Você está na página 1de 102

DIREITO

TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar:
Imunidades

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

Sumário
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades........................................................................................3
1. Imunidades Tributárias.............................................................................................................................................3
1.1. Distinções entre os institutos da Isenção, da Não Incidência Simples e da Imunidade. . .4
1.2. Classificação das Imunidades...........................................................................................................................6
1.3. Imunidades quanto ao Destinatário..............................................................................................................7
1.4. Imunidades quanto à Origem.............................................................................................................................8
1.5. Imunidades quanto à Dependência de Norma para lhe Dar Completude. ................................9
1.6. Imunidades quanto ao Alcance. . ......................................................................................................................11
1.7. Imunidades Genéricas do Art. 150, VI da CF/88. ...................................................................................13
1.8. Imunidades Específicas.. ....................................................................................................................................40
2. Jurisprudência Selecionada. . ..............................................................................................................................43
3. Doutrina..........................................................................................................................................................................44
Resumo................................................................................................................................................................................45
Questões de Concurso................................................................................................................................................49
Gabarito...............................................................................................................................................................................65
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................66

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 2 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR:


IMUNIDADES
1. Imunidades Tributárias
Conceito

A imunidade tributária é uma norma constitucional que impede o exercício da competência


tributária pelos entes políticos.
De acordo com Eduardo Sabbag, em seu Manual de Direito Tributário, a imunidade para
tributos representa uma delimitação negativa de competência tributária.
Para a completa compreensão do fenômeno, então, é necessário antes entender o que vem
a ser a competência tributária.
Nas aulas anteriores, vimos que a competência tributária está prevista na Constituição
Federal e representa o direito concedido aos entes políticos para instituição dos respectivos
tributos por meio de lei.
Existindo a previsão para a criação de tributos, há que se compreender que tais normas de
competência são normas positivas do exercício da tributação.
Até por isso, então, que o mestre qualifica a imunidade como uma delimitação negativa:
impede o efeito da norma positiva, que autoriza a criação do tributo.
Como só a Constituição pode definir as competências tributárias dos entes políticos, só
ela – a Constituição – pode limitar essa atuação.
E, como também se depreende da assertiva do mestre, o faz por meio das normas imuni-
zantes, negativas ou impeditivas, da competência.
A imunidade atua, pois, no desenho da competência tributária.
Nos dizeres de George Firmino, em seu Curso de Direito Tributário, “Os Estados são com-
petentes para instituir o ICMS, por exemplo. Mas não podem instituí-lo sobre a circulação de
livros, pois a CF define em seu art. 150, VI, d, esta vedação.”
Por traçar esses limites à competência tributária, as imunidades são espécies de limita-
ções constitucionais ao poder de tributar, ao lado dos princípios.
Ainda nos dizeres de Firmino, “a imunidade é definida na própria Constituição Federal, eis
que somente ela pode conferir a competência aos entes e, por conseguinte, somente ela pode
traçar seus limites. Trata-se, pois, de uma limitação constitucional ao poder de tributar.”
Fixado este ponto, é crucial entender também outra concepção: além de delimitar a com-
petência tributária, as normas imunizantes conferem um direito público subjetivo às pessoas
por elas beneficiadas.
Decorrência lógica dessa assertiva é que não podem, então, sofrer nenhuma restrição pelo
intérprete ou pela lei que não esteja expressamente prevista na própria Constituição Federal.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 3 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

Essa característica, ademais, impede que as limitações ao poder de tributar sejam abo-
lidas do Texto Maior pelo poder geral de reforma constitucional. Não pode, assim, o Poder
Constituinte Derivado, por meio de Emenda à Constituição, retirá-las do ordenamento jurídico,
nem mesmo restringi-las. São verdadeiras garantias constitucionais às pessoas/operações
beneficiadas.
Temos então um critério dúplice extraível dessas normas imunizantes, um relacionado
com a ideia de normas negativas de competência e outro relacionado com um direito público
subjetivo do beneficiário.
Falamos de aspecto formal quando entendemos as imunidades como normas negativas de
competência e de um aspecto material quando as entendemos como direito público subjetivo.
Importante mencionar que o texto constitucional, apesar de tudo, não utiliza o vocábulo
“imunidade” para se referir aos conceitos anteriormente explicitados.
Em verdade, o legislador original se utiliza de diversas outras expressões como “não incidi-
rá”, “não incide”, “isentas” e “é vedado instituir impostos sobre”.
Partindo dessas concepções iniciais, entretanto, não se pode confundir a imunidade com
outros institutos exonerativos (mesmo quando a própria Constituição os utiliza em seu texto
com má técnica legislativa).
É o que será visto no próximo tópico.

1.1. Distinções entre os institutos da Isenção, da Não Incidência


Simples e da Imunidade
Como visto, a imunidade é delimitada apenas pela Constituição Federal.
Em termos conceituais, pode ser tratada como uma não incidência de qualificação cons-
titucional.
Portanto, temos um campo amplo da não incidência tributária, que abrange a não incidên-
cia simples e a imunidade, sem confundi-las.
Quando falamos de não incidência simples, falamos de fatos jurídicos que não estão pre-
vistos na norma de incidência tributária ou fatos que não estão compreendidos no âmbito de
competência do ente tributante.
A principal diferença entre a não incidência simples e a imunidade é que aquela pode, a
qualquer momento, passar ao campo da incidência tributária, inclusive por meio de normas
legais, e esta não.
A imunidade, como dito, está fora do âmbito da competência tributária.
Já a isenção, diferentemente, corresponde a uma dispensa legal do pagamento do tributo,
e será estudada com mais profundidade adiante em nosso curso.
Na isenção, o ente político possui a competência para instituir o tributo delimitado pela
Constituição, emite a lei respectiva com a situação que prevê a incidência, mas depois por

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 4 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

meio legal determina expressamente que haverá a exclusão do crédito tributário impedindo o
lançamento.
Na imunidade, não há fato gerador, não nasce a obrigação tributária, não há sequer a de-
limitação da hipótese de incidência em abstrato na lei que institui o tributo. Ademais, não se
pode cogitar de tal situação se inserir no âmbito da competência.
Note o seguinte dispositivo Constitucional que traz uma imunidade:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;

Na não incidência simples, não há fato gerador, não nasce a obrigação tributária, não há
sequer a delimitação da hipótese incidência em abstrato na lei que institui o tributo. Entretanto,
tais situações podem vir a se tornar parte da norma de incidência. Note o dispositivo da Lei n.
8.821 de 1989 do Estado do Rio Grande do Sul.

Art. 6º - O imposto não incide:


...
II – na renúncia à herança ou legado, desde que feita sem ressalvas, em benefício do monte e não
tenha o renunciante praticado qualquer ato que demonstre aceitação;

Na isenção, diferentemente, há previsão legal da hipótese tributária, ocorre a incidência,


qualifica-se o fato gerador, nasce a obrigação tributária, mas o crédito não é constituído por
expressa delimitação legal isentiva. Note o dispositivo do Regulamento do ICMS do Estado do
Rio Grande do Sul:

Art. 9º São isentas do imposto as seguintes operações com mercadorias:


I – recebimentos, por estabelecimento comercial ou produtor, de reprodutores e/ou matrizes de
animais vacuns, ovinos, suínos ou bufalinos, puros de origem, puros por cruza ou de livro aberto
de vacuns, importados do exterior pelo titular do estabelecimento, em condições de obter registro
genealógico oficial no País;

IMUNIDADE NÃO INCIDÊNCIA ISENÇÃO

Não há fato gerador Não há fato gerador Há fato gerador

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 5 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

IMUNIDADE NÃO INCIDÊNCIA ISENÇÃO

Nasce a obrigação
Não nasce a obrigação Não nasce a obrigação tributária, mas lei isentiva
tributária tributária prevê que o crédito não
será constituído

Não há possibilidade A situação pode vir


Há o exercício da
de ser objeto de a sofrer incidência
competência tributária
competência tributária tributária

Prevista na CF/88 - Prevista em lei

001. (FCC/TRF-2/ANALISTA JURÍDICO/2012) Em relação à norma jurídica tributária, analise:


I – O fato ocorrido está fora do alcance da regra jurídica, não nascendo assim a obrigação de
pagar o tributo. O fato ocorrido é atípico.
II – O fato gerador não ocorre, visto que, mesmo que haja uma lei, ordinária ou complementar,
a Constituição Federal prevalece. Logo a lei infra-constitucional não pode obrigar o pagamento
do tributo.
III – O fato gerador descrito na lei no mundo fático ou fenomênico ocorre concretamente.
Tais situações dizem respeito, respectivamente, à
a) não incidência, isenção e incidência
b) imunidade, não incidência e incidência.
c) imunidade, isenção e fato imponível.
d) isenção, não incidência e incidência.
e) não incidência, imunidade e fato imponível.

Gabarito conforme esquema exposto na aula, de forma que, quanto ao fato imponível, este é o
acontecimento no mundo real do fato gerador de um tributo previsto em lei.
Letra e.

1.2. Classificação das Imunidades


A doutrina classifica as imunidades com base em diversos critérios, sendo o mais utiliza-
do em provas de concursos, a classificação como base em seu destinatário, que as relaciona
como objetivas, subjetivas ou mistas.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 6 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

Inobstante isso, há ainda algumas outras classificações correntes na doutrina que, por sua
cobrança eventual, são necessárias para o estudo de provas de alto nível de exigência.
São elas, nas palavras de Francisco Leite Duarte: “Assim, quanto ao seu destinatário, as
imunidades podem ser objetivas, subjetivas ou mistas; quanto ao fato de decorrerem ou não
de princípios (origem), se classificam em imunidades ontológicas e imunidades políticas;
quanto à dependência de norma para lhe dar completude, são condicionadas ou incondiciona-
das. Quanto ao alcance, são classificadas em imunidades gerais e específicas.”
Vamos esmiuçar os aspectos importantes de cada uma dessas classificações.

1.3. Imunidades quanto ao Destinatário


É objetiva a imunidade que se aplica a determinados bens, rendas ou serviços. Na imuni-
dade objetiva não importa quem é o sujeito. Nesse tipo de imunidade, a competência do ente
tributante é afastada em face do objeto a ser tributado.
É o caso da imunidade dos livros, jornais, periódicos e do papel destinado à sua impressão
(art. 150, VI,d) por exemplo:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.

De outra banda, na imunidade subjetiva ou pessoal, a tributação é afastada em razão do


sujeito que realiza o ato.
É o caso, por exemplo, da imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, a), na qual os entes
públicos estão com seus patrimônios, rendas e serviços imunes à instituição de impostos.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
...
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros.

Já as imunidades mistas combinam características das duas anteriores, sendo determi-


nante para sua implementação não só a característica do sujeito como também o fato, bem
ou situação previstos na norma imunizante.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 7 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

Tome como exemplo a imunidade do ITR sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei,
quando as explore, só ou com sua família, o proprietário que não possua outro imóvel (art.
153, §4º).
Temos um critério objetivo, a pequena gleba rural, e também um critério subjetivo, qual
seja, a exploração pelo proprietário.

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:


...
§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput:
...
II – não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que
não possua outro imóvel.

1.4. Imunidades quanto à Origem


Se necessariamente decorrentes de princípios constitucionais, as imunidades são classi-
ficadas como ontológicas.
Por serem corolários desses princípios constitucionais, as imunidades ontológicas não
decorrem necessariamente de dispositivos expressos, podendo estar, inclusive, implícitas no
corpo constitucional.
Tome como exemplo a imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, a), na qual é levado em
consideração o próprio conceito de Federação, ou seja, a necessária realização do princípio
federativo, havendo o impedimento da instituição de impostos sobre o patrimônio, renda ou
serviços dos entes políticos.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;

Como, afinal de contas, realizar o princípio federativo se houver possibilidade de imposição


de impostos aos entes políticos?
A imunidade tributária recíproca, é por esse viés, decorrência necessária do princípio fede-
rativo; por isso, então, ontológica.
Se, por outro lado, as imunidades são instituídas para proteger determinado princípio, se-
rão consideradas imunidades políticas, razão pela qual a doutrina considera as imunidades
dos templos de qualquer culto, das entidades sindicais de trabalhadores, entre outras, nessa
categoria.
Nesse aspecto, decorrem de normas necessariamente expressas no texto constitucional.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 8 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

Note que a diferença reside especificamente na decorrência necessária ou não de um


princípio.

Por exemplo, a imunidade dos templos de qualquer culto é opção política do constituinte ori-
ginário em proteger o princípio do livre exercício dos cultos religiosos expresso na CF/88, art.
5º, inciso VI.

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasi-
leiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualda-
de, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
...
VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cul-
tos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

Ocorre que, caso não estivesse presente de forma literal no texto constitucional, sua dedu-
ção não seria necessária para a realização do princípio respectivo.

1.5. Imunidades quanto à Dependência de Norma para lhe Dar


Completude
As imunidades são classificadas nesse ponto, segundo a doutrina tradicional, como con-
dicionadas quando necessitam de lei integrativa infraconstitucional para fruição de alguns de
seus aspectos ou incondicionadas quando autoaplicáveis, sem nenhuma necessidade de lei
para sua total implementação.
Assim, normas incondicionadas seriam de eficácia plena e de aplicabilidade imediata, en-
quanto as normas condicionadas seriam de eficácia limitada, de acordo com a posição do STF
em julgado antigo no qual analisou a fruição do benefício no que tange ao imposto de renda:

EMENTA: IMPOSTO DE RENDA NA FONTE. PROVENTOS. BENEFICIÁRIOS COM IDADE


SUPERIOR A SESSENTA E CINCO ANOS. ART. 153, § 2º, INC. II, DA CONSTITUIÇÃO FEDE-
RAL. LEI N. 7.713/88. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Mandado de Segu-
rança 22.584 (Sessão do dia 17.04.97), proclamou entendimento no sentido de que o art.
153, § 2º, II, da Constituição Federal, ao estabelecer que o imposto de renda “não incidirá,
nos termos e limites fixados em lei, sobre rendimentos provenientes de aposentadoria e
pensão, pagos pela previdência social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios a pessoa com idade superior a sessenta e cinco anos, cuja renda total seja
constituída, exclusivamente, de rendimentos do trabalho”, não é auto-aplicável, estando
a depender de lei que fixará os termos e os limites dessa não-incidência. E, até que adve-
nha a lei regulamentando o exercício desse direito, continuam válidos os limites e restri-

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 9 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

ções fixados na Lei n. 7.713/88 com suas posteriores alterações. Recurso extraordinário
conhecido, mas improvido.
(RE 200485, Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO, Primeira Turma, julgado em 09/12/1997, DJ
20-03-1998 PP-00011 EMENT VOL-01903-06 PP-01087)

Temos como exemplo de norma condicionada a referente à vedação da instituição de im-


postos sobre as instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos, expressa
na CF/88, art. 150, VI, c, o qual impõe para a concessão do benefício que sejam atendidos os
requisitos da lei.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sin-
dicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos,
atendidos os requisitos da lei.

002. (FCC/DPE-SP/DEFENSOR PÚBLICO/2012)Dentre as hipóteses constitucionais de veda-


ção à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para instituir impostos é auto-
aplicável a imunidade sobre
a) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
b) partidos políticos, inclusive suas fundações.
c) entidades sindicais dos trabalhadores.
d) instituições de educação.
e) entidades de assistência social, sem fins lucrativos.

a) Certa. A imunidade cultural é autoaplicável, pois não depende de nenhuma lei para que seja
aplicável e reconhecida a proibição de instituição de impostos sobre as operações com livros,
jornais, periódicos e papéis destinados à sua impressão (art. 150, VI, d, CF/88):

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 10 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
Alternativas b, c, d,e) Erradas. As imunidades previstas nessas alternativas dependem de uma
lei para ter aplicabilidade, tendo em vista que no final do inciso o legislador constituinte previu
a expressão “atendidos os requisitos da lei” (art. 150, VI, c, CF/88):

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:...
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sin-
dicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos,
atendidos os requisitos da lei.
Letra a.

003. (CEBRASPE/Procurador do Município de Fortaleza/2017)


A respeito das limitações constitucionais ao poder de tributar, julgue o item que se segue, de
acordo com a interpretação do STF.
As imunidades tributárias incondicionadas são autoaplicáveis e independem de regulamen-
tação, sendo admitida, entretanto, a suspensão de seus efeitos, por ato declaratório da admi-
nistração tributária, quando ficar demonstrada a sua inaplicabilidade a fato jurígeno tributário.

Imunidades tributárias incondicionadas não precisam de lei para surtir efeitos. Ademais são
comandos constitucionais que precisam ser respeitados pela Administração Pública, até por
isso, não pode a Administração, por ato declaratório, suspender os efeitos da imunidade. Se a
imunidade não se aplica a determinado fato jurídico tributário, não haverá proteção constitu-
cional àquela situação em nada se relacionando com o ato declaratório da Administração Pú-
blica que, ao fim e ao cabo, jamais teria o poder de SUSPENDER a eficácia de uma Imunidade
Constitucional.
Errado.

1.6. Imunidades quanto ao Alcance


Imunidades podem ser, quanto ao alcance ou amplitude, caracterizadas como genéricas
ou gerais e específicas ou tópicas.
As denominadas genéricas – que se aplicam não só a todos os impostos sobre o patri-
mônio, renda e serviço como também a todos os entes políticos - se concentram, de acordo
com a melhor doutrina, no art. 150, VI da Constituição Federal, e seus parágrafos §2º, §3º e
§4º, a saber:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 11 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sin-
dicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos,
atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão;
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou litero-
musicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como
os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial
de mídias ópticas de leitura a laser.
...
§ 2º - A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas
pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finali-
dades essenciais ou às delas decorrentes.
§ 3º - As vedações do inciso VI, “a”, e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda
e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas apli-
cáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou
tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativa-
mente ao bem imóvel.
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas “b” e “c”, compreendem somente o patrimônio, a
renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.

As imunidades específicas, por sua vez, como a própria classificação informa, relacionam-
-se apenas a um ente político ou a um tributo.
Estão dispersas pelo corpo constitucional e podem aparecer em face de uma contribuição
especial (art. 195, §7º, CF/88) ou até de uma taxa (art. 5º, XXXIV, a, CF/88), por exemplo.

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasi-
leiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualda-
de, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
...
XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos
termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
...
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência
social que atendam às exigências estabelecidas em lei.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 12 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

No que diz com as imunidades genéricas ou gerais, detalharemos o tema nos próxi-
mos tópicos.

1.7. Imunidades Genéricas do Art. 150, VI da CF/88


1.7.1. Imunidade Tributária Recíproca

De acordo com o disposto na CF/88, art. 150, vi, a, é vedado à União, aos estados, ao DF e
aos municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços uns dos outros.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros.

Tal imunidade, como se vê, além de genérica é eminentemente subjetiva, ontológica, incon-
dicionada e relacionada aos Entes Políticos da Federação.
Ademais, por ser ontológica e decorrer do princípio federativo, tal imunidade é considerada
cláusula pétrea.
A amplitude do benefício ali delimitado impossibilita, nesse caso, a invocação da classifi-
cação de impostos dada pela legislação infraconstitucional para fins de se restringir a fruição
da imunidade.
Tal assertiva é importante, visto que o Código Tributário Nacional em alguns casos, como
no do IOF, (art. 63 do CTN), o considera como tributo incidente sobre a produção e a circulação.
A posição do STF é consolidada quanto à abrangência da imunidade, tanto em relação ao
IOF quanto a outros impostos que possuem como base de incidência a produção e a circula-
ção, como o IPI e o II.
Na dicção do STF, “a referência a patrimônio, renda ou serviços uns dos outros, contida na
alínea em comento, tem o alcance de afastar a cobrança de todo e qualquer imposto”.

IMPOSTO - IMUNIDADE RECIPROCA - Imposto sobre Operações Financeiras. A norma da


alinea “a” do inciso VI do artigo 150 da Constituição Federal obstaculiza a incidencia reci-
proca de impostos, considerada a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
Descabe introduzir no preceito, a merce de interpretação, exceção não contemplada, dis-
tinguindo os ganhos resultantes de operações financeiras.
(AI 175133 AgR, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Segunda Turma, julgado em 05/03/1996,
DJ 26-04-1996 PP-13128 EMENT VOL-01825-05 PP-01021)

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 13 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

Apesar dessa redação, não se pode confundir aqui a incidência relativa ao contribuinte de
fato com aquela atrelada ao contribuinte de direito.
A imunidade protege os entes políticos no que diz com impostos diretos e quando este é
contribuinte de direito de impostos indiretos:

EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO. FORNE-


CIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA PARA ILUMINAÇÃO PÚBLICA. ICMS. IMUNIDADE INVO-
CADA PELO MUNICÍPIO. IMPOSSIBILIDADE. 2. A jurisprudência do Supremo firmou-se no
sentido de que a imunidade de que trata o artigo 150, VI, a, da CB/88, somente se aplica a
imposto incidente sobre serviço, patrimônio ou renda do próprio Município. 3. Esta Corte
firmou entendimento no sentido de que o município não é contribuinte de direito do ICMS,
descabendo confundi-lo com a figura do contribuinte de fato e a imunidade recíproca não
beneficia o contribuinte de fato. Agravo regimental a que se nega provimento.
(AI 671412 AgR, Relator(a): Min. EROS GRAU, Segunda Turma, julgado em 01/04/2008,
DJe-074 DIVULG 24-04-2008 PUBLIC 25-04-2008 EMENT VOL-02316-11 PP-02262 RF v.
104, n. 399, 2008, p. 292-294)

Situação peculiar ocorre, porém, quando da importação realizada pelo ente político. Em tal
caso, confunde-se a situação de contribuinte de direito com a de contribuinte de fato, atraindo,
para a Suprema Corte, a proteção da imunidade.

EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO.


IMPOSTO SOBRE OPERAÇÃO DE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS. ICMS.
IMPORTAÇÃO. IMUNIDADE RECÍPROCA. APLICABILIDADE A MUNICÍPIO NA HIPÓTESE
DE O ENTE FEDERADO OCUPAR POSIÇÃO PRÓPRIA DE CONTRIBUINTE (IMPORTADOR).
RISCO À LIVRE-INICIATIVA E À CONCORRÊNCIA. NECESSIDADE DE PROVA. A imunidade
tributária prevista no art. 150, VI, a da Constituição aplica-se às operações de importa-
ção de bens realizadas por municípios, quando o ente público for o importador do bem
(identidade entre o “contribuinte de direito” e o “contribuinte de fato”). Compete ao ente
tributante provar que as operações de importação desoneradas estão influindo negati-
vamente no mercado, a ponto de violar o art. 170 da Constituição. Impossibilidade de
presumir risco à livre-iniciativa e à concorrência. Agravo regimental ao qual se nega pro-
vimento.
(AI 518405 AgR, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em
06/04/2010, DJe-076 DIVULG 29-04-2010 PUBLIC 30-04-2010 EMENT VOL-02399-08
PP-01694)

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 14 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

Mas não só os entes políticos gozam da referida proteção. O próprio texto constitucional,
protege, além daqueles, entidades da administração pública indireta, por força da redação de
seu art. 150, §2º.
Assim, autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público estão ao abrigo
da norma imunizante no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados às
suas finalidades essenciais ou às dela decorrentes.
Releva destacar que a literalidade do texto constitucional não abrange outras entidades da
administração indireta, como as empresas públicas e as sociedades de economia mista, que
geralmente estão relacionadas com a exploração de atividades econômicas.
Essa visão decorre da redação do art. 150, §3º que impõe que as disposições sobre a imu-
nidade tributária recíproca não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados
com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimen-
tos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário.
Note a letra da Lei Maior:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
§ 2º - A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas
pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finali-
dades essenciais ou às delas decorrentes.
§ 3º - As vedações do inciso VI, “a”, e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda
e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas apli-
cáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou
tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativa-
mente ao bem imóvel.

Desse modo, é importante ter em mente algumas decisões do STF que, a despeito da literal
redação constitucional, estendeu as benesses da imunidade tributária recíproca a outras enti-
dades da administração pública indireta, em especial às empresas públicas.
Veja o seguinte julgado, relacionado à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT, o
qual, ainda em 2004, reconheceu a imunidade.

EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉ-


GRAFOS: IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA: C.F., art. 150, VI, a. EMPRESA PÚBLICA
QUE EXERCE ATIVIDADE ECONÔMICA E EMPRESA PÚBLICA PRESTADORA DE SERVIÇO
PÚBLICO: DISTINÇÃO. I. - As empresas públicas prestadoras de serviço público dis-
tinguem-se das que exercem atividade econômica. A Empresa Brasileira de Correios
e Telégrafos é prestadora de serviço público de prestação obrigatória e exclusiva do

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 15 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

Estado, motivo por que está abrangida pela imunidade tributária recíproca: C.F., art. 150,
VI, a. II. - R.E. conhecido em parte e, nessa parte, provido.
(RE 407099, Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO, Segunda Turma, julgado em 22/06/2004,
DJ 06-08-2004 PP-00062 EMENT VOL-02158-08 PP-01543 RJADCOAS v. 61, 2005, p.
55-60 LEXSTF v. 27, n. 314, 2005, p. 286-297)

Tal decisão, mesmo que decorrente de uma interpretação extensiva, utilizou como parâme-
tro um ponto principal: a prestação de um serviço tipicamente público, obrigatório e exclusivo
do Estado a merecer a imunidade.
Partindo desse caso paradigma, a Corte Maior adotou a mesma posição em relação à Casa
da Moeda do Brasil e à Infraero:
Evoluindo neste quesito, o STF se deparou em 2013 com questão relacionada ao exercí-
cio de atividade pelos Correios em concorrência com a iniciativa privada, anteriormente não
apreciada.
Relembre que o motivo principal para a imunidade tributária recíproca abarcar a empresa
pública era justamente a prestação de um serviço tipicamente público, obrigatório e exclusivo
do Estado, ou seja, o serviço postal.
Inobstante isso, a controvérsia que chegou ao STF tratava sobre a extensão da imunidade
também para atividades exercidas pela empresa desassociadas do seu mister público princi-
pal, inclusive em concorrência com atividades da iniciativa privada, como o serviço de courier.
Ao avaliar os argumentos trazidos, a Corte entendeu que as atividades em concorrência
com a iniciativa privada proporcionavam uma espécie de “subsídio cruzado” a financiar as ati-
vidades exclusivamente públicas de serviço postal e imunizou de forma integral as atividades
da empresa pública:

Recurso extraordinário com repercussão geral. 2. Imunidade recíproca. Empresa Bra-


sileira de Correios e Telégrafos. 3. Distinção, para fins de tratamento normativo, entre
empresas públicas prestadoras de serviço público e empresas públicas exploradoras de
atividade. Precedentes. 4. Exercício simultâneo de atividades em regime de exclusividade
e em concorrência com a iniciativa privada. Irrelevância. Existência de peculiaridades no
serviço postal. Incidência da imunidade prevista no art. 150, VI, “a”, da Constituição Fede-
ral. 5. Recurso extraordinário conhecido e provido.
(RE 601392, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Relator(a) p/ Acórdão: Min. GILMAR
MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 28/02/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUS-
SÃO GERAL - MÉRITO DJe-105 DIVULG 04-06-2013 PUBLIC 05-06-2013)

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 16 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

Não bastasse a avaliação extensiva dada aos correios, seguindo na mesma linha de racio-
cínio, o STF tem estendido a imunidade tributária recíproca também a algumas sociedades
de economia mista, em especial àquelas que se revelam como “instrumentalidades estatais”,
ou seja, instrumentos de atuação do estado em área exclusiva de serviços públicos, sem fins
lucrativos e com a composição do capital social majoritariamente público.
Em 2011, reconheceu a condição à CODESP e traçou ali os paradigmas necessários ao
deferimento do benefício a casos similares:

EMENTA: TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE RECÍPROCA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA CON-


TROLADA POR ENTE FEDERADO. CONDIÇÕES PARA APLICABILIDADE DA PROTEÇÃO
CONSTITUCIONAL. ADMINISTRAÇÃO PORTUÁRIA. COMPANHIA DOCAS DO ESTADO DE
SÃO PAULO (CODESP). INSTRUMENTALIDADE ESTATAL. ARTS. 21, XII, f, 22, X, e 150, VI,
a DA CONSTITUIÇÃO. DECRETO FEDERAL 85.309/1980.
1. IMUNIDADE RECÍPROCA. CARACTERIZAÇÃO. Segundo teste proposto pelo ministro-
-relator, a aplicabilidade da imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, a da Constituição)
deve passar por três estágios, sem prejuízo do atendimento de outras normas constitu-
cionais e legais: 1.1. A imunidade tributária recíproca se aplica à propriedade, bens e ser-
viços utilizados na satisfação dos objetivos institucionais imanentes do ente federado,
cuja tributação poderia colocar em risco a respectiva autonomia política. Em conseqüên-
cia, é incorreto ler a cláusula de imunização de modo a reduzi-la a mero instrumento des-
tinado a dar ao ente federado condições de contratar em circunstâncias mais vantajosas,
independentemente do contexto. 1.2. Atividades de exploração econômica, destinadas
primordialmente a aumentar o patrimônio do Estado ou de particulares, devem ser sub-
metidas à tributação, por apresentarem-se como manifestações de riqueza e deixarem
a salvo a autonomia política. 1.3. A desoneração não deve ter como efeito colateral rele-
vante a quebra dos princípios da livre-concorrência e do exercício de atividade profis-
sional ou econômica lícita. Em princípio, o sucesso ou a desventura empresarial devem
pautar-se por virtudes e vícios próprios do mercado e da administração, sem que a inter-
venção do Estado seja favor preponderante.
...
(RE 253472, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. JOAQUIM
BARBOSA, Tribunal Pleno, julgado em 25/08/2010)

Assim, podemos destacar do respectivo julgado as seguintes premissas para a aplicação


da imunidade também às sociedades de economia mista, quando caracterizadas como instru-
mentalidades estatais:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 17 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

• A imunidade tributária recíproca se aplica à propriedade, bens e serviços utilizados na


satisfação dos objetivos institucionais imanentes do ente federado, cuja tributação po-
deria colocar em risco a respectiva autonomia política.
• Atividades de exploração econômica, destinadas primordialmente a aumentar o patri-
mônio do Estado ou de particulares, devem ser submetidas à tributação, por se apresen-
tarem como manifestações de riqueza e deixarem a salvo a autonomia política.
• A desoneração não deve ter como efeito colateral relevante a quebra dos princípios da
livre-concorrência e do exercício de atividade profissional ou econômica lícita.

Com esse mesmo argumento, deferiu-se a imunidade a entidades prestadoras de serviço


de saúde e de serviço público de água e esgoto:

EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. IMUNI-


DADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. SERVIÇO PÚBLICO
DE ÁGUA E ESGOTO. APLICABILIDADE.
1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal entende que a sociedade de economia
mista prestadora de serviço público de água e esgoto é abrangida pela imunidade tribu-
tária recíproca, nos termos da alínea “a” do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal.
Precedentes....
(RE 631309 AgR, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Segunda Turma, julgado em 27/03/2012)
***
EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO
GERAL. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. SER-
VIÇOS DE SAÚDE.
...
3. As sociedades de economia mista prestadoras de ações e serviços de saúde, cujo
capital social seja majoritariamente estatal, gozam da imunidade tributária prevista na
alínea “a” do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal.
...
(RE 580264, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Relator(a) p/ Acórdão: Min. AYRES
BRITTO, Tribunal Pleno, julgado em 16/12/2010)

Note, entretanto, que quando a sociedade de economia mista não se enquadra nos requi-
sitos apontados ou visa lucro, não será beneficiada com a imunidade. Claramente é o caso da
Petrobrás:

EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA (ART.


150, VI, A DA CONSTITUIÇÃO). IMÓVEL UTILIZADO PARA SEDIAR CONDUTOS DE TRANS-

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 18 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

PORTE DE PETRÓLEO, COMBUSTÍVEIS OU DERIVADOS. OPERAÇÃO PELA PETRÓLEO


BRASILEIRO S.A. - PETROBRÁS. MONOPÓLIO DA UNIÃO. INAPLICABILIDADE DA SALVA-
GUARDA CONSTITUCIONAL.
...
2. É irrelevante para definição da aplicabilidade da imunidade tributária recíproca a cir-
cunstância de a atividade desempenhada estar ou não sujeita a monopólio estatal. O
alcance da salvaguarda constitucional pressupõe o exame (i) da caracterização econô-
mica da atividade (lucrativa ou não), (ii) do risco à concorrência e à livre-iniciativa e (iii) de
riscos ao pacto federativo pela pressão política ou econômica.
3. A imunidade tributária recíproca não se aplica à Petrobrás, pois: 3.1. Trata-se de socie-
dade de economia mista destinada à exploração econômica em benefício de seus acio-
nistas, pessoas de direito público e privado, e a salvaguarda não se presta a proteger
aumento patrimonial dissociado de interesse público primário; 3.2. A Petrobrás visa a
distribuição de lucros, e, portanto, tem capacidade contributiva para participar do apoio
econômico aos entes federados; 3.3. A tributação de atividade econômica lucrativa não
implica risco ao pacto federativo. Agravo regimental conhecido, mas ao qual se nega pro-
vimento.
(RE 285716 AgR, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em
02/03/2010)

Nesse mesmo sentido, o STF entendeu que a imunidade recíproca, não se estende a em-
presa privada arrendatária de imóvel público, quando seja ela exploradora de atividade eco-
nômica com fins lucrativos. Assim, é possível a cobrança do IPTU da empresa exploradora.
Note a tese:

RE 594015 - A imunidade recíproca, prevista no art. 150, VI, a, da Constituição não se


estende a empresa privada arrendatária de imóvel público, quando seja ela exploradora
de atividade econômica com fins lucrativos. Nessa hipótese é constitucional a cobrança
do IPTU pelo Município.

Para finalizar o ponto, ainda convém ressaltar importante decisão do STF quanto à imuni-
dade recíproca, a qual versa sobre sua aplicação à OAB:

EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO.


IMUNIDADE RECÍPROCA. ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. SECCIONAL. APLICA-
ÇÕES FINANCEIRAS. INVESTIMENTOS. IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS -
IOF. ABRANGÊNCIA. DEVER DE FISCALIZAÇÃO. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO. PLENA VINCU-
LAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 19 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

1. A imunidade tributária gozada pela Ordem dos Advogados do Brasil é da espécie recí-
proca (art. 150, VI, a da Constituição), na medida em que a OAB desempenha atividade
própria de Estado (defesa da Constituição, da ordem jurídica do Estado democrático de
direito, dos direitos humanos, da justiça social, bem como a seleção e controle discipli-
nar dos advogados).
2. A imunidade tributária recíproca alcança apenas as finalidades essenciais da enti-
dade protegida. O reconhecimento da imunidade tributária às operações financeiras não
impede a autoridade fiscal de examinar a correção do procedimento adotado pela enti-
dade imune. Constatado desvio de finalidade, a autoridade fiscal tem o poder-dever de
constituir o crédito tributário e de tomar as demais medidas legais cabíveis. Natureza ple-
namente vinculada do lançamento tributário, que não admite excesso de carga. Agravo
regimental ao qual se nega provimento.
(RE 259976 AgR, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em
23/03/2010)

Note, ainda, que a disposição expressa do item dois ressalta um ponto crucial que decorre
da imposição da imunidade: apesar de não existir a incidência tributária, nem a ocorrência do
fato gerador, é impositiva a necessidade de cumprimento de obrigações acessórias por parte
da entidade beneficiada.
Assim, exigir de entidade imune a manutenção de livros fiscais é compatível com o gozo da
imunidade tributária em face do disposto no Código Tributário Nacional.
O Tribunal explicitou ainda que, no Direito Tributário, inexiste a vinculação de o acessório
seguir o principal, em face de as obrigações acessórias serem autônomas.

IMUNIDADE – LIVROS FISCAIS. O fato de a pessoa jurídica gozar da imunidade tributária


não afasta a exigibilidade de manutenção dos livros fiscais.
(RE 250844, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em 29/05/2012)

Em que pese isso, não podemos concluir que a imunidade conferida à OAB como autarquia
de regime especial, com base na CF/88, art. 150, VI, a, é conferida à sua Caixa de Assistência
dos Advogados.
O alcance da imunidade recíproca às referidas caixas está pendente de posicionamento do
STF, no RE 600.010, por meio da sistemática de repercussão geral.
Em 01.12.2009, deparando-se com o tema, a Suprema Corte, ao julgar o RE 233.843, deci-
diu que “por não se revelar instrumentalidade estatal, a Caixa de Assistência dos Advogados,
diferentemente da OAB, não é protegida pela imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, a)”.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 20 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

Ocorre que, em 2018, embora ainda não tenha sido julgado o RE de repercussão geral, o
próprio STF, em mudança de posição, reconheceu que a Caixa de Assistência dos Advogados
de Minas Gerais está protegida pela imunidade recíproca:

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. MATÉRIA AFETADA PARA JULGAMENTO NO TRIBUNAL


PLENO PELA SEGUNDA TURMA. ARTIGOS 11, I, PARÁGRAFO ÚNICO C/C 22, PARÁGRAFO
ÚNICO, “B”, AMBOS DO RISTF. DIREITO TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE RECÍPROCA. ART. 150,
VI, “A”, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. CAIXA DE
ASSISTÊNCIA DOS ADVOGADOS....
2. É pacífico o entendimento de que a imunidade tributária gozada pela Ordem dos Advo-
gados do Brasil é da espécie recíproca (CF, 150, VI, “a”), na medida em que a OAB desem-
penha atividade própria de Estado.
3. A OAB não é uma entidade da Administração Indireta, tal como as autarquias, por-
quanto não se sujeita a controle hierárquico ou ministerial da Administração Pública, nem
a qualquer das suas partes está vinculada. ADI 3.026, de relatoria do Ministro Eros Grau,
DJ 29.09.2006.
4. Na esteira da jurisprudência do STF, considera-se que a Ordem dos Advogados possui
finalidades institucionais e corporativas, além disso ambas devem receber o mesmo tra-
tamento de direito público.
5. As Caixas de Assistências dos Advogados prestam serviço público delegado, possuem
status jurídico de ente público e não exploram atividades econômicas em sentido estrito
com intuito lucrativo.
6. A Caixa de Assistência dos Advogados de Minas Gerais encontra-se tutelada pela
imunidade recíproca prevista no art. 150, VI, “a”, do Texto Constitucional, tendo em vista
a impossibilidade de se conceder tratamento tributário diferenciado a órgãos da OAB, de
acordo com as finalidades que lhe são atribuídas por lei.
...
(RE 405267, Relator(a): Min. EDSON FACHIN, Tribunal Pleno, julgado em 06/09/2018)

004. (FCC/ TRT-24/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) O Tribunal Regional do Trabalho da 24ª


Região, órgão da Administração Pública Federal direta, precisando renovar a frota de veículos
automotores de sua propriedade, procedeu à análise do custo anual de manutenção desta fro-
ta, composta por cinco veículos, todos eles com seis anos de uso. O resultado desse estudo
seria o parâmetro para a renovação da frota.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 21 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

Em razão disso, foram elaborados os devidos estudos dos custos dos diversos itens relacio-
nados com a frota, tais como os de manutenção mecânica, de limpeza, de estacionamento, de
consumo de combustíveis e lubrificantes e, inclusive, os de natureza tributária.
No tocante especificamente aos custos anuais de natureza tributária, o mencionado estudo,
para ser considerado correto à luz das normas constitucionais, deveria ter concluído que o
referido Tribunal
a) não incorrerá em despesas tributárias relativamente ao Imposto sobre Propriedade de Ve-
ículos Automotores − IPVA, pois é vedado aos Estados instituir impostos sobre o patrimônio
da União, mas poderá incorrer nessas despesas relativamente às taxas, tais como a taxa de
licenciamento de veículos, pois não é vedada constitucionalmente sua instituição.
b) não incorrerá em despesas tributárias, pois é vedado aos Estados instituir tributos estaduais
sobre o patrimônio, renda ou serviço da União.
c) incorrerá em despesas tributárias, pois é vedado aos Estados, mas não à própria União, nes-
te caso, instituir tributos estaduais sobre o seu próprio patrimônio, atendendo ao princípio do
tratamento isonômico entre contribuintes.
d) não incorrerá em despesas tributárias relativamente às taxas, tais como a taxa de licencia-
mento de veículos, pois é vedado aos Estados instituir taxas sobre o patrimônio da União, mas
incorrerá nessas despesas relativamente ao IPVA, pois não é vedada a instituição de impostos
sobre o patrimônio da União, desde que haja previsão legal nesse sentido.
e) poderá incorrer em despesas tributárias, pois o IPVA e a taxa de licenciamento de veículos
podem ser instituídos, no presente caso, sobre o patrimônio da União, porque são tributos de
competência estadual.

O art. 150, VI, a, destaca que os entes políticos não podem instituir impostos sobre o patrimô-
nio, renda ou serviços uns dos outros, razão pela qual não incidirá IPVA sobre a propriedade
de veículos automotores da União. Ressalte-se, no entanto, que a CF/88 não previu imunidade
recíproca quanto às demais espécies tributárias.
Letra a.

005. (CEBRASPE/PROCURADOR MUNICIPAL DE CAMPO GRANDE/2019) Acerca do dispos-


to pelo Sistema Tributário Nacional, julgue o item seguinte, considerando o entendimento dou-
trinário e jurisprudencial.
As imunidades recíprocas são limitações constitucionais ao poder de tributar e têm status de
cláusulas pétreas.

A imunidade recíproca é sim uma limitação constitucional ao poder de tributar, assim como
todas as imunidades.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 22 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

Entretanto, por decorrer do princípio federativo, essa imunidade também possui status de cláu-
sula pétrea, sendo caracterizada como uma IMUNIDADE ONTOLÓGICA.
Certo.

006. (CEBRASPE/PROC/PGE AM/2016) Considerando os limites ao exercício do poder de


tributar, julgue o item.
A imunidade recíproca beneficia sociedades de economia mista que prestem serviços públi-
cos estatais essenciais e exclusivos, por exemplo, o serviço de saneamento básico, ainda que
tais serviços sejam remunerados por tarifas.

Ainda que a prestadora de serviços cobre tarifas pelos serviços prestados, ela continuará fa-
zendo jus aos benefícios das imunidades tributárias. Note que os serviços públicos são essen-
ciais e exclusivos de Estado. Sendo assim, tais sociedades de economia mista podem cobrar
dos contribuintes uma remuneração, mediante tarifa. Note o julgado:

EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO.


TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA.
SERVIÇO PÚBLICO DE ÁGUA E ESGOTO. APLICABILIDADE. 1. A jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal entende que a sociedade de economia mista prestadora de serviço
público de água e esgoto é abrangida pela imunidade tributária recíproca, nos termos da
alínea “a” do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal.
Precedentes. 2. Agravo regimental desprovido.
(RE 631309 AgR, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Segunda Turma, julgado em 27/03/2012)

Certo.

007. (CEBRASPE/AUD/TCE-RN/2015) Em relação ao instituto da imunidade tributária, julgue


o item a seguir.
Há entendimento do STF segundo o qual é extensível, em alguns casos, a imunidade recíproca
às empresas públicas, sob o argumento central de que elas reinvestem seus ganhos ou lucros
na própria atividade-fim.

Apenas o reinvestimento nas atividades das empresas públicas não garante o direito à imuni-
dade tributária. Para que as empresas públicas tenham acesso às imunidades, é necessário
prestar serviços exclusivos de Estado, isto é, não prestar um serviço de atividade econômica
típica. A imunidade alcançará apenas os impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços. A
questão erra ao falar que o reinvestimento garante a imunidade.
Errado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 23 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

1.7.2. Imunidade dos Templos de Qualquer Culto (Imunidade Religiosa)

Mesmo sendo laico, o Estado Brasileiro assegura, como direito fundamental inserto no art.
5º, VI, o livre exercício dos cultos religiosos e a proteção aos locais de cultos e suas liturgias.
Assim, por opção política, o disposto no art. 150, VI, b veda à união, aos estados, ao DF e
aos municípios a instituição de impostos sobre templos de qualquer culto.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...
b) templos de qualquer culto.

Como se vê, tal imunidade além de genérica é eminentemente subjetiva, política, incondi-
cionada e relacionada aos templos de qualquer culto.

008. (CEBRASPE/AUDITOR DE FINANÇAS E CONTROLE DE ARRECADAÇÃO DA FAZENDA


ESTADUAL/SEFAZ AL/2002/TÉCNICO EM FINANÇAS) Com relação ao direito tributário, jul-
gue o item subsequente.
Somente as religiões reconhecidas pelo Estado fazem jus à imunidade constitucional que
abarca seu patrimônio, sua renda e seus serviços.

A garantia da imunidade religiosa (art. 150, VI,b) decorre do direito fundamental de liberdade
de culto, previsto no art. 5º, VI da CF/88:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasi-
leiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualda-
de, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
...
VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cul-
tos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...
b) templos de qualquer culto;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 24 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

Como o Estado é laico e assegura a liberdade de culto, não pode, ele mesmo, condicionar a
fruição da imunidade ao seu conhecimento, o que poderia embaraçar a própria ideia de liber-
dade de culto, prevista como direito fundamental.
Errado.

De acordo com o magistério de Francisco Leite Duarte, “a tributação do patrimônio, da


renda e dos serviços relacionados às entidades religiosas se constituiria numa política fiscal
incompatível com o direito e garantia individual que é a liberdade do exercício de cultos religio-
sos, razão porque a imunidade estabelecida para os templos de qualquer culto, estabelecida
no art. 150, VI, b, não se resume somente aos prédios destinados ao culto e liturgias (templo),
mas também a todos os impostos incidentes sobre o patrimônio, a renda e serviços relacio-
nados com as finalidades essenciais daquelas entidades, sendo, igualmente uma imunidade
subjetiva”.
Como dito, da redação da CF/88, art. 150, §4º, retira-se que a imunidade compreende ape-
nas o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as atividades essenciais dos tem-
plos de qualquer culto.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas “b” e “c”, compreendem somente o patrimônio, a
renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.

Entretanto, isso não impede a imunidade das rendas obtidas de imóveis alugados, desde
que direcionadas ao financiamento de suas atividades essenciais.
EMENTA: Recurso extraordinário.

2. Imunidade tributária de templos de qualquer culto. Vedação de instituição de impostos


sobre o patrimônio, renda e serviços relacionados com as finalidades essenciais das enti-
dades. Artigo 150, VI, “b” e § 4º, da Constituição.
3. Instituição religiosa. IPTU sobre imóveis de sua propriedade que se encontram aluga-
dos.
4. A imunidade prevista no art. 150, VI, “b”, CF, deve abranger não somente os prédios des-
tinados ao culto, mas, também, o patrimônio, a renda e os serviços “relacionados com as
finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas”. (...)
(RE 325822, Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. GILMAR MENDES,
Tribunal Pleno, julgado em 18/12/2002)

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 25 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

Também nesse ponto o STF acabou adotando uma posição extensiva, ao entender que a
imunidade ali prevista abrangeria os cemitérios que se organizam como extensões das enti-
dades religiosas, desde que se dediquem exclusivamente às atividades funerárias ou religio-
sas e não tenham fim lucrativo.
Por óbvio, se tais entidades objetivarem finalidade lucrativa, afastada estará a benesse.

EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA.


IPTU. ARTIGO 150, VI, “B”, CB/88. CEMITÉRIO. EXTENSÃO DE ENTIDADE DE CUNHO RELI-
GIOSO.
1. Os cemitérios que consubstanciam extensões de entidades de cunho religioso estão
abrangidos pela garantia contemplada no artigo 150 da Constituição do Brasil. Impossi-
bilidade da incidência de IPTU em relação a eles.
...
(RE 578562, Relator(a): Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 21/05/2008)

Há, ainda, caso em que o STF entendeu que se a entidade não professa nenhuma religião,
como é o caso da maçonaria, não atrai a proteção da imunidade.

Ementa: CONSTITUCIONAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. ART.


150, VI, C, DA CARTA FEDERAL. NECESSIDADE DE REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-
-PROBATÓRIO. SÚMULA 279 DO STF. ART. 150, VI, B, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA.
ABRANGÊNCIA DO TERMO “TEMPLOS DE QUALQUER CULTO”. MAÇONARIA. NÃO CONFI-
GURAÇÃO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONHECIDO EM PARTE E, NO QUE CONHECIDO,
DESPROVIDO.
...
III – A imunidade tributária conferida pelo art. 150, VI, b, é restrita aos templos de qual-
quer culto religioso, não se aplicando à maçonaria, em cujas lojas não se professa qual-
quer religião.
...
(RE 562351, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Primeira Turma, julgado em
04/09/2012)

1.7.3. Imunidade dos Partidos Políticos, Sindicatos de Trabalhadores, Entidades


de Educação e Assistência Sem Fins Lucrativos

Estabelecida no art. 150, VI, c, a norma constitucional veda à União, aos estados, ao DF e
aos municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos,

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 26 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de edu-
cação e de assistência, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei. Note:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sin-
dicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos,
atendidos os requisitos da lei.

