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DIREITO

TRIBUTÁRIO
Direito Tributário na Constituição
Federal: as Limitações ao Poder de
Tributar – Imunidades

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO TRIBUTÁRIO
Direito Tributário na Constituição Federal: as Limitações ao Poder de Tributar -
Imunidades
Renato Grilo

1. Conceito de Imunidade............................................................................................................................. 4
2. Imunidade, Isenção, Alíquota Zero e Não Incidência.. .............................................................. 14
3. As Imunidades do Artigo 150 da Constituição Federal.. ......................................................... 21
4. Imunidade e Obrigação Acessória................................................................................................... 23
5. Imunidades são Cláusulas Pétreas?.............................................................................................. 28
6. A Imunidade Tributária Recíproca.................................................................................................... 31
7. A Imunidade dos Templos de Qualquer Culto. . .......................................................................... 36
8. A Imunidade das Entidades da Alínea ‘C’......................................................................................37
9. A Imunidade Cultural............................................................................................................................. 40
10. A Imunidade dos Fonogramas e Videogramas Musicais. . .................................................. 42
Questões de Concurso............................................................................................................................... 43
Gabarito............................................................................................................................................................ 66
Gabarito Comentado................................................................................................................................... 67

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Renato Grilo

As Imunidades Tributárias

Na aula anterior, eu afirmei que as limitações constitucionais ao poder de tributar têm


duas “ordens”: princípios constitucionais tributários e as imunidades tributárias.
Até aqui, você já sabe o que é um tributo e quais as suas espécies; já concebe o conceito
de tributação (criação do tributo, pela via da competência tributária, e cobrança dos tributos
criados). Além disso, você também compreende a função do Direito Tributário, na regulação
do tributo e da tributação, e em que consiste a competência tributária, dada pela Constituição
Federal, para a instituição de tributos.
Na aula 3, passada, falamos sobre o “ladrilho”, ou o “caminho”, ou, ainda, a “trilha”, por
meio da qual o exercício da competência tributária deve se dar: os princípios constitucionais
tributários.
Você já possui a exata noção funcional dos princípios constitucionais tributários: eles
(de)limitam o exercício da competência tributária, dando as diretrizes a serem seguidas para
criação e cobrança dos tributos.
Contudo, além da limitação imposta pelos princípios, a Constituição Federal elege deter-
minados espaços protegidos à tributação. São locais onde a competência tributária não pode
entrar; percursos que não podem ser feitos pelos entes tributantes.
É como se a Constituição Federal colocasse uma placa de “sentido proibido” para o veí-
culo de criação tributária.
As imunidades são esses territórios protegidos pela Constituição, pelos quais não se co-
gita que se passe com o tributo, sendo impossível a derivação de parte da riqueza ali presente.
Como eu costumo dizer em minhas aulas: a imunidade é como a árvore proibida do jardim.
O Constituinte mostra a União, Estados, Municípios e o DF um jardim cheio de árvores, e lhes
autoriza a retirar alguns frutos daquelas árvores para a sua manutenção. Contudo, o mesmo
Constituinte diz aos entes políticos: de determinadas árvores, você não poderá retirar os fru-
tos. Essa determinação torna imune os frutos das árvores proibidas.
Pois bem! Essa é a imunidade tributária e é o tema dessa nossa aula 4!
Sigamos!

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1. Conceito de Imunidade

Nas minhas aulas, eu costumo sempre dizer: a imunidade, antes de tudo, é  um apreço

constitucional. O que quero dizer com isso? Uma imunidade representa um valor constitucio-

nal, expressado por meio da proteção ao exercício da competência tributária.

Quando a Constituição Federal, em qualquer hipótese e independentemente da terminolo-

gia que utilize, estabelece um mandado de não tributação, há imunidade tributária constitu-

cional. Essas determinações constitucionais representam valores que a Constituição protege,

mediante a imunidade tributária. Por isso, chamo de “apreço constitucional tributário”.

De acordo com Paulsen, imunidades são regras constitucionais que proíbem a tributação

de determinadas pessoas, operações, objetos ou de outras demonstrações de riqueza, negan-

do, portanto, competência tributária, são chamadas de imunidades tributárias. Isso porque

tornam imunes à tributação as pessoas ou base econômicas nelas referidas relativamente

aos tributos que a própria regra constitucional negativa de competência específica (PAULSEN,

Leandro. Curso de direito tributário completo. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2019).

Vamos aos exemplos, da Constituição Federal, de imunidades – alertando que, em alguns

casos, impropriamente, há a referência no texto constitucional a “isenção”:

CF, Art. 5º:
XXXIV  – são a todos assegurados, “Espaço não tributável” – protegido
Valor constitucional:
independentemente do pagamento do exercício da competência tributá-
A proteção aos direitos e garantias
de taxas: ria:
fundamentais, mediante acesso ao
a) o direito de petição aos Pode- A postulação aos Poderes Públi-
direito de petição e da obtenção de
res Públicos em defesa de direitos cos em defesa de direitos ou contra
certidões.
ou contra ilegalidade ou abuso de ilegalidade ou abuso de poder; e a
Esse direito de garantia ao indiví-
poder; obtenção de certificação de direito
duo é ‘precificado’ pela Constitui-
b) a obtenção de certidões em ou fato, por parte do Poder Público.
ção Federal como sendo de tribu-
repartições públicas, para defesa de O peticionamento e o requerimento
tação vedada.
direitos e esclarecimento de situa- de certificação não é tributável.
ções de interesse pessoal;

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“Espaço não tributável” – protegido do


exercício da competência tributária:
A operação envolvendo imóveis pode ser
objeto de dois tributos distintos: se for
CF, Art. 184. Compete à União desa- por ato entre vivos, será um fato da vida
propriar por interesse social, para tributado pelos Municípios, mediante o Valor constitucional:
fins de reforma agrária, o  imóvel ITBI (CF, art.  156, II); se tiver por causa A reforma agrária, como um
rural que não esteja cumprindo a morte, será tributado pelos Estados, valor constitucional, é  prote-
sua função social, mediante prévia mediante o ITCMD (CF, art. 155, I). gido da tributação.
e justa indenização em títulos da Contudo, se a operação envolver a trans- É tão grande apreço que o
dívida agrária, com cláusula de pre- ferência de imóveis desapropriados, para Constituinte tem pela reforma
servação do valor real, resgatáveis o fim específico de reforma agrária, essa agrária, que resolveu imunizar
no prazo de até vinte anos, a partir transferência estará protegida constitu- a transmissão dos imóveis
do segundo ano de sua emissão, cionalmente da tributação. Veja o leitor que se destinem a essa fina-
e  cuja utilização será definida em que a imunidade é para um tributo espe- lidade.
lei. (…) cífico: impostos. Não se pode sequer cogitar-
§ 5º São isentas de impostos fede- Atente para um dado atécnico: a CF se -se de qualquer legislação
rais, estaduais e municipais as ope- refere a “isentas”. Não se trata de isen- que pretenda tributar imóveis
rações de transferência de imóveis ção; aqui, a palavra está usada sem téc- nesse contexto; seria uma lei
desapropriados para fins de reforma nica tributária. claramente inconstitucional.
agrária. Evidentemente, a literalidade do disposi-
tivo, quando cobrada em concurso, deve
ser assinalada como verdadeira. Con-
tudo, você sabe que tecnicamente é uma
imunidade, e não uma isenção.

Valor constitucional:
O assistencialismo, a  filantropia.
A  Constituição Federal tem como
“Espaço não tributável” – protegido valor o exercício de atividades bene-
do exercício da competência tribu- ficentes, sem fins lucrativos.
CF, Art.  195 §  7º São isentas de tária: Essas atividades, como é o caso de
contribuição para a seguridade A pessoa jurídica que se caracte- Santas Casas ou outros hospitais que
social as entidades beneficentes rize como “entidade de assistên- atendam pelo SUS, atuam ao lado do
de assistência social que aten- cia social” e atenda aos requisitos Estado na prestação da assistência
dam às exigências estabelecidas legais, gozará dessa imunidade social – braço da seguridade social
em lei. subjetiva em relação a um tributo (art. 193 da CF).
específico, que são as contribui- Ao prestarem uma atividade de
ções para a seguridade social. interesse público, a  título gratuito,
a Constituição protege referidas enti-
dades, dando-lhes uma imunidade
constitucional subjetiva.

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Além desses três exemplos, temos na Constituição Federal as clássicas imunidades para
os impostos:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Es-
tados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrati-
vos, atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou li-
teromusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem
como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação
industrial de mídias ópticas de leitura a laser.

Ao se deparar com um afastamento da Constituição da possibilidade de se exercer a tribu-


tação, por meio da imunidade, fique sempre atento(a) para a espécie de tributo que ela alcan-
ça. Nos exemplos acima, pela ordem, temos imunidades de taxas (art. 5º, XXXIV), impostos
(art. 184, § 5º), contribuições para a seguridade social (art. 195, § 7º) e impostos (art. 150, VI).
Faço novamente a ressalva terminológica, pois o texto constitucional se utiliza de outras
expressões, ao “vedar” a instituição de tributo, determinar a gratuidade de determinados ser-
viços que ensejariam a cobrança de taxa, falar de isenção, de não incidência, v.g. Em toda
hipótese, tratando-se de norma constitucional, há o impedimento da tributação por meio das
imunidades.
Nesse sentido, destaco que o STF já reconheceu a natureza de imunidade a essas referên-
cias constitucionais de “não incidência” e de “isenção”.

EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. ICMS: PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS DES-


TINADOS AO EXTERIOR: IMUNIDADE. OPERAÇÕES E PRESTAÇÕES DE SERVIÇO: DIS-
TINÇÃO. C.F., art. 155, II, § 2º, IV, X, a, XII, e. I. – ICMS: hipóteses de incidência distintas:
a) operações relativas à circulação de mercadorias; b) prestações de serviço interesta-
dual e intermunicipal e de comunicações: C.F., art. 155, II. II. – A Constituição Federal,
ao conceder imunidade tributária, relativamente ao ICMS, aos produtos industrializados

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destinados ao exterior, situou-se, apenas, numa das hipóteses de incidência do citado


imposto: operações que destinem ao exterior tais produtos, excluídos os semielabo-
rados definidos em lei complementar: art. 155, § 2º, X, a. III. – Deixou expresso a C.F.,
art. 155, § 2º, XII, e, que as prestações de serviços poderão ser excluídas, nas exporta-
ções para o exterior, mediante lei complementar. IV. – Incidência do ICMS sobre a pres-
tação de serviço de transporte interestadual, no território nacional, incidindo a alíquota
estabelecida por resolução do Senado Federal: C.F., art. 155, § 2º, IV. V. – R.E. conhecido
e provido. (RE 212637, Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO, Segunda Turma, julgado em
25/05/1999, DJ 17-09-1999 PP-00059 EMENT VOL-01963-03 PP-00519)

No caso acima, RE 212.637, o STF chamou de imunidade a disposição do art. 155, § 2º, X,


a, que tem o seguinte texto:

X – [o ICMS] não incidirá:


a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a
destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto
cobrado nas operações e prestações anteriores;

A expressão textual é pela “não incidência” que, tecnicamente, tem um outro significado
tributário (a ser apresentado no próximo tópico), mas foi tratada pelo STF como imunidade.
Um outro exemplo da jurisprudência do STF é o da ADI 2028, que tratou do art. 195, § 7º,
acerca da imunidade às contribuições de seguridade social das entidades beneficentes de
assistência social. Vimos que o texto tem a seguinte redação: “São isentas de contribuição
para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às
exigências estabelecidas em lei”.

EMENTA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. CONVERSÃO EM ARGUIÇÃO DE


DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL. CONHECIMENTO. IMUNIDADE. CON-
TRIBUIÇÕES SOCIAIS. ARTS. 146, II, e  195, §  7º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. REGU-
LAMENTAÇÃO. LEI 8.212/91 (ART. 55). DECRETO 2.536/98 (ARTS. 2º, IV, 3º, VI, §§  1º
e 4º e PARÁGRAFO ÚNICO). DECRETO 752/93 (ARTS. 1º, IV, 2º, IV e §§  1º e 3º, e  7º,
§  4º). ENTIDADES BENEFICENTES DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. DISTINÇÃO. MODO DE
ATUAÇÃO DAS ENTIDADES DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. TRATAMENTO POR LEI COMPLE-

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MENTAR. ASPECTOS MERAMENTE PROCEDIMENTAIS. REGRAMENTO POR LEI ORDI-


NÁRIA. Nos exatos termos do voto proferido pelo eminente e saudoso Ministro Teori
Zavascki, ao  inaugurar a divergência: 1. “[…] fica evidenciado que (a) entidade bene-
ficente de assistência social (art. 195, § 7º) não é conceito equiparável a entidade de
assistência social sem fins lucrativos (art. 150, VI); (b) a Constituição Federal não reúne
elementos discursivos para dar concretização segura ao que se possa entender por
modo beneficente de prestar assistência social; (c) a definição desta condição modal
é indispensável para garantir que a imunidade do art. 195, § 7º, da CF cumpra a fina-
lidade que lhe é designada pelo texto constitucional; e (d) esta tarefa foi outorgada ao
legislador infraconstitucional, que tem autoridade para defini-la, desde que respeitados
os demais termos do texto constitucional.”. 2. “Aspectos meramente procedimentais
referentes à certificação, fiscalização e controle administrativo continuam passíveis de
definição em lei ordinária. A lei complementar é forma somente exigível para a defini-
ção do modo beneficente de atuação das entidades de assistência social contempla-
das pelo art. 195, § 7º, da CF, especialmente no que se refere à instituição de contra-
partidas a serem observadas por elas.”. 3. Procedência da ação “nos limites postos no
voto do Ministro Relator”. Arguição de descumprimento de preceito fundamental, decor-
rente da conversão da ação direta de inconstitucionalidade, integralmente procedente.
(ADI 2028, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Relator(a) p/ Acórdão: Min. ROSA WEBER,
Tribunal Pleno, julgado em 02/03/2017, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-095 DIVULG 05-05-
2017 PUBLIC 08-05-2017)

No RE 636.941, o STF deixou claro que, por suprimir a possibilidade de exercício da com-
petência tributária, a isenção do art. 195, § 7º, da CF encerra verdadeira imunidade. Veja:

1. A imunidade aos impostos concedida às instituições de educação e de assistência


social, em dispositivo comum, exsurgiu na CF/46, verbis: Art. 31, V, “b”: À União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios é vedado (…) lançar imposto sobre (…) templos
de qualquer culto, bens e serviços de partidos políticos, instituições de educação e de
assistência social, desde que as suas rendas sejam aplicadas integralmente no país
para os respectivos fins. 2. As CF/67 e CF/69 (Emenda Constitucional n. 1/69) reiteraram
a imunidade no disposto no art. 19, III, “c”, verbis: É vedado à União, aos Estados, ao Dis-

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trito Federal e aos Municípios (…) instituir imposto sobre (…) o patrimônio, a renda ou os
serviços dos partidos políticos e de instituições de educação ou de assistência social,
observados os requisitos da lei. 3. A  CF/1988 traçou arquétipo com contornos ainda
mais claros, verbis: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribu-
inte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (…) VI. instituir
impostos sobre: (…) c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive
suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de edu-
cação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;(…) § 4º.
As vedações expressas no inciso VI, alíneas “b” e “c”, compreendem somente o patrimô-
nio, a  renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades
nelas mencionadas; Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade,
de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orça-
mentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e  das seguintes
contribuições sociais: (…) § 7º. São isentas de contribuição para a seguridade social as
entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas
em lei. 4. O  art.  195, §  7º, CF/1988, ainda que não inserido no capítulo do Sistema
Tributário Nacional, mas explicitamente incluído topograficamente na temática da segu-
ridade social, trata, inequivocamente, de matéria tributária. Porquanto ubi eadem ratio
ibi idem jus, podendo estender-se às instituições de assistência stricto sensu, de edu-
cação, de saúde e de previdência social, máxime na medida em que restou superada a
tese de que este artigo só se aplica às entidades que tenham por objetivo tão somente
as disposições do art. 203 da CF/1988 (ADI 2.028 MC/DF, Rel. Moreira Alves, Pleno, DJ
16-06-2000). 5. A seguridade social prevista no art. 194, CF/1988, compreende a previ-
dência, a saúde e a assistência social, destacando-se que as duas últimas não estão
vinculadas a qualquer tipo de contraprestação por parte dos seus usuários, a teor dos
artigos 196 e 203, ambos da CF/1988. Característica esta que distingue a previdência
social das demais subespécies da seguridade social, consoante a jurisprudência desta
Suprema Corte no sentido de que seu caráter é contributivo e de filiação obrigatória, com
espeque no art. 201, todos da CF/1988. 6. O PIS, espécie tributária singular contemplada
no art. 239, CF/1988, não se subtrai da concomitante pertinência ao “gênero” (plural) do
inciso I, art. 195, CF/1988, verbis: Art. 195. A seguridade social será financiada por toda
a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenien-

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tes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das
seguintes contribuições sociais:I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equi-
parada na forma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
20, de 1998) a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou credita-
dos, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empre-
gatício; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998) b) a receita ou o fatura-
mento; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998) c) o lucro; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 20, de 1998)II – do trabalhador e dos demais segurados da
previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedi-
das pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 20, de 1998) III – sobre a receita de concursos de prognósti-
cos. IV – do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)… 7. O  Sistema Tributário
Nacional, encartado em capítulo próprio da Carta Federal, encampa a expressão “insti-
tuições de assistência social e educação” prescrita no art. 150, VI, “c”, cuja conceituação
e regime jurídico aplica-se, por analogia, à  expressão “entidades beneficentes de
assistência social” contida no art. 195, § 7º, à luz da interpretação histórica dos textos
das CF/46, CF/67 e CF/69, e das premissas fixadas no verbete da Súmula n. 730. É que
até o advento da CF/1988 ainda não havia sido cunhado o conceito de “seguridade
social”, nos termos em que definidos pelo art. 203, inexistindo distinção clara entre prev-
idência, assistência social e saúde, a partir dos critérios de generalidade e gratuidade. 8.
As limitações constitucionais ao poder de tributar são o conjunto de princípios e demais
regras disciplinadoras da definição e do exercício da competência tributária, bem como
das imunidades. O art. 146, II, da CF/1988, regula as limitações constitucionais ao poder
de tributar reservadas à lei complementar, até então carente de formal edição. 9.
A isenção prevista na Constituição Federal (art. 195, § 7º) tem o conteúdo de regra de
supressão de competência tributária, encerrando verdadeira imunidade. As imunidades
têm o teor de cláusulas pétreas, expressões de direitos fundamentais, na forma do
art. 60, § 4º, da CF/1988, tornando controversa a possibilidade de sua regulamentação
por meio do poder constituinte derivado e/ou ainda mais, pelo legislador ordinário. 10.
A  expressão “isenção” equivocadamente utilizada pelo legislador constituinte decorre
de circunstância histórica. O primeiro diploma legislativo a tratar da matéria foi a Lei n.

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3.577/59, que isentou a taxa de contribuição de previdência dos Institutos e Caixas de


Aposentadoria e Pensões às entidades de fins filantrópicos reconhecidas de utilidade
pública, cujos membros de sua diretoria não percebessem remuneração. Destarte, como
a imunidade às contribuições sociais somente foi inserida pelo § 7º, do art. 195, CF/1988,
a transposição acrítica do seu conteúdo, com o viés do legislador ordinário de isenção,
gerou a controvérsia, hodiernamente superada pela jurisprudência da Suprema Corte no
sentido de se tratar de imunidade. 11. A imunidade, sob a égide da CF/1988, recebeu
regulamentação específica em diversas leis ordinárias, a saber: Lei n. 9.532/97 (regula-
mentando a imunidade do art. 150, VI, “c”, referente aos impostos); Leis n. 8.212/91, n.
9.732/98 e n. 12.101/09 (regulamentando a imunidade do art.  195, §  7º, referente às
contribuições), cujo exato sentido vem sendo delineado pelo Supremo Tribunal Federal.
12. A lei a que se reporta o dispositivo constitucional contido no § 7º, do art. 195, CF/1988,
segundo o Supremo Tribunal Federal, é a Lei n. 8.212/91 (MI 616/SP, Rel. Min. Nélson
Jobim, Pleno, DJ 25/10/2002). 13. A imunidade frente às contribuições para a seguri-
dade social, prevista no § 7º, do art. 195, CF/1988, está regulamentada pelo art. 55, da
Lei n. 8.212/91, em sua redação original, uma vez que as mudanças pretendidas pelo
art. 1º, da Lei n. 9.738/98, a este artigo foram suspensas (ADI 2.028 MC/DF, Rel. Moreira
Alves, Pleno, DJ 16-06-2000). 14. A  imunidade tributária e seus requisitos de legiti-
mação, os quais poderiam restringir o seu alcance, estavam estabelecidos no art. 14, do
CTN, e foram recepcionados pelo novo texto constitucional de 1988. Por isso que razoável
se permitisse que outras declarações relacionadas com os aspectos intrínsecos das
instituições imunes viessem regulados por lei ordinária, tanto mais que o direito tributário
utiliza-se dos conceitos e categorias elaborados pelo ordenamento jurídico privado,
expresso pela legislação infraconstitucional. 15. A Suprema Corte, guardiã da Constitu-
ição Federal, indicia que somente se exige lei complementar para a definição dos seus
limites objetivos (materiais), e não para a fixação das normas de constituição e de fun-
cionamento das entidades imunes (aspectos formais ou subjetivos), os quais podem ser
veiculados por lei ordinária, como sois ocorrer com o art. 55, da Lei n. 8.212/91, que pode
estabelecer requisitos formais para o gozo da imunidade sem caracterizar ofensa ao
art. 146, II, da Constituição Federal, ex vi dos incisos I e II, verbis: Art. 55. Fica isenta das
contribuições de que tratam os arts. 22 e 23 desta Lei a entidade beneficente de assistên-
cia social que atenda aos seguintes requisitos cumulativamente: (Revogado pela Lei n.

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12.101, de 2009) I – seja reconhecida como de utilidade pública federal e estadual ou do


Distrito Federal ou municipal; (Revogado pela Lei n. 12.101, de 2009); II – seja portadora
do Certificado e do Registro de Entidade de Fins Filantrópicos, fornecido pelo Conselho
Nacional de Assistência Social, renovado a cada três anos; (Redação dada pela Lei n.
9.429, de 26.12.1996)…. 16. Os limites objetivos ou materiais e a definição quanto aos
aspectos subjetivos ou formais atende aos princípios da proporcionalidade e razoabili-
dade, não implicando significativa restrição do alcance do dispositivo interpretado, ou
seja, o conceito de imunidade, e de redução das garantias dos contribuintes. 17. As enti-
dades que promovem a assistência social beneficente, inclusive educacional ou de
saúde, somente fazem jus à concessão do benefício imunizante se preencherem cumu-
lativamente os requisitos de que trata o art. 55, da Lei n. 8.212/91, na sua redação orig-
inal, e aqueles prescritos nos artigos 9º e 14, do CTN. 18. Instituições de educação e de
assistência social sem fins lucrativos são entidades privadas criadas com o propósito
de servir à coletividade, colaborando com o Estado nessas áreas cuja atuação do Poder
Público é deficiente. Consectariamente, et pour cause, a constituição determina que elas
sejam desoneradas de alguns tributos, em especial, os impostos e as contribuições. 19.
A  ratio da supressão da competência tributária funda-se na ausência de capacidade
contributiva ou na aplicação do princípio da solidariedade de forma inversa, vale dizer: a
ausência de tributação das contribuições sociais decorre da colaboração que estas enti-
dades prestam ao Estado. 20. A Suprema Corte já decidiu que o artigo 195, § 7º, da Carta
Magna, com relação às exigências a que devem atender as entidades beneficentes de
assistência social para gozarem da imunidade aí prevista, determina apenas a existên-
cia de lei que as regule; o que implica dizer que a Carta Magna alude genericamente à
“lei” para estabelecer princípio de reserva legal, expressão que compreende tanto a leg-
islação ordinária, quanto a legislação complementar (ADI 2.028 MC/DF, Rel. Moreira
Alves, Pleno, DJ 16-06-2000). 21. É  questão prejudicial, pendente na Suprema Corte,
a  decisão definitiva de controvérsias acerca do conceito de entidade de assistência
social para o fim da declaração da imunidade discutida, como as relativas à exigência ou
não da gratuidade dos serviços prestados ou à compreensão ou não das instituições
beneficentes de clientelas restritas. 22. In casu, descabe negar esse direito a pretexto de
ausência de regulamentação legal, mormente em face do acórdão recorrido que con-
cluiu pelo cumprimento dos requisitos por parte da recorrida à luz do art. 55, da Lei n.

