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TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar:
Imunidades
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas
Sumário
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades........................................................................................3
1. Imunidades Tributárias.............................................................................................................................................3
1.1. Distinções entre os institutos da Isenção, da Não Incidência Simples e da Imunidade. . .4
1.2. Classificação das Imunidades...........................................................................................................................6
1.3. Imunidades quanto ao Destinatário..............................................................................................................7
1.4. Imunidades quanto à Origem.............................................................................................................................8
1.5. Imunidades quanto à Dependência de Norma para lhe Dar Completude. ................................9
1.6. Imunidades quanto ao Alcance. . ......................................................................................................................11
1.7. Imunidades Genéricas do Art. 150, VI da CF/88. ...................................................................................13
1.8. Imunidades Específicas.. ....................................................................................................................................40
2. Jurisprudência Selecionada. . ..............................................................................................................................43
3. Doutrina..........................................................................................................................................................................44
Resumo................................................................................................................................................................................45
Questões de Concurso................................................................................................................................................49
Gabarito...............................................................................................................................................................................65
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................66
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Essa característica, ademais, impede que as limitações ao poder de tributar sejam abo-
lidas do Texto Maior pelo poder geral de reforma constitucional. Não pode, assim, o Poder
Constituinte Derivado, por meio de Emenda à Constituição, retirá-las do ordenamento jurídico,
nem mesmo restringi-las. São verdadeiras garantias constitucionais às pessoas/operações
beneficiadas.
Temos então um critério dúplice extraível dessas normas imunizantes, um relacionado
com a ideia de normas negativas de competência e outro relacionado com um direito público
subjetivo do beneficiário.
Falamos de aspecto formal quando entendemos as imunidades como normas negativas de
competência e de um aspecto material quando as entendemos como direito público subjetivo.
Importante mencionar que o texto constitucional, apesar de tudo, não utiliza o vocábulo
“imunidade” para se referir aos conceitos anteriormente explicitados.
Em verdade, o legislador original se utiliza de diversas outras expressões como “não incidi-
rá”, “não incide”, “isentas” e “é vedado instituir impostos sobre”.
Partindo dessas concepções iniciais, entretanto, não se pode confundir a imunidade com
outros institutos exonerativos (mesmo quando a própria Constituição os utiliza em seu texto
com má técnica legislativa).
É o que será visto no próximo tópico.
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meio legal determina expressamente que haverá a exclusão do crédito tributário impedindo o
lançamento.
Na imunidade, não há fato gerador, não nasce a obrigação tributária, não há sequer a de-
limitação da hipótese de incidência em abstrato na lei que institui o tributo. Ademais, não se
pode cogitar de tal situação se inserir no âmbito da competência.
Note o seguinte dispositivo Constitucional que traz uma imunidade:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
Na não incidência simples, não há fato gerador, não nasce a obrigação tributária, não há
sequer a delimitação da hipótese incidência em abstrato na lei que institui o tributo. Entretanto,
tais situações podem vir a se tornar parte da norma de incidência. Note o dispositivo da Lei n.
8.821 de 1989 do Estado do Rio Grande do Sul.
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Nasce a obrigação
Não nasce a obrigação Não nasce a obrigação tributária, mas lei isentiva
tributária tributária prevê que o crédito não
será constituído
Gabarito conforme esquema exposto na aula, de forma que, quanto ao fato imponível, este é o
acontecimento no mundo real do fato gerador de um tributo previsto em lei.
Letra e.
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Inobstante isso, há ainda algumas outras classificações correntes na doutrina que, por sua
cobrança eventual, são necessárias para o estudo de provas de alto nível de exigência.
São elas, nas palavras de Francisco Leite Duarte: “Assim, quanto ao seu destinatário, as
imunidades podem ser objetivas, subjetivas ou mistas; quanto ao fato de decorrerem ou não
de princípios (origem), se classificam em imunidades ontológicas e imunidades políticas;
quanto à dependência de norma para lhe dar completude, são condicionadas ou incondiciona-
das. Quanto ao alcance, são classificadas em imunidades gerais e específicas.”
Vamos esmiuçar os aspectos importantes de cada uma dessas classificações.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
...
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros.
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Tome como exemplo a imunidade do ITR sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei,
quando as explore, só ou com sua família, o proprietário que não possua outro imóvel (art.
153, §4º).
Temos um critério objetivo, a pequena gleba rural, e também um critério subjetivo, qual
seja, a exploração pelo proprietário.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
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Por exemplo, a imunidade dos templos de qualquer culto é opção política do constituinte ori-
ginário em proteger o princípio do livre exercício dos cultos religiosos expresso na CF/88, art.
5º, inciso VI.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasi-
leiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualda-
de, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
...
VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cul-
tos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
Ocorre que, caso não estivesse presente de forma literal no texto constitucional, sua dedu-
ção não seria necessária para a realização do princípio respectivo.
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ções fixados na Lei n. 7.713/88 com suas posteriores alterações. Recurso extraordinário
conhecido, mas improvido.
(RE 200485, Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO, Primeira Turma, julgado em 09/12/1997, DJ
20-03-1998 PP-00011 EMENT VOL-01903-06 PP-01087)
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sin-
dicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos,
atendidos os requisitos da lei.
a) Certa. A imunidade cultural é autoaplicável, pois não depende de nenhuma lei para que seja
aplicável e reconhecida a proibição de instituição de impostos sobre as operações com livros,
jornais, periódicos e papéis destinados à sua impressão (art. 150, VI, d, CF/88):
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...
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d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
Alternativas b, c, d,e) Erradas. As imunidades previstas nessas alternativas dependem de uma
lei para ter aplicabilidade, tendo em vista que no final do inciso o legislador constituinte previu
a expressão “atendidos os requisitos da lei” (art. 150, VI, c, CF/88):
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:...
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sin-
dicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos,
atendidos os requisitos da lei.
Letra a.
Imunidades tributárias incondicionadas não precisam de lei para surtir efeitos. Ademais são
comandos constitucionais que precisam ser respeitados pela Administração Pública, até por
isso, não pode a Administração, por ato declaratório, suspender os efeitos da imunidade. Se a
imunidade não se aplica a determinado fato jurídico tributário, não haverá proteção constitu-
cional àquela situação em nada se relacionando com o ato declaratório da Administração Pú-
blica que, ao fim e ao cabo, jamais teria o poder de SUSPENDER a eficácia de uma Imunidade
Constitucional.
Errado.
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Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sin-
dicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos,
atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão;
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou litero-
musicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como
os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial
de mídias ópticas de leitura a laser.
...
§ 2º - A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas
pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finali-
dades essenciais ou às delas decorrentes.
§ 3º - As vedações do inciso VI, “a”, e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda
e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas apli-
cáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou
tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativa-
mente ao bem imóvel.
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas “b” e “c”, compreendem somente o patrimônio, a
renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
As imunidades específicas, por sua vez, como a própria classificação informa, relacionam-
-se apenas a um ente político ou a um tributo.
Estão dispersas pelo corpo constitucional e podem aparecer em face de uma contribuição
especial (art. 195, §7º, CF/88) ou até de uma taxa (art. 5º, XXXIV, a, CF/88), por exemplo.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasi-
leiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualda-
de, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
...
XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos
termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
...
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência
social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
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No que diz com as imunidades genéricas ou gerais, detalharemos o tema nos próxi-
mos tópicos.
De acordo com o disposto na CF/88, art. 150, vi, a, é vedado à União, aos estados, ao DF e
aos municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços uns dos outros.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros.
Tal imunidade, como se vê, além de genérica é eminentemente subjetiva, ontológica, incon-
dicionada e relacionada aos Entes Políticos da Federação.
Ademais, por ser ontológica e decorrer do princípio federativo, tal imunidade é considerada
cláusula pétrea.
A amplitude do benefício ali delimitado impossibilita, nesse caso, a invocação da classifi-
cação de impostos dada pela legislação infraconstitucional para fins de se restringir a fruição
da imunidade.
Tal assertiva é importante, visto que o Código Tributário Nacional em alguns casos, como
no do IOF, (art. 63 do CTN), o considera como tributo incidente sobre a produção e a circulação.
A posição do STF é consolidada quanto à abrangência da imunidade, tanto em relação ao
IOF quanto a outros impostos que possuem como base de incidência a produção e a circula-
ção, como o IPI e o II.
Na dicção do STF, “a referência a patrimônio, renda ou serviços uns dos outros, contida na
alínea em comento, tem o alcance de afastar a cobrança de todo e qualquer imposto”.
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Apesar dessa redação, não se pode confundir aqui a incidência relativa ao contribuinte de
fato com aquela atrelada ao contribuinte de direito.
A imunidade protege os entes políticos no que diz com impostos diretos e quando este é
contribuinte de direito de impostos indiretos:
Situação peculiar ocorre, porém, quando da importação realizada pelo ente político. Em tal
caso, confunde-se a situação de contribuinte de direito com a de contribuinte de fato, atraindo,
para a Suprema Corte, a proteção da imunidade.
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Mas não só os entes políticos gozam da referida proteção. O próprio texto constitucional,
protege, além daqueles, entidades da administração pública indireta, por força da redação de
seu art. 150, §2º.
Assim, autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público estão ao abrigo
da norma imunizante no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados às
suas finalidades essenciais ou às dela decorrentes.
