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AVA G. SALVATORE
O SENADOR
Copyright © 2017 Ava G. Salvatore
Todos os direitos reservados. Não é permitida a reprodução desta obra sem a permissão por escrito da autora, exceto por um
revisor que pode citar passagens breves apenas para fins de revisão.
Este livro é um trabalho de ficção. Nomes, personagens, lugares e incidentes são produtos da imaginação da autora ou
de forma fictícia.
Para os meus queridos leitores.
Tabela de Conteúdos
Capítulo um
Capítulo dois
Capítulo três
Capítulo quatro
Capítulo Cinco
Capítulo seis
Capítulo sete
Capítulo oito
Capítulo Nove
Capítulo dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Capítulo Quatorze
Capítulo Quinze
Capítulo dezesseis
Capítulo dezessete
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezenove
Capítulo Vinte
Capítulo Vinte e Um
Capítulo Vinte e Dois
Capítulo Vinte e Três
Capítulo Vinte e Quatro
Capítulo Vinte e Cinco
Capítulo Vinte e Seis
Capítulo Vinte e Sete
Capítulo Vinte e Oito
Capítulo Vinte e Nove
Capítulo Trinta
1
Hazel
Algumas vezes eu gostaria de ser uma garota normal, como as da minha idade, sair e me
divertir com os meus amigos. Ter um namorado. Sair para me divertir sem ter que me preocupar
tanto com as coisas.
Eu sei, a vida adulta é uma cadela.
Eu não estou reclamando da vida que eu tenho, mas às vezes eu gostaria de agir de
acordo com a minha idade.
Eu me sinto deslocada e um pouco confusa na maior parte do tempo, e tudo isso se deve a
minha gama de responsabilidade com uma idade tão nova.
Os meus pais morreram quando eu ainda era uma criança, e a minha avó materna teve
que cuidar de mim, porém depois de alguns anos ela começou a apresentar sinais de cansaço.
A minha avó ficou doente, e eu não podia deixar toda responsabilidade em suas mãos.
Então eu decidi tomar as rédeas da situação.
O que não foi uma coisa ruim.
Eu amo a minha avó com todo o meu coração e daria a minha vida por ela, mas gostaria
de poder lhe dar muito mais.
A vovó Rita está com sessenta e dois anos, e ela é toda a família que me restou. Com
exceção dos meus melhores amigos, Gia e seu irmão Scott. Eles são os nossos vizinhos e são filhos
da Lilly, que é uma amiga muito antiga da minha mãe.
Lilly e mamãe cresceram juntas.
Eu terminei a escola, e fui para a faculdade. Mas decidi dar um tempo quando a vovó teve
um problema no coração. Eu estava estudando Administração com ênfase em Política. Essa área de
atuação muito me interessa. O grande desafio da gestão pública e suas vertentes são o meu foco
de estudo.
Eu arranjei um trabalho durante o dia e outro a noite para poder manter a casa. A vovó
não queria, porém não poderíamos nos dar ao luxo de recusar um trabalho aqui em New London,
CT.
A minha cidade é o que você pode chamar de pitoresca e convidativa, mas isso é tudo que
ela tem de interessante. A vida em uma cidade do interior é muito simples.
Eu sempre sonhei em viajar o mundo todo e conhecer todos os cantos da terra, mas não
tinha dinheiro e muito menos poderia deixar a minha avó por conta própria. Ela não iria se
aventurar comigo, então eu decidi por os meus sonhos de lado.
Um dia eu os colocarei em curso. Por hora, tudo que eu precisava era cuidar da minha avó
que me acolheu e me amou mais do que qualquer um teria feito nesse mundo.
Embora eu tenha que dizer que ela não é como as demais avós que conhecemos nos livros
de histórias ou até mesmo em filmes. A minha avó apesar de estar na casa dos sessenta, ainda é
muito vaidosa.
Rita Bennet é uma mulher muito vaidosa, que ama se cuidar.
Eu olho para o relógio em cima da mesinha de cabeceira, e vejo que são apenas sete da
manhã. Eu ouço a vovó cantando enquanto se move dentro da cozinha e sorrio.
A pobre mulher não pode ficar quieta.
Eu tenho dois empregos. No período da tarde, eu sou caixa na padaria da senhora Mica.
Ela é uma senhora muito simpática e feliz.
Eu amo trabalhar lá. Mica faz os melhores pães de toda a região. E trabalho também em
um bar local chamado Kiss, nas noites de quinta a domingo.
Trabalhar no Kiss pode ser cansativo, mas Peter paga muito bem. Então eu não pude
recusar. A coisa ruim do Kiss é a quantidade de cantadas e tentativas de me agarrar que eu
recebo dos clientes totalmente embriagados.
O meu melhor amigo Scott vive se metendo em confusão por causa disso. Ele não gosta de
ter que olhar para mim sendo apalpada por idiotas alcoolizados. Ele não perde a oportunidade
de socar a cara de qualquer que me olhe de forme errada. E sempre acaba com a polícia
batendo no local.
Eu o amo. Ele é como o irmão que eu nunca tive, embora vovó sempre me fale que ele
deseja ser muito mais do que meu amigo. Eu não penso em Scott dessa forma. Ele e eu somos e
sempre seremos grandes amigos.
Eu me levanto e vou para o banheiro. Eu tenho que passar no mercado antes de ir para a
padaria. Vovó vai fazer o seu famoso bolo de milho com coco que eu tanto amo, e eu quero ter
certeza de que ela tenha todos os ingredientes.
Sim, ela pode não ser uma avó convencional, mas ela ama cozinhar. E ela faz isso
divinamente. Ela passa a maior parte do seu tempo assistindo aos programas do Food Network.
Quando eu termino o meu banho, eu vou para a cozinha e encontro a minha avó
balançando os seus quadris e cantando enquanto gira uma panqueca no ar.
- Bom dia, vovó. – Eu sorrio, e lhe dou um beijo.
- Bom dia, querida. Como foi ontem à noite? – Ela coloca a panqueca no prato e sorri. Os
seus olhos verdes me encarando com puro amor.
- Foi tudo bem. Graças a Deus Scott não se meteu em nenhuma confusão. – Eu falo
enquanto coloco a mesa para o nosso café da manhã.
- Eu juro que um dia desses, esse menino vai se dar muito mal. – Ela agita a espátula no ar
com diversão em seu rosto.
- Scott sabe cuidar de si mesmo, vovó. Eu não peço para ele bater em ninguém. Ele é todo
cheio de si, e acha que pode com todo mundo.
- Ele só está protegendo o que ele tem como seu. – Vovó provoca.
- Eu não sou dele, e nunca serei. Ele é como um irmão para mim, e a senhora sabe disso. –
Eu falo ao me servir de um pouco de café.
- Não é o que ele pensa, Hazel. – Vovó fala.
- Eu não tenho tempo para ficar discutindo as loucuras de Scott. Eu vou passar no mercado
e depois eu vou para o meu turno na padaria. A senhora precisa de mais alguma coisa? – Eu
pergunto comendo um pedaço da deliciosa panqueca de banana que a vovó assou.
- Não, querida. Eu estou bem. – Ela sorri, então conversamos um pouco mais enquanto
tomamos o nosso café.
Vovó não está feliz que eu ainda não terminei a faculdade, mas ela sabe que eu jamais a
deixaria. Ela é tudo que eu tenho, e eu não poderia deixá-la quando ela mais precisou de mim.
Eu termino o meu café e lavo a louça enquanto vovó vai para a sala ver TV. Eu arrumo
tudo antes de sair para o mercado e dou um beijo na minha avó antes de sair.
Hoje eu trabalharei apenas quatros horas na padaria e depois seguirei para bar. O meu
turno no bar hoje só termina às duas da madrugada.
***
Eu termino o meu turno na padaria e sigo para o bar. No meu caminho eu ligo para a vovó
para saber como ela está. Ela atende no segundo toque.
- Ei, minha menina. – Ela fala, e eu ouço o barulho da televisão aos fundos.
- Eu só liguei para saber se tudo está bem.
- Sim. Não se preocupe. Eu posso cuidar de mim mesma. Eu não sou tão velha como você
pensa, Hazel. – Ela diz, e eu não posso deixar de sorrir.
Vovó é uma mulher durona.
- Eu sei, vovó. Eu te vejo mais tarde. Eu te amo.
- Eu também amo você menina. Se cuide.
Sorrindo, eu desligo e entro no bar. O ambiente está tranquilo, algumas mesas estão
ocupadas, mas o lugar só vai começar a lotar mais tarde. É sempre assim. As noites de quinta-feira
e sexta-feira são as que mais dão lucro ao Kiss.
- Oi, Peter. – Eu falo quando dou a volta no balcão e alcanço o meu avental de cintura.
O Kiss é um desses bares comuns dos Estados Unidos. Há mesas e um balcão com bancos. A
iluminação é curta e um pouco amarelada. Um grande beijo com luzes de néon como placa indica o
lugar.
Eu começo o meu turno e pouco tempo depois o bar começa a ficar cheio. Há apenas três
pessoas no bar para servir aproximadamente cem pessoas. Liz, Paul e eu.
O que é uma loucura.
As mesas estão lotadas e há gente espremida por todo e qualquer canto do pequeno bar.
Peter é o proprietário, mas ele não está interessado em aumentar o lugar. Ele diz que daqui a
alguns anos irá vender e comprar uma moto para fazer a rota 66 em uma Harley Davidson.
Eu sinto que estou sendo observada, então os meus olhos percorrem o bar em busca da
pessoa que está queimando a minha pele.
Eu olho ao redor, e os meus olhos encontram o do estranho que me encara com os seus
grandes e expressivos olhos azuis.
Eu estava hipnotizada.
Completamente presa em seus olhos.
Tudo ao meu redor de repente desapareceu.
Era como se eu tivesse caído em um universo alternativo, onde só havia esse homem
atraente e tremendamente bonito.
Eu não sei quanto tempo eu fiquei presa em seu feitiço, até que ele piscou e sorriu
levantando o seu copo em saudação.
Eu não sabia o que fazer.
Eu senti o meu corpo aquecer. O meu coração estava acelerado. E eu podia sentir quão
vermelhas estavam as minhas bochechas e pescoço.
O que estava acontecendo?
Eu nunca senti nada assim na minha vida.
Eu baixo o meu olhar, mas ainda sinto o seu olhar como um formigamento em minha pele. Eu
quero olhar, mas tento manter o controle do meu corpo diante desse estranho que faz o meu
coração bater como um trem desgovernado.
Eu nunca senti uma atração tão forte e instantânea.
Eu estou curiosa e assustada.
Tento fazer a minha mente parar de querer olhá-lo, mas não consigo. Eu me pego
encarando-o de novo.
Ele é alto, olhos azuis ardentes, um maxilar forte, os seus cabelos são de um loiro escuro,
que caem na testa dele. Ele parece um modelo dessas grandes marcas famosas. Porém mais
selvagem e feroz.
Devastadoramente bonito.
Ele derrama todo o líquido escuro do seu copo em sua boca, e sorri para mim antes de se
levantar e sumir no meio da multidão.
O bar está lotado, então eu não consigo ver para onde ele foi.
Há borboletas em meu estômago, e eu tento recuperar a compostura para voltar ao
trabalho, mas é difícil não ficar olhando ao redor a cada vinte segundos.
Aos poucos eu consigo retomar o meu trabalho, mas a minha mente vaguei à procura do
estranho misterioso. As horas se passam e logo o bar já não está tão cheio quanto antes. Está
quase na hora do meu turno acabar quando eu ouço a voz de Peter lá fora e saio para ver o que
está acontecendo.
Eu atravesso o balcão e passo pelas portas quando o meu olhar se prende aos olhos azuis
de mais cedo.
O estranho bonito está conversando com o meu chefe. Eu não consigo ouvir o que eles
estão falando, porque estou hipnotizada vendo-o sorrir.
Ele tem um sorriso tão bonito.
- Hazel? – A voz de Peter me tira do transe.
- Sim? – Eu pergunto um pouco envergonhada por ter sido pega encarando-os.
- Esse é Archie Vough. Ele é um velho amigo. – Peter nos apresenta. – Essa é a Hazel. A
melhor bartender que você poderá encontrar em toda a costa.
- Muito prazer em conhecê-la, Hazel. – A sua voz é aveludada e seca.
Eu não encontrei a minha voz, então apenas acenei com a cabeça. Não perdendo tempo
em olhá-lo de cima para baixo. Ele deve ter pelo menos 1,90m de puro músculo. Mas não
exagerado. Tudo estava em concordância.
O que abraçava perfeitamente o seu terno escuro.
- Archie e eu estudamos juntos em Yale. E costumávamos frequentar o mesmo clube em
Hartford, CT. – Peter fala.
- Eu queria ver como o estava o famoso Kiss. E vejo que você está muito bem. – Archie fala
para Peter sem tirar os olhos dos meus.
Eu quebro o contato brevemente para olhar para Peter. Ele parece feliz em reencontrar o
seu amigo. Peter não deve ser muito mais velho do que o Archie. Eu diria que eles têm
aproximadamente a mesma idade. Só que Archie é muito bem cuidado e perfeitamente vestido.
De repente um SUV preto para em frente ao bar e dois homens vestidos de preto saem.
Eles ficam parados ao lado do carro como se fossem agentes do FBI. E talvez sejam.
- Eu tenho que ir. Foi bom te ver, Peter. – Archie aperta a mão do meu chefe, e eles dão um
desses abraços de homens. Então, ele se volta para mim.
- Foi um prazer te conhecer, Hazel. – Ele acena e sorri antes de ir em direção ao carro.
Ele tem o andar de um homem poderoso e confiante.
Peter e eu assistimos quando um dos caras ao lado do carro abre a porta para ele entrar
e depois cada um deles entra de um lado.
- Quem é ele? – Eu pergunto quando o carro desaparece das nossas vistas.
- Ele, minha querida, é o Senador Vough.
- Oh, mas o que ele fazia aqui? Quero dizer, o que um senador poderia querer em um bar
esquecido pelo mundo?
- Aí é que está a questão. Vough não queria ser visto ou reconhecido. Ele sempre faz isso
quando está sobrecarregado.
- Então como eu nunca o tinha visto por aqui? – Pergunto curiosa.
- Ele tem uma equipe muito boa. E normalmente passa despercebido quando não está
usando um terno.
- Desculpe, mas aquele homem não passa despercebido em lugar nenhum, Peter. – Eu bufo
sorrindo.
- Você ainda não o viu usando um boné e um casaco com capuz. – Peter sorri e entra no
bar.
Eu fico lá fora por mais alguns minutos olhando para a rua onde o tal senador
desapareceu em seu carro luxuoso.
Como pode alguém ser tão bonito assim?
Deveria ser um crime ser tão bonito.
Suspirando eu volto para dentro para terminar o meu turno. Mas a minha mente se recusa a
pensar em algo que não seja o estranho de hoje cedo.
2
Archie
Eu não tenho dormido bem nas últimas noites, e isso está começando a afetar o meu humor
de uma forma severa. Nem mesmo uma ida ao bar de Peter na noite passada me acalmou. Embora
eu tenha que dizer que a bela Hazel me deixou querendo saber mais sobre ela.
Eu já estive com as mulheres mais lindas do mundo. Modelos, atrizes de Hollywood e até
mesmo herdeiras de grandes fortunas, mas nenhuma delas se compara a beleza natural de Hazel.
Hazel. Um nome bonito para uma jovem belíssima.
- O meu governo sempre priorizará a saúde e educação. Não importa quão difícil seja
obter esses recursos. Essa é a melhor estratégia sempre. – O governador fala.
- Eu concordo com você, Martin. Porém, precisamos de um plano contingente para acelerar
o turismo. Sem esquecer-se do plano de implantação de novas indústrias para evitar a evasão.
- Concordo plenamente. – O governado responde.
Eu não estou realmente certo se ele se importa mesmo, ou se é apenas para cumprir a as
agenda, mas de qualquer forma eu estarei liderando esses projetos de perto.
Como Senador, eu tenho a facilidade de chegar a fundo nos projetos votados pelo
congresso estadual e nacional. E isso me permite fiscalizar e inspecionar como o dinheiro público
está sendo gasto.
Eu não sou perfeito. Também não quero ser, mas quando decidi entrar para a política, o
meu principal objetivo era fazer com que o nosso estado tivesse acesso ao melhor da saúde e
educação. E confesso que não é uma tarefa fácil, mas também não é impossível.
Quando a reunião termina, todos começam a desaparecer pela mesma porta como se não
pudesse sair daqui rápido o suficiente.
- Você deveria aparecer para jantar qualquer dia, Vough. – O governador diz com um
sorriso falso. O seu único interesse é me juntar à sua filha Scarlett.
- A minha filha está muito interessada em conhecê-lo pessoalmente. – Ele diz isso todas as
vezes que nos encontramos.
- Obrigado pelo convite, mas receio que terei que recusar. Eu já tenho um compromisso.
Quem sabe outro dia. – Eu tento um sorriso ainda mais falso que o que ele me deu.
Eu vejo a sua mandíbula trincar, mas ele se contém. – Claro. Tenha um bom dia Vough. – Ele
diz secamente e sai.
Eu balanço a minha cabeça e me pergunto quanto tempo mais poderei ignorar os convites
nada discretos da sua filha.
Scarlett é uma mulher muito bonita e bem educada, mas a mulher é uma cadela fria.
Eu sei disso porque ela é muito amiga da minha mãe, e Kristen Vough não é uma pessoa
muito fácil de lidar.
O meu telefone vibra dentro do meu bolso, e eu retiro para encontrar uma mensagem do
meu assistente me informando que o Ministro da Fazenda adiou a reunião para a próxima semana.
- Perfeito. – Eu bufo colocando o celular de volta no bolso.
Joseph deveria se aposentar e deixar que alguém mais jovem e com mais vontade de
trabalhar possa fazer o que ele vem protelando por meses.
Eu não sou exigente, mas gosto das coisas da forma correta.
É demais pedir isso?
Acho que não.
- Senhor, as informações dos candidatos estão em sua mesa. – Fred fala quando eu
caminho pelo corredor em direção à minha sala.
- Obrigado. – Eu falo.
Fred é meu assistente pessoal, mas está de aviso prévio. Ele vai voltar para o Canadá e
terminar o seu doutorado em Ciências Políticas, então eu vou precisar de um novo assistente.
Eu duvido que alguém seja tão competente quanto ele, mas eu não tenho escolha. Eu sei que
ele só selecionou os currículos de candidatos com o perfil mais apropriado para ser assistente do
Senador.
As únicas instruções que eu dei foram para que a pessoa do sexo feminino não fosse nada
atraente ou chamativa. E que tivesse disponibilidade para morar na residência oficial do senado.
Eu preciso de alguém séria, e comprometida com o seu trabalho.
Algumas pessoas podem achar isso como uma forma de preconceito, mas é o que eu
prefiro para trabalhar ao meu lado. Eu não quero estar preocupado em ser acusado de abuso
sexual como já aconteceu com muitos políticos que não puderam manter suas calças.
Eu tenho uma reputação a zelar. E isso é muito importante para mim, e minha família. Eu
trabalhei muito para chegar onde estou, e não quero me sujar com algo tão baixo.
