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O SENADOR

A Lei da Atração – Livro I

AVA G. SALVATORE
O SENADOR
Copyright © 2017 Ava G. Salvatore

Edição e Formatação por


Angelica Oliveira

Design de capa por


KAOA PUBLISH

Todos os direitos reservados. Não é permitida a reprodução desta obra sem a permissão por escrito da autora, exceto por um
revisor que pode citar passagens breves apenas para fins de revisão.

Este livro é um trabalho de ficção. Nomes, personagens, lugares e incidentes são produtos da imaginação da autora ou
de forma fictícia.
Para os meus queridos leitores.
Tabela de Conteúdos

Capítulo um
Capítulo dois
Capítulo três
Capítulo quatro
Capítulo Cinco
Capítulo seis
Capítulo sete
Capítulo oito
Capítulo Nove
Capítulo dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Capítulo Quatorze
Capítulo Quinze
Capítulo dezesseis
Capítulo dezessete
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezenove
Capítulo Vinte
Capítulo Vinte e Um
Capítulo Vinte e Dois
Capítulo Vinte e Três
Capítulo Vinte e Quatro
Capítulo Vinte e Cinco
Capítulo Vinte e Seis
Capítulo Vinte e Sete
Capítulo Vinte e Oito
Capítulo Vinte e Nove
Capítulo Trinta
1

Hazel

Algumas vezes eu gostaria de ser uma garota normal, como as da minha idade, sair e me
divertir com os meus amigos. Ter um namorado. Sair para me divertir sem ter que me preocupar
tanto com as coisas.
Eu sei, a vida adulta é uma cadela.
Eu não estou reclamando da vida que eu tenho, mas às vezes eu gostaria de agir de
acordo com a minha idade.
Eu me sinto deslocada e um pouco confusa na maior parte do tempo, e tudo isso se deve a
minha gama de responsabilidade com uma idade tão nova.
Os meus pais morreram quando eu ainda era uma criança, e a minha avó materna teve
que cuidar de mim, porém depois de alguns anos ela começou a apresentar sinais de cansaço.
A minha avó ficou doente, e eu não podia deixar toda responsabilidade em suas mãos.
Então eu decidi tomar as rédeas da situação.
O que não foi uma coisa ruim.
Eu amo a minha avó com todo o meu coração e daria a minha vida por ela, mas gostaria
de poder lhe dar muito mais.
A vovó Rita está com sessenta e dois anos, e ela é toda a família que me restou. Com
exceção dos meus melhores amigos, Gia e seu irmão Scott. Eles são os nossos vizinhos e são filhos
da Lilly, que é uma amiga muito antiga da minha mãe.
Lilly e mamãe cresceram juntas.
Eu terminei a escola, e fui para a faculdade. Mas decidi dar um tempo quando a vovó teve
um problema no coração. Eu estava estudando Administração com ênfase em Política. Essa área de
atuação muito me interessa. O grande desafio da gestão pública e suas vertentes são o meu foco
de estudo.
Eu arranjei um trabalho durante o dia e outro a noite para poder manter a casa. A vovó
não queria, porém não poderíamos nos dar ao luxo de recusar um trabalho aqui em New London,
CT.
A minha cidade é o que você pode chamar de pitoresca e convidativa, mas isso é tudo que
ela tem de interessante. A vida em uma cidade do interior é muito simples.
Eu sempre sonhei em viajar o mundo todo e conhecer todos os cantos da terra, mas não
tinha dinheiro e muito menos poderia deixar a minha avó por conta própria. Ela não iria se
aventurar comigo, então eu decidi por os meus sonhos de lado.
Um dia eu os colocarei em curso. Por hora, tudo que eu precisava era cuidar da minha avó
que me acolheu e me amou mais do que qualquer um teria feito nesse mundo.
Embora eu tenha que dizer que ela não é como as demais avós que conhecemos nos livros
de histórias ou até mesmo em filmes. A minha avó apesar de estar na casa dos sessenta, ainda é
muito vaidosa.
Rita Bennet é uma mulher muito vaidosa, que ama se cuidar.
Eu olho para o relógio em cima da mesinha de cabeceira, e vejo que são apenas sete da
manhã. Eu ouço a vovó cantando enquanto se move dentro da cozinha e sorrio.
A pobre mulher não pode ficar quieta.
Eu tenho dois empregos. No período da tarde, eu sou caixa na padaria da senhora Mica.
Ela é uma senhora muito simpática e feliz.
Eu amo trabalhar lá. Mica faz os melhores pães de toda a região. E trabalho também em
um bar local chamado Kiss, nas noites de quinta a domingo.
Trabalhar no Kiss pode ser cansativo, mas Peter paga muito bem. Então eu não pude
recusar. A coisa ruim do Kiss é a quantidade de cantadas e tentativas de me agarrar que eu
recebo dos clientes totalmente embriagados.
O meu melhor amigo Scott vive se metendo em confusão por causa disso. Ele não gosta de
ter que olhar para mim sendo apalpada por idiotas alcoolizados. Ele não perde a oportunidade
de socar a cara de qualquer que me olhe de forme errada. E sempre acaba com a polícia
batendo no local.
Eu o amo. Ele é como o irmão que eu nunca tive, embora vovó sempre me fale que ele
deseja ser muito mais do que meu amigo. Eu não penso em Scott dessa forma. Ele e eu somos e
sempre seremos grandes amigos.
Eu me levanto e vou para o banheiro. Eu tenho que passar no mercado antes de ir para a
padaria. Vovó vai fazer o seu famoso bolo de milho com coco que eu tanto amo, e eu quero ter
certeza de que ela tenha todos os ingredientes.
Sim, ela pode não ser uma avó convencional, mas ela ama cozinhar. E ela faz isso
divinamente. Ela passa a maior parte do seu tempo assistindo aos programas do Food Network.
Quando eu termino o meu banho, eu vou para a cozinha e encontro a minha avó
balançando os seus quadris e cantando enquanto gira uma panqueca no ar.
- Bom dia, vovó. – Eu sorrio, e lhe dou um beijo.
- Bom dia, querida. Como foi ontem à noite? – Ela coloca a panqueca no prato e sorri. Os
seus olhos verdes me encarando com puro amor.
- Foi tudo bem. Graças a Deus Scott não se meteu em nenhuma confusão. – Eu falo
enquanto coloco a mesa para o nosso café da manhã.
- Eu juro que um dia desses, esse menino vai se dar muito mal. – Ela agita a espátula no ar
com diversão em seu rosto.
- Scott sabe cuidar de si mesmo, vovó. Eu não peço para ele bater em ninguém. Ele é todo
cheio de si, e acha que pode com todo mundo.
- Ele só está protegendo o que ele tem como seu. – Vovó provoca.
- Eu não sou dele, e nunca serei. Ele é como um irmão para mim, e a senhora sabe disso. –
Eu falo ao me servir de um pouco de café.
- Não é o que ele pensa, Hazel. – Vovó fala.
- Eu não tenho tempo para ficar discutindo as loucuras de Scott. Eu vou passar no mercado
e depois eu vou para o meu turno na padaria. A senhora precisa de mais alguma coisa? – Eu
pergunto comendo um pedaço da deliciosa panqueca de banana que a vovó assou.
- Não, querida. Eu estou bem. – Ela sorri, então conversamos um pouco mais enquanto
tomamos o nosso café.
Vovó não está feliz que eu ainda não terminei a faculdade, mas ela sabe que eu jamais a
deixaria. Ela é tudo que eu tenho, e eu não poderia deixá-la quando ela mais precisou de mim.
Eu termino o meu café e lavo a louça enquanto vovó vai para a sala ver TV. Eu arrumo
tudo antes de sair para o mercado e dou um beijo na minha avó antes de sair.
Hoje eu trabalharei apenas quatros horas na padaria e depois seguirei para bar. O meu
turno no bar hoje só termina às duas da madrugada.
***
Eu termino o meu turno na padaria e sigo para o bar. No meu caminho eu ligo para a vovó
para saber como ela está. Ela atende no segundo toque.
- Ei, minha menina. – Ela fala, e eu ouço o barulho da televisão aos fundos.
- Eu só liguei para saber se tudo está bem.
- Sim. Não se preocupe. Eu posso cuidar de mim mesma. Eu não sou tão velha como você
pensa, Hazel. – Ela diz, e eu não posso deixar de sorrir.
Vovó é uma mulher durona.
- Eu sei, vovó. Eu te vejo mais tarde. Eu te amo.
- Eu também amo você menina. Se cuide.
Sorrindo, eu desligo e entro no bar. O ambiente está tranquilo, algumas mesas estão
ocupadas, mas o lugar só vai começar a lotar mais tarde. É sempre assim. As noites de quinta-feira
e sexta-feira são as que mais dão lucro ao Kiss.
- Oi, Peter. – Eu falo quando dou a volta no balcão e alcanço o meu avental de cintura.
O Kiss é um desses bares comuns dos Estados Unidos. Há mesas e um balcão com bancos. A
iluminação é curta e um pouco amarelada. Um grande beijo com luzes de néon como placa indica o
lugar.
Eu começo o meu turno e pouco tempo depois o bar começa a ficar cheio. Há apenas três
pessoas no bar para servir aproximadamente cem pessoas. Liz, Paul e eu.
O que é uma loucura.
As mesas estão lotadas e há gente espremida por todo e qualquer canto do pequeno bar.
Peter é o proprietário, mas ele não está interessado em aumentar o lugar. Ele diz que daqui a
alguns anos irá vender e comprar uma moto para fazer a rota 66 em uma Harley Davidson.
Eu sinto que estou sendo observada, então os meus olhos percorrem o bar em busca da
pessoa que está queimando a minha pele.
Eu olho ao redor, e os meus olhos encontram o do estranho que me encara com os seus
grandes e expressivos olhos azuis.
Eu estava hipnotizada.
Completamente presa em seus olhos.
Tudo ao meu redor de repente desapareceu.
Era como se eu tivesse caído em um universo alternativo, onde só havia esse homem
atraente e tremendamente bonito.
Eu não sei quanto tempo eu fiquei presa em seu feitiço, até que ele piscou e sorriu
levantando o seu copo em saudação.
Eu não sabia o que fazer.
Eu senti o meu corpo aquecer. O meu coração estava acelerado. E eu podia sentir quão
vermelhas estavam as minhas bochechas e pescoço.
O que estava acontecendo?
Eu nunca senti nada assim na minha vida.
Eu baixo o meu olhar, mas ainda sinto o seu olhar como um formigamento em minha pele. Eu
quero olhar, mas tento manter o controle do meu corpo diante desse estranho que faz o meu
coração bater como um trem desgovernado.
Eu nunca senti uma atração tão forte e instantânea.
Eu estou curiosa e assustada.
Tento fazer a minha mente parar de querer olhá-lo, mas não consigo. Eu me pego
encarando-o de novo.
Ele é alto, olhos azuis ardentes, um maxilar forte, os seus cabelos são de um loiro escuro,
que caem na testa dele. Ele parece um modelo dessas grandes marcas famosas. Porém mais
selvagem e feroz.
Devastadoramente bonito.
Ele derrama todo o líquido escuro do seu copo em sua boca, e sorri para mim antes de se
levantar e sumir no meio da multidão.
O bar está lotado, então eu não consigo ver para onde ele foi.
Há borboletas em meu estômago, e eu tento recuperar a compostura para voltar ao
trabalho, mas é difícil não ficar olhando ao redor a cada vinte segundos.
Aos poucos eu consigo retomar o meu trabalho, mas a minha mente vaguei à procura do
estranho misterioso. As horas se passam e logo o bar já não está tão cheio quanto antes. Está
quase na hora do meu turno acabar quando eu ouço a voz de Peter lá fora e saio para ver o que
está acontecendo.
Eu atravesso o balcão e passo pelas portas quando o meu olhar se prende aos olhos azuis
de mais cedo.
O estranho bonito está conversando com o meu chefe. Eu não consigo ouvir o que eles
estão falando, porque estou hipnotizada vendo-o sorrir.
Ele tem um sorriso tão bonito.
- Hazel? – A voz de Peter me tira do transe.
- Sim? – Eu pergunto um pouco envergonhada por ter sido pega encarando-os.
- Esse é Archie Vough. Ele é um velho amigo. – Peter nos apresenta. – Essa é a Hazel. A
melhor bartender que você poderá encontrar em toda a costa.
- Muito prazer em conhecê-la, Hazel. – A sua voz é aveludada e seca.
Eu não encontrei a minha voz, então apenas acenei com a cabeça. Não perdendo tempo
em olhá-lo de cima para baixo. Ele deve ter pelo menos 1,90m de puro músculo. Mas não
exagerado. Tudo estava em concordância.
O que abraçava perfeitamente o seu terno escuro.
- Archie e eu estudamos juntos em Yale. E costumávamos frequentar o mesmo clube em
Hartford, CT. – Peter fala.
- Eu queria ver como o estava o famoso Kiss. E vejo que você está muito bem. – Archie fala
para Peter sem tirar os olhos dos meus.
Eu quebro o contato brevemente para olhar para Peter. Ele parece feliz em reencontrar o
seu amigo. Peter não deve ser muito mais velho do que o Archie. Eu diria que eles têm
aproximadamente a mesma idade. Só que Archie é muito bem cuidado e perfeitamente vestido.
De repente um SUV preto para em frente ao bar e dois homens vestidos de preto saem.
Eles ficam parados ao lado do carro como se fossem agentes do FBI. E talvez sejam.
- Eu tenho que ir. Foi bom te ver, Peter. – Archie aperta a mão do meu chefe, e eles dão um
desses abraços de homens. Então, ele se volta para mim.
- Foi um prazer te conhecer, Hazel. – Ele acena e sorri antes de ir em direção ao carro.
Ele tem o andar de um homem poderoso e confiante.
Peter e eu assistimos quando um dos caras ao lado do carro abre a porta para ele entrar
e depois cada um deles entra de um lado.
- Quem é ele? – Eu pergunto quando o carro desaparece das nossas vistas.
- Ele, minha querida, é o Senador Vough.
- Oh, mas o que ele fazia aqui? Quero dizer, o que um senador poderia querer em um bar
esquecido pelo mundo?
- Aí é que está a questão. Vough não queria ser visto ou reconhecido. Ele sempre faz isso
quando está sobrecarregado.
- Então como eu nunca o tinha visto por aqui? – Pergunto curiosa.
- Ele tem uma equipe muito boa. E normalmente passa despercebido quando não está
usando um terno.
- Desculpe, mas aquele homem não passa despercebido em lugar nenhum, Peter. – Eu bufo
sorrindo.
- Você ainda não o viu usando um boné e um casaco com capuz. – Peter sorri e entra no
bar.
Eu fico lá fora por mais alguns minutos olhando para a rua onde o tal senador
desapareceu em seu carro luxuoso.
Como pode alguém ser tão bonito assim?
Deveria ser um crime ser tão bonito.
Suspirando eu volto para dentro para terminar o meu turno. Mas a minha mente se recusa a
pensar em algo que não seja o estranho de hoje cedo.
2

Archie

Eu não tenho dormido bem nas últimas noites, e isso está começando a afetar o meu humor
de uma forma severa. Nem mesmo uma ida ao bar de Peter na noite passada me acalmou. Embora
eu tenha que dizer que a bela Hazel me deixou querendo saber mais sobre ela.
Eu já estive com as mulheres mais lindas do mundo. Modelos, atrizes de Hollywood e até
mesmo herdeiras de grandes fortunas, mas nenhuma delas se compara a beleza natural de Hazel.
Hazel. Um nome bonito para uma jovem belíssima.
- O meu governo sempre priorizará a saúde e educação. Não importa quão difícil seja
obter esses recursos. Essa é a melhor estratégia sempre. – O governador fala.
- Eu concordo com você, Martin. Porém, precisamos de um plano contingente para acelerar
o turismo. Sem esquecer-se do plano de implantação de novas indústrias para evitar a evasão.
- Concordo plenamente. – O governado responde.
Eu não estou realmente certo se ele se importa mesmo, ou se é apenas para cumprir a as
agenda, mas de qualquer forma eu estarei liderando esses projetos de perto.
Como Senador, eu tenho a facilidade de chegar a fundo nos projetos votados pelo
congresso estadual e nacional. E isso me permite fiscalizar e inspecionar como o dinheiro público
está sendo gasto.
Eu não sou perfeito. Também não quero ser, mas quando decidi entrar para a política, o
meu principal objetivo era fazer com que o nosso estado tivesse acesso ao melhor da saúde e
educação. E confesso que não é uma tarefa fácil, mas também não é impossível.
Quando a reunião termina, todos começam a desaparecer pela mesma porta como se não
pudesse sair daqui rápido o suficiente.
- Você deveria aparecer para jantar qualquer dia, Vough. – O governador diz com um
sorriso falso. O seu único interesse é me juntar à sua filha Scarlett.
- A minha filha está muito interessada em conhecê-lo pessoalmente. – Ele diz isso todas as
vezes que nos encontramos.
- Obrigado pelo convite, mas receio que terei que recusar. Eu já tenho um compromisso.
Quem sabe outro dia. – Eu tento um sorriso ainda mais falso que o que ele me deu.
Eu vejo a sua mandíbula trincar, mas ele se contém. – Claro. Tenha um bom dia Vough. – Ele
diz secamente e sai.
Eu balanço a minha cabeça e me pergunto quanto tempo mais poderei ignorar os convites
nada discretos da sua filha.
Scarlett é uma mulher muito bonita e bem educada, mas a mulher é uma cadela fria.
Eu sei disso porque ela é muito amiga da minha mãe, e Kristen Vough não é uma pessoa
muito fácil de lidar.
O meu telefone vibra dentro do meu bolso, e eu retiro para encontrar uma mensagem do
meu assistente me informando que o Ministro da Fazenda adiou a reunião para a próxima semana.
- Perfeito. – Eu bufo colocando o celular de volta no bolso.
Joseph deveria se aposentar e deixar que alguém mais jovem e com mais vontade de
trabalhar possa fazer o que ele vem protelando por meses.
Eu não sou exigente, mas gosto das coisas da forma correta.
É demais pedir isso?
Acho que não.
- Senhor, as informações dos candidatos estão em sua mesa. – Fred fala quando eu
caminho pelo corredor em direção à minha sala.
- Obrigado. – Eu falo.
Fred é meu assistente pessoal, mas está de aviso prévio. Ele vai voltar para o Canadá e
terminar o seu doutorado em Ciências Políticas, então eu vou precisar de um novo assistente.
Eu duvido que alguém seja tão competente quanto ele, mas eu não tenho escolha. Eu sei que
ele só selecionou os currículos de candidatos com o perfil mais apropriado para ser assistente do
Senador.
As únicas instruções que eu dei foram para que a pessoa do sexo feminino não fosse nada
atraente ou chamativa. E que tivesse disponibilidade para morar na residência oficial do senado.
Eu preciso de alguém séria, e comprometida com o seu trabalho.
Algumas pessoas podem achar isso como uma forma de preconceito, mas é o que eu
prefiro para trabalhar ao meu lado. Eu não quero estar preocupado em ser acusado de abuso
sexual como já aconteceu com muitos políticos que não puderam manter suas calças.
Eu tenho uma reputação a zelar. E isso é muito importante para mim, e minha família. Eu
trabalhei muito para chegar onde estou, e não quero me sujar com algo tão baixo.
Distrações são ruins. É muito difícil fazer o seu trabalho quando você está pensando em
foder o rabo quente da sua jovem e sexy assistente. Eu posso ser senador, mas eu também sou um
homem, e tenho as mesmas fraquezas que a maioria deles.
Eu chego ao meu escritório e começo a analisar os currículos dos candidatos, mas a
verdade é que nenhum deles chama a minha atenção.
Há uma batida na porta, e eu sei que é o meu assistente.
- Entre. – Eu grito.
Fred entra com mais alguns papéis em suas mãos, e me entrega.
- Esse acabou de chegar, mas eu não tinha muito certeza, porque ela não preenche os
requisitos básicos para ocupar o cargo, porém quem o enviou foi o seu amigo Peter Slater.
- Peter? O meu amigo Peter? – Eu pergunto segurando o pedaço de papel.
- Sim, senhor.
- Eu... – Assim que os meus olhos pousam sobre a foto da candidata, eu sinto um arrepio
percorrer o meu corpo. De repente eu me pego lendo a ficha completa de Hazel. Ela é bem mais
nova do que eu pensei. E apesar da sua falta de cursos ela parece ser perfeita para o cargo.
Não me pergunte por quê. Tudo que eu sei é que eu a quero do meu lado. Algo dentro de
mim me diz para contratá-la.
- Eu quero que você a contrate. – Eu falo lhe devolvendo o papel.
- Senhor, mas ela não preenche os requisitos básicos. – Ele fala com confusão gravada em
seu rosto.
- Não importa. Eu a quero como minha assistente, então faça acontecer e não discuta as
minhas decisões. – Eu soo irritado.
- Sim, senhor. – Ele não discute e sai.
Eu alcanço o meu telefone e disco o número de Peter. Ele atende no terceiro toque.
- Duas vezes em uma semana, Vough. Estou começando a achar que você tem algum
interesse em mim. – Ele brinca.
- Você não faz o meu tipo. – Eu entro na brincadeira. – Eu liguei para saber por que você
me enviou o currículo da sua bartender. Você está tentando se livrar dela, ou o que? – Pergunto
curioso.
- Nada disso. Eu amo aquela menina como se fosse a minha própria carne. Eu a conheço
desde sempre, e quando descobri que você precisava de um novo assistente, pensei que seria a
oportunidade perfeita para ela. Ela fez um ano inteiro de Administração, e o seu foco é a gestão
pública. Então eu só juntei dois mais dois. – Ele diz com confiança.
- Ela não tem as qualificações para ocupar este cargo, Peter. – Eu suspiro contra o telefone.
- Você também não tinha quando começou a sua carreira. E veja onde você está agora.
Hazel precisa dessa oportunidade, ela é uma garota brilhante e você terá muita sorte em tê-la ao
seu lado. Confie em mim. – Ele diz.
- Tudo bem. Você me convenceu. Eu falo com você depois. – Eu falo e desligo.
O meu pensamento voa para a noite passada. Eu estava tão envolvido na minha merda
que mal tinha reparado ao redor, mas quando os meus olhos encontraram os dela, eu pensei que
tivesse levado um soco no estômago.
Hazel tem um tipo de beleza rara. Aquela beleza que te derruba antes mesmo que você
tenha a chance de dizer algo. Os seus olhos cor de avelã me fitaram.
Deus, ela é linda. Eu poderia passar o dia todo só olhando para ela.
Eu estou quebrando a minha regra número um no trabalho, mas as regras foram feitas
para serem quebradas.
Não é mesmo?
3

Hazel

- O que você quer dizer com isso Peter? – Eu pergunto não entendendo porque ele está me
dispensando.
- Essa é uma grande oportunidade, Hazel. Você sempre terá um lugar aqui no Kiss, mas
chegou a hora de você fazer algo grande e diferente na sua vida. E o dinheiro é muito bom. – Ele
diz com um encolher de ombros.
- Eu não entendo. Eu estou muito bem aqui, Peter. Eu não preciso ser assistente do senador
para ser feliz.
- Eu sei que não, menina tola. Mas essa é a oportunidade para você crescer e colocar em
prática tudo aquilo que você estudou por um ano inteiro na faculdade. New London não é para
você. Você merece muito mais do que uma vidinha pacata de interior.
Eu olho para o meu chefe e também amigo, e não consigo entender porque ele quer que eu
aceite este trabalho, mas não posso ficar com raiva dele por tentar me ajudar.
Durante anos ele tem ouvido as minhas lamentações sobre sair daqui e conhecer o mundo. E
eu sei que ele só fez isso para o meu bem, mas ainda estou confusa.
- Eu não sei, Peter. E se eu não conseguir ser o que eles esperam de mim?
- Seja apenas você mesma, e tudo vai ficar bem. – Ele me tranquiliza.
- Como você tem tanta fé em mim?
- Por que eu te vi crescer e se tornar essa linda criatura que tem muito mais para oferecer
ao mundo do que apenas servir bebidas pela vida inteira em um bar de interior. – Ele cutuca o
meu ombro, e eu sorrio.
- Eu vou sentir sua falta. – Eu falo tentando segurar a emoção.
- Eu estarei sempre aqui. Você pode me visitar sempre que tiver uma folga. E não como se
você fosse se mudar para fora do país.
- Obrigada, Peter. Eu não sei como agradecer. – Eu o abraço.
- Não precisa. Você é especial, Hazel. E merece muito mais. A vida lhe tirou muitas coisas
importantes, mas ela também está te dando uma nova chance de reencontrar o seu caminho.
***
Quando Peter me falou que tinha enviado o meu Curriculum para concorrer à vaga de
assistente do senador, eu não achei que poderia ter alguma chance, mas eu estava enganada. E
quando o atual assistente do senador me ligou para agendar uma entrevista de trabalho, eu não
poderia acreditar que isso estava mesmo acontecendo.
Eu não podia esperar para contar a minha avó e a Gia.
Eu vou para casa ensaiando uma forma de contar tudo para a minha avó.
Quando eu saí de casa hoje cedo, eu não falei para onde estava indo. Eu não queria que
ela ficasse decepcionada caso eu não conseguisse a vaga. Mas agora eu poderia contar como
tudo aconteceu e que eu terei que me mudar para Hartford.
Eu estou nervosa, sinto como se tivesse um ninho de borboletas em meu estômago. Afinal de
contas, não é todo dia que uma garota do interior se torna assistente de um senador.
Parece que a minha estrela da sorte finalmente está trabalhando.
- Vovó? – Eu chamo quando entro em casa.
- Na cozinha. – Ela grita de volta.
Eu a encontro preparando o jantar. A minha avó adora cozinhar. Eu acho que ela poderia
ter um desses programas de culinária. Tudo que ela faz é incrível. Eu não sei como não me tornei
uma bola de tanto comer suas delícias.
- Eu preciso te falar uma coisa, vovó. – Eu falo um pouco nervosa.
Eu não sei como ela vai reagir.
- O que foi? Scott se meteu em mais uma confusão? – Ela pergunta sorrindo.
- Não. Pelo menos eu acho que não.
- Eu juro que esse menino saiu igualzinho ao seu pai. – Ela sorri.
- Vovó. – Eu chamo a sua atenção de volta para mim. - Eu preciso te falar uma coisa, mas
eu confesso que não sei por onde começar.
- Não seja boba, menina. Comece pelo começo. – Ela diz.
Eu respiro fundo e tomo coragem.
- Peter enviou o meu currículo para concorrer a uma vaga de assistente do senador Vough.
E hoje eu fui para uma entrevista e eu consegui a vaga.
Ela solta os legumes e a faca, limpando as mãos antes de me abraçar. – Querida, isso é
incrível. Estou muito orgulhosa de você.
- Sim, é incrível. Mas tem uma condição para preencher a vaga. E eu estava esperando o
momento certo para falar. Então se a senhora não estiver de acordo, eu vou entender e aceitar o
que me aconselhar. – Eu falo olhando para ela com preocupação.
- O que é Hazel? Você está me deixando preocupada.
- Uma das condições para aceitar o trabalho é ter que me mudar para Hartford. Mas eu
não quero deixar à senhora sozinha, então se a senhora me falar que não está de acordo eu vou
entender e recusar.
- Oh. Então era isso. – Ela segurando as minhas mãos, e me olha por alguns minutos antes
de falar.
- Eu vou sentir muito a sua falta, mas não seja boba em recusar esta oferta. Algo assim não
aparece duas vezes em nossa vida. Você pode ir tranquila. Eu vou ficar muito bem. Eu não sou uma
pessoa inválida, Hazel. Você pode viver a sua vida, e parar de se esconder com a desculpa de
que precisa estar aqui para mim. – Ela me conforta.
- Tem certeza? – Eu pergunto.
- Absolutamente. – Ela afirma.
- Eu te amo tanto vovó. – Eu me jogo em seus braços.
- Eu também te amo, minha querida. – Ela diz.
Eu sinto o meu coração apertar com a ideia de deixá-la sozinha aqui em New London, mas
eu sei que ela ficará bem. E eu também vou ligar toda hora para ver como ela está.
Eu já falei com Gia e Lilly para ficarem de olho nela. E elas me prometeram cuidar dela
muito bem. E como ela mesma disse, ela sabe se cuidar.
Eu não pretendo deixá-la aqui sozinha por muito tempo. A minha ideia é convencê-la a se
mudar comigo para Hartford.
- A senhora acha mesmo? – Eu pergunto.
- Claro que sim. Você merece uma oportunidade como essa. Eu sei o quanto foi difícil para
você deixar a faculdade para cuidar de mim, mas agora eu estou bem e você pode fazer algo
importante na sua vida.
- Eu faria qualquer coisa pela senhora. – Eu a abraço mais forte.
- Eu sei que sim, querida. Mas chegou a hora de cuidar de você, Hazel.
Eu conto a vovó todos os detalhes da entrevista, e os benefícios do meu novo trabalho como
assistente do senador. Ela fica muito feliz e entusiasmada.
Eu pego o meu notebook para pesquisar apartamentos em Hartford para alugar. Vovó me
ajuda a escolher alguns para olhar.
Na manhã seguinte, vovó, Gia e eu vamos olhar os apartamentos em Hartford. Eu não
quero nada muito caro, mas também não quero viver em uma pocilga.
Achar um apartamento por um preço bom e que fosse habitável não foi uma tarefa fácil,
mas enfim conseguimos. Na verdade, ele foi a nossa última visita do dia. E eu acabei me
apaixonando pelo lugar. Ele não era nada luxuoso, mas era intimista e ficava a menos de vinte
minutos do Capitólio.
O que era muito bom, visto que eu não tenho carro. Então poderia ir a pé, ou até mesmo
de metrô.
- Eu vou ficar com ele. – Eu falo para a corretora que sorri.
***
Eu pensei que seria fácil me despedir de Peter e do Kiss, mas a verdade é que eu vou
sentir muita falta de trabalhar lá. Porém, Peter tem razão, esta é uma grande oportunidade, e eu
não posso perder.
Eu sei que parece loucura, mas apesar de reclamar dos clientes que se excediam
constantemente, esse lugar se tornou muito especial para mim. E eu vou sentir falta.
Hoje também é o meu último dia na padaria, e eu já estou com saudades das meninas. Eu
vou sentir falta das nossas conversas no final da tarde. Das nossas brincadeiras e de cada uma
delas.
- Você vai aparecer na TV? – Jenna pergunta.
Eu sorrio e tomo um gole do meu café antes de responder. – Não, Jenna. Eu serei apenas a
sua assistente, não o sabor do dia.
- Quem sabe. – Ela suspira esperançosa e eu não posso deixar de sorri.
- Então, quando você tem que ir? – Mica pergunta.
- Eu tenho que estar em seu escritório na segunda logo cedo. Então eu tenho pouco tempo
para arrumar tudo antes de ir.
- Rita vai ficar bem, Hazel. Não se preocupe. Nós vamos tomar cona dela para você. Ela
não vai se sentir sozinha. – Jenna diz.
- Obrigada. Vocês são as melhores pessoas que eu conheço. – Eu desço do balcão onde eu
estava tomando o meu café da tarde e as abraço.
- Eu vou sentir falta de vocês. – Eu deixo as lágrimas caírem.
- Eu sei, querida. E nós também sentiremos a sua falta, mas isso vai ser muito bom para
você. – Mica enxuga as minhas lágrimas e me beija na bochecha.
- Agora vamos voltar ao trabalho, porque mesmo sendo o seu último dia, você ainda tem
muitos clientes para atender. – Mica brinca e me dá uma tapinha na bunda antes de voltar para o
forno para verificar os pães.
Quando o meu turno termina, as meninas da padaria me abraçam e me desejam muita
sorte nesta nova etapa da minha vida.
Eu agradeço e prometo tirar um dia para visitar elas aqui na padaria. Quando eu saio de
lá, os meus olhos estão cheios de lágrimas.
Quando eu chego em casa, o cheiro de bolo de milho com coco me cumprimenta. Eu sorrio e
corro para dentro para encontrar a minha avó passando a cobertura de ganache no bolo de coco
fofinho que ela acabou de fazer.
- Oh meu Deus! Eu já disso o quanto eu te amo, vozinha? – Eu digo , e a abraço plantando
um beijo em sua bochecha.
- Você vai me fazer derrubar chocolate por todos os lados, menina. – Vovó repreende
sorrindo.
- Desse jeito eu não vou querer ir a lugar nenhum. – Eu falo o meu lugar na mesa.
- Não seja boba. Você vai se acostumar à vida boa da cidade grande e não vai nem
lembrar dos meus bolos. – Ela faz um biquinho, e eu não posso deixar de sorrir.
- Nunca! Nada no mundo me fará esquecer da senhora. – Eu grito fazendo-a sorrir com
emoção.
4