Como se vê, tal imunidade além de genérica é eminentemente subjetiva, política, condicio-
nada e relacionada aos partidos políticos, suas fundações, às entidades sindicais dos trabalha-
dores e às instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos.
De acordo com o disposto no art. 150, §4º, compreende apenas o patrimônio, a renda e os
serviços quando relacionados com as atividades essenciais das entidades.
Na visão da jurisprudência, tal disposição não afeta a imunidade das entidades desde que,
como mencionado, os recursos obtidos pelas entidades sejam destinados a suas finalidades
essenciais.
É o caso do aluguel de imóvel a particular, inclusive cristalizado em súmula vinculante
em 2015, e aquele obtido com a exploração de serviço de estacionamento em imóvel de ente
abrangido pela imunidade.
Situações que, em uma leitura também extensiva, o Tribunal Maior entende estarem no
campo da imunidade:

SÚMULA VINCULANTE 52: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU
o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da Consti-
tuição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais
tais entidades foram constituídas.

***

EMENTA: IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. ART. 150, VI, C, DA CONSTITUIÇÃO. INSTITUIÇÃO DE


ASSISTÊNCIA SOCIAL. EXIGÊNCIA DE IMPOSTO SOBRE SERVIÇO CALCULADO SOBRE O
PREÇO COBRADO EM ESTACIONAMENTO DE VEÍCULOS NO PÁTIO INTERNO DA ENTI-
DADE.
(...)

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 27 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

Eventual renda obtida pela instituição de assistência social mediante cobrança de esta-
cionamento de veículos em área interna da entidade, destinada ao custeio das ativida-
des desta, está abrangida pela imunidade prevista no dispositivo sob destaque. (...)
(RE 144900, Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO, Primeira Turma, julgado em 22/04/1997)

Note, ademais, que ainda em 2013, o STF também incluiu no campo da imunidade a ma-
nutenção de imóvel vago no patrimônio de entidade beneficiada, pois a constatação de que
um imóvel está vago ou sem edificação não é suficiente, por si só, para destituir a garantia
constitucional da imunidade.

EMENTA Imunidade. Entidade de assistência social. Artigo 150, VI, c, CF. Imóvel vago.
Finalidades essenciais. Presunção. Ônus da prova.
(...)
5. A constatação de que um imóvel está vago ou sem edificação não é suficiente, por si
só, para destituir a garantia constitucional da imunidade. A sua não utilização temporária
deflagra uma neutralidade que não atenta contra os requisitos que autorizam o gozo e a
fruição da imunidade. 6. Recurso extraordinário a que se nega provimento.
(RE 385091, Relator(a):Primeira Turma, julgado em 06/08/2013)

009. (CEBRASPE/ANALISTA JUDICIÁRIO DE PROCURADORIA/PGE PE/2019) À luz da juris-


prudência dos tribunais superiores, julgue o item subsequente, acerca de imunidade e obriga-
ção tributárias.
Partido político perde a imunidade de IPTU sobre imóvel de sua propriedade caso o alugue para
terceiro, ainda que o valor dos aluguéis seja investido, por exemplo, em propaganda partidária.

Nesse caso, o partido não perde a imunidade, pois o aluguel desse imóvel é investido nas pró-
prias atividades do partido. Caso esse recurso fosse aplicado em atividades diversas, que não
estivessem ligadas às atividades do partido, essa imunidade poderia deixar de existir.
Errado.

Não bastasse isso, o STF possui entendimento no qual exonera a incidência, inclusive de
impostos indiretos, se a entidade imune é o contribuinte de direito do tributo.
Nesse caso, houve prevalência da tese extensiva da imunidade, com o fim de preservação,
proteção e estímulo às instituições beneficiadas, em detrimento da igualdade de concorrência
no mercado:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 28 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

O Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao apreciar o RE 210.251 - EDv/SP, fixou enten-


dimento segundo o qual as entidades de assistência social são imunes em relação ao
ICMS incidente sobre a comercialização de bens por elas produzidos, nos termos do art.
150, VI, “c” da Constituição....
(RE 186175 ED-EDv, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Tribunal Pleno, julgado em 23/08/2006)

Recorde que, mesmo quando o ente ou entidade é imune, mas contribuinte de fato, não
gozará da imunidade.

Imunidade do art. 150, VI, c, CF. Entidade beneficente de assistência social. ICMS. Aqui-
sição de insumos e produtos no mercado interno na qualidade de contribuinte de fato.
Beneplácito reconhecido ao contribuinte de direito. Repercussão econômica. Irrelevân-
cia. (...) “A imunidade tributária subjetiva aplica-se a seus beneficiários na posição de
contribuinte de direito, mas não na de simples contribuinte de fato, sendo irrelevante
para a verificação da existência do beneplácito constitucional a repercussão econômica
do tributo envolvido.”

Na operação de importação, entretanto, há confusão entre o contribuinte de direito e o


contribuinte de fato. O STF solucionou tal controvérsia em decisão extensiva, a qual conferiu a
imunidade à entidade beneficente importadora:
Na tributação das operações de importação, o contribuinte por excelência do tributo é o
importador (que tende a ser o adquirente da mercadoria) e não o vendedor. Há confusão entre
as figuras do contribuinte de direito e do contribuinte de fato. Assim, não faz sentido argu-
mentar que a imunidade tributária não se aplica à entidade beneficente de assistência social
nas operações de importação, em razão de a regra constitucional não se prestar à proteção de
terceiros que arquem com o ônus da tributação.
[AI 476.664 AgR, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 6-4-2010, 2ª T, DJE de 7-5-2010.]
Em que pese toda a excepcionalidade das situações estudadas, o principal ponto de con-
trovérsia do dispositivo está na necessidade de regulamentação, por lei, de requisitos para
sua obtenção.
É que, por ser imunidade condicionada, requer para sua fruição plena integração infracons-
titucional por meio de lei.
Como se sabe, a visão do Supremo, no que diz com a reserva de lei complementar, passa
necessariamente pela previsão no texto constitucional de tal espécie normativa, caso que,
como se observa, não ocorre na parte final do dispositivo ora estudado.
Menciona-se no art. 150, VI, c, os requisitos da lei.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 29 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

Por outro lado, quando a Constituição fala em regulamentação de imunidades – como


espécie de limitação ao poder de tributar – exige, expressamente, a norma complementar, de
acordo com o disposto em seu art. 146, II:

Art. 146. Cabe à lei complementar:


...
II – regular as limitações constitucionais ao poder de tributar.

Tendo isso por base, muito se discutiu se as entidades beneficentes deveriam observar
requisitos de lei ordinária ou complementar para fins de obtenção da imunidade.
O nosso Tribunal Constitucional trilhou, no caso, caminho “conciliatório” - nas palavras de
Leandro Paulsen - ao adotar a posição que exige norma complementar no que diz com as
condições materiais para o gozo do benefício e norma ordinária quando apenas tratar de re-
quisitos formais para a constituição e funcionamento de tais entidades.
Superada a questão, resta saber qual é a lei complementar aplicável ao tema da ma-
terialidade.
Com efeito, na inexistência de norma complementar específica, adotaram-se as regula-
ções do Código Tributário Nacional que, como se sabe, foi recepcionado pela ordem de 1988
com estatura de lei complementar.
Note, outrossim, os requisitos do Código para a fruição da imunidade:

Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes
requisitos pelas entidades nele referidas:
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título;
II – aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institu-
cionais;
III – manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades ca-
pazes de assegurar sua exatidão.
§ 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do artigo 9º, a autoridade compe-
tente pode suspender a aplicação do benefício.
§ 2º Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do artigo 9º são exclusivamente, os direta-
mente relacionados com os objetivos institucionais das entidades de que trata este artigo, previstos
nos respectivos estatutos ou atos constitutivos.

Por derradeiro, convém enfrentar ainda a situação das entidades fechadas de previdência
complementar. Com efeito, a imunidade conferida às instituições de assistência social, sem
fins lucrativos, não alcança todas as entidades privadas de previdência social.
Para que o ponto fique claro, é importante entender a distinção entre Seguridade Social e
Previdência Social. A Seguridade Social é termo mais amplo que abarca não só a previdência
social, mas também a assistência social e a saúde.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 30 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

Como se vê, o artigo 150, VI, c da Constituição apenas menciona, para fins de imunidade,
as entidades de assistência social. Note que são conceitos distintos.
Até por isso, o STF entende que, regra geral, as entidades de previdência social não estão
abrangidas pela imunidade ali explicitada, mantendo posição delimitada anteriormente à pro-
mulgação da Constituição de 1988:

- Entidade de previdência privada. Sendo mantida por expressiva contribuição dos empre-
gados, ao lado da satisfeita pelos patrocinadores, não lhe assiste o direito ao reconhe-
cimento da imunidade tributária, prevista no art. 19, III, “c”, da Constituição de 1967, visto
não se caracterizar, então, como instituição de assistência social. Recurso extraordinário
de que, por maioria, não se conhece.
(RE 136332, Relator(a): Min. OCTAVIO GALLOTTI, Primeira Turma, julgado em 24/11/1992)

Reavaliando a disciplina com base na Lei Maior vigente, o Supremo manteve o entendimen-
to anterior, mas com uma exceção: igualou as entidades fechadas de previdência complemen-
tar privada às entidades de assistência social quando cobertos alguns requisitos que as equi-
parariam, quais sejam, 1) finalidade não lucrativa; 2) sem qualquer contribuição do empregado.
Note o seguinte julgado e a súmula 730 do STF:

IMUNIDADE - ENTIDADE FECHADA DE PREVIDÊNCIA PRIVADA.


Na dicção da ilustrada maioria, entendimento em relação ao qual guardo reservas, o fato
de mostrar-se onerosa a participação dos beneficiários do plano de previdência privada
afasta a imunidade prevista na alínea “c” do inciso VI do artigo 150 da Constituição
Federal. Incide o dispositivo constitucional, quando os beneficiários não contribuem e a
mantenedora arca com todos os ônus. (..)
(RE 259756, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 28/11/2001)
Súmula 730
A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos
pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição, somente alcança as entidades fechadas de previ-
dência social privada se não houver contribuição dos beneficiários.

010. (CEBRASPE/ANALISTA JUDICIÁRIO DE PROCURADORIA/PGE PE/2019) À luz da juris-


prudência dos tribunais superiores, julgue o item subsequente, acerca de imunidade e obriga-
ção tributárias.
A imunidade tributária das instituições de assistência social sem fins lucrativos está condicio-
nada à inexistência de contribuição por parte de seus beneficiários.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 31 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

A questão cobra o entendimento do STF, que diz que essas instituições só gozarão da imunida-
de tributária quando os beneficiários não precisarem pagar nenhuma contribuição para terem
acesso aos serviços.
Certo.

1.7.4. Imunidade dos Livros, Jornais e Periódicos (Imunidade Cultural)

Imunidade estabelecida no art. 150, VI, d, CF/88 define que é vedado à União, aos Estados,
ao DF e aos Municípios instituir impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado
à sua impressão.
Como se vê, tal imunidade além de genérica é eminentemente objetiva, política, incondi-
cionada e relacionada aos livros, jornais, periódicos e papel destinado à sua impressão.
A base valorativa de tal imunidade política é a proteção da livre manifestação do pensa-
mento e da expressão da atividade intelectual, artística e científica; da livre comunicação e do
acesso à informação, todos direitos fundamentais elencados no art. 5º da Constituição Federal.
Por estar classificada como imunidade objetiva, não se cobra o imposto em face de ope-
rações realizadas com seus objetos, como em uma saída de livros. Aí não irá incidir o ICMS.
Inobstante isso, poderá existir tributação por meio do imposto de renda para a editora res-
ponsável pelo ato anterior que estava ao abrigo da imunidade, pois este incide sobre a pessoa,
e não sobre o objeto.

EMENTA: TRIBUTÁRIO. ANISTIA DO ART. 150, VI, D, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. IPMF.


EMPRESA DEDICADA À EDIÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE LIVROS, JOR-
NAIS, REVISTAS E PERIÓDICOS. Imunidade que contempla, exclusivamente, veículos de
comunicação e informação escrita, e o papel destinado a sua impressão, sendo, por-
tanto, de natureza objetiva, razão pela qual não se estende às editoras, autores, empre-
sas jornalísticas ou de publicidade -- que permanecem sujeitas à tributação pelas recei-
tas e pelos lucros auferidos. (...)
(RE 206774, Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO, Primeira Turma, julgado em 03/08/1999)

Ademais, como está o objeto abrangido pela imunidade, não pode o intérprete restringir a
sua aplicação em face de qualquer valoração de seu conteúdo. Nesse passo, tanto álbuns de
figurinhas quanto as apostilas também estão abarcadas pelo instituto.

CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE. ART. 150, VI, “D” DA CF/88. “ÁLBUM DE


FIGURINHAS”. ADMISSIBILIDADE.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 32 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

(...)
2. O Constituinte, ao instituir esta benesse, não fez ressalvas quanto ao valor artístico ou
didático, à relevância das informações divulgadas ou à qualidade cultural de uma publi-
cação.
3. Não cabe ao aplicador da norma constitucional em tela afastar este benefício fiscal
instituído para proteger direito tão importante ao exercício da democracia, por força de
um juízo subjetivo acerca da qualidade cultural ou do valor pedagógico de uma publica-
ção destinada ao público infanto-juvenil.
(...)
(RE 221239, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Segunda Turma, julgado em 25/05/2004)
***
IMUNIDADE - IMPOSTOS - LIVROS, JORNAIS, PERIÓDICOS E PAPEL DESTINADO À
IMPRESSÃO - APOSTILAS.
O preceito da alínea “d” do inciso VI do artigo 150 da Carta da República alcança as cha-
madas apostilas, veículo de transmissão de cultura simplificado.
(RE 183403, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Segunda Turma, julgado em 07/11/2000)

Mais do que isso. O STF entende também que listas telefônicas, por “sua inegável utilidade
pública”, estão também ao abrigo da proteção constitucional.

TRIBUTÁRIO. MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. EXIGÊNCIA DE IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS


(ISS) SOBRE A EDITORAÇÃO, COMERCIALIZAÇÃO, PRODUÇÃO INDUSTRIAL E DISTRIBUI-
ÇÃO DE LISTAS TELEFONICAS. INQUINADA OFENSA AO ART. 19, III, D, DA CARTA DE
1969.
Orientação jurisprudencial do STF, no sentido de que não estão excluídos da imunidade
constitucional as publicações “que cuidam de informações genéricas ou especificas,
sem caráter noticioso, discursivo, literário, poético ou filosófico, mas de inegável utilidade
pública, como e o caso das listas telefônicas”.
(...)
(RE 134071, Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO, Primeira Turma, julgado em 15/09/1992)

Decorre também da redação constitucional a imunidade ao papel destinado à impres-


são dos livros, jornais e periódicos. Nesse quesito, o STF não tem vazado julgamentos tão
extensivos.
Aqui a regra é a limitação da benesse apenas ao papel e aos materiais a ele relacionados,
como os filmes e papéis fotográficos necessários à impressão de jornais e periódicos.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 33 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

O ponto de partida dessa interpretação é a expressa menção apenas ao papel no disposi-


tivo constitucional.
De qualquer forma, ainda assim, o STF entendeu que há certa abrangência no que diz com
os insumos assimiláveis ao papel, com exceção da “tinta para jornal”.
Note a redação da súmula 657:

SÚMULA 657, STF: A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da Constituição Federal abrange
os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos.

Houve certa divergência, por um tempo, nos julgados do Supremo Tribunal Federal, se a in-
terpretação do dispositivo que prevê imunidade a livros, jornais e periódicos deveria ser restriti-
va ou extensiva, já tendo, inclusive, a Corte Maior reconhecido a imunidade para equipamentos
de preparo e acabamento de chapas de impressão offset para jornais.
Atualmente, o posicionamento do STF é de que a interpretação do 150, VI, d, deve mesmo
ser restritiva, conforme se depreende da ementa do julgamento do AI 735.816 AgR:

Ementa: AGRAVO INTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA


PREVISTA NO ART. 150, VI, “D”, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. INTERPRETAÇÃO AMPLA
E IRRESTRITA. INVIABILIDADE. INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA SOBRE IMPORTAÇÃO DE TINTA
E CHAPAS DE GRAVAÇÃO DESTINADAS À PUBLICAÇÃO DE JORNAL. POSSIBILIDADE.
(...)
2. Inexiste imunidade relativa a tributos incidentes sobre a importação de tintas e chapas
de gravação destinadas à publicação de jornal.
(...)
(AI 735816 AgR, Relator(a): Min. ALEXANDRE DE MORAES, Primeira Turma, julgado em
23/03/2018)

Em consonância com a visão teleológica da norma imunizatória, reconhece o STF que a


imunidade dos livros, jornais e períodos alcança os suportes exclusivos para a leitura e ar-
mazenamento de livros eletrônicos, como o CD e o e-reader. Note a redação da ementa do
RE 330.817:

EMENTA Recurso extraordinário. Repercussão geral. Tributário. Imunidade objetiva cons-


tante do art. 150, VI, d, da CF/88. Teleologia multifacetada. Aplicabilidade. Livro eletrô-
nico ou digital. Suportes. Interpretação evolutiva. Avanços tecnológicos, sociais e cultu-
rais. Projeção. Aparelhos leitores de livros eletrônicos (ou e-readers).
(...)

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 34 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

4. O art. 150, VI, d, da Constituição não se refere apenas ao método gutenberguiano de


produção de livros, jornais e periódicos. O vocábulo “papel” não é, do mesmo modo,
essencial ao conceito desses bens finais. O suporte das publicações é apenas o con-
tinente (corpus mechanicum) que abrange o conteúdo (corpus misticum) das obras. O
corpo mecânico não é o essencial ou o condicionante para o gozo da imunidade, pois a
variedade de tipos de suporte (tangível ou intangível) que um livro pode ter aponta para
a direção de que ele só pode ser considerado como elemento acidental no conceito de
livro. A imunidade de que trata o art. 150, VI, d, da Constituição, portanto, alcança o livro
digital (e-book).
5. É dispensável para o enquadramento do livro na imunidade em questão que seu desti-
natário (consumidor) tenha necessariamente que passar sua visão pelo texto e decifrar
os signos da escrita. Quero dizer que a imunidade alcança o denominado “audio book”, ou
audiolivro (livros gravados em áudio, seja no suporte CD-Rom, seja em qualquer outro).
6. A teleologia da regra de imunidade igualmente alcança os aparelhos leitores de livros
eletrônicos (ou e-readers) confeccionados exclusivamente para esse fim, ainda que,
eventualmente, estejam equipados com funcionalidades acessórias ou rudimentares
que auxiliam a leitura digital, tais como dicionário de sinônimos, marcadores, escolha
do tipo e do tamanho da fonte etc. Esse entendimento não é aplicável aos aparelhos
multifuncionais, como tablets, smartphone e laptops, os quais vão muito além de meros
equipamentos utilizados para a leitura de livros digitais.
7. O CD-Rom é apenas um corpo mecânico ou suporte. Aquilo que está nele fixado (seu
conteúdo textual) é o livro. Tanto o suporte (o CD-Rom) quanto o livro (conteúdo) estão
abarcados pela imunidade da alínea d do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal.
(...)
(RE 330817, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 08/03/2017)

Perceba que no julgado destacou-se que esse entendimento não é aplicável aos aparelhos
multifuncionais, como tablets, smartphone e laptops, por entender que vão muito além de me-
ros equipamentos utilizados para a leitura de livros digitais.
Para fins de concurso é MUITO importante fixar as teses delimitadas pela Corte Maior:

1) RE 330817: “A imunidade tributária constante do artigo 150, VI, “d”, da Consti-


tuição Federal, aplica-se ao livro eletrônico (e-book), inclusive aos suportes exclusiva-
mente utilizados para fixá-lo.”
2) RE 595676 “A imunidade tributária da alínea “d” do inciso VI do artigo 150 da
Constituição Federal alcança componentes eletrônicos destinados exclusivamente a
integrar unidades didáticas com fascículos”.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 35 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

Por fim, ainda em 2020, a tese relacionada no RE 330.817 acabou por ser base para a pu-
blicação da súmula vinculante número 57:
SÚMULA VINCULANTE 57
A imunidade tributária constante do art. 150, VI, d, da CF/88 aplica-se à importação e co-
mercialização, no mercado interno, do livro eletrônico (e-book) e dos suportes exclusivamente
utilizados para fixá-los, como leitores de livros eletrônicos (e-readers), ainda que possuam fun-
cionalidades acessórias.

011. (CEBRASPE/ERSPT/ANATEL/DIREITO/2014) Acerca das limitações constitucionais ao


poder de tributar, das imunidades, das contribuições de intervenção no domínio econômico e
do ICMS, julgue o item subsequente.
Segundo o STF, a imunidade tributária sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua
impressão alcança álbum de figurinhas e os respectivos cromos adesivos, já que o constituinte
não fez distinção de conteúdo, valor artístico ou didático das informações.

Isso mesmo, esse tipo de matéria tem imunidade tributária relacionada aos impostos. Para o
legislador, pouco importa o valor artístico ou didático, isto é, não há relevância quanto à quali-
dade cultural, mas sim ao fato concreto que enseja a imunização.
Certo.

012. (CEBRASPE/PCF/PF/ÁREA 1/SEM ESPECIALIDADE/2004) No que se refere à imunida-


de tributária, julgue o item subsequente.
A imunidade concedida aos livros pela Constituição Federal não abrange as listas telefônicas,
já que os fins estabelecidos para a proibição de cobrança de tributos visam à disseminação
da cultura.

Pelo contrário, as listas telefônicas gozam do referido benefício. A Constituição prevê a imuni-
dade para os livros, e por terem sido utilizados em um termo amplo e não ter sido feita nenhu-
ma distinção de tais materiais, as listas telefônicas se enquadram nesse contexto, recebendo
assim, a imunidade. Inclusive esse é o entendimento do Supremo Tribunal Federal.
Errado.

1.7.5. Imunidade das Obras Musicais e Literomusicais

Essa é uma inovação trazida pela Emenda Constitucional n. 75/2013. A referida EC introdu-
ziu no texto constitucional a alínea “e” ao inciso VI do art. 150:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 36 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:...
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou litero-
musicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como
os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial
de mídias ópticas de leitura a laser.

A norma estabelece que não poderão incidir impostos sobre determinados tipos de fono-
gramas ou videofonogramas musicais produzidos no Brasil.
Perceba que a referida imunidade só se refere a impostos. E mais, ela somente vale para
impostos relativos à comercialização ou produção dos discos, como IPI, ICMS e ISS. Portanto,
as gravadoras não estão imunes ao IR, IPVA, IPTU, taxas, contribuições etc.
Apesar de na Lei Complementar 116/2003 (Lista de Serviços sujeitos ao ISS), constar como
passível de cobrança do ISS as atividades descritas em seu item 13.02 - “Fonografia ou grava-
ção de sons, inclusive trucagem, dublagem, mixagem e congêneres”, a partir da EC 75/2013,
quem executa essas atividades de produção não está mais obrigado ao recolhimento do ISS.
Salientamos que fonograma é todo som reproduzido em CD, DVD ou nas antigas fitas-cas-
sete. Já o videofonograma é quando há ao mesmo tempo som e imagem, como filmes em
DVD, blu-ray ou fitas VHS.
A imunidade abrange somente obras musicais ou literomusicais (músicas com letra), logo,
não abrange um CD/DVD de um curso, documentário ou recitação de poesias, por exemplo.
Organizando os requisitos, temos que serão imunes:

IMUNIDADE MUSICAL
Fonogramas Videofonogramas Musicais

Produzidos no Brasil

obras musicais ou literomusicais de obras musicais ou literomusicais em geral


autores brasileiros interpretadas por autores brasileiros

salvo na replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.

