O documento trata de uma ação judicial movida por Luciano Borborema de Medeiros contra a empresa Bradesco Seguros S/A. O autor impugna a contestação da ré e requer: 1) o reconhecimento da ilegitimidade passiva da ré; 2) a aplicação da inversão do ônus da prova com base no CDC; 3) o pagamento de indenização por danos materiais no valor de R$2.800,00 acrescido de juros e correção monetária; 4) o pagamento de indenização por danos morais.
O documento trata de uma ação judicial movida por Luciano Borborema de Medeiros contra a empresa Bradesco Seguros S/A. O autor impugna a contestação da ré e requer: 1) o reconhecimento da ilegitimidade passiva da ré; 2) a aplicação da inversão do ônus da prova com base no CDC; 3) o pagamento de indenização por danos materiais no valor de R$2.800,00 acrescido de juros e correção monetária; 4) o pagamento de indenização por danos morais.
O documento trata de uma ação judicial movida por Luciano Borborema de Medeiros contra a empresa Bradesco Seguros S/A. O autor impugna a contestação da ré e requer: 1) o reconhecimento da ilegitimidade passiva da ré; 2) a aplicação da inversão do ônus da prova com base no CDC; 3) o pagamento de indenização por danos materiais no valor de R$2.800,00 acrescido de juros e correção monetária; 4) o pagamento de indenização por danos morais.
LUCIANO BORBOREMA DE MEDEIROS, qualificado nos autos do processo em epgrafe, sendo ru a empresa BRADESCO SEGUROS S/A, vem perante V.Exa., mui respeitosamente, apresentar
IMPUGNAO CONTESTAO
Conforme passa a expor e requerer:
1. IMPUGNAO DAS PRELIMINARES
1.1 - PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA DA CONTESTANTE
1. A presente Preliminar, suscitada pela Requerida, no merece prevalecer, seno vejamos:
2. Entende a Requerida, que no ficou comprovado que tenha praticado ato ilcito.
3. Ao nosso ver, absurda tal assertiva.
4. O presente caso deve ser analisado luz do CDC, por os rus so fornecedores de bens e servios, e a autora consumidora.
5. Veja a respeito jurisprudncia abaixo que serve como uma luva ao caso em questo.
Nmero do processo: 1.0421.06.001108-5/001(1) Preciso: 8 Relator: WANDER MAROTTA. Data do Julgamento: 22/05/2007. Data da Publicao: 27/07/2007. Ementa: AO DECLARATRIA - TRANSFERNCIA DE PROPRIEDADE DE VECULO AUTOMOTOR. - A transferncia administrativa de veculo automotor deve ser feita pelo adquirente, sendo do alienante o nus de comunicar o negcio efetivado, que a forma legal de no mais ser responsabilizado por ele. - Apesar das determinaes legais quanto alienao e transferncia de veculo, no justo, apesar da inadimplncia do autor, que fique eternamente obrigado ao pagamento do IPVA de um carro que j vendeu h muito tempo, principalmente se j informou judicialmente a alienao e apresentou declarao do comprador. Smula: DERAM PROVIMENTO PARCIAL, VENCIDA A VOGAL.
6. Como se v, o Requerente NO CARECEDOR DE AO, como quer fazer ver a Requerida.
7. Ora, se errou ao ajuizar Ao contra o Requerente, causando-lhe srios e irreparveis prejuzos, de ordem moral, nada mais justo que responder por seus atos, ou seja: REPARAR O DANO CAUSADO!
8. Assim, espera confiante o Requerente, SEJA REJEITADA DE PLANO A PRELIMINAR SUSCITADA, POR SER DE DIREITO E DA MAIS LDIMA JUSTIA
1.2 DA DENUNCIAO DA LIDE
2. DO MRITO
DA APLICAO DO C.D.C INVERSO DO ONUS DA PROVA
Em regra, o nus da prova incumbe a quem alega o fato gerador do direito mencionado ou a quem o nega fazendo nascer um fato modificativo, conforme disciplina o artigo 333, incisos I e II do Cdigo de Processo Civil.
O Cdigo de Defesa do Consumidor, representando uma atualizao do
direito vigente e procurando amenizar a diferena de foras existentes entre plos processuais onde se tem num ponto, o consumidor, como figura vulnervel e noutro, o fornecedor, como detentor dos meios de prova que so muitas vezes buscados pelo primeiro, e s quais este no possui acesso, adotou teoria moderna onde se admite a inverso do nus da prova justamente em face desta problemtica.
Havendo uma relao onde est caracterizada a vulnerabilidade entre as partes, como de fato h, este deve ser agraciado com as normas atinentes na Lei no. 8.078-90, principalmente no que tange aos direitos bsicos do consumidor, e a letra da Lei clara.
Ressalte-se que se considera relao de consumo a relao jurdica havida entre fornecedor (artigo 3 da LF 8.078-90), tendo por objeto produto ou servio, sendo que nesta esfera cabe a inverso do nus da prova quando:
O CDC permite a inverso do nus da prova em favor do consumidor, sempre que foi hipossuficiente ou verossmil sua alegao. Trata-se de aplicao do princpio constitucional da isonomia, pois o consumidor, como parte reconhecidamente mais fraca e vulnervel na relao de consumo (CDC 4,I), tem de ser tratado de forma diferente, a fim de que seja alcanada a igualdade real entre os participes da relao de consumo. O inciso comentado amolda-se perfeitamente ao princpio constitucional da isonomia, na medida em que trata desigualmente os desiguais, desigualdade essa reconhecida pela prpria Lei. (Cdigo de Processo Civil Comentado, Nelson Nery Jnior et al, Ed. Revista dos Tribunais, 4 ed.1999, pg. 1805, nota 13).
