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14/05/2019 Disciplina Portal

Fundamentos de Direito
Empresarial e Tributário

Aula 7 - Teoria geral dos tributos


INTRODUÇÃO

Você deve estar se perguntando: “Eu já estudei isso nas unidades anteriores?”.

Sim, mas de forma ampla para o seu entendimento, em relação ao Sistema Tributário Nacional, uma visão geral e
complexa, misturando termos legais e os princípios.

Agora, nesta aula, você poderá entender passo a passo as normas que envolvem o Ordenamento Financeiro do Estado,
ou seja, se o Poder Público pode instituir tributos; aumentar, extinguir, excluir, suspender, conceder imunidades; facilitar
a livre concorrência etc.; tudo tem como base a lei.

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Vamos lá!

OBJETIVOS

Identi car as normas do Sistema Tributário;

Veri car as principais diferenças entre leis, decretos, portarias, tratados, convenções e acordos internacionais;

Interpretação do art. Art. 96 CTN — A expressão legislação tributária compreende as leis, os tratados e as convenções
internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações
jurídicas.

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Art. 96 – A expressão legislação tributária compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais (glossário),
os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles
pertinentes.

Importante ressaltar que o processo legislativo foi prescrito no art. 59 da Constituição Federal;

A Legislação Tributária é composta da seguinte forma:

Instrumentos de Normas no Sistema (glossário)

Contudo, por entender que os tratados e as convenções internacionais não são instrumentos introdutores de normas
no sistema – esses não fazem parte da Legislação Tributária, ou seja, a aprovação de tratado e convenção
internacional entre distintos Estados implica, no dizer do art. 96, do CTN, que o correspondente decreto legislativo é
que integra a expressão legislação tributária (glossário).

Qualquer matéria tributária deverá ser regulada por leis (medida provisória), tratados e convenções internacionais,
decretos, normas complementares (art. 100 CTN — atos normativos, decisão administrativa, práticas administrativas e
convênios internos), uma vez que são elas que compõem a legislação tributária, caso contrário não terá validade
jurídica.

VOCÊ SABIA?

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Legislação é o conjunto de normas que regula um determinado ramo do Direito. O CTN regula a legislação tributária
nos arts. 96 e 100.

O art. 96, não especí ca qual o tipo de lei, então a interpretação pode estender as leis complementares, ordinárias e
delegadas, mas a maioria dos tributos, no Brasil, são cobrados mediante lei ordinária.

Com base no art. 97 (glossário), podemos entender ser um dos artigos mais importantes do CTN, visto que traz a
obrigatoriedade, em relação jurídico-tributária, a ser tratada apenas pela norma lei.

ART. 150 – CONSTITUIÇÃO FEDERAL – LIMITAÇÕES AO PODER DE


TRIBUTAR
Assista ao vídeo 55 - CF - ART 150 - da tributação e do orçamento - Constituição Federal.

VÍDEO
A criação de um tributo, com base no princípio da legalidade, somente poderá ser feita pela lei, bem como sua
extinção. Lei ordinária federal, municipal ou estadual.

O aumento ou a redução de um tributo somente serão possíveis através de lei, por exemplo, se a União for aumentar o
IR (Imposto de Renda), necessita de uma lei ordinária federal, aprovada pelo Congresso Nacional, para aumentar o
imposto.

O fato gerador da obrigação tributária principal também será feito por lei, já que ele é a situação jurídica que, se
praticada, acarretará uma obrigação scal, seja principal, o pagamento, ou acessória, que é a obrigação de fazer e não
fazer. Por exemplo, se uma pessoa X tiver a propriedade de um veículo automotor terá que pagar o IPVA, porque existe
uma lei ordinária do Estado do RJ estabelecendo que essa situação é um fato gerador para o pagamento do tributo
devido, identi cando o sujeito e a matéria tributável.

A xação da base de cálculo e alíquota somente poderá existir por lei.

