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28/04/2023
Número: 1061017-48.2020.4.01.3300
Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL
Órgão julgador: 22ª Vara Federal de Juizado Especial Cível da SJBA
Última distribuição : 22/12/2020
Valor da causa: R$ 8.000,00
Assuntos: Indenização por Dano Moral, Banco de Dados e Cadastros de Consumidores (SPC,
Serasa, SCPC etc)
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
VENICIO ROCHA AMENO (AUTOR) SALVADOR COUTINHO SANTOS (ADVOGADO)
CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF (REU)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
15238 10/03/2023 14:13 Sentença Tipo A Sentença Tipo A
59366
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL
Seção Judiciária da Bahia
22ª Vara Federal de Juizado Especial Cível da SJBA
SENTENÇA
Cuida-se de ação cível proposta pela parte acima nomeada, em que pleiteia a
condenação da Caixa Econômica Federal em obrigação de fazer, consistente na
regularização de pagamento de parcela de financiamento estudantil e exclusão do nome
dos órgãos de proteção ao crédito, e indenização por dano morais.
Alega que foi surpreendida com a inscrição do seu nome nos órgãos de
proteção ao crédito em razão de suposta inadimplência de prestação do seu contrato de
financiamento estudantil, com vencimento em 05/02/2020. Afirma que, embora possuísse
saldo suficiente em sua conta bancária para pagamento da referida prestação, o débito
não foi efetivado pela CAIXA por motivos desconhecidos, o que ocasionou a sua
negativação pelo agente financeiro.
Decido.
Assinado eletronicamente por: MARIANNE BEZERRA SATHLER BORRE - 10/03/2023 14:13:32 Num. 1523859366 - Pág. 1
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dimensão do fato lesivo a configurar hipótese de dano material e/ou moral indenizável.
Tais elementos serão analisados de acordo com as provas colhidas nos autos ou, à sua
falta, de acordo com as regras de ônus da prova aplicáveis ao caso.
A CAIXA, por sua vez, nada esclareceu sobre o motivo pelo qual não houve
o débito da parcela de fevereiro/2020 na conta bancária, nem trouxe qualquer documento
que refutasse as alegações da parte autora.
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do próprio fato, operando-se in re ipsa. (...)” - STJ, 4ª Turma, AGA 200900973300,
julg. 16/12/2010.
Deve-se atentar que a indenização por dano moral não visa à reposição de
patrimônio, posto que a dignidade da pessoa humana, tutelada sob ângulo
extrapatrimonial, embora seja um bem jurídico, não é passível de avaliação pecuniária.
Almeja, esta reparação tão-somente amenizar o sofrimento da vítima e punir o
transgressor de modo a intimidá-lo a adotar medidas que evitem novos episódios da
mesma natureza.
Tal compensação há de ser fixada pelo juiz, que em cada caso concreto irá
valorar a situação, calcado no princípio da razoabilidade, preocupando-se em contemplar
a responsabilidade por dano moral sem, no entanto, viabilizar o enriquecimento ilícito.
Em contrapartida, o valor deve ser sentido pela ré, para que se alcance o efeito inibitório
pretendido.
“Cabe ao juiz, de acordo com o seu prudente arbítrio, atentando para a repercussão
do dano e a possibilidade econômica do ofensor, estimar uma quantia a título de
reparação pelo dano moral. (...) Creio, que na fixação do quantum debeatur da
indenização, mormente tratando-se de lucro cessante e dano moral, deve o juiz ter
em mente o princípio que o dano não pode ser fonte de lucro. A indenização, não há
dúvida, deve ser suficiente para reparar o dano, o mais completamente possível, e
nada mais. Qualquer quantia a maior, importará enriquecimento sem causa,
ensejador de novo dano. (...) Creio, também, que este é outro ponto em que o
princípio da lógica do razoável deve ser a bússola norteadora do julgador. Razoável
é aquilo que é sensato, comedido, moderado; que guarda uma certa
proporcionalidade. A razoabilidade é o critério que permite cotejar meios e fins,
causas e conseqüências, de modo a aferir a lógica da decisão.”(Programa de
Responsabilidade Civil, 3ª edição, Malheiros Editores pp. 95 e 97).
Sendo assim, tenho por bem impor uma condenação proporcional ao dano
moral causado que, ante as peculiaridades do caso concreto e atento às condições
pessoais do ofensor e da vítima, reputo justa que seja no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil
reais).
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Após o trânsito em julgado e cumprida a obrigação, dê-se baixa e arquive-se.
(assinado eletronicamente)
MARIANNE BEZERRA SATHLER BORRÉ
Juíza Federal Substituta
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