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EXMO SR JUIZ DO TRABALHO DA 1 2 0 ª VARA DO TRABALHO DE

SÃO PAULO

PROCESSO Nº 10258634-23.2018.5.02.0120.

CÂNDIDO TOALHAS S/A, já qualificado nos autos, vem, por seu (s)
advogado (s), com procuração anexo aos autos, tempestivamente interpor,

RECURSO ORDINÁRIO

em face da sentença proferida nos fólios da Reclamação Trabalhista


ajuizada por VALENTINO TROCA TAPA, brasileiro, solteiro, auxiliar de
estoque, à luz do art. 895, I, da CLT, mediante os argumentos das razões em
anexo, vem tempestivamente requer que sejam recebidas e remetidas ao
Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da ª Região.
Requer ainda, o recebimento do presente recurso, a juntada do
respectivo comprovante do recolhimento das custas e depósito recursal no
valor de R$ 200,00 ( duzentos reais) e a intimação da outra parte para
apresentar contrarrazões no prazo de 8 dias, conforme estabelece o artigo
900 da CLT .

Nestes Termos, Pede


deferimento.

Local e Data.

Advogado OAB nº
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DOTRABALHO DA ... REGIÃO.

RAZÕES DE RECURSO

RECORRENTE: CÂNDIDO TOALHAS S/A


RECORRIDO: Valentino Troca Tapa

ORIGEM: 50ª VARA DO TRABALHO


PROCESSO Nº: 12345678910

EGRÉGIO TRIBUNAL,
COLENDA TURMA,
ÍNCLITOS JULGADORES

A decisão recorrida merece reforma porque, data vênia, vez que partindo de
premissas falsas, concluiu erroneamente, não representando a realidade dos
autos. Assim, pretende o Recorrente buscar, pela via do duplo grau de
jurisdição, a decisão final que possa derramar justiça no deslinde da demanda
em tela. O presente recurso merece ser conhecido, por estarem presentes todos
os seus pressupostos recursais extrínsecos e intrínsecos. Para tanto,
respeitosamente, vem expor suas razões, articuladamente, como a seguir:

RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO

A respeitável sentença proferida pelo Excelentíssimo Magistrado da ª Vara do


Trabalho de Ubá/MG não merece prosperar, razão pela qual requer a sua reforma,
nos seguintes termos:

1. DO JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE
O presente recurso encontra previsão legal no art. 893 da CLT, cuja hipótese
de cabimento é a do art. 895, inciso I da CLT, sendo interposto no prazo legal por
seus advogados com instrumento de procuração em anexo, e ainda, realizado o
devido preparo, conforme comprovante de custas e depósito recursal em anexo.
2. PRELIMINARES
2.1 DA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA
Em primeira instância, o douto magistrado entendeu que a realização de
acordo na Comissão de Conciliação Prévia geraria com efeito único a dedução do
valor pago ao trabalhador, razão pela qual, não acolheu a preliminar arguida pela
empresa ora recorrente, se equivocando na hora da prolação da sentença. Pois de
acordo com o art. 625 da CLT o termo de conciliação é título extrajudicial e terá
eficácia liberatória geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas,
senão vejamos:

"Art. 625-E. Aceita a conciliação, será lavrado termo assinado pelo


empregado, pelo empregador ou seu proposto e pelos membros da Comissão,
fornecendo-se cópia às partes. (Incluído pela Lei nº 9.958, de 12.1.2000)
Parágrafo único. O termo de conciliação é título executivo extrajudicial e terá eficácia
liberatória geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas"

Além disso, vale destacar que a Comissão de Conciliação Prévia criada pela
empresa está revestida de legalidade, porquanto encontra amparo no art. 625-A.

"Art. 625-A. As empresas e os sindicatos podem instituir Comissões de


Conciliação Prévia, de composição paritária, com representante dos empregados e
dos empregadores, com a atribuição de tentar conciliar os conflitos individuais do
trabalho.

Parágrafo único. As Comissões referidas no caput deste artigo poderão ser


constituídas por grupos de empresas ou ter caráter intersindical. (Incluído pela Lei nº
9.958, de 12.1.2000)."

