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AO DOUTO JUÍZO DE DIREITO DO____JUIZADO ESPECIAL CÍVEL

DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO/RJ

JULIO, brasileiro, casado, motorista, portador da cédula de identidade


nº..., expedida pelo..., inscrito no CPF sob o nº..., e-mail: ......., telefone: ....,
residente e domiciliado na .........., nº ..., bairro ......., Rio de Janeiro/RJ,
CEP: ........, vem, em causa própria, com espeque na Lei 8.078/90 e demais
dispositivos pertinentes, perante a V. Exa. formular a presente:

AÇÃO INDENIZATORIA DE DANOS MATERIAIS C/C LUCROS


CESSANTES E DANOS MORAIS

em face de MARIO, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da


cédula de identidade nº..., expedida pelo..., inscrito no CPF sob o nº..., e-
mail: ......., telefone: ...., residente e domiciliado na .........., nº ..., bairro .......,
cidade......, estado, CEP: ........, mediante os pressupostos fáticos e jurídicos
que passa a expor:

l – DOS FATOS

Na data de 05/10/2020 o autor estava na condução de seu veículo,


modelo Onix sedan, marca Chevrolet, ano 2020, placa ABC1D38, onde exerce
a função profissional de taxista no Rio de Janeiro.
Ocorre que, no fatídico dia por volta das 8 (oito) horas da manhã, o réu
na condução de seu veículo Meriva, marca Chevrolet, ano 2017, placa
ERT4Y22, avançou o sinal vermelho no cruzamento da Av. Presidente Vargas,
nº 500, esquina com a Rua de Santana, no mesmo Estado supracitado, vindo a
colidir com o veículo do autor.
Registre-se que no dia da colisão o autor realizou o BRAT (Boletim de
Registro de Acidente de Trânsito), onde ficou constatado que o réu fora o
responsável por ocasionar o acidente, bem como recebeu atendimento dos
bombeiros, conforme documentos do dia do acidente.
Destarte que na ocasião o réu comprometeu-se de realizar o pagamento
dos consertos do carro do autor, porém, desde o dia do acidente vem se
esquivando para arcar com os prejuízos ocasionados ao autor.
Revela dizer que o autor não podendo permanecer com o veículo de sua
subsistência parado devido a colisão, realizou o conserto de seu carro no
valor de R$ 3.000,00 (três mil reais), contudo, ficou sem trabalhar e
consecutivamente sem auferir valores devido ao carro permanecer na oficina
durante 10 (dez) dias, deixando de receber as diárias, no valor de R$ 100,00
(cem reais) cada, perfazendo total de R$1.000,00 (hum mil reais), segundo a
tabela de diária dos taxistas do Estado do Rio de Janeiro.
Contudo até o presente momento o autor não conseguiu receber os
valores do conserto de seu veículo, bem como suas diárias, muito embora
tenha tentado contato com o réu via e-mail, carta registrada e conversas por
aplicativo de mensagem WhatsApp, porém, sem sucesso.
Não se pode olvidar que tais fatos acarretaram abalos emocionais e
psicológicos a parte autora, rompendo ao extremo com sua honra subjetiva, o
que de forma cristalina e incontestável ultrapassa e extrapola o limite da moral,
razoabilidade e proporcionalidade da dignidade da pessoa humana.
Conforme se nota os fatos, através do boletim de registro de ocorrência
de transito (BRAT), o réu foi responsável pelo acidente, por avançar com seu
veículo sob sinal vermelho, com eminente risco, sem observar os cuidados
indispensáveis à segurança no trânsito, colocando em perigo todos que no
local se encontravam, em principal o autor exposto a conduta de tamanha
imprudência pelo réu, que foi impossibilitado de qualquer ato de defesa para
impedir a colisão, tornando-se vítima indefesa e maior prejudicada.
Pelos fatos e fundamentos acima expostos, não restou à parte autora
alternativa a não ser recorrer a este D. Juízo a fim de obter a tutela
jurisdicional.

ll – DOS DANOS MATERIAIS E LUCROS CESSANTES

Quanto aos danos é inegável que após o acidente, o autor teve prejuízos
materiais que acarretaram transtornos financeiros de impacto profundo em sua
subsistência, além de aborrecimentos e mal-estar mediante cobranças de seus
credores, não atendimento de seus clientes e impossibilidade de honrar com
suas despesas fixas.
Além do prejuízo material, sofreu prejuízo também deixando de lucrar
com os dias que ficou impossibilitado de laborar, causando perdas e danos ao
autor conforme trata os artigos do Código Civil, In verbis:
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (Arts.186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.
§ único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente
de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade
normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua
natureza, risco para os direitos de outrem.

