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Aluno: Lierbeth Santos Pereira Penha

EXCELENTÍSSIMO SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA 90ª VARA

DO TRABALHO DE TERESINA/PI

Processo de Origem: 0050000-80.2019.5.22.0090

MORADA ETERNA LTDA., já devidamente qualificado nos autos do


processo acima em epígrafe, patrocinado pelo seu advogado regularmente constituído
com procuração anexa e ao final signatário, na Reclamação Trabalhista em face de
DÉBORA PIMENTA, inconformado com a vossa respeitável sentença às fls., vem,
tempestiva e, respeitosamente, a presença de Vossa Excelência, com fulcro no art. 895,
inciso I, da CLT, interpor o presente

RECURSO ORDINÁRIO

de acordo com as razões em anexo, as quais requer que sejam recebidas e remetidas ao
Egrégio Tribunal Regional da Região. Ressalta o recorrente que o recurso é tempestivo
e que as guias de preparo recursal acompanham a presente peça processual.

Termos em que, pede deferimento.

Local ....., DATA......

——————————————

Advogado

OAB
AO JUÍZO DA 90ª VARA DO TRABALHO DE TERESINA/PI

Requerente: MORADA ETERNA LTDA.

Requerido: DÉBORA PIMENTA

Processo de origem nº: 0050000-80.2019.5.22.0090

RAZÕES RECURSAIS

Egrégio Tribunal Regional do Trabalho

Colenda Turma

Nobres Julgadores

1. DOS FATOS

Alega a recorrida Débora Pimenta, que trabalhou como auxiliar de coveiro na sociedade
empresária Morada Eterna LTDA, de 30/02/2018 a 07/01/2019, quando foi dispensada
sem justa causa, recebendo, por último, o salário de R$ 1,00 mensais, conforme anotado
na CTPS. Em razão disto, ajuizou reclamação trabalhista em face da recorrente.

A ação foi distribuída ao juízo da 90ª Vara do Trabalho de Teresina/PI, recebendo o


número 0050000-80.2019.5.22. Débora formulou vários pedidos, dos quais foram
julgados procedentes:

a) deferimento de intervalo por período integral;

b) indenização por dano extrapatrimonial;

c) deferimento da cesta básica mensal;

d) redução dos honorários advocatícios ao limite legal

e) Cerceamento de defesa

f) Pagamento de horas extras pelos feriados


Neste caso, a referida decisão não merece prosperar, motivo pelo qual deve a sentença
ser reformada, conforme os fundamentos que a segui serão exposto:

2. PRELIMINARMENTE

2.1 Cerceamento de defesa

Pelo indeferimento da oitiva das testemunhas da empresa.

Inicialmente, cumpre observar que, na instrução o magistrado deferiu a oitiva de


duas testemunhas trazidas pela empresa, que seria mouvidas para provar que a
recorrente entregava o valor da passagem em espécie diariamente à trabalhadora. Vale
ponderar que a prova testemunhal, constituiria único meio de prova de que a
Recorrente dispõe para confirmar o pagamento do valor da passagem em espécie
diariamente à trabalhadora, dessa forma, o cerceamento de defesa, consoante dispõe
o art. 5º, inciso LV, da CRFB/88.

Outrossim, a Lex Fundamentalis, em seu art. 5º, LV, assegura aos litigantes o direito
ao contraditório e à ampla defesa, com meios e recursos a elas inerentes. Dentre
propalados meios está incluída a produção de provas.

O indeferimento à solicitação da Recorrente seria essencial para


esclarecer o ponto crucial sobre a existência da excessiva sobre jornada, impõe
derradeira a nulidade do processo, por cerceamento e retorno à Vara de origem
para oitiva delas e prolação de nova sentença, conforme art. 369 do CPC.

2.2 Inépcia da inicial em relação aos feriados

o magistrado deferiu o pagamento de horas extras pelos feriados, conforme requerido


pela trabalhadora na inicial, que pediu extraordinário em “todo e qualquer feriado
brasileiro”, tendo sido rejeitada a preliminar suscitada na defesa, motivo pelo qual
reitera a preliminar de inépcia da inicial, uma vez que os feriados foram indicados de
forma genérica no pedido, conforme os art. 330, inciso I e inciso II do CPC e art. 840,
§1º, da CLT.