Releva destacar que a literalidade do texto constitucional não abrange outras entidades da
administração indireta, como as empresas públicas e as sociedades de economia mista, que
geralmente estão relacionadas com a exploração de atividades econômicas.
Essa visão decorre da redação do art. 150, §3º que impõe que as disposições sobre a imu-
nidade tributária recíproca não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados
com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimen-
tos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário.
Note a letra da Lei Maior:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
§ 2º - A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas
pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finali-
dades essenciais ou às delas decorrentes.
§ 3º - As vedações do inciso VI, “a”, e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda
e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas apli-
cáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou
tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativa-
mente ao bem imóvel.
Desse modo, é importante ter em mente algumas decisões do STF que, a despeito da literal
redação constitucional, estendeu as benesses da imunidade tributária recíproca a outras enti-
dades da administração pública indireta, em especial às empresas públicas.
Veja o seguinte julgado, relacionado à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT, o
qual, ainda em 2004, reconheceu a imunidade.
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Estado, motivo por que está abrangida pela imunidade tributária recíproca: C.F., art. 150,
VI, a. II. - R.E. conhecido em parte e, nessa parte, provido.
(RE 407099, Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO, Segunda Turma, julgado em 22/06/2004,
DJ 06-08-2004 PP-00062 EMENT VOL-02158-08 PP-01543 RJADCOAS v. 61, 2005, p.
55-60 LEXSTF v. 27, n. 314, 2005, p. 286-297)
Tal decisão, mesmo que decorrente de uma interpretação extensiva, utilizou como parâme-
tro um ponto principal: a prestação de um serviço tipicamente público, obrigatório e exclusivo
do Estado a merecer a imunidade.
Partindo desse caso paradigma, a Corte Maior adotou a mesma posição em relação à Casa
da Moeda do Brasil e à Infraero:
Evoluindo neste quesito, o STF se deparou em 2013 com questão relacionada ao exercí-
cio de atividade pelos Correios em concorrência com a iniciativa privada, anteriormente não
apreciada.
Relembre que o motivo principal para a imunidade tributária recíproca abarcar a empresa
pública era justamente a prestação de um serviço tipicamente público, obrigatório e exclusivo
do Estado, ou seja, o serviço postal.
Inobstante isso, a controvérsia que chegou ao STF tratava sobre a extensão da imunidade
também para atividades exercidas pela empresa desassociadas do seu mister público princi-
pal, inclusive em concorrência com atividades da iniciativa privada, como o serviço de courier.
Ao avaliar os argumentos trazidos, a Corte entendeu que as atividades em concorrência
com a iniciativa privada proporcionavam uma espécie de “subsídio cruzado” a financiar as ati-
vidades exclusivamente públicas de serviço postal e imunizou de forma integral as atividades
da empresa pública:
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Não bastasse a avaliação extensiva dada aos correios, seguindo na mesma linha de racio-
cínio, o STF tem estendido a imunidade tributária recíproca também a algumas sociedades
de economia mista, em especial àquelas que se revelam como “instrumentalidades estatais”,
ou seja, instrumentos de atuação do estado em área exclusiva de serviços públicos, sem fins
lucrativos e com a composição do capital social majoritariamente público.
Em 2011, reconheceu a condição à CODESP e traçou ali os paradigmas necessários ao
deferimento do benefício a casos similares:
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Note, entretanto, que quando a sociedade de economia mista não se enquadra nos requi-
sitos apontados ou visa lucro, não será beneficiada com a imunidade. Claramente é o caso da
Petrobrás:
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Nesse mesmo sentido, o STF entendeu que a imunidade recíproca, não se estende a em-
presa privada arrendatária de imóvel público, quando seja ela exploradora de atividade eco-
nômica com fins lucrativos. Assim, é possível a cobrança do IPTU da empresa exploradora.
Note a tese:
Para finalizar o ponto, ainda convém ressaltar importante decisão do STF quanto à imuni-
dade recíproca, a qual versa sobre sua aplicação à OAB:
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1. A imunidade tributária gozada pela Ordem dos Advogados do Brasil é da espécie recí-
proca (art. 150, VI, a da Constituição), na medida em que a OAB desempenha atividade
própria de Estado (defesa da Constituição, da ordem jurídica do Estado democrático de
direito, dos direitos humanos, da justiça social, bem como a seleção e controle discipli-
nar dos advogados).
2. A imunidade tributária recíproca alcança apenas as finalidades essenciais da enti-
dade protegida. O reconhecimento da imunidade tributária às operações financeiras não
impede a autoridade fiscal de examinar a correção do procedimento adotado pela enti-
dade imune. Constatado desvio de finalidade, a autoridade fiscal tem o poder-dever de
constituir o crédito tributário e de tomar as demais medidas legais cabíveis. Natureza ple-
namente vinculada do lançamento tributário, que não admite excesso de carga. Agravo
regimental ao qual se nega provimento.
(RE 259976 AgR, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em
23/03/2010)
Note, ainda, que a disposição expressa do item dois ressalta um ponto crucial que decorre
da imposição da imunidade: apesar de não existir a incidência tributária, nem a ocorrência do
fato gerador, é impositiva a necessidade de cumprimento de obrigações acessórias por parte
da entidade beneficiada.
Assim, exigir de entidade imune a manutenção de livros fiscais é compatível com o gozo da
imunidade tributária em face do disposto no Código Tributário Nacional.
O Tribunal explicitou ainda que, no Direito Tributário, inexiste a vinculação de o acessório
seguir o principal, em face de as obrigações acessórias serem autônomas.
Em que pese isso, não podemos concluir que a imunidade conferida à OAB como autarquia
de regime especial, com base na CF/88, art. 150, VI, a, é conferida à sua Caixa de Assistência
dos Advogados.
O alcance da imunidade recíproca às referidas caixas está pendente de posicionamento do
STF, no RE 600.010, por meio da sistemática de repercussão geral.
Em 01.12.2009, deparando-se com o tema, a Suprema Corte, ao julgar o RE 233.843, deci-
diu que “por não se revelar instrumentalidade estatal, a Caixa de Assistência dos Advogados,
diferentemente da OAB, não é protegida pela imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, a)”.
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Ocorre que, em 2018, embora ainda não tenha sido julgado o RE de repercussão geral, o
próprio STF, em mudança de posição, reconheceu que a Caixa de Assistência dos Advogados
de Minas Gerais está protegida pela imunidade recíproca:
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Em razão disso, foram elaborados os devidos estudos dos custos dos diversos itens relacio-
nados com a frota, tais como os de manutenção mecânica, de limpeza, de estacionamento, de
consumo de combustíveis e lubrificantes e, inclusive, os de natureza tributária.
No tocante especificamente aos custos anuais de natureza tributária, o mencionado estudo,
para ser considerado correto à luz das normas constitucionais, deveria ter concluído que o
referido Tribunal
a) não incorrerá em despesas tributárias relativamente ao Imposto sobre Propriedade de Ve-
ículos Automotores − IPVA, pois é vedado aos Estados instituir impostos sobre o patrimônio
da União, mas poderá incorrer nessas despesas relativamente às taxas, tais como a taxa de
licenciamento de veículos, pois não é vedada constitucionalmente sua instituição.
b) não incorrerá em despesas tributárias, pois é vedado aos Estados instituir tributos estaduais
sobre o patrimônio, renda ou serviço da União.
c) incorrerá em despesas tributárias, pois é vedado aos Estados, mas não à própria União, nes-
te caso, instituir tributos estaduais sobre o seu próprio patrimônio, atendendo ao princípio do
tratamento isonômico entre contribuintes.
d) não incorrerá em despesas tributárias relativamente às taxas, tais como a taxa de licencia-
mento de veículos, pois é vedado aos Estados instituir taxas sobre o patrimônio da União, mas
incorrerá nessas despesas relativamente ao IPVA, pois não é vedada a instituição de impostos
sobre o patrimônio da União, desde que haja previsão legal nesse sentido.
e) poderá incorrer em despesas tributárias, pois o IPVA e a taxa de licenciamento de veículos
podem ser instituídos, no presente caso, sobre o patrimônio da União, porque são tributos de
competência estadual.
O art. 150, VI, a, destaca que os entes políticos não podem instituir impostos sobre o patrimô-
nio, renda ou serviços uns dos outros, razão pela qual não incidirá IPVA sobre a propriedade
de veículos automotores da União. Ressalte-se, no entanto, que a CF/88 não previu imunidade
recíproca quanto às demais espécies tributárias.
Letra a.
A imunidade recíproca é sim uma limitação constitucional ao poder de tributar, assim como
todas as imunidades.
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Entretanto, por decorrer do princípio federativo, essa imunidade também possui status de cláu-
sula pétrea, sendo caracterizada como uma IMUNIDADE ONTOLÓGICA.
Certo.
Ainda que a prestadora de serviços cobre tarifas pelos serviços prestados, ela continuará fa-
zendo jus aos benefícios das imunidades tributárias. Note que os serviços públicos são essen-
ciais e exclusivos de Estado. Sendo assim, tais sociedades de economia mista podem cobrar
dos contribuintes uma remuneração, mediante tarifa. Note o julgado:
Certo.
