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PERIFERIA VIVA -

URBANIZAÇÃO
DE FAVELAS
MANUAL DE INSTRUÇÕES PARA
APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS

AÇÕES
00T2 | Apoio à Urbanização
de Assentamentos Precários

00TH | Apoio à Urbanização


de Assentamentos Precários
por meio do Fundo Nacional de
Habitação de Interesse Social

PROGRAMA
2220 | Moradia Digna

Aprovado pela Portaria MCID nº 1.328, de 16 de outubro de 2023.


PERIFERIA VIVA -
URBANIZAÇÃO DE FAVELAS
2220 | MORADIA DIGNA

Ministro Das Cidades Coordenador-Geral de Regularização Fundiária


JADER FONTENELLE BARBALHO FILHO SAMUEL DA SILVA CARDOSO

Secretário Executivo Diretor do Departamento de Mitigação


HILDO AUGUSTO DA ROCHA NETO e Prevenção de Risco
RODOLFO BAÊSSO MOURA

Secretário Nacional De Periferias


GUILHERME SIMÕES PEREIRA Coordenação-Geral de Obras
PEDRO HENRIQUE LOPES BATISTA

Chefe de Gabinete
VITOR ARARIPE FREIRE PACHECO Coordenação-Geral de Apoio a Planos
LEONARDO SANTOS SALLES VARALLO

Coordenadora-Geral de Gestão
RHAIANA BANDEIRA SANTANA Coordenação-Geral de Articulação
SAMIA NASCIMENTO SULAIMAN

Assessora do Gabinete
SIMONE GUERESI DE MELLO Equipe Técnica
MARIA FERNANDA BECKER

Assessor do Gabinete ENDYRA DE OLIVEIRA RUSSO

FRANCISCO JOSUE MEDEIROS DE FREITAS HENRIQUE SOARES RABELO ADRIANO


MARINA AMORIM CAVALCANTI
DE OLIVEIRA
Diretora de Regularização,
Urbanização Integrada e Qualificação LUANA ALVES DE MELO
de Territórios Periféricos
JÚLIA LINS BITTENCOURT

Coordenadora-Geral de Urbanização Integrada


ISABELA SBAMPATO BATISTA REIS DE PAULA

Coordenador-Geral de Articulação
e Planejamento
FLAVIO TAVARES BRASILEIRO
GLOSSÁRIO
AÇÃO TÁTICA: sidiar o processo de planejamento, projeto e im-
Intervenções urbanas de baixo custo e pequena es- plementação de intervenções e políticas neces-
cala, definidas conforme necessidades apontadas sárias ao desenvolvimento socioterritorial, com
pela comunidade, que visam promover melhorias envolvimento e a participação dos atores rele-
imediatas em espaços públicos ou de uso comuni- vantes da comunidade, poderes públicos, setor
tário do território periférico e fortalecer o engaja- privado.
mento e a mobilização social.
FAMÍLIAS BENEFICIÁRIAS:
ÁREA DE REASSENTAMENTO: Todas aquelas, residentes na poligonal de urba-
Área delimitada por uma poligonal, não integrante nização integral, que venham a ser diretamente
da poligonal de urbanização integral, onde serão beneficiadas pelos investimentos realizados.
produzidas unidades habitacionais.
FUNCIONALIDADE:
ÁREA DE REMANEJAMENTO: Possibilidade de realização das funções e de uti-
Área inserida na poligonal de urbanização, onde se- lização dentro das finalidades para as quais o ob-
rão produzidas unidades habitacionais. jeto se destina, propiciando a geração de benefí-
cios à população em cumprimento às condições
CONCEPÇÃO GERAL DA INTERVENÇÃO: definidas neste Manual e nas normas que regula-
Instrumento preliminar de planejamento das inter- mentam a matéria.
venções de urbanização que visam a melhoria das
condições de habitabilidade do assentamento pre- INFRAESTRUTURA ESSENCIAL:
cário, indicando e priorizando, quando for o caso, Considera-se infraestrutura essencial, conforme
as etapas necessárias à resolução de todas as pre- estabelecido na Lei n. 13.465, de 11 de julho de
cariedades diagnosticadas. 2017, a reunião dos seguintes requisitos:

CONSOLIDAÇÃO DO ASSENTAMENTO PRECÁRIO: I - sistema de abastecimento de água potável,


Solução de melhoria das condições urbanísticas e coletivo ou individual;
de habitabilidade que viabilizam a integração do
assentamento precário à cidade, assegurando a II - sistema de coleta e tratamento do esgota-
manutenção das famílias no local que atualmente mento sanitário, coletivo ou individual;
ocupam.
III - rede de energia elétrica domiciliar;
CONTRATO DE REPASSE:
Instrumento administrativo, de interesse recípro- IV - soluções de drenagem, quando necessário; e
co, por meio do qual a transferência dos recursos
financeiros se processa por intermédio de institui- V - outros equipamentos a serem definidos pelos
ção ou agente financeiro público federal, que atua Municípios em função das necessidades locais e
como mandatário da União; características regionais.

DIAGNÓSTICO SOCIOTERRITORIAL INTEGRADO E MITIGAÇÃO DE CONFLITO FUNDIÁRIO URBANO:


PARTICIPATIVO: Disputas pela posse ou propriedade de imóvel
Destina-se a mapear e interpretar os aspectos urbano, objeto de litígio judicial, envolvendo fa-
sociais, econômicos, produtivos e político-insti- mílias de baixa renda, que demandarem a prote-
tucionais da poligonal de urbanização integral e ção do Estado na garantia do direito humano à
da população beneficiária – inclusive os níveis de moradia e à cidade;
engajamento e organização social –, visando sub-

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PLANO DE AÇÃO PERIFERIA VIVA:
Instrumento de planejamento participativo RECURSOS DE REPASSE:
que visa definir, de forma integrada e transversal, Valores aportados para o escopo das ações de
as estratégias de ação para o enfrentamento urbanização do assentamento precário, inclusive
e superação gradativa das condições de vulnerabi- para o componente habitacional, provenientes do
lidade de determinado território periférico. Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social
– FNHIS ou do Orçamento Geral da União – OGU,
PLANO DE REASSENTAMENTO consignados no contrato de repasse ou termo de
Instrumento de orientação do processo de reas- compromisso.
sentamento visando definir medidas que assegu-
rem que as famílias afetadas sejam reparadas de REDUÇÃO DE RISCO DE DESASTRES:
maneira equitativa e adequada, sendo parte inte- Toda e qualquer ação, estrutural ou não estrutural,
grante dos projetos das intervenções, e devendo cujo resultado seja a diminuição da exposição das
ser estruturado de forma articulada com o trabalho populações a riscos de movimentos de massa, en-
social, com a regularização fundiária e com o cro- xurrada, inundações e processos correlatos.
nograma de execução do empreendimento.
REMANEJAMENTO:
POLIGONAL DE URBANIZAÇÃO INTEGRAL: Alteração do local de moradia das famílias, impli-
Área delimitada por uma poligonal que define o(s) cando na reconstrução da unidade habitacional
perímetro(s) da intervenção de urbanização inte- dentro da poligonal que define a área de interven-
gral do(s) assentamento(s) precário(s). ção do assentamento precário a ser urbanizado.

POSTO TERRITORIAL: espaço físico localizado no REPARAÇÃO DE DANOS:


território periférico, destinado a servir de âncora Medidas definidas no plano de reassentamento,
local para as ações de mobilização, participação e visando a assegurar que as famílias afetadas sejam
articulação entre assessoria técnica, trabalho so- reparadas de maneira equitativa e adequada, de
cial, poder público e comunidade, devendo ser ob- forma a restaurar ou melhorar suas condições de
jeto de identidade visual específica, a ser fornecida vida.
pelo Ministério das Cidades.
TERMO DE COLABORAÇÃO:
REASSENTAMENTO: Instrumento de formalização de parceria entre o
Alteração do local de moradia de famílias, impli- Proponente/Agente Executor e Organizações da
cando na sua remoção para outro terreno, fora da Sociedade Civil (OSCs) para a consecução de ati-
poligonal que define a área de intervenção no as- vidades destinadas à implementação da interven-
sentamento precário a ser urbanizado, devendo ser ção, nos termos da Lei n. 13.019, de 31 de julho de
localizado o mais próximo possível do local de ori- 2014.
gem das famílias.
TERMO DE COMPROMISSO:
RECUPERAÇÃO DE ÁREA DEGRADADA: Instrumento contratual formalizado a título de
Medida obrigatória para intervenções em áreas transferência obrigatória, assinado entre o MCi-
restritas à ocupação, por apresentarem risco às fa- dades, por intermédio da CAIXA, na qualidade de
mílias, tais como as Áreas de Preservação Perma- Mandatária da União, e os entes federados, pas-
nente – APP, topos de morros, encostas íngremes, sando este a ser denominado Proponente/Agente
manguezais, dunas e margens de rios. A recupera- Executor.
ção consiste na restituição de um ecossistema ou
de uma população silvestre degradada a uma con- TERRITÓRIO PERIFÉRICO (MACROÁREA):
dição não degradada, que pode ser diferente de Porção do território urbano contínuo, cujo perí-
sua condição original. metro é delimitado por elementos urbanos, físicos

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e/ou cultural bem definidos (bacia hidrografia, sis-
tema viário estrutural, obstáculos urbanos, identi-
dade cultural, divisões administrativas, etc.) ocu-
pado majoritariamente por população em situação
de vulnerabilidade social, que apresenta um ou
mais setores caracterizados como assentamentos
precários (insuficiência de infraestrutura, equipa-
mentos públicos, áreas livres e verdes, deficiência
de redes de telefonia e conectividade, ou ausência
de regularização fundiária.

TRABALHO SOCIAL:
Conjunto de estratégias, processos e ações que
objetivam dar suporte à relação entre o Proponen-
te/Agente Executor e as famílias beneficiárias, bem
como promover o exercício da participação social,
inserção social das famílias e o desenvolvimento
socioterritorial, em articulação com as demais po-
líticas públicas.

VALOR DE INVESTIMENTO:
Somatória dos valores aportados, necessários à
consecução das obras e serviços pactuados, com-
postos exclusivamente pelos itens discriminados
neste Manual, tendo como fonte de recursos o
OGU, o FNHIS, as contrapartidas ou outras.

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PÁGINA

7 1. APRESENTAÇÃO

8 2. OBJETIVO

8 3. DIRETRIZES GERAIS

9 4. DIRETRIZES ESPECÍFICAS

10 5. ORIGEM DOS RECURSOS E CONTRAPARTIDA

10 6. QUEM PODE PLEITEAR OS RECURSOS

10 7. PARTICIPANTES E ATRIBUIÇÕES

16 8. CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DO TERRITÓRIO


PERIFÉRICO E DOS BENEFICIÁRIOS FINAIS

17 9. CONCEPÇÃO DA PROPOSTA

23 10. COMPOSIÇÃO DO INVESTIMENTO

36 11. SELEÇÃO DE PROPOSTAS

37 13. CASOS EXCEPCIONAIS

37 14. RETROATIVIDADE

37 15. CONTATOS EM CASO DE DÚVIDAS

38 ANEXO I:
CONTEÚDO DO PLANO DE AÇÃO PERIFERIA VIVA

41 ANEXO II:
CRITÉRIOS PARA DEFINIÇÃO DE EQUIPE DA
ENTIDADE DtE ASSESSORIA TÉCNICA
1
APRESENTAÇÃO
1.1 1.2.2
Este Manual tem como objetivo apresentar Além da Lei de Diretrizes Orçamentárias vi-
os fundamentos técnicos das ações abaixo gente no ano de contratação e do disposto
descritas, acrescidos das orientações neces- neste Manual, aplicam-se aos instrumentos
sárias ao processo de apresentação, análise e de repasse a serem firmados:
seleção das propostas.
a) no caso de termos de compromisso, o
1.1.1 Ações aplicáveis: Capítulo I do Título I da Portaria Interminis-
terial MP/MF/CGU n. 424, de 30 de dezem-
1.1.1.1 bro de 2016, e o Manual de Instruções para
Ação 1: Apoio à Urbanização de Assenta- Contratação e Execução dos Programas e
mentos Precários por meio do Fundo Na- Ações do Ministério das Cidades, abrangi-
cional de Habitação de Interesse Social dos pela Lei n. 11.578, de 26 de novembro de
(16.451.2220.00TH). 2007, ou as normas que vierem a substituí-
-los; e,
1.1.1.1.1
Recursos: Fundo Nacional de Habitação de b) no caso de contratos de repasse, o De-
Interesse Social – FNHIS. creto n. 11.531, de 16 de maio de 2023, a Por-
taria Conjunta MGI/MF/CGU n. 33, de 30 de
1.1.1.2 agosto de 2023, a Instrução Normativa MP
Ação 2: Apoio à Urbanização de Assenta- n. 2, de 24 de janeiro de 2018, ou as normas
mentos Precários (15.451.2220.00T2). que vierem a substituí-los.

