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Pedro Malasartes trabalhou para a empresa Mazzaropi Mudanças como


coordenador de planejamento. No final de 2022, foi dispensado sem justa
causa. Após a dispensa, ajuizou reclamação trabalhista pelo rito sumaríssimo
em face de sua ex-empregadora.

O reclamante apresentou pedidos líquidos, postulando: adicional noturno


pelas horas extras laboradas no período diurno, adicional de periculosidade de
30% sobre o salário base do reclamante, em razão da exposição à inflamáveis e
a nulidade da dispensa com a subsequente reintegração ao trabalho, pois, quando
desligado da empresa, era membro suplente da CIPA, eleito pelos empregados.

A reclamada apresentou sua contestação e o juiz, em audiência, determinou


a produção da prova pericial.

O perito, nomeado pelo juízo, juntou o laudo aos autos. Nele, concluiu que o
contato do reclamante com inflamáveis era apenas de forma intermitente.

Foi proferida sentença julgando improcedentes todos os pedidos. Segundo o


juiz, apesar de restar comprovado que o reclamante cumpria toda a sua jornada
no período noturno e, depois disso, fazia uma hora extra no período diurno, de
segunda a sexta-feira, durante todo o período contratual, o adicional noturno é
indevido quanto às horas laboradas no período diurno, nos termos do art. 73, §4º,
da CLT. O adicional de periculosidade é igualmente improcedente porque o
contato do reclamante com inflamáveis era meramente intermitente, como
demonstrou o laudo pericial. Por fim, decidiu por negar o pedido de nulidade da
dispensa e reintegração, pois embora tenha sido eleito pelos empregados, o
reclamante era suplente, não tendo direito à estabilidade prevista no art. 10, II, “a”,
do ADCT.

O juízo ainda arbitrou as custas processuais no importe de 2% sobre o valor


da causa.

Contra a decisão proferida pelo juízo de primeiro grau, o reclamante,


tempestivamente, interpôs recurso ordinário, impugnando integralmente a

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condenação imposta na sentença, recolhendo as custas processuais.

O Tribunal Regional do Trabalho entendeu por conhecer do apelo do


reclamante e negar-lhe provimento ao recurso ordinário.

Na qualidade de advogado do reclamante, considerando que a decisão foi


publicada ontem e que não cabem embargos de declaração, formule a peça
processual cabível.

Obs.: A peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser
utilizados para dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do
dispositivo legal não confere pontuação.

Nos casos em que a lei exigir liquidação de valores, não se faz necessária a
apresentação pelo Examinando, admitindo-se que o escritório possui setor próprio
ou contratado especificamente para tal fim. (Valor: 5,00)

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RESOLUÇÃO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR


PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO
DA ___ REGIÃO

Processo nº

PEDRO MALASARTES, já qualificado nos autos em epígrafe, em


que contende com MAZZAROPI MUDANÇAS, também qualificada, vem,
respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu
advogado abaixo assinado, com fulcro no art. 896, § 9º, da CLT,
INTERPOR:

RECURSO DE REVISTA
para o Colendo Tribunal Superior do Trabalho.
Encontram-se presentes todos os pressupostos de
admissibilidade deste recurso, dentre os quais se destacam:
a) as custas processuais: recolhidas quando da interposição do recurso
ordinário. Frisa-se que não houve acréscimo no valor das custas e,
portanto, não há valor algum a ser recolhido;
b) a tempestividade: o recurso foi interposto no prazo de 8 dias úteis,
contados da publicação do acórdão.
c) o prequestionamento: a matéria objeto do recurso está
prequestionada, uma vez que foi tratada no acórdão impugnado, nos
termos da Súmula 297 do Colendo TST;
d) a transcendência: a causa oferece transcendência com relação aos
reflexos gerais de natureza política, visto que a decisão recorrida foi
proferida com desrespeito à súmula do TST, nos moldes do art. 896-
A, § 1º, II, da CLT.
Diante do exposto, requer o recebimento do presente recurso, a

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intimação da outra parte para apresentar as contrarrazões ao recurso de
revista no prazo de 8 dias, conforme determina o art. 900 da CLT, e a
posterior remessa ao Colendo Tribunal Superior do Trabalho.
Nestes termos,
pede deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB n°

