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Volkov Bratva 3,5

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Série

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Pode um amor nascido da violência resistir a


prova do tempo?
Apesar de um começo pouco ideal para seu matrimônio, Mishca e Lauren
finalmente estão em um lugar onde não têm que olhar sobre seus ombros a cada passo.
Agora que estão em um lugar seguro, é hora de ter a única coisa que Mishca tinha
prometido antes de tomar seus votos.
Uma lua de mel...
Viajando pelas praias da Sardenha, Itália, o casal explorará o que os uniu em
primeiro lugar, em vez da vida que constantemente ameaça separá-lo s.
Mas como recém-nomeado chefe do Volkov Bratva, é muito tarde para que
Mishca tenha sequer remotamente uma vida normal...
Lauren estará pronta para enfrentar outro desafio que nenhum deles viu
chegar...?
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— Mais um pouquinho à esquerda... Não, à direita.


Bem, só...
— Organize suas malditas ideias! — soltou Klaus
com os músculos dos braços tensos, posto que ainda
sustentava a poltrona acolchoada que Lauren tinha
comprado para seu novo escritório.
Esta ainda se encontrava envolta em uma capa
protetora de plástico, mas em lugar de deixar que os
entregadores a trouxessem, como estavam dispostos a fazer,
ele a tinha levado, aparentemente sem que o peso o
incomodasse, ao menos até que a trouxe para o escritório e
ela tentava lhe dizer onde colocá-la.
— Continue a se mover. Está me confundindo.
— Estou a ponto de te matar.
Sorrindo ainda, fez-lhe um gesto para que movesse a
poltrona outra vez. Apesar de sua atitude mais que hostil,
depois de conhecê-lo durante os últimos meses, Lauren se
deu conta de que Klaus raramente dizia a sério metade das
coisas... Exceto para Mishca. Embora não tivesse acalmado
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por completo, sua relação se encontrava significativamente


melhor.
— Considerou sua proposta?
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Klaus permaneceu em silencio durante tanto tempo
que ela se perguntou se iria responder. Era uma pergunta
que lhe fizeram há algum tempo, a maioria das vezes feita por
Mishca, mas uma vez que lhe expôs o assunto, ela imaginou
que Klaus poderia estar mais disposto a lhe dar realmente
uma resposta.
Desde que Mishca transferiu muitos homens de
Mikhail para Bratva, havia um número de posições abertas
que queria cobrir. Ou seja, quem seriam seus substitutos.
Surpreendentemente, a primeira pessoa que estava
considerando era Klaus, embora ainda houvesse detalhes por
resolver com os outros Pakhans sobre a sua participação.
Não seria como se estivesse começando lá de baixo e subindo
de posição, mas logo que lhe ofereceu um trabalho de
primeiro nível... Nem mesmo isto evitou que tivesse prometido
publicamente matar Mishca.
Mas Mishca não se importava com o que pensassem,
e apesar de suas recomendações, tinha suas próprias ideias
em relação ao que queria.
— Sou um mercenário. Não político, e estou muito
seguro que não quero os Russos respirando no meu pescoço.
Revirando os olhos, Lauren sentou, passando a mão
pelo cabelo e deixando alguns fios detrás do ombro.
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— Seria o Capitão e, além disso, não é como se fosse


deixar que Mish te dissesse o que fazer.
Ele encolheu os ombros, tirando uma de suas facas
para cortar o plástico.
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— Olhe, ainda estou pensando. Não podemos agir
como se os últimos cinco anos não tivessem acontecido.
Ainda há gente que tem que responder por isso.
— Vocês dois são exaustivos. Por que simplesmente
não resolvem já, gritam sobre quanto se odeiam mutuamente
enquanto se esmurram. Acho que isso resolveria muitos de
seus problemas.
Uma risada de surpresa lhe escapou enquanto se
sentava na recém-desempacotada poltrona, cruzando os
braços detrás da cabeça.
— Daria uma surra nesse russo.
— Nem em seus sonhos. Mish poderia te destroçar
completamente.
— Quer apostar?
Ela assentiu.
— O que quiser? Porém, só aceitarei se você
realmente pensar em aceitar sua oferta e deixar de andar com
rodeios.
Deixando cair as botas no chão, sorriu-lhe
amplamente.
— Farei algo melhor. Uma vez que meu contrato
atual tenha terminado, serei autônomo enquanto dou à
posição uma oportunidade, mas só se ele jogar sob minhas
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regras e aceitar minhas demandas. Se eu ganhar, ele me


paga o triplo de meu salário atual, e eu decido que papel
desempenhar. Se ele ganhar...
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— Se ele ganhar tem que começar a chama-lo por
seu nome real, e fará um esforço para tentar consertar sua
relação com ele. E inclusive se perder, deverá fazer de
qualquer forma; deixar ir um pouco daquela ira que leva
contigo.
Era claramente o correto apostar. Todo seu rosto se
enrugou de horror.
— Isso nunca acontecerá.
Olhando seu relógio e notando a hora, Lauren
agarrou seu casaco e sua bolsa.
— Então não perca.
— Sim, ok. Vai ver o Russo?
A forma que deu ênfase à palavra fez Lauren rir.
— Sim.
— Te levo.
— Pensei que tinha um trabalho na cidade.
Fez uma careta, parecendo muito com Mishca,
enquanto esfregava a nuca. Desde Jetmir, Klaus tinha estado
agindo estranho sobre qualquer novo trabalho que lhe
tivessem dado. Não compartilhava nenhuma informação
sobre o trabalho atual, só dizia que tinha um novo, uma das
razões que deu por que não tinha planejado aceitar a oferta
de Mishca.
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— Esqueci como você pode ser malditamente


intrometida.
Já na calçada, Lauren colocou seu casaco. Klaus
como sempre era uma visão imponente, indo para seu
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automóvel. Lauren só entrou uma vez antes, mas sabia que
era impressionante.
Talvez devesse ter apostado seu automóvel.
Precisou de dois meses para que as coisas
finalmente se estabelecessem o suficiente para que Mishca
Volkov pudesse tomar distância do perigoso mundo no qual
vivia, e ter uma pausa.
Desde que se casou, quase foi assassinado por um
mercenário contratado por sua madrasta e tinha ficado na
mira da Organização Albanesa, que torturou e quase matou a
seu irmão Klaus. Não só isso, mas também lhe tinham feito
acusações RICO 1 que foram descartadas quase tão
rapidamente como chegaram. Embora a agente especial
Tabitha Green já não fosse um problema, ele sabia que não
seria a única agente que tentaria usá-lo para fazer carreira.
Depois, estava a nova posição que tinha assumido
como Pakhan do Volkov Bratva agora que seu pai, Mikhail,
foi expulso. Tinha sido uma decisão calculada de sua parte,
mas uma que tinha que tomar, embora fora somente porque
precisava mandar uma mensagem aos que lhe opunham.
Era raro que um Pakhan fosse removido de seu
posto, sinceramente, nunca se tinha ouvido disso, mas com
seu histórico, e a aprovação dos outros Pakhans das
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RICO: Lei contra extorsão criminal e as organizações corruptas (por suas siglas em
ingles: Racketeer Influenced and Corrupt Organizations Act), é uma lei federal que
sanciona penas contra toda atividade criminal realizada como parte de uma
organização criminal contínua.
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diferentes organizações da costa Leste, Mishca tinha
conseguido.
A tatuagem da cruz em suas costas, um símbolo de
sua nova posição, apenas tinha secado antes de que tivesse
outra sobre seu peito, no lugar legítimo. Alguns gostavam de
lhe recordar que ele era muito jovem para esse papel, mas ele
estava seguro de que com o tempo acabaria com essa
hipótese. Mesmo assim, sabia que cada movimento que fazia
era observado cuidadosamente.
Agora que tinha a marca de poder, Mishca estava no
processo de mudar a estrutura da organização que era chefe.
Diferente de seu pai necessitava ao seu lado de gente em
quem confiasse, não só aqueles que estavam ansiosos por
derramar sangue em seu nome para ser promovido, excluindo
Luka que matava somente por fazê-lo e não para receber
qualquer reconhecimento por isso. E mais importante, só
queria gente cuja lealdade fosse apenas para ele.
Alguns dos homens de Mikhail já tinham ido, apenas
se inteirando de sua situação atual, somente com isso tinha
ido menos de um terço deles, mas isto também trouxe seus
próprios problemas, principalmente porque tinha menos
homens para ocupar seus territórios.
Esta era a razão, apesar de que não estava seguro de
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por que ele tinha dado o primeiro passo, pela qual Mishca
tinha decidido ter uma reunião com Roman Pavlov, o filho
bastardo de Viktor, uma descrição que ele mesmo escolheu.
Mishca nunca teve particularmente nenhum problema com
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ele, mas fez hipóteses sobre sua personalidade baseado em
seu conhecimento de Viktor e da mãe de Roman, uma mulher
que fazia que Anya parecesse mansa. Uma coisa sim que
sabia, entretanto, era que seria bom ter Roman como aliado,
embora só fosse até que lhe traísse.
Roman era parte da Pavlov Bratva, uma que ele
mesmo dirigia apesar de que tinha menos notoriedade do que
provavelmente preferia. Por isso sugeriu uma associação,
uma espécie de aliança que enviasse uma mensagem aos que
consideravam inimigos. Só ajudaria a suas empresas a longo
prazo, razão pela qual Mishca tinha aceitado.
Agora, movia-se para a próxima etapa.
— O que sugere? — perguntou Roman, com voz
plana agora que sabia que Mishca estava de acordo com o
que ele queria.
Mishca bateu sua caneta contra a mesa, encontrando
com os olhos do homem que era família embora não sabia
quase nada dele.
Fazia um pouco mais de meia hora que Roman tinha
apresentado o plano de negócios que tinha preparado.
Poderia tê-lo feito sem a aprovação de Mishca, assim, o fato
de que veio com ele, disse a Mishca que Roman planejava
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respeitar sua hierarquia... Pelo ao menos no momento.


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A abertura de um salão de jogos de azar era muito


delicada, já que não era de maneira nenhuma legal, mas o
conceito de Roman era sólido, e poderia muito bem ser
rentável para ambos.
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— Green Hill não será fácil — respondeu Mishca. —
A cidade está invadida por colombianos e italianos, mas acho
que você já tem uma boa relação de trabalho com os
colombianos, não?
Roman se parecia muito com seu pai, os mesmos
frios olhos cinza, a mandíbula quadrada e pele ligeiramente
bronzeada; e agora tinha a expressão de um homem que não
estava acostumado ao fracasso.
— Com certeza. Mas inclusive se não tivesse, não
seria um problema.
— Pode fazê-lo. Farei uma visita daqui a poucas
semanas.
Assentindo uma vez, Roman se levantou, abotoando
a parte dianteira de sua jaqueta, estendendo sua mão para
apertar a de Mishca que se levantou depois dele.
— Mande recomendações a sua esposa.
— Farei.
Quando Roman saiu, Mishca pôde ouvir as vozes no
corredor, e pôde sentir a dor de cabeça que iriam lhe dar
inclusive antes que passassem pela entrada.
Efetivamente, como sempre parecia, Alex e Luka
irromperam pela porta, seja qual fosse a discussão que
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tiveram, esta foi diminuindo gradualmente para olhares


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significativos.
— O que está acontecendo? — perguntou Mishca,
dirigindo-se mais para a Luka do que Alex.
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Antes que Luka respondesse a sua pergunta, Alex
perguntou: — Por que Roman estava aqui?
Mishca sabia que seu parentesco seguia sendo um
tema delicado para ela, e ver Roman provavelmente foi um
lembrete disso.
— Negócios.
Não lhe deu mais detalhes e não teria feito embora
quisesse. Ela estava bem, Mishca sabia, embora se
perguntasse se as dificuldades que tinha passado ainda a
afetavam.
Alex olhou em seus olhos durante um longo
momento, encolheu os ombros e logo caminhou para o sofá
do outro lado de seu escritório.
— De qualquer maneira, vim aqui te dizer o marido
de merda que é.
Sorrindo, Luka foi e sentou no lugar que Roman
acabara de desocupar, apoiando suas botas cheias de barro
sobre a mesa. Em dias muito parecidos com este, Mishca
ainda não sabia por que mantinha a Luka por perto.
Não faz muito tempo, quando Luka fez uma chamada
a qual Mishca não acessou facilmente, ele tinha reagido mal
e, como resultado, Luka quebrou o dedo de Mishca. Isso o
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incomodou inicialmente até o ponto em que considerou


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seriamente punir o assassino, mas eventualmente conseguiu


superá-lo. E apesar da sua bem eclética personalidade, e um
passado do qual não sabia nada, confiava implicitamente em
Luka.
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Contemplando os pés apoiados de Luka sobre a
mesa, Mishca sabia que já não tinha sentido que Luka
simplesmente os retirasse. Já que ele não estava gostando do
rumo que esta conversa tomava, Mishca jogou sua caneta e
fez uma conta regressiva de dez em sua cabeça.
— Do que está falando, Aleksandra?
— Só estou falando. Se eu estivesse casada contigo,
teria me divorciado em duas semanas, imbecil.
Luka, o idiota, pigarreou levantando uma mão no ar,
como se estivessem na escola e precisasse de permissão para
falar. Exasperado, Mishca assinalou para que falasse.
— Ela tem um ponto.
Isso foi tudo. Isso foi tudo o que disse.
Sua mão crispou-se com o impulso de voltar-se
violenta. Mishca olhou para Alex, esperando que
acrescentasse algo significativo a esta conversação antes que
ele a terminasse por completo.
— Vamos revisar os fatos. Viktor matou seu pai,
tentou mata-la e logo a Ross anos depois... OH, e essa cadela
que estava acostumado a colocar seu pau...
Mishca a interrompeu para perguntar: — Quando se
tornou tão vulgar?
Ela apontou Luka que obviamente apontou para si
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mesmo.
— Talvez necessite realoca-lo.
Mishca inicialmente tinha acreditado, em parte
porque Lauren sugeriu que Luka e Alex estariam bem juntos
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porque ela estava mais disposta a abrir-se com o assassino
do que do que com ele, mas tampouco perdia de vista o fato
de que sua irmã tinha tido uma queda por Luka desde que
começou a trabalhar para ele.
Não deu muita atenção a isso, não só porque Luka
não tinha parecido receptivo, e também por causa de suas
frequentes visitas à Sala Dourada, mas isso não significava
que conhecesse os verdadeiros sentimentos do assassino.
— Se está preocupado de que ele esteja colocando
seu pau em mim, não se preocupe. Não está.
Até Luka a olhou desta vez.
Ignorando por completo Mishca, ela lhe devolveu o
olhar.
— O que? É a verdade. — Voltou-se para Mishca. —
De todos os modos, como estava dizendo, a garota com que se
deitou retornou a uma existência pacifica, tentou que Lauren
fosse assassinada por uns malditos albaneses loucos, sem te
ofender, Tigre.
Luka sorriu, mas não ofereceu uma resposta.
— OH, e não nos esqueçamos de que minha mãe
contratou um mercenário para aniquilá-la. Quero dizer, se eu
fosse ela, pensaria que teria me casado na pior família de
todos os tempos.
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— E você teve o descaramento de receber um


disparo no dia de seu casamento. — acrescentou Luka
olhando-o com recriminação.
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Mishca não respondeu a isto. Não admitiu que tinha
pensado em tudo isto antes. O que é pior, embora não
mencionasse, Lauren tinha planejado uma viagem para eles
depois das bodas para sua lua de mel, mas o caos que tinha
sobrevindo a partir desse dia os tinha impedido de ir. Ela
nunca tinha falado disso, mas enquanto ele ainda estava se
recuperando, foi ela quem teve que cancelar todas suas
reservas. Embora nunca dissesse em voz alta o quanto a
feriu, sabia que o fez.
— O que sugere então? — perguntou Mishca com
franqueza, disposto a escutar a recomendação de Alex. Se
havia uma coisa que podia dizer sobre ela, era que acreditava
no verdadeiro amor e nas grandes demonstrações de afeto.
— Não vão ao Brasil. — disse Luka com uma risada.
— A última vez que a levou ali, ficaram muito ocupados
desfazendo-se da cadela louca que conseguiu sequestrá-la.
Um conselho: nunca retornem a esse maldito país. A maldita
memória é uma cadela. Prevalece.
— Estou perigosamente perto de perder a paciência
com você — advertiu Mishca.
Com um olhar de dor simulada, Luka disse: — E eu
estou perigosamente perto de não me importar uma merda.
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Nem. Uma.
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— O que ele quer dizer, — disse Alex envolvendo-se


— é que deveria fazer algo realmente especial para ela. Sabe,
uma espécie de “obrigado por ficar comigo apesar de que
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sangrei sobre todo seu vestido de noiva". Susan e Ross não
vão se casar este fim de semana? Esse é um começo.
— Espera. — Luka levantou a mão, olhando para
Alex. — Michigan? Quer que vão para Michigan em lua de
mel? É aborrecido até a morte ali. O que vão fazer? Pescar?
Rodando os olhos, Alex disse: — Não quis dizer que
fiquem ali para a lua de mel, mas sim esperar até que
estejam ali para surpreendê-la com a lua de mel. Estou certa
de que não sabe nada sobre surpresas já que a única
amostra de afeto que sabe como dar é deixar dinheiro no
criado mudo para sua...
Luka perdeu seu sorriso relaxado, seu olhar ficou
frio.
— Não a chame assim.
Era como observar duas forças convergirem. Alex
ficou de pé, inclinando-se diante de Luka, seu rosto a
centímetros do dele. Ela sempre tinha sido audaz, negando-se
a retroceder ante algo, mas Luka era tão teimoso quanto ela,
e os dois juntos prometiam problemas.
— O que? — perguntou, sem retroceder ante a
hostilidade que agora estava emanando dele.
Um músculo saltou em sua mandíbula enquanto
lentamente se movia sobre seus pés, seus dentes moendo
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juntos, contendo-se só pelo bem de Mishca.


— Está agindo como uma maldita menina.
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Uma luz perigosa entrou nos olhos dela à medida que
cravava um dedo contra seu peito, sem se importar que o
assassino fosse quase o dobro de seu tamanho.
— Isso é o que sou, lembra? Não se pode ter ambos
os comportamentos, Luka.
Luka abriu a boca para responder, mas Mishca falou
primeiro:
— Chega.

Normalmente suas brincadeiras eram divertidas,


sempre e quando ele não estivesse no meio delas, mas
claramente havia algo que Mishca deixou passar sobre sua
relação desde a última vez que esteve em um quarto com o
casal. Na superfície, só parecia que existia animosidade
normal ali, mas Mishca podia recordar o que sentiu quando
discutiu com Lauren, e vendo isto... Podia ver que parecia
com isso.
— Aleksandra, preciso de um minuto. Espere fora no
bar e quando Luka terminar aqui, te levará para casa.
Surpreendentemente, partiu sem argumentar mais,
tomando sua bolsa em seu caminho para fora, fazendo um
ponto ao bater a porta atrás dela. Enquanto Mishca olhava
Luka, ele estava concentrado na porta com um olhar que
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dizia que estava a um segundo de ir atrás dela.


— O que foi isso? — perguntou Mishca, cruzando os
braços sobre seu peito.
— O que foi o que?
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— Não se faça de besta comigo. Essa discussão com
Alex, o que foi isso?
Luka se encolheu de ombros, virando finalmente,
com isso se achou de frente a Mishca, embora seu rosto
estivesse livre de qualquer emoção.
— Um desacordo amistoso.
— O que quer que faça com essas garotas nos
quartos, não me importa nada. Minha irmã não é uma delas.
Pedi que a vigiasse e que te assegurasse de que não faça nada
imprudente, como é propensa a fazer. A porcaria que estiver
metido quando está em seu tempo livre é seu problema. Você
não é o que Alex necessita.
Luka não fez uma brincadeira, nem tampouco fez
uma observação das palavras de Mishca. A pessoa que agora
estava vendo o lembrava quando rompeu seu dedo.
— Não sou o suficientemente bom para sua irmã,
entendo. Terminamos aqui, chefe?
Na verdade isso não era o que Mishca tinha querido
dizer, mas não parecia que Luka acreditaria mesmo se lhe
explicasse isso. Levantando o olhar do conjunto de monitores
montados na parede atrás da Luka, Mishca viu Lauren.
— E o Klaus?
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— Chegando pela entrada.


