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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA

$[PROCESSO_VARA] VARA DO TRABALHO DE $[PROCESSO_COMARCA] -


$[PROCESSO_UF]

PROCESSO Nº $[processo_numero_cnj]

$[parte_autor_nome_completo], já
qualificado nos autos do processo em epígrafe, que move e
m face de $[parte_reu_razao_social] e OUTRO, por sua
advogada, infra-assinada, vem respeitosamente a presença de
Vossa Excelência, interpor

RECURSO ORDINÁRIO

requerendo sejam as razões anexas remetidas ao EGRÉGIO


TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO - $[processo_uf]
REGIÃO, com as cautelas de estilo.

Termos em que,
P. E. Deferimento.
$[advogado_cidade], $[geral_data_extenso].

$[advogado_assinatura]

RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA $[PROCESSO_UF]


REGIÃO

RECORRENTE: $[PARTE_AUTOR_NOME_COMPLETO]
RECORRIDA: $[PARTE_REU_RAZAO_SOCIAL] E PROCURADORIA
$[PARTE_REU_RAZAO_SOCIAL]

PROCESSONº$[PROCESSO_NUMERO_CNJ]
ORIGEM: $[PROCESSO_VARA] VARA DO TRABALHO DE
$[PROCESSO_COMARCA]

COLENDO TRIBUNAL
ÍNCLITOS JULGADORES

Na fundamentação da r. sentença, equivocou-se o MM. Juízo “a quo”, que


considerou improcedentes os pedidos formulados em face da segunda reclamada
bem como procedentes em parte os pedidos do recorrente em sua peça inaugural,
assim inconformado com a r. sentença de fls.$[geral_informacao_generica], o ora
recorrente interpõe o presente apelo no que lhe foi desfavorável, uma vez que as
provas carreadas aos autos não foram devidamente observadas, senão vejamos:
DA RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA

O juízo “a quo” assim entendeu quanto ao pedido da responsabilidade


subsidiária:

"3. Da responsabilidade da 2ª reclamada O reclamante pretende seja declarada a


responsabilidade da 2ª reclamada alegando que esta foi sua tomadora durante todo o
contrato de trabalho.
Incontroverso o fato de que a 2ª reclamada era a beneficiária final da prestação de
serviços da parte reclamante. Contudo, por se tratar de ente integrante da
administração, há que se apurar a culpa da 2ª reclamada quanto à fiscalização do
contrato de trabalho do reclamante, nos termos do inciso V da Súmula 331 do TST e
do entendimento proferido pelo STF na ADC16 com caráter vinculante.
A reclamante não logrou êxito na comprovação da culpa da 2ª reclamada, seja na
modalidade "in eligendo" seja na modalidade "in vigilando", uma vez que não traz
aos autos qualquer elemento que evidencie que esta não tenha sido diligente na escolha
de sua prestadora de serviços ou que tenha se omitido quanto à fiscalização do
cumprimento da legislação trabalhista pela 1ª reclamada.
Assim, por inexistir a prova da culpa do ente integrante da administração pública,
nos termos da Súmula 331,V do TST, julgo improcedente o pedido de responsabilidade
subsidiária face à 2ª reclamada."

Contudo nota-se que a primeira reclamada não apresentou defesa,


devendo ser considerada revel e confessa. A segunda reclamada, em sua peça
defensiva não nega que a recorrente prestava serviços em suas dependências,
assim confessa que a prestação de serviços da recorrente fora exclusiva para a
segunda recorrida. Neste prisma não há que se falar em ônus da prova da
recorrente.

Nestes moldes a segunda recorrida não comprovou a contento que


fiscalizava o cumprimento das obrigações trabalhistas da primeira recorrida com
seus empregados, dentre eles o recorrente.
Ademais a segunda recorrida não nega a existência de contrato de
prestação de serviços com a primeira recorrida, inclusive o mesmo fora juntado
pela segunda recorrida.

