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Processo nº XXXXX-00.0000.0.09.0000
Reclamante:
Reclamado: .
1. DAS PRELIMINARES:
Apesar de mais flexível, a inicial trabalhista deve revestir-se de no mínimo condições claras à
compreensão do dissídio, nos termos das CLT, “in verbis”:
Dessa forma, considerando que a petição inicial não apresentou os cálculos das verbas
trabalhistas pleiteadas de forma discriminada, deixou a parte RECLAMANTE de apresentar
PEDIDO CERTO, DETERMINADO e com o VALOR requerido, devendo culminar com a inépcia da
inicial, conforme precedentes sobre o tema:
O RECLAMANTE também não indica de forma precisa, quantas horas o EMPREGADO laborava
ao certo, apresentando cálculos genéricos, em claro descumprimento ao previsto no
dispositivo legal, razão pela qual, deve ser imediatamente extinta sem julgamento do mérito,
conforme precedentes sobre o tema:
No presente caso, há manifesta incapacidade da parte RECLAMANTE, uma vez que, conforme
passa a demonstrar.
Tratando-se de interesse relacionado ao “de cujos”, tem-se que o espólio deve ser
rigorosamente representado pelo INVENTARIANTE, nos termos do CPC/15, in verbis:
(...)
Assim, nos termos da norma acima transcrita, demonstrado de forma inequívoca que portador
primário do direito faleceu antes do ingresso da ação, deve essa ser extinta sem julgamento do
mérito, conforme precedentes sobre o tema:
“EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO.
FALECIMENTO DO RÉU ANTERIORMENTE AO AJUIZAMENTO DA AÇÃO. INAPTIDÃO PARA A
PRÁTICA DE ATOS PROCESSUAIS. AUSÊNCIA DE CAPACIDADE PROCESSUAL. EXTINÇÃO DO
PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO. Comprovado que a pessoa demandada em ação
judicial já era falecida à época da propositura da ação, extingue-se o processo, em razão da
ausência de um dos pressupostos processuais de existência, qual seja, a capacidade de ser
parte.Recurso desprovido. (TJPR - 15ª C.Cível - AC - 1611720-7 - Curitiba - Rel.: Jucimar
Novochadlo - Unânime - - J. 08.02.2017)”
Portanto, por manifesta incapacidade processual, devem ser considerados ineficazes os atos
produzidos até o momento.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria
de sua condição social:
(...)
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional
de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção
do contrato de trabalho;”
A prescrição quinquenal atinge inclusive os depósitos fundiários, uma vez que o Pleno do STF,
em novembro de 2014, no ARExt XXXXX/DF, decidiu que o prazo prescricional aplicáveis à
cobranças dos depósitos do FGTS é o que está previsto no art. 7º, inciso XXIX da Constituição
da Republica, por se tratar de direito dos trabalhadores urbanos e rurais, expressamente
arrolado no inciso III do referido dispositivo constitucional.
Requer, portanto, seja preliminarmente, sentenciada a exclusão do período que ultrapassa a
prescrição quinquenal, contado a partir do ingresso da presente reclamação, incluído as verbas
fundiárias.
Inicialmente, insta consignar que a Lei 13.467/2017, que instituiu a Reforma Trabalhista, deve
ter imediata aplicação nos contratos vigentes, conforme clara redação da LINB:
“Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito
adquirido e a coisa julgada.”.
Assim, não obstante tratarmos de contratos firmados preteritamente à norma, são de trato
sucessivo, submetendo-se de forma imediata ao novo regramento vigente, inclusive com
relação ao comparecimento na audiência inaugural, de acordo com a modificação da parte
final do art. 843 admitindo que o preposto não precise ser empregado da empresa reclamada
expurgando a Súmula 377 do TST.
Assim, o empregador não precisará mais se fazer presente em audiência ou não necessitará
mais deslocar um funcionário para representa-lo.
(...)
§ 3º O preposto a que se refere o § 1º deste artigo não precisa ser empregado da parte
reclamada.”
A doutrina ao avaliar o tema, destaca sobre a sua imediata aplicabilidade a partir da data de
sua vigência:
"(i) Quanto às regras de Direito Material do Trabalho, o início de sua aplicação deve ser
considerado, de fato, em 11.11.2017, visto que não há qualquer ressalva legal ou regra de
transição exposta na Lei 13.467/2017, aplicando-se normalmente o artigo 6º, caput, da Lei de
Introdução às Normas de Direito Brasileiro (LINB)" (FREITAS, Cláudio Victor de Castro. A
reforma trabalhista e o direito intertemporal. In Desafios da reforma trabalhista. Revista dos
Tribunais, 2017. p. 43).”. (grifo nosso)
Razão pela qual, as normas instituídas pela Lei 13.467/2017 devem ter imediata aplicabilidade,
em especial a aplicação de sucumbência, honorários sobre as parcelas improcedentes (Art.