1.1.1.2.1 1.3
Recursos: Orçamento Geral da União – Para a Ação de Apoio à Urbanização de As-
OGU. sentamentos Precários por meio do Fundo
Nacional de Habitação de Interesse Social
1.2 – FNHIS, aplica-se, ainda, o disposto na Lei
Os recursos destinados a estas ações serão n. 11.124, de 16 de junho de 2005.
repassados por intermédio de transferên-
cias obrigatórias ou voluntárias, nos ter- 1.4
mos da legislação de regência. A implementação destas ações tem ampa-
ro no Programa Moradia Digna, e, a partir de
1.2.1 2024, no Programa Periferia Viva, constan-
No caso de transferências obrigatórias, o tes do Plano Plurianual do Governo Federal,
repasse do recurso será realizado por meio gerido pelo Ministério das Cidades.
da assinatura de termo de compromisso,
e no caso de transferência voluntária o re-
passe do recurso será realizado por meio
da assinatura de contrato de repasse, am-
bos firmados entre o agente executor e a
Caixa Econômica Federal - CAIXA, na qua-
lidade de mandatária da União.

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2 meio de ações obrigatórias de trabalho social;
OBJETIVO
e) integração com outras intervenções e pro-
2.1 gramas da União, em particular com aqueles
Apoiar o poder público na elevação dos pa- geridos pelo MCidades, bem como com as
drões de qualidade de vida das famílias em políticas públicas de assistência social, saúde,
situação de vulnerabilidade social que vi- educação, direitos humanos, igualdade racial
vem em assentamentos precários, por meio e de gênero, cultura, esportes, justiça, traba-
de ações integradas que abarquem aspectos lho e emprego, entre outras;
socioeconômicos, habitacionais, ambientais,
fundiários, de infraestrutura urbana, de pre- f) mitigação de conflitos fundiários urbanos
venção de riscos de desastres e de acesso e promoção da segurança da posse, por meio
a serviços e equipamentos públicos, visando de ações de regularização fundiária urbana de
a consolidação das ocupações, sempre que interesse social;
possível.
g) compatibilização com o Plano Diretor Mu-
3 nicipal ou equivalente, ou com Plano de Ação
DIRETRIZES GERAIS Estadual ou Regional, quando existentes, com
os instrumentos previstos no Estatuto da Ci-
3.1
dade, de que trata a Lei n. 10.257, de 2001, e
As propostas apresentadas no âmbito des-
com a legislação local, estadual e federal per-
tas ações observarão as seguintes diretrizes
tinente;
gerais:

h) compatibilização com o Plano Local de


a) atendimento à população residente em áre-
Habitação de Interesse Social e outros planos
as sujeitas a risco de desastre, insalubridade
setoriais existentes, tais como: Plano de Sane-
ou degradação ambiental;
amento Básico, Plano de Gestão Integrada de
Resíduos Sólidos, Plano de Bacia Hidrográfi-
b) consolidação das famílias em seus locais
ca, Plano de Mobilidade Urbana, Plano Diretor
de moradia, recorrendo ao remanejamento ou
de Drenagem Urbana, Plano Municipal de Re-
reassentamento apenas como medida extre-
dução de Riscos;
ma;

i) promoção do ordenamento territorial, por


c) inclusão socioeconômica e promoção de
meio da promoção de moradia formal e re-
ações de desenvolvimento socioterritorial,
gular e da inclusão das áreas de baixa renda
condizentes com as potencialidades e neces-
ocupadas informalmente no ordenamento ur-
sidades do território, incluindo articulação
banístico e na rotina de serviços públicos das
com outras políticas e órgãos, quando neces-
cidades; e
sário;

j) atendimento às diretrizes do Sistema Na-


d) promoção da participação dos beneficiá-
cional de Habitação de Interesse Social,
rios nos processos de decisão, implantação
conforme disposto no art. 4º, inciso II, da Lei n.
e manutenção dos bens e serviços, contri-
11.124, de 2005.
buindo para a melhoria das condições de vida,
a efetivação dos direitos sociais dos benefici-
ários e a sustentabilidade da intervenção, por

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4 c.3) compatibilidade do projeto com as ca-
DIRETRIZES ESPECÍFICAS racterísticas regionais, locais, climáticas e
culturais da área; e
4.1
As propostas apresentadas no âmbito destas c.4) adequação, quando for o caso, às ne-
ações observarão as seguintes diretrizes es- cessidades das pessoas com deficiência e
pecíficas: dos idosos.

a) cadastro, sempre que possível, das famílias d) adoção de soluções técnicas que elimi-
beneficiárias no Cadastro Único dos Progra- nem barreiras arquitetônicas e urbanísti-
mas Sociais do Governo Federal – CadÚnico, a cas, visando garantir a acessibilidade, nos
fim de contribuir para a coleta, processamen- termos da Norma Brasileira da Associação
to, sistematização e disseminação de informa- Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) – NBR
ções georreferenciadas para a identificação e 9050, da Lei n. 13.146, de 2015, e da Instru-
a caracterização socioeconômica das famílias ção Normativa MPDG n. 2, de 9 de outubro
de baixa renda; de 2017, bem como o atendimento às de-
mais normas da ABNT;
b) respeito às especificidades sociais e insti-
tucionais da área de intervenção nos casos de e) atendimento às diretrizes do Programa
atendimento a famílias indígenas, quilombo- Brasileiro da Qualidade e Produtividade do
las e outras comunidades tradicionais; Habitat – PBQP-H, da Secretaria Nacional
de Habitação do MCidades, principalmente
b.1) nesses casos, sempre que possível, o Pro- no que diz respeito à utilização de materiais
ponente/Agente Executor deverá buscar inter- de construção produzidos em conformida-
locução com os órgãos oficiais responsáveis de com as normas técnicas, e preferencial-
pela questão tais como a Fundação Nacional mente, de empresas construtoras com cer-
do Índio do Ministério da Justiça - FUNAI, a tificados de qualidade na área de atuação;
Fundação Nacional de Saúde do Ministério da
Saúde – FUNASA, o Instituto Nacional de Co- f) atendimento às normas de preservação
lonização e Reforma Agrária do Ministério da ambiental, eliminando ou mitigando os im-
Agricultura, Pecuária e Abastecimento – IN- pactos ambientais negativos na área obje-
CRA, a Fundação Cultural Palmares, o Minis- to de intervenção e seu respectivo entorno
tério dos Direitos Humanos e da Cidadania, ou, no caso de realocação de famílias, na
assim como organizações da sociedade civil; área anteriormente ocupada, evitando no-
vas ocupações com a execução de obras de
c) observância, nas propostas que contem- urbanização e recuperação de áreas degra-
plem a construção de unidades habitacionais, dadas;
aos seguintes aspectos:
g) observância ao devido processo de li-
c.1) segurança, salubridade e qualidade da cenciamento ambiental para os projetos e
edificação; planos decorrentes da proposta, na forma
da lei e dos regulamentos que regem a ma-
c.2) previsão, quando possível, de ampliação téria; e
da unidade habitacional e método construtivo
que permita a execução desta ampliação com h) plena funcionalidade das obras e serviços
facilidade; propostos que deverão reverter-se, ao seu
final, em benefícios imediatos à população.

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5 6
ORIGEM DOS RECURSOS QUEM PODE PLEITEAR
E CONTRAPARTIDA OS RECURSOS
5.1 6.1
Os recursos destinados a estas ações são As propostas podem ser apresentadas,
provenientes das seguintes fontes, conforme exclusivamente, pelo chefe do Poder Execu-
o caso: tivo dos estados, do Distrito Federal e dos
municípios, ou seu representante legal.
a) Fundo Nacional de Habitação de Interes-
se Social – FNHIS (Código de Recolhimento:
18836-0); e 7
PARTICIPANTES E ATRIBUIÇÕES
b) Orçamento Geral da União – OGU (Código
7.1
de Recolhimento: 18836-0);
Ministério das Cidades – Ministério das
Cidades, na qualidade de Gestor, sem pre-
c) contrapartida do Proponente/Agente Exe-
juízo do disposto no art. 14, da Lei n. 11.124,
cutor; e
de 2005, e dos demais regramentos aplicá-
veis aos instrumentos de repasse que virão
d) outras que vierem a ser definidas.
a ser firmados, responsável pela gestão dos
programas, projetos e atividades, mediante:
5.2
A contrapartida do Proponente/Agente Exe-
a) definição das diretrizes gerais e dos pro-
cutor fica definida na forma disposta na Lei
cedimentos operacionais para sua imple-
de Diretrizes Orçamentárias – LDO vigente,
mentação;
observadas as orientações e os percentuais
estabelecidos em ato específico, bem como
b) divulgação de atos normativos e orienta-
os valores definidos no momento da seleção
ções ao Proponente/Agente Executor;
das propostas.

c) pré-qualificação das entidades de asses-


5.2.1
soria técnica, nos termos do item 7.6.2.1
A contrapartida deverá ser atendida
por meio de recursos financeiros, e, ex-
d) análise de enquadramento e seleção das
clusivamente no caso de transferências
propostas apresentadas pelos Proponen-
obrigatórias, também por meio de bens
tes/Agentes Executores, com vistas à cele-
e serviços , desde que economicamente
bração dos contratos de repasse ou termos
mensuráveis e vinculados às intervenções
de compromisso;
pactuadas, devendo constar do termo de
compromisso cláusula que indique a forma
e) descentralização dos créditos orçamen-
de aferição do valor correspondente.
tários e financeiros em favor da CAIXA;

f) descentralização dos créditos orçamen-


tários e financeiros à CAIXA, a título da re-
muneração da prestação do serviço;

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g) disponibilização rotineira de informações cumprimento de metas previamente esta-
ao CGFNHIS acerca da execução e acompa- belecidas;
nhamento dos contratos de repasse ou ter-
mos de compromisso; e f) análise e manifestação acerca da execu-
ção física e financeira, bem como aprova-
h) monitoramento e acompanhamento da ção da prestação de contas dos recursos
operacionalização das ações e avaliação dos aplicados, verificando a compatibilidade e
resultados. aderência das despesas realizadas com o
objeto pactuado;
7.2
Caixa Econômica Federal – CAIXA, na qualida- g) notificação do Proponente/Agente Exe-
de de Mandatária da União, responsável pela cutor, quando não apresentada a prestação
operacionalização da execução dos contratos de contas dos recursos aplicados ou cons-
de repasse ou termos de compromisso, veri- tatada a má aplicação dos recursos públi-
ficando o atendimento a estas diretrizes ape- cos transferidos, instaurando, se for o caso,
nas nos aspectos que fazem parte do escopo a competente Tomada de Contas Especial
de atuação da CAIXA como MANDATÁRIA, – TCE;
mediante:
h) subsídio ao MCidades quanto à forma-
a) análise e aceitação da documentação téc- lização da Prestação de Contas Anual dos
nica, institucional e jurídica das propostas se- programas operados;
lecionadas pelo MCidades;
i) disponibilização rotineira de informações
b) celebração dos contratos de repasse ou ao MCidades acerca do andamento dos
termos de compromissos decorrentes das contratos de repasse ou termos de com-
propostas selecionadas; promisso e encaminhamento das informa-
ções necessárias ao processo de acompa-
c) verificação do resultado do processo lici- nhamento e avaliação da execução e dos
tatório ou chamamento público, nos casos de resultados das ações;
opção pela celebração de termos de colabo-
ração, realizado pelo Proponente/Agente Exe- j) divulgação dos normativos e orientações
cutor, em atendimento aos demais regramen- do MCidades ao Proponente/Agente Exe-
tos aplicáveis aos instrumentos de repasse cutor, bem como manutenção da fidelidade
que virão a ser firmados; ao conteúdo neles estabelecido, quando
da elaboração de seus normativos internos,
d) execução orçamentária e financeira neces- sem prejuízo da responsabilidade do ente
sária aos termos contratuais, providenciando em acompanhar as publicações realizadas
os devidos registros nos sistemas da União, pelo Gestor e que impactem suas opera-
e publicizando as informações, conforme re- ções; e
gramentos aplicáveis aos instrumentos de re-
passe que virão a ser firmados; k) observância às disposições de que tra-
tam a Lei n. 11.124, de 2005, o Decreto
e) acompanhamento, avaliação e aferição da n. 5.796, de 2006, e dos demais regramen-
execução do objeto pactuado, assim como tos aplicáveis aos instrumentos de repasse
verificação da regular aplicação das parcelas que virão a ser firmados.
de recursos, condicionando sua liberação ao