Como se vê, tal imunidade além de genérica é eminentemente mista, política, incondicio-
nada e relacionada a fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 37 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por
artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham.
Há que se ressaltar que a norma imunizante é considerada mista por parte relevante da
doutrina concurseira, em especial Ricardo Alexandre, mas que existem vozes divergentes –
como a de Eduardo Sabbag - que a consideram apenas objetiva com interessantes argumentos:

Nesse passo, é fácil perceber que a imunidade musical é objetiva, e não subjetiva, significando que
apenas os objetos afetos à arte musical (fonogramas e videofonogramas; CDs e DVDs) serão prote-
gidos e não as próprias pessoas responsáveis pela produção dessa arte (v.g., os artistas e grupos
musicais).

Por ser norma relativamente recente no sistema constitucional, não há manifestação so-
bre o tema dos tribunais superiores, estando pendente de julgamento desde 2014 a ADI 5.058
interposta pelo estado do Amazonas que alega ser inconstitucional a instituição de tal imuni-
dade. Ressalte-se que existe manifestação de improcedência nos autos exarada pelo Ministé-
rio Público.
De qualquer forma, algumas ideias são consensuais: é vedada a instituição de impostos
sobre fonogramas ou videofonogramas musicais contendo obras musicais ou literomusicais
de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros, desde que
produzidas no Brasil, independente do meio de propagação.
Assim, tanto CDs, DVDs, cassetes ou até o disco em vinil estão protegidos pela imunidade,
desde que contenham músicas.
No caso dos arquivos digitais (transferência eletrônica de dados) houve certa celeuma,
mas atualmente a doutrina entende que também nesses casos não poderá haver a incidência
de impostos. Logo, serão imunes as músicas obtidas por meio do Spotify, por exemplo.
Ponto importante para se salientar é a necessária observância da produção da obra se
dar no território nacional, sendo as obras nacionais ou estrangeiras interpretadas por autores
nacionais.
Ainda, é crucial entender a parte final do dispositivo, que exclui do âmbito da imunidade a
replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
Logo, quando da produção pela indústria de CD ou DVD virgem, haverá a incidência normal.
Note que no caso do VHS, vinil ou fitas cassetes, não há essa exceção.
Para não confundirmos quais impostos incidem em cada etapa de produção de um CD,
DVD ou Blu-ray musical, vejamos o que dizem Alexandre Meirelles e Daniel Petitinga na obra
“Manual de Legislação Tributária Estadual”, Ed. Juspodivm, pg. 191:

Para entendermos essa forma de imunidade, antes devemos compreender esse segmento do mer-
cado. Inicialmente (primeira etapa), o artista vai a um estúdio musical gravar seu fonograma (ape-
nas som) ou seu videofonograma (som e imagem). Em seguida (segunda etapa), grava-se a obra
musical no meio que será utilizado (CD, DVD ou Blu-Ray). Assim, por exemplo, o CD que estava

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 38 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas
virgem, após essa gravação, conterá o fonograma a ser reproduzido. Por fim, parte-se para a terceira
etapa, que é a distribuição e revenda do material gravado para o consumidor final.
Antes da EC 75/2013, na primeira etapa incidia ISS, na segunda havia a incidência do ICMS e do IPI
e na terceira etapa era permitida a cobrança do ICMS. Após a referida Emenda Constitucional, não
há mais a incidência do ISS sobre a primeira etapa e ICMS sobre a terceira etapa.
E na segunda etapa, há incidência do ICMS e do IPI? Sim, afinal a alínea é clara na expressão: “salvo
na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser”, que nada mais é que a segun-
da etapa mencionada. Quando a fábrica vende ou remete para as revendedoras o produto resultante
da sua industrialização (CDs, DVDs e Blu-Rays), há incidência normalmente. Já a venda da revende-
dora para o consumidor final é imune.”

013. (FCC/TCE-PE/AUDITOR FISCAL DE CONTROLE EXTERNO/2014) Paulo, de naciona-


lidade argentina, Antonio, de nacionalidade paraguaia, Mário, de nacionalidade espanhola, e
Eduardo, de nacionalidade peruana, todos residentes no Brasil, formam um grupo musical, que
compõe e executa melodias brasileiras e estrangeiras. Apresentam-se em todos os Estados
brasileiros.
Seu trabalho musical é divulgado de diversas maneiras: apresentações públicas em programas
televisivos, espetáculos abertos ao público em geral, com entrada gratuita, e comercialização
de CDs e DVDs de suas apresentações.
(1) O último DVD desse quarteto, com canções folclóricas andinas, cujas letras e melodias
foram criadas por autores bolivianos residentes no Brasil, foi produzido nos Estados Unidos.
(2) Antes de Antonio juntar-se ao grupo, Paulo, Mário e Eduardo formaram um trio que chegou
até a produzir, no Rio Grande do Sul, um CD com melodias de autoria de artistas gaúchos e
letras criadas por artistas uruguaios.
(3) Recentemente, o quarteto produziu, no Piauí, um DVD com canções, cujas melodias foram
compostas por autores brasileiros, mas as letras foram compostas por autores paraguaios.
(4) Antonio produziu um CD, solo, instrumental, na Itália, interpretando apenas melodias (sem
letra) compostas por autores piauienses.
Com base nas afirmações acima e no que dispõe a Constituição Federal a respeito de imunida-
des tributárias, são abrangidas por essas imunidades APENAS as situações de números
a) 2 e 4.
b) 1 e 4.
c) 1 e 2.
d) 2 e 3.
e) 3 e 4.

Imunidade musical prevista no art. 150, VI, e, CF/88:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 39 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou litero-
musicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como
os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial
de mídias ópticas de leitura a laser. (Incluída pela Emenda Constitucional n. 75, de 15.10.2013)
Assim, as situações 2 e 3 são imunes. Veja que tanto as letras como as melodias são benefi-
ciadas pela imunidade musical. As situações 1 e 4 não são imunes porque foram CDs e DVDs
produzidos no exterior.
Letra d.

014. (CEBRASPE/ASS JUR/TCE-RN/TÉCNICO JURÍDICO/2015) Com relação às imunidades


tributárias, julgue o item seguinte.
Os fonogramas musicais produzidos no Brasil, contendo obras musicais ou literomusicais de
autores brasileiros, salvo na etapa de replicação industrial de mídias óticas de leitura a laser,
são imunes às contribuições de intervenção econômica e aos impostos em geral, mas não às
contribuições para a seguridade social, como as contribuições previdenciárias.

O erro da questão está em afirmar que o conteúdo fonográfico terá imunidade sobre as contri-
buições de intervenção econômica. A imunidade será apenas sobre os impostos, como deter-
mina a Constituição Federal em seu art. 150, inciso VI, alínea “e”.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou litero-
musicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como
os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial
de mídias ópticas de leitura a laser. (Incluída pela Emenda Constitucional n. 75, de 15.10.2013)
Errado.

1.8. Imunidades Específicas


Sobre o tema em questão, convém apenas apontar no quadro resumo as diversas imunida-
des tratadas pela Constituição Federal.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 40 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

De qualquer forma é preciso estar ciente de que mesmo quando a Constituição menciona
“isenção”, “não incidência” e outros termos similares, diante da desoneração constitucional
temos que classificá-la como imunidade.

Base Constitucional Imunidade Tributo alcançado

a) o direito de petição aos Poderes


Públicos em defesa de direitos ou
contra ilegalidade ou abuso de
poder;
Art. 5º, XXXIV Taxas
b) a obtenção de certidões em
repartições públicas, para defesa
de direitos e esclarecimento de
situações de interesse pessoal.

Ação Popular, salvo comprovada Custas judiciais, com


Art. 5º, LXXIII
má-fé. natureza de taxa.

a) o registro civil de nascimento


para os reconhecidamente
Emolumentos, com
Art. 5º, LXXVI pobres.
natureza de taxa.
b) a certidão de óbito para os
reconhecidamente pobres.

Ações de habeas corpus e habeas


Custas judiciais e
data, e, na forma da lei, os atos
Art. 5º, LXXVII emolumentos, com
necessários ao exercício da
natureza de taxas.
cidadania.

Contribuições sociais
Receitas decorrentes de
Art. 149, §2º, I e de intervenção no
exportação.
domínio econômico

Exportação de produtos
Art. 153, §3º, III IPI
industrializados.

Pequenas glebas rurais, assim


definidas em lei, desde que
Art. 153, §4º, II ITR
exploradas pelo proprietário e
que este não possua outro imóvel.

Ouro, quando definido em


Todos os Tributos salvo
Art. 153, §5º lei como ativo financeiro ou
IOF e a extinta CPMF
instrumento cambial.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 41 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

Base Constitucional Imunidade Tributo alcançado

a) sobre operações que destinem


mercadorias para o exterior,
nem sobre serviços prestados
a destinatários no exterior,
assegurada a manutenção e o
aproveitamento do montante do
imposto cobrado nas operações e
prestações anteriores;
b) sobre operações que destinem a
outros Estados petróleo, inclusive
Art. 155, §2º, X ICMS
lubrificantes, combustíveis líquidos
e gasosos dele derivados, e energia
elétrica;
c) sobre o ouro, nas hipóteses
definidas no art. 153, § 5º;
d) nas prestações de serviço de
comunicação nas modalidades
de radiodifusão sonora e de sons
e imagens de recepção livre e
gratuita.

a transmissão de bens ou direitos


incorporados ao patrimônio de
pessoa jurídica em realização de
capital, nem sobre a transmissão
de bens ou direitos decorrente
de fusão, incorporação, cisão
Art. 156, §2º, I ITBI
ou extinção de pessoa jurídica,
salvo se, nesses casos, a atividade
preponderante do adquirente for
a compra e venda desses bens ou
direitos, locação de bens imóveis
ou arrendamento mercantil.

operações de transferência de
Art. 184, §5º imóveis desapropriados para fins Impostos
de reforma agrária.

aposentadoria e pensão
Contribuição
Art. 195, II concedidas pelo regime geral de
previdenciária
previdência social .

entidades beneficentes de Contribuições para


Art. 195, §7º assistência social que atendam às o financiamento da
exigências estabelecidas em lei. seguridade social

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 42 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

Base Constitucional Imunidade Tributo alcançado

Art. 226, §1º Celebração do Casamento Civil Taxa

2. Jurisprudência Selecionada
Os temas estudados nesta aula geraram posições dos tribunais superiores que são im-
portantes para fins de prova. Vamos repassar as principais súmulas do STF e do STJ sobre
o tema imunidades. Entretanto, tendo em conta que nesse tópico da disciplina a cobrança é
muito voltada aos entendimentos jurisprudenciais, optamos por colocar de forma intensa os
julgados respectivos no decorrer das explicações da matéria e não na parte direcionada à ju-
risprudência.
Súmula vinculante 52 - STF: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU
o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição
Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais enti-
dades foram constituídas.
Súmula vinculante 57 - STF: A imunidade tributária constante do art. 150, VI, d, da CF/88
aplica-se à importação e comercialização, no mercado interno, do livro eletrônico (e-book)
e dos suportes exclusivamente utilizados para fixá-los, como leitores de livros eletrônicos
(e-readers), ainda que possuam funcionalidades acessórias.

Súmula 75 - STF: Sendo vendedora uma autarquia, a sua imunidade fiscal não compre-
ende o imposto de transmissão inter vivos, que é encargo do comprador.
Súmula 583 - STF: Promitente comprador de imóvel residencial transcrito em nome de
autarquia é contribuinte do imposto predial territorial urbano.

Súmula 657 - STF: A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da Constituição Federal abran-
ge os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos.
Súmula 730 - STF: A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social
sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, c, da Constituição, somente alcança as entidades fecha-
das de previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários.
Súmula 612 - STJ - O certificado de entidade beneficente de assistência social (CEBAS),
no prazo de sua validade, possui natureza declaratória para fins tributários, retroagindo seus
efeitos à data em que demonstrado o cumprimento dos requisitos estabelecidos por lei com-
plementar para a fruição da imunidade.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 43 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

3. Doutrina
A imunidade musical possui característica objetiva, pois afeta apenas os objetos relacionados à
música, a saber, o ICMS, entre outros. Aqueles tributos incidentes sobre a gravadora (IPTU, IPVA,
Taxas, Contribuições) continuarão a existir normalmente, porquanto a norma imunizante é clara
ao desonerar apenas as obras musicais e os objetos afetos a ela (Eduardo Sabbag, em Manual de
Direito Tributário, 9ª Edição, página 412, Saraiva Jur Editora).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 44 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

RESUMO
Imunidades Tributárias

Por traçar esses limites à competência tributária, as imunidades são espécies de limita-
ções constitucionais ao poder de tributar, ao lado dos princípios.

Distinções entre os Institutos da Isenção, da Não Incidência Simples e da Imu-


nidade

A principal diferença entre a não incidência simples e a imunidade é que aquela pode, a
qualquer momento, passar ao campo da incidência tributária, inclusive por meio de normas
legais, e esta não. Já a isenção, diferentemente, corresponde a uma dispensa legal do paga-
mento do tributo

IMUNIDADE NÃO INCIDÊNCIA ISENÇÃO

Não há fato gerador Não há fato gerador Há fato gerador

Nasce a obrigação
Não nasce a obrigação Não nasce a obrigação tributária, mas lei isentiva
tributária tributária prevê que o crédito não
será constituído

Não há possibilidade A situação pode vir


Há o exercício da
de ser objeto de a sofrer incidência
competência tributária
competência tributária tributária

Prevista na CF/88 - Prevista em lei

Imunidades quanto ao Destinatário

É objetiva a imunidade que se aplica a determinados bens, rendas ou serviços. Na imuni-


dade objetiva não importa quem é o sujeito. Neste tipo de imunidade, a competência do ente
tributante é afastada em face do objeto a ser tributado.

Imunidades quanto à Origem

Se necessariamente decorrentes de princípios constitucionais, as imunidades são classi-


ficadas como ontológicas.
Se, por outro lado, as imunidades são instituídas para proteger determinado princípio, se-
rão consideradas imunidades políticas, razão pela qual a doutrina considera as imunidades

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 45 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

dos templos de qualquer culto, das entidades sindicais de trabalhadores, entre outras, nesta
categoria.

Imunidades quanto à Dependência de Norma para lhe Dar Completude

As imunidades são classificadas nesse ponto, segundo a doutrina tradicional, como con-
dicionadas quando necessitam de lei integrativa infraconstitucional para fruição de alguns de
seus aspectos ou incondicionadas quando autoaplicáveis, sem nenhuma necessidade de lei
para sua total implementação.

Imunidades quanto ao Alcance

Imunidades podem ser, quanto ao alcance ou amplitude, caracterizadas como genéricas


ou gerais e específicas ou tópicas.
As denominadas genéricas – que se aplicam não só a todos os impostos sobre o patrimô-
nio, renda e serviço como também a todos os entes político.
As imunidades específicas, por sua vez, como a própria classificação informa, relacionam-
-se apenas a um ente político ou a um tributo.

Imunidades Genéricas do Art. 150, VI da CF/88


• Imunidade Tributária Recíproca

De acordo com o disposto no art. 150, VI, a, da Constituição Federal é vedado à União, aos
Estados, ao DF e aos Municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços uns
dos outros.
Tal imunidade, como se vê, além de genérica é eminentemente subjetiva, ontológica, incon-
dicionada e relacionada aos Entes Políticos da Federação.
Mas não só os entes políticos gozam da referida proteção.
Assim, autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, estão ao abrigo
da norma imunizante no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados às
suas finalidades essenciais ou às dela decorrentes.
É importante ter em mente algumas decisões do STF que, a despeito da literal redação
constitucional, estendeu as benesses da imunidade tributária recíproca a outras entidades da
administração pública indireta, em especial às empresas públicas e excepcionalmente às So-
ciedades de Economia Mista.
• Imunidade dos Templos de qualquer Culto (Imunidade Religiosa)

Mesmo sendo laico, o estado brasileiro assegura, como direito fundamental inserto art. 5º,
VI, o livre exercício dos cultos religiosos e a proteção aos locais de cultos e suas liturgias.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 46 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

Como se vê, tal imunidade além de genérica é eminentemente subjetiva, política, incondi-
cionada e relacionada aos templos de qualquer culto.
• Imunidade dos Partidos Políticos, Sindicatos de Trabalhadores, Entidades de Educação
e Assistência Sem Fins Lucrativos

Estabelecida no art. 150, VI, c, a norma constitucional veda à União, aos Estados, ao DF e
aos Municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos,
inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de edu-
cação e de assistência, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei. Note:
Como se vê, tal imunidade além de genérica é eminentemente subjetiva, política, condicio-
nada e relacionada aos partidos políticos, suas fundações, às entidades sindicais dos trabalha-
dores e às instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos.
Situações que, em uma leitura também extensiva, o Tribunal Maior entende estarem no
campo da imunidade:

SÚMULA VINCULANTE 52: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU
o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da Consti-
tuição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais
tais entidades foram constituídas.
***

• Imunidade dos Livros Jornais e Periódicos (Imunidade Cultural)

Imunidade estabelecida no art. 150, VI, d, CF/88 define que é vedado à União, aos Estados,
ao DF e aos Municípios instituir impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado
à sua impressão.
Como se vê, tal imunidade além de genérica é eminentemente objetiva, política, incondi-
cionada e relacionada aos livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão.
De qualquer forma, ainda assim, o STF entendeu há certa abrangência no que diz com os
insumos assimiláveis ao papel, com exceção da “tinta para jornal”.

SÚMULA 657, STF: A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da Constituição Federal abrange os
filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos.

Em consonância com a visão teleológica da norma imunizatória, reconhece o STF que a


imunidade dos livros, jornais e períodos alcança os suportes exclusivos para a leitura e arma-
zenamento de livros eletrônicos, como o CD e o e-reader.
SÚMULA VINCULANTE 57

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 47 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

A imunidade tributária constante do art. 150, VI, d, da CF/88 aplica-se à importação e co-
mercialização, no mercado interno, do livro eletrônico (e-book) e dos suportes exclusivamente
utilizados para fixá-los, como leitores de livros eletrônicos (e-readers), ainda que possuam fun-
cionalidades acessórias.
• Imunidade das Obras Musicais e Literomusicais

A norma estabelece que não poderão incidir impostos sobre determinados tipos de fono-
gramas ou videofonogramas musicais produzidos no Brasil. Organizando os requisitos temos
que serão imunes:

IMUNIDADE MUSICAL
Fonogramas Videofonogramas Musicais

Produzidos no Brasil

obras musicais ou literomusicais de obras musicais ou literomusicais em geral


autores brasileiros interpretadas por autores brasileiros

salvo na replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 48 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

QUESTÕES DE CONCURSO
Questões FGV

001. (FGV/AUDITOR FISCAL/SEFAZ-ES/2021) O Estado X não vem recolhendo a taxa muni-


cipal de coleta de lixo domiciliar quanto a um terreno em que pretende construir, no futuro, o
novo prédio-sede da Secretaria Estadual de Fazenda.
Em razão disto, teve o débito inscrito em dívida ativa e contra ele foi promovida a execução
para cobrança dos valores não pagos. Diante desse cenário, assinale a afirmativa correta.
a) O Estado X goza de imunidade recíproca, não podendo ser cobrado por tal dívida.
b) A imunidade tributária recíproca não se aplica à hipótese, por se tratar de terreno ainda não
vinculado a uma finalidade pública.
c) A imunidade tributária recíproca não se aplica a taxas.
d) A taxa municipal de coleta de lixo domiciliar é inconstitucional, por tomar como base de
cálculo a metragem do imóvel.
e) A taxa municipal de coleta de lixo domiciliar é inconstitucional, pelo fato de o serviço pres-
tado ou posto à disposição, não ser específico e divisível.

002. (FGV/JUIZ SUBSTITUTO/TJ-PR/2021) Lei ordinária do Estado X, acompanhada de esti-


mativa de impacto orçamentário e financeiro, proibiu a cobrança de ICMS nas contas de ener-
gia elétrica fornecida a templos de qualquer culto, desde que o imóvel esteja comprovadamen-
te na propriedade ou posse da entidade religiosa e seja usado para a prática religiosa.
Diante desse cenário e à luz do entendimento do Supremo Tribunal Federal, é correto afirmar que:
a) tal benefício quanto ao ICMS necessita de autorização por convênio do Conselho Nacional
de Política Fazendária;
b) tal benefício quanto ao ICMS configura aplicação da imunidade tributária dos templos de
qualquer culto;
c) a concessão de tal benefício não enseja guerra fiscal nem indevida competição entre
os Estados;
d) os templos de qualquer culto são contribuintes de direito quanto ao ICMS cobrado nas fatu-
ras de energia elétrica;
e) a lei estadual deveria estender tal benefício a todos os imóveis de propriedade da entidade,
ainda que alugados a terceiros, desde que os aluguéis fossem revertidos para sua finalidade
essencial.

003. (FGV/TITULAR DE SERVIÇOS NOTARIAIS E REGISTRAIS/TJ-SC/2021) O Município


Alfa, localizado no interior do Estado Beta e com menos de 3 mil habitantes, autuou a Empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT) por não estar recolhendo ISS sobre serviços por ela
prestados em regime de livre concorrência. A EBCT impugna administrativamente o lançamen-

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 49 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

to de ofício realizado, afirmando que, dada sua peculiar natureza jurídica, não está obrigada ao
recolhimento de tal tributo.
Diante desse cenário, é correto afirmar que:
a) assiste razão à EBCT, pois, ainda que as atividades que se pretende tributar sejam exerci-
das em regime de livre concorrência, a imunidade tributária a ela conferida também abarca
tais serviços;
b) assiste razão ao Município, pois a EBCT é pessoa jurídica de direito privado, devendo ser
tributada como as demais pessoas jurídicas privadas, em virtude do princípio da isonomia tri-
butária e da livre concorrência;
c) assiste razão ao Município, pois a EBCT, não sendo empresa pública municipal, não goza da
imunidade tributária que seria conferida a uma empresa pública integrante da Administração
Pública municipal;
d) assiste razão ao Município, pois a EBCT apenas goza de imunidade tributária quanto a im-
postos que recaem sobre o seu patrimônio, mas não sobre serviços por ela prestados;
e) assiste razão à EBCT, pois as empresas públicas federais gozam de imunidade tributária
pelo fato de integrarem a Administração Pública.

004. (FGV/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR/PREF SALVADOR/SUPORTE ADMINISTRATIVO/


DIREITO/2017) A Editora WW Ltda. publica livros impressos e livros eletrônicos (e-books),
além de comercializar aparelhos eletrônicos especializados em leitura de obras digitais (e-re-
aders). O sóciogerente dessa editora, diante da dúvida quanto à incidência de imunidade tribu-
tária objetiva sobre os itens por ela publicados e comercializados, consulta Roberto, advogado
tributarista, a respeito do tema.
Levando em conta a Constituição da República e a jurisprudência consolidada do Supremo
Tribunal Federal, assinale a opção que apresenta a resposta de Roberto.
a) A imunidade objetiva prevista na CRFB/88 abarca livros impressos e livros eletrônicos, mas
não alcança aparelhos eletrônicos especializados em leitura de obras digitais.
b) A imunidade objetiva prevista na CRFB/88 abarca apenas e tão somente livros impressos.
c) A imunidade objetiva prevista na CRFB/88 abrange livros impressos, livros eletrônicos e
aparelhos eletrônicos especializados em leitura de obras digitais.
d) A imunidade objetiva prevista na CRFB/88 abrange livros eletrônicos e aparelhos eletrônicos
especializados em leitura de obras digitais. Quanto aos livros impressos, a hipótese é de mera
isenção legal.
e) A imunidade subjetiva prevista na CRFB/88 abrange livros impressos, livros eletrônicos e
aparelhos eletrônicos especializados em leitura de obras digitais.

005. (FGV/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO/TCM SP/CIÊNCIAS JURÍDICAS/2015) De acordo


com o sistema constitucional tributário, a previsão de imunidade é:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 50 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

a) limitação à instituição de tributos estaduais e municipais, imposta pela União, através de lei
complementar nacional;
b) dispensa legal do pagamento do tributo ou penalidade pecuniária;
c) modalidade especial de extinção do crédito tributário;
d) não incidência qualificada pela lei;
e) limitação constitucional ao poder de tributar.

006. (FGV/ANALISTA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO/CODEMIG/ADVOGADO SO-


CIETÁRIO/2015) A norma que impede que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
pios instituam e cobrem mutuamente impostos sobre seus patrimônios, rendas ou serviços é
uma espécie de:
a) imunidade;
b) suspensão;
c) isenção;
d) exclusão;
e) extinção.

