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Leitura básica
• CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método. 8. ed. São
Paulo: Noeses, 2021. Capítulo III, item 3.3.4 (Impostos aduaneiros).
• CARVALHO, Paulo de Barros. Regra-matriz de incidência do imposto sobre
importação de produtos estrangeiros. Revista da Receita Federal: estudos
tributários e aduaneiros. Brasília, v. 01, n. 01, ago./dez. 2014.
• SEHN, Solon. Curso de direito aduaneiro. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2022.
Capítulo III, item 1 (lançamento tributário); e Capítulo V, item 8 (reclassificação
aduaneira).
Leitura complementar
• BRITTO, Lucas Galvão de. Tributar na era da técnica: como as definições feitas
pelas agências reguladoras vêm interpretando as normas tributárias. São Paulo:
Noeses, 2018.
• SEHN, Solon. Imposto de importação. São Paulo: Noeses. Itens 3.1 a 3.1.2.3.
• HILU NETO, Miguel. Imposto sobre importações e imposto sobre exportações. São
Paulo: Quartier Latin. Capítulos 2, 4 e 5.
• SILVA, Felipe Ferreira. Tratados internacionais – procedimento de produção,
recepção por direito interno e questões correlatas”, In: SANTI, Eurico Marcos Diniz.
Curso de especialização em direito tributário: Estudos analíticos em homenagem a
Paulo de Barros Carvalho. Rio de Janeiro: Forense, 2005.
• PINCELLI, Eduardo Pugliese. Sobre a relação entre os tratados internacionais em
matéria tributária e o sistema jurídico brasileiro: novas proposições a respeito de um
velho problema. In: CONGRESSO NACIONAL DE ESTUDOS TRIBUTÁRIOS, v. 2,
2005, São Paulo. Segurança jurídica na tributação e estado de direito. São Paulo:
Noeses.
• TÔRRES, Heleno Taveira. Base de cálculo do imposto de importação e o acordo
de valoração aduaneira. In: TÔRRES, Heleno Taveira. Comércio internacional e
tributação. São Paulo: Quartier Latin, 2005.
• VITA, Jonathan Barros. Valoração aduaneira. São Paulo: RT-Fiscosoft, 2014.
Questões
1. Construa a RMIT dos Impostos de Importação e de Exportação. Qual o
conceito de produto para fins de incidência destes tributos?
Consequente:
Critério pessoal:
SA: União
SP: Importador de produto estrangeiro
Critério quantitativo:
BC: preço do produto;
A: específica
RMIT dos Impostos de Exportação
Antecedente:
Critério material:exportar produto nacional ou nacionalizado para extangeiro
Critério espacial: saída das fronteiras do territorio nacional ;
Critério temporal: saída do território nacional ;
Consequente:
Critério pessoal:
SA: União
SP: exportador do produto nacional ou nacionalizado
Critério quantitativo:
BC: preço do produto
A: específica
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Nota-se que alíquota aplicável seria de 38%, uma vez que a mesma foi
instituída em 01/07/2017 e o produto importado desembaraçado apenas no
dia 02/07/2017. Em relação a esse entendimento, destaco o art.19 CTN III, “O
fato gerador do imposto de importação: a entrada do produto estrangeiro no
território nacional”.
3. A reimportação de mercadoria exportada em caráter definitivo se equipara
à importação, ou seja, a mercadoria exportada perde a condição de
nacional, devendo se submeter ao Imposto de Importação ao ser
reimportada? (Vide anexo III)
Entendo que sim, a mercadoria exportada em caráter definitivo perde a
condição nacional. Porque não é de caráter de exportação temporária.
Segundo o STF na resp. n.662.882/RJ, está última está dispensada à obrigação
de apresentação de guia de importação, ficando assim isenta.
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Nota–se que erro de direito, uma vez que houve uma interpretação
equivocada das regras da Convenção Internacional do Sistema
Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias.
1979.
• Artigo: “Mercosul e tributos estaduais, municipais e distritais”, de Roque Antonio
Carrazza. Revista de direito tributário, São Paulo, n. 64, p. 182-191, 1994
• Artigo: “Segurança na ordem tributária nacional e internacional: tributação no
comércio exterior” de Luís Eduardo Schoueri. In: CONGRESSO NACIONAL DE
ESTUDOS TRIBUTÁRIOS, v. 2, 2005, São Paulo. Segurança jurídica na tributação
e estado de direito. São Paulo: Noeses.