Periferia Viva - Urbanização de Favelas 11


7.3 e) selecionar os territórios periféricos, as
Administração Pública dos Estados, Municí- poligonais de urbanização integral e as fa-
pios ou do Distrito Federal, na qualidade de mílias a serem beneficiadas com aquisição,
Proponente/Agente Executor, em observância edificação, requalificação ou melhoria de
aos regramentos aplicáveis aos instrumentos unidade habitacional, em conformidade
de repasse que virão a ser firmados, respon- com as diretrizes estabelecidas pelo MCi-
sável por: dades e com o disposto nos art. 11 e 23, da
Lei n. 11.124, de 2005, no caso de propostas
a) encaminhar à CAIXA os projetos técnicos submetidas na Ação 00TH, podendo esta-
relacionados ao objeto pactuado, reunindo belecer outros critérios que busquem refle-
toda documentação jurídica e institucional tir situações de vulnerabilidade econômica
necessária à celebração do contrato de re- e social específicas;
passe ou termo de compromisso, de acordo
com os normativos do programa, bem como e.1) cadastrar as famílias a serem beneficia-
apresentação de documentos de titularidade das com aquisição, edificação, requalifica-
dominial da(s) área(s) objeto de intervenção, ção ou melhoria de unidade habitacional no
licenças e aprovações de projetos emitidos Cadastro Único dos Programas Sociais do
pelo órgão ambiental competente, órgão ou Governo Federal – CadÚnico, e, sempre que
entidade da esfera municipal ou estadual e possível, aquelas beneficiadas com urba-
concessionárias de serviços públicos, con- nização, bem como apresentar de declara-
forme o caso; ção formal de que o cadastro foi realizado à
Mandatária da União;
b) definir por etapa ou fase, onde couber, a
forma de execução do objeto do contrato de f) realizar, sob sua inteira responsabilidade,
repasse ou termo de compromisso, podendo o processo licitatório ou chamamento pú-
ser definida a execução direta ou indireta, nos blico, nos casos de opção pela celebração
termos e limites da normatização específica de termos de colaboração, em atendimento
de regência; aos regramentos aplicáveis aos instrumen-
tos de repasse que virão a ser firmados, as-
c) executar e fiscalizar os trabalhos neces- segurando a correção dos procedimentos
sários à consecução do objeto pactuado no legais, a suficiência do projeto básico ou do
contrato de repasse ou termo de compromis- termo de referência, da planilha orçamentá-
so, observando prazos e custos, designando ria discriminativa do percentual de Bonifi-
profissional habilitado no local da interven- cação e Despesas Indiretas – BDI utilizado,
ção com o respectivo Registro de Responsa- cada qual com o respectivo detalhamento
bilidade Técnica (RRT) e/ou Anotação de Res- de sua composição, por item de orçamen-
ponsabilidade Técnica – ART; to ou conjunto deles, além da disponibili-
zação de contrapartida, sempre que optar
d) observar, na sua integralidade, os requisitos pela execução indireta de obras e serviços
de qualidade técnica dos projetos e de execu- quando for o caso;
ção dos produtos e serviços contratados, em
conformidade com as normas brasileiras e os g) apresentar declaração expressa firma-
normativos dos programas, ações e ativida- da por representante legal do Proponente/
des, determinando a correção de vícios que Agente Executor, atestando o atendimento
possam comprometer a fruição do benefício às disposições legais aplicáveis ao proce-
pela população beneficiária; dimento licitatório, em atendimento aos re-
gramentos aplicáveis aos instrumentos de
repasse que virão a ser firmados;

Periferia Viva - Urbanização de Favelas 12


h) exercer, na qualidade Proponente/Agen- e serviços executados/fornecidos cabe à
te Executor, fiscalização sobre o contrato de empresa contratada para esta finalidade, in-
execução ou fornecimento – CTEF ou termo clusive a promoção de readequações, sem-
de colaboração, efetuando os pagamentos ao pre que detectadas impropriedades que pos-
fornecedor e a retenção de impostos e con- sam comprometer a consecução do objeto
tribuições previdenciárias incidentes sobre do contrato de repasse ou termo de compro-
as notas fiscais de insumos e serviços, que misso;
tenham por sujeito passivo da obrigação tri-
butária o respectivo executor ou fornecedor, o) instaurar processo administrativo apu-
em conformidade com a legislação tributária ratório, inclusive processo administrativo
e previdenciária vigente, bem como a confe- disciplinar, quando constatado o desvio ou
rência e aceite dos documentos fiscais, veri- malversação de recursos públicos, irregulari-
ficando as alíquotas de tributos e retenções dade na execução do CTEF ou termo de cola-
incidentes, validade de certidões de regulari- boração ou gestão financeira do contrato de
dade fiscal e cadastral do fornecedor; repasse ou termo de compromisso, comuni-
cando tal fato ao MCidades;
i) estimular a participação dos beneficiários
finais na elaboração e implementação do p) disponibilizar informação, sempre que so-
objeto pactuado, na gestão dos recursos licitado pelo MCidades, acerca do estado de
financeiros destinados, bem como na manu- conservação, funcionamento e operação do
tenção do patrimônio gerado por estes inves- patrimônio gerado pela aplicação dos recur-
timentos; sos públicos, ainda que finda a execução do
objeto do contrato de repasse ou termo de
j) promover a publicização da execução fi- compromisso;
nanceira da operação, em atendimento aos
regramentos aplicáveis aos instrumentos de q) manter um canal de comunicação efeti-
repasse que virão a ser firmados; vo, ao qual se dará ampla publicidade, para o
recebimento de manifestações dos cidadãos
k) realizar a operação, manutenção e con- relacionadas ao contrato de repasse ou ter-
servação adequada do patrimônio público mo de compromisso, possibilitando o regis-
gerado pelos investimentos decorrentes do tro de sugestões, elogios, solicitações, recla-
contrato de repasse ou termo de compromis- mações e denúncias;
so;
r) registrar os benefícios habitacionais re-
l) prestar contas dos recursos transferidos sultantes dos investimentos de caráter indi-
pelo MCidades destinados à consecução do vidual (aquisição, edificação, requalificação
objeto do contrato de repasse ou termo de ou melhoria de unidades habitacionais), até a
compromisso; conclusão das obras e serviços, no cadastro
m) fornecer ao MCidades e à Mandatária, a nacional de mutuários do SFH (CADMUT), es-
qualquer tempo, informações acerca das pecificando-os;
ações desenvolvidas para viabilizar o acom-
panhamento e avaliação do processo; s) realizar no Transferegov os registros re-
lativos à licitação, em atendimento aos
n) prever, no edital de licitação e no CTEF regramentos aplicáveis aos instrumentos de
ou termo de colaboração, que a responsa- repasse que virão a ser firmados;
bilidade pela qualidade das obras, materiais

Periferia Viva - Urbanização de Favelas 13


t) realizar no Transferegov os registros rela- do instrumento pactual a ser celebrado.
tivos à formalização, execução, acompanha-
mento, prestação de contas e informações 7.3.2.1
acerca de tomada de contas especial dos ins- As obrigações conferidas aos intervenien-
trumentos, quando couber, em atendimento tes, nos termos do que prevê o subitem
aos regramentos aplicáveis aos instrumentos anterior, não desobrigam o Proponente/
de repasse que virão a ser firmados; Agente Executor de qualquer das respon-
sabilidades previstas nos regramentos
u) atender aos requisitos para recepção dos aplicáveis aos instrumentos de repasse
recursos do Fundo Nacional de Habitação de que virão a ser firmados.
Interesse Social, previstos no art. 12 da Lei n.
11.124, de 2005; 7.3.3
O ente público deverá comprovar, até a
v) mobilizar os órgãos gestores das políti- Prestação de Contas Final - PCF, que o ca-
cas públicas locais para implementação das dastro no CADMUT dos benefícios habi-
ações apontadas como necessárias ao desen- tacionais de caráter individual resultantes
volvimento socioterritorial integrado e à qua- do investimento, conforme alínea “r” deste
lificação do território periférico; item, foi realizado, por meio de declaração
apresentada à Mandatária .
x) constituir a Unidade Executora Local, con-
forme o subitem 7.5; 7.4
Famílias atendidas, na qualidade de Benefici-
w) responsabilizar-se pela instalação, manu- ários, responsáveis por:
tenção e funcionamento de posto territorial
e/ou estrutura destinada para escritório/plan- a) fornecer dados cadastrais e socioeconômi-
tão social; e cos, a fim de possibilitar o cadastramento do
benefício, na forma a ser definida pelo MCida-
y) selecionar entidade de Assessoria Técnica, des;
conforme o subitem 7.6, para elaboração do
Plano de Ação Periferia Viva. b) atender tempestivamente às demandas do
Proponente/Agente Executor no que tange à
7.3.1 apresentação de documentação e compare-
O descumprimento de quaisquer das obri- cimentos necessários à execução das ações
gações, sem prejuízo de eventuais sanções de regularização fundiária, do trabalho social
que poderão ser aplicadas, imporá ao Pro- e dos demais componentes da intervenção de
ponente/Agente Executor a prestação de urbanização integral; e;
esclarecimentos perante a CAIXA, que os
repassará, após apreciação, quando cou- c) apropriar-se corretamente dos bens e ser-
ber, para conhecimento do MCidades. viços colocados à sua disposição.

7.3.2 7.5
O Proponente/Agente Executor poderá in- Unidade Executora Local – UEL
cluir participante da Administração Pública
Indireta no contrato de repasse ou termo 7.5.1
de compromisso, na condição de interve- A concepção e implementação das inter-
niente ou de unidade executora, nos ter- venções de urbanização de assentamentos
mos e limites da normatização de regência precários com valor de investimento supe-

Periferia Viva - Urbanização de Favelas 14


rior a R$ 15.000.000,00 (quinze milhões de 7.6.2
reais) deverão estar sob a responsabilida- Os requisitos a serem observados para a
de de uma Unidade Executora Local – UEL, seleção de entidade de Assessoria Técnica
constituída, formalmente, por ato adminis- e composição da sua equipe estão descri-
trativo do Proponente/Agente Executor. tos no Anexo II deste Manual.

7.5.2 7.6.2.1
UEL deverá estar subordinada ao órgão O Ministério das Cidades poderá promo-
responsável pela política setorial em que ver a pré-qualificação de entidades para
estiverem inseridas as obras e serviços a apoiar, agilizar e qualificar a seleção da en-
serem executados. tidade de Assessoria Técnica pelo Propo-
nente/Agente Executor.
7.5.3
A UEL deve ser composta por equipe multi- 7.6.3
disciplinar e interinstitucional de gestores, A entidade de Assessoria Técnica será res-
técnicos e servidores do município ou es- ponsável pela elaboração do Plano de Ação
tado designados para funções e responsa- Periferia Viva, conforme conteúdo e etapas
bilidades específicas, abrangendo todo o descritos no Anexo I deste Manual e deve-
escopo da intervenção contratada. rá atuar no território periférico, a partir de
posto territorial ou estrutura destinada a
7.5.4 escritório/plantão social.
Os atos de criação da UEL e da indicação
dos seus membros, bem como endereço, 7.6.3.1
telefone e e-mail para contato, deverão ser Quando o escopo do Plano de Ação Perife-
encaminhados à Secretaria Nacional de ria Viva abarcar ações previstas no escopo
Periferias do MCidades. de outros itens financiáveis, sobretudo o
Trabalho Social, o Proponente/Agente Exe-
7.6 cutor deverá compatibilizar os termos de
Organização da Sociedade Civil – OSC, Ins- referência para evitar duplicidade de ser-
tituição de Ensino Superior – IES, ou demais viços.
Pessoas Jurídicas – PJ, na qualidade de Enti-
dade de Assessoria Técnica, responsável por 7.6.4
apoiar e qualificar a interlocução do Propo- A critério do Proponente/Agente Executor,
nente/Agente Executor com as famílias e co- a entidade de Assessoria Técnica poderá
letivos residentes nos territórios periféricos , desenvolver outras atividades necessá-
promovendo ações de articulação, mobiliza- rias à implementação da intervenção, tais
ção social, planejamento territorial e monito- como elaboração de projetos, execução do
ramento. trabalho social, execução da regularização
fundiária, e execução da avalição pós-in-
7.6.1 tervenção, entre outras.
A entidade de Assessoria Técnica poderá
ter atuação em rede, no caso de OSC, ou
ser composta por consórcio, no caso de PJ.