AO COLENDO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO

RAZÕES DO RECURSO DE REVISTA

I – MÉRITO

01. Adicional noturno

O Egrégio TRT manteve a sentença que julgou improcedente o


pedido de adicional noturno. Reconhece que ficou comprovado que o
reclamante cumpria toda a sua jornada no período noturno e, depois
disso, fazia uma hora extra no período diurno, de segunda a sexta-feira,
durante todo o período contratual. Apesar disso, julgou improcedente o
pedido de adicional noturno quanto às horas laboradas no período diurno,
nos termos do art. 73, §4º, da CLT. Verifica-se, a seguir, pelo trecho do
acórdão recorrido, que a matéria está prequestionada: “...”.

Tal decisão caracteriza divergência jurisprudencial. Observe-se:

O item II da Súmula 60 do TST institui o seguinte: “Cumprida


integralmente a jornada no período noturno e prorrogada esta, devido é
também o adicional quanto às horas prorrogadas.”

Apesar de a Súmula 60, II, do TST estabelecer que é devido o


adicional pela prorrogação da jornada cumprida integralmente no período

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noturno, o juízo “a quo” posicionou-se de forma contrária, julgando
improcedente o pedido do autor. Esclarece-se que o reclamante não
laborava em horários mistos, em que uma parte de sua jornada contratual
ocorre no período diurno e outra no período noturno, logo o art. 73, § 4º,
da CLT, citado como fundamento para a decisão não se aplica ao
presente caso. O reclamante cumpria sua jornada integralmente no
período noturno e, depois disso, ainda fazia uma hora extra no período
diurno, sendo devida quanto a esta última o adicional noturno, como
determina a súmula 60, II, do TST.

Não se pode admitir decisão regional contrária ao entendimento


consolidado do Colendo TST.

Diante do exposto, requer a reforma do acórdão para julgar


procedente o pedido de adicional noturno quanto à hora extra laborada
no período diurno.

02. Adicional de periculosidade

O Egrégio TRT manteve a sentença que julgou improcedente o


pedido de adicional de periculosidade porque o contato do reclamante
com inflamáveis era meramente intermitente, como demonstrou o laudo
pericial. Verifica-se, a seguir, pelo trecho do acórdão recorrido, que a
matéria está prequestionada: “...”.

Tal decisão caracteriza divergência jurisprudencial. Observe-se:

O item I da Súmula 364 do TST institui o seguinte: “Tem direito ao


adicional de periculosidade o empregado exposto permanentemente ou
que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco. Indevido,
apenas, quando o contato dá-se de forma eventual, assim considerado o
fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente
reduzido.”

Apesar de a Súmula 364, I, do TST estabelecer que é devido o

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adicional de periculosidade ao empregado exposto de forma intermitente
a condições de risco, o juízo “a quo” posicionou-se de forma contrária,
julgando improcedente o pedido.

Não se pode admitir decisão regional contrária ao entendimento


consolidado do Colendo TST.

Diante do exposto, requer a reforma do acórdão para que seja


julgado procedente o pedido de adicional de periculosidade.

03. CIPA

O Egrégio TRT manteve a sentença que julgou improcedente o


pedido de nulidade da dispensa e reintegração, pois, embora o
reclamante tenha sido eleito pelos empregados, era suplente, o qual não
tem a estabilidade prevista no art. 10, II, “a”, do ADCT. Verifica-se, a
seguir, pelo trecho do acórdão recorrido, que a matéria está
prequestionada: “...”.

Tal decisão caracteriza divergência jurisprudencial. Observe-se:


O item I, da Súmula 339, do TST, determina o seguinte: “O suplente da
CIPA goza da garantia de emprego prevista no art. 10, II, "a", do ADCT a
partir da promulgação da Constituição Federal de 1988.”

Apesar de a Súmula 339, I, do TST estabelecer que o membro da


CIPA eleito pelos empregados como suplente tem estabilidade no
emprego, o juízo “a quo” posicionou-se de forma contrária, julgando
improcedente o seu pedido de nulidade da dispensa e reintegração por
ser suplente.