Hazel

O meu telefone toca e um número desconhecido aparece na tela.


- Olá. – Eu atendo.
- Senhorita Sutton? – Uma voz de mulher soa através da linha. A sua voz é extremamente
profissional e eficiente. E de repente eu sinto o meu estômago agitar em antecipação.
- Sim. – Eu falo.
- Eu sou Megan Carter, a serviço do Senador Vough.
- Oh, claro.
- O Sr. Linus, assistente pessoal do Senador Vough, me pediu para agendar alguns
compromissos para você hoje, se você estiver disponível. Esta é uma boa hora?
- Que tipo de compromisso? – Eu pergunto curiosa.
- Arnold Tort, motorista do Senador Vough, estará em sua residência por volta das
18h00minmin. A sua primeira parada será no escritório do Senador em Hartford onde você será
capaz de analisar o seu contrato e assinar alguns papéis para a sua contratação imediata. Em
seguida, você terá uma reunião com o advogado do Senador Vough para fins de esclarecer
quaisquer dúvidas recorrentes a respeito do seu cargo como assistente do líder do Senado.
- Tudo bem.
- Você tem passaporte?
- Não.
- Você vai precisar providenciar urgentemente. O senador viaja bastante e você precisará
de um para acompanhá-lo.
- Ok.
- O senador está em um congresso em Copenhague – DK, mas voltará amanhã no final do
dia. E você poderá encontrá-lo.
- Tudo bem, mas eu achei que teria o resto da semana para poder me instalar antes de
começar.
- Sim. Você só começará as suas atividades como assistente do senador na próxima
semana, mas seria melhor você estar a par de tudo antes de começar.
- Tudo bem.
- Se você precisar de qualquer coisa pode ligar para este número. Ficarei feliz em ajudar.
- Obrigada, Srta. Carter. – Eu falo.
- É Sra. Carter, na verdade. Eu vejo você mais tarde, Srta. Sutton. – Ela fala e desliga.
Eu suspiro e deixo cair o telefone em cima da cama. O meu estômago está dando voltas. E
eu começo a rir.
Trabalhar para o senador do estado exige muito de uma pessoa. Mas estou muito ansiosa
para começar.
***
Eu corro para tomar um banho e me trocar antes que o tal motorista chegue para me
pegar.
Eu termino de me arrumar e olho para o relógio e vejo que ainda estou dentro do horário.
Eu não queria começar chegando atrasada.
Não seria uma boa impressão.
Eu penteio o meu cabelo em um rabo de cavalo alto e dou uma última olhada no espelho
antes de sair do quarto.
- Como estou vovó? – Eu pergunto quando a encontro de pé no corredor arrumando um
quadro que está fora do lugar na parede.
- Você está perfeita, querida. – Ela diz com um sorriso.
- Gia ficou de passar aqui depois do trabalho. O que é uma coisa boa, então a senhora
não ficará só.
- Eu posso me cuidar muito bem sozinha, Hazel. – Ela revira os olhos em rebeldia.
- Eu sei que pode, mas não custa nada ser uma boa menina e deixar que Gia faça o que
pedi.
- Quando você ficou tão mandona, menina? – Ela pergunta com um sorriso em seu lindo
rosto enrugado.
- Eu aprendi com a melhor. – Eu a provoco.
Ela sorri e volta para a cozinha onde corta um pedaço do meu bolo para compartilharmos.
Eu pego dois garfos e o entrego o dela.
Quando eu corto um pedaço do bolo, a calda de chocolate derrete por cima do bolo
criando um tipo de cascata.
- Oh meu Deus! – Eu gemo quando provo.
- Você é a melhor, vovó. – Eu falo com a boca cheia de uma combinação de coco, chocolate
e milho.
Há uma batida na porta, e eu sinto o meu coração agitar, mas logo ela se abre e Gia entra
parecendo um furacão, com os seus cabelos vermelhos esvoaçantes.
- Eu vim pelo cheiro. Nossa, a senhora se supera a cada dia. – Gia diz para a minha avó
com um sorriso.
- Eu vou pegar um prato para você, Gia. – Vovó se move pela cozinha e corta um pedaço
do céu para Gia que geme mesmo antes de levar a delícia à boca.
- Você está bonita. – Gia diz com a boca cheia de bolo.
- Obrigada. Você gostou? Eu ainda acho que é um pouco simples demais, mas eu não tinha
nada muito elegante para usar.
- Não seja boba. Você ficaria bem até mesmo com um saco de papel em sua cabeça. – Ela
brinca.
- Eu concordo. – Vovó fala.
- O que eu faria da minha vida sem vocês? – Eu me levanto e abraço cada uma.
- Graças a Deus você não precisa descobrir. Por que nós sempre estaremos aqui para você,
Hazel. – Gia diz agora muito séria.
- Obrigada.
- Tá bom. Chega de toda dessa bajulação, se não eu vou começar a chorar. – Vovó diz, e
nós começamos a rir.
Gia tem sua cabeça enterrada no prato de bolo. Ela ama doce, e assim como eu, não
consegue resistir às delicias que vovó prepara.
- Scott está em casa? – Pergunto.
- Não. Ele acordou cedo e disse que tinha algo para fazer em Hartford. – Gia fala.
- Você está nervosa? – Gia pergunta.
- Um pouco, mas eu ainda não vou encontrá-lo. Ele está em um congresso político na
Dinamarca e só voltará amanhã.
- Ele é muito bonito. – Ela suspira sonhadora.
- Sim, mas ele também será o meu chefe e um dos homens mais poderosos do estado. Então
eu não vou pensar nele desta forma.
- Hazel, o senador Vough é um dos homens mais bonitos deste mundo e você terá a
oportunidade de olhar para esta beleza todos os dias. Se eu fosse você aproveitaria. Afinal, olhar
não arranca pedaços. – Gia provoca com uma piscadela.
- Você é impossível. – Eu falo sorrindo, e vovó também.
- Agora falando sério. A família Vough é uma das mais influentes em todo o país. O
senador é o mais velho de três filhos. Ele tem trinta e dois anos, é solteiro, mas constantemente é
visto como uma mulher bonita em seus braços. Embora ele nunca tenha assumido nada com
nenhuma delas.
- Oh. – Eu falo me sentindo um triste com essa informação.
Eu sei que estou sendo estúpida, mas algo dentro de mim não gostou da ideia de vê-lo com
outras mulheres.
- Vough foi eleito o mais jovem senador do estado, e também o mais votado em
praticamente 200 anos. Ele é formado em Direito, e atuou como Procurador Geral do estado
quando tinha apenas 25 anos.
- Eu preciso perguntar como você sabe tanto sobre o senador? – Eu pergunto com as
sobrancelhas arqueadas.
- Eu fiz a pesquisa para você e enviei para o seu e-mail. – Ela sorri.
- Obrigada. Você me poupou de horas de trabalho. – Eu falo.
- Eu sabia que você estaria muito ocupada com a mudança e tudo mais, e pensei em dar
uma força.
- Você é a melhor, Gia.
- Eu sei. – Ela provoca.
- O que mais você encontrou nesta pesquisa?
- O senador é católico. O seu aniversário é em 02 de Janeiro. Os seus pais vivem em New
Haven. Dizem que eles são terríveis. – Ela fala e toma um gole da água que vovó colocou sobre a
ilha.
- O que você quer dizer com terríveis? – Eu pergunto curiosa.
- Bem, eu não sei muito, mas dizem que eles são osso duro de roer. Os dois são muito
esnobes e acham que os pobres são sujeira de sapato.
- Isso não é novidade. – Vovó diz.
- O que quer dizer, vovó?
- O avô de Vough foi considerado um dos homens mais ordinários de todos os tempos. O
homem era um tirano para os seus funcionários. Ele fundou as indústrias Vough.
- Oh. Eu não sabia que eles estavam na indústria também. – Eu falo.
- Querida, esse tipo de gente está em todo tipo de negócio. – Vovó fala.
- Eu concordo. Eles são praticamente os donos do estado. – Gia diz.
Eu sinto uma agitação no meu estômago com esse tanto de informação. Eu sempre levei uma
vida simples e sem dramas. E mudar para uma cidade diferente, onde eu estarei a serviço de um
homem que eu não conheço é uma grande mudança.
Será que eu terei contato com a sua família?
De repente eu não estou tão certo de que essa foi uma boa ideia.
- Não se preocupe com isso, Hazel. – Vovó tenta me tranquilizar.
- É verdade. Você só precisa fazer o seu trabalho. Não é como se você fosse se casar com
o senador. – Gia diz.
Eu não digo nada.
Há uma batida na porta e Lilly, a mãe de Gia entra.
- Há um grande carro preto estacionado do lado de fora. – Ela diz.
Eu olho para o relógio e vejo que já está em cima da hora que o motorista deveria me
buscar.
- Jesus! Eu nem vi o tempo passar. Eu tenho que ir. Eu falo com vocês mais tarde. – Eu salto
da ilha e corro para a porta.
- Srta. Sutton? – O motorista pergunta quando eu me aproximo do carro.
- Sim. – Eu falo sem fôlego.
- Boa noite, Arnold Tort aos seus serviços. – Ele diz, e abre a porta de trás.
- Prazer em conhecê-lo, Arnold. – Eu falo e escorrego para dentro. Os vidros estão baixos,
então eu posso ver vovó, Gia e Lilly acenando da porta.
Eu sorrio e aceno de volta.
Arnold é bem mais jovem do que eu imaginei. Ele deve estar na casa dos quarenta. Mas
está muito bem.
Eu me inclino para trás do banco de couro. O interior do carro é perfumado. O couro macio
e tem cheiro de carro novo.
- Nossa primeira parada será no escritório do Senador em Hartford. Em seguida, você terá
uma reunião com o advogado do Senador Vough. Então você será recebida pela Personal Stylist. E
por fim, você receberá o seu crachá de identificação, bem como os cartões chaves de acesso para
o seu novo cargo.
- Sim. Obrigada. A Sra. Carter havia me informado mais cedo. – Eu respondo.
O meu celular acende e o nome de Scott aparece na tela.
- Ei. – Ele diz quando eu atendo.
- Oi, eu não posso falar agora. Eu te ligo mais tarde. – Eu falo.
- Qual é o problema? – Ele pergunta.
- Nada.
- Eu conheço você, Hazel. Desembucha logo. – Scott insiste.
- Eu vou falar com você mais tarde, Scott. – Eu falo e desligo.
Eu sei que é errado desligar na sua cara, mas eu não posso me estender sobre o assunto.
Scott vai querer saber todos os detalhes, e agora não é uma boa hora para ter essa
conversa. E muito menos pelo telefone.
Eu vejo Arnold me olhando pelo espelho do carro, mas ele desvia o olhar quando percebe
que foi pego.
Eu suspiro e guardo o meu telefone.
5

Hazel

Quando chegamos ao prédio do Capitólio Estadual de Connecticut. Somos escoltados para


dentro por uma equipe de seguranças. Todos estão perfeitamente vestidos com ternos pretos,
camisas brancas e aparelhos de bluetooths nos ouvidos para se comunicarem. Eu me senti em um
filme de ficção.
No salão do prédio, eu tive que passar por um detector. Eu não sei o que eles esperavam
que eu carregasse dentro das calças, mas com certeza não seria uma arma de destruição em
massa.
Eu sei que pode parecer exagero esse tipo de cuidado, mas nós já passamos por tantas
coisas desde os ataques terroristas do dia 11 de Setembro, que não os culpo por serem
excessivamente cuidadosos.
Depois que sou liberada, Arnold me guia em direção ao escritório do advogado. O lugar
todo é muito bonito. Há essa grande cúpula de vidro no teto que ilumina todo o lugar.
O lugar lembra uma Basílica que foi pintada a mão por Da Vinci. O lugar todo é uma obra
de arte.
Eu tento acompanhar Arnold, mas ele dá passos muito grandes, e eu tenho praticamente
que correr atrás dele.
Minha mente vagueia, então eu me pego pensando o que Arnold realmente é. Ele se
apresentou como motorista, mas pelo visto ele é muito mais do que isso. Talvez ele seja o homem de
segurança do senador.
Os corredores são cobertos por quadros de políticos de todos os anos anteriores. O lugar
mais parece um museu da história política de Connecticut. Sim, eu preciso definir o que ele
realmente parece, mas a cada passo que dou encontro algo que me faz lembrar de uma coisa
nova.
Arnold para em frente a uma sala com uma porta de madeira muito bonita. Ele bate duas
vezes e coloca a cabeça para dentro.
- A Srta. Sutton. – Ele diz para quem está lá dentro.
- Entre. – A voz masculina responde, e Arnold estende a porta aberta para que eu possa
entrar.
Eu dou um passo para dentro e me deparo com um homem muito bonito e jovem. Eu
imaginei o seu advogado sendo muito diferente da figura diante de mim.
Ele é poderoso, e exala charme, mas não se compara ao senador.
- Srta. Sutton, seja bem-vinda. Eu sou Kevin Swich, por favor, sente-se. – Ele indica uma das
cadeiras à frente.
- Obrigada. É um prazer conhece-lo, senhor Swich. – Eu falo e escolho uma das cadeiras
para sentar.
Eu dou uma rápida olhada em seu escritório enquanto ele tem os olhos sobre alguns papéis.
É bem bonito e bem masculino.
- Eu suponho que você tem algumas perguntas sobre a sua real posição ao lado do
senador Vough. – Ele diz me entregando alguns papéis.
- Sim. Eu nunca trabalhei como assistente antes, mas eu sei que posso fazer isso. Eu só
gostaria de saber mais sobre as minhas funções e obrigações.
- Bem, primeiro você assinará um contrato de não divulgação de qualquer informação
sobre o senador ou qualquer coisa ligada ao mesmo. – Ele indica os papéis que estão em minhas
mãos.
- Ok.
- Você será sua assistente pessoal, e precisará estar a sua disposição todos os dias da
semana. O que sugere que você resida aqui em Hartford.
Eu aceno com a cabeça em concordância.
- O seu contrato será inicialmente de um ano, e com a perspectiva de renovação para até
o final do mandato. Caso haja algum imprevisto, nós poderemos chegar a um acordo.
O advogado me informa todas as funções e obrigações que eu terei como assistente
pessoal do senador, então ele me informa que eu poderei levar o contrato para um advogado de
minha confiança analisar se eu quiser. Eu falo que não é necessário e assino onde está indicado.
O processo de formalização já foi concluído, e agora eu faço parte da equipe do senador
Vough.
Eu sinto um arrepio percorrer o meu corpo quando o nome dele é mencionado. Eu não sei o
que há, mas isso me deixa nervosa e ansiosa ao mesmo tempo.
Quando terminamos, Arnold me leva para a Personal Stylist.
- Eu sou a Megan Carter. – Ela diz, estendendo-me a mão dela.
- Olá. – Eu saúdo com um sorriso.
Os olhos de Megan são de um verde muito profundo, o que realça ainda mais o seu tom de
pele bronzeada. O seu cabelo tem um corte nos ombros assim como o meu, mas eles são de um tom
mais claro. Ela está vestida com uma saia lápis azul e uma blusa branca.
Ela parece chique sem nenhum esforço.
Eu fiquei um pouco confusa. Ela falou que teria o meu guarda-roupa renovado, mas não
fez nada além de tirar as medidas do meu corpo.
- Só mais uma coisa, Hazel. Como você se posiciona nas redes sociais? – Megan pergunta.
- Como eu me posiciono? – Eu repito a sua pergunta sem entender o que ela quer saber na
verdade.
- Sim. Você costuma reagir às questões como política, religião, de cunho racial ou qualquer
outro tipo?
- Não que eu saiba. – Eu respondo com uma careta.
- Você nunca comentou sobre nenhuma destas questões em redes sociais? – Ela pergunta
com espanto.
- Não. Eu não uso as redes sociais. – Eu falo, e vejo quando os seus olhos quase saltam da
cara.
- Oh meu Deus! Eu não acredito. – Ela diz alarmada pela minha falta de interesse em
socializar pela internet. – Por que você não usa as redes sociais? – Ela pergunta.
- Bem, eu não tinha muito tempo para essas coisas. – Eu respondo.
- Ah, tudo bem. – Ela parece satisfeita com a minha resposta e não insiste mais no assunto.
Megan me libera, e Arnold me leva para receber o meu crachá de identificação e mais
algumas ferramentas de trabalho.
6

Hazel

Ser assistente do senador vem com mais benefícios do que eu poderia imaginar. Além de
um guarda-roupa totalmente renovado, eu vou ter um carro que eu poderei usar para me
locomover. Arnold me entrega as chaves do carro, e eu não posso acreditar quando eu vejo o
Tesla modelo X na minha frente.
- Este é o meu carro? – Eu pergunto não acreditando.
- Sim. Ele já veio todo equipado, e você poderá usá-lo para ir onde quiser. Você poderá
pegá-lo quando quiser. – Ele diz.
- Oh meu Deus! Isso é incrível. – Eu falo dando a volta para olhar mais de perto.
- Fico feliz que tenha gostado, Srta. Sutton. – Arnold fala e começa a me mostrar todos os
detalhes do carro de luxo.
- Arnold, eu posso te fazer uma pergunta?
- Claro.
- Todos os assistentes do senador Vough tiveram esse mesmo tratamento? – Eu pergunto
encontrando o seu olhar despreocupado.
- Sim. Este é o protocolo para qualquer funcionário ligado diretamente ao senador. – Ele
diz, e eu me sinto um pouco aliviada em saber que eu não estou sendo tratada de forma diferente.
Eu não estou insinuando nada, mas tudo isso me parece um pouco exagerado para
acomodar uma simples assistente pessoal.
- O que te preocupa? – Ele pergunta.
- Bem, eu acho tudo isso muito exagerado. Quero dizer, assistentes não tem esses tipos de
regalias.
Ele ri. – Isso é verdade. Mas o senador Vough é diferente. O mesmo aconteceu com o seu
antigo assistente, o Sr. Linus. Isso é um padrão estabelecido pelo senador.
- Ok. – Eu murmuro um pouco envergonhada por pensar mal disso tudo.
- Não se preocupe, com o tempo você vai se acostumar. É tudo uma questão de tempo. – Ele
diz com um sorriso.
- Eu acho. – Eu devolvo o sorriso.
- Você está pronta para ir? – Ele pergunta.
- Sim.
Durante o percurso de volta para casa, eu acabo aprendendo um pouco mais sobre o
senador e seus costumes. Arnold me conta algumas de suas manias e exigências. E também me fala
sobre os seus projetos.
Eu descobri que o senador Vough recebeu o prêmio Raymond E. Baldwin de Serviço Público,
pela criação do primeiro Centro Poli educativo do estado para crianças, adolescentes e jovens
entre as idades de 4 até 24 anos. O Centro é uma grande oportunidade para jovens em situação
de carência. Ele conta com a ajuda do governo e de instituições privadas para se manter
funcionando.
Eu faço uma nota mental para procurar mais sobre isso. É muito difícil acreditar nos nossos
representantes hoje em dia, mas Vough parece ser uma grande exceção.
Já para das dez da noite quando Arnold me deixa em casa.
- Obrigada, Arnold. Boa noite. – Eu falo.
- Boa noite, Srta. Sutton. – Ele sorri.
- Hazel. Por favor, me chame de Hazel. – Eu peço.
- Boa noite, Srta. Hazel. – Ele diz e eu rio.
- Você não precisa me chamar de Srta., Arnold.
Ele sorri, mas não diz nada. Arnold espera até que eu esteja dentro de casa para poder
entrar no carro e ir embora.
Eu ando pela casa com cuidado para não acordar a vovó. Ela queria ficar me esperando,
mas eu sabia que ela iria acabar se rendendo ao sono.
Gia está deitada no nosso sofá, ela está roncando. A TV está ligada em uma série, mas
está sem o volume.
Eu pego a manta do sofá e coloco sobre ela. Apago as luzes e vou para o meu quarto. No
meu caminho, eu passo para ver vovó. Ela dorme com a porta aberta. O ronco suave me
cumprimenta e eu vou para o meu quarto.
Depois de retirar a minha roupa, visto o meu pijama, escovo os meus dentes e vou para a
cama.
O sono não vem facilmente. A minha mente está girando à mil. Tudo isso é muito novo para
mim. Eu não estou acostumada a lidar com gente tão importante, ou até mesmo estar no meio delas.
E sem falar que o meu coração está apertadinho por ter que deixar a minha avó.
Ter o domingo de folga é muito bom, assim eu poderei passar o dia inteiro com ela, mas
ainda assim é pouco.
Eu nunca me separei da minha avó por tanto tempo. Eu sei que ela quer o melhor para mim,
mas eu não queria que tivesse que ser assim.
Alcançando o meu notebook, eu digito o nome de Vough. Há mais de um milhão de
resultados de busca sobre ele. A maioria deles fala das conquistas e romances com modelos e
atrizes famosas, mas nenhum deles foi confirmado. Segundo o jornal The Life, de Hartford. O
senador nunca teve um relacionamento sério e não pensa em se casar tão cedo.
Eu continuo a minha pesquisa sobre os seus projetos e sua plataforma política. Vough é
considerado um dos políticos com maior aprovação nos últimos vintes anos em toda a América.
Há algumas fotos dele com sua família. Os seus irmãos são tão bonitos quanto ele. Os seus
pais também. Alguns sites de fofocas falam de seus pais. A sua mãe é uma dama da alta
sociedade americana, e o seu pai é um grande empresário que rege seus negócios a punhos de
ferro.
Eu não encontrei muita coisa sobre os seus irmãos. Vough é o mais velho dos três, seguido
por Richard, que é um renomado Neurologista. E o Edward, irmão caçula, que é um Engenheiro e
Arquiteto.
Eu desligo o computador, e tento dormir, mas o sono não quer vir. Eu me viro e reviro na
cama por horas até que o cansaço me vence. E eu acabo adormecendo pensando no senador
Vough.
***
Hoje é sábado. O dia em que eu vou encontrá-lo.
A minha barriga está dando voltas. Eu me levanto e uso o banheiro, depois de me trocar eu
vou para a cozinha para encontrar a minha avó e minha melhor amiga rindo e conversando.
- O que é tão engraçado? – Eu pergunto quando entro na cozinha.
- A sua avó estava me contando como ela acidentalmente queimou a bunda do seu avô
quando eles ainda eram apenas namorados. – Gia responde sorrindo.
Eu rio com a lembrança da história que vovó sempre conta do dia em que tentou fazer um
jantar romântico para o meu avô e eles terminaram tendo que pedir uma pizza.
- Eu amo essa história. – Eu falo colocando um pouco de café na minha xícara.
- Naquele dia eu soube que ele era o homem certo. E daquele dia em diante, nós nunca nos
separamos. – Vovó diz com emoção.
- Oh! – Gia e eu falamos ao mesmo tempo.
A história de amor dos meus avós é muito bonita. Eles eram tão apaixonados um pelo outro.
O meu avô construiu uma casa na árvore para a minha avó, e foi lá que eles deram o primeiro
beijo. E algum tempo depois foi lá que ele a pediu em casamento.
Eu amo aquela casa da árvore. Eu cresci brincando lá com Gia e Scott, e é um dos meus
lugares favoritos no mundo todo.
- Como foi o encontro com o advogado? – Vovó pergunta.
- Foi bem tranquilo. Eu estava bastante nervosa, mas correu tudo bem. Ele me informou que
eu terei os domingos de folga quando o senador não precisar dos meus serviços. Então eu poderei
vir para casa pelo menos uma vez por semana.
- Isso é muito bom, querida. – Vovó fala com alegria.
- Sim. – Eu respondo.
- Você conheceu o lugar aonde vai trabalhar com o seu todo poderoso? – Gia pergunta.
- Todo poderoso é Deus, menina. – Vovó a reprende.
- Não o lugar exatamente, mas o lugar é muito bonito. E vocês não vão acreditar. – Eu puxo
a cadeira e começo a contar tudo sobre a noite passada.
Vovó e Gia ouvem tudo atentamente, e pelas expressões em seus rostos, eu sei que elas
estão felizes por mim.
Essa é uma grande oportunidade, e eu pretendendo aproveitar ao máximo. Eu sempre fui
fã de política.
Eu não conhecia o senador Vough e suas propostas, mas gostaria de ter votado nele. Na
eleição passada eu estava na faculdade, mas não votei em ninguém. Eu sei que parece
contraditório, mas eu estava passando por uma fase muito ruim. Eu sentia muito a falta dos meus
pais. E estar longe da minha avó não ajudou muito. Então, eu praticamente me isolei do mundo
exterior por um grande período.
- Agora eu preciso terminar de arrumar as coisas, porque o motorista do senador vai
passar para me pegar em poucas horas. – Eu dou um beijo na minha avó e arrasto Gia para me
ajudar.
- Então, você viu o seu escritório? – Gia pergunta quando chegamos ao meu quarto.
- Não. – Eu sorrio.
- Que chato! Pelo menos você vai encontrá-lo mais tarde. – Ela arqueia as sobrancelhas
com insinuação.
- Você é maluca. – Eu jogo uma almofada em sua cabeça.
- Estou apenas sendo realista. – Ela joga a almofada de volta.
- Não. Você está viajando com essas suas ideias malucas. – Eu falo passando a fita nas
caixas que eu vou levar comigo.
O apartamento que eu aluguei já vem com alguns móveis, o que é muito bom. Só assim eu
não preciso me incomodar em gastar dinheiro com mobília.
Eu não estou levando muita coisa. Até porque todo o meu guarda-roupa será reformulado,
então quase nada do que eu tenho poderá me servir lá. Estou levando algumas coisas minhas
essenciais e de uso privado, como o meu pijama de gatinha e as minhas pantufas rosa.
Eu sei que é muito infantil, mas o que eu posso dizer. Eu amo essas coisas, e não vou a
qualquer lugar sem eles.
Estou levando também os meus óculos de leitura, e algumas fotos da vovó, dos meus pais, e
minha com Gia e Scott.
Eu quero que o meu apartamento tenha um pedacinho deles para me fazer sentir mais
próxima deles.
- Quanto tempo é o seu contrato? – Gia pergunta.
- Um ano, mas eles podem estender no caso de interesse das duas partes.
- Isso é bom. E pelo dinheiro que eles vão te pagar para ser babá do senador, eu ficaria a
vida toda. – Ela bufa.
- Eu não sou serei sua babá. – Eu retruco.
- Assistente. Babá, é tudo a mesma coisa. Você vai ser a sua sombra, e merece cada
centavo que eles estão te pagando.
- Você é muito exagerada.
- Eu também te amo. – Ela estira a língua para mim.
- Eu preciso que você me ajude a escolher uma roupa para encontrar o senador hoje à
noite.
- Eu já sei o que você deve usar. – Ela salta da cama e corre para o meu closet, e depois
volta com o meu vestido Pucci verde, que vai até os joelhos. Ele é muito bonito e tem uns detalhes
que lembra uns arabescos.
É uma excelente escolha.
Eu ganhei este vestido no Natal do ano passado da minha avó. Estava em liquidação e ela
me comprou de presente.
Ele é lindo e veste muito bem.
Eu sorrio para a sua escolha, enquanto Gia tagarela sobre as vantagens de ser assistente
do cara mais gato e rico de todo o estado, e escolhe o que eu vou usar para o meu encontro com
o meu futuro chefe.
Eu amo a minha melhor amiga, mas às vezes ela é mais do que eu posso lidar. Eu vou sentir
falta dela como louca.
7

Hazel

Há uma batida na porta, e vovó entra.


