Você está na página 1de 21

AO DOUTO JUÍZO DA ___ VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE

MANAUS/AMAZONAS

MICAEL LEITÃO de ARAÚJO, brasileiro, convivente, desempregado, inscrito no


CPF sob o nº 013.853.282-66 e portador do RG sob o nº 2496932-0 SSP/AM, filho de Ana
Maria Leitão de Araújo e José Viana de Araújo; residente e domiciliado na Rua Araparis, nº 22;
Bairro Coroado, CEP: 69.082-656, Manaus/AM. vem respeitosamente perante Vossa
Excelência por meio de seus procuradores que a esta subscrevem, tendo como
endereços eletrônicos acostados no rodapé, sob a égide dos Artigos 840 da CLT e 319
do CPC/2015, propor

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA COM PEDIDO DE RECONHECIMENTO DE


DESVIO DE FUNÇÃO

Em face de MURANO CONSTRUÇÕES LTDA, pessoa jurídica de direito


privado, inscrita no CNPJ/CEI, sob o nº 23.170.931/0001-33, com sede no Trecho SIA,
TRECHO 2, Lotes 2005, 2015, 201, 2º pavimento, Sala 201, Bairro Zona Industrial
(Guará), CEP 71.200-020, Brasília/DF (Matriz); Travessa Baltazar, nº 07, Próximo ao
axerito, - Pq. Res. Adrianópolis, Manaus - AM, 69057-081, Telefone: (92) 98163-9364
(Filial) e Litisconsorte ESTADO DO AMAZONAS, através da PROCURADORIA
GERAL DO ESTADO, CNPJ 04.312.369/0011-62, VIA SISTEMA PJE ou no endereço
na Rua Emílio Moreira, nº 1308, Bairro Praça 14 de Janeiro, CEP 69.020-040, Manaus-
AM, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:

1. DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

O Reclamante atualmente se encontra desempregado, razão pela qual não


aufere renda o suficiente para arcar com as custas processuais sem que com isso
prejudique o seu sustento, nos termos do art. 99 e seguintes da Lei nº. 13.105/15,
“in verbis” e explica-se:

“Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição


inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em
recurso.”

E-mail: yan_oliveiraa@hotmail.com & wesley_belo@hotmail.com


Telefones: +55 (92) 98237-3134 & (91) 98333-7677
O&Z
Com a pretensão de não ver lesada o seu direito individual Constitucional de
recorrer, pede que faze jus à concessão do benefício Gratuidade da Justiça e de seus
Atos, conforme documentos acostados aos autos, principalmente na ordem do que
determina o Art. 5º, inciso LXXIV da CF/88:

“Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
(...)
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que
comprovarem insuficiência de recursos;”

Nos termos dos art. 790 §4º da CLT c/c art. 105, caput do CPC, o benefício da
justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de recursos para o
pagamento das custas processuais, bem como fica autorizado a seus patronos
declararem a hipossuficiência de seus assistidos, in verbis:

Art. 790, § 4º. O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que
comprovar insuficiência de recursos para pagamento das custas do processo.

Assim, “ex positis”, pois afastando e exaurindo qualquer possibilidade de


enriquecimento desmedido, preenchidos os requisitos exigidos para a concessão do
benefício pleiteado, como medida de Justiça e de Direito que se vislumbra neste
momento, requer a concessão do benefício da Gratuidade da Justiça, bem como de
seus atos.

2. DA RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DA LITISCONSORTE

Embora o Reclamante tenha sido contratado pela Primeira Reclamada,


contudo, este sempre laborou em prol da Litisconsorte por todo o período laboral,
associado à SEDUC – Secretaria de Estado de Educação e Desporto do Estado do
Amazonas, e suas atividades relacionadas a obras em escolas Estaduais da capital e
do interior.

A responsabilidade de ambas é clara e evidente, enquadrando-se no disposto


do inciso IV, V e VI, do Enunciado 331 do TST, in verbis:

IV – O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador,


implica na responsabilidade subsidiária do tomador de serviços quanto àquelas

E-mail: yan_oliveiraa@hotmail.com & wesley_belo@hotmail.com


Telefones: +55 (92) 98237-3134 & (91) 98333-7677
O&Z
obrigações, desde que haja participado da relação processual e conste também do
título executivo judicial.
V – Os Entes integrantes da administração pública direta e indireta respondem
subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua
conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei nº 8.666/93,
especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais
da prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não
decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela
empresa regularmente contratada.

VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviço abrange todas as


verbas decorrentes da condenação referente ao período da prestação laboral.

De suma importância pontuar Excelência, que diante as alterações do inciso


IV, bem como, a inserção dos novos incisos, V e VI à redação acima transcrita, isso
por meio da Resolução 174/2011, em suma, restou pacificado o entendimento de que
não será possível a condenação do ente público por dívidas trabalhistas de suas
contratadas de forma objetiva, PORÉM, SE RESTAR PROVADA A CULPA DA
ADMINISTRAÇÃO NO EXERCÍCIO DO PODER DE FISCALIZAR A
PRESTADORA DO SERVIÇO, AI SÍM, SUBSISTIRA A DEVIDA
RESPONSABILIDADE PARA COM O CRÉDITO TRABALHISTA.

Sendo assim, pode-se afirmar que continua prevalecendo a teoria da culpa


(in vigilando) a respaldar a obrigação dos artigos 186 e 927, do Código Civil
Brasileiro, ou seja, a responsabilidade deixa de ser objetiva e passou a ser
subjetiva.

