Você está na página 1de 7

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA

PRÁTICA SIMULADA CÍVEL

Prof. João Antonio Lima Castro

ATIVIDADES REMOTAS DE APRENDIZAGEM

PERÍODO EM CARÁTER DE EXCEPECIONALIDADE – CORONAVIRUS

CASO 2

José, transitando com o seu veículo pela Avenida Delta na Cidade de Contagem, teve
o seu veículo avariado pelo veículo conduzido por Antônio, de propriedade de Paulo.

O veículo de José está em nome do seu pai Sr Pedro.

O veículo teve perda total e foi integralmente pago pela Seguradora.

José ficou paraplégico em decorrência do acidente.


No seu trabalho recebia salário de R$ 5.200,00 mensais.

José e Pedro residem em Belo Horizonte e Antonio e Paulo residem em Betim.


Defenda os interesses de José.
Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito da 1ª Vara Cível da Comarca de Contagem

JOSÉ, brasileiro, casado, portador de identidade 16.354.980, CPF 156.789.340-23,


residente na Rua São Paulo n° 405, bairro jardins, São Paulo - SP, vem por parte de sua
procuradora VANESSA MOURA DUARTE GODOI, OAB MG-15.657, residente na Rua
Esmeralda, n° 405, apto 402, bairro prado, Belo Horizonte - MG, propor ação de “AÇÃO
DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS” em face de PAULO e
ANTÔNIO, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

I. FUNDAMENTOS DE FATO

Excelentíssimo senhor nobre julgador, conforme o Boletim de Ocorrência (doc 2) anexado


nos autos, o autor da presente ação estava transitando com seu veículo na Avenida Delta
da cidade de Contagem, quando teve seu automóvel avariado pelo segundo réu, que, por
sua vez, estava conduzindo o veículo de propriedade do primeiro réu. O veículo teve
perda total e foi integralmente pago pela Seguradora (doc 3).

Ocorre que, em decorrência do acidente, causado em virtude de conduta imprudente do


segundo réu, o autor ficou paraplégico, se tornando completamente incapaz de realizar
qualquer atividade. Essa consequência será carregada para toda a vida, gerando,
portanto, não apenas direito aos danos materiais, mas também, aos danos morais, uma
vez que o autor terá de mudar toda sua vida devido a um infortuito externo.

I.I. DA INCAPACIDADE FÍSICA GERADA NO AUTOR EM DECORRÊNCIA DE


CONDUTA IMPRUDENTE DO RÉU - DANOS MORAIS

Como dito anteriormente, em decorrência do acidente causado pelo réu, o autor ficou
paraplegico, ou seja, perdeu todas as funções das pernas e da parte inferior do tronco.
Ora, cabe ao responsável por esta tragédia, ao menos, realizar uma indenização por todo
o sofrimento causado para o autor. Sua vida nunca mais será a mesma, todas as suas
atividades mudarão de forma drástica.

Vejamos, no documento 4, em anexo, estão todas as provas necessárias para condenar o


réu ao pagamento de indenização por danos morais. Os relatórios médicos são
extremamente claros, no que se refere a perda da mobilidade.

Portanto, apesar de uma indenização não acabar com todos os sofrimentos do autor, é o
que solicitamos, para que, ao menos, seja possível amenizar todas as consequências
irradiadas desse acidente traumático. Assim, pedimos ao nobre juiz, que condene os
Réus ao pagamento de R$500.000,00 a título de danos morais.

I.II. DA INCAPACIDADE DE TRABALHAR EM VIRTUDE DO ACIDENTE -


DANOS MATERIAIS

Não obstante, o autor será incapaz, notoriamente, de realizar seu trabalho. Será
privado de exercer sua labor diariamente, retirando não somente os afazeres, mas
também, o salário mensal, que, até o momento presente, possui o montante de
R$5200,00.

Evidentemente, é dever dos réus, o pagamento de pensão mensal, no valor do


salário percebido pelo autor. Isso porque, é de comum acordo que foram os réus
que impossibilitaram o autor de executar seu trabalho, como sempre o fez. Os
contracheques do autor estão anexados aos autos - doc 7 - , assim como toda a
documentação necessária para o provimento dos pedidos.

II. FUNDAMENTOS DE DIREITO

II.I. RESPONSABILIDADE CIVIL


O direito assiste ao autor, uma vez que a responsabilidade civil em reparar os danos é
daquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem. Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade
normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem.

