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AO JUIZO DA 1ª VARA DO TRABALHO DE BELÉM – PA

AUTOS. N.: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx


RECLAMANTE: HELENA NUNES
RECLAMADO: EDUARDO MACEDO

EDUARDO MACEDO, inscrito no CPF sob n.111.222.333-00, residente e


domiciliado estabelecido na Avenida das Docas, nº 3.000, bairro Curuzu,
Belém – PA, CEP:500520-020, identificado como reclamado, por meio de seu
advogado regularmente constituído, cujos dados constam na procuração
anexa, vem oferecer

CONTESTAÇÃO
pelos fatos e fundamentos adiante aduzidos:

DOS FATOS
A Reclamante alega ter sido contratada em 04/10/2021, com o propósito de
cuidar do filho do Reclamado, de três anos de idade, duas vezes na semana
em sua residência, alegando ainda, que foi dispensada em 16/03/2022.
Menciona que o pagamento de diária era a importância de R$150,00 (cento e
Cinquenta Reais) e que sua função era de baba.
Aduz, ainda, que diversas normas trabalhistas foram desrespeitadas pela
Reclamada, motivo pelo qual requer a condenação desta aos pedidos
declinados em exordial.

Contudo, a pretensão do Reclamante não merece prosperar nos termos como


alegado em exordial, como se demonstrará no decorrer desta defesa, item por
item.

Assim, impugna-se em um todo a reclamatória trabalhista, demonstrando, na


medida do possível, que os pedidos formulados pela reclamante são
improcedentes, o que se requer desde já.

Ademais, quanto aos pleitos autorais, todos serão devidamente impugnados


em tópicos específicos, motivo pelo qual requer sejam afastadas as
alegações fáticas, visto que este não se desincumbiu do seu ônus probatório,
nos termos do art. 818, I, da CLT c/c art. 373, I, do NCPC.

DOS FUNDAMENTOS DE MÉRITO

DO CONTRATO DE TRABALHO – AUSÊNCIA DE VÍNCULO


EMPREGATÍCIO
Excelência, em que pese o Reclamante OMITA essa informação deste juízo,
NUNCA EXISTIU VÍNCULO TRABALHISTA entre as partes.

Assim, os pedidos do reclamante possuem fundamento em pedidos de


alguém com vínculo empregatício, o que não pode ser deferido, eis que o
mesmo não preenche os requisitos para a caracterização do vínculo
empregatício, como restará demonstrado.

Inicialmente, compete-nos informar que a reclamante e o reclamado


acordaram que o primeiro realizaria serviços esporádicos, sem
obrigatoriedade de frequência, tanto que recebia apenas pelos dias
trabalhados(R$ 150,00 o dia) terças e quintas da 08h00min ás 16h30min.
Seus serviços eventuais e esporádicos ocorreram entre 04/10/2012,
alternando dias, até março de 2022, sendo que, entre os dias 10/01/2022 e
14/01/2022, fora viajar com a família do reclamado para cuidar do seu filho.

Imperioso destacar o descabimento do requerimento do vínculo empregatício


entre as partes, pois para que seja configurado o referido vínculo
empregatício entre a Reclamante e o ora Reclamado, necessário
seria: serviço prestado por pessoa física, pessoalidade, não eventualidade,
subordinação e onerosidade.
Cediço é ainda que o não preenchimento de um desses requisitos
é suficiente para não ensejar o reconhecimento de vínculo empregatício.
Neste sentido:

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA . RECURSO DE


REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014 E REGIDO
PELO CPC/2015 E PELA IN Nº 40/2016 DO TST . PRELIMINAR DE
NULIDADE DO ACÓRDÃO REGIONAL POR NEGATIVA DE PRESTAÇÃO
JURISDICIONAL. O Tribunal Regional prestou a jurisdição a que estava
obrigado, tendo apreciado as matérias relevantes à discussão. No caso em
apreço, denota-se que a decisão proferida nos autos encontra-se
devidamente fundamentada, nela constando as razões que levaram a Turma
a concluir pela inexistência da relação de emprego, em virtude da
ausência de subordinação jurídica exigida pelo artigo 3º da CLT. O fato
de a Corte a quo não ter decidido conforme as pretensões do agravante não
constitui negativa de prestação jurisdicional. Agravo de instrumento
desprovido [...] (TST - ARR: 10003617020165020062, Relator: José Roberto
Freire Pimenta, Data de Julgamento: 10/04/2019, 2ª Turma, Data de
Publicação: DEJT 16/04/2019) (grifo meu)

Na lição de Paulo Emílio Ribeiro de Vilhena (Relação de Emprego Estrutura


Legal e Supostos, 2ª Edição, LTr, 1999, pág. 348), citando Arnaldo
Süssekind, “a qualidade de empregado advém da conjugação desses
elementos. Faltando um deles, não se configura a relação de emprego”.
Sendo assim, quanto ao não preenchimento dos requisitos caracterizadores
do vínculo empregatício, se tem que:

Eventualidade: A Reclamante trabalhou prestando seus serviços por tempo


determinado, ou seja, de maneira eventual, eis que fora contratado para
realizar alguns serviços dentro das dependências da Requerida uma única
vez, por um pequeno período.
Subordinação: Inexistia subordinação na prestação de serviços do
Reclamante, eis que esse sabia o trabalho que deveria executar para o
Reclamado, sem que houvesse alguém o supervisionando, sem alguém
determinando a maneira como executaria o trabalho, ou seja, era dono de sua
própria organização, devendo apenas ficar cuidado de Pedro Macedo, filho do
Reclamado.
Onerosidade: Assim como qualquer outra prestação de serviços, o
Reclamante percebia remuneração pelo serviço prestado.
Pessoalidade: O serviço contratado entre a Reclamante e o Reclamado
deveria ser executado, independente de quem o fizesse nunca lhe foi exigido
prestar pessoalmente o labor, sendo que o fez por sua conta.
Ora, enquadrar a relação entre as partes como relação trabalhista seria como
entender que toda e qualquer prestação de serviço, de um autônomo, seria
enquadrado como relação empregatícia, o que não é a realidade do dia a dia.
Diante de todo o exposto, evidente o descabimento do pedido de vinculo,
devendo o mesmo ser julgado improcedente.

DO FGTS
A Reclamante alega diferenças de depósito de FGTS e requer que a
Reclamada proceda com a comprovação deste depósitos do período da
contratualidade. Entretanto, a comprovação do referido depósito cabe a
Reclamante e não à Reclamada, como assim postula, se não vejamos:

DEPÓSITOS DO FGTS. DIFERENÇAS. ÔNUS DO RECLAMANTE.


Considerando que o reclamante possui total acesso ao extrato analítico
de sua conta vinculada junto ao FGTS, nos exatos termos do preconizado
pelo art. 818, do Estatuto Consolidado, cabia a ele demonstrar a existência
de diferenças que entendia devidas, ônus do qual não se
desvencilhou. (TRT-2 - RO: 8108020105020 SP 00008108020105020086
A28, Relator: SORAYA GALASSI LAMBERT, Data de Julgamento:
12/11/2013, 17ª TURMA, Data de Publicação: 22/11/2013) (grifo meu)
RECURSO ORDINÁRIO DO RECLAMANTE. DEPÓSITOS DO
FGTS. IRREGULARIDADE. AUSÊNCIA DE INDICAÇÃO DO PERÍODO.
ÔNUS DA PROVA. Não apontados pelo reclamante os períodos em que
não teriam sido realizados os depósitos na conta vinculada do FGTS,
com ele permaneceu o encargo probatório atinente à irregularidade, do
qual não se desincumbiu, na medida em que não há nos autos qualquer
elemento de prova que corrobore suas assertivas. Recurso Ordinário do
reclamante conhecido e não provido. (TRT-1 - RO: 400001520095010021
RJ , Relator: Marcia Leite Nery, Data de Julgamento: 22/01/2013, Segunda
Turma, Data de Publicação: 01-02-2013) (grifo meu)
Frise-se que o Reclamante possui amplo acesso ao extrato analítico de sua
conta vinculada junto ao FGTS, de forma que poderia ter colacionado o
mesmo aos autos a fim de apontar eventuais diferenças que entende devidas,
o que não se coaduna ao caso em tela.