- O motorista está aqui para buscá-la, querida.
- Eu já estou indo, vovó. Obrigada. – Eu falo enquanto termino de me arrumar.
- Você termina. – Gia fala me entregando o pincel de blush.
- Obrigada. – Eu falo e volto a minha atenção para o espelho.
Eu não costumo usar maquiagem, mas Gia achou que um pouco seria interessante para
realçar o meu olhar.
Eu concordei e apliquei um pouco de cada, mas nada muito exagerado. Colocando os meus
brincos de ouro, eu olho para o meu reflexo no espelho.
Eu gosto do que vejo. Uma Hazel mais madura e pronta para seguir novos caminhos.
O meu estômago está dando voltas. Eu estou um pouco nervosa. As minhas mãos estão
suando. Eu deslizo para os meus sapatos e saio do quarto.
Arnold está sentado no meu sofá comendo um pedaço de bolo de chocolate que a vovó
preparou hoje cedo. Ele parece um pouco deslocado, mas está comendo o bolo enquanto ouve
atentamente a minha avó.
Quando Arnold me vê, ele rapidamente fica de pé e coloca o prato sobre a mesa de
centro.
- Srta. Sutton. – Ele diz formalmente.
- O que aconteceu com o Hazel, Arnold? – Eu pergunto sorrindo.
- Eu sinto muito. – Ele parece ainda mais sem graça.
- Gia já foi? – Eu pergunto olhando ao redor, e não encontrando a minha melhor amiga.
- Sim. Alguém ligou e ela falou duas coisas e saiu correndo. Ela disse que vai ligar para
você mais tarde. – Vovó revira os olhos.
- Tudo bem. – Eu sorrio.
Arnold agradece a vovó pelo bolo. E ela o faz prometer passar depois para experimentar
o seu bolo de milho com coco e calda de chocolate.
Pobre Arnold.
O homem não tem nenhuma chance contra as delícias que a minha avó faz.
E quem resiste àquela carinha que ela faz?
- Foi muita gentileza sua, senhora. Obrigado. – Arnold agradece a minha avó pela fatia de
bolo.
- Não seja bobo. O prazer foi todo meu. – Vovó sorri.
Depois de nos despedir da vovó. Arnold me leva direto para a residência do senador.
Dizer que eu estou nervosa é o mínimo. As minhas mãos estão suando. E eu não consigo
parar de bater a minha perna direita para cima e para baixo. Eu preciso recuperar a compostura
antes de chegar à sua casa, ou o senador vai achar que foi um grande erro contratar uma menina
sem experiência profissional e que ainda não consegue manter o controle de suas emoções.
Foco, Hazel.
8

Archie

Estabelecer um acordo diplomático com uma nação não é a parte mais difícil do processo.
O complicado é manter este acordo.
A monarquia dinamarquesa tem bastante influência nas tomadas de decisões de seu país. O
rei é quem toma as principais decisões do seu país e nomeia o primeiro-ministro e os demais
representantes do seu gabinete. Então este novo acordo de importação está muito longe de ser
concretizado.
Eu fecho os arquivos e sigo para o próximo. Não é como se eu não tivesse o que fazer. Há
muitas outras coisas que necessitam da minha atenção. Orçamentos e propostas de leis que ainda
não passei por cima.
Há uma batida na porta, e eu já sei quem é.
- Entre. – Eu grito, e Fred entra.
- Senhor, a Srta. Sutton está aqui para vê-lo. – Fred diz.
- Tudo bem, mande-a entrar. – Eu falo me ajeitando na minha cadeira.
Eu volto a minha atenção para a tela do computador enquanto Fred a orienta a entrar em
meu escritório.
- Senador, a Srta. Sutton. – Fred anuncia.
Eu olho para cima e trago uma respiração profunda.
Oh merda.
Ela vai ser um grande problema.
Contratar Hazel pode ter sido uma péssima ideia. A mulher é a perfeição em figura de
gente. O seu jeito inocente desperta a besta em mim. Imediatamente o pau salta para vida dentro
das minhas calças.
Deus ela é tão linda.
Eu estou quebrando todas as minhas regras ao contratar Hazel. Eu tento me conter, ajusto o
meu pau dentro das minhas calças e me levanto para cumprimentá-la.
- É muito bom revê-la, Srta. Sutton. – Eu falo estendendo a mão.
- O mesmo aqui, senhor. – Ela fala timidamente.
- Por favor, sente-se. – Eu aponto uma das cadeiras, e ela caminha até uma delas e se
senta.
Eu dou a volta na minha mesa e sento o mais longe possível dela. Eu não confio em mim
mesmo para estar tão próximo.
Hazel está absolutamente linda.
Ela está vestindo um vestido verde. E a besta em mim quer jogá-la sobre a minha mesa e
rasgar esse vestido do seu corpo para poder me afundar em seu calor apertado.
Um gemido escapa do fundo da minha garganta, e eu tento disfarçar. Não quero que ela
ache que eu sou um tarado no nosso primeiro encontro oficial como seu chefe.
- Srta. Sutton. – Eu falo buscando o seu CV no meu computador.
- Hazel. – Ela diz. – Me chame de Hazel. Se estive tudo bem. – Ela diz um pouco incerta
por ter me cortado.
- Hazel.
Eu quero lhe dizer para me chamar de Archie quase institivamente, mas eu não posso. Nem
mesmo Arnold faz isso. E ele tem estado comigo há anos. O que é uma besteira. O fato de ser uma
autoridade política não quer dizer que eu sou melhor do que ninguém.
Tudo não passa de uma formalidade.
- Você está pronta para ser minha assistente? – Eu pergunto observando quando ela
engole em seco e fala.
- Sim, senhor. Eu sei que não tenho as qualificações exigidas, mas eu prometo fazer o meu
melhor para não decepcioná-lo. – Ela diz confiante.
Eu gosto da sua confiança.
Para ser a minha assistente pessoal, Hazel não precisará de muito. Embora ela tenha que
ficar muitas horas a minha disposição para coisas muito particulares que não podem ser feitas pela
secretária oficial do senado.
Assim como Fred, ela terá que viver aqui em Hartford. Não é um trabalho mentalmente
exigente, mas vai ser estressante e ela terá que assumir uma personalidade muito forte.
Ela terá uma mesa ao lado do meu gabinete no Capitólio.
- Eu sei que vai, Hazel. Você já está a par de tudo que será lhe atribuído para esta
função? – Eu pergunto.
- Sim, senhor.
- O que você acha da minha plataforma? – Eu quero saber a sua opinião sobre mim.
Ela se mexe em sua cadeira, e eu sei que ela está muito nervosa em responder a essa
pergunta.
- Bem, eu não o conhecia. Na eleição passada, eu não votei. Mas confesso que fiquei
impressionada com a pesquisa que fiz. – Ela responde, e eu sorrio.
- Eu fico feliz em saber que você gostou do que viu. Eu tenho grandes planos, Hazel. E ser
um senador é apenas um passo ao longo do caminho que eu quero percorrer.
Ela me olha atentamente, e eu sei que ela está tentando absorver o que as minhas palavras
significam. E eu sei que ela também está tentando entender o porquê.
- O senhor já tem o primordial. – Ela diz.
- E o que seria isso, Hazel? – Pergunto curioso.
- A aceitação do público. O senhor tem o maior índice de aprovação entre os eleitores do
estado. E aproximadamente 80% deles votariam no senhor novamente. O que significa que o seu
trabalho está sendo acima da média. – Ela responde.
- Você andou pesquisando mesmo. – Eu sorrio com admiração.
Peter tinha razão. Hazel é muito mais do que uma menina bonita. E eu estou feliz por tê-la
ao meu lado, embora eu tenha que me controlar para não pular em cima dela, e fazê-la minha.
Ela sorri, e eu sinto que ganhei o meu fodido dia.

Foda-se, pare de pensar em dormir com ela.


Ela está aqui para facilitar a sua vida. Ela não quer dobrar-se sobre a mesa e deixá-lo
bater o seu pau dentro dela. Eu gostaria de saber se ela é uma menina impertinente. Eu teria o
maior prazer em dobrá-la e fodê-la sem sentido.

Eu balanço a minha cabeça e tento afastar esses pensamentos da minha mente. O silêncio
se estendeu pela sala.
Eu não sei se consigo falar sem soar como alguém que está pensando em afundar o meu
pau dentro da sua buceta apertada. E tenho medo de deixar transparecer a minha falta de
controle perto dela.
Eu não sei o que há de errado comigo. Eu nunca me senti assim em torno de uma mulher
antes. Hazel me faz querer coisas que não devo.
- Você gostou do seu carro? – Pergunto para quebrar o gelo que se estabeleceu na sala.
Eu sei que é uma pergunta idiota, mas eu não posso evitar.
- Sim, senhor. Obrigada. – Ela confirma.
Hazel parece gostar de mim, embora eu tenha que dizer que isso não é novidade. A
maioria das mulheres faz. E eu não estou sendo esnobe, é apenas o que é.
Ela está mais nervosa por estar sozinha comigo, mas eu pretendo mudar isso. Eu não quero
que ela se sinta desconfortável na minha presença.
Hazel e eu conversamos por mais um tempo, e ela finalmente relaxa no decorrer da
conversa. Ela sabe muito mais sobre mim do que eu mesmo me lembrava. E coincidentemente, ela
foi buscar as informações mais importantes a meu respeito.
Eu não sei se ela está evitando falar das minhas conquistas, ou se não se importa. O que
me deixa muito curioso, mas isso é um tema para outra ocasião.
Eu proponho um passeio ao longo do segundo andar onde fica o meu escritório e o
escritório do chefe de segurança.
É uma má ideia mostrar a uma funcionária o seu quarto?
Eu a conduzo para o terceiro andar, e proponho de irmos pelas escadas. Ela não discute e
segue na minha frente. O que me dá a oportunidade de olhar para a sua bunda. O meu pau salta
dentro das minhas calças só de olhar para ela.
- Está não é a residência oficial do senado? – Ela pergunta quando chegamos ao terceiro
andar, onde eu sei que está o seu quarto.
- Não. Apenas o governador tem uma residência oficial designada e obrigatória para se
viver. – Eu falo.
- E isso é uma coisa boa ou ruim? – Ela pergunta.
- Eu diria que é uma coisa muito boa. Está casa é minha e eu posso fazer o que quiser nela,
sem me preocupar em ter que deixar tudo do mesmo jeito que encontrei para o próximo
representante.
Hazel abre a boca, e eu tenho a certeza de que ela está prestes a fazer uma pergunta,
mas ela a fecha e olha ao redor.
- Há algo que você queira me perguntar?
- É muito pessoal.
- Você será a minha assistente pessoal, Hazel. Você vai descobrir um monte de informações
pessoais.
- Oh. – Ela parece surpresa.
- Sim. Você será capaz de saber os meus segredos mais profundos.
- Eu vou organizar a sua agenda também?
- Você quer dizer a minha agenda pessoal? Sim. Você estará ciente dos meus encontros e
esses tipos de coisas.
- Como é que o senador encontra mulheres? – Ela dispara e eu vejo o vermelho cobrir o
seu rosto.
- Eu sinto muito, eu não... – Ela tenta se desculpar, mas eu a corto.
- Está tudo bem, Hazel. Geralmente eu opto pela forma mais convencional. – Eu falo e ela
ergue as sobrancelhas em confusão.
- Eu conheço alguém interessante, então eu me apresento e trocamos informações.
- Deve ser difícil. Quero dizer, com todo o assédio das mulheres. – Ela diz.
- Um pouco. Eu sou do tipo antiquado que vai a bares e festas. Então a arte da paquera
fica muito mais fácil nesses ambientes.
- Os boatos são verdadeiros?
- Sobre?
- Sobre o seu relacionamento com a modelo russa? – Indaga.
- Não há nada entre nós, além de uma boa amizade. – Eu respondo honestamente.
- A mídia está certa de que vocês vão se casar no final do ano. – Ela me olha com algo
que eu não consigo identificar, mas passa rapidamente.
- A mídia fala o que ela quer. Na grande maioria das vezes é sempre mentira. Mas e você?
– Pergunto curioso para saber se ela tem alguém em sua vida.
O pensamento dela já ter dono não é nada reconfortante.
Ela sorri, mas não responde. E isso me deixa ainda mais curioso.
Será que Hazel já tem alguém especial em sua vida? E por que isso me incomoda tanto?
Ela não responde, e eu não insisto, mas eu não posso parar a minha mente de pensar sobre
isso.
Será que ela está com alguém?
Eu faço uma nota mental para pesquisar sobre ela e um possível namorado. Hazel e eu
continuamos o nosso passeio, mas somos interrompidos por uma chamada do presidente.
Eu me desculpo e prometo concluir o passeio em outro momento. Eu não olho para trás
quando a deixo de pé no meio do corredor do terceiro andar, parecendo confusa e ainda mais
linda.
Isso vai ser mais difícil do que eu imaginei.
9

Hazel

Eu fico olhando para as suas costas enquanto ele desaparece no corredor. Eu não sei o que
eu disse que o aborreceu. Talvez tenha sido pela falta de resposta sobre ter alguém na minha
vida, mas eu não tinha o que dizer, então me reservei ao direito de ficar calada.
Eu preciso começar a desembalar as caixas com as minhas coisas. Então eu desço para
encontrar Arnold, mas ele não está em nenhum lugar à vista.
- Srta. Sutton. – Um dos seguranças se aproxima.
- Sim?
- Arnold pediu para entregar-lhe as chaves do seu carro. Ele não ser capaz de levá-la em
casa, então nós a seguiremos até que esteja em casa segura. – Ele fala.
- Tudo bem, mas não é necessário me acompanhar. – Eu agradeço não querendo ser um
incomodo.
- Eu receio que não temos escolha, Srta. – Ele diz formalmente.
- Tudo bem, então. – Eu sorrio e vou para o carro.
Eu entro no carro, e o cheiro de couro rico e novo me cumprimenta. O banco é macio, e eu
não posso deixar de sorrir.
Aperto o pé no acelerador, e coloco o veículo em movimento.
Eu olho pelo retrovisor e vejo o imponente SUV na minha cola. O trajeto de Hartford para
casa é feito muito rápido.
O carro é incrível. E ele será de muita ajuda quando eu quiser ir ver a minha avó.
Quando eu paro em frente a nossa casa, eu vejo Scott sentado nos batentes da minha casa.
Eu faço o meu caminho até ele. Ele parece tão calmo, mas na realidade eu sei que ele está
com mil coisas na cabeça.
Scott é muito estourado, mas quando ele tem algo importante em sua mente, ele apenas se
fecha para o mundo. O que é uma coisa ruim, porque ele começa a dar patada em todo mundo.
Ele olha para cima e me vê. Os seus olhos verdes estão aflitos e torturados. Ele está lutando
contra algo.
- Ei, o que você está fazendo aqui? – Eu pergunto quando me aproximo.
- Eu estava esperando você. Sua avó disse que você chegaria em breve, então eu sentei
aqui e esperei por umas poucas horas. – Ele me encara.
Eu respiro fundo e me sento ao seu lado.
- O que está acontecendo, Hazel? E não minta para mim. – Os seus olhos me encaram
procurando uma explicação.
- O que você quer dizer?
- Por que aceitou esse emprego em Hartford?
- É uma grande oportunidade, Scott. – Eu falo.
Scott toma uma respiração profunda. – Você sabe que não precisa trabalhar, basta me
dizer uma palavra, e eu cuidarei de você e da sua avó. – Ele diz com um tom agudo.
- Eu não penso assim, Scott. Você é como um irmão para mim. – Eu falo tentando rezando
para não ferir seus sentimentos.
- Eu não quero ser um fodido irmão para você, Hazel. E você sabe disso. Toda a maldita
cidade sabe disso, só você que não vê. – Ele acusa.
Eu me inclino para frente. – Eu não sinto o mesmo que você, Scott. Eu sinto muito, mas eu não
posso fingir algo que eu não sinto. E eu te amo demais para te enganar.
- Eu não quero esse amor de pena. – Ele retruca.
- Eu não sinto pena de você. Eu te amo como um irmão.
- Eu tenho amor suficiente para nós dois. E se você me der uma chance, eu vou te mostrar o
quanto podemos ser bons juntos. – Ele segura as minhas mãos e me olha diretamente nos olhos.
- Não é assim que as relações são construídas, Scott. – Eu tento fazer com que ele entenda,
mas parece impossível.
- Eu posso te dar o mundo, Hazel. – Ele implora apertando as minhas mãos.
- Eu não posso, Scott. – Eu falo, e vejo o seu rosto se contorcer no que parece ser dor. Tudo
que eu não queria nesse mundo era magoá-lo, mas acabei fazendo.
Ele se levanta abruptamente, ficando de costas para mim. Eu sei que o magoei muito, mas
eu não posso dar o que ele quer.
- Não me odeie, Scott. – Os meus olhos piscam com lágrimas.
Scott se vira e me envolve em seus braços. – Não chore, Hazel. Eu não posso ver você
chorando. Eu não poderia odiá-la, mesmo que eu quisesse. Estou zangado comigo mesmo por não
ter você. – Há tristeza em sua voz quando ele me abraça mais forte.
Eu me agarro ao meu melhor amigo que acabou de derramar o seu coração para mim. Eu
tenho os meus olhos fechado, mas algo reflete em meu rosto, e instantaneamente eles se abrem.
Eu vejo que o SUV que veio me acompanhando até em casa ainda está parado na rua. Eu
não sei o que eles estão achando da nossa troca, mas tenho a sensação de que isso será levado
até o senador.
Eu sinto o meu estômago apertar, mas afasto esses pensamentos da minha cabeça. Por que
o senador iria se importar com quem eu falo ou deixo de falar?
Não seja tola, Hazel.
- Você está feliz? – Ele pergunta quando nos afastamos.
- Sim. Essa é uma grande oportunidade, e eu quero aproveitar cada minuto. – Eu sorrio, e
ele enxuga as lágrimas do meu rosto.
- Eu fico feliz. Então, me fale mais sobre esse trabalho.
Antes que eu possa responder, o meu telefone toca. O número é desconhecido, mas eu
atendo mesmo assim.
- Sim. – Eu digo, olhando para Scott.
- Srta. Sutton, aqui é o Vough.
- Olá, senhor. – Os meus olhos se arregalam.
Por que ele está me ligando?
- Eu gostaria de saber se você consegue chegar até a minha casa em quarenta minutos.
- Claro, senhor. Estou saindo agora. – Eu falo.
- Perfeito, vejo você em breve. – Ele fala, então desliga.
- O que foi isso? Quem era? – Scott pergunta.
- Era o senador, eu tenho que ir. – Eu falo, e caminho de volta para o carro deixando Scott
ali de pé.
Eu não sei o que eu fiz de errado, mas algo me diz que eu estou prestes a descobrir.
***
Eu não sei o que aconteceu, e porque o senador precisa de mim tão rápido, mas eu dirijo o
mais rápido que eu posso dentro do limite de velocidade permitido.
Eu não quero correr o risco de me envolver em um acidente de carro.
Quando eu chego à mansão, eu passo pela segurança e me identifico. Eles verificam a
minha identidade e me deixam passar. O SUV preto está logo atrás de mim. Eu estaciono o carro e
corro para dentro.
Eu corro para dentro e um dos seguranças me acompanha até o escritório do senador. Ele
bate na porta e uma voz de dentro grita para entrar. O segurança abre a porta para mim, e eu
agradeço.
O senador está em sua mesa olhando diretamente para mim com o que parece uma
carranca em seu rosto.
Será que eu fiz algo de errado?
- Sente-se, Hazel. – A sua voz é firme.
Eu faço o que ele me pede e sento em uma das cadeiras a sua frente.
- Eu acredito que você saiba o que por que eu te chamei de volta com tanta pressa. – Ele
arqueia uma sobrancelha para mim.
- Não, senhor. – Eu respondo sinceramente.
Ele me olha por um bom tempo, e não fala nada por uns bons segundos. Eu acho que ele
está tentando descobrir se eu estou falando a verdade.
- A sua posição ao meu lado como assistente pessoal lhe dará acesso à minha vida como
nenhuma outra pessoa será capaz de ter. E isso significa que você terá que tomar alguns cuidados.
– Ele diz secamente.
- Claro, senhor. – Eu torço os meus dedos ansiosamente.
- Bom. – Ele parece satisfeito com a minha resposta. – Hoje mais cedo quando eu perguntei
se havia alguém na sua vida, você se recusou a responder, mas acabei de descobrir que há sim um
homem em sua vida. E que vocês estavam muito íntimos em frente à sua casa. – Ele parece
zangado.
- Senhor, se eu puder...
- Eu não estou interessado em sua vida particular, Hazel. O que você faz com ela não me
diz respeito, mas eu preciso ter certeza de que nada do que acontece em minha vida será
repassado para terceiros.
Eu olho para ele sem entender o que deu nele para me acusar de ser esse tipo de pessoa
antes mesmo de começar o meu trabalho.
Eu engulo antes de responder.
- Eu não sei o que lhe foi passado, senhor. Mas não é nada do que o senhor está pensando.
Eu não sou uma fofoqueira, e muito menos estou interessada em compartilhar o que acontece em
sua vida com outras pessoas, até mesmo porque há um contrato com uma multa milionária que eu
não poderia pagar, caso isso aconteça. Scott é apenas um grande amigo de infância que estava
precisando de uma mão amiga, senhor. – Eu faço o meu ponto.
- Não foi isso que me passaram. – Ele cospe fora.
Eu tenho vontade de mandá-lo ir para aquele lugar, mas respiro fundo e tento me
recompor.
- Eu não quero lhe faltar com respeito, senhor, mas terei que insistir em dizer que foi
exatamente isso que aconteceu.
- Eu espero de verdade que seja isso mesmo. Então eu acho que estamos entendidos. Nós
encerramos por aqui, Srta. Sutton. – Ele me dispensa sem me dar um novo olhar. E volta a sua
atenção para o computador.
- Sim, senhor. – Eu falo, e me levanto, mas antes que eu possa chegar à porta a sua voz me
para.
- Eu vejo você na segunda, Hazel. – Ele diz e eu me viro para encará-lo.
- Sim, senhor. – É tudo que eu falo.
Eu saio do seu escritório e vou para casa. A minha mente está tentando descobrir o que foi
isso que aconteceu.
Será que ele acha que eu vou sair por aí contando o que acontece na sua vida para todo
mundo?
Que tipo de pessoa ele acha que eu sou? E por que ele ficou tão zangado?
Eu suspiro.
Essa será uma longa noite.
10

