Como? Você... Não pode ser verdade! Você faz parte de


uma máfia? Minha irmã estava em perigo esse tempo todo por andar
com você? — ele faz várias perguntas andando de um lado para o
outro me deixando tonta.

— Nicolas calma eu não sou perigosa — afirmo e me explico


quando ele para e me encara.
— Nasci na máfia? Sim. Minha família é mafiosa? Sim, porém
não matamos inocentes, não sequestramos crianças e muito menos
estupramos mulheres. — digo olhando em seus olhos.

— Isso é demais para mim Samira, preciso pensar! Sou


detetive e não posso me envolver com a máfia. Porra! Máfia? — ele
pergunta incrédulo.

Fico calada só o observando.

— Eu... Eu deveria prender Vocês — aperta a têmpora com


dois dedos como forma de massagem, provavelmente sentindo sua
cabeça doer. — Tenho que pensar. já vou indo, eu mando notícia
assim que as tiver. — e assim ele sai do quarto desorientado.

Que ele aceite a minha ajuda, mas com ou sem ele encontrarei
Ana.

Minha família volta para o quarto e eu conto a eles o que disse


ao Nicolas. No início eles reclamaram e me acusaram de nos calocar
em perigo ao revelar isso a um detetive da polícia, mas no fim
entenderam que eu não poderia mais esconder essa informação. Não
quando a vida da minha melhor amiga está em risco por minha
causa.
Capitulo 10
Horas antes: Na Itália

— Luigi, eu espero que você tenha uma explicação sobre os


atentados que sofremos nos últimos dias. — o questiono ao entrar
em meu escritório e se sentar na cadeira a minha frente.

— Estou cansado de ficar no escuro! Preciso saber quem é


que está por trás desses atentados. — estou furioso por não saber
quem é meu inimigo. Por não saber quem quer foder conosco.

— Vicenzo, estamos investigando. Eu e Enzo conseguimos


algumas pistas com os caras responsáveis pelos atentados, tudo
indica ser alguma máfia rival querendo tomar o poder e assumir o
controle da nossa organização — diz aquilo que já supunha.

— Não quero suposições, Luigi, quero respostas, quero


sangue, quero a cabeça de quem está por trás desses atentados na
minha mesa e para ontem — ele concorda com um maneio de
cabeça, mas não fala nada.
— Não admitirei falhas no meu governo. Estou há quase 5
anos como Don e as dificuldades só aumentaram — massageei a
têmpora tentado fazer minha dor de cabeça passar.

— Mas você tem sido um bom Don até agora Vicenzo.

— Tem alguém tentando nos destruir e eu não faço ideia de


quem é Luigi, como posso estar sendo bom? — vou até o armário e
me sirvo de uma dose dupla de uísque.

— Eu compreendo sua frustração Vicenzo, mas sem saber o


que querem ou porque estão nos atacando, fica difícil fazer algo. —
maneio a cabeça concordando com meu primo e chefe de segurança.

— O ataque a boate não foi concluído, pois conseguimos


capturar um dos invasores. — comenta. Eu continuo em silêncio
absorvendo as informações.

— Escutei boatos de que meninas estão sendo raptadas para


prostituição — ele fala e percebo que a situação é pior do que eu
imaginava.

— Mas que porra! — praguejo — Prostituição? Não mexemos


com isso! As meninas que trabalham para nós em nossos clubes não
são obrigadas a se prostituir, estão lá por que querem, porque
gostam da vida que levam e tem toda uma rede de segurança para
trabalharem tranquilas servindo nossos clientes. — volto a me sentar
em minha cadeira.

— Estamos investigando para saber se esses boatos são


verdadeiros, falei para Giovanni ir até a casa das meninas que
supostamente foram sequestradas e investigar essa história direito.
Assim que tiver mais informações repassarei a você.

— Aguardarei suas informações, Luigi, pode se retirar. — digo


seco e cheio de raiva por tudo o que está acontecendo.
Luigi se retira e eu volto a analisar os contratos das boates,
preciso fazer umas vistorias nelas, algo está errado, os números não
batem o que me diz que eu tenho que falar com Alia, ela é
responsável por cuidar das meninas das boates junto com meu primo
Giovanni.

Eu estou analisando os papéis quando alguém bate na porta,


falo pra que entre e vejo Maria colocar a cabeça para dentro do meu
escritório.

— O que você quer Maria? Estou cheio de coisas para fazer e


sem a mínima paciência para suas reclamações, se quiser um
vestido novo ou arrumar o cabelo peça a Marcos que ele a levará ao
shopping. — digo voltando minha atenção aos papéis que tenho
sobre minha mesa.

Ela entra e se senta na cadeira em frente a minha mesa que


antes estava ocupada por Luigi.

— Por que você me trata assim Vicenzo? Só queria conversar


ficar por dentro do que está acontecendo. — ergo minha cabeça e a
olho, levanto uma sobrancelha em questionamento — Fiquei sabendo
que está com problemas. — ela me olha na esperança de que eu lhe
conte algo sobre os negócios.

— São problemas que não lhe dizem respeito Maria, estamos


casados a 5 anos e você nunca me deu um conselho bom. —
reclamo já cheio de suas perguntas idiotas.

— Eu sei que eu não entendo de muita coisa, todavia você


poderia pelo menos me explicar como tudo funciona, sou sua esposa
e por mais que você só me queira e me veja como um enfeite eu
preciso estar por dentro dos assuntos da nossa máfia Vicenzo. — se
exaspera.

— Então vamos lá. — me recosto na cadeira e cruzo os braços


para olhar vem em sua cara. Ela me observa.
— Sim, estamos com problema. Estão acontecendo atentados
nas nossas boates e sequestros de garotas em nossa área para
prostituição. Alguém quer me tirar do poder! O que você faria? O que
me recomenda? Querida — falo a última palavra com ironia, pois ela
sabe que não a amo. Nosso casamento é só fachada para a famíglia.

— Eu não sei! — há jura? — Talvez você possa pedir ajuda a


alguma outra máfia? — ela sugere e quero esganá-la.

— Demonstrar fraqueza perante os outros? É isso? Essa é a


sua sugestão, querida esposa? Mostrar-me fraco perante nossos
inimigos? — me levanto e caminho até ela. Vejo-a engolir em seco
quando me inclino sobre ela.

— Mostrar que em quase 5 anos como Don eu não fui capaz


de resolver os problemas que surgiram? Você só pode estar de
brincadeira com minha cara. — rio sem humor e arrumo minha
postura.

— Maria é melhor você se retirar, vá ao shopping — sugiro


irônico — Chame alguns dos soldados para lhe acompanhar e, por
favor, não se intrometa mais em meus negócios. Como bem disse,
para mim você é só uma esposa troféu, uma boneca para eu mostrar
nos jantares e festas da famíglia, nada mais.

Ela se levanta furiosa e enxuga uma lágrima que desce por


sua bochecha. eu poderia me sentir mal em tratá-la assim, porém
nesses 5 anos que estou casado com ela minha vida tem sido um
verdadeiro inferno.

Sua postura mudou muito após o casamento, de boba e


inocente, passou a hostil, fútil, preconceituosa e fria, que trata mal os
empregados e se acha melhor do que qualquer outra pessoa por ser
a primeira dama da máfia. Não a suporto e cada dia isso fica mais
claro para mim.

Após a pequena discussão com minha querida esposa, revolvo


ter um descanso e saio do escritório para tomar um banho e ir me
encontrar com Giuseppe e os outros Capos, preciso descobrir quem
está por trás dos sequestros dessas garotas e dos atentados. Preciso
dá um fim em quer me destruir e destruí-lo primeiro.

Ninguém irá acabar a minha máfia e quem se meter em meu


caminho se arrependerá amargamente disso. Se muitos já me acham
um demônio mostrarei que posso ser o próprio diabo com quem se
meter em meu caminho.

Tomo um banho e resolvo me deitar um pouco, tenho dormido


mal por causa dos últimos acontecimentos. Acabo cochilando e
acordo duas horas depois.

Levanto-me e me arrumo para sair, tenho uma reunião


marcada na minha empresa de tecnologia. Ao chegar à sala, procuro
por Giuseppe, achei que ele já teria chagado e estaria me esperando,
contudo não o encontro a minha espera.

— Enzo... — chamo por meu primo e chefe de armas — onde


está Giuseppe? Já era para ele ter chegado para a reunião.
Aconteceu algo? Ele não costuma se atrasar e muito menos faltar.

— Senhor — formal como sempre. Reviro os olhos — eu não


sei ao certo, mas parece que ele e toda sua família foram para o
Brasil — diz e eu sinto meu peito apertar. Samira.

— Tudo bem, irei ligar para ele, peça que preparem o carro
sairemos em 10 minutos — ordeno e saio para ligar para Giuseppe.

— Por que não me surpreendo em receber uma ligação sua


Vicenzo — ele me tende rindo, mas sua voz demonstra que algo
aconteceu e sua risada não é genuína.

— É claro que eu ia ligar, você e seus pais foram para o Brasil


às pressas e não me falaram nada.

Ele fica em silêncio por alguns minutos e estranho sua reação.


— Aconteceu alguma coisa com Samira? Eu sei que só algo
com ela os fariam sair assim e sem avisar — pergunto realmente
preocupado de algo ter acontecido com ela.
— Estávamos com saudade dela e resolvemos visitá-la. —
não sinto muita firmeza em sua voz. Mas prefiro não insistir.
— Estamos tentando fazer com que volte conosco para a
Itália, pois com todos esses acontecimentos não é bom ela estar
sozinha e longe de nós.

— Ok, mas algo me diz que não é só isso. Você não seria
capaz de me esconder nada a respeito de Samira não é? — o
questiono — Você sabe que eu gosto muito dela e me preocupo, se
algo aconteceu eu mereço saber Giuseppe. — meu tom de voz não
sai de forma dura sem que eu possa evitar.

— Ela está bem — afirma, mas sem muita convicção — Vou


precisar desligar agora Vicenzo, depois que resolver todos os meus
assuntos aqui no Brasil eu aviso o dia que voltaremos para a Itália,
fique bem e descubra quem quer nos prejudicar. — fala e desliga.

Fico um tempo parado analisando a ligação e tenho certeza de


que está me escondendo alguma coisa. Caminho para fora da
mansão em direção ao carro para ir à reunião, entretanto minha
mente está em Samira. Meu peito está apertado, algo aconteceu com
ela eu sei.

Eu sinto.
Capitulo 11
Parado em frente à mansão que deveria ser minha vejo Maria
sair com sua pose de primeira Dama. Há anos venho me esforçando
para cumprir a vingança que fiz no túmulo do homem que eu tinha
como pai até meus 2 anos de idade, ele foi morto por tramar contra a
vida de Eduardo meu verdadeiro pai: se é que posso chama-lo assim.

Quando entendi o porquê de não tê-lo mais em minha vida, fui


até seu túmulo e jurei me vingar por ele, por mim e minha mãe.

— Por que você não acaba logo com o Vincenzo, Pietro? —


Maria me pergunta assim que se aproxima de mim e entramos no
meu carro.

— Já faz mais de 5 anos que nos conhecemos e sua vingança


nunca tem fim. — a olho.
— Você sabe que para o que tenho em mente tenho que fazer
as coisas com calma. Esperei anos para acabar com ele não posso
dar passos em falso e ser pego como meu pai. — raiva trasbordando
em meu ser.
Queria poder matar com minhas próprias mãos todos os
responsáveis por minha vida ter sido uma merda.
Coloco o carro em movimento, entramos em via pública. A
levarei para minha casa.
— Estou provocando alguns atentados para deixá-lo ocupado,
gastei uma fortuna para pagar pessoas para alterar os contratos das
boates, sei que ele está tentando manter uma boa parte de seus
negócios na legalidade, mas já dei meu jeito de mudar isso. E quando
estiver com as provas de seus podres o denunciarei a polícia.
— É que não o suporto, queria poder ficar só com você. — ela
fala alisando meu pau por cima da calça.
— Eu sei gata, mas espera só um pouco mais, logo estaremos
juntos. — sorrio para ela, ela é tola, acredita que depois que me torna
Don me casarei com ela, mas preciso dela para concluir parte do meu
plano e terei de suportá-la até lá.
— Senti saudades sabia? — Pergunta e continua me alisando,
já posso sentir meu pau inchar e apertar minha cueca boxer.
— Sentiu? Então traz essa boquinha e me chupa. — ela me
olha receosa.
— Mas estamos em via pública, alguém pode nos ver.

— Relaxa, aqui não tem praticamente carro nenhum. — a puxo


para mais perto e a beijo, ela solta seu cinto de segurança e se
inclina em minha direção, desabotoa minha calça e posso sentir o
alívio em meu pau por estar livre.

Na primeira lambida em meu membro eu solto um gemido,


preciso disso para tirar a tensão. Paro a carro no acostamento no
intuito de aproveitar melhor o boquete, não demoro a gozar em sua
boca e ela engole tudo. Endireita-se no banco, coloca o cinto e
partimos para minha casa.

Chego à minha casa e digito o código de segurança para


entrarmos. Ao entrar a prenso contra a parede e a beijo com força.
Puxo seu cabelo louco para me enterrar nela. Pego-a no colo para
levá-la para o quarto, a jogo na cama e começo a tirar minhas roupas
enquanto ela faz o mesmo.
— Isso fica nua para mim, me mostra essa boceta lisa que vou
comê-la tanto que me sentirá dentro de você por dias — falo puxando
seu cabelo para que ela me olhe.

— É o que mais quero — fala manhosa como uma gata no cio.

Beijo sua boca, aperto e lambo seus seios, desço por sua
barriga até chegar a sua boceta e a devoro até ela se desmanchar
em minha boca. Pego a embalagem do preservativo no criado mudo
a coloco em meu pau, abro mais suas pernas e a penetro com força.

— Vou arregaçar essa boceta, te deixarei sem andar — mordo


seus lábios.

Ela reclama, mas não ligo. Só a suporto porque preciso dela.

Arremeto mais algumas vezes e gozo. Saio de dentro dela e


sigo para o banheiro, descarto o preservativo, e tomo banho, lembro-
me de tudo o que passei até aqui e minha fúria contra Eduardo e
Vicenzo cresce ainda mais.

Era para eu ser o Don e não ele...

Vocês devem estar se perguntando o porquê que eu deveria


ser o Don no lugar de Vicenzo, pois bem, vou explicar: sou o filho
mais velho de Eduardo Grimaldi, sim, filho, porém, bastardo, ele teve
um caso com minha mãe antes de se casar com Emma Rizzo, filha
do capo de Torino.

Na época minha mãe era sua prostituta particular, meu avô


(aquele infeliz bastardo do Enrico Grimaldi) descobriu sua gravidez e
quis matá-la, pois nunca aceitaria um neto bastardo, ainda mais de
uma prostituta. Isso seria uma mancha na família perfeita que
governava uma das maiores máfia da Itália. Minha mãe ao saber que
seria morta, não viu alternativa que não fugir grávida de mim para
longe deles e nos salvar.
Ela foi à cidade de Torino onde tinha uma prima por parte de
mãe morando lá, refez sua vida com a ajuda dessa prima e começou
a trabalhar em um Hotel onde conheceu Antônio Mancini; o homem
que se transformou em meu pai e cuidou de mim até meus 2 anos.
Ele era Capo de Veneza e graças a ele, eu vivi meus primeiros anos
muito bem.
Antônio amava minha mãe e a mim, após meses anos juntos
eles se casaram e nos mudamos para Veneza, contudo Antônio não
aceitava Eduardo como Don e tramou contra ele sendo descoberto e
morto.
Francisco Morino, o pai de Samira, o ouviu falando com outros
Capos em busca de alianças para matar seu Don e o entregou ao
conselho. Meu pai foi morto e o cargo de Capo de Veneza passou a
ser de Francisco, nos fazendo fugir mais uma vez para não sermos
mortos e voltarmos a viver escondidos em Torino novamente.
Eu vivi lá até completar 18 anos, depois vim para Roma, entrei
para a faculdade de administração e com o fundo que herdei de meu
padrasto fiz um investimento ganhando um bom dinheiro e quase
triplicando o que recebera dele. Com esse dinheiro comprei uma casa
para minha mãe próxima à casa de sua prima e uma casa para mim
aqui em Roma. Queria estar perto dos meus inimigos para realizar
minha vingança.
Termino meu banho e volto para o quarto visto uma cueca
limpa e uma calça e vou para a cozinha fazer um lanche, Maria me
olha, contudo, não fala nada, ainda está nua na cama se recuperando
da nossa foda, ela sabe que não gosto de carinho, comigo, é só sexo
e pronto.
Já na cozinha pego os ingredientes da geladeira para fazer
uns sanduíches quando ela entra no cômodo, já vestida.
— Eu ouvi boatos que estão sequestrando jovens para
prostituição — fala, ganhado minha total atenção.
— Você tem algo a ver com isso? — Pergunta me olhando.
— Sim. — respondo simplesmente — Me aliei a Bratva para
acabar com Vicenzo.
— O que você dará a eles em troca dessa aliança?
— Eu os ajudo nos sequestro e depois que assumir o poder os
ajudarei com drogas e armas.
— Mas isso os dará ainda mais poder. Não nos prejudicará no
futuro? — pergunta se sentando na banqueta que tem em volta da
ilha da cozinha.

— Não se eu estiver à frente dela. A Bratva me ajuda a


derrubar Vicenzo, ajudo-a com os sequestros, drogas e armas,
depois que eu tiver no poder da máfia Grimaldi acabo com eles e me
torno o único no poder das duas máfias.

— Grandes planos. Isso quer dizer que eu serei a primeira


dama das duas máfias! — ela afirma me abraçando convicta de que
isso acontecerá.

— Claro que sim. Você será a grande dama — minto, pois


ainda preciso dela, depois a mato também.

— Vou me trocar para levá-la a mansão — me afasto e vou


para o quarto terminar de me trocar.

∞∞∞
Depois de deixar Maria na mansão dei uma desculpa qualquer
a Luigi, pois marquei de me encontrar com minha mãe no restaurante
próximo ao hotel em que está hospedada. Ela chegou ontem a Roma,
veio me visitar.
Ao chegar ao restaurante ela já me espera, o metre me leva
até a mesa que ela se encontra.
— Filho, que saudade — ela me cumprimenta com um abraço
apertado ao chegar perto dela.
— Sem exageros dona Helena — a cumprimento com um beijo
na testa e nos sentamos para almoçar.
— Pietro, você está mais magro meu filho não está se
alimentando bem? — pergunta me analisando e reviro os olhos.
— Mãe, eu estou ótimo. Agora me conte como a senhora está
— o garçom nos entrega o cardápio e escolhemos nossos pratos.
— Estou bem filho! E você alguma novidade?
— A senhora sabe que não podemos falar esse assunto aqui
— a repreendo — mas está tudo indo conforme o planejando.
— Espero que nada de ruim lhe aconteça Pietro, não
suportaria te perder.
— Nada de mal vai me acontecer dona Elena pode ficar
tranquila — beijo sua mão. Nosso almoço chega e comemos em
silêncio.
Tudo ia perfeitamente bem até alguém que eu não queria ver
tão cedo se aproxima de nós.
— Elena é você? — pergunta um dos responsáveis por
desgraçar minha vida.
— Eduardo — minha mãe o olha como choque e medo. Aperto
a mesa do restaurante no intuito de controlar minha raiva.
— Há quanto tempo. Por que fugiu? — a pergunta de Eduardo
faz minha mãe olhar por cima do ombro dele com medo de algo e
isso desperta minha curiosidade, olho na mesma direção e vejo que
Enrico Grimaldi se encontra atrás de Eduardo e a desafia com o
olhar.
— Não é lugar para essa conversa e já se passaram 37 anos
— minha mãe tenta fugir do interrogatório.
— Não fugirá mais dessa conversa Elena. — ele estava
determinado a conversar com minha mãe — Podemos ir a outro lugar
se quiser, mas você vai me explicar por que fugiu e se escondeu por
todo esse tempo.
— Eduardo Temos uma reunião marcada para menos de 10
minutos — Enrico o lembra.
Com certeza na tentativa de impedir a conversa dele com
minha mãe e evitar assim que ela fale algo que prejudique sua
imagem de homem integro perante o filho.
— Desculpe pai, mas isso é mais importante.
— Eu não quero conversar com você Eduardo — fala minha
mãe.
— Mas eu quero conversar e você vai me ouvir — ele fala
autoritário
— Minha mãe já disse que não quer conversar — levanto da
cadeira alterado por tamanha soberba da parte dele.
— Pietro, calma, ele tem razão nós precisamos dessa
conversa — minha mãe fala e eu a olho questionando-a se é isso que
quer e ela apenas acena com a cabeça em confirmação.

— Tudo bem, esperarei pela senhora lá fora — dou um olhar


raivoso a Eduardo e os deixo a sós.

Estava perdido em pensamentos de como deve está se dando


a conversa dos dois quando alguém que quero ver estrebuchando em
minha frente fala atrás de mim.

— De todas as pessoas que esperava encontrar hoje você e


sua mãe definitivamente não era uma delas.

— Senhor Enrico Grimaldi prazer em vê-lo — tento esconder


minhas emoções e soar o mais simpático possível.

— Não pense que me engana com essa cara de bom moço,


rapaz — ele se aproxima com sua arrogância habitual querendo-me
por medo. — Não se meta com minha família, pois as consequências
disso não serão nada boas para vocês — aperto meus punhos
controlando minha raiva, mas a vontade que tenho é de puxar a arma
que possuo em minha cintura e matá-lo aqui mesmo.

— Acho que o senhor está me confundindo, eu não tenho


motivos para fazer algo contra sua família ou tenho? — nos
encaramos por alguns segundos até a voz de minha mãe soar
quebrando nosso confronto.

— Vamos filho.

— É um prazer conhecê-lo Pietro — Eduardo Grimaldi estende


a mão para me cumprimentar e a pego para não dar bandeira que o
odeio.

— Mas seu não é Marcos? Quer dizer foi assim que ouvi
Vicenzo lhe chamar. Você é soldado dele, certo — Enrico questiona
querendo me colocar em uma saia justa.
— Sim, Marcos Pietro, minha mãe queria Pietro e meu pai
Marcos então ficou os dois. — tento ser o mais convincente possível.

— E eu sou soldados de Vicenzo sim, cuido da segurança da


Dona Maria DeLuca. Só não sabia que os senhores conhecia minha
mãe.

— Sim, nos conhecemos há muito tempo. Bom, vamos


embora, até outro dia — Eduardo e Enrico despendem-se de nós me
deixando sozinho com minha mãe.

— O que falou a ele mãe?

— Que eu fugi porque tinha engravidado de um soldado e não


queria que ele me matasse ao saber.

— Tudo bem mãe, vou lhe deixar no hotel e depois seguir para
a mansão. Eu preciso ficar por dentro de tudo o que está
acontecendo por lá. — ela assente e partirmos para o hotel em que
está hospedada.
Capitulo 12
Passei dois dias no hospital e já não suportava mais ficar lá.
Conversei com meu pai e pedi para que ele falasse com o médico
para me dar alta com a promessa de que eu me cuidaria em casa, e
assim ele fez, conversou com o médico e recebi alta.

Minha relação com ele ainda não está das melhores, por ele já
teríamos voltado para nossa casa na Itália no outro dia a sua
chegada ao Brasil, contudo o médico descartou essa possibilidade,
por eu ainda estar muito debilitada, mesmo frustrado e sem ter
opção, meu pai esperou minha recuperação para podermos voltar a
Itália.

Eu entendo sua frustração e a vontade de me querer por perto


a todo custo, já que quebrei sua confiança e posso imaginar o medo
que ele sentiu ao saber o que me aconteceu e que nada poderia
fazer para me proteger por estar tão longe de mim. Embora me
magoe muito ser ignorada por ele eu o entendo.
— Mãe! Já falei que estou bem — reclamo cansada de ficar
deitada.

— Mas só se passou 5 dias desde que tudo aquilo aconteceu


e você já quer sair. — ela fala chateada.

— Só vou a faculdade encerrar meu curso, eu já conclui todas


as matérias só faltam os trâmites para o diploma, mãe, e Luca irá
comigo, ficarei bem eu prometo — me aproximo e beijo seu rosto.

— Tudo bem filha, não irei prendê-la aqui, sei que tem suas
coisas para resolver. Só toma cuidado, sim? Tenho medo que algo
volte a lhe acontecer. — fala retribuindo o beijo.

— Obrigada mãe. Não se preocupe eu vou ficar bem. — dou


mais um beijo em sua bochecha e subo para meu quarto para tomar
banho e me arrumar.

No banheiro tiro minhas roupas e olho no espelho. Meu reflexo


não está nada bonito de se ver, meu rosto até desinchou um pouco
por conta dos remédios que estou tomando e do tempo que já
passou, mas os hematomas ainda estão bem feios.

O corte na minha barriga está bem cicatrizado e sou grata por


ele ter sido superficial. Meu braço também tem hematomas devido à
queda ao ter meu corpo jogado ao chão de forma tão brusca. Eles, os
hematomas, não me deixam esquecer tudo que passei.

Ligo o chuveiro e entro debaixo dele deixando que a água


morna tire esse peso de meus ombros.

Nicolas não me procurou mais e estou sem saber se tem


pistas de onde Ana está. Ele é um cabeça dura, pois poderíamos nos
ajudar e assim ser mais fácil de encontra-la.

Assim que saí do hospital pedi a Luca que me ensinasse a


lutar e atirar. Eu preciso saber me defender e ele me garantiu que
assim que chegarmos a Itália me dará aulas de defesa pessoal e tiro.
Com relação as aulas de tiro ele teve que pedir autorização ao
meu pai e o mesmo deixou, na verdade por ele eu já teria tido essas
aulas bem antes, desde os meus 15 anos para ser verdade, contudo
eu nunca curtir violência e ele não me obrigou a fazê-las. Esse é um
dos meus maiores arrependimentos.

Termino de me arrumar e ao chegar à sala encontro Luca


conversando com Giuseppe. Esse é outro que ainda não está
totalmente feliz comigo.

— Luca acabou de me informar que vai sair — me olha e


posso ver que isso não o agrada.

— Vou a faculdade resolver todas as pendências do curso.


Como estou no final do último semestre e já paguei todas as minhas
matérias não terei problemas. Eles podem me enviar o diploma por e-
mail. — falo passando por ele indo em direção à porta.

— É bom mesmo, amanhã voltaremos para a Itália, já tenho


tudo pronto para nossa volta — paro ao ouvi-lo e sinto um solavanco
em meu peito.

Voltarei a ver Vicenzo.

Eu sabia que isso aconteceria cedo ou tarde, mas ainda não


estou preparada para esse encontro.

Despeço-me dele e saio em direção ao carro. Mateo já nos


esperava, entramos e minutos depois eu já estava na faculdade.

Chego à faculdade e os olhares me deixam desconfortável, sei


que minha cara não está das melhores. Por mais que tenha passado
bastante maquiagem e use óculos escuros, quem me olha de perto
consegue ver alguns hematomas por estarem arroxeados.

Acerto tudo com a reitoria e volto para casa o mais rápido


possível. No caminho tento mais uma vez falar com Nicolas, mas
aquele cabeça dura ignora todas as minhas ligações, poderíamos já
ter começado as buscas por Ana se ele não fosse tão teimoso,
quanto mais demorar pior a situação dela fica.

— Ele virá atrás de você, Samira. — Luca chama minha


atenção e o olho — Sabemos que tem o dedo da Bratva nesses
sequestros. Outras garotas também foram sequestradas só que em
países diferentes.

— Eles estão diversificando as prostitutas. — falo o óbvio —


Querem que os homens nojentos e repugnantes que eles chamam de
clientes desfrutem de meninas diferentes. — a bile me vem à boca só
de falar isso. Queria poder matar todos os homens que participam
dessa covardia contra as mulheres.

— Giuseppe me disse que Vicenzo está muito empenhado em


acabar com eles — viro meu rosto para a janela e observo a
passagem através dela. Ouvir esse nome me angústia e isso se torna
ainda pior com a certeza de que logo o verei.

— Sei que é difícil Samira, todavia você precisa está


preparada para vê-lo — sei que Luca está me olhando, consigo sentir
o peso de seu olhar sobre mim, mas eu continuo olhando pela janela.

Lembranças de antes da minha viagem me vem à mente,


ainda posso vê-lo beijar a esposa ao fechar os olhos.

— Não me importo com ele. — minto, pois ainda o amo. —


Voltarei porque meu lugar é lá, meu pai já começou as negociações
para me arrumar um marido.

— Sei que não gosta dessa ideia — ele me olha pelo retrovisor
—, converse com seu pai e peça mais um tempo, só até estar por
dentro do que está acontecendo na nossa máfia.

— Não sei se ele aceitará isso, eu o magoei — abaixo minha


cabeça e lágrimas teimosas me escapam.
— Ele te ama Samira, a raiva logo passará, converse com ele
— ele volta a ficar em silêncio enquanto Mateo no leva de volta para
casa.

Medito em suas palavras, não custa nada tentar.

Chego em casa e busco por meu pai preciso falar com ele
logo, vou pedir mais tempo para arrumar um noivo. Guardo minha
bolsa no aparador da sala e sigo para área externa da casa,
provavelmente estará lá.
— Papà — o chamo ao avista-lo próximo a piscina — Eu
gostaria de falar com o senhor — me aproximo dele.
— Pode falar. — não me olha.
— Quero mais tempo para poder escolher meu noivo, não
estou com cabeça para isso agora, preciso primeiro encontrar Ana —
ele me olha por um momento, mas desvia o olhar.
— Se é isso que quer — dá de ombros e sua indiferença me
mata.
— Papà eu ti amo, não me trata assim. — sinto meus olhos
arderem — Eu errei, sei disso e admito minha culpa, mas, por favor,
não me ignora mais, me dói ver que o magoei e por isso me odeia —
já não consigo mais segurar o choro e minhas lágrimas carrem livres
por meu rosto.
— Você sabe o que senti quando Mateo me ligou contando o
que aconteceu? — pergunta me olhando — A raiva, e o medo que
senti por não te proteger? — sua voz embarga — Você poderia ter
morrido ou ter sido sequestrada também Samira — vejo em seus
olhos a dor que lhe causei por ser impulsiva e não pensar nas
consequências de minhas ações.
Não consigo falar eu falhei com ele.
— Tudo o que eu mais admirei em mim mesmo foi sempre
poder proteger quem eu amo, minha família. — ele desvia o olhar
novamente — Fui ensinado desde cedo a nunca falhar, a proteger a
todos. Antes de ser Capo era soldado você sabe disso, mas não
estava aqui quando mais precisou de mim, minha força e anos de
treinamento não serviram para te ajudar. Me sinto inútil.
— O senhor não tem culpa papà! — o abraço porque preciso
do seu carinho — Sei que se estivesse aqui teria impedido o que me
aconteceu — choro mais por vê-lo chorar também.

— Ti amo tanto, minha principessa — ele me abraça forte e


beija minha cabeça — Tive tanto medo de perder.

— Eu estou aqui papà, eu estou aqui — nos abraçamos bem


apertado — Ti amo. Te amo e quero sempre ser sua principessa, não
fica mais com raiva de mim. Não me odeie ou me abandone! — peço
e ele ergue meu queixo para que eu o olhe nos olhos.

— Nunca vou te abandonar minha menina linda. Não há


espaço para o ódio em meu coração. — ela me dá um lindo sorriso
que aquece meu coração — Não tenho raiva de você, só tive medo e
me senti um inútil por não te proteger. A raiva era de mim por falhar
com minha família. Eu te amo mais que tudo e nunca se esqueça
disso, OK? — concordo com um balançar de cabeça e ele me dá um
beijo na testa, passamos mais alguns minutos abraçados até
entrarmos para o jantar.

— Giuseppe tudo certo para nossa volta a Itália amanhã? —


meu pai pergunta já sentado a mesa.

— Sim pai, o jatinho está pronto é só o senhor dizer à hora que


iremos voltar. — fala e volta a comer.

— Depois do almoço. O que você acha Giulia? — pergunta a


minha mãe.

— Perfeito, após o jantar terminaremos de arrumar as coisas,


Samira — ela me olha.

— Sim, mãe — respondo simplesmente.

Após o jantar subimos para nossos quartos arrumei todas as


coisas com a minha mãe.
Mal consegui dormir à noite, pois estava muito ansiosa com
nossa volta à Itália.

Após o almoço no outro dia seguimos para o heliponto de uma


das empresas de Vicenzo aqui no Brasil onde o jatinho se
encontrava. O piloto já estava com tudo pronto e a nossa espera.

Mateo e Luca me ajudaram com as malas e após algumas


horas de voo eu estava de volta à Itália.
Capitulo 13
Estou no jardim de frente para o lago pensando nos últimos
acontecimentos na minha vida, há 3 dias não tenho noticias de
Giuseppe, ele me falou que está resolvendo umas coisas e que
quando retornar me explicará tudo.

Os dias aqui na mansão estão cada vez piores. Minhas brigas


com Maria aumentaram consideravelmente, ela não entende que
preciso estar à frente de tudo, ela vive reclamando que não lhe dou a
devida atenção, que está cansada de ficar em casa, que não me
esforço para fazer nosso casamento dar certo e sinceramente não sei
se conseguirei manter por muito tempo esse maldito casamento.

— Vicenzo? — Luigi me chama.

— Sim! — me viro para olhá-lo.

— Giuseppe mandou avisar que já se encontra na Itália, porém


só virá mais tarde, pois está ajudando Samira com a mudança —
faço uma careta.
— E por que ele não me ligou para me falar diretamente? —
pergunto, pois geralmente Giuseppe não manda recados ele mesmo
me liga para me avisar de algo.

— Ele ligou, mas você não atendeu — passo a mão pelo bolso
da calça social e percebo que deixei meu celular no quarto.

— Esqueci o celular no quarto. Obrigado Luigi, pode se retirar.

Samira está de volta preciso vê-la. Saio do jardim e vou em


direção a mansão preciso de um banho e me arrumar para ir à casa
dos pais de Giuseppe, na entrada da mansão vejo Enzo e peço que
avise ao nosso piloto que prepare o jatinho para irmos a Veneza.

Já pronto saio do quarto e encontro Maria na sala lendo uma


revista de moda. Fútil pensei.

— Estou de saída, não me espere para o jantar — falo sem


olhá-la indo em direção à porta.

— Para onde vai posso saber ? — paro com a mão na porta e


a olho.

— Se fosse para você saber teria lhe dito — abro a porta e


saio.

Encontro Enzo me esperando ao lado do carro, ele abre a


porta e entro, nos encaminhamos para pista de pouso que possuo
próximo a minha mansão encontrando o piloto a nossa espera e um
pouco mais de uma hora estou na casa dos pais de Giuseppe.

Os guardas de Francisco Morino me cumprimentam e


permitem minha entrada, já na porta vejo Giulia a minha espera.

— Don Vicenzo, a que devo a honra de sua visita? —


cumprimenta-me com um sorriso.

— Só Vicenzo, Giulia. — falo rindo — Vim falar com... — paro


de falar ao ouvir a voz de Samira.
— Mãe, a senhora viu.... — ela para de falar ao me ver.

— Samira...

— Vicenzo... — falamos juntos.

Fico olhando-a por um tempo observando o quanto mudou,


tornou-se uma mulher ainda mais linda

— Pode entrar e ficar a vontade ,Vicenzo, Samira lhe fará


companhia até Giuseppe chegar — Giulia diz, mas meu olhar é só
em Samira.

— Há quanto tempo pirralha. — falo já na sala só para


provocar — Cresceu e está linda. — elogio e ela cora ficando ainda
mais linda.

— Pois é, a viagem me fez bem, você também não está nada


mal, nem parece já ter mais de 30 anos. — retruca com a sua língua
afiada de sempre, nisso ela não mudou. Continua petulante.

— Como você está? Provavelmente bem não é? — ela ri sem


humor — Já deve ter até filhos. Sua esposa não veio com você?

— Eu vim sozinho! Soube que Giuseppe já tinha chegado e


precisava falar com ele. Ainda não tenho filhos — aproximo-me mais
para poder abraçá-la e percebo que seu rosto tem alguns
hematomas. Por mais que ela esteja maquiada, da para perceber por
ter a pele bem clara.

— O que houve? Por que esses hematomas? Sofreu algum


acidente e não me contaram? — faço várias perguntas, ao mesmo
tempo preocupado com o que pode ter acontecido com ela.

— Não foi bem um acidente... — ela desvia o olhar.

— O que houve Samira? Foi algum namorado lá no Brasil? Se


foi isso eu irei matá-lo. Sabia que não deveria ter te deixado ir, tentei
impedir, mas não consegui. Aconteceram tantas coisas no dia do meu
casamento que me impediram de falar com você. — me altero por
não ter podido protegê-la do quer que tenha acontecido.

Saber que foi machucada trás a tona o pior de mim. Quero


matar quem fez isso com ela, quero vê-lo sofrer, ver a vida deixando
seus olhos para o demônio dentro de mim se acalmar.

— Você me procurou? — ela me olha e vejo algo diferente em


seu olhar. Há esperança. — Eu pensei que você não queria falar
comigo. Era seu casamento, não queria atrapalhá-lo com uma
besteira dessa. — Ela desvia o olhar, mas posso ver a tristeza
presente neles.

— Eu já tinha falado com Giuseppe e meus pais. Estava tudo


acertado para minha viagem nem mesmo você conseguiria me
impedir, Vicenzo. — raiva domina sua voz.

— Diga-me o que aconteceu? Eu mereço saber, Samira. Sabia


que algo de grave tinha acontecido para seus pais e Giuseppe terem
ido às pressas ao Brasil. — sou consumido pela magoa de terem
escondido coisas de mim.

— Vocês são minha família, eu tenho que saber o que se


passa mesmo que estejam em outro país.

Quando quis saber o que lhe aconteceu não estava realmente


preparado para o que ouvi.

Ela narrou tudo o que lhe aconteceu naquela maldita boate e


sinto a fúria se apossar de todo meu corpo. Tenho que quebrar algo e
ando de um lado para outro puxando meus cabelos. Ela quase foi
estuprada, porra e poderia ter morrido ou sido sequestrada também.

Aperto meus punhos. Eu vou matar todos, os farei sofrer como


nunca sofreram antes, serei implacável, e eles se arrependerão de ter
entrado em meu caminho.
— Foi o pior dia da minha vida, ainda pesadelos com o toque
asqueroso daquele desgraçado e eu...

Samira para de falar ao me ver quebrar um vaso que estava


em cima da mesa na sala. No mesmo instante, Giuseppe e seus pais
aparecem.

— O que está acontecendo aqui? — o olho louco para quebrar


a sua cara, ele permitiu que ela fosse embora.

— Por que não me ligou e contou o que aconteceu no Brasil?


— minha voz sai dura como aço.

— Eu achei melhor lhe poupar de mais problemas, você


precisa se concentrar nos ataques e... — ele se cala ao notar que
estou prestes a matá-lo.

Avanço para cima dele, contudo seu pai entra na frente e me


impede de lhe socar.

— Eu sou a porra do Don de uma das máfias mais poderosas


de toda a Itália e não sirvo para proteger minha família? — rio sem o
humor — Como puderam esconder tal coisa de mim? — olho em
seus olhos deixando a magoa transparecer através dos meus.

— Eu quero matá-lo Giuseppe, saiba disso. — ele assentiu —


Como puderam não me contar algo de tamanha magnitude? Acham-
me incapaz de resolver os problemas da máfia e ainda ajudar minha
família? — chego mais perto dele louco para deixar minha fúria sair e
quebrar sua cara.

Ele não fala nada, mas seus olhos estão cravados no meu e
não demonstra medo.

— Não gostei de perceber que meu conselheiro, amigo e


homem de confiança, mente e esconde coisas de mim.

— Desculpe Vicenzo isso não vai mais se repetir. — ficamos


nos encarando por um tempo até Samira chamar minha atenção.
— A culpa foi minha Vicenzo. — a voz alterada de Samira me
faz desviar os olhos de Giuseppe e pousa-los nela — Eu pedi para
que não lhe avisasse o que tinha acontecido — abaixa a cabeça
envergonhada.

— Eu decidi fugir de Luca e de Mateo me colocando em risco


— sua voz saiu como um sussurro e lágrimas escaparam de seus
belos olhos verdes. — A culpa pelo que aconteceu é toda minha — a
dor e a vergonha presente em sua voz me quebram, minha menina
está tão machucada.

Ando até ela querendo coloca-la no colo e protegê-la, a puxo


para perto de mim e a braço acalentando-a. Aliso seu cabelo e beijo
sua testa.

— Você não tem culpa de nada pequena. — falo com carinho


— Nós que deveríamos ter te protegido melhor — me aproximo dela
e a abraço. — Nunca se culpe por algo que você não tinha como
impedir. — enxugo suas lágrimas e beijo o topo de sua cabeça.

— Obrigada — ela me dá um sorriso triste. Sua luz se apagou


e isso faz meu coração sangrar.

— Não tem o que agradecer, eu te amo e sempre será minha


pequena.

Ela suspira me abraçando forte e sinto meu peito se aquecer


de novo. É como se com ela em meus braços tudo se tornasse
simples, certo e normal de novo.

— Bom, vamos tentar esquecer as dores. Não é momento


para tristeza, pois você voltou para nós. — sorrio para ela — Amanhã
darei um jantar em comemoração a sua volta — surpresa toma conta
de seu rosto.

— Vicenzo eu...
— E não aceito recusa — a corto antes que arrume alguma
desculpa.

— Eu preciso vê-la sorrindo, preciso ver que tudo está bem,


pensar que poderiam ter... — as palavras morrem na minha boca.

— Quero o seu bem, pequena. Eu te amo pirralha — não


consigo conter o riso ao notar sua cara quando a chamo assim.

— Não sou uma pirralha. — fala brava — Eu já tenho 23 anos


e namorei muito lá no Brasil fique sabendo, fazia muito sucesso por lá
— a raiva volta a me consumir ao ouvir essa palavra "namoro".

Sabia que isso aconteceria cedo ou tarde, até porque ela está
mais linda que nunca, seus cabelos estão um pouco mais curtos, mas
não menos bonito, seus seios fartos, bunda grande e coxas grossas
deixam qualquer homem louco para prová-la, eu ficaria feliz em
prová-la.

Droga, por que estou pensando nisso? Ela é irmã do meu


melhor amigo, a vi crescer e sem contar que sou bem mais velho
que ela e casado, não posso pensar nela desse jeito, mas me sinto
estranho em saber que um homem a tocou mesmo com sua
permissão.

— Não quero saber de sua vida amorosa, maninha. —


Giuseppe a impede de continuar falando e sou grato por isso — Você
sempre será minha princesinha e não quero ter a imagem de você
com um homem na minha mente.

Ela lhe dá língua e eles começam sua implicância de irmãos


até seu pai interferir e nos chamar para ir ao escritório.

— Vamos ao escritório, Giulia disse que você queria falar


conosco. — ele beija a cabeça de Samira e seguimos para o
escritório.
— Vicenzo, eu quero realmente pedir desculpa por não ter
contado o que aconteceu com Samira e a amiga dela lá no Brasil. —
Giuseppe fala assim que entramos no escritório.

— Aceito suas desculpas desde que me prometa que não me


esconderá mais nada.

— Não esconderei. — afirma com veemência.