Apenas o reinvestimento nas atividades das empresas públicas não garante o direito à imuni-
dade tributária. Para que as empresas públicas tenham acesso às imunidades, é necessário
prestar serviços exclusivos de Estado, isto é, não prestar um serviço de atividade econômica
típica. A imunidade alcançará apenas os impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços. A
questão erra ao falar que o reinvestimento garante a imunidade.
Errado.
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Mesmo sendo laico, o Estado Brasileiro assegura, como direito fundamental inserto no art.
5º, VI, o livre exercício dos cultos religiosos e a proteção aos locais de cultos e suas liturgias.
Assim, por opção política, o disposto no art. 150, VI, b veda à união, aos estados, ao DF e
aos municípios a instituição de impostos sobre templos de qualquer culto.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...
b) templos de qualquer culto.
Como se vê, tal imunidade além de genérica é eminentemente subjetiva, política, incondi-
cionada e relacionada aos templos de qualquer culto.
A garantia da imunidade religiosa (art. 150, VI,b) decorre do direito fundamental de liberdade
de culto, previsto no art. 5º, VI da CF/88:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasi-
leiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualda-
de, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
...
VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cul-
tos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...
b) templos de qualquer culto;
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Como o Estado é laico e assegura a liberdade de culto, não pode, ele mesmo, condicionar a
fruição da imunidade ao seu conhecimento, o que poderia embaraçar a própria ideia de liber-
dade de culto, prevista como direito fundamental.
Errado.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas “b” e “c”, compreendem somente o patrimônio, a
renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
Entretanto, isso não impede a imunidade das rendas obtidas de imóveis alugados, desde
que direcionadas ao financiamento de suas atividades essenciais.
EMENTA: Recurso extraordinário.
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Também nesse ponto o STF acabou adotando uma posição extensiva, ao entender que a
imunidade ali prevista abrangeria os cemitérios que se organizam como extensões das enti-
dades religiosas, desde que se dediquem exclusivamente às atividades funerárias ou religio-
sas e não tenham fim lucrativo.
Por óbvio, se tais entidades objetivarem finalidade lucrativa, afastada estará a benesse.
Há, ainda, caso em que o STF entendeu que se a entidade não professa nenhuma religião,
como é o caso da maçonaria, não atrai a proteção da imunidade.
Estabelecida no art. 150, VI, c, a norma constitucional veda à União, aos estados, ao DF e
aos municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos,
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inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de edu-
cação e de assistência, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei. Note:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sin-
dicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos,
atendidos os requisitos da lei.
Como se vê, tal imunidade além de genérica é eminentemente subjetiva, política, condicio-
nada e relacionada aos partidos políticos, suas fundações, às entidades sindicais dos trabalha-
dores e às instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos.
De acordo com o disposto no art. 150, §4º, compreende apenas o patrimônio, a renda e os
serviços quando relacionados com as atividades essenciais das entidades.
Na visão da jurisprudência, tal disposição não afeta a imunidade das entidades desde que,
como mencionado, os recursos obtidos pelas entidades sejam destinados a suas finalidades
essenciais.
É o caso do aluguel de imóvel a particular, inclusive cristalizado em súmula vinculante
em 2015, e aquele obtido com a exploração de serviço de estacionamento em imóvel de ente
abrangido pela imunidade.
Situações que, em uma leitura também extensiva, o Tribunal Maior entende estarem no
campo da imunidade:
SÚMULA VINCULANTE 52: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU
o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da Consti-
tuição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais
tais entidades foram constituídas.
***
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Eventual renda obtida pela instituição de assistência social mediante cobrança de esta-
cionamento de veículos em área interna da entidade, destinada ao custeio das ativida-
des desta, está abrangida pela imunidade prevista no dispositivo sob destaque. (...)
(RE 144900, Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO, Primeira Turma, julgado em 22/04/1997)
Note, ademais, que ainda em 2013, o STF também incluiu no campo da imunidade a ma-
nutenção de imóvel vago no patrimônio de entidade beneficiada, pois a constatação de que
um imóvel está vago ou sem edificação não é suficiente, por si só, para destituir a garantia
constitucional da imunidade.
EMENTA Imunidade. Entidade de assistência social. Artigo 150, VI, c, CF. Imóvel vago.
Finalidades essenciais. Presunção. Ônus da prova.
(...)
5. A constatação de que um imóvel está vago ou sem edificação não é suficiente, por si
só, para destituir a garantia constitucional da imunidade. A sua não utilização temporária
deflagra uma neutralidade que não atenta contra os requisitos que autorizam o gozo e a
fruição da imunidade. 6. Recurso extraordinário a que se nega provimento.
(RE 385091, Relator(a):Primeira Turma, julgado em 06/08/2013)
Nesse caso, o partido não perde a imunidade, pois o aluguel desse imóvel é investido nas pró-
prias atividades do partido. Caso esse recurso fosse aplicado em atividades diversas, que não
estivessem ligadas às atividades do partido, essa imunidade poderia deixar de existir.
Errado.
Não bastasse isso, o STF possui entendimento no qual exonera a incidência, inclusive de
impostos indiretos, se a entidade imune é o contribuinte de direito do tributo.
Nesse caso, houve prevalência da tese extensiva da imunidade, com o fim de preservação,
proteção e estímulo às instituições beneficiadas, em detrimento da igualdade de concorrência
no mercado:
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Recorde que, mesmo quando o ente ou entidade é imune, mas contribuinte de fato, não
gozará da imunidade.
Imunidade do art. 150, VI, c, CF. Entidade beneficente de assistência social. ICMS. Aqui-
sição de insumos e produtos no mercado interno na qualidade de contribuinte de fato.
Beneplácito reconhecido ao contribuinte de direito. Repercussão econômica. Irrelevân-
cia. (...) “A imunidade tributária subjetiva aplica-se a seus beneficiários na posição de
contribuinte de direito, mas não na de simples contribuinte de fato, sendo irrelevante
para a verificação da existência do beneplácito constitucional a repercussão econômica
do tributo envolvido.”
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Tendo isso por base, muito se discutiu se as entidades beneficentes deveriam observar
requisitos de lei ordinária ou complementar para fins de obtenção da imunidade.
O nosso Tribunal Constitucional trilhou, no caso, caminho “conciliatório” - nas palavras de
Leandro Paulsen - ao adotar a posição que exige norma complementar no que diz com as
condições materiais para o gozo do benefício e norma ordinária quando apenas tratar de re-
quisitos formais para a constituição e funcionamento de tais entidades.
Superada a questão, resta saber qual é a lei complementar aplicável ao tema da ma-
terialidade.
Com efeito, na inexistência de norma complementar específica, adotaram-se as regula-
ções do Código Tributário Nacional que, como se sabe, foi recepcionado pela ordem de 1988
com estatura de lei complementar.
Note, outrossim, os requisitos do Código para a fruição da imunidade:
Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes
requisitos pelas entidades nele referidas:
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título;
II – aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institu-
cionais;
III – manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades ca-
pazes de assegurar sua exatidão.
§ 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do artigo 9º, a autoridade compe-
tente pode suspender a aplicação do benefício.
§ 2º Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do artigo 9º são exclusivamente, os direta-
mente relacionados com os objetivos institucionais das entidades de que trata este artigo, previstos
nos respectivos estatutos ou atos constitutivos.
Por derradeiro, convém enfrentar ainda a situação das entidades fechadas de previdência
complementar. Com efeito, a imunidade conferida às instituições de assistência social, sem
fins lucrativos, não alcança todas as entidades privadas de previdência social.
Para que o ponto fique claro, é importante entender a distinção entre Seguridade Social e
Previdência Social. A Seguridade Social é termo mais amplo que abarca não só a previdência
social, mas também a assistência social e a saúde.
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Como se vê, o artigo 150, VI, c da Constituição apenas menciona, para fins de imunidade,
as entidades de assistência social. Note que são conceitos distintos.
Até por isso, o STF entende que, regra geral, as entidades de previdência social não estão
abrangidas pela imunidade ali explicitada, mantendo posição delimitada anteriormente à pro-
mulgação da Constituição de 1988:
- Entidade de previdência privada. Sendo mantida por expressiva contribuição dos empre-
gados, ao lado da satisfeita pelos patrocinadores, não lhe assiste o direito ao reconhe-
cimento da imunidade tributária, prevista no art. 19, III, “c”, da Constituição de 1967, visto
não se caracterizar, então, como instituição de assistência social. Recurso extraordinário
de que, por maioria, não se conhece.
(RE 136332, Relator(a): Min. OCTAVIO GALLOTTI, Primeira Turma, julgado em 24/11/1992)
Reavaliando a disciplina com base na Lei Maior vigente, o Supremo manteve o entendimen-
to anterior, mas com uma exceção: igualou as entidades fechadas de previdência complemen-
tar privada às entidades de assistência social quando cobertos alguns requisitos que as equi-
parariam, quais sejam, 1) finalidade não lucrativa; 2) sem qualquer contribuição do empregado.
Note o seguinte julgado e a súmula 730 do STF:
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A questão cobra o entendimento do STF, que diz que essas instituições só gozarão da imunida-
de tributária quando os beneficiários não precisarem pagar nenhuma contribuição para terem
acesso aos serviços.
Certo.
Imunidade estabelecida no art. 150, VI, d, CF/88 define que é vedado à União, aos Estados,
ao DF e aos Municípios instituir impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado
à sua impressão.
