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EXMO.

JUIZ DA __ VARA DO TRABALHO DE __________


RECLAMENTE , NACIONALIDADE, ESTADO CIVIL, PROFISSÃ O, inscrito no CPF nº.
__________ , portador do RG __________ , residente e domiciliado na Rua/Av __________ , vem, por
seus procuradores in fine assinados, ajuizar:
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
em face de __________ , pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ __________, empresa
sediada na Avenida/Rua __________ , pelos fatos e fundamentos que passa a expor.
DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
A Autora nã o possui condiçõ es financeiras de arcar com custas processuais, sem prejuízo
ao seu pró prio sustento e de sua família, requerendo desde já os benefícios da justiça
gratuita, nos termos do artigo 790º, § 3º da CLT:
§ 3º: É facultado aos juízes, ó rgã os julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de
qualquer instâ ncia conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita,
inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou
inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime
Geral de Previdência Social.
Tendo em vista que a obreiro encontra-se DESEMPREGADA, conforme có pia da CPTS do
mesmo, comprovando assim ausência de remuneraçã o, logo, salá rio inferior a 40% do
limite do RGPS.
Desta feita, requer o benefício da justiça gratuita pelos termos acima expostos.
DOS FATOS E FUNDAMENTOS

DOS FATOS
Conforme se depreende dos documentos acostados aos autos, e restará confirmado pelas
provas a serem produzidas na fase de instruçã o, com o claro intuito de fraudar à legislaçã o
trabalhista, através do fenô meno chamado “pejotização”, a Reclamada contratou o
Reclamante em 14/07/2009 para laborar em período integral como projetista – serviço de
desenho técnico especializado para construçã o civil, pagando a remuneraçã o por
intermédio de pessoa jurídica criada em nome do Autor.
Com o simulacro de ter constituído a empresa _________ LTDA., o Reclamante, pessoa física,
prestava serviços de projetista e desenhista à Reclamada de forma pessoal, nã o eventual,
onerosa, subordinada, dentro da sede da reclamada e nã o recebia as verbas trabalhistas a
que tinha direito como empregado registrado.
Da forma como se observa através do Contrato Social da empresa _________ LTDA., ora
juntado (Doc. anexo), resta evidente a relaçã o de que tal empresa foi constituída
exclusivamente para prestar serviços a Reclamada com o claro intuito de dissimular uma
contrataçã o trabalhista.
O contrato social referido revela que o objeto social era a elaboraçã o de anteprojetos,
projetos bá sicos e executivos para trabalhos de engenharia, em que o Reclamante firmava
sociedade com sua esposa _________ .
Conforme os documentos acostados, o Reclamante celebrou formalmente com a
Reclamada, por intermédio da empresa constituída, vá rios contratos de prestaçã o de
serviços, no decorrer dos anos, cujo objeto era a elaboraçã o de projetos, gerenciamento e
engenharia, mas sem qualquer interrupçã o entre eles.
O reclamante desenvolvia as atividades de elaboraçã o de projetos da á rea de estrutura de
concreto armado e revisã o dos projetos realizados por outros técnicos.
Os contratos firmados ainda que possam ser formalmente vá lidos perante outros ramos do
Direito, nã o se sustentam na seara trabalhista, em face ao disposto no art. 9º da CLT, sendo
claro que foram impostos pela Reclamada apenas para se locupletar das verbas trabalhistas
e direitos do Reclamante.
Até o e-mail utilizado pelo Reclamante era e-mail corporativo, qual seja, _________
@nomedareclamada.com.br, com assinatura digital com o logotipo da empresa (Doc.). O
reclamante utilizava também este e-mail para se comunicar com clientes em nome da
empresa reclamada.
Insta salientar ainda que ao longo de todos os e-mails trocados, os denominados
“colaboradores” ou “PJ mensalistas” eram as pessoas jurídicas “contratadas”. Recebia e-
mails informando sobre fechamentos de horas para fins de pagamento, dias nã o
trabalhados em razã o de feriados, comunicaçõ es do RH, etc...
O reclamante era proibido de prestar serviços para outras empresas e, também, nã o
poderia contratar funcioná rios para lhe auxiliar na execuçã o dos projetos, visto que a
reclamada lhe exigia pessoalidade e subordinaçã o com obediência hierá rquica.
Evidente é o fato de que o Reclamante em qualquer hipó tese nã o poderia transferir seu
serviço a um terceiro, culminando assim pela pessoalidade de tal labor.
Ademais, nã o havia qualquer diferença entre o Reclamante e um colega projetista que tinha
o vínculo laboral regido pela CLT.
Durante o período, a supracitada Pessoa Jurídica foi regida pela modalidade do lucro
presumido e pelo SIMPLES NACIONAL.
A remuneraçã o sempre foi paga por meio de emissã o de notas fiscais, insta salientar que ao
longo de grande parte do pacto laboral o valor final da nota fiscal era feito de forma
pormenorizada, tendo em vista o ilegal desconto do plano de saú de. Sua remuneraçã o
continha pequenas variaçõ es decorrente do uso do plano de saú de coparticipativo, que foi
fornecido pela reclamada (cartao anexo)
Sua maior remuneraçã o foi de R$ 20.981,93, mas teve uma reduçã o salarial conforme o
demonstrativo de todos os meses acostados à presente exordial, demonstrando assim a
presente reduçã o salarial.
· 10/2009 – R$ 2880,00
· 11/2009 – R$ 7560,00
· 12/2009 - R$ 7200,00
· 01/2010 - R$7515,00
· 02/2010 - R$ 7515,00
· 03/2010 - R$ 6885,00
· 04/2010 - R$ 8797,50
· 05/2010 – R$ 7650,00
· 06/2010 - R$ 8032,50
· 07/2010 - R$ 7245,00
· 08/2010 - R$ 8167,50
· 09/2010 - R$ 7920,00
· 10/2010 - R$ 7650,00
· 11/2010 - R$ 6840,00
· 12/2010 – R$ 6840,00
· 01/2011 - R$ 7200,00
· 02/2011 - R$ 9000,00
· 03/2011 - R$ 9000,00
· 04/2011 - R$ 9000,00
· 05/2011 - R$ 9000,00
· 06/2011 - R$ 9000,00
· 07/2011 - R$ 9000,00
· 08/2011 - R$ 2250,00
· 09/2011 - R$ 9500,00
· 10/2011 - R$ 9500,00
· 11/2011 - R$ 9500,00
· 12/2011 - R$ 9500,00
· 01/2012 - R$ 9500,00
· 02/2012 - R$ 9500,00
· 03/2012 - R$ 9500,00
· 04/2012 - R$ 10500,00
· 05/2012 - R$ 10500,00
· 06/2012 - R$ 10500,00
· 07/2012 - R$ 10500,00
· 08/2012 - R$ 10500,00
· 09/2012 - R$ 10500,00
· 10/2012 - R$ 10500,00
· 11/2012 - R$ 10500,00
· 12/2012 - R$ 10414,28
· 01/2013 - R$ 10500,00
· 02/2013 - R$ 10356,25
· 03/2013 - R$ 10500,00
· 04/2013 – R$ 10500,00
· 05/2013 – R$ 10500,00
· 06/2013 – R$ 10446,65
· 07/2013 – R$ 10490,00
· 08/2013 - R$ 10490,00
· 09/2013 - R$ 10490,00
· 10/2013 – R$ 9965,28
· 11/2013 – R$ 10471,93
· 12/2013 – R$ 20981,93
· 01/2014 – R$ 10463,86
· 02/2014 – R$ 4180,17
O obreiro sempre trabalhou dentro da Reclamada, tanto que possui crachá s do local para
acesso e controle de jornada, inicialmente, por meio da chamada FAC (Folha de Apuraçã o
de Custos) em que o Reclamante era obrigado a anotar/registrar seus horá rios de chegada,
intervalo e saída. Posteriormente passou-se a um sistema denominado timesheet (replicon)
onde eram realizados os controles de jornada dos empregados (conforme as respectivas
folhas anexas). Em ambos os sistemas, o reclamante sempre deveriam respeitar
apenas às 8 horas diárias, não se prestando os mesmos para computo das horas
extras.
O afastamento do reclamante foi no dia 20/02/2014 (ultima nota emitida), tendo sido
feito tal “distrato” contratual sem qualquer justo motivo.
O reclamante sempre laborou na perante a sede da Reclamada, com jornada de trabalho
fixada entre o horá rio das 07h00min ás 19h30m, de segunda as sextas-feiras, sendo que o
intervalo intrajornada nunca foi integralmente concedido ao reclamante. O Reclamante
sofria controle de jornada, sendo que as horas extras nunca foram pagas, nem
compensadas.
