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Direito Constitucional | Material Complementar

Professor Cristiano Lopes

Direitos e deveres individuais e coletivos – Parte III

Direito de resposta e responsabilidade por dano moral e material


V – É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por
dano material, moral ou à imagem.
Tal direito estar relacionado com o art. 220, da CRFB/88, que estabelece a manifestação de pensamento, de
informação, vedada a censura política, ideológica ou artística. O inciso também prevê a indenização por dano moral,
material ou à imagem ao ofendido que tenha sofrido algum prejuízo. Em relação a indenização o inciso deixa bem
claro que não e possível a cumulação de dano moral com indenização por danos materiais, no entanto o STJ tem
admitido a indenização por dano estéticos. A Constituição Federal ao estabelecer tal direito , quis proteger qualquer
pessoa física ou jurídica de sofrer ofensa, prejudicando a dignidade da pessoa humana e sua honra.

Liberdade de consciência, crença e culto


VI – É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício
dos cultos religiosos e garantida na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas
liturgias.
O Estado brasileiro é laico ou leigo (não tem religião oficial), ou seja, a Constituição Federal garante a
liberdade religiosa desde que, não seja contrário a ordem, o sossego e tranquilidade da sociedade, preservando os
bons costumes. Tal liberdade abrange a liberdade de culto, e de crença, pode-se dizer que o Estado não pode impor
determinada religião ou a sua pratica, podendo qualquer pessoa adotar qualquer tipo de religião, até mesmo o
ateísmo.

Assistência religiosa
VII – É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades
civis e militares de internação coletiva.
Mais uma vez o constituinte demonstra sua preocupação para com a liberdade de crença, agora garantindo
a assistência religiosa para aqueles que se encontram impedidos de dirigir-se aos locais apropriados de cultos
religiosos. Tal inciso garante o direito subjetivo de quem se encontra internado em estabelecimento coletivo, ou
seja, quem se encontra em tal situação independente de ser entidade civil ou militar a prestação de assistência
religiosa.

Escusa de consciência
VIII – Ninguém será privado de direitos por motivos de crença religiosa ou de convicção
filosófica, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se
a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.
Embora a lei assegure a liberdade de crença, não se pode alegar a crença (religião) para deixar de cumprir
uma obrigação. Aqui é vedado qualquer tratamento diferenciado que prejudique a dignidade da pessoa humana.
Ex.: se uma pessoa alega ser de determinada religião para se eximir do serviço militar obrigatório, deve cumprir uma
prestação alternativa; se não quiser cumprir nem uma prestação nem outra, haverá sanção (no caso, perda dos
direitos políticos).

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Destinatários: internos de entidades civis e coletivas.

Objetivo: proteger a pluralidade de ideias e ões na busca do desenvolvimento sadio das


ASSISTÊNCIA
RELIGIOSA

potencialidades do duo, assegurando o maior à liberdade de o.

Leis regulamentadoras: Lei n. 6.923/81 (F as Armadas); Lei n. 9.982/2000 (entidades


hospitalares úblicas, privadas e estabelecimentos prisionais civis e militares); Lei n. 7 210/84 e
Lei n. 8 069/90 ( ti o de presos nas z ões de os religiosos).

Religiosos: dever de respeito quanto às normas institucionais, ões do paciente e à


a do ambiente hospitalar ou prisional.

Liberdade de expressão
IX – É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença.
A liberdade de expressão aqui garantida é uma forma de manifestação do pensamento, vedada a sua
censura. A proteção deste inciso abrange a atividade intelectual, artística e científica de qualquer pessoa podendo
ser divulgadas independente de permissão. Mas vale lembra que tal direito não é absoluto, visto que , qualquer livre
expressão de atividade ofensivas a honra, dignidade é cabível indenização por danos morais e materiais.

Inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem


X – São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.
A garantia a inviolabilidade a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem tem como objetivo resguarda a
dignidade da pessoa humana, com o intuito de preservar o conhecimento por parte de terceiros sobre sua vida
privada podendo se manifestar caso ocorra alguma violação ao direito assegurado. Como exemplo de preservação
da imagem o STF editou a súmula vinculante nº 11, que restringe o uso de algemas, podendo ser utilizadas apenas
nos casos de resistência, fundado receio de fuga, perigo a integridade física própria ou alheia por parte do preso.
Inviolabilidade domiciliar
XI - A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.

penetrar
em sua casa, em prol das relações que permeiam a vida particular no interior de seu lar.
O Supremo Tribunal Federal pacificou o entendimento mais amplo possível para o significado constitucional
“casa” N x x reende qualquer compartimento habitado, inclusive aposento
ocupado de habitação coletiva (quartos de hotel, pensão, motel e hospedaria, desde que ocupados) e ainda
qualquer compartimento não aberto ao público, onde se exerce profissão ou atividade.

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FIQUE LIGADO!!!

S STJ “o caminhão é instrumento de trabalho do motorista, assim como, mutatis


mutandis, a espátula serve ao artesão. Portanto, não pode ser considerado extensão de sua residência,
nem local de seu trabalho, mas apenas um mei h ” ( R RE URSO
ESPECIAL Nº 1.362.124 - MG (2013/0005972-6)).

A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em
caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.

INVIOLABILIDADE
DOMICILIAR

DIA NOITE

1. Para prestar socorro;


1. Para prestar socorro;
2. Em caso de desastre;
2. Em caso de desastre;
3. Em flagrante delito;
3. Em flagrante delito.
4. Por determinação judicial.

E h O
z o David Araújo, que adota o
critério da iluminação solar a e ent e
alvorecer e o anoitecer. Estabelecer um critério fixo em horas seria temerário, visto que em algumas regiões do
Brasil o sol surge mais cedo e se põe mais tarde. Outra parte da doutrina vem entendendo como dia o horário que
vai de 6:00h até as 18:00h e que nesse horário somente é permitido o ingresso em casa de terceiros nas hipóteses
emergências ou de urgências como (flagrante, desastre, prestar socorro e autorização judicial).

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