Portanto, cabe destacar a decisão do Tribunal Superior do Trabalho, in verbis:

“AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA


NÃO REGIDO PELA LEI 13.015/2014. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
TERCEIRIZAÇÃO.
RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. CONFIGURAÇÃO DE CULPA
IN VIGILANDO. PARÂMETROS FIXADOS PELO STF NO
JULGAMENTO DA ADC 16/DF. Ao julgar a ADC 16/DF e proclamar a
constitucionalidade do § 1º do art. 71 da Lei 8.666/93, a Suprema Corte não
afastou a possibilidade de imputação da responsabilidade subsidiária aos entes da
Administração Pública, por dívidas trabalhistas mantidas por empresas de
terceirização por eles contratadas, desde que configurada conduta culposa, por
omissão ou
negligência, no acompanhamento da execução dos contratos de terceirização
celebrados, nos moldes da Súmula 331, V, do TST. No presente caso, o Tribunal
Regional ressaltou que o ente público não logrou comprovar a fiscalização das
E-mail: yan_oliveiraa@hotmail.com & wesley_belo@hotmail.com
Telefones: +55 (92) 98237-3134 & (91) 98333-7677
O&Z
obrigações contratuais e legais da empresa prestadora, o que configura a culpa in
vigilando, a legitimar a imputação da responsabilidade subsidiária combatida.
Incidência da Súmula 331, V, do TST. Agravo não provido.” (Ag-AIRR - 91700-
24.2006.5.04.0030, Relator Ministro: Douglas Alencar Rodrigues, Data de
Julgamento: 15/06/2016, 7ª Turma, Data de Publicação: DEJT 17/06/2016)
(g.a).

Diante do aresto colacionado acima, tem-se que, para a imputação da


responsabilidade subjetiva da Administração Pública, necessário que haja o elemento
subjetivo, sendo este especificamente, a CULPA IN VIGILANDO do Ente Público, ou
seja, da Litisconsorte, na devida fiscalização das atividades da empresa que contratou,
sendo esta Reclamada.

Sendo mais específico, devemos destacar que a Administração Pública se


beneficiou completamente da mão de obra do Reclamante, frisa-se, através de contrato
de prestação de serviços, devendo portanto fiscalizar e exigir do prestador de serviço
o cumprimento das obrigações trabalhistas, determinando o que fosse necessário à
devida regularização das faltas ou defeitos observados, nos exatos moldes do
parágrafo primeiro do artigo 67 da Lei 8.666/93, citado abaixo, e que se assim não o
fizer, atrairá para si a responsabilidade subsidiaria em decorrência da culpa in
vigilando.

Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um


representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação
de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa
atribuição.

§1º O representante da Administração anotará em registro próprio todas as


ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for
necessário à regularização das faltas ou defeitos observados.

Portanto, diante do supra exposto, constata-se que o contrato de prestação de


serviços terceirizados devem ser devidamente acompanhados pelo Ente Público, em
especial, através de agente designado para fiscalizar o cumprimento das cláusulas
contratuais, com a ríspida fiscalização da folha de pagamento dos empregados da
prestadora de serviços, em respeito ao dever de cautela a fim de prevenir eventual
dano, pois os valores são repassados pelo Ente Público, o qual pode, na medida em
que constatar qualquer irregularidade, proceder com a devida retenção desses valores.

Por fim, diante de todo o exposto, destaca-se que, ainda que houve a
constitucionalidade do artigo 71, parágrafo 1º da Lei 8.666/93, declarada pelo Supremo
E-mail: yan_oliveiraa@hotmail.com & wesley_belo@hotmail.com
Telefones: +55 (92) 98237-3134 & (91) 98333-7677
O&Z
Tribunal Federal no julgamento da ADC nº 16, está não foi capaz de afastar o
entendimento exposto acima quanto a responsabilidade subsidiaria da Litisconsorte,
em decorrência da culpa in vigilando. Sendo assim, não há que se falar em ofensa ao
artigo 5º, II; artigo 37, incisos II e XXI e parágrafo 6º e artigo 97, todos da Constituição
Federal, bem como, nenhuma ofensa também a Súmula nº 10 do STF.

Em virtude do exposto no artigo 2º, § 2º, da CLT e nos incisos IV, V e VI do


Enunciado 331 do TST, deverá ocorrer a condenação subsidiária da Litisconsorte na
lide, em decorrência de não ter fiscalizado corretamente a empresa contratada,
devendo ter cumprido com as suas obrigações expressamente contidas na Lei
8.666/93, em especial, as do artigo 58, inciso III e artigo 67, relacionadas à fiscalização
do contrato de prestação de serviços.

2.1. DA FALTA DE FISCALIZAÇÃO DO TOMADOR DE SERVIÇOS. DO


PRINCÍPIO DA APTIDÃO DA PROVA. DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

Por oportuno, Nobre Magistrado, em especial tratando-se da responsabilidade


da Litisconsorte, devemos lembrar que antes mesmo da Reforma Trabalhista aprovada
pelo Senado em julho de 2017 e que entrou em vigor a partir do dia 11 de novembro
de 2017, a Consolidação das Leis Trabalhistas dispunha em seu artigo 818 que a prova
das alegações incube à parte que as fizer.

Sendo assim, na seara trabalhista, antes da referida Reforma, era utilizado


subsidiariamente o artigo 373 do Código de Processo Civil, ou seja, a Autor, cabe
provar fato constitutivo de seu direito, e, ao Réu, a existência de fato impeditivo,
modificativo ou extensivo do direito da Autor.

Portanto, com a Reforma Trabalhista em comento, o artigo 818 da CLT sofreu


alteração, enfatizando o parágrafo primeiro, in verbis:

Art. 818. O ônus da prova incumbe:

§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa


relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o
encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de obtenção da
prova do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da prova de modo
diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá
dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi
atribuído. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017).

E-mail: yan_oliveiraa@hotmail.com & wesley_belo@hotmail.com


Telefones: +55 (92) 98237-3134 & (91) 98333-7677
O&Z
Ora, Nobre Magistrado, percebe-se notoriamente que o Obreiro se vê
completamente impossibilitada de provar os fatos, bem como, encontra uma excessiva
dificuldade de cumprir o encargo estabelecido nos termos deste artigo.

Sendo assim, requer o Obreiro, que seja compelido inicialmente a Litisconsorte


a apresentação de documentos que comprovem a efetiva fiscalização do contrato de
trabalho do Obreiro a fim de inibir quaisquer práticas ilícitas da empresa Reclamada,
bem como, o próprio contrato de prestação de serviços com a Reclamada, conforme
dispõe o princípio da aptidão da prova, sob pena de não se desincumbir do ônus de
provar tais descumprimentos, e ser condenada na responsabilidade subsidiária
incorrendo na culpa in vigilando.

