FULANO DE TAL, brasileiro, solteiro, pedreiro, inscrito no CPF sob o nº 000.100.000-00,
com endereço na Rua tal, nº 00 – bairro, na cidade de Juiz de Fora/MG, CEP: 0000-000, por intermédio de sua advogada que esta subscreve, e na melhor forma de Direito, vem com o devido acatamento diante de Vossa Excelência propor AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS C/C LUCRO CESSANTES em face de FULANO DE TAL, pessoa física, brasileiro, casado, inscrito no CPF nº. 000.000.00, com endereço a Rua TAL TAL , 000, centro –Manhuaçu/MG, CEP: 00000, pelas razõ es fá tico-jurídicas a seguir declinadas. 1. DOS FATOS O autor no dia 01 de Agosto de 2021, aproximadamente à s 16:19 min, encontrava-se voltando do hospital, onde estava a sua esposa em trabalho de parto, em direçã o a sua residência em seu veículo modelo VW de cor prata, placa (...) Ocorre que ao transitar pela avenida brasil, sentido zona norte na faixa direita, foi surpreendido por uma carreta do modelo IVECO STRALIS, de cor branca, placa (...) que colidiu com o setor angular traseiro, fazendo com que o automó vel viesse a chocar de frente com a mureta do viaduto, o que ocasionou a perda total do veículo do autor. O choque causou danos generalizados no setor frontal do veículo, setor lateral esquerdo e setor traseiro, sendo liberado imediatamento ao autor, que providenciou um guincho particular para a remoçã o do veículo. O carro do autor é o meio de trabalho, logo, devido ao acidente de culpa exclusiva do Requerido, o autor ficou impossibilitado de trabalhar e com isso teve a sua rentabilidade mensal comprometida, além do trauma psicoló gico sofrido diante da possibilidade de quase morte. Por fim, com o intuito de sanar os danos acarretados pela manobra indevida do Requerido, o autor vem por meio deste, pedir socorro ao judiciá rio. Isso posto, tendo em vista que a autor é vítima, pelo que se vê da documentaçã o acostada a esta exordial, nã o vislumbra o demandante outro caminho que nã o o da propositura da presente açã o, com espeque nos fundamentos jurídicos a seguir deduzidos. 2. DO DIREITO 2.1 – DO DANO MORAL Nã o sobejam dú vidas de que o autor foi submetido a uma situaçã o de patente constrangimento e perigo, em virtude dos danos causados ao seu patrimô nio, e pela experiência de quase morte decorrente da açã o leviana do requerido. Deste modo, os danos morais sã o presumidos na situaçã o em tela, uma vez que o demandante foi inegavelmente lesado em sua esfera patrimô nial e extrapatrimonial por força da sucessã o de eventos desabonadores por que passou. Nã o bastasse o fato de o requerente ter sido vítima de uma imprudência pelo requerido o que custou a perda total de seu veículo automotor, como também impossibilitou o autor de ir ao hospital, onde naquele mesmo dia, nascia sua filha, conforme consta documento de certidã o de nascimento em anexo. O prejuízo psicoló gico neste caso é cristalino, sendo certo que a situaçã o retratada nos autos, conforme acima demonstrado, atrai a responsabilidade ao requerido, o que gera o dever de indenizar, como que leciona a doutrina abaixo: “Danos morais, na definição de Wilson Melo da Silva, são lesões sofridas pelo sujeito físico ou pessoa natural de direito em seu patrimônio ideal, entendendo-se por patrimônio ideal, em contraposição a patrimônio material, o conjunto de tudo aquilo que não seja suscetível de valor econômico (Silvio Rodrigues, Direito Civil, Vol. 4, ed. 2008, pág. 189)”. Neste ponto, o acidente causado pelo requerido, trouxe inú meras lesõ es ao Autor: a primeira delas é a perda valiosa do tempo que o autor deveria ter passado com sua filha recém nascida, que naquele dia e horá rio, acabara de nascer, e devido ao acidente, o impossibilitou de ir ao hospital onde estavam sua esposa e filha recém nascida. A segunda lesã o, foi a psicoló gica produzida pelo requerido, quando este colidiu de maneira violenta