007. (FGV/ANALISTA AMBIENTAL/INEA/ADVOGADO/2013) Eduardo resolve estudar teolo-


gia e, após cinco anos de intensa atividade intelectual, resolve atuar na atividade missionária
vinculando‐se à Igreja protestante. Sua missão é designada para o interior do Brasil onde, com
a ajuda dos fieis, constrói uma igreja e uma habitação adjacente.
O município onde o imóvel está localizado notifica o religioso para que pague imposto predial
urbano sobre a construção da igreja e da habitação adjacente.
Nos termos da Constituição Federal, o caso descrito caracteriza a aplicação de
a) isenção.
b) imunidade.
c) não incidência.
d) supressão.
e) extraterritorialidade.

008. (FGV/AGENTE FAZENDÁRIO/NITERÓI/2015) De acordo com as normas do Sistema Tri-


butário Nacional previstas na Constituição de 1988, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios:
a) exigir ou aumentar imposto conforme disposto em lei ordinária;
b) cobrar tributos do exercício financeiro seguinte àquele em que haja sido publicada a lei que
o instituiu;
c) instituir, através de lei, impostos sobre a renda ou serviços uns dos outros;
d) instituir, através de lei, contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas;
e) instituir taxa pelo exercício de poder de polícia dentro de sua competência material.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 51 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

009. (FGV/AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS ESTADUAIS/SEFIN RO/2018) Determinado Es-


tado da Federação cedeu um imóvel de sua propriedade à pessoa jurídica de direito privado
ABC, para que esta exerça atividade econômica com fins lucrativos, no local do imóvel.
Em relação à cobrança de Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) do
imóvel, assinale a afirmativa correta.
a) É vedada a cobrança do IPTU do imóvel, tendo em vista a imunidade recíproca das pessoas
de direito público, princípio garantidor da Federação e cláusula pétrea.
b) É vedada a cobrança do IPTU do imóvel, tendo em vista que o Estado é isento do pagamento
do IPTU de imóveis de sua propriedade.
c) O IPTU é devido e o Estado, contribuinte do imposto, deve realizar o pagamento.
d) O IPTU não é devido, uma vez que o Estado não é sujeito passivo da exação.
e) O IPTU é devido e a pessoa jurídica de direito privado é a responsável tributária e quem deve
realizar o pagamento.

010. (FGV/ADVOGADO/ALERO/2018) Um imóvel de propriedade do Estado ABC está regu-


larmente alugado para uma empresa privada que nele explora atividade hoteleira. No ano de
2018, a empresa recebeu notificação do Município XYZ para pagamento de IPTU referente ao
imóvel alugado, sob a alegação de que o Código Tributário Municipal prevê o locatário comer-
cial como contribuinte de IPTU.
Diante desse cenário, e à luz da mais recente jurisprudência do STF, assinale a afirmativa correta.
a) Tal cobrança é indevida, pois este locatário comercial, na qualidade de mero possuidor sem
animus domini, não poderia ser definido como contribuinte do IPTU.
b) Por ser o imóvel de propriedade do Estado ABC, não é possível a cobrança de IPTU do loca-
tário comercial, mas apenas do proprietário.
c) O proprietário do imóvel (Estado ABC) e o seu locatário (empresa hoteleira) podem respon-
der solidariamente pelo débito de IPTU.
d) Tal cobrança é devida, pois o locatário comercial explora atividade econômica com fins
lucrativos.
e) O IPTU não poderá ser cobrado do locatário comercial, uma vez que o imóvel pertence a um
Estado-membro da Federação, o qual goza de imunidade tributária.

011. (FGV/AUDITOR FISCAL TRIBUTÁRIO DA RECEITA MUNICIPAL/CUIABÁ/2016) As imu-


nidades tributárias são consideradas regras negativas de competência, estabelecidas pela
Constituição Federal, afastando a tributação de determinadas pessoas ou bases econômicas.
Sobre as imunidades tributárias, analise as afirmativas a seguir.
I – São imunes de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assis-
tência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
II – A imunidade dos templos de qualquer culto não alcança a COFINS (Contribuição para Fi-
nanciamento da Seguridade Social) e a Contribuição ao PIS (Programas de Integração Social).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 52 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

III – É imune de taxas o exercício do direito de obtenção de certidões em repartições públicas,


para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

012. (FGV/PROCURADOR/PAULÍNIA/2016) As imunidades são normas constitucionais que


afastam a possibilidade de tributação de determinadas pessoas ou bases econômicas.
As opções a seguir apresentam hipóteses de imunidade, à exceção de uma. Assinale-a.
a) Patrimônio, serviços e renda, vinculados à finalidade essencial das autarquias, no que se
refere aos impostos.
b) A obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento
de situações de interesse pessoal, em relação às taxas.
c) Patrimônio, renda e serviços das editoras de livros e periódicos, em relação aos impostos.
d) O imóvel de propriedade de determinada igreja que, alugado a terceiro, tem o valor do alu-
guel destinado às suas finalidades essenciais, em relação aos impostos.
e) As operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária, no
que se refere aos impostos.

013. (FGV/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO/TCM SP/CIÊNCIAS JURÍDICAS/2015) De acordo


com o sistema constitucional tributário, a previsão de imunidade é:
a) limitação à instituição de tributos estaduais e municipais, imposta pela União, através de lei
complementar nacional;
b) dispensa legal do pagamento do tributo ou penalidade pecuniária;
c) modalidade especial de extinção do crédito tributário;
d) não incidência qualificada pela lei;
e) limitação constitucional ao poder de tributar.

014. (FGV/ANALISTA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO/CODEMIG/ADVOGADO SO-


CIETÁRIO/2015) A norma que impede que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
pios instituam e cobrem mutuamente impostos sobre seus patrimônios, rendas ou serviços é
uma espécie de:
a) imunidade;
b) suspensão;
c) isenção;
d) exclusão;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 53 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

e) extinção.

015. (FGV/AUDITOR DO TESOURO MUNICIPAL/RECIFE/2014) Determinada escola foi autu-


ada pelo Fisco Municipal por não ter recolhido o imposto sobre os serviços que presta, apesar
de ter recebido o título de instituição de utilidade pública, tendo sua imunidade reconhecida
por meio de ato declaratório próprio, não possuindo fins lucrativos. A Fazenda alega que a es-
cola não se cadastrou junto à Secretaria de Educação, órgão que estabelece os critérios para
que um estabelecimento possa ser considerado “educacional” e, portanto, imune, sendo essa
exigência ato privativo do Poder Executivo, que pode condicionar a fruição do benefício ao
cumprimento de obrigações acessórias.
Nesse caso, a Fazenda agiu
a) incorretamente, uma vez que a exigência de cadastro representa limite, a ser fixado por lei
complementar, à imunidade gozada pela escola.
b) corretamente, já que cabe ao Poder Executivo fixar a organização das entidades imunes.
c) corretamente, eis que cabe à Secretaria de Educação exercer controle sobre as escolas.
d) incorretamente, já que as exigências quanto à organização das entidades imunes devem ser
veiculadas por lei complementar.
e) corretamente, uma vez que, mesmo imune, a escola tem que cumprir as obrigações
acessórias.

016. (FGV/ANALISTA DE CONTROLE INTERNO/PREF RECIFE/FINANÇAS PÚBLICAS/2014)


Com relação às limitações ao poder de tributar, assinale V para a afirmativa verdadeira e F
para a falsa.
( ) A imunidade é regra de exclusão legal da competência tributária.
( ) A imunidade é aplicável apenas aos tributos não vinculados.
( ) A imunidade recíproca é extensiva às autarquias federais, estaduais e municipais.
As afirmativas são, respectivamente,
a) V, F e V.
b) F, V e F.
c) F, F e V.
d) V, V e F.
e) F, V e V.

017. (FGV/CONSULTOR LEGISLATIVO/CM RECIFE/ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, TRIBUTA-


ÇÃO, ORÇAMENTO, FINANÇAS E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO/2014) As imunidades
atuam no plano da definição da competência tributária, tem previsão constitucional e são hi-
póteses de não-incidência qualificada.
Nesse sentido, a imunidade recíproca impede que:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 54 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

a) o Estado cobre contribuição de melhoria em relação a bem da União valorizado em decor-


rência de obra pública;
b) o Município cobre a taxa de licenciamento de obra do Estado;
c) o Estado cobre tarifa de esgoto de imóvel da União;
d) a União cobre imposto de Renda sobre os juros das aplicações financeiras dos Municípios;
e) a União Federal cobre contribuições destinadas ao custeio da Seguridade Social dos Esta-
dos e dos Municípios.

018. (FGV/ANALISTA AMBIENTAL (INEA/ADVOGADO/2013) Eduardo resolve estudar teolo-


gia e, após cinco anos de intensa atividade intelectual, resolve atuar na atividade missionária
vinculando‐se à Igreja protestante. Sua missão é designada para o interior do Brasil onde, com
a ajuda dos fieis, constrói uma igreja e uma habitação adjacente.
O município onde o imóvel está localizado notifica o religioso para que pague imposto predial
urbano sobre a construção da igreja e da habitação adjacente.
Nos termos da Constituição Federal, o caso descrito caracteriza a aplicação de
a) isenção.
b) imunidade.
c) não incidência.
d) supressão.
e) extraterritorialidade.

019. (FGV/ANALISTA DE PROCESSOS ADMINISTRATIVOS (CONDER/ADMINISTRATIVA/


ADVOGADO/2013) Entidade beneficente, sem fins lucrativos, que atende aos requisitos legais
e foi declarada de utilidade pública federal, importou, para fins de integralizar seu ativo fixo, um
maquinário a ser usado na atividade que presta.
Entretanto, no momento do desembaraço aduaneiro, o fiscal do Estado lhe exige o pagamento
do ICMS incidente sobre a importação da mercadoria, alegando que a imunidade da entidade é
sobre seu patrimônio e não sobre a atividade de importação, sobre a qual recai a exação.
Neste caso, a entidade
a) deve pagar o ICMS, contabilizar o imposto como crédito e posteriormente compensar o
que pagou.
b) não deve pagar o ICMS, já que a imunidade tributária a torna não contribuinte de qualquer
espécie tributária.
c) deve pagar o ICMS e quando integralizar a máquina em seu ativo imobilizado, compensar o
que pagou.
d) só deve pagar o ICMS na operação se a máquina não for usada para a atividade beneficente
que presta.
e) não deve pagar o ICMS, já que é beneficiada por imunidade constitucionalmente prevista,
bastando comprovar que cumpre os requisitos legais para seu gozo.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 55 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

020. (FGV/AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/SEFAZ RJ/2011) A respeito da imuni-


dade tributária, é correto afirmar que
a) os templos de qualquer culto não poderão ser tributados em relação ao IPTU e às taxas de
contribuição de melhoria.
b) a imunidade recíproca entre os entes federados é absoluta, ou seja, abarca todas as espé-
cies de tributos.
c) as imunidades seguem as regras de competência previstas na Constituição, mas são cria-
das por meio de lei.
d) as entidades sindicais dos trabalhadores e as patronais gozam de imunidade tributária.
e) a imunidade recíproca entre os entes federados não se aplica em relação à Contribuição
Social sobre o Lucro Líquido.

021. (FGV/ADVOGADO DO SENADO FEDERAL/2008) Em determinado município houve a


cobrança de IPTU sobre área que a Sociedade da Igreja de São Jorge utiliza como cemitério.
Essa cobrança:
a) é legal, pois a norma imunizante inscrita no artigo 150, VI, b refere-se tão-somente aos tem-
plos de qualquer natureza.
b) é constitucional, pois a imunidade do artigo 150, VI, “b” só compreende os templos e a casa
do celebrantes.
c) é inconstitucional, por ferir o disposto no artigo 150, VI, “b”, que protege a liberdade de ex-
pressão religiosa.
d) é válida, se ficar provado que há recursos arrecadados com a exploração do cemitério.
e) é ineficaz, em face da isenção de que os templos gozam, bem como todas as atividades
relacionadas à liberdade religiosa.

022. (FGV/JUIZ ESTADUAL/TJ PA/2008) Com base na Constituição da República Federativa


de 1988 e suas atualizações e na jurisprudência do STF, julgue as afirmativas a seguir:
I – As imunidades recíprocas vedam a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios de
instituírem impostos sobre patrimônio, renda e serviços uns dos outros, e são extensivas aos
Correios e à Infraero.
II – Os partidos políticos, entidade sindicais dos trabalhadores, instituições de ensino e enti-
dades assistenciais sem fins lucrativos são imunes ao pagamento de IPTU de imóveis de sua
titularidade, ainda que locados a terceiros, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas
respectivas atividades essenciais.
III – A imunidade dos livros, jornais, periódicos e do papel destinado a sua impressão abrange
os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos.
Assinale:
a) se nenhuma afirmativa estiver correta.
b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 56 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.


d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

023. (FGV/NOTÁRIO E REGISTRADOR/TJ AM/2005) Assinale a alternativa correta.


a) É ilimitada a competência tributária que a Constituição Federal concede aos entes tributantes.
b) Os Estados e Municípios, excepcionalmente, podem aumentar tributo por meio de ato admi-
nistrativo desde que devidamente motivado.
c) Os entes tributantes podem instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços uns dos
outros desde que pela alíquota mínima.
d) Pode a União instituir isenção de tributo que não seja de sua competência desde que o faça
por meio de lei federal.
e) Os entes estatais não podem instituir impostos sobre livros e jornais.

Questões FCC

024. (FCC/SEFAZ-PE/AUDITOR FISCAL DO TESOURO ESTADUAL/2014) Em relação às imu-


nidades tributárias, é correto afirmar:
a) A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos so-
mente alcança as entidades fechadas de previdência social privada, se não houver contribui-
ção dos beneficiários.
b) A imunidade tributária sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão
não se aplica ao álbum de figurinhas.
c) Os serviços notariais e de registro, por serem exercidos em caráter público, por delegação
do Poder Público, sujeitam-se à imunidade tributária recíproca.
d) A sociedade de economia mista prestadora de serviço público de água e esgoto não é abran-
gida pela imunidade tributária recíproca.
e) As sociedades de economia mista prestadoras de ações e serviços de saúde, ainda que seu
capital social seja majoritariamente estatal, não gozam da imunidade tributária recíproca.

025. (FCC/TRT-16/ANALISTA JUDICIÁRIO/2014) Facundo, Auditor Fiscal da Receita Fede-


ral, pretende multar a Fundação “Vida e Paz”, fundação instituída e mantida pelo Poder Pú-
blico, haja vista que a mesma jamais pagou imposto sobre seu patrimônio, renda e serviços.
Nesse caso,
a) Facundo apenas pode cobrar tributo pelos serviços exercidos pela fundação, mas não sobre
a renda e o patrimônio, os quais detém imunidade tributária.
b) correta a postura de Facundo, vez que a citada fundação não detém imunidade tributária.
c) correta a postura de Facundo, pois apenas as autarquias possuem imunidade tributária.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 57 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

d) incorreta a postura de Facundo, vez que a fundação possui imunidade tributária relativa aos
impostos sobre seu patrimônio, renda e serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou
as delas decorrentes.
e) Facundo apenas pode cobrar tributo sobre a renda da fundação, mas não sobre seus servi-
ços e patrimônio, os quais detém imunidade tributária.

026. (FCC/AL-PE/ANALISTA LEGISLATIVO/2014) Em decorrência de imunidade tributária, o


ICMS NÃO pode ser cobrado em relação
a) à conferência de bens imóveis ao capital de sociedades, em aumento de capital.
b) à venda de mercadorias tendo como destino partidos políticos, para aplicação direta na ati-
vidade política aprovada pelo Tribunal Regional Eleitoral.
c) a prestações de serviços de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de
sons e imagens, de recepção livre e gratuita.
d) à importação de bens na modalidade “importação por encomenda” realizadas em favor de
entidade religiosa (templo de qualquer culto).
e) à prestação de serviço de provimento de acesso à internet, na modalidade “Serviço de Valor
Adicionado”.

027. (FCC/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/TJ-PE/2013) A imunidade


tributária
a) pode vir definida em lei ou na Constituição Federal, mas nunca em decreto.
b) para ser concedida depende de requerimento do interessado à autoridade administrativa
competente.
c) pode ser criada por lei do ente competente para instituir o tributo, podendo ser em caráter
geral ou em caráter específico.
d) é prevista na Constituição Federal, que fixa as hipóteses de incompetência para o ente insti-
tuir o tributo nas situações por ela definidas.
e) é prevista na Constituição Federal, mas sua aplicação depende sempre de despacho de au-
toridade administrativa fiscal competente que reconheça a não incidência.

028. (FCC/TJ-PE/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/2013) Quando da


realização de transmissão de bens imóveis e direitos a ele referentes com a finalidade de inte-
gralização de capital social pelo sócio de empresa haverá
a) incidência de Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação - ITCMD, tal como aconte-
ce no caso de incorporação de empresa, relativamente aos bens imóveis.
b) imunidade em relação ao Imposto sobre Transmissão de Bem Imóvel por ato entre vivos a
título oneroso - ITBI, tal como acontece quando na transmissão de bens imóveis na incorpora-
ção, fusão, extinção e cisão de pessoa jurídica.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 58 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

c) isenção em relação ao Imposto sobre Transmissão de Bem Imóvel por ato entre vivos a títu-
lo oneroso - ITBI, tal como acontece no caso de incorporação imobiliária.
d) imunidade em relação ao Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação - ITCMD, tal
como acontece no caso de Imposto sobre Transmissão de Bem Imóvel por ato entre vivos a
título oneroso - ITBI no caso de cessão de direitos reais.
e) incidência de Imposto sobre Transmissão de Bem Imóvel por ato entre vivos a título oneroso
- ITBI, tal como acontece no caso de incorporação imobiliária.

029. (FCC/TJ-PE/JUIZ/2013) Sobre imunidade e isenção, analise os itens abaixo.


I – A Constituição Federal assegura isenção no pagamento de taxa para obtenção de certidões
em repartições públicas e privadas que prestam serviço público, para defesa de direitos e es-
clarecimento de situações de interesse pessoal.
II – A imunidade sobre o templo de qualquer culto apenas alcança os impostos, sendo devidas,
portanto, as taxas e contribuição de melhoria incidentes sobre o imóvel destinado ao templo.
III – Há isenção de imposto sobre comercialização de livro, jornal, periódico e sobre a comer-
cialização de papel destinado a impressão destes produtos.
IV – Possui imunidade de contribuição social para seguridade social a entidade beneficente de
assistência social que atenda às exigências estabelecidas em lei sobre a folha de salários e
demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe
preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I, II e III.
b) II, III e IV.
c) I e II.
d) II e IV.
e) I e III.

030. (FCC/PREFEITURA DE SÃO PAULO-SP/2012) Igreja Mundial do Imposto Sagrado, tendo


em vista a ampliação de suas atividades religiosas, começou a cobrar de seus fiéis o valor de
R$ 100,00 por batismo realizado. Responsáveis pela entidade religiosa regularmente constituí-
da formulam consulta ao órgão competente do município de sua localização, para saber se de-
vem, ou não, recolher o ISS pelos serviços religiosos prestados. Formulam consulta, também,
ao fisco federal, para saber se a renda auferida com os batismos deve ser declarada como
tributada pelo Imposto sobre Renda e Proventos de Qualquer Natureza - Pessoa Jurídica - IRPJ
da entidade religiosa.
Nesse caso,
a) o ISS e o IRPJ devem ser cobrados, em razão do princípio da igualdade, pois os templos de
qualquer culto devem ser tratados tributariamente como qualquer pessoa jurídica que realize
um serviço tributável e que aufira rendas.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 59 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

b) o ISS não deve ser cobrado, tendo em vista que o serviço de batismo é atividade relacionada
às finalidades religiosas da entidade, porém, o IRPJ deve ser cobrado, pois a renda auferida
com qualquer serviço prestado pelo templo é tributada.
c) tanto o ISS como o IRPJ devem ser cobrados, pois não há dispositivo normativo que exima
o templo de qualquer culto de quaisquer cobranças tributárias.
d) nem o ISS, nem o IRPJ devem ser cobrados, tendo em vista que, tanto o serviço de batismo,
como a renda respectivamente auferida, estão relacionados às finalidades essenciais da enti-
dade religiosa.
e) o IRPJ não deve ser cobrado, pois a renda auferida com os batismos resta alcançada por
imunidade tributária; porém, sobre o serviço de batismo deve ser cobrado o ISS, tendo em vista
a ausência de dispositivo normativo em sentido contrário.

031. (FCC/TCE-AP/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/2012) A imunidade tributária


a) só pode ser concedida por lei complementar.
b) pode ser concedida pela União relativamente a impostos estaduais, desde que esta esteja
também regulando impostos federais.
c) implica ausência de competência tributária para instituir tributo e está prevista apenas na
Constituição Federal.
d) é causa de exclusão do crédito tributário, ao lado da anistia e da isenção.
e) alcança apenas patrimônio, renda e serviços de tributos que incidem sobre atividades rela-
cionadas a livro, jornal, periódico e o papel destinado a sua impressão.

032. (FCC/NOSSA CAIXA DESENVOLVIMENTO/ADVOGADO/2011) Haverá imunidade tri-


butária para
a) impostos incidentes sobre o patrimônio, renda e serviços de autarquias e fundações institu-
ídas e mantidas pelo Poder Público, desde que relacionados com suas finalidades essenciais
ou delas decorrentes.
b) tributos incidentes sobre patrimônio, renda e aos serviços relacionados com exploração de
atividades econômicas de empresas públicas e sociedades de economia mista.
c) contribuições devidas por pessoas jurídicas de direito público interno, incidentes sobre folha
de salários de empregados públicos.
d) tributos incidentes sobre patrimônio, renda e serviços das instituições de educação e assis-
tência social, sem fins lucrativos.
e) tributos incidentes sobre operações que destinem mercadorias para o exterior e sobre ser-
viços prestados a destinatários no exterior.

033. (FCC/MPE-CE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2011) Sobre a imunidade, analise os


itens a seguir:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 60 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

I – As imunidades tributárias vêm fixadas na Constituição Federal ou em lei complemen-


tar federal.
II – As imunidades alcançam apenas os impostos.
III – O patrimônio, a renda e os serviços relacionados às finalidades essenciais dos templos de
qualquer culto são imunes de impostos.
IV – A previsão de que o cidadão ficará isento de custas judiciais na ação popular é hipótese
de imunidade de taxa.
V – As imunidades somente terão eficácia após regulamentação por lei complementar.
Está correto o que se afirma SOMENTE em
a) I e II.
b) III e IV.
c) IV e V.
d) I, II e III.
e) III, IV e V.

034. (FCC/PREFEITURA DE RECIFE-PE/ANALISTA DE GESTÃO CONTÁBIL/ 2019) A Consti-


tuição Federal, em seu art. 150, estabelece que, sem prejuízo de outras garantias asseguradas
ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, instituir
impostos sobre
a) patrimônio, renda e serviços atinentes a templos de quaisquer cultos, exceto dos dedicados
a cultos panteístas ou não monoteístas.
b) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros, inclusive de suas autarquias, fundações e
empresas, seja em relação as suas atividades essenciais, seja em relação a qualquer outra
atividade.
c) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão e embalagem.
d) templos de qualquer culto, no que diz respeito apenas ao patrimônio, a renda e os serviços
relacionados com as finalidades essenciais destas entidades.
e) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão e embalagem, sendo que, em
relação aos periódicos, a vedação não compreende aqueles que se destinam a mero entrete-
nimento e lazer.

035. (FCC/PREFEITURA DE CARUARU-PE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2018) A imunida-


de tributária
a) recíproca alcança todos os tributos previstos na Constituição Federal.
b) aplica-se incondicionalmente a entidades de assistência social sem fins lucrativos.
c) aplica-se exclusivamente à propriedade de imóveis de entidades educacionais, desde que
não tenham fins lucrativos.
d) aplica-se aos bens, rendas e serviços relacionados às atividades essenciais dos partidos
políticos.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 61 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

e) trata-se de política parafiscal com sede constitucional, que não exclui a competência tribu-
tária plena.