Como se vê, tal imunidade além de genérica é eminentemente objetiva, política, incondi-
cionada e relacionada aos livros, jornais, periódicos e papel destinado à sua impressão.
A base valorativa de tal imunidade política é a proteção da livre manifestação do pensa-
mento e da expressão da atividade intelectual, artística e científica; da livre comunicação e do
acesso à informação, todos direitos fundamentais elencados no art. 5º da Constituição Federal.
Por estar classificada como imunidade objetiva, não se cobra o imposto em face de ope-
rações realizadas com seus objetos, como em uma saída de livros. Aí não irá incidir o ICMS.
Inobstante isso, poderá existir tributação por meio do imposto de renda para a editora res-
ponsável pelo ato anterior que estava ao abrigo da imunidade, pois este incide sobre a pessoa,
e não sobre o objeto.
Ademais, como está o objeto abrangido pela imunidade, não pode o intérprete restringir a
sua aplicação em face de qualquer valoração de seu conteúdo. Nesse passo, tanto álbuns de
figurinhas quanto as apostilas também estão abarcadas pelo instituto.
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(...)
2. O Constituinte, ao instituir esta benesse, não fez ressalvas quanto ao valor artístico ou
didático, à relevância das informações divulgadas ou à qualidade cultural de uma publi-
cação.
3. Não cabe ao aplicador da norma constitucional em tela afastar este benefício fiscal
instituído para proteger direito tão importante ao exercício da democracia, por força de
um juízo subjetivo acerca da qualidade cultural ou do valor pedagógico de uma publica-
ção destinada ao público infanto-juvenil.
(...)
(RE 221239, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Segunda Turma, julgado em 25/05/2004)
***
IMUNIDADE - IMPOSTOS - LIVROS, JORNAIS, PERIÓDICOS E PAPEL DESTINADO À
IMPRESSÃO - APOSTILAS.
O preceito da alínea “d” do inciso VI do artigo 150 da Carta da República alcança as cha-
madas apostilas, veículo de transmissão de cultura simplificado.
(RE 183403, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Segunda Turma, julgado em 07/11/2000)
Mais do que isso. O STF entende também que listas telefônicas, por “sua inegável utilidade
pública”, estão também ao abrigo da proteção constitucional.
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SÚMULA 657, STF: A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da Constituição Federal abrange
os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos.
Houve certa divergência, por um tempo, nos julgados do Supremo Tribunal Federal, se a in-
terpretação do dispositivo que prevê imunidade a livros, jornais e periódicos deveria ser restriti-
va ou extensiva, já tendo, inclusive, a Corte Maior reconhecido a imunidade para equipamentos
de preparo e acabamento de chapas de impressão offset para jornais.
Atualmente, o posicionamento do STF é de que a interpretação do 150, VI, d, deve mesmo
ser restritiva, conforme se depreende da ementa do julgamento do AI 735.816 AgR:
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Perceba que no julgado destacou-se que esse entendimento não é aplicável aos aparelhos
multifuncionais, como tablets, smartphone e laptops, por entender que vão muito além de me-
ros equipamentos utilizados para a leitura de livros digitais.
Para fins de concurso é MUITO importante fixar as teses delimitadas pela Corte Maior:
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Por fim, ainda em 2020, a tese relacionada no RE 330.817 acabou por ser base para a pu-
blicação da súmula vinculante número 57:
SÚMULA VINCULANTE 57
A imunidade tributária constante do art. 150, VI, d, da CF/88 aplica-se à importação e co-
mercialização, no mercado interno, do livro eletrônico (e-book) e dos suportes exclusivamente
utilizados para fixá-los, como leitores de livros eletrônicos (e-readers), ainda que possuam fun-
cionalidades acessórias.
Isso mesmo, esse tipo de matéria tem imunidade tributária relacionada aos impostos. Para o
legislador, pouco importa o valor artístico ou didático, isto é, não há relevância quanto à quali-
dade cultural, mas sim ao fato concreto que enseja a imunização.
Certo.
Pelo contrário, as listas telefônicas gozam do referido benefício. A Constituição prevê a imuni-
dade para os livros, e por terem sido utilizados em um termo amplo e não ter sido feita nenhu-
ma distinção de tais materiais, as listas telefônicas se enquadram nesse contexto, recebendo
assim, a imunidade. Inclusive esse é o entendimento do Supremo Tribunal Federal.
Errado.
Essa é uma inovação trazida pela Emenda Constitucional n. 75/2013. A referida EC introdu-
ziu no texto constitucional a alínea “e” ao inciso VI do art. 150:
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dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:...
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou litero-
musicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como
os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial
de mídias ópticas de leitura a laser.
A norma estabelece que não poderão incidir impostos sobre determinados tipos de fono-
gramas ou videofonogramas musicais produzidos no Brasil.
Perceba que a referida imunidade só se refere a impostos. E mais, ela somente vale para
impostos relativos à comercialização ou produção dos discos, como IPI, ICMS e ISS. Portanto,
as gravadoras não estão imunes ao IR, IPVA, IPTU, taxas, contribuições etc.
Apesar de na Lei Complementar 116/2003 (Lista de Serviços sujeitos ao ISS), constar como
passível de cobrança do ISS as atividades descritas em seu item 13.02 - “Fonografia ou grava-
ção de sons, inclusive trucagem, dublagem, mixagem e congêneres”, a partir da EC 75/2013,
quem executa essas atividades de produção não está mais obrigado ao recolhimento do ISS.
Salientamos que fonograma é todo som reproduzido em CD, DVD ou nas antigas fitas-cas-
sete. Já o videofonograma é quando há ao mesmo tempo som e imagem, como filmes em
DVD, blu-ray ou fitas VHS.
A imunidade abrange somente obras musicais ou literomusicais (músicas com letra), logo,
não abrange um CD/DVD de um curso, documentário ou recitação de poesias, por exemplo.
Organizando os requisitos, temos que serão imunes:
IMUNIDADE MUSICAL
Fonogramas Videofonogramas Musicais
Produzidos no Brasil
Como se vê, tal imunidade além de genérica é eminentemente mista, política, incondicio-
nada e relacionada a fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo
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obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por
artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham.
Há que se ressaltar que a norma imunizante é considerada mista por parte relevante da
doutrina concurseira, em especial Ricardo Alexandre, mas que existem vozes divergentes –
como a de Eduardo Sabbag - que a consideram apenas objetiva com interessantes argumentos:
Nesse passo, é fácil perceber que a imunidade musical é objetiva, e não subjetiva, significando que
apenas os objetos afetos à arte musical (fonogramas e videofonogramas; CDs e DVDs) serão prote-
gidos e não as próprias pessoas responsáveis pela produção dessa arte (v.g., os artistas e grupos
musicais).
Por ser norma relativamente recente no sistema constitucional, não há manifestação so-
bre o tema dos tribunais superiores, estando pendente de julgamento desde 2014 a ADI 5.058
interposta pelo estado do Amazonas que alega ser inconstitucional a instituição de tal imuni-
dade. Ressalte-se que existe manifestação de improcedência nos autos exarada pelo Ministé-
rio Público.
De qualquer forma, algumas ideias são consensuais: é vedada a instituição de impostos
sobre fonogramas ou videofonogramas musicais contendo obras musicais ou literomusicais
de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros, desde que
produzidas no Brasil, independente do meio de propagação.
Assim, tanto CDs, DVDs, cassetes ou até o disco em vinil estão protegidos pela imunidade,
desde que contenham músicas.
No caso dos arquivos digitais (transferência eletrônica de dados) houve certa celeuma,
mas atualmente a doutrina entende que também nesses casos não poderá haver a incidência
de impostos. Logo, serão imunes as músicas obtidas por meio do Spotify, por exemplo.
Ponto importante para se salientar é a necessária observância da produção da obra se
dar no território nacional, sendo as obras nacionais ou estrangeiras interpretadas por autores
nacionais.
Ainda, é crucial entender a parte final do dispositivo, que exclui do âmbito da imunidade a
replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
Logo, quando da produção pela indústria de CD ou DVD virgem, haverá a incidência normal.
Note que no caso do VHS, vinil ou fitas cassetes, não há essa exceção.
Para não confundirmos quais impostos incidem em cada etapa de produção de um CD,
DVD ou Blu-ray musical, vejamos o que dizem Alexandre Meirelles e Daniel Petitinga na obra
“Manual de Legislação Tributária Estadual”, Ed. Juspodivm, pg. 191:
Para entendermos essa forma de imunidade, antes devemos compreender esse segmento do mer-
cado. Inicialmente (primeira etapa), o artista vai a um estúdio musical gravar seu fonograma (ape-
nas som) ou seu videofonograma (som e imagem). Em seguida (segunda etapa), grava-se a obra
musical no meio que será utilizado (CD, DVD ou Blu-Ray). Assim, por exemplo, o CD que estava
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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virgem, após essa gravação, conterá o fonograma a ser reproduzido. Por fim, parte-se para a terceira
etapa, que é a distribuição e revenda do material gravado para o consumidor final.
Antes da EC 75/2013, na primeira etapa incidia ISS, na segunda havia a incidência do ICMS e do IPI
e na terceira etapa era permitida a cobrança do ICMS. Após a referida Emenda Constitucional, não
há mais a incidência do ISS sobre a primeira etapa e ICMS sobre a terceira etapa.
