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Seminário II

ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

Leitura
 Itens 2.2.3 (Classificação das espécies tributárias) a 2.2.5 (Aplicabilidade da
classificação das espécies tributárias: a contribuição ao FUST); item 2.6 (Teoria
das classes) da primeira parte e item 3.4 (Regra-matriz das taxas) da segunda
parte do livro Direito tributário, linguagem e método, de Paulo de Barros
Carvalho. São Paulo: Noeses.
 Capítulo II do Curso de direito tributário, de Paulo de Barros Carvalho. São
Paulo: Saraiva.
 Tema X (Concessão de serviço público e tarifa municipal de esgoto) do livro
Derivação e positivação no direito tributário, volume I, de Paulo de Barros
Carvalho. São Paulo: Noeses.

Leitura complementar
 Capítulo VIII do Título II, item 3.1.2 do livro Curso de direito constitucional
tributário, de Roque Antonio Carrazza. São Paulo: Malheiros.
 Capítulo II itens 2.6 a 2.8 do livro Contribuições: regime jurídico, destinação e
controle, de Paulo Ayres Barreto. São Paulo: Noeses.
 Capítulos 10, 11 e 12 do livro Classificação constitucional dos tributos, de Márcio
Severo Marques. São Paulo: Max Limonad.
 Capítulos IV e V do livro As taxas no sistema tributário brasileiro, de Luiz Alberto
Pereira Filho. Curitiba: Juruá.
Questões
1. Efetue, de forma fundamentada, proposta de classificação jurídica dos tributos,
evidenciando os critérios classificatórios adotados. A destinação do produto da
arrecadação tributária é relevante para a classificação jurídica dos tributos e
consequente definição das espécies tributárias? Considerar, na análise da pergunta,
o art. 167, inciso IV, da CF/88, e o art. 4º do CTN. (Vide anexo I).
2. Que é taxa? Que se entende por o “serviço público” e “poder de polícia”? (Vide anexo
II). Há necessidade de comprovação da efetiva fiscalização para cobrança da taxa
de poder de polícia? (Vide anexos III, IV e V).
3. Que diferencia taxa de preço público? (Vide voto do Min. Carlos Velloso na ADI 447).
Os serviços públicos de energia elétrica, telefone, água e esgoto, quando prestados
diretamente pelas pessoas jurídicas de direito público, são remuneráveis por taxa? E
no caso de concessão desses serviços? (Vide anexos VI e VII). E os serviços que,
embora prestados pelo Poder Público, são suscetíveis de prestação pela iniciativa
privada em regime concorrencial? (Vide anexo VIII).
4. Em que consiste o princípio da referibilidade das taxas? Há necessidade do valor
exigido referir-se a uma parcela do serviço prestado? Caso isso não seja verificado,
é possível a restituição? No caso de excessiva dificuldade de mensurar o custo do
serviço prestado, como fixar a base de cálculo da taxa? (considerar em sua resposta
o exemplo das taxas judiciais – vide anexos IX, X e XI)
5. Sobre a contribuição de melhoria pergunta-se: (i) Quais os requisitos e limites à
cobrança da contribuição de melhoria? (ii) A Lei que a institui deve ser produzida
antes do início da obra ou pode ser posterior à sua conclusão e à valorização
imobiliária? Se for apresentado laudo comprovando a perspectiva de gastos, poderia
ser exigido o tributo antes da conclusão da obra e da valorização imobiliária? (Vide
anexos XII e XIII).
6. Os adicionais ao IPI, ICMS e ISS sobre supérfluos destinados ao Fundo de Combate
a Erradicação da Pobreza, constantes do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias (art. 79, introduzido pela EC n. 31/00), se enquadram em qual espécie?
Pode o “adicional” de imposto ter destinação específica? E ser de natureza tributária
diversa do tributo adicionado? (Vide anexos XV e XVI e XVII)
Anexo I
RE n. 570.513