Importante destacar ainda, Excelência, que a Litisconsorte (Administração


Pública) se beneficiou completamente da mão de obra da Autor, frisa-se, através de
contrato de prestação de serviços, onde caberia a Litisconsorte fiscalizar e exigir da
Reclamada o devido cumprimento das obrigações trabalhistas, determinando o que
fosse necessário para regularizar as faltas ou defeitos observados no decorrer do pacto
laboral, de acordo com o insculpido no parágrafo 1º do artigo 67 da Lei 8.666/93, in
verbis:

Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um


representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação
de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa
atribuição.

§ 1º O representante da Administração anotará em registro próprio todas


as ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o
que for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados.

Portanto, Excelência, de suma importância destacar o que dispõe a


jurisprudências abaixo colacionada, em especial acerca do perquirido pelo Obreiro,
ou seja, a devida inversão do ônus da prova para a Litisconsorte:

“PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL


REGIONAL DO TRABALHO DA 11ª REGIÃO Identificação PROCESSO
nº 0000751-49.2016.5.11.0016 (RO) RECLAMANTE: MUNICIPIO DE
MANAUS RECORRIDOS: ANTONIVAN CAMPOS MONTEIRO E J M
SERVIÇOS PROFISSIONAIS CONSTRUÇÕES E COMÉRCIO LTDA
RELATOR: RUTH BARBOSA SAMPAIO EMENTA RECURSO
ORDINÁRIO DO LITISCONSORTE. RESPONSABILIDADE
SUBSIDIÁRIA. MUNICIPAL. TERCEIRIZAÇÃO. SÚMULA 331, ITEM V,

E-mail: yan_oliveiraa@hotmail.com & wesley_belo@hotmail.com


Telefones: +55 (92) 98237-3134 & (91) 98333-7677
O&Z
DO C. TST. ÔNUS DA PROVA. APTIDÃO DE PROVA.
HIPOSSUFICIÊNCIA DA PARTE OBREIRA. Consagrou-se responsabilidade
estatal pelo descumprimento de parcelas trabalhistas, no caso de terceirização
lícita, na forma subsidiária, desde que comprovada conduta culposa do ente
público, não bastando a configuração objetiva, conforme se alinha ao entendimento
seguido pelo E. STF, após a declaração de constitucionalidade do art. 71 da Lei nº
8.666/1993 - ADC 16. Contudo, a matéria não pode ser resolvida simplesmente
pela aplicação dos princípios de supremacia e indisponibilidade do interesse
público, art. 37 da CFRB/1988, nem pela presunção de legitimidade dos atos
administrativos, haja vista que o Estado não pode se prevalecer de sua magnitude
para se sobrepor a direito humano fundamental: o trabalho (artigos 1º, inciso IV;
6º e 170, caput, da CFRB/1988). Assim, seria forçoso atribuir à parte
hipossuficiente da relação a carga de comprovar que o Ente Estatal descumprira os
deveres de fiscalização ou elegera de forma irregular o contrato firmado com a
empresa intermediadora de mão de obra, em configuração de ilegítima prova
diabólica (art. 373, § 2º, CPC/2015). Nada mais justo que ao Ente Público, com
notória aptidão para produção da prova, já que dotado de todo o aparato de
servidores, recursos e serviços burocráticos, outorgue-se o ônus probatório acerca
da regularidade do contrato firmado com a empresa terceirizante, não se exigindo
esforço desmedido, já que o controle exercido perpassa por documentações que
apenas pertencem à Administração Pública... (Processo: 0000751-
49.2016.5.11.0016; Data Disponibilização: 08/06/2017; Órgão Julgador
Colegiado: 2ª Turma; Relator(a): RUTH BARBOSA SAMPAIO)

Ainda, imperioso pontuar que, de acordo com a boa-fé processual, está


insculpida no artigo 5º do Código de Processo Civil do ano de 2015, cuja observância
deve nortear a atuação do julgador, cumpre destacar que seria completamente desleal
impor a parte Autora o ônus de comprovar que a Litisconsorte não procedeu com a
devida fiscalização do contrato com a Reclamada.

Ora Nobre Magistrado, diante do exposto acima, verifica-se tratar de prova de


fato negativo, onde a imposição da desincumbência do encargo a parte Autora é
demasiadamente difícil, chegando ao ponto de concluirmos como a chamada “prova
diabólica” em desfavor da parte Autora, indo totalmente de encontro com os
princípios mais elementares do ordenamento jus laboral.

Portanto, cabe aqui destacar o que dispõe brilhantemente o artigo 373 do


Código de Processo Civil de 2015, em especial em seu parágrafo 2º, que assim dispõe:
“A decisão prevista no § 1º deste artigo não pode gerar situação em que a
desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil”.

E-mail: yan_oliveiraa@hotmail.com & wesley_belo@hotmail.com


Telefones: +55 (92) 98237-3134 & (91) 98333-7677
O&Z
Nota-se, portanto, Nobre Magistrado, que a atribuição de prova excessivamente
difícil ou impossível, é RECHAÇADA pela lei adjetiva comum. Sendo imperioso
destacar as recentes jurisprudências do Tribunal Superior do Trabalho colacionadas
abaixo:

“TST - Inteiro Teor. RECURSO DE REVISTA: RR 17255120145110018.