Distrações são ruins. É muito difícil fazer o seu trabalho quando você está pensando em
foder o rabo quente da sua jovem e sexy assistente. Eu posso ser senador, mas eu também sou um
homem, e tenho as mesmas fraquezas que a maioria deles.
Eu chego ao meu escritório e começo a analisar os currículos dos candidatos, mas a
verdade é que nenhum deles chama a minha atenção.
Há uma batida na porta, e eu sei que é o meu assistente.
- Entre. – Eu grito.
Fred entra com mais alguns papéis em suas mãos, e me entrega.
- Esse acabou de chegar, mas eu não tinha muito certeza, porque ela não preenche os
requisitos básicos para ocupar o cargo, porém quem o enviou foi o seu amigo Peter Slater.
- Peter? O meu amigo Peter? – Eu pergunto segurando o pedaço de papel.
- Sim, senhor.
- Eu... – Assim que os meus olhos pousam sobre a foto da candidata, eu sinto um arrepio
percorrer o meu corpo. De repente eu me pego lendo a ficha completa de Hazel. Ela é bem mais
nova do que eu pensei. E apesar da sua falta de cursos ela parece ser perfeita para o cargo.
Não me pergunte por quê. Tudo que eu sei é que eu a quero do meu lado. Algo dentro de
mim me diz para contratá-la.
- Eu quero que você a contrate. – Eu falo lhe devolvendo o papel.
- Senhor, mas ela não preenche os requisitos básicos. – Ele fala com confusão gravada em
seu rosto.
- Não importa. Eu a quero como minha assistente, então faça acontecer e não discuta as
minhas decisões. – Eu soo irritado.
- Sim, senhor. – Ele não discute e sai.
Eu alcanço o meu telefone e disco o número de Peter. Ele atende no terceiro toque.
- Duas vezes em uma semana, Vough. Estou começando a achar que você tem algum
interesse em mim. – Ele brinca.
- Você não faz o meu tipo. – Eu entro na brincadeira. – Eu liguei para saber por que você
me enviou o currículo da sua bartender. Você está tentando se livrar dela, ou o que? – Pergunto
curioso.
- Nada disso. Eu amo aquela menina como se fosse a minha própria carne. Eu a conheço
desde sempre, e quando descobri que você precisava de um novo assistente, pensei que seria a
oportunidade perfeita para ela. Ela fez um ano inteiro de Administração, e o seu foco é a gestão
pública. Então eu só juntei dois mais dois. – Ele diz com confiança.
- Ela não tem as qualificações para ocupar este cargo, Peter. – Eu suspiro contra o telefone.
- Você também não tinha quando começou a sua carreira. E veja onde você está agora.
Hazel precisa dessa oportunidade, ela é uma garota brilhante e você terá muita sorte em tê-la ao
seu lado. Confie em mim. – Ele diz.
- Tudo bem. Você me convenceu. Eu falo com você depois. – Eu falo e desligo.
O meu pensamento voa para a noite passada. Eu estava tão envolvido na minha merda
que mal tinha reparado ao redor, mas quando os meus olhos encontraram os dela, eu pensei que
tivesse levado um soco no estômago.
Hazel tem um tipo de beleza rara. Aquela beleza que te derruba antes mesmo que você
tenha a chance de dizer algo. Os seus olhos cor de avelã me fitaram.
Deus, ela é linda. Eu poderia passar o dia todo só olhando para ela.
Eu estou quebrando a minha regra número um no trabalho, mas as regras foram feitas
para serem quebradas.
Não é mesmo?
3
Hazel
- O que você quer dizer com isso Peter? – Eu pergunto não entendendo porque ele está me
dispensando.
- Essa é uma grande oportunidade, Hazel. Você sempre terá um lugar aqui no Kiss, mas
chegou a hora de você fazer algo grande e diferente na sua vida. E o dinheiro é muito bom. – Ele
diz com um encolher de ombros.
- Eu não entendo. Eu estou muito bem aqui, Peter. Eu não preciso ser assistente do senador
para ser feliz.
- Eu sei que não, menina tola. Mas essa é a oportunidade para você crescer e colocar em
prática tudo aquilo que você estudou por um ano inteiro na faculdade. New London não é para
você. Você merece muito mais do que uma vidinha pacata de interior.
Eu olho para o meu chefe e também amigo, e não consigo entender porque ele quer que eu
aceite este trabalho, mas não posso ficar com raiva dele por tentar me ajudar.
Durante anos ele tem ouvido as minhas lamentações sobre sair daqui e conhecer o mundo. E
eu sei que ele só fez isso para o meu bem, mas ainda estou confusa.
- Eu não sei, Peter. E se eu não conseguir ser o que eles esperam de mim?
- Seja apenas você mesma, e tudo vai ficar bem. – Ele me tranquiliza.
- Como você tem tanta fé em mim?
- Por que eu te vi crescer e se tornar essa linda criatura que tem muito mais para oferecer
ao mundo do que apenas servir bebidas pela vida inteira em um bar de interior. – Ele cutuca o
meu ombro, e eu sorrio.
- Eu vou sentir sua falta. – Eu falo tentando segurar a emoção.
- Eu estarei sempre aqui. Você pode me visitar sempre que tiver uma folga. E não como se
você fosse se mudar para fora do país.
- Obrigada, Peter. Eu não sei como agradecer. – Eu o abraço.
- Não precisa. Você é especial, Hazel. E merece muito mais. A vida lhe tirou muitas coisas
importantes, mas ela também está te dando uma nova chance de reencontrar o seu caminho.
***
Quando Peter me falou que tinha enviado o meu Curriculum para concorrer à vaga de
assistente do senador, eu não achei que poderia ter alguma chance, mas eu estava enganada. E
quando o atual assistente do senador me ligou para agendar uma entrevista de trabalho, eu não
poderia acreditar que isso estava mesmo acontecendo.
Eu não podia esperar para contar a minha avó e a Gia.
Eu vou para casa ensaiando uma forma de contar tudo para a minha avó.
Quando eu saí de casa hoje cedo, eu não falei para onde estava indo. Eu não queria que
ela ficasse decepcionada caso eu não conseguisse a vaga. Mas agora eu poderia contar como
tudo aconteceu e que eu terei que me mudar para Hartford.
Eu estou nervosa, sinto como se tivesse um ninho de borboletas em meu estômago. Afinal de
contas, não é todo dia que uma garota do interior se torna assistente de um senador.
Parece que a minha estrela da sorte finalmente está trabalhando.
- Vovó? – Eu chamo quando entro em casa.
- Na cozinha. – Ela grita de volta.
Eu a encontro preparando o jantar. A minha avó adora cozinhar. Eu acho que ela poderia
ter um desses programas de culinária. Tudo que ela faz é incrível. Eu não sei como não me tornei
uma bola de tanto comer suas delícias.
- Eu preciso te falar uma coisa, vovó. – Eu falo um pouco nervosa.
Eu não sei como ela vai reagir.
- O que foi? Scott se meteu em mais uma confusão? – Ela pergunta sorrindo.
- Não. Pelo menos eu acho que não.
- Eu juro que esse menino saiu igualzinho ao seu pai. – Ela sorri.
- Vovó. – Eu chamo a sua atenção de volta para mim. - Eu preciso te falar uma coisa, mas
eu confesso que não sei por onde começar.
- Não seja boba, menina. Comece pelo começo. – Ela diz.
Eu respiro fundo e tomo coragem.
- Peter enviou o meu currículo para concorrer a uma vaga de assistente do senador Vough.
E hoje eu fui para uma entrevista e eu consegui a vaga.
Ela solta os legumes e a faca, limpando as mãos antes de me abraçar. – Querida, isso é
incrível. Estou muito orgulhosa de você.
- Sim, é incrível. Mas tem uma condição para preencher a vaga. E eu estava esperando o
momento certo para falar. Então se a senhora não estiver de acordo, eu vou entender e aceitar o
que me aconselhar. – Eu falo olhando para ela com preocupação.
- O que é Hazel? Você está me deixando preocupada.
- Uma das condições para aceitar o trabalho é ter que me mudar para Hartford. Mas eu
não quero deixar à senhora sozinha, então se a senhora me falar que não está de acordo eu vou
entender e recusar.
- Oh. Então era isso. – Ela segurando as minhas mãos, e me olha por alguns minutos antes
de falar.
- Eu vou sentir muito a sua falta, mas não seja boba em recusar esta oferta. Algo assim não
aparece duas vezes em nossa vida. Você pode ir tranquila. Eu vou ficar muito bem. Eu não sou uma
pessoa inválida, Hazel. Você pode viver a sua vida, e parar de se esconder com a desculpa de
que precisa estar aqui para mim. – Ela me conforta.
- Tem certeza? – Eu pergunto.
- Absolutamente. – Ela afirma.
- Eu te amo tanto vovó. – Eu me jogo em seus braços.
- Eu também te amo, minha querida. – Ela diz.
Eu sinto o meu coração apertar com a ideia de deixá-la sozinha aqui em New London, mas
eu sei que ela ficará bem. E eu também vou ligar toda hora para ver como ela está.
Eu já falei com Gia e Lilly para ficarem de olho nela. E elas me prometeram cuidar dela
muito bem. E como ela mesma disse, ela sabe se cuidar.
Eu não pretendo deixá-la aqui sozinha por muito tempo. A minha ideia é convencê-la a se
mudar comigo para Hartford.
- A senhora acha mesmo? – Eu pergunto.
- Claro que sim. Você merece uma oportunidade como essa. Eu sei o quanto foi difícil para
você deixar a faculdade para cuidar de mim, mas agora eu estou bem e você pode fazer algo
importante na sua vida.
- Eu faria qualquer coisa pela senhora. – Eu a abraço mais forte.
- Eu sei que sim, querida. Mas chegou a hora de cuidar de você, Hazel.
Eu conto a vovó todos os detalhes da entrevista, e os benefícios do meu novo trabalho como
assistente do senador. Ela fica muito feliz e entusiasmada.
Eu pego o meu notebook para pesquisar apartamentos em Hartford para alugar. Vovó me
ajuda a escolher alguns para olhar.
Na manhã seguinte, vovó, Gia e eu vamos olhar os apartamentos em Hartford. Eu não
quero nada muito caro, mas também não quero viver em uma pocilga.
Achar um apartamento por um preço bom e que fosse habitável não foi uma tarefa fácil,
mas enfim conseguimos. Na verdade, ele foi a nossa última visita do dia. E eu acabei me
apaixonando pelo lugar. Ele não era nada luxuoso, mas era intimista e ficava a menos de vinte
minutos do Capitólio.
O que era muito bom, visto que eu não tenho carro. Então poderia ir a pé, ou até mesmo
de metrô.
- Eu vou ficar com ele. – Eu falo para a corretora que sorri.
***
Eu pensei que seria fácil me despedir de Peter e do Kiss, mas a verdade é que eu vou
sentir muita falta de trabalhar lá. Porém, Peter tem razão, esta é uma grande oportunidade, e eu
não posso perder.
Eu sei que parece loucura, mas apesar de reclamar dos clientes que se excediam
constantemente, esse lugar se tornou muito especial para mim. E eu vou sentir falta.
Hoje também é o meu último dia na padaria, e eu já estou com saudades das meninas. Eu
vou sentir falta das nossas conversas no final da tarde. Das nossas brincadeiras e de cada uma
delas.
- Você vai aparecer na TV? – Jenna pergunta.
Eu sorrio e tomo um gole do meu café antes de responder. – Não, Jenna. Eu serei apenas a
sua assistente, não o sabor do dia.
- Quem sabe. – Ela suspira esperançosa e eu não posso deixar de sorri.
- Então, quando você tem que ir? – Mica pergunta.
- Eu tenho que estar em seu escritório na segunda logo cedo. Então eu tenho pouco tempo
para arrumar tudo antes de ir.
- Rita vai ficar bem, Hazel. Não se preocupe. Nós vamos tomar cona dela para você. Ela
não vai se sentir sozinha. – Jenna diz.
- Obrigada. Vocês são as melhores pessoas que eu conheço. – Eu desço do balcão onde eu
estava tomando o meu café da tarde e as abraço.
- Eu vou sentir falta de vocês. – Eu deixo as lágrimas caírem.
- Eu sei, querida. E nós também sentiremos a sua falta, mas isso vai ser muito bom para
você. – Mica enxuga as minhas lágrimas e me beija na bochecha.
- Agora vamos voltar ao trabalho, porque mesmo sendo o seu último dia, você ainda tem
muitos clientes para atender. – Mica brinca e me dá uma tapinha na bunda antes de voltar para o
forno para verificar os pães.
Quando o meu turno termina, as meninas da padaria me abraçam e me desejam muita
sorte nesta nova etapa da minha vida.
Eu agradeço e prometo tirar um dia para visitar elas aqui na padaria. Quando eu saio de
lá, os meus olhos estão cheios de lágrimas.
Quando eu chego em casa, o cheiro de bolo de milho com coco me cumprimenta. Eu sorrio e
corro para dentro para encontrar a minha avó passando a cobertura de ganache no bolo de coco
fofinho que ela acabou de fazer.
- Oh meu Deus! Eu já disso o quanto eu te amo, vozinha? – Eu digo , e a abraço plantando
um beijo em sua bochecha.
- Você vai me fazer derrubar chocolate por todos os lados, menina. – Vovó repreende
sorrindo.
- Desse jeito eu não vou querer ir a lugar nenhum. – Eu falo o meu lugar na mesa.
- Não seja boba. Você vai se acostumar à vida boa da cidade grande e não vai nem
lembrar dos meus bolos. – Ela faz um biquinho, e eu não posso deixar de sorrir.
- Nunca! Nada no mundo me fará esquecer da senhora. – Eu grito fazendo-a sorrir com
emoção.
4
Hazel
Hazel
Hazel
Ser assistente do senador vem com mais benefícios do que eu poderia imaginar. Além de
um guarda-roupa totalmente renovado, eu vou ter um carro que eu poderei usar para me
locomover. Arnold me entrega as chaves do carro, e eu não posso acreditar quando eu vejo o
Tesla modelo X na minha frente.
- Este é o meu carro? – Eu pergunto não acreditando.
- Sim. Ele já veio todo equipado, e você poderá usá-lo para ir onde quiser. Você poderá
pegá-lo quando quiser. – Ele diz.
- Oh meu Deus! Isso é incrível. – Eu falo dando a volta para olhar mais de perto.
- Fico feliz que tenha gostado, Srta. Sutton. – Arnold fala e começa a me mostrar todos os
detalhes do carro de luxo.
- Arnold, eu posso te fazer uma pergunta?
- Claro.
- Todos os assistentes do senador Vough tiveram esse mesmo tratamento? – Eu pergunto
encontrando o seu olhar despreocupado.
- Sim. Este é o protocolo para qualquer funcionário ligado diretamente ao senador. – Ele
diz, e eu me sinto um pouco aliviada em saber que eu não estou sendo tratada de forma diferente.
Eu não estou insinuando nada, mas tudo isso me parece um pouco exagerado para
acomodar uma simples assistente pessoal.
- O que te preocupa? – Ele pergunta.
- Bem, eu acho tudo isso muito exagerado. Quero dizer, assistentes não tem esses tipos de
regalias.
Ele ri. – Isso é verdade. Mas o senador Vough é diferente. O mesmo aconteceu com o seu
antigo assistente, o Sr. Linus. Isso é um padrão estabelecido pelo senador.
- Ok. – Eu murmuro um pouco envergonhada por pensar mal disso tudo.
- Não se preocupe, com o tempo você vai se acostumar. É tudo uma questão de tempo. – Ele
diz com um sorriso.
- Eu acho. – Eu devolvo o sorriso.
- Você está pronta para ir? – Ele pergunta.
- Sim.
Durante o percurso de volta para casa, eu acabo aprendendo um pouco mais sobre o
senador e seus costumes. Arnold me conta algumas de suas manias e exigências. E também me fala
sobre os seus projetos.
Eu descobri que o senador Vough recebeu o prêmio Raymond E. Baldwin de Serviço Público,
pela criação do primeiro Centro Poli educativo do estado para crianças, adolescentes e jovens
entre as idades de 4 até 24 anos. O Centro é uma grande oportunidade para jovens em situação
de carência. Ele conta com a ajuda do governo e de instituições privadas para se manter
funcionando.
Eu faço uma nota mental para procurar mais sobre isso. É muito difícil acreditar nos nossos
representantes hoje em dia, mas Vough parece ser uma grande exceção.
Já para das dez da noite quando Arnold me deixa em casa.
- Obrigada, Arnold. Boa noite. – Eu falo.
- Boa noite, Srta. Sutton. – Ele sorri.
- Hazel. Por favor, me chame de Hazel. – Eu peço.
- Boa noite, Srta. Hazel. – Ele diz e eu rio.
- Você não precisa me chamar de Srta., Arnold.
Ele sorri, mas não diz nada. Arnold espera até que eu esteja dentro de casa para poder
entrar no carro e ir embora.
Eu ando pela casa com cuidado para não acordar a vovó. Ela queria ficar me esperando,
mas eu sabia que ela iria acabar se rendendo ao sono.
Gia está deitada no nosso sofá, ela está roncando. A TV está ligada em uma série, mas
está sem o volume.
Eu pego a manta do sofá e coloco sobre ela. Apago as luzes e vou para o meu quarto. No
meu caminho, eu passo para ver vovó. Ela dorme com a porta aberta. O ronco suave me
cumprimenta e eu vou para o meu quarto.
Depois de retirar a minha roupa, visto o meu pijama, escovo os meus dentes e vou para a
cama.
O sono não vem facilmente. A minha mente está girando à mil. Tudo isso é muito novo para
mim. Eu não estou acostumada a lidar com gente tão importante, ou até mesmo estar no meio delas.
E sem falar que o meu coração está apertadinho por ter que deixar a minha avó.
Ter o domingo de folga é muito bom, assim eu poderei passar o dia inteiro com ela, mas
ainda assim é pouco.
Eu nunca me separei da minha avó por tanto tempo. Eu sei que ela quer o melhor para mim,
mas eu não queria que tivesse que ser assim.
Alcançando o meu notebook, eu digito o nome de Vough. Há mais de um milhão de
resultados de busca sobre ele. A maioria deles fala das conquistas e romances com modelos e
atrizes famosas, mas nenhum deles foi confirmado. Segundo o jornal The Life, de Hartford. O
senador nunca teve um relacionamento sério e não pensa em se casar tão cedo.
Eu continuo a minha pesquisa sobre os seus projetos e sua plataforma política. Vough é
considerado um dos políticos com maior aprovação nos últimos vintes anos em toda a América.
Há algumas fotos dele com sua família. Os seus irmãos são tão bonitos quanto ele. Os seus
pais também. Alguns sites de fofocas falam de seus pais. A sua mãe é uma dama da alta
sociedade americana, e o seu pai é um grande empresário que rege seus negócios a punhos de
ferro.
Eu não encontrei muita coisa sobre os seus irmãos. Vough é o mais velho dos três, seguido
por Richard, que é um renomado Neurologista. E o Edward, irmão caçula, que é um Engenheiro e
Arquiteto.
Eu desligo o computador, e tento dormir, mas o sono não quer vir. Eu me viro e reviro na
cama por horas até que o cansaço me vence. E eu acabo adormecendo pensando no senador
Vough.
***
Hoje é sábado. O dia em que eu vou encontrá-lo.