DJ 27/02/2009
DESTINAÇÃO DE RECURSOS. FUNDO ESTADUAL DE REAPARELHAMENTO E
MODERNIZAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO – FUNDESP. COBRANÇA. SERVENTIAS
EXTRAJUDICIAIS. LEI ESTADUAL N. 12.986/96. VIOLAÇÃO DO ART. 167,
INCISO IV, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. NÃO OCORRÊNCIA. 1. Preceito
de lei estadual que destina 5% [cinco por cento] dos emolumentos
cobrados pelas serventias extrajudiciais e não oficializadas ao
Fundo Estadual de Reaparelhamento e Modernização do Poder
Judiciário – FUNDESP não ofende o disposto no art. 167, IV, da
Constituição do Brasil Precedentes. 2. A norma constitucional veda
a vinculação da receita dos impostos, não existindo, na
Constituição, preceito análogo pertinente às taxas. Agravo
regimental a que se nega provimento. RE 570513, DJ 27/02/2009.

Anexo II
RE n. 554.951

DJ 19/11/2013
Taxa de Licença para Localização, Funcionamento e Instalação. Base
de cálculo. Número de empregados. Dado insuficiente para aferir o
efetivo poder de polícia. Art. 6º da Lei 9.670/1983.
Inconstitucionalidade. Jurisprudência pacífica da Corte. A taxa é
um tributo contraprestacional (vinculado) usado na remuneração de
uma atividade específica, seja serviço ou exercício do poder de
polícia e, por isso, não se atém a signos presuntivos de riqueza.
As taxas comprometem-se tão somente com o custo do serviço
específico e divisível que as motiva, ou com a atividade de polícia
desenvolvida. A base de cálculo proposta no art. 6º da Lei
9.670/1983 atinente à taxa de polícia se desvincula do maior ou
menor trabalho ou atividade que o poder público se vê obrigado a
desempenhar em decorrência da força econômica do contribuinte. O
que se leva em conta, pois, não é a efetiva atividade do poder
público, mas, simplesmente, um dado objetivo, meramente estimativo
ou presuntivo de um ônus à administração pública. No tocante à
base de cálculo questionada nos autos, é de se notar que, no RE
88.327/SP, rel. min. Décio Miranda (DJ de 28-9-1979), o Tribunal
Pleno já havia assentado a ilegitimidade de taxas cobradas em
razão do número de empregados. Essa jurisprudência vem sendo
mantida de forma mansa e pacífica.” (RE 554.951, rel. min. Dias
Toffoli, julgamento em 15-10-2013, Primeira Turma, DJE de 19-11-
2013).

Anexo III
Súmulas

STF, Súmula Vinculante n. 29: É constitucional a adoção, no


cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de
cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja
integral identidade entre uma base e outra.
STF, Súmula Vinculante n. 19: A taxa cobrada exclusivamente em
razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou
destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola
o art. 145, II, da CF.
STF, Súmula n. 670: O serviço de iluminação pública não pode ser
remunerado mediante taxa.

