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----------------ADVOGADO----------------

EXMº. SR. DR. JUIZ FEDERAL DA _____ VARA DO TRABALHO DA CIDADE


DE NOVA IGUAÇÚ - RJ.

, vem propor RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, NO RITO ORDINÁRIO, em


face de ASJ MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO E RAÇÕES LTDA – ME,
CNPJ n. 03.770.673/0001-19, situada na Av. Joaquim da Costa Lima, 948, loja,
lote XV, Belford Roxo – RJ – CEP: 26112-060, com base nos seguintes
fundamentos:

PRELIMINARMENTE

1. COMISSÃO PRÉVIA

Com base no parágrafo 3º do artigo 625-D, da Lei 9.958/2012, esclarece o


Reclamante que não foi instituído no âmbito de sua empresa, nem tampouco no
seu Sindicato representativo as comissões de que trata a referida Lei.

Além do mais, entende o Reclamante que não está obrigado a transacionar seus
créditos, sendo inconstitucional a Lei que instituiu a Comissão de Conciliação
Prévia.

A jurisprudência é a favor do Reclamante, senão vejamos:

EMENTA: COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA – VIOLAÇÃODO ART. 625-D –


DA CLT A INOCORRÊNCIA. A submissão da reclamação trabalhista à Comissão
de Conciliação Prévia não constitui pressuposto processual, estando o
exercício do direito de ação subordinado ao preenchimento das seguintes
condições: LEGITIMIDADE DAS PARTES PARA A CAUSA, INTERESSE DE
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AGIR e POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO. Logo, não é possível a


extinção do processo, sem julgamento de mérito, sob o fundamento de falta de
interesse processual, se a parte não se submeter à tentativa conciliatória
introduzida pelo Lei n. 9958/2012. “ (TRT 3ª Região - MG – RO 4665/01 Ac. 5ª
Turma, Relatora Juíza Emília Facchini – DJMG 19/6/2012, p. 18).
(Grifos nossos)

2. DO CONTRATO DE TRABALHO

A relação mantida entre a primeira reclamada e o reclamante durante o período


de 11/07/05 a 25/01/06 era de emprego, visto que emergiu de uma prestação
de serviço de natureza não eventual, pessoal, portanto, sem a possibilidade de
fazer-se substituir, com subordinação, no exercício da função de motorista
decaminhão, percebendo, mensalmente, o salário de R$ 780,00
( setecentos e oitenta reais ), sendo certo que tais informações NÃO FORAM
registradas na sua Carteira de Trabalho e Previdência Social ( CTPS ) quando
deu-se a sua admissão em 1/07/05.

3.1. DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO

A Reclamada a seu bel prazer deixou de efetuar o registro do contrato de trabalho


na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) logo que admitiu o mesmo
em 10/01/06, infringindo o art. 13, seus parágrafos e art. 29, ambos da CLT. Assim
deve ser penalizada ao art. 55 da CLT:

DO ILÍCITO PENAL

A partir do advento da lei 9.983 de 14 de Julho de 2.000, a ausência de registro


em CTPS passou a constar como ilícito penal, vez que inseriu o parágrafo 4º ao
art. 297 do Código Penal Brasileiro, conforme a seguir transcrito:

FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO

Art. 297. Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento


público verdadeiro:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

§ 4º Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados


no § 3º, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do
contrato de trabalho ou de prestação de serviços.

(Parágrafos 3º e 4º acrescentados pela Lei n.º 9.983 de 14 de julho de 2.000).


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Pelo exposto, requer seja declarado por sentença, o vínculo empregatício


referente ao período de 11/07/05 a 25/01/06, na forma de contrato a prazo
indeterminado, e , por conseguinte, seja determinada a anotação e baixa da
CTPS do reclamante integrando o mencionado período para todos os efeitos
legais no contrato de trabalho e nas verbas resilitórias.

Deverá a reclamada ser condena a indenizar a reclamante nos valores


equivalentes do fgts do período em que não foi levado à registro o contrato de
trabalho, inclusive da multa de 40% pela dispensa imotivada, pagamento de
verbas resilitórias ( aviso prévio, 6/12 de 13º salário de 2012, 2/12 de 13º salário
de 2006, 7/12 de férias proporcionais com 1/3, multa do art. 477., § 6º e
§ 8º da CLT), observando a projeção das horas extras e salário in natura.