Periferia Viva - Urbanização de Favelas 15


8 divididas em cômodos alugados, subalu-
CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DO gados ou cedidos a qualquer título, super-
lotados e/ou com instalações sanitárias de
TERRITÓRIO PERIFÉRICO E DOS
uso comum dos moradores dos diversos
BENEFICIÁRIOS FINAIS cômodos;

8.1
c) loteamentos informais de baixa renda:
A seleção do território periférico objeto da
entendidos como aqueles executados sem
proposta é de responsabilidade do Propo-
atender às condições exigidas no proces-
nente/Agente Executor e observará, no míni-
so de aprovação, geralmente caracterizado
mo, os critérios definidos neste item.
pela autoconstrução das unidades habita-
cionais e pela oferta incompleta ou precá-
8.1.1
ria da infraestrutura e serviços urbanos; ou
O território periférico deverá:

d) conjunto habitacional degradado: pro-


a) ser representativo da precariedade das
duzido pelo poder público estadual ou mu-
condições urbanísticas, de moradia e da
nicipal, que carece de manutenção ou foi
vulnerabilidade social do município; e
executado de forma incompleta, deman-
dando ações de reabilitação e adequação.
b) conter ao menos um assentamento pre-
cário, conforme definidos no subitem 8.1.2,
8.2
delimitado por uma poligonal de urbaniza-
Caso a poligonal de urbanização integral este-
ção integral.
ja localizada em situação que configure risco,
insalubridade, em área afetada por legislação
8.1.2
que proíba a utilização para fins habitacionais,
A poligonal de urbanização integral deve-
ou em área sinistrada por calamidade pública,
rá ser ocupada há mais de 5 (cinco) anos
não se aplica o período de ocupação mínima
por, pelo menos, 60% (sessenta por cen-
definido no subitem 8.1.2.
to) das famílias com renda mensal de até
3 (três) salários-mínimos e caracterizar-se
8.3
como assentamento precário, aqui defini-
As famílias contempladas com aquisição,
do como:
edificação ou requalificação de unidades ha-
bitacionais deverão estar, necessariamente,
a) favelas e similares: entendidos áreas
enquadradas em ao menos um dos requisitos
com algum grau de insegurança da posse,
elencados no item 10.2.5, cabendo ao Propo-
oferta incompleta ou precária de infraes-
nente/Agente Executor identificá-las de acor-
trutura e serviços públicos, com predomí-
do com a poligonal definida e os projetos de
nio de domicílios, arruamento e infraestru-
urbanização elaborados.
tura autoconstruídos, podendo situar-se
em áreas com restrições à ocupação, tais
8.3.1
como palafitas, ocupações, comunidades,
Caso o atendimento habitacional ocor-
quebradas, grotas, baixadas, alagados, vi-
ra por meio do Programa Minha Casa,
las, ressacas, mocambos, vilas de malocas,
Minha Vida, deverão ser observados os
etc.;
critérios de enquadramento e os requi-
sitos de participação financeira da fa-
b) cortiços: entendidos como habitação
mília beneficiária, conforme normativos
coletiva, constituída por edificações sub-
específicos do programa.

Periferia Viva - Urbanização de Favelas 16


8.4
As famílias a serem contempladas com me- 9.1.2.1
lhorias habitacionais deverão ser seleciona- Independentemente da divisão em etapas,
das pelo Proponente/Agente Executor a partir somente será elegível proposta que apre-
de critérios que considerem a vulnerabilidade sentar a concepção geral da intervenção,
socioeconômica, insalubridade, insegurança no nível de, no mínimo, estudo preliminar.
e condições de habitabilidade das moradias.
9.2 Qualificação do território periférico

9 9.2.1
CONCEPÇÃO DA PROPOSTA O território periférico (macroárea) deverá ser
PARA SELEÇÃO objeto de ações que visem a superação gra-
dativa das suas vulnerabilidades, por meio da
9.1 integração de políticas públicas e de interven-
A concepção geral da intervenção deve partir ções urbanísticas.
da delimitação de território periférico (ma-
croárea), e da definição, em seu interior, de ao 9.2.2
menos uma poligonal de urbanização integral, As intervenções urbanísticas passíveis de
abarcando o conjunto de ações necessárias compor o investimento devem oferecer so-
para: luções para ao menos uma das seguintes
situações:
a) a qualificação do território periférico (ma-
croárea), a partir de intervenções urbanísticas a) a melhoria da acessibilidade e conectivi-
e de ações de integração de políticas públi- dade com a malha urbana;
cas; e
b) a ampliação e qualificação da oferta de
b) a melhoria das condições urbanas e de mo- equipamentos e espaços públicos e de la-
radia da poligonal de urbanização integral, a zer; e
partir da execução de ações integradas de ur-
banização. c) a promoção de soluções baseadas na
natureza, voltadas para a melhoria do meio
9.1.1 ambiente urbano, e para a adaptação e mi-
O território periférico e a poligonal de ur- tigação de riscos associados às mudanças
banização integral deverão ser devidamen- climáticas.
te identificados e caracterizados, sendo
obrigatória a sua delimitação em arquivo 9.2.2.1
.kml ou .kmz, ou, alternativamente, sobre As intervenções urbanísticas no território
imagem de satélite ou fotografia aérea de periférico (macroárea) devem estar pre-
alta resolução. vistas na concepção geral da intervenção
apresentada no momento da seleção.
9.1.2
Será admitida proposta cuja execução seja 9.2.2.2
dividida em etapas, desde que estas apre- A integração de políticas públicas deve
sentem funcionalidade isoladamente e em resultar de prioridades e estratégias defi-
conjunto. nidas por meio da elaboração do Plano de

Periferia Viva - Urbanização de Favelas 17


Ação Periferia Viva, cujo escopo encontra- mulheres e pessoas LGBTQIA+, identifican-
-se detalhado no Anexo I deste Manual. do os espaços vazios disponíveis passíveis
de utilização;
9.3 Urbanização de assentamento(s) precá-
rio(s) f) adequação ou melhoria das relações fun-
cionais da poligonal de urbanização integral
9.3.1 em relação ao tecido urbano em que se in-
A proposta de urbanização do assentamen- sere, inclusive a melhoria da acessibilidade;
to(s) precário(s) deve partir de diagnóstico
socioterritorial integrado e participativo para g) adoção de medidas efetivas para estabi-
a poligonal de urbanização integral. lização da expansão da ocupação do assen-
tamento precário;
9.3.2
A concepção geral da intervenção de urba- h) melhoria das condições de habitabili-
nização do(s) assentamento(s) precário(s) dade das edificações e a construção de
deve relacionar as obras e serviços neces- unidades novas, quando necessário, iden-
sários à sua urbanização integral, contem- tificando as áreas disponíveis para reassen-
plando os seguintes aspectos: tamento ou remanejamento;

a) atendimento adequado à situação e ne- i) recuperação das áreas degradadas e pro-


cessidades de todos os residentes na po- moção de soluções baseadas na natureza;
ligonal de urbanização integral à época
da elaboração de projeto – proprietários, j) inclusão social das famílias e resgate da
ocupantes e inquilinos; cidadania; e

b) elaboração dos projetos técnicos de ar- k) regularização jurídico-fundiária da poli-


quitetura e urbanismo, de engenharia, re- gonal de urbanização integral em favor das
cuperação ambiental e trabalho social ne- famílias moradoras.
cessários;
c) aporte da infraestrutura urbana necessá- 9.3.3
ria (saneamento básico, manejo de águas Quando o tamanho, a densidade, a morfo-
pluviais, iluminação pública, acessibilida- logia ou outra característica da poligonal
de e adequação do sistema viário, de forma de urbanização integral impedir a solução
a possibilitar acesso a serviços públicos e de todas as precariedades diagnosticadas
atendimentos emergenciais); por meio de uma única proposta de inter-
venção, compatível com a disponibilidade
d) ações estruturais de redução de riscos de recursos e com um horizonte temporal
de desastres associados a movimentos de em que seja possível a manutenção de pro-
massa, alagamentos, enxurradas e inunda- jetos atualizados, serão admitidas propos-
ções, e ações não estruturais complemen- tas que contemplem sua urbanização por
tares; fases, desde que o escopo da urbanização
integral seja apresentado na proposta, com
e) provisão, qualificação e articulação de a indicação do planejamento para a execu-
equipamentos e espaços públicos, com ção das fases subsequentes.
atenção à criação de espaços seguros para

Periferia Viva - Urbanização de Favelas 18


9.3.3.1 a) como de alto ou muito alto risco a mo-
Fases que impliquem o reassentamento/ vimentos de massa, enchentes e inun-
remanejamento de famílias só serão admi- dações, conforme Setorização de Riscos
tidas caso a solução para as áreas desocu- Geológicos realizada pela CPRM – Serviço
padas – urbanização ou recuperação, e tra- Geológico do Brasil, disponibilizada no
tamento com vistas a evitar a reocupação site: http://www.cprm.gov.br;
– e a solução habitacional definitiva para
as famílias estejam previstas no escopo do b) como local de risco alto (R3) e muito alto
termo de compromisso ou contrato de re- (R4), conforme critérios de mapeamento
passe. de risco constantes do Manual de Mapea-
mento de Riscos em Encostas e Margem de
9.3.4 Rios (Ministério das Cidades/IPT), disponi-
O reassentamento de famílias é medida bilizado no site do Ministério das Cidades;
extrema, que só deverá ocorrer nos casos c) caso a área de intervenção tenha sido
em que parte da poligonal de urbanização objeto de situação de emergência ou es-
integral esteja em área que: tado de calamidade pública reconhecido
pela União; ou
a) não seja passível de uso habitacional, ex-
posta a riscos de incêndio, movimento de d) caso a poligonal de urbanização integral
massa, enxurradas, inundações, tremores esteja localizada, em sua totalidade, em
de terra, sob fios de alta tensão, próxima a área que comprovadamente ofereça risco
áreas insalubres, às margens de rodovias, à vida.
ferrovias, rios e lagoas, em área de preser-
vação ambiental; ou 9.3.4.2.1
Visando determinar a quantidade de reas-
b) seja imprescindível à regularização ur- sentamentos mínima necessária à condi-
banística do território periférico, para im- ção de segurança da população, a apresen-
plantação de infraestrutura ou sistema tação dos projetos básicos de engenharia
viário, na ausência de outra alternativa de deve vir acompanhada de mapeamento
projeto. detalhado e atualizado, em escala adequa-
da, dos setores de risco, da indicação dos
9.3.4.1 processos incidentes, da indicação indivi-
Propostas de reassentamento total das dual das moradias a serem removidas e da
famílias da poligonal de urbanização fora quantidade de famílias a serem reassenta-
do território periférico objeto da proposta das.
não serão admitidas no âmbito das ações
regidas por este Manual, devendo ser sub- 9.3.4.3
metidas aos programas habitacionais dis- O reassentamento, caso necessário, deve-
poníveis. rá ser precedido da elaboração de Plano
de Reassentamento, conforme normati-
9.3.4.2 vo específico do Ministério das Cidades,
Propostas de reassentamento com a justi- que considere as famílias efetivamente
ficativa de risco de movimento de massa, residentes, e deverá ser localizado o mais
inundações e enxurradas só serão admiti- próximo possível do local da intervenção,
das quando a área de origem estiver clas- tendo em vista as relações de vizinhança e
sificada em uma ou mais das seguintes si- emprego estabelecidas, bem como a exis-
tuações: tência de infraestrutura e equipamentos

Periferia Viva - Urbanização de Favelas 19


públicos, e de itinerário(s) de transporte
coletivo que atenda(m) a localidade.

9.3.4.4
A solução habitacional definitiva para as
famílias a serem reassentadas deverá estar
contemplada nas etapas iniciais da inter-
venção proposta, e deverá, preferencial-
mente, ser projetada com reserva técnica
de unidades habitacionais, que permitam
absorver eventuais alterações de projetos
ou situações de déficit que se configurem
ao longo da intervenção.

9.3.4.4.1
Caso a solução habitacional definitiva
apresentada não componha o valor de in-
vestimento da intervenção, sua aceitação
está condicionada à apresentação de de-
claração do Proponente/Agente Executor
em que demonstra sua viabilidade técnica
e financeira, bem como apresentação do
cronograma de execução compatível com
a execução da proposta.

9.3.4.4.2
A recorrência ao aluguel social/moradia
transitória para abertura de frente de obra,
quando necessária, deverá se limitar ao
prazo máximo de 24 meses entre a remo-
ção e o reassentamento definitivo das fa-
mílias.

Periferia Viva - Urbanização de Favelas 20


1. TERRITÓRIO PERIFÉRICO (MACROÁREA)

2. POLIGONAL DE URBANIZAÇÃO INTEGRAL

Periferia Viva - Urbanização de Favelas 21


3. QUALIFICAÇÃO DO TERRITÓRIO PERIFÉRICO

PERIFERIA VIVA

Periferia Viva - Urbanização de Favelas 22


10 ao escritório/plantão social prevista no es-
COMPOSIÇÃO DO INVESTIMENTO copo das ações de Trabalho Social.

10.1 10.2.1.4
O valor de investimento é representado pelos Poderão compor os custos de elaboração
custos de execução de todas as obras e ser- do Plano de Ação Periferia Viva as despe-
viços necessários para consecução do ob- sas administrativas necessárias à execu-
jeto pactuado, considerando os recursos do ção dos produtos descritos no Anexo I,
FNHIS ou OGU, de contrapartidas e outros respeitados os limites e vedações impos-
que vierem a ser aportados. tas pela Portaria Conjunta MGI/MF/CGU n.
33, de 2023.
10.2
O Quadro de Composição de Investimento – 10.2.1.5
QCI da intervenção será composto exclusiva- Poderão compor os custos deste item as
mente pelos seguintes itens financiáveis: despesas necessárias à execução da ação
tática, descrita no Anexo I deste Manual.
10.2.1
PLANO DE AÇÃO PERIFERIA VIVA: valor 10.2.2
correspondente ao custo das ações de mo- PROJETO: valor correspondente à atuali-
bilização e do processo de planejamento zação ou elaboração dos estudos, planos
participativo com vistas a definir, de forma e projetos técnicos (básico e executivo)
integrada e transversal, as intervenções ur- necessários à execução da intervenção
banísticas e políticas públicas prioritárias de urbanização, incluindo a área de re-
para o enfrentamento e superação grada- assentamento, quando for o caso, sendo
tiva das condições de vulnerabilidade do o valor de repasse limitado a 5% (cin-
território periférico. co por cento) do valor de investimento.