Sempre foi exigido do Reclamante o uso do crachá e uniforme, que inclusive se compunha
com o logotipo da Reclamada. Detinha, também, um crachá do Edifício onde se localizava a
sede que consta a data de admissã o do mesmo. Ora, se nã o fosse funcioná rio nã o deveria
ter esse crachá .
No que tange à s férias, o reclamante ao longo de todo o pacto laboral NUNCA gozou de
férias, tampouco percebia parcela a título de décimo terceiro.
Por todo o exposto, é claro o objetivo da Reclamada de fraudar a legislaçã o trabalhista, nã o
arcando com os encargos inerentes devidos ao Autor, mediante a odiosa prá tica da
“pejotização” do empregado.
Vigora no Direito do Trabalho o princípio da irrenunciabilidade, mediante o qual nã o é
permitido à s partes, ainda que por vontade pró pria, renunciar os direitos trabalhistas
inerentes à relaçã o de emprego existente.
Portanto, imperioso o reconhecimento da situaçã o fá tico-jurídica relatada para declarar a
nulidade dos contratos celebrados por intermédio da pessoa jurídica, pelo princípio da
primazia da realidade sobre a forma, nos termos do art. 9º da CLT, o que requer seja
declarado em sentença, reconhecendo-se o vínculo direto com a empresa Reclamada.
DO RECONHECIMENTO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO

Pela descriçã o dos fatos supramencionados, resta clara e evidente a concretizaçã o do


fenô meno juridicamente conhecido como “pejotizaçã o” do trabalho, que nada mais é do
que a constituiçã o de uma pessoa jurídica cujo ú nico fim é a prestaçã o de serviços nos
moldes descritos pelo artigo 3º da CLT, com espeque em fraudar a legislaçã o trabalhista e
assim, suprimir direitos inerentes ao empregado celetista.
Senã o vejamos o que diz a jurisprudência dominante do Egrégio Tribunal Regional do
Trabalho da 3ª Regiã o:
EMENTA: RELAÇÃ O DE EMPREGO. UNICIDADE CONTRATUAL. FRAUDE À APLICAÇÃ O DA
LEI TRABALHISTA. PEJOTIZAÇÃ O. A pejotização do trabalho, ora evidenciada, nada
mais é do que a constituição de uma pessoa jurídica para prestar serviços nos
moldes descritos pelo artigo 3º da CLT, com o objetivo único de fraudar a legislação
trabalhista e assim, suprimir direitos inerentes ao empregado celetista. A prá tica de
tal conduta é tida como ilegal, pois nã o somente lesa direitos patrimoniais do empregado,
como também fere a sua dignidade humana e os seus direitos fundamentais expressos na
Constituiçã o Federal de 1988. Como se nã o bastasse, os efeitos nefastos da fraude
engendrada se revela típico ato de coaçã o do empregador, que se utilizando de um
instrumento legal, que é a prestaçã o de serviços por pessoa jurídica, obriga o empregado a
renunciar direitos trabalhistas, contando com a certeza de sua aceitaçã o diante da
necessidade de prover o pró prio sustento. Ademais, comprovado o trabalho nos moldes do
artigo 3º da CLT, nos termos bem explicitados na decisã o de origem, há que ser mantida a
sentença. (Processo: 0001812-65.2011.5.03.0040 RO (01812-2011-040-03-00-6 RO);
Relator (a): Juíza Convocada Erica Aparecida Pires Bessa; Julgamento: 26/02/2013; Ó rgã o
Julgador: Primeira Turma).
EMENTA: RELAÇÃ O DE EMPREGO - UNICIDADE CONTRATUAL. Evidenciada nos autos a
existência de celebraçã o de dois contratos de trabalho distintos entre as partes, sendo que
no interregno entre ambos o autor prestou serviços à reclamada sem soluçã o de
continuidade mediante constituiçã o de pessoa jurídica, nã o se vislumbrando qualquer
alteraçã o no cotidiano laboral durante os três períodos distintos no plano formal, é
imperioso o reconhecimento de um ú nico contrato de trabalho (unicidade contratual), com
amparo nos artigos 2º, 3º e 9º da CLT em conjunto com o princípio norteador da primazia
da realidade sobre a forma. Não se pode cogitar em benefício da própria torpeza por
parte do autor quando constatado nos autos que a prestação de serviços do autor
mediante o fenômeno conhecido no âmbito das relações de trabalho como
"pejotização" ensejou uma série de desvantagens no tocante à remuneração até
então percebida e ao patamar mínimo de direitos sociais e benefícios de natureza
normativa, tendo em vista ainda o princípio da irrenunciabilidade que rege as
relações de trabalho. (Processo: 0001415-87.2011.5.03.0110 RO (01415-2011-110-03-
00-0 RO); Relator: Sebastiao Geraldo de Oliveira; Julgamento: 11/10/2012; Ó rgã o Julgador:
Segunda Turma).
Além dos argumentos já expostos, a prá tica da pejotizaçã o fere nã o somente os direitos
patrimoniais do empregado, mas ainda a sua dignidade da pessoa humana e os seus
direitos fundamentais, expressos na Carta Magna.
A fraude caracteriza verdadeiro ato de coaçã o do empregador que, se utilizando do
instrumento legal da prestaçã o de serviços por meio de pessoa jurídica, obriga o
empregado a renunciar direitos trabalhistas, contando com a certa aceitaçã o do
trabalhador haja vista o cará ter alimentar e a necessidade de provisã o do sustento pró prio
e familiar.
In casu, nã o restam dú vidas quanto à existência do fenô meno da “pejotizaçã o”, bem como a
configuraçã o do vínculo trabalhista.
A situaçã o passa a ser reconhecida pela pró pria reclamada que tratava tais “PJs
MENSALISTAS” como colaboradores conforme inú meros e-mails trazidos à baila.
Ademais, a reclamada OBRIGAVA a todos os seus empregados (“PJ” e “mensalistas”) a
cumprir as regras do Sindicato da Categoria (conforme e-mails anexos), sem contar que
todas as notas fiscais foram emitidas exclusivamente a reclamada, uma vez que nã o poderia
realizar contrato com outras empresas, devendo dedicar-se, exclusivamente, ao reclamado.
Como já descrito e com as provas a serem produzidas em momento oportuno, resta
evidente a presença dos requisitos da caracterizaçã o do vínculo de trabalho elencados no
art. 3º da CLT, quais sejam, pessoalidade, habitualidade, subordinaçã o e onerosidade.
Por fim, observa-se que o fato de existir contratos de prestaçã o de serviços, em que o
Reclamante faz parte de uma pessoa jurídica, nã o inviabiliza o reconhecimento da relaçã o
de emprego, já que por aplicaçã o do princípio da primazia das formas, e pela ocorrência de
fraude, sã o nulos de pleno direito os atos praticados com objetivo de desvirtuar, impedir ou
fraudar a legislaçã o trabalhista, assim como preceitua o artigo 9º da CLT.
Portanto, requer seja reconhecida a configuraçã o de fraude por meio da chamada
“pejotizaçã o”, nos termos do art. 9º da CLT, bem como o reconhecimento do vínculo
empregatício entre Reclamante e Reclamada com a devida anotaçã o/retificaçã o em sua
CTPS do período de 14 de julho de 2009 a 20 de fevereiro de 2014 – já considerando a
projeçã o do aviso prévio (OJ 82, SDI-I) a data seria 20/05/2014, devendo ser considerado
os reajustes anuais pela data base, estipuladas nas CCT’s anexas, durante todo o lapso
temporal da vigência do contrato de trabalho, e seus respectivos reflexos em RSRs e, com
estes, em férias e terço constitucional, 13ºs salá rios, aviso prévio e, de tudo, em FGTS e
multa de 40%, INSS e demais verbas trabalhistas devidas ao autor que tenham por base de
cá lculo seu salá rio contratual.
DA IRREDUTIBILIDADE SALARIAL
O princípio da IRREDUTIBILIDADE SALARIAL, tal diretriz visa garantir que o Empregado
nã o tenha o seu salá rio reduzido pelo Empregador, durante todo o período que perdurar o
contrato de trabalho. Tal medida visa assegurar estabilidade econô mica para o trabalhador.
Importante destacar a importâ ncia de tal princípio que é previsto na CF/88 em seu art. 7,
VI ao qual assegura o direito dos trabalhadores a irredutibilidade salarial.
Indiscutivelmente o salá rio tem natureza alimentar, constituindo-se como fonte de
sobrevivência para o trabalhador e sua família. Por esta razã o, a intangibilidade e a
irredutibilidade salarial sã o objetos de garantias constitucionais, bem como de proteçã o da
legislaçã o infra-constitucional.
A progressã o/regressã o de todas as remuneraçõ es do obreiro ao longo de todo pacto
laboral ocorreu conforme tabela supramencionada
A reduçã o e retençã o de salá rios sã o vedadas pela legislaçã o pá tria. Na Constituiçã o Federal
de 1988 tais vedaçõ es estã o contidas no artigo 7º, incisos VI e X:
"Art. 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que vissem à
melhoria de sua condição social:
(...)