Data de publicação: 27/10/2017. Decisão: não pode fazer prova negativa de fato
de terceiro. Daí entender-se devidamente demonstrada a culpa in..., em desatenção
ao princípio da aptidão para a prova, o que poderia ensejar a chamada" prova
diabólica... pode fazer prova negativa de fato de terceiro. Daí entender-se
devidamente demonstrada a culpa in...”.
“TST - AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA AIRR
10530220145070003 (TST). Data de publicação: 16/12/2016. Ementa:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA.
RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. ENTE PÚBLICO.
CARACTERIZAÇÃO DE CULPA IN VIGILANDO. INCIDÊNCIA DA
SÚMULA Nº 331, V e VI DO TST. Do quadro fático registrado no acórdão
recorrido extrai-se que a condenação decorre das culpas in eligendo e in vigilando
do tomador dos serviços. Com efeito, o TRT registra que "(...) cumpre ressaltar
que a responsabilidade subsidiária do ente público tomador de serviços encontra
amparo na teoria da responsabilidade civil subjetiva, adotada nos arts. 186 e 927,
caput, do Código Civil, que prescrevem: (...) registre-se que o encargo probatório
quanto à efetiva fiscalização do contrato competia ao ente da Administração
Pública, por possuir melhor aptidão, "in casu", para a produção da prova, ônus
do qual não se desincumbiu. Entender de outra forma, isto é, que caberia a
Trabalhadora comprovar a
omissão do ente público, seria atribuir-lhe ônus probatório diabólico, vez
que a prova a ser produzida é de fato negativo. Portanto, a conduta
culposa "in vigilando" autoriza atribuir ao Reclamante o dever de
garantir, de forma subsidiária, o cumprimento dos encargos trabalhistas,
conforme a orientação contida na Súmula nº 331 do Colendo TST, em seu
novel item V, sem prejuízo da ação regressiva que couber contra o
obrigado principal. (...)" Nesse contexto, inviável a admissibilidade do recurso
de revista, pois a decisão Reclamada encontra-se em consonância com os itens V e
VI da Súmula 331/TST. Agravo de instrumento conhecido e desprovido.”

Sendo assim, concluímos que uma vez mais a parte autora não tem as mínimas
condições de produzir prova para sustentar suas alegações acerca da responsabilidade
subsidiaria em razão da culpa in vigilando da Litisconsorte, razão pela qual a devida
imposição desta exigência seria o mesmo que inviabilizar a concretização do seu
próprio direito pleiteado nos autos em comento, distanciando a parte autora cada vez
mais do legal ordenamento jurídico, qual seja, o alcance a Justiça, uma vez que somente

E-mail: yan_oliveiraa@hotmail.com & wesley_belo@hotmail.com


Telefones: +55 (92) 98237-3134 & (91) 98333-7677
O&Z
a responsabilidade subsidiaria da Litisconsorte garantiria a satisfação dos créditos
trabalhistas da Autor.

Por esta razão, deverá ser adotado pelo Nobre Julgador o Princípio da Aptidão
da Prova, eis que a Litisconsorte e Reclamada tem a maior aptidão de produzir as
provas, e que a parte Autora não conseguirá produzir em razão da prova negativa e
ou diabólica. Sendo assim, deve-se imputar o ônus de provar à parte que possui maior
capacidade para produzir a prova, no caso dos autos, a Litisconsorte/Poder Público.

Assim sendo, faz-se imprescindível destacar o que dispõe a Súmula nº 16 do


nosso Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região, a qual menciona:
“SÚMULA Nº 16. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA. CULPA IN VIGILANDO. A constitucionalidade do art. 71, §1º, da Lei nº
8.666/93, declarada pelo STF na ADC nº 16, não obsta o reconhecimento da
responsabilidade de ente público quando este não comprova o cumprimento de seu
dever de fiscalização do prestador de serviços.”

Por fim, em razão do Tribunal Superior do Trabalho entender que a culpa da


tomadora (Administração Pública) não é presumida, requer preliminarmente o
Obreiro a devi da inversão do ônus da prova com fulcro no artigo 818, § 1º da CLT,
bem como, que também será devidamente requerido no início da audiência, ou seja,
antes da instrução processual, a fim de se evitar a prova diabólica em desfavor da
parte Autora, impossibilitando a mesma de provar a culpa da Litisconsorte, eis que
não possuí acesso algum aos documentos da Reclamada e muito menos da
Litisconsorte, e, respeitando principalmente o direito fundamental ao processo
justo, dinamizando o ônus da prova, bem como, atribuindo-o a quem se encontra
em melhores condições de provar, frisa-se, em razão do princípio da aptidão da
prova, possibilitando assim um efetivo acesso à Justiça.

Razão pela qual, em razão do requerido no parágrafo anterior, pleiteia o Autor


seja a Reclamada e Litisconsorte incumbidas, isso, caso tenha havido a fiscalização
do contrato de trabalho pela Litisconsorte para com a Reclamada, a apresentarem os
seguintes documentos: regularidade para com a Seguridade Social, recolhimento
integral do FGTS, pagamento dos salários nos prazos previstos em Lei, pagamento
do décimo terceiro salário proporcional, pagamento de férias proporcionais com o
respectivo adicional os quais teria direito, realização de exames admissionais e
demissionais, eventuais cursos de treinamento e reciclagem que forem exigidos por
Lei, encaminhamento ao MTE as informações trabalhistas exigidas pela Legislação,

E-mail: yan_oliveiraa@hotmail.com & wesley_belo@hotmail.com


Telefones: +55 (92) 98237-3134 & (91) 98333-7677
O&Z
tais como, a RAIS e o CAGED, e por fim, a Lista de relação de funcionários que
trabalhavam prestando serviços nos órgãos do Litisconsorte e os Postos de Serviços
que a Autor laborou, com fulcro no artigo 818, § 1º da CLT e no princípio da aptidão
da prova.

3. DO CONTRATO DE TRABALHO

O Reclamante foi contratado pela Reclamada em 01/02/2021 para exercer a


função de auxiliar de engenharia civil, a qual executou por um mês, emitindo
relatórios fotográficos de obras em curso, salvava/arquivava as fotos/arquivos que
eram enviadas no grupo de trabalho para alimentar o “diário de obra”, função essa
que percebia a contraprestação de R$ 1.481,00 (mil quatrocentos e oitenta e um reais).

O corre que, desde o dia 01/03/2021, até 11/04/2022 (data da dispensa sem justa
causa), o Reclamante exercia atividades e funções típicas de Gerente de Departamento
pessoal, a qual, controlava a rotina de processos de admissão e demissão, elaboração
de contrato de trabalho, cartão de ponto, folha de pagamento, encargos férias e 13º
salário de outros funcionários e colaboradores da Reclamada, função essa que
percebeu a contraprestação de R$ 2.100,00 (dois mil e cem reais) em 01/03/2022 e
11/04/2022 (data da dispensa).

Ainda nesse azo, o Reclamante tinha como jornada de trabalho a seguinte


rotina: horário das 07h00 às 12h00 e de 13h00 as 17h00, de segunda a quinta-feira, e no
horário de 07h00 as 12h00 e de 13h00 as 16h00 na sexta-feira, gozando de 01 hora
intervalar.