— Mudemos de assunto. O que queria falar comigo que não


podia esperar eu ir até à mansão? — ele senta na cadeira do
escritório, eu e seu pai nos sentamos no sofá.

— Saber se tem informações sobre quem está por trás dos


ataques. — vou direto ao ponto — Já estou saturado de ficar no
escuro.

— Tudo que descobri até agora é que a Bratva está por trás
das meninas sequestradas, eles querem diversificar suas prostitutas
para ganhar mais clientes e aliados. — levanto sem conseguir me
conter e ando de um lado para o outro.

— Sempre a Bratva no meu caminho, deveria ter acabado com


eles anos atrás, porém meu pai não queria guerra e agora eles têm a
audácia de entrar em meu território e roubar garotas.

— Temos que reunir os outros Capos e armar um plano de


ataque. — Francisco diz.

— Tenho uma reunião marcada com alguns para saber dos


carregamentos de armas e drogas que estão para chegar.
Convocarei o restante e quem não puder comparecer
presencialmente, farei uma chamada de vídeo.

Estava preste a falar mais sobre os ataques quando alguém


bateu na porta.

— Entre. — Giuseppe pediu a quem batia.


— Queria falar com vocês. — Samira fala ao entrar — Quero
a ajuda de vocês para encontrar minha amiga, Ana.

— Você não vai se meter nisso, Samira, eu conversei com o


irmão de sua amiga e ele já tem policiais envolvidos na busca dela.
— seu pai fala e nota-se seu desagrado com relação a esse assunto.

Eu o entendo, ela já sofreu muito e se envolver ainda mais


será perigoso, ainda mais se quem estiver por trás desses sequestros
for realmente a Bratva. Eles são inescrupulosos e se meter com eles
sozinha não é a melhor das ideias.

— Não ficarei de braços cruzados seguindo minha vida como


se nada tivesse acontecido, enquanto minha amiga está, sabe-se lá
onde e passando por não sei o quê. — a raiva era notória em sua
voz.

— Eu a proíbo de fazer qualquer coisa a respeito desse


sequestro — Francisco diz firme e Samira o olha chocada.

Há dor em seus olhos.

— Pai... Ela é minha melhor amiga, não posso simplesmente


abandoná-la.

— Você não vai e pronto, eu posso designar alguns soldados


para ajudar o irmão dela nas buscas, mas você não vai se envolver
nisso.

— Desculpe, papai, mas não vou poder lhe obedecer dessa


vez. — Samira fala e sai correndo do escritório.

— Samiraaa. — seu pai a chama, contudo, sem sucesso. —


Essa menina ainda vai me fazer enfartar — diz passando mão na
testa, provavelmente sentindo sua cabeça doer.

— Vou falar com ela, pai, não se preocupe — Giuseppe tenta


amenizar a situação.
Acertamos os detalhes da reunião com os capos, passamos
mais um tempo conversando e Giulia insistiu para eu me juntasse a
eles no jantar, aceitei o convite, o clima não estava dos melhores,
mas ainda assim amei passar esse tempinho com eles.

Despeço-me deles e vou embora, meu piloto já estava pronto


e me esperando para voltarmos para minha mansão em Roma.

Cheguei a minha casa por volta das 23h horas e me dirigi


direto para o quarto de hóspede, não queria estragar o restante da
noite em uma briga com Maria.

Tomei banho e dormir pensado no quanto estarei tranquilo


agora que Samira voltou.
Capitulo 14
Ao chegar à mansão eu encontro Luigi a minha espera.
— Vicenzo, já está tudo certo para a inauguração da nova
boate esta noite, a segurança já foi reforçada e as câmaras estão em
perfeita ordem — Luigi fala ao aproximar.
— Perfeito, deixe tudo certo para irmos à inauguração —
ordeno e entro na mansão.
Já na mansão, eu vou direto para meu quarto, não durmo com
minha esposa, sempre prezei pela minha privacidade e não mudei
isso após o casamento.
Estava tirando minha roupa quando Maria entrou no quarto,
odiava essa mania dela de entrar sem ser convidada.
— Não sabe bater na porta? Você sabe muito bem que eu não
gosto que invadam minha privacidade. — não a olho e continuo a
tirar minhas roupas.
— Precisava falar com você. — ignora minha repreensão e se
senta na beirada da minha cama.

— Podia ter esperado eu tomar banho e ir até a sala.


— Era importante. Quero ir à boate que será inaugurada hoje
— a olho incrédulo com seu pedido, ela não é mulher de baladas.

— Por que isso agora? — pergunto estranhando seu


comportamento.

— Estou cansada de ficar aqui, você mal para na mansão — a


uma censura em sua fala.

— Tudo bem, se quer ir não vou impedir, mas não demore,


pois não vou ficar lhe esperando — digo e entro no banheiro.

Só um banho quente para me livrar de toda essa tensão. Estou


há tanto tempo sem sexo que me sinto frustrado e extremamente
irritado. Minha vida de casado não é nada do que eu esperava.

Meus pais vivem me cobrando um herdeiro. Mas como terei


um sem ter relações com minha esposa? Ela sempre tinha uma
desculpa para não termos relações, foram tantas recusas que eu
acabei me cansando. Estou vivendo a base de punheta, uma coisa
totalmente ridícula para um homem na minha idade e casado com
uma mulher linda como a Maria.

Começo a me tocar na intenção de relaxar e me livrar da


tensão que tem tomado conta de meu corpo ultimamente e imagens
de Samira me vem à mente. Suas curvas, aquela boca atrevida que
adoraria beijar, de vê-la ao redor do meu pau, as coxas grossas ao
redor da minha cintura enquanto a fodo com força, acelero os
movimentos da minha mão entorno do meu pau e em poucos minutos
gozo.

— Droga, como pude gozar pensando nela? — murmuro


baixinho brigando comigo mesmo, a culpa me domina — A vi nascer
não posso ter esse tipo de pensamentos por ela. Não posso e não
devo desejá-la.

Termino o banho, visto meu terno preto e saio do quarto. Já na


sala vejo Maria pronta me esperando para irmos à boate.
— Vamos — chamo-a.

Caminhamos em direção ao carro estacionado na porta da


mansão com Enzo nos esperando, ele abri a porta do carro e
entramos, ele dá sinal para o carro que fará nossa segurança até a
boate e se acomoda no banco do motorista.

— Amanhã darei um jantar em comemoração à volta de


Samira — aviso quebrando o silencio.

— O que ela tem de especial para fazer um jantar em sua


homenagem? — não respondo a sua pergunta idiota.

Maria sabe que Samira e sua família são importantes para


mim e minha família.

— Apenas prepare tudo. — digo sem deixar brechas para


questionamentos.

O caminho até a boate é tranquilo em 40 minutos já estamos


em frente a ela. Saio do carro observando o movimento ao redor,
cumprimento os seguranças e entro com Maria na minha cola.

— Vamos para a minha sala — aviso seguindo em direção à


sala. Ela me segue.

— Tudo bem por aqui? — Pergunto a Giovanni, meu primo e


responsável pela administração e segurança das minhas boates.

— Tudo na mais perfeita ordem, temos muitos clientes


importantes hoje.

— Qualquer problema me avise, pode se retirar — ordeno e


ele sai fechando a porta.

— A boate ficou muito bonita — Maria fala pela primeira vez


desde que chegamos.
— Investi muito dinheiro aqui não poderia ficar diferente. —
comento com indiferença. — Tem bebida e comida ali — aponto para
o minibar — pode ficar a vontade.

— Estou bem assim — fala e vai apara a parede de vidro olha


a pista de dança.

Vou até o minibar que tem na sala vip e me sirvo de uma dose
de uísque. Quando estou para me sentar no sofá batem na porta.

— Entre. — ordeno.

— Giovanni me falou que já estava aqui, desculpe o atraso


estava esperando Samira. — Giuseppe entra falando sem parar,
contudo só presto atenção no nome que ele mencionou. Samira está
aqui.

— Não pensei que Samira curtia boates — não gosto de


imaginá-la em boates rodeada de homens a cobiçando.

— Pois é, nem eu. — fala servindo-se de um copo de uísque


— Mas tenho que aceitar que minha irmãzinha cresceu.

— Olá — Maria o cumprimenta e só então ele percebe sua


presença na sala.

— Ah... Oi Maria, como está? — pergunta sínico e tenho


vontade de rir — Não tinha te visto aí, desculpa — pede desculpa,
mas sei que não liga para o que ela pensa, ela não é muito amada
por minha família.

— Estou bem, quis visitar a boate. Estava cansada de ficar só


na mansão — fala caminhando até o minibar, ela se serve de um
drink e se senta no sofá.

— Se quiser descer para dançar pode ir. Tenho guardas lá em


baixo e eles ficarão de olho em você.
— Você não vai me acompanhar? — pergunta manhosa e me
dá nos nervos.

— Tenho assuntos para tratar com Giuseppe, pode ir.

Ela se levanta e sai para a pista de dança, dou ordem para


que Enzo faça sua segurança.

— Não sei como você a aguenta, ela é muito chata e metida —


o comentário do meu consigliere me faz rir.

— Nem eu sei meu amigo, nem eu sei — vou até o bar e me


sirvo de mais uísque. A noite vai ser longa.
Capitulo 15
Ainda não estava preparada para esse encontro. Quando o vi,
meu coração quase parou, a ansiedade me atingiu e fiquei sem
reação.

Ele estava para na porta da casa de meus pais mais lindo que
nunca em seu terno preto bem alinhado, cabelo um pouco
desgrenhado o deixá-lo despojado e sexy, pude notar que está mais
forte deve malhar pesado para manter o corpo assim.

— Samira...

— Vicenzo... — falamos juntos e ficamos nos olhando por um


tempo, analisando mutualmente e o que mudamos com o tempo.

— Pode entrar e ficar a vontade, Samira lhe fará companhia


até Giuseppe chegar, vou chamá-lo — desperto de meus devaneios
com a voz de minha mãe e pouso o olha sobre ela.
Ela se despediu e saiu em busca de meu irmão. Vicenzo entra,
seu olhar sobre mim me deixa desnorteada, me queima, eu o desejo
tanto.

Ele me cumprimenta com um elogio e sinto minhas bochechas


queimarem.

Pergunto como ele está e conversamos um pouco até que ele


perceba meus hematomas e sua alegria em me ver se tranforme em
fúria.

— O que houve? Por que esses hematomas? Sofreu algum


acidente e não me contaram? — faz várias perguntas ao mesmo
tempo, me deixando tonta.

— Não foi bem um acidente... — desvio o olhar

— O que ouve Samira? Foi algum namorado lá no Brasil?


Sabia que não deveria ter te deixado ir, tentei impedir, mas não
consegui. Aconteceram tantas coisas no dia do meu casamento que
me impediram de falar com você. — ele devaga um pouco e eu relato
tudo o que me aconteceu e o porquê de eu voltar para a Itália.

Vicenzo de altera ao ouvir sobre os últimos acontecimenots e


quer partir para cima de Giuseppe por temos escondido dele o que
me aconteceu, contudo, eu não posso deixar que isso aconteça e
revelo que pedi para que ninguém da minha família o contasse.

Eu estava em envergonhada pela minha atitude impensada e


que colocou a mim e Ana em perigo.

Os minutos que durou nossa conversa foram tensos, mas no


final conseguimos nos acertar e Vicenzo disse que daria um jantar
por minha volta.
— Vamos ao escritório, minha mãe disse que você queria falar
comigo.

Giuseppe chama Vicenzo e meu pai, depois de nossa


interação ser dada por encerrada.

Eles vão para o escritório tratar dos negócios e espero um


tempo até ir até lá falar com eles para me ajudarem nas buscas por
Ana. Mas a conversa com meu pai não foi das melhores, estou
frustrada por não poder fazer nada.

— Filha, hoje eu irei jantar fora com seu pai quer vir com a
gente? — minha mãe me pergunta ao me ver na sala novamente.

— Desculpa, mãe, ficará para uma próxima vez, Luca me


disse que uma boate será inaugurada hoje e estou louca para sair e
ver gente jovem — dou uma piscada para ela.

— Filha, essa boate não é em Roma? Seu irmão me comentou


algo sobre isso.

— Sim. Vamos no helicóptero do papai, em uma hora


estaremos lá. Giuseppe me disse que Vicenzo já preparou tudo.

— Então está certo, filha. Boa festa. — ela beija minha


bochecha e subo para meu quarto

Ao chegar ao quarto me jogo na cama e pego meu celular que


esta na mesinha ao lado dela, tento ligar para Nicolas e mais uma
vez sou ignorada, queria bater na cara dele para parar de ser tão
cabeça dura.

— Aaaa — grito frustrada, queria poder fazer mais, porém


sem a ajuda do meu pai e Giuseppe fica difícil saber o que fazer.

Levanto da cama e caminho até meu closet, tenho que


escolher a roupa que irei usar hoje a noite, pois quero arrasar, sei que
a boate é de Vicenzo, o que indica que provavelmente estará lá, vou
mostrar para ele o quanto cresci e não sou mais aquela menina boba
de 5 anos trás.

Escolho minha roupa e vou tomar banho para me arruma,


decido lavar e hidratar meu cabelo, o seco após o banho e saio do
banheiro.

Pego a roupa que escolhi: um vestido preto colado ao corpo


valorizando minhas curvas, ele fica no meio das coxas, possui uma
renda na frente valorizando meus seios e nos braços, o visto e calço
uma bota cano longo também na cor preta que vai até o joelho.

Passo a maquiagem para cobrir os poucos hematomas que


ainda insistem em aparecer e estou pronta.

Pego minha bolsa coloco celular e maquiagem para fazer um


retoque e não deixar meus hematomas aparente.

Saio do quarto e encontro Giuseppe no corredor.

— Até que fim, estava pensando em deixá-la — reviro os


olhos para seu drama — Que roupa mais indecente é essa Samira?
Pode trocar. Dá para ver seus peitos — dá-me paciência.

— Não vou trocar nada! Se conforme, pois se eu resolver


trocar de roupa colocaria um vestido ainda mais curto, você que
decide — ele bufou e revirou os olhos — Vamos logo porque eu
estou louca para me divertir e dançar a noite toda.

Saímos de casa e fomos em direção ao carro que já estava na


porta, ele iria dirigindo, Luca estava no banco do carona, pois iria
fazer nossa segurança.

Nosso helicóptero estava no heliporto da empresa. Que ficava


a uns 30 minutos da nossa casa.

Uma hora e 20 minutos depois estamos na boate, Giuseppe


pega minha mão, cumprimenta os seguranças que estão na porta e
entramos.

— Você prefere ficar aqui em baixo ou subir para a sala Vip?


— ele me pergunta já do lado de dentro da boate

— Eu ficarei aqui mesmo, vou ao bar pedir um drink e depois


para a pista de dança, pretendo dançar muito e me divertir esta
noite. Tchauzinho irmão, nos vemos na hora de voltar para casa.

— Cuidado Samira. Eu irei à sala Vip falar com Vicenzo, mas


estarei de olho em você e, Luca está ali para fazer a sua segurança.
Qualquer problema o chame. — disse .

— Tudo bem. Entendido chefe. — brinco e ele revira os olhos.

— Se divirta pirralha. — ele me dá um beijo no topo da cabeça


e se vai.

Fui para o bar da boate pedi um Sex on the Beach ao barman


e fiquei olhando as pessoas na pista de dança, segui para lá no
intuito de me divertir dançando e esquecer os problemas que
povoavam minha mente.

Já na pista me deixei envolver com a música que tocava,


alguns caras chegaram em mim no intuito de dançar comigo, mas os
dispensei, não queria flertar com ninguém, eu queria apenas dançar e
me sentir viva depois de tudo o que me aconteceu.

Estava tão envolvida com a música que me assustei ao ouvir


gritos na boate, olhei em volta para saber o que acontecia e me
deparei com um cara agarrando uma garota em um canto mais
afastado.

Ao ver a cena, imagens do que me aconteceu semana


passada me vieram a mente como um tsunami, o pavor me abateu e
meus olhos encheram de lágrima. Corri a procura de uma saída que
me desse a chance de respirar, sentia-me sufocada, suja, com medo.
Passei por algumas pessoas esbarrando nelas no processo de fuga.
Consegui achar a saída dos fundos da boate que dava ao
estacionamento e, ao avistar uma lixeira corri até ela me inclinando e
vomitando tudo o que havia em meu estômago. Não contive as
lágrimas, meus soluços provavelmente poderiam ser ouvidos ao
longe, pois, eu não chorava baixo.

Caí no chão com a mão na cabeça querendo que as imagens


daquele dia sumissem da minha mente. Eu tinha que ser forte, mas
naquele momento não consegui desligar minha mente do fatídico dia
do meu quase estupro.

Chorei ainda mais por me lembrar de Ana. Não saber o que


estava acontecendo com ela me matava aos poucos.

Não sei por quanto tempo fiquei assim: abraçada as minhas


pernas com a cabeça enterrada entre elas, até que senti uma mão
em meu ombro.

Surtei e gritei entrando em pânico.

— Samira — ao ouvir a voz de Vicenzo meu coração se


agitou, ele estava ali por mim — Sou eu, pequena, eu estou aqui.
Shiuuu. Eu estou aqui — repetiu me abraçando forte — Ninguém
lhe machucará de novo — sua promessa aqueceu meu coração, eu
sabia que podia confiar nele.

— Vem, vamos sair daqui — ele me pegou no colo. Me


agarrei a seu pescoço querendo sentir seu cheiro e envolvi minhas
pernas em torno de sua cintura querendo nunca me desgrudar dele.

— Principessa — ouvi a voz de Giuseppe próxima a mim,


havia dor nela. Ele alisou meus cabelos e beijou minha cabeça.

— A levarei para minha sala, te espero lá em cima — Vicenzo


avisou, contudo não levantei minha cabeça para ver a reação do meu
irmão. Eu queria aproveitar ao máximo o contato com Vicenzo, pois
não sabia quando o teria assim de novo.
Ele me levou até sua sala e se sentou no sofá comigo em seu
colo. Giuseppe entrou logo em seguida e me deu um copo de água,
fiquei por um momento ainda agarrada a Vicenzo que acariciava
minhas costa fazendo movimentos circulares nela para que eu me
aclamasse. Seu toque era tão bom, me trazia paz e queimava ao
mesmo tempo que fechei os olhos e pedi que isso nunca acabasse.

Após me acalmar levantei meu olhar e encontrei seus lindos


olhos azuis me analisando.

— O que aconteceu Samira? Por que saiu correndo daquele


jeito? — desviei o olhar e fitei o nada.

— Eu estava dançando e me divertindo na pista de dança,


quando de repente ouvi gritos vindo do lado oposto ao meu e busquei
ver o que estava acontecendo. Foi quando vi um cara agarrando uma
garota em um canto escuro da boate e simplesmente surtei. Me
lembrei do que me aconteceu e só quis fugir e sair dali o mais rápido
possível. — uma lágrima teimosa desceu por minha bochecha e ele
a enxugou pude ver a raiva tomando conta de seus lindos olhos.

— Eu queria matar quem a machucou com minhas próprias


mãos. — soou letal — Como eu gostaria de poder te livrar desse
tormento, minha pequena. — havia tanto carinho em sua voz que
meu peito se aqueceu por alguns instantes.

Nos olhamos de forma intensa por alguns segundos e quando


eu ia falar que só seu apoio já me ajudava e que eu só precisava dele
para me sentir melhor, Giuseppe me chamou.

— Samira, Luca está esperando para levá-la para casa. — dei-


me conta de que ainda estava no colo de Vicenzo e me afastei saindo
de cima dele e me sentando ao seu lado no sofá.

— Você não vem comigo para casa? — perguntei olhando-o.

— Ainda tenho assuntos para tratar com Vicenzo. — beijou


minha testa — Ficarei aqui essa semana. Cuida-se, pirralha. — me
fingi de zangada e ele riu.

Bateram na porta e Vicenzo pediu que entrasse. Luca abriu a


porta, mas não entrou, seus olhos pousaram em mim e perguntou se
eu estava pronta para ir.

Assinto em confirmação.

Despedi-me de Giuseppe e Vicenzo, precisava realmente ir


para casa deitar em minha cama e colocar minha cabeça em ordem.

Amanhã daria um jeito começar as investigações para


encontrar Ana e descobrir quem está por trás desses sequestros.
Capitulo 16
Giuseppe tinha acabado de chegar e me dito que Samira tinha
vindo com ele. Essa noticia mexeu comigo, ela tinha mudado seu
jeito de menina e agora era uma mulher, muito linda por sinal,
estávamos conversando sobre quais medidas tomaremos com os
traidores que descobrimos estarem envolvidos nos ataques as
minhas boates e nas cargas roubadas quando a porta se abriu e
Maria entrou por ela.

— Estou cansada de ficar sozinha nessa boate, Vicenzo. Se


eu soubesse que não me daria atenção não teria vindo. — revirei os
olhos para suas reclamações não tinha a mínima paciência para elas.

— Não a convidei, pode ir embora se quiser — me olhou


chocada.

— Farei isso mesmo. Não mereço ser tratada assim. — pegou


a bolsa e saiu furiosa.

Olhei para Giuseppe que tentava não rir de seu drama.


— Que casamento incrível o de vocês. — zombou ele — Nota-
se a léguas como se amam — o infeliz teve coragem de rir da minha
desgraça, belo amigo esse meu, revirei os olhos.

— Que bom que já sabe como funciona um casamento. —


levantei-me e me servi de mais um copo de uísque.

Fui até a parede de vidro e avaliei o movimento da boate.

— Se arrependimento matasse eu já estaria morto pode ter


certeza. — olhei para ele e vi que também se servia da bebida.

— Olhe pelo lado bom, tem uma boceta ao seu dispor todo dia
sem precisar procurar — falou rindo, pois há uns dias eu tinha lhe dito
que não transava há um bom tempo com minha querida e chata
esposa.

— Às vezes tenho vontade de partir sua cara. — ele continuou


rindo ignorando minhas palavras.

Voltei a olhar para a parte de baixo da boate e foquei na pista


de dança vendo alguém que eu conhecia muito bem, ali diante de
meus olhos dançando envolvida com a música.

Samira estava linda e sexy no vestido que usava. Ele é curto e


colado a suas curvas destacando-as com perfeição e fazendo quem a
olha salivar de desejo. Eu a observei atentamente e vi que o vestido
tinha uma renda transparente na parte do decote deixando a mostra
uma boa parte de seus belos seios fartos.

Seios esses que eu adoraria chupar. Suas coxas estavam


expostas e daria tudo para tocá-las, sentir a maciez de sua pele e de
tê-las ao redor de minha cintura enquanto eu a fodia com força
ouvindo seus gemidos e delirio de prazer.

Continuei admirando sua roupa e meus olhos pousaram em


seus pés, neles tinha uma bota que ia até a altura do joelho e
adoraria fodê-la só com elas.
Droga! — amaldiçoo-me mentalmente por desejá-la dessa
forma.

Eu não posso cobiçá-la, não deveria pensar nela dessa forma.


Mas confesso que a quero!

Me perdi olhando-a dançar até que uma movimentação


chamou minha atenção. Vi Samira sair correndo da pista de dança
em direção à saída dos fundos da boate que dava para o
estacionamento.

Angústia me dominou e corri para saber o que tinha


acontecido com ela. Ouvi Giuseppe me chamar e perguntar o que
tinha acontecido, entretanto não parei para respondê-lo. Samira
precisava de mim.

Passei por dentre as pessoas que se aglomeravam na pista de


dança empurrando quem aparecia em minha frente. Podia ouvir o
alvoroço dos meus soldados pensando ser provavelmente um novo
ataque, mas não dei importância para o que pensassem que fosse.

Eu apenas queria Samira em meus braços para ter a certeza


de que ela estava bem. De que eu poderia protegê-la de tudo e
todos.

Ao chegar ao estacionamento à cena que presenciei me


abalou de tal forma que queria matar da forma mais cruel possível
todos que a machucaram. Samira estava no chão chorando
copiosamente, seus soluços podiam ser ouvidos ao longe, ela tremia
e vê-la assim me quebrou.

Me aproximei e toquei em seu ombro que com o susto por não


me ver chegar surtou e começou a gritar e se debater. Angústia me
tomou e a abracei tentando fazê-la se acalmar.

— Samira... — chamei-a com voz calma — Sou eu, Vicenzo —


ela chorou mais alto — Estou aqui pequena.... Ninguém nunca mais
machucará você — prometi com a voz rouca, um nó se apossou de
minha garganta impedindo minha voz de sair normal.

Peguei-a no colo, ela envolveu os braços em meu pescoço e


as pernas em minha cintura, senti-la assim tão perto fez meu coração
acelerar, o sangue correu mais rápido em minhas veias.

Eu a desejava! E sentir seu cheiro e sua boceta coberta


apenas pela pequena calcinha roçando em meu pau por conta de seu
vestido curto que tinha subido, estava acabando com minha
sanidade. Eu precisava me controlar. Não era momento para isso.

— Principessa— Giuseppe se aproximou alisando seus


cabelos havia dor em seus olhos.

— A levarei para minha sala, te espero lá em cima. — avisei-lh


e segui para dentro da boate, encontrei com Giovanni na porta dos
fundos, ele estava segurando a porta para que eu entrasse.

Sabia que chamava a atenção de muita gente por estar com


uma mulher agarrada a mim, mas não liguei. Samira era minha
prioridade naquele momento.

Ao chegar a minha sala me sentei no sofá com Samira no colo,


Giuseppe entrou logo em seguida, foi até o minibar, pegou uma
garrafinha de água, a serviu em um copo e a entregou.

Ficamos abraçados por um bom tempo enquanto ela chorava


baixinho e eu acariciava suas costas para que se acalmasse, mais
calma levantou o rosto e me olhou com seus lindos olhos verdes,
analisei sua expressão para ver se detectava o que se passava em
sua mente.

— O que aconteceu, Samira? Por que saiu correndo daquele


jeito? — perguntei fitando-a.

Ela relatou o que lhe fez ter essa crise de pânico e a raiva me
dominou novamente, e o desejo pelo sangue daqueles filhos da puta
fodido se fez presente em meu ser.

Matava-me vê-la assim tão frágil e assustada. Com medo.

Saber que ela sofreu nas mãos daquele desgraçado e eu não


pude impedir, me faz ter raiva de mim mesmo e vontade de socar
minha cara por ser um inútil com relação a salvá-la.

Fiquei consolando-a e sentindo seu cheiro e corpo colado ao


meu até Giuseppe interromper nosso momento para avisar que Luca
iria levá-la embora.

Samira saiu dos meus braços e senti-me mal pela perda do


calor de seu corpo junto ao meu.

Luca a chamou e ela se foi com ele.

Vê-la ir embora trouxe um aperto ao meu coração, não


entendia o porquê de estar me sentindo tão diferente em relação a
ela.
Capitulo 17
Hoje é o dia do jantar que Vicenzo disse que daria em minha
homenagem e confesso que estou bem nervosa com isso. Ontem,
após chegar da boate dele me tranquei no meu quarto e não saí mais
de lá, minha mãe até veio saber o que houve, pois eu não quis falar
com ninguém, mas eu precisava colocar minha mente em ordem e
necessitava de um tempo sozinha com meus pensamentos.

Os últimos acontecimentos na minha vida mexeram muito


comigo, talvez eu até busque ajuda de um profissional para lidar
melhor com meu trauma, pois não quero ficar a mercê de pesadelos
ou do medo que tudo aquilo me acusou.

Me revirei na cama praticamente a noite toda sem conseguir


dormir, ainda podia sentir o cheiro de Vicenzo em mim, suas mãos
passeando por minhas costas, seus lábios tocando minha cabeça.
Como queria poder beijá-lo e ter suas mãos me tocando por baixo
daquela roupa e me fazendo dele.
Não faço ideia de que horas consegui adormecer, só sei que
adormeci com ele em meus pensamentos como todas as noites.

Acordei-me hoje pela manhã com meu pai batendo em minha


porta, ele estava preocupado comigo e queria saber se eu estava
bem antes de ir resolver os problemas que estão surgindo em nossa
cidade.

O tranquilizei e me despedi dele com um abraço e um beijo no


rosto, eu amo minha família mais que tudo e sempre que ele e meu
irmão saem para resolver os assuntos da nossa máfia aqui em
Veneza, meu coração fica pequenininho de preocupação.

Hoje ele passará o dia fora e eu só o verei a noite no jantar na


casa de Vicenzo. Ele teria o dia cheio de reuniões com soldados e
aliados e iria direto para lá depois que resolvesse tudo.

Já desperta, tomei um banho e me arrumei para sair, pois


precisava comprar um vestido para esta noite. E por isso vim com
minha mãe em uma loja de luxo aqui em Veneza atrás do vestido
perfeito para esse jantar, ainda iremos ao salão para fazer unha e
cabelo.

Quero arrasar hoje a noite, mostrar a Vicenzo que cresci e já


sou uma mulher. Uma bem gostosa por sinal.

— O que acha desse vestido filha? — minha mãe pergunta


me trazendo a realidade.

— Ele é lindo mãe, mas quero algo mais..... Provocativo. —


ela me lança um olhar de reprovação — Não me olhe assim, mamãe,
já estou bem grandinha para arcar com minhas escolhas — reviro os
olhos e volto a me concentrar na arara de vestidos a minha frente.

— Eu só quero seu bem, minha filha, e você sabe como as


pessoas da máfia são conservadoras em relação as mulheres.
— Sei muito bem disso, mãe, mas parei de me importar com a
opinião delas. Eu faço o que quero e elas que morram de raiva com
seus pensamentos machistas e ultrapassados.

Minha mãe suspirou cansada, desistindo de me fazer mudar


de ideia e voltou a olhar os vestidos. Ela sabia que não conseguiria
me fazer mudar de ideia e que eu realmente não me importo com as
opiniões dos outros.

Uma vendedora chega para nos auxiliar na escolha e descrevo


como quero o vestido, minutos depois ela volta com um dos vestidos
mais lindo que já vi.

— É esse. — digo empolgada — Vou provar! — pego o


vestido, entro em um dos provadores e tiro o vestido tubinho florido
que estou usando.

Analiso-o e o visto, seu caimento é perfeito: ele é preto colado


ao corpo moldando minhas curvas, possui um decote nas costa que
vai até a altura da minha bunda. A parte da frente é coberta mais
ainda assim valoriza meus seios fartos, ele é mais curto na frente, vai
até um metade das coxas deixando-as a mostra, atrás ele é longo e
tem uma pequena calda.

Sinto-me linda e muito gostosa nele.

Saio do provador e minha mãe me olha admirada, sorrio e olho


para a vendedora.

— Vou levá-lo, gostaria de ver sandálias também. — ela se


retira para buscar as sandálias e minha mãe se aproxima.

— Está linda, filha — beija minha testa — Seu pai vai


enfartar. — rimos juntas.

A vendedora chega e escolho uma sandália preta com tiras


delicadas que combinaram muito com o vestido. Pagamos as
compras e fomos ao salão arrumar cabelo e unha.
Essa noite será inesquecível!
E nunca estive tão certa disso...
Capitulo 18
Estou ansioso para hoje à noite, será a oportunidade perfeita
para colocar uma parte de meu plano em prática. E é justamente para
isso que me encontro em frente ao escritório do meu aliado Ivan
Petrov, ele é Pakhan (chefe dos chefes) da Bratva a máfia russa. E a
comanda ao lado de seu conselheiro e irmão Vladimir Petrov.

— Pietro Mancini, a que devo a honra de sua visita? —


Ivan me cumprimenta ao entrar em seu escritório — Espero que
tenha boas notícias — comentou me pedindo para se sentar com um
gesto de mão.

— Samira está de volta a Itália — vou direto ao assunto —, e


hoje Vicenzo dará um jantar em sua homenagem. Seria uma ótima
oportunidade para sequestrá-la já que na primeira vez não deu certo.

— Invadir a casa do Don não será tão fácil, — ele olha para
Vladimir — mas não impossível. Facilite nossa entrada que eu
prepararei tudo para a invasão.
— Conversarei com alguns soldados que estão ao meu lado
nessa vingança e deixarei um deles no portão para que entrem sem
problemas. Fcaria muito feliz se o pai dela morresse durante o
ataque. — rio ao imaginar Eduardo sofrendo pela morte do melhor
amigo e sequestro de sua afilhada.

— Eu gostaria de saber por que tanta raiva dele? — Vladimir


pergunta ganhado minha atenção — Não que isso me importe, longe
de mim querer que Vicenzo continue vivo e atrapalhando nossa vida.
— ele se aproxima e fica ao lado de Ivan — Facilita muito nossos
planos sua ajuda, mas sempre tive essa curiosidade.

— Francisco Morino foi o responsável pela morte do meu pai.


— há raiva em minha voz — Ele o entregou ao conselho e tomou seu
cargo de Capo de Veneza, quero vingança.

— Entendo. Também me vinguei de todos que estavam


envolvidos na morte de meus pais — seu tom era de pura fúria.

— Quero ver todos mortos e assumir o meu lugar de direito.


Eu sou o filho mais velho de Eduardo e o cargo de Don pertence a
mim.

Os olhos de Ivan cravam em mim.

— Vamos te ajudar nessa vingança, porém, se fizer algo que


nos prejudique ou não cumpra sua parte na nossa aliança ao tomar o
lugar de Vicenzo, eu mesmo acabarei com você. Eu o farei sofrer
como nunca se quer imaginou Pietro. — a promessa em suas
palavras vez meu corpo gelar, não posso falhar com ele ou morrerei.

— Não quebrarei nossa aliança, eu sou o mais interessado


nela. — falei com firmeza — Vou resolver tudo na mansão e assim
que estiver com tudo pronto eu aviso a vocês — me despeço deles e
saio de sua casa.

Eles têm uma casa em uma área escondida aqui na Itália e


sempre que tem assuntos a resolver por aqui eles ficam nela. Seu
país de origem é a Rússia, mas estão tentando se infiltrar na máfia
italiana e acabar com ela para ganhar mais território e assim expandir
seus negocios ilicitos e eu os ajudarei nisso.

Saio da casa de Ivan Vladimir e vou para o meu apartamento.

Ao chegar, Ligo para Matias ele é um dos meus informantes na


mansão, por mais que eu me passe por soldado fiel de Vicenzo,
preciso de aliados que fiquem de olho no que se passa nas horas em
que fico longe da mansão. E Matias ele é um deles.

Peço para que ele fique de olho em tudo o que está


acontecendo por lá e me avise caso algo mude, finalizo a ligação
pego meu notebook, mando um e-mail passando as coordenadas
para Andreas ele é um hacker amigo de Ivan, e será o responsável
por desativar os alarmes e alterar as câmaras de segurança da
mansão de Vicenzo.

Termino tudo o que tenho para fazer com relação a mais um


ataque e vou tomar banho, me arrumo e saio para o local onde estão
às meninas sequestradas. Preciso finalizar os locais para onde as
mandarei. Ivan me deu essa tarefa e não posso falhar com ele,
necessito de sua ajuda para derrubar Vicenzo.

Chego ao local ele é um galpão bem afastado da cidade aqui


tenho preso 10 meninas na faixa dos 14 a 26 anos. Elas são de
lugares diferentes, tem do Brasil, México, Espanha, Itália dentre
outros lugares.

Estranho só haver um guarda na porta fazendo a segurança. O


cumprimento e entro no galpão vou direto ao encontro dos soldados
de Ivan Petrov que fazem a segurança. São três guardas ao todo um
fica dentro do galpão de olho nas meninas e os outros dois ao redor
fazendo a segurança do local.

— Tudo certo por aqui? — pergunto ao que fica de olho nas


meninas. Ele é alto e bem forte, parece um armário, é careca e tem o
corpo repleto de tatuagens. O outro que está ao seu lado é mais
baixo, mais magro e possui uma cicatriz em seu rosto.

— Agora sim, porém mais cedo uma das garotas quis fugir e
para impedi-la tive que lhe dar uma lição.

— Espero que não tenha a machucado muito, não quero que a


mercadoria fique danificada, o cliente pode reclamar — afasto-me
checando se realmente está tudo em ordem.

— Ela só levou alguns tapas nada grave — dá de ombros —


assim aprenderá a obedecer — ele vai até a cela onde as garotas
estão e o sigo.

— Vejo que teve um pouco de diversão por aqui. — falo rindo


ao ver a menina a qual ele bateu — Quis fazer graça, princesa?
Espero que tenha aprendido a lição e que tenha servido de exemplo
para as outras.

— Abra a cela quero falar com ela mais de perto — ordeno e


o guarda abre a cela, entro e me abaixo para ficar à altura dos olhos
da garota, pois a mesma está sentada no chão.

— É uma pena ver esse lindo rostinho assim marcado. —


seguro seu queijo para que me olhe — Qual seu nome?

Ela fica em silêncio e ignora minha pergunta.

— É melhor responder ou será pior. Eu não serei tão bom


quanto o guarda que te bateu. — ela arregala os olhos e treme se
encolhendo. Solto seu rosto.

— An... — ela gagueja um pouco — Ana, meu nome é Ana.


— fala me olhando, posso ver o medo em seus olhos e isso me
alegra.

— Lindo nome! — comento — De onde você é?


— Brasil — abraça as pernas e desvia o olhar. Então essa
deve ser a amiga de Samira, interessante.

Eu sei tudo o que Samira fazia no Brasil, pois a estava


monitorando desde o dia em que foi para lá. Porém esperei o melhor
momento para agir, pena que não deu certo meu plano.

— Lindo país — falo andando pela cela e olhando as outras


garotas, todas estão encolhidas com medo.
Sinto-me bem ao ver isso.
O medo me dá prazer.

— Espero que tenha aprendido e não se rebele novamente,


pois da próxima vez será muito pior — dou uma última na cela e
saio.

Ligo para Ivan informando o ocorrido com a garota e


acertamos os detalhes da entrega.

Vladimir será o responsável por levá-las aos compradores


daqui a uma semana.

Essa parte estando resolvido parto rumo à mansão de


Vicenzo.

Esta noite será de grandes emoções.


Capitulo 19
— Luigi, eu quero que a segurança seja reforçada esta noite,
darei um jantar especial pela volta de Samira e convidei alguns
amigos e Capos importantes. Não quero surpresas — ordeno ao Luigi
após convocá-lo para uma reunião logo cedo.
— Certo, chefe, eu providenciarei tudo conforme suas ordens.
— Assim espero, pode sair — dispenso-o e os demais
soldados e volto a me concentrar nos documentos que se encontram
em minha mesa. Os problemas só aumentam.
Estou diante de alguns contratos que foram cancelados. Esses
contratos são fundamentais para que eu possa ter uma fachada legal
perante as autoridades. Estou tão absorto nos documentos
procurando algo que mostre o que está acontecendo que não vejo
Giuseppe entrar.
— Espero que essa cara não seja por algo mais grave do que
o que já estamos enfrentando — ele fala ao se jogar a minha frente.
— Não sabe bater na porta? — o recrimino.
— Bati, mas você não ouviu — fala arrumando o terno e se
sentando direito na cadeira.
— As coisas não estão nada bem consigliere, temos que
marcar uma reunião com meu pai e todos os Capos, precisamos de
um relatório com todos os dados de nossas operações de nossas
armas e drogas.
— Podemos fazer essa reunião esta noite durante o jantar —
sugeriu.
— Pode ser, contudo, o que realmente me preocupa são os
contratos cancelados, tem alguém por trás disso! Como que de uma
hora para outra, as coisas desandaram tanto? E por que nossos
aliados não nos avisaram sobre as cargas roubadas? — bato na
mesa tomado pela fúria.
— Que droga, Giuseppe, me sinto inútil com tantos problemas
e sem saber quem está por trás deles. — me jogo na cadeira e
suspiro frustrado passando as mãos no rosto.
— Vamos descobrir, Vicenzo, já sabemos que a Bratva está
por trás dos sequestros e só precisamos descobrir quem está por trás
dos atentados e cancelamentos dos contratos. — tenta me acalmar.
— Meu pai já teria descoberto tudo. Sinto-me falho com
relação a isso. — o olho envergando por ter que admitir isso, mas
antes de ser meu conselheiro, Giuseppe é meu amigo.

— Não tem como lutar com alguém que ainda não deu as
caras para lhe enfrentar Don.

— Mesmo assim, isso não me faz sentir melhor, eu vou matar


com minhas próprias mãos quando tiver com ele sob meu poder. —
minha voz é firme.

Batem na porta e peço para entrar.

— Com licença chefe. — Marcos pede ao entrar na sala, ele é


um dos soldados novos, começou a trabalhar para mim quando me
tornei Don — Vim avisá-lo que está tudo pronto com relação à
segurança.

— Certo, pode sair — o dispenso.


— Não vou muito com a cara desse soldado, algo nele não me
cai bem — meu consigliere comenta.

— Eu o investiguei antes de contratá-lo e ele fez o pacto de


fidelidade a mim. — levanto-me e vou até meu armário de bebidas,
servo uísque para mim e Giuseppe — Ele está limpo, seus pais
morreram quando era apenas um menino de 6 anos e foi criado pela
avó. — o entrego o copo com uísque e me sento no sofá do meu
escritório.

— Não sei o que é, mas não ele me passa confiança —


apenas assinto.

Passamos mais alguns minutos conversando e vendo formas


para acabar com nossos inimigos nos despedimos e cada um seguiu
seu rumo na intenção de se arrumar para o jantar dessa noite.

A hora do jantar chegou e com ele meu nervosismo, não sabia


o porquê de estar assim já que era apenas um jantar, mas meu
coração insistia em bater mais rápido ansiando ver Samira. Na hora
do banho mais uma vez me masturbei pensando nela, isso está
ficando cada vez pior.

— Está tudo pronto Vicenzo — Maria me avisa ao encontrá-la


na sala. Mas não lhe dirijo uma palavra.

— Seus pais já estão chegando. Sua mãe me enviou uma


mensagem avisando que já está a caminho.

Continuo em silêncio.

— Não vai me dirigir a palavra? — pergunta ao me ver


ignorando-a.

— Ouviu o que disse ? — volta a me questionar e eu a olho.

— Não tenho que falar com você, esse casamento é apenas


de aparência e você sabe disso. — digo ríspido.
— Mas poderíamos pelo menos tentar ter uma relação mais
amigável. — ela se aproxima — Você nem me procura mais. Como
teremos um herdeiro? — tenta me beijar, porém me afasto.

— Cansei de suas recusas, agora sou eu que não a quero


mais — a olho com desprezo. Ele me olha com raiva.

— E com relação a herdeiros, mudei de ideia. As coisas não


estão boas para colocar uma criança nesse mundo. — me afasto dela
e vou para meu escritório.

30 minutos depois a porta do escritório é aperta e meu pai


entra.

— Sabia que o encontraria aqui. — se senta na cadeira a


minha frente — Brigou com sua esposa de novo? — ele sabe que
não a suporto faz tempo — Só estão a 5 anos juntos e você já não a
quer por perto.

— O senhor sabe que só me casei para me tornar Don. — me


levanto e vou em direção do armário de bebidas me servir uma dose
de uísque.

Estou já me tornando um alcoólatra de tanto beber.

— Quer? — pergunto mostrando a garrafa e ele nega. Encho o


copo e volto ao meu lugar.

— Eu queria descansar, as coisas foram bem intensas no meu


governo e você já estava mais do que pronto para assumir meu lugar.