036. (FCC/SEGEP-MA/AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/2016) De acordo com as


regras constitucionais atinentes às limitações do poder de tributar, é VEDADO
a) aos Municípios, instituir e cobrar a “taxa de lixo” das repartições públicas estaduais, perten-
centes à Administração direta estadual.
b) instituir e cobrar contribuição de melhoria decorrente da valorização de um terreno baldio de
propriedade de instituição religiosa.
c) aos Estados, instituir e cobrar o IPVA sobre veículos de propriedade de órgão da Administra-
ção direta da União.
d) aos Estados, instituir e cobrar a “Taxa de Fiscalização de Prestação de Serviços de Interesse
à Saúde”, relativamente a estabelecimento pré-escolar (maternal), entidade sem fins lucrativos
e que exerce suas atividades essenciais.
e) aos Municípios, instituir e cobrar o ISS sobre a prestação de serviço de saúde por hospitais
de propriedade de entidade de economia mista, que cobra pelos serviços que presta, e cuja
maior parte do capital pertence ao Estado.

037. (FCC/PREFEITURA DE SÃO LUÍS-MA /AUDITOR DE CONTROLE INTERNO/2015) De


acordo com a Constituição Federal, exceto na etapa de replicação industrial de mídias ópticas
de leitura a laser, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir
impostos sobre
a) videofonogramas musicais produzidos no Mercosul, contendo obras musicais ou literomu-
sicais de autores brasileiros.
b) obras em geral, interpretadas por artistas brasileiros, excluídos os suportes materiais ou
arquivos digitais que os contenham.
c) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou
literomusicais de autores brasileiros, ou de autores estrangeiros residentes no Brasil, há, pelo
menos, dois anos.
d) fonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais de autores brasileiros.
e) obras em geral, compostas no Brasil, interpretadas por artistas brasileiros ou por artistas
estrangeiros residentes no Brasil há, pelo menos, dois anos, excluídos os suportes materiais
ou arquivos digitais que os contenham.

038. (FCC/TJ-PI/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Atenção: Para responder a questão, considere a


seguinte situação hipotética:
Empresa Pecúnia Informática S/A, tem sede em Teresina, Piauí. No regular exercício de suas
atividades, foi contratada em 2014 pelo Município de São Paulo para prestar serviços de in-

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 62 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

formática de janeiro a dezembro de 2015, prevendo-se no contrato o pagamento mensal dos


valores devidos à empresa contratada.
Um cidadão propõe uma ação popular questionando a lisura da contratação direta, formaliza-
da em 2014, entre a empresa Pecúnia Informática S/A e o Município de São Paulo, tendo por
objeto a prestação de serviços de informática.
Segundo o art. 5º, LXXIII da Constituição da República, qualquer cidadão é parte legítima para
propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que
o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico
e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência.
Considerando os confins da competência constitucional tributária, o dever de não pagar as
custas judiciais, na hipótese em apreço, decorre de
a) anistia.
b) isenção.
c) imunidade.
d) não-incidência.
e) remissão.

039. (FCC/TCM-RJ/AUDITOR-SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO/2015) Acerca das imunida-


des tributárias, é correto afirmar que
a) a imunidade dos templos de qualquer culto abrange o local de culto e também imóveis de
propriedade da entidade religiosa locados a terceiros, desde que o aluguel reverta em benefício
da atividade religiosa.
b) as entidades fechadas de previdência privada estão amparadas pela imunidade, devido à
natureza assistencial.
c) são aplicáveis exclusivamente em relação aos impostos.
d) a imunidade relativa às operações com petróleo, combustíveis e minerais alcança os tribu-
tos em geral, compreendendo impostos e contribuições.
e) a imunidade recíproca beneficia as empresas públicas e sociedades de economia mista.

Questões Cebraspe

040. (CESPE/ASSESSOR JURÍDICO/CODEVASF/2021) Considerando as normas e os princí-


pios de direito tributário estabelecidos na Constituição Federal de 1988, no Código Tributário
Nacional e na Lei Complementar n.º 123/2006, julgue o item a seguir.

Embora seja vedada a instituição de imposto sobre livros e jornais, é permitida a cobrança
de contribuição social sobre o faturamento decorrente da venda desses bens.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 63 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

041. (CESPE/PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO JUNTO AO TC-DF/2021) A respeito


de imunidade tributária e isenção fiscal, julgue o item que se segue, à luz do entendimento do
Supremo Tribunal Federal e da legislação pertinente.

A imunidade recíproca entre a União, os estados, os municípios e o Distrito Federal abrange


todas as espécies tributárias.

042. (CESPE/AUDITOR FISCAL DA RECEITA DO DISTRITO FEDERAL/SEFAZ-DF/2020) Con-


siderando as regras do CTN acerca da vigência da legislação tributária e das limitações cons-
titucionais ao poder de tributar, julgue o item que se segue.

A imunidade tributária recíproca dos entes federativos não é extensível às respectivas au-
tarquias e fundações públicas.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 64 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

GABARITO
1. c 38. c
2. c 39. a
3. a 40. C
4. c 41. E
5. e 42. E
6. a
7. b
8. c
9. e
10. d
11. e
12. c
13. e
14. a
15. a
16. c
17. d
18. b
19. e
20. e
21. c
22. e
23. e
24. a
25. d
26. c
27. d
28. b
29. d
30. d
31. c
32. a
33. b
34. d
35. d
36. c
37. d

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 65 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

GABARITO COMENTADO
Questões FGV

001. (FGV/AUDITOR FISCAL/SEFAZ-ES/2021) O Estado X não vem recolhendo a taxa muni-


cipal de coleta de lixo domiciliar quanto a um terreno em que pretende construir, no futuro, o
novo prédio-sede da Secretaria Estadual de Fazenda.
Em razão disto, teve o débito inscrito em dívida ativa e contra ele foi promovida a execução
para cobrança dos valores não pagos. Diante desse cenário, assinale a afirmativa correta.
a) O Estado X goza de imunidade recíproca, não podendo ser cobrado por tal dívida.
b) A imunidade tributária recíproca não se aplica à hipótese, por se tratar de terreno ainda não
vinculado a uma finalidade pública.
c) A imunidade tributária recíproca não se aplica a taxas.
d) A taxa municipal de coleta de lixo domiciliar é inconstitucional, por tomar como base de
cálculo a metragem do imóvel.
e) A taxa municipal de coleta de lixo domiciliar é inconstitucional, pelo fato de o serviço pres-
tado ou posto à disposição, não ser específico e divisível.

A taxa municipal que não foi recolhida pelo Estado X foi devidamente inscrita em dívida ativa,
tendo em vista que os entes políticos são obrigados a pagar essa espécie tributária quando
praticam o seu fato gerador.
Por meio dessa questão, o examinador tentou confundir o candidato em relação à Imunidade
Tributária Recíproca.
A Imunidade Tributária Recíproca é uma Limitação Constitucional ao Poder de Tributar, pre-
vista na alínea “a” do inc. VI do art. 150 da CF/88, que afirma que os entes políticos (União,
estados, municípios e DF) não podem instituir IMPOSTOS sobre patrimônio, renda ou serviços,
uns dos outros:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
Nesse sentido, o Estado X não goza de imunidade recíproca relativamente a taxas, podendo
ser cobrado por tal dívida (alternativa “c” correta).
Além disso, a questão exige o conhecimento da Súmula Vinculante n. 19, a qual destaca que a
taxa municipal de coleta de lixo domiciliar é constitucional:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 66 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

Súmula Vinculante n. 19, STF: A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços
públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes
de imóveis, não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal.

Letra c.

002. (FGV/JUIZ SUBSTITUTO/TJ-PR/2021) Lei ordinária do Estado X, acompanhada de esti-


mativa de impacto orçamentário e financeiro, proibiu a cobrança de ICMS nas contas de ener-
gia elétrica fornecida a templos de qualquer culto, desde que o imóvel esteja comprovadamen-
te na propriedade ou posse da entidade religiosa e seja usado para a prática religiosa.
Diante desse cenário e à luz do entendimento do Supremo Tribunal Federal, é correto afirmar que:
a) tal benefício quanto ao ICMS necessita de autorização por convênio do Conselho Nacional
de Política Fazendária;
b) tal benefício quanto ao ICMS configura aplicação da imunidade tributária dos templos de
qualquer culto;
c) a concessão de tal benefício não enseja guerra fiscal nem indevida competição entre
os Estados;
d) os templos de qualquer culto são contribuintes de direito quanto ao ICMS cobrado nas fatu-
ras de energia elétrica;
e) a lei estadual deveria estender tal benefício a todos os imóveis de propriedade da entidade,
ainda que alugados a terceiros, desde que os aluguéis fossem revertidos para sua finalidade
essencial.

Esta questão exige o conhecimento da Imunidade Tributária Religiosa, da isenção, e de um


caso analisado sob a ótica da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.
A Imunidade Religiosa, prevista na alínea “b” do inc. VI do art. 150 da CF/88, proíbe que os en-
tes políticos instituam impostos sobre templos de qualquer culto. O par. 4º do mesmo artigo
vai além, destacando que é proibida também a cobrança de impostos sobre operações relati-
vas a finalidades essenciais dos templos religiosos.
Já a isenção é um benefício fiscal que pode ser concedido pelos entes tributantes, relativa-
mente às espécies tributárias de sua competência, nos termos do par. 6º do art. 150 da CF/88:

§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido,


anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante
lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enume-
radas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2º, XII, g.
Segundo o julgamento da ADI n. 3421, a imunidade é aplicável aos contribuintes de direito,
enquanto no que se refere à isenção é possível a sua concessão para contribuintes de fato.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 67 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

Relativamente ao ICMS cobrado nas contas de água, luz e telefone como a entidade religiosa
é contribuinte de fato, e não de direito, foi questionada a constitucionalidade de lei estadual
que concedeu isenção à entidade religiosa quanto ao ICMS incidente sobre essas contas. O
STF reconheceu a constitucionalidade dessa lei, destacando que a lei concessiva de isenção
de ICMS deve respeitar a alínea “g” do inc. XII do par. 2º do art. 155 da CF/88, que afirma que
lei complementar deve “regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito
Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados”.
No caso analisado pelo STF, que dizia respeito ao ICMS incidente sobre as contas de luz de
entidades religiosas, o STF reconheceu que a respectiva lei específica do ente tributante con-
cedente da isenção respeitou a Lei Complementar vigente de n. 24/1975, e que esta lei garante
a autonomia dos estados para concessão de ICMS, em algumas situações, sem a necessidade
de haver Convênio prévio entre os estados, razão pela qual no caso em apreço não se fala em
“Guerra Fiscal”.
Agora vamos analisar as alternativas, as quais resumem o julgamento do STF exigido pela
banca examinadora.
a) Errada. Tal benefício quanto ao ICMS não necessita de autorização por convênio do Conse-
lho Nacional de Política Fazendária.
b) Errada. Tal benefício quanto ao ICMS não configura aplicação da imunidade tributária dos
templos de qualquer culto, mas da isenção.
c) Certa. A concessão de tal benefício não enseja guerra fiscal nem indevida competição entre
os Estados.
d) Errada. Os templos de qualquer culto são contribuintes de fato quanto ao ICMS cobrado nas
faturas de energia elétrica.
e) Errada. A alternativa “e” narra casos de imunidade, os quais são previstos na Constitui-
ção Federal.
Letra c.

003. (FGV/TITULAR DE SERVIÇOS NOTARIAIS E REGISTRAIS/TJ-SC/2021) O Município


Alfa, localizado no interior do Estado Beta e com menos de 3 mil habitantes, autuou a Empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT) por não estar recolhendo ISS sobre serviços por ela
prestados em regime de livre concorrência. A EBCT impugna administrativamente o lançamen-
to de ofício realizado, afirmando que, dada sua peculiar natureza jurídica, não está obrigada ao
recolhimento de tal tributo.
Diante desse cenário, é correto afirmar que:
a) assiste razão à EBCT, pois, ainda que as atividades que se pretende tributar sejam exerci-
das em regime de livre concorrência, a imunidade tributária a ela conferida também abarca
tais serviços;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 68 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

b) assiste razão ao Município, pois a EBCT é pessoa jurídica de direito privado, devendo ser
tributada como as demais pessoas jurídicas privadas, em virtude do princípio da isonomia tri-
butária e da livre concorrência;
c) assiste razão ao Município, pois a EBCT, não sendo empresa pública municipal, não goza da
imunidade tributária que seria conferida a uma empresa pública integrante da Administração
Pública municipal;
d) assiste razão ao Município, pois a EBCT apenas goza de imunidade tributária quanto a im-
postos que recaem sobre o seu patrimônio, mas não sobre serviços por ela prestados;
e) assiste razão à EBCT, pois as empresas públicas federais gozam de imunidade tributária
pelo fato de integrarem a Administração Pública.

A EBCT se sujeita a imunidade tributária reciproca, razão pela qual ela é imune a impostos inci-
dentes sobre o patrimônio, a renda e os serviços, conforme jurisprudência do STF:

CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS:


IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA: C.F., art. 150, VI, a. EMPRESA PÚBLICA QUE EXERCE
ATIVIDADE ECONÔMICA E EMPRESA PÚBLICA PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO: DIS-
TINÇÃO.
As empresas públicas prestadoras de serviço público distinguem-se das que exercem ati-
vidade econômica. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos é prestadora de serviço
público de prestação obrigatória e exclusiva do Estado, motivo por que está abrangida
pela imunidade tributária recíproca: C.F., art. 150, VI, a. RE, conhecido em parte e, nessa
parte, provido (RE n. 407.099-RS, 2 T., Rel. Min. Carlos Velloso, DJ de 6-8-2004, Ata n.
21/2004).

Letra a.

004. (FGV/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR/PREF SALVADOR/SUPORTE ADMINISTRATIVO/


DIREITO/2017) A Editora WW Ltda. publica livros impressos e livros eletrônicos (e-books),
além de comercializar aparelhos eletrônicos especializados em leitura de obras digitais (e-re-
aders). O sóciogerente dessa editora, diante da dúvida quanto à incidência de imunidade tribu-
tária objetiva sobre os itens por ela publicados e comercializados, consulta Roberto, advogado
tributarista, a respeito do tema.
Levando em conta a Constituição da República e a jurisprudência consolidada do Supremo
Tribunal Federal, assinale a opção que apresenta a resposta de Roberto.
a) A imunidade objetiva prevista na CRFB/88 abarca livros impressos e livros eletrônicos, mas
não alcança aparelhos eletrônicos especializados em leitura de obras digitais.
b) A imunidade objetiva prevista na CRFB/88 abarca apenas e tão somente livros impressos.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 69 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

c) A imunidade objetiva prevista na CRFB/88 abrange livros impressos, livros eletrônicos e


aparelhos eletrônicos especializados em leitura de obras digitais.
d) A imunidade objetiva prevista na CRFB/88 abrange livros eletrônicos e aparelhos eletrônicos
especializados em leitura de obras digitais. Quanto aos livros impressos, a hipótese é de mera
isenção legal.
e) A imunidade subjetiva prevista na CRFB/88 abrange livros impressos, livros eletrônicos e
aparelhos eletrônicos especializados em leitura de obras digitais.

Questão que abarca a jurisprudência recente do STF, o que é uma das características da Banca.
Para fins de concurso é MUITO importante fixar as teses delimitadas pela Corte Maior:

1) RE 330817: “A imunidade tributária constante do artigo 150, VI, “d”, da Constitui-


ção Federal, aplica-se ao livro eletrônico (e-book), inclusive aos suportes exclusivamente
utilizados para fixá-lo.”
2) RE 595676 “A imunidade tributária da alínea “d” do inciso VI do artigo 150 da
Constituição Federal alcança componentes eletrônicos destinados exclusivamente a
integrar unidades didáticas com fascículos”.

Por fim, ainda em 2020, a tese relacionada no RE 330.817 acabou por ser base para a publica-
ção da súmula vinculante número 57:

SÚMULA VINCULANTE 57
A imunidade tributária constante do art. 150, VI, d, da CF/88 aplica-se à importação e co-
mercialização, no mercado interno, do livro eletrônico (e-book) e dos suportes exclusivamente
utilizados para fixá-los, como leitores de livros eletrônicos (e-readers), ainda que possuam fun-
cionalidades acessórias.
Letra c.

005. (FGV/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO/TCM SP/CIÊNCIAS JURÍDICAS/2015) De acordo


com o sistema constitucional tributário, a previsão de imunidade é:
a) limitação à instituição de tributos estaduais e municipais, imposta pela União, através de lei
complementar nacional;
b) dispensa legal do pagamento do tributo ou penalidade pecuniária;
c) modalidade especial de extinção do crédito tributário;
d) não incidência qualificada pela lei;
e) limitação constitucional ao poder de tributar.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 70 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

Por traçar esses limites à competência tributária, as imunidades são espécies de limitações
constitucionais ao poder de tributar, ao lado dos princípios.
Letra e.

006. (FGV/ANALISTA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO/CODEMIG/ADVOGADO SO-


CIETÁRIO/2015) A norma que impede que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
pios instituam e cobrem mutuamente impostos sobre seus patrimônios, rendas ou serviços é
uma espécie de:
a) imunidade;
b) suspensão;
c) isenção;
d) exclusão;
e) extinção.

De acordo com o disposto no art. 150, VI, a, da Constituição Federal é vedado à União, aos
Estados, ao DF e aos Municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços uns
dos outros.
Tal imunidade, como se vê, além de genérica é eminentemente subjetiva, ontológica, incondi-
cionada e relacionada aos Entes Políticos da Federação.
Letra a.

007. (FGV/ANALISTA AMBIENTAL/INEA/ADVOGADO/2013) Eduardo resolve estudar teolo-


gia e, após cinco anos de intensa atividade intelectual, resolve atuar na atividade missionária
vinculando‐se à Igreja protestante. Sua missão é designada para o interior do Brasil onde, com
a ajuda dos fieis, constrói uma igreja e uma habitação adjacente.
O município onde o imóvel está localizado notifica o religioso para que pague imposto predial
urbano sobre a construção da igreja e da habitação adjacente.
Nos termos da Constituição Federal, o caso descrito caracteriza a aplicação de
a) isenção.
b) imunidade.
c) não incidência.
d) supressão.
e) extraterritorialidade.

Mesmo sendo laico, o estado brasileiro assegura, como direito fundamental inserto art. 5º, VI,
o livre exercício dos cultos religiosos e a proteção aos locais de cultos e suas liturgias. Tal ideia
se reflete no artigo 150, VI, B:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 71 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...
b) templos de qualquer culto;
Como se vê, tal imunidade além de genérica é eminentemente subjetiva, política, incondiciona-
da e relacionada aos templos de qualquer culto.
Letra b.

008. (FGV/AGENTE FAZENDÁRIO/NITERÓI/2015) De acordo com as normas do Sistema Tri-


butário Nacional previstas na Constituição de 1988, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios:
a) exigir ou aumentar imposto conforme disposto em lei ordinária;
b) cobrar tributos do exercício financeiro seguinte àquele em que haja sido publicada a lei que
o instituiu;
c) instituir, através de lei, impostos sobre a renda ou serviços uns dos outros;
d) instituir, através de lei, contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas;
e) instituir taxa pelo exercício de poder de polícia dentro de sua competência material.

De acordo com o disposto no art. 150, VI, a, da Constituição Federal é vedado à União, aos
Estados, ao DF e aos Municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços uns
dos outros.
Letra c.

009. (FGV/AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS ESTADUAIS/SEFIN RO/2018) Determinado Es-


tado da Federação cedeu um imóvel de sua propriedade à pessoa jurídica de direito privado
ABC, para que esta exerça atividade econômica com fins lucrativos, no local do imóvel.
Em relação à cobrança de Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) do
imóvel, assinale a afirmativa correta.
a) É vedada a cobrança do IPTU do imóvel, tendo em vista a imunidade recíproca das pessoas
de direito público, princípio garantidor da Federação e cláusula pétrea.
b) É vedada a cobrança do IPTU do imóvel, tendo em vista que o Estado é isento do pagamento
do IPTU de imóveis de sua propriedade.
c) O IPTU é devido e o Estado, contribuinte do imposto, deve realizar o pagamento.
d) O IPTU não é devido, uma vez que o Estado não é sujeito passivo da exação.
e) O IPTU é devido e a pessoa jurídica de direito privado é a responsável tributária e quem deve
realizar o pagamento.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 72 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

O STF entendeu que a imunidade recíproca, não se estende a empresa privada arrendatária
de imóvel público, quando seja ela exploradora de atividade econômica com fins lucrativos.
Assim, é possível a cobrança do IPTU da empresa exploradora. Note a tese:

RE 594015 - A imunidade recíproca, prevista no art. 150, VI, a, da Constituição não se


estende a empresa privada arrendatária de imóvel público, quando seja ela exploradora
de atividade econômica com fins lucrativos. Nessa hipótese é constitucional a cobrança
do IPTU pelo Município.

Letra e.

010. (FGV/ADVOGADO/ALERO/2018) Um imóvel de propriedade do Estado ABC está regu-


larmente alugado para uma empresa privada que nele explora atividade hoteleira. No ano de
2018, a empresa recebeu notificação do Município XYZ para pagamento de IPTU referente ao
imóvel alugado, sob a alegação de que o Código Tributário Municipal prevê o locatário comer-
cial como contribuinte de IPTU.
Diante desse cenário, e à luz da mais recente jurisprudência do STF, assinale a afirmativa correta.
a) Tal cobrança é indevida, pois este locatário comercial, na qualidade de mero possuidor sem
animus domini, não poderia ser definido como contribuinte do IPTU.
b) Por ser o imóvel de propriedade do Estado ABC, não é possível a cobrança de IPTU do loca-
tário comercial, mas apenas do proprietário.
c) O proprietário do imóvel (Estado ABC) e o seu locatário (empresa hoteleira) podem respon-
der solidariamente pelo débito de IPTU.
d) Tal cobrança é devida, pois o locatário comercial explora atividade econômica com fins
lucrativos.
e) O IPTU não poderá ser cobrado do locatário comercial, uma vez que o imóvel pertence a um
Estado-membro da Federação, o qual goza de imunidade tributária.

Mesma abordagem da questão anterior. O STF entendeu que a imunidade recíproca, não se
estende a empresa privada arrendatária de imóvel público, quando seja ela exploradora de
atividade econômica com fins lucrativos. Assim, é possível a cobrança do IPTU da empresa
exploradora. Note a tese:

RE 594015 - A imunidade recíproca, prevista no art. 150, VI, a, da Constituição não se


estende a empresa privada arrendatária de imóvel público, quando seja ela exploradora

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 73 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

de atividade econômica com fins lucrativos. Nessa hipótese é constitucional a cobrança


do IPTU pelo Município.

Letra d.

011. (FGV/AUDITOR FISCAL TRIBUTÁRIO DA RECEITA MUNICIPAL/CUIABÁ/2016) As imu-


nidades tributárias são consideradas regras negativas de competência, estabelecidas pela
Constituição Federal, afastando a tributação de determinadas pessoas ou bases econômicas.
Sobre as imunidades tributárias, analise as afirmativas a seguir.
I – São imunes de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assis-
tência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
II – A imunidade dos templos de qualquer culto não alcança a COFINS (Contribuição para Fi-
nanciamento da Seguridade Social) e a Contribuição ao PIS (Programas de Integração Social).
III – É imune de taxas o exercício do direito de obtenção de certidões em repartições públicas,
para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Vamos avaliar as assertivas:


I – Correta. Essa é uma imunidade específica, delimitada na Constituição Federal em seu arti-
go 195, §7º.

entidades beneficentes
Contribuições para
de assistência social que
Art. 195, §7º o financiamento da
atendam às exigências
seguridade social
estabelecidas em lei.
II – Correta. A imunidade prevista no artigo 150, VI, b é limitada aos IMPOSTOS.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...
b) templos de qualquer culto.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 74 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

III – Correta. Essa é uma imunidade específica, delimitada na Constituição Federal em seu
artigo Art. 5º, XXXIV:

a) o direito de petição
aos Poderes Públicos
em defesa de direitos
ou contra ilegalidade ou
abuso de poder;
b) a obtenção
Art. 5º, XXXIV Taxas
de certidões em
repartições públicas,
para defesa de direitos
e esclarecimento de
situações de interesse
pessoal.
Letra e.