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— Você...
— Terminamos?
Decidindo que era melhor deixa-lo ir, Mishca
assentiu. Antes que saísse pela porta, entretanto, Lauren e
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Klaus entraram. O sorriso dela era enorme e cálido, como
sempre, ao menos até que olhou Luka e Mishca.
— O que passou?
Luka, ao menos pelo bem dela, tratou de apagar a
tensão de seu rosto lhe dando um sorriso enquanto revolvia
seu cabelo, embora não oferecesse uma resposta. Inclusive se
estava aborrecido com Mishca, não ia descontar com ela.
— Tudo está bem.
Abriu os braços para Klaus, ao seu lado, que franziu
o cenho e deu um passo atrás.
— Me toque e...
— Quantas vezes você já ameaçou me matar? —
perguntou Luka, e esse tom brincalhão em sua voz estava de
volta à medida que forçava seus braços ao redor do
mercenário. Em uma espécie de sussurro, Luka perguntou:
— Pode sentir Ruivo?
Klaus resmungou algo entre dentes enquanto Luka
apoiava a cabeça em seu ombro.
— Maldito, se afaste de mim.
— Sinto um romance se aproximando.
— Pensei que vocês dois não gostavam um do outro
— Disse Lauren com o cenho franzido.
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— Disse que Klaus era um valentão e que ele era a


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razão pela qual seu rosto estava tão maltratado há umas


semanas.
Ao que parece, Luka tinha desaparecido por uma
noite e quando retornou à manhã seguinte, tinha um olho
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negro, um rosto machucado, e os nódulos ensanguentados.
Quando viram Klaus de novo, suas mãos estavam em sua
maioria saradas, mas não negou que ele e Luka brigaram,
embora nenhum deles estivesse disposto a confessar por que
aconteceu.
— Ele estava um pouco relutante, mas se deixou
convencer. Verdade, Ruivo?
Klaus olhou para o teto como se isto pudesse ser
capaz de lhe proporcionar um escape.
— Certo. Agora se afaste de mim, porra.
Luka o fez, finalmente o soltou, mas manteve um
braço pendurando ao redor de seus ombros. – O Ruivo me
acompanhará até lá fora.
Saíram com muito escândalo, enquanto Lauren
sacudia a cabeça atrás deles. Mishca voltou para sua mesa,
recolhendo a caneta que tinha jogado antes.
— Como foi sua reunião com o Roman? —
perguntou, rodeando sua mesa, consciente dos papéis que
estavam ali antes de sentar-se ali.
— Ele estará mais que disposto a seguir com isso
nessa semana.
No silêncio que se seguiu a sua resposta levantou o
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olhar para ela. Tomando sua mão, entrelaçou os dedos com


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os seus, colocando-a de pé e abrindo as pernas ligeiramente


para aproximá-la mais.
— Senti saudades hoje.
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Beijou a parte inferior de seu queixo, e envolveu seus
braços ao redor dela para puxa-la contra ele. Mishca inclinou
sua cabeça para cima, com a intenção de beijá-la brevemente,
mas quando seus lábios tocaram os seus, aprofundou o beijo,
desejando o contato.
Sua mão se deslizou por sua coluna, alcançando a
curva de seu quadril, e deixou descansando-a ali.
Neste momento desfrutava estar perdido nela, pois
finalmente a tinha exatamente onde queria, sem
interferências... Ao menos até que seu telefone tocou.

Suspirando, separou-se, só o suficiente para que


pudesse tirar o telefone do bolso para verificar quem
chamava. Olhou para Lauren.
— Precisa atender isso?
— Só será um minuto.
Beijando-o na bochecha, saltou a mesa alisando a
parte dianteira de seu vestido.
— Fique à vontade.
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Dado que ainda era cedo e não seria necessário


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Mishca voltar ao clube até mais tarde essa noite, Lauren fez
reserva em um de seus restaurantes favoritos enquanto
esperava Mishca fora do bar. Luka e Alex já tinham ido, pelo
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que podia ver, deixando só os garçons e algumas das
garçonetes VIP2 preparando-se para a noite.
Não só eles, mas havia alguns novos seguranças de
Mishca tratando de parecer discretos, enquanto vigiavam a
maioria das entradas.
Resultava ser uma noite bem tranquila, ao menos até
que se produziu uma comoção perto da entrada. Lauren deu
a volta, tentando ver do que se tratava tudo isto, mas não
podia ver nada através da multidão que se formava.
Deslizando do banco que tinha estado sentada nos
últimos dez minutos mais ou menos, Lauren se dirigiu nessa
direção e imediatamente uma figura apareceu ao seu lado.
Sabia, sem ter que olhar que provavelmente era Alik.
Era novato e mais velho que Lauren, provavelmente
perto da idade de Mishca, e trabalhava para Roman. Só
quando Luka estava ocupado, e ele estivesse na área, ficava
por perto de Lauren durante o tempo que precisasse.
A diferença da maioria dos outros que Lauren tinha
encontrado Alik não tinha o sotaque russo. De fato, soava
como se tivesse nascido e crescido no coração do Brooklyn.
Não podia explicar, mas lhe lembrava de Luka. Talvez fosse o
cabelo loiro, ou a forma em que um ar ameaçador parecia lhe
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rodear, ou simplesmente o fato de que enquanto os outros


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faziam questão de se vestir impecavelmente, Luka e ele eram


os únicos em roupa casual. Exceto que, enquanto Luka tinha
uma enorme juba de cabelo encaracolado, Alik não a tinha.
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VIP — São garotas que servem bebidas diretamente nos reservados para que os
clientes não tenham que levantar— se, são reservadas com antecedência.
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Ele sempre manteve seu cabelo fora da cara, recolhido em um
coque que funcionava bem para ele.
Alik parecia bastante agradável, embora não falasse
muito, e parecia ter uma intensidade bastante tranquila
sobre ele.
— Não deveria estar deixando-os resolver isto? —
perguntou casualmente, ainda aproximando-se dela.
Lauren não viu Roman nos arredores do hotel, assim
não estava muito segura de por que ainda estava ali.
—Tenho certeza que já mandou para Mishca uma
mensagem ou algo assim — disse com um pequeno sorriso.
Ele se encolheu de ombros, já que ambos sabiam que
ela tinha razão.
— Pode ao menos deixar que eu lide com isso? O seu
chefe não gostaria que nada lhe ocorresse, verdade?
E isso era outra coisa peculiar dele. Referia-se a
Mishca por seu nome, mas quando estava falando com ela,
sempre se referiu a Mishca como "seu chefe".
— É obvio.
Quando se aproximaram, foi muito mais fácil chegar
à parte da frente, já que a multidão se separou facilmente
para ela. Um homem com o rosto avermelhado pela ira, as
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mãos em punhos, os tendões se sobressaindo em seus


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braços, parecia que estava preparado para empurrar através


dos seguranças.
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Colocando uma mão sobre o ombro de Steven como
uma silenciosa oferenda de paz, Lauren sorriu gentilmente,
não dissuadida pela ira do homem.
— Posso lhe ajudar?
— Quem é você?
Havia algo particularmente ameaçador para alguém
que sabia que não era uma parte da vida que agora estava
envolvida. Isto ainda era perigoso? Sim, mas este homem,
quem quer que fosse não tinha nada em comparação com
algumas das poucas pessoas que conhecia pessoalmente.
Não parecendo realmente preocupado pela pergunta
que acabava de fazer, continuou:
— Onde está Christina?
Em apenas uns segundos, Lauren o inspecionou,
avaliando seu estado mental. Seus olhos estavam dilatados,
suor cobria sua testa, e tendo em conta o fato de que ele
limpou o nariz pelo menos cinco vezes desde que se
aproximou dele, era mais que provável que estivesse drogado.
— Espere um momento. — Lauren olhou a seu
redor, realmente não esperando encontrar a alguém com esse
nome, mas no fundo da multidão, viu uma garota
parcialmente oculta por um número de pessoas que estavam
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muito ocupados observando o homem.


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O medo em seus olhos era claro e ainda mais o era o


fato de que ela era a garota que ele procurava.
Volkov Bratva 3,5
—Tendo em conta que conheço todos aqui por seu
nome, posso lhe assegurar que não há uma Stephanie aqui.
Se houver algo mais...
Secando a testa com a manga de sua camisa, ele
negou com a cabeça fortemente.
— Vi essa cadela correr para cá.
Cometeu o engano de dar um passo para frente,
como se tivesse a intenção de mover Lauren fora do caminho,
Alik tinha sua mão contra o peito do homem, empurrando-o
para trás umas quantas polegadas.
Empurrando Alik de volta também, que apenas se
moveu uma polegada, o homem estava claramente no estado
de ânimo para uma briga, embora agora tivesse que brigar
com alguém da mesma força. Alik, que sem dúvida lhe estava
recordando Luka enquanto se preparava para uma briga,
estava preparado para lançar-se ao homem até que passaram
duas coisas.
Um, Lauren lhe ordenou não fazê-lo, embora só fosse
por que resgatá-lo por atacar um civil lhe tomaria um
montão de tempo e atenção, embora se estivessem sendo
honestos, ele realmente não tinha que escutá-la.
Em segundo lugar, Mishca e Roman estavam justo
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detrás dela, ambos formidáveis a sua maneira, e se estivesse


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no outro extremo dessa raiva sem explodir, definitivamente


teria medo.
A mão de Mishca foi à parte baixa de suas costas,
sua maneira de lhe dizer que ele estava dirigindo isto agora.
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— Poyti – Vá embora.
Apesar de saber o que faria e como o faria, ainda não
gostava que ela visse. Girando sobre seus calcanhares,
Lauren se dirigiu de novo para a barra, mas se deteve,
sussurrando a Alik: — Essa garota na esquina, essa é a que
ele procurava.
Fez um gesto de inclinação de cabeça, e quando ele
examinou a multidão por quem indicou, assentiu uma vez.
Sem esperar por ele, voltou para seu assento,
agradecida pela cobertura que a multidão proporcionava
apesar de que estava melhor agora que Mishca tinha levado o
homem beligerante da entrada. Desde o tiroteio, uma noite
que nunca esqueceria, ele tomou cuidado em manter os
clubes os mais limpos possíveis, embora tenha conseguido
desta situação, Lauren provavelmente pensava que não
queria saber como.
Quando Alik se aproximou com a garota, golpeou a
barra com a mão antes de desaparecer. Ela ficou ali, rígida e
com os braços cruzados sobre o peito, olhando
constantemente por cima do ombro.
— Está a salvo no momento. Christina, certo?
Quase a contra gosto, ela assentiu.
28

— Sinto por isso, eu...


Página

— OH, não se desculpe. Não foi sua culpa de modo


algum. Posso te oferecer algo?
Ela sacudiu a cabeça com veemência, seu cabelo
curto balançando de cor arroxeada.
Volkov Bratva 3,5
— Não, obrigada. Uma amiga minha está me
buscando. O tipo grande na porta me disse que podia me
sentar até que chegue aqui. Minhas malas ainda estão ali.
Lauren não podia imaginar este tipo de luta, já que
só teve um noivo de verdade, e que agora era seu marido.
Sem Stephanie ter que dizer nada, enquanto esfregava as
mãos por seus braços, a prega de sua camisa levantou
ligeiramente, mostrando contusões escuras. Só podia
imaginar o resto de seu aspecto.
— Obrigada — sussurrou, olhando para Lauren. —
Por não...
— Por favor, não me agradeça por isso. Qualquer um
o teria feito. Mas vai estar bem com sua amiga? Ele pode te
encontrar lá?
Lauren se sentia como se estivesse invadindo a
privacidade da garota, mas queria ajuda-la. Faria tudo o que
pudesse.
— Não acredito, mas não tenho muitas opções,
sabe? Ela está me deixando ficar até que possa encontrar um
trabalho e...
— Alguma vez foi garçonete?
— O que?
29

— Garçonete, tipo, alguma vez já serviu bebidas?


Página

Parecia confusa, mas assentiu.


— A maioria de minha vida escolar sim, mas...
—Temos uma vaga.
Volkov Bratva 3,5
Sua boca se abriu, e estava a ponto de fechá-la de
novo quando Mishca apareceu de novo, sua mão deslizando
por debaixo dos cabelos de Lauren, seu polegar roçando
sobre a parte traseira de seu pescoço. Ele tendia despertar
essa reação na maioria das mulheres. Mas não contava com
Roman estando com ele.
Tirando os olhos dele e focando novamente em
Lauren, negou com a cabeça.
— Isso é amável de sua parte, mas...
— Mish, esta é Stephanie. Ofereci-lhe uma das
posições de garçonete VIP.
Ele moveu o olhar entre ela e a garota e depois disse
algo a Roman em russo, que não pareceu contente pelo que
quer que seja que lhe contou. Ele disse que não, mas ao
finalmente cedeu, aceitando o que Mishca lhe pediu.
Roman agarrou um guardanapo do conjunto da
bancada superior, tirando uma caneta para rabiscar algo.
— Qual é seu nome?
— Christina?
— Nome completo.
Claramente Roman só tinha dois estados de ânimo.
Intenso e muito intenso. Nem sequer olhou para a garota
30

desde que se aproximou.


Página

— Christina Montana.
Entregou-lhe o guardanapo.
Volkov Bratva 3,5
— Vá nesse endereço na próxima semana, na terça-
feira. Diga que Roman Pavlov te enviou, e te atenderão.
Entende?
Ela não podia fazer mais que assentir seus olhos
passando sobre cada um deles, provavelmente tentando
averiguar quem demônios se acreditava que eram, mas ao ver
o sorriso tranquilizador de Lauren, assentiu uma vez.
— Vai estar a salvo no momento. — Mishca olhou
para Lauren — Pronta?
— Sim.
Enquanto caminhavam para fora, Christina lhes
disse: — Obrigada.
Quando já estavam a certa distância, Mishca negou
com a cabeça, com um sorriso nos lábios.
— Nunca posso te deixar sozinha, verdade? Nem
sequer por uns minutos.
— Não sei o que quer dizer, Mish. Só estou aceitando
o papel que você me deu.

31
Página
Volkov Bratva 3,5

Lauren se levantou antes de Mishca, o som das


panelas batendo na cozinha a despertaram. Recolhendo seu
Black Berry, esquadrinhou através das poucas mensagens
que tinha, rodando os olhos quando Luka perguntou:
— O que aconteceu? — perguntou-se por que estava
de pé tão cedo e não obstante na cozinha, mas dado que ele
estava sozinho, levantou-se e trocou seus bilhetes de avião, já
que tinha feito as reservas para estar no hotel na noite
anterior.
Deixando seu telefone na mesinha de cabeceira,
dirigiu-se ao banheiro para limpar-se antes de lavar eu rosto,
seus pensamentos já a deriva sobre o que precisava fazer
antes de sair do estado. O processo foi surpreendentemente
rápido, especialmente porque era de último minuto, mas
sempre se apoiava nisso, às vezes era uma vantagem ter seu
sobrenome.
Ao sair do quarto, Mishca só podia ver as costas de
Lauren enquanto esta permanecia de pé diante do fogão, com
32

os braços em movimento embora não podia ver o que fazia.


Página

Sentou na bancada e a olhou por um momento, um pequeno


e contido sorriso apareceu em seu rosto. Nunca esperou que
acontecesse, não podia dizer que realmente quisesse isto,
mas agora que a tinha, amava.
Volkov Bratva 3,5
A normalidade... Ou ao menos o mais próximo que
pudesse ter. Do momento em que se converteu em uma parte
integral da Bratva, nunca esperou ter uma esposa, ou
inclusive preocupar-se o suficiente por qualquer outra pessoa
para fazer isto.
Mas aqui permanecia de pé, através do caos que era
sua vida, e não podia imaginar sua vida sem ela.
— O que está fazendo?
Ela se surpreendeu, saltando ligeiramente antes de
olhá-lo por cima do ombro, com a espátula na mão. Girou
por uns segundos e se voltou para virar cuidadosamente à
omelete, como se pudera adivinhar, a mistura da frigideira.
— Seu café da manhã, obviamente. Inclusive quando
me levanto de propósito duas horas antes, você ainda acorda
quase ao amanhecer, antes que eu possa terminar.
Sorriu.
— Esteve fazendo isto durante duas horas?
Ela fez um ruído, não respondendo diretamente a
sua pergunta, seus olhos procurando a bandeja de canto.
Não duvidava que se olhasse, haveria algumas tentativas
falhas com seus ovos.
Colocou a mão em um dos armários nas imediações,
33

tirou um prato e o colocou na bancada. Enquanto punha a


Página

comida, — só para ele conforme parecia, — e organizava os


talheres, perguntou-se por que estava passando por este
problema.
Volkov Bratva 3,5
Não era nenhum segredo que não era muito boa na
cozinha, — não que lhe importasse muito, — mas tinha que
perguntar a respeito de seus motivos agora.
Colocou o prato na frente dele, ela continuava de pé,
sorrindo com orgulho enquanto fazia um gesto de inclinação
de sua cabeça para que comesse. Embora Mishca segurasse a
faca e o garfo, na realidade não fez nenhum movimento para
cortar a omelete. Para falar a verdade, não estava
conseguindo coragem suficiente para fazê-lo.
— Amo você. — Falou em seu lugar, tratando de
retroceder sua oferta. — Mas não estou seguro disto.
Não parecia decepcionada por sua declaração, só riu
em seu lugar.
— Não é como se fosse te envenenar, Mish. Juro.
Inclusive me deram lições.
Enquanto falava, finalmente cortou um pedaço
pequeno, cravando com o garfo.
— OH? Nunca me falou sobre isto.
Estava quase em sua boca quando ela respondeu
— Sim... Bom, foi com Luka.
Desta vez, pôs o garfo no prato e o empurrou.
Negou rindo, tratando de explicar.
34

— Se surpreenderia. Luka na verdade é um grande


Página

cozinheiro.
— Não tenho nenhuma prova viável disso.
— Mas você confia em mim e isso deve ser suficiente.
Volkov Bratva 3,5
Tentou manter o olhar de desprezo na cara, mas não
sabia se tinha êxito enquanto empurrava o prato de volta
para ele. Quando finalmente colocava seu primeiro pedaço na
boca, pensou que havia piores maneiras de sair.
— Há algumas coisas que quero falar contigo
enquanto está aqui.
— É por isso que está tratando de suavizar o golpe?
— perguntou, mastigando lentamente, surpreso de que
realmente gostasse.
Com um sorriso de satisfação, deu-lhe as costas,
agarrando um envelope grande.
— Vou me abster de dizer “eu te disse”.
Com um encolhimento de ombros e apontando com
seu garfo ao que tinha na mão, perguntou-lhe: — O que é
isso?
Perdeu seu sorriso, a ansiedade substituindo a
felicidade em seus olhos. Colocou-o virado para cima entre
eles, leu o cabeçalho. Universidade de Nova Iorque: Escola de
Medicina. Foi essa que se inscreveu fazia tanto tempo? Depois
de sua seleção inicial, foi para duas entrevistas em separado,
e agora este envelope tinha a decisão final.
Pôs sua mão sobre ele quando as mãos dela se
35

apoiaram impedindo de movê-lo .


Página

— O que acontece se não for aceita?


