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PEGASUS LANÇAMENTOS

Apresenta

Volkok Bratva #5

London Miller
Tradução: Dom
Revisão: Dolce Gross
Revisão Final: Su Pinheiro

Leitura Final: Sónia Campos

Formatação: Sónia Campos

8 Anos
Tradução
Sinopse

Com irmãos gêmeos que estão sempre pulando um na


garganta do outro e com um executor Albanês que
prospera no caos, os feriados da família Volkov
são sempre animados, mas Lauren Volkov está
determinada a fazer este Natal o melhor de todos.

Ela planejou tudo, até a abertura dos presentes e


o pequeno Sacha terá seu novo pinguim de pelúcia,
mas Lauren sabe melhor do que ninguém como sua
vida pode ser imprevisível - e as coisas nem
sempre são como deveriam.

Junte-se à família Volkov Bratva e a outros


rostos familiares, enquanto eles se preparam para
celebrar o natal que será totalmente diferente de
todos que já passaram.
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Prólogo
ALEX

Véspera de Natal

2015

A neve caía violentamente, grossos flocos macios caiam


no chão juntando-se em pilhas que cresceram ao longo das
últimas seis horas.

Alex Volkov sempre gostou do inverno na cidade – as altas


árvores de Natal, as luzes e a cena pitoresca, mas na
propriedade de Luka, onde não havia um vizinho por
quilômetros, e com as árvores alinhadas a quase cada
centímetro da área circundante, ela começou a apreciar um
pouco mais a neve brilhante e a solidão.

Especialmente quando isso significava que ela também


tinha Luka só para si.
Vestida de pijama, um azul claro de duas peças com
flocos de neve gigantes estampados, ela voltou para a cozinha,
vendo Luka de pé, de costas para ela, muito ocupado olhando
para a panela fumegante no fogão na frente dele.

Aparentemente, havia uma arte em fazer chocolate quente


ou, pelo menos, foi o que ele disse quando ela lhe pediu para
fazer um pouco. O pedido mal saiu de sua boca antes que ele
levantasse, puxando uma calça jeans escura que pendia baixo
em seus quadris e se aventurasse no andar de baixo com Loki
em seus calcanhares.

Não fazia seis meses que ele voltou para casa, de um lugar
que nenhum deles gostava de falar, e, lentamente, ele estava
se recuperando de tudo o que foi feito a ele lá.

Luka ainda era brincalhão, ainda tinha o mesmo senso de


humor autodepreciativo que ela amava, mas agora havia
sempre um limite no seu sorriso, como se algo escuro
permanecesse logo abaixo da superfície.

Isso não deveria ser preocupante, especialmente para


alguém como Luka. Ele prosperou no caos e confusão, mas se
ele estava em um de seus estados de espírito, isso poderia
significar algo feio e doloroso para quem quer que estivesse na
mira da sua ira.

Mas sempre houve uma espécie de alegria maníaca para


seus modos mais escuros - uma que fazia você se perguntar se
ele sorria enquanto te esfaqueava.
Alex estava preocupada com isso - não a parte do
esfaqueamento, já que ela sabia muito bem por quem ela se
apaixonara - mas se preocupava que a tortura que ele sofreu
depois que Fatos o levou de volta para a Albânia ainda
permanecesse dentro dele.

Por isso, este ano, ela queria que o Natal fosse apenas
entre os dois... e Loki, é claro. Loki estava mais do que feliz por
ficar em casa com eles, desde que ele pudesse apertar seu
grande corpo entre eles onde quer que estivessem.

Luka não se importava - o que quisesse, ele disse - e, um


mês antes do dia, ele ainda saiu com ela para comprar a árvore
de Natal. Foram capazes de encontrar uma que era da altura
perfeita para caber na sua sala de estar.

Agora, aquela árvore estava alta, luzes cintilantes em tons


de azul e branco em torno dela, com lâmpadas coloridas e
enfeites pendurados em seus ramos.

Abaixo da árvore, havia mais de uma dúzia de presentes


– que ela passara horas certificando-se de que estivessem
perfeitamente embrulhados antes de colocá-los lá.

A primeira vez que Luka voltou para casa e viu os poucos


que estavam lá no momento, ele sorriu, balançando a cabeça
enquanto se divertia com ela, mas não fez nenhum comentário.
Quando mais cinco foram colocados, ele a beijou suavemente,
mas disse a ela para parar, e depois dos últimos dias, quando
pelo menos mais uma dúzia foram adicionados, houve um
pouco mais de firmeza em sua voz quando ele lhe disse para
parar de comprar coisas, porque, como ele disse, ela receberia
apenas um presente dele.

Alex não tinha dúvidas de que era verdade – Luka era um


homem de palavra depois de tudo.

Atravessando a sala, Alex envolveu seus braços ao redor


da cintura de Luka, inclinando-se sobre ele enquanto
descansava a bochecha contra suas costas. Às vezes, tinha que
lembrar-se de que ele estava realmente lá, mesmo quando ele
estava de pé na sua frente.

Deixando que seus dedos percorressem o seu abdômen,


sentindo os gominhos, em seguida, sobre o leve rastro de
cabelo loiro que desaparecia sob a sua cintura, ofereceu-lhe o
conforto que ele não pediu.

Um sorriso estava em sua voz quando ele disse:

— Se continuar para sul você não vai conseguir a sua


bebida.

Rindo baixinho, Alex deixou as mãos onde estavam.

— Eu poderia viver com isso.

Suspirando – embora ele não parecesse se importar nem


um pouco – Luka virou-a em seus braços, pegando-a com uma
facilidade ridícula, em seguida, deixou-a cair na ilha para que
eles estivessem quase ao nível dos olhos.
Beijou-a rapidamente, impulsivamente, como se não
pudesse evitar, então disse:

— Paciência.

Ela não sabia se esta palavra suavemente pronunciada


era para ela ou a si mesmo.

Finalizando, ele derramou o líquido fumegante em duas


canecas, em seguida, despejou um punhado de marshmallows
em uma delas. Ela se acostumou com seus hábitos alimentares
peculiares que incluíam muito pouco açúcar.

Ele liderou o caminho de volta para a sala onde Loki


estava enrolado no tapete, cabeça apoiada nas patas dianteiras
enquanto os observou um momento antes de ignorá-los, uma
vez que nenhum deles tinha qualquer alimento que ele poderia
pedir.

Alex teve a certeza de incluí-lo nas festividades de Natal,


comprando-lhe um dos maiores ossos que ela pôde encontrar,
e até mesmo enrolou um arco em torno dele. Ela não se
preocupou em colocá-lo debaixo da árvore, sabendo que ele
não seria capaz de o evitar, então ao invés disso ela enfiou-o
numa prateleira, mas de alguma forma ele farejou onde ela
escondeu dentro do armário e comeu-o antes que ela
percebesse que estava faltando – o arco vermelho foi a única
evidência deixada para trás.
Apesar de seu olhar culpado, quando ela percebeu o que
ele fez, o puniu de qualquer maneira, fazendo-o usar o suéter
de Natal que ele odiava.

Tudo era uma questão de detalhes, afinal.

— Vamos abrir os presentes agora? — Alex perguntou


enquanto tomava um gole de sua bebida, suspirando
enquanto os ricos sabores vinham à vida em sua língua –
ninguém se comparava a Luka na cozinha.

Olhando para trás para o relógio, Luka sacudiu a cabeça.

— Não, não é Natal ainda.

— Sério? — Ela perguntou, olhando para ele. — Faltam


apenas dez minutos.

Os cantos de sua boca curvaram-se.

— Ainda não é Natal.

Colocando sua caneca para baixo, ela tentou seduzi-lo


pegando uma das muitas caixas sob a árvore com o seu nome
nele.

— Você tem certeza? Este é bastante impressionante.

Embora ele parecesse atormentado, ela poderia dizer que


ele estava secretamente satisfeito. Quando ela deu uma
pequena sacudida, ele finalmente o pegou, e ela muito feliz
entregou-o.
Alex costumava amar o natal simplesmente porque
ganhava um monte de presentes, mas ela cresceu para
apreciar a arte de dar em vez de receber.

Especialmente quando ela estava dando a Luka.

Ela estava mais animada para ver suas reações a seus


presentes do que com o que poderia ganhar dele – embora
ainda estivesse excitada sobre isso, mas não havia nada como
fazê-lo feliz.

Alex estava tão acostumada a pessoas rasgando o papel


de embrulho para chegar ao que tinha dentro que se
surpreendeu – embora vagamente lembrando que ele fez o
mesmo no ano passado – quando Luka cuidadosamente
retirou o papel com uma gentileza que ela não esperava e o
colocou de lado para abrir a caixa.

Ele ficou intrigado por um momento enquanto lia o nome


nele, como se estivesse surpreso por ela comprar algo de
Cartier, mas Luka gostava de coisas simples então ele
provavelmente nunca pensou em comprar algo lá.

O seu olhar iluminou-se uma vez que ele tirou o relógio e


imediatamente moveu-se para colocá-lo.

— Você gostou?

Ele murmurou algo em albanês, mas se aquele sorriso


quase tímido que ele deu a ela fosse qualquer indicação, ele
definitivamente gostou.
Pegando mais alguns, ela os trouxe até ele, sentando-se
para trás enquanto ele passou por aqueles também. Duas
calças jeans, um outro par de botas para substituir as que ele
usava diariamente – ela tinha certeza que era fita adesiva que
as mantinham coladas e, finalmente, uma imagem deles que
ela o obrigou a tirar apenas alguns dias atrás.

Ela pensou em comprar um quadro para coloca-la, mas


ao vê-lo traçar seu rosto com o polegar e em seguida embolsar
a imagem, ela soube que ela estava certa em deixá-la como
estava.

Luka sentou-se, esfregando uma mão sobre seu cabelo.

— Loki.

As orelhas do cão animaram-se ao ouvir o seu nome, os


olhos correndo para Luka. Já não se surpreendia com o quanto
Loki parecia entender.

— Pegue a caixa.

Ouvindo essas palavras, Loki estava de pé e subindo as


escadas, o som de sua exuberância ecoando pelo chão. Alex só
podia imaginar com antecipação o que Loki foi buscar quando
Luka se recusou a encontrar seu olhar, muito preocupado com
o novo relógio.

Finalmente, depois de mais ou menos um minuto, Loki


voltou correndo, segurando um pacote cuidadosamente
embrulhado em sua boca e o deixou cair no colo de Luka uma
vez que ele chegou perto o suficiente. Como apenas Luka faria,
ele jogou a caixa para Alex, sorrindo quando ela pegou.

— O que é isso? — Ela perguntou.

Naturalmente, sua resposta foi apenas sorrir.

Ela passou a desembrulhá-la, e ao contrário da remoção


cuidadosa de Luka, ela rasgou o papel em segundos, em
seguida, puxou a parte de cima, apenas para descobrir uma
outra caixa dentro. Olhando para ele interrogativamente, ela
voltou a abrir a segunda... e encontrou outra.

Rindo, ela balançou a cabeça.

— Só você, Luka.

Ele acenou para ela prosseguir.

— Continue.

Mais três vezes ela tirou um topo para outra caixa, cada
uma ficando menor como se estivesse abrindo uma boneca
russa, e, finalmente, quando ela chegou à última, ela congelou
com o topo na mão, olhando para a pequena caixa de veludo
que estava descansando no interior.

Poderia ser um par de brincos, ela argumentou, mas uma


parte dela – possivelmente uma parte que estava dentro de
todas as mulheres – sabia que não era.

Ela estava quase com medo de abri-la sabendo que o que


ela achava que estava dentro poderia mudar tudo, mas com o
canto do olho, ela viu Luka aproximando-se para o seu lado.
Ele tomou a escolha dela.

Ele a alcançou, arrancando a caixa livre e levantou a


tampa, segurando-a para ela ver, suas sobrancelhas se
juntaram enquanto ela só podia olhar para ele, imóvel. Depois
de um momento, ele começou a falar.

— Não era assim que eu pensei que essa merda


terminaria. Achei que você acabaria com algum idiota que eu
pensaria em matar só porque ele teria a chance de acordar ao
seu lado todos os dias, para ser honesto nunca pensei que
seria eu esse idiota. Minha vida era... — ele hesitou, parecendo
perder as palavras enquanto olhava para a árvore, como se ela
pudesse lhe dar respostas. — Eu não sei como vivi sem você
antes, porque agora que você está aqui, eu afundaria sem você.
— Luka olhou para ela então. — Eu não sou uma pessoa legal,
nem há nada de bom sobre mim... exceto você – você é o que é
bom em mim. Eu te amo, e um caralho se não vou tentar
mostrar-lhe isso todos os dias que estivermos juntos, mas às
vezes eu sou uma bagunça. Você está acostumada a isso. Mas
agora, quero que você saiba que, se alguma vez houve qualquer
dúvida, que eu quero você permanentemente, e que está presa
comigo, quer goste ou não.

Luka arrancou o anel da caixa, observando-o em suas


mãos enormes, deixando seu coração balbuciar. Ele não se
preocupou em fazer a pergunta oficial, deixando o anel fazer o
pedido por ele.
Nem ele realmente esperou que ela concordasse antes que
se apoderasse de sua mão e colocasse o anel em seu dedo.

Quando ele o colocou nela, os olhos de Alex encheram-se


de lágrimas, ouvindo as palavras se repetirem mais e mais em
sua cabeça. Quando ele olhou para cima e viu, sorriu
gentilmente, embora suas palavras fossem qualquer coisa
além disso.

— Pelo amor de Deus, pare de chorar.

— A culpa é sua! — Ela disse com uma risada,


enxugando uma lágrima que deslizava.

— Certo, mas eu não posso te foder se você estiver


chorando. Muito estranho, mesmo para mim.

Atirando-se para ele, ela colocou os braços em volta do


pescoço, agarrando-se a ele quando sorriu contra seu pescoço.

— Eu não posso esperar para ser sua esposa, Luka.

— Você não terá que esperar muito tempo. — Disse ele,


cuidadosamente ficando de pé, com um braço ao redor da
cintura, a outra mão com firmeza agarrando sua bunda. —
Trinta e seis horas.

— O quê? Nós não podemos nos casar tão cedo!

— Por que não?

— Precisamos de uma licença de casamento.


— Já cuidei disso.

Claro que ele tinha.

— Um oficial, um padre, ou algo assim...

Ele começou a subir as escadas em direção ao seu


quarto.

— Tenho um amigo que me deve um favor.

— Sério, Luka! Eu sequer tenho um vestido.

Ele a deixou cair na cama assim que estavam no quarto,


já alcançando suas calças de pijama e puxando-as para baixo.

— Nós vamos para Paris. Tenho certeza que você


encontrará alguma coisa.

— Lu…

Ele pressionou um dedo em seus lábios, calando-a.

— O que quer que você queira, seja o que for que precise,
vou busca-lo pra você, basta falar. Mas vamos nos casar,
Aleksandria. Agora, você vai calar a boca para que eu possa te
foder, ou não?

Sorrindo e sentindo-se mais feliz do que jamais esteve,


Alex não pronunciou mais uma palavra.
Capítulo Um
ALEX
Véspera de Natal

2016

Eu não posso esperar para ser sua esposa, Luka...

Quão fáceis aquelas palavras pareciam quando falou pela


primeira vez, mas agora, quase um ano depois, quando Alex
embarcou em mais um voo de Paris, ela lembrou-se de que foi
um pouco ingênua em seu pensamento de como seria simples
realizar esse sonho.

Luka não perdeu tempo em se casar com ela, colocando


o anel correspondente em seu dedo com aquele seu sorriso
adorável quando eles ficaram na frente da catedral com luzes
brilhando através dos vitrais – apenas os dois.

Não importava que ambos fossem necessários em outros


lugares – ela nos ensaios, ele para se reportar a Mishca por seu
novo papel na Bratva – Luka recusou-se a deixar que algo
ficasse em seu caminho antes de se casarem e ainda
demoraram alguns dias na lua de mel.

Aqueles foram os melhores dias da sua vida.

Mas, apesar do quão maravilhoso foi, a realidade


rapidamente se instalou.

Ela poderia ter desejado ser uma boa esposa, mas isso
era difícil quando estava vivendo a milhares de milhas de
distância durante a maior parte do ano e ele estava na casa de
Nova York.

Claro, eles passavam muitos fins de semana juntos,


sempre que tinham tempo livre, mas mesmo isso era apenas
por um dia, no máximo, antes que ela tivesse que voar de volta.
Às vezes, ele vinha até ela, e eles passavam tantas horas
quanto pudessem trancados no seu apartamento em Paris
antes que ela tivesse que sair para o ensaio. Havia até algumas
vezes em que ele ia embora no momento em que ela voltasse
para casa.

Fazia alguns anos desde que ela trabalhou tão


incansavelmente como agora, e seu trabalho como bailarina
tinha suas próprias dificuldades, mas estava se acostumando
a isso novamente. Mesmo Luka, estava sentindo uma nova
pressão por causa da mudança de seu papel na Bratva. Como
executor, sua principal preocupação era o quão criativo ele
conseguia ser quando estava matando pessoas. Agora, ele não
podia apenas machucar, mutilar, ou matar aqueles que
atravessavam à sua frente. Ele tinha que falar primeiro.

Às vezes, ela imaginava se ele sentia falta aquela


simplicidade em vez das complicações que acompanhavam um
capitão Bratva.

Luka nunca foi um falador.

Mas acima de tudo, ela se perguntava se ele sentia falta


de ter a facilidade de alcança-la se alguma vez precisasse dela.

Agora, levava várias horas antes que ela estivesse no


mesmo país.

Em seguida, havia também o pequeno fato de que ela não


achava que ele estava se adaptando bem após o que aconteceu
na Albânia. Quase dois anos se passaram e ele ainda estava
mal-humorado e distante, e ela só via diferença quando ela
estava com ele... ou ele estava machucando alguma coisa.

Foi por causa dele que ela insistiu em passar o Natal fora
apesar da performance que estava marcada para esta noite.
Claro, o diretor não estava feliz com ela, mas preferia sofrer
com o seu descontentamento de que deixar Luka sozinho no
Natal.