10.2.1.1 10.2.2.1
O escopo e as etapas previstas para elabo- A elaboração do Projeto Básico poderá
ração do Plano de Ação Periferia Viva estão ser prevista no escopo de atividades atri-
descritos no Anexo I deste Manual. buídas à entidade de Assessoria Técnica.

10.2.1.2 10.2.2.2
A elaboração do Plano de Ação Periferia O conteúdo do Projeto Básico deverá ser
Viva deverá ocorrer, necessariamente, por compatível com as necessidades e priori-
meio do estabelecimento de parceria ou dades para qualificação do território peri-
contrato de prestação de serviço com en- férico definidas no Plano de Ação Periferia
tidade de Assessoria Técnica, descrita no Viva.
Anexo II deste Manual.
10.2.2.3
10.2.1.3 Nos casos em que a intervenção de urba-
A equipe básica da entidade de Assessoria nização integral envolver a regularização
Técnica deverá se instalar fisicamente e de fundiária do núcleo, o projeto básico deve-
maneira continuada no território periféri- rá, no que couber, contemplar a elaboração
co durante o desenvolvimento do Plano de das seguintes peças técnicas, conforme o
Ação Periferia Viva, podendo utilizar como art. 35 da Lei n. 13.465, de 2017:
base territorial a estrutura fixa destinada

Periferia Viva - Urbanização de Favelas 23


a) estudo preliminar das desconformida- misso de constituição de direito real em
des e da situação jurídica, urbanística e favor das famílias moradoras, preferencial-
ambiental; mente em nome da mulher.

b) estudo técnico para situação de risco, 10.2.4.1


quando for o caso; Poderão compor os custos da regularização
fundiária as atividades jurídico-administra-
c) estudo técnico ambiental, para os fins tivas e técnicas que compõem o plano de
previstos nesta Lei, quando for o caso; e regularização fundiária, conforme relacio-
nadas no Manual da Ação de Apoio à Regu-
d) proposta de soluções para questões larização Fundiária em Áreas Urbanas, dis-
ambientais, urbanísticas e de reassenta- ponível no site do Ministério das Cidades,
mento dos ocupantes, quando for o caso. excetuando-se aquelas cujas isenções já
estejam previstas em lei ou que já estejam
10.2.3 contempladas em outros itens de composi-
TERRENO: valor correspondente ao custo ção do investimento.
de aquisição, desapropriação ou avaliação,
o que for menor, acrescido das correspon- 10.2.4.2
dentes despesas de legalização, ou seja, A regularização fundiária deve ser desenvol-
aquelas necessárias para que o domínio ou vida paralelamente à execução das obras,
a posse da(s) área(s) que compõem o em- devendo, obrigatoriamente, estar prevista
preendimento seja(m) regularizada(s) em no cronograma físico-financeiro das obras
nome do Proponente/Agente Executor. e serviços, de acordo com as atividades e
etapas detalhadas no Manual da Ação de
10.2.3.1 Apoio à Regularização Fundiária em Áreas
O terreno objeto da intervenção deverá ter Urbanas.
seu valor atestado e verificada a sua titula-
ridade pela CAIXA, nos termos do Anexo I 10.2.4.3
do Manual de Instruções para Contratação A regularização fundiária é obrigatória as
e Execução dos Programas e Ações do Mi- seguintes situações:
nistério das Cidades e da Portaria Inter-
ministerial MP/MF/CGU n. 424, de 2016, ou a) Família beneficiada com unidade habita-
norma que vier a substituí-la. cional; e

10.2.3.2 b) Família da poligonal de urbanização cujo


No caso de termos de compromisso, quan- lote possua infraestrutura essencial, e que
do o bem imóvel urbano for de proprieda- tenha sido beneficiada diretamente com in-
de do Proponente/Agente Executor, seu vestimentos do termo de compromisso em
custo poderá compor a contrapartida. abastecimento de água, esgotamento sani-
tário, energia elétrica, ou pavimentação.
10.2.4
REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA: valor cor- 10.2.4.3.1
respondente aos custos necessários à im- Considera-se infraestrutura essencial, con-
plementação do conjunto de ações que forme estabelecido na Lei Federal n. 13.465,
objetivem a regularização jurídico-fundi- de 2017, a reunião dos seguintes requisitos:
ária do assentamento precário objeto da
intervenção de urbanização e o compro- a) Sistema de abastecimento de água potá-

Periferia Viva - Urbanização de Favelas 24


vel, coletivo ou individual; 10.2.5
AQUISIÇÃO OU EDIFICAÇÃO DE UNIDADE
b) Sistema de coleta e tratamento do esgo- HABITACIONAL: valor correspondente ao
tamento sanitário, coletivo ou individual; custo de aquisição ou edificação das uni-
dades habitacionais, dotadas de infraes-
c) Rede de energia elétrica domiciliar; trutura e ligações domiciliares, admitidas
nos casos de reassentamento, remaneja-
d) Soluções de drenagem, quando neces- mento, substituição de unidades irrecu-
sário; e peráveis, coabitação não voluntária, ônus
excessivo com aluguel e atendimento a
e) Outros equipamentos a serem definidos famílias desabrigadas que perderam seu
pelos municípios em função das necessi- único imóvel em decorrência de situação
dades locais e características regionais. de emergência ou estado de calamidade
pública reconhecidos pela União.
10.2.4.3.2
O registro de direito real em nome das fa- 10.2.5.1
mílias beneficiárias poderá ser delegado A unidade habitacional destinar-se-á a uso
ao Proponente/Agente Executor, nos casos residencial, admitindo-se a utilização, para
em que fatores fora da sua governabilidade fins laborais, de parte da unidade, nos ca-
impeçam sua conclusão, conforme proce- sos permitidos pelas posturas municipais.
dimentos estabelecidos em ato normativo
específico do Ministério das Cidades. 10.2.5.2
As unidades habitacionais deverão seguir
10.2.4.3.2.1 as especificações definidas no âmbito do
Consideram-se fatores fora da governabi- Programa Minha Casa Minha Vida – FAR, vi-
lidade a recusa do beneficiário ao cadas- gentes na data de seleção da intervenção.
tramento ou entrega de documentos, a
existência de imóvel vazio ou cujo benefi- 10.2.5.3
ciário não tenha sido identificado, confli- Os valores de repasse de recursos da União
tos relacionados à definição de benefici- obedecerão aos seguintes limites:
ário, beneficiários não enquadráveis nos
requisitos do programa, judicialização de a) UNIDADE HABITACIONAL dotada de in-
dúvida suscitada em cartório, e impedi- fraestrutura e ligações domiciliares: valor
mentos legais, dentre outros. máximo definido no âmbito do Programa
Minha Casa, Minha Vida – FAR, para cada
10.2.4.4 localidade; e
Nos casos em que o Proponente/Agen-
te Executor julgar adequado em vista do b) REQUALIFICAÇÃO DE IMÓVEL: valor
perfil socioeconômico dos beneficiários, máximo definido no âmbito do Programa
as unidades habitacionais adquiridas, pro- Minha Casa, Minha Vida – FAR, para cada
duzidas ou requalificadas poderão ficar localidade, para modalidade análoga.
sob propriedade do estado ou município,
conforme o caso, que as disponibilizará às 10.2.5.3.1
famílias conforme a política habitacional Em caso de atualização dos valores su-
local e se responsabilizará pela gestão pa- pracitados, poderá ser adotado o valor vi-
trimonial e condominial. gente à data da homologação ou da última

Periferia Viva - Urbanização de Favelas 25


reprogramação dos projetos. 10.2.5.7
Poderão ser adquiridos imóveis urbanos
10.2.5.4 usados para fins de requalificação, assim
Sem prejuízo da observação das regras e consideradas as obras destinadas a re-
critérios para verificação de custos pre- cuperar estruturas e instalações prediais,
vistas no Decreto n. 7.983, de 08 de abril promovendo padrões adequados de habi-
de 2013, o Ministério das Cidades poderá tabilidade, bem como aquelas destinadas
autorizar a excepcionalização dos valores a adaptá-las ao uso habitacional, quando
relacionados na alínea “e.3”, assim como construído para outros fins.
das especificações citadas na alínea “e.2”,
nos casos em que sua adoção inviabilizar a 10.2.5.7.1
consolidação das famílias no local de ori- O valor de aquisição de unidades habita-
gem, mediante justificativa fundamentada cionais fica limitado ao valor de venda ou
do Proponente/Agente Executor, e após avaliação, o que for menor, sendo a ava-
manifestação conclusiva e favorável da liação efetuada unicamente pela CAIXA,
CAIXA. acrescido dos custos necessários à execu-
ção de obras de requalificação ou reforma,
10.2.5.4.1 quando for o caso.
A justificativa a ser apresentada pelo Pro-
ponente/Agente Executor deverá abordar, 10.2.5.8
no mínimo: Nos casos de adoção de regimes de muti-
rão ou autoconstrução, poderão compor
a) a especificidade da provisão habitacio- os custos da aquisição ou edificação de
nal no contexto da urbanização do assen- unidades habitacionais, entre outros:
tamento precário;
a) a mão-de-obra, inclusive das famílias
b) a inviabilidade de adoção dos parâme- beneficiárias;
tros de valor e/ou especificações do PM-
CMV; b) a assistência técnica para elaboração
de projetos e acompanhamento das obras
c) a adequação da solução proposta à (sendo recomendável a destinação de, no
composição familiar e à manutenção de máximo, 15% do valor de investimento do
padrões mínimos de salubridade e habita- item “Aquisição ou Edificação de Unidade
bilidade, respeitados os códigos e postu- Habitacional” a este item); e
ras municipais.
c) materiais de construção.
10.2.5.5
O reassentamento poderá ser viabiliza- 10.2.6
do por meio de empreendimentos habi- MELHORIAS HABITACIONAIS: valor
tacionais do Programa MCMV, condicio- correspondente ao custo
nando-se o início da etapa que enseja o de realização das obras de melhoria de
reassentamento à efetiva contratação do unidades habitacionais, visando so-
empreendimento. lucionar, exclusivamente, problemas
de insalubridade, insegurança, inexis-
10.2.5.6 tência do padrão mínimo de edificação
É admitida a compra assistida de imóveis e habitabilidade definido pelas posturas
para fins de reassentamento das famílias. municipais, inadequação do número de

Periferia Viva - Urbanização de Favelas 26


integrantes da família à quantidade de cô- 10.2.6.4
modos passíveis de serem utilizados como Os valores de repasse de recursos da União
dormitórios ou, ainda, à adaptação da uni- serão limitados a 30% do valor máximo da
dade habitacional para acessibilidade, à unidade habitacional definido no âmbi-
instalação de equipamentos de aqueci- to do Programa Minha Casa, Minha Vida
mento solar e voltados à redução do con- – FAR, para cada localidade, sem prejuízo
sumo de água. da verificação de custos determinada pelo
Decreto n. 7.983, de 2013, ou norma que
10.2.6.1 vier a substituí-lo.
As intervenções de melhoria de unida-
des habitacionais deverão ser precedidas 10.2.6.4.1
de diagnóstico realizado por profissional, Em caso de atualização dos valores supra-
entidade de assessoria técnica ou em- citados, poderá ser adotado o valor vigen-
presa habilitada, que, juntamente com o te à data da homologação ou da última re-
beneficiário, estabeleça as ações que so- programação dos projetos.
lucionem, no mínimo, os problemas de sa-
lubridade, incluindo as questões de interli- 10.2.7
gação do imóvel aos sistemas públicos de Indenização de Benfeitorias: valor corres-
água, esgoto, microdrenagem e ilumina- pondente aos custos de indenização de
ção pública, quando couber, e de seguran- investimentos realizados pelos benefici-
ça identificados. ários finais, sem possibilidade de serem
aproveitados em função do projeto ou de
10.2.6.2 exigências legais, nos termos previstos no
O domicílio que for receber as obras de Plano de Reassentamento.
melhoria habitacional deverá possuir es-
trutura estável, com paredes em alvenaria, 10.2.7.1
com ou sem revestimento, madeira apare- Considera-se para o cálculo do valor mí-
lhada ou taipa revestida, e não poderá ne- nimo de indenização o montante necessá-
cessitar de reconstrução ou total substi- rio à recomposição do valor real do imóvel
tuição, como aqueles em situação de risco originário, incluindo a posse do terreno,
ou extrema precariedade. o uso do solo, sua exploração econômica
e as potencialidades sociais inerentes ao
10.2.6.3 direito de moradia digna, conforme regu-
Poderão compor os custos da melhoria lamentação local.
de unidades habitacionais, entre outros,
a mão-de-obra, a assistência técnica para 10.2.7.2
elaboração de projetos e acompanhamen- O valor correspondente aos custos de in-
to das obras, e materiais de construção. denização está limitado ao valor da avalia-
ção efetuada por órgão competente esta-
10.2.6.3.1 dual ou municipal.
Recomenda-se a destinação de, no máxi-
mo, 15% do valor de investimento do item 10.2.7.3
“Melhorias habitacionais” à contratação Esse item de investimento é admitido so-
de serviços de assistência técnica. mente a título de contrapartida do Propo-
nente/Agente Executor.

