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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (ÍZA) DE DIREITO DA 00ª VARA DO

TRABALHO DA COMARCA DE CIDADE/UF.

Processo nº XXXXX-00.0000.0.09.0000

Reclamante:

Reclamado: .

NOME DO RECLAMADO, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº


00000000, localizada na Rua, nº, bairro:, CEP:, Fortaleza/CE, neste ato representada por seu
proprietário, NOME DO REPRESENTANTE, brasileiro, casado, comerciante, portador da Cédula
de Identidade RG nº 000000 SSP-UF, inscrito no CPF sob o nº000.000.000-00, residente e
domiciliado na Rua, n.º ,BAIRRO, CEP: XXXXX-00 CIDADE/UF, por intermédio de seus
advogados que esta subscrevem (instrumento procuratório em anexo, doc. 01), com endereço
fixo e de e-mail “in fine” indicados, onde recebem notificações e intimações, vem, à presença
de Vossa Excelência, apresentar CONTESTAÇÃO à reclamatória trabalhista proposta por
RECLAMANTE, brasileiro, casado, FUNÇÃO EXERCIDA NA EMPRESA portador de Cédula de
Identidade RG nº 0000000, inscrito no CPF sob o nº 0000000000, representado por VIÚVA OU
REPRESENTANTE LEGAL DO ESPÓLIO, brasileira, viúva, profissão, portadora de Cédula de
Identidade nº, inscrita no CPF sob o nº, residente e domiciliada na Rua, nº, CEP:, CIDADE/UF,
pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos:

1. DAS PRELIMINARES:

1.1. Das Intimações e Comunicações dos Atos Processuais:

Em sede de preliminar, pugna a RECLAMADA que todas as publicações, intimações e/ou


notificações se façam exclusivamente em nome dos advogados, NOME DE TODOS OS
ADVOGADOS DO ESCRITÓRIO QUE IRÃO ATUAR NO PROCESSO sob pena de nulidade.
(IMPORTANTE COLOCAR O NOME DE TODOS OS ADVOGADOS, MESMO OS ASSOCIADOS OU
CORRESPONDENTES);

1.2. Da Inépcia da Inicial:

Apesar de mais flexível, a inicial trabalhista deve revestir-se de no mínimo condições claras à
compreensão do dissídio, nos termos das CLT, “in verbis”:

“Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.

§ 1º Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação das


partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo,
determinado e com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seu
representante.”. (grifo nosso)

Dessa forma, considerando que a petição inicial não apresentou os cálculos das verbas
trabalhistas pleiteadas de forma discriminada, deixou a parte RECLAMANTE de apresentar
PEDIDO CERTO, DETERMINADO e com o VALOR requerido, devendo culminar com a inépcia da
inicial, conforme precedentes sobre o tema:

“INÉPCIA DA INICIAL. A reclamante deixou de especificar ou identificar em quais parcelas


pretende ver refletidas as diferenças oriundas da equiparação salarial, aduzindo pedido
genérico, o que impediu a ampla defesa da ré, impondo-se a declaração de inépcia como
previsto no art. 330, § 1º, II do CPC. Apesar de o princípio do rigorismo formal ser mitigado no
processo do trabalho pelos princípios da informalidade e da oralidade e a petição inicial
subsumir-se aos requisitos previstos no art. 840 da Consolidação das Leis do Trabalho, deve a
peça preambular propiciar a compreensão da pretensão deduzida, inclusive ao julgador, e a
ampla defesa do réu, o que não se verificou no caso presente. (...). (TRT4, RO XXXXX-
50.2015.5.04.0205, Relator (a): Manuel Cid Jardon, 1ª Turma, Publicado em: 01/03/2018).”.
(grifo nosso)

O RECLAMANTE também não indica de forma precisa, quantas horas o EMPREGADO laborava
ao certo, apresentando cálculos genéricos, em claro descumprimento ao previsto no
dispositivo legal, razão pela qual, deve ser imediatamente extinta sem julgamento do mérito,
conforme precedentes sobre o tema:

“INÉPCIA DA INICIAL. A ausência de indicação do horário de trabalho, em inicial de reclamação


trabalhista em que se pleiteia o pagamento de diferenças de horas extras, acarreta a inépcia
do pedido e impõe, quanto a este, a extinção do feito sem análise do mérito, a teor dos artigos
319, III e IV, 330, I, e 485, I, todos do novo CPC. (TRT-1 - RO: XXXXX20145010035, Relator:
CARLOS HENRIQUE CHERNICHARO, Data de Julgamento: 25/01/2017, Quarta Turma, Data de
Publicação: 03/02/2017).”. (grifo nosso)

“INÉPCIA. A despeito do princípio da simplicidade, norteador do processo do trabalho, não se


pode admitir a existência de pedidos incompatíveis entre si na peça inicial, ficando
configurada, nessa cumulação, a inépcia da mesma. (TRT-1, XXXXX20125010024, Relator
Desembargador/Juiz do Trabalho:Alvaro Luiz Carvalho Moreira, Quarta Turma, Publicação:
DOERJ XXXXX-04-2018).”.

“PRELIMINAR DE INÉPCIA RECONHECIDA DE OFÍCIO. A autora requer que a reclamada seja


condenada a autorizar e custear "TODO O TRATAMENTO MÉDICO LABORATORIAL-HOSPITALAR
DECORRENTE DA NEOPLASIA DA AUTORA". Ante a sua generalidade, todavia, é de se
reconhecer a inépcia do pedido, a teor do disposto no art. 330, I, § 1º, II, do CPC, de aplicação
subsidiária por força do disposto no art. 769, da CLT. Vale registrar que, embora o art. 840, da
CLT, com a redação vigente ao tempo do ajuizamento da presente reclamação trabalhista,
exigisse apenas uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, a dedução de pedido
genérico, no presente caso, impede um pronunciamento judicial específico, sendo certo que a
decisão não pode ser indefinida. (TRT-21 - RTOrd: XXXXX20175210003, Data de Julgamento:
19/01/2018, Data de Publicação: 19/01/2018).”. (grifo nosso)

“RECURSO DE APELAÇÃO – AÇÃO DE PROCEDIMENTO ORDINÁRIO (RECLAMAÇÃO


TRABALHISTA) – DIREITO ADMINISTRATIVO - SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL – CONTRATO
ADMINISTRATIVO TEMPORÁRIO - AGENTE DE COMBATE A ENDEMIAS – PRETENSÃO À
REINTEGRAÇÃO AO CARGO E RECEBIMENTO DAS VERBAS REMUNERATÓRIAS PREVISTAS NA
CLT – INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL - IMPOSSIBILIDADE – EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM
RESOLUÇÃO DE MÉRITO. 1. A hipótese é de contrato administrativo, visando o atendimento de
necessidade temporária de excepcional interesse público, com fundamento na Lei Municipal
nº 10.793/89. 2. Contratação submetida ao regime estatutário. 3. Impossibilidade de
adimplemento das verbas remuneratórias previstas na CLT, cujo regime jurídico é diverso da
contratação. 4. Inépcia da petição inicial, caracterizada e reconhecida. 5. Processo, julgado
extinto, sem resolução de mérito, ante a ocorrência de inépcia da petição inicial. 6. Sentença,
ratificada. 7. Recurso de apelação, apresentado pela parte autora, desprovido. (TJ-SP - APL:
XXXXX20138260053 SP XXXXX-63.2013.8.26.0053, Relator: Francisco Bianco, Data de
Julgamento: 30/06/2017, 5ª Câmara de Direito Público, Data de Publicação: 30/06/2017).”.
(grifo nosso)

Portanto, diante da requer a declaração de INÉPCIA DA INICIAL.

1.3. Da Incapacidade da Parte:


Cabe ainda debater sobre um relevante pressuposto processual não observado, qual seja: A
CAPACIDADE DA PARTE.

Sobre o tema, esclarece renomada doutrina:

"Capacidades processual e postulatória como requisitos do ato de demandar. Como se disse


acima, para demandar, deve a parte ter capacidade processual, isto é, aptidão para exercitar
direitos em juízo, e, além disso, capacidade postulatória, que é a aptidão para pleitear algo em
juízo." (MEDINA, José Miguel Garcia. Novo Código de Processo Civil Comentado. 5ª ed. Ed.
Revista dos tribunais, 2017. Versão ebook, Art. 71)

No presente caso, há manifesta incapacidade da parte RECLAMANTE, uma vez que, conforme
passa a demonstrar.