— Eu sei, pai, só que as vezes é difícil comandar uma


organização tão grande quanto a nossa sem ter uma esposa que me
ajude — pouso meus olhos no copo — Maria só reclama e isso me
absorve de uma maneira que me deixa esgotado e frustrado —
suspiro.

— Casamento não é fácil meu filho. Tente se dar bem com sua
esposa, eu quero um neto e assim do jeito que estão vocês nunca me
darão um. — não respondo apenas absorvo suas palavras.

— Vamos para sala, sua mãe quer sua companhia antes dos
demais chegarem. — nos levantamos — Estou louco para ver
Samira, ela mudou muito? — pergunta batendo em meu ombro e
tenho vontade de disser que está mais linda e gostosa do que nunca,
mas me contenho.

— Sim, mudou um pouco, o senhor vai ver. — digo e saímos


do escritório.

Chego à sala na mesma hora em que Samira chega com sua


família.

Porra essa menina ainda será minha morte!


Capitulo 20
— Samira, minha menina, há quanto tempo — meu pai a puxa
para um abraço.

— Tio Eduardo... — retribui o abraço e o beija — Estava com


saudades.

O diálogo entre eles se processa e eu simplesmente não me


movo do lugar em que estou, parece que meus pés estão pregado ao
chão.

Samira está incrivelmente perfeita: seu vestido é preto colado


ao seu corpo destacando todas as suas curvas, suas coxas expostas
através do vestido, coxas essas que eu adoraria passar a mão e
sentir a maciez de sua pele.

Ela se vira para cumprimentar minha mãe e os demais


convidados fazendo com que o ar se vá de meus pulmões. Porra, o
vestido é totalmente descoberto nas costas, ele possui a porra de um
decote que para na altura da bunda marcando a mesma com
perfeição.

Perfeição essa, em forma de bunda, que adoraria marcar com


tapas ao fodê-la por trás.

Balanço a cabeça para afugentar esses pensamentos e


caminho até ela para lhe abraçar.

— Seja bem-vinda a minha casa, pirralha. — provoco-a —


Está linda — elogio depositando um beijo em sua bochecha, mas na
verdade queria era beijar essa sua boca linda onde se encontra um
batom vermelho sangue que ficaria incrível ao redor do meu pau.

— Obrigada, Vicenzo, você também não está nada mal nessa


roupa, nem parece ter a idade que tem. — retruca com um sorrisinho
dançando em sua boca.

Adoraria tirá-lo com minha língua.

— Prazer revê-la Samira. — Maria fala ao se aproximar e


colocar as mãos ao redor de minha cintura. — Espero que goste do
jantar que preparamos para você, não é amor? — ela sorrir para mim,
entretanto não retribuo seu sorriso e me afasto dela.

— Melhor irmos para a sala de jantar. — chamo todos e me


direciono até lá.

Noto a cara de raiva de minha querida esposa, mas quero que


ele se dane, não pretendo me estressar com ela esta noite.

Nós nos acomodamos a mesa e o jantar é servido.

Está presente essa noite: meus pais, Samira e sua família,


Nicolo Esposito o Capo de Milão e sua família, Francesco e Amália
DeLuca pais de minha esposa e Capo de Turim, Maurizio Costa o
Capo da Sicília com sua esposa Bianca e seu filho Gonzalo.
Domenico Ferrari, o Capo de Napoli e tio materno de Samira
(ele é viúvo) veio acompanhado de seus filhos Chiara e Giacomo.
Minha tia Siena com seu esposo Giancarlo Ricci o capo de Florença
e seus três filhos, Luigi, Enzo e Beatrice, que veio com seu marido e
filhos. Os convidei por serem os Capos das maiores cidades da Itália
e com as quais eu preciso reafirmar minha aliança.

Após me tornar Don achei melhor me mudar para Roma


ficando mais perto dos negócios e empresas legais que temos para
lavar nosso dinheiro, meus pais preferiram continuar morando em
Veneza próximo aos pais de Samira.

Giuseppe por ser meu consigliere se mudou para Roma para


estar mais perto dos nossos negócios também, ele possui um
apartamento aqui próximo a minha mansão.

— Bon appetit. — desejei a todos e comemos em meios a


conversas paralelas.

Não pude deixar de observar que Gonzalo e Giacomo não


tiravam os olhos de Samira e minha vontade era furar os olhos dos
dois com o garfo que tinha em minha mão. Não suporto os olhares de
cobiça que ela recebe dos outros homens, tenho vontade de matar
todos os que já a tocaram e os que a olham com desejo.

Giacomo é primo de Samira. Quando o avô materno de Samira


morreu o irmão mais velho de sua mãe deveria assumir o cargo de
capo de Napoli, mas ele o rejeitou, pois tinha se apaixonado por uma
mulher que não pertencia à máfia, sendo assim, não podendo se
casar com ela pelas nossas leis.

Ele renunciou sua posição na família e fugiu para casar com a


mulher que amava, deixando o cargo para seu irmão 10 anos mais
novo já que a mãe de Samira era a filha do meio e não podia exercer
tal cargo, uma coisa machista eu sei, também não aprovo isso, mas
as leis na máfia são bem rígidas com relação à posição das mulheres
nela.
Domenico Ferrari assumiu o poder e casou-se com a filha do
antigo capo de Verona, porém ela morreu de câncer quando sua filha
mais nova tinha 7 anos. Depois da morte da esposa, Domenico não
quis se casar novamente, ele amava muito sua falecida mulher, e
decidiu criar seus filhos sozinhos apenas com a ajuda de sua mãe.

Sei que Giacomo tem interesse em Samira, ele não se importa


por ser seu primo (algo que eu acho muito feio e sem noção de sua
parte) e já ouvi Giuseppe comentando que ele queria se casar com
ela e isso me tira do sério.

Ela é minha.

Como ela é sua se você é casado? Ca-sa-do — me bato


mentalmente por pensar assim.

Terminamos o jantar.

Eu com os homens fomos ao escritório resolver algumas


pendências e as mulheres se reuniram na sala para fofocar, ou seja
lá o que fazem quando estão sozinhas.

A reunião com os principais Capos foi muito proveitosa,


debatemos algumas estratégias com relação aos carregamentos de
armas e drogas que estavam para serem entregues e solicitei um
relatório de nossas movimentações financeiras a eles.

Voltamos à sala.

— Que tal irmos ao salão dançarmos um pouco e tomarmos


um vinho? — minha mãe oferece ao chegarmos a sala e aceitamos.

Foi servido vinho a todos e as mulheres puxaram seus maridos


para dançar.

— Não vai tirar sua esposa para dançar? — Giuseppe


pergunta ao se aproximar de mim.
— Não estou a fim. — dei de ombros, meus olhos e desejos
eram somente em sua irmã.

— Pois se não se importa de ficar sozinho... — deixou sua


taça de vinho sobre uma das mesas que estávamos próximas — Vou
tirar aquela gostosa da filha do Capo de Milão para dançar. — deu
um sorriso cafajeste e saiu em direção à moça.

Nicolo Esposito tinha duas filha onde a mais velha já estava na


idade de se casar, suas filhas tinham diferença de idade de 10 anos e
a mais velha era uma jovem muito bonita e será uma boa pretendente
para Giuseppe se ele assim quiser. Ele já tem 34 anos e precisa se
casar, pois em breve tomará o lugar de seu pai e será Capo de
Veneza.

Observei os casais dançando e uma movimentação do lado


esquerdo do salão chamou minha atenção, aquele figlio di puttana do
Giacomo estava com uma das mãos nas costas de Samira e falava
ao seu ouvido enquanto ela sorria para ele, uma fúria sem tamanha
me domina e quero arrancar suas mãos por estar tocando-a, sem que
eu perceba minhas pernas me levam até o local em que se
encontravam.

— Se me permite gostaria de dançar com essa linda moça. —


lhe dei um olhar que não deixava margem para recusa.

Ele já tinha tirado a mão das costas de Samira então depositei


a minha ali a sentindo ficar rígida e estremecer com meu toque.

Ele me deu um sorriso sem graça e saiu nos deixando a sós.

— Dança comigo? — pedi estendo a mão e olhando em seus


olhos.

— Sua esposa pode não gostar. — procurou Maria com os


olhos, entretanto, a mesma não estava ali.
— Não me importo com a opinião dela. — fui sincero — E só
será uma dança, Samira. — continuei com a mão estendida
aguardando que ela a pegasse.

Assim que o fez, uma corrente elétrica passou por meu corpo.

— Espero que não pise no meu pé. — brinquei lhe tirando um


belo sorriso.

— O mesmo vale para você Don Vicenzo. — o tom com o qual


disse as últimas palavras, com meu nome deslizando por seus lábios,
refletiu diretamente no meu pau que pulsou na calça.

A conduzi até o meio da pista de dança, a qual os outros


casais já estavam dançando, e agarrei sua cintura deixando-a bem
próxima a mim. Ela envolveu meu pescoço com seus braços e nesse
momento anseie poder beijá-la.

Me aproximei de seu pescoço e pude sentir seu perfume doce


e marcante, ela se arrepiou e soltou um gemido baixo que refletiu
direto no meu pau o fazendo pulsar novamente e inchar na minha
cueca boxer.

Merda, estava cada vez mais impossível me controlar, eu


estava na frente dos meus convidados em um jantar íntimo com
amigos e família com uma ereção monstruosa no meio das pernas
por causa de uma menina que eu não deveria desejar, mas que eu
desejava mais que tudo.

— Você está acabando com minha sanidade, pirralha. —


soprei em seu pescoço e fazendo-a se arrepiar ainda mais — Esse
vestido está pedindo para ser rasgado por minha boca — afastei meu
rosto de seu pescoço e olhei em seu rosto vendo-a engoliu em seco
— Quando foi que cresceu e se transformou nesse pecado
ambulante? — perguntei descendo minha mão por sua coluna em um
deslizar de dedos bem suave.

Ela solta outro gemido baixo.


— Acho que não deveria me dizer essas coisas, Vicenzo. —
ela buscou alguém com os olhos pelo salão — Se bem me lembro,
você é casado e sua mulher está neste exato momento nos olhando
como se fosse me matar.

— Ela não ousaria fazer qualquer tipo de escândalo aqui,


afinal estamos apenas dançando, nada de mais. — apertei mais sua
cintura deixando seus seios fartos prensados ao meu peito e a
fazendo sentir minha ereção.

— Não acho que ela ficaria feliz em saber que o marido dela
fica excitado com apenas uma dança. — levou seu quadril de
encontro ao meu pau deixando bem claro que sabia do meu desejo
por ela.

— Não brinca com fogo, pirralha. — falei ao seu ouvido —


Você pode não gostar das consequências de me provocar desse
jeito. — roçou mais uma vez em meu pau.

Foi minha vez de gemer.

— Quem disse que eu não gostaria das consequências? — se


esticou um pouco e encostou os lábios em meu ouvido me fazendo
arrepiar — Há tempos eu quero saber do que é capaz Don Vicenzo
— sua voz saiu rouca e sexy.

Porra! Estou quase gozando nas calças só com esse joguinho


sensual.

— Eu gostaria de dançar com meu marido um pouco, Samira,


se não se importar é claro. — Maria falou próxima a nós nos tirando
da nuvem de luxuria que nos envolvia.

Quis esganá-la por me fazer se afastar de Samira.

— Claro que não, ele é todo seu. — Samira se soltou de mim e


saiu em direção ao andar de cima da mansão.
— Giuseppe não gostará de saber que quer comer a irmã dele.
— Maria disse ao me envolver com seus braços para dançarmos,
coloquei minha mão em sua cintura mesmo a contra gosto, não podia
rejeitá-la na frente de todos.

Querendo ou não ela ainda é minha esposa.

— O que faço da minha vida não é da conta de ninguém. Sou


eu quem manda em tudo aqui não se esqueça disso. — a repreendi
— Se me der licença, tenho coisas mais importantes para fazer —
afasto-me dela. — Chame seu pai para dançar.

Saí do salão deixando uma Maria perplexa com meu


comportamento.

Ela achou que eu não teria coragem de rejeitá-la na frente de


todos.

Pois que se foda!

É Samira quem eu quero, e com esse pensamento fui a sua


procura.

Por mais que fosse errado eu a teria em meus braços.


Capitulo 21
Ao deixar Vicenzo com sua esposa fui direto para o banheiro
no andar de cima da mansão, pois eu estava precisando de ar e de
ficar o mais longe possível dele, de me afastar para acalmar meu
corpo que clamava por seu toque e seus beijos.

O olhar de Vicenzo estava me queimando, aquelas palavras


sussurradas ao meu ouvido estavam fazendo meu centro pulsar de
desejo e minha calcinha molhar. Seu corpo grudado ao meu durante
nossa dança me deixou acesa, necessitada de mais, necessitada
dele.

Eu o queria tanto.

Queria que ele me fizesse sua, que me fodesse da forma que


seus olhos me mostravam que ele quer fazer.

Olhei-me no espelho, estava vermelha e ofegante só de


imaginar suas mãos em mim, seus beijos por todo meu corpo e seu
pau me preenchendo como desejo há anos.
Passei água no rosto para me acalmar, estava de olhos
fechados tentando me livra dos pensamentos nada fraternais com
relação a ele, quando aporta do banheiro bateu.

Abri meus olhos e o vi ali parado me olhando.

— Você não deveria estar aqui, sua esposa está lá fora... —


prendo a respiração quando ele chega mais perto invadindo meu
espaço pessoal.

— Gosta de me provocar não é, pequena? — pergunta com


seu rosto bem próximo do meu, tão próximo que podia sentir sua
respiração quente banhando-o.

— Eu... Eu... — a voz não sai, a intensidade de seu olhar


sobre mim faz meu coração errar o compasso.

Há fogo em seus olhos e eu quero me consumir nele.

— Provoca e depois foge? — suas mãos vão para minha


cintura e me puxa para mais perto de si, posso sentir sua ereção em
minha barriga.

Controlo meu gemido.

— Quem brinca com fogo pode se queimar! Seus pais não lhe
disseram isso, pequena? — ele cheira meu pescoço, como fez lá em
baixo na hora que estávamos dançando, e um arrepio passa por
minha coluna me fazendo engolir em seco.

— E quem disse que não quero me queimar? — respondo com


o pingo de coragem que ainda me resta.

Seus olhos ficam ainda mais escuros e intensos.

Ele tira a mão da minha cintura e passeia entre minhas coxas


desnudas no vestido. Prendo a respiração novamente ao sentir sua
mão tão perto do meu ponto necessitado. Meu clitóris pulsa e tento
fechar as pernas no intuito de amenizar o incômodo que sua mão ali
provoca entre minhas pernas.

Contudo, sua mão me impede, estou molhada e necessitada


de seu toque. Desejo que me toque e me faça gozar.

— Você quer se queimar, pequena? — pergunta sussurrando


em meu ouvido. Não repondo e ele morde o lóbulo da minha orelha
causando mais arrepios por todo meu corpo.

— Tão gostosa. — um gemido me escapa ao sentir seu dedo


resvalar por cima da minha calcinha de renda preta me deixando
ainda mais molhada.

A luxúria do momento me deixa entorpecida.

— Qual será o seu gosto? — ele introduz dois dedos dentro da


minha calcinha e fogo perpassa por todo meu corpo.

Mais gemidos me escapam.

— Quero provar você e saber se o sabor de sua boceta é tão


bom quanto seu cheiro.

Seu modo intenso e suas palavras sujas me faz ficar ainda


mais excitada e desejar que ele faça tudo o que está falando.

— Quer sentir minha língua aqui? — pergunta pressionando


meu clitóris.

— Sim... Sim... — minha voz não passa de um sussurro.

Preciso me controlar para não gritar de prazer e mostrar a


todos na festa o que estamos fazendo.

Ele se abaixa com seus olhos cravados nos meus a todo o


momento, levanta uma de minhas pernas colocando-a por sobre seu
ombro e me seguro na bancada da pia para não cair, pois minhas
pernas não passam de gelatinas em suas mãos.
Ele coloca minha calcinha para o lado e no primeiro toque de
sua língua quente em meu clitóris grito devido ao prazer.

— Se gritar eu paro. — ele me olha — Quer que eu pare? —


balanço a cabeça negando, pois nem voz para falar eu tenho mais.

Então ele volta a me devorar com sua língua, mordo minha


mão para impedir que meus gemidos saiam altos, ninguém pode
saber o que se passava ali naquele momento, Vicenzo é um homem
casado e toda minha família está presente na mansão.

As lambidas se intensificam e ele introduz dois dedos em meu


canal me fazendo se contorcer e esfregar minha boceta em seu rosto.
Agarro seus cabelos no intuito de ter um pouco de controle sobre o
que ele faz comigo.

Ele me chupa forte enquanto me fode com seus dedos em


movimentos duros e certeiros. Não aguento os estímulos em meu
sexo e me desmancho em sua boca gozando como nunca antes.

Ele se levanta ficando a altura de meus olhos.

— Agora prove seu próprio gosto. — diz antes de devorar


minha boca.

Ele me consome, suas mãos passeiam por todo meu corpo,


sua ereção pressiona meu centro que pulsa ainda mais pelo contato.
Agarro seu terno não querendo perder o contato de seu corpo ao
meu.
Passamos alguns minutos assim: nos devorando, até que ele
se afasta com beijos leves em meus lábios já inchados pelos seus.
Ele se recompõe, ajeita meu vestido e me dá um último beijo
antes de sair do banheiro me deixando completamente desnorteada
com tudo o que acabou de acontecer entre nós.

Eu estava fodida e nunca desejei tanto isso.


Capitulo 22
Após um tempo no banheiro me recompondo, daquela loucura
que foi ter a boca do Vicenzo em mim, resolvi sair e voltar para a
festa. Eu não podia dar mais bandeira de que algo estava errado ou
pior que algo acontecia entre nós dois.

Ao chegar ao corredor vi minha mãe subindo as escadas.


Provavelmente ela estava a minha procura e por pouco não me
pegou ganhando uma boa chupada do Vicenzo.

Que vergonha meu Deus.

— Filha, já estava preocupada com sua demora aconteceu


algo? — perguntou ao me ver.

— Não mãe, eu... só minha cabeça que começou a doer e eu


quis passar um minuto sozinha — não era exatamente uma mentira
já que realmente queria ficar só.
— E a dor melhorou? Quer ir para casa? — ela realmente
estava preocupada comigo, o que me deixou mal por mentir para ela.

— Melhorou sim, mas eu queria ir para casa se não se


importa.

— Vamos falar com seu pai para irmos — pegou minha mão
para irmos até onde meu pai estava.

Ao chegar ao andar de baixo me deparei com uma cena que


me partiu o coração fazendo meus olhos arderem e a vontade de
chorar vir a tona.

Vicenzo estava beijando a esposa, não deveria me sentir


assim afinal ele era casado, todavia meu tolo coração não conseguia
entender que ele era impossível para mim. Que ele era dela e não
meu.

O que aconteceu conosco no banheiro me deu esperança,


mas para ele era só uma coisa de momento, era o desejo por alguém
que ainda não tinha sido dele, era o proibido que despertava sua
curiosidade, ele nunca deixaria sua esposa para ficar comigo e no
máximo eu se tornaria sua amante. Quis morrer ao ter a realidade
bem clara em minha mente.

Eu era apenas uma garota ingênua de 23 anos que passou 5


anos fora por não suportar vê-lo com outra, enquanto ele era o Don
de uma das máfias mais poderosas do mundo.

Como eu poderia exigir algo dele? Como poderia confessar


que sempre o amei? Eu era realmente muito boba por querer isso. E
não tenho opção que não esquecê-lo.

— Mãe, eu vou andar um pouco pelo jardim enquanto papai


termina de conversar para irmos embora, tudo bem? — ela
concordou coma cabeça e eu beijei sua bochecha.
Saí em direção ao jardim, precisava me recompor, pois
ninguém poderia me ver assim ou eu teria que dá explicações coisa
que eu não estava a fim de fazer. Estava tão envolvida com minha
dor que não percebi alguém se aproximar, assustei-me ao notar Luca
próximo a mim, ele estava fazendo nossa segurança essa noite.

— Isso já está se tornando comum — falei observando o lago


— Por que nosso coração insiste em ser tão tolo? Por que ele tem
que se apaixonar por quem não deve? — uma lágrima escorreu por
meu rosto.

— Queria ter essas respostas, menina. — o olhei — A vida


seria mais fácil se pudéssemos escolher quem amar — a dor em sua
voz tocava meu coração.

— Quem o machucou tanto, Luca?

— Não é um assunto no qual eu goste de tocar, eu... — suas


palavras morreram ao ouvirmos tiros sendo disparados em nossa
direção.

— Se abaixa, Samira — Luca gritou pegando sua arma e


atirando de volta.

— Porra. — praguejou ao ver que eram muitos.

Os tiros se intensificaram e tentei correr em direção à mansão,


mas uma mão agarrou meu braço me impedindo, gritei por medo de
que algo me acontecesse ao mesmo tempo em que ouvi o som de
um disparo e vi o homem que me segurava cair morto com um tiro
certeiro na testa, procurei de onde saiu o tiro e vi Giuseppe com uma
arma apontada na nossa direção.

— Corra para dentro da mansão e fique no quarto no andar de


cima. As outras mulheres estão lá com Enzo fazendo a segurança
delas — ordena ao chegar próximo a mim.
Corri para dentro dá mansão tentado desviar das balas que
ricocheteavam ao bater nas paredes e pilastras da mansão, olhei em
volta e vi os soldados de Vicenzo assim como ele, Giuseppe e os
outros Capos tentando abater os invasores, meu coração disparou ao
pensar em algum deles feridos.

Eu não podia simplesmente me esconder enquanto as


pessoas que amo corriam perigo e poderiam morrer durante essa
invasão.

Eu sabia que não era certo desobedecer à ordem do meu


irmão e que o que eu estava fazendo poderia me colocar ainda mais
em perigo, mas eu precisava tentar algo, eu precisava ajudar de
alguma forma. Fui em direção à cozinha buscando algo que pudesse
ferir quem se aproximasse de mim e peguei uma faca caminhando
com ela em punho até a sala.

Vi quando um dos invasores tentava pegar uma das filhas do


Capo de Palermo, não pensei duas vezes e parti para cima dele
cravando a faca em suas costas fazendo-o cair morto, abaixei para
ficar a altura da menina que chorava descontroladamente, ela não
devia ter mais que 8 anos.

— Já passou, principessa — a puxei para meus braços —


Vamos atrás da mamma? — perguntei e ela apenas balançou a
cabeça agarrando-se ao meu pescoço e tremendo de medo.

Me levantei com ela no colo e fui em direção ao andar de cima


da mansão, as mulheres estavam em um dos quartos nesse andar
foi isso que dissera meu irmão. Raiva me consumiu por saber que
deixaram a menina para trás enquanto se escondiam e salvavam as
próprias vidas.

Bando de egoístas.

Ao chegar ao andar de cima pude ver outro invasor tentado


abrir a porta do quarto em que elas estavam, no chão em frente a
porta estava Enzo morto com um tiro na testa, tapei a boca da
menina para que não fizesse barulho e chamasse a atenção do
invasor para nós.

Abri a porta do banheiro, que ficava no início do corredor, e


com cuidado entrei com ela que soluçava de tanto chorar. A coloquei
no chão e olhei em seus olhos.
— Você vai ter que ficar aqui por um momento, está bem? —
ela balançou a cabeça em afirmação — Boa menina! Eu vou trazer
sua mamãe, mas tem que me prometer que não sairá daqui, me
promete?
— Prometo — confirmou com sua vozinha assustada.
Beijei sua cabeça e saí rezando para que ninguém a fizesse
mal até o ataque acabar.

Teria que dar um jeito de matar o invasor que estava no


corredor para poder chegar ao quarto ao qual estavam as outras
mulheres, procurei algo que poderia machuca-lo ou até matá-lo e
encontrei uma escultura de ferro em cima de uma mesinha próxima
ao banheiro.

A peguei e parti para cima dele que caiu ao levar a pancada


em suas costas derrubando a arma que estava em sua mão. Tentei
correr para ver se estava tudo bem com minha mãe e as outras
mulheres, mas senti meu pé ser puxado fazendo-me cair no chão,
gemi de dor causada pelo impacto da queda.

O homem que pensei ter matado se levantou e voou para cima


de mim me dando um tapa no rosto, me debati debaixo dele e
consegui lhe acertar um chute no meio das pernas fazendo-o cair
ajoelhado devido a dor, isso acabou me dando tempo de pegar sua
arma atirar nele.

Mirei em sua cabeça e atirei, fechei os olhos e meu corpo foi


para trás com o impacto do tiro, não parei para analisar o que tinha
acabado de fazer e corri para o quarto batendo freneticamente na
porta.
— Mãe! — chamei — Sou eu, Samira, abre a porta, por favor.
— a porta foi aberta minha mãe estava com o rosto banhado de
lágrimas a abracei forte e me permiti chorar pelo que tinha acabado
de acontecer.

— Você viu minha filha? — perguntou Sarah a esposa do


capo de Palermo — ela correu ao ouvir os tiros — ela chorava
compulsivamente — Eu queria ir atrás dela, mas Giulia não me
deixou sair, pois eu poderia ser morta também. — se justifica.

— A encontrei quando uma dos invasores tentava machucá-la.

— Ai meu Deus! — exclamou com a mão na boca fechando os


olhos angustiada.

— Ei — a chamei — Ela está bem! Eu a tranquei no banheiro


aqui do corredor. — ela me deu um olhar agradecido — Vem, vamos
pegá-la. — peguei em sua mão e a conduzi até o banheiro onde se
encontrava sua filha.

— Ela está aqui. — abri o banheiro e entrei.

— Princesinha? — chamei-a — Pode sair sua mamãe está


aqui. — ela saiu de dentro da banheira a qual estava escondida e
correu para os braços de sua mãe a apertando bem forte.

As duas choravam muito.

— Obrigada, muito obrigada. — pegou minha mão e apertou


em forma de agradecimento — Vamos ver o papai, filha? — vi as
duas sair do banheiro e me sentei na tampa do vaso sanitário com as
mãos na cabeça.

Eu matei não só um, mas dois homens hoje e sujei minhas


mãos de sangue me tornando aquilo que tanto julgava e temia: uma
assassina.

Todavia, não me arrependo do que fiz e faria novamente se


fosse preciso. Eu mataria de novo se fosse para salvar um inocente,
isso era fazer parte da máfia.

Matar ou morrer, não havia outra opção.


Capitulo 23
Saí do banheiro desnorteado depois de ter feito algo que eu
jamais poderia ter feito.

Eu sou casado e na máfia não se aceita traição. Não deveria


ter cedido ao meu desejo por Samira, é errado, mas como resistir
quando ela me provoca, seu corpo é um convite para o pecado,
pecado esse que quero muito cometer. Seus lábios e olhos são pura
luxuria e eu quero muito me perder neles.

Ainda posso sentir seu cheiro, seu gosto, e que gosto parecia
que estava tocando o céu ao desfrutá-la daquela maneira, ao ter sua
boceta gozando em minha boca. Meu pau está mais duro que pedra
e louco para me enterrar naquela bocetinha linda e gostosa que ela
tem.
— Porra! — suspiro frustrado com meus pensamentos em
desordem.

Respiro fundo tentando me acalmar e fazer com que meu pau


abaixe para poder voltar ao salão, mas nada acontece ele teima em
continuar duro e mesmo não querendo terei que bater uma para me
aliviar.

Com isso em mente me encaminho até meu quarto, entro no


meu banheiro, abro o zíper da minha calça, livro meu pau de sua
prisão dentro da cueca e começo a me masturbar com imagens da
boceta da Samira em minha mente, não demora muito e gozo
chamando seu nome.

Me limpo e volto para o salão, busco Samira, mas não


encontro-na e quando vou perguntar dela para seu pai, Maria me
intercepta e se agarra a mim.

— Você demorou, meu amor, espero que não tenha ido fazer
nada errado com a irmã de seu consigliere. — seu tom é de ameaça.

Olho-a incrédulo por tamanha audácia de sua parte.

— O que estava fazendo e com quem não lhe diz respeito, e


não use esse tom de voz de novo, comigo você não gostará das
consequências que receberá ao usá-lo. — digo frio, meu tom de voz
é ameaçador o que faria qualquer um fugir para o mais longe
possível.

Ela engole em seco.

— Filho, está tudo bem por aqui? — meu pai pergunta ao se


aproxima de nós.

— Claro, sogro, está tudo maravilhosamente bem — Maria diz


dando-lhe um de seus sorrisos falsos — Não é meu amor? — se
inclina e me beija, eu agarro sua cintura e retribuo o beijo para
ninguém desconfiar de nosso embate de segundos atrás.

— Fico feliz em ver que vocês estão melhorando a relação. —


meu pai comenta sorrindo para nós, mas minha vontade é de dizer
que quero me livrar de Maria o quanto antes.

Não a suporto.
— Vamos conversar com os outros Capos — me afasto da
minha esposa e sigo com meu pai para onde os outros se encontram.

Estávamos discutindo algumas ações contra nossos inimigos


quando tiros foram ouvidos do lado de fora da mansão.

— Mas que porra está acontecendo? — praguejo Já correndo


em direção ao armário de armas que fica no meu escritório. Os outros
homens me acompanham.

— Giuseppe, ordene a Enzo que leve as mulheres para um


dos quartos no andar de cima e fique de vigia que logo enviarei mais
homens para lá.

— Pai, o senhor com os outros Capos peguem armas e fiquem


a postos para o caso de invadirem a mansão.

— Chefe, nossos soldados foram abatidos e a mansão


invadida — Luigi entra no escritório armado trazendo notícias do que
está acontecendo.

— Merda! — me viro para os Capos presentes — Vou precisar


de vocês para matar os invasores. Sei que trouxeram poucos
soldados, mas os que estão aqui nos ajudarão.

Eles concordam com um menear de cabeça.

— Peguem as armas que quiserem e vamos lá fora acabar


com esses filhos da puta. Mostrarei o porquê me chamam de
demônio — Saio do escritório pronto para matar qualquer um que
atravesse meu caminho.

Dou ordens para os soldados que ainda estão vivos para


atirarem primeiro e perguntar depois e saio da mansão junto a
Giuseppe, há muitos invasores e já posso ver o estrago que me
causaram, tive muitos soldados abatidos por esses filhos da puta que
nos pegaram desprevenidos.
Alguém facilitou a entrada deles e os avisaram que teria outros
capos presente em minha mansão hoje e eu vou descobrir e acabar
com quem fez isso.

Ao longe vejo Samira correr para dentro da mansão. Porra, o


que ela estava aqui fazendo aqui fora?

— Giuseppe — grito e ele olha na direção que aponto —, a


Samira.

— Merda. — pragueja correndo a seu encontro, vejo um dos


invasores segurar seu braço, mas Giuseppe o mata antes que possa
fazer algum mal a ela.

Ele volta a ficar do meu lado, mas acho melhor nos


separarmos, atiro em um dos invasores que estava pronto para matar
Giuseppe e ele me dá um olhar agradecido. Mais tiros são disparados
na nossa direção e me escondo dentre os arbustos do jardim.

Vejo o Capo de Palermo e Francisco matarem mais dois. Atiro


em mais alguns tentado não matar todos, pois preciso de respostas e
nada melhor do que tortura para obtê-las. Após ter neutralizado o
ataque entro na mansão para contabilizar os prejuízos.

Muitos soldados foram mortos incluindo Enzo que estava


fazendo a segurança das mulheres. Fiquei abismado ao saber que
Samira matou dois dos invasores, ela realmente mudou e não é mais
aquela garotinha boba que não gostava de violência, o que
aconteceu com ela no Brasil a modificou muito.

Tivemos que chamar nosso medico para cuidar do Capo de


Palermo que levou um tiro na perna, Luca o segurança de Samira
também foi ferido, porém à bala o acertou de raspão.

Agora estou aqui no meu escritório rodeado dos funcionários


que sobreviveram e tentando entender como porra isso pôde
acontecer sendo que pedi para reforçar a segurança e conferir as
câmeras para que nada saísse do nosso controle esta noite. E que foi
justamente o que aconteceu.

— Como diabos nós tivemos uma invasão dessa magnitude?


— pergunto a Luigi.

— O alarme foi alterado, chefe, e as câmeras de segurança


também, provavelmente algum hacker invadiu nosso sistema. — ele
falou de forma profissional, mas sei que está sofrendo pela morte do
irmão.

— Essa merda só piora — Giuseppe que está ao meu lado


suspira frustrado com tamanha ousadia dos nossos inimigos.

— Eu gasto rios de dinheiro com uma droga de sistema ante


invasão de alta qualidade e essa merda não funciona quando deve?
— eu quero matar o responsável por isso.

— Senhor me desculpe. A culpa foi minha, pois não consegui


impedir que um hacker invadisse nosso sistema e prejudicasse nosso
programa. O programa que ele usou é novo e não consegui bloquear.
Sinto muito. — um jovem com cara de nerd se põe a frente e me
explica o que aconteceu.

— Se me der a oportunidade de me redimir por tal falha, eu


posso pedir ajuda para uma amiga que também é hacker também.
Ela tem um programa que consegue rastrear quem invadiu nosso
sistema sem ser detectada, ela é ótima com invasão de sistemas.

— Ela é da máfia? — pergunto porque não vou confiar em


qualquer um. O que aconteceu hoje é a prova de que eu devo ser
ainda mais cauteloso.

— Sim, ela é filha de um soldado e nós fazemos faculdade de


TI, juntos, mas ela desenvolveu esse programa fora da faculdade e
pode nos ajudar a descobrir quem está por trás dos ataques ao
nosso sistema operacional.
— Tudo bem, a chame para nos ajudar e se ela for tão boa
quanto você diz, talvez eu a contrate. E se ela não conseguir
descobrir nada, eu matarei os dois. — ele engole em seco — Pode ir
— ele sai praticamente correndo.

— Marcos, — chamo o soldado responsável pela segurança


de Maria, mas que hoje ficou responsável pela segurança da
mansão. — Eu o deixei responsável por reforçar a segurança, já que
Luigi e Giuseppe iriam buscar os Capos no aeroporto, então o que
aconteceu?

— Tínhamos inimigos infiltrados no meio dos soldados que


designei para a segurança dessa noite chefe, eles mataram os
guardas do portão e facilitaram a entrada inimiga.

— Uma dúvida. Você não investigou a porra da lealdade


deles? — grito consumido pela fúria. — Como não desconfiou que
fossem inimigos infiltrados? — eu queria descontar minha fúria nele
por sua incompetência.

— Eu investiguei a todos, chefe, contudo as informações eram


falsas, provavelmente feitas pelo mesmo hacker que invadiu o
sistema — ele não desviou nem por um minuto seu olhar do meu me
demostrando não me temer e isso me chamou a atenção.

— Algum dos invasores ficou vivo? — viro-me e pergunto a


Matt, um de meus soldados.

— Sim chefe, dois sobreviveram e estão presos no galpão no


fundo da mansão.

— Vá para lá e prepare tudo que em 10 minutos estarei lá com


Giuseppe para uma "conversa" com eles. — Podem sair e arrumem
toda a bagunça causada pelo ataque — ordeno aos funcionários
presentes nessa pequena reunião.

— Luigi, contrate mais soldados. Tivemos uma baixa


considerável e precisamos de reforços, pode solicitar a outros Capos
se necessário. — ele se vira para sair, mas o chamo.

— Outra coisa, providencie mais armas e munições também.


— ele assentiu e se retirou do escritório ficando só meu pai,
Francisco, Giuseppe e os Capos.

— Temos que nos reunir com nossos aliados, Vicenzo. — meu


pai fala pela primeira vez desde que entramos aqui.

— Farei isso amanhã mesmo. — olho para os Capos —


Podem se recolher, suas esposas e filhos estão os aguardando,
amanhã estará tudo pronto para que possam voltar as suas
respectivas cidades em segurança. — eles se despendem e saem.

— Essa porra é fodida. — exclama Giuseppe.

— As coisas ficarão difíceis de agora em diante. Precisamos


saber quem está por trás dos ataques o mais rápido possível. A
Bratva não está sozinha nisso e temos infiltrados em nosso meio.
Temos que descobrir quem é e qual seu plano para conosco. — o pai
de Giuseppe fala se sentando no sofá ao lado de meu pai.

— Sei disso, Francisco. — falo e vou ao armário de bebidas só


uma dose de uísque para limpar minha mente — Servidos? —
ofereço mostrando a garrafa e somente Giuseppe aceita.

— Eu preciso ver como Samira está, o que ela teve de fazer


mexerá com sua mente — Francisco comenta com a cabeça baixa
quase entre as pernas.

— Ainda me custa acreditar no que ela fez. — disse


suspirando e se jogando no sofá com os olhos fechados.

— Nossa menina cresceu, Francisco — meu pai fala batendo


em seu ombro, ele a tem quase como uma filha.

O que me torna ainda mais um fodido por desejá-la como


mulher.
— Sim, e eu estou muito orgulhoso dela — um sorriso surgiu
em seus lábios.

— Luca irá ensiná-la a lutar e atirar. — o comentário de


Giuseppe me faz trincar os dentes e ferver de raiva, não gosto de
saber que terá outro homem tocando na minha garota, mesmo que
seja só para ensiná-la a lutar.

Minha garota — rio internamente por pensar assim.

— Vou ver minhas meninas — Francisco fala se levantando.

— Também preciso ver sua mãe, filho, amanhã nos falamos.


— eles se despedem e saem do escritório.

— Vamos ter uma conversinha com os filhos da puta que


sobreviveram. — bato nas costas do meu amigo e consigliere —
Tenho muita raiva para descarregar e eles serão meu saco de
pancada hoje. — sorrio como o maníaco por sangue que sou.

— Também estou louco por uma brincadeira... Digamos... Mais


pesada. — fala admirando uma de suas facas, ele é pior que eu no
quesito tortura.
Capitulo 24
Saí da mansão do Vicenzo puto da vida, estava tudo indo
perfeitamente, Andreas tinha conseguido invadir o sistema e
desativar o alarme e as câmeras de segurança.

Matt, meu infiltrado, tinha apagado o guarda do portão e


permitido a entrada dos homens do Ivan Petrov, mas não contava
que os Capos iriam revidar o ataque com Vicenzo.

Apesar de ter dado uma boa baixa nos homens dele, Vicenzo
consegui reverter o ataque e saiu ileso, assim como os outros, nem
Samira consegui sequestrar. Além de tudo ter dado errado, levei uma
chamada na frente dos outros funcionários.

Saí puto da mansão e fui direto me encontrar com Ivan e


Vladimir eles não querem mais me ajudar devido os soldados que
perderam e a guerra que arrumaram com a Máfia Grimaldi, pois com
certeza os homens dele que foram pegos abrirão o bico e os
entregarão.
— Porra! — suspiro frustrado.

Estou no meu apartamento já quebrei um boa parte do meu


escritório para descontar a raiva que estou sentindo.
Tenho que pensar em algo.

Saio do escritório, vou até a cozinha e ordeno que minha


faxineira arrume a bagunça que fiz.

Já no quarto envio uma mensagem para Maria querendo saber


como está as coisas na mansão.

Pietro: Como estão as coisas por ai?

Maria: Não tão bem como eu gostaria. Samira se tornou uma


heroína ao matar dois dos homens do Ivan .

Pietro: Porra! Como ela fez isso? Nem imaginava que sabia
atirar.

Maria: Pelo que eu entendi, saber ela não sabe, mas ou


atirava ou morria, optou pela primeira opção e teve sorte de
principiante.

Pietro: As coisas saíram um pouco do controle. Ivan quer cair


fora.

Maria: Que droga, Pietro. Terei que aguentar essas pessoas


por quanto tempo ainda?

Pietro: Também queria já ter me livrando deles, porra, mas


não é tão simples assim. Você não ajuda muito com suas cobranças.
Vou dormir tchau!

Não esperei sua resposta e desliguei o telefone. Minha


paciência estava por um fio e suportar as reclamações dela não
ajudava em nada.
Fui ao banheiro e tomei um banho, pois precisava relaxar.
Após o banho, vesti uma cueca e me joguei na cama, peguei o
celular novamente e dessa vez liguei para minha mãe.

Elena: Lembrou-se que tem mãe — revirei os olhos para seu


drama.

Pietro: Eu ando muito ocupado, mãe, só queria saber como a


senhora está.

Elena: Ainda com essa história de vingança, filho? Esquece


isso e tente ser feliz.

Pietro: Não posso, mãe, e a senhora sabe disso. Eles


acabaram com nossa vida e precisam pagar por isso.

Elena: Isso pode acabar te matando, Pietro, eu já perdi coisas


demais na minha vida e não quero te perder também.

Pietro: Nada acontecerá comigo, mãe, não se preocupe.

Elena: Te amo filho. Cuide-se e volte para mim.

Pietro: Também te amo mãe.

E isso era verdade. Ela era a única pessoa que eu amava e eu


me vingaria por tentarem matá-la comigo ainda em seu ventre.

Desligo e fico deitado na cama olhando para o teto. Sinto falta


da minha mãe, ela ficou morando em Torino com a prima e desde que
eu vim para Roma, colocar em prática minha vingança, só nos vimos
duas vezes e só nos falamos pelo celular. Ainda passei algumas
horas embolando na cama e pensando em outra forma de acabar
com Vicenzo antes de finalmente pegar no sono.

Cinco dias após o ataque a mansão de Vicenzo. Ivan Petrov


me ligou dizendo que duas de suas boates tinham sido invadidas e as
meninas que sequestramos haviam sido resgatadas, dentre elas a
amiga de Samira.

Ivan estava furioso e me ameaçou por não o avisar do ataque.


Tive que viajar para Torino e ver minha mãe que estava doente e eles
armaram o plano de resgate nos dias que fiquei fora. Mas uma vez
meu meio-irmão fodeu comigo e eu precisava agir rápido antes de ele
descobrir que sou eu a pessoa por trás dos ataques e quem está
tentando matá-lo.

A puta sonsa da Maria nem para me falar o que estava


acontecendo, aquela idiota não conseguia enganar o marido para
tirar informações. Burra!

Preciso dar um tempo nos ataques para poder criar um novo


plano. Vou deixar Vicenzo pensar que está tudo tranquilo e aí eu
darei a cartada final acabando com ele de uma vez por todas.
Capitulo 25
Há momentos em nossa vida que é importante uma reflexão. E
é o que estou fazendo nesse momento deitada em minha cama
olhando para o teto e relembrando tudo o que me aconteceu nos
últimos 5 anos.

Confesso que teve dias nos quais desejei não ter nascido na
máfia e pôde ter sido uma garota normal que sai com amigas para a
balada. Sem precisar estar rodeadas de seguranças, uma garota que
pode ir a onde quer e com quem quiser sem ter que ficar com medo
de ser sequestrada ou de um ataque que a mate em segundos.

Uma que fica fofocando sobre roupas e garotos com as


amigas sem elas te temerem por você fazer parte de uma
organização criminosa.

Eu queria não ter que enfrentar homens armados para


sobreviver, mas o que eu realmente queria era não amar um homem
casado.
Anteontem foi um desses dias, após todo o desenrolar do
ataque que resultou em várias mortes, duas delas causadas por mim,
um capo e alguns soldados feridos, eu vim para casa com meus pais.

A conversa com meu pai não foi das melhores, pois ele não
me queria com as mãos sujas de sangue, contudo entendeu que fui
forçada a isso e estava orgulhoso de mim.