Ele significava mais para ela do que qualquer outra coisa


no mundo.
Além disso, Luka não tinha ideia de que ela estava vindo,
ou que ela já tivesse comprado seu presente de Natal antes de
pisar no avião.

Apesar de ser véspera de Natal, o dono da concessionária


onde ela o comprou fez uma exceção especial para ela,
considerando quem era seu irmão – o nome de Volkov permitia
muitas exceções.

No momento em que se aproximavam da terra, Alex havia


elaborado um plano em sua cabeça. Primeiro, ela iria parar na
concessionária, então ela queria ter certeza de que pudesse
realmente surpreendê-lo. Antes de embarcar no seu vôo, ela
ligou, apenas para conversar com ele e descobrir quais os
planos para o dia, para que pudesse juntar-se a ele – e uma
vez que chegasse, não haveria muito tempo antes de ele estar
de volta para casa.

Mas com o que pretendia, isso poderia funcionar a seu


favor...

Quando o avião aterrissou, Alex ligou seu telefone,


passando as notificações enquanto ela desabotoava o cinto de
segurança e ficava de pé. Levou menos tempo do que o habitual
agarrando sua bagagem de mão e caminhando para fora do
avião em direção ao aeroporto ocupado.

Enquanto esperava com os outros viajantes do final da


semana a mala de viagem, ela percorreu os contatos em seu
telefone até chegar ao nome que queria e pressionou ligar.
Uma vez que a ligação foi estabelecida, houve um pouco
de barulho, uma maldição abafada, então, finalmente, a voz do
outro lado disse:

— Como está minha irmã favorita?

Alex sorriu.

— Eu sinto que você só diz isso para irritar Mish.

— Mas é a verdade. — Niklaus disse de volta. — Nós nos


damos muito melhor do que eu e o russo.

Era sempre engraçado quando ele dizia isso,


especialmente porque ela era irmã tanto de Niklaus como de
Mishca. Este último se recusou a chamá-la de qualquer coisa
diferente de irmãzinha, e uma vez que um dos gêmeos fez isso,
o outro fez tambem.

Era por isso que ela os amava tanto.

— Isso é porque eu não o irrito tanto. — Alex disse,


correndo para a frente para pegar sua maleta, uma vez que
apareceu na esteira.

— Eu nunca poderia achar você irritante. — Disse


Niklaus com um sorriso na voz dele. — Onde você está, afinal?
Seu albanês disse que estava no ensaio.

— Estou em casa, na verdade. — Alex disse enquanto


chamava um táxi. — Na verdade, é uma surpresa. Luka não
sabe que estou aqui.
Niklaus fez um som descontente.

— Pelo menos isso vai animá-lo, ele tem sido um


merdinha recentemente.

— Ele é um anjo. — Alex disse enquanto sentava na


parte de trás de um táxi, dando o endereço para o motorista
enquanto se acomodava.

Ela sabia que Luka não era nada disso, ninguém jamais
consideraria Luka um anjo, mas ela estava secretamente feliz
por Niklaus ter dito isso, só porque esperava que Luka voltasse
ao seu eu normal.

Para qualquer outra pessoa, poderia ter soado como


loucura que ela sentisse falta do marido psicopata, mas isso
era apenas a maneira que era.

— É meio sobre isso que eu queria falar com você. —


Alex disse enquanto puxava seu lenço.

Obviamente, notando a preocupação em sua voz, Niklaus


deixou o humor e perguntou:

— Luka? Qual é o problema?

Alex não queria confessar suas preocupações com


qualquer um, especialmente quando se tratava de Luka, mas
de todos os homens que conhecia, o irmão incluído, ela não
achava que houvesse alguém que compreendesse Luka do jeito
que Niklaus fazia.
Eles compartilharam uma história bastante...
interessante.

Além disso, Niklaus foi um dos poucos que falou sobre


Fatos e o que aconteceu na Albânia. Então, se Luka estava
lutando com seus demônios, Niklaus poderia ajudá-lo, mesmo
porque ele os entendia.

Suspirando, Alex finalmente disse:

— Luka não parece estar lidando com a vida muito bem...

— Ah, merda. O que houve?

Bem, pelo menos era óbvio que ele notou, mas também
ficou claro que ela ia ter que soletrar para ele, e felizmente com
o passeio à frente dela, ela tinha muito tempo.
Capítulo Dois
NIKLAUS

Com seu telefone no ouvido e uma chave de fenda na


outra mão, Niklaus Volkov estava perigosamente perto de jogar
tudo pela janela, porra, juntamente com as variadas peças de
madeira dispostas em frente a ele.

Deveria ser simples, apenas seguir as instruções


descritas no pequeno livro que só mostrava imagens com setas
que vagamente apontavam para qual peça ia onde, mas nas
últimas três horas, ele estava sentado naquele mesmo lugar,
mais do que um pouco irritado pois não conseguia entender
como fazer isso.

Ele poderia montar e desmontar com os olhos vendados


um rifle de atirador com facilidade, mas tentando montar um
berço, muito menos dois, foi o estopim para ele.

— Estou falando sério, porém. — Disse Alex em seu


ouvido, um toque de tristeza lá que o fez jogar a chave de fenda
no chão quando ele sentou-se e concentrou-se no que ela
estava dizendo a ele. — Estou preocupada com ele.
Niklaus compreendeu a sua preocupação – ele viu a
diferença de Luka depois que ele e alguns dos outros do Den
extraíram o albanês de seu velho país – e ele tinha pensado em
falar com ele, mas com Reagan estando grávida, e tudo
acontecendo com o Kingmaker e o Den, ele não teve tempo.

Com os gêmeos chegando, ele pelo menos teria uma


pausa do Den, então teria mais tempo em suas mãos, embora
não muito, porque sabia que nos próximos meses, pelo menos,
ele não dormiria muito, mas isso não era novidade.

Ele teve dias sem dormir antes.

— Você está sempre preocupada com ele. — Niklaus


disse enquanto ficava de pé, olhando para o berço do mal, ao
sair do berçário e descer as escadas.

— É diferente desta vez, e você sabe disso. — Alex


argumentou. — Ele está mais... no limite.

Ela não estava errada.

O albanês parecia andar como um animal enjaulado


apenas esperando para ser liberado, mas a menos que eles
quisessem um serial killer em suas mãos, embora isso não
estivesse muito longe do homem que ele era, tinham que
mantê-lo contido.

— Eu só preciso de um pouco mais de tempo para resolver


as coisas. — Alex continuou.
— O que você quer dizer? — Perguntou ele, pegando uma
garrafa de água da geladeira e abrindo a tampa.

— Há uma abertura com o Ballet de Nova York, mas não


será por mais alguns meses antes de eu saber se tenho a vaga
ou não.

— E você quer que eu o mantenha ocupado até lá

— Eu não iria pedir se não achasse que é importante.

Não, pensou Niklaus, ela não iria.

— Eu vou fazer o que puder, mas você sabe como esse


merdinha pode ser. Você toma suas facas, ele vai pensar que o
Natal está cancelado.

Alex riu, o som dela fazendo-o sorrir.

— Obrigada, Klaus. Eu te adoro.

— Vejo você amanhã então para o jantar?

Um pouco mais de um mês atrás, Lauren ligou,


estendendo um convite para o jantar de Natal, ela e o russo
estavam dando um jantar familiar, ela salientou. Enquanto ele
felizmente lembrou da última vez que todos eles passaram o
Natal juntos, uma em que ele não reagiu bem e esteve
perigosamente perto de matar o russo e Luka, ela insistiu que
este ano seria diferente.
Em parte, porque ela fez questão de mencionar que
Malvina estaria lá, e Reagan estaria ao seu lado para mantê-lo
no lugar.

Até o final da chamada, Niklaus estava um pouco


ofendido. Ele quase sentiu como se ela estivesse tentando dizer
que foi ele quem causou todo o problema.

Ele era a porra de um santo.

— Claro. Por que Luka e eu não passamos aí e todos


podemos sair juntos?

— De jeito nenhum.

— Não seja assim, Klaus.

— Você esqueceu que seu marido dirige como um


lunático?

— Ele não é pior do que você.

— Para sua informação, eu tirei uma pontuação quase


perfeita.

— Sim, você teve noventa e dois no teste de motorista,


mas isso ainda não significa que você não dirige tão
imprudente como ele faz.

Sim, eles veriam isso.

— Que seja, eu vou te ver amanhã.


Ele podia ouvir o sorriso em sua voz quando ela disse,

— Vejo você ao meio-dia.

Niklaus terminou a chamada, embolsando o dispositivo


enquanto pensava sobre se estava com vontade de voltar lá
para cima e terminar os berços, ou trabalhar em uma das
outras centenas de projetos que Reagan lhe dera.

A mulher se manteve seriamente ocupada, mas de


alguma forma conseguiu arrastar a bunda dele também. E
agora que ele estava em casa com mais frequência, havia
sempre algo que precisava ser feito.

Niklaus não teve a chance de tomar uma decisão antes


da campainha tocar, abriu a porta com uma testa franzida, a
expressão suavizando no momento em que viu quem estava do
outro lado.

Malvina Antakova, sua mãe, e a razão pela qual ele era


metade do homem que era hoje. Tudo de bom que havia nele
veio dela, e palavras não podiam descrever como ele estava feliz
que ele estava de costas.

— Mama, Moya Lyubimaya Devushka - minha garota


favorita.

Ele a conduziu para sair do frio, aceitando o abraço dela


enquanto ela ria de sua exuberância. Flocos de neve cobriam
o chapéu e casaco de pele, uma diferença gritante de seus
verões na Flórida, ele tinha certeza, embora provavelmente
melhor do que o frio intenso do inverno russo, mas ela não
parecia se importar.

Dizer que ele amava sua mãe era um eufemismo.

Ela beijou ambas as faces, antes de seu olhar se lançar


sobre ele.

— Você está necessitando de um corte de cabelo, não? —


Perguntou Malvina com todo o carinho de uma mãe quando
tocou seu cabelo com um sorriso de desaprovação.

Não importava se ele tinha oito anos, ou trinta e dois


anos, ela ia mexer com ele, ele gostando ou não.

Não que ele estivesse reclamando.

Depois de ter que viver sem ela durante anos, não


desistiria de um único momento com ela, mesmo que não
quisesse cortar o cabelo.

Sorrindo enquanto a levava para dentro do quarto, ele


disse:

— Talvez amanhã.

Ela olhou com raiva para ele, sabendo o que ele estava
tentando fazer.

— Amanhã é Natal, Niklaus, você sabe disso.


O que significava, não haveria qualquer momento para ela
fazer alguma coisa sobre o seu cabelo, mas como ela disse, ele
já sabia disso.

— Então, no dia seguinte. — Niklaus sugeriu com um


sorriso encantador.

Dando-lhe um sorriso e uma indulgência que lhe disse


que ela sabia exatamente o que ele estava tentando fazer,
puxou o casaco de Malvina, pendurando-o em um gancho
atrás da porta enquanto ela lhe oferecia a pequena bolsa que
trouxe.

— Mais roupa? — Ele perguntou, com um pouco de medo


de olhar para dentro.

Ninguém estava mais animado com os gêmeos do que


sua mãe. Desde o segundo que disse a ela que eles estavam
esperando, tinha praticamente visto estrelas em seus olhos
enquanto ela delirava sobre ter netos e ter novos bebês para
estragar.

Agora, ela tinha Sacha para dar atenção, e não havia


nenhuma dúvida na mente de Niklaus que ela o amava, talvez
até um pouco mais do que Niklaus, considerando a forma como
ela emocionou-se sobre ele, mas agora que tinha mais dois
Volkovs para adicionar à mistura, ela estava fora de si.

E com a euforia vieram mais presentes do que era


realmente necessário.
Malvina tinha, sozinha, enchido uma cômoda de
camisetas e roupas bonitinhas que ele sabia de que os gêmeos
não usariam pois estariam crescidos em alguns meses, mas
não havia como fazer com que ela parasse, então Niklaus
parou de tentar.

— Algo para você, na verdade. — Ela disse com uma


expressão ilegível.

Curioso, Niklaus olhou para dentro, encontrando uma


série de envelopes dentro, cada um com o carimbo de correio,
embora o endereço de retorno não fosse um que ele
reconhecesse, mas o nome... ele reconheceu isso.

Catja, sua mãe biológica.

Ele sabia muito pouco sobre ela, apenas histórias que


Malvina compartilhou com ele, e até mesmo algumas que
Mishca lhe contara, e, além de algumas fotos, ela era quase
uma estranha para ele, apesar do fato de que o deu à luz.

Engolindo em seco, Niklaus olhou do saco para Malvina.

— O que é isso?

— Eu tinha a intenção de dar eles para você, mas acabei


esquecendo com o tempo. E depois de toda essa… — ela deu
um pequeno aceno de mão, seu significado claro — tragédia,
eu esqueci sobre eles até Mishca trazer as minhas coisas da
Flórida.
Durante muito tempo, Niklaus desprezou seu irmão
gêmeo. Ele o responsabilizou pelo que aconteceu com Sarah,
para não mencionar o que aconteceu com ele, mas aos poucos,
ele deixou a maior parte da sua raiva ir, sabendo que não havia
nenhum ponto nele guardando rancor, especialmente depois
que se juntou ao Den.

Além disso, depois do que o russo fez por ele – movendo


Malvina da Flórida e comprando-lhe um triplex na cidade para
que ela pudesse estar mais perto – Niklaus finalmente largou
tudo.

Puxando um envelope de dentro do saco, ele podia ver as


páginas dentro, a escrita elegante como um borrão.

— O que eles dizem?

— Eu não sei. Eu nunca os abri.

Havia dezenas, Niklaus pensou, talvez até centenas,


todos datados ao longo de dez anos, e mais. Quando ele
levantou um após o outro, não sabia o que sentir, mas
qualquer que fosse a emoção deu-lhe sentir um aperto no
peito.

O que poderia Catja possivelmente ter dito?

Será que ela diria a ele por que foi dele que ela desistiu?

Ela estava tentando protegê-lo?

Ela não o queria?


Se ele fosse honesto, Niklaus não sabia se queria saber
as respostas para essas perguntas, especialmente quando uma
parte dele tinha medo do que suas respostas poderiam ser.

Lendo sua expressão, Malvina deu um tapinha no braço.

— Ela te amava, Niklaus. A vida que seu irmão leva... ela


não queria isso para você – qualquer um de vocês. Ela queria
protegê-lo de Mikhail. Você era o segredo mais bem guardado
da sua mãe.

E, no entanto, aqui estavam eles.

Se ela tivesse vivido o suficiente para ver no que se


tornou, ainda teria feito as coisas da mesma maneira?

Esfregando a parte de trás do seu pescoço, sentindo-se


um pouco desconfortável, Niklaus foi até o baú onde
normalmente mantinha suas armas, e abriu a fechadura,
colocando o saco de cartas dentro.

— Mais tarde eu lido com isso.

— Prometa que vai lê-las. — Pediu Malvina com olhos


suplicantes.

Balançando a cabeça, porque ele não queria fazer uma


promessa que não poderia manter, Niklaus apontou para as
escadas.

— Como você conseguiu montar o meu berço?


Era óbvio que ele estava tentando mudar de assunto e,
em vez de insistir nisso, ela apenas balançou a cabeça uma
vez, e foi junto com ele.

— Eu segui as instruções. Não foi difícil.

— Sim? Bem o Ikea está tentando ferrar comigo.

Seu olhar de censura o fez sorrir, ela era a única que faria
ele mudar sua linguagem.

— Precisa de ajuda? — Ela perguntou.

— Isso seria bom. Eu só tenho umas, — Ele olhou para o


relógio para verificar o tempo. — duas horas antes que eu
precise pegar Reagan no pub e ela vai me matar se essas coisas
não estiverem montadas a tempo dos bebês chegarem aqui.

Além disso, ele tinha uma pequena surpresa em mente.

— Venha então. — Disse ela enganchando o braço em


volta dele. — Deixe-me mostrar-lhe como é que se faz isso.
Capítulo Três
REAGAN

Haviam certos contratempos na vida que te poderiam


fazer tropeçar mas sem cair completamente: a perda de
emprego, quebrar a transmissão em um carro que
provavelmente precisava ter ido para ferro velho no início dos
anos setenta, ou talvez mesmo esquecer as chaves na casa com
uma porta que tinha uma fechadura automática.

Em seguida, havia Niklaus Volkov.

Ele não era um contratempo, ele era uma grande dor na


bunda.

Não havia nada de fácil sobre ele, e ela gostando ou não,


ele empurrou o caminho em sua vida e se plantou lá, mas se
ela fosse honesta, não havia outro lugar que ela preferiria que
ele estivesse.

Reagan adorava cada minuto de tê-lo volta em sua vida,


mesmo quando seus tornozelos e pés estavam horrivelmente
inchados, e o peso que parecia ter se estabelecido em suas
costas fosse implacável, mas ela não mudaria nada porque ela
estava feliz – mesmo que seu humor oscilasse e, por vezes, ela
sentisse como se estivesse a segundos de matá-lo.

Mas sempre que pensava em estrangulá-lo - como a vez


em que ela pediu que ele pegasse sorvete de chocolate e ele
tinha trazido um de baunilha - ela só tinha que se lembrar da
maneira como seu rosto se iluminava com alegria, como nunca
antes viu nele, quando seu olhar caia para seu estômago
arredondado e ele descansava suas mãos lá.

Não importava se ele a tivesse visto minutos antes, ou até


mesmo segundos, sempre que eles estavam juntos depois de
se separarem, ele descansaria aquelas mãos marcadas e
amorosas na barriga com uma reverência que sempre a fazia
chorar.

A última coisa que ela esperava era encontrar Niklaus


novamente depois de anos separados... nem tinha pensado que
depois de apenas alguns meses de estar de volta à cidade, ele
conseguiria derrubá-la - ela não sabia se isso falava mais sobre
ela ou ele.

Mas mesmo assim, não mudaria nada.

— Onde está o senhor? — Jimmy perguntou cortando


seus pensamentos, chegando em torno do bar com uma toalha
jogada sobre o ombro. — Eu tinha certeza de que ele estaria
aqui para ver se você sentou.