Aqui, mais uma vez demonstra a imprecisão quanto ao pedido de FGTS, eis
que deveria ter sido apontado especificadamente pelo Reclamante o que
entende não ter sido depositado de FGTS.

Porém, como inexiste vínculo empregatício no caso em apreço, n]ao há o que


se falar em FGTS e tão pouco na multa rescisória.

e) DOS DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS


Ainda, convém, destacar, caso seja condenada em algum valor, a reclamada
requer seja autorizado os cabíveis descontos previdenciários e fiscais. Não há
que se falar em indenização vez que em decorrência de Lei.
Não há porque a reclamada ser condenada a arcar por inteiro com as
despesas de descontos previdenciários e fiscais. O desconto é previsto em
Lei e não há razão para que não ocorra.

Neste sentido já é pacífico o entendimento de nossos tribunais[1] no sentido


de que das sentenças condenatórias deverá constar a autorização para que
sejam efetuados os descontos fiscais e previdenciários cabíveis.

Neste sentido foi editado pelo Corregedor Geral da Justiça do Trabalho,


Ministro Almir Pazzianotto Pinto, o provimento de nº 1 de 05.12.1996, onde tal
entendimento é expendido de forma expressa como orientação aos nossos
julgadores, como veremos:

Art. 1º - “Cabe, unicamente, ao empregador calcular, deduzir e recolher ao


Tesouro Nacional o Imposto de Renda relativo as importâncias pagas a
reclamante por força de liquidação de sentenças trabalhistas.”

Cita ainda, o artigo 2º do referido provimento, o artigo 46 da Lei 8.541/92, o


qual transcrevemos:

"O Imposto sobre a Renda incidente sobre os rendimentos pagos em


cumprimento de decisão judicial será retido na fonte pela pessoa física ou
jurídica obrigada ao pagamento, no momento em que, por qualquer forma, o
rendimento se torne disponível para o beneficiário. § 1º. Fica dispensada a
soma dos rendimentos pagos no mês, para a aplicação da alíquota
correspondente nos casos de: I - juros e indenizações por lucros cessantes; II
- honorários advocatícios; III - remuneração pela prestação de serviços de
engenheiro, médico, contador, leiloeiro, perito, assistente técnico, avaliador,
síndico, testamenteiro e liquidante. § 2º. Quando se tratar de rendimento
sujeito a aplicação da tabela progressiva, deverá ser utilizada a tabela vigente
no mês de pagamento."

Portanto, o obrigado ao recolhimento do Imposto de Renda sobre


rendimentos oriundos de sua remuneração é, sem dúvida, o empregado, que
é quem a recebe. Da mesma forma se opera com as contribuições
previdenciárias, por serem de natureza semelhante.

A respeito, além das disposições da legislação específica, o art. 3º do


Provimento supra citado, dispõe que:

“Compete ao juiz da execução determinar as medidas necessárias ao cálculo,


dedução e recolhimento das contribuições devidas pelo empregado ao
Instituto Nacional de Seguro Social, em razão de parcelas que lhe vierem a
ser pagas por força de decisão proferida em reclamação trabalhista
(art. 43 da Lei 8.212/91, com a redação dada pela Lei 8.620/93).“

No mesmo sentido tem decidido os Tribunais:

TST - "Cabe dedução das contribuições previdenciárias das parcelas de


natureza salarial constante da condenação , ainda que não consignada ,
expressamente, tal determinação". (TST AI-7401/88, AC 1ª T- 1808/89,
16.05.89, Relator Juiz José Luiz Vasconcelos , LTR V. 53, n. 9 - set/89)
TRT- 4ª Região - "Descontos fiscais. Cabe ao Cartório do Juízo realizar a
retenção e o recolhimento do imposto de renda na fonte, incidente sobre os
valores sujeitos à tributações pagas ou trabalhadas por força de decisão
judicial." (Acórdão 932/89 - TRT 4ª Região, Rel. Flávio Portinho Sirângelo)
Frisamos, na verdade, tal entendimento resulta do fato de que as normas
tributárias e fiscais-previdenciárias incidentes na espécie criam obrigações
onde, a luz da lei, encontra-se como sujeito passivo a figura do empregado
que é quem, logicamente, deve arcar com os ônus do adimplemento dos
mesmos, uma vez que, segundo a sistemática fiscal pátria, não é possível a
substituição daquele que, na forma da lei, está adstrito ao cumprimento da
obrigação tributária. Diante do exposto, requer sejam autorizados os
descontos previdenciários e fiscais cabíveis.

5. DA COMPENSAÇÃO
No caso de eventual condenação, todavia, o que se admite apenas para
argumentar, requer a Reclamada a compensação ou dedução de todos os
valores já pagos como contraprestação aos serviços do reclamante. O
artigo 767 da Consolidação das Leis do Trabalho fundamenta tal
requerimento, pois, caso por absurdo seja condenada a Reclamada, esta
requer a compensação de todos os valores recebidos pelo reclamante, bem
como seja limitada a eventual condenação aos efetivos períodos de trabalho
constantes dessa contestação.

Por justificável cautela requer a reclamada a compensação de todos os


valores pagos pela reclamada ao suplicante, eis que em admitindo-se o
contrário estar-se-ia oportunizando o locupletamento sem causa do autor, o
que certamente não será chancelado por este MM. Juízo.

6. DOS JUROS E CORREÇÃO


Os juros e correção deverão incidir apenas após o trânsito em julgado da
demanda, pois inexiste mora até o presente momento.

Quanto aos juros, deve ser observado o disposto na Lei 8.177, de 01/03/91
(1% ao mês, de forma simples).
No que se refere à correção monetária, é de se destacar que o índice a ser
adotado deve respeitar o mês subsequente, e não o da competência, na
medida em que devem ser observados os ditames do art. 459 da CLT e o que
dispõe a Lei 8.177/91.

Deve-se ainda usar a TR como indexador monetário.

Saliente-se, inclusive, que a recente Orientação Jurisprudencial nº 124 da


Colenda 1a Seção de Dissídios Individuais do Egrégio Tribunal Superior do
Trabalho vem corroborar a tese ora defendida, tendo sido convertida
no Enunciado 381 do Tribunal Superior do Trabalho.
7. DA LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ
Da simples leitura da exordial apresentada, em cotejo com os fatos e
fundamentos expostos pela reclamada na presente defesa, tem-se claro que
o reclamante se valeu de afirmativas dissonantes com a realidade dos fatos,
especialmente quanto às alegações lançadas para “fundamentar” seus
pedidos.

Ressalta-se que alegações indevidas, infrutíferas e sem nenhum respaldo


jurídico ou embasada por documentação hábil comprobatória, apenas
tratando-se de alegações vãs, aleatoriamente formuladas com intuito de
macular a ilibada honra da parte que pleiteia judicialmente apenas a
percepção daquilo que lhe é devido, configura a denominada litigância de má-
fé.