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8.212/91, condicionado ao seu enquadramento no conceito de assistência social delim-


itado pelo STF, mercê de suposta alegação de que as prescrições dos artigos 9º e 14 do
Código Tributário Nacional não regulamentam o §  7º, do art.  195, CF/1988. 23.
É  insindicável na Suprema Corte o atendimento dos requisitos estabelecidos em lei
(art. 55, da Lei n. 8.212/91), uma vez que, para tanto, seria necessária a análise de legis-
lação infraconstitucional, situação em que a afronta à Constituição seria apenas indi-
reta, ou, ainda, o revolvimento de provas, atraindo a aplicação do verbete da Súmula n.
279. Precedente. AI 409.981-AgR/RS, Rel. Min. Carlos Velloso, 2ª Turma, DJ 13/08/2004.
24. A  pessoa jurídica para fazer jus à imunidade do §  7º, do art.  195, CF/1988, com
relação às contribuições sociais, deve atender aos requisitos previstos nos artigos 9º e
14, do CTN, bem como no art. 55, da Lei n. 8.212/91, alterada pelas Lei n. 9.732/98 e Lei
n. 12.101/2009, nos pontos onde não tiveram sua vigência suspensa liminarmente pelo
STF nos autos da ADI 2.028 MC/DF, Rel. Moreira Alves, Pleno, DJ 16-06-2000. 25. As enti-
dades beneficentes de assistência social, como consequência, não se submetem ao
regime tributário disposto no art. 2º, II, da Lei n. 9.715/98, e no art. 13, IV, da MP n. 2.158-
35/2001, aplicáveis somente àquelas outras entidades (instituições de caráter
filantrópico, recreativo, cultural e científico e as associações civis que prestem os
serviços para os quais houverem sido instituídas e os coloquem à disposição do grupo
de pessoas a que se destinam, sem fins lucrativos) que não preenchem os requisitos do
art.  55 da Lei n. 8.212/91, ou da legislação superveniente sobre a matéria, posto não
abarcadas pela imunidade constitucional. 26. A inaplicabilidade do art. 2º, II, da Lei n.
9.715/98, e do art. 13, IV, da MP n. 2.158-35/2001, às entidades que preenchem os req-
uisitos do art. 55 da Lei n. 8.212/91, e legislação superveniente, não decorre do vício da
inconstitucionalidade desses dispositivos legais, mas da imunidade em relação à con-
tribuição ao PIS como técnica de interpretação conforme à Constituição. 27. Ex positis,
conheço do recurso extraordinário, mas nego-lhe provimento conferindo à tese assen-
tada repercussão geral e eficácia erga omnes e ex tunc. Precedentes. RE 93.770/RJ, Rel.
Min. Soares Muñoz, 1ª Turma, DJ 03/04/1981. RE 428.815-AgR/AM, Rel. Min. Sepúlveda
Pertence, 1ª Turma, DJ 24/06/2005. ADI 1.802-MC/DF, Rel. Min. Sepúlveda Pertence,
Pleno, DJ 13-02-2004. ADI 2.028 MC/DF, Rel. Moreira Alves, Pleno, DJ 16-06-2000.

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(RE 636941, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 13/02/2014, ACÓRDÃO
ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL – MÉRITO DJe-067 DIVULG 03-04-2014 PUBLIC
04-04-2014)

Explicado e exemplificado o conceito de imunidade constitucional, passaremos à diferen-


ciação entre os seguintes termos: imunidade, isenção, alíquota zero e não incidência.

2. Imunidade, Isenção, Alíquota Zero e Não Incidência

Um ponto de relevantíssima importância para a compreensão de todo o direito tributário


é a distinção entre os seguintes institutos: imunidade, isenção, alíquota zero e não incidência.

A DISTINÇÃO ENTRE
Imunidade
Isenção
Não incidência
Alíquota zero

É relevante o ponto porque a distinção passa pela compreensão de todo o processo de


tributação. Repisando: tributar é criar e cobrar tributo.
A tributação tem sua raiz permissiva na Constituição Federal, na qual nasce o poder de
tributar.
O poder de tributar é exercido por meio da competência tributária. Portanto, o start tribu-
tário nasce na Constituição Federal, que outorga o poder de tributar aos entes federativos por
meio do exercício da competência tributária.
Entretanto, a Constituição Federal não só diz o que pode ser tributado, mas também o que
não pode ser tributado. Ou seja, na via da outorga de poder de tributar, a Constituição dá a
competência; na mão contrária, a Constituição retira qualquer possibilidade de se exercer a
tributação, por meio da imunidade.
Quando dá a competência, a  Constituição Federal outorga poder para tributar; quando
retira a competência, a Constituição estabelece uma imunidade.

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A imunidade é uma norma que estabelece uma determinação de não fazer, ou uma norma
de incompetência; é uma ordem de não tributação, estabelecida pelo mesmo texto constitu-
cional que dá a ordem de tributação.
A fonte é a mesma, seja para tributar, seja para não tributar: o pressuposto para o exercício
da competência tributária nasce na Constituição Federal; as imunidades nascem também na
Constituição Federal.
Assim, imunidade é expressão do arquétipo constitucional, representação da fonte nor-
mativa do poder de tributar e de não tributar: a Constituição Federal.
A medida da tributação, tal como outorgada pela CF, é o resultado da competência tribu-
tária aberta aos entes tributantes subtraída das imunidades (ou incompetências tributárias);
o resultado essa equação é a exata medida da competência para se exercer a tributação.
Pois bem.
A outorga da competência para tributar não é um mandamento “cego”: aquele que recebe
o poder de instituir um determinado tributo tem o dever de aferir a capacidade contributiva,
antes de criar efetivamente o tributo. Depois de criado o tributo, essa aferição deve ser cons-
tante, de modo que a dose da capacidade de se contribuir deve ser medida em todo o tempo.
Vamos a um exemplo.
A União, os Estados, DF e Municípios recebem competência tributária para instituir im-
postos, pelo art. 145, I, da CF. A União, especificamente, recebe competência para instituir o
imposto sobre “renda e proventos de qualquer natureza” (art. 153, III, da CF).
Ao outorgar essa competência, a própria Constituição Federal também estabelece uma
incompetência: não se pode tributar a renda dos demais entes federativos, por força da imu-
nidade tributária recíproca (art. 150, VI, a).
Recebida a competência em sua exata medida, a União não está autorizada a tributar toda
e qualquer renda e proventos, mas apenas a renda e proventos que representem capacidade
contributiva. Ou seja, a instituição tributária passa por uma dosagem por ocasião da efetiva
criação do tributo.
É por esse motivo que, até determinado valor mensal (hoje, quase 2 mil reais), não se tri-
buta a renda.

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Assim, embora a renda surja, conceitualmente e de fato, quando se ganha qualquer cen-
tavo por mês, a renda tributável é aquela que representa uma capacidade efetiva de contribuir,
de participar da tributação.
Renda, como fato da vida, é uma coisa; renda tributável é outra coisa.
Quando você toma a renda (fato) e a adjetiva de “tributável”, deve ter em mente que essa
qualificação passa por um exame da capacidade contributiva.
Desse modo, na dosagem da tributação da renda, a  União entendeu que a medida da
capacidade de contribuir surge a partir de quase 2 mil reais mensais; abaixo disso, a renda
simplesmente não é tributada.
Ademais, há casos em que o ente tributante, mediante a Lei, isenta determinada renda da
tributação: o portador de neoplasia maligna não para imposto sobre a renda (art. 6º, XIV, Lei
7.713/1988), por exemplo. Ou seja, ao dosar a tributação efetiva, o ente tributante pode optar
por isentar determinada faixa de valores ou determinado grupo de contribuintes.
Veja o “andar” (o estágio) em que isso ocorre. A Constituição deu a medida da tributa-
ção, ao outorgar a competência e firmar a incompetência (imunidades); em nível infralegal,
já quando do exercício da competência recebida, o ente tributante pode isentar determinada
parte daquilo que foi autorizado ser tributado (no meu exemplo, foi autorizada a tributação
sobre a “renda”).
Portanto, a imunidade é norma (determinação) do Constituinte, contida no desenho tribu-
tário da CF; a isenção é norma do legislador, veiculada em lei complementar ou ordinária, con-
tida na avaliação da capacidade contributiva, conveniência e justiça tributária em concreto.
A isenção é veiculada, por paralelismo, no mesmo veículo legislativo que é utilizado para
criar o tributo; então, se o tributo somente é instituído mediante lei complementar, como é o
caso do IGF – Imposto sobre grandes fortunas –, eventual isenção também deve observar a
mesma ritualística.
Em verdade, a isenção é o reverso da instituição do tributo e, por isso mesmo, é chamada
de dispensa legal de um tributo devido: o fato ou pessoa por ela abarcados seria objeto da tri-
butação, não fosse a dispensa legal. Tecnicamente, a isenção é causa de exclusão do crédito
tributário:

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Art. 175. Excluem o crédito tributário:


I – a isenção;
II – a anistia.
Parágrafo único. A  exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações
acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela consequente.

Por aí, como causa de exclusão do crédito tributário, vemos claramente como isenção e
imunidade são distintas.
É importante destacar que a isenção exige lei específica para sua instituição, diferente-
mente da determinação genérica para a instituição do tributo (que pode vir em uma lei que
trate de temas diversos):

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Es-
tados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
(…)
§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido,
anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido me-
diante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima
enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art.  155,
§ 2º, XII, g.

Sobre isenção, devemos destacar o entendimento do STF a respeito da lei da copa:

É constitucional a isenção fiscal relativa a pagamento de custas judiciais, concedida


por Estado soberano que, mediante política pública formulada pelo respectivo governo,
buscou garantir a realização, em seu território, de eventos da maior expressão, quer
nacional, quer internacional. Legitimidade dos estímulos destinados a atrair o principal
e indispensável parceiro envolvido, qual seja, a Fifa [Federação Internacional de Futebol],
de modo a alcançar os benefícios econômicos e sociais pretendidos.
[ADI 4.976, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 7-5-2014, P, DJE de 30-10-2014.]

Esse julgamento do STF é bastante relevante pela interpretação que foi feita do termo
constitucional “lei específica”, utilizado como exigência para a instituição de uma isenção
tributária.

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Entendeu o STF que a lei específica, para efeitos de isenção fiscal, estará atendida mesmo
quando a legislação tratar de outras temáticas, desde que conexas com o benefício fiscal.
No caso da Lei Geral da Copa, é evidente que a lei não tratou apenas da isenção, mas os
demais temas da lei (incluída a própria isenção) disseram respeito a uma mesma temática: a
regulação de um evento esportivo específico. Assim, considerou o STF que se tratava de uma
“lei específica”.
Até aqui espero estar bem firmada a diferença entre imunidade e isenção.

Imunidade Isenção
Escolha protetiva constitucional, conforme um valor Dosagem da capacidade contribuinte ou de conveni-
eleito como digno de estímulo ou salvaguarda. ência de uma política tributária.
Delimitação constitucional da competência tributária
Benefício fiscal.
– Limitação ao Poder de Tributar.
Benefício legal – classificado como causa de exclusão
Sede constitucional.
do crédito tributário, pelo art. 175 do CTN.

Por fim, destaco o seguinte trecho retirado de informativo do STF, no qual assentada rele-
vante diferença entre os institutos da isenção e da imunidade:

Ao decidir acerca da aplicação da imunidade em favor da ECT – Correios (Repercus-


são Geral, RE 773992/BA, julgado em 15/10/2014), o  Supremo Tribunal Federal fez a
seguinte diferenciação: “Distinguiu os institutos da isenção — que seria uma benesse
decorrente da lei — e da imunidade — que decorreria diretamente do texto constitucional.
Deduziu que, no primeiro caso, incumbiria ao contribuinte que pretendesse a fruição da
benesse o ônus de demonstrar seu enquadramento na situação contemplada, enquanto,
no segundo, as presunções sobre o enquadramento originalmente conferido deveriam
militar a favor do contribuinte. Constatou, a partir desse cenário, que se a imunidade já
houvesse sido deferida o seu afastamento só poderia ocorrer mediante a constituição de
prova em contrário produzida pelo Fisco. Sublinhou que o oposto ocorreria com a isen-
ção, que constituiria mero benefício fiscal concedido pelo legislador ordinário, presun-
ção que militaria em favor da Fazenda Pública.” Trecho do Informativo de Jurisprudência
n. 763 de outubro de 2014.

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Passemos a diferenciar a imunidade e a isenção da “não incidência”, também conhecida


como “não incidência pura e simples”.
A não incidência é simplesmente a constatação de que um fato da vida não se amolda ao
tipo tributário. Por exemplo, a Constituição Federal autoriza que os Estados instituam o IPVA,
imposto sobre a propriedade de veículos automotores (CF, art. 156, III). Se você toma o fato de
que alguém possui uma bicicleta importada de 30 mil reais, há a constatação de que essa rea-
lidade (“ser proprietário de uma bicicleta”) não se amolda ao conceito de “veículo automotor”.
Voltando ao imposto de renda, que é um tributo com muitas jurisprudências que envolvem
o exame da incidência e da não incidência, veja o seguinte julgado:

A incidência do imposto de renda tem como fato gerador o acréscimo patrimonial,


sendo, por isso, imperioso perscrutar a natureza jurídica da verba paga pela empresa
sob o designativo de auxílio condução, a fim de verificar se há efetivamente a criação de
riqueza nova: a) se indenizatória, que, via de regra, não retrata hipótese de incidência da
exação; ou b) se remuneratória, ensejando a tributação. Isto porque a tributação ocorre
sobre signos presuntivos de capacidade econômica, sendo a obtenção de renda e pro-
ventos de qualquer natureza um deles. O auxílio condução consubstancia compensação
pelo desgaste do patrimônio do servidor (REsp 1096288/RS, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRI-
MEIRA SEÇÃO, julgado em 09/12/2009, DJe 08/02/2010).

Perceba que o precedente acima examinou o conceito de “renda” e, por conseguinte,


os contornos da hipótese de incidência do tributo.
Nesse repetitivo, o  que o STJ fez foi um cotejo entre norma (hipótese de incidência do
imposto de renda) e fato (recebimento de auxílio condução) para examinar a subsunção nor-
mativa.
Não há, aqui, exame de imunidade, tampouco de norma de isenção. É tão somente o exa-
me da incidência do próprio tributo sobre a realidade posta.
A não incidência confronta norma e fato. A imunidade decota as possibilidades institutas
de um tributo. A isenção dispensa legalmente do pagamento de um tributo; nesse caso, não
fosse a isenção, o tributo seria plenamente devido.

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No que diz respeito à não incidência, o tributo não será nunca devido, independente de
imunidade ou isenção, pois é um fato estrando à incidência tributária.
Tomemos outro exemplo, a partir do seguinte recurso repetitivo do STJ:

A verba percebida a título de dano moral tem a natureza jurídica de indenização, cujo
objetivo precípuo é a reparação do sofrimento e da dor da vítima ou de seus parentes,
causados pela lesão de direito, razão pela qual torna-se infensa à incidência do imposto
de renda, porquanto inexistente qualquer acréscimo patrimonial (REsp 1152764/CE, Rel.
Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 23/06/2010, DJe 01/07/2010).

Ou seja, o Judiciário não dispensou o pagamento de um tributo devido, a Constituição Fe-


deral não prevê nenhuma imunidade para o caso, tampouco há lei que isenta o recebimento
de dano moral do imposto de renda.
Simplesmente, cumprindo seu papel de interpretar (dar o sentido e alcance) da Lei tributá-
ria (hipótese de incidência normativa), o Poder Judiciário confrontou norma e fato e concluiu
pela ausência de subsunção normativa.
Com as devidas adaptações, é como afastar a tipicidade penal de um fato; o crime existe,
como norma hipotética e abstrata, mas o fato da vida a ela não se amolda.
Portanto, a não incidência é o confronto negativo entre fato e norma, quando aquele não
se amolda a esta.
Por fim, temos o fenômeno da alíquota zero.
Já vi professores chamarem a alíquota zero de “isenção numérica ou matemática”; com o
máximo respeito, não simpatizo com a forma de exposição. Isenção, tecnicamente, tem uma
classificação no CTN: é causa de exclusão do crédito tributário. A  semelhança da isenção
com a alíquota zero reside no fato de que ambas são benefícios fiscais.
Imunidade e a “não incidência pura e simples” não são benefícios fiscais. Mas a isenção
é um favor fiscal e a alíquota zero também é.
Na isenção e na alíquota zero, a tributação pode incidir normalmente, porque há prévia
autorização constitucional para isso (ou seja, não há imunidade constitucional que impeça
o exercício da competência tributária e o tributo pode ser normalmente criado) e também há

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a potencial subsunção normativa de fato à norma, mas um ato normativo de favorecimento

fiscal vem e altera o panorama.

A isenção suprime uma parte da incidência normativa, dispensado o tributo nos seus li-

mites de isenção. A alíquota zero é um benefício fiscal que causa um resultado de valor “zero

reais” a ser pago de tributo; chamamos de “aspecto dimensível” ou “aspecto quantitativo” a

expressão de valor do tributo que, no mais das vezes, é dual: há uma base de cálculo e uma

alíquota.

Quando o benefício fiscal é de alíquota zero, você tem toda a incidência tributária ocorrida,

tecnicamente; o fato se amolda à norma, surge a obrigação tributária, mas na apuração da

matéria tributável o resultado será de “zero tributo a ser pago”, pois a alíquota será de 0% e,

ao incidir sobre a base de cálculo, resultará no não pagamento do tributo.

Portanto, esses temas são radicalmente diferentes, muito embora, aos  olhos de quem

está começando, o estudo do direito tributário pareça semelhante.

Prossigamos no estudo das imunidades constitucionais aos impostos.

3. As Imunidades do Artigo 150 da Constituição Federal

Especificamente para os impostos, a Constituição Federal traz o seguinte rol de imunida-


des:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Es-
tados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrati-
vos, atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou li-
teromusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem
como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação
industrial de mídias ópticas de leitura a laser.

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O dispositivo constitucional traz um rol de imunidades específicas a impostos ao dispor


que é vedado à União, aos Estados e aos Municípios “instituir impostos sobre”. As imunida-
des não são aplicáveis a nenhuma outra espécie tributária.

A imunidade tributária recíproca, prevista no art. 150, VI, a, da CF – extensiva às autar-


quias e fundações públicas – tem aplicabilidade restrita a impostos, não se estendendo,
em consequência, a outras espécies tributárias, a exemplo das contribuições sociais.
[RE 831.381 AgR-AgR, rel. min. Roberto Barroso, j. 9-3-2018, 1ª T, DJE de 21-3-2018.]
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁ-
RIO. IPTU. PORTO DE SANTOS. IMUNIDADE RECÍPROCA. TAXAS. HONORÁ-
RIO ADVOCATÍCIO. SUCUMBÊNCIA. (…). 2. Taxas. Imunidade. Inexistência, uma
vez que o preceito constitucional só faz alusão expressa a imposto, não compor-
tando a vedação a cobrança de taxas. Agravo regimental a que se nega provimento.
(AI 458856 AgR, Relator(a): Min. EROS GRAU, Primeira Turma, julgado em 05/10/2004,
DJ 20-04-2007 PP-00089 EMENT VOL-02272-08 PP-01507 RT v. 96, n. 863, 2007, p.
152-155 RDDT n. 142, 2007, p. 225 LEXSTF v. 29, n. 346, 2007, p. 191-197)

São comuns as questões de concurso que abordam o tema, questionando, por exemplo,
se o Município pode cobrar taxa de coleta individualizada de lixo da União. Pode, sim. As ta-
xas são tributos diversos dos impostos e não estão abrangidas pela imunidade tributária do
art. 150, VI, da CF.
Algumas imunidades do art. 150, VI, da CF, têm caráter subjetivo; outras, objetivo. Quando
a imunidade é subjetiva, significa que ela é estabelecida em favor de uma pessoa e, em outros
casos, em favor de um bem ou operação.
Objetiva é a imunidade da alínea d, chamada de imunidade cultural.

Finsocial. Natureza jurídica de imposto. Incidência sobre o faturamento. Alcance da imu-


nidade prevista no art. 150, VI, d, da CF sobre livros, jornais, periódicos e papel destinado
a sua impressão. Imunidade objetiva. Incidência sobre o objeto tributado. Na hipótese,
cuida-se de tributo de incidente sobre o faturamento. Natureza pessoal. Não alcançado
pela imunidade objetiva prevista no art. 150, VI, d, da CF.
[RE 628.122, rel. min. Gilmar Mendes, j. 19-6-2013, P, DJE de 30-9-2013, Tema 209.]

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Subjetivas são as imunidades das suas alíneas a, b e c, que favorecem aos entes políti-
cos, aos templos e aos partidos políticos e entidades educacionais sem fins lucrativos, entre
outras.
Importa, para a verificação da existência ou não da imunidade, a posição de contribuinte
de direito, nos moldes do raciocínio que inspirou a Súmula 591 do STF.

Súmula n. 591/STF – Tributário. IPI. Isenção ou imunidade tributária do comprador.


A imunidade ou a isenção tributária do comprador não se estende ao produtor, contri-
buinte do imposto sobre produtos industrializados.
Imunidade do art. 150, VI, c, CF. Entidade beneficente de assistência social. ICMS. Aquisição
de insumos e produtos no mercado interno na qualidade de contribuinte de fato. Beneplá-
cito reconhecido ao contribuinte de direito. Repercussão econômica. Irrelevância. (…) “A
imunidade tributária subjetiva aplica-se a seus beneficiários na posição de contribuinte de
direito, mas não na de simples contribuinte de fato, sendo irrelevante para a verificação da
existência do beneplácito constitucional a repercussão econômica do tributo envolvido.”
[RE 608.872, rel. min. Dias Toffoli, j. 23-2-2017, P, DJE de 27-9-2017, Tema 342.]
A jurisprudência do Supremo firmou-se no sentido de que a imunidade de que trata o
art. 150, VI, a, da CF/1988 somente se aplica a imposto incidente sobre serviço, patrimô-
nio ou renda do próprio Município. Esta Corte firmou entendimento no sentido de que o
Município não é contribuinte de direito do ICMS, descabendo confundi-lo com a figura
do contribuinte de fato e a imunidade recíproca não beneficia o contribuinte de fato.
[AI 671.412 AgR, rel. min. Eros Grau, j. 1º-4-2008, 2ª T, DJE de 25-4-2008.]
A imunidade prevista no art.  150, VI, c, do Diploma Maior, a  impedir a instituição de
impostos sobre patrimônio, renda ou serviços das entidades sindicais dos trabalhado-
res, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, está umbi-
licalmente ligada ao contribuinte de direito, não abarcando o contribuinte de fato.
[RE 491.574 AgR, rel. min. Marco Aurélio, j. 21-8-2012, 1ª T, DJE de 6-9-2012.]

4. Imunidade e Obrigação Acessória

A obrigação tributária, conforme regulada pelo CTN, tem três possíveis objetos:

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Obrigação tributária principal de pagar tributo O pagamento do tributo.


O pagamento da multa tributária, que decorre do direito
Obrigação tributária principal de pagar tributo
sancionatório tributário.
O atendimento ao interesse da fiscalização ou arreca-
Obrigação tributária acessória dação tributária, mediante um fazer ou não fazer por
parte do particular obrigado.

A obrigação tributária, conforme regulada pelo CTN, tem três possíveis objetos:

Obrigação tributária principal de pagar tributo O pagamento do tributo.


O pagamento da multa tributária, que decorre do direito
Obrigação tributária principal de pagar tributo
sancionatório tributário.
O atendimento ao interesse da fiscalização ou arreca-
Obrigação tributária acessória dação tributária, mediante um fazer ou não fazer por
parte do particular obrigado.

A obrigação tributária principal, portanto, é de pagar, entregar um numerário aos cofres
públicos, seja a título de tributo, seja a título de sancionamento por uma conduta infratora
(sancionamento tributário).
Note que, embora “encapsuladas” como “obrigações principais”, o pagamento do tributo
e o pagamento da multa tributária não se confundem e podem perfeitamente existir de modo
independente.
Alguém pode pagar um tributo sem que tenha infringindo qualquer norma tributária e, por-
tanto, não tenha que pagar concomitantemente uma multa tributária. Pode ocorrer o inverso:
o sujeito passivo pode descumprir uma norma tributária, e se obrigar ao pagamento da res-
pectiva multa (consequência ou sancionamento da conduta ilícita), sem que seja necessaria-
mente contribuinte ou responsável pelo pagamento de um tributo. Lembro-lhe que o tributo
não é o sancionamento de uma conduta, mas é a multa tributária que cumpre tal função.
Já as obrigações acessórias, por sua vez, servem para que se institua uma conduta ou
abstenção de conduta que se revele útil à Administração Tributária. Não se trata, portanto, de
uma obrigação de dar dinheiro, mas de fazer ou não fazer algo.
Do mesmo modo, as  obrigações acessórias são autônomas em relação às obrigações
tributárias principais, de modo que uma imobiliária pode ser obrigada a prestar informações
relativas às rendas de alugueis que são repassadas aos donos de imóveis alugados, no inte-

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resse do Fisco federal para a cobrança de imposto sobre a renda, mesmo sem realizar o fato
gerador do tributo.
Da mesma forma, uma entidade isenta ou imune pode ser tributariamente obrigada a
manter sua escrita fiscal em dia, ou abster-se de determinado comportamento, atendendo ao
interesse da Administração Tributária.
É muito importante destacar, portanto, que o gozo de imunidade não dispensa o contri-
buinte do cumprimento das obrigações acessórias nem da sujeição à fiscalização tributária.
Nesse sentido, dispõe o CTN que:

Art. 194. A legislação tributária, observado o disposto nesta Lei, regulará, em caráter geral, ou es-
pecificamente em função da natureza do tributo de que se tratar, a competência e os poderes das
autoridades administrativas em matéria de fiscalização da sua aplicação.
Parágrafo único. A legislação a que se refere este artigo aplica-se às pessoas naturais ou jurídi-
cas, contribuintes ou não, inclusive às que gozem de imunidade tributária ou de isenção de caráter
pessoal.