na traseira do autor, lançando-o na mureta do viaduto, onde pode-se avistar o terror experimentado pela sua experiência de quase morte, em decorrência da conduta lesiva do requerido que deixaram traumas psicoló gicos imensurá veis e o abalaram emocialmente, ao ponto de o autor se recusar a passar proximo do local do acidente, bem como nã o mais conseguir dirigir novamente, pelo sofrimento causado pelo requerido. A situaçã o de ilegalidade aqui retratada, invoca a intervençã o do Estado por intermédio deste douto poder judiciá rio, que, com a imposiçã o de uma indenizaçã o que cumpra a um papel pedagó gico, reprima eventuais reincidências do réu em situaçõ es desagradá veis como a presente. Nã o se perca de vista o fato de que a atitude do réu, traduz uma evidente insegurança para o autor. Além disso, o sossego do autor é colocado em xeque ao passar a viver sob a constante insegurança de que, a qualquer momento, poderá passar novamente pela mesma situaçã o de horror, o que gera a o autor um sentimento de tristeza, insegurança e ansiedade. Diante de todo o exposto, no presente caso, fulcrado na melhor jurisprudência e doutrina, entendemos que o valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) cumpre ao duplo papel que se exige na fixaçã o do dano de ordem moral, isto é, serve de desestímulo ao réu, para que este se abstenha de futuramente vir a agir de maneira igualmente condená vel, e funciona como ajustado fator de compensaçã o financeira que nã o apaga as má culas e sofrimentos enfrentados pelo autor, mas indubitavelmente os suaviza, má xime por conta da observâ ncia de que está a ser feita justiça. Por essa razã o, requer-se a condenaçã o do requerido ao pagamento de indenizaçã o no valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) em proveito do autor. 2.2 - DOS LUCROS CESSANTES Vale ressaltar, ainda, que o autor trabalha como Pedreiro, e tinha a ajuda de seu automó vel para locomoçã o laboral. Ademais, o autor trabalha em outra cidade, muitas vezes em zona rural, e utiliza o veículo para o transporte de mercadorias e ferramementas de trabalho, portanto, possui a necessidade de prover a subsistência de sua família. Quando envolvidos em acidentes automobilísticos, têm prejuízos nã o somente a um bem utilizado rotineiramente para deslocamentos pró prios, mas sobretudo há a inabilitaçã o de suas ferramentas de trabalho, com o prejuízo ao sustento pró prio e de sua família. È cristalino que trata-se, portanto, da responsabilidade de um condutor negligente, imprudente, e/ou imperito destruidor de direitos daquele que dirige para prover a subsistência de sua família. 2.3- DO DEVER DE INDENIZAR Inicialmente é vá lido observar os fundamentos que ensejam a responsabilizaçã o por danos civis em nosso Ordenamento jurídico, sabidamente trazidos no corpo dos artigos 927e 186 do Có digo Civil. “Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.” “Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. Extrai-se dos artigos citados os três requisitos elementares ao reconhecimento do dever de indenizar, quais sejam, a execuçã o de um ato ilícito, logicamente interligado a um prejuízo deste decorrente, e o dano propriamente dito. Aqui nos interess, especialmente o estudo dos danos causados em decorrência de acidente de trâ nsito, e, desta feita, consideraremos já verificados o ato ilícito e o nexo de causalidade. 