Um tempo atrás, Niklaus perguntou o que queria para o


Natal, e havia apenas uma resposta que podia dar.
Ele.

Ela o queria de volta em Hell’s Kitchen, não apenas por


causa do Natal, mas porque os gêmeos eram esperados em
apenas algumas semanas e ela queria ter certeza de que ele
estivesse lá. Com a forma como o contrato foi redigido, o
Kingmaker – como o homem era chamado – poderia chamá-lo
a qualquer momento, não importando suas obrigações
anteriores.

Embora Niklaus lhe dissesse sobre um acordo que ele e


seu treinador resolveram, ela ainda estava preocupada se ele
poderia cumprir sua promessa de estar em casa, mas depois
das duas últimas semanas dele estar aí para irritá-la com o
seu excesso de conversa, ela quase queria que ele estivesse em
outra missão.

— Estou feliz por ele não estar aqui. — Reagan disse com
os olhos baixos, quando ela saia com cautela do banquinho
onde Jimmy ajudou-a a sentar horas antes. — Porque é
exatamente o que ele faria.

— Não pode culpar o homem, você pode? Ordens do


médico, né?

Reagan olhou para ele, embora o olhar só o fez rir.

Desde que ele voltou, sem nenhuma explicação real de


para onde foi, Jimmy tinha feito um ponto para estar ao redor
mais frequentemente, querendo saber mais sobre 'o homem
que ela considerava-se apaixonada', como ele disse a ela com
uma careta severa que teria rivalizado com seu pai.

E por não saber tudo o que ela poderia compartilhar


sobre o que Niklaus fez, para não mencionar a família que ele
nasceu, ela sugeriu que ambos passassem algum tempo
juntos.

Em questão de semanas, eles eram como unha e carne,


e agora haviam dois dizendo-lhe o que fazer ao invés de um.

E também ajudou que Jimmy achou Luka divertido uma


vez que ele conheceu o executor albanês.

E, com Niklaus ao seu lado, Jimmy a obrigou a assumir


um papel menos ativo no pub, que a tinha na maior parte
sentada em sua bunda e fazendo papelada enquanto ele
tratava de todo o resto. De acordo com eles - especialmente
Niklaus - ela tinha sorte de que eles a deixassem sair de casa.
Reagan nunca pensou, em todos estes anos, que deixaria um
homem lhe dizer o que fazer, mas quando Niklaus mudou o
tom em sua voz, aqueles olhos azuis estreitando-se sobre ela,
ela estava impotente para não concordar com o que quer que
ele quisesse. E apesar de sua relação, Jimmy estava tomando
o lado de Niklaus em tudo.

Babacas.

— Ganharíamos mais se tivéssemos um chef melhor,


sabe. — Disse Reagan, ignorando sua última observação.
Depois do incêndio que destruiu tudo, o velho cozinheiro,
Stephen, assumiu outro emprego - um que pagava mais - e,
embora tivesse oferecido para voltar depois que o lugar reabriu
e funcionava de novo, Reagan recusou, sabendo que o
restaurante que ele estava no momento poderia levá-lo mais
longe do que seu pequeno pub.

O único problema era que não havia muitas pessoas


dispostas a assumir o cargo depois de ouvir os rumores sobre
o que aconteceu lá. Até que eles tivessem alguém permanente,
Jimmy estava lá, embora sua personalidade fosse mais
adequada para a frente da casa. Ele tentou fazer as duas
coisas, no entanto foi demais. Especialmente quando ele
tentava manter um olho nela também.

— Nós vamos encontrar alguém, ou aquele Russo vai, se


você pedir a ele. — Disse ele incisivamente, trazendo o mesmo
tópico que ela tentou evitar com ele, pedir ajuda à Niklaus.

Não era que ela não quisesse pedir a ele, mas ela estaria
muito melhor fazendo-o por conta própria. Com tudo o que ele
já fez por ela, primeiramente dando-lhe o dinheiro para abrir
este lugar, em seguida, pagando para ter o lugar renovado após
o incêndio, ela não queria pedir a ele mais nada.

Ela ainda não queria pensar sobre o quanto isso lhe


custara, e a única vez que ela pensou em perguntar, ele lhe
deu aquele olhar que disse que ela não estaria conseguindo
uma resposta.
Niklaus poderia ser irritante, ou encantador.

Foi o rugido de um motor familiar e o flash de faróis que


a poupou de responder. A visão do carro preto ao lado do meio-
fio tinha Reagan sorrindo enquanto ela se dirigia para as
portas da frente.

Ela estava quase fora quando o topo da cabeça de Niklaus


saiu do carro, em seguida, o resto do corpo quando ele veio ao
redor para seu lado.

Às vezes, ela tinha que tomar um momento para apreciar


o homem que amava.

Ele ainda usava jeans preto como ninguém, e uma T-


shirt preta que se estendia sobre o peito. Nos últimos meses,
ele tinha ganhado mais músculo – não que ela estivesse
reclamando. E ele deixou crescer o cabelo, lembrando-a de seu
irmão, mas ela nunca diria isso a ele.

Quando ele rodeou seu carro, seus lábios se curvaram


quando a viu.

Niklaus tinha o tipo de sorriso que fazia seu coração


palpitar – um que falava de um milhão de promessas, e assim
como muitas tentações. Ele a fazia sentir coisas que ninguém
mais podia, sentimentos que só pareciam crescer mais fortes a
cada dia que passava.
Nunca foi uma dificuldade amar Niklaus, mas ele
conseguiu que fosse mais fácil uma vez que aceitou que ele
merecia isso

— Como estão as minhas garotas favoritas? — Ele


perguntou enquanto envolvia um braço quente e possessivo
em torno dela, pressionando suavemente os lábios em sua face
antes de sua atenção ir para baixo em sua barriga. — E o meu
garoto. — Disse ele com um movimento da mão. — Eu não
esqueci de você, mesmo que sua mãe queira dar-lhe um nome
de merda.

Batendo em seu braço, ela olhou para ele.

— Niklaus!

— Oh vamos lá. Esse é um nome merda. Você realmente


quer chamar o nosso filho de Boris? Sério?

Mesmo enquanto suas bochechas esquentaram, Reagan


não desviou seu olhar.

— Foi apenas uma sugestão! Eu não achei que você


realmente aceitaria. Além disso, estou tentando pegar algo
russo, e você se recusa a ajudar.

Abrindo a porta às suas costas, ele caminhou de volta


para dentro.

— Quem caralho importa se é um nome russo, querida?

— Niklaus, a linguagem.
— Você quer que eu cubra seus ouvidos? — Ele
perguntou com um sorriso, movendo as mãos para descansar
nos lados do estômago. — Assim está melhor?

— E você deve se importar se eles têm ou não nomes


russos, Niklaus. Eles são uma parte de você, e você gostando
ou não, ser russo também faz parte de você - e tenho certeza
de que Malvina gostaria disso.

Niklaus poderia ter um temperamento explosivo, e até


mesmo fazer coisas deploráveis às vezes, mas se havia uma
coisa que poderia ser dito sobre ele, era que ele era um filhinho
da mamãe.

A chegada de Malvina e a estadia que se seguiu em Nova


York ajudaram a reparar a lacuna entre Niklaus e Mishca, e
agora os dois estavam tão perto quanto poderiam estar.

— Isso é porque ela é uma típica mãe russa. — Niklaus


murmurou, puxando as luvas. — Eu não duvido que ela lhe
deu uma abundância de nomes... e ainda assim, você está
presa em Boris.

— Sempre que você estiver pronto para me dar uma


sugestão, — disse Reagan com um aceno de cabeça, — eu sou
toda ouvidos.

— Nós vamos encontrar um nome, querida, prometo. —


Ele parou um momento, seus lábios se torciam de desgosto
quando ele disse: — Contanto que não seja Mishca ou, foda-
se, Luka - um de cada um é suficiente para toda a vida .
Com um suspiro divertido, Reagan afundou-se no
assento que ele puxou para ela.

— Você não vai parar, vai?

— Como está, Russo? — Perguntou Jimmy quando saiu


do bar, carregando o pequeno saco de lixo que tinha
acumulado lá atrás.

Era raro que alguém em Hell’s Kitchen familiarizado com


Niklaus realmente o chamasse pelo seu nome, embora
ninguém o chamasse pelo seu nome completo, exceto por ela,
em vez disso o chamavam Russo ou Red.

— Não posso reclamar. — Disse ele com um aceno de


cabeça. — Como ela esteve esta noite?

— Eu não sou uma criança. — Reagan murmurou.

— Claro que não, querida. — Niklaus concordou muito


rapidamente, esfregando seu ombro enquanto esperava Jimmy
responder.

Idiota

— Ela esteve calma, embora só depois de algumas horas


de eu dizer-lhe para fazê-lo, pense.

— Onde está sua lealdade? — Reagan exigiu de seu


irmão.

O sorriso de Jimmy só cresceu, mas ele ignorou a


pergunta.
— Poderia ter sido um pouquinho mais fácil se eu tivesse
estado na frente, mas sem o chef, estou sendo necessário lá
atrás.

Ela percebeu tarde demais o que Jimmy fez, mas ela não
duvidava que seu irmão mais novo e astuto sabia exatamente
o que estava fazendo, desde que ele piscou para ela quando o
olhar confuso de Niklaus caiu para ela.

— O que aconteceu com o último cara? Eu pensei que


você disse que ele concordou com o trabalho.

— Ele concordou. — Reagan reafirmou empurrando o


cabelo para trás de seus ombros, sabendo que ele não gostaria
do que ela diria em seguida. — Mas ele voltou atrás naquele
momento que você voltou de Londres.

Foi o último trabalho de Niklaus que fez seu último chef


correr o mais rápido que pôde. Ela ainda não sabia todos os
detalhes, apenas soube que ele esteve em Londres por causa
do globo de neve que ele trouxe com a ponte de Londres dentro.
Ela não conseguiu apreciar plenamente o presente, porque
Niklaus não estava pensando em nada além de chegar a casa
para ela, e, como resultado, ele entrou diretamente no bar com
uma roupa tática completa e com sangue manchando suas
calças e sapatos. Felizmente, alguma parte dele estava
pensando porque ele entrou pela entrada traseira, então só o
ex-chef notou.

Percebendo o que ela queria dizer, Niklaus zombou.


— Ele não era mesmo o meu alvo.

Ele falou como se fosse um insulto, que ninguém queria


um chef morto o suficiente para contratar um mercenário para
acabar com ele.

— No entanto, esse foi seu último dia.

— Por que você não me contou? — Niklaus perguntou


com uma careta. — Eu teria.

— Você teria cuidado disso, mas eu não queria que você


o fizesse. Eu tinha – tenho- tudo sob controle.

— Enquanto você está de oito meses e meio grávida de


gêmeos? — Perguntou ele, embora não com maldade. Ele a
estudou daquela maneira conhecida dela que a fazia pensar
que ele sabia exatamente por que hesitara em pedir ajuda, e
ele só provou isso quando ele disse: — Aceitar ajuda não o
torna menos seu. Você dedica as horas e o trabalho duro.
Considere-me um investidor.

— Niklau.

— Além disso, — ele continuou como se ela não tivesse


falado — eu tenho uma ideia sobre um chef que você pode
usar, mas você pode não gostar da minha ideia.

— Não? — Perguntou Reagan com um olhar para o irmão.


— Quem poderia ser tão ruim assim?
Capítulo Quatro
LUKA

— A menos que eu tenha o controle total do cardápio, a


resposta é não. — Luka Sergeyev murmurou enquanto
segurava seu telefone entre a orelha e o ombro, observando
como Loki desapareceu na escuridão atrás da bola de tênis que
ele acabou de lançar.

Felizmente, o verde neon foi bastante fácil de ser visto no


manto de neve que tinha caído nos últimos dias. Embora
estivesse quase dez graus negativos lá fora, o branco cobrisse
quase toda a superfície tanto quanto os olhos podiam ver, e
fosse espesso e com polegadas de profundidade, Luka ainda
estava lá fora, vestindo nada mais do que um par de jeans e
botas.

Ele costumava odiar o frio – o jeito que afundava em sua


pele e apertava em torno de seus ossos – mas agora não se
importava com isso. Ele encontrou conforto na escuridão da
noite, quando não havia nada à sua volta, apenas o silêncio.

Com Alex passando a maior parte do ano cumprindo um


sonho que há muito apoiou, Luka estava sozinho na maioria
dos dias e noites, apenas com o seu companheiro de infância
para lhe fazer companhia.

Loki não era tão jovem e ágil como costumava ser, ele
movia-se um pouco mais lentamente, dormia um pouco mais,
e gostava de gastar muito do seu tempo enrolado sob Alex
quando ela estava em casa.

Mesmo agora, Luka não gostava da ideia de que poderia


estar perdendo seu amigo mais antigo, permitindo-se apenas
se concentrar no presente, e os olhos de Loki saltando de volta
para ele com toda a exuberância de um cachorro, enquanto ele
deixava cair a bola no seus pés e esperava, foi suficiente para
manter suas preocupações sob controle.

— É uma porra de um pub, seu merdinha. Qual cardápio


que você está tentando controlar? — Niklaus perguntou em
troca, o som de sua voz um pouco abafada pelo barulho do seu
motor no fundo, e apesar de suas palavras, elas não tinham
sua mordida habitual. — Você está sempre falando sobre o
que pode fazer em uma cozinha, eu estou oferecendo-lhe um
emprego.

— Eu já tenho um. — Luka devolveu sem qualquer


inflexão na voz.

Ele podia não saber como fazer muitas coisas, além de


cozinhar e matar, mas ele era bom em ambos. Fazer as pessoas
desaparecem, forçando o mais quieto dos homens a derramar
seus segredos com apenas uma escultura cuidadosa de sua
lâmina... essa era uma habilidade afiada.

Mas, ele também gostava de enfeitar um prato, então ele


se equilibrou.

— Não seria um favor para mim, — disse Niklaus, depois


sussurrando algo para quem Luka pensava que fosse Reagan.
— mas, para Reagan e seus afilhados.

Luka sorriu - claro, o bastardo ranzinza jogaria isso em


sua cara.

Ele ainda podia lembrar o dia que Niklaus ligou para lhe
dar a notícia sobre os gêmeos... e que ele queria Luka para ser
um de seus padrinhos. Não importava que Mishca e Lauren
foram chamados também, ele só se importava que foi
solicitado.

Foi mais importante para ele do que poderia ser para


Niklaus. Ser convidado para ser padrinho dizia-lhe que o
mercenário confiava nele, e que, se alguma coisa acontecesse
com ele ou Reagan, eles acreditavam que Luka estaria lá para
os gêmeos.

Isso significava o mundo para ele.

Sentia-se necessário.

— Certo, e como é que Reagan se sente sobre isso? —


Perguntou Luka. Ele poderia não ter feito a melhor primeira
impressão quando foram apresentados, mas o que poderia
dizer? Ele gostava de fazer uma entrada.

— Ela é toda por… Porra, não, eu não vou.

Houve um pouco de barulho, então Luka ouviu Niklaus


soltar outra maldição em russo antes de Reagan estar ao
telefone.

— Hey Luka. Não tem que ser uma coisa permanente,


talvez só até eu encontrar alguém, desde que eu sei que você
tem... seus assuntos e tal.

Ele gostou da forma como ela colocou isso.

— Nós podemos fazer um teste. — Sugeriu ele, olhando


por cima do ombro, pensando que poderia ter ouvido um carro.
— Mas vamos com o meu cardápio.

— Você tem um cardápio?

Luka encolheu os ombros embora ela não pudesse vê-lo.

— Eu gosto de estar preparado.

— Podemos fazer um acordo? Primeiro teremos uma


degustação antes de eu concordar com o seu cardápio. O quê?
Se ele é tão bom como você diz que é, eu quero ver por mim
mesma. Além disso, eu estou com fome. — Disse ela,
obviamente, a falar com Niklaus – ele poderia apenas ouvir a
voz irritada do mercenário em segundo plano. — Sabe, talvez
você poderia ensinar a Niklaus uma coisa ou duas. Ele é
terrível em uma cozinha.

Quando sua voz ficou ainda mais alta, Luka riu.

Um sinal sonoro na orelha o fez puxar o telefone para


olhar para a tela. Ao ver o nome de Alex, ele disse:

— Diga ao Perigo Vermelho que podemos falar sobre


nossos sentimentos mais tarde. Tenho uma merda para fazer.

Ouvindo o riso de Reagan, ele mudou de linha.

— Mon amour.

Ele podia ouvir o sorriso em sua voz enquanto ela dizia:

— Eu senti sua falta, Tigre.

Assobiando para Loki, ele abriu a porta dos fundos e


voltou para o calor de sua cozinha, esperando até que Loki
corresse atrás dele antes de fecha-la e bloqueá-la.

— Há um red-eye1 para Paris em quatro horas.

Seu riso era uma parte surpresa, uma parte agradável.

— Você pensaria nisto?

— Você não tem nem ideia.

1
Gíria aplicada aos vôos que saem tarde da noite, deixando os passageiros com os olhos vermelhos
de sono.
Havia alguns dias em que ele sentia que teria de ser
contido fisicamente para não tomar um avião para vê-la
quando quisesse.

Mas ele estava tentando ser responsável e profissional,


mesmo que não desse a mínima para qualquer um, porque não
era o que ele queria, e ele nunca foi bom em negar a si mesmo.

Ainda assim, queria ser diferente agora que já não era


apenas um executor.

E, ao mesmo tempo, ele não queria dar-lhe uma razão


para colocar seus sonhos em espera só porque ele era um
bastardo necessitado que não gostava quando ela ia embora.

Então, ele sofria em silêncio.

— Não há nenhuma necessidade, embora. — Disse Alex.


— Eu disse que eu senti sua falta, não que eu sinto sua falta.

Passando a mão pelos longos fios de seu cabelo loiro, que


tinha felizmente crescido de volta para o comprimento que ele
preferia, Luka perguntou:

— Qual é a diferença?

— A diferença é que eu planejei dar-lhe o seu presente de


Natal pessoalmente.