Para o caso específico da isenção, dispõe o parágrafo único do art. 175 do CTN que:

Art. 175. Excluem o crédito tributário:


I – a isenção;
II – a anistia.
Parágrafo único. A  exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações
acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela consequente.

Portanto, embora não se cogite de qualquer criação de tributo em relação a uma entidade
imune, ou se dispense do pagamento do tributo uma entidade isenta, lhe poderão ser exigidas
as obrigações tributárias acessórias, que são autônomas.
Nesse sentido é a jurisprudência absolutamente pacífica do Supremo Tribunal Federal:

EMENTA Recurso extraordinário com repercussão geral. Imunidade recíproca. Empresa


Brasileira de Correios e Telégrafos. Peculiaridades do Serviço Postal. Exercício de ati-
vidades em regime de exclusividade e em concorrência com particulares. Irrelevância.
ICMS. Transporte de encomendas. Indissociabilidade do serviço postal. Incidência da
Imunidade do art. 150, VI, a da Constituição. Condição de sujeito passivo de obrigação
acessória. Legalidade. 1. Distinção, para fins de tratamento normativo, entre empresas

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públicas prestadoras de serviço público e empresas públicas exploradoras de atividade


econômica. 2. As conclusões da ADPF 46 foram no sentido de se reconhecer a natureza
pública dos serviços postais, destacando-se que tais serviços são exercidos em regime
de exclusividade pela ECT. 3. Nos autos do RE n. 601.392/PR, Relator para o acórdão o
Ministro Gilmar Mendes, ficou assentado que a imunidade recíproca prevista no art. 150,
VI, a, CF, deve ser reconhecida à ECT, mesmo quando relacionada às atividades em que a
empresa não age em regime de monopólio. 4. O transporte de encomendas está inserido
no rol das atividades desempenhadas pela ECT, que deve cumprir o encargo de alcançar
todos os lugares do Brasil, não importa o quão pequenos ou subdesenvolvidos. 5. Não
há comprometimento do status de empresa pública prestadora de serviços essenciais
por conta do exercício da atividade de transporte de encomendas, de modo que essa
atividade constitui conditio sine qua non para a viabilidade de um serviço postal contí-
nuo, universal e de preços módicos. 6. A imunidade tributária não autoriza a exoneração
de cumprimento das obrigações acessórias. A condição de sujeito passivo de obriga-
ção acessória dependerá única e exclusivamente de previsão na legislação tributária. 7.
Recurso extraordinário do qual se conhece e ao qual se dá provimento, reconhecendo a
imunidade da ECT relativamente ao ICMS que seria devido no transporte de encomendas.
(RE 627051, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 12/11/2014,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL – MÉRITO DJe-028 DIVULG 10-02-2015
PUBLIC 11-02-2015)

Ainda dentro da mesma temática, em alguns casos, como mencionado acima, determina-
das pessoas naturais ou jurídicas são eleitas pelo Fisco como responsáveis pelo pagamento
do tributo.
Preste atenção!
O sujeito passivo da obrigação tributária pode ser: contribuinte ou responsável. Vejamos
o que o CTN nos diz sobre o tema:

Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou


penalidade pecuniária.
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
I – contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo
fato gerador;

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II – responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de dispo-
sição expressa de lei.

Um ente imune JAMAIS será contribuinte, JAMAIS. Isso porque a sua proteção está em
um “andar” acima, na própria Constituição Federal. A respeito de quem ou do que é imune
sequer se cogita da possibilidade abstrata da criação de um tributo.
Em relação à isenção, a Constituição Federal até permite que se crie o tributo, mas uma
opção legislativa (“um andar abaixo”) dispensa do pagamento do tributo.
CONTUDO, um ente imune pode, sim, ser eleito como RESPONSÁVEL e ocupar o polo pas-
sivo de uma obrigação tributária principal. Veja o seguinte precedente do STF:

EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE. ENTIDADE DE ASSISTÊNCIA


SOCIAL E EDUCAÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS. INAPLICABILIDADE ÀS HIPÓTESES DE
RESPONSABILIDADE OU SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA. IMPOSTO SOBRE OPERAÇÃO
DE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS – ICM/ICMS. LANÇAMENTO FUNDADO NA RES-
PONSABILIDADE DO SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA – SESI PELO RECOLHIMENTO DE
TRIBUTO INCIDENTE SOBRE A VENDA DE MERCADORIA ADQUIRIDA PELA ENTIDADE.
PRODUTOR-VENDEDOR CONTRIBUINTE DO TRIBUTO. TRIBUTAÇÃO SUJEITA A DIFERI-
MENTO. Recurso extraordinário interposto de acórdão que considerou válida a respon-
sabilização tributária do Serviço Social da Indústria – SESI pelo recolhimento de ICMS
devido em operação de circulação de mercadoria, sob o regime de diferimento. Alegada
violação do art. 150, IV, c da Constituição, que dispõe sobre a imunidade das entidades
assistenciais sem fins lucrativos. A  responsabilidade ou a substituição tributária não
alteram as premissas centrais da tributação, cuja regra-matriz continua a incidir sobre a
operação realizada pelo contribuinte. Portanto, a imunidade tributária não afeta, tão-so-
mente por si, a relação de responsabilidade tributária ou de substituição e não exonera
o responsável tributário ou o substituto. Recurso extraordinário conhecido, mas ao qual
se nega provimento.
(RE 202987, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 30/06/2009,
DJe-181 DIVULG 24-09-2009 PUBLIC 25-09-2009 EMENT VOL-02375-03 PP-01021)

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O contribuinte é aquele que realiza o fato gerador do tributo. O  julgado acima ilustra a
questão de modo perfeito. O SESI goza de imunidade dos impostos. Pois bem. O que aconte-
ceu?
Por uma opção do legislador estadual de São Paulo, houve o diferimento do pagamento
de um imposto (ICMS); o que é diferimento? Diferir é postergar o pagamento do imposto; a
responsabilidade pelo pagamento foi atribuída a quem adquiriu o produto.
Nesse caso, o SESI comprou determinado produto; o contribuinte de direito, que realiza a
comercialização (fato gerador do imposto), é aquele que vendeu o produto ao SESI. Contudo,
a Lei diferiu o pagamento do tributo, atribuindo ao adquirente a responsabilidade tributária.
O responsável não vendeu nada e, portanto, não realizou o fato gerador do ICMS, mas foi
eleito pela Lei como o responsável pelo pagamento do imposto.
O ente imune (SESI) jamais poderia ser considerado contribuinte, mas pode ser eleito
como responsável pelo pagamento do tributo. Essa é a jurisprudência do STF.
Isso cai muito em concurso! É importante prestar atenção.

5. Imunidades são Cláusulas Pétreas?

A Constituição Federal afirma que não será objeto de deliberação a proposta de emenda
tendente a abolir (i) a forma federativa de Estado, (ii) o voto direto, secreto, universal e perió-
dico, (iii) a separação dos Poderes e (iv) os direitos e garantias individuais.
Antes de adentrar no estudo específico das imunidades contidas no art. 150, VI, da Cons-
tituição Federal, é preciso responder ao seguinte questionamento: as imunidades são cláu-
sulas pétreas?
Conforme vimos acima, algumas imunidades funcionam como verdadeiras garantias in-
dividuais, na medida em que representam parte da proteção valorativa que a Constituição dá
a determinado direito fundamental. É o caso da imunidade das taxas:

CF
Art. 5º
XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso
de poder;

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b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de


situações de interesse pessoal;

A imunidade acima, de modo inequívoco, se constitui em um instrumento de defesa ou


remédio contra ilegalidade ou abuso de poder e é uma cláusula pétrea (direitos e garantias
individuais).
Também as imunidades do art. 150, VI, conforme vimos acima, qualificam direitos e ga-
rantias fundamentais, não podendo ser livremente suprimidas; especificamente, a imunidade
tributária recíproca diz respeito “a forma federativa do Estado”, ou seja, é  uma garantia da
Federação que não pode ser excluída.
Não seria respeitado o desenho federativo de autonomia caso a União pudesse onerar os
bens dos demais entes federativos, por exemplo.
Contudo, há imunidades que não refletem necessariamente (i) a forma federativa de Es-
tado, (ii) o voto direto, secreto, universal e periódico, (iii) a separação dos Poderes e (iv) os
direitos e garantias individuais.
Darei os seguintes exemplos:

Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no do-


mínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento
de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem
prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
(…)
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste
artigo:
I – não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;
Art. 153. (…) § 3º O imposto previsto no inciso IV [IPI]: (…) III – não incidirá sobre produtos indus-
trializados destinados ao exterior.
Art. 155. § 2º, X: [o ICMS] não incidirá:
a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a
destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto
cobrado nas operações e prestações anteriores;
Art. 156. (…) § 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III [ISS] caput deste artigo, cabe à lei
complementar: (…) II – excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior.

Nesses casos a Constituição Federal, para desonerar as exportações (e, com isso, esti-
mular nossa indústria e balança comercial positiva), instituiu imunidades para as contribui-

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ções sociais e interventivas (art. 149), para o IPI (art. 153), para o ICMS (art. 155) e para o ISS

(art. 156).

No futuro, caso se revele mais favorável o retorno à tributação das exportações, por refe-

ridos tributos, nada impede que o Constituinte o faça, alterando a Constituição nesse ponto.

A desoneração às exportações não qualifica nenhum direito ou garantia fundamental,

tampouco diz respeito à forma federativa do Estado ou a separação dos poderes.

Por esse motivo, não são cláusulas pétreas.

Qual a conclusão importante para nós? Não podemos afirmar que “toda imunidade cons-

titucional é uma cláusula pétrea”. Toda imunidade constitucional representa um apreço, uma

valoração ou opção do constituinte. Mas nem todo preço ou valor constitucional é imutável.

É preciso verificar especificamente de qual imunidade se cuida para saber se ela pode ser

suprimida, ou não. Um derradeiro exemplo da jurisprudência do STF ajudará a elucidar, de vez,

a questão.

Em sua redação originária, a Constituição Federal trouxe a seguinte imunidade constitu-

cional:

Art. 153. (…)
§ 2º O imposto previsto no inciso III [imposto de renda]:
(…)
II – não incidirá, nos termos e limites fixados em lei, sobre rendimentos provenientes de aposen-
tadoria e pensão, pagos pela previdência social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, a pessoa com idade superior a sessenta e cinco anos, cuja renda total seja constituída,
exclusivamente, de rendimentos do trabalho.

A Emenda Constitucional n. 20/1998 SUPRIMIU essa imunidade, reestabelecendo, portan-


to, a possibilidade de criação e cobrança do tributo sobre referidas pessoas.
Essa questão chegou ao Supremo: pode ser suprimida uma imunidade constitucional? A
resposta foi positiva.

IMUNIDADE. ART. 153, § 2º, II DA CF/1988. REVOGAÇÃO PELA EC N. 20/98. POSSIBILI-


DADE. 1. Mostra-se impertinente a alegação de que a norma art. 153, § 2º, II, da Cons-
tituição Federal não poderia ter sido revogada pela EC n. 20/98 por se tratar de cláusula

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pétrea. 2. Esta norma não consagrava direito ou garantia fundamental, apenas previa a
imunidade do imposto sobre a renda a um determinado grupo social. Sua supressão do
texto constitucional, portanto, não representou a cassação ou o tolhimento de um direito
fundamental e, tampouco, um rompimento da ordem constitucional vigente. 3. Recurso
extraordinário conhecido e improvido.
(STF – RE: 372600 SP, Relator: ELLEN GRACIE, Data de Julgamento: 16/12/2003, Segunda
Turma, Data de Publicação: DJ 23-04-2004 PP-00040 EMENT VOL-02148-12 PP-02337
RTJ VOL-00192-03 PP-01062)

Como dissemos, é  preciso examinar qual o valor que a imunidade qualifica. Nem todo
valor constitucional é cláusula pétrea. Portanto, nem toda imunidade é uma cláusula pétrea.

6. A Imunidade Tributária Recíproca

Dispõe o CF, art. 150:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Es-
tados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;

A imunidade recíproca é limitação garantidora da Federação e se constitui cláusula pé-


trea, não podendo ser ofendida sequer pelo Poder Constituinte Derivado.

A imunidade tem aplicabilidade para todos os IMPOSTOS, incluindo o IOF:

IMPOSTO – IMUNIDADE RECÍPROCA – Imposto sobre Operações Financeiras. A norma


da alinea “a” do inciso VI do artigo 150 da Constituição Federal obstaculiza a incidencia
recíproca de impostos, considerada a União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
cípios. Descabe introduzir no preceito, a merce de interpretação, exceção não contem-
plada, distinguindo os ganhos resultantes de operações financeiras.
(AI 175133 AgR, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Segunda Turma, julgado em
05/03/1996, DJ 26-04-1996 PP-13128 EMENT VOL-01825-05 PP-01021)

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O § 2º do art. 150 determina que a imunidade tributária recíproca é extensiva às autar-


quias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimô-
nio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
Portanto, são imunes o IBAMA, o Incra e demais pessoas jurídicas de direito público, sejam
federais, estaduais ou municipais.
Em relação às empresas estatais – sociedades de economia mista e empresas públicas
(sujeitos de direito privado) –, embora o § 2º do art. 173 da Constituição Federal proíba o gozo
de privilégios fiscais não extensivos às empresas do setor privado, o STF tem admitido a ex-
tensão da imunidade tributária recíproca.
Veja, com bastante atenção, os seguintes precedentes sobre o tema:
A jurisprudência do STF entende que a sociedade de economia mista prestadora de ser-
viço público de água e esgoto é abrangida pela imunidade tributária recíproca, nos termos da
alínea a do inciso VI do art. 150 da CF.
[RE 631.309 AgR, rel. min. Ayres Britto, j. 27-3-2012, 2ª T, DJE de 26-4-2012.]
As sociedades de economia mista prestadoras de ações e serviços de saúde, cujo capital
social seja majoritariamente estatal, gozam da imunidade tributária prevista na alínea a do
inciso VI do art. 150 da CF.
[RE 580.264, rel. p/ o ac. min. Ayres Britto, j. 16-12-2010, P, DJE de 6-10-2011, Tema 115.]
IPTU. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Imunidade recíproca (art. 150, VI,
a, da CF). Perfilhando a cisão estabelecida entre prestadoras de serviço público e explorado-
ras de atividade econômica, a Corte sempre concebeu a ECT como uma empresa prestadora
de serviços públicos de prestação obrigatória e exclusiva do Estado. A imunidade recíproca
prevista no art. 150, VI, a, da Constituição alcança o IPTU que incidiria sobre os imóveis de
propriedade da ECT e por ela utilizados. Não se pode estabelecer, a priori, nenhuma distinção
entre os imóveis afetados ao serviço postal e aqueles afetados à atividade econômica. Na
dúvida suscitada pela apreciação de um caso concreto, acerca, por exemplo, de quais imó-
veis estariam afetados ao serviço público e quais não, não se pode sacrificar a imunidade
tributária do patrimônio da empresa pública, sob pena de se frustrar a integração nacional.
As presunções sobre o enquadramento originariamente conferido devem militar a favor do

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contribuinte. Caso já lhe tenha sido deferido o status de imune, o afastamento dessa imuni-
dade só pode ocorrer mediante a constituição de prova em contrário produzida pela adminis-
tração tributária.
[RE 773.992, rel. min. Dias Toffoli, j. 15-10-2014, P, DJE de 19-2-2015, Tema 644.]
Imunidade recíproca. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. Peculiaridades do ser-
viço postal. Exercício de atividades em regime de exclusividade e em concorrência com parti-
culares. Irrelevância. ICMS. Transporte de encomendas. Indissociabilidade do serviço postal.
Incidência da Imunidade do art. 150, VI, a, da Constituição. Condição de sujeito passivo de
obrigação acessória. Legalidade. (…) O transporte de encomendas está inserido no rol das ati-
vidades desempenhadas pela ECT, que deve cumprir o encargo de alcançar todos os lugares
do Brasil, não importa o quão pequenos ou subdesenvolvidos. Não há comprometimento do
status de empresa pública prestadora de serviços essenciais por conta do exercício da ativi-
dade de transporte de encomendas, de modo que essa atividade constitui conditio sine qua
non para a viabilidade de um serviço postal contínuo, universal e de preços módicos.
[RE 627.051, rel. min. Dias Toffoli, j. 12-11-2014, P, DJE de 11-2-2015, Tema 402.]
Imunidade recíproca. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. (…) Exercício simultâ-
neo de atividades em regime de exclusividade e em concorrência com a iniciativa privada.
Irrelevância. Existência de peculiaridades no serviço postal. Incidência da imunidade prevista
no art. 150, VI, a, da CF.
[RE 601.392, rel. p/ o ac. min. Gilmar Mendes, j. 28-2-2013, P, DJE de 5-6-2013, Tema 235.]
A questão suscitada neste recurso versa sobre a possibilidade de exten-
são da imunidade tributária recíproca, nos termos do art.  150, VI, a, da CF, à  Empre-
sa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (INFRAERO), na qualidade de empre-
sa pública prestadora de serviço público. Esta Corte possui jurisprudência firmada no
sentido de que a Infraero faz jus à imunidade recíproca prevista no art.  150, VI, a, da  CF.
[ARE 638.315 RG, voto do rel. min. Cezar Peluso, j. 9-6-2011, P, DJE de 31-8-2011, Tema 412.]
Casa da Moeda do Brasil (CMB). Empresa governamental delegatária de serviços públi-
cos. Emissão de papel moeda, cunhagem de moeda metálica, fabricação de fichas telefônicas
e impressão de selos postais. Regime constitucional de monopólio (CF, art. 21, VII). Outorga

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de delegação à CMB, mediante lei, que não descaracteriza a estatalidade do serviço público,
notadamente quando constitucionalmente monopolizado pela pessoa política (a União Fede-
ral, no caso) que é dele titular. A delegação da execução de serviço público, mediante outorga
legal, não implica alteração do regime jurídico de direito público, inclusive o de direito tribu-
tário, que incide sobre referida atividade. Consequente extensão, a essa empresa pública, em
matéria de impostos, da proteção constitucional fundada na garantia da imunidade tributária
recíproca (CF, art. 150, VI, a).
[RE 610.517 AgR, rel. min. Celso de Mello, j. 3-6-2014, 2ª T, DJE de 23-6-2014.]
Como se vê, o Supremo Tribunal Federal tem aplicado a imunidade tributária recíproca a
empresas estatais, sociedades de economia mista ou empresas públicas, que prestem servi-
ços públicos.
Ao analisar o caso envolvendo a PETROBRAS, o STF definiu ser irrelevante para a defini-
ção da aplicabilidade da imunidade tributária recíproca a circunstância de a atividade desem-
penhada estar ou não sujeita a monopólio estatal.
Além disso, o STF afirmou que o alcance da salvaguarda constitucional pressupõe o exa-
me:
• da caracterização econômica da atividade (lucrativa ou não);
• do risco à concorrência e à livre-iniciativa;
• de riscos ao pacto federativo pela pressão política ou econômica.

No caso específico, concluiu que a imunidade tributária recíproca não se aplica à Petro-
bras, pois: trata-se de sociedade de economia mista destinada à exploração econômica em
benefício de seus acionistas, pessoas de direito público e privado, e  a salvaguarda não se
presta a proteger aumento patrimonial dissociado de interesse público primário; a Petrobras
visa à distribuição de lucros, e, portanto, tem capacidade contributiva para participar do apoio
econômico aos entes federados; a tributação de atividade econômica lucrativa não implica
risco ao pacto federativo [RE 285.716 AgR, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 2-3-2010, 2ª T, DJE
de 26-3-2010.].
Sobre a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal acerca da imunidade tributária re-
cíproca, é relevante destacar o julgamento do RE 601.720 (rel. p/ o ac. min. Marco Aurélio,

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j. 19-4-2017, P, DJE de 5-9-2017, Tema 437). Esse tema de repercussão geral resolveu os
seguintes questionamentos: (i) Pode a pessoa cessionária do uso de imóvel pertencente à
União figurar como sujeito passivo da obrigação tributária referente ao Imposto Predial e Ter-
ritorial Urbano (IPTU)? (ii) Pode a Municipalidade prever, instituir e arrecadar IPTU, em que a
base impositiva seja imóvel de titularidade da União, ainda que o bem seja objeto de contrato
administrativo de concessão de uso, assim como haja particular que utilize o imóvel com fi-
nalidade lucrativa?
O STF conclui que:

Está em jogo definir se a imunidade prevista na alínea a do inciso VI do art. 150 da CF


alcança, ou não, bem imóvel de propriedade da União cedido a empresa privada que
explora atividade econômica. (…) Mostra-se inequívoco ser o imóvel da União empre-
gado, por particular, em atividade de fins exclusivamente privados e com intuito lucra-
tivo. Não há base a justificar o gozo de imunidade nos termos assentados pelo Tribunal
de origem. (…) Fixo a seguinte tese: “Incide o IPTU considerado imóvel de pessoa jurídica
de direito público cedido a pessoa jurídica de direito privado, devedora do tributo.
[RE 601.720, voto do rel. p/ o ac. min. Marco Aurélio, j. 19-4-2017, P, DJE de 5-9-2017,
Tema 437.]
(…) cumpre definir se, à  luz do art.  150, VI, a, da CF, a  imunidade tributária recíproca
alcança, ou não, sociedade de economia mista arrendatária de terreno localizado em
área portuária pertencente à União. (…) Mostra-se inequívoco ser o imóvel da União
empregado em atividade de sociedade de economia mista que atua no mercado com
fins lucrativos. Não há base a justificar o gozo de imunidade nos termos pretendidos.
(…) Fixo a seguinte tese: “Incide o IPTU considerado imóvel de pessoa jurídica de direito
público arrendado a pessoa jurídica de direito privado, devedora do tributo.”
[RE 594.015, voto do rel. min. Marco Aurélio, j. 6-4-2017, P, DJE de 25-8-2017, Tema 385.]

Por fim, destaco que o STF entendeu que as Caixas de Assistências dos Advogados e a
OAB são imunes.

As Caixas de Assistências dos Advogados prestam serviço público delegado, possuem


status jurídico de ente público e não exploram atividades econômicas em sentido estrito

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com intuito lucrativo. A Caixa de Assistência dos Advogados de Minas Gerais encontra-
-se tutelada pela imunidade recíproca prevista no art. 150, VI, a, do Texto Constitucional,
tendo em vista a impossibilidade de se conceder tratamento tributário diferenciado a
órgãos da OAB, de acordo com as finalidades que lhe são atribuídas por lei.
[RE 405.267, rel. min. Edson Fachin, j. 6-9-2018, P, DJE de 18-10-2018.]
A imunidade tributária gozada pela OAB é da espécie recíproca (art. 150, VI, a, da Cons-
tituição), na medida em que a OAB desempenha atividade própria de Estado (defesa da
Constituição, da ordem jurídica do Estado Democrático de Direito, dos direitos humanos,
da justiça social, bem como a seleção e controle disciplinar dos advogados). A imuni-
dade tributária recíproca alcança apenas as finalidades essenciais da entidade prote-
gida. O reconhecimento da imunidade tributária às operações financeiras não impede a
autoridade fiscal de examinar a correção do procedimento adotado pela entidade imune.
Constatado desvio de finalidade, a autoridade fiscal tem o poder-dever de constituir o
crédito tributário e de tomar as demais medidas legais cabíveis. Natureza plenamente
vinculada do lançamento tributário, que não admite excesso de carga.
[RE 259.976 AgR, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 23-3-2010, 2ª T, DJE de 30-4-2010.]

7. A Imunidade dos Templos de Qualquer Culto

Dispõe o CF, art. 150:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Es-
tados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI – instituir impostos sobre:
b) templos de qualquer culto;

A compreensão do termo “culto” envolve a invocação de uma ou mais divindades, às quais


se resolve cultuar coletivamente. Nesse contexto, o STF negou a aplicação da imunidade às
lojas maçônicas.

A imunidade tributária conferida pelo art. 150, VI, b, é restrita aos templos de qualquer
culto religioso, não se aplicando à maçonaria, em cujas lojas não se professa qualquer
religião.
[RE 562.351, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 4-9-2012, 1ª T, DJE de 14-12-2012.]