A responsabilidade subsidiária é devida pelas culpas “in vigilando” e “in


eligendo”, mesmo que os Nobres Julgadores entendam que a recorrida tenha
fiscalizado o contrato, há de se destacar que ainda deve ser responsabilizada
subsidiária pela culpa “in eligendo”.

Ementa - RECURSO DE REVISTA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO -


TERCEIRIZAÇÃO - ENTE PÚBLICO - ADC Nº 16 - CULPAS IN VIGILANDO,
IN ELIGENDO E IN OMITTENDO - ARTS. 58, III, E 67, § 1º, DA LEI Nº 8.666/93
- INCIDÊNCIA DA RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA.
O art. 71 da Lei nº 8.666/93 foi declarado constitucional pelo STF, sendo inadmissível
a responsabilização da Administração Pública pelos encargos trabalhistas devidos pela
prestadora dos serviços, nos casos de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas
por parte da empresa prestadora de serviços. Entretanto, nos termos da jurisprudência
do próprio Supremo Tribunal Federal, a ocorrência de culpa in eligendo, in vigilando
ou, ainda, in omittendo implica a responsabilidade subsidiária da Administração
Pública pelas verbas trabalhistas devidas ao trabalhador terceirizado. Assim, quando
o ente da Administração Pública
não logra comprovar que cumpriu os deveres impostos nos arts. 58, III, e 67, §
1º, da Lei nº 8.666/93, incide a responsabilidade subsidiária. Agravo de instrumento
desprovido. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA
ADESIVO INTERPOSTO PELA PRIMEIRA-RECLAMADA. Prejudicada a
análise do agravo de instrumento em recurso de revista adesivo interposto pela
primeira-reclamada, nos termos do art. 500, III, do CPC.Processo:ARR
911001520125170132 - Relator(a): Luiz Philippe Vieira de Mello Filho -
Julgamento:18/03/2015 - Órgão Julgador: 7ª Turma - Publicação:DEJT 20/03/2015–
(Grifos nosso)

Observa-se que o contrato efetuado entre a segunda recorrida para com a


primeira, não gera efeitos “erga omnes”. Assim a recorrente, bem como os demais
empregados, não estão subordinados às cláusulas contidas no referido
documento, pois não participou do ato, como ainda não gera efeitos o documento
a terceiro.

A Súmula 331 do C. TST, pretende inibir que as pessoas que fazem


terceirização para que contratem empresas idôneas, sob pena de, se o empregado
ajuizar ação contra a empresa prestadora dos serviços e a tomadora, esta última
ficará responsável pelo pagamento das verbas trabalhistas, em função da
inidoneidade da prestadora dos serviços e da culpa “in eligendo”.

Acertadamente, o TST falou em responsabilidade subsidiária, por se


aplicar, analogicamente, o artigo 455 da CLT, que não trata de responsabilidade
solidária, pois a solidariedade, não se presume, resulta da lei ou da vontade das
partes (artigo 896 do Código Civil).

O inciso IV, da Súmula 331 do TST interpreta, portanto, corretamente o


dispositivo consolidado ao se falar em responsabilidade subsidiária.

O tomador dos serviços não é, portanto, solidário com o prestador dos


serviços, segundo a orientação do Enunciado 331 do TST. O tomador dos serviços
somente responderá se o prestador dos serviços não pagar a dívida trabalhista
ou se o seu patrimônio for insuficiente para o pagamento do débito.

É importante deixar claro, que não se perde de vista o fato de que a


declaração de constitucionalidade do artigo 71, § 1º da Lei 8.666/93 pelo C. STF,
acaba com a controvérsia sobre a possibilidade de responsabilização direta do
ente de direito publico interno.