Tendo sua CTPS registrada da seguinte maneira:

como AUXILIAR DE ENGENHARIA CIVIL - 01/02/2021 ATÉ 28/02/2022;


como GERENTE DE DEPARTAMENTO PESSOAL – 01/03/2022 ATÉ
11/04/2022.

O que não condiz com o que de fato ocorreu enquanto perdurou o vínculo de
trabalho com a Reclamada, razão pela qual requer a sua retificação!

Nunca gozou de férias.

Excelência, o Reclamante laborou e esteve vinculado à Reclamada em um total


de 14 meses e 10 dias, de 01/02/2021 à 11/04/2022; sendo 01 mês exercendo a função de

E-mail: yan_oliveiraa@hotmail.com & wesley_belo@hotmail.com


Telefones: +55 (92) 98237-3134 & (91) 98333-7677
O&Z
Auxiliar de Engenharia Civil, percebendo a respectiva contraprestação; tendo exercido
13 meses e 10 dias a função de Gerente de Departamento pessoal, a qual, por 11 meses
percebeu a contraprestação de Auxiliar de Engenharia Civil, nunca tendo recebido a
devida contraprestação de Gerente de Departamento Pessoal, apenas em Março e Abril
de 2022 (na sua dispensa, conforme TRCT), percebeu os valores de R$ 2.100,00 (dois
mil e cem reais) por cada mês, e seu saldo de salário de 11 dias no valor de R$ 770,00
(setecentos e setenta reais).

Na CCT do SINDUSCON-AM - Sindicato da Indústria da Construção Civil do


Amazonas, o Reclamante deveria perceber mensalmente R$3.333,11 (três mil trezentos
e trinta e três reais e onze centavos), como se verifica na CCT em anexo, no tópico
“SALÁRIO NORMATIVO”, CLÁSULA TERCEIRA, PARAGRÁFO 1º, item “G”.

Nesse azo, como se verifica que está caracterizado o Desvio de função,


percebesse uma diferença salarial, restando provado em memorial em anexo.

Por fim, diante de todo o exposto, em face da desconformidade e afronta às Leis


Trabalhistas que proíbem o acúmulo de função e à CCT do SINDUSCON-AM –
Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas, razão pela qual promove a
presente ação para vê resguardados os Direitos do Reclamante, que por ora, lhe foram
subtraídos.

4. DO DIREITO
4.1. DO DESVIO DE FUNÇÃO E RESPECTIVAS DIFERENÇAS SALARIAIS

Se faz mister que o Reclamante, em período que esteve vinculado a Reclamada


por contrato de trabalho, sofreu Desvio de Função, ora narrado neta exordial, como
também provado nos autos em anexos.

Conforme se traz, foi contratado em fevereiro de 2021 para exercer a função de


Auxiliar de Engenharia Civil, entretanto foi incumbido a desempenhar a função e
tarefas inerentes ao de Gerente de Departamento Pessoal, a partir de 01/03/2021 até
11/04/2022, sem nunca ter recebido qualquer adicional ou diferença salarial por isso.

Importante elucidar que o Reclamante sempre solicitou sua equiparação em


relação a função que exercia, contudo, nunca atendido pela Reclamada, até que em
03/2022 foi promovido para o cargo compatível a sua função, porém, um mês e onze
dias depois, fora desligado sem justa causa pela reclamada, com última remuneração

E-mail: yan_oliveiraa@hotmail.com & wesley_belo@hotmail.com


Telefones: +55 (92) 98237-3134 & (91) 98333-7677
O&Z
adversa da CCT vigente, assim restando como diferença salarial R$ 24.415,84 (vinte e
quatro mil, quatrocentos e quinze reais, e oitenta e quatro centavos), conforme
memorial de cálculo em anexo.

O pagamento de diferenças salariais, se prevê nos moldes da OJ 125, da SDI-I,


do C. TST, a seguir reproduzida, ipsis litteris:

"OJ-SDI1-125 DESVIO DE FUNÇÃO. QUADRO DE CARREIRA (alterado


em 13.03.2002) O simples desvio funcional do empregado não gera direito
a novo enquadramento, mas apenas às diferenças salariais respectivas,
mesmo que o desvio de função haja iniciado antes da vigência da CF/88”.

Excelência, note que o Reclamante foi contratado para exercer função adversa
da qual, em verdade exerceu, com diferença de tecnicidade, presteza e qualidade,
desse modo, cabe ao empregador arcar com o pagamento das diferenças salariais
decorrentes do desvio funcional que o trabalhador foi submetido, vejamos:

DESVIO DE FUNÇÃO. CARACTERIZAÇÃO. DIFERENÇA SALARIAL


DEVIDA. Provado nos autos que a reclamante exercia função diversa e
mais qualificada daquela para a qual fora contratada, sem receber, no
entanto, a devida contraprestação salarial, devidas as diferenças salariais
respectivas, porquanto tal atitude resulta em enriquecimento indevido
do empregador, afrontando o princípio da comutatividade, que preconiza
a equivalência entre o trabalho e a contraprestação salarial, bem como ao
art. 468 da CLT, que veda qualquer alteração qualitativa ou quantitativa
do contrato de trabalho. Recurso conhecido e não provido. Proc. TRT RO
0001100-52.2016.5.11.0016, Ac. 3ª Turma, pub. DOEJT/AM 20.3.2018Rel.
Desembargadora Maria de Fátima Neves Lopes

Nessa esteira assim decidiu o TST:

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. DESVIO DE


FUNÇÃO. Segundo o Regional, instância soberana no exame de fatos e
provas, nos termos da Súmula nº 126 do TST, a reclamante se desvencilhou
do ônus probatório que lhe competia no tocante ao desvio de função,
ficando demonstrado por meio de documentos, depoimentos de
testemunhas e da própria preposta da reclamada que a obreira
desempenhava tarefas inerentes à função de auxiliar de contabilidade, as
quais diferem sobremaneira das realizadas no cargo de auxiliar de serviços
gerais descritas no plano de cargos e salários da CONAB, tais como
manutenção, portaria, vigilância, preparação de lanches, operação de
máquinas reprográficas e distribuição de expedientes. Deixou assentado,
ainda, que a reclamada não logrou provar fato impeditivo, modificativo

E-mail: yan_oliveiraa@hotmail.com & wesley_belo@hotmail.com


Telefones: +55 (92) 98237-3134 & (91) 98333-7677
O&Z
ou extintivo do direito da obreira. Diante de tal contexto, não se vislumbra
mácula aos artigos 818 da CLT e 333 do CPC. Aresto inespecífico. Agravo
de instrumento conhecido e não provido. (TST - AIRR:
180111720145160002, Relator: Dora Maria da Costa, Data de Julgamento:
03/04/2019, 8a Turma, Data de Publicação: DEJT 05/04/2019).