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Essa imunidade é uma salvaguarda a liberdade de crença e da garantia de livre exercício


dos cultos religiosos, assegurada proteção aos locais de culto e às suas liturgias, conforme
se colhe do art. 5º, VI, da CF.
O § 4º do art. 150 da CF impõe vinculação à finalidade essencial da imunidade religiosa.
Nesse sentido, são os seguintes precedentes do STF:

Recurso extraordinário. Constitucional. Imunidade tributária. IPTU. Art.  150, VI, b,


CF/1988. Cemitério. Extensão de entidade de cunho religioso. Os cemitérios que con-
substanciam extensões de entidades de cunho religioso estão abrangidos pela garan-
tia contemplada no art. 150 da Constituição do Brasil. Impossibilidade da incidência de
IPTU em relação a eles. A imunidade aos tributos de que gozam os templos de qualquer
culto é projetada a partir da interpretação da totalidade que o texto da Constituição é,
sobretudo do disposto nos arts. 5º, VI; 19, I; e 150, VI, b. As áreas da incidência e da imu-
nidade tributária são antípodas.
[RE 578.562, rel. min. Eros Grau, j. 21-5-2008, P, DJE de 12-9-2008.]
Instituição religiosa. IPTU sobre imóveis de sua propriedade que se encontram aluga-
dos. A imunidade prevista no art. 150, VI, b, da CF deve abranger não somente os prédios
destinados ao culto, mas, também, o  patrimônio, a  renda e os serviços “relacionados
com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas”. O § 4º do dispositivo
constitucional serve de vetor interpretativo das alíneas b e c do inciso VI do art. 150 da
CF. Equiparação entre as hipóteses das alíneas referidas.
[RE 325.822, rel. p/ o ac. min. Gilmar Mendes, j. 18-12-2002, P, DJ de 14-5-2004.]
O fato de os imóveis estarem sendo utilizados como escritório e residência de membros
da entidade não afasta a imunidade prevista no art. 150, inciso VI, alínea c, §4º, da Cons-
tituição Federal (STJ, Segunda Turma, Min. MARCO AURÉLIO, RE221.395-8/SP, 2000).

8. A Imunidade das Entidades da Alínea ‘C’

Dispõe o CF, art. 150:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Es-
tados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI – instituir impostos sobre:

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c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrati-
vos, atendidos os requisitos da lei;

Conforme se extrai do texto constitucional, estão imunes à cobrança de impostos:


• Partidos Políticos e suas fundações;
• Entidades sindicais DOS TRABALHADORES;
• Instituições de Educação e de Assistência Social, sem fins lucrativos, atendidos os re-
quisitos da lei.

Sempre alerto aos meus alunos: entidades sindicais DOS TRABALHADORES; não estão
abrangidas pela imunidade as entidades representativas da classe dos empregadores!
Sobre essas entidades, destaco os seguintes entendimentos do STF:
Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qual-
quer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da CF, desde que o valor dos aluguéis seja
aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas.
[Súmula Vinculante 52.]
A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos
pelo art. 150, VI, c, da Constituição, somente alcança as entidades fechadas de previdência
social privada se não houver contribuição dos beneficiários.
[Súmula 730/STF.]
Entidade fechada de previdência privada. Concessão de benefícios aos filiados mediante
recolhimento das contribuições pactuadas. Imunidade tributária. Inexistência, dada a ausên-
cia das características de universalidade e generalidade da prestação, próprias dos órgãos
de assistência social. As instituições de assistência social, que trazem ínsito em suas finali-
dades a observância ao princípio da universalidade, da generalidade e concedem benefícios
a toda coletividade, independentemente de contraprestação, não se confundem e não podem
ser comparadas com as entidades fechadas de previdência privada que, em decorrência da
relação contratual firmada, apenas contemplam uma categoria específica, ficando o gozo dos
benefícios previstos em seu estatuto social dependente do recolhimento das contribuições
avençadas, conditio sine qua non para a respectiva integração no sistema.

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[RE 202.700, rel. min. Maurício Corrêa, j. 8-11-2001, P, DJ de 1º-3-2002.]


LOTE VAGO – “TERRENO BALDIO”
Imunidade tributária. Instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrati-
vos, atendidos os requisitos da lei. IPTU. Lote vago. Não incidência. A imunidade tributária,
prevista no art. 150, VI, c, da CF/1988, aplica-se aos bens imóveis, temporariamente ociosos,
de propriedade das instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos que
atendam os requisitos legais.
[RE 767.332 RG, rel. min. Gilmar Mendes, j. 31-10-2013, P, DJE de 22-11-2013, Tema 693.]
Presunção e Imunidade
A vedação à instituição de impostos sobre o patrimônio e a renda das entidades reco-
nhecidamente de assistência social que estejam vinculados às suas finalidades essenciais é
uma garantia constitucional. Por seu turno, existe a presunção de que o imóvel da entidade
assistencial esteja afetado a destinação compatível com seus objetivos e finalidades institu-
cionais. O afastamento da imunidade só pode ocorrer mediante a constituição de prova em
contrário produzida pela administração tributária.
[AI 746.263 AgR-ED, rel. min. Dias Toffoli, j. 12-11-2013, 1ª T, DJE de 16-12-2013.]
Colônia de férias do sindicato
Sindicato. Colônia de férias. Inexistência de imunidade tributária por não ser o patrimônio
ligado às finalidades essenciais do sindicato.
[RE 245.093 AgR, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 14-11-2006, 1ª T, DJ de 7-12-2006.]
Estacionamento gratuito
Imunidade tributária do patrimônio das instituições de educação sem fins lucrativos (CF,
art. 150, VI, c): sua aplicabilidade de modo a preexcluir a incidência do IPTU sobre imóvel de
propriedade da entidade imune, destinado a estacionamento gratuito de estudantes (…).
[RE 308.449, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 27-8-2002, 1ª T, DJ de 20-9-2002.]
SESC CINEMA
A renda obtida pelo Sesc [Serviço Social do Comércio] na prestação de serviços de di-
versão pública, mediante a venda de ingressos de cinema ao público em geral, e aproveita-
da em suas finalidades assistenciais, estando abrangida na imunidade tributária prevista no
art. 150, VI, c, da Carta da República.

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[AI 155.822 AgR, rel. min. Ilmar Galvão, j. 20-9-1994, 1ª T, DJ de 2-6-1995.]


Quanto à parte final da alínea “c”, ocasião na qual a Constituição submete o gozo da imu-
nidade ao atendimento dos requisitos legais, as condições materiais para o gozo da imunida-
de estão sob reserva de lei complementar, por força do art. 146, II, da CF. Apenas os requisitos
formais de constituição e funcionamento dos entes imunes, como a ostentação de certifica-
dos, é que podem ser estabelecidos por lei ordinária.
O art. 14 do CTN regula a matéria em nível de lei complementar, impondo-se a observância
das condições que estabelece: a) aplicação de todos os recursos na manutenção dos seus
objetivos institucionais no País; b) manutenção de escrituração regular; e c) não distribuição
de lucro.

9. A Imunidade Cultural

Dispõe o CF, art. 150:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Es-
tados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI – instituir impostos sobre:
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.

Na compreensão do STF, essa imunidade tem por escopo evitar embaraços ao exercício
da liberdade de expressão intelectual, artística, científica e de comunicação, bem como facili-
tar o acesso da população à cultura, à informação e à educação.
Dessa imunidade, destaco os seguintes entendimentos do STF, muito cobrados em con-
curso público.

A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da CF abrange os filmes e papéis fotográficos


necessários à publicação de jornais e periódicos.
[Súmula 657/STF.]
A imunidade prevista no art. 150, VI, da CF alcança componentes eletrônicos, quando
destinados, exclusivamente, a  integrar a unidade didática com fascículos periódicos
impressos.
[RE 595.676, rel. min. Marco Aurélio, j. 8-3-2017, P, DJE de 18-12-2017, Tema 259.]

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A imunidade tributária constante do art. 150, VI, d, da CF/1988 aplica-se ao livro ele-


trônico (e-book), inclusive aos suportes exclusivamente utilizados para fixá-lo.
[RE 330.817, rel. min. Dias Toffoli, j. 8-3-2017, P, DJE de 31-8-2017, Tema 593.]
CHAPAS E TINTAS
A regra imunizante constante do art. 150, VI, d, da CF não pode ser interpretada de modo
amplo e irrestrito. Inexiste imunidade relativa a tributos incidentes sobre a importação
de tintas e chapas de gravação destinadas à publicação de jornal.
[AI 735.816 AgR, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 23-3-2018, 1ª T, DJE de 11-4-2018.]
INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA
A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, d, da CF não abrange os serviços presta-
dos por empresas que fazem a distribuição, o transporte ou a entrega de livros, jornais,
periódicos e do papel destinado a sua impressão. Precedentes. O STF possui entendi-
mento no sentido de que a imunidade em discussão deve ser interpretada restritiva-
mente.
[RE 530.121 AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 9-11-2010, 1ª T, DJE de 29-3-2011.]
SERVIÇOS DE COMPOSIÇÃO GRÁFICA, CAPA E PAPEL
Não há de ser estendida a imunidade de impostos prevista no dispositivo constitucio-
nal sob referência, concedida ao papel destinado exclusivamente à impressão de livros,
jornais e periódicos, aos serviços de composição gráfica necessários à confecção do
produto final.
[RE 230.782, rel. min. Ilmar Galvão, j. 13-6-2000, 1ª T, DJ de 10-11-2000.]
Papel: filmes destinados à produção de capas de livros. CF, art. 150, VI, d. Material assi-
milável a papel, utilizado no processo de impressão de livros e que se integra no pro-
duto final – capas de livros sem capa dura – está abrangido pela imunidade do art. 150,
VI, d. Interpretação dos precedentes do STF, pelo seu Plenário, nos RE 174.476/SP, RE
190.761/SP, rel. min. Francisco Rezek, e RE 203.859/SP e RE 204.234/RS, rel. min. Mau-
rício Corrêa.
[RE 392.221, rel. min. Carlos Velloso, j. 18-5-2004, 2ª T, DJ de 11-6-2004.]
ENCARTES ANEXOS DE PROPAGANDAS
Encartes de propaganda distribuídos com jornais e periódicos. ISS. Art.  150, VI, d, da
Constituição. Veículo publicitário que, em face de sua natureza propagandística, de
exclusiva índole comercial, não pode ser considerado como destinado à cultura e à edu-

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cação, razão pela qual não está abrangido pela imunidade de impostos prevista no dis-
positivo constitucional sob referência, a qual, ademais, não se estenderia, de qualquer
forma, às empresas por eles responsáveis, no que concerne à renda bruta auferida pelo
serviço prestado e ao lucro líquido obtido.
[RE 213.094, rel. min. Ilmar Galvão, j. 3-8-1999, 1ª T, DJ de 15-10-1999.]
PROPAGANDAS NO CORPO
O fato de as edições das listas telefônicas veicularem anúncios e publicidade não afasta
o benefício constitucional da imunidade. A  inserção visa a permitir a divulgação das
informações necessárias ao serviço público a custo zero para os assinantes, consubs-
tanciando acessório que segue a sorte do principal.
[RE 199.183, rel. min. Marco Aurélio, j. 17-4-1998, 2ª T, DJ de 12-6-1998.]

10. A Imunidade dos Fonogramas e Videogramas Musicais

Dispõe o CF, art. 150:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Es-
tados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI – instituir impostos sobre:
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou li-
teromusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem
como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação
industrial de mídias ópticas de leitura a laser.

Trata-se de imunidade constitucional acrescida, por obra de reforma, também chamada


de “imunidade genérica”. Não há precedentes sobre o tema, mas é relevante que se compre-
enda bem os seus requisitos.
Perceba, pelas questões de concurso anexas, que o texto dele costuma ser cobrado. Des-
taco que o texto comporta que algum estrangeiro participe, seja na condição de intérprete ou
de autor, do fonograma ou videofonograma.

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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (CESPE/SEFAZ-RS/AUDITOR DO ESTADO/BLOCO II/2018) Determinada entida-
de religiosa presta serviços de batismo e casamento, revende artigos religiosos produzidos
por uma fábrica e vende artesanato sacro produzido pelos membros da entidade. Além disso,
a entidade tem, além do imóvel onde funciona o templo, outros imóveis cuja renda é revertida
à composição do patrimônio da entidade.
Nessa situação hipotética, a imunidade religiosa relativa ao pagamento de impostos
a) não abrange a venda do artesanato.
b) abrange todas as situações mencionadas.
c) não abrange o IPTU em caso de configuração de concorrência desleal.
d) não abrange os serviços de batismo e casamento.
e) abrange o ICMS relativo à compra e à venda de artigos religiosos da fábrica.

Questão 2 (CESPE/PGE-SE/PROCURADOR DO ESTADO/2017) A principal distinção entre


imunidade tributária e isenção tributária é que
a) as imunidades estão expressamente previstas na CF e nas leis; e as isenções se referem a
fatos não abrangidos pela hipótese de incidência.
b) as imunidades estão previstas na CF; e as isenções, no texto infraconstitucional.
c) as isenções estão previstas na CF; e as imunidades, no texto infraconstitucional.
d) as imunidades se referem ao aspecto subjetivo do contribuinte; e as isenções, ao elemento
objetivo do fato gerador.
e) as isenções se referem ao aspecto subjetivo do contribuinte; e as imunidades, ao elemento
objetivo do fato gerador.

Questão 3 (CESPE/PGE-SE/PROCURADOR DO ESTADO/2017) Considerando-se as limita-


ções ao poder de tributar previstas no texto constitucional, é juridicamente admissível que um
ente público estadual institua a cobrança de
a) ICMS incidente sobre a comercialização de jornais impressos.
b) ICMS com alíquotas diferenciadas em razão da ocupação profissional do contribuinte.

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c) taxa referente a um serviço prestado à União.


d) taxa a ser cobrada no mesmo exercício financeiro em que for publicada a lei que a instituir.
e) IPVA incidente sobre veículos terrestres pertencentes ao poder público municipal e utiliza-
dos para transportar autoridades.

Questão 4 (VUNESP/PREFEITURA DE PORTO FERREIRA-SP/PROCURADOR JURÍDI-


CO/2017) A Constituição Federal, dentre outras hipóteses que prevê, veda a instituição de im-
postos sobre fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil, contendo obras
musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por ar-
tistas brasileiros, bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham,
salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. Referida vedação
consiste em hipótese de
a) imunidade genérica.
b) imunidade específica.
c) imunidade recíproca.
d) isenção constitucionalmente garantida.
e) remissão constitucionalmente admitida.

Questão 5 (VUNESP/TJ-SP/JUIZ SUBSTITUTO/2017) A lei referida no parágrafo 7º do arti-


go 195 da Constituição Federal que estabelece os requisitos para o reconhecimento da imu-
nidade para a seguridade social das entidades beneficentes de assistência social, segundo o
julgamento do tema 32 pelo plenário do STF, deve ter hierarquia de
a) Lei complementar de caráter nacional.
b) Lei ordinária de caráter suplementar editada pelos entes federativos.
c) Lei ordinária de caráter nacional.
d) Lei ordinária a ser editada por cada ente federativo.

Questão 6 (VUNESP/TJ-SP/JUIZ SUBSTITUTO/2017) Assinale a alternativa correta.


a) A imunidade do artigo 150, VI, “b” da Constituição Federal deve ser interpretada ampliativa-
mente de modo a incluir todos os imóveis da entidade religiosa, sem restrição, uma vez que

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o Estado Brasileiro, embora laico, garante o exercício da fé religiosa, segundo orientação do


Supremo Tribunal Federal.
b) A imunidade prevista no artigo 150, VI, “b” da Constituição Federal de 1988 deve ser es-
tendida aos cemitérios de cunho religioso, segundo orientação do Supremo Tribunal Federal.
c) A imunidade conferida aos templos se estende à Maçonaria, em cujas lojas se professa
culto no sentido empregado pela Constituição Federal, segundo decisão do Supremo Tribunal
Federal.
d) A imunidade do artigo 150, VI, “b” da Constituição Federal de 1988 estende-se aos cemi-
térios, ainda que ostentem natureza privada e empresarial, uma vez que ali se realizam ritos
relacionados com a fé religiosa, segundo orientação do Supremo Tribunal Federal.

Questão 7 (VUNESP/TJ-SP/JUIZ SUBSTITUTO/2017) Assinale a alternativa correta.


a) A norma de isenção se aloca no plano da definição da competência tributária, não ocor-
rendo, portanto, o fato imponível, por não existir a possibilidade de formulação da hipótese de
incidência.
b) As imunidades e isenções não se distinguem a partir da fonte formal da qual emanam.
c) As isenções técnicas são legitimamente reconhecidas ante a ausência de capacidade con-
tributiva como a concedida visando à preservação do mínimo vital ou destinada a uma pes-
soa jurídica para que possa desenvolver suas atividades.
d) A imunidade política é também denominada de imunidade recíproca e veda a tributação
sobre patrimônio, renda e serviços das pessoas jurídico-políticas (União, Estados, Distrito
Federal e Municípios).

Questão 8 (VUNESP/TJ-SP/JUIZ SUBSTITUTO/2017) Considerando-se o disposto no arti-


go 150, VI, “d” da Constituição Federal de 1988, notadamente a expressão “… e o papel desti-
nado à sua impressão”, é de se concluir corretamente que
a) a imunidade deve ser estendida também aos livros com suportes em CD e outros meios
eletrônicos, em face das interpretações evolutiva e teleológica.
b) somente o livro de papel deve ser imune a impostos, uma vez que, operando a imunidade
como limitação ao poder de tributar de que dotado o Estado, sua interpretação há de ser res-
tritiva.

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c) somente o livro de papel é imune a impostos, à vista da cláusula expressa “… e o papel des-
tinado à sua impressão”. (artigo 150, VI, “d”, Constituição Federal).
d) se a Constituição não distinguiu o suporte tecnológico de elaboração de livros, jornais e
periódicos, não pode o intérprete fazê-lo para o fim de ampliar a imunidade.

Questão 9 (CESPE/MPE-RR/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2017) A imunidade tri-


butária assegurada às instituições de educação sem fins lucrativos garante imunidade ape-
nas para os
a) impostos, não vedando a instituição de outras modalidades de tributos.
b) tributos que incidam sobre sua renda e seu patrimônio, não afastando a cobrança de tribu-
tos que incidam sobre os serviços por elas prestados.
c) impostos e contribuições sociais, não impedindo a cobrança de taxas, empréstimos com-
pulsórios e contribuições de melhoria.
d) tributos de competência da União, não prevendo a não incidência de tributos que sejam de
competência dos estados, dos municípios ou do DF.

Questão 10 (MPE-PR/MPE-PR/PROMOTOR SUBSTITUTO/2017) Segundo o entendimento


do Supremo Tribunal Federal, assinale a alternativa incorreta:
a) É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de
ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade do crédito tributário.
b) Quando alugado a terceiros, não permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a partidos
políticos, a entidades sindicais dos trabalhadores, a instituições de educação e de assistência
social, sem fins lucrativos, independente da destinação conferida ao valor dos aluguéis.
c) Norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação tributária não se sujeita ao
princípio da anterioridade.
d) A imunidade tributária subjetiva, prevista no artigo 150, inciso VI, alínea “c”, da Constituição
Federal, a impedir a instituição de impostos sobre patrimônio, renda ou serviços das entida-
des sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem
fins lucrativo aplica-se a seus beneficiários na posição de contribuinte de direito, mas não na
de simples contribuinte de fato.

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e) A imunidade tributária constante do art.  150, VI, “d” (livros, jornais, periódicos e o papel
destinado a sua impressão), da Constituição Federal, alcança o livro digital (e-book).

Questão 11 (CESPE/PGE-AM/PROCURADOR DO ESTADO/2016) Considerando os limites ao


exercício do poder de tributar, julgue o item seguinte.
A imunidade recíproca beneficia sociedades de economia mista que prestem serviços públi-
cos estatais essenciais e exclusivos, como, por exemplo, o  serviço de saneamento básico,
ainda que tais serviços sejam remunerados por tarifas.

Questão 12 (FUNDATEC/PREFEITURA DE PORTO ALEGRE-RS/PROCURADOR MUNICIPAL/


BLOCO I/2016) Sob a perspectiva da redação expressa na Constituição Federal relativamente
aos princípios constitucionais tributários e das limitações constitucionais ao poder de tribu-
tar, analise as assertivas abaixo:
I – É vedado à União instituir impostos sobre o patrimônio das autarquias instituídas e
mantidas pelos Municípios vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas de-
correntes.
II – É vedado à União instituir impostos sobre o patrimônio das autarquias instituídas e
mantidas pelos Municípios vinculados apenas a suas finalidades essenciais ou às de-
las decorrentes.
III – É  vedado aos Estados instituir impostos sobre a renda das autarquias instituídas e
mantidas pelos Municípios vinculados a suas finalidades essenciais e às delas decor-
rentes.
IV – É vedado aos Municípios instituir impostos sobre a renda das autarquias instituídas
e mantidas pelos Estados vinculados a suas finalidades essenciais e às delas decor-
rentes.

Quais estão corretas?


a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e III.

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d) Apenas II e IV.
e) Apenas I, III e IV.

Questão 13 (FUNDATEC/PGE-RS/PROCURADOR DO ESTADO/2015) Quanto às imunidades


tributárias, analise as assertivas abaixo:
I – Segundo a doutrina e a jurisprudência majoritárias, quando a Constituição da Repúbli-
ca diz que certas entidades são “isentas” e determina que tributos “não incidam” sobre
certos fatos ou pessoas, o que está a fazer não é consagrar isenções e não incidên-
cias, mas verdadeiras imunidades.
II – Os Estados são imunes frente a contribuições previdenciárias, dada a imunidade tri-
butária recíproca.
III – Segundo a jurisprudência do STF, as imunidades não se aplicam às entidades destina-
tárias quando estas sejam contribuintes de fato, mas não de direito.
IV – A imunidade das entidades beneficentes de assistência social deve, segundo a juris-
prudência do STF, ser regulamentada inteiramente por lei complementar, por força do
art. 146, inciso II, da Constituição Federal de 1988, visto se tratar de regulamentação
de limitação constitucional ao poder de tributar.

Após a análise, pode-se dizer que:


a) Está correta apenas a assertiva I.
b) Está correta apenas a assertiva III.
c) Estão corretas apenas as assertivas I e III.
d) Estão corretas apenas as assertivas II e III.
e) Está incorreta apenas a assertiva IV.

Questão 14 (CESPE/PGE-BA/PROCURADOR DO ESTADO/2014) Com relação à imunidade,


julgue os itens que se seguem.
As taxas são alcançadas pelas imunidades constitucionais previstas para as entidades de
educação.

Questão 15 (CESPE/PGE-BA/PROCURADOR DO ESTADO/2014) Com relação à imunidade,


julgue os itens que se seguem.
A imunidade tributária recíproca não é extensiva às empresas públicas.

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Questão 16 (CESPE/PGE-BA/PROCURADOR DO ESTADO/2014) A respeito da concessão,


pelos entes da Federação, de benefício fiscal em relação ao ICMS, julgue os itens subsecuti-
vos.
Consideram-se benefícios fiscais as imunidades previstas na CF.

Questão 17 (CESPE/PG-DF/PROCURADOR/2013) Considerando que uma autarquia federal


que não vise à exploração da atividade econômica e não cobre tarifa ou preço por serviços
prestados tenha adquirido um prédio para instalação de sua administração no DF, julgue os
itens que se seguem, relativos a essa situação hipotética, à competência tributária e às regras
de limitação dessa competência.
Caso o prédio em questão seja vendido para uma pessoa física, essa operação ficará sujeita
ao pagamento de ITBI, uma vez que a limitação do poder de tributar não mais se aplicará.

Questão 18 (CESPE/TCE-RO/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/DIREITO/2019) Em relação


aos institutos da imunidade tributária, da anistia e da isenção, assinale a opção correta.
a) As imunidades tributárias têm previsão infraconstitucional.
b) A anistia e a isenção são sempre decorrentes de legislação constitucional.
c) A anistia abrange infrações cometidas durante a vigência da lei que a concede.
d) A Constituição Federal de 1988 veda à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos muni-
cípios a utilização de tributo com efeito de confisco.
e) A isenção deve, em qualquer hipótese, ser estendida à totalidade do território da entidade
tributante, em função do princípio da isonomia.

Questão 19 (MPE-GO/MPE-GO/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2019) A imunidade


tributária recíproca funda-se no princípio federativo e na falta de capacidade contributiva do
ente público. Partindo dessa afirmação, assinale a alternativa incorreta:
a) Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, a imunidade tributária recíproca não
se estende às empresas estatais prestadoras de serviços públicos em regime não concorren-
cial.