Sistema Constitucional Tributário

No capítulo I, do título VI, da Constituição da República Federativa do Brasil, está prescrita toda a regulação do sistema
constitucional tributário.

Em verdade, pode-se a rmar que o sistema constitucional tributário é um verdadeiro subsistema, que trata dos
aspectos da imposição tributária pelo Estado, dos poderes exercidos por esse, na esfera tributária, e das garantias dos
contribuintes perante esses poderes.

O sistema do Direito tributário positivo é composto por uma integração normativa de fatos segundos valores, que estão
dispostos em uma estrutura hierarquizada, regida pela fundamentação ou derivação, tanto formal quanto material.

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O Sistema Tributário Nacional é um conjunto de normas que versam sobre matéria tributária, normas que
regulamentam fatos segundo valores (art. 2º CTN).

LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR E PRINCÍPIOS


CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS:
Os princípios jurídicos podem ser compreendidos como verdadeiros comandos ordenadores do sistema, entendendo-
se como princípios constitucionais aqueles consagrados, expressa ou implicitamente, no sistema constitucional, que
tem por função inspirar a compreensão das regras jurídicas, informando o seu sentido e servindo de mandamento
nuclear dessas.

Agora, vamos conhecer esses princípios detalhadamente.

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
É uma das garantias do Estado de Direito.

É um direito e garantia individual.

Art. 5º CF/88, II: “Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”.

A instituição, a majoração e a extinção dos tributos, subsídio, isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito
presumido, anistia ou remissão devem ser sempre previstas em lei.

Art. 150 CF/88: Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios:

I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;

§ 6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a
impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei especí ca, federal, estadual ou municipal, que regule
exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição.

Veja as Exceções ao princípio da legalidade.

PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE OU PRINCÍPIO DA NÃO SURPRESA


É o conhecimento antecipado da criação ou aumento do tributo. Implica em segurança jurídica para realizar o planejamento
tributário.

Encontra fundamentação legal no inciso II, alínea b, do art. 150 da CF/88.

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Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:

III - cobrar tributos:


b) no mesmo exercício nanceiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;

Veja as Exceções ao critério da anterioridade.

PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE
Os tributos só podem ser cobrados a partir da data do início da vigência da lei que os criou. Fundamento no art. 150, da CF/88,
inciso III, alínea a.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:

III - cobrar tributos:


a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado

Veja as Exceções ao Princípio da Irretroatividade.

PRINCÍPIO DA IGUALDADE OU ISONOMIA TRIBUTÁRIA


Impõe ao legislador:

Discriminar adequadamente os desiguais, na medida de suas desigualdades;


Não discriminar entre os iguais, que devem ser tratados igualmente.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:

II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em
razão de ocupação pro ssional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos
ou direitos.

Veja Exemplos de tratamento desigual como forma de realização do Princípio da Isonomia.

PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA


Sinônimo de justiça social;
Medida da possibilidade econômica de pagar tributo;
Caráter subjetivo: leva em consideração a condição pessoal;
Caráter objetivo: leva em conta manifestações objetivas de riqueza.

Art. 145 CF/88: A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:

§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do
contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identi car,
respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DE CONFISCO


Visa a evitar tributo excessivamente oneroso ou que absorva total ou parcialmente a renda ou o patrimônio. A di culdade consiste
em identi car o limite tolerável do razoável.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:

IV - utilizar tributo com efeito de con sco.

IMUNIDADE TRIBUTÁRIA
Consiste na exclusão da competência tributária e tem por objetivo preservar valores de superior interesse nacional.
Imunidade religiosa: dirigida ao ente religioso;

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Imunidade Subjetiva: partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das
instituições de educação e de assistência, sem ns lucrativos (glossário), atendidos os requisitos da lei.

Atividade Proposta
Finalizaremos nossa aula realizando uma atividade.

1. A Constituição Federal, em seu artigo 150, incisos I e II, ao a rmar que os tributos não poderão ser exigidos ou
aumentados sem lei que o estabeleça e que os contribuintes, em situação equivalente, não terão tratamento desigual,
está dispondo sobre os princípios:

A) Da Anterioridade e da Isonomia.