Não menos certo, porém, que está mantida a responsabilidade subsidiária,


caso se verifique a culpa do referido ente de direito público no contrato de
prestação de serviços por terceiros realizado, tanto na contratação, como durante
a execução.
Assim, alguns dispositivos da própria lei de licitação tornam evidente que
o artigo 71, §1º, não deve ser interpretado isoladamente, mas em conjunto com
os artigos 55, inciso XIII, 58, III, e 67, respectivamente, abaixo transcritos:

Art. 55. são cláusulas necessária em todo contrato as que estabeleçam:


...
XIII – a obrigação do contratado de manter, diante toda a execução do contrato, em
compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, toadas as condições de
habilitação e qualificação exigidas na licitação.

Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituídos por esta Lei
confere a Administração, em relação a eles, a prerrogativas de:
...
III – Fiscalizar-lhes a execução;

Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um


representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação de
terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.

Salienta-se que a obrigação que aqui se impõe ao Ente público é de forma


indireta, ou seja, não houve contrato direto com o ente público, eis que o obreiro,
não pede vínculo direto com o tomador, mas tão somente, responsabilidade
subsidiária do tomador, diante da inadimplência das verbas rescisórias do
contrato de trabalho.

Conforme artigo 455 da CLT que trata da responsabilidade solidária e por


analogia a responsabilidade subsidiariamente, deve ser declarada a
responsabilidade com o Ente público, ora recorrido, por analogia ao artigo 455
da CLT, bem como pela responsabilidade objetiva prevista no artigo 942 do CPC,
eis que o artigo é claro neste sentido.

Assim, mesmo que desconsiderando todos os artigos supramencionados


da própria lei de licitação e entendendo que não há especificado na Consolidação
das Leis do Trabalho se faz necessário a busca no direito civil, desta forma, a
responsabilidade subsidiária também se funda por analogia ao artigo 455 da
CLT, bem como pelo texto expresso do Código Civil Brasileiro em seus artigos
927, 932, 933 e 942.

Tais fundamentos entrelaçam entre a responsabilidade subjetiva e


objetiva, na medida em que se funda nas Teorias do risco criado, do risco da
atividade, do risco do proveito de determinada atividade que lhe forneça
lucratividade ou ainda benefício que deve suportar a responsabilidade pelos
danos causados.

O tomador assume a responsabilidade – artigo 927 CC, por fato a terceiro


– reclamante – artigo 932, III, de forma solidária/subsidiária – artigo 933 e 942,
tendo em vista ainda a teoria do risco e a determinação de fiscalizar – artigo 58,
II, da Lei de Licitação, que resulta no ato ilícito 186 e 187 do CC. Assim se
configura uma ciranda de artigos que justifica e elimina a inobservância da
norma para o Estado.

Observa-se que o único fundamento para descaracterizar, foi o artigo 71


da Lei de licitação, mas este não tem o escopo ou capacidade de eliminar os
pergaminhos supra mencionados, pelo fato de que tal artigo não contempla
irresponsabilidade estatal. Apenas exclui a responsabilidade principal e direta.
Não exclui a responsabilidade subsidiária e indireta, pela inobservância da
norma, na forma que aduz o próprio artigo 37 e 58, III, da mesma lei.

Salienta-se que a responsabilidade aqui ventilada é objetiva, na medida


em que a “culpa in eligendo” é de cunho material e de responsabilidade dos
contratantes e não das terceiras pessoas, qual seja, a recorrente, como ainda, com
a previsão legal de fiscalização estampada no artigo 58, III da Lei de licitação, que
resulta em responsabilidade objetiva da fiscalização.
Sem ser redundante, não se pode trazer à recorrente, a obrigação de
demonstrar a ausência de fiscalização, eis tal situação fere ordenamento positivo,
eis que não se pode fazer PROVA NEGATIVA, até porque tem previsão legal
quanto a determinação de fiscalização do estado de seus contratados.

Até porque, a Lei nº 8666/93 em seu artigo 58, III, c/c artigo 67 e 68, a
mesma tem o poder e dever de fiscalizar.