2.4 OS TIPOS DE DANOS Delimitado o nosso campo de abordagem, passemos a analisar os tipos de danos a que podem ser submetidos um condutor de veículo automotor, os quais podem ser enumerados numa ordem de 5 quesitos: I. Danos Emergentes, caracterizados pelos prejuízos causados aos bens materiais da vítima; II. Danos morais, evidenciados por abalos psíquicos à vítima; III. Danos estéticos, relacionados a deformidades causadas à beleza da vítima e IV. Lucros cessantes, correspondentes à renda que o lesionado deixou de auferir em decorrência do acidente. Aqui, nos importa especialmente, que auto utiliza exclusivamente seu automó vel como forma de prover o sustento de sua família, e os Lucros Cessantes, é dizer, o reconhecimento da exigibilidade de verba indenizató ria em razã o da impossibilidade de laborar durante o período necessá rio à reparaçã o de seu automó vel, e, portanto, decorrentes da prá tica de ato ilícito de terceiros, ou seja, ato ilícito do réu. Em nosso Direito, os Lucros Cessantes possuem assento no art. 402 do Có digo Civil, a saber: Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar. Veja-se que o artigo apreciado em momento algum seleciona uma categoria ou outra para legitimar o ressarcimento da quantia nã o lucrada e, tampouco, exclui qualquer gama de sujeitos do enquadramento nesta possibilidade. Dessarte, interpreta-se o artigo extensivamente a todos aqueles que consigam provar a previsã o de lucro prejudicado em funçã o exclusivamente do acidente sofrido. Desse modo, tanto se vislumbra a perfeita exigibilidade de lucros cessantes por motoristas que utilizam o veículo para laborar, e sejam prejudicados em razã o de acidente automobilístico provocado por terceiros, conforme mostra o julgado abaixo: “A culpa é sempre do motorista do veículo causador do abalroamento quando o abalroado esteja estacionado, ainda que irregularmente, mesmo que seja na contramão ou em lugar proibido, pela simples razão de que a irregularidade cometida pelo motorista que estaciona mal seu veículo (que poderia ensejar contra ele apenas sanções de ordem administrativa), não autoriza que outrem danifique seu veículo”. (RT 406/136, 414/130, 510/126, 528/83; RJTJSP 50/158 e 46/102) (ob. cit., p.272). Registra-se, portanto, que o requerimento judicial ora requerido, indenizaçã o por lucros cessante, para além dos danos emergentes, possuem fundamento perante a legislaçã o brasileira, notemos os julgados: AÇÃO INDENIZATÓRIA. LUCROS CESSANTES. ACIDENTE DE TRÂNSITO. UTILITÁRIO PARADO POR APROXIMADAMENTE TRINTA DIAS. Evidenciado nos autos que o veículo do autor, uma camionete dotada de caçamba própria para realização de fretes, ficou parado por aproximadamente trinta dias, razoável conceder-se indenização a título de lucros cessantes pleiteada na demanda. Recurso parcialmente provido. (Recurso Cível Nº 71000660373, Primeira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Clovis Moacyr Mattana Ramos, Julgado em 11/05/2005) AÇÃO INDENIZATÓRIA - ACIDENTE DE TRÂNSITO - PRELIMINARES - NÃ O CONHECIMENTO DO SEGUNDO APELO, POR SER INTEMPESTIVO - REJEIÇÃ O - CERCEAMENTO DE DEFESA DA RÉ REVEL - NÃ O ACOLHIMENTO - ABALROAMENTO ENTRE AUTOMÓ VEL E MOTO - INOBSERVÂ NCIA DA SINALIZAÇÃ O DE PARADA OBRIGATÓ RIA E DOS DEVERES DE ATENÇÃ O E CAUTELA DO CONDUTOR DO VEÍCULO DE MAIOR PORTE - VERIFICAÇÃ O - ABANDONO DA VÍTIMA NO LOCAL DO DESASTRE, SEM A DEVIDA PRESTAÇÃ O DE SOCORRO - EXISTÊ NCIA DE RESPONSABILIDADE CIVIL DA REQUERIDA, PROPRIETÁ RIA DO CARRO - RESSARCIMENTO PELOS PREJUÍZOS MATERIAIS SUPORTADOS PELO AUTOR - CABIMENTO - DANOS MORAIS CARACTERIZADOS - QUANTUM REPARATÓRIO - CRITÉ RIOS DE ARBITRAMENTO. - Nã o há que se reconhecer a intempestividade de Recurso interposto dentro do prazo de quinze dias previsto no art. 1.003, § 5º, do CPC - A preliminar de cerceamento de defesa, na qual a Ré revel reclama a produçã o de prova que já se encontra nos autos e é desnecessá ria ao desate do litígio, nã o merece prosperar - O condutor do carro que, ao pretender realizar manobra de cruzamento, nã o assegura a preferência de passagem da Autora, motociclista, deixando de obedecer à sinalizaçã o de parada obrigató ria e de se atentar para o dever de cautela, é exclusivamente responsá vel pelo sinistro ocorrido, envolvendo os dois veículos - Ainda que o proprietá rio do automó vel nã o tenha sido o condutor do veículo que dá causa ao acidente, ele responde pelas