Anexo IV
AgRg no RESP n. 1.078.480/MG

Publicação: 17/11/2008

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. TAXA


DE FISCALIZAÇÃO DE ANÚNCIOS. ALEGAÇÃO DE OFENSA À NORMA LOCAL.
SÚMULA 280/STF. CDA. VALIDADE. VERIFICAÇÃO DE REQUISITOS. SÚMULA
7/STJ. EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA PELO MUNICÍPIO. NOTORIEDADE.
COMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE FISCALIZADORA. DESNECESSIDADE. CTN,
ARTS. 77 E 78. REPRODUÇÃO DE PRECEITO CONSTITUCIONAL. COMPETÊNCIA
DO STF.
I – O exame da alegação de ilegalidade da taxa de fiscalização
de anúncios, instituída pelo Município de Belo Horizonte, esbarra
na vedação da Súmula 280/STF.
II – Tendo o Tribunal a quo entendido que a certidão de dívida
ativa contém todos os requisitos que a lei exige, conclusão
diversa exigiria o reexame de substrato fático contido nos autos,
o que é inviável em sede de recurso especial, a teor do disposto
na Súmula n. 07 desta Corte. Precedentes: REsp n. 1.017.136/RS,
Rel. Min. JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA, DJ de 24.04.2008; REsp n.
475.904/PR, Rel. Min. JOSÉ DELGADO PRIMEIRA TURMA, DJ de
12/05/2003; AGREsp n. 438.757/MG, Rel. Min. FRANCISCO FALCÃO,
PRIMEIRA TURMA, DJ de 02/12/2002.
III – A cobrança da taxa de fiscalização de anúncios dispensa
a comprovação da atividade fiscalizadora, face à notoriedade do
exercício do poder de polícia pela Municipalidade. Precedentes:
AgRg no Ag n. 880.772/DF, Rel. Min. FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA
TURMA, DJ de 20.09.2007; AgRg no REsp n.
721.114/SP, Rel. Min. LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, DJ
de 03.04.2006; REsp n. 786.851/MG, Rel. Min. TEORI ALBINO
ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, DJ de 03.04.2006.
IV – A alegação de ofensa aos artigos 77 e 78 do CTN revela
questão de índole constitucional, cujo exame é reservado ao STF.
Precedentes: AgRg no REsp n. 501.303/PR, Rel. Min. DENISE
ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, DJ de 14/11/2005; AgRg no n. Ag
632.439/PR, Rel. Min. JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, SEGUNDA TURMA, DJ
de 20.06.2005; AgRg no Ag n. 586.137/PR, Rel. Min. LUIZ FUX,
PRIMEIRA TURMA, DJ de 28/03/2005; AgRg no Ag n. 562.020/PR, Rel.
Min. CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, DJ de 31/05/2004.
V – Agravo regimental improvido.

Anexo V
RE n. 588.322/RO

Publicação: 03/09/2010

(...) 4. O texto constitucional diferencia as taxas decorrentes


do exercício do poder de polícia daquelas de utilização de
serviços específicos e divisíveis, facultando apenas a estas a
prestação potencial do serviço público. 5. A regularidade do
exercício do poder de polícia é imprescindível para a cobrança
da taxa de localização e fiscalização. 6. À luz da jurisprudência
deste Supremo Tribunal Federal, a existência do órgão
administrativo não é condição para o reconhecimento da
constitucionalidade da cobrança da taxa de localização e
fiscalização, mas constitui um dos elementos admitidos para se
inferir o efetivo exercício do poder de polícia, exigido
constitucionalmente. Precedentes.(...)

Anexo VI
Súmula n. 545 do STF

Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque


estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua
cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em
relação à lei que as instituiu.