O olhar de Luka imediatamente foi para a frente de sua


casa, ele começou a caminhar naquela direção. Talvez ele não
estivesse errado quando pensou ter ouvido um carro...
— O que você fez? — Perguntou ele, enquanto lutava com
um sorriso.

Ele sabia que sua esposa tinha uma coisa sobre feriados
e certificava-se que ambos os celebrassem, ela também tinha
uma coisa sobre cobri-lo de presentes, mesmo quando ele dizia
especificamente para não o fazer.

Mas, ele nunca foi muito bom em vê-la triste, então


permitia que ela o mimasse, embora houvessem algumas vezes
onde ele tivera que acalmá-la antes que ela gastasse uma
fortuna, pois ver a alegria no rosto dela era o suficiente para
ele.

Exceto no ano passado, quando ela queria fazer esses


retratos de família de merda com eles e Loki, ele teve que por
um limite.

— Venha e veja. — Ela provocou em seu ouvido, um


momento antes de estar de pé lá fora e poder ver exatamente o
que ela fez.

Ele mal estava na varanda da frente antes de ver o


caminhão enorme, que era pintado de um verde exército fosco,
tinha faróis de neblina que iluminavam a frente do telhado,
com detalhes cromados e rodas que pareciam ser quase da
metade do tamanho dele.

Colocado no topo do capô estava um laço vermelho


gigante.
— Eu sou o único que deveria estar comprando carros
para você. — Luka disse enquanto circulou o caminhão,
olhando cada detalhe minuciosamente.

— Espere até você ver o interior dele. — Alex disse, sua


voz um murmúrio suave em seu ouvido.

Curioso, ele abriu a porta do lado do motorista e sentou


atrás do volante.

Além das luzes que iluminavam o painel, o interior do


jipe era completamente preto, desde o couro dos assentos, os
tapetes no chão, e tudo mais.

Incapaz de conter o sorriso que estava segurando, Luka


tocou a mão livre nas chaves penduradas na ignição.

Ela se superou.

— Então, você gostou? — Perguntou Alex.

O som de sua voz tão perto dele fez com que olhasse pelo
espelho retrovisor, onde a viu a primeira vez no banco de trás,
a visão dela enviando fogo correndo em suas veias.

— Não tanto agora. — Ele respondeu honestamente.

E ele não o fez.

Não quando ela estava deitada no banco de trás em


lingerie da cor da neve recentemente caída, com o cabelo loiro
espalhado sobre os ombros. Ela parecia um anjo, e a única
coisa que podia pensar era em corrompe-la.
Foda-se o jipe, ele só queria ela.

Ele também percebeu que era por sua causa que ainda
estava no jipe, considerando que estava gelando lá fora e ela
estava vestindo quase nada, mas curiosamente, ele não viu
qualquer outra roupa que ela tivesse escondido.

— Sim. — Alex disse com um rolar de seus olhos quando


notou onde seu olhar foi. — Eu quase congelei pra caramba,
mas valeu a pena para ver essa expressão em seu rosto.

— O esforço foi definitivamente apreciado.

— Então me mostre o quanto você gostou. — Ela disse


com um sorriso maroto.

Luka estava fora do jipe em segundos, escancarando a


porta traseira com pouca gentileza, fechando-a rapidamente
antes que muito ar frio pudesse entrar.

Ele mal estava sentado corretamente antes que ela


estivesse rastejando a curta distância em sua direção,
balançando uma perna sobre ele para ficar em cima. Quando
ele levantou as mãos para cair em sua cintura, ela balançou a
cabeça.

— Sem tocar, — alertou ela. — suas mãos estão


congelando

— Ah, porra. — Reclamou ele, já se imaginando


arrastando as taças rendadas de seu sutiã para baixo. Fazia
muito tempo, e ele estava muito tenso para demorar com isto.
Mas, mesmo assim, ele esticou os braços para a parte
traseira do assento, enrolando as mãos em torno dos encostos
de cabeça para que não fosse tentado.

As mãos delicadas repousavam sobre seu peito enquanto


ela se inclinava em direção a ele, seus lábios, primeiro
pressionando contra sua mandíbula, então o canto da boca, e,
finalmente, seus lábios estavam nos dele, o contato fazendo-o
saltar.

Não foi só um beijo, ela o beijou como se estivesse


morrendo de fome e não pudesse ter o suficiente, beijou-o
como se tivesse perdido tanto quanto ele tinha saudades dela.

Um suspiro ofegante a deixou quando ela se apertou


mais perto, e levou toda grama de força dentro de Luka para
manter suas mãos onde estavam, em vez de as colocar em seus
quadris e puxa-la ainda mais perto. Ele quase podia sentir o
calor de sua boceta coberta de renda através de seu jeans, e
foda-se, apenas o atrito foi o suficiente para fazê-lo sentir como
se seu pau estivesse a segundos de rasgar através do denim.

Luka não poderia aguentar essa merda.

Deixando cair as mãos, esfregou-as sobre sua calça jeans


até sentir uma queimadura e tocou-a. A primeira inalação
surpresa o fez parar, mas ele não ficou assim por muito tempo,
chegando com dedos ágeis para desfazer o fecho do sutiã, e
arrastar o material.
Mesmo depois de seus anos juntos, ela ainda era tímida
sobre ele vê-la nua, e colocava um braço sobre o peito, as
bochechas ruborizadas, mas Luka não estava aceitando isso.

Puxando gradualmente seu braço, ele sorriu quando ela


tremeu, aproximando sua mão até que ele podia apalpar seu
peito, moldando-o antes de apertar seu mamilo.

Seu olhar no dela, querendo ver aquela expressão


perdida de necessidade que o chamava para transar com ela
até que não pudesse se mover.

Alex era sensível, seu corpo reagia aos menores estímulos


– não precisava muito para fazê-la gozar, e ele estava quase
desesperado para ver isso acontecer agora.

Deslocando-a de volta, onde seus pés estavam plantados


em cada lado dele, usando os dois bancos da frente para
manter o equilíbrio enquanto o observava com uma expressão
aturdida.

Luka apontou para as pernas.

— Mostre-me o que eu quero.

Só demorou um segundo antes de separar as coxas,


oferecendo-se a ele com pouco cuidado como se ele a levasse a
loucura.

Maldita perfeição.
Em sua posição, não havia nenhuma maneira que ele
poderia tirar sua calcinha sem problemas, então colocou um
dedo sob o material e puxou-a para o lado, expondo os lábios
encharcados de sua boceta.

Ele mal a tocou e ela estava molhada por ele, quase


encharcando a delicada calcinha.

Lentamente, deliberadamente, ele mergulhou seus dedos


entre as dobras de seu sexo, seu olhar atirando-se para o rosto
dela para observar o momento em que ele esfregou sobre seu
clitóris.

Esta foi a melhor parte – embora, sem dúvida, seria


melhor uma vez que ele tivesse o seu pau dentro dela – vendo
a forma como ela reagia ao que fazia.

Lábios entreabertos, as faces coradas, Alex era uma visão


do caralho, e quando esse arco em sua espinha aumentava
quando ele empurrou dois dedos dentro dela...

— Como é que se sente? — Perguntou ele, enquanto seus


quadris retrocediam, forçando os dedos mais profundo. —
Conte-me.

— Tão bom.

Sua resposta sussurrada afundou dentro dele e torceu-


o. Luka não estava pensando em si mesmo quando trabalhou
seus dedos dentro e fora de seu núcleo, ele só estava pensando
em ficar com ela.
Preparando-a.

Porque no momento em que seu jeans se abrisse, ele


estaria transando com ela.

— Tão, tão apertada. — Ele murmurou com pressa, a


sensação dela ainda o maravilhava, apesar de quão
completamente ele conhecia seu corpo.

Apenas a maneira que sua boceta apertou em torno de


seus dedos empurrando, o fazia imaginar a sensação exata no
seu pênis.

Depois de anos juntos, ele conhecia o corpo dela melhor


do que conhecia o seu, e quando ele aumentou sua velocidade,
arrastando a outra mão do seu estômago tenso para seu seio,
ele pôde sentir o quão perto estava.

Um rubor havia aparecido sob sua pele, uma mistura de


súplicas quebradas e gemidos escapando de sua boca
enquanto ela montava seus dedos.

— Não pare, não pare, não pare. — Ela cantava, sua voz
perdida e trêmula.

E, finalmente, porra, finalmente, quando ele deu um


toque acentuado de seus dedos, cavando contra esse ponto que
fez os dedos dos pés curvarem, Alex gozou, a cabeça estalando
de volta enquanto seu corpo se convulsionava.
O pouco controle que ele ainda possuía acabou enquanto
Luka lutou para abrir o jeans, empurrando-os pelos quadris
até que seu pênis se libertasse.

A única coisa que ele conseguia pensar era ficar dentro


dela, mas Alex tinha outros planos quando envolveu as mãos
ao redor de seu pênis e trabalhou para cima e para baixo em
seu comprimento.

Uma respiração explodiu de seus pulmões quando sua


cabeça caiu para trás.

Ele não precisava dizer a ela o que gostava, ela sabia que
ele não precisava de suavidade.

Ele nem sequer queria isto.

Quando ela apertava um pouco mais forte, cravava as


unhas um pouco profundo demais, fazia a necessidade que
sentia ser maior.

Mas, assim como ela sabia como trazê-lo para cima, ela
também sabia como mantê-lo lá, oscilando à beira do êxtase
que só ela poderia entregar.

Mesmo agora, quando Luka pensou que estava a poucos


segundos, ela parou o movimento de suas mãos, inclinando-se
apenas o suficiente para beijar o canto da sua boca antes de
se aventurar mais baixo, seus lábios contra o ponto de
pulsação em sua garganta um momento antes dela morder.
Um som gutural irrompeu do fundo de sua garganta
enquanto ele puxou seu cabelo, forçando-a a girar de modo que
olhasse para ele.

— Ou pega no meu pau, ou curve-se, — ordenou, sem


uma pitada de diversão em seu tom. — você tem cinco
segundos.

Com uma risada ofegante, impotente por sua agressão,


ela subiu em seu colo, deslocando seu poder sobre ele antes
que ela estivesse levantando e baixando de volta enquanto o
inclinava para sua entrada.

Lancinante, o calor apertado o engolfou, fazendo-o sentir


como se estivesse prestes a ser consumido por ela.

Deus sabia que ele estava com saudade dela.

Não foi da transa, não necessariamente.

Ele sentiu falta da conexão. Ele sentiu saudades de estar


com ela.

Ele sentiu falta daquele sentimento que corria em suas


veias quando ela estava perto.

Deixando as mãos nos quadris, Luka agarrou-se forte,


seus olhos seguiram o movimento enquanto ambos a levavam
para ele até que ele pudesse ver o brilho de seu pênis, até que
apenas a cabeça foi deixada dentro, então ela estava caindo de
volta. E desta vez, quando ela gemeu seu nome, com uma leve
sugestão de sorriso nos lábios, Luka não segurou.
Com seus lábios e dentes, e pau e mãos, ele mostrou a
ela o quanto sentiu sua falta dando-lhe isso.

— Unë të dua. — Ele sussurrou contra seus lábios, seus


quadris retrocedendo quando sentiu que ela se aproximava
dele. Luka sempre disse essas palavras para ela - apenas em
sua língua nativa. Ele não esperava que ela as conhecesse, só
tinham significado para ele, mas sentiu que ela estremeceu um
momento antes de responder.

— Eu também te amo, Valon.

Poderia ter sido o choque dela usando um nome que ele


não gostava de pensar, ou talvez fosse a maneira como ela
começou a vir um segundo depois de terem saído dos seus
lábios que o fizeram quebrar, com as mãos segurando-a com
força quando ele gozou.

Seu coração estava acelerado, o ritmo rápido e calmante


para ouvir, e pela primeira vez em muito tempo, sentiu-se
calmo, sua mente clara.

— Nada do que eu lhe dê poderia se comparar com este


presente de Natal. — Disse ele, depois de um momento,
brincando com as pontas dos seus cabelos.

— O jipe? — Ela perguntou com uma gota de hipocrisia.

— Não, você.

Suas bochechas ruborizaram quando ela ofereceu um


sorriso delicado.
— Eu posso estar de volta mais cedo do que você pensa.

Ele não queria pensar sobre ela sair novamente, não


quando ele se sentia desossado e saciado.

— Preciso ter você na cama.

— Luka, você ainda está dentro de mim.

— Razão ainda melhor.

— Mas não se esqueça que ainda tem o jantar de amanhã.

— Não até amanhã à noite. — Disse ele, observando a


maneira como seus seios se moviam enquanto ela coloocava
um vestido que escondeu no chão.

— Mas Niklaus e Reagan estarão indo com a gente


amanhã.

Luka franziu a testa, sua ereção suavizando.

— Quem decidiu isso?

— Eu disse a ele que pensei que seria mais fácil se todos


nós fossemos juntos.

— Você está esquecendo o último Natal que passamos


com ele, quando ele tentou me matar... duas vezes.

Alex revirou os olhos.

— Ele era diferente, naquela época.


— Besteira.

— Ok, talvez ele ainda seja um pouco o mesmo, mas


Reagan vai mantê-lo calmo, prometo. Além disso, eu pensei
que vocês dois estavam se dando bem.

— Nós estamos. — Mas isso não significa que a atitude


do mercenário não se alterava quando se tratava de dias
significativos em seu passado.

Antes que ele pudesse reclamar ainda mais, ela segurou


seu rosto e beijou-o.

— Por mim?

— Bem.

Ela poderia lhe pedir para fazer qualquer coisa e ele faria,
sem dúvida.

— Agora, eu preciso falar com Loki, então você pode me


mostrar quantos orgasmos você pode me dar em uma hora -
eu perdi a conta.

E assim, ele foi para cima novamente.


Capítulo Cinco
LAUREN

Ela estava quase pronta.

Entre a dor em seus pés de andar durante todo o dia e a


leve dor de cabeça por trás de seus olhos depois de passar
incontáveis horas sob luzes fluorescentes, Lauren Volkov não
sabia o que mais doía.

Felizmente, o dia finalmente acabou e ela poderia chegar


em casa para o marido e o bebê, embora fosse mais provável
que os dois já estivessem dormindo.

Eram quase nove horas, e embora isso fosse muito além


da hora de deitar de Sacha, às vezes, ele se recusaria a ir
dormir até que visse ela e Mishca. Apesar de ser encantador,
na maioria das vezes, ela não poderia obter o suficiente de quão
animado ele ficava quando estavam em casa, provou-se
inconveniente nas noites quando um deles chegava tarde, ou
no caso de Mishca que às vezes não voltava para casa até cedo
na manhã seguinte.

Lauren mal conseguia manter os olhos abertos no banco


de trás do carro que Mishca enviou para ela, com o rosto
encostado ao vidro frio da janela. Não importava que fosse
véspera de Natal e as aulas tivessem terminado algumas
semanas antes, ainda havia estudos a serem feitos,
especialmente com aulas começando de volta.

Isso, juntamente com a manutenção de sua casa e


tentando contornar uma criança de quase dois anos de idade,
ela estava exausta.

O tráfego era mínimo, por isso não demorou muito para


que ela chegasse em casa. Depois de dispensar o motorista e
tomar o elevador pro andar de cima, Lauren estava mais do
que pronta para rastejar em sua cama, quando as portas se
abriram para o foyer, ela esperava um corredor vazio, mas
encontrou seu marido em seu lugar.

Lauren não pensou, não enquanto vivesse, que ela se


acostumaria com o sentimento que se curvava em seu coração
quando o via. Ele era isto – era seu, e não podia imaginar viver
um dia sem ele.

Foi-se o seu terno de três peças de costume, substituído


por calça de pijama larga que pendiam baixo nos quadris e
uma camiseta cinza que destacava seu peito esculpido.

Aqui mesmo, em sua casa, ele não era o Pakhan, apenas


Mish - marido e melhor amigo.

Ele segurava um copo de vinho na mão, e estendeu outro


para ela.
— Dia longo?

Apenas essa pergunta nesse tom pensativo a fez largar


tudo no chão para correr e mergulhar em seu peito,
suspirando, enquanto sentia que seus braços a rodeavam.

Não importava se ela estava triste ou frustrada, ou se


sentisse como se estivesse perto de desistir, nada disso
importava quando estava com ele.

— Você não tem ideia. — Ela murmurou, passando seus


dedos por baixo da borda de sua camisa para sentir sua pele.

Sua risada lhe disse que ele tinha, e sabendo o que ele
fazia e os tipos de homens com quem ele trabalhava, seus dias
provavelmente eram mais longos. Atrás dele, sua imponente
árvore de Natal brilhou, as luzes acenando e iluminando a
longa mesa de jantar que estava na frente dela. Felizmente, ela
teve a previsão de colocar para fora os carregadores, pratos e
talheres do jeito que ela queria noites antes, então não haveria
necessidade de trabalhar amanhã muito antes de seu jantar
de Natal.

Uma coisa a menos que teria que fazer.

Inclinando a cabeça para olhar para ele, ela perguntou:

— Sacha?

O sorriso de resposta de Mishca foi lento e cheio de


orgulho.
— Ele se esforçou, mas depois de uma quarta rodada de
Minions, estava fora do ar.

Lauren riu, já imaginando. Sacha estava atualmente


obcecado com o filme, tanto que ele andou por aí chamando
todos de Bob por algumas semanas, pensando que era
engraçado. Luka esteve mais do que disposto a acompanhar
isso.

— Eu cuidei dele horas atrás, dando-me tempo para


fazer algo para você. — Ele disse enquanto recuava, apenas o
suficiente para entrelaçar os dedos com os dela antes de
caminhar na direção de seu quarto.

Desde que Sacha veio ao mundo, Lauren tinha começado


realmente a decorar para os feriados – Fosse Dia dos
Namorados, onde guardava chocolates embrulhados em papel
vermelho em pratos por todo o apartamento, ou mesmo Dia de
São Patrício, onde o verde se tornava o tema - e neste Natal
não seria diferente.

Não só ela colocou as decorações na sala principal, mas


as trouxe para o quarto deles também.