1.3.1. Da Incapacidade Processual - Necessária Representação do Espólio:

Tratando-se de interesse relacionado ao “de cujos”, tem-se que o espólio deve ser
rigorosamente representado pelo INVENTARIANTE, nos termos do CPC/15, in verbis:

“Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:

(...)

VII – o espólio, pelo inventariante;”

“Art. 618. Incumbe ao inventariante:

I – representar o espólio ativa e passivamente, em juízo ou fora dele, observando-se, quanto


ao dativo, o disposto no art. 75, § 1º;”

Assim, nos termos da norma acima transcrita, demonstrado de forma inequívoca que portador
primário do direito faleceu antes do ingresso da ação, deve essa ser extinta sem julgamento do
mérito, conforme precedentes sobre o tema:
“EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO.
FALECIMENTO DO RÉU ANTERIORMENTE AO AJUIZAMENTO DA AÇÃO. INAPTIDÃO PARA A
PRÁTICA DE ATOS PROCESSUAIS. AUSÊNCIA DE CAPACIDADE PROCESSUAL. EXTINÇÃO DO
PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO. Comprovado que a pessoa demandada em ação
judicial já era falecida à época da propositura da ação, extingue-se o processo, em razão da
ausência de um dos pressupostos processuais de existência, qual seja, a capacidade de ser
parte.Recurso desprovido. (TJPR - 15ª C.Cível - AC - 1611720-7 - Curitiba - Rel.: Jucimar
Novochadlo - Unânime - - J. 08.02.2017)”

Portanto, por manifesta incapacidade processual, devem ser considerados ineficazes os atos
produzidos até o momento.

1.4. Da Prescrição Quinquenal e Bienal:

Na rescisão de contrato de trabalho o prazo prescricional é de 02 (dois) anos, ou seja, o


empregado dispõe de dois anos para reclamar os direitos referentes aos últimos cinco anos de
vigência do contrato.

Portanto, um EMPREGADO que ingressou com reclamação trabalhista achando-se no direito


de reaver verbas decorrentes da relação de emprego, só tem direitos sobre os últimos 05
(cinco) anos, contados a partir da data da propositura da ação, como fixa a nossa Carta Política,
compreendendo trabalhadores urbanos e rurais.

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria
de sua condição social:

(...)

XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional
de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção
do contrato de trabalho;”

A prescrição quinquenal atinge inclusive os depósitos fundiários, uma vez que o Pleno do STF,
em novembro de 2014, no ARExt XXXXX/DF, decidiu que o prazo prescricional aplicáveis à
cobranças dos depósitos do FGTS é o que está previsto no art. 7º, inciso XXIX da Constituição
da Republica, por se tratar de direito dos trabalhadores urbanos e rurais, expressamente
arrolado no inciso III do referido dispositivo constitucional.
Requer, portanto, seja preliminarmente, sentenciada a exclusão do período que ultrapassa a
prescrição quinquenal, contado a partir do ingresso da presente reclamação, incluído as verbas
fundiárias.

1.5. Da Imediata Aplicação da Reforma Trabalhista:

Inicialmente, insta consignar que a Lei 13.467/2017, que instituiu a Reforma Trabalhista, deve
ter imediata aplicação nos contratos vigentes, conforme clara redação da LINB:

“Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito
adquirido e a coisa julgada.”.

Assim, não obstante tratarmos de contratos firmados preteritamente à norma, são de trato
sucessivo, submetendo-se de forma imediata ao novo regramento vigente, inclusive com
relação ao comparecimento na audiência inaugural, de acordo com a modificação da parte
final do art. 843 admitindo que o preposto não precise ser empregado da empresa reclamada
expurgando a Súmula 377 do TST.

Assim, o empregador não precisará mais se fazer presente em audiência ou não necessitará
mais deslocar um funcionário para representa-lo.

