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AO JUÍZO DA ________ VARA DO TRABALHO DE ________

Processo Nº 0010521-19.2023.5.03.0089

IBS – INDUSTRIAL BOILER SERVICES, já qualificado no processo em


epígrafe, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por seu
representante constituído apresentar CONTESTAÇÃO em face da Reclamação
Trabalhista movida por VINICIUS FERREIRA DE SOUZA, igualmente
qualificado, pelos fatos e fundamentos a seguir dispostos.

PRELIMINARES DE DEFESA
DO SIGILO

Nos termos do Art. 22 da Resolução CJST nº 241/2019, informa que a


presente contestação foi protocolada sob a proteção do sigilo
A Contestação apresenta informações sigilosas que se enquadram nos
termos do art. 770, caput, da CLT e dos arts. 189 ou 773, do CPC.
Requer, portanto, seja mantido o sigilo até a audiência, fase prevista em
lei para sua apresentação no processo, nos termos do Art. 847 da CLT, para
que somente neste momento, se não houver acordo, seja dada publicidade a
viabilizar o contraditório, nos termos do Art. 22, da Resolução CJST nº
241/2019, in verbis:

§ 5º O réu poderá atribuir sigilo à contestação e à reconvenção, bem


como aos documentos que as acompanham, devendo o magistrado
retirar o sigilo caso frustada a tentativa conciliatória.

Razões pelas quais, motivado o pedido de sigilo.


MÉRITO DA CONTESTAÇÃO

A Reclamada impugna todos os fatos articulados na inicial,


esperando a IMPROCEDÊNCIA DA RECLAMAÇÃO PROPOSTA, pelos
seguintes motivos:

DA RESCISÃO DO CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO

Conforme relatado, o reclamante foi contratado em 05 de janeiro


de 2023, mediante contrato por prazo determinado, na modalidade de contrato
parada, até mesmo porque a obra tinha previsão de 60 (sessenta) dias para
sua conclusão, com previsão de término contratual no dia 05 de março de
2023, conforme contrato de trabalho firmado pelas partes.
Ocorre que por atraso na entrega de matéria prima, o contrato foi
alterado para mais 30 (trinta) dias, por isso seu encerramento se deu em
04/04/2023, nada mais que isso.
O termo de rescisão do contrato de trabalho foi devidamente
quitado, ocasião em que o autor também recebeu as guias do FGTS rescisório
e do seguro desemprego, não havendo qualquer irregularidade na rescisão, a
reclamação deve ser imediatamente desprovida.
Conforme será demonstrado, caso seja do interesse deste
magistrado, acordado entre as partes no dia certo o Reclamante assinou
documentos firmando sua dispensa, sendo informado que o contrato estava
encerrado, já que a empresa não tinha mais interesse em prorrogar tal
contratação e a obra concluída.
Conforme documentação em anexo, as provas são claras no
sentido de que o contrato foi extinto na data prevista, afinal trata-se de
CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO, não podendo se falar em rescisão
antecipada.
Dessa forma, não há que se cogitar em rescisão antecipada como
tenta induzir o reclamante, sendo regular a rescisão do contrato, conforme
precedentes sobre o tema:
RECURSO ORDINÁRIO INTERPOSTO PELO RECLAMANTE. RESCISÃO ANTECIPADA
DO CONTRATO DE TRABALHO. Hipótese em que as provas produzidas são claras no
sentido de que o contrato de experiência foi extinto na data programada para o seu
término, por iniciativa do empregador. Recurso desprovido. (TRT-4 - ROPS:
00209165520165040811, Data de Julgamento: 22/08/2017, 5ª Turma)

EMPREGADO PÚBLICO. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. DISPENSA. EXISTÊNCIA


DE MOTIVAÇÃO. Havendo comprovação de que, a partir do término do contrato de
experiência e da respectiva avaliação, o empregado concursado não preenche os
requisitos para a manutenção do vínculo de emprego, correta a dispensa sem justa
causa se preenchido o requisito relacionado à motivação do ato. (TRT-4 - RO:
00217476020165040405, Data de Julgamento: 13/04/2018, 8ª Turma)

CONTRATO DE EXPERIÊNCIA (...). Ademais, restou comprovado que a ruptura


contratual sem justa causa, respeitado o prazo de duração do contrato de experiência,
decorreu tão somente da insatisfação patronal com o trabalho apresentado pela
empregada, o que não configura conduta ilícita, mas apenas medida inserida no poder
diretivo do empregador. Recurso Ordinário da Reclamada Conhecido e Provido. (TRT-11
00015728020165110007, Relator: JOSE DANTAS DE GOES, Gabinete do Desembargador
Jose Dantas de Goes)

No presente caso a rescisão do contrato de trabalho deu-se exatamente


no término do prazo determinado entre as partes, o que é plenamente
aceitável, conforme precedentes sobre o tema análogos ao caso.