perdas ocasionadas a terceiros, por agir com culpa in vigilando - Sã o passíveis de reparaçã o os danos materiais presentes, efetivos e inequívocos, devidamente provados, mas nã o os imaginá rios, ou seja, os que, hipoteticamente, possam advir de situaçõ es nã o concretizadas e incertas - Configuram desagravo moral as feridas sofridas pelo condutor da moto, além do abalo psíquico inerente ao acontecimento lesivo suportado, notadamente pelo fato da vítima haver sido abandonada na rodovia, sem t er a devida prestaçã o de socorro pelo motorista causador do evento, circunstâ ncias que ensejam a procedência do respectivo pedido indenizató rio - O valor da condenaçã o por prejuízos extrapatrimoniais deve ser fixado de forma proporcional à s circunstâ ncias do caso, com razoabilidade e moderaçã o, em montante condizente com a condiçã o das partes e com os parâ metros jurisprudenciais em situaçõ es semelhantes. (TJ-MG - AC: 10000205403108001 MG, Relator: Roberto Vasconcellos, Data de Julgamento: 11/03/2021, Câmaras Cíveis / 17ª CÂMARA CÍVEL, Data APELAÇÃ O CÍVEL - IMPUGNAÇÃ O À ASSISTÊ NCIA JUDICIÁ RIA CONCEDIDA AO PRIMEIRO REQUERIDO - ACIDENTE DE TRÂ NSITO - ABALROAMENTO - INVASÃ O DA CONTRAMÃ O DIRECIONAL - PRINCÍPIO DA INCOLUMIDADE DOS VEÍCULOS MENORES - CRITÉ RIOS DE ARBITRAMENTO DA REPARAÇÃ O PATRIMONIAL - UTILIZAÇÃ O DA TABELA FIPE - POSSIBILIDADE - LUCROS CESSANTES - COMPROVAÇÃ O - SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA. – (...) Aquele que transita na contramã o direcional, em flagrante ofensa aos preceitos dos arts. 28 e 29, incisos I e II, do CTB, vindo a abalroar frontalmente outro carro, deve ser responsabilizado pelos danos suportados pelas vítimas - Previsto no art. 29, § 2º, do CTB, o Princípio da Incolumidade preconiza que os veículos de maior porte serã o sempre responsá veis pela segurança daqueles de menor porte - Sã o passíveis de reparaçã o material apenas as perdas efetivas, inequívocas e adequadamente comprovadas, mas nã o as meramente alegadas - Se o importe necessá rio ao reparo do veículo sinistrado supera consideravelmente o seu valor de mercado, deve a reparaçã o por dano material ser fixada segundo a tabela FIPE. Provimento em outro sentido implicaria em reconhecer ao lesado mais do que o suficiente para a recomposiçã o do seu patrimô nio, em detrimento da regra do art. 944, do Có digo Civil, que estabelece a mensuraçã o da indenizaçã o pela extensã o do dano. (TJ-MG - AC: 10313082599710001 Ipatinga, Relator: Roberto Vasconcellos, Data de Julgamento: 10/06/2021, Câmaras Cíveis / 17ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 17/06/2021) ACIDENTE DE VEÍCULO - AÇÃO DE RESSARCIMENTO DE DANOS - COLISÃO EM CRUZAMENTO-INOBSERVÂNCIA DO TRÁFEGO PREFERENCIAL- DEVER DE INDENIZAR DO REQUERIDO SUFICIENTEMENTE DEMONSTRADO - PROCEDÊNCIA DO PEDIDO MANTIDA - Os elementos carreados aos autos revelam a culpa do condutor do caminhã o pelo acidente versado nos autos, na medida em que adentrou no cruzamento sem observar a preferência de trá fego do veículo da autora, provocando o abalroamento - O reconhecimento do dever de indenizar do réu é de rigor, ante as peculiaridades do caso - Apelo improvido. (TJ/SP – Apelação nº 0002880-06.2010.8.26.0554, Rel. José Malerbi, j. 02/09/2013 Vejamos abaixo o precedente do TJMG: EMENTA: AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS - ACIDENTE NO TRÂNSITO - COLISÃO NA TRASEIRA - CULPA DO CONDUTOR DO VEÍCULO QUE COLIDE CONTRA A TRASEIRA - PRESUNÇÃO 'JURIS TANTUM' - ULTRAPASSAGEM INDEVIDA - DISTÂNCIA DE SEGURANÇA. Presume-se a culpa do condutor do veículo que se choca na parte traseira de veículo. Qualquer condutor está sujeito a situaçõ es abruptas que o obrigue a uma açã o imediata, seja no sentido de frear, seja no sentido de desviar-se, impondo-se, portanto à queles que estejam na direçã o dos veículos atitudes seguras e preventivas relativas à observâ ncia das normas de trâ nsito, notadamente acerca da distâ ncia mínima obrigató ria entre os veículos. Se, através da prova testemunhal, pode-se verificar que o motorista do veículo abalroado realizada manobra em local indevido, deve-se imputar a culpa concorrente pelo acidente em que houve colisã o traseira. (TJMG- Apelação Cível 1.0521.12.000878-9/001, Relator (a): Des.