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AO DOUTO JUÍZO DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARACA DE

MACAÉ/RJ

Processo de nº: 456789-99.2020.5.01.0028

CLARO S.A, já devidamente qualificada nos autos do processo em epígrafe, que


contende em face de BRUNO SOUZA, vem, neste ato representado por seu patrono conforme
segue procuração em anexo, à presença de Vossa Excelência, TEMPESTIVAMENTE,
apresentar, conforme fulcro art. 30 da Lei 9.099/95

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CONTESTAÇÃO

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I. BREVE RESUMO DOS FATOS:

Alega a autora que solicitou a portabilidade do seu número (22)99966-9420, após


requerimento a autora supôs que a portabilidade havia ocorrido com sucesso, no entanto, em
17/02/2020 alega que ocorreu débito indevido no valor de R$99,78(noventa e nove reais e
setenta e oito centavos), em sua conta Agência: 7911; conta corrente: 12717-8; Banco Itaú.

II. DAS PRELIMINARES

• TEMPESTIVADE

A Empresa Ré, vem, tempestivamente, apresentar a presente contestação, de


acordo com as datas que fora intimada.

• DA TUTELA DE URGÊNCIA

A Ré, manifesta pelo indeferimento da tutela de urgência, haja vista, de acordo com
os fatos narrados em sede de inicial, não restou configurado as hipóteses previstas nos artigos
300 do CPC, assim como, no artigo 84 do CDC.

O valor que está sendo debitado é importe ínfimo e não importara em risco para
subsistência da autora, e tão pouco influenciará no resultado útil do processo.

Em função do estorno, este é indevido, uma vez que este representa a


contraprestação dos serviços oferecidos por esta ré, serviços estes que fora contratado pela
autora, não pode agora requerer em via judicial o estorno do valor, por um serviço que foi
prestado e não ocorreu a má prestação do serviço em momento algum por parte da ré.
O que significa que a parte autora, lesou a empresa ré, incorrendo assim no
enriquecimento ilícito, previsto no artigo 884 do Código Civil, restando ainda esclarecer, que o
ordenamento pátrio em seu princípio basilar destaca que: “ninguém pode se beneficiar da
própria torpeza” sendo assim, a parte autora, não comunicou que a portabilidade não havia
sido concluída, e continuou utilizando a linha telefônica, e agora, quer ser ressarcida de um
serviço que usufruiu.

Portanto, a Ré requer, caso a tutela de urgência tenha sido concedida, que o


presente Juízo revogue os efeitos da tutela deferida.

III. DO MÉRITO

• DA IMPROCEDÊNCIA DO ÔNUS DA PROVA

O pedido de inversão de ônus da prova deve ser indeferido, pois a parte autora
deve constituir prova daquilo que alega, conforme o código de processo civil prevê em seu
artigo 369, caput.

Cabe destacar, que há entendimento jurisprudencial, AgRg no REsp 1.355.475 RJ,


segui o entendimento

[…] a inversão do ônus da prova, com base nesse


dispositivo, não ocorre ope legis, mas ope iudicis, vale
dizer, é o juiz que, de forma prudente e fundamentada,
deve vislumbrar no caso concreto a hipótese
excepcional da redistribuição da carga probatória. A
jurisprudência, nesse sentido, é tranqüila (sic) […]
mostra-se incapaz a essa providência, simplesmente
estar a relação regida pelo CDC, sendo indispensável
a presença da verossimilhança das alegações do
consumidor ou sua hipossuficiência […] (STJ, 4ª
Turma, AgRg no REsp 1.335.475/RJ. Relatoria:
Ministro Luis Felipe Salomão. Julgado em 23.10.2012,
publicado em 06.11.2012).

Portanto Ilmo. Julgador, a redistribuição probatória deve ser fundamentada, quando


este for parte hipossuficiente para produção de provas, de acordo com os autos, esta hipótese
não se sustenta.

Desta maneira, requer pela improcedência do pedido feito pela Ré.

VI. DA OBRIGAÇÃO DE FAZER- RESTITUIÇÃO DA QUANTIA PAGA

Não o que se discutir em função da obrigação de fazer, uma vez que a parte
Autora, deixou de adimplir com suas obrigações contratuais, que por sua vez de forma legal
permiti que a empresa ré resolva o contrato, assim o artigo 475 do Código Civil.

Art. 475: A parte lesada pelo inadimplemento pode


pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe
o cumprimento, cabendo em qualquer caso, em
perdas e danos.

Desta maneira, requer pela improcedência do pedido formulado pela autora.

Resta ainda destacar, que não há quantia a ser restituída, pois a empresa ré
ofereceu o serviço conforme prevê o contrato estipulado pelas partes, no entanto a autora não
cumpriu com os pagamentos para continuar utilizando os serviços da Ré.

V. DANO MORAL:

A parte autora declara que sofreu danos morais, no entanto, a parte autora fica
inadimplente com os serviços que havia contratado, e requer danos morais, é incabível isso
Vossa Excelência, essa indústria dos danos morais que é praticada.

IV. DOS PEDIDOS:

Diante de todo exposto, a parte Ré requer pelo acolhimento e processamento desta


contestação, requer ainda, pela improcedência de todos os pedidos formulados pela autora em
sua peça de bloqueio.

Em função da tutela de urgência requer pela revogação da tutela de urgência.

Nestes termos, pede deferimento.

Macaé/RJ, 10 de março de 2020.

advogada(o)
OAB/ nº

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