• Artigo: “Segurança na ordem tributária nacional e internacional – validade, vigência e
eficácia dos tratados internacionais”, de Felipe Ferreira Silva, in Segurança jurídica na
tributação e estado de direito, Eurico Marcos Diniz de Santi (Coord.). São Paulo: Noeses.
• Artigo: “Sobre a relação entre os tratados internacionais em matéria tributária e o
sistema jurídico brasileiro: novas proposições a respeito de um velho problema”, de
Eduardo Pugliese Pincelli. In: CONGRESSO NACIONAL DE ESTUDOS
TRIBUTÁRIOS, v. 2, 2005, São Paulo. Segurança jurídica na tributação e estado
de direito. São Paulo: Noeses.
• Artigo: “Tratado internacional, em matéria tributária, pode exonerar tributos
estaduais?” de Estevão Horvath e Nelson F. de Carvalho. Revista de direito
tributário, São Paulo, n. 64, p. 262-268, 1996.
• Tratados internacionais em matéria tributária e ordem interna, de Betina Treiger
Grupenmacher. São Paulo: Dialética.
• A relação entre a ordem jurídica interna e os tratados internacionais, de Felipe
Ferreira Silva. Curitiba: Juruá.
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Anexo I
RE n. 225.602/CE
DJ 06/04/2001
IMPORTAÇÃO. ALÍQUOTAS. MAJORAÇÃO POR ATO DO EXECUTIVO.
MOTIVAÇÃO. ATO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. FATO GERADOR. C.F., art.
150, III, a e art. 153, § 1º. I- Imposto de importação: alteração das alíquotas, por
ato do Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei: C.F.,
art. 153, § 1º. A lei de condições e de limites é lei ordinária, dado que a lei
complementar somente será exigida se a Constituição, expressamente, assim
determinar. No ponto, a Constituição excepcionou a regra inscrita no art. 146, II.
II- A motivação do decreto que alterou as alíquotas encontra-se no procedimento
administrativo de sua formação, mesmo porque os motivos do decreto não vêm
nele próprio. III- Fato gerador do imposto de importação: a entrada do produto
estrangeiro no território nacional (CTN, art. 19). Compatibilidade do art. 23 do
D.L. 37/66 com o art. 19 do CTN. Súmula 4 do antigo T.F.R.. IV- O que a
Constituição exige, no art. 150, III, a, é que a lei que institua ou que majore
tributos seja anterior ao fato gerador. No caso, o decreto que alterou as alíquotas
é anterior ao fato gerador do imposto de importação. V- R.E. conhecido e
provido.
Anexo II
REsp n. 1.220.979/RJ
DJ 15/04/2011
IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. COMPATIBILIDADE DO ART. 23 DO DECRETO-
LEI N. 37/66 COM O ART. 19 DO CTN. FATO GERADOR. DATA DO
REGISTRO DA DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO. PRECEDENTES.
1. Não há incompatibilidade entre o art. 19 do Código Tributário Nacional e
o art. 23 do Decreto-Lei n. 37/66, porquanto o desembaraço aduaneiro completa
a importação e, consequentemente, representa, para efeitos fiscais, a entrada
de mercadoria no território nacional.
2. A jurisprudência desta Corte é no sentido de que, no caso de importação
de mercadoria despachada para consumo, o fato gerador do imposto de
importação ocorre na data do registro da declaração de importação. Desse
modo, deve ser aplicada para o cálculo do imposto a alíquota vigente nessa data.
3. Precedentes: EDcl no RESP 1.000.829/ES, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira
Turma, DJe 17.6.2010; AgRg no Ag 1.155.843/RJ, Rel. Min. Castro Meira,
Segunda Turma, DJe 30.9.2009; RESP 1.046.361/RJ, Rel. Min. Eliana Calmon,
Segunda Turma, DJe 5.3.2009; RESP 139.658/PR, Rel. Min. Milton Luiz Pereira,
Primeira Turma, DJ 28.5.2001.
Recurso especial provido.
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Anexo III
REsp n. 662.882/RJ
DJ 13/02/2006
Anexo IV
REsp n. 662.882/RJ
DJ 18/05/2001
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE – CONVENÇÃO N. 158/OIT –
PROTEÇÃO DO TRABALHADOR CONTRA A DESPEDIDA ARBITRÁRIA OU
SEM JUSTA CAUSA – ARGUIÇÃO DE ILEGITIMIDADE CONSTITUCIONAL
DOS ATOS QUE INCORPORARAM ESSA CONVENÇÃO INTERNACIONAL
AO DIREITO POSITIVO INTERNO DO BRASIL (DECRETO LEGISLATIVO N.