Em linha de princípio, ao definir má-fé De Plácido e Silva[2] assim pontua:

“a expressão derivada do baixo latim malefacius [que tem mau destino ou má


sorte], empregada na terminologia jurídica para exprimir tudo que se faz com
entendimento da maldade ou do mali que nele se contém. A má-fé, pois,
decorre do conhecimento do mal, que se encerra no ato executado, ou do
vício contido na coisa, que ser quer mostrar como perfeita, sabendo-se que
não o é [...] A má-fé opõe-se à boa-fé, indicativa dos atos que se praticam
sem maldade ou contravenção aos preceitos legais. Ao contrário, o que se faz
contra a lei, sem justa causa, sem fundamento legal, com ciência disso, é
feito de má-fé”.

Para Rui Stoco [3]a má-fé: “Decorre do conhecimento do mal, que se encerra
no ato executado, ou do vício contido na coisa, que se quer passar como
perfeita, sabendo-se que não o é”.
Neste sentido, corroborando com o requerido pela Reclamada, é o
jurisprudencial do TST, conforme ementa que segue:

MULTA POR LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. ALTERAÇÃO DA VERDADE DOS


FATOS. Correta a decisão mediante a qual, diante de circunstâncias de
fato indicativas do manifesto propósito da parte de induzir o juiz a erro,
alterando a verdade dos fatos, se impõe penalidade por litigância de má-
fé. Não há falar, em tais circunstâncias, em violação do princípio
assecuratório do contraditório e da ampla defesa, uma vez que dele não se
extrai salvaguarda à parte que deixa de atentar para a obrigação de proceder
com boa-fé no processo. Ileso, portanto, o artigo 5º, LV, da Constituição da
República. Recurso de revista não conhecido. […] Recurso de revista não
conhecido. (TST - RR: 223007320035150109 22300-73.2003.5.15.0109,
Relator: Lelio Bentes Corrêa, Data de Julgamento: 15/06/2011, 1ª Turma,
Data de Publicação: DEJT 24/06/2011) (grifo meu)

Da análise da conduta do reclamante, tem-se que o mesmo deve ser


condenado nas penas por litigante de má-fé.

A reforma trabalhista trouxe à baila o art. 791-A, § 4º:

Art. 791-A. § 4º Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não


tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de
suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão
sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas
se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as
certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de
insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade,
extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.

A leitura que se faz do preceito contido no art. 791-A, § 4º não é de


inconstitucionalidade mas sim no sentido de ser necessário que o juiz seja
provocado pela parte interessada no momento oportuno para que se retire o
benefício da justiça gratuita concedido ao autor.

Complementando o entendimento acima, temos que a reforma trabalhista


trouxe quem são os litigantes de má-fé, senão vejamos:

Art. 793-B. Considera-se litigante de má-fé aquele que:


I – deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato
incontroverso;
II – alterar a verdade dos fatos;
III – usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV – opuser resistência injustiͅ cada ao andamento do processo;
V – proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
VI – provocar incidente manifestamente infundado;
VII – interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
Assim, aquele que se enquadrar em um dos incisos acima, deverá responder
as penas de litigância previstas no art. 793-C da CLT, senão vejamos o
dispositivo citado:

Art. 793-C. De ofício ou a requerimento, o juízo condenará o litigante de má-fé


a pagar multa, que deverá ser superior a 1% (um por cento) e inferior a 10%
(dez por cento) do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos
prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com
todas as despesas que efetuou.

Sendo assim, requer seja o Reclamante reputado como demandante de má-


fé, condenando-a ao pagamento de multa no percentual de 10% do valor
corrigido da causa, indenização, honorários e custas, em conformidade com o
art. 793-C, II, da CLT.

8. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
Cediço que, com a nova redação da CLT, em razão da Reforma Trabalhista,
passou-se a prever a possibilidade de honorários advocatícios em favor dos
advogados de ambas as partes.