Anexo VII
RESP n. 167.489/SP

EMENTA

TRIBUTÁRIO. SERVIÇO DE FORNECIMENTO DE ÁGUA. TAXA. NATUREZA


TRIBUTÁRIA.
1. O serviço de fornecimento de água e esgoto
é cobrado do usuário pela entidade fornecedora como sendo taxa,
quando tem compulsoriedade.
2. Trata-se, no caso em exame, de serviço público concedido,
de natureza compulsória, visando atender necessidades coletivas
ou públicas.
3. Não tem amparo jurídico a tese de que a diferença entre
taxa e preço público decorre da natureza da relação estabelecida
entre o consumidor ou usuário e a entidade prestadora ou
fornecedora do bem ou do serviço, pelo que, se a entidade que
presta o serviço é de direito público, o valor cobrado
caracterizar-se-ia como taxa, por ser a relação entre ambos de
direito público; ao contrário, sendo o prestador do serviço
público pessoa jurídica de direito privado, o valor cobrado é
preço público/tarifa.
4. Prevalência no ordenamento jurídico das conclusões do X
Simpósio Nacional de Direito Tributário, no sentido de que “a
natureza jurídica da remuneração decorre da essência da atividade
realizadora, não sendo afetada pela existência da concessão. O
concessionário recebe remuneração da mesma natureza daquela que o
Poder Concedente receberia, se prestasse diretamente o serviço.”
(RF, julho a setembro, 1987, ano 1987, v. 299, p. 40).
5. O art. 11, da Lei n. 2.312, de 3.9.94 (Código Nacional de
Saúde) determina: “É obrigatória a ligação de toda construção
considerada habitável à rede de canalização de esgoto, cujo
afluente terá destino fixado pela autoridade competente”.
6. “No Município de Santo André/SP, as Leis Municipais n.s
1.174/29.11.56 e 2.742/21.03.66 obrigam que todos os prédios se
liguem à rede coletora de esgotos, dispondo, ainda, que os prédios
situados em locais servidos de rede de distribuição de água devem
a ela ser ligados, obrigatoriamente” (Memorial apresentado pela
recorrente).
7. Obrigatoriedade do serviço de água e esgoto. Atividade
pública (serviço) essencial posta à disposição da coletividade
para o seu bem-estar e proteção à saúde, no Município de Santo
André/SP.
8. “A remuneração dos serviços de água e esgoto normalmente
é feita por taxa, em face da obrigatoriedade da ligação domiciliar
à rede pública” (Helly Lopes Meirelles, in “Direito Municipal
Brasileiro”, 3ª ed., RT – 1977, p. 492).
9. “Se a ordem jurídica obriga a utilização de determinado
serviço, não permitindo o atendimento da respectiva necessidade
por outro meio, então é justo que a remuneração correspondente,
cobrada pelo Poder Público, sofra as limitações próprias de
tributo” (Hugo de Brito Machado, in Regime Tributário da Venda de
Água, Rev. Juríd. da Procuradoria-Geral da Fazenda Estadual/Minas
Gerais, n. 05, p. 11).
10. Adoção da tese, na situação específica
examinada, de que a contribuição pelo fornecimento
de água é taxa. Aplicação da prescrição tributária, em face da
ocorrência de mais de cinco anos do início da data em que o
referido tributo podia ser exigido.
11. Recurso especial provido.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Exmos.


Srs. Ministros da Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça,
na conformidade dos votos e notas taquigráficas a seguir, por
unanimidade, dar provimento ao recurso. Participaram do julgamento
os Exmos. Srs. Ministros Demócrito Reinaldo, Humberto Gomes de
Barros e Milton Luiz Pereira.
Ausente, justificadamente, o Exmo. Sr. Ministro Garcia
Vieira.
Brasília, 12 de junho de 1998 (Data do Julgamento).
MINISTRO MILTON LUIZ PEREIRA, Presidente.
MINISTRO JOSÉ DELGADO, Relator.

Anexo VIII
REsp n. 1452956/PR

DJe 26/11/2014
TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. INMETRO.
AFERIÇÃO DE BOMBAS DE COMBUSTÍVEL. NATUREZA JURÍDICA DE PREÇO
PÚBLICO. PRECEDENTES DO STJ. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO. 1.
"Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque
estas, diferentemente daquelas, são compulsórias, e têm sua
cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em
relação à lei que as institui." (Súmula 545/STF) 2. A
jurisprudência do STJ firmou-se no sentido de que o serviço de
aferição de bombas de combustíveis em postos distribuidores,
realizado pelo INMETRO, possui natureza jurídica de preço público,
conforme o disposto no art. 7º, b, da Lei 5.966/73, seja porque,
embora atualmente avocado pelo Estado como monopólio, o serviço
de certificação não é ontologicamente insuscetível de prestação
pela iniciativa privada em regime concorrencial. Dessa forma, não
se sujeita, aos princípios da legalidade e anterioridade. 3.
Precedentes: REsp 1287045/MG, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA
TURMA, julgado em 02/05/2013, DJe 10/05/2013; AgRg no REsp
934.270/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, DJe
10/02/2010; REsp 223.655/ES, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA,
SEGUNDA TURMA, DJ 29/08/2005, p. 235. 4. Agravo regimental não
provido.
Anexo IX