O nosso Código Civil, no artigo 159, assim dispõe:

"Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imperícia, violar direito
ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano".

Acerca da responsabilidade civil, assim disciplina o Novo Código:

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de


culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos
de outrem.

Cabe, à guisa da menção aos artigos 186 e 187 do mesmo dispositivo, transcrevê-los:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé
ou pelos bons costumes.

Ainda, institui o Código Civil sobre a culpa:

Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o
seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização,
além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença,
incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou
da depreciação que ele sofreu.
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização
seja arbitrada e paga de uma só vez.

Portanto, como podemos perceber, é clara a culpa exclusiva do Réu, e assim também
firmasse a jurisprudência nesse sentido:

RESPONSABILIDADE CIVIL. COLISÃO EM CRUZAMENTO SINALIZADO.


AVANÇO DE SINAL VERMELHO. IMPRUDÊNCIA DA RECORRENTE.
CULPA EXCLUSIVA. DANO MATERIAL COMPROVADO. RECURSO
CONHECIDO E IMPROVIDO. 1. O avanço em sinal vermelho de semáforo
resulta em gravíssima infração de trânsito e, se de tal conduta advém a
colisão com outro veículo que regulamente transitava na via de interseção,
responde o infrator pelo ressarcimento dos danos advindos de sua
temerária conduta culposa, qualificada pela imprudência (artigos 28 e 208
da Lei nº 9503/97). 2. No presente caso, a parte autora alegou que o
condutor do ônibus de propriedade da ré ao avançar o sinal vermelho colidiu
com seu veículo, causando avarias na parte dianteira. 3. Os documentos
juntados (ID's XXXXX e XXXXX) e a prova testemunhal produzida
corroboram a versão apresentada pela parte autora. Ante a ausência de
demonstração de culpa exclusiva da vítima ou de terceiro, não se afasta a
responsabilidade da empresa ré pela reparação dos danos sofridos pelo
autor. 4. O destinatário da prova é o juízo da causa, que deve formar seu
convencimento diante da presença, nos autos, de elementos de convicção
que considere suficientes. Em caso de acidente entre veículos, onde há
teses conflitantes, cumpre ao magistrado analisar o conjunto
fático-probatório, decidindo segundo seu livre convencimento, porquanto
destinatário da prova (artigo 371, CPC). 5. A extensão dos danos restou
suficientemente comprovada pela apresentação dos orçamentos relativos
aos reparos (ID XXXXX - páginas 2 a 4). 6. Ante o exposto, irrefutável a r.
sentença de origem. 7. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. 8.
Sentença mantida por seus próprios e jurídicos fundamentos, com súmula
de julgamento servindo de acórdão, na forma do artigo 46 da Lei nº
9.099/95. 9. Diante da sucumbência, nos termos do artigo 55 da Lei dos
Juizados Especiais (Lei nº 9.099/95), condeno a recorrente ao pagamento
das custas processuais e honorários advocatícios, estes fixados em 15%
(quinze por cento) do valor da condenação.
(TJ-DF XXXXX20178070016 DF XXXXX-58.2017.8.07.0016, Relator: ASIEL
HENRIQUE DE SOUSA, Data de Julgamento: 26/09/2017, 3ª Turma
Recursal dos Juizados Especiais do Distrito Federal, Data de Publicação:
Publicado no DJE : 02/10/2017 . Pág.: Sem Página Cadastrada.)

II.II. LUCROS CESSANTES


Art. 402 código civil

III. DOS PEDIDOS

Temos, portanto, como pedidos:


A) Condenação dos Réus ao pagamento de indenização por danos morais, no valor
de R$500.000,00.
B) Condenação dos Réus ao pagamento de pensão mensal, a título de danos
materiais, pelo tempo de serviço não executado em decorrência do acidente, no
valor de R$5.200,00 mensais.
C) Condenação dos honorários advocatícios fixados por Vossa Excelência, e custas
processuais.

IV. DOS REQUERIMENTOS

A) Requer-se, também, a citação dos Réus, para o comparecimento em audiência de


conciliação;.
B) A produção de todos os meios de provas em direito admitidas (testemunhal,
documental, pericial);

V. VALOR DA CAUSA

Dá-se à causa o valor da causa de R$1.000.000,00.


Termos em que pede deferimento.

VANESSA MOURA DUARTE GODOI


OAB MG - 78702

Você também pode gostar