Não se pode admitir decisão regional contrária ao entendimento


consolidado do Colendo TST.

Diante do exposto, requer a reforma do acórdão para julgar


procedente o pedido do reclamante.

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II – REQUERIMENTOS FINAIS

Diante do exposto, requer o conhecimento do presente recurso e,


no mérito, o provimento do recurso para fins de reforma do acórdão nos
itens supramencionados.

Nestes termos,

pede deferimento.

Local e data.

Advogado

OAB n°

Espelho de Correção

FAIXA DE ATENDIMENTO
QUESITOS AVALIADOS
VALORES AO QUESITO

ESTRUTURA – Indicação do recurso de revista da


empresa (0,25), nos termos do art. 896, § 9º, da CLT
0,00/ 0,25/
(0,25). – Direcionamento do recurso ao Desembargador
0,50/ 0,75/1,0
Presidente Do Egrégio Tribunal Regional Do Trabalho
(0,25) e destinação das razões recursais ao TST (0,25).

Indicação da tempestividade (0,25), demonstração de


0,00 / 0,25 /
que a matéria se encontra prequestionada (0,25) e
0,50/ 0,55/ 0,80
demonstração da transcendência (0,30).

ADICIONAL NOTURNO
O adicional noturno é devido quanto às horas extras 0,00/ 0,40/
feitas no período diurno após o cumprimento integral da
jornada de trabalho no período noturno (0,50). 0,90
Indicação da Súmula 60, II, do TST (0,40).

Adicional de periculosidade –
É devido o adicional de periculosidade ao empregado 0,00/ 0,40/
exposto de forma intermitente a condições de risco
(0,50). 0,90

Indicação da Súmula 364, I, do TST (0,40).

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FAIXA DE ATENDIMENTO
QUESITOS AVALIADOS
VALORES AO QUESITO

CIPA -
O membro da CIPA eleito pelos empregados, ainda que 0,00/ 0,40/
suplente, tem estabilidade no emprego (0,40) 0,90
Indicação da Súmula 339, I, do TST (0,40).

REQUERIMENTOS FINAIS – Conhecimento do presente


recurso (0,20) e provimento do recurso para fins de 0,00/ 0,20/ 0,40
reforma do acórdão (0,20).

FECHAMENTO DA PEÇA – Data, Local, Advogado, OAB


no... (0,20). 0,00/ 0,20

TOTAL

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QUESTÃO 1

Abre Muros Construtora S/A dispensou Pedro, depois de 4 anos de


trabalho como pedreiro. A dispensa ocorreu por justa causa, porque Pedro
levava para sua casa sacos de argamassa e de cal que deveriam ser utilizados
nas obras e os vendia para terceiros.

Pedro não aceitou a dispensa e ajuizou reclamação trabalhista, em que


requereu o pagamento de horas extras, a anulação da justa causa e o
consequente acerto das verbas devidas em uma dispensa sem justa causa.

A audiência ocorreu no dia 17/09/2022 e, na hora designada, as partes


foram apregoadas e sentaram-se à mesa de audiências.

Iniciados os trâmites, o preposto foi indagado pelo juiz acerca de seu


vínculo com a empresa. Esclareceu, então, que é empregado da Estação da
Faxina Ltda., empresa terceirizada que presta serviços para a Abre Muros
Construtora, sendo ele um dos responsáveis pela limpeza e conservação da
sede e das obras da construtora.

Diante disso, o advogado de Pedro logo requereu a aplicação da revelia,


já que a empresa é uma sociedade anônima e, por este motivo, deveria estar
representada por um empregado da própria empresa e não por um terceirizado.

Com base no exposto, responda às indagações a seguir.

A) Quanto ao requerimento de aplicação da revelia, você, como


advogado da Abre Muros Construtora Ltda., sustentaria qual tese jurídica?
Justifique. (Valor: 0,65)

Resposta: Sustentaria que o preposto não precisa ser empregado da empresa,


nos termos do art. 843, § 3º, da CLT.

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B) De que modo, na legislação trabalhista, a alegação de desvio dos
materiais da empresa para venda a terceiros deve ser juridicamente qualificada?
Justifique. (Valor: 0,60)

Resposta: O desvio dos sacos de argamassa e cal da empresa deve ser


juridicamente qualificado como ato de improbidade, à luz do art. 482, “a”, da CLT.