Diante exposto com fundamento acima pautados, tem o autor direito a
inverso do nus da prova, incumbindo o ru demonstrao de todas as provas referente aos pedidos da inicial.
DA RESPONSABILIDADE CIVIL.
A empresa Requerida no prestou o servio nos termos do contrato que ela mesma firmou, sendo totalmente responsvel pelos danos advindos da m prestao do servio, nos termos do artigo 14 do Cdigo de Defesa do Consumidor, in verbis:
Art. 14. O fornecedor de servios responde, independentemente da existncia de culpa, pela reparao dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos prestao dos servios, bem como por informaes insuficientes ou inadequadas sobre sua fruio e riscos (...)
Alm da responsabilizao da Requerida com fulcro no Cdigo de Defesa do Consumidor, o artigo 389 do Cdigo Civil tambm objetiva tutelar os direitos de quem foi lesado pelo inadimplemento contratual, atribuindo ao inadimplente a responsabilidade pela reparao dos danos causados pelo no cumprimento de sua obrigao, se no vejamos:
Art. 389. No cumprida obrigao, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualizao monetria segundo ndices oficiais regularmente estabelecidos, e honorrios de advogado.
Diante da no concretizao da prestao de servio contratado, dever da empresa Requerida ressarcir o investimento realizado no valor de R$ 2.800,00 (dois mil e oitocentos reais) acrescido de juros e correo monetria. Pelo exposto, devidamente comprovado o inadimplemento contratual, patente a
responsabilidade da empresa Requerida pelos danos causados.
DO DANO MORAL.
Configura-se o dano moral quando ocorre leso a um bem na esfera extra patrimonial, a reparao tem o objetivo de possibilitar ao lesado uma satisfao compensatria pelo dano sofrido, atenuando, em parte, as consequncias da leso.
Diante das circunstncias evidenciadas anteriormente, irrefragvel que a REQUERENTE sofreu um dano moral, restando afetado, inclusive, seu foro ntimo, eis que inegvel a importncia deste momento, concebido desde a cerimnia at a comemorao, sonhada e planejada durante tanto tempo, como o para qualquer pessoa que almeja fazer desta uma data especial e memorvel.
A frustrao advinda pela atitude da Requerida causou Requerente leso que no poder ser desfeita, o que dever ser considerando para fins de fixao do quantum indenizatrio.
O artigo 5, incisos V e X, da Constituio Federal, dispe:
Art.5(...) V assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, alm da indenizao por dano material, moral ou imagem; X - so inviolveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenizao pelo dano material ou moral decorrente de sua violao;
O Cdigo de Defesa do Consumidor tambm ampara o consumidor que foi vitimado em sua relao de consumo, com a justa reparao dos danos morais e patrimoniais causados pela m prestao de servio, como se pode constatar em seu artigo 6, inciso VI:
Art. 6. So direitos bsicos do consumidor: VI a efetiva preveno e reparao de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos.
Ainda seguindo a tica de proteo do consumidor, o CDC deixa claro, tambm, que o fornecedor do servio responder pelos danos causados pela m prestao do mesmo, podendo-se inferir, que os danos morais da provenientes tambm sero dignos de reparao. Assim determina o anteriormente transcrito artigo 14 da Lei n 8.078/1990.
Ademais, constata-se que o Cdigo Civil acolhe de forma expressiva a possibilidade de reparao dos danos causados a algum, consoante dispe o artigo 186, in verbis:
"Art. 186. Aquele que, por ao ou omisso voluntria, negligncia ou imprudncia, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilcito."
DO QUANTUM INDENIZATRIO.
Diante de todo o exposto, resta evidente a configurao do dano moral
causado Requerente. Destarte, cabe Requerida indeniz-la em virtude do dano moral causado, reitere-se, devidamente evidenciado. Por fim, cumpre mencionar que na fixao do quantum indenizatrio deve-se considerar o disposto no caput do artigo 944 do Cdigo Civil de que A indenizao mede-se pela extenso do dano.
A eminente jurista MARIA HELENA DINIZ (Curso de Direito Civil Brasileiro, 7. vol., 9. ed., Saraiva), ao tratar do dano moral, ressalva que a REPARAO tem sua dupla funo, a penal: constituindo uma sano imposta ao ofensor, visando diminuio de seu patrimnio, pela indenizao paga ao ofendido, visto que o bem jurdico da pessoa (integridade fsica, moral e intelectual) no poder ser violado impunemente, e a funo satisfatria ou compensatria, pois como o dano moral constitui um menoscabo a interesses jurdicos extra patrimoniais, provocando sentimentos que no tm preo, a reparao pecuniria visa proporcionar ao prejudicado uma satisfao que atenue a ofensa causada.
3. REQUERIMENTO Ante o exposto, vem reiterar os termos da inicial, pedindo a total procedncia do pedido.