E na segunda etapa, há incidência do ICMS e do IPI? Sim, afinal a alínea é clara na expressão: “salvo
na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser”, que nada mais é que a segun-
da etapa mencionada. Quando a fábrica vende ou remete para as revendedoras o produto resultante
da sua industrialização (CDs, DVDs e Blu-Rays), há incidência normalmente. Já a venda da revende-
dora para o consumidor final é imune.”
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Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou litero-
musicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como
os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial
de mídias ópticas de leitura a laser. (Incluída pela Emenda Constitucional n. 75, de 15.10.2013)
Assim, as situações 2 e 3 são imunes. Veja que tanto as letras como as melodias são benefi-
ciadas pela imunidade musical. As situações 1 e 4 não são imunes porque foram CDs e DVDs
produzidos no exterior.
Letra d.
O erro da questão está em afirmar que o conteúdo fonográfico terá imunidade sobre as contri-
buições de intervenção econômica. A imunidade será apenas sobre os impostos, como deter-
mina a Constituição Federal em seu art. 150, inciso VI, alínea “e”.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou litero-
musicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como
os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial
de mídias ópticas de leitura a laser. (Incluída pela Emenda Constitucional n. 75, de 15.10.2013)
Errado.
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De qualquer forma é preciso estar ciente de que mesmo quando a Constituição menciona
“isenção”, “não incidência” e outros termos similares, diante da desoneração constitucional
temos que classificá-la como imunidade.
Contribuições sociais
Receitas decorrentes de
Art. 149, §2º, I e de intervenção no
exportação.
domínio econômico
Exportação de produtos
Art. 153, §3º, III IPI
industrializados.
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operações de transferência de
Art. 184, §5º imóveis desapropriados para fins Impostos
de reforma agrária.
aposentadoria e pensão
Contribuição
Art. 195, II concedidas pelo regime geral de
previdenciária
previdência social .
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2. Jurisprudência Selecionada
Os temas estudados nesta aula geraram posições dos tribunais superiores que são im-
portantes para fins de prova. Vamos repassar as principais súmulas do STF e do STJ sobre
o tema imunidades. Entretanto, tendo em conta que nesse tópico da disciplina a cobrança é
muito voltada aos entendimentos jurisprudenciais, optamos por colocar de forma intensa os
julgados respectivos no decorrer das explicações da matéria e não na parte direcionada à ju-
risprudência.
Súmula vinculante 52 - STF: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU
o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição
Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais enti-
dades foram constituídas.
Súmula vinculante 57 - STF: A imunidade tributária constante do art. 150, VI, d, da CF/88
aplica-se à importação e comercialização, no mercado interno, do livro eletrônico (e-book)
e dos suportes exclusivamente utilizados para fixá-los, como leitores de livros eletrônicos
(e-readers), ainda que possuam funcionalidades acessórias.
Súmula 75 - STF: Sendo vendedora uma autarquia, a sua imunidade fiscal não compre-
ende o imposto de transmissão inter vivos, que é encargo do comprador.
Súmula 583 - STF: Promitente comprador de imóvel residencial transcrito em nome de
autarquia é contribuinte do imposto predial territorial urbano.
Súmula 657 - STF: A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da Constituição Federal abran-
ge os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos.
Súmula 730 - STF: A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social
sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, c, da Constituição, somente alcança as entidades fecha-
das de previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários.
Súmula 612 - STJ - O certificado de entidade beneficente de assistência social (CEBAS),
no prazo de sua validade, possui natureza declaratória para fins tributários, retroagindo seus
efeitos à data em que demonstrado o cumprimento dos requisitos estabelecidos por lei com-
plementar para a fruição da imunidade.
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3. Doutrina
A imunidade musical possui característica objetiva, pois afeta apenas os objetos relacionados à
música, a saber, o ICMS, entre outros. Aqueles tributos incidentes sobre a gravadora (IPTU, IPVA,
Taxas, Contribuições) continuarão a existir normalmente, porquanto a norma imunizante é clara
ao desonerar apenas as obras musicais e os objetos afetos a ela (Eduardo Sabbag, em Manual de
Direito Tributário, 9ª Edição, página 412, Saraiva Jur Editora).
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RESUMO
Imunidades Tributárias
Por traçar esses limites à competência tributária, as imunidades são espécies de limita-
ções constitucionais ao poder de tributar, ao lado dos princípios.
A principal diferença entre a não incidência simples e a imunidade é que aquela pode, a
qualquer momento, passar ao campo da incidência tributária, inclusive por meio de normas
legais, e esta não. Já a isenção, diferentemente, corresponde a uma dispensa legal do paga-
mento do tributo
Nasce a obrigação
Não nasce a obrigação Não nasce a obrigação tributária, mas lei isentiva
tributária tributária prevê que o crédito não
será constituído
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dos templos de qualquer culto, das entidades sindicais de trabalhadores, entre outras, nesta
categoria.
As imunidades são classificadas nesse ponto, segundo a doutrina tradicional, como con-
dicionadas quando necessitam de lei integrativa infraconstitucional para fruição de alguns de
seus aspectos ou incondicionadas quando autoaplicáveis, sem nenhuma necessidade de lei
para sua total implementação.
De acordo com o disposto no art. 150, VI, a, da Constituição Federal é vedado à União, aos
Estados, ao DF e aos Municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços uns
dos outros.
Tal imunidade, como se vê, além de genérica é eminentemente subjetiva, ontológica, incon-
dicionada e relacionada aos Entes Políticos da Federação.
Mas não só os entes políticos gozam da referida proteção.
Assim, autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, estão ao abrigo
da norma imunizante no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados às
suas finalidades essenciais ou às dela decorrentes.
É importante ter em mente algumas decisões do STF que, a despeito da literal redação
constitucional, estendeu as benesses da imunidade tributária recíproca a outras entidades da
administração pública indireta, em especial às empresas públicas e excepcionalmente às So-
ciedades de Economia Mista.
• Imunidade dos Templos de qualquer Culto (Imunidade Religiosa)
Mesmo sendo laico, o estado brasileiro assegura, como direito fundamental inserto art. 5º,
VI, o livre exercício dos cultos religiosos e a proteção aos locais de cultos e suas liturgias.
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Como se vê, tal imunidade além de genérica é eminentemente subjetiva, política, incondi-
cionada e relacionada aos templos de qualquer culto.
• Imunidade dos Partidos Políticos, Sindicatos de Trabalhadores, Entidades de Educação
e Assistência Sem Fins Lucrativos
Estabelecida no art. 150, VI, c, a norma constitucional veda à União, aos Estados, ao DF e
aos Municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos,
inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de edu-
cação e de assistência, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei. Note:
Como se vê, tal imunidade além de genérica é eminentemente subjetiva, política, condicio-
nada e relacionada aos partidos políticos, suas fundações, às entidades sindicais dos trabalha-
dores e às instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos.
Situações que, em uma leitura também extensiva, o Tribunal Maior entende estarem no
campo da imunidade:
SÚMULA VINCULANTE 52: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU
o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da Consti-
tuição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais
tais entidades foram constituídas.
***
Imunidade estabelecida no art. 150, VI, d, CF/88 define que é vedado à União, aos Estados,
ao DF e aos Municípios instituir impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado
à sua impressão.
Como se vê, tal imunidade além de genérica é eminentemente objetiva, política, incondi-
cionada e relacionada aos livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão.
De qualquer forma, ainda assim, o STF entendeu há certa abrangência no que diz com os
insumos assimiláveis ao papel, com exceção da “tinta para jornal”.
SÚMULA 657, STF: A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da Constituição Federal abrange os
filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos.
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A imunidade tributária constante do art. 150, VI, d, da CF/88 aplica-se à importação e co-
mercialização, no mercado interno, do livro eletrônico (e-book) e dos suportes exclusivamente
utilizados para fixá-los, como leitores de livros eletrônicos (e-readers), ainda que possuam fun-
cionalidades acessórias.
• Imunidade das Obras Musicais e Literomusicais
A norma estabelece que não poderão incidir impostos sobre determinados tipos de fono-
gramas ou videofonogramas musicais produzidos no Brasil. Organizando os requisitos temos
que serão imunes:
IMUNIDADE MUSICAL
Fonogramas Videofonogramas Musicais
Produzidos no Brasil
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QUESTÕES DE CONCURSO
Questões FGV
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to de ofício realizado, afirmando que, dada sua peculiar natureza jurídica, não está obrigada ao
recolhimento de tal tributo.
Diante desse cenário, é correto afirmar que:
a) assiste razão à EBCT, pois, ainda que as atividades que se pretende tributar sejam exerci-
das em regime de livre concorrência, a imunidade tributária a ela conferida também abarca
tais serviços;
b) assiste razão ao Município, pois a EBCT é pessoa jurídica de direito privado, devendo ser
tributada como as demais pessoas jurídicas privadas, em virtude do princípio da isonomia tri-
butária e da livre concorrência;
c) assiste razão ao Município, pois a EBCT, não sendo empresa pública municipal, não goza da
imunidade tributária que seria conferida a uma empresa pública integrante da Administração
Pública municipal;
d) assiste razão ao Município, pois a EBCT apenas goza de imunidade tributária quanto a im-
postos que recaem sobre o seu patrimônio, mas não sobre serviços por ela prestados;
e) assiste razão à EBCT, pois as empresas públicas federais gozam de imunidade tributária
pelo fato de integrarem a Administração Pública.