Desse modo, merece ser reformada a sentença, a fim de que seja acolhida a
preliminar arguída, e determinada e extinção do feito, sem resolução de mérito, nos
termos do art. 485 do Código de Processo Civil.
3. DO MÉRITO
É válido salientar que, em que pesa tenha havido a confissão do preposto da
ora recorrente em audiência, quanto à realização de (02) horas extras diárias, a
consequente condenaçao em reflexos de férias, de 13º salário, de FGTS e descanso
semanal remumerado não poderia ter ocorrido. Mas mesmo assim o juízo a quo
condenou, ainda, a recorrente ao pagamento de horas extras pela não concessão
de intervalo entre a jornada normal e a extraordinária.
Ocorre que com o advento 13.467/2017 (Reforma Trabalhista) e art. 384 da
CLT foi revogado, tal modificação veio da inexistência de necessidade prática e, da
previsão constitucional de isonomia entre homens e mulheres, prevista no art. 5º,
inciso I, da CF /88. Desse modo o recorrido não terá nenhum direito.
Vale salientar, que quando da vigência do art. 384 da CLT, o recorrido não se
enquadrava na exceção prevista no artigo, pois, a garantia deste intervalo era
destinado somente às empregadas, ou seja, mulheres.
Portanto, merece reforma a sentença, para que seja retirada a condenação
dos 15(quinze) minutos de hora extra do intervalo entre a jornada normal e a
extraordinária.

4. DO DANO ESTÉTICO
Em primeira instância, a recorrente foi condenada ao pagamento de
R$5.000,00 (cinco mil reais) a título de danos estéticos, ao fundamento de que a
queda sofrida pelo empregado teria provocado a perda funcional de um dos rins.
Ocorre que, não há que se falar em dano estético, uma vez que o suposto
dano sofrido pelo recorrido, não se mostra aparente, ou seja, não houve alteração
na harmonia física do trabalhador. Assim, os requisitos da responsabilidade civil,
estão ausente conforme preceitua o art. 186 e 927 do Código Civil.
Portanto, deve ser reformada a sentença, porquanto inexiste dano estético a
ser reparado.

5. DOS JUROS
O juízo a quo determinou de origem que o valor da condenção incidisse com
juros com observância da taxa SELIC. Todavia preconiza o art. 39 parágrafo 1º da
Lei 8177/91, que os juros de mora incidentes nas condenações da Justiça do
Trabalho é de apenas 1% ao mês, conforme observamos abaixo:
"Art. 39. Os débitos trabalhistas de qualquer natureza, quando não satisfeitos
pelo empregador nas épocas próprias assim definidas em lei, acordo ou convenção
coletiva, sentença normativa ou cláusula contratual sofrerão juros de mora
equivalentes à TRD acumulada no período compreendido entre a data de
vencimento da obrigação e o seu efetivo pagamento.
§ 1° Aos débitos trabalhistas constantes de condenação pela Justiça do
Trabalho ou decorrentes dos acordos feitos em reclamatória trabalhista, quando não
cumpridos nas condições homologadas ou constantes do termo de conciliação, serão
acrescidos, nos juros de mora previstos no caput juros de um por cento ao mês,
contados do ajuizamento da reclamatória e aplicados pro rata die, ainda que não
explicitados na sentença ou no termo de conciliação."

Portanto, é necessária a reforma da sentença proferida, a fim de que a


incidência de juros, em caso de eventual condenação, ocorra nos moldes legais
acima citados.

6. REQUERIMENTOS FINAIS

Ante o exposto, pede:


a) o conhecimento do recurso;
b) o provimento do recurso para anular o processo a fim de que seja acolhida a
preliminar arguída, e determinada e extinção do feito, sem resolução de mérito, nos
termos do art. 485 do Código de Processo Civil.
c) o provimento do recurso para reformar a sentença e julgar os pedidos
improcedentes.

Dá-se ao pleito o valor de R$ ...............

Neste termos,
Pede Deferimento.

Local.... Data....

Advogado(s)

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