“Art. 843 Na audiência de julgamento deverão estar presentes o reclamante e o reclamado,


independentemente do comparecimento de seus representantes salvo, nos casos de
Reclamatórias Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando os empregados poderão fazer-se
representar pelo Sindicato de sua categoria.

(...)

§ 3º O preposto a que se refere o § 1º deste artigo não precisa ser empregado da parte
reclamada.”

A doutrina ao avaliar o tema, destaca sobre a sua imediata aplicabilidade a partir da data de
sua vigência:

"(i) Quanto às regras de Direito Material do Trabalho, o início de sua aplicação deve ser
considerado, de fato, em 11.11.2017, visto que não há qualquer ressalva legal ou regra de
transição exposta na Lei 13.467/2017, aplicando-se normalmente o artigo 6º, caput, da Lei de
Introdução às Normas de Direito Brasileiro (LINB)" (FREITAS, Cláudio Victor de Castro. A
reforma trabalhista e o direito intertemporal. In Desafios da reforma trabalhista. Revista dos
Tribunais, 2017. p. 43).”. (grifo nosso)

Razão pela qual, as normas instituídas pela Lei 13.467/2017 devem ter imediata aplicabilidade,
em especial a aplicação de sucumbência, honorários sobre as parcelas improcedentes (Art.
791-A), e, sobre os honorários periciais (Art. 790-B CLT), conforme precedente sobre tema:

“HONORÁRIOS PERICIAIS. BENEFÍCIO DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA. O deferimento do


benefício da gratuidade da justiça não implica, por si só, a isenção dos honorários periciais. A
responsabilização do sucumbente pelo pagamento dos honorários periciais não viola o art.
790-B da CLT, a Portaria GP 443/2013 e a Súmula 457 do TST, pois cabe ao magistrado,
conforme o caso, isentar a parte de algum ou de todos os atos processuais (inteligência dos §§
2º e 5º, do art. 98, do NCPC). Medida que não fere o direito ao livre e amplo acesso à Justiça e
conscientiza o postulante de que o direito de ação não pode ser exercido de forma
irresponsável, desnudo de consequências. (TRT-12 - RO: XXXXX20145120019 SC XXXXX-
14.2014.5.12.0019, Relator: HELIO BASTIDA LOPES, SECRETARIA DA 3A TURMA, Data de
Publicação: 16/11/2017).”. (grifo nosso)

Nesse sentido é o entendimento da AGU ao orientar pela aplicação imediata da Lei no parecer
nº 00248/2018/CONJUR-MTB/CGU/AGU:

"aplicabilidade imediata da Lei 13.467/2017 a todos os contratos de trabalho vigentes, não


modifica o fato de que esta referida lei é aplicável de forma geral, abrangente e imediata a
todos os contratos de trabalho regidos pela CLT (Decreto-lei nº 5.542, de 1º de maio de 1943),
inclusive, portanto, àqueles iniciados antes da vigência da referida lei e que continuaram em
vigor após 11/11/2017, quando passou a ser aplicável a Lei 13.467/2017.". (grifo nosso)

Razão pela qual, requer a aplicação imediata das normas instituídas pela Reforma Trabalhista.

2. DA SINTESE DA INICIAL DO RECLAMANTE:

O RECLAMANTE ajuizou a presente ação trabalhista suscitando ter que o seu falecido esposo
laborou para a RECLAMADA na seguinte função, condições e datas abaixo mencionadas: que o
de cujus trabalhou para empresa RECLAMADA do dia 01/01/0000 a 00/00/0000, exercendo a
função de FUNÇÃO EXERCICIDA, afirma ainda que o salário do falecido perfazia o montante de
R$ 1.045,00 (mil e quarenta e cinco reais); que o RECLAMANTE falecido jamais gozou do
período de férias, assim como não teve seu FGTS devidamente depositado; que ultrapassado o
prazo estabelecido em lei para o pagamento das verbas rescisórias, nada foi pago pela
empresa RECLAMADA.
Assim, pleiteia a RECLAMANTE:

a) Saldo de salário;

b) Férias + 1/3 constitucional;

c) 13º salário;

d) FGTS + multa de 40%;

e) Multa do art. 467, CLT;

f) 15% de honorários advocatícios.