(a) Pereira da Silva , 10ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 03/12/2013, publicação da sumula em 19/12/2013) APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE REPARAÇÃO - ACIDENTE DE VEÍCULO - RITO SUMÁRIO - RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL - COLISÃO NA TRASEIRA - ENGAVETAMENTO - AQUAPLANAGEM - MOMENTO DE CHUVA - ACONTECIMENTO PREVISÍVEL - CUIDADOS DO MOTORISTA - ATENÇÃO REDOBRADA - ART. 475-A DO CPC - SENTENÇA ILÍQUIDA - IMPOSSIBILIDADE - ARBITRAMENTO A CRITÉRIO DO JUIZ - ALTERAÇÃO PELA LEI 11.232/05. Presume-se a culpa do condutor que colide na traseira porquanto tem ele obrigaçã o de manter regular distâ ncia do veículo que vai à frente, de modo que, diante do imprevisto, tenha condiçõ es de frear e evitar o sinistro, pois deve dirigir com atençã o e cuidados indispensá veis à segurança no trâ nsito. A aquaplanagem é fato previsível em momento de chuva, devendo ser evitada pelo condutor do veículo com velocidade adequada e atençã o redobrada na direçã o, nã o elidindo a culpa pela colisã o na traseira do automó vel à sua frente. De acordo com o § 3º do art. 475-A do CPC, incluído por força da Lei 11.232/05, é vedado seja proferida sentença ilíquida em feitos do procedimento comum sumá rio referidos no art. 275, inciso II, alíneas 'd' e 'e' do CPC, cumprindo ao juiz, se for o caso, fixar de plano, a seu prudente critério, o valor devido. (TJMG)- Apelação Cível 1.0024.04.439092-0/001, Relator (a): Des.(a) Afrânio Vilela , 11ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 13/12/2006, publicação da sumula em 17/02/2007) Por conseguinte, vem pugnar a percepçã o dos presentes lucros cessantes como assim preconiza os fundamentos alhures demonstrados. Sendo questã o indenizató rio, vez que seu objeto laboral está obstado por força do ato ilícito provocado pela imprudência da parte adversa, computando prazo de 58 dias, como assim a documentaçã o carreada comprova. Em arremate a devida reparaçã o para tanto é questã o de aplicar a mais lídima justiça ao presente caso. 3. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA Atesta o autor que nã o possui condiçõ es de arcar com as custas do presente processo sem prejuízo de seu sustento e o de sua família. Por essa razã o, requer seja-lhe deferido o benefício da justiça gratuita, em eventual fase recursal, conforme previsã o do art. 98 do novo Estatuto Processual (Lei 13.105/2015). 4. DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS Ex positis, requer-se à Vossa Excelência: i. seja-lhe deferido a justiça gratuita, nos termos dos artigos 98 caput e 99, § 3º do Có digo de Processo Civil, por nã o ter condiçõ es de arcar com as custas e despesas processuais, conforme declaraçã o de insuficiência ora anexada na procuraçã o; ii. Seja citado o réu, na pessoa de seu representante legal, para que, querendo, apresentar contestaçã o, sob pena de revelia; iii. Seja, no mérito, compelido o réu a restituiçã o dos valores devidos em razã o dos lucros cessantes, bem como seja concedido o pedido de danos morais formulado diante dos fatos suportados descritos na exordial, o quantum de R$15.000.00 (quinze mil reais); iv. Seja o réu condenado ao pagamento das verbas decorrentes de sua sucumbência; v. Requer provar o alegado por todos os meios de prova em Direito admitidos, má xime provas documental e testemunhal, além de depoimento pessoal. Dá -se à causa o valor de R$ 15.000,00 ( quinze mil reais) Nesses termos, PEDE DEFERIMENTO. Juiz de Fora, 08 de dezembro de 2021.