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ACÓRDÃO
APELAÇÃO Nº 0800916-88.2019.8.15.0471
APELADO: Banco Losango S. A. Banco Múltiplo (Adv. Antônio de Moraes Dourado Neto)
Assinado eletronicamente por: ANTONIO DO AMARAL - 05/02/2021 07:05:54 Num. 9556621 - Pág. 1
http://pje.tjpb.jus.br:80/pje2g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=21020507055403400000009524821
Número do documento: 21020507055403400000009524821
- À guisa dos critérios sugeridos pela doutrina e pela jurisprudência pátria,
bem como em virtude das circunstâncias relativas ao caso dos autos, a
condição financeira das partes, considero que a quantia arbitrada na
sentença é insuficiente para reparar o mal impingido ao autor, que além de
amargar o dissabor da dívida não contraída, teve seu nome incluso em
cadastro de mal pagadores. No contexto posto, entendo por bem fixar o valor
da indenização em R$ 6.000,00 (seis mil reais), por considerar adequada a
reparar os danos de ordem moral sofridos pela parte autora, sem se tornar
vil ou fomentar o enriquecimento ilícito.
VISTOS, relatados e discutidos estes autos, em que figuram como partes as acima nominadas.
Relatório
É o relatório.
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VOTO
Conforme colhe-se dos autos, a parte autora teve seu nome negativado em razão
de débito existente em seu nome, cuja origem era o contrato 003020047552012L, que não fora firmado
pela promovente, segundo restou reconhecido na sentença.
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Nessa esteira, consigne-se que a indenização por dano moral deve ser fixada
mediante prudente arbítrio do juiz, de acordo com a razoabilidade, observados a finalidade
compensatória, a extensão do dano experimentado, bem como o grau de culpa. Simultaneamente, o valor
não pode ensejar enriquecimento sem causa, nem pode ser ínfimo, a ponto de não coibir a reincidência.
Ou seja, referida indenização deve ser bastante para compensar a dor do lesado e
constituir um exemplo didático para a sociedade de que o direito repugna a conduta violadora, porque é
incumbência do Estado defender e resguardar a dignidade humana. Ao mesmo tempo, objetiva sancionar
o causador do dano, inibindo-o em relação a novas condutas, e, por isso, deve corresponder a um valor de
desestímulo. Reforçando tal inteligência, o Colendo STJ proclama:
À guisa dos critérios sugeridos pela doutrina e pela jurisprudência pátria, bem
como em virtude das circunstâncias relativas ao caso dos autos, a condição financeira das partes,
considero que a quantia arbitrada na sentença é insuficiente para reparar o mal impingido ao autor, que
além de amargar o dissabor da dívida não contraída, teve seu nome incluso em cadastro de mal pagadores.
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No contexto posto, entendo por bem fixar o valor da indenização em R$ 6.000,00 (seis mil reais), por
considerar adequada a reparar os danos de ordem moral sofridos pela parte autora, sem se tornar vil ou
fomentar o enriquecimento ilícito.
Quanto ao valor dos honorários, não há como alterar o percentual, eis que já
arbitrado em seu teto. De outro lado, considerando que o magistrado julgou procedente a demanda, mas
aplicou a regra da sucumbência recíproca, determinando que as partes dividissem os ônus processuais,
penso que está caracterizada a hipótese de sentença suicida quanto a este aspecto, daí porque declaro sua
nulidade especificamente neste ponto. Sobre o tema, confira-se:
De outro lado, estando apto o processo a julgamento, nada impede que o vício seja
suprido desde logo (CPC, art. 1.013, §3º, II). No caso, a ação foi julgada procedente, de forma que todos
os ônus sucumbenciais devem recair sobre a parte vencida.
DECISÃO
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Acompanhou virtualmente, como representante do Ministério Público, a Dra.
Jacilene Nicolau Faustino Gomes, Procuradora de Justiça.
Antonio do Amaral
Juiz Convocado
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