A minha barriga está dando voltas. Eu me levanto e uso o banheiro, depois de me trocar eu
vou para a cozinha para encontrar a minha avó e minha melhor amiga rindo e conversando.
- O que é tão engraçado? – Eu pergunto quando entro na cozinha.
- A sua avó estava me contando como ela acidentalmente queimou a bunda do seu avô
quando eles ainda eram apenas namorados. – Gia responde sorrindo.
Eu rio com a lembrança da história que vovó sempre conta do dia em que tentou fazer um
jantar romântico para o meu avô e eles terminaram tendo que pedir uma pizza.
- Eu amo essa história. – Eu falo colocando um pouco de café na minha xícara.
- Naquele dia eu soube que ele era o homem certo. E daquele dia em diante, nós nunca nos
separamos. – Vovó diz com emoção.
- Oh! – Gia e eu falamos ao mesmo tempo.
A história de amor dos meus avós é muito bonita. Eles eram tão apaixonados um pelo outro.
O meu avô construiu uma casa na árvore para a minha avó, e foi lá que eles deram o primeiro
beijo. E algum tempo depois foi lá que ele a pediu em casamento.
Eu amo aquela casa da árvore. Eu cresci brincando lá com Gia e Scott, e é um dos meus
lugares favoritos no mundo todo.
- Como foi o encontro com o advogado? – Vovó pergunta.
- Foi bem tranquilo. Eu estava bastante nervosa, mas correu tudo bem. Ele me informou que
eu terei os domingos de folga quando o senador não precisar dos meus serviços. Então eu poderei
vir para casa pelo menos uma vez por semana.
- Isso é muito bom, querida. – Vovó fala com alegria.
- Sim. – Eu respondo.
- Você conheceu o lugar aonde vai trabalhar com o seu todo poderoso? – Gia pergunta.
- Todo poderoso é Deus, menina. – Vovó a reprende.
- Não o lugar exatamente, mas o lugar é muito bonito. E vocês não vão acreditar. – Eu puxo
a cadeira e começo a contar tudo sobre a noite passada.
Vovó e Gia ouvem tudo atentamente, e pelas expressões em seus rostos, eu sei que elas
estão felizes por mim.
Essa é uma grande oportunidade, e eu pretendendo aproveitar ao máximo. Eu sempre fui
fã de política.
Eu não conhecia o senador Vough e suas propostas, mas gostaria de ter votado nele. Na
eleição passada eu estava na faculdade, mas não votei em ninguém. Eu sei que parece
contraditório, mas eu estava passando por uma fase muito ruim. Eu sentia muito a falta dos meus
pais. E estar longe da minha avó não ajudou muito. Então, eu praticamente me isolei do mundo
exterior por um grande período.
- Agora eu preciso terminar de arrumar as coisas, porque o motorista do senador vai
passar para me pegar em poucas horas. – Eu dou um beijo na minha avó e arrasto Gia para me
ajudar.
- Então, você viu o seu escritório? – Gia pergunta quando chegamos ao meu quarto.
- Não. – Eu sorrio.
- Que chato! Pelo menos você vai encontrá-lo mais tarde. – Ela arqueia as sobrancelhas
com insinuação.
- Você é maluca. – Eu jogo uma almofada em sua cabeça.
- Estou apenas sendo realista. – Ela joga a almofada de volta.
- Não. Você está viajando com essas suas ideias malucas. – Eu falo passando a fita nas
caixas que eu vou levar comigo.
O apartamento que eu aluguei já vem com alguns móveis, o que é muito bom. Só assim eu
não preciso me incomodar em gastar dinheiro com mobília.
Eu não estou levando muita coisa. Até porque todo o meu guarda-roupa será reformulado,
então quase nada do que eu tenho poderá me servir lá. Estou levando algumas coisas minhas
essenciais e de uso privado, como o meu pijama de gatinha e as minhas pantufas rosa.
Eu sei que é muito infantil, mas o que eu posso dizer. Eu amo essas coisas, e não vou a
qualquer lugar sem eles.
Estou levando também os meus óculos de leitura, e algumas fotos da vovó, dos meus pais, e
minha com Gia e Scott.
Eu quero que o meu apartamento tenha um pedacinho deles para me fazer sentir mais
próxima deles.
- Quanto tempo é o seu contrato? – Gia pergunta.
- Um ano, mas eles podem estender no caso de interesse das duas partes.
- Isso é bom. E pelo dinheiro que eles vão te pagar para ser babá do senador, eu ficaria a
vida toda. – Ela bufa.
- Eu não sou serei sua babá. – Eu retruco.
- Assistente. Babá, é tudo a mesma coisa. Você vai ser a sua sombra, e merece cada
centavo que eles estão te pagando.
- Você é muito exagerada.
- Eu também te amo. – Ela estira a língua para mim.
- Eu preciso que você me ajude a escolher uma roupa para encontrar o senador hoje à
noite.
- Eu já sei o que você deve usar. – Ela salta da cama e corre para o meu closet, e depois
volta com o meu vestido Pucci verde, que vai até os joelhos. Ele é muito bonito e tem uns detalhes
que lembra uns arabescos.
É uma excelente escolha.
Eu ganhei este vestido no Natal do ano passado da minha avó. Estava em liquidação e ela
me comprou de presente.
Ele é lindo e veste muito bem.
Eu sorrio para a sua escolha, enquanto Gia tagarela sobre as vantagens de ser assistente
do cara mais gato e rico de todo o estado, e escolhe o que eu vou usar para o meu encontro com
o meu futuro chefe.
Eu amo a minha melhor amiga, mas às vezes ela é mais do que eu posso lidar. Eu vou sentir
falta dela como louca.
7
Hazel
Archie
Estabelecer um acordo diplomático com uma nação não é a parte mais difícil do processo.
O complicado é manter este acordo.
A monarquia dinamarquesa tem bastante influência nas tomadas de decisões de seu país. O
rei é quem toma as principais decisões do seu país e nomeia o primeiro-ministro e os demais
representantes do seu gabinete. Então este novo acordo de importação está muito longe de ser
concretizado.
Eu fecho os arquivos e sigo para o próximo. Não é como se eu não tivesse o que fazer. Há
muitas outras coisas que necessitam da minha atenção. Orçamentos e propostas de leis que ainda
não passei por cima.
Há uma batida na porta, e eu já sei quem é.
- Entre. – Eu grito, e Fred entra.
- Senhor, a Srta. Sutton está aqui para vê-lo. – Fred diz.
- Tudo bem, mande-a entrar. – Eu falo me ajeitando na minha cadeira.
Eu volto a minha atenção para a tela do computador enquanto Fred a orienta a entrar em
meu escritório.
- Senador, a Srta. Sutton. – Fred anuncia.
Eu olho para cima e trago uma respiração profunda.
Oh merda.
Ela vai ser um grande problema.
Contratar Hazel pode ter sido uma péssima ideia. A mulher é a perfeição em figura de
gente. O seu jeito inocente desperta a besta em mim. Imediatamente o pau salta para vida dentro
das minhas calças.
Deus ela é tão linda.
Eu estou quebrando todas as minhas regras ao contratar Hazel. Eu tento me conter, ajusto o
meu pau dentro das minhas calças e me levanto para cumprimentá-la.
- É muito bom revê-la, Srta. Sutton. – Eu falo estendendo a mão.
- O mesmo aqui, senhor. – Ela fala timidamente.
- Por favor, sente-se. – Eu aponto uma das cadeiras, e ela caminha até uma delas e se
senta.
Eu dou a volta na minha mesa e sento o mais longe possível dela. Eu não confio em mim
mesmo para estar tão próximo.
Hazel está absolutamente linda.
Ela está vestindo um vestido verde. E a besta em mim quer jogá-la sobre a minha mesa e
rasgar esse vestido do seu corpo para poder me afundar em seu calor apertado.
Um gemido escapa do fundo da minha garganta, e eu tento disfarçar. Não quero que ela
ache que eu sou um tarado no nosso primeiro encontro oficial como seu chefe.
- Srta. Sutton. – Eu falo buscando o seu CV no meu computador.
- Hazel. – Ela diz. – Me chame de Hazel. Se estive tudo bem. – Ela diz um pouco incerta
por ter me cortado.
- Hazel.
Eu quero lhe dizer para me chamar de Archie quase institivamente, mas eu não posso. Nem
mesmo Arnold faz isso. E ele tem estado comigo há anos. O que é uma besteira. O fato de ser uma
autoridade política não quer dizer que eu sou melhor do que ninguém.
Tudo não passa de uma formalidade.
- Você está pronta para ser minha assistente? – Eu pergunto observando quando ela
engole em seco e fala.
- Sim, senhor. Eu sei que não tenho as qualificações exigidas, mas eu prometo fazer o meu
melhor para não decepcioná-lo. – Ela diz confiante.
Eu gosto da sua confiança.
Para ser a minha assistente pessoal, Hazel não precisará de muito. Embora ela tenha que
ficar muitas horas a minha disposição para coisas muito particulares que não podem ser feitas pela
secretária oficial do senado.
Assim como Fred, ela terá que viver aqui em Hartford. Não é um trabalho mentalmente
exigente, mas vai ser estressante e ela terá que assumir uma personalidade muito forte.
Ela terá uma mesa ao lado do meu gabinete no Capitólio.
- Eu sei que vai, Hazel. Você já está a par de tudo que será lhe atribuído para esta
função? – Eu pergunto.
- Sim, senhor.
- O que você acha da minha plataforma? – Eu quero saber a sua opinião sobre mim.
Ela se mexe em sua cadeira, e eu sei que ela está muito nervosa em responder a essa
pergunta.
- Bem, eu não o conhecia. Na eleição passada, eu não votei. Mas confesso que fiquei
impressionada com a pesquisa que fiz. – Ela responde, e eu sorrio.
- Eu fico feliz em saber que você gostou do que viu. Eu tenho grandes planos, Hazel. E ser
um senador é apenas um passo ao longo do caminho que eu quero percorrer.
Ela me olha atentamente, e eu sei que ela está tentando absorver o que as minhas palavras
significam. E eu sei que ela também está tentando entender o porquê.
- O senhor já tem o primordial. – Ela diz.
- E o que seria isso, Hazel? – Pergunto curioso.
- A aceitação do público. O senhor tem o maior índice de aprovação entre os eleitores do
estado. E aproximadamente 80% deles votariam no senhor novamente. O que significa que o seu
trabalho está sendo acima da média. – Ela responde.
- Você andou pesquisando mesmo. – Eu sorrio com admiração.
Peter tinha razão. Hazel é muito mais do que uma menina bonita. E eu estou feliz por tê-la
ao meu lado, embora eu tenha que me controlar para não pular em cima dela, e fazê-la minha.
Ela sorri, e eu sinto que ganhei o meu fodido dia.
Eu balanço a minha cabeça e tento afastar esses pensamentos da minha mente. O silêncio
se estendeu pela sala.
Eu não sei se consigo falar sem soar como alguém que está pensando em afundar o meu
pau dentro da sua buceta apertada. E tenho medo de deixar transparecer a minha falta de
controle perto dela.
Eu não sei o que há de errado comigo. Eu nunca me senti assim em torno de uma mulher
antes. Hazel me faz querer coisas que não devo.
- Você gostou do seu carro? – Pergunto para quebrar o gelo que se estabeleceu na sala.
Eu sei que é uma pergunta idiota, mas eu não posso evitar.
- Sim, senhor. Obrigada. – Ela confirma.
Hazel parece gostar de mim, embora eu tenha que dizer que isso não é novidade. A
maioria das mulheres faz. E eu não estou sendo esnobe, é apenas o que é.
Ela está mais nervosa por estar sozinha comigo, mas eu pretendo mudar isso. Eu não quero
que ela se sinta desconfortável na minha presença.
Hazel e eu conversamos por mais um tempo, e ela finalmente relaxa no decorrer da
conversa. Ela sabe muito mais sobre mim do que eu mesmo me lembrava. E coincidentemente, ela
foi buscar as informações mais importantes a meu respeito.
Eu não sei se ela está evitando falar das minhas conquistas, ou se não se importa. O que
me deixa muito curioso, mas isso é um tema para outra ocasião.
Eu proponho um passeio ao longo do segundo andar onde fica o meu escritório e o
escritório do chefe de segurança.
É uma má ideia mostrar a uma funcionária o seu quarto?
Eu a conduzo para o terceiro andar, e proponho de irmos pelas escadas. Ela não discute e
segue na minha frente. O que me dá a oportunidade de olhar para a sua bunda. O meu pau salta
dentro das minhas calças só de olhar para ela.
- Está não é a residência oficial do senado? – Ela pergunta quando chegamos ao terceiro
andar, onde eu sei que está o seu quarto.
- Não. Apenas o governador tem uma residência oficial designada e obrigatória para se
viver. – Eu falo.
- E isso é uma coisa boa ou ruim? – Ela pergunta.
- Eu diria que é uma coisa muito boa. Está casa é minha e eu posso fazer o que quiser nela,
sem me preocupar em ter que deixar tudo do mesmo jeito que encontrei para o próximo
representante.
Hazel abre a boca, e eu tenho a certeza de que ela está prestes a fazer uma pergunta,
mas ela a fecha e olha ao redor.
- Há algo que você queira me perguntar?
- É muito pessoal.
- Você será a minha assistente pessoal, Hazel. Você vai descobrir um monte de informações
pessoais.
- Oh. – Ela parece surpresa.
- Sim. Você será capaz de saber os meus segredos mais profundos.
- Eu vou organizar a sua agenda também?
- Você quer dizer a minha agenda pessoal? Sim. Você estará ciente dos meus encontros e
esses tipos de coisas.
- Como é que o senador encontra mulheres? – Ela dispara e eu vejo o vermelho cobrir o
seu rosto.
- Eu sinto muito, eu não... – Ela tenta se desculpar, mas eu a corto.
- Está tudo bem, Hazel. Geralmente eu opto pela forma mais convencional. – Eu falo e ela
ergue as sobrancelhas em confusão.
- Eu conheço alguém interessante, então eu me apresento e trocamos informações.
- Deve ser difícil. Quero dizer, com todo o assédio das mulheres. – Ela diz.
- Um pouco. Eu sou do tipo antiquado que vai a bares e festas. Então a arte da paquera
fica muito mais fácil nesses ambientes.
- Os boatos são verdadeiros?
- Sobre?
- Sobre o seu relacionamento com a modelo russa? – Indaga.
- Não há nada entre nós, além de uma boa amizade. – Eu respondo honestamente.
- A mídia está certa de que vocês vão se casar no final do ano. – Ela me olha com algo
que eu não consigo identificar, mas passa rapidamente.
- A mídia fala o que ela quer. Na grande maioria das vezes é sempre mentira. Mas e você?
– Pergunto curioso para saber se ela tem alguém em sua vida.
O pensamento dela já ter dono não é nada reconfortante.
Ela sorri, mas não responde. E isso me deixa ainda mais curioso.
Será que Hazel já tem alguém especial em sua vida? E por que isso me incomoda tanto?
Ela não responde, e eu não insisto, mas eu não posso parar a minha mente de pensar sobre
isso.
Será que ela está com alguém?
Eu faço uma nota mental para pesquisar sobre ela e um possível namorado. Hazel e eu
continuamos o nosso passeio, mas somos interrompidos por uma chamada do presidente.
Eu me desculpo e prometo concluir o passeio em outro momento. Eu não olho para trás
quando a deixo de pé no meio do corredor do terceiro andar, parecendo confusa e ainda mais
linda.
Isso vai ser mais difícil do que eu imaginei.
9
Hazel
Eu fico olhando para as suas costas enquanto ele desaparece no corredor. Eu não sei o que
eu disse que o aborreceu. Talvez tenha sido pela falta de resposta sobre ter alguém na minha
vida, mas eu não tinha o que dizer, então me reservei ao direito de ficar calada.
Eu preciso começar a desembalar as caixas com as minhas coisas. Então eu desço para
encontrar Arnold, mas ele não está em nenhum lugar à vista.
- Srta. Sutton. – Um dos seguranças se aproxima.
- Sim?
- Arnold pediu para entregar-lhe as chaves do seu carro. Ele não ser capaz de levá-la em
casa, então nós a seguiremos até que esteja em casa segura. – Ele fala.
- Tudo bem, mas não é necessário me acompanhar. – Eu agradeço não querendo ser um
incomodo.
- Eu receio que não temos escolha, Srta. – Ele diz formalmente.
- Tudo bem, então. – Eu sorrio e vou para o carro.
Eu entro no carro, e o cheiro de couro rico e novo me cumprimenta. O banco é macio, e eu
não posso deixar de sorrir.
Aperto o pé no acelerador, e coloco o veículo em movimento.
Eu olho pelo retrovisor e vejo o imponente SUV na minha cola. O trajeto de Hartford para
casa é feito muito rápido.
O carro é incrível. E ele será de muita ajuda quando eu quiser ir ver a minha avó.
Quando eu paro em frente a nossa casa, eu vejo Scott sentado nos batentes da minha casa.
Eu faço o meu caminho até ele. Ele parece tão calmo, mas na realidade eu sei que ele está
com mil coisas na cabeça.
Scott é muito estourado, mas quando ele tem algo importante em sua mente, ele apenas se
fecha para o mundo. O que é uma coisa ruim, porque ele começa a dar patada em todo mundo.
Ele olha para cima e me vê. Os seus olhos verdes estão aflitos e torturados. Ele está lutando
contra algo.
- Ei, o que você está fazendo aqui? – Eu pergunto quando me aproximo.
- Eu estava esperando você. Sua avó disse que você chegaria em breve, então eu sentei
aqui e esperei por umas poucas horas. – Ele me encara.
Eu respiro fundo e me sento ao seu lado.
- O que está acontecendo, Hazel? E não minta para mim. – Os seus olhos me encaram
procurando uma explicação.
- O que você quer dizer?
- Por que aceitou esse emprego em Hartford?
- É uma grande oportunidade, Scott. – Eu falo.
Scott toma uma respiração profunda. – Você sabe que não precisa trabalhar, basta me
dizer uma palavra, e eu cuidarei de você e da sua avó. – Ele diz com um tom agudo.
- Eu não penso assim, Scott. Você é como um irmão para mim. – Eu falo tentando rezando
para não ferir seus sentimentos.
- Eu não quero ser um fodido irmão para você, Hazel. E você sabe disso. Toda a maldita
cidade sabe disso, só você que não vê. – Ele acusa.
Eu me inclino para frente. – Eu não sinto o mesmo que você, Scott. Eu sinto muito, mas eu não
posso fingir algo que eu não sinto. E eu te amo demais para te enganar.
- Eu não quero esse amor de pena. – Ele retruca.
- Eu não sinto pena de você. Eu te amo como um irmão.
- Eu tenho amor suficiente para nós dois. E se você me der uma chance, eu vou te mostrar o
quanto podemos ser bons juntos. – Ele segura as minhas mãos e me olha diretamente nos olhos.
- Não é assim que as relações são construídas, Scott. – Eu tento fazer com que ele entenda,
mas parece impossível.
- Eu posso te dar o mundo, Hazel. – Ele implora apertando as minhas mãos.
- Eu não posso, Scott. – Eu falo, e vejo o seu rosto se contorcer no que parece ser dor. Tudo
que eu não queria nesse mundo era magoá-lo, mas acabei fazendo.