FAIXA DE
QUESITOS AVALIADOS NOTA
VALORES

ITEM A. Que o preposto não precisa ser empregado


(0,55). Indicação do art. 843, § 3º, da CLT (0,10). 0,00/ 0,55/ 0,65

ITEM B. Ato de improbidade (0,50). Indicação do art.


482, “a”, da CLT (0,10) OU 0,00/ 0,50/ 0,60

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QUESTÃO 2

Iago Insensato trabalhou como auxiliar de almoxarifado na Tudo Aqui


Mercados por 3 anos. Um ano após ter sido dispensado sem justa causa, Iago
ingressou com reclamação trabalhista pleiteando o pagamento de horas extras.
A ação foi distribuída e a audiência designada. No dia marcado, estiveram
presentes o preposto e o advogado da empresa, mas Iago Insensato
simplesmente não compareceu e não apresentou qualquer justificativa. Passado
um ano e meio, Iago decidiu ajuizar nova ação contra a ex-empregadora,
postulando não só as mesmas horas extras, mas também adicional de
periculosidade. A mesma reclamação postulando novamente horas extras e
adicional de periculosidade foi distribuída e a audiência designada. Na data
marcada, compareceram apenas o preposto e o advogado da empresa. Na data
marcada, compareceram apenas o preposto e o advogado da empresa. Iago não
foi e não apresentou justificativa. Quinze dias depois, Iago ajuizou, mais uma
vez, a mesma ação.

Diante disso, na qualidade de advogado(a) da ré, responda aos itens a


seguir.

A) Na qualidade de advogado da empresa, além de apresentar defesa


quanto ao mérito propriamente dito dos pedidos, o que mais deverá alegar na
melhor defesa de seu cliente também quanto à prejudicial de mérito? Justifique.
(Valor: 0,60)

Resposta: Na melhor defesa do meu cliente, devo alegar a prescrição quanto


ao pedido de adicional de periculosidade, pois a primeira demanda interrompeu
o curso do prazo prescricional apenas do pedido de horas extras, nos termos da
Súmula 268 do TST e do art. 11, § 3º, da CLT.

B) Qual o fenômeno jurídico processual ocorrido a partir do


arquivamento da segunda ação? É possível o ajuizamento da terceira ação?.
Justifique. (Valor: 0,65)

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Resposta: O fenômeno jurídico processual observado é a perempção. Diante
de sua ocorrência, com base no art. 732 da CLT, não é possível o ajuizamento
da terceira ação, pois, quando o reclamante dá causa a dois arquivamentos
seguidos do processo por não comparecer em audiência, deve aguardar seis
meses para ajuizar nova reclamação.

FAIXA DE
QUESITOS AVALIADOS NOTA
VALORES

ITEM A. A. prescrição do pedido de adicional de


periculosidade (0,50). Citação da Súmula 268 do TST OU 0,00/ 0,50/ 0,60
do art. 11, § 3º, da CLT (0,10).

ITEM B. Em razão da perempção, não é possível o


ajuizamento antes de seis meses (0,55). Citação do art. 0,00/ 0,55/ 0,65
732 da CLT (0,10).

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QUESTÃO 3

Para comporem a CIPA da Boys PetSitter Ltda., Chrystian foi indicado


pelo empregador e Ralf, eleito pelos empregados. Ambos, que também
trabalhavam juntos no mesmo setor, tomaram posse no mesmo dia. Pouco
tempo depois, foram dispensados pela empregadora. Inconformados,
ingressaram com uma reclamação trabalhista plúrima com pedido comum de
reintegração. Diante dessa situação, como advogado(a) da Boys PetSitter Ltda.,
atendendo ao que dispõe a Lei e observando o entendimento consolidado do
TST, responda aos itens a seguir.

A) Que tese jurídica sustentaria em relação à situação retratada para


a defesa da sua cliente? (Valor: 0,65)

Resposta: Sustentaria que Chrystian não é portador de garantia no emprego,


porque não foi eleito pelos empregados, mas sim indicado pelo empregador.
Somente os membros eleitos possuem garantia, na forma do art. 10, II, alínea
“a”, do ADCT e do art. 165 da CLT.

