Você está na página 1de 7

lOMoARcPSD|30846040

lOMoARcPSD|30846040

AO JUÍZO DA 90ª VARA DE TRABALHO DE TERESINA - PI

Recorrente: Sociedade Empresária Morada Eterna Ltda

Recorrido: Débora Pimenta

Processo:

SOCIEDADE MORADA ETERNA LTDA, já qualificada no processo em epígrafe que lhe


move Débora Pimenta, também já qualificada, vem respeitosamente, perante a Vossa
Excelência, por intermédio do seu advogado com procuração em anexo, com fulcro no art.
895, inciso I, da CLT, tempestivamente interpor:

RECURSO ORDINÁRIO

Para o Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da Região.

Encontram-se presentes todos os pressupostos de admissibilidade do recurso, dentre os


quais se destacam: o preparo das custas, já pagos, com as guias de recolhimento do
presente recurso, a intimação da outra parte para apresentar contrarrazões ao recurso
ordinário, no prazo de 8 (oito) dias, conforme estabelece o art. 900, da CLT e posterior
remessa para o TRT.

Nestes termos
Pede deferimento

Teresina, Piauí, 02 de semtembro de 2023


Advogado
OAB
lOMoARcPSD|30846040

EXCELENTISSIMO SR. DR. DESEMBARGADOR RELATOR DA TURMA DO EGRÉGIO


TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA REGIÃO

Recorrente: Sociedade Empresária Morada Eterna Ltda

Recorrido: Débora Pimenta

Processo:

Vara de origem: 90ª Vara do Trabalho de Teresina - PI

RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO

A respeitável sentença não deve ser mantida, razão pela qual requer sua reforma:

I – DAS PRELIMINARES

a - DA PRELIMINAR DO CERCEAMENTO DA DEFESA PELO INDEFERIMENTO


DA OITIVA DAS TESTEMUNHAS

Inicialmente, cumpre observar, que na instrução o magistrado indeferiu a oitiva de 2 (duas)


testemunhas trazidas pela empresa, que seriam ouvidas para provar que a recorrente
entregava o valor da passagem em espécie diariamente à trabalhadora, evidenciando,
dessa forma, o cerceamento de defesa, consoante o art. 5º, inciso LV, da CRFB/88.

Diante do exposto, requer a consequente anulação do processo e retorno à Vara de


origem para a oitiva das testemunhas e prolação de nova sentença.

b - DA PRELIMINAR DE INEPCIA DA INICIAL EM RELAÇÃO AOS FERIADOS

O magistrado deferiu o pagamento de horas extras pelos feriados, conforme requerido pela
trabalhadora na inicial, que pediu extraordinário em “todo e qualquer feriado brasileiro”,
lOMoARcPSD|30846040

tendo sido rejeitada a preliminar suscitada na defesa, motivo pelo qual reitera a preliminar
de inépcia inicial, uma vez que os feriados foram indicados de forma genérica do pedido,
conforme artigos 330, inciso I, art. 330, § 1º, inciso II, do CPC e art. 840, §1º, da CLT.

Dessa forma, requer a reforma da sentença para que seja reconhecida a inépcia da inicial,
com a consequente extinção do feito sem resolução do mérito, conforme art. 485, inciso I,
do CPC.

II – DO MÉRITO

a - DO DESCABIMENTO DO DEFERIMENTO DE INTERVALO POR PERIODO


INTEGRAL – NECESSIDADE DE APENAS PERIODO SUPRIMIDO DE NATUREZA
INDENIZATÓRIA

A recorrida desenvolvia jornada de 2ª a 6ª feira, das 10 às 16 horas, com intervalo de 10


minutos para a refeição, conforme confessado pelo preposto em interrogatório, sendo
então deferido pelo magistrado o pagamento de 15 minutos com adicional de 50%, em
razão do intervalo desrespeitado, e reflexos nas demais verbas salariais.