Corroborando com o acima exposto sobre o caso em tela, trata-se este


de evidente perdas e danos, previsto no C.C, em seus arts. in verbis:
“Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei,
as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele
efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar;

“Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do


devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os
lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do
disposto na lei processual;

Ill – DO DANO MORAL

Como se não bastasse todos os danos ocasionados ao autor, não houve


nenhum comprometimento em honrar com a promessa em ressarci-lo, apenas
a sua omissão mediante tamanha irresponsabilidade civil.

Consoante preceitua o artigo 5º, inciso X, da Constituição Federal, in


verbis:
X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem
das pessoas, assegurado o direito à indenização por dano material
ou moral decorrente de sua violação.”

Ainda, prevê o artigo 28 do Código de Trânsito Brasileiro que “o condutor


deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e
cuidados indispensáveis à segurança do trânsito”, restando patente que o réu
agiu em desacordo com as recomendações legais, não observando os
cuidados mínimos essenciais à segurança no trânsito.

Assim agindo, isto é, sem atentar-se ao semáforo, o réu deixou de


observar também o que prescreve o Art. 208 CTB:
Avançar o sinal vermelho do semáforo ou o de parada obrigatória,
exceto onde houver sinalização que permita a livre conversão à direita prevista
no art. 44-A deste Código:
(Redação do caput dada pela Lei n. 14.071/20, em vigor a partir de 12ABR21)

Evidente, portanto, que, por negligência, o réu causou danos ao autor.


O valor deve ser arbitrado de forma a não dar ensejo ao enriquecimento
de ninguém, mas suficiente à reparação do dano. Se não for fixada em valor
razoável, estimula a que o ofensor que macula a honra e dificulta a vida social
de uma pessoa, acabe saindo praticamente ileso.
O objetivo desta indenização é punir o infrator e compensar a vítima pelo
dano sofrido, atendendo desta forma à sua dupla finalidade: a justa
indenização do ofendido e o caráter pedagógico em relação ao ofensor.
Portanto, nesse caso, não indenizar o dano moral seria deixar sem
reparação um direito, e por outro lado, permitir que atos ilícitos fiquem impunes.
Sendo certo que, a conduta do réu se provou como devido ato ilícito.

V – CONCLUSÃO E PEDIDO

Em face do exposto de forma cristalina, torna-se demonstrada a


indiscutível a conduta omissa e irresponsável da parte ré. Nessas condições, e
confiando na sensibilidade jurídica e experiência profissional que notabilizam V.
Exa., espera e requer a parte autora, à luz da Lei e do melhor direito, o
seguinte:

a) A citação do demandado no endereço preambularmente declinado para


comparecer à audiência de conciliação, sob pena de revelia e confissão ficta da
matéria de fato e julgamento antecipado da lide;

b) Que determine a inversão do ônus da prova em favor da parte autora,


conforme preconiza o artigo 373 e 374 do Código Processual Civil de 2015;

c) Seja julgado procedente o pedido para a ré RESTITUIR a título de danos


materiais o valor de R$ 3.000,00 (três mil reais), referente aos danos causados
no veículo do autor, corrigidos e atualizados monetariamente, em favor da
parte autora;

d) Requer a condenação do reclamado ao pagamento de lucros cessantes ao


autor, no montante de R$ 1.000,00 (hum mil reais), relativo a 10 (dez) dias no
qual o veículo permaneceu em manutenção, segundo a tabela de diárias dos
taxistas do Estado do Rio de Janeiro.

e) Seja julgado procedente o pedido para INDENIZAR a parte autora o valor


de R$ 10.000,00 (dez mil reais) pelos danos morais que a ré causou diante de
todos os fatos aqui narrados.

VI – DAS PROVAS
Requer a produção de todos os meios de provas em direito admitido,
especialmente documentais suplementares.

Vll – DO VALOR DA CAUSA


Atribui-se a causa, para efeito de alçada o valor de R$ 14.000,00
(quatorze mil reais).

Nestes termos, pede deferimento.


Local e data.
Advogado
OAB

1-A 2- C 3- D 4- A 5- A

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