VI - irredutibilidade de salários, salvo o disposto em convenções ou acordo coletivo de
trabalho;
...
X proteção do salário na forma de lei, constituindo crime sua retenção dolosa;..." (grifo nosso)

“Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas
condições por mútuo consentimento, e, ainda assim, desde que não resultem, direta ou
indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente
desta garantia.”
Comenta Valetin Carrion o artigo 468, in: Comentá rios à CLT:, Editora LTR, 1993:
"A redução do salário é vedada, por ser a subsistência do trabalhador e por se tratar da mais
importante contraprestação de sua parte.
(...)
a CF de 1988 elevou o princípio de irredutibilidade à hierarquia maior, só permitindo o
arbitramento por convenção ou acordo coletivo (art. 7º, IV). Nem a lei poderá autorizá-lo,
face ao texto expresso".
Com isso, temos que a legislação proíbe expressamente a redução salarial.
A Lei 4923, de 23 de dezembro de 1965, em seu artigo 2º regulamenta a reduçã o salarial
prevista em instrumentos coletivos de trabalho, assim prevendo:
"Art. 2º - A empresa que, em face de conjuntura econômica, devidamente comprovada, se
encontrar em condições que recomendem, transitoriamente, a redução da jornada normal ou
do número de dias do trabalho, poderá fazê-lo, mediante prévio acordo com a entidade
sindical representativa dos seus empregados, homologado pela Delegacia Regional do
Trabalho, por prazo certo, não excedente de 3 (três) meses, prorrogável, nas mesmas
condições, se ainda indispensável, e sempre de modo que a redução do salário mensal
resultante não seja superior a 25% (vinte e cinco por cento) do salário contratual, respeitado
o salário mínimo regional e reduzidas proporcionalmente a remuneração e as gratificações
de gerentes e diretores.
§ 1º: Para o fim de deliberar sobre o acordo, a entidade sindical profissional convocará
assembléia geral dos empregados diretamente interessados, sindicalizados ou não, que
decidirão por maioria de votos, obedecidas as norma estatutárias."
Em suma, a reduçã o salarial poderá ser prevista em instrumentos coletivos de trabalho,
desde que sejam obedecidos os requisitos e limites impostos pela Lei 4.923/65:
- Redução de jornada e salário mediante comprovação da empresa das dificuldades
financeiras alegadas;
- A redução convencionada deverá ser no máximo de 25% sobre o salário contratual,
mediante proporcional diminuição da jornada de trabalho;
- As condições pactuadas deverão ser estipuladas por prazo determinado;
- A redução deverá ser prevista em instrumentos coletivos de trabalho - Acordo ou Convenção
Coletiva -, assinado pelo respectivo sindicato representativo da categoria profissional, bem
como ser registrado no Ministério do Trabalho.
Neste sentido, temos que a exceçã o ao princípio da irredutibilidade salarial - previsã o em
ACT ou CCT - está limitada pela lei acima citada, logo nã o há que se falar desta ressalva no
caso em tela.
Logo, a situaçã o fá tica nã o se adequa a tal regra. Neste sentido a nossa Jurisprudência do
TRT/SC:
"ALTERAÇÃO CONTRATUAL LESIVA. SUPRESSÃO DO PAGAMENTO DE COMISSÕES. O
ordenamento jurídico pátrio veda a redução salarial, caracterizada pela alteração contratual
lesiva ao empregado configurada pela supressão do pagamento de comissões, resultando esse
procedimento em afronta ao estabelecido no art. 468 da CLT".(TRT/SC - Processo: Nº: 01829-
2008-054-12-00-1 - Juiz Roberto L. Guglielmetto - Publicado no TRTSC/DOE em 05-05-2009 ).
"ALTERAÇÃO CONTRATUAL. REDUÇÃO SALARIAL. o art. 468 da CLT somente autoriza
alteração das condições do contrato de trabalho por mútuo consentimento, e desde que não
resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado".(TRT/SC - Processo: Nº: 01728-
2007-006-12-00-6- Juiz Roberto L. Guglielmetto - Publicado no TRTSC/DOE em 21-11-2008).
"REDUÇÃO SALARIAL. IMPOSSIBILIDADE. O art. 7º, VI, da CFRB/88 garante a
irredutibilidade de salário, salvo se houver disposição em convenção ou acordo coletivo. Se
alteração salarial não foi estabelecida por norma convencional, o empregado faz jus às
diferenças salariais deferidas". (TRT/SC - Processo: Nº: 01716-2008-018-12-00-2 - Juíza Mari
Eleda Migliorini - Publicado no TRTSC/DOE em 17-08-2009).
E quanto a diminuiçã o da Jornada de Trabalho e a consequente reduçã o salarial, situaçã o
aná loga à presente demanda, segue a melhor jurisprudência:
"SALÁRIO-HORA. DIMINUIÇÃO DA CARGA HORÁRIA. REDUÇÃO SALARIAL.
INOCORRÊNCIA. Não há como conceber a ocorrência de redução salarial se, embora
alterada a forma de cálculo do salário para unidade-hora, obtém a empregada
significativa redução do tempo de trabalho, passando, inclusive, a dispor de mais dois
dias na semana para exercer as atividades laborais de forma
autônoma".(TRT/SCProcesso: Nº: 00714-2006-010-12-85-6 - Juiz Jorge Luiz Volpato -
Publicado no TRTSC/DOE em 01-10-2008)
Destaca-se ainda a necessidade de observar os § 4º e 9º da CCT da categoria.
Desta feita faz jus à Reclamante as diferenças salariais considerando a carga horária,
tendo em vista a ilegal redução salarial a partir de setembro 2014, bem como seguidas
de todos os devidos reflexos em HE, RSR, aviso prévio, 13º salário, férias acrescidas do
terço constitucional, FGTS depositados/devidos e indenização de 40% sobre o FGTS.

DAS VERBAS RESCISÓRIAS


Tendo em vista que o Reclamante foi afastado no dia 20/02/2014, tendo sido feito tal
“distrato” contratual sem qualquer justo motivo.
De mais a mais, importante destacar a previsã o convencional da clá usula décima oitava –
Nível do emprego – que dispõ e que “As empresas comprometem-se a manter sua política
de pessoal, praticando rescisõ es somente quando esgotadas as possibilidades de
aproveitamento de pessoal, exceto nos casos de causas justificadas”.
O que de fato nã o foi feito pela reclamada diante do caso em tela.
Desta feita deverá haver a devida anotaçã o da CTPS do obreiro bem como a respectiva
baixa considerando todo o pacto laboral.
Portanto, o Reclamante faz jus, considerando-se todo pacto laboral e a projeçã o do aviso
prévio (OJ 82, SDI-I) datada de 20/05/2014, e constatando-se os cinco anos completos de
contrato de trabalho, ao pagamento de: aviso prévio em GRATIFICADO (conforme CCT’s),
13º salá rio proporcional (5/12), férias proporcionais do período de 14/07/2013 a
20/05/2014 - (10/12), FGTS sobre saldo de salá rio, aviso prévio, 13º salá rio e férias mais
um terço; FGTS sobre todo o período laboral (julho/2009 a maio/2014), indenizaçã o de
40% sobre o FGTS e à entrega das guias TRCT, com chave de conectividade (para saque do
FGTS), garantida a integralidade dos depó sitos, e CD/SD (para recebimento do seguro-
desemprego), tudo levando em consideraçã o a indenizaçã o pela reduçã o salarial e horas
extras requeridas, sob pena de indenizaçã o substitutiva, caso o autor nã o os receba por
culpa da ré.
DAS FÉRIAS E DESCONTOS INDEVIDOS NESTES PERÍODOS

Estabelece o art. 134 da CLT que as férias serã o concedidas por ato do empregador nos 12
(doze) meses subsequentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito, devendo
o empregador pagá -las em dobro, caso nã o o faça no período concessivo (art. 137 CLT),
acrescidas do terço constitucional (art. 7º, inciso XVII da CR/88).
In casu, por completo absurdo que pode ser verificada diante da notó ria postura negligente
e ardilosa por parte da reclamada que NUNCA concedeu período de férias ao reclamante, ao
longo dos quase seis anos lá laborados.
Além disso, o reclamado nos períodos que supostamente corresponderiam à s férias do
reclamante realizavam indevidos descontos sobre a “PJ” em suas notas de pagamento.
Portanto, faz jus o reclamante ao pagamento de férias EM DOBRO acrescidas do terço
constitucional dos períodos aquisitivos de 14/07/2009 à 13/07/2010; 14/07/2010 à
13/07/2011; 14/07/2011 à 13/07/2012; e por fim as férias SIMPLES acrescidas do terço
constitucional do período aquisitivo de 14/07/2012 à 13/07/2013, tudo levando em
consideraçã o a indenizaçã o pela reduçã o salarial e horas extras requeridas.
