AO JUÌZO DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA ZONA
LESTE DA COMARCA DE TERESINA-PI
PEDRO CHAVES BRAZ E SILVA, brasileiro, casado,
advogado, inscrito regularmente na OAB/PI sob o n° 19.662, residente e domiciliado na Av. Joquei Clube, n° 2628, bairro São Cristóvão, Teresina- PI.
AÇÃO DE COBRANÇA, em face de
GAMIL FÖPPEL ADVOGADOS ASSOCIADOS, pessoa
jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n° 079091060001-51, com sede na Av. Professor Magalhães Neto, 1.752, 16° andar, Bairro Pituba, Salvador – BA, CEP 41.810-011, telephone (71) 3271-0544/0549, pelos fatos e fundamentos a seguir descritos:
I. PRELIMINARMENTE
A Requerente é pobre no sentido legal do termo, não
podendo, portanto, arcar com as despesas do processo, sem se privar do necessário à sua sobrevivência; neste sentido embasado tanto na lei quanto no entendimento Jurisprudencial que assim dispõe:
“A simples declaração da requerente de que não pode arcar
com as despesas do processo, é suficiente ao deferimento da assistência judiciária cujo pedido pode ser feito com a própria inicial da ação, que deste modo não esta sujeito a preparo”.
Requer, pois, a concessão dos benefícios da Gratuidade da
Justiça, nos termos do art. 98 e 99, ambos do CPC.
II. DOS FATOS
A Requerente é credora da Requerida da quantia de R$
300,00 (trezentos reais) que está em atraso desde 19 de junho de 2023, representada pela emissão de contrato de serviço e extrato de serviços prestados com promessa de pagamento futuro.
As partes ajustaram que o pagamento seria efetuado o com
prazo de 45 dias a contar da prestação do serviço.
Ante o inadimplemento da obrigação e todas as tentativas de
negociação restaram infrutíferas não restou outro meio a não ser entrar com a demanda.
III. DO DIREITO
Do ato Ilícito
É certo que a inadimplência da Requerida configura ato
ilícito, vez que causa prejuízos ao Requerente, devendo portanto promover a reparação por todos os danos causados, nos termos do artigo 389 do CC, artigo 186 combinado com o artigo 297 do CC.
Prelecionam os citados artigos:
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e
187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará- lo.
Não há duvidas que a ação voluntaria da Requerida, qual seja
a inadimplência no cumprimento da sua obrigação de pagar, violou direito e causou dano a Autora, o qual encontra-se atrelado à contratação de advogados, dado ao princípio da causalidade.
Notório é que, além de causar danos ao Requerente, a
inadimplência da Requerida lhe enseja enriquecimento ilícito pois que, uma vez recebido o serviço, o utilizou da maneira que lhe era pretendida sem dispensar qualquer valor de pagamento por eles.
Pelo exposto, ficou comprovado o enriquecimento da
Requerida o Enriquecimento sem causa, pois usufruiu dos serviços adquiridos, e não efetuou os pagamentos devidos ao Requerente que cumpriu com sua obrigação, conforme elenca ao artigo 884 do CC, fazendo jus o Requerente ao ressarcimento.
Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se
enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários. Assim, por força do artigo 927 do CC, deve a Requerida ser condenada no adimplemento de sua obrigação, qual seja, pagar o valor dos serviços adquiridos da Autora conforme constam no contrato em anexo, as quais somam a quantia de R$ R$ 300,00 (trezentos reais).
IV - DO DANO MORAL:
SAVATIER define o dano moral como:
“Qualquer sofrimento humano que não é causado
por uma perda pecuniária, abrangendo todo o atentado à reputação da vítima, à sua autoridade legitima, ao seu pudor, a sua segurança e tranqüilidade, ao seu amor próprio estético, à integridade de sua inteligência, as suas afeições, etc...”(Traité de La Responsabilité Civile, vol. II, nº 525, in Caio Mario da Silva Pereira, Responsabilidade Civil, Editora Forense, RJ, 1989).
Quando se pleiteia uma ação visando uma indenização pelos
danos morais sofridos, não se busca um valor pecuniário pela dor sofrida, mais sim um lenitivo que atenue, em parte, as consequências do prejuízo sofrido.
Visa-se, também, com a reparação pecuniária de um dano moral
imposta ao culpado representar uma sanção justa para o causador do dano moral.
A ilustre civilista Maria Helena Diniz, preceitua:
“Não se trata, como vimos, de uma indenização de
sua dor, da perda sua tranquilidade ou prazer de viver, mas de uma compensação pelo dano e injustiça que sofreu, suscetível de proporcionar uma vantagem ao ofendido, pois ele poderá, com a soma de dinheiro recebida, procurar atender às satisfações materiais ou ideais que repute convenientes, atenuando assim, em parte seu sofrimento A reparação do dano moral cumpre, portanto, uma função de justiça corretiva ou sinalagmática, por conjugar, de uma só vez, a natureza satisfatória da indenização do dano moral para o lesado, tendo em vista o bem jurídico danificado, sua posição social, a repercussão do agravo em sua vida privada e social e a natureza penal da reparação para o causador do dano, atendendo a sua situação econômica, a sua intenção de lesar, a sua imputabilidade etc...” (DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. 13. Ed. São Paulo: Saraiva, 1999, v.2)
A tormenta maior que cerca o dano moral, diz respeito a sua
quantificação, pois o dano moral atinge o íntimo da pessoa, de forma que o seu arbitramento não depende de prova de prejuízo de ordem material.
Evidentemente o resultado final também leva em consideração as
possibilidades e necessidades das partes de modo que não seja insignificante, a estimular a prática do ato ilícito, nem tão elevado que cause o enriquecimento indevido da vítima.
O dano moral sofrido pelo autor ficou claramente demonstrado,
vez que a requerente teve um forte abalo emocional ao tentar solucionar suas questões com a requerida e ser tratado de forma insignificante. Além do mais, destaca-se que os honorários devidos tem carater alimentar está fazendo muita falta para o Autor, que ainda é um jovem advogado em busca do seu lugar ao sol.
Destaco que o não cumprimento de uma das obrigações por parte
de um escritorio professional parceiro abala significativamente na confiança da propria profissão de advogado. A quebra da promessa contractual mina a base da relação estabelecida, gerando desconfiança e prejudicando a harmonia não so desta relação em apreço, mas também de possíveis futuras interações, prejudicando a colaboração mútua entre profissionais e prejudicando as partes patrocinadas.
IV. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer-se:
a) A citação da Requerida para responder aos termos da
presente ação, sob pena de revelia e confissão;
b) Contestada ou não a presente ação, requer no mérito, a
procedência total dos pedidos para que seja definitivamente:
1) A condenação da Requerida no pagamento das custas e
despesas processuais, bem como, a condenação de honorários advocatícios a ser fixado com base no tabela da Ordem dos Advogados do Brasil;
2) A concessão da Justiça Gratuita ao Requerente por não
estar em condições de arcar com as custas do processo, sem prejudicar seu sustento e de sua família.
3) A condenação da requerida no valor de R$ 300,00
(trezentos reais) devidamente corrigidos a contar da data do atraso, a título de cumprimento da obrigação contratual
4) A condenação da requerida no valor de R$ 3.000,00 (três
mil reais) a título de danos morais
Provar-se-á o alegado, por todos os meios de prova em direito
admitidos, em especial, o documental; o testemunhal, cujo rol se apresentará em momento oportuno, dentre outros que o controvertido dos autos exigirem.
Dá-se a causa o valor provisório de R$ 3.300,00( três mil e