012. (FGV/PROCURADOR/PAULÍNIA/2016) As imunidades são normas constitucionais que


afastam a possibilidade de tributação de determinadas pessoas ou bases econômicas.
As opções a seguir apresentam hipóteses de imunidade, à exceção de uma. Assinale-a.
a) Patrimônio, serviços e renda, vinculados à finalidade essencial das autarquias, no que se
refere aos impostos.
b) A obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento
de situações de interesse pessoal, em relação às taxas.
c) Patrimônio, renda e serviços das editoras de livros e periódicos, em relação aos impostos.
d) O imóvel de propriedade de determinada igreja que, alugado a terceiro, tem o valor do alu-
guel destinado às suas finalidades essenciais, em relação aos impostos.
e) As operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária, no
que se refere aos impostos.

Imunidade estabelecida no art. 150, VI, d, CF/88 define que é vedado à União, aos Estados, ao
DF e aos Municípios instituir impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado à
sua impressão.
Por estar classificada como imunidade objetiva, não se cobra o imposto em face de operações
realizadas com seus objetos, como em uma saída de livros. Aí não irá incidir o ICMS.
Inobstante isso, poderá existir tributação por meio do imposto de renda para a editora respon-
sável pelo ato anterior que estava ao abrigo da imunidade, pois este incide sobre a pessoa, e
não sobre o objeto.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 75 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

EMENTA: TRIBUTÁRIO. ANISTIA DO ART. 150, VI, D, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. IPMF.


EMPRESA DEDICADA À EDIÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE LIVROS, JOR-
NAIS, REVISTAS E PERIÓDICOS. Imunidade que contempla, exclusivamente, veículos de
comunicação e informação escrita, e o papel destinado a sua impressão, sendo, por-
tanto, de natureza objetiva, razão pela qual não se estende às editoras, autores, empre-
sas jornalísticas ou de publicidade -- que permanecem sujeitas à tributação pelas recei-
tas e pelos lucros auferidos. (...)
(RE 206774, Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO, Primeira Turma, julgado em 03/08/1999)

Letra c.

013. (FGV/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO/TCM SP/CIÊNCIAS JURÍDICAS/2015) De acordo


com o sistema constitucional tributário, a previsão de imunidade é:
a) limitação à instituição de tributos estaduais e municipais, imposta pela União, através de lei
complementar nacional;
b) dispensa legal do pagamento do tributo ou penalidade pecuniária;
c) modalidade especial de extinção do crédito tributário;
d) não incidência qualificada pela lei;
e) limitação constitucional ao poder de tributar.

A imunidade tributária é uma norma constitucional que impede o exercício da competência


tributária pelos entes políticos. Por isso se classifica como uma limitação constitucional ao
poder de tributar.
Letra e.

014. (FGV/ANALISTA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO/CODEMIG/ADVOGADO SO-


CIETÁRIO/2015) A norma que impede que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
pios instituam e cobrem mutuamente impostos sobre seus patrimônios, rendas ou serviços é
uma espécie de:
a) imunidade;
b) suspensão;
c) isenção;
d) exclusão;
e) extinção.

De acordo com o disposto na CF/88, art. 150, vi, a, é vedado à União, aos estados, ao DF e aos
municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços uns dos outros.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 76 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros.
A doutrina e a jurisprudência classificam essa situação como uma imunidade Constitucional.
Letra a.

015. (FGV/AUDITOR DO TESOURO MUNICIPAL/RECIFE/2014) Determinada escola foi autu-


ada pelo Fisco Municipal por não ter recolhido o imposto sobre os serviços que presta, apesar
de ter recebido o título de instituição de utilidade pública, tendo sua imunidade reconhecida
por meio de ato declaratório próprio, não possuindo fins lucrativos. A Fazenda alega que a es-
cola não se cadastrou junto à Secretaria de Educação, órgão que estabelece os critérios para
que um estabelecimento possa ser considerado “educacional” e, portanto, imune, sendo essa
exigência ato privativo do Poder Executivo, que pode condicionar a fruição do benefício ao
cumprimento de obrigações acessórias.
Nesse caso, a Fazenda agiu
a) incorretamente, uma vez que a exigência de cadastro representa limite, a ser fixado por lei
complementar, à imunidade gozada pela escola.
b) corretamente, já que cabe ao Poder Executivo fixar a organização das entidades imunes.
c) corretamente, eis que cabe à Secretaria de Educação exercer controle sobre as escolas.
d) incorretamente, já que as exigências quanto à organização das entidades imunes devem ser
veiculadas por lei complementar.
e) corretamente, uma vez que, mesmo imune, a escola tem que cumprir as obrigações
acessórias.

Estabelecida no art. 150, VI, c, a norma constitucional veda à União, aos estados, ao DF e aos
municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços das instituições de educa-
ção e de assistência, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei. Note:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sin-
dicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos,
atendidos os requisitos da lei.
Menciona-se no art. 150, VI, c, os requisitos da lei.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 77 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

Quando a Constituição fala em regulamentação de imunidades – como espécie de limitação


ao poder de tributar – exige, expressamente, a norma complementar, de acordo com o dispos-
to em seu art. 146, II:

Art. 146. Cabe à lei complementar:


...
II – regular as limitações constitucionais ao poder de tributar.
O STF entende que a norma complementar deve regular as condições materiais para o gozo do
benefício e norma ordinária quando apenas tratar de requisitos formais para a constituição e
funcionamento de tais entidades.
Na inexistência de norma complementar específica, adotaram-se as regulações do Código Tri-
butário Nacional.
Note os requisitos do Código para a fruição da imunidade:

Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes
requisitos pelas entidades nele referidas:
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título;
II – aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institu-
cionais;
III – manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades ca-
pazes de assegurar sua exatidão.
§ 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do artigo 9º, a autoridade compe-
tente pode suspender a aplicação do benefício.
§ 2º Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do artigo 9º são exclusivamente, os direta-
mente relacionados com os objetivos institucionais das entidades de que trata este artigo, previstos
nos respectivos estatutos ou atos constitutivos.
Assim, como não consta no artigo 14 do CTN, só por meio de outra norma complementar na-
cional poderia se exigir da escola o cadastro junto à secretaria de educação para a fruição da
imunidade.
Note que a alternativa D está incorreta pois os requisitos para a constituição da escola podem
ser veiculados por meio de lei ordinária, e, ademais, a questão já nos diz que a escola existe e
está constituída de acordo com a lei.
Letra a.

016. (FGV/ANALISTA DE CONTROLE INTERNO/PREF RECIFE/FINANÇAS PÚBLICAS/2014)


Com relação às limitações ao poder de tributar, assinale V para a afirmativa verdadeira e F
para a falsa.
( ) A imunidade é regra de exclusão legal da competência tributária.
( ) A imunidade é aplicável apenas aos tributos não vinculados.
( ) A imunidade recíproca é extensiva às autarquias federais, estaduais e municipais.
As afirmativas são, respectivamente,
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 78 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

a) V, F e V.
b) F, V e F.
c) F, F e V.
d) V, V e F.
e) F, V e V.

Vamos avaliar as assertivas:


I – Incorreta. A imunidade é regra CONSTITUCIONAL e não legal.
II – Incorreta. A imunidade pode ser aplicada a qualquer tributo, tanto é verdade que existem
diversas imunidades de TAXAS, tributo de característica vinculada.
III – Correta. Em que pese com limitações, tal imunidade é extensível às autarquias de outras
esferas da federação.
Letra c.

017. (FGV/CONSULTOR LEGISLATIVO/CM RECIFE/ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, TRIBUTA-


ÇÃO, ORÇAMENTO, FINANÇAS E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO/2014) As imunidades
atuam no plano da definição da competência tributária, tem previsão constitucional e são hi-
póteses de não-incidência qualificada.
Nesse sentido, a imunidade recíproca impede que:
a) o Estado cobre contribuição de melhoria em relação a bem da União valorizado em decor-
rência de obra pública;
b) o Município cobre a taxa de licenciamento de obra do Estado;
c) o Estado cobre tarifa de esgoto de imóvel da União;
d) a União cobre imposto de Renda sobre os juros das aplicações financeiras dos Municípios;
e) a União Federal cobre contribuições destinadas ao custeio da Seguridade Social dos Esta-
dos e dos Municípios.

De acordo com o disposto na CF/88, art. 150, vi, a, é vedado à União, aos estados, ao DF e aos
municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços uns dos outros.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros.
Letra d.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 79 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

018. (FGV/ANALISTA AMBIENTAL (INEA/ADVOGADO/2013) Eduardo resolve estudar teolo-


gia e, após cinco anos de intensa atividade intelectual, resolve atuar na atividade missionária
vinculando‐se à Igreja protestante. Sua missão é designada para o interior do Brasil onde, com
a ajuda dos fieis, constrói uma igreja e uma habitação adjacente.
O município onde o imóvel está localizado notifica o religioso para que pague imposto predial
urbano sobre a construção da igreja e da habitação adjacente.
Nos termos da Constituição Federal, o caso descrito caracteriza a aplicação de
a) isenção.
b) imunidade.
c) não incidência.
d) supressão.
e) extraterritorialidade.

Mesmo sendo laico, o estado brasileiro assegura, como direito fundamental inserto art. 5º, VI,
o livre exercício dos cultos religiosos e a proteção aos locais de cultos e suas liturgias. Tal ideia
se reflete no artigo 150, VI, B

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI – instituir impostos sobre:
b) templos de qualquer culto;
Como se vê, tal imunidade além de genérica é eminentemente subjetiva, política, incondiciona-
da e relacionada aos templos de qualquer culto.
Letra b.

019. (FGV/ANALISTA DE PROCESSOS ADMINISTRATIVOS (CONDER/ADMINISTRATIVA/


ADVOGADO/2013) Entidade beneficente, sem fins lucrativos, que atende aos requisitos legais
e foi declarada de utilidade pública federal, importou, para fins de integralizar seu ativo fixo, um
maquinário a ser usado na atividade que presta.
Entretanto, no momento do desembaraço aduaneiro, o fiscal do Estado lhe exige o pagamento
do ICMS incidente sobre a importação da mercadoria, alegando que a imunidade da entidade é
sobre seu patrimônio e não sobre a atividade de importação, sobre a qual recai a exação.
Neste caso, a entidade
a) deve pagar o ICMS, contabilizar o imposto como crédito e posteriormente compensar o
que pagou.
b) não deve pagar o ICMS, já que a imunidade tributária a torna não contribuinte de qualquer
espécie tributária.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 80 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

c) deve pagar o ICMS e quando integralizar a máquina em seu ativo imobilizado, compensar o
que pagou.
d) só deve pagar o ICMS na operação se a máquina não for usada para a atividade beneficente
que presta.
e) não deve pagar o ICMS, já que é beneficiada por imunidade constitucionalmente prevista,
bastando comprovar que cumpre os requisitos legais para seu gozo.

Estabelecida no art. 150, VI, c, a norma constitucional veda à União, aos estados, ao DF e aos
municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclu-
sive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação
e de assistência, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei. Note:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sin-
dicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos,
atendidos os requisitos da lei.
Não bastasse isso, o STF possui entendimento no qual exonera a incidência, inclusive de im-
postos indiretos, se a entidade imune é o contribuinte de direito do tributo.
Na importação, a entidade é contribuinte de fato e de direito do bem.
Com esse norte, o STF entendeu ser tal operação imune.

Na tributação das operações de importação, o contribuinte por excelência do tributo é o


importador (que tende a ser o adquirente da mercadoria) e não o vendedor. Há confusão entre
as figuras do contribuinte de direito e do contribuinte de fato. Assim, não faz sentido argumen-
tar que a imunidade tributária não se aplica à entidade beneficente de assistência social nas
operações de importação, em razão de a regra constitucional não se prestar à proteção de
terceiros que arquem com o ônus da tributação.
[AI 476.664 AgR, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 6-4-2010, 2ª T, DJE de 7-5-2010.]
Vide AI 669.257 AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 17-3-2009, 1ª T, DJE de 17-4-2009.
Letra e.

020. (FGV/AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/SEFAZ RJ/2011) A respeito da imuni-


dade tributária, é correto afirmar que
a) os templos de qualquer culto não poderão ser tributados em relação ao IPTU e às taxas de
contribuição de melhoria.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 81 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

b) a imunidade recíproca entre os entes federados é absoluta, ou seja, abarca todas as espé-
cies de tributos.
c) as imunidades seguem as regras de competência previstas na Constituição, mas são cria-
das por meio de lei.
d) as entidades sindicais dos trabalhadores e as patronais gozam de imunidade tributária.
e) a imunidade recíproca entre os entes federados não se aplica em relação à Contribuição
Social sobre o Lucro Líquido.

a) Errada. Nesse caso, a imunidade abarca apenas os IMPOSTOS.


b) Errada. Nesse caso, a imunidade abarca apenas os IMPOSTOS.
c) Errada. As imunidades não são criadas por lei, apenas a CF institui imunidades.
d) Errada. As entidades PATRONAIS não gozam de imunidade.
e) Correta. Tal imunidade se aplica apenas a IMPOSTOS.
Letra e.

021. (FGV/ADVOGADO DO SENADO FEDERAL/2008) Em determinado município houve a


cobrança de IPTU sobre área que a Sociedade da Igreja de São Jorge utiliza como cemitério.
Essa cobrança:
a) é legal, pois a norma imunizante inscrita no artigo 150, VI, b refere-se tão-somente aos tem-
plos de qualquer natureza.
b) é constitucional, pois a imunidade do artigo 150, VI, “b” só compreende os templos e a casa
do celebrantes.
c) é inconstitucional, por ferir o disposto no artigo 150, VI, “b”, que protege a liberdade de ex-
pressão religiosa.
d) é válida, se ficar provado que há recursos arrecadados com a exploração do cemitério.
e) é ineficaz, em face da isenção de que os templos gozam, bem como todas as atividades
relacionadas à liberdade religiosa.

Mesmo sendo laico, o estado brasileiro assegura, como direito fundamental inserto art. 5º, VI,
o livre exercício dos cultos religiosos e a proteção aos locais de cultos e suas liturgias. Tal ideia
se reflete no artigo 150, VI, B:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI – instituir impostos sobre:
b) templos de qualquer culto;
O STF acabou adotando uma posição extensiva, ao entender que a imunidade ali prevista
abrangeria os cemitérios que se organizam como extensões das entidades religiosas, des-

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 82 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

de que se dediquem exclusivamente às atividades funerárias ou religiosas e não tenham fim


lucrativo.

EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA.


IPTU. ARTIGO 150, VI, “B”, CB/88. CEMITÉRIO. EXTENSÃO DE ENTIDADE DE CUNHO RELI-
GIOSO.
1. Os cemitérios que consubstanciam extensões de entidades de cunho religioso estão
abrangidos pela garantia contemplada no artigo 150 da Constituição do Brasil. Impossi-
bilidade da incidência de IPTU em relação a eles.
...
(RE 578562, Relator(a): Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 21/05/2008)

Letra c.

022. (FGV/JUIZ ESTADUAL/TJ PA/2008) Com base na Constituição da República Federativa


de 1988 e suas atualizações e na jurisprudência do STF, julgue as afirmativas a seguir:
I – As imunidades recíprocas vedam a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios de
instituírem impostos sobre patrimônio, renda e serviços uns dos outros, e são extensivas aos
Correios e à Infraero.
II – Os partidos políticos, entidade sindicais dos trabalhadores, instituições de ensino e enti-
dades assistenciais sem fins lucrativos são imunes ao pagamento de IPTU de imóveis de sua
titularidade, ainda que locados a terceiros, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas
respectivas atividades essenciais.
III – A imunidade dos livros, jornais, periódicos e do papel destinado a sua impressão abrange
os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos.
Assinale:
a) se nenhuma afirmativa estiver correta.
b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Vamos avaliar as assertivas:


I – Correta. A jurisprudência do STF entendeu que tais empresas públicas também gozam da
imunidade tributária recíproca.
II – Correta. A jurisprudência do STF entendeu que, nesses casos, há a fruição da imunidade,
inclusive publicando súmula sobre o tema:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 83 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

SÚMULA VINCULANTE 52: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU
o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da Consti-
tuição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais
tais entidades foram constituídas.

III – Correta. A jurisprudência do STF entendeu que, nesses casos, há a fruição da imunidade,
inclusive publicando súmula sobre o tema:

SÚMULA 657, STF: A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da Constituição Federal abrange
os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos.

Letra e.

023. (FGV/NOTÁRIO E REGISTRADOR/TJ AM/2005) Assinale a alternativa correta.


a) É ilimitada a competência tributária que a Constituição Federal concede aos entes tributantes.
b) Os Estados e Municípios, excepcionalmente, podem aumentar tributo por meio de ato admi-
nistrativo desde que devidamente motivado.
c) Os entes tributantes podem instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços uns dos
outros desde que pela alíquota mínima.
d) Pode a União instituir isenção de tributo que não seja de sua competência desde que o faça
por meio de lei federal.
e) Os entes estatais não podem instituir impostos sobre livros e jornais.

a) É ilimitada a competência tributária que a Constituição Federal concede aos entes tribu-
tantes. Incorreta. É LIMITADA. Até por isso existem as limitações constitucionais ao poder de
tributar, como princípios e imunidades.
b) Os Estados e Municípios, excepcionalmente, podem aumentar tributo por meio de ato ad-
ministrativo desde que devidamente motivado. Incorreta. Regra geral, somente a LEI pode au-
mentar tributos.
c) Os entes tributantes podem instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços uns dos
outros desde que pela alíquota mínima. Incorreta. Tal situação é IMUNE.
d) Pode a União instituir isenção de tributo que não seja de sua competência desde que o
faça por meio de lei federal. Incorreta. Não se pode instituir tributo se não há competência
para tanto.
e) Os entes estatais não podem instituir impostos sobre livros e jornais. Correta. Tal situação
goza de imunidade.
Letra e.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 84 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

Questões FCC

024. (FCC/SEFAZ-PE/AUDITOR FISCAL DO TESOURO ESTADUAL/2014) Em relação às imu-


nidades tributárias, é correto afirmar:
a) A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos so-
mente alcança as entidades fechadas de previdência social privada, se não houver contribui-
ção dos beneficiários.
b) A imunidade tributária sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão
não se aplica ao álbum de figurinhas.
c) Os serviços notariais e de registro, por serem exercidos em caráter público, por delegação
do Poder Público, sujeitam-se à imunidade tributária recíproca.
d) A sociedade de economia mista prestadora de serviço público de água e esgoto não é abran-
gida pela imunidade tributária recíproca.
e) As sociedades de economia mista prestadoras de ações e serviços de saúde, ainda que seu
capital social seja majoritariamente estatal, não gozam da imunidade tributária recíproca.

a) Certa. Gabarito conforme súmula do STF:

Súmula 730, STF: A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social


sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição, somente alcança as entidades
fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários.

b) Errada. O STF já reconheceu que a imunidade cultural/de imprensa é aplicável aos álbuns de
figurinhas (RE 221239).
c) Errada. Os serviços notariais e de registro não são abrangidos pela imunidade tributária re-
cíproca, esse foi o entendimento do STF ao julgar a ADI 3089:

EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁ-


RIO. ITENS 21 E 21.1. DA LISTA ANEXA À LEI COMPLEMENTAR 116/2003. INCIDÊNCIA
DO IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA - ISSQN SOBRE SERVIÇOS
DE REGISTROS PÚBLICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS. CONSTITUCIONALIDADE. Ação
Direta de Inconstitucionalidade ajuizada contra os itens 21 e 21.1 da Lista Anexa à Lei
Complementar 116/2003, que permitem a tributação dos serviços de registros públicos,
cartorários e notariais pelo Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISSQN. Ale-
gada violação dos arts. 145, II, 156, III, e 236, caput, da Constituição, porquanto a matriz
constitucional do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza permitiria a incidência
do tributo tão-somente sobre a prestação de serviços de índole privada. Ademais, a tri-
butação da prestação dos serviços notariais também ofenderia o art. 150, VI, a e §§ 2º

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 85 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

e 3º da Constituição, na medida em que tais serviços públicos são imunes à tributação


recíproca pelos entes federados. As pessoas que exercem atividade notarial não são
imunes à tributação, porquanto a circunstância de desenvolverem os respectivos servi-
ços com intuito lucrativo invoca a exceção prevista no art. 150, § 3º da Constituição. O
recebimento de remuneração pela prestação dos serviços confirma, ainda, capacidade
contributiva. A imunidade recíproca é uma garantia ou prerrogativa imediata de entida-
des políticas federativas, e não de particulares que executem, com inequívoco intuito
lucrativo, serviços públicos mediante concessão ou delegação, devidamente remunera-
dos. Não há diferenciação que justifique a tributação dos serviços públicos concedidos e
a não-tributação das atividades delegadas. Ação Direta de Inconstitucionalidade conhe-
cida, mas julgada improcedente.
(ADI 3089, Relator(a): Min. CARLOS BRITTO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. JOAQUIM BAR-
BOSA, Tribunal Pleno, julgado em 13/02/2008, DJe-142 DIVULG 31-07-2008 PUBLIC
01-08-2008 EMENT VOL-02326-02 PP-00265 RTJ VOL-00209-01 PP-00069 LEXSTF v. 30,
n. 357, 2008, p. 25-58)

d) Errada. Conforme visto em aula, a sociedade de economia mista prestadora de serviço pú-
blica de água e esgoto está abrangida pela imunidade tributária recíproca – este é o entendi-
mento do STF (RE 631309).
e) Errada. A prestação de ações e serviços de saúde por sociedades de economia mista goza
de imunidade recíproca, desde que a empresa estatal não tenha por finalidade a obtenção de
lucro – este é o entendimento do STF (RE 580264).
Letra a.

025. (FCC/TRT-16/ANALISTA JUDICIÁRIO/2014) Facundo, Auditor Fiscal da Receita Fede-


ral, pretende multar a Fundação “Vida e Paz”, fundação instituída e mantida pelo Poder Pú-
blico, haja vista que a mesma jamais pagou imposto sobre seu patrimônio, renda e serviços.
Nesse caso,
a) Facundo apenas pode cobrar tributo pelos serviços exercidos pela fundação, mas não sobre
a renda e o patrimônio, os quais detém imunidade tributária.
b) correta a postura de Facundo, vez que a citada fundação não detém imunidade tributária.
c) correta a postura de Facundo, pois apenas as autarquias possuem imunidade tributária.
d) incorreta a postura de Facundo, vez que a fundação possui imunidade tributária relativa aos
impostos sobre seu patrimônio, renda e serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou
as delas decorrentes.
e) Facundo apenas pode cobrar tributo sobre a renda da fundação, mas não sobre seus servi-
ços e patrimônio, os quais detém imunidade tributária.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 86 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

Gabarito conforme o art. 150, VI, a, c/c par.3, CF/88:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre: (Vide Emenda Constitucional n. 3, de 1993)
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros.
...
§ 2º - A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas
pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finali-
dades essenciais ou às delas decorrentes.
Letra d.

026. (FCC/AL-PE/ANALISTA LEGISLATIVO/2014) Em decorrência de imunidade tributária, o


ICMS NÃO pode ser cobrado em relação
a) à conferência de bens imóveis ao capital de sociedades, em aumento de capital.
b) à venda de mercadorias tendo como destino partidos políticos, para aplicação direta na ati-
vidade política aprovada pelo Tribunal Regional Eleitoral.
c) a prestações de serviços de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de
sons e imagens, de recepção livre e gratuita.
d) à importação de bens na modalidade “importação por encomenda” realizadas em favor de
entidade religiosa (templo de qualquer culto).
e) à prestação de serviço de provimento de acesso à internet, na modalidade “Serviço de Valor
Adicionado”.

Gabarito conforme o art. 155, par. 2, X, d, CF/88:

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 3, de 1993)
...
II – operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem
no exterior; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 3, de 1993)
...

§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 3, de 1993)
...
X – não incidirá:
...

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 87 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas
d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e
imagens de recepção livre e gratuita;
Letra c.

027. (FCC/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/TJ-PE/2013) A imunidade


tributária
a) pode vir definida em lei ou na Constituição Federal, mas nunca em decreto.
b) para ser concedida depende de requerimento do interessado à autoridade administrativa
competente.
c) pode ser criada por lei do ente competente para instituir o tributo, podendo ser em caráter
geral ou em caráter específico.
d) é prevista na Constituição Federal, que fixa as hipóteses de incompetência para o ente insti-
tuir o tributo nas situações por ela definidas.
e) é prevista na Constituição Federal, mas sua aplicação depende sempre de despacho de au-
toridade administrativa fiscal competente que reconheça a não incidência.

Conforme aprendido nesta aula, a imunidade tributária representa uma delimitação negativa de
competência tributária, prevista na CF/88.
Letra d.