B) Da Capacidade Contributiva e da Anterioridade.

C) Da Legalidade e da Isonomia.

D) Da Legalidade e da Anterioridade.

Justi cativa

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Glossário
INSTRUMENTOS DE NORMAS NO SISTEMA

Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:

I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.

Essas são as fontes formais que podem instituir, alterar e acabar com as relações jurídico-tributárias em nosso ordenamento.

TRATADOS E AS CONVENÇÕES INTERNACIONAIS

Os tratados e as convenções internacionais só serão incorporados ao nosso sistema após a rati cação pelo Congresso Nacional,
por meio de instrumento introdutor de norma, chamado Decreto Legislativo.

LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

A legislação tributária é o conjunto de normas jurídicas que regulam um determinado ramo do direito. O CTN, nos artigos 96 e
100, prevê as normas que regulam o Direito tributário.

Compreender a legislação tributária depende também de sua vigência e aplicação.

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ART. 97

O art. 97, do CTN deve ser interpretado juntamente com o art. 150, I, da CF.

Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:

I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;

II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;

III - a de nição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I, do § 3º, do artigo 52, e do seu
sujeito passivo;

IV - a xação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;

V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela
de nidas;

VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades.


§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modi cação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso.
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os ns do disposto, no inciso II, deste artigo, a atualização do valor monetário da
respectiva base de cálculo.

EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

Exceções ao princípio da legalidade

Alterações, pelo Poder Executivo, das alíquotas dos seguintes impostos da União (art. 153, § 1º):
Imposto de Importação - II
Imposto de Exportação - IE
Imposto sobre Operações Financeiras - IOF
Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI

São impostos reguladores da economia, por serem utilizados em políticas públicas para aquecer ou frear a economia.

Para compreender melhor este conceito, assista ao vídeo O que é IPI? (https://www.youtube.com/watch?v=Hw8vdqsJ26k)

EXCEÇÕES AO CRITÉRIO DA ANTERIORIDADE

Exceções ao critério da anterioridade:


II, IE, IOF e IPI (alíquotas);
Impostos Extraordinários;
Empréstimos Compulsórios (os do inciso I, do art. 148, da CF);
Contribuições para a Seguridade Social e "Outras de Seguridade Social”.

Assista ao vídeo Entra em vigor nova alíquota do imposto sobre operações nanceiras (https://www.youtube.com/watch?
v=lxDEsz8EwPc), que mostra a notícia de aumento de alíquota do IOF para suprir a necessidade de adequação das contas
públicas.

EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE

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Exceções ao Princípio da Irretroatividade

A mera interpretação pode ser aplicada ao passado;


Redução de penalidade (multa), porque bené ca, pode retroagir.

EXEMPLOS DE TRATAMENTO DESIGUAL COMO FORMA DE


REALIZAÇÃO DO PRINCÍPIO DA ISONOMIA

Tratamento favorecido às microempresas e às empresas de pequeno porte;


Isenção de IPI para taxistas e portadores de de ciência física na aquisição de veículos;
Isenção de IPVA para os proprietários de veículos destinados a transporte escolar.

A Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (LC123/2006) é muito mais que uma simples legislação. Ela é um instrumento de
promoção do desenvolvimento econômico local com a criação do Simples Nacional. Por meio das compras públicas, da
desburocratização, do incentivo à inovação e à desoneração dos pequenos negócios, a lei contribui para gerar emprego e renda e
para criar um ambiente legal de incentivo ao empreendedorismo.

Assista ao vídeo A Lei Geral da Micro e Pequena Empresa como instrumento para o desenvolvimento econômico local
(https://www.youtube.com/watch?v=kA4ZVRfOu58).

SEM FINS LUCRATIVOS

Requisitos das entidades sem nalidade lucrativa – art. 14 CTN:


Não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título;
Aplicarem integralmente, no país, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais;
Manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.

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