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b) Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, a imunidade recíproca não se esten-


de a empresa privada arrendatária de imóvel público, quando seja ela exploradora de ativida-
de econômica om fins lucrativos, hipótese em que é constitucional a cobrança do IPTU pelo
Município.
c) Nos termos da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a imunidade tributária recípro-
ca não exonera o sucessor das obrigações tributárias relativas a fatos jurídicos tributários
ocorridos antes da sucessão, não havendo que cogitar de aplicação retroativa da imunidade
tributária.
d) A imunidade tributária alcança somente os impostos.

Questão 20 (CESPE/MPC-PA/PROCURADOR DE CONTAS/2019) Determinada empresa ven-


de cursos profissionalizantes de mecânica em seu sítio eletrônico na Internet com a finalidade
de ensinar o estudante a montar peças para automóveis. Ao adquirir o curso, o cliente recebe
em sua residência um kit didático composto por um fascículo impresso com instruções de
montagem; um livro eletrônico, contido em um CD; e um material demonstrativo, constituído
de componentes mecânicos, para a prática de lições.
Nessa situação hipotética, considerando-se a jurisprudência do STF, entre os elementos que
compõem o referido kit didático, é (são) objeto(s) de imunidade tributária
a) apenas o fascículo impresso.
b) apenas o livro eletrônico em si, excluído seu suporte físico (CD), e o fascículo impresso.
c) apenas o livro eletrônico, seu suporte físico (CD) e o fascículo impresso.
d) o livro eletrônico, seu suporte físico (CD), o fascículo impresso e o material demonstrativo.
e) apenas o livro eletrônico e seu suporte físico (CD).

Questão 21 (FCC/SANASA CAMPINAS/PROCURADOR JURÍDICO/2019) Conforme a Consti-


tuição Federal de 1988, no que se refere às limitações do poder de tributar, é VEDADO:
a) à União e aos Estados instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem
em situação equivalente, sendo permitida a diferenciação em função da ocupação profissio-
nal, da função exercida, da denominação jurídica dos rendimentos ou negócios realizados, ou
da localização da residência do contribuinte.

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b) à União e aos Estados utilizar tributo com efeito de confisco ou com finalidade exclusi-
vamente arrecadatória, sem estabelecer mecanismos para excluir a exigência em função da
capacidade civil ou econômica do contribuinte de fato ou de direito.
c) aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tributo que não seja uniforme em
todo o território nacional, ainda que se alegue tratar de medida tendente a promover o equilí-
brio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País.
d) à União e aos Municípios conceder sem lei específica, federal ou municipal, qualquer sub-
sídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou
remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições.
e) aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre fonogramas e
videofonogramas musicais produzidos no Brasil, contendo obras musicais ou literomusicais
de autores brasileiros ou do Mercosul, inclusive em relação à etapa de replicação industrial de
mídias magnéticas ou ópticas, de leitura digital ou a laser.

Questão 22 (IESES/SCGÁS/ADVOGADO/2019) Conforme a Constituição Federal e o entendi-


mento sumular e jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal, analise as sentenças abaixo e
assinale a opção correta, no que diz respeito à imunidade tributária recíproca:
I – A imunidade recíproca, prevista no art. 150, VI, a, da Constituição não se estende a em-
presa privada arrendatária de imóvel público, quando seja ela exploradora de atividade
econômica com fins lucrativos. Nessa hipótese é constitucional a cobrança do IPTU
pelo Município.
II – A imunidade tributária recíproca pode ser estendida a empresas públicas ou socieda-
des de economia mista prestadoras de serviço público de cunho essencial e exclusivo.
III – A imunidade tributária recíproca alcança os impostos e as taxas.

a) Apenas as alternativas II e III estão corretas.


b) Apenas as alternativas I e II estão corretas.
c) Todas as alternativas estão corretas.
d) Apenas a alternativa III está correta.

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Questão 23 (VUNESP/CÂMARA DE PIRACICABA-SP/ADVOGADO/2019) De acordo com a


Constituição Federal, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios ins-
tituir imposto sobre o patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros. Nesse caso, a imunidade
recíproca
a) será extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no
que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais
ou às delas decorrentes.
b) aplica-se ao patrimônio, à renda e aos serviços, ainda que haja o pagamento de preços
ou tarifas pelo usuário, exonerando o promitente comprador da obrigação de pagar imposto
relativamente ao bem imóvel de propriedade das Pessoas Políticas.
c) não será extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público,
no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essen-
ciais ou às delas decorrentes.
d) compreende somente o patrimônio e os serviços, ainda que não relacionados com as fina-
lidades essenciais das Pessoas Políticas ou às delas decorrentes.
e) aplica-se ao patrimônio, à renda e aos serviços da Administração Pública indireta, relacio-
nados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empre-
endimentos privados.

Questão 24 (CESPE/PGM/CAMPO GRANDE-MS/PROCURADOR MUNICIPAL/2019) Acerca


do disposto pelo Sistema Tributário Nacional, julgue o item seguinte, considerando o entendi-
mento doutrinário e jurisprudencial.
As imunidades recíprocas são limitações constitucionais ao poder de tributar e têm status de
cláusulas pétreas.

Questão 25 (VUNESP/CÂMARA DE SERRANA-SP/PROCURADOR JURÍDICO/2019) O sócio


de uma empresa que se dedica à prestação de serviços de engenharia decide integralizar o
capital social da empresa transferindo imóvel de sua propriedade para ser incorporado ao
patrimônio da sociedade. Nessa hipótese, é correto afirmar que

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a) incidirá Imposto de Transmissão Inter vivos (ITBI), de competência do Município da situa-


ção do Imóvel.
b) incidirá Imposto de Transmissão Inter vivos (ITBI), por tratar-se de transmissão não one-
rosa de propriedade.
c) não incidirá Imposto de Transmissão Inter vivos (ITBI), por tratar-se de mera operação de
circulação de mercadoria.
d) não haverá incidência de Imposto de Transmissão Inter vivos (ITBI), por tratar-se de imu-
nidade constitucional.
e) não incidirá Imposto de Transmissão Inter vivos (ITBI), por tratar-se de hipótese legal de
exclusão do crédito tributário.

Questão 26 (VUNESP/CÂMARA DE SERRANA-SP/PROCURADOR JURÍDICO/2019) Hospital


estadual constituído sob a forma de sociedade de economia mista é notificado pela Munici-
palidade a pagar o IPTU dos últimos 5 anos. Considerando as disposições legais e a jurispru-
dência dos Tribunais Superiores, nesse caso, é correto afirmar que
a) por ser empresa prestadora de serviço de saúde, o hospital estadual gozará de imunidade
tributária se o seu capital social for majoritariamente estatal.
b) o hospital estadual deverá recolher o imposto devido, pois a imunidade recíproca beneficia
apenas autarquias e fundações públicas.
c) desde que atendidos os requisitos da lei, o hospital não poderá ter os seus imóveis sujeitos
à tributação pelo Município, por se tratar de instituição de assistência à saúde.
d) apenas o imóvel onde se encontra instalado o hospital é que goza de imunidade porque se
encontra vinculado à finalidade essencial da sociedade.
e) por ser sociedade de economia mista, o hospital somente não estará sujeito ao recolhi-
mento do IPTU se for beneficiado por isenção.

Questão 27 (CESPE/TJ-SC/JUIZ SUBSTITUTO/2019) A respeito de imunidade tributária e


isenção tributária, é correto afirmar que
a) a isenção está no campo infraconstitucional e corresponde a uma hipótese de não incidên-
cia da norma tributária.

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b) a imunidade está no plano constitucional e proíbe a própria instituição do tributo relativa-


mente às situações e pessoas imunizadas.
c) a isenção é criada diretamente pela Constituição Federal de 1988, sendo uma norma nega-
tiva de competência tributária.
d) a imunidade pressupõe a incidência da norma tributária, sendo o crédito tributário excluído
pelo legislador.
e) a imunidade está no plano de aplicação da norma tributária, sendo equivalente ao estabe-
lecimento de uma alíquota nula.

Questão 28 (CESPE/PGE-PE/ANALISTA JUDICIÁRIO DE PROCURADORIA/2019) À luz da ju-


risprudência dos tribunais superiores, julgue o item subsequente, acerca de imunidade e obri-
gação tributárias.
Partido político perde a imunidade de IPTU sobre imóvel de sua propriedade caso o alugue
para terceiro, ainda que o valor dos aluguéis seja investido, por exemplo, em propaganda par-
tidária.

Questão 29 (CESPE/PGE-PE/ANALISTA JUDICIÁRIO DE PROCURADORIA/2019) À luz da ju-


risprudência dos tribunais superiores, julgue o item subsequente, acerca de imunidade e obri-
gação tributárias.
A imunidade tributária das instituições de assistência social sem fins lucrativos está condi-
cionada à inexistência de contribuição por parte de seus beneficiários.

Questão 30 (NC-UFPR/TJ-PR/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/REMO-


ÇÃO/2019) A Editora Sapiens S.A., especializada na produção e comercialização de livros,
jornais e periódicos impressos, contata seu escritório para obter informações relativas à
eventual tributação das atividades relacionadas à impressão, editoração e comercialização
de livros, jornais e periódicos. A dúvida da Editora Sapiens S.A. refere-se à existência ou não
de tributação sobre todas ou parte de suas atividades.
Sobre o assunto, assinale a alternativa correta.

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a) A Editora Sapiens S.A. não precisa pagar quaisquer impostos, já que sua atividade, bem
como a própria editora, é imune do pagamento de impostos.
b) A Editora Sapiens S.A. possui isenção relativa às suas atividades editoriais, sendo dispen-
sada por lei de qualquer pagamento de impostos.
c) A Editora Sapiens S.A. possui imunidade tributária prevista na Constituição Federal refe-
rente tão somente aos livros, jornais e periódicos e no que tange aos materiais destinados à
impressão destes, além de livros, jornais e revistas eletrônicos, que também são abrangidos
pela imunidade.
d) A Editora Sapiens S.A. possui imunidade tributária prevista na legislação infraconstitucio-
nal, referente tão somente aos livros, jornais e periódicos e no que tange aos materiais desti-
nados à impressão.
e) A Editora Sapiens S.A. possui imunidade tributária estabelecida na Constituição Federal,
prevendo inclusive a desobrigação do pagamento de impostos como IRPJ (Imposto de Renda
de Pessoa Jurídica) e CSL (Contribuição Social sobre o Lucro), incidentes sobre o lucro da
empresa.

Questão 31 (NC-UFPR/TJ-PR/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/PROVI-


MENTO/2019) Sobre Princípios Constitucionais Tributários, Imunidades e Isenções Tributá-
rias, assinale a alternativa correta.
a) A imunidade estabelecida aos livros, jornais e periódicos se estende também aos livros,
jornais e periódicos eletrônicos.
b) O princípio da vedação do efeito confisco proíbe que o tributo seja tão baixo que não repre-
sente limitação alguma ao patrimônio do indivíduo.
c) A imunidade recíproca refere-se à União, aos Estados e aos Municípios, mas não se esten-
de ao Distrito Federal.
d) A isenção, no tocante às suas atividades essenciais, benefício concedido pela legislação
infraconstitucional aos partidos políticos e sindicatos, decorre das relevantes funções políti-
cas e sociais exercidas por essas entidades.
e) A imunidade estabelecida às entidades de assistência social e de educação condiciona-se
ao cumprimento de requisitos para fazer jus à imunidade. Porém é permitido a essas entida-

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des a distribuição de lucros da entidade entre sócios ou associados, sem prejuízo da imuni-
dade tributária referida.

Questão 32 (VUNESP/CÂMARA DE ALTINÓPOLIS-SP/PROCURADOR JURÍDICO/2017) De-


termina a Constituição Federal que o Imposto sobre a Transmissão inter vivos, a  qualquer
título, por ato oneroso, de bens imóveis – ITBI não incide, dentre outras situações que prevê,
sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em
realização de capital. Está-se diante de uma
a) isenção diferida.
b) isenção constitucionalmente qualificada.
c) imunidade específica.
d) imunidade recíproca.
e) anistia.

Questão 33 (CS-UFG/DEMAE-GO/PROCURADOR AUTÁRQUICO/2017) Imunidade tributária


é instituto constitucional, qualificado como limitação ao poder de tributar, já que é verificada
nos casos em que a Constituição Federal de 1988 impede a instituição e a cobrança de tribu-
tos. Considerando as disposições constitucionais, a imunidade recíproca
a) é extensiva aos impostos incidentes sobre o patrimônio, a renda e os serviços das autar-
quias.
b) proíbe que as autarquias sofram a cobrança do valor relativo à taxa de licenciamento anual
dos automóveis de sua propriedade.
c) veda a incidência da contribuição de melhoria no caso de realização de obra pública que
valorize o imóvel de propriedade das autarquias.
d) impede a incidência de tributos sobre o patrimônio, a renda e os serviços das autarquias.

Questão 34 (FCC/PREFEITURA DE CARUARU-PE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2018) A


imunidade tributária
a) recíproca alcança todos os tributos previstos na Constituição Federal.
b) aplica-se incondicionalmente a entidades de assistência social sem fins lucrativos.

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c) aplica-se exclusivamente à propriedade de imóveis de entidades educacionais, desde que


não tenham fins lucrativos.
d) aplica-se aos bens, rendas e serviços relacionados às atividades essenciais dos partidos
políticos.
e) trata-se de política parafiscal com sede constitucional, que não exclui a competência tri-
butária plena.

Questão 35 (FEPESE/PGE-SC/PROCURADOR DO ESTADO/2018) A respeito das limitações


constitucionais do poder de tributar, assinale a alternativa correta.
a) É constitucionalmente proibida a instituição de impostos e de taxas sobre livros, jornais,
periódicos e o papel destinado a sua impressão.
b) A imunidade recíproca é extensiva às autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas fina-
lidades essenciais ou às delas decorrentes.
c) A vedação de cobrar tributos antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido
publicada a lei que os instituiu ou aumentou não se aplica ao Imposto sobre Produtos Indus-
trializados.
d) Norma legal que modifica o prazo de recolhimento da obrigação tributária sujeita-se ao
princípio da anterioridade.
e) A imunidade do patrimônio, da renda ou dos serviços das instituições de educação e assis-
tência social, sem fins lucrativos, é chamada autoaplicável, porque independe do atendimento
de requisitos legais.

Questão 36 (FCC/SEFAZ-GO/AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/2018) A Constitui-


ção Federal contempla várias regras que têm por finalidade limitar o poder de tributar das
pessoas jurídicas de direito público interno. De acordo com essas regras, é vedado aos Esta-
dos
a) instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalen-
te, facultada, para fins de desoneração tributária total ou parcial, a distinção em razão de ori-
gem étnica, de nível de escolaridade, de ocupação profissional e de função por eles exercida.

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b) cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da regulamentação


da lei que os houver instituído, aumentado ou reduzido.
c) cobrar tributos antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido regulamentada
a lei que os instituiu ou aumentou, podendo o referido prazo ser reduzido, nos casos em que
seu término ocorrer no exercício subsequente, hipótese em que o tributo poderá ser cobrado
desde o primeiro dia do novo exercício.
d) estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais
ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas
pelo Poder Público.
e) instituir impostos sobre videofonogramas musicais produzidos no Mercosul, contendo
obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros, e obras em geral, interpretadas por
artistas brasileiros ou por artistas cidadãos de países integrantes do Mercosul, bem como
sobre os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, inclusive na etapa de
replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.

Questão 37 (IBFC/TRF 2ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/2018) À luz da jurisprudên-


cia atual do STF sobre a extensão do reconhecimento da imunidade tributária recíproca às
empresas estatais, assinale a alternativa correta:
a) a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) não goza de imunidade tributária recí-
proca ao exercer atividades em regime de concorrência com a iniciativa privada.
b) empresa estatal que presta serviços de saúde exclusivamente pelo SUS, não tendo por fi-
nalidade a obtenção de lucro, goza da imunidade tributária recíproca.
c) empresa estatal que presta serviço público de abastecimento de água e tratamento de
esgoto, em regime de monopólio, goza de imunidade tributária recíproca, ainda que distribua
lucros ao ente controlador.
d) a Casa da Moeda do Brasil (CMB) não goza de imunidade tributária recíproca, pois também
executa atividades abertas à ampla concorrência e participação do setor privado.
e) caso a empresa estatal assuma o tipo societário de sociedade de economia mista, não
poderá gozar da imunidade tributária recíproca, em razão da presença de sócios privados em
seu quadro societário.

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Questão 38 (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL/2018) Acerca de


crédito tributário, competência tributária e Sistema Tributário Nacional, julgue o próximo item.
Os estados e os municípios estão imunes à instituição de contribuições sociais, pela União,
sobre os seus serviços.

Questão 39 (VUNESP/CÂMARA DE ITAQUAQUECETUBA-SP/PROCURADOR JURÍDICO/2018)


A respeito da Imunidade Tributária incidente sobre os imóveis pertencentes a entidades de
assistência social sem fins lucrativos, é correto afirmar que
a) são imunes ao Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), mesmo quando alugados a
terceiros, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais en-
tidades foram constituídas.
b) não são imunes ao Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), caso aluguem a terceiros,
mesmo se o valor dos aluguéis for aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram
constituídas.
c) são imunes ao Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), mesmo quando alugados a ter-
ceiros, independentemente se o valor dos aluguéis é ou não aplicado nas atividades para as
quais tais entidades foram constituídas.
d) não são imunes ao Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), caso aluguem a terceiros,
independentemente se o valor dos aluguéis é ou não aplicado nas atividades para as quais
tais entidades foram constituídas.
e) são imunes ao Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), mesmo quando alugados a ter-
ceiros, e o valor dos aluguéis não é aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram
constituídas.

Questão 40 (UEG/PC-GO/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) O sistema tributário nacional é in-


tegrado por um conjunto de princípios e regras que limitam o exercício do poder de tributar do
Estado. Acerca do exercício da competência tributária verifica-se que
a) a anterioridade aplicável ao direito penal tem igual aplicação na seara tributária, sendo
vedada qualquer alteração na legislação tributária, ainda que não corresponda a aumento do
tributo.

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b) é vedada a cobrança de tributos antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido
publicada lei que os instituiu, aumentou ou reduziu.
c) a imunidade religiosa é consectária da garantia fundamental da liberdade religiosa, que tem
alcance além do templo religioso.
d) a vedação do não confisco ao Estado, no exercício de seu poder de tributar, limita a perda
de bens no âmbito criminal.
e) as regras de imunidade tributária devem ser interpretadas restritivamente, na medida em
que correspondem a benefícios fiscais aos contribuintes.

Questão 41 (IBFC/CÂMARA DE FEIRA DE SANTANA-BA/PROCURADOR JURÍDICO ADJUN-


TO/2018) Assinale a alternativa INCORRETA, sobre a noção técnica de imunidade frente a
outras figuras tributárias que podem resultar igualmente no não desembolso de valor em
dinheiro do tributo.
a) Imunidade refere-se a uma limitação do poder de tributar que nenhuma lei tem atribuição
para regular.
b) A imunidade decorre de norma materialmente constitucional.
c) A isenção é um favor legal, fruto do exercício da competência tributária por parte da enti-
dade tributante.
d) Imunidade e Isenção são favores tributários distintos, porém decorrentes do mesmo fenô-
meno restrito ao exercício ordinário do poder de tributar na elaboração da lei ordinária.

Questão 42 (CESPE/PGM/MANAUS-AM/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2018) Consideran-


do o que dispõe a CF, julgue o item a seguir, a respeito das limitações do poder de tributar, da
competência tributária e das normas constitucionais aplicáveis aos tributos.
É proibida a cobrança de tributo sobre o patrimônio e a renda dos templos de qualquer culto.

Questão 43 (VUNESP/CÂMARA DE BARRETOS-SP/ADVOGADO/2017) Sem prejuízo de ou-


tras garantias asseguradas ao contribuinte, é
a) permitido à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tratamento
desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer

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distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente


da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.
b) vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer limitações
ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressal-
vada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público.
c) permitido à União, aos  Estados, ao  Distrito Federal e aos Municípios cobrar tributos em
relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído
ou aumentado.
d) vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tributo que não
seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em re-
lação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, não admitida a
concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento so-
cioeconômico entre as diferentes regiões do País.
e) permitido à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos so-
bre fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais
ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasi-
leiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa
de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.

Questão 44 (CESPE/PGE-PE/PROCURADOR DO ESTADO/2018) As hipóteses de limitação


ao poder de tributar decorrente do princípio constitucional da imunidade recíproca incluem
a) proibir a União de instituir impostos sobre o patrimônio de estados e municípios.
b) vedar as limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou
intermunicipais.
c) proibir que estado estabeleça diferença tributária entre bens e serviços em razão do muni-
cípio de procedência ou de destino.
d) vedar isenções de tributos da competência de outros entes federativos.
e) proibir a instituição de tributo federal que não seja uniforme em todo o território nacional.

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Questão 45 (CESGRANRIO/PETROBRAS/ADVOGADO JÚNIOR/2018) Uma empresa irá reali-


zar a exportação de revestimentos cerâmicos que fabrica. Em consulta sobre a necessidade
de pagar PIS e COFINS sobre a receita advinda da variação cambial relativa à essa operação
comercial, recebe a informação de que os tributos
a) são devidos, já que a operação de exportação da cerâmica é a única a gozar de imunidade.
b) são devidos, já que se trata de um benefício fiscal que, como tal, deve ser interpretado res-
tritivamente.
c) são devidos, porque a receita decorrente da variação cambial não está inserida no ato de
exportar.
d) não são devidos, havendo desoneração constitucional para todas as receitas advindas da
exportação.
e) não são devidos, se a receita da variação cambial foi embutida na receita total da operação
comercial.

Questão 46 (CONSULPLAN/TRE-RJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/2017) Com


relação às Imunidades Tributárias, analise as afirmativas a seguir.
I – A imunidade recíproca não se estende à empresa privada arrendatária de imóvel públi-
co, quando seja ela exploradora de atividade econômica com fins lucrativos.
II – Os cemitérios que consubstanciam extensões de entidades de cunho religioso estão
abrangidos pela imunidade conferida aos templos.
III – Os aparelhos leitores de livros eletrônicos não estão abrangidos pela imunidade tribu-
tária conferida aos livros.

Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s)


a) I, II e III.
b) I, apenas.
c) II, apenas.
d) I e II, apenas.

Questão 47 (CESPE/PREFEITURA DE FORTALEZA-CE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2017)


A respeito das limitações constitucionais ao poder de tributar, julgue o item que se segue, de
acordo com a interpretação do STF.

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As imunidades tributárias incondicionadas são autoaplicáveis e independem de regulamen-


tação, sendo admitida, entretanto, a suspensão de seus efeitos, por ato declaratório da admi-
nistração tributária, quando ficar demonstrada a sua inaplicabilidade a fato jurígeno tributário.

Questão 48 (CESPE/PREFEITURA DE FORTALEZA-CE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2017)


Acerca de tributação e finanças públicas, julgue o item subsequente, conforme as disposi-
ções da CF e a jurisprudência do STF.
A imunidade tributária recíproca que veda à União, aos estados, ao DF e aos municípios insti-
tuir impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços uns dos outros é cláusula pétrea.

Questão 49 (MPE-RS/MPE-RS/PROMOTOR DE JUSTIÇA/REAPLICAÇÃO/2017) Relativa-


mente às imunidades tributárias, é INCORRETO afirmar que é vedado
a) aos entes federados cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início
da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado.
b) à União instituir imposto sobre a renda dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
c) à União instituir isenções de tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.
d) à União cobrar imposto sobre produtos industrializados no mesmo exercício financeiro em
que haja sido publicada a lei que o instituiu ou aumentou.
e) aos entes federados estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de
tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização
de vias conservadas pelo Poder Público.

Questão 50 (MPE-RS/MPE-RS/PROMOTOR DE JUSTIÇA/REAPLICAÇÃO/2017) Consideran-


do o regramento constitucional sobre limitações do poder de tributar, é INCORRETO afirmar
que é vedado:
a) à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tratamento desigual en-
tre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em
razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denomi-
nação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.

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b) à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre fono-
gramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou lite-
romusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros,
bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de
replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
c) à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer limitações ao tráfe-
go de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a
cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público.
d) à União tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos,
ainda que em níveis inferiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes.
e) aos Estados, ao  Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre
bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.

Questão 51 (TRF 2ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/2017) Leia as proposições e, ao fi-


nal, assinale a opção correta:
I – Instituição de educação, beneficiária de imunidade tributária, faz jus a exigir o afasta-
mento do IPI incidente sobre o automóvel que ela vai adquirir e usar exclusivamente
em suas atividades.
II – Instituição de educação, beneficiária de imunidade tributária, que tem certo imóvel alu-
gado, cuja renda reverte em benefício de suas finalidades, não está sujeita a pagar
IPTU sobre este seu bem, dado em locação.
III – A imunidade constitucional recíproca abrange os entes integrantes da administração
indireta de cada unidade federada.

a) Apenas as assertivas I e II estão corretas.


b) Apenas as assertivas II e III estão corretas.
c) Apenas a assertiva II está correta.
d) Todas as assertivas são equivocadas.
e) Apenas a assertiva I está correta.