— Lauren...
Volkov Bratva 3,5
— Quero dizer, minhas qualificações eram boas,
não? Penso que as entrevistas foram bem, mas nunca se
sabe.
— Lauren. Nunca saberá até que o abra.
Assentiu e retirou a mão, mas não tratou de pega-lo .
Estava tão preocupada que não se incomodou em perguntar
se estava pronta, simplesmente o recolheu e o abriu, tirando
os documentos que havia dentro.
— Pisque uma vez para sim, duas vezes para não.
Tratando de não lhe sorrir, seus olhos percorreram
as primeiras linhas, já sabendo a resposta logo que a leu.
Toda sua cara caiu enquanto ela esperava que ele
respondesse, mas quando sorriu e lhe piscou um olho
enquanto deslizava os papéis em direção a ela, iluminou-se,
arrebatando-lhe enquanto os olhava ela mesma, girando em
um círculo.
— Um passo mais perto então, certo?
Deu a volta a seu lado, sem deixar de sorrir.
— Absolutamente. Estou um passo mais perto de me
converter em sua doutora mafiosa, uma vez que me forme.
Mishca a fulminou com o olhar enquanto ela punha-
se a rir.
36

— Não vejo como isso é engraçado.


Página

— Isso é porque tem um senso de humor seco. Luka


teria rido.
Revirando os olhos, voltou para seu café da manhã.
Volkov Bratva 3,5
— Isto se deve a que é um idiota. Que mais precisa
falar comigo?
Agora, enquanto colocava uma mecha de cabelo
detrás da orelha, rompendo o contato visual com ele, sabia
que era algo que nada tinha que ver com sua escola.
— Lembra que estava pensando em introduzir
Klaus? Bom, eu meio que o perguntei ontem...?
— Falamos sobre isto, Lauren.
— Sei, sei. "Te manterei informada das decisões que
tomo, mas não vai participar".
Apesar de querer estar zangado com ela, a forma que
falava com um sotaque russo terrível diminuiu algo dessa
frustração.
— Exatamente.
— Mas teria que convencê-lo .
— E...
— E?
— Conhecendo Niklaus, provavelmente tenha
algumas condições.
Esfregou a parte posterior de seu pescoço, afastando
o olhar.
— Talvez muitas.
37

É obvio que teria.


Página

— As nomeie.
— Quer brigar.
Suas sobrancelhas se franziram enquanto ela virava
a cara para ele.
Volkov Bratva 3,5
— Não entendo.
— Contigo. Quer brigar contigo. Se ele ganhar, você
lhe paga três vezes seu salário atual, mas se você ganhar
começará a te chamar por seu nome e trabalhar para reparar
a relação contigo, mas independentemente do resultado, o
plano de reparar a relação segue em pé.
— Sabe qual é seu salário atual? — perguntou
Mishca secamente, sabendo que era mais que provável não
soubesse, do contrário não poderia ter concordado com seus
termos.
Fez uma careta.
— Estou assumindo um número bastante grande?
Riu sem humor.
— Não tem nem ideia — Mudou de assunto antes
que seu rosto o fizesse, — Mas obrigado por sua ajuda,
embora acredite que isto deveria ser seu último acordo com
um mercenário.
— Estraguei seus planos?
Inclusive se o tivesse feito não lhe diria, não quando
isso dizia a respeito de Klaus. Embora ele não quisesse que
ela intercedesse nem mesmo por ele, Mishca sabia que
quando se tratava dos outros, ela não se aproximava deles
38

sem ir a ele primeiro.


Página

— É obvio que não. É possível que tenha me feito um


favor. Conhecendo Niklaus, nunca teria aceitado se não por
você.
Volkov Bratva 3,5
Franziu o cenho enquanto o seguia de novo a seu
dormitório, fazendo uma parada no armário para que se
vestisse.
— Mas não havia nenhuma garantia de que houvesse
dito que sim porque lhe perguntei. Gosto dele tanto quanto
você.
— A diferença é... — Mishca começou a abotoar a
frente de sua camisa, pegando um laço negro uma vez que
terminou. — Recordo-lhe Sarah. Ainda o recordo a alguém
quem odeia.
Ficou em silêncio enquanto terminava de vestir-se.
Quando continuou permanecia em silêncio, uma vez que se
incorporou em sua jaqueta, ele a olhou.
— Você sabia que lhe perguntaria a respeito, não? —
Seus olhos se estreitaram sobre ele, e apesar do fato de que
sabia que estaria aborrecida por sua confissão, ele optou por
dizer a verdade.
— Sim.
Cruzando seus braços.
— Assim se aproveitou de sua debilidade para
conseguir o que queria?
— Não com essas palavras.
39

Levantando as mãos, Lauren brincou.


Página

— Já que devem estar reparando pontes, ou qualquer


que seja o inferno que vocês dois estão fazendo, não deveria
ser mais honesto? Só vou assumir que se Klaus for parecido
com você, odiaria quem te fez isso.
Volkov Bratva 3,5
Lauren sacudiu suas mãos para longe enquanto
tratava de atar a gravata, terminando por ele e acomodando-a
em seu lugar. Depois que terminou, deslizou as mãos sobre
seu peito, envolvendo seus braços ao redor de sua cintura.
— Está certa, mas tem que entender que você é
minha debilidade, e embora não me arrependa sobre nós, a
única maneira que durmo a noite é sabendo que está a salvo.
Vou fazer qualquer coisa para me assegurar de que
permaneça segura, entende?
A tensão drenou de seu corpo, inclusive enquanto
sacudia a cabeça com tristeza.
— Sei Mish.
Ele levantou sua mão, pressionando os lábios em
seus dedos durante vários segundos antes de passar seu
beijo aos lábios, tomando seu tempo, saboreando o momento,
assegurando de transmitir exatamente como se sentia.
— Além disso, — continuou depois de afastar-se —
Provavelmente me agradecerá já que este movimento será
mais local.
Com o cenho franzido, perguntou-lhe: — Por que
isso importa?
— A mulher. Reagan.
40

— Jesus, Mish. Devo sequer perguntar como sabe de


Página

alguém a quem poderia estar lhe falando?


— O que quer que aconteça nesta cidade, mais que
provavelmente vou saber.
Sacudindo a cabeça, beijou-o na bochecha.
Volkov Bratva 3,5
— Vai tomar cuidado hoje, verdade?
— Claro.
— Volte para casa por mim, Mish.
Essas palavras eram tão parte de sua rotina como
arrumar sua gravata, mas não importava quantas vezes
ocorresse, estava agradecido por escuta-las.
— Sempre voltarei. – Deu-lhe outro beijo rápido. —
Obrigado pelo café da manhã.
— Claro. Talvez me deixe cozinhar para você mais
frequentemente?
Sorriu, dirigindo-se para o elevador.
— Sim, pode ser.

Desde que Mishca desaparecia a maior parte do dia,


Lauren tinha que matar o tempo antes de ser destinada a sair
às compras com Alex e Amber procurando o que usar para o
casamento de Susan. Fazia muito tempo desde que viu pela
última vez a sua amiga, e definitivamente queria ficar em dia
com ela, mas estava mais preocupada com Alex e não só pelo
que aconteceu no dia anterior. Normalmente, Alex estava
muito ao redor, embora fosse só para passar um momento,
41

mas desde o julgamento, Lauren podia contar nos dedos o


Página

número de vezes que Alex tinha estado por aí.


E a maioria destas vezes era só porque Luka também
se encontrava ali.
Volkov Bratva 3,5
Lauren esperava ao menos falar com ela, ver se havia
algo que pudesse fazer para ajudar, embora duvidasse que
fosse descobrir o que se supunha que a incomodava, Lauren
não seria capaz de ajudar de qualquer modo, mas queria
entender se Mishca deveria ou não falar com ela. Lauren
sabia o que precisava para permitir que as feridas se
infectassem, e não queria isso para Alex.
Lavar os pratos era algo que Mishca fazia então
Lauren saiu diretamente da cozinha, indo tomar uma ducha.
No momento em que terminou, e estava vestida, já não se
encontrava sozinha no apartamento. Uma vez que não se
podia chegar ao apartamento de cobertura sem uma chave
especial, sabia que era Alex ou inclusive Luka, já que ambos
possuíam uma chave.
Amber também estava lá, Lauren se deu conta
quando saiu do quarto, mas havia uma tensão notável entre
Luka e Alex que estavam sentados nos extremos opostos do
sofá. Quanto mais dentro caminhava, mais curiosidade
sentia.
— Está tudo bem?
Amber voltou a olhá-la com os olhos abertos, e foi
bastante fácil para Lauren ler a pergunta que não fez em voz
42

alta. Que demônios passou com eles?


Página

Com seus olhos protegidos por óculos, Alex pôs um


tenso sorriso, assentindo uma vez, e voltando novamente
para o telefone em que tinha estado escrevendo. Luka, que
Volkov Bratva 3,5
passou uma mão pelo cabelo úmido, olhou-a, murmurando
algo entre dentes.
Voltando sua atenção para Alex, sorriu para Amber.
— Acredito que deixei uma camisa em sua casa...
— Por que estaria em sua casa?
Amber, obviamente, chegou a sua própria conclusão
de por que agiam estranhos ao redor um do outro, tratou de
explicar.
— Isso não foi...
— Ao menos posso entender por que se deitou com
ela, a menos que...
— Poshyol ty' — Vai a merda.

Lauren moveu-se para sentar-se ao lado de Amber,


piscou quando escutou a maldição. Não acreditava ter ouvido
Luka amaldiçoar Alex dessa maneira.
Inclinando a cabeça para um lado, com um sorriso
que crescia cada vez mais, Alex perguntou: — Sensível a
respeito de sua puta, Luka?
— Quem fodo não te interessa.
— O mesmo digo eu.
Se Lauren tivesse que adivinhar, parecia que estava a
43

ponto de lhe fazer dano, mas antes que pudesse chegar a


Página

esse ponto, interrompeu.


— Pensei que hoje estaria com Mish.
Olhou Lauren com uma expressão indecifrável, antes
que voltasse de novo para Alex, o fogo avivando-se neles.
Volkov Bratva 3,5
— Uma história malditamente longa. Trarei o carro.
Ficou de pé, saiu sem olhar para trás. Alex se dirigiu
para o banheiro na direção oposta. Enquanto o elevador
soava para Luka, fechou a porta do banheiro.
— Assim que... Isso acontece frequentemente? —
perguntou Amber.
— Normalmente, é muito mais civilizado. Eles têm
uma espécie de coisa...
Rindo brandamente, negou com a cabeça.
— Sim, posso ver isso. Todos seus russos são tão
intensos? Vou ter que reconsiderar minha política de não sair
com caras que estão envolvidos em coisas ilegais.
— Se quer dizer que são territoriais, então sim,
talvez, embora não posso dizer com certeza a respeito de
ninguém além de Mish e Luka. Alik parece estar muito bem,
recorda-me um pouco Luka se você gostar do tipo loiro.
— Não, eu estava...
— Ou Klaus.
Qualquer que fosse o protesto que tinha estado a
ponto de dizer antes que Lauren a interrompesse foi
esquecido enquanto seu rosto se enrugava.
— Em primeiro lugar, que asco. Isso seria como sair
44

com Mish, enquanto que ele é agradável à vista e tudo,


Página

simplesmente... Não. Em segundo lugar, não quero o gêmeo


malvado. Assusta-me.
Na realidade, tinha sido por acaso que reuniu-se
Amber com Klaus. Ela veio um dia, só para passar um
Volkov Bratva 3,5
momento já que tinha um dia livre da galeria em que
trabalhava. Enquanto Lauren e Mishca tinham estado
atrasados, Klaus decidiu irromper em sua casa, seu
passatempo, havia dito e relaxou até que chegaram.
Amber, pensando que era Mishca é obvio, iniciou
imediatamente uma conversação com ele, sem dar-se conta
de que não tinha nem ideia do que falava, ou inclusive quem
era na verdade. Uma vez que entendeu a situação, sua reação
não tinha preço.
Lauren encolheu os ombros.
— Isso é um não para Alik e Klaus. Luka, embora
nunca o admita, tem sua coisa com Alex...
— Para não falar que provavelmente se desfaria de
mim se alguma vez fizesse um movimento com ele.
—OH! — disse Lauren com um estalo de seus dedos,
recordando de repente. — Klaus tem um amigo. Irlandês,
acredito, e seu nome é...
— Está tentando me desencalhar? — perguntou
Amber interrompendo-a.
Rindo, levantou suas mãos.
— Só te dou algumas opções a mais se decidir tentar
de novo por aí.
45

Desde sua separação de seu noivo, Rob, com quem


Página

tinha saído inclusive durante mais tempo do que Lauren a


conhecia, Amber ficou sozinha, embora Rob estivesse vivendo
feliz com sua prima. Não é que Lauren fosse uma perita em
Volkov Bratva 3,5
algo, mas pensava que fazia muito tempo para Amber e
deveria deixar Rob para trás e seguir adiante.
— Sem ofender o gêmeo malvado, ou seu amigo, mas
a ideia de sair com um mercenário me assusta. Não me disse
inclusive que têm mais inimigos que seu marido? Sim, não
obrigado. Agora bem, se tivermos terminado de falar de
minha inexistente vida amorosa, será que podemos sair para
fazer compras para sua viagem.
No momento que Alex voltou a sair do banheiro e
todos estavam no carro em direção à cidade para a boutique
que Lauren tinha escolhido, os ânimos tinham acalmado
consideravelmente, embora era bastante claro que Luka e
Alex agora se ignoravam mutuamente.
Chegando à loja, Luka foi estacionar quando tocou o
telefone de Lauren. Quase ao mesmo tempo em que o telefone
de Amber tocava.
— Olá mamãe — disse Lauren alegremente uma vez
que atendeu.
— Olá querida, como está?
Sorrindo, seguiu Amber e Alex à loja.
— Bem como sempre, comprando um vestido para
seu grande dia.
46

Nesse momento, a voz da Susan se suavizou.


Página

— Me alegro de que vocês possam fazê-lo.


— É obvio. Mish se assegurou de que o fizéssemos.
O interessante foi que Susan não tinha querido
perguntar por consideração a Mishca, sabendo o que e quem
Volkov Bratva 3,5
era ele. Era difícil para eles assistirem, sobretudo desde que
ele não deixaria que ela voasse sozinha.
Só precisou uma chamada telefónica de Ross com
um só mandamento: — Traga seu traseiro aqui. — e Mishca
havia feito a reserva. Não importava o quão brusco Ross fora
com Mishca, ele nunca se ofendeu.
Era só uma das vantagens de estar casado, havia
dito Mishca.
— Por quanto tempo ficarão? Sinto que não te vi.
Havia se sentido dessa maneira.
— Ao menos um par de dias, mas tenho muito que
te dizer quando chegar aí.
— Bem, mal posso esperar para ti escutar. Bom, me
chame para confirmar a sua chegada. Os verei amanhã.

— Está bem. Amo você, mamãe, e diga a Ross que


também o amo.
— Te amo muito, e direi a ele.
Amber e Alex já tinham se perdido entre o mar de
gente na loja. Como Luka não estava longe dela, Lauren se
limitou a esperar por ele.
— Quer minha sincera opinião? — perguntou
47

Lauren, já que estavam sozinhos no momento.


Página

— Não.
Decidiu que lhe diria de qualquer maneira, apesar de
seu estado de ânimo sombrio, e seguiu: — Não acredito de
Volkov Bratva 3,5
verdade que Mish te mataria se tiver algo com uma pessoa
em particular que está perto dele.
— Deixa isso, Lauren.
— Só estou dizendo...
— Jesus Cristo. Deixa pra lá. Se quisesse seu
conselho, teria pedido. Deixa de tentar "consertar" as merdas
quando deveria estar preocupada com você mesma.
Há seis meses, poderia ter começado a aborrecer-se
por isso, mas agora ela só o olhou: — Não acontecerá de
novo.
Separando-se, Lauren se dirigiu para o departamento
de sapatos, sabendo que era mais que provável onde as
encontraria. Luka estava certo em alguns aspectos, que
tratava de "consertar" o que acontecia entre ele e Alex. Queria
que fossem felizes, tão felizes como ela era com Mishca, mas
pela sua atitude estava bastante claro que tudo o que havia
entre eles se rompeu, e teriam que arrumá-lo eles mesmos.
Efetivamente, Alex e Amber estavam ocupadas
provando sapatos quando Lauren se aproximou. Forçando
um sorriso, Lauren fez o que deveria fazer, e no final do dia,
havia mais de uma pessoa ignorando ao assassino.
48
Página

Depois de reunir-se com Roman no Green Hill para


finalizar seus planos para o salão, Mishca ainda tinha um
longo dia de dirigir ao redor dos condados vizinhos,
Volkov Bratva 3,5
verificando seus homens e o trabalho que precisava ser feito.
O negócio estava longe de ser perfeito e passaria um tempo
antes que inclusive fosse fechado, mas podia dizer que as
coisas estavam indo muito melhor do que tinha previsto.
Inclusive os homens sob seu comando estavam
impressionados, e isso era uma coisa difícil de obter.
Não prejudicava ninguém, entretanto, era justo com
os homens sob seu mando. Fez bastante claro que o melhor
trabalho feito, — O que não incluía impor suas regras, —
seria mais provável que receberia um bônus.
O dinheiro sempre era um grande motivador.
Centenas de homens respondiam a ele, agora que
estava por cima, e isso não incluía o número de
trabalhadores que tinha em seus clubes, porém, só existia
uma pessoa que estava desesperadamente perto de ser
estrangulado.
Mishca tomou o assento atrás de sua mesa e quase
podia sentir suas mãos envoltas ao redor da garganta de seu
assassino, mas porque sabia que Lauren tomaria mal a morte
de Luka, manteve seus dedos onde estavam, os nódulos já
brancos com a força que as apertava.
— Luka — começou com os dentes apertados,
49

tratando de forçar para eliminar sua moléstia, desejando por


Página

uma vez que Luka fizesse o que lhe pediu, sem ter que fazer
uma brincadeira disso. — Isto é sério.
Desde a noite no quarto do motel, quando Mishca
tinha assumido o cargo de Pakhan, ele tinha visto menos seu
Volkov Bratva 3,5
assassino, e se estivesse sendo honesto, uma parte foi devido
ao ressentimento guardado pelo que lhe tinha feito, mas
sobre tudo porque estava demasiado ocupado.
Mas com a mudança no poder, Mishca não tinha
pessoas de sobrando que ele pudesse confiar implicitamente
e Luka só tinha estado fazendo seu trabalho depois de tudo.
Alguns se perguntavam como podia confiar em Luka sem
saber uma só coisa sobre ele, e se estivesse olhando de fora
para dentro, Mishca se perguntaria o mesmo, mas Luka
nunca lhe tinha feito duvidar. Nunca. Presenciou e escutou o
suficiente de merda sangrenta para que não coubesse dúvida
de que ele era quem dizia ser.
Isso não significava que Mishca não tinha vontade de
investiga-lo agora, depois de tudo o que aconteceu. Só que
não tinha chegado a fazê-lo ainda.
— Sério? Isto é sério. Muito sério — concordou
Luka, sacudindo a cabeça com veemência.
— Me assegurarei de que nada vá a merda enquanto
está fora estrangulando ao dragão.
Beliscando a ponte de seu nariz entre o polegar e o
indicador, Mishca fechou os olhos.
— Luka
50

— Temperando a galinha?
Página

— Fora.
Luka fez beicinho, como se tivesse estado esperando
que dissesse mais.
— Uma coisa mais.
Volkov Bratva 3,5
Voltou-se enquanto Mishca rodeava sua mesa,
afastando a manga para cima. As sobrancelhas da Luka
subiram enquanto observava com fascinação o que Mishca
poderia fazer a seguir. Mas Mishca não disse nada, só lançou
seu punho, conectando com o nariz de Luka. Sua cabeça
golpeou para trás e suas mãos imediatamente voram à ponta
de seu nariz, uma risada surpreendida derramou fora dele.
Deixando cair as mãos, com sangue jorrando de sua cara,
limpou-se com o dorso da mão
Sorrindo, disse: — Bate como uma cadela.
Neste ponto, inclusive Mishca estava sorrindo.
— Não volte a quebrar meu dedo outra vez.

