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SÃO PAULO
PROCESSO Nº 10258634-23.2018.5.02.0120.
CÂNDIDO TOALHAS S/A, já qualificado nos autos, vem, por seu (s)
advogado (s), com procuração anexo aos autos, tempestivamente interpor,
RECURSO ORDINÁRIO
Local e Data.
Advogado OAB nº
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DOTRABALHO DA ... REGIÃO.
RAZÕES DE RECURSO
EGRÉGIO TRIBUNAL,
COLENDA TURMA,
ÍNCLITOS JULGADORES
A decisão recorrida merece reforma porque, data vênia, vez que partindo de
premissas falsas, concluiu erroneamente, não representando a realidade dos
autos. Assim, pretende o Recorrente buscar, pela via do duplo grau de
jurisdição, a decisão final que possa derramar justiça no deslinde da demanda
em tela. O presente recurso merece ser conhecido, por estarem presentes todos
os seus pressupostos recursais extrínsecos e intrínsecos. Para tanto,
respeitosamente, vem expor suas razões, articuladamente, como a seguir:
1. DO JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE
O presente recurso encontra previsão legal no art. 893 da CLT, cuja hipótese
de cabimento é a do art. 895, inciso I da CLT, sendo interposto no prazo legal por
seus advogados com instrumento de procuração em anexo, e ainda, realizado o
devido preparo, conforme comprovante de custas e depósito recursal em anexo.
2. PRELIMINARES
2.1 DA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA
Em primeira instância, o douto magistrado entendeu que a realização de
acordo na Comissão de Conciliação Prévia geraria com efeito único a dedução do
valor pago ao trabalhador, razão pela qual, não acolheu a preliminar arguida pela
empresa ora recorrente, se equivocando na hora da prolação da sentença. Pois de
acordo com o art. 625 da CLT o termo de conciliação é título extrajudicial e terá
eficácia liberatória geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas,
senão vejamos:
Além disso, vale destacar que a Comissão de Conciliação Prévia criada pela
empresa está revestida de legalidade, porquanto encontra amparo no art. 625-A.
Desse modo, merece ser reformada a sentença, a fim de que seja acolhida a
preliminar arguída, e determinada e extinção do feito, sem resolução de mérito, nos
termos do art. 485 do Código de Processo Civil.
3. DO MÉRITO
É válido salientar que, em que pesa tenha havido a confissão do preposto da
ora recorrente em audiência, quanto à realização de (02) horas extras diárias, a
consequente condenaçao em reflexos de férias, de 13º salário, de FGTS e descanso
semanal remumerado não poderia ter ocorrido. Mas mesmo assim o juízo a quo
condenou, ainda, a recorrente ao pagamento de horas extras pela não concessão
de intervalo entre a jornada normal e a extraordinária.
Ocorre que com o advento 13.467/2017 (Reforma Trabalhista) e art. 384 da
CLT foi revogado, tal modificação veio da inexistência de necessidade prática e, da
previsão constitucional de isonomia entre homens e mulheres, prevista no art. 5º,
inciso I, da CF /88. Desse modo o recorrido não terá nenhum direito.
Vale salientar, que quando da vigência do art. 384 da CLT, o recorrido não se
enquadrava na exceção prevista no artigo, pois, a garantia deste intervalo era
destinado somente às empregadas, ou seja, mulheres.
Portanto, merece reforma a sentença, para que seja retirada a condenação
dos 15(quinze) minutos de hora extra do intervalo entre a jornada normal e a
extraordinária.
4. DO DANO ESTÉTICO
Em primeira instância, a recorrente foi condenada ao pagamento de
R$5.000,00 (cinco mil reais) a título de danos estéticos, ao fundamento de que a
queda sofrida pelo empregado teria provocado a perda funcional de um dos rins.
Ocorre que, não há que se falar em dano estético, uma vez que o suposto
dano sofrido pelo recorrido, não se mostra aparente, ou seja, não houve alteração
na harmonia física do trabalhador. Assim, os requisitos da responsabilidade civil,
estão ausente conforme preceitua o art. 186 e 927 do Código Civil.
Portanto, deve ser reformada a sentença, porquanto inexiste dano estético a
ser reparado.
5. DOS JUROS
O juízo a quo determinou de origem que o valor da condenção incidisse com
juros com observância da taxa SELIC. Todavia preconiza o art. 39 parágrafo 1º da
Lei 8177/91, que os juros de mora incidentes nas condenações da Justiça do
Trabalho é de apenas 1% ao mês, conforme observamos abaixo:
"Art. 39. Os débitos trabalhistas de qualquer natureza, quando não satisfeitos
pelo empregador nas épocas próprias assim definidas em lei, acordo ou convenção
coletiva, sentença normativa ou cláusula contratual sofrerão juros de mora
equivalentes à TRD acumulada no período compreendido entre a data de
vencimento da obrigação e o seu efetivo pagamento.
§ 1° Aos débitos trabalhistas constantes de condenação pela Justiça do
Trabalho ou decorrentes dos acordos feitos em reclamatória trabalhista, quando não
cumpridos nas condições homologadas ou constantes do termo de conciliação, serão
acrescidos, nos juros de mora previstos no caput juros de um por cento ao mês,
contados do ajuizamento da reclamatória e aplicados pro rata die, ainda que não
explicitados na sentença ou no termo de conciliação."
6. REQUERIMENTOS FINAIS
Neste termos,
Pede Deferimento.
Local.... Data....
Advogado(s)