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ALUNO: LUAN PEREIRA RAYMUNDO

9º PERIODO - MATUTINO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 99ª VARA


DO TRABALHO DE SALVADOR – ESTADO DA BAHIA

Autos nº...

AERODUTO – EMPRESA PÚBLICA DE GERENCIAMENTO DE


AEROPORTOS, já qualificada nos autos de Reclamação Trabalhista em epígrafe, que
lhe move PAULO, igualmente qualificado, através de seu advogado que ao final assina,
vem, tempestivamente, à presença de Vossa Excelência, com fincas no art. 895, I, da
CLT, interpor RECURSO ORDINÁRIO em face da r. sentença de fls....
Assim, requer seja o presente recurso recebido e remetido ao Egrégio
Tribunal Regional do Trabalho ..., com razões inclusas.

Termos em que pede deferimento.

Local e data.
Advogado/OAB.
ALUNO: LUAN PEREIRA RAYMUNDO
9º PERIODO - MATUTINO

RAZÕES DE RECURSO ESPECIAL


ORIGEM: 99ª Vara do Trabalho de Salvador
PROCESSO Nº. ....
RECORRENTE: Aeroduto – Empresa Pública De Gerenciamento De Aeroportos
RECORRIDO: Paulo

Egrégio Tribunal,
Colenda Turma,
Eméritos Julgadores.
Em que pese o elevado saber jurídico do Juízo a quo, a r. sentença de fls...
está eivada de vícios e merece ser reformada, conforme a fundamentação de fato e de
direito a seguir exposta.
I. TEMPESTIVIDADE
A r. sentença foi publicada no dia dd/mm/aaaa. Assim, entre a publicação e
a data de interposição deste recurso, não houve o transcurso do prazo de oito dias, do
art. 895, I, da CLT.
Portanto, o presente recurso se mostra tempestivo.
II. SÍNTESE DOS FATOS
O Recorrido exerceu trabalho de auxiliar de serviços gerais para a empresa
Tudo Limpo LTDA., entre 22/02/2015 e 15/03/2016. Os serviços eram prestados em
pista de aeroporto de pequeno porte, administrado pela ora Recorrente.
O Recorrido foi dispensado da primeira Reclamada, tendo recebido todas as
verbas rescisórias devidas. Contudo, ajuizou reclamação trabalhista em face da
Recorrente e da empresa Tudo Limpo LTDA. Tendo requerido adicional de
insalubridade em razão de barulho, correção monetária dos salários recebidos, uma vez
que era feito até o quinto dia útil do mês seguinte.
O feito foi instruído e, em audiência, o magistrado indeferiu os
requerimentos de produção de prova pericial e testemunhal, feitos pela Recorrente.
Em sentença, julgou totalmente procedentes os pedidos do ora recorrido,
condenando subsidiariamente a Recorrente, sob o fundamento de que houve confissão e
revelia da primeira reclamada, uma vez que estava irregularmente representada em
audiência de instrução.
III. PRELIMINAR – CERCEAMENTO DE DEFESA
O magistrado, ao condenar a Recorrente, estendeu àquela a revelia que se
operou para a primeira reclamada. Não obstante, conforme ata de audiência de
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instrução, a Recorrente requereu a produção de provas para exercer seu direito


constitucional de contraditório, contudo, foi indeferido pelo magistrado.
Entretanto, não se admite que o magistrado indefira a produção de provas
para após condenar a Recorrente sob o pretexto de que não houve prova em contrário.
A conduta praticada viola diretamente o art. 5º, LV, da CF/88, ao passo que
a Recorrente teve cerceado seu direito ao contraditório e ampla defesa, tendo sido
condenada sobre ponto que pugnou provar o contrário.
Veja-se, o adicional de insalubridade necessita de prova pericial para se
atestar que os EPIs de fato eram suficientes para afastar o potencial de lesão em
decorrência dos barulhos no local. Ademais, a prova testemunhal prestaria para
comprovar a conduta ativa de fiscalização de uso de EPIs por parte da Recorrente.
Ademais, conforme a documentação de fls..., percebe-se que após exames
médicos ocupacionais, o Recorrido jamais apresentou qualquer tipo de sequela auditiva,
reforçando o fato de que os EPIs eram suficientes para afastar a insalubridade do local.
Assim, diante da violação do princípio constitucional do contraditório e
ampla defesa, bem como ao evidente prejuízo suportado pela Recorrente, requer seja a r.
sentença anulado e seja o feito instruído novamente, conforme art. 794, da CLT.
IV. MÉRITO RECURSAL
Apesar da preliminar aventada, a Recorrente passa a expor razões de mérito
recursal que também sujeitam a r. sentença à reforma.
1. REVELIA DA PRIMEIRA RECLAMADA – NÃO OCORRÊNCIA
O magistrado entendeu que a primeira ré foi revel, uma vez que não estava
regularmente representada em audiência de instrução e julgamento.
Em que pese o magistrado entender que o preposto da primeira ré deveria
ser um funcionário daquela, tal entendimento não procede.
O §1º, do art. 843, da CLT, dispõe que “É facultado ao empregador fazer-se
substituir pelo gerente, ou qualquer outro preposto que tenha conhecimento do fato, e
cujas declarações obrigarão o proponente.”
No caso, o preposto era contador da Primeira Reclamada e possuía
conhecimento acerca dos fatos da demanda. Logo, deve ser reformada a sentença para
se afastar à revelia reconhecida.