Todas as instituições, com roupagem de ente público, mas com


personalidade jurídica própria, não pode agora, através do Estado determinar
que todos se responsabilize por contratos de prestador e apenas ele ser excluído
de sua própria norma criada, ou seja, não pode beneficiar de sua própria torpeza,
se não fiscalizou deve arcar com o ônus da ingerência, mesmo porque a decisão
também viola o artigo 37, § 6º, na medida em que neste também prevê a
responsabilidade da Administração Pública Direta e Indireta a reparar os danos
impostos, por sua atuação, aos particulares, assim submetidos ao ônus inclusive
acima dos demais membros da coletividade.

Denuncia ainda, que o “caput” do mesmo preceito vincula o ente Público


as entidades que a compõem aos princípios da LEGALIDADE E DA
MORALIDADE, não podendo admitir que assistam inertes à penúria dos
trabalhadores que, sob terceirização, prestem serviços inclusive a comunidade,
incorrendo sem sombra de dúvida o tomador dos serviços em responsabilidade.

A conduta culposa, para justificar na responsabilidade do Ente, que hoje


está prevista na ADC 16 do STF, está na falta de fiscalizar, conforme determinado
pelo artigo 58, III, incorrendo assim nos artigos 186 e 187 com dever de reparar,
na forma dos artigos 927, 932, 933 e 942 do CC.

Salienta-se que o ente público, não pode beneficiar-se de dispositivo legal


que fere direitos trabalhistas, devendo dar exemplo a sociedade e garantia dos
contratos entabulados, pelo fato de que se todos se responsabilizam perante
terceiros, qual o porque da exclusão do ente público na responsabilização. O que
houve no caso em tela é ausência de fiscalização e ausência de eleger empresa
idônea, ou seja, o ente público, como qualquer tomador deve responder por culpa
“in elegendo e “in vigilando”. É a medida que se impõe.

A observância em fase de licitação se a empresa tem o perfil para ser


contratada nos serviços de terceirização, não elimina o ente público no decorrer
do contrato fiscalizar as condições financeiras das contratadas, na medida em que
está usando dinheiro publico, tendo o dever, inclusive perante a sociedade de
fiscalizar, justificar e preservar pela segurança dos cofres públicos. Tem
obrigação legal estampada nos artigos 37, 58, III e 67 da mesma lei que usa para
se esquivar

A conduta culposa prevista na ADC 16 está na ausência de fiscalizar


regularmente determinada pelos artigos acima mencionados.

Na toada da defesa da segunda recorrida, até parece que após a licitação,


contrata e depois não fiscaliza. Todos sabem, ou seja, é notório e sabido, que a
princípio não deve ser assim, ou seja, tem obrigação e dever legal perante a
sociedade de fiscalizar os contratados para demonstrar boa administração e
utilidade do dinheiro público.

A alegação vazia, no sentido de que tais pergaminhos estão adstritos ao


contrato, foge do bom senso e da lealdade processual, eis que reza no referido
contrato, que o prestador contratará terceiros. Assim a fiscalização também
vincula as inadimplências ocorridas entre o contratante e seus empregados.

Importante mencionar que a responsabilidade de fiscalizar é objetiva, na


medida em que está prevista no contrato elaborado entre as contratantes,
inclusive com direito a contratante, ora tomadora de RETER importância, em
caso de eventuais perdas.

Assim, a responsabilidade da fiscalização é objetiva do tomador, eis que


assume o risco do contrato, não podendo ser repassado o risco a terceira pessoa
que não participou da triangulação contratual.

Não houve violação ao artigo 71, da Lei nº 8.666/93, eis que não pode gerar
efeitos, dos contratos efetuados entre o ente público junto aos seus prestadores a
terceiros, ou seja, aos empregados. Como ainda a aplicação da Súmula 331 do
TST é interpretativa, ou seja, interpreta dispositivo legal e incluiu a fazenda como
responsável. Nesta seara, verifica-se que a reclamante não participou da relação
processual.