Ele se levanta abruptamente, ficando de costas para mim. Eu sei que o magoei muito, mas
eu não posso dar o que ele quer.
- Não me odeie, Scott. – Os meus olhos piscam com lágrimas.
Scott se vira e me envolve em seus braços. – Não chore, Hazel. Eu não posso ver você
chorando. Eu não poderia odiá-la, mesmo que eu quisesse. Estou zangado comigo mesmo por não
ter você. – Há tristeza em sua voz quando ele me abraça mais forte.
Eu me agarro ao meu melhor amigo que acabou de derramar o seu coração para mim. Eu
tenho os meus olhos fechado, mas algo reflete em meu rosto, e instantaneamente eles se abrem.
Eu vejo que o SUV que veio me acompanhando até em casa ainda está parado na rua. Eu
não sei o que eles estão achando da nossa troca, mas tenho a sensação de que isso será levado
até o senador.
Eu sinto o meu estômago apertar, mas afasto esses pensamentos da minha cabeça. Por que
o senador iria se importar com quem eu falo ou deixo de falar?
Não seja tola, Hazel.
- Você está feliz? – Ele pergunta quando nos afastamos.
- Sim. Essa é uma grande oportunidade, e eu quero aproveitar cada minuto. – Eu sorrio, e
ele enxuga as lágrimas do meu rosto.
- Eu fico feliz. Então, me fale mais sobre esse trabalho.
Antes que eu possa responder, o meu telefone toca. O número é desconhecido, mas eu
atendo mesmo assim.
- Sim. – Eu digo, olhando para Scott.
- Srta. Sutton, aqui é o Vough.
- Olá, senhor. – Os meus olhos se arregalam.
Por que ele está me ligando?
- Eu gostaria de saber se você consegue chegar até a minha casa em quarenta minutos.
- Claro, senhor. Estou saindo agora. – Eu falo.
- Perfeito, vejo você em breve. – Ele fala, então desliga.
- O que foi isso? Quem era? – Scott pergunta.
- Era o senador, eu tenho que ir. – Eu falo, e caminho de volta para o carro deixando Scott
ali de pé.
Eu não sei o que eu fiz de errado, mas algo me diz que eu estou prestes a descobrir.
***
Eu não sei o que aconteceu, e porque o senador precisa de mim tão rápido, mas eu dirijo o
mais rápido que eu posso dentro do limite de velocidade permitido.
Eu não quero correr o risco de me envolver em um acidente de carro.
Quando eu chego à mansão, eu passo pela segurança e me identifico. Eles verificam a
minha identidade e me deixam passar. O SUV preto está logo atrás de mim. Eu estaciono o carro e
corro para dentro.
Eu corro para dentro e um dos seguranças me acompanha até o escritório do senador. Ele
bate na porta e uma voz de dentro grita para entrar. O segurança abre a porta para mim, e eu
agradeço.
O senador está em sua mesa olhando diretamente para mim com o que parece uma
carranca em seu rosto.
Será que eu fiz algo de errado?
- Sente-se, Hazel. – A sua voz é firme.
Eu faço o que ele me pede e sento em uma das cadeiras a sua frente.
- Eu acredito que você saiba o que por que eu te chamei de volta com tanta pressa. – Ele
arqueia uma sobrancelha para mim.
- Não, senhor. – Eu respondo sinceramente.
Ele me olha por um bom tempo, e não fala nada por uns bons segundos. Eu acho que ele
está tentando descobrir se eu estou falando a verdade.
- A sua posição ao meu lado como assistente pessoal lhe dará acesso à minha vida como
nenhuma outra pessoa será capaz de ter. E isso significa que você terá que tomar alguns cuidados.
– Ele diz secamente.
- Claro, senhor. – Eu torço os meus dedos ansiosamente.
- Bom. – Ele parece satisfeito com a minha resposta. – Hoje mais cedo quando eu perguntei
se havia alguém na sua vida, você se recusou a responder, mas acabei de descobrir que há sim um
homem em sua vida. E que vocês estavam muito íntimos em frente à sua casa. – Ele parece
zangado.
- Senhor, se eu puder...
- Eu não estou interessado em sua vida particular, Hazel. O que você faz com ela não me
diz respeito, mas eu preciso ter certeza de que nada do que acontece em minha vida será
repassado para terceiros.
Eu olho para ele sem entender o que deu nele para me acusar de ser esse tipo de pessoa
antes mesmo de começar o meu trabalho.
Eu engulo antes de responder.
- Eu não sei o que lhe foi passado, senhor. Mas não é nada do que o senhor está pensando.
Eu não sou uma fofoqueira, e muito menos estou interessada em compartilhar o que acontece em
sua vida com outras pessoas, até mesmo porque há um contrato com uma multa milionária que eu
não poderia pagar, caso isso aconteça. Scott é apenas um grande amigo de infância que estava
precisando de uma mão amiga, senhor. – Eu faço o meu ponto.
- Não foi isso que me passaram. – Ele cospe fora.
Eu tenho vontade de mandá-lo ir para aquele lugar, mas respiro fundo e tento me
recompor.
- Eu não quero lhe faltar com respeito, senhor, mas terei que insistir em dizer que foi
exatamente isso que aconteceu.
- Eu espero de verdade que seja isso mesmo. Então eu acho que estamos entendidos. Nós
encerramos por aqui, Srta. Sutton. – Ele me dispensa sem me dar um novo olhar. E volta a sua
atenção para o computador.
- Sim, senhor. – Eu falo, e me levanto, mas antes que eu possa chegar à porta a sua voz me
para.
- Eu vejo você na segunda, Hazel. – Ele diz e eu me viro para encará-lo.
- Sim, senhor. – É tudo que eu falo.
Eu saio do seu escritório e vou para casa. A minha mente está tentando descobrir o que foi
isso que aconteceu.
Será que ele acha que eu vou sair por aí contando o que acontece na sua vida para todo
mundo?
Que tipo de pessoa ele acha que eu sou? E por que ele ficou tão zangado?
Eu suspiro.
Essa será uma longa noite.
10
Archie
Eu não consegui controlar os meus instintos primitivos, quando Derek me informou que Hazel
estava abraçada com um cara em frente à sua casa.
Por que isso me incomodou eu não sei, mas eu estou tentando entender o que isso significa.
Eu nunca me importei o suficiente com nenhuma mulher a este ponto. E Hazel é apenas a
minha assistente.
Ela está fora dos limites.
Pelo menos é o que eu estou tentando me convencer.
Isso que acabou de acontecer aqui fui eu sendo tolo e muito imprudente.
Hazel não me pertence.
Ela é uma linda e doce. E têm ocupado a minha mente desde o primeiro momento em que
nossos olhos se encontraram naquela noite no bar de Peter.
Eu estive pensando em seus olhos cor de avelã, e na sua boca que eu quero tanto beijar,
lento e selvagem. Mas eu preciso controlar a besta em mim quando se trata dela. Eu não tenho
nenhum direito sobre ela.
Eu sei que tê-la ao meu lado todos os dias não será uma boa ideia, mas eu não posso
evitar. Eu a quero cada vez mais perto.
Eu preciso me concentrar no trabalho e esquecer os pensamentos que eu tenho sobre
dobrá-la em minha mesa e me enterrar profundamente entre as suas pernas. Sentir ela se perder
em meus braços enquanto grita o meu nome.
Há uma batida na minha porta e logo Fred coloca a cabeça para dentro.
- A reunião começa em vinte minutos, senhor. – Ele diz.
- Obrigado. – Eu me levanto.
- Senhor, a palestra de terça-feira foi realocada para as 15h00min. Fred me entrega uma
pasta contendo o discurso já elaborado pelo meu assessor.
- Perfeito. Certifique-se de começar o treinamento com Hazel. Eu preciso que ela esteja
pronta para o trabalho em uma semana. – Eu falo enquanto caminhamos pelo corredor.
- Sim, senhor.
Eu ando pelo corredor em direção ao elevador. Dois seguranças estão conosco, enquanto
dois vão pelas escadas.
Sim. Eu tenho quatro seguranças o tempo todo comigo. Desde que eu sofri um atentado no
ano passado, eles estão sempre comigo.
Eu não sei como ou a mando de quem um cara conseguiu burlar o bloqueio de seguranças
e entrar na casa atirando para todos os lados.
Eu quase fui atingido no ombro, mas um dos seguranças que estava atrás de mim foi mais
rápido. Ele me puxou para o lado antes que a bala me acertasse em cheio.
Foi um dia tenso.
Eu entro no carro e Arnold coloca o carro em movimento. Quando eu chego ao Capitólio
Estadual. Eu entro na sala e encontro o meu assessor e advogado já me esperando.
- Senhores. – Eu cumprimento e tomo o meu lugar na ponta da mesa.
Leis precisam ser aprovadas e revisadas, mas antes de tudo eu gosto de sentar com a
minha equipe para discutir formas de melhorar o que foi proposto.
Eu preciso focar no meu trabalho e parar de pensar na bela mulher que logo estará ao
meu lado. Tornando a tarefa de me comportar muito mais difícil.
Algumas horas depois, nós finalmente terminamos. Eu preciso dormir. Todo mundo fala que
uma boa noite de sono é muito importante, e eu sei que eles devem estar certos, mas quando você
tem uma responsabilidade tão grande em suas mãos, fica difícil relaxar. Eu saio para o corredor.
Os meus seguranças estão do lado de fora mantendo o lugar. Eu passo para dentro do carro, e
Arnold me leva de volta para casa.
A minha cama é grande demais para uma pessoa, mas o espaço vazio ao meu lado não é
tão deprimente como de costume.
Eu quero Hazel aqui comigo. Eu não tenho ideia de como eu vou conseguir isso, mas eu
tenho algumas ideias.
Eu a quero, e não importa quanto tempo leve.
Todo o esforço vai vale a pena.
11
Hazel
O resto da semana foi gasto com Fred, assistente atual do senador. Ele me colocou a par
de tudo. E me ensinou o básico de tudo que será minha responsabilidade como nova assistente do
senador.
Eu fiquei muito grata.
Fred ainda estará conosco até o final do mês, o que é muito bom, porque eu posso
aprender muito mais antes que ele se vá.
Hoje é o meu primeiro dia de trabalho como assistente pessoal do senador. Eu estou
determinada a impressionar e ser durona.
Eu estou usando uma saia lápis preta com uma blusa branca de seda. O meu cabelo está
preso em um rabo de cavalo alto, e eu apliquei uma maquiagem suave, e deslizei nos meus saltos.
Eu não estou acostumada a usar saltos durante o dia, então foi uma surpresa para mim
quando eu os calcei e não senti nada além de maciez e conforto.
Eu estou atualizando a sua agenda para a semana quando Fred aparece.
- Como está indo? – Ele pergunta quando se aproxima.
- Muito bem. – Eu sorrio, em seguida, eu lhe mostro a tabela que eu fiz com os tipos de
eventos e itinerários que o senador irá passar estar semana.
Fred arrasta uma cadeira e senta ao meu lado. – Essa é uma boa forma de se manter
atualizada sobre os compromissos do senador. – Ele diz.
Como assistente pessoal, eu estarei trabalhando ao lado do senador. Eu estou ocupando
uma mesa ao lado do seu gabinete, assegurando que tudo corra bem.
Fred tornou bem claro quais eram as minhas funções como assistente. Eu tenho basicamente
que cuidar da sua agenda pessoal e profissional, não só isso, mas também estou gerindo os grupos
de prospecção que certificaram que tudo estará como deveria.
Ele me disse que um bom fluxo de gerenciamento torna o trabalho mais fácil.
O senador participa de muitos eventos ao longo do ano, e a logística por trás disso tudo
precisa ser muito bem aplicada.
- Ele precisa de um tempo para se exercitar todos os dias. Certifique-se de que ele faça
atividades diferentes ao longo da semana, com o mínimo de meia hora, todos os dias. Adicione
também um dia de folga em dias alternados a cada semana para que ele possa ver os seus
amigos mais íntimos e familiares.
Os seus irmãos costumam aparecer sem aviso, então é melhor você está preparada.
- Seus irmãos vivem aqui também? – Eu pergunto.
- Sim, mas nunca permita que os seus pais tenham acesso ao senador sem aviso. – Ele diz
muito sério.
- Há algum problema? – Pergunto incapaz de esconder a minha curiosidade.
- O senador e os seus pais não se dão muito bem. Digamos que ninguém tolera os Vough
pais. Eles são o que você poderia chamar de casal real chato.
- Oh. – É tudo que eu falo.
- Sim. Eles são osso duro de roer, e o senador não ficará feliz em ser pego de surpresa.
- Entendido. Algo mais? – Pergunto.
- O senador precisa ter um encontro com alguma mulher bonita a cada quinze dias. Ele vai
precisar de todo um esquema montado para que o encontro aconteça fora dos olhos da imprensa.
Eu sinto como se estivesse levado um soco no estômago com a ideia de vê-lo em um
encontro com outra mulher, mas tento afastar esse pensamento para longe.
Fred me ajuda a criar uma agenda ativa e um pouco mais flexível para o senador de
acordo com os seus compromissos de trabalho.
O homem tem uma carga excessiva de trabalho todos os dias, e quase nunca tem tempo
para ele mesmo. Ele nem mesmo escolhe o que vai usar todos os dias. Tudo é definido pela Megan,
e repassado para ele antes de se tornar definitivo. E eu terei que supervisionar cada coisa como
essa diariamente.
- Hazel, haverá algumas notas na imprensa.
Eu ergo a minha cabeça. – Perdão?
- As pessoas estão sempre atrás de escândalos políticos, e eles com certeza falaram sobre
a nova, linda e sexy assistente do senador. E você com certeza todo mundo vai querer saber quem
é a bela ao lado do senador Vough. Isso se tornará manchete de alguns jornais e revistas
sensacionalistas e eles podem não serem tão gentis quando forem se referir a você.
O pensamento de ter o meu nome e foto estampado em cada jornal ou revista do país de
repente me deixa em pânico. Eu fico muda, e sem piscar.
- Não se preocupe com isso. – Fred diz calmamente, segurando o meu olhar de completo
desespero.
- O senador e toda a sua equipe está acostumada a esse tipo de coisa. O meu conselho é
não lhe dar qualquer munição. Faça o seu trabalho e esqueça as fofocas. – Ele diz olhando para
mim com muita confiança.
- Uau! – Eu suspiro, e volto a minha atenção para o cronograma.
- Basta se manter profissional. – Ele diz.
Eu tento não me ater a isso, então concentro todas as minhas energias no que eu passei
toda a manhã trabalhando.
Uma vez que Fred e eu finalmente terminamos, ele vai embora e me deixa com mais coisas
para fazer.
Eu pensei que ser assistente consistia apena em organizar a sua agenda, mas vai muito
além disso.
Eu envio uma cópia para o e-mail pessoal do senador e um para do seu gabinete.
Ao me aproximar da porta eu ouço a voz do seu assessor, Gregory. – Devemos votar na
Lei que o obriga a prestar conta dos gastos pessoais que não são contabilizados.
- Eu não quero entrar em uma briga com o Martin. – O senador responde.
- Vough, o governador não está nem aí para o que você acha. Ele só está esperando uma
oportunidade para lhe derrubar. E você sabe que ele pretende concorrer contra você para a
presidência. – Gregory diz.
O senador quer ser presidente?
- Ele não é uma ameaça. – O senador deixa escapar uma risada baixa, mas muito
autoconfiante.
- Você subestima demais os seus adversários, Vough. – Gregory suspira.
- Eu não os subestimo, apenas não vejo motivo para tanto. – O senador retruca.
Eu bato na porta e coloco a cabeça para dentro da sala.
O senador levanta a cabeça e me pede para entrar.
Eu ando até a sua mesa e coloco a pasta para baixo. Ele observa cada passo que eu dou.
E de repente eu sinto um calor percorrer o meu corpo.
Nervosa, eu me apresso a voltar para a minha mesa. Tentando ignorar a conexão que sinto
quando estou perto dele.
- Precisamos ser agressivos, Vough. – Gregory suspira.
- Gregory. Durante anos, eu tive que fazer o que os outros queriam, mas eu sou um homem
adulto e sei o que eu estou fazendo. Ninguém acredita mais em Martin, e com certeza ele não terá
o apoio de muitos. Então você precisa confiar em mim quando eu digo que isso não é nada. – O
senador praticamente cala a boca do seu assessor.
- Falando em apoio, você precisa começar a namorar alguém. – Gregory solta e eu quase
engasgo com a minha própria saliva.
Sorte a minha que eu já estou do lado de fora do seu escritório, ou eu teria morrido de
vergonha em ser pega escutando a conversa alheia.
Por que Gregory quer que ele comece a namorar?
- A minha vida pessoal não está em jogo, Greg. – O senador o corta.
- Você precisa de uma mulher ao seu lado para poder concorrer à presidência. É a melhor
jogada.
- Eu já falei que isso está fora de questão. – O senador encerra.
– Hazel. – O senador levanta a voz e chama o meu nome.
Eu volto.
- Você poderia agendar o meu almoço para daqui a duas horas. Estou morrendo de fome,
mas ainda preciso terminar algumas coisas.
- Eu posso buscar alguma coisa para o senhor. – Ofereço.
- Tudo bem, essa parece uma ideia melhor. – Ele balança a cabeça sorrindo.
Eu sorrio de volta. – Há algo em especial que o senhor deseja? – Eu pergunto, mas assim
que as palavras deixam a minha boca eu me arrependo.
O brilho nos seus olhos me diz que eu estou certa.
Eu sinto o meu rosto aquecer.
- Eu vou querer o de sempre. Fred deve ter anotado em um de seus cadernos. – Ele fala.
- Isso é tudo, senhor?
- Sim. – Ele acena com a cabeça.
- Com licença. – Eu saio e corro para fora.
Eu já sabia que ele poderia estar com fome há esta hora. Em uma das anotações de Fred
ele mencionou isso, e também especificou o tipo de lanche que ele gostaria de ter.
Eu pego a minha bolsa e tomo o elevador até o piso da praça de alimentação. O lugar
está praticamente vazio a essa hora do dia.
Os horários de picos são no café da manhã, no almoço e no meio da tarde. Eu sei disso
porque Fred escreveu em suas anotações.
Eu faço o pedido e pago o lanche. Há um cartão de crédito designado apenas para
gastos do senador. Em menos de dez minutos eu estou de volta.
Eu não ouço mais a voz de Gregory. O que significa que ele já foi para a sua sala.
De qualquer forma, eu bato na porta antes de entrar.
- Você é um anjo. – O senador agradece.
- O senhor precisa de mais alguma coisa? – Pergunto.
- Não. Isso é tudo, obrigado, Hazel. – Ele diz.
Eu aceno e saio fechando a porta atrás de mim.
Eu volto para a minha mesa, mas o telefone toca com o ramal do senador.
- Senhor? – Eu atendo.
- Você já tem a agenda da próxima semana pronta? – Ele pergunta.
- Sim, senhor. Todos os seus compromissos foram organizados e estão na pasta que eu
deixei na sua mesa agora a pouco. – Eu falo.
- Ah, obrigado. – Ele desliga.
O senador vai para o seu compromisso de almoço com o Ministro da Fazenda, e eu corro
para a lavanderia para pegar o terno que ele usará no discurso de hoje no Centro de
Convenções.