3. DA REALIDADE DOS FATOS:

3.1. Das Verbas Rescisórias não Devidas:

3.1.1. Saldo Salarial:

Não merece acolhimento o pedido de saldo salarial do RECLAMANTE, uma vez que esse, no
mês em que faleceu, recebeu seu saldo salarial no valor total.(NESSE CASO JUNTAR OS
COMPROVANTES DE PAGAMENTO DO RECLAMANTE ATÉ O MOMENTO DO ÓBITO)

3.1.2. Das Férias, Das Férias Proporcionais e Do 1/3 Constitucional:

Também não merece acolhimento o pedido do RECLAMANTE, pois tais verbas foram
devidamente quitadas.

(MAIS UMA VEZ, VALE SALIENTAR QUE A JUNTADA DE COMPROVANTES DE SEU CLIENTE É
SALUTAR PARA O SUCESSO NA DEMANDA).
3.1.3. Do Décimo Terceiro – Diferença e Proporcional:

Não merece deferimento o pedido de pagamento do 13º Salário do moribundo RECLAMANTE,


uma vez que recebeu a referida verba rescisória.(JUNTAR COMPROVANTES).

3.1.4. Das Verbas Fundiárias: Do FGTS e da Multa Legal:

A RECLAMANTE insurge-se, alegando que os valores referentes ao FGTS do seu falecido marido
não foram recolhidos. Todavia, Excelência, mais uma vez o pleito autoral não merece
deferimento.

Vale salientar que a empresa RECLAMADA não reconhece nenhum valor pedido em peça inicial
pela RECLAMANTE representando seu falecido esposo.

3.2. Da Impugnação de Valores:

Restam impugnados expressamente todos os números e cifras lançados na inicial, máxime


porque não foi observada a correta remuneração do finado OBREIRO, os descontos legais, a
compensação dos valores pagos pela RECLAMADA sob os mesmos títulos e os dias
efetivamente trabalhados.

Assim, acaso alguma verba venha a ser deferida a parte OBREIRA, deverá a mesma ser apurada
em regular liquidação de sentença, considerando-se, principalmente, a evolução salarial que
restar comprovada nos autos e a realidade da prestação laboral.

3.3. Do Descabimento dos Honorários Advocatícios:

Por oportuno, destaque-se que o pedido referente ao pagamento dos honorários advocatícios
não merece acolhimento, uma vez que no processo do trabalho os honorários advocatícios
possuem regramento próprio. Tal regramento, insta esclarecer, está declinado nas Súmulas e
Orientações Jurisprudenciais a seguir transcritos:

“SUM-329 HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. ART. 133 DA CF/1988 (mantida) - Res. 121/2003, DJ


19, 20 e 21.11.2003. Mesmo após a promulgação da CF/1988, permanece válido o
entendimento consubstanciado na Súmula nº 219 do Tribunal Superior do Trabalho.”. (grifo
nosso)

“SUM-219 HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. HIPÓTESE DE CABIMENTO (nova redação do item II e


inserido o item III à redação) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011 I - Na
Justiça do Trabalho, a condenação ao pagamento de honorários advocatícios, nunca superiores
a 15% (quinze por cento), não decorre pura e simplesmente da sucumbência, devendo a parte
estar assistida por sindicato da categoria profissional e comprovar a percepção de salário
inferior ao dobro do salário mínimo ou encontrar-se em situação econômica que não lhe
permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família. (ex-Súmula nº
219 - Res. 14/1985, DJ 26.09.1985); II - É cabível a condenação ao pagamento de honorários
advocatícios em ação rescisória no processo trabalhista; III - São devidos os honorários
advocatícios nas causas em que o ente sindical figure como substituto processual e nas lides
que não derivem da relação de emprego.”. (grifo nosso)

“OJ-SDI1-305 HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. REQUISITOS. JUSTIÇA DO TRABALHO (DJ


11.08.2003) Na Justiça do Trabalho, o deferimento de honorários advocatícios sujeita-se à
constatação da ocorrência concomitante de dois requisitos: o benefício da justiça gratuita e a
assistência por sindicato.”. (grifo nosso)