A condenação subsidiária, que espera, está respaldada no princípio da


responsabilidade civil de que tratam os artigos 186 e 927 do CC, supletivamente
aplicáveis à espécie nos termos do artigo 8º da CLT, não havendo de se falar em
violação ao inciso II, do artigo 5º da Lex Legum.

Diante do acima exposto entende-se que a r. sentença deve ser reformada


quanto a responsabilidade subsidiária da segunda recorrida.

DA RESCISÃO CONTRATUAL IMOTIVADA

DO AVISO PRÉVIO

Equivocou-se o juízo “a quo” ao indeferir o pedido de aviso prévio de 39


dias, conforme segue:
"A condição de revel e confessa da 1ª reclamada e a prova testemunhal produzida nos
autos - e não infirmada por outros meios de prova - corrobora a tese sustentada pelo
reclamante quanto à rescisão contratual imotivada, em 07/04/2017, sem que aquela
tivesse pago os haveres rescisórios. Contudo, improcede o pedido do reclamante quanto
ao pagamento do aviso prévio, uma vez que não bastasse as anotações de sua CTPS,
este confessou que não ficou sem trabalhar, continuando a prestar serviços para a 2ª
reclamada" (Grifo Nosso).

Ora, a primeira recorrida confessou todos os fatos alegados pelo


recorrente vez que devidamente intimado não apresentou defesa tampouco
compareceu na audiência.

Ademais, conforme o texto do artigo 487, parágrafo 1º da CLT ensina que


a falta de aviso prévio dá ao empregado o direito aos salários correspondentes ao
prazo do aviso.

Frisa-se que o fato do recorrente continuar a prestar serviços para a


segunda reclamada através de outra empregadora não exclui o direito ao aviso
prévio.

Desta forma, deverá ser reformada a r. sentença para fazer constar no rol
de condenação o aviso prévio indenizado de 39 dias nos moldes da Lei
12506/2011.

DA APLICAÇÃO DO ARTIGO 467 DA CLT

Acerca do artigo 467 da CLT, assim decidiu o juízo monocrático:

" Devidas, porém, as seguintes verbas rescisórias:


a) saldo de salários - 07 (sete) dias do mês de abril de 2017;
b) 13º salário proporcional (03/12);
c) férias, simples e integrais, do período 2016/2017, acrescidas de 1/3;
d) multa do § 8º do art. 477 da CLT; e,
e) acréscimo de 50% sobre os valores das letras "b" e "c" (art. 467 da CLT).

Destaco que as disposições do artigo 467 da CLT devem incidir sobre as


parcelas rescisórias estrito senso - aviso prévio, 13º salário proporcional e férias
proporcionais, acrescidas de 1/3 - não incidindo sobe saldo de salários (assim
como 13ªs salários, salários e férias vencidas), uma vez que estas são verbas
salariais contratuais devidas pela prestação de serviços independentemente,
inclusive, da forma em que ocorrida a rescisão contratual" (grifo nosso).

Porém, a referida r. decisão não merece prosperar, tendo em vista que o


referido artigo é claro que O EMPREGADOR PRECISA PAGAR TODA A PARTE
INCONTROVERSA DAS VERBAS RESCISÓRIAS, bem como a aplicação da
multa de 40% sobre o FGTS. Neste sentido:

ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL N. 29 - MULTA DO ART. 467 DA CLT.


BASE DE CÁLCULO. INCIDÊNCIA SOBRE A MULTA DE 40% DO FGTS. A
multa de 40% sobre o FGTS, devida em razão da dispensa imotivada, constitui parcela
rescisória em sentido estrito. Logo, integra a base de cálculo da penalidade prevista no
art. 467 da CLT, sem configurarbis in idem (grifo nosso).