Trata-se de um evento para inaugurar um hospital infantil no subúrbio da cidade. O
governador também estará presente, assim como algumas autoridades políticas.
O senador vai para o seu almoço e não volta para o gabinete. Eu termino o meu trabalho
e depois vou para casa.
Eu preciso ligar para a minha avó e tomar um bom banho.
12
Archie
Hoje foi o primeiro dia de Hazel, e eu quase não consegui me concentrar no trabalho
durante todo o dia.
A forma como ela sorri, aqueles lábios cheios implorando para serem beijados.
Eu assisti ela desfilar dentro e fora do meu escritório, curvando-se de forma sensual,
vestindo uma saia preta que abraçava as suas curvas perfeitas. O meu pau pressiona
dolorosamente contra as minhas calças.
Porra.
Enquanto Gregory tagarelava, eu estava imaginando como seria pressioná-la contra a
parede, fixando os seus pulsos acima de sua cabeça, e moer contra ela, arrancando dos seus
lábios carnudos, suspiros e gemidos.
Ela é muito jovem para mim. Porém, eu não quero pensar como essa diferença de idade
poderia interferir. Sem falar no que a imprensa iria publicar.
Eu sabia que não seria fácil tê-la ao meu lado sem ter uma ereção todo o tempo. Mas, eu
tenho que lhe dizer que ela está se saindo muito bem para um primeiro dia.
Ela é jovem e talentosa. Eu vejo a determinação em seus olhos cada vez que ela aprende
algo.
Eu só tenho que encontrar uma forma de manter as minhas mãos longe dela, ou eu não
serei capaz de parar.
Eu aposto que ela tem um gosto divino.
O meu pau salta dentro das minhas calças em concordância.
O meu dia foi preenchido com reuniões e eventos, e eu estou cansado e precisando obter
algum alívio.
Eu estava no chuveiro, água escorrendo enquanto eu imaginava Hazel aqui comigo. De
joelhos, enquanto as gotas de água caíam sobre a as pele nua. Os seus lábios em volta do meu
pau, chupando e lambendo todo o meu comprimento.
Ela trabalhou lentamente, e logo aprofundou, levando-o mais fundo em sua garganta.
Os seus seios molhados rasparam em minhas coxas enquanto ela me levava mais fundo
para cima e para baixo.
- Foda-se! – Eu gemi.
Eu estava gozando. As minhas bolas apertaram, tornando-se doloridas. Com uma mão ela
bombeou o meu pau enquanto a sua língua deslizava ao longo do comprimento.
Tão bom.
Eu gozei tão forte, espalhando gozo por todo o azulejo escuro que minhas pernas ficaram
moles. Eu escorreguei para o chão, esperando a minha respiração se estabilizar. Então a realidade
fria me cumprimentou.
Eu estava sozinho no meu chuveiro, tendo uma fantasia erótica com a minha mais nova
assistente.
- Maldição. – Eu rugi.
O meu pau sabia o que ele queria, e ele estava animado com a ideia de se enterrar
profundamente na buceta apertada de Hazel.
Eu terminei de me lavar, ainda com as imagens dela flutuando em minha mente.
Eu poderia ser o senador Vough, mas isso não iria me impedir de desejá-la.
Eu sei que tenho uma reputação a zelar, e que eu não posso jogar fora tudo que lutei para
conquistar até aqui, mas eu também sou um homem.
Um homem completamente fodido.
13
Hazel
Archie
Somente um homem tem a coragem de ser tão arrogante e fazer uma cena fora do meu
gabinete. Eu não estava surpreso ao abrir a porta e ver Carlise ali de pé gritando com Hazel. Mas
o que me chamou atenção foi o fato de que os seguranças não fizeram nada para evitar tal feito.
- O que está acontecendo aqui? – Eu grito, meus olhos fuzilando Carlise.
Pelo canto do olho, eu vejo Hazel.
- O que está acontecendo é que algumas pessoas precisam aprender qual é o seu lugar. –
Carlise cospe, olhando diretamente para Hazel.
- Eu não poderia concordar mais.
- Eu sinto muito, senhor. – Hazel diz nervosamente. – É só que a reunião com o senhor
Mathews foi reagendada para amanhã, mas...
- Não se desculpe. – Eu interrompo. Hazel está nervosa, mas não sei se é por causa de
Carlise ou por minha causa. Eu me volto para Carlise. – A reunião foi reorganizada para amanhã.
O que deu em você para invadir o meu escritório hoje? – Eu praticamente rosno para ele.
- É importante e não pode esperar. – Carlise responde. – Você já está aí com Terrence, e o
que eu tenho a dizer diz respeito a ele também.
- Você não tem que pensar nada. E tão pouco ignorar a minha assistente.
- A última vez que eu verifiquei, um membro do gabinete tinha mais autoridade do que a
garota que faz café. – Ele cospe o seu veneno.
Eu ranjo os dentes e peso as minhas palavras com cuidado. Carlise me odeia. Ele é aliado
ao governado e fará de tudo para me jogar para escanteio.
Eu não o culpo, ele era o favorito para ser o líder do partido, mas eu fui o escolhido por
maioria de votos. Na verdade, quase por unanimidade. Ele poderia ser o senador agora.
O governador lhe deu está posição como prêmio de consolação, e desde então eles têm
sido aliados. A minha vontade é de demiti-lo agora mesmo, mas não posso fazer isso sem parecer
interessado em Hazel.
Tenho certeza que a última coisa que ela quer é esse tipo de atenção. Eu terei que esperar
outra oportunidade para por esse cretino bem longe daqui.
- Peça desculpas para Hazel. – Eu ordeno, o meu tom sai muito mais duro do que planejei. E
eu tenho certeza de que ele não será tolo em não fazer.
- Isso não é necessário, senhor. – Hazel intervém.
- Sim, é. – Eu falo com firmeza.
Carlise me encara por alguns segundos, mas em seguida resmunga um pedido de
desculpas. E eu sei que é o melhor que eu vou conseguir dele.
- Eu vejo você amanhã, Carlise.
Ele me olha por alguns segundos mais, e ao redor, e depois foge resmungando.
- Quanto tempo nós precisamos mantê-lo aqui? – Pergunto à Terrence que está logo atrás
de mim.
- Dê-lhe mais um mês. Eu vou falar com Martin, e fazê-lo ver o quanto Carlise é prejudicial
para o partido.
- Você está bem, Hazel? – Eu pergunto.
Ela parece um pouco abalada, e talvez precise de alguns minutos para se recuperar.
- Eu estou bem , senhor. – Ela responde. – Desculpe por perturbar a sua reunião.
- Você não perturbou a nossa reunião. Carlise fez. – Terrence fala, e eu não posso
concordar mais.
- Tome um tempo para se recompor, e depois você pode voltar ao trabalho. – Eu falo e me
viro para os seguranças que estão de pé ainda com a boca aberta.
- Da próxima vez que alguém invadir o meu gabinete e passar por cima de Hazel, e vocês
permitirem, eu vou demitir cada um que deixar acontecer. Eu fui claro? – pergunto para ambos que
me olham aterrorizado.
- Sim, senhor. Nós sentimos muito. – Ambos falam ao mesmo tempo.
Terrence e eu voltamos para a minha sala e continuamos a nossa reunião, mas a minha
mente não está mais no trabalho. Tudo que eu posso pensar é em como eu queria abraçar Hazel e
confortá-la. Ela parecia tão indefesa ali ouvindo aquele idiota a xingar sem falar nada. As minhas
mãos estão em punhos, e eu tenho que resistir à vontade de ir atrás dele.
- O plano de contingência para a campanha à presidência não está como previsto.
Precisamos de um grande patrocinador, ou teremos dificuldades. – Terrence fala com preocupação.
- Eu tenho algumas ideias. – Eu falo e disco o ramal de Hazel.
- Senhor? – A voz dela envia faíscas direto para o meu pau.
- Eu preciso do relatório de contingência para a campanha à presidência. E preciso que
você tome nota de algumas coisas. – Eu peço.
- Só um momento, senhor. – Ela desliga e segundos depois bate na porta antes de entrar.
Merda.
Ela parece deslumbrante.
Hazel se inclina e me entrega a pasta, e senta em uma das cadeiras ao lado. Eu tento
manter a minha atenção nos documentos, mas tudo que eu posso ver são as suas coxas
ultrapassadas, uma fenda em sua saia está me deixando louco. Há uma lacuna entre os botões de
sua blusa , da qual eu posso ver o sutiã rosa de renda. Não dá para ver muito, mas a minha
imaginação trabalha bem.
Você não pode julgar uma mulher pelo que ela usa. Mas algumas são bastante previsíveis.
Hazel definitivamente vale o meu tempo, e eu quero muito entrar em suas calças.
Eu respiro fundo e volto para os documentos.
- Qual é o plano? – Terrence pergunta, totalmente absorto aos meus olhares para Hazel.
- Cortar gastos excessivos e sem devido valor. E ainda podemos contar com a presença de
voluntários para nos ajudar. Eu sei que teremos muito mais trabalho, mas valerá a pena.
- Precisamos de dinheiro, Vough. Isso sim.
- Ele virá. As pessoas certas serão atraídas pelas nossas propostas. Você verá. Não se
preocupe com isso. Ainda temos muito tempo para colocar isso em prática para valer.
- Eu não estou tão certo disso, mas confio em você. – Ele diz e eu olho para Hazel que está
me olhando com o que parece admiração. E eu não posso deixar de me sentir orgulho também.
Terrence e eu falamos sobre planos e projetos para a educação. Hazel digita tudo em seu
iPad, sem levantar os olhos da tela. Eu quase me sinto ciumento que o maldito aparelho está
recendo toda a sua atenção, mas entendo que ela está fazendo o seu trabalho.
- Isso é tudo? – Pergunto.
- Acredito que temos um bom negócio aqui. – Terrence.
- Perfeito. Faça acontecer.
Eu me despeço de Terrence enquanto vejo Hazel nos deixar a sós. Eu quero pedir para ela
ficar mais tempo, mas não posso. Eu não confio em mim mesmo agora para ficar sozinho com ela.
Não quando tudo que eu penso é em estar dentro dela.
15
Hazel
Archie
Hazel
Archie
Hazel
Archie
O alvoroço sobre o resgate dos reféns no Marnistan não teve uma trégua. A imprensa
ainda fala sobre o ocorrido dia e noite. Virou manchete de primeira capa de todos os jornais mais
importantes do mundo.
A ONU aprovou as operações que antes considerava ilegais. O que nos deixa com mais
garra para lutar por aqueles marginalizados por um grupo extremista no qual o único interesse é
culpar o país por suas desgraças.
O presidente já está pronto para fazer o seu discurso. Eu faço uma varredura no local e
vejo que todos os meios de comunicações estão presentes. Todos eles parecem ter uma pergunta na
ponta da língua, e estão desesperados para perguntar. No segundo que o presidente terminar,
eles vão começar a gritar e levantar as mãos para terem uma chance.
O meu dia será preenchido com reuniões. Uma lei contra a venda de armas para pessoas
que não passaram por um acompanhamento psicológico será votada hoje.
De acordo com o secretário de Justiça do estado, essa é uma forma de manter o controle
sobre a venda de armas para pessoas com transtornos de qualquer natureza. E que venham
apresentar perigo para a população em geral.
Eu não parei de pensar no que aconteceu na noite passada entre Hazel e eu. E eu sei que
não fui o único que sentiu aquilo. Ela também o fez. Eu não posso esperar para estar a sós com
ela.
Ela parece nervosa a minha volta, mas eu não sei se é pelo que aconteceu ou se é por
causa da presença de Gregory.
- O governador quer uma reunião extraordinária para o final do dia. – Greg diz
entregando-me o documento da Lei de Armas.
- A lei será votada em uma semana e Martin sabe disso. Eu não tenho nada para discutir
sobre esse tema. – Eu falo.
- Você sabe que ele só está pressionando para vê-lo se afogar. Precisamos mostrar a que
viemos.
- Leve isso para o Secretário de Justiça, por favor. – Eu digo a Hazel, entregando-lhe os
papéis assinados. Eu quero que você o entregue pessoalmente.
- Sim, senhor. – Hazel responde formalmente. Então ela sorri rapidamente, antes de virar e
sair pela porta, assim como Terrence entra no meu escritório.
- Você autorizou a investigação? – Terrence pergunta.
- Que investigação? – Greg pergunta.
- Sim. Já está em andamento. Estou investigando as denúncias de corrupção contra Martin. –
Eu falo olhando diretamente para Greg que me olha com os olhos arregalados.
- Você está cutucando a onça com vara curta. Ele não irá sossegar enquanto não acabar
com você. – Greg diz com preocupação.
- Esse é o meu trabalho, Greg. Eu não posso me esconder e fingir que nada está
acontecendo.
- Você tem provas concretas sobre essas fraudes? – Greg pergunta.
- Há uma pilha com documentos que indicam fraude desde o primeiro ano de governo. E
não para por aí. – Terrence responde.
- Isso vai ser um escândalo. – Greg diz.
- É o que acontece com políticos corruptos. – Eu dou de ombros.
- Com a queda de Martin, nós teremos mais força para seguir firmes com a sua
candidatura à presidência. – Terrence fala.
- Eu não preciso que ele esteja fora para concorrer. O povo é quem vai decidir quem é a
melhor escolha para o país.
- Sim, mas ainda precisamos de uma grande quantidade de apoio financeiro de empresas
para chegar até o fim.
- Quando você anunciará a sua campanha? – Terrence pergunta.
- Eu quero estar pronto no próximo mês. Assim que votarmos a Lei de Armas e tiver início à
investigação formal contra Martin. – Eu falo.
- É uma boa jogada. – Greg fala.
A próxima eleição não será fácil. Martin tem muita determinação e eu sei que ele não vai
desistir fácil. E mesmo com a acusação de corrupto, ele vai ser um adversário muito forte.
Martin tem recursos infinitos. O apoio público será o grande diferencial nesta campanha. Eu
vou precisar de um bom apoio financeiro para vencê-lo. Mas eu sei que posso contar com o apoio
de muita gente que quer o país progredindo.
- Esse será um dos pontos fracos de sua campanha. – Greg diz.
- Sim, mas não podemos nos ater a isso. Martin é um forte candidato e ele não vai hesitar
em passar por cima de quem for para chegar à presidência. – Eu falo.
- É verdade. – Terrence concorda.
- Embora eu tenha que dizer que a investigação vai durar muito mais tempo do que
imaginamos. Essas coisas nunca se esclarecem tão cedo. – Terrence fala.
- Se as provas forem conclusivas, em um mês ele será julgado. – Eu respondo.
O telefone toca e eu sei que é o ramal de Hazel.
- Sim. – Eu respondo.
- Senhor, a sua reunião com a Secretária de Defesa será em 10 minutos. – A voz suave e
aveludada de Hazel soa através da linha.
- Obrigado. Eu vou estar pronto em cinco. – Eu falo.
- Sim, senhor. – Ela desliga.
Greg e Terrence saem e eu me preparo para receber Margaret. Ela é uma mulher amarga
e muito difícil. Ela também não gosta de mim. Eu sei que ela apoia Martin, mas quero ver a sua
cara quando as acusações contra Martin forem formalizadas o que ela irá fazer.
Eu estou com fome e cansado demais para esta merda. Mas não posso cancelar essa
reunião. Ela é uma mulher determinada a me levar para baixo seja qual for à ocasião, e eu não
posso deixar isso acontecer.
Hazel me avisa da sua chegada, e que ela trouxe a sua equipe junto. Se fôssemos apenas
nós dois poderíamos ter uma conversa mais civilizada, mas ela sabe jogar bem esse jogo. Só que
eu sou mais esperto.
- Margaret. – Eu me levanto para recebê-la.
- Como vai senador Vough? – Ela diz friamente.
- Eu vejo que você trouxe companhia. – Eu ironizo.
- Você está ultrapassando todos os limites com essa investigação contra o governador. – Ela
cospe o veneno.
- Há provas concretas das fraudes, mas se você quer ficar ao lado de um político corrupto
fique à vontade. Isso não é um problema meu. E eu não pretendo discutir com você as minhas
decisões.
- O senado não tem o direito de investigar sem uma votação. Você só está querendo puxar
o tapete do governador para que ele não concorra contra você na eleição para presidente.
- Eu acho que você não é tão ingênua assim, Margaret. E o senado investiga as acusações
mediante provas concretas. E isso é o que estou fazendo. Não tenho nada contra o Martin, mas não
posso deixar isso passar.
- Você está focando indevidamente contra o líder do nosso estado.
- Não. Eu estou apenas investigando os fatos. Você precisa rever os seus aliados, Margaret.
Isso não vai ficar bonito e quem estiver no meio vai ser arrastado junto. – Eu falo com sinceridade.
- Martin é um velho amigo. Você não abandona os amigos. – Ela diz.
- Eu não vou me desculpar por fazer o meu trabalho.
Margaret fica olhando para mim e eu olho em volta. A sua assessora e a parece que quer
arrancar os meus olhos. E sua assistente está muito assustada.
O silêncio é constrangedor.
- Saíam. – Margaret diz para a sua equipe. Há um momento de hesitação, mas elas então
fazem o que foi pedido.
Assim que a porta se fecha, eu volto a enfrentar Margaret. – Quanto ele está te pagando,
Margaret?
Ela parece chocada com a minha pergunta. – Eu não sei do que você está falando. – Ela se
defende. – Este é um jogo muito perigoso, Vough.
- Eu não tenho medo dele.
- Você deveria ter. Martin não está sozinho nessa, e se eu fosse você ficaria esperto. – Ela
diz.
- Você está me ameaçando, Margaret? – A minha paciência está chegando ao fim.
- Não. Apenas confirmando um fato. Isso é uma briga de cachorro grande e você pode
acabar se dando muito mal, indo contra o homem que controla o estado.
- Uau! Você deve estar muito fundo nisso, mas isso só me motiva ainda mais. E eu não vou
descansar enquanto não derrubar cada um deles. – Eu praticamente rosno.
- Essa investigação não vai muito longe, Vough. Marque as minhas palavras. Eu estou te
dando uma última chance para parar esse absurdo. – Ela ameaça.
- Ou o quê? – Pergunto.
- Ou eu não vou ser capaz de detê-los. Talvez eu nem queira. Digamos, que temos muita
gente importante ao nosso lado.
Eu ranjo os meus dentes e olho para Margaret por alguns segundos. Eu não sei se alguém
pode ser mais desprezível do que está mulher, mas espero nunca encontrar outra igual.
- Saia do meu gabinete e não volte. – Eu rosno.
Margaret sorri e balança a cabeça antes de se levantar e sair sem um pingo de vergonha
na cara. Ela está gostando disso.
- Você trouxe isso para si mesmo. Não diga que eu não avisei. – Ela debocha.
- Você não é nada. Eu sou o líder do senado americano. Você não me dá ultimatos ou
chances de merda. Agora saia daqui, antes que eu chame a segurança.
Margaret vai embora, não parecendo nada envergonhada. Ela joga do mesmo lado sujo
que Martin. E eu vou ter muito prazer em derrubá-la, assim como cada um deles.
21
Hazel
Eu ouço os gritos, mas não me atrevo a entrar em seu escritório. Eu sabia que essa não
seria uma reunião amigável.