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Questão 52 (FGV/AL-MA/CONSULTOR LEGISLATIVO/DIREITO TRIBUTÁRIO/2013) Assinale


a alternativa em que as duas afirmativas estão corretas e a segunda completa o sentido da
primeira.
a) A Igreja do Culto Bem‐vindos da Boa Fé goza de imunidade quanto ao IPVA de sua frota. /
Os veículos imunes estão vinculados à atividade fim da Instituição Religiosa.
b) A frota do partido político “Unidos Venceremos” goza de isenção. / A isenção é concedida
desde que o partido mantenha correta escrita fiscal.
c) Os veículos do Corpo Diplomático são imunes. / A imunidade decorre do princípio da terri-
torialidade da tributação.
d) Tratores e máquinas de terraplanagem, utilizados em ambiente urbano, são isentos do
IPVA. / A isenção é concedida desde que a potência das máquinas seja inferior a 50 cilindra-
das.
e) A empresa de serviços de ambulância Alpha Resgate goza de isenção do IPVA. / A isenção é
concedida desde que aplique seus recursos na manutenção de seus objetivos institucionais.

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GABARITO
1. c 28. E
2. b 29. C
3. c 30. c
4. a 31. a
5. a 32. c
6. b 33. a
7. c 34. d
8. a 35. b
9. a 36. d
10. b 37. b
11. C 38. E
12. a 39. a
13. c 40. c
14. E 41. d
15. E 42. E
16. E 43. b
17. C 44. a
18. d 45. d
19. a 46. d
20. d 47. C
21. d 48. C
22. b 49. d
23. a 50. d
24. C 51. c
25. d 52. a
26. a
27. b

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Imunidades
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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (CESPE/SEFAZ-RS/AUDITOR DO ESTADO/BLOCO II/2018) Determinada entida-
de religiosa presta serviços de batismo e casamento, revende artigos religiosos produzidos
por uma fábrica e vende artesanato sacro produzido pelos membros da entidade. Além disso,
a entidade tem, além do imóvel onde funciona o templo, outros imóveis cuja renda é revertida
à composição do patrimônio da entidade.
Nessa situação hipotética, a imunidade religiosa relativa ao pagamento de impostos
a) não abrange a venda do artesanato.
b) abrange todas as situações mencionadas.
c) não abrange o IPTU em caso de configuração de concorrência desleal.
d) não abrange os serviços de batismo e casamento.
e) abrange o ICMS relativo à compra e à venda de artigos religiosos da fábrica.

Letra c.

Não se aplica a imunidade religiosa aos cemitérios instituídos por particulares com
manifesta finalidade lucrativa: a pessoa jurídica, que também explora economicamente
o terreno com a comercialização de jazigos, também demonstra capacidade contribu-
tiva e finalidade não religiosa e, por fim, a não tributação implica risco à livre concorrên-
cia, à livre iniciativa e à isonomia (RE 578.562, Rel. Min. Eros Grau, 21.05.2008).

Um dos precedentes mais relevantes do STF sobre o tema é o que segue, no qual foram fixa-
dos três requisitos para aferir o gozo da imunidade tributária recíproca – no caso da questão,
embora se trate da imunidade religiosa, a lógica concorrencial também se aplica:

O alcance da salvaguarda constitucional pressupõe o exame


(i) da caracterização econômica da atividade (lucrativa ou não),
(ii) do risco à concorrência e à livre-iniciativa e
(iii) de riscos ao pacto federativo pela pressão política ou econômica.
A imunidade tributária recíproca não se aplica à Petrobras, pois: trata-se de sociedade
de economia mista destinada à exploração econômica em benefício de seus acionistas,

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pessoas de direito público e privado, e a salvaguarda não se presta a proteger aumento
patrimonial dissociado de interesse público primário; a Petrobras visa à distribuição
de lucros, e, portanto, tem capacidade contributiva para participar do apoio econômico
aos entes federados; a tributação de atividade econômica lucrativa não implica risco ao
pacto federativo.
[RE 285.716 AgR, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 2-3-2010, 2ª T, DJE de 26-3-2010.]

Questão 2 (CESPE/PGE-SE/PROCURADOR DO ESTADO/2017) A principal distinção entre


imunidade tributária e isenção tributária é que
a) as imunidades estão expressamente previstas na CF e nas leis; e as isenções se referem a
fatos não abrangidos pela hipótese de incidência.
b) as imunidades estão previstas na CF; e as isenções, no texto infraconstitucional.
c) as isenções estão previstas na CF; e as imunidades, no texto infraconstitucional.
d) as imunidades se referem ao aspecto subjetivo do contribuinte; e as isenções, ao elemento
objetivo do fato gerador.
e) as isenções se referem ao aspecto subjetivo do contribuinte; e as imunidades, ao elemento
objetivo do fato gerador.

Letra b.
A imunidade é norma (determinação) do Constituinte, contida no desenho tributário da CF.
A isenção é norma do legislador, veiculada em Lei complementar ou ordinária, contida na ava-
liação da capacidade contributiva, conveniência e justiça tributária em concreto.
A isenção é veiculada, por paralelismo, no mesmo veículo legislativo que é utilizado para criar
o tributo; então, se o tributo somente é instituído mediante lei complementar, como é o caso
do IGF – Imposto sobre Grandes Fortunas –, eventual isenção também deve observar a mes-
ma ritualística.

Questão 3 (CESPE/PGE-SE/PROCURADOR DO ESTADO/2017) Considerando-se as limita-


ções ao poder de tributar previstas no texto constitucional, é juridicamente admissível que um
ente público estadual institua a cobrança de

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a) ICMS incidente sobre a comercialização de jornais impressos.


b) ICMS com alíquotas diferenciadas em razão da ocupação profissional do contribuinte.
c) taxa referente a um serviço prestado à União.
d) taxa a ser cobrada no mesmo exercício financeiro em que for publicada a lei que a instituir.
e) IPVA incidente sobre veículos terrestres pertencentes ao poder público municipal e utiliza-
dos para transportar autoridades.

Letra c.
a) Errada.

CF
Art. 150. VI, d: Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios (…) instituir impostos sobre (…) livros, jornais,
periódicos e o papel destinado a sua impressão.

b) Errada.

CF
Art.  150. II: Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é  vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios (…) instituir tratamento desigual entre contribuin-
tes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação
profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendi-
mentos, títulos ou direitos.

c) Certa. A imunidade tributária recíproca se aplica tão somente aos impostos, nada impede
que o Estado cobre taxa da União.
d) Errada.

CF
Art. 150. III, b: Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios (…) cobrar tributos (…) no mesmo exercício finan-
ceiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou.

e) Errada.

CF
Art. 150. III, a: Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios (…) instituir impostos sobre (…) patrimônio, renda
ou serviços, uns dos outros.

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Questão 4 (VUNESP/PREFEITURA DE PORTO FERREIRA-SP/PROCURADOR JURÍDI-


CO/2017) A Constituição Federal, dentre outras hipóteses que prevê, veda a instituição de im-
postos sobre fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil, contendo obras
musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por ar-
tistas brasileiros, bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham,
salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. Referida vedação
consiste em hipótese de
a) imunidade genérica.
b) imunidade específica.
c) imunidade recíproca.
d) isenção constitucionalmente garantida.
e) remissão constitucionalmente admitida.

Letra a.
Dispõe o CF, art. 150:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Es-
tados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI – instituir impostos sobre:
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou li-
teromusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem
como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação
industrial de mídias ópticas de leitura a laser.

Trata-se de imunidade constitucional acrescida, por obra de reforma, também chamada de


“imunidade genérica”. Não há precedentes sobre o tema, mas é relevante que se compreenda
bem os seus requisitos.

Questão 5 (VUNESP/TJ-SP/JUIZ SUBSTITUTO/2017) A lei referida no parágrafo 7º do arti-


go 195 da Constituição Federal que estabelece os requisitos para o reconhecimento da imu-
nidade para a seguridade social das entidades beneficentes de assistência social, segundo o
julgamento do tema 32 pelo plenário do STF, deve ter hierarquia de

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a) Lei complementar de caráter nacional.


b) Lei ordinária de caráter suplementar editada pelos entes federativos.
c) Lei ordinária de caráter nacional.
d) Lei ordinária a ser editada por cada ente federativo.

Letra a.
Quando a Constituição submete o gozo da imunidade ao atendimento dos requisitos legais,
as  condições materiais para o gozo da imunidade estão sob reserva de lei complementar,
por força do art. 146, II, da CF. Apenas os requisitos formais de constituição e funcionamento
dos entes imunes, como a ostentação de certificados, é que podem ser estabelecidos por lei
ordinária.
O art. 14 do CTN regula a matéria em nível de lei complementar, impondo-se a observância
das condições que estabelece: a) aplicação de todos os recursos na manutenção dos seus
objetivos institucionais no País; b) manutenção de escrituração regular; e c) não distribuição
de lucro.

Questão 6 (VUNESP/TJ-SP/JUIZ SUBSTITUTO/2017) Assinale a alternativa correta.


a) A imunidade do artigo 150, VI, “b” da Constituição Federal deve ser interpretada ampliativa-
mente de modo a incluir todos os imóveis da entidade religiosa, sem restrição, uma vez que
o Estado Brasileiro, embora laico, garante o exercício da fé religiosa, segundo orientação do
Supremo Tribunal Federal.
b) A imunidade prevista no artigo 150, VI, “b” da Constituição Federal de 1988 deve ser es-
tendida aos cemitérios de cunho religioso, segundo orientação do Supremo Tribunal Federal.
c) A imunidade conferida aos templos se estende à Maçonaria, em cujas lojas se professa
culto no sentido empregado pela Constituição Federal, segundo decisão do Supremo Tribunal
Federal.
d) A imunidade do artigo 150, VI, “b” da Constituição Federal de 1988 estende-se aos cemi-
térios, ainda que ostentem natureza privada e empresarial, uma vez que ali se realizam ritos
relacionados com a fé religiosa, segundo orientação do Supremo Tribunal Federal.

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Letra b.
a) Errada.

A imunidade prevista no art. 150, VI, b, CF, deve abranger não somente os prédios desti-
nados ao culto, mas, também, o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as
finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas [STF. RE 325.822].

b) Certa. “Os cemitérios que consubstanciam extensões de entidades de cunho religioso es-
tão abrangidos pela garantia contemplada no art. 150 da Constituição do Brasil. Impossibili-
dade da incidência de IPTU em relação a eles” [STF. RE 578.562].
c) Errada. “A imunidade tributária conferida pelo art. 150, VI, b, é restrita aos templos de qual-
quer culto religioso, não se aplicando à maçonaria, em cujas lojas não se professa qualquer
religião” [STF. RE 562.351].
d) Errada. “Os cemitérios, que consubstanciam extensões de entidades de cunho religioso,
estão abrangidos pela garantia contemplada no art. 150 da Constituição do Brasil. Impossi-
bilidade da incidência de IPTU em relação a eles” [STF. RE 578.562].

Questão 7 (VUNESP/TJ-SP/JUIZ SUBSTITUTO/2017) Assinale a alternativa correta.


a) A norma de isenção se aloca no plano da definição da competência tributária, não ocor-
rendo, portanto, o fato imponível, por não existir a possibilidade de formulação da hipótese de
incidência.
b) As imunidades e isenções não se distinguem a partir da fonte formal da qual emanam.
c) As isenções técnicas são legitimamente reconhecidas ante a ausência de capacidade con-
tributiva como a concedida visando à preservação do mínimo vital ou destinada a uma pes-
soa jurídica para que possa desenvolver suas atividades.
d) A imunidade política é também denominada de imunidade recíproca e veda a tributação
sobre patrimônio, renda e serviços das pessoas jurídico-políticas (União, Estados, Distrito
Federal e Municípios).

Letra c.
Há casos em que o ente tributante, mediante a Lei, isenta determinada renda da tributação: o
portador de neoplasia maligna não para imposto sobre a renda (art. 6º, XIV, Lei n. 7.713/1988),

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por exemplo. Ou seja, ao dosar a tributação efetiva, o ente tributante pode optar por isentar
determinada faixa de valores ou determinado grupo de contribuintes.
Veja o “andar” (o estágio) em que isso ocorre. A  Constituição deu a medida da tributação,
ao  outorgar a competência e firmar a incompetência (imunidades); em nível infralegal, já
quando do exercício da competência recebida, o  ente tributante pode isentar determinada
parte daquilo que foi autorizado ser tributado (no meu exemplo, foi autorizada a tributação
sobre a “renda”).
Portanto, a imunidade é norma (determinação) do Constituinte, contida no desenho tributário
da CF; a isenção é norma do legislador, veiculada em Lei complementar ou ordinária, contida
na avaliação da capacidade contributiva, conveniência e justiça tributária em concreto.

Questão 8 (VUNESP/TJ-SP/JUIZ SUBSTITUTO/2017) Considerando-se o disposto no arti-


go 150, VI, “d” da Constituição Federal de 1988, notadamente a expressão “… e o papel desti-
nado à sua impressão”, é de se concluir corretamente que
a) a imunidade deve ser estendida também aos livros com suportes em CD e outros meios
eletrônicos, em face das interpretações evolutiva e teleológica.
b) somente o livro de papel deve ser imune a impostos, uma vez que, operando a imunidade
como limitação ao poder de tributar de que dotado o Estado, sua interpretação há de ser res-
tritiva.
c) somente o livro de papel é imune a impostos, à vista da cláusula expressa “… e o papel des-
tinado à sua impressão”. (artigo 150, VI, “d”, Constituição Federal).
d) se a Constituição não distinguiu o suporte tecnológico de elaboração de livros, jornais e
periódicos, não pode o intérprete fazê-lo para o fim de ampliar a imunidade.

Letra a.
A imunidade tributária constante do art. 150, VI, “d”, da Constituição Federal (CF), aplica-se
ao livro eletrônico (“e-book”), inclusive aos suportes exclusivamente utilizados para fixá-lo.
STF. Plenário. RE 330817/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 8/3/2017 (repercussão geral)
(Info 856). A imunidade da alínea “d” do inciso VI do art. 150 da CF/1988 alcança componen-

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tes eletrônicos destinados, exclusivamente, a integrar unidade didática com fascículos. STF.
Plenário. RE 595676/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 8/3/2017 (repercussão geral)
(Info 856).

Questão 9 (CESPE/MPE-RR/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2017) A imunidade tri-


butária assegurada às instituições de educação sem fins lucrativos garante imunidade ape-
nas para os
a) impostos, não vedando a instituição de outras modalidades de tributos.
b) tributos que incidam sobre sua renda e seu patrimônio, não afastando a cobrança de tribu-
tos que incidam sobre os serviços por elas prestados.
c) impostos e contribuições sociais, não impedindo a cobrança de taxas, empréstimos com-
pulsórios e contribuições de melhoria.
d) tributos de competência da União, não prevendo a não incidência de tributos que sejam de
competência dos estados, dos municípios ou do DF.

Letra a.
Preste atenção na comparação entre as imunidades abaixo. As entidades de assistência so-
cial estão em ambos dispositivos, mas as entidades de educação somente são imunes aos
impostos.

CF
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Es-
tados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI – instituir IMPOSTOS sobre:
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrati-
vos, atendidos os requisitos da lei;
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos
termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
(…)
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência
social que atendam às exigências estabelecidas em lei.

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Questão 10 (MPE-PR/MPE-PR/PROMOTOR SUBSTITUTO/2017) Segundo o entendimento


do Supremo Tribunal Federal, assinale a alternativa incorreta:
a) É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de
ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade do crédito tributário.
b) Quando alugado a terceiros, não permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a partidos
políticos, a entidades sindicais dos trabalhadores, a instituições de educação e de assistência
social, sem fins lucrativos, independente da destinação conferida ao valor dos aluguéis.
c) Norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação tributária não se sujeita ao
princípio da anterioridade.
d) A imunidade tributária subjetiva, prevista no artigo 150, inciso VI, alínea “c”, da Constituição
Federal, a impedir a instituição de impostos sobre patrimônio, renda ou serviços das entida-
des sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem
fins lucrativo aplica-se a seus beneficiários na posição de contribuinte de direito, mas não na
de simples contribuinte de fato.
e) A imunidade tributária constante do art.  150, VI, “d” (livros, jornais, periódicos e o papel
destinado a sua impressão), da Constituição Federal, alcança o livro digital (e-book).

Letra b.
a) Certa. SÚMULA VINCULANTE N. 28: É inconstitucional a exigência de depósito prévio como
requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de
crédito tributário.
b) Errada. SÚMULA VINCULANTE N. 52:

Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a


qualquer das entidades referidas pelo art.  150, VI, “c”, da Constituição Federal, desde
que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram
constituídas.

c) Certa. SÚMULA VINCULANTE N. 50: Norma legal que altera o prazo de recolhimento de
obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade.

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d) Certa.

A imunidade tributária subjetiva aplica-se a seus beneficiários na posição de contri-


buinte de direito, mas não na de simples contribuinte de fato, sendo irrelevante, para a
verificação da existência do beneplácito constitucional, a  repercussão econômica do
tributo envolvido. (STF. Plenário. RE 608872/MG)

e) Certa. A imunidade tributária constante do art. 150, VI, “d”, da Constituição Federal (CF),
aplica-se ao livro eletrônico (“e-book”), inclusive aos suportes exclusivamente utilizados para
fixá-lo. (STF. Plenário. RE 330817/RJ).

Questão 11 (CESPE/PGE-AM/PROCURADOR DO ESTADO/2016) Considerando os limites ao


exercício do poder de tributar, julgue o item seguinte.
A imunidade recíproca beneficia sociedades de economia mista que prestem serviços públi-
cos estatais essenciais e exclusivos, como, por exemplo, o  serviço de saneamento básico,
ainda que tais serviços sejam remunerados por tarifas.

Certo.

CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE RECÍPROCA. AUTARQUIA. SERVIÇO


PÚBLICO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO. ATIVIDADE REMUNERADA POR CONTRAPRESTA-
ÇÃO. APLICABILIDADE. ART, 150, §3º DA CONSTITUIÇÃO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO
REGIMENTAL. 1. Definem o alcance da imunidade tributária recíproca sua vocação para
servir como salvaguarda do pacto federativo, para evitar pressões políticas entre entes
federados ou para desonerar atividades desprovidas de presunção de riqueza. 2. É apli-
cável a imunidade tributária recíproca às autarquias e empresas públicas que prestem
inequívoco serviço público, desde que, entre outros requisitos constitucionais e legais
não distribuam lucros ou resultados direta ou indiretamente a particulares, ou tenham
por objetivo principal conceder acréscimo patrimonial ao poder público (ausência de
capacidade contributiva) e não desempenhem atividade econômica, de modo a con-
ferir vantagem não extensível às empresas privadas (livre iniciativa e concorrência). 3.
O Serviço Autônomo de Água e Esgoto é imune à tributação por impostos (art. 150, VI,

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a e §§ 2º e 3º da Constituição). A cobrança de tarifas, isoladamente considerada, não


altera a conclusão. Agravo regimental conhecido, mas ao qual se nega provimento” (RE
399.307-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Segunda Turma, Dje 30.4.2010).
Aproveito e cito o precedente da Petrobras, no qual os requisitos foram sintetizados:
O alcance da salvaguarda constitucional pressupõe o exame
(i) da caracterização econômica da atividade (lucrativa ou não),
(ii) do risco à concorrência e à livre-iniciativa e
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A imunidade tributária recíproca não se aplica à Petrobras, pois: trata-se de sociedade
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pessoas de direito público e privado, e a salvaguarda não se presta a proteger aumento
patrimonial dissociado de interesse público primário; a Petrobras visa à distribuição
de lucros, e, portanto, tem capacidade contributiva para participar do apoio econômico
aos entes federados; a tributação de atividade econômica lucrativa não implica risco ao
pacto federativo.
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Questão 12 (FUNDATEC/PREFEITURA DE PORTO ALEGRE-RS/PROCURADOR MUNICIPAL/


BLOCO I/2016) Sob a perspectiva da redação expressa na Constituição Federal relativamente
aos princípios constitucionais tributários e das limitações constitucionais ao poder de tribu-
tar, analise as assertivas abaixo:
I – É vedado à União instituir impostos sobre o patrimônio das autarquias instituídas e
mantidas pelos Municípios vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas de-
correntes.
II – É vedado à União instituir impostos sobre o patrimônio das autarquias instituídas e
mantidas pelos Municípios vinculados apenas a suas finalidades essenciais ou às de-
las decorrentes.
III – É  vedado aos Estados instituir impostos sobre a renda das autarquias instituídas e
mantidas pelos Municípios vinculados a suas finalidades essenciais e às delas decor-
rentes.

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IV – É vedado aos Municípios instituir impostos sobre a renda das autarquias instituídas
e mantidas pelos Estados vinculados a suas finalidades essenciais e às delas decor-
rentes.

Quais estão corretas?


a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e IV.
e) Apenas I, III e IV.

Letra a.
Assertiva I – Certa:

Art. 150.
§ 2º A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas
pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas fina-
lidades essenciais ou às delas decorrentes.

Assertiva II – A ideia de “apenas” torna a assertiva incorreta. Além disso, a assertiva está in-
completa ao restringir a imunidade “apenas” aos Municípios.
Assertiva III – O Estado não institui imposto sobre a renda, cuja competência é da União.
Assertiva IV – Município não institui imposto sobre a renda (IR), cuja competência é da União.

Questão 13 (FUNDATEC/PGE-RS/PROCURADOR DO ESTADO/2015) Quanto às imunidades


tributárias, analise as assertivas abaixo:
I – Segundo a doutrina e a jurisprudência majoritárias, quando a Constituição da Repúbli-
ca diz que certas entidades são “isentas” e determina que tributos “não incidam” sobre
certos fatos ou pessoas, o que está a fazer não é consagrar isenções e não incidên-
cias, mas verdadeiras imunidades.
II – Os Estados são imunes frente a contribuições previdenciárias, dada a imunidade tri-
butária recíproca.

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III – Segundo a jurisprudência do STF, as imunidades não se aplicam às entidades destina-


tárias quando estas sejam contribuintes de fato, mas não de direito.
IV – A imunidade das entidades beneficentes de assistência social deve, segundo a juris-
prudência do STF, ser regulamentada inteiramente por lei complementar, por força do
art. 146, inciso II, da Constituição Federal de 1988, visto se tratar de regulamentação
de limitação constitucional ao poder de tributar.

Após a análise, pode-se dizer que:


a) Está correta apenas a assertiva I.
b) Está correta apenas a assertiva III.
c) Estão corretas apenas as assertivas I e III.
d) Estão corretas apenas as assertivas II e III.
e) Está incorreta apenas a assertiva IV.

Letra c.
I – Certa: conforme jurisprudência do STF colacionada no corpo de nossa aula, o entendi-
mento pacífico é de que, embora a Constituição use as terminologias “isentas” ou “não inci-
dirão”, será sempre o caso de imunidade.
II – Errada: a imunidade recíproca só alcança os impostos.
III  – Certa: as imunidades só alcançam os contribuintes de direito, e  não os contribuintes
de fato.
IV  – Errada: quando a Constituição submete o gozo da imunidade ao atendimento dos re-
quisitos legais, as  condições materiais para o gozo da imunidade estão sob reserva de lei
complementar, por força do art. 146, II, da CF. Apenas os requisitos formais de constituição e
funcionamento dos entes imunes, como a ostentação de certificados, é que podem ser esta-
belecidos por lei ordinária. O erro está na palavra “inteiramente”.

Questão 14 (CESPE/PGE-BA/PROCURADOR DO ESTADO/2014) Com relação à imunidade,


julgue os itens que se seguem.

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As taxas são alcançadas pelas imunidades constitucionais previstas para as entidades de


educação.

Errado.

CF
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Es-
tados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI – instituir IMPOSTOS sobre:
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades
sindicais dos trabalhadores, das INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO e de assistência social, sem fins
lucrativos, atendidos os requisitos em lei;

Questão 15 (CESPE/PGE-BA/PROCURADOR DO ESTADO/2014) Com relação à imunidade,


julgue os itens que se seguem.
A imunidade tributária recíproca não é extensiva às empresas públicas.

Errado.
Em alguns casos, poderá ser extensiva, como é o caso dos CORREIOS.

Questão 16 (CESPE/PGE-BA/PROCURADOR DO ESTADO/2014) A respeito da concessão,


pelos entes da Federação, de benefício fiscal em relação ao ICMS, julgue os itens subsecuti-
vos.
Consideram-se benefícios fiscais as imunidades previstas na CF.

Errado.
Isenção e alíquota zero são considerados benefícios ou favores fiscais, promovidos pelo Le-
gislador. A imunidade é uma delimitação constitucional da competência tributária; não é favor
legislativo, mas valor constitucional.