51
Página
Volkov Bratva 3,5

Foi organizado o caos na manhã seguinte enquanto


se preparavam para sair, querendo chegar ao aeroporto cedo.
Alguns dos homens que Mishca trouxe, Lauren nunca tinha
visto antes, mas ele se assegurou de que ficassem perto do
elevador e não se aventurassem mais longe no apartamento.
Enquanto terminava a última ronda caminhando pelo lugar
assegurando-se de que tudo estava seguro, Lauren o
esperava no telefone com Susan, informando a que horas
deviam estar chegando.
Mishca entregou um conjunto de chaves a Luka e
disse: — Mantenha as coisas funcionando sem problemas.
— Sim, está bem.
Fez um gesto para que entrassem no elevador,
segurando Lauren a seu lado enquanto um deles pressionava
o botão para descer. Havia algumas pessoas no vestíbulo,
mas ao ver os seguranças de Mishca, moveram-se para o
lado, com olhares surpresos.
Luka foi à parte de trás do prédio, trazendo o carro
52

enquanto eles esperavam fora. Mishca esquadrinhou a rua,


Página

não muito surpreso pelo carro camuflado que estava


estacionado a uns quarteirões. Sabia que estava sob um
microscópio, por isso sempre se assegurou de prestar
Volkov Bratva 3,5
especial atenção a quando e como levava a cabo seus
negócios.
Uma vez que Luka chegou, saltou para fora,
aproximando-se da caminhonete para colocar sua bagagem.
Agarrou a bolsa que Lauren segurava, mas esta sorriu
forçadamente, enquanto a sustentava por si mesma, sem
olhá-lo aos olhos quando disse: — Deixa comigo.
Lauren era agradável, mais do que precisava no
mundo em que viviam, e Mishca nunca a tinha visto tratar
Luka com nada menos que o afeto fraternal. Agora? Parecia
que nem sequer queria estar perto dele.
Mishca olhou entre os dois, tratando de decifrar qual
era o problema, mas no momento que perguntou, Lauren
sorriu com um movimento de sua cabeça, e Luka não se
incomodou absolutamente com uma resposta. Uma vez que
Lauren estava a seu lado na parte posterior da Range Rover,
e Luka manobrava no tráfego da manhã, Mishca olhou para
Lauren.
— O que fez?
Estava claro que era definitivamente algo, conhecia-a
muito bem para pensar de outro modo, inclusive enquanto
continuava negando.
53

Fazendo caso omisso disso, perguntou-lhe: —


Página

Preciso falar com ele?


— Está bem, Mish. Tenho tudo sob controle.
Volkov Bratva 3,5
Ficou em silêncio de novo enquanto tirava seu
telefone, absorta no que procurava. Ele a deixou pois
precisava enviar algumas mensagens de última hora a alguns
de seus homens que não precisavam saber que ele estava
deixando a cidade.
Enquanto que só estariam em Michigan durante um
par dias, seu plano de leva-lo s a Sardenha ia ser um pouco
mais complicado. Gostaria de ficar por mais tempo, mas na
verdade não podia se permitir o luxo de deixar suas empresas
desatendidas durante tanto tempo.
Inclusive antes de converter-se no Pakhan sempre
havia inimigos ao redor, esperando o momento que cometesse
um engano para que pudessem roubar território dele, ou
invadir seus contatos de negócios, mas Mishca não tinha
chegado tão longe por cometer enganos, e sempre e quando
tivesse aliados, poderia estar bem.
Mas Lauren não precisava saber nada disso. Quando
concordou com esta viagem, tinha-lhe prometido que ia fazer
parecer o mais normal para ela e Susan, tanto como pudesse.
Conhecia os laços que uniam suas famílias, e que não queria
interromper sua vida trazendo lembranças do que sua família
tinha causado.
54

Ele concordou em não ter o acompanhamento dos


Página

seguranças enquanto estavam com sua mãe e Ross, mas


embora fosse desconhecido para ela, tinha umas poucas
pessoas que estariam reunindo-se a eles na Sardenha.
Volkov Bratva 3,5
Embora nada de importante deveria acontecer enquanto eles
estivessem ali, preferiria acautelar que lamentar.
O aeroporto Internacional John F. Kennedy ficou à
vista, quando se detiveram junto à calçada, Luka deixou o
pisca alerta ligado enquanto saía. Mishca saiu depois,
estendendo sua mão a Lauren para que saísse.
Tomou pouco tempo para que Luka descarregasse
sua bagagem, mas antes que entrassem no aeroporto, Luka
os deteve.
— O que foi?
Lauren olhou Luka, sempre paciente apesar de que
ainda parecia reticente em falar com ele. Luka se voltou para
o carro, alcançando através do assento dianteiro, agarrando
uma pequena planta que Mishca tinha perguntado.
Via-se tão confundida como Mishca se sentia
enquanto Luka entregava a ela com uma expressão
esperançosa, afundando suas mãos nos bolsos enquanto se
balançava sobre os calcanhares.
— O que é isto? — perguntou, lhe dando a volta em
suas mãos, passando seu dedo sobre uma das folhas.
— Um ramo de oliveira.
Isto não significava nada para Mishca, mas o que
55

fosse que significasse o manteve para os dois, isto fez com


Página

que Lauren sorrisse lentamente, e qualquer que fosse a


tensão que tinha acontecido entre eles desapareceu nesse
momento.
Volkov Bratva 3,5
Aproximou-se dele, envolvendo-o em seus braços,
levantando-se para beijar sua bochecha. Sussurrou-lhe algo
no ouvido, e ele murmurou uma resposta, nenhuma das
quais Mishca podia ouvir, mas o que fosse que tivesse dito fez
Lauren assentir e sorrir de novo.
— Deveríamos ir — chamou Mishca.
Luka fechou a mala, movendo-se para abraçar
Mishca também, detendo-se quando Mishca o fulminou com
o olhar.
— Não se preocupe chefe. Vou manter o forte.
Enquanto ele se dirigia ao carro para o assento do
condutor, Mishca lhe gritou: — Cuida da Alex.
Mesmo com suas mãos flexionadas em punhos aos
flancos, pelo menos por uma vez, o assassino não deu uma
resposta.

Fiel à palavra de Mishca, não se sentia como se


estivessem conectados a um sindicato da máfia russa uma
vez que estavam sozinhos no aeroporto. Na verdade, tinha
sido sua ideia ir em um voo comercial em lugar de tomar um
avião privado. No aeroporto cheio de gente, enquanto
56
Página

esperavam ser chamados, sentaram-se em um canto


relativamente afastado junto a uma tomada elétrica, o iPad
de Lauren carregava, suas pernas jogadas sobre si mesma
com o espaço relativamente pequeno que se encontravam.
Volkov Bratva 3,5
Não pensou muito no que seria ir a uma viagem
como um casal "normal" quando reservou esta viagem, mas
agora que eram somente eles, sem telefones constantes,
roupa casual e zero segurança, gostava desta ideia cada vez
mais.
— Tem fome? — perguntou olhando-a.
— Só algo de beber.
Facilmente ficou de pé, caminhando através da sala
para uma fileira de máquinas automáticas. Antes, não tinha
sido uma grande surpresa que Mishca atraíra atenção em
qualquer lugar que fosse, mas agora era difícil para Lauren
não dar-se conta dos olhares, sem dúvida, devido à imprensa
que cobriu Mishca, — embora brevemente, — no
julgamento.
Mishca estava acostumado a isso, tinha crescido
nesta vida, depois de tudo, mas ela não, e isso
frequentemente a incomodava quando via isso. Talvez fosse
no julgamento que viu em seus olhos que não gostava.
Retornou segundos depois, com dois Gatorade na
mão, tomando o assento a seu lado. – Porque esse olhar?
Lauren tomou seu tempo para tirar o plugue,
tomando um grande gole de sua bebida antes de finalmente
57

de responder.
Página

— Já se perguntou alguma vez o que as pessoas


pensam de ti?
Volkov Bratva 3,5
Franziu o cenho, deixando sua bebida de lado para
que ela pudesse descansar suas mãos em sua perna direita,
massageando brandamente os músculos de seu joelho.
— O que quer dizer?
— Desde o julgamento, não notou as olhadas?
Fez um gesto para diante deles, onde algumas das
pessoas estavam ainda de vez em quando olhando por cima
deles. Quando se deram conta de Lauren observando-os,
rapidamente evitaram seus olhos.
— Não importam. Se você estivesse me olhando
dessa maneira, então me importaria.
Lauren ficou em silêncio, voltando para seu livro,
embora fosse difícil concentrar-se nas palavras. Quase meia
hora passou antes que uma mulher anunciasse pelo
intercomunicador a chamada para seu portão de embarque.
Mishca carregou sua bagagem de mão, inclusive as
levando ele mesmo. A primeira classe era significativamente
diferente da classe turista. Os assistentes de voo eram mais
amigáveis, além das comodidades e vantagens que vêm com
isso. Os assentos eram amplos, e havia mais que suficiente
espaço para reclinar os assentos atrás sem incomodar a
ninguém.
58

Lauren entrou em sua primeira fila, Mishca tomou o


Página

assento mais próximo ao corredor. Ao abrir seu e-mail, na


tela de seu laptop, esta iluminou seu rosto, Lauren parou
para ver o que fazia.
Volkov Bratva 3,5
No e-mail que lia por cima, havia um conjunto de
fotos anexas, e embora ela não tivesse a oportunidade de lê-
lo, abriu os arquivos anexos.
— O que é isso? — perguntou, olhando para o
interior vazio do que parecia um bar.
Ao menos, pensava que era isso. Existia uma seção
da parede que tinha prateleiras construídas nele. Recordava a
um bar clandestino da década de 1920: pisos de madeira
escura, paredes de tijolo, a iluminação da colheita de uvas ao
longo dos tetos.
— O lugar onde Roman está pensando em abrir seu
negócio.
— Nunca me explicou por que Roman te procurou
com isto. Pensei que havia dito que ele não te responde?
Às vezes ainda era estranho para ela pensar nele
como "o filho bastardo", como se tinha apresentado a Lauren
no jantar de ensaio faz vários meses. Tinha sido um pouco
chocante descobrir que Viktor tinha filhos e muito menos
Alex, mas isso não foi uma grande surpresa já que Lauren
conhecia muito pouco dele, além do fato de que era uma
pessoa muito má.
Sorriu sem olhá-la.
59

— Nos termos mais simples, estamos formando uma


Página

espécie de aliança. Enquanto Green Hill é seu próprio lugar,


continua sendo bastante perto do Brooklyn. Para manter a
paz, ofereceu-me um trato que não podia rechaçar.
Volkov Bratva 3,5
A mão dela vagou sobre suas costas onde sabia que a
cruz descansava. Tinha curiosidade de saber mais, mas sabia
que não importava mais se perguntasse, ele encontraria uma
maneira de desviar de dar uma resposta. Sentia-se realmente
surpreendida de que não tinha obtido tanta informação disto
com ele.
— Não vai ser nada muito perigoso, verdade? —
Tinha que perguntar.
Mishca suspirou, sacudindo a cabeça. — É
complicado, mas se está preocupada de que vá nos afetar,
não o fará.
— Está bem. – inclinou-se, beijando sua bochecha,
sentindo seu movimento por debaixo de seus lábios enquanto
ele sorria. — Obrigada por isso, de qualquer jeito.
— Qualquer coisa por ti. — Seu sorriso se foi do
lúdico a travesso.
— Além disso, estou seguro de que Ross vai estar
encantado de ver-me.

Foi um voo relativamente curto de Nova Iorque a


60

Michigan, e uma espera ainda menor para pagar o carro de


Página

aluguel.
— Não.
— Nem me deixa perguntar! – queixou-se Lauren,
agarrando o braço de Mishca antes que pudesse dar um
Volkov Bratva 3,5
passo mais. — Tecnicamente, estamos de férias e mereço
isto. Além disso, conheço a zona melhor que você e podemos
chegar ali mais rápido.
— Te amo. Sabe disso, mas eu gostaria de te amar
por uma eternidade, não só por agora.
Revirou os olhos embora suas palavras a tocaram.
— Se for tão importante para você, vou conduzir
devagar.
Mishca suspirou longa e profundamente, não
querendo estar de acordo, mas sabendo que finalmente
ganharia se lhe mostrasse esses formosos olhos dourados a
ele. A contra gosto, lançou as chaves, tentando não parecer
assustado quando se meteu no assento do carona e prendeu
o cinto de segurança. Uma vez que estava dentro, aproximou-
se, com a mão para acariciar ao redor de sua coxa, mas ela
suspirou e retirou brandamente sua mão.
— Não posso dirigir com você fazendo isso, Mish.
Ele fez uma careta.
— Provavelmente é o melhor.
— Não se preocupe Mish. Te amo muito para te
matar.
Acreditava nisso, mas ainda assim não pôde evitar
sentar com as costas retas quando arrancaram. Embora risse
61
Página

dele, Lauren não era tão má condutora apesar de sua


necessidade constante de conduzir acima do limite de
velocidade.
Volkov Bratva 3,5
Outra hora no carro e finalmente passaram a placa
de bem vindo a sua cidade natal.
A forma com que relaxou no assento, seu sorriso
suave e contido, o fez mais feliz do que poderia expressar,
contente que podia dar isto a ela. Recordava a maneira em
que o olhou quando perguntou sobre eles vindo à cidade
depois das bodas. Ela tinha estado relutante, porque não
queria pô-lo na posição de negar seu pedido, mas sabia só de
ver sua cara aquele dia que não importava o que lhe pedisse,
inclusive se fosse virtualmente impossível de conseguir, ele o
daria.
Nunca poderia imaginar negar nada a ela.
Olhando pela janela, tentou ver a cidade como lhe
havia descrito. Era pequena, sem dúvida, e estava tão
acostumado à corrente constante de pessoas em Nova Iorque,
que era quase desconcertante ver as ruas vazias e só pessoas
ocasionais na calçada.
Fizeram a volta à esquerda na rua principal,
entrando em um bairro residencial e não pôde deixar de notar
a forma que seus olhos verificaram entre a estrada e uma
casa que se aproximava rapidamente. Sabia, sem que tivesse
que dizê-lo, que essa era sua casa de infância, e o lugar onde
62

tudo tinha acontecido.


Página

Anunciando na entrada estava uma placa “Vende-se",


uma que, embora provavelmente não fosse a mesma, tinha
estado nesse local durante o tempo que Lauren se foi, pois
lhe disse uma vez. O tempo mudou as coisas, lembranças
Volkov Bratva 3,5
deformadas, mas pela expressão na cara de Lauren, esta casa
era como sempre tinha sido.
Embora ela lhe havia dito que não, ele tomou a sua
mão, entrelaçando seus dedos.
Estacionou ao lado da calçada, desligando o motor
quando se virou para ele.
— Quero entrar.
— Lauren.
— Só para ver.
Mishca suspirou, e finalmente concordou.
Caminharam para o alpendre e a olhava sem falar
enquanto se aproximava de um lugar que, evidentemente,
conhecia bem, passando os dedos sobre uma escultura que
ainda estava ali.
— Me desculpe!
Lauren saltou, virando para olhar a uma mulher que
saía de seu carro, saudando com entusiasmo. Se tivesse que
adivinhar, era uma corretora de imóvel, e não uma da região,
a julgar pelo fato de que o sorriso da mulher não vacilou.
Mishca alcançou Lauren, deslizando sua mão por
baixo de seu cabelo, cavando a parte posterior de seu pescoço
enquanto seu polegar esfregava docemente sobre sua pele,
63

tratando de aliviar a tensão dela.


Página

— Não deveria ter deixado você vir aqui. — Disse


apenas em um sussurro, mas ela negou com a cabeça.
— Estou bem.
— Podemos...
Volkov Bratva 3,5
— Bom dia! Vocês dois estão aqui pela exibição da
casa? — A corretora tinha um amplo sorriso, e em outra
casa talvez, faria uma grande venda.
Mishca sorriu educadamente apesar de que estava
preparado para tirar Lauren dali. — Não, nós...
— Sim — Interrompeu Lauren — . Nós adoraríamos
dar uma olhada.
— Maravilhoso... OH, onde estão minhas maneiras?
Sou Holly Chaplain.
Lauren apertou a mão da mulher, Mishca só ofereceu
uma inclinação de cabeça.
— Lauren e meu marido, Mishca.
Holly olhou os dois, provavelmente tentando
determinar se eram compradores sérios ou não, então virou e
abriu a porta principal, dando um passo através desta,
agitando sua mão para que a seguissem.
Mishca não se moveu imediatamente, com os olhos
procurando os de Lauren, esperando para ver o que faria a
seguir. Tinha passado mais de uma década desde que ela
esteve nessa casa, e era evidente que entrava em pânico ante
o que poderia ver ali.
Esclarecendo sua garganta, entrou.
64

Holly começou imediatamente um discurso ensaiado


Página

sobre a beleza da casa e tudo o que tinha que oferecer, mas


nenhum deles realmente escutava. Lauren estava ocupada
olhando fixamente o armário perto da porta principal.
Volkov Bratva 3,5
Mishca conhecia os detalhes da noite, depois de ter
torturado dois dos três implicados. Era incômodo para ele,
sabendo o que sofreu faz muito tempo, mesmo que não
tivesse participado. Conhecia a dor e o sofrimento que tinham
causado a Susan e a ela, e por isso, desejava que estivessem
vivos de novo assim poderia vê-lo s morrer outra vez, mais
lentamente.
Deus, não podia imaginar o que tinha ouvido no
outro lado dessa porta, e só pensar nisso, machucava-o
profundamente.
— É hora de ir.
Ainda estava paralisada na porta, mas a sua ordem,
assentiu. Sem palavras para Holly, encaminhou-se para fora
e deu a volta ao carro, decidindo que era melhor que ele
dirigisse.
Durante o trajeto dessa casa à nova residência de
Susan e Ross, Lauren pouco a pouco voltou a si, limpando
cada pedacinho de ansiedade de seu rosto quando viu Susan
e Ross que os esperavam fora no balanço.
— Sinto muito...
— Falaremos disso mais tarde, sim?
O rosto de Susan se iluminou quando se
65

aproximaram dela, mas Ross ficou de pé de lado, com os


Página

braços cruzados sobre seu peito, olhando cada detalhe como


o detetive de homicídios que uma vez tinha sido. A única vez
que o cenho franzido desapareceu de seu rosto foi quando
Volkov Bratva 3,5
Lauren foi dar-lhe um abraço, subindo para dar um beijo em
sua bochecha.
— Parece bem, Ross — disse, omitindo o olhar que
enviava a Mishca sobre seu ombro. — Casar-se te fez bem.
— Volkov está te tratando bem?
— É obvio.
— É bom te ver, Mishca.
Mishca sorriu para Susan, segurando-a em um
abraço, embora não por muito tempo ao sentir o calor na
parte posterior do pescoço de Ross.
Efetivamente, quando se virou, Ross estava de pé,
estreitando os olhos treinados em Mishca.
— Volkov.
— Ross.
Se não houvesse nada mais animado, Lauren sempre
foi divertida por sua interação.
— Vamos pegar sua bagagem. — ofereceu Ross —.
Vocês duas continuem e coloquem o papo em dia.
Se fosse um homem mais jovem, Mishca poderia ter
protestado, mas em troca, aspirou e seguiu seu sogro até o
carro.
66
Página
Volkov Bratva 3,5

E o resto do dia transcorreu tranquilo, sobre tudo


entre Lauren e Susan, já que Ross estava ocupado
trabalhando na churrasqueira e "precisava que Volkov ficasse
por perto para ajudar". Ela teve que morder o lábio para não
rir da forma que Mishca se via de pé junto a Ross, usando
um avental na parte da frente com o peito nu. Realmente
eram incríveis as coisas que fazia por ela só porque a amava!
Lauren compartilhou todo o possível sobre sua vida
com Mishca, assegurando-se de não falar de onde pararam
antes de chegar. Quando ela terminou e Susan lhe havia dito
tudo, embora não tanto como Lauren, o que ela e Ross
tinham estado fazendo durante os últimos meses, já era
meio-dia.
Sem muito mais o que fazer, Lauren convenceu
Mishca à ir a cidade com ela, deixando que a levasse já que
sabia que ele preferia.
67

À medida que se aventurou no centro da cidade, ela


Página

recordou de por que abominava aquele lugar.