Periferia Viva - Urbanização de Favelas 27


10.2.7.4 res encontrados em pesquisa de mercado
Na solicitação de desbloqueio dos recur- ou praticados em programa local, a serem
sos, o Proponente/Agente Executor enca- apresentados pelo Proponente/Agente
minhará a relação dos beneficiários a se- Executor.
rem indenizados.
10.2.8.4
10.2.7.5 Na solicitação de desbloqueio dos recur-
Na prestação de contas do contrato de re- sos, o Proponente/Agente Executor en-
passe ou termo de compromisso, o Propo- caminhará a relação dos beneficiários a
nente/Agente Executor deverá encaminhar terem custeadas despesas com aluguel
os recibos das indenizações pagas aos be- provisório e/ou mudança.
neficiários.
10.2.8.5
10.2.8 Na prestação de contas do contrato de re-
DESPESAS COM ALUGUEL PROVISÓRIO passe ou termo de compromisso, o Propo-
E MUDANÇA DE BENEFICIÁRIOS: valor cor- nente/Agente Executor deverá encaminhar
respondente ao custo de aluguel de imó- os recibos comprobatório das despesas
veis destinados à permanência temporária realizadas.
das famílias beneficiárias, nos casos em
que não haja possibilidade de residir nas 10.2.9
moradias originais, durante o período de ABASTECIMENTO DE ÁGUA: valor corres-
execução das obras e serviços contrata- pondente ao custo das obras de implan-
dos, e custos relacionados à realização de tação de rede de distribuição, perfuração
mudança, transporte ou armazenamento de poço ou outra solução alternativa in-
dos bens móveis de beneficiários contem- dividual, aceitando-se captação, adução,
plados com novas unidades habitacionais. reservação e tratamento, quando o poder
público local atestar a necessidade de tais
10.2.8.1 obras, e devendo:
Nos casos de necessidade de utilização de
soluções transitórias, as unidades deverão a) incluir o custo das ligações intrado-
cumprir exigências mínimas de adequa- miciliares, bem como instalação de hi-
bilidade, salubridade e sustentabilidade drômetros, quando não fornecido pela
de uso durante o período de ocupação, concessionária, obrigatoriamente no in-
que não poderá exceder 24 (vinte e quatro) vestimento, seja neste item ou no escopo
meses. da execução de melhorias habitacionais;

10.2.8.2 b) definir o manancial abastecedor e a al-


Esse item de investimento é admitido so- ternativa de tratamento no projeto, in-
mente a título de contrapartida do Propo- cluindo apresentação de testes de vazão
nente/Agente Executor. do poço, e prever tratamento adequado,
no mínimo com desinfecção, quando in-
10.2.8.3 cluir captação subterrânea; e
O valor correspondente aos custos com
aluguel provisório e mudança de benefi- c) assegurar compatibilidade entre a am-
ciários deverá ser compatível com valo- pliação da rede e a unidade de tratamento.

Periferia Viva - Urbanização de Favelas 28


10.2.9.1 10.2.10.4
Para áreas muito adensadas, com terrenos Obras de recapeamento em vias já pavi-
íngremes e solo impermeável, a distribui- mentadas que necessitam de recuperação
ção de água pode ser feita sobre telhados dentro da área de intervenção serão admi-
ou sobre o terreno com a devida proteção. tidas, desde que seu valor não ultrapasse
em 20% (vinte por cento) o valor total des-
10.2.9.2 te item.
A redes de água deverão obrigatoriamente
atender as normas do órgão/empresa que 10.2.11
fará a manutenção do sistema. LIGAÇÕES DOMICILIARES DE ENERGIA
ELÉTRICA/ILUMINAÇÃO PÚBLICA: va-
10.2.10 lor correspondente ao custo das obras e
PAVIMENTAÇÃO E OBRAS VIÁRIAS: valor serviços para ligações domiciliares e im-
correspondente ao custo das obras de ter- plantação de rede a serem executadas na
raplenagem, subleito, encascalhamento, área de intervenção, devendo o custo das
revestimento, meio-fio, calçadas, guias e ligações domiciliares compor obrigatoria-
sarjetas; além de obras de arte especiais, mente o investimento.
como implantação de pontilhões ou pas-
sarelas. 10.2.12
ESGOTAMENTO SANITÁRIO: valor cor-
10.2.10.1 respondente ao custo das obras de fossa/
A pavimentação será admitida somente sumidouro ou rede coletora, com as res-
de forma conjugada às soluções de abas- pectivas ligações intradomiciliares, cons-
tecimento de água, esgotamento sanitário trução de estação de tratamento de es-
e drenagem pluvial, ou nos casos em que goto e de elevatória para atendimento da
esses serviços já existam na área a ser pa- área de intervenção, devendo o custo das
vimentada. ligações intradomiciliares compor obriga-
toriamente o investimento, seja neste item
10.2.10.2 ou no escopo da execução de melhorias
Deverão ser priorizadas soluções alternati- habitacionais.
vas à utilização de asfalto, tais como pisos
intertravados, pré-moldados ou pedras 10.2.13
naturais que apresentam reduzidos custos Manejo de Águas Pluviais: valor corres-
de execução e manutenção, favorecem a pondente à execução das obras de mi-
infiltração das águas pluviais, impermeabi- crodrenagem, incluindo componentes
lizando menos os solos urbanos, e podem tradicionais (os meios-fios, as sarjetas, as
ser fabricados e executados com mão-de- bocas-de-lobo, os tubos de ligação, as ga-
-obra própria da comunidade, proporcio- lerias de águas pluviais e os poços de visi-
nando, com isso, geração de trabalho e ta, também sendo comum o uso de canale-
renda. tas, escadas hidráulicas e dissipadores de
energia, no caso de terrenos acidentados)
10.2.10.3 e compensatórias (microreservatórios,
Não serão custeadas, com recursos do re- telhados verdes, valetas, valas e microba-
passe, obras de pavimentação asfáltica so- cias de detenção e/ou infiltração, jardins
bre pavimento existente em paralelepípe- de chuva – ou biorretenções –, poços de
dos ou blocos de concreto. infiltração e pavimentos permeáveis), a

Periferia Viva - Urbanização de Favelas 29


serem adotadas preferencialmente na for- tura implantada, como parques lineares
ma de soluções baseadas na natureza, in- dotados de equipamentos públicos nas
cluindo-se, também, intervenções de ma- zonas de passagem de enchente e de res-
crodrenagem, para redução dos riscos de trição à ocupação.
alagamentos e inundações na área da in-
tervenção. 10.2.14
A implantação dos itens de investimento
10.2.13.1 “Abastecimento de Água”; “Pavimenta-
A função das componentes tradicionais ção e Obras Viárias; “Ligações Domicilia-
deve ser a de captar e conduzir as águas res de Energia Elétrica/Iluminação Públi-
pluviais não infiltradas no solo, dentro da ca”, “Esgotamento Sanitário” e “Manejo de
área da intervenção, até os sistemas de Águas Pluviais” poderá prever a implan-
micro ou macrodrenagem situados fora da tação, concomitantemente, da infraes-
área de intervenção, enquanto a função das trutura necessária às redes de telecomu-
componentes compensatórias deve ser a nicações e internet de alta velocidade.
de aproximar as condições hidrológicas
pós-urbanização das condições observa- 10.2.15
das antes da ocupação urbana, reduzindo PROTEÇÃO, CONTENÇÃO E ESTABILIZA-
as vazões e volumes gerados na área de ÇÃO DO SOLO: valor correspondente ao
contribuição da poligonal da intervenção. custo das medidas estruturais necessá-
rias à redução de riscos de deslizamentos
10.2.13.1.1 em encostas, rupturas de taludes, fluxo de
Os custos das ligações intradomiciliares detritos e outros movimentos de massa.
para lançamento de águas pluviais dos lo-
tes no sistema de microdrenagem, quando 10.2.15.1
necessários, devem compor obrigatoria- As medidas estruturais propostas deverão
mente o investimento, neste item ou no estar integradas às demais obras da inter-
escopo da execução de melhorias habita- venção de urbanização e priorizar soluções
cionais. técnicas de bioengenharia, infraestruturas
verdes e outras soluções baseadas na na-
10.2.13.2 tureza, que facilitem a restauração ou a re-
As soluções de macrodrenagem deverão composição florestal da encosta, e deve-
adotar toda a bacia (ou sub-bacia) hidro- rão proporcionar, sempre que possível, o
gráfica em que se encontra a área da in- uso multifuncional que favoreça apropria-
tervenção como unidade de estudo, e não ção comunitária da estrutura implantada.
devem transferir impactos a jusante. Além
disso, deverão priorizar soluções que alte- 10.2.15.2
rem o mínimo possível o traçado e evitem As intervenções de microdrenagem e ma-
o fechamento dos cursos d’água, integran- nejo de água pluviais necessárias à estabi-
do-os paisagem urbana, privilegiando o lização de encostas são classificadas como
uso de infraestruturas verdes e azuis, múl- medida estrutural, devendo ser observa-
tiplas e desconcentradas, e, quando con- das, para tanto, as especificações descri-
centradas, deverão proporcionar, sempre tas no item 10.2.13.
que possível, o uso multifuncional que fa-
voreça apropriação comunitária da estru-

Periferia Viva - Urbanização de Favelas 30


10.2.16 10.2.16.2
RECUPERAÇÃO AMBIENTAL E SOLUÇÕES São admitidas ações que visem promo-
BASEADAS NA NATUREZA: valor corres- ver práticas de agricultura social urbana,
pondente ao custo de execução de ações como hortas comunitárias, bem como me-
destinadas a ampliar a resiliência às mu- didas que contribuam para a resiliência às
danças climáticas e mitigar seus impactos, mudanças climáticas e melhoria da quali-
melhorar a qualidade dos serviços am- dade do ambiente urbano, associadas às
bientais, restituir e manejar ecossistemas soluções envolvendo o manejo de águas
degradados e buscar seu equilíbrio com a pluviais e a gestão de riscos quando estas
ocupação urbana. compuserem o investimento, tais como a
criação de parques e lagoas urbanas, jar-
10.2.16.1 dins de chuva, plantio de árvores, implan-
A restituição e manejo de ecossistemas tação de sistemas de aproveitamento de
degradados deverá, sempre que possível, águas pluviais, entre outras, devendo, sem-
proporcionar usos multifuncionais que pre que possível, estar associadas a ações
favoreçam sua apropriação comunitária, socioambientais previstas no escopo das
como a implantação de área verde de do- ações de Trabalho Social.
mínio público que desempenhe função
ecológica, paisagística ou recreativa, pro- 10.2.17
piciando a melhoria da qualidade estéti- GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS: valor cor-
ca, funcional e ambiental da cidade, sendo respondente ao custo de aquisição, insta-
possível a instalação de equipamentos pú- lação, construção ou adequação de dis-
blicos, desde que respeitadas as caracte- positivos para guarda de equipamentos,
rísticas locais. acondicionamento de resíduos de origem
doméstica, das vias e áreas públicas, e do
10.2.16.1.1 traçado do sistema de coleta, poda e var-
As intervenções em ecossistemas degra- rição, adotando, preferencialmente, solu-
dados devem ser precedidas de avaliação ções comunitárias ou destinadas à triagem
dos danos ambientais, da identificação e coleta seletiva.
dos fatos geradores e das respectivas in-
tervenções corretivas necessárias. 10.2.18
EQUIPAMENTOS PÚBLICOS: valor corres-
10.2.16.1.2 pondente ao custo de aquisição, reforma
Os custos de implantação de equipamen- ou edificação de equipamentos públicos
tos públicos nessas áreas devem ser com- voltados ao atendimento das necessida-
putados no item “Equipamentos Públicos”. des identificadas da população beneficia-
da, observando-se as demandas do local
10.2.16.1.3 e entorno e os equipamentos já existentes
É obrigatória a utilização dos recursos nas na macroárea – considerando as políticas
áreas de origem das famílias a serem rema- de educação, saúde, segurança alimentar,
nejadas/reassentadas, quando for o caso, cultura, segurança, esportes e lazer (par-
viabilizando soluções que impeçam novas ques ecológicos, praças, quadras esporti-
ocupações ou o retorno dos antigos mora- vas, áreas verdes), assistência social, con-
dores, não podendo essas áreas ser objeto vivência comunitária, inclusão produtiva, e
de novas solicitações de recursos. atenção à infância, ao idoso, à pessoa com
deficiência, à mulher e à população LGBT-
QIA+, entre outras.

