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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DO EGRÉGIO

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2ª REGIÃO DO ESTADO DE SÃO


PAULO

RECLAMATÓRIA TRABALHISTA NÚMERO XXXX

Pandora Indústria Metalúrgica Ltda. já qualificado nos autos da


Ação trabalhista que promove contra Ricardo Clemente., por seus procuradores,
inconformado com o r. Acórdão, vem, tempestivamente, interpor RECURSO DE
REVISTA, com base no artigo 896, alíneas "a", "b" e "c" da CLT, pelas razões
em anexo, requerendo seja o mesmo, após as providências de estilo,
encaminhado ao Tribunal Superior do Trabalho.

Requer seja recebido o recurso, com a intimação da parte


contrária para contrarrazões. Para efeito de interposição do recurso, informa ser
o recorrente beneficiário da AJG, razão pela qual deixa de juntar as guias de
custas, bem como as guias referentes ao depósito recursal.

Nestes termos, pede e espera deferimento.

São Paulo/SP, XX de XXX de 202X

Natasha Campos

OAB 8676314
Reclamatória trabalhista número:

RECORRENTE: Pandora Indústria Metalúrgica Ltda.

RECORRIDO: Ricardo Clemente

TRIBUNAL DE ORIGEM TRT 2ª REGIÃO

EGRÉGIO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO

Em Acórdão os Magistrados integrantes da turma do Egrégio


Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região entenderam por negar provimento
ao recurso do recorrente. Todavia, com a máxima vénia, não se conforma o
Recorrente e busca a reforma do julgado

As matérias que constam no presente recurso encontram-se


devidamente pré questionadas, segundo estabelece o enunciado da Súmula nº
297 do Tribunal Superior do Trabalho. De tal modo, seguem as razões para
modificar o teor do r. Acórdão, conforme passa a ser demonstrado.

RAZÕES DO RECORRENTE:

DA TRANSCENDÈNCIA - ART. 896-A DA CLT:

De modo a preencher o novo requisito de admissibilidade dos


Recursos de Revista inserido na CLT por meio da Lei nº 13.467/2017 o
Recorrente ratifica o exposto naquele instrumento recursal, de modo que passa
a demonstrar o preenchimento dos indicadores de transcendência prescritos no
§ 1º do artigo 896-A da CLT.
Dispõe o referido artigo que na verificação da ocorrência da
transcendência, será verificado se, no caso, estão envolvidas questões
relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que
ultrapassem os interesses individuais da causa.

De acordo com o disposto no § 1º do artigo 896-A da CLT, o


Recorrente salienta que a presente demanda se trata de questão de grande
repercussão, porque o tema discutido tem uma relevância que transcende ao
caso em análise, sendo de interesse de todos os jurisdicionados, e não somente
da presente relação processual. Assim, resta atendido o requisito constante no
§ 1º do artigo 896-A da CLT.

Conforme constante no Art.896-A, § 1º, inciso II, há indicador de


transcendência política quando há o "desrespeito da instância Agravada à
jurisprudência sumulada do Tribunal Superior do Trabalho", situação presente
neste recurso à medida que o Recorrente expôs contrariedade à Súmula do TST
(Súmula nº 428). O Recorrente alegou, outrossim violação ao art. 137 da CLT,
bem como divergência jurisprudencial entre os Tribunais Regionais do Trabalho.

Deve ser destacado que o acórdão recorrido é contrário à


Súmula do TST, bem como em relação ao que dispõe outros Tribunais
Regionais, pode refletir no desalento de outros trabalhadores buscarem o seu
Direito na Justiça. Resta demonstrado, desse modo, que a decisão que se busca
com o presente recurso transcende ao Direito do Recorrente, sendo importante
também para a sociedade, de modo a garantir a segurança jurídica a todos os
trabalhadores, como restará esmiuçado nos tópicos específicos da presente
peça recursal.