Assim a sentença deverá ser reformada para a aplicação do artigo 467 da


CLT para fazer constar como base de calculo todas as verbas rescisórias, quais
sejam: aviso prévio, 13º salário, férias vencidas e proporcionais acrescidas de 1/3
constitucional, bem como a multa de 40% sobre o FGTS.

DOS DESCONTOS A TÍTULO DE TAXA ASSISTENCIAL

O juízo "a quo" assim decidiu sobre os descontos a tutlo de taxa


assistencial:
"[...] Ademais, o pedido de devolução de desconto salarial efetivado em favor do
sindicato da categoria profissional do empregado decorre de relação jurídica da qual o
empregador não participa, pois figura como mero repassador dos valores descontados,
já que não é credor, nem sequer beneficiário de tais contribuições.
Assim, o pedido formulado, de restituição da contribuição assistencial, somente é
viável quando a ação é ajuizada em face do sindicato de classe que dela se beneficiou,
de modo que este deve necessariamente constar do polo passivo da demanda, o que não
ocorreu no presente caso, sendo que, lícito o desconto, indevido o pleito de restituição".

Contudo, merece ser reformada a r. decisão, tendo em vista que não o


reclamante nunca quis se associar ao sindicato e por consequência contribuir com
as referidas taxas.

Entretanto o deferimento do reembolso do pedido de contribuição


assistencial se dá pelo fato de que o reclamante, ora recorrente não era
sindicalizado, sendo que a recorrida em momento algum comprovou que o
recorrente optou em ser sindicalizado.

Contudo a r. sentença deverá ser reformada pelos motivos a seguir


expostos:

Primeiramente o desconto era efetuado diretamente nos holerites, não


tendo alternativa ao recorrido em reclamar os descontos efetuados.

Por outro lado, a recorrida não tem qualquer autorização por escrito por
parte de seus empregados inclusive o recorrente, que autorizasse os descontos
efetuados pela mesma.

A contribuição confederativa e/ou assistencial, para custeio de


confederação, é jungida somente aos filiados, já que o artigo 8º, da Constituição
Federal, em seu inciso IV preconiza que ninguém será obrigado a filiar-se ou a
manter-se filiado ao sindicato, portanto, se não existe a obrigatoriedade de
associação sindical, não poderia a recorrente descontar do empregado
contribuição.

“Ementa : RECURSO DE REVISTA. CONTRIBUIÇÕES ASSISTENCIAIS


PREVISTAS EM NORMAS COLETIVAS. - Esta Corte pacificou o entendimento
de que o Sindicato tem a prerrogativa de impor a cobrança de contribuição com vistas
ao custeio do sistema sindical para os seus associados, devendo ser excluídos, contudo,
os empregados não associados, nos termos do Precedente n.º 119 da Seção de Dissídios
Coletivos, bem aplicado pelas instâncias ordinárias. Nesse sentido, ainda, a
Orientação Jurisprudencial n.º 17 da SDC do TST. Recurso de Revista não conhecido.
Processo RR 6968020135090656 – Órgão Julgador 4ª Turma – Publicação DEJT
26/06/2015 – Julgamento 24 de Junho de 2015 – Relator Maria de Assis Calsing.”

Desta forma, indevido os descontos efetuados pela recorrida durante todo


o contrato de trabalho, devendo ser aplicado o Precedente Normativo nº 119, do
C. TST.

Assim, ausentes tais requisitos, não há alternativa, que mantença o


julgado, por força da livre associação sindical, que fere o princípio da liberdade
sindical, conforme art. 5º, XX e 8º, V da Constituição Federal, bem como a O.J. 17
da SDC do TST, precedente normativo nº 119 do TST, como ainda art. 545 da CLT
e sumula 666 do STF.