Archie

Eu não consegui controlar os meus instintos primitivos, quando Derek me informou que Hazel
estava abraçada com um cara em frente à sua casa.
Por que isso me incomodou eu não sei, mas eu estou tentando entender o que isso significa.
Eu nunca me importei o suficiente com nenhuma mulher a este ponto. E Hazel é apenas a
minha assistente.
Ela está fora dos limites.
Pelo menos é o que eu estou tentando me convencer.
Isso que acabou de acontecer aqui fui eu sendo tolo e muito imprudente.
Hazel não me pertence.
Ela é uma linda e doce. E têm ocupado a minha mente desde o primeiro momento em que
nossos olhos se encontraram naquela noite no bar de Peter.
Eu estive pensando em seus olhos cor de avelã, e na sua boca que eu quero tanto beijar,
lento e selvagem. Mas eu preciso controlar a besta em mim quando se trata dela. Eu não tenho
nenhum direito sobre ela.
Eu sei que tê-la ao meu lado todos os dias não será uma boa ideia, mas eu não posso
evitar. Eu a quero cada vez mais perto.
Eu preciso me concentrar no trabalho e esquecer os pensamentos que eu tenho sobre
dobrá-la em minha mesa e me enterrar profundamente entre as suas pernas. Sentir ela se perder
em meus braços enquanto grita o meu nome.
Há uma batida na minha porta e logo Fred coloca a cabeça para dentro.
- A reunião começa em vinte minutos, senhor. – Ele diz.
- Obrigado. – Eu me levanto.
- Senhor, a palestra de terça-feira foi realocada para as 15h00min. Fred me entrega uma
pasta contendo o discurso já elaborado pelo meu assessor.
- Perfeito. Certifique-se de começar o treinamento com Hazel. Eu preciso que ela esteja
pronta para o trabalho em uma semana. – Eu falo enquanto caminhamos pelo corredor.
- Sim, senhor.
Eu ando pelo corredor em direção ao elevador. Dois seguranças estão conosco, enquanto
dois vão pelas escadas.
Sim. Eu tenho quatro seguranças o tempo todo comigo. Desde que eu sofri um atentado no
ano passado, eles estão sempre comigo.
Eu não sei como ou a mando de quem um cara conseguiu burlar o bloqueio de seguranças
e entrar na casa atirando para todos os lados.
Eu quase fui atingido no ombro, mas um dos seguranças que estava atrás de mim foi mais
rápido. Ele me puxou para o lado antes que a bala me acertasse em cheio.
Foi um dia tenso.
Eu entro no carro e Arnold coloca o carro em movimento. Quando eu chego ao Capitólio
Estadual. Eu entro na sala e encontro o meu assessor e advogado já me esperando.
- Senhores. – Eu cumprimento e tomo o meu lugar na ponta da mesa.
Leis precisam ser aprovadas e revisadas, mas antes de tudo eu gosto de sentar com a
minha equipe para discutir formas de melhorar o que foi proposto.
Eu preciso focar no meu trabalho e parar de pensar na bela mulher que logo estará ao
meu lado. Tornando a tarefa de me comportar muito mais difícil.
Algumas horas depois, nós finalmente terminamos. Eu preciso dormir. Todo mundo fala que
uma boa noite de sono é muito importante, e eu sei que eles devem estar certos, mas quando você
tem uma responsabilidade tão grande em suas mãos, fica difícil relaxar. Eu saio para o corredor.
Os meus seguranças estão do lado de fora mantendo o lugar. Eu passo para dentro do carro, e
Arnold me leva de volta para casa.
A minha cama é grande demais para uma pessoa, mas o espaço vazio ao meu lado não é
tão deprimente como de costume.
Eu quero Hazel aqui comigo. Eu não tenho ideia de como eu vou conseguir isso, mas eu
tenho algumas ideias.
Eu a quero, e não importa quanto tempo leve.
Todo o esforço vai vale a pena.
11

Hazel

O resto da semana foi gasto com Fred, assistente atual do senador. Ele me colocou a par
de tudo. E me ensinou o básico de tudo que será minha responsabilidade como nova assistente do
senador.
Eu fiquei muito grata.
Fred ainda estará conosco até o final do mês, o que é muito bom, porque eu posso
aprender muito mais antes que ele se vá.
Hoje é o meu primeiro dia de trabalho como assistente pessoal do senador. Eu estou
determinada a impressionar e ser durona.
Eu estou usando uma saia lápis preta com uma blusa branca de seda. O meu cabelo está
preso em um rabo de cavalo alto, e eu apliquei uma maquiagem suave, e deslizei nos meus saltos.
Eu não estou acostumada a usar saltos durante o dia, então foi uma surpresa para mim
quando eu os calcei e não senti nada além de maciez e conforto.
Eu estou atualizando a sua agenda para a semana quando Fred aparece.
- Como está indo? – Ele pergunta quando se aproxima.
- Muito bem. – Eu sorrio, em seguida, eu lhe mostro a tabela que eu fiz com os tipos de
eventos e itinerários que o senador irá passar estar semana.
Fred arrasta uma cadeira e senta ao meu lado. – Essa é uma boa forma de se manter
atualizada sobre os compromissos do senador. – Ele diz.
Como assistente pessoal, eu estarei trabalhando ao lado do senador. Eu estou ocupando
uma mesa ao lado do seu gabinete, assegurando que tudo corra bem.
Fred tornou bem claro quais eram as minhas funções como assistente. Eu tenho basicamente
que cuidar da sua agenda pessoal e profissional, não só isso, mas também estou gerindo os grupos
de prospecção que certificaram que tudo estará como deveria.
Ele me disse que um bom fluxo de gerenciamento torna o trabalho mais fácil.
O senador participa de muitos eventos ao longo do ano, e a logística por trás disso tudo
precisa ser muito bem aplicada.
- Ele precisa de um tempo para se exercitar todos os dias. Certifique-se de que ele faça
atividades diferentes ao longo da semana, com o mínimo de meia hora, todos os dias. Adicione
também um dia de folga em dias alternados a cada semana para que ele possa ver os seus
amigos mais íntimos e familiares.
Os seus irmãos costumam aparecer sem aviso, então é melhor você está preparada.
- Seus irmãos vivem aqui também? – Eu pergunto.
- Sim, mas nunca permita que os seus pais tenham acesso ao senador sem aviso. – Ele diz
muito sério.
- Há algum problema? – Pergunto incapaz de esconder a minha curiosidade.
- O senador e os seus pais não se dão muito bem. Digamos que ninguém tolera os Vough
pais. Eles são o que você poderia chamar de casal real chato.
- Oh. – É tudo que eu falo.
- Sim. Eles são osso duro de roer, e o senador não ficará feliz em ser pego de surpresa.
- Entendido. Algo mais? – Pergunto.
- O senador precisa ter um encontro com alguma mulher bonita a cada quinze dias. Ele vai
precisar de todo um esquema montado para que o encontro aconteça fora dos olhos da imprensa.
Eu sinto como se estivesse levado um soco no estômago com a ideia de vê-lo em um
encontro com outra mulher, mas tento afastar esse pensamento para longe.
Fred me ajuda a criar uma agenda ativa e um pouco mais flexível para o senador de
acordo com os seus compromissos de trabalho.
O homem tem uma carga excessiva de trabalho todos os dias, e quase nunca tem tempo
para ele mesmo. Ele nem mesmo escolhe o que vai usar todos os dias. Tudo é definido pela Megan,
e repassado para ele antes de se tornar definitivo. E eu terei que supervisionar cada coisa como
essa diariamente.
- Hazel, haverá algumas notas na imprensa.
Eu ergo a minha cabeça. – Perdão?
- As pessoas estão sempre atrás de escândalos políticos, e eles com certeza falaram sobre
a nova, linda e sexy assistente do senador. E você com certeza todo mundo vai querer saber quem
é a bela ao lado do senador Vough. Isso se tornará manchete de alguns jornais e revistas
sensacionalistas e eles podem não serem tão gentis quando forem se referir a você.
O pensamento de ter o meu nome e foto estampado em cada jornal ou revista do país de
repente me deixa em pânico. Eu fico muda, e sem piscar.
- Não se preocupe com isso. – Fred diz calmamente, segurando o meu olhar de completo
desespero.
- O senador e toda a sua equipe está acostumada a esse tipo de coisa. O meu conselho é
não lhe dar qualquer munição. Faça o seu trabalho e esqueça as fofocas. – Ele diz olhando para
mim com muita confiança.
- Uau! – Eu suspiro, e volto a minha atenção para o cronograma.
- Basta se manter profissional. – Ele diz.
Eu tento não me ater a isso, então concentro todas as minhas energias no que eu passei
toda a manhã trabalhando.
Uma vez que Fred e eu finalmente terminamos, ele vai embora e me deixa com mais coisas
para fazer.
Eu pensei que ser assistente consistia apena em organizar a sua agenda, mas vai muito
além disso.
Eu envio uma cópia para o e-mail pessoal do senador e um para do seu gabinete.
Ao me aproximar da porta eu ouço a voz do seu assessor, Gregory. – Devemos votar na
Lei que o obriga a prestar conta dos gastos pessoais que não são contabilizados.
- Eu não quero entrar em uma briga com o Martin. – O senador responde.
- Vough, o governador não está nem aí para o que você acha. Ele só está esperando uma
oportunidade para lhe derrubar. E você sabe que ele pretende concorrer contra você para a
presidência. – Gregory diz.
O senador quer ser presidente?
- Ele não é uma ameaça. – O senador deixa escapar uma risada baixa, mas muito
autoconfiante.
- Você subestima demais os seus adversários, Vough. – Gregory suspira.
- Eu não os subestimo, apenas não vejo motivo para tanto. – O senador retruca.
Eu bato na porta e coloco a cabeça para dentro da sala.
O senador levanta a cabeça e me pede para entrar.
Eu ando até a sua mesa e coloco a pasta para baixo. Ele observa cada passo que eu dou.
E de repente eu sinto um calor percorrer o meu corpo.
Nervosa, eu me apresso a voltar para a minha mesa. Tentando ignorar a conexão que sinto
quando estou perto dele.
- Precisamos ser agressivos, Vough. – Gregory suspira.
- Gregory. Durante anos, eu tive que fazer o que os outros queriam, mas eu sou um homem
adulto e sei o que eu estou fazendo. Ninguém acredita mais em Martin, e com certeza ele não terá
o apoio de muitos. Então você precisa confiar em mim quando eu digo que isso não é nada. – O
senador praticamente cala a boca do seu assessor.
- Falando em apoio, você precisa começar a namorar alguém. – Gregory solta e eu quase
engasgo com a minha própria saliva.
Sorte a minha que eu já estou do lado de fora do seu escritório, ou eu teria morrido de
vergonha em ser pega escutando a conversa alheia.
Por que Gregory quer que ele comece a namorar?
- A minha vida pessoal não está em jogo, Greg. – O senador o corta.
- Você precisa de uma mulher ao seu lado para poder concorrer à presidência. É a melhor
jogada.
- Eu já falei que isso está fora de questão. – O senador encerra.
– Hazel. – O senador levanta a voz e chama o meu nome.
Eu volto.
- Você poderia agendar o meu almoço para daqui a duas horas. Estou morrendo de fome,
mas ainda preciso terminar algumas coisas.
- Eu posso buscar alguma coisa para o senhor. – Ofereço.
- Tudo bem, essa parece uma ideia melhor. – Ele balança a cabeça sorrindo.
Eu sorrio de volta. – Há algo em especial que o senhor deseja? – Eu pergunto, mas assim
que as palavras deixam a minha boca eu me arrependo.
O brilho nos seus olhos me diz que eu estou certa.
Eu sinto o meu rosto aquecer.
- Eu vou querer o de sempre. Fred deve ter anotado em um de seus cadernos. – Ele fala.
- Isso é tudo, senhor?
- Sim. – Ele acena com a cabeça.
- Com licença. – Eu saio e corro para fora.
Eu já sabia que ele poderia estar com fome há esta hora. Em uma das anotações de Fred
ele mencionou isso, e também especificou o tipo de lanche que ele gostaria de ter.
Eu pego a minha bolsa e tomo o elevador até o piso da praça de alimentação. O lugar
está praticamente vazio a essa hora do dia.
Os horários de picos são no café da manhã, no almoço e no meio da tarde. Eu sei disso
porque Fred escreveu em suas anotações.
Eu faço o pedido e pago o lanche. Há um cartão de crédito designado apenas para
gastos do senador. Em menos de dez minutos eu estou de volta.
Eu não ouço mais a voz de Gregory. O que significa que ele já foi para a sua sala.
De qualquer forma, eu bato na porta antes de entrar.
- Você é um anjo. – O senador agradece.
- O senhor precisa de mais alguma coisa? – Pergunto.
- Não. Isso é tudo, obrigado, Hazel. – Ele diz.
Eu aceno e saio fechando a porta atrás de mim.
Eu volto para a minha mesa, mas o telefone toca com o ramal do senador.
- Senhor? – Eu atendo.
- Você já tem a agenda da próxima semana pronta? – Ele pergunta.
- Sim, senhor. Todos os seus compromissos foram organizados e estão na pasta que eu
deixei na sua mesa agora a pouco. – Eu falo.
- Ah, obrigado. – Ele desliga.
O senador vai para o seu compromisso de almoço com o Ministro da Fazenda, e eu corro
para a lavanderia para pegar o terno que ele usará no discurso de hoje no Centro de
Convenções.
Trata-se de um evento para inaugurar um hospital infantil no subúrbio da cidade. O
governador também estará presente, assim como algumas autoridades políticas.
O senador vai para o seu almoço e não volta para o gabinete. Eu termino o meu trabalho
e depois vou para casa.
Eu preciso ligar para a minha avó e tomar um bom banho.
12

Archie

Hoje foi o primeiro dia de Hazel, e eu quase não consegui me concentrar no trabalho
durante todo o dia.
A forma como ela sorri, aqueles lábios cheios implorando para serem beijados.
Eu assisti ela desfilar dentro e fora do meu escritório, curvando-se de forma sensual,
vestindo uma saia preta que abraçava as suas curvas perfeitas. O meu pau pressiona
dolorosamente contra as minhas calças.
Porra.
Enquanto Gregory tagarelava, eu estava imaginando como seria pressioná-la contra a
parede, fixando os seus pulsos acima de sua cabeça, e moer contra ela, arrancando dos seus
lábios carnudos, suspiros e gemidos.
Ela é muito jovem para mim. Porém, eu não quero pensar como essa diferença de idade
poderia interferir. Sem falar no que a imprensa iria publicar.
Eu sabia que não seria fácil tê-la ao meu lado sem ter uma ereção todo o tempo. Mas, eu
tenho que lhe dizer que ela está se saindo muito bem para um primeiro dia.
Ela é jovem e talentosa. Eu vejo a determinação em seus olhos cada vez que ela aprende
algo.
Eu só tenho que encontrar uma forma de manter as minhas mãos longe dela, ou eu não
serei capaz de parar.
Eu aposto que ela tem um gosto divino.
O meu pau salta dentro das minhas calças em concordância.
O meu dia foi preenchido com reuniões e eventos, e eu estou cansado e precisando obter
algum alívio.
Eu estava no chuveiro, água escorrendo enquanto eu imaginava Hazel aqui comigo. De
joelhos, enquanto as gotas de água caíam sobre a as pele nua. Os seus lábios em volta do meu
pau, chupando e lambendo todo o meu comprimento.
Ela trabalhou lentamente, e logo aprofundou, levando-o mais fundo em sua garganta.
Os seus seios molhados rasparam em minhas coxas enquanto ela me levava mais fundo
para cima e para baixo.
- Foda-se! – Eu gemi.
Eu estava gozando. As minhas bolas apertaram, tornando-se doloridas. Com uma mão ela
bombeou o meu pau enquanto a sua língua deslizava ao longo do comprimento.
Tão bom.
Eu gozei tão forte, espalhando gozo por todo o azulejo escuro que minhas pernas ficaram
moles. Eu escorreguei para o chão, esperando a minha respiração se estabilizar. Então a realidade
fria me cumprimentou.
Eu estava sozinho no meu chuveiro, tendo uma fantasia erótica com a minha mais nova
assistente.
- Maldição. – Eu rugi.
O meu pau sabia o que ele queria, e ele estava animado com a ideia de se enterrar
profundamente na buceta apertada de Hazel.
Eu terminei de me lavar, ainda com as imagens dela flutuando em minha mente.
Eu poderia ser o senador Vough, mas isso não iria me impedir de desejá-la.
Eu sei que tenho uma reputação a zelar, e que eu não posso jogar fora tudo que lutei para
conquistar até aqui, mas eu também sou um homem.
Um homem completamente fodido.
13

Hazel

Na manhã seguinte, eu chego ao Capitólio e encontro o senador cercado por jornalistas,


tentando desesperadamente escapar sem querer ser grosseiro. Os seguranças enfim conseguem
retirá-lo de lá antes mesmo que algo seja dito. Ele parece estressado, mas sorri assim que me vê.
Ou talvez ele só esteja sorrindo pelo que aconteceu. Eu prefiro acreditar que seja para mim.
- Bom dia, senhor. – Eu falo.
- Bom dia, Hazel. – Ele sorri novamente e desta vez eu sei que é para mim com certeza.
- Eu preciso de um café bem forte e sem açúcar, por favor. – Ele fala enquanto se dirige
para a sua sala.
- Sim, senhor. – Eu me movo para preparar o melhor café que ele já tomou.
Eu sigo para a cozinha adaptada e começo a preparar o seu café. Eu ainda estou me
acostumando com essa máquina de fazer café profissional, então eu decido usar a mais simples. Eu
não quero correr o risco de estragar tudo.
Eu bato na porta antes de entrar. O senador está ao telefone quando eu entro. Os seus
olhos estão em mim enquanto eu me movo para colocar o café em cima da mesa. Então me apresso
a sair de lá.
O meu corpo está formigando. E eu sinto a minha pele aquecer diante do seu olhar. Eu volto
para a minha mesa e gasto o resto do dia organizando a sua agenda do final de semana que
teve uma alteração.
O Ministro da Educação chega para a reunião com o senador. Eu o aviso. E o ministro entra
na sala.
- Hazel, nós não queremos ser incomodados.
- Sim, senhor.
- Oh, e você poderia conseguir algumas bebidas, mas use o elevador, por favor. Eu sei que
você gosta de subir e descer pelas escadas, mas você terá coxas de aço, e um traseiro dolorido.
- Pelo menos eu não vou precisar gastar com academia. – Eu brinco e ele sorri.
O senador entra e eu volto ao que estava fazendo. Eu estou tão envolvida nos
compromissos do senador que nem percebi o Secretário do Estado vindo em minha direção. Eu
ainda não decorei o nome de todos, mas o dele é difícil de esquecer. Carlise Mathews é um homem
muito arrogante.
- Como posso ajudá-lo, senhor? – Eu pergunto.
- Eu preciso ver o senador.
- Ele não está disponível no momento, senhor. – Eu respondo.
- Eu sei que ele está em uma reunião com o Ministro da Educação, então eu preciso falar
com ambos. É muito importante.
- Ele pediu para não ser incomodado, senhor. Então eu realmente não posso deixá-lo entrar.
– Eu falo o mais docemente possível.
- Você não pode me deixar entrar? – Ele parece indignado, e a sua voz se altera. – Eu sou
um membro tão importante do governo quanto o ministro. E está reunião foi agendada. – Ele diz
incrédulo.
- Eu tive que reorganizar a sua reunião, senhor. Eu comuniquei a sua secretária na noite
passada.
Carlise não dá ouvidos para o que eu falo e segue para o gabinete do senador. Olho
para um dos seguranças que fica perto dos elevadores, mas ele está falando no rádio e não me
nota.
- Desculpe-me, senhor. – Eu falo tentando bloquear o seu caminho até o gabinete. – O
senhor realmente não pode entrar lá agora. A sua reunião foi remarcada para amanhã às
10h00min da manhã.
- Eu não tenho até amanhã para resolver o que eu quero. – Ele ri sem humor. – Eu preciso
falar com o senador hoje mesmo. – Ele diz.
- Senhor, o senador está muito ocupado hoje, e receio que ele não poderá recebê-lo. – Eu
tento mais uma vez.
- Somos todos muito ocupados. Agora saia do meu caminho. – Ele grita.
- Senhor, por favor...
Carlise murmura algo sob sua respiração, e só então eu vejo os seguranças se
aproximando. Mas antes que eles possam chegar, Carlise me empurra para o lado, e eu tropeço
para trás, mas eu recupero o eu equilíbrio, tal como o senador abre a porta.
O senador olha em volta antes de gritar. – O que está acontecendo aqui?
Os seguranças estão logo sob alerta, mas é tarde demais. A confusão já foi gerada. Eu
suspiro fundo e tento encontrar uma forma de contornar tudo isso.
14

Archie

Somente um homem tem a coragem de ser tão arrogante e fazer uma cena fora do meu
gabinete. Eu não estava surpreso ao abrir a porta e ver Carlise ali de pé gritando com Hazel. Mas
o que me chamou atenção foi o fato de que os seguranças não fizeram nada para evitar tal feito.
- O que está acontecendo aqui? – Eu grito, meus olhos fuzilando Carlise.
Pelo canto do olho, eu vejo Hazel.
- O que está acontecendo é que algumas pessoas precisam aprender qual é o seu lugar. –
Carlise cospe, olhando diretamente para Hazel.
- Eu não poderia concordar mais.
- Eu sinto muito, senhor. – Hazel diz nervosamente. – É só que a reunião com o senhor
Mathews foi reagendada para amanhã, mas...
- Não se desculpe. – Eu interrompo. Hazel está nervosa, mas não sei se é por causa de
Carlise ou por minha causa. Eu me volto para Carlise. – A reunião foi reorganizada para amanhã.
O que deu em você para invadir o meu escritório hoje? – Eu praticamente rosno para ele.
- É importante e não pode esperar. – Carlise responde. – Você já está aí com Terrence, e o
que eu tenho a dizer diz respeito a ele também.
- Você não tem que pensar nada. E tão pouco ignorar a minha assistente.
- A última vez que eu verifiquei, um membro do gabinete tinha mais autoridade do que a
garota que faz café. – Ele cospe o seu veneno.
Eu ranjo os dentes e peso as minhas palavras com cuidado. Carlise me odeia. Ele é aliado
ao governado e fará de tudo para me jogar para escanteio.
Eu não o culpo, ele era o favorito para ser o líder do partido, mas eu fui o escolhido por
maioria de votos. Na verdade, quase por unanimidade. Ele poderia ser o senador agora.
O governador lhe deu está posição como prêmio de consolação, e desde então eles têm
sido aliados. A minha vontade é de demiti-lo agora mesmo, mas não posso fazer isso sem parecer
interessado em Hazel.
Tenho certeza que a última coisa que ela quer é esse tipo de atenção. Eu terei que esperar
outra oportunidade para por esse cretino bem longe daqui.
- Peça desculpas para Hazel. – Eu ordeno, o meu tom sai muito mais duro do que planejei. E
eu tenho certeza de que ele não será tolo em não fazer.
- Isso não é necessário, senhor. – Hazel intervém.
- Sim, é. – Eu falo com firmeza.
Carlise me encara por alguns segundos, mas em seguida resmunga um pedido de
desculpas. E eu sei que é o melhor que eu vou conseguir dele.
- Eu vejo você amanhã, Carlise.
Ele me olha por alguns segundos mais, e ao redor, e depois foge resmungando.
- Quanto tempo nós precisamos mantê-lo aqui? – Pergunto à Terrence que está logo atrás
de mim.
- Dê-lhe mais um mês. Eu vou falar com Martin, e fazê-lo ver o quanto Carlise é prejudicial
para o partido.
- Você está bem, Hazel? – Eu pergunto.
Ela parece um pouco abalada, e talvez precise de alguns minutos para se recuperar.
- Eu estou bem , senhor. – Ela responde. – Desculpe por perturbar a sua reunião.
- Você não perturbou a nossa reunião. Carlise fez. – Terrence fala, e eu não posso
concordar mais.
- Tome um tempo para se recompor, e depois você pode voltar ao trabalho. – Eu falo e me
viro para os seguranças que estão de pé ainda com a boca aberta.
- Da próxima vez que alguém invadir o meu gabinete e passar por cima de Hazel, e vocês
permitirem, eu vou demitir cada um que deixar acontecer. Eu fui claro? – pergunto para ambos que
me olham aterrorizado.
- Sim, senhor. Nós sentimos muito. – Ambos falam ao mesmo tempo.
Terrence e eu voltamos para a minha sala e continuamos a nossa reunião, mas a minha
mente não está mais no trabalho. Tudo que eu posso pensar é em como eu queria abraçar Hazel e
confortá-la. Ela parecia tão indefesa ali ouvindo aquele idiota a xingar sem falar nada. As minhas
mãos estão em punhos, e eu tenho que resistir à vontade de ir atrás dele.
- O plano de contingência para a campanha à presidência não está como previsto.
Precisamos de um grande patrocinador, ou teremos dificuldades. – Terrence fala com preocupação.
- Eu tenho algumas ideias. – Eu falo e disco o ramal de Hazel.
- Senhor? – A voz dela envia faíscas direto para o meu pau.
- Eu preciso do relatório de contingência para a campanha à presidência. E preciso que
você tome nota de algumas coisas. – Eu peço.
- Só um momento, senhor. – Ela desliga e segundos depois bate na porta antes de entrar.
Merda.
Ela parece deslumbrante.
Hazel se inclina e me entrega a pasta, e senta em uma das cadeiras ao lado. Eu tento
manter a minha atenção nos documentos, mas tudo que eu posso ver são as suas coxas
ultrapassadas, uma fenda em sua saia está me deixando louco. Há uma lacuna entre os botões de
sua blusa , da qual eu posso ver o sutiã rosa de renda. Não dá para ver muito, mas a minha
imaginação trabalha bem.
Você não pode julgar uma mulher pelo que ela usa. Mas algumas são bastante previsíveis.
Hazel definitivamente vale o meu tempo, e eu quero muito entrar em suas calças.
Eu respiro fundo e volto para os documentos.
- Qual é o plano? – Terrence pergunta, totalmente absorto aos meus olhares para Hazel.
- Cortar gastos excessivos e sem devido valor. E ainda podemos contar com a presença de
voluntários para nos ajudar. Eu sei que teremos muito mais trabalho, mas valerá a pena.
- Precisamos de dinheiro, Vough. Isso sim.
- Ele virá. As pessoas certas serão atraídas pelas nossas propostas. Você verá. Não se
preocupe com isso. Ainda temos muito tempo para colocar isso em prática para valer.
- Eu não estou tão certo disso, mas confio em você. – Ele diz e eu olho para Hazel que está
me olhando com o que parece admiração. E eu não posso deixar de me sentir orgulho também.
Terrence e eu falamos sobre planos e projetos para a educação. Hazel digita tudo em seu
iPad, sem levantar os olhos da tela. Eu quase me sinto ciumento que o maldito aparelho está
recendo toda a sua atenção, mas entendo que ela está fazendo o seu trabalho.
- Isso é tudo? – Pergunto.
- Acredito que temos um bom negócio aqui. – Terrence.
- Perfeito. Faça acontecer.
Eu me despeço de Terrence enquanto vejo Hazel nos deixar a sós. Eu quero pedir para ela
ficar mais tempo, mas não posso. Eu não confio em mim mesmo agora para ficar sozinho com ela.
Não quando tudo que eu penso é em estar dentro dela.
15

Hazel

Eu estava feliz que era hora de ir para casa.