Isso era o que acontecia nas pequenas cidades, você
sai e nunca volta — ou só volta para visitar se ainda se
preocupava por sua família, ou ficar enfiado nela até que
Volkov Bratva 3,5
morra, ao refletir sobre os "bons dias". É obvio, a opinião de
Lauren poderia ter variado se tivesse havido algo mais para
ocupar o tempo de todos, além do assassinato de seu pai,
mas não tinha muita sorte ali.
Mas, quem ela era antes quando vivia aqui não era a
mesma pessoa que é atualmente?
Ela e Mishca estavam na cidade, comprando
algumas coisas nas lojas locais, e uma vez que Susan tinha
pedido para comprar algumas coisas da loja de alimentos,
Lauren duvidou. Ela estava na seção de frutas, pegando
algumas romãs quando ouviu o inconfundível som de alguém
esclarecendo sua garganta em algum lugar a sua direita.
Se isto era como começaria, Lauren sabia que não
terminaria bem. Ali parado com um amplo sorriso de dentes
brancos estava Amanda Ward e, — Lauren realmente se
estremeceu, — o amor de Lauren da escola secundária,
Benjamim Sutter. Tinha sido uma das almas mais valentes,
ignorando a displicência de Ross, ou ao menos isso foi o que
Lauren pensou nesse momento.
Ela não pensou nele desde o primeiro dia
desafortunado entre eles, o dia em que se inteirou de que ela
foi só um desafio. Nunca pensou que esses tipos de coisas
acontecessem na vida real, sempre pensou que era uma
68
Página

trama para um filme, mas aprendeu o suficientemente


rápido.
Ao parecer, existia um ritual de iniciação para os
estudantes do primeiro ano pelos estudantes superiores.
Volkov Bratva 3,5
Lauren nunca tinha entendido realmente quem se supunha
ter sido mais humilhado, ela ou Benjamim, mas tendo em
conta que na realidade tinha tido uma paixão por ele desde
cedo na escola, — que era provavelmente notável, — pensou
que tivesse sido ela.
— É curioso encontrar você aqui. — Amanda olhou
para trás triste a Benjamim esperando que estivesse de
acordo. Ele só pareceu ligeiramente incômodo. — Vi sua
mamãe e o detetive Ross, o outro dia. Eles parecem estar
bem.
O sorriso cordial na cara de Lauren logo se voltou
frágil, já sabendo por onde ia essa conversa, só com essa
frase. "Eles".
— É uma pena o que aconteceu com seu pai.
A forma como se referiu a ele, quase fez parecer que
sua morte tinha sido um acidente. Dezessete anos era muito
tempo, e frequentemente escutava algo similar ao que disse
Amanda com o passar do tempo, mas no lugar que se
encontrava agora, ela estava cansada de ouvir essa frase.
— Sim. É exatamente o que esperava que dissesse?
Amanda estava a ponto de dizer algo mais, mas sua
boca se fechou enquanto seus olhos se dirigiram à deriva por
69

diante dela. Lauren não devia adivinhar que era Mishca


Página

chegando detrás dela, sobre tudo com a forma que Amanda


pareceu deixar de respirar.
A mão de Mishca passou pela parte baixa de suas
costas, deslizando-se por baixo de seu cabelo, seu polegar
Volkov Bratva 3,5
esfregando círculos sobre a nuca em seu pescoço. A
familiaridade disso a encheu de calma com seu toque.
Lauren não teve que apresenta-la, Amanda o fez por
sua conta. Sua mão saiu rapidamente disparada, dirigida
diretamente a Mishca.
— Olá, sou Amanda, uma amiga de Lauren da escola
secundária — amiga era definitivamente uma extensão — . E
você é...
— Mishca Volkov, seu marido.
Ele aceitou sua mão, deixando ir um segundo mais
tarde, já que olhava fixamente a Benjamim que agora parecia
confuso pela presença de Mischa. Havia sido ofensivo, a
forma que olhavam boquiabertos Mischa como se fosse uma
anomalia, mas Lauren recordou como ela era na escola
secundária e teve que admitir que inclusive ela nunca
esperou conhecer alguém como ele.
— OH! — disse Amanda, fazendo um gesto
novamente a Benjamim como se tivesse esquecido de sua
presença, embora seus olhos permanecessem fixos em
Mishca. — Este é meu noivo, Benjamim.
Mishca não falou com ele, só o saudou com a cabeça.
— Sabe, algumas pessoas de nossa classe se
70

reunirão esta noite, uma espécie de jantar de aniversário. Nós


Página

adoraríamos se você viesse e seu marido igualmente, é obvio.


Com o que ela procurava, teria estado bem se Mishca
fosse sozinho.
Volkov Bratva 3,5
— Vy khoti te poly v eto? Quer ir a isto? —
perguntou Mishca, olhando para ela.

Se havia algo que agradecer, era o fato que ela tinha


um melhor entendimento do russo.
Embora lhe sorrisse, disse: — Nyet.
Ele riu fortemente desse "não".
— Mozhetbyt veselo, da? Poderia ser divertido, não?
Amanda esclareceu sua garganta com delicadeza,
lhes recordando que ainda tinham companhia.
— É obvio — disse Lauren. — A que horas?
— Por volta das oito, no The Grille. Lembra onde é,
não?
— Sim, nos veremos lá.

Antes quando Lauren estava na escola secundária, o


The Germine era um restaurante muito popular que
considerou acima do Applebee's, e embora estivesse um
pouco de desgastado no interior, ainda era um lugar bastante
exclusivo. Tinha um interior bastante escuro, o bar ocupava
quase todo o centro do salão. Luzes tênues foram postas ao
71
Página

longo do teto, o pessoal vestia tudo negro, todos vestidos bem


melhor do que normalmente se vê em um restaurante.
— Eu gosto deste vestido em você. — disse Mishca
enquanto olhava para trás. — Novo?
Volkov Bratva 3,5
Procurando não sorrir, ela encolheu de ombros.
— Possivelmente.
Lauren podia dizer ao entrar na festa que os já
sentados na longa mesa na parte traseira do restaurante
tinham estado esperando por um tempo, e portanto faziam
dela e Mishca o tema de conversação.
As vozes permaneceram em silêncio quando se
aproximaram. Mas Lauren não deixou que isso lhe
incomodasse. Não seria a primeira vez que iria para um
jantar com gente que não queria ter perto.
Amanda ficou de pé, alisando os lados de sua saia.
— Estamos muito contentes de que tenha podido vir.
Amanda foi ao redor da mesa, apresentando Mishca
a todos um por um, embora Lauren pudesse ter feito isso já
que recordava a maioria de seus nomes e quando o garçom
voltou para pegar seus pedidos de bebidas, Lauren estava
mais que pronta para ir-se.
Mas nem tudo foi tão mau, não quando Jeremy
contou algumas histórias que não eram de tudo vergonhosas.
Talvez fosse só Lauren, mas não se deu conta do muito que
ela tinha sido notada na escola secundária. Pensou que tinha
sido invisível, todo mundo sempre se compadecendo pelo que
72

aconteceu, mas estava claro que o que pensava então não era
Página

necessariamente o caso.
O jantar transcorreu com relativa rapidez, e em
pouco tempo, Lauren tinha baixado o guarda, finalmente
Volkov Bratva 3,5
alegrando-se de que tivesse concordado com o jantar... Ao
menos por um tempo.

— Ele sabe? — Miranda, uma garota que Lauren


recordava da equipe de dança, inclinou-se para sussurrar
logo depois que Mishca se desculpasse. Ela agia como se
pensasse que o que dizia fosse uma grande conspiração que
precisava ficar em segredo.
Neste momento os olhos de Lauren se aumentaram.
— Saber o que?
— O que aconteceu ao seu pai...
E tudo ia tão bem.
— Sim, sabe tudo sobre isso. — Mais que ninguém,
mas não disse isso em voz alta. — Se me desculpar.
Realmente não estava com humor para sentar-se ali
e continuar esta conversa. Indo em direção aos banheiros,
mais que feliz de ficar ali até que Mishca saísse. Certamente
não entendia por que o aviso constante do acontecido no
passado. Sendo realista, não conhecia ninguém que se
preocupou o suficiente para seguir falando disso.
Mishca saiu suas sobrancelhas franzindo quando a
olhou. — O que aconteceu?
73

— Está pronto para ir?


Página

Sua expressão era ilegível, mas agarrou sua mão,


empurrando-a em direção ao banheiro, trancando a
fechadura enquanto a seguia para dentro.
— Me fale.
Volkov Bratva 3,5
— Não foi tão mau, é só que...

Interrompeu quando ele a levantou, pondo-a na


borda da pia, suas mãos deslizando lentamente sob a prega
de seu vestido, tirando suas calcinhas por suas pernas e
colocando no bolso.
— Continua falando.
— Acredito que eles estavam mais interessados em
você, que...
Perdendo de novo o foco, não tinha que perguntar
onde isto se dirigia, não quando ele deu uma cotovelada em
suas pernas, sua mão deslizando entre elas.
— Me diga esse moço Benjamim, por que estava te
olhando toda a noite?
No momento em que ele a tinha posto nessa pia,
havia sentido o calor aumentar profundamente em seu
ventre, e a forma que ele sussurrou algo em russo enquanto
desenhava círculos lentos ao longo de sua coxa, repetindo o
mesmo movimento no lugar onde ela o queria mais, sabia que
estava pronta para ele.
Quando o fez, ela tirou seu cinto, atirando ele para o
lado, quando ela foi para o botão de suas calças e logo depois
74

os desabotoando. Ele moveu suas mãos para longe,


Página

sacudindo a cabeça para evitar que ela voltasse a repetir o


gesto. Claramente, ele queria estar em controle.
— Me responda Lauren.
Volkov Bratva 3,5
— Tive algo por ele uma vez. — Sussurrou sua voz
entrecortada quando terminou de falar enquanto lentamente,
mas sem pausa, pressionava um só dedo dentro dela,
empurrando para dentro e para fora antes de adicionar outro.
Suas pernas tremiam ao lado de seus quadris, mas
ele não parecia dar-se conta enquanto lentamente a levava
mais alto, seus olhos observando sua expressão todo o
tempo. Apesar de sua demanda em silêncio, tomou suas
calças de novo, deslizando sua mão no interior para envolver
ao redor dele, puxando-o livremente. Normalmente a fazia
implorar, e não lhe importava isto, bem o desfrutava, mas
parecia querer isto tanto quando ela, por isso não protestou.
— Uma vez? — perguntou-se, claramente não estava
preparado para deixa-la ir.
Ela se esqueceu de quanto desfrutava de seu lado
ciumento.
— Me casei contigo.
Tinha a saia de seu vestido envolta ao redor de seus
quadris no minuto seguinte, suas pernas ao redor de sua
cintura enquanto pressionava mais perto, deslizando
lentamente entre suas dobras, molhando a si mesmo
livremente antes de entrar nela em um impulso firme. Um
75

gemido deslizou de seus lábios, ele a beijou com força,


Página

facilitando sair dela antes de empurrar de volta, o braço que


tinha ao redor de sua cintura apertando reflexivamente.
Não importava que tinham estado casados durante
meses, nem tampouco importava que ela e Mishca tinha tido
Volkov Bratva 3,5
muito sexo nos poucos anos que se conheciam, nada poderia
descrever a forma que ela se sentia quando Mishca estava
dentro dela. Conhecia-a, por dentro e por fora, e sabia
exatamente o que gostava, inclusive quando ela mesma não
sabia.

Manteve sua boca coberta enquanto sussurrava


palavras suaves em seus ouvidos, lhe dizendo quão formosa
pensava que era, como gostava da forma em que sua vagina
se apoderava dele, e mais importante, — um fato que a fazia
mais úmida para ele, — como ninguém mais poderia lhe
fazer perder o controle como ela fazia.
— Mais. — A declaração dela fez com que ele
finalmente soltasse sua boca.
Um grunhido vibrou em seu peito enquanto lhe deu
exatamente o que queria.

76
Página
Volkov Bratva 3,5

Agora era a vez de Lauren ser a voz da razão, agora


que não era ela quem se casava. Enquanto ela não pode
haver-se casado em uma igreja ou ter tido uma extravagante
aventura, Susan estava muito emocionada sobre ir ao
tribunal para assinar a papelada apropriada. Embora Lauren
estivesse um pouco mais controlada aquela manhã, ainda a
enlouquecia.
A emoção zumbia dentro dela e se não fosse por
Mishca e Ross, eles nunca teriam nada feito antes de se
encaminharem para o tribunal.
Ross vestia um traje marrom que ficava bem, Susan
usava um vestido de laço branco marfim. Eles ficavam bem
juntos, e Lauren já tinha usado um pequeno pacote de lenços
só em vê-lo s caminhar juntos para o interior.
Nos degraus do tribunal, Mishca pôs uma careta, a
ação passou quase tão rápido que ninguém o viu, mas
Lauren o fez.
— Por que essa cara?
77

— É estranho que caminhe voluntariamente para


Página

um tribunal.
Lauren sorriu.
— Muito medo de que não volte a sair?
A expressão dele só a fez rir mais amplamente.
Volkov Bratva 3,5
— Não sabe quanta verdade há nessa frase.
Apertando sua mão, lhe deu um ligeiro puxão
enquanto o guiava para o grande edifício de tijolo que era
mais antigo que a própria cidade. Levou pouco tempo para
chegar à sala de audiências no final do corredor. Não havia
muitas pessoas dentro nesse dia, a maioria presente, eram
pessoas que Lauren realmente conhecia.
Não passou muito tempo antes que fosse a hora de
Susan e Ross subirem à parte da frente, e não importava que
houvesse outras pessoas em ambos os lados dela e de
Mishca, ela estava a ponto de chorar quando os viu ficar ante
o juiz. Lauren tinha estado esperando por este dia por tanto
tempo como podia recordar, e estava mais que feliz de passar
este momento tão especial com eles.
Apertando a mão de Mishca, sorriu, secando seus
olhos com o lenço que uma vez esteve no bolso superior de
sua jaqueta. Ele estava de longe, muito mais composto,
mostrando seu lado formal nesse traje, seu cabelo
inteligentemente afastado de sua cara.
Olhando para trás, as bodas no tribunal foram muito
mais simples e menos estressante que as de Lauren, e ela se
alegrou que saísse como foi pedido. Tão rápido como
78

chegaram se foram de novo, dirigindo-se para casa com a


Página

papelada em mãos. Já que iriam logo visitar a irmã do Ross,


que vivia a poucas horas de distância, ela e Mishca estavam
preparados para entregar seus presentes de bodas.
Volkov Bratva 3,5
Quando Susan tirou as passagens que estavam
dentro de um envelope, sua boca caiu em surpresa. Não só
porque havia um par para o único lugar ao que planejavam
ir, Paris, mas sim porque continha passagens que não
expiravam e estariam disponíveis para qualquer lugar ao que
quisessem ir.
— Não podemos aceitar isto — disse Ross
imediatamente.
Lauren, a princípio, pensou que ele dizia isso porque
o presente era extravagante, possivelmente mais do que
esperavam, até que Mishca falou: — São de nós dois, sim,
mas Lauren pagou por elas ela mesma. Estão limpos.
Ross se via como se estivesse preparado para objetar
uma vez mais, mas Susan se adiantou.
— Obrigada, aos dois. Isto é justo o que queríamos.
— Posso falar contigo em particular, Susan? —
perguntou Mishca, fazendo que Lauren e Ross o olhassem.
— Não.
— Thomas, não seja tão mau. Ele voou todo este
caminho para que Lauren estivesse aqui.
Quando Lauren os via sair da sala, não pôde evitar
perguntar-se sobre o que queria falar Mishca.
79
Página
Volkov Bratva 3,5

— Parabéns — disse Mishca uma vez que estavam a


sós, ou ao menos tão a sós como podiam com Ross
perambulando na sala contigua. Não é que o culpasse, ele
entendia a vacilação do homem.
— Obrigada, Mishca. O que posso fazer por você?
— Lauren me disse que está pensando em vender
sua casa, que quer viajar por um tempo.
Ela sorriu, mas negou com a cabeça, e ele podia ver
onde Lauren conseguiu alguns de seus hábitos enquanto a
observava colocar uma mecha de cabelo detrás de sua orelha.
— É só uma ilusão.
— Se quiser, posso organizar isso para você.
— Isso é amável de sua parte, Mishca, mas eu... Não
podemos aceitar isso. Há muito aqui que teríamos que fazer,
e para o tempo em que terminemos... Talvez no futuro.
— Lauren me levou na sua antiga casa — ele podia
ver que estava pisando em terreno perigoso e se apressou a
explicar. — Acredito que, igual a você, está pronta para
deixa-lo ir e deixa-lo no passado. Este será meu presente
para você, um novo começo.
Ela sacudiu sua cabeça, lágrimas cravando seus
80
Página

olhos.
— Ainda lembro a primeira vez que te conheci.
Estava tão seguro de si mesmo, inclusive naquela idade tão
jovem. Pensei que era adorável. Nunca pensei que chegaria o
Volkov Bratva 3,5
dia onde te converteria em uma parte tão grande de nossa
família, não obstante me alegro de que esteja conosco.
— Obrigado por me receber. Então, isto significa que
aceitará minha oferta?
— Pelo que Lauren me diz, não acredito tenha muita
opção, mas acredito que terá mais dificuldades para tratar de
convencer Ross disto.
— Por isso — disse Mishca com um sorriso —, vou
deixar essa parte para você.
Quando ela foi para um último abraço, da porta Ross
disse: — Mantenha suas mãos para ti mesmo, moço.

No dia seguinte, estava outra vez no aeroporto depois


de deixar o carro de aluguel, e enquanto Mishca sabia aonde
iriam depois, ele tinha estado tentando pensar na melhor
forma de surpreendê-la. Não foi até que chegaram ali que teve
a brilhante ideia de lhe pedir que olhasse sua hora de saída
na tela gigante, esperando que se desse conta do que ele
tinha feito. Olhou por cima dele depois de ler a tela na parte
superior, dando-se conta da discrepância entre o lugar onde
se supunha ir e seu número de voo.
81
Página

— Acredito que nosso voo está equivocado.


Sua resposta foi simplesmente sorrir, uma lenta
curvatura de seus lábios em uma esquina.
— Talvez não.
Volkov Bratva 3,5
Lauren olhou para trás à porta, pronunciando em
silencio o nome de seu destino como se tentasse situa-lo em
sua cabeça.
— Onde está Sardenha? Acredito que jamais ouvi
falar disso.
— Itália. — Respondeu.
— Tem negócios ali?
Já que eles tinham um tempo antes de subir a bordo,
Mishca tirou seu telefone, fazendo uma busca rápida pelo
lugar aonde iriam. Sem dizer uma palavra, o entregou a ela,
deixando que tirasse sua própria conclusão.
Uma foto atrás de outra cruzou sua tela enquanto ela
deslizava seu dedo sobre a mesma, e com cada uma que via,
mais podia observar sua crescente emoção.
— Por quê?
— Porque merece isso. É meu presente para você
desde que nossa última lua de mel foi adiada.
— Não tem que fazer isso, Mish.
— Queria fazê-lo.
— Mas não me preparei para uma lua de mel!
Sorrindo, bateu na bolsa que ele tinha pedido a
Amber para preparar no dia em que ela e Lauren tinham
82

saído às compras, sabendo que ela estaria mais que feliz de


Página

fazê-lo.
— Tem grandes amigos.
— Não sei se te disse, mas te amo, Mish. Mais do
que nunca saberá.
Volkov Bratva 3,5

Levou anos para chegar de Michigan a Sardenha, e


vários voos. Apesar de estar cansada, Lauren estava muito
emocionada de chegar ali e dormir muito. Mishca dormia a
seu lado, e mais cedo, tinha chegado a mais, curvando sua
mão ao redor de sua coxa, e inclusive dormindo seu agarre
era possessivo. Frequentemente se perguntava se alguma vez
superaria fazer aquilo.
Tampouco ajudava que ela tivesse que ir ao banheiro
enquanto ele ainda a segurava. Tentou levantar
cuidadosamente sua mão sem despertá-lo , mas enquanto
tentava liberar sua perna, ele falou com surpreendente
claridade, como se não tivesse estado dormido, mas seus
olhos ainda se achavam fechados.
— Aonde vai?
— Ao banheiro. Volta a dormir.
— Não demore.
Sempre exigindo. Ela deslizou para o corredor, em
direção às instalações que se encontravam a pouca distância.
O banheiro estava limpo, — mais limpo do que esperava,
embora não deveria lhe surpreender já que estavam na
83

primeira classe, — e quando terminou, lavando as mãos no


Página

lavabo, tomou um momento para apreciar aonde ia e quem se


achava com ela.
Quando pensava em sua lua de mel, isto não era o
que planejara originalmente, mas todos esses pensamentos
Volkov Bratva 3,5
tinham sido expulsos de sua mente quando ele tinha sido
atingido por um tiro. Algumas noites ainda despertava em
estado de pânico, sua mão vagando por seu peito, sentindo o
forte e constante batimento de seu coração sob seu toque. Ele
era compreensivo e sempre marcava um ponto ao segurar ela
em seu peito até dormir novamente.
Agora que ele sarou completamente, — e ela só
aceitaria essa afirmação de seu médico, — ajudou a sentir-se
melhor. As coisas relativamente voltavam ao normal e estava
feliz com isso.
De volta ao seu assento, Lauren estirou suas pernas,
quase rindo quando Mishca se aproximou, apoiando a cabeça
em seu ombro, sua mão retornando a sua perna.
— Estivemos neste maldito voo por horas —
queixou-se, relaxando debaixo dela, quando ela começou a
jogar com as sedosas mechas de seu cabelo.
— Você foi o que escolheu Sardenha, Mish.
— Me lembre de nunca voltar a fazer isso.