No presente caso verifica-se que a decisão do E. Tribunal


Regional do Trabalho da 4ª Região não está de acordo com o entendimento
sumulado do TST, bem como, de outros Tribunais Regionais. Assim,
demonstrada transcendência nos aspectos social e político, REQUER
Recorrente que o presente Recurso de Revista seja conhecido e, ao final
provido, após análise de cada pedido em tópico próprio.
1-SINTESE DO ACÓRDÃO A SER REFORMADO:

A decisão de Segundo Grau foi no sentido de confirmar a


sentença proferida pelo juízo de primeiro grau

A reclamante laborava como atendente em uma loja de


conveniência em um posto de gasolina, sempre de segunda à sexta-feira,
sempre das 7 às 16 horas

Por anos de labor, a reclamada sempre efetuou o pagamento


correto do adicional de periculosidade. Entretanto a partir do mês de janeiro de
2015 deixou de efetuar os pagamentos do adicional.

Dessa forma, a recorrente ajuizou a presente reclamatória


trabalhista requerendo o pagamento do adicional de insalubridade e seus
reflexos.

Insta ressaltar, que a presente reclamatória trabalhista houve


perícia. Contudo, segundo se denota na sentença atacada, o juízo julgou
improcedente os pedidos da reclamante, acolhendo o argumento do recorrido de
que os funcionários não estavam expostos a condições de risco.

Com toda vênia, entende o Recorrente que a reforma do


Acórdão é a medida que se impõe razoável, conforme passa a expor.

1.1 CONTRARIEDADE AO DISPOSTO AO ARTIGO 193 DA CLT; NR 15 DA


LEI FEDERAL 3214/78

O Acordão recorrido, conforme já mencionado, traz uma


contrariedade direta a Lei Federal, como visto, o adicional de periculosidade é
devido ao trabalhador que é exposto ao risco, cumpre transcrever o texto da lei:
Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas,
na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do
Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos
de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição
permanente do trabalhador a:

I- inflamáveis, explosivos ou energia elétrica;

Conforme se deprende os autos, o recorrente laboravam em um


aloja de conveniência em um posto de combustível localizada em um posto de
combustível, sujeito a exposição permanente de produtos inflamáveis. Fato este
que o empregador reconheceu no momento que efetuava todo mês o seu
pagamento, deixando de efetuar o pagamento em janeiro de 2015 sem nenhum
motivo aparente.

As decisões das instâncias superiores levaram em consideração


a perícia realizado no posto, ocorre que a súmula 453 do TST é clara ao
expressar a dispensabilidade de prova técnica, exigida pelo artigo 195 da CLT,
nos casos em que o pagamento do adicional de periculosidade seja feito
espontaneamente pela empresa.

1.2 - I DECISÃO PARADIGMA:

No que se refere à incidência do adicional de periculosidade em recente decisão


do Egrégio Tribunal do Trabalho da 4ª Região entendeu da seguinte forma:

EMENTA ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. Comprovado o


labor, pela reclamante, em área considerada de risco por
inflamáveis, é devido o pagamento do adicional de
periculosidade e reflexos, na forma como decidido na origem.
Inteligência do art. 3, 1 da CLT. (TRT da 4 degrees Região, 1
Turma, 0021675-69.2017.5.04.0007 overline 5 -69 ROT, em
14/02/2020, Desembargadora Rosane Serafini Casa Nova)

Na esteira de diversos precedentes do Tribunal Superior do


Trabalho em que entende que é devido o pagamento do adicional de
insalubridade.

2- DOS PEDIDOS

ANTE O EXPOSTO, o recorrente respeitosamente postula à


Vossa Excelência o recebimento e conhecimento do presente Recurso de
Revista, com o seu processamento e o envio à Superior Instância para posterior
provimento, no sentido de REFORMAR O ACÓRDÃO, nos moldes das razões
recursais aqui demonstradas.

Nestes termos pede deferimento

São Paulo/SP, XX de XXX de 202X

Natasha Campos

OAB 8676314

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