Periferia Viva - Urbanização de Favelas 31


10.2.19 mentos de alerta de desastres, monitora-
TRABALHO SOCIAL: valor corresponden- mento e constituição de redes de agentes
te ao custo de realização do conjunto de comunitários organizados em núcleos de
estratégias, processos e ações visando defesa civil, em harmonia com as demais
promover o exercício da participação e a ações previstas no âmbito do Trabalho So-
inserção social das famílias diretamente cial.
afetadas pela intervenção de urbanização
integral, em articulação com as demais 10.2.19.5
políticas públicas, contribuindo para a Sem prejuízo às disposições constante de
melhoria da sua qualidade de vida e para a normativo específico, é facultado ao Pro-
sustentabilidade dos bens, equipamentos ponente/Agente Executor a celebração
e serviços implantados. de instrumentos de parceria com organi-
zações da sociedade civil, previstos na Lei
10.2.19.1 n. 13.019, de 2014, ou demais entidades de
O Projeto de Trabalho Social deverá ser Assessoria Técnica, nos termos do subi-
elaborado com base em estudos e diag- tem 7.6, para a consecução das atividades
nósticos integrados e participativos, com- previstas neste item.
preendendo as dimensões social, eco-
nômica, produtiva, ambiental e político 10.2.19.6
institucional do território e das famílias É obrigatória a aplicação de, no mínimo,
beneficiárias, além das características da 2,5% (dois e meio por cento) do valor de
intervenção de urbanização integral. investimento total neste item.

10.2.19.2 10.2.20
A execução do trabalho social é obrigató- AVALIAÇÃO PÓS-INTERVENÇÃO: valor
ria para todas as famílias abarcadas pela correspondente ao custo de realização
poligonal de urbanização integral, e está das ações de avaliação da intervenção, que
detalhada em ato normativo específico do deverá ser apresentada em até 3 (três) me-
Ministério das Cidades e respectivos ane- ses após o final do período de extensão do
xos, disponíveis no site do Ministério das trabalho social pós-conclusão das obras.
Cidades.
10.2.20.1
10.2.19.3 A realização da avaliação pós-intervenção
O Projeto de Trabalho Social deverá consi- é obrigatória para operações com valor de
derar o conteúdo e os produtos desenvol- investimento superior a R$ 15.000.000,00
vidos no âmbito da elaboração do Plano de (quinze milhões de reais) e optativa para as
Ação Periferia Viva para o território perifé- demais.
rico, evitando a duplicidade de ações.
10.2.20.2
10.2.19.4 A metodologia e os indicadores a serem
O trabalho social deverá promover ações utilizados estão detalhados na Portaria do
voltadas à apropriação pela comunidade Ministério das Cidades n. 693, de 28 de no-
das estruturas de redução de risco de de- vembro de 2018, e alterações posteriores
sastres, bem como, quando necessário, editadas pelo MDR, disponível no site do
para implantação de estruturas e equipa- Ministério das Cidades.

Periferia Viva - Urbanização de Favelas 32


10.2.20.3 10.2.22
Os recursos de repasse alocados para este Os custos dos Serviços Preliminares, Ins-
item devem ser limitados a 0,5% (meio por talação de Canteiro/Acampamento, Mo-
cento) do valor de investimento total. bilização e Desmobilização, Terraplena-
gem e Administração Local deverão ser
10.2.21 distribuídos nos demais itens que com-
Gerenciamento: valor correspondente aos põem o investimento, observados os se-
custos referentes à contratação de em- guintes parâmetros:
presa gerenciadora do empreendimento,
visando assistir e subsidiar o Proponente/ 10.2.22.1
Agente Executor com as informações per- SERVIÇOS PRELIMINARES: valor referente
tinentes ao acompanhamento, supervisão ao custo de limpeza do local e locação da
e fiscalização do andamento das obras e obra.
serviços previstos no projeto.
10.2.22.2
10.2.21.1 INSTALAÇÃO DE CANTEIRO/ACAMPA-
O gerenciamento deverá ser contratado MENTO: valor referente ao custo de cons-
com vistas a assegurar a execução articu- trução das edificações e de suas instala-
lada de todas as ações previstas no em- ções (hidráulicas, elétricas, esgotamento)
preendimento, garantindo o atendimento destinadas a abrigar o pessoal (casas,
às premissas estabelecidas pelos projetos alojamentos, refeitórios, sanitários) e as
social, ambiental, de engenharia e de re- dependências necessárias à obra (escritó-
gularização fundiária, sendo sua atuação rios, laboratórios, oficinas, almoxarifados,
limitada unicamente à área de intervenção balança, guarita), bem como dos arrua-
definida pelo contrato de repasse ou ter- mentos e caminhos de serviço.
mo de compromisso.
10.2.22.3
10.2.21.2 MOBILIZAÇÃO E DESMOBILIZAÇÃO: va-
O gerenciamento não substituirá, em hipó- lor referente às despesas para transportar,
tese alguma, as atividades de fiscalização desde sua origem até o local onde se im-
por parte do Proponente/Agente Execu- plantará o canteiro da obra, os recursos hu-
tor, inclusive a designação de profissional manos, bem como todos os equipamentos
habilitado no local da intervenção com a e instalações (usinas de asfalto, centrais de
respectiva Anotação de Responsabilidade britagem, centrais de concreto) necessá-
Técnica - ART, conforme previsto na Porta- rios às operações que aí serão realizadas.
ria Conjunta MGI/MF/CGU n. 33, de 2023, e Estão também incluídas as despesas para
não poderá prever atividades cujo objeto execução das bases e fundações requeri-
esteja relacionado ao pagamento de cus- das pelas instalações fixas e para sua mon-
teio continuado do Proponente/Agente tagem, colocando-as em condição de fun-
Executor. cionamento.

10.2.21.3 10.2.22.4
O valor de repasse deste item fica limita- A soma do valor de repasse das ações
do a 2,5% (dois e meio por cento) do valor descritas nos subitens 10.2.22.1 a 10.2.22.3
total de repasse. deste item terá o valor limitado a 4% (qua-
tro por cento) do valor de repasse total.

Periferia Viva - Urbanização de Favelas 33


10.2.22.5 10.2.23.1
TERRAPLENAGEM: valor referente ao cus- O valor de repasse deste item fica limita-
to das atividades de sondagem e ensaios do a 5% (cinco por cento) do valor de re-
para caracterização das amostras de solo passe total.
da região, remoção da camada vegetal e
solos orgânicos, serviços de cortes, com- 10.3
pactação de aterros e importação e/ou re- São vedados projetos que contemplem ex-
moção de terra para bota-fora. clusivamente a aquisição de bens, materiais
ou equipamentos para execução de instala-
10.2.22.6 ções ou serviços futuros.
ADMINISTRAÇÃO LOCAL: compreende
custos diretos não considerados na com- 10.4
posição dos custos unitários da planilha A Composição do Investimento deve obser-
orçamentária, referentes às atividades ne- var, ainda, as vedações relacionadas Portaria
cessárias à condução da obra e à adminis- Conjunta MGI/MF/CGU n. 33, de 2023, e na
tração do contrato. Seu custo é composto LDO vigente.
pelo somatório dos salários e encargos
despendidos com a equipe da contratada, 10.5
incluindo pessoal técnico, administrativo Quando existentes, os limites de valores de
e de apoio, despesas com o consumo de repasse para cada item financiável estão re-
telefonia, e os itens de segurança e higie- sumidos no quadro a seguir:
ne do trabalho de todos os funcionários,
nos termos e limites do art. 13 da Portaria
Conjunta MGI/MF/CGU n. 33, de 2023. Este
custo, dependente da estrutura organiza-
cional que a empresa fornecedora vier a
montar, deverá ser pago na proporção do
andamento da execução das obras e servi-
ços.

10.2.22.6.1
O valor de repasse deste item fica limita-
do a 5% (cinco por cento) do valor de re-
passe total.

10.2.23
DEMOLIÇÕES: valor referente aos custos
relacionados à demolição de edificações
existentes quando não são passíveis de
recuperação, localizadas em locais impró-
prios ou, ainda, quando necessária à aber-
tura de vias e à criação de espaços públi-
cos.

Periferia Viva - Urbanização de Favelas 34


ITEM DE INVESTIMENTO LIMITES

Valor máximo de repasse:


Plano de Ação Periferia Viva
2,5% do valor de investimento

Valor máximo de repasse:


Projeto
5% do valor de investimento

Produção, aquisição ou Valor de aquisição ou requalificação


requalificação de UH do MCMV-FAR para a localidade

30% do valor do MCMV-FAR


Melhoria Habitacional
para a localidade

Mínimo de 2,5% do valor


Trabalho social
de investimento

Avaliação de resultados Valor máximo de repasse:


pós-intervenção 0,5% do valor de investimento

Valor máximo de repasse:


Gerenciamento 2,5% do valor de repasse

Serviços preliminares
Valor máximo de repasse: 4% do
Instalação de Canteiro /
valor de repasse, na somatória dos
Acampamento
valores de repasse
Mobilização e desmobilização

Valor máximo de repasse:


Administração local
5% do valor de investimento

Valor máximo de repasse:


Demolições
5% do valor de investimento

Periferia Viva - Urbanização de Favelas 35


11 das Cidades.
SELEÇÃO DE PROPOSTAS
11.2.3
11.1 É condição para a contratação de propos-
No processo de seleção de propostas serão tas a comprovação, por parte do Propo-
consideradas as disponibilidades orçamen- nente/Agente Executor, da regularidade
tárias e financeiras, a aderência das propos- junto ao SNHIS, conforme o disposto no
tas aos objetivos e orientações contidas parágrafo único do art. 2º da Resolução
neste Manual, bem como ao calendário e CGFNHIS n. 51, de 28 de dezembro de
critérios definidos em ato normativo especí- 2012.
fico.
11.3
11.2 Visando garantir maior distribuição territo-
O Proponente/Agente Executor, devidamen- rial, os critérios de priorização poderão ser
te habilitado nos termos da legislação vigen- aplicados respeitando a prioridade confe-
te, poderá solicitar recursos, exclusivamente, rida pelo Proponente/Agente Executor ou a
da seguinte forma: distribuição regional.

a) no caso de dotação proveniente de emen- 11.4


da parlamentar ou abertura de programa es- As propostas enviadas ao Ministério das
pecífico: envio de proposta, por intermédio Cidades e não selecionadas não serão auto-
do Transferegov; ou maticamente inscritas em processo seletivo
subsequente, podendo, por iniciativa do
b) no caso de dotação originária do Minis- Proponente/Agente Executor, ser novamente
tério das Cidades: envio de proposta, por inscritas, salvo disposição em contrário do
intermédio de carta-consulta disponível em Ministério das Cidades.
sistema de seleção do Ministério das Cida-
des ou outro meio de recepção de propos- 11.5
tas, para concorrer a processo público de Não serão acatadas propostas com valor de
seleção. repasse inferior a R$ 400.000,00 (quatro-
centos mil reais), de acordo com o disposto
11.2.1 no Decreto n. 11.531, de 2023.
Para as propostas que se enquadram na
alínea “a”, o Proponente/Agente Executor 11.6
será informado pelo parlamentar, autor da O resultado das análises será disponibilizado
emenda, ou pelo Ministério das Cidades, via Transferegov, para as propostas que se
no caso de dotação orçamentária espe- enquadram na alínea “a” do subitem 12.2, e
cífica, da indicação do recurso e o pro- no sistema de seleção de propostas do Mi-
grama para o qual poderá enviar proposta nistério das Cidades, para as que se enqua-
por intermédio do Transferegov. dram na alínea “b”.