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a) limitação à instituição de tributos estaduais e municipais, imposta pela União, através de lei
complementar nacional;
b) dispensa legal do pagamento do tributo ou penalidade pecuniária;
c) modalidade especial de extinção do crédito tributário;
d) não incidência qualificada pela lei;
e) limitação constitucional ao poder de tributar.
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e) extinção.
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Questões FCC
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d) incorreta a postura de Facundo, vez que a fundação possui imunidade tributária relativa aos
impostos sobre seu patrimônio, renda e serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou
as delas decorrentes.
e) Facundo apenas pode cobrar tributo sobre a renda da fundação, mas não sobre seus servi-
ços e patrimônio, os quais detém imunidade tributária.
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c) isenção em relação ao Imposto sobre Transmissão de Bem Imóvel por ato entre vivos a títu-
lo oneroso - ITBI, tal como acontece no caso de incorporação imobiliária.
d) imunidade em relação ao Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação - ITCMD, tal
como acontece no caso de Imposto sobre Transmissão de Bem Imóvel por ato entre vivos a
título oneroso - ITBI no caso de cessão de direitos reais.
e) incidência de Imposto sobre Transmissão de Bem Imóvel por ato entre vivos a título oneroso
- ITBI, tal como acontece no caso de incorporação imobiliária.
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b) o ISS não deve ser cobrado, tendo em vista que o serviço de batismo é atividade relacionada
às finalidades religiosas da entidade, porém, o IRPJ deve ser cobrado, pois a renda auferida
com qualquer serviço prestado pelo templo é tributada.
c) tanto o ISS como o IRPJ devem ser cobrados, pois não há dispositivo normativo que exima
o templo de qualquer culto de quaisquer cobranças tributárias.
d) nem o ISS, nem o IRPJ devem ser cobrados, tendo em vista que, tanto o serviço de batismo,
como a renda respectivamente auferida, estão relacionados às finalidades essenciais da enti-
dade religiosa.
e) o IRPJ não deve ser cobrado, pois a renda auferida com os batismos resta alcançada por
imunidade tributária; porém, sobre o serviço de batismo deve ser cobrado o ISS, tendo em vista
a ausência de dispositivo normativo em sentido contrário.
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e) trata-se de política parafiscal com sede constitucional, que não exclui a competência tribu-
tária plena.
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Questões Cebraspe
Embora seja vedada a instituição de imposto sobre livros e jornais, é permitida a cobrança
de contribuição social sobre o faturamento decorrente da venda desses bens.
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A imunidade tributária recíproca dos entes federativos não é extensível às respectivas au-
tarquias e fundações públicas.
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GABARITO
1. c 38. c
2. c 39. a
3. a 40. C
4. c 41. E
5. e 42. E
6. a
7. b
8. c
9. e
10. d
11. e
12. c
13. e
14. a
15. a
16. c
17. d
18. b
19. e
20. e
21. c
22. e
23. e
24. a
25. d
26. c
27. d
28. b
29. d
30. d
31. c
32. a
33. b
34. d
35. d
36. c
37. d
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Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas
GABARITO COMENTADO
Questões FGV
A taxa municipal que não foi recolhida pelo Estado X foi devidamente inscrita em dívida ativa,
tendo em vista que os entes políticos são obrigados a pagar essa espécie tributária quando
praticam o seu fato gerador.
Por meio dessa questão, o examinador tentou confundir o candidato em relação à Imunidade
Tributária Recíproca.
A Imunidade Tributária Recíproca é uma Limitação Constitucional ao Poder de Tributar, pre-
vista na alínea “a” do inc. VI do art. 150 da CF/88, que afirma que os entes políticos (União,
estados, municípios e DF) não podem instituir IMPOSTOS sobre patrimônio, renda ou serviços,
uns dos outros:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
Nesse sentido, o Estado X não goza de imunidade recíproca relativamente a taxas, podendo
ser cobrado por tal dívida (alternativa “c” correta).
Além disso, a questão exige o conhecimento da Súmula Vinculante n. 19, a qual destaca que a
taxa municipal de coleta de lixo domiciliar é constitucional:
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Súmula Vinculante n. 19, STF: A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços
públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes
de imóveis, não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal.
Letra c.
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Relativamente ao ICMS cobrado nas contas de água, luz e telefone como a entidade religiosa
é contribuinte de fato, e não de direito, foi questionada a constitucionalidade de lei estadual
que concedeu isenção à entidade religiosa quanto ao ICMS incidente sobre essas contas. O
STF reconheceu a constitucionalidade dessa lei, destacando que a lei concessiva de isenção
de ICMS deve respeitar a alínea “g” do inc. XII do par. 2º do art. 155 da CF/88, que afirma que
lei complementar deve “regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito
Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados”.
No caso analisado pelo STF, que dizia respeito ao ICMS incidente sobre as contas de luz de
entidades religiosas, o STF reconheceu que a respectiva lei específica do ente tributante con-
cedente da isenção respeitou a Lei Complementar vigente de n. 24/1975, e que esta lei garante
a autonomia dos estados para concessão de ICMS, em algumas situações, sem a necessidade
de haver Convênio prévio entre os estados, razão pela qual no caso em apreço não se fala em
“Guerra Fiscal”.
Agora vamos analisar as alternativas, as quais resumem o julgamento do STF exigido pela
banca examinadora.
a) Errada. Tal benefício quanto ao ICMS não necessita de autorização por convênio do Conse-
lho Nacional de Política Fazendária.
b) Errada. Tal benefício quanto ao ICMS não configura aplicação da imunidade tributária dos
templos de qualquer culto, mas da isenção.
c) Certa. A concessão de tal benefício não enseja guerra fiscal nem indevida competição entre
os Estados.
d) Errada. Os templos de qualquer culto são contribuintes de fato quanto ao ICMS cobrado nas
faturas de energia elétrica.
e) Errada. A alternativa “e” narra casos de imunidade, os quais são previstos na Constitui-
ção Federal.
Letra c.
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b) assiste razão ao Município, pois a EBCT é pessoa jurídica de direito privado, devendo ser
tributada como as demais pessoas jurídicas privadas, em virtude do princípio da isonomia tri-
butária e da livre concorrência;
c) assiste razão ao Município, pois a EBCT, não sendo empresa pública municipal, não goza da
imunidade tributária que seria conferida a uma empresa pública integrante da Administração
Pública municipal;
d) assiste razão ao Município, pois a EBCT apenas goza de imunidade tributária quanto a im-
postos que recaem sobre o seu patrimônio, mas não sobre serviços por ela prestados;
e) assiste razão à EBCT, pois as empresas públicas federais gozam de imunidade tributária
pelo fato de integrarem a Administração Pública.
A EBCT se sujeita a imunidade tributária reciproca, razão pela qual ela é imune a impostos inci-
dentes sobre o patrimônio, a renda e os serviços, conforme jurisprudência do STF:
Letra a.
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Questão que abarca a jurisprudência recente do STF, o que é uma das características da Banca.
Para fins de concurso é MUITO importante fixar as teses delimitadas pela Corte Maior:
Por fim, ainda em 2020, a tese relacionada no RE 330.817 acabou por ser base para a publica-
ção da súmula vinculante número 57:
SÚMULA VINCULANTE 57
A imunidade tributária constante do art. 150, VI, d, da CF/88 aplica-se à importação e co-
mercialização, no mercado interno, do livro eletrônico (e-book) e dos suportes exclusivamente
utilizados para fixá-los, como leitores de livros eletrônicos (e-readers), ainda que possuam fun-
cionalidades acessórias.
Letra c.
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Por traçar esses limites à competência tributária, as imunidades são espécies de limitações
constitucionais ao poder de tributar, ao lado dos princípios.
Letra e.
De acordo com o disposto no art. 150, VI, a, da Constituição Federal é vedado à União, aos
Estados, ao DF e aos Municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços uns
dos outros.
Tal imunidade, como se vê, além de genérica é eminentemente subjetiva, ontológica, incondi-
cionada e relacionada aos Entes Políticos da Federação.
Letra a.
Mesmo sendo laico, o estado brasileiro assegura, como direito fundamental inserto art. 5º, VI,
o livre exercício dos cultos religiosos e a proteção aos locais de cultos e suas liturgias. Tal ideia
se reflete no artigo 150, VI, B:
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Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...
b) templos de qualquer culto;
Como se vê, tal imunidade além de genérica é eminentemente subjetiva, política, incondiciona-
da e relacionada aos templos de qualquer culto.
Letra b.
De acordo com o disposto no art. 150, VI, a, da Constituição Federal é vedado à União, aos
Estados, ao DF e aos Municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços uns
dos outros.
Letra c.
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O STF entendeu que a imunidade recíproca, não se estende a empresa privada arrendatária
de imóvel público, quando seja ela exploradora de atividade econômica com fins lucrativos.
Assim, é possível a cobrança do IPTU da empresa exploradora. Note a tese:
Letra e.