Eu ouvi Greg comentando com Terrence, que Margaret e o senador não se dão nada bem,
mas não imaginei que chegasse a tanto.
Margaret sai do gabinete do senador com um ar de deboche. Eu volto a minha atenção
para o meu trabalho.
Pergunto-me se eu deveria ir ver se ele precisa de algo, mas decido não incomodar.
Minha mente corre solta sobre a noite anterior. Então eu tenho que me lembrar o que eu
estou fazendo aqui.
O senador é apenas o meu chefe. Ele não me vê como eu gostaria. O que ele poderia ver
de interessante em uma garota simples como eu. Ele pode ter qualquer mulher que ele quiser aos
seus pés.
Eu tenho certeza de que todas as mulheres já tiveram algum tipo de fantasia com ele.
Ninguém está imune ao seu charme natural. O seu sorriso e o poder que exala de dentro dele.
Eu não sei quanto tempo eu fiquei nessa névoa sonhadora, até que um limpar de garganta
me traz de volta à realidade.
O senador está de pé me encarando. Ele parece mais calmo agora.
- Senhor. – Eu digo e me levanto.
Ele fecha a distância entre nós. E a próxima coisa que eu sei é que sua cabeça está
mergulhando lentamente até mim. A minha respiração fica presa na minha garganta. O seu braço
serpenteia a minha cintura pressionando-me contra o seu corpo duro.
Ele tem cheiro de especiarias e perfume amadeirado. Aspiro o seu cheiro enquanto a sua
respiração faz cócegas em minha pele. Os seus lábios são quentes e suaves quando tocam a minha
bochecha.
Eu estou perdida.
Ele usa a sua outra mão para virar a minha cabeça e encará-lo. Os nossos olhos se
encontram e eu sinto um arrepio percorrer o meu corpo. Desejo escorre pelas suas íris azuis.
O meu coração está batendo muito forte dentro do meu peito. A minha respiração está
afetada. A minha pele formiga com o desejo de tê-lo.
Nada nunca pareceu tão certo.
Tudo que eu posso pensar é se ele vai me beijar.
Ele se inclina e beija o meu pescoço. Eu deixo a minha cabeça cair para trás com um
gemido. Ele ri, esfregando a ponta do seu nariz ao longo do meu colo e pescoço.
- Senhor. – Eu sussurro.
- Shh! – Ele se inclina e beija a minha clavícula.
- Você cheira tão bem, Hazel. – Ele sussurra contra a minha pele em chamas.
Ele me segura mais perto, beijando e acariciando o meu pescoço. Eu começo a ficar
preocupada, querendo saber se alguém pode nos ver. Eu sei que o segurança está do outro lado
do corredor, onde ele não pode nos ver, mas mesmo assim não posso deixar de entrar em pânico.
- Eu não...
- Ninguém pode nos ver. E se virem eu não me importo. Nós somos livres. – Ele segura a
minha cabeça entre as sua mãos. E eu posso ver a determinação gravada em seu rosto.
Archie Vough, senador do estado de Connecticut quer me beijar. E eu não posso acreditar
que isso está realmente acontecendo.
O telefone toca nos tirando da névoa que estávamos envolvidos.
Ele amaldiçoa sob sua respiração enquanto nos afastamos. O telefone continua tocando.
Nós trocamos um olhar quando ele se vira e entra em seu escritório. Eu tento me recompor e
atendo o bendito telefone.
Eu me forço a voltar ao trabalho com a sensação dos seus lábios macios contra a minha
pele.
22
Archie
Hazel
Eu estou nervosa no dia seguinte, depois de tudo que aconteceu entre o senador e eu.
Eu não consegui dormir ontem à noite, passei toda a noite revendo cada detalhe e a forma
que o meu corpo reagiu a ele. Então decidi vir mais cedo para o trabalho. Mas ele já estava aqui
quando eu cheguei. E eu ainda não tive coragem de ir vê-lo.
Eu estou na minha décima xícara de café. Eu não sei como vou me comportar diante dele
hoje. Os meus pensamentos estão confusos.
Eu não sei o que fazer.
Ele me confunde.
Eu sei que ele me quer também.
Eu posso sentir, mas algo o impede de tomar o que ele quer. E eu não sei como agir.
Eu termino de preparar o seu café. Talvez eu queira saber por que ele me beijou e depois
correu. Ou talvez isso seja apenas um pretexto para vê-lo.
- Posso entrar? – Eu pergunto batendo em sua porta.
Ele estava olhando para algum documento, mas agora me dá toda a sua atenção. Eu sinto
o meu corpo aquecer com o seu olhar.
Ele parece feliz em me ver.
- Eu trouxe o seu café, senhor. – Eu ando até a sua mesa e coloco a xícara para baixo.
- Obrigado, Hazel. – Ele diz com um sorriso.
Eu sorrio de volta, encarando os seus olhos azuis. Eles estão com um brilho diferente. Ele
parece confuso também. Então eu me viro e saio do seu escritório.
Eu não consigo parar de pensar nele, e o nos seus lábios macios contra a minha pele. A
forma como os seus olhos quentes me encararam com desejo, e como o meu corpo despertou
apenas com o seu olhar.
Eu volto para a minha mesa, onde eu tenho muito trabalho para fazer. Gregory me entrega
a nova agenda com compromissos que o senador deverá comparecer. E eu tenho que fazer a
minha mágica para encaixá-lo em todos priorizando os almoços e jantares com possíveis
patrocinadores para a sua campanha para a presidência.
O senador Vough irá se ausentar das suas funções em poucos meses para se dedicar à
campanha.
A porta do seu escritório se abre e ele vem em minha direção.
- Eu tenho algum horário livre está noite? – Ele se inclina sobre o meu ombro para olhar
para a tela do computador.
Um arrepio percorre o meu corpo.
Eu busco na tela o horário referido, e aponto para tela incapaz de falar com a sua
proximidade. Esse homem me deixa sem palavras. A sua presença me deixa desconcertada.
- Ótimo. – Ele se inclina mais ao meu ouvido e sussurra. –Esteja pronta às sete.
O meu corpo treme. Eu quero perguntar onde estamos indo, mas ele me dá um sorriso e sai,
deixando-me ainda mais confusa.
Eu nem sei o que vamos fazer. Nem o que devo vestir. Será algum compromisso de
campanha? Ou alguma visita formal que ele precisa de sua assistente?
***
Eu vou para casa para me trocar. Eu não sei que tipo de lugar nós estamos indo, então opto
por um vestido rodado com tule transparente de cor creme. E um par de sapatos de salto para
combinar.
O vestido veste muito bem, e eu me sinto sexy. Eu deixo o meu cabelo solto em ondas leves
e aplico um pouco de maquiagem.
Nada muito exagerado.
As sete, o carro está esperando por mim lá embaixo. Ele está usando um carro Mercedes
Benz S600 Pullman. E um tipo de carro como a limusine. O carro é à prova de balas e tem vidros
escuros o que permite a privacidade de quem está do lado de dentro.
Arnold sorri para mim quando me vê, e depois abre a porta.
Eu estou nervosa.
Eu subo na parte traseira do carro, e o vejo sorrindo para mim. Ele está usando um terno
escuro com uma camisa branca e uma gravata azul que descarta os seus olhos perfeitamente. O
seu cabelo está penteado para trás. Ele parece um modelo dessas marcas famosas.
Bonito e requintado.
Eu sorrio de volta.
Enquanto Arnold nos leva para o tráfego, eu mantenho a minha cabeça baixa. Eu sinto a
mudança no ar.
- Você está linda, Hazel. – A sua voz aveludada me elogia, e eu me derreto.
- Obrigada. Onde estamos indo? – Pergunto.
- Você verá. – Ele sorri sem dar mais detalhes.
Ficamos em silêncio enquanto Arnold nos leva pela cidade. O carro segue pela estrada que
dá acesso aos condomínios de luxo de Hartford.
O silêncio se instala entre nós.
- Eu gosto de você, Hazel. – Ele diz baixinho. – Eu gosto muito de você. Eu não paro de
pensar em você. E isso está me deixando louco.
Eu sei que não deveria, mas não posso evitar.
Eu torço os meus dedos nervosamente. – Eu penso em você também.
Os seus olhos incendeiam com a minha resposta. E eu sei que ele gostou muito do que ouviu.
Um sorriso se arrasta pelo seu rosto bonito, e eu sinto o meu coração bater mais rapidamente.
Ele se inclina e arrasta uma mão sobre o meu rosto. A minha pele queima com o seu toque.
O seu toque é macio, suave.
Os seus olhos estão em minha boca como se quisesse devorá-la. Ele roça o polegar sobre
os meus lábios. – Eu quero muito beijar você. – Ele murmura.
Deus me ajude.
O meu corpo está em chamas. Eu nunca senti nada parecido em toda a minha vida. Eu
também quero muito que ele me beije.
- Não seria apropriado. – Eu tento me convencer.
Ele sorri. – Você é tão doce, Hazel. Minha doce e linda, Hazel.
Eu estou sem fôlego. Estou muito consciente da sua proximidade. Ele está muito perto, e eu
não sei se terei forças para resistir. Eu mão quero resistir.
Tudo que eu quero é sentir os seus lábios contra os meus. A sua mão acaricia o meu rosto.
Eu fecho os meus olhos e deixo que o seu toque penetre em minhas células.
É tão bom.
Eu vejo a luxuria que emana dos seus olhos.
É excitante.
Perigoso.
A sua mão desce para o meu pescoço em um gesto de posse. Os seus olhos me olham de
uma forma possessiva e apaixonada. Eu sinto como se mil borboletas estivessem em meu estômago.
Cada pensamento se torna nada quando ele bate a sua boca contra a minha. Ele me beija
lentamente, então profundamente. Ele é um homem com fome, enquanto me devora com os seus
lábios.
Tão perfeito.
Ele tem gosto de hortelã. As suas mãos estão em meu rosto enquanto a sua língua invade a
minha boca.
O beijo se torna urgente e necessitado.
Ele me agarra por baixo e levanta sobre o seu colo. E de repente, eu estou montando-o. As
nossas línguas dançam em nossas bocas.
Eu sinto a sua dureza contra o meu centro. A minha calcinha está encharcada. Uma mão
desliza por baixo do meu vestido no interior da minha coxa. A ponta do seu dedo em meu sexo
molhado.
Eu choramingo em seu colo e ele geme.
Eu não sei o que eu estou pedindo, mas o meu corpo está febril. Um arrepio percorre a
minha espinha quando eu sinto um dedo roçar a barreira da minha calcinha. Eu gemo enquanto ele
desliza a sua língua na minha.
Os seus lábios vão para o meu pescoço. Ele lambe e cheira ao longo da minha orelha.
Provocando arrepios por todo o meu corpo.
- Por favor...
Eu não sei por que eu estou implorando.
Eu estou excitada, e meu corpo todo está tremendo.
A sua respiração está afetada. – Você é tão linda.
- Isso é um erro. – Eu falo.
Ele se afasta e me olha com desgosto. Uma sombra se instala em seu rosto bonito. E de
repente me sinto mal pelo que disse.
- Eu quero você desde o primeiro momento em que eu te vi. E pelo que percebi você
também sente o mesmo, Hazel. – Ele diz.
Eu me sinto estúpida.
Eu não podia lutar contra isso. O meu corpo precisava disso. Isso era tudo que eu sabia
nesse momento. Nada mais importava, além de ter os seus lábios nos meus. O seu corpo contra o
meu.
Eu antes que eu pudesse falar alguma coisa a sua boca está na minha. Ele me beija
profundamente, enviando-me para outro mundo. A sua língua mergulha em minha boca enquanto
ele pressiona o seu comprimento duro contra o meu centro.
Ele me beija severamente.
A sua boca está possuindo a minha.
Ele está me punindo por duvidar do que sentimos.
Eu gemo o seu nome.
- Vough.
- Archie. – Ele diz. – Me chame de Archie. – Ele geme em minha boca.
Os seus dedos estão me provocando. Eu gemo em seus braços, mas de repente o carro
para e a voz de Arnold soa pelo sistema de alto-falantes do carro.
- Chegamos, senhor.
Archie solta uma maldição e se afasta.
Eu sinto a perda do seu toque.
Ele olha para mim com os olhos cheios de desejo.
- Eu ainda não terminei. – A sua voz sai rouca.
Eu aceno com a cabeça, incapaz de falar qualquer coisa.
- Vamos. – Ele diz gentilmente, enquanto me ajuda a sair do carro.
- Que lugar é esse? – Eu pergunto.
- É um dos meus restaurantes favoritos. – Ele diz enquanto me guia em direção à porta.
O lugar é realmente muito bonito. Eu tenho a sensação de estar prestes a entrar em um
castelo. O restaurante está cercado por árvores.
Tudo sobre esse lugar grita luxo e requinte.
Eu me sinto um pouco fora de eixo, mas quando a mão de Archie descansa no arco da
minha coluna, eu relaxo com o seu toque.
Archie nos conduz para dentro do lugar luxuoso. O anfitrião muito educado nos direciona
para uma mesa reserva nos fundos.
O ambiente é muito requintado e intimidador. Olho ao redor, encantada com a decoração
estilo Chateau. A sala majestosa se impõe. Lustres de cristais compõe o lugar.
Elegante e romântico.
Uma decoração atemporal e refinada. Digna de um primeiro encontro perfeito. E depois,
há a vista encantadora, que se materializa através das grandes janelas com vista para um jardim
francês.
O sommelier chega e Archie pede uma garrafa de vinho que eu nunca ouvi falar. Então
percebo o quanto os nossos mundos são diferentes, e não posso de deixar de me sentir triste.
Archie e eu somos de mundos completamente diferentes. E eu não posso deixar de me sentir
triste com a ideia.
Ele se inclina sobre a cadeira. – Pare de pensar tanto, Hazel.
Como ele sabe o que eu estou pensando?
- É que tudo isso é muito novo para mim. – Eu falo.
- Também é novo para mim, Hazel. Eu nunca me senti assim com nenhuma mulher. E eu não
quero mais me privar daquilo que eu quero. – Ele diz confiante.
- Nós pertencemos a mundos muito diferentes.
- O que eu sinto por você vai além da questão social, Hazel.
Eu olho para ele fixamente.
- O que acontece quando descobrirem o que estamos fazendo? – Eu pergunto.
- Isso não é da conta de ninguém. E eu não me importo com que as pessoas vão achar. Eu
só quero saber o que você acha.
- Eles vão tentar encontrar qualquer coisa para atacar você. Não teremos paz alguma. Eles
não vão sossegar.
- Eu não estou preocupado comigo. – Ele diz.
Os seus olhos escurecem com necessidade. Eu sinto a atmosfera do ambiente mudar. Os
meus mamilos estão empinados.
- É muito arriscado. – Eu falo.
- No meu campo tudo é arriscado. Eu estou cansado de ser cauteloso. Toda a minha vida eu
vivi pisando em ovos. Eu não quero mais isso. Eu quero estar com você, e não me importa o que os
outros vão pensar. – Ele diz firmemente.
Eu quero perguntar o que ele quer dizer com isso, mas nossa comida chega, então a
conversa é posta de lado.
Não há um menu fixo, uma série de pratos frescos é apresentada direto da cozinha. É difícil
dizer qual é o melhor. Todos são muito bons.
Archie e eu comemos em silêncio, mas eu sinto os seus olhos em mim todo o tempo. A minha
pele arrepia sempre que sinto o seu olhar quente em minha direção. E não paro de pensar na
forma como ele me beijou.
A sobremesa é tão deliciosa, que de repente eu penso na minha avó. Ela adoraria
experimentá-la.
Depois da rica sobremesa, a conta chega. Eu vislumbro o valor, e quase me engasgo com a
minha própria saliva. É mais do que o meu salário de pelo menos três meses.
Eu olho para Archie em estado de choque. Ele levanta os seus olhos e retorna o meu olhar.
Os seus olhos são sensuais e desafiadores.
Ele parece devastadoramente bonito, mas tão inacessível. Que eu me sinto como olhando
algo que eu nunca poderei ter.
Eu sei o que sentimos, mas isso não é o suficiente. Archie Vough é um homem poderoso. Ele
vem de uma família muito rica. Ele nunca assumiu nenhum relacionamento, e não vai ser comigo que
isso irá acontecer. Se é que podemos chamar isso de relacionamento.
Eu sei que estou sendo muito ingênua, deixando-me envolver por alguém como ele, mas eu
não posso evitar. É mais forte do que eu.
24
Archie
Hazel
Não se fala em outra coisa se não a declaração de Archie na noite passada. Eu odeio ver
os momentos que compartilhamos divulgados para o mundo desta forma sensacionalista.
Eu nem mesmo liguei para minha avó para tentar explicar o que aconteceu. Eu decido
tomar um táxi para chegar ao trabalho, eu não quero entrar em uma corrida contra os repórteres
enquanto tento ir para o trabalho.
Quando eu saio há repórteres esperando por mim na porta do prédio.
- Senhorita Sutton...
Eu não o que fazer, mas antes que eu possa dizer qualquer coisa, Arnold aparece.
- Sem comentários. – Ele fala e me guia em direção ao carro.
Eu deslizo para dentro do carro grata pela sua aparição. Os repórteres tiram fotos e
gravam tudo, enquanto Arnold coloca o carro em movimento.
- Onde estamos indo? – Eu pergunto a Arnold quando ele toma um caminho diferente.
- Para um lugar seguro. – É tudo que ele responde.
Eu resisto à tentação de perguntar onde esse lugar seguro fica quando o meu telefone
vibra em minha bolsa. É uma mensagem de texto de Gia.
G: Como você está? Ligue-me quando puder.
Eu rapidamente retorno a sua mensagem.
H: Eu estou bem, obrigada por se preocupar. Eu falo com você mais tarde. Diga à vovó que
eu explicarei tudo mais tarde, por favor.
G: Não se preocupe, eu vou falar com ela.
H: Obrigada, eu te devo uma.
Coloco o telefone de volta na minha bolsa. Eu não sei o que fazer e nem como lidar com
tudo isso. Eu deveria ter imaginado que isso poderia acontecer.
Como eu pude ser tão tola?
Arnold toma o caminho do aeroporto e eu começo a me perguntar o que estamos fazendo
aqui.
Será que Archie vai me mandar para longe?
O carro para e logo a minha porta é aberta. Gregory está em pé falando ao telefone. Ele
não parece nada feliz.
- Sim, mantenha tudo pronto para quando o senador chegar. – Ele fala, e depois desliga o
telefone dando-me agora toda a sua atenção.
- Você está viajando com o senador para Seattle. – Ele diz.
- Eu não tenho uma mala pronta para viajar. – Eu falo.
- Não se preocupe, tudo foi arranjado. Você é a assistente, mas eu que faço todo o
trabalho. – Ele resmunga.
- Eu sinto muito, eu não queria...
- Eu sei, Hazel. Agora se apresse que o jatinho vai partir em vinte minutos.
- Você não irá conosco? – Pergunto.
- Não. Eu preciso cuidar de algumas coisas aqui em Hartford. Qualquer coisa me ligue
imediatamente. – Ele pede.
- Claro. – Eu aceno.
Eu entro no jatinho e percebo que sou a única mulher entre o grupo. Arnold e os seguranças
estão nos bancos da frente, enquanto Archie está ocupando um dos bancos do meio.