Uma vez provado o vínculo empregatício, requer, na forma da Lei, que seja
oficiado os seguintes órgãos: Ofícios ao Ministério do Trabalho, Departamento da
Receita Federal, INSS, CEF, Delegacia Regional do Trabalho, Ministério Público
do Trabalho, Autoridade Policial para aplicação das cominações legais.

4. DAS VERBAS RESILITÓRIS E


DA MULTA DO ART. 477, § 6º E § 8º DA CLT.

O reclamante foi dispensado em 25/01/06 e até a presente data não lhe pagaram
as verbas resilitórias ( aviso prévio, 6/12 de 13º salário de 2012, 2/12
de 13º salário de 2006, 7/12 de férias proporcionais com 1/3, , as quais deverão
ser paga observando a projeção das horas extras, sala´rio in natura e período sem
vínculo empregatício.

Pelo exposto, faz jus o reclamante a perceber a multa sob comento.

4. DA JORNADA

A jornada de trabalho cumprida pelo reclamante de segunda-feira a sábado das


07:00 h às 18:50 h, sendo certo que, em média, duas vezes na semana tinha sua
jornada prorrogado até às 19:30 h, com intervalo intrajornada de 01 hora.

As horas extras NÃO ERAM PAGAS, portanto, gerando diferenças nas verbas do
contrato de trabalho e rescisória.

Os controles de freqüência que estão em poder da reclamada não são


IDÔNEOS para fazer a prova da sua jornada.

A Reclamada não mantinha controle correto da jornada de trabalho. Na hipótese


de possuir à época do contrato de trabalho mais de 10 empregados, tinha o dever
de manter controle de freqüência na forma do art. 74 da CLT. Destarte, requer seja
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condenada a Reclamada a pagar as horas extras laboradas e não pagas nos


moldes do pedido visto que independe da prova apresentada pelo Reclamante,
devendo ser acolhido por presunção de veracidade a jornada apontada visto que
não pode a Reclamada ser premiada com a obrigatoriedade do Reclamante
fazer a prova testemunhal quando foi ela própria que praticou a TORPEZA.

Deverá ser utilizado para o cálculo das horas extras as seguintes percentagens,
conforme previsto nos instrumentos normativos da categoria:

F
F
F

Sendo procedente o pedido de horas extras, a reclamada deverá ser condenada a


pagar todas as extraordinárias, observando, os percentuais apresentados na
fundamentação, o período sem registro da CTPS ( 01/07/05 a 25/01/06 ),
SALÁRIO IN NATURA, integrando-as nas seguintes verbas: RSR (Enunciado 172
do C. TST), fgts, de todo o período laborado sem que o contrato de trabalho
fosse levado à registro na CTPS, inclusive da multa de 40% pela dispensa
imotivada, aviso prévio, 6/12 de 13º salário de 2012, 2/12 de 13º salário de 2006,
7/12 de férias proporcionais com 1/3.

5. DO FGTS

A reclamada não efetuou depósito do fgts, nem recolheu na conta vinculada a


multa de 40% devida pela dispensa imotivada. Tais verbas deverão ser pagas, em
espécie, observando a projeção das horas extras e salário in natura

6. DO EXAME DEMISSIONAL

A Reclamada contrariou a NR – 7, aprovada pela Portaria n. 3.214/78 posto que


não lhe entregou o ASO - atestado de saúde ocupacional, também não lhe
entregou o PPP - perfil profissiográfico previdenciário (IN INSS / CD n. 95/2003).

Pelo exposto, requer, seja oficiado a DRT e demais órgãos oficiais para que
autuem e apliquem as cominações legais de estilo pela desobediência legal.

7. DO DANO MORAL
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O reclamante trabalhou sem CTPS assinada, não lheera pgo o sala´rio devido
(horas extras).

Em regra, temos que a única fonte de renda do trabalhador é seu salário e sua
família.

Ora, Excelência, tamanha é a IMPORTÂNCIA DO REGISTRO NA CTPS do


trabalhador que até os Candidatos que concorrem à última Eleição para
Presidente da República Federativa do Brasil UTILIZOU EM SUA CAMPANHA
o slogan:

EMPREGO COM CARTERIA DE TRABALHO ASSINADA !!!!