Razão não lhe assiste, uma vez que é indevido o pagamento integral do intervalo,
consoante dispõe o art. 71, § 4º, da CLT, a não concessão ou a concessão parcial do
intervalo intrajornada mínimo, para o repouso e alimentação, a empregados urbanos e
rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com
acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração hora normal de
trabalho, não tendo que se falar em reflexos nas demais parcelas.

Diante do exposto, requer a reforma da sentença para que seja considerado apenas
intervalo suprimido, de natureza indenizatória, no caso em apreço.

b - DA INDEVIDA INDENIZAÇÃO POR DANO EXTRAPATRIMONIAL – DOENÇA


DEGENARATIVA NÃO CONSIDERADA COMO DOENÇA DO TRABALHO

O juízo a quo deferiu a indenização de R$ 6.000,00 (Seis mil reais) à título de dano moral
por acidente do trabalho em razão de doença degenerativa da qual a trabalhadora foi
vítima, conforme laudos médicos juntados aos autos.
lOMoARcPSD|30846040

Não obstante, consoante previsto no art. 20, § 1º, alínea a, da Lei nº 8.213/91 não são
consideradas como doença de trabalho a doença degenerativa, não tendo que se falar em
responsabilidade do empregador ao pagamento de indenização por dano extrapatrimonial.

Dessa forma, requer a reforma da sentença para que seja indeferido a indenização de
dano moral por acidente de trabalho em decorrência da doença degenerativa.

c - DO DESCABIMENTO DA DEVOLUÇÃO A RECLAMANTES DOS


DESCONTOS EM DOBRO PELAS FALTAS JUSTIFICADAS – AUSENCIA DE
PREVISÃO LEGAL

O magistrado julgou procedente o pedido de devolução em dobro, com requerido na


exordial, de 5 dias de faltas justificadas por atestados médicos, pois a preposta
reconheceu que a empresa se negou a aceitar os atestados porque não continham CID
(Classificação Internacional de Doenças).

Insurge-se a recorrente quanto à devolução dos descontos em dobro, uma vez que não
existe previsão legal na CLT para tanto, e ainda consoante previsto no art. 5º, inciso II, da
CRFB/88 deve-se observar o princípio da legalidade.

Dessa forma, requer a reforma da sentença para que seja indeferida a devolução em
dobro pelas faltas justificadas, por falta de previsão legal.

d - DO NÃO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS PARA O DEFERIMENTO DA


CESTA BÁSICA MENSAL – ULTRATIVIDADE ADMISSÃO DA RECLAMANTE
EM PERÍODO POSTERIOR AO TÉRMINO DA CCT

Foi deferido o pagamento correspondente a 1 cesta básica mensal, porque sua entrega
era prevista na convenção coletiva que vigorou no ano anterior (de janeiro de 2017 a
janeiro de 2018) e, no entendimento do julgador, uma vez que não houve estipulação de
uma nova norma coletiva, a anterior foi, automaticamente, prorrogada no tempo.

Razão não lhe assiste, uma vez que a norma coletiva não tem ultratividade, na forma do
art. 614, § 3º, da CLT, motivo pelo qual é indevida para a trabalhadora, pois ela foi
admitida após o término da convenção coletiva anterior.
lOMoARcPSD|30846040

Diante do exposto, requer a reforma da sentença para ser indeferido o pagamento a


reclamante a título de cesta básica mensal.

e - DA NECESSÁRIA REDUÇÃO DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS AO


LIMITE LEGAL

Foram deferidos os honorários advocatícios em favor do advogado da autora na razão de


20% da liquidação.

Razão não lhe assisti, uma vez que suplanta o limite legal estabelecido, que é de 15%
(quinze por cento), conforme o art. 791-A, da CLT, motivo pelo qual deve ser reduzido.

Dessa forma requer a reforma da sentença, para que seja o percentual deferido, reduzido,
observando os limites legais da CLT.

II – DOS REQUERIMENTOS FINAIS

Diante do exposto, requer admissibilidade do presente recurso, a renovação das


preliminares e, no mérito, o provimento do recurso.

Nestes termos

Pede deferimento

Teresina, Piauí, 02 de semtembro de 2023


Advogado
OAB
lOMoARcPSD|30846040

Você também pode gostar