Bem como TODA a restituiçã o dos valores descontados indevidamente do reclamante pelo
reclamado ao longo de todo pacto laboral.
DO 13º SALÁRIO
Estabelece o art. 1º da Lei 4.090/62, que no mês de dezembro de cada ano, será paga pelo
empregador uma gratificaçã o salarial no importe de 1/12 (um doze avos) da remuneraçã o
por mês trabalhado ou fraçã o igual ou superior a 15 dias.
In casu, o autor JAMAIS recebeu referida gratificaçã o. Assim, faz jus à s gratificaçõ es
natalinas dos anos de 2009 (06/12), 2010, 2011, 2012, 2013 e 2014 (05/12).
DO FGTS.
A reclamada nã o efetuava o recolhimento do FGTS sobre a remuneraçã o paga por
intermédio da pessoa jurídica supostamente constituída pelo reclamante.
Dessa forma, nã o comprovando o recolhimento dos depó sitos fundiá rios, a reclamada deve
ser condenada ao pagamento do valor equivalente a todos os depó sitos fundiá rios durante
toda a relaçã o de emprego (14/07/2009 a 20/02/2014 que com a devida projeçã o do aviso
prévio 20/05/2014).
Ainda, deve ser condenada ao pagamento de juros de mora sobre os depó sitos fundiá rios
devidos e atualizados, mês a mês, durante toda a relaçã o de emprego, bem como ao
pagamento de multa sobre o valor total do FGTS nã o depositado, pela aplicaçã o do artigo
22 da Lei 8.036/90.
Assim, é devido o pagamento da multa de 40% do FGTS sobre todos os pleitos anteriores
diante da demissã o injusta do obreiro.
DAS HORAS EXTRAS
Ao longo de todo o contrato de trabalho, o reclamante trabalhou no horá rio de 07h00min
às 19h30min, de segunda a sexta, tendo nunca gozado da integralidade do intervalo
intrajornada. Dessa forma, restou ultrapassada a jornada má xima diá ria e semanal.
Prevê a Constituiçã o Federal no art. 7º, inciso XIII, que havendo trabalho extraordiná rio,
este terá remuneraçã o superior em, no mínimo, 50% a do normal (art. 7º, XVI da CF/88).
De acordo com a CLÁ USULA VIGÉ SIMA PRIMEIRA das CCT’s anexa, as horas extras
realizadas nos dias ú teis serã o remuneradas com adicional de 50% (cinquenta por cento)
de acréscimo da hora normal e as realizadas aos domingos e feriados com adicional de
100% (cem por cento) sobre o valor da hora normal.
De acordo ainda com as CCT’s anexas a jornada de trabalho normal dos empregados da
reclamada é de 08 (oito) horas diá rias, de segunda a sexta, perfazendo o total de 40 horas
semanais – já que conforme a disposiçã o do pará grafo primeiro da referida clá usula: As
empresas praticarã o, sem reduçã o ou acréscimo de salá rio, jornada semanal máxima de
40h (quarenta horas) para o pessoal quando trabalhando em seus escritórios, e 44h
(quarenta e quatro horas) no má ximo, para o pessoal que trabalhe ou venha a trabalhar no
campo e escritó rios de obras.
Insta salientar que o reclamante sempre laborou dentro das dependências da Reclamada
com falso controle de jornada num timesheet (replicon) ao qual eram feitos de todos
empregados da empresa, mas fazendo constar exclusivamente 8 horas de trabalho diá rio.
Ademais, insta citar a aplicaçã o da vigésima segunda clá usula do supracitado instrumento
coletivo da categoria que determina que a hora extraordiná ria laborada de segunda a
sá bado, a partir 32ª(Trigésima segunda hora) hora no mês, será remunerada com o
adicional de 100% (cem por cento) sobre a hora normal.
Portanto, por exceder a jornada de trabalho diá ria má xima, faz jus o obreiro ao pagamento
das horas extras excedentes à s 08 horas diá rias, bem como as que sucederem à
quadragésima hora semanal, ao longo de todo o pacto laboral, acrescidas do adicional de
50%, de segunda a sá bado, e 100% aos domingos e feriados trabalhados, observado o
divisor 200, calculadas com base na efetiva remuneraçã o percebida ou devida mês a mês
(Sú mula 264 do TST), sem aplicaçã o do entendimento consubstanciado na Sú mula
340/TST.
Destarte, por serem as referidas horas extras habituais, também devem ser pagos seus
reflexos em RSRs e, com estes, em férias e terço constitucional, 13ºs salá rios, aviso prévio e,
de tudo, em FGTS e multa de 40%.
INTERVALO INTRAJORNADA. JORNADA CONTRATUAL HABITUALMENTE
EXTRAPOLADA
Ao longo de todo o contrato, o trabalho realizado sempre foi à prioridade e nã o o presente
instituto – intervalo intrajornada.
Já que este era gozado apenas quando possível e nunca como direito potestativo do
empregado, colocado assim, sempre em plano secundá rio, sendo gozado apenas quando
fosse possível, tendo em vista as atividades diá rias do obreiro.
Realizava a jornada média de 07hrs as 19:30hrs – totalizando jornada de 12:30hrs,
conforme o art. 71 da CLT, por ter jornada habitual superior a 6 horas de labor diá rio, faz
jus a Reclamante a um intervalo de, no mínimo, uma hora para refeiçã o e descanso.
Uma vez que o obreiro nã o gozava da integralidade deste instituto a título de intervalo,
caso é de pagamento da integralidade do período destinado ao repouso e alimentaçã o como
extraordiná ria, devidamente acrescido do adicional de 50% nos termos do pará grafo 4º do
art. 71 da CLT.
Uma vez que tal instituto do intervalo intrajornada foi criado com a finalidade de
recarregar suas capacidades laborativas, bem como de inserir o empregado ao “mundo
exterior” fora do ambiente de trabalho, ocorre que tal instituto com natureza de ordem
pú blica nã o foi respeitada.
Nesse sentido também é o entendimento da sú mula 27 do TRT da 3ª Regiã o e da OJ nº 307
da SDI-I/TST.
Neste sentido dispõ e o item IV da Sú mula 437 do TST, in verbis:
Súmula nº 437 do TST
INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 71 DA
CLT (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 307, 342, 354, 380 e 381 da SBDI-1) -
Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012
I - Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não-concessão ou a concessão parcial do intervalo
intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o
pagamento total do período correspondente, e não apenas daquele suprimido, com acréscimo
de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho (art. 71 da
CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor para efeito de remuneração.
II - E inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho contemplando a
supressão ou redução do intervalo intrajornada porque este constitui medida de higiene,
saúde e segurança do trabalho, garantido por norma de ordem pública (art. 71 da CLT e art.
7º, XXII, da CF/1988), infenso à negociação coletiva.
III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação
introduzida pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo
empregador o intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo,
assim, no cálculo de outras parcelas salariais.
IV - Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de trabalho, é devido o gozo
do intervalo intrajornada mínimo de uma hora, obrigando o empregador a remunerar
o período para descanso e alimentação não usufruído como extra, acrescido do
respectivo adicional, na forma prevista no art. 71, caput e § 4º da CLT.
Da mesma forma se coloca a jurisprudência abaixo colacionada:
EMENTA: INTERVALO INTRAJORNADA – JORNADA CONTRATUAL DE SEIS HORAS
HABITUALMENTE EXTRAPOLADA – ITEM IV DA SÚMULA 437 DO TST. O empregado
contratado para cumprir jornada de seis horas que habitualmente presta horas extras, faz jus
ao intervalo intrajornada de uma hora. Esse e o entendimento contido na recente Sumula 437
do TST, em seu item IV, in verbis[...]. (TRT/RO/02220/2011 5 TU. Red. Anemar Pereira Amaral
Publ. MG. 27/04/2009)
Desta feita, o reclamante faz jus à integralidade do intervalo intrajornada nã o concedido a
tempo e modo, durante TODO O PACTO LABORAL, que deverá ser paga como hora extra
ficta no importe de 1 (uma) hora extra devidamente acrescida do 100% conforme art. 71 §
4º da CLT e seus reflexos em RSRs e, com estes, em férias e terço constitucional, 13ºs
salá rios, aviso prévio e, de tudo, em FGTS e multa de 40%.
DA AUSÊNCIA DA CONCESSÃO DOS 15 MINUTOS QUE ANTECEDEM A PRESTAÇÃO DO
SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO, NEM TÃO POUCO A ALIMENTAÇÃO
Conforme acordado em convençã o coletiva, a reclamada era obrigada a fornecer
alimentaçã o ao reclamante quando este laborar em jornada extraordiná ria, sem qualquer
ô nus do empregador.