O dia foi bastante estressante e eu precisava de um banho quente e ir para a cama cedo.
Eu já me acostumei a acordar cedo desde quando trabalhava na padaria, mas trabalhar
com o senador é bem mais cansativo do que eu imaginei.
Não o trabalho em si, mas as pessoas ao redor.
Há uma luta de egos muito evidente e o lado mais fraco acaba levando a pior. Eu não sei o
que teria acontecido se o senhor Mathews tivesse entrado no escritório do senador a força.
Será que ele acha que eu não conta do meu trabalho?
Eu suspiro e junto as minhas coisas, e sigo para o elevador. O prédio está praticamente
vazio. Com exceção dos seguranças que estão fazendo a ronda, somos só o senador e eu no
andar inteiro.
O elevador chega e quando eu passo para dentro, eu o vejo vindo em minha direção. Não
em minha direção exatamente. Ele está vindo para o elevador também.
- Eu pensei que você já tinha ido embora. – A sua voz é rica.
- Eu pensei que o senhor poderia precisar de algo, então decidi ficar mais um pouco. – Dei
de ombro.
- Você está me saindo melhor do que eu imaginei, Hazel.
O elevador começa a descer e eu me sinto um pouco nervosa. Eu estou muito consciente do
seu olhar em mim, e quase não consigo respirar.
- Então, o que você está achando de trabalhar aqui? - Ele pergunta.
Estou surpresa pela sua pergunta. E pela maneira que ele me olha enquanto me espera, eu
diria que ele realmente quer saber.
- Eu estou gostando muito. É tudo muito novo, mas a cada dia aprendo algo novo. E você
me inspira muito. – Eu falo.
- Sério? – Ele parece surpreso.
- Sim. Você já fez tantas coisas, e isso é muito impressionante. Eu admiro o fato de você ter
feito ao longo de sua carreira. É inspirador.
Ele me observa enquanto falo. A minha respiração engata, e noto que os seus olhos estão
com um brilho diferente. E sinto o meu rosto ficar vermelho.
- Eu estou lisonjeado.
Eu rio.
- Eu não votei na eleição passada, mas gostaria de ter feito. Acredito que as suas
propostas são muito importantes e de grande valia para a sociedade em geral. Tudo que eu li a
respeito me deixou ainda mais curiosa sobre quem você é.
Ele sorri.
- O que você quer saber? – Ele pergunta com um olhar malicioso.
- O que lhe inspirou a criar o Centro? – Pergunto.
- Eu sempre pensei que tudo de bom na nossa vida vêm como resultado de muito trabalho e
força de vontade. Mas quando não há uma perspectiva de vida, você não vai à luta. Isso foi o que
eu fiz ao criar o Centro. Eu dei aquelas crianças, adolescentes e jovens, algo para se agarrar e
lutar.
Eu fico olhando para ele enquanto ele fala e não consigo desviar os olhos dos seus. A
intensidade é quase grande demais.
Quando chegamos ao térreo, uma brisa suave bate contra a minha pele. E eu sinto os meus
seios ficarem pesados com a sua presença poderosa.
Eu afasto o meu olhar do seu e olho para baixo. Os meus olhos quase saltam para fora da
cara quando percebo que meus mamilos estão duros e apontando para ele.
Eu rapidamente cruzo os meus braços e lanço um olhar para ele, que mantém o seu olhar
em mim.
- Eu tenho que ir. – Eu me apresso a ir embora.
Estou tão nervosa que quase dou de cara contra um pilar a menos de um metro a minha
frente. Eu sinto a sua mão no meu braço me puxando para trás segundos antes de acontecer. E de
repente eu não posso respirar.
Ele levanta a outra mão e coloca uma mexa de cabelo rebelde atrás da minha orelha. Os
seus olhos estão escuros, e o meu cérebro entra em curto.
Luxúria escorre pelos nossos poros. A minha mente está com dificuldade de se concentrar
em algo mais. Tudo que eu quero é que ele me beije.
Eu estou colada ao seu corpo, e posso sentir o quão grande ele é, e como ele é grosso,
duro e longo contra a minha barriga.
Não há mais ninguém.
Somos apenas ele e eu.
Eu posso sentir o calor do seu corpo. O seu cheiro, um cheiro amadeirado e viril. E eu posso
vê-lo como homem, um homem muito bonito e extraordinário.
O barulho do elevador me faz saltar, e eu me endireito, em seguida coloco uma distância
entre nós. – Você está bem? – Ele pergunta.
Eletricidade formiga por minhas veias.
Eu concordo com a cabeça. – Sim, obrigada.
Ele sorri.
Eu rio sem acreditar que quase beijei o senador. Eu quase esqueci quem ele era e fui
apanhada pelo momento. E pelo que percebi, o seu corpo responde a mim tanto quanto o meu faz
ao dele.
Eu o quero.
- Eu tenho que ir. – Eu me apresso.
- Eu vejo você amanhã. Hazel. – A sua voz é puro sexo.
Os seus olhos estão brilhando, e todo o meu corpo se aquece. Até mais, senhor. – Eu falo
antes de cortar o caminho para fora sem ter que ir na mesma direção que ele.
***
Eu estou no meu caminho para casa quando uma mensagem da minha avó aparece na tela
do celular.
Ela não gosta de ligar quando eu estou trabalhando para não me atrapalhar. Eu amo a
minha avó. Ela é tão meiga e linda.
Vovó está me convidando para jantar. Eu estou muito cansada, mas não posso recusar o seu
convite. Eu sinto muita falta dela, então eu dou a volta e dirijo para New London.
Quando eu chego, vovó está me esperando com uma comida deliciosa. Eu quase desejo não
sair nunca daqui. Eu amo este lugar.
É a minha casa.
O meu lar.
O meu porto seguro.
- Estou em casa. – Eu grito fechando a porta atrás de mim.
- Oh, querida. Tão bom ter você em casa. – Vovó vem me abraçar.
- Eu senti sua falta. – Eu falo enquanto a aperto mais em meus braços.
- Venha. Eu quero saber tudo sobre a sua primeira semana de trabalho. E eu fiz o seu bolo
favorito. – Ela diz e me puxa para a sala de jantar.
- Eu já disse o quanto eu te amo hoje, vovó?
- Não o suficiente. – Ela sorri, e eu sorrio também.
O jantar está delicioso como sempre.
- Como está indo o trabalho? – Vovó pergunta.
- É tudo muito novo para mim, mas eu estou gostando.
- Eu estava me lembrando de quando você era pequena e insistiu para ser voluntária na
festa de Ação de Graças para as pessoas carentes. – Ela sorri lembrando do ocorrido. – Você
estava tão determinada. Eu nunca tive tanto orgulho de você como naquele dia, e hoje eu sinto o
mesmo que senti naquele dia. Eu sei que você vai se sair muito bem nesse trabalho.
- Obrigada, vovó. – Eu a abraço e beijo.
A minha avó perdeu a sua filha, e eu sei o quanto é dolorido para ela, mas ela nunca
permitiu que a tristeza fizesse parte da nossa vida. Ela me amou e cuidou de mim com todo o amor
e carinho que alguém poderia dar.
Vovó e eu conversamos mais sobre o que ela tem feito agora que eu não estou em casa.
Acabei de saber que ela e Lilly estão frequentando o clube de mulheres da cidade. Vovó nunca se
interessou por esse tipo de coisas, mas Lilly fez a cabeça dela e as duas estão gastando todo o
dia fofocando enquanto fazem artesanato.
Eu estou feliz que ela está ocupando a mente e saindo. Eu sei que Lilly e Gia vão manter
um olho nela para mim. E eu venho sempre que puder para casa.
Quando terminamos já é tarde da noite, então decido ficar e dormir lá. Eu tenho tudo que
preciso no meu carro. Essa foi uma das primeiras dicas que Fred me deu ao começar. Ele me disse
para manter um kit socorro com roupas, sapatos e tudo que eu poderei precisar usar ao meu
alcance sempre.
Eu dou boa noite à vovó e sigo para o meu antigo quarto.
Melhor sono de toda a semana.
É muito bom estar em casa.
16

Archie

- Hazel, pode acompanhar-me no carro, por favor?


- Sim, senhor. – Ela responde e entra no carro.
Geralmente eu gosto de ir sozinho para qualquer lugar que seja. É um dos poucos
momentos em que eu não preciso me preocupar em ser escoltado por seguranças e relaxar
olhando as pessoas normais enquanto elas cuidam de suas vidas.
No entanto, hoje eu decidi que quero Hazel comigo. Depois da nossa troca na noite
passada, eu não parei de pensar em quanto eu queria beijá-la. Tê-la em meus braços. Mas ela
fugiu de mim.
Ela se senta no banco de couro italiano e mantém o seu iPad em seu colo. Eu quase nunca a
vejo sem essa coisa.
Ela olha ao redor e posso ver a sua mente brilhante girando.
- O que você acha? – Pergunto indicando ao redor do carro luxuoso que me leva para
todos os lugares. Não é uma limusine, mas poderia ser. É tão grande e espaçoso quanto.
- É bem menor do que eu imaginei. – Ela responde.
- Isso é algo que eu não estou acostumado a ouvir. – Eu brinco e vejo o seu rosto ficar
vermelho.
Ela me olha com os olhos arregalados e seu olhar se volta para a minha virilha. A besta
entre as minhas pernas ganha vida imediatamente. Eu não me incomodo em escondê-lo, mas olho
para o outro lado para não incentivá-la.
Se bem que eu não iria reclamar.
A viagem é curta, mas pelo menos eu a tive só para mim por alguns minutos. Hazel não
falou mais nada durante todo o percurso. E eu me pergunto se ela sente o mesmo que eu.
Quando o carro para, eu sei que ela vai correr para longe de mim mais uma vez. Eu sei
que ela quer isso tanto quanto eu, mas está com medo. E eu vou fazer de tudo que tiver ao meu
alcance para eliminar qualquer medo que ela tenha.
- A reunião com o Primeiro Ministro da Inglaterra foi confirmada? – Eu pergunto quando
saímos do carro.
- Sim, senhor, mas o horário é um pouco mais tarde do que o solicitado. – Ela diz
caminhando atrás de mim.
Normalmente eu não gosto que as pessoas me chamem de “Senhor”, faz-me sentir velho,
mas quando se trata dos lábios macios, sensuais e sugestivos de Hazel, eu não me importo.
- Quão tarde? – Pergunto enquanto tomamos o elevador para o vigésimo andar.
- O senhor está marcado para o horário das 17h00minmin.
- E eu que pensei que teria a tarde livre. – Eu suspiro.
- Eu posso remarcar se o senhor quiser. – Ela solicita.
- Eu adoraria vê-la em ação, mas acredito que isso não seja favorável.
Eu preciso parar de torcer as palavras. Hazel e eu estamos em um jogo perigoso de duplo
sentido. Eu sei que ela não é tão inocente quanto aparenta, e isso me deixa ainda mais duro.
- Sim, senhor. – Ela diz.
- Ser um político pode ser cansativo às vezes.
- O senhor está se saindo muito bem.
- Não alivie para mim, Hazel. Você ainda verá o meu lado esquerdo. E eu posso dizer que
não será tão bonito ou glorioso.
- Todos nós temos os nossos momentos. – Ela diz.
- Sim, mas não é legal fingir estar bem.
- Esse é um mecanismo de defesa do cérebro humano para não magoar as pessoas.
Embora eu tenha que dizer que mentir nunca é a saída.
- Não. Mentir nunca é a saída. É uma atitude covarde.
- É claro. De qualquer forma, quem mente sobre algo tão simples pode mentir por coisas
mais sérias sem pestanejar. E pelo que sei, os homens são muito bons na arte de mentir.
- Isso é uma ideia muito radical. Nem todos os homens são mentirosos. – Eu me defendo.
- Não, mas grande parte só quer entrar nas calças de uma menina e fazem de tudo para
que aconteça. – Ela dá de ombros.
- Nem todos os homens são assim. – Eu respondo.
Diz o cara que tem fantasias em foder sua assistente desde o momento que a conheceu.
- Sim, mas não há tantos homens honestos por aí.
- Você precisa conhecê-los melhor.
O elevador para no andar indicado e a nossa troca de repente é cortada. Eu sinto uma
súbita sensação de perda. Estar perto de Hazel me faz muito bem.
Caminhamos em direção ao salão de conferências e logo vejo a agitação habitual dos
seguranças. Hazel fica para trás enquanto eu entro na sala de reunião que está lotada de líderes
de outros países. E de repente, eu me sinto um pouco nervoso.
Essa não é uma reunião totalmente amigável. Deveria ser, mas está longe de acontecer.
Líderes de diversos países brigando civilizadamente. Esse tipo de convenção nunca dá em
nada bom. Há discrepâncias de ambos os lados e nem sempre chegamos a um acordo favorável,
mas é assim que lidamos com a política. Cada representante quer o melhor para o seu país, e eu
não posso culpá-los.
Horas se passam até que acordos sejam definidos. E eu percebo que se eu for mesmo
concorrer à presidência, isso se tornará rotina em minha vida por aproximadamente quatro anos.
Eu suspiro e volto à minha atenção para o presidente da Coréia do Sul que quer assinar um
tratado de paz impedindo os Estados Unidos de usar a sua tecnologia para espionar o governo
coreano.
Quem disse que ser líder é fácil?
17

Hazel

- Bom dia, Hazel.


- Bom dia, Foster. – Eu falo enquanto passo pelo detector. Todos os dias nós temos que ser
revistados antes de entrar no prédio. No meu primeiro dia foi bastante intimidador, mas eu já me
acostumei.
O dia ainda nem começou e já tem uma grande quantidade de jornalista do lado de fora
esperando qualquer político para uma exclusiva. Com a convenção em curso, eles querem saber o
que os líderes dos países estão tramando às portas fechadas.
- Eles estão tirando foto de você. – Foster sussurra.
- Por quê? – Eu rapidamente olho para trás e quase fico cega quando um flash dispara em
meu rosto.
- Você está sendo escoltada e revistada enquanto passa pela porta principal, então eles
assumem que você é importante. O que no caso não deixa de ser uma verdade. – Ele sorri para
mim.
Foster e eu nos tornamos bons amigos. Ele é um senhor na casa dos cinquenta. Ele está nisso
há mais de vinte anos. E quando eu lhe contei sobre a minha história ele se comoveu. Forter perdeu
a sua única filha muito jovem também, e ele e sua esposa ainda lidam para superar isso.
- Você é o melhor. – Eu sorrio e sigo em direção aos elevadores.
Quando eu chego ao meu andar, o senador vai entrando em seu gabinete. Ele deve ter
tomado o elevador da garagem.
- Bom dia, senhor. – Eu o cumprimento.
- Bom dia, Hazel. – Ele diz e entra em sua sala.
Eu coloco a minha bolsa para baixo e começo a minha rotina diária. Primeiro vou até a
cozinha para preparar o seu café.
Eu bato na porta antes de entrar e coloco o seu café sobre a mesa. Ele está ao telefone,
mas me dá um sorriso grato.
- A imprensa está a postos lá fora. Eles até começaram a tirar fotos quando eu cheguei.
Acho que eles pensaram que eu era alguém importante. – Eu falo sorrindo.
- Você é alguém especial, Hazel. – A sua voz reverbera por todo o meu corpo.
- Obrigada. – Eu tento não parecer muito afetada, mas eu sei que ele pode ver o quanto
as suas palavras mexeram comigo.
- As convenções sempre têm esse efeito na imprensa. Eles querem saber de tudo que está
sendo acordado entre os países.
- Tenho certeza que sim. Todo mundo quer saber o que acontece nesses encontros.
- Não há nada de tão misterioso. Apenas líderes lutando pelo melhor para o seu país.
***
Eu não tinha notado que havia algo agendado para o horário das 21h00min, não há
nenhuma informação sobre esse compromisso ou com quem será. Eu nem mesmo sei quem o
adicionou a sua agenda. Está marcado como privado.
- Senhor, há um compromisso marcado para hoje à noite, mas eu não sei quem o agendou.
Eu posso verificar se o senhor quiser.
- Não é necessário, Hazel. Eu mesmo que marquei. Eu tenho um encontro. – Ele diz.
Eu fico olhando para ele sem saber o que dizer.
Ele tem um encontro? É claro que ele tem um encontro. Ele é um grande partido e está
solteiro. As mulheres devem fazer filas para estar com ele.
Eu deveria estar grata por estar aqui por mais de uma semana sem ter que assistir
mulheres entrando e saindo do seu gabinete.
Porque eu me importo com isso ainda não entendi.
- O senhor precisa que qualquer coisa? – Eu pergunto.
- Sim, eu gostaria que você ficasse até mais tarde. – Ele diz encontrando o meu olhar. O seu
rosto não mostra qualquer coisa, então eu não consigo definir se isso é um teste ou se ele precisa
mesmo que eu esteja aqui quando o seu encontro chegar.
- Sim, senhor.
- Eu estou esperando uma ligação dos franceses à noite. Era para ser mais cedo, mas eles
são um pouco distraídos, então eu já sei que eles vão ligar tarde da noite. Enfim, eu preciso de
você aqui para atender esta chamada.
Ele ainda não me disse com quem é o seu encontro, mas os rumores de que ele gosta de
modelos é muito grande. Um site de fofocas falou que ele estava saindo com uma das Angels da
Victoria's Secret, mas não especificou qual delas.
Eu estou surpresa com o seu encontro, e também um pouco decepcionada. Eu não deveria
estar, mas não posso evitar. É embaraçoso admitir, mas por um segundo eu pensei que ele talvez
gostasse de mim.
Que idiota que eu fui.
Eu não sou arrogante. Eu sei que não sou boa o suficiente para ele, mas ainda assim. Ele me
faz sentir como se eu fosse a única mulher no mundo. O que não é uma surpresa. Os homens fazem
esse tipo de coisas para entrar em suas calças. Mas algo sobre a forma como ele me olha me diz
que eu não sou louca.
18

Archie

Algo não está certo.


A mensagem que eu acabei de receber do governador me diz que algo terrível acabou de
acontecer.
- Isso é sobre a missão em Marnistan? – Eu pergunto enquanto ando pelo corredor cercado
de militares.
- A missão falhou, senhor. – Greg fala enquanto caminha ao meu lado.
- Como assim falhou? – Eu pergunto um pouco mais alto do que deveria.
- O governador está agora em uma ligação com o presidente para traçar um plano de
resgate para os que ficaram. – Ele me informa.
- Há muitos feridos?
- Quase metade da nossa equipe. – Ele respira fundo.
- Kennedy está morto?
- Não, senhor.
Kennedy é um agente infiltrado que liderava uma equipe de sete agentes para encontrar o
esconderijo de um grupo extremista que atacou o parlamento em Hartford há seis meses. Eles
mataram mais de vinte pessoas e deixaram pelo menos cem feridos.
- Eu não entendo. Então qual é o problema? – Eu sei que as mortes desses agentes são de
grande perda para a nação, mas nós já sabíamos dos riscos e eles também.
- Nossas tropas encontraram três mulheres e cinco crianças mantidas em cárcere privado
com eles. Eles foram mantidos em condições indesejáveis e...
- Não precisa continuar, Greg. – Eu o corto.
Isso me bate com mais força do que eu esperava. Além das mortes ainda temos crianças em
situações de riscos e condições piores do que imaginávamos. Nada nunca nos prepara para esse
tipo de coisa. E apesar de isso ser de responsabilidade exclusiva do governo, eu não consigo ficar
de fora.
- O que Martin pretende fazer? – Pergunto enquanto tomamos o elevador.
- Ele já comunicou ao presidente sobre o ocorrido, e um avião foi enviado para recolher os
mortos e sobreviventes.
Como líder do senado americano, é meu dever assinar leis que venham trazer benefícios
para a população em geral. Nunca é fácil se deparar com algo assim, mas é necessário.
Quando eu chego ao gabinete do governador, ele está encerrando a ligação. O seu rosto
parece cansado e eu acredito ter a mesma expressão.
- Quando informaremos as famílias? – Pergunto.
- O presidente está voltando da Inglaterra agora mesmo, então podemos começar os
preparativos para recebê-los. Quanto às famílias, eu mesmo o farei. Esses eram nossos homens, e
eles merecem todo o respeito pelo serviço prestado não só ao nosso estado, mas a nação. – Martin
diz com pesar.
O resto da noite passa como um estalar de dedos. Eu nem percebo que já é dia quando as
cortinas são erguidas. Passamos toda a madrugada traçando um plano para voltar e procurar
mais reféns, mas tudo que conseguimos até agora é muito arriscado.
Comandar uma tropa para um país estrangeiro é sempre muito complicado. Há sempre uma
margem de erros que nos mantém sob a borda.
Eu cheguei até a esquecer o meu encontro da noite passada. Celine é uma linda mulher,
mas eu não estou interessado nela dessa forma.
Eu já tinha marcado esse encontro e não quis parecer grosseiro dispensando-a como se ela
fosse uma mulher qualquer. Mas a verdade é que não consegui tirar o meu pensamento de Hazel
durante todo o jantar. E a com a chegada da notícia, eu fiquei aliviado em encerrar o nosso
encontro. Não que eu esteja feliz com o que aconteceu com a nossa tropa ou os reféns, mas isso me
deu a oportunidade de encerrar esse encontro desastroso.
Eu preciso fazer alguma coisa. Eu quero Hazel em meus braços o mais rápido possível. E
não vou descansar até conseguir, mesmo que isso custe perder tudo o que eu tenho lutado.
Hazel vale muito a pena.
19

Hazel

O dia estava uma loucura.


Eu recebi uma mensagem do assessor do senador às cinco da manhã e fui correndo para o
Capitólio.
Eu sabia que algo terrível tinha acontecido, mas não imaginei que fosse tanto. Eu sempre
assisti a resgates de reféns pela televisão e nunca é uma coisa boa. Mas viver isso é muito mais
intenso.
Quando eu chego ao Capitólio, estou fora do elevador e vejo o senador no corredor
falando com o seu assessor. O meu corpo responde imediatamente. O meu pulso acelera, os meus
mamilos ficam eretos e uma corrente elétrica escorre pelo meu corpo, indo em direção as minhas
partes de menina.
Ele está em um jeans escuro e um suéter azul que contrasta com os seus olhos. Ele me vê e
faz uma pausa no meio da frase, e me dá um sorriso triste. O meu coração dispara e de repente
fica difícil respirar.
Os seus olhos não desviam dos meus enquanto ele continua falando com Gregory. Eu
quebro o nosso o olhar e vou para a minha mesa.
Tudo está um caos. O serviço secreto está mantendo um controle fora do comum nos portos,
aeroportos e demais vias de acesso ao país. Eles não querem ser pegos de surpresa por algum
protestante disposto a se vingar.
O senador está sobrecarregado. Eu posso sentir. Como líder do senado americano. É seu
dever estar ao lado do chefe do país em situações complexas como esta. O seu papel vai muito
além de fiscalizar o governo, e aprovar autoridades, orçamentos e leis.
O telefone não para de tocar um só minuto. Durante todo o dia, chefes de departamentos
de jornalismo dos mais importantes jornais do mundo querem falar com o senador, ou qualquer
líder do governo.
A assessoria do governo soltou uma nota sobre o ocorrido, e o lugar virou uma loucura. Mas
fomos instruídos a não atender nenhumas das ligações. O presidente dará uma entrevista no final
do dia, e depois disso o senador e governador também se pronunciaram.
Após um dia inteiro, tudo que eu quero é ir para casa e abraçar a minha avó. Situações
como essa tendem a nos deixar mais carentes. Nada como ficar ao lado das pessoas que mais
amamos para nos fazer sentir bem.
O senador convoca uma reunião de emergência. Eu pego o iPad e sigo os meus colegas de
trabalho para a sala de conferência.
O senador observa cada passo que eu dou até a sala enquanto somos informados sobre
como devemos nos comportar frente à imprensa diante dos acontecimentos atuais. Resgatar reféns
de um país estrangeiro não é uma coisa pequena. E temos que saber lidar com isso de forma
profissional.
Nada será dito antes de passar pela assessoria de imprensa do senado. Qualquer um que
for pego dando entrevistas será punido com rigor. Depois de tudo esclarecido somos liberados.
***
Eu me levanto da minha mesa e vou até o banheiro. Verifico minhas roupas, e corro as
minhas mãos pelo meu cabelo e saia. Tem sido um dia longo, mas estou feliz em poder ajudar de
qualquer forma que eu puder.
Quando eu saio do banheiro, o senador está falando com Arizona, que é a secretária do
governador. Eles parecem íntimos, então eu me viro e tomo o caminho mais longo de volta para a
minha mesa.
De volta ao meu lugar, eu termino o meu trabalho. Os meus olhos estão cansados, as minhas
mãos e coluna estão doloridas. Eu tive cerca de dez xícaras de café para me manter de pé.
Eu ouço os seus passos e olho para cima.
Já é tarde. E com exceção dos seguranças, nós somos os únicos no prédio. Ele vem em
minha direção. Vejo-o passar a mão sobre o rosto e levantar a cabeça.
Ele parece exausto.
Eu rapidamente abaixo a minha cabeça para ele não perceba que eu estava olhando
para ele.
O meu estômago vibra quando ele chega mais perto.
A sua energia toma conta de mim. Ela me envolve, e eu sinto o meu coração disparar
quando ele para diante de mim.
- Você deveria ter ido para casa, Hazel. – A sua voz é rouca e convidativa.
- Eu pensei que o senhor poderia precisar de mim. – Eu digo encontrando os seus olhos. O
que é uma péssima ideia, porque eu posso ver a intensidade por trás deles.
Ele puxa o assento ao meu lado, e eu não consigo me concentrar no que estava fazendo.
Ele cheira tão bem. O seu perfume é como uma gota de chuva em um dia quente. E de repente eu
estou muito consciente dele. Ninguém nunca penetrou em meus sentidos como ele.
Nada nunca foi tão certo e errado ao mesmo tempo.
Eu tento não notar os ricos contornos de seus ombros e braços pressionados contra o tecido
da sua roupa. Eu nem me atrevo a baixar o olhar e correr o risco de ser pega observando as suas
partes.
Com esse pensamento, eu sinto o meu rosto esquentar.
- Eu tenho certeza de que você não assinou nenhum acordo para trabalhar até tarde todos
os dias. – Ele diz.
- Eu gosto do que faço. E quero muito ajudar no que eu puder. Eu sei que não há muito que
eu possa fazer, mas gosto de pensar que serei mais útil assim.
- Você é uma boa pessoa, Hazel. Eu soube disso no primeiro momento que os meus olhos
bateram nos seus. – Ele diz, e eu paro de respirar por alguns segundos.
- Obrigada. – Eu engulo em seco, e encontro a minha voz para falar.
Ele parece cansado, mas calmo. Firme. Os seus olhos quentes e amigáveis. Ele se inclina
para trás e coloca o seu braço na minha cadeira. – Eu já muita coisa desse tipo acontecer, durante
esse tempo que estou na política, mas nunca fica fácil. – Ele olha para mim, e eu não posso desviar
o meu olhar.
Estou presa em seu encanto.
- Eu queria mudar muita coisa. Ainda há muita desigualdade social, e eu sei que será
haverá, mas eu não posso deixar de lutar por um mundo melhor para aqueles que não têm nada
ou quase nada.
Ele soa tão apaixonado pelo que faz, que eu sinto vontade de aplaudi-lo. E eu estou
embriagada com o seu perfume viril.
- Eu sei que você consegue. – Os seus olhos caem sobre os meus lábios por um momento.
Eu sinto a mudança no ar.
Nenhum de nós está rindo.
Eu acho que ele vai me beijar. E uma parte de mim grita, SIM!
- Você tem muita fé em mim, Hazel. – Ele sussurra.
A minha pele esquenta. E eu estou quase sem ar.
- Apenas confirmando um fato. – Eu engulo em seco.
- Você é incrível.
Os meus olhos quase saltam da minha cara.
- Eu acho você fascinante. E o fato de você está aqui há esta hora me diz que eu fiz a
escolha certa. – Ele diz.
- Assim como o senhor está.
- Eu sou o chefe.
- E eu a sua assistente. É o meu trabalho estar ao seu lado sempre. Então aqui estou.
- Eu gosto disso. – Ele sorri e sinto as minhas pernas moles.
A ideia de o senador gostar da minha presença faz coisas para mim. Coisas que eu nem
pensei que poderia sentir.
Ele é o líder do senado.
Ele é o meu chefe.
E agora ele é tudo que eu posso pensar dia e noite. Nada foi tão excitante para mim como
este homem.
- O que a sua família acha de você estar na política? – Pergunto.
- Os meus pais não ficaram muito felizes, mas se acostumaram. Já os meus irmãos não
acham nada. Eles sempre me apoiam em tudo. E isso é o que me basta.
- Sério? Que bom. Eu sempre quis ter irmãos, mas os meus pais morreram logo cedo. Então
adotei a minha melhor amiga e o seu irmão como os irmãos que eu nunca tive.
Eu vejo uma breve mudança no seu olhar quando eu falo isso. Eu não sei se isso o chateou
ou se é só impressão da minha cabeça.
- Então, me fale mais sobre esses seus amigos. – Ele pede.
Eu sorrio. – Eu os amo muito. Gia é maravilhosa. Ela é generosa, dedicada, sincera,
parceira e muito maluquinha. Ela é a minha pessoa.
- E o rapaz? O que ele representa para você? – Ele me pergunta, e eu vejo que ele
realmente quer saber o que Scott significa para mim.
- Scott é o irmão mais velho que toda garota sonha em ter. Ele é muito protetor e sempre
esteve lá para mim. Ele é um pouco estourado às vezes, mas ele tem um grande coração. – Eu falo.
- E você tem certeza de que ele é apenas um amigo? – Indaga.
- Sim. Eu não poderia pensar em Scott de outra forma. Seria como ter pensamentos sujos
com o seu irmão. – Eu rio.
Há um silêncio.
Ele parece genuinamente satisfeito com a minha resposta. Então se inclina para frente. Ele
está tão perto que o seu peito quase toca o meu, e uma parte de mim quer que ele avance.
- Nenhum namorado? – A sua voz é profunda.
- Oh, não. – Eu balanço a minha cabeça rindo.
- Por quê? – Ele pergunta, e levanta a mão para enfiar uma mecha de cabelo atrás da
minha orelha.
Um arrepio corre pela minha espinha.
Desejo escorre em minhas veias.
O meu coração bate desenfreado enquanto olhamos um para o outro.
- Todo mundo quer encontrar o amor da sua vida um dia. – Eu falo.
- Eu acho que sim. – Os seus olhos estão em minha boca quando ele diz.
A minha garganta fica seca. E eu penso em como seria ter os seus lábios contra os meus.
Sentir o seu gosto.
Mas ele não pode ser seu, penso comigo.
Um silêncio se instala entre nós. Eu sinto os meus mamilos eretos contra o tecido fino da
minha blusa. E eu tenho medo que ele desvie o olhar e note. Eu posso sentir o calor entre as minhas
pernas, me levando ao extremo.
Leva tudo de mim para me recompor. Eu tomo uma respiração profunda e quebro o nosso
olhar. Eu não queria, mas não posso me responsabilizar pelo que estou sentindo.
Eu preciso manter uma distância entre nós, então me levanto, mas ele faz o mesmo. O meu
sapato prende no encosto da cadeira e tudo acontece muito rápido. Eu percebo as suas mãos em
minha cintura, segurando-me delicadamente, mas firme para que eu não caia de cara no chão.
Nós compartilhamos um momento. Uma conexão poderosa. O calor do seu corpo contra o
meu me deixa alerta. Eu posso senti-lo. Os seus olhos azuis me olham com admiração. A sua mão
escova a minha bochecha com a ponta do polegar.
Eu não posso respirar.
Eu posso sentir o seu hálito quente na minha pele. O seu polegar roça sobre o meu lábio
inferior, em seguida, os seus lábios estão em minha bochecha. O toque suave dos seus lábios contra
a minha pele acelera o meu coração. O beijo é simples, mas poderoso.
- Eu vou te levar para casa. – A sua voz é rouca.
Quando ele se afasta, os seus olhos estão brilhando. Ele sorri e volta para o seu escritório
para pegar o seu material. E eu fico ali parada sem acreditar no que acabou de acontecer.
Eu saio do meu transe e arrumo as minhas coisas rapidamente. Quando ele volta, eu já
estou pronta. Nós tomamos o elevador para a garagem, e eu estou muito consciente do seu corpo
perto do meu enquanto o elevador desce.
Quando chegamos à garagem, Arnold está esperando por nós em seu carro preto. Eu dou
boa noite a Arnold e ele devolve com um sorriso contido.
O percurso é feito praticamente em silêncio. Com exceção de uma ou duas coisas que ele
pergunta sobre o meu curso, nada mais é dito.
O ar entre nós parece estar em chamas.
Nada é dito, mas não é preciso, por que o carro para em frente ao meu prédio. E logo
Arnold abre a minha porta.
- Boa noite, Hazel. – A sua voz é sexy.
- Boa noite, senhor.
Eu sinto o seu olhar nas sombras do vidro escuro do carro. A minha pele arrepia e o meu
estômago vibra.
Será que ele pode ver o quanto me perturba?
Eu chego ao meu apartamento e retiro os meus sapatos. Os meus pés doem de passar todo
o dia em cima dos saltos altos. A minha cabeça dói. O meu corpo e a minha mente estão
esgotados.
Eu não estou com fome, então tomo um banho rápido e caio de bruços na cama. Mas o sono
não vem. Tudo que eu consigo ver são os olhos azuis mais bonitos que eu já vi na minha vida.
20