ARE 990914

Publicado em 19.09.2017
Recurso extraordinário com agravo. Tributário. Taxa de
Fiscalização de Estabelecimentos (TFE). Lei nº 13.477/02 do
Município da São Paulo. Critério geral para dimensionar a exação.
Tipo de atividade desenvolvida no estabelecimento do contribuinte.
Impossibilidade. 1. As taxas comprometem-se tão somente com o
custo do serviço específico e divisível que as motiva, ou com a
atividade de polícia desenvolvida. 2. O critério da atividade
exercida pelo contribuinte para se aferir o custo do exercício do
poder de polícia desvincula-se do maior ou menor trabalho ou
atividade que o Poder Público se vê obrigado a desempenhar.
Precedentes. 3. Recurso a que se nega provimento.

Anexo X
ADI 2696
DJ 14-03-2017

Ação direta de inconstitucionalidade. Lei nº 13.611/2002 do Estado


do Paraná, a qual estabeleceu os valores das custas judiciais
devidas no âmbito do Poder Judiciário estadual.
Inconstitucionalidade formal: inexistência. Poder de emenda do
Poder legislativo em matéria de iniciativa exclusiva do Tribunal
de Justiça. Ausência de inconstitucionalidade material. Taxa
judiciária. Vinculação ao valor da causa ou ao valor dos bens sob
litígio. 1. Não ofendem a autonomia administrativa e financeira
do Poder Judiciário estadual ou sua reserva de iniciativa
legislativa emendas parlamentares oferecidas a projetos de lei
que versem sobre tabelas de custas e emolumentos. A função do
Legislativo nos projetos cuja iniciativa de propositura seja
exclusiva de algum órgão ou agente político não se resume a
chancelar seu conteúdo original. O debate, as modificações e as
rejeições decorrentes do processo legislativo defluem do caráter
político da atividade. 2. A jurisprudência da Corte tem entendido,
reiteradamente, que a Constituição Federal somente veda ao Poder
Legislativo formalizar emendas a projetos de iniciativa exclusiva
se delas resultarem aumento de despesa pública ou se forem
totalmente impertinentes à matéria versada no projeto, o que não
é o caso da presente ação direta. Precedentes: ADI nº 3.288/MG,
Rel. Min. Ayres Britto, DJ de 24/2/11; ADI nº 2350/GO, Rel. Min.
Maurício Corrêa, DJ de 30/4/2004. 3. Tanto quanto possível, o
valor cobrado a título de taxa deve equivaler ao custo do serviço
prestado. Porém, há situações em que, por excessiva
dificuldade de mensuração do fato gerador, o
estabelecimento exato do quantum debeatur fica prejudicado. É o
caso das custas judiciais, em virtude da diversidade de fatores
que poderiam influir no cálculo da prestação do serviço
jurisdicional, tais como o tempo e a complexidade do processo,
bem assim o tipo de atos nele praticados. 4. A esse respeito, a
jurisprudência da Corte firmou-se no sentido da legitimidade da
cobrança das custas com parâmetro no valor da causa ou dos bens
postos em litígio, desde que fixadas alíquotas mínimas e máximas
para elas. Precedentes: ADI nº 3.826/GO, Tribunal Pleno, Relator
o Ministro Eros Grau, DJe de 20/08/10; ADI nº 2.655/MT, Tribunal
Pleno, Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJ de 26/03/04. 5. As
tabelas constantes da legislação impugnada respeitam a diretriz
consagrada no Supremo Tribunal Federal, impondo limites mínimo e
máximo, como no caso em que fixam as custas devidas pelo
ajuizamento de ação rescisória. Noutras passagens, há a fixação
de um valor único para a prática de determinados atos que, por
certo, não representa quantia exacerbada, que impeça o cidadão de
se socorrer das vias jurisdicionais. 6. A Constituição Federal
defere aos cidadãos desprovidos de condições de arcar com os
custos de um processo judicial a gratuidade da prestação do
serviço jurisdicional, tanto quanto o amparo das defensorias
públicas, para a orientação e a defesa dos seus direitos, o que
afasta as alegadas ofensas ao princípio do acesso à Justiça e aos
fundamentos constitucionais da cidadania e da dignidade da pessoa
humana. 7. Ação direta de inconstitucionalidade julgada
improcedente.

