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Os autores são pessoas idosas e atualmente o Sr. Otávio possui 65 anos, razão
pela qual se faz necessário requisitar prioridade da tramitação da presente demanda, nos
termos do Estatuto do Idoso - Lei n° 10.741/2013 e nos termos do art. 1.048, inciso I, do
CPC/2015.
Desse modo, entender de outra forma seria impedir os mais humildes de ter
acesso à Justiça, garantia maior dos cidadãos no Estado Democrático de Direito,
tornando-se necessário, requerer os benefícios da gratuidade de justiça.
Por fim, destaca-se também que desde o mês em que perdeu sua filha de maneira
tão brutal, a requerente (Sra. Tereza) tem tido o gasto mensal de R$ 400,00
(quatrocentos reais), como é possível observar através laudo médico, recibos e notas
fiscais dos medicamentos anexados, com tratamentos psicológicos.
Sendo assim, dá-se o valor total de danos materiais o montante de R$ 21.200,00.
(vinte e um mil e duzentos reais)
Quanto aos danos morais, se faz necessário atestar que estes são difíceis de
mensurar, devendo ser arbitrado medindo, sobretudo, a extensão do dano.
Estamos diante de uma questão das mais delicadas tendo em vista que nenhum
valor monetário será suficiente para reparar uma vida, bem como, montante nenhum
serua capaz de reparar a perda de uma filha, de maneira que nenhum valor será capaz de
suprir a ausência sentida pela família da vítima.
Se pensarmos pela ótica dos requerentes, sobrou aos pais a árdua missão de ver
sua filha dedicada, estudiosa e querida por todos ao seu redor, ter sua vida interrompida
tão precocemente. Se pensarmos, por empatia, nos pais, por ato irresponsável, criminoso
e totalmente repudiável do requerido, serão eternamente privados de testemunhar a filha
realizando o seu grande sonho de se tornar veterinária.
A Carta Magna protege os cidadãos contra violações à vida, honra e imagem,
assegurando o direito à indenização pelo dano moral sofrido, vejamos:
Art. 5º - (...)
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra, e a imagem
das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou
moral ou decorrente de sua violação.
No que tange a existência dos danos, esta é clara e inequívoca a jovem Maria
José dos Santos faleceu em decorrência dos malsinados atos acima apontados. Bem
como, ao fato lesivo, inicialmente, há que se dizer que é indubitável sua existência, bem
como inegável a ilicitude e a responsabilidade do promovido sobre os eventos nefastos
ocorridos.
O nexo de causalidade é evidente, e inconteste, porquanto o juízo criminal já
sedimentou a autoria e o nexo de causalidade.
Destarte, houve uma evidente violação de direito, acompanhada de um óbvio
dano extrapatrimonial que deve, indubitavelmente, ser reparado.
Sendo assim, deve o valor da indenização atender tanto ao caráter inibitório
punitivo como reparatório-compensatório, revestindo-se em verdadeira advertência ao
lesante e à sociedade de que não se aceita o comportamento assumido ou o evento
lesivo.
Frisa-se entendimento jurisprudencial a respeito do ocorrido, vejamos:
No tocante à pensão, apesar de a dependência econômica dos pais, uma vez que
no presente momento, ambos são aposentados e não laboram mais, dispensando a
demonstração por qualquer outro meio de prova acerca dos rendimentos que a falecida
possuía, a jurisprudência, de forma segura, tem fixado que o valor da pensão deve ser
1/3 do salário-mínimo. Veja-se:
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO
POR ATO ILÍCITO CUMULADA COM ALIMENTOS. Pleito
ajuizado por ex-esposa, companheira e filhos de vítima de
homicídio, o qual foi praticado por preposto da empresa-ré. Extinção
do feito com relação à ex-mulher da vítima. Improcedência da ação
em relação aos demais autores. Inconformismo. Acolhimento
parcial. Preposto da ré que foi condenado pelo Tribunal do Júri.
Reconhecimento da responsabilidade do empregador, à luz do
artigo 1.521, inciso III, do Código Civil de 1916 (vigente à época
dos fatos), bem como à luz da Súmula 341 do Colendo Supremo
Tribunal Federal. Evento morte causado por empregado em razão do
exercício do trabalho que prestava à ré. Vítima que abastecia seu
veículo no posto de gasolina réu e nada pagava, além de intimidar os
funcionários com ostentação de arma de fogo. Reconhecimento, por
parte do Júri, de ter o preposto da ré agido sob o domínio de violenta
emoção, logo após injusta provocação da vítima. Indenizações
devidas, mas com as devidas observações em relação à conduta da
vítima que contribuiu para o evento danoso. Desnecessidade da
prova do dano moral, o qual é presumido. Indenização fixada em R$
30.000,00 para os três autores, levando-se em conta as
peculiaridades do caso concreto. Pensão mensal fixada em 1/3 do
salário mínimo, haja vista a falta de comprovação dos efetivos
ganhos da vítima quando de seu óbito, bem como as
circunstâncias em que se deram os fatos. Alimentos devidos aos
filhos menores até completarem 24 anos e à companheira até a
idade em que o falecido completaria 70 anos, conforme dados
estatísticos do IBGE. Constituição de capital nos termos do artigo
475-Q do CPC. Devido, outrossim, o ressarcimento das despesas
havidas com o funeral. Sentença reformada. Recurso parcialmente
provido". (v.12744).