O capo de Palermo ficou muito agradecido por eu salvar sua


filha, ele foi um dos que se feriram no ataque. Giacomo, meu primo,
teceu elogios sobre mim após todos saberem o que eu tinha feito e
confesso que sua insistência em ser gentil só para me agradar e me
fazer vê-lo como um bom pretendente me incomodou.

Não gosto de ser o centro das atenções e muito menos de um


que quer me ter como sua mulher. Ao chegar a casa esse incomodo
tornou-se frustração, papai me contou que ele quer pedir minha mão
em casamento, mas deixou claro que a escolha era minha e Giacomo
teria de falar comigo sobre suas intenções e que se eu não o
quisesse como meu pretendente que ele não insistisse, pois meu pai
nunca me obrigaria a se casar.

Saber que meu pai deixou isso claro para meu primo foi um
alívio para mim, pois eu nunca me casaria com Giacomo, e não é
pelo fato dele ser meu primo, coisa que eu acho estranho, mas sim
porque meu coração já pertence a outro.

Eu deveria aceitar seu galanteio ou de outro jovem solteiro que


faz parte de nossa máfia, seria até uma forma de esquecer Vicenzo,
Giacomo é um homem bonito e jovem tem apenas 28 anos, mas não
me sinto atraída por ele, ou por qualquer outro dos meus possíveis
pretendentes e depois do que aconteceu entre mim e Vicenzo no
banheiro de sua mansão será inda mais difícil me atrair por outro
homem.

As sensações que ele me fez sentir só com sua boca foram


únicas e só de lembrar de como ele tomou meu centro em sua língue,
meu corpo fica quente e meu centro pulsa de desejo de o ter nele de
novo.

Reviro na cama e suspiro frustrada passando a mão pelo meu


rosto, isso errado.

Resolvo dar um basta em meus pensamentos com relação ao


Vicenzo e sair para tomar café da manhã na cafeteria próxima a
minha casa, luca queria começar hoje minha aula de defesa pessoal
e tiro, porém como ele foi ferido ontem tentando me proteger resolvi
deixá-lo melhorar para podermos começar as aulas, o tiro que levou
foi de raspão, todavia quero que esteja 100% curado antes de se
esforçar para me dar as aulas.

Antes de tomar banho para ir à cafeteria, ligo para Andreia,


minha amiga e filha de um dos soldados de meu pai, e pergunto se
ela quer ir comigo. Não quero ir sozinha e sem falar que preciso ficar
por dentro de tudo o que aconteceu na máfia nesses 5 anos que
estive fora, tenho que reunir informações para pedir ajuda a Luca e
encontrar Ana, e nada melhor do que pegar essas informações com
ela.

Andreia é uma garota que adora está rodeada de gente e bem


informada, ela é linda, alta e magra e sempre chamou a atenção dos
homens, usando isso a seu favor para pegar informações dos
soldados que lhe contam tudo o que se passa na máfia em troca de
alguns beijos.

Inclusive, ela já ficou com meu irmão Giuseppe, mas ela é livre
e não se a pega a ninguém.

Respiro fundo e tento não deixar a tristeza me dominar. Pensar


em Ana me deixa mal.

Como será que ela está? — pergunto-me enquanto procuro


uma roupa para vestir e ir tomar café com Andreia.
Que saudades de você Ana, do seu jeito extrovertido e
carinhoso, de nossas risadas e até das brigas por besteira — enxugo
uma lágrima que me escapa e vou ao banheiro tomar banho e em
arrumar para sair. eu preciso dar um jeito de trazê-la de volta.

Tomo meu banho e me troco vestindo uma calça jeans azul e


uma blusa de mangas na cor branca. Coloco uma jaqueta também
jeans na cor da calça e pego minha bolsa saindo do quarto.

Ao chegar do lado de fora da casa vejo Mateo e Luca


conversando. Aproximo-me deles.

— Bom dia, meninos. — cumprimento-os e eles fazem uma


careta por chama-los assim.

— Samira, não tem nada de menino aqui. — Mateo fala com


seu sorrisinho cafajeste de sempre.

Reviro meus olhos.

— Queria avisar que irei com Andreia tomar café na cafeteria


aqui perto. — no momento em que falo seu nome, a mesma aparece
no portão junto com seu pai.

— Samiraaa — ela vem quase correndo me abraçar. — Que


saudades — ela me abraça bem forte. passei 5 anos longe e entendo
sua reação ao me ver. — Está mais linda que nunca.

— Você também esta linda, Andreia, amei o cabelo — elogio,


pois ela está com o cabelo na altura dos ombros agora. Antes ele era
longo e chegava quase na altura de sua bunda.

— Bom dia, Senhorita Samira — o pai de Andreia me


cumprimenta e aceno para ele sorrindo.

— Bom dia! Vamos? — saímos de mãos dadas


acompanhadas de Luca e Mateo. Fomos a pé mesmo porque a
cafeteria é bem próxima a minha casa.
Em 15 minutos estamos na cafeteria fazendo nossos pedidos.
Eu pedi croissant recheado com chocolate e um cappuccino e
Andreia pediu uma fatia de Palha italiana e suco de laranja. Enquanto
nosso pedido chegava ela me falou sobre alguns ataques as boates
de Vicenzo e que seu relacionamento com a esposa não anda dos
melhores.

Que muitos dizem que o casamento deles é uma fachada e


por um momento eu quis acreditar nisso com todas as minhas forças.

Nosso pedido chegou e passamos a nos deliciar com os


doces. Enquanto comemos eu contei a ela tudo o que me aconteceu
no Brasil e vi uma expressão de choque e tristeza se apossar de seu
belo rosto, choramos juntas pelo que poderia ter me acontecido se
Nicolas, irmão de Ana, não tivesse aparecido e me salvado.
Choramos também pelo sequestro de minha amiga e o que deve está
acotecendo com ela.

O conforto que recebi de sua parte aqueceu meu coração.

Conversamos mais um pouco antes de eu pagar a conta e


sairmos da cafeteria. Quando já estávamos do lado de fora do lugar
nos despedindo ouvi meu nome ser chamado. Meu corpo se ficou um
pouco rígido ao reconhecer a voz da pessoa que me chamava e
Andreia segurou minha mão.

— Samira. — a pessoa tornou a me chamar e me virei e dando


de cara com ninguém menos que Nicolas, irmão de Ana.

— Preciso de sua ajuda para resgatar Ana. Ela foi sequestrada


pela máfia russa e não tenho mais ninguém a quem recorrer — sua
expressão era de desespero.

— Nicolas... — estava um pouco chocada por vê-lo ali.

Eu passei dias tentando entrar em contato com ele e ele


sempre me ignorava. E agora estava na minha frente pedindo por
algo que lhe ofereci assim que ele foi me ver no hospital depois de
sua irmã ser sequestrada.

— Por favor, me perdoa pela forma como eu saí do hospital no


dia seguinte ao sequestro dela, mas saber que você era da máfia e
que minha irmã estava em perigo por estar com você me desnorteou.

Ele suspirou e passou as mãos pelo cabelo.

Eu sabia estar sendo difícil para ele esse pedido, afinal ele era
um policial e eu uma mafiosa, além de que sua irmã foi sequestrada
por minha culpa e eu tinha quase certeza disso.

— Eu compreendo, Nicolas, e também quero achar Ana,


podemos nos ajudar a encontrá-la.

Luca e Mateo que até então estavam fazendo nossa


segurança de longe se aproximaram de nós e cumprimentaram
Nicolas, eles já o conheciam e tinham uma certa afinidade pelos 5
anos que passamos lá no Brasil com Nicolas sempre próximo à (nós)
por ser irmão de Ana.

Notei que Andreia olhava para ele encantada, não era para
menos, Nicolas deixava qualquer mulher babando por sua beleza, ele
era moreno, com costas largas e braços fortes sem falar em sua
altura um metro e noventa de pura beleza e gostosura.

Os apresentei.

— Andreia, esse é Nicolas irmão de Ana. — Nicolas, essa é


Andreia, minha amiga aqui na Itália.

— Ah! Quer dizer que é, você, o salvador da Samira? — fala


sorrindo para ele e estende a mão.

— Prazer e muito obrigada por salvá-la. — ela me olha com


carinho.
— Prazer só na cama. — Nicolas diz pegando a mão dela e
beijando o dorso. Andreia cora.

Pela primeira vez presencio Andreia corar com a cantada de


um homem.

Sorrio.

— E não tem nada que me agradecer. Samira é amiga da


minha irmã e posso considerá-la minha também. — Ele me olha
sorrindo e depois pisca para ela e beija seu rosto deixando uma
Andreia encantada com ele.

— Vamos até minha casa. Lá poderemos conversar melhor —


falo a ele — Você vem conosco Andreia?

— Até gostaria, mas tenho aula na faculdade hoje.

— Tudo bem então, depois conversamos — beijo seu rosto e


me despeço dela.

— Tchau linda foi um prazer te conhecer — Nicolas se inclina


dá um beijo demorado em sua bochecha e dá uma piscadela ao se
afastar.

— Para de flertar com minha amiga, Nicolas — o repreendo e


o puxo pelo braço para irmos a minha casa.

Temos que ver um plano para resgatar Ana.

Ele apenas sorri e acena com a cabeça vendo minha amiga se


afastar de nós.

— Ela é gostosa fazer o quê. — ele dá de ombros e eu e os


meninos sorrimos de sua cara de pau.

Chego em casa acompanhada de Nicolas e me encaminho


direto para o escritório do meu pai. Bato na porta e entro encontrando
ele e meu irmão conversando tranquilamente enquanto tomam
uísque.

— Pai — o chamo — Eu preciso falar com o senhor — ele e


meu irmão ficam olhando de mim para Nicolas.

— O que ele está fazendo aqui? — meu irmão pergunta.

— Preciso da ajuda de vocês para resgatar minha irmã, nas


minhas investigações lá no Brasil, descobri que ela foi sequestrada
pela Bratva e que provavelmente está em uma das casas de
prostituição de Ivan Petrov. — ele aperta os punhos e sua raiva pode
ser sentida a quilômetros.

— E o que você quer que façamos? — meu pai pergunta. —


Não podemos criar uma guerra com eles.

— Sei que ir de encontro à outra máfia é declarar guerra,


porém também sei que a máfia de vocês não aceitam prostituição de
menores ou mulheres que não querem estar nesse mundo de sexo
por dinheiro. Mas eu não tenho a quem mais recorrer para conseguir
tirar minha irmã das mãos daqueles monstros e trazê-la de volta para
mim. — fala sem desviar o olhar de meu pai e meu irmão.

— Pai, o senhor pediu para eu não me envolver, mas é minha


amiga. Ela não escolheu essa vida foi jogada nela e sem falar que
poderia ser eu a estar no lugar dela se não fosse Nicolas a me salvar
aquele dia — eu já estou chorando aflita para que eles me ajudem
— Por favor, por mim. Eu sei que vocês moveriam céu e terra para
me achar se fosse eu no lugar dela então façam isso por mim.
Ajudem-nos a encontrar minha amiga, pai, eu suplico.

— Serei sempre grato pelo que fez pela minha filha rapaz —
meu pai diz com o olhar cheio de gratidão. — Se não fosse por você
talvez eu não a tivesse comigo hoje. — O semblante do meu pai se
tornou triste.
— Se está tão agradecido me ajude a achar minha irmã. —
pediu Nicolas.

Meu irmão nos olha e diz a palavra que tanto quero ouvir.

— Ajudaremos! — Giuseppe fala e corro para abraçá-lo. Ele


me abraça de volta e beija meu cabelo. — Falarei com Vicenzo, já
estamos investigando os sequestros, pois jovens daqui da Itália teve
o mesmo destino de sua irmã e foram levadas sem a permissão delas
para se tornarem prostitutas nas boates clandestinas de Ivan Petrov.
— posso sentir a fúria do meu irmão ao dizer isso.

— Obrigada. — digo sentindo a esperança encher meu peito.

— Não tem porque me agradecer, princesa. — ele beija minha


testa. — Serei sempre grato a Nicolas por lhe salvar e eu não poderia
deixar de ajudá-lo.

— Obrigado — Nicolas fala ao ter os olhos de Giuseppe em


sua direção.

— Nos conte tudo que já descobri — meu pai o chama para


que passe todas as informações apurada com relação aos
sequestros.

Ele se senta no sofá do escritório do meu pai e ficamos um


bom tempo discutindo e comparando as informações que já temos e
buscando a melhor forma de invadir o território da Bratva e resgatar
Ana.

Ela voltará para nós eu sei que sim.


Capitulo 26
Uma semana se passou desde que descobrimos que as
meninas sequestradas são mandadas para boates diferentes e que a
Bratva está diversificando suas prostitutas. Descobrimos que além
dos sequestros também estão por trás dos ataques nas boates e do
roubo de alguns carregamentos de drogas de Vicenzo.

Ao todo foram 10 meninas sequestradas de países diferentes


e que ficam em um galpão até serem selecionadas e enviadas para
as boates nas quais são obrigadas a fazerem os programas.

No outro dia após nossa conversa com Nicolas. Giuseppe


viajou até Roma para conversar com Vicenzo e repassar todas as
informações, ele me falou que Vicenzo designou Amélia, uma hacker
fenomenal quando o assunto era entrar nos mais altos sistemas de
seguranças e que agora fazia parte dos funcionários de Vicenzo. Ela
trabalhava diretamente para ele e tinha conseguido informações
valiosas para ele.
Ela desenvolveu um programa capaz de detectar vírus
invasores, saber quem os criou e de qual computador eles vieram,
também desenvolveu um programa que pode invadir qualquer
sistema sem ser detectada por outros hackers.

Foi através desse programa que descobrimos que foi Andréa,


o hacker da Bratva, quem hackeou nosso sistema e conseguiu
infiltrar os soldados de Ivan Petrov para nos atacar no dia do jantar
que Vicenzo deu pela minha volta.

A pedido de Giuseppe, Vicenzo enviou um jatinho para levar


Nicolas e Luca a Roma para ajudar com informações e descobrir a
localização do tal galpão.

Luca se infiltrou em uma das boates da Bratva, conseguiu


pegar um de seus soldados e o torturou até sabermos onde o galpão
se localizava, porém ao chegarem ao galpão ele já estava vazio.
Amélia, por sua vez, hackeou o sistema da Bratva e descobriu para
quais boates as meninas foram levadas.

Agora estou aqui na sala da minha casa andando de um lado


para o outro e roendo minhas unhas na tentativa de conter a
ansiedade. Hoje é o dia que eles vão invadir a boate que Ana está e
resgatá-la e a angústia por não saber como está se desenrolando
esse resgate e se ela está bem me consome de tal forma que não
consigo ficar quieta.

— Filha, calma deve está dando tudo certo, pois se algo de


mal tivesse acontecido eles teriam nos avisado. — minha mãe tenta
me acalmar.

— Eu sei mãe, porém a angústia de não saber o que está


acontecendo lá não me deixa ficar tranquila. — sento no sofá ao lado
dela.

— Eles foram treinados para tal coisa filha, também estou


aflita, mas tenhamos fé de que tudo ocorrerá bem — ela aperta
minha mão como forma de apoio.
Passamos mais um tempo no sofá esperando até que a porta
de casa se abriu e uma Ana chorosa e com o rosto machucado
apareceu por trás de Luca. Não pensei duas vezes e, antes que ela
entrasse em minha casa, corri até ela a abraçando forte, querendo
sentir seu corpo em meus braços e ter a certeza de que ela está aqui
comigo de novo. Que ela está bem e salva.

— Me perdoa amiga, me perdoa — pedi com voz presa na


garganta em meio ao choro.

— Você não teve culpa amiga — seu choro tornou-se mais


forte.

— Tive sim, eu deveria ter lhe contado quem eu era e a qual


família pertencia.

— Já passou, tudo bem. Eu estou aqui agora.

— Sofri tanto imaginando o que poderia está acontecendo com


você — ela abaixou a cabeça e soluçou partindo meu coração.

— Vem. Vamos entrar. — peguei sua mão e a coloquei para


dentro de casa.

— Bem vinda Ana — minha mãe a abraça — Sinto muito pelo


que você passou, mas saiba que agora é parte da nossa família e
pode sempre contar conosco — ela aperta a mão de Ana em forma
de apoio.

Ana dá um sorriso fraco assentindo.

— Obrigada — falo aos responsáveis por trazê-la de volta


para mim: Luca, Giuseppe e meu pai.

— Cadê Nicolas? — pergunto ao notar sua falta.

— Ele teve que voltar ao Brasil e dar baixa em seu cargo de


detetive — Luca é quem explica — Ele voltará assim que der.
— Vamos ao seu quarto você precisa de um banho e
descansar — falo a Ana.

— Meu quarto? — pergunta confusa.

— Sim seu quarto! Não a deixarei longe de mim nunca mais


— falo abraçando-a de lado.

Subimos para o andar dos quartos, mostrei o quarto que tinha


preparado para ela que chorou ao ver que todas as suas roupas e
objetos pessoais estavam aqui e outras coisas que eu tinha
comprado para ela.

— Obrigada. — ela me abraça e chora novamente.

— Sonhei tanto com esse momento. — pousa os olhos em


mim — A esperança de rever você e Nicolas foi meu combustível
para suportar tudo o que passei naquele inferno. — enxugo suas
lágrimas

— Eu nunca a deixaria, por onde quer que esteja você sempre


será minha melhor amiga. Eu te amo — beijei sua testa — Me
perdoe por eu não contar quem eu realmente era — Pedi chorando.
Eu não podia mais esconder a verdade dela só nos colocou
em perigo.
— Tudo isso só aconteceu com você porque eu não fui leal e
omiti minha verdadeira identidade. Por favor, me perdoe.
— Tudo bem Samira eu entendo e compreendo que não era
fácil para você ter que me esconder isso e que só o fez porque era
necessário e sua família lhe pediu para fazê-lo.
— Não, não era e eu te peço perdão por esconder tal
informação. Mas agora tome um banho e descanse que eu trarei um
lanche para você. Você deve está cansada e com fome.
— Sim, estou. — dei um beijo em sua bochecha e saí de seu
quarto para que tomasse um banho.

Assim que fechei a porta atrás de mim respirei fundo tentando


não desmoronar agora. Ela precisa do meu apoio e cuidado, não
deve ter sido fácil tudo o que passou nessas três semanas de
sequestro.

Volto para sala e encontro meus pais abraçados, Giuseppe e


Luca tomando uísque, cada um em seu mundo e provavelmente
pensando em tudo o que aconteceu.
— Como ela está? — quem pergunta é Luca ao notar minha
presença na sala.
— Abalada, a deixei tomando banho e vou preparar um lanche
para ela.
— Cuide bem dela, Samira. — Luca pede — Não foi nada fácil
o que ela passou lá — havia algo mais que raiva em seus olhos.
Tristeza talvez.
— Cuidarei — e essa seria uma promessa inquebrável.

Fui à cozinha e pedi a cozinheira preparasse lanche bem


reforçado, 30 minutos já estava de volta ao quarto de Ana com uma
bandeja cheia de coisas para ela se alimentar bem: tinha frutas, suco,
bolo, café e sanduíches. Bati na porta e ela abriu enrolada em um
roupão provavelmente tinha acabado de sair do banho.

Entrei em seu quarto.


— Espero que esteja com fome — comentei com um sorriso
fraco colocando a bandeja nos pés da cama.
— Para ser sincera estou sim — ela sorriu.
— Vou trocar de roupa para comermos, já que, com toda essa
comida você irá me acompanhar no lanche — rimos.

Ela foi para o closet vestir a roupa e eu me sentei na cama


para espera-la.
— Quer me contar o que aconteceu? — pergunto quando ela
se senta na cama com as pernas cruzada já trocada e começa a
comer.
— Ainda não estou pronta para relembrar tudo o que passei
nessas três semanas, Samira. — fala e assinto concordado —
Quero saber o que te aconteceu nessas semanas que estive fora. —
ela sorri fraco.
Eu sabia que ela queria mudar de assunto, pois o que passou
a marcou profundamente e ela sofreria ao recordar.

Conto tudo o que me aconteceu nesse tempo que ficamos


separadas, surtamos juntas no momento que narrei o que fiz com
Vicenzo, deveria está com o rosto parecendo um tomate maduro
nessa parte. Após nosso pequeno momento de fofoca me despedi
dela e a deixei descansar.

Fui para meu quarto tomar um banho para dormir e lá no


banheiro sozinha me deixei desabar em um choro descontrolado por
tudo o que aconteceu com minha amiga. Por mais que ela quisesse
aparentar estar bem eu consegui ver em seus olhos verdes o quanto
sofreu, sua aparência não condizia mais com a menina doidinha e
alegre que conheci e com quem convivi por 5 anos e ter a percepção
disso me quebrou ainda mais.

Os próximos dias correram tranquilos, Ana preferiu ficar


reclusa em seu quarto por todos esses dias o que me deixou
preocupada de início. Contudo Luca está me ajudando a fazê-la se
sentir em casa. Os dois criaram uma conexão forte após o resgate,
estamos até tendo aulas de luta e tiro juntas, ele é nosso professor.

Nicolas ainda não voltou do Brasil, porém liga todas as noites


para falar com Ana. Andrea também está bem presente em minha
casa, o que fez Ana se distrair com as histórias envolvendo seus
casos amorosos. O engraçado é a forma como Andrea se porta ao ter
o nome de Nicolas mencionado em nossas conversas, ela cora e
nem parece à garota pra frente que é, desconfio que ela goste dele.
Descobri que os dois saíram algumas vezes enquanto ele esteve
aqui.

Essa semana Giuseppe ligou avisando que na próxima


semana terá a festa de aniversário da esposa de Vicenzo e que
nossa presença era indispensável, sorte a minha que dessa vez terei
Ana para me ajudar a passar por essa festa sem surtar. Ela não
queria ir à festa, mas a convenci suplicando que não me deixassem
sozinha no mesmo ambiente que Vicenzo.
Na manhã seguinte ao saber da festa fui com Ana comprar
vestidos para a ocasião: eu comprei um vestido longo na cor preta
com um decote em V na frente, e uma fenda na lateral, ele é colado
ao corpo valorizando minhas curvas.

Já Ana optou por um vestido longo, com decote em V ombro a


ombro na cor vermelha e com uma fenda lateral que vai até o meio
da coxa. O vestido ficou lindo nela posso imaginar a reação que Luca
terá ao vê-la. Eu torço para que eles fiquem juntos, pois formam um
lindo casal e sei que Luca se sente atraído por ela e é o homem
perfeito para ajudá-la a se curar de tudo o que aconteceu a ela.

Paguei os vestidos sobre protestos de Ana que queria pagar o


dela, mas disse que era presente e não aceitaria recusa, sem ter
como rebater acabou aceitando. Fomos comer em um restaurante
após as compras e passeamos para que ela conhecesse um pouco a
cidade.

Foi um dia bem proveitoso. Voltamos para casa e continuamos


nossa rotina de aulas com Luca todos os dias, as noites nós íamos às
baladas para distrair até que o dia da bendita festa chegou e eu não
estava preparada para os acontecimentos que ocorreu nela.
Capitulo 27
Dias antes

Estar à frente de uma organização tão grande quanto a minha


não é fácil e eu sabia disso quando segui o legado do meu pai e me
tornei Don, mas que seria tão difícil não era que se passava pela
minha mente.

O ataque que aconteceu na minha mansão anteontem está me


dando a maior dor de cabeça: estão questionando minha liderança
por ter ratos infiltrados na nossa organização e pedindo que meu pai
volte ao seu cargo.

A pressão para saber quem está passando informações da


nossa organização e ajudando nossos inimigos aumentaram. As
torturas que eu fiz nos homens pegos na invasão a minha mansão,
não deu muito resultado.

Ela só nos deu a certeza de que Ivan Petrov, o Pakhan da


máfia russa, fora o responsável por esse ataque e os sequestros de
garotas para serem usadas como prostitutas em suas casas de
prostituições.

Contudo, quem o está ajudando e passando informações


importantes nossas para ele ainda, não sabemos e isso está pondo
em risco o meu governo.
Ontem Giuseppe me ligou avisando que viria para Roma, pois
tinha novas informações sobre os sequestros e achamos melhor ele
não me passá-las por telefone, pois não sabemos se o hacker de
Ivan conseguiu nos grampear novamente e todo cuidado era pouco
agora.

Amélia, a garota que agora é meu hacker e me foi apresentada


ontem por Mário o garoto nerd que antes ocupava esse posto,
descobriu quem invadiu nosso sistema de segurança e está fazendo
alterações para melhorá-lo.

Amélia é uma garota muito bonita, baixa, branca e de cabelos


encaracolados na altura da bunda, e o mais importante é inteligente.
Uma aquisição que não irei me arrepender de ter feito.

Saio dos meus devaneios com uma batida na porta do meu


escritório me encontro em uma das minhas empresas de
automobilismo no centro de Roma.

— Entre. — peço e vejo Giuseppe entrar pela porta.

— Espero que as informações que tem sejam realmente boas,


pois estou farto de problemas. — falo ríspido assim que ele se joga
na cadeira a minha frente.

— Bom te ver também, Vicenzo. Estava com saudades. — diz


debochado e eu reviro os olhos.

— Direto ao ponto conselheiro.

— Descobri que as meninas sequestradas foram trazidas para


cá e estão em um galpão esperando para serem levadas para as
boates da Bratva, porém, eu não sei a localização desse galpão e a
amiga da Samira está entre elas.

— Como soube disso?

— O irmão da Ana, a amiga de Samira, que foi sequestrada no


dia que quase abusaram dela... — a raiva se faz presente em sua
voz ao pronunciar essas palavras. Aperto meus punhos para conter
minha fúria —, veio para a Itália pedir nossa ajuda, foi ele quem me
passou as informações. Ele é detetive da policia federal no Brasil.

— Vamos entrar em contado com Amélia, ela nos ajudará a


descobrir a localização — falo pegando meu celular para lhe mandar
uma mensagem ordenando que venha minha empresa.

— Quem é Amélia? — pergunta e posso ver sua confusão.

— A nova hacker, ela que descobriu que fora Andreas quem


invadiu nosso sistema de segurança e facilitou o ataque a mansão
aquele dia.

— Então ela é realmente boa — conclui e eu apenas assinto.

— Eu gostaria de pedir que enviasse seu jatinho para trazer


Luca e Nicolas para cá — o olho querendo saber o que quer com
isso.

— Eles podem ajudar nas buscas pela amiga de Samira e com


mais informações podem ajudar Amélia na localização dela.

— Tudo bem, os avise que o jatinho os buscará e que ficarão


em um hotel aqui no centro.

Ficamos por mais um tempo conversando sobre os últimos


acontecimentos até que Amélia chega, Giuseppe se encanta logo por
ela, mas ela não da bola para suas cantadas, o que me faz rir
internamente, pois ele está acostumado a ter as mulheres se jogando
a seus pés e ser ignorado por ela mexeu com seu ego.
Amélia invadiu o sistema da Bratva e conseguiu descobrir para
quais boates as meninas sequestradas serão levadas e que outras
serão vendidas através de um leilão por serem virgens, contudo a
localização do galpão não foi possível obter, já que o hacker de Ivan
conseguiu barrá-la antes de ela conseguir essa informação.

Após horas de buscas resolvi os dispensar e ir para casa


descansar. No outro dia me reuni com Luca, Giuseppe, Luigi e
Nicolas e bolamos um plano para um deles se infiltrar em uma das
boates da Bratva e colher informações.

Luca foi quem se ofereceu para fazer isso e conseguiu


capturar um dos homens de Ivan, o torturou e conseguiu a
localização do galpão, mas ao chegarmos lá as meninas já tinha sido
retiradas, provavelmente Ivan Petrov fez isso ao saber que seu
sistema havia sido hackeado.

Já de volta a mansão Amélia invadiu novamente o sistema e


dessa vez não foi impedida de obter todas as informações que
precisávamos. Ela descobriu as boates e casas de leilões para quais
as meninas foram levadas, quem faria parte do esquema e quantos
soldados fariam a segurança do local. Armamos o plano e no outro
dia invadiríamos tudo e resgataríamos as meninas.

Tudo saiu como o planejado. Amélia conseguiu falsificar meu


convite para fazer parte do leilão e eu fui junto com Luigi para
resgatar as meninas de lá, ele e mais alguns homens meu ficaram a
postos e ao meu sinal invadiram a casa de leilão de Ivan retirando as
meninas de lá e matando quem estava fazendo parte daquela coisa
fodida.

Não foi bonito de se ver, quer dizer para mim foi lindo, pois o
sangue de homens imundos como esse tipo alegra minha alma e faz
meu pior lado se acalmar, foi uma verdadeira chacinas e eu amei
cada tiro e corte que dei e fiz nesses fodidos de merda.

Já Giuseppe, Luca e Nicolas foram a boate ao qual se


encontrava Ana e o restante das meninas raptadas, eles também
mataram todos lá e libertaram as garotas.

Após o resgate Giuseppe foi com Luca e Nicolas levar Ana


para Samira, eu queria muito vê-la, mas não podia deixar Roma com
tantos problemas em meu encalço. Mandei as meninas resgatadas
para suas respectivas famílias e me despedi de todos indo para mim
mansão.

∞∞∞
No dia seguinte Maria veio me pedir para deixá-la fazer uma
festa e comemorar seu aniversário

— Amor... — ela me chama a me ver passar para a cozinha e


ir tomar meu café da manhã — eu quero fazer minha festa de
aniversário.

— Não estamos em clima para festa Maria — paro para lhe


responder

— Mas todos esses anos que estamos casados nós


comemoramos o meu aniversário. — fala manhosa me irritando.

— Tudo bem se quer fazer faça — me viro e entro na cozinha


tomo meu café e saio para a empresa, não suporto ficar muito tempo
perto dela.

Já na empresa fico lembrando o momento quente que


protagonizei com Samira no dia do jantar que dei por sua volta e
acabo tendo uma puta ereção, vou ao banheiro e me masturbo ao
lembrar-me de seu cheiro, da sua boca e o gosto da sua boceta em
minha língua, acelero os movimentos da minha mão no meu pau e
gozo chamando o nome dela.

— Não dá mais para viver assim estou parecendo um


adolescente cheio de hormônio que não consegue se controlar —
digo a mim mesmo enquanto me limpo.
— Vou aproveitar essa festa da Maria para conversar com
Samira. Tenho que dar um jeito nesse meu casamento fracassado e ir
à busca do que realmente me faz feliz. Samira.

Com essa decisão tomada saio do banheiro já composto e


mando uma mensagem para Giuseppe o convidado juntamente com
sua família para a festa.

Esse dia será decisivo em minha vida e eu nunca estive tão


certo quanto a isso...
Capitulo 28
E o dia da tão falada festa chegou. Vicenzo enviou seu jatinho
para nos levar e queria que ficássemos em sua mansão, contudo isso
seria de mais para mim, e consegui convencer meus pais a ficarmos
em um dos hotéis pertencentes a ele.

Ana queria desistir de ir na última hora, mas a convenci


chamando Nicolas, que já voltou do Brasil, para nos fazer companhia,
deixando-a assim mais confiante por ter alguém de sua família como
apoio.

Como a festa permitia levar mais de um convidado estendi o


convite a ele que aceitou após muita insistência. Ele seria mais uma
pessoa onde eu poderia me esconder e ficar longe de Vicenzo.

Se falar que estou animada para esta festa eu estaria


mentindo, porém não tive escolha e aqui estou eu, em frente a
mansão com as mãos soando e o coração disparado por ter que ver
Vicenzo novamente.
— Que bom que já chegaram — Giuseppe vem nos receber
sorrindo.

— Nicolas, Ana. Que bom revê-los — os cumprimenta


beijando a cabeça da minha mãe — Saudades mamãe.

— Só de sua mãe que sentiu saudades? — papai pergunta se


fazendo de bravo.

— Claro, ela é a mais linda da família — implica e meu pai dá


um tapa em sua cabeça nos fazendo rir.

— Vamos entrar, Vicenzo está nos esperando.

Entramos na mansão, a festa está linda e bem cheia, Maria


sempre gostou de chamar atenção e se gabar por ser a primeira
dama da máfia. Ela sempre foi fútil e pelo que vejo só piorou com o
tempo.

— Francisco, que bom te ver — Eduardo, o pai de Vicenzo,


vem sorrindo nos cumprimentar — Giulia está linda como sempre —
cumprimenta minha mãe com um beijo e ela agradece.

— Minha menina, que saudade. — ele me abraça bem


apertado.

— Também estava com saudades tio, mas não sou mais uma
criança para me chamar assim. — reclamo e beijo seu rosto, ele
apenas ri beijando minha testa.

— Sempre será minha menina. — ele aperta meu nariz e se


afasta.

Tio Eduardo sempre me tratou como se eu fosse sua filha e


sempre fez de tudo para me proteger e me ver feliz.

— O senhor está lindo, hein. Tia Emma tem que ficar de olho
bem aberto com as biscates que vierem aqui hoje. — o provoco e
todos nós rimos.
— E eu não sei disso — diz minha tia Emma chegando e
abraçando tio Eduardo.

Ele apesar de ter mais de 55 anos é um coroa muito bonito e


com o corpo bem conservado, o que me mostra como Vicenzo vai
estar quando chegar à idade dele.

— Fico muito feliz em vê-los. — nos cumprimentamos com


beijos no rosto — Já estava com saudades.

— Gostaria de apresentar meus convidados: Ana minha amiga


do Brasil, mas que agora mora comigo aqui na Itália e Nicolas seu
irmão.

— Prazer em conhecê-los. Sejam bem-vindos — tio Eduardo e


tia Emma os cumprimentam e seguimos para cumprimentar os outros
convidados.

A festa se seguiu normal. Após cumprimentar os outros


convidados e a dona da festa, eu fui me diverti com Nicolas na pista
de dança, Ana preferiu ficar na mesa com meus pais. Até esse
momento não tinha visto Vicenzo o que me deixou triste, eu queria
muito vê-lo.

Depois de dançar duas músicas com Nicolas eu senti uma


mão em minha cintura de forma possessiva e o perfume
inconfundível que tira meu sono há anos, não precisei me virar para
saber que era Vicenzo atrás de mim e com as mãos na minha cintura.

— Será que me permite dançar com essa linda moça? —


perguntou a Nicolas, mas seu tom de voz não deixava margem para
recusa.

— Claro, vou ficar com Ana — falou para mim se despediu


deixando-me com Vicenzo, minha vontade era gritar para que ele não
fosse embora, porém meu corpo traidor só de ter a mão de Vicenzo
em minhas costas queimava de desejo impossibilitando-me de ter
qualquer reação contraria a sua presença próxima a mim.
— Espero não ter atrapalhado o momento de vocês — fala ao
se posicionar a minha frente e segurar minha cintura com um pouco
mais de força e nos movimentando no ritmo da musica.

— Para ser sincera atrapalhou sim — não pude deixar de


provocá-lo.

— Não me desafia, Samira, já sabe qual será a consequência


disso — a chama que ardia em seus olhos ao pronunciar essas
palavras fez meu centro se contrai em expectativa ao me lembrar de
sua boca e do orgasmo maravilhoso que ela me deu. Eu a queria
nele e me levando ao céu novamente.

— E se eu disser que estou louca para mais consequências —


falo ao seu ouvido com uma voz rouca e sexy e o ouço gemer, ele
aperta ainda mais minha cintura.

— Garota provocadora do caralho, eu só não mostro agora o


que eu faria com essa sua boca esperta porque estamos no meio da
pista de dança com centenas de pessoas nos olhando — seu
comentário me faz se afastar dele e voltar à realidade.

— Obrigada por essa dança Don, com licença — me afasto


dele e saio praticamente correndo dali. Meu corpo queima de desejo
por ele, mas minha consciência me acusa por desejar um homem
casado.

Preciso respirar.

No meio do caminho encontro Ana que vinha da cozinha.

— Ana — chamei-a.

— Samira o que houve? — perguntou ao se dar conta da


minha cara de espanto.

— Só uma dorzinha de cabeça chata nada de mais. — minto,


pois não quero tocar nesse assunto com ela. — Onde estava?
— Fui à área da piscina, não estava me sentindo bem no meio
de tanta gente desconhecida — sua voz é quase um sussurro. Ela
não é mais aquela menina festeira e alegre de antes.

— Vem! — estendo minha mão em sua direção — Vamos ao


jardim, lá tem um lago e poderemos respirar melhor.

Ela pega minha mão e caminhamos para o jardim, passamos


um tempo em silêncio só admirando a beleza e a calmaria do lago,
calmaria essa que se contrapõe ao turbilhão de emoções que se
encontra em nossa alma.

Estava pronta para chama-la para voltarmos à festa quando


uma movimentação por trás de um dos arbustos do jardim seguido
por vozes sussurradas chamou nossa atenção. Olhamos na direção
de onde vinham as vozes e vimos quando Maria apareceu beijando
um dos guardas de Vicenzo.

Peguei na mão de Ana para nos afastarmos de forma


sorrateira para não sermos notadas e puxei-a para detrás de uma
parede de flores que tinha no jardim. Ao olhar para minha amiga notei
que sua respiração estava ofegante e ela estava tremendo.

— Ana o que houve? Você está tremendo, está passando mal?


— perguntei aflita segurando suas mãos.

— É... É ele... — ela gagueja e treme ainda mais.

— Ele quem Ana? — perguntei aflita com seu estado.

— O homem responsável pelo meu sequestro é o mesmo que


está beijando a esposa do Vicenzo — revela com os olhos inundados
por lágrima e minha raiva torna proporções gigantescas.

— Tem certeza? — ela assente em confirmação.

— Que puta! Mas isso não vai ficar assim.


— O que vai fazer Samira? Ele é perigoso e está infiltrado
aqui.

— Não vou enfrentá-lo quem acertará as contas com ele é


Vicenzo, mas ela não me escapa.

Saio de detrás da parede seguida por Ana e vejo que o


soldado de Vicenzo já foi deixando Maria sozinha e tornando o
momento perfeito para eu revelar que já sei de sua traição.

— Quer dizer que a tão honrada primeira dama da máfia traí o


marido com um soldado — falo alto e ela se vira assustada — que
feio. — digo fazendo um som de estalo com a língua e balançando a
cabeça em negação.

— O que?... Como?... — sua voz sai falhada ao se dar conta


que foi pega no flagra.

— Seu amante comeu sua língua e por isso não consegue


falar Maria? — pergunto rindo da sua cara de pateta.

Ela continua muda nos olhando com os olhos arregalados.

— O que todos vão falar ao saber que a grande dama da


nossa máfia não passa de uma puta?

— Como ousa me chamar assim sua cobra, eu sei que você é


louca por Vicenzo, mas é comigo que ele está casado. Co-mi-go. —
ela grita histérica me fazendo rir.

— Não a partir de hoje. Na máfia não se aceita traição,


querida. — ela fica branca ao me ouvir falar.

— Só queria saber uma coisa, como pode trair um homem


como seu marido com um soldado? Porque você o traiu e não
adianta negar.

— Sim, eu o traí e muitas vezes se quer realmente saber.


Marcos é muito mais homem que Vicenzo, ele me faz sentir mulher
de verdade. — rio de sua tentativa estupida de sair por cima.

Ela acabou de cavar a própria cova ao admitir a traição tão


abertamente para mim e Ana.

— E não pense que irão acreditar em vocês. — ela rio


enchendo o peito se achando muita coisa. — Eu sou a primeira dama
da máfia e tenho todos aos meus pés. Sem falar que Vicenzo me
ama.

— Tem certeza disso? Amor — a voz grave de Vicenzo nos faz


pular de susto.

Ele tinha ouvido nossa conversa e eu sabia que Maria não


sairia dali com vida.
Capitulo 29
Escutar da boca de minha esposa que não sou homem
suficiente para ela e nem para governar minha máfia deveria me
deixar triste, magoado, com raiva? Até poderia se ligasse para a
opinião dela, contudo se já não ligava antes agora sabendo que me
traiu da maneira mais baixa e com um soldado só reforça o quanto
demorei a tira-la da minha vida.

Eu poderia até ter alguma consideração por ela ao pedir nosso


divorcio, coisa que eu iria fazer esta noite, pois fomos casados por 5
anos, porém, depois de tudo o que eu ouvi de sua boca tudo o que
sinto no momento é raiva por ter sido enganado todo esse tempo,
alivio por finalmente me livrar dela e por último pena, pois ela acabou
de assinar sua sentença de morte.

A matarei sem pensar duas vezes!

Mas voltemos ao início de tudo isso... Eu estava à espera de


Samira para ver a melhor forma de conversamos sobre nossos
sentimentos, não posso mais negar o que sinto por ela. Eu a quero
para mim! Só teria que arrumar um jeito de me livra da minha
digníssima esposa. No início relutei em acabar com um casamento
arranjado há anos com acordos e alianças formadas, pensei em
como isso afetaria minha vida e meu governo na máfia.

Mas ao colocar os olhos em Samira assim que ela adentrou o


salão onde ocorria a festa de minha esposa e ver o quão linda ela
estava, me fez babar e meu pau endurecer na calça. O meu desejo
por ela era absurdo e nada mais me impediria de tê-la para mim.

O vestido preto colado ao corpo marcando todas as curvas


que eu adoraria tocar, curto mostrando suas coxas grossas ais quais
amaria beijar e ter em volta da minha cintura com meu pau enterrado
no meio delas, os seios fartos marcados no imenso decote faz minha
boca salivar para tê-los nela. A forma como meu corpo reage só em
vê-la é a prova que tenho que fazê-la minha.

E eu já tinha tomado essa decisão. Contudo ao notar que outro


a tocava fez com que a fúria se acendesse em mim, eu só pensava
em matar o filho da puta que veio acompanhando-a na festa desta
noite.

Toda vez que Nicolas a tocava, o anseio de cortar sua mão


crescia em mim e ao perceber que esse sentimento por ela estava
cada dia mais forte e feroz não pude ignora-lo e tomei a decisão de
me separar de Maria, mesmo que com essa decisão eu tivesse que
enfrentar uma guerra com meus pais e o conselho da máfia.

Eu fiquei admirando-a de longe nos primeiros minutos da festa,


pois eu sabia que se chegasse próximo dela não conseguiria me
controlar, mas ao vê-la nos braços de outro não me contive e
caminhei rumo até onde ela se encontrava dançando com Nicolas e a
tomei para mim com a desculpa da dança, mas na verdade queria
sentir seu corpo colado ao meu.

Trocamos algumas provocações quentes que me deixaram


ainda mais louco para fode-la de todas as formas possíveis, todavia
Samira fugiu de mim ao perceber que as coisas estavam ganhando
proporções que poderiam nos trazer problemas.

Após um tempo me recompondo e fazendo com que minha


ereção baixasse fui a sua procura, porém qual foi minha surpresa ao
presenciar Maria e Samira em uma discussão acalorada no jardim da
minha casa.

Discussão essa na qual Samira insistia para Maria confessar


sua traição a mim, me dando a chance que tanto esperava para
acabar com esse casamento fracassando e a tirar de uma vez por
toda da minha vida.

— Tem certeza disso? Amor? — digo saindo das sombras que


os arbustos do jardim faziam e me fazendo ser notados por elas.

— Quer dizer que meu soldado é mais homem que eu Maria?


— pergunto ao me aproximar com minha voz tomada pela fúria e elas
se assustam.

— Vicenzo, não é nada disso que você está pensando —


Maria exclama com o medo estampado em seu rosto.