Vejamos:

Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos
honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e
o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação
da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-
lo, sobre o valor atualizado da causa. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 1o Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública
e nas ações em que a parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato de
sua categoria. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 2o Ao fixar os honorários, o juízo observará: (Incluído pela Lei nº 13.467, de
2017)
I - o grau de zelo do profissional; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
II - o lugar de prestação do serviço; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
III - a natureza e a importância da causa; (Incluído pela Lei nº 13.467, de
2017)
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 3o Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de
sucumbência recíproca, vedada a compensação entre os honorários. (Incluído
pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido
em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a
despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob
condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se,
nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as
certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de
insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade,
extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário. (Incluído
pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 5o São devidos honorários de sucumbência na reconvenção. (Incluído pela
Lei nº 13.467, de 2017)
Assim, em razão do trabalho do procurador da parte Autor, necessário que,
diante os aspectos do presente caso, sejam fixados apenas 5% sobre o valor
que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não
sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, pois o grau de
zelo foi pequeno, em virtude as falhas apontadas em preliminar, bem como
pelo valor da causa não ser de grande monta, entre outras hipóteses à serem
avaliadas por Vossa Excelência.

Ademais, necessário que sejam aplicados também honorários sucumbenciais


em favor deste patrono, devendo estes serem fixados em 15% sobre o valor
que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não
sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.

Vale salienta que ainda que o trabalhador ganhe o benefício da Justiça


Gratuita, a mesma não é capaz de afastar à incidência dos honorários
sucumbenciais no caso em apreço.

Caso a ação seja julgada parcialmente procedente, o que se admite somente


em hipótese de defesa, resta atualmente previsto a impossibilidade de
compensação sucumbencial o que desde já requer seja aplicado.

9. DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS


Conforme o que dispõe o art. 791-A da CLT, é cabível os honorários
advocatícios da sucumbência, de modo que, em havendo a
IMPROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS, deverá o RECLAMANTE ser condenada
no ônus da sucumbência.

10. DA CONCLUSÃO
Diante o exposto, requer à Vossa Excelência:

Acolhimento da preliminar de limitação da condenação ao valor da causa e/ou


dos pedidos liquidados;

Requer a aplicação imediata da Lei 13.467/2017 no caso em apreço.

Requer seja julgada Improcedente a presente demanda, condenando o


Reclamante ao pagamento das custas processuais;
Protesta por todos os meios de prova em direito admitido, em especial
depoimento pessoal do Reclamante e testemunhal;
Impugna-se o pedido de Assistência Judiciária, eis que o Reclamante não
cumpre com os requisitos legais para tal concessão;

No que tange aos honorários advocatícios, requer sejam deferidos ao


procurador do reclamante na importância de 5% sobre o valor que resultar da
liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível
mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.

Ademais, necessário que sejam aplicados também honorários sucumbenciais


em favor deste patrono, devendo estes serem fixados em 15% sobre o valor
que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não
sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.

Requer ainda seja condenado o RECLAMANTE no pagamento de honorários


sucumbenciais em razão da improcedência dos pedidos, tudo nos termos da
legislação vigente.

Caso a ação seja julgada parcialmente procedente, o que se admite somente


em hipótese de defesa, resta atualmente previsto a impossibilidade de
compensação sucumbencial o que desde já requer seja aplicado.

A Reclamada, por cautela, requer caso seja deferida quaisquer verbas fiscais
e previdenciárias, que as mesmas tenham autorização de descontos cabíveis
consonância com o enunciado da Súmula nº 368 do TST.

Alternativamente, caso seja deferido algum dos pedidos do Reclamante,


postula seja deferida a compensação dos valores pagos ao mesmo título.

Requer, ainda a condenação do trabalhador às penas de litigância de má-fé,


condenando o trabalhador ao pagamento de multa no percentual de 10% do
valor corrigido da causa, indenização, honorários e custas, em conformidade
com o art. 793-C, II, da CLT.

Estes são os termos, em que pede e espera deferimento.

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, 26 de junho de 2020.

Advogado OAB

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