Archie

O alvoroço sobre o resgate dos reféns no Marnistan não teve uma trégua. A imprensa
ainda fala sobre o ocorrido dia e noite. Virou manchete de primeira capa de todos os jornais mais
importantes do mundo.
A ONU aprovou as operações que antes considerava ilegais. O que nos deixa com mais
garra para lutar por aqueles marginalizados por um grupo extremista no qual o único interesse é
culpar o país por suas desgraças.
O presidente já está pronto para fazer o seu discurso. Eu faço uma varredura no local e
vejo que todos os meios de comunicações estão presentes. Todos eles parecem ter uma pergunta na
ponta da língua, e estão desesperados para perguntar. No segundo que o presidente terminar,
eles vão começar a gritar e levantar as mãos para terem uma chance.
O meu dia será preenchido com reuniões. Uma lei contra a venda de armas para pessoas
que não passaram por um acompanhamento psicológico será votada hoje.
De acordo com o secretário de Justiça do estado, essa é uma forma de manter o controle
sobre a venda de armas para pessoas com transtornos de qualquer natureza. E que venham
apresentar perigo para a população em geral.
Eu não parei de pensar no que aconteceu na noite passada entre Hazel e eu. E eu sei que
não fui o único que sentiu aquilo. Ela também o fez. Eu não posso esperar para estar a sós com
ela.
Ela parece nervosa a minha volta, mas eu não sei se é pelo que aconteceu ou se é por
causa da presença de Gregory.
- O governador quer uma reunião extraordinária para o final do dia. – Greg diz
entregando-me o documento da Lei de Armas.
- A lei será votada em uma semana e Martin sabe disso. Eu não tenho nada para discutir
sobre esse tema. – Eu falo.
- Você sabe que ele só está pressionando para vê-lo se afogar. Precisamos mostrar a que
viemos.
- Leve isso para o Secretário de Justiça, por favor. – Eu digo a Hazel, entregando-lhe os
papéis assinados. Eu quero que você o entregue pessoalmente.
- Sim, senhor. – Hazel responde formalmente. Então ela sorri rapidamente, antes de virar e
sair pela porta, assim como Terrence entra no meu escritório.
- Você autorizou a investigação? – Terrence pergunta.
- Que investigação? – Greg pergunta.
- Sim. Já está em andamento. Estou investigando as denúncias de corrupção contra Martin. –
Eu falo olhando diretamente para Greg que me olha com os olhos arregalados.
- Você está cutucando a onça com vara curta. Ele não irá sossegar enquanto não acabar
com você. – Greg diz com preocupação.
- Esse é o meu trabalho, Greg. Eu não posso me esconder e fingir que nada está
acontecendo.
- Você tem provas concretas sobre essas fraudes? – Greg pergunta.
- Há uma pilha com documentos que indicam fraude desde o primeiro ano de governo. E
não para por aí. – Terrence responde.
- Isso vai ser um escândalo. – Greg diz.
- É o que acontece com políticos corruptos. – Eu dou de ombros.
- Com a queda de Martin, nós teremos mais força para seguir firmes com a sua
candidatura à presidência. – Terrence fala.
- Eu não preciso que ele esteja fora para concorrer. O povo é quem vai decidir quem é a
melhor escolha para o país.
- Sim, mas ainda precisamos de uma grande quantidade de apoio financeiro de empresas
para chegar até o fim.
- Quando você anunciará a sua campanha? – Terrence pergunta.
- Eu quero estar pronto no próximo mês. Assim que votarmos a Lei de Armas e tiver início à
investigação formal contra Martin. – Eu falo.
- É uma boa jogada. – Greg fala.
A próxima eleição não será fácil. Martin tem muita determinação e eu sei que ele não vai
desistir fácil. E mesmo com a acusação de corrupto, ele vai ser um adversário muito forte.
Martin tem recursos infinitos. O apoio público será o grande diferencial nesta campanha. Eu
vou precisar de um bom apoio financeiro para vencê-lo. Mas eu sei que posso contar com o apoio
de muita gente que quer o país progredindo.
- Esse será um dos pontos fracos de sua campanha. – Greg diz.
- Sim, mas não podemos nos ater a isso. Martin é um forte candidato e ele não vai hesitar
em passar por cima de quem for para chegar à presidência. – Eu falo.
- É verdade. – Terrence concorda.
- Embora eu tenha que dizer que a investigação vai durar muito mais tempo do que
imaginamos. Essas coisas nunca se esclarecem tão cedo. – Terrence fala.
- Se as provas forem conclusivas, em um mês ele será julgado. – Eu respondo.
O telefone toca e eu sei que é o ramal de Hazel.
- Sim. – Eu respondo.
- Senhor, a sua reunião com a Secretária de Defesa será em 10 minutos. – A voz suave e
aveludada de Hazel soa através da linha.
- Obrigado. Eu vou estar pronto em cinco. – Eu falo.
- Sim, senhor. – Ela desliga.
Greg e Terrence saem e eu me preparo para receber Margaret. Ela é uma mulher amarga
e muito difícil. Ela também não gosta de mim. Eu sei que ela apoia Martin, mas quero ver a sua
cara quando as acusações contra Martin forem formalizadas o que ela irá fazer.
Eu estou com fome e cansado demais para esta merda. Mas não posso cancelar essa
reunião. Ela é uma mulher determinada a me levar para baixo seja qual for à ocasião, e eu não
posso deixar isso acontecer.
Hazel me avisa da sua chegada, e que ela trouxe a sua equipe junto. Se fôssemos apenas
nós dois poderíamos ter uma conversa mais civilizada, mas ela sabe jogar bem esse jogo. Só que
eu sou mais esperto.
- Margaret. – Eu me levanto para recebê-la.
- Como vai senador Vough? – Ela diz friamente.
- Eu vejo que você trouxe companhia. – Eu ironizo.
- Você está ultrapassando todos os limites com essa investigação contra o governador. – Ela
cospe o veneno.
- Há provas concretas das fraudes, mas se você quer ficar ao lado de um político corrupto
fique à vontade. Isso não é um problema meu. E eu não pretendo discutir com você as minhas
decisões.
- O senado não tem o direito de investigar sem uma votação. Você só está querendo puxar
o tapete do governador para que ele não concorra contra você na eleição para presidente.
- Eu acho que você não é tão ingênua assim, Margaret. E o senado investiga as acusações
mediante provas concretas. E isso é o que estou fazendo. Não tenho nada contra o Martin, mas não
posso deixar isso passar.
- Você está focando indevidamente contra o líder do nosso estado.
- Não. Eu estou apenas investigando os fatos. Você precisa rever os seus aliados, Margaret.
Isso não vai ficar bonito e quem estiver no meio vai ser arrastado junto. – Eu falo com sinceridade.
- Martin é um velho amigo. Você não abandona os amigos. – Ela diz.
- Eu não vou me desculpar por fazer o meu trabalho.
Margaret fica olhando para mim e eu olho em volta. A sua assessora e a parece que quer
arrancar os meus olhos. E sua assistente está muito assustada.
O silêncio é constrangedor.
- Saíam. – Margaret diz para a sua equipe. Há um momento de hesitação, mas elas então
fazem o que foi pedido.
Assim que a porta se fecha, eu volto a enfrentar Margaret. – Quanto ele está te pagando,
Margaret?
Ela parece chocada com a minha pergunta. – Eu não sei do que você está falando. – Ela se
defende. – Este é um jogo muito perigoso, Vough.
- Eu não tenho medo dele.
- Você deveria ter. Martin não está sozinho nessa, e se eu fosse você ficaria esperto. – Ela
diz.
- Você está me ameaçando, Margaret? – A minha paciência está chegando ao fim.
- Não. Apenas confirmando um fato. Isso é uma briga de cachorro grande e você pode
acabar se dando muito mal, indo contra o homem que controla o estado.
- Uau! Você deve estar muito fundo nisso, mas isso só me motiva ainda mais. E eu não vou
descansar enquanto não derrubar cada um deles. – Eu praticamente rosno.
- Essa investigação não vai muito longe, Vough. Marque as minhas palavras. Eu estou te
dando uma última chance para parar esse absurdo. – Ela ameaça.
- Ou o quê? – Pergunto.
- Ou eu não vou ser capaz de detê-los. Talvez eu nem queira. Digamos, que temos muita
gente importante ao nosso lado.
Eu ranjo os meus dentes e olho para Margaret por alguns segundos. Eu não sei se alguém
pode ser mais desprezível do que está mulher, mas espero nunca encontrar outra igual.
- Saia do meu gabinete e não volte. – Eu rosno.
Margaret sorri e balança a cabeça antes de se levantar e sair sem um pingo de vergonha
na cara. Ela está gostando disso.
- Você trouxe isso para si mesmo. Não diga que eu não avisei. – Ela debocha.
- Você não é nada. Eu sou o líder do senado americano. Você não me dá ultimatos ou
chances de merda. Agora saia daqui, antes que eu chame a segurança.
Margaret vai embora, não parecendo nada envergonhada. Ela joga do mesmo lado sujo
que Martin. E eu vou ter muito prazer em derrubá-la, assim como cada um deles.
21

Hazel

Eu ouço os gritos, mas não me atrevo a entrar em seu escritório. Eu sabia que essa não
seria uma reunião amigável.
Eu ouvi Greg comentando com Terrence, que Margaret e o senador não se dão nada bem,
mas não imaginei que chegasse a tanto.
Margaret sai do gabinete do senador com um ar de deboche. Eu volto a minha atenção
para o meu trabalho.
Pergunto-me se eu deveria ir ver se ele precisa de algo, mas decido não incomodar.
Minha mente corre solta sobre a noite anterior. Então eu tenho que me lembrar o que eu
estou fazendo aqui.
O senador é apenas o meu chefe. Ele não me vê como eu gostaria. O que ele poderia ver
de interessante em uma garota simples como eu. Ele pode ter qualquer mulher que ele quiser aos
seus pés.
Eu tenho certeza de que todas as mulheres já tiveram algum tipo de fantasia com ele.
Ninguém está imune ao seu charme natural. O seu sorriso e o poder que exala de dentro dele.
Eu não sei quanto tempo eu fiquei nessa névoa sonhadora, até que um limpar de garganta
me traz de volta à realidade.
O senador está de pé me encarando. Ele parece mais calmo agora.
- Senhor. – Eu digo e me levanto.
Ele fecha a distância entre nós. E a próxima coisa que eu sei é que sua cabeça está
mergulhando lentamente até mim. A minha respiração fica presa na minha garganta. O seu braço
serpenteia a minha cintura pressionando-me contra o seu corpo duro.
Ele tem cheiro de especiarias e perfume amadeirado. Aspiro o seu cheiro enquanto a sua
respiração faz cócegas em minha pele. Os seus lábios são quentes e suaves quando tocam a minha
bochecha.
Eu estou perdida.
Ele usa a sua outra mão para virar a minha cabeça e encará-lo. Os nossos olhos se
encontram e eu sinto um arrepio percorrer o meu corpo. Desejo escorre pelas suas íris azuis.
O meu coração está batendo muito forte dentro do meu peito. A minha respiração está
afetada. A minha pele formiga com o desejo de tê-lo.
Nada nunca pareceu tão certo.
Tudo que eu posso pensar é se ele vai me beijar.
Ele se inclina e beija o meu pescoço. Eu deixo a minha cabeça cair para trás com um
gemido. Ele ri, esfregando a ponta do seu nariz ao longo do meu colo e pescoço.
- Senhor. – Eu sussurro.
- Shh! – Ele se inclina e beija a minha clavícula.
- Você cheira tão bem, Hazel. – Ele sussurra contra a minha pele em chamas.
Ele me segura mais perto, beijando e acariciando o meu pescoço. Eu começo a ficar
preocupada, querendo saber se alguém pode nos ver. Eu sei que o segurança está do outro lado
do corredor, onde ele não pode nos ver, mas mesmo assim não posso deixar de entrar em pânico.
- Eu não...
- Ninguém pode nos ver. E se virem eu não me importo. Nós somos livres. – Ele segura a
minha cabeça entre as sua mãos. E eu posso ver a determinação gravada em seu rosto.
Archie Vough, senador do estado de Connecticut quer me beijar. E eu não posso acreditar
que isso está realmente acontecendo.
O telefone toca nos tirando da névoa que estávamos envolvidos.
Ele amaldiçoa sob sua respiração enquanto nos afastamos. O telefone continua tocando.
Nós trocamos um olhar quando ele se vira e entra em seu escritório. Eu tento me recompor e
atendo o bendito telefone.
Eu me forço a voltar ao trabalho com a sensação dos seus lábios macios contra a minha
pele.
22

Archie

Eu preciso ter mais controle, quando se trata de Hazel.


Essa mulher me tem de joelhos.
Eu não consigo parar de pensar no quanto eu a quero. E isso está se tornando perigoso.
Ela poderia me acusar de assédio sexual, por causa da minha completa falta de controle
diante dela.
Eu estive pensando nela todo o dia. E depois da minha discursão com Margaret eu perdi
totalmente o controle.
Eu sei que isso não é culpa dela, mas quando eu a vi ali diante de mim, eu não consegui me
parar.
Quando eu percebi já era tarde demais.
Não que eu me arrependa.
Tudo que eu mais queria era sentir o gosto dela. Abrir a minha boca e beijá-la, saborear
cada centímetro lentamente.
A cada dia que passa está ficando mais difícil controlar os meus impulsos em relação e ela.
Hazel me deixa louco como nenhuma mulher já fez.
Ela está em minha mente todas as horas do dia.
Eu não consigo dormir.
Eu preciso de algo para ocupar a minha mente.
Eu decido ligar para os meus irmãos. Estou precisando queimar algumas calorias ou vou
acabar explodindo.
Rick atende no segundo toque. – Ei, irmão mais velho. Como vai?
- Eu preciso ocupar a minha mente urgente. – Eu falo.
- Você já não é bastante ocupado? – Ele está tentando me irritar.
- Tem essa garota que está...
- Não precisa continuar. Nós estamos indo jogar golfe. Que tal se juntar a nós?
- Eu chego aí em vinte minutos. – Eu falo e desligo.
- Hazel, ligue para Arnold e diga que eu vou sair em cinco minutos. – Eu falo através do
ramal. Eu não sei se posso encará-la depois da forma que eu praticamente a ataquei agora a
pouco.
- Sim, senhor. – A sua voz sai rouca e afetada.
Quando eu saio, ela está olhando para algo no computador, mas eu só consigo olhar para
ela. Nada mais importa quando ela está em questão.
- Eu vou sair com os meus irmãos e não sei se vou voltar. Você está livre para ir para casa.
– Eu falo.
- Sim, senhor. – Ela diz encontrando o meu olhar.
Ela parece decepcionada. E eu não posso deixar de me chutar por ser um completo idiota,
mas também não posso deixar de pensar que é melhor assim.
Quando eu saio, Arnold está me esperando. Eu subo no banco de trás e peço que ele me
leve até o clube. Eu sempre odiei golfe, mas acabei me acostumando. Esse é algo que fazemos
sempre.
- Então, quem é ela? – Rick pergunta com um sorriso idiota em seu rosto.
- Eu não quero falar sobre isso. – Eu falo.
- Ah, qual é. Você não vai nos deixar no gancho. – Ed provoca.
- Ela é a minha nova assistente. E eu estou perdendo a minha fodida mente. Eu não posso
parar de pensar nela todo o fodido dia e noite.
- Você está transando com ela, ou o quê? – Rick pergunta assim que atingimos o campo.
- Vocês são uns idiotas. – Eu mantenho a minha expressão entediada.
- Sim, nós somos. Agora derrame, homem. – Ed fala.
- Não. Eu não estou transando com ela. – Eu falo revirando os olhos para os dois idiotas à
minha frente.
- Certo, e você não é o meu irmão mais velho. – Rick sorri. A minha fama de playboy me
precede. E eu não me orgulho disso.
- Nós vamos jogar ou o quê? – Eu pergunto não querendo responder nenhumas das
perguntas que eu sei que eles vão fazer.
- Você precisa transar, cara. – Ed diz com um sorriso.
Eu não estou disposto a falar sobre Hazel para eles ou ninguém. Eu amo os meus irmãos,
mas Hazel penetrou na minha pele de uma forma que ninguém conseguiu. E eu estou ansioso para
saber como somos juntos.
Eu só preciso encontrar uma forma de fazer isso.
Eu preciso tê-la.
23

Hazel

Eu estou nervosa no dia seguinte, depois de tudo que aconteceu entre o senador e eu.
Eu não consegui dormir ontem à noite, passei toda a noite revendo cada detalhe e a forma
que o meu corpo reagiu a ele. Então decidi vir mais cedo para o trabalho. Mas ele já estava aqui
quando eu cheguei. E eu ainda não tive coragem de ir vê-lo.
Eu estou na minha décima xícara de café. Eu não sei como vou me comportar diante dele
hoje. Os meus pensamentos estão confusos.
Eu não sei o que fazer.
Ele me confunde.
Eu sei que ele me quer também.
Eu posso sentir, mas algo o impede de tomar o que ele quer. E eu não sei como agir.
Eu termino de preparar o seu café. Talvez eu queira saber por que ele me beijou e depois
correu. Ou talvez isso seja apenas um pretexto para vê-lo.
- Posso entrar? – Eu pergunto batendo em sua porta.
Ele estava olhando para algum documento, mas agora me dá toda a sua atenção. Eu sinto
o meu corpo aquecer com o seu olhar.
Ele parece feliz em me ver.
- Eu trouxe o seu café, senhor. – Eu ando até a sua mesa e coloco a xícara para baixo.
- Obrigado, Hazel. – Ele diz com um sorriso.
Eu sorrio de volta, encarando os seus olhos azuis. Eles estão com um brilho diferente. Ele
parece confuso também. Então eu me viro e saio do seu escritório.
Eu não consigo parar de pensar nele, e o nos seus lábios macios contra a minha pele. A
forma como os seus olhos quentes me encararam com desejo, e como o meu corpo despertou
apenas com o seu olhar.
Eu volto para a minha mesa, onde eu tenho muito trabalho para fazer. Gregory me entrega
a nova agenda com compromissos que o senador deverá comparecer. E eu tenho que fazer a
minha mágica para encaixá-lo em todos priorizando os almoços e jantares com possíveis
patrocinadores para a sua campanha para a presidência.
O senador Vough irá se ausentar das suas funções em poucos meses para se dedicar à
campanha.
A porta do seu escritório se abre e ele vem em minha direção.
- Eu tenho algum horário livre está noite? – Ele se inclina sobre o meu ombro para olhar
para a tela do computador.
Um arrepio percorre o meu corpo.
Eu busco na tela o horário referido, e aponto para tela incapaz de falar com a sua
proximidade. Esse homem me deixa sem palavras. A sua presença me deixa desconcertada.
- Ótimo. – Ele se inclina mais ao meu ouvido e sussurra. –Esteja pronta às sete.
O meu corpo treme. Eu quero perguntar onde estamos indo, mas ele me dá um sorriso e sai,
deixando-me ainda mais confusa.
Eu nem sei o que vamos fazer. Nem o que devo vestir. Será algum compromisso de
campanha? Ou alguma visita formal que ele precisa de sua assistente?
***
Eu vou para casa para me trocar. Eu não sei que tipo de lugar nós estamos indo, então opto
por um vestido rodado com tule transparente de cor creme. E um par de sapatos de salto para
combinar.
O vestido veste muito bem, e eu me sinto sexy. Eu deixo o meu cabelo solto em ondas leves
e aplico um pouco de maquiagem.
Nada muito exagerado.
As sete, o carro está esperando por mim lá embaixo. Ele está usando um carro Mercedes
Benz S600 Pullman. E um tipo de carro como a limusine. O carro é à prova de balas e tem vidros
escuros o que permite a privacidade de quem está do lado de dentro.
Arnold sorri para mim quando me vê, e depois abre a porta.
Eu estou nervosa.
Eu subo na parte traseira do carro, e o vejo sorrindo para mim. Ele está usando um terno
escuro com uma camisa branca e uma gravata azul que descarta os seus olhos perfeitamente. O
seu cabelo está penteado para trás. Ele parece um modelo dessas marcas famosas.
Bonito e requintado.
Eu sorrio de volta.
Enquanto Arnold nos leva para o tráfego, eu mantenho a minha cabeça baixa. Eu sinto a
mudança no ar.
- Você está linda, Hazel. – A sua voz aveludada me elogia, e eu me derreto.
- Obrigada. Onde estamos indo? – Pergunto.
- Você verá. – Ele sorri sem dar mais detalhes.
Ficamos em silêncio enquanto Arnold nos leva pela cidade. O carro segue pela estrada que
dá acesso aos condomínios de luxo de Hartford.
O silêncio se instala entre nós.
- Eu gosto de você, Hazel. – Ele diz baixinho. – Eu gosto muito de você. Eu não paro de
pensar em você. E isso está me deixando louco.
Eu sei que não deveria, mas não posso evitar.
Eu torço os meus dedos nervosamente. – Eu penso em você também.
Os seus olhos incendeiam com a minha resposta. E eu sei que ele gostou muito do que ouviu.
Um sorriso se arrasta pelo seu rosto bonito, e eu sinto o meu coração bater mais rapidamente.
Ele se inclina e arrasta uma mão sobre o meu rosto. A minha pele queima com o seu toque.
O seu toque é macio, suave.
Os seus olhos estão em minha boca como se quisesse devorá-la. Ele roça o polegar sobre
os meus lábios. – Eu quero muito beijar você. – Ele murmura.
Deus me ajude.
O meu corpo está em chamas. Eu nunca senti nada parecido em toda a minha vida. Eu
também quero muito que ele me beije.
- Não seria apropriado. – Eu tento me convencer.
Ele sorri. – Você é tão doce, Hazel. Minha doce e linda, Hazel.
Eu estou sem fôlego. Estou muito consciente da sua proximidade. Ele está muito perto, e eu
não sei se terei forças para resistir. Eu mão quero resistir.
Tudo que eu quero é sentir os seus lábios contra os meus. A sua mão acaricia o meu rosto.
Eu fecho os meus olhos e deixo que o seu toque penetre em minhas células.
É tão bom.
Eu vejo a luxuria que emana dos seus olhos.
É excitante.
Perigoso.
A sua mão desce para o meu pescoço em um gesto de posse. Os seus olhos me olham de
uma forma possessiva e apaixonada. Eu sinto como se mil borboletas estivessem em meu estômago.
Cada pensamento se torna nada quando ele bate a sua boca contra a minha. Ele me beija
lentamente, então profundamente. Ele é um homem com fome, enquanto me devora com os seus
lábios.
Tão perfeito.
Ele tem gosto de hortelã. As suas mãos estão em meu rosto enquanto a sua língua invade a
minha boca.
O beijo se torna urgente e necessitado.
Ele me agarra por baixo e levanta sobre o seu colo. E de repente, eu estou montando-o. As
nossas línguas dançam em nossas bocas.
Eu sinto a sua dureza contra o meu centro. A minha calcinha está encharcada. Uma mão
desliza por baixo do meu vestido no interior da minha coxa. A ponta do seu dedo em meu sexo
molhado.
Eu choramingo em seu colo e ele geme.
Eu não sei o que eu estou pedindo, mas o meu corpo está febril. Um arrepio percorre a
minha espinha quando eu sinto um dedo roçar a barreira da minha calcinha. Eu gemo enquanto ele
desliza a sua língua na minha.
Os seus lábios vão para o meu pescoço. Ele lambe e cheira ao longo da minha orelha.
Provocando arrepios por todo o meu corpo.
- Por favor...
Eu não sei por que eu estou implorando.
Eu estou excitada, e meu corpo todo está tremendo.
A sua respiração está afetada. – Você é tão linda.
- Isso é um erro. – Eu falo.
Ele se afasta e me olha com desgosto. Uma sombra se instala em seu rosto bonito. E de
repente me sinto mal pelo que disse.
- Eu quero você desde o primeiro momento em que eu te vi. E pelo que percebi você
também sente o mesmo, Hazel. – Ele diz.
Eu me sinto estúpida.
Eu não podia lutar contra isso. O meu corpo precisava disso. Isso era tudo que eu sabia
nesse momento. Nada mais importava, além de ter os seus lábios nos meus. O seu corpo contra o
meu.
Eu antes que eu pudesse falar alguma coisa a sua boca está na minha. Ele me beija
profundamente, enviando-me para outro mundo. A sua língua mergulha em minha boca enquanto
ele pressiona o seu comprimento duro contra o meu centro.
Ele me beija severamente.
A sua boca está possuindo a minha.
Ele está me punindo por duvidar do que sentimos.
Eu gemo o seu nome.
- Vough.
- Archie. – Ele diz. – Me chame de Archie. – Ele geme em minha boca.
Os seus dedos estão me provocando. Eu gemo em seus braços, mas de repente o carro
para e a voz de Arnold soa pelo sistema de alto-falantes do carro.
- Chegamos, senhor.
Archie solta uma maldição e se afasta.
Eu sinto a perda do seu toque.
Ele olha para mim com os olhos cheios de desejo.
- Eu ainda não terminei. – A sua voz sai rouca.
Eu aceno com a cabeça, incapaz de falar qualquer coisa.
- Vamos. – Ele diz gentilmente, enquanto me ajuda a sair do carro.
- Que lugar é esse? – Eu pergunto.
- É um dos meus restaurantes favoritos. – Ele diz enquanto me guia em direção à porta.
O lugar é realmente muito bonito. Eu tenho a sensação de estar prestes a entrar em um
castelo. O restaurante está cercado por árvores.
Tudo sobre esse lugar grita luxo e requinte.
Eu me sinto um pouco fora de eixo, mas quando a mão de Archie descansa no arco da
minha coluna, eu relaxo com o seu toque.
Archie nos conduz para dentro do lugar luxuoso. O anfitrião muito educado nos direciona
para uma mesa reserva nos fundos.
O ambiente é muito requintado e intimidador. Olho ao redor, encantada com a decoração
estilo Chateau. A sala majestosa se impõe. Lustres de cristais compõe o lugar.
Elegante e romântico.
Uma decoração atemporal e refinada. Digna de um primeiro encontro perfeito. E depois,
há a vista encantadora, que se materializa através das grandes janelas com vista para um jardim
francês.
O sommelier chega e Archie pede uma garrafa de vinho que eu nunca ouvi falar. Então
percebo o quanto os nossos mundos são diferentes, e não posso de deixar de me sentir triste.
Archie e eu somos de mundos completamente diferentes. E eu não posso deixar de me sentir
triste com a ideia.
Ele se inclina sobre a cadeira. – Pare de pensar tanto, Hazel.
Como ele sabe o que eu estou pensando?
- É que tudo isso é muito novo para mim. – Eu falo.
- Também é novo para mim, Hazel. Eu nunca me senti assim com nenhuma mulher. E eu não
quero mais me privar daquilo que eu quero. – Ele diz confiante.
- Nós pertencemos a mundos muito diferentes.
- O que eu sinto por você vai além da questão social, Hazel.
Eu olho para ele fixamente.
- O que acontece quando descobrirem o que estamos fazendo? – Eu pergunto.
- Isso não é da conta de ninguém. E eu não me importo com que as pessoas vão achar. Eu
só quero saber o que você acha.
- Eles vão tentar encontrar qualquer coisa para atacar você. Não teremos paz alguma. Eles
não vão sossegar.
- Eu não estou preocupado comigo. – Ele diz.
Os seus olhos escurecem com necessidade. Eu sinto a atmosfera do ambiente mudar. Os
meus mamilos estão empinados.
- É muito arriscado. – Eu falo.
- No meu campo tudo é arriscado. Eu estou cansado de ser cauteloso. Toda a minha vida eu
vivi pisando em ovos. Eu não quero mais isso. Eu quero estar com você, e não me importa o que os
outros vão pensar. – Ele diz firmemente.
Eu quero perguntar o que ele quer dizer com isso, mas nossa comida chega, então a
conversa é posta de lado.
Não há um menu fixo, uma série de pratos frescos é apresentada direto da cozinha. É difícil
dizer qual é o melhor. Todos são muito bons.
Archie e eu comemos em silêncio, mas eu sinto os seus olhos em mim todo o tempo. A minha
pele arrepia sempre que sinto o seu olhar quente em minha direção. E não paro de pensar na
forma como ele me beijou.
A sobremesa é tão deliciosa, que de repente eu penso na minha avó. Ela adoraria
experimentá-la.
Depois da rica sobremesa, a conta chega. Eu vislumbro o valor, e quase me engasgo com a
minha própria saliva. É mais do que o meu salário de pelo menos três meses.
Eu olho para Archie em estado de choque. Ele levanta os seus olhos e retorna o meu olhar.
Os seus olhos são sensuais e desafiadores.
Ele parece devastadoramente bonito, mas tão inacessível. Que eu me sinto como olhando
algo que eu nunca poderei ter.
Eu sei o que sentimos, mas isso não é o suficiente. Archie Vough é um homem poderoso. Ele
vem de uma família muito rica. Ele nunca assumiu nenhum relacionamento, e não vai ser comigo que
isso irá acontecer. Se é que podemos chamar isso de relacionamento.
Eu sei que estou sendo muito ingênua, deixando-me envolver por alguém como ele, mas eu
não posso evitar. É mais forte do que eu.
24