Uma versão em miniatura de sua árvore de Natal foi


instalada em um canto da sala, e havia mais luzes ao longo da
lareira, onde um outro conjunto de meias pendia, e uma
guirlanda.
Um laço vermelho fofo estava deitado ao acaso na
extremidade da cama, e as duas mesinhas de cabeceira
seguravam velas prata e vermelhas combinando.

Lauren mal teve tempo para admirar tudo isso antes que
Mishca estivesse puxando-a para seu banheiro mal iluminado.

Se havia uma coisa que ela sempre amou sobre a sua


casa, era a banheira que Mishca tinha importado só para ela.
Era grande o suficiente para caberem ambos confortavelmente,
embora raramente conseguissem usá-la, já que eles tinham
um horário apertado, mas isso estava obviamente prestes a
mudar, já que haviam dezenas de velas que cercavam a
banheira fumegante.

Descartando a roupa, Lauren entrou na água,


suspirando no calor, que era apenas uma sombra acima do
que era confortável, apenas o jeito que ela gostava.

Mishca fez o mesmo, e apesar de estarem juntos durante


anos, neste ponto, ela ainda apreciava a visão vigorosa dos
seus músculos e as tatuagens que cobriam seu peito e braços.

Parecia uma vida inteira atrás, quando ela não entendia


o que esses símbolos e marcas significavam, ou as histórias
por trás deles, mas agora ela sabia o suficiente para que
pudesse falar sobre elas como se fossem dela própria, ela tinha
seu próprio conjunto de estrelas, depois de tudo.
Inclinando-se um pouco para a frente, Lauren olhou para
Mishca enquanto ele subia atrás dela, reclinando de volta
contra seu peito uma vez que ele estava sentado.

Quando seus braços vieram ao redor dela, ela foi rápida


em entrelaçar os dedos nos dele, puxando suas mãos até as
coxas, em vez de sobre seu estômago.

Mishca era atencioso, e mais do que tudo, ele notava as


menores diferenças nela, mesmo antes que ela fizesse algumas
vezes. Sem dúvida, provavelmente ele notaria a firmeza de seu
abdômen, embora não estivesse mostrando muito ainda.
Talvez não estivessem ativamente tentando engravidar, mas
não era como se eles estivessem tentando impedir de qualquer
jeito.

Isso finalmente resultou na surpresa que ela tinha para


ele amanhã.

— Você está terminando, não? — Mishca perguntou a


ela, pressionando um beijo no ponto sensível logo abaixo da
orelha. — Antes de começar a sua residência?

Tão perto, porém tão longe.

Ainda havia muito a fazer, e havia um monte de trabalho


que precisava ser feito antes de haver um - Dr. - na frente do
seu nome, mas ela quase podia ver a linha de chegada, só tinha
que fazer isso.
E também foi por essa razão que esteve um pouco
hesitante sobre ter outro filho tão cedo. Havia sua futura
carreira para pensar – para não mencionar, já ter Sacha.

Mas ela não tinha muita escolha agora...

E, apesar de quão desafiador ela tinha certeza que ia ser,


não podia reprimir a sua excitação.

Relaxando ainda mais, ela fechou os olhos, tomando um


gole do vinho que ele trouxe para ela antes de colocar o copo
no chão.

Isto, aqui, era o seu lugar feliz.

— Mais dois anos de escola, e quem sabe quantos anos


de minha residência antes que eu esteja trabalhando como sua
médica da máfia.

Mishca endurecendo debaixo dela o que a fez rir, mesmo


quando ele fez o seu desagrado claro – ele nem sequer gostava
dela brincando sobre isso.

— Isso não vai acontecer. — Disse ele, em tom inflexível.

— Porque você acha que eu poderia me machucar? —


Perguntou Lauren, genuinamente curiosa.

— Isso, e porque eu não quero você muito perto de nada


que tenha a ver com a Bratva.

Enquanto ela estava apenas tentando conseguir uma


reação dele a primeira vez que ela trouxe o assunto, Lauren
nunca se incomodou em mencionar que ela tinha realmente
começado a considerar a possibilidade.

Melhor ela do que qualquer outra pessoa, pensou.

Mas isso estava muito longe, e se dependesse de Mishca,


nunca iria acontecer de qualquer maneira.

— Como está tudo? — Perguntou ela. — Com a Bratva,


e todas as mudanças, quero dizer.

— Melhor. — Disse ele, embora não entrou em detalhes.

Não que ele alguma vez já fez isso.

Mishca fez questão de manter a Bratva separada de sua


vida com ela, não que ela nunca tivesse imaginado antes, mas
agora que viu o estresse que estava sob ele, ela queria que
confiasse nela, mesmo que apenas para que pudesse ajudá-lo
trabalhar através de tudo.

Um dia, quando seus olhos não estivessem caindo de


cansaço, e ela não se sentisse como se estivesse perto de cair
no sono direto onde estava, forçaria respostas para fora dele.

— Mas isso é uma conversa para outro dia, — ele disse


a ela. — conte-me sobre o seu dia.

Ela disse a ele sobre o que estava estudando, embora


soubesse que ele não tinha ideia do que estava falando, mas
ele nunca interrompeu, apenas lhe permitiu falar até que suas
palavras estavam vindo mais lentas e ela estava perto de cair
no sono ali mesmo.

— Vamos levá-la para a cama. — Mishca murmurou em


seu ouvido, as palavras soando distante, apesar de quão
próximo ele estava.

Lauren não tinha certeza se ela saiu da banheira por


conta própria, ou se Mishca ajudou, mas, pelo tempo que sua
cabeça bateu no travesseiro, uma vez que ela estava seca,
estava dormindo.
Capítulo Seis
AMBER

Com um punhado de neve artificial, Amber Lacey soprou-


a fora de sua palma, observando-a chover sobre os ramos da
árvore de Natal que ela estava atualmente decorando.

Era uma coisa pequena, mas foi o melhor que conseguiu


encontrar, já que era de última hora, considerando que ela não
sabia se Kyrnon iria ou não voltar à cidade para os feriados.
Dizer que estavam atrasados nas festividades era um pouco de
eufemismo, mas estava determinada a compensar isso antes
de chegar em casa.

Mesmo que a matasse.

Até agora, ela conseguiu pegar a árvore do jeito que ela


queria - ao lado da Harley de Kyrnon - e o aroma dos biscoitos
de açúcar permeava o ar, apenas aumentando a alegria do
feriado que ela adicionava ao seu loft.

E, por último, mas não menos importante, havia música


de tema de Natal cantando através de sistema de som. Era
disso que se tratava - entrar no espírito do feriado, mas estava
mais entusiasmada com quem passaria o dia. No ano passado,
ela realmente não sentiu a necessidade de celebrar.

Claro, ela saiu para passar as férias com sua família na


Califórnia, e isso foi ótimo e tudo, mas na parte de trás de sua
mente, ela sempre pensou que faltava algo - ela simplesmente
não percebeu que esse algo era Kyrnon.

Seu irlandês favorito.

Ela não tinha certeza do que ele estava fazendo, só sabia


que era uma tarefa para Kingmaker, e que não foi capaz de
recusar. Verdadeiramente, havia muito pouco que Amber
soubesse sobre seu trabalho no Den - ele raramente falava
sobre isso. E quando ele mencionava algo, era sempre de
passagem, e nunca com nenhum detalhe. Mas ela entendeu
que o sigilo era uma parte de estar com ele, mesmo que isso a
preocupasse. O som das engrenagens girando era como
música para os seus ouvidos, enquanto seu olhar disparava
para o elevador. Limpando o último glitter e neve de suas mãos
na frente de seu jeans, ela correu pra ele.

Kyrnon mal teve a porta aberta antes de te-la lançando-


se sobre ele, batendo tão forte nele que teve que dar um passo
para trás quando a pegou. Mas ele não se queixou, uma risada
baixa roncando em seu peito enquanto braços musculosos
circulavam ao redor dela, um descendo para a bunda dela,
mesmo quando ele a levou de volta para o sótão.
— Senti sua falta também, amor. — Ele sussurrou
contra seu cabelo, uma respiração contente deixando-o
quando ele caiu para trás, ela em seu colo.

Ela mal teve a chance de tomar um fôlego antes que seus


lábios estivessem nos dela e ela se lembrou muito rapidamente
o quanto realmente sentia falta de ter ele por perto, ainda mais
do que a última vez que ele saiu.

Ninguém nunca a beijou como Kyrnon fazia - como se


fosse a última vez, como se não pudesse ter o suficiente. Ele
acariciou seu rosto com as mãos ásperas que sempre foram
gentis para ela, mesmo que sua boca fosse qualquer coisa,
exceto isso.

E apenas quando ela podia sentir a ereção rígida


aninhada sob a calça jeans foi quando ele finalmente se
afastou e tomou um fôlego.

— Você sentiu minha falta?

— Claro que sim. — Ela respondeu honestamente. —


Estou feliz que você conseguiu chegar em casa.

— E perder o nosso primeiro Natal juntos? Promessas


são promessas, amor.

Seu tom pode ter sido brincalhão, mas Amber estava feliz
que ele se importava o suficiente para se certificar de que
estaria de volta.
— Você pode me dizer o que foi dessa vez? — Perguntou
ela, tocando seu cabelo. — Arte de valor inestimável do
Louvre? Escultura antiga de um museu na Bélgica?

Se possível, o seu sorriso conseguiu crescer mais.

— Você realmente quer saber?

— Claro. — Ela sempre quis saber, mas ele nem sempre


foi capaz de compartilhar.

— Havia um homem com o nome de Sherwin Fink, —


disse ele levantando-se, abrindo o casaco e jogando-o para o
lado. — ele disse ter uma abóbada infalível - encomendada a
alguns ourives ou alguma merda-, mas essa não é a parte
importante. Ele queria ter uma garantia sobre o seu
investimento, assim, os ourives disseram-lhe que se ele
pudesse encontrar alguém para invadi-la, eles lhe dariam o seu
dinheiro de volta.

Amber sorriu, já sabendo onde a história estava indo.

Kyrnon não era arrogante sobre a maioria das coisas,


mas quando se tratava de provar se ele poderia ou não entrar
no infalível, ele sabia que era intocável.

— Obviamente, você entrou. — Disse Amber, entregando-


se a ele.

Mesmo que seu noivo fosse um ladrão, pelo menos ela


poderia dizer que ele era o melhor ladrão.
O sorriso de Kyrnon só cresceu.

— Sherwin estoca o cofre, e me dá a opção de pegar


qualquer coisa que eu quiser de dentro, se eu conseguir abri-
lo, pagamento pelos serviços, você sabe.

Amber amou como o seu homem ficava quando ele ficava


animado.

— Quais foram as suas opções?

— Poucas barras de ouro, um rolex de meio milhão, e um


monte de outras merdas que não eram importantes, exceto,
esta pequena bugiganga.

Amber esperou com a respiração suspensa enquanto ele


levantava, cavando em seu bolso antes de retirar um pacote
cuidadosamente embrulhado, sorrindo, quando ele apresentou
a ela com um aceno ansioso.

Mesmo com sua excitação com o que poderia estar


escondido dentro dele, Amber hesitou.

— Se esta é uma daquelas pedras raras que valem


milhões de dólares, eu vou fazer você levá-la de volta.

— Oh, vamos, amor. Sem dramas. Ganhei de modo justo


e honesto.

Desde que ele roubou uma pintura de Van Gogh


inestimável para ela que agora estava pendurada na parede
acima de sua cama, Kyrnon tinha uma tendência para trazer
suas outras bugigangas que ele pegava durante seus
trabalhos. E com cada um que ele trazia, ele gostava de
enfrentar o desafio.

Na primeira vez, foi um teste de si mesmo para ver o quão


bom ele era, e para melhorar suas habilidades, então
transformou-se nele levando algo e esperando para ver se ela
poderia descobrir de onde veio.

Alguns ele a forçou a manter – mesmo quando sua


apreciação pela arte lhe disse que as pinturas precisavam
voltar para onde ele as tirara, mas quando ele voltou com uma
coroa, ela nem queria saber onde ele conseguiu, só se certificou
de que ele a devolveria.

Quando ele deu outro aceno de cabeça, ela rasgou o


papel, então desenrolou o tecido de gaze que protegia o que
estava dentro dele, e quando ela conseguiu seu primeiro
vislumbre, engasgou.

A delicada corrente de ouro tinha no meio uma lança


pouco lapidada de ametista, mantida no lugar pelo fio dourado
que circundava o topo dela.

— É lindo, Kyrnon.

Ele arrancou de suas mãos, desfazendo o fecho, quando


trouxe-a em torno de seu pescoço e prendeu-o no lugar. A
pedra parou logo acima da elevação de seus seios, seu olhar
atraído por ela, e dela para ele.
— Eu ainda acho que você deveria ter me deixado te trazer
algo para amanhã. — Disse ele, olhando para a árvore atrás
dela enquanto esfregava a mão sobre a barba. — Você merece
isso e muito mais.

— Eu só queria você, Kyrnon. Isso é tudo que sempre vou


querer.

Promessas eram promessas, e ele cumpriu a sua - esse


era o único presente que ela jamais poderia pedir.

— Então, vamos para a cama. — Ele sussurrou,


segurando-a enquanto se levantava e caminhava até a cama
King que parecia estar chamando seu nome. — Dormir agora,
porque na parte da manhã, estou compensando o tempo
perdido.

Rindo, Amber arrastou-se para a cama com ele - ela não


podia esperar.
Capítulo Sete
MISHCA

Dia de Natal

O bater de pés minúsculos despertou Mishca do sono, um


momento antes de um animado menino de quase dois anos de
idade, estar mergulhando em cima da cama, rapidamente
correndo até suas pernas quando Sacha veio diretamente para
Mishca com toda a exuberância de uma criança
experimentando o feriado, ele sabia dos presentes e
brinquedos.

— Presentes! — Sacha gritou em toda a sua alegria


infantil, com os olhos brilhantes de alegria enquanto olhava de
Mishca para onde seus presentes esperavam debaixo da
árvore.

Lauren ainda estava dormindo ao lado dele, um


testemunho de quão cansada ela realmente estava, e ele ficou
feliz por ela ainda estava descansando, já que agora a tensão
se afastara dela. Sua esposa trabalhou muito duro,
empurrando-se quase até ao ponto de ruptura. Às vezes ele
tinha que a lembrar que precisava desacelerar, talvez ter algum
tempo para si mesma, mas ela estava determinada a terminar
o que começou.

Ele amava isso nela.

Ela era altruísta, pensando mais nos outros do que nela


mesma. Ela queria ser uma boa esposa e mãe, mas também
queria ser uma boa médica, e isso significava dedicar todos os
momentos livres fora de sua casa para os seus estudos.

Mishca estava muito orgulhoso, e ele também sabia que


Cameron estaria mais orgulhoso, e fez questão de lembrá-la
em cada chance que tivesse.

Às vezes, ele pensava em quem antes haviam sido - antes


de ele ser pakhan, e antes de ela se tornar esposa de pakhan
e o que tudo isso implicava. Era muito mais fácil encontrar
tempo quando ele não era o chefe e não tinha tantas
responsabilidades como quando ele apenas era um capitão.
Agora, ele passava menos tempo com a sua família do que ele
queria.

Mas ajudava que posições foram sendo preenchidas por


pessoas em quem confiava, e muito em breve, ele iria
finalmente ser capaz de dar um passo atrás e não ter que
administrar meticulosamente.

Ele estava determinado a não perder todas as realizações


de Sacha - como o fato de ele não ter estado lá no dia em qu
seu filho aprendeu a rastejar. Ele queria compartilhar os
momentos, não ouvir sobre eles depois.

Logo...

Era tudo um processo, ele só tinha que confiar nisso.

— Nós estamos fazendo café da manhã para a mamãe,


sim? — Ele perguntou com um sorriso quando pegou Sacha,
saindo silenciosamente do quarto.

Sacha concordou, apertando seu rosto em concentração


enquanto empurrou para fora dos braços de Mishca, em
seguida, partiu para a cozinha para começar a pegar o que eles
precisavam - que acabou por ser bolo de chocolate para si
mesmo.

E com toda a sinceridade do mundo, colocou-o no balcão,


então foi e agarrou um de seus pratos de Capitão América, um
garfo minúsculo, em seguida, foi para sua mesa e sentou-se.

— Eu estou supondo que você não vai ser de ajuda


alguma. — Mishca murmurou secamente, mesmo enquanto
ele ria.

Embora ele tivesse certeza que Sacha preferiria o bolo,


Mishca se comprometeu a dar-lhe um café da manhã diferente,
sabendo que Lauren o mataria se ele fosse correndo com
cobertura de chocolate por todo o rosto logo de manhã cedo.
Depois que ele resolveu tudo, Mishca começou o café da
manhã, lutando com ovos, fritando linguiça e virando
panquecas.

Ele estava quase terminando quando o grito de felicidade


de Sacha fez com que se virasse.

Lauren ainda estava esfregando os olhos quando saiu de


seu quarto, seu cabelo selvagem e ondulado sobre os ombros,
e o pijama de Natal. Ela insistiu que eles continuassem.

Ela estava tão bonita como no dia em que a conheceu,


mas ainda mais porque ele sabia como fazê-la sorrir e como
mantê-la feliz.

Ela mal tinha aberto os olhos antes de Sacha ir batendo


em suas pernas, olhando para ela com os braços erguidos e
um grande sorriso.

— Ty byl khoroshim mal'chikom dlya papa - Você foi um


bom menino para o pai? — Ela perguntou, seu russo
impecável. Eles estavam fazendo questão de falar com ele tanto
em inglês como em russo para que ele conhecesse ambos.

— É claro. — Sacha respondeu, embora soou mais como


Oh maldição.2

2
No original: oh course!
— O que é tudo isso no seu rosto? — Ela perguntou, com
um sorriso divertido, olhando dele para o prato abandonado,
em seguida, para Mishca enquanto retirava as migalhas.

Mishca deu de ombros.

— Melhor do que o bolo, não?

Com um aceno de cabeça, ela carregou Sacha até o


balcão, ficando confortável em um banquinho de bar com
Sacha no colo.