Anexo XI

RE 582340 AgR

Publicada em 18.08.2016

TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. MUNICÍPIO DE


VILA VELHA. TAXA DE RENOVAÇÃO ANUAL DE LICENÇA PARA LOCALIZAÇÃO,
INSTALAÇÃO E FUNCIONAMENTO DE ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS E SIMILARES.
BASE DE CÁLCULO FIXADA EM MÚLTIPLOS DE UNIDADE FISCAL DE REFERÊNCIA -
UFIR, DE ACORDO COM A ZONA FISCAL DE LOCALIZAÇÃO DO ESTABELECIMENTO.
INCONSTITUCIONALIDADE. AUSÊNCIA DE RELAÇÃO ENTRE A BASE DE CÁLCULO E
O EFETIVO EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA. PRECEDENTES. AGRAVO
REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO.

Anexo XII

RESP n. 766.107/PR
DJ 28/04/2008

CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA. COBRANÇA ILEGÍTIMA. PEDIDO DE REPETIÇÃO.


VALORES DEVIDOS POR FORÇA DE CONTRATO. ACÓRDÃO RECORRIDO FULCRADO
NAS PECULIARIDADES DO CASO CONCRETO. 1. Examinando-se os preceitos
legais supostamente violados, verifica-se que, na hipótese, a
instituição e a cobrança da contribuição de melhoria não atendeu
a alguns dos requisitos previstos no Decreto-Lei 195/67 e nos
arts. 81 e 82 do CTN. Como bem esclarece Hugo de Brito Machado,
“o fato gerador da contribuição de melhoria é a valorização do
imóvel do qual o contribuinte é proprietário, ou enfiteuta, desde
que essa valorização seja decorrente de obra pública”. A obrigação
“só nasce se da obra pública decorrer valorização”, afirma o
autor. No caso dos autos, é incontroverso que os valores cobrados
refletem o custo da obra, sem levar em consideração a valorização
imobiliária, além de não estarem vinculados ao limite individual
(“acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel
beneficiado” – art. 81 do CTN). 2. Contudo, os valores pagos a
título de contribuição de melhoria são, na verdade, parcelas
devidas pela ora recorrente ao Município de Maringá/PR, por força
de contrato firmado entre eles. Constata-se, do exame do acórdão
recorrido, que, por meio do contrato mencionado, o Município de
Maringá/PR obrigou-se a efetuar a pavimentação asfáltica e
galerias pluviais de área equivalente a 1.004 m2 (mil e quatro
metros quadrados), obrigando-se a outra contratante (ora
recorrente) a efetuar o pagamento das parcelas previstas no
referido contrato. O Município, cumprindo a sua obrigação, cobrou
as parcelas devidas pela outra contratante por meio de
contribuição de melhoria, havendo o respectivo pagamento. Em
virtude dessas circunstâncias, o Tribunal a quo entendeu que é
descabida a repetição do suposto indébito, tendo em vista que
“ela, evidentemente, daria azo ao enriquecimento injusto da
apelante” (ora recorrente). 3. Assim, malgrado haja manifesta
ilegalidade na instituição e na cobrança do tributo em comento, o
deferimento do pedido de repetição está atrelado à modificação
das premissas fáticas que motivaram o acórdão recorrido, bem como
ao exame das cláusulas estabelecidas no contrato referido, o que
é inviável em sede de recurso especial, tendo em vista as
circunstâncias obstativas decorrentes do disposto nas Súmulas 5 e
7 desta Corte. 4. Recurso especial não-conhecido.