Concessã o esta que NUNCA foi fornecida pela reclamada à reclamante, logo o obreiro faz
jus ao pagamento do valor deste “lanche” durante todo o pacto laboral, uma vez que a
mesma sempre laborou em jornada extraordiná ria.
Nos termos da vigésima segunda clausula da CCT em seu pará grafo quarto:
“Pará grafo Quarto – Quando o empregado trabalhar em jornada extraordiná ria superior a
60 (sessenta) minutos, ficará o empregador obrigado a fornecer um lanche sendo que esse
nã o integrará , para qualquer efeito, o salá rio do empregado.”
Nem tã o pouco os 15 (quinze) minutos de descanso que antecedem tal sobrejornada, nos
termos do artigo 384 da CLT.
Art. 384 - Em caso de prorrogaçã o do horá rio normal, será obrigató rio um descanso de 15
(quinze) minutos no mínimo, antes do início do período extraordiná rio do trabalho.
Assim, pugna-se pela condenaçã o da reclamada ao pagamento dos 15 (quinze) minutos
diá rios que antecedem a sobrejornada (CLAUSULA 22, PARÁ GRAFO 4º DA CCT) durante
todo o pacto laboral devidamente acrescido do adicional de 100%, durante todo o pacto
laboral, observando a integralizaçã o salarial (S. 264 do TST) bem como seus reflexos em
RSR, 13º salá rio, férias + 1/3, verbas rescisó rias, em FGTS + multa de 40% e todas as
verbas correlatas que tenham por base seu salá rio contratual.
Bem como o pagamento do valor deste “lanche” durante todo o pacto laboral, uma vez que
a mesma sempre laborou em jornada extraordiná ria.
DESCONTOS DA PESSOA JURÍDICA
Nos termos do art. 462 da CLT, ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos
salá rios do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei
ou de contrato coletivo.
Ocorre que o Reclamante era obrigado a reter parte de sua remuneraçã o para pagamento
de impostos, referentes à empresa constituída, conforme demonstra as notas fiscais anexas
e comprovantes de pagamentos do imposto ISSQN.
Dessa forma, eram descontados da remuneraçã o paga por intermédio da pessoa jurídica à
reclamante 5% (cinco por cento) de ISS, 3% (três por cento) de COFINS, 3,00% (três por
cento) de PIS, 1,5% (hum vírgula cinquenta por cento) de IRPF e 1% (um por cento) CSLL,
totalizando 11,15% (onze vírgula quinze por cento) do total da remuneraçã o recebida pelo
autor.
Portanto, faz jus o obreiro à indenizaçã o por perdas e danos dos valores que foram
descontados ilicitamente pela Reclamada, no montante de 11,15% (onze vírgula quinze por
cento) da remuneraçã o, durante todo o lapso temporal da vigência do contrato de trabalho,
e seus respectivos reflexos em RSRs e, com estes, em férias e terço constitucional, 13ºs
salá rios, aviso prévio e, de tudo, em FGTS e multa de 40%, INSS e demais verbas
trabalhistas devidas ao autor que tenham por base de cá lculo seu salá rio contratual.
ADICIONAL DE DATA BASE
INDENIZAÇÃ O ADICIONAL DEVIDA NA DESPEDIDA ANTES DA DATA-BASE
Conforme a Lei nº 6.708/79 e a Lei nº 7.238/84, em ambas no artigo 9º, determinam uma
indenizaçã o adicional, equivalente a um salá rio mensal, no caso de dispensa sem justa
causa - INDENIZAÇÃ O ADICIONAL DEVIDA NA DESPEDIDA ANTES DA DATA-BASE.
Lei nº 7.238/84:
"... Art. 9º - O empregado dispensado, sem justa causa, no período de 30 (trinta) dias que
antecede a data de sua correçã o salarial, terá direito à indenizaçã o adicional equivalente a
1 (um) salá rio mensal, seja ele optante ou nã o pelo Fundo de Garantia por Tempo de
Serviço - FGTS..."
O Enunciado TST nº 306 ratificou o direito a esta indenizaçã o, dispondo:
"É devido o pagamento da indenizaçã o adicional na hipó tese de dispensa injusta do
empregado, ocorrida no trintídio que antecede a data-base. A legislaçã o posterior nã o
revogou os arts. 9º da Lei nº 6.708/79 e 9º da Lei nº 7.238/84."
Desta feita, conforme se verifica ao presente caso, o reclamante foi afastado de suas
atividades em 20/02/2014, logo a menos de 90 dias da data de sua correçã o salarial.
Justificando assim o presente pleito ao reclamante, desta forma, espera-se deste douto
juízo que condene a reclamada à condenaçã o de tal adicional de data base.
DAS VERBAS COLETIVAS
DOS REAJUSTES DA DATA BASE
De acordo com as Convençõ es Coletivas de Trabalho anexas, CLÁ USULA QUARTA dos anos
de 2010/2011; 2011/2012; 2012/2013; 2013/2014; 2014/2015, que acordam as
entidades convenentes na concessã o de reajustes salariais anuais de acordo com os
percentuais descritos nas clá usulas mencionadas.
· Ano 2010/2011: 6,50%
· Ano 2011/2012: 7,50%
· Ano 2012/2013: 6,00%
· Ano 2013/2014: 6,00%
· Ano 2014/2015: 6,3%
Todavia, o Reclamante nã o percebia os referidos reajustes, razã o pela qual faz jus à s
diferenças decorrentes dos reajustes anuais coletivos (data base), observando os
percentuais das CCT’s anexas, bem como seus respectivos reflexos em RSRs e, com estes,
em férias e terço constitucional, 13ºs salá rios, aviso prévio e, de tudo, em FGTS e multa de
40%, INSS e demais verbas trabalhistas devidas ao autor que tenham por base de cá lculo
seu salá rio contratual.
DO AUXILIO REFEIÇÃO
Estabelece a CLÁ USULA OITAVA das CCT’s correspondentes aos anos de 2010/2011,
2011/2012, 2012/2013, 2013/2014, 2014/2015; que aos empregados é garantido o
recebimento de auxílio refeiçã o de acordo com os valores expressos pelas CCT’S anexas –
CLÁ USULA OITAVA.
“É garantido aos trabalhadores que recebem até R$ 6.700,00 (seis mil e setecentos reais)
auxílio refeiçã o, ou vale refeiçã o, ou vale alimentaçã o, no valor facial mínimo de R$ 20,00
(vinte reais) cada um, em quantidade equivalente ao nú mero de dias trabalhados no mês,
observado o disposto no regulamento do P.A.T – Programa de Alimentaçã o do Trabalhador,
podendo a empresa proceder o desconto de no má ximo 20% (vinte por cento) do valor do
benefício.”
Apesar dos empregados celetistas da reclamada sempre terem recebido tal auxilio refeiçã o,
o autor jamais recebeu o referido auxílio refeiçã o, razã o pela qual faz jus aos valores
equivalentes do vale refeiçã o ou vale alimentaçã o, durante todo o contrato de trabalho, que
por ser verba de natureza salarial, sã o devidos também os seus respectivos reflexos em
RSRs e, com estes, em férias e terço constitucional, 13ºs salá rios, aviso prévio e, de tudo, em
FGTS e multa de 40%, INSS e demais verbas trabalhistas devidas ao autor que tenham por
base de cá lculo seu salá rio contratual.
DO AVISO PRÉVIO GRATIFICADO
Ressalta-se ainda o disposto na CLÁ USULA DÉ CIMA QUARTA das CCT’s correspondentes
aos anos de 2010/2011, 2011/2012, 2012/2013, 2013/2014, 2014/2015; que em caso de
dispensa dos empregados com mais de 48 (quarenta e oito) anos de idade e que tenham
mais de 05 (cinco) anos de empresa, o aviso prévio será acrescido de gratificaçã o
equivalente a 1 (hum) mês de salá rio.
Insta salientar que tendo o reclamante laborado por 5 anos completos para a reclamada,
fará jus à 45 (quarenta e cinco) dias à titulo do presente instituto.
Desta forma, por o Reclamante preencher os requisitos estabelecidos pelas CCT’s faz jus ao
pagamento em dobro do aviso prévio.
DA DISPENSA DO EMPREGADO EM ÉPOCA DE APOSENTADORIA
Apó s tal reconhecimento do iminente vinculo empregatício perante a reclamada, o
reclamante estará a menos de 12 (doze) meses para completar o período aquisitivo de
aposentadoria plenamente comprová veis.
Constatando ainda os cinco anos completos de labor para a reclamada, o reclamante
cumprirá os requisitos a fim de fazer jus à indenizaçã o prevista na clausula décima sexta da
CCT.
Em caso de dispensa de empregado com 4 (quatro) anos ou mais de empresa, e que esteja a
menos de 12 (doze) meses para completar o período aquisitivo de aposentadoria
plenamente comprová veis, será reembolsado o valor correspondente à parcela da
empresa nas contribuições previdenciárias ao INSS, como contribuinte em dobro, até
o máximo de 12 (doze) parcelas mensais.