Desta vez, conseguir sua bagagem não foi fácil. Ali


de pé, as malas de Mishca tinham chegado inclusive a mala
especial que trouxe para ela, mas por alguma razão, as de
84

Lauren não chegavam.


Página

— Poderia ser pior. — Disse Lauren querendo aliviar


o obscurecido estado de ânimo da Mishca.
Para falar a verdade, estava mais emocionada por
estar fora do país do que estava preocupada com o que era
Volkov Bratva 3,5
agora sua bagagem perdida. Não havia nada particularmente
insubstituível, por isso era algo bom.
— Como pode ser isso?
— Poderia ser sequestrada por um menino lindo fora
deste aeroporto.
Ele franziu seu cenho, mas seus olhos sorriam.
— Sem mais televisão.
Rindo, ela o seguiu até a placa de ajuda, muito
consciente da atenção que estavam chamando. Ela duvidava
que fosse devido ao estado da Mishca, e que seria mais
provável devido a quão grande ela era comparada com as
pequenas mulheres italianas.
Quando Mishca ficou frustrado, temperou sua
agitação, falando com calma e tranquilidade com o homem
sentado atrás do balcão.
De alguma forma ele ficou na dúvida sobre certa
palavra, estava claro que não se familiarizava com o italiano
como o era o francês e russo. Procurando na bagagem de
mão, ela procurava o dicionário de italiano— inglês que tinha
comprado na última parada. Ela já tinha praticado saudações
e como apresentar-se enquanto estava no avião, mas sabia
que necessitaria um pouco de ajuda quando se deu conta de
85

que não conseguiria logo suas malas.


Página

Com o melhor que pôde, Lauren perguntou se havia


alguma loja local perto, lugares onde pudesse comprar
algumas coisas para substituir parte do que perdeu. As
mulheres estavam mais que contentes de ajuda-la em sua
Volkov Bratva 3,5
busca, falando em um rápido italiano, a maior parte disso
perdido para ela. Agradecendo, dirigiu-se novamente a
Mishca, lhe contando o que aprendeu.
Visto que eles não recebiam muita ajuda do operador
de pé atrás do balcão, Mishca terminou seu relatório, e se
foram. Enquanto Lauren esperava que Mishca recolhesse seu
novo carro, Lauren olhou ao seu redor para as pequenas
lojas, recolhendo pequenas lembranças que podia levar aos
Estados Unidos. Quando Mishca virou na esquina, ela
levantou sua mão para saber onde estava.
Mishca colocou seus óculos de sol opacos,
protegendo os olhos do sol da tarde, abrindo a porta de
passageiro para ela, fazendo gestos com seu braço para que
subisse. Uma coisa que definitivamente gostou deste carro foi
que a parte dianteira era baixa e enquanto andavam pelas
sinuosas ruas da Sardenha, o vento açoitava o cabelo para
trás e não podia fazer mais que sorrir.
Dirigiram de Cagliari, onde tinham aterrissado,
seguindo para Nuoro, onde Lauren perguntou se podiam
parar para fazer umas fotos da cidade. A maioria das casas, e
edifícios em geral, eram construídos de pedra calcária e
pareciam impressionantes na pouca luz do pôr-do-sol.
Enquanto ela felizmente tirava fotos de virtualmente tudo que
86
Página

via, Mishca só sorria orgulhoso de que estivesse divertindo-


se.
Volkov Bratva 3,5
Quanto mais longe iam, e quanto mais perto se
achavam de chegar a seu destino, mais o aroma do mar
impregnava o ar, e com ele a primeira vista da água.
— Por que aqui? — perguntou Lauren enquanto
conseguia uma melhor vista da bela cidade em que estavam
agora. — Não é por me queixar nem nada, mas nunca
escutei sobre este lugar antes que o mencionasse.
— Um amigo me sugeriu. Tenho muito poucos
contatos de negócios aqui, assim não seremos incomodados
em nossa estadia aqui.
Conduziram em silêncio o resto do caminho onde
ficariam, mas uma vez que chegaram ela ofegou.
Um dia, e não tinha nem ideia de quando esse dia
chegaria, Lauren deixaria de subestimar o que Mishca faria
por ela. Se não estivesse tão cansada pelo voo, certamente
sua boca penduraria aberta. Era evidente que, inclusive com
pouca antecipação, Mishca era capaz de obter algo que
somente uma pessoa sonharia.
Não se hospedariam em um hotel perto do porto,
como ela tinha pensado que fariam, mas sim em uma casa de
férias no topo de um escarpado, dando ampla vista da costa
rochosa e a água abaixo. Além de mais fresco, era no topo da
87

vila, uma luz brilhante como um farol assinalando para o


Página

mar.
De pé frente à residência estava um homem que
aparentava estar em seus sessenta anos, com calças de linho
branco e sandálias marrons, sua camiseta de um material
Volkov Bratva 3,5
similar. Seu cabelo branco como a neve caía ao redor de sua
cabeça, e uma vez que viu o carro chegar, endireitou-se ainda
mais, colocando suas mãos nos bolsos.
Os olhos de Lauren dispararam para Mishca, embora
não parecesse surpreso de ver o homem de pé ali, ela
abandonou suas preocupações... Ao menos até que estiveram
frente a ele e este entregou a Mishca um envelope.
Depois de falar um italiano rápido e fluido com
Mishca, ele sorriu amavelmente a Lauren e seguiu seu
caminho.
— O que disse?
Um musculo palpitou na mandíbula da Mishca antes
de dizer: — Bem vindos a Itália.
— E...
Duvidou, claramente sem querer responder, mas o
fez de todos os modos.
— Roman nos envia suas saudações.
Lauren se esticou, sem dar outro passo para frente.
— Isto era um favor então? Um presente por um
acordo que aceitou?
— Não nessas palavras.
— Sabe o que? — Disse Lauren levantando suas
mãos enquanto tomava as chaves de suas mãos,
88
Página

encaminhando-se para a casa. — Não acredito que eu


gostaria de saber. Menos mal que ele não interveio nesta casa
porque seria estranho saber que seu primo estaria escutando
Volkov Bratva 3,5
termos sexo. Ele sorriu apesar de que ela não tratava de ser
graciosa. — Anotado.

89
Página
Volkov Bratva 3,5

Entre o jat lag e seu já errático horário de sono, não


sairiam outra vez até essa noite. Quando começaram a andar
pelas ruas empedradas, Lauren foi tomada pelo céu, todo
pintado em cores brilhantes, que iam do rosa roxeado ao
índigo e amarelo, com linhas brancas em tudo. Não parecia
real.
Havia uma série de restaurantes em frente à água,
e embora encontrasse um bom número de mesas ao ar livre
ocupadas, Lauren apontava uma na esquina. Ao invés de
sentarem-se no interior, embora o interior fosse muito bonito,
optaram por uma mesa do lado de fora para desfrutar da
vista.
Mishca puxou a cadeira para ela antes de tirar sua
jaqueta e sentar-se em sua própria cadeira. Quando seu
garçom apareceu, cumprimentou cordialmente em italiano,
ele pediu para os dois, a maioria disto perdido por Lauren
enquanto ela continuava sorrindo, cativada por sua maneira
de falar.
90

Depois de agradecer ao homem, e entregar seus


Página

menus, Mishca se inclinou sobre a mesa por sua mão,


riscando a delicada pele de sua mão com o dedo.
— Está feliz?
Poderia seu coração pulsar com mais força por ele?
Volkov Bratva 3,5
— Sempre estou feliz contigo.
Sua covinha apareceu quando uma comissura da
boca se inclinou para cima.
— É doce.
— Estou sendo honesta.
Seu vinho chegou primeiro, vertido habilmente em
taças de cristal. O vinho da terra cheirava acre, e tinha um
sabor rico de uma forma que só o vinho tinto poderia ter. Em
pouco tempo, Lauren tinha terminado sua primeira taça, e
tinha outra.
— Esta noite será interessante — comentou Mishca
distraidamente, sorrindo para ela enquanto tomava um gole
de sua bebida.
— Não sei o que quer dizer, Mish. Estou
completamente sóbria. — Apesar de que estava, neste ponto,
sentindo os efeitos do álcool, e devido a isso, estava mais
consciente de seu toque enquanto seguia esfregando círculos
ao longo de meu braço.
— Tudo estará bem conosco se ficar desaparecido
durante tanto tempo?
Ele negou com a cabeça.
— Não tem que se preocupar por isso. Simplesmente
desfrute. É por isso que estamos aqui, não?
91
Página

Sua comida chegou, e os olhos de Lauren se


alargaram quando viu o peixe no prato, cabeça e tudo. Foi
cortado pela metade, rodelas de limão e ervas no interior, e
enquanto parecia intimidante, cheirava incrível.
Volkov Bratva 3,5
Comeu pequenas porções para prova-lo primeiro
antes de realmente comê-lo.
Ao parecer, isso foi só o aperitivo. Pouco a pouco,
durante as próximas horas, vários pratos foram levados a
eles um por um, e quando chegou o momento da sobremesa,
Lauren estava cheia, mas não podia rechaçar o tiramisu.
Mishca pagou sua conta, mantendo seu braço ao
redor de sua cintura enquanto caminhavam pelo cais para a
água. Tirando seus sapatos, recolheu-os, inundando seus pés
na água quando se sentou. Ele era mais contido observando-
a desfrutar da noite, apoiado em uma das vigas de madeira
enquanto ela chutava seus pés na água.
— É formoso aqui — disse distraidamente, olhando
o reflexo da lua na água. — Obrigada por me trazer.
— Não posso contar o número de vezes que me
agradeceu desde que chegamos. Não tem que me agradecer
por tudo. Tudo isto, tudo o que faço, é para você.
— Mas mesmo assim — disse ela levantando-se,
movendo seus pés para jogar um pouco de água sobre ele,
fazendo-a rir quando ele franziu o cenho. — Estou
agradecida por isso, por tudo. Sei que não é fácil para ti, e sei
que poderia ser potencialmente perigoso caminhar por aí sem
92

seus meninos, assim necessito que saiba que o agradeço.


Página

Aprecio.
— Talvez possa me mostrar quão agradecida é
quando voltarmos? Sei que desfrutarei disso.
Volkov Bratva 3,5
Ela sorriu, arrastando sua unha por seu peito,
sentindo o músculo duro debaixo de sua roupa.
— Claro... Acredito que você gostará da surpresa que
tenho para você.

93
Página
Volkov Bratva 3,5

Pela segunda vez em uma semana, Lauren se


levantou antes de Mishca. A princípio, ela se sentou no
balcão com as portas abertas, simplesmente respirando o ar
fresco do mar antes que começasse a examinar através do
livro de viagens que tinha recebido, junto com algumas
sugestões de um dos trabalhadores do hotel, tratando de
decidir sobre a primeira praia que visitariam.
Uma coisa que definitivamente queria fazer, embora
não se incomodou em mencionar isto a Mishca ainda, era
mergulhar de um penhasco. Sem dúvida, sabia que ele não
estaria de acordo e seria mais que provável que tentasse detê-
la de fazer isto, mas com o elemento surpresa em suas mãos,
duvidava que haveria muito que pudesse fazer.
Com um lápis, rodeou alguns de seus favoritos,
tentando pôr forma em sua cabeça de como seriam capaz de
visitar cada uma de suas seleções para o momento em que se
fossem.
Vagamente, pareceu-lhe ouvir um sino tocando
94

dentro da casa, mas quando se aventurou dentro, viu Mishca


Página

fechar a porta de entrada com duas bolsas na mão.


— Quem era?
Volkov Bratva 3,5
Olhou-a e a vista dele, usando nada mais que suas
calças de pijama que penduravam em seus quadris, e seu
cabelo desordenado fez que sorrisse para ele.
— Pedi o café da manhã.
Sua face se enrugou em confusão, ela negou com a
cabeça.
— Quando?
A resposta de Mishca foi um sorriso. Depois de fazer
uma breve parada na cozinha, dirigiu-se para ela,
caminhando de costas para o balcão, a mão livre na cintura
dela. Com as ondas rompendo contra as rochas embaixo, e
um pássaro ocasional sobrevoando no ar, não havia melhor
maneira de desfrutar a manhã.
Ele serviu tudo, colocando cada coisa no centro da
mesa. Quando terminou, Lauren espalhou um pouco de Brie
em um croissant, comendo um pequeno pedaço.
— O que quer fazer hoje? — perguntou ele,
aproximando-se para brincar com seu cabelo. — Esta ilha é
seu pátio de recreio.
Ela permaneceu em silencio por um momento,
pensando em todas as possibilidades até que tomou sua
decisão final.
95

— Alugar um barco.
Página
Volkov Bratva 3,5
Lauren deitava em uma toalha na proa, os óculos de
sol colocados enquanto o sol irradiava sobre ela. Já se tinha
esfregado de óleo de bronzear com cheiro de coco, e agora
desfrutava do ligeiro balanço da embarcação enquanto a água
se mexia ao seu redor. Tinha sido um processo relativamente
rápido, o aluguel da embarcação, e desde que Mishca já sabia
como pilotar um, saíram para água em pouco tempo.
As praias da Sardenha eram muito mais formosas ao
vivo, seu atrativo se perdia na tradução com fotografias.
Mishca tinha estado embaixo da cobertura, mas
podia ouvi-lo caminhar de volta para cima. Ela se moveu em
sua direção, utilizando a mão para bloquear um pouco de sol
enquanto sorria para ele. Estava descalço, vestido com um
short de temática náutica, junto com um chapéu de palha
que realmente funcionavam para ele.
Graças a Deus por estas férias.
— Vai se bronzear, Mish? — perguntou
inocentemente, arrancando uma uva da bandeja que levava
com ele, virou-se sobre seu estômago para que pudesse ver
melhor.
Mishca, em toda sua glória pálida, olhou para o sol e
sacudiu a cabeça.
96

— Me bronzear não.
Página

— Está entrando a água, então? Não quero que me


molhe. — Lauren se deu conta do que havia dito muito tarde,
olhando seu sorriso maroto. — Estou falando sério, Mish.
— Claro, mas enquanto isso desfrutarei da vista.
Volkov Bratva 3,5
— Sabe, — disse Lauren balançando as pernas para
baixo, — Acredito que estamos sozinhos aqui.
Mishca se recostou em sua cadeira, colocando a
bandeja de lado enquanto a observava, um canto de sua boca
virado para cima. Sua cabeça inclinada para um lado quando
lhe perguntou: — Está tentando me seduzir, Lauren?
Ela saltou, tirando as cordas de sua parte superior
do biquíni enquanto tomava passos lentos para ele.
— Pode ser.
À medida que sua parte superior se desprendeu, e o
olhar dele caiu de seu rosto para seus peitos, suas seguintes
palavras saíram quase como um sussurro: — Já estou
seduzido.
Normalmente, essa expressão que levava era
brincalhona, mas agora? Quase podia sentir a energia
pulsando, saindo dele. Agarrando sua mão, ela se moveu
entre suas pernas, usando seus dedos para arrastar-se por
seu esterno. Observou a descida, murmurando palavras em
russo que não se incomodou em tratar de entender.
Apesar de que ela se sentia como se estivesse em
chamas, sua pele estava fria ao tato, deixando um caminho
fresco, mas quente sob seu estômago. No começo estava
97

satisfeito, simplesmente aceitando seu toque para burlar-se


Página

de si mesmo, mas só podia aguentar um pouco.


Ele ficou de pé, envolvendo um braço ao redor de
sua cintura enquanto ela envolveu suas pernas ao redor dele,
Volkov Bratva 3,5
seus braços ao redor de seu pescoço enquanto a levava para
baixo da cobertura.
Deixando-a cair sobre a cama, ele imediatamente
subiu sobre ela, sua mão deslizando entre suas pernas,
debaixo do tecido que a cobria.
Seus olhos percorriam seu rosto, esperando sua
reação antes de deixar cair os lábios na curva de seu pescoço,
sua língua riscando sobre sua carne, seus dentes mordendo
seu lado.
Lauren se sentia como se estivesse em chamas
enquanto lentamente a explorava como se fosse a primeira
vez de novo, como se não conhecesse cada lugar em seu
corpo e isso a fez ganhar vida debaixo ele. No momento em
que encontrou seu caminho abaixo de seu umbigo, ela era
um desastre retorcendo-se, brandamente pedindo que a
tocasse mais, que lhe desse mais.
Ela nunca pensou que poderia conseguir estar tão
excitada só com seu toque, e no momento em que sua língua
riscou sobre sua abertura, esse gemido rompeu através de
seu peito, estava perdida.
Dentro dos limites da embarcação, deixou-a gritar
sua liberação, suas mãos agarrando os lençóis em cada lado,
98

mas ele não terminou com ela, não por um longo tempo. Seus
Página

gritos pareciam despertar algo à vida dentro dele.


Ele se apartou, masturbando a si mesmo, lentamente
se acariciando acima e abaixo, os olhos fixos em suas coxas
abertas e a evidência de sua excitação ali. Mishca parecia
Volkov Bratva 3,5
hipnotizado pela vista, como se fosse um lugar que estava
desesperado para possuir.
Depois do orgasmo que acabava de lhe dar, não lhe
negaria nada.
Lauren se moveu com os joelhos trementes, trocando
suas posições de maneira que Mishca estivesse agora sobre
suas costas e ela na por cima. Unindo sua mão com a sua,
sentiu seu pulso através de seu corpo, enquanto o acariciava
da forma em que gostava, vendo sua mudança de expressão
de fome a algo um pouco mais embriagador.
— Agora, Lauren.
Ela se levantou por cima dele, posicionando-o em sua
entrada antes de afundar-se para baixo sobre ele, gemendo
na forma em que encaixava quase perfeitamente.
Não importava que estivesse por cima, ele ainda
estava em controle.
Tinha as mãos em seus quadris, guiando-a, lhe
facilitando a subida e descida no ritmo que ele preferia. Podia
sentir seu orgasmo construindo-se novamente, podia sentir
que gozaria outra vez, mas Mishca não estava preparado para
dar-lhe no momento.
E continuaram este baile, ele levando-a para borda
99

antes de arrebatar-lhe rindo em voz baixa quando lhe deu um


Página

murro no ombro.
— Izvolit. Por favor.
Essa palavra finalmente a tirou de sua miséria
prazenteira. No momento em que ela se rendeu, também fez
Volkov Bratva 3,5
ele, suas investidas desaceleraram enquanto se inchava
dentro dela, momentos antes que chegasse, grunhindo seu
nome.
Lauren desabou contra seu peito, sentindo o suor
banhando-os.
— Não quero me mover deste lugar — murmurou
ela, riscando uma das estrelas no peito. — Eu gosto aqui.
— Eu gosto de você aqui.
— Esta é sua ideia de adular? Porque se é, sou tudo
isto.
— Sempre poderíamos ficar neste navio — Mishca
sugeriu ironicamente, seu sorriso de satisfação cada vez
maior. — Posso pensar em algumas coisas mais que
podemos fazer antes de irmos.
— Por muito tentador que pareça — e realmente
era tentador, — ainda quero nadar.
Ela podia dizer que preferia ficar na cama, mas ele
não honraria seus desejos, agarrando suas roupas antes de
passar a sua própria.
Quando finalmente o seguiu até a cobertura, viu que
havia uma boa distância desde onde vieram, mas estavam
mais perto dos escarpados que tinha visto quando cavalgou
100

pela cidade. Mishca não tinha notado desde que tinha sido o
Página

condutor, mas em seu caminho, Lauren tinha divisado umas


poucas pessoas ao redor destas partes, subir só para saltar
para baixo. Antes, quando vivia em Michigan, Lauren
somente uma vez tinha tido coragem para saltar de um
Volkov Bratva 3,5
escarpado no lago, mas só sob o atento olhar de Ross. Agora,
estava mais que emocionada de prova-lo de novo.