Uma vez que ela estava confortável, Mishca terminou de


lhe arrumar um prato, sentando-se na frente dela com um
copo de suco de laranja. Ao vê-la comer, alternando entre ela
e Sacha - que agora parecia estar com vontade de comida real
- ele sorriu ao vê-los, feliz pelo momento, só havia felicidade
em seu rosto.

Ela mal tinha terminado antes que Sacha descesse de


seu colo e corresse até a árvore de Natal, aguardando
ansiosamente o que sabia que viria a seguir. Descendo, Lauren
enfiou a prato na pia e colocou os braços ao redor da cintura
de Mishca enquanto beijava a parte inferior de sua mandíbula.

— Eu acho que é hora dos presentes - espere, Sacha, —


ela chamou, quando ele estava se preparando para rasgar um.
Seu rosto mostrou uma careta adorável, mas fez o que lhe foi
dito. — Eu estou fazendo chocolate quente.

— No café?
Seu sorriso era secreto quando ela encolheu os ombros.

— Provavelmente será melhor que eu não tenha cafeína.

Estranho, mas ele não ia questioná-la.

Indo se sentar em sua cadeira favorita, foram apenas


mais alguns minutos antes de Lauren se juntar a ele. Ela mal
teve sua bunda na almofada antes que Sacha estivesse
distribuindo presentes um de cada vez, primeiro para si
mesmo.

— De... — ele tentou ler a etiqueta, mas finalmente trouxe


para Lauren ler para ele.

— Tio Luka e tia Alex. — Ela forneceu, ajudando quando


ele rasgou o papel, revelando o brinquedo de plástico que foi
envolvido dentro.

Cortando os olhos para Lauren que já estava tremendo


com o riso, Mishca lembrou que Luka tinha boas intenções.

Mas espadas? Mesmo?

O próximo veio de Niklaus e Reagan, uma variedade de


carros de brinquedo, com um que era maior do que os outros
e parecia uma versão em miniatura do carro de Niklaus.

Outro veio de Amber e Kyrnon, e pelo tempo que ele


esteve abrindo os presentes do Papai Noel, porque Lauren
queria que ele ainda acreditasse nele, Sacha estava sorrindo
de orelha a orelha, mais do que satisfeito com tudo o que
ganhou.

— Qual devemos abrir agora? — Mishca perguntou a


Sacha enquanto se reclinava para trás em sua cadeira.

Felizmente, ele tropeçou em si mesmo quando voltou


para a variedade de presentes, batendo os dedos contra o
queixo enquanto decidia. Indo para o que era maior do que ele,
ele deu um passo atrás dele e empurrou-o, pronto para ajudar
a rasgar o papel - uma de suas partes favoritas.

— De mamãe. — Sacha leu da pequena etiqueta.

Mishca manteve sua expressão neutra enquanto


examinava a caixa, tentando adivinhar o que estava lá dentro.
Ele normalmente poderia apostar que Lauren ia pegá-lo, ela
estava desesperada em manter segredos, mas este foi um que
ela ficou de boca fechada, recusando-se a dar até mesmo a
menor das sugestões, desde que colocou debaixo da árvore um
pouco mais de uma semana atrás.

Mesmo agora, Lauren estava com o mesmo sorriso


secreto enquanto levantava a caneca de chocolate quente em
seus lábios.

Segurando as extremidades da fita branca, ele puxou até


que os dois lados da parte superior da caixa estavam soltos o
suficiente para que pudesse movê-los de lado.
Tudo de uma vez, um enxame de confete rosa e balões
saiu com É uma menina! estampado na frente deles,
assustando tanto Mishca como Sacha, seus pensamentos
confusos com o que estava vendo, parecia um soco no
estômago, mas tão rapidamente quanto a surpresa veio,
exaltação queimou um buraco em seu coração.

— Vy beremenny? -Você está grávida? — Ele perguntou,


sua voz quase um sussurro.

Um sorriso iluminou seu rosto quando ela concordou.

Olhando a partir dos balões para ela, ele estava fora de


sua cadeira em segundos, correu até ela e puxou-a do assento,
com as mãos segurando seu rosto.

— Eu estou de quatro meses. — Disse ela no momento


em que ele estava perto. — Amber foi comigo para minhas
consultas.

— Como…

Ele queria saber como ela conseguiu manter o segredo


dele. Como ele não notou...

Mas agora, enquanto ele pensava, assumiu que sua


fadiga era por causa de quão duro ela estava trabalhando, e
seus hábitos alimentares peculiares eram por causa de uma
nova dieta ou algo assim.

Um bebê?
As palavras não podiam descrever quão porra eufórico
estava sobre isso.

— Ya Lyublyu tebya, Lauren.

Seu sorriso era suave.

— Eu também te amo, Mish.

Sacha apertou seu pequeno corpo entre eles, segurando


em cada um deles quando eles se abraçaram. Ele não sabia o
que estava acontecendo, mas queria ser uma parte.

— Você vai ter uma irmãzinha. — Mishca explicou a ele.

Sua face transformou-se em concentração.

— Podemos jogar Minions?

Lauren ficou um pouco com lágrimas nos olhos enquanto


concordava.

— Sim, vocês vão jogar Minions.

— Meu presente empalidece em comparação com isso. —


Disse Mishca, esfregando uma mão sobre a parte inferior das
costas.

Lauren acenou com a mão.

— Tenho certeza do que quer que seja, eu vou amar.

— Então, se vistam, teremos que chegar lá e voltar antes


que todos cheguem aqui.
Enquanto Lauren desapareceu em seu quarto, Mishca
levou Sacha ao seu, encontrando a roupa que Lauren tinha
reservado para ele usar hoje.

— Lembra-se da nossa surpresa? — Ele perguntou ao


filho quando ele sentou-se na cama, amarrando seus cadarços.

— Sim, papai.

— E você se lembra o que você deve fazer quando


chegarmos lá, né?

Sacha abriu um grande sorriso e jogou as mãos no ar.

— Surpresa!

Mishca riu, esfregando uma mão sobre seu cabelo.

— Bom menino. Vamos.

Levaram alguns minutos para usar o elevador do andar


de baixo para o lobby, depois pela porta da frente, onde três
homens de diferentes alturas e pesos se aproximaram com
atenção, seus casacos escondendo uma série de armas. Não
importava que estivesse praticamente congelando fora, ou que
fosse um feriado, eles queriam seu lugar no Bratva, e por essa
razão, fariam o que fosse necessário para ganhar este lugar.

Vimdici - um dos recrutas mais recentes que se


aproximava dos 40 anos e era do antigo país - abriu a porta do
passageiro para Lauren primeiro, ajudando a ela e Sacha no
carro com um sorriso genuíno, embora ainda parecesse um
pouco frio em seu rosto duro e rígido.

Uma vez que estavam em segurança, ele olhou para


Mishca, esperando por instruções.

— Um na frente. — ele disse enquanto circulava para o


lado do motorista. — Um atrás.

— 928? — Perguntou Vimdici, referindo-se ao endereço


para onde se dirigiam.

Mishca assentiu.

— Nós não devemos demorar muito. Depois, por que você


não vai para casa e tira o dia de folga?

— Claro que sim, Pakhan.

Mas ele não iria, Mishca sabia.

Não havia tal coisa como tirar um dia de folga para ele.

Lauren estava no telefone quando Mishca entrou no


carro, terminando a ligação, uma vez que começou a descer a
estrada.

— Era a fornecedora. — Explicou ela. — Ela disse que a


comida deve ser entregue nas próximas duas horas.

— Ruji vai cuidar disso, se não estivermos de volta até


então.
— Onde estamos indo?

Mishca sorriu, estendendo a mão para acariciar sua


coxa.

— Você verá.

Sacha cantava junto com o rádio enquanto passeavam,


criando as palavras quando ele não sabia as corretas, mas
quando se aproximaram do condomínio fechado que teve o
rosto de Lauren em confusão, seu canto morreu.

Eles estavam quase dentro do portão e só passaram a


primeira casa antes que sua voz ressoasse ao redor do carro.

— Surpresa! — Sacha exclamou do banco de trás, seus


pequenos punhos erguidos no ar quando eles cruzaram pela
rua pitoresca que parecia saída de um filme.

Não importava que eles ainda estavam a poucos minutos


da surpresa real de Natal, Sacha só sabia que estava chegando.

Lauren olhou para trás com um sorriso amoroso.

— É uma boa surpresa?

Sacha deu um aceno animado, tentando sentar-se para


a frente para ver as janelas, embora ele fosse muito pequeno
para ver corretamente.

Conduzindo através do condomínio fechado, Mishca


observou as mudanças sutis no rosto de Lauren, a maneira
como seus olhos pareciam se iluminar com cada casa que eles
passavam.

Não importava a segurança - ele tinha a sua própria -


Mishca escolheu este bairro específico com ela em mente.
Enquanto a cidade tinha seus prazeres, ele sabia que ela
gostava da calma e queria algo mais tranquilo para criar a
família.

Logo seria uma família de quatro.

Não havia nenhum sentimento mais gratificante do que


ser um pai para ele.

— Surpresa! — Sacha exclamou mais uma vez quando


eles passaram ainda outra casa.

— Quase. — Mishca corrigiu.

Quando ele olhou primeiro para comprar a casa, a que


eles estavam dirigindo em direção, ele trouxe Sacha junto para
ajudá-lo a escolher, mas ele não tinha percebido que na idade
de Sacha, todas elas teriam a mesma aparência.

No final da rua, Mishca entrou pelo portão, seguindo as


curvas sinuosas até o topo, onde os aguardava outro portão de
última geração. Ao introduzir o código de quatro dígitos, ele
esperou que fosse aberto antes de passar.

— Agora, papai?

Ele sorriu.
— Sim agora.

— Surpresa, Mamãe!

Suas palavras foram pontuadas por sua parada na frente


da propriedade enorme que assentava sobre uma colina acima
das casas - perto o suficiente ao redor de que eles ainda eram
uma parte da comunidade, mas longe o suficiente para que
Mishca tivesse alguma paz de espírito.

Lauren olhou através do para-brisa com espanto, sua


alegria clara.

— Oh, é lindo, Sacha. Você conseguiu isso para mim?

Sacha assentiu com um sorriso largo, fazendo Mishca


sacudir a cabeça com uma risada silenciosa.

Mishca retirou o cinto de segurança, dando a volta para


abrir a porta para Lauren em primeiro lugar, em seguida, para
Sacha. No momento em que seus pés estavam no chão, Sacha
decolou em direção à casa, rindo da maneira como Lauren
tentou pegá-lo antes que ele chegasse longe demais.

Estes eram os momentos, Mishca pensou, que o fazia


feliz por ter desafiado as ordens de seu pai. Ele não mudaria
uma coisa sobre como eles chegaram a se encontrar, a sua
relação em conjunto, ou Sacha.

Especialmente, não Sacha.


Puxando as chaves do bolso, abriu as portas largas,
revelando as paredes de janelas do outro lado da sala, bem
como a cozinha com bancada em mármore branco, armários
brancos e utensílios de aço inoxidável.

A mansão estava completamente vazia, ele tinha apenas


fechado negócio recentemente, mas já podia ver o potencial do
que poderia ser, uma vez que estivessem morando alí.

Ele não parou por aí, mostrando-lhe o porão que ele


planejava usar para si mesmo, em seguida, o segundo andar,
onde mais de três quartos e muitos banheiros estavam
localizados.

— É sua para fazer o que quiser. — Mishca disse uma


vez que eles estavam de volta no piso principal.

Enquanto ela estava sorrindo, ele também podia ver uma


pitada de ansiedade em seu olhar.

— Tentando decorar uma casa inteira com a escola


chegando e o...

Ele já tinha pensado nisso.

— Eu também tenho um número de um designer de


interiores.

Lauren riu.

— Sim, isso funciona também.


— Então, vamos deixar isso para outro dia - nós ainda
precisamos preparar o seu jantar.

O telefone de Mishca deu sinal de vida, o nome Niklaus


piscando na tela. Retendo um revirar de olhos, ele só podia
esperar que esta ligação não tivesse nada a ver com uma luta
entre ele e Luka.

Suspirando, Mishca atendeu a chamada e colocou o


telefone no ouvido.

— O que ele fez desta vez?


Capítulo Oito
REAGAN

— Você tem que manter os olhos fechados. — Disse


Niklaus a ela enquanto ele mantinha a mão sobre seu rosto,
impedindo-a de ver qualquer coisa, mesmo se quisesse. —
Merda.

— Como é que você está tropeçando em coisas se eu é que


não posso ver? — Perguntou Reagan, segurando uma das
mãos na frente dela para se certificar de não esbarrar no que
Niklaus tropeçou.

— Eu estou tentando mantê-la em segurança. — Disse


ele em tom descontente, fazendo-a sorrir.

Sua manhã de Natal começou com café da manhã na


cama, e agora, Niklaus insistiu em surpreendê-la com... bem,
fosse o que fosse, que queria que ela visse.

Ela tinha uma ideia do que era, o berçário, se ela tivesse


que adivinhar, considerando que ele esteve trabalhando nisso
a noite toda, e por algumas semanas antes. Desde que ele
começou, ele se recusou a deixar seu pé entrar no quarto e, se
eles estivessem em casa ao mesmo tempo, ele mantinha a
porta fechada.

— Quase. — Niklaus disse antes que ele estivesse abrindo


uma porta e entrassem.

Ela já podia sentir traços do cheiro fraco de qualquer


tinta que ele tinha usado, juntamente com o cheiro suave de
algodão.

Antecipação vibrava em seu peito enquanto ela


esperava...

Uma vez que ele ligou o interruptor de luz, Niklaus


baixou a mão e se afastou.

— Surpresa!

Reagan piscou, seus olhos se ajustando à luz repentina,


mas no momento em que o que a rodeava entrou em foco, ela
não conseguia parar de sorrir, mesmo se quisesse.

As paredes foram pintadas de verde menta, a mesma cor


que ela se lembrava vagamente de mencionar a ele uma vez
quando eles estavam passando por amostras - com árvores
brancas pintadas sobre eles também. Dois berços idênticos
ficavam em ambos os lados da sala, com um balancinho no
centro.

Não só ele tinha conseguido tudo arranjado e o quarto


estava impecável, ele foi um passo além, pendurado quadros,
a criação de dois armários e uma estante de livros com
brinquedos suficientes, ela tinha certeza de que os gêmeos
teriam muitos no momento em que chegassem.

— Você está feliz? — Perguntou Niklaus com aquele


sorriso de menino, as sobrancelhas levantadas enquanto
esperava sua resposta.

Isso era o que ela amava sobre ele - seu desejo de fazê-la
feliz. Ela não conseguia colocar em palavras o quanto ela o
amava por isso.

— Oh, não, — disse ele, a expressão suavizando ainda


mais. — Não comece a chorar em mim.

Mas ela não podia evitar. Uma parte dela queria culpar
seus hormônios, mas isso, e tudo o resto que ele fez para eles
era mais do que ela jamais poderia ter pedido.

Devido à sua barriga, ela dificilmente poderia manter


seus braços corretamente enquanto fungava, as lágrimas já
caindo apesar de sua tentativa de forçá-las de volta, mas
Niklaus não reclamou, apenas esfregou suas costas em
círculos suaves.

— Eu amei isso, Niklaus. — ela disse com uma fungada,


enxugando lágrimas perdidas. — Eu te amo.

O melhor presente de Natal que ele jamais poderia ter


dado a ela.
À medida que a manhã se arrastava, Reagan tentou
ignorar a leve dor que a acordara de seu sono. Ainda assim,
mesmo depois de todos esses meses, não conseguiu encontrar
uma posição que fosse confortável o suficiente para dormir
toda a noite.

Era a manhã de Natal - um dia destinado a ser cheio de


alegria - mas o ligeiro estado de dor em que ela se encontrava
tinha Reagan se movendo muito mais devagar do que gostaria.

Luka e Alex estavam a poucos minutos de chegar, e a


única coisa que Reagan queria fazer era deitar-se e relaxar.

Percebendo seu olhar de descontentamento, Niklaus


cruzou para o lado dela, descansando a mão em seu estômago.

— Precisamos chamar o Doutor?

Reagan sorriu apesar da forma como ela se sentia.

Durante toda sua gravidez, Niklaus preocupou-se,


querendo que ela fosse ver o médico sempre que se sentia um
pouco desconfortável. Na primeira vez, ela foi de bom grado,
até que começou a pensar que ele estava se tornando um
pouco irracional.

— Não é nada para se preocupar, — Reagan disse a ele


enquanto suas sobrancelhas se uniram em preocupação. —
Se fosse, eu diria a você.
— Querida...

— Se eu ainda sentir isso amanhã, então eu irei ao


médico.

Além disso, não era esperado por mais algumas


semanas.

Ele olhou-a, com relutância, claro, mas quando uma


batida pesada soou na porta, ele acenou com a cabeça uma
vez, aceitando a palavra dela.

Agora, se ela pudesse passar o dia...

Luka ficou de pé na porta, cabelo loiro em desordem


casual, enquanto sorria para a visão de Reagan, segurando um
recipiente em suas mãos fortemente tatuadas.

— Trouxe-lhe uma amostra. — Disse ele enquanto cruzou


a porta. — Dou-lhe um gosto do que eu posso fazer quando
estou inspirado - você pegou o que eu fiz lá?

Claro que seria o albanês, que parecia enfurecer Niklaus


ao máximo, que a fez rir quando ela aceitou o recipiente de
cookies.

— Obrigada, Luka.

— Agora eu estava pensando, — disse ele enquanto


colocava o braço em volta dela, levando-a para o jipe maciço,
de quatro portas que definitivamente não era o que ela se
lembrava dele conduzindo antes. — Só porque você tem um
pub, não significa que tem que ir com o básico. É hora de
revolucionar, sim? Há competição ao redor e enquanto eu não
me oponho a oferecer-lhes um pouco de aconselhamento
amigável, - que seria sem dúvida violento – penso que temos
que deixar a comida falar.

— Estou contente que você veio dar a sua opinião.

Quando Niklaus tinha sugerido Luka, Reagan não sabia


o que pensar. Não era como se ela soubesse muito sobre o ex-
executor, e seu conhecimento sobre culinária nunca sequer
passou pela sua cabeça.