028. (FCC/TJ-PE/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/2013) Quando da


realização de transmissão de bens imóveis e direitos a ele referentes com a finalidade de inte-
gralização de capital social pelo sócio de empresa haverá
a) incidência de Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação - ITCMD, tal como aconte-
ce no caso de incorporação de empresa, relativamente aos bens imóveis.
b) imunidade em relação ao Imposto sobre Transmissão de Bem Imóvel por ato entre vivos a
título oneroso - ITBI, tal como acontece quando na transmissão de bens imóveis na incorpora-
ção, fusão, extinção e cisão de pessoa jurídica.
c) isenção em relação ao Imposto sobre Transmissão de Bem Imóvel por ato entre vivos a títu-
lo oneroso - ITBI, tal como acontece no caso de incorporação imobiliária.
d) imunidade em relação ao Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação - ITCMD, tal
como acontece no caso de Imposto sobre Transmissão de Bem Imóvel por ato entre vivos a
título oneroso - ITBI no caso de cessão de direitos reais.
e) incidência de Imposto sobre Transmissão de Bem Imóvel por ato entre vivos a título oneroso
- ITBI, tal como acontece no caso de incorporação imobiliária.

Esta imunidade está prevista no art. 156, par. 2º, CF/88, que dispõe que:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 88 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
...
II – transmissão “inter vivos”, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou
acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos
a sua aquisição;
...
§ 2º O imposto previsto no inciso II:
I – não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídi-
ca em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incor-
poração, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do
adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento
mercantil.
Letra b.

029. (FCC/TJ-PE/JUIZ/2013) Sobre imunidade e isenção, analise os itens abaixo.


I – A Constituição Federal assegura isenção no pagamento de taxa para obtenção de certidões
em repartições públicas e privadas que prestam serviço público, para defesa de direitos e es-
clarecimento de situações de interesse pessoal.
II – A imunidade sobre o templo de qualquer culto apenas alcança os impostos, sendo devidas,
portanto, as taxas e contribuição de melhoria incidentes sobre o imóvel destinado ao templo.
III – Há isenção de imposto sobre comercialização de livro, jornal, periódico e sobre a comer-
cialização de papel destinado a impressão destes produtos.
IV – Possui imunidade de contribuição social para seguridade social a entidade beneficente de
assistência social que atenda às exigências estabelecidas em lei sobre a folha de salários e
demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe
preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I, II e III.
b) II, III e IV.
c) I e II.
d) II e IV.
e) I e III.

Item I) Falso. Inicialmente, perceba que se está previsto na CF/88, quer dizer que se está diante
de um caso de imunidade. Pontue-se, ainda, que em alguns casos embora o legislador consti-
tuinte afirme no texto constitucional que é uma isenção, é um caso de imunidade.
No item em apreço o examinador tentou confundir o candidato quanto à imunidade prevista no
art. 5º, XXXIV, CF88:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 89 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas
XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
...
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de
situações de interesse pessoal.
Perceba que CF/88 não assegurou a gratuidade da taxa para repartições privadas.
Item II) Verdadeiro. A imunidade religiosa prevista no art. 150, VI, b, CF/88 alcança somente
os impostos.
Item III) Falso. A CF/88 no art. 150, VI, d, prevê imunidade (e não isenção) aos livros, jornais,
periódicos e papéis destinados à sua impressão:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre: (Vide Emenda Constitucional n. 3, de 1993)
...
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
Item IV) verdadeiro. A referida imunidade está prevista no art. 195, par. 7º, CF/88:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos
termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: (Vide Emenda Constitucional n. 20,
de 1998)
I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à
pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 20, de 1998)
...
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência
social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
Letra d.

030. (FCC/PREFEITURA DE SÃO PAULO-SP/2012) Igreja Mundial do Imposto Sagrado, tendo


em vista a ampliação de suas atividades religiosas, começou a cobrar de seus fiéis o valor de
R$ 100,00 por batismo realizado. Responsáveis pela entidade religiosa regularmente constituí-
da formulam consulta ao órgão competente do município de sua localização, para saber se de-
vem, ou não, recolher o ISS pelos serviços religiosos prestados. Formulam consulta, também,
ao fisco federal, para saber se a renda auferida com os batismos deve ser declarada como
tributada pelo Imposto sobre Renda e Proventos de Qualquer Natureza - Pessoa Jurídica - IRPJ
da entidade religiosa.
Nesse caso,

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 90 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

a) o ISS e o IRPJ devem ser cobrados, em razão do princípio da igualdade, pois os templos de
qualquer culto devem ser tratados tributariamente como qualquer pessoa jurídica que realize
um serviço tributável e que aufira rendas.
b) o ISS não deve ser cobrado, tendo em vista que o serviço de batismo é atividade relacionada
às finalidades religiosas da entidade, porém, o IRPJ deve ser cobrado, pois a renda auferida
com qualquer serviço prestado pelo templo é tributada.
c) tanto o ISS como o IRPJ devem ser cobrados, pois não há dispositivo normativo que exima
o templo de qualquer culto de quaisquer cobranças tributárias.
d) nem o ISS, nem o IRPJ devem ser cobrados, tendo em vista que, tanto o serviço de batismo,
como a renda respectivamente auferida, estão relacionados às finalidades essenciais da enti-
dade religiosa.
e) o IRPJ não deve ser cobrado, pois a renda auferida com os batismos resta alcançada por
imunidade tributária; porém, sobre o serviço de batismo deve ser cobrado o ISS, tendo em vista
a ausência de dispositivo normativo em sentido contrário.

Os templos de qualquer culto são imunes à cobrança de impostos sobre o patrimônio, renda
e serviços vinculados às suas finalidades essenciais (arts. 150, VI, b, CF/88, c/c art. 150, par.
4º, CF/88).

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre: (Vide Emenda Constitucional n. 3, de 1993)
...
b) templos de qualquer culto.
...
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas “b” e “c”, compreendem somente o patrimônio, a
renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
Letra d.

031. (FCC/TCE-AP/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/2012) A imunidade tributária


a) só pode ser concedida por lei complementar.
b) pode ser concedida pela União relativamente a impostos estaduais, desde que esta esteja
também regulando impostos federais.
c) implica ausência de competência tributária para instituir tributo e está prevista apenas na
Constituição Federal.
d) é causa de exclusão do crédito tributário, ao lado da anistia e da isenção.
e) alcança apenas patrimônio, renda e serviços de tributos que incidem sobre atividades rela-
cionadas a livro, jornal, periódico e o papel destinado a sua impressão.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 91 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

A imunidade tributária é concedida pela Constituição Federal, e representa uma delimitação


negativa de competência tributária.
Letra c.

032. (FCC/NOSSA CAIXA DESENVOLVIMENTO/ADVOGADO/2011) Haverá imunidade tri-


butária para
a) impostos incidentes sobre o patrimônio, renda e serviços de autarquias e fundações institu-
ídas e mantidas pelo Poder Público, desde que relacionados com suas finalidades essenciais
ou delas decorrentes.
b) tributos incidentes sobre patrimônio, renda e aos serviços relacionados com exploração de
atividades econômicas de empresas públicas e sociedades de economia mista.
c) contribuições devidas por pessoas jurídicas de direito público interno, incidentes sobre folha
de salários de empregados públicos.
d) tributos incidentes sobre patrimônio, renda e serviços das instituições de educação e assis-
tência social, sem fins lucrativos.
e) tributos incidentes sobre operações que destinem mercadorias para o exterior e sobre ser-
viços prestados a destinatários no exterior.

Gabarito conforme art. 150, par. 2, CF/88:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
...
§ 2º A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades
essenciais ou às delas decorrentes.
Letra a.

033. (FCC/MPE-CE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2011) Sobre a imunidade, analise os


itens a seguir:
I – As imunidades tributárias vêm fixadas na Constituição Federal ou em lei complemen-
tar federal.
II – As imunidades alcançam apenas os impostos.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 92 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

III – O patrimônio, a renda e os serviços relacionados às finalidades essenciais dos templos de


qualquer culto são imunes de impostos.
IV – A previsão de que o cidadão ficará isento de custas judiciais na ação popular é hipótese
de imunidade de taxa.
V – As imunidades somente terão eficácia após regulamentação por lei complementar.
Está correto o que se afirma SOMENTE em
a) I e II.
b) III e IV.
c) IV e V.
d) I, II e III.
e) III, IV e V.

Item I) Falso. As imunidades tributárias vêm fixadas na Constituição Federal.


Item II) Falso. As imunidades alcança diversas espécies tributárias conforme visto em aula.
Item III) Verdadeiro. A imunidade religiosa é aplicada somente aos impostos incidentes sobre o
patrimônio, a renda e os serviços dos templos de qualquer culto que sejam vinculados a suas
finalidades essenciais.
Item IV) Verdadeiro. Tendo em vista que as custas judiciais são taxas, e a CF/88 destacou que
na ação popular o cidadão não irá pagá-la, essa é uma imunidade tributária.
Item V) Falso. Há imunidades autoaplicáveis, ou seja, que não necessitam de regulamentação
legal para ter eficácia.
Letra b.

034. (FCC/PREFEITURA DE RECIFE-PE/ANALISTA DE GESTÃO CONTÁBIL/ 2019) A Consti-


tuição Federal, em seu art. 150, estabelece que, sem prejuízo de outras garantias asseguradas
ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, instituir
impostos sobre
a) patrimônio, renda e serviços atinentes a templos de quaisquer cultos, exceto dos dedicados
a cultos panteístas ou não monoteístas.
b) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros, inclusive de suas autarquias, fundações e
empresas, seja em relação as suas atividades essenciais, seja em relação a qualquer outra
atividade.
c) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão e embalagem.
d) templos de qualquer culto, no que diz respeito apenas ao patrimônio, a renda e os serviços
relacionados com as finalidades essenciais destas entidades.
e) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão e embalagem, sendo que, em
relação aos periódicos, a vedação não compreende aqueles que se destinam a mero entrete-
nimento e lazer.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 93 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

a) Errada. A imunidade religiosa é aplicado aos templos de quaisquer cultos, não fazer a Cons-
tituição Federal nenhuma exigência quanto à dedicação a cultos panteístas ou não monoteís-
tas para reconhecimento da referida imunidade (Art. 150, VI, b, CF/88):

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...
b) templos de qualquer culto.
b) Errada. A imunidade recíproca é aplicável às autarquias e fundações somente quanto
aos patrimônios, rendas e serviços vinculados às suas finalidades essenciais. (Art. 150, par.
2º, CF/88).

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
...
§ 2º A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades
essenciais ou às delas decorrentes.
Alternativas c, e) Erradas. O art. 150, VI, d, CF/88 não destaca que a imunidade cultural sobre
“livros, jornais, periódicos e papéis destinados à sua impressão” alcança a embalagem.
Quanto à afirmação de que a imunidade não é aplicável a periódicos de mero entretenimento
e lazer, esta não deve prosperar, tendo em vista que no texto constitucional não há nenhuma
ressalva quanto ao valor artístico ou didático, já tendo sido reconhecido, por exemplo, pelo STF,
que o álbum de figurinhas é imune.
d) Correta. Conforme o par. 4º do art. 150, CF/88, a imunidade dos templos de qualquer culto
é aplicável somente ao patrimônio, renda e serviços que sejam vinculados às suas finalidades
essenciais:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...
b) templos de qualquer culto;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 94 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas
...
§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas “b” e “c”, compreendem somente o patrimônio, a
renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
Letra d.

035. (FCC/PREFEITURA DE CARUARU-PE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2018) A imunida-


de tributária
a) recíproca alcança todos os tributos previstos na Constituição Federal.
b) aplica-se incondicionalmente a entidades de assistência social sem fins lucrativos.
c) aplica-se exclusivamente à propriedade de imóveis de entidades educacionais, desde que
não tenham fins lucrativos.
d) aplica-se aos bens, rendas e serviços relacionados às atividades essenciais dos partidos
políticos.
e) trata-se de política parafiscal com sede constitucional, que não exclui a competência tribu-
tária plena.

a) Errada. A CF/88 no art. 150, VI, a, afirma que a imunidade recíproca é aplicável somente a
uma espécie tributária: impostos.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros.
b) Errada. A imunidade é aplicável às entidades de assistência social sem fins lucrativos so-
mente se atendidos os requisitos previstos em lei. Esta compreensão se depreende da análise
do final do art. 150, VI, c, CF/88:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sin-
dicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos,
atendidos os requisitos da lei.
c) Errada. O par. 4º da CF/88 destaca que a imunidade tributária beneficiará as entidades de
educação sem fins lucrativos que atendam aos requisitos previstos em lei, e que essa imunida-
de representa a vedação da instituição de impostos sobre o seu patrimônio, a sua renda e os

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 95 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

seus serviços, razão pela qual a alternativa está errada, pois diz que é imune somente o imóvel
da referida entidade.
d) Certa. Conforme art. 150, VI, c, c/c 150, par. 4º, CF/88:

§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas “b” e “c”, compreendem somente o patrimônio, a
renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
e) Errada. A imunidade é justamente a exclusão da competência tributária, proibindo os en-
tes de exercerem sua competência diante das hipóteses das imunidades tributárias previs-
tas na CF/88.
Letra d.

036. (FCC/SEGEP-MA/AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/2016) De acordo com as


regras constitucionais atinentes às limitações do poder de tributar, é VEDADO
a) aos Municípios, instituir e cobrar a “taxa de lixo” das repartições públicas estaduais, perten-
centes à Administração direta estadual.
b) instituir e cobrar contribuição de melhoria decorrente da valorização de um terreno baldio de
propriedade de instituição religiosa.
c) aos Estados, instituir e cobrar o IPVA sobre veículos de propriedade de órgão da Administra-
ção direta da União.
d) aos Estados, instituir e cobrar a “Taxa de Fiscalização de Prestação de Serviços de Interesse
à Saúde”, relativamente a estabelecimento pré-escolar (maternal), entidade sem fins lucrativos
e que exerce suas atividades essenciais.
e) aos Municípios, instituir e cobrar o ISS sobre a prestação de serviço de saúde por hospitais
de propriedade de entidade de economia mista, que cobra pelos serviços que presta, e cuja
maior parte do capital pertence ao Estado.

Alternativas a, d) Erradas. A imunidade recíproca alcança tão somente os impostos, nos ter-
mos do art. 150, VI, a, CF/88, sendo permitido, portanto, os entes políticos instituírem e cobra-
rem dos outros entes as demais espécies tributárias.
b) Errada. A imunidade religiosa prevista no art. 150, VI, b, CF/88 diz respeito somente aos
impostos, não tendo o legislador constituinte previsto imunidade religiosa quanto às contribui-
ções de melhoria.
c) Certa, em atenção à imunidade recíproca, que é a vedação constitucional de instituição de
impostos por um ente político sobre o patrimônio, renda e serviços de outro ente político.
e) Errada. Embora a CF/88 não tenha destacado que as sociedades de economia mista são
beneficiadas pela imunidade tributária, o STF tem estendido a imunidade tributária recíproca
também a algumas sociedades de economia mista, em especial àquelas que se revelam como
“instrumentalidades estatais”, ou seja, instrumentos de atuação do estado em área exclusiva

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 96 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

de serviços públicos; sem fins lucrativos e com a composição do capital social majoritariamen-
te público. No caso do quesito não há imunidade, pois o hospital cobra pelo serviço prestado.
Letra c.

037. (FCC/PREFEITURA DE SÃO LUÍS-MA /AUDITOR DE CONTROLE INTERNO/2015) De


acordo com a Constituição Federal, exceto na etapa de replicação industrial de mídias ópticas
de leitura a laser, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir
impostos sobre
a) videofonogramas musicais produzidos no Mercosul, contendo obras musicais ou literomu-
sicais de autores brasileiros.
b) obras em geral, interpretadas por artistas brasileiros, excluídos os suportes materiais ou
arquivos digitais que os contenham.
c) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou
literomusicais de autores brasileiros, ou de autores estrangeiros residentes no Brasil, há, pelo
menos, dois anos.
d) fonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais de autores brasileiros.
e) obras em geral, compostas no Brasil, interpretadas por artistas brasileiros ou por artistas
estrangeiros residentes no Brasil há, pelo menos, dois anos, excluídos os suportes materiais
ou arquivos digitais que os contenham.

Gabarito conforme art. 150, VI, e, CF/88, o qual prevê que serão imunes:

IMUNIDADE MUSICAL

fonogramas e videofonogramas musicais desde que;

produzidos no Brasil;

contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou;

obras musicais ou literomusicais em geral interpretadas por autores


brasileiros;

* salvo na replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.


Letra d.

038. (FCC/TJ-PI/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Atenção: Para responder a questão, considere a


seguinte situação hipotética:
Empresa Pecúnia Informática S/A, tem sede em Teresina, Piauí. No regular exercício de suas
atividades, foi contratada em 2014 pelo Município de São Paulo para prestar serviços de in-

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 97 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

formática de janeiro a dezembro de 2015, prevendo-se no contrato o pagamento mensal dos


valores devidos à empresa contratada.
Um cidadão propõe uma ação popular questionando a lisura da contratação direta, formaliza-
da em 2014, entre a empresa Pecúnia Informática S/A e o Município de São Paulo, tendo por
objeto a prestação de serviços de informática.
Segundo o art. 5º, LXXIII da Constituição da República, qualquer cidadão é parte legítima para
propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que
o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico
e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência.
Considerando os confins da competência constitucional tributária, o dever de não pagar as
custas judiciais, na hipótese em apreço, decorre de
a) anistia.
b) isenção.
c) imunidade.
d) não-incidência.
e) remissão.

Conforme tabela abaixo, o caso em apreço refere-se à imunidade, que é a situação previs-
ta no texto constitucional que já limita a competência dos entes políticos para instituição
dos tributos.

IMUNIDADE NÃO INCIDÊNCIA ISENÇÃO

NÃO HÁ FATO NÃO HÁ FATO


HÁ FATO GERADOR
GERADOR GERADOR

NASCE A OBRIGAÇÃO
NÃO NASCE A NÃO NASCE A TRIBUTÁRIA, MAS LEI
OBRIGAÇÃO OBRIGAÇÃO ISENTIVA PREVÊ QUE
TRIBUTÁRIA TRIBUTÁRIA O CRÉDITO NÃO SERÁ
CONSTITUÍDO

NÃO HÁ POSSIBILIDADE
A SITUAÇÃO PODE VIR HÁ O EXERCÍCIO
DE SER OBJETO
A SOFRER INCIDÊNCIA DA COMPETÊNCIA
DE COMPETÊNCIA
TRIBUTÁRIA TRIBUTÁRIA
TRIBUTÁRIA

PREVISTA NA CF/88 - PREVISTA EM LEI


Letra c.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 98 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas

039. (FCC/TCM-RJ/AUDITOR-SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO/2015) Acerca das imunida-


des tributárias, é correto afirmar que
a) a imunidade dos templos de qualquer culto abrange o local de culto e também imóveis de
propriedade da entidade religiosa locados a terceiros, desde que o aluguel reverta em benefício
da atividade religiosa.
b) as entidades fechadas de previdência privada estão amparadas pela imunidade, devido à
natureza assistencial.
c) são aplicáveis exclusivamente em relação aos impostos.
d) a imunidade relativa às operações com petróleo, combustíveis e minerais alcança os tribu-
tos em geral, compreendendo impostos e contribuições.
e) a imunidade recíproca beneficia as empresas públicas e sociedades de economia mista.

a) Certa. Nos termos do art. 150, par. 4º, CF/88:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...
b) templos de qualquer culto;
...
§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas “b” e “c”, compreendem somente o patrimônio, a
renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
b) Errada. Nem todas as entidades fechadas de previdência privada estão amparadas pela
imunidade, conforme se depreende da súmula 730 do STF, que destaca que estas só serão
beneficiadas se não houver contribuição dos beneficiários:

Súmula 730, STF: A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social


sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição, somente alcança as entidades
fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários.

c) Errada. Como visto em aula há também imunidade quanto a outras espécies tributárias,
como, por exemplo quanto às contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico
que não incidem sobre as receitas decorrentes de exportação, conforme previsão do art.149,
§2º, I, CF/88.
d) Errada. Não se pode afirmar que a imunidade relativa às operações com petróleo, combus-
tíveis e minerais alcança os tributos em geral. A CF/88 destaca que nessas operações incide
ICMS, Imposto de Importação e Imposto de Exportação.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 99 de 102
DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas
§ 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput deste artigo e o art. 153, I e II, ne-
nhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de teleco-
municações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 33, de 2001)
e) Errada. A imunidade recíproca beneficia as empresas públicas e sociedades de economia
mista que prestem serviço público que for obrigatório e exclusivo do Estado.
Letra a.

Questões Cebraspe

040. (CESPE/ASSESSOR JURÍDICO/CODEVASF/2021) Considerando as normas e os princí-


pios de direito tributário estabelecidos na Constituição Federal de 1988, no Código Tributário
Nacional e na Lei Complementar n.º 123/2006, julgue o item a seguir.
Embora seja vedada a instituição de imposto sobre livros e jornais, é permitida a cobrança de
contribuição social sobre o faturamento decorrente da venda desses bens.

A imunidade cultural prevista na alínea “d” do inc. VI do art. 150 da CF/88 proíbe somente a
cobrança de impostos sobre os livros:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
...
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
Já a cobrança de contribuição social sobre o faturamento decorrente da venda dos livros é
permitida.
Certo.

041. (CESPE/PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO JUNTO AO TC-DF/2021) A respeito


de imunidade tributária e isenção fiscal, julgue o item que se segue, à luz do entendimento do
Supremo Tribunal Federal e da legislação pertinente.
A imunidade recíproca entre a União, os estados, os municípios e o Distrito Federal abrange
todas as espécies tributárias.

A imunidade tributária recíproca está prevista na alínea “a” do inc. VI do art. 150 da CF/88 e
assegura que os entes federativos não podem cobrar impostos sobre o patrimônio, a renda ou
serviços, uns dos outros.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 100 de 102


DIREITO TRIBUTÁRIO
Das Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
Diego Degrazia e Lis Ribas
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
Como se vê, a imunidade tributária recíproca não abrange todas as espécies tributárias, so-
mente impostos.
Errado.

042. (CESPE/AUDITOR FISCAL DA RECEITA DO DISTRITO FEDERAL/SEFAZ-DF/2020) Con-


siderando as regras do CTN acerca da vigência da legislação tributária e das limitações cons-
titucionais ao poder de tributar, julgue o item que se segue.
A imunidade tributária recíproca dos entes federativos não é extensível às respectivas autar-
quias e fundações públicas.

A imunidade tributária recíproca assegura que os entes políticos não cobrem impostos sobre o
patrimônio, renda e serviço, uns dos outros, nos termos da alínea “a”, inc. VI, art. 150 da CF/88.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
...
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
Conforme o par. 2º desse mesmo artigo é extensível às autarquias e fundações públicas insti-
tuídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere às suas finalidades essenciais:

§ 2º - A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas


pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finali-
dades essenciais ou às delas decorrentes.
Portanto, a questão está errada ao afirmar que a imunidade tributária recíproca dos entes fede-
rativos não é extensível às respectivas autarquias e fundações públicas.
Errado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 101 de 102


Diego Degrazia
Professor em cursos para concursos em Porto Alegre e em cursos online. Jornalista. Graduando em Direito.
Atualmente, é auditor-fiscal da Receita Estadual/RS (ICMS-RS), aprovado em 24º lugar no concurso de
2009. Foi assistente técnico administrativo do Ministério da Fazenda, aprovado em 12º lugar. Foi também
aprovado em 1º lugar no concurso de analista de Orçamentos do Ministério Público da União. É o fundador
do Grupo de Estudos do Degrazia, no Facebook, comunidade que reúne mais de 11 mil concurseiros de
todo o País. Orientador de alunos, ajudou diretamente na aprovação de diversos alunos nos principais
concursos fiscais do País, em especial na 1º colocação do ICMS-SC.

Lis Ribas
Auditora Pública Externa do TCE-RS, Especialista em Direito Tributário pela UFBA (2014), já advogou na
área tributária e foi aprovada nos seguintes concursos: Analista do MP-AL (2018); Auditora TCM-BA
(2018); Analista de Planejamento e Orçamento da Câmara Municipal de Maceió-AL (2018); Analista de
Controle Interno de Maceió (2017).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

Você também pode gostar