B) Esclareça sobre a viabilidade do litisconsórcio ativo entre Chrystian


e Ralf, declinando os requisitos legais para que isso aconteça na Justiça do
Trabalho. (Valor: 0,60)

Resposta: O litisconsórcio ativo, ou reclamação plúrima, entre Chrystian e Ralf


é possível porque há identidade de matéria e o empregador/sociedade
empresária é o mesmo, cumprindo assim as exigências do art. 842 da CLT.

FAIXA DE
QUESITOS AVALIADOS NOTA
VALORES

ITEM A. Que somente os eleitos pelos empregados são


portadores de garantia no emprego (0,55). Indicação do 0,00/ 0,55/ 0,65

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FAIXA DE
QUESITOS AVALIADOS NOTA
VALORES

ADCT, art. 10, inciso II, alínea “a” OU do art. 165 da CLT
(0,10).

ITEM B. Seria possível a reclamação plúrima


(litisconsórcio ativo), porque há identidade de matéria e
0,00/ 0,50/ 0,60
se trata do mesmo empregador/sociedade empresária
(0,50). Indicação do art. 842 da CLT (0,10).

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QUESTÃO 4

Johnson & Thompson, grande multinacional atuante no mercado


brasileiro de produtos de higiene pessoal há anos, desejando fazer uma redução
de 15% em seu quadro de funcionários, ofertou unilateralmente um programa de
incentivo ao desligamento voluntário em outubro de 2021. De acordo com as
regras, quem optasse por aderir ao programa receberia: a indenização normal
prevista na Lei mais 1 salário e 1/2 por cada ano de trabalho na empresa.

Jaime Wood, empregado da multinacional há 15 anos, já cansado da


rotina estressante do seu trabalho, gostou da ideia e aderiu ao programa em
novembro de 2021, quando seu contrato foi rompido. Jaime recebeu
corretamente a indenização prometida, mas, quinze dias depois, ajuizou
reclamação trabalhista, alegando que sofreu uma redução salarial unilateral
indevida em março de 2012. O fato é que, até fevereiro de 2012, Jaime recebia
R$ 6.100,00 (seis mil e cem reais). No mês seguinte, passou a receber R$
5.500,00 (cinco mil e quinhentos reais), sem qualquer justificativa por parte da
empresa. Na inicial, Jaime, então, requereu a diferença salarial de abril de 2012
até o término do seu contrato em novembro de 2021. Considerando os fatos
narrados, a previsão da CLT e o entendimento consolidado do TST, responda
aos itens a seguir.

A) Caso a empresa trouxesse na contestação a preliminar de quitação


pela adesão ao programa de desligamento voluntário, que alegação você, como
advogado de Jaime, sustentaria em réplica a essa preliminar? Justifique. (Valor:
0,65)

Resposta: Como advogado de Jaime, em relação à preliminar de quitação,


sustentaria que o plano não foi previsto em norma coletiva, motivo pelo qual não
tem o efeito de liberação total do ex-empregador, na forma do art. 477-B da CLT.

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B) Em relação à redução salarial, se a empresa apresentasse a tese
de prescrição total (ato único do empregador), que alegação você, como
advogado de Jaime, sustentaria em réplica para viabilizar o pedido? Justifique.
(Valor: 0,60)

Resposta: Em réplica, sustentaria que a irredutibilidade salarial está assegurada


por preceito de Lei, não cabendo, por isso, a tese de prescrição total, conforme
dispõem o art. 11, § 2º, da CLT e a Súmula 294 do TST.

QUESITOS AVALIADOS FAIXA DE VALORES NOTA

ITEM A. Plano não previsto em norma coletiva não gera


efeito de liberação total do ex-empregador (0,55). 0,00/ 0,55/ 0,65
Indicação: art. 477-B da CLT (0,10).

ITEM B. Irredutibilidade salarial assegurada por preceito


de Lei. Prescrição total incabível (0,50). Indicação: art. 0,00/ 0,50/ 0,60
11, § 2º, da CLT e a Súmula 294 do TST (0,10).

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