Desta feita ao obreiro será devida tal prerrogativa nã o concedida à época.
DA PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS
A Carta Magna de 1988, em seu art. 7º, inciso XI e o legislador ordiná rio, através da Lei nº
10.101/00, asseguraram aos empregados participaçã o nos lucros ou resultados
desvinculados da remuneraçã o.
No caso em tela, a empresa tem a habitualidade de pagar todos os anos participaçã o dos
lucros. Contudo, o Autor jamais recebeu esta gratificaçã o.
Portanto, requer que a Reclamada realize pagamento dos valores correspondentes a
participaçã o dos lucros nos exercícios de 2010, 2011, 2012, 2013, 2014.
DOS RECOLHIMENTOS PREVIDENCIÁRIOS E TRIBUTÁRIOS
Tendo em vista a ausência de registro na CTPS do Reclamante, a Reclamada nã o procedeu
aos recolhimentos previdenciá rios cabíveis, pelo que deve ser condenada a pagar aos
cofres pú blicos o quantum respectivo.
Ressalta-se que tanto a cota-parte da empresa, quanto do empregado, deve ser suportada
exclusivamente pela Reclamada, nos termos do artigo 33, § 5º da Lei 8.212/91[1].
Da mesma forma se perfaz o Imposto de Renda, que também deve ser suportado
exclusivamente pela Reclamada, na medida em que se tivesse sido devidamente recolhido à
época pela pró pria, nã o haveria incidência do imposto sobre o salá rio do trabalhador, haja
vista sua faixa salarial.
Nã o pode agora, o Reclamante, por irresponsabilidade da Reclamada, ser penalizado com o
desconto, que deve ser suportado unicamente pelo empregador.
Além do mais, a responsabilidade da Reclamada é medida nos termos dos limites mensais e
anuais de isençã o e da alíquota pertinente, em conformidade com as disposiçõ es legais da
época a que a parcela se refere, sendo que o imposto de renda deve ser calculado mês a
mês.
A sentença, ao declarar um direito, tem como efeito restituir à s partes, a situaçã o fá tica e
jurídica havida no momento do descumprimento do mesmo.
Assim, se o Reclamado nã o pagaria imposto de renda, ou o pagaria com alíquota reduzida,
caso seu direito fosse oportunamente respeitado, nã o há como lhe atribuir um encargo
superior a este por imposiçã o de decisã o judicial, pois, neste caso, a sentença nã o estaria
produzindo o seu efeito natural.
Portanto, requer seja a Reclamada compelida a pagar todos os encargos previdenciá rios e
IRRF oriundos da relaçã o de emprego havida com o Reclamante, os quais deverã o ser
suportados exclusivamente pela empresa Ré, por nã o o ter recolhido oportunamente.
INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS – RECOLHIMENTOS FISCAIS
É sabida a obrigatoriedade da retençã o do imposto de renda na fonte sobre os valores
pagos em cumprimento de decisã o judicial, sendo o fato gerador auferido aplicando-se a
tabela progressiva vigente no dia do pagamento, cujo cá lculo será efetuado sobre o total
dos rendimentos tributá veis recebidos acumuladamente.
Contudo, ao deixar o empregador de pagar, nos meses pró prios, direitos ao empregado,
este ficou impossibilitado de se valer da tabela progressiva que seria aplicá vel aos
rendimentos do trabalho assalariado pagos na vigência do contrato laboral, a qual o
colocaria em posiçã o de isençã o ou de aplicaçã o de alíquotas inferiores.
Ademais, o trabalhador nã o pode sofrer tributaçã o diversa daquela que estaria sujeito se a
empresa tivesse cumprido a legislaçã o vigente durante o pacto laboral, tendo em vista os
princípios constitucionais da isonomia, progressividade e a capacidade contributiva
inseridos nos artigos 150, II, 153, § 2º e 145, § 1º da Constituiçã o Federal.
Com o deferimento das verbas trabalhistas aqui pleiteadas, haverá retençã o do imposto de
renda sobre o montante total do crédito trabalhista, o que ocasionará , por via de
consequência, perdas e danos ao obreiro, vez que o inadimplemento por parte do
empregador suprimiu a possibilidade de isençõ es ou aplicaçã o de alíquotas inferiores,
considerando as vantagens do recolhimento do imposto de renda, mês a mês, de acordo
com regimes de competência vigentes no decorrer do contrato de trabalho.
Portanto, faz jus o Reclamante a indenizaçã o por perdas e danos, pela diferença entre o
valor que seria devido de imposto de renda, mês a mês, se pagos tais direitos à época do
contrato de trabalho e o valor que será retido de crédito trabalhista do Reclamante.
Por meio dos artigos 186, 389, 395 e 927 do Có digo Civil, de aplicaçã o subsidiá ria, ex vi do
caput do artigo 8º da CLT, houve a consagraçã o, de modo expresso, do direito à plena
reparaçã o do dano, observada a abrangência pelas perdas e danos.
Cabe ressaltar que apesar de assegurado pelo Có digo Civil o direito do Reclamante de ser
ressarcido, a CLT já prevê a imposiçã o de multas e demais penalidades relativas aos atos de
sua competência.
Por analogia, corrobora com tal entendimento, o exposto no verbete da Anamatra –
Enunciado n. 53, aprovado na Sessã o Plená ria da 1ª Jornada de Direito Material e
Processual da Justiça do Trabalho (TST, Brasília, 23/11/2007), a fim de assegurar ao
trabalhador a inteira reparaçã o do dano.
Diante disso, o Reclamante requer a V. Exa. a condenaçã o da Reclamada ao pagamento de
uma indenizaçã o por perdas e danos, pela diferença entre o valor que seria devido de
imposto de renda, mês a mês, se pagos tais direitos à época do contrato de trabalho, e o
valor que será retido do crédito do trabalhador em futura liquidaçã o de sentença,
assegurando a inteira reparaçã o do dano, conforme preleciona o artigo 186, do Có digo
Civil, aplicá vel ao Direito do Trabalho (artigo 8º CLT).
DAS NOVAS REGRAS DO IMPOSTO DE RENDA
O artigo 12-A da Lei 1.713/1988 (incluído pela Lei 12.350/10), dispõ e acerca do
tratamento tributá rio aplicá vel ao Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) sobre os
rendimentos recebidos acumuladamente (RRA) correspondentes a anos-calendá rio
anteriores.
A Secretaria da Receita Federal do Brasil, por meio da Instruçã o Normativa RFB
1.127/2011 disciplinou a forma de apuraçã o e trouxe maiores detalhes quanto à tributaçã o
desses RRA.
Assim estabelece o artigo 2º, § 1º da mencionada Instruçã o Normativa:
“Os RRA, a partir de 28 de julho de 2010, relativos a anos-calendário anteriores ao do
recebimento, serão tributados exclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou crédito, em
separado dos demais rendimentos recebidos no mês, quando decorrentes de:
I – aposentadoria, pensão, transferência para a reserva remunerada ou reforma, pagos pela
Previdência Social da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios; e
II – rendimentos do trabalho.
§ 1º: Aplica-se o disposto no caput, inclusive, aos rendimentos decorrentes de decisões das
Justiças do Trabalho, Federal, Estaduais e do Distrito Federal.”
Ademais, a Sú mula 368, II do TST foi alterada para contemplar esse entendimento, verbis:
II – “É do empregador a responsabilidade pelo recolhimento das contribuições
previdenciárias e fiscais, resultante de crédito do empregado oriundo de condenação judicial,
devendo ser calculadas, em relação à incidência dos descontos fiscais, mês a mês, nos termos
do art. 12-A da Lei nº 7.713, de 22/12/1988”.
Pelo exposto, requer seja aplicada a referida regra ao Reclamante.
DOS JUROS DE MORA – IMPOSTO DE RENDA
A finalidade dos juros de mora sobre as parcelas deferidas judicialmente é a recomposiçã o
das perdas patrimoniais que o credor sofreu em virtude do descumprimento de obrigaçã o
pelo devedor, ou seja, tem por objetivo apenas indenizar o Reclamante pelo prejuízo
sofrido, nã o se constituindo em acréscimo patrimonial, o que afasta a incidência do imposto
de renda.
Desse modo, tratando-se de verba com natureza indenizató ria nã o há como manter o
cô mputo dos juros de mora decorrentes das verbas deferidas nestes autos na base de
cá lculo do imposto de renda, conforme OJ 400, SDI 1 do TST:
J-SDI1-400. IMPOSTO DE RENDA. BASE DE CÁ LCULO. JUROS DE MORA. NÃ O INTEGRAÇÃ O.