Através da ASSINATURA DA CTPS busca-se coibir a EXPLORAÇÃO DO


TRABALHADOR e SONEGAÇÃO DE ENCARGOS SOCIAIS FEDERAIS
(IMPOSTO DE RENDA, FGTS e INSS).

POR SER O REFERIDO DOCUMETNO (CTPS) DE VALOR SIGNIFICATIVO


PARA O EMPREGADO, JÁ QUE RETRATA A SUA VIDA PROFISSIONAL, NELE
NÃO PODERÁ CONTER NENHUMA INFORMAÇÃO A NÃO SER AQUELAS
PREVISTAS EM LEI.

É SABIDO QUE AS EMPRESAS POSSUEM LISTAS NEGRAS, que obrigaram os


Tribunais do Trabalhado modificar o sistema de pesquisas pela INTERNET.

Os juristas Eduardo Gunther e Cristina Maria Navarro Zornig apontam “ AS


HIPÓTESES POSSÍVEIS DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL:

ausência de anotações obrigatórias, registros de informações desabonadoras,


extravio do documento. Nas hipóteses em que a empresa, relativamente à CTPS
do trabalhador, (a) não faça as anotações obrigatórias..... é possível fixar-se
indenização por DANO MORAL pela Justiça do Trabalho, desde que comprovados
( I ) – ato culposo do empregador ou seus prepostos, bem como ( II ) –
violação de bens incorpóreos da personalidade, atingindo diretamente a vida
privada, a honra e a própria imagem do trabalhador (art. 55º, C, da CF/88, de tal
modo ( III ) – lhe cause constrangimento e reprovação social, aplicando-se,
subsidiariamente ao art. 927 do Novo Código Civil, em valor a ser arbitrado, sem
qualquer vinculação com o salário mínimo (vedação do art. 7º , IV, da CRFB/88).

(Ferrari, Irany, DANO MORAL: múltiplos aspectos nas relações de trabalho:


comentários, referências legais, bibliografia e jurisprudência / Irany Ferrari,
Melchíades Rodrigues Marins – São Paulo: LTr, 2012).

Não se diga que ACUSAR O EMPREGADO DE FURTO, NÃO ASSIANR SUA CTS
E NÃO PAGAR-LHE SALÁRIO ( HORAS EXTRAS ) não causa AGRESSÃO À SUA
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DIGNIDADE COMO PESSAO E TRABALHADOR, HUMILHAÇÃO,


AUTO-DESPRESO, MÁGOA, SOFRIMENTO SEM QUE DESSE CAUSA, DOR ... I

DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE

Ilustre-se como conceito de Maria Helena Diniz (Revista Literária de direito,


jan./fev. de 1996, Ano II, n.9, p.8) , para quem DANO MORAL é a LESÃO A
INTERESSES NÃO PATRIMONIAIS de pessoa física ou jurídica provocada
pelo fato lesivo, lembrando, com Zannoni, que “ o dano moral não é a dor, a
angústia, o desgosto, a aflição espiritual, a humilhação, o complexo que sofre a
vítima do evento danoso, pois esses estados do espírito constituem a
conseqüência do dano” .

Os direitos da personalidade são aqueles de natureza extrapatrimonial que se


referem aos atributos essenciais definidores da pessoa, e dentre todos os direitos
são aqueles que mais de perto procuram valorizar a dignidade do ser humano.

Os direitos de personalidade e as relações de trabalho destacam-se pelo seu


significado, tendo em vista a defesa da dignidade do trabalhador. Tais direitos são
PRERROGATIVAS de toda pessoa humana pela sua própria condição, sendo
indisponíveis, intransmissíveis, irrenunciáveis e que DEVEM SER VALORADOS
PELO ESTADO-JUIZ.

O Estado-Juiz deixando de condenar a Reclamada em danos morais ou


condenando com valores módicos será o mesmo que INCENTIVAR A EMPRESA
A CONTINUAR HUMILHANDO OS TRABALHADORES, SONEGANDO TRIBUTOS
E ENCARGOS SOCIAIS, portanto, agindo com desdém e deboche
do Poder Judiciário.