Questão 17 (CESPE/PG-DF/PROCURADOR/2013) Considerando que uma autarquia federal


que não vise à exploração da atividade econômica e não cobre tarifa ou preço por serviços

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prestados tenha adquirido um prédio para instalação de sua administração no DF, julgue os
itens que se seguem, relativos a essa situação hipotética, à competência tributária e às regras
de limitação dessa competência.
Caso o prédio em questão seja vendido para uma pessoa física, essa operação ficará sujeita
ao pagamento de ITBI, uma vez que a limitação do poder de tributar não mais se aplicará.

Certo.
Súmula n. 75/STF: sendo vendedora uma autarquia, a sua imunidade fiscal não compreende
o imposto de transmissão inter vivos, que é encargo do comprador.

CF
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Es-
tados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
§  3º – As vedações do inciso VI, “a”, [imunidade recíproca dos entes políticos] e do parágrafo
anterior não se aplicam ao patrimônio, à  renda e aos serviços, relacionados com exploração de
atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que
haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente
comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.

Questão 18 (CESPE/TCE-RO/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/DIREITO/2019) Em relação


aos institutos da imunidade tributária, da anistia e da isenção, assinale a opção correta.
a) As imunidades tributárias têm previsão infraconstitucional.
b) A anistia e a isenção são sempre decorrentes de legislação constitucional.
c) A anistia abrange infrações cometidas durante a vigência da lei que a concede.
d) A Constituição Federal de 1988 veda à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos muni-
cípios a utilização de tributo com efeito de confisco.
e) A isenção deve, em qualquer hipótese, ser estendida à totalidade do território da entidade
tributante, em função do princípio da isonomia.

Letra d.
a) Errada. As imunidades tributárias têm previsão infraconstitucional.
b) Errada. A anistia e a isenção decorrem da lei, não da CF.
c) Errada. A anistia abrange infrações cometidas anteriormente a Lei que a instituiu.

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CTN
Art. 180. A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei
que a concede, não se aplicando: (…).

d) Certa.

CF
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Es-
tados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (…) IV – utilizar tributo com efeito de confisco;

e) Errada.

CTN
Art. 176. A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que especifique
as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso,
o prazo de sua duração. Parágrafo único. A isenção pode ser restrita a determinada região do ter-
ritório da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares.

Questão 19 (MPE-GO/MPE-GO/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2019) A imunidade


tributária recíproca funda-se no princípio federativo e na falta de capacidade contributiva do
ente público. Partindo dessa afirmação, assinale a alternativa incorreta:
a) Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, a imunidade tributária recíproca não
se estende às empresas estatais prestadoras de serviços públicos em regime não concorren-
cial.
b) Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, a imunidade recíproca não se esten-
de a empresa privada arrendatária de imóvel público, quando seja ela exploradora de ativida-
de econômica om fins lucrativos, hipótese em que é constitucional a cobrança do IPTU pelo
Município.
c) Nos termos da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a imunidade tributária recípro-
ca não exonera o sucessor das obrigações tributárias relativas a fatos jurídicos tributários
ocorridos antes da sucessão, não havendo que cogitar de aplicação retroativa da imunidade
tributária.
d) A imunidade tributária alcança somente os impostos.

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Letra a.
a) Errada.

As empresas públicas prestadoras de serviço público distinguem-se das que exercem


atividade econômica. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos é prestadora de ser-
viço público de prestação obrigatória e exclusiva do Estado, motivo por que está abran-
gida pela imunidade tributária recíproca: C.F., art. 150, VI, a – RE 407099 RS, rel. Min.
Carlos Velloso, 22-6-2004, 2ª T.

b) Certa.

A imunidade recíproca, prevista no art.  150, VI, a, da Constituição não se estende a


empresa privada arrendatária de imóvel público, quando seja ela exploradora de ati-
vidade econômica com fins lucrativos. Nessa hipótese é constitucional a cobrança do
IPTU pelo Município.
[RE 594.015, rel. min. Marco Aurélio, P, j. 6-4-2017, DJE 188 de 25-8-2017 – Tema 385.]

c) Certa. A imunidade tributária recíproca não exonera o sucessor das obrigações tributárias
relativas aos fatos jurídicos tributários ocorridos antes da sucessão (STF, RE 599176).
d) Certa.

CF
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Es-
tados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (…) VI – instituir impostos sobre: (…).

Questão 20 (CESPE/MPC-PA/PROCURADOR DE CONTAS/2019) Determinada empresa ven-


de cursos profissionalizantes de mecânica em seu sítio eletrônico na Internet com a finalidade
de ensinar o estudante a montar peças para automóveis. Ao adquirir o curso, o cliente recebe
em sua residência um kit didático composto por um fascículo impresso com instruções de
montagem; um livro eletrônico, contido em um CD; e um material demonstrativo, constituído
de componentes mecânicos, para a prática de lições.
Nessa situação hipotética, considerando-se a jurisprudência do STF, entre os elementos que
compõem o referido kit didático, é (são) objeto(s) de imunidade tributária

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a) apenas o fascículo impresso.


b) apenas o livro eletrônico em si, excluído seu suporte físico (CD), e o fascículo impresso.
c) apenas o livro eletrônico, seu suporte físico (CD) e o fascículo impresso.
d) o livro eletrônico, seu suporte físico (CD), o fascículo impresso e o material demonstrativo.
e) apenas o livro eletrônico e seu suporte físico (CD).

Letra d.

A imunidade da alínea “d” do inciso VI do art. 150 da CF/1988 alcança componentes ele-


trônicos destinados, exclusivamente, a integrar unidade didática com fascículos.
STF. Plenário. RE 595676/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 8/3/2017 (repercussão
geral) (Info 856)

Questão 21 (FCC/SANASA CAMPINAS/PROCURADOR JURÍDICO/2019) Conforme a Consti-


tuição Federal de 1988, no que se refere às limitações do poder de tributar, é VEDADO:
a) à União e aos Estados instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem
em situação equivalente, sendo permitida a diferenciação em função da ocupação profissio-
nal, da função exercida, da denominação jurídica dos rendimentos ou negócios realizados, ou
da localização da residência do contribuinte.
b) à União e aos Estados utilizar tributo com efeito de confisco ou com finalidade exclusi-
vamente arrecadatória, sem estabelecer mecanismos para excluir a exigência em função da
capacidade civil ou econômica do contribuinte de fato ou de direito.
c) aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tributo que não seja uniforme em
todo o território nacional, ainda que se alegue tratar de medida tendente a promover o equilí-
brio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País.
d) à União e aos Municípios conceder sem lei específica, federal ou municipal, qualquer sub-
sídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou
remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições.

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e) aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre fonogramas e
videofonogramas musicais produzidos no Brasil, contendo obras musicais ou literomusicais
de autores brasileiros ou do Mercosul, inclusive em relação à etapa de replicação industrial de
mídias magnéticas ou ópticas, de leitura digital ou a laser.

Letra d.
a) Errada.

CF
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Es-
tados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (…) II – instituir tratamento desigual entre contribuintes
que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação
profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendi-
mentos, títulos ou direitos;

b) Errada. Não existe qualquer vedação à instituição de tributo com finalidade exclusivamente
arrecadatória.
c) Errada.

CF
Art. 151. É vedado à União: (…) I – instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacio-
nal ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Municí-
pio, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o
equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País;

d) Certa.

CF
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Es-
tados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (…) § 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base
de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou
contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que
regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribui-
ção, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2º, XII, g.

e) Errada.

CF
Art. 150. (…) VI – instituir impostos sobre: (…) e) fonogramas e videofonogramas musicais produ-
zidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em

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geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais
que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.

Questão 22 (IESES/SCGÁS/ADVOGADO/2019) Conforme a Constituição Federal e o entendi-


mento sumular e jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal, analise as sentenças abaixo e
assinale a opção correta, no que diz respeito à imunidade tributária recíproca:
I – A imunidade recíproca, prevista no art. 150, VI, a, da Constituição não se estende a em-
presa privada arrendatária de imóvel público, quando seja ela exploradora de atividade
econômica com fins lucrativos. Nessa hipótese é constitucional a cobrança do IPTU
pelo Município.
II – A imunidade tributária recíproca pode ser estendida a empresas públicas ou socieda-
des de economia mista prestadoras de serviço público de cunho essencial e exclusivo.
III – A imunidade tributária recíproca alcança os impostos e as taxas.

a) Apenas as alternativas II e III estão corretas.


b) Apenas as alternativas I e II estão corretas.
c) Todas as alternativas estão corretas.
d) Apenas a alternativa III está correta.

Letra b.
Assertiva I.

A imunidade recíproca, prevista no art.  150, VI, a, da Constituição não se estende a


empresa privada arrendatária de imóvel público, quando seja ela exploradora de ati-
vidade econômica com fins lucrativos. Nessa hipótese é constitucional a cobrança do
IPTU pelo Município [RE 594.015, rel. min. Marco Aurélio, P, j. 6-4-2017, DJE 188 de 25-8-
2017 – Tema 385.]

Assertiva II. De acordo com a jurisprudência do STF, “as empresas públicas e sociedades
de economia mista prestadoras de serviço público de prestação obrigatória e exclusiva do
Estado são abrangidas pela imunidade tributária recíproca prevista no art. 150, VI, a, da CF”
(AC-QO 1.851/RO, DJ 01/08/2008).

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Assertiva III.

EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO. IPTU.


PORTO DE SANTOS. IMUNIDADE RECÍPROCA. TAXAS. HONORÁRIO ADVOCATÍCIO.
SUCUMBÊNCIA. (…) 2. Taxas. Imunidade. Inexistência, uma vez que o preceito consti-
tucional só faz alusão expressa a imposto, não comportando a vedação a cobrança de
taxas. Agravo regimental a que se nega provimento. (AI 458856 AgR, Relator(a): Min.
EROS GRAU, Primeira Turma, julgado em 05/10/2004, DJ 20-04-2007 PP-00089 EMENT
VOL-02272-08 PP-01507 RT v. 96, n. 863, 2007, p. 152-155 RDDT n. 142, 2007, p. 225
LEXSTF v. 29, n. 346, 2007, p. 191-197)

Questão 23 (VUNESP/CÂMARA DE PIRACICABA-SP/ADVOGADO/2019) De acordo com a


Constituição Federal, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios ins-
tituir imposto sobre o patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros. Nesse caso, a imunidade
recíproca
a) será extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no
que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais
ou às delas decorrentes.
b) aplica-se ao patrimônio, à renda e aos serviços, ainda que haja o pagamento de preços
ou tarifas pelo usuário, exonerando o promitente comprador da obrigação de pagar imposto
relativamente ao bem imóvel de propriedade das Pessoas Políticas.
c) não será extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público,
no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essen-
ciais ou às delas decorrentes.
d) compreende somente o patrimônio e os serviços, ainda que não relacionados com as fina-
lidades essenciais das Pessoas Políticas ou às delas decorrentes.
e) aplica-se ao patrimônio, à renda e aos serviços da Administração Pública indireta, relacio-
nados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empre-
endimentos privados.

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Letra a.

CF
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tados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
[…]
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrati-
vos, atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou li-
teromusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem
como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação
industrial de mídias ópticas de leitura a laser
§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V;
e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II,
III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I.
§ 2º A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas
pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas fina-
lidades essenciais ou às delas decorrentes. [Alternativas A e C]
§ 3º As vedações do inciso VI, “a”, e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e
aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas apli-
cáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou
tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativa-
mente ao bem imóvel. [Alternativas B e E]
§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas “b” e “c”, compreendem somente o patrimônio,
a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas menciona-
das. [Alternativa D]

Questão 24 (CESPE/PGM/CAMPO GRANDE-MS/PROCURADOR MUNICIPAL/2019) Acerca


do disposto pelo Sistema Tributário Nacional, julgue o item seguinte, considerando o entendi-
mento doutrinário e jurisprudencial.
As imunidades recíprocas são limitações constitucionais ao poder de tributar e têm status de
cláusulas pétreas.

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Certo.
Sim. Especificamente as imunidades tributárias recíprocas representam salvaguarda ao prin-
cípio federativo, de modo a proteger o patrimônio dos entes políticos da tributação.

Questão 25 (VUNESP/CÂMARA DE SERRANA-SP/PROCURADOR JURÍDICO/2019) O sócio


de uma empresa que se dedica à prestação de serviços de engenharia decide integralizar o
capital social da empresa transferindo imóvel de sua propriedade para ser incorporado ao
patrimônio da sociedade. Nessa hipótese, é correto afirmar que
a) incidirá Imposto de Transmissão Inter vivos (ITBI), de competência do Município da situa-
ção do Imóvel.
b) incidirá Imposto de Transmissão Inter vivos (ITBI), por tratar-se de transmissão não one-
rosa de propriedade.
c) não incidirá Imposto de Transmissão Inter vivos (ITBI), por tratar-se de mera operação de
circulação de mercadoria.
d) não haverá incidência de Imposto de Transmissão Inter vivos (ITBI), por tratar-se de imu-
nidade constitucional.
e) não incidirá Imposto de Transmissão Inter vivos (ITBI), por tratar-se de hipótese legal de
exclusão do crédito tributário.

Letra d.

CF
Art.  156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: (…) II – transmissão “inter vivos”,
a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos
reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; (…) § 2º
O imposto previsto no inciso II: (…) I – não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorpo-
rados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens
ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nes-
ses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos,
locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil;

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Questão 26 (VUNESP/CÂMARA DE SERRANA-SP/PROCURADOR JURÍDICO/2019) Hospital


estadual constituído sob a forma de sociedade de economia mista é notificado pela Munici-
palidade a pagar o IPTU dos últimos 5 anos. Considerando as disposições legais e a jurispru-
dência dos Tribunais Superiores, nesse caso, é correto afirmar que
a) por ser empresa prestadora de serviço de saúde, o hospital estadual gozará de imunidade
tributária se o seu capital social for majoritariamente estatal.
b) o hospital estadual deverá recolher o imposto devido, pois a imunidade recíproca beneficia
apenas autarquias e fundações públicas.
c) desde que atendidos os requisitos da lei, o hospital não poderá ter os seus imóveis sujeitos
à tributação pelo Município, por se tratar de instituição de assistência à saúde.
d) apenas o imóvel onde se encontra instalado o hospital é que goza de imunidade porque se
encontra vinculado à finalidade essencial da sociedade.
e) por ser sociedade de economia mista, o hospital somente não estará sujeito ao recolhi-
mento do IPTU se for beneficiado por isenção.

Letra a.

As sociedades de economia mista prestadoras de ações e serviços de saúde, cujo capi-


tal social seja majoritariamente estatal, gozam da imunidade tributária prevista na alínea
a do inciso VI do art. 150 da CF.
[RE 580.264, rel. p/ o ac. min. Ayres Britto, j. 16-12-2010, P, DJE de 6-10-2011, Tema 115.]

Questão 27 (CESPE/TJ-SC/JUIZ SUBSTITUTO/2019) A respeito de imunidade tributária e


isenção tributária, é correto afirmar que
a) a isenção está no campo infraconstitucional e corresponde a uma hipótese de não incidên-
cia da norma tributária.
b) a imunidade está no plano constitucional e proíbe a própria instituição do tributo relativa-
mente às situações e pessoas imunizadas.
c) a isenção é criada diretamente pela Constituição Federal de 1988, sendo uma norma nega-
tiva de competência tributária.

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d) a imunidade pressupõe a incidência da norma tributária, sendo o crédito tributário excluído


pelo legislador.
e) a imunidade está no plano de aplicação da norma tributária, sendo equivalente ao estabe-
lecimento de uma alíquota nula.

Letra b.
Há casos em que o ente tributante, mediante a Lei, isenta determinada renda da tributação: o
portador de neoplasia maligna não paga imposto sobre a renda (art. 6º, XIV, Lei n. 7.713/1988),
por exemplo. Ou seja, ao dosar a tributação efetiva, o ente tributante pode optar por isentar
determinada faixa de valores ou determinado grupo de contribuintes.
Veja o “andar” (o estágio) em que isso ocorre. A  Constituição deu a medida da tributação,
ao  outorgar a competência e firmar a incompetência (imunidades); em nível infralegal, já
quando do exercício da competência recebida, o  ente tributante pode isentar determinada
parte daquilo que foi autorizado ser tributado (no meu exemplo, foi autorizada a tributação
sobre a “renda”).
Portanto, a imunidade é norma (determinação) do Constituinte, contida no desenho tributário
da CF; a isenção é norma do legislador, veiculada em Lei complementar ou ordinária, contida
na avaliação da capacidade contributiva, conveniência e justiça tributária em concreto.

Questão 28 (CESPE/PGE-PE/ANALISTA JUDICIÁRIO DE PROCURADORIA/2019) À luz da ju-


risprudência dos tribunais superiores, julgue o item subsequente, acerca de imunidade e obri-
gação tributárias.
Partido político perde a imunidade de IPTU sobre imóvel de sua propriedade caso o alugue
para terceiro, ainda que o valor dos aluguéis seja investido, por exemplo, em propaganda par-
tidária.

Errado.
Súmula Vinculante n. 52: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imó-
vel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição Fede-

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ral, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades
foram constituídas.

Questão 29 (CESPE/PGE-PE/ANALISTA JUDICIÁRIO DE PROCURADORIA/2019) À luz da ju-


risprudência dos tribunais superiores, julgue o item subsequente, acerca de imunidade e obri-
gação tributárias.
A imunidade tributária das instituições de assistência social sem fins lucrativos está condi-
cionada à inexistência de contribuição por parte de seus beneficiários.

Certo.
Súmula n. 730 do STF:

A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos


pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição, somente alcança as entidades fechadas de previ-
dência social privada se não houver contribuição dos beneficiários.

Questão 30 (NC-UFPR/TJ-PR/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/REMO-


ÇÃO/2019) A Editora Sapiens S.A., especializada na produção e comercialização de livros,
jornais e periódicos impressos, contata seu escritório para obter informações relativas à
eventual tributação das atividades relacionadas à impressão, editoração e comercialização
de livros, jornais e periódicos. A dúvida da Editora Sapiens S.A. refere-se à existência ou não
de tributação sobre todas ou parte de suas atividades.
Sobre o assunto, assinale a alternativa correta.
a) A Editora Sapiens S.A. não precisa pagar quaisquer impostos, já que sua atividade, bem
como a própria editora, é imune do pagamento de impostos.
b) A Editora Sapiens S.A. possui isenção relativa às suas atividades editoriais, sendo dispen-
sada por lei de qualquer pagamento de impostos.
c) A Editora Sapiens S.A. possui imunidade tributária prevista na Constituição Federal refe-
rente tão somente aos livros, jornais e periódicos e no que tange aos materiais destinados à

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impressão destes, além de livros, jornais e revistas eletrônicos, que também são abrangidos
pela imunidade.
d) A Editora Sapiens S.A. possui imunidade tributária prevista na legislação infraconstitucio-
nal, referente tão somente aos livros, jornais e periódicos e no que tange aos materiais desti-
nados à impressão.
e) A Editora Sapiens S.A. possui imunidade tributária estabelecida na Constituição Federal,
prevendo inclusive a desobrigação do pagamento de impostos como IRPJ (Imposto de Renda
de Pessoa Jurídica) e CSL (Contribuição Social sobre o Lucro), incidentes sobre o lucro da
empresa.

Letra c.
a) Errada. A imunidade cultural é objetiva, não alcançando a pessoa da editora.
b) Errada. Não se trata de isenção. A questão aborda a aplicabilidade de uma imunidade cons-
titucional. De todo modo, a alternativa B reproduz o erro da A.
c) Certa. A imunidade é objetiva, sobre coisas.
d) Errada. Imunidade é norma constitucional.
e) Errada. Mesmo erro das alternativas incorretas. A imunidade é OBJETIVA, não favorecendo
o patrimônio pessoal da editora (subjetiva).

Questão 31 (NC-UFPR/TJ-PR/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/PROVI-


MENTO/2019) Sobre Princípios Constitucionais Tributários, Imunidades e Isenções Tributá-
rias, assinale a alternativa correta.
a) A imunidade estabelecida aos livros, jornais e periódicos se estende também aos livros,
jornais e periódicos eletrônicos.
b) O princípio da vedação do efeito confisco proíbe que o tributo seja tão baixo que não repre-
sente limitação alguma ao patrimônio do indivíduo.
c) A imunidade recíproca refere-se à União, aos Estados e aos Municípios, mas não se esten-
de ao Distrito Federal.

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d) A isenção, no tocante às suas atividades essenciais, benefício concedido pela legislação


infraconstitucional aos partidos políticos e sindicatos, decorre das relevantes funções políti-
cas e sociais exercidas por essas entidades.
e) A imunidade estabelecida às entidades de assistência social e de educação condiciona-se
ao cumprimento de requisitos para fazer jus à imunidade. Porém é permitido a essas entida-
des a distribuição de lucros da entidade entre sócios ou associados, sem prejuízo da imuni-
dade tributária referida.

Letra a.

A imunidade prevista no art. 150, VI, da CF alcança componentes eletrônicos, quando desti-


nados, exclusivamente, a integrar a unidade didática com fascículos periódicos impressos.
[RE 595.676, rel. min. Marco Aurélio, j. 8-3-2017, P, DJE de 18-12-2017, Tema 259.]
A imunidade tributária constante do art. 150, VI, d, da CF/1988 aplica-se ao livro eletrô-
nico (e-book), inclusive aos suportes exclusivamente utilizados para fixá-lo.
[RE 330.817, rel. min. Dias Toffoli, j. 8-3-2017, P, DJE de 31-8-2017, Tema 593.]

Questão 32 (VUNESP/CÂMARA DE ALTINÓPOLIS-SP/PROCURADOR JURÍDICO/2017) De-


termina a Constituição Federal que o Imposto sobre a Transmissão inter vivos, a  qualquer
título, por ato oneroso, de bens imóveis – ITBI não incide, dentre outras situações que prevê,
sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em
realização de capital. Está-se diante de uma
a) isenção diferida.
b) isenção constitucionalmente qualificada.
c) imunidade específica.
d) imunidade recíproca.
e) anistia.

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Letra c.
Prestar atenção! Todo e qualquer decote na possibilidade de instituição de tributos, desde
contida na Constituição Federal, recebe o nome de imunidade constitucional.

CF/1988
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
II – transmissão “inter vivos”, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou
acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direi-
tos a sua aquisição;
§ 2º O imposto previsto no inciso II:
I – não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa ju-
rídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão,
incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a  atividade prepon-
derante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou
arrendamento mercantil;

Questão 33 (CS-UFG/DEMAE-GO/PROCURADOR AUTÁRQUICO/2017) Imunidade tributária


é instituto constitucional, qualificado como limitação ao poder de tributar, já que é verificada
nos casos em que a Constituição Federal de 1988 impede a instituição e a cobrança de tribu-
tos. Considerando as disposições constitucionais, a imunidade recíproca
a) é extensiva aos impostos incidentes sobre o patrimônio, a renda e os serviços das autar-
quias.
b) proíbe que as autarquias sofram a cobrança do valor relativo à taxa de licenciamento anual
dos automóveis de sua propriedade.
c) veda a incidência da contribuição de melhoria no caso de realização de obra pública que
valorize o imóvel de propriedade das autarquias.
d) impede a incidência de tributos sobre o patrimônio, a renda e os serviços das autarquias.

Letra a.

CF
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Es-
tados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;

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c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrati-
vos, atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou li-
teromusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem
como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação
industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
§ 2º A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas
pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas fina-
lidades essenciais ou às delas decorrentes.

Questão 34 (FCC/PREFEITURA DE CARUARU-PE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2018) A


imunidade tributária
a) recíproca alcança todos os tributos previstos na Constituição Federal.
b) aplica-se incondicionalmente a entidades de assistência social sem fins lucrativos.
c) aplica-se exclusivamente à propriedade de imóveis de entidades educacionais, desde que
não tenham fins lucrativos.
d) aplica-se aos bens, rendas e serviços relacionados às atividades essenciais dos partidos
políticos.
e) trata-se de política parafiscal com sede constitucional, que não exclui a competência tri-
butária plena.

Letra d.
a) Errada. A imunidade tributária recíproca alcança apenas os impostos:

CF
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Es-
tados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I – instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou
serviços, uns dos outros;

b) Errada. A imunidade tributária que se aplica a entidades de assistência social sem fins lu-
crativos é condicionada aos requisitos da lei:

CF

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Art. 150. VI – instituir impostos sobre: c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, in-
clusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e
de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;

c) Errada. Há mais entidades e a imunidade também abrange “renda ou serviços”, e não ape-
nas o “patrimônio”:

CF
Art. 150. VI – instituir impostos sobre: c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, in-
clusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e
de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;

d) Certa.

CF
Art. 150. VI – instituir impostos sobre: c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, in-
clusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação
e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; (…) § 4º – As vedações
expressas no inciso VI, alíneas “b” e “c”, compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços,
relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.

e) Errada. A imunidade paralisa qualquer possibilidade de exercício de competência tributária


e não se trata de medida “parafiscal”.