— Que frase mais clichê — rio sem humor — Quer dizer que o
que acabei de ouvir foi... Deixe ver... Um delírio meu? — pergunto
com um sorriso debochado em meus lábios.

— Samira nos dê licença eu tenho contas a acertar com minha


querida esposa — ela assentiu, pegou na mão da amiga e se foi.

— O que você vai fazer comigo Vicenzo? — Maria chora

— O que eu vou fazer? Você ainda tem a coragem de me


perguntar isso Maria? — a puxo pelo braço — Você me traiu, porra.
— aperto seu pescoço — O que você estava pensando quando você
resolveu cometer tal ato contra mim? — aperto ainda mais seu
pescoço a vendo ficar vermelha pela falta de ar. — Me trair com meu
soldado na minha própria casa. — grito e a jogo no chão. Ela chora
ainda mais.
— Eu fui enganada Vicenzo, ele me iludiu, contou mentiras —
seu choro descontrolado e sua súplica só fazem aumentar minha
fúria.

A levanto do chão pelos cabelos e a arrasto para o galpão que


fica nos fundo da mansão e próximo ao jardim. Os soldados se
atiçam pela movimentação do lado de fora da propriedade, mas ao
ver que sou eu voltam as suas posições.

Vejo Luigi e faço sinal para que me acompanhe.

Maria se debate e tenta se livrar do meu aperto suplicando


para que não a mate, porém não a solto, chegando ao galpão mando
Luigi ficar a postos do lado de fora e entro lançando Maria ao chão.

— Por favor, não me mata.

— Já parou de suplicar? Você sabe muito bem que eu não vou


lhe poupar. O preço por traição é a morte — ao notar que não tem
saída e irá morrer sua postura muda.

— Eu te traí, está satisfeito? Fodi muito com Marcos. — ela


sorrir em meio as lágrimas — Ele é muito mais homem que você, me
comeu muito melhor, me fez sentir mulher coisa que você nunca fez
— grita e se encolhe quando parto para cima dela batendo em seu
rosto.

— Não sabia que poderia ser tão baixa, tão vulgar, tão burra —
digo e volto a minha postura ereta.

— Eu sou burra? — ela me olha e começa a rir, rir não,


gargalhar.

Olho incrédulo por seu surto.

— O seu inimigo, a pessoa responsável pelos ataques, por dar


informações a Bratva, quem o tão poderoso Don da Máfia Grimald
busca esteve ao seu lado esse tempo todo sem que você percebesse
e eu que sou a burra? — choque se faz presente em meu rosto.

— O que está dizendo? Não vai adiantar criar um história no


intuito de se livra da morte Maria. Seu destino foi traçado no dia que
aceitou me trair.

— Não estou criando, inventando ou mentindo sobre nada


Vicenzo. O homem que tanto procura é o Marcos — um sorriso de
escárnio surge em seu belo rosto. O que tem de bonita tem de
podre. — Marcos não, seu nome verdadeiro é Pietro e ele é seu
meio-irmão.

— Como? — grito e agarro seu pescoço — Se você estiver


mentindo Maria sofrerá tanto antes de morrer.

— Eu sei que vou morrer não tenho porque mentir Vicenzo,


Marcos, ou melhor, Pietro, é seu meio-irmão! Filho de seu pai com
uma prostituta que ele tinha antes de se casar com sua mãe, seu avô
descobriu tudo e quis matá-la, então ela fugiu grávida. O primeiro
filho e herdeiro do Don Eduardo. — ri sem humor.

— Ele que era para ser o dono de tudo, ele é quem amo e
quem vai matar você e todos da sua família — expressa com raiva e
eu apenas a olho tentando digerir tudo o que ela acabou de me
revelar.

— Agora me mata de uma vez, porque eu não suporto mais


olhar para sua cara, esses 5 anos que passamos casados foram os
piores anos da minha vida, eu odeio você, Vicenzo. Eu quero que
Pietro o mate da pior forma possível e que tome seu poder, quero que
ele o faça sofrer, que mate sua amada Samira... — ela para de falar
porque eu dou um tapa em seu rosto fazendo-a cair no chão.

Puxo seu cabelo a levantando e a sentando na cadeira de


tortura que tenho no galpão. Pego minha arma e aponto para ela.
Eu poderia fazê-la sofrer e torturá-la por horas por sua traição
a mim, mas tenho outros assuntos para tratar então sua morte será
rápida.

— Te vejo no inferno querida esposa — atiro em sua cabeça e


fico lá vendo o sangue jorrar do buraco em sua testa e a vida se
esvair de seus olhos.

— Luigi, limpe essa bagunça e envie o corpo da minha esposa


para o seu pai, quero que todos saibam que eu não admito nenhum
tipo de traição, quem me atrair morrerá, não poupo ninguém quando
o assunto é traição — ordeno ao sair do galpão.

Agora eu vou atrás de Pietro e por mais que ele seja meu
irmão, ele vai se arrepender de ter entrado em meu caminho.
Capitulo 30
Depois de ter dado as ordens ao Luigi saio do galpão, volto
para dentro da mansão e encontro todos a minha espera.

Peço que todos se retirem, pois a festa acabou, ouço alguns


sussurros e burburinhos, mas não me dou ao trabalho de explicar
minha atitude. Depois de todos os convidados terem ido embora
incluindo os pais de minha digníssima esposa e ficando somente
minha família e a de Samira os chamo para uma pequena reunião no
meu escritório.

— O que fez com sua esposa Vicenzo? — minha mãe


pergunta a me ver entrar sem Maria.

— A metei — falo bebendo o corpo de uísque que tenho na


mão

— Mas como?... — Ela não continua falando, pois perco


minha paciência e grito com ela.
— O que a senhora queria que eu fizesse, ela me traiu mãe,
me traiu — ela me olha espantadas com minha explosão.

— Não levante a voz para sua mãe, Vicenzo, a respeite ou eu


parto sua cara sem me importar se é a porra do Don — meu pai
exclama mortas apertando o punho para não me bater.

Ele é capaz de tudo para defender minha mãe e a mim e eu o


amo por isso.

— Como assim traiu? — minha mãe pergunta confusa — Você


tem certeza disso meu filho?

— Sim, mamma. — confirmo mais calmo — Ela me traiu com


Marcos o soldado responsável pela segurança dela, ou melhor
dizendo, Pietro, meu meio-irmão. — olho para meu pai que arregala
os olhos

— Como? — um coro de exclamações chocadas ecoa pelo


escritório.

— É melhor a Senhora se sentar porque a história é longa,


mas eu acho melhor meu pai contar essa história já que tem mais a
ver com ele do que comigo não é pai? — minha mãe o olha e ele
engole seco ao perceber que já sei de tudo e que chegou a hora dele
esclarecer toda a verdade.

— Amore mio — ele senta próximo a minha mãe — O soldado


com o qual Maria traiu Vicenzo, o Pietro, é meu filho.

— O quê? — minha mãe praticamente grita e põe a mão na


boca chocada.

— Você sabia que antes de nos casarmos eu tinha amantes.


— Minha mãe baixa a cabeça desolada com as palavras proferidas
por ele — Naquela época não te amava como amo hoje... — ele
segura seu queixo e a faz olhar para ele — e por um bom tempo
antes de nos casarmos mantive uma prostituta particular em umas
das boates de meu pai, Elena era seu nome.

— Você engravidou essa mulher e não me disse? — havia


magoa nas palavras de minha mãe.

— Eu não sabia que Elena tinha engravidado. Ela foi embora


da boate e eu me casei com você — ele passa a mão no cabelo
frustrado com toda essa situação.

— Você a amava? — ver a dor nos olhos de minha mãe parte


meu coração

— Não era amor, paixão, talvez. — meu pai fala pensativo —


Ela tinha se apaixonado por mim e como minha vida tinha virado de
cabeça para baixo da noite para o dia e ela me ajudou a enfrentar
toda a barra, eu acabei me apegando a ela.

Meu pai se levanta e caminha até a janela do escritório que


tem vista para o jardim.

— Eu era novo e estava confuso. Meu pai vivia me


pressionando para casar logo, pois seu pai estava doente e não
queria lhe deixar desamparada. — ele olha para minha mãe.

— Meu irmão tinha morrido em um ataque causado por


inimigos nosso, na época que meu pai era Don. Minha mãe não
superou sua morte e acabou se suicidando meses depois — seus
olhos pousam em meu avô, mas ele desvia o olhar — Eu estava aflito
e me sentindo culpado por não ter conseguido impedir as mortes das
pessoas mais importantes da minha vida e encontrei apoio em Elena.

— Você casou comigo por pena e pressionado pelo seu pai?


Se não queria se casar porque não cancelou o casamento? — Minha
mãe estava chocada, lágrimas escorrem por suas bochechas.

— O quê? — exclama meu pai — Claro que não! Eu me


encantei por você assim que a vi vindo em minha direção com o
sorriso mais lindo que já tinha visto. — meu pai diz saudoso — Me
apaixonei no momento em que me deu seu apoio e me fez ver o
quanto eu poderia ajudar nosso povo estando à frente da nossa
máfia. — ele se aproxima e enxuga suas lágrimas — E descobri que
te amava no dia em que colocou nosso filho em meus braços — ele
lhe dá um beijo casto — Ti amo Emma e lo farò sempre.

— Anch'io ti amo — minha mãe dá um de seus sorrisos que é


capaz de iluminar o mundo.

— Mas, o que aconteceu para esse tal de Pietro que se diz


seu filho vir nos fazer mal? — ela pergunta.

— Quando Elena descobriu que estava grávida contou para


uma de suas amigas na boate, Lídia, que era a responsável pelas
prostitutas na época, ouviu tudo e contou ao meu pai.

Ele olha para meu avô.

— E o senhor nunca aceitaria um neto bastardo não era pai?


— meu pai pergunta ao meu avô que, até então, escutava tudo
calado.

— Não poderia aceitar essa mancha em sua vida Eduardo —


meu avô diz frio.

Ele sempre foi um homem temido e conduzia nossa máfia com


mãos de ferro, com medo e pavor até para com os nossos, fazendo-
nos assim ter inimigos dentro da nossa organização.

— Mancha? — meu pai rir sem humor — Ele era seu primeiro
neto, por mais que eu não amasse a mãe dele, eu cuidaria do meu
filho.

— Ela era uma prostituta, pelo amor de Deus, Eduardo. —


meu avô exclama aumentando o tom de voz — Você estava para se
tornar o novo Don.
— Um cargo que eu não queria. — os ânimos dos dois estão
bem exaltados — O seu afinco por governar nossa máfia com mãos
de ferro levou meu irmão para a morte e minha mãe ao suicídio.

— E você acha que não me culpo pela morte deles? — meu


avô grita e passa a mão pelo cabelo — Eu os amava! — sua voz sai
como um sussurro nas últimas palavras.
— O senhor não ama ninguém! — meu pai grita — Só pensa
em poder, e por isso quis matar Elena com meu filho ainda em seu
ventre, levando-o a agora a querer nos matar.

— Sim, eu o fiz e não me arrependo — exclama meu avô, meu


pai o olha chocado apertando os punhos na tentativa de controlar a
raiva.

— Por favor, acalmem-se. — Francisco pede tentando impedir


que eles acabem se machucando nessa discussão acalorada entre
os dois.

— E como Helena fugiu? — minha mãe pergunta chamado à


atenção dos dois e tentando acalmar os ânimos.

Mais ninguém falava nada, aquela discussão não dizia respeito


a outras pessoas que não eles. Pelo menos por enquanto.

— Ela convenceu o soldado que iria matá-la a deixá-la ir


embora. Como ele era um dos homens com quem ela já tinha
dormido a ajudou a fugir, meu pai o matou quando soube — dá de
ombros como se não fosse nada e olha para meu avô.

— Elena tinha uma prima em Torino e foi para lá. — volta a


contar a história — Depois de ter Pietro ela começou a trabalhar em
um hotel no qual conheceu seu marido e antigo capo de Veneza —
suspiros chocados escoam pelo escritório.

— O capo que queria lhe matar. — Francisco disse, chocado.


— Isso meu amigo, ele se apaixonou por ela e quando ela lhe
contou sua história ele viu uma oportunidade grande. Casando com a
mãe de meu primeiro filho ele me mataria e assumiria o poder até
Pietro ter idade de se tornar o novo Don.

— E eu ainda sou o vilão — meu avô comenta rindo sem


humor — Se ela te amava como dizia, por que não impediu que
Antônio Mancini tentasse te matar? Aah, porque ela era uma
prostituta querendo lhe dar um golpe — meu avô cospe as palavras.
Meu pai não retruca.

— Como soube de tudo isso? — Francisco pergunta.

— Na verdade eu achei estranho o sumiço de Elena na época,


mas com tanta coisa em mente deixei passar. Há alguns meses a vi
em um restaurante com Pietro, que até então não sabia que era um
soldado de Vicenzo, ele se escondia de mim todas as que eu vinha
para cá.

Ele suspirou.

— Eu tinha sido convidado para um almoço com meu pai.


Fiquei em choque ao vê-la depois de tanto tempo que me aproximei
deles sem nem perceber. Elena assustou-se a me ver e quis fugir,
estranhei a sua reação e a raiva estampada no rosto do rapaz que a
acompanhava ao ver que meu pai estava atrás de mim. Conversei
com ela, a contra gosto do meu pai, e perguntei por que tinha fugido.
Ela me disse que tinha engravidado de um soldado e que teve medo
de eu querer matá-la: Pietro era essa criança.

— Mas você não acreditou — foi minha vez de falar.

— Todos os soldados sabiam que ela era minha prostituta


particular, eles não ousariam tocá-la.

— Então ele só poderia ser seu filho — supus.


— Sim, por isso comecei a investigar e descobri que ela tinha
fugido grávida sob as ameaças de meu pai. Localizei sua prima e lhe
dei um bom dinheiro para me dizer toda a verdade.

— Eu iria contar tudo o que descobri, contudo, aconteceram


tantas coisas que não me permitiram falar. — meu pai fala olhando
para minha mãe.

— Ele quer vingança e não vai sossegar enquanto não a tiver.


— exclamei — Mas por mais que seja meu meio-irmão eu o matarei,
papà. — afirmei frio.

—Figlio.. — meu pai tenta falar, mas eu o corto.

— Ele escolheu isso, pai, e só darei o que ele tanto procura.


Ele quer morte e isso terá, só que não será a minha — decreto e saio
do escritório.

Preciso colocar minha mente em ordem e digerir os últimos


acontecimentos.
Capitulo 31
Ainda estou um pouco desnorteada com os acontecimentos de
ontem à noite. No momento em que vi Maria beijando o soldado do
Vicenzo e a enfrentei não imaginava à proporção que isso ganharia e
as revelações que aconteceram.

O medo que vi nos olhos de Ana quando reconheceu homem


que estava beijando a esposa de Vicenzo como o responsável pelo
seu sequestro fez a fúria se apossar de mim e não pensei duas vezes
antes de confrontar Maria assim que se despediu de seu amante.
Descobrir que ela sabia dos sequestros e, o pior, que estava com
toda a certeza compactuando com ele me fez querer matá-la com
minhas próprias mãos.

Contudo, saber que o tal soldado se chamava Pietro, era filho


bastardo de Eduardo Grimald, e que ele estava em buscava vingança
me tirou o chão. Tomar consciência que eu e minha família
estávamos entre os que ele queria matar me sufocou.
Meu pai entregou seu padrasto e o impediu de matar o pai de
Vicenzo, essa era a verdade, e se ele queria vingança meu quase
sequestro e estupro era parte dele. O que me confirma que Ana foi
realmente sequestrada por minha causa. Meu peito dói ao constatar
isso.

Quando me dei conta que Vicenzo tinha ouvido parte da nossa


conversa tive a plena certeza que Maria não sairia viva da mansão
naquela noite, o preço por traição é a morte e todos sabem disso.
Inclusive esse medo se fazia presente em mim por ter tido momentos
íntimos com Vicenzo, ainda ele sendo casado.

O que não aconteceria comigo se tivesse sido descoberta?


Seria morta com certeza e a decepção estaria estampada nos olhos
de toda minha família.
Sacudo minha cabeça para espantar tais pensamentos e volto
a me concentrar na conversa com Ana.

— Não é Samira? — a olho sem saber o que responder já que


não estava prestando atenção.

— Oi? Desculpe, eu não entendi a pergunta.

— Perguntei se você não percebeu algo diferente na Andreia.

— Aah, sim, ela está mais radiante que nunca — comento


sorrindo para Andreia que cora. — Aposto que tem haver com o seu
irmão — nós sorrimos quando ela arregala os olhos.

— Não tenho nada com o Nicolas — ela afirma, mas sem


muita convicção. — Eu e ele não temos nada.

— Eu não acho isso. Vocês só faltam pular no pescoço um do


outro e se devorarem quando estão por perto. — Ana fala rindo e se
desvia de um tapa que Andreia dá nela.

Rimos.
— Eu não tenho nada com ele. — Andreia reafirma suas
palavras anteriores.

— Se você diz... — sorrio e me levanto da espreguiçadeira.

Estamos aproveitando o dia de sol a beira da piscina da minha


casa. Sigo até a mesa próxima a nós e me sirvo de suco de laranja e
uma fatia de bolo de chocolate.

— Que tal irmos dá uma volta e almoçarmos tendo o


Canałasso (Grande Canal) como vista? — Andreia pergunta e eu
adoro a ideia.

— Podemos ir ao mercado que fica ao lado dela e


experimentar alguns produtos regionais — Ana pede e a olho — Luca
comentou uma vez desse mercado e fiquei curiosa em ir lá.

— Você anda conversando muito com Luca não é? — sorrio


com malícia para ela que fica vermelha de vergonha.

Eu gostaria de ver os dois juntos eles formam um lindo casal.

— Não começa Samira somos só amigos — apenas assinto


não quero invadir sua privacidade.

— Claro, vamos nos trocar — digo animada.

Termino meu lanche e fomos tomar banho. Mas antes de ir me


arrumar e fui até Luca que fazia nossa segurança e conversava com
Mateo próximo de onde estávamos e o pedi que nos
acompanhassem.
Subi para meu quarto com Andreia e Ana para o dela. Nós nos
arrumamos e encontramos com eles que já nos esperava no carro.
Minutos depois já estávamos almoçando no restaurante e
aproveitando o restante do dia.
Capitulo 32
Uma semana se passou desde que minha vida deu uma volta
de 365 graus.

Saber que tenho um irmão mais velho, o qual minha esposa


me traía com ele e que quer me matar, fez da minha realidade
sufocante.

Nessa semana que passou as coisas deram uma acalmada,


meus sogros surtaram ao receber o corpo de Maria, queriam
retaliação, contudo ao saber o motivo pelo qual a matei ficaram
quietos para não morrerem também.

Com o conselho a coisa foi mais tranquila, eles não aceitam


traição e me apoiaram na decisão de mata-la. Por outro lado ao
saberem que tudo que aconteceu foi culpa de um filho bastardo do
meu pai os fez diminuir a pressão que tinha sobre mim e meu jeito de
governar a organização deixando a situação menos sufocante para
meu lado.
Meu pai depois de todo aquele drama que foi a descoberta de
toda a verdade, cortou relações com meu avô e resolveu tirar uns
dias de férias com minha mãe no intuito de melhorar a relação deles.

Meu avô por sua vez foi até o conselho e pediu que não
fizessem nenhum tipo de retaliação a meu pai pelos atos de Pietro
em consideração aos 30 anos que ele esteve à frente da nossa
organização e de seu governo impecável durante todos os anos que
fora Don da nossa máfia. Eles respeitaram seu pedido e não fizeram
nenhum mal ao meu pai.

Eu queria contar o que meu avô fez, contudo ele me proibiu


não querendo que seu filho visse esse agir dele como uma compra
de seu perdão. Ainda posso ver em seus olhos a dor das palavras
ditas pelo meu pai.

O grande Enrico Grimaldi sempre foi fechado e um homem


implacável, chamado de senhor gelo por não demonstrar carinho e
compaixão por ninguém, mas ele sempre amou muito minha avó e
meu tio Ângelo e sofre até hoje a perda dos dois de forma tão
repentina.

Volto à realidade com a voz de Giuseppe reclamado de algo


que não prestei atenção por estar com o pensamento longe.

— A odeio — resmunga chateado.

— Quem você odeia criatura? — pergunto confuso.

— Amélia, acredita que ela teve a audácia de me dispensar?


— ele fala incrédulo e eu sorrio.

— É sinal que ela é inteligente.

— Teu rabo — sua raiva só me faz rir ainda mais.

— Deixa a menina em paz, Giuseppe, tem muitas outras


mulheres por aí dando sopa, não a perturbe.
— Vou fazer isso mesmo ela nem é tão bonita assim —
arqueio minha sobrancelha em sua direção em forma de
questionamento.

— Tá! Ela é linda e muito gostosa, queria tê-la na minha cama,


tá bom? — confessa frustrado.

— Procure outra e a deixe em paz — ordeno e ele dá de


ombros, sei que não fará isso.

— Vamos para a empresa de automobilismo, tem um novo


piloto que quero contratar. — digo me levantando da minha cadeira e
fechando meu terno rumando para fora da minha sala.

Ele me segue.

— Fiquei sabendo da nova aquisição.

— Quase aquisição — corrijo-o, e ele revira os olhos.

Estamos na minha empresa no centro de Roma.

— Eu quero muito Fernando Machado em nossa equipe de


corrida, ele está em alta lá no Brasil.

Entramos no elevador e descemos direto no hall de entrada da


empresa e seguimos para fora entrando no carro que já estava a
nossa espera.

Luigi será o motorista da vez e 4 seguranças estão em outro


carro fazendo nossa escolta.

— Soube algo de Pietro? — Giuseppe pergunta quebrando o


silêncio no carro.

— Ainda não, Ivan e Vladimir Petrov também estão quietos.

— Eles sabem que não podem levar adiante uma guerra com
você. — quem fala é Luigi me olhando pelo retrovisor.
— Pode ter razão, embora ainda não esteja certo disso — ele
assente e volta seu olhar para a estrada.

— Como está Samira? — pergunto.

— Bem, papai quer que ela escolha um noivo. O conselho o


está pressionando por ela já ter 23 anos e estar na idade de se casar.

— Ela já tem alguém em vista? — tento mostrar desinteresse e


esconder minhas emoções.

Saber que Samira pode ser de outro faz meu peito doer.

— Não que eu saiba — seu comentário me traz alivio — ela


tinha um namorado no Brasil, mas não deu muito certo e eles
terminaram — apenas meneio a cabeça. Ela será minha, ele só não
sabe disso.

Voltamos a ficar em silêncio e seguimos assim até a empresa.


Chegamos lá e vamos direto para a sala de reuniões onde o piloto
nos espera para fecharmos o contrato, tudo ocorre bem na reunião e
o garantimos em nossa equipe de corrida.

Volto para minha sala com Giuseppe me acompanhando, mas


sou parado pela minha secretaria antes de entrar na sala.

— Senhor Vicenzo.

— Sim, — paro com a mão na maçaneta.

— O conselho gostaria de confirmar sua presença na festa que


teremos em comemoração a aquisição do novo piloto.

— Porra! — praguejo — Tinha me esquecido dessa Benedita


festa. Pode confirmar minha presença Cassandra e obrigado por me
avisa — ela assente e volta a sentar em sua mesa.

— Quem você pretende levar nesse evento? — Giuseppe


pergunta já dentro da sala e se jogando no sofá.
— Que merda, mais uma preocupação — passo os pela
têmpora em forma de massagem já sentindo a dor de cabeça se
formar.

— Ainda não sei — sigo para o armário de bebidas e me sirvo


de um copo de uísque.

— Ei, eu também queria — exclama ele ao me ver se sentar


em minha cadeira.

— Levante e sirva-se não sou seu empregado — ele revira os


olhos e se levanta para se servir.

— Você pode contratar alguma acompanhante de luxo —


sugere.

— Não sei se é uma boa ideia, não estou muito a fim de aturar
uma garota fútil e com pose de primeira dama ao meu lado a noite
toda.

— O bom mesmo seria uma jovem que fizesse parte da nossa


máfia, que fosse inteligente, bonita e não fosse fútil e com mania de
grandeza — fala tomando seu uísque e me dando a oportunidade
que tanta queria.

— Você acabou de descrever a Samira. Será que ela aceitaria


passar uns dias aqui e me acompanhar nos eventos? — pergunto me
fazendo de inocente para ele não perceber minhas reais intenções.

— Não vejo problemas, desde que ela aceite claro.

— Ligue para ela e faça o convite — peço.

— Vou colocar no viva voz — ele fala já pegando seu celular


para ligar para Samira.

Ela atende no terceiro toque.


— Espero que seja importante irmão, você acabou de me
atrapalhar — fala ao atender e noto que está ofegante.

Me sinto incomodado e me remexo na cadeira.

— O que estava fazendo para estar com a respiração tão


ofegante Samira? — seu irmão pergunta e o agradeço mentalmente
pois também quero saber.

— Transando — fala e quase morro engasgando com o gole


que tinha acabado de dar no meu uísque.

— Samiraaa — Giuseppe grita e ela gargalha do outro lado da


linda — Porra, pirralha assim você me mata — ele passa a mão no
peito como se estivesse realmente sentindo dor. Eu teria rido se não
estivesse na mesma situação.

— Estou brincando, Giuseppe. — ela continua rindo — Estava


em mais uma aula de luta com Luca e Ana. O que você quer?

— Queria lhe fazer um convite, no caso o Vicenzo. Ele queria


saber se você gostaria de vir passar uns dias aqui e o acompanhar
nas festas da organização? — ela fica em silêncio após ele terminar
de falar e meu coração retumba no peito em expectativa e ansiedade.

— Samira... — ele a chama.

— Posso pensar? Não gostaria de deixar Ana sozinha agora


que ela já está se entrosando de novo.

— Claro, principessa. assim que decidir me avise que


prepararei tudo.

— Certo, fratello um beijo, ti amo.

— AAnch'io ti amo, principessa. — eles se despedem.

— Porra, cara, essa menina ainda vai me matar. — suspira


passando a mão no rosto — Transando vê se pode. — não consigo
responder porque imaginar ela transando com outro homem desperta
a besta que há em mim e quero matar qualquer filho da puta que a
toque, então apenas assinto em concordâncias.

— Como você mesmo ouviu ela vai pensar, mas não se


preocupe ela aceitará.

— Assim espero. Bom, vamos embora que já deu de trabalho


por hoje.

— Vamos sim, mas enquanto você vai para a solidão de sua


mansão eu vou me fartar em bocetas novas.

Faço uma careta para sua fala .

— Não sei por que sou amigo de um puto como você.

— Porque é igual a mim — fala e sai rindo da minha sala.

Reviro os olhos e saio também.

Chego à mansão já a noite depois de um dia cansativo, mas


bem proveitoso com relação aos negócios. E feliz porque finalmente
terei Samira em minha cama, se ela aceitar o convite é claro.
Capitulo 33
Hoje é um dia que tenho uma decisão para tomar que talvez
mude minha vida. Uma semana se passou desde os últimos
acontecimentos e meu anseio por estar com Vicenzo só aumentou.
Meu tolo coração acha que agora ele estando livre por ter se tornado
viúvo terá alguma chance de conquistá-lo.

Ele pode até estar certo já que Vicenzo me convidou para


passar uns dias em sua mansão em Roma e ser sua acompanhante
nas festas da organização.

Mas por que tanta dúvida em minha mente? Por que


simplesmente não aceitar e ver o que acontece? Ele se sente atraído
por mim eu sei disso, pois se não fosse assim não teríamos
protagonizados momentos tão quentes nessa mesma mansão.

Eu deveria aceitar, não? É a única chance de ficar perto dele e


quem saber termos algo. O que me impede? Por que esse receio?
Olho para o rio que corta Veneza tentando obter alguma resposta
para os meus questionamentos.
— Um sorvete pelos seus pensamentos — a voz de Luca me
faz voltar a realidade.

Olho para ele que está sorrindo para mim com dois sorvetes
na mão.

— Acho que mereço mais do que apenas um sorvete pelos


meus pensamentos, não? — sorrio para ele e agradeço ao pegar o
sorvete.

— O que tanto te aflige? — pergunta se encostando na ponte


e olhando o rio a nossa frente.

— Vicenzo me convidou para passar uns dias em sua mansão


em Roma — ele me olha —, mas não sei devo.

— Por que a dúvida? Sei que o ama.

— Não sei ao certo — baixo a cabeça — talvez medo do que


possa vir a acontecer comigo estando lá — torno a olha-lo.

— Entendo que tenha medo, Samira, mas essa pode ser a


chance de vocês descobrirem que nasceram para ficarem juntos.

Ele endireita a postura e fixa os olhos nos meus.

— Não a deixe passar. Eu perdi a chance de ser feliz uma vez


e não sei se a terei de novo — a dor em sua voz toca meu coração.

— Gostaria de saber sua história, Luca.

— Um dia quem sabe eu lhe conte, menina. — ele me oferece


o braço e o pego — Vem, vamos ver o que a doi-dinha de sua amiga
está fazendo.

— Doidinha, mas que mexe com você e não adianta negar —


ele não responde apenas dá um sorriso de lado.
Saímos da ponte e fomos para o mercado ao lado do rio. Ana
se encantou pelo mercado daqui e sempre vem ver as novidades e
desfrutar das delícias da nossa culinária.

Ela fazia a mesma coisa quando nós moravámos no Brasil e


sempre vivia no mercado comprando diferentes tipos de frutas,
verduras e desfrutando das delicias culinarias artesanais que tinham
por lá.

Ficamos mais algumas horas passeando e depois voltamos


para casa, era hora de tomar a decisão que mudaria minha vida.

Após conversar com meus pais decidi aceitar o convite de


Vicenzo, eles não viram problema de eu passar alguns dias na
mansão dele já que somos praticamente primos e ele acabou de ficar
viúvo e sozinho. Para meus pais minha intenção é só fazer
companhia a Vicenzo nas festas da nossa organização e não que o
quero como homem e na minha cama.

Entrei em contato com Giuseppe e confirmei minha ida. A


parte ruim é ter que deixar Ana aqui sozinha, eu até insisti para que
fosse comigo mas ela não fi-caria muito a vontade lá.

Porém eu fico tranquila sabendo que Luca estará cuidando


dela.

No outro dia, depois de minhas malas prontas, me despedi de


todos e parti decidida a mostrar que eu não era mais uma menina
boba.

Vicenzo seria meu de uma vez por todas!


Capitulo 34
Ansiedade descreve perfeitamente o que estou sentindo nesse
momento, estou parecendo um adolescente que vai se encontrar com
a namoradinha pela primeira vez, pois até minhas mãos estão
soando.

Dentro de alguns minutos Samira estará aqui na mansão para


passar uns dias e me acompanhar nos eventos de nossa
organização, e confesso que nunca estive tão nervoso para saber o
que acontecerá ao tê-la sob o mesmo teto que eu por tantos dias
depois que descobri esse desejo descontrolado que passei a ter por
ela.

Quase não acreditei quando Giuseppe me confirmou sua


vinda, parecia ser um sonho, por mais que estivesse esperando que
aceitasse o convite saber que ela aceitou fez meu peito acelerar, por
alguns minutos pensei estar tendo um infarto de tão feliz que fiquei ao
receber a notícia de que Samira seria minha de uma vez por todas.
Sim, foi isso que minha mente processou ao ter Giuseppe me
dizendo que ela ficaria comigo por uma semana inteira, meu pau
pulsou na expectativa de tê-la em meus braços novamente.

Agora estou aqui na minha sala de estar com um copo de


uísque na mão esperando-a chegar.

— Vicenzo sua encomenda chegou — ouço a voz brincalhona


de Giuseppe.

— Encomenda são seus ovos, idiota — Samira retruca me


fazendo sorrir, amo essa implicância deles.

— Princesa, não fale assim de seu irmão preferido e deixe os


meus ovos fora de qualquer conversa.

— Quem disse que é o preferido? Você é apenas o único por


isso tenho que te suportar — fala rindo e seu sorriso faz meu peito
errar a batida.

— Acreditemos nisso — Giuseppe lhe dá um tapinha na


cabeça e ela lhe dá língua.

— A demonstração de amor de vocês me comove — falo


rindo e eles dão de ombro juntos.

São tão iguais nas atitudes.

— Seja bem-vinda, pirralha — provoco e ela me lança um


olhar mortal.

— Pirralha é sua vó, eu já sou uma mulher se não percebeu.


— ela passa a mão pelo corpo dando ênfase em suas palavras e não
perco a oportunidade de passear meus olhos por todo seu corpo.

Ela está usando uma calça jeans na cor azul justa marcando
suas coxas grossa e a bunda empinada que sou louco para marcar
com meus tapas e um blusa rendada de alça fina na cor branca
valorizando seus belos seios.
— Pode ter crescido mas sempre será nossa princesinha não
é, Vicenzo? — a pergunta de Giuseppe me faz desviar o olhar da
fonte de meus sonhos mais pervertidos.

— Claro. — concordo.

Ah! Se ele soubesse as minhas verdadeiras intenções para


com sua irmã.

— Pode escolher um dos quartos de hóspedes do andar de


cima, vou pedir a Luigi que leve suas malas. —ela concorda e sobe
as escadas. Faço sinal para Luigi que estava na porta e ele a
acompanha carregando as duas malas que ela trouxe.

Vou para o escritório com meu conselheiro, coloco alguns


assuntos que estavam pendentes em ordem e depois de um tempo
Giuseppe sobe ao quarto que Samira está se despede dela e vai
embora.

Fico por mais ou menos duas horas enrolando no escritório


buscando coragem para falar com ela, mas quando Carmem, minha
cozinheira, avisa que o jantar está pronto não tenho escolha e vou
chamá-la para jantarmos.

Bato em sua porta e alguns minutos depois a ouço


perguntando quem é.

— Sou eu, Samira, Vicenzo — aviso.

Ela abre a porta quase me causando um infarto, pois está


apenas enrolada em uma toalha e a água do seu recente banho
escorre do seu pescoço em direção aos seus seios e tudo o que
passa por minha cabeça é enxugar aquela gota com minha língua e
seguir o restante do caminho com ela até ter seus belos seios fartos
em minha boca chupando-os com a vontade que me consome de
fazer isso a dias.
— Desculpa a demora, estava no banho — apenas balanço a
cabeça já que minha voz não sai, pois a única coisa que minha língua
quer fazer é lamber as gotas de água que escorrem por dentre seus
seios.

— Vicenzo, meus olhos são aqui em cima. — sua fala travessa


me tira do transe e me faz olhar em seus olhos.

— Aah... Eu... Vim avisar que o jantar será servido — coço a


nuca sem graça por ser pego a devorando com os olhos.

Eu relamente pareço um adolescente.

— Tudo bem — fala sorrindo. — Eu vou me trocar e já desço.

— Também vou tomar um banho nos encontramos lá em baixo


— ela concorda com um menear de cabeça e fecha a porta.

E só então solto a respiração que nem sabia estar segurando.

Caramba, Vicenzo, você parece um idiota, você tem 35 anos,


porra, e não 15 — me repreendo mentalmente por agir assim.

Já no meu quarto, vou direto para o banheiro, tiro minha roupa,


ligo o chuveiro no modo frio para abaixar a ereção que tive ao vê-la
só de toalha, contudo meu pênis não baixa.

Fecho os olhos e começo a me tocar pensando em seu corpo


embaixo do meu enquanto arremeto com força em sua boceta
gostosa, aperto meu pau e acelero os movimentos gozando
segundos depois com seu nome escapando de meus lábios.

Terminei meu banho e saí do banheiro, no closet pego uma


cueca boxer preta e uma calça de moletom cinza, opto por não usar
camisa, quero ver a reação de Samira.

Quero saber se a afeto tanto quanto ela me afeta.


Me visto e saio rumo a cozinha onde pedi que fosse servido
nosso jantar.
Capitulo 35
horas antes

3630 segundos, uma hora e meia, esse foi o tempo exato que
levei da minha casa em Veneza até o aeroporto de Roma, sim eu
contei cada segundo, a ansiedade não me deixou aproveitar a
viagem. Estava aflita e inquieta com a possibilidade de me entregar a
Vicenzo.

Pensar que finalmente serei dele faz meu coração dar


cambalhotas em meu peito e as borboletas dançarem tango na minha
barriga.

Quando cheguei na área externa do aeroporto meu irmão já


estava a minha espera ao lado do carro nos cumprimentámos com
um abraço, eu me acomodei no banco do passageiro e ele colocou
minhas malas no porta mala de sua USV preta.

— Nervosa? — perguntou ao se sentar no banco do motorista.


— Um pouco... — olhei para ele — sabe que não curto muito
esses eventos, só aceitei por ser o Vicenzo.

— Eu sei princesa, mas todo esse problema com a sua


falecida esposa e seu meio-irmão o deixou mal visto pelo conselho.

Ele coloca o carro em movimento e ficamos em silêncio por um


momento.

— Alguma novidade com relação ao Pietro? — pergunto


quebrando o silêncio.

— Ainda não — fala sem desviar o olhar da estrada — por


enquanto está tudo calmo, sinal que devemos ficar atentos ao que
acontece ao nosso redor — concordo com um menear de cabeça e
volto meus olhos a janela do carro contemplando a vista da cidade.

30 minutos depois estamos na mansão, assim que meus olhos


pousam em um Vicenzo parado na sala de estar vestido com um
terno preto sob medida marcando seu corpo musculoso, imagens de
sua boca em mim, vem a minha mente e sinto meu centro pulsar em
expectativa.

Meu irmão brincalhão, como sempre, me apresenta como uma


encomenda para Vicenzo só para implicar comigo e posto que seu
digníssimo amigo pensou em várias formas de desfrutar do seu
'presente'.

— Encomenda são seus ovos, idiota. — retruco.

Ficamos na nossa implicância costumeira até Vicenzo nos


interromper.

— A demonstração de amor de vocês me comove — a voz


rouca de Vicenzo me faz arrepiar.

— Seja bem-vinda pirralha.


— Pirralha é sua vó, eu já sou uma mulher se não percebeu —
rebato e passo a mão pelo meu corpo para dar ênfase nas minhas
palavras e o vejo passear seus olhos de lobo faminto sobre mim.

Meu corpo queima sob sua análise.

— Pode ter crescido, contudo, sempre será nossa princesinha,


não é Vicenzo? — meu irmão pergunta, o fazendo desviar o olhar.

— Claro — ele concorda, mas a forma como me devorou com


os olhos segundo atrás diz outra coisa.

Aah, maninho, se você soubesse nossos pensamentos, não


diria isso. Falo mentalmente e me controlo para não rir e entregar
meus pensamentos pervertidos com nosso amigo.

— Pode escolher um dos quartos de hóspedes do andar de


cima, vou pedir a Luigi que leve suas malas. — concordo e subo as
escadas.

Escolho o terceiro quarto que fica próximo ao de Vicenzo, Luigi


coloca minhas malas no chão, eu o agradeço e ele sai.

Pego meu celular na minha bolsa, deito na cama e ligo para


Ana. Conto que já cheguei e pergunto como ela está, ficamos um
tempo conversando, ela me conta que pegou Andreia beijando
Nicolas na área da piscina, mas falaram que não estão namorando só
se curtindo.

Rimos da cara de pau dos dois, me despeço dela e finalizo a


ligação.

Ouço Giuseppe bater na porta do quarto e abro. Ele se


despede e avisa que terá de fazer uma viagem e volta em 3 dias. Ele
me dá um beijo no rosto e vai embora.

Resolvo arrumar minhas coisas e depois de tudo já


devidamente arrumado, pego uma toalha e vou tomar banho. Quando
estou saindo do banheiro escuto alguém bater a porta.
— Quem é? — pergunto só por precaução, mas tenho certeza
de que é Vicenzo.

— Sou eu, Samira — Vicenzo fala do outro lado da porta e


abro sem me preocupar com o que estou vestindo: que no caso é
nada além de uma toalha pequena que mal cobre meu corpo, já que
não sou uma mulher que se pode considerar "magra".

Tenho curvas e aprendi a gostar delas.

— Desculpa a demora, estava no banho.

Ele vasculha todo meu corpo com um olhar lácivo e sinto-o


esquentar de desejo. A tensão sexual entre nós é palpável.

— Vicenzo, meus olhos são aqui em cima — o repreendo com


divertimento em minha voz.

— Ah... — ele limpa a garganta. — Eu... Vim avisar que o


jantar será servido — ele coça a nuca sem graça e olha em meus
olhos. Seu olhar é intenso e me promete coisas que me faz ansiar em
fazê-las.

— Tudo bem, eu vou me trocar e já desço.

— Também vou tomar um banho nos encontramos lá em baixo


— meneio a cabeça concordo. Fecho a porta e respiro fundo
encostada-se a ela tentando acalmar minhas emoções.

Vou até o closet e escolho um conjunto de algodão que se


baseia em um short curto e um cropped de manga longa na cor cinza,
solto meu cabelo, passo perfume e calço uma rasteirinha. Sento na
cama e fico um tempo olhando para o nada buscando coragem para
descer e encontrar Vicenzo.

— Vamos lá Samira, Você consegue. Não é mais aquela


garota tola de 17 anos, você já tem 23 e sabe o que fazer — falo para
o meu reflexo no espelho, dou uma última olhada em minha roupa e
saio do quarto.

Encontro uma das funcionárias do Vicenzo e ela me diz que


ele me espera na cozinha onde nosso jantar foi servido.

Me encaminho para lá.

Ao chegar à cozinha e o vejo parado em frente a geladeira


buscando algo, a imagem de suas costas nuas com as tatuagens a
mostra faz minha boca salivar de vontade de traçá-las com meus
lábios.

A vontade de beijar todo seu corpo másculo e esculpido em


músculos bem definidos vem forte e tenho que fazer um esforço
sobre-humano para não gemer com as imagens que minha mente
projeta dele embaixo de mim, comigo, cavalgando em seu pau e o
beijando inteiro..

— Pedi para servir nosso jantar aqui, espero que não se


incomode — ele fala ao se virar e me fazendo engolir em seco ao ver
seu peito nu.

— Para mim, está ótimo — dou um sorriso e me aproximo da


mesa da cozinha analisando o que foi feito para nosso jantar.

— Lasanha a bolonhesa — o olho sorrindo — meu prato


preferido.

— Sim, pedi para fazer especialmente para você — ele se


aproxima com uma garrafa de vinho nas mãos — separei esse vinho
para nós também, espero que goste — ele coloca o vinho na mesa e
puxa a cadeira para que me sente.

— Obrigada — digo ao me sentar, ele se inclina e cheira meu


pescoço me causando arrepios.

— Amo seu cheiro, só não é melhor que seu gosto — sussurra


em meu ouvido e se afasta sentando na cadeira a minha frente.
— Bon appetit.

Servimo-nos do vinho e da lasanha e começamos a comer, na


primeira garfada eu solto um gemido de apreciação. Eu amo lasanha
e essa está divina.

— Assim fica difícil me controlar Samira. — Vi-cenzo comenta


fazendo cara de sofrimento.

Sorrio.

— Não posso fazer nada se a lasanha está divina.

— Você é uma menina muito má e provocadora isso, sim, deve


está louca para levar umas tapas nessa bunda gostosa para aprender
que não deve provocar um homem que está se controlando para não
atacá-la na primeira oportunidade.