2. RESPONSABILIDADE SUBSIDIARIA DA RECORRENTE –


IMPOSSIBILIDADE
Em que pese o magistrado a quo entender cabível a responsabilização
subsidiária da Recorrente, a Súmula 331, V, do TST, orienta o seguinte:
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V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta


respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua
conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993,
especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da
prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de
mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente
contratada.

Assim, e também nos termos do art. 71, §1º, da Lei 8.666/93, é impossível a
condenação subsidiária da Recorrente, empresa da Administração Pública, ao
pagamento de encargos trabalhistas decorrentes da inadimplência da primeira
reclamada.
Ademais, a Recorrida sempre fiscalizou ativamente o cumprimento dos
termos contratuais havidos com a primeira reclamada, que inclusiva se encontra vigente
no presente momento.
Assim, a r. sentença merece ser reformada para se afastar a responsabilidade
subsidiária da Recorrente.
3. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE – NÃO CABIMENTO
O adicional de insalubridade é salário condição, ou seja, basta estar exposto
ao agente/condição danosa para recebe-lo. Logo, não havendo exposição à
condição/agente danoso, não há o que se falar em adicional de insalubridade.
No presente caso, houve a apresentação de laudo médico indicando inexistir
qualquer problema auditivo no Recorrido, bem como foi juntado aos autos os recibos de
obtenção dos EPIs, todos assinados pelo Recorrido.
Ainda assim, a fixação de grau de insalubridade em grau máximo, feita pelo
magistrado a quo em sentença, prescinde de realização de perícia técnica, nos termos do
art. 195, §2º, da CLT.
Assim, requer-se a reforma da sentença para afastar o pagamento de
adicional de insalubridade, vez que este não é devido.
4. CORREÇÃO MONETÁRIA – NÃO CABIMENTO
Apresar de o magistrado a quo entender cabível a condenação à correção
monetária dos salários do Recorrido, não há respaldo legal para tal determinação.
O art. 459, §1º, da CLT, permite o pagamento do salário até o quinto dia útil
do mês subsequente ao vencido. Portanto, no presente caso, não há o que se falar em
mora salarial, uma vez que a primeira reclamada sempre efetuou o pagamento dos
salários dentro do prazo legal, conforme a própria narrativa da exordial.
Inclusive, a súmula 381, do TST, reforça a desnecessidade de correção
monetária para os salários pagos dentro do prazo mencionado no parágrafo anterior.
Assim, requer-se a reforma da sentença para se afastar a correção monetária
sobre os salários pagos ao Recorrido pela primeira reclamada.
ALUNO: LUAN PEREIRA RAYMUNDO
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V. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer seja o presente Recurso Ordinário seja conhecido
e provido, com a finalidade de:
a) Preliminarmente, anular todos os atos processuais havidos desde a
audiência de instrução, em face do evidente cerceamento de defesa,
determinando nova instrução do feito, com a realização de perícia técnica de
oitiva testemunhal.

b) No mérito, seja reformada a r. sentença, com a finalidade de:


b.1) Afastar a revelia sobre a primeira reclamada;
b.2) Retirar a responsabilidade subsidiária da Recorrida;
b.3) Remover a condenação ao pagamento de adicional de insalubridade em
grau máximo;
b.4) Afastar a condenação ao pagamento de correção monetária sobre os
salários recebidos pelo Recorrido;
c) Intimar o Recorrido para que, querendo, apresente contrarrazões dentro
do prazo legal;
d) Condenar o Recorrido ao pagamento de honorários recursais.

Termos em que pede deferimento.

Local e data.
Advogado/OAB.

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