Art. 5º, XX da Constituição Federal - “ninguém poderá ser compelido a associar-se


ou a permanecer associado;”

Art. 8º, V da Constituição Federal – “V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a


manter-se filiado a sindicato;”

Orientação Jurisprudencial 17 do TST. CONTRIBUIÇÕES PARA ENTIDADES


SINDICAIS. INCONSTITUCIONALIDADE DE SUA EXTENSÃO A NÃO
ASSOCIADOS. (inserida em 25.05.1998)
As cláusulas coletivas que estabeleçam contribuição em favor de entidade sindical, a
qualquer título, obrigando trabalhadores não sindicalizados, são ofensivas ao direito
de livre associação e sindicalização, constitucionalmente assegurado, e, portanto,
nulas, sendo passíveis de devolução, por via própria, os respectivos valores
eventualmente descontados.

PRECEDENTE NORMATIVO Nº 119 do TST CONTRIBUIÇÕES SINDICAIS -


INOBSERVÂNCIA DE PRECEITOS CONSTITUCIONAIS.
"A Constituição da República, em seus arts. 5º, XX e 8º, V, assegura o direito de livre
associação e sindicalização. É ofensiva a essa modalidade de liberdade cláusula
constante de acordo, convenção coletiva ou sentença normativa estabelecendo
contribuição em favor de entidade sindical a título de taxa para custeio do sistema
confederativo, assistencial, revigoramento ou fortalecimento sindical e outras da
mesma espécie, obrigando trabalhadores não sindicalizados. Sendo nulas as
estipulações que inobservem tal restrição, tornam-se passíveis de devolução os valores
irregularmente descontados."

Art. 545 da CLT - Os empregadores ficam obrigados a descontar na folha de


pagamento dos seus empregados, desde que por eles devidamente autorizados, as
contribuições devidas ao Sindicato, quando por este notificados, salvo quanto à
contribuição sindical, cujo desconto independe dessas formalidades. (Redação dada
pelo Decreto-lei nº 925, de 10.10.1969)

STF Súmula nº 666 - 24/09/2003 - DJ de 9/10/2003, p. 4; DJ de 10/10/2003, p. 4; DJ


de 13/10/2003, p. 4. Contribuição Confederativa - Exigibilidade - Filiação a Sindicato
Respectivo - A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Constituição,
só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo. Referências: - Art. 8º, IV, Direitos
Sociais - Direitos e Garantias Fundamentais - Constituição Federal - CF - 1988
Afiliação; Associação em Sindicato; Contribuição(ões); Contribuição Sindical;
Contribuições Sociais; Direitos Sociais; Disposições Gerais à Contribuição Sindical;
Estados Federados; Exclusividade; Exigibilidade; Federação(ões); Sindicato;
Sociedades ou Associações Civis; União Federal

Como ainda segue dissenso jurisprudencial, conforme decisão da 3ª e 4ª


região, no sentido de não ser lícito o desconto, por desrespeito aos artigos acima
mencionados.

Acórdão - Processo 0103100-74.2009.5.04.0371 (RO) Redator: EMÍLIO PAPALÉO


ZIN Data: 24/01/2013 Origem: 1ª Vara do Trabalho de Sapiranga AÇÃO CIVIL
PÚBLICA. OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER. ILEGALIDADE DE CLÁUSULA
NORMATIVA QUE PREVÊ A COBRANÇA DE CONTRIBUIÇÃO
ASSISTENCIAL DE
EMPREGADOS NÃO ASSOCIADOS. Segundo entendimento consolidado no
âmbito do Tribunal Superior do Trabalho, conforme precedentes citados no voto, bem
como julgados da lavra deste Relator, a instituição obrigatória da contribuição
assistencial aos empregados não sindicalizados fere o princípio da liberdade sindical,
na linha dos entendimentos previstos na OJ nº 17 da SDC e Precedente Normativo nº
119, bem como na Súmula nº 666 do STF. Assim, mostra-se inválida cláusula coletiva
que prevê desconto obrigatório de contribuição 2assistencial de empregado não
sindicalizado. (...) Trecho pesquisado: ... ILEGALIDADE DE CLÁUSULA
NORMATIVA QUE PREVÊ A COBRANÇA DE CONTRIBUIÇÃO
ASSISTENCIAL DE EMPREGADOS NÃO ...