Archie

Eu conduzo Hazel para dentro do carro.


A partição entre nós ainda fechada, o que nos permite mais privacidade. O meu olhar
repousa sobre ela.
Eu nunca vi alguém tão linda em toda a minha vida. E Hazel não é só linda. Ela é inteligente,
doce e gentil. Eu sei que tudo os seus pais morreram muito cedo, e que ela foi criada por sua avó.
Ela se senta calmamente ao meu lado, e eu não posso tirar os meus olhos dela. Eu sinto o
seu gosto em meus lábios, e a minha boca saliva para ter um pouco mais. O meu corpo está tenso
de desejo.
Eu quero muito tê-la em meus braços, mas preciso ir com calma. Hazel não é como as
mulheres que eu estou acostumado. Ela é doce e inocente, e eu a quero assim sempre.
Eu quero provar cada polegada sua, até que nos afoguemos de tanto prazer. Eu quero
provar a sua boca novamente.
Eu estudo o seu perfil, ela parece presa em algum pensamento. O seu rosto não pode
mentir. Ela faz essas expressões, e eu seguro o riso para não ofendê-la. Eu não quero que ela
pense que estou rindo dela.
Ela é tão linda.
- O que acontece agora? – Ela pergunta, encontrando os meus olhos.
Eu vejo a preocupação em seus olhos cor de avelã. Então era isso que ela estava
repassando em sua mente?
Eu sorrio, e pego a parte de trás do seu pescoço gentilmente puxando-a para mim, e
esmago os meus lábios nos seus.
Eu sinto a sua língua na minha, enquanto a minha outra mão está em sua cintura, puxando-a
para o meu colo. Eu amo tê-la sobre mim. Os seus seios esmagam o meu peito, e eu sinto os seus
mamilos contra o tecido fino da sua roupa.
A sua pele é tão macia. E ela cheira tão bem, como o céu.
Eu gemo com o pensamento de tê-la debaixo de mim. Ela não está usando um sutiã, então
eu aperto o seu peito, o meu polegar circulando o mamilo enrugado.
As nossas respirações estão ofegantes. Eu planto beijos ao logo do seu pescoço e orelha,
onde eu sei que ela tem cócegas.
Eu a sinto tremer e ficar louca de desejo.
A urgência em nossos beijos, nossos movimentos é quase fora de controle. Eu deslizo a
minha mão sob a saia do seu vestido, penetrando a barreira da sua calcinha que já está
encharcada. Eu deslizo o meu dedo médio sob a sua abertura, e ela sacode para trás. Os seus
dedos afundam em minha pele. A sua respiração acelerada me diz que ela também sente isso.
- Eu quero você. – Eu digo a ela, mergulhando a minha língua em sua boca novamente.
Ela geme e esfrega mais contra o meu pau.
Eu empurro o meu dedo dentro e fora do seu calor apertado, sentindo estremecer de
prazer.
- Eu quero tudo de você, Hazel. – Eu falo encontrando os seus olhos.
Ela inala profundamente quando eu movimento o meu dedo dentro e fora da sua buceta e
esfrego o seu clitóris com o outro.
Eu retiro os dedos do seu sexo e os coloco em minha boca, chupando e lambendo os seus
sucos.
Os seus olhos parecem alarmados, e eu não posso deixar de sorrir.
Ela tem um gosto divino.
Eu sorrio e esfrego a ponta do meu dedo ao longo do seu lábio inferior, deixando-a sentir
um pouco do seu gosto.
Os seus olhos se arregalam ainda mais, mas ela faz o que eu peço.
Eu estou brincando com fogo, mas eu não me importo.
Hazel faz isso comigo. Ela me tira do eixo da melhor forma possível. Eu não pensei que
fosse capaz de sentir algo assim em minha vida. Eu nem mesmo sei que nome se dá a isso.
Tudo que eu sei é que eu a quero muito. E nada e nem ninguém vai tirá-la de mim. Eu nunca
quis nada na minha vida como eu a quero.
Quando o carro para, eu seguro o seu rosto em minhas mãos, e coloco a minha testa na
dela. Os seus olhos estão vidrados e cheiros de luxúria. – Você é minha, Hazel. E eu quero que
todos saibam disso, mas precisamos manter a nossa cabeça no jogo. Por agora. – Eu falo.
Um sorriso contido aparece em seu lindo rosto, e eu me sinto um idiota por não gritar para
o mundo inteiro que ela é minha. Mas não se trata apenas de mim. Hazel não pode ser jogada aos
lobos de qualquer forma. No momento que a mídia tiver conhecimento do nosso envolvimento, eles
vão cair em cima dela. A sua vida e a de todos que ela ama será exposta para todos.
Eu não posso deixar isso acontecer, pelo menos não dessa forma. Eu quero que eles a
conheçam como a mulher que conquistou o meu coração.
Ela sai do carro e eu sinto um aperto no peito com a sua ausência. Arnold parece ler os
meus pensamentos e espera até que ela esteja em segurança dentro do seu prédio para poder
sair.
***
Quando eu chego em casa, os meus irmãos estão sentados em meu sofá jogando envolvidos
em um jogo de golfe na TV.
- Bem, olha o que o gato trouxe. – Edward ri.
Eu franzo a minha testa com o comentário. – Está é a minha casa, idiota.
- Impulsivo. Aposto que a bela o rejeitou. – Rick sorri.
- Do que vocês estão falando? – Eu pergunto ao me juntar a eles no sofá.
- Você é manchete de todos os jornais, maninho. – Ed fala buscando algo em seu celular e
depois me entregando.
Merda!
Eu olho para a manchete e não posso acreditar.
“O Senador Vough foi visto na companhia de uma bela jovem em um dos restaurantes mais
exclusivos de Hartford...”
- Porra. – Eu o entro o celular e ando até o bar e me sirvo de um copo de uísque. – Como
eu pude ser tão descuidado. – Eu arrasto a minha mão pelo meu rosto.
Eu cerro a minha mandíbula com força suficiente para me fazer sentir dor.
- O que está acontecendo, Archie? – Rick pergunta.
- Ela é a minha assistente. – Eu falo.
- Porra! Você precisa cuidar disso, irmão mais velho, ou essa pobre garota será arrastada
para um ninho de cobras. – Ed suspira.
- Inferno. Eu sei disso. Você acha que eu já não pensei nisso? Quando Kristen e Joseph
souberem isso não será bonito. – Eu esfrego o meu rosto e tomo todo o conteúdo do copo de uma
só vez, sentindo a queimação pela minha garganta.
- Ela deve ser alguém especial, ou você não seria tão descuidado. – Rick diz.
- Ela é. Hazel é muito mais do que especial. – Eu falo sinceramente.
Eu sabia que seria um risco levá-la para jantar fora, mas eu não podia esperar mais um
minuto para tê-la. Eu precisava que ela soubesse o quanto eu a quero e não apenas de uma
forma sexual.
Hazel significa muito para mim. Ela me faz sentir leve, quando ela está perto tudo parece
ser mais fácil.
Parece ser idiota, mas é assim que eu me sinto.
Foi muito imprudente, mas o meu lado selvagem falou mais alto. Eu precisava sentir como é
tê-la em meus braços. E agora que eu tive um gostinho, eu não posso parar.
A minha vida inteira foi moldada para ser um boneco manipulado pelos meus pais. Eles
controlaram a minha vida por tanto tempo que eu já nem sabia o que eu queria. E quando eu
tomei as rédeas da situação e entrei para a política, eu sabia que não seria fácil também.
Os meus pais me criaram para ser o filho perfeito. O herdeiro e senhor de toda a fortuna
Vough. Nem mesmo a chegada dos meus outros dois irmãos os motivou a tirar o foco de mim.
Enquanto eu tinha todas as atenções, eles eram negligenciados.
Eu odiava isso.
Os meus pais acham que são melhores do que todo mundo. Talvez nas cabeças
perturbadas deles isso até seja a sua verdade absoluta.
Doentio.
Guardar e seguir o legado do meu pai e o nome da família foi predestinado para mim
desde o ventre da minha mãe. Mas eu nunca quis nada disso. Tudo que eu sempre quis foi ter mais
pais normais que amam os seus filhos sem distinção.
Eu nem sei mesmo se eles chegaram a me amar. Rick e Ed sempre foram colocados de lado
em tudo. Nossos pais nunca foram afetuosos ou amorosos, mas isso não me surpreende. Tudo que
eles queriam era um filho para manipular e ser igual a eles. E isso não iria acontecer com Rick e
Ed. Eles sempre foram muito rebeldes desde pequenos. Ninguém os podia controlar ou dizer o que
fazer.
Algumas pessoas podem me achar um covarde, mas eu só queria agradá-los. Demorou um
pouco de tempo, mas eu descobri que nada que eu fizesse poderia agradá-los. Sempre havia algo
para melhorar.
Eu penso em Hazel e como a sua vida foi difícil. Ela teve que lidar com a perda dos seus
pais tão nova, mas ela cresceu sob a sua dor e se tornou essa mulher incrível. Os poucos minutos
que estivemos juntos, me fizeram ver o quanto eu posso ser eu mesmo com ela. Ela é a única mulher
que eu sei que não vai sair levando a nossa história para qualquer repórter sensacionalista.
Gregory entra de repente sem bater e pelo olhar em seu rosto eu sei que ele também não
está feliz com o que viu.
- Não me venha com as suas besteiras também. – Eu o corto, não lhe dando a oportunidade
de falar o que eu já sei.
- Eles estão todos lá fora. – Ele suspira pesadamente.
- Eu não tenho nada para falar sobre a minha vida pessoal. O que eu faço com ela não
diz respeito a ninguém. – Eu grito.
- Eles querem saber quem é a mulher misteriosa que anda circulando com o líder do senado
americano. – Greg fala.
- Você não precisa dizer nada que não queira, Archie. – Ed impõe.
- Eu acho que quanto mais você se esconde, mas eles vão insistir. – Rick dá de ombros.
Eu penso no que ele acabou de falar e acho que pode ter alguma lógica. Afinal de contas
o que interessa é o que é proibido. Eu penso em Hazel e no que ela vai achar de tudo isso quando
souber.
- Vamos dar-lhes o que eles precisam. – Eu falo caminhando para a porta.
A minha casa é quase uma fortaleza. Eu a construí pensando na minha segurança e
privacidade. Mas mesmo com toda a segurança, eu me sinto invadido de uma forma sem
precedentes.
Isso é um dos lados ruins de ser uma pessoa pública. A sua vida é diariamente vigiada por
repórteres que só estão interessados em fazer dinheiro à custa dos outros.
- Você não deveria alimentá-los. – Ed rosna.
- Faz parte do pacote. – Eu falo.
25

Hazel

Não se fala em outra coisa se não a declaração de Archie na noite passada. Eu odeio ver
os momentos que compartilhamos divulgados para o mundo desta forma sensacionalista.
Eu nem mesmo liguei para minha avó para tentar explicar o que aconteceu. Eu decido
tomar um táxi para chegar ao trabalho, eu não quero entrar em uma corrida contra os repórteres
enquanto tento ir para o trabalho.
Quando eu saio há repórteres esperando por mim na porta do prédio.
- Senhorita Sutton...
Eu não o que fazer, mas antes que eu possa dizer qualquer coisa, Arnold aparece.
- Sem comentários. – Ele fala e me guia em direção ao carro.
Eu deslizo para dentro do carro grata pela sua aparição. Os repórteres tiram fotos e
gravam tudo, enquanto Arnold coloca o carro em movimento.
- Onde estamos indo? – Eu pergunto a Arnold quando ele toma um caminho diferente.
- Para um lugar seguro. – É tudo que ele responde.
Eu resisto à tentação de perguntar onde esse lugar seguro fica quando o meu telefone
vibra em minha bolsa. É uma mensagem de texto de Gia.
G: Como você está? Ligue-me quando puder.
Eu rapidamente retorno a sua mensagem.
H: Eu estou bem, obrigada por se preocupar. Eu falo com você mais tarde. Diga à vovó que
eu explicarei tudo mais tarde, por favor.
G: Não se preocupe, eu vou falar com ela.
H: Obrigada, eu te devo uma.
Coloco o telefone de volta na minha bolsa. Eu não sei o que fazer e nem como lidar com
tudo isso. Eu deveria ter imaginado que isso poderia acontecer.
Como eu pude ser tão tola?
Arnold toma o caminho do aeroporto e eu começo a me perguntar o que estamos fazendo
aqui.
Será que Archie vai me mandar para longe?
O carro para e logo a minha porta é aberta. Gregory está em pé falando ao telefone. Ele
não parece nada feliz.
- Sim, mantenha tudo pronto para quando o senador chegar. – Ele fala, e depois desliga o
telefone dando-me agora toda a sua atenção.
- Você está viajando com o senador para Seattle. – Ele diz.
- Eu não tenho uma mala pronta para viajar. – Eu falo.
- Não se preocupe, tudo foi arranjado. Você é a assistente, mas eu que faço todo o
trabalho. – Ele resmunga.
- Eu sinto muito, eu não queria...
- Eu sei, Hazel. Agora se apresse que o jatinho vai partir em vinte minutos.
- Você não irá conosco? – Pergunto.
- Não. Eu preciso cuidar de algumas coisas aqui em Hartford. Qualquer coisa me ligue
imediatamente. – Ele pede.
- Claro. – Eu aceno.
Eu entro no jatinho e percebo que sou a única mulher entre o grupo. Arnold e os seguranças
estão nos bancos da frente, enquanto Archie está ocupando um dos bancos do meio.
Estou nervosa, as minhas mãos estão suando. E eu não paro de pensar nos beijos que
compartilhamos na noite passada. E como ele me excitou e provocou. Eu não tinha ideia de que eu
poderia ser tão ousada.
Archie está digitando algo em seu celular, mas ele parece sentir a minha presença e levanta
a cabeça. Os seus olhos encontram os meus e ele sorri.
Eu sinto que há mil borboletas em meu estômago. Eu sorrio de volta e escolho um dos
lugares na parte de trás do avião. Eu não quero ser pega olhando para ele a cada segundo,
então é melhor ficar onde eu não posso vê-lo totalmente.
Eu tento não pensar na forma como ele me beijou, e como eu gostei. Eu repasso a sua
agenda e vejo as alterações que foram feitas na madrugada. Archie terá um dia cheio em Seattle.
O piloto anuncia a decolagem e em poucos minutos estamos voando. Eu coloco os meus
fones de ouvido e escolho uma seleção de músicas clássicas. Eu preciso me concentrar no trabalho,
e ouvir As Quatro Estações de Vivaldi, sempre me faz relaxar.
Eu me levantei e fui até o banheiro.
Quando olhei para cima lá estava ele.
- Senhor. – Eu disse, olhando para ele encostado contra a porta do banheiro.
O que ele está fazendo aqui?
Ele me deu um pequeno sorriso, e usou a mão para bloquear a porta do banheiro. Eu só
fiquei olhando para ele hipnotizada.
O meu peito subia e descia, ele inclinou o queixo para baixo, levantando uma sobrancelha
para mim.
Os meus olhos passaram para os seus braços que agora estavam expostos. Ele tinha
retirado o blazer e a gravata. As mangas da sua camisa branca estavam arregaçadas, mostrando
os seus braços musculosos.
Eu engoli em seco.
- Eu senti a sua falta. – A sua voz era puro sexo.
Deus me ajude.
Ele deslizou a mão esquerda em seu bolso e estreitou os olhos para mim.
O espaço era muito pequeno. Eu sabia que qualquer um poderia nos ver. Eu olhei ao redor,
mas eles pareciam alheios ao que estava acontecendo.
- Você é uma mulher impressionante, Hazel. Eu estou cada dia mais fascinado. – Ele soava
verdadeiro.
Eu mantive a minha postura, mas os meus olhos caíram para os seus lábios, e um arrepio
percorreu o meu corpo.
- Obrigada, senhor.
- Estamos de volta ao “senhor”? – Ele arqueia uma sobrancelha em confusão.
Eu inalei uma respiração instável, olhando para os seus braços e peito forte, os meus que
me seguraram na noite passada.
- Eu acho que é melhor desta forma. – Falei.
- Você é uma péssima mentirosa, Hazel. – Ele sorri, brincando comigo, me atraindo.
Eu conhecia aquele olhar que ele estava me dando. Eu posso não ser experiente neste
campo, mas esse olhar foi o mesmo que ele me deu nas vezes em que beijou a merda fora de mim,
e eu gostei.
Eu amei isso.
- Senhor.
Ele me cortou. – Archie. Chame-me de Archie, Hazel.
- Isso não é... – Eu parei procurando as palavras certas.
O meu corpo traidor estava vibrando com a sua proximidade. As minhas pálpebras caíram
para o seu lábio inferior que ele estava mordendo.
- Não é o que, Hazel? – Ele estava me provocando.
- Eu... – O meu cérebro não estava funcionando direito.
Eu tirei o meu olhar da sua boca e limpei a minha garganta, forçando os meus olhos a
permanecerem nos seus.
Eu precisava de um pouco de controle.
- Não lute contra isso, Hazel. – Ele fechou a distância entre nós e me empurrou contra para
dentro da pequena cabine.
A sua boca estava tão perto. Eu estava respirando com dificuldade. Eu precisava afastá-lo,
mas ao mesmo tempo eu não queria.
- Hazel. – Ele sussurrou, a sua mão agora deslizando pelas minhas coxas.
Eu gemi, o seu toque estava me deixando louca de desejo. Eu não conseguia pensar direito.
Tudo que eu poderia pensar em no que os seus dedos estavam fazendo para mim.
- Nós não podemos fazer isso. – Eu falo.
As minhas roupas pareciam em chamas na minha pele.
Eu queria nada mais do que rastejar para os seus braços e sentir o seu corpo contra o meu.
- Sim, nós podemos. – Ele sorri, sua mão deslizando entre as minhas pernas em direção à
minha calcinha.
Eu chupei uma respiração, e agarrei os seus ombros.
- Senhor. – Eu implorei, quando a ponta do seu dedo esfregou contra o meu clitóris.
- Você é tão linda. – Ele sussurrou.
O meu coração estava batendo desenfreado no meu peito. O seu cheiro invadindo os meus
poros. E antes que eu percebesse, os seus lábios bateram contra os meus. A sua língua mergulhou
em minha boca, me deixando fraca e necessitada. As minhas mãos foram para o seu pescoço,
enquanto ele me beijava duro.
Então ele me surpreendeu quando se ajoelhou na minha frente em um movimento rápido,
enterrando o seu rosto entre as minhas coxas. A minha mente ficou em branco, e eu perdi toda a
minha coerência.
Eu estava perdida nas sensações que estavam atravessando o meu corpo quando a sua
língua deslizou pelas minhas dobras. Que nem me preocupei em sermos flagrados por alguns dos
seguranças ou até mesmo por Arnold.
Ele chupou e lambeu o meu clitóris. As minhas mãos foram para os seus cabelos, segurando-
os com força.
Tão bom.
Eu não sabia que o meu corpo poderia ser jogado para fora do eixo central da terra, até
que ele me tocou.
- Eu poderia fazer isso o dia todo. – Ele falou contra a minha carne e eu tremi.
Eu nunca tinha experimentado qualquer coisa próxima de uma situação como esta. Mas eu
amei cada segundo.
Eu gritei quando o orgasmo rasgou através de mim. Archie colocou a mão sobre a minha
boca para abafar os meus gritos, enquanto ele continuava a chupar e lamber o meu clitóris.
As minhas mãos estavam em seus cabelos, segurando-os em um aperto de morte. E pelo
canto do olho eu vi que ele retirou um lenço do seu bolso esquerdo, e limpou entre as minhas
pernas.
- Você tem um gosto ainda melhor do que eu imaginei. – Ele murmurou, mergulhando para
me beijar. A sua língua invadiu a minha boca. Eu podia sentir o meu próprio gosto nele. E eu estava
escandalizada provando a mim mesma em sua boca, mas eu gostei.
Eu o beijei de volta com tudo que eu tinha.
Eu não consigo quero pensar no quanto isso é errado, mas ao mesmo tempo parece tão
certo.
Archie empurra o lenço em seu bolso e arruma a minha roupa. As minhas pernas estão
moles, e eu não sei se consigo andar.
- Você está bem para andar? – Ele pergunta com um sorriso.
Bastardo.
Ele sabe o quanto me arruinou com esse orgasmo majestoso.
- Sim. – Eu o desafio.
Ele sorri e ajusta as suas calças. E os meus olhos quase saltam da minha cara quando eles
caem sobre a ereção que ele ostenta.
Eu fiz isso com ele?
- Eu quero que você sente ao meu lado. – Ele fala encontrando os meus olhos.
- Eu não posso. As pessoas vão falar...
- Eu não me importo. – Ele me corta.
Archie entrelaça os nossos dedos. No caminho ele pega os meus pertences no assento
traseiro e os leva.
Eu sorrio por dentro e o sigo.
Eu sei que estou arriscando tudo, mas eu não posso evitar. Eu sei que estarei arruinada
para os demais quando ele terminar comigo, mas eu não posso parar o que sinto quando estou ao
seu lado.
***
O resto do voo passou rapidamente. Eu estava nervosa e um pouco ansiosa com o fato de
estar ao seu lado durante todo o voo de volta, mas os seus toques e beijos me deixaram mais à
vontade.
Estou muito ciente do seu toque. Nossos joelhos se tocam, o seu cheiro invade os meus
pulmões e eu não posso deixar de pensar enquanto eu quero beijá-lo.