791-A), e, sobre os honorários periciais (Art. 790-B CLT), conforme precedente sobre tema:
Nesse sentido é o entendimento da AGU ao orientar pela aplicação imediata da Lei no parecer
nº 00248/2018/CONJUR-MTB/CGU/AGU:
Razão pela qual, requer a aplicação imediata das normas instituídas pela Reforma Trabalhista.
O RECLAMANTE ajuizou a presente ação trabalhista suscitando ter que o seu falecido esposo
laborou para a RECLAMADA na seguinte função, condições e datas abaixo mencionadas: que o
de cujus trabalhou para empresa RECLAMADA do dia 01/01/0000 a 00/00/0000, exercendo a
função de FUNÇÃO EXERCICIDA, afirma ainda que o salário do falecido perfazia o montante de
R$ 1.045,00 (mil e quarenta e cinco reais); que o RECLAMANTE falecido jamais gozou do
período de férias, assim como não teve seu FGTS devidamente depositado; que ultrapassado o
prazo estabelecido em lei para o pagamento das verbas rescisórias, nada foi pago pela
empresa RECLAMADA.
Assim, pleiteia a RECLAMANTE:
a) Saldo de salário;
c) 13º salário;
Não merece acolhimento o pedido de saldo salarial do RECLAMANTE, uma vez que esse, no
mês em que faleceu, recebeu seu saldo salarial no valor total.(NESSE CASO JUNTAR OS
COMPROVANTES DE PAGAMENTO DO RECLAMANTE ATÉ O MOMENTO DO ÓBITO)
Também não merece acolhimento o pedido do RECLAMANTE, pois tais verbas foram
devidamente quitadas.
(MAIS UMA VEZ, VALE SALIENTAR QUE A JUNTADA DE COMPROVANTES DE SEU CLIENTE É
SALUTAR PARA O SUCESSO NA DEMANDA).
3.1.3. Do Décimo Terceiro – Diferença e Proporcional:
A RECLAMANTE insurge-se, alegando que os valores referentes ao FGTS do seu falecido marido
não foram recolhidos. Todavia, Excelência, mais uma vez o pleito autoral não merece
deferimento.
Vale salientar que a empresa RECLAMADA não reconhece nenhum valor pedido em peça inicial
pela RECLAMANTE representando seu falecido esposo.
Assim, acaso alguma verba venha a ser deferida a parte OBREIRA, deverá a mesma ser apurada
em regular liquidação de sentença, considerando-se, principalmente, a evolução salarial que
restar comprovada nos autos e a realidade da prestação laboral.
Por oportuno, destaque-se que o pedido referente ao pagamento dos honorários advocatícios
não merece acolhimento, uma vez que no processo do trabalho os honorários advocatícios
possuem regramento próprio. Tal regramento, insta esclarecer, está declinado nas Súmulas e
Orientações Jurisprudenciais a seguir transcritos:
Restam impugnados todos os demais documentos que não possuem qualquer chancela oficial
emitida pelo RECLAMADO, atrelado ao fato que não comprovam suas alegações.(É SEMPRE
IMPORTANTE IMPUGNAR TODOS OS DOCUMENTOS JUNTADOS PELO RECLAMANTE).
Por fim, restam impugnados ainda os demais documentos juntados com a inicial, eis que não
comprovam que as alegações do OBREIRO.
4. DOS PEDIDOS:
Ante todo o exposto, pugna a parte RECLAMADA que este MM. Juízo se digne a:
01. que seja indeferida a concessão dos benefícios da Assistência Judiciária Gratuita, dado que
o OBREIRO não comprova sua situação de hipossuficiência, não bastando a declaração
unilateral juntada aos autos;
02. indeferir o pedido de recolhimento das contribuições previdenciárias e, caso não seja o
entendimento, que seja determinado o pagamento com os devidos descontos do
RECLAMANTE;
I – Saldo de Salário; II – 13º Salário; III – Férias; IV – 1/3 Constitucional Férias; V – FGTS não
depositado; VI – Multa 40% FGTS; XXIII – 15% Honorários Advocatícios.
Ainda, em se considerando a documentação cuja juntada foi requerida, não é possível dar
cumprimento, haja vista não existirem pelas razões já expostas na fundamentação.
Requer a aplicação da Lei n.º 8.177/91, a qual determina que os débitos de ordem trabalhista
sejam atualizados a partir da época própria, estabelecida pela lei, convenção ou acordo.
Ficam, desde já, impugnados todos e quaisquer documentos juntados com a inicial, mormente
em desacordo com o artigo 830 da CLT.
Também restam impugnados todos os cálculos vindos com a inicial para todos os efeitos
postulados.
Especialmente, nos termos do que prevê o artigo 848 da CLT, requer que se proceda ao
interrogatório da RECLAMADA.
Nestes termos,