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JUIZO DE DIREITO DA 3ª VARA CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL DO

ESTADO DE SÃO PAULO.

JANUÁRIO PÊSSEGO, autor, ora embargante devidamente qualificado nos


autos da ação de responsabilidade civil que move em face de: MARIA PEPINO
..., ..., ..., ..., portadora da carteira de identidade n.°..., expedida pelo...., inscrito
no CPF sob o n.º...., residente e domiciliado na ..., CEP..., e-mail.....,vem por
seu advogado devidamente constituído, pelo procedimento comum, com
fundamento nos artigos 1022 e seguintes do Código de Processo Civil, vem
respeitosamente ao juízo interpor:

AÇÃO DE RESPONSABILIDADE CIVIL


EMBARGOS DE DECLARAÇÃO QUANTO A SENTENÇA

em face de MARIA PEPINO, ..., estado civil...profissão ..., portador da carteira


de identidade n.°..., expedida pelo...., inscrito no CPF sob o n.º...., residente e
domiciliado no Centro da capital de São Paulo, CEP...., e-mail..., pelos
seguintes fatos e fundamentos:

I - DOS FATOS

JANUÁRIO PÊSSEGO ajuizou contra MARIA PEPINO ação de


indenização em razão de acidente de trânsito onde requereu o pagamento de
danos materiais no valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais) e também danos
morais no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), já que ficou com sérios
abalos psicológicos e síndrome do pânico.
A ação foi distribuída para a 3ª Vara Cível do Rio de Janeiro. A ação
foi contestada.
Houve realização de instrução probatória, onde ficou constatado
dano material e moral. Na fundamentação e narrativa dos fatos constatou-se
que o entendimento do juiz quanto ao cabimento do dano material e moral.
Em contestação solicitada a improcedência e, foi em sentença o
juiz reconhece o pedido de dano material e moral, no entanto, ao final
julga improcedente e não traz o apontamento em relação ao dano moral

Segue transcrito parte relacionada:

“Decido:
(...)
Se verifica no caso o elemento culpa pela parte ré, pois deveria ter
parado seu veículo no sinal vermelho, no entanto, agiu com
negligência e imprudência, causando prejuízo de ordem material e
moral a autora, como restou devidamente comprovado nos autos
através de boletim de ocorrência, laudos médicos e testemunhas.
Aplica-se no caso o artigo 927, 186 e 187. Além disso, o dano moral
está consagrado no artigo art. 5º, incisos V e X, da Constituição
Federal. E também é cabível no caso
(...)
Verifica-se no caso os elementos da responsabilidade civil e o dever de
reparar os danos materiais e morais e estéticos. Os danos materiais
foram devidamente comprovados e o sofrimento da autora é claro.
Não se trata de mero aborrecimento, já que perdeu a sensibilidade da
mão.
Inexistem excludentes de responsabilidade a serem aplicadas ao caso.
(...)
Do Dispositivo:
Em face do exposto, JULGO IMPROCEDENTE o pedido autoral.
Condenando o réu ao pagamento de danos materiais no valor total
de R$ 100.000,00, devidamente corrigido.
Condeno ainda ao pagamento de custas e despesas processuais e
honorários advocatícios correspondente a 10% do valor da causa.
P.R.I
Rio de Janeiro, 30 de abril de 2022.”
Nota-se que a sentença presente, não confrontou todas as teses
sobre dano moral e estético, assim como seus respectivos fundamentos
trazidos pelo autor desta ação em sua petição, por esse motivo é necessário
que se faça uma análise do que traz a legislação sobre a sentença.

II – DA OMISSÃO DA OBSCURIDADE

O embargo realizado é cabível pois, está postulado dentro do prazo de 5 dias


úteis pós sentença conforme prazos relacionados no art. 1023 do CPC;
conforme narrativa, a sentença deveria ser julgada procedente.

O nosso Código de Processo Civil é claro ao trazer nos artigos de 1022 a 1026,
que todas as decisões devem ser fundamentadas e livres de omissão.

“CPC - Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer


decisão judicial para:
I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se
pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento;
III - corrigir erro material.”

Os Danos Morais, estéticos e a “perda de chance” devem ser levados em


consideração pois é uma situação que gerou um abalo íntimo em face do autor;
a súmula 387 do STJ dispõe sobre ser lícita a cumulação das indenizações de
dano estético e dano moral e ao mesmo tempo também é levantado o fato de
ser ato ilícito.

A conduta praticada pela parte ré está disposta o artigo 5° da CF e o Código


Civil na Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 nos elucida que:
“Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.”
Com relação a última chance que pode ser caracterizada como uma
oportunidade perdida em face da nova realidade apresentada, daí por
determinada atitude essa oportunidade que vai ser perdida é elucidada no
Código Civil:

“Código Civil 2002 - Lei n. 10.406/2002 ART: 927 :


A responsabilidade civil pela perda de chance não se limita à
categoria de danos extrapatrimoniais, pois, conforme as
circunstâncias do caso concreto, a chance perdida pode
apresentar também a natureza jurídica de dano patrimonial. A
chance deve ser séria e real, não ficando adstrita a percentuais
apriorísticos.”

Diante dos fatos dispostos é necessário que assim como a sentença


deverá ser modificada ou corrigida, seu valor de causa também terá de ser
acrescido pois baseado no art. 292 do CPC deverá levar em considerações
todas as questões pautadas neste presente embargo como acréscimo de dano
moral, estético e perda de chance:

§3º O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa


quando verificar que não corresponde ao conteúdo patrimonial
em discussão ou ao proveito econômico perseguido pelo autor,
caso em que se procederá ao recolhimento das custas
correspondentes.

III- DO PEDIDO

1. Que seja sanada a omissão de dano moral para que seja


estipulada o valor de indenização pedido

2. Que seja sanada a contradição quanto a improcedência


para que seja julgado procedente o pedido realizado pela
parte autora
Perante os Termos,
Pede Deferimento.

Rio de Janeiro, 28 DE ABRIL DE 2023


ADVOGADO
OAB

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