Não sei o que responder, pois meu centro pulsa e sinto minha
calcinha molhar só em pensar nas suas mãos passeando pelo meu
corpo enquanto me fode com força. Aperto as coxas em busca de um
atrito que alivie a pulsação e engulo em seco.

Ele dá um sorrisinho de lado e volta a comer como se não


tivesse dito nada de mais. Sirvo-me de mais vinho e tomo em um
gole só na tentativa de aplacar o fogo que me consome. Terminamos
de comer, levamos os pratos a pia e quando vou lavá-los ele me puxa
e me beija.

Beija não me devora passo meus braços por seu pescoço


aprofundando o beijo. Vicenzo saboreia minha boca com o se tivesse
fome dela, morde o meu lábio inferior, nossas línguas duelam por
espaço, suas mãos agarram minha cintura com força me colocando
em cima da bancada da cozinha e se colocando entre minhas pernas,
sinto seu membro duro roçar na minha intimidade e gemo em sua
boca.

Nós nos afastamos por falta de ar.


— Queria te beijar assim desde a hora que entrou pela aquela
porta hoje a tarde — encostamos nossas testas respirando com
dificuldade.

— O que você fez comigo, menina? — seu olhar me queima.


— Te desejo tanto — ele passa o dedo pelos meus lábios inchados
do nosso beijo.

— Também te desejo — o puxo para mais um beijo, agora


mais calmo e lento.

Desgrudo nossos lábios e beijo seu queixo e pescoço, ele


geme e me alegro por ser a causadora de seu prazer.

— Me faça sua, Vicenzo — peço olhando em seus olhos.

Ele não pensa duas vezes e me pega no colo, circulo minhas


pernas na sua cintura para não cair e encosto minha cabeça em seu
pescoço sentindo seu cheiro enquanto ele sobe as escadas.

Chegamos em seu quarto e ele me joga na cama.

— Você não imagina o quanto sonhei em te ter assim: na


minha cama e entregue a mim — ele se deita sobre mim e acaricia
meu rosto.

— Eu também sempre quis está em seus braços — o beijo


com sofreguidão dando tudo de mim nesse beijo para que ele
perceba o quanto o quero.

Ele para de me beijar e se afasta para tirar minha blusa, seu


olhar de desejo e admiração ao vê meus seios sem o sutiã faz minha
calcinha molhar ainda mais.

— Linda — fala e põe um dos meus seios na boca o chupando


com vontade, arqueio as costas desfrutando do prazer que só
Vicenzo me dá, ele troca chupando o outro seio e depois os dois ao
mesmo tempo, e o prazer é tanto que acabo gozando.
— Agora vou provar essa bocetinha, pois estou com saudades
dela — ele beija minha barriga e vai em direção a minha intimidade.

Beija por cima do short e depois o tira junto com a calcinha,


seus dedos traçam um caminho por dentre minhas dobras enquanto
ele sopra meu centro, gemo deliciada com a sensação que percorre
todo meu corpo e abro mais as pernas me oferecendo sem pudor
para que ele faça o que quiser comigo.

Para que me queime e me consuma com sua boca, dedos e


pau.

— Vou comer essa boceta até ficar saciado dela, mas sinto
informá-la que essa saciedade não se dará hoje — fala e passa a
língua de cima a baixo chupando meu clitóris com força, me contorço
e agarro o lençol.

Sim, eu quero que ele me coma e me chupe muitas vazes. E


se isso acontecer para sempre será melhor ainda.

— Porra!

Gemo alto quando ele me penetra com dois dedos e saboreia


meu nervo inchado. Ele devora meu centro como se fosse sua
sobremesa favorita, não demoro muito e gozo gritando seu nome.

Ele sorve todo meu prazer e sobe distribuindo beijos pela


minha barriga e seios.

— Sinta seu gosto, o meu sabor preferido no mundo — me


beija com paixão, puxo seu cabelo e enrosco minhas pernas na sua
cintura, sinto seu pênis roçar em minhas boceta por baixo da calça de
moletom e percebo que esta sem cueca.

Ele se levanta e sinto falta do calor do seu corpo sobre o meu.


Já de pé, Vicenzo retira a calça e engulo em seco ao ver sua imagem
nua a minha frente, seu pau recebe toda a minha atenção: ele é
grande e robusto com veias por toda seu cumprimento e minha boca
saliva querendo prová-lo.

Vicenzo começa a se masturbar me olhando arreganhada


sobre sua cama, meu centro pulsa ansiando para senti-lo dentro de
mim e me toco sob seu olhar. Ele dá um sorriso malicioso, anda até a
mesinha próxima a cama e pega um preservativo, rasga a
embalagem, coloca-o em seu membro e se coloca entre minhas
pernas novamente.

— Tem certeza disso?

— Sim, o desejo há muito tempo, Vicenzo, mas antes tenho


que avisar que sou virgem.

— Samira — ele tenta se afastar, mas o seguro entre minhas


pernas e o prendo sobre mim

— Eu quero ser sua, me guardei para você — falo olhando


dentro de suas íris azuis que tanto me encantam.

Vicenzo me beijar com ternura, sinto seu membro em minha


entrada e ele o pincela por minha boceta o lambuzando com meu
gozo antes de empurrá-lo lentamente para dentro de mim.

— Aaaa — solto um gemido que é uma mistura de prazer e


dor ao me sentir preenchida por seu membro.

— Está doendo? — ele pergunta preocupado. Me delicio com


seu lado protetor.

— Não, só uma leve um incômodo por nunca ter tido um pênis


dentro de mim. — comentei rindo e o fazendo rir também.

— Saber disso me deixa feliz. Sabia eu sou possessivo


quando se tratar de você, menina? — fala terminando de se colocar
dentro de mim.

— Amo como se chama assim. — digo e o beijo.


Ele fica alguns segundos parado até que eu me acostume com
todo o seu tamanho, me mexo embaixo dele o incentivando a
continuar e ele começa com movimentos de vai e vem lento. Sinto
minhas paredes se adaptar ao seu membro e gemo apertando seus
braços e o marcando com minhas unhas.

— Essa boceta quente e apertada está me levando a loucura


— fala e seus movimentos que antes eram lentos agora se
intensificam e o prazer me inunda novamente. Enrosco minhas
pernas em sua cintura sentindo-o ir mais fundo, gemo descontrolada
ao sentir a mão Vicenzo no meu clitóris fazendo movimentos
circulares e aumentando meu prazer.

— Tão gostosa essa bocetinha, ela é agora meu lugar favorito


no mundo. Vou fodê-la tanto. — suas palavras sujas aumentam
minha excitação, ele chupa meus seios e vou ao céu para logo em
seguida cair em um precipício tamanha a miríade de sensações que
perpassa meu corpo.

— Vicenzo... Eu... Eu vou gozar — tento avisar em meio ao


prazer que sinto ao tê-lo me fodendo assim.

— Goza para mim, Samira, quero ver meu pau melado do seu
gozo. Quero sua boceta me apertando e o sugando, o reivindicando
como dela. — e como se meu corpo estivesse esperando seu
comando gozo gritando seu nome.

— Você fica ainda mais linda gozando — ele volta a me beijar


e com mais algumas estocadas goza enchendo a camisinha com seu
sémen.

Vicenzo cai ao meu lado na cama e me puxa para seus


braços.

Ainda conectados nos abraçamos tentando acalmar nossa


respiração e encosto minha cabeça em seu peito ouvindo seu
coração bater forte em meus ouvidos. Já mais calmos, ele se retira
de dentro de mim e estremeço com o movimento.
— Está muito dolorida? Não quis ser tão bruto.

— Foi perfeito, não se preocupe — dou um selinho em seus


lábios e ele vai ao banheiro descartar o preserva-tivo.

— Vou preparar a banheira para tomarmos banho.— avisa da


porta do banheiro e apenas meneio a cabeça em afirmação com um
sorriso bobo dançando em meus lábios.

Eu o amo tanto e espero que um dia ele possa retribuir esse


amor.

Espero um dia forma uma família ao seu lado.


Capitulo 36
Já tive muitos momentos felizes nesses meus 35 anos de vida,
mas nada se comparou a felicidade que senti ao ter Samira em meus
braços. A forma como ela me beijou e falou que esperou todo esse
tempo para se entregar a mim, despertou sentimentos que nunca
achei conseguir sentir.

A desejei desde o momento que a vi parada na cozinha me


devorando com os olhos, foi difícil me controlar e não tocá-la ao vê a
roupa que vestia, a todo momento só pensava em tomá-la ali mesmo
e fodê-la de todas as formas possíveis.

Porém, saber que era virgem e tinha me escolhido para ser


seu primeiro despertou a possessividade que habita em mim. Ela é
minha e se antes já a queria agora a quero mais que nunca. Só tenho
que fazer Giuseppe e seus pais aceitarem sem estremecer nossa
amizade.

— Vou preparar a banheira para tomarmos banho. — aviso da


porta do banheiro a vendo linda e nua na minha cama.
Ela me dá um sorriso encantador e posso ver em seus olhos
todo o sentimento que tem por mim. Ela me ama e isso está claro
para mim.

Volto a entrar no banheiro e preparo a banheira com água


morna e sais de banho, separo dois roupões para vestimos após o
banho e saio do banheiro para pega-la.

— Ei! — fala rindo ao ser pega no colo — Eu sei andar, sabia?

— Sei que sabe, mas quero cuidar de você. — ela passa o


braço por meu pescoço e nos beijamos.

A levo para o banheiro a depósito na banheira entrado logo em


seguida e me sentando atrás dela.

— Não sabia que era tão cavalheiro.

— Só com você — começo lavar seus seios ouvidos seus


gemidos baixos.

Desço minhas mãos por sua barriga e acaricio seu clitóris, ela
abre mais as pernas me dando total acesso.

— Quero te foder de novo, mas sei que está dolorida, então só


vou fazê-la gozar em meus dedos — ela suspira e inclina a cabeça
para atrás desfrutando das minhas carícias em seu ponto de prazer.

Acelero meus movimento e introduzo dois dedos em seu canal


e a fodo com eles, sinto sua vagina apertar meus dedos e sei que
está próxima de gozar.

— Aperte seus seios, gostosa, imagine ser minhas mãos


neles. — mando e ela faz da forma que pedi delirando de prazer.

Meu pau dói e pulsa ereto, cutucando suas costas querendo


participar da brincadeira. Mas dessa vez é só para ela.
Belisco de leve seu clitóris e acelero as estocadas de meus
dedos em sua boceta gulosa que os sugam com afinco, ela goza
lindamente, gemendo alto e a beijo tomando para mim todos os seus
gemidos. Meu nome sendo gemido em seus lábios é tudo para mim.

— Obrigada. — ela diz sonolenta.

— Por quê? — seguro seu queixo para que olhe para mim.

— Por tornar esse momento tão especial — um sorriso lindo


se faz presente em seu belo rosto.

— Sempre será especial para você, pequena. — a beijo calmo


— Agora vamos termina o banho para dormirmos.

— E você?

— O que tem eu?

— Está excitado, eu posso lhe ajudar a ter prazer — diz


travessa e passa a mão por meu membro.

— Meu prazer é te ver satisfeita, o ignore que ele baixa —


rimos e nos beijamos.

Terminamos de tomar banho e saímos do banheiro. Ela se


enrola no roupão e vai em direção a porta.

— Aonde vai Samira?

— Não tenho roupas aqui vou ao meu quarto.

— Pode vestir uma cueca minha, tenho cuecas novas aqui —


falo já pegando uma no closet com uma camisa minha.

— Veste — a entrego e fico olhando ela tirar o roupão e vestir


a cueca e a camisa.

— Mandão.
Sorrio e estendo minha mão para ela.

— Vamos dormir, quero passar a noite toda agarrado a você.

Beijo seu pescoço e nos deitamos abraçados.

— Boa noite, pequena — suspiro sentindo seu cheiro e seu


corpo colado ao meu.

Fecho os olhos e sinto o sono querer me dominar. Uma


sensação de paz me preenche meu peito, mas antes que eu seja
realmente dominado pelo sono a ouço dizer que me ama.

Amanheço sentindo uma mão quente passeando por meu


corpo e continuo de olhos fechados para ver o que Samira pretende
fazer comigo. Ela leva a mão em direção ao meu membro que já está
ereto pela ereção matinal e o alisa, gemo sem me controlar com suas
carícias de tortura em meu pau.

— Não faz assim, minha linda. — abro os olhos e a vejo com


um sorriso travesso dançando em seus lábios — Isso é tortura — arfo
quando ela passa a língua por todo meu comprimento.

— Quis fazer isso desde que o vi nu pela primeira vez. — fala


e volta a passar a língua, mas dessa vez, ela o coloca todo na boca e
arqueio as costas do colchão, tamanho é o prazer que me atinge com
o contado de sua boca quente no meu pau.

Ela me chupa como se fosse um pirulito e estivesse com muita


vontade de comê-lo.

Eu gemo e agarro seu cabelo sem colocar força, só para ditar


o ritmo das chupadas, ela brinca com minhas bolas me levando ao
delírio e quando estou prestes a gozar ela toca em minha mão para
que a libere e solta meu membro. Gemo frustrado pela falta do
contato de sua boca em mim, mas logo em seguida gemo ao tê-la
sentada no meu pau e me cavalgando como uma verdadeira
amazona.
— Isso, gostosa, quica no meu pau.

Inclino-me em sua direção e abocanho seus seios, chupo um e


depois o outro a vendo gemer enlouquecida de prazer. Puxo-a pela
nuca e a beijo com desespero já prestes a gozar, ela cansa e agarro
sua cintura ditando o ritmo das sentadas, não demora muito e
gozamos juntos chamando o nome um do outro.

Caímos exaustos na cama, suados e cansados depois da


transa intensa e ficamos abraçados buscando recuperar o fôlego e
sentindo o coração um do outro bater forte.

— Bom dia! — dizemos juntos e rimos como dois bobos.

— Vamos tomar banho. — ela diz se levantando e nos


desconectando.

Seguimos de mãos dadas para o banheiro e tomamos banho


em meio a carícias e beijos. Terminamos o banho e ela vai ao seu
quarto trocar de roupa enquanto me encaminho ao meu closet para
colocar meu terno e ir trabalhar.

— O que vai fazer hoje? — a pergunto já na cozinha ao nos


sentarmos para tomar café.

— Ainda não sei — fala servindo seu café com leite.

— Aqui — lhe entrego um croissant, pois sei que ela adora e


me sirvo de uma fatia de torta italiana e café preto.

— Obrigada. O que você vai fazer?

— Tenho uma reunião com os acionistas da PilotsMobili temos


um novo piloto contratado e suas corridas pela nossa empresa
começa na próxima semana.

— Ah, que legal. Eu sempre gostei de corrida e adrenalina —


um sorriso se menina travessa brota em seu belo rosto.
— Sei bem disso — sorrimos ao lembrarmos suas peripécias
infantis — você pode ir comigo para a empresa e depois da reunião,
almoçamos em um restaurante e vamos comprar seu vestido para a
festa desta noite.

— Não irei incomodar?

— Você nunca me incomoda, Samira. — me levanto e me


aproximo dela puxando seu cabelo que está solto para o lado,
deixando sua nuca livre e a beijando ali.

— Vou amar te foder na mesa do meu escritório — sussurro


em seu ouvido e a vejo se arrepiar com meu contato e apertar as
coxas com minhas palavras.

Afasto-na da mesa e me abaixo um pouco para colocar minha


mão entre suas pernas, ela está de vestido, o que só facilita o que
pretendo fazer.

— Minha safada está excitada? Posso resolver isso.

Puxo sua calcinha para o lado e começo a masturbá-la, ela se


contorce e agarra minha mão, provavelmente com medo de alguém
nos ver.

— Me deixa te fazer gozar, pequena — sussurro.

Ela arfa e afasta as pernas me dando mais acesso a sua


intimidade, acelero os movimentos em seu clitóris a fazendo morder
os lábios para não gemer alto e chamar atenção dos funcionários da
mansão.

Sinto seu corpo tremer e sei que seu orgasmo está perto, a
beijo e coloco dois dedos em seu canal a fodendo firme com eles,
belisco seu clitóris e tomo seus gemidos em minha boca ao gozar em
meus dedos.

Afasto-me retirando meus dedos de seu interior, quando ela se


acalma e os chupo sob seu olhar.
— Saboroso — sorrio malicioso.

— Você é louco — ela se recompõe e volta a tomar seu café.

Pisco e mando um beijo no ar para ela que balança a cabeça


sorrindo.

Terminamos nosso café e subimos para nossos quartos para


escovar os dentes e terminamos de nos arrumar para ir à empresa.

∞∞∞
— Seu escritório é lindo. — Samira comenta ao entramos nele
já na empresa.

— Sim. — concordo indo até minha mesa e pegando a pasta


que minha secretária deixou. — Venho muito aqui, então o quis
deixar bem confortável para mim.

Volto a ficar frente a ela.

— Vou para a reunião — a beijo — se precisar de algo é só


pedir a minha secretária.

— Posso mexer em seu computador enquanto volta? Preciso


checar meus e-mails e ver se tenho alguma proposta de emprego.

— Não sabia que você estava querendo trabalhar.

— Eu já concluí a faculdade e enviei alguns currículos lá no


Brasil, mas com tudo o que aconteceu nos últimos dias, deixei para
outro momento e ao voltar para a Itália enviei para as empresas
daqui. — assenti sentindo a raiva me dominar ao lembrar-se do que
sofreu no Brasil.

— Você pode trabalhar comigo — ofereci e ela me olhou


surpresa.
Me aproximei e peguei suas mãos.

— A quero comigo, Samira. E sem falar que estou mesmo


precisando de uma relação publicas.

— Posso pensar?

— Claro, minha linda, — lhe dou um beijo casto — nos vemos


mais tarde — saio do escritório ruma a sala de reuniões onde os
outros acionistas me esperavam.

∞∞∞

Samira

Eu sempre fui uma pessoa que sabia o que queria, e por isso
descobri que amava Vicenzo aos 14 anos e quis continuar o amando
desde então. Soube que não supor-taria vê-lo com outra e quis ir
embora fazer minha vida longe.

Porém, como nada em minha vida é fácil precisei voltar a Itália


e não me arrependo disso, pois hoje realizei meu sonho de ser dele.
Ser de Vicenzo. Contudo, existem decisões que podem afetar a vida
de muitos se tomadas de maneira impensada.

É o que pode acontecer comigo, a possibilidade de trabalhar


com Vicenzo fez as borboletas em meu estômago dar cambalhotas. À
ansiedade de saber que ele pode vir a me amar e me querer ao seu
lado me deixa eufórica.

Por outro lado, pensar qual vai ser a reação de minha família
ao saber de nosso relacionamento me deixa aflita: se eles não
permitirem que fiquemos juntos, seria eu capaz de abandoná-los e
viver esse amor?
E se o que Vicenzo sente por mim, for só desejo ou carência
por estar viúvo? E se ele só quiser sexo comigo? Ele enfrentaria
minha família para ficarmos juntos? São tantos questionamentos que
minha cabeça chega a doer.

Eu sempre o amei, porém, ele só passou a me enxergar como


mulher a um mês atrás. A forma que ele me fez sua foi mais que
imaginei, as sensações despertadas em meu corpo me fizeram o
desejar ainda mais.

Todavia, e se isso não passar de uma sonho adolescente? E


se amanhã ele acordar e querer uma mulher experiente igual a ele?

Deus, eu vou surtar com tudo isso em mente. Tenho que


conversar com ele a respeito disso e tenho que saber se ele me quer
em sua vida para sempre.

— Um beijo por seus pensamentos.

— Aaaa. Droga! — assusto-me e acabo derrubando suco em


meu vestido por está envolvida em pensamentos e não vê-lo entrar
no escritório.

— Desculpe-me, não queria assustá-la. — pede se sentindo


culpado por meu desastre.

— Não, tudo bem, eu que estava distraída. — sorrio e o beijo


quando ele chega até mim. — Senti saudades.

— A reunião demorou mais que o esperado. Quer trocar de


roupa antes de irmos almoçar? — Vicenzo pergunta ao me ver
tentando limpar o vestido, porém sem sucesso.

— Ficará tarde e já estou com fome. A mancha é pequena.

— Vamos até o banheiro e você se limpa lá — seu sorriso


sacana me mostra que não é bem isso que ele quer fazer.
Entramos no banheiro e pego uma toalha de rosto, molho a
ponta e passo em cima da mancha no meu decote. Vicenzo se
aproxima como um lobo pronto a dar o bote, me vira e retira a toalha
da minha mão a colocando na pia, com uma mão aperta minha
cintura e a outra puxa minha nuca para um beijo quente e cheio de
saudade.

— Estava louco para te beijar assim — diz ao nos afastarmos


por falta de ar.

— Vira — manda — Quero te foder olhando nosso reflexo no


espelho.

Faço o que ele manda e sinto meu sexo contrair em


expectativa. Ele levanta meu vestido o embolando na cintura e rasga
minha calcinha. Arfo com sua forma bruta.

— Vou mostrar o quanto estava com saudades — ele passa o


dedo pelas minhas dobras e geme ao ver o quanto já estou molhada.
Inclina meu corpo mais para frente e toca meu clitóris me fazendo
gemer mais alto.

— Silêncio. Não quer que saibam o que estamos fazendo aqui


não é? — pergunta, mas só consigo mexer a cabeça em
concordância inebriada com suas carícias em clitóris.

Ouço-o abrir o zíper da calça e sinto seu pau pincelar minha


entrada, empino a bunda em sua direção querendo-o logo dentro de
mim logo.

— Bem apressadinha não é minha gostosa safada? —


continua me torturando — Não se preocupe que eu vou lhe dar o que
tanto quer — ele mal acaba de falar e entra de uma vez em mim
retirando todo o ar de meu pulmão.

Gememos juntos com o contato pele com pele de nosso


sexos.
Vicenzo mete sem pena me levando a loucura. Abaixa a alça
do meu vestido e deixando meus seios livres e a mercê de suas
mãos grandes para poder apertá-los sem nada o atrapalhando.

Nós nos olhamos pelo reflexo do espelho e o desejo que vejo


nos seus olhos e a expressão de prazer em seu rosto nos deixa ainda
mais excitados. Seu membro pulsa dentro de mim e minha vagina se
contrai em resposta o sugando e querendo mantê-lo dentro dela para
sempre.

Ele se retira de mim, mudando de posição e me deixando de


frente para ele. Coloca uma perna minha em sua cintura e volta a me
penetrar forte e rápido, o beijo para evitar que meus gemidos saiam
altos.

Ele volta a masturbar meu clitóris enquanto arremete sem


pena em minha biceta que pulsa a cada investida sua. Não aguento
os estímulos e gozo agarrada a ele que me acompanha gozando
também.

Beijamo-nos com fome, acariciando mutualmente com nossos


corpos suados e a respiração falha até nos acalmarmos do sexo
intenso que acabamos de fazer. Ele se afasta e pega a toalha nos
limpando. Olho nosso reflexo no espelho: suados, vermelhos e com
as roupas ameaçadas. Sorrio para ele enquanto ajeito o vestido para
que ninguém desconfie do que acabamos de fazer.

— Vou ter que ficar sem calcinha — falo olhando o que um dia
foi uma jogada no conto do banheiro.

— Não tem problema se só eu souber dessa informação — ele


sorri sacana e beija o canto da minha bocaJá devidamente
compostos, saímos para o almoço.

Resolvemos ir direto para o shopping e comermos em um


restaurante lá.
— O que vai querer Samira? — perguntou ao sentarmos a
mesa do restaurante no shopping.

— Deixe-me adivinhar — rio — lasanha. — Por mais que ame


lasanha, já comi ontem e não posso comer massas todos os dias.

— Por que não?

— Se você não reparou, não sou tão magra como as outras


mulheres e todas as calorias que consumo se depositam em minha
bunda e coxas. — falo chateada por não poder comer sempre o que
quero.

— Pois eu adoro sua bunda e quanto maior mais carne eu


terei para apertar enquanto te fodo por trás.

— Vicenzo — grito praticamente chocada e morta de vergonha


com suas palavras ditas justo na hora em que o garçom veio buscar
nossos pedidos.

— Não falei nenhuma mentira — um sorriso cafajeste brota em


seus lábios, mas logo some quando vê o garçom olhando para o meu
decote.

— Acho bom você parar de olhar minha mulher se quiser


continuar com seus olhos — rosnou para o jovem garçom, o fazendo
quase mijar nas calças.

— Desculpe senhor, não queria ser invasivo. O que vão


querer?

— De você? Nada. Agora chame outro garçom para nos


atender.

— Claro, desculpe-me. Com licença — ele se retirou em busca


de outro garçom para nos atender.

— Não precisava ter feito isso.


— Ele que se contente em não estar morto, você é minha e
ninguém cobiça o que é meu — seu tom possessivo fez meu coração
saltar no peito.

— Precisamos conversar sobre essa nossa relação Vicenzo.


Tenho medo do que nossos pais vão achar.

— Eu sei, mas vamos deixar para pensar nisso outra hora,


quero aproveitar o máximo que puder com você — pegou minha mão
e depositou um beijo no dorso.

Retribui com um sorriso bobo. Outro garçom chegou e fizemos


nossos pedidos.

No final acabei optando por uma massa com camarão e vinho


para acompanhar e fodam-se os quilos a mais que ganharia depois
da refeição.

Após o almoço fomos comprar meu vestido faço um pequeno


desfile para ele que tenta a todo momento me agarrar, mas consigo o
conter. Escolho o último dos vestidos que provo e para desespero de
Vicenzo não o deixei ver qual foi o escolhido.

Eu queria fazer-lhe uma surpresa.


Capitulo 37
Fomos para a mansão dele já quase na hora de nos
arrumarmos para a festa.

— Porra! — exclama ao me ver pronta e vestida no vestido


que escolhi.

— Vou matar alguém hoje. — ele se aproxima, coloca meu


cabelo para o lado deixando meu pescoço a mostra e o beija.

— Também terei de me controlar para não bater nas mulheres


que se jogarem em cima de você. Está lindo e eu louca para
aproveitar desse seu corpo musculoso a noite toda. — sorrio travessa
e deslizo minha mão por seu peito até tocar seu pau por cima da
calça e o apertar.

— Não faz isso sua provocadora. — geme — Me deixou com


as bolas doendo só de imaginar te fodendo a noite toda .— sorrio de
lado para ele e lhe dou um beijo no canto da boca.
— Serei toda sua para usar e abusar quando chegarmos —
ele agarra minha cintura e cheira meu pescoço.

— Queria não ter que ir a essa festa — levanta a cabeça e me


olha — Como irei me concentrar em algo se você está tão gostosa
nesse vestido?

Ele me analisa mordendo o lábio e sinto meu centro contrair.


Meu vestido é preto de alças finas que se cruzam nas contas e na
frente tem um decote em V profundo que chega quase ao umbigo. A
saia do vestido é coberta por um, poa transparente com uma fenda
na la-teral da coxa esquerda.

Deixei meu cabelo solto em ondas e passei uma maquiagem


simples caprichando no batom vermelho.

— Vamos antes que eu desista — pega minha mão e me leva


para o carro que nos espera na porta da mansão. Nós nos
acomodamos na SUV preta e partimos rumo ao hotel de luxo do
Vicenzo onde acontecerá a festa.

Em 30 minutos o carro estaciona em frente ao hotel e somos


recebidos com fleches de vários fotógrafos. Vicenzo coloca a mão em
minhas costas me guiando para dentro do hotel e apenas acena com
a cabeça em forma de cumprimento aos fotógrafos.

— Não sei como aguenta todo esse alvoroço — comento já no


hotel.

— Ossos do ofício — ele sorri.

Apesar de ele ser mafioso, Vicenzo tem muitas em-presas


legalizadas e uma delas é de automobilismo que é bem conhecida e
renomada em toda a Itália e até fora do país.

— Você terá que se acostumar, já que será minha futura


esposa.

— O... O quê? — gaguejo diante de suas palavras.


— Não quer ser minhas esposa?

— Quero, é só que... Meus pais — abaixo a cabeça, pois não


sei se eles irão aceitar isso.

— Ei — ele segura meu queijo e ergue minha cabeça para


olhá-lo. — Não se preocupe com isso agora. Aproveitemos a festa,
sim? — concordo com um sorriso fraco.

— Vicenzo, que bom que chegou — um homem mais velho e


bem apessoado vem nos cumprimentar.

Andrés de Paolo me olha.

— Samira Morino — ele beija minha mão — linda como


sempre.

— Obrigada. Sua esposa não veio?

— Não, minha filha está para ter meu primeiro neto e Michele
ficou cuidando dela.

— Entendo.

— Seu pai me falou que está em busca de um noivo.


Alessandro está na festa — fala de seu filho como se eu fosse me
atirar nos braços dele.

Andrés de Paolo é capo de Génova e seu filho assumirá o


cargo em breve.

— Ela está como minha acompanhante esta noite — Vicenzo


rosna e o capo enrijece a postura — E ela não precisava de outra
companhia.

— Claro, desculpe Don. — sua voz soa baixo. — Nos vemos


por aí. Com licença — ele se afasta sobre o olhar fulminante de
Vicenzo.
— Não achei graça — repreende ao me ver rindo da situação.

— Eu não quero me casar com outro que não seja você, mas o
conselho está pressionando meu pai a me fazer se casar, pois já
tenho 23 anos e na máfia as mulheres geralmente se casam com 21.
Quer dizer, essa pressão não está apenas sobre mim, Giuseppe
também, precisamos de herdeiros. E ele principalmente, visto que
será o próximo capo de Veneza.

— Conversarei com seu pai e resolverei tudo, não se preocupe


— apenas assenti.

— Vamos cumprimentar os demais convidados. — ele circula


um braço em minha cintura e me leva até as pessoas importantes
que se fazem presentes nessa festa hoje.

— Samira? — ouço uma voz familiar me chamar e me afasto


de Vicenzo para ver se não estou sonhando.

— Fernando?

— Nossa, você está linda — ele vem me abraçar, mas Vicenzo


é mais rápido e me puxa para si.

— Estão juntos? — Fernando pergunta. — Não sabia que o


conhecia — fala se referindo a Vicenzo.

— Nossas famílias são amigas. Agora estou bem surpresa de


o ver aqui.

— Ele é o novo piloto que contratei — Vicenzo responde com


cara de poucos amigos.

— Não sabia que se conheciam. — ele me questiona, contudo,


antes que eu possa explicar de forma mais amena, Fernando se
adianta.

— Fomos namorados — fala com um sorriso maliciosos e


dançando os olhos por meu corpo.
Sinto a postura de Vicenzo endurecer ainda mais e temo que
ele faça algo com seu novo piloto.

— Passamos 1 ano juntos, mas não deu certo e terminei o


namoro, tínhamos prioridades diferentes.

— Isso. Mas...

— Fernando — alguém o chama o interrompendo de falar


alguma besteira e agradeço aos céus por enviar essa pessoa, pois
Vicenzo já estava a ponto de esganá-lo aqui mesmo na frente de
todos.

— Não sabia que tinha namorado esse bostinha, a quero longe


dele. — disse autoritário se sentindo meu dono. — Você é minha
Samira! — rosna raivoso apertando minha cintura a ponto de quase
doer.

O olho com raiva e o empurro para que me solte.

— Eu não sabia que ele era seu piloto e se não percebeu, eu


tinha uma vida antes de termos algo — falo e saio, indo em direção
ao banheiro e o deixando sozinho no meio do salão.

Não gostei da forma como me tratou e não admito que


questionem minhas palavras.

Fico um tempo no banheiro me recompondo e agradeço que


Vicenzo não tenha vindo atrás de mim. Aproveito que estou no
banheiro e faço xixi, lavo as mãos e saio encontrando Fernando no
corredor.

— Não sabia que você curtia mafiosos, Samira? — pergunta


sacastico.

— E eu não sabia você que trabalhava para um. — respondo


no mesmo tom.
— Não ligo. — dá de ombros. — Desde que não me envolvam
em seus negócios ilegais e pague em dia o que meu é por direito não
vejo problema em trabalhar para ele.

Ele para diante de mim e me olha nos olhos.

— Era ele o cara que te impedia de se entregar para a mim,


não era? — questiona invadindo meu espaço pessoal

— Eu não me entreguei a você, Fernando, porque não me


despertava tesão a ponto de ir para cama e transar com você.

Ele ri e se afasta um pouco.

— Não era o que parecia enquanto dávamos os amassos no


tempo de namoro.

— Se quer acreditar nisso — dei de ombro e tentei passar,


mas ele agarrou meu braço.

— Ele só quer curtir com você, Samira, não sonhe com o


impossível — encarei sua mão em meu braço e ele a retirou.

— Ele pode até só se divertir comigo, mas é o único para


quem eu abri minhas pernas e você nunca saberá o que é me ter em
seus braços enquanto me fode. — vi a raiva transbordar em seus
olhos, mas não me importei, eu só queria sair dali e ficar sozinha.

A noite na qual achei que seria inesquecível foi um fiasco e as


palavras de Fernando me afetaram mais do que pensei.
Saí do corredor do banheiro e já estava voltando ao salão para
pedir a Vicenzo que fossemos embora, quando parei próximo a uma
pilastra e respirei fundo tentando me acalmar para quando o
encontrasse.

— Relembrando o passado? — me assustei ao ouvir sua voz


de grave e raivosa atrás de mim.
— E se estiver? — o desafiei cansada de sua desconfiança —
Não temos uma relação oficial, Vicenzo. — cuspi as palavras, já
estava farta disso. — Quero ir embora, vai me levar ou terei de ir
sozinha?

— Não me desafie, Samira, você sabe que não gosto disso. —


fala próximo ao meu rosto e vejo raiva nublando em seus lindos olhos
azuis.

— Vamos! — ele tenta pegar meu braço, mas o puxo


impedindo-o que me toque.

Saimos do hotel e entramos no carro cada um envolvido em


seus próprios pensamentos, não trocamos mais nenhuma palavra até
a mansão. Estava com raiva e frustrada da noite ter acabado dessa
forma.

Assim que o carro estacionou saí sem olhar para trás, entrei
na mansão e subi as escadas praticamente correndo para meu
quarto só parando com as mãos de Vi-cenzo me agarram e me
prensam na porta do quarto.

— Você é minha — rosnou rasgando meu vestido —, nenhum


filho da pura colocará as mãos em você, Samira — chupou meus
seios com força e minha calcinha molhou na mesma hora com sua
pegada. — Nenhum!

Gemo em sua boca. Estou queimando de desejo por seu


toque.

— Não imagina a raiva que senti quando confirmou que estava


com ele, mesmo eu sabendo que você estava dizendo aquilo só para
me desfiar — se abaixou e abriu minhas pernas.

— Sem calcinha. Porra! — exclamou com o rosto em minha


boceta.
— Ela marcava no vestido — consegui dizer em meio a névoa
de luxúria que nos envolvia.

— Pois eu vou te mostrar o que faço com uma ga-rota atrevida


como você.

Ele não me deu tempo de protestar, simplesmente levantou


uma perna minha a colocando em seu ombro e me devorou.

— Aaaa — gemi agarrando seu cabelo na tentativa de me


equilibrar.

Fechei os olhos e desfrutei da sensação de ter sua boca em


mim.

Ele sugou meu clitóris e depois soprou me fazendo


estremecer, colocou dois dedos em meu canal e me fodeu sem pena
os curvando e tocando o ponto de maior prazer dentro de mim.

— Vicenzo e vou go...

Não terminei de falar, já que ele se levantou e me penetrou em


uma estocada só, certeira e firme, me fazendo revirar os olhos. Nem
vi o momento em que ele libertou seu membro da calça só o senti
dentro de mim me preenchendo com sua grossura.

Agarrei seus braços sentindo-o me invadir com fome e raiva.


Nós nos beijamos com loucura devorando a boca um do outro.

Cravei minhas unhas em suas costas quando o orgasmo me


tomou fazendo Vicenzo me acompanhar.

Ele me pegou no colo, pois não tinha forças para ficar em pé, e
me levou ao banheiro. Tirou sua roupa e ligou o chuveiro para nos
lavar. Começou a alisar meu corpo nos excitando novamente, me
tirou do banheiro secando de forma rápida e me jogou na cama.

— De quatro. — ordenou, pegou sua gravata e amarrou


minhas mãos nas costas, fiquei com a bunda para cima, as mãos
presas as costas e o rosto no travesseiro.

— Garota atrevida! — alisou minha bunda e depois desceu um


tapa ardido nela — Vou te mostrar que sou seu homem. — outro
tapa, mas dessa vez beijou o lugar que bateu. — Que só eu posso de
foder. — outro tapa.

— Vicenzo. — gritei desesperada para que ele me fodesse


logo.

Eu o queria dentro de mim mais uma vez.

— Calada. — outro tapa dessa vez ainda mais forte. — Só fale


quando eu mandar. — Gemi e rebolei minha bunda em sua direção.

Ele cessou os tapas, me lambeu e estocou um dedo em mim


novamente. Gemidos de prazer me escaparam e a necessidade por
ele só cresceu. Senti seu membro pincelar minha entrada e me
inclinei para que me penetrasse de uma vez.

Arremeteu forte e bruto fazendo ecoar pelo quarto o som dos


nossos corpos se chocando, agarrou meu cabelo me levantando para
que o beijasse. Ficamos de joelhos na cama nos beijando e Vicenzo
estocando sem pena seu pau duro e pulsante em minha boceta que
contraia a cada estocada sua.

Ele saiu de mim e resmunguei frustrada e louca para gozar


novamente. Vicenzo deu um sorriso sacana e me virou deixando-me
de frente para ele.

Tornamos a nos beijar e ele voltou me penetrar dessa vez de


forma lenta, com carinho me olhando nos olhos e deixando-me ver
que seus sentimentos por mim eram reais, beijei-o com a alma e todo
o amor que tinha em mim.

Gozamos juntos novamente e ficamos abraçados desfrutando


do calor do corpo um do outro, ambos em silêncio, não era
necessário palavras nesse momento o amor se fazia presente entre
nós e sabíamos disso.

∞∞∞

Vicenzo

— Desculpe pela forma como te trarei na festa ontem. — peço


depois de um tempo em silêncio. — Isso que estou sentindo por você
é novo para mim, Samira — ela me encara, mas continua em
silêncio.

— Eu fico puto e não consigo controlar a raiva que surge ao


pensar em outro homem te tocando.

— Mas eu tive uma vida lá no Brasil durante esses 5 anos


Vicenzo.

— Eu sei, mas não é fácil para mim, Samira — levanto meu


tronco e me sento na cama.

— Até ontem te via como uma criança e agora te desejo mais


que tudo.

— Eu sei que não é fácil, mas eu não tenho olhos para outro
homem além de você. Eu sempre te amei e isso não vai mudar. —
Ela me abraça forte. — Por favor, não me faça se arrepender de ter
sido sua. — pede com a voz baixa.

— Prometo ser menos possessivo e controlar meu ciúme. — A


beijo e nos deitamos. — Agora vamos dormir — beijo sua cabeça e
nos abraçamos.

Dormimos assim, sentindo o calor do corpo um do outro.


Acordei no outro dia sentindo falta do corpo de Samira
colocado ao meu. Passei a mão na cama achando que ela tinha se
afastado para dormir de bruços, mas seu lugar estava vazio.

Forcei meus olhos a abrirem e vi que o sol já estava alto, pois


entrava pela janela já que as cortinas tinham sido afastadas. Olhei no
relógio, que se encontrava na mesinha próxima a cama, e vi que já
eram 10h da manhã.

— Droga, dormi demais — resmunguei passando a mão pelo


rosto, me levantei e fui para o banheiro fazer minha higiene matinal.

Já de banho tomando e devidamente vestido, me dirijo a


cozinha e encontro a mesa posta e Samira tomando seu café da
manhã.

— Bom dia! — a cumprimento com um selinho — Dormi


demais.

— Desculpa não te esperar para tomarmos café juntos, mas


eu estava com fome e você estava dormindo tão lindamente que não
quis acordá-lo.

— Tudo bem, sei como fica seu humor quando está com fome.
— gargalhei quando ela me atirou um guardanapo.

— Fica linda bravinha. — a puxei e lhe dei o beijo que tanto


queria desde a hora que acordei.

— Vai para a empresa hoje? — ela pergunta já se sentando na


cadeira para terminar seu café.

— Não, vou trabalhar do escritório daqui, tenho uns relatórios


para analisar — falo me sentando a mesa e servindo meu café —
Tenho quase certeza que estão nos roubando.

— O quê? Quem seria o idiota a fazer isso?


— Também gostaria de saber. Giuseppe foi com Luigi
averiguar as minhas suspeitas.

— Ele me disse que ficaria 3 dias fora.

— Sim, eu queria ir pessoalmente confrontar quem ousa me


roubar, contudo com os últimos acontecimentos preferi ficar e saber
se Pietro armaria algo.

Ela se levanta da cadeira e senta no meu colo.

— Perdoe-me fui insensível e nem procurei saber como se


sentiu ao descobrir que tinha um meio-irmão.

— Não tem do que se desculpar — cheirei seu pescoço. Eu


amava seu perfume. — Para ser sincero não me afetou muito. Passei
35 anos da minha vida sem saber que tinha um irmão, então não fez
diferença.

— Ainda assim, julgo que é uma descoberta e tanto. —


confirmei com a cabeça.

— Só o que me afetou foi saber o quanto meu avô foi


inescrupuloso e insensível com meu pai. Ele acabou gerando uma
guerra familiar.

— Entendo, também me surpreendi com a atitude do senhor


Enrico, sempre ouvi que ele era um homem frio e implacável, que
comandava a máfia com mãos de ferro, entretanto não pensei que
seria capaz de tal coisa.

— Agora terei de lidar com as consequências das ações dele.

— Estarei ao seu lado — nos beijamos com paixão.

— É melhor pararmos. — disse ofegante — Se continuar te


beijando assim acabaremos no quarto e não sairemos tão cedo de lá.

Ela deu um sorriso travesso e se afastou.


— Tem razão, vá cuidar de seus assuntos eu irei ligar para
minha casa e saber como está tudo por lá — deu um selinho e saiu
rebolando aquela bunda gostosa.

Terminei meu café e fui para o escritório resolver as


pendências e descobrir qual dos meus capos está me traindo, tem
ratos na minha organização e vou estraçalhar todos eles.

Estava envolvido com os problemas que surgem a cada dia


que não percebi quando Samira bateu na porta.

— Não queria te atrapalhar — falou já dentro do escritório. —


Eu bati, mas você estava concentrado e não ouviu. — se aproximou e
se sentou na minha mesa.

— Você nunca incomoda pirralha — provoquei ficando entre


suas e vi sua feição mudar.

— Não era pirralha enquanto me fodia ontem — ela se


encurvou e colou a boca no meu ouvido sussurrando — Sou muito
mulher e tenho certeza que Fernando adoraria comer essa pirralha
aqui — retrucou fazendo meu sangue ferver.

Ela amava me provocar!

Levantei em um rompante e segurei seu cabelo pela nuca a


fazendo olhar em meus olhos.

— Você gosta me provocar não é? — mordo de leve seu


pescoço e ela geme já entregue a mim.

— Você me provocou primeiro eu só retruquei.

Petulante!

— Sempre foi atrevida e esse seu jeito sempre me encantou.


— voltei a me sentar e abri suas pernas querendo tirar sua calcinha
para saborear seu sabor que tanto me enlouquece. — Sem calcinha,
já veio louca para me dar não foi?
Não esperei sua resposta, levantei seu vestido e coloquei
minha cabeça entre suas pernas abocanhando seu sexo, chupei,
lambi e só parei quando se desmanchou em minha boca.