Uma vez que Mishca deixou cair a âncora, ela não


perdeu tempo para mergulhar, sorrindo ao sentir a água
envolvendo-a. Quando retornou, viu Mishca sorrindo para ela
do deck do navio. Devolveu-lhe o sorriso, mas só por um
momento antes de começar a nadar pelas rochas.
— O que está fazendo? – Chamou-a.
Tinha uma opção, obviamente. Poderia seguir
adiante, ou fingir que não o tinha ouvido e seguir adiante,
sabendo que para qualquer delas se zangaria. É obvio,
escolheu a última.
Mishca mergulhou atrás dela, mas já era muito
tarde. Já estava subindo até a parte superior, um sorriso em
seu rosto enquanto subia. Uma vez que estava finalmente em
um lugar relativamente seguro, — depois de esperar que as
ondas retrocedessem para ver melhor, — ficou gradualmente
de pé, aplaudindo seu êxito.
— Estarei bem, Mish — voltou a chamar, sem
incomodar-se de olhar para trás, sabendo que se o fazia, o
olhar que levava estaria obrigando-a a descer de novo. —
101

Esta não é minha primeira vez fazendo isto.


Página

— Traga seu traseiro aqui! — Estava claramente


aborrecido, mas Lauren ignorou, ao menos até chegar ao
topo.
Volkov Bratva 3,5
Uma vez que se levantou ali, e se manteve estável em
seus pés, sorriu-lhe, agitando sua mão com entusiasmo,
enquanto ele franzia o cenho.
— Esse é o plano.
Inclusive da distância, podia ver que suas mãos se
apertaram em punhos e não duvidou que se ele não tivesse
uma boa dose de medo de altura, teria chegado atrás dela.
Mas no momento, enquanto ela se sentia como se
estivesse no topo do mundo, o vento açoitava seu cabelo a
seu redor, com os braços estendidos, sentia-se invencível.
Ficou ali por um tempo, deixando que a emoção a
consumisse por completo antes que saltasse sobre a borda.
A água chegou ao seu encontro, e só teve um
segundo para gritar antes que estivesse sob a água. Afundou
por só um curto período de tempo antes de surgir à superfície
de novo, sacudindo seu cabelo para trás e limpando a água
do mar de seus olhos para poder ver melhor Mishca. Estava
carrancudo, como tinha esperado que estivesse, mas não
parecia zangado.
— Quantas vezes mais? — perguntou
sarcasticamente, provavelmente pensando que uma vez tinha
sido suficiente.
102

Não foi. E se assegurou de que soubesse.


Página

— O que te dói?
— Tudo.
Volkov Bratva 3,5
Lauren não estava disposta a lhe rogar que a levasse
pela curta distância de seu carro à porta principal de sua
casa, mas seguiu seu caminho, sempre pensando que era um
passo mais perto de uma maravilhosa cama até que esteve
mais que disposta a afundar-se nela. Tinha esquecido que a
natação era exaustiva, sobre tudo porque passou muito
tempo desde a última vez que o fez.
— Vem aqui.
Levantou-a como se não pesasse quase nada, e quase
suspirou de alívio quando a agonia constante em suas pernas
desapareceu. Mishca a pôs de pé somente o tempo suficiente
para que pudesse destrancar e abrir a porta.
— Há dezenas de razões pelas quais te amo, Mish.
Esta é uma delas.
Seus lábios se torceram.
— O sentimento é mútuo. Talvez agora possa
repensar esta necessidade de fazer coisas como saltar do
penhasco?
— Não é uma necessidade.
Quando chegam ao quarto, Lauren teria sido mais
que feliz de deitar-se na cama e passar horas dessa maneira,
mas Mishca tinha outros planos. Manteve um abraço
103

apertado nela, passando pelo banheiro em seu lugar.


Página

— Mish...
— Ainda não.
— Mas...
— Pover'temne — Me acredite.
Volkov Bratva 3,5
Não havia ponto a discutir, — sobre tudo com a
promessa subjacente que ouviu em suas palavras, —
permitiu sentá-la na bancada, olhando como se aproximava
para ligar a ducha, ajustando as torneiras até que o banheiro
estava cheio de vapor. Voltou para ela, ajudando-a a sair de
seu vestido e então seu biquíni.
Mishca a ajudou a ficar de pé, os dois caminhando
pelo Box, o calor da água que caía do chuveiro sobre deles,
acalmando seus músculos doloridos. Em um dos bancos de
pedra incorporados, relaxou-se, observando-o, apreciando a
vista, revisando as tatuagens que o cobriam.
As estrelas no peito, os dragões nos ombros, a saída
do sol e a linha da escritura em seu antebraço, e as duas
cruzes com as quais ela estava familiarizada, pois
representavam sua vida dentro da Bratva, mas havia uma
relativamente nova que estava no braço oposto que estava
desprovida de qualquer conexão com as outras. Foi colocada
em seu bíceps interior, em um lugar facilmente oculto pelos
trajes que usava todos os dias, mas o preferia assim.
Lauren gostava de ter algo deles mesmos, além da
Bratva e mais que isso, gostava do que representava.
A tatuagem era de um relógio de bolso, seu artista
104

acrescentou toques de ouro, a única cor que Mishca tinha em


Página

todas suas tatuagens. O relógio marcava vinte minutos antes


das oito, a hora exata em que se conheceram. É obvio, seria
único para recordar algo tão insignificante como isso.
Volkov Bratva 3,5
As pessoas pensariam que depois de ter tomado o
papel principal na Bratva, teria aumentado de peso, mas não
Mishca. Estava tão em forma como sempre tinha estado,
talvez mais.
Os músculos das costas e do peito ondearam
enquanto se lavava depois do longo dia e quase se beliscou
quando se virou para lhe sorrir de novo, sabendo que era
todo seu.
Chegando para ela com uma mão, atraiu-a a seu
lado, tratando de alcançar a pequena garrafa de xampu que
havia no lugar, apertando um pouco em seu cabelo,
cuidadosamente massageando com as pontas dos dedos,
desenhando através de seu cabelo.
Não se deteve com seu cabelo, limpou-a toda, suas
intenções bastante claras. Diferente da última vez juntos, fez
com calma, lentamente a levando a alturas que ela não
estava acostumada.
No momento que estavam fora e secando-se,
realmente se encontrava esgotada e não se atreveria a mover-
se de novo pelo resto da noite, depois dormiu.
105
Página
Volkov Bratva 3,5

106
Página
Volkov Bratva 3,5

Foi impressionante como o tempo voou enquanto eles


estavam na Sardenha, sem deixar que qualquer momento
fosse desperdiçado. Exploraram a cidade, compraram,
visitaram as praias e foram praticar caminhadas, tirando
fotografias de tudo, e a melhor parte foi que deixaram Lauren.
Ontem à noite foi sua última noite na Sardenha e o
gastaram jantando, bebendo bastante vinho local no bar. Ao
invés de dirigir imediatamente para casa, deram um passeio,
rindo, falando, relembrando o tempo que passaram juntos.
Isso esteve particularmente bem, até que Lauren viu alguém
caminhando para eles.
Ela sabia no momento em que a mão de Mishca
apertou suas costas que esse homem, quem quer que fosse,
não era um turista qualquer. Não, ele estava muito
impecavelmente vestido para isso. Sem mencionar os dois
homens seguindo-o. Por um momento, o pânico estava
construindo-se dentro dela. Sem saber que podiam fazê-lo ,
até que três homens apareceram do nada, interceptando seu
107

caminho.
Página

O alívio que ela sentiu a afligia, mas mesmo assim a


fez enfurecer.
Para evitar ataca-lo , agarrou seu braço mais
apertado, forçando o sorriso para permanecer em seu lugar
Volkov Bratva 3,5
enquanto tirava seu braço dele. Mishca voltou seu olhar para
ela, sua expressão não revelava nada.
— Um momento.
Com o menor movimento de cabeça possível, Lauren
virou de lado, indo longe para ficar mais perto à água, não o
suficientemente longe para que ela não pudesse vê-lo s. Mas
o suficientemente perto para que fosse capaz de escutar sua
conversa. Seja o que fosse, não acreditava querer sabe-lo .
Não acreditava que Mishca pudesse ter possivelmente o
conhecimento sobre este espontâneo encontro, ele deve ter
tido alguma desconfiança já que obviamente contratou
segurança.
Os últimos dias foram incríveis, teve tudo o que ela
queria. Anonimato. Normalidade. Lauren não podia acreditar
na última vez que eles passaram algum tempo juntos tinha
sido tão inocente com isto. Sem inúmeras chamadas
telefônicas, sem reuniões secretas na escuridão da noite, e o
mais importante, nenhum dos constantes temores quando ela
despertasse e algo estaria errado ou alguém estivesse morto.
Mas isto foi o que ela planejou, sem arrepender-se
dessa decisão.
Estupidamente, ela teve a ideia de que ele seria capaz
108

de manter sua promessa de não levar seu trabalho com eles,


Página

mas em lugar de concentrar-se nisso, baixou o olhar para


sua mão esquerda, retorcendo seu anel, olhando fixamente a
grande safira no centro, pequenos diamantes rodeando-o.
Volkov Bratva 3,5
Ela sabia que tinha pertencido a sua mãe, uma
mulher que não teve a oportunidade de conhecer, e sabia o
significado que tinha para ele, mas esta noite, diferente das
outras, sentiu-o pesado em sua mão.
— Pronta?
Lauren girou ao redor, olhando os olhos da Mishca
enquanto se reunia com ela no corrimão. A desculpa era clara
em seus olhos, e era óbvio que ele esperava sua reclamação,
mas ela só não estava com ânimo.
Ao menos, não ainda.
No momento em que alcançaram o carro, os
seguranças ao redor haviam voltado a tornarem-se invisíveis,
e começaram a longa viagem de volta à vila, sua ira somente
se quebrou.
Mishca apenas tinha desligado o motor antes que
Lauren soltasse o cinto de segurança, forçando a porta
quando saiu e bateu bruscamente a porta detrás dela. Ele
estava justo atrás, chamando-a por seu nome, e a única coisa
que fez que sua ira piorasse era o fato de que ele tinha as
chaves, assim ao invés de ser capaz de entrar sozinha, teve
que espera-lo .
— Lauren, eu sei.
109

— Abre a porta.
Página

Moveu-se para fazer o que pediu, mas tomou seu


tempo para fazê-lo .
Lauren arrancou sua mão fora.
Volkov Bratva 3,5
— Não estou histérica porque eles estavam aqui,
quem diabos sejam eles, estou puta por que devia ter dito. Se
for a qualquer lugar sem você, e penso que estou sozinha, ali
estão... só, pare de tentar me proteger todo o tempo, Mish.
Não sou sua filha.
Para conter-se de algo ou dizer algo que lamentasse
Lauren lhe deu as costas e foi para o banheiro, fechando de
um golpe a porta detrás dela.
Tirando o elástico de seu cabelo, correndo seus dedos
através dele antes que procurasse um pano facial para lavar
a maquiagem, podia ouvir Mishca no quarto, mas não valia a
pena chama-lo , pois não havia nada a dizer agora.
Por estar irritada com ele, sentou-se sobre a bancada
do lavabo, tomando seu tempo, retirando cuidadosamente
cada centímetro de rímel fora de suas pestanas e o delineador
ao longo de seus olhos. Seus sapatos se foram, e ao invés de
chamar Mishca como normalmente o fazia para ajudá-la com
o zíper de seu vestido, deixou-o cair ao redor de seus pés no
piso, tomando um momento para ela, sentou-se ali por um
longo e frio momento, até que não quis mais.
Desligando a luz, saiu, imediatamente notando
Mishca na cama, um braço atirado sobre seus olhos. A única
110

luz no quarto que estava acesa era o abajur em sua mesa de


Página

cabeceira, entretanto seu corpo se esticou quando ela saiu e


não lhe disse nada. Diferente da primeira noite, as portas do
balcão estavam fechadas, as cortinas recolhidas, fingindo não
Volkov Bratva 3,5
notar. Ela caminhou em torno da cama, deslizando-se para
dentro até que podia sentir sua presença detrás dela.
Sentindo-se cômoda no seu lado de cama, atirou as
cobertas sobre seu corpo, olhando a parede contrária.
Segundos passaram e Mishca não tratou de romper o silêncio
entre eles. Não foi suficiente a luz da lua derramando-se
dentro do quarto para acabar com a escuridão depois que
Mishca apagou a luz.
Por um momento, só permaneceram assim, até que
Mishca se moveu, girando-se sobre seu lado, envolveu um
braço sobre a cintura dela, e a atraiu a seu lado. Manteve sua
mão sobre o estômago dela, deixando levar as pontas de seus
dedos da borda de seu sutiã até seu umbigo e retrocedia de
novo. Alcançando sua mão, sustentou-a quieta, mantendo-a
apertada contra seu estômago plano.
— Deveria estar preocupada?
Ele não duvidou em responder.
— Não.
Não o fez repetir sua resposta, nem prometer que seu
comentário era certo, sabendo que se fosse crucial lhe diria...
Mas também porque não estava segura que suas promessas
valiam mais.
111
Página
Volkov Bratva 3,5
— Se um homem qualquer nos detiver na rua,
acredito que deveria levar uma arma — disse Lauren na
manhã seguinte durante o café.
Mishca não respondeu imediatamente, tentando
decidir o que era melhor fazer. Ela estava zangada com ele,
da pior maneira que poderia fazê-lo . Estava irritada com ele,
o pouco que pôde lhe dizer desde o momento em que Gavin se
aproximou deles ontem à noite, embora todo o tempo parecia
resignada com relação à situação que a molestou.
Agora, ela também tratava de tentar tira-lo do sério,
ou talvez os dois, mas isso era uma clara faísca em seus
olhos que prometia que ela não estava brincando.
— Klaus me levou ao campo de tiro faz umas poucas
semanas, para repassar minha habilidade.
E provavelmente o fez para gozar com Mishca, mas
ele não se incomodou mencionando essa parte.
— E Celt, lembra-se do Celt? Ele tem essa pistola
calibre 22 e está disposto a entrega-la por um preço. O que
acha?
Ela se sentou com sua xícara na mesa, piscando
para ele, sorrindo inocentemente, dava a impressão de que
ela não sabia ou não lhe dava importância, que a ele não
112

agradava da ideia que passasse tempo com eles.


Página

Ele estava perigosamente perto para destruir a xícara


com sua própria mão.
— Tem hábito passar seu tempo com os
mercenários?
Volkov Bratva 3,5
— Somente quando não estou com a máfia Russa.
Ao menos não estou preocupada sobre dois deles me
matando.
Sua mão golpeou a mesa muito forte, inclusive ela
deu um pequeno salto.
— Pensei que já tínhamos passado disso.
— Pensei que já tínhamos passado que me mentisse.
Inclusive estando aqui, está retendo informação porque você
acredita que é o melhor.
Ele sacudiu sua cabeça.
— Não estava em nenhum perigo.
— Mas como sabe? Que mais aconteceu?
— Nada vai te acontecer! — Por um segundo, o
arrependimento por aumentar sua voz, mas ela não o evitou,
uma calma inquietante se apoderou dela.
— E se algo te acontecer? Mishca você põe sua vida
nas mãos desses homens, mas não confia em mim para te
respaldar. Inclusive se Luka for seu apoio, preocupo-me. Os
homens que lhe cuidam agora. Não confiou neles para te
proteger dos disparos, te deixariam sozinho em uma situação
onde qualquer outro o faria.
Ele franziu o cenho estudando-a, escutando o
113

genuíno temor ali.


Página

— É por isso que você está esperando que Klaus


trabalhe comigo, por tua premonição... Assim Luka pode
ficar comigo.
Volkov Bratva 3,5
— Eles são os únicos em quem confiou para te
manter vivo, e antes que diga, se Klaus realmente quisesse te
matar, o teria feito agora.
— Vem comigo.
Ela não duvidou. Apesar de sua frustração, deixou-as
de fora, enquanto envolvia seus braços ao redor dela.
— Se preocupa muito.
— Aprendi da forma difícil.
Não pôde negar isso. Ela se afastou um pouco, só o
suficiente para baixar o olhar para ele.
— Tem que parar de tentar me proteger, Mish,
quando estivemos sozinhos à noite, quem irá te proteger? Me
sequestraram Mish e não é divertido. Quero ser capaz de me
proteger por mim mesma na rara oportunidade que não
possa.
Embora ele não queira admiti-lo , estava correta
sobre a constante intenção de mantê-la a salvo decidindo o
que era melhor, inclusive se suas decisões não eram sempre
as melhores. Admitindo, depositou um rápido beijo em seus
lábios.
— Deixarei que ganhe. — Outro beijo —. E você será
a única usando-a quando for absolutamente necessário. Você
114

gostaria dela rosa?


Página

Sorrindo seriamente ao descarado sarcasmo em sua


voz, Lauren disse: — Duvido que a pessoa no outro extremo
lhe importe de que cor é a arma quando estiver lhe
apontando.
Volkov Bratva 3,5

Sua última noite na Sardenha estava chegando


lentamente a seu fim. Gastando o dia seguinte explorando,
Lauren deixou de lado sua ira com Mishca nessa manhã,
pensando que depois de tudo o que lhe havia dito, havia feito
seu ponto.
Nesse momento estava deitada fora da cama, olhando
enquanto Mishca nadava na piscina infinita. Movia-se com
fluidez através da água. Estando ali pela última meia hora,
perguntou-se o que tinha passado em sua mente depois que
recebeu essa misteriosa chamada.
Depois que nadou para a borda, levantando-se fora
enquanto agarrava a toalha que ela tinha posto ali para ele e
envolvendo-a ao redor de sua cintura, seu peito estava
subindo e descendo rapidamente enquanto ele se unia a ela
na cama beijando seu quadril, enquanto se fazia mais
cômodo, horizontal a ela.
— Algo em sua mente, Mish?
Esteve calado por um tempo em que ela realmente
começou a preocupar-se, tentando ler sua expressão, ficou
alerta e o acertou.
115
Página

— As coisas ficarão feias muito em breve — disse


embora na realidade soasse como se estivesse falando com
ela, mais que lhe explicando suas coisas em voz alta.
— Por que pensa isso?
Volkov Bratva 3,5
Seus olhos vagaram por seu rosto, estudando sua
expressão, e possivelmente porque ele tentava aliviar o temor
dentro dela, sorriu.
— Vai dar certo, te asseguro.
— Quero que se lembre de algo, Lauren, tenho
certeza que pensará que não o faço nos próximos meses.
— Algo...
— Te amo.
— Sei disso, Mish.
— E amo a minha irmã, e faria qualquer coisa para
proteger às duas. Inclusive se fizer sacrifícios para consegui-
lo . Entende isso?
— É algo que não tem que me dizer Mish, não vou
ficar louca. Pode me dizer.
Ele suspirou, beijando sua testa e ela sabia, apesar
de sua gentileza. Não lhe diria nada mais. E enquanto se
preparavam juntos sob as estrelas na última noite de sua lua
de mel, ela se perguntou como estariam caminhando de volta
a sua casa.
116
Página
Volkov Bratva 3,5

6 semanas mais tarde..