ART. 404 DO CÓ DIGO CIVIL BRASILEIRO. (DEJT divulgado em 02, 03 e 04.08.2010)
Os juros de mora decorrentes do inadimplemento de obrigaçã o de pagamento em dinheiro
nã o integram a base de cá lculo do imposto de renda, independentemente da natureza
jurídica da obrigaçã o inadimplida, ante o cunho indenizató rio conferido pelo art. 404 do
Có digo Civil de 2002 aos juros de mora.
Logo, requer que nã o haja incidência de imposto de renda sobre os juros de mora aplicados
sobre as parcelas deferidas nesta açã o.
DAS VERBAS INCONTROVERSAS. DAS MULTAS DO ART. 467 E 477, § 8º DA CLT
Caso, ainda, a Reclamada nã o venha a pagar as verbas incontroversas no primeiro
comparecimento a este juízo, deverá pagá -las acrescidas do adicional de 50% nos termos
do art. 467 da CLT.
Como o autor nã o recebeu as verbas rescisó rias de forma integral em até 10 (dez) dias da
rescisã o contratual, deverá pagar a Reclamada a multa prevista no art. 477, § 8º da CLT.
DO DANO MATERIAL – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
O ô nus pela contrataçã o de advogado para defender os direitos do reclamante deve recair
sobre a reclamada, dado que em virtude de sua omissã o e ilegalidade, nã o restou
alternativa ao obreiro senã o buscar seus direito trabalhistas perante esta especializada.
NOVA COMPETÊ NCIA. AÇÃ O DE COBRANÇA DE SERVIÇOS AUTÔ NOMOS. IMPROCEDÊ NCIA
DO PEDIDO. GRATUIDADE DA JUSTIÇA. Se a açã o de cobrança nã o decorre de relaçã o
empregatícia, mas sim de relaçã o de trabalho, nã o está o autor inserido nas situaçõ es
previstas na Lei n. 5.584/70 que trata da assistência judiciá ria pelo sindicato representante
da categoria profissional. Ostentando ser detentor de recursos patrimoniais, indevida a
gratuidade da justiça, devendo arcar com os honorá rios advocatícios sucumbenciais, nos
termos da Instruçã o normativa no. 27 do Col. TST, que “dispõ es sobre normas
procedimentais aplicá veis ao processo do trabalho, em decorrência da ampliaçã o da
competência da Justiça do Trabalho pela Emenda Constitucional n. 45/2001”. E como se
extrai de seu art. 5º., “exceto nas lides decorrentes da relaçã o de emprego, os honorá rios
advocatícios sã o devidos pela mera sucumbência”.(Processo: 01280-2005-105-03-00-0 RO;
Data de Publicaçã o: 16-03-2006; Ó rgã o Julgador: Sexta Turma; Tema: Honorá rios
Advocatícios – Sucumbência; Relator: Convocado Joã o Bosco Pinto Lara)
O art. 133 da CF/88, norma cogente, de interesse pú blico, das partes e jurisdicional, tornou
o advogado indispensá vel à administraçã o da Justiça, revogando tacitamente o “JUS
POSTULANDI” das partes.
Sendo necessá ria a presença do profissional em juízo, nada mais justo e coerente do que o
deferimento de honorá rios advocatícios, inclusive ao advogado particular, por força do
princípio da sucumbência (art. 769 da CLT).
A Norma Constitucional, por sua natureza, nã o admite exceçõ es, por motivos que nã o
fogem a ló gica. Assim, quando o legislador constituinte impõ e um limite ao artigo 133, nã o
objetivou a criaçã o de uma brecha a este preceito, que permitisse o “JUS POSTULANDI”,
mas sim, os parâ metros para a atuaçã o do advogado, sendo esta a interpretaçã o mais
plausível, senã o vejamos:
“ADVOGADO – INDISPENSABILIDADE DO ADVOGADO – EXTINÇÃ O DO “JUS
POSTULANDI”DAS PARTES NA JUSTIÇA DO TRABALHO – ART. 133/CF – SÚ MULA 327 STF
– Atualmente (...) com a promulgaçã o da CF de 1988 em face do art. 133 da Magna Carta,
com a consagraçã o da indispensabilidade do advogado na administraçã o da Justiça do
Trabalho e, “ipso facto”, reforçada a tese consubstanciada na sú mula 327 do
STF.”(Guilherme Mastrichi Basso, “in” Revista do Ministério Pú blico do Trabalho –
Procuradoria Geral da Justiça do Trabalho, ano II, n.º 4, set., Sã o Paulo, Ed. Ltr, 1992, p. 113)
“Conquanto nã o esteja a Autora assistida por sua entidade de classe, no que tange
especificamente aos honorá rios advocatícios, cumpre salientar que o art. 113 da
Constituiçã o Federal vigente tornou o advogado “indispensá vel à administraçã o da Justiça”.
Com isso, derrogou o artigo 791 da CLT, extinguindo a capacidade postulató ria das partes
nos processo trabalhistas”. (sentença proferida nos autos 570/90, 4º JCJ, pelo MM. Juiz
Presidente Dr. Joã o Oreste Delazen).
Ainda assim, nã o devemos esquecer a liçã o de que “a atuaçã o da Lei nã o deve representar
uma diminuiçã o patrimonial para a parte a cujo favor se efetiva”.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
Segundo declaraçã o acostada à presente, há de constatar que a Reclamante é
hipossuficiente na acepçã o financeira, de modo a nã o possuir condiçõ es de arcar com as
custas processuais, e, menos ainda, com a remuneraçã o dos serviços prestados pelo seu
patrono em defesa dos seus interesses, à luz do que dispõ e o art. 791-A, da CLT.
Requer, pois, a condenaçã o da Reclamada em honorá rios sucumbenciais no percentual de
15% sobre o valor bruto total resultante desta demanda, como medida apta a custear o
trabalho advocatício.
III – DOS PEDIDOS
Diante do exposto, impossibilitado de ver satisfeitas de forma espontâ nea as suas
pretensõ es, requer o Reclamante a citaçã o da Ré para, sob as penas da lei, comparecer à
audiência designada e, querendo, apresentar defesa e acompanhar o processo, o qual
requer ainda seja em sentença final, julgados procedentes os pedidos para declarar a
nulidade dos contratos celebrados com a pessoa jurídica criada para reduzir os encargos
trabalhistas da Reclamada:
- requer seja reconhecida a configuraçã o de fraude por meio da chamada “pejotizaçã o”, nos
termos do art. 9º da CLT, bem como o reconhecimento do vínculo empregatício entre
Reclamante e Reclamada com a devida anotaçã o/retificaçã o em sua CTPS do período de 05
de outubro de 2009 a 06 de julho de 2015 – já considerando a projeçã o do aviso prévio (OJ
82, SDI-I) a data seria 20/05/2014, devendo ser considerado os reajustes anuais pela data
base, estipuladas nas CCT’s anexas, durante todo o lapso temporal da vigência do contrato
de trabalho, e seus respectivos reflexos em RSRs e, com estes, em férias e terço
constitucional, 13ºs salá rios, aviso prévio e, de tudo, em FGTS e multa de 40%, INSS e
demais verbas trabalhistas devidas ao autor que tenham por base de cá lculo seu salá rio
contratual... liquidar
- diferenças salariais considerando a carga horá ria, tendo em vista a ilegal reduçã o salarial
a partir de setembro 2014, bem como seguidas de todos os devidos reflexos em HE, RSR,
aviso prévio, 13º sá lario, férias acrescidas do terço constitucional, FGTS
depositados/devidos e indenizaçã o de 40% sobre o FGTS.......................................... liquidar
- faz jus, considerando-se todo pacto laboral e a projeçã o do aviso prévio (OJ 82, SDI-I)
datada de 20/05/2014, e constatando-se os cinco anos completos de contrato de trabalho,
ao pagamento de: aviso prévio em GRATIFICADO (conforme CCT’s), 13º salá rio
proporcional (5/12), férias proporcionais do período de 14/07/2014 a 20/05/2014 -
(10/12), FGTS sobre saldo de salá rio, aviso prévio, 13º salá rio e férias mais um terço; FGTS
sobre todo o período laboral (julho/2009 a maio/2014), indenizaçã o de 40% sobre o FGTS
e à entrega das guias TRCT, com chave de conectividade (para saque do FGTS), garantida a
integralidade dos depó sitos, e CD/SD (para recebimento do seguro-desemprego), tudo
levando em consideraçã o a indenizaçã o pela reduçã o salarial e horas extras requeridas, sob
pena de indenizaçã o substitutiva, caso o autor nã o os receba por culpa da
ré............................................ liquidar
- pagamento de férias EM DOBRO acrescidas do terço constitucional dos períodos
aquisitivos de 14/07/2009 à 13/07/2010; 14/07/2010 à 13/07/2011; 14/07/2011 à
13/07/2012; e por fim as férias SIMPLES acrescidas do terço constitucional do período
aquisitivo de 14/07/2012 à 13/07/2013, tudo levando em consideraçã o a indenizaçã o pela
reduçã o salarial e horas extras requeridas.................................... liquidar
- faz jus à s gratificaçõ es natalinas (levando em consideraçã o a indenizaçã o pela reduçã o