CONTRATO DE EXPERIÊNCIA. PRORROGAÇÃO EXPRESSA. Não há vedação legal para


a prorrogação automática do contrato de experiência, desde que expressamente
previsto e respeitado o prazo limite de 90 dias. No caso dos autos, a prorrogação do
contrato de experiência se deu de forma expressa, uma vez que a obreira assinou o
termo de prorrogação do contrato de experiência, além de haver previsão da
prorrogação no contrato de trabalho e na CTPS da obreira. (TRT-1 - RO:
01010661620165010226, Relator: JORGE ORLANDO SERENO RAMOS, Data de
Julgamento: 12/06/2017, Terceira Turma, Data de Publicação: 11/07/2017)

O termo de rescisão do contrato de trabalho foi devidamente


quitado, ocasião em que o autor também recebeu as guias do FGTS rescisório
e do seguro desemprego, não havendo qualquer irregularidade na rescisão, a
reclamação deve ser imediatamente desprovida.
DO AVISO PRÉVIO

Nos termos do Art. 487 da CLT, "não havendo prazo estipulado, a parte
que, sem justo motivo, quiser rescindir o contrato deverá avisar a outra da sua
resolução com a antecedência mínima de trinta dias aos que perceberem por
quinzena ou mês, ou que tenham mais de 12 (doze) meses de serviço na
empresa."
Conforme provas que junta em anexo, o aviso prévio foi regularmente
pago sem qualquer apontamento. Razão pela qual deve ser indeferido o
presente pleito:

AVISO PRÉVIO. CONTROVÉRSIA. Não há que se falar em aviso prévio indenizado


quando a prova documental assinada pelo obreiro - não elidida nos autos - comprova a
devida concessão e pagamento, pelo empregador, do aviso prévio trabalhado. (TRT-1 -
RO: 01001200220165010531 RJ, Relator: ANGELO GALVAO ZAMORANO, Sexta Turma,
Data de Publicação: 24/02/2017)

AVISO PRÉVIO. Aviso prévio concedido e assinado e não havendo prova de data
retroativa é tido como regular. Recurso desprovido. (TRT-4 - RO:
00209347920155040013, Data de Julgamento: 31/03/2017, 11ª Turma).

Razão pela qual, totalmente improcedente os pedidos versados na inicial

DA LITIGÂNCIA DE MÁ FÉ

O princípio da lealdade processual e boa-fé deve vigorar plenamente em


qualquer atuação processual, exigindo dos litigantes o respeito aos deveres
impostos pelo artigo 80 do Código de Processo Civil.
Ao sedimentar tais princípios, o novo CPC dispõe em seus artigos 5º e
79º o princípio da boa-fé deve ser obedecido por todos que fazem partes do
processo:
"Art. 5 - ºAquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de
acordo com a boa-fé."

"Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como autor, réu ou
interveniente."

No mesmo sentido, a Reforma Trabalhista previu a preocupação com a


boa fé nos artigos 793-A a 793-D da CLT, in verbis:

Art. 793-B. Considera-se litigante de má-fé aquele que:


I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato
incontroverso;
II - alterar a verdade dos fatos;
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
VI - provocar incidente manifestamente infundado;
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.

Art. 793-C. De ofício ou a requerimento, o juízo condenará o litigante de má-fé a pagar


multa, que deverá ser superior a 1% (um por cento) e inferior a 10% (dez por cento) do
valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a
arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou.