2. 0000010-92.2012.5.03.0041 RO (00010-2012-041-03-00-6 RO)


Data de Publicação: 25/02/2013 Órgão Julgador: Quarta Turma Relator: Julio
Bernardo do Carmo
Revisor: Maria Lucia Cardoso Magalhaes
Tema: CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL - DESCONTO
Divulgação: 22/02/2013. DEJT. Página 82. Boletim: Não.
EMENTA: CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL - DESCONTO
INDEVIDO. A Constituição da República assegura o direito de livre associação e
sindicalização, na forma prevista nos artigos 5º, XX, e 8º, V. Não havendo nos autos
provas de que o reclamante seja filiado ao sindicato, não há como exigir o pagamento
de contribuição assistencial instituída pelo ente sindical representativo da categoria
profissional, visto que essa cobrança é vedada, conforme Súmula 666 do STF,
Precedente Normativo 119/TST e Orientação Jurisprudencial nº 17 do SDC/TST.
Logo, são indevidos os descontos realizados a título de contribuição assistencial, sem
a anuência do trabalhador e sem a prova de sua filiação ao sindicato da categoria
profissional. Recurso empresário desprovido no aspecto.
(TRT da 3.ª Região; Processo: 00010-2012-041-03-00-6 RO; Data de Publicação:
25/02/2013; Órgão Julgador: Quarta Turma; Relator: Julio Bernardo do Carmo;
Revisor: Maria Lucia Cardoso Magalhaes; Divulgação: 22/02/2013. DEJT. Página
82)

Assim, verifica presente todos os elementos e requisitos para a reforma da


r. decisão.
DOS HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS

Condenou o Ilmo. Juízo monocrático ao pagamento dos honorários


advocatícios, conforme decisão:

"- 5) condeno o reclamante ao pagamento de honorários advocatícios ao advogado da


2ª reclamada, no importe de 5% sobre o valor atualizado da causa (item 11)."

Com a devida vênia, a r. decisão merece ser reformada.

Ora, fora aplicada a pena de confissão para a segunda recorrida:

"b) diante da ausência injustificada da 2ª reclamada, regularmente notificada e


considerando-se esta já apresentara defesa (ID 6291397 - PDF 61), aplicou-lhe a pena
de confissão quanto a matéria de fato."

Desta forma, confessou e concordou a segunda reclamada com a matéria


de fato formulada em peça inaugural, a qual requer a sua condenação subsidiária
pelas dívidas trabalhistas contraídas.

Ademais, a referida decisão que julgou improcedente o pedido da exordial


quanto à condenação subsidiária da segunda recorrida não merece prosperar
conforme razões já apresentadas.

Alem do que Nobres Julgadores a juíza monocrática condenou o


reclamante ao pagamento de honorários por sucumbências sobre o valor da
causa atualizado, porém caso seja mantida a referida condenação esta deverá ser
calculada sobre os valores indeferidos ao recorrente.
Assim, requer a reforma da decisão, para excluir a condenação de
honorários sucumbências, ou em segunda analise que seja calculada sobre o valor
dos pedidos indeferidos.

CONCLUSÃO

Aguarda assim o recorrente, seja conhecido e provido o presente apelo,


sendo reformada a r. sentença de 1ª grau de acordo com os termos aqui
expendidos, para que seja a segunda reclamada condenada para responder aos
termos da presente de forma subsidiária, bem como, a condenação no aviso
prévio indenizado de 39 dias, multa do artigo 467, da C.L.T., reembolso da taxa
assistencial, bem como, a exclusão dos honorários sucumbenciais, tudo
conforme pedidos formulados na peça vestibular, sendo assim estarão
praticando a costumeira e invejável JUSTIÇA.

$[advogado_cidade], $[geral_data_extenso].

$[advogado_assinatura]

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