salarial e horas extras requeridas) dos anos de 2009 (10/12), 2010, 2011, 2012, 2013 e
2014 (05/12)......... liquidar
- a reclamada deve ser condenada ao pagamento do valor equivalente a todos os depó sitos
fundiá rios durante toda a relaçã o de emprego (14/07/2009 a 20/05/2014), bem como
multa de 40%, levando em consideraçã o a indenizaçã o pela reduçã o salarial e horas extras
requeridas.................................... liquidar
- faz jus o obreiro ao pagamento das horas extras excedentes à s 08 horas diá rias, bem como
as que sucederem à quadragésima hora semanal, ao longo de todo o pacto laboral,
acrescidas do adicional de 50%, de segunda a sá bado, e 100% aos domingos e feriados
trabalhados, observado o divisor 200, calculadas com base na efetiva remuneraçã o
percebida ou devida mês a mês (Sú mula 264 do TST), resguardada a compensaçã o da
redutibilidade pleiteada, sem aplicaçã o do entendimento consubstanciado na Sú mula
340/TST. Por serem as referidas horas extras habituais, também devem ser pagos seus
reflexos em RSRs e, com estes, em férias e terço constitucional, 13ºs salá rios, aviso prévio e,
de tudo, em FGTS e multa de 40%.................. liquidar
- faz jus à integralidade do intervalo intrajornada nã o concedido a tempo e modo, durante
TODO O PACTO LABORAL, que deverá ser paga como hora extra ficta no importe de 1
(uma) hora extra devidamente acrescida do 100% conforme art. 71 § 4º da CLT e seus
reflexos em RSRs e, com estes, em férias e terço constitucional, 13ºs salá rios, aviso prévio e,
de tudo, em FGTS e multa de 40% .......................................... liquidar
- condenaçã o da reclamada ao pagamento dos 15 (quinze) minutos diá rios que antecedem
a sobrejornada (CLAUSULA 22, PARÁ GRAFO 4º DA CCT) durante todo o pacto laboral
devidamente acrescido do adicional de 100%, durante todo o pacto laboral, observando a
integralizaçã o salarial (S. 264 do TST) bem como seus reflexos em RSR, 13º salá rio, férias +
1/3, verbas rescisó rias, em FGTS + multa de 40% e todas as verbas correlatas que tenham
por base seu salá rio contratual, Bem como o pagamento do valor deste “lanche” durante
todo o pacto laboral, uma vez que a mesma sempre laborou em jornada
extraordiná ria................................ liquidar
- indenizaçã o por perdas e danos dos valores que foram descontados ilicitamente pela
Reclamada, no montante de 10,15% (dez vírgula quinze por cento) da remuneraçã o e
SIMPLES nacional, durante todo o lapso temporal da vigência do contrato de trabalho, e
seus respectivos reflexos em RSRs e, com estes, em férias e terço constitucional, 13ºs
salá rios, aviso prévio e, de tudo, em FGTS e multa de 40%, INSS e demais verbas
trabalhistas devidas ao autor que tenham por base de cá lculo seu salá rio reconhecido...
liquidar
- condene a reclamada à condenaçã o de adicional de data base, equivalente a 1 (um) salá rio
mensal, seja ele optante ou nã o pelo Fundo de Garantia por Tempo de Serviço –
FGTS................................ liquidar
- faz jus à s diferenças decorrentes dos reajustes anuais coletivos (data base), observando
os percentuais das CCT’s anexas, bem como seus respectivos reflexos em RSRs e, com estes,
em férias e terço constitucional, 13ºs salá rios, aviso prévio e, de tudo, em FGTS e multa de
40%, INSS e demais verbas trabalhistas devidas ao autor que tenham por base de cá lculo
seu salá rio reconhecido................................... liquidar
- faz jus aos valores equivalentes do vale refeiçã o ou vale alimentaçã o, durante todo o
contrato de trabalho, que por ser verba de natureza salarial, sã o devidos também os seus
respectivos reflexos em RSRs e, com estes, em férias e terço constitucional, 13ºs salá rios,
aviso prévio e, de tudo, em FGTS e multa de 40%, INSS e demais verbas trabalhistas devidas
ao autor que tenham por base de cá lculo seu salá rio... liquidar
- ao pagamento em dobro do aviso prévio, por forca da clausula 14ª da CCT... liquidar
- indenizaçã o no valor correspondente à parcela da empresa nas contribuiçõ es
previdenciá rias ao INSS, como contribuinte em dobro, até o má ximo de 12 (doze) parcelas
mensais.............................. liquidar
- pagamento dos valores correspondentes a participaçã o dos lucros nos exercícios de 2009,
2010, 2011, 2012, 2013, 2014................................... liquidar
- seja a Reclamada compelida a pagar todos os encargos previdenciá rios e IRRF oriundos da
relaçã o de emprego havida com o Reclamante, os quais deverã o ser suportados
exclusivamente pela empresa Ré, por nã o o ter recolhido oportunamente...................
liquidar
- condenaçã o da Reclamada ao pagamento de uma indenizaçã o por perdas e danos, pela
diferença entre o valor que seria devido de imposto de renda, mês a mês, se pagos tais
direitos à época do contrato de trabalho, e o valor que será retido do crédito do trabalhador
em futura liquidaçã o de sentença, assegurando a inteira reparaçã o do dano, conforme
preleciona o artigo 186, do Có digo Civil, aplicá vel ao Direito do Trabalho (artigo 8º CLT),
considerando as novas regras e sem incidência de juros de mora.............................. liquidar
- Multas do art. 467 e art. 477, § 8º da CLT... liquidar
- pagamento dos honorá rios advocatícios no percentual correspondente a 15% sobre o
valor da condenaçã o....................................... liquidar
Tudo corrigido e com juros nos termos da legislaçã o trabalhista específica. Requer a
concessã o da Justiça Gratuita nos termos do art. 790, § 3º da CLT.
Requer a aplicaçã o das CCT`s anexas.
Requer a retificaçã o da CTPS com a devida anotaçã o do salá rio e data da dispensa do
obreiro, considerando a projeçã o do aviso prévio (OJ 82, SDI-I).
Requer à entrega das guias TRCT, com chave de conectividade (para saque do FGTS),
garantida a integralidade dos depó sitos, e CD/SD (para recebimento do seguro-
desemprego), sob pena de indenizaçã o substitutiva, caso o autor nã o os receba por culpa da
ré.
Requer seja a Reclamada compelida a pagar todos os encargos previdenciá rios e IRRF
oriundos da relaçã o de emprego havida com o Reclamante, os quais deverã o ser
suportados exclusivamente pela empresa Ré, por nã o o ter recolhido oportunamente.
Requer seja aplicado ao Reclamante o disposto na Sú mula 386, II do TST e no artigo 2º, § 1º
da Instruçã o Normativa da RFB n. 1.127/11.
Requer que nã o haja incidência de imposto de renda sobre os juros de mora aplicados
sobre as parcelas deferidas nesta açã o.
Requer provar o alegado por todos os meios de prova admitidos, em especial a documental,
testemunhal, pericial e depoimento pessoal da reclamada, sob pena de confissã o.
Requer seja intimada a reclamada para juntar os cartõ es de ponto do autor, ao longo de
todo o pacto laboral, sob pena de presumirem-se verdadeiros todos os horá rios alegados
nesta exordial.
Por força do disposto na Lei nº. 11.925/2009 cumulado com art. 830 da CLT, declara-se
autênticos todos os documentos juntados com a presente peça exordial, sob
responsabilidade pessoal dos advogados que esta subscrevem, haja vista encontrarem-se
os mesmo fieis em forma e conteú do aos documentos originais.
Requer ainda, que todas as publicaçõ es e notificaçõ es do presente feito sejam emitidas em
nome dos patronos do autor, Drs __________, que passarã o a receber as intimaçõ es que este r.
juízo deliberar, para os devidos fins de direito, sob pena de nulidade.
Dá -se a causa o valor de __________ (soma dos pedidos liquidados), resultantes dos pedidos
líquidos formulados.
Nestes termos, requer deferimento.
Local, Data.
ADVOGADO
OAB/XX __________
[1] Art. 33. § 5º “O desconto de contribuiçã o e de consignaçã o legalmente autorizadas
sempre se presume feito oportuna e regularmente pela empresa a isso obrigada, nã o lhe
sendo lícito alegar omissã o para se eximir do recolhimento, ficando diretamente
responsá vel pela importâ ncia que deixou de receber ou arrecadou em desacordo com o
disposto nesta Lei”.

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