“OJ-SDI1-348 HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. BASE DE CÁLCULO. VALOR LÍQUIDO. LEI Nº 1.060,


DE 05.02.1950 (DJ 25.04.2007) Os honorários advocatícios, arbitrados nos termos do art. 11, §
1º, da Lei nº 1.060, de 05.02.1950, devem incidir sobre o valor líquido da condenação, apurado
na fase de liquidação de sentença, sem a dedução dos descontos fiscais e previdenciários.”.
(grifo nosso)

Da análise da jurisprudência do TST acima colacionada, é possível concluir que os honorários


na Justiça do Trabalho são devidos quando preenchidos dois requisitos: 1. que o empregado
seja beneficiário da justiça gratuita; e 2. que seja assistido por sindicato da categoria.

Tendo em conta os argumentos expostos, também incabível o pedido quanto à condenação


em pagamento de honorários advocatícios.

3.4. Da Impugnação dos Documentos Juntados à Exordial:

Restam impugnados todos os demais documentos que não possuem qualquer chancela oficial
emitida pelo RECLAMADO, atrelado ao fato que não comprovam suas alegações.(É SEMPRE
IMPORTANTE IMPUGNAR TODOS OS DOCUMENTOS JUNTADOS PELO RECLAMANTE).
Por fim, restam impugnados ainda os demais documentos juntados com a inicial, eis que não
comprovam que as alegações do OBREIRO.

4. DOS PEDIDOS:

Ante todo o exposto, pugna a parte RECLAMADA que este MM. Juízo se digne a:

a) acolher todas as preliminares acima arguidas;

b) ao final rejeitar os seguintes pedidos do RECLAMANTE, a saber:

01. que seja indeferida a concessão dos benefícios da Assistência Judiciária Gratuita, dado que
o OBREIRO não comprova sua situação de hipossuficiência, não bastando a declaração
unilateral juntada aos autos;

02. indeferir o pedido de recolhimento das contribuições previdenciárias e, caso não seja o
entendimento, que seja determinado o pagamento com os devidos descontos do
RECLAMANTE;

03. indeferir o pedido de pagamento das seguintes verbas:

I – Saldo de Salário; II – 13º Salário; III – Férias; IV – 1/3 Constitucional Férias; V – FGTS não
depositado; VI – Multa 40% FGTS; XXIII – 15% Honorários Advocatícios.

04. não conceder o pedido de pagamento dos honorários advocatícios;

Ainda, em se considerando a documentação cuja juntada foi requerida, não é possível dar
cumprimento, haja vista não existirem pelas razões já expostas na fundamentação.

05. indeferir, por consequência a aplicação de qualquer Juros e Correção Monetária

Requer a aplicação da Lei n.º 8.177/91, a qual determina que os débitos de ordem trabalhista
sejam atualizados a partir da época própria, estabelecida pela lei, convenção ou acordo.
Ficam, desde já, impugnados todos e quaisquer documentos juntados com a inicial, mormente
em desacordo com o artigo 830 da CLT.

Também restam impugnados todos os cálculos vindos com a inicial para todos os efeitos
postulados.

Sejam compensados os valores eventualmente deferidos em sentença como qualquer


pagamento efetuado a maior para o RECLAMANTE, bem como em relação às parcelas objeto
do pedido.

Sejam computados os períodos efetivamente trabalhados, excluindo-se os períodos de faltas,


atrasos, férias, pontes de feriados, interrupções ou suspensões do contrato de trabalho,
providenciando-se para que a compensação se faça utilizando os mesmos critérios de
atualização monetária e juros que vierem a ser deferidos em sentença.

Requer a produção de prova testemunhal, juntada de novos documentos, perícias, vistorias,


acareações e outras que se fizerem necessárias.

Especialmente, nos termos do que prevê o artigo 848 da CLT, requer que se proceda ao
interrogatório da RECLAMADA.

Finalmente, que sejam os pedidos do autor julgados improcedentes, condenando-a a pagar as


custas e demais despesas processuais.

Nestes termos,

Pede e espera justo deferimento,

Cidade/UF, 00 de mês de 0000.

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