Estou nervosa, as minhas mãos estão suando. E eu não paro de pensar nos beijos que
compartilhamos na noite passada. E como ele me excitou e provocou. Eu não tinha ideia de que eu
poderia ser tão ousada.
Archie está digitando algo em seu celular, mas ele parece sentir a minha presença e levanta
a cabeça. Os seus olhos encontram os meus e ele sorri.
Eu sinto que há mil borboletas em meu estômago. Eu sorrio de volta e escolho um dos
lugares na parte de trás do avião. Eu não quero ser pega olhando para ele a cada segundo,
então é melhor ficar onde eu não posso vê-lo totalmente.
Eu tento não pensar na forma como ele me beijou, e como eu gostei. Eu repasso a sua
agenda e vejo as alterações que foram feitas na madrugada. Archie terá um dia cheio em Seattle.
O piloto anuncia a decolagem e em poucos minutos estamos voando. Eu coloco os meus
fones de ouvido e escolho uma seleção de músicas clássicas. Eu preciso me concentrar no trabalho,
e ouvir As Quatro Estações de Vivaldi, sempre me faz relaxar.
Eu me levantei e fui até o banheiro.
Quando olhei para cima lá estava ele.
- Senhor. – Eu disse, olhando para ele encostado contra a porta do banheiro.
O que ele está fazendo aqui?
Ele me deu um pequeno sorriso, e usou a mão para bloquear a porta do banheiro. Eu só
fiquei olhando para ele hipnotizada.
O meu peito subia e descia, ele inclinou o queixo para baixo, levantando uma sobrancelha
para mim.
Os meus olhos passaram para os seus braços que agora estavam expostos. Ele tinha
retirado o blazer e a gravata. As mangas da sua camisa branca estavam arregaçadas, mostrando
os seus braços musculosos.
Eu engoli em seco.
- Eu senti a sua falta. – A sua voz era puro sexo.
Deus me ajude.
Ele deslizou a mão esquerda em seu bolso e estreitou os olhos para mim.
O espaço era muito pequeno. Eu sabia que qualquer um poderia nos ver. Eu olhei ao redor,
mas eles pareciam alheios ao que estava acontecendo.
- Você é uma mulher impressionante, Hazel. Eu estou cada dia mais fascinado. – Ele soava
verdadeiro.
Eu mantive a minha postura, mas os meus olhos caíram para os seus lábios, e um arrepio
percorreu o meu corpo.
- Obrigada, senhor.
- Estamos de volta ao “senhor”? – Ele arqueia uma sobrancelha em confusão.
Eu inalei uma respiração instável, olhando para os seus braços e peito forte, os meus que
me seguraram na noite passada.
- Eu acho que é melhor desta forma. – Falei.
- Você é uma péssima mentirosa, Hazel. – Ele sorri, brincando comigo, me atraindo.
Eu conhecia aquele olhar que ele estava me dando. Eu posso não ser experiente neste
campo, mas esse olhar foi o mesmo que ele me deu nas vezes em que beijou a merda fora de mim,
e eu gostei.
Eu amei isso.
- Senhor.
Ele me cortou. – Archie. Chame-me de Archie, Hazel.
- Isso não é... – Eu parei procurando as palavras certas.
O meu corpo traidor estava vibrando com a sua proximidade. As minhas pálpebras caíram
para o seu lábio inferior que ele estava mordendo.
- Não é o que, Hazel? – Ele estava me provocando.
- Eu... – O meu cérebro não estava funcionando direito.
Eu tirei o meu olhar da sua boca e limpei a minha garganta, forçando os meus olhos a
permanecerem nos seus.
Eu precisava de um pouco de controle.
- Não lute contra isso, Hazel. – Ele fechou a distância entre nós e me empurrou contra para
dentro da pequena cabine.
A sua boca estava tão perto. Eu estava respirando com dificuldade. Eu precisava afastá-lo,
mas ao mesmo tempo eu não queria.
- Hazel. – Ele sussurrou, a sua mão agora deslizando pelas minhas coxas.
Eu gemi, o seu toque estava me deixando louca de desejo. Eu não conseguia pensar direito.
Tudo que eu poderia pensar em no que os seus dedos estavam fazendo para mim.
- Nós não podemos fazer isso. – Eu falo.
As minhas roupas pareciam em chamas na minha pele.
Eu queria nada mais do que rastejar para os seus braços e sentir o seu corpo contra o meu.
- Sim, nós podemos. – Ele sorri, sua mão deslizando entre as minhas pernas em direção à
minha calcinha.
Eu chupei uma respiração, e agarrei os seus ombros.
- Senhor. – Eu implorei, quando a ponta do seu dedo esfregou contra o meu clitóris.
- Você é tão linda. – Ele sussurrou.
O meu coração estava batendo desenfreado no meu peito. O seu cheiro invadindo os meus
poros. E antes que eu percebesse, os seus lábios bateram contra os meus. A sua língua mergulhou
em minha boca, me deixando fraca e necessitada. As minhas mãos foram para o seu pescoço,
enquanto ele me beijava duro.
Então ele me surpreendeu quando se ajoelhou na minha frente em um movimento rápido,
enterrando o seu rosto entre as minhas coxas. A minha mente ficou em branco, e eu perdi toda a
minha coerência.
Eu estava perdida nas sensações que estavam atravessando o meu corpo quando a sua
língua deslizou pelas minhas dobras. Que nem me preocupei em sermos flagrados por alguns dos
seguranças ou até mesmo por Arnold.
Ele chupou e lambeu o meu clitóris. As minhas mãos foram para os seus cabelos, segurando-
os com força.
Tão bom.
Eu não sabia que o meu corpo poderia ser jogado para fora do eixo central da terra, até
que ele me tocou.
- Eu poderia fazer isso o dia todo. – Ele falou contra a minha carne e eu tremi.
Eu nunca tinha experimentado qualquer coisa próxima de uma situação como esta. Mas eu
amei cada segundo.
Eu gritei quando o orgasmo rasgou através de mim. Archie colocou a mão sobre a minha
boca para abafar os meus gritos, enquanto ele continuava a chupar e lamber o meu clitóris.
As minhas mãos estavam em seus cabelos, segurando-os em um aperto de morte. E pelo
canto do olho eu vi que ele retirou um lenço do seu bolso esquerdo, e limpou entre as minhas
pernas.
- Você tem um gosto ainda melhor do que eu imaginei. – Ele murmurou, mergulhando para
me beijar. A sua língua invadiu a minha boca. Eu podia sentir o meu próprio gosto nele. E eu estava
escandalizada provando a mim mesma em sua boca, mas eu gostei.
Eu o beijei de volta com tudo que eu tinha.
Eu não consigo quero pensar no quanto isso é errado, mas ao mesmo tempo parece tão
certo.
Archie empurra o lenço em seu bolso e arruma a minha roupa. As minhas pernas estão
moles, e eu não sei se consigo andar.
- Você está bem para andar? – Ele pergunta com um sorriso.
Bastardo.
Ele sabe o quanto me arruinou com esse orgasmo majestoso.
- Sim. – Eu o desafio.
Ele sorri e ajusta as suas calças. E os meus olhos quase saltam da minha cara quando eles
caem sobre a ereção que ele ostenta.
Eu fiz isso com ele?
- Eu quero que você sente ao meu lado. – Ele fala encontrando os meus olhos.
- Eu não posso. As pessoas vão falar...
- Eu não me importo. – Ele me corta.
Archie entrelaça os nossos dedos. No caminho ele pega os meus pertences no assento
traseiro e os leva.
Eu sorrio por dentro e o sigo.
Eu sei que estou arriscando tudo, mas eu não posso evitar. Eu sei que estarei arruinada
para os demais quando ele terminar comigo, mas eu não posso parar o que sinto quando estou ao
seu lado.
***
O resto do voo passou rapidamente. Eu estava nervosa e um pouco ansiosa com o fato de
estar ao seu lado durante todo o voo de volta, mas os seus toques e beijos me deixaram mais à
vontade.
Estou muito ciente do seu toque. Nossos joelhos se tocam, o seu cheiro invade os meus
pulmões e eu não posso deixar de pensar enquanto eu quero beijá-lo.
Eu estava com medo de ser reprovada por Arnold e os seguranças. Eu sabia o que aquilo
parecia e como era suposto a terminar, e não queria ser apenas mais uma em sua lista interminável
de mulheres.
Eu afastei esses pensamentos da minha mente e me concentrei no que Archie estava
compartilhando comigo. Em pouco tempo ele irá deixar o seu cargo de senador para concorrer à
presidência, e a sua plataforma de campanha é muito boa.
Archie nasceu para liderar. Ele tem uma visão muito ampla das necessidades da população
e o que poderá ser melhorado ao longo do mandato.
- É muito bom. – Eu falo encontrando os seus olhos.
- Você acha?
- Sim. Eu acho que você será um grande presidente.
- Obrigado. – Ele sorri.
Archie me mostra mais do que ele pretende usar como plataforma para a sua campanha e
fala um pouco sobre o apoio que está recebendo.
Eu queria perguntar se os seus pais estão felizes com a ideia do seu filho se tornar o
próximo presidente da maior potência mundial, mas decidi não fazer.
O seu carisma simplesmente encanta as pessoas. Ele pode ter tem a fama de playboy, mas
ele tem o respeito e admiração de muitos, inclusive internacionalmente.
Fred já havia me avisado da sua relação com os seus pais. E pelo que eu vejo, eles não o
apoiam.
Quando o aterrissamos, os seguranças fazem os ajustes para que o senador saia em
segurança. Eu tento me afastar, mas ele mantém as nossas mãos unidas o tempo todo. O meu
estômago está vibrando e eu não consigo parar de pensar o quanto isso é bom.
O carro nos leva para o hotel, e depois de realizar o Check in seguimos para o local do
encontro.
Eu verifico a agenda do dia, e faço algumas alterações.
O dia todo será gasto com reuniões, e eu sei que ele estará esgotado no final do dia,
então agendo uma massagem para que ele possa relaxar.
26
Hazel
Eu mal podia esperar para rastejar para a cama. O dia tinha sido muito agitado. E eu
estava pronta para ter um pouco de descanso.
Eu estou saindo do banho quando uma batida na porta me surpreende. Eu olho para o
relógio e vejo que é quase uma da manhã.
Archie.
O nome vem na minha mente, e eu sinto o meu estômago dar voltas. Eu amarro o roupão, e
me apresso para abrir a porta.
Derek está do outro lado da porta. – Ele quer te ver.
Jesus!
Já é muito tarde, o que ele tem para falar comigo há essa hora?
Será que ele vai me dispensar?
Eu tento me acalmar e afasto os pensamentos negativos.
- Eu preciso me trocar primeiro. Eu encontro você no elevador em três minutos. – Eu falo e
ele balança a cabeça em concordância.
Eu fecho a porta atrás de mim e corro para me trocar.
Eu não tenho muito tempo para escolher o que vestir, então pego a primeira saia que
encontro e uma blusa.
Eu seco o rapidamente o meu cabelo com a ajuda do secador, e aplico um pouco de
perfume. Calçando os meus sapatos, eu recolho o meu iPad e chaves e corro para fora.
Derek está de pé em frente ao elevador. Nós tomamos o elevador para a suíte
presidencial, que é onde Archie está hospedado.
O elevador para no andar indicado, e Derek digita um código para nos dar acesso ao
lugar. As portas se abrem, mas ele não se move.
- Você não vai? – Pergunto.
Ele balança a cabeça e digita o código novamente. As portas se fecham e eu fico ali
parada sem saber o que fazer.
- Hazel. – Uma voz profunda murmura atrás de mim.
- Senhor.
Engulo em seco, desejo e emoção irradiando dos meus poros. Eu sinto os meus mamilos
endurecerem contra a renda do meu sutiã.
Ele está vestindo apenas a camisa branca com as mangas arregaçadas. O casaco e
gravatas já não estão. O seu cabelo está assanhado e ele parece mais quente do que nunca.
Archie se move e fecha a distância entre nós. O meu corpo vibra, e a minha calcinha está
encharcada.
Os seus olhos estão escuros, famintos.
Ele sorri para mim, deslizando a sua mão pelo meu rosto em uma caricia suave. Eu fecho os
meus olhos para absorver o seu toque.
- Tão linda. – Ele sussurra contra o meu ouvido.
Eu respiro fundo quando sinto os seus lábios sedosos contra a minha pele. Ele me beija lento
e suave.
Um arrepio percorre o meu corpo, e um gemido escapam do fundo da minha garganta.
Archie me agarra pela cintura, moldando o seu corpo ao meu. Eu posso sentir o quanto ele
está duro para mim.
- Eu não consigo parar de pensar em você. – Ele sussurra.
- Estou feliz com isso. – Eu admito.
Ele sorri, a sombra da barba fazendo cócegas em minha pele.
- Eu quero você. – Ele morde suavemente o lóbulo da minha orelha, e o meu corpo se
desfaz em seus braços.
- Isso não é uma boa ideia. – Eu gemo quando ele esfrega a sua ereção contra mim.
Ele se afasta e sorri. Os seus olhos estão cheios de puro desejo. – Você é uma péssima
mentirosa, Hazel.
Exalo.
Isso é tão imprudente.
Eu preciso ser profissional, mas a perspectiva do seu toque me deixa ousada e destemida.
E com certeza, imprudente.
O meu coração está batendo a mil por hora.
Archie segura a minha mão e me leva para dentro. Eu posso sentir o meu pulso zumbindo
em meu ouvido. Adrenalina corre solta em minhas veias.
Expectativa.
Medo.
Eu não tenho tempo para olhar em volta, em um segundo eu estou presa contra a parede.
Ele agarra a parte de trás do meu pescoço e me beija.
No instante que a sua boca encontra a minha, o meu corpo se desfaz. Eu estou tremendo. A
sua mão corre pelo meu corpo, me moldando ao seu.
Tão bom.
Eu sei que isso não está certo. Ele não está ao meu alcance. Ele não é tipo de cara que
você pode ter em sua vida para sempre. Ele é como um sonho, uma fantasia de conto de fadas.
Mas eu não posso me parar.
Eu quero tudo que ele for capaz de me dar. Eu sei que eu vou sofrer quando tudo isso
acabar, mas eu não quero pensar sobre isso.
Não agora.
Tudo que eu quero é senti-lo mais próximo.
A sua mão aperta o meu cabelo. Os seus lábios devoram os meus. Os meus quadris
parecem ter vida própria, esfregando contra a sua ereção.
Ele geme e o meu corpo vibra.
Ele me levanta no ar e enrola as minhas pernas em sua cintura, enquanto se move pelo
quarto. Os seus lábios não deixam os meus.
Desejo borbulha dentro de mim, então envolvo os meus braços ao redor do seu pescoço,
puxando-o mais para mim.
É como um sonho se tornando realidade.
A sua língua acaricia a minha, e eu a chupo e lambo. O nosso beijo se aprofunda, e torna-
se selvagem.
Ele se afasta respirando pesadamente enquanto me coloca sobre a cama macia. A minha
respiração também está afetada. Os seus olhos encontram os meus e tudo que eu vejo é o quanto
ele me quer.
- Eu quero fazer isso direito para você. – Ele diz.
- Você está fazendo. – Eu respiro pesadamente.
Os seus lábios batem nos meus.
Ele me beija loucamente. O meu corpo está em chamas. A sua mão arrasta para cima a
minha blusa, e a minha saia para baixo, deixando-me apenas de sutiã e calcinha. Eu faço o mesmo
com a sua camisa.
Archie sorri para mim, enquanto eu desfaço os botões da sua camisa, pressionando os
meus peitos contra o seu.
Ele esfrega o polegar sobre o meu mamilo, e me beija lentamente. As minhas costas
arqueiam para trás. Os meus olhos estão fechados, absorvendo as suas carícias. Ele dá a mesma
atenção ao outro mamilo, deixando-me ainda mais excitada.
Estou tão molhada para ele.
- Você não tem ideia do tipo de coisas que eu quero fazer com você, Hazel. – Ele sussurra
contra a minha pele.
Sim! Por favor!
Eu acho que vou entrar em combustão a qualquer momento. Eu preciso de muito mais. E
como se ouvisse a minha prece, ele toma um mamilo em sua boca.
Eu gemo e esfrego as minhas mãos em seus cabelos. Ele captura o segundo mamilo e eu
tremo. Os seus dedos deslizam a minha calcinha para baixo em um movimento rápido.
- Oh Deus! – Eu gemo, e ele rosna.
- Deus, como você é linda. – Ele roça os dedos contra as minhas dobras.
Os meus quadris se inclinam enquanto a sua língua acaricia os meus mamilos. Ele empurra
um dedo dentro de mim, e eu aperto em torno dele. Todo o meu corpo está pegando fogo.
- Sim! – Eu gemo.
- Você gosta disso, querida? – Ele pergunta enquanto desliza o dedo dentro e fora da
minha buceta.
- Archie. – Eu gemo o seu nome.
- Eu mal posso esperar para estar dentro de você. – Ele murmura mordiscando o meu
mamilo.
Eu estou gemendo, sentindo uma explosão de prazer percorrer o meu corpo, então há uma
batida na porta.
Archie amaldiçoa baixinho contra a minha pele, enquanto retira o dedo e lambe os meus
sucos.
Um arrepio percorre o meu corpo. Ele me olha e sorri. E eu tenho que dizer que nunca vi
nada mais sexy em toda a minha vida.
Ele me dá um sorriso malicioso e se dirige para a porta.
A porta se abre e ouço Derek falar alguma coisa sobre o seu pai.
- Porra. – Archie rosna.
Eu olho ao redor procurando a minha roupa, mas tudo que encontro é a sua camisa
espalhada pelo chão acarpetado.
- O que está acontecendo? – Eu pergunto.
Archie se vira, e eu vejo o seu olhar derrotado. Eu não sei o que Derek lhe falou, mas com
certeza não foi nada bom.
Ele atravessa a sala e pega o meu rosto, o seu olhar encontra o meu. – Nada para você
preocupar essa linda cabecinha.
Eu quero discordar, mas os seus lábios encontram os meus e por um instante eu me esqueço
de quem somos e o que estamos fazendo. Tudo que eu posso pensar é em como ele me beija como
se dependesse disso para viver.
27
Archie
Eu não poderia estar surpreso com a ideia de o meu pai apoiar a candidatura de Martin à
presidência.
Os meus pais sempre foram contra eu entrar para a política. Eles chegaram até a ameaçar
tirar o meu nome do testamento. Fato que eu não me importava de forma alguma, mas eles não
poderiam fazer isso mesmo que quisessem. O meu avô materno não era um muito fácil de lidar,
mas se havia alguém nesse mundo que o entendia era eu.
Uma das clausuras do seu testamento era de que nenhum dos netos ou descendentes diretos
e indiretos seria retirado do testamento em hipótese alguma. E isso era algo que o meu pai não
aceitava.
O meu avô costumava dizer que um dia eu iria me rebelar, e isso traria a ira do meu pai.
Eu sempre ignorei, mas quando chegou o momento eu não poderia estar mais confuso. Então eu
sentei com ele e perguntei como ele sabia que o meu pai e eu teríamos ideias tão diferentes,
mesmo depois de ter sido o seu cordeirinho por tantos anos.