Em razão de ter sido vítima de Desvio de Função de 01/03/2021 até 11/04/2022


(data do desligamento sem justa causa da Reclamada), faz jus o Reclamante ao
pagamento de diferença salarial. Impõe-se à Reclamada a condenação no pagamento
da diferença salarial do salário pago ao Reclamante, decorrente do desvio indevido de
funções em razão que caracteriza o contrato de trabalho de modo assegurar justo
equilíbrio entre as partes no conjunto de suas obrigações recíprocas e em respeito ao
princípio da primazia da realidade.

Aparando na doutrina é oportuno ressaltar as palavras do professor Sergio


Pinto Martins, em seu livro Direito do Trabalho, 20a edição, página 324:

Ocorre o desvio de função quando o empregado exerce outra função, sem


que haja o pagamento do salário respectivo. O desvio cria o direito ao
pagamento das diferenças salariais enquanto houver o exercício da função.
No desvio de função não existe comparação de trabalho entre duas
pessoas. O desvio cria o direito ao pagamento das diferenças salariais
enquanto houver o exercício da função. Não implica, porém,
reclassificação do funcionário.

Pede, portanto, a condenação da reclamada no pagamento da diferença salarial


do salário do Reclamante no valor de R$ 24.415,84 (vinte e quatro mil, quatrocentos e
quinze reais, e oitenta e quatro centavos), decorrente do desvio de função do período
de 01/03/2021 até 11/04/2022 (data de desligamento da Reclamada) e subsidiariamente
os seus reflexos sobre do DSR, 13º salário e proporcional, férias com 1/3 vencidas e
proporcionais, depósitos de FGTS + 40%, encargos previdenciários, e aviso prévio,
incluindo demais verbas e seus reflexos.

Pede, por fim, diante do direito do Reclamante, que seja determinado à empresa
Reclamada proceder à obrigação de fazer, no sentindo de RETIFICAR a CTPS da parte
Autora, para registrar a função de Gerente de Departamento Pessoal, bem como a
alteração de Salário, a partir de 01/03/2021, registrando o salário de R$ 3.333,11 (três
mil, trezentos e trinta e três reais, e onze centavos).

E-mail: yan_oliveiraa@hotmail.com & wesley_belo@hotmail.com


Telefones: +55 (92) 98237-3134 & (91) 98333-7677
O&Z
4.2. DO PAGAMENTO DA DIFERENÇA DAS VERBAS RESCISÓRIAS
CONSIDERANDO O DESVIO DE FUNÇÃO

Como dito, a Reclamada não quitou os valores das verbas rescisórias (aviso
prévio, saldo de salário; 13º salário simples e proporcional; férias simples e
proporcionais + 1/3 constitucional, FGTS + 40%) integralmente, tendo em vista que não
observou o salário correto do Reclamante face ao desvio de função, bem como não
depositou corretamente os valores da conta vinculada do FGTS do obreiro, inclusive,
a multa de 40%, devendo ser condenada ao pagamento das diferenças seguintes:

1. Saldo de Salário (11dias); 2. Aviso Prévio Indenizado e integração (33dias); 3.


Férias proporcionais acrescidas do terço constitucional e incidências legais (Art. 7º,
XVII CF/88); 4. Férias vencidas acrescidas do terço constitucional e incidências legais
(Art. 7º, XVII CF/88); 5. 13º Salário de 2021; 6. 13º salários proporcionais de 2022 – 3/12
avos; 7. Depósito do FGTS + 40% + juros + correção monetária, com adicionais de todo
pacto laboral (Art. 7º, III CF/88, Lei 8.036/90); 8. Incidências legais de aviso prévio, 13º
salário, férias acrescidas de 1/3 constitucional, DSR, sobre todos os valores das verbas
remuneratórias e indenizatórias.

4.3. DO DANO MORAL

Douto Juízo, resta evidenciado nesta exordial que o Reclamante, além de ter
sofrido grave lesão aos seus direitos Trabalhistas, sofreu grave cerceamento econômico
por não ter havido acesso a sua devida e digna contraprestação dos serviços prestados
para a Reclamada, como também sofreu grande lesão de aspecto moral e à dignidade
da pessoa humana.

As ações de Danos Morais, objetivam simples resgatar a dignidade da pessoa


humana, pelas ofensas proferidas pela parte contrária. A constituição Federal de 1988,
instituiu a figura do Dano Moral, como garantia Constitucional através do art. 50,
inciso V, o qual cita: “que é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo,
além da indenização por dano material, moral ou à imagem”.

Art. 5, X, CF/88 - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a


imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano
material ou moral decorrente de sua violação.

Ainda nesse sentido, reverbera entendimentos de indenização devida em razão


de danos morais sofridos em decorrência de relações de trabalho, vejamos:
E-mail: yan_oliveiraa@hotmail.com & wesley_belo@hotmail.com
Telefones: +55 (92) 98237-3134 & (91) 98333-7677
O&Z
DANO MORAL. REPERCUSSÃO NA VIDA PROFISSIONAL E SOCIAL.
INDENIZAÇÃO DEVIDA.
A demonstração clara do fato apontado como lesivo à imagem e à honra
constitui elemento suficiente para transformar o prejuízo sofrido pelo
obreiro em indenização por dano moral (artigo 186/CC). É uma justa
reparação a quem sofre prejuízos sem causa, em função da mácula lançada
com repercussão na vida profissional e privada. Configurada a atitude
negligente da reclamada na apuração dos atos faltosos, torna-se a
empregadora passível de indenizar o reclamante pelos danos morais que
lhe
forem causados. TRT 3a Reg. RO 01026-2003-036-03-00-0 – (Ac. 7ª T.) – Rel.
Juiz Paulo Roberto de Castro.DJMG 22.7.04, p.14.

