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AO JUIZO DA 10 ª VARA DO TRABALHO DE BELO HORIZONTE/MG

Processo nº 123456

Roberto Mathias, engenheiro de segurança do


trabalho, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe,
vem, através de sua advogada Natasha Campos perante a Vossa Excelência,
interpor tempestivamente e com fulcro no art. 895, I da CLT:

RECURSO ORDINÁRIO

contra sentença proferida nos autos da Reclamação Trabalhista, que move


em face de Manutenção & Segurança Laboral Ltda., pessoa jurídica de direito
privado, inscrita no CNPJ nº.. ., com sede na rua.. ., nº .. ., bairro ... , cidade.. .
, CE P..., estado ... , endereço eletrônico, pelo exposto a seguir. Requer que,
após a verificação dos requisitos de admissibilidade, seja realizada a
intimação do recorrido para a presentar contrarrazões, bem como a remessa
dos autos ao Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região. Requer,
ainda, a juntada do comprovante de pagamento da guia de preparo.

Nesses termos,

Pede deferimento

Belo Horizonte e Data

Advogada Natasha Campos

OAB 8676314
RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO

Recorrente: Roberto Mathias

Recorrido: Manutenção & Segurança Laboral Ltda.

Processo nº: 123456

Origem: 10ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte

Egrégio Tribunal

Doutos Julgadores

DOS PRESSUPOSTOS RECURSAIS

O presente recurso ordinário preenche todos os


seus requisitos de admissibilidade recursal extrínsecos e intrínsecos .

HISTÓRICO PROCESSUAL

O reclamante foi contratado pela reclamada na


data de 10/09/2013 a 18/03/2021, para exercer a função de engenheiro de
segurança do trabalho, tendo como último salário a quantia de 6.000,00 (seis mil
reais) mensais cumprindo a carga horária de 8 horas por dia.

Na data de 18/03/2021, o reclamante foi demitido, sem justa causa e recebeu a


indenização devida pela ruptura do pacto laboral.

Roberto Mathias ingressou com Reclamação Trabalhista em face da empresa


Manutenção Segura & Segurança Ltda., em decorrência de seus direitos
subjetivos violados ao longo do contrato na data de 15/04/2021, requerendo
diversas parcelas. A demanda foi distribuída para a 10ª Vara do Trabalho de Belo
Horizonte. Na sentença, o juiz declarou prescritos os direitos anteriores a
15/11/2016 e, no mérito, analisando os pedidos formulados, deferiu adicional de
insalubridade em grau alto na razão de 30% sobre o salário mínimo, indeferiu
reintegração postulada, alegando que o pedido não possuía respaldo legal,
apesar de Roberto Mathias pertencer a uma comissão de empregados, para qual
que foi eleito pelos demais empregados com a finalidade de ter entendimento
direto com o empregador nos casos autorizados por lei, indeferiu o adicional de
transferência na razão de 25% do salário no período de cinco meses, nos quais
a trabalhador foi deslocado para outra unidade da empresa sem ter mudado de
seu domicílio.

DA PREJUDICIAL DE MÉRITO

DA PRESCRIÇÃO PARCIAL

O recorrente laborou para a sociedade


empresária Manutenção & Segurança Laboral Ltda., como engenheiro de
segurança do trabalho, da data de 10/09/2013 a 18/03/2021. Tendo ajuizado,
em 15/04/2021, reclamatória trabalhista. Na sentença, o juiz responsável,
considerando a prejudicial de prescrição parcial, declarou prescritos os
direitos anteriores a 15/11/2016.