O velho me surpreendeu dizendo que apesar de eu ser filho do meu pai, eu posso ver ao
longe. Eu não entendi o que ele queria dizer com isso, mas ele tratou de me explicar.
- Você é legal à família, e sabe o valor de cada coisa. Eu vejo a sua determinação e sei
que você não se curvará diante de uma injustiça. Eu tinha esse mesmo olhar quando tinha a sua
idade. – Ele disse, e eu não podia me sentir mais orgulhoso.
Desde aquele dia eu me tornei um homem diferente. O meu outro avô era um cruel e muito
desumano. O homem era chamado de tirano, e o meu pai saiu igualzinho a ele.
Eu não queria me tornar um homem como ele. Então eu segui o meu próprio caminho, e isso
nunca foi digerido pelo meu pai.
O seu apoio à Martin não passa de uma afronta. Ele acha que pode me deixar para
baixo, mas está enganado. Eu não sou mais o garotinho assustado que se submetia aos seus
caprichos.
Eu tive que adiar os compromissos em Seattle e voltar rapidamente para casa. Hazel
parecia perturbada quando lhe contei brevemente o que tinha acontecido. Ela não conseguia
entender como um pai poderia odiar tanto o seu filho a ponto de apoiar o seu adversário em uma
campanha política.
Nem eu mesmo entendia.
Eu verifico o meu telefone e o nome de Rick aparece na tela.
- Você já soube? – Ele pergunta.
- Sim, mas eu não estou surpreso.
- Qualquer ideia do porque ele resolveu atacar desta forma?
- Não, mas pretendo descobrir o que ele pretende com todo esse circo.
- Quando você volta?
- Eu já estou aqui. De fato, eu estou indo me encontrar com ele agora. – Eu falo e ouço o
seu suspiro cansado.
- Eu não acho que essa seja uma boa hora, Archie. – Ele diz, e eu posso sentir a
preocupação em seu tom.
- Não se preocupe, eu sou bem grandinho, e posso cuidar de mim mesmo. – Eu falo com
confiança.
- Ele é um bastardo.
- Sim, mas ele não me dá medo.
Eu chego à empresa e tomo o elevador para o seu escritório. O meu pai costuma trabalhar
até tarde da noite todos os dias. Pelo menos é o que ele diz para a minha mãe há anos.
A sua secretária não está em sua mesa habitual, então eu vou em direção à sua sala sem
me importar em bater antes de entrar.
O velho está com atenção voltada para o computador quando eu entro abruptamente, mas
ele olha para cima com uma expressão nada satisfeita em me ver.
- Eu não sabia que você era fã da imprensa. – Eu falo fechando a porta atrás de mim e
caminhando em sua direção.
- Olha se não é o filho pródigo. Está pronto para colocar a sua cabeça no lugar e parar
com essa besteira de política? – Ele pergunta arrogante.
- Não seja engraçado, Joseph. Isso não combina com você. – Eu falo.
- Quem você pensa que é para entrar aqui desse jeito? – Ele cospe.
- Eu sou tão dono desse lugar quanto você. – Rosno.
- Você acha que eu vou apoiar mais esse seu capricho, mas está enganado Archibald. – Ele
rosna.
- Eu não me lembro de ter pedido nada.
- Você acha que é o primeiro Vough a ser tentado? – Ele pede friamente.
- Tentado?
- Você está jogando o nosso nome na lama com esse seu romance com a serviçal. – Ele
parece furioso.
- Hazel? É disso que se trata? – Pergunto surpreso.
- Você acha que eu sou um tolo? Você acha que eu não vejo o quanto ela significa para
você? Mas se você acha que pode manchar o nome da nossa família está muito enganado. Eu
acabo com você ante que isso aconteça.
Eu olho para ele sem entender como eu tenho o mesmo sangue que este homem. O
pensamento do meu próprio pai apaixonado confunde a minha cabeça. Não é algo que você
imagina quando olha para Joseph Vough.
Ele sorri, um sorriso irônico. E eu sei que ele sabe o que estou pensando.
- Ela era uma loira, uma estrela em ascensão. Cada vez que eu a via, eu não conseguia me
controlar. Eu teria feito tudo por ela, mas o meu pai me ajudou a enxergar a verdade. E eu estou
fazendo o mesmo por você.
- O que aconteceu com ela? – Eu pergunto.
- Morta. – Ele diz, e eu vejo algo passar em seus olhos. Ele parece se sentir culpado, mas
logo a sua carranca está de volta.
- O seu avô mandou um de seus capangas para plantar drogas em sua bolsa. Um dia a
polícia recebeu uma denúncia anônima de que alguém estava vendendo drogas na loja em que ela
trabalhava. Ela foi presa e acusada. Uma semana depois ela foi encontrada morta em sua cela. –
Ele diz, e eu posso sentir o quanto isso o marcou profundamente.
Então eu percebo que talvez o meu pai não tenha sido sempre essa pessoa fria e calculista.
Ele já foi capaz de amar alguém e a sua perda acabou transformando-o nisso que ele é hoje. Ou
talvez eu só esteja tentando arranjar uma desculpa para ele.
- Por que não lutou por ela? – Eu pergunto.
Ele me olha atentamente e ri. – Não é tão fácil assim.
- É por isso que você quer me destruir? Por que você não é feliz, então ninguém mais pode
ser?
Ele dá uma gargalhada.
- Você é muito ingênuo, Archie. Essa garota não é mulher para você. – Ele fala com
desgosto.
Eu me afasto e começo a sair. – Faça o que quiser, mas fique longe de Hazel, pai. E eu
quero dizer isso. Não se aproxime dela ou eu não respondo por mim. – Eu saio batendo a porta
atrás de mim.
O meu pai sempre foi um bastardo, mas a ideia dele tirar Hazel de mim me deixa louco.
Hazel preenche o vazio dentro de mim que nunca foi preenchido. O dinheiro, as mulheres, carros e
a vida luxuosa nunca me fizeram tão leve como eu me sinto quando estou com ela.
Hazel significa mais para mim do que qualquer coisa nessa vida. E eu mal posso esperar
para dizer-lhe o que eu estou loucamente, perdidamente apaixonado por ela.
Eu alcanço o meu telefone e disco o seu número, mas ele vai para o correio de voz. Eu
decido deixar-lhe uma mensagem, mas antes que eu possa fazer isso, eu vejo Arnold saltar do
carro e correr em minha direção gritando alguma coisa que eu não consigo entender. Como se
estivesse em câmara lenta. O seu rosto está pálido.
Eu sinto a queimação contra o meu ombro e olho para baixo. Há sangue em minha camisa.
Eu fui baleado.
O primeiro pensamento que vêm a minha cabeça é Hazel, então eu sinto o meu corpo
amolecer e de repente tudo fica escuro.
28
Hazel
A viagem de volta para Hartford foi feita em silêncio. Archie parecia distante e distraído
durante todo o voo.
Eu não queria perturbá-lo, então decidi trocar de assento para deixá-lo sozinho, mas
quando me levantei ele segurou o meu braço impedindo-me de sair.
- Por favor, fique. – Ele pediu, e apesar de achar que não deveria eu fiz o que ele me
pediu.
Quando chegamos ao meu apartamento ele saiu do carro para me levar até a porta.
- Eu te ligo. – Ele falou e me beijou suavemente.
Eu balancei a cabeça e entrei.
Eu sabia que era algo relacionado ao seu pai, mas se ele não queria que eu soubesse,
então eu não iria insistir.
Eu enviei uma mensagem para vovó avisando que tinha chegado, mas que ligaria mais
tarde. Eu não queria que ela ficasse preocupada.
Eu ainda precisava falar com ela sobre o que a imprensa anda falando, mas por hora, eu
só precisava dormir um pouco.
Jet leg é uma cadela.
Eu programo o despertador, e nem mesmo me dou ao trabalho de tomar um banho e me
em cima da cama. Em segundos eu estou dormindo.
Eu estou sonhando que estou em uma praia deserta com Archie quando ouço o meu
despertador.
Eu acordo e procuro o meu celular, mas ele está descarregado. Eu me levanto e procuro o
carregador dentro da minha bolsa, e o coloco na tomada. E assim que o telefone liga há uma
enxurrada de mensagens com ligações e textos perdidos.
Eu verifico a última mensagem que é de um número desconhecido.
O senador sofreu um atentado. Ele foi levado para o Hospital St. Peter. Ligue-me assim que
receber essa mensagem.
Arnold.
O meu corpo todo começa a tremer e eu disco o número de Arnold. Ele atende no primeiro
toque.
- Como ele está? – Eu pergunto, meus olhos agora cheios de lágrimas.
- Ele está em cirurgia no momento. – Ele diz, mas eu posso sentir que há algo mais.
- O quê? O que houve? Como isso aconteceu?
- Nós ainda não sabemos muito, mas ele foi baleado assim que saia da empresa do seu
pai. O atirador devia estar nos seguindo.
- Oh meu Deus. – Eu choro.
- Gregory precisa de você aqui. E ele também. – Arnold fala e eu sinto um aperto no meu
coração.
Deus, ele não pode morrer.
- Eu estou indo. – Eu soluço e desligo o telefone.
Eu não tenho condições de dirigir, então corro para fora e tomo o primeiro táxi que passa.
Eu não consigo conter as lágrimas, e rezo silenciosamente para que ele fique bem.
O motorista do táxi me vê chorando pelo espelho e me entrega um lenço.
- Obrigada. – Eu agradeço.
Ele acena, mas não diz nada. Acho que essa cena já se repetiu muitas vezes em seu táxi.
Demora apenas oito minutos para chegar ao hospital, mas parece uma eternidade. Eu pago
ao motorista e agradeço, então corro para dentro. Eu vejo Derek do lado de fora junto com alguns
seguranças. Ele me vê e me dá um sorriso triste.
- Onde ele está? – Pergunto.
- Ainda em cirurgia, mas venha comigo. Gregory precisa da sua ajuda para conter a
imprensa. – Ele diz e me leva por um corredor longo.
- Por que alguém faria isso com ele? – Pergunto.
- As pessoas fazem de tudo para conseguirem o que querem. – Diz Derek.
O ambiente estéreo do hospital me dá calafrios. Eu odeio estar em um lugar como esse. De
repente eu estou de volta no tempo, no dia do acidente dos meus pais.
Eu vejo Gregory andando para trás e para frente enquanto fala ao telefone. Ele me vê e
desliga o telefone.
- Graças a Deus você chegou. Eu preciso que você fique aqui enquanto eu tento controlar a
mídia. Eu acabei de saber que equipes de todos os jornais estão a caminho. De alguma forma eles
descobriram o que aconteceu. E assim que eles chegarem, não haverá paz. – Ele diz.
- Claro. O que posso fazer? – Pergunto escondendo a minha dor.
- Os seus irmãos estão chegando e eu preciso que você esteja aqui para recebê-los.
- Como ele está? – Eu pergunto engolindo o caroço na minha garganta.
- A bala quase acertou o seu coração, mas felizmente passou de raspão. Ele perdeu muito
sangue e vai precisar de doação.
- Quem faria algo assim com ele?
- O senador é um homem amado por muitos e odiado por outros. Eu tenho uma lista dos
possíveis suspeitos, mas vamos deixar isso com a polícia.
Gregory me deixa sozinha e eu aproveito para ligar para Gia e minha avó e contar o que
aconteceu.
- Você tem certeza de que está bem? – Vovó pergunta.
- Sim, eu vou ligar assim que possível. – Eu falo.
- Tudo bem querida. Nós estamos aqui se precisar de qualquer coisa. E por favor, não
hesite em ligar. – Ela diz.
- Eu sei, obrigada vovó. Eu te amo.
- Eu também te amo minha menina. – Ela diz e desliga.
Eu volto as minhas orações e peço a Deus que o salve.
29
Scarlett
Eu sou Scarlett Mary Porter, filha do governador Porter. E eu nunca aceito um "não" como
resposta.
Eu entro no jardim da casa do meu pai, onde a minha mãe costuma passar os seus dias. Em
minha opinião esta é a parte mais bonita da casa.
A minha mãe está sentada escavando a terra para plantar mais uma de suas plantas
favoritas. Ela tem os olhos mais verdes que eu já vi em toda a minha vida. Ela é linda e rígida.
Eu acredito que herdei as suas feições e a personalidade do meu pai. Embora eu tenha que
dizer, ambos tem a mesma visão das coisas. Porém, a minha mãe age silenciosamente, enquanto o
meu pai é muito impulsivo.
Ela é a melhor amiga da mãe do homem que está destinado a ser meu, Archibald Vough.
O atual líder do senado americano.
Vough se tornou mais do que apenas um capricho. Ele é o futuro. E ele vai ser meu custe o
que custar. Mas quando eu penso nele com aquela vadia, o meu estômago torce com desgosto.
- Oh, querida. – A minha mãe olha para cima e me vê. – Você já soube? – Ela pergunta
sobre a tentativa de assassinato contra Vough.
- Sim. Eu fui vê-lo, mas fui impedida de entrar. – Eu aperto as minhas unhas contra a minha
pele para conter a minha raiva.
- É apenas uma questão de tempo. Ele vai se recuperar e você poderá fazer um
movimento. – Ela diz voltando a sua atenção para a muda de orquídea.
- Eu não tenho tanta certeza. Aquela vadia não vai sair do lado dele, e eu vou ter muito
mais trabalho do que imaginei.
- Não seja ansiosa, Scarlett. – Ela diz.
- Na verdade, eu vim falar com você sobre o atentado. Você acha que o papai está por
trás disso? – Pergunto.
Ela se levanta abruptamente e dá um passo em minha direção. Tudo acontece tão rápido
que eu nem tenho tempo para processar a bofetada que ela me dá.
- Não seja ridícula. O seu pai jamais faria algo tão estúpido. Nunca mais repita isso,
Scarlett. – Ela late para mim.
Eu esfrego o meu rosto e tento conter a raiva crescendo dentro de mim. Como eu disse, a
minha mãe não é uma boa pessoa. Ela é uma cadela fria e sem coração que fez de tudo para
chegar onde está.
- Eu sinto muito. – Eu falo não querendo atiçar ainda mais a sua ira.
Ela sorri, mas o sorriso não atinge o seu rosto.
- Não se preocupe, tudo vai ficar bem. Kristen já tem algo em mente, e ela não vai deixar
aquela cadela se tornar a mais nova senhora Vough. – Ela diz.
Naquele momento eu percebo que eu realmente sou como a minha mãe. Ela tem esse olhar
angelical, mas por dentro a mulher é o puro demônio.
A sabedoria em suas palavras faz sentido, mas eu ainda não posso deixar de ficar
preocupada.
- Ela é muito bonita. – Eu cuspo.
- Assim como você, Scarlett.
- Ele está apaixonado por ela.
- Oh, querida. Ele é um homem. Eles pensam primeiro com os seus paus.
- O que eu faço?
- Nada. Deixe isso com Kristen. Ela não vai permitir que uma ratazana como aquela entre
para a sua família. Os Vough são uma das famílias mais importantes de todo o país, e a união com
a nossa família seremos ainda mais poderosos.
- Archie não é idiota, mamãe. Ele não vai abrir mão do seu novo brinquedinho. Ele a leva
para todos os lugares com a desculpa de que ela é sua assistente.
- Ela é apenas uma buceta fácil. Você será a senhora Vough. Sua esposa e dona de toda a
fortuna Vough. Lembre-se disso, Scarlett.
- Eu acho que você pode ter razão.
- Bem, agora vá comprar algo bonito para usar. Você precisa estar ao seu lado quando ele
abrir os olhos. Isso é como deveria ser, sempre. – Ela sorri e pega a pequena pá e volta a escavar
a terra.
Eu olho para ela em estado de choque e saio.
30
Martin
Hoje todos os jornais falam sobre a mesma coisa. O atentado contra o senador Vough.
Eu ouço os seus passos antes mesmo de vê-la. Ela tem a minha impulsividade e a beleza da
sua mãe.
- Papai. – Scarlett fala quando entra no meu escritório.
Eu espreito por cima dos meus óculos. – Olá, querida.
- Papai, eu preciso de ajuda. – Ela diz.
- Sente-se. – Ordeno.
Ela caminha em minha direção e senta-se na cadeira à minha frente. Ela olha para baixo e
torce os diamantes da sua pulseira.
- Bem? – Solicito.
- Eu tentei visitar Archie, mas eu não consegui. Eu preciso vê-lo, papai. – Ela implora.
Eu olho para a minha filha, e vejo um pouco mais de mim do que eu gostaria. Scarlett é uma
linda mulher e poderia ter qualquer homem aos seus pés, mas ela tem essa fixação por Vough. Eu
nem mesmo sei o que ela vê nele.
- O que você quer que eu faça? – Pergunto.
- Eu o amo, papai. Ele é o homem certo para mim. E eu sei que uma vez que estivermos
casados ele vai me amar também.
- Eu não vejo onde eu fico nisso tudo.
- Eu quero aquela vagabunda longe dele. Mas eu sei que ele não vai me perdoar se eu
interferir em seus assuntos. Mamãe acha que Kristen pode mandá-la para longe, mas eu não acho
que isso será suficiente.
- Você quer que eu suje as minhas mãos com uma cadela sem importância? – Eu pergunto
um pouco irritado.
- Archie está tentando derrubá-lo, e ele não vai parar se não for contido. Se ele estiver
comigo eu posso convencê-lo a desistir de investigá-lo. – Ela diz e eu não posso deixar de me
sentir orgulhoso.
- Você tem certeza de que quer este homem? – Pergunto.
- Eu nunca estive mais certa de algo em minha vida.
- Considere isso o meu primeiro presente de casamento. – Eu falo.
Ela sorri e corre para me abraçar. – Obrigada, papai.
- Oh, querida. Eu faria qualquer coisa por você. – Eu a abraço mais forte.
- Papai?
- Sim, querida.
- O senhor está decepcionado comigo? – Ela procura a minha reprovação, mas não
encontrará.
- Nunca. Você fez o que pensou ser melhor, e eu estou muito orgulhoso da mulher que você
se tornou.
- Obrigada, papai. – Ela me beija na bochecha e sai.
Quando Scarlett sai, eu pego o telefone e ligo para o meu contato. Ele irá cuidar da
pequena cadela de Vough para mim.
Scarlett é a minha princesa, e farei tudo para deixá-la feliz. Eu posso usar essa sua
obsessão a meu favor como ela disse. E ainda estarei ao seu lado como um velho e bom amigo
quando ele acordar.
E Continua...
A Série A Lei da Atração transportará você para uma fascinante e única história de amor.
Prepare-se para e perder em suas páginas.
Quando o devastadoramente lindo senador, Archibald Vough conhece a bela Hazel Sutton, a
atração entre eles é inegável.
Hazel rapidamente se transformou em algo mais, e cativou o seu coração.
Mas será que eles estão preparados para lutar contra tudo e todos para viverem esse amor?
AGRADECIMENTOS
Um enorme agradecimento a todos vocês que me ajudaram a dar vida a esta história.
Obrigado a todos vocês que me acompanham nesta jornada. Vocês leitores lindos e amados que
fazem o meu dia ainda melhor com suas mensagens de carinho e respeito. Os seus comentários e
orientações me ajudam a cada dia criar novos personagens e lindos romances.
NOTA DA AUTORA
Obrigada por fazer parte disso. Eu amo muito vocês. Para saberem mais sobre esse e
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