68/92 E DECRETO N. 1.855/96) – POSSIBILIDADE DE CONTROLE
ABSTRATO DE CONSTITUCIONALIDADE DE TRATADOS OU CONVENÇÕES
INTERNACIONAIS EM FACE DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA –
ALEGADA TRANSGRESSÃO AO ART. 7º, I, DA CONSTITUIÇÃO DA
REPÚBLICA E AO ART. 10, I DO ADCT/88 – REGULAMENTAÇÃO
NORMATIVA DA PROTEÇÃO CONTRA A DESPEDIDA ARBITRÁRIA OU SEM
JUSTA CAUSA, POSTA SOB RESERVA CONSTITUCIONAL DE LEI
COMPLEMENTAR – CONSEQUENTE IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DE
TRATADO OU CONVENÇÃO INTERNACIONAL ATUAR COMO SUCEDÂNEO
DA LEI COMPLEMENTAR EXIGIDA PELA CONSTITUIÇÃO (CF, ART. 7º, I) –
CONSAGRAÇÃO CONSTITUCIONAL DA GARANTIA DE INDENIZAÇÃO
COMPENSATÓRIA COMO EXPRESSÃO DA REAÇÃO ESTATAL À
DEMISSÃO ARBITRÁRIA DO TRABALHADOR (CF, ART. 7º, I, C/C O ART. 10,
I DO ADCT/88) – CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA CONVENÇÃO N. 158/OIT,
CUJA APLICABILIDADE DEPENDE DA AÇÃO NORMATIVA DO LEGISLADOR
INTERNO DE CADA PAÍS – POSSIBILIDADE DE ADEQUAÇÃO DAS
DIRETRIZES CONSTANTES DA CONVENÇÃO N. 158/OIT ÀS EXIGÊNCIAS
FORMAIS E MATERIAIS DO ESTATUTO CONSTITUCIONAL BRASILEIRO –
PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR DEFERIDO, EM PARTE, MEDIANTE
INTERPRETAÇÃO CONFORME À CONSTITUIÇÃO. PROCEDIMENTO
CONSTITUCIONAL DE INCORPORAÇÃO DOS TRATADOS OU
CONVENÇÕES INTERNACIONAIS.
É na Constituição da República – e não na controvérsia doutrinária que
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Anexo V
RE n. 627.280/RJ - RG
DJ 23/02/2012
IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS. BACALHAU (PEIXE
SECO E SALGADO). TRATAMENTO. ALCANCE DE ACORDO
INTERNACIONAL. GENERAL AGREEMENT ON TRADE AND TARIFFS.
DECRETO LEGISLATIVO 30/1994 E DECRETO 301.355/1994. PROPOSTA
PELO RECONHECIMENTO DA REPERCUSSÃO GERAL DA MATÉRIA. Tem
repercussão geral a discussão sobre a incidência do IPI sobre operações com
bacalhau (peixe seco e salgado), à luz do GATT, dos princípios da isonomia, da
seletividade e da extrafiscalidade e do conceito de industrialização.
Anexo VI
AI n. 764.951 AgRg/BA
DJ 13/03/2013
ICMS. IMPORTAÇÃO DE BACALHAU DA NORUEGA. PAÍS SIGNATÁRIO DO
GATT. ISENÇÃO HETERÔNOMA. TRATADO INTERNACIONAL FIRMADO
PELA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. CONSTITUCIONALIDADE.
ALCANCE E LEGITIMIDADE DE ISENÇÕES À LUZ DA LEGISLAÇÃO
INFRACONSTITUCIONAL. SIMILARIDADE ENTRE PRODUTOS NACIONAIS
E ESTRANGEIROS. APRECIAÇÃO EM SEDE EXTRAORDINÁRIA.
IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA STF 279. A jurisprudência desta Suprema Corte
assentou-se no sentido da constitucionalidade das desonerações tributárias
estabelecidas, por meio de tratado, pela República Federativa do Brasil, máxime
no que diz com a extensão, às mercadorias importadas de países signatários do
GATT, das isenções de ICMS concedidas às similares nacionais (Súmula STF
575). Descabe analisar, em sede de recurso extraordinário, alegações
pertinentes à abrangência e à legitimidade de isenções frente à legislação
infraconstitucional, bem como a similaridade entre produtos nacionais e
estrangeiros para efeito da outorga do tratamento isonômico exigido pelo Acordo
Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio – GATT. Aplicação da Súmula STF
279. Agravo regimental conhecido e não provido.
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Anexo VII
Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados
SEÇÃO 3
Interpretação de Tratados
Artigo 31
Regra Geral de Interpretação
Anexo VIII
REsp n. 1.555.004/SC
Julgamento: 16/02/2016
TRIBUTÁRIO. PRODUTO IMPORTADO. SABÃO ANTIACNE.
CLASSIFICAÇÃO PERANTE À ANVISA COMO COSMÉTICO. AUTORIDADE
ADUANEIRA QUE ENTENDE SER MEDICAMENTO. IMPOSSIBILIDADE.
ATRIBUIÇÃO DA AUTORIDADE SANITÁRIA (ANVISA) NA CLASSIFICAÇÃO
DO PRODUTO. RECURSO ESPECIAL PROVIDO.
1. Incumbe à ANVISA regulamentar, controlar e fiscalizar os produtos e serviços
que envolvam à saúde pública (art. 8º da Lei 9.782/99).
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Anexo IX
Parecer Normativo Cosit nº 06/2018
Anexo X
REsp n. 1.576.199/SC
JULGAMENTO: 13/04/2021
91.030/85 (RA-85)] onde o lançamento era por declaração para as situações que
tais (art. 147, do CTN), o que impossibilitava a realização de lançamento
suplementar pelo fisco para corrigir a classificação fiscal, já que seria um
segundo lançamento efetuado com base no art. 149, parágrafo único, do CTN,
havendo, portanto, o óbice do art. 146, do mesmo CTN.
Contudo, em se tratando de Declaração de Importação registrada após a
revogação do Decreto n. 91.030/85 (RA-85), na “Revisão Aduaneira” o que existe
é o lançamento em si efetuado por vez primeira dentro da sistemática do
lançamento por homologação (art. 150, § 4º, do CTN) e não uma revisão de
lançamento já efetuado, que seria um segundo lançamento realizado consoante
o art. 149, parágrafo único, do CTN.
9. Assim, para as Declarações de Importação registradas após a revogação do
Decreto n. 91.030/85 (RA-85) é inaplicável a Súmula n. 227 do extinto TFR (“A
mudança de critério jurídico adotado pelo fisco não autoriza a revisão do
lançamento”) e, por conseguinte, são inaplicáveis os precedentes: REsp. n.
1.112.702/SP, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 20.10.2009; AgRg
no REsp. n. 1.347.324/RS, Segunda Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado
em 06.08.2013; REsp. n. 1.079.383/SP, Segunda Turma, Rel. Min. Eliana
Calmon, julgado em 18.06.2009; AgRg no REsp 478389/PR, Segunda Turma,
Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 25.09.2007; REsp 654076/RJ, Segunda
Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 19.04.2005; REsp 412904/SC,
Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 07.05.2002; REsp. n. 27.564/RJ,
Segunda Turma, Rel. Ari Pargendler, julgado em 02.05.1996; dentre outros que
se referem à sistemática de lançamento anterior.
10. Recurso especial não provido.
STJ. 2ª T. Rel. Min. Mauro Campbell Marques. DJe 19/04/2021.
Anexo XI
TRF4 - APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO Nº 5001545-
79.2012.404.7201/SC
JULGAMENTO: 04/07/2013
EMENTA
TRIBUTÁRIO E ADUANEIRO. IMPORTAÇÃO. CLASSIFICAÇÃO FISCAL.
REVISÃO ADUANEIRA DE DI PARAMETRIZADA PARA O CANAL VERMELHO
DE CONFERÊNCIA ADUANEIRA. DETERMINAÇÃO DE RECLASSIFICAÇÃO.
MODIFICAÇÃO DE CRITÉRIO JURÍDICO. IMPOSSIBILIDADE.
1. A revisão aduaneira trata-se procedimento administrativo previsto no art. 638
do Regulamento Aduaneiro (Decreto nº 6.759/2009), ato pelo qual é apurada,
após o desembaraço aduaneiro, a regularidade do pagamento dos impostos e
dos demais gravames devidos à Fazenda Nacional, da aplicação de benefício
fiscal e da exatidão das informações prestadas pelo importador na declaração
de importação, ou pelo exportador na declaração de exportação.