No BRASIL a Magistratura tem sido TÍMIDA DEMAIS na fixação de indenização


por Danos Morais, ainda, que a reclamada venha ferir direitos personalíssimos e a
dignidade do trabalhador, valores protegidos pela CRFB/88.

Mas, tal não ocorre com TRABALHADORES , irmãos nossos, na América do norte.

Foi noticiado na Rede Globo de televisão ( programa fantástico ) que a empresa


Microsoft foi condenada a pagar indenização no valor de aproximadamente
14 milhões de dólares por praticar, em suas dependências, racismo, impedindo
que um empregado negro não progredisse na empresa.

Vale lembrar que aqui neste País em desenvolvimento as empresas e seus


Recursos Humanos utilizam a CTPS do trabalhador para avaliar a EXPERIÊNCIA
PROFISSIONAL DO CANDIDATO A PREENCHER UMA VAGA DE EMPREGO.

A não assinatura do contrato de trabalho gera DANOS AO ESTADO


e ao TRABALHADOR posto que dá uma pseuda-imagem da carreira profissional
do Candidato quando está a procura de EMPREGO.
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Há que ser rechaçado tal comportamento vil da Reclamada a qual deverá ser
condenada, como forma compensatória pelo dano moral sofrido no valor de pelo
menos R$ 12.000,00 (doze mil reais) ou maior condenação segundo entendimento
o juízo, devendo ser levado em conta o poder econômico e/ou financeiro da
reclamada.

8. DOS HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS

Em virtude do art. 1º, da Lei nº. 8.906/94 do Estatuto da Advocacia, do art. 133 da
Constituição e a luz do art. 20 do CPC, que torna indispensável a atuação do
advogado na justiça, requer o reclamante a condenação da reclamada ao
pagamento dos honorários advocatícios na razão de 20% sobre o valor da
condenação.

Assim sendo, reclama os direitos abaixo a serem apurados em liquidação de


sentença e na forma da fundamentação, fazendo as devidas deduções dos valores
comprovadamente pagos, acrescidos de juros e atualização monetária, na forma
da Lei.

a) Declaração do vínculo empregatício referente ao período de 11/07/05 a


25/01/06 e a conseqüente anotação do pacto do labor na CTPS da reclamante
(admissão e baixa da CTPS).

b) Ofícios ao Ministério do Trabalho, Departamento da Receita Federal, INSS,


CEF, Delegacia Regional do Trabalho, Ministério Público do Trabalho, Autoridade
Policial para aplicação das cominações legais.

c) Pagamento das horas extras observando os percentuais apontados na


fundamentação e a projeção do salário in natura

d) Pagamento da diferença de verbas do contrato de trabalho e rescisórias,


devendo ser observado a média das horas extras, reflexos do RSR (Enunciado
172), o período sem o registro do contrato de trabalho ( 11/07/05 a 25/01/06 ),
salário in natura, aplicação do art. 467 da CLT, nas seguintes verbas:

d.1 ) pagamento de aviso prévio,

d.2) pagamento de 6/12 de 13º salário de 2012 e 2/12 de 13º salário de 2006,

d.3) pagamento de 7/12 de férias proporcionais com 1/3.

d.4) multa do art. 477, § 6º e § 8º da CLT.


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e) Pagamento, em espécie, do FGTS de todo o período laborado sem o


reconhecimento do vínculo empregatício com a projeção das horas extras e salário
in natura.

f ) Acréscimo de juros e correção monetária ex vi legis.

g ) DANOS MORAIS no valor a ser fixado pelo Juízo, em que pese o reclamante
entenda que não deveria ser inferior a R$ 12.000,00.

h ) Aplicação do arts. 355 c/c 359 do CPC onde couber.

i ) Pagamento dos honorários advocatícios na razão de 20% sobre o valor total da


condenação.

9. DOS REQUERIMENTOS
FINAIS

Pelo exposto, requer a citação da ré para audiência


de conciliação, instrução e julgamento, sob ônus de revelia, protestando todas as
provas admitidas em direito, documental, testemunhal, bem como depoimento
pessoal do preposto e no final espera a procedência do rol acima pedido com juros
de mora e correção monetária.

Nestes termos,
pede deferimento.

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