Mas se ele era bom com facas sobre as pessoas, e ela


estava intimamente consciente de quão bom ele era, então
fazia sentido que ele poderia usar essas facas de uma maneira
diferente.

— Claro. Preciso de um novo hobby desde que os gêmeos


- os russos - decidiram que eu não podia mais fazer o
trabalho... pelo menos não tão frequentemente. Além disso,
esse trabalho vai dar uma chance de eu e o grandalhão de nos
relacionarmos. Sinto falta dele.

— Não se preocupe com ele. — Alex disse uma vez que


estavam perto do jipe. — Ele não tomou vitaminas esta
manhã.

Reagan sorriu, genuinamente satisfeita ao vê-la. Fazia


meses desde a última vez que Alex esteve na cidade, e ainda
mais tempo desde que estiveram juntas.
— Você sabe, — Luka disse com uma careta exagerada,
— eu estou começando a me perguntar de que lado você está.

Alex tocou seu rosto quando ela pulou para fora do banco
do passageiro da frente e abriu a porta traseira.

— Do seu, sempre. Oh, eu vou sentar ao seu lado. Klaus


insistiu em dirigir.

— Porque seu albanês não pode dirigir uma merda. —


Niklaus falou, vindo atrás deles, como se Luka não estivesse
lá.

— Minha condução salvou sua vida uma vez. — Luka


enfatizou.

— Se você está se referindo à vez em que fui baleado, você


quase bateu meu carro por duas milhas até a estrada!

Piscando, e sem um pingo de ira, Luka perguntou:

— Mas você morreu?

— Entre na porra do carro.

Reagan esqueceu o quanto ela gostava quando os dois


estavam juntos. Ela sentiu falta da zombaria.

Uma vez que ela estava no banco de trás, tanto com Luka
e Niklaus na frente, eles estavam saindo, neve começava a cair
enquanto se dirigiam para fora da cidade.
Apesar de ser dia de Natal, um momento em que ela
pensou que a maioria estaria em casa, havia muito mais carros
na estrada do que ela esperava. O que deveria ter sido uns
trinta minutos de carro estava tomando muito mais tempo, e
enquanto os minutos passavam, o desconforto que ela vinha
sentindo desde que acordou foi gradualmente piorando.

No momento em que chegou à quinta luz vermelha, ela


agora estava esfregando seu estômago e respirando pelo nariz
e expirando pela boca.

— Reagan? Você está bem? — Alex perguntou, olhando


para longe de seu telefone e para ela, a preocupação em seus
olhos.

— Sim, eu estou. — Ela disse, quando a estranha


sensação varreu através dela, o sentimento roubando as
palavras quando seu olhar foi imediatamente para seu colo.

Merda.

Merda.

Merda.

— Niklaus!

Talvez fosse o pânico em sua voz que tinha sua cabeça


sacudindo-se, seu olhar encontrando o dela no espelho
retrovisor.

— Reagan, o quê?
— Eu acho que a minha bolsa estourou.

O silêncio no carro era ensurdecedor enquanto todos os


olhos foram para ela, depois para o local muito flagrante no
assento.

— Mas não era para estourar ainda, — disse Reagan,


quase para si mesma, como se ela soubesse que nunca
houvera quaisquer garantias quando se tratava de dar à luz.
— Eu não estou preparada.

— Ainda bem que nós já estreamos esse banco, não? —


Perguntou Luka, com um sorriso malicioso na direção de Alex
que tinha Niklaus estremecendo de horror.

Depois de todos os livros que Reagan leu, ela sabia que o


trabalho iria seguir uma vez que sua bolsa estourasse, mas
quando a dor se intensificou, ela não pôde evitar achar que não
era para acontecer isso tão rapido.

Mas cada parte dela sabia que estava acontecendo.

— Niklaus, temos que ir para o hospital agora. — Ela


disse, as mãos caindo para seu estômago enquanto ela tentava
acalmar os bebês.

Não era tempo. Ainda não.

— Merda. Assuma o volante. — Niklaus ordenou a Luka,


mal prestando atenção à estrada, com o pânico impregnando
sua voz.
— Que porra é essa? Eu não sou James Bond - isso não
vai funcionar. Além disso, você é um piloto melhor do que eu,
isso é algo que eu nunca vou admitir novamente.

— Luka, eu juro pelo maldito Deus, se você não…

— Como você espera que isso vá acontecer – eu seguro o


volante enquanto você sobe de volta lá e conseguimos mudar
de lugar? Eu concordo em tentar, mas eu não posso prometer
que vamos terminar isso vivos. Você nos faz chegar lá, eu vou
cuidar do resto.

O olhar de indignação no rosto Niklaus poderia ser


engraçado se a situação não fosse tão terrível.

— Pega a porra do volante.

— Deixa comigo! — Disse Luka, arrancando o cinto de


segurança, movendo seu corpo ágil entre os assentos para
chegar à parte de trás, assim como Alex que moveu-se
rapidamente tão perto da porta quanto podia pra dar-lhe
espaço. Ele olhou para Reagan com um sorriso brilhante.

— Basta considerar-me seu amigo de parto.

O jipe acelerou quando Niklaus pressionou para baixo no


acelerador, indo mais rápido do que era provavelmente
necessário na estrada escorregadia pelo gelo.

Ele balançou a cabeça em seu colo.

— Você provavelmente deve tirar isso, não?


Seus olhos se arregalaram de horror.

— Agora não é o momento de ser tímida, está bem? —


Luka disse quando ele começou arrebatando suas botas, em
seguida, puxando suas calças para baixo. — Eu
provavelmente vou ser um idiota, mas isso é o custo de ser um
amigo de parto, entende?

Ofegante através da dor que parecia ter saltado alguns


níveis, Reagan perguntou:

— Onde trabalhou até eles acharem você?

— Tudo começou quando meu pai comprou uma


prostituta na Rússia…

— Luka! — Niklaus estalou do banco da frente.

— Oh vamos lá! Ela perguntou!

— Foco.

— Certo, entendi.

Reagan não teve tempo - nem se importou – de sentir-se


envergonhada quando a roupa íntima foi removida e ela foi
espalhada no banco de trás do jipe e Luka olhou para ela com
uma expressão curiosa.

— Sim, isso... definitivamente parece que dói. Quem disse


que o parto era bonito de qualquer maneira? Porque isso não
é...
Quando outra contração a atingiu, Reagan rangeu os
dentes contra a dor, um gemido baixo derramando dela
enquanto fechava os punhos. Sua dor só parecia agitar mais
Niklaus quando ele se atrapalhou com seu telefone no banco
da frente, apenas para lançá-lo em qualquer lugar quando ele
não pôde fazê-lo funcionar. Alex entregou rapidamente o seu
próprio.

— Yo.

O olhar de Reagan foi para Luka novamente e, desta vez,


a brincadeira foi embora. Agora, ele parecia... sério. Era uma
expressão que ela não achava já ter visto em seu rosto.

— Respire, tudo bem? Respire através da dor. Inspire


quando picar, exale quando ela desaparecer. — Ele envolveu
sua mão muito maior em torno da dela. — Se começar a ser
demais, esprema, cave suas unhas em qualquer merda.
Entendeu? — Lendo a expressão em seu rosto, ele ofereceu
um encolher de ombros quase triste de seu ombro. — Já tive
piores.

Reagan acenou com a cabeça, enquanto um tipo


diferente de dor a consumia.

Niklaus fez uma curva acentuada à esquerda, buzinas


soando de outro carro fazendo-a sacudir. A súbita mudança
provocou outra contração.

Enquanto o olhar de Luka estava entre as pernas dela,


ela podia ler sua expressão muito claramente.
— Estamos quase lá.

— Eu não acho que eles vão esperar. — Disse Reagan, já


sentindo a pressão caindo sobre ela, mesmo quando ela tentou
segurá-los. — Eu preciso empurrar.

Luka puxou a camisa sobre a cabeça, manobrando-A


debaixo dela enquanto esfregava as mãos.

— Estou pronto.

— Um bebê não é uma bola de futebol!

— Basta fazer a sua parte, deixa comigo.

Reagan não achava que ela tinha outra escolha.

Nenhuma quantidade de leitura de livros sobre o


assunto, ou as classes que participaram poderiam tê-la
preparado para este momento. E embora soubesse que não
poderia estar muito longe de um hospital, temia como nunca
antes essa sensação.

E se eles não conseguissem chegar a tempo?

E se alguma coisa desse errado?

Seus pensamentos eram um caos para as possibilidades,


mas ela sabia que uma coisa era certa, o que acontecesse,
Niklaus estava lá, e ele cuidaria dela.
Não vendo outra escolha, Reagan fechou os olhos
enquanto se abaixava o máximo que pôde, apertando a mão de
Luka tão forte que sabia que iria quebrar os ossos.

— Mais uma vez. — Luka ordenou, usando a mão livre


para manter as pernas abertas.

Respirando com a dor, que ela tinha certeza a faria


desmaiar, abaixou novamente, sentindo uma inegável e
ardente sensação de que ela sabia que tinha que ser o bebê.
Era quase surreal, sabendo que estava prestes a dar à luz um
dos gêmeos. Seria a menina com a qual Niklaus estava tão
entusiasmado? Ou seria seu filho?

— Merda, essa é a cabeça? — Luka perguntou, com os


olhos arregalados.

Uma risada delirante, quase enlouquecida deixou


Reagan, o suor pontilhando sua testa fazendo-a sentir como se
ela parecesse uma bagunça, mas a única coisa que podia
pensar era no bebê que saía dela.

— New York General. — Niklaus estava dizendo para


alguém no telefone, Mishca, se ela tivesse que adivinhar. —
Ela está em trabalho de parto.

O que quer que ele estivesse dizendo foi deixado de lado


por Reagan enquanto ela empurrava e era uma droga, a dor ia
quebrá-la, mas, assim enquanto ela pensava que não podia
mais aguentar, ela pôde ouvir vagamente Alex cantando:
— Oh, meu Deus. Meu Deus. Oh, meu Deus.

E Luka gritando algo que ela não conseguiu entender e


não havia nada até que o choro de um bebê a fez abrir os olhos
em estado de choque, lágrimas escorrendo com uma emoção
diferente de tudo que já sentiu antes.

Já não importava que ela sentiu como se estivesse


prestes a desmaiar, ou que estava no banco de trás de um
Wrangler, ela só se preocupava que Luka agora estava
segurando seu bebê com um sorriso adoravelmente pateta.

— Definitivamente um menino. — Ele disse enquanto o


jipe parou. — Caso você não saiba, Luka é um grande nome -
ele tem caráter.

Reagan deu uma risada sem fôlego, fadiga batendo nela,


mas ela já podia sentir os sinais da próxima vinda do bebê.

Ela não teve tempo para pensar sobre isso, porém, não
quando a porta traseira se abriu em um turbilhão, uma equipe
de enfermeiros já ali com uma maca.

Todo mundo estava se movendo mais rápido do que


Reagan podia acompanhar quando alguém cortou o cordão
umbilical e ela foi carregada na maca.

Ela tentou ver à sua volta, mas na velocidade em que se


moviam, dificilmente conseguia ver as pessoas que a seguiam
para o hospital, e muito menos Niklaus. Mas ela não teve que
se preocupar por muito tempo, não quando sentiu um aperto
de mão muito familiar, um momento antes dele entrar em sua
linha de visão.

— Eu estou bem aqui. — Ele prometeu quando ela foi


levada para a sala mais próxima, comoção ao redor deles.

E ele estava lá quando o médico de plantão disse que ela


precisava empurrar.

Ele estava lá quando ela chorava e gritava através de seu


segundo parto.

E ele estava ali, com lágrimas visíveis em seus olhos,


quando sua menina veio ao mundo.
Capítulo Nove
NIKLAUS

Amor à primeira vista.

Niklaus não achava que fosse capaz de amar – mas foi a


primeira coisa que ele sentiu no segundo em que os gêmeos
nasceram - não quando sentiu que essa emoção foi tirada dele
anos atrás dentro daquela casa abandonada, quando olhou
para seu bebê e a pequena mão envolveu em torno de seu dedo,
ele caiu de joelhos.

Pequena Keira.

No momento em que ela veio gritando para o mundo


depois de seu irmão, Niklaus sabia que foi atingido. Em um
piscar de olhos, sabia que lhe daria o mundo se ela pedisse
para ele, mas isso não era um conceito difícil de se acostumar
- ia muito bem fazer o mesmo para Reagan.

Sem perguntas.

Ela olhou em torno sonolenta, uma pequena boca se


abriu enquanto ela bocejou, e quando chorou, embora apenas
por alguns segundos, o som fez seu peito apertar bem forte, de
uma forma que lhe disse que ele nunca queria ouvi-lo
novamente.

Olhando por cima de Reagan, Niklaus não podia evitar a


sensação de contentamento em seu coração enquanto ele
olhava para ela com Illya, o rosto suave quando ela passou um
dedo sobre o rosto, sorrindo quando piscou sonolento. Após a
insanidade das últimas horas, ela estava finalmente
descansando confortavelmente.

Era o que era a vida - amor e família - e aquelas eram as


duas únicas coisas que Niklaus precisava.

Luka estava encostado na porta, as pernas cruzadas nos


tornozelos, braços cruzados sobre o peito com uma camisa
nova - sentinela à espera de ser desencadeada, mas apenas
quando Niklaus estava começando a acreditar que o albanês
não se moveria de sua posição, a sua cabeça levantou com o
poder de um animal que sentia uma ameaça.

— Qual o problema? — Perguntou Reagan, olhando de


Illya, que estava feliz adormecido em seus braços, para onde
Luka estava.

— Provavelmente viu um esquilo. — Niklaus respondeu


distraidamente, mas colocou Keira em seus braços.

Ele não alcançou a arma no coldre das costas, não


quando Celt, que chegou ao hospital com Amber não muito
tempo atrás, também notou a mudança de Luka e estava indo
para a porta. Entre os três, quem pensasse em criar problemas
não se sairia bem.

Colocando uma mão no ombro de Luka, Niklaus olhou


por ele, preparado para qualquer coisa, mas o que ele
encontrou...

Caellach Flanagan.

O mafioso irlandês caminhava logo atrás dos outros


quatro homens que estavam com ele, mas Niklaus sabia que
ele era o líder, sabia que a posição era uma garantia que ele
estava protegido.

Sua presença podia ter sido suficiente para levantar


polêmica em Niklaus, mas a visão de Jimmy andando entre
eles o acalmou um pouco, se o irlandês fosse um problema,
Jimmy não o traria... ou os outros que estavam olhando para
Niklaus como se quisessem quebrá-lo e estariam saboreando
ao fazê-lo.

Em vez de tentar fazê-lo.

— Volkov, — Caellach cumprimentou com um aceno de


cabeça. — pensei em trazer os rapazes para conhecer sua
sobrinha e sobrinho.

Os irmãos de Reagan.

Agora que ele sabia, ele podia ver as semelhanças - dois


dos quatro tinham o mesmo cabelo vermelho, mas todos
tinham os mesmos traços angulares.
Definitivamente, os irmãos.

Com o olhar deslocando-se sobre eles antes de se instalar


em Jimmy, Niklaus não se moveu de seu lugar na entrada,
efetivamente impedindo que eles entrassem

— Será que ela sabe sobre isso?

— Eu duvido que ela se importe. — Um dos irmãos disse,


suas palavras grossas com o sotaque que sua irmã não tinha.

Niklaus deu de ombros.

— Eu poderia me importar.

— Vamos lá rapazes, não vamos fazer uma cena. — Disse


Celt.

Niklaus pensou em argumentar ainda mais, mas ele já


podia ver que algumas enfermeiras estavam olhando em sua
direção, com uma já chegando em direção ao telefone.
Voltando um passo atrás, Niklaus entrou no quarto, embora
ele não tenha dado aos irlandeses suas costas.

— Niklaus, o que é... — Mas Reagan nunca terminou,


porque seu olhar imediatamente procurou quem veio vê-la.

Durante vários segundos, ela só olhou com surpresa,


como se o que estava vendo não pudesse ser real. Então, seu
rosto se abriu em um sorriso instável que o fez se sentir como
um idiota por pensar em impedir que eles a vissem - fazia anos
desde que ela os viu pela última vez.
Niklaus começou a pensar que as carrancas em seus
rostos eram apenas a expressão habitual deles, mas quando
suas expressões relaxaram, ele percebeu que essas carrancas
eram para ele.

Claro... não era como se ele não tivesse tocado sua irmã.

— Ótimo. — Niklaus murmurou enquanto os irmãos


rodeavam a cama de Reagan, já sorrindo para os bebês.

Mishca e Lauren escolheram aquele momento para


entrar com Sacha a reboque e um pequeno saco de presentes.
Por um momento, o rosto do russo demonstrou alegria genuína
em sua expressão ao ver Keira e Illya pela primeira vez, mas
quando Caellach apareceu em sua linha de visão, essa
expressão fechou.

— Sim. — disse Niklaus. — A porra de uma grande


família feliz.

Três semanas depois…

— Eu não acho que eu te amo tanto assim, amor. — Disse


Niklaus para Reagan enquanto ajustava o chapéu de Keira
sobre seu cabelo, certificando-se que ela estava devidamente
protegida contra a neve que espreitava lá fora.
—Niklaus, nós conversamos sobre isso.

— Nós conversamos sobre um monte de coisas - como


mudar para um lugar maior, ou mesmo como faltam apenas
quatro semanas até que possamos fazer qualquer coisa na
nossa cama além de dormir - mas nós nunca conversamos
sobre isso.

Reagan deixou cair as mãos em seus quadris com um


olhar furioso.

— Jesus, Niklaus, você não vai mesmo ser o único


conduzindo a coisa. Por que você está reclamando?

— Uma minivan? Realmente? — Niklaus gesticulou para


os gêmeos colocados de forma segura em seus assentos de
carro. — E você está dizendo isso agora, mas de alguma forma
vai tentar me forçar ao volante dessa merda ambulante, e
minhas bolas vão...

— Alguém já lhe disse quão dramático você é? — Ela


perguntou com a testa franzida, pegando seu casaco e
encolhendo os ombros. — Pelo menos eu tinha uma desculpa
desde que eu estava grávida.