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RELATÓRIO
Apelam as partes.
A União aduz a legalidade do ato de revisão aduaneira, o qual pode ser realizado
no prazo de 5 (cinco) anos, a contar da conclusão do despacho aduaneiro.
Discorre sobre os conceitos de desembaraço aduaneiro, declaração de
importação e seleção parametrizada da DI, afirmando que nem todas as
mercadorias passam pela conferência aduaneira propriamente dita antes do
desembaraço aduaneiro, o que se mostraria inviável ante o número de
mercadorias negociadas no âmbito do comércio internacional. Alega que a
revisão aduaneira não implica a modificação do critério jurídico adotado por
ocasião do desembaraço aduaneiro, especialmente porquanto, relativamente
aos produtos para os quais houve, por parte do importador, ingresso perante a
RFB de processo de consulta quanto à classificação fiscal, esta foi mantida (na
revisão) de acordo com a orientação fornecida pelo órgão competente. Sustenta
que a própria autora reconhece a possibilidade da ocorrência de equívocos na
classificação fiscal dos produtos, alegando sua responsabilidade objetiva pela
infração tributária, nos termos do art. 136 do CTN. Aduz que as penalidades
aplicadas, tanto por erro na classificação fiscal quanto pela ausência de LI,
encontram-se bem fundamentadas e discriminadas no auto de infração,
ressaltando que para os casos em que a classificação adotada pelo importador
estava de acordo com a desta fiscalização, deixamos de aplicar a referida
sanção. Requer o provimento do recurso para que a ação seja julgada totalmente
improcedente, com a condenação da autora nos ônus da sucumbência.
É o relatório.
VOTO
II - do registro de exportação.
O art. 54 do Decreto-lei n.º 37, de 18/11/1966, por sua vez, dispõe o seguinte:
No caso dos autos, houve erro quanto à classificação fiscal, com repercussão,
em alguns casos, no recolhimento dos tributos devidos.
Afinal, caso uma parcela das DIs tenha sido selecionada para o canal vermelho,
por exemplo - no qual há criteriosa análise de toda a operação, com a
conferência documental e física da mercadoria -, o fato de a autoridade não ter,
à época do desembaraço aduaneiro, apontado nenhum erro quanto à
classificação fiscal e/ou ausência de LI, embora não configurasse homologação
formal expressa dos procedimentos realizados pelo importador, sem dúvida
causaria neste uma expectativa de direito de utilizar-se novamente dos mesmos
procedimentos em importações futuras. Nesse contexto, seria possível concluir,
diversamente do alegado pela União, por uma verdadeira mudança de critério
jurídico, ainda que limitada à seara fática da controvérsia.
No concernente, como bem alegado pela própria União em seu apelo, nem todas
as mercadorias passam pela conferência aduaneira propriamente dita antes do
desembaraço aduaneiro, o que se mostraria inviável ante o número de
mercadorias negociadas no âmbito do comércio internacional. Nesses casos, em
que a DI é direcionada para o canal verde, quando não há exame físico nem
análise dos documentos instrutivos da operação, sendo a mercadoria
desembaraçada automaticamente, é possível a revisão aduaneira, nos moldes
ora realizados.
Neste caso, porém, não foi anexado o processo administrativo, onde seria
possível verificar, nas cópias das 95 DIs revisadas, as suas respectivas
parametrizações para os canais de conferência aduaneira.
No dia 15/05/2013 a parte autora peticionou nos autos, para, diante do pedido
de esclarecimento de matéria de fato realizado pelo Excelentíssimo
Desembargador Federal em sustentação oral, apresentar (...) planilha onde
constam as Declarações de Importação (DI's), objeto de autuação fiscal, que
passaram pelo canal vermelho e canal amarelo (Evento 5 PET1). Anexou
documentos (Evento 5 OUT2).
Nesses casos, portanto, possível a revisão aduaneira nos moldes ora realizados.
Módulo Controle da Incidência Tributária
No tocante às multas aplicadas, tenho que merece ser mantida a bem lançada
sentença, nos seguintes termos, os quais me permito adotar, para evitar
tautologia, como razões de decidir, verbis:
Por outro lado, entendo que as multas por irregularidade na classificação fiscal
e inobservância normativa não se aplicam ao presente caso.
Ante o exposto, voto por dar parcial provimento ao apelo da parte autora e negar
provimento ao apelo da União e à remessa oficial.