Questão 35 (FEPESE/PGE-SC/PROCURADOR DO ESTADO/2018) A respeito das limitações


constitucionais do poder de tributar, assinale a alternativa correta.
a) É constitucionalmente proibida a instituição de impostos e de taxas sobre livros, jornais,
periódicos e o papel destinado a sua impressão.
b) A imunidade recíproca é extensiva às autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas fina-
lidades essenciais ou às delas decorrentes.
c) A vedação de cobrar tributos antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido
publicada a lei que os instituiu ou aumentou não se aplica ao Imposto sobre Produtos Indus-
trializados.

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d) Norma legal que modifica o prazo de recolhimento da obrigação tributária sujeita-se ao


princípio da anterioridade.
e) A imunidade do patrimônio, da renda ou dos serviços das instituições de educação e assis-
tência social, sem fins lucrativos, é chamada autoaplicável, porque independe do atendimento
de requisitos legais.

Letra b.
a) Errada. A imunidade cultural não impede a cobrança do tributo da espécie taxa, mas ape-
nas se aplica aos impostos.
b) Certa.

CF
Art. 150. § 2º – A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a
suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

c) Errada. O IPI não se sujeita ao princípio da anterioridade clássica ou de exercício, mas se


sujeita à anterioridade nonagesimal.
d) Errada. Súmula Vinculante n. 50: Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obri-
gação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade.
e) Errada.

CF
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Es-
tados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI – instituir impostos sobre: (…) c) patrimônio, renda
ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos traba-
lhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os
requisitos da lei;

Questão 36 (FCC/SEFAZ-GO/AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/2018) A Constitui-


ção Federal contempla várias regras que têm por finalidade limitar o poder de tributar das
pessoas jurídicas de direito público interno. De acordo com essas regras, é vedado aos Esta-
dos

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a) instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalen-


te, facultada, para fins de desoneração tributária total ou parcial, a distinção em razão de ori-
gem étnica, de nível de escolaridade, de ocupação profissional e de função por eles exercida.
b) cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da regulamentação
da lei que os houver instituído, aumentado ou reduzido.
c) cobrar tributos antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido regulamentada
a lei que os instituiu ou aumentou, podendo o referido prazo ser reduzido, nos casos em que
seu término ocorrer no exercício subsequente, hipótese em que o tributo poderá ser cobrado
desde o primeiro dia do novo exercício.
d) estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais
ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas
pelo Poder Público.
e) instituir impostos sobre videofonogramas musicais produzidos no Mercosul, contendo
obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros, e obras em geral, interpretadas por
artistas brasileiros ou por artistas cidadãos de países integrantes do Mercosul, bem como
sobre os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, inclusive na etapa de
replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.

Letra d.
a) Errada.

CF
Art. 150. […] é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: II – instituir tra-
tamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer
distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da
denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos

b) Errada.

CF
Art. 150. […] é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: III – cobrar tri-
butos: a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver
instituído ou aumentado.

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c) Errada.

CF
Art. 150. […] é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: III – cobrar tribu-
tos: c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu
ou aumentou, observado o disposto na alínea b.

d) Certa.

CF
Art. 150. […] é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: V – estabelecer
limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais,
ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público.

e) Errada.

CF
Art. 150. […] é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI – instituir im-
postos sobre: e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras
musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas
brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa
de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.

Questão 37 (IBFC/TRF 2ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/2018) À luz da jurisprudên-


cia atual do STF sobre a extensão do reconhecimento da imunidade tributária recíproca às
empresas estatais, assinale a alternativa correta:
a) a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) não goza de imunidade tributária recí-
proca ao exercer atividades em regime de concorrência com a iniciativa privada.
b) empresa estatal que presta serviços de saúde exclusivamente pelo SUS, não tendo por fi-
nalidade a obtenção de lucro, goza da imunidade tributária recíproca.
c) empresa estatal que presta serviço público de abastecimento de água e tratamento de
esgoto, em regime de monopólio, goza de imunidade tributária recíproca, ainda que distribua
lucros ao ente controlador.
d) a Casa da Moeda do Brasil (CMB) não goza de imunidade tributária recíproca, pois também
executa atividades abertas à ampla concorrência e participação do setor privado.
e) caso a empresa estatal assuma o tipo societário de sociedade de economia mista, não
poderá gozar da imunidade tributária recíproca, em razão da presença de sócios privados em
seu quadro societário.

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Letra b.
a) Errada.

O STF decidiu que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT goza de imuni-
dade tributária recíproca mesmo quando realiza o transporte de bens e mercadorias.
Assim, não incide o ICMS sobre o serviço de transporte de bens e mercadorias rea-
lizado pelos Correios. STF. Plenário. RE 627051/PE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
12/11/2014 (Info 767).

b) Certa.

As sociedades de economia mista prestadoras de ações e serviços de saúde, cujo capi-


tal social seja majoritariamente estatal, gozam da imunidade tributária prevista na alínea
a do inciso VI do art. 150 da CF. RE 580.264, rel. p/ o ac. min. Ayres Britto, j. 16-12-2010,
P, DJE de 6-10-2011, Tema 115.

c) Errada.

A jurisprudência do STF entende que a sociedade de economia mista prestadora de


serviço público de água e esgoto é abrangida pela imunidade tributária recíproca, nos
termos da alínea a do inciso VI do art. 150 da CF. RE 631.309 AgR, rel. min. Ayres Britto,
j. 27-3-2012, 2ª T, DJE de 26-4-2012.

d) Errada.

Casa da Moeda do Brasil (CMB). Empresa governamental delegatária de serviços públi-


cos. Emissão de papel moeda, cunhagem de moeda metálica, fabricação de fichas tele-
fônicas e impressão de selos postais. Regime constitucional de monopólio (CF, art. 21,
VII). Outorga de delegação à CMB, mediante lei, que não descaracteriza a estatalidade do
serviço público, notadamente quando constitucionalmente monopolizado pela pessoa
política (a União Federal, no caso) que é dele titular. A delegação da execução de ser-
viço público, mediante outorga legal, não implica alteração do regime jurídico de direito
público, inclusive o de direito tributário, que incide sobre referida atividade. Consequente

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extensão, a essa empresa pública, em matéria de impostos, da proteção constitucional


fundada na garantia da imunidade tributária recíproca (CF, art. 150, VI, a). RE 610.517
AgR, rel. min. Celso de Mello, j. 3-6-2014, 2ª T, DJE de 23-6-2014.

e) Errada. Qualquer empresa estatal pode, seguindo os requisitos firmados pela jurisprudên-
cia do STF, gozar de imunidade tributária recíproca. Assim, tanto empresas públicas como
sociedades de economia mista (empresas estatais) eventualmente podem ser alcançadas
pela imunidade.

Questão 38 (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL/2018) Acerca de


crédito tributário, competência tributária e Sistema Tributário Nacional, julgue o próximo item.
Os estados e os municípios estão imunes à instituição de contribuições sociais, pela União,
sobre os seus serviços.

Errado.

CF
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Es-
tados, ao  Distrito Federal e aos Municípios: (…) VI – instituir impostos sobre: (…) a) patrimônio,
renda ou serviços, uns dos outros;

Questão 39 (VUNESP/CÂMARA DE ITAQUAQUECETUBA-SP/PROCURADOR JURÍDICO/2018)


A respeito da Imunidade Tributária incidente sobre os imóveis pertencentes a entidades de
assistência social sem fins lucrativos, é correto afirmar que
a) são imunes ao Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), mesmo quando alugados a
terceiros, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais en-
tidades foram constituídas.
b) não são imunes ao Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), caso aluguem a terceiros,
mesmo se o valor dos aluguéis for aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram
constituídas.

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c) são imunes ao Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), mesmo quando alugados a ter-
ceiros, independentemente se o valor dos aluguéis é ou não aplicado nas atividades para as
quais tais entidades foram constituídas.
d) não são imunes ao Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), caso aluguem a terceiros,
independentemente se o valor dos aluguéis é ou não aplicado nas atividades para as quais
tais entidades foram constituídas.
e) são imunes ao Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), mesmo quando alugados a ter-
ceiros, e o valor dos aluguéis não é aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram
constituídas.

Letra a.
Súmula Vinculante n. 52:

Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a


qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da CF, desde que o valor dos alu-
guéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas.

Questão 40 (UEG/PC-GO/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) O sistema tributário nacional é in-


tegrado por um conjunto de princípios e regras que limitam o exercício do poder de tributar do
Estado. Acerca do exercício da competência tributária verifica-se que
a) a anterioridade aplicável ao direito penal tem igual aplicação na seara tributária, sendo
vedada qualquer alteração na legislação tributária, ainda que não corresponda a aumento do
tributo.
b) é vedada a cobrança de tributos antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido
publicada lei que os instituiu, aumentou ou reduziu.
c) a imunidade religiosa é consectária da garantia fundamental da liberdade religiosa, que tem
alcance além do templo religioso.
d) a vedação do não confisco ao Estado, no exercício de seu poder de tributar, limita a perda
de bens no âmbito criminal.

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e) as regras de imunidade tributária devem ser interpretadas restritivamente, na medida em


que correspondem a benefícios fiscais aos contribuintes.

Letra c.
a) Errada.
b) Errada.

CF
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Es-
tados, ao Distrito Federal e aos Municípios: III – cobrar tributos: b) no mesmo exercício financeiro
em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;

c) Certa.
d) Errada.
e) Errada.

CTN
Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: II – outorga de isen-
ção [e não imunidades];

Questão 41 (IBFC/CÂMARA DE FEIRA DE SANTANA-BA/PROCURADOR JURÍDICO ADJUN-


TO/2018) Assinale a alternativa INCORRETA, sobre a noção técnica de imunidade frente a
outras figuras tributárias que podem resultar igualmente no não desembolso de valor em
dinheiro do tributo.
a) Imunidade refere-se a uma limitação do poder de tributar que nenhuma lei tem atribuição
para regular.
b) A imunidade decorre de norma materialmente constitucional.
c) A isenção é um favor legal, fruto do exercício da competência tributária por parte da enti-
dade tributante.
d) Imunidade e Isenção são favores tributários distintos, porém decorrentes do mesmo fenô-
meno restrito ao exercício ordinário do poder de tributar na elaboração da lei ordinária.

Letra d.

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Imunidade Isenção
Escolha protetiva constitucional, conforme um valor Dosagem da capacidade contribuinte ou de conveni-
eleito como digno de estímulo ou salvaguarda. ência de uma política tributária.
Delimitação constitucional da competência tributária
Benefício fiscal.
– Limitação ao Poder de Tributar.
Benefício legal – classificado como causa de exclusão
Sede constitucional.
do crédito tributário, pelo art. 175 do CTN.

Questão 42 (CESPE/PGM/MANAUS-AM/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2018) Consideran-


do o que dispõe a CF, julgue o item a seguir, a respeito das limitações do poder de tributar, da
competência tributária e das normas constitucionais aplicáveis aos tributos.
É proibida a cobrança de tributo sobre o patrimônio e a renda dos templos de qualquer culto.

Errado.
A imunidade é quanto aos IMPOSTOS, apenas.

CF
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Es-
tados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI – instituir impostos sobre: b) templos de qualquer
culto;

Questão 43 (VUNESP/CÂMARA DE BARRETOS-SP/ADVOGADO/2017) Sem prejuízo de ou-


tras garantias asseguradas ao contribuinte, é
a) permitido à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tratamento
desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer
distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente
da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.
b) vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer limitações
ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressal-
vada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público.
c) permitido à União, aos  Estados, ao  Distrito Federal e aos Municípios cobrar tributos em
relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído
ou aumentado.

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d) vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tributo que não
seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em re-
lação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, não admitida a
concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento so-
cioeconômico entre as diferentes regiões do País.
e) permitido à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos so-
bre fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais
ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasi-
leiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa
de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.

Letra b.
a) Errada.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Es-
tados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (…) II – instituir tratamento desigual entre contribuintes
que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação
profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendi-
mentos, títulos ou direitos;

b) Certa.

CF
Art.  150. V: Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é  vedado a União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: V– estabelecer limitações ao tráfego de pessoas
ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio
pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público.

c) Errada.

CF
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Es-
tados, ao Distrito Federal e aos Municípios: III – Cobrar tributos: a) em relação a fatos geradores
ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;

d) Errada.

CF

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Art. 151. É vedado à União: I – instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional
ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município,
em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equi-
líbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País”

e) Errada.

CF
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Es-
tados, ao  Distrito Federal e aos Municípios: e) fonogramas e videofonogramas musicais produ-
zidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em
geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais
que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.

Questão 44 (CESPE/PGE-PE/PROCURADOR DO ESTADO/2018) As hipóteses de limitação


ao poder de tributar decorrente do princípio constitucional da imunidade recíproca incluem
a) proibir a União de instituir impostos sobre o patrimônio de estados e municípios.
b) vedar as limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou
intermunicipais.
c) proibir que estado estabeleça diferença tributária entre bens e serviços em razão do muni-
cípio de procedência ou de destino.
d) vedar isenções de tributos da competência de outros entes federativos.
e) proibir a instituição de tributo federal que não seja uniforme em todo o território nacional.

Letra a.
a) Certa.

CRF/1988
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Es-
tados, ao  Distrito Federal e aos Municípios: (…) VI – instituir impostos sobre: (…) a) patrimônio,
renda ou serviços, uns dos outros;

b) Errada.

CRF/1988
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Es-
tados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (…) V – estabelecer limitações ao tráfego de pessoas
ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio
pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público;

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c) Errada.

CRF/1988
Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributá-
ria entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.

d) Errada.

Art. 151. É vedado à União: (…) III – instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do
Distrito Federal ou dos Municípios.

e) Errada.

Art. 151. É vedado à União: (…) I – instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacio-
nal ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Municí-
pio, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o
equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País.

Questão 45 (CESGRANRIO/PETROBRAS/ADVOGADO JÚNIOR/2018) Uma empresa irá reali-


zar a exportação de revestimentos cerâmicos que fabrica. Em consulta sobre a necessidade
de pagar PIS e COFINS sobre a receita advinda da variação cambial relativa à essa operação
comercial, recebe a informação de que os tributos
a) são devidos, já que a operação de exportação da cerâmica é a única a gozar de imunidade.
b) são devidos, já que se trata de um benefício fiscal que, como tal, deve ser interpretado res-
tritivamente.
c) são devidos, porque a receita decorrente da variação cambial não está inserida no ato de
exportar.
d) não são devidos, havendo desoneração constitucional para todas as receitas advindas da
exportação.
e) não são devidos, se a receita da variação cambial foi embutida na receita total da operação
comercial.

Letra d.

Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no do-


mínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento
de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem
prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. (…)

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§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste
artigo: (…) I – não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; (…).

Questão 46 (CONSULPLAN/TRE-RJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/2017) Com


relação às Imunidades Tributárias, analise as afirmativas a seguir.
I – A imunidade recíproca não se estende à empresa privada arrendatária de imóvel públi-
co, quando seja ela exploradora de atividade econômica com fins lucrativos.
II – Os cemitérios que consubstanciam extensões de entidades de cunho religioso estão
abrangidos pela imunidade conferida aos templos.
III – Os aparelhos leitores de livros eletrônicos não estão abrangidos pela imunidade tribu-
tária conferida aos livros.

Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s)


a) I, II e III.
b) I, apenas.
c) II, apenas.
d) I e II, apenas.

Letra d.
I. Certa.

A imunidade recíproca, prevista no art.  150, VI, “a”, da Constituição Federal, não se
estende à empresa privada arrendatária de imóvel público, quando seja ela exploradora
de atividade econômica com fins lucrativos. Nessa hipótese é constitucional a cobrança
do IPTU pelo Município. Ex.: a União, proprietária de um grande terreno localizado no
Porto de Santos, arrendou este imóvel para a Petrobras (sociedade de economia mista),
que utiliza o local para armazenar combustíveis. Antes do arrendamento, a União não
pagava IPTU com relação a este imóvel em virtude da imunidade tributária recíproca.
Depois que houve o arrendamento, a Petrobras passa a ter de pagar o imposto. STF. Ple-
nário. RE 594015/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 6/4/2017.

II. Certa.

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Recurso extraordinário. Constitucional. Imunidade tributária. IPTU. Art.  150, VI, b,


CF/1988. Cemitério. Extensão de entidade de cunho religioso. Os cemitérios que con-
substanciam extensões de entidades de cunho religioso estão abrangidos pela garan-
tia contemplada no art. 150 da Constituição do Brasil. Impossibilidade da incidência de
IPTU em relação a eles. A imunidade aos tributos de que gozam os templos de qualquer
culto é projetada a partir da interpretação da totalidade que o texto da Constituição é,
sobretudo do disposto nos arts. 5º, VI; 19, I; e 150, VI, b. As áreas da incidência e da imu-
nidade tributária são antípodas. RE 578.562, rel. min. Eros Grau, j. 21-5-2008, P, DJE de
12-9-2008.

III. Errada.

A imunidade tributária constante do art. 150, VI, “d”, da Constituição Federal (CF), aplica-
-se ao livro eletrônico (“e-book”), inclusive aos suportes exclusivamente utilizados para
fixá-lo. STF. Plenário. RE 330817/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 8/3/2017.

Questão 47 (CESPE/PREFEITURA DE FORTALEZA-CE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2017)


A respeito das limitações constitucionais ao poder de tributar, julgue o item que se segue, de
acordo com a interpretação do STF.
As imunidades tributárias incondicionadas são autoaplicáveis e independem de regulamen-
tação, sendo admitida, entretanto, a suspensão de seus efeitos, por ato declaratório da admi-
nistração tributária, quando ficar demonstrada a sua inaplicabilidade a fato jurígeno tributário.

Certo.

Diante da constatação de que o sujeito passivo, antes reputado imune, jamais deveria
sê-lo, não há óbice que possa impedir a Administração tributária de proferir ato decla-
ratório no sentido de afastar a desoneração. Este ato possui cunho, inequivocamente,
declaratório, na medida em que reconhece situação de direito desde sempre consoli-
dada. Não obstante, cumpre salientar que não existe um direito adquirido a regime tribu-
tário beneficiado. (STF, RE 354.870/RS-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma,
julgado em 02/12/2014).

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Questão 48 (CESPE/PREFEITURA DE FORTALEZA-CE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2017)


Acerca de tributação e finanças públicas, julgue o item subsequente, conforme as disposi-
ções da CF e a jurisprudência do STF.
A imunidade tributária recíproca que veda à União, aos estados, ao DF e aos municípios insti-
tuir impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços uns dos outros é cláusula pétrea.

Certo.

A Imunidade Recíproca é considerada corolário da forma federativa de Estado dada a


igualdade político jurídica existente entre os entes federativos. É uma decorrência pronta
e imediata de postulado da isonomia dos entes constitucionais sustentado pela estru-
tura federativa do Estado brasileiro e pela Autonomia dos Municípios (STF AgRg 174,
808 rel. Min, Mauricio Correia).

Questão 49 (MPE-RS/MPE-RS/PROMOTOR DE JUSTIÇA/REAPLICAÇÃO/2017) Relativa-


mente às imunidades tributárias, é INCORRETO afirmar que é vedado
a) aos entes federados cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início
da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado.
b) à União instituir imposto sobre a renda dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
c) à União instituir isenções de tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.
d) à União cobrar imposto sobre produtos industrializados no mesmo exercício financeiro em
que haja sido publicada a lei que o instituiu ou aumentou.
e) aos entes federados estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de
tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização
de vias conservadas pelo Poder Público.

Letra d.

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a) Certa.

CF
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Es-
tados, ao Distrito Federal e aos Municípios III – cobrar tributos: a) em relação a fatos geradores
ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado

b) Certa.

CF
Art. 150. VI – instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros

c) Certa.

CF
Art. 151. É vedado à União: III – instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Dis-
trito Federal ou dos Municípios.

d) Errada. O IPI é exceção à anterioridade anual, podendo ser cobrado no mesmo exercício em
que houve a majoração de sua alíquota.
e) Certa.

CF
Art. 150. V – estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interes-
taduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas
pelo Poder Público

Questão 50 (MPE-RS/MPE-RS/PROMOTOR DE JUSTIÇA/REAPLICAÇÃO/2017) Consideran-


do o regramento constitucional sobre limitações do poder de tributar, é INCORRETO afirmar
que é vedado:
a) à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tratamento desigual en-
tre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em
razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denomi-
nação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.
b) à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre fono-
gramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou lite-
romusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros,

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bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de
replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
c) à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer limitações ao tráfe-
go de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a
cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público.
d) à União tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos,
ainda que em níveis inferiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes.
e) aos Estados, ao  Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre
bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.

Letra d.
a) Certa.

CF
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tados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (…) II – instituir tratamento desigual entre contribuintes
que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação
profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendi-
mentos, títulos ou direitos;

b) Certa.

CF
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Es-
tados, ao  Distrito Federal e aos Municípios: (…) VI – instituir impostos sobre: e) fonogramas e
videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de au-
tores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes
materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias
ópticas de leitura a laser.

c) Certa.

CF
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Es-
tados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (…) V – estabelecer limitações ao tráfego de pessoas
ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio
pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público;

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d) Errada.

CF
Art. 151. É vedado à União: (…) II – tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos
agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes;

e) Certa.

CF
Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributá-
ria entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino

Questão 51 (TRF 2ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/2017) Leia as proposições e, ao fi-


nal, assinale a opção correta:
I – Instituição de educação, beneficiária de imunidade tributária, faz jus a exigir o afasta-
mento do IPI incidente sobre o automóvel que ela vai adquirir e usar exclusivamente
em suas atividades.
II – Instituição de educação, beneficiária de imunidade tributária, que tem certo imóvel alu-
gado, cuja renda reverte em benefício de suas finalidades, não está sujeita a pagar
IPTU sobre este seu bem, dado em locação.
III – A imunidade constitucional recíproca abrange os entes integrantes da administração
indireta de cada unidade federada.

a) Apenas as assertivas I e II estão corretas.


b) Apenas as assertivas II e III estão corretas.
c) Apenas a assertiva II está correta.
d) Todas as assertivas são equivocadas.
e) Apenas a assertiva I está correta.

Letra c.
I. Errada.

A imunidade tributária subjetiva aplica-se a seus beneficiários na posição de contri-


buinte de direito, mas não na de simples contribuinte de fato, sendo irrelevante, para a

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DIREITO TRIBUTÁRIO
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Imunidades
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verificação da existência do beneplácito constitucional, a  repercussão econômica do


tributo envolvido. TF. Plenário. RE 608872/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 22 e
23/2/2017 (repercussão geral) (Info 855).

II. Certa.

Súmula Vinculante n. 52: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o
imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da Constitui-
ção Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais
tais entidades foram constituídas.

III. Errada.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Es-
tados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI – instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou
serviços, uns dos outros; § 2º A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias e às fundações
instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços,
vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

Questão 52 (FGV/AL-MA/CONSULTOR LEGISLATIVO/DIREITO TRIBUTÁRIO/2013) Assinale


a alternativa em que as duas afirmativas estão corretas e a segunda completa o sentido da
primeira.
a) A Igreja do Culto Bem-vindos da Boa Fé goza de imunidade quanto ao IPVA de sua frota. /
Os veículos imunes estão vinculados à atividade fim da Instituição Religiosa.
b) A frota do partido político “Unidos Venceremos” goza de isenção. / A isenção é concedida
desde que o partido mantenha correta escrita fiscal.
c) Os veículos do Corpo Diplomático são imunes. / A imunidade decorre do princípio da terri-
torialidade da tributação.
d) Tratores e máquinas de terraplanagem, utilizados em ambiente urbano, são isentos do
IPVA. / A isenção é concedida desde que a potência das máquinas seja inferior a 50 cilindra-
das.
e) A empresa de serviços de ambulância Alpha Resgate goza de isenção do IPVA. / A isenção é
concedida desde que aplique seus recursos na manutenção de seus objetivos institucionais.

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Letra a.
a) Certa. Trata-se da imunidade religiosa.
b) Errada. Refere-se ao instituto da isenção, quando, em verdade, o instituto é o da imunidade.
c) Errada. Não há nenhuma relação com a imunidade e a territorialidade da tributação.
d) Errada. Refere-se ao instituto da isenção, quando, em verdade, o instituto é o da imunidade.
e) Errada. Refere-se ao instituto da isenção, quando, em verdade, o instituto é o da imunidade.

Renato Cesar Guedes Grilo


Procurador da Fazenda Nacional. Assessor de Ministro do Superior Tribunal de Justiça. Pós-graduado em
Direito Constitucional e Tributário. Mestrando em Direito e Políticas Públicas. Entre 2013 e 2016, atuou
perante os Tribunais Superiores como PFN. É professor de cursos preparatórios para concursos e autor
de obras jurídicas, dentre as quais o Manual do Procurador da Fazenda Nacional – Editora Juspodivm.

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