DANOS MORAIS. CARACTERIZAÇÃO.


Restando provado nos autos que a reclamada expôs o reclamante a
constrangimento moral que veio a denegrir a sua imagem, tem-se
caracterizado o dano, restando devida a indenização reparadora
correspondente. (Ac. n0 8231/07, Publ. DO/AM 03.12.07, Proc. TRT-AM-
RO n0 33782/2006-003-11-00 – Rel: - Juíza SOLANGE MARIA SANTIAGO
MORAIS.

O Superior Tribunal de Justiça, pacificou entendimento em relação a matéria,


através da Súmula n0 37, que diz;

“São cumuláveis as indenizações por dano moral e material, oriundos do


mesmo fato.”
O Código Civil Brasileiro, em seu art. 186, determina que;
“Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito ou causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral,
comete ato ilícito. “

Já o art. 927 do mesmo diploma legal CCB, faz a seguinte citação;


“Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo. “

O Reclamante entende que foi ofendido, constrangido e humilhado pela


Reclamada, durante o desempenho das suas funções, o que lhe acarretou, profundos
danos de ordem moral, a começar, perante seus colegas de trabalho, como também
sérias consequências funcionais e financeiras, pela demissão arbitrária ocorrida.

De uma hora para outra Douto Magistrado, o Reclamante, se viu privado de seu
emprego, sofrendo humilhações gravíssimas, as quais, geraram efeitos, que

E-mail: yan_oliveiraa@hotmail.com & wesley_belo@hotmail.com


Telefones: +55 (92) 98237-3134 & (91) 98333-7677
O&Z
extrapolaram a simples relação empregatícia, para repercutir, eventualmente, na vida
familiar e social do Obreiro.

O Reclamante era obrigado a exercer função de Gerente de Departamento


Pessoal sem a devida contraprestação, sob promessas de que iriam lhe enquadrar e
equiparar ao quadro de funções e salarialmente, até as cobranças do Reclamante
ficaram insustentáveis, após 11 meses, foi enquadrado como Gerente de Departamento
Pessoal, lhe pagaram por dois meses e mais 11 dias de saldo de salário, valor a menor
do que realmente fazia jus a função que exercia, assim, se sentindo enganado por mais
de duas vezes, tendo a sensação de que não era respeitado, honrado, digno de tal
remuneração e função.

Enfim, dia após dia, trabalhando debaixo de ameaças e mais ameaças


demissionais, o Reclamante permaneceu sendo intimidado pela Reclamada, até
quando foi demitido, não recebendo as verbas nos termos devidos na Rescisão do seu
Contrato de Trabalho.

Como não se pode voltar atrás de todo o ocorrido, o Reclamante, se encontra,


duplamente prejudicado, por ter perdido o seu emprego e moralmente abalado, diante
de seus amigos, colegas de trabalho e familiares, resolveu buscar este Juízo
Especializado, no sentido de compelir a Reclamada a reparar na forma indenizatória,
todos os danos lhe imputados, os quais mancharam a sua carreira profissional.

Torna-se evidente, que a vexatória situação, causou ao Reclamante, um enorme


sofrimento psíquico, por ferir profundamente a sua moral, honra e dignidade, o que é
repudiado nos termos da Constituição da República Federativa do Brasil.

E por todos esses motivos, requer a condenação da Reclamada ao pagamento


de R$ 10.176,35 (dez mil, cento e setenta e seis reais, e trinta e cinco centavos),
corrigido conforme memorial de cálculos, que perfaz a três vezes o valor da
Remuneração Salarial que é devida o Reclamante, conforme a CCT em anexo, R$
3.333,11 (três mil, trezentos e trinta e três reais e onze centavos) nos termos dos artigos
186, 187 e 927 do Código Civil Brasileiro c/c, art. 50, inciso X da Constituição Federal
Brasileira e demais disposições legais pertinentes ao caso.

E-mail: yan_oliveiraa@hotmail.com & wesley_belo@hotmail.com


Telefones: +55 (92) 98237-3134 & (91) 98333-7677
O&Z
4.4. RETIFICAÇÃO E BAIXA DA CTPS

Embora contratado para laborar como Auxiliar de Engenharia Civil, desde o


segundo mês do contrato exerceu definitivamente de forma habitual cargo de Gerente
de Departamento Pessoal, conforme demonstrado na reclamatória trabalhista, prova
que passará a constituir o efetivo desvio de função, data de 01/03/2021 até a rescisão
contratual em 11/04/2022, sem qualquer alteração contratual em sua CTPS, requer que
seja a Reclamado condenado a retificar a CTPS com o devido cargo e função e salário.

Neste mesmo sentido dispõe o art. 41, parágrafo único da CLT, e a Súmula 225
do STF, Súmula 12 do TST, e art. 39, §1 e 2º.

4.5. DAS MULTAS

 DA MULTA DO ART. 467 DA CLT.

Nos termos do art. 467 da CLT, o Reclamante requer que o pagamento das
verbas incontroversas seja realizado em primeira audiência, sob pena da incidência de
multa de 50% sobre o valor correspondente.

 DA MULTA DO ART. 477, §8º DA CLT.

A Reclamada não cumpriu com o prazo para o pagamento das verbas


rescisórias previstas no art. 477, §6 da CLT:

“§ 6º- A entrega ao empregado de documentos que comprovem a


comunicação da extinção contratual aos órgãos competentes bem como o
pagamento dos valores constantes do instrumento de rescisão ou recibo de
quitação deverão ser efetuados até dez dias contados a partir do término
do contrato”.

Em conta disso, faz-se necessário a condenação da Reclamada ao pagamento de


multa no valor equivalente ao último salário do Reclamante, nos termos do §8º do art.
477 da CLT.