Eu estava com medo de ser reprovada por Arnold e os seguranças. Eu sabia o que aquilo
parecia e como era suposto a terminar, e não queria ser apenas mais uma em sua lista interminável
de mulheres.
Eu afastei esses pensamentos da minha mente e me concentrei no que Archie estava
compartilhando comigo. Em pouco tempo ele irá deixar o seu cargo de senador para concorrer à
presidência, e a sua plataforma de campanha é muito boa.
Archie nasceu para liderar. Ele tem uma visão muito ampla das necessidades da população
e o que poderá ser melhorado ao longo do mandato.
- É muito bom. – Eu falo encontrando os seus olhos.
- Você acha?
- Sim. Eu acho que você será um grande presidente.
- Obrigado. – Ele sorri.
Archie me mostra mais do que ele pretende usar como plataforma para a sua campanha e
fala um pouco sobre o apoio que está recebendo.
Eu queria perguntar se os seus pais estão felizes com a ideia do seu filho se tornar o
próximo presidente da maior potência mundial, mas decidi não fazer.
O seu carisma simplesmente encanta as pessoas. Ele pode ter tem a fama de playboy, mas
ele tem o respeito e admiração de muitos, inclusive internacionalmente.
Fred já havia me avisado da sua relação com os seus pais. E pelo que eu vejo, eles não o
apoiam.
Quando o aterrissamos, os seguranças fazem os ajustes para que o senador saia em
segurança. Eu tento me afastar, mas ele mantém as nossas mãos unidas o tempo todo. O meu
estômago está vibrando e eu não consigo parar de pensar o quanto isso é bom.
O carro nos leva para o hotel, e depois de realizar o Check in seguimos para o local do
encontro.
Eu verifico a agenda do dia, e faço algumas alterações.
O dia todo será gasto com reuniões, e eu sei que ele estará esgotado no final do dia,
então agendo uma massagem para que ele possa relaxar.
26

Hazel

Eu mal podia esperar para rastejar para a cama. O dia tinha sido muito agitado. E eu
estava pronta para ter um pouco de descanso.
Eu estou saindo do banho quando uma batida na porta me surpreende. Eu olho para o
relógio e vejo que é quase uma da manhã.
Archie.
O nome vem na minha mente, e eu sinto o meu estômago dar voltas. Eu amarro o roupão, e
me apresso para abrir a porta.
Derek está do outro lado da porta. – Ele quer te ver.
Jesus!
Já é muito tarde, o que ele tem para falar comigo há essa hora?
Será que ele vai me dispensar?
Eu tento me acalmar e afasto os pensamentos negativos.
- Eu preciso me trocar primeiro. Eu encontro você no elevador em três minutos. – Eu falo e
ele balança a cabeça em concordância.
Eu fecho a porta atrás de mim e corro para me trocar.
Eu não tenho muito tempo para escolher o que vestir, então pego a primeira saia que
encontro e uma blusa.
Eu seco o rapidamente o meu cabelo com a ajuda do secador, e aplico um pouco de
perfume. Calçando os meus sapatos, eu recolho o meu iPad e chaves e corro para fora.
Derek está de pé em frente ao elevador. Nós tomamos o elevador para a suíte
presidencial, que é onde Archie está hospedado.
O elevador para no andar indicado, e Derek digita um código para nos dar acesso ao
lugar. As portas se abrem, mas ele não se move.
- Você não vai? – Pergunto.
Ele balança a cabeça e digita o código novamente. As portas se fecham e eu fico ali
parada sem saber o que fazer.
- Hazel. – Uma voz profunda murmura atrás de mim.
- Senhor.
Engulo em seco, desejo e emoção irradiando dos meus poros. Eu sinto os meus mamilos
endurecerem contra a renda do meu sutiã.
Ele está vestindo apenas a camisa branca com as mangas arregaçadas. O casaco e
gravatas já não estão. O seu cabelo está assanhado e ele parece mais quente do que nunca.
Archie se move e fecha a distância entre nós. O meu corpo vibra, e a minha calcinha está
encharcada.
Os seus olhos estão escuros, famintos.
Ele sorri para mim, deslizando a sua mão pelo meu rosto em uma caricia suave. Eu fecho os
meus olhos para absorver o seu toque.
- Tão linda. – Ele sussurra contra o meu ouvido.
Eu respiro fundo quando sinto os seus lábios sedosos contra a minha pele. Ele me beija lento
e suave.
Um arrepio percorre o meu corpo, e um gemido escapam do fundo da minha garganta.
Archie me agarra pela cintura, moldando o seu corpo ao meu. Eu posso sentir o quanto ele
está duro para mim.
- Eu não consigo parar de pensar em você. – Ele sussurra.
- Estou feliz com isso. – Eu admito.
Ele sorri, a sombra da barba fazendo cócegas em minha pele.
- Eu quero você. – Ele morde suavemente o lóbulo da minha orelha, e o meu corpo se
desfaz em seus braços.
- Isso não é uma boa ideia. – Eu gemo quando ele esfrega a sua ereção contra mim.
Ele se afasta e sorri. Os seus olhos estão cheios de puro desejo. – Você é uma péssima
mentirosa, Hazel.
Exalo.
Isso é tão imprudente.
Eu preciso ser profissional, mas a perspectiva do seu toque me deixa ousada e destemida.
E com certeza, imprudente.
O meu coração está batendo a mil por hora.
Archie segura a minha mão e me leva para dentro. Eu posso sentir o meu pulso zumbindo
em meu ouvido. Adrenalina corre solta em minhas veias.
Expectativa.
Medo.
Eu não tenho tempo para olhar em volta, em um segundo eu estou presa contra a parede.
Ele agarra a parte de trás do meu pescoço e me beija.
No instante que a sua boca encontra a minha, o meu corpo se desfaz. Eu estou tremendo. A
sua mão corre pelo meu corpo, me moldando ao seu.
Tão bom.
Eu sei que isso não está certo. Ele não está ao meu alcance. Ele não é tipo de cara que
você pode ter em sua vida para sempre. Ele é como um sonho, uma fantasia de conto de fadas.
Mas eu não posso me parar.
Eu quero tudo que ele for capaz de me dar. Eu sei que eu vou sofrer quando tudo isso
acabar, mas eu não quero pensar sobre isso.
Não agora.
Tudo que eu quero é senti-lo mais próximo.
A sua mão aperta o meu cabelo. Os seus lábios devoram os meus. Os meus quadris
parecem ter vida própria, esfregando contra a sua ereção.
Ele geme e o meu corpo vibra.
Ele me levanta no ar e enrola as minhas pernas em sua cintura, enquanto se move pelo
quarto. Os seus lábios não deixam os meus.
Desejo borbulha dentro de mim, então envolvo os meus braços ao redor do seu pescoço,
puxando-o mais para mim.
É como um sonho se tornando realidade.
A sua língua acaricia a minha, e eu a chupo e lambo. O nosso beijo se aprofunda, e torna-
se selvagem.
Ele se afasta respirando pesadamente enquanto me coloca sobre a cama macia. A minha
respiração também está afetada. Os seus olhos encontram os meus e tudo que eu vejo é o quanto
ele me quer.
- Eu quero fazer isso direito para você. – Ele diz.
- Você está fazendo. – Eu respiro pesadamente.
Os seus lábios batem nos meus.
Ele me beija loucamente. O meu corpo está em chamas. A sua mão arrasta para cima a
minha blusa, e a minha saia para baixo, deixando-me apenas de sutiã e calcinha. Eu faço o mesmo
com a sua camisa.
Archie sorri para mim, enquanto eu desfaço os botões da sua camisa, pressionando os
meus peitos contra o seu.
Ele esfrega o polegar sobre o meu mamilo, e me beija lentamente. As minhas costas
arqueiam para trás. Os meus olhos estão fechados, absorvendo as suas carícias. Ele dá a mesma
atenção ao outro mamilo, deixando-me ainda mais excitada.
Estou tão molhada para ele.
- Você não tem ideia do tipo de coisas que eu quero fazer com você, Hazel. – Ele sussurra
contra a minha pele.
Sim! Por favor!
Eu acho que vou entrar em combustão a qualquer momento. Eu preciso de muito mais. E
como se ouvisse a minha prece, ele toma um mamilo em sua boca.
Eu gemo e esfrego as minhas mãos em seus cabelos. Ele captura o segundo mamilo e eu
tremo. Os seus dedos deslizam a minha calcinha para baixo em um movimento rápido.
- Oh Deus! – Eu gemo, e ele rosna.
- Deus, como você é linda. – Ele roça os dedos contra as minhas dobras.
Os meus quadris se inclinam enquanto a sua língua acaricia os meus mamilos. Ele empurra
um dedo dentro de mim, e eu aperto em torno dele. Todo o meu corpo está pegando fogo.
- Sim! – Eu gemo.
- Você gosta disso, querida? – Ele pergunta enquanto desliza o dedo dentro e fora da
minha buceta.
- Archie. – Eu gemo o seu nome.
- Eu mal posso esperar para estar dentro de você. – Ele murmura mordiscando o meu
mamilo.
Eu estou gemendo, sentindo uma explosão de prazer percorrer o meu corpo, então há uma
batida na porta.
Archie amaldiçoa baixinho contra a minha pele, enquanto retira o dedo e lambe os meus
sucos.
Um arrepio percorre o meu corpo. Ele me olha e sorri. E eu tenho que dizer que nunca vi
nada mais sexy em toda a minha vida.
Ele me dá um sorriso malicioso e se dirige para a porta.
A porta se abre e ouço Derek falar alguma coisa sobre o seu pai.
- Porra. – Archie rosna.
Eu olho ao redor procurando a minha roupa, mas tudo que encontro é a sua camisa
espalhada pelo chão acarpetado.
- O que está acontecendo? – Eu pergunto.
Archie se vira, e eu vejo o seu olhar derrotado. Eu não sei o que Derek lhe falou, mas com
certeza não foi nada bom.
Ele atravessa a sala e pega o meu rosto, o seu olhar encontra o meu. – Nada para você
preocupar essa linda cabecinha.
Eu quero discordar, mas os seus lábios encontram os meus e por um instante eu me esqueço
de quem somos e o que estamos fazendo. Tudo que eu posso pensar é em como ele me beija como
se dependesse disso para viver.
27

Archie

Eu não poderia estar surpreso com a ideia de o meu pai apoiar a candidatura de Martin à
presidência.
Os meus pais sempre foram contra eu entrar para a política. Eles chegaram até a ameaçar
tirar o meu nome do testamento. Fato que eu não me importava de forma alguma, mas eles não
poderiam fazer isso mesmo que quisessem. O meu avô materno não era um muito fácil de lidar,
mas se havia alguém nesse mundo que o entendia era eu.
Uma das clausuras do seu testamento era de que nenhum dos netos ou descendentes diretos
e indiretos seria retirado do testamento em hipótese alguma. E isso era algo que o meu pai não
aceitava.
O meu avô costumava dizer que um dia eu iria me rebelar, e isso traria a ira do meu pai.
Eu sempre ignorei, mas quando chegou o momento eu não poderia estar mais confuso. Então eu
sentei com ele e perguntei como ele sabia que o meu pai e eu teríamos ideias tão diferentes,
mesmo depois de ter sido o seu cordeirinho por tantos anos.
O velho me surpreendeu dizendo que apesar de eu ser filho do meu pai, eu posso ver ao
longe. Eu não entendi o que ele queria dizer com isso, mas ele tratou de me explicar.
- Você é legal à família, e sabe o valor de cada coisa. Eu vejo a sua determinação e sei
que você não se curvará diante de uma injustiça. Eu tinha esse mesmo olhar quando tinha a sua
idade. – Ele disse, e eu não podia me sentir mais orgulhoso.
Desde aquele dia eu me tornei um homem diferente. O meu outro avô era um cruel e muito
desumano. O homem era chamado de tirano, e o meu pai saiu igualzinho a ele.
Eu não queria me tornar um homem como ele. Então eu segui o meu próprio caminho, e isso
nunca foi digerido pelo meu pai.
O seu apoio à Martin não passa de uma afronta. Ele acha que pode me deixar para
baixo, mas está enganado. Eu não sou mais o garotinho assustado que se submetia aos seus
caprichos.
Eu tive que adiar os compromissos em Seattle e voltar rapidamente para casa. Hazel
parecia perturbada quando lhe contei brevemente o que tinha acontecido. Ela não conseguia
entender como um pai poderia odiar tanto o seu filho a ponto de apoiar o seu adversário em uma
campanha política.
Nem eu mesmo entendia.
Eu verifico o meu telefone e o nome de Rick aparece na tela.
- Você já soube? – Ele pergunta.
- Sim, mas eu não estou surpreso.
- Qualquer ideia do porque ele resolveu atacar desta forma?
- Não, mas pretendo descobrir o que ele pretende com todo esse circo.
- Quando você volta?
- Eu já estou aqui. De fato, eu estou indo me encontrar com ele agora. – Eu falo e ouço o
seu suspiro cansado.
- Eu não acho que essa seja uma boa hora, Archie. – Ele diz, e eu posso sentir a
preocupação em seu tom.
- Não se preocupe, eu sou bem grandinho, e posso cuidar de mim mesmo. – Eu falo com
confiança.
- Ele é um bastardo.
- Sim, mas ele não me dá medo.
Eu chego à empresa e tomo o elevador para o seu escritório. O meu pai costuma trabalhar
até tarde da noite todos os dias. Pelo menos é o que ele diz para a minha mãe há anos.
A sua secretária não está em sua mesa habitual, então eu vou em direção à sua sala sem
me importar em bater antes de entrar.
O velho está com atenção voltada para o computador quando eu entro abruptamente, mas
ele olha para cima com uma expressão nada satisfeita em me ver.
- Eu não sabia que você era fã da imprensa. – Eu falo fechando a porta atrás de mim e
caminhando em sua direção.
- Olha se não é o filho pródigo. Está pronto para colocar a sua cabeça no lugar e parar
com essa besteira de política? – Ele pergunta arrogante.
- Não seja engraçado, Joseph. Isso não combina com você. – Eu falo.
- Quem você pensa que é para entrar aqui desse jeito? – Ele cospe.
- Eu sou tão dono desse lugar quanto você. – Rosno.
- Você acha que eu vou apoiar mais esse seu capricho, mas está enganado Archibald. – Ele
rosna.
- Eu não me lembro de ter pedido nada.
- Você acha que é o primeiro Vough a ser tentado? – Ele pede friamente.
- Tentado?
- Você está jogando o nosso nome na lama com esse seu romance com a serviçal. – Ele
parece furioso.
- Hazel? É disso que se trata? – Pergunto surpreso.
- Você acha que eu sou um tolo? Você acha que eu não vejo o quanto ela significa para
você? Mas se você acha que pode manchar o nome da nossa família está muito enganado. Eu
acabo com você ante que isso aconteça.
Eu olho para ele sem entender como eu tenho o mesmo sangue que este homem. O
pensamento do meu próprio pai apaixonado confunde a minha cabeça. Não é algo que você
imagina quando olha para Joseph Vough.
Ele sorri, um sorriso irônico. E eu sei que ele sabe o que estou pensando.
- Ela era uma loira, uma estrela em ascensão. Cada vez que eu a via, eu não conseguia me
controlar. Eu teria feito tudo por ela, mas o meu pai me ajudou a enxergar a verdade. E eu estou
fazendo o mesmo por você.
- O que aconteceu com ela? – Eu pergunto.
- Morta. – Ele diz, e eu vejo algo passar em seus olhos. Ele parece se sentir culpado, mas
logo a sua carranca está de volta.
- O seu avô mandou um de seus capangas para plantar drogas em sua bolsa. Um dia a
polícia recebeu uma denúncia anônima de que alguém estava vendendo drogas na loja em que ela
trabalhava. Ela foi presa e acusada. Uma semana depois ela foi encontrada morta em sua cela. –
Ele diz, e eu posso sentir o quanto isso o marcou profundamente.
Então eu percebo que talvez o meu pai não tenha sido sempre essa pessoa fria e calculista.
Ele já foi capaz de amar alguém e a sua perda acabou transformando-o nisso que ele é hoje. Ou
talvez eu só esteja tentando arranjar uma desculpa para ele.
- Por que não lutou por ela? – Eu pergunto.
Ele me olha atentamente e ri. – Não é tão fácil assim.
- É por isso que você quer me destruir? Por que você não é feliz, então ninguém mais pode
ser?
Ele dá uma gargalhada.
- Você é muito ingênuo, Archie. Essa garota não é mulher para você. – Ele fala com
desgosto.
Eu me afasto e começo a sair. – Faça o que quiser, mas fique longe de Hazel, pai. E eu
quero dizer isso. Não se aproxime dela ou eu não respondo por mim. – Eu saio batendo a porta
atrás de mim.
O meu pai sempre foi um bastardo, mas a ideia dele tirar Hazel de mim me deixa louco.
Hazel preenche o vazio dentro de mim que nunca foi preenchido. O dinheiro, as mulheres, carros e
a vida luxuosa nunca me fizeram tão leve como eu me sinto quando estou com ela.
Hazel significa mais para mim do que qualquer coisa nessa vida. E eu mal posso esperar
para dizer-lhe o que eu estou loucamente, perdidamente apaixonado por ela.
Eu alcanço o meu telefone e disco o seu número, mas ele vai para o correio de voz. Eu
decido deixar-lhe uma mensagem, mas antes que eu possa fazer isso, eu vejo Arnold saltar do
carro e correr em minha direção gritando alguma coisa que eu não consigo entender. Como se
estivesse em câmara lenta. O seu rosto está pálido.
Eu sinto a queimação contra o meu ombro e olho para baixo. Há sangue em minha camisa.
Eu fui baleado.
O primeiro pensamento que vêm a minha cabeça é Hazel, então eu sinto o meu corpo
amolecer e de repente tudo fica escuro.
28

Hazel

A viagem de volta para Hartford foi feita em silêncio. Archie parecia distante e distraído
durante todo o voo.
Eu não queria perturbá-lo, então decidi trocar de assento para deixá-lo sozinho, mas
quando me levantei ele segurou o meu braço impedindo-me de sair.
- Por favor, fique. – Ele pediu, e apesar de achar que não deveria eu fiz o que ele me
pediu.
Quando chegamos ao meu apartamento ele saiu do carro para me levar até a porta.
- Eu te ligo. – Ele falou e me beijou suavemente.
Eu balancei a cabeça e entrei.
Eu sabia que era algo relacionado ao seu pai, mas se ele não queria que eu soubesse,
então eu não iria insistir.
Eu enviei uma mensagem para vovó avisando que tinha chegado, mas que ligaria mais
tarde. Eu não queria que ela ficasse preocupada.
Eu ainda precisava falar com ela sobre o que a imprensa anda falando, mas por hora, eu
só precisava dormir um pouco.
Jet leg é uma cadela.
Eu programo o despertador, e nem mesmo me dou ao trabalho de tomar um banho e me
em cima da cama. Em segundos eu estou dormindo.
Eu estou sonhando que estou em uma praia deserta com Archie quando ouço o meu
despertador.
Eu acordo e procuro o meu celular, mas ele está descarregado. Eu me levanto e procuro o
carregador dentro da minha bolsa, e o coloco na tomada. E assim que o telefone liga há uma
enxurrada de mensagens com ligações e textos perdidos.
Eu verifico a última mensagem que é de um número desconhecido.

O senador sofreu um atentado. Ele foi levado para o Hospital St. Peter. Ligue-me assim que
receber essa mensagem.
Arnold.

O meu corpo todo começa a tremer e eu disco o número de Arnold. Ele atende no primeiro
toque.
- Como ele está? – Eu pergunto, meus olhos agora cheios de lágrimas.
- Ele está em cirurgia no momento. – Ele diz, mas eu posso sentir que há algo mais.
- O quê? O que houve? Como isso aconteceu?
- Nós ainda não sabemos muito, mas ele foi baleado assim que saia da empresa do seu
pai. O atirador devia estar nos seguindo.
- Oh meu Deus. – Eu choro.
- Gregory precisa de você aqui. E ele também. – Arnold fala e eu sinto um aperto no meu
coração.
Deus, ele não pode morrer.
- Eu estou indo. – Eu soluço e desligo o telefone.
Eu não tenho condições de dirigir, então corro para fora e tomo o primeiro táxi que passa.
Eu não consigo conter as lágrimas, e rezo silenciosamente para que ele fique bem.
O motorista do táxi me vê chorando pelo espelho e me entrega um lenço.
- Obrigada. – Eu agradeço.
Ele acena, mas não diz nada. Acho que essa cena já se repetiu muitas vezes em seu táxi.
Demora apenas oito minutos para chegar ao hospital, mas parece uma eternidade. Eu pago
ao motorista e agradeço, então corro para dentro. Eu vejo Derek do lado de fora junto com alguns
seguranças. Ele me vê e me dá um sorriso triste.
- Onde ele está? – Pergunto.
- Ainda em cirurgia, mas venha comigo. Gregory precisa da sua ajuda para conter a
imprensa. – Ele diz e me leva por um corredor longo.
- Por que alguém faria isso com ele? – Pergunto.
- As pessoas fazem de tudo para conseguirem o que querem. – Diz Derek.
O ambiente estéreo do hospital me dá calafrios. Eu odeio estar em um lugar como esse. De
repente eu estou de volta no tempo, no dia do acidente dos meus pais.
Eu vejo Gregory andando para trás e para frente enquanto fala ao telefone. Ele me vê e
desliga o telefone.
- Graças a Deus você chegou. Eu preciso que você fique aqui enquanto eu tento controlar a
mídia. Eu acabei de saber que equipes de todos os jornais estão a caminho. De alguma forma eles
descobriram o que aconteceu. E assim que eles chegarem, não haverá paz. – Ele diz.
- Claro. O que posso fazer? – Pergunto escondendo a minha dor.
- Os seus irmãos estão chegando e eu preciso que você esteja aqui para recebê-los.
- Como ele está? – Eu pergunto engolindo o caroço na minha garganta.
- A bala quase acertou o seu coração, mas felizmente passou de raspão. Ele perdeu muito
sangue e vai precisar de doação.
- Quem faria algo assim com ele?
- O senador é um homem amado por muitos e odiado por outros. Eu tenho uma lista dos
possíveis suspeitos, mas vamos deixar isso com a polícia.
Gregory me deixa sozinha e eu aproveito para ligar para Gia e minha avó e contar o que
aconteceu.
- Você tem certeza de que está bem? – Vovó pergunta.
- Sim, eu vou ligar assim que possível. – Eu falo.
- Tudo bem querida. Nós estamos aqui se precisar de qualquer coisa. E por favor, não
hesite em ligar. – Ela diz.
- Eu sei, obrigada vovó. Eu te amo.
- Eu também te amo minha menina. – Ela diz e desliga.
Eu volto as minhas orações e peço a Deus que o salve.
29

Scarlett

Eu sou Scarlett Mary Porter, filha do governador Porter. E eu nunca aceito um "não" como
resposta.
Eu entro no jardim da casa do meu pai, onde a minha mãe costuma passar os seus dias. Em
minha opinião esta é a parte mais bonita da casa.
A minha mãe está sentada escavando a terra para plantar mais uma de suas plantas
favoritas. Ela tem os olhos mais verdes que eu já vi em toda a minha vida. Ela é linda e rígida.
Eu acredito que herdei as suas feições e a personalidade do meu pai. Embora eu tenha que
dizer, ambos tem a mesma visão das coisas. Porém, a minha mãe age silenciosamente, enquanto o
meu pai é muito impulsivo.
Ela é a melhor amiga da mãe do homem que está destinado a ser meu, Archibald Vough.
O atual líder do senado americano.
Vough se tornou mais do que apenas um capricho. Ele é o futuro. E ele vai ser meu custe o
que custar. Mas quando eu penso nele com aquela vadia, o meu estômago torce com desgosto.
- Oh, querida. – A minha mãe olha para cima e me vê. – Você já soube? – Ela pergunta
sobre a tentativa de assassinato contra Vough.
- Sim. Eu fui vê-lo, mas fui impedida de entrar. – Eu aperto as minhas unhas contra a minha
pele para conter a minha raiva.
- É apenas uma questão de tempo. Ele vai se recuperar e você poderá fazer um
movimento. – Ela diz voltando a sua atenção para a muda de orquídea.
- Eu não tenho tanta certeza. Aquela vadia não vai sair do lado dele, e eu vou ter muito
mais trabalho do que imaginei.
- Não seja ansiosa, Scarlett. – Ela diz.
- Na verdade, eu vim falar com você sobre o atentado. Você acha que o papai está por
trás disso? – Pergunto.
Ela se levanta abruptamente e dá um passo em minha direção. Tudo acontece tão rápido
que eu nem tenho tempo para processar a bofetada que ela me dá.
- Não seja ridícula. O seu pai jamais faria algo tão estúpido. Nunca mais repita isso,
Scarlett. – Ela late para mim.
Eu esfrego o meu rosto e tento conter a raiva crescendo dentro de mim. Como eu disse, a
minha mãe não é uma boa pessoa. Ela é uma cadela fria e sem coração que fez de tudo para
chegar onde está.
- Eu sinto muito. – Eu falo não querendo atiçar ainda mais a sua ira.
Ela sorri, mas o sorriso não atinge o seu rosto.
- Não se preocupe, tudo vai ficar bem. Kristen já tem algo em mente, e ela não vai deixar
aquela cadela se tornar a mais nova senhora Vough. – Ela diz.
Naquele momento eu percebo que eu realmente sou como a minha mãe. Ela tem esse olhar
angelical, mas por dentro a mulher é o puro demônio.
A sabedoria em suas palavras faz sentido, mas eu ainda não posso deixar de ficar
preocupada.
- Ela é muito bonita. – Eu cuspo.
- Assim como você, Scarlett.
- Ele está apaixonado por ela.
- Oh, querida. Ele é um homem. Eles pensam primeiro com os seus paus.
- O que eu faço?
- Nada. Deixe isso com Kristen. Ela não vai permitir que uma ratazana como aquela entre
para a sua família. Os Vough são uma das famílias mais importantes de todo o país, e a união com
a nossa família seremos ainda mais poderosos.
- Archie não é idiota, mamãe. Ele não vai abrir mão do seu novo brinquedinho. Ele a leva
para todos os lugares com a desculpa de que ela é sua assistente.
- Ela é apenas uma buceta fácil. Você será a senhora Vough. Sua esposa e dona de toda a
fortuna Vough. Lembre-se disso, Scarlett.
- Eu acho que você pode ter razão.
- Bem, agora vá comprar algo bonito para usar. Você precisa estar ao seu lado quando ele
abrir os olhos. Isso é como deveria ser, sempre. – Ela sorri e pega a pequena pá e volta a escavar
a terra.
Eu olho para ela em estado de choque e saio.
30

Martin

Hoje todos os jornais falam sobre a mesma coisa. O atentado contra o senador Vough.
Eu ouço os seus passos antes mesmo de vê-la. Ela tem a minha impulsividade e a beleza da
sua mãe.
- Papai. – Scarlett fala quando entra no meu escritório.
Eu espreito por cima dos meus óculos. – Olá, querida.
- Papai, eu preciso de ajuda. – Ela diz.
- Sente-se. – Ordeno.
Ela caminha em minha direção e senta-se na cadeira à minha frente. Ela olha para baixo e
torce os diamantes da sua pulseira.
- Bem? – Solicito.
- Eu tentei visitar Archie, mas eu não consegui. Eu preciso vê-lo, papai. – Ela implora.
Eu olho para a minha filha, e vejo um pouco mais de mim do que eu gostaria. Scarlett é uma
linda mulher e poderia ter qualquer homem aos seus pés, mas ela tem essa fixação por Vough. Eu
nem mesmo sei o que ela vê nele.
- O que você quer que eu faça? – Pergunto.
- Eu o amo, papai. Ele é o homem certo para mim. E eu sei que uma vez que estivermos
casados ele vai me amar também.
- Eu não vejo onde eu fico nisso tudo.
- Eu quero aquela vagabunda longe dele. Mas eu sei que ele não vai me perdoar se eu
interferir em seus assuntos. Mamãe acha que Kristen pode mandá-la para longe, mas eu não acho
que isso será suficiente.
- Você quer que eu suje as minhas mãos com uma cadela sem importância? – Eu pergunto
um pouco irritado.
- Archie está tentando derrubá-lo, e ele não vai parar se não for contido. Se ele estiver
comigo eu posso convencê-lo a desistir de investigá-lo. – Ela diz e eu não posso deixar de me
sentir orgulhoso.
- Você tem certeza de que quer este homem? – Pergunto.
- Eu nunca estive mais certa de algo em minha vida.
- Considere isso o meu primeiro presente de casamento. – Eu falo.
Ela sorri e corre para me abraçar. – Obrigada, papai.
- Oh, querida. Eu faria qualquer coisa por você. – Eu a abraço mais forte.
- Papai?
- Sim, querida.
- O senhor está decepcionado comigo? – Ela procura a minha reprovação, mas não
encontrará.
- Nunca. Você fez o que pensou ser melhor, e eu estou muito orgulhoso da mulher que você
se tornou.
- Obrigada, papai. – Ela me beija na bochecha e sai.
Quando Scarlett sai, eu pego o telefone e ligo para o meu contato. Ele irá cuidar da
pequena cadela de Vough para mim.
Scarlett é a minha princesa, e farei tudo para deixá-la feliz. Eu posso usar essa sua
obsessão a meu favor como ela disse. E ainda estarei ao seu lado como um velho e bom amigo
quando ele acordar.

E Continua...
A Série A Lei da Atração transportará você para uma fascinante e única história de amor.
Prepare-se para e perder em suas páginas.
Quando o devastadoramente lindo senador, Archibald Vough conhece a bela Hazel Sutton, a
atração entre eles é inegável.
Hazel rapidamente se transformou em algo mais, e cativou o seu coração.
Mas será que eles estão preparados para lutar contra tudo e todos para viverem esse amor?
AGRADECIMENTOS

Um enorme agradecimento a todos vocês que me ajudaram a dar vida a esta história.
Obrigado a todos vocês que me acompanham nesta jornada. Vocês leitores lindos e amados que
fazem o meu dia ainda melhor com suas mensagens de carinho e respeito. Os seus comentários e
orientações me ajudam a cada dia criar novos personagens e lindos romances.
NOTA DA AUTORA

Obrigada por fazer parte disso. Eu amo muito vocês. Para saberem mais sobre esse e
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