As mudanças legislativas objetivam cumprir um papel importante na


busca pela lealdade processual, inclusive na celeridade no trâmite dos
processos.
No presente caso fica perfeitamente evidenciada a litigância de má fé do
Reclamante uma vez que ingressa com a Reclamatória sem qualquer base
legal ou probatória, conforme precedentes sobre o tema:

RECURSO ORDINÁRIO. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. O procedimento adotado pela parte


reclamante, deduzindo pedido comprovadamente já recebido durante a vigência do
contrato de trabalho, bem como, pleiteando o recebimento cumulativo de adicionais de
insalubridade e periculosidade, o que é vedado legalmente, autoriza sim a aplicação da
multa por litigância de má-fé, com fulcro nos incisos I e II do art. 80 c/c art. 81 do NCPC
c/c incisos I e II do artigo 793-B e artigo 793-C, ambos da CLT. (TRT-2, 1000576-
80.2018.5.02.0028, Rel. MARCELO FREIRE GONCALVES - 12ª Turma - DOE 13/06/2019).
Diante todo o exposto, requer o não conhecimento da petição inicial
proposta, bem como o reconhecimento de nítida má fé do Reclamante,
condenando a pagar multa, que deverá ser superior a 1% (um por cento) e
inferior a 10% (dez por cento) do valor corrigido da causa nos termos do Art.
793-C da CLT.

DO NÃO CABIMENTO DAS MULTAS DOS ARTS. 467 E 477 DA CLT

A CLT expressamente ao dispor sobre o cabimento de multas pelo não


pagamento de verbas incontroversas dispõe:

Art. 467. Em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre o


montante das verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à
data do comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas,
sob pena de pagá-las acrescidas de cinqüenta por cento".

Art. 477. Na extinção do contrato de trabalho, o empregador deverá proceder à anotação


na Carteira de Trabalho e Previdência Social, comunicar a dispensa aos órgãos
competentes e realizar o pagamento das verbas rescisórias no prazo e na forma
estabelecidos neste artigo.
(...)
§8º Sem prejuízo da aplicação da multa prevista no inciso II do caput do art. 634-
A, a inobservância ao disposto no § 6º sujeitará o infrator ao pagamento da multa em
favor do empregado, em valor equivalente ao seu salário, exceto quando,
comprovadamente, o empregado der causa à mora.

Ou seja, tais multas são cabíveis quando o valor requerido pelo


Reclamante é incontroverso, o que não é o caos, uma vez que se discute
exatamente o cabimento ou não dos valores cobrados.
Desta forma, não há que se falar em multa dos Arts. 467 e 477 por se
tratarem de verbas controvertidas, conforme precedentes sobre o tema:
MULTAS DOS ARTS. 467 E 477 DA CLT. Por seu turno, postula o Recorrente a
condenação da Reclamada ao pagamento das multas dos artigos 467 e 477 da CLT. A
multa do art. 467 da CLT, por se tratar de penalidade, deve ser interpretada de forma
restritiva. O direito à multa do art. 467 da CLT surge com a falta de pagamento do valor
incontroverso quando da realização da primeira audiência. No caso dos autos, não há
que se falar em sua aplicação, eis que não havia verbas incontroversas a serem
quitadas, havendo inclusive controvérsia entre as partes quanto à modalidade da
rescisão contratual. A multa do artigo 477 é indevida ante à inteligência do disposto na
OJ nº 351 da SDI-I do TST, a qual foi cancelada, mas permanece a ideia central. A multa é
indeferida pelo fato de o litígio estar sob o crivo da apreciação judicial, aplicando-se a
Súmula nº 33 desse Regional (Resolução TP nº 04/2015 - DOELETRÔNICO de 13 e
14/07/2015) (...) (TRT-2, 1000993-66.2017.5.02.0384, Rel. FRANCISCO FERREIRA JORGE
NETO - 14ª Turma - DOE 26/11/2018)

MULTA DO ART. 467 DA CLT Não procede o inconformismo. Diante da inexistência de


verbas incontroversas, não há que se falar em multa do art. 467 da CLT, considerando-
se, sobretudo, o disposto na Súmula 74 deste Regional: 74 - Multa do art. 467 da CLT.
Reconhecimento judicial de vínculo empregatício. Indevida. (Res. TP nº 03/2017 -
DOEletrônico 12/05/2017) A presença de controvérsia em torno do vínculo empregatício
é suficiente para afastar a multa prevista no art. 467 da CLT DANOS MORAIS Correta a
sentença. O fato de as rés não terem cumprido com suas obrigações contratuais não
pode ensejar, por si só, a indenização por danos morais, mas, sim, materiais e, não
havendo prova de que houve invasão na esfera moral do autor, mantenho a
improcedência do pedido. (TRT-2, 1000702-48.2017.5.02.0002, Rel. ANA CRISTINA LOBO
PETINATI - 5ª Turma - DOE 21/08/2018)

Motivos pelos quais devem conduzir ao indeferimento do pleito.