Fiquei de pé, abri meu zíper libertando meu pau e a penetrei


em uma estocada bruta nos fazendo gemer com o contato de nossos
sexos, puxei seu vestido libertando seus seios e os coloquei em
minha boca. Os chupei alternando entre um e outro, lambi ao redor
do bico duro e depois belisquei com os dentes a fazendo gritar de
prazer.

— Gostosa! Amo a forma como se entrega para mim.

Ela agarrou meu cabelo capturando minha boca e me beijando


com fome, enrolou as pernas na minha cintura me permitindo ir mais
fundo e passando a dar pequenas reboladas ao seguir meus
mevimentos.

— Vou gozar Vicenzo. — avisou entre gemidos altos.

— Espera mais um pouco. Também estou próximo de gozar e


vamos gozarmos juntos.

Coloquei a cabeça entre o vão de seu pescoço e acelerei os


movimentos, ela se agarrou aos meus braços cravando as unhas
neles e contraiu os músculos da vagina me sugando. Não aguentei
os estímulos e me libertei dentro dela com ela tremendo em meus
braços ao gozar também.

— Uau! — sorrimos — Estava precisando disso.


— Eu também — me retirei dela vendo meu esperma escorrer
por suas pernas.

— Não usamos camisinha — comentei lembrando desse


detalhe.

— Eu tomo remédio não se preocupe — me deu um selinho e


desceu da mesa indo ao banheiro que tenho no escritório.
— Como estão as coisas na sua casa? — perguntei ao entra
no banheiro atrás dela.

— Tudo bem por lá, meu pai está fazendo negociações para
meu casamento.

Na mesma hora trinquei o maxilar.

— Você não vai se casar com outro homem que não seja eu .
— ditei com voz dura.

Ela terminou de se limpar e saiu do banheiro comigo em seu


encalço.

— E nem quero. Mas o conselho o está pressionando.


Giuseppe também terá de escolher uma noiva.

— Falarei com seu pai e pedirei sua mão, só preciso de um


pouco mais de tempo para resolver tudo.

— Eu posso esperar — sorrio e me beijou.

— Seus dias aqui estão acabando. — coloquei uma mecha de


seu cabelo atrás de sua orelha e inspirei seu cheiro. — Sentirei sua
falta.

— Queria ficar aqui com você — falou triste —, mas não é bem
visto uma jovem solteira e “virgem”... — rimos com a aspas que fez
com os dedos ao dizer a palavra — ficar sozinha com um homem
viúvo em sua casa.

— Essas leis antiquadas sempre atrapalham nossas vidas. —


Bufei.

— Mesmo depois de você pedir minha mão eu não poderemos


ter relações sexuais antes de estarmos devidamente casados.

— Não sei como conseguirei ficar sem tê-la em meus braços.


Agora que sei com é te ter, não a quero longe — sentei no sofá e a
puxei para meu colo.

— Pois aproveitemos esses dois dias que faltam para eu ir


embora — deu um sorriso travesso e me tocou por cima da calça.

— Só teremos que tomar cuidado, pois Giuseppe retorna hoje


— comentei apertando seu seio por cima do vestido.

— Então volte ao trabalho que vou ver o que Carmem está


preparando para o almoço.

Me deu um último beijo e se colocou de pé, dei um tapa em


sua bunda gostosa, ela saiu do escritório rindo e me deixando com
um sorriso bobo nos lábios.

Eu a amava e não tinha mais duvidas disso.


Capitulo 38
Os últimos dois dias que passei na mansão do Vicenzo foram
incríveis. Nós nos amamos a todo momento e desfrutamos da
companhia um do outro.

Como não podíamos fazer passeios por conta de um possível


ataque de Pietro ou de algum outro traidor, nossos momentos de
diversão se resumiram a jantares em restaurantes próximos da
mansão e dias de sol na piscina.

Em um desses momentos Giuseppe chegou e se juntou a nós


como fazíamos na adolescência, confesso que estava com saudades
desses momentos de travessuras nossos, sem falar que com os
últimos acontecimentos e o clima tenso que pairava no ar, estávamos
precisando disso.

No meu último dia na mansão acompanhei Vicenzo a um


jantar na casa do capo de Milão eles tinham que fortalecer alianças e
esses jantares servem para isso. O jantar estava bem agradável até o
capo comentar que Giuseppe já deveria buscar noivas e pensar em
casamento.

Senti que ele falou isso, pois sua filha Ella estava em idade de
se casar e casá-la com o consigliere seria mais que perfeito para sua
família adquirir uma posição ainda maior na máfia.

Meu irmão não gostou muito das indiretas e tratou logo que
dizer que ele saberia quando seria o momento de pensar em
casamento.

Confesso que fiquei aliviada de saber que Giuseppe não se


encantou por Donatella, pois ela parecia uma boneca de tão
engessada e sem ação. Muito submissa e prestativa para meu gosto,
sem falar que me tratou como se eu fosse tola e fútil igual a ela, sua
cara de sonsa não me enganou sabia que só estava puxando meu
saco para que eu fizesse meu irmão mudar de ideia e ele aceitasse
fazê-la sua esposa.

Já a na mansão, tive mais uma rodada de sexo selvagem com


Vicenzo que resultou em algumas marcas em minha pele. Ele queria
me marcar como dele e desfrutei de cada momento de prazer que me
proporcionou até cairmos exauridos e com o dia quase
amanhecendo. Não queríamos largar o corpo um do outro. A
saudade já se fazia presentes em nós antes mesmo da minha
partida.

Acordamos tarde no outro dia devido nossa noite regada a


bastante sexo, sorte nossa que meu irmão só apareceu na hora do
almoço para me levar embora.

A noite Giuseppe me levou para a casa dos nossos pais no


jatinho de Vicenzo, pois meu namorado secreto queria outra rodada
de sexo antes de eu ir embora, contudo a presença de Giuseppe e
seus primos não nos permitiu mais algumas horas de prezer e
orgasmos antes de eu voltar para casa.
— Filha — minha mãe exclamou assim que me viu passar
pela porta. — Estava com saudades — me abraçou e beijou.

— Minha Principessa — meu pai veio me abraçar.

— Papà, estava com saudades de vocês — falei abraçada a


ele e de mãos dada com minha mãe.

— E eu não recebo abraços? — Giuseppe comentou atrás de


nós fazendo seu drama.

— Oh, meu Deus que filho mais carente esse meu — mamãe
foi em sua direção o abraçou e apertou suas bochechas.

— Mamma, isso dói — resmungou nos fazendo rir.

— Onde está Ana? — perguntei sentindo sua falta.

— Ela foi dar um passeio com Andreia e Nicolas. — explicou


meu pai.

— Vem. — mamãe me chamou — Vamos arrumar suas


malas e fofocar sobre esses seus dias na mansão do Don.

Rimos e peguei sua mão subindo as escadas para meu quarto.

Enquanto arrumava minhas coisas contei a minha mãe sobre


os dias que passeai na casa de Vicenzo, claro ocultando a parte do
sexo quente que tive com ele nesses dias.

Quando estava contando que Fernando agora trabalhava para


Vicenzo, Ana entrou correndo no quarto e se jogou em cima de mim.

Caímos na cama, já que eu estava sentada nela.

— Que saudade amiga — falou me abraçando. — Me conta


tudo o que aconteceu lá.
fiquei feliz em encontrá-la tão leve. Seu rosto corado e seu
sorriso sapeca me lembrava muito a garota que conheci lá no Brasil.

— Também estava com saudades. E você também vai contar


as novidades daqui.

— Vou deixar vocês conversarem. — minha mãe falou indo


em direção a porta — Prepararei sua comida preferida para o jantar.

— Obrigada! Mãe. — mandei um beijo no ar e ela saiu nos


deixando a sós.

Ana me olhou e se sentou na cama.

— Conta tudo.

— Eu... Me entreguei ao Vicenzo.

— O QUÊ? — gritou — Como assim? Vocês fir-maram


compromisso? Ele pediu sua mão ao seu pai?

— Calma Ana, uma pergunta por vez.

Rimos.

— Eu estava decidida a mostrar a ele que tinha crescido. —


ela assentiu porque eu havia contado meus planos a ela — Só que
ele já havia percebido isso e também me desejava.

Ela abriu a boca surpresa e comecei a contar tudo.

— No início fiquei receosa, confesso, mas ele foi tão carinhoso


e cuidadoso que não tive medo. Me entreguei a ele sem reservas e
não me arrependo, foi os melhores dias da minhas vida.

Sorri feito uma boba e me joguei na cama.

Ana se deitou ao meu lado.


— Fico tão feliz por você amiga. — nos abraçamos mesmo
deitadas.

— Com relação ao compromisso, — tornei a falar. — ele ainda


não falou com meu pai e meu irmão, pois tem que falar com a família
dele e o conselho primeiro. Ele acabou de ficar viúvo, ainda está
colocando tudo em ordem.

— Não entendo o porquê disso.

— Os boatos que Eduardo teve um filho com uma prostituta e


o mesmo é o responsável pelos ataques a nossa máfia já se
espalhou e fez com que o conselho ficasse em cima de Vicenzo e
toda sua família.

— Mas ele não pode firmar um compromisso com você? Ele é


viúvo e nada o impede de se casar novamente.

— Um compromisso comigo agora poderia levantar suspeitas,


muitos disseram que ele matou Maria para viver com amantes, pois o
casamento deles era de fachada e nem herdeiros tiveram.

— Entendi.

— Mas ele não vai demorar a pedir minha mão só está


esperando as coisas melhorarem um pouco. Meu pai está fazendo
negociações do meu casamento e de Giuseppe, então Vicenzo não
pode deixar que as negociações avancem muito. Isso prejudicaria
meu pai.

— Essa coisa de máfia é bem complicada. — falou fazendo


uma careta e acabamos rindo.

— Mas vamos mudar de assunto. Quais as novidades por


aqui? Já se declarou para o Luca?

— Ele é apenas meu amigo, Samira, ainda não estou


preparada para me envolver com alguém.
— Seus pesadelos cessaram?

— Não — seu olhar é triste — Mas diminuíram a frequência


com que me assombram.

— Ainda está indo as sessões com a psicóloga?

— Sim, Luca me acompanhou enquanto você esteve fora.

— E seu irmão como está?

— Nicolas está querendo entrar para a máfia. — a olho


surpresa — Ele se desentendeu com seu superior na polícia lá no
Brasil e entregou o cargo.

— Nossa! — exclamei surpresa.

Nicolas amava ser detetive. Seu sonho desde muito novo foi
seguir os passos de seu pai que também era policial.

— Ele me confessou que seu superior não queria ajudá-lo no


meu resgate — sua voz saiu embargada, com certeza se lembrando
de tudo o que sofreu.

— Eu posso falar com meu pai e o transformar em soldado. É


só ele fazer a iniciação e o juramento.

— Ele ficará feliz em saber disso — ela me deu um sorriso,


mas que não alcançou os olhos.

Ana tinha mudado. Seu brilho e sua alegria já não existiam


mais.

Ficamos mais um tempo papeando, ela me revelou que


Andréia dará uma chance a Nicolas e quem sabe no futuro eles
possam vir a se casar e formar uma família.

Quando Ana foi para seu quarto tomei um banho e depois de


pronta passei uma hora falando com Vicenzo e só encerramos a
ligação porque minha mãe veio me chamar para jantarmos.

Eu não podia estar mais feliz.


Capitulo 39
Os dias se seguiram tranquilos. Já faz um pouco mais de dois
meses que voltei para casa e até agora Vicenzo não resolveu nosso
compromisso com meus pais. Eu até discuti com ele por isso e já
estamos a quase 3 dias sem nos falarmos.

Ele sempre diz que está arrumando tudo para pedir minha
mão, mas tenho saudades dele, de estar em seus braços e dele me
amando. Estou cada dia mais irritada e sem paciência. Até minha
mãe notou minha mudança de humor nos últimos dias. Nem minha
comida preferida meu estômago aceita, ele vive embrulhado devido
ao meu nervosismo e a briga que tive com Vicenzo.

— Samira — Ana bate e entra no meu quarto.

— Oi, Ana

— Queria saber se você tem absorventes para me emprestar,


o meu acabou e meu ciclo acaba de chegar.
— Claro que sim, devo ter até muitos, pois o meu já era para
ter descido semana passada e até agora não desceu.

— Uma semana atrasada Samira — ela me olha espantada —


Está tomando o anticoncepcional, certo?

— Claro que... — não termino de falar porque junto do


absorvente está minha cartela anticoncepcional e ela tem mais
comprimidos do que deveria ter.

— O que houve Samira?

— Não pode ser, Droga, como pude me esquecer de algo tão


sério como isso. — resmungo e Ana se aproxima de mim.

— Samira... — mostro a cartela a ela que arregala os olhos e


me abraça.

— Não posso estar grávida, Ana. Meu pai vai me matar a


honra da mulher é a coisa mais importante na máfia, ainda mais eu
sendo filha de um capo.

— Não vamos sofrer por antecipação, vamos sair e comprar


um teste para ter certeza.

Ela vai até o quarto dela se trocar e eu faço o mesmo. Já


prontas descemos as escadas para o andar de baixo e encontro
minha mãe ainda da cozinha.

— Onde vão com tanta pressa?

— Vamos nos encontrar com Andreia — minto — ela pediu


nossa ajuda com a roupa de seu jantar com Nicolas.

— Ah. Certo, espero que casem logo, eles formam um casal


tão lindo.

— Formam sim. Temos que ir, mãe, nos vemos no almoço


Saio praticamente correndo e puxando Ana, querendo ir logo a
farmácia comprar o teste e me livrar dessa angústia.

— Ei, ei, calma. Para que tanta pressa? Não podem sair sem
segurança — Luca nos para quando estamos quase entrando no
meu carro.

— Luca, por favor, nos deixe sair, iremos só até a farmácia.

— Alguém está doente? Ana está tudo bem? — sua


preocupação com ela é lindo, porém não tenho tempo para isso.

— Estamos bem é coisa de mulher.

— Você sabe que só pode sair com segurança, passem para


o banco de trás que eu dirijo.

Bufo irritada, mas aceito.

Em 10 minutos depois nós já estamos na farmácia. Peço a


Luca que nos espere do lado de fora e ele atende mesmo a contra
gosto.

Compro e pago o teste (no caso 5) e me encaminho ao


banheiro com Ana na minha cola. Faço os testes e espero 5 minutos
como pede na embalagem.

— Positivos — viro para Ana com o rosto banhado em


lágrimas.

— Samira...

— O que vou fazer? Vicenzo ainda não pediu minha mão em


casamento e meu pai quer me casa com o filho do capo de Milão. O
que farei agora Ana? — pergunto quase entrando em desespero.

— Você tem que falar com Vicenzo ele vai dar um jeito.
— Farei isso! Não posso esconder um filho dele e ele precisa
resolver essa nossa situação. — falo passando a mão na barriga
ainda plana.

— Grávida — rio — Eu vou ter um bebê. — meus olhos


lagrimejam.

Terei um filho de Vicenzo, do homem que eu sempre amei.

— Sim e eu vou mimá-lo muito — ela enxuga minhas lágrimas.

— Vamos para casa — pego todos os testes e jogo na lixeira.

— Amanhã marcarei uma consulta com minha ginecologista


para saber de quanto tempo estou e você vai comigo — decreto e
ela ri.

Voltamos para casa, todavia, minha mente estava o tempo


todo aérea, tenho que pensar em uma forma de contar ao pai dessa
criança em meu ventre que teremos um filho ou filha.

Mãe... Nunca me imaginei sendo uma, mas ter um filho do


homem que sempre amei faz meu coração se encher de alegria.

Assim que chego em casa subo para meu quarto e ligo para
minha ginecologista pedindo que marque uma consulta para as
primeiras horas do dia seguinte, contudo de forma sigilosa para que
meus pais não desconfie de nada.

Durmo ansiosa para o outro dia.

∞∞∞
Assim que acordei tratei logo de tomar um banho, me arrumar
e descer para tomar café e ir à consulta com a doutora Antonella.

— Bom dia! — cumprimento meus pais ao entrar na cozinha.


— Bom dia, meu amor. Pedi para preparar seus croissants,
estão quentinhos — só de ver a comida sinto meu estômago
reclamar.

— Não estou com fome, mãe. Vou dar um passeio no


shopping com a Ana se me der fome eu como em algum restaurante
por lá mesmo.

— Ah. Tudo bem, os guardarei para quando voltarem, mas me


prometam que não comerão besteiras.

— Prometo mãe — caminho até ela e beijo sua cabeça.

— Vou esperar Ana lá fora — beijo a bochecha do meu pai e


saio da cozinha.

Ana chega minutos depois e saímos com Luca e Mateo


fazendo nossa segurança. Não consegui despistá-los.

— Tenho que pedir algo aos dois e isso não pode sair daqui
— começo a falar quando Luca põe o carro em movimento. Ele está
dirigindo meu carro e Mateo está no banco do carona.

— Nós iremos para o consultório da doutora Antonella Greco,


mas ninguém pode saber que estive lá.

— Claro, senhorita, pode ficar tranquila ninguém saberá disso


— Luca fala e Mateo concorda.

Ana aperta minha mão me dando apoio e vejo Luca nos


olhando pelo retrovisor. 40 minutos depois ele estaciona o carro em
frente a clínica e desce conosco passando a chave para que Mateo
possa estacionar o carro.

— Bem-vindas! — a secretaria da doutora Antonella nos


cumprimenta — A doutora a espera na sala dela. Me acompanhem.

— Luca eu vou entrar com a Ana, nos espere aqui fora, tudo
bem? — ele assente e eu entro de mãos dadas com Ana na tentativa
de me acalmar.

— Samira, Fiquei surpresa com sua ligação está tudo bem?

— Na verdade, eu espero que você me diga, Antonella. — me


sento na cadeira que ela me mostra para se sentar — Eu estou
grávida e quero saber se está tudo bem com o meu bebê.

— Não sabia que já tinha se casado — ela comenta feliz, mas


sua feição muda ao ver a minha aflita.

— Você não casou.

— Não, Antonella, e preciso saber de quanto tempo estou,


tenho uma suspeita, entretanto, quero ter certeza.

— Claro, vamos fazer uma ultrassom para saber como está


sua gestação.

— Eu ficarei aqui — Ana fala pela primeira vez desde que


chegamos.

— Entra comigo, preciso de apoio. — peço aflita e com medo


do que irei confirmar com essa consulta.

A doutora nos encaminha até a sala de ultrassonografia e


pede para que eu me deite na maca, ela levanta minha blusa e
despeja um pouco de um gel gelado. Coloca o aparelho no local que
colocou o gel e começa a desliza-lo por minha barriga. Algumas
imagens que não entendo nada surgem na tela do aparelho.

— Bom Samira você está realmente grávida. Está com quase


11 semanas de gestação, entrando para o terceiro mês.

— Meu Deus. — uma lágrima me escapa e Ana a enxuga.

— Você vai ser mamãe.

— É, eu vou! — sorrimos uma para outra.


— Vamos escutar o coraçãozinho dele?

— Já dá para ouvir?

— Sim. Mudarei de equipamento com o sonar Doppler e


poderemos ouvir os batimentos tranquilamente.

Ela troca de aparelho e em segundos um som forte preenche


toda a sala.

— O coração é bem forte e seu bebê é saudável. Está tudo


dentro do esperado para seu tempo de gestação. — sorrio em meio
as lágrimas que descem sem controle pelo meu rosto.

Eu serei mãe!

Mãe de um filho de Vicenzo, do homem que eu sempre amei.

— Passarei as vitaminas e os exames que terá de fazer nos


próximos dias, depois que eles estiveram prontos você me avisa que
eu marco nossa próxima consulta. Tudo bem?

— Sim. — respondi sorrindo.

Eu não parava de sorrir.

Terminamos a consulta e saímos de seu consultório.

Luca saiu na frente para ver se estava tudo bem para irmos
até o carro. Após ele conferir tudo ao nosso redor, fez sinal para que
o seguíssemos e quando estávamos próximas ao carro freadas foram
ouvidas e tiros disparados em nossa direção.

Gritei assustada e logo vi que dois carros estavam nos


cercando. Agarrei-me a Ana no intuito de fugir e nos salvar, contudo
os tiros ficaram mais intensos e nos jogamos no chão para nos
proteger deles.
Vi quando Mateo levou um tiro na perna e caiu matando quem
atirou nele. Luca conseguiu matar alguns dos homens que atiravam
em nós, mas suas balas acabaram, ele correu para ajudar Mateo a
entrar no carro e fugirmos.

Me arrastei com Ana para atrás do nosso carro e quando


consegui abrir a porta do mesmo, uma mão agarrou meu cabelo me
puxando com força para trás e me fazendo gemer de dor.

— Não vai conseguir fugir dessa vez, Samira — a voz de


Pietro soou em meus ouvidos, todo o meu corpo tremeu de medo.

Ana avançou nele no intuito de me salvar, mas levou um soco


do capanga que estava ao lado dele e caiu desacordada. Luca largou
Mateo dentro do carro e veio nos socorrer.

— Eu vou te matar, porra! — rugiu furiosos se abaixando para


conferir se Ana estava viva.

— Acho que você está em desvantagem. — Pietro atirou no


ombro dele que gemeu com a dor.

— Te deixarei vivo para avisar à aquele frouxo que vocês


chamam de Don que seus dias estão contados.

Ele lambeu meu rosto e fiz o maior esforço para não vomitar
nele.

— Enquanto isso me divertirei com a amante dele — sua


risada me gelou por dentro.

Pensei no bebê em meu ventre e fiz uma prece silenciosa para


que ele ficasse bem. Eu mal havia descoberto sua existencia e o
podia perder se Pietro me fizesse algum mal. O que era provável que
faria, pois sua raiva por mim e Vicenzo era maior que tudo.

Pietro fez sinal para que seus capangas o acompanhassem e


me arrastou pelos cabelos até o carro dele. Eu só pensava em
Vicenzo e no que esse louco faria com ele quando ele aparecesse
para me resgatar.

Não posso perdê-lo!

— Não vejo a hora de me fartar na boceta que deixou meu


querido irmão apaixonado — falou já dentro do carro e passando as
mãos pelo meu corpo.

Me encolhi temendo o pior.

Ele colocou um pano molhado, com algo que possuia um


cheiro muito forte, em meu nariz e me debati para impedi-lo de me
colocar para dormir me deixando a sua mercê. Entretanto, ele era
mais forte.

Senti minhas forças se esvaírem e meu corpo tombar em seus


braços, minha cabeça pesou e eu apaguei com a mão em minha
barriga temendo por meu filho.
Capitulo 40
A cada dia que eu passo longe de Samira me sinto sufocando.
Já fazem 3 dias que ela não me atende, sei que nossa situação é
difícil mas as coisas estão bem complicadas apara o meu lado.
Os conselheiros da máfia estão no meu pé querendo a
cabeça do desgraçado que se diz meu irmão e eu não sei onde porra
ele se meteu. Há rumores que ele se aliou a Bratva e Ivan Petrov o
está ajudando. Outros dizem que o mesmo Ivan Petrov o matou por
ter sido descoberto e eu não sei qual versão é a certa.
O conselho me vigia 24 horas por dia, colocaram meu governo
em dúvida, alguns capos se rebelaram contra mim e tive que os
matar para mostrar que ainda sou o homem implacável que não
admite traição. Eu matei dois de meus capos como exemplo para os
outros e coloquei meus primos Luigi e Giovanni em seus lugares.
Meu pai não fala com meu avô desde que todo o segredo foi
revelado, ele mal o suportava depois da perda de meu tio Ângelo e
minha avó Belle. E os últimos acontecimentos foram a gota de água
que faltava para o copo do desprezo transbordar.
Como não suportava mais ficar longe de Samira chamei
Giuseppe para irmos a casa dos pais deles com a desculpa de me
distrair dos problema e aqui estamos.

— Vicenzo. Filho, que surpresa vê-los por aqui. — Francisco


pai de Samira e Giuseppe nos cumprimenta.

— Francisco como vai? Estava a fim de me distrair e nada


melhor do que visitar os amigos.

— Entendo, as coisas não estão das melhores.

— Onde estão os outros? — olho ao redor louco para ver


Samira.

— Minha filha saiu com a amiga e minha esposa não estava se


sentindo bem.

— Mamãe está doente? Por que não me avisou pai?

— Ela está bem, só um pouco indisposta. Sua mãe não é mais


tão jovem meu filho. — ele bate no ombro de Giuseppe que balança a
cabeça concordando.

— Senhor Francisco — um de seus soldados entrou correndo


na sala.

— Isso são modos? — ralha com o soldado que se encolhe


diante da repreensão.

— Desculpe, senhor, mas o assunto é grave... — ele não


terminou de falar, pois Luca entrou apoiado em Ana.

— O que houve? Onde está Samira? — Francisco pergunta


aflito ao ver o estado de Luca.

— A levaram senhor. Não pude protegê-la. — Luca falou com


pesar.
— Como assim a levaram? Quem a levou — parti para cima
de Luca, mas a amiga de Samira entrou na frente e me impediu de
descontar minha raiva nele.

— Houve um ataque na clínica que estávamos, fomos


cercados, Mateo e eu revidamos, mas eram muitos e fomos baleados
— Luca fala.

— E o que foram fazer nessa clínica e onde está Mateo? —


quem perguntou foi Giuseppe.

— Não posso falar senhor. A senhorita Samira me pediu sigilo


e Mateo foi encaminhado ao nosso hospital. Seu ferimento foi um
pouco mais grave que o meu e ele perdeu muito sangue.

— O que foram fazer nessa clínica e quem levou minha filha?


— Francisco berrou e Giulia desceu correndo as escadas,
provavelmente por causa do gritos.

— O que está acontecendo e onde Samira está? — Giulia


pergunta ao ver Luca ferido e apoiado em Ana, que estava com o
rosto machucado.

— Pietro a levou e me mandou dizer que seus dias estão


contados Don — Luca diz.

— Mas que merda. Vou matá-lo com minhas próprias mãos.


— rugi tomado pela fúria.

— Ana não é hora para esconder as coisas. O que foram fazer


nessa clínica e por que mentiram para nós ao dizer para onde vocês
iam? — Francisco pergunta respi-rando fundo para controlar a raiva.

Ela nos olha com o rosto banhado de lágrimas e Luca aperta


sua mão lhe incentivando a falar.

— Fomos a uma consulta que Samira marcou ontem com a


doutora Antonella. Mas Samira não queria que soubessem.
— A ginecologista da família — Giulia explica — Mas por que
não podíamos saber dessa consulta?

— É que... Samira está grávida. — ela fala olhando para mim.

Sinto o ar fugir de meus pulmões. Samira está esperando um


filho meu e na mão daquele maluco vinga-tivo.

— Grávida? De quem? Nem sabia que ela estava com alguém


— sua mãe questionou incrédula.

O choque se fazia presente em todos na sala.

— Como assim ela está grávida? Samira não tem namorado.


Ela não pode está grávida, ela não é casada. — Francisco sussurrou
e eu sei o porquê dele não querer que isso seja verdade.

— Com quem ela se envolveu e quando foi isso? — Giuseppe


questionou a Ana, fechando os punhos.

Ana se encolheu e não respondeu sua pergunta.

— O filho é meu — disse cansado de esconder o que sinto.

— O quê? Você seduziu minha irmã seu desgraçado —


Giuseppe veio para cima de mim como um touro raivoso me
acertando um soco.

Cambaleei dando um passo para trás por ter sido pego de


surpresa.

— Porra, eu não a seduzi, eu a amo e só estava espe-rando o


melhor momento para pedir a mão dela. — digo massageando meu
maxilar que dói pelo soco.

— Como assim a ama? Você nunca me falou que a via com


outros olhos. — gritou em minha cara — Agora vem com esse papo
de amor depois de a ter engravidado?Depois que a transformou em
sua amante e tirou sua honra!
— Eu só percebi que sentia algo por Samira, além de amor
fraternal, depois que ela voltou do Brasil. Ela era uma criança antes
como poderia vê-la com outros olhos?

— Mas quando minha filha voltou você estava casado Vicenzo.


Esteve com ela mesmo com sua esposa ainda viva?

— Claro que não Giulia, só nos relacionamos depois de eu ter


ficado viúvo — não era uma completa verdade, mas eles não
precisavam saber de todos os detalhes do meu envolvimento com
Samira.

— Os dias que ela ficou em sua casa... — deduziu e assenti


em confirmação com um menear de cabeça.

— Eu deveria quebrar sua cara — gritou Giuseppe vindo para


cima de mim novamente e me preparei para revidar os socos, mas o
pai dele se colocou entre nós.

— Parem com isso os dois. Enquanto estão discutindo algo


que não tem mais jeito minha filha está nas mãos daquele louco.

Assim que Francisco terminou de falar o telefone de sua casa


tocou e Giulia correu para atendê-lo.

— Alô... Sim... — ela apertou um botão do telefone e tornou a


falar.

— Já está no viva voz — avisou para quem estava do outro


lado da linha.

— Boa a tarde a todos — a voz de Pietro ecoou pelo telefone.

— O que você fez com a Samira seu desgraçado?

— Irmãozinho, sabia que estaria aí. — havia divertimento em


sua voz o que me deixou ainda mais furioso. — Sua preciosa Samira
está bem. Tenho muitos planos para ela. — a malicia presente em
sua voz me fez urrar de ódio.
— Não ouse tocá-la. Eu mesmo irei me certificar de te mandar
para o inferno.

— Eu entendo você sabe, Vicenzo. Samira é uma mulher


muito bonita e gostosa pra caramba, tem uma bunda que faz
qualquer homem ficar louco. Vou adorar me fartar nela.

— Não toca em mim seu infeliz. — a voz de Samira se fez


presente do outro lado da linha — Se colocar esse pau nojento em
mim eu mesmo o corto e o faço engolir. — bradou furiosa.

— Linda e brava, realmente apaixonante. — garga-lhou ainda


mais alto — Nós nos falamos depois, maninho, tenho uma gata
brava para amansar.

— Seu desgraçado — ele gargalhou e desligou.

— Minha filha — o choro de Giulia ecoou pela sala. Ela


estava abraçada ao marido enquanto Giuseppe socava o sofá
querendo descontar a raiva em algo.

— Temos que achá-lo, Vicenzo, não podemos deixar que


abuse da minha filha ainda mais com meu neto dentro dela. —
suplicou Giulia.

— Chamarei reforços e meu pai. Não se preocupem


acharemos eles e Pietro pagará por todo o mal que está fazendo.

Disse e saí da casa dos pais de Samira. Ficar lá estava me


sufocando, tudo o que está acontecendo com ela é minha culpa. Eu
deveria ter cuidado melhor dela, ter reforçado sua segurança, pois eu
sabia que o Pietro estava armando algo só não imaginei que ele teria
a audácia de sequestrá-la.

Samira... Eu falhei com quem mais amo e sua vida agora corre
perigo por culpa minha. Ela e meu filho estão nas mãos de um louco
que eu já deveria ter matado há tempos.
∞∞∞
— Pai — o chamo assim que chego ao hotel e o vejo a minha
espera.

— Vicenzo, me diga que o que Francisco me falou é mentira.

— Infelizmente não pai. Pietro levou Samira e ela está


esperando um filho meu.

— Se estava com ela por que não pediu a mão dela para
Francisco? Por que não aumentou a sua segurança? Por que a
desonrou sem estar em um compromisso com ela, Vicenzo? — ele
faz muitas perguntas enquanto estamos no elevador para ir a
cobertura e na última acaba elevando a voz.

— Eu estava esperando o melhor momento — o olho com


fúria — não queria que ela se tornasse alvo dos nossos inimigos.

— Não adiantou muito não é? — fala com desdém.

— Não pai, realmente não adiantou já que um meio-irmão


louco e que eu nem sabia ter, está querendo me destruir — grito e as
portas do elevador se abrem e saio sem olhar para trás.

— Eu sei que a culpa é minha não precisava jogar na minha


cara — grita atrás de mim já dentro da cobertura.

— Eu não o culpo, pai — tento manter a calma — , mas


essas cobranças estão me enlouquecendo.

Me viro para ele é não consigo conter as lágrimas, não sou de


chorar, mas toda essa situação está me levando ao limite.

Ele me abraça me permitindo chorar como há tempos eu não


fazia.
— Eu a amo pai. Ela está com um filho meu no ventre e aquele
filho da puta me disse que vai abusar dela.

— Sinto muito filho. — ele me olha nos olhos — Vamos


encontrá-la.

— Eu vou matá-lo pai, não importa se também é seu filho.

— Não me importo! Ele procurou por isso. Você é meu filho, a


criança que encheu de luz meu coração no momento que o tive em
meus braços.

Ele me dá mais um abraço e se afasta indo ligar para minha


mãe e lhe dar notícias.

Me recomponho e vou até minha suíte tomar um banho e


colocar a cabeça no lugar. Depois de um tempo em baixo do chuveiro
chorando por tudo o que minha Samira pode estar passando, respiro
fundo e termino meu banho, não posso me abalar agora ela precisa
de mim.

— Vou ligar para Amélia e pedir que venha para cá em um dos


nossos jatinhos — aviso meu pai ao chegar a sala da minha
cobertura já devidamente vestido após meu banho.

— Giuseppe já a chamou, ele acabou de me avisar. Já deu a


ordem ao nosso piloto para trazê-la. — ele diz e eu suspiro aliviado,
uma preocupação a menos.

— Sua mãe ficou com Giulia na mansão de Francisco.

— Vou me reunir com os soldados de Francisco e Giuseppe.


Temos que planejar bem o resgate para que nada de mal aconteça a
Samira e meu filho.

Passei praticamente o resto da noite fazendo ligações.

Amélia chegou, porém foi para casa dos pais de Giuseppe,


então me encaminhei para lá com meu pai assim que soube de sua
chegada.
Capitulo 41
Acordei com minha cabeça latejando e meu estômago
roncando, já estava a horas sem me alimentar. Tento me mexer, mas
vejo que minhas mãos estão presas.

— A princesa acordou — a voz asquerosa de Pietro soou pelo


quarto que ele havia me colocado.

— Estou com fome.

— Mal acordou e já está fazendo exigências — ele se


aproximou da cama que eu estava e alisou meu corpo. Me encolhi
com medo e nojo.

— Você é bem gostosa sabia — seu sorriso me seu asco —


entendo Vicenzo ter se apaixonado por você.

— Não me toque — gritei e cuspi em sua cara recebendo um


tapa logo em seguida.
— Sua puta. Vou acabar com você e todos que vierem ao seu
socorro — gritou histérico e tentou rasgar minha blusa, mas um de
seus capangas bateu na porta e ele recuou.

— Com licença senhor. Consegui o número da casa dela a


chamada já está em andamento.

— Tudo bem, saia — rosnou e o soldado entregou o celular e


saiu.

— Alô — a voz da minha mãe soou do outro lado da linha e


meu coração acelerou.

— Giulia Morino. Coloque no viva voz quero falar com todos de


uma só vez.

— já está no viva voz — avisou e pude ouvir seu choro.

— Boa a tarde a todos.

— O que fez com Samira seu desgraçado? — a voz de


Vicenzo surgiu raivosa do outro lado da linha e o meu desejo era que
tudo isso acabasse e eu pudesse estar logo em seus braços.

— Irmãozinho, eu sabia que você estaria ai — falou rindo —


sua preciosa Samira está bem. Tenho muitos planos para ela — a
forma como olhou meu corpo faz arrepiar e estremecer e não de um
jeito bom.

— Não ouse tocar nela. Eu mesmo me certificarei de te


mandar para o inferno.

— Eu entendo você sabe Vicenzo. Samira é uma mulher muito


bonita e gostosa pra caramba, tem uma bunda que faz qualquer
homem ficar louco. Vou adorar me fartar nela.

— Não toca em mim seu infeliz — grito e tento o chutar, mas


ele se afasta a tempo — se colocar esse pau em mim eu mesmo o
corto — o ameaço e ele ri da minha cara.
— Linda e brava realmente apaixonante — ri ainda mais alto
— Nós nos falamos depois, maninho, tenho uma gata brava para
comer.

— Seu desgraçado — Vicenzo grita, entretanto, Pietro


gargalha e desliga.

Ele se encaminha para cima de mim e tenta tirar minha roupa,


me debato, mas ele agarra minhas pernas e como estou com as
mãos presas fico imóvel.

— Vou te mostrar o que é um homem de verdade.

— Eu estou grávida e o filho é de Vicenzo — falo de supetão


tentando ganhar tempo.

— Quer dizer que a tão honrada filha do capo de Veneza se


tornou amante do Don? — ele ri — interessante.

— Sei que você quer poder. Vicenzo me ama e fará tudo por
mim e nosso filho, você pode nos trocar pelo poder que tanto quer.

— Ou eu posso te comer e matar vocês dois depois — fala


passando a mão na minha barriga.

Me encolhi com medo.

— Mas se me matar não terá o poder de bandeja, sem falar


que os capos se voltarão contra você.

— Eu mato a todos — ele se levanta e caminha pelo quarto.

— Vai ser um massacre e não será bem visto pelos membros


da máfia. Vicenzo lhe passando o cargo ficará mais fácil para você
assumir o poder de tudo — preciso que ele aceite minha proposta até
eu ser resgatada.

— Até que você tem razão — ele caminha e se senta na beira


da cama — linda, gostosa e inteligente. Se não fosse esse bastardo
em seu ventre eu poderia lhe fazer minha.

Ele se levanta e vai em direção a porta.

— Pensarei em sua proposta. Por hoje se livrou de ser minha.


Mandarei trazer seu jantar. — ele fala e sai me deixando respirar
aliviada por ter ganhado um pouco de tempo.

Ao me ver sozinha no quarto deixei as emoções que estava


segurando virem a tona. Chorei como uma criança que precisa do
colo da mãe. Chorei por mim, por meu filho, por Vicenzo. O medo do
que estava por vir fez minha mente voltar ao dia do meu quase
estupro só que agora a violência poderia tirar algo de mim que até
ontem nem sabia da existência.

Estava presa em meus pensamentos que me assustei quando


a porta foi aberta bruscamente.

— Seu jantar — um dos soldados de Pietro entrou pela porta


com uma bandeja de comida e colocou sobre a cama, no mesmo
instante meu estômago roncou.

Ele se aproximou e me soltou, mas apontou uma arma para


que eu não tentasse fugir. Comi tudo e após me alimentar ele me
prendeu de novo e saiu me deixando sozinha.

∞∞∞
Não sei quanto tempo se passou comigo presa nesse quarto,
meus dias se resumia em comer e dormir, só era solta quando queria
ir ao banheiro ou tomar banho. Eu passava os dias com um ou dois
dos seus soldados me vigiando.

Pietro veio me ver apenas uma vez depois da minha proposta


e disse que estava negociando com Vicenzo meu resgate. Ele me
comprou roupas e meu banho era sob as vistas de um de seus
soldados. Constrangedor eu sei.
Hoje, porém, acordei aflita e com meu estômago revirado não
consegui comer nada. Uma sensação ruim em meu peito se fazia
presente me angustiando. Era como se algo fosse acontecer e meus
instintos tentassem me avisar disso.

A porta do quarto foi escancarada e um Pietro possesso entrou


por ela vindo direto para cima de mim.

— Vem — me desamarrou e puxou pelo braço.

— Para onde? O que... — nem terminei de falar e tiros foram


ouvidos próximos a casa.

— Seu amado Vicenzo veio te resgatar, princesa, mas nenhum


dos dois sairá daqui vivo.

Ele me arrasta para fora do quarto com uma arma em minhas


costa. Os tiros ficavam cada vez mais forte e a raiva que emanava
dele podia ser sentida de longe. Ele rosnava ordem para seus
soldados que tentam se proteger e protegê-lo.

Em um momento de distração tento fugir, contudo ele


consegue me alcançar e me derruba no chão. Gemo com o impacto
do meu corpo no chão duro.

— Sua puta — me dá um tapa na cara e um chute nas costas.


Ele me garra pelos cabelos e me levanta. Coloco a mão na barriga e
choro.

— Solta ela, Pietro — Vicenzo entra na casa que eu estava


sendo mantida presa seguido por meu pai e meu irmão.

— Frente a frente, finalmente. Esperei tanto por esse


momento, maninho. — Pietro aperta ainda mais meu cabelo e me faz
olhá-lo.

— Quer essa vadia e esse bastardo que está na barriga dela?


— ele prensa a arma em minha barriga e sinto uma fisgada.
Me encolho de dor.

— Por favor, meu bebê não — choro.

— Não ouse machucá-la. Você está cercado, Pietro, não tem


como escapar.

— O amor nos faz fraco, Vicenzo. Não sei como ainda não
percebeu isso — fala e se afasta me levando com ele com a arma
ainda pressionando minha barriga.

Preciso pensar em algo, ele sabe que está sem saída e pode
me matar. Me viro para ficar de frente para ele e seguro seu rosto
para que me olhe. Ele se surpreende com minha atitude, mas não faz
nada para se livrar do meu toque.

— Pietro, se entrega eu... Eu posso fazer com que Vicenzo te


perdoe. Você mesmo disse que o amor nos torna fraco, e ele me
ama.

— Não quero o perdão dele — grita e me aperta. Um gemido


de dor me escapa.

— Eu sei que você não é um cara mau, afinal não me tocou ou


permitiu que seus homens o fizessem. Mesmo com raiva cuidou de
mim. — minto tentando persuadi-lo.

— Eu só queria fazer você de moeda de troca.

— Não era só isso. — insisto na tentativa de distrai-lo para


que Vicenzo o mate. — Você poderia ter me matado que eles não
iam saber se eu estava viva ou não, mas ao invés disso cuidou de
mim.

— Samira — Vicenzo me chama, mas preciso continuar meu


papel.

— Cala a boca. Você poderia ter evitado isso se es-tivesse


aceito o acordo.
— Ele não a ama Samira. — Pietro fala e o sinto afrouxar o
aperto em minha cintura — Ele a fez sua amante ao invés de
esposa.

— Agora eu vejo isso — concordo com ele.

Eu daria uma otima atriz.

— Se entrega e eu o convenço a não te matar — falo em seu


ouvido e vejo Luca bem trás dele com a arma em punho escondido
por trás da porta da cozinha — vocês são irmãos podem se dar bem.

— Você ficaria comigo? — sua pergunta me pega de


surpresa, mas me mostra que eu estou no caminho certo.

Aproximo-me mais dele e beijo seu pescoço. Preciso controlar


a vontade de vomitar por ter que fazer tal coisa.

— Eu o faço te perdoar depois o matamos e você assume o


poder — sussurro em seu ouvido. Ele me abraça e é a oportunidade
perfeita para Luca atirar nele.

Faço um sinal com a cabeça que Luca entende perfeitamente


e atira. Um tiro certeiro na cabeça de Pietro ceifando sua vida e
sujando meu rosto e pescoço com seu sangue.

Caio no chão com seu peso morto em cima de mim e gemo


com a queda.

— Samira — todos correm para tirá-lo de cima de mim.

Ao ter o peso de Pietro retirado de cima de mim tento me


levantar, mas uma pontada forte atinge o pé da minha barriga e vejo
sangue em minha calça ao olhar para ela depois de sentir algo
molha-la.