— Tentando dizer que eu estou hormonal? — Perguntou


Niklaus com uma carranca característica sua. — Eu não
estou.

— Então pare de ser uma cadela.


— Se não estivéssemos atrasados, — Niklaus
murmurou, virando-se para encará-la. — eu faria você se
arrepender disso.

Reagan não estava perturbada, apenas pegou o carrinho


de Illya e dirigiu-se para a porta.

— Você terá que esperar quatro semanas para isso.

Ele estava contando os malditos dias.

— O que há de errado com o Cheyenne? — Perguntou


Niklaus, aceitando sua jaqueta de couro que ela passou a ele.

— Não há nada de errado com o Cheyenne, o problema é


que você quer que eu dirija a armadilha que você ama tanto
enquanto isso. A minivan pode levar algumas horas para
comprar, mas esse Porsche que você insiste levará semanas
desde que você quer um personalizado.

Niklaus franziu a testa.

— Isso é rude. Baby não gosta quando você fala sobre ela
assim.

Ela lançou-lhe um dedo médio, sua expressão


desafiando-o a chamá-la assim.

Contando. Ansioso. Os. Dias.

Uma vez que eles foram colocados em seu carro, Niklaus


saiu, seguindo o GPS em seu telefone para o novo endereço do
Russo. Não importava que o Natal tivesse ido e vindo, assim
como o ano novo, o Russo e Lauren insistiram que todos se
reunissem para celebrar os feriados.

Juntos.

Niklaus nunca pensou que chegaria aqui, nem pensou


que encontraria Reagan e seria tão feliz como era.

E isso era a verdade. Pela primeira vez, ele estava


realmente feliz, e tinha que agradecer por isso à mulher
sentada ao lado dele.

O jipe de Luka já estava estacionado do lado de fora no


momento em que chegou, junto com outros dois carros que
Niklaus não reconheceu.

Eles mal estavam na porta antes que Niklaus fosse


praticamente empurrado para o lado, o bebê-conforto de Keira
arrancado de suas mãos antes mesmo que ele tivesse a chance
de entregá-la.

— Nem mesmo um Oi? — Perguntou ele com um divertido


sorriso enquanto Alex jorrou sobre o bebê dormindo.

— Já vejo você o suficiente. Além disso, não consegui


passar muito tempo com ela no hospital desde que você estava
sendo todo vamos-cortar-as-visitas-por-conta-dos-irlandeses.

A última coisa que Niklaus queria pensar era nos irmãos


de Reagan. Enquanto ele estava feliz por ela finalmente tê-los
de volta em sua vida, já podia sentir a tensão se formando entre
eles e outra facção em Hell’s Kitchen.
Dependendo de como fosse, Niklaus sabia que se esse
problema chegasse à sua porta, ele teria que lidar com ele -
não importa quem fosse culpado.

— Tudo bem, que seja. Onde está o Russo?

— Com Luka lá embaixo. Aparentemente, ele tem uma


Caverna dos homens agora. — Ela disse isso com um aceno
de mão e um beijo na bochecha antes que ela fosse na direção
que Reagan e Lauren foram.

A Caverna dos homens era apropriada, Niklaus pensou,


enquanto se aventurava no porão - com um bar totalmente
abastecido de um lado da sala, um projetor maciço e tela em
outro, e uma mesa de bilhar no meio da sala. Sentado em uma
das duas cadeiras altas, Mishca segurava um copo de vodka
em uma mão, sua atenção na criança na frente dele e o livro
de colorir humano que ele estava desenhando atualmente.

Esticado no chão, Luka olhava para o teto enquanto


Sacha usava um marcador vermelho para colorir em uma das
poucas tatuagens do lado de Luka que era apenas um esboço.

O olhar do Russo moveu-se para ele enquanto inclinava


o copo na direção de Niklaus.

— Bebe?

Desde que ele estava oferecendo...


Niklaus derramou a sua própria bebida antes de se
sentar em frente a seu irmão, com uma vista panorâmica de
seu sobrinho e cunhado.

Ainda o desconcertava às vezes, pensar em Luka como


algo diferente de 'Valon', mas com o passar do tempo, quando
ele pensava no albanês, ele não era mais um homem que
queria ver morrer, ele era um amigo - um irmão, de qualquer
tipo. Uma vez que ele estava sentado, Mishca segurou seu copo
na direção dele.

— Um brinde?

— Pelo quê? — Perguntou Niklaus, mesmo enquanto


segurava seu copo.

— Pela paternidade, as férias, e o fato de que você esteve


aqui durante pelo menos cinco minutos e não tentou matar
ninguém.

— Vai se foder, Russo.

Mas Niklaus sorriu, batendo seu copo contra Mishca com


um sorriso.

Com o cheiro de biscoitos de açúcar no ar, e


contentamento em seu coração, por uma vez Niklaus Volkov
sentia nada além de paz.

FIM
Posfácio

Caros leitores,

The Morning foi um projeto que eu não tinha a intenção de fazer,


mas como as férias foram se aproximando, eu me senti um pouco
nostálgica e queria fazer algo divertido. Eu planejei fazer algo curto, talvez
algumas mil palavras, no máximo, mas estar de volta no mundo Volkov
me fez perder a linha terrivelmente. Eu sinto falta de Mishca e Lauren,
além do albanês favorito de todos e Alex. Quando eu estava escrevendo
isso, percebi que suas vozes nunca totalmente acalmaram no meu
cérebro confuso, e, por isso, os casais originais cada um deles será cada
vez mais um livro.

Eu fui brincar com uma ideia para Mishca e Lauren desde que
publiquei The Final Hour, mas com tantas outras histórias que eu
precisava para trabalhar, eu empurrei-a para segundo plano. Tenha
certeza, porém, vou chegar aos seus livros em breve e acredite quando
digo que tenho algo muito divertido planejado para eles.

Como sempre, quero agradecer-lhe por todo o seu apoio: significa


o mundo absoluto para mim e acredite em mim quando digo que coisas
divertidas estão acontecendo.

Porque não só haverá mais dois livros na série Volkov Bratva, mas
a série Irish Nights chegará muito em breve.

Você não achou que era a última vez que você veria os irmãos de
Reagan, não é?

Beijos e abraços, LM
In the beginning

Volte para onde tudo começou...

Prólogo

Michigan

06:30 15 de novembro de 1997

Casa do Dr. Cameron Thompson

Dr. Cameron sentou-se na cadeira confortável atrás de


sua mesa - um presente de sua esposa para o seu terceiro
aniversário de casamento, olhando para o teto enquanto
tentava acalmar a sensação de mau agouro em seu coração.

Desenhos de lápis, gravados e emoldurados, pendurados


ao longo das paredes, estantes, e até mesmo em sua mesa.
Mesmo aquelas imagens, aquelas que normalmente o enchiam
de tanta alegria e paz, não poderiam tirar sua mente de suas
preocupações.
Há várias semanas, ele erroneamente aprendeu algo que
nunca deveria ser revelado; um segredo que ele tropeçou no
decorrer de seu trabalho... um segredo que seria fatal para
alguém como ele. Ninguém poderia ter previsto esta mudança
de eventos, especialmente quando foi um acidente estranho,
mas, apesar das constantes garantias, ele e seu empregador
não observaram o assunto.

Dr. Cameron sabia que não importava quantas


promessas foram feitas, não importa quantas vezes ele jurou
manter sua boca fechada, ele era um homem morto. Como um
profissional médico, isso era estranho para ele, sabendo que a
qualquer momento, ele iria morrer. Havia esperança, é claro,
mas não neste mundo. Quando ele concordou em ajudar os
empresários envolvidos no lado decadente do submundo, ele
sabia que a lealdade era importante para homens como estes,
especialmente quando se tratava de suas vidas pessoais.

Mas se ele aprendeu alguma coisa com seu tempo em seu


emprego, era que a informação era poder, assim como um
último ato de preservação, se alguma coisa acontecer com ele,
ele manteve seus próprios segredos, sabendo que um dia, esta
informação iria resolver um crime que seria esquecido ao longo
do tempo.

Um crime, ele pensou com um riso amargo. Nunca foi fácil


planejar os eventos após a sua morte.

Suspirando, ele esfregou os olhos cansados, desejando


que a tensão extenuante exaurisse, mesmo que apenas por um
momento. Dr. Cameron tinha vivido como um homem com um
pé na cova, mas nenhum de seus colegas de trabalho, nem
mesmo sua esposa, tinha notado seu comportamento
estranho.

Ele estava feliz por isso, sabendo que se eles tivessem,


eles fariam muitas perguntas, perguntas que ele seria incapaz
de responder sem colocá-los em perigo.

Se sua esposa tivesse notado, ela teria percebido que ele


havia criado um fundo na faculdade para Lauren, o suficiente
para ela participar de qualquer escola no país. Ele até se
certificou de que seu seguro estava atualizado, sabendo que,
uma vez que ele tivesse desaparecido, Susan precisaria disso.

Ele tocou a aliança de ouro na mão esquerda, sentindo as


palavras gravadas ao longo da parte inferior.

Até o fim…

Eram as mesmas palavras inscritas na dela também; as


mesmas palavras que tinham falado no dia do casamento. Se
ele tinha algum arrependimento, era que ele havia falhado em
cumprir a sua promessa com ela.

Ele bufou em silêncio, desejando.

— Papai! Esconde-esconde!

Dr. Cameron piscou, sorrindo para sua filha de cinco


anos de idade, Lauren, enquanto ela estava na entrada,
segurando um cobertor branco e rosa em sua pequena mão.
Ela era pequena para sua idade, quase atingindo sua cintura,
mas o que lhe faltava em tamanho, ela compensava em
energia.

Entre suas horas no hospital - e o tempo gasto com a


preocupação com o destino dele - ele não tinha visto muito
Lauren e isso trouxe outra dor aguda ao peito. Nunca mais ver
seu sorriso radiante, nunca mais ler outra história para dormir
- ela era o que mais sentiria falta.

Ele só havia chegado em casa há vinte minutos depois de


uma corrida de dois dias no hospital onde ele trabalhava como
cirurgião principal. Susan correu para fora da porta para pegar
um jantar tardio, acostumada à sua agitada agenda. Lauren
esteve ocupada na frente da televisão, cantando junto com
Blue’s Clues em sua voz estridente adorável.

Dr. Cameron estava cansado, exausto realmente, mas ele


nunca poderia negar-lhe qualquer coisa, especialmente
quando o tempo estava se esgotando.

— Uma vez. — Disse ela com firmeza, mas com carinho.


Ele sabia que, se ela pedisse 'apenas mais uma vez' como
sempre fazia, ele o faria.

— Será a sua hora de dormir, em breve.

Com um beijo rápido na bochecha, ele mandou-a com


um empurrão suave, fazendo um show de cobrir os olhos e
contando em voz alta. Ela saiu correndo, suas risadas ecoando
pela casa vazia. Ele não tinha preocupações sobre encontrar
ela, pois costumava se esconder no armário perto da porta da
frente, enterrando-se sob seus casacos de inverno.

Quando o som de seus pés correndo afunilou, Dr.


Cameron parou de contar; ele pisou os pés alto o suficiente
para ela ouvir quando ele olhou em torno do canto. Com
certeza, a porta estava rachada, e ele quase podia ouvir sua
risada sufocada.

— Agora, onde oh onde, minha pequena Lauren foi? —


Ele gritou, caminhando ao redor da sala de estar, coçando a
cabeça. Pelo canto do olho, ele podia ver o cabelo castanho de
Lauren por apenas um segundo antes dela correr de volta para
fora de sua visão, fazendo-o sorrir.

Assim quando ele circulou ao redor, com a intenção de


deslocar-se sobre ela, a campainha tocou duas vezes em rápida
sucessão, parando-o em seus passos.

Dr. Cameron franziu a testa, uma série de possibilidades


de quem poderia estar no outro lado atravessavam sua mente,
fazendo seu coração disparar, mas ele rapidamente baniu os
pensamentos.

Eu mantive minha palavra.

Eles podem ser criminosos, mas os homens para quem


ele trabalhou foram bastante contundentes com a forma como
eles lidariam com quem os atravessou. Ele tinha que acreditar,
para o bem de sua família, que iriam manter sua palavra
também.
Embora ele não estivesse esperando qualquer visita,
Susan poderia ter convidado alguém e esquecido de
mencionar. Ela era uma costureira local e muitas vezes fazia
um monte de trabalho nos vestidos de noiva das mulheres.
Mais frequentemente do que nunca, elas vinham em todas as
horas da noite, entrando em pânico quando pensavam que
poderiam caminhar até o altar menos do que perfeitas.

Dr. Cameron olhou para a porta do armário, em seguida,


empurrou as cortinas de proteção da varanda para o lado,
olhando pela janela para ver quem estava ali.

Dois jovens, provavelmente nos meados dos vinte anos,


um com uma cabeça calva reluzente, o outro com uma cabeça
de tigre tatuada em sua jugular, a pele ainda inchada e
vermelha da tinta nova.

Eles pareciam inofensivos, faltando as marcas distintivas


com as quais ele havia se familiarizado e isso poderia ter
enviado o Dr. Cameron a um pânico. No entanto, qualquer
pessoa que aparecesse às sete horas da noite era suspeita.

Ele estava tentado a não responder, fingir que não estava


em casa e esperar que eles deixassem em paz, mas seus
olhares já haviam disparado para ele, olhando-o com uma
frieza... era essa determinação? Soube então, sem dúvida, que
ele estava prestes a morrer. Se ele corresse agora, ninguém
estaria seguro, não sua esposa, não sua filha, nem mesmo
seus colegas de trabalho. Eles nunca deixariam qualquer
pontas soltas; era o seu jeito.
Nas pontas dos pés de volta para o armário, Dr. Cameron
olhou para a filha.

— Fique tranquila, Lauren, — disse ele em um sussurro.


— Não importa o que você ouça... não importa o que aconteça,
não faça barulho, ok?

Em seu aceno hesitante, ela lhe deu um pequeno sorriso.

—Papai te ama, docinho.

— Eu também te amo, papai.

As palavras quase trouxeram lágrimas aos seus olhos


quando ele olhou para ela, memorizando seu rosto. Se ele
morresse, havia uma chance de que ele perderia todas as suas
memórias de seu tempo na terra, mas ele esperava que, mesmo
na vida após a morte, ele se lembrasse da sua filha.

Com o coração pesado, ele deu um passo para trás,


empurrando a porta do armário até fechar quase que
completamente, deixando apenas uma pequena parte aberta,
de modo que não estava completamente escuro lá, sabendo
Lauren teria medo. Ele rapidamente piscou as lágrimas que
estavam ameaçando cair, não querendo mostrar qualquer
fraqueza.

Ele engoliu em seco, limpando a garganta, finalmente,


cumprimentando seus visitantes com um sorriso tenso.

— Como posso ajudá-lo senhores? — Ele perguntou com


uma calma que não sentia.
— Você é procurado pelo chefe. — Disse o careca, sua voz
fortemente misturada com um sotaque do Leste Europeu.

Dr. Cameron deu um passo para o lado, permitindo-lhes


a entrada, dobrando seu corpo na frente do armário.
Felizmente, ele era um homem de estatura acima da média e
construído, e foi capaz de proteger a maior parte da porta.

— Eu não sabia que eu precisava de escolta. — Disse ele


com tristeza, mantendo a atenção dos homens para ele.

Claro, não era incomum para o chefe chamar Dr.


Cameron. Seu trabalho era estar disponível a qualquer
momento, pronto para voar para Nova York na queda de um
chapéu.

— Você está aqui sozinho? — O outro perguntou, seus


olhos contornando o interior com um brilho calculista. Ele
parou na televisão, onde desenhos animados ainda estavam
passando, em seguida, para o número de brinquedos
espalhados no chão em frente a ela.

— Sim. — Ele disse rapidamente, pensando no local. —


Minha esposa saiu para pegar o jantar. Ela está pegando a
nossa filha da babá.

Essa resposta pareceu aplacar o homem. Se o Dr.


Cameron não fosse grato por qualquer outra coisa, ele estava
grato que os homens aqui eram burros o suficiente para não
verificar.
Não houve tempo suficiente para ele respirar novamente
antes de estar olhando para o cano de uma arma de prata
reluzente, um silenciador firmemente ligado ao final do
mesmo.

Aquele com a tatuagem de tigre sorriu friamente,


abaixando a arma até que ele apontou para o peito.

Dr. Cameron ouviu passos na porta da frente, um


homem entrou na casa, tirando o seu chapéu e segurando-o
na frente dele. Seus olhos se arregalaram em reconhecimento.
Ele tinha assumido antes, mas agora ele tinha confirmação por
que ele estava prestes a morrer.

Com um sorriso sinistro, o homem disse:

— Suzhenogo konyom ne Ob'edyesh.

O aplicador puxou o gatilho.

À medida que a primeira bala bateu no Dr. Cameron, ele


tropeçou para trás do impulso da bala, segurando seu peito,
sangue escorrendo entre seus dedos esticados. Uma dor
abrasadora acendeu a vida, a agonia inimaginável que tirava o
fôlego.

Quando a segunda bala bateu, ele caiu contra a porta do


armário, fechando-a com um clique ressoante, mas apesar
desse som ecoando em seus ouvidos, ele pensou ter ouvido o
suave suspiro de Lauren.
O sangue rapidamente começou a preencher os pulmões.
Ele tossiu, pulando sangue por seus lábios enquanto tentava
inutilmente libertar sua via aérea, mesmo quando seus órgãos
começaram a desligar. Com um olhar inabalável, ele encarou
o homem responsável que apareceu sobre ele, mas sua visão
estava ficando nublada, sua respiração superficial.

Dr. Cameron não mendigou. Ele não pediu esses homens


para poupar sua vida, porque ele queria terminá-la, sabendo
que eles iriam sair rapidamente, uma vez que ele estivesse
morto. Ele fechou os olhos enquanto o atirador apontava
novamente a arma para seu peito. Imaginou sua esposa e filha,
sorrindo para ele, lembrando o seu amor.

Seu último pensamento coerente antes da terceira bala


se alojar em seu coração era:

Pelo menos eles não encontraram Lauren.


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