DAS HORAS EXTRAS

Conforme se junta, documentos comprobatórios que atestam que todas


as horas extras realizadas foram efetivamente quitadas e ou compensadas,
ficando a cargo do autor comprovar as suas alegações de não recebimento.
Mais uma vez o autor destorce a realidade dos fatos na busca de
vantagem indevida.

DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE.
Conforme se junta documentos comprobatórios que toda verba inclusive
a de insalubridade foram devidamente quitadas, não havendo nada a recolher.
Ficando a cargo do autor a sua não comprovação de quitação.

DA IMPUGNAÇÃO AOS DOCUMENTOS JUNTADOS

Por fim, impugnam-se todos os documentos juntados na inicial,


por manifestamente insuficientes a provar suas alegações.
Portanto requer o recebimento e acolhimento da presente defesa,
para que sejam julgados totalmente improcedentes os pedidos ventilados na
Reclamação Trabalhista.

DAS PROVAS QUE PRETENDE PRODUZIR.

Para demonstrar o direito arguido no presente pedido, o


reclamado pretende instruir seus argumentos com as seguintes provas:
a) Depoimento pessoal do autor, para esclarecimentos sobre a
propositura da ação e do contrato de trabalho, nos termos do Art. 385 do CPC;
b) Ouvida de testemunhas, uma vez que cujo rol será
apresentado em AIJ:
Importante esclarecer sobre a indispensabilidade da prova
pericial/testemunhal, pois trata-se de meio mínimo necessário a comprovar o
direito pleiteado, sob pena de grave cerceamento de defesa.

CERCEAMENTO DE DEFESA. INDEFERIMENTO DA PRODUÇÃO DE PROVA ORAL E


COMPLEMENTAÇÃO DE PERÍCIA. Constitui-se cerceamento de defesa o indeferimento
da produção de prova oral e prova técnica visando comprovar tese da parte autora,
considerando o julgamento de improcedência do pedido relacionado a produção da
prova pretendida. (TRT-4 - RO: 00213657920165040401, Data de Julgamento: 23/04/2018,
5ª Turma)
Tratam-se de provas necessárias ao contraditório e à ampla
defesa, conforme dispõe o Art. 369 do Novo CPC, "As partes têm o direito de
empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos,
ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade dos
fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na
convicção do juiz."
Trata-se da positivação ao efetivo exercício do contraditório e da
ampla defesa disposto no Art. 5º da Constituição Federal:

"Art. 5º (...) LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados


em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes;(...)"

A doutrina ao disciplinar sobre este princípio destaca:

"(...) quando se diz "inerentes" é certo que o legislador quis abarcar todas as medidas
passíveis de serem desenvolvidas como estratégia de defesa. Assim, é inerente o direito
de apresentar as razões da defesa perante o magistrado, o direito de produzir provas,
formular perguntas às testemunhas e quesitos aos peritos, quando necessário, requerer
o depoimento pessoal da parte contrária, ter acesso aos documentos juntados aos autos
e assim por diante." (DA SILVA, Homero Batista Mateus. Curso de Direito do Trabalho
Aplicado - vol. 8 - Ed. RT, 2017. Versão ebook. Cap. 14)

Para tanto, o reclamado pretende instruir o presente com as


provas acima indicadas, sob pena de nulidade do processo.

DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA À EMPRESA.