Dessa forma, requer a reforma da sentença para que seja reconhecida a inépcia da
inicial, com consequente extinção do feito sem resolução do mérito, conforme o art.485,
inciso I, do CPC.

3. DO MÉRITO

a) Do descabimento do deferimento de intervalo por período integral –


Necessidade de apenas período suprimido de natureza indenizatória

A recorrida desenvolvia jornada de 2ª a 6ª feira, das 10 às 16 horas, com intervalo de 10


minutos para refeição, conforme confessado pelo preposto em interrogatório, sendo,
então, deferido pelo magistrado o pagamento de 15 minutos com adicional de 50%, em
razão do intervalo desrespeitado, e reflexos nas demais verbas salariais.

Razão não lhe assisti, uma vez que é indevido o pagamento integral do valor, consoante
dispõe o art. 71, §4º, da CLT, a não concessão ou a concessão parcial do intervalo
intrajornada mínima, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais,
implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período suprido, com
acréscimo de 50% sobre o valor da remuneração hora normal de trabalho, não tendo que
se falar em reflexos nas demais parcelas. Diante do exposto, requer a reforma da
sentença para que seja considerado apenas o intervalo suprimido, de natureza
indenizatória, no caso em apreço.

b)Da indevida indenização por dano extrapatrimonial – doença


degenerativa não considerada como doença do trabalho

O juízo a quo deferiu indenização de R$ 6,00 a título de dano moral por acidente de
trabalho em razão de doença degenerativa da qual a trabalhadora foi vítima, conforme
laudos médicos juntados aos autos.
Não obstante consoante previsto no art. 20, §1º, alínea a da Lei nº 8/91 não são
consideradas como doença de trabalho a doença degenerativa, não tendo que se falar em
responsabilidade do empregador ao pagamento de indenização por dano
extrapatrimonial.

Desta forma, requer a reforma da sentença para que seja indeferida a indenização por
danos materiais em decorrência de acidente de trabalho por conta da doença
degenerativa.

C) Do descabimento da devolução a reclamante dos descontos em dobro


pelas faltas justificadas – ausência de previsão legal

O magistrado julgou procedente o pedido de devolução em dobro, como requerido na


exordial, de 5 dias de faltas justificadas por atestados médicos, pois a preposta
reconheceu que a empresa se negou a aceitar os atestados porque não continham a CID
(Classificação Internacional de Doenças).

Insurge-se a recorrente quanto à devolução dos descontos em dobro, uma vez que não
existe previsão legal na CLT para tanto, e ainda consoante previsto no art. 5º, inciso II
da CF deve-se observar o principio da legalidade.

Dessa forma, requer a reforma da sentença para que seja indeferida a devolução em
dobro pelas faltas justificadas, por falta de previsão legal.

D) Do não preenchimento dos requisitos para deferimento da cesta básica


mensal – ultratividade admissão da reclamante em período posterior ao
término da CCT

Foi deferido pagamento correspondente a 1 cesta básica mensal, pois a sua entrega era
prevista na Convenção Coletiva que vigorou no ano anterior (de janeiro de 2017 a
janeiro de 2018) e, no entendimento do julgador, uma vez que não houve estipulação de
uma nova norma coletiva, a anterior foi automaticamente prorrogada no tempo.
Razão não lhe assiste, uma vez que a norma coletiva não tem ultratividade, na forma do
art. 614, § 3º da CLT, motivo pelo qual é indevida para a trabalhadora, pois ela foi
admitida após o término da Convenção Coletiva anterior.

Diante do exposto, requer a reforma da sentença para que seja indeferido o pagamento a
reclamante a título de cesta básica mensal

E) Da necessária redução dos honorários advocatícios ao limite


Legal

Foram deferidos honorários advocatícios em favor do advogado da


autora na razão de 20% da liquidação.

Razão não lhe assiste, uma vez que suplanta o limite legal estabelecido, que é de 15%,
conforme o art. 791-A da CLT, motivo pelo qual deve ser reduzido.

Dessa forma, requer a reforma da sentença, para que seja o percentual deferido,
reduzido, observando os limites legais da CLT.

II – DOS REQUERIMENTOS FINAIS

Diante o exposto, requer a admissibilidade do presente recurso, a renovação das


preliminares e, no mérito, o provimento do recurso.

Nestes termos, pede deferimento

Local e Data.

Advogado
OAB/n.

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