Não existe motivo para se abarcar no assunto de prescrição parcial, uma vez
que, o recorrente ajuizou a demanda em 15/04/2021, tendo isso, garante que
seja retrocedido em 5 (cinco) anos, ou seja, até o dia 15/04/2016. A prescrição
quinquenal trabalhista está expressa na Constituição Federal, no art. 7°, inc.
XXIX, o qual dispõe que a ação quanto aos créditos resultantes das relações
de trabalho possui prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores
urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de
trabalho. Nesse sentido, o TST, por sua vez, reconhece a prescrição
quinquenal na Súmula 308, a qual prevê que respeita o biênio subsequente
à cessação contratual, a prescrição da ação trabalhista concerne às
pretensões imediatamente anteriores a cinco anos, contados da data do
ajuizamento da reclamação e, não, às anteriores ao quinquênio da data da
extinção do contrato. Com isso, requer a reforma da sentença para que o
reclamante tenha seu direito garantido.
DO MÉRITO

DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

Consoante a Constituição Federa, em seu


art. 7°, XXIII, é direito do trabalhador o adicional de remuneração para
as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei. Na
sentença exarada pelo juízo ‘’a quo’’, foi fixada adicional de periculosidade
na razão de 30% sobre o salário-mínimo. Entretanto, o trabalho em
condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30%
incidente sobre o salário-base, sem os acréscimos resultantes de
gratificações prêmio s ou participações nos lucros da empresa. Nesse caso,
é importante observar que a súmula n° 3 64 d o TST proíbe que a cordo
ou convenção coletiva de trabalho fixe cláusula incluindo adicional de
periculosidade em percentual inferior ao estabelecido em lei e proporcional
ao tempo de exposição ao risco. Diante o exposto requere que a sentença seja
reformada.

DO ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA

Em sua decisão, o magistrado deferiu o adicional de transferência na razão de


20% do salário-mínimo no período de cinco meses, visto que o trabalhador foi
deslocado para outra unidade da empresa. É notório que, nesses casos, é
de vido ao trabalhador transferido o pagamento suplementar de no mínimo
25% dos salários que esse fazia jus n aquele local enquanto perdurar a situação
de transferido e não de 20%, valendo -se do art. 469, §3° da C LT. Diante o
exposto, requer que seja reformada a sentença, a fim de ajustar o percentual
devido o recorrente.

DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

A sentença o Excelentíssimo juiz a quo,


condenou o reclamante ao pagamento de honorários de sucumbência, no
importe de 5%, contudo, entendemos que tal ponto não merece acolhida, dada
a condições financeiras do reclamante que não é capaz de suportar tal ônus.
Inclusive o próprio Magistrado a quo deferiu em favor do reclamante a benesse
da justiça gratuita, o que a nosso ver e corroborado pela jurisprudência desta
renomada Corte, afastaria a sucumbência em desfavor do reclamante.

Quando o autor da ação é beneficiário da justiça gratuita, há condenação ao


pagamento de honorários advocatícios, mas com suspensão da exigibilidade.
Somente se houver recebimento de crédito e se esse for suficiente para retirar
do empregado a condição de miserabilidade é que se encerra a suspensão de
exigibilidade mencionada. Sendo assim, dou parcial provimento ao recurso para
fixar honorários em proveito do advogado dos reclamados em 10% sobre os
pedidos integralmente improcedentes, verba que fica com a exigibilidade
suspensa, nos termos do parágrafo 4º do artigo 791-A da CLT, por dois anos,
após o que será extinta a obrigação. Parcial provimento, nesses termos.

Ademais não fazendo jus a reclamada em requerer tal benesse até mesmo por
seu porte empresarial.

Pelo exposto pede-se a reforma da r. sentença no tocante aos honorários de


sucumbência para que a reclamada seja condenada ao pagamento dos
honorários de sucumbência em favor do advogado do reclamante, nos termos
do art. 791 – A da CLT.

CONCLUSÃO

Pelo exposto, requer o conhecimento e


consequentemente provimento do presente apelo, para a reforma do julgado
com a consequente retorno dos autos à instancia de origem, condenando o
recorrido às custas processuais em reversão.
Termos em que

pede deferimento.

Belo Horizonte, Data

Natasha Campos

OAB - 8676314

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