Trata-se de Pessoa Jurídica de pequeno porte, com despesas


superiores à receita, conforme se comprova.
Trata-se de situação excepcional que deve ser considerada,
conforme precedentes sobre o tema:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. Pedido de justiça gratuita ou diferimento do pagamento


das custas. Possibilidade de parcelamento do valor, tendo em vista a atual circunstância
social de enfrentamento da pandemia que presumidamente impôs significativa redução
de receita às empresas. Embargos acolhidos, com efeito parcialmente modificativo do
julgado. (TJSP; Embargos de Declaração Cível 2061096-84.2020.8.26.0000; Relator (a):
Marcelo Semer; Órgão Julgador: 10ª Câmara de Direito Público; Foro de Mauá - 4ª Vara
Cível; Data do Julgamento: 27/04/2020; Data de Registro: 27/04/2020)

Ou seja, o reclamado não dispõe de condições financeiras para arcar


com as custas processuais sem prejuízo da saúde financeira já abalada da
empresa, conforme declaração de hipossuficiência que junta em anexo.
A possibilidade da gratuidade de justiça já foi sumulado pelo STJ, nos
seguintes termos:

Súmula 481 -Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica com ou sem fins
lucrativos que demonstrar sua impossibilidade de arcar com os encargos processuais.
(Súmula 481, CORTE ESPECIAL)

No mesmo sentido é o entendimento firmado em inúmeros precedentes:

JUSTIÇA GRATUITA - PESSOA JURÍDICA - COMPROVAÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA -


DEFERIMENTO. - Para a concessão da gratuidade de justiça para pessoa jurídica, faz-se
necessária a apresentação de documentação que comprove a condição de
hipossuficiência da empresa - Demonstrada a impossibilidade financeira de arcar com
as despesas do processo, deve ser deferido o benefício para a pessoa jurídica. (TJ-MG -
AI: 10000190283739001 MG, Relator: Pedro Aleixo, Data de Julgamento: 17/07/2019, Data
de Publicação: 18/07/2019)

NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. JUSTIÇA GRATUITA. PESSOA JURÍDICA.


Tratando-se de pessoa jurídica e havendo comprovação de escassez de recursos para
arcar com o custo processual, merece ser concedido o benefício da justiça gratuita, a
qual pode oportunamente ser revogada, provando a parte contrária a inexistência ou o
desaparecimento dos requisitos essenciais à concessão. Precedentes jurisprudenciais.
AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº 70081091589, Décima
Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ana Beatriz Iser, Julgado em
29/05/2019).

Ao disciplinar sobre o tema, grandes doutrinadores corroboram com este


entendimento:
"Pessoa Jurídica e Assistência Judiciária Gratuita. A pessoa jurídica que não puder fazer
frente às despesas do processo sem prejuízo de seu funcionamento também pode
beneficiar-se das isenções de que trata a gratuidade da justiça. "Faz jus ao benefício da
justiça gratuita a pessoa jurídica com ou sem fins lucrativos que demonstrar sua
impossibilidade de arcar com os encargos processuais" (Súmula 481, STJ)." (MARINONI,
Luiz Guilherme. ARENHART, Sérgio Cruz. MITIDIERO, Daniel. Novo Código de Processo
Civil comentado. 3ª ed. Revista dos Tribunais, 2017. Vers. ebook. Art. 98)

No presente caso, o Requerente é microempresa, inscrita no Simples


Nacional, com parcos rendimentos, sendo a concessão do benefício, a única
forma de preservar o acesso à justiça.
Por tais razões, com fulcro no artigo 5º LXXIV da Constituição Federal e
pelo artigo 98 do CPC, requer seja deferida a gratuidade de justiça o
reclamado, subsidiariamente, requer o parcelamento das custas judiciais.

DOS PEDIDOS
Diante de todo o exposto, em sede de CONTESTAÇÃO, requer:

O ACOLHIMENTO NA ÍNTEGRA destas razões, para fins de julgar


TOTALMENTE IMPROCEDENTE a Reclamação Trabalhista proposta;
A produção de todas as provas admitidas em direito;
A condenação do reclamante ao pagamento de sucumbência e
honorários advocatícios, nos termos dos Arts 791-A e 790-B da CLT.
O acolhimento das contraposições às provas e argumentos trazidos e
consequente declaração de IMPROCEDÊNCIA DA DEMANDA;
O deferimento do pedido da Gratuidade de Justiça ao reclamado;
A condenação do Reclamante ao pagamento de multa por litigância de
má fé;

Nestes termos, pede e espera deferimento.

De Ipatinga para Coronel Fabriciano – MG, 04 de julho de 2.023

ROBERTO MÁRCIO DOS SANTOS


OAB/MG 213.407

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