Às três da manhã, as ruas de Manhattan estavam
ainda agitadas, embora não tão ocupadas como geralmente
eram durante o dia. Enquanto que a maioria estava dormido
a esta hora pouco razoável, Lauren estava encurvada sobre
um vaso, náuseas secas já que tinham deixado muito pouco
nela para vomitar. Ela tinha estado nesta posição durante
um pouco mais de dez minutos, mas se sentia como uma
eternidade enquanto se ajoelhava sobre os ladrilhos frios,
purgando tudo de seu estômago.
Quando esteve segura de que tinha terminado, — ou
foi capaz de mover-se sem essa sensação de agitação em seu
estômago, — Lauren ficou lentamente de pé, aproximou-se
da pia para salpicar água em sua cara e escovar os dentes,
respirando profundamente pelo nariz, mais que encantada de
que a náusea houvesse passado. Suas mãos tremiam
ligeiramente, um ligeiro brilho de suor em seu rosto e a
117

camisa que levava grudava em suas costas, mas era mais


Página

devido aos nervos que outra coisa.


Isso, isso estava segura.
Quando ela e Mishca tinham retornado da Sardenha
fazia semanas, as coisas tinham passado de bem a melhor,
Volkov Bratva 3,5
especialmente porque as coisas tinham estado bastante
tranquilas ao redor de Mishca. Já que ela estava virtualmente
ajudando a dirigir um dos clubes, Lauren tinha atribuído seu
cansaço à agitada agenda de trabalho, mas agora... Ela não
acreditava, especialmente quando as náuseas tinham
piorado.
É obvio, ela queria dizer que era algo que tinha
comido, mas do que tinha lido a respeito da intoxicação por
mantimentos, esses sintomas não eram nada parecidos aos
que estava passando, e definitivamente não duravam por
semanas.
Além disso, ela apenas estava comendo em primeiro
lugar.
Uma suspeita latente a tinha golpeado quando essa
primeira onda de náuseas a alcançou, como nessa ocasião,
mas a desprezou com a mesma rapidez, sabendo que não era
possível tendo em conta que estava no controle da natalidade.
...Então, o primeiro que pensou foi nessa pequena
pílula que se supunha tinha que tomar diariamente,
lembrou-se de sua bagagem perdida... e o fato de que elas
tinham estado escondidas no bolso lateral de sua bolsa.
Ela tinha tido a intenção de repor seu pedido desde
118

então, mas tinha se esquecido de tudo até umas semanas


Página

atrás.
Lauren queria ignorar seus sintomas, com a
esperança de que passariam, mas depois desta noite, —
outra noite que passou no piso do banheiro, — não tinha
Volkov Bratva 3,5
outra opção. Ela tinha que saber com segurança. Vestindo
um par de calças de moletom, junto com uma jaqueta leve,
agarrou suas chaves, fechando a porta do quarto atrás dela
enquanto saía.
— Vai sair?
Ela quase saltou no ar com a pergunta de Alik,
surpreendida por sua presença ocasional em sua casa. Ele
estava deitado no sofá, botas Timberland colocadas no chão
cuidadosamente ao lado de onde estava sentado. A televisão
estava ligada, um filme passando que não reconhecia, o
volume tão baixo que não havia possibilidade de que ele
pudesse ter estado emprestando muita atenção.
Lauren olhou a seu redor, sua mão apertando a
correia de sua bolsa enquanto contemplava o que fazer a
seguir.
— O que está fazendo aqui?
— É quinta-feira.
Ele não tinha que explicar o que queria dizer.
Embora a reunião mensal entre os chefes geralmente era
realizada durante o dia, Mishca tinha o costume de trocar as
coisas agora, nunca realizando a reunião no mesmo lugar,
nem durante as mesmas horas.
119

— Isso ainda não explica por que está aqui.


Página

— Seu chefe pediu a meu chefe um favor. Só estou


seguindo as instruções.
— Bem. Está bem, então...
— O que posso fazer por ti?
Volkov Bratva 3,5
Lauren negou com a cabeça.
— Nada, só estou indo à loja.
Encolheu os ombros, já alcançando suas botas para
coloca-las.
— Vamos.
Ela não acreditou que estivesse interessada em
discutir com ele, assim que em vez de discutir, esperou que
terminasse de amarrar seus sapatos e o seguiu ao elevador.
Apesar do fato de que a rua estava quase deserta,
Alik ficou perto ao seu lado, suas mãos metidas nos bolsos
dianteiros de seu jeans. Havia uma pequena loja na esquina,
o sinal luminoso na parte superior da janela ainda acesa.
Havia uma garota, maior que Lauren, atrás do balcão, sua
atenção no livro que estava lendo.
Lauren explorou as prateleiras pelos corredores,
vendo o que ela necessitava dando uma olhada. Ela virou
para Alik.
— Posso comprar por mim mesma?
— Tem cinco minutos.
Não teve que lhe perguntar o que estaria fazendo
nesse tempo. Com essas palavras de despedida, dirigiu-se
para o balcão.
120

Lauren foi ao corredor sete, explorando as


Página

inumeráveis filas de testes. O preço variava algumas


prometendo resultados em menos de três minutos, outros
prometendo inclusive dizer quão avançado estava. Enquanto
os examinava, não podia deixar de pensar em todas as várias
Volkov Bratva 3,5
vezes que tinha passado por este corredor abruptamente,
nunca dando atenção. Não porque pensasse que podia estar
gravida. Mas porque ela não tinha pensado ter filhos tão
jovem.
Agarrando uns poucos, — ou dez, — das
prateleiras, levou-os ao balcão, desejando poder enviar Alik a
algum lugar para que pudesse fazer isto em particular. A
garota atrás do balcão estava tão absorta por Alik que ela
nem sequer notou a presença de Lauren que se aproximava,
ao menos não até que colocou os testes sobre o balcão.
A garota olhou entre Alik e ela, logo para baixo os
anéis de Lauren e os notavelmente ausentes de Alik. Se o
sorriso de satisfação de Alik queria dizer algo, ele sabia
exatamente o que ela estava pensando, mas não se
incomodou em corrigir sua hipótese. Não levou muito tempo
para que pudessem registrar tudo, e uma vez que terminaram
e retornaram a sua casa, Alik desapareceu enquanto Lauren
se trancava no banheiro.
Pelas próximas duas horas, ela usou cada teste que
comprou, alternativamente bebendo água e controlando cada
um deles.
Com o primeiro resultado positivo, ela negou com a
121

cabeça, negando-se a acredita-lo.


Página

O segundo, o primeiro tremor de algo agitou a vida


em seu peito.
O terceiro? Tremiam-lhe as mãos.
Volkov Bratva 3,5
O quinto, sexto, e através da décimo, estava
completamente convencida de que estes montões de testes
não podiam estar equivocados. Na hora que terminou, Lauren
estava soluçando, não sabendo por que estava chorando, só
sabia que isto podia mudar tudo, e no momento, não estava
segura se era algo bom ou não.
Alguém bateu na porta, seguido pelo som de alguém
tratando de abrir a porta.
— Lauren?
O som da voz de Mishca trouxe uma nova onda de
lágrimas a seus olhos enquanto ela os fechava. Os testes
ainda se estendiam diante dela no chão. Só a ideia deles,
sabendo que ele ia vê-lo s a qualquer momento, fez aumentar
sua ansiedade. O que lhe diria? O que pensaria? Estaria
feliz? Ou se incomodaria?
— Lauren? — Ele estava se impacientando, seu
golpe seguinte não foi tão suave como o primeiro. — Alik
mandou uma mensagem para mim. Abre a porta.
Recolhendo os testes, Lauren os segurou em uma
mão enquanto se aproximava da porta, abrindo-a lentamente,
com o coração na garganta. Ao primeiro sinal dela, a
preocupação em seu rosto se aprofundou, suas mãos
122

alcançando para segurar seu rosto, seus polegares sacudindo


Página

suas lágrimas.
— Me diga.
Quando ela o olhou aos olhos, foi golpeada por um
pensamento curioso, falando em voz alta.
Volkov Bratva 3,5
— Sempre achei seus olhos interessantes. Acredita
que se tivesse um filho, teriam seus olhos?
Colocou uma mecha de cabelo detrás de sua orelha,
fazendo todo o possível para não parecer confundido.
— O tychem govorish' — por que está falando isso?
Lauren não teve que responder, porque no próximo
segundo, seus olhos se dirigiram ao que ela sustentava, suas
sobrancelhas unindo-se juntas enquanto ele os tirava
brandamente de sua mão. Logo que leu o primeiro, cada
emoção, cada moléstia de uma reação desapareceu de seu
rosto. Leu um por um, — como ela o tinha feito —
colocando-os sobre o balcão uma vez que terminou.
— Eu... – engoliu a saliva, seu olhar indo dos testes
para seu estômago, sua expressão ainda ilegível.
— OH.
Ele parecia que realmente tinha perdido as palavras,
fazendo seu coração pulsar mais rápido. Ela não podia dizer
se estava aborrecido pela notícia, mas se explicou de
qualquer jeito.
— Meu controle da natalidade estava em minha
mala, a que se perdeu quando estávamos na Sardenha.
Esqueci de tudo isso enquanto estávamos ali... Eu realmente
123

não sei como explicar isto e...


Página

— Lyubov 'moya — Meu amor. Pare. — Suas


palavras eram suaves enquanto a fazia entrar em seus
braços.
— Mish, eu...
Volkov Bratva 3,5
— Lauren, pare. Não se desculpe comigo.
— Então, o que posso dizer? — Disse apartando
dele. — Deveria começar a escola de medicina em janeiro.
Você tem o Bratva em que pensar. Não sei o que...
Ele a beijou de repente, cuidadosamente cortando
seus protestos. Embaixo dele, ela se acalmou, suas mãos
indo a seu peito, curvando os dedos no tecido de sua camisa,
sentindo os batimentos do coração sob seus punhos.
— Estamos bem.
— Mas Mish, estou grávida.
Era a primeira vez que ela dizia as palavras, e a
primeira vez que o reconhecia plenamente e, entretanto,
enquanto que o medo do desconhecido estava ali, também
havia um rastro de emoção em seu interior, e a julgar pelo
sorriso florescendo lentamente na cara de Mishca, estava
dentro dele também.
— Sei disso.
Agachou-se, sua mão deslizando por debaixo de sua
camisa, ao longo de seu estômago, esfregando uma
inexistente barriga.
— Não importa o que acontecer — continuou, com o
queixo apoiado na parte superior de sua cabeça, suas
124

palavras em um sussurro, — Nunca deixarei que te passe


Página

nada ou com o bebê, inclusive se tiver que ter a Niklaus e sua


equipe em sua sombra.
Rindo sinceramente, ela negou com a cabeça. — Ele
nunca estaria de acordo com isso.
Volkov Bratva 3,5
— Veremos, mas por agora, não quero que se
preocupe por nada. Resolveremos. Sempre o fazemos.
— Ya tebya lyublyu – Amo-te.
Beijou suas duas bochechas, logo sua testa.
— Eu também te amo.
Sorriu-lhe, envolvendo seus braços ao redor de seus
ombros. O futuro era mais incerto que nunca, mas nesse
momento, negou-se a pensar no que poderia sair mal, e optou
por centrar-se no presente.
— Até o final?
Seu sorriso era lento, mas seguro quando ele
inclinou a cabeça.
— Até o final.

125
Página
Volkov Bratva 3,5

— Merda. Não.
— Disse que essa seria sua reação, — murmurou
Lauren embora duvidasse que alguém lhe desse muita
atenção desde que Mishca e Klaus estavam muito ocupados
olhando um ao outro.
Lauren tinha querido esperar para dizer a alguém
sobre a gravidez até que estivesse um pouco mais adiantada,
mas depois de uma visita ao médico e confirmar o que os
testes já tinham mostrado, Mishca não quis perder nenhum
tempo. Aparentemente, isso significava trazer Klaus para
uma "reunião" na qual Mishca lhe informava que seus
serviços seriam requeridos pelos próximos nove meses.
É obvio que para Klaus, isso significava bancar a
babá para ela pelos próximos nove meses.
— Que demônios te pareço que sou? Disparo merda
para viver, não posso ser o menino de recados da sua esposa.
126

— depois de sua diatribe, Klaus dirigiu seu olhar a Lauren e


Página

disse: — Sem ofender.


Antes que ela pudesse dizer que não estava nem um
pouco ofendida pelo que dizia, — estava acostumada já a sua
áspera atitude, — Mishca interrompeu, como sempre o fazia.
Volkov Bratva 3,5
— Estou pagando por seu tempo. Duvido que
alguma vez pense em alguém mais que em si mesmo.
Isso claramente não foi o correto para falar. Klaus
deixou cair suas pernas da mesa, ficando de pé, e enquanto
Mishca permanecia sentado, levantou-se também, estando
cara a cara com seu irmão. Por uma vez, Lauren não pensou
em intervir, só porque sabia que eles tinham que esclarecer
tudo por eles mesmos, se houvesse alguma esperança para
salvar algo entre eles.
— Foda-se. Não te devo uma merda, Russo. Qual é o
ponto de trazer um menino para sua vida de merda de
qualquer maneira? E se tiver gêmeos, vai foder com eles
também? Converter um em assassino, e ao outro em um
babaca? Não viu o que acontece com uma mulher Volkov
uma vez que se casa com esta merda de feira que chama
família.
Luka, que tinha estado tranquilamente sentado ao
lado comendo sementes de romã como se fossem pipocas de
milho, assobiou para baixo, negando com a cabeça. Havia
poucas coisas que podiam tirar Mishca do sério e apesar de
que tão irritado estivesse com Klaus, era estranho que
deixasse que algo do que dissesse lhe incomodasse tanto.
127

Falar mal de sua mãe e de Lauren ao mesmo tempo...


Página

foi suficiente.
Mishca lançou seu punho para o queixo de Klaus,
falhando por uma polegada quando Klaus se inclinou para
trás, lhe lançando um golpe. A única vez que Lauren viu
Volkov Bratva 3,5
Mishca brigar foi no ginásio que lhe pertencia, ele tinha sido
intocável, o outro menino pareceu principiante ao lado de
Mishca, mas agora que ele e Klaus se enfrentavam, pareciam
estar ao mesmo nível.
Enquanto Luka parecia mais que contente de vê-lo s
brigar, Lauren teve o suficiente.
— Basta! Estou farta de vocês dois. O único que
fazem é brigar. Mish tem que deixar de tentar obrigar que
Klaus faça o que não quer. Já deve saber que a metade da
merda que diz o faz só para te machucar. — Ela passou uma
agitada mão por seu cabelo, sentir as lágrimas era
completamente desnecessário, seus olhos picavam. — Estou
suficientemente estressada e vocês dois acrescentando mais
não me ajuda.
Lauren se virou para Klaus, vendo a cólera residual
em seu rosto, junto com esse habitual sorriso, só a fez
zangar-se mais.
— E você precisa deixar de jogar a carta de vítima.
Mikhail foi um idiota. Viktor foi ainda mais, mas é tempo de
deixa-lo para trás. Sim, perdeu a alguém a quem amava
devido à Bratva, também eu, assim como Mishca. Se pudesse
tirar sua cabeça de seu traseiro por um segundo, poderia ver
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que Mishca somente quer reparar sua relação. Se quiser


Página

seguir estando sozinho, deixe de estar ao redor. Agora, se não


está com meu marido, vá embora.
Ela não esperou por nenhuma resposta, só deixou a
sala. O mal estar pela manhã era algo ao que ela estava se
Volkov Bratva 3,5
acostumando, mas uma coisa que se deu conta foi que podia
estourar em qualquer momento, não somente durante a
manhã. Felizmente, ela usualmente tinha uma boa ideia
quando deveria estourar.
Colocando-se em sua cama, fechou os olhos,
empurrando a colcha sobre sua cabeça. Pensando que devia
dizer a ele que ficasse longe, Lauren gostava de Klaus,
inclusive embora fosse um pentelho a maior parte do tempo.
Quando esquecia as ofensas contra ela, era gracioso,
encantador, com uma mentalidade particular, e era agradável
tê-lo ao redor.
Hoje não foi um desses dias.
Ela podia escutá-lo s discutir através da porta, suas
vozes elevando-se, acaloradas, embora não conseguia
entender o que eles diziam. Foi o que tanto Lauren temia, que
ao final não ficasse nada da relação por salvar.
Uma vez que as vozes finalmente acabaram, Lauren
se deu a volta, suspirando, desejando que suas vidas não
fossem tão complicadas.
— A caminhada foi um pouco dramática, não te
parece?
Lauren estava tão acostumada que Klaus passeasse
129

furtivamente ao redor que nem sequer pestanejou quando ele


Página

se encontrou no quarto, embora estivesse um pouco


surpreendida que não escutasse abrir a porta.
— O que quer?
Volkov Bratva 3,5
Ela sentiu que a cama afundou a sua direita,
imaginando-o subindo como se pensasse que pertencia aí.

— Talvez te venha dizer que tomarei o posto de


babá...
— Ou vem se desculpar por ser um idiota sem
nenhuma razão.
Ele riu entre dentes.
— Não muito.
Tirando o cobertor, virou para vê-lo.
— Onde está Mish?
— Esperando que terminemos esta pequena
conversa.
— Não deveria estar me falando. É com ele com
quem tem que trabalhar.
Sua expressão era indecifrável, mas Lauren sentiu
que havia algo que ele queria dizer. Ela esperou, sentando-se
com suas costas contra a cabeceira.
— Com pode esquecer o que eles fizeram?
Ela soube exatamente quem era "eles" — Não
esqueci, mas o que eles fizeram Mishca não teve nada que ver
com isso. E não é com Mish que está realmente zangado
130

agora, mas de novo, isso é entre você e ele.


Página

— Em algum ponto pensei em te matar. Seria o justo


desde que perdi o amor de minha vida. Estou agradecido de
não tê-lo feito. Não é tão má.
Volkov Bratva 3,5
Isso foi estranho. Ela nunca tinha tido uma ameaça e
um elogio em uma mesma frase. -obrigada, acredito.
— Se isto for funcionar, vai precisar fazer exatamente
o que te diga, quando o disser. Não preciso ter você fazendo
coisas que farão que te mate você mesma. Os russos já são
uma dor em meu traseiro, não necessito de dois.
— Certo.
— E ninguém deve saber sobre o bebê russo. As
pessoas já estão prontas para te usar para apanhar os
russos, não há necessidade de fazer um alvo sobre você
mesma.
— Combinado, Klaus.
Ele assentiu, ficando satisfeito com suas demandas,
mas enquanto Lauren o olhava, não pôde esconder seu
sorriso, ou resistir a urgência de envolver seus braços ao
redor dele e atrai-lo para um abraço.
— E sem abraços.
— Estou agradecida que esteja ao redor. Não quero
que o bebê não conheça seu mal humorado tio.
Uma curiosa expressão cruzou por seu rosto, uma
mescla entre medo e adoração.
— Sim... Estou certo disso.
131
Página
Volkov Bratva 3,5

PRÓXIMO LIVRO

Antes de Luka
Sergeyev, existia um
menino com o nome de
Valon Ahmeti, nascido
de uma mãe russa e um
pai albanês. Sua vida não
foi fácil e ele deveria ter
sucumbido ante a morte
faz um bom tempo, mas
prevaleceu como só ele
poderia, em uma vida de
inferno e deboche.
A beleza se deriva
da crueldade...
A sede de sangue
da agonia...
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Algumas mentes não podem suportar a


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tortura...
Rompe-as...
Volkov Bratva 3,5

133
Página

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