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§ 2º – Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) vias datadas e assinadas pelo
escrivão ou secretário, observado, no que couber, o disposto no parágrafo anterior.
§ 3º Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1º deste artigo serão julgados extintos sem
resolução do mérito.
Com isso, já é possível perceber que há e quais são as diferenças nos requisitos da petição
inicial que consta no Código de Processo Civil (CPC) para a petição trabalhista.
Muitas dessas diferenças podem relacionar-se ao fato de que no processo do trabalho, há duas
formas de elaborar a reclamação: escrita ou verbal. Talvez por isso, também, a CLT cunhou o
termo reclamação para se referir à petição. Já que, na forma verbal, o trabalhador ou o
contratante estará, de fato, reclamando de algo. Logicamente, isso precisa ser registrado de
alguma forma. Por esse motivo, cada reclamação recebida pela Justiça do Trabalho é transcrita
tal qual a descrição.
Mas, embora essa possibilidade exista, o mais comum é o processo trabalhista ser iniciado por
uma petição inicial escrita. Geralmente, a peça é redigida por um advogado e precisa atender às
determinações do Art. 840 da CLT.
2. Qualificação do reclamante
A qualificação do reclamante nada mais é do que incluir na petição trabalhista as informações
pessoais do autor da ação. Também, segue a mesma linha de exigências para a petição inicial do
novo CPC. Ou seja, é necessário que informe:
nome completo;
nacionalidade;
profissão;
estado civil;
endereço completo, com CEP, preferencialmente;
documento de identificação (cédula de identidade, CPF ou número da CTPS do
trabalhador).
O novo CPC solicita que na petição ainda conste a existência de união estável e o e-mail do autor
da ação. Apesar de essa não ser uma exigência na reclamação, essa inovação pode ser incluída
na petição do trabalho, como forma de mostrar a intenção de fazer fluir a comunicação.
Algo a salientar é que em ações coletivas, essa qualificação precisa ser feita para cada pessoa
considerada autora da ação. Portanto, é preciso ter muito cuidado para que nenhuma falte ou
seja trocada.
João da Silva, brasileiro, casado, vendedor, filho de Maria da Silva, portador da carteira de
identidade de nº 1234.567, com o CPF/MF nº 123.456.789-10, CTPS nº 1234567, série 123-4,
PIS nº 123.45678.91-0, residente e domiciliado à Rua das Flores, nº 01, bairro Jardim, CEP nº
12345-678, Floresta/MG, por meio dos seus advogados que esta subscreve, nos termos da
procuração (anexa), com escritório à Rua das Árvores, nº 2345, Floresta/MG, em nome de quem
e para onde quer que sejam remetidas as notificações, vem, perante a Vossa Excelência propor a
presente:
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
3. Qualificação do réu
Assim como a qualificação do reclamante, a qualificação do réu também deve ser a mais
completa possível. Não podem faltar, por exemplo:
nome completo;
endereço completo, com CEP, preferencialmente;
CNPJ da empresa, caso exista.
No caso de o réu ser uma pessoa física, deve ser indicada também a sua profissão.
Para ter certeza de que a qualificação do réu está correto, basta seguir o exemplo:
Pelo rito sumaríssimo, contra a Empresa Anjo, CNPJ nº012345678000910, situada na Rua das
Orquídeas, nº 2325, bairro das Pétalas, CEP: 12345-678 o que faz de acordo com os
fundamentos fáticos e jurídicos a seguir expostos:
Alguns advogados narram os fatos a partir da elaboração de uma síntese sobre o contrato de
trabalho vigente, conforme se observa:
O Reclamante foi admitido pelo reclamado no dia 02 de abril de 2018, para exercer o cargo de
VENDEDOR, recebendo o salário mensal de R$ 1.900,00, acrescidos de comissão no valor de
2,5% (dois e meio por cento) por venda.
Em média, o autor procedia uma média de 100 vendas por mês, o que totalizava um montante
aproximado de R$ 3.000,00 (trÊs mil reais) pago ao trabalhador a título de comissão, se, contudo,
tal pagamento ser integrado em seu salário, nem mesmo ter seus reflexos remuneratórios.
O reclamante cumpria uma jornada de 48 (quarenta e oito) horas semanais, sendo 4 (quatro)
horas extras todos os sábados, no período entre 02 de abril de 2018 até 11 de julho de 2019,
totalizando 54 (cinquenta e quatro) sábados.
5. Exposição do Direito
A exposição do Direito é a parte da petição trabalhista em que é feita a fundamentação jurídica do
pedido, especialmente quando a matéria é de direito.
O Reclamante trabalhou até 11 de julho de 2019 , mês que lhe informaram sua demissão, nada
recebendo a título de saldo de salários.
De acordo com o art. 4º da CLT, considera-se como tempo de serviço o tempo efetivamente
trabalhado pelo empregado, integrando-se os dias trabalhados antes de sua dispensa injusta a
seu patrimônio jurídico, consubstanciando-se direito adquirido de acordo com o inciso IV do art. 7º
e inciso XXXVI do art. 5º, ambos da CF/88, de modo que faz a Reclamante jus ao saldo salarial.
Como pode ser percebido no exemplo, a exposição do Direito também requer uma apresentação
sucinta e direta. Inclusive, não há necessidade de transcrever os artigos citados, pois, é consenso
que o Juiz que atenderá o caso já detém conhecimento sobre as leis. Assim, a petição também
fica enxuta, por assim dizer, facilitando a leitura para o magistrado.
6. Pedidos
O pedido é o principal ponto do Art. 840 da CLT que teve uma alteração considerável. Antes, o
dispositivo dizia que a reclamação deveria conter o pedido e mais nada. Agora, na nova CLT, não
apenas o pedido deve constar na petição trabalhista como deve ser “certo, determinado e com
indicação de seu valor”. Caso contrário, conforme exposto no § 3º, corre-se o risco de o
julgamento ser “extinto sem resolução do mérito”.
Basicamente, significa que o pedido deve constar na petição inicial conforme demonstra o
exemplo:
Diante das considerações expostas, pleiteia a Reclamante a condenação da Reclamada nos
seguintes pedidos, resumidamente:
Pagar o aviso prévio indenizado, saldo de salário, 13º salário proporcional, terço constitucional de
férias, horas extras, proporcionais + 1/3, os depósitos de FGTS de todo o período acrescido de
multa de 40% a título de indenização.
7. Data e assinatura
A data e a assinatura encerram a petição trabalhista. Ela deve ser assinada pelo reclamante ou
pelo representante legal. A escrita, normalmente, é assinada pelo advogado.
josé de Souza
AADVOGADO – OAB/MG Nº…