11.2.2 11.7
Para as propostas que se enquadram na O Proponente/Agente Executor que tiver
alínea “b”, o Proponente/Agente Executor suas propostas selecionadas apresentará os
deverá aguardar a publicação de calendá- documentos técnicos, institucionais e jurí-
rio e critérios de seleção de propostas em dicos necessários à assinatura do termo de
ato normativo específico do Ministério compromisso ou contrato de repasse à filial

Periferia Viva - Urbanização de Favelas 36


da CAIXA da região onde estiver localizado o 14
município beneficiado. CONTATOS EM CASO DE DÚVIDAS
11.7.1 MINISTÉRIO DAS CIDADES
Os termos de compromisso poderão ser
plurianuais, conforme previsão contida SECRETARIA NACIONAL DE PERIFERIAS - SNP
no Decreto n. 93.872, de 23 de dezembro
Departamento de Regularização, Urbanização
de 1986, e, nesse caso, terão previsão de
Integrada e Qualificação de Territórios Perifé-
empenho de recursos à conta de dota-
ricos - DEPE
ções orçamentárias do exercício presente
e futuro, em função da disponibilidade
SGAN Quadra 906, Módulo F, Bloco A
orçamentária.
Ed. Celso Furtado
CEP: 70.790-060 | Brasília - DF

12 Telefones: (061) 2034-4812 / 2034-4874


CASOS EXCEPCIONAIS E-mail: selecaourb.reg@mdr.gov.br

Excepcionalmente, é facultado à Secretaria


Nacional de Periferias do MCidades autorizar www.gov.br/cidades/pt-br
a não aplicação, a determinado caso concre-
to, de disposições deste Manual, a partir de
solicitação do Proponente/Agente Executor, CAIXA
e após análise técnica, motivada e conclusi-
va da Mandatária, desde que não represen- SUPERINTENDÊNCIA NACIONAL SERVIÇOS
te infringência a norma hierarquicamente GOVERNO – SUDEP
superior.
Setor Bancário Sul, Quadra 04
Lotes 3/4, 3° andar
13 CEP 70.070-140 | Brasília - DF

RETROATIVIDADE
Telefones: (61) 3206-9341 / 3206-8111
Os regramentos deste manual podem ser E-mail: sudep@caixa.gov.br
aplicados aos contratos de repasse e termos
de compromisso assinados anteriormente à www.caixa.gov.br
data de sua publicação, naquilo que benefi-
ciar a consecução do objeto pactuado, des- Superintendências Regionais e Gerências
de que sejam celebrados os termos aditivos Executivas de Governo da CAIXA encontradas
pertinentes e ajustados os respectivos pla- em todo o território nacional.
nos de trabalho, bem como que as inovações
normativas sejam compatíveis com a Síntese
do Projeto Aprovado – SPA.

Periferia Viva - Urbanização de Favelas 37


ANEXO I
PLANO DE AÇÃO PERIFERIA VIVA
1
O Plano de Ação Periferia Viva destina-se a estruturar uma estratégia de ação
visando o enfrentamento e superação gradativa das condições de vulnera-
bilidade do território, garantindo o direito à cidade, com a definição, de for-
ma integrada e transversal, de ações prioritárias, intervenções urbanísticas e
políticas públicas necessárias para tal.

1.1
A descrição detalhada das etapas de elaboração do Plano de Ação Periferia Viva, que
integra a proposta da Assessoria Técnica selecionada, deverá necessariamente pre-
ver as etapas apresentadas neste Anexo, bem como cronograma físico-financeiro,
que observe o prazo sugerido de até 6 (seis) meses para execução do Plano.

1.2
A liberação dos recursos será realizada conforme estabelecido no cronograma físico
financeiro aceito e mediante comprovação da execução das atividades.

2
O Plano de Ação Periferia Viva deverá contemplar as seguintes etapas:

2.1 Organização do processo participativo: envolve a identificação e análise das or-


ganizações populares que atuam no território, o planejamento do processo, a insti-
tuição de instâncias de participação e instalação da entidade de Assessoria Técnica
no Posto Territorial.
Produto: relatório síntese da etapa.
PRODUTO: relatório com a síntese da etapa

2.2 Leitura técnico-comunitária: deve partir da concepção geral da intervenção


apresentada na seleção objeto deste Manual. Inclui a definição do perímetro do ter-
ritório periférico e a análise sintética das condições urbanas, sociais e fundiárias,
identificando as deficiências e potencialidades do território, realizadas de forma
colaborativa entre a assessoria técnica, o poder público e a comunidade local, po-
dendo envolver métodos como levantamento de dados secundários e de campo,
observações in loco e registro fotográfico, entrevistas com lideranças, moradores,
trabalhadores e microempresários que atuam na região, mapeamentos colaborati-
vos, entre outros.

2.3 Planejamento da estratégia de ação: abarca a definição das diretrizes gerais de


intervenção no território; a identificação das políticas públicas disponíveis nas três
esferas de governo; a divisão do território em subáreas homogêneas, quando pos-
sível, considerando o padrão e as deficiências urbanas, a natureza e as modalidades
de intervenção previstas; adequando ou promovendo a hierarquização, faseamento
e espacialização das propostas, o que pode incluir ajustes da(s) área(s) ou escopo
da(s) intervenção(ões) de urbanização de assentamentos precários. Deve-se consi-
derar o contexto geral da macroárea e o detalhamento de sua relação com as demais
intervenções, bem como a definição do escopo da Ação Tática.

Periferia Viva - Urbanização de Favelas 38


PRODUTO: relatório com a síntese da etapa 2.2 contendo a definição do perímetro
do território periférico (macroárea) e análise sintética das condições urbanas, so-
ciais e fundiárias e da etapa 2.3, contendo tabelas, planilhas e mapas preliminares,
adequação da(s) área(s) da(s) intervenção(ões) de urbanização do(s) assentamen-
to(s) precário(s) e escopo da Ação Tática.

2.4 Elaboração ou adequação de projetos: detalhamento da micro-intervenção de


Ação Tática e, caso necessário, adequação dos projetos técnicos da intervenção de
urbanização.

2.5 Arranjo institucional: identificação de parcerias – atores públicos, da sociedade


civil e da comunidade – e arranjos institucionais para implementação das estratégias
definidas, assim como das fontes de financiamento para intervenções e demais pro-
postas do Plano; e monitoramento técnico e participativo das articulações para im-
plementação de outras iniciativas do Plano de Ação Periferia Viva pactuado durante
sua vigência. Neste momento deve ser preenchida a matriz padrão de ações financi-
áveis pelo Programa Periferia Viva, a ser disponibilizada pelo Ministério das Cidades.
PRODUTOS:

2.5.1
Concepção geral da ação tática, incluindo os seguintes conteúdos:

a) desenhos esquemáticos, perspectivas, memorial descritivo e detalhamento dos


elementos construtivos, quando houver;

b) estratégias de mobilização;
c) orçamento; e

d) formas e cronograma de execução.

2.5.2
Projetos técnicos da intervenção de urbanização, quando aplicável.

2.5.3: Plano de Ação Periferia Viva, relatório consolidado de todas as etapas, consi-
derando o arranjo institucional definido para implementação das estratégias pactu-
adas e a matriz do Programa Periferia Viva.

2.6 Ação Tática: execução de micro intervenções no território periférico que possam
gerar qualificação do espaço público, melhoria da infraestrutura e de equipamentos
públicos ou de uso comunitário, como estratégia de mobilização.

2.6.1
A Ação Tática deve ser executada e monitorada por meio de processo participativo.

2.6.2
A execução Ação Tática pode ocorrer a qualquer tempo após a aprovação do produ-
to 2.5.1, respeitando os prazos máximos estabelecidos no item 5 deste Anexo.
PRODUTO: ação tática executada, acompanhada de relatório com fotos e informa-
ções detalhadas do processo de execução.

Periferia Viva - Urbanização de Favelas 39


2.7 Mediação e pactuação das etapas de projeto: promover ações de mediação e
acompanhamento do desenvolvimento dos projetos técnicos da urbanização do as-
sentamento precário, quando for o caso, por meio de processos participativos, de
modo a manter a coerência com o desenvolvimento do Plano de Ação Periferia Viva.

2.7.1
A etapa deverá prever o acompanhamento direto das equipes que irão elaborar os
projetos técnicos, acompanhados dos seus orçamentos, de modo que a comunida-
de beneficiária participe do processo.
PRODUTO: relatório da etapa contendo o registro do processo participativo que
pautou a elaboração dos projetos.

3.
A responsabilidade técnica pela elaboração do Plano de Ação Periferia Viva
será assumida pela entidade de Assessoria Técnica, a ser selecionada de
acordo com os critérios definidos no Anexo II.

4.
A seleção da entidade de Assessoria Técnica deverá necessariamente prever
a submissão de proposta pelos interessados, com a descrição detalhada das
etapas de elaboração do Plano de Ação Periferia Viva, incluindo cronograma.

5.
O cronograma sugerido para elaboração do Plano de Ação Periferia Viva é de
6 (seis) meses.

5.1
Recomenda-se que a etapa “Ação Tática” seja concluída em até 3 (três) meses após
a conclusão do produto definido na alínea E do item 1, “Plano de Ação Periferia Viva”.

Periferia Viva - Urbanização de Favelas 40


ANEXO II
CRITÉRIOS PARA DEFINIÇÃO DA ENTIDADE
DE ASSESSORIA TÉCNICA
1.
São critérios para a seleção de entidade de Assessoria Técnica:

a) comprovação de, no mínimo, 3 (três) anos de existência formal da entida-


de;

b) apresentação de atestado de Capacidade Técnica ou outro documento


comprobatório, emitido por pessoa jurídica de direito público ou privado,
que comprove que a entidade executou, no mínimo, 6 (seis) projetos no
âmbito de, pelo menos, três diferentes tipos dos seguintes serviços técni-
cos, sendo pelo menos um nos itens b.3, b.4, b.5, ou b.8:

b.1) elaboração de Plano Diretor Participativo;

b.2) elaboração participativa de planos setoriais, como Plano de Saneamen-


to, Plano Local de Habitação de Interesse Social e Plano de Mobilidade;

b.3) ações de Assistência Técnica para Habitação de Interesse Social


(Athis), como reforma e melhorias habitacionais, elaboração de estudos de
viabilidade para projetos habitacionais e assemelhados;

b.4) assessoria técnica para projeto e/ou obras de produção de habitação


em sistema de mutirão e/ou autogestão;

b.5) projeto e/ou obra de urbanização de assentamento precário, desenvol-


vido com metodologia participativa;

b.6) intervenções de prevenção ao risco e desastres, desenvolvidas com


metodologia participativa;

b.7) ações de regularização fundiária, desenvolvidas com metodologia par-


ticipativa;

b.8) trabalho social em projetos de urbanização de favelas, produção habi-


tacional, intervenções em áreas de risco, reassentamento habitacional, etc;

b.9) projetos de desenvolvimento econômico local, empreendedorismo e


economia solidária;

b.10) capacitação de técnicos e lideranças comunitárias;

Periferia Viva - Urbanização de Favelas 41


b.11) projetos comunitários de gestão sustentável de resíduos sólidos;

b.12) projetos e/ou obras de equipamentos comunitários, desenvolvidos


com metodologia participativa; e/ou

b.13) projetos ou iniciativas de cidadania cultural.

2.
A equipe técnica da entidade de Assessoria Técnica deve ser composta, no
mínimo, pelos seguintes integrantes:

a) 1 (um/a) coordenador(a) com experiência comprovada de, ao menos,


cinco anos na coordenação de projetos, liderança de equipe e mobilização
comunitária em alguns dos serviços listados no item 1;

b) 1 (um/a) profissional da área de Arquitetura e Urbanismo com experiência


comprovada de, ao menos, três anos no desenvolvimento de planos urba-
nísticos participativos, que será o responsável técnico pela área de planeja-
mento urbano;

c) 1 (um/a) profissional de trabalho social, com graduação em nível superior,


preferencialmente em Serviço Social ou Sociologia, e experiência compro-
vada de, ao menos, três anos em assessoria ou assistência técnica em al-
gum dos serviços listados no item 1, que será o responsável pelas ações de
mobilização comunitária e trabalho social;

d) 2 (dois/duas) Mobilizadores(as) Locais;

e) 1 (um/a) profissional de Arquitetura e Urbanismo ou Engenharia, com


experiência comprovada de, ao menos, cinco anos no desenvolvimento de
projetos técnicos (básico e executivo) de urbanização de assentamentos
precários; e/ou

f) 2 (dois) profissionais de nível superior, com experiência comprovada de,


ao menos, cinco anos no desenvolvimento de ações socioterritoriais em
assentamentos precários.
3.
Os integrantes listados nas alíneas a, b, c e d do item 2 serão considerados
como equipe básica.

4.
Para a execução das ações pelas entidades de Assessoria Técnica poderão
ser exigidos outros profissionais ou mobilizadores sociais de acordo com a
natureza e dimensão dos projetos e planos a serem desenvolvidos.

Periferia Viva - Urbanização de Favelas 42


5.
Dentre os profissionais listados no item 2 deverão constar os responsáveis
técnicos das seguintes áreas:

a) profissional responsável por planos urbanísticos, devidamente registra-


do no Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU);

b) profissional responsável pelo trabalho social devidamente registrado no


respectivo conselho de classe;

c) profissional responsável por projetos básicos na área de arquitetura, ur-


banismo e engenharia, devidamente registrado no Conselho de Arquitetura
e Urbanismo (CAU) e/ou no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia
(CREA), quando for o caso; e/ou

d) profissional responsável pela assessoria jurídica em casos que envolvam


regularização fundiária, devidamente registrado na Ordem dos Advogados
do Brasil (OAB).

Periferia Viva - Urbanização de Favelas 43

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