Mesma abordagem da questão anterior. O STF entendeu que a imunidade recíproca, não se
estende a empresa privada arrendatária de imóvel público, quando seja ela exploradora de
atividade econômica com fins lucrativos. Assim, é possível a cobrança do IPTU da empresa
exploradora. Note a tese:
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Letra d.
entidades beneficentes
Contribuições para
de assistência social que
Art. 195, §7º o financiamento da
atendam às exigências
seguridade social
estabelecidas em lei.
II – Correta. A imunidade prevista no artigo 150, VI, b é limitada aos IMPOSTOS.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...
b) templos de qualquer culto.
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III – Correta. Essa é uma imunidade específica, delimitada na Constituição Federal em seu
artigo Art. 5º, XXXIV:
a) o direito de petição
aos Poderes Públicos
em defesa de direitos
ou contra ilegalidade ou
abuso de poder;
b) a obtenção
Art. 5º, XXXIV Taxas
de certidões em
repartições públicas,
para defesa de direitos
e esclarecimento de
situações de interesse
pessoal.
Letra e.
Imunidade estabelecida no art. 150, VI, d, CF/88 define que é vedado à União, aos Estados, ao
DF e aos Municípios instituir impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado à
sua impressão.
Por estar classificada como imunidade objetiva, não se cobra o imposto em face de operações
realizadas com seus objetos, como em uma saída de livros. Aí não irá incidir o ICMS.
Inobstante isso, poderá existir tributação por meio do imposto de renda para a editora respon-
sável pelo ato anterior que estava ao abrigo da imunidade, pois este incide sobre a pessoa, e
não sobre o objeto.
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Letra c.
De acordo com o disposto na CF/88, art. 150, vi, a, é vedado à União, aos estados, ao DF e aos
municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços uns dos outros.
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Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros.
A doutrina e a jurisprudência classificam essa situação como uma imunidade Constitucional.
Letra a.
Estabelecida no art. 150, VI, c, a norma constitucional veda à União, aos estados, ao DF e aos
municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços das instituições de educa-
ção e de assistência, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei. Note:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sin-
dicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos,
atendidos os requisitos da lei.
Menciona-se no art. 150, VI, c, os requisitos da lei.
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Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes
requisitos pelas entidades nele referidas:
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título;
II – aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institu-
cionais;
III – manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades ca-
pazes de assegurar sua exatidão.
§ 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do artigo 9º, a autoridade compe-
tente pode suspender a aplicação do benefício.
§ 2º Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do artigo 9º são exclusivamente, os direta-
mente relacionados com os objetivos institucionais das entidades de que trata este artigo, previstos
nos respectivos estatutos ou atos constitutivos.
Assim, como não consta no artigo 14 do CTN, só por meio de outra norma complementar na-
cional poderia se exigir da escola o cadastro junto à secretaria de educação para a fruição da
imunidade.
Note que a alternativa D está incorreta pois os requisitos para a constituição da escola podem
ser veiculados por meio de lei ordinária, e, ademais, a questão já nos diz que a escola existe e
está constituída de acordo com a lei.
Letra a.
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a) V, F e V.
b) F, V e F.
c) F, F e V.
d) V, V e F.
e) F, V e V.
De acordo com o disposto na CF/88, art. 150, vi, a, é vedado à União, aos estados, ao DF e aos
municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços uns dos outros.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros.
Letra d.
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Mesmo sendo laico, o estado brasileiro assegura, como direito fundamental inserto art. 5º, VI,
o livre exercício dos cultos religiosos e a proteção aos locais de cultos e suas liturgias. Tal ideia
se reflete no artigo 150, VI, B
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI – instituir impostos sobre:
b) templos de qualquer culto;
Como se vê, tal imunidade além de genérica é eminentemente subjetiva, política, incondiciona-
da e relacionada aos templos de qualquer culto.
Letra b.
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c) deve pagar o ICMS e quando integralizar a máquina em seu ativo imobilizado, compensar o
que pagou.
d) só deve pagar o ICMS na operação se a máquina não for usada para a atividade beneficente
que presta.
e) não deve pagar o ICMS, já que é beneficiada por imunidade constitucionalmente prevista,
bastando comprovar que cumpre os requisitos legais para seu gozo.
Estabelecida no art. 150, VI, c, a norma constitucional veda à União, aos estados, ao DF e aos
municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclu-
sive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação
e de assistência, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei. Note:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sin-
dicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos,
atendidos os requisitos da lei.
Não bastasse isso, o STF possui entendimento no qual exonera a incidência, inclusive de im-
postos indiretos, se a entidade imune é o contribuinte de direito do tributo.
Na importação, a entidade é contribuinte de fato e de direito do bem.
Com esse norte, o STF entendeu ser tal operação imune.
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b) a imunidade recíproca entre os entes federados é absoluta, ou seja, abarca todas as espé-
cies de tributos.
c) as imunidades seguem as regras de competência previstas na Constituição, mas são cria-
das por meio de lei.
d) as entidades sindicais dos trabalhadores e as patronais gozam de imunidade tributária.
e) a imunidade recíproca entre os entes federados não se aplica em relação à Contribuição
Social sobre o Lucro Líquido.
Mesmo sendo laico, o estado brasileiro assegura, como direito fundamental inserto art. 5º, VI,
o livre exercício dos cultos religiosos e a proteção aos locais de cultos e suas liturgias. Tal ideia
se reflete no artigo 150, VI, B:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI – instituir impostos sobre:
b) templos de qualquer culto;
O STF acabou adotando uma posição extensiva, ao entender que a imunidade ali prevista
abrangeria os cemitérios que se organizam como extensões das entidades religiosas, des-
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Letra c.
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SÚMULA VINCULANTE 52: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU
o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da Consti-
tuição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais
tais entidades foram constituídas.
III – Correta. A jurisprudência do STF entendeu que, nesses casos, há a fruição da imunidade,
inclusive publicando súmula sobre o tema:
SÚMULA 657, STF: A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da Constituição Federal abrange
os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos.
Letra e.
a) É ilimitada a competência tributária que a Constituição Federal concede aos entes tribu-
tantes. Incorreta. É LIMITADA. Até por isso existem as limitações constitucionais ao poder de
tributar, como princípios e imunidades.
b) Os Estados e Municípios, excepcionalmente, podem aumentar tributo por meio de ato ad-
ministrativo desde que devidamente motivado. Incorreta. Regra geral, somente a LEI pode au-
mentar tributos.
c) Os entes tributantes podem instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços uns dos
outros desde que pela alíquota mínima. Incorreta. Tal situação é IMUNE.
d) Pode a União instituir isenção de tributo que não seja de sua competência desde que o
faça por meio de lei federal. Incorreta. Não se pode instituir tributo se não há competência
para tanto.
e) Os entes estatais não podem instituir impostos sobre livros e jornais. Correta. Tal situação
goza de imunidade.
Letra e.
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Questões FCC
b) Errada. O STF já reconheceu que a imunidade cultural/de imprensa é aplicável aos álbuns de
figurinhas (RE 221239).
c) Errada. Os serviços notariais e de registro não são abrangidos pela imunidade tributária re-
cíproca, esse foi o entendimento do STF ao julgar a ADI 3089:
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d) Errada. Conforme visto em aula, a sociedade de economia mista prestadora de serviço pú-
blica de água e esgoto está abrangida pela imunidade tributária recíproca – este é o entendi-
mento do STF (RE 631309).
e) Errada. A prestação de ações e serviços de saúde por sociedades de economia mista goza
de imunidade recíproca, desde que a empresa estatal não tenha por finalidade a obtenção de
lucro – este é o entendimento do STF (RE 580264).
Letra a.
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Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre: (Vide Emenda Constitucional n. 3, de 1993)
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros.
...
§ 2º - A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas
pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finali-
dades essenciais ou às delas decorrentes.
Letra d.
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 3, de 1993)
...
II – operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem
no exterior; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 3, de 1993)
...
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 3, de 1993)
...
X – não incidirá:
...
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d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e
imagens de recepção livre e gratuita;
Letra c.
Conforme aprendido nesta aula, a imunidade tributária representa uma delimitação negativa de
competência tributária, prevista na CF/88.
Letra d.
Esta imunidade está prevista no art. 156, par. 2º, CF/88, que dispõe que:
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Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
...
II – transmissão “inter vivos”, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou
acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos
a sua aquisição;
...
§ 2º O imposto previsto no inciso II:
I – não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídi-
ca em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incor-
poração, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do
adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento
mercantil.
Letra b.
Item I) Falso. Inicialmente, perceba que se está previsto na CF/88, quer dizer que se está diante
de um caso de imunidade. Pontue-se, ainda, que em alguns casos embora o legislador consti-
tuinte afirme no texto constitucional que é uma isenção, é um caso de imunidade.
No item em apreço o examinador tentou confundir o candidato quanto à imunidade prevista no
art. 5º, XXXIV, CF88:
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XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
...
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de
situações de interesse pessoal.
Perceba que CF/88 não assegurou a gratuidade da taxa para repartições privadas.
Item II) Verdadeiro. A imunidade religiosa prevista no art. 150, VI, b, CF/88 alcança somente
os impostos.
Item III) Falso. A CF/88 no art. 150, VI, d, prevê imunidade (e não isenção) aos livros, jornais,
periódicos e papéis destinados à sua impressão:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre: (Vide Emenda Constitucional n. 3, de 1993)
...
