Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Advogados Associados
PROCESSO N° 0020731-84.2019.5.04.0011
BANCO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL S/A, já qualificado, nos autos da ação
trabalhista ajuizada por LUCAS QUIRIM DA SILVA vem, por seu procurador que esta
subscreve, interpor AGRAVO DE INSTRUMENTO com fulcro no artigo 897, alínea “b” da CLT.
Requer, após cumpridas as formalidades legais, seja o mesmo remetido ao Colendo
Tribunal Superior do Trabalho, com as razões anexas.
O juízo encontra-se integralmente garantido quando da interposição do Recurso de
Ordinário, não havendo notícia de alteração do valor da condenação até então.
Pede deferimento.
Belo Horizonte, 11 de maio de 2020
Advogados Associados
EMÉRITOS MINISTROS
1. PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE
Advogados Associados
Advogados Associados
Advogados Associados
Advogados Associados
Súmula Vinculante 10/STF, tendo em vista que a tese adotada foi sumulada
pelo Pleno do C. TST.
Não se verifica eventual violação ao art. 42, XX, da Lei n. 13.019
/2014, pois a decisão da Turma está de acordo com a Súmula n. 331, V, do
TST e com a interpretação que lhe conferiu a Subseção I Especializada em
Dissídios Individuais daquele Tribunal (E-RR-925-07.2016.5.05.0281, Relator
Ministro Claudio Mascarenhas Brandão, DEJT 22/05/2020), à luz do
entendimento firmado pelo E. STF. acerca do art. 71, § 1º, da Lei n.
8.666/96, incidindo o óbice da Súmula n. 333 do TST e do art. 896, §7º, da
CLT.
Dessa forma, ficam afastadas as alegações da parte recorrente.
Denego seguimento
3. MÉRITO
Inicialmente, deve-se atentar para a plena eficácia e validade do artigo 71, §1º, da
Lei 8666/93, declarado constitucional pelo Supremo Tribunal Federal no bojo da Ação
Declaratória de Constitucionalidade nº 16, o que foi corroborado no julgado do Recurso
Extraordinário 760.931, com repercussão geral conhecida e Tese fixada (nº 246) no sentido
de que:
“O inadimplemento dos encargos trabalhistas dos empregados
do contratado não transfere ao poder público contratante
Advogados Associados
Advogados Associados
Ocorre que, conforme tenta demonstrar a Recorrente em seu apelo especial, não é
automaticamente dedutível um dever estatal de fiscalização do pagamento de toda e
qualquer parcela, rubrica por rubrica, verba por verba, devida aos trabalhadores. Somente a
comprovação de um comportamento sistematicamente negligente em relação aos
terceirizados poderia conduzir à responsabilização.
Outrossim, o caso concreto não tem elementos suficientes para permitir a
caracterização dessa responsabilidade subsidiária.
Advogados Associados
Ora, não houve a comprovação real – na verdade, não houve sequer alegação na
petição inicial – de um comportamento sistematicamente negligente em relação à
terceirizada; não há, portanto, prova do nexo de causalidade entre a conduta comissiva ou
omissiva do Poder Público e o dano sofrido pelo trabalhador.
Aliás, este é o entendimento que está sendo consolidado do C. TST, veja-se:
Advogados Associados
Advogados Associados
Advogados Associados
Advogados Associados
Separação de Poderes, posto que somente ao Legislativo é dado o direito de legislar sobre
tal matéria.
Diante do exposto, requer seja o presente recurso admitido e provido para julgar
improcedentes todos os pedidos iniciais, considerando o que dispõe o art. 71, § 1º, Lei
8666/93, sob pena de violação a lei federal, à Constituição da República e a decisão
vinculante do STF.
Advogados Associados
Advogados Associados
Advogados Associados
Advogados Associados
pelos encargos trabalhistas inadimplidos pela empresa contratada, mas desde que
demonstrado, com elementos consistentes de prova, que houve falha concreta da
Administração na fiscalização do contrato.
Além disso, cabe ao Reclamante comprovar, nos termos do artigo 373, I, do CPC/15
e 818 da CLT que a conduta omissiva da Administração guarda nexo de causalidade direto
com o inadimplemento das verbas vindicadas.
Portanto, mera alegação pelo empregado, em Juízo, de ausência de efetiva
fiscalização do contrato não substitui "a necessidade de prova taxativa do nexo de
causalidade entre a conduta da Administração e o dano sofrido pelo trabalhador” (excerto
do acórdão RE 760.931/DF, Ministra Carmen Lúcia).
Não se pode olvidar, ainda, que o julgamento proferido no Recurso Extraordinário
760.931/DF, de relatoria do Ministro Luiz Fux se deu em sede de repercussão geral (Tema
246). É sabido que tal instituto aderiu ao ordenamento pátrio pela EC nº 45/2004, que
incluiu a necessidade de a questão constitucional tratada nos recursos extraordinários
possuir repercussão de caráter amplo, o que redundou em alterações no Código de Processo
Civil e no regimento da mais Alta Corte, para regulamentá-la (CF/88, artigo 102, §3º,
acrescido pela Emenda Constitucional nº 45/04 e CPC, artigos 1.035 e 1.036, acrescido pela
Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015).
Assim, publicado o acórdão paradigma do STF, impõe a lei processual, no artigo
1.040 e incisos, do CPC, que as instâncias originárias retomem o curso dos julgamentos
acerca do tema, aplicando a tese firmada pela Corte Máxima Constitucional.
A despeito do disposto no §3º, do artigo 18, da Instrução Normativa 41, do C. TST,
que ressalvou o caráter vinculante das teses jurídicas prevalecentes e das súmulas
regionais advindas do julgamento dos incidentes de uniformização de jurisprudência
suscitados ou iniciados anteriormente à Lei 13.467/17, é necessário observar a
compatibilização vertical das decisões. Disto se conclui que não se pode afastar do acórdão
do STF, Corte Máxima Constitucional, sob pena de incorrer na hipótese da Reclamação
prevista no artigo 988, inciso II, do CPC e, mais grave, alimentar expectativas infrutíferas aos
jurisdicionados.
Advogados Associados
Advogados Associados
Advogados Associados
4. CONCLUSÃO