E-mail: yan_oliveiraa@hotmail.com & wesley_belo@hotmail.com


Telefones: +55 (92) 98237-3134 & (91) 98333-7677
O&Z
4.6. DOS HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS

A Lei nº 13.467/2017 acrescentou ao artigo 791-A a Consolidação das Leis do


Trabalho autorizando à condenação em sucumbência à parte perdedora da ação, ou
em relação à parte da ação em que foi vencida.

Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos
honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por
cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da
liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo
possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
§2º Ao fixar os honorários, o juízo observará: (Incluído pela Lei nº 13.467,
de 13/07/2017).
I - O grau de zelo do profissional; (Incluído pela Lei nº 13.467,
de13/07/2017);
II - O lugar de prestação do serviço; (Incluído pela Lei nº 13.467, de
13/07/2017);
III - A natureza e a importância da causa; (Incluído pela Lei nº 13.467, de
13/07/2017);
IV - O trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu
serviço. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 13/07/2017).
§3º Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de
sucumbência recíproca, vedada a compensação entre os honorários.
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 13/07/2017).

Importante destacar que da leitura do dispositivo acima destacado pode-se, de


imediato, inferir que o legislador deixou claro que os honorários sucumbenciais
pertencem aos advogados das partes e não a elas. Por isso, no §3º, fala-se que em caso
de sucumbência recíproca é vedada a compensação de honorários.

Assim sendo, se uma parte não prosperar em dois de seus pedidos será por eles
condenada a pagar honorários ao advogado da parte contrária. Seus demais pedidos
que forem deferidos, de igual modo, resultarão em condenação em honorários
sucumbenciais para a outra parte litigante.

Diante de todo o exposto requer de Vossa Excelência que condene a parte


Reclamada ao pagamento de 15% de honorários Sucumbenciais, perfazendo a
importância de R$ 7.833,02 (sete mil, oitocentos e trinta e três reais, e dois centavos).

E-mail: yan_oliveiraa@hotmail.com & wesley_belo@hotmail.com


Telefones: +55 (92) 98237-3134 & (91) 98333-7677
O&Z
DOS PEDIDOS

Pelo exposto se requer:

Condene a reclamada ao final, ao pagamento total da quantia de R$ 60.053,12


(sessenta mil, cinquenta e três reais, e doze centavos) conforme parcelas e valores
quantificados em diferenças salariais e dano moral, conforme memorial abaixo:

 Honorários advocatícios em 15%: R$ 7.833,02 (sete mil, oitocentos e trinta e


três reais, e dois centavos)

Requer ainda:

PLEITOS ILIQUIDOS

a) A concessão da gratuidade da justiça e seus benefícios;

b) condenação da Reclamada ao desvio de função, retificando e assinando a baixa da


CPTS e demais anotações, e que seja feita em primeira audiência;

c) Condenar o reclamado ao pagamento das diferenças salariais decorrentes da


caracterização do desvio de função, em relação ao cargo de correspondente ao período

E-mail: yan_oliveiraa@hotmail.com & wesley_belo@hotmail.com


Telefones: +55 (92) 98237-3134 & (91) 98333-7677
O&Z
de Março de 2021 até abril de 2022, data em que o Reclamante foi designado para nova
função;

d) Que condene a Reclamada ao pagamento de todos os reflexos decorrentes das


diferenças salariais nas demais verbas salarias como: 1. Saldo de Salário (11dias); 2.
Aviso Prévio Indenizado e integração (33 dias); 3. Férias proporcionais acrescidas do
terço constitucional e incidências legais (Art. 7º, XVII CF/88); 4. Férias vencidas
acrescidas do terço constitucional e incidências legais (Art. 7º, XVII CF/88); 5. 13º
Salário de 2021; 6. 13º salários proporcionais de 2022 – 3/12 avos; 7. Depósito do FGTS
+ 40% + juros + correção monetária, com adicionais de todo pacto laboral (Art. 7º, III
CF/88, Lei 8.036/90); 8. Incidências legais de aviso prévio, 13º salário, férias acrescidas
de 1/3 constitucional, RSR, sobre todos os valores das verbas remuneratórias e
indenizatórias;

e) Que condene ao pagamento de Dano moral no valor de R$ 10.176,35 (dez mil, cento
e setenta e seis reais, e trinta e cinco centavos);

f) A citação da reclamada nos endereços qualificados na presente reclamatória, para


querendo, apresentar defesa, sob penas de revelia e confissão;

g) Pagamento de Juros e Correção monetária em todas as verbas postuladas, contados


da data em que ocorreu a lesão ao direito do reclamante, até a data do efetivo
pagamento;

h) Honorários Advocatícios no percentual de 15% do valor da condenação, consoante


dispõe o artigo 791-A da CLT;

i) A aplicação das multas dos artigos 467 e 477, § 8º da CLT;

j) e) A condenação subsidiária da Litisconsorte (2º Reclamada) Estado do Amazonas;

h) Os pedidos formulados e descritos nos subitens alhures estão quantificados na


memória de cálculos, conforme planilha anexada ao presente feito, que se requer faça
parte desta inicial, como se aqui estivessem transcritos.

Ante o exposto, espera a parte Reclamante que seus pedidos sejam julgados
TOTALMENTE PROCEDENTES, por ser de direito e de JUSTIÇA.

E-mail: yan_oliveiraa@hotmail.com & wesley_belo@hotmail.com


Telefones: +55 (92) 98237-3134 & (91) 98333-7677
O&Z
Protesta provar o alegado por todos os meios probatórios permitidos em
Direito, de logo requeridos, inclusive, prova pericial, documental, testemunhal e
depoimento pessoal do representante das Reclamadas, sob pena de confissão.

Dá-se à causa o valor de R$ 60.053,12 (sessenta mil, cinquenta e três reais, e


doze centavos), somente para fins de efeitos fiscais e definição do rito procedimental.

Nestes Termos
Pede Deferimento.
Manaus, 03 de julho de 2022.

YAN OLIVEIRA da SILVA WESLEY FERNANDO B. BELO


Advogado – OAB/AM nº. 16.525 Advogado – OAB/AM nº. 15.396

E-mail: yan_oliveiraa@hotmail.com & wesley_belo@hotmail.com


Telefones: +55 (92) 98237-3134 & (91) 98333-7677
O&Z

Você também pode gostar