Anexo XIII

(STF-ARE: 1123627/PRDJe-079 24/04/2018

Decisão: Trata-se de agravo interposto contra decisão de


inadmissibilidade de recurso extraordinário em face de acórdão do
Tribunal de Justiça do Paraná, ementado nos seguintes termos:
“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ANULATÓRIA DE LANÇAMENTO FISCAL.
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA. PRELIMINAR. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL.
INOCORRÊNCIA. MÉRITO. INDISPENSAVÉL A COMPROVAÇÃO
DO CUSTO DO CUSTO DA OBRA PÚBLICA E A VALORIZAÇÃO
DO IMOVÉL. ART. 81 E 82 DO CTN. AUSÊNCIA DE PROVA DOCUMENTAL DE
QUE A BASE DE CÁLCULO TENHA CONSIDERADO A VALORIZAÇÃO DO IMOVÉL.
ÔNUS PROBATÓRIO QUE COMPETIA AO ENTE TRIBUTANTE. NULIDADE.
SENTENÇA MANTIDA”. (eDOC 2, p. 30). No recurso extraordinário,
interposto com fundamento no art. 102, III, a, da Constituição
Federal, aponta-se violação aos artigos 30; 145, III; e 146 do
texto constitucional. Nas razões recursais, alega-se que a
Constituição Federal não previu a valorização do imóvel como
elemento constitutivo da contribuição de melhoria. Sustenta-se
que a Emenda Constitucional n. 23, de 1983, revogou os arts. 81 e
82, do CTN e o Decreto-Lei n. 195/67, razão pela qual a base de
cálculo do tributo não está limitada a valorização do imóvel.
Ademais, afirma-se que, caso o Decreto Lei n. 195/67 não estivesse
revogado, seria aplicável somente à União, por não ser norma de
caráter geral. Por fim, assevera-se que ante a ausência de lei de
âmbito nacional, o município estaria livre para exercer sua
competência legislativa. É o relatório. Decido. O recurso não
merece prosperar. Verifico que o entendimento fixado no acórdão
não destoa da jurisprudência pacífica desta Corte, segundo a qual
o fato gerador da contribuição de melhoria é a efetiva valorização
do bem imóvel. Confiram-se, a propósito, os seguintes precedentes
de ambas as Turmas deste Tribunal: “DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO
INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONTRIBUIÇÃO DE melhoria
DECORRENTE DE OBRA PÚBLICA. FATO GERADOR: QUANTUM DA VALORIZAÇÃO
IMOBILIÁRIA. CARÁTER PROTELATÓRIO. IMPOSIÇÃO DE MULTA. 1. Esta
Corte consolidou o entendimento no sentido de que a contribuição
de melhoria incide sobre o quantum da valorização imobiliária.
Precedentes. 2. Inaplicável o art. 85, § 11, do CPC/2015, uma vez
que não houve fixação de honorários advocatícios. 3. Agravo
interno a que se nega provimento, com aplicação da multa prevista
no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015.” (RE 982415 AgR, Rel. Min.
Roberto Barroso, Primeira Turma, DJe 12.12.2016)“CONSTITUCIONAL.
TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO.
CONTRIBUIÇÃO DE melhoria. FATO GERADOR: QUANTUM DA VALORIZAÇÃO
IMOBILIÁRIA. PRECEDENTES. 1. Esta Corte consolidou o entendimento
no sentido de que a contribuição de melhoria incide sobre o quantum
da valorização imobiliária. Precedentes. 2. Agravo regimental
improvido.” (AI 694.836-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, Segunda
Turma, DJe 18.12.2009) Ante o exposto, nego seguimento ao recurso
(art. 932, VIII, do CPC, c/c art. 21, § 1º, do RISTF) e, tendo em
vista o disposto no art. 85, § 11, do CPC, majoro o valor da verba
honorária fixada pela origem em 10%, observados os limites
previstos nos §§ 2º e 3º do referido dispositivo, ressalvada a
eventual concessão do benefício da justiça gratuita. Publique-se.
Brasília, 18 de abril de 2018. Ministro Gilmar Mendes Relator.