— Nosso bebê, Vicenzo. Pietro me chutou nas costas e teve a


queda. Eu não quero perder nosso filho.
— Vai ficar tudo bem meu amor — ele pega um lenço e limpa
meu rosto que estava todo sujo do sangue do Pietro.

— Filha, eu tive tanto medo de te perder minha princesa. —


meu pai se abaixa e pega a minha mão.

— Pai — toco seu rosto feliz por vê-lo, mas logo em seguida
gemo quando uma cólica forte que me abate.

— Temos que levá-la ao hospital — Vicenzo grita desesperado


e me pega no colo.

— Vai ficar tudo bem, vocês vão ficar bem, vamos nos casar e
ser feliz — ele fala para me acalmar enquanto corre comigo para fora
da casa.

Já do lado de fora vejo Giuseppe com a porta do carro aberta


e ao seu lado Nicolas. Vicenzo entra comigo no carro e manda
Mateo, que está no banco do motorista, dirigir até o hospital.

— Seguiremos vocês em outro carro — ouço meu pai dizer.

Giuseppe bate a porta do carro e Mateo sai em disparada.

Não consigo segurar as lágrimas e choro encolhida no colo de


Vicenzo. Passo a mão em minha barriga orando a Deus para que
meu filho fique bem em meu ventre, sinto a sua mão sobre a minha e
seu beijo em minha testa.

— Ele ficará bem, meu amor. — afirma me beijando — Mais


rápido Mateo — ordena aflito.

Aperto sua mão quando, a dor aumenta e a escuridão me


toma.
Capitulo 42
Medo.

Foi isso que se apoderou de mim quando Samira desmaiou


em meu colo no carro, sua calça suja de sangue as dores que estava
sentindo só mostrava que meu filho estava indo embora, eu mal sabia
que o teria e já o estava perdendo.

— Não me deixa meu amor — sussurrei alisando seu rosto


inchado pelos tapas que aquele louco deu nela.

Eu queria poder passar horas o torturando para só assim


matá-lo da forma mais dolorosa possível. Mas entendi que a
segurança de Samira vinha em primeiro lugar, ele poderia ter atirado
nela se fizéssemos qualquer coisa que o tirasse do sério.

Os dias que passei sem ter certeza se ela estava bem quase
me enlouqueceram. Foram quase 3 dias com ela sob o poder de
Pietro, até Amélia conseguir nos dar a localização exata de seu
cativeiro.
Meu pai precisou ir até Torino conversar com He-lena, mãe de
Pietro, para que ela nos desse uma pista de onde ele teria escondido
Samira.

Seu finado marido tinha casas em lugares afastado aqui de


Veneza da época que era capo e tramava contra meu pai, Pietro
sábia da existência delas e foi para onde trouxe Samira.

Em qual dessas casa exatamente ele a escondia Helena não


sabia, mas Amélia conseguiu interceptar o sinal do celular que Pietro
usava para negociar comigo a entrega do poder da máfia em troca de
devolver Samira sã e salva.

Confesso que fiquei tentado a ceder, pois Samira e meu filho


vinham em primeiro lugar, contudo eu sabia que Pietro nos mataria
na primeira oportunidade.

Fizemos uma varredura pela redondeza em que a casa se


localizava e com a ajuda de um drone pilotado por minha hacker
tivemos uma base de quantos capangas, 10 ao todo e todos
fortemente armados, ele tinha e arquitetamos o ataque.

Decidimos que seria melhor atacar a noite. Luca, Nicolas e


alguns soldados de Francisco foram pela parte de trás da casa,
enquanto eu, Francisco e Giuseppe e meus soldados fomos pela
frente. Mateo e outros soldados ficaram nos carros para matar quem
tentasse fugir.

Matamos todos os soldados de Pietro, e Luca o matou com um


tiro certeiro na cabeça, ele terá para sempre minha gratidão.

— Chagamos — Mateo avisa parado a frente do hospital da


famíglia.

Ele abre a porta ao sair do carro e me ajuda a retirar Samira


que ainda está desmaiada, a doutora Antonella já nos esperava na
recepção do hospital.
— Coloquem-na aqui — mostrou a maca próxima a ela. — A
levarei para a sala de cirurgia para conter a hemorragia.

— Salve-os — pedi olhando em seus olhos.

— Farei o possível, Don — me assegurou e levou o amor da


minha vida para a sala de cirurgia.

Fico parado olhando para a porta que ela entrou, lágrimas


escorrem por minha bochecha e não tenho vergonha de chorar. Sinto
braços ao meu redor e vejo que meu pai me abraça. Ele deve ter
saído logo após deixarmos o cativeiro.

— Não posso perdê-los pai.

— Não vai filho. Samira é forte, ela lutará — o abraço e choro


em seu ombro sem se importar com quem está nos olhando.

Não sei quanto tempo se passou com Samira na sala de


cirurgia, todos estavam aflitos a espera de notícias, estavam
presentes no hospital: meu pai, minha mãe, os pais de Samira e
Giuseppe.

Eu já estava prestes a invadir a sala de cirurgia em busca de


informações quando Antonella saiu com a cara exausta.

Corri até ela.

— Como estão? — perguntei aflito e ansioso por boas notícias.

— Estão bem, consegui parar o sangramento e seu bebe está


salvo, Don.

Não me contive e a abracei tamanha era minha felicidade.

— Obrigado.

— É o meu trabalho — disse tímida — Está tudo bem por


enquanto, mas ela terá que ficar de repouso por pelo menos mais uns
três meses até o risco de aborto ser totalmente descartado.

— Cuidarei pra que fiquem bem. Posso vê-la?

— Sim, mas ela está sedada e provavelmente só acordará


amanhã. Já a encaminhei para o quarto pode ficar somente um
acompanhante com ela — doutora Antonella fala e se retira.

— Eu ficarei com ela — a voz de Giulia, mãe de Samira, se


faz presente e só ai me dou conta que todos estão atrás de mim
ouvindo as palavras de Antonella.

Me viro para ela.

— Eu ficarei com ela. Podem ir descansar, a segu-rança foi


reforçada e qualquer novidade eu os informo.

— Tudo bem. Cuide da minha menina.

— Eu cuidarei — o selo da promessa estava em minhas


palavras.

Eu daria minha vida por ela e meu filho se fosse preciso.

Todos vão embora e eu fico com alguns dos meus soldados


fazendo nossa segurança. Entro no quarto em que ela está e
aproximo a cadeira da cama e me sento para velar seu sono. O alívio
toma conta de cada parte do meu corpo ao ver que ela e meu filho
estão bem.

— Darei minha vida por vocês se for preciso! — beijo a mão


que está com o acesso do soro — Não deixarei que nada de mal
volte a acontecer com nenhum de vocês. Eu prometo!

Pouso meus olhos em sua barriga ainda plana. Minha mão vai
até ela e a aliso.

— Eu te amo filho! Vamos cuidar muito bem da mamãe, você


tem que ficar aí e crescer bem forte. Será o futuro da nossa máfia e a
comandará melhor do que eu.

Sorrio e encosto minha cabeça em sua barriga. Acabo


dormindo sem nem perceber.
Capitulo 43
Forço os meus olhos a abrirem e sinto uma mão sobre a minha
fazendo meu sangue gelar, tudo o quê me aconteceu, vem a tona em
minha mente e me desespero tornando a fechar meus olhos com
força querendo que tudo não passe de um pesadelo.

Meu bebê, toco minha barriga e choro baixinho.

— Ei, está tudo bem, meu amor — abro os olhos e levanto a


cabeça me deparando com os lindos olhos azuis que sempre me
tiram o ar quando me olham.

— Nosso filho, Vicenzo.

— Ele está bem. Firme e forte dentro de você e vai continuar


assim até que seja seu tempo de vir ao mundo.— ele coloca a mão
sobre a minha e me dá um beijo na testa.

Alívio me invade me permitindo respirar.


— Tive tanto medo de não encontrá-la viva. — me abraça —
Eu te amo tanto Samira. Eu morreria se algo acontecesse com você,
com vocês. — ele toca minha barriga e a beija.

Aliso seu belo rosto e ele beija minha mão.

— Também te amo Vicenzo. Nós te amamos e seremos felizes


agora.

— Sim, seremos! Futura senhora Grimaldi.

— Gosto disso! Mas acho que tem de pedir minha mão


primeiro, não? — sorrio para ele.

— Estava com tanta saudade desse sorriso. — sorri e volta a


me beijar.

— Desculpe atrapalhar os pombinhos — Antonella entra no


quarto e sorrimos —, vim lhe examinar.

ela passa os próximos minutos me examinado e perguntando


como estou. A porta do quarto se abre e minha família entra.

— Que bom poder te ver bem, filha — minha mãe me abraça


assim que a doutora se afasta.

— Nos deu um baita susto, princesa — meu pai beija a minha


testa.

Giuseppe apenas me olha de longe e sei que está magoado


pelo meu envolvimento com Vicenzo e por isso não faço muito
esforço para conversar com ele. Ele precisa de tempo para digerir
tudo.

— Está tudo bem com eles. Ela só precisará de repouso nos


próximos meses até o feto ficar mais forte e depois vida normal. —
Antonella se despede e nos deixa.
— Vou preparar o quarto no andar de baixo da nossa casa,
assim você não fará esforço para descer e subir as escadas.

— Obrigada, mãe, não vejo a hora de ir para casa.

— Antonella a quer mais alguns dias aqui para observação —


Vicenzo a comunica.

— Temos que voltar a Roma, Don — Giuseppe fala primeira


vez, contudo não olha para o Vicenzo.

— Só irei quando tiver a certeza que Samira estará bem.

— Faça como quiser.

— Giuseppe. — o chamo.

— Tenho que ir. — ele sai sem me olhar.

— Ele me odeia. — choro com as mãos no rosto.

— Ele só está magoado por terem escondido a relação de


vocês dele, de nós. — meu pai fala pegando minhas mãos e as
tirando do meu rosto.

Ele limpa minhas lágrimas.

— Eu o quero comigo, papai, além de meu irmão ele é meu


melhor amigo, sempre esteve ao meu lado e eu o amo mais que tudo,
não vou suportar se ele não me perdoar e se afastar de mim.

— Dê tempo a ele, filha, e verá que logo ele estará implicando


com você como sempre fez. Ele te ama! Você é a princesinha dele.
Apenas tenha paciência e logo tudo voltará ao normal. — concordo
com a cabeça e me encolho em seus braços, o carinho de Vicenzo e
da minha família é tudo o que eu preciso agora.

∞∞∞
Passei três dias no hospital e só fui liberada depois de brigar
com Antonella.

Ela me obrigou a fazer uma nova bateria de exames para ter


certeza que estava tudo bem comigo e com o bebê para enfim me
deixar ir para minha casa.

Quando cheguei na minha casa ela estava toda decorada e


nossos amigos e parentes todos presentes, eles haviam feito uma
festa para comemorar a minha volta.

Estavam presentes todos que eu amo e que fazem parte da


minha vida: os pais de Vicenzo, Ana, Luca, Mateo e sua noiva
Bianca, Nicolas e Andreia, meus pais e Giuseppe, e a tia de Vicenzo
com seu esposo e filhos; Luigi e Beatrice com seu esposo e filhos.

O avô de Vicenzo, Enrico Grimaldi, não quis vir. Ele tem se


mantido recluso em sua mansão em Roma depois de tudo o que
aconteceu, o desprezo que seu filho E-duardo está lhe dando o
afetou demais, tenho medo do que ele pode fazer estando sozinho.

— Feliz? — Ana me pergunta.

— Sim, mas minha felicidade estará completa quando ele me


perdoar — digo olhando para onde meu irmão se encontra.

— Quero pedir a atenção de todos — Vicenzo diz e o olho.

Ele caminha até mim e se ajoelha.

— Sei que não começamos do jeito certo, mas quando nos


apaixonamos muitas vezes deixamos a razão de lado.

Ele pega uma caixinha vermelha de veludo do bolso do paletó


e prendo a respiração.
— Samira Morino, me daria a honra de ser minha esposa e
futura dama da máfia Grimaldi?

— Sim, sim, mil vezes sim.

Ele se levanta e nos beijamos selando o momento que eu


tanto esperei na minha vida. Desde que tinha 14 anos eu sonho com
o dia em que Vicenzo faria exatamente isso: me pediria em
casamento. Foram tantos de-sencontros e desafios para torná-lo
realidade que parece um sonho.

— Viva os noivos — Luigi, primo de Vicenzo, puxou o brinde


levando todos a levantarem suas taças e brindar essa nova fase de
nossas vidas.

Ele parecia um pouco alterado pela bebida.

Olhei na direção em que Giuseppe estava e o vi sair de


fininho, me separei de Vicenzo e corri até ele.

— Giuseppe. — chamei, fazendo-o parar, mas não se virou


para me olhar.
— Não posso estar feliz sem você ao meu lado. Me perdoa,
irmão. — não consegui conter as lágrimas que caíram em
abundância por meu rosto.

Eu estava bem sensível nos últimos dias.


Ele permanece em silêncio
— Eu te amo, não me odeie, por favor — o abraço por trás.
— Samira... — ele se vira — Como eu posso te odiar se você
é a pessoa que mais amo na vida, princesa?

— Então por que estava me ignorando e não falou comigo no


hospital?

— Porque eu sou um idiota — ele sorri e enxuga minhas


lágrimas.
— Eu fiquei magoado por ter me escondido que era
apaixonada pelo (mala) do Vicenzo — é minha vez de sorrir.

— Você me perdoa?

— Por que não me falou que o amava?

— Tive medo do que pensaria de mim — abaixo minha


cabeça. — Eu era só uma adolescente boba e apaixonada pelo
melhor amigo do meu irmão.

— Eu nunca te julgaria, pequena, te amo demais para isso.


Agora pare de chorar ou vai fazer mal ao meu sobrinho.

— Pode ser uma menina — sorri para ele.

— Então terei que melhorar minha pontaria — piscou para


mim, lhe dei uma tapa em seu braço, o fazendo rir mais.

— E respondendo sua pergunta, não tenho do que te perdoar,


pirralha.

Dou outra tapa em seu braço por continuar me chamando


assim e ele me agarra girando no ar.

Rimos como não fazíamos a um bom tempo.

— Te amo, irmão. — disse ao ser colocada no chão e o


abraçar apertado.

— Também te amo, minha princesinha. — ele me rodou em


seus braços fortes e beijou o topo da minha cabeça.

Enfim a minha vida esavaá voltando ao normal e com a


felicidade batendo na minha porta.

As batalhas foram árduas, mas o amor prevaleceu.


Epílogo
13 anos depois...

Olhando a cena minha frente percebo que estive errada


quando falei que não nasci para ser feliz. Nasci sim, a vida só estava
me mostrando que precisa amadurecer antes, que tudo acontece no
tempo certo e hoje entendo isso.
Me casei com Vicenzo três meses após o pedido de
casamento, foi uma celebração simples, mas linda e da forma que
sempre sonhei, só com amigos e familiares. Nunca fui dada a festas
luxuosas e meu casamento não seria diferente.
Vicenzo deixou Giuseppe a frente dos negócios e passamos
um mês em lua de mel, viajando para vários lugares do mundo,
incluindo o Brasil, apesar do que quase me aconteceu, eu passei
momentos maravilhosos morando lá e aprendi a amar o país e suas
belezas naturais.

Os muitos confrontos e ataques dos últimos meses nos


esgotaram e precisávamos de um momento de paz para curtirmos
um ao outror antes da chegada do nosso filho Ângelo, sim era um
menino e revelei o sexo a Vicenzo no dia nosso casamento.

Na nossa noite de núpcias na mansão, que agora era minha,


fiz uma surpresa ao meu marido, revelando o sexo do nosso bebê
através da cor da minha lingerie.

Esse momento tinha que ser algo diferente e só nosso,


comemoramos da melhor forma possível que só de me lembrar meu
corpo queima de desejo.

— Não via a hora de ter minha esposa em meus braços —


Vicenzo falou em meu ouvido, ao entrarmos no quarto, me fazendo
arrepiar.

— Estava com tanta saudade de te ter assim totalmente


entregue a meu bel prazer — colocou a mão por dentro da fenda do
meu vestido de noiva e tocou meu sexo por cima da calcinha.

— Vou te foder tanto que amanhã não vai conseguir andar.


Quase 5 meses sem sexo me deixou louco — falou ao se afastar e
começar a retirar seu terno.

— Vicenzo — minha voz saiu falhada devido ao desejo que


me consumia.

— Não prestei atenção em nada da cerimônia só me


imaginando dentro de você — me virou e tomou minha boca,
faminto, cheio luxúria e desejo.

Agarrei sua camisa puxando-a de seu tronco e o ajudando a


se livrar da roupa sem desgrudar nossas bocas. Nós nos afastamos
por falta de ar e ele me virou novamente para retirar meu vestido.

Foi me dando beijos por todo meu corpo a medida que meu
vestido ia caindo até meus pés. Ficou na minha frente e retirou o
sapato, meia e calça.
— Assim você me mata — sussurrou no meu ouvido ao ver
minha calcinha de renda azul.

— Minha cor preferida. — falou se abaixando e inspirando meu


cheiro — Deliciosa.

— Tem outra razão por eu estar usando a cor azul hoje —


puxei seu cabelo o fazendo me olhar.

Me inclinei e meus seios, que estavam livres sem o sutiã,


ficaram na altura de seus rosto, ele pôs um na boca me fazendo
ofegar.

— Você queria tanto saber o sexo de nosso bebê — levantei


uma sobrancelha e sorri maliciosa.

Deslizei as mãos pela minha calcinha dando ênfase no que


falava.

— Um menino?

— Sim, nosso Ângelo Grimaldi.

Ele sorrio, beijou minha barriga e se levantou me pegando no


colo, circulei as pernas ao redor de sua cintura para não cair.

Vicenzo nos colocou na cama pairando sobre mim e beijando


minha boca com paixão.

Arranhei suas costas arrancando gemidos dele.

Ele soltou minha boca dando mordidas de leve em meus


lábios, desceu beijos por todo meu colo chegando em meus seios,
que agora já estavam maiores, chupou um e depois o outro me
levando a loucura.

— Vicenzo — o chamei esfregando nossos sexos necessitada


de o ter dentro de mim.
— Minha esposa está ansiosa é? Me quer aqui? — levou os
dedos para dentro da minha calcinha e os resvalou de leve em minha
fenda já molhada.

Arfei e gemi em resposta.

— Sim... O quero me fodendo forte. Me foda logo.

— Adoro sua boca suja — mordeu o bico do meu seio e


enfiou o dedo em minha boceta me fazendo gritar de prazer.

Foi beijando todo o caminho até chegar a ela, me abri


permitindo que a tomasse em sua boca. E foi exatamente o que ele
fez, me devorou e desfrutou de cada pedaço do meu sexo, me fodeu
com sua língua e dedos me dando um dos orgasmo mais
maravilhoso que já tive.

— Agora vou te comer como a meses venho desejando.

Me colocou de quatro dando tapas em minha bunda, chupou


meu sexo mais uma vez e entrou em mim sem aviso em uma
estocada firme e dura nos arrancando gemidos.

— Gostosa. Minha, só minha — decretou puxando meus


cabelo me fazendo arquear o tronco, seus movimentos aceleraram,
mas sem perder a firmeza.

Levou a mão ao meu clitóris já sensível e beliscou de leve, foi


tudo o que eu precisava para gozar. Me desmanchei perdendo as
forças na pernas e Vicenzo me segurou para manter a posição, ele
estocou mais algumas vezes e gozou chamando meu nome. Caiu de
lado na cama e me puxou para ficarmos abraçados.

Naquela noite ele realmente cumpriu a promessa que me fez.


Me tomou de todas as formas possíveis, passamos a noite toda nos
amando e matando a saudade do corpo um do outro.

Volto ao presente ao ouvir risadas.


Muitas coisas aconteceram nesses 15 anos que estou casada
com Vicenzo, boas e ruins, sorrisos e choros, perdas dolorosas, mas
acima de tudo aprendizado e união.

Uma delas foi Luca ser promovido a nosso consigliere. Meu


irmão, Giuseppe, assumiu o lugar de meu pai e se tornou o novo
capo de Veneza, sabíamos que isso aconteceria cedo ou tarde, tendo
em vista que ele era o primogênito e único filho homem de meus pais.

Giovanni, primo materno de Vicenzo, tomou o lugar de Luigi,


que assim como Giuseppe, teve que assumir seu lugar como
primogênito de seu pai se tornando o novo Capo de Florença.

Nicolas se mostrou fiel a nossa máfia. Percebeu que não


éramos iguais as outras e aceitou a iniciação para se tornar um
membro. Assumiu o cargo de chefe de segurança quando meu irmão
de tornou Capo. Ele se casou com Andreia um ano após meu
casamento e têm uma família linda com seus dois filhos: Felipo e
Vito.

Como nada em minha vida foi ou é de forma fácil, tivemos


muitos percalços para chegarmos onde estamos hoje: uma família
grande composta por familiares e amigos.

Ainda não é fim, pois temos nossos filhos para colocá-los em


bom caminho e fazê-los honrados para continuar nosso legado.

Ângelo, meu primogênito, em breve começará sua iniciação


como futuro Don, ele passará a acompanhar seu pai nos negócios
com mais frequência e está super ansioso para isso.

— No que tanto pensa meu amor? — Vicenzo se aproxima e


estica o braço para pegar Valentina, nossa filha caçula.

Estou sentada em um dos bancos do nosso jardim.

— Em tudo o que vivemos até aqui e no que ainda está por vir.
— Em cinco anos Ângelo será o novo Don — fala olhando
para o nosso filho que está conversando com seu avô.

Vicenzo continua o mesmo homem lindo e de presença


imponente que eu conheci. As vezes me pergunto se é possível amá-
lo como amo e ele vai e me mostra que sim, é capaz.

— Sim, e confesso que estou nervosa com a sua iniciação.

— Ficará tudo bem, meu amor. Esse é o nosso destino. — dá


um beijo em Valentina que brinca com sua gravata.

— Te amo mais a cada dia, sabia? — disse e ele me fita com


os olhos azuis que tanto amo.

Ele se inclina e me dá um beijo casto nos lábio.

Sempre tentamos controlar nosso desejo sexual quando


estamos perto de nossa família, filhos e amigos. O que é um
tormento dado ao fato que nossa atração e química só melhorou com
o passar do tempo e basta um olhar mais intenso dele e eu quero me
atirar em seus braços e suplicar para que me foda com força.

— Mãeee. — o grito de um dos gêmeos nos faz rir.

Essa é a prova de que não conseguimos ficar longe um do


outro: quatro filhos.

Olhamos na direção do grito e Giovanni vem correndo em


nossa direção com Giovana em seu encalço.

— O que falei sobre correr, Giovanni? — meu marido o


repreende.

Me levanto e fico de pé ao seu lado.

— Não pode, pois já quebrei um braço fazendo isso. —


responde contrariado.
— O que houve, filho? — perguntei a ele e percebi Giovana
ficar inquieta no mesmo instante.

Eles estavam fazendo 12 anos hoje.

— Giovana estava de conversinha com Felipo.

— Giovana? — Vicenzo a questionou.

— Ele é só meu amigo, papa. Estávamos marcando de ir ao


shopping ver a coleção de quadrinhos novos.

Felipo é filho de Nicolas e Andreia ele tem 14 anos e é


apaixonado por quadrinhos assim como minha filha. Eles são amigos
inseparáveis.

Com o passar dos anos voltamos a morar na nossa mansão


em Veneza para ficar mais próximos de nossos pais e amigos.

— Filho, sua irmã precisa ter amigos você tem que cuidar dela,
mas deixando ela viver, entende? — explico com calma.

— Eu só não quero que os meninos a machuquem, mamãe.

— Eu sei meu amor — falo com carinho e lhe dou um beijo


na testa — Você a protege, mas Felipo é família e com ele ela pode
brincar tudo bem?

— Tudo, mas eu vou ficar de olho nele — avisou para irmã a


fazendo revirar os olhos.

Giovana era bem difícil de lidar e tinha um gênio forte. Vicenzo


vive dizendo que ela é uma copia fiel minha e temos o mesmo
temperamento. Bom, o fato que minha filha sabe se impor e não
abaixa a cabeça para qualquer um.

— Tá bem chato, vem, vamos brincar.


E assim saíram correndo nos deixando rindo do jeito único que
eles possuem de cuidar um do outro.
Abraço Vicenzo e dou um beijo na testa da minha filha.

— Nunca fui tão feliz! — confesso sorrindo, ele retribui meu


sorriso com mais um beijo rápido, pega a minha mão e vamos em
direção aonde toda nossa família está reunida.

Eu estava errada quando disse que não nasci para ser feliz.

Pois nasci e minha felicidade estava ao lado do homem que


sempre amei.

Ao lado do meu amor mafioso.

FIM
Epílogo 2
Anos depois

Ângelo Grimaldi

Quando o meu pai me chamou para uma conversa em seu


escritório, eu sabia que não era uma boa coisa.

Nós estávamos passando por alguns conflitos com outras


organizações e precisávamos fortalecer nossas alianças e conseguir
novos aliados.

Mas nada me preparava para o que estava prestes a ouvir.

Ele tinha acabado dizer que reforçaria essas alianças através


do meu casamento com uma princesa da máfia. Jovem essa que ele
escolheria, pois sabia o que era melhor para mim.

— Por que eu não posso escolher minha noiva, papà? — O


questionei mais uma vez, pois não acreditava no que ele dizia.

— Porque precisamos que se case com alguém que irá nos


ajudar a fortalecer nossa união com nossos aliados.

— Mas isso é injusto. — me altero — O senhor pôde escolher


com quem se casar e eu não posso fazer o mesmo?

— Mas eu não pude. Fui obrigado a me casar com Maria


DeLuca e só depois de 5 anos que me casei com sua mãe

— Sim, eu sei de toda a história de amor entre o senhor e


mamma, mas ainda acho injusto que eu tenha que me casar com
alguém que não amo por causa da organização.
— Nós sempre fazemos o melhor pela nossa máfia, Ângelo.
Sempre foi assim e continuará sendo. — falou em seu tom de Don.

— Mas...

— Sem o, mas, Ângelo. Ainda sou o Don e me deve respeito.


— Aperto meus punhos para controlar a raiva.

Não podia me casar com quem eu não amava só porque seria


o futuro Don. Meu pai estava fazendo comigo o que fizeram com ele
quando estava para se tornar Don.

Isso era errado!

— Vicenzo, querido, reconsidere. Você viu que essa atitude foi


tomada por meu pai com meu irmão e não deu certo. — Minha mãe
tentou intervir a meu favor.

— Você sempre me ganha com sua voz doce e seu jeito meigo
Samira, mas não hoje. Ângelo se casará com a filha dos Bianchini e
já está decidido. Ela é uma moça bonita e cresceu sendo criada para
ser a mulher do Don.

— Mália não me ama assim como eu não a ama. — Afirmei.

— O amor se constrói com o tempo. A convivência que nos faz


amar ou não alguém.

Ele estava irredutível.

— Tudo bem, pai. Farei o que quer. — Não adiantaria brigar.

A vontade dele sempre prevalecia.

Respirei fundo e saí de seu escritório.

Já estava chegando ao meu quarto quando Giovanni me


parou.
— Papà acertou seu casamento com Mália?

— Sim. Eu me casarei com ela em dois meses.

— Não pode Ângelo. Você não a ama.

Ele parecia aflito com a possibilidade de ela ser minha esposa.

— Sei que Mália é sua amiga e que sempre estão juntos, mas
não posso ir contra a vontade do nosso pai, Giovanni. Já está tudo
arranjado.

— Mas... Ângelo é que... — ele parou de falar quando o olhei


severo.

— O que está acontecendo, Giovanni? Vamos entrar. —


Aponto para o meu quarto.

Ele suspira e entra fechando a posta atrás de si.

— Sabe que eu sempre te apoiei em tudo e que sou seu


amigo, além de irmão, pode falar comigo.

— É que... — Ele coça a cabeça em sinal de nervosismo. —


Eu gosto da Mália, gosto mesmo. Nós nos apaixonamos e eu iria
pedir a mão dela.

— Giovanni... Por que não me disse? Eu via que vocês tinham


uma conexão forte e são amigos há anos, mas você nunca me disse
que a amava.

— Nem eu sabia que a amava. Descobri quando ela foi para o


internato e eu tive que ficar esses anos longe dela. Agora ela voltou e
o pai dela prometeu sua mão a você.

— Você realmente a ama? — Busco sua sinceridade.

— Sim. Eu a amo. Quero que ela seja minha esposa. —


Afirmou.
Nunca vira meu irmão falar com tanta determinação.

Ele realmente a amava.

— Tudo bem. Eu conversarei com papà a respeito disso e não


me casarei com ela.

— Irá contra a vontade do nosso pai por mim? Ângelo...

Sim, eu faria tudo por meus irmãos, minha família. Até ir contra
meu pai, contra a pessoa que me deu vida e me criou para governar
nosso império.

Eu faria tudo pelos meus irmãos.

Pela minha família.

Pelas pessoas que eu amo.

— Ei, cara, somos irmãos. Cuidamos um do outro, lembra?

Giovanni é dois anos e alguns meses mais novo do que eu,


então crescemos juntos e inseparáveis.

— Não se preocupe, pois o único casamento que acontecerá


será o seu.

Ele sorriu largo e me abraçou.

— Te amo, irmão.

— Também te amo, Giovanni.

Ele saiu do meu quarto e eu me deitei na minha cama.

Agora eu teria que conversar com meu pai e arranjar uma


nova esposa para mim, pois jamais me casaria com a mulher que
meu irmão ama.
Em breve...
Uma assassina para o Mafioso.

Livro da Ana e do Luca

Sinopse
“Eu passei pelo inferno e precisei me quebrar para me tornar
forte” Fui condicionada a um sofrimento impensado e isso me
marcou, me transformou. Mudou-me profunda e completamente.
Hoje não confio em mais ninguém e luto diariamente contra os
demônios que me assombram dia e noite em forma de pesadelo. A
dor me fez assim e só a morte de quem me quebrou será capaz de
me curar."
Ana sofreu sendo violentada e obrigada a se prostituir após ser
sequestrada em uma balada por homens que queriam sua amiga.
Após semanas sendo mantida presa em uma casa de prostituição ela
foi resgatada, mas não sem antes ter sido quebrada e machucada de
todas as formas.
Agora ela vai se vingar de cada um que a machucou. Ana
jurou vingança e iria cumpri-la nem que para isso o que restou de sua
humanidade fosse levado no caminho.

∞∞∞

Prólogo
As coisas que acontecem em nossas vidas são para nos
tornarem fortes, bem é isso que eu penso.

As dores que sofremos são para nos modificar e mostrarmos


que se não estivermos preparados para enfrentá-las nós
padeceremos. Eu vivi o inferno em vida e isso me marcou. Passei
três semanas sequestrada, nas quais duas, eu fora violentada e
obrigada a me prostituir.

Apanhei muito por não aceitar a vida que me fora imposta e


me rebelar no início do meu inferno, mas depois de tanto apanhar e
ter meu corpo violado de todas as formas eu aceitei, ou melhor, fingi
aceitar, pois na verdade eu estava buscando uma forma de me vingar
de todos os que me feriram, uma forma de matá-los com minhas
próprias mãos.

Eu não sou assassina, longe disso, sou amante da paz, da


empatia e do amor ao próximo, contudo isso me deixou fraca, me fez
ver o mundo como algo belo, porém ele me mostrou seu pior lado, o
lado do mal, da violência, da morte, da dor.
Eu passei pelo inferno e precisei me quebrar para ser forte. Fui
condicionada a um sofrimento impensado e isso me marcou, me
transformou, me destruiu. Mudou-me profunda e completamente.

Mas eu sobrevivi, renasci e hoje quero vingança.

Não confio em mais ninguém e luto diariamente contra os


demônios que me assombram dia e noite em forma de pesadelo. A
dor me fez assim e só a morte de quem me quebrou será capaz de
me curar.

As lágrimas que antes derramei agora será o sangue dos


meus algozes. Será sangue por lágrima e morte por dor.

∞∞∞
Cinco anos antes no Brasil

— Nicolas — chamo meu irmão, pois preciso que me leve na


faculdade.

Tenho 25 anos e hoje é meu primeiro dia no curso de letras.


Amo ler e sempre quis ser escritora.

— Já vou. Que chata tu, em menina — ele aparece na sala já


vestido para o trabalho.

— Vamos nos atrasar para meu primeiro dia de aula.

— Que besteira — fala como se fosse nada de mais — quem


chega cedo a aula da faculdade. Você é muito certinha irmã.

— Não sou certinha só gosto de não atrasar para meus


compromissos — retruco o vendo pegar a chave do carro.

— Vamos, chata — chama abrindo a porta de casa revirou os


olhos e entro no carro.
No caminho para a faculdade paramos em uma lanchonete.
Nicolas queria tomar café antes de ir para a delegacia. Eu estava
sem fome então preferi deixar para comer na lanchonete da
faculdade.

— Tchau! E boa aula chatinha — ele me abraçou e apertou


meu nariz.

— Bom trabalho mano. Nós nos vemos a noite — dei um beijo


em seu rosto e desci do carro.

A manhã seguiu tranquila. Encontrei meu bloco de estudos e


fiz vários colegas. Sempre fui uma pessoa bastante sociável e alegre,
sempre gostei de namorar; meu atual namorado é o Bruno Gomes,
filho de um dos amigos do meu pai. Ele é um cara legal, faz
engenharia mecânica aqui na faculdade, mas a noite.

Após minha primeira aula resolvo ir a lanchonete da faculdade


estou com fome. Compro um sanduíche e um suco de laranja meu
preferido. Estava tudo bem até bater em alguém e derrubar todo meu
suco na pessoa.

— Mas que merda. Como sou desastrada, deveria ter uma


placa na minha testa com o seguinte: cuidado desastre em forma de
gente. — eu desando a falar enquanto a pessoa a minha frente só faz
rir da minha falta de cuidado.

— Calma — ela respira fundo na tentativa de parar de rir — É


só uma blusa.

— Me desculpe. Ana. — me apresento — Eu posso pagar


outra blusa se a mancha não sair.

— Não se preocupe Ana. Prazer Samira — ela estende a mão


para me cumprimentar, isso é tão antigo que é minha vez de rir.

Ela me olha sem entender.


— Desculpa-me não estou rindo de você e sim do ato de
estender a mão, não fazemos muito isso por aqui.

— Ah. É que não sou daqui. Sou italiana e cheguei ao Brasil


há três meses. Curso relações públicas e você?

— Percebi que não era daqui pelo sotaque. Mas sua fluência
em falar o português é incrível. E eu curso letras é meu primeiro dia.

— O meu também — falou empolgada — eu aprendi vários


idiomas desde pequena, me adapto em vários países.

— Que legal. Queria saber vários idiomas. Mas só sei o


português e o espanhol.

— E vai aprender o italiano se for minha amiga. Topa? Não


conheço ninguém por aqui.

— Claro, podemos sim ser amiga, gostei de você, Samira,


parece ser nem legal.

— Também gostei de você Ana — ela sorri para mim e me


abraça.

A partir desse dia nossa amizade só cresceu, vivemos uma


para a outra, nos ajudando em tudo.

Nesse dia ganhei uma amiga, mas também foi a porta para o
acontecimento que mudou minha vida.

E eu não estava preparada para isso.

Já disponivél...
Agradeço a todas as minhas leitoras que me seguem, lêm meus
livros e me acompanham desde o Wattpad.

Agradeço a minhas amigas que sempre me apoiam e embarcaram


comigo em todas as minhas loucuras, inclusive no meu sonho de ser
escritora.

Sonho este que demorei a realizar por medo de não ser boa o
suficiente, de não conseguir escrever algo que seja aceito pelos
leitores. Medo de errar, mas seu apoio me deu força e coragem para
seguir e colocar em prática todas as histórias que eu criava.

Amo vocês!

Também sou grata a todos os que baixaram e tiraram um tempinho


para ler meu romance. Obrigada de coração e espero que tenham
gostado do meu livro.
Thamy Oliver

Alagoana e formada em Pedagogia, sempre amei ler. Sou fascinada


por qualquer tipo de escrita e apaixonada por livros de romance.
Desde pequena criava histórias em minha mente, mas nunca tive
coragem para escrevê-las.

Até que um dia em uma conversa com minha amiga eu criei uma
história com nomes de personagens que ela tinha trocado de outra
história que estávamos comentando. Ela gostou do enredo ao qual
eu criei e me incentivou a escrevê-la. Meses depois eu já estava com
a história pronta e coloquei-a no Wattpad.

Minha primeira história foi o livro " Um amor para o Mafioso". E


depois eu a transformei em uma série.

Após perder o medo eu comecei a escrever outras histórias e já


tenho 6 livros concluídos e 3 em andamento escritos e postados no
Wattpad.
Books By This Author
Um amor de presente para o CEO
O amor pode chegar quando menos se espera?
Duas pessoas de mundos diferentes podem se apaixonar e viver uma
linda história de amor?

Foi isso que Amely, uma mulher bem resolvida consigo mesma e que
se ama acima de tudo, descobriu. Ela acreditava que não nascera
para amar, porém, o amor chegou-lhe através de Marcos, um homem
lindo, arrogante e prepotente. Amely se viu atraída por ele na mesma
proporção que o odiou a primeira vista.

Marcos não acreditava mais no amor, ele sofrera uma decepção


amorosa com sua ex-esposa e se fechou para esse sentimento
buscando, agora, apenas o prazer carnal, mas ao esbarrar em uma
mulher linda, desaforada e fora do padrão de mulher que sempre
costumava a pegar, em uma balada o fez perceber que seu coração
não estava tão fechado assim para esse sentimento como julgara.
Um CEO ferido.
Uma mulher que não queria amar.
Duas pessoas avessas ao mesmo sentimento e curtindo o melhor da
vida sem se apegar a ninguém.
Uma criança que possui o amor de ambos e torce por vê-los juntos.
E um destino que vai mostrar que eles nasceram um para o outro.

Essa é uma linda de historia do nascimento de um amor verdadeiro


no coração de um casal explosivo, quente e apaixonante que
passam por muitas coisas até terem o seu tão sonhado feliz para
sempre.

Obs: livro de conteúdo adulto: contém cenas descritas de sexo,


palavras de baixo calão e violência.
Um família para o Cafajeste
Uma mulher gorda pode conquistar o coração de um cafajeste que só
pega loira padrão?
Um cafajeste que não quer se amarrar a ninguém pode se render e
cair de amores justamente pela mulher que foge do padrão dele?
Um amor verdadeiro pode surgir de pessoas de mundos tão
diferentes?

Sara nunca teve uma vida fácil, filha de pais conservadores e a mais
nova de 3 irmãos sempre foi privada de muitas coisas. Sem amigos,
querendo mudar de vida e prestes a concluir o curso de
administração ela se candidata a vaga de secretária do CFO das
Ferreirastecnology e acaba trabalhando para o maior cafajeste que já
conheceu.

Henrique teve tudo o que sempre quis. Rico, lindo e amante de belas
mulheres ele tem todas elas jogada aos seus pés a hora que quer,
porém nunca se apaixonou ou se comprometeu com nenhuma delas.

Até que Sara uma mulher linda e fora de seus padrões passa a
trabalhar para ele como sua secretária despertando assim algo que
ele não sabia explicar.

Ela parece um anjo, tímida e, ao mesmo tempo ‘sexy’ que o faz ter
todos os tipos de pensamentos pervertidos.
Ele é um cafajeste que apenas fode e não se apega a ninguém, mas
que desperta desejos nela que, até então, não havia sentido por
homem nenhum.
Será que o Cafajeste vai se render ao amor? Será a mulher fora do
padrão que a sociedade dita como "certo" vai conseguir mudá-lo?

Obs: História de conteúdo adulto: contém cenas descrita de sexo e


palavras de baixo calão.

Ao Teu Lado
Dylan é um homem frio que nasceu em uma família abastarda. Dono
de uma das maiores empresas de moda e eventos vive para o
trabalho. Não se apega as mulheres com quem dorme, pois, não quer
perder sua liberdade. Porém, tudo muda quando uma linda jovem
aparece em seu caminho colocando-o em um grande dilema e seu
extinto protetor falará mais alto.

Cristine é uma jovem humilde e que batalhou sempre para conquistar


o pouco que tem. Filha de mãe solteira e que nunca conheceu seu
pai, vê seu mundo desmoronar ao perder sua mãe. Sozinha, cheia de
dívidas e sem muita expectativa para sua vida ela busca apoio em
seu ex-namorado, contudo o preço que ele cobra por essa ajuda é a
gota de água que faltava para sua vida transbordar.
Cristine não vê outra saída para acabar com seu sofrimento que não,
a morte.
Dylan não consegue ver ninguém sofrendo sem que seu instinto
protetor aflore e vai se deparar com uma situação bem difícil.
Dois mundos completamente diferentes.
Morte e vida no mesmo caminho.
Um homem protetor e uma menina que precisa ser salva.

Obs: livro de conteúdo adulto: contém cenas descritas de sexo,


palavras de baixo calão, estupro, violência e tortura.

Cedendo ao prazer
É possível se apaixonar com apenas um olhar?

Foi isso que Christopher, o futuro CEO de uma das maiores indústrias
de petróleo dos EUA, se perguntou quando Âmbar, a mulher mais
linda e meiga que ele já vira, cruzou seu caminho.
Christopher tinha ido até à casa de seu tio passar uns dias, pois
estava exausto das cobranças de seus pais. Porém, algo estava
prestes a acontecer que mudaria sua vida.

Âmbar sempre foi uma menina quieta, sem amigos, mas em busca de
alguém que a amasse do jeito que era. Julgada por estar acima do
peso, passou boa parte de sua vida sendo humilhada. Mas o destino
resolveu sorrir para ela e o homem mais bonito que já vira atravessou
seu caminho.

Eles se apaixonaram loucamente.


Viveram felizes por dias, mas como tudo na vida de Âmbar sempre
dá errado esse romance se desfez devido a uma armação.
Ela partiu deixando quem a amava para trás.
Ele prometeu odiá-la.
10 Anos depois e suas vidas estavam mudadas.
Ele um CEO implacável.
Ela dona de um clube de sexo.
Mas o amor ainda estava vivo no coração de ambos.
E eles não puderam fugir disso.

Obs: livro erótico e para maiores de 18 anos.


Contêm cenas descritas de sexo, violência física e verbal, bulimia e
tentativa de assassinato.

Uma assassina para o Mafioso


“Eu passei pelo inferno e precisei me quebrar para me tornar forte”
Fui condicionada a um sofrimento impensado e isso me marcou, me
transformou. Mudou-me profunda e completamente. Hoje não confio
em mais ninguém e luto diariamente contra os demônios que me
assombram dia e noite em forma de pesadelo. A dor me fez assim e
só a morte de quem me quebrou será capaz de me curar."

Ana sofreu sendo violentada e obrigada a se prostituir após ser


sequestrada em uma balada por homens que queriam sua amiga.
Após semanas sendo mantida presa em uma casa de prostituição ela
foi resgatada, mas não sem antes ter sido quebrada e machucada de
todas as formas. Agora ela vai se vingar de cada um que a
machucou.

Ana jurou vingança e iria cumpri-la nem que para isso o que restou
de sua humanidade fosse levado no caminho.
Obs: livro de conteúdo adulto: contém cenas descritas de sexo,
palavras de baixo calão, tentativa de estupro e violência.

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