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
Item IV) verdadeiro. A referida imunidade está prevista no art. 195, par. 7º, CF/88:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos
termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: (Vide Emenda Constitucional n. 20,
de 1998)
I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à
pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 20, de 1998)
...
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência
social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
Letra d.
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a) o ISS e o IRPJ devem ser cobrados, em razão do princípio da igualdade, pois os templos de
qualquer culto devem ser tratados tributariamente como qualquer pessoa jurídica que realize
um serviço tributável e que aufira rendas.
b) o ISS não deve ser cobrado, tendo em vista que o serviço de batismo é atividade relacionada
às finalidades religiosas da entidade, porém, o IRPJ deve ser cobrado, pois a renda auferida
com qualquer serviço prestado pelo templo é tributada.
c) tanto o ISS como o IRPJ devem ser cobrados, pois não há dispositivo normativo que exima
o templo de qualquer culto de quaisquer cobranças tributárias.
d) nem o ISS, nem o IRPJ devem ser cobrados, tendo em vista que, tanto o serviço de batismo,
como a renda respectivamente auferida, estão relacionados às finalidades essenciais da enti-
dade religiosa.
e) o IRPJ não deve ser cobrado, pois a renda auferida com os batismos resta alcançada por
imunidade tributária; porém, sobre o serviço de batismo deve ser cobrado o ISS, tendo em vista
a ausência de dispositivo normativo em sentido contrário.
Os templos de qualquer culto são imunes à cobrança de impostos sobre o patrimônio, renda
e serviços vinculados às suas finalidades essenciais (arts. 150, VI, b, CF/88, c/c art. 150, par.
4º, CF/88).
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre: (Vide Emenda Constitucional n. 3, de 1993)
...
b) templos de qualquer culto.
...
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas “b” e “c”, compreendem somente o patrimônio, a
renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
Letra d.
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Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
...
§ 2º A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades
essenciais ou às delas decorrentes.
Letra a.
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a) Errada. A imunidade religiosa é aplicado aos templos de quaisquer cultos, não fazer a Cons-
tituição Federal nenhuma exigência quanto à dedicação a cultos panteístas ou não monoteís-
tas para reconhecimento da referida imunidade (Art. 150, VI, b, CF/88):
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...
b) templos de qualquer culto.
b) Errada. A imunidade recíproca é aplicável às autarquias e fundações somente quanto
aos patrimônios, rendas e serviços vinculados às suas finalidades essenciais. (Art. 150, par.
2º, CF/88).
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
...
§ 2º A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades
essenciais ou às delas decorrentes.
Alternativas c, e) Erradas. O art. 150, VI, d, CF/88 não destaca que a imunidade cultural sobre
“livros, jornais, periódicos e papéis destinados à sua impressão” alcança a embalagem.
Quanto à afirmação de que a imunidade não é aplicável a periódicos de mero entretenimento
e lazer, esta não deve prosperar, tendo em vista que no texto constitucional não há nenhuma
ressalva quanto ao valor artístico ou didático, já tendo sido reconhecido, por exemplo, pelo STF,
que o álbum de figurinhas é imune.
d) Correta. Conforme o par. 4º do art. 150, CF/88, a imunidade dos templos de qualquer culto
é aplicável somente ao patrimônio, renda e serviços que sejam vinculados às suas finalidades
essenciais:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...
b) templos de qualquer culto;
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...
§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas “b” e “c”, compreendem somente o patrimônio, a
renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
Letra d.
a) Errada. A CF/88 no art. 150, VI, a, afirma que a imunidade recíproca é aplicável somente a
uma espécie tributária: impostos.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros.
b) Errada. A imunidade é aplicável às entidades de assistência social sem fins lucrativos so-
mente se atendidos os requisitos previstos em lei. Esta compreensão se depreende da análise
do final do art. 150, VI, c, CF/88:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sin-
dicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos,
atendidos os requisitos da lei.
c) Errada. O par. 4º da CF/88 destaca que a imunidade tributária beneficiará as entidades de
educação sem fins lucrativos que atendam aos requisitos previstos em lei, e que essa imunida-
de representa a vedação da instituição de impostos sobre o seu patrimônio, a sua renda e os
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seus serviços, razão pela qual a alternativa está errada, pois diz que é imune somente o imóvel
da referida entidade.
d) Certa. Conforme art. 150, VI, c, c/c 150, par. 4º, CF/88:
§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas “b” e “c”, compreendem somente o patrimônio, a
renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
e) Errada. A imunidade é justamente a exclusão da competência tributária, proibindo os en-
tes de exercerem sua competência diante das hipóteses das imunidades tributárias previs-
tas na CF/88.
Letra d.
Alternativas a, d) Erradas. A imunidade recíproca alcança tão somente os impostos, nos ter-
mos do art. 150, VI, a, CF/88, sendo permitido, portanto, os entes políticos instituírem e cobra-
rem dos outros entes as demais espécies tributárias.
b) Errada. A imunidade religiosa prevista no art. 150, VI, b, CF/88 diz respeito somente aos
impostos, não tendo o legislador constituinte previsto imunidade religiosa quanto às contribui-
ções de melhoria.
c) Certa, em atenção à imunidade recíproca, que é a vedação constitucional de instituição de
impostos por um ente político sobre o patrimônio, renda e serviços de outro ente político.
e) Errada. Embora a CF/88 não tenha destacado que as sociedades de economia mista são
beneficiadas pela imunidade tributária, o STF tem estendido a imunidade tributária recíproca
também a algumas sociedades de economia mista, em especial àquelas que se revelam como
“instrumentalidades estatais”, ou seja, instrumentos de atuação do estado em área exclusiva
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de serviços públicos; sem fins lucrativos e com a composição do capital social majoritariamen-
te público. No caso do quesito não há imunidade, pois o hospital cobra pelo serviço prestado.
Letra c.
Gabarito conforme art. 150, VI, e, CF/88, o qual prevê que serão imunes:
IMUNIDADE MUSICAL
produzidos no Brasil;
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Conforme tabela abaixo, o caso em apreço refere-se à imunidade, que é a situação previs-
ta no texto constitucional que já limita a competência dos entes políticos para instituição
dos tributos.
NASCE A OBRIGAÇÃO
NÃO NASCE A NÃO NASCE A TRIBUTÁRIA, MAS LEI
OBRIGAÇÃO OBRIGAÇÃO ISENTIVA PREVÊ QUE
TRIBUTÁRIA TRIBUTÁRIA O CRÉDITO NÃO SERÁ
CONSTITUÍDO
NÃO HÁ POSSIBILIDADE
A SITUAÇÃO PODE VIR HÁ O EXERCÍCIO
DE SER OBJETO
A SOFRER INCIDÊNCIA DA COMPETÊNCIA
DE COMPETÊNCIA
TRIBUTÁRIA TRIBUTÁRIA
TRIBUTÁRIA
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Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...
b) templos de qualquer culto;
...
§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas “b” e “c”, compreendem somente o patrimônio, a
renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
b) Errada. Nem todas as entidades fechadas de previdência privada estão amparadas pela
imunidade, conforme se depreende da súmula 730 do STF, que destaca que estas só serão
beneficiadas se não houver contribuição dos beneficiários:
c) Errada. Como visto em aula há também imunidade quanto a outras espécies tributárias,
como, por exemplo quanto às contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico
que não incidem sobre as receitas decorrentes de exportação, conforme previsão do art.149,
§2º, I, CF/88.
d) Errada. Não se pode afirmar que a imunidade relativa às operações com petróleo, combus-
tíveis e minerais alcança os tributos em geral. A CF/88 destaca que nessas operações incide
ICMS, Imposto de Importação e Imposto de Exportação.
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§ 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput deste artigo e o art. 153, I e II, ne-
nhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de teleco-
municações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 33, de 2001)
e) Errada. A imunidade recíproca beneficia as empresas públicas e sociedades de economia
mista que prestem serviço público que for obrigatório e exclusivo do Estado.
Letra a.
Questões Cebraspe
A imunidade cultural prevista na alínea “d” do inc. VI do art. 150 da CF/88 proíbe somente a
cobrança de impostos sobre os livros:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...
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Já a cobrança de contribuição social sobre o faturamento decorrente da venda dos livros é
permitida.
Certo.
A imunidade tributária recíproca está prevista na alínea “a” do inc. VI do art. 150 da CF/88 e
assegura que os entes federativos não podem cobrar impostos sobre o patrimônio, a renda ou
serviços, uns dos outros.
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A imunidade tributária recíproca assegura que os entes políticos não cobrem impostos sobre o
patrimônio, renda e serviço, uns dos outros, nos termos da alínea “a”, inc. VI, art. 150 da CF/88.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
Conforme o par. 2º desse mesmo artigo é extensível às autarquias e fundações públicas insti-
tuídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere às suas finalidades essenciais:
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Lis Ribas
Auditora Pública Externa do TCE-RS, Especialista em Direito Tributário pela UFBA (2014), já advogou na
área tributária e foi aprovada nos seguintes concursos: Analista do MP-AL (2018); Auditora TCM-BA
(2018); Analista de Planejamento e Orçamento da Câmara Municipal de Maceió-AL (2018); Analista de
Controle Interno de Maceió (2017).
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