Anexo XIV
RE n. 581.688

DJ 16/02/2011

FUNDO DE COMBATE À POBREZA E ÀS DESIGUALDADES SOCIAIS:


CONSTITUCIONALIDADE. PRECEDENTES. RECURSO AO QUAL SE NEGA
SEGUIMENTO. 1. Recurso extraordinário interposto com base no art.
102, inc. III, alínea “a”, da Constituição da República contra o
seguinte julgado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro:
“APELAÇÃO CÍVEL. Fundo Estadual de Combate e Erradicação da
Pobreza. Lei Estadual n. 4.056/02, regulamentada pelo Decreto n.
32.646/03. Instituição do adicional de 1% sobre a alíquota do ICMS
incidente sobre produtos e serviços supérfluos. Inaplicabilidade
do Princípio da não-vinculação da receita de impostos. Caráter
especial e temporário das normas constantes do ADCT. Exceção ao
princípio geral tributário insculpido no artigo 167, IV da Lei
Maior, inserida pelo próprio constituinte reformador. Vinculação
extraordinária que visa a atender ao princípio da solidariedade e
ao postulado da dignidade da pessoa humana através da erradicação
da pobreza e da redução das desigualdades sociais, estas
reconhecidas como objetivos fundamentais da República pela Lex
Matter. (...) RE 581.688/RJ, DJ 16/02/2011.

Anexo XV
RE n. 571.968

DJ 05/06/2012

AGRAVOS REGIMENTAIS NOS RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS. RESERVA DE PLENÁRIO.


ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO AO ART. 97 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. INEXISTÊNCIA.
PROCESSO CIVIL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS 282 E 356 DO STF.
ICMS. ADICIONAL. INSTITUIÇÃO POR LEI ESTADUAL. FUNDO ESTADUAL DE COMBATE
À POBREZA. CONVALIDAÇÃO PELO ART. 4º DA EMENDA CONSTITUCIONAL 42/2003.
AGRAVOS IMPROVIDOS. I – A obediência à cláusula de reserva de plenário
não se faz necessária quando houver orientação consolidada do STF sobre
a questão constitucional discutida. II – Possibilidade de reconhecimento
de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público pelos
órgãos fracionários dos Tribunais, com base em julgamentos do plenário
ou órgão especial que, embora não guardem identidade absoluta com o caso
em concreto, analisaram matéria constitucional equivalente. III –
Ausência de prequestionamento do art. 167, IV, da CF. Incidência da Súmula
282 do STF. Ademais, se os embargos declaratórios não foram opostos com
a finalidade de suprir essa omissão, é inviável o recurso, nos termos da
Súmula 356 do STF. IV – O art. 4º da EC 42/2003 validou os adicionais
instituídos pelos Estados e pelo Distrito Federal para financiar os Fundos
de Combate à Pobreza. Precedentes. V – Agravos regimentais improvidos.
RE 571.968, DJ 05/06/2012.
Anexo XVI

ADI 627

DJ 19-11-1993

Ação Direta de Inconstitucionalidade. Lei n. 5.500, de 28.12.1988, do


Estado do Para. Tributário. Adicional de imposto de renda (art. 155, II,
da Constituição Federal). Artigos 146 e 24, paragrafo 3., da parte
permanente da C.F. e art. 34, paragrafos 3., 4. e 5. do A.D.C.T. O
adicional de imposto de renda, de que trata o inciso II do art. 155, não
pode ser instituido pelos Estados e Distrito Federal, sem que, antes, a
lei complementar nacional, prevista no "caput" do art. 146, disponha
sobre as materias referidas em seus incisos e alineas, não estando sua
edição dispensada pelo paragrafo 3. do art. 24 da parte permanente da
Constituição Federal, nem pelos paragrafos 3., 4. e 5. do art. 34 do
A.D.C.T. Ação julgada procedente, declarada a inconstitucionalidade da
Lei n. 5.500, de 28.12.1988, do Estado do Para.
Cas

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