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CONTESTAÇÃO
Desse modo, não era submetido controle de jornada por parte da empresa reclamada, razão
pela qual não há cartões de ponto.
Ante o exposto, analisando o art. 3° da CLT, verifica-se que para que seja reconhecido o
vínculo empregatício, é necessário que estejam presentes, na relação jurídica, alguns
requisitos. São eles: a subordinação, pessoalidade, onerosidade e a não eventualidade.
No entanto, no caso em tela não estão presentes todos os requisitos e, portanto, não há de
se falar em vínculo empregatício, conforme o entendimento jurisprudencial a seguir:
Logo, diante dos fatos expostos, é possível concluir que o reclamante postula direitos aos
quais não faz jus, haja vista inexistir vínculo empregatício entre o profissional e a empresa
reclamada, conforme será exposto:
Conforme aduzido anteriormente, o reclamante nunca foi contratado para exercer a função
de cozinheiro, como EMPREGADO da empresa.
O acerto verbal entre ambas foi de mera prestação de serviço. Era caracterizado como um
trabalho autônomo, sem controle de jornada/ de exigência de comparecimento ou
pagamento de salário. Dessa forma, laborava nos dias acordados, com seus próprios
instrumentos de cozinha, e quando faltava, não sofria qualquer tipo de sanção ou punição.
Após prestar seu serviço durante a semana, recebia o que era devido.
Em assim sendo, verifica-se que o reclamante não sofria qualquer tipo de subordinação a
ordem exaradas pela empresa reclamada ou seus prepostos.
Dessa forma, caso não comparecesse, nenhum prejuízo traria para empresa reclamada,
haja vista a desnecessidade de sua mão de obra pessoal, assim como para o próprio, não
estando sujeito a sanção ou punição, como ocorre no caso dos empregados regidos pela
CLT.
Nesse sentido, é aplicável a explicação doutrinária do Professor Sérgio Pinto Martins acerca
da Pessoalidade:
“O contrato de trabalho é feito com pessoa certa, daí se dizer que é instuitu personae. O
empregador conta com certa pessoa específica para lhe prestar serviços. Se o empregado
faz-se substituir constantemente por outra pessoa, inexiste o elemento pessoalidade na
referida ação.”
Ante o exposto, diante da inexistência do requisito da pessoalidade, uma vez ser irrelevante
para a empresa reclamada o cozinheiro fixo e certo, no entanto que o serviço fosse prestado,
pugna a empresa Reclamada pelo indeferimento do pedido do reconhecimento do vínculo
empregatício e dos demais pedidos que lhe são acessórios.
II.III. DA INEXISTÊNCIA DAS VERBAS RESCISÓRIAS, DAS MULTAS DOS ARTS. 467 E
477 DA CLT
O reclamante postula pelo pagamento das verbas rescisórias, assim como das multas
específicas em razão do seu não pagamento.
No entanto, conforme aduz o art. 30, inciso I, alínea A, da lei 8.212/91, a empresa é obrigada
a arrecadar as contribuições dos segurados empregados a seu serviço, descontando-as da
respectiva remuneração.
Desse forma, não cabe na presente demanda, tendo em vista que não é constituído o vínculo
empregatício entre o reclamante e a reclamada, motivo pelo qual a empresa reclamada não
está sujeita ao referido recolhimento.
O reclamante postula, também, por tutela antecipada para fins de expedição de guias de
seguro desemprego.
No entanto, conforme demonstrado, não houve vínculo empregatício entre ambas as partes,
diante da ausência dos requisitos para caracterização do vínculo.
Por fim, a improcedência total dos pedidos, com a condenação do reclamante ao pagamento
das custas e honorários advocatícios.
ADRIANE
OAB/UF...