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Nestes Termos,
E. Deferimento.
São Paulo, 14 de July de 2023.
RAZÕES DE RECURSO DE
REVISTA
EGRÉGIO TRIBUNAL,
COLENDA TURMA,
PRELIMINAR
I.1. Do Cabimento do Recurso
I.2.2. Tempestividade
I.2.3. Preparo
DA TRANSCENDÊNCIA
...
Da indenização por danos morais
Impõe, de plano, salientar que a reparação por danos de ordem imaterial depende de
prova consistente da existência de ilícito praticado pela reclamada, que tenha
transcendido os limites da relação obrigacional estabelecida entre as partes, de modo
a causar ao trabalhador constrangimento, vexame ou violação a atributos de sua
personalidade.
Houve, isso é inegável, dissabores pelo ocorrido, como o possível susto com a colisão, a
espera pelo guincho para remover o veículo do local e por outro meio de transporte
para que os empregados fossem de lá deslocados, o que, contudo, por si só, não
caracteriza dano moral.
Nego provimento.
...
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os autos.
ACORDAM os Magistrados integrantes da 1ª Turma do Tribunal Regional do
Trabalho da 4ª Região: por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO
ORDINÁRIO DA RECLAMADA, Radiante Engenharia de Telecomunicações Ltda.
Intime-se.
Porto Alegre, 18 de novembro de 2020 (quarta-feira).
RELATÓRIO
Inconformada com a sentença de parcial procedência (Id 21bb2be), proferida pelo
Juiz Gustavo Fontoura Vieira, a reclamada recorre.
Busca a reforma quanto à prescrição e à indenização por dano moral e estético
decorrentes de acidente de trabalho (Id 2e57e1e).
Com contrarrazões do reclamante (Id 7a19aaa), os autos são remetidos a este
Tribunal para julgamento.
É o relatório.
FUNDAMENTAÇÃO
RECURSO DA RECLAMADA
1. PRESCRIÇÃO
O Juiz de primeiro grau afastou a prescrição quinquenal ventilada pela reclamada,
por entender que não houve consolidação das lesões à época do infortúnio ou no laudo
médico realizado em 2012.
A reclamada não se conforma. Alega que estão fulminadas pela prescrição as parcelas
exigíveis anteriores a 05.09.2012, inclusive aquelas relacionadas ao acidente de
trabalho sofrido no dia 25.02.2010. Invoca o art. 7º, XXIX, da CF. Sustenta que "o
pretenso direito do autor em relação aos danos ora postulados, nasceu no dia em que
ocorrido o acidente". Não sendo este o entendimento, aduz que "o Auto de Exame
Complementar de Lesões Corporais, elaborado no dia 16/03/2012 pelo Posto Médico
Legal de Uruguaiana, deixa claro que as lesões decorrentes do acidente de trabalho
estão consolidadas". Refere que "a alta previdenciária do Recorrido se deu em
fevereiro de 2012". Transcreve jurisprudência. Pede a reforma.
Analiso.
O reclamante foi admitido pela reclamada em 19.11.2009, na função de Cabista, e
despedido em 28.12.2016, conforme CTPS (Id eefa96e). Ele sofreu acidente de
trabalho típico em 25.02.2010, tendo sido emitida a CAT respectiva (Id 408fee2).
Quanto ao prazo prescricional aplicável a tais pretensões indenizatórias, entendo que
é definido pela natureza jurídica do direito material, de forma que a prescrição
aplicável ao caso não pode ser outra que não a trabalhista, prevista no art. 7º, XXIX,
da CF.
Neste sentido, inclusive, a Súmula nº 91 deste Tribunal Regional, in verbis:
PRESCRIÇÃO. ACIDENTE DO TRABALHO OU DOENÇA A ELE
EQUIPARADA. Aplica-se o prazo prescricional previsto no artigo 7º, XXIX, da
Constituição Federal à pretensão de pagamento de indenização por danos
patrimoniais e extrapatrimoniais decorrentes de acidente do trabalho ou de
doença a ele equiparada ocorridos após a edição da Emenda Constitucional nº
45/2004.
Afirma o autor que, no curso do contrato de trabalho, sofreu sinistro com seu
automóvel, em 25.02.2010, quando em deslocamento para cidade de Uruguaiana.
Do acidente resultou falecimento de um colega de trabalho e o autor sofreu
fratura cominutiva do fêmur direito, desde então passou a sofrer com problemas
de dores em sua perna além de problemas psicológicos, resultantes desta tragédia.
Descreve as consequências do acidente: sinais de osteopenia na articulação do
joelho, fratura cominutiva da diáfise femoral proximal e média, presença de
material de osteossíntese (haste intramedular e parafusos metálicos) no colo do
fêmur e diáfise femoral, fratura da extremidade distal do rádio com colocação de
placa e parafusos, controle de osteossíntese cirúrgica com colocação de parafuso
intramedular no fêmur proximal. O trabalhador desempenhava a função de
Encarregado de Obra III, na época do acidente. O reclamante vem sofrendo
fortes dores na perna em virtude do acidente sofrido, convivendo até os dias de
hoje com esta forte dor. Cogita agravamento do quadro clínico. No caso dos
autos, resta incontroversa o liame concausal no que pese ao agravamento do
quadro de saúde do trabalhador, mais precisamente em razão das atividades
laborais desempenhadas ao longo do contrato. Postula indenização por dano
moral e material, no importe de R$ 60.000,00.
Provimento negado.
(https://pje.trt4.jus.br/consultaprocessual/detalhe-processo/0021084-
62.2017.5.04.0701/2#75ec240)
DO MÉRITO
É o relatório.
VOTO
Acórdão
DA MATÉRIA
Em igual sentido:
Nestes termos.
E. deferimento.
São Paulo, 14 de July de 2023.